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DIÁLOGO E INTERAÇÃO
volume 2 (2009) - ISSN 2175-3687
http://www.faccrei.edu.br/dialogoeinteracao
AVALIAÇÃO DO GRAU DE EMPREENDEDORISMO DE EMPREENDEDORES
POR NECESSIDADE
Mestranda Alexandra Esperança da Cunha Pimentel Meira (PUC-PR)
Mestranda Fabiula Bitencourt Rocha (PUC-PR)
Profª. Me. Luciana Santos Costa (USJ-SC)
Profº. Dr. Wesley Vieira da Silva (PUC-PR)
RESUMO: O objetivo deste trabalho é definir o grau de empreendedorismo de quem
abre um negócio por necessidade. Adotou-se o índice elaborado por Joann e James
Carland, que é definido pelo resultado da aplicação do Questionário CEI (Carland
Entrepreneurship Index). O questionário foi respondido por líderes de grupos de
comunidades de baixa renda, assessorados por uma ONG de Curitiba-PR. Identificou-se
determinado grau de empreendedorismo para cada um dos entrevistados. Percebeu-se
que apesar de serem caracterizados como tal, em função da baixa renda familiar, eles
têm bem desenvolvidos certos atributos que os tornam empreendedores de acordo com a
literatura tradicional.
PALAVRAS-CHAVE:
Empreendedorismo
por
necessidade.
Grau
de
empreendedorismo. Características empreendedoras.
ABSTRACT: The goal of this paper is to define the entrepreneurial drive of necessity
entrepreneurs. The chosen method was developed by Joann and James Carland, the
Carland Entrepreneurship Index (CEI). In this case, the questionnaire has been
answered by leaders of low-income community groups that are assisted by a NGO at
Curitiba, state of Paraná. The results showed that some of the leaders have a certain
entrepreneurial drive degree. It was interesting realizing that in spite of being classified
as necessity entrepreneurs, due to the low family income, they have some well-defined
attributes that characterize them as entrepreneurs as seen in traditional literature.
KEYWORDS: Necessity entrepreneurship. Entrepreneurship index. Entrepreneurial
characteristics.
1. INTRODUÇÃO
Empreendedorismo tem sido um conceito muito utilizado nas últimas décadas
pelo destaque de seu impacto nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Para
alguns especialistas, o conceito é tido, inclusive, como propulsor da economia, assim
como foi a Revolução Industrial. Dentro deste contexto, o Brasil tem se apresentado
como um dos países mais empreendedores do mundo.
A forma de empreendedorismo que mais ocorre no Brasil, no entanto, é o
empreendedorismo por necessidade e não por oportunidade. A primeira parte desta
pesquisa apresenta esses diferentes conceitos de empreendedorismo e caracterizará o
perfil empreendedor que mais se destaca no país, de acordo com o Global
Entrepreneurship Monitor (GEM) - pesquisa internacional realizada anualmente que
analisa a atividade empreendedora em mais de 50 países.
A intenção deste trabalho é compreender qual é o grau de empreendedorismo
daqueles que abrem seus negócios por necessidade. Para isso, será aplicado um
questionário elaborado por Joann e James Carland na década de 1990 – Carland
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Entrepreneurship Index (CEI). O resultado desta aplicação é a categorização de
empreendedores em três níveis: micro-empreendedor, empreendedor e macroempreendedor.
Para responder ao questionário supracitado, foram escolhidos grupos de
comunidades carentes de Curitiba, Região Metropolitana, Vale do Ribeira e
Guaraqueçaba. O objetivo é definir o grau de empreendedorismo dos líderes dos grupos
atendidos por uma Organização Não Governamental (ONG).
Esta organização refere-se à Associação Aliança Empreendedora Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que tem como idéia central reunir
indivíduos com potencial empreendedor e interesses de produção em comum e
assessorá-los na formalização de um negócio de determinada atividade e na inserção
deste negócio no mercado.
