O ABC DO PETRÓLEO E GÁS

Transcrição

O ABC DO PETRÓLEO E GÁS
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
1
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de
produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
Santo André
2014
2
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
3
4
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
5
SUMÁRIO
Organizador
Roberto Vital Anau
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................10
Projeto Gráfico
Baracase Design Gráfico
Rafael Marques - Presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico
do Grande ABC e Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Tradução e Revisão
QVP Traduções
O GRANDE ABC ESTÁ PRONTO PARA O DESAFIO..............................................14
Fotos
Divulgação Braskem – Rogério Lorenzoni Studio3x (páginas 4/5; 9; 12/13; 17; 24/25;
32/33; 43; 49; 53; 73; 79; 86/87; 104/105; 109; 114/115; 130/131)
Dino Santos (páginas 93; 98/99; 120/121; 125; 135)
GRANDE POTENCIAL E DESAFIOS A VENCER:
O ADENSAMENTO DA CADEIA DE PETRÓLEO E GÁS NO ABC....................18
Capa
Foto: Divulgação Braskem – Rogério Lorenzoni Studio3x
Criação: Casé Nagot
Realização
Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Trabalho e Turismo da Prefeitura de São Bernardo do Campo
Luiz Marinho - Presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC e
prefeito de São Bernardo do Campo
Jefferson José da Conceição - Coordenador do GT de Desenvolvimento
Econômico do Consórcio Intermunicipal Grande ABC
Roberto Vital Anau - Assessor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico,
Trabalho e Turismo de São Bernardo do Campo
A AMAZÔNIA AZUL E O PRÉ-SAL:
PLANOS E PROJETOS PARA PROTEGÊ-LOS............................................................26
Julio Soares de Moura Neto - Almirante-de-Esquadra e Comandante da Marinha
PETRÓLEO E GÁS: DESAFIOS E OPORTUNIDADES
PARA A INDÚSTRIA NACIONAL...................................................................................34
Apoio
Braskem
Consórcio Intermunicipal Grande ABC
Mauro Borges Lemos - Presidente da Agência Brasileira
de Desenvolvimento Industrial (ABDI)
Contatos
Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC – Tel: 55 11 4433-7352
[email protected] / www.agenciagabc.com.br
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo do Campo
– Tel: 55 11 4348-1053 [email protected]
P&D: UMA MARCA GENUINAMENTE NACIONAL.............................................44
Luís Cláudio Sousa Costa - Gerente do CENPES- Petrobras
Marcelo Marinho Simas - Economista da PETROBRAS/ CENPES
Rafael Machado Moreira César - Mestrando da Universidade de Bocconi – Milão/Itália
COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO DO BRASIL...........................50
Nelson Silva - Presidente da BG Brasil
A134
O ABC do petróleo e gás: o potencial do Grande ABC no
fornecimento de produtos e serviços à cadeia de petróleo
e gás. / Organizador Roberto Vital Anau. – Santo
André : Agência de Desenvolvimento Econômico do
Grande ABC, 2014.
278p. : il. color. ; 30 cm.
Nilza de Oliveira - Secretária de Orçamento e Planejamento Participativo (SOPP)
de São Bernardo do Campo
Sérgio Vital - Secretário adjunto da SOPP
Marcelo Benedito - Técnico da SOPP
O POLO PETROQUÍMICO E O
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO LOCAL.........................................................74
Textos em português e inglês.
ISBN: 978-85-68284-00-1
1. Petróleo e gás – ABCD Paulista. 2. Desenvolvimento
econômico – ABCD paulista.I. Anau, Roberto Vital, org. II.
Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.
CDU 665.6/.7(815.6)ABC
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Marta Lima – CRB-8/5886
6
PRÉ-SAL: POTENCIALIDADES DA REGIÃO DO ABC PARA
INTEGRAÇÃO À CADEIA PRODUTIVA DE PETRÓLEO E GÁS........................54
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
Ciomar Okabayashi - Secretário de Desenvolvimento Econômico de Mauá
A CADEIA DO PLÁSTICO COMO FATOR DE
DINAMISMO INDUSTRIAL PARA O ABC..................................................................80
Oswana Fameli - Vice-Prefeita e Secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e
Tecnologia de Santo André
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
7
RIBEIRÃO PIRES E O DESENVOLVIMENTO DAS
EMPRESAS NA CADEIA PRODUTIVA DO PETRÓLEO E GÁS..........................88
Paulo Silotti - Secretário de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Pires
Larissa Lovato Baumeister
Eloiza Reinoso
RIO GRANDE DA SERRA PRONTO
PARA O DESENVOLVIMENTO.......................................................................................94
Gilvan Mendonça - Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turístico
de Rio Grande da Serra
PRÉ-SAL: GÁS PARA A GERAÇÃO DE EMPREGOS NO ABC.......................... 100
Paulo Lage - Presidente do Sindicato dos Químicos do ABC
O PAPEL DOS TRABALHADORES DO SETOR METAL
MECÂNICO NA CADEIA PRODUTIVA DE PETRÓLEO E GÁS...................... 106
Rafael Marques - Presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico
do Grande ABC e Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
O PAPEL DA UFABC NA SUPERAÇÃO
DOS DESAFIOS PARA O DESENVOLVIMENTO
DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS NO ABC.................................................. 110
Klaus Werner Capelle - Pró-reitor de Pesquisa da UFABC
Caetano Rodrigues Miranda - Pesquisador do Grupo NanoPetro
A FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
E A GERAÇÃO DE CONHECIMENTO COMO
SUPORTE À INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS............................................................. 116
Agenor de Toledo Fleury - Coordenador do Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Mecânica
Carlos Eduardo Thomaz - Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
SUSTENTABILIDADE APLICADA À CADEIA PRODUTIVA
DE PETRÓLEO E GÁS E SEUS REQUISITOS PARA A
RECONVERSÃO OU DIVERSIFICAÇÃO PRODUTIVA NO ABC................... 122
André José Araújo Gabriel - Coordenador do curso de Engenharia Ambiental da UMESP
A INDÚSTRIA DO ABC E O GÁS NATURAL.......................................................... 126
Prof. Valcir Shigueru Omori - Diretor Geral da Faculdade de Tecnologia Termomecanica
Prof. Wilson Carlos da Silva Junior - Diretor Acadêmico da Faculdade de Tecnologia
Termomecanica
CONTRIBUIÇÃO DO SENAI À INDÚSTRIA DA REGIÃO DO ABC.............. 132
José Heroino de Sousa - Diretor da Escola SENAI “Almirante Tamandaré”
BREVE REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS PESQUISAS SOBRE OS
NOVOS MARCOS REGULATÓRIOS DO PETRÓLEO......................................... 136
Marcelo Mauad - Diretor da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo
8
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
9
APRESENTAÇÃO
Rafael Marques
Presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
10
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
om imensa satisfação, apresento aos investidores nacionais e
estrangeiros e à sociedade brasileira esta publicação. Este livro
constitui uma coletânea de artigos redigidos por personalidades
nacionais e locais. Representantes da indústria petrolífera, inclusive de capital
externo; do Governo Federal; da Petrobras; das universidades da região; dos
sindicatos e de outros agentes importantes do progresso econômico e social no
nosso território e no Brasil, trazem contribuições importantes para o debate.
Nosso objetivo com esta obra é discutir e apresentar visões desses diversos
setores sobre o enorme potencial do Grande ABC como fornecedor de produtos
e serviços à cadeia de petróleo e gás. Cadeia na qual a região já está inserida, mas
pode, certamente, ampliar sua relevância na estrutura produtiva, aproveitando
as oportunidades que surgem agora, especialmente com a exploração da camada
pré-sal.
A Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, entidade que
presido, voltada à promoção do desenvolvimento econômico sustentável da
região, está empenhada em se aprofundar nesse tema, buscando alternativas
para que a inserção do Grande ABC nesse setor possa ser efetivamente
ampliada. Um exemplo é o potencial que se abre para os trabalhadores do setor
metal mecânico da região, que poderá ser bem aproveitado caso as empresas se
reestruturem para tal, conforme abordo em meu artigo que também compõe
este livro.
Outras abordagens relativas a esse tema são apresentadas aqui, sempre com
o foco voltado às oportunidades que se abrem para a nossa região e às estratégias
necessárias para que se possa aproveitá-las da melhor forma.
Nesse contexto, alguns artigos abordam setores específicos como o Polo
Petroquímico de Capuava ou o arranjo produtivo local do setor de plásticos.
Outros analisam o papel das universidades, a contribuição do Sistema S da região,
a formação dos recursos humanos e a geração de conhecimento. O prefeito de
São Bernardo do Campo e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande
ABC, Luiz Marinho, também deixa sua importante contribuição ao abordar as
ações regionais que estão sendo realizadas para que o ABC possa comportar
esse crescimento e continuar dando sua contribuição ao desenvolvimento
sustentado do País.
Agradeço a todos que participaram com textos e subsídios para a elaboração
dessa obra. Estamos certos de que as reflexões aqui apresentadas serão muito
importantes para que se possa pensar a região do ABC que queremos para
o futuro e, principalmente, o que pode ser feito desde já para alcançar esses
objetivos. Boa leitura.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
11
12
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
13
O GRANDE ABC ESTÁ
PRONTO PARA O DESAFIO
Luiz Marinho
Presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC (2013-2014)
Prefeito de São Bernardo do Campo
Ministro do Trabalho (2005-2006)
e da Previdência Social (2007-2008)
14
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
Grande ABC já está inserido na cadeia de Petróleo e Gás, com a
Refinaria de Capuava e o Polo Petroquímico da Braskem, inúmeras
indústrias químicas e plásticas e um forte complexo metal-mecânico.
Contudo, nossas sete cidades podem e devem ocupar posição de maior
destaque na estrutura produtiva do setor. As imensas oportunidades abertas
pela exploração do pré-sal – que devemos sempre recordar com orgulho como
a maior conquista da excelência adquirida pela Petrobras na prospecção em
águas profundas – representam um desafio inédito para o Brasil e para inúmeras
regiões próximas às principais bacias petrolíferas. O Grande ABC está disposto
a vencê-lo.
A localização privilegiada da Região do ABC – a meio caminho entre
a Capital paulista e a Baixada Santista - sua boa logística, ampliada com o
Rodoanel, sua excelência acadêmica, sua força de trabalho qualificada, sua
expertise empresarial, gerencial e técnica, juntam-se para posicioná-lo como
território capacitado a desempenhar papel muito relevante no novo ciclo
econômico brasileiro.
O Consórcio Intermunicipal Grande ABC, que tenho a honra de presidir,
e a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC empenham-se
em ampliar as vantagens de nossa região para se inserir com maior ousadia nas
novas atividades-líderes do desenvolvimento econômico do País. Destaco, entre
tantas iniciativas regionais, a elaboração de um plano regional de mobilidade
urbana, entregue pelos Prefeitos das sete cidades ao Governo Federal, durante
a visita da Ministra de Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, ao
Consórcio Intermunicipal em abril deste ano. O Plano prevê intervenções que
priorizam o transporte coletivo e abrange a interligação entre as cidades por
meio de corredores. Estima-se um valor de aproximadamente R$ 10 milhões, o
conjunto dessas intervenções. Destaco também a chegada da linha 18 do Metrô
– que consegui antecipar junto ao Governo do Estado.
A ação regional não se limitou às ações na infraestrutura – indispensáveis
– mas também teve foco direto na área de Petróleo e Gás. Inúmeros workshops
e seminários realizados pelos nossos municípios e nossas entidades regionais
com a presença da Petrobras buscaram sensibilizar nosso empresariado para
os novos negócios que se abrem neste novo ciclo. Sem abandonar as vocações
atuais – automotivo, químico, petroquímico - podemos e devemos diversificar
nosso parque produtivo para atender às novas demandas de produtos e serviços.
Esse esforço deve envolver as empresas, as universidades, os sindicatos e o
poder público em âmbito local e regional.
Em uma das oficinas ocorridas na Região do ABC, recebemos, em agosto
de 2011, a Sra. Maria das Graças Foster, à época, Diretora de Gás e Energia e,
hoje, Presidente da Petrobras. Em sua palestra, a Sra. Graça Foster conclamou
o Grande ABC a apoiar o esforço da Petrobras, fornecendo componentes e
serviços para as atividades da empresa. Na ocasião, lancei um desafio também
às universidades presentes, a partir de informação da atual Presidente da
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
15
Petrobras: já havia então uma centena de instituições de ensino superior
conveniadas com a estatal para atuar em Pesquisa e Desenvolvimento, mas
o ABC, com sua excelência acadêmica, não constava da lista. Insisti com os
gestores acadêmicos da região para que buscassem inserir-se na rede de ensino
e pesquisa que a Petrobras está construindo no Brasil.
As gestões de nossa Região junto à Petrobras pela instalação de um Posto
Avançado de Cadastramento (PAC) resultaram na sua efetiva abertura, em
junho de 2012, em área específica na Sala do Empreendedor, no Paço Municipal
de São Bernardo. Seu campo de ação é regional e visa dar apoio técnico às
empresas que desejam inserir-se no cadastro de fornecedores da Petrobras.
Essa inserção não é fácil, como se sabe, e a função do Posto é disponibilizar o
“caminho das pedras”, especialmente às pequenas e médias empresas. Em seu
primeiro ano de funcionamento, encerrado em agosto de 2013, o PAC atendeu
cerca de quinhentas empresas do Grande ABC. A partir de 1o de outubro
de 2013, o PAC passou a funcionar na sede da Agência de Desenvolvimento
Econômico do Grande ABC, em Santo André, em nova etapa mais voltada ao
conjunto da região, com a expectativa de ser novamente bem-sucedido.
Estou convencido de que o Grande ABC tem diante si a possibilidade de
uma nova era de crescimento e prosperidade, ancorada em setores de atividade
que formarão o eixo do desenvolvimento brasileiro nas próximas décadas, com
destaque para a indústria de defesa e o setor de Petróleo e Gás. A região, por
meio de seus gestores e seus agentes econômicos – empresários, sindicatos,
universidades e governos – tem plenas condições de tirar proveito desse novo
ciclo econômico. Dessa forma, o Grande ABC mantém e manterá sua forte
contribuição ao desenvolvimento do Brasil.
16
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
17
GRANDE POTENCIAL E
DESAFIOS A VENCER:
O ADENSAMENTO DA CADEIA
DE PETRÓLEO E GÁS NO ABC
Jefferson José da Conceição
Coordenador do GT de Desenvolvimento Econômico
do Consórcio Intermunicipal Grande ABC
Secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho
e Turismo de São Bernardo do Campo
Prof. Dr. da USCS
Roberto Vital Anau
Assessor de desenvolvimento econômico
da Prefeitura de São Bernardo do Campo
Doutorando em Planejamento e Gestão do Território na UFABC
tema desta publicação reside nas oportunidades e desafios para a
integração mais intensa do parque produtivo do Grande ABC à cadeia
produtiva de Petróleo e Gás. Nela, os principais atores da economia
local e regional – empresários, sindicalistas, reitores, pesquisadores, autoridades
públicas – expõem as óticas dos segmentos participantes da complexa rede
econômica do Grande ABC, o maior parque industrial da América Latina. Este
artigo apresenta a ótica do poder público.
O Grande ABC já possui uma forte inserção na cadeia de Petróleo e
Gás, por meio do Polo Petroquímico (Braskem) e da Refinaria de Capuava,
acompanhados de um robusto segmento de indústrias químicas em alguns
dos sete municípios. O efetivo de empregados dessas empresas atinge o total
de 34.658 trabalhadores, em 841 estabelecimentos (RAIS, 2012)1. O Valor
Adicionado Fiscal (VAF) gerado no setor chega a R$ 72,9 bilhões (2010), ou
cerca de 8,0% % do VAF setorial no Estado de São Paulo2.
No entanto, o potencial para a integração regional à cadeia nacional
de Petróleo e Gás é muito maior. As enormes oportunidades abertas pela
exploração do pré-sal, especialmente na Bacia de Santos, projetam uma demanda
gigantesca de produtos e serviços, envolvendo não apenas as indústrias química
e petroquímica, mas um conjunto de segmentos industriais – com destaque,
não exclusivo, para a metal-mecânica - e grande multiplicidade de serviços.
Abordaremos, a seguir, aspectos que estruturam a ação regional rumo ao
adensamento da cadeia de Petróleo e Gás: a estratégia de desenvolvimento
econômico regional, os fatores favoráveis ao Grande ABC e os desafios que
restam por enfrentar e vencer.
Estratégia de desenvolvimento econômico regional
As Prefeituras da Região do ABC, por meio das suas Secretarias de
Desenvolvimento Econômico, em parceria com o Consórcio Intermunicipal
Grande ABC e a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC,
têm buscado, em linhas gerais, fortalecer o parque produtivo instalado e, por
conseguinte, abrir caminho a novos investimentos, inclusive de empresas ainda
não estabelecidas na região.
Um dos instrumentos de reforço ao parque instalado, que está agora em
fase de multiplicação e aperfeiçoamento na Região, são os Arranjos Produtivos
Locais (APL’s). Trata-se da reunião periódica de empresas do mesmo setor de
atividade, em conjunto com as Gestões Públicas, as instituições representativas
do segmento, as instituições de ensino técnico e superior, as instituições
financeiras, entre outras, em torno de problemas comuns, em busca de
cooperação para seu enfrentamento em conjunto.
Vários APL’s estão em funcionamento na Região do ABC neste momento:
Ferramentaria; Defesa; Químicas; Autopeças; Indústrias Gráficas; Móveis;
Dado informado pelo Sindicato dos Químicos do ABC.
Cálculos próprios, a partir de dados da Fundação Seade (www.seade.sp.gov.br).
1
2
18
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
19
20
Plásticos; Cosméticos; Panificação; Turismo; Bares e Restaurantes, entre outros.
Em estágios diferenciados, eles expressam a estratégia de fortalecimento do
parque instalado e das vocações locais, com um forte componente cooperativo
e participativo.
Alguns municípios procuram, neste momento, elaborar / atualizar o Cadastro
Geral das Indústrias instaladas na Região, com o propósito de ser dado a público
mais um instrumento da estratégia. Isto evidentemente contribuirá para que a
Região do ABC possa se apresentar com mais força como fornecedora para a
cadeia produtiva de petróleo e gás.
O elemento-chave dessa estratégia regional é a combinação entre o
enfrentamento dos problemas e dificuldades conjunturais do parque produtivo,
de forma cooperativa, com a busca de novas oportunidades de negócios,
geração de renda e empregos de qualidade. Ou seja, buscamos articular o
presente e o futuro próximo, em forte articulação com os principais atores
econômicos locais. Essa busca de novas oportunidades precisa estar acoplada às
novas realidades do país, da Política Industrial e das políticas de inovação, bem
como aos segmentos já em expansão na presente etapa do desenvolvimento
econômico brasileiro.
Entre esses setores, a cadeia produtiva de Petróleo e Gás e a indústria de
defesa assumem especial destaque no cenário projetado para as próximas
décadas. Não se trata de projeções teóricas, mas de diretrizes já estabelecidas
no modelo regulatório de exploração do pré-sal e na Estratégia Nacional de
Defesa, bem como nas exigências de conteúdo nacional expressas na Política
Industrial do Governo Federal, em ambos os casos. Nos dois setores, a Região
do ABC está particularmente bem posicionada para se engajar no novo ciclo de
crescimento previsto.
Deve-se ter claro que nossa estratégia de fortalecer a inserção regional nesses
segmentos não pretende, em absoluto, realizar-se em detrimento das vocações
já consolidadas na metal-mecânica (em especial, no complexo automotivo) e
química. Trata-se de adicionar novos mercados aos já tradicionais, o que, para
grande parte dos fornecedores situados nos primeiros níveis (“tiers”) dessas
cadeias produtivas, é plenamente factível, com algumas adaptações nas áreas
tecnológica, comercial e de recursos humanos. Por isso a ênfase na interação
universidade-empresa, em termos de inovação, adaptação tecnológica e
formação de pessoas qualificadas. Essa interação constitui uma prioridade de
nossa ação regional, seja nos APL’s, seja por meio de intermediação de contatos
específicos, seja, especialmente, por intermédio dos Parques Tecnológicos
previstos nos municípios da Região.
No caso específico do segmento de Petróleo e Gás, a região, além da inserção
já existente, beneficia-se de uma localização estratégica, muito próxima à Baixada
Santista – onde se localiza um dos maiores campos do pré-sal e que já recebe
investimentos vultosos da Petrobras - e a meio caminho desta com a Capital e a
Região Metropolitana de São Paulo. O Rodoanel acrescentou grande vantagem
logística ao ABC. Outros aspectos de excepcional relevância são o parque
produtivo instalado, com particular expertise metal-mecânica e química, a força
de trabalho qualificada e a excelência das instituições de ensino e pesquisa.
A ênfase em Petróleo e Gás e na Indústria de Defesa materializou-se em várias
iniciativas, entre as quais destacamos a inauguração do Centro de Inovação SuecoBrasileiro (CISB), por iniciativa da empresa aeronáutica Saab, em estreita parceria
com a Prefeitura; e a instalação, no Paço Municipal, no ambiente da Sala do
Empreendedor, de um Posto Avançado de Cadastramento (PAC) da Petrobras.
Sua finalidade é facilitar a inclusão de fornecedores e prestadores de serviços no
cadastro da empresa. Em um ano de funcionamento, até agosto de 2013, o PAC
atendeu 502 empresas de todos os municípios do ABC, resultando em avanços no
cadastramento. Informações de empresários dão conta de que, a partir do apoio
obtido junto ao PAC, passaram a receber cotações da Petrobras. Em sua segunda
etapa, iniciada em outubro de 2013, na sede da Agência de Desenvolvimento
Econômico do Grande ABC, espera-se que o PAC contribua para integrar um
número ainda maior de empresas da região ao cadastro da estatal.
A Região vem buscando constituir seus Parques Tecnológicos. Sabemos que
vários municípios procuram atualmente avançar em seus Parques Tecnológicos.
No município, fundamos, em 19 de dezembro de 2012, a Associação Parque
Tecnológico. Os focos temáticos do Parque Tecnológico são o Automotivo,
Defesa, Petróleo e Gás, Ferramentaria e Design. Assim, a própria ênfase dessa
instituição aponta para o reforço das vocações atuais da economia regional,
simultânea com sua abertura para as novas oportunidades existentes.
Um Parque Tecnológico constitui uma organização que associa empresas,
sindicatos, universidades, centros de pesquisa e o governo, na criação de um
ambiente físico e de relações humanas, propício à inovação, à pesquisa aplicada e
ao desenvolvimento de soluções em produtos, serviços e processos produtivos.
O Brasil já dispõe de exemplos bem-sucedidos e a Região do ABC pretende
se somar a eles, aportando sua própria experiência às dos demais municípios e
regiões inovadoras do País, apoiada na estratégia explanada acima.
São sócios fundadores da Associação: o CIESP; o Centro de Inovação
Sueco Brasileiro (CISB); o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC; o Sindicato
dos Químicos do ABC; o Sindicato de Trabalhadores na Construção Civil
e Mobiliário do ABC; a Universidade Federal do ABC; a FEI (Fundação
Educacional Inaciana, ex-Faculdade de Engenharia Industrial); a Universidade
Metodista; a Faculdade de Direito; a Fatec; e o SENAI Almirante Tamandaré.
Pleitearam sua filiação na Assembleia inaugural a Agência de Desenvolvimento
Econômico do Grande ABC, a Associação Comercial e Industrial ACISBEC e
o APL de Ferramentaria do Grande ABCD.
A ação voltada ao adensamento da inserção regional na cadeia produtiva
de Petróleo e Gás não se limitou à instalação e funcionamento do PAC, ou
às perspectivas de Pesquisa e Desenvolvimento nos Parques Tecnológicos
da Região. Ela também se materializou em várias oficinas e Rodadas de
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
21
22
Relacionamento realizadas nos últimos anos, nas várias cidades da Região.
Neste contexto, destaca-se a presença, em um desses workshops (agosto de
2011), da Sra. Maria das Graças Foster, então Diretora de Gás e Energia da
Petrobras e atual Presidente da empresa. Essas atividades buscaram sensibilizar
o empresariado local e da Região do ABC para as oportunidades abertas pela
exploração do pré-sal e pelos vultosos planos de investimentos da Petrobras.
Em paralelo, nossas cidades buscaram reunir as universidades e as instituições
de ensino superior com a Universidade Petrobras e com o Centro de Pesquisas
– CENPES – da empresa. A própria Petrobras necessita estimular a formação
de recursos humanos e a pesquisa aplicada para o ciclo de investimentos
e crescimento econômico na sua área de atuação. A exigência de aumento
progressivo do conteúdo nacional nas encomendas obriga a empresa a investir
na capacitação do setor produtivo nacional, inclusive em termos de inovação
tecnológica e qualificação de recursos humanos. Além disso, é urgente avançar
na pesquisa aplicada às necessidades tecnológicas e de gestão para os desafios
abertos pela extração do petróleo em “mares nunca dantes navegados”, como é o
caso explícito do pré-sal. Essas novas necessidades têm levado à externalização
das atividades daqueles departamentos da empresa, antes voltados ao público
interno e agora em busca de parcerias com instituições de ensino e pesquisa em
diversas regiões do País.
Um dos resultados dessas reuniões com o setor acadêmico local foi o estímulo
ao credenciamento das instituições junto à Agência Nacional de Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP). O credenciamento é indispensável para
que uma instituição habilite-se a receber os investimentos determinados pela
própria ANP às empresas atuantes na exploração do pré-sal, conforme prevê a
Resolução ANP Nº 33, de 24.11.2005. Esta Resolução determina que:
“os concessionários devem investir, no Brasil, o valor correspondente
a 1% da receita bruta da produção de um determinado Campo, na
realização de despesas qualificadas com pesquisa e desenvolvimento
(...). (...) pelo menos 50 % desse valor devem ser despesas realizadas
na contratação de projetos/programas em universidades e institutos
de pesquisa e desenvolvimento previamente credenciados pela ANP
para este fim, doravante denominados de Instituições Credenciadas”
(grifos nossos). Além disso, nos casos de “inadimplência para com
as obrigações previstas na Cláusula de Investimentos em Pesquisa e
Desenvolvimento, os valores serão acrescidos de juros equivalentes à
taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia –
SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a
partir da data-limite em que a despesa deveria ter sido efetuada até o
mês anterior ao da efetiva despesa e de 1% (um por cento) no mês de
pagamento” (D.O.U., 25.11.2005).
Percebe-se, no documento acima, o propósito explícito de investir parte
dos ganhos da exploração de Petróleo e Gás em pesquisa e desenvolvimento
tecnológico, de forma a modernizar o parque produtivo nacional. A exigência
de realizar metade desses investimentos em instituições externas às empresas,
credenciadas junto à ANP, visa promover um novo ciclo de inovações com a
integração de universidades e centros de pesquisa, estreitamente vinculadas
às necessidades da cadeia produtiva em todos os níveis. Trata-se, portanto, de
oportunidade ímpar para as instituições de ensino e pesquisa relacionadas às áreas
do conhecimento relevantes: engenharias, gestão e direito estão inclusas nesse
contexto. São áreas do conhecimento fortes na rede acadêmica do Grande ABC.
As estimativas do faturamento nos campos do pré-sal são gigantescas.
Imaginar o significado de 0,5% desses valores leva a sonhar muito alto em
termos de bolsas de estudo, criação e modernização de laboratórios, criação e
alteração de cursos e grades curriculares. Desta vez, trata-se de sonhos possíveis
de realizar. A iniciativa e a persistência dos atores relevantes – empresas,
sindicatos, instituições de ensino e pesquisa, governos – é indispensável para
materializar as possibilidades existentes.
Neste contexto, no âmbito do GT de Desenvolvimento Econômico do
Consórcio Intermunicipal, temos atualmente como uma de nossas metas
a elaboração de um Inventário da Oferta Tecnológica existente na Região
do ABC – oferta esta que existe tanto nas universidades, escolas técnicas e
centros de pesquisa especializados, quanto nos diversos laboratórios e centros
de engenharia das empresas privadas. Este inventário certamente contribuirá
também para aprofundarmos nossa intervenção na área de petróleo e gás.
Entre os desafios a superar, inclui-se a inércia de uma parte do empresariado
regional. O empresário típico vive assoberbado pelos problemas do dia-a-dia
e dificilmente arrisca entrar em novos negócios quando os tradicionais já o
requerem intensamente. Adicionalmente, o nome Petrobras é inibidor: muitos
empresários de médio e pequeno porte julgam-se distantes das condições
mínimas de integração à cadeia de suprimento de empresa tão gigantesca. As
oficinas – em que foram realizados networkings empresariais – e o PAC visam
romper esse estado de espírito inercial. Da mesma forma, as diversas instâncias das
universidades tiveram e têm dificuldades em perceber, com a rapidez necessária,
a inédita oportunidade de modernização laboratorial e obtenção de bolsas de
estudo, ainda mais porque seu pleno aproveitamento requer algumas alterações
internas (grades, cursos, linhas de pesquisa). Na maior parte, trata-se de mudanças
incrementais, mas nem por isso mais fáceis de serem implementadas.
Todos esses desafios começaram a ser enfrentados pela ação regional. O
caminho já se iniciou; o que não significa que os desafios já foram superados.
Requer-se continuidade, persistência, capacidade de articulação, criatividade e
aperfeiçoamento das ações, para mobilizar todo o potencial da região na área
de Petróleo e Gás. As instituições públicas da Região do ABC – Prefeituras,
Secretarias de Desenvolvimento Econômico dos Municípios, Consórcio
Intermunicipal Grande ABC, Agência de Desenvolvimento Econômico do
Grande ABC, entre outras - estão fazendo a sua parte.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
23
24
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
25
A AMAZÔNIA AZUL E O
PRÉ-SAL: PLANOS E PROJETOS
PARA PROTEGÊ-LOS
Julio Soares de Moura Neto
Almirante-de-Esquadra
Comandante da Marinha
26
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
ão há nação que disponha de litoral e não identifique interesses
marítimos que expressem os anseios, as necessidades, as possibilidades
e a cultura de seu povo e que, para serem alcançados, dependem da
obtenção e do emprego de meios apropriados, bem como de uma estratégia
que prepare e aplique, convenientemente, as potencialidades disponíveis.
No final da década de 1950, os Estados começaram a se conscientizar de que
precisavam de um novo ordenamento jurídico internacional para os oceanos,
uma vez que, a cada dia, aumentavam as informações sobre as riquezas que
possuíam. Consequentemente, cresciam os interesses pela potencial exploração
desses recursos.
Em 1982, em decorrência do reconhecimento pela Organização das Nações
Unidas (ONU) da conveniência de estabelecer uma ordem jurídica para os
mares e oceanos, com a devida consideração pela soberania de todos os Estados
- que facilitasse as comunicações internacionais e promovesse seu uso pacífico,
a utilização equitativa e eficiente dos seus recursos vivos e não vivos, e o estudo,
a proteção e a preservação do meio marinho - foi assinada a Convenção das
Nações Unidas sobre o Direito no Mar (CNUDM) – ratificada pelo Governo
brasileiro em 22 de dezembro de 1988.
A Convenção, além de estabelecer os princípios gerais da exploração dos
recursos naturais do mar, do solo e do subsolo marinhos, e do controle da
poluição, define uma série de conceitos, tais como:
Mar Territorial (MT): faixa de mar, cuja largura estende-se até o limite de
12 milhas náuticas (MN), contadas a partir das linhas de base do litoral (linhas
de referência na costa), sobre a qual o Estado costeiro exerce plena soberania,
incluindo o espaço aéreo sobrejacente, bem como seu leito e subsolo;
Zona Contígua (ZC): área marítima que se estende das 12 às 24 MN, onde
poderão ser tomadas as medidas necessárias para fazer cumprir as legislações
aduaneira, fiscal, sanitária ou de imigração;
Zona Econômica Exclusiva (ZEE): faixa situada além do MT, até o limite de
200 MN, sobre a qual o Estado costeiro exerce soberania, para fins de exploração,
aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos,
das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo e, no que
se refere a outras atividades com vista à exploração e ao aproveitamento para fins
econômicos, como a produção de energia a partir da água, das correntes e dos
ventos. Além disso, o Estado costeiro também exerce jurisdição, no que se refere
à colocação e utilização de ilhas artificiais, instalações e estruturas, investigação
científica marinha, proteção e preservação do meio marinho; e
Plataforma Continental (PC): compreende o leito e o subsolo das áreas
marítimas que se estendem até o bordo exterior da margem continental, ou
até uma distância limite de 200 MN das linhas de base, nos casos em que o
bordo exterior da margem continental não atinja essa distância. Caso a margem
continental se estenda além das 200 MN, o Estado costeiro poderá pleitear junto
à ONU o prolongamento da PC, até um limite de 350 MN, o que necessita ser
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
27
As potencialidades desse espaço, aliadas à responsabilidade de protegêlo, conduz-nos a estudá-lo, sob o enfoque de quatro vertentes: Econômica,
Ambiental, Científica e Soberania.
Sob o ponto de vista econômico, cabe ressaltar que cerca de 95% do nosso
comércio exterior é realizado por via marítima, tendo envolvido, em 2012,
valores da ordem de 466 bilhões de dólares, entre exportações e importações.
Hoje, prospectamos, no oceano, cerca de 90% do nosso petróleo e 77%
do nosso gás natural. Estima-se que o Pré-Sal possua 35 bilhões de barris de
reservas recuperáveis.
É relevante levar em consideração os macro-valores que estão concentrados
em até 200 km do litoral e nos 8.500 km de costa, onde se encontram 17 estados,
16 capitais, cerca de 90% do PIB, 80% da população, 85% do parque industrial,
85% do consumo de energia e em torno de 80 portos e terminais organizados,
entre públicos e privados.
Na pesca, estima-se que, até 2020, a produção mundial cresça 40%, atingindo
140 milhões de toneladas. Além disso, o segmento lazer, com destaque para o
turismo e os esportes náuticos, tem elevadas possibilidades de fomento.
Os aspectos ambientais enfatizam a necessidade de o mar ser explorado
racionalmente e da preservação da cadeia alimentar, vis-à-vis o desenvolvimento
da ciência e a evolução tecnológica, sempre buscando desvendar a diversidade
biológica, o potencial biotecnológico e as províncias minerais.
As organizações governamentais e não governamentais, que atuam nesse
campo, vêm desenvolvendo um importante papel, sensibilizando a opinião
pública sobre a imprescindibilidade da implementação de políticas voltadas à
preservação das Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB).
Dentro da vertente científica, por sua vez, é possível elencar uma série
de Programas, coordenados pela Comissão Interministerial para os Recursos
do Mar (CIRM), dentre os quais se destacam: Avaliação da Potencialidade
Mineral da Plataforma Continental (REMPLAC); Avaliação, Monitoramento e
Conservação da Biodiversidade Marinha (REVIMAR); Biotecnologia Marinha
(BIOMAR); Promoção da Mentalidade Marítima (PROMAR); Pesquisas no
Arquipélago de São Pedro e São Paulo (PROARQUIPÉLAGO) e na Ilha da
Trindade (PROTRINDADE); e o Sistema de Observação dos Oceanos e Clima
(GOOS/Brasil), o qual permite previsões confiáveis das condições oceânicas
e atmosféricas.
Quanto à soberania, cabe ressaltar que, na “Amazônia Azul”, nossas fronteiras
são linhas imaginárias sobre o mar. Elas não existem fisicamente e o que as
define é a existência de navios patrulhando-as ou realizando ações de presença.
A proteção desse rico patrimônio é uma tarefa complexa, pois, conforme
mencionado, são cerca de 4,5 milhões de km² de área a ser monitorada. Nesse
contexto, a Marinha desenvolve atividades de Inspeção Naval, Patrulha Naval
e Ações de Presença, com o propósito de salvaguardar os interesses brasileiros.
Obviamente, qualquer modelo de vigilância para a “Amazônia Azul” passa,
necessariamente, pelo adequado aparelhamento da MB.
Em 2009, foi elaborado o Plano de Articulação e Equipamento da Marinha
do Brasil (PAEMB) que, em consonância com a Estratégia Nacional de
Defesa (END), expressa objetivos de curto, médio e longo prazos, de modo
a reconfigurar a Força, sob a égide do trinômio monitoramento/controle,
mobilidade e presença. Esse plano contempla todas as ações requeridas para
dotar a MB de organizações militares: meios navais, aeronavais e de fuzileiros
navais; armamento e munição; e efetivos de pessoal necessários à consecução
de suas diversas atribuições.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
comprovado, tecnicamente, mediante os levantamentos apropriados.
Em setembro de 2004, o Brasil apresentou à ONU seu pleito de extensão da
PC, coroando um grande esforço nacional, no qual, durante cerca de dez anos,
com a participação ativa da Marinha, da comunidade científica e da Petrobras,
foram coletados 230 mil km de dados.
A ZEE brasileira tem uma área oceânica aproximada de 3,6 milhões de km², os
quais, somados aos cerca de 900.000 km² de PC além das 200 MN, reivindicados
junto à ONU, perfazem um total aproximado de 4,5 milhões de km².
Trata-se de uma extensa área oceânica, adjacente ao continente brasileiro,
que corresponde a, aproximadamente, 52% da nossa área continental e que,
devido à importância estratégica, às riquezas nela contidas e à imperiosa
necessidade de garantir sua proteção, a Marinha do Brasil (MB), buscando
alertar a sociedade sobre os seus incalculáveis bens naturais, sua biodiversidade
e sua vulnerabilidade, passou a denominá-la “Amazônia Azul”, cuja área é um
pouco menor, porém em tudo comparável à “Amazônia Verde”.
28
29
30
Nesse sentido, a Força está desenvolvendo diversos projetos estratégicos,
alguns abaixo elencados, que lhe permitirão dispor dos meios capazes de
garantir a indispensável segurança da “Amazônia Azul”:
a) Construção do Núcleo do Poder Naval – consiste de um conjunto de
seis Programas, que têm o propósito de expandir e modernizar a Força Naval,
apresentados a seguir:
- Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) - em
conjunto com o Programa Nuclear da Marinha (PNM), visa a capacitar o País a
projetar e construir submarinos convencionais e com propulsão nuclear. Serão
construídos quatro submarinos diesel-elétricos de origem francesa, da Classe
“Scorpène”, modificados para atender aos requisitos da MB, dos quais o primeiro
teve a construção das Seções 3 e 4 iniciada em maio de 2010; e, principalmente,
será projetado e construído, no País, um submarino com propulsão nuclear. O
PROSUB compreende, ainda, a edificação de uma Unidade de Fabricação de
Estruturas Metálicas (UFEM), inaugurada pela Presidenta da República em 1o
de março de 2013, e de um estaleiro e uma base naval, todos em Itaguaí (RJ),
dedicados à construção, manutenção e apoio logístico de submarinos;
- Programa dos Navios-Patrulha de 500 ton. - consiste na construção, no
País, de 46 Navios-Patrulha de 500 toneladas, que contribuirão para a patrulha
e fiscalização das AJB, em especial as bacias petrolíferas, o que inclui a região
do Pré-Sal. Os dois primeiros navios já foram construídos e encontram-se, em
construção, outras cinco unidades;
- Programa da Construção de Corvetas Classe “BARROSO” - visa a
construção de quatro navios dessa classe, totalmente projetados no Brasil, para
emprego em áreas costeiras e oceânicas, com elevado índice de nacionalização
de componentes e equipamentos. O programa contempla a possibilidade de se
agregar novas funcionalidades ao projeto original;
- Programa de Obtenção de Meios de Superfície (PROSUPER) - traduzse na obtenção de um conjunto de navios, que inclui cinco navios escolta de
6.000 toneladas, cinco navios-patrulha oceânicos de 1.800 toneladas e um
navio de apoio logístico de 24.000 toneladas de deslocamento. Deverão ser
construídos no Brasil, a partir de projetos já existentes, adaptados aos requisitos
da MB, por meio de associação entre o estaleiro projetista internacional e um
ou mais estaleiros privados brasileiros;
- Programa de Obtenção de Navios-Aeródromos (PRONAE) - tem o
propósito de projetar e construir duas unidades de uma nova classe de NavioAeródromo (NAe), com deslocamento aproximado de 50.000 toneladas, uma
para substituir o NAe “São Paulo”, e outra para a futura Segunda Esquadra.
O projeto deverá ser desenvolvido por um estaleiro / escritório de projetos
estrangeiro, com experiência comprovada nessa área particular de engenharia
naval, com participação de pessoal da MB; e
-Programa de Obtenção de Navios Anfíbios (PRONANF) - fundamentase na conjugação da procura por Navios-Anfíbios no mercado internacional
(aquisição por oportunidade) e do estudo, objetivando a construção desse tipo
de navio em estaleiro brasileiro.
b) Sistema de Gerenciamento da “Amazônia Azul” (SisGAAz) - cujo
desenvolvimento proporcionará a modernização da estrutura de Comando
e Controle e de Inteligência Operacional da Marinha e, por conseguinte, o
efetivo conhecimento dos eventos que ocorrem nas águas de interesse do País,
assim como contribuirá para o aprimoramento da capacidade de reagir àqueles
que representem ameaça à vida humana, à segurança, à economia e ao meio
ambiente. Em decorrência de sua característica dual, não se limitará ao processo
decisório para a aplicação militar do Poder Naval, mas terá impacto decisivo
no cumprimento das atribuições subsidiárias, particularmente na execução de
tarefas relacionadas à vigilância, à segurança marítima, às emergências SAR (do
inglês “Search and Rescue”), à prevenção da poluição ambiental, à gestão de
recursos naturais e à reação às chamadas “novas ameaças”, tais como pirataria,
narcotráfico, tráfico de armas, contrabando e descaminho, imigração ilegal e
roubo armado de navios, dentre outras; e
c) Implantação da Segunda Esquadra e da Segunda Força de Fuzileiros
da Esquadra (FFE) - com a aprovação da END, duas regiões do Atlântico
Sul foram apontadas como prioritárias: a primeira é a faixa que vai de Santos
a Vitória, onde se localizam as maiores bacias petrolíferas; e a segunda, a foz
do Rio Amazonas. Assim, como já existem bases no Rio de Janeiro e em Aratu
(BA), foi visualizada a necessidade de possuirmos, em local ainda não definido
no litoral N / NE, instalações capazes de apoiar uma Segunda Esquadra e uma
Segunda FFE, às quais caberia a responsabilidade pela proteção daquela “porta
de entrada” para a Amazônia.
Sob o enfoque econômico, a consecução desses projetos estratégicos,
previstos no PAEMB, impulsionará, de forma ímpar, a Base Industrial de Defesa
(BID), compreendida como o conjunto das empresas, estatais e privadas, e
das organizações civis e militares que participam de uma ou mais etapas de
pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e manutenção de produtos
estratégicos de defesa (bens e serviços).
Estima-se, com a aprovação do PAEMB, a criação de 30.000 novos empregos
diretos e de 100.000 indiretos, até mesmo pela capacidade multiplicadora da
indústria militar-naval que traz reflexos positivos na cadeia produtiva de vários
outros campos da atividade econômica, como o eletroeletrônico, metalúrgico,
mecânica pesada, motores de propulsão, armamentos, informática, entre outros.
Quanto à defesa da nossa soberania, os projetos estratégicos resultarão no
aumento da capacidade de monitoramento, vigilância, segurança e defesa das
AJB, incrementando o poder dissuasório nacional como um todo. Por meio
deles, a Marinha vem canalizando todo o seu esforço com vistas à consolidação
de uma Força moderna, equilibrada e à altura do valor da “Amazônia Azul”, nas
suas vertentes econômica, ambiental, científica e de soberania, e compatível com
a crescente relevância político-estratégica do Brasil no cenário internacional.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
31
32
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
33
PETRÓLEO E GÁS: DESAFIOS
E OPORTUNIDADES PARA A
INDÚSTRIA NACIONAL
Mauro Borges Lemos
Presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)
Economista e mestre em Economia (UFMG)
Doutor em Economia (University of London), com pós-doutorado na
Universidade de Paris e na Universidade de Illinois
Professor titular (licenciado) do Departamento de Ciências Econômicas da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq)
Introdução
setor de petróleo e gás é o que apresenta maior potencial para a
transformação da estrutura industrial brasileira nas próximas décadas.
Estima-se que, somente com as primeiras descobertas anunciadas na
camada do pré-sal, as reservas provadas nacionais de petróleo possam dobrar nos
próximos cinco anos, atingindo a marca de 30 a 35 bilhões de barris. Algumas
consultorias internacionais avaliam que, no longo prazo, serão necessários mais
de US$ 1 trilhão1 para o desenvolvimento da produção do pré-sal, de modo
que a demanda futura por bens e serviços especializados evidencia um cenário
promissor.
A presença de uma empresa-âncora é estratégica para o país, mas interessa
também contar com uma robusta cadeia de fornecedores. De fato, para que
a indústria brasileira possa aproveitar integralmente essa oportunidade, é
fundamental avançar na consolidação de uma rede nacional de fornecedores
qualificada, inovadora, eficiente e capaz de atender adequadamente às
necessidades de expansão dessa cadeia de valor globalizada, complexa e
competitiva. Para tanto, é necessário estruturar ações voltadas para a organização
e o desenvolvimento de fornecedores locais de bens e serviços de todos os
portes.
No âmbito desses esforços, as vertentes do desenvolvimento regional e da
internacionalização fazem parte de uma mesma equação, cujo resultado é a
criação de um ambiente propício para a inovação, aprimoramento tecnológico,
consolidação corporativa e ampliação do mercado, em função do crescimento
esperado das operações de exploração e produção de petróleo offshore no
mundo, notadamente na costa ocidental da África e na costa oriental da América
do Sul.
Amparado em diagnóstico realizado no âmbito do Plano Brasil Maior
(PBM), que lançou mão de diversos estudos e contribuições produzidos sobre
o assunto, este artigo sistematiza os desafios e oportunidades para a indústria
brasileira. Para tanto, divide-se, além desta introdução, em quatro seções
adicionais.
Na seção que segue, apresentam-se alguns condicionantes do investimento
internacional e a situação brasileira, que permite um olhar otimista para o
futuro. Na terceira seção, analisam-se as características da cadeia global de
fornecedores, enquanto na quarta parte do artigo sistematizam-se as avaliações
críticas sobre os desafios para a indústria nacional, à luz das diretrizes do
Plano Brasil Maior. Na última seção, por fim, delineiam-se as oportunidades
de desenvolvimento regional e inserção competitiva da indústria brasileira
na cadeia global de fornecedores de petróleo e gás, com ênfase na demanda
prevista para a exploração, desenvolvimento e produção no pré-sal.
Neste caso considera-se uma estimativa de até 70 bilhões em reservas recuperáveis no pré-sal
e que o investimento médio em bens e serviços para E&P em águas ultraprofundas é de cerca
de US$ 13 por barril recuperável.
1
34
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
35
Condicionantes do investimento internacional e contexto nacional
A exaustão das reservas de petróleo no mundo desenha um cenário
preocupante, expresso pelo quociente resultante da divisão do volume de
reservas provadas pela produção corrente, comumente conhecido como
relação R/P. Em função disso, a procura por novas reservas para exploração
apresenta-se como uma atividade chave, que integra o cotidiano das petroleiras
e influencia a dinâmica internacional de investimentos no setor.
Avaliação recente (PIB, 2009) sobre os principais condicionantes
do investimento internacional em petróleo e gás apontou três questões
fundamentais:
i. O aumento dos custos relacionados à produção petrolífera: no período entre
2000-2011, os gastos globais de E&P ampliaram-se de US$ 150 milhões para
cerca de US$ 250 milhões, enquanto o número de sondas em operação passou
de 1000 para mais de 35002;
ii. As escassas descobertas de grandes campos: considerando apenas as
descobertas de jazidas com mais de 1 bilhão de barris de óleo equivalente nos
últimos dez anos, merece destaque a Petrobras, responsável por 7 das últimas
12 grandes descobertas;
iii. A reduzida disponibilidade de reservas sob formas contratuais favoráveis às
empresas privadas (International Oil Companies – IOC): mais de 60% das reservas
provadas no mundo encontram-se sob o controle total ou predominante do
Estado.
Nesse contexto, as descobertas na camada pré-sal revestem-se da maior
importância para o Brasil, levando-se em conta que a atual área de concessão
representa apenas 28% do total. Os altos investimentos previstos, em conjunto
com a aplicação e a fiscalização da Política de Conteúdo Local para o segmento
de E&P, indicam forte crescimento da demanda por bens e serviços dos diversos
segmentos da cadeia de fornecedores nos próximos anos.
