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BR REHEG PH IM.CO.1880
CORREIO OFFICIAL DE 1880
14 /01/1880 pg. 4 Noticiario
Correio do sul. – O que devia ter chegado a 12, só fez a 13, trasendo datas da côrte
que alcação até 20 de dezembro.
De interesse para esta provincia, só encontramos nos jornaes o que se segue:
Bispado de Goyaz – Ministerios dos negocios do imperio – Rio de Janeiro, 17 de
dezembro de 1879. – Em officio de 20 de outubro ultimo communicou-me V. S. que quatro
dias antes reabrira as aulas do seminario episcopal de Santa Cruz, matriculando-se 30
alumnos, que foram admittidos como externos, por não haver meios para se occorrer á
despeza com a manutenção do respectivo internato.
Prestando a este assumpto a consideração que merece, declaro-lhe que, afim de se
poder curar dos meios de remover o obstaculo que se oppôe á completa organisação daquelle
estabelecimento, convem que V. S. informe a quanto se elevam os gastos necessarios para
estabelecimento do internato.
Aproveito a opportunidade para recommendar a V. S. que tracte quanto antes de
mandar abrir concurso para o provimento vitalicio das cadeiras do referido seminario, como
dispôe o decreto n. 3,073 de 22 de abril de 1863, unico meio proficuo de serem as mesmas
cadeiras bem servidas e o ensino regular e permanente.
Deos guarde a V. S. – Francisco Maria Sodré Pereira. – vigario capitular do bispado
de Goyaz.
Sociedade Dramatica. – No Sabbado ultimo, 10 do corrente, deo esta sociedade um
espectaculo no Theatro de S. Joaquim, levando á scena o magnifico drama de Mendes Leal,
em 5 actos. Pedro, e a comedia Manoel João ou a patente de Capitão.
No desempenho dos papeis quer no drama, quer na comedia, forão se
satisfactoriamente os actores. Entre estes é justo destacar os protogonistas do drama Pedro D.
Maria, o Conde Santiago e o da Comedia Manoel João.
Ao corpo scenico, composto dos Srs. Luiz de Camargo, Bernardo Antonio, João
Carlos, Luiz Codinho, Francisco Viana, Moysés, J. Jubé, Porfírio de Barros, Joaquim
Deolindo, Joaquim I. Cardozo, José Theotonio, J. Cintra e Antonio Marques dirigimos as
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nossas felicitações e as nossas animações. Aquelles pelo exito da representação, que tanto
agradou ao publico, e a estes para que continuem na senda encetada.
A orchestra, dirigida habilmente pelo Sr. José Marques Tocantins, tocou escolhidas
peças de seu repertorio, arrancando ás vezes, applausos da platéia.
O Sr. Alferes Brandão neste, como em outros espectaculos, tornou-se digno de
encomios pelos trabalhos de enscenação.
COLLEGIO IZABEL NO VALLE DO ARAGUAYA.
O Encarregado interino do serviço catechese recebe em Leopoldina proposta em
cartas fechadas até 29 do corrente mez, as 10 horas, para fornecimento, no primeiro semestre
de 1880, dos generos alimenticios para os indios do referido collegio, a saber:
Ao Kilograma:
Assucar crú, carne verde, dita os dita de porco, peixe secco, toucinho e sabão da
terra.
Ao litro:
Arroz pillado, sal, feijão, farinha de mandioca e de milho, milho para cangica,
vinagre da terra e azeite.
Ao numero:
Vellas de sebo, alho, cebola, e rapaduras.
O fornecedor será obrigado a mandar entregrar no collegio os generos pedidos
Goyaz, 9 de Janeiro 1880.
O Encarregado.
Conego Antonio Marques Santarem
17/01/1880 pg. 1 Expediente / Dia 8 de Janeiro de 1880 / Despachos / Officios
12. Conego Inspector da Instrucção Publica participando não haver o professor da
escola de Taguatinga,. João da Cunha Figueiredo, por circunstancias imprevistas, gosado da
licença de 3 mezes que lhe foi condedida em 5 de junho do anno p. passado – A´ Thesouraria
Provincial para os fins convenientes.
14. Conego Inspector Geral da Instrucção Publica ( no officio despachado sob. N.
638) A´ Thesouraria Provincial para ser satisfeito de accordo com sua informação.
17/01/1880 pg. 1 Expediente / Dia 8 de Janeiro de 1880 / Requerimentos
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9. Luiz Nunes da Silva, como cessionado do professor do Lycêoo, Joaquim Gomes
de Oliveira, pedindo pagamento, dos ordenados do referido professor, na importancia de
266$664 rs. do exercicio findo – A´ Thesouraria Provincial para informar.
17/01/1880 pg. 4 Noticiario
Syllabaria escolar – Recebemos um exemplar deste interessante opusculo, que nos
foi obsequiosamente offerecido pelo Sr. M. M. Jardim, a quem agradecemos. E´ um livrinho
muito recomendavel para o ensino de primeiras lettras.
21/01/1880 pg. 1 Parte Official / Governo Provincial / Expediente / Dia 10 de
Janeiro de 1880 / Officios
(...)
Os professores publicos primarios pagos pela verba – Catechese – do Ministério da
Agricultura deverão receber seos vencimentos n’essa Repartição por si ou por seos
procuradores, segundo fôr de direito, não convindo, conforme representou-me o Encarregado
Interino do Serviço de Catechese no Valle do Araguaya, que a respectiva importancia seja
entregue ao Thesoureiro do dito Serviço para fazer os pagamentos, conforme a pratica que
tem sido seguida.
(...)
24/01/1880 pg. 1 Parte Official / Governo Provincial / Expediente / Dia 10 de
Janeiro de 1880 / Requerimento
13. José Rodrigues de Moraes Jardim pedindo licença para matricular seo filho
Joaquim Leopoldino de Moraes Jardim nas aulas de Geographia, Arithimetica, Francez e
Portuguez do Lycêo, visto ter sido encerrada a respectiva matricula – Ao Sr. Conego
Inspector Geral da Instrucção Publica para informar.
24/01/1880 pg. 04 TRANSCRIPÇÃO.
Generalisação do systema metrico de decima.
Dar a todos os povos a mesma “lingua” os mesmos “pesos” as mesmas “medidas” e
as mesmas “moedas”, tem sido a constrante aspiração de um sem numero de philosophos e de
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philantropos, desde a mais alta antiguidade. E’ bem de notar que os grandes conquistadores
accrescentavão aos votos dos philatropos os de um só rei e de uma sò lei para todo o mundo.
De todas estas aspirações a que parece estar mais perto de ser realidade é a
unificação dos pesos e medidas. A da lingua universal continua quasi no mesmo estado que
no seculo anterior. Parece até que nos paizes mais cultos tem fugido á solução do ingente
problema da unificação das linguas. Na verdade, no seculo passado, os livros scientificos erão
todos escriptos em latim, e n’essa mesma lingua todos os documentos importantes. No
principio d’este seculo, principalmente sob o dominio do primeiro Napoleão, a lingua
franceza foi considerada a da diplomacia. Bismark, desvairado pelo orgulho das suas victorias
de 1870 e 1871, quiz substituir a lingua allemã à franceza nas relações diplomaticas.
O desenvolvimento extraordinario que tem tido a technologia scientifica e industrial
n’estes ultimos tempos tornou o latim impossivel para os trabalhos actuaes; cada sabio, cada
experimentador escreve em sua propria lingua. Apenas as descripções botanicas, para
classificação, continuão a ser em latim. No entanto a lingua franceza conserva ainda uma
certa vantagem sobre as outras pela promptidão das traducções de todas as obras notaveis que
apparecem em qualquer paiz do mundo e como os sabios francezes têm o dom de apresentar a
sciencia sob o ponto de vista mais accessivel, as traducções francezas são, ás vezes
procuradas do que os proprios originaes, principalmente quando annotadas e enrequecidas de
commentarios.
Assim o seculo vindouro receberá esse problema no mesmo estado em que o
tomamos do seculo XVIII: quando muito esta mais ou menos estabelecido que um pessòa de
instrucção deve saber:
1. – Sua propria lingua;
2. – Francez;
3. – Inglez;
4. – Allemão;
5. – Italiano.
O Italiano introduz-se pelo attrahente vehiculo da musica, da opera italiana; a lingua
hespanhola tem uma certa importancia na America pelo grande numero de descendentes de
hespanhoes, e por ser mais ou menos entendida por brazileiros e portuguezes, mesmo se
nunca fizerão estudos n’ella.
BR REHEG PH IM.CO.1880
O problema de unificação das moedas tem marchado mais lentamente do que o dos
pesos e medidas. Muitas nações, nosso Brazil e Portugal notoriamente, adoptarão o systema
metrico, e tiverão a estulticia de conservar sua moeda, absolutamente excepcional.
Da aspiração dos conquistadores de dar um só rei a todo mundo parece a humanidade
estar felizmente livre. As relações continuas entre os povos, os caminhos de ferro, os paquetes
a vapôr, principalmente, os telegaphos terrestres e maritimos estão trabalhando fortemente
para unificar as legislações.
Já a humanidade conseguiu:
Convenções internacionais para correios e telegrafos;
Convenções internacionais para extradição;
Convenções internacionais para tratamento de feridos em tempo de guerra, etc.
Os congressos de profissionaes, tão em moda hoje na Europa, principalmente depois
da exposição universal de Pariz, acabarão por dar a todos os povos a mesma e melhor lei
sobre todos os assumptos. D’entre estes devemos fazer especial menção na Revista Industrial
o de uma legislação internacional para garantir a propriedade immaterial; de inventos
industriaes e de livros, instantemente pedida pelos congressos das exposições universaes de
Vienna e de Pariz.
Todas essas considerações nos forão suggeridas pelo estudo da seguinte estatistica
dos paizes que já adoptarão o systema decimal, com suas respectivas populações.
Paizes que adoptarão completamente o systema metrico decimal.
Paizes
População
1 França
39.000.000
2 Colonias francezas
3.600.000
3 Hollandezas
3.000.000
4 Colonias hollandezas
5 Belgica
6 Hespanha
22.500.000
4.800.000
16.600.000
7 Colonias hespanholas
2.600.000
8 Portugal
4.300.000
9 Italia
26.000.000
10 Confederação Germania do Norte
29.900.000
11 Grecia
1.300.000
12 Roumania
4.600.000
13 Indias inglezas
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150.800.000
14 Mexico
8.200.000
15 Nova Granada
2.800.000
16 Equador
1.000.000
17 Perù
3.400.000
18 Brazil
10.000.000
19 Republica do Uruguay
500.000
20 Confederação Argentina
2.000.000
21 Chile
2.000.000
Somma
338.900.000
Paizes que só adoptarão valores valor metrico:
1 Wurtemberg
1.800.000
2 Baviera
4.800.000
3 Baden
1.400.000
4 Hesse
800.000
5 Suissa
2.500.000
6 Dinamarca
2.400.000
7 Austria
4.800.000
8 Turquia
35.000.000
Somma
83.500.000
Paizes que adoptarão o systema metrico decimal facultativo:
1 Inglaterra
22.000.000
2 Estados Unidos
39.000.000
Somma
61.000.000
Dos paizes mais notaveis do mundo só verdadeiramente a Inglaterra e os EstadosUnidos obstinão-se em conservar seu antigo systema.
