CAPÍTULO UM - COMO ESCOLHER A CORRETORA

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CAPÍTULO UM - COMO ESCOLHER A CORRETORA
4 de abril de 2014
CAPÍTULO UM - COMO ESCOLHER A CORRETORA
Nesta primeira etapa do guia, apresentamos o processo de seleção da
instituição financeira que vai levar seu bolso até a Bolsa de Valores
Este é um guia prático para quem deseja conhecer os primeiros passos para investir em ações. Se
você chegou até aqui, imagino que tenha se familiarizado com o tema Bolsa de Valores em algum
lugar. Se ainda não, preste atenção nas linhas abaixo. Separamos o que você precisa saber entre o
pensar em investir em bolsa e o comprar ações, de fato.
Chama-se Bolsa de Valores o ambiente que serve para negociação de vários contratos financeiros,
inclusive ações de empresas. No Brasil, a BM&FBovespa fica sediada em São Paulo, e opera por meio
de um sistema totalmente eletrônico. Você manda a ordem via internet, ou o assessor da corretora faz
isso pra você. A informação chega na Bolsa e, então, o negócio é realizado.
Hoje a Bovespa concentra toda a negociação de ações no Brasil. É uma empresa como qualquer
outra, tem acionistas e precisa entregar lucro. Qual sua função social? Aos investidores que compram
e vendem ações, serve para constituir patrimônio ao longo do tempo. Já as empresas colocam suas
ações à disposição para receber novos sócios e consequentemente levantar dinheiro para novos
projetos. Com isso, a empresa toca investimentos, gerando empregos e girando a roda da economia.
Pronto. Hora de saber como você, investidor, entra na história. Boa leitura.
minha primeira ação - capítulo um
4 de abril de 2014
“Oi gerente, quero comprar ações”
Está decidido. Chegou a hora de romper com a inércia da caderneta de poupança e migrar para
opções mais atrativas de investimento, como as ações de empresas. Sair do amadorismo no trato com
o dinheiro e caminhar até a Bolsa de Valores requer a escolha de um intermediador.
Não dá para bater na porta da BM&FBovespa com o bolso cheio e pedir para virar sócio de uma
Vale do Rio Doce. Todo o processo de investimento funciona em quatro braços: corretora e Bolsa. São
os dois elementos cruciais para finalmente aplicar o rico dinheirinho em ações.
Como vimos acima, a BM&FBovespa é dominante no mercado brasileiro. Além de hospedar o
ambiente de negociação das ações, executa a liquidação financeira dos ativos e regula toda a etapa
pós-negociação. As corretoras de valores, por sua vez, representam a porta de entrada do investimento
em ações. Ao contrário da BM&FBovespa, há bem mais do que só uma instituição por aí.
Estima-se que há cerca de 80 corretoras no Brasil habilitadas a levar nossa grana até a Bolsa. Eis,
portanto, a necessidade de se por em prática uma triagem para escolher a sua.
Segundo pesquisa da própria Bolsa, o banco ainda predomina como canal para investimentos em
ações. Quase todas as pessoas consultadas procurariam o gerente do banco caso fossem investir em
Bolsa. A instituição financeira (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) que você tem conta
corrente fatalmente possui uma corretora. Ao optar por utilizar os serviços da corretora na mesma
estrutura onde movimenta a conta corrente, economiza-se custos com TED. Porém não adianta evitar
essa despesa e pagar muito caro com as outras despesas cobradas pela corretora.
Basicamente as duas principais taxas que o investidor deve ficar atento são a taxa de corretagem e
a taxa de custódia. A primeira se refere ao custo de transação fixado pela corretora. A segunda quer
como escolher a corretora
4 de abril de 2014
dizer o preço pelo serviço da corretora de guardar as ações do investidor. Geralmente cobra-se
corretagem a cada operação, enquanto o custo de custódia é mensal.
Quem está entrando no mercado de ações provavelmente está pensando em rentabilidade mais
gorda do que a poupança ou do que os títulos públicos da renda fixa. Por isso a importância de se
levar em conta as taxas inerentes ao processo, sob o risco de ver parte do ganho corroído antes de
chegar em suas mãos. Não existe um valor inicial mínimo para comprar ações na Bolsa. Com menos
de R$ 1.000 você consegue adquirir um lote padrão de papéis de uma empresa no mercado. Porém,
dependendo dos valores de taxas envolvidas, a transação pode não valer a pena.
A Empiricus defende a bandeira do aprender na prática a investir em ações. Começando
justamente com poucas quantias, ciente de eventuais perdas, para experimentar o primeiro contato
com o universo da renda variável. Nenhum livro-texto conseguirá transmitir a rotina das cotações e as
reações perante o comportamento do mercado. E tudo isso é mais fácil do que parece.
Premissas para não se arrepender
Além das corretoras dos bancos, há uma diversidade enorme de corretoras independentes. Difícil
identificar diferenças na oferta de serviços, o melhor é garimpar qualidade. Os sites das corretoras são
bem coloridos, cheios de opções para clicar: “Invista agora!”, “Chegou a hora do seu futuro!”, “Abra
sua conta!”. Várias vezes aparece a opção “Produtos”, que leva para “Ações”. Aqui especificamente
focaremos no homebroker, o sistema de compra e venda de ações pela internet. Há quem prefira
realizar as ordens por telefone, conversando com o operador. Vai de cada um. Mas atenção aos custos.
E não precisa ter medo do homebroker. Afinal, ele é irmão caçula do internet banking.
A função básica de todo homebroker é o envio de ordens. Exemplo. A investidora Luana quer
comprar ações da empresa Y. Simultaneamente, o investidor Cláudio almeja vender os papéis da Y.