O perfil procurado pela OSCIP é de pessoas que, em primeiro lugar, se
caracterize como sendo de baixo nível social e tenham a necessidade de assessoria
empresarial. Em segundo lugar, avalia-se o grau de interesse e de comprometimento do
grupo para gerir, produzir e comercializar os produtos, o que garantirá a
sustentabilidade no negócio.
Hoje, a organização apóia em torno de 34 grupos com atendimento diário, visitas
semanais, quinzenais ou mensais. Com o patrocínio de empresas privadas e do setor
público, os grupos recebem equipamentos, matéria-prima, treinamento e incentivo para
a abertura de canais de comercialização.
O trabalho encontra-se estruturado em cinco seções que podem ser classificadas
da seguinte forma: a primeira trata da parte introdutória; a segunda refere-se ao
referencial teórico-empírico; a terceira trata da metodologia de pesquisa; a quarta referese à apresentação e análise dos dados e a quinta diz respeito às considerações finais,
limitações e sugestões para a elaboração de trabalhos futuros.
2. REFERENCIAL TEÓRICO-EMPÍRICO
O referencial teórico-empírico elaborado para este trabalho tem por objetivo dar
suporte aos resultados extraídos na pesquisa de campo. Para tanto, resgatou-se, de forma
geral, os princípios teóricos sobre empreendedorismo com o objetivo de fundamentar e
sustentar adequadamente os processos subjacentes ao estudo proposto.
2.1. Conceito de “Empreendedor” na Literatura
O empreendedorismo tem sido foco de estudos de muitas áreas diferentes nos
últimos anos, tais como a administração, a sociologia, a psicologia, etc. Isto se deve ao
fato de o assunto extrapolar a esfera do conceito de gerenciamento. O termo
“empreendedorismo” tem uma conotação mais arrojada que a simples gestão de
negócios.
Dornelas (2005: 39) define que “empreendedorismo é o envolvimento de
pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de idéias em
oportunidades”. Nesta mesma linha, Drucker (1996: 29) defende que:
Para ser empreendedora, uma empresa tem que possuir características especiais, além de
ser nova e pequena. Na verdade, os empreendedores constituem a minoria dentre as
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pequenas empresas. Eles criam algo novo, algo diferente; eles mudam ou transformam
valores.
Gimenez e Júnior (2004) afirmam, com base em outros estudos, que o
empreendedorismo é o resultado do trabalho de uma “pessoa com habilidades criativas,
uma complexa função de experiências de vida, oportunidades e capacidades individuais,
estando inerente no seu exercício a variável risco, tanto na vida como na carreira do
empreendedor”.
Desta forma, percebe-se que a empresa, para ser empreendedora, precisa ser
necessariamente gerenciada por uma liderança empreendedora. É o papel do líder que
impõe este status à empresa. Com base neste entendimento, faz-se essencial entender as
características de um indivíduo empreendedor.
A definição de Dornelas (2005: 21) descreve os empreendedores como “pessoas
diferenciadas, que possuem uma motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, não
se contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas,
referenciadas e imitadas, querem deixar um legado”.
Drucker (1996: 36) complementa que “o empreendedor vê a mudança como
sendo uma norma e como sendo sadia”. Que, acima de tudo, é uma pessoa que busca
incessantemente a inovação. Em sua visão é uma pessoa que corre riscos de forma
calculada, ou seja, “suas bases são o conceito e a teoria, e não a intuição”. Por fim,
Dolabela (2004 apud FILION, 2001: 28) cita em sua obra a definição de Filion para
empreendedor: “Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza
visões”.
Para Bernardes e Marcondes (2003), empreendedor é toda pessoa que identifica
necessidades de clientes potenciais, criando uma empresa ou modificando uma empresa
já existente, como oportunidade de negócio.
Conforme menciona Dubrin (2001), os empreendedores possuem também
algumas características e comportamentos pessoais, como por exemplo: forte
necessidade de realização, elevado entusiasmo e criatividade, está sempre correndo,
possuem uma perspectiva visionária, os empreendedores sentem-se pouco à vontade
com a hierarquia e a burocracia e o interesse muito mais forte em tratar com os clientes
do que com os empregados.