Por fatalidade o ministro Palmersiou fez do systema metrico decimal questão do
patriolismo, e obstou sua adopção na Inglaterra, e consequentemente aqui nos EstadosUnidos, que neste ponto ainda segue as pegadas da mãe-patria.
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No emtanto continua incessantemente a progaganda para adopção do systema
metrico tanto aqui nos Estados Unidos como na Inglaterra. Já se tem conseguido pôr em moda
as divisões decimaes dos pés e da pollegada.
A estatistica que acabamos de reproduzir é devido a um pamphleto de propaganda
com o titulo “The Metric System of Weights and Measures” escripto por Frederick A. P.
Bernard e que foi recommendado no congresso internacional de pesos, medidas e moedas,
reunido no Trocadero, durante a exposição universal de Pariz, como o melhor documento
sobre o assumpto, apesar de escripto por um americano e impresso aqui em New – York.
(Da Revista Industrial)
28/01/1880 pg. 4 Noticiario
Revista de Medicina. – A exemplo da publicação do Novo Mundo e da Revista
Industrial, periodicos brazileiros dados a luz em New-York, começou a ser publicada em
Pariz.
E’ escripta em portuguez e por patricios nossos.
(...)
31/01/1880 pg. 3 Documento Official
COLLEGIO IZABEL
Parece que o tempo decorrido depois da fundação do collegio Izabel é bastante para
se formar juizo sobre a sua utilidade, tanto mais quando a ideia angular de sua organisação é
conhecida desde os tempos coloniaes.
O Aviso de 21 de setembro de 1870 considerou-o um ensaio. Não se procurou,
porem, fazer a experiencia com o devido zelo e cuidado, como era mister, para que os
resultados praticos correspondessem á theoria. O ensaio mal feito vinha desacreditar a
instituição. Os melhores projectos enguição-se sendo mal executados.
Tem sabido do collegio indigenas do mesticados, que tem se dedicado a trabalhos
uteis; algumas educandas tem contrahido matrimonio com brazileiros; o estabelecimento tem
attrahido a geral attenção das cabildas do Araguaya. São conhecidas as suas vantagens.
Podia, comtudo, apresentar melhores resultados, se fosse melhor comprehendido e
executado o projecto confusamente esboçado no Aviso de 1870.
Mandou-se crear o collegio; depois approvou-se a idéa da fundação de uma fazenda
destinada a creação e á agricultura; depois laçou-se as bases da colonia de Chambioás, no
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baixo Araguaya – Ampliou-se as ordens que autorisarao taes estabelecimentos, e instituto se
uma repartição de catechese e colonisação, ligada á empreza de navegação, independente da
Directoria Geral dos Indios.
Procurou-se estender esta repartição á outras provincias. «Este serviço, diz o
Relatorio do Ministerio da Agricultura de 1874, abrange as provincias de Goyaz, Matto
Grosso e Pará, na parte situada ás margens do Araguaya: tem sua séde em Leopoldina.»
Mandou-se entregar quasi toda a quantia distribuida a esta procincia para a catechese
ao Thesoureiro do serviço, que a empregava, e prestava contas á Thesouraria. A Directoria
correspondia-se directamente com o Ministerio. Desta sorte a Repartição não ficou sujeita á
inspecção immediata da Presidencia.
Na ausencia do seo dedicado Director, facil seria a introducção de abusos, que
estenderão raizes prejudiciaes ao serviço.
Creado o collegio, não se regulou o modo dos fornecimentos, não se fiz estatutos
internos, não se regularisou as relações da Directoria com os aldeamentos, não se determinou
os meios para a obtenção de crianças a elle destinadas.
Transferida para particulares a empreza de navegação, não se procurou garantir
devidamente a catechese, que áquella empreza estava intimamente ligada.
Abusos nos fornecimentos, falta de inspecção no procedimento dos encarregados,
irregularidades no pagamento, pessoal desnecessario, adquisição de crianças por violencia ou
por meiode trafico repprovado, forão outros tantos males, que vierão prejudicar a instituição.
Acceito o plano, e posto em execução aos poucos, não se desceu as minuciosidades
do serviço, não se tomou as medidas praticas necessarias para que elle vingasse, e a nova
instituição medrasse. O governo confiou-se no prestigio, zelo e dedicação do fundador do
collegio, o qual em breve ausentou-se das margens do Araguaya sem deixar substituto que o
igualasse.
Desde 1877 mandou o governo comprar gados para o Dumbasinho na importancia de
5.000$ rs.
Até hoje não se realisou a compra, não obstante ter sido applicada a quantia a esse
fiem desde a mencionada epocha.
Junto o officio que, em data de 30 de dezembro ultimo, dirigia este respeito a
Thesouraria de Fazenda, para o qual chamo a attenção de V. Ex. A introducção da industria
pecuaria, é uma idéa que cumpre pôr em pratica, porque produzirá os melhores resultados.
BR REHEG PH IM.CO.1880
11/02/1880 pg. 1 Parte Official / Governo Provincial. / Expediente. / Dia 28 de
Janeiro de 1880. / Officios. / Do Secretario
Ao Inspector Geral do Instrucção Publica.
De ordem do Illm. e Exm. Sr. Presidente da Provincia, communico a V. S., para fins
convenientes, que por despacho desta data, o mesmo Exm Sr. concedeo a Sebastião da Costa
Couto, professor interino de primeiras lettras da villa do Forte, tres mezes de licença, com
vencimentos, que requereo, a contar de 7 do corrente mez, para tratar de sua saude onde lhe
convier, deixando na regencia da escola pessoa paga a sua custa e da approvação do
respectivo Inspector Parochial.
14/02/1880 pg. 1 Parte Official / Governo Provincial. / Expediente. / Dia 20 de
Janeiro de 1880. / Officios.
Ao Inspector Geral da Instrucção Publica.
Com o offcio de V. S. sob n.º 16, de hotem, recebi copias dos termos de exames a
que se procedeo nas escolas de ambos os sexos da Villa de Jaraguá e Corumbá.
14/02/1880 pg. 3 e 4 Noticiario
Instrucção Publica – Resultado dos exames que se procedeo no Lyceo desta cidade,
em 11 de novembro p. passado, das materias do anno lectivo.
Latim.
Arthur de Camargo Carneiro, Antonio Ferreira Ribeiro, Pedro Ribeiro da Silva,
Alfredo Curado Fleury, Luiz Sisenamio Xavier Serra-dourada e Sebastião Fleury Curado,
approvados plenamente em tradução de prosa e verso. Feliz Fleury de Souza Amorim,
Antonio Victor Malheiros Serra-dourada. Emilio Francisco Povoa, Benjamin E, Malheiros
Serra dourada e João José de Campos Curado, idem em traducção e analyse grammatical e
Epitome da Historia sagrada. Deixou de comparecer um alumno.
Dia 12.
Portuguez.
Arthur de Camargo Carneiro, Sebastião Fleury Curado. Domingos Marques L.
Fogaça, Antonio Ferreira Ribeiro, Pedro Ribeiro da Silva, Alfredo Curado Fleury, Felix
Fleury de Souza Amorim, Luiz Marcellino de Camargo Filho, Joaquim Leopoldino de Moraes
Jardim, Luiz Confucio de Sá, Ouvidio Abrantes e José do Espirito Santo de Campos,
plenamente approvados em analyse grammatical e medição de versos.
BR REHEG PH IM.CO.1880
Felippe Nunes da Silva, em principios de grammatica.
Francez.
1ª Classe.
Sebastião Fleury Curado, Arthur de Camargo Carneiro, Domingos Marques L.
Fogaça, Alfredo Curado
Fleury e João Nunes da Silva, plenamente approvados em
composição de themas.
2ª Classe.
Luiz Sisenando Xavier Serra-dourada, Joaquim Leopoldino de Moraes Jardim, Felix
Fleury de Souza Amorim, Luiz Confucio de Sá, Emilio Francisco Povoa, José Geraldo de
Andrade, Luiz Marcellino de Camargo e Ovidio Abrantes, approvados simplesmente em
leitura, traducção e analyse grammatical.
3ª Classe.
Forão examinados e não tiverão nota por serem principiantes, João José de Campos
Curado, Maurilio Curado Fleury. Felippe Nunes de Souza e José do Espirito Santo Campos.
13.
Arithmetica.
Jeronymo Rodrigues de Moraes, Eduardo Arthur Socrates, e Antonio Felix de Faria,
plenamente approvados.
Geometria
João Gustavo de Sant’Anna, Eduardo Arthur Socrates, Jeronymo Rodrigues de
Moraes, Francisco Craveiro de Sá e Antonio Felix de Faria, plenamente approvados.
Deixarão de fazer exame de arithmetica por terem-no prestado na Thesouraria de
Fazenda os alumnos: Francisco Craveiro de Sá, João Gustavo de Sant’Anna, Antonio de
Sant’Anna de Azevedo, João Athanasio de Almeida e Joaquim de Sant’Anna de Andrade.
Não teve lugar os exames de Geographia e Historia por não haverem comparecido os
respectivos alumnos.
18/02/1880 pg. 1 Parte Official
/
Governo Provincial
/
Expediente
/
Dia 3 de
Fevereiro de 1880 / Officios
Ao inspector Geral da Instrucção Publica.
Accuso recebido o officio de V. S. de 31 de dezembro ultimo, acompanhado de
copias dos termos de exames a que se procedeo na escola do sexo masculino da villa de
Cavalcante e na do feminino de Entre-Rios.
BR REHEG PH IM.CO.1880
Ao mesmo.
Não se devendo escrever nas Repartições publicas senão com tinta preta indelevel,
assim o declaro a V. S. para os fins convenientes.
21/02/1880 pg. 1 Governo Provincial. / Expediente. / Dia 4 de fevereiro de 1880 /
Officios.
Ao conego Vigario Capitular do Bispado.
Rogo a V. S. se digne de informar, com o que lhe parecer, acêrca da petição inclusa
de Benedicto Rodrigues de Campos, pedindo uma guarda de honra e respectiva musica para
acompanhar a procissão a que se refere.
Ao Inspector Geral da Instrucção Publica.
Respondendo o offcio que V. S. me dirigio hoje, sob. n. 21, tenho a dizer-lhe que
approvei a nomeação que fez o Inspector Parochial da Villa de Pouso Alto do cidadão
Joaquim José Leite Pinheiro para reger interinamente a escola de primeiras letras do sexo
masculino da mesma Villa, durante a licença de seis mezes, que por despacho de 17 de julho
do anno p. p. fôra concedida, com todos os vencimentos, do respectivo Professor, para tratar
de sua saúde.
21/02/1880 pg. 1 Governo Provincial / Expediente / Dia 4 de fevereiro de 1880 /
Officios.