Incluindo as estimativas para o Pré-sal, as reservas de Petróleo e Gás no Brasil
representam aproximadamente 6% do total mundial. No entanto, a produção
nacional diária hoje representa uma parcela menor, inferior a 3% da produção
mundial. A tendência, portanto, é que a participação da produção brasileira de
petróleo e gás na produção mundial aumente nos próximos anos, atingindo o
patamar de, pelo menos, 6% em 2020.
Características da cadeia de valor global de petróleo e gás
As companhias petrolíferas são os principais atores produtivos do setor de
petróleo, comandando a cadeia global de fornecedores por meio da sua demanda
por serviços, equipamentos e infraestruturas especializadas para os elos de
exploração, produção, refino, distribuição e comercialização.
De acordo com estimativa da Spears & Associates, estarão em operação, em 2012, 3.777
sondas. O atraso médio de 542 dias na entrega das sondas, relatado no PN 2012-2016 da
Petrobras, também indica o aquecimento do mercado de ativos offshore.
2
36
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
Além de companhias integradas internacionais de petróleo (IOC) e
companhias integradas nacionais de petróleo (NOC), o setor é constituído
também de empresas operadoras não integradas e com seu foco em exploração
e produção, com destaque para a brasileira OGX, bem como de empresas que
fornecem serviços especializados diretamente para as IOC e NOC e funcionam
como drivers da cadeia ou fornecedores diretos. Destacam-se aí as empresas
especializadas em serviços de sísmica, informação de reservatórios, perfuração,
completação de poços, equipamentos/instalações submarinas, construção de
infraestruturas (epcistas e estaleiros) e apoio logístico.
Em função da complexidade tecnológica, da exigência de conhecimento
acumulado, do tamanho do mercado e da diversidade de serviços/soluções e
equipamentos utilizados, a cadeia global de fornecedores é predominantemente
composta por empresas transnacionais de grande porte. Essa cadeia tem crescido
consistentemente desde o final da década de 1990, quando as empresas petrolíferas
passaram a ter seu foco no gerenciamento de reservas e produção, a otimização
do custo de capital e a busca de compartilhamento de custos e investimentos com
as empresas prestadoras de serviços.
É justamente nesse momento que o mercado ofertante passa a contar com
empresas cada vez maiores, que executam inúmeras atividades antes restritas às
operadoras, ampliando a escala de prestação de serviços e de fornecimento de
equipamentos. Essa trajetória pode ser observada no gráfico a seguir, que ilustra
a expansão da receita anual dos fornecedores de bens e serviços de petróleo e gás.
.
Fonte: Spears & Associates (OMR 2011, valor estimado para 2012)
Em função desse conjunto de requisitos, a participação relativa das empresas
brasileiras fornecedoras de bens e serviços no mercado é bastante reduzida.
Aproximadamente 85% dessas empresas são de micro, pequeno e médio
porte, não desempenhando atividade exportadora relevante. Assim, o mercado
nacional em expansão representa a sua principal oportunidade de consolidação
e crescimento.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
37
Estudo realizado em conjunto pelo IPEA e pela Petrobras (2011) mostra
que, no segmento de bens de capital, a presença de empresas estrangeiras
também é bastante significativa. A despeito de representarem apenas 12% do
total de firmas, respondem por 31% do pessoal ocupado, 55% do faturamento
e 43% dos lucros totais. O mesmo estudo aponta que, de um total de 8.944
empresas industriais fornecedoras da Petrobras, as empresas de capital
estrangeiro sediadas no país representam apenas 6%, mas respondem por mais
de 56% das compras da empresa. O valor médio dos contratos das empresas
estrangeiras é 20 vezes maior que o das empresas de capital nacional.
Plano Brasil Maior e o fortalecimento da cadeia nacional de fornecedores3
No âmbito do Plano Brasil Maior (PBM), a construção da agenda e do
plano de trabalho para a cadeia de fornecedores de petróleo, gás e setor naval
foi precedida por uma análise de âmbito nacional e internacional sobre (i)
tendências da demanda; (ii) organização industrial e estrutura produtiva, (iii)
mudanças tecnológicas, e (iv) forças, oportunidades, fraquezas e ameaças
(Matriz SWOT). A contribuição síntese dessa análise reforça a percepção de
que a política de conteúdo local, a demanda perene e as características das
atividades de exploração e produção offshore apontam para um cenário ímpar
para o desenvolvimento industrial e tecnológico da cadeia de fornecedores
localizada no país.
É certo que o desenvolvimento de novas soluções a serem aplicadas
ao pré-sal abre espaço tanto para atrair fornecedores estrangeiros como
para desenvolver fornecedores locais. A escolha depende de uma avaliação
estratégica e de desenvolvimento apropriada às características do setor e aos
interesses do país. Nesse contexto, políticas para a promoção de joint ventures,
transferência de tecnologia, incentivos à cooperação ICT’s – fornecedores –
operadoras e formação de arranjos produtivos e tecnológicos locais também
devem ser analisadas com atenção. Os segmentos de engenharia básica e de
projetos e o segmento de equipamentos subsea voltados para as atividades de
exploração e produção offshore são alguns dos focos prioritários dessa análise.
Em linha com o padrão de atuação de oligopólios e de agressiva concorrência,
observa-se, no setor, forte processo de concentração empresarial, baseado
em fusões e aquisições. Empresas estrangeiras, por exemplo, têm buscado
uma posição de entrada mais vantajosa no mercado nacional através desses
movimentos. No entanto, há também amplo espaço para consolidação da cadeia
nacional de fornecedores. Frente ao cenário de crise mundial e de valorização
cambial no país, essa poderia ser também uma estratégia de ingresso na cadeia
global de fornecedores de bens e serviços de Petróleo e Gás para grandes grupos
nacionais de outros segmentos, que apresentem características e capacitações
Este artigo restringe-se somente ao segmento de E&P, elo da cadeia de Petróleo e Gás que
apresenta menor percentual de conteúdo local, que concentra a maioria dos investimentos e
mais esforço para o desenvolvimento tecnológico e a inovação.
3
38
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
necessárias para atuar nesse mercado.
Nos segmentos onde já existe oferta no mercado nacional, acredita-se que
haja espaço para políticas macroeconômicas e de incentivo à produção local,
com vistas a estimular ganhos de competitividade e apoiar o crescimento
do market share das empresas nacionais. O objetivo, em última instância, é o
desenvolvimento de empresas competitivas e sustentáveis, capazes de atuar
globalmente em posições de liderança no uso de tecnologias-chave e assegurar
condições adequadas para a produção do petróleo do pré-sal.
As operadoras têm o potencial de direcionar rotas tecnológicas a serem
desenvolvidas e empregadas no segmento de E&P. O Centro de Pesquisas
e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (CENPES), da
Petrobras, apresenta especial condição para atuar nessa direção, em função da
rede de inovação constituída e do expressivo valor dos investimentos planejados.
Embora a importação de tecnologia ainda seja, usualmente, a primeira opção
das empresas estrangeiras instaladas no país, esse cenário vem mudando
com a política de conteúdo local. Nesse sentido, é de grande relevância o
seu alinhamento com as estratégias para a promoção do desenvolvimento
tecnológico no país, a partir da identificação dos segmentos e rotas tecnológicas
prioritárias.
É importante, também, que instrumentos produtivos e de financiamento
adequados às atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I)
na fase de escalonamento industrial (scale-up) sejam desenvolvidos, bem
como ações sistemáticas sejam adotadas para minimizar a falta de mão de obra
qualificada. Nesse sentido, políticas voltadas para o desenvolvimento do setor e
de sua cadeia de fornecedores têm sido objeto de discussão, dentre as quais se
destacam: (i) a política de conteúdo local; (ii) o aperfeiçoamento dos regimes
tributários especiais para o setor; (iii) a coordenação da demanda e do poder
de compra; (iv) o acompanhamento e revisão dos instrumentos de crédito para
as empresas do setor; (vi) os investimentos na qualificação de mão de obra
técnica e de superior; e (vi) a participação ativa na formulação e execução das
estratégias para a promoção do desenvolvimento tecnológico do setor.
Em linha com esses esforços, cabe destacar recentes iniciativas com o apoio
da Petrobras, entre as quais a parceria estabelecida com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e
Projetos (FINEP) para o lançamento do Programa INOVA PETRO e a assinatura
de acordo de cooperação com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior (MDIC) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento
Industrial (ABDI) para o desenvolvimento de ações em conjunto com o
PROMINP, no entorno dos grandes investimentos da companhia e ao longo
da cadeia de fornecedores.
Além da evidente atenção a aspectos corporativos e setoriais, os
investimentos previstos pela Petrobras para esta década no Brasil incorporam
preocupação com a questão regional, orientando-se para locais com níveis de
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
39
desenvolvimento variados. A avaliação dos impactos regionais ocasionados
pelos projetos da indústria petrolífera requer uma visão sistêmica, que abrange
múltiplos aspectos do território envolvido, associados às especificidades e aos
requisitos do investimento.
A magnitude dos empreendimentos, o tamanho e a densidade das cadeias
produtivas envolvidas, por um lado, e as peculiaridades da região analisada,
por outro, constituem aspectos indispensáveis para uma análise consistente. É
preciso considerar, portanto, o grau de dinamismo econômico e a diversidade das
atividades urbanas locais, vinculando-os à especificação dos materiais e serviços
necessários à implantação e operação do projeto. Os efeitos-encadeamento e
o potencial de indução do desenvolvimento dependerão, em grande medida,
do estágio de industrialização regional e das estratégias locacionais dos agentes
envolvidos.
Conclusões
As reservas nacionais de petróleo podem dobrar nos próximos cinco
anos somente com as primeiras descobertas anunciadas na camada do présal, atingindo entre 30 e 35 bilhões de barris. A demanda futura por bens e
serviços especializados evidencia um cenário promissor para os fornecedores
da cadeia e, nesse sentido, é fundamental avançar na consolidação de uma rede
nacional de fornecedores qualificada, inovadora, eficiente e capaz de atender
adequadamente às necessidades de expansão de uma cadeia de valor global,
complexa e competitiva. Para tanto, é necessário estruturar ações voltadas para
a organização e o desenvolvimento de fornecedores locais.
A Petrobras tem liderado um conjunto de iniciativas para a qualificação
profissional, o financiamento de investimentos, o apoio às micro e pequenas
empresas, a criação de redes tecnológicas temáticas com universidades e a
visibilidade da sua demanda para grandes projetos e para famílias de produtos.
Diante da magnitude da demanda para o desenvolvimento do pré-sal, porém,
outra dimensão crítica e transversal se faz presente. Trata-se da capacidade
de gestão das empresas e que inclui também a gestão ao longo da cadeia de
fornecedores.
É nessa dimensão que um recente acordo de cooperação técnica entre
MDIC, Petrobras e ABDI foi firmado4 para execução conjunta de ações, em
estreita sintonia com o Prominp e o Plano Brasil Maior, apontando para a
execução conjunta de ações para o desenvolvimento de regiões receptoras de
investimentos diretos da Petrobras e de seus fornecedores, potencializando
encadeamentos locais e atendendo necessidades de melhoria da gestão privada
e pública.
Na mesma ocasião, cabe destacar o lançamento do Programa INOVA
PETRO. Trata-se de um programa inédito para o desenvolvimento da cadeia
de petróleo e gás por meio da cooperação entre BNDES, FINEP e Petrobras,
contando com recursos da ordem de R$ 3 bilhões para execução até 2016. O
ineditismo do programa está na (i) combinação de instrumentos pela união
de recursos reembolsáveis e não-reembolsáveis; (ii) pela parceria BNDESFinep; (ii) pela contribuição da Petrobras na definição estratégica dos setores
apoiáveis; (iii) pelo estímulo à cooperação na cadeia de fornecedores de petróleo
e gás; (iv) pela utilização de um comitê de avaliação técnica multidisciplinar
e, finalmente, (v) pela possibilidade de inserção de novos temas nas diversas
chamadas públicas que serão realizadas ao longo do programa5.
É claro que essas ações também requerem o emprego coordenado de um
amplo conjunto de instrumentos de política industrial, no contexto de um
profundo e profícuo diálogo privado e público, no âmbito do Conselho de
Competitividade Setorial de Petróleo, Gás & Naval. Integrado por membros
do governo, agência de regulação, empresários, representantes de trabalhadores
e associações de classe, esse Conselho é uma das instâncias formais de gestão
do PBM, assegurando a participação democrática e coordenada de atores e
instituições fundamentais para o desenvolvimento setorial.
Além de contribuir para a definição de uma agenda estratégica que identifica
desafios, prioriza ações, define instrumentos e dimensiona os recursos
necessários, o Conselho também propõe uma importante reflexão para a
sociedade brasileira sobre desenvolvimento tecnológico e inovação. Afinal
de contas, são os esforços em pesquisa, desenvolvimento e inovação que dão
substância à definição da repartição de riscos e do posicionamento competitivo
da indústria brasileira na cadeia global de valor de petróleo. Além disso, são
esses esforços que, em última instância, definem estratégias e ações para evitar
os males da chamada “doença holandesa”.
Em um contexto em que recursos naturais, desenvolvimento tecnológico e
capacidade corporativa compõem um tripé estruturante para o desenvolvimento
da cadeia de fornecedores de petróleo e gás, a busca por referências de políticas
públicas e melhores práticas mundiais constitui-se em importante ponto
de partida. Nesse sentido, a Noruega apresenta-se como caso de referência,
na medida em que o setor tem atualmente uma participação significativa na
economia norueguesa se comparado à situação deste à época das descobertas
de petróleo no Mar do Norte. Além disso, cabe destacar a intensa discussão
da sociedade norueguesa na época, expressa nos 10 mandamentos para o
desenvolvimento da indústria do petróleo aprovados pelo Parlamento em
Em 13 de agosto de 2012, no auditório da Petrobras, foram firmados dois importantes
acordos de cooperação envolvendo a Petrobras, MDIC, BNDES, FINEP e ABDI, conforme
descrito no texto acima.
Inicialmente o programa INOVA PETRO está voltado para o desenvolvimento de tecnologias
relacionadas aos seguintes segmentos: (i) projetos de processamento de superfície (top side),
aplicáveis no processamento de óleo e gás; (ii) instalações submarinas (subsea), como os
diversos equipamentos e dutos que ficam abaixo da lâmina d’água; e (iii) instalação de poços
offshore de óleo e gás.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
5
4
40
41
1971, bem como o modelo norueguês que integrava operadores e fornecedores,
preconizando intensos investimentos em tecnologia e inovação.
Assim, é urgente o envolvimento da sociedade brasileira nesse debate.
É também inadiável avançar nos esforços de coordenação dos diversos
atores governamentais em âmbito federal – a partir das suas competências
institucionais – e promover maior articulação com os governos estaduais nos
principais centros produtivos regionais, com o objetivo central de fomentar o
fortalecimento das atividades econômicas a montante e a jusante da produção
de petróleo. O Brasil não pode prescindir de instrumentos de política industrial
que promovam o transbordamento perene dos benefícios da exploração
e produção do petróleo do pré-sal por meio de investimentos produtivos,
tecnológicos e em recursos humanos, com o consequente fortalecimento de
cadeias produtivas, a geração de renda e de empregos de melhor qualidade.
Referências
AMARAL, Pedro Vasconcelos M, Estrutura Espacial da Rede de
Fornecedores da Petrobras. IPEA, 2010, Convênio Petrobras/IPEA nº 03686,
38 p.
DENEGRI, João A (coord.). Poder de Compra da Petrobras: impactos
econômicos nos seus fornecedores / coordenação: João Alberto de Negri [et
alli.]. – Brasília: Ipea: Petrobras, 2011.
IOOTY, Mariana. Perspectivas do investimento em energia. IN: BICALHO,
Ronaldo. Perspectivas de Investimento no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ,
Instituto de Economia, 2009.
LEMOS, Mauro Borges (et. alli). Condicionantes territoriais das
aglomerações industriais sob ambientes periféricos. IN: DINIZ, Clélio
Campolina & BORGES, Mauro Borges (org.) Economia e Território. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 2005, p. 171-205
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “MDIC,
Petrobras e ABDI definem ações para fortalecer cadeia de fornecedores de petróleo,
gás e naval” Disponível em:
http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/noticia.hp?area=2&noticia=11721,
acesso em 31/08/2012.
OMR 2011. Oilfield Market Report 2011. Spears&Associates, Inc.
PETROBRAS. Plano Estratégico 2020.
______. Plano de Negócios 2011-2015
______. Plano de Negócios 2012-2016.
42
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
43
P&D: UMA MARCA
GENUINAMENTE NACIONAL
Luís Cláudio Sousa Costa
Gerente de Relacionamento com as Comunidades de Ciência e Tecnologia do
Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello da
PETROBRAS – CENPES
Marcelo Marinho Simas
Economista Pleno da PETROBRAS trabalha na Gerência de Relacionamento
com as Comunidades de Ciência e Tecnologia do CENPES
Rafael Machado Moreira César
Mestrando em Gestão Tecnológica da School of Management da
Universidade de Bocconi – Milão/Itália
Histórico
estratégia de inovação da PETROBRAS caracterizou-se por três
grandes fases. A primeira vai da sua criação em 1953 até meados da
década de 1970, quando a implantação da indústria de refino foi o
principal direcionador da companhia. Nesse período, o Brasil era importador
de petróleo e o grande objetivo era fomentar a capacidade nacional de
processamento e produção de combustíveis para abastecer o mercado interno. A
PETROBRAS precisava conhecer e assimilar as tecnologias de refino existentes
no mundo, para depois aprimorá-las para o contexto nacional. Foi um período
de grande ênfase na formação de recursos humanos (RH) qualificados e de
aprendizado. O Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da PETROBRAS
(CENPES) foi fundado em 1963, nesse contexto.
Com o 1º Choque do Petróleo em 1973, paradoxalmente, os altos preços
da commodity e a enorme dependência externa do Brasil (cerca de 80%
importada), viabilizaram a produção nacional na nova fronteira exploratória
de então, a Bacia de Campos. Isso fez com que a PETROBRAS modificasse
significativamente sua estratégia de inovação e desse início à segunda fase, pois
não era mais possível aprender apenas com o que já havia sido feito no exterior.
Os desafios para o desenvolvimento destes campos eram inéditos mundialmente
e seria preciso desenvolver novas tecnologias in house para viabilizar a então
planejada produção em alto-mar, em águas cada vez mais profundas. Buscaramse parceiros onde a competência estivesse, dentro e fora do Brasil e, com isso, a
companhia foi adensando suas redes de conhecimento e tornou-se reconhecida
internacionalmente pelo pioneirismo na produção em águas profundas.
A terceira fase inicia-se com a descoberta de Lula, em 2006, e a consequente
confirmação da nova fronteira exploratória do pré-sal. Novamente, houve
uma mudança de patamar para a indústria de Óleo e Gás (O&G) no Brasil
não apenas para a produção de óleo, mas também na geração de tecnologia.
Há uma gama de oportunidades para os grandes fornecedores de bens e
serviços, que não apenas instalam no país suas unidades de produção, como
também encontram espaço para gerar tecnologia localmente, por meio de
centros de pesquisa cativos e em parceria com instituições nacionais de ciência
e tecnologia, altamente alavancadas pelos investimentos do setor. A inovação
na PETROBRAS direciona seus esforços para a gestão de uma grande rede de
desenvolvimento de tecnologias, baseada em território nacional e, ao mesmo
tempo, articulada com os principais polos de excelência tecnológica da indústria
de energia no mundo.
Os Três Eixos da Estratégia Tecnológica da PETROBRAS
A PETROBRAS evoluiu através do tempo de uma companhia de petróleo
e, ao alvorecer do Século XXI, vem se tornando uma empresa de energia, por
meio da diversificação de suas fontes de não renováveis para renováveis. Essa
evolução deve-se ao domínio tecnológico de suas operações.
44
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
45
Desafios são uma constante na indústria de O&G. O cultivo à superação de
desafios e a busca incessante de implementação de soluções tecnológicas e de
negócios inovadores contribuem para o alcance dos objetivos da companhia.
Esses desafios são oriundos da atual estratégia tecnológica e agrupados em três
grandes eixos: Expansão dos limites, Agregação de valor e diversificação dos
produtos e Sustentabilidade.
Expansão dos limites – compreende as linhas de pesquisa voltadas para
a expansão dos negócios convencionais da PETROBRAS: exploração e
produção de O&G em novas fronteiras exploratórias como o pré-sal; sistemas
submarinos de produção; otimização da produção; estudo de reservatórios não
convencionais; processamento, refino e produção de combustíveis e derivados
de óleos do pré-sal e flexibilização do parque de refino e transporte e logística
necessários para essas atividades.
Agregação dos valores e diversificação de produtos – inclui os projetos voltados
para ampliar a diversidade de fontes de energia e diversificar a carteira de
produtos oferecidos pela PETROBRAS. Compreende a constante busca da
qualidade e desempenho dos combustíveis, lubrificantes e produtos especiais;
as tecnologias para a petroquímica, amônia e ureia visando à transformação
em insumos industriais de alto valor; o aprimoramento constante de
biocombustíveis e bioprodutos, além do desenvolvimento da termoeletricidade
e de novas fontes de energias renováveis.
Sustentabilidade da indústria de energia – direciona os projetos de P&D
voltados para a sustentabilidade em todos os processos e produtos da
PETROBRAS. As pesquisas compreendidas aqui são transversais aos projetos
desenvolvidos nos outros dois eixos, uma vez que o objetivo permanente é
mitigar possíveis impactos negativos, que podem ser neutralizados, ou mesmo
transformados em resultados ambientais e econômicos positivos, com a
conversão de resíduos e emissões em insumos que gerem valor para a indústria.
A gestão de águas, efluentes, emissões de CO2 e outras, da biodiversidade,
além dos projetos de aprimoramento da eficiência energética e operacional e
integridade, segurança e confiabilidade, estão neste eixo.
46
oportunidade de mudança no panorama tecnológico nacional, fazendo da
Comunidade Nacional de Ciência e Tecnologia (C&T) a grande parceira no
alcance de tecnologias estratégicas. Entretanto, foi diagnosticado que estas
instituições não dispunham de infraestrutura física e de pessoal qualificado em
número suficiente para atender, através de novos projetos individuais de P&D,
essa demanda por investimentos adicionais.
Desta forma, para a realização eficaz destes investimentos junto às
instituições nacionais de ensino e pesquisa, o CENPES, em articulação com
essas instituições, concebeu um novo modelo de relacionamento a partir de
2006, conhecido como Redes Temáticas, cujo objetivo é fomentar a P&D em
temas específicos de grande interesse estratégico da PETROBRAS através de
uma estrutura em rede.
Atualmente, são cerca de 50 redes, envolvendo algo como 120 universidades
em todo o país. No início da implantação das redes, os investimentos foram
concentrados na instalação de infraestrutura laboratorial e no desenvolvimento
de RH. Mais recentemente, crescem os investimentos na realização de projetos
de pesquisa para geração de conhecimento. Como consequência, hoje há,
em média, 15 pesquisadores nas universidades para cada um do CENPES
trabalhando em projetos de P&D de interesse da PETROBRAS, segundo
pesquisa do IPEA. No triênio 2001-3 o volume médio de investimentos em
P&D foi da ordem de US$ 160 milhões. A partir de 2006, estes valores saltaram
para US$ 1,04 bilhão no triênio 2009-11, um crescimento de mais de seis vezes
no período. A previsão é de crescer ainda mais até 2020 em função do aumento
da produção com os novos campos.
Mecanismo legal de financiamento e o novo Modelo de Relacionamento
As parcerias entre empresas e universidades foram encorajadas com o
estabelecimento da obrigação de investimento em P&D por meio da Lei
9478/97, que introduziu a flexibilização do monopólio estatal no setor de
O&G. Essa lei estabeleceu um novo marco para a indústria e criou a Agência
Nacional de Petróleo (ANP), responsável pela regulamentação do setor, e
previu o investimento compulsório de 1% da receita bruta de campos que
pagam Participação Especial em atividades de P&D. Pelo menos metade desse
valor deve ser investida em instituições externas credenciadas pela ANP e o
restante em instalações próprias.
Ao investimento em pesquisa, antes já representativo, acrescentou-se a
Tendências e Perspectivas
Com a perspectiva de aumento expressivo na produção de óleo no Brasil nos
próximos anos – que posicionará o país entre os 10 maiores players mundiais
até 2020 - deveremos assistir à ascensão de uma forte indústria parapetrolífera
“verde e amarela” com competitividade em nível global para o fornecimento de
equipamentos, serviços e tecnologia para as empresas nacionais. As políticas
governamentais que lhe dão suporte desde 2003 são as exigências de conteúdo
local e o PROMINP. Somente a PETROBRAS tem previsto, no seu Plano de
Negócios 2012-2016, um volume de investimentos de US$ 236,5 bilhões sendo
95% no país e 60% do total voltados para o segmento de E&P. A demanda da
Companhia, somada às das demais empresas de petróleo, irá movimentar toda
cadeia de fornecimento de bens e serviços para o setor de O&G em função dos
volumes crescentes de investimentos, para o desenvolvimento da produção.
O acréscimo na capacidade de suprimento nacional de bens e serviços,
necessário para atender a demanda futura da Companhia, gerará efeitos
multiplicadores positivos para toda indústria nacional, cujos principais desafios
serão a capacidade produtiva, a inovação tecnológica, a capacitação de pessoas,
a gestão empresarial, os financiamentos e os incentivos fiscais. Entidades como
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
47
o BNDES, FINEP, SEBRAE, ONIP, IBP e CNI estão ajudando a superar esses
desafios. Desse modo, espera-se que a ascensão de um polo parapetrolífero não
se limite ao atendimento à produção de óleo, mas que se espalhe para as demais
fontes, consolidando o fornecimento de bens, serviços e tecnologia no país
para toda a indústria de energia.
O Plano Estratégico da Companhia para 2030 antevê a oportunidade de
induzir um novo patamar de relacionamento e de desempenho inovador
por meio das chamadas redes de relacionamento de 3ª geração. A criação de
tecnologias inovadoras e seus resultados serão internalizados pela companhia
e/ou disponibilizados ao mercado por meio de empresas de base tecnológica,
gestadas em incubadoras de empresas instaladas em universidades ou em
parques tecnológicos.
Conclusões
A fim de superar os desafios tecnológicos vindouros, a continuação e
intensificação da atual estratégia de P&D da PETROBRAS em parceria
com universidades e outras empresas é fundamental. Para aproveitar tais
oportunidades, uma articulação entre as instituições de C&T nacionais deve ser
estimulada para que exista convergência entre ações que estimulem a inovação
dentro do setor. O foco na disponibilização de tecnologia deve estar presente
em toda política tecnológica. A incorporação das soluções tecnológicas em
empresas de base tecnológica, oriundas dos investimentos em P&D, é essencial
para obtenção de resultados positivos para toda cadeia de Óleo e Gás (O&G) e
energia. Um modelo de parceria entre empresa-governo-universidade eficiente,
também requer uma revisão das questões legais entre os diferentes atores do
ambiente de C&T nacional.
Paralelamente, uma política industrial que tenha como base os três grandes
eixos tecnológicos da companhia, alavancará toda cadeia de fornecimento
da indústria de O&G com efeitos altamente benéficos não apenas para a
PETROBRAS e universidades parceiras, mas para a sociedade brasileira, seja por
meio da melhoria da educação e da qualificação profissional, seja pela geração
de empregos mais bem remunerados. Consequentemente, a PETROBRAS
estará contribuindo para o desenvolvimento econômico do país, como está
definido em sua Missão.
48
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
49
COMPROMISSO COM O
DESENVOLVIMENTO DO BRASIL
Nelson Silva
Presidente da BG Brasil
50
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
BG Brasil é parte do BG Group, uma companhia integrada de gás natural,
e está presente no Brasil desde 1994. A companhia atua na exploração e
produção de hidrocarbonetos na Bacia de Santos como a maior parceira
da Petrobras na exploração, desenvolvimento e produção de óleo e gás do pré-sal.
Sob a operação da Petrobras, a BG Brasil e seus parceiros têm uma
impressionante taxa de sucesso desde o início do programa de perfuração
em águas profundas na Bacia de Santos em 2005. Também estão reduzindo
consideravelmente o número de dias de perfuração, economizando milhões de
dólares com o uso de tecnologia e processos de ponta. A grande quantidade
de descobertas na Bacia de Santos proporciona a oportunidade de desenvolver
projetos de longo prazo em exploração e produção no Brasil.
A BG Brasil mantém compromisso de longo prazo com o país, estando
alinhada com as prioridades do governo federal para maximizar o conteúdo
local, ampliar a proteção ao meio ambiente e a segurança operacional e promover
o desenvolvimento científico e tecnológico, além do progresso social.
Por meio da Estratégia de Sustentabilidade da BG Brasil, estamos investindo
em projetos que contribuem para o desenvolvimento social e econômico do
Brasil. A Estratégia tem por base quatro pilares: pesquisa e desenvolvimento
(P&D), investimento social (sobretudo em educação), conteúdo local e meio
ambiente e segurança (incluindo biodiversidade).
Acreditamos que o investimento nessas áreas tem potencial para oferecer
benefícios permanentes ao Brasil, bem como apoiar os objetivos corporativos
de longo prazo da BG Brasil.
Pesquisa e Desenvolvimento – investimento em tecnologia e inovação
como prioridade
Alinhados com as prioridades do governo brasileiro, estamos contribuindo
para a inovação no país por meio de uma série de projetos. O Brasil passou a ser
o centro da estratégia global de tecnologia do BG Group e assim a companhia
está implantando seu Centro Global de Tecnologia no Rio de Janeiro. O objetivo
é desenvolver tecnologias avançadas para aplicação de inovação tecnológica
na promoção de melhorias na indústria de óleo e gás. A BG Brasil terá o mais
significativo investimento em P&D entre as empresas internacionais de petróleo
no Brasil – cerca de US$ 2 bilhões até 2025 – e temos certeza de que isto trará
benefícios em longo prazo, tanto para o Brasil quanto para a companhia. A partir
desse Centro serão coordenados quase todos os projetos de P&D do BG Group no
mundo, trabalhando em proximidade a universidades brasileiras e contribuindo
para o aumento de conteúdo local em bases competitivas internacionalmente.
Criaremos uma série de parcerias tecnológicas com universidades, laboratórios e
instituições nacionais e internacionais, além do governo federal.
A companhia foi, por exemplo, pioneira no apoio ao programa “Ciência
sem Fronteiras” do governo federal e pretende investir até US$ 100 milhões
em bolsas de estudo internacionais a estudantes e pesquisadores brasileiros,
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
51
contribuindo para a integração da indústria com a academia na pesquisa aplicada
e fortalecendo a sociedade do conhecimento. O projeto é uma parceria com o
CNPq e contempla o intercâmbio para a formação de estudantes brasileiros
nas melhores universidades do mundo, além da formação de parcerias com
os centros de excelência acadêmica do país, permitindo a transferência de
tecnologia visando a sua aplicação prática.
Programas Ambientais – pioneirismo e modernidade no estudo dos
oceanos e da vida marinha
Atualmente, a BG Brasil está voltada para programas de monitoramento nos
ambientes marítimos onde nossos investimentos e operações estão localizados.
Tais estudos são importantes para a compreensão desses locais e permitem que
planejemos nossas atividades para minimizar os impactos no meio ambiente.
O monitoramento é realizado em parceria com outras empresas, governo,
universidades e instituições não governamentais.
Por exemplo, a Bacia de Santos, área onde se encontram campos do pré-sal,
será acompanhada por meio de um sistema inédito de monitoramento oceânico.
As informações contribuirão para a segurança e eficiência de operação no setor
de óleo e gás e para o melhor conhecimento e preservação do meio ambiente,
entre outras finalidades. A iniciativa foi viabilizada por um convênio assinado
entre a Coppe/UFRJ, a BG Brasil e a Prooceano. Batizado de Projeto Azul,
prevê investimento de R$ 20 milhões da BG Brasil e seu banco de dados poderá
ser conectado a sistemas globais de monitoramento já existentes na Europa e
nos Estados Unidos, ampliando o uso e a influência das informações.
A BG Brasil também vem apoiando o programa de monitoramento de
baleias e golfinhos realizado pelo Instituto Aqualie na Bacia de Santos. Além
disso, estamos trabalhando com universidades parceiras para desenvolver um
programa de monitoramento mais amplo na região, uma vez que esse ambiente
é bem menos estudado que a Bacia de Campos.
Já o Projeto Baía de Guanabara, implantado pela BG Brasil, Instituto Rumo
Náutico/Projeto Grael, Prooceano e laboratórios LAMMA/LAMCE-UFRJ, é
dedicado ao estudo das correntes oceânicas e de vento na Baía de Guanabara,
Rio de Janeiro. Também contempla o desenvolvimento de um modelo
matemático pioneiro para prever correntes, similar aos modelos de previsão
climática, e com acesso gratuito pela Internet. O projeto recebeu investimento
de R$ 1,1 milhão da BG Brasil.
Investir em uma estratégia que privilegia a pesquisa e a inovação, o aumento
de produtividade e competitividade do conteúdo local, o investimento social e o
meio ambiente é um dever de todo o empresariado realmente comprometido com
o futuro do país. Assim fazendo, não somente estaremos cumprindo com nossas
obrigações de empresários cidadãos, mas também estaremos agindo como esperam
os nossos acionistas, junto aos nossos parceiros e às comunidades onde atuamos.
Estaremos, sobretudo, contribuindo para transformar o Brasil em um país melhor.
52
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
53
PRÉ-SAL:
POTENCIALIDADES DA REGIÃO
DO ABC PARA INTEGRAÇÃO
À CADEIA PRODUTIVA DE
PETRÓLEO E GÁS
1. Introdução
ste estudo tem como objetivo analisar possibilidades técnicas e
econômicas relacionados com a exploração da província petrolífera
denominada Pré-Sal para a Região do ABC. Toma-se como estudo de
caso o município de São Bernardo do Campo, mas que, em suas linhas gerais,
serve como referência para toda a Região.
Segundo a Petrobras, o termo pré-sal se refere ao conjunto de rochas
carbonáticas com potencial de acúmulo de petróleo, localizada sob uma
espessa camada de sal. Na prática, o termo tem sido usado para se referir
aos campos da Bacia de Santos.
Esses reservatórios foram formados há cerca de 122 milhões de anos, quando
existia um ambiente lacustre em uma pequena faixa de mar que se abriu entre a
América e a África, conforme mostrado na Figura 1.
Figura 1 - Planeta Terra há 122 milhões de anos
Nilza de Oliveira
Secretária de Orçamento e Planejamento Participativo (SOPP)
de São Bernardo do Campo
Sérgio Vital
Secretário adjunto da SOPP
Marcelo Benedito
Especialista em Gestão Pública pela UFABC
Técnico da SOPP
54
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
Fonte: Hayashi, 2008
Com a separação das placas americana e africana, começou intensa entrada
de água do mar que, em um ambiente quente, vaporizava-se e o sal passou a
se depositar sobre os sedimentos orgânicos. Com a contínua separação dessas
placas, esses sedimentos foram sendo enterrados a grandes profundidades
e submetidos a elevada pressão e temperatura, o que propiciou a geração do
petróleo e do gás natural do Pré-Sal. A Figura 2 mostra um perfil geológico
esquemático das camadas geológicas na província do Pré-Sal.
Os dados atuais indicam a ocorrência de grandes reservatórios de petróleo
e gás natural abaixo de uma camada de sal que deve se estender, pelo menos,
do litoral do Espírito Santo até o litoral de Santa Catarina. Essa camada tem
aproximadamente 800 km de comprimento e, em algumas áreas, 200 km
de largura; a maior parte dos reservatórios deve estar em lâminas de água
superiores a 2.000 m. Estima-se que a área da província do Pré-Sal seja de
aproximadamente 112 mil km2. Desse total, 41 mil km2 já estão sob concessão.
Avalia-se que essa província contenha entre 70 e 100 bilhões de barris
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
55
Figura 2 – Perfil geológico esquemático da província do Pré-Sal
Figura 3 – Desenho esquemático da província petrolífera do Pré-Sal
Fonte: Formigli, 2008
Hoje, os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás) são responsáveis por
mais de 80% da matriz energética global. Estimativas da Agência Internacional
de Energia são de que o consumo de petróleo continue aumentando em termos
absolutos no futuro imediato, ultrapassando nos próximos dez anos a marca de
100 milhões de barris por dia (Moraes, 2011).
equivalentes de petróleo e gás natural mineral. Os geólogos mais otimistas falam
em até 200 ou 300 bilhões de barris, caso seja formada por um único campo ou
se a sua extensão for ainda maior do que a área já mapeada. Esse volume seria
suficiente para inserir as reservas brasileiras entre as dez maiores do mundo,
ampliando a representatividade do país no mercado mundial do petróleo. Além
de consolidar a autossuficiência, o pré-sal promete gerar um grande volume de
recursos para alavancar o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Na Bacia de Santos, Tupi é o maior dos reservatórios já testados, com um
volume recuperável de óleo e gás estimado entre 5 e 8 bilhões de barris. Em
Iara, a previsão varia entre 3 bilhões e 4 bilhões de barris. Os demais campos
estão em avaliação.
Até o momento, a Petrobrás é a empresa operadora da maioria dos blocos
já concedidos. No entanto, outras empresas, como a ExxonMobil, Repsol e a
Anadarko, serão também operadoras em campos da província do Pré-Sal.
A Figura 3 mostra a área onde podem estar localizados os grandes
reservatórios da província petrolífera do Pré-Sal e os blocos exploratórios já
concedidos, os campos de petróleo e gás em produção na camada pós-sal,
os poços perfurados e os poços testados (Nepomuceno, 2008). A Petrobrás
já perfurou dezesseis poços exploratórios no Pré-Sal e todos eles indicaram a
presença de óleo.
2. Desafios
Apesar das especulações, ainda não é possível precisar o total de óleo
armazenado na camada pré-sal, nem a parcela desse volume que poderá
ser retirada. As respostas demandam diferentes soluções, principalmente
tecnológicas.
Um dos grandes desafios nesse sentido está ligado à perfuração. Isso por que
o acesso aos reservatórios depende de atravessar a espessa camada de sal, que se
move à medida que é perfurada, podendo danificar equipamentos.
Outro problema é a logística: como transportar o óleo e o gás retirados dos
poços, a cerca de 300 quilômetros do continente? O gás é o maior desafio, pois
seu transporte por meio de navios, após liquefação em alto mar, ainda não foi
feito no mundo. Tudo isso passa, também, pela questão ambiental, exigindo
que o país desenvolva tecnologias que minimizem os impactos da produção.
Com base em informações divulgadas pela Petrobrás, os desafios que se
apresentam para a exploração e o transporte do petróleo e do gás natural do
Pré-Sal são:
a) na área de reservatórios: interpretação dos dados sísmicos; caracterização
dos reservatórios; viabilidade técnica da injeção de gás e água; geomecânica das
rochas adjacentes;
b) na engenharia de poços: desvio dos poços na área do sal; fratura hidráulica
em poços horizontais; materiais resistentes à alta concentração de CO2; baixa
penetração no reservatório; deposição de produtos nas tubulações longas;
c) na logística associada ao gás: tubulações de alto diâmetro a profundidades
acima de 2.200 metros; longas distâncias da costa (de até 300 km); novas
tecnologias em alto-mar (Liquefied Natural Gas – LNG, Compressed Natural
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
Fonte: Petrobras, 2008
56
57
Gas – CNG, Gas to Liquid – GTL e Gas to Wire – GTW);
d) nas unidades de produção flutuantes: atracamento em águas profundas;
controle dos sistemas de nivelamento; novo cenário de acesso aos poços pelas
plataformas;
e) na engenharia submarina: aperfeiçoamento na tubulação de subida
(riser), considerando as altas pressões e concentrações de CO2, devido à
profundidade da água de 2.200 m; novas situações para tubulações ascendentes
com novos materiais rígidos e conformações tipo catenária em “s” – lazy
wave; melhoramentos da isolação térmica das tubulações, considerando a
profundidade e tubulações para injeção de gás a altas pressões (Formighi, 2007).
3. Cadeia produtiva
Os desafios da indústria do petróleo em relação ao pré-sal apontam para
a necessidade de pesquisar e desenvolver soluções inovadoras. Essas soluções
incluem o projeto da aplicação de tecnologias para automação de novos sistemas
e o aperfeiçoamento dos materiais utilizados tradicionalmente na exploração e
produção. Diante dessas perspectivas, o pré-sal deve impulsionar atividades em
diferentes segmentos, da indústria metal-mecânica às empresas de TI.
A indústria do petróleo é formada por uma cadeia produtiva que vai
desde a prospecção de jazidas até a distribuição de derivados ao consumidor.
Caracteriza-se por grande heterogeneidade tecnológica e uma vasta gama de
processos produtivos. Além disso, é um setor com forte concentração. Os
principais segmentos dessa indústria são a montante (upstream), e a jusante
(downstream).
O upstream está relacionado às atividades de exploração, desenvolvimento e
produção de hidrocarbonetos (petróleo e gás). Os macro-processos relacionados
a este segmento da cadeia produtiva podem ser assim reconhecidos: exploração,
reservas e reservatórios e, por fim, produção.
O downstream, por sua vez, realiza-se a partir da transferência do produto
gerado no upstream para as refinarias e demais sub-setores. As atividades de
downstream encontram-se representadas por uma grande diversidade de
abordagem. Destacam-se as seguintes atividades e produtos desenvolvidos
nesse segmento: refino; asfalto; combustível; inspeção de equipamentos;
instrumentação e controle; laboratórios; logística de abastecimento de
combustível; lubrificantes e lubrificações; petroquímica; segurança, saúde e
meio ambiente; transporte e outros.
Os elevados planos de investimentos para o setor de Exploração e Produção
(E&P) para os próximos anos oferecem oportunidades de desenvolvimento
que vão muito além da exportação de petróleo; elas podem efetivamente
possibilitar o desenvolvimento de uma longa cadeia industrial e de serviços.
É comum os países estabelecerem incentivos ao desenvolvimento da cadeia
estendida de produção, como, por exemplo, a exigência de conteúdo nacional.
58
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
Em curto prazo, a forte demanda e os incentivos ao conteúdo local aumentam
a pressão sobre a cadeia produtiva do setor e sobre a necessidade de recursos
financeiros para a realização de investimentos; porém, em médio e longo prazo,
podem apoiar o desenvolvimento de uma sólida base industrial.
A cadeia produtiva de E&P pode ser dividida em três grandes blocos –
Exploração, Desenvolvimento e Produção – que abrangem uma extensa gama de
equipamentos e serviços. No caso do pré-sal, a cadeia de E&P é essencialmente
voltada ao offshore, implicando grandes equipamentos e prestação de serviços
para águas profundas e ultraprofundas. Estes envolvem desde siderurgia básica
(ex. tubos e chapas metálicas) até complexos módulos de grandes embarcações
(ex. sistemas de perfuração de sondas). Dada essa configuração, esses serviços
são acoplados na oferta de grandes empresas de E&P e operadores de campo,
segmentos que crescem significativamente com o boom da indústria de petróleo.
O quadro abaixo ilustra a complexidade e a abrangência da cadeia de
equipamentos de E&P, que, em 2008, realizou dispêndios globais da ordem de
US$285 bilhões.
Com o pré-sal, o Brasil terá uma das maiores reservas de petróleo do
planeta. Tal constatação é alvissareira, mas não deve ocultar os riscos que a
exportação em massa de petróleo cru e a abundância de divisas acarretam, tão
bem evidenciados em relatório clássico elaborado por Celso Furtado (2010)
para o governo da Venezuela em 1957. Enfocando a realidade do país vizinho,
Furtado diagnostica uma crônica dependência de importações e o desestímulo
à produção local, derivada do excesso de divisas, situação a qual até nossos dias a
Venezuela não conseguiu superar. O fenômeno da “doença holandesa” – conceito
econômico que deriva de um aumento da receita decorrente da exportação
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
59
de recursos naturais, a desindustrialização de uma nação, pois a resultante
valorização cambial tornaria o setor manufatureiro menos competitivo frente
aos produtos externos – está intimamente relacionado a situações desse tipo.
É fundamental, assim, que esse estratégico recurso seja explorado, no Brasil,
de forma sustentável, para desenvolver toda a sua cadeia produtiva, desde
a construção de navios e plataformas até a indústria petroquímica e plástica,
fomentando a indústria nacional, gerando emprego e renda para milhões de
brasileiros.
Embora seja comum a aplicação de princípios de política industrial para o
desenvolvimento da cadeia produtiva em outros países, alguns dilemas devem
ser avaliados. As políticas de incentivo à indústria têm objetivos nobres como
a geração de empregos, o desenvolvimento de tecnologia e o aprimoramento
de capacitações. No entanto, a dosagem dessas políticas também pode trazer
efeitos nefastos caso elas sejam interpretadas como “reserva de mercado”, ou
seja, concentração de mercado e redução do incentivo à eficiência e à inovação.
Tipicamente, boas práticas de política industrial adotam uma visão de
futuro, envolvendo padrões de competitividade internacional – que,
no limite, dispensariam a exigência de proteção ao conteúdo local. Além
disso, as situações de proteção ou incentivo devem necessariamente ter
caráter transitório e o horizonte em que elas podem manter-se deve ser
demonstrado. Portanto, devem-se estabelecer prazos máximos de incentivo e
metas de eficiência e competitividade de custos (comparados aos parâmetros
internacionais) específicos para cada segmento da cadeia, em função do estágio
atual de desenvolvimento. Por último, no contexto de globalização, essas
políticas devem sinalizar o objetivo de inserção da oferta da indústria, definindo
objetivos de posicionamento de longo prazo na indústria de fornecimento de
bens e serviços na cadeia de petróleo.
O Brasil já vem implementando, nos últimos anos, políticas e programas
específicos para o desenvolvimento da cadeia produtiva local. Além de aumentar
o conteúdo nacional obrigatório nas últimas licitações, o governo criou programas
específicos para o desenvolvimento da cadeia (por ex. o Programa de Mobilização
da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural) e linhas de financiamento
exclusivas para fornecer recursos ao setor (Fundo de Marinha Mercante e linhas
dedicadas do BNDES). Há a expectativa de que os programas relacionados a
conteúdo local se intensifiquem com o desenvolvimento do pré-sal.
No entanto, apesar de ser abrangente em produtos de baixa complexidade,
a cadeia produtiva de E&P no Brasil apresenta importantes brechas de
portfólio e competitividade em produtos de média/elevada complexidade,
principalmente no caso de produtos mais elaborados, como válvulas especiais,
aços de elevada resistência, turbinas a gás, entre outros. De fato, grande parte
dos equipamentos de maior complexidade é produzida no exterior, enquanto o
Brasil produz, na maior parte das vezes, equipamentos básicos e de uso comum
a várias indústrias.
60
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
Paralelamente, além de possuir lacunas relevantes, a cadeia de produção
nacional apresenta um sobrepreço de 10% a 40% em relação aos valores do
mercado internacional, dependendo do equipamento/material considerado,
com um impacto em toda a cadeia de produção. Estima-se que o preço de uma
plataforma com as regras atuais de conteúdo local seja 15% a 20% mais elevado
que o padrão internacional, com um impacto da ordem de 4% a 7% no custo
de produção. Tais valores poderiam, por exemplo, ser objeto de metas claras de
aumento da produtividade e redução de diferenças estruturais e tributárias que
a política de conteúdo nacional deveria evidenciar.
Apesar dos desafios enfrentados pela cadeia produtiva nacional, os índices
de conteúdo mínimo nacional têm sido consistentemente superados, como se
vê na ilustração abaixo. Isso demonstra que a falta de competitividade em alguns
itens não tem sido uma barreira para atender à política de conteúdo local.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
61
62
natural, faz-se necessário identificar a participação da indústria da Região do
ABC em cada um dos segmentos da cadeia produtiva.
No caso do Município de São Bernardo, seriam as seguintes as atividades
mais beneficiadas:
Atualmente, o diferencial de custos tem sido absorvido pelos grandes
exploradores e produtores, notadamente a Petrobras. No entanto, a recente
queda do preço do petróleo e a maior dificuldade de acesso a fontes de
financiamento impõem maior pressão sobre a competitividade do pré-sal,
que, estruturalmente, tenderá a ter custos mais elevados do que as reservas
convencionais. Além disso, é fundamental desenvolver mecanismos claros
que explicitem o montante de recursos investidos no desenvolvimento da
cadeia nacional e permitam maior transparência na alocação dos recursos e
mensuração dos resultados obtidos.