Cada uma faz o envio da ordem para suas respectivas corretoras que, por sua vez, vão encaminhar os
pedidos para a Bovespa. Se o que Luana está disposta a pagar coincidir com o preço que Cláudio topa
se desfazer das ações, a negociação é concretizada. Você faz tudo do computador, sem sair de casa.
O homebroker também serve para auxiliar no monitoramento do mercado. Além de ver em
tempo real as cotações das ações e dos índices de ações, como o famoso Ibovespa, o sistema registra as
ordens enviadas, discriminando quais foram executadas e quais prosseguem em aberto. Também fica
disponível para visualização 24 horas por dia as ações que detêm em carteira, o saldo financeiro da
conta, extratos de operações realizadas e histórico de posição financeira.
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Praticamente duas empresas provedoras de tecnologia fabricam os homebrokers que usamos no
Brasil. Isso quer dizer que aparentemente eles não mudam muito de uma corretora para outra, com
exceção às cores do layout ou disposição das janelas. Conforme a imagem abaixo, no centro aparece o
desempenho da ação, com a cotação e a variação do momento. Logo à esquerda, a janela “Comprar/
Vender” permite que você programe sua compra, colocando o código da ação, a quantidade de
papéis, o preço... E, acima, um “status” da carteira para saber quais ordens foram executadas.
Conforme abordamos antes, os custos de transação podem corroer parte dos ganhos com venda de
ações. Quem vasculhar os sites das corretoras perceberá que há taxa de corretagem por ordem desde
R$ 2,90 até R$ 30,00. As taxas de custódia variam entre isenção, caso você faça alguma ordem no
mês – e, portanto, dê alguma receita à corretora pelo consumo da banda de internet pela visualização
das cotações no homebroker -, até cerca de R$ 15,00 por mês.
Fique atento porque a tela de negociação não resume o serviço do homebroker. As corretoras
também disponibilizam relatórios de análise, ferramentas de gráficos e atendimento disponível a todo
o momento. A proatividade e qualidade disso tudo varia de corretora para corretora.
Sabemos que custo é importante, e aí não há outra forma se não vasculhar as opções mais
interessantes. Porém estamos falando de um serviço que requer garantia de qualidade e execução.
Qual seria a triagem adequada, portanto, para começar com o pé direito?
Há algum tempo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) criou o chamado boletim de
atendimento ao público, um documento que reúne consultas, reclamações e denúncias protocoladas
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por meio dos diversos canais de atendimento ao público investidor. Uma espécie de mapa dos
principais problemas enfrentados pelos investidores, citando as instituições que sofreram maior
número de reclamações. Infelizmente o relatório mais atualizado se refere ao consolidado de 2012.
Mas vale consultar. No ranking dos assuntos mais reclamados, liderança disparada de
“intermediação no mercado” – 26,50% das queixas no ano retrasado. E mais da metade dessas
queixas ligadas à intermediação endereçam “negociações com valores mobiliários”. Óbvio também
que quem é maior vai ter mais reclamação, então é preciso ponderar isso.
Para acessar o boletim de atendimento ao público, basta entrar no site da CVM e clicar na opção
dentro do item Proteção e Educação ao Investidor.
Além da CVM, a própria BM&FBovespa, como entidade autorreguladora, criou uma forma de
mensurar os avanços de infraestrutura das corretoras. Desenvolveu o chamado Programa de
Qualificação Operacional (PQO), uma certificação que indica aprovação da qualidade dos serviços
oferecidos. Quem quiser, eventualmente pode dar prioridade para quem exibir esse selo.
Nos últimos cinco anos, em meio ao crescimento de investidores de alta frequência, houve uma
maior necessidade de investimentos em tecnologia por parte das corretoras. Isso porque o investidor
de alta frequência opera por meio de computadores equipados por algoritmos matemáticos capazes de
realizar operações ultrarrápidas no mercado. São várias ordens enviadas em menos de um segundo,
provocando um acúmulo de mensagens processadas pelo sistema da Bolsa. Com isso, a infraestrutura
do mercado corre atrás para se fortalecer, sob olhar atento da BM&FBovespa.
minha primeira ação - capítulo um
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A nós, seres humanos mortais, fica a dica de observar os nomes de corretoras aprovadas no PQO.
O comitê da Bolsa responsável pelas certificações concede cinco selos: Agro Broker, Carrying Broker,
Execution Broker, Retail Broker e Home Broker. Sugerimos atenção às credenciadas nas categorias
Execution Broker e Home Broker no segmento Bovespa.
Para acessar a área do programa no site da BM&FBovespa, clique aqui.
Pronto, com essas informações em mãos, você futuro investidor está apto a escolher com
autonomia. Ciente dos temas abordados aqui, você pode agora por si só entrar em contato nas
corretoras que interessar e notar a atenção dispensada a um futuro cliente.
Se ainda não souber por onde começar, entre nesta seção do site da BM&FBovespa e utilize os
filtros de busca de corretoras, conforme sua ideia inicial de investimento. A partir dos nomes que
surgirem, faça uma pesquisa aprofundada e tome sua decisão.
Boa sorte!
PS: No capítulo dois desta série de cinco capítulos do Minha Primeira Ação, ingressaremos na
etapa da abertura de conta, passando pelo trâmite burocrático de documentação e cadastro.