61. Inspector Geral da Instrucção Publica participando ter sido nomeado Joaquim
José Leite Pinheiro para reger interinamente a escola de Pouso Alto, durante a licença do
proprietario, Isidoro Martiniano Pereira. – Approvo. – Á Thesouraria Provincial para os fins
convenientes.
21/02/1880 pg. 3 Expediente da Thesouraria Provincial / Dia 6 de Setembro de 1879 /
Officios / 9
Ao Exm. Sr. Presidente da Provincia.
Restituindo a S. Ex. o officio da Inspectoria Geral da Instrucção Publica,
acompanhando do requerimento documentado em que a Professora vitalicia da villa de Pilar
D. Anna da Silva Aranha pede sua aposentadoria do dito emprego; e submettendo à
apreciação de S. Ex. a informação, que se remette, da 1ª Secção e parecer fiscal desta
BR REHEG PH IM.CO.1880
Repartição, com os quaes concorda: julgando esta Inspectoria ter assim cumprido o despacho
de S. Ex. proferido á 5 do corrente n’aquelle officio.
Ao mesmo.
Apresentando á S. Ex. a informação, que se envia, da 1ª Secção desta Repartição,
com a qual esta Inspectoria está de accôrdo, prestada sobre a materia da petição e
documentos, que se devolve, relativos á pretenção do Capitão Francisco de Paula Ferreira.
25/02/1880 pg. 2 Do Secretario / Despachos. / Officios.
74. Inspector Geral da Instucção Publica apresentando o officio em que o Professor
da escola da Conseição pede ser pafo de seos vencimentos pela Recebedoria de S. José do
Duro, visto não o poder ser com reguralidade pela da Conceição – A’ Thesouraria Provincial
para informar.
25/02/1880 pg. 4 Annuncios
Aos illustres Srs. Socios do Gabinete Litterario.
O abaixo assignado, Bibliothecario e Procurador do Gabinete Litterario Goyano, em
observancia do art. 41 dos Estatutos e do que lhe foi determinado pela Directoria, roga aos
Illustres Srs. Socios que tenham a bondade de recolher á bibliotheca as obras que se acham
em seu poder, cujos os prazos já se acham findos, por ser isso de conveniencia para os outros
socios, que tambem querem ler, e ser necessario conhecer-se o estado das mesmas, afim de
mandar-se encadernar as que estiverem em máu estado.
Goyaz, 23 de Fevereiro de 1880.
Antonio Gomes Pinto.
03/03/1880 pg. 4 Noticiario
Instrucção Publica – Exames das escolas primarias de Meia-ponte. Escola do sexo
masculino. – apresentarão-se 41 alumnos – foi aprovado plenamente em leitura, escripta,
doutrina e contabilidade, e simplesmente em grammatica portugueza o alumno Joaquim José
do Nascimento. Forão examinados todos os mais das classes inferiores nos quaes a respectiva
commissão notou adiantamento. – escola do sexo feminino. – Estiverão presentes 33 alumnas,
das quaes foi approvada nas materias do ensino primario Maria Thomasia Teixeira de Aquino,
sendo tambem aprovadas em leitura, escripta, contabilidade e trabalhos d’agulha Rosaura
d’Abbadia Mendonça. Laurinda da Costa Pimentel, Izolina de Abadia Veiga, Maria Christina
BR REHEG PH IM.CO.1880
de Mendonça, Maria Rosa de Viterbo, Honorina Alves de Amorim e Anna Francisca de
Oliveira: sendo com distinção em trabalhos de agulha Rosaura d’Abadia de Mendonça: Notou
a commissão aproveitamento nas alumnas das classes inferiores.
03/03/1880 pg. 4 Edital
De ordem de S. Ex. e Sr. Presidente da Provincia declaro, para conhecimento
d’aquelles a quem interessar, que n’esta Secretaria se recebe propostas, até o dia 15 do
corrente, para a factura de diversas obras na estrada de Jurupensem a Leopoldina, - cujos
orçamentos vão abaixo publicados, podendo, entretanto, os interessados, para mais
esclarecimentos, entenderem-se com o Dr. Engenheiro da Provincia.
As ditas obras só serão pagas depois de examinadas e aceitas pelo mesmo
Engenheiro.
Secretaria da Presidencia de Goyaz, 2 de março de 1880.
O Secretario.
Caetano Nunes da Silva.
06/03/1880 pg. 4 Noticiario
Assembléa Provincial. – Nomeação de commissões.
Constituição e Poderes.
Os Srs: Gouvêa, Rios e Azevedo.
Fazenda Provincial.
Os Srs. Carneiro, Pacifico e Leopoldo.
Fazenda Municipal.
Os Srs. Constancio, João Gualberto e Castro.
Instrucção Publica, Catechese e Colonização.
Os Srs. Gouvêa, Carneiro e Joaquim Martins.
Estatistica.
Os Srs. Caiado, Gonzaga e João Gualberto.
Commercio, Agricultura, etc.
Os Srs. Constancio, Gonzaga e Rios.
Força Publica.
Os Srs. Gouvêa, Caiado, e Joaquim Martins.
Negocios Eclesiasticos, Justiça civel e criminal.
BR REHEG PH IM.CO.1880
Os Srs. Azevedo, Joaquim Martins, e Castro.
Petições e Redações.
Os Srs.Gouvêa, Pacifico, e Leopoldo.
Exame da Thesouraria Provincial.
Os Srs. Carneiro, Constancio, e João Gualberto.
10/03/1880 pg 3 Do Secretario / Despachos. / Officios.
103. Inspector Geral da Instrucção Publica apresentando mappa da frequencia dos
professores do Lycêo, e o pedido da quantia de 15$000 réis para pagamento do respectivo
servente, tudo relativo ao mez de fevereiro p. p. – A’ Thesouraria Provincial para os fins
convenientes.
104. O mesmo participando ter fallecido, á 2 de fevereiro p. passado, o professor
interino da escola primaria da freguezia do Chapéo, Felippe Antonio Cardoso de S. Cruz –
Idem, idem.
105. Conego Vigario Capitular do Bispado apresentando conta da quantia de 12$000
rs., despendida com o Acto Religioso que teve lugar a 29 de fevereiro p. passado. – Idem,
idem.
106. Alferes commandante do destacamento da Boavista participando acharem-se as
praças respectivas só receberão seos vencimentos até 30 de setembro. – A’ Thesouraria
Provincial para informar.
107. Presidente interino da Relação communicando ter o Dr. Benedicto Felix de
Souza, Juiz de Direito da comarca do Rio das Almas, tomado assento, com jurisdicção plena,
no Tribunal da Relação – A’ Thesouraria de Fazenda para os fins convenientes.
17/03/1880 pg. 2 Expediente / Dia 4 de março / Officios.
Ao delegado de Policia do Termo de Catalão.
Accuso recebido o seo officio de 22 de fevereiro p. p. prestando informações que
exigi acerca do extravio de registrados remettidos pelo correio da linha d’esta capital para S.
BR REHEG PH IM.CO.1880
Paulo por essa cidade, ficando pelo mesmo officio certo de que nenhuma prova ou indicio
encontrou de haver sido o facto praticado na agencia d’essa cidade.
Ao Juiz de Paz da Parochia de S. Rita.
Já lhe foi declarado, em officio sob. n. 8 de 20 de janeiro ultimo, que não podia Vm.
exercer, cumulativamente, os cargos de Juiz de Paz da parochia de S. Rita d’ Anta e professor
do presidio de Jurupensem, e que, por tanto, a junta dessa parochia deve ser presidida pelo seo
immediato, salvo se quizer Vmc. renunciar o magisterio.
Fica assim respondido seo officio de 16 do mez ultimo.
20/03/1880 pg. 4 Annuncio
ALTA NOVIDADE
Grande e variado sortimento.
ACABA DE CHEGAR
Para a casa de João Gonzaga de Siqueira dos objectos abaixo declarados:
LIVROS:
Historia de um crime – 4 vol, por Victor Hugo – 5$00
Thesouro de meninas – 1 vol. Encadernado com ricas estampas 5$00
Album do Gremio Litterario Portuguez – 1 vol. – 4$50
Memorias da Rua do Ouvidor, pelo Dr. Joaquim Manoel de Mecedo – 1 vol. – 5$00
Vida do Grande Cidadão Brazileiro com bonitas estampas – 1 vol – 6$00
Os ciumes de uma Rainha (romance) em 10 vol. – 12$00
Cancioneira Alegre, por Camillo Castello o Branco – 1 vol. – 5$50
A Volta de Rocambole – 1 vol. 8$00
Scintillações, poesias – 1 vol. 3$00
O Parocho – romance – 1 vol. 2$50
(Continúa)
Goyaz. – TYP. PROVINCIAL – 1880.
24/03/1880 pg. 2 Expediente / Dia 6 de março / Actos
2614. O Presidente da Provincia resolve exonerar Silvestre de Assis Chaves do
emprego de professor da escola de 1as. letras do presidio de S. Maria de Araguaya e nomear
para o mesmo emprego a Antonio Teixeira de Paula Barbosa.
Forão feitas as necessarias communicações.
BR REHEG PH IM.CO.1880
2615. O Presidente da Provincia resolve nomear a Silvestre de Assis Chaves
professor de escola de intrucção primaria de S. Leopoldina.
Forão feitas as necessarias communicações.
24/03/1880 pg 2 Expediente / Dia 6 de Março / Officios
Ao encarregado interino do serviço de Catechese no Valle do Araguaya.
Recommendo-lhe que empregue todos os esforços para que sejão mantidas as
relações de amisade existente entre os indios Carajás, cujas aldeas se estendem ao longo do
Valle do Araguaya, e os christãos, proporcionando aos mesmos indios, principalmente aos
chefes, os precisos meios para que visitem, quando quizerem, o collegio Isabel e a fazenda
Dumbasinho, convencendo-os das vantangens do trabalho e da vida social, não consentindo
que os vexe e os maltrate a gente civilisada, e os protegendo quanto for possivel. Deverá V. S.
participar-me immediatamente qualquer facto offensivo aos indio s de que tiver
conhecimento.
Officiou-se no mesmo sentido ao director do aldeamento de S. José do Araguaya.
Ao mesmo.
14/04/1880 pg. 3 Expediente / Dia 20 de Março / Despachos / Officios.
150. Director Geral dos Indios apresentando mappas de frequencia dos alumnos da
escola de Piabanhas concernentes aos mezes de outubro a dezembro do anno passado. – A’
Thesouraria de Fazenda para os fins convenientes.
151. Inspector Geral da Instrucção Publica, apresentando pedido de objectos de
expediente para a escola do sexo feminino da freguezia do Rosario da Capital. – A’
Thesouraria Provincial para os fins convenientes.
28/04/1880 pg. 2 Parte Official / Governo Provincial
Como sabeis, o governo fundou, nesta provincia, em 1871, um collegio em
Leopoldina, destinado a educação de indigenas.
E’ uma instituição que poderá produzir os melhores fructos, sendo bem dirigida.
BR REHEG PH IM.CO.1880
Eu quizera que fosse ainda alargado o seo plano para se ensinar as linguas indigenas
aos nacionaes e formar-se alli um corpo de interpretes, composto de indios, que fallassem o
protuguez e de nacionaes que fallassem os dialectos indianos.