Birley e Muzika (2001) citam seis dimensões da capacidade empreendedora:
orientação estratégica, comprometimento com a oportunidade, comprometimento dos
recursos, controle sobre os recursos, estrutura administrativa e filosofia de recompensas.
Leibenstein (1968) mostra que o empreendedor é um agente capaz de transpor vazios
e brechas de mercado e, conseqüentemente, usufruir, em condições privilegiadas, de
vantagens daí advindas. O empreendedor é dotado de uma capacidade de associar e de
complementar o conjunto ideal de insumos necessários a um determinado processo
produtivo (input completing capacity).
Apesar de todas as referências mencionadas anteriormente, dizendo que o
empreendedor é inovador, arrojado, planeja suas ações, visualiza oportunidades e as
coloca em prática, Dornelas (2005: 40) observa que boa parte dos novos negócios é
iniciada em mercados já existentes. E explica, ainda, que isso não significa dizer que os
negócios não darão certo.
O autor aponta também que o empreendedorismo é um dos fatores que hoje
impulsionam a economia gerando emprego e renda. A iniciativa da Aliança
Empreendedora é justamente incentivar o desenvolvimento do espírito empreendedor
em grupos de comunidades de baixa renda, para torná-los competitivos.
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2.2. O Empreendedorismo no Brasil
De acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2007), o Brasil é um
dos países mais empreendedores do mundo. Ocupou nesta pesquisa a nona colocação
dentre os quarenta e dois participantes. O resultado chama a atenção uma vez que o país
tem melhor desempenho que países de economias fortes como Estados Unidos e Japão.
À frente do Brasil estão China e outros países latino-americanos.
O GEM (2007) afirma ainda que a atividade empreendedora está relacionada às
características institucionais (facilidade de abertura, manutenção e crescimento do
negócio) e demográficas (idade da população, imigração versus migração), à cultura
empreendedora (práticas aceitas ou não, como por exemplo, a informalidade) e ao grau
de bem-estar econômico (alternativas de emprego).
Dessa forma, é possível delinear justificativas para a excelente colocação do
Brasil no GEM (2007). Trata-se de um país no qual o ‘bem-estar econômico’ não é
garantido para todos, impulsionando parte da população a montar seu próprio negócio
como forma de sobrevivência. É o empreendedorismo motivado pela necessidade, e não
pela oportunidade, o que Filion (1999) chama de empreendedorismo involuntário.
A realidade brasileira é distinta do tratamento que se é dado ao
empreendedorismo pela literatura tradicional. No Brasil, dos negócios abertos em 2007,
39% dos empreendimentos foram abertos por necessidade (GEM, 2007: 35). Esse
número já foi maior em edições anteriores desta pesquisa. No entanto, na maior parte
dos estudos existentes sobre o assunto, o empreendedorismo está ligado à visão, à
oportunidade e à inovação. Num país marcado por desigualdades sociais o
empreendedorismo é uma alternativa à falta de emprego.
Na visão de Britto e Wever (2004), independentemente da motivação para
empreender, o importante é que o negócio tem que dar certo e, para isto, é preciso que
se disponha de coragem e persistência para garantir a sobrevivência e a continuidade de
uma empresa.
Portanto, faz-se importante melhor entendimento do perfil do empreendedor por
necessidade, uma vez que este profissional faz parte da realidade do país e,
independentemente da causa de formação da sua empresa, precisa torná-la durável
garantindo, assim, a sua própria sobrevivência.
2.3. Conceito de Empreendedor Adotado na Pesquisa
Apesar das várias pesquisas para traçar o perfil do indivíduo empreendedor,
alguns autores concordam que ainda não foi possível estabelecer um perfil psicológico
absolutamente científico (FILION, 1999; VEIT; FILHO, 2007; CARLAND;
CARLAND, 1996). Isto se deve a existência de uma ampla variedade de pontos de
vista, lógicas e metodologias adotadas para estudar o fenômeno.