Outra dimensão está relacionada ao incentivo à Micro e Pequena Empresa
(MPE). As grandes empresas fabricantes de equipamentos para a indústria de
petróleo estão mais próximas de encontrar saídas para viabilizar a exploração
e a produção do pré-sal, pois têm estruturas de Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D) consolidadas. Assim, a inserção da MPE nessa cadeia requer uma
conjunção de fatores. Primeiro, as grandes operadoras devem abrir espaço, ou
seja, buscar desenvolver projetos cooperativos com as MPEs. Além disso, as
agências de fomento precisam se voltar para as pequenas empresas, oferecendo
suporte financeiro para que elas aproveitem a oportunidade.
As MPEs podem vislumbrar nas descobertas da camada pré-sal mais uma
oportunidade para expandir seus negócios. O desenvolvimento de Sistema
Integrado de Modelagem Atmosférica e Oceânica para a costa brasileira e
tecnologias de simulação computacional em Engenharia são alguns exemplos.
Como as descobertas implicam em grandes investimentos em tecnologia,
produtos e equipamentos, acredita-se que empresas de base tecnológica
intimamente relacionada a desenvolvimento de conceitos e produtos na
área de óleo e gás, levem vantagem num primeiro momento.
Outra dimensão relevante do potencial do pré-sal é a possibilidade de lançar
a cadeia produtiva local e regional a um novo patamar de desenvolvimento.
Espera-se que políticas industriais específicas amparem esse desenvolvimento,
com diversas implicações produtivas sobre o emprego e a renda. No entanto,
deve-se tomar cuidado para que essas políticas não sejam realizadas a qualquer
custo, nem tampouco resultar em dependência perpétua. Pelo contrário, essas
políticas devem implicar metas específicas para a competitividade e inserção
no contexto de desenvolvimento dos mercados internacionais.
Assim, a atividade petrolífera, dinamizada pelos efeitos do pré-sal, poderá
trazer impactos financeiros, econômicos e fiscais no ambiente regional e
local, cabendo à Região do ABC adotar ações para maximizar os benefícios
econômicos das atividades. Para o governo municipal, a arrecadação extra
ocorreria por meio de impostos, como o ICMS e o ISS incidentes em diversos
estágios da cadeia industrial e de prestação de serviços.
Considerando o potencial de geração de empregos e o valor adicionado à
economia do município, principalmente nas atividades da indústria de bens
de capital e nas atividades de apoio à exploração e produção de petróleo e gás
A estrutura produtiva da Região do ABC tem excelente potencial de
integração à cadeia de valor de Petróleo e Gás, com relativa facilidade de
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
Tabela 01 – Atividades econômicas com potencial de integração à cadeia
de valor de exploração e produção de Petróleo e Gás –
São Bernardo do Campo, 2009
Divisão de Atividades Econômicas
Nº de Participação Percentual
empresas (%)Cumulativo
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAL, EXCETO MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS
245
24,5
24,5
FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
191
19,1
43,7
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BORRACHA
E DE MATERIAL PLÁSTICO
155
15,5
59,2
MANUTENÇÃO, REPARAÇÃO E INSTALAÇÃO
DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
105
10,5
69,7
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS
92
9,2
79,0
FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS, APARELHOS
E MATERIAIS ELÉTRICOS
66
6,6
85,6
FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA, PRODUTOS ELETRÔNICOS E ÓPTICOS
50
5,0
90,6
METALURGIA
47
4,7
95,3
TRANSPORTE TERRESTRE DE CARGA
43
4,3
99,6
FABRICAÇÃO DE OUTROS EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE, EXCETO VEÍCULOS AUTOMOTORES
3
,3
99,9
INDÚSTRIAS EXTRATIVAS
1
,1
100,0
998
100,0
Total
Elaboração: PMSBC/SOPP, a partir de dados da Secretaria de Finanças
Tabela 02 – Atividades econômicas com potencial de integração à
cadeia de valor de exploração e produção de Petróleo e Gás, por valor
adicionado, São Bernardo do Campo, 2009
Valor
Divisão de Atividades Econômicas
Adicionado
(R$)
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS
FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
METALURGIA
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BORRACHA E DE MATERIAL PLÁSTICO
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAL, EXCETO MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS ELÉTRICOS
MANUTENÇÃO, REPARAÇÃO E INSTALAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA, PRODUTOS ELETRÔNICOS E ÓPTICOS
TRANSPORTE TERRESTRE DE CARGA
FABRICAÇÃO DE OUTROS EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE, EXCETO VEÍCULOS AUTOMOTORES
INDÚSTRIAS EXTRATIVAS
2.209.635.484
886.427.260
610.923.415
548.512.907
260.199.739
219.760.461
77.079.605
56.337.089
17.359.897
796.581
0
Elaboração: PMSBC/SOPP, a partir de dados da Secretaria de Finanças
63
adaptação do sistema de produção existente para que também atenda às
demandas dessa cadeia.
Diante desse quadro de potencialidades para a integração da indústria da
Região do ABC à cadeia produtiva de Petróleo e Gás, a realização de eventos,
debates e oficinas é fundamental na articulação e coordenação das forças
econômicas locais e na intermediação de contatos com agentes econômicos e
políticos de cunho regional, estadual e nacional, fomentando a produção de
conhecimentos específicos sobre o tema.
4. Capacitação profissional
Em outra frente, esse processo exigirá um grande esforço de capacitação
profissional, para que os novos sistemas sejam operados de forma eficiente. Com
o novo Plano de Negócios da Petrobras, abrem-se oportunidades para a criação
de novos processos e produtos e também aumenta a demanda por mão de obra
especializada. Só a estatal deve abrir 8 mil novos cargos nos próximos três anos.
Além dela, centenas de outras empresas darão suporte direto e indireto em
áreas que envolvem atividades de exploração e produção, logística e transportes,
monitoramento das condições climáticas e distribuição, entre outras.
A execução do Plano de Negócios da Petrobras para o período 2009-2013 irá
demandar a qualificação de mais 207 mil pessoas, em 185 categorias profissionais,
para o atendimento dos empreendimentos previstos para esse período, em 13
estados do país, suprindo a demanda da cadeia de fornecedores da indústria
do petróleo. Entre estes, incluem-se pelo menos 15,4 mil profissionais da área
de Engenharia, entre técnicos e de nível superior. Serão necessários recursos da
ordem de R$ 554 milhões para o treinamento deste quantitativo identificado.
É amplamente discutida a questão da escassez de mão-de-obra treinada e
qualificada no setor de petróleo e a consequente necessidade da elaboração de
políticas públicas para equacionar esse problema. Com base em levantamentos
e trabalhos da Petrobrás e outras entidades, é possível observar que existe
uma carência relativa de mão-de-obra no setor, concentrada em alguns nichos
específicos.
Tabela 04 - As 10 carreiras mais promissoras para o mercado do pré-sal
Carreiras mais promissoras
1. Geólogo
2. Geofísico
3. Engenheiro de petróleo
4. Engenheiro naval
5. Engenheiro submarino
6. Engenheiro de processamento
7. Técnico de projeto
8. Técnico de construção
9. Técnico de montagem
10. Técnico de operações e de manutenção
Fonte: Petrobras
64
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
No entanto, a magnitude e a abrangência da cadeia de petróleo e gás natural
fazem com que o setor apresente necessidades diversificadas por mão-de-obra.
A isso se soma a natureza cíclica do ramo, o que aumenta as dificuldades na
integração entre a formação de profissionais e a absorção da mão-de-obra pelas
empresas contratantes.
Observou-se que o volume da demanda por profissionais de nível técnico
(básico e médio) é maior do que por profissionais com formação superior, com
destaque para os técnicos em mecânica, elétrica, naval, soldador e caldeireiro.
Outra constatação é que não existem alterações significativas no perfil da mãode-obra normalmente demandada pela indústria. Outros setores da atividade
econômica, amplamente presentes na Região do ABC, agregam a mão-de-obra
que se torna adequada às necessidades do setor de petróleo. São eles: indústria
metal-mecânica; metalurgia, indústria química etc.
Entre as possíveis ações para preparar a mão-de-obra, especializada ou
não, para as demandas atuais e futuras do setor de petróleo, faz-se necessário
estimular parcerias entre a indústria e as universidades públicas e privadas
que oferecem cursos nas áreas de engenharia, sendo importante concentrar
esforços para ampliar a oferta de especializações em petróleo, destacadamente
em entidades como UFABC, FEI, SENAI, ETECs, FATECs, etc.
Na Região do ABC, existem instituições públicas e privadas voltadas à
formação profissional de técnicos e tecnólogos, parte dos quais com potencial
para se voltarem à cadeia produtiva do setor de petróleo e gás. Entre elas,
estão o Centro Paula Souza e o SENAI-SP. O Centro Paula Souza, vinculado
à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado
de São Paulo, é responsável pela rede de ensino técnico, formada pelas Escolas
Técnicas (Etec’s) e pelas Faculdades de Tecnologia (FATEC’s). O SENAI é
mantido pela FIESP, atuando na aprendizagem industrial e na formação de
operadores, entre outras áreas.
Na Região do ABC, onde a demanda por pessoal nas atividades da cadeia de
equipamentos de Exploração e Produção (E&P) e serviços dispõe de potencial
de concentração, são oferecidos diversos cursos adequados à formação de
profissionais demandados pelo setor petrolífero.
É fundamental que as Gestões Públicas Regionais e Municipais busquem
assumir um papel indutor para que as universidades locais apresentem
planos de bolsas de estudos para patrocínio da Petrobras, por meio do
Plano de Formação de Recursos Humanos (PFRH) da estatal. Para isso, as
universidades têm sido incentivadas ao cadastramento de cursos e grades
disciplinares junto à Agência Nacional de Petróleo (ANP), etapa obrigatória
para o patrocínio da Petrobras.
No ensino superior, a Região do ABC encontra-se em posição privilegiada,
contando com uma universidade pública federal (UFABC), uma
universidade pública municipal (USCS), faculdades e universidades
particulares, as quais mantêm diversos cursos com habilitações em áreas
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
65
5. Inovação
A exploração e a produção de petróleo no pré-sal da Bacia de Santos
impõem inúmeras demandas de ordem tecnológica e de inovação na indústria
fornecedora de bens, peças e serviços. A necessidade de garantir condições
técnicas a custos competitivos nas situações extremas impostas pelo pré-sal
e pelas águas ultraprofundas exige que novas soluções tecnológicas sejam
desenvolvidas.
É necessário desenvolver uma grande variedade de tecnologias submarinas,
sistemas inovadores de produção, softwares e sistemas de controle e gestão
ambiental. Um cluster de empresas de Tecnologia da Informação e
Comunicação (TIC) poderia tornar-se referência para análise e modelagem
de reservatórios, sistemas de gestão eletrônica de reservatórios, comunicações
avançadas, controle de processos e medição e serviços de apoio para exploração
e produção (upstream). Mas há também uma enorme variedade de tecnologias
inovadoras downstream, abrangendo todos os aspectos da tecnologia concebida
e desenvolvida para o transporte e distribuição de gás, serviços avançados de
medição, controle e instrumentação, modelagem de rede e sistemas afins.
Entre os sistemas específicos para o levantamento e exploração de campos
de Petróleo e Gás, encontram-se avançados softwares de posicionamento
dinâmico, sísmico e geofísico integrado e sistemas de rastreio. A produção do
setor de Petróleo e Gás demanda soluções específicas de gestão de projeto,
serviços de apoio e softwares especializados em otimizar a produção de Petróleo
e Gás. O uso de colaboração online, junto com comunicações por satélite,
infraestrutura de informática e sensores avançados, a fim de proporcionar uma
imagem em tempo real de operações de fundo de poço e de produção, colocaria
as empresas nacionais de TIC na vanguarda. Os programadores de software
poderiam oferecer sistemas de fiscalização de reservatórios, simulação, controle
de processo e monitoramento de desempenho. Em relação às necessidades
de transporte, softwares de planejamento e modelagem de redes, modelos de
simulação, sistemas de medição sofisticados e monitoramento do estado de
redes de gasodutos são exemplos de aspectos a serem desenvolvidos. Quanto
aos aspectos da distribuição de gás, existe o potencial de desenvolvimento de
sistemas de medição, controle e instrumentação de gás, possibilitando a gestão
de ativos e integridade de redes, de monitoramento e avaliação de riscos.
Soluções ambientais também envolvem sistemas de avaliação de risco de
poluição e gestão ambiental.
A Região do ABC necessita consolidar a inteligência do petróleo em seu
território, coordenando uma agenda comum entre universidades, centros de
pesquisas e empresas. O aumento da competitividade da indústria fornecedora
da Região do ABC também deve ser objeto de ações de pesquisa e inovação.
Para isso, os principais focos são: criar uma agenda de pesquisas (estratégica)
para alavancar a indústria na região; estreitar a cooperação entre centros de
pesquisa e empresas com foco na inovação de bens e serviços para a cadeia de
petróleo.
A Petrobras, por ser a grande demandadora de novas tecnologias e processos
do setor de petróleo, constituiu a maior rede de parcerias com universidades e
institutos de pesquisa relacionados ao petróleo. Essa rede é coordenada pelo
Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello
(CENPES), seu próprio centro de pesquisas e desenvolvimento. Nele, há 30
unidades-piloto e 137 laboratórios que atendem os órgãos da Petrobras. O
CENPES conta com 2 mil funcionários, sendo que cerca de 500 são mestres ou
doutores, os quais permitiram o registro de aproximadamente 50 patentes no
Brasil e no exterior em 2007.
Apenas para 2011, a Petrobrás reservou US$ 1,2 bilhão de investimentos em
pesquisa e desenvolvimento, o equivalente a 0,8% do faturamento. Deste total,
US$ 300 milhões são destinados a Institutos de Ciência e Tecnologia, que inclui
universidades, institutos de pesquisa e centros tecnológicos, que participam de
50 redes temáticas criadas pela empresa para o desenvolvimento de pesquisas
nas áreas de interesse da companhia. Esse investimento foi intensificado a partir
de 2005, quando a Agência Nacional do Petróleo (ANP) determinou que as
empresas que produzem óleo e gás no país invistam 1% do faturamento dos
campos de maior produção em pesquisa e desenvolvimento.
Além do caráter indutor assumido pela Gestão Pública na Região, de modo
a incentivar as universidades a apresentarem planos de bolsas de estudo e
cadastramento de cursos e grades disciplinares junto à ANP, as instituições de
ensino superior instaladas na Região do ABC têm sido incentivadas a elaborar
planos de ampliação ou modernização de seus laboratórios para integração à rede
do CENPES da Petrobrás. Novos cursos e grades curriculares devem ser criados,
para obtenção de apoio financeiro de parceiros na exploração do pré-sal.
A UFABC, por exemplo, conta com várias áreas de atuação relacionadas ao
Petróleo. São elas: energia; economia de energia; desenvolvimento econômico;
gás natural; análise macroeconômica; meio ambiente; planejamento energético;
eletricidade; desenvolvimento sustentável; e petróleo.
A consolidação da base de pesquisa presente em universidades e institutos
de pesquisa, aliada ao parque industrial, confere à Região do ABC posição
de privilégio no processo de inovação tecnológica, inclusive por intermédio
de possíveis parcerias com a Petrobras e com outras empresas do setor de
petróleo e gás.
É preciso estimular as empresas da cadeia de fornecedores a participar de
maneira mais ativa do processo de inovação. Existem na cadeia de fornecedores
subsetores que demandam inovação. Portanto, são necessárias ações dos
governos federal, estadual e municipais para integrar empresas, universidades
e centros de pesquisa, por meio de programas setoriais e parques tecnológicos.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
correlatas ao setor de petróleo, como engenharia, meio ambiente e química.
Observa-se também ampla rede de fomento à pesquisa.
66
67
68
Assim, a Gestão Pública da Região do ABC tem manifestado interesse
na atração de atividades econômicas que fomentem a inovação tecnológica.
Um dos principais resultados desse envolvimento é o Centro de Pesquisa e
Inovação Sueco-Brasileiro (CISB), inaugurado em maio de 2011. O local terá
como foco principal de atuação os setores de defesa e segurança, transporte e
logística, energia e sustentabilidade e inovação urbana para o futuro. Para realizar
os projetos previstos para o centro, o CISB buscará parceiros e financiamentos
através de instituições brasileiras e suecas fornecedoras de crédito para o
desenvolvimento de pesquisas.
Os parceiros do Centro de Pesquisa já comprometidos vão desde a esfera
governamental, com um aporte de 25%, enquanto as indústrias também terão
uma parcela de 25% e os demais 50% ficarão por conta de universidades e
institutos de pesquisa brasileiros e suecos. Saab, Volvo, Scania e a brasileira Vale
Soluções em Energia também serão parceiras da unidade de pesquisa. Entre
outros projetos, o centro de pesquisa trabalhará na implantação de um sistema
de sensores para a detecção da qualidade da água da represa Billings que é
distribuída para a cidade.
Outra proposta de atividades para o CISB é o desenvolvimento de fibras
de carbono voltado para a mecânica pesada. Quatro instituições, duas
suecas e duas brasileiras, deverão trabalhar em conjunto para desenvolver e
executar as primeiras fases do programa. A duração do projeto é estimada em,
aproximadamente, três anos e meio.
O projeto de engenharia colaborativa terá como foco a atuação nos setores
de mecatrônica móvel e eletro hidráulico. O objetivo é identificar problemas
técnicos em atividades petrolíferas, em esgotos e redes de transmissão elétrica.
O programa também atuaria no desenvolvimento do desenho de veículos
não tripulados. Volvo, Atlascopco e a Vale do Rio Doce estariam entre as
empresas interessadas em trabalhar para o desenvolvimento do projeto. Para o
desenvolvimento do programa é estimada a duração entre três ou cinco anos.
As demandas do pré-sal também exigem ação dos órgãos de fomento. A
Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP/MCT ) lançou, no início de
junho de 2010, chamadas públicas no total de R$ 130 milhões para a área do présal. A primeira previa investimentos de R$ 100 milhões no desenvolvimento de
projetos realizados em sistema de cooperação entre empresas e instituições de
ciência e tecnologia (ICTs) que ofereçam soluções para os desafios tecnológicos
gerados a partir das descobertas de reservas na camada do pré-sal. A intenção
é atender toda a cadeia produtiva do setor de petróleo e gás. Essa chamada
prioriza seis segmentos: válvulas, conexões e flanges, umbilicais submarinos,
caldeiraria, construção naval, instrumentação e automação.
O segundo edital, no valor de R$ 30 milhões, apoiava criação, adequação e
capacitação de laboratórios de ICT para atender às demandas dos fornecedores
da cadeia de petróleo e gás. Nesse caso, são três linhas de apoio para laboratórios
de ensaio de desempenho de válvulas e acessórios de tubulação, de produtos
de segurança e de qualificação e análise de umbilicais. Os recursos são do
Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), de
natureza não reembolsável. Nas duas chamadas, o valor mínimo das propostas
deveria ser de R$ 1 milhão, incluindo bolsas de estudo e pesquisa.
Objetivando esses investimentos, e inspirados no modelo que deu origem ao
Vale do Silício, na Califórnia, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
em parceria com a Petrobras trabalham para transformar a Ilha do Fundão no
maior centro global de pesquisa tecnológica do setor de petróleo. O esforço já
conseguiu a proeza de colocar lado a lado os três maiores prestadores de serviço
de perfuração de poços do mundo. Ao todo, o projeto do Parque Tecnológico
do Rio já atraiu 200 empresas dos mais variados portes e espera fazer do local
um polo exportador de conhecimento. Com 350 mil m², a área do parque é
hoje um imenso canteiro de obras, com a construção de centros de pesquisa
de variadas especialidades. A maior parte, porém, tem relação com o setor de
petróleo, diante da necessidade de desenvolvimento de novas tecnologias para a
exploração do pré-sal. Algumas empresas instaladas são: Schlumberger (centro
tecnológico); FMC, Baker Hughes, GE, Usiminas, TenarisConfab, Halliburton
construirão centros tecnológicos; V&M, EMC, Siemens e BG disputam os
últimos lotes.
Municípios brasileiros disputam investimentos em Pesquisa e
Desenvolvimento para o setor de exploração e produção. A pesquisa com gás
natural é foco de um conjunto de laboratórios recém-inaugurado na UFSC
em Florianópolis. Construído com apoio financeiro de R$ 1,5 milhão da
Petrobras, o complexo localizado no campus da Trindade integra os esforços da
Rede Temática de Gás Natural. Faz também parte das iniciativas de eficiência
energética do Programa Tecnológico para Mitigação de Mudanças Climáticas
(Proclima), coordenado pelo Centro de Pesquisas & Desenvolvimento da
Petrobras (Cenpes). A estrutura de 800 metros quadrados nasceu preparada
para ampliações e já abriga uma série de experimentos.
O município de Santos, no litoral de São Paulo, destinará uma área de seis
quilômetros quadrados para abrigar, na área continental da cidade, o segundo
núcleo do Parque Tecnológico de Santos. O local escolhido fica no bairro
de Guarapá, cerca de 30 quilômetros do centro de Santos, vizinho ao futuro
porto Barnabé Bagres. Hoje, a parte insular de Santos conta com o primeiro
núcleo do parque tecnológico. São 220 mil metros quadrados não contínuos,
ocupados pelas instalações de universidades e centros de pesquisa, com os
quais as empresas podem fazer acordos para usar laboratórios e outros recursos,
com a finalidade de desenvolver inovação. Têm escritórios na área do parque:
Petrobras, OGX, Maersk, BG, Modec, Schlumberger, Halliburton, Baker
Hughes, Transocean, Repsol, Kerr-McGee, BG, Smith International, BW
Offshore e Portway Soluções Logísticas. O Cenpes terá um núcleo de pesquisas
no local.
Além disso, o município de Santos contará com um campus da Universidade
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
69
de São Paulo (USP). As atividades terão início em 2012, com os cursos de
graduação em Engenharia de Petróleo e mestrado em Sistemas Logísticos.
Paralelamente à implantação do novo campus universitário, o acordo prevê a
integração da USP ao Parque Tecnológico e a implementação da Base Avançada
do Instituto Oceanográfico no Porto de Santos. O objetivo é atender à demanda
gerada pelas instalações da Petrobras para a exploração do petróleo do pré-sal
da Bacia de Santos.
Em Sorocaba, empresários, entidades e governo municipal assinaram uma
aliança para fomento da cadeia produtiva de Petróleo e Gás, incentivando
empresas existentes e atraindo novos investimentos. Para isso, a regional
sorocabana da Caixa Econômica Federal lançou uma linha de crédito exclusiva
para investimentos nesse setor, estimados para esse ano em mais de R$ 1 bilhão
em contratos. Além disso, a municipalidade tem investido em infraestrutura
junto ao parque tecnológico e em formação de mão de obra. Deve ser inaugurada
a nova Universidade do Trabalhador (UniT) e uma mais uma escola técnica
também se instalará na cidade.
6. Considerações Finais
A descoberta das jazidas do pré-sal é, sem dúvida, um novo marco histórico
para o país, que tem a possibilidade de tornar-se um grande exportador de
petróleo em futuro não muito distante. A redução das incertezas associadas
ao potencial das jazidas e o novo cenário macroeconômico despontam como
catalisadores da discussão sobre a necessidade de planejamento da exploração
dessas riquezas e de eventuais ajustes no marco regulatório nacional.
Surge uma grande oportunidade de gerar riqueza e desenvolvimento de
longo prazo e deve-se avaliar, de forma criteriosa, os mecanismos necessários
para garantir a materialização e o correto uso desses novos recursos. A criação
de políticas que garantam a evolução da cadeia produtiva deve ser encarada
como prioridade para garantir uma posição de destaque no setor energético e,
ao mesmo tempo, atingir os objetivos de desenvolvimento econômico e social
tão almejados.
É verdade que, por um lado, há grandes desafios à viabilização de
investimentos, mas, por outro, existem melhores condições para se definir um
modelo consistente e sustentável. A questão agora é atingir o equilíbrio entre
a maturação das definições estratégicas e a adequada urgência para que se
aproveite a oportunidade única de desenvolvimento que se tem à frente.
Considerando o período necessário para a regulamentação, as licitações, a
prospecção, a exploração, a produção e a comercialização do petróleo, estimase que o retorno do investimento não deva ocorrer antes de 2020.
A superação de desafios tecnológicos e ambientais exige, além de valores
consideráveis em investimentos, agilidade para viabilizar a exploração e
produção do pré-sal. Estamos perdendo competitividade neste momento, pois,
ao invés de ganhar espaço no mercado, desenvolvendo soluções inovadoras,
70
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
estamos no limiar de perder para a concorrência internacional, e até mesmo
para outros municípios, como Santos, Florianópolis e Rio de Janeiro.
A Região do ABC, tanto por sua localização estratégica entre a capital paulista
e o porto de Santos, quanto por seu perfil econômico, é candidata natural a
auferir benefícios da exploração do pré-sal. Contudo, é preciso mais. Instaurase um processo complexo de constituição da cadeia produtiva do pré-sal, o
qual deve envolver múltiplas ações e iniciativas, essenciais para o uso nacional e
socialmente produtivo das riquezas do petróleo, de cujo esforço Região do ABC
precisa (e tem condições plenas para tal) exercer um papel ativo. A superação
de desafios tecnológicos e ambientais exige recursos financeiros, incentivos e
criação de massa crítica para viabilizar a exploração e produção do pré-sal com
ganhos duradouros.
À Gestão Pública – Governo Federal, Governo Estadual, Governos
Municipais, Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Agência de
Desenvolvimento Econômico do Grande ABC - cabe não apenas a vontade
política, mas, sobretudo, a função estratégica de articular e coordenar as forças
econômicas locais e intermediar contatos com agentes econômicos e políticos
de cunho regional, estadual e nacional. Esforços estes que incluem, para sua
ação conseqüente e informada, uma compreensão lúcida do real significado das
riquezas do petróleo para o país e a região. Para executar com êxito esse papel,
é necessário capacitar os quadros dirigentes governamentais e estar sempre
presente no desdobramento das ações que incidam na estruturação da cadeia
produtiva do pré-sal e no fortalecimento do poder competitivo local e regional,
o que se expressa em iniciativas, pactuações, diagnósticos, proposituras,
acordos, a consolidação de um fórum de debates, bem como a produção de
conhecimentos específicos sobre o tema.
Em suma, trata-se de consolidar a vantagem natural da Região do ABC com a
agregação de vantagens construídas – coletivamente construídas – mobilizando
as forças sociais para, mais uma vez, neste novo ciclo de crescimento do país,
contribuir decisivamente, com a capacidade de inovação de sua gente, para o
desenvolvimento geral da nação.
Referências Bibliográficas
CESPEG. Petróleo & Gás no Estado de São Paulo: Panoramas, desafios e
políticas públicas. São Paulo, Comissão Especial de Petróleo e Gás Natural do
Estado de São Paulo (CESPEG), 2010.
FERRO, Fernando; TEIXEIRA, Paulo. Os desafios do Pré-Sal. Câmara dos
Deputados, Edições Câmara, Brasilia, 2009.
FORMIGLI, José. Pre-Salt Reservoirs Offshore Brazil: Perspectives and
Challenges. Energy Conference. Miami: nov. 2007.
______. Santos Basin Pre-Salt Cluster. In: Rio Oil & Gas Conference. Rio
de Janeiro: set. 2008.
FURTADO, Celso. Ensaios sobre a Venezuela: subdesenvolvimento com
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
71
abundância de divisas. Rio de Janeiro, Contraponto, Centro Internacional
Celso Furtado, 2010.
MORAES, João Antônio de. A. O pré-sal e o tsunami na geopolítica do
petróleo. http://www.cartacapital.com.br/, 2011 (acesso em julho/2011).
NEPOMUCENO, Francisco. Experiências da Petrobras no caminho do
pré-sal. In: RIO OIL & GAS CONFERENCE. Rio de Janeiro: set. 2008.
RAMOS, Artur; PIGORINI, Paolo. Pré-Sal: A Produção de petróleo como
base para um novo ciclo de desenvolvimento, Booz & Company, Rio de Janeiro,
2009.
SÃO BERNARDO DO CAMPO. Texto para Discussão nº1 - Subsídios
para a identificação de potenciais CLUSTERS em São Bernardo do Campo.
São Bernardo Campo, Secretaria de Orçamento e Planejamento Participativo,
2011.
72
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
73
O POLO PETROQUÍMICO
E O DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO LOCAL
Ciomar Okabayashi
Secretário de Desenvolvimento Econômico de Mauá
74
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O que é um Polo Petroquímico?
m polo petroquímico é formado por diversos equipamentos para a
produção de materiais que servirão para as cadeias produtivas dos
setores: plástico, borracha, químico, fertilizantes entre outros. Esse
complexo funciona e interage através de tubos, trocadores de calor, tanques e
torres de resfriamento, dia e noite, vinte e quatro horas por dia.
Uma cadeia petroquímica é formada por um conjunto de empresas,
estrategicamente localizadas geograficamente numa mesma área, compondo
todo o lay out de um polo petroquímico,
Essas empresas têm como material básico de seu processo, a utilização
do petróleo, do gás natural ou de seus derivados como matéria-prima, para o
processamento de seus diversos produtos.
Para melhor desempenho de suas atividades e para melhor aproveitar
suas competências nos âmbitos de logística, de infraestrutura e de integração
operacional, bem como otimizar seus custos, a indústria petroquímica organizase em polos industriais.
A criação de um polo petroquímico exige estudos técnicos e econômicos
detalhados, face ao alto valor de investimento para sua instalação.
Um pouco sobre a formação dos polos brasileiros
A indústria petroquímica surgiu na década de 1920, nos Estados Unidos,
como resultado de pesquisas que visavam à transformação de produtos naturais.
Desde sua origem, ela se caracteriza por elevada intensidade de capital,
movimentação de grandes volumes de matérias-primas e economias de escala
expressiva (Allemanno; Bontempo, 1998). Além disso, as empresas consideradas
líderes do setor petroquímico adquiriram, ao longo do tempo, alto grau de
integração da cadeia produtiva em relação às novas etapas de processamento
e controle de fontes de matérias-primas. Essa característica permite um
aumento do porte das empresas e, assim, uma elevação no faturamento, nos
investimentos em pesquisa e desenvolvimento e uma diminuição dos riscos da
monoprodução.
A Segunda Guerra Mundial consolidou o emprego de derivados do petróleo
e a forte expansão da petroquímica até a década de 1970, quando o declínio da
oferta e a escalada dos preços do petróleo impactaram diretamente a indústria,
já abalada por sobrecapacidade, em virtude do grande encarecimento da
matéria-prima e da recessão econômica (Spitz, 1988). Nas duas décadas
seguintes, teve início a ampla reestruturação que perdura até os dias atuais,
com reposicionamento de empresas por meio de fusões e aquisições e menor
diversificação de grandes produtores químicos.
No Brasil, embora o início da atividade petroquímica remeta à criação da
Petrobrás (fornecedora de matérias-primas) na década de 1950, considerase que a fase inicial (ou preliminar) estendeu-se desde o final da década de
1940 até 1964. Até a segunda metade dos anos 1960, o país possuía algumas
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
75
instalações isoladas de produção de resinas plásticas, como a Bakol e a Koppers,
que produziam poliestireno a partir de matéria-prima importada. A maioria
das empresas era subsidiária de empresas multinacionais como a Rhodia, Dow
Chemicals, Solvay, Shell e Union Carbide (Guerra, 1994).
Uma segunda fase, de 1965 a meados da década de 1970, ocorreu após as
definições políticas de cunho federal, tomadas entre os anos 1965 e 1967. Em
1967, houve a criação da Petroquisa, subsidiária da Petrobrás, com o objetivo
de desenvolver e consolidar a indústria petroquímica no Brasil.
Essa segunda fase teve como marco mais importante a instalação do
primeiro polo petroquímico, em Capuava, São Paulo, inaugurado em 1972
(Suarez, 1986).
O polo de Capuava foi o primeiro empreendimento petroquímico
do chamado modelo tripartite, pelo qual as joint-ventures formadas eram
constituídas, geralmente, de um terço de capital proveniente da Petroquisa,
um terço de sócio privado nacional e o terço restante de sócio estrangeiro,
normalmente por meio de fornecimento de tecnologia de produção (Suarez,
1986; Guerra, 1994; Cário, 1997).
Desenvolvimento Econômico Local
O desenvolvimento resulta do conhecimento e do aproveitamento das
potencialidades, oportunidades, vantagens comparativas e competitivas
já existentes em cada localidade, que podem ser dinamizadas por meio do
planejamento participativo e da gestão compartilhada.
Atualmente, a cadeia do petróleo no país está inserida em uma nova etapa,
para investimentos na cadeia do petróleo e gás, configurando-se como uma
futura possibilidade de contribuir, econômica e socialmente, para os municípios,
os estados e o país.
O petróleo e o gás vêm se tornando impulsionadores de inúmeros setores –
metal-mecânico, eletro-eletrônico, químico, tecnologia da informação, serviços
gerais etc. impactando o desenvolvimento de municípios e estados.
O polo petroquímico de Capuava tem um papel fundamental na arrecadação
tributária dos municípios de Mauá e Santo André, pois mais da metade do ICMS
arredado por Mauá origina-se deste polo. E, em Santo André, a contribuição
também é bastante significante.
As micro e pequenas empresas desta cadeia produtiva podem, de fato, ter
reais condições de fornecer bens e serviços ao polo petroquímico, aumentando
as possibilidades de novas oportunidades e de negócios. Contudo, para que isso
seja possível, faz-se necessário que o polo petroquímico aceite o grande desafio
de capacitar e preparar essas empresas. Tal capacitação pode ser realizada por
organizações parceiras.
Assim, o polo petroquímico de Capuava pode tornar-se um exemplo no
processo de abertura para aquisição de bens e serviços de micro e pequenas
empresas instaladas nas suas proximidades, contribuindo, diretamente, para o
76
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
crescimento dessas empresas e, conseqüentemente, gerando mais emprego e
renda para a região.
Restrições para micro e pequenas
Há dificuldades que desestimulam as micro e pequenas empresas na
busca de se tornarem potenciais fornecedores de produtos e serviços para
o polo petroquímico. Destaca-se a dificuldade das empresas de pequeno
porte em atender aos elevados padrões exigidos pelos compradores. Dessa
forma, a maioria delas só consegue fornecer ao polo de forma indireta, como
subfornecedores.
Esforços isolados de capacitação e informação podem ser de baixa eficácia,
se não forem removidos obstáculos que impedem o acesso dos pequenos
negócios a serviços como informação de qualidade, educação continuada,
inovação tecnológica, financiamento, capitalização etc.
A criação e desenvolvimento de um ambiente que capaz de promover a
inserção, de forma competitiva, de pequenos negócios é o grande desafio e o
primeiro passo rumo à possibilidade de desenvolvimento de uma nova forma
de atuação no mercado petroquímico atual. Seu enfrentamento abrirá um
novo canal para o desenvolvimento, não somente para a Cadeia Produtiva do
Petróleo e Gás, mas, também, para as micro e pequenas empresas, que terão um
novo papel nessa cadeia.
O papel do polo petroquímico, neste caminho de desenvolvimento local
da cidade de Mauá e da região do Grande ABC, é o adensamento da cadeia
produtiva a partir da inserção das micro e pequenas empresas locais, aumentando
sua competitividade e a sustentabilidade como fornecedoras diretas, indiretas
e potenciais, qualificando-as em atender aos requisitos e às exigências para
fornecimento ao polo petroquímico e à sua cadeia produtiva.
A estratégia é implantar ações de qualificação gerencial e técnica de pessoas,
de inovação tecnológica, de processos produtivos, de gerenciamento financeiro
e administrativo, de acesso ao mercado, entre outras, visando o atendimento
dos requisitos de confiança, operacionais e de segurança exigidos, promovendo
o crescimento e o desenvolvimento econômico local, com a geração de novos
postos trabalho e renda, aumentando, conseqüentemente, a arrecadação
tributária da região.
O monitoramento da implantação dessas ações é a tarefa de maior
importância para a evolução do desenvolvimento local existente hoje na região
do Grande ABC paulista.
Referências
ALLEMANNO, M.; BONTEMPO, J. V. Aplicações em Polipropileno:
a organização das inovações. SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA, 20., 1998, São Paulo. Anais... São Paulo, SP, 1998. p. 1.4841.495.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
77
CÁRIO, S. A. F. A relação público-privado na indústria petroquímica
brasileira. 1997. Tese (Doutoramento) – IE, Unicamp, Campinas, 1997.
GUERRA, O. Estrutura de mercado e estratégias empresariais: o
desempenho da petroquímica brasileira e suas possibilidades futuras de
inserção internacional. Brasília: Sesi, 1994.
KLEIN, M. C. A. A história do Polo Petroquímico do Grande ABC e da
Apolo. Clube Editorial: Santo André-SP, 2011.
SPITZ, P. Petrochemicals: the rise of an industry. New York: John Wiley &
Sons, 1988.
SUAREZ, M. A Petroquímica e tecnoburocracia. São Paulo: Editora
Hucitec, 1986.
ZANCHET, N. A.; SIEDENBERG, D. A Indústria Petroquímica no Rio
Grande do Sul: trajetória e contribuições para o desenvolvimento regional.
ano.10. n. 20.Unijuí: maio/ago 2012, p. 108-139.
78
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
79
A CADEIA DO PLÁSTICO
COMO FATOR DE DINAMISMO
INDUSTRIAL PARA O ABC
Oswana Fameli
Vice-Prefeita e Secretária de Desenvolvimento Econômico,
Ciência e Tecnologia de Santo André
Mestre em Comunicação, Educação e Administração
economia do ABC Paulista tem apresentado um forte dinamismo e
grande diversificação ao longo de sua história. O total de riquezas
produzidas nas sete cidades coloca o grupo de municípios como o
quarto maior PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, com R$ 84,8 bilhões. A
região só fica atrás de São Paulo (R$ 443,6 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 190,2
bilhões) e Brasília (R$ 149,9 bilhões).
Apesar de permanecer em quarto lugar, o PIB regional saltou de R$ 71,1
bilhões, em 2009, para R$ 84,8 bilhões, em 2010, alta de 19,2%. O crescimento
superou amplamente o registrado em toda a economia nacional, cujo PIB
passou de R$ 3,239 trilhões, em 2009, para R$ 3,770 trilhões, no ano seguinte,
registrando uma elevação de 16,38%. Em termos reais, as taxas de crescimento
foram de 10,14% no ABC e 7,53% no Brasil1.
Diante deste contexto econômico, um setor em especial chama a atenção
para um enorme potencial a ser explorado na região. O Brasil conta com 11.690
indústrias transformadoras de plástico, que geram 348 mil empregos2. Deste
total, 44% estão localizadas no Estado de São Paulo, com participação similar
nos empregos. No Grande ABC há 466 empresas que, segundo a RAIS (Relação
Anual de Informações Sociais), empregam 15.674 trabalhadores, distribuídas
da seguinte forma: 46,4% das empresas e 51,6% dos postos de trabalho em
Diadema; 25,3% das empresas e 30,7% dos empregos em São Bernardo do
Campo; 17,4% das empresas e 9,7% dos empregos em Santo André; 10,9% das
empresas e 8,1% dos empregos em São Caetano do Sul3.
Para entender um pouco mais esta economia diversificada, é importante
analisar o contexto histórico da região.
Logística e indústria - A história do Grande ABC remonta ao Brasil colonial,
no início do século XVI, quando a região servia de passagem e descanso para
as tropas da colônia portuguesa. Desde a sua origem, o aspecto logístico já
apresentava vantagens no traçado habitualmente cortejado pelos historiadores.
Em artigo produzido pelos pesquisadores Maria de Lourdes Peixoto Xavier,
Ana Claudia Mendes Souza, Juliana Pedreschi Rodrigues e Luís Paulo Bresciani
em 2007, intitulado O Novo Perfil Econômico do Grande ABC4, a partir de 1950
a rodovia Anchieta começou a se tornar o grande eixo de localização do setor
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) - referem-se ao desempenho
da economia em 2010. Os dados estão em valores nominais (não deflacionados) A posição no
ranking foi mantida constante no qüinqüênio 2006-2010, bem como o segundo lugar nacional
no PIB industrial dos municípios, para o grupo dos sete municípios do ABC. Para a apuração
das taxas reais, os valores nominais foram deflacionados pelo Deflator Implícito do Produto.
2
Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) - Apresentação ao Arranjo
Produtivo Local (APL) Químico do ABC, 29/08/2013.
3
Idem, ibidem.
4
Publicado na Revista Organizações em Contexto - online, vol 3, n° 6 - julho/dezembro
(2007). Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/OC/
article/view/1347 . Acesso em 3/set/2013 - 15:39
1
80
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
81
industrial automobilístico no Brasil. Na região, instalaram-se empresas como
a Volkswagen, a Willys (mais tarde, Ford), a Mercedes Benz e a Scania. A
urbanização de Diadema ocorria em consequência da expansão industrial de
São Bernardo do Campo.
O setor automotivo foi um grande motor de crescimento para a economia
regional. As montadoras multinacionais observaram a logística da região como
um atrativo, uma vez que o fácil acesso ao Porto de Santos pelas rodovias
Anchieta e Imigrantes facilitaria o escoamento produtivo.
A cadeia do plástico no ABC
Conforme já abordado, o ABC sempre demonstrou possuir logística e
localização interessantes para a indústria, pois fica a 60 km do Porto de Santos,
é cortado pela ferrovia operada hoje pela MRS (que liga os estados de São
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) e tem infra-estrutura e profissionais
qualificados. Além disso, importantes institutos tecnológicos, centros de
pesquisas e universidades públicas e privadas estão instalados na região. Neste
ambiente, cabe destacar a chegada da UFABC (Universidade Federal do ABC)
em 2006, que possibilita elevar o padrão tecnológico regional.
Outro fator importante é a soma de empresas de alta relevância instaladas,
como a Rhodia, Pirelli, Firestone, Alcan e Alcoa, além das próprias indústrias
que compõem o Polo Petroquímico do Grande ABC.
Em relação à expansão do complexo químico e petroquímico, é importante
registrar a implantação da Rhodia, no início do século passado, e a constituição
do Polo Petroquímico do Grande ABC, a partir dos anos 1960/1970. Na
última década, o Polo passou por um forte processo de expansão, a partir de
uma resposta positiva do Governo do Presidente Lula a um pleito formulado
ao longo de duas décadas pelos gestores, sindicalistas e empresários da região.
A decisão, tomada em 2004, foi efetivamente implementada e, em 2008, o Polo
passou a operar já com sua estrutura ampliada. Esse fator, aliado à retomada
do crescimento econômico verificada no período, abriu perspectivas positivas
para a indústria de transformados plásticos.
82
polietileno tereftalato (PET) e policloreto de vinila (PVC).
A terceira geração é formada pelas indústrias de transformados. Nesta
fase, são produzidos os mais diversos artefatos como sacos, frascos, tampas,
garrafas, materiais para construção civil, eletroeletrônicos, eletrodomésticos,
brinquedos, peças para o setor automobilístico e de autopeças.
Figura 15
Segundo o Departamento Econômico da Associação Brasileira da Indústria
de Plástico - ABIPLAST, “atualmente, o consumo per capita de plásticos no
Brasil é de 35,77 kg/habitante (vide gráfico abaixo). Esta média está próxima
da média mundial, que está entre 30 e 45 kg/habitante. ”
Consumo per capita de transformados plásticos no Brasil (em kg/habitante)
Gerações da indústria química e consumo
Para entender de forma técnica a divisão dos setores da cadeia do plástico, é
importante entender as gerações que compõem a indústria.
Tudo tem início no petróleo, ou mais precisamente, na nafta ou no gás natural
(bases da cadeia produtiva do plástico, que tem três fases, também chamadas de
gerações). A primeira e a segunda estão relacionadas à indústria petroquímica,
que é responsável pela produção dos petroquímicos básicos (eteno, propeno,
butadieno, benzeno e paraxileno).
A partir destes compostos são fabricadas as resinas termoplásticas:
polietileno — que pode ser de baixa densidade (PEBD), baixa densidade linear
(PEBDL) e alta densidade (PEBD) —; polipropileno (PP); poliestireno (PS);
Fonte: O Setor de transformação de plástico dentro da cadeia produtiva - Secretaria de
Desenvolvimento Econômico - Prefeitura de Santo André (2009)
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
Fonte: IBGE. Elaboração: ABIPLAST.
5
83
O consumo brasileiro cresce acima do consumo mundial, como pode ser
visto abaixo:
Consumo per capita de transformados plásticos no mundo
(em kg/habitante)
* Os valores para 2015 são uma expectativa.
Fonte: ABIPLAST, a partir de: Plastics The facts - Plastics Europe 2009.
A figura acima indica que, até 2015, o Brasil deverá ter duplicado o consumo
de plásticos per capita em relação a 2010, enquanto a média mundial deverá
crescer 50% na mesma comparação. Das regiões do mundo identificadas
na figura, apenas a Europa Central tem crescimento estimado até 2015 em
proporção similar à brasileira. Essa estimativa indica o grande potencial de
expansão do setor, com benefícios para o país e para as regiões de concentração
da indústria de transformação de plástico.
Potencial regional
Ao analisarmos os conceitos históricos de desenvolvimento econômico
do ABC e a representatividade da cadeia do plástico da região para o País, é
possível identificar suas potencialidades.
A partir de 2004, o ABC passou a contar com o APL Plásticos, que chegou
a reunir, regularmente, até 50 empresas6. Fiesp, Sebrae-SP, Quattor e o Banco
Mundial (IFC), juntamente com a Agência do Grande ABC, compunham o
Comitê Gestor do projeto.
A presença do Polo Petroquímico e Químico e, agora, a existência do APL
Químico do ABC, com a presença do segmento plástico (incluindo a entidade
setorial das empresas - ABIPLAST – e o Sindicato dos Químicos do ABC),
permitem retomar as atividades de reforço da indústria de transformação de
Plásticos, promovendo uma forte cadeia produtiva regional. O grande objetivo é
o envolvimento progressivo das empresas instaladas na região, em um ambiente
de vantagens competitivas.
O ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, já havia identificado, em artigo
publicado na Revista São Paulo em Perspectiva, da Fundação Seade7, que o
elenco de benefícios econômicos potenciais do Grande ABC é composto
por cinco grupos de fatores: a produtividade da força de trabalho; os espaços
existentes para a complementação da matriz interindustrial regional; o tamanho
do mercado; a configuração de um ambiente empreendedor em torno dos
diferentes tomadores de decisão (empresários, setor público e sindicatos); e a
qualidade de vida.
No mesmo texto, Celso Daniel destacava a necessidade de uma estratégia
regional, inspirada na defesa do nível de renda e emprego e materializada em
ações visando redução de custos e, sobretudo, aperfeiçoamento e criação de
benefícios econômicos. Coroa essa estratégia a gestação de uma imagem pública
positiva do Grande ABC (seja do ponto de vista do conjunto dos moradores,
seja do ângulo dos formadores de opinião e tomadores de decisão internos e
externos à região).
O ABC vive um momento em que novas instituições de pesquisa, como a
própria UFABC e as unidades das FATECs, estão aptas a contribuir para este
processo. No passado, as universidades desenvolviam a tecnologia e as empresas
a exploravam. Mas já é hora de inverter a mão. As empresas devem se unir,
identificar suas necessidades e buscar nas instituições acadêmicas ferramentas
para corrigir possíveis gargalos. Tudo isso com o apoio contínuo da esfera
pública, que deve agir como um facilitador que integra este desenvolvimento
social.
Enfim, como os números e argumentos citados revelam, a cadeia do plástico
interfere diretamente na indústria da região, dinamizando o setor produtivo
de maneira a contribuir para o crescimento econômico e humano de todo o
Grande ABC.
Daniel, Celso. Uma Estratégia Econômica para o Grande ABC. Revista São Paulo em
Perspectiva, 10(6), São Paulo: Fundação SEADE, jul-set 1996. Disponível em: http://www.
seade.gov.br/produtos/spp/v10n03/v10n03_17.pdf. Acesso em 3/set/2013 às 17:00.
7
Fonte: Portal Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC.
http://www.agenciagabc.com.br/grandeabc0709br/projetos/?id=81
6
84
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
85
86
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
87
RIBEIRÃO PIRES E O
DESENVOLVIMENTO DAS
EMPRESAS NA CADEIA
PRODUTIVA DO
PETRÓLEO E GÁS
Paulo Silotti
Secretário de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Pires
Larissa Lovato Baumeister
Eloiza Reinoso
descoberta do pré-sal despertou o interesse de empresas a investirem
no setor de petróleo e gás natural. Sabemos que é uma realidade que
levou o Brasil a uma posição estratégica frente a grande demanda de
energia mundial das próximas décadas. Em 2008, começou a produção do présal e até os dias de hoje superou-se 100 milhões de barris de petróleo, atualmente
são mais de 300 mil barris nas bacias de Santos e de Campos. Estima alcançar
em 2017 um milhão de barris por dia.