A religião e o trabalho são dous poderosos agentes para a civilisação indigena. Por se
limitar a catechese ao ensino da doutrina christã simplesmente, ou por se forçar o indio ao
trabalho antes de acostumado aos habitos da vida civil, tem-se descrido muitas vezes dos
resultados da catechese.
Tendo-me dirigido em 22 de dezembro do anno proximo passado e em 26 de janeiro
do corrente ao Ministerio da Agricultura, longamente, sobre o serviço de catechese, junto em
appenso, copia desses officios, e julgo escusado repetir o que nelles expuz.
Ao ultimo acompanharão mappas dos aldêamentos da provincia e do collegio Isabel,
os quaes tambem vão annexos.
Eis, em substancia , o que indiquei ao Ministerio da Agricultura, em beneficio da
catechese.
1º Melhorar o systema de viação, concertando a estrada de Leopoldina, e abrindo as
do Porto Imperial, Pilar e Rio Claro.
2º Dar execução, senão a todas, á algumas das disposições do Regulamento das
Missões.
3º Fundar, pelo menos, duas Colonias; uma nas cabeceiras do rio Grande, e outra
entre S. José e Santa Maria.
4º Fazer uma exploração nos rios das Mortes e Tapirapés para conseguir a amisade
dos indios de suas ribeiras.
5º Harmonisar as disposições que regem o serviço, concentrando-as em uma só
repartição.
6º fomentar o commercio e industrias faceis entre os indios, principalmente a
pecuaria na Fazenda Dumbasinho.
7º Reorganisar, ampliar, e desenvolver a instituição do collegio Isabel: 1º dando-lhe
estatutos internos; 2º alterando o pessoal; 3º fazendo economia nos fornecimentos; 4º
regulando o modo de se obter crianças para elle; 5º alargando o ensino; 6º fundando officinas;
7º admittindo crianças nacionaes para aprederem as linguas indigenas; 8º formando um corpo
de interpretes.
01/05/1880 pg. 4 Noticiario
BR REHEG PH IM.CO.1880
Escola Normal da côrte. – No dia 5 do passado, tinha de inaugurar-se na côrte a
escola Normal, destinada ao magisterio publico de ambos os sexos.
04/05/1880 pág 4 A Pedido
RELATORIO APRESENTADO PELO PRESIDENTE DO GABINETE LITTERARIO
GOYANO EM SUA SESSÃO GERAL A 11 DE ABRIL DE 1880.
Exms. e mais Illms. Srs.
Pela oitava vez tenho a honra e satisfação de dirigir a palavra á tão illustrados
consocios, para prestar-vos contas: nos primeiros annos forão bastante minuciosas, e nos
cinco ultimos por ter de ler algum discurso, contentavamos com o transumpto das principaes
occurrencias, sempre provadas com documentos legaes, como agora o fazemos com varios
recibos inclusive do nosso mui generoso consocio honorario e freguez B. L. Garnier da
quantia de 700$000 rs., que lhe enviará o nosso distincto Thesoureiro actual, apenas recebêra
da Thesouraria Provincial a de 866$666, rs. que era devedora a este Gabinete de exercicios
findos, como sabeis, e com o resultado provavel de 380$000 rs. das mensalidades dos socios
do mesmo chegará até maio p. futuro, para satisfazer a despeza com assignaturas de
periodicos, com a vinda de nova factura de livros para mais de 200$000 réis, com
encadernação de muitas brochuras; com a reconstrucção e fôrro d’uma mesa, com a factura
d’um bahú para o archivo, e de uma estante, com a mensalidade do bibliothecario procurador,
expediente e eventuaes, como tudo consta da conta corrente e mais papeis annexos, que se
achão sobre a mesa.
Peço agora permissão para ler um discurso resumindo quanto pude as idéas de
Frederico Bastint e outros ácerca das harmonias economicas por me parecer de bastante
proveito, e por ter relação com os meos relatorios anteriores. Economia é uma virtude na
pobreza, sabedoria na mediocridade, e vicio na apulencia; é a origem da independencia e
liberdade, a segunda provincia do genero humano, a arte de enriquecer com o que não se
despende; a filha da ordem e assiduidade, o peculio do pobre, a reserva do trabalhador, e a
fortuna do rico; é por ella que o povo se tem successivamente emancipado; antes rir-se de
economia, do que chorar-se pela prodigalidade.
A verdadeira politica, a arte de governar, ou sciencia da organisação das sociedades,
funda-se no conhecimento da natureza humana e sobre os interesses da sociedade inteira; suas
regras confundem-se com as da moral, e não admittem outra prudencia, se não a que se
concilia com a justiça, e o bem da humanidade.
BR REHEG PH IM.CO.1880
A Economia política ensina como os interesses materiaes e moraes se crião, se
desenvolvem, se destribuem, se organisão, e consomem, e, as riquezas que satisfazem as
nossas necessidades; é arte de enriquecer-se pela ordem no trabalho.
Economia social é a reunião das leis que regem a sociedade, e regulão seos interesses
ao ponto de vista moral e material á bem do seo engrandecimento e propriedade.
A harmonia economica emfim, um dos ramos mais florido da Economia politica,
consiste no accordo dos sentimentos, e da boa intelligencia; ella tem sua origem no seio da
familia, donde procede a da sociedade; a salvação de todos está na harmonia social, e no
aniquilamento do espírito de partido.
Defnindo assim a relação intima de suas partes integrantes, chegamos ao assumpto.
Frederico Bastiat estabelece que a Harmonia economica não tem só por base a
utilidade, mas a justiça; que ella é o guarda do direito tanto, quanto o interpetra do facto, que
longe de quebrar-se com a moral é sua irmã gemea; ella occupa-se do homem em grau igual,
velando sobre os seos interesses, occupa-se tambem da sua dignidade, eleva sua condição,
enfraquecendo o trabalho de suas ultimas sevidões, e emancipando-o d’esse serviço livre
pelas tracções animadas e a vopor; acaba com a mais confessavel das desigualdades, com
aquella que vai de encontro ao livre exercicio de suas faculdades, e das forças do individuo
sem privilegio exclusivo, e com os menores onus para todos. Diz mais que nos phenomenos
economicos o desacordo não é senão aparente e que no fundo acha-se a harmonia na
responsablidade e solidariadade. Todas estas opposições de interesse que parecem existir
entre o productor e o consumidor, o patrão e o obreiro, o capital e o trabalho, o que possue e o
que deixa de ter não são perturbações profundas, mas secundarias, accidentaes e ephemeras,
que vem se confundir na harmonia geral, que rege as sociedades.
(continúa)
12/05/1880 pg. 2 Governo Provincial / Obras Publicas
Escola da Parochia do Rosario. – Determinando ao Engennheiro que orçasse os
reparos de que necessita este predio provincial, apresentou elle o orçamento comprehendendo
somente o que lhe parecéo mais urgente, no valor de 84$378.
15/05/1880 pg. 2 Governo Provincial
BR REHEG PH IM.CO.1880
Lei nº. 632 de 29 de Abril de 1880
Titulo 2º
SECÇÃO 6ª
Instrucção Publica.
1. Inspector geral da Instrucção Publica
800$000
2. Secretario da mesma
600$000
3. Lente de Geographia e Historia
800$000
4. Dito de Francez
800$000
5. Dito “ Grammatica Nacional
800$000
6. Dito “ Latim
800$000
7. Porteiro do Lycêo, inclusive 100$ rs. como archivista
500$000
8. Expediente e servente
300$000
9. Professores e Professoras de 1as lettras
27:400$000
10. Expediente das aulas
1:200$000
11. Alugueis de casa e aquisição de moveis
2:000$000
36:000$000
19/05/1880 pg. 4 Noticiario
Sociedade Litteraria. – Com o titulo de Gremio Litterario Castro Alves, acaba de
ser fundada na côrte uma sociedade, cujo fim é discutir a sciencia em seus diversos ramos por
meio de publicações e theses.
09/06/1880 pg. 4 Noticiario
Installação do Lycêo Cuiabano., - Teve lugar no dia 7 de março passado a
installação do Lyceu Cuiabano.
12/06/1880 pg. 4 Noticiario
Instrucção Primaria. – Por Acto de 7 do corrente, foi nomeado Francisco de Noto
Pereira, professor interino da escola de primeiras letras do sexo masculino da Villa de Pilar.
Professora de Pilar. – Por acto da mesma data, foi declarado que á professora
vitalicia da villa de Pilar, D. Anna da Silva Aranha, jubilada por Acto de 10 de setembro do
anno passado, compete o ordenado annual de tresentos sessenta e quatro mil oitocentos e
BR REHEG PH IM.CO.1880
oitenta e oito reis, por contar a mesma vinte dous annos, nove mezes e vinte dias de serviço,
nos termos do art. 1º § 1º da Res. Prov. n. 591 de 17 de outubro de 1878, ainda em vigor
quando foi a dita professora jubilada.
15/09/1880 pg. 2 e 3 Correio Official.
Educação de ingennos.
Um dos mais graves problemas da actualidade, cheio é de difficuldades praticas, é a
educação dos filhos de escravas, declarados livres pela lei de 28 de setembro de 1871.
Por duas faces principaes deve ser encarada o magno problema; - pelo lado da
indenisação aos senhores, que a preferirem, e pela lado da educação dos menores entregues ao
Estado.
Qual é o modo pratico de ser effectuado essa educação?
Em que deve ella consistir, e que despesas trará?
A questão financeira e a questão social estão a desafiar a attenção dos que se
occupão dos negocios publicos. As grandes difficuldades para a transformação do trabalho,
adiadas em 1871, crescem dia a dia.....
Que sacrificios terá o Estado de fazer para indemnisar os senhores de escravas?
«Problema é este tanto mais difficil de ser considerado quanto, por um lado a falta de
estatistica regular, e por outro a incerteza da opção, que aos senhores da mães escravas
compete, não permittem calcular, com a desejavel segurança, em que escala e a que ponto
terão de subir os sacrificios do Estado, até que pela ordem natural das cousas vão escasseando
os nascimento dos ingenuos.» (Relatorio do Ministerio da Agricultura de 1878.)
Tomando por base a entrega media de 4.000 ingenuos por anno, o citado Relatorio
calculou em 4.666.000$000 a despeza a fazer-se com a indemnisação até 30 de junho de
1886. – E com a educação?
“Mais a educação daquelles de que o resgate destes deve, quanto a mim, preocupar
os poderes publicos. Basta attender a que, dentro de oito annos, terá o Estado recebido 32.000
educandos, de sexos, idades e aptidões diversas, na sua quase totalidade analphabetos, e
muitos trazendo os germens dos vicios e das más inclinações, para que se advirta como este
ramo do publico serviço requer especiaes cuidados e avultada despeza.” (Retat. cit.)
Como se desempenhará o Estado da gravissima responsabilidade de educar os
ingenuos, que hão de ser-lhe entregues em toda a vasta extensão do seu territorio?
Que fará com essas crianças, principalmente com as do sexo feminino?
