Eleições polémicas
Transcrição
Eleições polémicas
Dia 22 | Vitorino e Janita Dia 23 | Francis Hime Dia 26 | Off the Wall Dia 27 | Mariza Dia 28 | Vicente da Câmara Dia 29 | Corais alentejanos Dia 30 | Espectáculo Equestre €1 José Ernesto Oliveira fala da ‘fileira aeronáutica’ Ignacio Sánchez Amor defende mais investimento português ~ página 4 Entrevista ~ página 12 www.noticiasalentejo.pt Ano I Nº 3 Julho 2006 Monsaraz Museu Aberto destaca «Cultura Popular e Tradição Oral». Mariza e Francis Hime no cartaz de espectáculos ~ página 7 Reguengos Câmara distinguiu cante alentejano ~ página 6 Férias Um roteiro de Viana a Terena, passando por Monsaraz ~ centrais Portel Câmara ensaia, em Agosto, Congresso da Açorda. Edição inaugural prevista para o primeiro trimestre de 2007 ~ página 9 Eleições polémicas A polémica em torno da Região de Turismo de Évora (RTE) promete prolongar-se. A querela poderá arrastar-se no Tribunal, depois de um acto eleitoral conturbado e em que apenas 11 dos 24 membros do colégio eleitoral exerceram o direito de voto. João Andrade Santos, presidente da RTE há 16 anos, considera-se reeleito, mas a lista opositora, liderada por João Pombo, assegura que a falta de quórum é mais do que suficiente para considerar «ilegal» a eleição. Os apoiantes (12) de Pombo recusaram participar no acto eleitoral depois da comissão executiva da RTE ter impedido José Ernesto Oliveira de votar, por considerar que o autarca não tinha legitimidade para representar o município. O Colégio eleitoral é composto pelo presidente da RTE, pelos representantes dos 14 municípios do distrito de Évora (sete de maioria socialista, seis CDU e um independente) e por representantes de organismos desconcentrados do Estado, dos hoteleiros e das agências de viagens. ~ página 3 informação online em www.noticiasalentejo.pt ~ fresco todos os dias 2 entrada~ Notícias Alentejo online desde 9 de Junho de 2003 www.noticias alentejo.pt ~@ nagávea M. Ferreira Patrício Sobre o mundial de futebol [email protected] Aí temos o grande espectáculo, que só não é visto naquelas partes do Mundo aonde ainda não chegam as imagens de televisão. Falo, evidentemente, do Mundial de Futebol. A imprensa, a rádio, a televisão encontram-se desde há várias semanas (vários meses?!...) totalmente mobilizadas para este acontecimento, de uma forma e com uma intensidade que a milhões fascinam mas que também vão incomodando muita gente. Porque, como o meu pai me dizia e eu aprendi depois estudando os gregos clássicos, tudo o que é de mais não presta. Eis a sentença de alguns dos sete sábios helénicos: Nada em excesso. E estamos a ser massacrados pelo excesso. O Mundial dá muito que pensar. A começar pelo que é, e de que ninguém fala, nem as nem os fundamentalistas da afirmação da mulher na sociedade. Porque se trata realmente do Mundial de Futebol Masculino. Nesta hora em que também se disputa o Campeonato Mundial Feminino - Masculino, que significado devemos atribuir a esta cabazada mediática do Masculino sobre o Feminino?!... Grandes são as contradições que atravessam de uma ponta à outra o corpo da humanidade!... E, em particular, o da Europa e do Ocidente!... Outra coisa que dá que pensar é o fenómeno de alienação que está a decorrer sob os nossos olhos, complacentes ou críticos. Dizia-se nos tempos ominosos de Salazar que o regime manipulava e controlava a consciência do povo através do triângulo Futebol - Fátima - Fado. Esperava-se que, com a democracia, se limpasse o ar das substâncias alienatórias. Que vemos?... No tocante ao futebol, a alienação aumentou e está a atingir espaços e níveis insuportáveis. O povo português, que é jogado por múltiplos poderes mas não é tolo - refiro-me ao povo genuíno, não às falsas élites que mandam no País... -, já ganhou o campeonato de resistência à alienação: diz a comunicação social que é aquele que tem manifestado menos interesse pelas transmissões maciças de jogos do Mundial pela televisão. O lado económico do acontecimento é tão dominador e tão agressivo que as pessoas fazem o seu manguito ao negócio e cedem apenas ao que realmente as interessa. E o que é que as interessa? Resposta: Portugal. Portugal corporizado na Selecção Nacional. Naquele grupo de rapazes que, contra tudo e contra todos - incluindo nesta referência os povos que se consideram "superiores" e acham quase uma insolência a capacidade de vencer da selecção portuguesa e a qualidade excelsa dos seus jogadores - que com garra e categoria vai levando de vencida todos os que lhe aparecem pela frente (escrevo a 27 de Sumário Junho) com fair-play mas sem medo, como fizemos à Holanda no século dezassete, no Brasil e em Angola, e agora repetimos de forma apropriada no estádio de Nuremberga. E o patriotismo saudável do nosso povo renasce. Poderoso mas equilibrado. Saudável, não patológico. Voltamos a acreditar em nós. Sob o comando de um brasileiro, o que não deixa de ser simbólico. Escreveu Fernando Pessoa: Minha Pátria é a Língua Portuguesa. A selecção portuguesa de futebol é já uma realização em miniatura da visão do grande poeta. É uma selecção não apenas portuguesa, mas lusófona. Ai quem nos dera que fôssemos capazes de fazer da CPLP (Comunidade de Povos de Língua Portuguesa) uma selecção assim! Daríamos cartas ao Mundo. Sairíamos desta apagada e vil tristeza e rejubilaríamos na luminosa e nobre alegria da nossa realização como povo. 07.2006 José Ernesto Oliveira: ‘Revisão dos PDM's é muito demorada’ Páginas 4 e 5 Monsaraz Museu Aberto com Francis Hime e Mariza Página 7 Capa: David Prazeres Portel prepara «Congreso da Açorda» Página 9 Ed na ição im 1 Infoª semapnraessa ww rmaçã de cada m w.n o o diá ês Entrevista a Ignacio Sanchez Amor Páginas 12/13 ticia ria sale em ntej o.pt Ciência e & Tecnologia Página 19 Opinião Páginas 20 e 21 Ficha Técnica A edição do "Notícias Alentejo" é da responsabilidade da sociedade "Notícias Alentejo Produção de Conteúdos Lda.", contribuinte 506596816, com sede na Rua António Janeiro, 13, 7200-337 Reguengos de Monsaraz, capital social de 5000€. dp Impressão: CORAZE, A Folha Cultural, CRL - Oliveira de Azeméis. Direcção-Geral: Carlos Trigo ([email protected]) Direcção Editorial: Luís Rego ([email protected]) Direcção Gráfica: David Prazeres ([email protected]) Fotografia: Susana Rodrigues Colaboradores: Benjamim Formigo, José Frota, Jorge Reis (www.lusomotores.com) e Rute Marques Opinião: Afonso de Almeida, Alberto Magalhães, Antonio Sáez Delgado, Ferreira Patrício, João Espinho, Joaquina Margalha, José Gabriel Calixto, Luís Carmelo e Rui Namorado Rosa CONTACTO & PUBLICIDADE Telefone: 266 508 012 Fax: 266 508 019 Telemóvel: 967 032 441 E-mail: [email protected] Morada: Rua S. João de Deus, 18 7200-376 Reguengos de Monsaraz www.noticiasalentejo.pt notíciasalentejo~ Julho 2006 3 ~destaque Tema de capa RTE em disputa acesa David Prazeres As eleições para a Região de Turismo de Évora (RTE), como se previa, ficaram marcadas pela polémica. O actual presidente, Andrade Santos, reuniu 11 votos, mas os apoiantes do candidato opositor, João Pombo, contestam. Doze dos 24 membros do colégio eleitoral recusaram votar e ameaçam recorrer administrativa e judicialmente. O acto eleitoral, realizado no dia 26 de Junho, foi disputado por João Andrade Santos, presidente da RTE desde 1991, e João Pombo, ex-presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT). O colégio eleitoral foi constituído por um total de 24 elementos, em representação das 14 autarquias do distrito, das estruturas empresariais, sindicatos e organismos desconcentrados do Estado. Uma única ausência: a Associação dos Hotéis de Portugal, que anunciou publicamente que não exerceria o direito de voto. E um novo dado numa polémica já antiga: a comissão executiva da RTE impediu o presidente da Câmara Municipal de Évora, José Ernesto Oliveira, de votar, discordando da sua legitimidade para representar o Município. Em causa estava, uma questão levantada pela CDU na Câmara de Évora, tendo esta força política tentado agendar na reunião do executivo autárquico a escolha do representante municipal no colégio eleitoral da RTA. Uma vez que José Ernesto de Oliveira foi impedido de votar, 12 membros do colégio eleitoral (entre oito autarcas, sete do PS e um independente, Alfredo Barroso) recusaram participar no acto elei- Cada um por si e os tribunais que decidam... toral e consideraram que o mesmo ficara ferido de legalidade, por «falta de quórum». Estes argumentos foram, contudo, contestados pela lista apoiante de João Andrade Santos, que se considerou vencedora das eleições, graças aos 11 votos favoráveis, contra zero da lista liderada por João Pombo. O recurso aos tribunais é cada vez mais um dado seguro. Os autarcas da CDU na Câmara de Évora anunciaram uma providência cautelar junto do Tribunal Administrativo por considerarem «abusiva» a decisão de Ernesto Oliveira se «auto-nomear» representante da Câmara na RTE e os apoiantes de João Pombo deverão seguir o mesmo caminho por considerarem ilegal o processo eleitoral. Fonte contactada pelo Notícias Alentejo adiantou que os autarcas socialistas aguardam apenas que lhes seja facultada a acta da assembleia eleitoral para seguir a via judicial. Entretanto, tencionam solicitar à tutela governamental uma «sindicância» à RTE e a nomeação de uma comissão administrativa. Parecer da DGAL Um dos trunfos de José Ernesto Oliveira na questão da representatividade da Câmara de Évora passa por um parecer da Direcção-Geral das Autarquias Locais, a que o Notícias Alentejo teve acesso. O documento, assinado pela directora-geral, Maria Eugénia Santos, refere que «compete ao presidente da câmara municipal representar o município em juízo e fora dele». «Em nossa opinião, o legislador ao prever que a composição da comissão de turismo integra um representante da câmara municipal, deve entender-se que quis referirse à representação do município e não do órgão 'câmara municipal', uma vez que são interesses do município, enquanto pessoa colectiva, que importa assegurar e defender e não os interesses do órgão». Desta forma, a DGAL vem dar razão à posição sustentada por José Ernesto Oliveira que, na qualidade de presidente da Câmara, assumiu a representatividade do Município na RTE. O parecer da DGAL foi solicitado pela CME em 19 de Junho «no sentido de se esclarecer» a quem caberia a representatividade da câmara na comissão regional da RTA. De acordo com um comunicado da CME e assinado por José Ernesto Oliveira, o referido parecer foi apresentado ao presidente da RTE, que, apesar disso, não admitiu o voto da autarquia eborense. Neste novelo de interpretação das regras e das Leis, José Ernesto Oliveira e Andrade Santos são os verdadeiros protagonistas e esgrimem argumentos. Um é presidente da CM Évora, ex-comunista que em 2001 «derrubou» a CDU, outro preside à RTE desde 1991 e é o líder da actual oposição comunista. O primeiro fala de «atitude de absoluto abuso de poder» e o segundo de vitória para «mais um mandato de quatro anos à frente dos destinos da RTA (…) com onze votos a favor e zero votos contra, visto a lista opositora, que pretendia eleger João Pombo, ter desistido do acto eleitoral minutos antes do encerramento das urnas». Mais duro na linguagem, o presidente da CME refere que tenciona «participar às entidades competentes» (presume-se que ao secretário de Estado que tutela o Turismo) e «recorrer junto dos Tribunais». ...e os partidos prolongam a “guerra” pela “posse” de Évora É velha a «guerra» entre PS (actualmente no poder) e o PCP (na oposição desde 2002) pela maioria na Câmara de Évora. Não poderia, portanto, a polémica em torno da RTE passar sem comunicados das estruturas distritais dos dois partidos mais influentes na cena política distrital. Diz o PS: «Os eleitores decidiram nas últimas eleições autárquicas reflectir para a dimensão distrital a maioria política que nos últimos anos têm vindo a dar inequivocamente ao PS no plano Legislativo (…) Incapaz de aceitar as regr as da demo crac ia, o Partido Comunista com o apoio do PSD tem vindo a recorrer a expedientes e golpes administrativos cuja principal consequência é o enfraquecimento ou a paralisação de instituições fundamentais para o desenvolvimento do Distrito, como a Associação de Municípios ou a Região de Turismo de Évora. O último acto deste processo traduziu-se no impedimento da votação do Presidente da Câmara Municipal de Évora enquanto seu legitimo representante nas eleições para a Região de Turismo, contrariando um parecer escrito da Direcção Geral da Administração Local, o que conduziu à impugnação judicial do acto e à apresentação duma queixa crime contra o Presidente cessante da Região de Turismo e os outros membros da Comissão Executiva» E o PCP: «Foi ontem eleita pela Comissão Regional da Região de Tur is mo de Év or a a no va Comissão executiva desta organização, encabeçada pelo Dr. João Andrade Santos e integrando autarcas, técnicos qualificados e uma larga maioria de empresários turísticos com obra feita e empreendimentos activos neste território (…) Lamentavelmente o PS par tida rizo u as elei ções , demonstrando mais uma vez incapacidade para uma convivência democrática, e para partilhar o poder com outras forças e sectores da região. A encenação patética e surrealista que ontem alguns dos seus apoiantes protagonizaram ao longo do período de aber tura da urna de voto das 18h00 e as 22h00 horas o acto eleitoral ilustra claramente a vontade de criarem situações de afrontamento, numa clara tentativa de criar instabilidade e dificultar a realização do acto eleitoral». notíciasalentejo~ Julho 2006 4 José Ernesto Oliveira ‘Os PDM's, em geral, particularmente no Alentejo, são instrumentos que infelizmente, demoram por norma, quatro, cinco, seis, sete, oito e mais anos a serem revistos. O processo de revisão do PDM de Évora já leva oito anos (...). Esperamos que o Governo tome medidas legislativas, porque não há competitividade territorial quando um PDM demora este tempo a ser revisto’, lamenta José Ernesto Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Évora. Em entrevista ao Notícias Alentejo - a primeira de um conjunto de entrevistas a autarcas do Alentejo Central -, José Ernesto Oliveira recusa uma visão «fundamentalista» em matérias como a revisão de instrumentos tão importantes como o Plano Director Municipal, defendendo soluções consensuais, de modo a desbloquear as muitas propostas para instalação de empresas em Évora. mentos que integrarão a estrutura do avião Skylander que, espero venha ser construído em Évora. O actual Governo, que tem demonstrado um discurso muito virado para a inovação e tecnologia, tem assegurado os apoios necessários para o desenvolvimento de projectos aeronáuticos em Évora? Eu espero que esse discurso que tem sido produzido encontre exactamente em Évora a concretização, para que não fique apenas um discurso. Em entrevista ao NA, Flamínio Roza referiu que o aeródromo concelhio necessita de uma 'alavanca'. Será que os próximos meses vão mostrar que Évora pode corresponder às expectativas criadas pelas notícias que nos últimos dois anos apontaram à criação de várias unidades industriais no ramo da aeronáutica? Nós já temos instalada no aeródromo uma infra-estrutura de âmbito europeu que é a Academia Aeronáutica, que for ma pilotos e já se formam por ano cerca de 100 pilotos de linha aérea comercial em Évora, a maioria deles oriundos de outros países da Europa e que, de acordo com a estratégica que o grupo proprietário da Academia neste momento em reunião recente veio apresentar à Câmara de Évora, a intenção é duplicar o número de alunos que naturalmente tornará o aeródromo e Évora ainda mais Os projectos aeronáuticos para Évora conhecido, já que estamos a falar de pilotos foram apresentados como dinamizado- de várias nacionalidades e que vão exercer a res da economia regional. Como se expli- sua actividade profissional nas linhas aéreca, por exemplo, o atraso em projectos as de todo o mundo. Estou de acordo com o como o da Skylander? Dr. Flamínio Roza. O projecto Skylander e os Desde há muitos anos que todos os estudos outros projectos industriais são fulcrais, porrealizados no Alentejo sobre o tema do que o projecto Skylander traz, não só uma desenvolvimento regional, da estratégia a unidade fabril, mas como disse há pouco, seguir para atingir esse objectivo, apontam mais nove unidades fabris para Évora. Um a fileira aeronáutica como uma das grandes avião não é construído por uma única fábripotencialidades que o Alentejo tem e que ca, um avião tem a sua estrutura repartida deveria ser aproveitada. Assim, foi com por variadissimos elementos em que há natural interesse e muito empenho que a especialidades concretas em que são várias Câmara Municipal de Évora acompanhou unidades que as têm de produzir. De forma desde o início o projecto Skylander porque que, sem dúvida nenhuma, a concretização nos merece confiança, sabendo que é um do projecto Skylander em Évora seria a alaprojecto tecnologicamente avançado, vanca necessária para o desenvolvimento suportado por uma instituição credível - da fileira aeronáutica no Alentejo e a conuma empresa de engenharia de âmbito cretização dessa velha aspiração e já internacional aeronáutica que é a GECI demonstramos que temos condições para Internacional - com pessoas, concretamen- acolher. Assim, aqueles que se preocupam te no sector da engenharia aeronáutica, liga- com o desenvolvimento do Alentejo, ou que das à Universidade de Toulouse e ao consór- têm a obrigação de se preocupar, entendam cio Airbus. Têm feito um esforço imenso que é altura do Alentejo beneficiar da conpara concretizar esse projecto em Portugal, cretização de um projecto que, mesmo que mais concretamente em Évora, desde há envolva algum risco, e certamente acabádois, três anos a esta parte e neste momento mos de assistir a um projecto instalado em o projecto está apenas pendente da realiza- Portugal, no caso a Opel da Azambuja, e que ção de um pequeno impulso do capital de ris- agora infelizmente vê pelo menos ameaçada co. Com um projecto desta dimensão, esta- a sua continuidade, de facto hoje o investimos a falar de um impulso de 25 milhões de mento industrial encerra sempre algum riseuros, para um projecto de 60 milhões, isto co, mas apesar disso o Alentejo merece que é, o projecto já reuniu por capitais próprios, esse risco seja aqui corrido em nome da susprivados, 35 milhões de euros. Esperamos tentabilidade, do desenvolvimento, da fixaapenas que esse impulso de 25 milhões de ção de populações, do combate ao desemeuros mereça a atenção das entidades com prego, do aumento da mais valia criada na competência para decidirem sobre esta nossa região, por forma a podermos iniciar matéria, nomeadamente o sector de investi- o caminho de recuperação de tantos anos de mento de capital da Caixa Geral de abandono. Depósitos e a possibilidade de se realizar essa base de capital essencial à formação do projecto. O atraso, se é que se pode chamar Também em entrevista ao NA, o escritor assim, está apenas dependente da sua supe- Luís Carmelo disse que falta em Évora ração pela realização desse capital de risco. 