A reprodução indevida, não autorizada, deste relatório ou de qualquer parte dele sujeitará o infrator a multa de até 3 mil vezes o valor do relatório, à apreensão das
cópias ilegais, à responsabilidade reparatória civil e persecução criminal, nos termos dos artigos 102 e seguintes da Lei 9.610/98
como escolher a corretora
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CAPÍTULO DOIS - COMO ABRIR A CONTA
Conheça a etapa burocrática de abertura da conta na corretora e o
cadastro de perfil do investidor neste segundo capítulo da série
Depois de escolhida a corretora que vai conectar seu dinheiro ao universo da Bolsa de Valores, o
investidor se depara com a tarefa de abertura da conta na corretora.
Abrir conta é como abrir conta no banco, certo? Sim, incluindo toda a burocracia.
Faz sentido. Nos últimos anos, as autoridades do mercado de capitais elevaram a régua regulatória
sobre as instituições intermediadoras de valores em sintonia com a maior exigência de infraestrutura
tecnológica para processar ordens no mercado. Este cenário, aliado à recente crise financeira que
afastou pessoas físicas da Bolsa, despertou o setor para a profissionalização - ainda bem.
A médio prazo, há quem espere uma onda de fusões e aquisições envolvendo as atuais cerca de 80
corretoras no Brasil habilitadas a levar seu dinheiro até ações de empresas. A BM&FBovespa concorda
e monitora esse prognóstico, ciente do papel das corretoras como força de vendas da Bolsa.
É importante conhecer esse panorama antes de criticar algum zelo burocrático.
Chega de conversa. Hora de preencher o cadastro e abrir a conta. Boa leitura.
minha primeira ação - capítulo dois
8 de maio de 2014
Com lenço, com documento
O site da corretora escolhida para ser a ponte da sua grana ao mercado de ações está aberto na
tela do computador, brilhando na sua frente. E agora?
Em primeiro lugar recomendamos que o futuro investidor, caso ainda não tenha feito, entre em
contato com a corretora, por telefone, para confirmar as informações de custos (taxas de custódia e
corretagem) e algum outro detalhe que despertou a atenção no site.
Geralmente as corretoras não cobram nada de taxa de abertura ou encerramento da conta. E as
transferências de recursos por meio de DOC ou TED também ocorrem sem custo adicional. Só para
não perder o fio da meada, o que estamos preparando para abrir na corretora é uma conta que será
usada para comprar ações - a exemplo de uma conta corrente. Ou seja, um canal que receberá
dinheiro da nossa conta no banco com o objetivo de investir em Bolsa de Valores.
Ciente das informações, o investidor deverá preencher a ficha cadastral (disponível no site da
corretora) e enviá-la devidamente assinada ao endereço da corretora com a seguinte documentação:
- Cópia autenticada do documento de identificação (RG, Carteira Nacional de Habilitação ou
carteiras de órgão de identificação civil).
- Cópia autenticada do CPF (Quando já constar no documento de identificação não é necessário
enviar a cópia deste).
- Cópia simples do comprovante de residência (O comprovante deve estar em seu nome, em nome
do cônjuge ou dos seus pais. O endereço do comprovante deve ser o mesmo informado em seu
endereço residencial).
As informações demandadas pela instituição podem variar de uma para outra. Mas normalmente
como abrir a conta
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as corretoras precisarão desses dados para iniciar o cadastro. Além disso, os procedimentos para envio
de dados e ficha cadastral nem sempre são iguais. Via de regra a corretora facilitará o processo para
abrir uma nova conta, oferecendo, às vezes, serviço de motoboy para retirada dos documentos. Outras
efetuam o processo via internet, com digitalização das cópias.
O detalhe é que a cópia de documento deve ser autenticada. Nada que uma fila pequena no
cartório perto do trabalho não resolva. Pronto, agora falta preencher o cadastro.
Conservador ou PPE?
A ficha cadastral começa com perguntas básicas: nome, números de documentos, nome dos pais,
endereço de casa e comercial. Tranquilo. Na sequência solicita-se ao investidor informações a respeito
de patrimônio, tais como rendimento mensal e bens materiais - imóveis, aplicações financeiras.
Depois o cadastro ingressa na fase de definição do perfil. O investidor deverá responder se se
enquadra como “pessoa politicamente exposta”, conforme as características abaixo:
“Declaração obrigatória – pessoa politicamente exposta
Nos termos da Circular no 3.339, de 22/12/2006 do Banco Central do Brasil, foram definidos procedimentos a
serem observados pelas instituições financeiras a respeito da movimentação de recursos pelas chamadas:
(i) Pessoas Politicamente Expostas - PPE
(ii) Pessoas Relacionadas a Pessoas Politicamente Expostas - PPE Relacionado,
assim definidas como "aqueles públicos que desempenham ou tenham desempenhado, nos últimos cinco anos, no Brasil
ou em países, territórios e dependências estrangeiros, cargos, empregos ou funções públicas relevantes, assim como seus
representantes, familiares e outras pessoas de seu relacionamento próximo.”
O questionamento pertence a um esforço do setor financeiro, em nível mundial, para combater
fraudes e lavagem de dinheiro. No caso pretende-se apontar pessoas que podem representar um risco
mais elevado de corrupção por ser titular de cargo político. Quando lançada pelo Banco Central, em
2006, a medida visava maior vigilância dos bancos sobre operações efetuadas por políticos.
PPE ou não, o investidor ainda tem mais informações a prestar. Em especial o chamado formulário
de Análise de Perfil do Investidor (API), mais uma demanda regulatória coerente com as melhores
práticas do mercado financeiro. É o chamado “Suitability”, ou “adequação” no português.
Basicamente, por meio de um questionário, estipula-se um perfil de risco (conservador, moderado
ou arrojado) que permite uma triagem de operações no mercado compatíveis com a tolerância do
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investidor a perdas. Se levado a sério é um esforço louvável já que muitos marinheiros de primeira
viagem acabam entrando em ondas arriscadas absolutamente despreparados.