BR REHEG PH IM.CO.1880
Segundo a lei de 1871 o Estado tem dois meios a seguir: - entregar os menores a
associações legalmente autorisadas, e, em alguns casos, a particulares; ou recolhel-os a
estabelecimentos publicos.
As sociedades particulares pouco faráõ, presumimos nós, por varios motivos. O
espirito de associação não tem entre nós bastante energia e desenvolvimento para que se possa
contar com as sociedades, a que se refere a lei, a não ser em pequena escala. Demais, as
vantangens concedidas a essas collectividades não compensão os trabalhos e o peso da
empresa de criar e educar os filhos de escravos.
Poucos, e sem organisação apropriada, são os estabelecimentos publicos, de que
dispõe o governo, para a collocação desses menores.
Os ingenuos de todas as partes do imperio hão do convergir para os poucos
estabelecimentos fundados no litoral de algumas provincias? - Sendo assim, em quanto
orçarão as despezas a fazer com o transporte dos menores do centro á beira mar?
Por outro lado:
Deverá o governo ser indefferente a sorte dos ingenuos, que não forem entregues ao
Estado?
Deverão ficar sem educação, sem instrucção, e entrar, aos 21 annos, as epocha das
paixões fogosas, no seio da sociedade, com as regalias do cidadão e os vicios do capliveiro?
E esta uma outra face do problema, digna da cogitação do homem publico.
A locação de serviços, o trabalho em sociedades industriaes ou philantropicas, a
aprendisagem em officinas publicas, em companhias militares, são meios insufficientes para a
occupação dos menores.
Entendemos que o governo deve crear em todas as provincias do imperio asylos
agricolas, mais ou menos vastos, conforme a densidade da população, a semelhança do que
existe no Rio de Janeiro, annexo a Fazenda Normal, fundado de conformidade com o de La
Schurtanne, em Frogen, na Suissa.
Os menores, recolhidos em taes estabelecimentos, convenientemente montados,
aprenderão differentes industriais, e tornar-se-hão utilissimos operarios. Os asylos ou colonias
industriaes serviráõ para a diffusão do ensino no profissional, que todos julgão necessario
para o progresso da nossa agricultura. – Bem se vê que taes estabelecimentos são os mais
apropriados para que o governo possa cumprir a obrigação imposta pela lei – de crear e
educar os ingenuos, - como para a transformação da industria nacional, que não pode mais
sustentar-se a custa do braço escravo.
BR REHEG PH IM.CO.1880
22/09/1880 pg. 2 Correio Official
Educação politica
Em nosso numero de quarta-feira da semana passada publicamos, nesta secção,
algumas linhas acêrca da conveniencia de se alargar o circulo das nossas publicações
jornalisticas, instituindo-se orgãos de publicidade destinados ao estado das questões
scientificas e litterarias da actualidade.
Que largos e formosos horizontes ao talento avido de conhecimentos e de gloria!
Seria essa creação um poderoso meio para o melhoramento do estado semi-selvagem
em que se acha a provincia de Goyaz.
Na propria discussão dos interesses locaes ou politicos, para cuja defeza tem a
provincia gazetas, falta aos contendores, salvas pouquissimas execpções, certa educação, que
chamaremos – politica, necessaria para que as polemicas se tornem dignas de attenção e
apreço.
O escriptor, que tem um frente um artigo á sentensiar ou a combater, pos o primeiro
cuidado em procurar um adversario a quem attribua a paternidade do escripto; e feito isso,
fere-o pessoalmente, dando a polemica em caracter irritante, uma direcção apaixonada e
inconvenientissima. Abatida e vilipendiada desça, ás vezes, a imprensa até converter se em
sentina...
Reconhecemos que o defeito, que censuramos, está em quem escreve e em quem lê.
O escriptor é obrigado a contrafazer-se, á moldar o estylo ao gosto deseducado do publico.
Procede assim, - dá golpes nas pessoas ou invade os dominios da truanice, - para ser lido.
Os escriptos coutrinarios, as polemicas instructivas, os artigos propriamente
politicos, correctos, attenciosos, elevados, não attrahem, não captivam o leitor; não sabemlhe!
Cumpre reagir, totis viribus, contra as más inclinações é o máu gosto do publico.
Cumpre levantar uma cruzada civilizidora para moralisar e educar a imprensa da provincia.
Que não sirvão as suas questões internas, as suas discusões, de motivo para o ridiculo
e a zombaria de suas irmãs, mais adiantadas, de beira mar. Ao menos liso, se, Infelizmente,
não as pode acompanhar na carreira do progresso.
25/09/1880 pg. 4 A Pedido
BR REHEG PH IM.CO.1880
Resposta ao ultimo periodo do artigo do Correio Official de 15 de Setembro corrente
sob a epigraphe «impressa Educadora».
Submettendo o abaixo assignado a consideração da Directoria do Gabinete Litterario
Goyano e varios outros, a cuja sociedade fôra dirigida a seguinte pergunta: Não poderá essa
associação metter hombros a empreza (montar uma typographia) a que nos hemos referido,
dando mais uma eloquentissima prova o seu amor a esta terra e do desejo de contribuir par o
seu aperfeiçoamento e progresso?
Autorisado pela mesma Directoria o abaixo assignado tem a satisfação de responder,
depois de descutidas as seguintes ponderações:
Em primeiro lugar, agradecendo cordialmente tão elevado elogio superior aos mui
escassos recursos de que ella despões quem repleta dos melhores desejos por amor a sua terra
natal, de ser util maxime, a uma instituição tão importante a propagação dos conhecimentos
de litteratura, sciencias, artes e industria agricola, amenisados pela delicia dos seus mui bellos
romances historicos, quanto cheios de moralidade, e neste sentido excellentes obras dos mais
sublimes preceitos de educação civilisadora do seculo 19, em uma biblioteca exposta ao
publico, com especialidade aos lentes e alumnos do Lycêo Provincial, contendo actualmente
mais de tres mil volumes, alem de muitos periodicos e revistas litterarias nacionaes e
estrangeiras, e quasi todo o genero, como em breve será distribuido o respectivo catalogo, um
exemplar a cada socio effectivo e honorario, alem dos trabalhos mensaes de suas sessões
desde 1873 e os annuaes de relatorios e discursos sobre instrucção publica, associação, amor
da patria, economia politica, finanças e harmonia economica, cujos pensamentos parecem
corresponder o da imprensa educadora; bem como o manual d’agricultura elementar que fez e
distribuio, mais de 300 broxuras, o abaixo assignado, cujas considerações geraes d’auxilio a
lavoura bem mostrão o estado de carestia n’aquelle anno de 1875, e até hoje ainda o grande
atrazo da mesma pela inveterada rotina tão destruidora das nossa florestas, provando ao
mesmo tempo a uberdade do nosso solo, quam rico em seus productos naturaes, e
diversidades de climas topographicos favoraveis, a elles, e aos exoticos inumeraveis como
provara ainda pelo catalogo da Exposição Provincial, Nacional e Universal, na qual tomáre
grande porte nos seus trabalhos, dos quaes productos remettera, alem da classificação dos
principaes productos indigenas medicinaes.
Em segundo lugar, a vista do exposto, ha mais de oito annos bem coadjuvado como
tem sido o abaixo assignado, já teria montado uma pequena typographia mais ou menos
adequada ao fim indicado, se não assistissem na maioria dos seus illustrados e excellentes
BR REHEG PH IM.CO.1880
consocios somente como elle os melhores desejos, por que não tem sido bastante, e menos
hoje, os minguados recursos de que dispoem, redusidos a quasi dous annos as mensalidades
dos socios, e a varios donativos dos Governo Imperial e Provincial, alem dos socios
honorarios e effectivos, que tão generosamente tem auxiliado ao mesmo Gabinete. Se com a
subvenção de 400$000 réis, annuaes tanto custavão as Directorias, renovadas em alguns de
seus membros uns annos por outros, a elevar sua bibliotheca ao estado de progresso em que se
acha, não sendo comtudo possivel realisar-se o anno passado a reforma dos seus estatutos,
como tanto ainda convem por não poder despender a quantia de 90$000 rs. pelo respectivo
imposto, quanto mais hoje, que soffrendo a redução a maioria dos socios dos 5 por cento em
todos os seus vencimentos, por serem empregados publicos, achão-se na constante occilação
de 70 a 90 mensalmente, e pagando-se ao Bibliotecario Procurador 30$000 rs. fóra 10 a 15$
rs. de expediente e outros adventicios – o que resta para vinda de outras facturas de livros que
frequentemente manda-se vir da Côrte? Quasi outro tanto com rigorosa economia de
encadernações. Portanto, quando teremos sado sufficiente para establecer a mencionada
Imprensa Educadora? Com tudo ainda há pouco a mencionada Directoria mandara vir da
Côrte um velocygrapho de 30$000 rs. acompanhado da adequada tinta e papel necessario com
as mesmas vistas de destribuir-se a cada socio mensalidade o resultado dos trabalhos, e o que
lhe occorrer no sentido indicado.
Não tem sido por falta dos mais ardentes desejos em prol desta pobre e querida terra,
tão distante do litoral, destituida até hoje de rapidas vias de communicações, quam digna de
melhor sorte?
Estas duas tristes condições tem sido as maiores causas dos nossos males e talvez
não tenha concorrido menos o estado extremo em que continua a fatal politica desta
localidade, sem reflectir-se bastante quando o bem geral de todos o mais vantajoso a cada um;
que a salvação de todos está na harmonia social esse aniquilamento de espirito de partido
como ainda a 11 de Abril deste anno recitou um discurso o abaixo assignado perante a mesma
sociedade do Gabinete Litterario, destribuindo um folheto a todos os seus Ilustres e amaveis
consocios, a respeito da harmonia economica, e resttará outros em Palacio no dia 2 de Julho
sobre a liberdade por occasião do 1º anniversario da sociedade Emancipadora.
Para provar em fim quanto o abaixo assignado aprecia a ideia da imprensa educadora
declara que deparando em um dos ultimos numeros do Agricultor com dous artigos: um de
conselho d’um pai a um filho, e outro tambem a sua filha em vespera do seu noivado, recorreu
logo a typographia do Correio Official a 16 de Agosto do corrente por occupar este muitas
BR REHEG PH IM.CO.1880
vezes as suas columnas com artigos desta ordem, e d’outras mais elevadas, a bem do interesse
publico, e prestando de bom grado, como foi sempre de costume imprimir-se varios trabalhos
do Gabinete Litterario,quando havia espaço, attendendo ao seu estado de finanças por vezes
demonstrando, reitera portanto os seus profundos agradecimentos, por mais este favor, em
nome da Directoria e dos mui seus distinctos socios com o abaixo assignado – Goyaz, 22 de
Setembro de 1880. – O Presidente do Gabinete Litterarios Goyano. – Dr. Francisco antonio de
Azevedo.
02/10/1880 pg. 02 Governo Provincial / Expediente da Presidencia / Do Secretario
Ao Encarregado Interino do Serviço de Catechese do Valle do Araguaya.