'contemporaneidade'. Concorda? Quanto a todos os outros procedimentos, A afirmação de que falta em Évora contemnomeadamente a candidatura à Agência poraneidade é preciso ser integrada num Portuguesa de Investimento, a base de contexto que é o que é que se entende por licenciamento territorial - portanto o acor- essa 'contemporaneidade'. Se contemporado de princípios estabelecido com a neidade significa um modo de vida e de 'ocuFundação Eugénio de Almeida, proprietária pação' da nossa cidade por modos que condos terrenos - a definição do projecto técni- trariam e que inviabilizam a classificação co de concretização do mesmo, tudo isso como cidade onde se privilegia a qualidade e está realizado. Espero que não se tenha de a excelência, sobretudo reflectida na vida aguardar já muito tempo para que se veja dos cidadãos, então essa contemporaneidaem Évora instalado um projecto que traz de julgo que não nos faz falta,. Agora, se estaconsigo, além do projecto de instalação da mos a falar de contemporaneidade no sentiSkylander Aircraft em Évora, mais nove do de uma nova dinâmica, de uma nova empresas portuguesas constr utoras de ele- abertura ao mundo exterior, de uma nova © direitos reservados ’Revisão dos PDM’s é muito demorada’ ‘Foi com natural interesse e muito empenho que a Câmara Municipal de Évora acompanhou desde o início o projecto Skylander porque nos merece confiança, sabendo que é um projecto tecnologicamente avançado, suportado por uma instituição credível - uma empresa de engenharia de âmbito internacional aeronáutica que é a GECI Internacional - com pessoas, concretamente no sector da engenharia aeronáutica, ligadas à Universidade de Toulouse e ao consórcio Airbus’ ‘Nós já temos instalada no aeródromo uma infra-estrutura de âmbito europeu que é a Academia Aeronáutica, que forma pilotos e já se formam por ano cerca de 100 pilotos de linha aérea comercial em Évora, a maioria deles oriundos de outros países da Europa e que, de acordo com a estratégica que o grupo proprietário da Academia neste momento em reunião recente veio apresentar à Câmara de Évora, a intenção é duplicar o número de alunos que naturalmente tornará o aeródromo e Évora ainda mais conhecido, já que estamos a falar de pilotos de várias nacionalidades e que vão exercer a sua actividade profissional nas linhas aéreas de todo o mundo’ capacidade de atrair e de dialogar com outras realidades sem que isso ponha em causa a genuína traça daquilo que nos define como cidade com 2000 anos de história, como cidade com património a defender e com pergaminhos que queremos manter porque esses pergaminhos são exactamente a nossa mais-valia em relação ao futuro, nesse aspecto não acho que falte essa contemporaneidade em Évora. Frases como 'preço de ouro' e 'água castanha' (utilizadas recentemente pelo PCP) fazem lembrar a sua campanha eleitoral em 2001. Será que ainda fazem sentido? Não estou minimamente de acordo que em 2001 se tenham utilizado frases desse tipo, porque em 2001 fez-se uma campanha de verdade, uma campanha em que se apontaram a falta de infra-estruturas que há muito Évora merecia e que não estavam construídas, nomeadamente a nível da qualidade, do transporte e da adução da água de fornecimento. Portanto não é minimamente verdade nem se pode estabelecer nenhuma equiparação. Neste momento estamos perante uma campanha desesperada de quem tenta inventar problemas, porque é claramente do que se trata, e sacar injustamente responsabilidades à autarquia quando não tem o mínimo fundamento. A questão da água a 'preço de ouro' está mais do que demonstrado que a água de Évora, primeiro não é das mais caras do país e segundo, era demagógico e irresponsável e profundamente falso, manter-se a água com preços de todo insuportáveis. A água que a Câmara hoje cobra aos munícipes primeiro tem de ser comprada, é uma das principais despesas hoje no orçamento municipal, temos de comprar a água, nós e todos os outros municípios, que estamos de facto preocupados com a sustentabilidade deste recurso. De forma que é profundamente falso primeiro a questão do 'preço de ouro' da água, até por que cada vez mais é dito por toda a gente, a água no futuro vai ter de ser equiparada ao ouro ou ao petróleo em termos da raridade e da responsabilidade com que será gerida. A questão do 'castanha' deveu-se exactamente às condições de implantação de novas tecnologias de tratamento da água que levaram alguns dias a serem afinadas e por outro lado, às condições inatas da água da Albufeira do Monte Novo que desde sempre mostra, nos anos em que chove mais, níveis elevados de manganês e não é a primeira vez que isso acontece. Por último, a irresponsabilidade e a demagogia é de que, no dia em que apareceram aqueles cartazes a que a notícia tenta aludir, já estava o problema resolvido. Ou seja, o problema da água castanha já estava resolvido e porque já se tinham tomado as medidas e entrado em funcionamento o equipamento que a faz. De forma que rejeito em absoluto qualquer paralelismo entre a campanha demagógica e falsa que actualmente é feita, aliás como é timbre do PCP, com aquilo que em 2001 foi feito, diagnosticado e apresentado e apresentadas também soluções, como por exemplo a construção de 25 quilómetros de conduta nova desde o Monte Novo até aos depósitos do Alto de S. Bento, que já está concretizada. É vulgar, ainda hoje, ouvir críticas ao excesso de burocracia na Câmara Municipal de Évora. Afinal, o que mudou com a gestão socialista? Olhe mudou por exemplo, para já, admitirse que ainda há excesso de burocracia na Câmara Municipal de Évora. Isso, para já mudou, o assumir frontalmente os nossos problemas e assumir frontalmente também a tentativa de correcção dos mesmos. Aquilo que mudou é que reconhece-se que ainda há excesso de burocracia e ao mesmo tempo colocam-se em prática um conjunto de acções, nomeadamente a implementação que está em curso de um sistema de quali- notíciasalentejo~ Julho 2006 5 © direitos reservados ~évora «Alentejo Elementar» «Alentejo Elementar» é o tema da exposição fotográfica patente nas instalações da Fundação Alentejo - Terra Mãe, em Évora. A mostra é o resultado de um desafio lançado a doze dos mais prestigiados fotógrafos nacionais contemporâneos, todos eles naturais do Alentejo ou descendentes de alentejanos, reflectindo o carácter e a beleza do património natural e humano da Região. Cada um dos artistas tratou os elementos essenciais do universo: "A Terra", "O Fogo", "A Água" e "O Ar". Bonecos de Santo Aleixo dade que obrigará a introduzir no procedimento dos serviços um conjunto de alterações que esperamos que, entre outras, venham a produzir os resultados que se traduzam nessa diminuição da burocracia, no atraso de apreciação de processos, etc.. Mas, é justo também que se diga, e é justo que se diga em relação aos serviços, que o enorme esforço que tem sido feito para que, aos poucos é certo, mas de qual quer forma num caminho seguro, se tenha vindo a progredir muito na eliminação do passivo digamos assim, de processos que estavam para apreciação. Ainda na última reunião de Câmara, ocorrida no dia 14 de Junho, foram a reunião pública para apreciação cerca de 98 processos. São centenas os processos que durante este mandato têm conhecido desbloqueamento e aprovação exactamente mercê desse grande esforço que tem sido feito e aqui relevo e torno público o meu apreço pelo empenho com que os serviços, nomeadamente os serviços que têm responsabilidade apreciar processos, têm vindo a desenvolver no sentido de recuperar atrasos e de implementar medidas que permitam um procedimento mais ágil nessa questão. Por exemplo, a revisão do Plano Director Municipal (PDM) tem sido um processo longo. Há empresários que falam, inclusivamente, de desalento. O que falta para concretizar a revisão do PDM e que razões explicam tanto tempo de espera? Em primeiro lugar queria dizer que a Câmara está neste momento a desenvolver um grande projecto de expansão do Parque Industrial, é a obra mais volumosa das grandes obras que temos em curso para que o mais rapidamente possível, estou a falar de finais deste ano princípios do ano que vem, se possam começar a disponibilizar lotes para acolhimento empresarial, ainda antes da revisão do PDM. Há uma grande obra em curso visando o acolhimento empresarial e que espero, seja possível concretizá-la o mais rápido possível também para combater esse desespero que eventualmente possa surgir num ou noutro empresário. Queria no entanto dizer que Évora continua a suscitar a atenção e o desejo de instalação por muitas e variadas empresas e, de facto, a não revogação do PDM constitui-se como uma razão de bloqueio para que isso possa vir a acontecer. Os PDM’s, em geral, particularmente no Alentejo, são instrumentos que infelizmente, demoram por norma, quatro, cinco, seis, sete, oito e mais anos a serem revistos. O processo de revisão do PDM de Évora já leva oito anos. O Sr. Secretário de Estado vem na próxima segunda-feira (dia 19 de Junho) a Évora fazer e animar um debate público em que a questão dos planos regionais de ordenamento do território e dos planos municipais de ordenamento do território serão apreciadas. Esperamos que o Governo tome medidas legislativas, porque não há competitividade territorial quando um PDM demora este tempo a ser revisto. Estamos a falar do PDM de Évora que foi aprovado em 1995. É um PDM que já fez 20 anos e como tal justifica plenamente a necessidade da sua revisão, adequando o uso do solo numa perspectiva de sustentabilidade e de preservação de elementos essenciais. Não se pode ter uma leitura do uso do solo diferente, de que ela funcione como elemento estratégico para o desenvolvimento e o solo classificado como elemento estratégico para o desenvolvimento respeitando aquilo que são valores ambientais de ordenamento paisagísticos que têm de ser respeitados, é perfeitamente possível compatibilizar estas duas versões. O que não podemos ter é uma visão fundamentalista que olha para o território como qualquer coisa de intocável como se isso significasse a preservação, como se isso significasse a sustentabilidade. É falso que assim seja e esperamos que o ambiente de consensualidade ou pelo menos de compreensão que neste momento existe entre as várias estruturas dependentes da Administração Central e da Administração Local envolvidas na revisão do PDM, que este ambiente continue e que rapidamente o Plano Director Municipal possa entrar em debate público e posteriormente ser aprovado. Tenciona recandidatar-se às próximas eleições autárquicas? Ainda é muito cedo para ter essa decisão tomada. Por enquanto estou preocupado, empenhado e sinto-me com força de ânimo e entusiasmo para continuar no trabalho de concretização de um projecto que foi iniciado há quatro anos e meio e que ainda está longe de estar concluído. Isso é aquilo que me move, isso é aquilo que me determina e é por isso que continuo todos os dias com empenho e entusiasmo a trabalhar para benefício dos nossos munícipes. ‘Por enquanto estou preocupado, empenhado e sinto-me com força de ânimo e entusiasmo para continuar no trabalho de concretização de um projecto que foi iniciado há quatro anos e meio e que ainda está longe de estar concluído. Isso é aquilo que me move, isso é aquilo que me determina e é por isso que continuo todos os dias com empenho e entusiasmo a trabalhar para benefício dos nossos munícipes’ O projecto de investigação sobre «Os Bonecos de Santo Aleixo no passado e presente do teatro em Portugal», sedeado no Centro de História de Arte da Universidade de Évora e realizado em parceria com o Centro Dramático de Évora (CENDREV), organiza a sua primeira iniciativa pública de 5 a 14 de Julho. Candidatado em Julho de 2005 como projecto autónomo no âmbito dos concursos de projectos de investigação e desenvolvimento abertos pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o projecto beneficia de um financiamento atribuído no âmbito do programa POCI ao abrigo do qual a equipa constituída por actores-manipuladores e universitários pretende levar a cabo um trabalho de investigação do espólio actualmente à guarda do Cendrev. Os objectivos principais do projecto são a sistematização e disponibilização da informação relativa aos "Bonecos de Santo Aleixo" de modo a fazer e entender a sua história, a produção e organização do registo do espólio existente e o estudo do processo da sua preservação, conservação e transformação ao longo do tempo. Assembleia Municipal A Assembleia Municipal de Évora empossou os membros do Conselho Municipal de Segurança de Évora. Constituem o Conselho os presidentes de Junta de Freguesia, 14 entidades directamente relacionadas com a matéria em causa e 10 cidadãos de reconhecida idoneidade, sendo o responsável máximo o presidente da Câmara Municipal, José Ernesto Oliveira. Esta entidade, de natureza consultiva, tem como principais objectivos promover a articulação, a troca de infor mação e a cooperação entre todas as entidades que no município de Évora estão envolvidas na prevenção da marginalidade e na garantia da segurança e tranquilidade das populações. notíciasalentejo~ Julho 2006 6 A Câmara Municipal e a Assembleia Municipal de Reguengos de Monsaraz aprovaram a classificação do Cante Alentejano como Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal. A proposta foi apresentada pelo Grupo Cultural e Desportivo da Freguesia de Monsaraz. Em comunicado, a CM de Reguengos de Monsaraz refere que a classificação do Cante Alentejano como Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal «demonstra a vontade do Município em promover o seu conheA campanha «Escolha uma cimento aprofundado em Causa», iniciativa da CARMIM, toda a sua complexidade produtora de vinhos de Reguen- e não apenas na forma gos de Monsaraz, para a consti- actual que corresponde tuição de um Fundo de Apoio de a um determinado Combate aos Incêndios, atingiu momento da sua história o valor final de 317.531,90 euros, mais recente, mas também CARMIM, uma cooperativa com causas cabendo à «causa» Reflorestação 217.5 mil euros, de acordo com a escolha dos mais de 90 mil votantes que aderiram à iniciativa. Os donativos foram entregues no decorrer de uma cerimónia realizada na sede da CARMIM e presidida pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e da Florestas, Rui Gonçalves. A Campanha da CARMIM garantia à partida 50 mil euros de donativo às entidades participantes, Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra e à Comissão Nacional de Reflorestação (CNR), que inclui a DirecçãoGeral de Recursos Florestais, cabendo ao público votar na causa primeira da campanha, entre Reflorestação de Áreas Ardidas; Reconstrução da Pampilhosa da Serra; Contribuição para um Helicóptero; e Viaturas Auto-Tanque. Assim, da verba apurada, 217.531 mil euros foram entregues à CNR para aplicar na recuperação da Mata Nacional da Herdade da Parra, na Serra de Monchique, inserida na rede N a t u r a 2 0 0 0 , e destruída nos incêndios de 2003. Os restantes 100 mil euros foram para o SNBPC, destinando 50 mil euros para a gestão da compra de equipamento de transporte para os bombeiros, enquanto outros 50 mil euros serão entregues à Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra para a recuperação das zonas mais afectadas do concelho pelos incêndios de 2005. © direitos reservados Cante Alentejano classificado como Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal que esta importante manifestação cultural seja reconhecida e salvaguardada pela sua diversidade e riqueza histórica. Esta classificação é igualmente uma condição indispensável para um trabalho futuro de apresentação de uma eventual candidatura a Património Cultural Imaterial de Interesse Mundial da UNESCO». O concelho tem actualmente três grupos corais em actividade: Grupo Coral de Perolivas, Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz e Grupo Coral "Gente Nova", de Campinho. Nos últimos 60 anos existiram sempre grupos corais em Reguengos de Monsaraz, assegurando a estreita relação da população com o cante, os seus executantes e os estudiosos. pub RÁDIO CORVAL, C.R.L. RUA DE S. PEDRO, 25 - S. PEDRO DO CORVAL - 7200-132 CORVAL Telefone: 266 509 340 | Fax: 266 509 349 | E-mail: [email protected] RC ALENTEJO 96.2 FM A sua sintonia 24 horas por dia EMISSÃO ON LINE www.rcalentejo.com.pt Há 20 anos uma referência porque o Alentejo merece notíciasalentejo~ Julho 2006 7 ~reguengos de monsaraz «Cultura Popular e Tradição Oral» tema do Festival Monsaraz - Museu Aberto Francis Hime no Monsaraz - Museu Aberto «Cultura Popular e Tradição Oral» é o tema dominante da edição 2006 do Monsaraz - Museu Aberto (22 a 30 de Julho), certame organizado pela Câmara de Reguengos de Monsaraz. Os grandes espectáculos na arena do castelo medieval (Mariza e Francis Hime, entre outros), os espaços diários dedicados à tradição oral (contadores de histórias, poetas populares, repentistas, músicos e cante alentejano) e as artes (exposições de fotografia e cinema documental) preenchem o dia a dia do festival que, de dois em dois anos, anima a vila medieval. Depois da «Água», em 2002, e da «Paisagem», em 2004, a «Cultura Popular e Tradição Oral» passou a tema de um dos principais certames culturais do Alentejo. «Há uma perspectiva de futuro na programação escolhida», assegura Ana Paula Amendoeira, chefe de da divisão cultural da CM Reguengos de Monsaraz. Segundo Ana Paula Amendoeira, o dia 29 de Julho (aniversário do Grupo Coral de Monsaraz) ficou guardado para a realização de um seminário que reunirá antropólogos nacionais e estrangeiros para debate do tema da cultura popular. A programação, ainda por fechar, vai incluir os seguintes espectáculos: Dia 22 Vitorino e Janita Salomé Dia 23 Francis Hime (primeira parte do espectáculo a cargo de Nuno do Ó) Dia 24 Romano Drom (grupo húngaro - Jazz) Dia 25 Dinarke (grupo polifónico da Sérvia) Dia 26 Off the Wall Tributo aos Pink Floyd Dia 27 Mariza Dia 28 Vicente da Câmara Dia 29 Encontro de grupos corais alentejanos Dia 30 Espectáculo Equestre O espectáculo de dia 29, com Mariza (este Verão com uma agenda internacional muito preenchida) deverá ser transmitido em directo pela Antena 1. Em aberto está igualmente a possibilidade de gravação vídeo para transmissão do espectáculo no Canal 2 da RTP. Recorde-se que pelo palco de Monsaraz, na arena do castelo medieval, passaram, em anos anteriores, nomes importantes da música nacional e internacional, casos de Flora Purim e Airto Moreira e dos moçambicanos Timbila Muzimba e Júlio Pereira. © direitos reservados 'Nunca ouvi um alentejano cantar sozinho' José Gomes Ferreira O compositor Francis Hime participa na edição deste ano do festival Monsaraz - Museu Aberto, que decorre no castelo da vila medieval de 22 a 30 de Julho. Francis Hime é um dos compositores brasileiros mais conhecidos dentro e fora do Brasil. Está ligado aos grandes sucessos de Chico Buarque. Francis Victor Walter Hime, nasceu em 1939, no Rio de Janeiro. Neto de um pianista e filho de uma pintora, pelos seis anos era já aluno de piano. Entre os 16 e os 20 estudou em Lausanne, na Suiça, e daí dos clássicos à m.p.b. foi um pulo. Nos anos 60 iniciou a parceria com a referência principal da sua geração - Vinicius de Moraes - e compôs temas para Elis Regina. Na década seguinte trabalhou directa e intensamente com Chico Buarque "Trocando em Miúdos", "Passaredo", "Meu Caro Amigo", "Vai Passar", "Quadrilha", "Atrás da Porta" e "Pivete". Discografia 2006 Arquitetura da Flor; 2005 Essas Parcerias; 2004 Álbum Musical; 2003 Brasil Lua Cheia; 2002 Choro Rasgado; 2001 Meus Caros Pianistas; 2000 Sinfonia do Rio de Janeiro de São Sebastião; 1985 Clareando; 1982 Pau Brasil; 1981 Sonho de Moço; 1981 Os Quatro Mineiros; 1980 Francis; 1978 Se Porém Fosse Portanto; 1977 Passaredo; 1973 Francis Hime; 1964 Os Seis em Ponto. Mariza e Vitorino Além de Francis Hime, estão já confirmadas as participações de Mariza e de Vitorino e Janita Salomé. Mariza, que deverá actuar no dia 27 de Julho, integrou Monsaraz na sua “mini-digressão” portuguesa. Deverá apresentar temas do último álbum, mas também temas que têm marcado a sua carreira. A fadista será acompanhada pela sua formação habitual, constituída pelos músicos Luís Guerreiro (guitarra portuguesa), António Neto (guitarra acústica) Vasco de Sousa (baixo), António Barbosa (violino), Paulo Moreira (violoncelo), Ricardo Mateus (viola de arco) e João Pedro Ruela (percussão). notíciasalentejo~ Julho 2006 8 Susana Rodrigues notícias~ Até Setembro Férias com as TIC A FDTI - Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação anunciou mais uma iniciativa no âmbito das Tecnologias de Informação e Comunicação para os mais jovens, denominado Férias com as TIC. Trata-se de uma iniciativa de ocupação de tempos livres durante os períodos de férias escolares e destinada, maioritariamente, a crianças dos 8 aos 14 anos. O conteúdo base incide sobre WinJúnior e NetJúnior complementado com actividades de natureza lúdico-educativas, nomeadamente, programas didácticos, online e onsite, pesquisa de informação em sites fidedignos de âmbitos: cultural, cientifico, actualidade, desportiva, cidadania. De acordo com um comunicado da Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação/Delegação Distrital de Évora, na componente lúdico-educativa da iniciativa Férias com as TIC será utilizado software disponibilizado pela Porto Editora, oferecendo diversos tipos de conteúdos, que vão desde as actividades lúdicas, até às ligadas à aprendizagem de temas incluídos nos currículos escolares e adaptados a várias idades. Serão utilizados os seguintes títulos: "Diciopédia 2006", "Eu Adoro Matemática", "Eu Adoro as Palavras", "Eu Adoro Ciências - a Vida", "Eu Adoro Ciências - Energia e Forças", "Eu Adoro Ciências - a Matéria", "Escola Virtual 3º ano" e "Escola Virtual 4º ano". Esta iniciativa está concebida para a ocupar os tempos livres, tendencialmente, a tempo parcial (manhã ou tarde), podendo acontecer ocupação a tempo inteiro, através da frequência dos dois meios tempos diários. Será oferecida durante os períodos de férias escolares, que se concretiza de 26 de Junho a 8/15 de Setembro, e de Natal, previsivelmente de 18 de Dezembro a 5 de Janeiro de 2007. O preço, que inclui: formador, manuais, consumíveis, certificado e seguro de acidentes pessoais, será de 50,00 €, estando previsto um desconto de 10% para segundas inscrições, irmãos e grupos. http://juventude.gov.pt/ Portal/Tecnologia/FeriasTIC/ tel: 934 006 618 e-mail | [email protected] Contacto Évora tel: 932 638 033 | 266 748 011 e-mail | [email protected] Universidade de Évora homenageou professor A Universidade de Évora homenageou Manuel Ferreira Patrício, pedagogo, Mestre de várias gerações nos diversos níveis de ensino e personalidade multifacetada. A forma escolhida para a justa homenagem foi realização de um colóquio - «Da Filosofia, da Pedagogia, da Escola» - organizado pelo Departamento de Pedagogia e Educação. «A Humanidade sempre nos surpreende!... Há sempre alguém que se projecta para além do insuperável. A cada passo somos confrontados com a existência de personalidades ímpares que marcam decisiva e determinantemente a nossa caminhada, o processo de crescimento de cada qual, nos planos pessoal, académico Parque EXPO colabora com Câmara de Estremoz A Parque EXPO e a Câ ma ra Mu ni ci pa l de Estremoz for malizaram um contrato que aponta para a constituição de uma Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) para o centro histórico. De acordo com o contratado, a Parque EXPO conjugará o novo eixo urbano a constituir após a desactivação da linha de caminho de ferro e o alargamento, para Leste, da zona histórica como tal e profissional. Manuel Ferreira Patrício é uma dessas individualidades. Conhecemo-lo, convivemos com ele há décadas, apreciamo-lo. É uma alma rica e rara de transbordante humanidade e sabedoria. É uma personalidade multifacetada: filósofo, pedagogo, educador, musicólogo, amigo, em síntese, homo-culturalis», escreveu a organização do evento na apresentação do referido colóquio publicado no jornal da Universidade - www.ueline.pt. Participaram, entre outros, José Maria Quintana Cabanes - Universidade Nacional de Enseñanza a Distancia, Madrid, e José Barata-Moura - Universidade de Lisboa. Câmara de Évora com as TIC classificada, recuperando os limites da muralha e cosendo assim o tecido urbano. «A Parque EXPO é um entidade pública de grande qualidade, que sabe pensar, planear e agir em termos de futuro», justifica o presidente da CM Estremoz, José Alberto Fateixa. A Parque EXPO tem contratos já assinados, ou a assinar, com os Municípios de Vila Real de Santo António e de Óbidos. pub A partir de Julho deste ano entra em funcionamento, em Évora, um novo recurso municipal de apoio tecnológico e informático aos agentes educativos e sociais do concelho, a que a Câmara designou de "Unidade de Apoio Tecnológico do Município de Évora" MUTIC. Este é um projecto cuja componen- te mais visível é uma unidade móvel, que se materializa numa viatura de apoio, totalmente equipada para intervenções rápidas de apoio técnico, tecnológico e informático aos jardins de infância, escolas básicas de 1º ciclo, juntas de freguesia, centros de dia e associações juvenis do concelho. notíciasalentejo~ Julho 2006 9 ~portel Uma simples açorda - pão, água, azeite, alho, sal e coentros - pode guardar os segredos da gastronomia alentejana, feita de sabores, de saberes e também de cheiros. E passa também, a partir de 2007, a ter honras de Congresso, em Portel, município que pretende abordar a gastronomia regional de uma nova forma. O Congresso das Açordas, ainda em fase de preparação, deverá surgir no primeiro trimestre do próximo ano, admitiu ao Notícias Alentejo Norberto Patinho, presidente da Câmara de Portel. Servirá, acrescenta o autarca, para divulgar a gastronomia regional e as típicas açordas alentejanas. A açorda alentejana é um dos pratos mais típicos da região e aquele que ao longo dos tempos menos variação sofreu. «A açorda, que veio de um tempo préromano, atravessou o império, o tempo árabe e chegou até aos nossos dias com a mesma pujança e os mesmos ingredientes», escreve Alfredo Saramago na introdução de uma das obras mais completas © direitos reservados Açordas com honras de Congresso sobre a diversidade da gastronomia do Alentejo - «Concurso de Cozinha Alentejana, as melhores receitas», editado pela Câmara Municipal de Évora, em parceria com a Confraria Gastronómica do Alentejo. A diversidade gastronómica deve-se aos diversos povos que ocuparam o sul da península, mas também ao engenho e arte de gente que foi obrigada a recorrer aos saberes para melhorar os sabores e aos cheiros para estimular os sentidos. Aníbal Falcato Alves, no livro «Os Comeres dos Ganhões Memória de Outros Sabores» (Campo das Letras), recorda tempos de pouca fartura - «Claro que as açordas comidas pelos trabalhadores não tinham os requintes do bacalhau, da pescada ou de qualquer outro acompanhamento. Mesmo o azeite não era empregado na devida quantidade. À açorda assim comida chamavase «açorda pelada». Às outras, aquelas bem temperadas, só os senhores tinham acesso». notíciasalentejo~ Julho 2006 10 agenda~ ÉVORA Estremoz promove gravação multimédia A Câmara Municipal de Estremoz vai promover, durante os próximos quatro anos, a gravação de CD´s Multimédia a todas as Bandas Filarmónicas, Ranchos Folclóricos, Orfeão, Escolas do Concelho e Orquestra de Percussão de Estremoz - “Tocábombar”. De acordo com a autarquia, as gravações terão início no dia 2 de Julho, com a Banda da Sociedade Filarmónica Veirense, seguindo-se, nos dias 8 e 9, a gravação do Rancho Folclórico As Azeitoneiras de São Bento do Cortiço e Banda da Sociedade Filarmónica Luzitana, respectivamente. As próximas gravações terão lugar em 2007, com o Rancho Folclórico A Convenção de Evoramonte e Orquestra de Percussão de Estremoz “TocáBombar”, em 2008, com a Banda da Sociedade Filarmónica Artística Estremocense e Rancho Folclórico Rosas de Maio de Veiros e em 2009, com o Orfeão de Estremoz Tomaz Alcaide e Agrupamento de Escolas de Estremoz. O CD para além da componente áudio, terá ainda uma faixa multimédia onde se pode apreciar em formato video, o trabalho destes grupos musicais. Com esta iniciativa pretende o Município de Estremoz divulgar e promover o excelente trabalho musical dos grupos do Concelho. Galp apoia Festival Músicas do Mundo A Câmara Municipal de Sines anunciou a celebração com a Galp Energia - Refinaria de Sines e com um conjunto de entidades locais a assinatura de protocolos de colaboração para 2006. No âmbito dos protocolos, a empresa apoia com 150 mil euros a realização da oitava edição do Festival Músicas do Mundo, a decorrer em Julho. A Galp Energia concede igualmente um apoio global de 158 500 euros às seguintes entidades: Andebol Clube de Sines; Associação Cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém; Contra-Regra - Associação de Animação Cultural; Associação dos Bombeiros Voluntários de Sines; Rádio Sines; A Gralha Associação para o Desenvolvimento de Porto Covo; Associação Recreativa de Dança Sineense; Associação Sócio-cultural de Porto Covo; Centro Cultural Emmerico Nunes; Cercisiago; Clube de Natação do Litoral Alentejano; Clube Desportivo e Recreativo de Porto Covo; Clube Náutico de Sines; Comissão de Carnaval de Sines; Ginásio Clube de Sines; Grupo Desportivo da Baixa de S. Pedro; Independentes Futsal Associação; Junta de Freguesia de Porto Covo; Santa Casa da Misericórdia de Sines; Sociedade Musical União Recreio e Sport Sineense; Casa do Benfica em Sines; Paróquia; Vasco da Gama Atlético Clube. Pintura e Instalação | António Angel 1 a 23 de Julho | Igreja de S. Vicente | Largo de S. Vicente Horário: 2ª a 6ª feira das 10h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00 Sábado: 14h00 às 18h00 | Encerra ao Domingo Org.: Câmara Municipal de Évora Vídeo | "Escrita na Paisagem" 1 a 15 de Julho | Palácio de D. Manuel | Jardim Público Horário: 2ª a 6ª feira das 10h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00 Sábado: 14h00 às 18h00 Encerra ao Domingo Org.: Associação Colecção B Apoio: Câmara Municipal de Évora Cerâmica | Delfim Manuel Até 9 de Julho | Palácio de D. Manuel | Jardim Público Horário: 3ª a 6ª feira das 10h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00 Fim de Semana e Feriados, 14~18h Org.: Câmara Municipal de Évora Litografias | Picasso Litógrafo Até 10 de Setembro, Fórum Eugénio de Almeida, Rua Vasco da Gama, 13 Nesta exposição estão reunidas 62 litografias de Picasso, pertencentes a diferentes épocas, desde as primeiras incursões no mundo da gravura, em 1904, até à série "As Mulheres de Argel", de 1955, numa fase de plena maturidade artística. Horário: Diariamente das 9h30 às 18h30 | Visitas Guiadas: 2ª a 6ª feira das 9h30 às 18h30 Informações: Tel. 266 748 350 Email: [email protected] Org.: Fundação Eugénio de Almeida Gravura | Festival de Gravura Até Outubro | Sala de Exposições do Palácio do Vimioso Largo Marquês de Marialva, 8 Horário: 2ª a 6ª feira das 10h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00 Informações através do Tel.: 266 702743 | Email: [email protected] Org.: Centro de História da Arte da Universidade de Évora Escultura Naturalista do Museu de Évora | Colecção Barahona Até Maio de 2007 | Reunida por Francisco Eduardo Barahona Fragoso (1845-1905), a Colecção Barahona de escultura deve ser entendida no âmbito de uma prática mas alargada e diversificada de aquisição e encomenda de objectos artístico. Delegação Regional da Cultura do Alentejo | Rua de Burgos, 1 Horário: 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 Informações: Tel. 266 702 604 Email: [email protected] Org.: Museu de Évora Apoios: Direcção Regional do Ministério da Cultura | IPPAR Termas Romanas A área descoberta das Thermae ou Balnea até ao momento de 200m 2, sendo constituída por uma sala circula r de 9m de diâmet ro desti nada a banhos quentes e de vapor - Laconicum - e de uma fornalha - Praefurnium. A sua atribuição cronológica é dos finais do séc. I d.C. Subsolo do Edifício dos Paços do Concelho | Praça de Sertório Horários: Dias úteis das 9h00 às 18h00 | Sábados das 10h00 às 12h00 e das 14h30 às 17h00 Informações: Tel. 266 777 100 Org.: CM de Évora | DCHPC Espólio do Museu de Évora A exposição conta com uma selecção das principais peças de pintura, escultura e mobiliário. Em destaque, são apresentadas pela primeira vez ao público as obras recentemente adqu iridos par a o Museu. Igreja do Convento de Santa Clara, Rua Serp a Pinto Horários: 3ª feira das 14h00 às 18h00 | 4ª feira a Domingo das 10h00 às 18h00 Gratuito aos Domingos até às 14h00 Info: Tel. 266 702 604 | 266 708 095 Email: [email protected] Site: www.ipmuseus.pt Loja/Livraria: 3ª feira das 14h00 às 17h50 | 4ª feira a Domingo das 10h00 às 17h50 Org.: Museu de Évora Galeria 21 Exposição Permanente de Pintura, Escultura, Cerâmica, Fotografia e ourivesaria. Rua de Santa Maria, 21 Horário: Diariamente das 18 às 20h Informações: Tel. 266 743 616 Email: [email protected] Org.: Galeria 21 Galeria Oficina da Terra Artesanato Contemporâneo de Tiago Cabeça e Magda Ventura Rua do Raimundo, 51 A Horário: 10h00 às 19h00 Informações: Tel.: 266 746 049 Email: oficinadaterra @oficinadaterra.com Site: www.oficinadaterra.com Org.: Oficina da Terra O Mundo do Trabalho e a Oficina de Aferição Núcleo Museológico Metrologia Largo do Chão das Covas, 15 Projecto no Campo da História da Metrologia em Portugal - Casa da Balança. Horário: 2ª a 6ª feira das 9h30 às 13h00 | Encerrado aos Sábados, Domingos e Feriados Informações: Tel. 266 777 192 Email: [email protected] Site: www.cm-evora.pt/casadabalanca Org.: Câmara Municipal de Évora, Núcleo Museológico de Metrologia Nota: O horário poderá ser alterado. Atelier Aberto | Artes Plásticas Escola André de Resende | Atelier da AGE Horário: 2ª feira das 16h00 às 20h00 Informações: Tel. 266 739 560 Email: [email protected] Site: agevora.no.sapo.pt Org.: AGE - Associação de Gravadores de Évora Departamento de Escultura em Pedra A principal actividade do Departamento é receber artistas, escultores, ou provenientes de outras áreas, arquitectos, designers, etc. para aí desenvolverem projectos em pedra. Rua de Machede, 58 Informa ções: Tel. 266 708 339 Email: dep_esculturapedra@mail. evora.net Site: www.esculturapedra .org Org.: Dep. de Escultura em Pedra Museu de Carruagens dos Séculos XVIII e XIX Largo Dr. Mário Chicó, 4/6 Horário: 2ª a 6ª feira das 10h00 às 12h30 e das 14h30 às 18h00 Sábado das 10h00 às 12h30 e das 14h30 às 18h00 | Encerrado aos Domingos e Feriados Encerrado para Férias de 20 de Julho a 14 de Agosto Info: Tel. 266 741 080 | 2 66 743 712 Email: [email protected] Site: www.icvv.no.sapo.pt Org.: Instituto de Cultura Vasco Vill'Alva Unidade Museológica CEA Antiga Central Elevatória de Águas da Cidade de Évora Itinerário Expositivo - Arqueologia Industrial e Património Hidráulico. Unidade Museológica CEA | Rua do Menino Jesus Horário: 2ª a 6ª feira das 14h00 às 17h30 | Encerrado aos Sábados, Domingos e Feriados Informações: Tel. 266 752 954 Email: [email protected] Site: www.cm-evora.pt/piphe Marcações prévias para Escolas e Jardins de Infância Org.: Câmara Municipal de Évora Apoio: Instituto de Turismo de Portugal Nota: O horário poderá ser alterado. Ártifantasia Galeria/Atelier Trabalhos de Pintura, Escultura, Cerâmica, Azulejaria e Artesanato Contemporâneo de Carlos Almeida. Rua dos Mercadores, 48 Horário: Diariamente das 11 às 19h Informações: Tm. 919 993 985 Org.: Ártifantasia VII Ciclo de Concertos "Música nos Claustros" 1 a 29 de Julho | Pretende ser um contributo para a animação cultural de verão utilizando e valorizando o património edificado enquanto espaço com boas condições para a fr uição musical. Este ano dedicará grande parte do seu programa à apresentação de peças dos compositores Wolfgang A. Mozart, Fernando Lopes-Graça, R. Schumann e Shostakovich dos quais se celebram efemérides no corrente ano. Claustros do Convento dos Remédios Música Coral pelo Coro Polifónico "Eborae Mvsica" 1 de Julho | Homenagem a Fernando Lopes-Graça Direcção: Pedro Teixeira Horário: 21h30 Recital de Canto e Piano Homenagem a Mozart e Schumann Sandra Medeiros, canto | Francisco Sassetti, piano 8 de Julho | 21h30 Recital Instrumentos de Corda Homenagem a Mozart Quarteto Intermezzo 15 de Julho | 21h30 Marimba e Vozes Pedro Carneiro, marimba Grupo Vocal Voces Caelestes Direcção: Sérgio Fontão 22 de Julho | 21h30 Concerto | Orquestra Gulbenkian 2 de Julho | Concerto integrado no "XII Festival Évora Clássica 2006" e das Comemorações dos 20 Anos "Évora Património Mundial" Teatro Municipal Garcia de Resende Praça Joaquim António de Aguiar Maestro: Cesário Costa | Cecília Branco, violino | Gareguine Arouthounian, concertino Horário: 18h00 | Informações úteis através do Tel.: 266 703 112 Org.: Casa Cadaval | Apoios: Câmara Municipal de Évora | Fundação Calouste Gulbenkian | Centro Dramático de Évora Molière, um dos grandes mestres da dramaturgia francesa. Encenação: Figueira Cid Páteo de S. Miguel | Horário: 21h30 Informações: Tel. 266 748 350 Email: [email protected] Site: www.forumea-evora.com.pt Org.: Fundação Eugénio de Almeida Produção: Comp. de Teatro A Bruxa Largo 1.º de Maio Feira de Velharias 2º Domingo de cada mês Feira do Livro Usado e do Coleccionismo 3º Domingo de cada mês Mostra de Arte 1ºs e 3ºs Sábados de cada mês Mostra de Artesanato Trimestralmente, 2 dias (6ª feira e Sábado) Feira do Verde e Agricultura Biológica 1ºs e 4ºs Sábados de cada mês Horário: A partir das 8h00 Informação: Tel. 266 777 100 Org.: Câmara Municipal de Évora MONTEMOR-O-NOVO 8/9 de Julho Centro Hi pico de Mo ntemor-o -Novo Concurso de Saltos Nacional C, disputado por concorrentes nacionais e internacionais, no qual estará em disp uta entre outros pr émios o troféu Dra. Ana Mota Vacas. MORA II ALENCAÇA Feira de Caça do Alentejo 7 de Julho 17h45: Cerimónia de Abertura no Auditório do Parque de Feiras 18h00: Inauguração da Feira 22h00: Espectáculo com «Os Anjos» 8 de Julho XII Festival Évora Clássica 2006 4 a 8 de Julho | A Casa de Cadaval com o seu "Festival Évora Clássica" convidou um grupo diversificado de artistas para fazerem justiça à rique za arquitectónica e histórica da cidade de Évora. A Duquesa de Cadaval sente-se honrada por organizar mais este histórico acontecimento e convida-o a juntar-se a esta celebração da música e da vida durante quatro dias de Música Tradicional Oriental. Palácio das Cinco Quinas | Casa Cadaval Intermezzo - Música no Páteo do Fórum Fórum Eugénio de Almeida, Rua Vasco da Gama, 13 5 a 26 de Julho Horário: Todos os espectáculos realizam-se às 19h00 Teatro | "O Efeito Laranja" 7 e 8 de Julho | Peça de João Quadros Encenador: Nicolau Breyner Elenco: Carlos Areia | Helena Laureano | Marcantonio Del Carlo | Nicolau Breyner | Patrícia Tavares | Rita Salema Teatro Municipal Garcia de Resende | Praça Joaquim António de Aguiar Horário: 21h30 | Informações e reservas: Tel: 266 703 112 Produção: Nicomedia | Org.: Câmara Municipal de Évora | Apoios: Ministério da Cultura | Centro Dramático de Évora | Hotel Santa Clara Teatro | Escola de Maridos Comédia em três Actos de Molière 13 de Julho a 5 de Agosto O Páteo de S. Miguel, sede da Fundação Eugénio de Almeida, abre-se este Verão ao Teatro e apresentação a peça "Escola de Maridos", de 07h00: Cães de Parar Campeonato de Portugal de Santo Humberto Local: Herdade da Barroca 09h00: Corrida de Galgos 1ª Grande Corrida de Mora (a contar para o Campeonato Nacional) Local: Junto à antiga estação da CP 10h00: 3º Grande prémio de Tiro aos Pratos de Cabeção e Pavia " Homenage m ao Vereador Ca nelas" Local: Herdade da Barroca 21h00: Ca mpeonato Mundial d e Futebol | Apuramento para o terceiro e quarto lugares Local: Rec into da Feira 9 de Julho (Domingo) 07h00: Cã es de Parar Campeonato de Portugal de Santo Hu mberto Local: He rdade da B arroca 10h00: 3º Grande pr émio de Tiro aos Pratos de Cabeçã o e Pavia "Homenag em ao Vereador C anelas" Local: He rdade da B arroca 10h00: II Encontro de Caçado res Local: Auditório do Parque de Feiras 12h 00: Al moç o d e Confrate rnizaç ão de Caça dores Sardinhas e Churrasco 19h00: Entrega de Prémios Local: Auditório do Parque de Feiras 20h00: Fina l do Campe onato Mundial d e Futebol Local: Rec into da Feira notíciasalentejo~ Julho 2006 11 ~cultura&espectáculos PORTEL Centro de Artes de Sines Cinema Exposição de Claudia Fischer e José M. Rodrigues Rute Marques [email protected] O Código Da Vinci 2 e 3 de Julho | 21:30 Auditório Municipal Realizador: Ron Howard, Actores: Tom Hanks, Audrey Tautou, Ian McKellen, Alfred Molina, Paul Bettany; Ano: 2006; Idade: M/12; Duração: 135 minutos; Género: Drama / Mistério / Thriller, Distribuidora: Columbia, País de Origem: EUA 10 de Julho | O Novo Mundo 17 de Julho | X-Men 24 de Julho | O Génio do Mal 31 de Julho | O Matulão da Vóvó Dança | Auditório 7 de Julho | 21.30h 8 de Julho | 16.00h Espectáculo de Dança pela Escola de Dança da Câmara Municipal de Portel no Auditório Municipal. REGUENGOS DE MONSARAZ Campeonatos Regionais de Natação 1 de Julho | 17:00 | Piscina Municipal Org: Associação de Natação do Sul Município de Reguengos de Monsaraz Monsaraz Museu Aberto 22 a 30 de Julho Município de Reguengos de Monsaraz Ciclismo | Volta a Portugal do Futuro Dia 29 | Chegada da etapa a Reguengos de Monsaraz Dia 30 | Ultima etapa da Volta a Portugal do Futuro c.r. Org: PAD | Produções de Actividades Desportivas S.A. | Município de Reguengos de Monsaraz VIANA DO ALENTEJO Cinema Sines inaugura, no Centro de Artes, "Corredores Habitados", por Claudia Fischer, numa abordagem à condição impossível de habitar os espaços. E, "Solo a Solo", de José Manuel Rodrigues, série enigmática de cabeças à tona de água, registadas pela objectiva do fotógrafo residente em Évora. Entre 1 e 30 de Julho, os trabalhos de Claudia Fischer e de José Manuel Rodrigues integram o programa do Festival Músicas do Mundo 2006. "Corredores Habitados", trabalha os temas da desterritorialização, do fluxo da emigração, e da acumulação de materiais na sociedade de consumo. Uma abordagem, assim definida pela artista plástica à "condição impossível de habitar deter minados espaços". Assim como ao "trânsito de pessoas e de imagens" em torno desse ter ritório indefinido e rico, "que é aquilo que se situa na fronteira entre uma coisa e outra". Claudia Fischer apresenta as séries "Bertolt-Brecht-Str. 22", “O Passageiro Transparente", "Please wait at the yellow line" a vídeo projecção "Bahnsteig Zwei". A intervenção da ar tista que nasceu na Alemanha, e actualmente vive entre Lisboa e Leipzig, é completada por uma instalação de 125 malas de ráfia, na sala central do foyer. José Manuel Rodrigues, considerado um dos maiores fotógrafos portugueses contemporâneos traz até Sines um tema que sempre lhe interessou, "o fragmento do corpo na paisagem, ou a paisagem enquanto fragmento e espelho", como descreve Rui Oliveira, comissário da exposição. "Os retratados estendidos no chão, cabeça vista de cima, a partir de trás, comportam uma inesperada frontalidade, rodeados de água, pedra, areia, terra, cinza ou erva". Uma inquietante série de fotografias onde o público é interpela do pela aparente inversão da cabeça dos retratados. Esta é uma aposta que tem também "em consideração o que foi o sofrimento das populações", e que, segundo o vereador, encara "o Alentejo como um todo", a necessitar de investimentos como o do Plano de Acção Estratégica para a Mina de S. Domingos (definido pela Câmara de Mértola). António Cunha, traz-nos os registos fotográficos das casas, hoje um espaço - fantasma e também daqueles que ficaram, a relembrar os milhares de mineiros que percorreram o povoado, desceram a mina e lhe extraíram o minério. Helena Lousinha, evoca em duas séries de trípticos, em 1995," o lado da sombra, do inconsciente, da simbologia do cobre" e, num segundo conjunto de telas, de 2003, " o sofrimento pelo trabalho árduo mas também pela morte da Mina". Jean Pierre dos Santos reinventa "um som para esse lugar, entre o imaginário do trabalho e o canto ritual da meditação". A Mina de S.Domingos chegou a ser a maior exploração mineira portuguesa até 1930, quando se desenvolve a exploração das minas de volfrâmio na Panasqueira. Dos registos existentes conclui-se que entre os anos de 1855 e 1966, dela foram retirados 25 milhões de toneladas de minério. Ainda em 2006, em percurso itinerante, a exposição passará por Alvito, de 1 de Agosto a 1 de Setembro, por Castro Verde, de 7 de Setembro a 7 de Outubro, e por Almodôvar, entre 19 de Outubro e 7 de Dezembro. 