Eis o formulário de cadastro:
“Formulário de Cadastro - Avaliação de Perfil de Investidor
Quais são seus conhecimentos e experiência em investimentos financeiros?
( ) Não entendo o mercado de renda variável, porém tenho interesse em investir em ações, de forma conservadora.
( ) Já me sinto seguro para tomar decisões de investimentos no mercado à vista.
( ) Já me sinto seguro para tomar decisões de investimentos no mercado à vista e, também, no mercado de derivativos opções, termo e futuro.
( ) Domino o assunto e me sinto seguro para realizar qualquer tipo de operação no mercado de renda variável.
Qual o objetivo do seu investimento?
( ) Preservação do capital para não perder valor ao longo do tempo, assumindo baixos riscos de perdas.
( ) Aumento gradual do capital ao longo do tempo, assumindo riscos moderados.
( ) Aumento do capital acima da taxa de retorno média do mercado, mesmo que isso implique em assumir riscos de perdas
elevadas.
( ) Obter no curto prazo retorno elevados e significativamente acima da taxa de retorno média do mercado, assumindo
riscos elevados.
Por quanto tempo você pretende deixar seu dinheiro investido?
( ) Acima de 3 anos
( )Entre 1e 3 anos.
( )Entre 6 meses e 1ano.
( ) Menos de 6 meses.
Caso as suas aplicações em renda variável sofressem uma queda superior a 50%, o que você faria?
( ) Venderia toda a posição e aplicaria em renda fixa.
( ) Manteria a posição aguardando uma melhora do mercado.
( ) Aumentaria a posição para aproveitar as oportunidades do mercado.
Seu perfil de acordo com este questionário é: (...).”
Após o preenchimento da ficha cadastral é hora de enviar a documentação para a corretora.
Independentemente da forma (motoboy, internet), o contrato enfatizará que o cliente declara ter
conhecimento dos riscos inerentes ao investimento no mercado de ações, podendo acarretar em perda
como abrir a conta
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do capital investido. E, naturalmente, que o cliente pagará à corretora comissão pelos serviços de
intermediação. Fique sempre atento, portanto, a eventuais mudanças de taxas.
Atualmente, o tempo de envio da documentação até a abertura de conta demora cerca de um dia.
Basta aguardar o e-mail: “Cadastro concluído com sucesso” e receber a senha para finalmente
acessar o homebroker e colocar os dois pés na Bolsa de Valores.
Boa sorte!
PS: No capítulo três desta série de cinco capítulos do Minha Primeira Ação, conheceremos o
funcionamento do homebroker, dos índices de ações e das chamadas empresas blue chips.
A reprodução indevida, não autorizada, deste relatório ou de qualquer parte dele sujeitará o infrator a multa de até 3 mil vezes o valor do relatório, à apreensão das
cópias ilegais, à responsabilidade reparatória civil e persecução criminal, nos termos dos artigos 102 e seguintes da Lei 9.610/98
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13 de junho de 2014
CAPÍTULO TRÊS - ACESSANDO O HOMEBROKER
Nesta etapa do guia abordaremos o sistema de compra e venda de
ações pela internet mergulhando no Índice Bovespa e suas blue chips
Corretora escolhida, conta aberta. Seu dinheiro se aproxima da Bolsa de Valores. Em breve você
poderá ser sócio de uma grande empresa brasileira, como Ambev, Vale, Itaú, Bradesco, Gerdau...
Para comprar a ação de uma empresa você utilizará os serviços do homebroker, ferramenta
lançada em 1999 que permite o envio de ordens ao sistema da Bolsa pela internet. Até então o
investidor dependia do telefone para executar a operação junto a um operador da corretora.
Além da agilidade, a tecnologia concede autonomia. Da sua casa, na praia, na casa de campo, de
qualquer lugar, o investidor sozinho coloca em prática suas convicções para ganhar dinheiro.
De cara tudo isso soa desafiador. Mas não é. Neste capítulo do guia apresentaremos como
funciona o homebroker, e os conceitos envolvendo índices de ações e empresas blue chips.
Mais adiante entraremos nos temas de análises de ações até efetivamente o processo de compra da
primeira ação. Um passo de cada vez, sem enrolação.
Boa leitura.
minha primeira ação - capítulo três
13 de junho de 2014
Luz, câmera, ação!
O acesso ao homebroker ocorre por meio do site da corretora. Login e senha, pronto. Bem-vindo à
plataforma que conectará seu dinheiro ao universo das ações de empresas.
Variando cor e estilo de layout de corretora para corretora, o homebroker tem uma área para
programar uma ordem de compra ou venda de ações. Isso quer dizer preencher corretamente o
código da ação, definir a quantidade e as condições do negócio, como a que preço deve ser
concretizado (abordaremos todo o processo de compra de uma ação no capítulo cinco desta série).
O sistema também concentra informações da carteira de ações do investidor, a posição financeira,
ou seja, os valores à disposição na conta para comprar ações, além de dados de notas corretagem de
operações anteriores. Após a etapa de cadastro concluído e conta recém-aberta, geralmente as
corretoras já liberam um “login” e “senha” para acesso ao homebroker, mesmo ainda sem nenhum
depósito de dinheiro para negociar no mercado de ações.
Por fim, há ferramentas que costumam conter um serviço de notícias em tempo real e dispositivos
de gráficos e cotações que podem auxiliar uma tomada de decisão.
acessando o homebroker
13 de junho de 2014
Por meio do homebroker, o investidor pode a qualquer momento consultar o status de
determinada ação no mercado. A rede de dados das corretoras é atualizada em tempo real, recebendo
informações diretamente da BM&FBovespa. Quanto está custando uma ação da Petrobras?