A partir desta estimativa, no Brasil, houve um investimento de quase 3 bilhões
de dólares em modernização do parque industrial petrolífero, e mesmo assim
alguns produtos e serviços adquiridos são importados gerando a expectativa
deste fornecimento ser ocupado por empreendimentos de menos escala.
O estado de São Paulo é o maior consumidor de gás natural, petróleo e
derivados do país, de onze refinarias da Petrobras existentes no Brasil quatro
estão localizadas neste estado, são elas: a Refinaria Presidente Bernardes
(RPBC), localizada em Cubatão (SP); a Refinaria de Paulínia (REPLAN),
localizada em Paulínia (SP); Refinaria de Capuava (RECAP) localizada em
Mauá (SP) e a Refinaria Henrique Lage (REVAP), localizada em São José
dos Campos; juntas concentram 41,7% da capacidade de refino e 45,5% da
produção nacional1.
O município de Ribeirão Pires recebe, sob a produção de Petróleo e Gás
Natural, pelo aspecto da Lei nº 7.525/1986, artigo 6º, incide a transferência
do Fundo Especial dos Royalties para o município de Ribeirão Pires, que é a
reparação ligada a grandes campos de extração, como a camada de pré-sal, de
janeiro a abril de 2013 recebeu a importância de R$ 155.034,792.
Para melhor entendimento, o estado de São Paulo produziu o plano diretor
de dutos que teve como objetivo realizar de forma estratégica a implantação de
estrutura eficiente de armazenamento e distribuição dos combustíveis, visando
atender à necessidade de uma demanda futura por produtos vindos de outros
estados ou países.
O plano visa à economicidade, segurança e conformidade com as legislações
ambientais vigentes permitindo o preparo da malha de dutos que suportaria o
desenvolvimento do estado de São Paulo e do país realocando dutos para fora
da região, prevendo o reordenamento do transporte de gás natural e derivados
na região, e assim atingir um novo padrão de convivência entre as faixas de dutos
e comunidades, diminuindo os riscos ligados à atividade de transporte de gás.
Ainda em nosso município, Ribeirão Pires, o novo projeto de dutos foi
batizado de GASAN II. O gasoduto transporta a produção de gás natural da
Bacia de Santos e do pré-sal. Tem 39 quilômetros de extensão e 22 polegadas
de diâmetro e os dois grandes dutos cortam as cidades de Santo André, São
Bernardo do Campo, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra em pleno
Anuário estatístico ANP, 2006.
Transferência do Fundo Especial dos Royalties, Portal da Transparência do Governo Federal.
1
2
88
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
89
90
Parque Estadual da Serra do Mar. O empreendimento tem a capacidade de
transportar 7 milhões de metros cúbicos por dia. Essa atividade iniciou-se em
abril de 2011.
A Petrobras é uma empresa de energia reconhecida mundialmente pela
excelência tecnológica, e detém um poder de compra elevado e é por este motivo
que diversas empresas instaladas no Brasil desejam fornecer bens ou serviços
para essa companhia. Para isso, as exigências são elevadas, sendo os critérios
avaliados pela estatal, exemplos destes critérios são: técnicos, econômicos,
legais, de saúde, meio ambiente, segurança e gerencial. Após ter-se comprovado
apta, ou seja, ter preenchidos os requisitos necessários, a empresa que deseja ser
fornecedora tem seu cadastro aprovado e recebe o Certificado de Registro de
Classificação Cadastral (CRCC). Desta forma, o desafio maior e evidente são
os das micros e pequenas empresas, que tem dificuldade em obter o referido
certificado.
Portanto, a instalação de novas indústrias passa a ser uma meta dos governantes
com objetivo de atrair dividendos para seus territórios. Com isto, inicia- se uma
disputa pela atração do empresariado. E dentre as preocupações de um Prefeito,
como a saúde, a educação, a habitação etc., passa a figurar importante elemento
de suas ações de governo, que é a promoção do desenvolvimento local. Com
esta preocupação, diversas prefeituras criaram secretarias específicas para tratar
deste tema, que é o nosso caso denominada Secretarias de Desenvolvimento
Econômico.
E para atingir esta expectativa o município de Ribeirão Pires está em busca
de investir na formação de micro e pequenas empresas para participarem do
sistema de compras das operadoras petrolíferas ou aproveitem as oportunidades
de negócio geradas pela atividade.
Existem no município, pequenas e médias, empresas fornecedoras da cadeia
de petróleo e gás que pertencem a múltiplos setores: metal mecânico, hidráulico
e engenharia.
Neste exercício de 2013, foram realizadas visitas a seguintes empresas que
participam da cadeia produtiva: SCA Calderaria, Tubos Ipiranga, Lubraquim e
Grupo Feital.
A empresa Tubos Ipiranga, empresa familiar com sede em Ribeirão Pires,
implementará projetos nos blocos que foram leiloados na última rodada da
Agência Nacional do Petróleo (ANP), gerando uma demanda por tubos de
aço daqui a 5 ou 6 anos, ela investirá R$ 25 milhões em equipamentos. Ela
está avaliando também a formação de um joint-venture com uma fabricante
estrangeira com o objetivo de incluir em seu portfólio ligas especiais necessárias
para a obra do pré-sal e que não ainda não há no Brasil.
A empresa SCA Caldeiraria atua no ramo metalúrgico na conformação de
tubos de até 6 polegadas de espessura utilizados nas indústrias de petróleo,
gás, energia e off shore. A empresa adquiriu um equipamento denominado
CALANDRA com capacidade para tubos de 10 polegadas de espessura. Esta
maquina está presente somente nos seguintes países: Arábia Saudita e Austrália.
Desta maneira, a SCA Caldeiraria torna-se a maior empresa localizada nas
Américas.
A empresa Lubraquim Indústria e Comércio de Lubrificantes, é uma
distribuidora de óleos minerais básicos e formuladora de lubrificantes dentro
dos mais rigorosos padrões de qualidade com básicos parafínicos de primeira
origem e aditivos de última geração, básicos de origem da Petrobrás, e atua no
ramo de comercialização, produção e distribuição de óleos minerais e derivados
de petróleo.
O Grupo Feital, fundado em 1946, nasceu do espírito empreendedor
e motivador que vem acompanhando a empresa todos estes anos. Com o
pensamento no desenvolvimento do aço inoxidável no país e diante do bom
desempenho da economia brasileira e as previsões de aumento do consumo
de inox para os próximos anos, o Grupo Feital inaugurou uma unidade de
armazenamento e distribuição, com 50 mil m² de área construída e 250 mil
m² de área total, em nosso município. Com isso, a empresa tem como objetivo
oferecer estoques mais completos de todas as suas linhas, a fim de atender
ao crescimento da demanda que virá das áreas de energia, petróleo e gás,
arquitetura e agronegócio, consumidores de grande parte da produção nacional
de aço inox.
A logística também será mais eficiente em função da localização da unidade,
próxima aos complexos viários da Anchieta, Imigrantes e Trecho Sul do
Rodoanel. O Grupo Feital trabalha com os principais fornecedores nacionais
que têm tradição e qualidade no mercado, a fim de oferecer aos clientes uma
ampla gama de produtos de qualidade a preços competitivos.
Certamente, o setor energético será uma das maiores preocupações da
humanidade nos próximos anos, devido ao petróleo ser uma das principais
fontes de energia e um elemento estratégico para a economia mundial.
Com a descoberta da camada pré-sal, o Brasil se destacou no cenário
mundial como um dos maiores detentores de reserva de petróleo do mundo.
Dessa forma, as indústrias podem participar da cadeia produtiva de petróleo
e gás e, assim, serem o alicerce do crescimento econômico para as próximas
décadas.
Para que isso ocorra, o setor público municipal deve fomentar o setor
empresarial, de forma a mobilizar e informar as oportunidades existentes
no mercado, por meio de seminários, eventos, como exemplo a Rodada
de Negócios, que ocorre uma vez por ano, com as empresas do ramo metal
mecânico e plástico e que objetiva o desenvolvimento local.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
Bibliografia
As Refinarias da Petrobras. Disponível em: http://www.clickmacae.com.
br/?sec=368&pag=pagina&cod=216. Acesso em 27 de junho de 2013.
Até 2017, chegaremos a mais de 1 milhão por dia. Disponível em: http://
91
www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/petroleo/
presal/?gclid=CPbQlp-lhLgCFVRo7AodgjkAbQ. Acesso em 27 de junho de
2013.
Atuação no pré-sal. Disponível em: http://www.petrobras.com.br/pt/
energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/petroleo/presal/?gclid=CPbQlplhLgCFVRo7AodgjkAbQ. Acesso em 29 de junho de 2013.
Córrego para obra de super gasoduto na Serra do Mar. Disponível em:
http://www.andradecanellas.com.br/default.asp?id_materia=6914. Acesso
em 27 de junho de 2013.
Governo encaminha ao Congresso proposta de novo Marco da Mineração.
Disponível
em:
http://www.mme.gov.br/mme/noticias/destaque1/
destaque_336.html. Acesso em 26 de junho de 2013.
Grupo Feital. Disponível em: http://www.feital.com.br/noticia/videocontando-a-trajetoria-do-aco-inoxidavel-nos-ultimos-100-anos-onde-ogrupo-feital-faz-parte-em-seus-66-anos-juntamente-com-seus-clientes-e-parceiros/. Acesso em 02 de julho de 2013.
Grupo Feital. Disponível em: http://www.feital.com.br/ Acesso em 01 de
julho de 2013.
Guia do gestor de município petrolífero: o futuro é agora. Disponível em:
h t t p : / / w w w. g o o g l e . c o m . b r / # s c l i e n t = p s y b & q = p e t r o l e o
+e+gas+natural+sebrae&oq=petroleo+e+gas+natural+sebrae&gs_l=hp.3
...5152.9042.1.9362.9.9.0.0.0.0.660.3220.1j0j1j5j1j1.9.0...0.0...1c.1.18.
psyb.q8D8Bz3Bkjo&pbx=1&bav=on.2,or.r_qf.&bvm=bv.48572450,d.
dmg&fp=7b01a74ee5a3417b&biw=1024&bih=587. Acesso em 28 de junho
de 2013.
Lubraquim. Disponível em: http://www.lubraquim.com.br/. Acesso em 01
de julho de 2013.
Plano Diretor de Dutos de São Paulo. Estudo de Impacto Ambiental.
Volumes I, III, IV, V, VI, VII e XII. Petrobras. Setembro/2007.
Prazo de cadastramento e licenciamento ambiental de projetos no Leilão
“A-5” de 2013 é alterado. Disponível em: http://www.mme.gov.br/mme/
noticias/lista_destaque/destaque_966.html. Acesso em 26 de junho de 2013.
SCA CALDERARIA. Disponivel em: http://www.scacaldeiraria.com.br/.
Acesso em 01 de julho de 2013.
Transferência do fundo Especial dos Royalties pela Produção de Petróleo
e Gás Natural. Disponível em: www.sp.transparencia.gov.br/ribeir%C3%A30_
Pires/receitas/por-area/acoes-por-mes:exercicio . Acesso em 30 de junho
2013.
Tubos Ipiranga. Disponível em: http://www.tubosipiranga.com.br/ Acesso
em 01 de julho de 2013.
92
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
93
RIO GRANDE DA SERRA
PRONTO PARA O
DESENVOLVIMENTO
GILVAN MENDONÇA
94
Secretário de Desenvolvimento Econômico
e Turístico de Rio Grande da Serra
Graduado em Turismo pela (UNIESP/FIRP) e
pós-graduando em Gestão Pública pela UCDB
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
Grande ABC Paulista, região do ABC ou ABCD é uma área industrial
formada por sete municípios da Região Metropolitana de São Paulo:
Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema,
Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Essa região destaca-se, desde o início do século XX, pela produção
manufatureira diversificada e pela instalação das grandes indústrias
automobilísticas, tornou-se o berço industrial do Estado de São Paulo, o que
possibilitou o crescimento populacional e econômico (Ruschmann, 2009).
O acelerado desenvolvimento econômico oriundo da indústria e, atualmente,
somado ao setor de serviços, surge no Grande ABC e demais cidades da região
metropolitana uma concentração significativa de escolas públicas, particulares,
escolas tecnológicas de pesquisa e inovação, centros tecnológicos, faculdades
e universidades para atender às necessidades do mercado, de acordo com
Ruschmann (2009).
Em seu estudo, Ruschmann (2009) cita que, o ABC Paulista constitui
parte da região metropolitana de São Paulo, com 827,28 Km2 distribuídos em
sete municípios, somando aproximadamente 2,5 milhões de habitantes, o que
corresponde a 10,4% da área total da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).
Além de importantes aspectos socioeconômicos, a região é fundamental
para o abastecimento de água da RMSP, observando-se 56,1% do seu território
dentro de Áreas de Proteção aos Mananciais, sendo 100% dos municípios
de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, mais da metade dos municípios de
Santo André e São Bernardo do Campo, 23,4% de Diadema e 20% de Mauá.
Somente o município de São Caetano do Sul localiza-se fora da área de proteção
(Ruschmann, 2009).
Segundo Ruschmann (2009) a Região do Grande ABC conta com um
complexo e diversificado parque industrial responsável por parte significativa
da produção metropolitana que atrai grande fluxo de empresários em busca de
melhores investimentos. O parque hoteleiro da região recebe empreendimentos
de redes internacionais, com unidades de perfil executivo voltadas à exploração
da vocação regional para o turismo de negócios. Em relação ao PIB dos
municípios da Região do Grande ABC, tem-se São Bernardo do Campo, com
R$ 17 bilhões, Santo André, com R$ 9,6 bilhões, São Caetano do Sul, com R$ 6,7
bilhões, Diadema e Mauá com aproximadamente R$ 5 bilhões cada, Ribeirão
Pires, com R$ 655 milhões e Rio Grande da Serra, com R$ 263 milhões.
Conforme dados da Emplasa (2007), o Grande ABC reúne um contingente
populacional de 2.569.208 habitantes, sendo a segunda sub-região mais
populosa da Grande São Paulo, superada apenas pela capital, com 10.834.244
habitantes. O ritmo médio de crescimento populacional tem se mantido
inferior à média metropolitana desde os anos 1990. Entre 2000 e 2007, a sua
Taxa Geométrica de Crescimento Anual foi de 1,27% contra 1,33% verificado
para a RMSP.
Atualmente 44.084 habitantes fazem a história de Rio Grande da Serra,
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
95
96
esses são os números constatados pela sinopse do Censo Demográfico 2010,
que contém os primeiros resultados definitivos do XII recenseamento Geral do
Brasil (Ruschmann, 2009).
Rio Grande da Serra é um município do estado de São Paulo, localizado
na região metropolitana e microrregião da capital paulista, com uma distância
de 49 km até o centro da capital, tem uma área de 37 Km2, e a expectativa de
vida em torno dos 70 anos, a mortalidade infantil de crianças de até um ano é
de 18,38%. O clima do município, como toda a Região Metropolitana de São
Paulo, é o subtropical, o verão é pouco quente e chuvoso, o inverno ameno e
subseco, a média da temperatura anual gira em torno dos 18Cº, sendo que o
mês mais frio é o de Julho (média de 14Cº) e o mais quente é em Fevereiro
(média de 22Cº) (Ruschmann, 2009).
A Bacia do Rio Grande da Serra, com seus afluentes, forma o chamado
“Braço Rio Grande” da Represa Billings, além desse rio, o município apresenta
uma grande quantidade de córregos e riachos, como “Córrego da Figueira
e o Piolzinho”. Por ser uma localização com 100% de mananciais, tem sua
temperatura mais baixa que as demais cidades da região. A cidade industrializouse a partir do final do século XIX, especialmente por causa da construção
da São Paulo Railway – Santos a Jundiaí e pelas novas técnicas de produção
trazidas pelos imigrantes. Na cidade, instalou-se uma das primeiras indústrias
de lápis e grafite do país. Na década de 1940, os japoneses introduziram culturas
hortifrutigranjeiras e de flores no campo. (Ruschmann, 2009).
O município é uma reserva ecológica, coberta por rios, cachoeiras, trilhas e
matas que apresentam resquícios de habitação, utensílios em pedra e adornos
esculpidos, todos próprios da cultura indígena. Muitos imigrantes trouxeram
seus costumes e cultura, erguendo monumentos, encontrados até os dias de
hoje. O município é servido pelos trens da linha 10 da CPTM, além das linhas
de ônibus municipais (operadas pela Empresa particular Talismã) e linhas
intermunicipais (operadas por empresas particulares – Rigras e Viação Ribeirão
Pires). Tem alguns pontos atrativos por toda a cidade que atraem vários turistas,
como a represa Billings, a Capela de Santa Cruz, Pista de Skate, Estação de
Trem (por ser a 2ª estação mais antiga do Estado, sendo a 1ª a Estação da Luz),
a Biquinha Matarazzo (Local onde Dom Pedro I parou para beber água, isso
consta no hino da cidade), Pedreira (que calçou praticamente toda a capital
de São Paulo, Bondinho (hoje está restaurando atualmente, mas não está em
uso), Capela Nossa senhora das Graças, Mina de grafite, Trilhas Ecológicas e
Artesanato) (Ruschmann, 2009).
A cidade de Rio Grande da Serra está preparada para dar um grande salto,
deixando de ser cidade “dormitório” inserindo-se de vez na regionalidade,
aproveitando o momento de fortalecimento do Grande ABC através do
crescimento da cadeia de Petróleo e Gás, da privilegiada localização geográfica e
da infra-estrutura rodoviária com fácil acesso às Rodovias Anchieta, Imigrantes
e Rodoanel.
O prefeito Gabriel Maranhão está empenhado em modernizar,
desburocratizar e informatizar o atendimento ao empreendedor em Rio Grande
da Serra, diminuindo custos e tempo na abertura e fechamento de empresas,
criando um espaço exclusivo do empreendedor, onde o mesmo consiga
buscar informações que o ajudem na resolução de problemas relacionados
as empresa através da implantação da Sala do Empreendedor, do Projeto
Cidade Digital e da atualização do Plano Diretor, compatibilizando – o à Lei
Específica da Billings. Com essa medida, o município estará preparado para
realizar a regularização fundiária, permitindo a construção de Polos Industriais
não poluentes, fomentando novos negócios associados às cadeias produtivas
existentes na região; ampliando o fortalecimento da capacidade industrial
instalada e atraindo empresas de base tecnológica para a cidade.
Com o objetivo de capacitar a população através do ensino profissionalizante
e da posterior intermediação de mão de obra especializada para as empresas,
a cidade está investindo na formação continuada, inaugurando uma ETEC
(Escola Técnica Estadual) e formalizando convênios e parcerias (SEBRAE,
SENAC, SENAI, SESI, CIESP, TIME DO EMPREGO...), fortalecendo a
indústria na cidade, gerando empregos e renda a população; contribuindo para
o desenvolvimento econômico do município e região.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
97
98
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
99
PRÉ-SAL: GÁS PARA A GERAÇÃO
DE EMPREGOS NO ABC
Paulo Lage
Presidente do Sindicato dos Químicos do ABC
100
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
esde que a Petrobras anunciou, em meados de 2007, as descobertas das
imensas reservas de petróleo e gás na camada de pré-sal, o Movimento
Sindical no ABC e, em particular, o Sindicato dos Químicos do ABC,
têm se empenhado em identificar e preparar-se para o aproveitamento eficaz
das potencialidades destes recursos naturais que se encontram, em grande
medida, no litoral paulista, muito próximo à região do ABC.
Os recursos do pré-sal possibilitam à indústria brasileira – e de forma muito
especial, à indústria química – acelerar seu crescimento, desenvolver-se de
forma integrada, agregar valor à sua produção, gerar empregos com elevado
padrão de qualidade (remuneração adequada, estabilidade pela supressão
da rotatividade, em ambientes de trabalho seguros e com diálogo entre
trabalhadores e empregadores) afastando, de vez, qualquer possibilidade de
desindustrialização precoce de nossa economia.
Essas expectativas fundamentam-se na nossa participação em diversas
reuniões, seminários e debates, muitas vezes em conjunto com a Petrobras,
o Governo Federal, indústrias instaladas na região e, especialmente,
Administrações Municipais que se mobilizam para estruturar condições de
aproveitamento das potencialidades do petróleo gás do pré-sal. Aqui, cabe
destacar o empenho de algumas Prefeituras em mobilizar as forças sociais do
município e da região para um efetivo diálogo social sobre as oportunidades
potenciais que o pré-sal nos apresenta no ABC.
De forma especial, fundamentamos nossas análises prospectivas em amplo
diálogo social que promovemos sobre a indústria química no Brasil em 2011,
no âmbito do ciclo de debate e seminário internacional “A indústria química
em 2020 – um novo rumo é possível”, que contou com ampla participação de
representantes da indústria, do Governo Federal, do Consórcio Intermunicipal
Grande ABC e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outros.
Constatamos que a indústria química é, potencialmente, grande beneficiária
das descobertas do pré-sal. E encontra-se em bom momento para investir e se
planejar para aproveitar esta oportunidade. Para esta avaliação corroboram os
resultados setoriais em termos de aumento do faturamento, da produção e da
diversificação das exportações das empresas fabricantes de produtos químicos
para uso industrial e dos demais segmentos do setor, como tintas e vernizes,
farmacêuticos, fertilizantes, produtos de limpeza e higiene pessoal, defensivos
agrícolas e cosméticos.
O faturamento líquido do setor químico como um todo, que emprega cerca
de 750 mil trabalhadores no País, dos quais 40 mil no ABC, cresce a taxas médias
de 9,1% ao ano desde 1996, com destaque para o setor de fertilizantes (12,2%
ao ano), defensivos agrícolas (10,5%) e tintas e vernizes, que cresceu 14,8%
apenas no último ano, estimulado pela construção civil. Dados da ABIQUIM
(Associação Brasileira da Indústria Química) indicam que a indústria química
no Brasil atingiu faturamento global de US$ 158 bilhões em 2011, crescimento
de 23,4% em relação a 2010, o que irá melhorar a posição da indústria química
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
101
102
brasileira no cenário mundial, hoje a sétima maior em termos de faturamento.
Cerca de 2% do PIB brasileiro é resultado da atividade industrial química,
e responde por 10,1% do PIB da indústria de transformação no Brasil, atrás
apenas da indústria de alimentos, de petróleo e de veículos.
Esses resultados expressivos correspondem à retomada do crescimento
econômico da economia brasileira como um todo a partir de 2004, sob a
liderança do governo Lula, seguido pela Presidenta Dilma. Entretanto, restam
desafios a serem superados, os quais exigem ações coordenadas da indústria e
do governo, com decisiva participação dos trabalhadores.
Sabemos que as matérias-primas mais importantes para a indústria
petroquímica no Brasil, base da cadeia química, são frações do petróleo e do
gás natural, obtidos em refinarias e nas unidades de separação de gás. Os países
possuidores das maiores reservas destes recursos têm o poder de influenciar a
dinâmica da petroquímica mundial. O pré-sal pode colocar o Brasil neste seleto
grupo de países, hoje restrito, no caso do petróleo, a Arábia Saudita, Irã, Iraque,
Kuwait, Venezuela e Emirados Árabes Unidos e, no caso do gás natural, aos
Estados Unidos, Rússia, Canadá, Irã e Noruega.
Conseguir utilizar de forma eficaz o petróleo e, especialmente, o gás associado
do pré-sal como insumos para a cadeia produtiva da química é estratégico para
enfrentar o principal desafio estrutural hoje colocado à indústria brasileira
e que diz respeito ao déficit da balança comercial do setor. De acordo com
dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o
déficit comercial da indústria química foi de quase US$ 30 bilhões em 2012,
indicando que um terço da demanda nacional vem sendo suprida por produção
importada. Segundo a ABIQUIM, se 50% desses produtos importados fossem
produzidos no Brasil, 60 mil novos empregos diretos poderiam ter sido gerados
no setor este ano.
O modelo de regulação para a exploração dos recursos do pré-sal, desenhado
no governo Lula após ampla consulta púbica e posteriormente aprovado no
Congresso Nacional, é forte garantia de estímulo ao desenvolvimento de outros
setores industriais, como os de plásticos, de engenharia e de metais especiais,
além da própria indústria petroquímica nacional, com a produção e exportação
de produtos de maior valor agregado, como gasolinas e aditivos.
Estimativas avaliam que até 2020 serão criados 60 mil empregos apenas
no litoral paulista. A própria Petrobras prevê a geração de 267 mil postos de
trabalho diretos e 389 mil indiretos, na cadeia produtiva, e 388 mil postos
de trabalho indiretos por efeito renda, somando quase 1,5 milhão de novos
empregos nos próximos 8 anos. Atrair parcela desses empregos para o ABC é
um desafio de todos.
Mas a decisiva inovação, o gás que impulsionará a indústria química brasileira
no rumo do desenvolvimento sustentável, diz respeito aos valores e às práticas
do diálogo social, da promoção da qualidade de vida, da diversidade de gênero
e da valorização dos trabalhadores do setor.
Como pudemos debater sobre os desafios da indústria química até o ano
2020, a viabilização do crescimento sustentável exige mais proteção social,
mais diálogo dentro da fábrica, mais segurança no emprego contra a demissão
imotivada, com jornada de trabalho equilibrada com a vida social e familiar,
com locais de trabalho mais seguros e saudáveis.
Não haverá crescimento econômico que não seja sustentado em termos
trabalhistas, sociais e ambientais. Esta é a inovação que a indústria química
brasileira deve desenvolver, em diálogo com os trabalhadores e sintonia com
o tempo de significativas mudanças no mundo, no País e em nossa região do
ABC. Tempo de alterações progressistas na economia, de ampliação do diálogo
social e de busca ativa pelo fortalecimento da indústria instalada no Brasil, com
reflexos diretos sobre a atividade econômica e a população do ABC.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
103
104
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
105
O PAPEL DOS TRABALHADORES
DO SETOR METAL MECÂNICO
NA CADEIA PRODUTIVA DE
PETRÓLEO E GÁS
Rafael Marques
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC
106
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
té 2020, deverão ser criados dois milhões de empregos diretos e
indiretos na indústria, comércio e serviços ligados ao Pré-Sal, segundo
estimativa da ONIP (Organização Nacional da Indústria do Petróleo).
Parte expressiva desses empregos pode ficar na Região do ABC.
A produção diária no pré-sal saltará de 200 mil barris de petróleo/dia para
1 milhão de barris de petróleo/dia em 2017, de acordo com a Petrobras, o que
deve alterar positivamente a atual estrutura industrial brasileira.
Toda a cadeia de produção ligada ao pré-sal demandará fornecedores de
materiais e equipamentos que, ao aumentarem seus volumes de produção,
também terão de contratar mais trabalhadores.
As empresas da Região ligadas ao setor metal mecânico poderão participar
desse ciclo virtuoso da cadeia produtiva desde que se reestruturem para tal
objetivo. É uma das maiores oportunidades de modernização e diversificação
da produção local, desde a década de 1950, quando a produção de automóveis
substituiu a de móveis como principal produto do ABC.
Hoje, o ABC é um dos mais importantes polos industriais do País e tem
na indústria automobilística o carro-chefe da sua economia. Produz 55%
dos caminhões fabricados no País e 16% do total de automóveis. Tem uma
estrutura industrial consolidada e um contingente significativo de trabalhadores
qualificados.
Atualmente, 55% dos trabalhadores da nossa base têm o ensino médio
completo e 13% completaram o curso superior. Mais de 13 mil trabalhadores
estão ocupados em área técnica e de engenharia (DIEESE: O Perfil do
Trabalhador Metalúrgico no ABC, 2011).
Porém, o setor industrial da região não pode manter uma dependência tão
grande da cadeia automotiva. É imperativo criar um ambiente que seja atrativo
a outros setores industriais; e as oportunidades do pré-sal vêm ao encontro
dessa necessidade.
Uma empresa do setor de autopeças, por exemplo, que fornece somente para
uma montadora está sempre sujeita às crises cíclicas. Algumas dessas empresas
teriam condições de fornecer tanto para o setor automotivo como para o de
petróleo, amenizando, assim, essa dependência.
As empresas da Região acostumaram-se com as constantes transformações
do setor automobilístico e cotidianamente estão se reinventando para atender
as solicitações das montadoras. Os trabalhadores do setor já estão adaptados às
transformações da produção. Essa adaptabilidade é um diferencial na disputa
pelos empregos e investimento do setor de petróleo e gás.
Além disso, uma nova geração de profissionais também já começa sua
formação com foco na indústria petrolífera.
Os cursos voltados para a área de engenharia e, mais especificamente, de
energia estão se ampliando nas universidades do ABC. Com a instalação de
uma Universidade Federal (resultado de reivindicação histórica da sociedade,
incluindo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC), a Região ganhou reforço
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
107
tanto no processo de formação dos trabalhadores como no apoio à pesquisa e
desenvolvimento para a cadeia de petróleo e gás.
É necessário apropriar-se desse mundo ainda pouco explorado na Região.
Plantas produtivas precisam ser adaptadas para atender o setor. Normas e
obrigações específicas da cadeia de petróleo e gás precisam ser adaptadas e,
consequentemente, os trabalhadores necessitam de especialização.
Cabe ao movimento sindical a tarefa de, mais uma vez, ser protagonista
nesse processo de preparação da Região para as novas oportunidades que se
apresentam.
Todo o processo que envolve a extração do petróleo e gás na camada do
pré-sal é a oportunidade que a Região precisa para fortalecer e modernizar
sua indústria e apropriar-se de parte significativa dos cerca de dois milhões de
empregos que serão gerados pelo setor.
108
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
109
O PAPEL DA UFABC NA
SUPERAÇÃO DOS DESAFIOS
PARA O DESENVOLVIMENTO
DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E
GÁS NO ABC
Klaus Werner Capelle
Pró-Reitor de Pesquisa da UFABC
Mestre, doutor e livre-docente em Física pela Universität Würzburg (Alemanha)
Pós-doutorado na USP (São Carlos)
Caetano Rodrigues Miranda
Pesquisador do grupo NanoPetro
Mestre em Física (Unicamp)
Doutor em Ciências (Unicamp) com pós-doutorado no MIT (EUA)
Coordenador adjunto do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia
da UFABC
110
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
a última década, a indústria do petróleo e gás vem passando por um
amplo processo de desenvolvimento e renovação em escala global.
Diversas companhias passaram a denominar-se empresas de energia,
expandindo o leque de commodities tanto para o biocombustível quanto para
outras fontes de energias renováveis. Além do petróleo convencional, essa
indústria tem investido fortemente na exploração do petróleo não-convencional,
na extensão da vida útil de campos de petróleo, bem como na exploração em
condições extremas (altas profundidades). A crescente demanda por petróleo
também levou a um aumento das preocupações ambientais, exigindo inovações
tecnológicas tanto na produção quanto no uso eficiente dos produtos derivados
do petróleo.
Nesse contexto, o Brasil emerge como um importante agente. Duas forças
distintas impulsionam esse crescimento: o aumento do consumo, que resulta da
expansão e estabilidade econômica do país, e as descobertas de grandes reservas
de petróleo na região do pré-sal, em consequência das quais o Brasil pode se
tornar um dos maiores produtores de petróleo nas próximas décadas. Para a
exploração eficiente do pré-sal, novas tecnologias terão que ser desenvolvidas,
exigindo uma mão de obra especializada e a solução integrada de problemas
logísticos, tecnológicos e de infraestrutura no país.
A proximidade geográfica da região do ABC à bacia de Santos, onde se
localizam as grandes reservas do pré-sal e de vários campos de exploração
do petróleo, oferece ao ABC paulista uma oportunidade única de renovar-se
industrialmente para atender não apenas essa demanda criada pela exploração
do pré-sal, mas toda a cadeia produtiva do petróleo, incluindo exploração,
infraestrutura, transporte e produção do petróleo, refino e distribuição de
seus derivados. As necessidades geradas por essa indústria podem mobilizar
uma nova gama de fornecedores de bens e serviços na região do ABC. Essas
necessidades abrangem diversos setores, como a indústria da construção civil,
elétrica, metal-mecânica, robótica, gestão e logística, engenharia ambiental,
produção de grandes estruturas (navios, sondas, bombas e plataformas) e da
produção de insumos derivados do petróleo. A escassez de recursos humanos
especializados e o reduzido número de micro e pequenas empresas preparadas
para o requinte tecnológico e a regulamentação exigida por essa indústria, são
grandes obstáculos a serem superados na região do ABC para atuar efetivamente
na cadeia produtiva do setor de Petróleo e Gás.
Diante destes desafios globais, nacionais e regionais, uma universidade
comprometida com as necessidades e demandas da sociedade, e que apresenta
perfil de excelência em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, torna-se um
diferencial competitivo. A Universidade Federal do ABC (UFABC), que tem no
compromisso com a sociedade e no perfil de excelência em pesquisa duas das
suas prioridades absolutas, está preparada para contribuir significativamente
para formação de pessoal especializado e tem uma forte vocação para interagir
com o setor produtivo no desenvolvimento de novas tecnologias, favorecendo
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
111
o re-desenvolvimento econômico sustentável do ABC 1.
O projeto pedagógico-acadêmico da UFABC é um dos mais modernos do
país2, tendo como sua essência o conceito da interdisciplinaridade, que permite
uma abordagem integrada que vai desde o entendimento e desenvolvimento de
novas tecnologias, até a análise do impacto ambiental, social e econômico que
elas trazem. A ênfase da UFABC no desenvolvimento científico é reconhecida
por recentes rankings internacionais, como o Scimago3, segundo o qual a
UFABC hoje já é a melhor universidade brasileira em critérios relacionados à
qualidade e ao impacto da sua pesquisa, e o Webometrics4, segundo o qual ela
integra a faixa de 7% das melhores universidades do mundo.
Dentre os diferenciais da UFABC, podemos citar a Pós-graduação
em Nanociências e Materiais Avançados. As empresas de petróleo têm
forte interesse em utilizar a Nanotecnologia em problemas-chave como o
desenvolvimento de materiais mais resistentes e de compostos com maior valor
agregado, catálise mais eficiente, desenvolvimento de agentes de contrastes e
surfactantes, problemas relacionados à corrosão e mesmo a possibilidade do
refino in-situ, e o aproveitamento de CO2. O Laboratório de Nanotecnologia do
Petróleo (NanoPetro) da UFABC foi recentemente credenciado pela Agência
Nacional do Petróleo (ANP) para desenvolver pesquisa nessa inovadora
área de Nanotecnologia. O grupo NanoPetro já participa ativamente no
desenvolvimento de tais aplicações e está inserido em uma rede internacional
que envolve grandes companhias de petróleo e universidades internacionais de
ponta com forte participação de alunos em seus projetos de pesquisa, desde a
Iniciação Científica ao Pós-Doutorado.
Uma das metas da UFABC é contribuir significativamente na formação de
engenheiros para suprir as necessidades das empresas de Petróleo e Gás, bem
como para atuar como empreendedores, criando novas empresas na região.
Dos diversos cursos de engenharia oferecidos na UFABC, vários tem um papel
fundamental para o desenvolvimento do setor de Petróleo e Gás no ABC. A
UFABC é uma das universidades pioneiras no Brasil a oferecer o curso de
Engenharia de Energia, que além da formação tecnológica também contempla
os impactos sociais e econômicos da área de conversão e uso da energia. Em
termos de novas tecnologias, as Engenharias Aeroespacial, de Materiais e de
Instrumentação, Automação e Robótica são essenciais para o desenvolvimento
de estruturas de grande porte e para o design de novos materiais necessários
para se explorar petróleo nas condições extremas encontradas na camada do
pré-sal.
A UFABC também atua nas áreas sociais, econômicas e de gestão pública. Por
exemplo, pesquisadores da área de otimização de processos vêm desenvolvendo
um sistema computacional integrado para análise técnico-econômica que
pode gerar subsídios para escolhas adequadas de gestão na área de Petróleo
e Gás. Sendo o petróleo um recurso não-renovável, também se faz necessário
pensar em alternativas e modelos de transição para novas fontes de energia.
Várias frentes de pesquisa na UFABC exploram aspectos econômicos, sociais
e tecnológicos do uso de Hidrogênio e Células a Combustível, bem como da
Energia Nuclear, Solar e Eólica.
A UFABC trabalha para no futuro integrar cada vez mais as diversas vertentes
na área de pesquisa e desenvolvimento de Petróleo e Gás. Um projeto em
estudo é a criação do Campus de Inovação, que congregará diversos laboratórios
de pesquisa, abrangendo desde a exploração e produção de Petróleo e Gás à
catálise e simulação computacional e o design, síntese e caracterização de novos
materiais, entre outros.
Dentro do contexto do desenvolvimento da indústria do Petróleo e Gás
no ABC, e apoiada no indissociável tripé universitário de ensino, pesquisa
e extensão, a UFABC oferece, portanto, a formação de um profissional
diferenciado, com formação interdisciplinar, conhecimento científico
fundamental e vocação para inovação e empreendedorismo. Através da
formação de recursos humanos com este perfil, e por meio de colaborações em
desenvolvimento científico-tecnológico com o setor produtivo e com outras
instituições de ensino e pesquisa da região, a UFABC cumpre sua missão de
estimular o desenvolvimento da região do ABC.
H. Waldman, em Cadernos de São Bernardo do Campo vol. 1, p. 34 (2010)
http://www.ufabc.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=21&Itemid=3
3
http://www.scimagoir.com/
4
http://www.webometrics.info/
1
2
112
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
113
114
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
115
A FORMAÇÃO DE RECURSOS
HUMANOS E A GERAÇÃO
DE CONHECIMENTO COMO
SUPORTE À INDÚSTRIA DE
ÓLEO E GÁS
Prof. Dr. Agenor de Toledo Fleury
Mestre e doutor em Engenharia (USP)
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Mecânica em Nível de Mestrado
Prof. Dr. Carlos Eduardo Thomaz
Mestre em Engenharia (PUC-RJ)
Doutor e pós-doutor em Ciência da Computação (Imperial College of London)
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica em Nível
de Mestrado e Doutorado, ambos do Centro Universitário da FEI (Fundação
Educacional Inaciana)
116
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
setor de petróleo e gás reúne os maiores investimentos já feitos no
Brasil nas últimas décadas. Pego de surpresa pela 1ª Guerra do
Petróleo em 1973, quando produzia 15% do consumo diário, até a
2ª Guerra do Petróleo, em 1979, o País não teve tempo hábil para modificar
o panorama. O resultado foi uma situação econômica falimentar do Brasil
no cenário internacional no começo dos anos 1980. A completa reversão do
choque do petróleo no Brasil levou praticamente 40 anos. Consumiu grandes
quantidades de moeda, nacional e estrangeira, e fez aparecer competências na
Engenharia de Petróleo e Gás, hoje praticamente exclusividade brasileira, como
exploração em águas ultraprofundas. A necessidade de encurtar caminhos
levou o País para a mais limpa matriz energética do mundo. Como um prêmio
a tanto esforço, as descobertas de campos de dimensões arábicas no pré-sal,
próximo às principais regiões de consumo, fazem com que se projete o Brasil
como exportador de petróleo em futuro não muito distante.
O cenário não seria este sem um profundo acúmulo no conhecimento
científico e tecnológico. Nesse campo promissor, o ABC como um todo
figura como potencial polo de desenvolvimento de tecnologia e manufatura
em petróleo e gás. A região possui instituições de ensino e pesquisa, ampla
capacidade instalada em termos industriais de base química e mecânica e está
próxima à bacia de Santos e do segundo núcleo do Cenpes, o Centro de Pesquisas
da Petrobras. No entanto, para a Região do ABC não perder essa oportunidade,
é preciso desencadear rapidamente uma série de ações. O Centro Universitário
da FEI está aberto para participar do desafio com pesquisas provenientes da
integração dos seus cursos de Engenharia e de Ciência da Computação.
A Engenharia de Petróleo e Gás tem uma longa e intrincada cadeia de
setores tecnológicos. Seu fim é petroquímico e tem base mecânica, como regra,
mecânica pesada, nos dispositivos e equipamentos, da exploração ao refino:
plataformas, navios, embarcações e meios de apoio, bombas, compressores,
reatores, tubulações, válvulas, torres, trocadores de calor, queimadores, entre
tantos outros. Não se trata de indústria muito diferente da mecânica pesada da
indústria automobilística e seus desdobramentos. Por outro lado, sua evolução
tecnológica consiste em fazer com que todas as operações trabalhem de forma
harmoniosa, integrada e controlada. Para isso, é essencial a fusão Mecânica,
Eletrônica, Química, intercalá-las com Novos Materiais, prever as operações
logísticas, as construções civis e dotar seus trabalhadores de proteção adequada.
Não há como dispensar qualquer parte das engenharias que, normalmente, se
encaixam nos currículos das boas escolas. Deve-se, aqui, permitir uma parada
para reflexão. Projetos grandiosos, como o pré-sal, só são bem-sucedidos quando
existem recursos humanos, seus elementos centrais, muito bem formados e em
número suficiente para dar conta de todas as tarefas. O pré-sal exigirá novas
tecnologias brasileiras, pois não há país no mundo com problemas semelhantes.
Com base nesses fatos, a FEI, dada sua tradição na formação de recursos
humanos e na geração de conhecimentos em novas áreas de pesquisa, apresentaO ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
117
118
se como instituição preparada para os desafios. Como exemplo, devido aos
avanços e ao reconhecimento nacional e internacional de pesquisas feitas na área
de Engenharia Química, aprovou a submissão à CAPES/MEC de proposta para
abertura do Programa de Mestrado, onde uma das linhas de investigação será
sobre “Petróleo, Gás e Biocombustíveis”, reforçando a expertise e a maturidade
da FEI na área. A caracterização das frações de petróleo, o estudo experimental
e a modelagem de propriedades de fluidos de petróleo a altas pressões e a
modificação físico-química de superfície para garantia de escoamento são
todos temas de grande atualidade na área e farão parte das pesquisas dessa área
de concentração.
Por outro lado, já existem várias linhas de investigação em andamento
motivadas pelos sistemas de exploração e transporte de petróleo. A FEI já
trabalha há tempo com pesquisas em novos materiais, métodos de fabricação e
procedimentos de avaliação de integridade estrutural desses sistemas de óleo e
gás. Frente às condições de operação adversas, típicas das áreas de exploração ou
de processamento (temperaturas e pressões elevadas, contato com sedimentos,
corrosão e erosão, fragilização e trincamento por hidrogênio e elevadas tensões
atuantes), linhas de pesquisa em materiais, fadiga e mecânica da fratura
desenvolvem novas metodologias experimentais e numéricas para prever e
evitar falhas em dutos, risers e vasos de pressão contendo trincas. Efeitos de
fases frágeis como Sigma em aços inoxidáveis dúplex, de grande relevância ao
pré-sal, são também investigadas.
Pesquisadores da FEI têm trabalhado em pesquisas ou colaborado em estudos
em várias outras áreas, como combustão limpa em petroquímicas; métodos de
operação e lançamento de risers; técnicas de controle de posicionamento de
plataformas e navios; e projeto de equipamentos de transferência de barcos
de transporte para plataforma, cerâmicas avançadas e polímeros aplicáveis
a equipamentos e revestimentos. Através de associações com instituições
parceiras, a FEI submeteu projetos para desenvolvimento de simuladores de
treinamento de pessoal; projeto de robôs para inspeção de cascos, de risers
ou de tubos; projeto de UUV’s (Underwater Unmanned Vehicles), veículos
não umbilicais; e projeto de ROV’s (Remote- Operated Vehicles), veículos
operados por cordão umbilical, entre outros.
Na exploração, faz-se necessário investigar e implementar novas
metodologias de análises e ensaios laboratoriais não rotineiros referentes à
tecnologia industrial básica. Uma das oportunidades de pesquisa está em
desenvolver métodos computacionais para mineração de dados, aprendizado
e reconhecimento automático de padrões, com aplicações em áreas essenciais,
como a Geofísica, onde a extração e a interpretação de informação relevante
são fundamentais para a descoberta e identificação de jazidas de petróleo ou
gás natural. Mesmo com os avanços já alcançados por grupos de Pesquisa e
Desenvolvimento brasileiros na área de robótica submarina, há uma grande
demanda para o desenvolvimento e implantação, por exemplo, de robôs de
inspeção de dutos e cascos com falhas ou defeitos. Estudos na FEI já mostraram
que robôs devem ser robustos e flexíveis, possuir Inteligência Artificial
para tomadas de decisões automáticas, bem como um sistema de Visão
Computacional e sensores eletrônicos integrados.
As exigências de alta tecnologia e de multidisciplinaridade estão também
presentes no dia-a-dia dos trabalhadores das indústrias do setor, que precisam
de proteção no que diz respeito às vestimentas, para citar um último, mas não
menos fundamental, aspecto da cadeia de óleo e gás. Esse tema tem sido foco
de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias na Engenharia Têxtil da FEI
e tem, como um dos principais objetivos, relacionar as características dos
componentes têxteis com a funcionalidade do produto final, que deve proteger
o usuário da exposição a produtos químicos, riscos térmicos do fogo repentino
e do arco elétrico.
As linhas de pesquisa em andamento ou de interesse imediato ou a aparecer
em futuro breve podem e devem contribuir para a sustentação deste grande
projeto de desenvolvimento regional e nacional encabeçado pela Região do
ABC. Reafirmando sua histórica vocação, que é formar recursos humanos de
alta qualidade e gerar conhecimento e tecnologia para atender aos interesses da
indústria e da sociedade, a FEI está pronta para mais este desafio.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
119
120
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
121
SUSTENTABILIDADE
APLICADA À CADEIA
PRODUTIVA DE PETRÓLEO
E GÁS E SEUS REQUISITOS
PARA A RECONVERSÃO OU
DIVERSIFICAÇÃO PRODUTIVA
NO ABC
André José Araújo Gabriel
Mestre em Química (UFRRJ) e Doutor em Fármacos (USP),
Coordenador do curso de Engenharia Ambiental da Universidade
Metodista de São Paulo
desenvolvimento da sociedade abrange as faixas que vão do setor
científico, cultural e psicológico ao econômico. Vive-se numa era em
que se pode observar a ascensão de uma humanidade que cresce e
busca gerenciar este crescimento observando as demandas e trazendo soluções
criativas para esta autorregulação sistêmica.
Com o crescimento urbano e econômico, o paradigma de adaptação tornase um dos pontos da demanda administrativa – instalar, crescer e gerenciar. As
necessidades de crescimento criaram um novo olhar para os recursos obtidos
do Meio Ambiente: escassez e finitude passaram a ser vistas como realidade
e não mais como eventos futuros. Estes dois fatores criaram a necessidade
de conscientização e de atitudes que trouxessem o diálogo composto pelo
crescimento com sustentação humana e ambiental. O conceito sistêmico
da sustentabilidade surge para diminuir o hiato entre a conscientização e o
desenvolvimento da sociedade.
A sustentabilidade é definida como a relação que associa o meio ambiente
com sua ocupação e expansão, de forma que sua manutenção seja preservada.
Meio ambiente, sociedade e economia constituem as três pontas do triângulo.
O conceito prevê as relações ecologicamente corretas numa sociedade justa
em expansão econômica. Da triangulação surgem os eixos de mão dupla
desdobrando-se em:
Sustentação humana suportável no meio ambiente
O crescimento populacional provoca o aumento do consumo dos recursos
naturais, diminuindo o tempo de recuperação natural exigido pelos processos
naturais. Este paradigma central da sustentabilidade convida a proposição de
se alterar o modus operandi de uma sociedade que não vê o preço a ser pago em
longo prazo. A alteração de rota está sendo sentida nos movimentos lentos, mas
constantes, de conscientização ecológica, da implementação das políticas de
Redução, Reutilização e Reciclagem. A última está sendo mais discutida pela
sociedade, mas pensar nos outros “R” é mais importante.
Desenvolvimento econômico viável
Crescer economicamente está relacionado à exploração dos recursos naturais.
Desenvolver-se com sustentabilidade é o desafio da implementação dos serviços,
produtos e tecnologia que consigam manter o ritmo de crescimento com a
viabilidade de utilização dos recursos naturais. Ser econômica e ecologicamente
viáveis tem sido o diálogo buscado das mais diversas estratégias, como o
desenvolvimento de tecnologias criativas e o olhar mimético para a natureza,
conhecido como Biomimética, a busca de soluções inovadoras para produtos e
serviços que tragam inovação para um mundo que busca uma nova forma de vida.