2007 | Serpa - 20 de Janeiro a 20 de Fevereiro; Sines - 3 de Março 29 de Abril; Beja - 12 de Maio a 30 de Junho; Estremoz - 14 de Julho a 30 de Setembro; Mértola - 13 de Outubro a 18 de Novembro. Olhar a Mina de S. Domingos O passado de uma mina abandonada, retratado em "olhares sobre um lugar". Vinte anos de trabalho na Mina de S. Domingos, numa mostra conjunta dos artistas António Cunha, Helena Lousinha e Jean-Pierre dos Santos, estão patentes em Montemor-o-Novo, até 22 de Julho, numa co-produção entre nove autarquias e a Direcção Regional da Cultura do Alentejo. Encerrada em 1965 pela companhia inglesa Mason & Barry, que administrava os filões de pirite e cobre, a mina esteve associada à formação de um operariado mineiro. Através da pintura, da fotografia e do som, esta é uma abordagem "de muitos olhares sobre aquele monumento abandonado, das memórias que se desprendem das paredes e maquinarias em ruínas, das escórias que cobrem o solo, pobre, privado da sua riqueza", referencia a coorde- nadora do projecto, Noémia Cruz. A cidade onde foi dado o arranque de uma itinerância de "olhares sobre um lugar", associou-se à chamada de atenção dos autores sobre este património histórico e cultural, ao encontro da "identidade de São Domingos face à mina", como referiu o vereador da cultura da Câmara de Montemor-oNovo, João Marques. Deste modo, a autarquia pretende "dar a conhecer a estética da exposição" numa mostra que reúne 20 anos de trabalho dos artistas envolvidos, mas que é de alguma forma, "exemplar e actual". Pela parceria criada entre nove municípios em coprodução com a DRCA, foi criado "um movimento em conjunto e uma lógica de itinerância", regional e nacional, "porque só assim se deixa uma lógica local, de trabalhar de costas voltadas de uns para os outros", referiu. cupão de assinatura Não perca um 1 ano, 12 números, 12 € Nome Morada Cód. Postal Localidade No Limiar da Verdade 7 de Julho | 21h30 | Cine-teatro Thriller para maiores de 12 anos. Com Demi Moore e James Cosmo. Tel. E-mail 9 de Julho | 16h00 Scary Movie 4 - Que susto de filme 14 de Julho | 21h30 Missão Impossível 3 21 de Julho | 21h30 Uma Família dos Diabos 23 de Julho | 16h00 O Rafeiro Envie para: Rua S. João de Deus, 18 7200-376 Reguengos de Monsaraz ou para o Fax: 266 508 019 informações: Telefone: 266 508 012 Telemóvel: 967 032 441 E-mail: [email protected] Assine aqui e o jornal vai ter consigo notíciasalentejo~ Julho 2006 12 entrevista~ “Gostávamos de ter mais investimento empresarial português” Sánchez Amor, na entrevista ao Notícias Alentejo, admite que na primeira fase nas relações transfronteiriças, depois de anos de afastamento e falta de comunicação, «houve algum receio inicial» e que os primeiros passos foram dados com prudência. Mas, acrescenta, «há muito tempo que ultrapassámos essas dúvidas iniciais e agora estamos numa outra fase, caracterizada por uma cooperação plena e sem reservas e um diálogo franco e aberto». A cooperação entre a Extremadura e as regiões portuguesas do Alentejo e Centro tem mais de dez anos. A aposta no relacionamento transfronteiriço tem andado a duas velocidades ou, pelo contrário, tem existido sempre um entendi mento fácil na definição de prioridades? As duas partes apostaram forte desde o início na cooperação transfronteiriça, porque todos estávamos convictos dos benefícios que tiraríamos com o trabalho conjunto, e não houve problemas para definir as prioridades. A recente reunião de Cooperação Transfronteiriça, celebrada em Zamora no dia 29 de Maio, na qual participaram todos os presidentes de comunidades autónomas espanholas fronteiriças, bem como os presidentes das Comissões de Coordenação das regiões portuguesas da Raia, com a presença dos ministros dos Negócios Estrangeiros português e espanhol, confirma que as rela- no e aprendizagem do por tuguês na nossa região. Os números são animadores e aumentam de ano para ano. Desde 1995, o GIT financia cursos de língua portuguesa em localidades ao longo de toda a geografia regional, mesmo longe da Raia. Quanto ao ensino oficial, quer no ensino básico quer no secundário, aumentaram os estudantes de português. Relativamente às Escuelas Oficiales de Idiomas, as nove da região ministram os cursos de português com uma duração de cinco anos, sendo a língua portuguesa a segunda mais procurada depois da inglesa. No ensino superior, a Universidade de Extremadura conta com uma licenciatura de Filologia Portuguesa há sete anos, de forma que confiamos que os estudantes formados nela venham a satisfazer a demanda de professores de português existente na Extremadura. Na Extremadura tem-se verificado nos últimos anos um interesse crescente por Portugal em geral e pela língua portuguesa em particular. Neste quadro, o objectivo dos diferentes cursos de por tuguês não pode ser apenas linguístico, não nos podemos limitar a aprender outra língua com fins práticos e de comunicação, o que já é realmente importante. Acima de tudo, deveríamos usar a língua como um instrumento para descobrir e perceber uma realidade alheia e diferente, para aproximarmo-nos do vizinho e para dester rar de vez compor tamentos e atitudes do passado. O objectivo de sociedades bilingues entre o Alentejo e a Extremadura pode ser demasiado ambicioso, mas seria desejável que todos nestas duas regiões pudéssemos compreender sem dificuldades a língua do vizinho. ‘Na Extremadura, não só não temos medo com a cooperação transfronteiriça como desejamos contar com mais presença portuguesa em todos os âmbitos. Por exemplo, gostávamos de ter mais investimento empresarial português na nossa região, que poderia servir de experiência e de porta de entrada para o resto do mercado espanhol. Neste sentido, seria bom recordar que a primeira visita oficial ao estrangeiro do engenheiro José Sócrates foi a Madrid, e que pouco antes tinha declarado que as três prioridades da política externa portuguesa deviam ser Espanha, Espanha e Espanha’ As Universidades da Extremadura e de Évora poderão dar um importante contributo nas relações transfronteiriças. É possível, com a adopção dos critérios de Bolonha, melhorar a cooperação entre as duas instituições de ensino superior e avançar, por exemplo, para projectos de investigação conjuntos? A Universidade da Extremadura já tem assinados Protocolos de Cooperação com a Un iv er si da de de Év or a e co m a Universidade da Beira Interior, bem como com os Institutos Politécnicos de Castelo Branco e Beja. Todos estes centros de ensino superior, no seu âmbito de actuação, têm um importante papel que desempenhar nas relações transfronteiriças. A implantação a partir de 2010 do Espaço Europeu de Ensino Superior, fruto do Convénio de Bolonha, fará com que a cooperação seja ainda mais estreita, e professores e estudantes portugueses e espanhóis possam tirar proveito da oferta de todas estas universidades. De facto, há poucos dias os responsáveis da Universidade da Extremadura para o Convénio de Bolonha mantiveram reuniões em Lisboa com representantes dos ministérios portugueses de Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior com o objectivo de partilharem experiências e informações, e de estabelecerem as bases para um futuro diálogo e trabalho conjunto. O que falta para completar a ideia de cooperação transfronteiriça? Julgo que já estão reunidas as condições mínimas e necessárias para trabalhar. Agora resta aprofundar o que já foi feito e continuar neste percurso. ‘A diferente organização administrativa dos dois países e a assunção de numerosas competências por parte das comunidades autónomas espanholas fez com que por vezes houvesse algum desequilíbrio ou falta de interlocução entre as regiões transfronteiriças espanholas e portuguesas’ ções bilaterais e a cooperação entre os dois países são um assunto essencial, tanto para os governos nacionais como para as regiões transfronteiriças No entanto, a diferente organização administrativa dos dois países e a assunção de numerosas competências por par te das comunidades autónomas espanholas fez com que por vezes houvesse algum desequilíbrio ou falta de interlocução entre as regiões transfronteiriças espanholas e por tuguesas. Por exemplo, a Extremadura mantém nos últimos anos uma aposta forte no apoio à realização de cursos de português, não se notando o mesmo esforço no Alentejo. A aposta na aprendizagem do português é para manter nos próximos anos? E qual o objectivo? No que diz respeito à Junta da Extremadura, não há dúvida que vamos continuar com o fomento e estímulo do ensi- Ignacio Sánchez Amor, vice-presidente da Junta da Extremadura, fala com entusiasmo das relações entre Alentejo e Extremadura e defende uma maior presença portuguesa em Espanha Fotos: direitos reservados notíciasalentejo~ Julho 2006 13 Ignacio Sánchez Amor bio ‘Já na cimeira luso-espanhola da Figueira da Foz, do ano 2003, para além da conexão em alta velocidade LisboaBadajoz-Madrid, foi aprovada uma linha para o trânsito de mercadorias Sines-LisboaSetúbal. O intuito era e continua a ser que esta linha chegue até à fronteira espanhola em Badajoz, e a partir daí já está operacional a linha que segue para Puertollano, em CastillaLa Mancha, Madrid e Aragão’ Há diferentes níveis e agentes envolvidos neste processo. O mais importante é que esta ideia seja assumida e interiorizada como um facto normal pela população em geral e, naturalmente, que conte com o apoio político e económico das administrações. Estudantes, professores, empresários, comerciantes, profissionais em geral, muni cípios e associações devem contar com os parceiros do outro lado da Raia para desenvolverem as suas actividades e serem conscientes das vantagens que podem obter através da cooperação transfronteiriça. Se até agora podíamos pensar que faltava o ingrediente do compromisso dos gover nos nacionais, entramos numa nova etapa com a reunião de Zamora, como acabei de referir. Há, nos dois países, quem considere a cooperação transfronteiriça lesiva da coesão nacional… Da parte espanhola, nomeadamente da parte extremenha, não há obstáculos para avançar na cooperação transfronteiriça e ninguém considera que haja riscos para a coesão nacional. Quanto à parte por tuguesa, não sou eu a pessoa mais apropriada para dar uma opinião, mas considero que também não haverá perigos para Portugal derivados da cooperação transfronteiriça, antes bem pelo contrário, apenas vantagens. Se calhar poderíamos falar de uma primeira fase nas relações transfronteiriças, depois de anos de afastamento e falta de comunicação, em que houve algum receio inicial e em que os primeiros passos foram dados com prudência. Todavia, há muito tempo que ultrapassámos essas dúvidas inicias e agora estamos numa outra fase, caracterizada por uma cooperação plena e ‘A implantação a partir de 2010 do Espaço Europeu de Ensino Superior, fruto do Convénio de Bolonha, fará com que a cooperação (transfronteiriça) seja ainda mais estreita, e professores e estudantes portugueses e espanhóis possam tirar proveito da oferta de todas estas universidades’. sem reservas e um diálogo franco e aberto. Na Extremadura, não só não temos medo com a cooperação transfronteiriça como desejamos contar com mais presença portuguesa em todos os âmbitos. Por exemplo, gostávamos de ter mais investimento empresarial português na nossa região, que poderia servir de experiência e de porta de entrada para o resto do mercado espanhol. Neste sentido, seria bom recordar que a primeira visita oficial ao estrangeiro do engenheiro José Sócrates foi a Madrid, e que pouco antes tinha declarado que as três prioridades da política externa portuguesa deviam ser Espanha, Espanha e Espanha. Garantida a ligação ferroviária de alta velocidade pelo Caia, fará sentido a criação de um roteiro turístico conjunto, tendo em conta três cidades Património Mundial, como Évora, Mérida e Cáceres? Com ou sem alta velocidade, faz todo o sentido potenciar este e outros roteiros turísti- cos no Alentejo e na Extremadura. Obviamente, estas três cidades conser vam uma enorme riqueza artística e cultural, que faz com que seja quase obrigatório tirar proveito destes valores desde uma perspectiva turística. Apesar do esforço da Junta da Extremadura para assegurar a ligação Lisboa-Madrid em ferrovia de alta velocidade pelo Caia, ficou sempre a sensação de que a prioridade passava pela ligação de mercadorias ao porto de Sines… Antes de mais, neste ponto eu gostava de sublinhar que já na cimeira luso-espanhola da Figueira da Foz, do ano 2003, para além da conexão em alta velocidade LisboaBadajoz-Madrid, foi aprovada uma linha para o trânsito de mercadorias SinesLisboa-Setúbal. O intuito era e continua a ser que esta linha chegue até à fronteira espanhola em Badajoz, e a partir daí já está operacional a linha que segue para Puertollano, em Castilla-La Mancha, Madrid e Aragão, que comunicaria Portugal com Europa através de uma novo acesso pelo Pirinéu Central. Neste momento, já estão a decorrer obras de modernização do troço extremenho desta linha, de for ma a permitir que os comboios possam circular a 160 quilómetros por hora. Quanto à futura ligação em alta velocidade entre Lisboa e Madrid, vai ser construída uma linha mista para o trânsito de passageiros e mercadorias. Quanto à futura ligação em alta velocidade entre Lisboa e Madrid, vai ser construída uma linha mista para o trânsito de passageiros e mercadorias. Ignacio Sánchez Amor, 45 anos, nasceu em Cáceres, e ocupa actualmente a vice-presidência da Junta da Extremadura, depois de muitos anos a liderar o Gabinete de Iniciativas Transfronteiriças. Pode considerar-se que, do lado espanhol, foi o principal obreiro das relações com o Alentejo e com a região Centro. É um dos mais próximos colaboradores de Rodriguez Ibarra e considera que as relações entre Portugal e Espanha, às quais atribui uma «importância estratégica», atravessam «um dos seus melhores momentos». Recentemente, numa intervenção proferida no almoço de empresários promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, defendeu que a aproximação das empresas portuguesas ao mercado espanhol deveria ser regional - «Os portugueses devem participar mais nos concursos das Comunidades Autonómicas e menos nos concursos nacionais». Licenciado em Direito pela Universidad Complutense de Madrid, Sanchez Amor esteve entre 1986 e 1989 no Gabinete Jurídico da Junta de Extremadura, de onde transitou para o gabinete do ministro de Justiça. Em 1993 (até 1996) foi secretário-geral da Presidência da Junta e posteriormente assumiu a direcção do Gabinete do Presidente Rodriguez Ibarra. Desenvolve actividade como académico, escritor, analista e político. Profundo conhecedor das especificidades de Portugal e Espanha, é um dos políticos espanhóis mais atentos às questões que envolvem as relações luso-espanholas. Membro da Associação Espanhola de Ciência Política e Direito Constitucional, Sanchez Amor foi responsável pela actividade exterior da Junta de Extremadura e das relações políticas, jurídicas e institucionais com a União Europeia e Portugal. Desde 1992 que ocupa uma vice-presidência da Associação de Regiões Fronteiriças Europeias. notíciasalentejo~ Julho 2006 14 roteiro~ Na Rota do Fresco Terena: 5 000 anos Carlos Luna [email protected] Uma viagem pelos concelhos de Alvito, Cuba, Portel, Vidigueira e Viana do Alentejo leva-nos à «Rota do Fresco» - um sistema de visitas a uma selecção de exemplares de pintura mural de capelas, ermidas e igrejas, desde o século XV até aos inícios do XIX. O projecto «Rota do fresco, da responsabilidade da Associação de Municípios do Alentejo Central (AMCAL), foi criada em 2001 e, presentemente, possibilita aos interessados a visita a alguns dos murais restaurados nos últimos anos. As visitas podem ser marcadas recorrendo ao site da AMCAL www.amcal.pt - ou através do telefone - 284 419 020. Proposta de visita interconcelhia: Igreja Matriz de Cuba Igreja de São Luís de Faro do Alentejo Núcleo arqueológico romano e Santuário de São Cucufate Capela de São Brás de Portel Santuário de Nossa Senhora de Aires (Viana do Alentejo) Terena deixou de ser sede de Concelho por volta de 1835, e, perdendo a atracção de pólo administrativo, a sua população foi diminuindo. Continua a ser, todavia, extremamente recompensador percorrer a Vila de Terena, com os seus 5000 anos de História presentes um pouco por todo o lado, na área do antigo Concelho. Para além das casas (com destaque para a já citada Rua Direita) e monumentos, a subida ao Castelo, com as suas quatro torres semi-cilíndricas, e onde se podem obser var três materiais em har monia (granito, mármore, e ardósia), dá-nos um soberbo panorama, limitado, a Leste, pela Ser ra de Alôr (ou Olôr, ou Lôr), e, a Noroeste, pela Serra de Ossa. ORIGENS Terena, uma das mais antigas povoações de Portugal, situa-se a 11 Km a Sul do Alandroal, a 10 Km a oeste do Guadiana, 10 Km a Leste do Redondo, 29 Km a norte de Reguengos de Monsaraz. Juromenha, outra antiga vila hoje integrada no Alandroal como a presente, dista 22 Km em linha recta. É notável a antiguidade desta antiga vila, sede de Concelho até meio do Século XIX. A região era habitada já por volta de 3000 a.C., pois, a cerca de 2 Km a leste, na Ribeira de Lucefécit, encontramos o chamado "Castelo Velho", um recinto fortificado com 5000 anos. E, como se não bastasse, a 1 Km a Noroeste de Terena, temos um outro recinto fortificado, o "Castelinho", datado de cerca de 1000 a.C.. Considerando que estamos numa região alentejana rica em megalitos, é-nos difícil afinal dizer em que remota data se produziu uma primeira ocupação humana na região da antiga vila. Entre outras coisas, encontrou-se a 4 Km ao norte da mesma um local de culto datando da época romana; nele foram recolhidas noventa lápides, na maioria hoje no Museu Arqueológico Nacional em Lisboa. A divindade alvo de culto era aliás préromana, e denominava-se "Endovélico" (talvez do céltico "Andevellicos", significando "muito bom"). Não muito longe, descobriuse recentemente um local de culto mais primitivo, talvez o primeiro dedicado a tal divindade, "transferido" pelos romanos. No século XVI, existiam ainda no local do Templo Romano, 96 colunas de mármore de Ordem Jónica, retiradas nesse século e no seguinte para decorar edifícios em Évora e Vila Viçosa. No local do antigo tem plo (séc. I ?), ergueu-se mais de mil anos depois uma ermida (São Miguel da Mota). Uma primitiva Terena ter-se-á, quase certamente, erguido em redor ou próximo do Templo de Endovélico. É pouco claro o que lhe terá sucedido com as Invasões Bárbaras no início do Século V. Consta que no século VIII os muçulmanos a terão destruído, mas, por obra dos mesmos, surgiu um grande povoado na região chamado, tudo o indica, "Talanna". Se não ficava situado no local do antigo Templo Romano de Endovélico, não deveria ficar longe, mesmo porque tudo indica que o topónimo moderno (Terena) terá tido origem na designação árabe. TERENA PORTUGUESA Em 1262 Terena, decerto após destruições resultantes da Reconquista, é (re)fundada, cristãmente, por D. Gil Martins (Reinado de D. Afonso III). O Foral dava-lhe quase toda a área meridional do actual Concelho do Alandroal. Terena deverá então ter sido edificada, ou reedificada, junto da Igreja da Boa Nova, recebendo o nome de Santa Maria de Terena. O Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova, vulgo Igreja da Boa Nova, é referido já no Século XIII. A sua antiguidade poderá ser muito grande mesmo, podendo prova velmente tratar-se da cristianização de um culto muito, muito antigo mesmo. Todavia, a sua forma actual remete-nos arquitectonicamente para o século XIV, e ainda assim há sérias dúvidas. Talvez se esteja perante um edifício sucessivamente reconstruído e remodelado. Hoje, encontramo-nos perante um templo em for ma de fortaleza, com ameias. Interiormente, alberga pinturas, e de cada lado do altar-mor estão sumptuosos tocheiros. O conjunto é gótico. Uma tradição diz ter sido construído no século XIV, mas, como há muitas dúvidas, tal só poderá estar parcialmente correcto. O SÉCULO XVI Terena recebe novo foral (manuelino) em 10 de Outubro de 1514. Contudo, fala-se então de uma povoação chamada São Pedro de Terena. Tudo indica que já no sécu- pub Abertos das 12h00 às 15h30 e das 18h00 às 22h00 Encerram à Segunda-Feira www.aloendroeadegadocachete.com Restaurante Aloendro Estrada de Évora, 3 B Reguengos de Monsaraz E-mail: [email protected] Telef. 