Ao clicar em cotações, não adianta escrever PETROBRAS. No mercado, as ações das empresas
listadas são nomeadas por códigos. No caso de Petrobras, PETR3 e PETR4 representam as ações
ordinárias (ON) e preferenciais (PN) da estatal petrolífera (falaremos mais de ONs e PNs).
O quadrado que pula da tela do homebroker mostra uma ação PETR3 valendo R$ 16,98, às
16h34, do pregão da Bovespa. A ação está subindo 1,86% em relação ao fechamento do dia anterior.
Entender a dinâmica é simples. Se a pessoa tivesse um dinheiro na conta da corretora, poderia
cadastrar uma ordem interessado em comprar a ação da Petrobras. A ordem programada no
homebroker é transmitida via on-line ao sistema da corretora, que repassa para a BM&FBovespa.
Em adição ao homebroker, as corretoras também costumam enviar informativos diários aos
clientes contendo um resumo de acontecimentos do dia que repercutiram no mercado financeiro,
cotações de dólar, juros, bolsas internacionais e indicadores econômicos do Brasil e do mundo.
Tais dados não merecem destaque como grande diferencial de serviços. Há de se ponderar a
utilidade de saber o “IPC-S da terceira quadrissemana de agosto” para comprar uma ação. De
qualquer maneira, a partir de agora, convém se atualizar dos principais acontecimentos econômicos
para, aos poucos, assimilar o noticiário com viés mais crítico e menos passivo.
Ainda no homebroker, o investidor iniciante deve encontrar referências de análises de ações. Há a
abordagem fundamentalista e a técnica... Mas vamos por partes. Afinal, onde entra aí o tal Índice
Bovespa falado todos os dias pelo William Bonner na televisão?
minha primeira ação - capítulo três
13 de junho de 2014
Índices de ações e “blue chips”
O Ibovespa ou Índice Bovespa serve como um termômetro do desempenho do mercado de ações
brasileiro. Por que? Ele reúne 71 das ações mais negociadas e representativas de cerca de 400
empresas listadas na Bolsa. A partir desta amostra, reflete a vontade de investidores de comprar e
vender papéis. Quanto mais gente quer comprar, o índice sobe e quanto mais gente vender, ele cai.
Risco, incerteza, volatilidade, tensão, pessimismo, otimismo, alívio, confiança, desânimo… Esses
são termos usados pela mídia econômica para descrever a evolução da Bolsa baseado no Ibovespa.
Todos os dias o índice sofre uma mudança súbita de humor, alternando decepção e orgulho diante de
uma informação econômica ou uma previsão diferente disso ou daquilo. Esse comportamento errante,
meio maníaco-depressivo, abriga receios e desejos do investidor.
Diversas vezes lemos nos jornais e nos sites de economia: “…as ações da empresa Y caem com
investidores ‘zerando posições’…”. Ora, se há alguém vendendo, há alguém comprando. Essas
“posições” passaram de uma mão para outra. Talvez a cabeça que controla uma das mãos esteja com
medo de um incidente difícil de calcular o risco. Enquanto a outra cabeça está ditada pela vontade de
obter um ganho enorme rapidamente.
É importante entender que índice de ações não representa a Bolsa brasileira como um todo. Há
empresas com menor valor de mercado e menos negociadas que estão fora do Ibovespa e, portanto,
distantes dos holofotes. São as chamadas “small caps” e “mid caps” que, ao longo do tempo, podem se
apreciar em Bolsa, ganhar relevância em termos de valor de mercado e chegar ao Ibovespa.
Especificamente no Ibovespa, o investidor tende a observar o índice de olho nas ações de empresas
renomadas, como Ambev, Vale, Itaú e Bradesco. São companhias que estamos acostumados a
acompanhar em nosso dia-a-dia pelo tamanho de suas operações no Brasil.
Essas são as chamadas “blue chips” da Bolsa. No mercado de ações, porém, não há garantia de
sucesso nem mesmo a bordo de uma blue chip. É importante fazer a lição de casa para ter convicção
na hora de aplicar o dinheiro na renda variável. E isso é bem mais simples do que parece.
PS: No capítulo quatro desta série de cinco capítulos do Minha Primeira Ação, conheceremos as
possibilidades de análise de ações e como fazer contato com empresas alvo de nosso investimento.
A reprodução indevida, não autorizada, deste relatório ou de qualquer parte dele sujeitará o infrator a multa de até 3 mil vezes o valor do relatório, à apreensão das
cópias ilegais, à responsabilidade reparatória civil e persecução criminal, nos termos dos artigos 102 e seguintes da Lei 9.610/98
acessando o homebroker
31 de julho de 2014
CAPÍTULO QUATRO - ESCOLHENDO A AÇÃO
Conheceremos nesta etapa do guia as possibilidades de análise de
ações e como fazer contato com empresas alvo de nosso investimento
Entre o aprender a mexer no homebroker e o ato de comprar a primeira ação, há a etapa na qual
o investidor dedicará mais tempo ao longo da jornada na Bolsa de Valores. Definir a estratégia de
investimento. Dentre tantas empresas listadas na Bolsa, eu me tornarei sócio de qual delas?
A parte burocrática para se habilitar a negociar ações está resolvida. Também já entendemos o
funcionamento do sistema de compra e venda de ações pela internet, inclusive conhecendo o universo
de índice de ações, como o famoso Ibovespa, e as categorias blue chips e small caps.
Estudar uma empresa para saber se vale a pena aplicar seu dinheiro não requer um diploma em
Economia na Universidade Stanford. Um leigo também pode ser bem-sucedido.