Mesmo assim, Carland e Carland (1996) atribuem ao empreendedor a existência
de quatro elementos: (1) traços de personalidade (necessidade de realização e
criatividade); propensão (2) à inovação e (3) ao risco; e (4) ter postura estratégica.
Gimenez e Júnior (2004) explicam que a maior ou menor presença desses elementos em
um indivíduo, classifica-o como micro-empreendedor, empreendedor ou macroempreendedor. E este foi o tratamento escolhido para trabalhar o conceito de
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empreendedor nos
Empreendedora.
líderes
dos grupos
orientados
pela
Associação Aliança
3. METODOLOGIA DA PESQUISA
Esta seção tem por objetivo dar suporte à seção concernente à apresentação e
análise dos resultados utilizados para a confecção deste artigo.
3.1. Caracterização da Pesquisa
Esta pesquisa foi iniciada por uma fase exploratória, na qual buscou-se na
literatura, indícios do “perfil empreendedor” que pudesse ser atribuído aos indivíduos
que têm motivação empreendedora na necessidade de gerar sua própria renda.
A pesquisa exploratória é indicada quando existe uma necessidade de
aprofundamento de um tema antes da proposição de problemas de pesquisas mais
específicos, como orientam Cooper e Schindler (2003).
Uma vez verificado que o Brasil é um dos países mais empreendedores do
mundo (GEM, 2007), e que, diferentemente do que relata a literatura acerca do
empreendedorismo, a motivação para empreender neste país vem da necessidade,
precisava-se entender melhor o perfil deste empreendedor. Visto a característica
específica destes empreendedores, a Associação Aliança Empreendedora foi escolhida
por exatamente focar seus trabalhos em prol de pessoas que iniciam seus negócios pela
necessidade de gerar seu próprio emprego e renda.
Dessa forma, de acordo com as características pessoais dos líderes vinculados
aos projetos da Associação Aliança Empreendedora e, que empreendem por
necessidade, pretendeu-se identificar o grau de empreendedorismo destes indivíduos.
A etapa seguinte do trabalho referiu-se a uma análise de natureza descritiva, na
qual foram pontuados os aspectos característicos dos empreendedores da organização
escolhida. Richardson (1999: 146) explica que uma pesquisa descritiva “tem o propósito
de fazer afirmações para descrever aspectos [...] ou analisar [...] determinadas
características ou atributos”.
Nesse estudo, tem-se como objetivo a tradução da expressão do sentido dos
fenômenos do mundo social, pautando-se em procedimentos interpretativos do
fenômeno pesquisado que se refere ao grau de empreendedorismo dos líderes de grupos
de empreendedores por necessidade. Será apresentado, ainda, o resultado da análise
entre o grau de empreendedorismo identificado e algumas características pessoais destes
líderes.
A análise descritiva dos empreendedores por necessidade contribuirá para a
avaliação geral destes indivíduos, num aprofundamento do tema, que permitirá maior
embasamento para futuras análises mais específicas.
3.2. Coleta e Tratamento de Dados
Considerando que esta pesquisa objetiva pesquisar os líderes de grupos
orientados pela Associação Aliança Empreendedora, o processo de amostragem é o não
probabilístico, caracterizando-se como sendo do tipo por conveniência (MALHOTRA,
2006).
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A amostra é composta por vinte e um líderes de grupos que atuam nas regiões de
Curitiba e Região Metropolitana, Vale do Ribeira e Guaraqueçaba em empreendimentos
dos setores de artesanato, alimentos, vestuário, móveis, reciclagem e tratamento de
resíduos.
A coleta de dados foi realizada de duas formas: (1º) dados primários foram
coletados em um questionário estruturado, formulado por Carland e Carland (1996),
validado pelos próprios autores – o questionário CEI (Carland Entrepreneurship Index);
(2º) levantamento de dados secundários disponíveis no cadastro dos grupos da
Associação Aliança Empreendedora – dados pessoais de cada líder de grupo.
Cada líder de grupo teve seu perfil traçado, com base nos dados secundários, e
respondeu ao questionário visando definir o seu grau de empreendedorismo. O
questionário CEI foi estruturado objetivando obter uma graduação do potencial
empreendedor de uma pessoa.