De ordem de S.Exª, o Sr. Presidente da Provincia envio a V. S., para serem
distribuidos pelas escolas dos aldeamentos a seu cargo, dez exemplares de cada um dos
opusculos seguintes: Os Luziadas de Camões e – Pequeno Tratado de leitura.
02/10/1880 pg. 3 Noticiario
Visitas Presidenciaes – No dia 27 de mez findo S. Ex. o Sr. Presidente da Provincia
visitou, acompanhado dos respectivos Inspectores Parochiaes, André Rios e Joaquim
Fernandes de Carvalho, as escolas publicas primarias da freguezia do Rosario, regidas pelos
professores D. Maria Cyriaca Ferreira e Jacintho Soares de Gouvêa, e a escola particular de
D. Pacifica Josephina de Castro, na freguezia de Sant’Anna.
Na do sexo feminino do Rosario, que funcciona em um pequeno sobrado muito
estragado, sito ao largo do mesmo nome, estavão presentes 50 meninas, sendo a matricula de
68.
Na escola do professor Jacintho que está estabelecida em um espaçoso predio á rua
do Carmo, encontrou S. Ex. 40 alumnos, sendo a matricula de 56. Na escola particular de D.
Pacifica estavam presentes 20 meninas e 6 meninos, sendo a matricula de 33, inclusive os 6
do sexo masculino.
No dia 29 S. Ex., acompanhado do Inspector Parochial de Sant’Anna, visitou a
escola particular regida por Ayres Feliciano de Mendonça, na qual estavam presentes 36
alumnos, faltando 10 para completar o numero dos matriculados, e a publica de D. Silvina
Ermelinda Xavier de Brito, na qual estavam presentes 44 alumnas, inclusive alguns meninos,
sendo a matricula de 65.
BR REHEG PH IM.CO.1880
Em todas estas escolas S. Ex. demorou-se, examinando differentes alumnos e
inquirindo de tudo minuciosamente; encontrou zelo e ordem em todas ellas, notando, porém,
falta de adiantamento em alguns alumnos – para o que concorrem varias causas que não
podem ser mencionadas nos estreitos limites desta noticia.
Em vista do máo estado do predio occupado pela escola de D. Maria Cyriaca, S. Ex.
determinou que fosse ela transferida para um outro edifício.
06/10/1880 pg. 1 Governo Provincial
/
Expediente da Presidencia
/
Dia 14 de
Agosto
Ao Inspector da Thesouraria Provincial.
De conformidade com a informação constante de seu officio n. 26 de 11 do corrente,
haja Vmc de mandar pôr em basta publica os reparos de que necessita o proprio provincial em
que esteve estabelecido o mercado da Cidade de S. Luzia, afim de nelle funccionar a escola
do sexo masculino, ouvindo previamente o Dr. Engenheiro da Provincia sobre o orçamento
junto, na importancia de dusentos e vinte mil setecentos e quarenta réis (220$740), organisado
pelo respectivo Inspector Parochial, das despezas a fazer-se com aquelles reparos; e, outro
sim, fornecer a mobilia necessaria á do sexo feminino da mesma cidade.
(Communicou-se ao Conego Inspector Geral da Instrucção Publica, declarando-se
lhe que póde autorisar o Inspector Parochial acima referido a fazer a transferencia solicitada
da escola do sexo masculino para um predio de sua propriedade, até que esteja prompto o
proprio provincial).
06/10/1880 pg. 4 Noticiario
Documento historico – Abaixo publicamos o bando, mandado lançar, em 1732, por
B. Bueno prohibindo cannas de assucar, engenhocas e as suas distillações de aguas ardentes
em Goyaz:
«Pedro Mathias Sigar, escrivão da superintendencia destas minas de Goyaz, etc.
certifico que em meo poder e cartorio se acha um bando, que mandou lançar o
superintendente destas minas prohibindo aos moradores dellas o terem cannaviaes de assucar,
fazerem aguardente, o qual é do theor seguinte: «Bartholomeu Bueno da Silva,
superintendente e guarda mór destas minas do Goyaz, nellas provedor das fazendas dos
defuntos e ausentes, tudo na forma das ordens de S. M., etc.. Porquanto tenho recebido carta
dogovernador e capitão-general da capitania de S. Paulo e suas minas, Antonio da Silva
BR REHEG PH IM.CO.1880
Caldeira Pimentel, em a qual me declara que S. M., Deos Guarde, por repetidas ordens tem
prohibido haver cannas de assucar, engenhocas e suas dislillações de aguas ardentes em
minas, e com especialidade nestas dos Goyaz, por principiarem de novo, e lhe constava que
muitos moradores destas minas tinhão em suas roças, e fazendas, mandasse logo queimar e
destruir a dita planta de canna.
Pelo que mando que nenhuma pessoa, de qualquer gráo e condição que seja, não
tenha em suas roças e fazendas a referida planta de canna, e os que a tiverem, a destuiráõ e
queimaráõ logo, para o que lhes concedo o tempo de sessenta dias, com a comminação de que
o não fazendo, e denunciando-se que a tem, e provando-se, pagará a pessoa que fôr
comprehendida cem oitavas de ouro, que se applicaráõ para as obras da matriz destas minas, e
mais cincoenta oitavas para as despezas da justiça, e outrosim será preso na cadêa, onde estará
30 dias. E para que ninguem possa allegar ignorancia, etc., 13 de Junho de 1732.
B. Bueno da Silva.
08/10/1880 pg. 2 Sociedade Emancipadora Goyana.
Sessão ordinaria da Directoria em 29 de Julho de 1880.
Presidencia do Exm. Sr. Dr. Spinola.
A’s 5 horas da tarde de 29 de Julho de 1880, em uma as salas do Palacio da
Presidencia, reunidos os membros da Directoria, abre-se a sessão. E’ lida e approvada a acta
da antecedente.
Não ha expediente.
O Sr. Presidente diz que a Directoria estava inteirada das liberdades conferidas a 2 do
corrente com auxilio do fundo social, e que havendo um defict de 40$000, que, por
adiantamento, foi coberto pelo Sr. Thesoureiro, convinha deliberar sobre esse pagamento.
Resolveo-se que o Sr. Thesoureiro se indemnisasse com o rendimento da Sociedade, e que na
1ª reunião o Sr. Procurador apresentasse uma relação de todos os socios com declarações
sobre o pagamento. Em seguida o Exm. Sr. Presidente propõe para socio o Sr. Dr. Jacome
Martins Baggi de Araujo que é unanimamente aceito; e nada mais havendo a tratar levanta-se
a sessão – assignados – Aristides de S. Spinola – Joaquim Fernandes de Carvalho. – Urbano
Coelho de Gouvêa – Manoel K. Pereira da Silva – Francisco Antonio Ferreira de Azevedo.
09/10/1880 pg. 3 Noticiario
BR REHEG PH IM.CO.1880
Folheto – Na typographia nacional foi publicado um folheto com o titulo – «O Rio
Araguaya. Relatorio de sua exploração pelo major de engenheiros Joaquim R. de Moraes
Jardim, procedido de um resumo historico sobre sua navagação pelo tenente-coronel de
engenheiros Jeronymo R. de Moraes Jardim, e seguido de um estudo sobre os indios que
habitam suas margens pelo Dr. Aristides de Souza Spinola, presidente de Goyaz». Ao folheto
acompanha uma carta do rio, de Itacayú V. S. Maria. Com escala de 1/230:000, levantada e
desenhada pelo engenheiro explorador. Já os leitores tem noticia desse relatoria, publicado em
nossos anteriores numeros. Daremos publidade as outras peças de que se compôe o folheto,
logo que haja espaço em nossa folha.
09/10/1880 pg. 3 e 4 Noticiario
Concerto musical. Terá hoje logar, em uma das salas do palacio da presidencia, um
concerto musical, para o qual não há convites especiaes, cujo começo está marcado para as 7
horas da noite, sendo executado o seguinte programma:
Primeira parte.
Pela Sociedade “Phil’harmonica de Goyaz” serão executadas as seguintes peças:
1ª abertura: - Alda de Verdi – Grande marcha.
Canto:
2ª Roberto il Diavolo de Meyerbeer. Aria – Ryberto, oh tu che adoro.
3ª Lucia di Lammermoor de Donizetti. Aria final e côro – Fra poco a me ricovero.
4ª Forza del destino de Verdi. – Romanza – Me pellegrina ed orfana.
5ª II Guarany de C. Gomes – Canzone dell’ Avventuriere.
6ª I Martiri de Donizetti (Paulina e Poliuto) Aria – Che la tua mano gelida.
Segunda parte.
7ª Traviata de Verdi – Coro de Zingare.
8ª II Guarany de C. Gomes – Aria – Vanto io pur superba cuna.
9ª Um Ballo in maschera de Verdi – Aria – Eri tu che macchiavi.
10ª Ernani de Verdi – Cavatina – Ernani involami! ...
11ª Forza del Destino de Verdi – Romanza Oh tu che inseno agl’angeli.
12ª Semiramide de Rossini – Duettino – tu per me vivrai.
13ª Norma de Bellini – Quintteto final – Qual cor perdesti.
BR REHEG PH IM.CO.1880
Nos intervallos executará a Banda Marcial do Batalhão 20 as seguintes peças
1 Ouverture – L’ambassatrice – Auber.
2 Marcha Bulina.
3. Variaçoes para clarineta.
4 Cavatina – Pia de Ptolomei – Bellini.
5 Grande valsa – S. Cecilia
6 Fantazia de – Ernani – Verdi.
7. Dobrado – Saudoso.
8. Cavalina – Oh mio Fernando – Favorita de Donizetti.
9. Grande valsa – Rosita.
10. fantazia – La fille de Mm. Angot – Offenbach.
11. Aria – Graciosa.
12. Cavalina da Norma – Bellini.
13. Aria do Trovador – Verdi.
09/10/1880 pg. 4 Noticiario
Uma festa nacional. – os jornaes estrangeiros tem vindo carregados de noticias
relativamente a grande festa nacional que houve em Pariz, no dia 14 de julho ultimo,
anniversario da tomada de Batilha. Diz-se que nunca se viu tamanha concorrencia no bosque
de Bolonha.
O centro da festa era a praça da Republica, onde erguia-se a magnifica estatua da –
Republica – com 17 metros de altura.
Um correspondente de Pariz diz o seguinte:
«As ornamentações da praça eram formadas de magnificos sequares, separados uns
dos outros por portadas gigantescas e columnos com escudos de armas, da cidade de Pariz e
da Republica.
O effeito de praça a noite, era supreendente 43:000 metros de grinaldas de flores,
entre as quaes brilhavam 10 á 12:000 bicos de gaz, gigantescos globos luminosos, luzes
jacoltiat, 50.000 copos de côres distribuidos pelas arvores, edificios, etc, etc.
Na praça da Bastilha brilhava a luz electrica, havendo na culumna de julho, collocada
ao centro, quatro focos no capitel, e tanques de bicos de gaz na base. As arvores que rodeiam
a praça eram iluminadas por 2:000 balões venezianos.
BR REHEG PH IM.CO.1880
D’esta praça até a da Republica seguia uma rua illuminada por 72 mastros de 10
metros, que continham 12:000 copos de côres.