Daqui a pouco você se tornará sócio de uma grande companhia brasileira, libertando seu dinheiro
das migalhas da poupança para colher crescimento de lucros de empresas ao longo do tempo.
Mas antes de comprar a primeira ação, vamos analisar o mercado.
Boa leitura.
minha primeira ação - capítulo quatro
31 de julho de 2014
Gráficos e fundamentos
Há quem diga que o êxito no mercado de ações é proporcional à dedicação na análise das
empresas. Sob esse ponto de vista, em tese, quanto mais tempo estudando ações, melhor o resultado
das aplicações. Na prática, o aprendizado fruto de erros e acertos molda o investidor de sucesso.
Como começar? Em primeiro lugar o investidor deve conhecer os dois tipos de análise de ações: a
análise fundamentalista e a análise técnica. Basicamente esta última consiste em aproveitar uma alta
da ação no curto prazo. A partir do gráfico com o histórico da cotação, tenta-se prever tendências
futuras do papel. Já a fundamentalista prega algo mais palpável. Investiga-se a saúde operacional e
financeira da empresa para mensurar sua capacidade de gerar retorno ao longo do tempo.
Em ambos os casos, o passado traz informação relevante. Mas o futuro é difícil de prever. O que
resta é se esforçar para compreender bem o presente.
É uma tarefa ambiciosa, reproduzida diariamente na interpretação do desempenho dos mercados.
Há interações da Bolsa com diversas questões mundiais. Um conflito na Síria provoca ruídos nas ações
de todas as partes do globo. É a tal da incerteza. O medo de investir sem localizar o risco.
Vamos para as ações. Dentre outras dentro do Ibovespa, a Vale é uma companhia enorme e
reconhecida, que transmite a ideia de boa empresa a qualquer pessoa. Em primeiro lugar, o que ela
faz? É importante saber responder essa pergunta pensando que nossos avós estão perguntando. A Vale
retira da natureza o minério de ferro que serve de insumo para a produção de aço. A análise
fundamentalista poderá recomendar compra para a ação da Vale, sob duas premissas: I) otimismo em
relação à demanda por commodities metálicas – leia-se China; II) atual administração vem se
esforçando no sentido de ter maior disciplina com custos. São apenas exemplos.
Mesmo os analistas e economistas reclamam de falta de visibilidade sobre a economia chinesa. Os
escolhendo a ação
31 de julho de 2014
investidores acabam reféns da agenda de indicadores internacionais. Isso vale também para Estados
Unidos e Europa. Todos os dias chega um dado novo sobre as potências econômicas, desmentindo ou
confirmando expectativas do além. A variação dos dados para cima e para baixo é enorme.
Se sintetizar a atividade mundial está cada vez mais complexo, convém iniciar a jornada com uma
ação ligada à saúde econômica do Brasil. Pois além dos indicadores diários, a experiência cotidiana
enriquece a análise. Se a cunhada é demitida junto de outros milhares em uma multinacional, o amigo
entra em férias forçadas na montadora que trabalha e o carrinho de supermercado enche menos com
a mesma quantidade de dinheiro do mês passado, é sinal de que a coisa não anda muito bem. Em
outras palavras, o investidor consegue desenvolver uma visão mais autocrítica das projeções.
Do mundo para o Brasil, do Brasil para o Estado de São Paulo, por exemplo. Olhando somente as
características do estado onde mora e supondo demandas da sociedade, dá para pensar em empresas
que tendem a ser relevantes ao longo do tempo. Por exemplo, uma carteira de ações com Sabesp,
Comgás e até mesmo uma empresa farmacêutica. São nomes em que a procura não depende tanto de
avanço da renda da população. Afinal, remédio é um bem que você vai precisar de qualquer jeito,
diferentemente de uma calça jeans ou outra coisa que sofreria caso a economia piorasse.
Comprar barato e área de RI
O setor está bem, a economia ajuda e a empresa é excelente. Hora apertar o botão de compra?
Ainda não. Agora é o momento crucial de respeitar a regra elementar de finanças: comprar barato e
vender caro. O investidor deve se preocupar em comprar uma ação barata.
As empresas são pessoas. Basta você reparar na empresa onde trabalha. As decisões e o ritmo dos
acontecimentos para o rumo da firma dependem de fatores aleatórios, além dos fundamentos
econômicos. Ao adquirir algo barato, crescem as chances de surpresas positivas, e não o contrário.
Um índice de ações interessante para dar o pontapé inicial é o Índice Brasil Amplo (IBrA), irmão
do Ibovespa, mas com composição mais abrangente, ponderando liquidez (papéis negociados por
muitas mãos). São mais de 130 ações. Além disso, no homebroker, o investidor pode visualizar o
gráfico da cotação nos últimos 12 meses e, assim, ter uma ideia boa sobre a tendência do papel.
Uma empresa cujas ações caem na faixa de dois dígitos no acumulado do ano talvez esteja
passando por um momento de impopularidade. Quem está empenhado em ganhar dinheiro ao longo
do tempo pode aproveitar esta situação pontual para se posicionar e aguardar a recuperação.
minha primeira ação - capítulo quatro
31 de julho de 2014
Porém cuidado. Há casos em que o barato merece ficar barato, ou seja, não possui indícios de
retomada. Um filtro de desvalorizações anuais pode trazer, por exemplo, várias empresas
incorporadoras de imóveis dentre as maiores quedas no ano. Antes de entrar com tudo, convém
pesquisar um pouco mais. É sabido que os preços do setor imobiliário estão nas alturas. Se você
conhece alguém que está financiando um imóvel, será que ele está satisfeito com os procedimentos da
incorporadora? Se o Banco Central está subindo o juro para contar a inflação, isso deve ter algum
efeito negativo em novos financiamentos. E nesta avalanche de “achos” tem até gente que acha que há
uma “bolha imobiliária”. Esses aspectos devem ser considerados na hora de montar posição.