Para tanto, Carland e Carland desenvolveram esta ferramenta, na qual o
respondente escolhe, para cada uma das 33 alternativas, uma das duas opções
disponíveis (KORNIJEZNK, 2004 apud CARLAND, 1992). O resultado das escolhas
feitas indica maior ou menor grau de empreendedorismo na personalidade do
respondente. O resultado do questionário apontará o quão empreendedor é o
respondente, conforme apresentado por Kornijeznk (2004) como evidencia o Quadro 1.
Pontuação
Características Gerais
Um Micro-Empreendedor possui um negócio que não visa o crescimento direto,
mas que pode se tornar uma referência em sua cidade ou comunidade. Esse tipo de
empreendedor vê seu negócio como a fonte primária para a renda familiar ou para
De 0 a 15 estabelecer emprego familiar. Considera sua empresa como aspecto importante da
pontos
sua vida, mas não será "consumido" por ela e irá buscar a sua satisfação pessoal
através de alguma atividade externa ao seu negócio. O sucesso, para o microempreendedor, pode ser medido pelo seu grau de liberdade e pela estabilidade de
seu negócio, o que proporcionará condições de aproveitar a vida.
O Empreendedor, nessa escala, concentra seus esforços para o lucro e crescimento
do seu negócio. Seus objetivos são mais ousados que os do micro-empreendedor,
mas ao atingir o seu padrão desejado de sucesso, possivelmente o seu foco também
mudará para outros interesses externos ao seu negócio. Esse tipo busca a inovação,
De 16 a 25
normalmente procurando melhorias para os produtos, serviços e procedimentos já
pontos
estabelecidos, ao invés de engendrarem algo totalmente novo, pois essas melhorias
possuem menos probabilidade de desestabilizar o caminho para o sucesso que é tão
importante para o empreendedor. O sucesso para as pessoas que se enquadram
nessa categoria pode ser simbolizado pelo reconhecimento e riqueza.
O Macro-Empreendedor acredita que o seu próprio envolvimento com seu negócio
é o caminho para a auto-realização. Costuma associar o seu sucesso ao crescimento
e lucro de seu negócio, mas o seu interesse não é monetário, mas sim, como um
placar, para medir o seu sucesso pessoal, pois o que realmente deseja é dominar o
De 26 a 33
seu mercado. Esse tipo é considerado inovador e criativo e está constantemente em
pontos
busca de novos caminhos para transformar seus sonhos em novos produtos,
mercados, indústrias e desafios. Um Macro-Empreendedor verá seu negócio como
um meio de mudar a Indústria e tornar-se uma força dominante. Seus esforços
giram em torno do seu empreendimento com força e determinação.
Quadro 1 – Classificação do CEI - Micro Empreendedor, Empreendedor e Macro Empreendedor. Fonte:
Kornijeznk (2004)
Macro-Empreendedor
Empreendedor
MicroEmpreendedor
Categoria
O questionário CEI foi elaborado originalmente em inglês. Contudo, Gimenez e
Júnior (2001) explicam que a tradução para o português foi feita por meio do método
backtranslation, que consiste na tradução para o idioma desejado e na re-tradução para
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o idioma original. Os dois trabalhos no idioma original são comparados e, caso
apresentem diferenças, o processo é repetido até que os dois apresentem o exato
significado.
Os questionários foram aplicados pelos assessores de grupos da própria Aliança
Empreendedora durante os encontros periódicos com os grupos. O CEI foi respondido
pelo líder de cada em destes grupos.
3.3. Forma de Análise
A primeira etapa de análise de dados foi realizada pautando-se na análise das
variáveis: idade, sexo, grau de escolaridade, tempo do negócio e renda dos líderes.
Na etapa seguinte, os questionários respondidos e válidos foram tabulados e as
informações resultantes lançadas na planilha eletrônica Excel for Windows para análise
com técnicas de estatística descritiva.