Desenvolvimento humano equitativo
A sociedade se desenvolve a partir de essencialidades como alimentação,
122
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
123
moradia, educação e lazer. Cada um destes fatores tem um custo. A vida baseiase, atualmente, na educação e trabalho como formas de crescimento econômico.
Bens e serviços são trocados através do trabalho. Manter a população com
acesso a todos estes quesitos com respeito ao humano é o terceiro desafio
da sustentabilidade. Entram nesta triangulação o acesso e a distribuição
de informação e educação para que todos possam se desenvolver de forma
equitativa. Este é um elo importante para que a relação entre economia e meio
ambiente seja olhada de maneira simétrica.
Expostos esses três eixos da sustentabilidade, nota-se a interdependência
construída pelo pensamento sistêmico da sustentabilidade: ser ecologicamente
correto, economicamente atraente e socialmente inclusivo. Em cada diálogo
dos eixos surgem os desafios de amalgamar possibilidades tão distantes, mas
necessárias e que já vêm mostrando aderência em todos os níveis da população,
observável na criação de hábitos como a responsabilidade pelo lixo produzido.
A Região do ABC encontra-se em um ponto crucial desta discussão, seja
geograficamente, seja econômica e socialmente.
A localização da Região do ABC - entre a cidade de São Paulo e o litoral
paulista - permite robusto desenvolvimento econômico, com grande
crescimento populacional. Para completar, a Região possui reservas de Mata
Atlântica de valor inestimável.
Delinear como desenvolver cada um dos eixos da sustentabilidade é de
caráter fundamental para esta região. O desenvolvimento econômico das
montadoras de automóveis, da indústria petrolífera e outras indústrias de grande
porte, segue a unilateralidade do ponto de vista de crescimento econômico,
mostrando indicadores positivos. Tornar possível o diálogo com a sociedade
e o meio ambiente será a rota de sucesso sustentável, no sentido duradouro.
A cidade que se desenvolve no ritmo econômico está buscando incorporar a
mudança de modus operandi. Aí, entram a riqueza do capital humano e da
biodiversidade.
Embora vida seja mudança, alterar os padrões não ocorre facilmente. Para
uma cidade que se mostra em franco desenvolvimento, o momento-chave é
perceber a trilha futura e, no presente, alterar a rota. A biodiversidade presente
no entorno da cidade é rico material a ser preservado, com ações que a Região
do ABC já está colocando em prática, como o novo Licenciamento Ambiental.
Faz-se necessário aumentar as ações na área ambiental, enfrentando o desafio
do desenvolvimento econômico sustentável.
O terceiro eixo da sustentabilidade, o humano, é potencial investimento
de mudança e gerador de alternativas que unam os aspectos da triangulação.
Investir no desenvolvimento humano a partir das conquistas econômicas atuais,
trazendo, junto ao conforto material, ações de educação e conscientização
ambiental, propiciará a mudança, permitindo que a população faça escolhas
ecologicamente corretas. Isso completa o ciclo que colocará a Região do ABC
no mundo sustentável que se seguirá.
124
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
125
A INDÚSTRIA DO ABC E O GÁS
NATURAL
Prof. Valcir Shigueru Omori
Diretor Geral da Faculdade de Tecnologia Termomecanica
Prof. Wilson Carlos da Silva Junior
Diretor Acadêmico da Faculdade de Tecnologia Termomecanica
uso do gás natural é um marco no avanço tecnológico do país e nas
políticas de preservação do meio ambiente, que colabora com a
efetivação de uma economia sustentável. Essa economia, nos dias
atuais, obriga as empresas a manter uma linha de atendimento aos crescentes
apelos do público consumidor, o qual, antes de adquirir produtos ou serviços,
deseja saber se as políticas do fabricante ou do prestador de serviços são
realmente voltadas para a preservação da vida das futuras gerações, ou se seu
único propósito é apenas imediatista, ignorando o meio ambiente.
A utilização do gás natural em grande escala teve início na década de 1990.
O gás consumido em nossa região é oriundo da Bolívia e da Bacia de Campos,
cujo produto original é uma mistura de gás, água e hidrocarbonetos em estado
líquido. Parte desse gás é reinjetada no reservatório de onde foi extraído para a
sua recuperação e o restante é transportado para a unidade de processamento.
Nessa instalação, ele é desidratado e fracionado, sendo a sua composição
média constituída por 89% de metano, 6% de etano, 1,8% de propano e 3,2% de
outros componentes. No estado natural, o gás é inodoro, mas, por questões de
segurança, é adicionado a ele um odor para facilitar a percepção de vazamentos.
A grande vantagem da utilização do gás natural é a baixa emissão de
poluentes. Além disso, tem grande eficiência; é seguro, por ser mais leve que
o ar; não forma bolsões, sendo dissipado na atmosfera, diminuindo os riscos
de explosões; tem manutenção mais barata que seus concorrentes; conta
com processos produtivos mais aperfeiçoados, permitindo assim melhora no
produto oferecido e uma redução de seu custo final.
No Estado de São Paulo, a comercialização do gás natural é realizada pela
Comgás, cujo controle acionário majoritário está com as empresas BG Group
e Shell desde 1999; ela comercializa aproximadamente 4,8 bilhões de metros
cúbicos de gás natural.
A figura 1 mostra o percentual de participação em volume de consumo dos vários
segmentos consumidores de gás natural no Estado de São Paulo. Verifica-se que a
área industrial é a grande consumidora do gás distribuído no território paulista. A
solicitação das indústrias que dele fazem uso é pela elaboração de um programa de
manutenção dos valores do produto para que um planejamento de médio e longo
prazos possa ser realizado melhorando a competitividade da indústria.
Figura 1- Participação em volume
dos segmentos consumidores
(fonte Comgás)
126
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
127
A figura 2 mostra a diversidade da matriz energética no setor industrial
paulista no período de 1998 a 2009, segundo a Secretaria de Energia.
Figura 2- participação percentual das fontes energéticas no setor
industrial paulista
A indústria do ABC é predominante metal-mecânica (autopeças),
contemplando a produção de vidro e os setores automobilístico e alimentício.
Nestes setores, a utilização do gás tem influência direta na qualidade do produto
final. Outro setor de grande importância no ABC é o químico, no qual o gás
natural tem participação direta na geração de vapor e/ou eletricidade.
Outra vocação do ABC é o setor comercial, onde bares, restaurantes e
similares também contam com grande participação do gás natural na diminuição
de riscos. Por não ser estocado, o pagamento do volume utilizado é realizado
após o consumo.
Com a proximidade do início da exploração do pré-sal na Bacia de Santos, a
Petrobras está realizando um grande programa de qualificação de fornecedores
e incentivando instituições de ensino e de pesquisa a realizarem pesquisas sobre
vários temas ligados aos produtos que serão extraídos no litoral paulista.
A região do ABC, pela proximidade com a área de produção de gás, terá um
papel importante na geração de benefícios para a população. Por essa razão,
a Região, por meio da Gestão Pública, especialmente das suas Secretarias de
Desenvolvimento Econômico, tem realizado uma grande mobilização da
indústria, comércio e instituições de ensino para que possam contribuir de
forma robusta e com qualidade na utilização do gás natural.
Há a necessidade de incentivarmos a utilização do gás natural veicular – o
GNV -, principalmente nos táxis e veículos municipais, ajudando a melhorar a
qualidade do ar na região.
O papel das prefeituras do ABC será coordenar a sinergia entre as instituições
128
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
de ensino e a indústria local, para que projetos de pesquisas conjuntas acelerem
a modernização do setor industrial com as novas tecnologias que permitirão
a expansão da utilização do gás natural, com o oferecimento de cursos de
capacitação, especialização lato sensu e stricto sensu (mestrado e doutorado).
Sobre a Fundação Salvador Arena
A Fundação Salvador Arena foi idealizada e criada pelo engenheiro Salvador
Arena, empresário do setor metalúrgico e proprietário da Termomecanica São
Paulo S.A., empresa líder na transformação de metais não ferrosos, sediada em
São Bernardo do Campo. A Fundação Salvador Arena se destaca como entidade
filantrópica e mantém atividades de apoio social nas áreas de habitação, saúde,
transformação social e especialmente educação.
Salvador Arena faleceu em 1998, aos 83 anos, quando a Fundação passou
a ser administrada por um Conselho Curador, por ele nomeado, que manteve
os projetos originais e vem ampliando os investimentos sociais e educacionais
ao longo dos últimos anos, com o objetivo de formar indivíduos competentes,
capazes de analisar, avaliar e priorizar as informações que recebem, com
competência para desempenhar papel importante na transformação da
sociedade, pautado pela ética e pelos valores de seu Fundador.
Para isso, a Fundação Salvador Arena mantém o Centro Educacional da
Fundação Salvador Arena, que conta com o Colégio Termomecanica, que
atende desde a Educação Infantil ao Ensino Médio e Técnico, e com a Faculdade
de Tecnologia Termomecanica (FTT), que oferece cursos de graduação
tecnológica nas áreas de Alimentos, Análise e Desenvolvimento de Sistemas,
Mecatrônica Industrial e Processos Gerenciais, de forma gratuita e com o firme
propósito de agregar qualidade, por meio de seu corpo docente altamente
especializado e de moderna infraestrutura, ao ensino e à pesquisa, colaborando
com o desenvolvimento do Grande ABC.
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
129
130
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
131
CONTRIBUIÇÃO DO SENAI À
INDÚSTRIA DA REGIÃO DO ABC
José Heroino de Sousa
Diretor da Escola SENAI “Almirante Tamandaré”
132
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
SENAI é uma instituição de direito privado, mantida e administrada
pela indústria, que desenvolve educação profissional em diferentes
frentes – desde a formação básica de aprendizes e a formação de
técnicos e tecnólogos, até a realização de programas de pós- graduação.
Além da educação, alinhada às necessidades dos vários setores industriais, o
SENAI diversificou suas atividades ofertando serviços técnicos e tecnológicos,
além de fomento a projetos de inovação e realização de serviços laboratoriais
credenciados pelo INMETRO.
No estado de São Paulo, o SENAI conta com 91 unidades fixas e 70 unidades
móveis, sendo 8 fixas instaladas na região do Grande ABC, que oferecem
serviços educacionais e tecnológicos em consonância com a demanda da
indústria regional.
Considerando a posição da indústria do Grande ABC como fornecedor de
produtos e serviços para a cadeia de petróleo e gás, atuante desde a exploração e
produção até a indústria de transformação e de usos dos materiais petroquímicos,
ocorrerá na região uma demanda por bens e serviços de alto valor agregado
provenientes de variadas indústrias e setores da economia, como, por exemplo:
metal-mecânica leve e pesada, eletroeletrônica, automação, transporte, energia,
naval, têxtil, siderurgia, plásticos e matérias especiais, tecnologia da informação,
construção, manutenção, entre outros.
Diante desse cenário, e em atendimento à sua missão, o SENAI-SP oferece,
nas unidades da região do Grande ABC, soluções para contribuir com a
competitividade da indústria, pois cada unidade mantém uma diversidade de
produtos e serviços específicos.
A Escola SENAI “Almirante Tamandaré” é uma unidade de ensino que, em
seus mais de 49 anos de existência formando para o trabalho e para a vida, assim
como as demais escolas do SENAI, tem desenvolvido suas ações educacionais
em estreita sintonia com o meio empresarial no qual está inserida e atenta à
dinâmica do cenário social, político, econômico e tecnológico para balizar
a oferta de seus produtos educacionais e para direcionar investimentos em
adequação e modernização dos espaços destinados à formação profissional de
seus alunos.
A escola mantém cursos de formação inicial e continuada, aprendizagem
industrial e técnica nas áreas de Metalmecânica, Eletroeletrônica, Automobilística,
Madeira-mobiliário, Tecnologia da Informação, Logística e Gestão. Dentre estes,
podemos destacar os cursos técnicos de Automação Industrial, Mecânica e
Qualidade, pois focam nas principais competências requeridas pelas empresas que
atuam ou atuarão como fornecedores na referida cadeia de petróleo e gás, ou seja,
o aluno egresso apresentará conhecimentos que vão desde a gestão da qualidade
de processos e/ou produtos e da gestão da manutenção, até o desenvolvimento
de projetos industriais.
Outra unidade é a Escola SENAI “Mário Amato”, sede de Faculdades
SENAI, onde se desenvolvem os cursos Superiores de Tecnologia Ambiental e
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
133
Tecnologia de Polímeros. Além dos cursos de Tecnologia, a faculdade oferece
pós-graduação lato-sensu em Direito Ambiental e Controles Ambientais, cursos
que visam à promoção de ações inovadoras voltadas para a tecnologia, o social,
o econômico, o cultural e o meio ambiente.
Há unidades instaladas dentro de grandes empresas, onde desenvolvem
programas de formação profissional de nível básico e técnico de acordo com as
necessidades das empresas.
A região do Grande ABC ainda conta com as escolas do SENAI nos
municípios de Diadema, Mauá e São Caetano do Sul, sendo que nesta última
está instalada a Faculdade SENAI de Mecatrônica, onde são desenvolvidos
cursos de nível médio e superior em Mecatrônica Industrial.
Para permanecer nessa posição de vanguarda, as escolas do SENAI mantêm
constante monitoramento dos indicadores de seu desempenho, respondendo
com prontidão, sensibilidade e criatividade às necessidades de revisão de
correção de rota, de processos, de replanejamento de ações e de oferta de
produtos, contribuindo para a formação de profissionais atuantes nas indústrias
da região que atendem ou atenderão a cadeia de petróleo e gás.
134
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
135
BREVE REFLEXÃO SOBRE A
IMPORTÂNCIA DAS PESQUISAS
SOBRE OS NOVOS MARCOS
REGULATÓRIOS DO PETRÓLEO
o começo dos anos 1950, o Brasil testemunhou um dos momentos
mais importantes de sua história, por ocasião da bandeira empunhada
pelo povo, nas ruas de nossas cidades, intitulada “O Petróleo é nosso”.
Vitorioso, este movimento deu origem à Petrobras e ao monopólio estatal, quebrado
parcialmente na década de 1990, no governo Fernando Henrique Cardoso.
Já naquela oportunidade, os debates eram bastante acalorados e
concentravam-se fortemente na questão do controle da extração, refino e
distribuição do “ouro negro”.
O tempo passou e, ainda hoje, não existe tema mais polêmico que a
regulamentação da extração do Petróleo, sobretudo após as descobertas da
camada Pré- Sal, no litoral brasileiro.
Tomando como exemplo a contenda que envolve a divisão dos royalties do
petróleo (percentual do lucro obtido pelas empresas e pago aos entes do Estado
como forma de compensação pelo uso de recurso natural) entre a União,
Estados e Municípios, a verdade é que o debate está radicalizado de parte a
parte e nem mesmo a Lei Maior do país vem sendo respeitada.
Exemplo disto, no dia 18 de março de 2013, a Ministra Cármen Lúcia, do
Supremo Tribunal Federal, suspendeu as regras resultantes da derrubada dos
vetos presidenciais (com referência à Lei 12.734/2012) alterando a partilha
dos royalties e atendendo ao pedido apresentado pelos Estados produtores. Eis
a ementa da decisão, verbis:
DECISÃO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
DISPOSITIVOS DA LEI N. 9.478/1997 E DA LEI N. 12.351/2010 ALTERADOS
PELA LEI N. 12.734/2012. MUDANÇAS DAS REGRAS DE DISTRIBUIÇÃO DE
ROYALTIES E PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS DE ESTADOS E MUNICÍPIOS:
ALEGAÇÃO DE DESOBEDIÊNCIA AO ART. 20, § 1º COMBINADO COM A
AL. B DO INC. II DO § 2º DO ART. 155 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
IMPUGNAÇÃO. RETROAÇÃO DE EFEITOS DA NOVA LEGISLAÇÃO EM
INOBSERVÂNCIA A ATOS JURÍDICOS PERFEITOS E AO PRINCÍPIO DA
SEGURANÇA JURÍDICA. PLAUSIBILIDADE JURÍDICA DEMONSTRADA.
EXCEPCIONAL URGÊNCIA CONFIGURADA A IMPOR DEFERIMENTO
CAUTELAR AD REFERENDUM DO PLENÁRIO1.
Marcelo Mauad
Mestre e Doutor em Direito (PUC-SP)
Diretor da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo
Coordenador do Departamento Jurídico do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Logo a seguir, veio a notícia de que os Deputados Federais já admitiam a
possibilidade de apresentar um Projeto de Emenda Constitucional caso a
liminar fosse mantida2.
Medida cautelar na ação direta de inconstitucionalidade
4.917 Distrito federal; relatora min. Cármen Lúcia; reqte.
(S) :governador do estado do rio de janeiro; Proc.(A/S)(ES)
procurador-geral do estado do rio de janeiro; Intdo.(A/S)
:presidente da república; Adv.(A/S) :advogado-geral da união;Intdo.
(A/S) :congresso nacional; Adv.(A/S) :advogado-geral da união.
2
Portal www.Uol.Com.Br de 19/03/2013.
1
136
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
137
138
É certo que os interesses envolvidos são de grande monta (o que leva à
exacerbação de ânimos) e que os administradores públicos devem procurar
obter mais recursos a fim de aplicá-los da melhor forma, mercê das enormes
demandas sociais e outras que estão a exigir sua ativa atuação, todavia isto não
pode motivar uma atuação cega e descontrolada a gerar um sentimento de
insegurança geral, sobretudo na esfera jurídica.
A Constituição está aí, não como uma simples folha de papel, ou mera
referência a ser observada de acordo com as conveniências de momento e
aos particulares interesses das partes envolvidas. Ao contrário, a Lei Magna
impõe a todos a sua rigorosa observância, vis a vis o princípio da legalidade, a
comprometer a todos com o seu estrito cumprimento.
Esse debate demonstra quão importantes são as pesquisas sobre os novos
marcos regulatórios do Petróleo na atualidade. Com efeito, um tema desta
magnitude, cujas consequências das respectivas decisões poderão acarretar
graves danos a Estados e Municípios, com severa redução de suas receitas,
não pode ser reduzido a um combate no Parlamento, sem a observância dos
parâmetros mínimos e dos princípios basilares consagrados na Lei Maior. Em
especial os princípios do ato jurídico perfeito e da segurança jurídica, os quais se
encontram sob o risco de séria violação e cujo precedente atual (de aprovação
de uma lei com conteúdo inconstitucional) poderá trazer sérios reflexos no
futuro.
Daí a importância das pesquisas sobre as normas que regulam a questão
petrolífera, a fim de deitar luz sobre este debate que tanto interessa ao país e ao
povo brasileiro.
A edição das leis sobre este tema - com forte conteúdo técnico, jurídico e,
sobretudo, político - exige também o aprofundamento das pesquisas em áreas
como o meio ambiente e os patrimônios turístico e paisagístico das regiões
afetadas (que poderão ser fortemente atingidos por algum grave acidente que
venha, por exemplo, a derramar óleo nos oceanos e nas praias), além de se
investigar tudo mais que possa ser afetado com as operações de extração do
óleo negro.
Outra abordagem de extrema importância, com consequências por serem
ainda disciplinadas pelos marcos jurídicos pertinentes, diz respeito ao exame
dos reflexos da forte dependência local (e até nacional) das receitas provenientes
da extração do mineral. Que fazer quando tais recursos escassearem ou mesmo
cessarem ? Como desenvolver a economia sem cair na cilada da dependência
das receitas do petróleo? Falo aqui da chamada “maldição do petróleo”.
Com efeito, sabemos hoje que existem importantes diferenças entre modelos
de países como a Noruega e o Reino Unido e outros como a Rússia, a Venezuela
e a Nigéria. Para os primeiros, o petróleo é um setor econômico a mais. Já para
os demais, é este mineral que define os rumos da economia, das áreas sociais,
da cultura e mesmo da política. A tal ponto que Juan Pablo Pérez Alfonzo, um
dos expoentes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep),
nos anos 1970, tê-lo apelidado de “o excremento do diabo”.
Uma importante constatação, nos tempos atuais, é que, em países onde
o petróleo é uma maldição, os benefícios do crescimento econômico se
concentram nas mãos de pequenos grupos políticos, militares e empresariais. É
certo que na Venezuela existe certo esforço em busca de maior distribuição das
rendas provenientes do Petróleo, mas ainda é muito cedo para avaliar o êxito
desta política no longo prazo.
E mais, a moeda destes países, frequentemente, valoriza-se com muita
rapidez, comparativamente com as de outros países, fato que freia as exportações
de tudo que não seja hidrocarboneto.
Isto, por sua vez, inibe a diversificação da economia e condena os países a
depender cada vez mais das exportações de petróleo e do gás.
O crescimento econômico daí decorrente não cria postos de trabalho de
qualidade e na proporção desejada.
Outra questão de extrema importância é a proposta apresentada pela
Presidente Dilma Rousseff, que editou medida provisória para destinar 100%
dos recursos do pré-sal para a educação. Infelizmente, a derrubada dos vetos
presidenciais, no início deste ano, também afetou esta medida. É certo que
ainda poderá ser retomada, mas a movimentação que se observa no Congresso
sinaliza para que não haja tal vinculação. É preciso debater profundamente isto,
pois não podemos perder uma oportunidade histórica de resgate da dívida
social que até hoje existe em nosso país.
Enfim, a questão do petróleo exige um debate muito mais sério e profundo
do que aquele que estamos a assistir neste momento, reduzido à divisão do bolo
dos royalties desta ou daquela maneira.
Por tudo isto, defendemos mais pesquisas e sólidas reflexões, além de estudos
verdadeiramente sérios e aprofundados, que possam subsidiar a elaboração e o
aprofundamento sobre os novos marcos regulatórios do Petróleo.
Além disto, que toda a sociedade possa participar deste debate, a fim de
realizar conscientemente suas próprias escolhas.
O momento é crucial para se forjar o tipo de país que desejamos para as
futuras gerações.
Tomara que façamos as opções corretas...
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
139
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services
and products to the Oil and Gas Chain
140
O ABC DO PETRÓLEO E GÁS:
O potencial do Grande ABC no fornecimento de produtos e serviços à Cadeia de Petróleo e Gás
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
141
142
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
143
SUMMARY
INTRODUCTION............................................................................................................. 148
Rafael Marques - President, Economic Development Agency
for the Great ABC; President, ABC Metallurgists’ Union
GREAT ABC READY FOR CHALLENGE.................................................................. 152
Luiz Marinho - President, Great ABC Intercity Consortium;
Mayor of São Bernardo do Campo
GREAT POTENTIAL AND CHALLENGES TO OVERCOME:
GAS AND OIL CHAIN DENSING UP IN THE ABC.............................................. 156
Jefferson José da Conceição - Coordinator, Economic Development TG
of the Great ABC Intercity Consortium
Roberto Vital Anau - Assistant, São Bernardo do Campo Economic
Development, Labor, and Tourism Secretariat
BLUE AMAZON AND PRE-SALT:
PLANS AND PROJECTS FOR PROTECTION......................................................... 164
Julio Soares de Moura Neto – Fleet-Admiral and Navy Commander
OIL AND GAS: CHALLENGES AND OPPORTUNITIES FOR NATIONAL
INDUSTRY........................................................................................................................... 172
Mauro Borges Lemos - President, Brazilian Agency for
Industrial Development (ABDI)
R&D: A GENUINELY NATIONAL BRAND.............................................................. 182
Luís Cláudio Sousa Costa - Manager, CENPES- Petrobras
Marcelo Marinho Simas - Economist, PETROBRAS/ CENPES
Rafael Machado Moreira César - M.S.-to-be at the University of Bocconi – Milan/Italy
COMMITMENT TO DEVELOPMENT IN BRASIL............................................... 188
Nelson Silva – President, BG Brazil
PRE-SALT: ABC REGION POTENTIALITIES FOR
INTEGRATION TO OIL AND GAS PRODUCTION CHAIN............................ 192
Nilza de Oliveira – Budgeting and Participative Planning Secretary (SOPP)
in São Bernardo do Campo
Sérgio Vital – Assistant secretary at SOPP
Marcelo Benedito – Technician at SOPP
THE PETROCHEMICAL POLE AND
LOCAL ECONOMIC DEVELOPMENT..................................................................... 212
Ciomar Okabayashi – Secretary for Economic Development of Mauá
THE PLASTICS CHAIN AS AN INDUSTRIAL
DYNAMSM FACTOR FOR THE ABC......................................................................... 218
Oswana Fameli – Vice-Mayor and Secretary for Economic Development, Science, and
Technology of Santo André
144
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
145
RIBEIRÃO PIRES AND COMPANY DEVELOPMENT
IN THE OIL AND GAS PRODUCTION CHAIN.................................................... 226
Paulo Silotti – Secretary for Economic Development of Ribeirão Pires
Larissa Lovato Baumeister
Eloiza Reinoso
RIO GRANDE DA SERRA READY FOR DEVELOPMENT.................................. 232
Gilvan Mendonça – Secretary for Economic and Touristic Development
of Rio Grande da Serra
PRE-SALT: GAS FOR JOB GENERATION IN THE ABC..................................... 238
Paulo Lage – President, ABC Chemists’ Union
METAL-MECHANICAL-SECTOR WORKERS’ ROLE
IN THE OIL AND GAS PRODUCTION CHAIN.................................................... 244
Rafael Marques – President, Great ABC Agency for Economic Development
President, ABC Metallurgists’’ Union
UFABC’S ROLE AT OVERCOMING CHALLENGES
FOR OIL AND GAS INDUSTRY DEVELOPMENT
IN SÃO PAULO’S ABC...................................................................................................... 248
Klaus Werner Capelle – Vice-Dean for Research UFABC
Caetano Rodrigues Miranda – Researcher, NanoPetro Group
HUMAN RESOURCES FORMATION AND
KNOWLEDGE GENERATION FOR SUPPORTING
THE OIL & GAS INDUSTRY.......................................................................................... 254
Agenor de Toledo Fleury – Mechanical Engineering
Post-Graduation Program Coordinator
Carlos Eduardo Thomaz – Electrical Engineering
Post-Graduation Program Coordinator
SUSTAINABILITY APPLIED TO THE OIL AND GAS PRODUCTION
CHAIN AND ITS REQUIREMENTS FOR PRODUCTIVE
RE-CONVERSION OR DIVERSIFICATION IN THE ABC................................. 260
André José Araújo Gabriel – Environmental Engineering Course Coordinator, UMESP
ABC INDUSTRY AND NATURAL GAS...................................................................... 264
Prof. Valcir Shigueru Omori - Thermo-Mechanical Technology College General Director
Prof. Wilson Carlos da Silva Junior - Academic Director, Thermo-Mechanical
Technology College
SENAI’S CONTRIBUTION TO THE ABC REGION INDUSTRY..................... 270
José Heroino de Sousa – Director, “Almirante Tamandaré” SENAI SCHOOL
GIVING IT SOME THOUGHT ABOUT THE IMPORTANCE OF
RESEARCH ON THE NEW OIL REGULATORY BENCHMARKS................... 274
Marcelo Mauad – Director, Law College of São Bernardo do Campo
146
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
147
INTRODUCTION
Rafael Marques
President, Economic Development Agency for the Great ABC
President, ABC Metallurgists’ Union
148
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
t is with deep satisfaction that I introduce this publication to the national
and foreign investors and the Brazilian society. This book is a collection
of articles written by national and local personalities: Oil Industry
Representatives, even of foreign capital; Federal Government; Petrobras;
region’s universities; unions, and other major agents for social and economic
progress in our territory and in Brazil, all of them bringing great contribution
for the debate.
Our aim herby is to discuss and present visions by there various sectors about
the huge potential of the ABC Region as a products and services provider to the
oil and gas chain, wherein the region is already inserted. It can, nevertheless,
increase its relevance in the production structure by taking advantage of the
opportunities coming up now, especially with the pre-salt tier exploration.
The Economic Development Agency for the Great ABC, which I chair
fostering sustainable economic development to the region, is striving to go
deep into this theme, seeking alternatives so that the Great ABC’s insertion in
this sector may be effectively broadened. An example is the potential opening
up for the region’s metal-mechanical-sector workers to be well-utilized should
the companies re-structure themselves for such as I approach it in my article
which is also part of this book.
Other approaches related to this theme are presented herein, always focusing
on the opportunities showing up for our region and the needed strategies to
take advantage of them the best way possible.
In this context, some articles approach such specific sectors as the Capuava
Petrochemical Pole, or the local production arrangement of the plastics sector.
Others analyze the role of universities, the contribution of the region’s S System,
the human resources formation, and knowledge generation. The mayor of São
Bernardo do Campo and Chairman of the Great ABC Intercity Consortium,
Luiz Marinho, also leaves his contribution when approaching the regional
actions being carried out so that the ABC may embrace this growth and go on
contributing for the Country’s sustainable development.
I thank all those who contributed their texts and input to carry this work
through. We are positive that the reflections presented herein will be really
important so that thought can be given towards the ABC region we want fort
the future and, most of all, what can be done to achieve these objectives. Enjoy
your reading.
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
149
150
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
151
GREAT ABC READY FOR
CHALLENGE
Luiz Marinho
President, Great ABC Intercity Consortium (2013-2014)
Mayor of São Bernardo do Campo
He was Labor Minister (2005-2006) and Social Security Manager (2007-2008)
152
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
he Great ABC is already inserted in the oil and gas chain, with the Capuava
Refinery and the Braskem Petrochemical Pole, countless plastics and
chemical industries, and a strong metal-mechanical complex. However,
our seven cities can, and really should, hold a more highlighting position in the
sector’s productive structure. The huge opportunities brought forth by the presalt exploration – which is to be remembered as the greatest achievement by
Petrobras-acquired excellence at deep-water prospecting – pose themselves as
an unprecedented challenge for Brazil and the countless regions near the main
oil basins. The Great ABC is willing to win it.
ABC Region’s privileged location – halfway between São Paulo Capital and
Baixada Santista – its good logistics, expanded with the Rodoanel (Highway
Ring), its academic excellence, qualified workforce, and its entrepreneurial,
managerial, and technical expertise, get together to position it as a qualified
territory to play a major role in the new Brazilian economic cycle.
The Great ABC Intercity Consortium, which I am honored to chair, and
the Economic Development Agency for the Great ABC strive to increase our
region’s advantages so as to more boldly insert itself in the new leading activities
of the Country’s economic development. Among so many regional initiatives, I
highlight the development of a regional plan for urban mobility, delivered to the
seven cities and Federal Government, during the visit by Planning, Budgeting,
and Management Minister Miriam Belchior to the Intercity Consortium in April
this year. The Plan forecasts interventions prioritizing collective transportation
and encompassing interconnection between cities through corridors. The
set of such interventions is worth an estimated R$ 10 million amount. I also
highlight the coming of Subway’s Line 18 – which I have managed to advance
with the State Government.
The regional action did not only limit itself to infrastructure actions –
not to be done without – but also directly focused on the Oil and Gas area.
Countless workshops and seminars held by our cities and regional entities with
the Presence of Petrobras sought to sensitize our enterprisers towards the new
businesses to come up in this new cycle. Without disregarding current vocations
– automotive, chemical, and petrochemical – we can, and really should, diversify
our production base so as to meet the new demands for products and services.
Such effort must engage the companies, universities, unions, and the public
power both locally and regionally.
In one of the workshops held in the ABC Region, we welcomed, in August
2011, Ms. Maria das Graças Foster, the then Gas and Energy Director and,
currently, President of Petrobras. In her lecture, Ms. Graça Foster urged the
Great ABC to back up Petrobras’ effort by providing service and components
for the company’s activities. At the time, I made a challenge to the universities
attending as well, out of the information by the current President of Petrobras:
there were then already a hundred college-teaching accredited institutions with
the state organization to work on Research and Development, but the ABC,
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
153
with its academic excellence, was not in the list. I insisted with the region’s
academic managers to fit into the teaching and research network Petrobras was
building up in Brazil.
Our region’s managing it with Petrobras to put up an Advanced Registration
Post (PAC) brought in its effective opening, in June, 2012, in a specific area
at the Enterpriser’s Room, Town Palace of São Bernardo. Its action field is a
regional one, and it aims to technically back up companies willing to fit into
the suppliers’ register to Petrobras. It is not easy to fit into it, as you know, and
the Post’s role is to get one to “know the ropes”, especially small and mediumsized companies. In its first year of services, closed in August, 2013, the PAC
attended to nearly five hundred companies of Great ABC. From October 1st,
2013 onwards, the PAC started operations at the Economic Development
Agency for the Great ABC’s headquarters, in Santo André, in a new phase, more
targeted to the region’s context, being expected to be successful once again.
I am confident that the Great ABC is before a great opportunity for a new
era of growth and prosperity, anchored in activity sectors which will form the
Brazilian development axis in the coming decades, highlighting the defense
industry and the Oil and Gas sector. Through its managers and economic
agents – enterprisers, unions, universities, and governments – the region is fully
able to get the best out of this new economic cycle. Therefore, the Great ABC
keeps, and will keep, its huge contribution to Brazilian development.
154
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
155
GREAT POTENTIAL AND
CHALLENGES TO OVERCOME:
GAS AND OIL CHAIN DENSING
UP IN THE ABC
Jefferson José da Conceição
Coordinator, Economic Development TG of the Great ABC Intercity Consortium
Economic Development, Labor, and Tourism Secretary
of São Bernardo do Campo
PhD. Professor of the USCS
Roberto Vital Anau
PhD.-to-be in Territory Planning and Management of the UFABC
Economic Development Advisor to the São Bernardo do Campo City Hall
his publication’s theme is the opportunities and challenges for higher
integration of the Great ABC’s production base tot he oil and gas
production chain. In it the main players in local and regional economy
– enterprisers, unionists, deans, researchers, and public authorities – put across
the view of the participating segments in the complex economic network of the
Great ABC, the hugest industrial base in Latin America. This article presents
the public power’s viewpoint.
The Great ABC already has strong insertion in the oil and gas chain, through
the Petrochemical Pole (Braskem) and Capuava Refinery, accompanied by
a robust segment of chemical industries in some of the seven cities. These
companies’ effective workforce totals 34,658 workers, in 841 businesses (RAIS,
2012)1. The Fiscal Added Value (VAF) generated in the sector amounts R$
72,9 billion (2010), or about 8,0% % of the sectorial VAF in the State of São
Paulo2.
Nonetheless, the potential for regional integration to the national Oil and
Gas chain is much higher. The huge opportunities brought forth by the presalt exploration, especially in the Santos Basin, forecast a gigantic demand
for products and services, engaging not only chemical and petrochemical
industries, but also a set of industrial segments – highlighting, non-exclusively
– Metal-Mechanics – and great variety of services.
Next, we will approach the aspects structuring the regional action towards
the oil and gas chain densing-up: the regional economic development strategy,
the favorable factors to the Great ABC, and the challenges remaining to be
faced and won.
Regional Economic Development Strategy
The Town Halls of the ABC Region, through their Economic Development
Secretariats, in partnership with the Great ABC Intercity Consortium and the
Economic Development Agency for the Great ABC have sought – in general
terms – to strengthen the installed production base and eventually make way
for new investments, including those by companies still not established in the
region.
One of the reinforcement instruments to the installed base – now being
multiplied and upgraded in the Region – is the Local Production Arrangements
(APL’s). It is the periodical get-together of companies of the same activity sector
jointly with Public Managements, the segment’s representative institutions,
technical and college teaching institutions, financial institutions, among
others, around problems in common, searching for cooperation towards joint
confrontation.
Several APL’s are working in the ABC Region at the moment: Tooling;
Data informed by the ABC Chemists’ Union.
Own calculations out of the data by the SEADE Foundation (www.seade.sp.gov.br).
1
2
156
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
157
158
Defense; Chemical; Car Parts; Graphical Industries; Furniture; Plastics;
Cosmetics; Bread-making; Tourism; Bars and Restaurants, among others. In
differentiated stages, they express the strengthening strategy of the installed
base and local vocations, with a strong cooperative and participative feature.
Some cities are now trying to make / update the General Cadastre of
Industries installed in the region, aiming at the public’s being given one more
strategic instrument. This will doubtlessly contribute for the ABC Region can
present itself more strongly as a supplier for the oil and gas production chain.
The key-element to this regional strategy is the combination between
problem confrontation and conjunctural difficulties to the production base, in
a cooperative way, with the search for new business opportunities, and income
and quality job generation. In other words, we seek to strongly articulate the
present and the near future with the chief local economic players. This search
for new opportunities must be coupled to the country’s new reality, that of
the Industrial Policy, and the ones of the innovation policies, as well as to the
segments already expanding in the current phase of the Brazilian economic
development.
Among these sectors, the oil and gas production chain and the defense
industry stand out in the scenario forecast for the coming decades. It is of about
theoretical forecasts; rather, it is about guidelines already established in the
regulatory model for pre-salt exploration and National Strategy of Defense, as
well as in demands of national content expressed in the Federal Government’s
Industrial Policy, in both cases. In both sectors, the ABC Region is particularly
well-positioned so as to engage itself in the new forecast growth cycle.
It must be kept clear that our strategy to strengthen regional insertion in
these segments does not at all intend to proceed detrimentally to the already
consolidated vocations in Metal Mechanics (especially in the automotive
complex) and Chemistry. It is about adding new markets to the traditional
ones, which, for many of the suppliers located in the first levels (“tiers”) of these
production chains, is fully feasible, with some adaptations in the technological,
commercial, and human resources areas. Hence the emphasis placed in
the university-company interaction, in terms of innovation, technological
adaptation, and qualified personnel formation. Such interaction constitutes
itself as a priority to our regional action – whether in the APL’s, or through
intermediation of specific contacts, or especially, through the Technological
Bases forecast in the Region’s cities.
As in the specific case of the Oil and Gas segment, the region benefits itself,
besides the existing insertion, from a strategic location, very close to Baixada
Santista – where there is one of the largest pre-salt fields already welcoming
huge investments by Petrobras – and halfway from this with the Capital and
São Paulo’s Metropolitan Region. The Highway Ring has added great logistic
advantage to the ABC. Other especially relevant aspects are the installed
production base, with special metal-mechanic and chemistry expertise, the
qualified workforce, and the excellence of the teaching and research institutions.
The emphasis on Oil and Gas and Defense Industry has come to life in
several initiatives, among which we can highlight the inauguration of the
Swedish-Brazilian Innovation Center (CISB), an initiative by airspace company
Saab, in close partnership with the City Hall; and the Town-Palace installation
of an Advanced Registration Post (PAC) of Petrobras in the Enterpriser’s
Room. Its purpose is to make inclusion easy for suppliers and service providers
in the company’s cadastre. In a year’s activities, the PAC has attended to
502 companies from all of the ABC Region cities, resulting in advances at
registration. Enterprisers’ information shows that, out of the support obtained
with the PAC, they started receiving quotations from Petrobras. In the second
phase, started in October, 2013, at the Economic Development Agency for the
Great ABC’s headquarters, the PAC is expected to contribute to integrate an
even bigger number of the region’s companies to the state-owed company’s
cadastre.
The Region has been taking steps to build its Technological Bases. We
know that several cities have been doing so in order to be a step ahead at
their Technological Bases. In the city, we founded, on December 19th, 2012,
the Technological Base Association. Thematic focuses of the Technological
Base are Automobile, Defense, Oil and Gas, Tooling, and Design. Therefore,
this institution’s own emphasis sheds light on reinforcement of the regional
economy’s current local vocations, simultaneously with its opening for new
existing opportunities.
A Technological Base constitutes itself as an organization associating
companies, unions, research centers, and the government to create a physical
environment of human relationship fostering innovation, applied research,
and the development of solutions as in products, services, and production
processes. Brazil already has successful examples, and the ABC Region intends
to add itself to them by contributing its own expertise to that of the Country’s
innovative cities and regions, backed up by the above explained strategy.
Founding partners to the Association are: CIESP; the Swedish-Brazilian
Innovation Center (CISB); the Metallurgists’ Union of the ABC; the Chemists’
Union of the ABC; the Civil Construction and Furniture Workers’ Union of the
ABC; the Federal University of the ABC; FEI (Inaciana Educational Foundation,
formerly the Industrial Engineering College); the Methodist University; The
College of Law; Fatec; and SENAI Almirante Tamandaré. They applied for
their affiliation into the inauguration Assembly to the Economic Development
Agency for the Great ABC, the Business and Industrial Association ACISBEC,
and the Tooling APL for the Great ABCD.
The action towards regional insertion densing-up in the oil and gas
production chain did not limit itself to the PAC installation and functioning
or the Research and Development perspectives in the Region’s Technological
Bases. It also came to life in several workshops and Relationship Rounds
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
159
160
held in the past few years, in the Region’s many cities. In this context, one of
these workshops (August, 2011), highlights the presence of Ms. Maria das
Graças Foster, the then Gas and Energy Director and, currently, President of
Petrobras Sra. Maria das Graças Foster. Such activities aim to sensitize local
and ABC Region enterprisers towards the opportunities brought in by pre-salt
exploration and Petrobras’ huge investment plans.
In parallel, our cities seek to gather universities and college teaching
institutions with the Petrobras University and the Research Center – CENPES
– of the company. Petrobras itself needs to encourage the human resources
formation and applied research for the investment and economic growth cycle
in its area of activity the demand for a progressive increase in the national
content in the orders compels the company to invest in the national production
sector qualification, including technological innovation and human resources
qualification. In addition, there must be urgent advance in applied research to
the technological and management needs towards the challenges brought in
by oil extraction in “seas never sailed across before”, as in the apparent case of
pre-salt. These new needs have led to externalization of the activities in those
departments of the company, formerly targeted to the internal public and now
searching for partnerships with teaching and research institutions in several
regions throughout the Country.
One of the results of such meetings with the local academic sector was the
encouragement for registration of institutions with the National Oil, natural
Gas, and Biofuel Agency (ANP). Registration cannot be done without for an
institution to be able to receive investments determined by ANP itself to the
companies working in the pre-salt exploration, as stated by Resolution ANP
No. 33, dated Nov/24th/2005. The Resolution determines that:
“concessionaries must invest, in Brazil, the amount corresponding to 1%
of the production gross revenue of a certain field, in the realization of
qualified expenses with research and development (...). (...) at least
50 % of this amount must be expenses realized upon contracting
projects/programs at universities and research and development
institutes previously accredited by ANP for this purpose, henceforth
called Accredited Institutions” (emphasis added). In addition, in the
cases of “default towards obligations provided in the Investments and
Research and Development Clause, the amounts shall be added interest
equivalent to the referential rate of the Special System for Liquidation and
Custody – SELIC for federal bonds, accumulated on a monthly basis,
calculated from the limit-date the expense should have been made up to
the previous month to that of actual expense, and 1% (one percent) in the
month of payment” (D.O.U., Nov/25th/.2005).
In the above document, one van notice the explicit purpose of investing part
of the Oil and Gas exploration gains in technological research and development
so as to modernize the national production base. The demand to realize half of
these investments in institutions external to the companies, accredited with the
ANP, aims to Foster a new innovation cycle with the integration of universities
and research centers, closely linked to the needs of the production chain in
all levels. It is, therefore, a unique opportunity for the teaching and research
institutions related to the relevant knowledge areas: engineering, management,
and Law are included in this context. They are strong knowledge areas in the
Great ABC’s academic network.
Turnover estimates in the pre-salt fields are gigantic. Imagining 0.5% of such
amounts leads one to have truly ambitious dreams in terms of scholarships,
lab creation and modernization, course and curriculum creation and changes.
This time, dreams are possible to come true. The initiative and persistence of
relevant players – companies, unions, teaching and research institutions, and
governments - is indispensable to bring the existing possibilities into life.
In this context, in the sphere of the GT for the Intercity Consortium
Economic Development, we currently have, as one of our goals, the writing of
an Inventory of the existing Technological Offer in the ABC Region – this offer
existing in universities, technical schools and specialized research centers, as
well as in the various laboratories and engineering centers of private companies.
This inventory will certainly contribute for us to deepen up our intervention in
the Oil and Gas area.
The challenges to be faced include inertia of some of the regional enterprisers.
Typical enterprisers lead their lives overloaded with daily problems and hardly
ever risk entering new business look-ins when the traditional business require
their presence so heavily. In addition, the Petrobras name is an inhibitor:
many small and medium-sized enterprisers see themselves distant from the
minimum conditions for integration to such a gigantic company’s supply chain.
The workshops – intended for network entrepreneurial integration – and the
PAC aim to break this inertial mindset. Just likewise, the various instances of
the universities had, and still have, difficulty to notice, at the needed speed,
the unprecedented opportunity for lab modernization and obtaining of
scholarships, mostly because it full enjoyment calls for some internal changes
(curricula, course, and lines of research). It is mostly about incremental changes,
but not at all easier to be implemented.
All these challenges start to be faced by regional action. The path has started
to be trodden; which does not mean the challenges have been overcome.
It calls for continuity, persistence, articulation ability, creativity, and action
improvement, in order to drive all of the region’s potential in the oil and
Gas area. Public institutions in the ABC Region – City Halls, Economic
Development Secretariats, the Great ABC Intercity Consortium, and the
Economic Development Agency for the Great ABC, among others – are doing
their best.
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
161
162
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
163
BLUE AMAZON AND PRE-SALT:
PLANS AND PROJECTS FOR
PROTECTION
Julio Soares de Moura Neto
Fleet-Admiral
Navy Commander
164
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
here is no nation having a coast and which does not devise maritime
interests expressing the wishes, needs, possibilities, and culture of
its people and which – to achieve them – relies on employing the
appropriate means, as well as a strategy to conveniently prepare and apply the
available potentialities.
In the late 1950’s, the Nations started to become aware that they needed
a new international legal ordinance for the oceans, once, day after day, there
was more and more information about the reaches they had. Consequently,
interests grew towards exploring such resources.
In 1982, since the United Nations Organization (UNO) acknowledged
the convenience of establishing a legal ordinance for the seas and oceans,
with due concern about sovereignty IOF all Nations – making international
communications easy and fostering its peaceful use, equitable and efficient
utilization of its living and non-living resources, and sea environment study,
protection, and preservation – the United Nations Convention over the Rights
over the Sea (CNUDM) – ratified by the Brazilian Government on December
22nd, 1988.
Besides setting the overall principles for the sea, sea soil, and sea underground
natural resources exploration, as well as pollution control, the Convention
defines a number of concepts, such as:
Territorial Sea (MT): sea area, whose width stretches out up to the limit of
12 nautical miles (MN), counted from the coast baselines (reference lines on
the coast), upon which the coastal Nation exercises full sovereignty, including
the subjacent air space, as well as its floor and underground;
Contiguous Zone (ZC): sea area stretching out from the 12 to 24 MN,
where necessary steps may be taken for compliance with customs, fiscal,
sanitary, or immigration legislations;
Exclusive Economic Zone (ZEE): area located beyond the MT, up to
the limit of 200 MN, upon which the coastal Nation exercises full sovereignty
for purposes of exploration, utilization, preservation, and management of the
living and non-living natural resources, the subjacent Waters to the seabed, the
seabed and its soil and underground and, regarding other activities towards
exploration and utilization for economic purposes, with production of energy
from water, currents, and wind. In addition, the coastal Nation also exercises
jurisdiction regarding the placement and use of artificial islands, installations,
and structures, sea environment scientific investigation, protection and
preservation; and
Continental Platform (PC): comprises the seabed and sea area underground
stretching out up to the continental edge exterior, or as far as a limit distance of
200 MN from the baselines, when the continental edge exterior does not reach
this distance. If the continental edge stretches out beyond the 200 MN, the
coastal Nation may apply extension, with the UNO, of the PC, up to a limit of
350 MN, which must be technically proven through appropriate surveys.
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
165
The potentialities of this area, along with our responsibility to protect it,
lead us to study it with our focus on four aspects: Economy, Environment,
Science, and Sovereignty.
Under the economic viewpoint, it is worth pointing out that 95% of our
foreign trade is carried out by sea, with involved amounts in 2012 of 466 billion
dollars between imports and exports.
Today, we prospect nearly 90% of our oil and 77% of our natural gas in our
ocean. The Pre-salt is estimated to have 35 billion barrels of recoverable reserves.
It is relevant to take into consideration that the macro-values are centered
in up to 200 km from the coast and in the 8,500 km of coastal line, where there
are 17 states, 16 capitals, around 90% of the GDP, 80% of the population, 85%
of the industrial base, 85% of energy consumption, and some 80 ports and
organized terminals, among public and private ones.
As for fishing, it is estimated that, by 2020, world production will have a
40%, increase, with 140 million de tons. In addition, the leisure segment, with a
highlight on tourism and nautical features, has high fostering possibilities.