266 502 109 Fax. 266 519 896 Tlm. 969 067 073 Restaurante Adega do Cachete Rua do Grave, 9 S. Pedro do Corval E-mail: [email protected] Telef. 266 549 568 Fax. 266 519 896 Tlm. 969 067 073 notíciasalentejo~ Julho 2006 15 ~férias de história foto cedida pela CM Alandroal | direitos reservados Monsaraz medieval lo XVI, portanto, Terena se terá "mudado" para a sua actual localização, quiçá por razões de salubridade. O Castelo, que parece datar do século XIII, e que portanto distava da aglomeração primitiva (sabe-se lá porquê...), terá talvez tido influência na mudança da povoação, da zona da Boa Nova, para o outeiro onde as muralhas protegeriam melhor as suas gentes. Sendo uma praça fronteiriça, Terena teve uma História acidentada. O Castelo terá sido fundado, ou restaurado, por D.Dinis, sendo possível que tenha sido reforçado na época de D.João I. D.João II terá querido dar novo fôlego a Terena, restaurando uma vez mais o Castelo, que ainda sofreu acrescentamentos manuelinos. Datará dessa época (séculos XV-XVI) uma nova (?) Torre de Menagem, bem como uma barbacã. No numeramento de 1527-1531, Terena surge como tendo cerca de 600 habitantes (800, no máximo). Nos seus ar redores, o Alandroal tinha cerca de 1 100 habitantes, Juromenha 600, Vila Viçosa 3 000, Monsaraz 2 500, Borba 2 300, Olivença 4 000, Estremoz 3 200. As maiores cidades próximas eram Elvas (cerca de 7 000 habitantes) e Évora (entre 12 000 e 15 000). No século XVI terão sido constr uídos os Paços do Concelho, a Misericórdia, a Torre do Relógio, e a já referida Torre de Menagem. Outros monumentos se destacam em Terena, como o Pelourinho renascentista, a Igreja Matriz, e a Rua Direita no seu conjunto, com portadas góticas, renascentistas, e barrocas, e ainda grades e chaminés típicas. AS GUERRAS Pouco se sabe sobre movimentações militares em redor de Terena em 1383-1385, ou nos anos seguintes. Já na Guer ra da Restauração (1640-1668), a vila esteve em destaque. Por exemplo, em 1652 as tropas espanholas do Duque de S.Ger mán saquearam os campos, recolhendo depois a Barcarrota, escapando-se apesar de perseguidas por tropas da mesma Terena e de Olivença. Tendo deixado, todavia, parte do saque na circunvalação externa da Praça espanhola, os portugueses recupe raram essa parte e levaram-na para Olivença, onde os lavradores de Terena foram recuperar os seus bens. Todavia, em 1656 (noutro exemplo), Terena foi cenário de violentos combates, e num espaço de poucos dias foi ocupada por espanhóis e recuperada custosamente pelo exército português. O Século XVIII viu um cer to declínio. A sua economia foi enfraquecendo. Como se não bastasse, Terena foi uma das povoações alentejanas que mais danos sofreu com o terramoto de 1755. Não ficou destruída, claro, mas verificaram-se muitos estragos. DECLÍNIO A época pombalina não parece ter sido importante na região. A sua decadência prosseguiu, e, já no século XIX, a sua economia foi ainda mais abalada com o corte de ligações para além Guadiana depois de 1801, não tanto por ter ligações directas com a região de Olivença, ainda que algumas existissem, mas sim porque tinha laços com o Alandroal e com Juromenha, estas directamente afectadas, em especial esta última povoação. Na primeira metade do século XIX, vários Concelhos com expressão reduzida acabaram por se unir em tor no do que foi o único sobrevivente, o do Alandroal. Foram eles Juromenha, Ferreira de Capelins (um estranho Concelho de reduzida população, hoje Santo António de Capelins), Terena, e, obviamente, o próprio Alandroal. Tal junção de esforços não trouxe exactamente progresso ou benefícios sensíveis, como bem o sabem os seus actuais habitantes, ainda que houvesse períodos de alguma prosperidade. Terena deixou de ser sede de Concelho por volta de 1835, e, perdendo a atracção de polo administrativo, a sua população foi diminuindo. Para demonstrá-lo, temos os números da segunda metade do século XX: 1986 habitantes em 1950, 1081 em 1960, 1119 em 1970 (uma ligeira recuperação, logo contrariada), um pouco mais de 600 em 1991! Continua a ser, todavia, extremamente recompensador percorrer a Vila de Terena, com os seus 5000 anos de História presentes um pouco por todo o lado, na área do antigo Concelho. Para além das casas (com destaque para a já citada Rua Direita) e monumentos, a subida ao Castelo, com as suas quatro torres semi-cilíndricas, e onde se podem observar três materiais em harmonia (granito, mármore, e ardósia), dános um soberbo panorama, limitado, a Leste, pela Serra de Alôr (ou Olôr, ou Lôr), e, a Noroeste, pela Serra de Ossa. A vila de Monsaraz é uma das mais antigas povoações do país. A sua ocupação data dos tempos pré-históricos, estando registados na região várias centenas de sítios arqueológicos dos períodos paleolítico, neolítico, calcolítico, Idade do Bronze e Idade do Ferro. Um vasto conjunto de monumentos faz da vila um dos pontos mais atractivos do Alentejo. Porta da Vila | Acesso principal da Vila, cuja robusta estrutura defensiva está protegida por dois cubelos semicilíndricos. O de poente, encimado pelo campanil do relógio (provavelmente construído no tempo de D. Pedro II), tem um tecto nervurado e no cimo da cúpula um sino fundido pelos artistas estrangeiros Diogo de Abalde e Domingos de lastra, com inscrição de 1692. Sobre o arco ogival da porta, uma lápide de mármore comemora a consagração do Reino à Imaculada Conceição por D. João IV (1646). No dorso da ombreira, insculpiram-se a vara e o côvado, para aferição de medidas Paços da Audiência | O mais antigo imóvel adstrito a funções públicas, construído na transição do século XIV para o século XV e profundamente remodelado na primeira metade do séc. XIV. Revela quer exterior, quer interiormente o carácter principal conferido à prática da justiça, ressaltada com o fresco moral alusivo à justiça, obra pictórica única, no seu género, em Portugal. Em termos Gastronomia De Viana do Alentejo ao Alandroal, passando por Reguengos de Monsaraz e Terena, o visitante conta com alguns recantos da boa cozinha tradicional alentejana. Com opções para todas as bolsas, aqui deixamos algumas sugestões: Viana do Alentejo - O Rotunda Preço Médio: 10,00 Especialidade da Casa: Bacalhau com Natas, Migas Alentejana, Ensopado de Borrego Métodos de Pagamento: Cheque Portel - S. Pedro Preço Médio: 15,00 Especialidade da Casa: Pratos Regionais Alentejanos, Mariscos Vivos, Grelhados no Carvão. Métodos de Pagamento: Multibanco Reguengos de Monsaraz Aloendro Preço Médio: 15,00 Especialidade da Casa: Cação de Coentrada, Lombinho de Porco Preto c/Migas de Espargos, Polvo à Aloendro. Métodos de Pagamento: Multibanco, Visa, … Reguengos de Monsaraz - O Gato Preço Médio: 15,00 Especialidade da Casa: Ensopado arquitectónicos segue o contexto epocal, embora volumetricamente tenha uma especificidade, quer pela amplitude das dimensões, quer pelo peculiar jogo de componentes (profusão de janelas geminadas). Igreja de Santiago | Já existia na segunda metade do séc. XIII. Situada na falda ocidental de Monsaraz, pertenceria a Martins Anes e ao Bispo de É Durando Pais. A sua primitiva construção duocentista desapareceu, à excepção da parte da moldura duma parte gótica. A construção actual é obra tardia do reinado de D. José I. (fonte: www.cm-reguengos-monsaraz.pt) de Borrego, Migas Alentejana, Carne de Porco com Amêijoas. Métodos de Pagamento: Cheque, Multibanco, Visa, American Express, MasterCard S. Pedro do Corval - Adega do Cachete Preço Médio: 15,00 Especialidade da Casa: Cabrito Assado no Forno, Bacalhau de Tomatada, Bochechas de Porco Preto no Forno. Métodos de pagamento: Multibanco, Visa, … Monsaraz - Casa do Forno Preço Médio: 12,50 Especialidade da Casa: Migas, Ensopado de Borrego, Borrego Assado. Métodos de Pagamento: Cheque, Multibanco, Visa, American Express, MasterCard, Diners Club Monsaraz - Sem Fim Preço Médio: 20,00 € Especialidade da Casa: Bacalhau de azeite, pataniscas com migas de tomate, sopa de tomate com dois queijos Funciona de quinta-feira a domingo Alandroal - Maria Preço Médio: 25,00 Métodos de Pagamento: Multibanco, Visa, American Express, MasterCard, Diners Club notíciasalentejo~ Julho 2006 16 paisagem de cultura~ Destaques do mês De Julho a Setembro Sonic Kitchen Cozinha em concerto Numa cozinha instalada ao ar livre prepara-se uma refeição destinada ao público. Verifica-se o gume das facas, batem-se ovos e massa, voam farinhas, repetem-se gestos sabidos com varinhas e batedeiras, ligam-se lumes e luzes. Desta cozinha saem continuadamente sons, amplificados, transformados, trabalhados, projectam-se imagens em redor. É assim o concerto que os Sonic Kitchen trazem a Portugal, integrado na terceira edição do Festival Escrita na Paisagem. Uma cozinha com sons num espectáculo divertido e generoso. A encerrar o espectáculo, os espectadores transformam-se em convidados de um banquete que viram e ouviram preparar. E cozinhar não voltará a ser o que era! 20 de Julho, Odemira 22 de Julho, Alvito, Jardim dos Livros (Biblioteca) Sempre às 21h 30. Ervas e Aromas Instalação | Concerto Uma sala na penumbra recebe ervas e aromas da terra. Sob a forma de instalação, a proposta visa proporcinar ao visitante uma experiência de imersão dos sentidos na intensa realidade dos aromas do Alentejo. A instalação integra uma banda sonora composta e gravada para a ocasião, da autoria de Amílcar Vasques Dias, compositor português cuja importância tem sido atestada pelos discursos críticos e cujo trabalho, regularmente executado em Festivais internacionais por intérpretes de superior qualidade, tem frequentemente explorado a relação directa com o Alentejo e a sua paisagem, como neste caso. Na abertura da instalação e do Festival, a 2 de Julho, a composição é apresentada em concerto, com obras para violino, três sopranos e marimbas, além de elementos de música electroacústica. Música de Amílcar Vasques Dias. Textos de José Rodrigues dos Santos. Com Luís Cunha (violino), Cláudia Pinto, Luísa Brandão e Natasa Pinto (sopranos), Vasco Ramalho (marimbas). 2 de Julho, Oficinas de Comunicação (Largo Mário Chicó, atrás da Sé), Évora. Às 18h 30. A instalação é visitável todos os dias, de 2 a 20, no local. Co-produção 6º Encontro do Alentejo de Música do Século XX.I Picnic Mimi Oka & Doug Fitch Escrita na Paisagem 2006 Ervas & Aromas Programa | Julho Instalação / Concerto Música de Amílcar Vasques Dias 2 de Julho - Concer to de Abertura Co-produção 6 - Encontro do Alentejo de Música do Século XX.I 2 a 20 de Julho - Instalação Oficinas de Comunicação (Largo Mário Chicó, Évora) Entrada Livre Teatro do Vestido Walden 7 de Julho - Lagar de Azeite de Colos, Odemira Preço: 5€ Sonic Kitchen Odemira, 20 e Alvito, 22 Sonic Kitchen Concerto 20 de Julho - Odemira 22 de Julho - Jardim dos Livros (biblioteca), Alvito Preço: 15 € Ensemble JER Cozido à Portuguesa 26 de Julho _ Centro de Artes de Sines Uma co-produção com o Festival Músicas do Mundo Entrada Livre Mostra de criação vídeo Mostra de criação contemporânea em vídeo, reúne trabalhos centrados no tema do Festival. Apresentam-se filmes em regime de instalação (exibição permanente, em loop) e filmes em regime de exibição (projecção/exibição única ou calendarizada). Distribuídos por secções (Gargântua, Género, Narrativas), haverá propostas de criadores consagrados e novos valores, criações originais em anteestreia e objectos já exibidos, todos organizando um discurso atento ao vídeo como linguagem de criação e simultaneamente proporcionando um tratamento, subordinado ao olhar dos criadores, do tema do Festival. Participam Daniel Blaufuks, Miguel Clara Vasconcelos, João Garcia Miguel, Regina Guimarães & Saguenail, António Preto, Bobby Baker (UK), Mimi Oka & Doug Fitch (USA), Tomas Aragay (E), entre outros. Local: Palácio D. Manuel, Évora Data: 5 a 20 de Julho Escrita na Paisagem, Festival de Performance e Artes da Terra, cruza as artes performativas e da terra com a paisagem alentejana. Nesta terceira edição, o tema do Festival formula-se a partir de 3 palavras-chave: comer | cheirar | agricultura. A especificidade do lugar procura-se, aqui, na especificidade do comer / cheirar de um território que tem ainda uma forte matriz agrícola. E disso procuramos falar, enraizando os sentidos no rural alentejano. Os espectáculos que integram a programação são, em cada caso, leituras do comer/cheirar específicos de muitos lugares, entre a fic- Ensemble JER Sines, dia 26 Fruit Music Concerto de música improvisada com Franziska Schroeder, Pedro Rebelo, Pedro Carneiro e Ulrich Mitzlaf 28 de Julho - Centro de Artes de Sines 29 de Julho - Praça 1º de Maio, Évora Uma co-produção com o Festival Músicas do Mundo Entrada Livre Mostra de Criação Vídeo 5 a 20 de Julho - Palácio D. Manuel, Évora Trabalhos de Daniel Blaufuks, Miguel Clara Vasconcelos, João Garcia Miguel, Regina Guimarães & Saguenail, António Preto, Bobby Baker, Mimi Oka & Doug Fitch, Tomas Aragay, entre outros ção e a (nossa) realidade. Desde a dimensão crítica (Pedro Almeida em "critical food", 24 de Agosto e 20 de Setembro, Kubik com cineconcerto, 23 e 25 de Agosto), passando pela riquíssima experiência de partilha que propõe o 'Teatro de comer?' (Teatro delle Ariette, 23 e 24 de Setembro em Évora, de 28 de Setembro a 1 de Outubro no Parque de Serralves, no Porto), pela fantasia da cozinha como lugar de excelência sonora (Sonic Kitchen, 20 e 22 de Julho, Odemira e Alvito), pela releitura activa do Walden de Thoreau (autor do século XIX mas afinal bem nosso contemporâneo) que nos propõe o Teatro do Vestido (Colos, Odemira, 7 de Julho), pelo humor do 'Cozido à portuguesa' que o Ensemble JER apresenta (26 de Julho, em Sines), ou ainda pela 'Ùltima ceia' dos Reckless Sleepers (Évora, 22 de Setembro), todas as propostas tomam o comer enquanto manifestação dessa 'arquitectura dos sabores' que pertence a cada lugar e a todos os lugares. Exposições, instalações, uma Mostra de criação vídeo, andamentos, encontros, projecção de filmes, oficinas de formação, refeições temáticas completam a programação desta edição que retoma a mesa como lugar convivial e aproxima geografias e realidades em que o comer, o cheirar e a agricultura marcam encontro. O público é o grande convidado. www.escritanapaisagem.net notíciasalentejo~ Julho 2006 17 ~debate João Espinho Alqueva Turismo ou ambiente? Os projectos turísticos previstos para Alqueva motivaram, recentemente, as mais variadas reacções e preocupações por parte de sectores ligados à defesa do ambiente. A revisão do POAAP – Plano de Ordenamento das Albufeiras de Alqueva e Pedrógão – abre caminho a empreendimentos turísticos à beira do maior lago artificial da Europa, potenciadores da actividade económica na região, mas provoca a desconfiança de ambientalistas. Citado pelo Jornal de Notícias, o ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, Nunes Correia, salientou que a ocupação para fins turísticos na bacia do Alqueva terá uma «baixíssima densidade» - inferior a quatro habi- tantes por hectare. O governante acrescentou que em 2001 o POAAP teve uma versão «restritiva» porque a sua elaboração ocorreu num período de enchimento da albufeira. O titular da pasta do Ambiente defendeu, inclusivamente, que, neste momento, «o país tem muito a ganhar com a existência de um turismo de alta qualidade, numa região que é das mais pobres da Europa». A questão, como o próprio ministro admite, passa por saber qual o tipo de turismo desejado e qual a melhor forma de tornar a actividade empresarial necessária na região compatível com a defesa do ambiente. O «novo» POAAP admite cerca de 15 mil camas. Diamantino Dias PCP Norberto Patinho PS Palma Rita PSD ‘Turismo e Ambiente podem conviver’ ‘Turismo será potenciado por valores ambientais’ ‘Turismo deve respeitar equilíbrios ecológicos’ Primeira afirmação, Alqueva , é um projecto pensado e criado para ser base do desenvolvimento da Região Alentejo. Este é um projecto sustentável de base regional, que pretende apoiar o tecido social, empresarial e institucional da região, manter e valorizar o caracter, cultura e identidade Regional. Alqueva como paradigma da qualidade ambiental e gerar critérios de competitividade e de rentabilidade dos investimentos. Neste sentido é possível conviver em simultâneo, o Turismo e o Ambiente, para isso é preciso que sejam tomadas medidas políticas por parte do Governo, os projectos serem acompanhados muito de perto pelo Instituto do Ambiente. Parece não ser essa a linha do actual Governo quando em 13 de Maio a resolução do Conselho de Ministros aponta para a Revisão do Plano de Ordenamento das Albufeiras de Alqueva e Pedrogão (POAAP) como se pode ler na Resolução, o Governo quer introduzir grandes projectos, em detrimento de projectos de media dimensão. Nos grandes projectos divulgados pela Comunicação Social, não está claro um sem numero de questões entre elas a utilização da agua para os campos de golfe, pois estes devem ser abastecidos por fontes próprias e não da barragem, por outro lado nada é avançado sobre o controlo da poluição e da gestão de resíduos destes grandes emprendimentos. Também a preservação da fauna e da flora autóctones é particularmente importante, já que em muitos casos, a implantação de grandes empreendimentos implica a destruição de habitates naturais, o que pode acarretar consequências serias para a biodeversidade da região. Consideramos assim que é possivel não desvirtuando os princípios do Alqueva, apostar no Turismo e preservar o ambiente, mas para isso são precisas medidas e políticas que o Governo já deu sinais de não querer assumir. Por outro lado é necessário ter a noção das consequências para as outras vertentes do Turismo na Região face a estes investimentos junto á Barragem. Além de poderem colidir com a preservação ambiental, colidem inevitavelmente com outros investimentos já feitos na Região do Alentejo. O desenvolvimento do turismo é, no Alentejo interior, uma via fundamental de valorização da base económica. O surgimento do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva veio reforçar o potencial turístico da nossa região. A progressiva desertificação humana e física da nossa região, com importantes consequências negativas ambientais, sociais e económicas, pode e deve ser contrariada com o contributo de um correcto desenvolvimento turístico potenciador de expectativas empresariais e criação de emprego. O património, natural, cultural, arqueológico e histórico, constitui o elemento essencial de atracção. O aproveitamento turístico em volta da albufeira de Alqueva será potenciado pela preservação e promoção dos valores ambientais, pela revitalização do interior e pela recuperação ambiental e urbanística das aldeias ribeirinhas. Alqueva tem sido dos projectos nacionais em que a preservação ambiental tem merecido a maior atenção. Os concelhos envolventes à grande albufeira de Alqueva constituem um território com forte identidade cultural e ambiental. Sendo um contributo fundamental para o desenvolvimento de uma região deprimida, o turismo tem que ser tratado de forma sustentável. O turismo de grande qualidade que defendemos exige um elevado rigor ambiental. Não se trata pois de uma aposta no turismo em prejuízo do ambiente ou uma aposta neste com prejuízo do desenvolvimento turístico. Alqueva deve apostar no turismo e no ambiente, pois aquele só será um verdadeiro factor de desenvolvimento se assentar numa correcta preservação ambiental. Alqueva deve apostar no turismo, preservando o ambiente, pois a afirmação do turismo alentejano deve passar por promover e acautelar a cultura e etnografia dos lugares enquanto destinos turísticos que afirmem uma identidade cultural própria. O turismo será, num Alentejo de futuro, uma actividade crucial na geração de riqueza e criação de postos de trabalho, dinamizando e diversificando a base económica, o crescimento económico, a coesão económica e social regional, devendo saber afirmar o seu potencial de alternativa a partir dos contributos prestados à protecção e valorização dos patrimónios natural e cultural específicos e diferenciadores, não