Foi calculado o grau de empreendedorismo de cada empreendedor e feito um
paralelo com o perfil dos líderes. Além disso, também foram agrupadas as repostas de
acordo com as características empreendedoras para se definir quais são as mais
marcantes em cada perfil.
Com base nesta análise foi possível fazer uma comparação com a literatura sobre
o perfil do empreendedor, identificando oportunidades de estudos futuros, e apontando
as limitações do estudo realizado.
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Uma das maiores preocupações encontradas pelos pesquisadores referia-se à
compreensão do questionário pelos respondentes. O CEI foi aplicado, então, a três
diferentes líderes de grupo, como pré-teste, para ser possível julgar se a linguagem
estava adequada. Não foram identificados problemas de entendimento. Desta forma,
estes três resultados foram aproveitados e prosseguiu-se com a aplicação para os demais
respondentes.
Foram recolhidos vinte e um questionários válidos e, junto à Aliança
Empreendedora, foram levantados dados para traçar o perfil dos entrevistados. É
importante perceber que nem todos os grupos dos quais os líderes fazem parte
começaram suas atividades junto à Associação Aliança Empreendedora: quatro deles já
desenvolvem suas atividades há três anos. Mesmo assim, a média de tempo de atividade
dos grupos é baixa, em torno de um ano e meio, por haver quatro que iniciaram o
trabalho este ano.
Dentre eles, dezoito trabalham com artesanato, um com panificação, um com
turismo e um com reciclagem. De todo o grupo de líderes, apenas três homens
compõem a amostra, o que demonstra que a maioria dos líderes é do sexo feminino.
Quanto à idade dos participantes, verificou-se uma grande variação, sendo a idade
mínima de vinte e dois anos e a máxima, sessenta e seis.
O grau de escolaridade dos representantes dos grupos tem como moda o ensino
fundamental incompleto. Entretanto, alguns dos respondentes têm escolaridade mais
elevada, fazendo com que em média, a amostra apresente ensino fundamental completo
como escolaridade.
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Por último, foi levantada a renda mensal, que se apresentou com uma média de
um a dois salários mínimos, por família. No entanto, o número de participantes com
renda de até um salário mínimo é de sete pessoas (33% da amostra). De um modo geral,
a característica mais marcante no perfil dos líderes destes grupos é a baixa renda obtida
para sustento familiar, apesar da escolaridade apresentada não ser tão baixa.
Levando-se em consideração o objetivo proposto por este artigo, foi identificado
que 76,19% dos entrevistados apresentaram perfil empreendedor, 23,81% perfil microempreendedor e nenhum apresentou perfil macro. Tal como descrito no Quadro 1,
percebe-se que, apesar da necessidade de ter emprego e gerar sua própria renda, os
líderes possuem determinado grau de características pessoais que indicam potencial para
a gestão empreendedora dos seus negócios.
Apesar de boa parte dos respondentes terem alcançado a classificação
“empreendedora”, a concentração de pontos situou-se entre 16 e 19 (52,38% dos
participantes), denotando viés à classe mais baixa da metodologia adotada, como é
possível visualizar na Figura 1.
Histograma
8
Micro-empreendedor
23,81%
(1 a 15)
Freqüência de Respostas
7
6
Empreendedor
76,19%
(16 a 25)
Macro-empreendedor
0%
(26 a 33)
5
4
3
2
1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
Total de Pontos nas questões empreendedoras do Questionário CEI
Figura 1 – distribuição das respostas obtidas com os questionários CEI. Fonte: os autores.
Além de determinar um grau de empreendedorismo, foram levantadas outras
informações pelas respostas das questões do CEI. Cada uma delas faz referência a uma
das características empreendedoras do conceito de Carland e Carland (1996). Na Tabela
1, encontram-se agrupadas as questões por tipo de atributo e os resultados encontrados
na pesquisa.