The environmental aspects emphasize the need for the sea to be rationally
explored and to preserve the food chain, vis-à-vis science development and
technological evolution, always seeking to unveil biodiversity, biotechnological
potential, and mineral reserves.
Governmental and non-governmental organizations active in this field
have been playing a major role by sensitizing the public opinion about the
indispensable need for implementing policies towards preserving the Brazilian
Jurisdictional Waters (AJB).
The scientific viewpoint, in turn, allows numbering a series of Programs,
coordinated by the Inter-Ministry Committee for Sea Resources (CIRM),
among which we can highlight: Mineral Potentiality Assessment for the
Continental Platform (REMPLAC); Sea Biodiversity Evaluation, Monitoring,
and Preservation (REVIMAR); Sea Biotechnology (BIOMAR); Fostering
Maritime Mindset (PROMAR); Researches in the São Pedro e São Paulo
Archipelago (PROARQUIPÉLAGO) and Trindade Island (PROTRINDADE);
and the Ocean and Climate System Watch (GOOS/Brazil), allowing reliable
forecasts on ocean and atmosphere conditions.
When it comes to sovereignty, it is worth pointing out that, in the “Blue
Amazon”, our borders are imaginary lines over the sea. They do not physically
exist, and what defines them is the existing ships patrolling them or carrying
out presence actions. Protecting this rich heritage is a complex task, for, as
previously mentioned, there are 4.5 million sqKm of area to be monitored. In
this context, the navy carries out activities of Naval Inspection, Patrolling, and
Presence Actions, aiming to safeguard Brazilian interests.
Obviously, any vigilance model for the “Blue Amazon” necessarily takes into
consideration suitable equipping of the Brazilian Navy (MB).
In 2009, the Articulation and Equipping Plan for the Brazilian Navy
(PAEMB) was developed, which, in consonance with the National Defense
Strategy (END), conveys short-, mid-, and long-term objectives so as to
reconfigure the Force, under the aegis of trinomial monitoring/control,
mobility and presence. This plan comprises all actions required to provide
the MB with military organizations: naval and aircraft means, and Marines;
ammunition and weapons; and personnel needed to carry through its various
attributions.
In this sense, the Force has been developing several strategic projects, with
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
In September, 2004, Brazil presented its application to the UNO for PC
extension, crowning a great national effort in which, for about ten years, with
active participation of the Navy, the scientific community, and Petrobras, 230
thousand km of data were collected.
The Brazilian ZEE has an approximate ocean area of 3,6 million sqKm,
which, added to the nearly 900,000 sqKm of PC beyond the 200 MN, claimed
before the UNO, total approximately 4.5 million sqKm.
It is a vast ocean area, adjacent to the Brazilian continent, which corresponds
to nearly, 52% of our continental area and, due to its strategic importance, its
riches, and the compelling need to ensure its protection, The Brazilian Navy
(MB), aiming to warn the society about its immeasurable natural resources,
biodiversity, and vulnerability, started calling it “Blue Amazon”, with a smaller
area, but fully comparable to the “Green Amazon”.
Trindade Island | Martin Vaz | Brazil – Area Km² | Territory – 8.5 million | Exclusive Economic Zone – 3.5
million | Continental Platform Extension – 960 thousand | ZEE + Continental Platform Extension – Blue Amazon
4.5 million (52% of the Territory | Territorial Sea – 12 miles)
166
167
168
some of which listed below, allowing it to use the means needed to ensure due
security to the “Blue Amazon”:
a) Building of the Naval Force Center – set of six Programs, aiming to
expand and modernize the Naval force, presented as follows:
- Submarines Development Program (PROSUB) – jointly with the
Navy’s Nuclear Program (PNM), it enables the Country to design and build
up conventional and nuclear-energy-powered submarines. Four diesel-electric
submarines of French origin will be built, “Scorpène” Class, modified to meet
the Brazilian Navy’s requirements, with the first one started its buildingup of Sections 3 and 4 in May, 2010; and – most of all – a nuclear-energypowered submarine will be designed and built up in the Country. PROSUB
also comprises the construction of a Manufacturing Unit for Metal Structures
(UFEM), inaugurated by the President of our Republic on March 1st, 2013,
as well as a shipyard and a naval base, all of them in Itaguaí (RJ), dedicated to
submarines building, maintenance, and logistic support;
- 500-ton Patrol Ship Program – consists of building – in the Country,
46 500-ton Patrol Ships to contribute for patrolling and inspecting the AJB,
especially the oil basins, which include the Pre-salt region. The first two ships
have already been built, and five more units are being built now;
- “BARROSO” Class Corvette Building Program – aims at building four
ships of this class, fully designed in Brazil, to be employed in coastal areas, with
high component and equipment nationalization index. The program comprises
the possibility of adding new functionalities to the original project;
- Surface Means Obtaining Program (PROSUPER) – it means obtaining
a set of ships including five six-thousand-ton escort ships, five 1800-ton
oceanic patrol ships, and a logistic support, 24-thousand-ton dislocation ship.
Out of existing projects, they must be built in Brazil, adapted to the Brazilian
Navy requirements, through association between the international designing
shipyard and one or more private Brazilian shipyards;
- Aircraft-Carrying-Ship Obtaining Program (PRONAE) – aims to
design and build two units of a new class of aircraft-carrying ships (NAe), with
approximately 50 thousand tons dislocation to replace NAe “São Paulo”, and
another one for the future Second Navy Fleet. The project shall be developed
by a foreign project shipyard / office, with proven expertise in this particular
area of naval engineering, with personal participation of the Brazilian Navy
(MB); and
- Amphibian Ship Obtaining Program (PRONANF) – it is based upon
the conjugation of searching for Amphibian Ships in the national market
(acquisition by opportunity) and the study, aiming to build this kind of ship in
a Brazilian shipyard.
b) “Blue Amazon” Management System (SisGAAz) – the development
of which shall provide structure modernization for the Navy’s Intelligence
Command and Control structure and, as a result, effective knowledge of the
events occurring in the Waters of the Country’s concern, also contributing to
improve the ability to react to those representing a threat to human life, safety,
the economy, and the environment. Because of its dual characteristic, it shall
not be limited to the decision-making process for military applications of the
Naval Power, but it will have decisive impact on complying with subsidiary
attributions – especially at carrying out tasks relating to vigilance, maritime
safety, SAR emergencies (“Search and Rescue”), preventing environmental
pollution, natural resources management, and a reaction to the so-called “new
threats”, such as bootlegging, drug trafficking, weapon trafficking, smuggling
and embezzlement, illegal immigration, armed ship theft, among others; and
c) Implementing of the Second Fleet and Second Fleet Marines Force
(FFE) – with approval by END, two Southern Atlantic regions were pointed
out as priorities: the first one is the stretch going from Santos to Vitória, where
the larger oil basins are located; and the second one, the mouth of the Amazon
River. Therefore, since there are bases in Rio de Janeiro and Aratu (BA) already,
need was devised for us to have – at a spot still not defined in the Northern
/ Northeastern coast – facilities capable of supporting a Second Fleet and a
Second FFE, which would be accounted for protecting the “entrance gate” To
Amazon.
Under the economic viewpoint, the carrying out of these strategic projects,
forecast in the PAEMB, will uniquely drive the Defense Industrial Base (BID),
understood as the set of companies, state-owned and private – and the military
organizations participating in one or more research, development, production,
distribution, and maintenance phases of strategic products for defense (goods
and services).
It is estimated that – with the approval by PAEMB, 30,000 new direct and
100,000 indirect Jobs will be created, even by the military-naval industry’s
multiplication capacity which brings positive reflections in the production
chain of several other economic activity fields, such as electrical-electronic,
metallurgical, heavyweight mechanics, propelling motors, weapons, informatics,
among others.
When it comes to defending our sovereignty, the strategic projects will
result in an increase in the monitoring, vigilance, security, and defense capacity
of the AJB, thus increasing the national dissuasive power as a whole. The nave
has been thereby channeling all its effort aiming at consolidating a modern
Force, balanced and kept up with the “Blue Amazon” value, in its economic,
environmental, scientific, and sovereignty spheres, and compatible to Brazil’s
increasing political-strategic relevance in the international scenario.
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
169
170
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
171
OIL AND GAS: CHALLENGES
AND OPORTUNITIES FOR THE
NATIONAL INDUSTRY
Mauro Borges Lemos
President, Brazilian Agency for Industrial Development (ABDI)
Economist and with an Economy MS.
Degree (UFMG), Economy PhD. degree (University of London), post-doctorate
degree from the University of Paris and University of Illinois
Title-holder Professor (licensed) of the Minas Gerais Federal University
Economic Sciences Department (UFMG)
Researcher for the National Council for Scientific and
Technologic Development (CNPq)
Introduction
he Oil and Gas sector is the one presenting the highest potential to
transform the Brazilian industrial structure in the coming decades. It
is estimated that – only with the first discoveries announced in the
pre-salt tier – the proven national oil reserves might double within the next
five years, hitting the number of 30 to 35 billion barrels. Some international
consulting agencies evaluate that – in the long term – more than US$ 1 trillion1
will be necessary for the pre-salt production development, with the future
demand for goods and specialized services evinces a promising scenario.
The presence of an anchor-company is strategic for the country, but
there is also interest in relying on a robust supplier chain. Actually, for the
Brazilian industry to fully enjoy this opportunity, it is fundamental to advance
in consolidating a qualified, innovative, and efficient national supplying
chain, capable of suitably meeting the expansion needs of this globalized,
competitive, and complex value chain. To this end, it is necessary to structure
actions targeting the organization and development of local goods and services
suppliers of all sizes.
As far as these efforts go, the pillars to regional development and
internationalization are part of the same equation, whose result is the creation
of an environment favoring innovation, technological improvement, corporate
consolidation, and market expansion, in function of the expected growth of the
offshore oil exploration and production operations in the world, notably in the
western coast of Africa and in the eastern coast of South America.
Backed up by a diagnosis carried out in the sphere of the Major Brazil Plan
(PBM), which made use of several studies and contributions produced about
the issue, this article systematizes the challenges and opportunities for the
Brazilian Industry. To do so, it is divided, besides this introduction, into four
additional sections.
In the section that follows, some international investment aspects are
presented along with the Brazilian situation, which allows an optimistic
look into the future. In the third section, characteristics are analyzed of the
supplying global chain, while the fourth part of the article critical evaluations
are systematized over the challenges for the national industry, in the light of the
Major Brazil Plan. Finally the last section outlines the regional development
opportunities and competitive insertion of the Brazilian industry in the global
chain of Oil and Gas suppliers, with an emphasis on the forecast demand for
exploration, development, and production in the pre-salt.
In this case an estimate of 70 billion in recoverable reserves is considered in the pre-salt, as
well as that the average investment in goods and services for E&P in ultra-deep waters is about
US$ 13 per recoverable barrel.
1
172
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
173
Aspects of international investment and national context
Oil reserve exhaustion worldwide outlines a worrying scenario, expressed
by the resulting quotient of dividing the proven reserve volume by current
production, commonly known as the R/P ratio. In function of such, the search
for new reserves poses itself as a key-activity, integrating the oil companies’
daily life and influencing the international investments dynamics in the sector.
A recent evaluation (2009 GDP) about the main aspects of international
investment in Oil and Gas pointed out three fundamental questions:
i. The increase in oil-production-related costs: between 2000-2011, global de
E&P expenses leaped from US$ 150 million to nearly US$ 250 million, whereas
the number of probes in operation leaped from 1000 for more than 35002;
ii. Scarce discoveries of large fields: considering only the Discovery of oil
reserves with more than 1 billion de barrels equivalent in the last ten years,
Petrobras deserves a highlight, accounting for 7 of the last 12 great discoveries;
iii. Small reserve availability under contract form favorable to the private
companies (International Oil Companies – IOC): more than 60% of the proven
reserves worldwide are under full or predominant control by the State.
In this context, the pre-salt tier discoveries acquire great importance for
Brazil, taking into account that the current concession area accounts for only 28%
of the total. The high forecast investments, along with applying and inspecting
the Local Content Policy for the E&P segment, indicate huge demand increase
for goods and services of the various segments of the supplying chain in the
coming years.
Including estimates for the Pre-salt, the Oil and Gas reserves in Brazil represent
nearly 6% of the world total. Nonetheless, the national daily production, today
represents a smaller share, below 3% of worldwide production. The trend is,
therefore, that the Brazilian share for Oil and Gas in production worldwide will
increase in the coming years, reaching the level of at least 6% by 2020.
Characteristics of the Oil and Gas global value chain
Oil companies are the main productive players in the oil sector, leading
the global supplying chain through its demand for services, equipment, and
specialized infrastructure for the exploration, production, refining, distribution,
and trading links.
In addition to international integrated oil companies (IOC) and national
integrated oil companies (NOC), the sector also consists of non-integrated
operating companies focusing on exploration and production, highlighting
Brazilian company OGX, as well as the ones providing specialized services
straight to both IOC and NOC and working as drivers to the direct suppliers
Source: Spears & Associates (OMR 2011, estimated value for 2012) –
Annual Revenue of the Oil-and-Gas goods and service providers – in US$ million.
According to estimates by Spears & Associates, 3,777 probes will start operations in 2012.
The average of 542 days for probe delivery, reported in the PN 2012-2016 by Petrobras, also
indicates market heating-up for offshore assets.
Owing to this set of requirements, relative market share of the Brazilian goods
and services providing companies is quite small. Nearly 85% of such companies
are micro-, small-, and medium-sized ones, without relevant exporting activity.
Therefore, the expanding national market represents their main opportunity
for consolidation and growth.
A joint study carried out by IPEA and Petrobras (2011) shows that, in
the capital goods segment, the presence of foreign companies is also quite
significant. Despite accounting for only 12% of total firms, they represent 31% of
the occupied personnel, 55% of the turnover, and 43% of total profit. The same
study points out that, out of 8,944 industrial companies supplying to Petrobras,
the foreign capital companies headquartered in the country represent only 6%,
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
2
174
chain. The spot is now on companies specializing in seismic phenomena,
reservoir information, perforation, wells finishing, undersea equipment /
facilities, infrastructure construction (EPC’s and shipyards), and logistic
support.
Owing to the technologic complexity, the demand of accumulated
knowledge, market size, and diversity of services / solutions and equipment
used, the suppliers global chain is mostly made up by large-sized transactional
companies. This chain has been consistently growing since the late 1990’s, when
the oil companies started focusing on reserve management and production,
improvements over capital costs, and the search for sharing their costs and
investments with the service-providing companies.
That is the very moment the offering market starts relying on larger and
larger companies, which perform numerous activities formerly restricted to
the operators, thus expanding the service-providing scale and equipment
supplying. This path can be observed in the graph that follows, which depicts
the annual revenue expansion of the Oil and Gas goods and service providers.
175
This article is restricted to the E&P segment only, a link of the Oil and Gas chain presenting
the smallest local content percentile, concentrating most of the investments and the most
effort for technologic development and innovation.
conditions for pre-salt oil production.
The operators have the potential to aim technologic routes to be developed
and employed in the E&P segment. The Leopoldo Américo Miguez de Mello
Research and Development Center (CENPES) of Petrobras features special
condition to act in this direction, in function of the constituted innovation
network and the remarkable value of the planned investments. Although
importing technology is still usually the first option for foreign companies
installed in the country, this scenario has been changing with the local content
policy. In this sense, its alignment is of great relevance with the strategies to
foster technologic development in the country, from the identification of the
priority segments and technologic routes.
It is also important that these productive and financing productive
instruments suited to the Research, Development, and Innovation activities
(R,D&I) in the industrial phasing-in (scale-up) be developed, as well as systemic
actions be adopted to mitigate the lack of qualified handwork. In this sense,
policies targeted to the sector’s development and that of its production chain
have been objects of discussion, among which we can highlight: (i) the local
content policy; (ii) improvements over the special taxation system for the sector;
(iii) demand and purchasing Power coordination; (iv) credit instrument followup and revision for the sector’s companies; (vi) the investments in technical
and college-degree handwork qualification; and (vi) active participation in the
development and execution of strategies for promoting the sector’s technologic
development.
In line with these efforts, it is worth pointing out recent initiatives backed
up by Petrobras, among which there is the partnership set with the National
Bank of Social and Economic (BNDES) and the Financer for Studies and
Projects (FINEP) to launch the INOVA PETRO Program and the signing of
the cooperation agreement with the Ministry of Development, Industry, and
Foreign Trade (MDIC), and the National Agency of Industrial Development
(ABDI) for the development of joint actions with the PROMINP, in the
contour of the company’s great investments and along the supplier chain.
In addition to the apparent attention to corporate and sectorial aspects, the
Petrobras-forecast investments for this decade in Brazil incorporate concern
about the regional issue, directing itself to places with varied development
levels. The assessment of regional impacts brought about by the oil industry
projects calls for a systemic vision, encompassing multiple aspects of the
involved territory, associated to the specificities and investment requirements.
The enterprises’ greatness, the involved production chains’ size and
density on one hand, and the peculiarities of the analyzed region on the
other constitute indispensable aspects for a consistent analysis. The degree of
economic dynamism must thus be taken into account as well as the local urban
activity diversity, linking them to the specifications of materials and services
needed for project implementation and operation. The chaining effects and
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
but account for over 56% of the company’s purchasing. The foreign companies’
average contract values is 20 times as big as that of national-capital companies..
Major Brazil Plan and the strengthening of the national suppliers’ chain3
In the Major Brazil Plan (PBM) sphere, preparing the agenda and work
plan for the oil, gas, and naval sector supplying chain was preceded by nationwide and international-level analyses about (i) demand trends; (ii) industrial
organization and production structure, (iii) technologic changes, and (iv)
strengths, opportunities, weaknesses, and threats (SWOT Matrix). The
contribution of this analysis’s summary reinforces the perception that the local
content policy, perennial demand, and the offshore exploration and production
activity features point to a unique scenario for industrial and technologic
development of the country-located supplier chain.
It is certain that the development of new solutions to be applied to the
pre-salt makes room for both attracting foreign suppliers and developing local
suppliers. The choice depends upon a strategic and development evaluation
suited to the sector’s characteristics and the country’s interests. In this
context, policies fostering joint ventures, technology transfer, and incentive to
cooperation ICT’s – suppliers – operators and formation of local productive
and technologic arrangements must also be carefully analyzed. The basic
engineering and projects segments, and the undersea equipment segment
targeted to offshore exploration and production activities are some of the
priority focuses of this analysis.
In line with the activity pattern of oligopolies and aggressive competition,
in the sector there is a strong entrepreneurial concentration process, based on
mergers and acquisitions. Foreign companies, for example, have been seeking
a more advantageous entering position in the national market through these
movements. Nonetheless, there is also plenty of room for consolidating the
national supplying chain. Facing the world crisis scenario and countrywide
exchange valuation, this could also turn out to be a strategy for entering the
global chain of Oil and Gas goods and services global supplier chain for huge
national groups of other segments presenting characteristics and qualifications
needed to be active in this market.
In the segments where there is already an offer in the national market, there
is believed to be room for macro-economic policies and those encouraging
local production, aiming to encouraging competitiveness gains and backing up
the growth of the market share of national companies. Ultimately, the objective
is the development of competitive, sustainable companies, capable of acting
globally in leading positions using key-technologies and ensuring suitable
3
176
177
the development induction potential will depend – to a great extent – on the
regional industrialization stage and the involved agents’ locational strategies.
Conclusions
The national oil reserves can double in the next years only with the first
discoveries announced in the pre-salt tier, reaching between 30 and 35
billion de barrels. The future demand for specialized goods and services
evinces a promising scenario for the chain’s suppliers, and in this sense, it is
fundamental to advance towards consolidation of a qualified, innovative, and
efficient suppliers network capable of suitably meeting the expansion demands
of a global, complex, and competitive value chain. To do so, actions must be
structured targeting local suppliers organization and development.
Petrobras has led a set of professional qualification initiatives, investment
financing, support to micro- and small-sized companies, creation of thematic
technologic networks with universities, and the visibility of its demand for
huge projects and for product families. Before the greatness of the demand for
pre-salt development, however, another critical, transversal dimension comes
to life. It is the companies’ management capacity and which also includes
management along the supplier chain.
It is in this dimension that a recent technical cooperation agreement was
signed among MDIC, Petrobras, and ABDI4 to carry out joint actions closely
with Prominp, and the Major Brazil Plan, targeting joint carrying out of actions
for the development of regions receiving direct investments from Petrobras and
its suppliers, potentializing local chaining and meeting the improvement needs
of both public and private management.
On the same occasion, it is worth pointing out the launching of the INOVA
PETRO Program. It is an unprecedented program for the oil and gas chain
development through cooperation among BNDES, FINEP, and Petrobras,
relying on resources amounting R$ 3 billion for execution until 2016. The
program’s unseen feature is in (i) the combination of instruments to put both
reimbursable and non-reimbursable resources together; (ii) the BNDESFinep partnership; (iii) Petrobras’ contribution in strategically defining the
supportable sectors; (iv) the encouragement to cooperation in the Oil and
Gas Supplying Chain; (v) the use of a technical multi-disciplinary evaluation
committee, and, last but not least, (vi) the possibility to insert new themes in
the various public calls to be made along the program5.
Of course, these actions also call for the coordinated use of a wide set of
On August 14th, 2012, at the Petrobras auditorium, two important cooperation agreements were
settled involving Petrobras, MDIC, BNDES, FINEP, and ABDI, as described in the text above.
5
Initially, the INOVA PETRO program is targeted to the development of technologies related
to the following elements: (i) surface processing projects (top side), applicable to oil and gas
processing; (ii) undersea facilities (subsea), with the various ducts and equipment staying
below the water surface; and (iii) installing oil and gas offshore wells.
References
AMARAL, Pedro Vasconcelos M, Petrobras Supplying Chain Spatial
Structure. IPEA, 2010, Petrobras/IPEA Covenant nº 03686, 38 p.
DENEGRI, João A (coord.). Petrobras’ Purchasing Power: economic impact
on its suppliers / coordination: João Alberto de Negri [et alli.]. – Brasília: Ipea:
Petrobras, 2011.
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
4
178
industrial policy instruments, in the context of a deep and fruitful private and
public dialog, in the sphere of the Sectorial Competitiveness sector for Oil,
Gas & Naval. Formed by members from the government, regulatory agency,
enterprisers, workers’ representatives, and class associations, this Council is
one of the formal instances for PBM management, ensuring democratic and
coordinated participation of players and fundamental institutions for the
sectorial development.
Besides contributing for defining a strategic, challenge-spotting, actionprioritizing, instrument-defining, needed-resource-dimensioning agenda, the
Council also proposes important reflection upon technologic development and
innovation to the Brazilian society. After all, it is the research, development, and
innovation efforts that shape up the definition of risk sharing and competitive
positioning of the Brazilian Industry in the global oil-value chain. In addition,
these are the efforts which, in last instance, define strategies and actions to
avoid the evils of the so-called “Dutch disease”.
In a context where natural resources, technologic development, and
corporate capacity form a structuring tripod for the Oil and Gas supplying
chain development, the search for public policy references and better world
practices is n important starting point. In this sense, Norway poses itself as a
reference case, to the extent that the sector currently has a significant share in
the Norwegian economy compared to its situation at the time of the North
Sea oil discoveries. In Addition, it is worth highlighting the huge discussion
by the Norwegian society at the time, expressed in the 10 commandments
for oil industry development approved by the Parliament in 1971, as well as
the Norwegian model integrating operators and suppliers, advocating huge
investments in technology and innovation.
This debate thus urges for the Brazilian society involvement. It is also
indispensable to take a step ahead in the efforts to coordinate the various
government players federal-wide – from their institutional competencies
– and foster higher articulation with state governments in the main regional
production centers, chiefly aiming to promote the strengthening of economic
activities both upstream and downstream for oil production. Brazil cannot
do without the industrial policy instruments fostering perennial cascading
of the pre-salt oil exploration and production benefits through productive,
technologic, and human resource investments, eventually strengthening the
production chains, and income and better quality job generation.
179
IOOTY, Mariana. Investment Perspectives on Energy. IN: BICALHO,
Ronaldo. Investment Perspectives in Brazil. Rio de Janeiro: UFRJ, Institute of
Economy, 2009.
LEMOS, Mauro Borges (et. alli). Territorial aspects of industrial
agglomerates under outskirts environments. IN: DINIZ, Clélio Campolina
& BORGES, Mauro Borges (org.) Economy and Territory. Belo Horizonte:
Published by UFMG, 2005, p. 171-205
Ministry of Development, Industry, and Foreign Trade. “MDIC, Petrobras
and ABDI define strengthening actions towards the oil, gas, and naval supplying
chain” Available at:
http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/noticia.php?area=2&noticia=11721,
access on August 31st, 2012.
OMR 2011. Oilfield Market Report 2011. Spears & Associates, Inc.
PETROBRAS. Strategic Plan 2020.
______. Business Plan 2011-2015
______. Business Plan 2012-2016.
180
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
181
R&D: A GENUINELY
NATIONAL BRAND
Luís Cláudio Sousa Costa
Relationship Manager with the Science and Technology Communities of the
Leopoldo Américo Miguez de Mello Research and Development Center of
PETROBRAS – CENPES
Marcelo Marinho Simas
Senior Economist, PETROBRAS, works at the Relationship Management with the
CENPES’ Science and Technology Communities
Rafael Machado Moreira César
MS.-to-be in Technology Management, University of Bocconi’s School of
Management of – Milan / Italy
History
he innovation strategy by PETROBRAS features three great phases.
The first one starts in its creation, in 1953 up to the mid 1970’s, when
the refining industry implementation was the company’s main driver.
Brazil was then an oil importer, and the chief aim was to foster the national
fuel processing and production capacity to provide for the internal market.
PETROBRAS needed to know and assimilate the existing refining technologies
worldwide and then upgrade them into the national context. It was a period of
huge emphasis on shaping up qualified human resources (HR) and learning.
PETROBRAS’ Research and Development Center (CENPES) was founded in
1963, in such context.
With the 1st Oil Shock in 1973, paradoxically, the commodity’s high prices
and Brazil’s huge foreign dependability (nearly 80% imported), made national
production feasible in the then new exploratory boundary, the Campos Basin.
That made PETROBRAS significantly change its innovation strategy giving
birth to the second phase, for it was no longer possible to learn just from what
had been already done abroad. There were unseen development challenges
worldwide towards these fields, and it would be necessary to develop new inhouse technologies to make the then planned deep-sea production feasible, in
increasingly deeper waters. Partners were sought where competence was inside
and outside Brazil, and, with that, the company was thickening up its knowledge
networks to become internationally renowned through its pioneering at deepwater production.
The third stage starts with Lula’s Discovery, in 2006, and the eventual
confirmation of the new pre-salt exploratory boundary. There was again a level
change for the Oil & Gas industry in Brazil, not only for oil production, but also
at technology generation. There is a broad range of opportunities for the huge
goods and services suppliers who do not only put up their production units
in the country, but also find room for local technology generation, through
captive research centers and in partnership with national technology and
science institutions, highly leveraged by the sector’s investments. Innovation at
PETROBRAS targets its efforts towards the management of a huge technology
development network, headquartered in national territory and, at the same
time, articulated with the main technologic excellence poles of the energy
industry worldwide.
The Three Pillars of PETROBRAS’ Technologic Strategy
PETROBRAS has evolved over time from an oil company and, in the dawn
of the 21st Century, it has become an energy company, through diversification
of its sources, from non-renewable to renewable ones. This evolution comes
from the company’s technologic mastery over its operations.
Challenges are constantly present in the O&G industry. The encouragement
to overcome challenges and the restless search for implementing technologic
182
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
183
solutions and the ones of innovative businesses contribute for the company to
achieve its objectives. Such challenges originate from the current technologic
strategy, and grouped into three major pillars: Expansion of limits, Adding
value, and product diversification and Sustainability.
Expansion of limits – comprises the research lines targeting conventional
businesses expansion by PETROBRAS: O&G exploration and production
in new exploration borders such as pre-salt; undersea production systems;
production upgrade; non-conventional reservoir study; pre-salt oil derivates
processing, refining, and fuel production, as well as flexibilizing the refining
and transportation and logistics base needed for such activities.
Adding value and product diversification – includes the projects targeted to
expanding the energy source diversity and diversify the PETROBRAS-offered
product portfolio. It comprises the constant search for fuel, lubricant, and
special product quality and performance; technology for petro-chemistry,
ammonia, and urea aiming to change them into high-value industrial rawmaterials; constant upgrading of bio-fuel and bio-products, besides developing
thermo-electricity and new renewable energy sources.
Energy Industry Sustainability – directs the R&D-targeted projects in all
of PETROBRAS’ processes and products. The research comprised herein is
transversal to the projects developed in the other two pillars, once the permanent
objective is to mitigate possible negative impacts which can be neutralized,
or even changed into positive environmental and economic outcome, with
residue and emission conversion into raw-materials bringing in value to the
industry: The water, effluent, CO2 emissions, and other management, from
biodiversity, in addition to the energy effectiveness upgrading projects, and
integrity, security, and reliability, are all in this pillar.
184
teaching and research institutions, the CENPES, in articulation with these
institutions, conceived a new relationship model from 2006, known as
Thematic Networks, whose objective is to foster R&D into specific themes of
great strategic interest for PETROBRAS through a network structure.
Currently, there are nearly 50 networks, engaging some 120 universities
throughout the country. At the beginning of network implementation,
the investments were centered in lab infrastructure installation and HR
development. More recently, investments have grown to carry out knowledgegenerating research projects. As a consequence today, there are about 20
researchers at the universities for each one of the CENPES working in R&D
projects of interest by PETROBRAS, according to a research by IPEA. In the
2001-3 triennium, the average volume of investments in R&D amounted US$
160 million. From 2006 onwards, these amounts leaped to US$ 1.04 billion in
the 2009-11 triennium, a six-fold growth in the period. Growth is forecast to be
higher until 2020 in function of production increase with the new fields.
Legal financing mechanism and the New Relationship Model
Partnerships between companies and universities have been encouraged
with the establishment of the obligation to invest in R&D through Law no.
9478/97, which introduces State-Owned Monopoly flexibilization in the
O&G sector. This Law set a new benchmark for industry, and created the
National Petroleum Agency (ANP), responsible for the sector’s regulation, and
forecast the mandatory investment of 1% field Gross revenue paying Special
Participation in R&D activities. At least half this value must be invested in
external, ANP-accredited institutions, and the rest, in facilities of their own.
Added to the investment in research, already significant before, is the change
opportunity in the national technologic outlook, making the National Science
and Technology Community (C&T) the major partner in reaching strategic
technologies. Nonetheless, these institutions were diagnosed as not having
physical infrastructure or enough qualified personnel to meet, through new
R&D individual projects, this demand for additional investments.
This way, in order to effectively carry out these investments with national
Trends & Perspectives
With a significant growth perspective in oil production in Brazil within
the coming years – positioning the country among the 10 biggest players
worldwide by 2020 – we must witness the rise of a strong “green and yellow”
parapetroleum industry with worldwide competition to provide services and
equipment, and technology for the national companies. The governmental
policies having backed it up since 2003 are the local content demands and
the PROMINP. PETROBRAS alone has forecast, in its 2012-2016 Business
Plan, an investment volume amounting US$ 236.5 billion being 95% in the
country, and 60% of the total targeted to the E&P segment. The Company’s
demand, added to those of the other oil companies, shall move the entire goods
and services supplying chain for the O&G sector in function of the growing
investment volumes, for production development.
The increase in the national goods and services supplying capacity, needed
to meet the Company’s future demand, will bring about positive multiplying
effects to the whole national industry, whose main challenges are productive
capacity, technologic innovation, personnel qualification, environmental
management, financing, and fiscal incentives. Entities such as BNDES, FINEP,
SEBRAE, ONIP, IBP, and CNI are helping to overcome these challenges. It
is therefore expected that the rise of a parapetroleum pole is not limited to
attending to oil production; rather, it should be spread over to the other sources,
thus consolidating the goods, services, and technology supply in the country
for the whole energy industry.
The Company’s Strategic Plan for 2030 foresees the opportunity to induce
a new, innovative relationship and performance level through the so-called
3rd generation relationship networks. The creation of innovative technologies
and their outcomes are internalized by the company and / or made market-
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
185
available through companies with technologic basis, managed in incubators of
companies installed at universities or technologic bases.
Conclusions
In order to overcome the upcoming technologic challenges, continuation
and intensification of PETROBRAS’ current R&D strategy in partnership with
universities and other companies is crucial. In order to enjoy such opportunities,
an articulation must be encouraged among the national C&T institutions so that
there may be convergence among actions stimulating innovation in the sector.
The focus on making technology available must be present in every technologic
policy. Technologic solution incorporation in technologic-basis companies,
originating from in vestments in R&D, is essential to achieve positive outcome
to the entire Oil & Gas (O&G) and energy chain. An efficient partnership
model among company-government-university also calls for a revision on legal
issues among the different players of the national C&T environment.
In parallel, an industrial policy based upon the company’s great technologic
pillars shall leverage the entire O&G industry’s supplying chain with highly
beneficial effects not only for PETROBRAS and the partner universities, but
also for the Brazilian society, whether through the improvement in education
and professional qualification, or through generating better-paying jobs.
Consequently, PETROBRAS will be contributing for the country’s economic
development, as defined in its Mission.
186
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
187
COMMITMENT TO
DEVELOPMENT IN BRASIL
Nelson Silva
President, BG Brazil
188
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
G Brazil is part of the BG Group, an integrated natural gas company
which has been in Brazil since 1994. The company is active at exploring
and producing hydrocarbons in the Santos Basin as Petrobras’ biggest
partner in exploring, producing, and developing Oil & Gas at the pre-salt.
Under operation by Petrobras, BG Brazil and its partners have had an
amazing success rate since the beginning of the deep-water perforation program
in the Santos Basin in 2005. they are also considerably reducing the number of
perforation days, saving billion dollars with the use of cutting-edge technology
and processes. The great number of discoveries at the Santos Basin allows
the opportunity to develop long-term exploration and production projects in
Brazil.
BG Brazil keeps long0term commitment with the country, aligned with
the federal government priorities so as to maximize local content, expand
environmental protection and operational safety, and promote scientific and
technologic development, in addition to social progress.
Through BG Brazil’s Sustainability Strategy, we are investing in projects
contributing to Brazil’s social and economic development. The strategy is
based upon for pillars: research and development (R&D), social investment
(mostly in education), local content, and environment and safety (including
biodiversity).
We believe that the investment in these areas has the potential to offer
permanent benefits to Brazil, as well as back up BG Brazil’s long-term corporate
objectives.
Research and Development – investment in technology and innovation
as a priority
Aligned with the Brazilian government priorities, we are contributing to
innovation in the country through a number of projects. Brazil has become
the center of BG Brazil Group’s technologic global strategy; so the company
is implementing its Global Technology Center in Rio de Janeiro. The objective
is to develop advanced technologies for innovation application at fostering
improvements in the Oil & Gas industry. BG Brazil will have the most significant
investment in R&D among the international oil companies in Brazil – nearly US$
2 billion until 2025 – and we are positive that this will bring long-term benefits
to both Brazil and the company. From this Center, almost all of BG Group’s
R&D projects will be coordinated worldwide, working closely to Brazilian
universities and contributing to the increase in local content on internationally
competitive bases. We will create a number of technologic partnerships with
universities, laboratories, and national and international institutions, besides
the federal government.
The company, for example, pioneered support to the “Science without
Boundaries” program by the federal government and intends to invest up to US$
100 million in international scholarships to Brazilian students and researchers,
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
189
thus contributing for the industry integration with the academy in applied
research and strengthening the knowledge society. The project is a partnership
with the CNPq and contemplates the interchange to graduate Brazilian
students at the best universities in the world, besides setting up partnerships
with academic excellence centers in the country, allowing technology transfer
seeking its practical application.
Environmental Programs – pioneering and modernity in ocean and sea
life studies
BG Brazil is currently targeted to monitoring programs in the sea
environments where our investments and operations are located. Such studies
are important for understanding these places, and they allow us to plan our
activities to mitigate environmental impacts. Monitoring is carried out in
partnership with other companies, the government, universities, and nongovernmental institutions.
For example, the Santos Basin, the area where the pre-salt fields are
located, will be followed up through an unseen ocean monitoring system. The
information will contribute for the safety and operation efficiency in the Oil
& Gas sector, and for better environmental understanding and preservation,
among other purposes. The initiative was made possible through a covenant
signed between Coppe/UFRJ, BG Brazil, and Prooceano. Named after Blue
Project, it forecasts an investment of R$ 20 million by BG Brazil, and its database
can be connected to the existing global monitoring systems in Europe and in
the USA, expanding information use and influence.
BG Brazil has been also backing up the whale and dolphin monitoring
program carried out by the Aqualife Institute at the Santos Basin. In addition,
we are working with partner universities to develop a broader monitoring
program in the region, once this environment has been far les studied than the
Campos Basin.
The Guanabara Bay Project, in turn, implemented by BG Brazil, Rumo
Náutico Institute / Grael Project, Prooceano, and LAMMA/LAMCE-UFRJ
laboratories, is dedicated to the study of ocean and wind currents at Guanabara
Bay, Rio de Janeiro. It also comprises the development of a pioneering
mathematical model to forecast currents, similar to its weather forecast models,
and with free access through the Internet. The project received an investment
of R$ 1.1 million from BG Brazil.
Investing in a strategy favoring research and innovation, the increase in
productivity, and local content competitiveness, the social investment and the
environment is a duty by all enterprisers really committed to the Country’s
future. In so doing, we will be not only complying with our duties as enterprisers
and citizens, but we will be also acting as expected by our shareholders, with
our partners and the communities where we work. Most of all, we will be
contributing to make Brazil a better country.
190
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
191
PRE-SALT: ABC REGION
POTENTIALITIES FOR
INTEGRATION TO OIL AND GAS
PRODUCTION CHAIN
1. Introduction
his study aims to analyze the technical and economic possibilities
related to exploring the oil province called Pre-salt for the ABC
Region. Case study is the City of São Bernardo do Campo, but, in its
general lines, it serves as a reference to the whole Region.
According to Petrobras, the term pre-salt refers to the set of carbonatic
rocks with potential to accumulate petroleum, located under a thick layer
of salt. In practice, the term has been used to refer to the fields in the
Santos Basin.
These reservoirs were formed about 122 million years ago, when there was
a lake environment in a small sea stretch which opened itself between America
and Africa, as shown in Picture 1.
Picture 1 – Planet Earth 122 million years ago
Nilza de Oliveira
Participative Budgeting and Planning Secretariat (SOPP)
of São Bernardo do Campo
Sérgio Vital
Assistant Secretary, SOPP
Marcelo Benedito
Specialist degree in Public Management from UFABC
Technician, SOPP
192
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
Source: Hayashi, 2008 – The Earth 122 million years ago.
As the American and African tectonic plates were separated, a huge amount of
sea water entered, which, in a hot environment, evaporated and the salt began to
be deposited on the organic sediments. As the plates separated, these sediments
were deeply buried and submitted to huge temperature and pressure, which
allowed petroleum and natural gas generation at the Pre-salt. Picture 2 shows a
schematic geological profile of the geological tiers and the Pre-salt province.
Current data indicate occurrence of huge Oil and Natural Gas reservoirs
under a salt tier which must stretch itself at least from Espírito Santo’s shore
as far as Santa Catarina’s shore. This tier is approximately 800 km long and, in
some areas, 200 km wide; most of the reservoirs must be in water depths above
2,000 meters. The Pre-salt province area is estimated to be nearly 112 thousand
sqKm. Of this total, 41 thousand sqKm are already under concession.
This province is evaluated to have between 70 and 100 billion equivalent
barrels of oil and mineral natural gas natural mineral. The most optimistic
geologists mention up to 200 or 300 billion de barrels, if it is formed by a single
field or if its length is even bigger than the already mapped area. This volume
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
193
Picture 2 – Schematic geological profile of the Pre-salt province
Picture 3 – Schematic drawing of the Pre-salt oil province
Source: Formigli, 2008
Today, fossil fuels (oil, coal, and gas) account for more than 80% of
the global energy matrix. Estimates by the International Energy Agency
are that oil consumption will keep on growing, in absolute terms, in the
immediate future, exceeding 100 million barrels per day in the next ten
years (Moraes, 2011).
Source: Petrobras, 2008 – Water layer / 2,140 meters – Sediment tier / 3,500 meters –
Salt tier / 7,000 meters – Pre-salt tier
would be enough to fit the Brazilian reserves among the ten biggest ones in the
world, thus expanding the country’s representativeness in the world oil market.
Besides consolidating self-sufficiency, the pre-salt promises to generate a huge
volume of resources to leverage the economic and social development in Brazil.
At the Santos Basin, Tupi is the biggest reservoir already tested, with an
estimated recoverable oil and gas volume between 5 and 8 billion barrels. In
Iara, forecasts vary between 3 billion and 4 billion barrels. The other fields are
still being evaluated.
So far, Petrobras has been the company operating most of the blocks already
conceded. Nonetheless, other companies, such as ExxonMobil, Repsol, and
Anadarko, will also be operating in the Pre-salt province fields.
Picture 3 shows the area where there may be located the huge pre-salt oil
province reservoirs and the exploration blocks already conceded, the Oil and
Gas fields in production at the post-salt tier, the perforated wells, and the tested
wells (Nepomuceno, 2008). Petrobras has already perforated 16 exploratory
wells in the Pre-salt, and they all signal oil presence.
194
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
2. Challenges
In spite of speculations, it is still not possible to be accurate when it
comes to estimating the total oil stored in the pre-salt tier, nor the part of
this volume to be taken out. The answers call for different solutions, mainly
technologic ones.
One of the major challenges in this sense is linked to perforation, for access
to the reservoirs depends on trespassing the thick salt layer, which moves as it is
drilled up, which may damage the equipment.
Another problem is logistics: how to transport oil and gas taken from the
wells, about 300 kilometers away form the continent? The gas poses the biggest
challenge, because its transport by ship, after liquefied on the sea has not yet
been performed in the world. This all comes along with the environmental
issue, demanding the country’s developing technologies to mitigate the impact
on production.
Based on Petrobras-disclosed information, the challenges to face for
exploring and transporting the oil and natural gas from the Pre-salt are:
a) In the reservoir area: interpreting seismic data; reservoir characterization;
technical feasibility for gas and water injection; geo-mechanics of adjacent
rocks;
b) In wells engineering: well deviation in the salt area; hydraulic fracture
in horizontal wells; materials resistant to high concentrations of CO2; low
penetration in the reservoir; products stuck in long tubulations;
c)In gas-associated logistics: large-diameter tubulations deeper than
2,200 meters; long distances from the coast (up to 300 km); new deep-sea
technologies (Liquefied Natural Gas – LNG, Compressed Natural Gas – CNG,
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
195
Gas to Liquid – GTL e Gas to Wire – GTW);
d) In the floating production units: deep-water docking; leveling systems
control; new access scenario to the wells through the platforms;
e) In undersea engineering: improvement in rising tubulation (riser),
considering high pressures and CO2 concentrations, owing to 2,200-meterdeep water; new situations for ascending tubulations with new rigid materials
and “s” catenary-type conformations – lazy wave; tubulation thermo-isolation
improvements, considering depth and tubulations for high-pressure gas
injection (Formighi, 2007).
3. Production Chain
The oil industry challenges related to the pre-salt point to the need to
research and develop innovative solutions. These solutions include the
application project for automation technologies to new systems and upgrading
of the materials traditionally used in exploration and production. In face of such
perspectives, the pre-salt must push activities forward in different segments,
from metal-mechanical industries to IT companies.
The oil industry is formed by a production chain going from reserve
prospecting to derivates distribution to consumers. It is characterized by
huge technologic heterogeneity and a wide range of productive processes. In
addition, it is a high-concentration sector. The main segments in this industry
are upstream and downstream.
The upstream segment is related to the exploration, development, and
hydrocarbon production (Oil and Gas) activities. The macro-processes related
to this production chain segment can be so recognized: exploration, reserves
and reservoirs, and finally, production.
The downstream segment, by its turn, is fulfilled from the upstreamgenerated product to the refineries and other sub-sectors. The downstream
activities feature a variety of approaches. Highlighted activities and products
developed in this segment are: refining; asphalt; fuel; equipment inspection;
instrumentation and control; laboratories; fuel-provisioning logistics; lubricants
and lubrication; petro-chemistry; security, health and the environment;
transportation, and others.
The high investment plans for the Exploration and Production sector
(E&P) for the coming years offer development opportunities going far
beyond oil exploration. They can effectively make development possible for a
long industrial and services chain. It is common for countries to set incentives
for the development of the extended production chain, such as, for example,
demand for national content. In the short term, the demand source and the
incentives to local content increase pressure on the sector’s production chain
and on the need for financial resources to perform investments, however, in
the mid and long term, they can back up the development of a solid base
industrial base.
196
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
The E&P production chain can be divided into three huge blocks –
Exploration, Development, and Production – encompassing a broad range
of services and equipment. As in the case of the pre-salt, the E&P chain is
essentially offshore-targeted, implying huge equipment and deep and ultradeep-water servicing. These range from basic steel metallurgy (e.g. metal tubes
and plates) to complex modules of large ships (e.g. probe perforation systems).
Given such configuration, these services are coupled in the offer by large E&P
companies and field operators, segments which significantly grow with the oil
industry boom.
The picture below shows the complexity and encompassment of the E&P
equipment chain, which performed global expenditure amounting US$ 285
billion in 2008.
EQUIPMENT E&P – VALUE CHAIN
Equipment – Exploration – Development – Production |
1- Underwater equipment – 2- Well-interior Tools and Equipment – 3- Tubular products (OCTG) – 4- Probes,
Platforms, and FPSOs – 5- Rotational Equipment – 6- Static and process equipment – 7- Tubes, valves, and
accessories – 8- Electric equipment – 9- Instrumentation & Control – 10- Fluids and chemicals – 11- Other
materials || SERVICES IN E&P – VALUE CHAIN
Services – Exploration – Development – Production |
1- Geophysical services – 2- Perforation services – 3- Reservoir and Production Evaluation – 4- Well services –
5- Well-bottom pumping – 6- Completing services – 7- Offshore site preparation and construction –
8- Engineering and EPC – 9- Construction and assembly – 10- Operation and maintenance services –
11- Logistics – 12-Facilities – 13- Other services || Concentration along the productive process.
With the pre-salt, Brazil will have one of the biggest oil reserves on
Earth. Such finding is a bearer of good news, but risks should not be hidden
which are brought about by oil mass exports and resource abundance, so
well evinced by a classic report written by Celso Furtado (2010) for the
Government of Venezuela in 1957. Focusing on the neighboring country’s
reality, Furtado diagnoses a chronic dependence upon imports and
discouragement to local production, derived from the surplus of foreign
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
197
exchange, a situation which has not yet been overcome by Venezuela so
far. The “Dutch disease” phenomenon – an economic concept deriving
from an increase in revenue brought about by natural resource exploration,
a nation’s de-industrialization, for the resulting Exchange valuation would
make the manufacturing sector less competitive before foreign products –
it is closely related to situations of this kind. It is therefore fundamental
that this strategic resource be sustainably explored, in Brazil, in order to
develop its entire production chain, from ship and platform building to the
petro-chemical and plastics industry, fostering the national industry and
generating jobs and income to millions of Brazilians.
Although it is common to apply industrial policy principles to develop
the production chain in other countries, some dilemmas must be evaluated.
Industry-encouraging policies have noble objectives such as generating Jobs,
technology development, and qualification upgrade. Nonetheless, the dosage
of such policies can also bring hazardous effects should they be interpreted as
“market reserve”; that is, market concentration and decreasing incentives for
efficiency and innovation.
Typically, good industrial policy practices adopt a vision of future, involving
international competitiveness standards – which, in their limit, would do
without the demand for local content protection. In addition, the incentive
or protection situations must necessarily have a transient character, and the
horizon where they can be kept must be made apparent. Therefore, maximum
deadlines must be set for incentives, and efficiency and cost-competitiveness
goals (compared to the international parameters) specific for each of the chain’s
segment, in function of the current development stage. Last, but not least, in
globalization context, these policies must signal the insertion objective to the
industry offer, defining long-term positioning objectives in the oil chain goods
and services supplying.
In the last few years, Brazil has already been implementing specific policies
and programs for the local production chain development. Besides increasing
the mandatory national content in the latest biddings, the government has
created specific chain-developing programs (e.g. the National Oil and Natural
Gas Industry Mobilization Program) and the exclusive financing lines to provide
resources to the sector (Merchant Marine Fund and BNDES’s dedicated
lines). Local-content-related programs are expected to grow with the pre-salt
development.