Olhar só o preço não basta para saber se a ação está barata. É uma visão parcial, de cima para
baixo. Assim como faríamos caso decidíssemos virar sócio do dono da padaria da esquina, precisamos
conhecer mais detalhes da empresa falando com o dono da padaria.
Por isso a importância de se comunicar com a área de Relações com Investidores das empresas.
Pessoas mais experientes do mercado dizem que os departamentos de RI servem para as empresas se
mostrarem como gostariam e não como são, de fato. Debate à parte, é o local que serve de ponte ao
investidor pessoa física que está começando do zero. Vamos utilizá-lo, portanto.
Em geral os sites de empresas de capital aberto, listadas na BM&FBovespa, possuem uma seção
chamada “Relações com Investidores” ou “Investidores”. Lá dentro há uma aba de “Perfil
Corporativo”, com uma descrição da empresa. Uma outra chama “Governança Corporativa”,
contendo informações de composição acionária da empresa, nomes dos diretores e dos conselheiros.
Também há uma aba com comunicados da empresa ao mercado e “Central de Resultados”.
Normalmente o próprio site disponibiliza uma seção de envio de mensagem para o departamento
de Relações com Investidores. Caso contrário, basta procurar em “Contatos”.
Veja abaixo um exemplo de conversa de e-mail entre um investidor e a área de RI da Vale.
Investidor:
“Caros, bom dia!
Estou iniciando minha vida no mundo dos investimentos. Já estou com conta aberta na corretora e estou agora na fase de
escolher minha primeira ação.Vi que a ação da Vale acumula queda no ano e estou ponderando se essa é uma boa
oportunidade. O que poderiam me dizer?
Obrigado.”
escolhendo a ação
31 de julho de 2014
Vale:
“Prezado Sr. Investidor,
Agradecemos seu interesse pela Vale!
Investimentos em ações apresentam riscos, não existindo nenhuma garantia explicita ou implícita de que o investidor vá
obter ganhos ou perdas de parte do capital investido num curto prazo. Entender isso é fundamental antes de se tomar a
decisão de investir em ações, seja quais forem.
É importante lembrar que os movimentos de curto prazo não necessariamente refletem a solidez financeira da empresa e os
fundamentos do seu mercado. Porém, no longo prazo as boas empresas e com excelentes fundamentos tendem a refletir isso
e a trazer mais retornos aos seus acionistas do que as demais concorrentes. Por sua solidez e capacidade de crescimento, as
ações da Vale apresentam boas perspectivas de retorno para os investidores no longo prazo.
Em 2008-2009 o mundo passou por uma crise e os ativos de todas as empresas tiveram uma redução enorme. A
Vale está, desde então, trabalhando para que o capital da empresa se valorize e retorne aos níveis anteriores à crise e possa
a partir daí, continuar sua história de crescimento. Somos uma empresa vitoriosa e continuaremos nessa linha; estamos
confiantes em nossa recuperação e crescimento.
Esperamos tê-lo como um dos nossos acionistas em breve. Atenciosamente,
VALE”.
Essa conversa ocorreu em 2013 e marcou o início de outros contatos posteriores. A postura do
departamento de RI auxilia na tomada de decisão. Um RI que não responde e-mails nem atende
telefonemas pode até representar uma boa empresa, mas talvez falhe na comunicação com o mercado.
Sempre vale enfatizar que erros e acertos fazem parte do processo.
Aprender a investir em Bolsa conserva alguma semelhança com guiar uma bicicleta. Se você não
sabe, parece impossível. E, uma vez que se aprende, jamais se esquece.
PS: No quinto e último capítulo desta série do Minha Primeira Ação, mergulharemos finalmente
no processo de compra da primeira ação após a decisão de qual empresa investir.
A reprodução indevida, não autorizada, deste relatório ou de qualquer parte dele sujeitará o infrator a multa de até 3 mil vezes o valor do relatório, à apreensão das
cópias ilegais, à responsabilidade reparatória civil e persecução criminal, nos termos dos artigos 102 e seguintes da Lei 9.610/98
minha primeira ação - capítulo quatro
29 de agosto de 2014
CAPÍTULO CINCO - COMPRANDO A AÇÃO
Finalmente, neste último capítulo do guia, mergulharemos no
processo de compra da ação de uma empresa na Bolsa de Valores
Se até aqui foi tranquilo, agora não tem segredo. Chegou a hora de conectar o bolso com o
universo fascinante da renda variável, fazendo jus à condição de investidor.
Antes do primeiro capítulo o mercado de ações parecia algo distante, reservado a um seleto grupo
de pessoas. O preconceito está superado. Seu dinheiro encontra-se mais perto do que nunca de uma
fração do capital de uma boa empresa brasileira, livre da mesmice da conta poupança.
A perda da virgindade em Bolsa é um momento único. No capítulo a seguir acompanharemos
como foi efetuada na prática a compra de uma ação, ao fim de 2013. Ao contrário do capítulo
anterior, mais teórico, o objetivo aqui será compreender a execução do processo.
Afinal, este é um guia para aprender a investir dinheiro em Bolsa, e não um relatório com
recomendações. A partir dessas instruções você estará apto a escolher uma corretora, abrir conta,
analisar estratégias de investimento e comprar uma ação. Mas lembre-se: comece com pouco.