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Tabela 1 – Mapa das Características Empreendedoras dos Respondentes
Respostas SEM
Respostas COM
Questões
Características
%
característica
característica
CEI
empreendedora
empreendedora
Postura Estratégica
Postura Estratégica
Postura Estratégica
Postura Estratégica
Postura Estratégica
Postura Estratégica
Postura Estratégica
Postura Estratégica
Postura Estratégica
Postura Estratégica
Postura Estratégica
Postura Estratégica
Postura Estratégica
Sub total respostas
8
23
4
24
27
20
5
11
1
12
28
21
9
273
3
4
5
10
10
10
11
11
12
12
12
16
18
134
14,29
Propensão à Inovação
Propensão à Inovação
Propensão à Inovação
Propensão à Inovação
Propensão à Inovação
Sub total respostas
25
19
33
17
22
105
7
7
8
11
18
51
33,33
Propensão ao Risco
Propensão ao Risco
Propensão ao Risco
Sub total respostas
30
26
31
63
1
5
7
13
Traços de Personalidade
Traços de Personalidade
Traços de Personalidade
Traços de Personalidade
Traços de Personalidade
Traços de Personalidade
Traços de Personalidade
Traços de Personalidade
Traços de Personalidade
Traços de Personalidade
Traços de Personalidade
Traços de Personalidade
Sub total respostas
Fonte: os autores.
7
16
29
2
32
10
15
18
6
13
14
3
252
4
5
7
8
8
8
13
13
14
14
15
16
125
19,05
23,81
47,62
47,62
47,62
52,38
52,38
57,14
57,14
57,14
76,19
85,71
49,08
33,33
38,10
52,38
85,71
48,57
4,76
23,81
33,33
20,63
19,05
23,81
33,33
38,10
38,10
38,10
61,90
61,90
66,67
66,67
71,43
76,19
49,60
%
18
17
16
11
11
11
10
10
9
9
9
5
3
139
85,71
14
14
13
10
3
54
66,67
20
16
14
50
95,24
17
16
14
13
13
13
8
8
7
7
6
5
127
80,95
80,95
76,19
52,38
52,38
52,38
47,62
47,62
42,86
42,86
42,86
23,81
14,29
50,92
66,67
61,90
47,62
14,29
51,43
76,19
66,67
79,37
76,19
66,67
61,90
61,90
61,90
38,10
38,10
33,33
33,33
28,57
23,81
50,40
Observando a Tabela 1, percebe-se que o atributo “propensão ao risco” é o mais
marcante dentre as características. Os demais atributos (postura estratégica, propensão à
inovação e traços de personalidade) não foram identificados de forma marcante em
nenhum dos resultados, todos girando em torno de 50%.
Dentro do grupo de questões que definem a postura estratégica, as questões 8
(“Um plano deveria ser escrito para ser efetivo”) e 23 (“Nós temos algumas coisas que
fazemos melhor do que os concorrentes”) foram as mais assinaladas. A questão
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indicadora de perfil não empreendedor que mais se destacou foi a 9 (“Eu divido meu
tempo entre esse negócio, família e amigos”).
A partir das constatações reportadas anteriormente, entende-se que, apesar de já
começarem a apresentar uma postura de empreendedor, estes indivíduos demonstram
fortemente outras preocupações em suas vidas. Assim, o seu negócio está no meio do
caminho entre a visão do empreendimento e da preocupação com seu bem-estar e de sua
família.
Com relação ao atributo “propensão à inovação”, as questões mais marcadas que
indicam perfil empreendedor foram a 25 (“Eu adoro a idéia de tentar ser mais esperto
que os concorrentes”) e a 19 (“Eu aprecio o desafio de inventar mais do que qualquer
coisa”). A questão que mais foi marcada não indicando perfil empreendedor foi a 22
(“Eu prefiro as pessoas que são realistas).
Pela própria motivação que os leva a empreender, é compreensível que “pessoas
realistas” apresentem característica mais marcante que a própria busca pela inovação.
Desta forma, percebe-se um ponto a ser mais trabalhado pela ONG junto aos donos de
negócio.