Era soberba a illuminação da Tulherias. Consistia em centenas de mastros e pilastras,
unidas umas ás outras pro fileiras de globos brancos e copos de côr, que se calucula fossem
em numero de 100:000. o tanque era cercado por cem luzes de Benlit: dous focos electricos
projectavam luz sobre as cascatas: outros focos illuminavam as fontes. Aos lados do obelisco
de Luegson havia dois mastros, de 30 metros de altura, vistosamente adornados e de cada um
pendiam duas bandeiras de 26 metros. A illuminação era constituida por 142 ramilheres de
luzes de gaz, com os quaes se ligavam 7:000 globos illuminados a gaz e muitos candelabros
assentes sobre columnas.
Os campos Elysios estavam illumindos da mesma maneira que as Tulherias.
Apresentavam 11:000 globos e 300 fogos de bengalas illuminação que chegava até ao Arco
do Triumpho.
Nos jardins do Luxemburgo espantava tanta magnificencia de luz, pois encotravamse ali innumeros balões venezianos e 92:000 copos de côres: cada arvore das avenidas
continha grande numero de globos luminosos. De um lado a illuminação seguia até ao
Pantheon e do outro até ao Observatório as fontes eram illuminadas por luz electrica, e entre
os jactos viam-se muitos fogos de Bengala.
Os fogos de artificio causaram assombro especialmente os da Area do Triumpho,
representando a estatua da Republica, de Mausine Os quatro lados do arco formavam enormes
cascatas de fogo. Na praça do Throno representavam a antiga Bastilha; e na occasião em que
se demos ronou appareceu a columna de julho».
13/10/1880 pg. 3
Expediente da Thesouraria Provincial / Dia 24 de julho de 1880.
A’ Exm.ª Presidencia da Provincia. Participando que havendo feito publicar editaes,
com prazo novo, convidando concurrentes á arremataçãoda construcção da casa de telhas na
Agencia de Arrependidos, não apparecêo nenhum proponente; e pedindo a S. Ex. para
autorizar esta Inspectoria o mandar fazer administrativamente essa obra.
A’ mesma.
Apresentando a informação da 1ª Secção sobre o requerimento da Professora da
Palma, D. Theodora Ledoz Serra, pedindo para se paga de seus vencimentos pela collectoria
de Porto Imperial; e declarando a S. Ex. que na falta de fundos na Estação Fiscal da Palma,
só poderá a applicante ser paga por esta Repartição.
BR REHEG PH IM.CO.1880
À mesma.
Dissendo que, de conformidade com a formanção da 2ª Secção, podem ser
fornecidos os objectos pedidos para as aulas diurnas e nocturna da Freguezia do Rosario desta
capital.
Á mesma
Apresentando informação da 1ª Secção sobre o requerimento de Vicente Gomes
Serra, pedindo pagamento do aluguel da cas de sua propriedade, onde funcciona a escola de
sexo feminino da Palma; e disendo que o Supplicante pode ser embolsado da quantia de
28$800 réis, do aluguel de Novembro de 1878 a Junho de 1879, por esta Repartição, e não
pela Estação Fiscal do Porto Imperial, como deseja.
Ao Collector do Municipio de Catalão.
Mandado pagar com rendimento da Collectoria, os vencimentos do destacamento
existente n’essa cidade, á vista dos competentes prets, em triplicata, visados pela autoridade, a
cuja disposição estiver o mesmo destacamento.
Ao da Posse.
Communicando que passa a se pago por esta Repartição, dos seos vencimentos de
Junho do anno passado em diante, e do expediente e aluguel de casa da escola, de Outubro do
mesmo anno o professor de 1as lettras d’essa villa, Antonio Hyppolito do Amaral.
13/10/1880 pg. 4 Noticiario
Sociedade Emancipadora. – O Sr. Capitão J. J. Neves de Seixas entregou ao
Thesoureiro desta sociedade a quantia de 53$000, agenciada entre varios cidadãos do termo
do Rio Bonito; o que registramos com prazer, em nossas columnas.
Concerto musical. – Teve logar, conforme estava annunciado, em uma das salas do
palacio da presidencia, o concerto musical, marcado para 9 do corrente, no qual tomarão parte
das Exm.as Sra. D. Anna X. de Barros, D. Leonor X. de Barros, D. Maria Xavier de Almeida e
D. Anna Gabriella dos Passos, a Phil’harmonica de Goyaz, dirigida pelo seu director, o
professor Tocantins, e a banda do B. 20, sendo observado o programma publicado em nosso
numero de sabbado, a excepção de 3 peças, que não poderão ser executadas por incommodo
de saúde de uma das cantoras.
As peças forão brilhantemente executadas, tornando-se merecedores dos applausos,
que receberão, as dignas dilettanti que honrarão o festival, e os artistas, que nelle tiverão
parte.
BR REHEG PH IM.CO.1880
13/10/1880 pg. 4 Secção Geral.
Musica e Gynnastica.
Do Relatorio que, em 1879, apresentou ao Presidente de Pernamvuco o Inspector
Geral da Instrucção Publica da Provincia. J.
1- Barbalho Tebba Cavalcanti, em desempenho da commissão, que confiou-lhe o
governo, de estudar os systemas de ensino primario e a organisação pedagogica das escolas da
côrte. Rio de Janeiro e S. Paulo, trasladamos para as nossas columnas, cuidando ser de
interesse para os leitores, o capitulo relativo a introdução do canto e dos exercicios
gymnasticos nas escolas.
Eis o capitulo:
«O canto e os exercicios gymnasticos sómente por excepção encontram-se nas
escollas. E o que com isto perde a infancia não é preciso que se diga.
Como um meio moral, disciplinar e hygienica, toda escola precisa da musica e da
gymnastica, e sem ellas a educação e incompleta e manca.
Sabe-se que nos Estados Norte Americanos, não ha escola onde o canto, as marchas
militares e os exercicios gymnasticos não constituam uma parte necessaria da educação. Ao
som do piano todos os alumnos executão as marchas e contra marchas, depois voltam em
ordem para seus lugares, ou para cantar côros ou para executar movimentos gymnasticos.
Na Suissa e na Allemanha, a musica e a gymnastica são professadas nas escolas
primárias com muito cuidado e grande desenvolvimento; e nos demais paizes em que o ensino
é bem regulado vae-se seguindo igual caminho, que nòs devemos tambem trilhar, se
quizermos fazer da escola uma instituição verdadeiramente util e moralisadora.
Nas escolas de municipalidade da côrte um professor especial ensina principios de
musica e solfejo.
Assisti a um lição. Tanto quanto pude apreciar, [ilegivel] que o mestre mostrava
saber sua arte e procurava fazel-a conhecida dos meninos e meninas que o ouvião e que elle
interrogara. Não ouvi, porem, exercicios de canto, que è possivel tivessem llugar n’outra
occasião; mas não havia na aula um orgão ou seraphina, nem instrumento algum para
acompanhamento. Numa escola, são regularmente montada, esta falta [ilegivel] muito
sensivelmente do cuidado e desvelo com que se procurou organisal-a.
Penso que o ensino da musica, bem como o da gymnastica nas escolas primarias, não
precisa nem convem ter um mestre que delle exclusivamente se occupe. Unicamente pode isto
BR REHEG PH IM.CO.1880
ser tolerado nas aulas regidas por professores que em taes artes se não prepararam, por não
serem exigidos ao tempo em que entravam para o magisterio.
Os exercicios de canto e gymnastica, principalmente os primeiros, devem por tal
modo misturar-se com os demais, ou pelo menos succeder-lhes tão immediata e
repetidamente, que não permittem outra direcção que não seja a do professor incumbido de
leccionar as outras materias. Além das lições especiaes de musica e de certos jogos
gymnasticos, o movimento das classes, a entrada e sahida de cada uma para os exercicios, os
intervallos entre estes, precisão ser feitos ao som de musica, cantando e marchando os
alumnos, executando côros e entoando canticos apropriados aos exercicios e manobras que
fazem em commum. Para as meninas, os execicios callisthenicos.
D’est’arte, amenisa-se o ensino, auxilia-se o desenvolvimento dos orgãos, melhorase a hygiene dos alumnos, e cumpre-se o preceito pedagogico que manda no cultivo das
faculdades do menino não deixar nenhuma abandonada e inerte.
Neste ponto muito tem que fazer as escolas normaes. Os novos mestres, que dellas se
esperam, devem ser formados por um novo typo que substitua o antigo mestre escola.
A tyrannia e a rotina, proprias deste, devem ceder o passo á disciplina moderna, que
dá á escola uma athmosfera de vivacidade e alegria, em que as crianças respiram livremente;
que dá attractivos aos exercicios; que faz do ensino quase um brinco; que torna a instrucção
querida e sympathica aos meninos; que os instrue, divertindo-os.
E a musica e os jogos gymnasticos, além das vantagens proprias, para isso
contribuem de modo salutar e efficassisimo.
Aos professores cumpre penetratem-se bem no que vai dicto. E as escolas normaes
cabe preparal-os com os elementos necessarios para não serem os continuadores do regimen
disciplinar que fazia o desespero das creanças e em que o mestre era, para os meninos, uma
especie de verdugo, um inimigo; em que a escola era como um lugar de supplicio; em que o
silencio se fazia pelo espectro sembrio e quase feroz do professor; em que era prohibido aos
alumnos o serem meninos, impondo-se-lhes a seriedade e gravidade do homem feito.
Os moços, que sabem das escolas nomaes, devem saber como coube á musica e a
gymnastica dar uma nova feição a escola e fazel-a estimada por esses pequenos seres, tão
tyrannisados sob o regimen antigo. Os gritos do mestre, aquella voz que, gelava o coração às
creanças, a palmatoria – instrumento que desbria, que mata os estimulos moraes, as
penitencias de joelhos, os chapéos de Midas, e esses cartazes affrontosos lançados ao pescoço
dos pobresinhos, alcunhados de incorrigiveis, - o proprio quadro negro, especie de rol dos
BR REHEG PH IM.CO.1880
pequenos condemnados; - tudo quanto neste genero serve para provar o atraso em que por
tanto tempo nós temos visto em materia de pedagogia; - tudo isso ficou condemnado quando a
musica entrou para a escola de meninos, acompanhada da gymnastica propria da infancia; quando lhes restituio o riso e alegria, quando estendeo-lhes sua influencia benefica, magica e
»
16/10/1880 pg. 4 Noticiario
Pelo Correio de 12 do corrente recebemos permutamos os seguintes jornaes: Diario
Official, até 19 de Setembro; Cruzeiro e Gazeta de Noticias até 20; O Apostolo, até 19; A
Imprensa até 21 de Agosto; Liberal Parahybano até 11; Pedro II idem; Cearence até 8 de
Setembro; O Tempo até 19; Diario de Santos, idem; Correio Uberabense até 26.
20/10/1880 pg. 3
Ao inspector Geral da Instrucção Publica.
Com o officio de V. S., datado de 31 de Julho ultimo, sob n. 87, recebi as copias dos
termos de exame a que se procedeo nas escolas de instrucção primaria de ambos os sexos da
cidade de Palma e na do masculino da villa de Flôres.