reprodutíveis em alguma outra parte do globo pelas produções industriais massificadas. Por isso, a estratégia de afirmação turística do Alentejo não pode por em causa o que a região de melhor tem para oferecer, antes devendo construir um produto turístico capaz de satisfazer um novo tipo de turista, mais instruído e exigente quanto à necessidade de ver respeitar os equilíbrios ecológicos e humanos. Há que ter consciência que o turismo depende em primeiro lugar dos recursos primários diferenciadores (património cultural e natural) dos territórios, pelo que só a sua preservação poderá garantir o futuro da actividade turística, numa óptica de sustentabilidade regional da mesma. Há que apostar numa afirmação turística do Alentejo baseada no que este oferece de condições privilegiadas, resistindo às tentações do lucro fácil e da adulteração, fertilizando compensações de médio e longo prazo, mantendo a autenticidade sócio-cultural e ambiental com moderação e realismo: o turismo não será a salvação do mundo rural se não conseguir estimular e consolidar, de forma duradoura, a diversificação da sua base produtiva, a identidade e vitalidade da cultura autóctone. notíciasalentejo~ Julho 2006 18 universidade~ Susana Rodrigues «O Elogio ao Estudante» no número cinco da REVUE O painel de azulejos colocado nas novas instalações do Pólo da Mitra, da autoria de Nuno Mendoça, ilustra a capa do número cinco da REVUE - Revista da Universidade de Évora. De acordo com a directora adjunta da publicação, Sara Marques Pereira, a imagem do painel «O Elogio ao Estudante» - foi escolhida tendo em conta que o Pólo da Mitra é um dos temas em destaque na edição que reporta a actividade do segundo semestre de 2005, meses de Julho a Dezembro. Dossier especial neste número da revista tem também o Processo de Bolonha, juntamente com documentação considerada fundamental, o "Guia mínimo de Bolonha", para auxiliar o leitor. Sobre Bolonha, a revista apresenta entrevistas a Adriano Moreira, Barata Moura, Jorge Araújo e Carlos Braumann. Nota de destaque merece ainda o arranque do jornal on-line da Universidade de Évora, Universidade de Évora em projecto europeu de Engenharia Biofísica O primeiro centro de estudos europeu dedicado às actividades de investigação e desenvolvimento de defesa do solo e renaturalização e valorização de espaços degradados, com técnicas de Engenharia Biofísica e de baixo impacte ambiental, foi criado em Nápoles. O centro (Centro Internazionale di Formazione e Ricerca "Ingegneria Naturalistica") foi criado, no dia 29 de Maio, por iniciativa da Ordem dos Engenheiros de Nápoles, do Parque Nacional do Vesúvio, das Universidades italianas Federico II e Regio Calabria "Mediterranea", da Universidade BodenKultur (Áustria) e da Universidade de Évora. A Universidade de Évora estabeleceu ainda um protocolo, no âmbito do Programa Leonardo da Vinci, com o Parque Nacional do Vesúvio, que proporcionou a dez alunos da Licenciatura em Engenharia Biofísica - Ordenamento e Gestão do Território (EB-OGA), a realização de um estágio de fim de curso no referido Parque. A Comissão de Curso da Licenciatura em Engenharia Biofísica - Ordenamento e Gestão do Território (EB-OGA) tem desenvolvido, desde 2004, contactos com o Parque Nacional do Vesúvio e com a Ordem dos Engenheiros em Nápoles no sentido de divulgar e promover a Engenharia Biofísica na Europa. «Feira da Inovação» mostrou trabalho de investigação Escreve Sara Marques Pereira: «Importante foi o nascimento do Ueline, o jornal On-line da Universidade de Évora, em Abril de 2006. O (re) aparecimento do jornal da Universidade, desiderato antigo da nova reitoria, permitirá uma agilidade noticiosa completamente diferente, consentindo também que a REVUE - Revista da Universidade de Évora - se estruture cada vez mais em torno de uma filosofia de artigos científicos de fundo, digests adequados a um público cada vez mais variado, mas interessado no que a Universidade de Évora vai produzindo». Barata Moura fala de Bolonha O projecto de Bolonha passa pela constituição de um «espaço europeu de ensino superior e de investigação» implica um trabalho profundo ao nível europeu, diz Barata Moura em entrevista à REVUE. Para o ex-reitor da Universidade de Lisboa, «não faz sentido que haja regras de acesso para as universidades diferentes das regras de acesso para os politécnicos naqueles cursos que têm a mesma designação e que vão formar pessoas com o mesmo perfil profissional». Em entrevista conduzida por Mafalda Dourado, José Adriano Rodrigues Barata-Moura (filósofo e escritor, que ocupou entre Maio de 1998 e Maio de 2006 o cargo de reitor da Universidade de Lisboa) fala das mudanças em curso no ensino superior europeu e das universidades portuguesas. «No meu ponto de vista as universidades não são apenas uma fábrica para encher chouriços e neste caso os chouriços serão os licenciados, uma universi- dade é muito mais do que isso. É evidente que as universidades não são apenas instituições de investigação, mas aquilo que caracteriza é a formação universitária é ser uma formação num ambiente onde a investigação está constitutivamente presente, isto é, como alguma coisa que os depar tamentos levam acabo também, e é vivendo nessa experiência e nesse ambiente alargado que depois se desenham e prospectam as diversas formações», sustenta. Cinco dos 16 Centros de Investigação da Universidade de Évora estiveram em destaque na «Feira da Inovação». A iniciativa decorreu em simultâneo com a Feira de S. João, em Évora, de 23 de Junho a 2 de Julho. A Universidade marcou presença, a convite da Associação de Jovens Empresários (ANJE), no Pavilhão de Inovação da Feira do Empreendedor, em colaboração com a Comissão de Coordenação da Região Alentejo. Em destaque, ou seja com acções de demonstração, marcaramm presença o CEA (Centro de ecologia e Ambiente Laboratório da Água); ICAM (Instituto de Ciências Agrárias Mediterrânicas; CEM (Centro de Engenharia Mecatrónica); CITI (Centro de Investigação em tecnologias de Informação); e CGE (Centro de Geofísica de Évora). No decorrer da Feira, o Laboratório da Água | Centro de Ecologia e Ambiente realizou medições em real-time, com recurso a sondas multiparametricas, em amostras fornecidas pelo público. notíciasalentejo~ Julho 2006 19 ~ciência&tecnologia A importância do traseiro do cavalo A bitola dos caminhos de ferro (distância entre as linhas) nos Estados Unidos é de 4 pés e 8,5 polegadas, a mesma dos ingleses. Os ingleses usaram esta medida porque as empresas inglesas que construíam os vagões eram as mesmas que construíam as carroças antes dos caminhos de ferro, e usavam as mesmas ferramentas. A distância entre eixos (4 pés e 8,5 polegadas) das carroças estavam adaptadas às estradas antigas da Europa construídas pelos Romanos e que tinham aquela medida porque estavam adaptadas às medidas das suas "bigas". As bigas eram feitas de forma a acomodar os traseiros de dois cavalos! O Space Shutle (vai-vem espacial) norte americano utiliza dois tanques de combustível sólido (Solid Rocket Booster) que são fabricados pela Thiokol, no Utah. Os engenheiros que os projectaram queriam fazê-los mais largos. Porém, tinham a limitação dos túneis dos caminhos de ferro por onde eles seriam transportados, os quais tinham as suas medidas baseadas na bitola da linha. Em conclusão: o exemplo mais avançado em design e engenharia foi afectado pelo tamanho do traseiro do cavalo da Roma antiga. Perguntámos ao Físico Por que não podemos meter um recipiente metálico num microondas? Eis um útil resumo, muiiiiiito simplificado, da resposta. O forno de microondas gera radiações electromagnéticas que provocam intensa agitação das moléculas de água dos alimentos, e o seu consequente aquecimento e cozedura do alimento. Mas não são só as moléculas de água que "reagem". O metal também reage às microondas. Os pratos em alumínio são susceptíveis de provocarem descargas eléctricas sob a forma de faíscas. O vidro de cristal, por conter quantidades importantes de chumbo, também não são adequados para uso no microondas. Os recipientes de barro cozido também são inadequados porque absorvem microondas e atrasam o tempo de cozedura. Como saber então na prática se um recipiente é adequado ou não? Basta colocá-lo no microondas, com um pouco de água, durante 1 minuto. Se o recipiente aquecer e a água permanecer fria, significa que o recipiente absorve a energia das microondas e não deve ser utilizado. Se, pelo contrário a água aquecer e o recipiente permanecer frio, serve perfeitamente. Alguns números: 1884: descoberta das microondas 1947: invenção do forno de microondas 2450 MHz: frequência das microondas 2,45 milhares de milhão: número de oscilações em 1 segundo das moléculas de água excitadas pelas microondas Alimentos funcionais Fomos falar com a Prof.a Ofélia Bento e colaboradores, que têm conduzido na U. de Évora investigação sobre os efeitos de leguminosas, como o tremoço, no metabolismo do colesterol. Retivemos dessa conversa algumas ideias chave. Calcula-se que a influência duma dieta desequilibrada tem peso superior a 30% no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, superior a 35% no do cancro e superior a 50% no caso da obesidade. A indústria alimentar tem vindo a encher as prateleiras dos supermercados com leite, margarina, iogurte, bolachas e outros alimentos enriquecidos com substâncias diversas: fitosterois, ácidos gordos ómega-3, vitamina E, peptídeos activos, etc. a que se convencionou designar por alimentos funcionais, ou seja, que têm propriedades benéficas para o organismo: diminuição do mau colesterol sanguíneo, prevenção de doenças cardiovasculares, luta contra a hipertensão e os radiais livres, etc. Mas a ingestão destes alimentos enriquecidos pode não ter apenas benefícios se ingeridos em doses inadequadas ou pelas pessoas erradas. Iogurtes com peptídeos bio activos só devem ser tomados por hipertensos, mas estes não devem tomar chá (rico em polifenóis) para combater os radicais livres, etc. Qualquer alimento natural, sem aditivos, pode ser considerado como "funcional". Depende da idade e do estado de saúde de quem o ingere. O conselho do médico nutricionista é, pois, essencial. Na sua ausência, deve-se privilegiar combinações de alimentos naturalmente ricos em substâncias benéficas: romãs, morangos, cerejas ou uvas são excelentes para combater os radicais livres; o azeite, rico em ácido oleico e substâncias antioxidantes (compostos fenólicos, vitamina E...), contribui para reduzir o mau colesterol; as pectinas, gomas e outras "fibras" solúveis de leguminosas, como o tremoço e a soja, são também eficazes para aquela redução. E a lista é imensa. Combinar judiciosamente os variados alimentos de origem animal e vegetal, em proporções que devem variar com a idade e o estado de saúde, constitui garantia de que se ingerimos os melhores alimentos funcionais que temos à disposição. Edison (1847-19319) foi o maior inventor de todos os tempos: registou 1093 patentes, recorde não superado até hoje emdia Afonso de Almeida [email protected] Patentes: a outra face da moeda É consensual no mundo empresarial que tecnologias não protegidas não interessam pois não facultam vantagens competitivas nos seus negócios. Também para os governos o n.º de patentes surge como indicador do esforço que as instituições públicas fazem para transferir para o sector produtivo os resultados da investigação. No entanto, de acordo com Tony Smith, Prof. de Filosofia da Universidade de Iowa, nos E.U.A., o aumento do n.º de patentes não serve necessariamente o bem público. A comercialização de direitos de patentes é injusta para as pequenas empresas (que garantem mais de 75% da oferta de emprego) e beneficia as grandes corporações económicas (hoje transformadas em empresas "beduínas") que podem pagar a legiões de advogados especializados para defenderem as suas patentes. Acresce que um grande número de avanços tecnológicos tem origem em pequenas empresas que depois não têm capacidade económica para patentear ou manter as patentes. 97% das patentes são concedidas a indivíduos ou corporações de países onde vive 20% da população mundial. Ora, estes países que se desenvolveram tirando partido de conhecimentos científicos e tecnológicos então considerados como bens públicos, dizem agora aos países onde vive 80% da população do planeta que não podem usar os mesmos meios que eles usaram para se desenvolverem. Mesmo para os próprios cidadãos da região ou do país onde se situam os sistemas públicos de investigação a protecção da propriedade intelectual surge como injusta, porque lhes é pedido que paguem duas vezes: a primeira para financiar a investigação nas suas Universidades e Institutos (investigação que, frequentemente, as empresas privadas se negam a financiar) e a segunda para aquisição de bens e serviços de empresas monopolistas cujos preços incorporam taxas para manterem ou licenciarem as tecnologias resultantes de investigação com dinheiros públicos. notíciasalentejo~ Julho 2006 20 Alentejo: um destino turístico por excelência ...o grande desafio dos respon sáveis do Poder Local consiste em promover o desenvolvimento económico e garantir a preservação integral da nossa iden tidade cultural e potenciar a riqueza ambiental do Alentejo. José Calixto [email protected] O sector do turismo constitui-se, actualmente, no Concelho de Reguengos de Monsaraz e na Região Alentejo, como uma das actividades económicas com maiores potencialidades de expansão e desenvolvimento. A concretização do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva veio criar um vasto leque de opor tunidades, quer para os muitos projectos de turismo em espaço rural que vêm sustentando este sector no Alentejo, quer para o surgimento de novos projectos. Este facto inquestionável deverá traduzir-se num incremento acentuado do nível de responsa bilização das Instituições da Administração Central e do Poder Local na correcta condução deste verdadeiro processo de desenvolvimento regional assente num sec tor, digamos, com oportunidades emergentes. O quadro de factores críticos de sucesso está definido: 1. Apoio e acompanhamento dos inúmeros projectos turísticos de qualidade já instalados no Concelho de Reguengos de Monsaraz, quer ao nível da pequena e média Hotelaria Tradicional, quer ao nível do Turismo em Espaço Rural; 2. Melhoria e preservação da qualidade da água do 'Grande Lago de Alqueva'; 3. Rigoroso respeito pela natureza como pressuposto para distinguir claramente a excelência deste destino turístico, ou seja, 4. Definição de sólidas estr uturas ecológicas para as áreas abrangi das por novos projectos; 5. Correcto ordenamento do território, tendo por base indicadores urbanísticos e arquitectónicos que respeitem integralmente a nossa cultura e a ancestral forma de organização das nossas comu nidades locais; 6. Envolvimento activo das nos sas gentes no processo de 'formação de conceitos' dentro dos quais irão assentar os master plans destes novos projectos. Em poucas palavras, o grande desafio dos responsáveis do Poder Local consiste em promover o desenvolvimento económico e garantir a preservação integral da nossa identidade cultural e potenciar a riqueza ambiental do Alentejo. Os promotores dos grandes projectos do sector turístico que se encontram em desenvolvimento no Concelho de Reguengos de Monsaraz, sabem perfeitamente todo o rigor que deverão assumir em questões como o respeito pelo ambiente, pela natureza e pela qualidade da água. Não é menos verdade que, eles próprios, têm todo o interesse em distinguir os seus empreendimentos com níveis de qualidade de serviço bastante acima da média doutros destinos turísticos já con solidados. Esse é o único caminho para a rentabilização dos respec tivos projectos. Sabemos o enorme esforço que está a ser desenvolvido no sentido de incorporar nos planos estratégicos da grande parte destes projectos uma significativa redução das emissões de gases com efeito de estufa, opções por arquitectura bioclimática, utilização de energias renováveis, utili zação de equipamentos eficientes em termos do seu consumo energético, eficaz gestão florestal que permita aumentar o sequestro de carbono... A perspectiva temporal é igualmente muito relevante na análise destes projectos: estamos a falar de programas de implementação de projectos que podem chegar a duas ou três décadas. Quando se refere um número absoluto de camas como indicador da dimensão da carga turística que irá surgir à volta do Alqueva, torna-se intelectualmente necessário analisar em paralelo o período de desenvolvi mento e implementação desses projectos. O desenvolvimento turístico do Alqueva irá certamente induzir alterações substantivas em toda a Região, com o aumento da carga urbanística, pelo que estes projectos deverão ser entendidos numa perspectiva regional e refe renciados a uma situação futura e não só às características actuais da população do Concelho de Reguengos de Monsaraz e da própria Região. Por outro lado, projectos com dimensão estruturante com horizontes de concretização de várias décadas, permitirão um aumento populacional gradual, permitindo que o nosso Concelho se possa apetrechar, nomeadamente ao nível das infra-estruturas e dimensão e estrutura da população activa. Não menos importante, é a salvaguarda da pequena e média Hotelaria Tradicional e dos Empreendimentos Turísticos em Espaço Rural. Também este subsector, desde que devidamente apoiado, enquadrado e institucionalmente promovido, poderá beneficiar das sinergias e das economias de escala proporcionadas pelos novos horizontes que se abrem e avizinham. O Alentejo merece que tenha mos a capacidade de 'pensar alto' e ajudar a consolidar decisiva mente um destino turístico de excelência, indutor de desenvolvimento e modernidade. O Pecado Maria Horta ‘O homem criou Deus à sua imagem e semelhança. Por isso não abandona facilmente uma doutrina, mesmo depois de saber que está errada.’ Vergílio Ferreira, "pensar” Há também quem diga que Deus criou o Homem. E fê-lo à sua imagem e semelhança?! Para o caso em apreço, talvez a verdade se sente dos dois lados, ou não seja Jano o Deus bifronte que nunca percebi se assim é representado porque ouve e vê todos para melhor ajuizar ou para sucumbir aos seus pedidos. O Leitor que decida. A minha história é pura ficção. Começa assim: O juiz era, há algum tempo, esperado na sala. Entrou com passo apressado, carregando um dossier e dois códigos. - Todos em pé! - Já podem sentar-se! - Você avança um pouco! Às perguntas que lhe vou fazer tem que responder com verdade. São perguntas sobre a sua identificação. Às outras, só responde se quiser, sendo certo que se não quiser falar, não fala, e o seu silêncio não o pode desfavorecer! Percebeu o que eu disse? Estava estabelecida a comunicação entre duas criaturas de Deus, criadas à sua imagem e semelhança, em quase tudo aparentando ser iguais: a mesma estatura mediana, a mesma cor da pele, a mesma cor dos olhos, a mesma língua, mais ou menos a mesma idade. Mas, uma delas, sentada, num plano superior, envergando traje preto, não por um questão estética ou de luto, mas para que nenhuma cor permitisse, à imaginação dos presentes, estabelecer diferenças entre aqueles dois seres humanos, tinha à sua frente volumes de papéis e livros, que lhe permitiriam, depois de ouvir o considerado o suficiente, julgar a outra, que é como quem diz, ditar o rumo da sua vida, seriamente convencida que esse não pertence a Deus… A outra permanecia em pé, tinha as mãos caídas ao longo do corpo frágil, o peito metido para dentro, as vestes descuradas, o cabelo em desalinho, e um brilhozinho nos olhos de quem ainda fazia o quatro, mas, a quem o álcool, já entranhado, dera a desenvoltura necessária para responder laconicamente: - Sim. - Jura então dizer a verdade? Resposta rápida: - Só a verdade! - O seu nome? Resposta rápida: - Fulano. - Onde mora? Hesitação súbita… - Não sabe onde mora? O nome da rua e o número da porta? Hesitação, olhar perdido, resposta: - A rua não tem nome, não tem rua, não tem sequer porta…Vivo numa barraca… em folhas de lata, que eu próprio fiz… há anos que estamos à espera de uma casa prometida pela câmara… Aproveitando a hesitação e ao mesmo tempo sacudindo a incomodidade da revelação, uma vez que estava ali para julgar os factos e não para ajuizar de outras faltas ou fazer outras criticas, a outra diz: - Pronto: então mora numa barraca! É casado? -Não sou, não senhor... - O nome dos seu pais? - Fulano e Fulana. - Não tem filhos! - Tenho, sim senhor! - Não é casado e tem filhos! Não pode ser! Respondeu a outra que já estava num plano superior, elevando-se ainda mais. - Pode, sim senhor, tenho quatro, uma delas já está casada e mora comigo também… Como se não tivesse ouvido a última revelação, ou talvez para a impedir de se registar na memória, a primeira disparou: - E não sabe que vive em pecado? O Santo Padre não gosta! Não pode ter filhos se não está unido pelos laços sagrados do matrimónio!!! Enquanto a afirmação ribombava como um trovão aos meus ouvidos, sustive a respiração e os meus olhos fixaram-se no inquiridor e no inquirido. O primeiro, numa postura inclinada sobre a enorme bancada, colocada sobre um estrado, com os braços apoiados nos volumes de papéis, tinha a face magra avermelhada e o olhar reprovador procurava apoio entre os olhares da assistência. O segundo mexia-se inquieta e hesitantemente. Subitamente, como se tivesse descoberto a fórmula mágica para serenar o primeiro, virar a página e passar adiante, ripostou: - Mas, a que mora comigo e dorme também no chão já tem um filho! Eu já tenho um neto! O outro, para quem a desenvoltura do primeiro aparentava já uma séria ameaça à solenidade com que tudo deve acontecer, escamoteou mais uma vez a revelação e perguntou: - E de que vive? Nova hesitação absoluta… Elevando o tom de voz, o outro repetiu: - Não percebeu? Qual é a sua profissão? -Sou latoeiro…mas, hoje em dia ninguém quer latas, só plástico…eu ando por aí, ninguém compra nada. Tinha o rendimento mínimo, mas, cortaram-no… não sei porquê... Visivelmente irritado com tanta revelação incómoda que não era para ali chamada e a que urgia pôr um ponto final, o primeiro rematou: - Muito bem: vamos aos factos - agora só fala se quiser. Quer falar? Eu, que assistia ao diálogo, esqueci-me dos factos e andei a deambular pelo espaço por um longo período. Subitamente, caí em mim, ouvindo repetidamente "já tenho um neto, já tenho um neto, já tenho um neto"… Dei-me, então, conta que a vida irrompe inesperada e teimosamente, apesar do pecado! Outra criatura de Deus entrara no mundo para existir e dormir no chão. Questionei-me, então, até quando escreverá Deus direito por linhas tortas? Até quando ignoraremos nós a humana condição dos sub humanos? notíciasalentejo~ Julho 2006 21 ~opinião Joaquina Margalha [email protected] Nos últimos tempos temos assistido a uma tendência sem precedentes de descridibilização e desautorização dos professores. Ouvimos, argumentamos e opinamos sobre o assunto na crença de que estamos a discutir o futuro da educação. Estaremos; contudo, fazemo-lo com base, apenas, numa variável: a classe docente. Ora, uma discussão feita nestes termos é falaciosa porque não tem em conta o problema na sua globalidade e porque assenta em pressupostos discutíveis como o de que a escola, através dos professores, tem a finalidade de resolver todos os males da sociedade. Por isso, atribuímos aos docentes a missão de notasdaaldeia Discutindo o futuro da Educação... serem, para além de professores: assistentes sociais, psicólogos, substitutos dos pais, … Para o efeito, defendemos uma escola a tempo inteiro, o que corresponde a uma ideia que pode ser bem intencionada, mas é perigosa. É-o, em primeiro lugar, porque lhe conferimos uma tarefa de intervenção social que, por ser tão abrangente, ela não poderá desenvolver. É-o, em segundo lugar, porque, ao institucionalizarmos demasiado a infância corremos o risco de desresponsabilizarmos a família, retirando-lhe o papel primordial que lhe cabe no desenvolvimento infantil. Arriscamo-nos, assim, a escamotear a importância da família e a admitir que ela não possui competências para educar os seus filhos. Estamos a definir medidas que terão resultados, apenas, a curto prazo, dando mais tempo à família para outras actividades e assumindo que a escola a pode substituir. No entanto, a escola nunca poderá substituir a família e estas medidas até poderão contribuir para a melhoria do sucesso escolar, mas isso não é suficiente porque a formação para uma cidadania participativa e consciente não se faz, somente, através de bons resultados escolares. Ao desinvestirmos nas relações familiares, alteramos as referências necessárias para que as crianças cres- çam como membros activos da sociedade. Tudo isto levanta algumas questões na obtenção de resultados a médio e longo prazo: Que cidadãos estamos a formar? Que valores lhes transmitimos? Que tipo de pais serão? A discussão sobre o futuro da educação é pertinente e necessária, mas, não será razoável realizá-la tendo como suporte ideias negativas como culpabilização e desresponsabilização porque ela será tanto mais eficaz quanto mais assentar em factores como a credibilização e responsabilização de todos os agentes educativos: pais, professores, funcionários da escola, sociedade. Incursões agrícolas Alberto Magalhães [email protected] Perguntados por mim sobre o ministro da agricultura, dois ou três agricultores, que até têm a cor política do governo, foram-me dizendo que, na guerra com a CAP, a (falta de) razão estaria bem distribuída. O Presidente da República parece ter ouvido opiniões semelhantes, a julgar pelas observações que fez na feira de Santarém. Também já tenho lido que o ministro tem deixado a sua pouca habilidade - ou vontade - diplomática encobrir o seu programa de acção que, no fundamental, seria correcto: Por exemplo, acabar com uma política de subsídios que tem atribuído a maior parte do bolo a uma minoria ou abandonar, nas negociações com Bruxelas, a defesa dos cereais e concentrar-se no desenvolvimento rural. Claro que o pouco que sei da matéria mal dá para meter conversa com os meus vizinhos que ainda se dedicam à terra. "Tenho um amigo que faz agricultura biológica, não usa pesticidas", disse eu quando vim morar para a aldeia, metendo conversa com um vizinho, para quem as máquinas agrícolas parecem não ter segredos. Sem misericórdia, veio rápida a resposta que me calou: "O seu amigo poupa dinheiro, porque o vento se encarrega de levar para as culturas dele o produto que os vizinhos espalham". Mais recentemente, nova tentativa para tomar o pulso à situação agrícola, desta vez às relações do Ministério da Agricultura - que para as bandas de Évora toma o nome de "Malagueira" com o pequeno agricultor tradicional, já com alguns anos em cima e pouca escolaridade. O meu intuito, confesso, era recolher testemunho de que os técnicos do ministério não dão o seu apoio técnico a estes agricultores, já que, nos anos que levo de aldeia, nunca dei notícia da sua presença por cá. Posta a questão nestes termos, entre um copo de tinto e um naco de entrecosto, a resposta veio, pelo menos tão rápida como no caso anterior. "E o que vinha essa gente cá fazer? Ensinar-nos? Mas que sabem eles? O que aprenderam nos livros e mal e porcamente". Se juntarmos à irracionalidade da PAC - a que os franceses continuam a condenar a Europa - este divórcio entre teóricos e práticos da agricultura portuguesa, teremos já uma situação pouco virtuosa. Se a ela juntarmos os saudosistas do proteccionismo salazarista, do "Alentejo - celeiro de Portugal", que restará? Na aldeia, são cada vez menos os que se interessam pelas coisas da terra. Prefere-se a construção civil, a fábrica ou a repartição pública. É preciso um novo fôlego no mundo rural. Oxalá a Europa perceba isso. emoutrapátria A. Sáez Delgado [email protected] O viajante e o turista "Qualquer existência é uma carta enviada anonimamente. A minha tem 3 selos: Paris, Londres. Veneza". Com estas palavras começa Venezas, um dos livros de um dos autores com maior prestígio entre aqueles que pensam que viver é a melhor viagem, a única necessária. A viagem é, todos sabemos disso, uma das for mas ocultas da memória. Por isso, tantas vezes, as páginas dos livros estão cheias de pessoas que vão e vêm, que entram e saiem. Na literatura de viagens, e em toda a literatura, existe uma superstição que sempre me espantou. Trata-se do prestígio do "viajante" sobre o "turista". O primeiro está bem informado, viaja para se conhecer a si próprio, está aberto à aventura, parte sem destino… … um herói literário. O turista viaja em grupo de cidade em cidade sem saber bem o que está a ver, nem por quê nem para quê, deixa-se arrastar pela monotonia do autocarro ou do avião para, finalmente, fazer umas compras e tirar umas fotografias que mostrar ao seu regresso como a peça conseguida no paraíso visitado. Um segundo chega para conhecer uma cidade, um ano não é suficiente para conhecer uma outra. Eis o argumento do viajante, que constrói o seu discurso em volta duma viagem em que nunca sai de si próprio. Quem diz que o turista o faz? A minha existência tem alguns selos, algumas vezes fui viajante. E, no entanto, não posso deixar de me sentir sempre, até quando não saio da minha casa, um simples turista. Um turista que anda por uns dias que quase não conhece, que os confunde com outros visitados antes, que se engana ao recordar os nomes das pessoas e cidades conhecidas e que compra qualquer coisa que lhe garanta mais um segundo de felicidade. Quase nunca sei por que vou ou venho, nem para quê nem por quê, como o mais castigado dos turistas. Se estamos a falar da vida, quem é que não tenta fugir da aventura e segurar-se às poucas coisas que conhece? Quem não sabe o destino final e tenta ficar distraído com uma paisagem que é sempre diferente e sempre a mesma? notíciasalentejo~ Julho 2006 22 figuras&factos~ faça chuva ou faça sol Orquestra de Jazz da Universidade de Évora A Orquestra de Jazz da Universidade de Évora tem mostrado, garante quem já assistiu a alguns dos concertos, um alto nível técnico. Na estreia (25 de Maio, na Universidade de Évora) e posteriormente na Cerimónia de Entrega de Diplomas, os jovens dirigidos pelo professor Eduardo Lopes, interpretaram várias peças dos mais conceituados compositores Norte-Americanos. Afinal, não há assim tantas razões para alguns cine-teatros da região não exibirem uma programação de espectáculos mais variada. Festas de Santo António e Martinho da Vila Martinho da Vila e Rita Guerra fizeram parte do cartaz de espectáculos das Festas de Santo António, em Reguengos de Monsaraz (9-13 de Junho). Martinho da Vila subiu ao palco para um espectáculo que teve por base alguns dos temas mais importantes da sua carreira e justificou o entusiasmo do público. Com um conjunto de músicos de grande qualidade, o sambista mostrou a razão de tão longa carreira e da presença constante em palcos portugueses. Joaquim Miranda (1950-2006) Militante comunista e defensor da «renovação» do PCP, Joaquim Miranda morreu no dia 17 de Junho, vítima de doença prolon gada. Fica um percurso político ao serviço do PCP e do distrito de Portalegre, mas também um discurso contra algumas das decisões da direcção partidária. Foi o eurodeputado português que durante mais tempo desempenhou funções no Parlamento Europeu de 1986 a 2004, ano em que renunciou ao cargo por motivos de saúde. Foi professor do ensino secundário em Portalegre e passou pelo Ministério da Agricultura. Militante comunista desde 1976, chegou a integrar o secretariado das UCP no Norte-Alentejano. No período 1979-1985 passou também pela Assembleia da República e, em termos locais e regionais, foi um dos militantes mais activos do PCP. Em Portalegre foi eleito vereador e foi membro da Assembleia Municipal de Portalegre. Nos últimos anos foi um dos protagonistas das críticas à direc ção do PCP e o seu nome surgiu sempre ligado ao movimento dos renovadores. Tanto o PCP como a Renovação comunista lamentaram a morte de Joaquim Miranda. «Defensor convicto da entrada de Portugal na União Europeia e profundo conhecedor da política comunitária, Joaquim Miranda foi um dos mais activos e prestigiados euro deputados portugueses, a ele se ficando a dever as tomadas de posição mais consequentes em defesa da agricultura portuguesa», pode ler-se numa nota de imprensa publicada no site www.comunistas.info. classificados VENDEDOR/COMISSIONISTA Novo projecto procura vendedor(a)/comissionista para publicidade. Resposta a este jornal ~ Notícias Alentejo, Rua S. João de Deus, 18 7200 Reguengos de Monsaraz Telefone: 266 508 012 Fax: 266 508 019 [email protected]. JORNALISTA/ESTAGIÁRIO Jornal regional procura jornalistas estagiários residentes no Alentejo. Resposta a este jornal, com curriculum vitae Notícias Alentejo, Rua S. João de Deus, 18 7200 Reguengos de Monsaraz Telefone: 266 508 012 Fax: 266.508019 [email protected] COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL Empresa de comunicação procura estagiário na área de comunicação institucional. Preferência a jovens licenciados em Ciências da Comunicação. Resposta a este jornal, com curriculum vitae Notícias Alentejo, Rua S. João de Deus, 18 7200 Reguengos de Monsaraz Telefone: 266 508 012 Fax: 266.508019 [email protected] CURSOS PROFISSIONAIS Escola Secundária Conde de Monsaraz Ano lectivo 2006/07 Cursos Profissionais de Nível III preencha o cupão de assinatura do ‘notícias alentejo’ ~ pág. 11 Técnico de Vitivinicultura e Enologia; Técnico de Turismo; Técnico de Contabilidade. Informações na Escola Secundária Conde de Monsaraz Copianço e corrupção Os países onde os alunos universitários mais admitem copiar em exames são simultaneamente aqueles que apresentam um nível mais elevado de corrupção. A conclusão é revelada por um estudo da Universidade do Porto, recentemente citado pelo Diário de Notícias. Foram inquiridos mais de sete mil alunos dos cursos de Economia e Gestão - 21 países de quatro continentes. pub notíciasalentejo~ Julho 2006 23 ~publicidade notíciasalentejo~ Julho 2006 24 música&letra~ Os monstros J. Alberto Ferreira [email protected] Monstros José Gil Lisboa, Relógio d'Água, 2006 Tradução de José Luís Luna Cruzamos quotidianamente caminho com eles, no cinema, na literatura, na publicidade e nos média, no teatro e na dança contemporâneos, os monstros estão por toda a parte, domesticados as mais das vezes, alimentando o imaginário infantil e juvenil de forma indelével, embora não já aterradora. Quem não viu Monstros e companhia e não recorda a crise da representação da mostruosidade? Quem viu recordará igualmente o final: o monstro tornase um dócil entertainer, o riso revela-se o motor do mundo! Vem isto tudo a propósito de Monstros, tradução recente de um título, primeiramente publicado em 1994, de José Gil. Filósofo, autor que nos habituou ao rigor da reflexão e à clareza expositiva, como quando nos revelou o que é ser português hoje e alcançou o feito de um talvez) improvável bestseller (Portugal hoje o medo de existir, também da Relógio d'Água). Com este Monstros, José Gil estabelece as linhas de uma reflexão em boa medida contígua com obras anteriores (Metamorfoses do corpo, por exemplo) e plasmada em dois grandes vectores. De um lado uma perspectiva histórica, que o leva a percorrer o corpus literário, científico e metafísico da monstruosidade. Lucrécio, Santo Agostinho, os bestiários medievais, Descartes, Aldrovandi, Mandeville, são alguns dos autores que historiaram, analisaram, fundaram mesmo o lugar que o monstro tem na nossa cultura. E que lugar é esse? É exactamente aí que entronca o segundo vector da reflexão de José Gil, e que nos conduz à evidência da aceitação (também necessidade, também razão, até mesmo humanidade paradoxal) do monstro. O autor situa, com efeito, o monstro no «limite interno da humanidade do homem» (p. 17), isto é, o monstro situa-se no espaço limite em que, ao afirmar a evidência do não-humano, obriga a verificar a evidência do humano. Dito de outro modo, do discurso que constrói o monstro (como espaço-limite, como fronteira, como excesso), resulta a evidência do que permanece dentro do limite, porque é dentro desse limite que exactamente se define (o humano é a evidência do não-monstro perante o monstro). Diz José Gil: «o homem procura nos monstros, por contraste, uma imagem estável de si mesmo» (pág. 125). No trânsito histórico que o monstro (e a ideia de monstro e a sua recepção) percorrem, José Gil sublinha a radical transformação entre a ideia de monstro até à Idade Média (dominada pela narrativa das raças monstruosas) e a que no Renascimento emerge, configurando uma muito reconhecível evidência da constituição dos sujeitos da Idade Moderna. No deslocar da atenção narrativa para os nascimentos monstruosos, «É o próprio corpo do homem que muda, assim como a sua representação e o seu modo de viver o espaço e o tempo» (pág. 19). No capítulo que dedica à representação, quer dizer, àquela condição de superação do simbólico (que é também uma passagem do analógico ao digital), encontramos um novo elemento deste processo: o discurso da ciência, da colecção e do museu. Porquê aí os monstros? «Porque são seres descontextualizados por excelência; e porque, talvez mais uns do que os outros, interpelam a curiosidade, requerem um novo saber» (págs. 66-67) e um teatro para esse saber (o museu acolhe o monstro porque este espelha o museu): o teatro da autenticidade e da legitimação (do mundo). Entre a reflexão cartesiana e as muitas tipologias de categorização de que foram objecto os monstros, o ensaio avança em direcção ao pensamento sobre o corpo e ao papel que o monstro pode tomar como seu 'desvio', e que José Gil caracteriza como uma infralíngua: «o que, por exemplo, no corpo […] permite captar, sem recorrer à linguagem articulada, o sentido de um gesto ou de uma forma» (pág. 142). O que é de novo uma forma de dizer do interesse contemporâneo pelo monstro. Depois das raças monstruosas, depois do nascimento dos monstros, é irrevogavelmente do corpo e no corpo que o problema do sentido se joga. Um rápido reconhecimento do lugar da performance na segunda metade do século XX e das suas declinações contemporâneas (a estas podíamos acrescentar a fotografia de, por exemplo, David Nebreda ou Witkin, muita dança, certas formas do espectáculo tecnológico), que o mesmo é dizer dos seus e nossos monstros, não faria senão confirmar os termos desta busca de sentido(s). 95.5fm104.7fm Antena Sul ALENTEJO notíciasalentejo~ Julho 2006 25 ~crónica tópicos O escritor e o seu fantasma Luís Carmelo [email protected] ‘O presente passou, subitamente, a ser o novo nome da melancolia’ bilhete postal Muito antes do advento da 'Cultura - Pós, Pós', os dispositivos expressivos centrados no livro já interiorizavam, há milénios, a ideia de 'fim'. Revi isso em alguns dos meus próprios livros (Anjos e Meteoros, Viragem Profética, etc.), li-o em certos autores (como, Baudrillard), vi-o em certas épocas (guardo um bom conjunto de revistas do final de 1999) e fascinei-me com o facto em projectos de investigação que já lá vão (como o da UQAM de Montréal). Todo este eco me parece hoje encoberto por uma névoa bastante espessa. E porquê? Justamente porque a rede inventou um novo modo de 'morrer e nascer ao mesmo tempo', como se com isso tivéssemos fundido a anamnese platónica, o Nilo e a redenção do Ganges com um tipo de instantaneidade que luz hoje no 'on-off' dos olhos já nada deslumbrados - das nossas crianças. Essa invenção, que atravessa o modo de vida da blogosfera de várias maneiras (o modo como os blogues acabam e recomeçam, ou como vivem da actualização permanente) retirou da expressão que vai dominando o novo medium uma tradição muito ligada à melancolia. Essa tradição está ligada a um tipo de história, cujo significado irradiava do passado por razões míticas, canónicas ou de domesticação moderna do tempo. A história perdeu entretanto as suas estruturas subjacentes, tornou-se policentrada e deixou de ser essencialmente territorial. O presente passou, subitamente, a ser o novo nome da melancolia. Já não uma melancolia que se estrutura em objectos fixos (na Carta do PseudoHipócrates a bílis era o humor da melancolia), mas uma melancolia que se dilui na euforia da interacção e na acelerada 'des-referenciação' da vida e do quotidiano. Quando penso nos blogues e os associo a esta superação de um inevitável 'horizonte de fim', ocorre-me quase sempre Blanchot possuído pelo desespero apocalíptico de quem imaginou o último escritor sobre a face da terra (sim, o escritor: essa figura pós-romântica que encarnaria um deus a passearse para sempre na brisa do espaço público). Quase no final do seu livro, Le livre à venir (1959), Blanchot pôs em cena a morte do último escritor, perguntou alarmado: O que resultaria de um tal facto? A resposta não se fez esperar: "Apparemment un grand silence". É uma daquelas frases que sempre me perseguiu. A reflexão de Blanchot é depois invadida por um tom algo dramático. Com a morte do último escritor, apareceria "um novo ruído" e com ele anunciar-se-ia a era da não palavra ("l´ère sans parole"). Este novo ruído ouvir-se-ia para sempre. Mais: ele havia de escapar a todo o tipo de distracção e transformar-se-ia num verdadeiro vazio que fala ("un vide qui parle"): insistente, indiferente, sem segredos, capaz de isolar e separar os homens, capaz de separá-los de si mesmos conduzindo-os a labirintos sem fim. Este ruído segundo o autor - consistiria num novo figurino de palavra, mas uma palavra exilada e bizarra. A natureza estranha desta palavra ("l´etrangeté de cette