Ao contrário dos dois primeiros atributos apresentados, no atributo de
“propensão ao risco” a grande maioria marcou as respostas que definem perfil
empreendedor nas questões relacionadas. A decisão em si de montar um negócio já
caracteriza a aceitação ao risco. Pela falta de emprego e pela necessidade de geração de
renda, este indivíduo não tem muita alternativa, senão enfrentar o desafio do risco e
fazer o empreendimento dar certo. Aceitar o risco torna-se uma questão de
sobrevivência.
No atributo caracterizado como “traços de personalidade”, a maior parte dos
respondentes se mostra empreendedora, marcando as questões 7 (“Eu não descansarei
até que nós sejamos os melhores”), 16 (“O desafio de ser bem sucedido é tão importante
quanto o dinheiro”) e 29 (“As pessoas pensam em mim como um trabalhador
esforçado”) como as mais assinaladas.
Ao mesmo tempo, outras três questões têm o mesmo peso, mas indicam
ausência de perfil empreendedor, são elas: 13 (“As pessoas que trabalham para mim
gostam de mim”), 14 (“Eu anseio pelo dia em que gerenciar esse negócio seja simples”)
e 3 (“Eu não teria iniciado esse negócio se eu não tivesse certeza de que não seria bem
sucedido”).
O resultado desta questão é bastante curioso, uma vez que os respondentes
parecem estar vivendo uma “crise de identidade”, na qual existe uma busca não só pelo
sucesso da empresa, mas também pela sua aceitação pelo grupo. A atividade de
administrar sua empresa não é fácil, exigindo dele próprio preparo constante,
planejamento e postura enérgica com os demais companheiros de trabalho. Uma vez
que as empresas são formadas por pessoas da própria comunidade, vizinhos, colegas, é
possível entender porque assumir a liderança de todo o grupo pode ser tão difícil.
Foi estimada a correlação não-paramétrica de spearman entre as características
empreendedoras de acordo com as respostas obtidas do questionário, visando verificar
se existia alguma relação significativa entre os atributos e, assim, entender melhor o
perfil dos entrevistados. Não foi verificada qualquer associação estatisticamente
significativa entre os atributos uma vez que apresentou valores de probabilidade acima
de 10%, bem como coeficientes menores do que 30%.
Considerando o pouco tempo de relação entre a Aliança Empreendedora e estas
pessoas (cerca de dois anos) é de se esperar que estas características ainda não sejam tão
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marcantes, indicando o grande potencial do trabalho da ONG na melhoria do
desempenho destas pessoas e de seus negócios.
Por fim, a motivação dos empreendedores analisados vem da necessidade de
geração do seu próprio emprego e da sua renda, o que poderia sugerir um baixo grau de
empreendedorismo. Não foi este o resultado identificado neste trabalho. Apesar de não
terem apresentado elevado grau de empreendedorismo, o nível mediano identificado é
sinal de que estas pessoas têm razoável potencial empreendedor, que deve e precisa ser
trabalhado com o auxílio da ONG.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa pesquisa teve como objetivo compreender qual é o grau de
empreendedorismo daqueles que abrem seus negócios por necessidade. Para tanto, foi
utilizada uma amostragem não probabilística por conveniência, limitando a observação
a apenas vinte e um casos.
Por meio desse estudo, percebeu-se que o público analisado, apesar de
empreender por necessidade, apresentou alguns atributos bem caracterizados no perfil
empreendedor, de acordo com a literatura tradicional. O atributo “propensão ao risco”
foi o mais característico, o que é condizente com a própria condição de vida destas
pessoas.
Este resultado foi interessante para os assessores de grupos da ONG, para que se
percebam os resultados do trabalho já realizado. Como sugestão, a metodologia CEI
pode ser aplicada de tempos em tempos para se avaliar qual a evolução do grau de
empreendedorismo de cada líder de grupo, ou, então, até mesmo do restante dos
participantes de cada negócio.
Além disso, como as questões identificam cada uma das características do
empreendedor, pode-se saber com clareza qual é o maior incentivo que deve ser dado à
medida que os resultados de algumas características não avançarem tanto quanto outras.
Estudos periódicos enriquecem o resultado e o planejamento dos trabalhos.
6. REFERÊNCIAS
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