Nonetheless, despite being comprehensive as in low-complexity products,
the E&P production chain in Brazil has important gaps in its portfolio and
in competitiveness at medium/high complexity products, mainly in the
case of more elaborate products, such as special valves, high-resistance steel,
and gas turbines, among others. In fact, most higher-complexity equipment is
produced abroad, while Brazil mostly produces basic, common-use equipment
for several industries.
198
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
Competitiveness || High – Steel Metallurgy; Tubulation – Pumps; Steam-powered turbines; Generators;
Electric motors; Transformers | Medium – Connections; Flanges – Diesel-powered motors; Valves;
Compressors; Cranes – Instrumentation; Automation | Low – Diesel-powered motors (heavy duty) – Gaspowered turbines; Centrifuge Compressors || Technological degree – Low; Medium; High ||| Categories with
higher challenge on competitiveness ||| Source: Prominp, Analysis Booz & Company
In parallel, besides having relevant gaps, the national production chain
presents and overprice between 10% and 40% in relation to the international
market values, depending on the considered equipment/material, impacting
the whole production chain. With the current local content rules, a platform’s
price is estimated to be 15% to 20% higher than the international standard, with
an impact of 4% to 7% in the production cost. Such values could, for example,
be object of clear goals of productivity increase and structural and tax difference
reduction the national content policy should evince.
Despite the challenges faced by the national production chain, the minimum
national content have been consistently overcome, as seen below. This shows
that the lack of competitiveness in some items has not been a barrier to meet
the local content policy.
National Content in Exploration and Production | National Content Index in E&P – Required and Realized
| National Content – Realized – Minimum. National Content Index – Recent Examples | UNIT – RECENT
EXAMPLES REQUIRED – REALIZED – DIFFERENCE | P-51 – Building and Assembly; Energy Generation
Module-1; Gas Compression Module-2 | P-52 – Integration/topside; Energy Generation Module-1; Gas
Compression Module-2 | P53 – Global Index.
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
199
200
Table 01 – Economic Activities with integration potential to the Oil and
Gas exploration and production value chain –
São Bernardo do Campo, 2009
No. OfShare Cumulative
Nowadays, the costs differential has been absorbed by the huge explorers
and producers, notably Petrobras. Nonetheless, the recent fall in the price of oil,
and higher difficulty of access to financing sources impose higher pressure on
pre-salt competitiveness, which structurally, will tend to have higher costs than
those of conventional reserves. In addition, it is fundamental to develop clear
mechanisms making amounts explicit for resources invested in the national
chain development and allowing more transparence at resource allocation and
achieved results measurement.
Another dimension is related to the encouragement of Micro- and SmallSized Companies (MPE). Large-sized companies manufacturing equipment
to the oil industry are closer to finding ways-out to make pre-salt exploration
and production feasible, for they have consolidated Research and development
(R&D) structures. Therefore, MPE insertion in this chain calls for a set of
factors. Firstly, the large operators must make room, that is, seek to develop
cooperative projects with the MPEs. In addition, the fostering agencies
must turn to small companies, offering financial support so that they may enjoy
the opportunity.
The MPEs can devise – in the pre-salt tier discoveries – one more businessexpanding opportunity. The development of the Integrated Atmosphere and
Ocean Modeling System for the Brazilian coast, and computer-simulation
technologies in Engineering are a few examples. Since discoveries imply
huge investments in technology, products, and equipment, it is believed that
companies of technologic base closely related to developing concepts and
products in the Oil & Gas area have an advantage at the first moment.
Another relevant dimension of the pre-salt potential is the possibility of
bringing the local and regional production chain into a new development level.
Specific industrial policies are expected to back up this development, with
several productive implications about employment and income. Nonetheless,
care must be taken so that such policies are not performed at any cost or bring
forth perpetual dependence. On the contrary, such policies must imply specific
goals for competitiveness and insertion into a development context in the
international markets.
Therefore, oil activity, dynamized by the pre-salt effects, may bring financial,
economic, and fiscal impacts on local and regional environments, with the
ABC Region accounting for the adoption of actions to maximize the activities’
economic benefits. For the city government, the extra money intake would
occur through such taxes as ICMS and ISS incident on various stages of the
industrial and service providing chain.
Considering the job generation potential and the added value to the city’s
economy – mainly in the activities of the capital goods industry and those
supporting Oil and Natural Gas exploration and production, we must spot the
ABC Region industry share in each of the production chain segments.
As in the case of São Bernardo city, the most benefited activities would be:
The ABC Region’s production structure has an excellent integration
potential to the Oil and Gas value chain, being relatively easy for the existing
production system to adapt so as to also meet this chain’s demand.
With such potentiality scenario for the ABC Region’s industry integration
to the oil and gas production chain, holding events, debates, and workshops
is fundamental at the articulation and coordination of the local economic forces
and at intermediation of contacts with economic and political agents in regional,
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
Economic Activities Division
companies(%)Percentage
METAL PRODUCT MANUFACTURING,
EXCEPT MACHINES & EQUIPMENT
245
24,5
24,5
MACHINE & EQUIPMENT MANUFACTURING
191
19,1
43,7
RUBBER AND PLASTIC MATERIAL
PRODUCT MANUFACTURING
155
15,5
59,2
MACHINE & EQUIPMENT MAINTENANCE,
REPAIR, AND INSTALLATION
105
10,5
69,7
CHEMICALS MANUFACTURING
92
9,2
79,0
MACHINE AND ELECTRIC DEVICE AND
MATERIAL MANUFACTURING
66
6,6
85,6
INFORMATICS EQUIPMENT, AND ELECTRONIC AND OPTICAL PRODUCT MANUFACTURING
50
5,0
90,6
METALLURGY
47
4,7
95,3
TERRESTRIAL CARGO TRANSPORT
43
4,3
99,6
MANUFACTURING OTHER TRANSPORT. EQUIPMENT, EXCEPT AUTOMOBILES
3
,3
99,9
EXTRATING INDUSTRIES
1
,1
100,0
998
100,0
Total
Prepared by: PMSBC/SOPP, from the Finance Secretariat data
Table 02 – Economic activities with integration potential to the Oil and
Gas exploration and production value chain, per added value,
São Bernardo do Campo, 2009
Added
Economic Activities Division
Value
(R$)
CHEMICALS MANUFACTURING
MACHINE & EQUIPMENT MANUFACTURING
METALLURGY
RUBBER AND PLASTIC MATERIAL PRODUCT MANUFACTURING
METAL PRODUCT MANUFACTURING, EXCEPT MACHINES & EQUIPMENT
MACHINE AND ELECTRIC DEVICE AND MATERIAL MANUFACTURING
MACHINE & EQUIPMENT MAINTENANCE, REPAIR, AND INSTALLATION
INFORMATICS EQUIPMENT, AND ELECTRONIC AND OPTICAL PRODUCT MANUFACTURING
TERRESTRIAL CARGO TRANSPORT
MANUFACTURING OTHER TRANSPORT. EQUIPMENT, EXCEPT AUTOMOBILES
EXTRATING INDUSTRIES
2.209.635.484
886.427.260
610.923.415
548.512.907
260.199.739
219.760.461
77.079.605
56.337.089
17.359.897
796.581
0
Prepared by: PMSBC/SOPP, from the Finance Secretariat data
201
state, and national level, fostering the production of specific knowledge about
the theme.
4. Professional Qualification
In another front, this process will require great Professional
qualification effort so that the new systems can be efficiently operated.
With the new Business Plan by Petrobras, opportunities come up to
create new processes and products eventually increasing the demand for
specialized handwork. The state-owned company alone must open up 8
thousand new positions in the next 3 years. Besides, hundreds of other
companies will give direct or indirect support in areas involving activities
of exploration and production, logistics and transport, monitoring climate
conditions, and distribution, among others.
The execution of Petrobras’ Business Plan for the 2009-2013 period
will demand qualification of more than 207 thousand people, in 185
professional categories, for attendance to the undertakings forecast to this
period, in 13 of the country’s states, meeting the demand of the supplying
chain for the oil industry. Among them there are at least 15.4 thousand
professionals of the Engineering area, among technical and college levels.
Training this spotted quantitative will call for resources amounting R$
554 million.
The issue of lacking trained, qualified handwork is widely discussed
in the oil sector with the consequent need for developing public policies
to resolve this problem. Based upon surveys and works by Petrobras and
other entities, it is possible to see that there is a relative lack of handwork
in the sector, concentrating on some specific niches.
Table 04 - The 10 most promising careers for the pre-salt market
Most promising careers
1. Geologist
2. Geo-physicist
3. Petroleum Engineer
4. Naval Engineer
5. Submarine Engineer
6. Processing Engineer
7. Project Technician
8. Construction Technician
9. Assembly Technician
10. Operations and Maintenance Technician
Source: Petrobras
Nonetheless, the greatness and comprehensiveness of the oil and natural
gas chain makes the sector present diversified needs for handwork. The
sphere’s cyclic nature is added, which increases the difficulties to integrate
professional formation with handwork absorption by the hiring companies.
202
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
It was observed that the demand volume for technical-level
professionals (basic and medium) is bigger than that for professionals with
a college degree, highlighting mechanical, electrical, naval, soldering, and
coppersmith technicians. Another finding is that there are no significant
changes in the handwork profile usually demanded by the industry. Other
economic activity sectors, widely present in the ABC Region, aggregate the
handwork which becomes suited to the oil sector needs. They are: metalmechanical industry; metallurgy, chemical industry, etc.
Among the possible specialized or not handwork preparing actions, for
the current and future demands in the oil sector, it is necessary to encourage
partnerships between the industry and public and private universities which
offer courses in the Engineering areas, and it is important to concentrate
efforts on expanding the offer of oil-specialization areas, markedly in
entities such as UFABC, FEI, SENAI, ETECs, FATECs, etc.
In the ABC Region, there are public and private institutions targeted to
Professional preparation of technicians and technologists, part of them with
potential towards the oil and gas sector production chain. Among them,
there are Center Paula Souza and SENAI-SP. Center Paula Souza, linked
to the São Paulo State Economic Development, Science, and Technology
Secretariat, accounts for the technical teaching network, comprising
Technical Schools (Etec’s) and Colleges of Technology (FATEC’s). SENAI
is supported by FIESP, acting in industrial learning and preparing operators,
among other areas.
In the ABC Region, where the demand for personnel in the Exploration
and Production (E&P) and service chain has concentration potential,
several courses are offered suited to preparing professionals demanded by
the oil sector.
It is fundamental that Regional and City Public Managements seek
to play an inducing role so that the local universities present scholarship
and study plans for Petrobras’ sponsoring, through the Human Resource
Preparation Plan (PFRH) from the state-owned company. To this end, the
universities have been encouraged for course and curriculum registration
with the National Petroleum Agency (ANP), a mandatory phase for
sponsoring by Petrobras.
As far as college teaching goes, the ABC Region is at an outstanding
position, with a federal public university (UFABC), a city public
university (USCS), and private colleges and universities, which have
several courses with degrees in oil-related areas, such as engineering,
environment, and chemistry. A broad research-fostering network is also
worth notice.
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
203
204
5. Innovation
Oil exploration and production, in the pre-salt at the Santos Basin,
poses numerous technologic and innovation demands towards the goods,
services, and parts supplying industry. The need for ensuring technical
conditions at competitive costs in the extreme situations imposed by the
pre-salt and ultra-deep waters call for the development of new technologic
solutions.
It is necessary to develop a great variety of undersea technologies,
innovative production systems, softwares, and control & environmental
management systems. A company cluster of Information Technology and
Communication (TIC) companies could become a reference for reservoir
analysis and modeling, advanced communications, process control
and measurement services for support of exploration and production
(upstream). But there is also a huge variety of innovative downstream
technologies, encompassing all the aspects of the technology conceived and
developed for gas transport and distribution, advanced measuring, control,
and instrumentation services, network modeling, and the like.
Among the specific systems for surveying and exploring Oil and Gas
fields, there are advanced dynamic positioning, seismic, and geo-physicalintegrated softwares and tracking systems. Production in the Oil and Gas
demands specific solutions for managing projects, support services, and
softwares specialized in upgrading Oil and Gas production. The use of
online collaboration, along with satellite communications, informatics
infrastructure, and advanced sensors, so as to provide a real-time image of
oil-well-bottom and production operations, would place the national TIC
companies in the forefront. Software programmers could offer systems
for inspecting reservoirs, simulations, process control, and performance
monitoring. As far as transportation needs go, softwares for networkplanning and modeling, simulation models, sophisticated measuring
systems, and gas duct network state monitoring are some of the features to
be developed. When it comes to gas distribution features, there is potential
for developing systems for gas measuring, control, and instrumentation,
allowing asset management and network integrity, monitoring, and risk
assessment. Environmental solutions also involve pollution risk assessment
systems and environmental management.
The ABC Region needs to consolidate petroleum intelligence in its
territory by coordinating a common agenda among universities, research
centers, and companies. The increase in competitiveness at the ABC-Region
supplying industry must also be object of research and innovation actions.
To do so, the main focuses are: creation of a research (strategic) agenda to
leverage industry in the region; make cooperation closer between research
centers and companies, with focus on goods and services innovation
towards the oil chain.
Petrobras, being the major demander for new technologies and processes
in the oil sector, constituted the largest partnership network with oilrelated universities and research institutes. This network is coordinated by
the Leopoldo Américo Miguez de Mello Research and development Center
(CENPES), its own research and development center. It comprises 30 pilotunits and 137 labs attending to Petrobras’ organizations. The CENPES has
2 thousand collaborators, with nearly 500 having either MS. or PhD. degree,
allowing registration of about 50 patents in Brazil and abroad in 2007.
For 2011 alone, Petrobras reserved US$ 1.2 billion for investment in
research and development, equivalent to 0.8% of its turnover. Out of it, US$
300 million are intended for Technology and Science Institutes, including
universities, research institutes and technologic centers, participating in 50
theme networks created by the company for developing researches in the
company’s areas of interest. This investment was intensified from 2005 on,
when the National Petroleum agency (ANP) determined that companies
producing Oil & Gas in their country invest 1% of their highest-production
fields’ turnover in research and development.
In addition to the inducing character taken on by the Region’s Public
Management, so as to encourage universities to present scholarship plans
and register courses and curricula with the ANP, the college-teaching
institutions located in the ABC Region have been encouraged to make
plans for expanding or modernizing their labs for integration to Petrobras’
CENPES network. New courses and curricula must be created for financial
support from pre-salt exploring partners.
UFABC, for example, has several oil-related activity areas: energy; energy
saving; economic development; natural gas; macro-economic analysis;
environment; energy planning; electricity; sustainable development; and
petroleum.
Consolidation of the research base present in universities and research
institutes, allied to the industrial base, grants the ABC Region a privileged
position in the technologic innovation process, also through possible
partnerships with Petrobras and other companies of the Oil and Gas sector.
It is necessary to encourage supplying-chain companies to play a more
active role in the innovation process. There are, in the supplying chain, subsectors demanding innovation. Actions are therefore needed by the city,
state, and federal governments so as to integrate companies, universities,
and research centers through sectorial programs and technologic bases.
Thus, Public Management for the ABC Region has shown interest in
attracting economic activities fostering technologic innovation. One of the
main out comes of this engagement is the Swedish-Brazilian Research
and Innovation Center (CISB), inaugurated in May, 2011. The place
chiefly focuses its activities on the safety and defense sectors, transport and
logistics, energy and sustainability, and urban innovation for the future. To
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
205
206
perform the projects forecast to the center, the CISB will search for partners
and financing through credit-providing Brazilian and Swedish institutions
for research development.
The already-committed Research Center partners range from the
governmental sphere, with a 25% apportion, whereas industries will also
have a 25% share and the remaining 50% will be accounted for by Brazilian
and Swedish universities and research institutes. Saab, Volvo, Scania,
and Brazilian company Vale Solutions in Energy are also partners to the
research unit. Among other projects, the research center will work on the
implementing of a sensors system for water quality detection of the Billings
Dam distributed to the city.
Another activities proposal for the CISB is the development of carbon
fibers targeting heavyweight mechanics. Four institutions – 2 Swedish, 2
Brazilian – shall jointly work to develop and execute the program’s first
phase. Estimated project duration is around three years and a half.
The collaborative engineering project will focus on acting in the moving
mechatronics and electric-hydraulic sectors. It aims to spot technical
problems in oil activities, sewage, and power transmission networks. The
program would also be active in developing the design of unmanned vehicles.
Volvo, Atlascopco, and Vale do Rio Doce would be among the companies
interested in working for project development. Program development is
estimated to last 3-5 years.
The pre-salt demands also call for action by the fostering organizations.
Study and Project Financer (FINEP/MCT) launched, last June, 2010,
public calls amounting R$ 130 million for the pre-salt area. The first one
foresaw investments of R$ 100 million in developing projects carried out
in cooperation system between companies and science and technology
institutions (ICTs) offering solutions for the technologic challenges
generated from the discovery of pre-salt tier reserves. The intention is
to serve the whole production chain of the Oil and Gas sector. Such call
prioritizes six segments: valves, connections, and flanges, submarine
umbilical, boilers, naval construction, instrumentation, and automation.
The second edict, amounting R$ 30 million, supported ICT lab
creation, adequation, and qualification to meet the demands of the oil and
gas chain’s suppliers. In this case, there are three supporting lines for testing
labs targeting performance of valves and tubulation accessories, of safety
products, and umbilical qualification and analysis. Resources are from the
National Fund for Scientific and Technologic Development (FNDCT), of
non-reimbursable nature. In both calls, minimum proposal value should be
R$ 1 million, including scholarship and research.
Seeking these investments, and inspired by the model originating the
Silicon Valley, in California, The Federal University of Rio de Janeiro
(UFRJ), in partnership with Petrobras work to change the Fundão Island
into the largest global oil sector technologic research center. The effort has
already achieved putting together, side by side, the three largest oil-well
perforation service providers in the world. Altogether, the Rio Technologic
Base project has attracted 200 companies from various sizes, and they expect
to change the place into a knowledge-exporter pole. With 350 thousand
sqm, the base area today is a huge work bed, constructing research centers
of various specialties. Most of them, however, are related to the oil sector,
facing the need to develop new technologies for pre-salt exploration. Some
of the installed companies are: Schlumberger (technologic center); FMC,
Baker Hughes, GE, Usiminas, TenarisConfab, and Halliburton to put up
technologic centers; V&M, EMC, Siemens, and BG struggle for the last
batches.
Brazilian cities seek investments in Research and development targeting
the exploration and production sector. The natural gas research is the focus
of a set of just-inaugurated laboratories and the UFSC in Florianópolis.
Built with a financial support by Petrobras amounting R$ 1.5 million, the
complex located at the Trindade campus integrates the efforts of the Natural
Gas Theme network. It is also part of the energy efficiency initiatives
by the Technologic Program for Climate Change Mitigation (Proclima),
coordinated by Petrobras’ Research & Development Centers (Cenpes).
The 800 sqm structure was brought to life prepared to be expanded and has
already housed a number of experiments.
The city of Santos, on São Paulo city’s seashore, will designate a 6
sqKm area in the continental area to house the second Center of the Santos
Technologic Base. The chosen location is in the neighborhood called
Guarapá, about 30 kilometers away from downtown Santos, neighboring
the future Barnabé Bagres port. Today, Santos’ insular portion counts on
the first Center of the technologic base. It is 220 thousand non-continuous
square meters occupied by the facilities of universities and research centers,
with which companies may settle agreements to use labs and other resources
aiming to develop innovation. The base area has offices, too: Petrobras,
OGX, Maersk, BG, Modec, Schlumberger, Halliburton, Baker Hughes,
Transocean, Repsol, Kerr-McGee, BG, Smith International, BW Offshore,
and Portway Logistic Solutions. The Cenpes will have an on-site research
center.
In addition, the city of Santos will count on a campus of the São Paulo
University (USP). Activities will start in 2012, with courses for degrees in
Petroleum Engineering and MS. Degree in Logistic Systems. In parallel to
the implementation of the new university campus, the agreement foresees
integration of USP to the Technologic Base and implementation of the
Advanced Base for the Oceanographic Institute in the Santos Port. The aim
is to meet the demand generated by Petrobras’ facilities for oil exploration
in the pre-salt of Santos Basin.
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
207
In Sorocaba, enterprisers, entities, and the city government signed
an alliance for fostering the oil and gas production chain by encouraging
existing companies and attracting new investments. To do so, the Sorocaba
Regional Management of Caixa Econômica Federal has launched an
exclusive credit line for investments in this sector, with estimates amounting
more than R$ 1 billion in contracts. In addition, the city has invested in
infrastructure with the technologic base as well as handwork preparation.
The new Worker’s University must be inaugurated (UniT), and one more
technical school will be installed in the city.
6. Final Considerations
The pre-salt reserves discovery is doubtlessly a new historical landmark
for the Country, now able to become a major oil exporter in the near.
The growing certainty towards the reserves potential and the new macroeconomic scenario arise as discussion triggers for the discussion about the
planning needs to explore these riches and the upcoming adjustments in
the national regulatory benchmark.
An opportunity comes up to generate wealth and long-term development,
and mechanisms must be carefully evaluated for ensure these resources
are materialized and correctly used. The creation of policies ensuring
production chain evolution must be faced as a priority to guarantee a
highlighting position in the energy sector and, at the same time, achieve
the long-sought economic and social development goals.
It is true that, on one hand, there are great challenges for investment
feasibility; but, on the other hand, there are better conditions to define a
consistent, sustainable model. The question now is to reach balance between
strategic definition matureness and suited urgency to take advantage of the
unique development opportunity ahead.
Considering that the needed period for regulation, biddings, and oil
prospecting, exploration, production, and trading, the ROI is not estimated
to come until 2020.
Overcoming these technologic and environmental challenges requires –
in addition to considerable amounts in investments – speed to make pre-salt
exploration and production feasible. We have been losing competitiveness
at the moment, because, instead of grabbing market share – by developing
innovative solutions – we are at the dawn of losing to international
competition, and even to other cities, such as Santos, Florianópolis, and
Rio de Janeiro.
The ABC Region, owing to its strategic location between the capital
of São Paulo and the Santos Port and its economic profile, is a natural
candidate to enjoy the benefits of exploring the pre-salt. However, more is
needed. A process complex takes place to constitute the pre-salt production
chain, which must involve multiple actions and initiatives, essential for the
208
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
national and socially productive use of the oil riches, the effort of which the
ABC Region needs (and is able to have) to play an active role. Overcoming
technologic and environmental challenges requires financial resources,
incentives, and creation of critical mass to make the pre-salt exploration
and production feasible and with long-lasting gains.
Public Management – Federal Government, State Government,
City Governments, Great ABC Intercity Consortium, and Economic
Development Agency for the Great ABC – accounts for not only political
will, but, above all, the strategic function of articulating and coordinating
the local economic forces and mediate contacts with economic and
political agents regionally, state-wide, and nationally. Such efforts include,
for coherent, informed action, sane understanding of the actual meaning of
oil riches for the Country and the region. To play this role successfully, it is
necessary to qualify the managing and governmental spheres and be always
present upon actions unfolding incident over the pre-salt production chain
structuring and in the strengthening of local and regional competitive power,
which is expressed through initiatives, compacts, diagnoses, propositions,
agreements, debate forum consolidation, as well as production of themespecific knowledge.
In short, it means consolidating the natural advantage the ABC Region
has with the addition of built-up advantages – collectively built up – driving
social forces to once again – in this new growth cycle of the country –
decisively contribute the innovation ability of its people for the nation’s
overall development.
Bibliographical References
CESPEG. Petroleum & Gas in the State of São Paulo: Outlook, Challenges,
and Public Policies. São Paulo, Oil and Natural Gas Special Committee of
São Paulo State (CESPEG), 2010.
FERRO, Fernando; TEIXEIRA, Paulo. The Pre-salt Challenges.
Representatives’ Chamber, Edições Câmara, Brasilia, 2009.
FORMIGLI, José. Pre-Salt Reservoirs Offshore Brazil: Perspectives and
Challenges. Energy Conference. Miami: Nov/2007.
______. Santos Basin Pre-Salt Cluster. In: Rio Oil & Gas Conference.
Rio de Janeiro: set. 2008.
FURTADO, Celso. Essays on Venezuela: underdevelopment with abounding
foreign currency. Rio de Janeiro, Contraponto, Celso Furtado International
Center, 2010.
MORAES, João Antônio de. A. The pre-salt and the oil geo-politics tsunami.
http://www.cartacapital.com.br/, 2011 (access in July/2011).
NEPOMUCENO, Francisco. Petrobras Experiences on the way to presalt. In: RIO OIL & GAS CONFERENCE. Rio de Janeiro: Sep/2008.
RAMOS, Artur; PIGORINI, Paolo. Pre-salt: Oil production as basis for a
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
209
new development cycle, Booz & Company, Rio de Janeiro, 2009.
SÃO BERNARDO DO CAMPO. Text for Discussion no.1 –
Complementary Information for spotting potential CLUSTERS in São
Bernardo do Campo. São Bernardo Campo, Budgeting and Participative
Planning Secretariat, 2011.
210
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
211
THE PETROCHEMICAL POLE
AND LOCAL ECONOMIC
DEVELOPMENT
Ciomar Okabayashi
Secretary for Economic Development of Mauá
212
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
What is a Petrochemical Pole?
petrochemical pole consists of several equipment items to produce
materials for the following production sectors: plastics, rubber,
chemicals, and fertilizers, among others. Such complex works and
interacts through tubes, heat exchangers, cooling tanks and towers on a
24/7 basis.
A petrochemical chain consists of a set of companies, strategically and
geographically located at a same area, forming a whole petrochemical
layout.
These companies have petroleum, natural gas, and their derivates as the
basic material for their processes, used as raw-material for processing their
various products.
For better performance of their activities, and to better utilize their
competencies in the spheres of logistics, infrastructure, and operational
integration, as well as streamline their costs, a petrochemical industry
organizes itself into industrial poles.
Creating a petrochemical pole requires detailed technical and economic
studies owing to the high amount needed for its installation.
Some information about the Brazilian poles
The petrochemical industry came to life in the 1920’s, in the USA, as a
result of researches seeking natural product transformation.
Since its origin, it has been characterized by high capital intensity, huge
raw-material movement, and significant economy of scale (Allemanno;
Bontempo, 1998). In addition, companies regarded petrochemical sector
leaders have been achieving a high level of production chain integration in
relation to the new processing and control phases of raw-material sources.
Such feature allows an increase in companies’ size, with higher turnover,
more investments in research and development, and decreasing monoproduction risks.
World War II consolidated the use of petroleum derivates and strong
petrochemical expansion until the 1970’s, when offer reduction and
increases in oil prices has a direct impact on the industry, already shaken
for overcapacity by virtue of raw-material cost increase and economic
recession (Spitz, 1988). In the two decades that followed, there began a
wide restructuring to last until our days, with company repositioning
through mergers and acquisitions, and less diversification of large chemical
producers.
In Brazil, although petrochemical activity remits us to Petrobras creation
(raw-material supplier) in the 1950’s, the initial (or preliminary) phase is
considered to go from the late 1940’s until 1964. By the second half of the
1960’s, the country had some isolated facilities for plastic resin production,
such as Bakol and Koppers, producing polystyrene out of imported
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
213
raw-materials. Most companies were subsidiaries of such multinational
companies as Rhodia, Dow Chemicals, Solvay, Shell, and Union Carbide
(Guerra, 1994).
From 1965 up to the mid-1970 a second phase happened after federallevel political definitions, taken between 1965 and 1967. In 1967, Petroquisa,
Petrobras’ subsidiary, was created aiming to develop and consolidate
petrochemical industry in Brazil.
The most important landmark in this second phase was the installation
of the first petrochemical pole, in Capuava, São Paulo, inaugurated in1972
(Suarez, 1986).
The Capuava Pole was the first petrochemical undertaking of the socalled tripartite model, whereby formed joint-ventures were usually
constituted by one third of Petroquisa-originated capital, one third of
national private partner, and the other third from a foreign partner, usually
through production technology supply (Suarez, 1986; Guerra, 1994; Cário,
1997).
Local Economic Development
Development results from knowledge and utilization of potentialities,
opportunities, and existing comparative and competitive advantages in
each location, which can be streamlined through participative planning and
shared management.
Today, the oil chain in the country is inserted in a new phase, for
investments in the Oil and Gas chain, turning out to be a future possibility
to economically and financially contribute for cities, states, and the country.
Oil and gas have become drivers to several sectors – metal-mechanic,
electro-electronic, chemical, IT, general services, and so on, impacting the
development of cities and states.
The Capuava petrochemical pole plays a major role in tax collection for
the cities of Mauá and Santo André, for more than half of the ICMS collected
by Mauá originates form this pole. And, in Santo André, the contribution is
quite significant.
The micro and small-sized companies in this production chain can
actually provide goods and services to the petrochemical pole, thus
increasing the possibilities for new de novas business opportunities.
However, to make this possible, the petrochemical pole must face the
great challenge of qualifying and preparing these companies, which can be
carried out by partner organizations.
Thus, the Capuava petrochemical pole can become an example in the
opening process for goods and services acquisition from micro and smallsized companies installed nearby, directly contributing for these companies’
growth, therefore generating more jobs and income for the region.
214
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
Restrictions for micro and small ones
There are difficulties discouraging micro and small-sized companies that
seek to become potential goods and services providers for the petrochemical
pole. Difficulty can be pointed out for small-sized companies to meet the
high Standards required by the purchasers. Therefore, most of them can
only indirectly supply the pole with their things, as sub-providers.
Isolated qualification and information efforts might be of little
effectiveness if barriers are not driven off which refrain small businesses
from the access to such services as quality information, continued education,
technologic innovation, financing, capitalization, etc.
The creation and development of an environment capable of
competitively inserting small businesses is the biggest challenge, and the
first step towards development possibility for a new form of activity in the
present petrochemical market. Facing it will open up a new development
channel, not only for the Oil and Gas Production Chain, but also for the
micro and small-sized companies to play a new role in this chain.
The petrochemical pole’s role, in this local development path in the
city of Mauá and the Great ABC Region, is the production chain densingup out of inserting the local micro and small-sized companies, increasing
their competitiveness and sustainability as direct, indirect, and potential
suppliers, qualifying them to meet the requirements and demands for
providing for the petrochemical pole and its production chain.
The strategy is to implement actions of managerial and technical
personnel qualification, technologic innovation, productive processes,
financial and administrative management, market access, among others,
aiming to meet the reliability, security, and operational requirements,
promoting local growth and economic development, thus increasing the
region’s tax collection.
Monitoring to the implementation of these actions is the most important
task for the existing local development evolution in the Great ABC Region
of São Paulo.
References
ALLEMANNO, M.; BONTEMPO, J. V. Polypropylene Applications:
organization of innovations. SIMPOSYUM ON TECHNOLOGIC
INNOVATION MANAGEMENT, 20., 1998, São Paulo. Annals... São
Paulo, SP, 1998. p. 1.484-1.495.
CÁRIO, S. A. F. Private-public relationship in the Brazilian petrochemical
industry. 1997. Thesis (PhD. Degree) – IE, Unicamp, Campinas, 1997.
GUERRA, O. Market structure and entrepreneurial strategies: the
Brazilian petro chemistry performance and its future possibilities of
international insertion. Brasília: Sesi, 1994.
KLEIN, M. C. A. History of the Petrochemical pole of Great ABC and
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
215
Apolo. Clube Editorial: Santo André-SP, 2011.
SPITZ, P. Petrochemicals: the rise of an industry. New York: John Wiley
& Sons, 1988.
SUAREZ, M. A Petro chemistry and Techno bureaucracy. São Paulo:
Published by Hucitec, 1986.
ZANCHET, N. A.; SIEDENBERG, D. The Petrochemical industry
in Rio Grande do Sul: history and contributions for local development.
year.10. n. 20.Unijuí: May/Aug/ 2012, p. 108-139.
216
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
217
THE PLASTICS CHAIN AS AN
INDUSTRIAL DYNAMISM
FACTOR FATOR FOR THE ABC
Oswana Fameli
Secretary for Economic Development, Science, and Technology of Santo André
MS Degree in Communication, Education, and MBA
he São Paulo ABC economy has shown strong dynamism and huge
diversification along its history. Te total riches produced in its seven
cities places the city group as the 4th biggest GDP (Gross Domestic
Product) in Brazil, with R$ 84.8 billion. Only São Paulo (R$ 443,6 billion), Rio
de Janeiro (R$ 190,2 billion), and Brasília (R$ 149,9 billion) have higher GDP.
Despite in 4th place, the regional GDP leaped from R$ 71.1 billion, in 2009,
to R$ 84.8 billion, in 2010, 19.2% as high. Such growth significantly excelled
that recorded in the entire national economy, whose GDP went from R$ 3.239
trillion, in 2009, to R$ 3.770 trillion, in the following year, with a raise of 16.38%.
In real terms, growth rates were 10.14% in the ABC, and 7.53% in Brazil1.
With this economic context, a sector in special catches our eye into a
huge potential to be explored in the region. Brazil relies on 11,690 plastic
transforming companies, generating 348 thousand jobs2. Out of these, 44% are
in the State of de São Paulo, with similar share in employment. In the Great
ABC there are 466 companies which, according to the RAIS (Annual Social
Information List), give Jobs to 15,674 workers, distributed as follows: 46.4% of
the companies and 51.6% the work posts in Diadema; 25.3% of the companies
and 30.7% of the jobs in São Bernardo do Campo; 17.4% of the companies and
9.7% of the jobs in Santo André; 10,9% of the companies and 8.1% of the jobs
in São Caetano do Sul3.
In order to better understand this diversified economy, it is important to
analyze the region’s historic context.
Logistics and Industry – The History of the Great ABC dates back to
colonial Brazil, in the early XVI Century, when the region was a passageway and
resting place for the Portuguese colony’s troops. Since its early beginnings, the
logistic aspect already presented advantages in the usually historian-courted path.
In an article produced by researchers Maria de Lourdes Peixoto Xavier, Ana
Claudia Mendes Souza, Juliana Pedreschi Rodrigues, and Luís Paulo Bresciani
in 2007, titled The New Economic Profile of the Great ABC4, from 1950, the
Anchieta highway started to become the great location axis to the automotive
industrial sector in Brazil. In the region, there installed companies such
companies as Volkswagen, Willys (later, Ford), Mercedes Benz, and Scania.
IBGE Data (Brazilian Geography and Statistics Institute) – refer to the economy performance
in 2010. Data are in nominal value (not deflated) Position in the ranking was kept Constant
between 2006 and 2010, as well as national the second place in the cities’ industrial GDP,
for the 7 cities of the ABC group. To verify actual rates, nominal values were deflated by the
Product-Implied Deflator.
2
Brazilian Plastic Industry Association (ABIPLAST) – Local Presentation and Chemical
Production Arrangement (APL) of the ABC, Aug/29/2013.
3
Idem, ibidem.
4
Published on Magazine Revista Organizações em Contexto - online, vol. 3, n° 6 - July/
December (2007). Available at: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.
php/OC/article/view/1347. Access on Sep/03/2013 - 03:39 p.m.
1
218
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
219
Diadema urbanization occurred as a consequence of São Bernardo do Campo’s
industrial expansion.
The automotive sector was a great growth driver for the regional economy.
Multinational assemblers looked at the region’s logistics as an attractive feature
once the easy access to the Santos Port by highways Anchieta and Imigrantes
would ease production flow.
Plastics chain in the ABC
As already approached, the ABC has always shown interesting logistics and
location for the industry, for it is about 60 kilometers from the Santos Port, it
is crossed by the MRS-operated railway (connecting the States of São Paulo,
Rio de Janeiro, and Minas Gerais), and has qualified structure and personnel.
In addition, important technologic institutes, research centers, and public
and private universities are installed there. In this environment, it is worth
highlighting the coming of the UFABC (Federal university of the ABC) in
2006, which makes it possible to raise the regional technologic standard.
Another important factor is the sum of high-relevance installed companies,
such as Rhodia, Pirelli, Firestone, Alcan, and Alcoa, besides the industries
forming the Great ABC’s Petrochemical pole themselves.
Regarding expansion of the chemical and petrochemical complex, it is
worth pointing out Rhodia’s implementation, early in the last century, and the
formation of the Great ABC’s Petrochemical Pole, form the 1960’s/1970’s.
In the last decade, the Pole went through a huge expansion process, out of a
positive response from President Lula’s Government to a bidding formulated
during two decades by the region’s managers, unionists, and enterprisers.
The decision made in 2004 was effectively implemented, and – in 2008 - the
Pole started operations with its structure already expanded. This factor, allied
to the resuming of economic growth seen in the period, opened up positive
perspectives for the transformed plastics industry.
220
phase, a wide variety of articles are produced, such as bags, bottles, lids, flasks,
civil construction materials, electric-electronic devices, household appliances,
toys, car parts, and other automotive items.
PICTURE 1 5
PACKAGES IN THE 3RD PETROCHEMICAL GENERATION CHAIN – Petro-chemistry
2nd Generation
Transformation 3rd Generation
Packaging
Some Products
Sectors and Segments
According to the Economic Department of the Brazilian Plastics Industry
Association – ABIPLAST, “today, the per capita plastics consumption in Brazil
is 35.77 kg/person (see graph below). This is close to world average – between
30 and 45 kg/person. ”
Per-capita plastic transformed goods consumption in Brazil (kg/person)
Chemical industry generations and consumption
In order to technically understand the plastics chain sectors division, it is
important to understand the generations forming the industry.
It all starts in petroleum, or, more precisely, in naphtha or natural gas (bases
of the plastics production chain, with three phases, also called generations). The
first and second one are related to the petrochemical industry, responsible for
producing the basic petrochemicals (ethylene, propylene, butadiene, benzene,
and paraxylene).
Out of these compounds thermoplastic resins are manufactured:
polyethylene — which can be low-density (PEBD), linear low density
(PEBDL), and high-density (PEBD) —; polypropylene (PP); polystyrene
(PS); polyethylene-terephtalate (PET), and Polyvinyl Chloride (PVC).
The third generation is formed by the transformed-goods industries. In this
Source: The plastics transforming sector in the production chain – Economic Development
Secretariat – Santo André City Hall (2009)
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
Source: IBGE. Prepared by: ABIPLAST.
5
221
Brazilian consumption grows above worldwide consumption, as seen
below:
Worldwide per-capita plastic transformed goods consumption (kg/person)
* Values for 2015 are expected ones.
Source: ABIPLAST, out of: Plastics The facts - Plastics Europe 2009.
The above picture shows that by 2015 Brazil will have doubled its percapita plastics consumption compared to 2010, while worldwide average must
grow 50% in the same comparison. Of the world regions spotted in the picture,
only Central Europe has an estimated growth similar to the Brazilian rate.
This estimate indicates the sector’s huge expansion potential, with benefits for
the country, as well as for the regions the plastics transformation industry is
centered in.
Santo André’s ex-mayor Celso Daniel had already spotted, in an article
published in magazine Revista São Paulo em Perspectiva, of Seade Foundation7,
that the set of potential economic benefits to the Great ABC is made up off
iv factors groups: handwork productivity; existing room for regional interindustry matrix complementation; market size, configuration of an enterprising
environment around the different decision-makers (enterprisers, public sector,
and unions); and quality of life.
In the same text, Celso Daniel highlighted the need for a regional strategy,
inspired in standing up for the income and employment level and brought to life
by cost-reducing actions, and, above all, improvements and economic benefit
generation. This strategy is topped by a positive public image of the Great ABC
(whether from the dwellers’ viewpoint or from the angle of opinion leaders and
the region’s internal and external decision-makers).
The ABC has lived a moment when new research institutions such as
UFABC itself and FATEC’s units are able to contribute to this process. In
the past, the universities developed technology and the companies explored
it. But it is time to go the other way about. Companies must come together,
identify their needs, and seek tools at academic institutions to correct possible
bottlenecks; all that with continuous support by the public sphere, which must
act as a facilitator integrating this social development.
Summing up; as shown by the mentioned figures and arguments, the plastics
chain interferes directly in the region’s industry, streamlining the production
sector so as to contribute to the economic and human growth of the whole
Great ABC.
Regional Potential
When we analyze the historic concepts of ABC’s economic development
and the representativeness of the region’s plastics chain to the Country, it is
possible to spot its potentialities.
From 2004 on, the ABC started to rely on APL Plásticos, which managed
to gather, on a regular basis, up to 50 companies6. Fiesp, Sebrae-SP, Quattor,
and the World Bank (IFC), with the Great ABC Agency, formed the project’s
managing Committee.
The presence of the Chemical and Petrochemical Pole and, now, the
existing Chemical APL of the ABC, present in the plastics segment (including
the companies’ sectorial entity – ABIPLAST – and the Chemists’ Union of the
ABC), allow resuming the reinforcement activities of the plastics transformation
industry, fostering a strong regional production chain. The great objective is
the progressive involvement of the companies installed in the region, in an
environment with competitive advantages.
Daniel, Celso. An Economic Strategy for the Great ABC. Magazine São Paulo em Perspectiva,
10(6), São Paulo: Fundação SEADE, Jul - Sep/ 1996. Available at: http://www.seade.gov.br/
produtos/spp/v10n03/v10n03_17.pdf. Access on Sep/03/2013 at 05:00 p.m.
7
Source: Portal – Great ABC’s Economic Development Agency.
http://www.agenciagabc.com.br/grandeabc0709br/projetos/?id=81
6
222
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
223
224
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
225
RIBEIRÃO PIRES AND COMPANY
DEVELOPMENT IN THE OIL AND
GAS PRODUCTION CHAIN
Paulo Silotti
Secretary for Economic Development of Ribeirão Pires
Larissa Lovato Baumeister
Eloiza Reinoso
he pre-salt discovery increased the companies’ interest to invest in
the Oil and Natural Gas sector. We know it is a reality which took
Brazil into a strategic position before the great demand for energy
worldwide for the coming decades. In 2008, the pre-salt oil production started
and it has so far surpassed 100 million barrels, currently with more than 300
thousand barrels in the Santos and Campos basins. One million barrels a day is
the estimated number to be reached by 2017.
Out of this estimate, Brazil received almost US$ 3 billion for modernization
of the petroleum industrial base, and, even so, some products and services
purchased are still from abroad, with such supply expected to be provided by
lesser scale undertakings.
São Paulo State is the largest consumer of natural gas, petroleum, and their
derivates in the country. Four of the eleven Petrobras-owned refineries in
Brazil are located in this state: President Bernardes Refinery (RPBC), located
in Cubatão (SP); Paulínia Refinery (REPLAN), in Paulínia (SP); Capuava
Refinery (RECAP), in Mauá (SP), and Henrique Lage Refinery (REVAP),
in São José dos Campos; altogether, they concentrate 41.7% of the refining
capacity and 45.5% of the national production1.
The city of Ribeirão Pires receives for producing Oil and Natural Gas, by
the aspect of Law no. 7.525/1986, article 6º, transference from the Royalties
Special Fund to the city of Ribeirão Pires, which is the compensation linked to
huge extracting fields, such as the pre-salt tier, having received, from January to
April, 2013 an amount of R$ 155.034,792.
To better understand it, the São Paulo State developed the ducts director
plan which aimed to strategically implement an efficient fuel storage and
distribution structure aiming to meet the needs of a future demand for products
coming from other states or countries.
The plan seeks economy, security, and compliance with the environmental
legislation in effect, thus allowing preparation of the duct mesh to support the
state development of São Paulo and the country by re-allocating ducts for outside
of the region, forecasting the re-ordering of transportation of natural gas and its
derivates in the region, thus achieving a new co-existence standard between duct
bands and the communities, mitigating the gas-transport-activity-related risks.
Still in our city of Ribeirão Pires, the new ducts project was named GASAN
II. The gas duct transports the natural gas production of the Santos Basin and
pre-salt. It is 39 km long and 22 inches in diameter, with two ducts crossing the
cities of Santo André, São Bernardo do Campo, Maua, Ribeirão Pires, and Rio
Grande da Serra, right in the Sea Mountain Range State Park. The undertaking
is capable of transporting 7 million cubic meters per day. This activity started
in April, 2011.
Statistic Annuary ANP, 2006.
Transfer from the Royalties Special Fund, Federal Government Transparence Portal.
1
2
226
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
227
228
art additives; basics of origin to Petrobras, being active in the field of mineral
oil and petroleum-derivate trading, production, and distribution.
The Feital Group, founded in 1946, was brought to life out of the
enterprising and driving spirit which has accompanied the company all these
years. Thinking of the stainless steel development in the country, and owing to
the Brazilian economy’s good performance, as well as forecasts of an increase in
stainless steel consumption for the coming years, the Feital Group inaugurated
a storage and distribution unit, with a built area of 50 thousand sqm, and 250
thousand sqm of total area, in our city. With this, the company aims to offer more
complete stocks of all its lines in order to meet the growing demand to come
in the energy, Oil and Gas, architecture, and agribusiness areas – consumers of
most of the national stainless steel production.
Logistics will also be more efficient in function of the unit’s location, near
the highway complexes of Anchieta, Imigrantes, and Southern Stretch of
Rodoanel (Highway Ring). The Feital Group works with the main national
suppliers with tradition and quality in the market, so as to offer a wide range of
quality products at competitive prices.
Undoubtedly, the energy sector will be one of mankind’s major concerns
in the coming years since petroleum is one of the main energy sources and a
strategic element for world economy.
With the pre-salt tier discovery, Brazil has stood out in the world scenario as
one of the greatest oil reserve holders in the world.
Industries can thus participate in the oil and gas production chain and be
the economic growth foundation for the coming decades.
For this to happen, the city public sector must foster the entrepreneurial
sector so as to drive it and inform about the opportunities the market offers,
through seminars, and events – such as, for instance, the Business Round
happening once a year with companies from the metal-mechanic and plastics
fields, aiming at local development.
Petrobras is a renowned energy company worldwide for its technologic
excellence and high purchasing power, and for that reason, several companies
installed in Brazil wish to provide goods and services for it. To this end, demands
are high, with the criteria being evaluated by the state-owned company, such
as: technical, economic, legal, health, environmental, security, and managerial.
Once proven as apt, that is, met the needed requirements, the company wishing
to provide for it has its registration approved and is given the Registration
Certificate for Cadastre Classification (CRCC). The biggest and apparent
challenge is thus imposed on the micro and small-sized companies, which have
more difficulty to obtain such certificate.
Therefore, installing new industries is a new goal for the governments
aiming to attract dividends into their territories. Competition then begins to
attract the enterprisers, and among a Mayor’s concerns – such as education,
dwelling, etc. – an important element of its government actions comes up:
fostering local development. With this concern in mind, several Town Halls
have created Secretariats to specifically address this theme, in our case, called
Economic Development Secretariats.
And, to achieve such expectation, Ribeirão Pires city seeks to invest in
preparing micro and small-sized companies to participate in the purchasing
system of the petroleum operators or to take advantage of the business
opportunities generated by the activity.
The city has small and medium-sized companies, suppliers to the oil and
gas chain, belonging to multiple sectors: metal-mechanic, hydraulic, and
engineering.
In this FY of 2013, visits were paid to the following companies participating
in the production chain: SCA Calderaria, Tubos Ipiranga, Lubraquim, and
Feital Group.
Company Tubos Ipiranga, a family company headquartered in Ribeirão
Pires, will implement projects in the blocks which were auctioned in the last
round by the National Petroleum Agency (ANP), generating a demand for
steel tubes 5 or 6 years from now. It will invest R$ 25 million in equipment. It
is also evaluating settling a joint-venture with a foreign manufacturer aiming
to include special alloys in its portfolio needed for the pre-salt work, but not
existing in Brazil.
The SCA Caldeiraria Company is active in the metallurgical field forging
tubes of up to 6 inches thick used in the oil, gas, and energy industries, and
off shore. The company purchased an equipment item called CALANDRA
(calender) with capacity for 10-inch-thick tubes. This machine is present only
in Saudi Arabia and Australia. Therefore, SCA Caldeiraria becomes the largest
company located in the Americas.
The Lubraquim Lubricant Industry and Commerce Company, is a
distributor of basic mineral oil and lubricant formulator complying with the
strictest quality standards, with paraffin basics of first origin and state-of-the-
Bibliography
Petrobras’ Refineries. Available at: http://www.clickmacae.com.br/?sec=
368&pag=pagina&cod=216. Access on June 27th, 2013.
By 2017, we will get to more than 1 million a day. Available at: http://
www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/petroleo/
presal/?gclid=CPbQlp-lhLgCFVRo7AodgjkAbQ. Access on June 27th, 2013.
Activity in the pre-salt. Available at: http://www.petrobras.com.br/pt/
energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/petroleo/presal/?gclid=CPbQlplhLgCFVRo7AodgjkAbQ. Access on June 29th 2013.