parole") revelar-se-ia pelo facto de parecer querer dizer qualquer coisa, quando, ao fim e ao cabo, não diria, nem transmitiria absolutamente nada. É como se nessa palavra se exprimisse uma certa profundidade, embora com frieza, sem intimidade e sem alegria. E assim, desse modo fugaz, ela acabaria por ocultar-se por trás de tudo o que disséssemos e por trás de cada pensamento mais íntimo ("derrière chaque pensée familière"). Essa palavra - continuava Blanchot mais à frente, já no final do penúltimo capítulo do livro (capítulo IV) - seria "essencialmente errante" e "toujours audehors", ao contrário, por exemplo, do monólogo interior que é movido por um centro: "ce "Je" qui ramène tout à luimême, alors que l´autre n´a pas de centre" (pp.296-302). Não é fácil encontrar uma premonição da rede, ao mesmo tempo tão melancólica e fascinante, quanto esta de Blanchot (editada no ano em que saíram a público a Aparição de Vergílio Ferreira e a "Teoria dos grafos aleatórios" de Erdos e Rényi e um ano antes da publicação da sintomática 'teoria da interacção simbiótica homemcomputador' de Joseph Licklider). Fim por fim, ainda aqui andamos a tentar entender a metamorfose em que a palavra, afinal, se transformou. pub La Torada, por Pablo Picasso LER PARA SER LIVRARIA SÍTIO DAS LETRAS REGUENGOS DE MONSARAZ telefone 266 508 010 fax 266 508 017 Grupo Coral "Guadiana", de Mértola » O Cante Alentejano foi reconhecido em Reguengos de Monsaraz como «Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal» Foto: João Espinho | http://pracadarepublica.weblog.com.pt morada Rua S. João de Deus, 18 notíciasalentejo~ Julho 2006 26 Peugeot 407 agora com motor 2.2 HDi FAP 170cv Nova motorização para um prazer acrescido Jorge Reis [email protected] Líder em 2005 no segmento médiosuperior português, a gama 407 da Peugeot foi sucessivamente enriquecida desde o seu lançamento, em Maio de 2004, com a silhueta SW (Outubro 2004) e com o 407 Coupé (Janeiro 2006). Agora continua o seu desenvolvimento, propondo a partir de Julho uma nova motorização na berlina e na SW: o motor 2.2 HDi biturbo FAP de 170 cv, que faz a sua estreia numa nova série especial. Representando a quarta fase da cooperação entre a PSA Peugeot Citroën e a Ford Motor Company, este motor beneficia da tecnologia do duplo turbo sequencial paralelo, o que constitui uma novidade mundial num quatro cilindros. Além disso, esta nova motorização vem coroar a oferta de motores diesel de quatro cilindros HDi FAP, proporcionando à gama 407 os meios para continuar um sucesso comercial que lhe permitiu atingir já a marca de 472.500 exemplares fabricados até ao final de Março de 2006. Em 2005, o primeiro ano completo de comercialização, foram vendidos em todo o mundo 257.600 exemplares do 407. Em Portugal, a gama teve uma aceitação notável que lhe atribuiu, no ano passado, a liderança do seu segmento com uma quota de 14%. No total, desde o lançamento, foram comercializadas mais de 6.000 unidades no nosso país. Produzido à cadência de 650 exemplares por dia, dos quais 59% na silhueta berlina, 25% na silhueta SW e 16% em Coupé, o 407 é maioritariamente vendido em versões diesel: desde o seu lançamento, 79% dos 407 vendidos na Europa foram equipados com motorizações diesel HDi. No plano nacional, a importância dos motores diesel é ainda mais relevante, ao representarem praticamente 100% do mix de 2/8 combustíveis da gama 407. O destaque vai para a motorização 1.6 HDi FAP de 110 cv que, nos primeiros quatro meses do ano, representou 56% das vendas, seguido pelo 2.0 HDi FAP de 136 cv com 43,5%. 407 2.2 HDi FAP 170 cv Um novo quatro cilindros… bi-turbo Esta nova motorização bi-turbo dispõe de uma dotação tecnológica inovadora, capaz de oferecer aos 407 berlina e SW um brio e um prazer de utilização dignos de motores com cilindrada muito superior. As performances testemunham este facto, uma vez que à berlina, só com o condutor a bordo, bastam 30 segundos para percorrer o quilómetro de arranque, enquanto que, em 5ª velocidade, a recuperação de 80 a 120 km/h se faz em 8,1 segundos. A velocidade máxima de 225 km/h é atingida em 6ª velocidade. Esta motorização topo de gama surge associada a uma caixa mecânica de 6 velocidades. A tecnologia deste motor e a consequente disponibilidade de binário a baixo regime influenciam favoravelmente o consumo de combustível (6,1 litros aos 100 km em ciclo misto) e a contenção das emissões (160 g/km). Em Portugal, esta nova motorização fará a sua estreia numa série especial com uma decoração interior desportiva específica, construída a partir da versão Sport, à qual acrescenta, de série, equipamentos valorizantes como um interior meio-couro, o sistema Hi-Fi JBL, os faróis de Xénon ou o sistema de ajuda ao estacionamento. Mas vejamos então com mais pormenor este novo motor 2.2 HDi FAP 170 cv: Este quatro cilindros de 2.179 cm3 dispõe de uma cabeça de dezasseis válvulas e de duas árvores de cames à cabeça. O binário e o tempo de resposta a baixo regime foram particularmente cuidados, já que o motor desenvolve 200 Nm a partir de 1.000 rpm e 280 Nm a 1.250 rpm. Além disso, o motor possui uma faixa de utilização muito alargada, com uma grande disponibilidade em qualquer regime (mais de 355 Nm a 3.000 rpm). A potência máxima de 170 cv (125 kW) é atingida a 4.000 rpm e o binário máximo de 370 Nm a 1.500 rpm, o que, ao mesmo regime, representa mais 54% que na geração precedente do 2.2 HDi. Alguns objectivos ambiciosos presidiram à concepção deste novo motor: - Obter brio e prazer de utilização dignos de um motor de maior cilindrada, conciliando este facto com níveis reduzidos de consumo e de emissão de CO2 (confirmação da política tecnológica de "downsizing") e, ainda, com um desempenho ambiental de elevado nível (Euro 4 e Filtro de Partículas). - Corresponder às exigências de protecção dos peões, reduzindo a altura do motor sob o capot. - Assegurar um excelente conforto acústico e vibratório, graças, em particular, à presença de dois veios de equilíbrio contra-rotativos. Uma câmara de combustão de um novo tipo, o common rail de terceira geração que eleva a pressão a 1.800 bar e, evidentemente, um duplo turbo sequencial paralelo, constituem as principais inovações tecnológicas que permitiram vencer este desafio técnico. diminuir a quantidade do mesmo que é incompletamente queimada. Aquele efeito é obtido através de tratamentos específicos da geometria e da concepção do pistão (realizado em alumínio de grande capacidade mecânica e térmica). Esta geometria permite também diminuir significativamente o SWIRL (movimento de rotação do ar na câmara de combustão), limitando assim as perdas térmicas contra as paredes. Estas evoluções conduziram a uma melhor homogeneidade da mistura ar/combustível, daí resultando uma melhoria significativa do rendimento global do motor e uma combustão mais silenciosa. O duplo turbo sequencial paralelo O novo 2.2 HDi revela-se exemplar em matéria de respeito pelo ambiente. Desde logo, importa lembrar que o motor diesel oferece um excelente rendimento termodinâmico e que a injecção directa HDi com a pressão muito elevada do sistema de rampa comum melhora ainda mais as suas performances, permitindo uma combustão mais homogénea e completa, originando um melhor rendimento da combustão e reduz indo significativamente as emissões na origem. Além disso, o funcionamento dos dois turbo compressores e o sistema de recirculação dos gases de escape contribuem activamente para a protecção do ambiente e para o respeito da norma EURO 4. Mais especificamente, neste novo 2.2 HDi FAP, a associação da nova câmara de combustão e de uma pressão de 1.800 bar permite uma redução das emissões na ordem de 30%, comparativamente com a geração precedente. O motor é naturalmente associado à tecnologia FAP (filtro de partículas) da última geração com filtro aditivado, que apresenta, no caso do 2.2 HDi, uma periodicidade de mudança de 180.000 km, possível graças à melhoria do aditivo e do elemento filtrante. O aditivo Eolys, cuja eficácia acrescida permite reduzir a sua dosagem no combustível, diminui a quantidade de resíduos armazenados nas paredes do filtro. O elemento filtrante apresenta uma nova estrutura, na qual a geometria "octosquare" e o maior diâmetro dos canais de entrada aumentam claramente a capacidade de armazenamento dos resíduos. A tecnologia do duplo turbo sequencial paralelo constitui uma novidade mundial num motor de quatro cilindros. O sistema (patenteado com a Honeywell Turbo Technology) é composto por dois turbo compressores idênticos de reduzidas dimensões. A baixo regime, a reactividade do motor é assegurada por um único turbo. Este é apoiado pela segunda unidade, que entra em acção paralelamente entre as 2.600 e as 3.200 rpm, em função da carga solicitada e das condições atmosféricas. Fica assim coberta toda a gama de utilização do motor. O comando do conjunto é inteiramente assegurado pelo processador de controlo do motor. Por outro lado, a reduzida inércia dos turbos, devido ao seu pequeno formato, suprime o tempo de resposta durante a entrada em funcionamento. Estas inovações tecnológicas permitem melhorar o prazer de condução e oferecem, em particular, uma grande disponibilidade de binário. Além disso, o utilizador pode rodar mais frequentemente a baixo regime, reduzindo assim o consumo de combustível. A câmara de combustão ECCS "Extreme Conventional Combustion System” O motor 2.2 HDi é equipado, em cada um dos seus pistões, com uma novíssima câmara de combustão. Comparativamente à da geração precedente, a câmara caracteriza-se por uma taxa de compressão reduzida (16,6 em vez de 18) e por um maior diâmetro (+ 25%), o que, ao limitar a proporção de combustível em contacto com as paredes, contribui para Um common rail de terceira geração Este sistema de combustão ECCS é associado a um novíssimo common rail Bosch de terceira geração, cuja pressão de injecção foi elevada para 1.800 bar (1.350 bar, na primeira geração). A pressão de injecção elevada, associada aos novos injectores piezoeléctricos em que cada injector é dotado de sete orifícios (em vez dos cinco anteriores) com um diâmetro de 135 mícron, permite multiplicar o número de injecções (potencialmente, até seis por ciclo) e está na origem de uma pulverização muito fina do gasóleo. Com a optimização da mistura ar/gasóleo, a combustão é mais completa e mais homogénea, reduzindose as emissões poluentes na origem. O respeito absoluto pelo ambiente Motor mais compacto, a acústica e as vibrações A altura total do motor foi reduzida em 4 cm relativamente à geração anterior. Muito compacto, este motor apresenta uma grande facilidade de adaptação aos veículos e oferece um acréscimo de protecção aos peões, ao libertar um espaço ainda mais importante entre o capot e o bloco do motor, o que permite uma melhor absorção de energia em caso de colisão. O cárter de cilindros com paredes duplas, patenteado e realizado directamente por fundição, permite melhorar as performances acústicas do motor em 3dB, facto que é perceptível pelo cliente. Os dois veios de equilíbrio contra-rotativos contribuem para um comportamento vibratório de bom nível, enquanto que o amortecimento dos apoios do motor e o volante duplo optimizado melhoram a filtragem das vibrações. Além disso, a borboleta colocada no sistema de admissão, dotada de um tempo de resposta muito curto, é desengrenada na fase de paragem do motor, de modo a evitar qualquer vibração durante essa fase. A manutenção... e a caixa mecânica 6C Um cárter de óleo de grandes dimensões, realizado em duas partes, permite aumentar a periodicidade das mudanças de óleo para 30.000 km. Dentro do mesmo espírito, a correia de comando e os seus acessórios de tracção são concebidos e dimensionados no sentido de evitar qualquer manutenção durante a vida do veículo. O motor do 407 2.2 HDi FAP é associado a uma caixa mecânica ML6C de seis velocidades, justamente apreciada pelo prazer de utilização que proporciona, pela precisão e rapidez. Compacta - uma das suas características mais marcantes -, apresenta as mesmas dimensões de uma caixa de cinco velocidades, mantendo o raio de viragem. A caixa de velocidades é ainda reforçada, principalmente ao nível do cárter de embraiagem e do grupo cónico, de modo a suportar o binário de 370 Nm. As ligações ao solo As ligações ao solo foram adaptadas em coerência com o dinamismo do conjunto moto propulsor. Ligadas a uma estrutura com uma elevada rigidez à torção, as suspensões constituem um conjunto tecnológico eficaz que garante uma segurança activa e um prazer de condução de elevado nível. O trem dianteiro, do tipo "duplo triângulo com pivot desalinhado", assegura, por exemplo, uma excelente capacidade direccional e uma grande precisão da direcção. O trem traseiro multibraço garante também um controlo rigoroso de cada roda, independentemente das circunstâncias. Os dois trens utilizam uma forte proporção de alumínio, o que contribui para o seu desempenho mecânico e para a redução do peso. Os 407 berlina e SW equipados com este motor recebem jantes em liga leve de 17 polegadas e pneus 215/55 R 17 W, e a travagem recorre a discos de 330x30 mm à frente e 290x12 mm atrás. O dispositivo é completado por uma repartição electrónica de travagem, com gestão roda por roda, e por um sistema de assistência à travagem de emergência. Tal como acontece em qualquer dos 407, um sistema ESP ("Electronic Stability Programm") da última geração, dotado com uma gestão particularmente elaborada, corrige qualquer ameaça de "sub-viragem" ou "sobreviragem". A série especial 407 2.2 HDi FAP 170 CV Para lançar em Portugal este novo motor diesel HDi, a Peugeot criou uma série especial topo de gama, cuja comercialização arrancará no mês de Julho. Muito valorizante, a série especial 407 2.2 HDi constituirá um dos níveis de equipamento mais ricos do 407 e estará disponível nas silhuetas berlina e SW. Construído a partir do nível de equipamento Sport, este novo reforço da gama 407 alia da melhor forma o carácter desportivo do modelo animado por esta motorização ao elevado nível de conforto disponível a bordo. Em particular, no que se refere ao equipamento, os 407 2.2 HDi distinguem-se das versões Sport por incluírem uma decoração exclusiva de ambiente desportivo e por enriquecerem uma oferta de equipamento já de si muito completa, acrescentando, de série, um interior meio-couro, o sistema Hi-Fi JBL, os faróis de Xénon e o sistema de ajuda ao estacionamento. Assim, da vasta panóplia de equipamentos de conforto, segurança e tecnologia que oferecem, os 407 berlina e SW animados pelo motor 2.2 HDi de 170 cv destacam-se por propor, entre outros, os seguintes elementos de série: - 7 airbags (frontais, coluna de direcção, laterais dianteiros e tipo cortina) - ABS com repartidor electónico de travagem - Alarme perimétrico e volumétrico + supertrancamento - ESP de última geração com gestão integral de travagem por roda - Indicador visual e sonoro (+15km/h) para colocação dos cintos de segurança dianteiros - Regulador e limitador de velocidade - Sensor de baixa pressão dos pneus ou furo - Trancamento automático (+10kms/h) das portas, tampa da mala e tampão do depósito - Ar condicionado automático com regulação independente esquerda/direita com sensor bi-direccional de exposição solar - Banco do passageiro modulável (SW) e regulável em altura - Computador de bordo - Interior específico meio-couro - Sistema HI-FI JBL de 240 Wattts com amplificador, 8 canais, equalizador, 10 altifalantes e leitor de ficheiros MP3 - Vidros dianteiros e traseiros com comando eléctrico, sequenciais e antientalamento - Volante desportivo de 3 raios em couro, regulável em altura e profundidade - Barras de tejadilho em cromado acetinado (SW) - Faróis de Xénon com correcção automática da altura e lava-faróis - Faróis de nevoeiro dianteiros - Jantes em liga leve de 17'’ - Limpa-vidros dianteiro automático com sensor de chuva - Óculo traseiro escurecido de abertura independente (SW) - Sistema "follow me home” - Sistema de ajuda ao estacionamento - Tecto panorâmico em vidro (SW) Entre os opcionais desta série especial, destacam-se o tecto de abrir com comando eléctrico (4p), kit mãoslivres Bluetooth, carregador de 6 CD's no porta-bagagens e o Pack Couro, Pack Navegação a Cores e Pack Viagem. notíciasalentejo~ Julho 2006 27 ~prazeres ...dafotografia ...dapoesia tos e a volumetria dos veraneantes abarca toda a fotografia. Se quiser fazer umas fotografias da prole a dar as primeiras braçadas, não se esqueça, em primeiro lugar, da máxima "há mar e mar, há ir e voltar", certifique-se depois que a bandeira não lhe vai cobrar uns euros de multa, e, por fim, decida-se: ou quer [email protected] que na fotografia apareçam os petizes ou, se preferir, as ondas do mar. Na praia, a solução 2 em 1 não é aconselhável: de tanto mar se querer abarcar, as cabecinhas das nossas crianças vãose assemelhar a intraduzíveis pontos negros no oceano. PoupeChegou o mês de Julho e com ele se a ter que explicar aos seus colegas e amigos que aquele ponas constantes idas à praia. tinho à direita é o Jonas e aqueAlguns irão passar um ou outro le lá mais ao fundo é a Clarisse. fim-de-semana, que os bolsos O que fica mesmo bem é aprovazios não permitem pagar o ximar-se o mais possível da criimposto do combustível quanto ançada, tentar captar os seus mais o próprio combustível, movimentos de brincadeira e, outros - muitos - conseguirão com um pouco de jeito, registar manter-se por lá uma ou duas as inúmeras gotas que se forsemanas, alternando a areia mam sempre que há uma crianquente com umas boas sardiça dentro de água e que tanto nhadas, regadas com sangria incomodam os adultos desespefeita de maus vinhos e outras rados. tantas bebidas de agressivos Como este também é um mês paladares. Nesta ocasião a actividade "ti- de muito Sol, não se esqueça que rar fotografias" invade os nossos as horas mais quentes não estragam só a pele. São também as tempos livres e focamos as fotografias que aparecem queiobjectivas em tudo o que tenha madas, com um cromatismo movimento. pouco fiel à realidade e com conPrimeiro conselho: durante a viagem não se ponha a tirar foto- trastes esquisitos, fazendo com que os fotogramas fiquem sem grafias à paisagem porque, por qualidade. mais linda que ela seja, o moviPara os apreciadores, este é mento do carro vai trazer-lhe resultados frustrantes. Ou domi- um período em que proliferam as fotografias ao Sol a deitar-se. na a técnica de fotografar em Tenha cuidado, pois o astro pode movimento ou então pare o transformar-lhe as fotografias carro na berma e tente fazer os numa verdadeira bola de fogo e seus "bonecos". aí você vai mesmo pensar que Já na praia se aconselha que não tem queda para a arte. O imprima algum movimento às que pode ser verdade. Ou talvez suas fotografias. Nas praias apinão! nhadas de multidão é mais fácil, pois os movimentos são mais lenBoas férias e boas fotografias! E em 1972, Sérgio Godinho escreveu: Vieram profetas Vieram Doutores santos milagreiros, poetas, cantores cada qual com um discurso diferente p'ra curar a vida da gente e a gente parada fez orelhas moucas que com falas dessas as esperanças são poucas mas quando o Bar nabé cá chegou Toda a gente arribou [bis] Que é que tem o Barnabé que é diferente dos outros? João Espinho “na praia” pub Vieram peritos em habilidades dizer que a for tuna cresce nas cidades e que só ganha quem concorrer e quem vai ser, quem vai ser que vai ganhar, vai vencer? E a gente parada fez orelhas moucas que com falas dessas as esperanças são poucas mas quando o Bar nabé cá chegou Toda a gente ganhou [bis] Que é que tem o Barnabé que é diferente dos outros? Vieram comerciantes vender sabonetes danças regionais, televisões, rabanetes em suaves prestações mensais e quem dá mais, quem dá mais? [bis] E a gente parada fez orelhas moucas que com falas dessas as esperanças são poucas mas quando o Bar nabé cá chegou quem tinha ouvidos ouviu quem tinha pernas dançou Que é que tem o Barnabé que é diferente dos outros? ...damesa Sabores de Monsaraz Especialidade da Casa: Medalhões de Porco Preto; Arroz de Pato à Sabores; Migas Gatas; Bacalhau à Sabores. Preço médio: 20 Euros Aceita Reservas Métodos de Pagamento: Todos os cartões Horário: 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 22h30 Largo de São Bartolomeu Monsaraz | 969 217 800 [email protected] O Restaurante Sabores de Monsaraz situa-se na Vila Medieval de Monsaraz, classificada como Monumento Nacional. A vista sobre a albufeira de Alqueva, a esplanada e o parque infantil fazem deste restaurante um local apetecível para famílias em férias ou de visita de fim-de-semana. Na ementa, pratos da cozinha tradicional alentejana, incluindo entradas variadas. Alguns destaques: Caldo de Aves com Hortelã, Arroz de Lebre e Calducho (por encomenda). notíciasalentejo~ Julho 2006 publicidade~