Boa leitura.
minha primeira ação - capítulo cinco
29 de agosto de 2014
Começando com 100 ações
Como qualquer outro tipo de aplicação financeira, o investimento em ações carrega riscos de
perda do capital investido. Se é considerado mais arriscado do que a caderneta de poupança, significa
que também tende gerar retornos superiores à média.
Ciente desta relação natural de risco e retorno, o investidor iniciante deve começar a empreitada
na Bolsa com pouco dinheiro. O aprendizado ocorre gradativamente, a partir de erros e acertos
comprando e vendendo ações. Não adianta ler um manual de instruções para conseguir andar de
bicicleta, é preciso tentar pedalar sozinho e abandonar as rodinhas ao longo do tempo.
Para entrar em ação, vamos assumir que separamos R$ 5 mil da grana acumulada nos últimos
anos para investir em ações. Como será a primeira vez, começaremos comprando um lote padrão
mínimo de 100 ações. É possível adquirir menos ações do que 100, ou alguma outra quantidade
quebrada fora do lote de 100, porém é mais fácil encontrar pessoas detentoras de lotes de 100 ações
do que donas de 55 ou 78 ações, por exemplo. Focaremos, portanto, em lote padrão.
Isso quer dizer que se a ação da Vale (VALE5) aparecer na tela do homebroker valendo, por
exemplo, R$ 26, precisaríamos disponibilizar R$ 2.600 para adquirir um lote padrão. Assim como se
a ação da Petrobras (PETR4) estivesse cotada em R$ 23, o investimento em um lote padrão atingiria
R$ 2.300 para virar sócio da empresa petrolífera.
Sabemos que o conceito elementar de finanças é comprar barato para vender caro.
Consequentemente, uma empresa que atravessa um momento pontual de baixa popularidade pode se
tornar um alvo do investidor iniciante. E, considerando que temos R$ 5 mil para investir, devemos
levar em conta que não convém, neste primeiro momento, comprar uma ação com preço cotado
acima de R$ 30. Isso representaria um aporte na faixa de R$ 3 mil, ou seja, 60% do capital inicial.
comprando a ação
29 de agosto de 2014
Fim da virgindade
A primeira decisão prática a ser tomada é deixar os R$ 5 mil aptos a comprar ações. Como vimos
nos primeiros capítulos, após a escolha da corretora, o investidor abre uma conta na corretora. O
dinheiro precisa ser depositado nesta conta para viabilizar a compra de ações na Bolsa.
Assim que o investidor realiza o cadastro na corretora, ele tem acesso aos dados bancários da
instituição para depositar o dinheiro, eventualmente por meio de TED. Depois, mediante o envio do
comprovante do depósito à corretora, a grana ficará disponível.
Veja abaixo o extrato de um homebroker em operação realizada em setembro de 2013.
Pronto. Podemos agora comprar a primeira ação. O homebroker mostra um saldo de R$ 5.000.
Qual ação comprar? A título ilustrativo, usaremos o exemplo de um negócio realizado também em
setembro de 2013. Um investidor iniciante decidiu iniciar a jornada na Bolsa comprando um lote
padrão de 100 ações da fabricante de móveis planejados Unicasa, sob o código UCAS3.
O investidor considerou, na ocasião, três fatores para tomar a decisão: I) uma forma de participar
indiretamente do setor imobiliário; II) a ação acumulava desvalorização, pois a empresa atravessava
um momento de ajuste com fechamento de lojas e início de nova estratégia com lojas próprias e
franquias - ou seja, comprar algo barato pensando em vender caro no futuro; III) com esse foco no
longo prazo, chamou atenção a política de distribuição de dividendos de 25% do lucro, uma vez ao
ano - informação checada junto ao departamento de Relações com Investidores da empresa.
Havia, portanto, perspectiva de ganhar dinheiro tanto por meio da valorização das ações quanto
minha primeira ação - capítulo cinco
29 de agosto de 2014
pela distribuição de proventos aos acionistas. Trata-se aqui de um dinheiro que as empresas costumam
pagar periodicamente aos acionistas, havendo disponibilidade de caixa. O dividendo é oferecido de
forma proporcional ao número de ações do investidor. Neste caso, 100 ações.
A ação da Unicasa havia saído da casa de R$ 15 em maio de 2012 para aproximadamente R$ 6,
naquele setembro de 2013. Era a hora de perder a virgindade em Bolsa.
Homebroker aberto, entra na área dedicada a operações de compra e venda. A oferta precisa ser
especificada para depois ser enviada ao sistema da Bolsa. Coloca-se então a quantidade, um lote
padrão de 100 ações, e estipula-se que a compra será feita ao preço atual. Uma UCAS3 valia R$ 6,15.
Clique em “COMPRAR”.
Senhoras e senhores, surge mais um novo investidor do mercado brasileiro. Veja abaixo como foi
processada a operação na posição financeira do investidor.
Considerando que a corretora utilizada na ocasião cobrava R$ 7 de taxa de corretagem, nota-se
que houve a incidência de alguns centavos de taxa de liquidação e de emolumento - custos da própria
Bolsa. A operação de compra foi concretizada a R$ 615.
Caso a ação subisse nos meses seguintes e alcançasse o patamar de R$ 8, por exemplo, o investidor
poderia vender os 100 papéis a R$ 800 e conseguir um retorno de 30%.
A reprodução indevida, não autorizada, deste relatório ou de qualquer parte dele sujeitará o infrator a multa de até 3 mil vezes o valor do relatório, à apreensão das
cópias ilegais, à responsabilidade reparatória civil e persecução criminal, nos termos dos artigos 102 e seguintes da Lei 9.610/98
comprando a ação