Stream for super gas duct work in the Serra do Mar. Available at: http://
www.andradecanellas.com.br/default.asp?id_materia=6914. Access on June
27th, 2013.
Government forwards proposal to Congress for new Mining Landmark.
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
229
Available at:http://www.mme.gov.br/mme/noticias/destaque1/
destaque_336.html. Access on June 26th, 2013.
Feital Group. Available at: http://www.feital.com.br/noticia/videocontando-a-trajetoria-do-aco-inoxidavel-nos-ultimos-100-anos-onde-ogrupo-feital-faz-parte-em-seus-66-anos-juntamente-com-seus-clientes-e-parceiros/. Access on July 2nd, 2013.
Feital Group. Available at: http://www.feital.com.br/ Access on July 1st,
2013.
Petroleum city manager guide: the future is now.
Available at: http://www.google.com.br r/#sclient psyb&q=
petroleo+e+gas+natural+sebrae&oq=petroleo+e+gas+natural+sebrae&gs_
l=hp.3...5152.9042.1.9362.9.9.0.0.0.0.660.3220.1j0j1j5j1j1.9.0...0.0...1c.1.18.
psyb.q8D8Bz3Bkjo&pbx=1&bav=on.2,or.r_qf.&bvm=bv.48572450,d.
dmg&fp=7b01a74ee5a3417b&biw=1024&bih=587.Lubraquim. Available at:
http://www.lubraquim.com.br/. Access on July 1st, 2013.
Duct Director Plan of São Paulo. Environmental Impact Study. Volumes I,
III, IV, V, VI, VII e XII. Petrobras. September/2007.
Project registration and environmental licensing deadline in Auction “A-5”
of 2013 changed. Available at: http://www.mme.gov.br/mme/noticias/lista_
destaque/destaque_966.html. Access on June 26th, 2013.
SCA CALDERARIA. Available at: http://www.scacaldeiraria.com.br/.
Access on July 1st, 2013.
Royalties Special Fund Transfer for Oil and Natural Gas Production.
Available at: www.sp.transparencia.gov.br/ribeir%C3%A30_Pires/receitas/
por-area/acoes-por-mes:exercicio . Access on June 30th, 2013.
Tubos Ipiranga. Available at: http://www.tubosipiranga.com.br/ Access on
July 1st, 2013.
230
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
231
RIO GRANDE DA SERRA
READY FOR DEVELOPMENT
GILVAN MENDONÇA
Secretary for Economic and Touristic
Development of Rio Grande da Serra
Degree in Tourism from (UNIESP/FIRP) and
taking up Post Graduation in Public Management at UCDB
232
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
he Great ABC in São Paulo, the ABC Region or ABCD is an industrial
area comprising seven cities of São Paulo’s metropolitan region: Santo
André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá,
Ribeirão Pires, and Rio Grande da Serra.
Since the early 20th century, this region has stood out due to its diversified
manufacturing production and installation of the large automobile industries,
and it has become São Paulo State’s industrial cradle, allowing economic and
population growth (Ruschmann, 2009).
The fast economic development originated from industry – currently added
to the service sector – comes to life in the Great ABC and other metropolitanregion cities, with significant concentration of public and private schools,
research and innovation technologic centers, colleges, and universities to meet
the market needs, according to Ruschmann (2009).
In his study, Ruschmann (2009) mentions that, The ABC in São Paulo is
part of its metropolitan region, with 827.28 sqKm distributed in seven cities,
with around 2.5 million inhabitants, corresponding to 10,4% of the total area in
the Metropolitan Region of São Paulo (RMSP).
In addition to important social-economic aspects, the region is fundamental
for water provisioning in the RMSP, observing that 56.1% of its territory is
within Natural-Resource Protection Areas, with 100% of Ribeirão Pires and
Rio Grande da Serra, more than half Santo André and São Bernardo do Campo,
23,4% in Diadema, and 20% in Mauá. Only the city of São Caetano do Sul is
outside the protection area (Ruschmann, 2009).
Still according to Ruschmann (2009) the Great ABC Region relies on
a complex, diversified industrial base accounting for a significant part of the
metropolitan production attracting many enterprises searching for better
investments. The region’s hotel chain welcomes undertakings by international
chains, with executive-profile units towards exploring the regional vocation
for business tourism. As far as the Great ABC Region’s cities’ GDP goes, São
Bernardo do Campo boasts R$ 17 billion, Santo André, R$ 9.6 billion, São
Caetano do Sul, R$ 6.7 billion, and Diadema and Mauá, around R$ 5 billion
each, Ribeirão Pires, R$ 655 million, and Rio Grande da Serra, R$ 263 million.
According to data by Emplasa (2007), the Great ABC has 2,569,208
inhabitants, the second most populated sub-region in Great São Paulo,
outnumbered only by the capital, with 10.834.244 inhabitants. The average
population growth pace has been kept below the metropolitan average since
the 1990’s. Between 2000 and 2007, its Annual Growth Geometric Rate was
1.27% against 1.33% seen for the RMSP.
Today, 44,084 inhabitants make Rio Grande da Serra’s history. These are the
figures found by the 2010 Demographic Census Digest, with the first definite
results of Brazil’s 12th General Census (Ruschmann, 2009).
Rio Grande da Serra one of São Paulo State’s cities, located in the metropolitan
area and São Paulo capital’s micro-region with a distance of up to 49 km from the
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
233
234
city center, with an area of 37 sqKm, and life expectancy around 70 years of age,
child mortality up to one year of age is 18.38%. the city’s climate, like the entire
São Paulo Metropolitan region, is sub-tropical, summers are not very hot, rainy,
with mild, sub-dry winters, and annual temperature average around 18Cº, with
July as the coldest month (average 14Cº) and February as the hottest (average
22Cº) (Ruschmann, 2009).
The Rio Grande da Serra Basin, with its tributaries, forms the so-called
“Rio Grande Stretch” of the Billings Dam. Besides this river, the city has several
streams and brooks, like the “Figueira, and Piolzinho streams”. Being a site
with 100% natural reserves, its temperature is lower that that of the other cities
in the region. Industrialization came to the city in the late 1890’s, especially
owing to the building of the São Paulo Railway – Santos to Jundiai and the new
immigrant-brought production techniques. In the city, there installed one of the
country’s first pencil and graphite industries in the 1940’s, Japanese immigrants
introduced fruit and vegetable crops, and chicken-raising, as well as flowers in
the fields. (Ruschmann, 2009).
The city is an ecological reserve, with Rivers, waterfalls, tracks, and Woods
with reminders of indigenous occupancy, such as Stone utensils and ornaments.
Many immigrants brought their customs and culture, building up monuments
found until our days. The city is served by trains of track 10 by CPTM, in
addition to the city bus lines (operated by private Company Talisman), and
intercity lines operated by private companies – Rigras and Viação Ribeirão
Pires). There are some attractive points throughout the city, catching the eye
of many tourists, such as the Billings Dam, the Santa Cruz Chapel, the skate
course, Train Station (the second oldest station in the state, with Estação da Luz
as the oldest), the Matarazzo little fountain (place where Dom Pedro I stopped
to drink water, which is mentioned in the city’s anthem), Pedreira (which paved
almost all of São Paulo’s capital, Little Streetcar (currently restored, but not in
use), Nossa Senhora das Graças Chapel, the graphite Mine, the Ecologic Track,
and Arts & Crafts) (Ruschmann, 2009).
Rio Grande da Serra is ready for a giant leap, no longer being a “dormitory”
city once and for all fit into regionality, enjoying the Great ABC strengthening
moment through the oil and gas chain growth, privileged geographical location,
and highway infrastructure with easy access to Highways Anchieta, Imigrantes,
and the Rodoanel.
Mayor Gabriel Maranhão is striving to modernize, de-bureaucratize, and
computerize the enterpriser service in Rio Grande da Serra, by reducing costs
and time to open up and close companies, creating an enterpriser-exclusive
space where he can get information to help him solve company-related problems
through the implementation of the Enterpriser’s Room, the Digital City Project,
and the Director Plan Update, making it compatible to the Billings-specific
Law. With this measure, the city is ready to carry out the land regularization,
thus allowing the construction of non-polluting industrial bases, fostering new
businesses associated to the existing production chains; expanding industrial
installed-capacity strengthening and attracting technology-based companies to
the city.
Aiming to qualify the population through professionalizing teaching and
eventual specialized handwork intermediation for the companies, the city is
investing in continued preparation by inaugurating an ETEC (State Technical
School) and setting up covenants and partnerships (SEBRAE, SENAC, SENAI,
SESI, CIESP, EMPLOYMENT TEAM...), strengthening industries in the city,
generating jobs and income, and contributing to the city and region’s economic
development.
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
235
236
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
237
PRE-SALT: GAS FOR JOB
GENERATIOIN IN THE ABC
Paulo Lage
President, Chemists’ Union of the ABC
238
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
ver since Petrobras announced the discovery of huge Oil and Gas
reserves in the pre-salt tier in mid- 2007, the Unionist Movement in the
ABC – especially with the Chemists’ Union of the ABC – has striven
to spot and be prepare for effectively taking advantage of potentiality of these
natural resources to be mostly found in the coastal area of São Paulo very close
to the ABC Region.
The pre-salt resources allow the Brazilian industry – especially the chemical
industry – to expedite its growth, to be integrated in development, add value
to its production, generate high-quality-standard jobs (adequate wages,
stability through rotation suppression, safe workplaces, and exchange of ideas
between workers and employers) definitely chasing away any precocious deindustrialization possibility to our economy.
These expectations found their ground on our participation in several
meetings, seminars, and debates, often with Petrobras, the Federal Government,
region-installed, and, especially, City Administrations who put themselves
together to shape up conditions to take advantage of the pre-salt’s gas and oil
potentialities. It is so worth pointing out the effort by some Town Halls to
drive the city’s and region’s social forces for an effective social dialog about the
potential opportunities the pre-salt present us in the ABC.
We especially based our prospecting analyses on a broad social dialog we
held about the chemical industry in Brazil in 2011, in the debating cycle and
international seminar “The Chemical Industry in 2020 – a new direction
is possible”, with huge participation of representatives from the industry,
the Federal Government, the Great ABC Intercity Consortium, and the
International Labor Organization (OIT), among others.
We found out that the chemical industry is the great potential beneficiary
of the pre-salt discoveries and it finds itself at a good moment to invest and
make plans to enjoy this opportunity. This evaluation is confirmed by the
sectorial outcomes in terms of turnover and production increase, and export
diversification by chemical manufacturing companies for industrial use, and
the other segments of the sector, such as paint and varnish, pharmaceuticals,
fertilizers, cleaning and personal hygiene products, pesticides, and cosmetics.
The chemical sector’s net turnover as a whole – giving jobs to nearly 750
thousand workers in the Country, out of which 40 thousand are in the ABC –
has grown at average rates of 9.1% since 1996, with a highlight in the fertilizers
sector (12.2% a year), pesticides (10.5%), and paint and varnish, growing
14.8% just last year, stimulated by civil construction. Data from the ABIQUIM
(Chemical Industry Brazilian Association) show that the chemical industry in
Brazil reached a global turnover of US$ 158 billion in 2011, and 23.4% growth
compared to 2010, which will improve the Brazilian chemical industry’s
position in the world scenario, currently the 7th position in terms of turnover.
Around 2% of Brazil’s GDP comes from the chemical industry’s activities, and it
accounts for 10.1% of the transformation industry’s GDP in Brazil, only behind
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
239
240
the food, oil, and automotive industries.
Such expressive outcomes correspond to resuming the economy growth
in Brazilian economy as a whole from 2004 on, led by Lula’s Government,
with President Dilma later. Nonetheless, challenges remain to be overcome,
demanding coordinated actions by the industry and government, with decisive
participation by the workers.
We know that the most important raw-materials for the petrochemical
industry in Brazil – the basis of the chemical chain – are oil and natural gas
fractions, obtained in refineries and gas-separating units. The countries holding
the biggest reserves of such resources have the power to influence the world
petrochemical dynamics. The pre-salt can place Brazil in the selected few, today
– in the case of oil – showing Saudi Arabia, Iran, Iraq, Kuwait, Venezuela, and
Arab Emirates, and when it comes to natural gas, the USA, Russia, Canada,
Iran, and Norway.
Effectively managing to use oil, and especially the associated gas in the presalt as raw-material for the production chain in chemistry is strategic to face the
main structural challenge that is posed today before the Brazilian industry and
which is about the deficit in the sector’s commercial balance. According to data
from the Ministry for Development, Industry, and Foreign Trade, the chemical
industry commercial deficit was almost US$ 30 billion in 2012, showing that
one third of the national demand has been met by imports. According to the
ABIQUIM, if 50% of such imports were manufactured indoors, 60 thousand
new direct jobs could have been generated in the sector this year.
The regulation pattern for exploring the pre-salt resources, designed in
Lula’a government after broad public consultation, and later approved in the
National Congress, is a strong warranty to stimulate development in other
industrial sectors, such as plastics, engineering, and special metals, besides the
national petrochemical industry itself, producing and exporting products with
higher added value, such as gasoline and additives.
Estimates evaluate that, by 2020, 60 thousand Jobs will be generated in São
Paulo’s coastal area alone. Petrobras itself foresees the creation of 267 thousand
direct work posts, and 389 thousand indirect ones, in the production chain,
and 388 thousand indirect work posts by income effect, adding almost 1,5
million new jobs in the next 8 years. Attracting part of these Jobs to the ABC is
a challenge for everyone.
However, the decisive innovation, the gas propelling the Brazilian chemical
industry towards sustainable development, refers to the values and social dialog
practices, fostering quality of life, gender diversity, and praising the sector’s
workers.
As debated about the challenges for the chemical industry until 2020,
sustainable growth feasibility requires more social protection, more dialog in the
factories, more security on the job against unfounded dismissal, with balanced
working hours and family and social life, and safer, healthier workplaces.
There will be no economic growth not sustained in labor, social, and
environmental terms. That is the innovation the Brazilian chemical industry
must develop, by talking to workers and kept up with the time of significant
changes in the world, in the Country, and in our ABC Region: Time of
progresses for changes in the economy, broader social dialog, and the active
search for strengthening the Brazilian-installed industry, with direct reflections
upon the ABC’s economic activity and population.
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
241
242
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
243
METAL-MECHANICAL-SECTOR
WORKERS’ ROLE IN THE OIL
AND GAS PRODUCTION CHAIN
Rafael Marques
President, ABC Metallurgists’ Union
President, Economic Development Agency for the Great ABC
244
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
y 2020, two million direct and indirect jobs must be created in industry,
commerce, and services linked to the Pre-salt, according to estimates by
ONIP (National Petroleum Industry Organization). A significant part
of these jobs can remain in the ABC Region.
Daly production in the pre-salt will leap from 200 thousand oil barrels/
day to 1 million oil barrels/day in 2017, according to Petrobras, which must
positively change the current Brazilian industrial structure.
The whole pre-salt-connected production chain will demand materials and
equipment suppliers that, when increasing their production volumes, must also
hire more workers.
The Region’s companies linked to the metal-mechanic sector can take
part in this virtuous cycle of the production chain provided they re-structure
themselves to that end. It has been one of the greatest opportunities for
modernizing and diversifying local production since the 1950’s, when car
production replaces furniture manufacturing as the main product of the ABC.
Today the ABC is one of the Country’s most important industrial poles,
with the automobile industry leading its economy. They produce 55% of
the country-made trucks and 16% of total automobiles. It has a consolidated
industrial structure, and a significant contingent of qualified workers.
Today, 55% of our base’s workers have high school education, and 13% have
a college degree. More than 13 thousand workers are occupied in technical and
engineering areas (DIEESE: Metallurgical Worker profile in the ABC, 2011).
However, the region’s industrial sector cannot depend so much on the
automotive chain. An environment must be created which attracts other
industrial sectors, and the opportunities devised in the pre-salt come to meet
this need.
A car-part-sector company, for example, supplying for a single assembler, is
subjected to cyclic crises. Some of these companies would b able to be suppliers
for both automotive and oil sectors, thus mitigating such dependence.
The Region’s companies got used to the constant changes in the automotive
sector, and they are daily re-inventing themselves to meet the assemblers’
requirements. This sector’s workers have already adapted themselves to
production changes. Such adaptability is a differential in the struggle for jobs
and investments in the Oil and Gas sector.
In addition, a new generation of professionals also starts its development
focusing on the petroleum industry.
Courses targeting the Engineering area and, more specifically, energy are
growing in the ABC’s universities. With a Federal University Federal installed
(a result of society’s long-desired claim, including the Metallurgists’ Union of
the ABC), the Region had reinforcement gains in both worker development
process and support to the research and development for the oil and gas chain.
We must take hold of this still hardly explored world in the Region.
Production plants must be adapted to attend to the sector. Specific norms and
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
245
obligations to the oil and gas chain must be adapted and, consequently, workers
need specialization.
Unionist movement accounts for once again taking the lead in the Region’s
preparation process for the new opportunities coming up.
The whole process involving Oil and Gas extraction in the pre-salt tier is
a look-in the Region needs to strengthen and modernize its industry to take
possession of a significant share of around two million jobs to be generated by
the sector.
246
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
247
UFABC’S ROLE AT OVERCOMING
CHALLENGES FOR OIL AND GAS
INDUSTRY DEVELOPMENT IN
SÃO PAULO’S ABC
Klaus Werner Capelle
Research Vice Dean, UFABC
MS, PhD, and Emeritus Lecturer in Physics from Universität Würzburg (Germany)
Post-PhD from USP (São Carlos)
Caetano Rodrigues Miranda
Researcher, NanoPetro Group
MS in Physics (Unicamp)
PhD in Science (Unicamp), Post-Doctorate from MIT (USA)
Assistant Coordinator for Interdisciplinary
Bachelor’s Degree in Science and Technology, UFABC
n the last decade, the Oil and Gas industry has gone through a huge
development and renewal process on global scale. Several companies started
to call themselves energy companies, expanding their commodities range to
both bio-fuel and other renewable energy sources. In addition to conventional
oil, this industry has strongly invested in exploring non-conventional
petroleum, to the extent of the oil fields’ life span, as well as exploration in
extreme conditions (huge depths). The growing demand for oil has also led
to an increase in environmental concern, calling for technologic innovations in
both production and effective use of petroleum-derived products.
In this context, Brazil rises as an important player. Two distinct forces drive
this growth: consumption increase – resulting from the country’s economic
expansion and stability – and the discovery of huge petroleum reserves in the
pre-salt region. As a consequence of such, Brazil may become one of the biggest
oil producers in the coming decades. In order to effectively explore the presalt, new technologies must be developed, demanding specialized handwork
and integrated solution for logistic, technologic, and infrastructure problems
in the country.
The ABC Region’s closeness to the Santos Basin, where the huge pre-salt
reserves are, as well as several oil exploration fields, offers the São Paulo ABC
a unique opportunity for industrial renewal in order to meet not only this presalt-exploration-created demand, but also the whole petroleum production
chain, including exploration, infrastructure, oil transport and production,
refining, and distribution of its derivates. The needs generated by this industry
may drive a new range of goods and services providers in the ABC Region.
Such needs encompass several sectors, such as civil construction industry,
electrics, metal-mechanic, robotics, management and logistics, environmental
engineering, production of huge structures (ships, probes, pumps, and
platforms), and petroleum-derived raw-materials. The scarcity of specialized
human resources and the small number of micro and small-sized companies
ready for the technologic refinement and demanded regulation by this industry
are big obstacles to be overcome in the ABC Region to effectively act in the Oil
and Gas sector’s production chain.
Before these global, national, and regional challenges, a university committed
to the society’s needs and demands, and presenting an excellence profile in
technologic research and development, becomes a competitive differential.
The Federal University of the ABC (UFABC) prioritizes commitment to
society and research excellence profile, and it is ready to significantly contribute
to develop specialized personnel, having a strong vocation to interact with the
production sector to develop new technologies, thus favoring sustainable the
ABC’s economic re-development1.
UFABC’s academic pedagogical project is one of the most modern in the
H. Waldman, in Registers of São Bernardo do Campo vol. 1, p. 34 (2010)
1
248
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
249
country2, having – in its essence – the concept of interdisciplinarity, allowing
an integrated approach from understanding and developing new technologies
to analyze the environmental, social, and economic impact that they bring.
UFABC’s emphasis in scientific development is acknowledged by recent
international rankings, such as Scimago3, according to which UFABC is today
the best Brazilian university in criteria related to the quality and impact of its
research, and Webometrics4, according to which it is in the rank of the 7% best
universities in the world.
Among UFABC’s differentials, we can mention Post-graduation in
Nanoscience and Advanced materials. Oil companies are greatly interested
in using nanotechnology in such key-problems as the development of more
resistant materials and compounds with higher added value, more efficient
catalysis, development of contrasting agents and surfactants, corrosion-related
problems, and even the possibility of onsite refining, and CO2 utilization.
UFABC’s Petroleum Nanotechnology Lab (NanoPetro) has been recently
accredited by the National Petroleum Agency (ANP) to develop researches in
the Nanotechnology area. The NanoPetro Group actively participates in the
development of such applications and it is inserted in an international network
involving large-sized oil companies and top international universities with
students strongly participating in its research projects, from Scientific Initiation
to Post-PhD.
One of UFABC’s goals is to significantly contribute to prepare engineers
to meet the needs of Oil and Gas companies, as well as to act as undertakers,
creating new companies in the region. Among UFABC’s various engineering
courses, many play a major role to develop the Oil and Gas sector in the ABC.
UFABC is one of the pioneering universities in Brazil to offer the Energy
Engineering course, which – besides technologic formation – contemplates
social and economic impacts of the energy conversion and use area. In terms
of new technologies, Air Space, Materials, Instrumentation, Automation, and
Robotics Engineering are essential to the development of large-sized structures
and the design of new materials needed to explore oil in the pre-salt’s extreme
conditions.
UFABC acts in the social and public management areas. For example,
researchers of the process improvement area have been developing an integrated
computing system for social-economic analysis which can generate input for
suited choices for management in the oil and Gas area. Since petroleum is a
non-renewable resource, it is also necessary to think about alternatives and
transition models for the new energy sources. Several research fronts at UFABC
explore economic, social, and technologic aspects for the use of Hydrogen and
Fuel-Powered Cells, as well as Nuclear, Solar, and Wind energy.
UFABC works to integrate more and more the various views in the research
and development area for Oil and Gas. A project being studied is the creation
of the Innovation Campus, to congregate several research labs, ranging from Oil
and Gas exploration and production to computational catalysis and simulation
and the design, synthesis, and characterization of new materials, among others.
Within the context of Oil and Gas industry development in the ABC, and
backed up by the inseparable teaching, research, and extension university
tripod, UFABC thus offers preparation of differentiated professionals, with
interdisciplinary background, fundamental scientific knowledge, and innovation
and undertaking vocation. Through preparation of human resources with this
profile, and through collaboration in the scientific-technologic development
with the production sector and other teaching and research institutions in the
region, UFABC accomplishes its mission of encouraging development in the
ABC Region.
http://www.ufabc.edu.br/index.php?option=com_content&view=article&id=21&Itemid=3
http://www.scimagoir.com/
4
http://www.webometrics.info/
2
3
250
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
251
252
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
253
HUMAN RESOURCES
FORMATION AND KNOWLEDGE
GENERATION FOR SUPPORTING
THE OIL & GAS INDUSTRY
Prof. Dr. Agenor de Toledo Fleury
MS and PhD in Engineering (USP)
Master-Degree Mechanical Engineering Post-Graduation Program Coordinator
Carlos Eduardo Thomaz
MS in Engineering (PUC-RJ)
PhD and Post-PhD in Computing Science (Imperial College of London)
Coordinator of the Master-and-PhD-Degree Post-Graduation Program in
Electrical Engineering, both from FEI’s University Center (Inaciana Educational
Foundation).
254
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
he Oil and Gas sector gathers the biggest investments ever made in
Brazil in the last decades. Caught unprepared in the First Petroleum
War, in 1973, when it produced 15% of its daily consumption, until
the Second Petroleum War in 1979, The Country did not have enough time
to change that outlook. The result was a close-to-bankrupt economic Brazilian
situation in the international scenario in the early 1980’s. Full reversion of the
petroleum shock in Brazil lasted about 40 years. It consumed huge amounts
of national and foreign currency, bringing forth competencies in Oil and Gas
Engineering, a Brazilian exclusiveness today, with exploration in ultra-deep
waters. The way-shortening need led the Country into the cleanest energy
matrix in the world. As a prize for so much effort, the Arabian-sized fields’
discoveries in the pre-salt, close to the main consuming regions, make us foresee
Brazil as a petroleum exporter in the near future.
This would not be the scenario without deep scientific and technologic
knowledge accumulated. In this promising field, the ABC appears, as a whole,
as a potential pole for technology and manufacture development in Oil and
Gas. The region has teaching and research institutions, broad installed capacity
in terms of chemistry-and-mechanics-based industries and it is close to the
Santos Basin and the second center of Cenpes, Petrobras’ Research Center.
Nonetheless, for the ABC Region not to lose this opportunity, it is necessary to
quickly trigger a number of actions. FEI’s University Center is open to face the
challenge with research originating from the integration of its Engineering and
Computing Science courses.
The Oil and Gas Engineering has a long, intricate chain of technologic
sectors. Its end is a petro-chemical one with a mechanical basis, heavyweight
mechanics as a rule, in devices and equipment, from exploration to refinement:
platforms, ships, boats and supporting means, pumps, compressors, reactors,
tubulations, valves, towers, heat exchangers, burners, among others. It is not
an industry very different from automobile industry’s heavyweight mechanics
and its ramifications. On the other hand, its technologic evolution consists of
making all operations work in harmony, with integration and control. To this
end, it is necessary to put Mechanics, Electronics, and Chemistry together,
and interpolate them with New Materials, forecast logistic operations, civil
constructions, and make their workers suitably protected. No part of the
Engineering types can be done without, for they usually fit into good schools’
curricula. Some thought must be given here: Great projects such as the pre-salt
are successful only when there are human resources – their key-element – very
well-prepared and in enough number to perform all tasks. The pre-salt will call
for new Brazilian technologies, for there is no country in the world with similar
problems.
Based on these facts, FEI, with it tradition of preparing human resources and
generating knowledge in new research areas, arises as an institution prepared
to face the challenges. As an example, due to the advances and national and
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
255
256
international recognition of researches done in the Chemical Engineering area,
submission was approved to CAPES/MEC of proposal to open up the Master’s
Degree Program, where one of the investigation lines will be about “Petroleum,
Gas, and Bio-fuel”, enhancing FEI’s expertise and matureness in such area.
Petroleum fraction characterization, the experimental study, and property
modeling for petroleum fluids at high pressures and surface physical-chemical
modification to ensure drainage – all these themes are quite up-to-date in the
area and they will be part of the research in this concentration area.
On the other hand, there are already several investigation lines in progress
driven by the petroleum exploration and transport systems. FEI has been
long working with research on new materials, manufacturing methods, and
evaluation procedures for structural integrity of these Oil & Gas systems.
Facing adverse operation conditions, typical of the exploration or processing
areas (high temperature and pressure, contact with sediments, corrosion and
erosion, frailty and cracking by Hydrogen at high actuation tensions), research
lines on materials, fatigue, and fracture mechanics develop new experimental
and numeric methodologies to foresee and prevent failure in ducts, risers, and
pressure vessels with cracking. Fragile phase’s effects such as Sigma in duplex
stainless steel, highly relevant to the pre-salt, are also investigated.
FEI’s researchers have been either working on research or collaborating
in studies in several other areas, such as clean combustion at petro-chemical
industries; operation methods and launching of risers; control techniques for
platform and ship positioning; and equipment projects for transport boats
transfer to platform, advanced pottery and polymers applicable to equipment
and coating. Through association with partner institutions, FEI submitted
projects developing personnel training simulators; robot project for inspecting
hulls, risers, or tubes; UUV’s (Underwater Unmanned Vehicles) projects,
non-umbilical vehicles; and the ROV’s (Remote-Operated Vehicles) project,
umbilical-cord-operated vehicles, among others.
In exploration, it is necessary to investigate and implement new methodologies
for non-routine lab analyses and essays regarding basic industrial technology.
One of the research opportunities is to develop data-mining computational
methods, learning and automatic standard recognition, with application in
essential areas, such as Geo-Physics, where relevant information extraction
and interpretation are fundamental for oil or natural gas reserves discovery
and identification. Even with the advances already achieved by Brazilian R&D
Groups in the undersea robotics area, there is huge demand for development
and implementation, for example, of robots to inspect hulls and tubes with
flaws or defects. Studies at FEI have already shown that robots must be robust
and flexible, have Artificial Intelligence for automatic decision-making, as well
as a Computational Vision system and integrated electronic sensors.
The high technology and multidisciplinarity demands are also present in the
daily life of workers in the sector’s industries, who need protection regarding
garments, just to mention a last, but not least, fundamental aspect of the Oil
& Gas chain. This theme has been focused on by research and development
of technologies at FEI’s Textile Engineering, chiefly aiming to relate the textile
components’ features with end-product functionality, to protect the user from
chemical product exposure, risk of sudden fire, and electric arc.
The research lines in progress, or of immediate interest, or to come up in
the near future may and must contribute for sustaining this great regional and
national development project topped by the ABC Region. Re-affirming its
historical vocation for developing high-quality human resources and generating
knowledge and technology to meet the interests of industry and society, FEI is
ready for this other challenge.
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
257
258
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
259
SUSTAINABILITY APPLIED
TO THE OIL AND GAS
PRODUCTION CHAIN AND
ITS REQUIREMENTS FOR
PRODUCTIVE RE-CONVERSION
OR DIVERSIFICATION
IN THE ABC
André José Araújo Gabriel
MS in Chemistry (UFRRJ) and PhD in Pharmaceuticals (USP)
Coordinator of the Environmental Engineering Course of the São Paulo
Methodist University
ociety’s development comprises fields ranging from scientific, cultural,
and psychological sectors to the economic one. We live in an era to see
an ascending mankind seeking to manage its growth by observing the
demands to bring forth creative solutions for this systemic self-regulation.
Along with the urban and economic growth, the adaptation paradigm
becomes one of the administrative demand points – install, grow, manage.
Growth needs created a new look at the Environment-Obtained resources:
scarcity and finity began to be seen as reality, rather than future events. These
two factors created the need for awareness and attitudes bringing the dialog
formed by growth with human and environmental sustenance. The systemic
concept of sustainability comes out to reduce the gap between awareness and
society’s development.
Sustainability is defined as the relationship associating the environment
with its occupation and expansion so as to preserve its maintenance. The
environment, society, and economy are the three ends of the triangle. The
concept foresees the ecology-friendly relationship in a fair, economicallyexpanding society. Out of the triangle there appear the two-way axes
unfolding into:
Bearable human sustenance in the environment
Population growth brings about an increase in natural resource consumption,
reducing the natural recovery time required by natural processes. This paradigm,
central to sustainability, calls to the proposition of changing the modus operandi
of a society not seeing the price to be paid in the long term. Route change is being
felt in the slow, but constant ecological awareness movements, of implementing
Reduction, Re-Use, and Recycling policies. The latter is the most discussed one
by society, but it is more important to think of the other two “R’s”.
Feasible economic development
Economic growth is related to natural resource exploration. Sustainable
development is the challenge to implement services, products, and technology
that manage to keep the growth pace with natural resource utilization feasibility.
Being economical and ecologically feasible has been the sought tone for the
most varied strategies, such as creative technology development and the
mimetic look towards nature, known as Bio-mimicry, the search for innovative
solutions as of products and services bringing innovation into a world searching
for a new form of life.
Fair human development
Society develops itself out of such essentialities as food, dwelling, education,
and leisure. Each of these factors has a cost. Life is currently based on education
and labor as forms of economic growth. Goods and services are exchanged
through labor. Keeping the people with access to all these features regarding the
260
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
261
human factor is the third challenge to sustainability. In this triangulation there
enter information and education access and distribution so that everybody may
equally develop themselves. This is an important link so that the relationship
between economy and environment is looked at symmetrically.
Once put these three sustainability axes across, interdependence is noticeable
built up by sustainability’s systemic thinking: being ecologically correct,
economically attractive, and socially inclusive. In each dialog by the axes there
emerge challenges to bring together such distant possibilities, but needed and
which have been showing adherence in all of the population’s levels, noticeable
in the creation of such habits as responsibility for the produced garbage.
The ABC Region finds itself at a crucial point in this discussion, whether
geographically or economically and socially.
The ABC Region’s location – between the city of São Paulo and São Paulo’s
seashore – allows strong economic development, with huge population growth.
Adding to it, the Region has Atlantic Forest reserves, immeasurably valuable.
Outlining how to develop each sustainability axis is fundamental for this
region. The automobile assemblers’ economic development and those of
the petroleum industry and of other large-sized industries follow the singlesidedness of the economic growth’s viewpoint, showing positive indicators.
Making dialog possible with society ad the environment will be the path to
sustainable success, in the long-lasting sense. A city developing itself at an
economical pace seeks to incorporate the modus operandi change. There enter
human capital and biodiversity wealth.
Although life means change, altering standards is not easy. For a city showing
steady development, the key-moment is to notice the future path and, in the
present, alter the route. The biodiversity present in the city’s surrounding area
is a rich material to be preserved, with actions that the ABC Region has already
been implementing, such as the new Environmental License. It is necessary to
increase the number of actions in the environmental area, facing the sustainable
economic development challenge.
The third sustainability axis, the human one, is a potential change investment
and generator for alternatives uniting the triangulation aspects. Investing in
human development from the current economic conquests, bringing, along
with material comfort, education and environmental awareness actions, will
favor change, allowing the people to make ecologically correct choices. And
that completes the cycle that will place the ABC Region in the sustainable
world that follows.
262
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
263
ABC INDUSRTRY AND
NATURAL GAS
Prof. Valcir Shigueru Omori
General Director, Thermo-Mechanical Technology College
Prof. Wilson Carlos da Silva Junior
Academic Director, College of Thermo-Mechanical Technology
sing natural gas is a landmark in the country’s technological advance
and in the environmental preservation policies, collaborating for the
effectiveness of sustainable economy. This economy today forces
companies to keep a line of attendance to the consuming public’s growing
appeals, who, before buying products or services, wishes to know whether
the manufacturer’s or service provider’s policies are really targeted to life
preservation for the future generations, or whether their sole purpose is an
immediate one, looking down on the environment.
Large-scale natural gas utilization started in the 1990’s. The gas consumed
in our region is from Bolivia and the Campos Basin, whose original product is
a mix of gas, water, and liquid-state hydrocarbons. Part of this gas is re-injected
in the reservoir whence it came for its recovery, and the rest is transported to
the processing unit.
At these facilities, it is de-hydrated and fractionized, and its average
composition is formed by 89% de methane, 6% de ethane, 1.8% propane, and
3.2% of other components. In its natural state, the gas is odorless, but, for safety
reasons, an odor is added to make leaks easily noticeable.
Natural gas has a great advantage in use for its low pollutant release. In
addition, it is very efficient; it is safe, for it is lighter that the air; it forms no
concentrations, being dissipated in the atmosphere, reducing explosion risks;
it has cheaper maintenance than its competitors; it relies on more upgraded
production processes, with better product offered and end cost reduction.
In the São Paulo State, natural gas trading is performed by Comgás, whose
majority shareholding control has been held by the BG Group and Shell since
1999; it trades approximately 4.8 billion cubic meters of natural gas.
Picture 1 shows the share percentile in consumption volume of the various
natural gas consuming segments in the State of São Paulo. It is seen that the
industrial area is a huge consumer of the gas distributed in the State’s territory.
The industries using it request preparing a maintenance program for the
product’s values so that a mid- and long-term planning may be carried out
improving the industry’s competitiveness.
Picture 1- Share in volume of consuming
segments
Industrial | GNV | Residence |
Co-generation | Commerce | Thermo-generation
(Source: Comgás)
264
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
265
Picture 2 shows the energy diversity matrix in São Paulo’s industrial sector
between 1998 and 2009, according to the Energy Secretariat.
Picture 2- percentile share of the energy sources in
São Paulo’s industrial sector.
Other | Fuel Oil | Diesel Oil | Timber | Coke Mineral Coal | Other Primary ones
| Other Oil-Secondary | Natural Gas | Electricity | Sugarcane Bagasse || Other:
LPG, Coke-Oven Gas, Refinery Gas, Vegetable Coal, Steam Coal, Naphtha,
Kerosene, Pipelined Gas
The ABC industry is mostly metal-mechanic (car parts), comprising glass
production, and automobile and food sectors. In these sectors, the use of gas
has a direct influence in the end product. Another very important sector in the
ABC is the chemical one, where natural gas has direct participation in steam
and / or electricity generation.
Another vocation of the ABC is the commercial sector, where bars,
restaurants, and the like also rely on huge share of natural gas to mitigate risks.
Since it is not stored, payment of the used volume is made after consumption.
As the beginning of the pre-salt exploration in the Santos Basin draws
near, Petrobras is carrying out a great supplier’s qualification program and
encouraging teaching and research institutions to do research on several themes
linked to the products to be extracted in São Paulo’s seashore.
The ABC Region, close to the gas production area, will play a major role in
the benefit generation to the people. For this reason, the Region has, through
Public Management, especially by its Economic Development Secretariats,
made great movements in the industry, commerce, and teaching institutions so
that they may greatly and qualitatively contribute to the use of natural gas.
We need to encourage vehicular natural gas – GNV – mainly in taxis and
official city vehicles, helping to improve air quality in the region.
The ABC Town Halls’ role will be to coordinate the synergy between
266
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
teaching institutions and local industry so that joint research projects expedite
the industrial sector modernization with the new technologies allowing an
increasing use of natural gas, offering courses for qualification, and lato sensu
and stricto sensu specialization (Master’s and Doctor’s Degrees).
About the Salvador Arena Foundation
The Salvador Arena Foundation was idealized and created by Engineer
Salvador Arena, an enterpriser of the metallurgical sector and owner of
Thermo-mechanic São Paulo S.A., a leading company at non-ferrous metal
transformation, headquartered in São Bernardo do Campo. The Salvador Arena
Foundation stands out as a philanthropic entity with social support activities in
the areas of housing, health, social transformation, and especially education.
Salvador Arena died in 1998, at the age of 83, when the Foundation started to
be managed by a Board of Curators whom he named and that kept the original
projects, also increasing social and educational investments over the past years,
aiming to prepare qualified, competent individuals to analyze, assess, and
prioritize the information they receive, with competence to play a major role in
society transformation, under ethics and its Founder’s values.
To do so, the Salvador Arena Foundation keeps the Educational Center
of the Salvador Arena Foundation, relying on the Colégio Termomecânica
High School, serving from Child Education to High School and Technical
Teaching, and with the College of Thermo-Mechanical Technology (FTT),
offering technologic college courses in the areas of Foods, System Analysis
and Development, Industrial Mechatronics, and Managerial Processes, free of
charge and firmly aiming to add quality through its highly specialized faculty
and its modern infrastructure to teaching and research, thus collaborating with
the Great ABC’s development.
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
267
268
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
269
SENAI’S CONTRIBUTION TO THE
ABC REGION INDUSTRY
José Heroino de Sousa
Director, “Almirante Tamandaré” SENAI School
270
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
ENAI is a Private Law institution, maintained and managed by the
industry, which develops professional education in different fronts –
form basic formation of apprentices and technician formation, to postgraduation programs.
Besides education, aligned with several needs of the industrial sectors,
SENAI has diversified its activities offering technical and technological services,
besides fostering innovation projects and carrying out INMETRO-accredited
lab services.
In the State of São Paulo, SENAI has 91 fixed units and 70 movable ones,
with 8 fixed units installed in the Great ABC Region, offering educational and
technological services in consonance with the regional industry demand.
Considering the Great ABC’s industry position as a products and services
provider for the oil and gas chain, acting from exploration and production to
the transformation industry and use of petro-chemical materials, a demand will
occur in the region for high added-value goods and services originated from
various industries and sectors of economy, such as, for example: lightweight
and heavyweight metal-mechanics, electro-electronics, automation, transport,
energy, naval, textile, steel-metallurgy, plastics and special materials, Information
Technology, construction, maintenance, among others.
Before this scenario, and attending to its mission, SENAI-SP offers, in the
Great ABC Region’s units, solutions to contribute for industry competitiveness,
for each unit has a variety of specific products and services.
SENAI School “Almirante Tamandaré” is a teaching unit which, for more
than 49 years of activities, has prepared people for labor and for life, just like
the other SENAI schools, having developed its educational actions closely to
the entrepreneurial world where it is inserted, and aware of the social, political,
economic, and technologic scenario dynamics, so as to streamline the offer of
its educational products and target its investments towards adequation and
modernization of the spaces intended to the professional preparation of its
students.
The school keeps initial and continuous preparation courses, industrial
ad technical learning in the areas of Metal-mechanics, Electro-electronics,
Automobilistics, Timber-furniture, Information Technology, Logistics, and
Management. Among these we can highlight technical course in Industrial
Automation, Mechanics, and Quality, for they focus on the main required
competencies by the companies working or which will work as suppliers in the
referred oil and gas chain; that is, the former student will present knowledge
ranging from process and / or product quality management and maintenance
management to industrial project development.
Another unit is SENAI “Mário Amato” School, where the SENAI Colleges
are headquartered, with College Courses in Environmental Technology and
Polymers Technology. In addition to the Technology courses, the college offers
lato-sensu post-graduation courses in Environmental Law and Environmental
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
271
Controls, aiming to foster innovative actions targeting technology, social,
economic, cultural, and environmental spheres.
There are units installed inside large-sized companies, where basic and
technical level professional preparation programs are developed as per
companies’ needs.
The Great ABC Region also relies on SENAI Schools in the Cities
of Diadema, Maua, and São Caetano do Sul, the latter with the SENAI
Mechatronics College installed developing technical and college courses in
Industrial Mechatronics.
In order to remain in this front line position, the SENAI schools keep
constant monitoring of its performance indicators, responding with
promptness, sensibility, and creativity to the route revision and correction
needs, of processes, action re-planning and product offer actions, contributing
to prepare active professionals in the region’s industries who attend to or who
will attend to the oil and gas chain.
272
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
273
GIVING IT SOME THOUGHT
ABOUT THE IMPORTANCE OF
RESEARCH ON THE NEW OIL
REGULATORY BENCHMARK
n the early 1950’s, Brazil witnessed one of the most important moments in
its history, by occasion of the flag waved by the people on our city’s streets
titled “Oil is Ours”. This victorious movement gave birth to Petrobras and
the stated-owned monopoly, partly broken in the 1990’s by Fernando Henrique
Cardoso’s government.
On that occasion, debates were quite hot and chiefly concentrated on the
issue of controlling the extraction, refining, and distribution of the “black gold”.
Time has gone by and, even today, there is no theme to be more controversial
that Petroleum extraction regulation, above all, after the discoveries of the PreSalt tier, in the Brazilian coast.
Taking, as an example, the dispute involving the petroleum royalties division
(profit percentile obtained by the companies and paid to the State’s entities as
a way of making up for using natural resources) among the Unity, States, and
Cities, the truth is that the debate is radicalized between parties, and not even
the Country’s Major Law has been looked up to.
An example of such is that, on March 18th 2013, Minister Cármen Lúcia, of
the Supreme Federal Court, suspended the resulting rules from the presidential
veto whip (with reference to Law no. 12.734/2012) changing the royalties
spreadsheet and attending to the request presented by the producer states. This
is the decision summary, verbis:
Decision
Direct action of unconstitucionality.
Provisions by law no. 9.478/1997 And law no. 12.351/2010
Altered by law no. 12.734/2012. Changes in the rules for
royalties distribution and special participations of states
and cities: claimed disobedience to art. 20, § 1º combined
to line al. B of section. Ii of § 2º of art. 155 Of the federative
republic’s constitution. Objection. Effect retro-action
of the new legislation in compliance with perfect legal
acts and the principle of legal security. Legal plausibility
demonstrated. Exceptional urgency configured to impose
custodial deferment ad referendum by the parliament1.
Marcelo Mauad
Professor PhD
M.S. and PhD. Degrees in Law (PUC-SP)
Director of the São Bernardo do Campo College of Law and Legal Department
Coordinator to the Metallurgists’ Union of the ABC
Right next, there cane the news that Federal Representatives already admitted
presenting a Constitutional Amendment Project should the provisional remedy
be kept2.
It is certain that the interests involved are huge ones (leading to losing
temper) and that the public administrators must try to obtain more resources
Precautionary measure in the direct unconstitutionality
action 4917; federal district; reporting judge min. Cármen
Lúcia; requested by: Rio de Janeiro state governor; attorney:
rio de janeiro state general attorney; titled: president of the
republic; attorney: unity’s general attorney; titled: national
congres; attorney: unity’s general attorney.
2
Portal www.Uol.Com.Br dated mar/13/2013.
1
274
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
275
276
so as to apply them the best way possible, owing to the huge social demands
and others to require their active participation. However, this should not drive
blind, uncontrolled activity to bring about a feeling of widespread insecurity,
chiefly in the legal sphere.
The Constitution is there, not only as a simple sheet of paper, or mere
reference to be observed according to momentary convenience and private
interests of the parties involved. Just the other way around, the Major Law
imposes its strict compliance on everyone, before the legality principle, to
commit everybody to obeying it.
This debate shows how important researches are about the new regulatory
petroleum benchmarks nowadays. Indeed, a theme this grand, whose
consequences of the respective decisions can bring about huge damage to
Cities and States, with severe revenue reduction, cannot be reduced into a
Parliamentary combat, without compliance with the minimum parameters and
basilar principles consecrated by the Major Law – especially the perfect legal
act principles and those of legal security, which are under the risk of serious
violation, and whose current precedent (of law approval with unconstitutional
content) may bring serious reflections in the future.
Hence the importance of norms regulating the petroleum issue so as to
shed light on this debate which interests the country and the Brazilian people
so much.
Enacting laws about this theme – with strong technical, legal, and, above
all, political content – also demands research deepening in such areas as the
environment and tourist and landscape heritage of the affected regions (which
may be heavily affected by some incident which comes, for example, to spill oil
into the oceans and beaches), besides investigating everything else that could
be affected with the “black gold” extraction operations.
Another extremely important approach, with consequences still to be
disciplined by pertinent legal benchmarks, regards examining the reflections
of strong local (and even national) dependence on revenue originating from oil
extraction. What to do when such mineral resources get scarce or even finished?
How can the economy be developed without being trapped by depending on
petroleum revenue? I mention here the so-called “petroleum curse”.
Indeed, we know there are important differences today between the models
by such countries as Norway, the United Kingdom, and other like Russia,
Venezuela, and Nigeria. For the former, petroleum is one more economy sector.
The others, however, have this mineral defining the economy trends, the social
areas, culture, and even politics. The extent is such that Juan Pablo Pérez
Alfonzo, one of the exponents at Petroleum Exporting Countries Organization
(Opep), in the 1970’s, named it after “the devil’s excrement”.
An important finding, nowadays, is that – in countries where petroleum is a
curse – economic growth benefits concentrate on the hands of small political,
military, and entrepreneurial groups. It is certain that in Venezuela there is some
effort to seek better oil-originated income, but it is still too early to assess longterm success of such policy.
Also, these countries’ currencies often value themselves very fast compared
to those of other countries, which refrains exports of everything other than
hydrocarbon.
In turn, this inhibits economy diversification and dooms countries to
increasingly depend upon oil and gas exports. The economic growth brought
about by such does not generate quality working posts and in the desired
proportion
Another extremely important question is the proposal presented by
President Dilma Rousseff, who edited a provisional measure to target 100%
of the pre-salt resources towards education. Unfortunately, the falling of the
President’s vetoes, early this year, also affected this measure. It can still certainly
be resumed, but the movement seen at the Congress signals so there will be
no such linking. This must be deeply debated since we cannot lose the historic
opportunity to ransom the social debt which has so far existed in our country.
Finally, the oil issue demands a much more serious, in-depth debate than
the one we have witnessed so far, reduced to royalty bunch division this or that
way.
For all this, we stand up for more research and solid reflections, in addition
to truly strict, in-depth studies, to subsidize the development and upgrading
about the new Oil regulatory benchmarks.
In addition, let the whole society participate in this debate, so as to
consciously make their choices.
The moment is crucial to build up the kind of country that we wish for the
future generations.
I hope we will make the right choices...
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
277
278
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain
279
280
THE ABC OF OIL AND GAS:
The ABC Region’s Great Potential to provide services and products to the Oil and Gas Chain

Documentos relacionados