E’ notavel a differença que ha na matricula de ambas as escolas daquella cidade. Ao
passo que na do sexo masculino, regida por Manoel José dos Santos, estão matriculados 63
alumnas, na do sexo feminino, a cargo de D. Thedora Ledoux Serra, estão matriculadas 15
meninas. Chamando a attenção de V. S. para esse facto espero que providenciará em ordem a
ser mais frequentada a alludida escola de sexo feminino.
Ao inspector da Fazenda.
Tendo mandado concertar o bote nacional S. José, que se achava em Leopoldina,
para nelle descer o commandante e a guarnição do presidio de S. José dos Martyrios, sirva-se
V.
27/10/1880 pg.2
Ao Sr. Commandante do Destacamento do [ilegivel]
De ordem de S. Ex. o Sr. Presidente da Provincia, recolha-se V. S. a esta Capital,
logo que este receber.
Ao Sr. Commandande do Batalhao 20 de [ilegivel] (...)fantaria.
BR REHEG PH IM.CO.1880
Sua Ex. o Sr. Presidente da Provincia manda communicar a V. S. em resposta ao seu
officio de 22 do corrente a [ilegivel] que não deve ser mantida a nomeado Director da Escóla
de instrucção primaria, por que não está de accordo [ilegivel] artigo 72 do Regulamento para a
disciplina e serviço interno dos Corpos [ilegivel] cimentados a que se refere o Decreto 6373
de Novembro de 1876.
16/10/1880 pg.3 Correio Official
Asseio da Cidade
Uma das causa, a principal talvez, da insalubridade desta capital é a sua falta de
asseio.
Em poucas ruas nota-se, por causa do calçamento e do forte declive para o rio
alguma limpeza.
Pode-se affirmar, sem exageração, que quase toda a cidade é um vasto esterquilinio.
Pobres são as nossas leis sanitarias, e deficientes, e muito, os meios de que dispomos
para o saneamento da capital; mas o maior inimigo a combater são os nossos proprios habitos.
Subscrevemos, por isso, as seguintes palavras que lemos algures:
« Em beneficio da salubridade publica, desse importantissimo assumpto, que
interessa ao centro de todas as forças sociaes – a vida – que fazemos nós ? . . . Não está
somente na pobreza das leis, na deficiencia dos meios, na falta de rendas, o nosso mal.
Lutamos com um mais serio do que tolos estes. Tempos contra nós uma força empregar muita
energia, muita dedicação, muita coragem, muita perseverança: - são os nossos habitos. »
Cremos que as febres miasmaticas e outra molestias, que affligem a nossa população
urbana, diminuirão consideravelmente, senão desapparecessem, com a remoção do lixo
depositado nas praças e ruas, e o escoamento das aguas que encharcão muitos lugares desta
cidade.
Conhece-se a importancia da hygiene para diminuir os estragos das insidiosas
affecções beribericas, já conhecidas em Goyaz, as quaes são, segundo alguns medicos,
provenientes de intoxicação palustre. No Estudo dobre a pathologia do beriberi, do Dr. R. da
Cunha, vem citadas as seguintes palavras de um notavel clinico, que fundamentão o nosso
asserte.
- « A falta de asseio de nossas habitações quer da cidade, quer do campo, tem muito
concorrido para a extensão e perpetuação das affecções beribericas.
BR REHEG PH IM.CO.1880
A hygiene, pois, representa o primeiro papel da therapeutica destes estados morbidos
»...
No intuito de conseguir o asseio das ruas e praças desta capital, como tanto convem
ao bem estar de seus habitantes, dirigiu a Administração os seguintes officios a Camara
Municipal e ao Dr. Chefe de Policia:
« 1.º Secção. – N. 78. – Palacio da Presidencia de Goyaz, 11 de Outubro de 1880. –
Recommendo a essa Camara que, de conformidade com o art. 66 $ 1º da Lei de 1.º de
Outubro de 1828, providencie para ser, sem demora, removido o lixo que existe accumulado,
em grande quantidade, nas praças e ruas desta capital, e faça executar, com todo rigôr, as
posturas approvadas pela Resolução n. 91 de 12 Julho de 1861.
Comprehendem Vmcs. Quanto é prejudicial a saúde publica os esterquilinios, que
existem dentro desta cidade, principalmente na estação calida e chuvosa, que começa, quando
mais facilmente entrão em decomposição, e vicião o ar, as materias vegetaes e animaes
atiradas ás ruas e praças.
Espero que essa Camara, tomando em consideração o que fica expendido, em
pregará todos os meios a seu alcance para a limpeza desta cidade e para que sejão executadas
as respectivas posturas. – Deos Guarde a Vmcs. - - Aristides de Souza Spinola. – Sr.
Presidente e mais Vereadores da Camara Municipal da Capital. »
« 2º Secção. – N. 84. – Palacio da Presidencia de Goyaz, 15 de Outubro de 1880. –
Illm. Sr. – Transmmittindo a V. S. copia do officio que, em data de hontem, dirigi á Camara
Municipal desta capital para que ella providenciasse em ordem a ser, sem demora, removido o
lixo que existe accumulado, em grande quantidade, nas praças e ruas desta cidade, e a terem
execução as posturas approvadas pela Resolução n. 91 de 12 de Junho de 1861, tenho por fim
recommendar a V. S. que, usando dos meios que a lei lhe faculta, e auxiliando a
municipalidade, empregue todos os esforços para que seja cumprida aquella minha
determinação; o que espero do zelo e actividade de V. S., a quem Deos Guarde – Arisitides de
Souza Spinola.
- Sr. Dr. Chefe de Polícia da Provincia »
16/10/1880 pg. 4 Noticiario
Jornaes. – Recebemos, agradecemos e permuta[ilegivel], a Aurora Athenience,
revista mensal, habitualmente redigida por estudantes do Atheneu Bahiano, e A Unido,
semanario politico da cidade do Paraiso, provincia de Minas Geraes.
BR REHEG PH IM.CO.1880
16/10/1880 pg. 4
Artista – O Sr. João Paulo de Jesus é um pobre artista residente nesta cidade, que,
sem mestre e sem cultivo, tem dado provas de muita habilidade e gosto pela pintura, [ilegivel
(...)], ultimamente, na aquarella que temos a viola, representando o presidente do Gabinete
litterario, Dr. Fra[ilegivel] A[ilegivel] de A[ilegivel] (...).
30/10/1880 pg. 1 Officios
– Ao Conego Inspector Geral da Instrucção Publica.
Envio a V. S. duzentos e vinte exemplares de cada um dos opusculos seguintes: os
Luziadas, Desenho linear ou elementos de Geometria patrica e Pequeno tractado de leitura,
para serem distribuidos, desde já, pelas escolas publicas da provincia, convindo que, depois de
feita a distribuição, me seja apresentada uma relação das escolas com declaração do numero
de exemplares remettidos a cada uma.
30/10/1880 pg. 1
Do Secretario
Ao Commandante da Companhia de A[ilegivel] Militares.
De ordem de S. Ex. o Sr. Presidente da Provincia envio a V. S., para a escola dessa
companhia, dos exemplares de cada um dos [ilegivel]...
03/11/1880 pg.1
Expediente da Inspectoria da Instrucção Publica.
Dia 20 de Janeiro de 1880.
A’ S. Ex. o Sr. Presidente da Provincia.
Apresentando um officio de Inspector Parochial de Santa Luzia, [ilegivel] um pedido
constante de livros precisos para as escolas de instrucção primaria d’esta cidade.
Ao mesmo.
Propondo a D. Amelia Amalia Cavalcante de Albuquerque para reger interinamente
a escola de maninas da Villa de Entre Rios, vago por fallecimento da Professora que a regia.
Ao Inspector Parochial do Curralinho –
BR REHEG PH IM.CO.1880
Recommendando para entregar ao Professor Publico d’essa Freguezia, Manoel de
Almeida Guerra, os livros e quaesquer outros objectos pertencentes a extincta escola de
meninas da mesma Freguezia.
Ao de S. Santa Luzia.
Accusando recebido com seus officios de 9 do corrente o inventario dos utensilios da
escola do sexo feminino d’esta cidade, e bem assim um pedido, constante de livros, previstos
para as escolas de ambos os sexos da mesma cidade.
06/11/1880 pg. 1 Do Secretario
Ao Inspector Geral da Instrucção Publica.
De ordem de S. Ex. o Sr. Presidente da Provincia envio a V. S., com destino ao
Lycêo desta capital, dez exemplares de cada um dos seguintes opusculos: Luziadas e Desenho
Linear ou Elementos de Geometria Pratica.
10/11/1880 pg.1 Governo Provincial /
Expediente da Presidencia.
/
Dia 29 de
Setembro / Officios
– Ao Conego Inspector Geral da Instrucção Publica.
A’ vista do estado em que se acha o predio em que funcciona a escola do sexo
feminino da Freguezia do Rosario, regida por D. Maria Cyriaca Ferreira, conforme verifiquei
pessoalmente, e consta de representações do respectivo Inspector Parochial, convèm que V. S.
alugue um outro predio, que esteja em condições apropriadas para a referida escola; que muito
recommendo a V. S.
Ao Juiz de Direito da Comarca do Rio Maranhão.
Do incluso documento, que me foi remettido pela Camara Municipal da Villa de
Corumbá, dessa Comarca, com o officio, também junto em original, de 7 do mez ultimo,
consta que o finado Vigario da Parochia da referida Villa, Pedro Marinho de Oliveira, tendo
comprado, em 1859, o escravo Felippe, fizera, em 1874 e 1875, declarações no respectivo
titulo de compra que doava o escravo a N. S. da Penha com as condições, que mencionou.
Recommendo a Vmc. que me informe se se tratou dessa doação no inventário do
indicado Padre, no caso de se ter procedido ao mesmo, ou se houve qualquer procedimento
judicial relativo ao assumpto.
10/11/1880 pg. 4
BR REHEG PH IM.CO.1880
Sociedade Emancipadora – O agente do Correio na Villa da Conceição, Marçal
Telles Fernandes, o teresendo a esta humanitaria sociedade a quantia de vinte mil reis,
correspondente aos vencimentos do referido emprego durante um semestre, que temos o
prazer de registrar.
Concerto musical – Terá lugar sabbado 13 do corrente o segundo saráo – musical,
n’uma das salas do palacio da presidencia, cujo programma é o seguinte:
PROGRAMMA.
Primeira parte.
1ª - Abertura – Porpourri di Freischutz de Webber, arranjado por Kuffner, pelas
bandas da Phil’harmonica e do Batalhão 20 reunidas.
2.ª - Ballara « C’era uma volta um principe » do Guaranny de Carlos Gomes;
executada e acompanhada á piano pela Exm.ª Sr.ª D. Jesefina de Bulhões
3.ª - Grande Duo final « Oh’ terra addio » da Áyda, de Verdi, cantado pelas Exmas.
Srs. D. Anna e D. Leonor Xavier de Barros.]
4.ª - Romanza – Alla Stella Confidente » de Robaudi: cantado e acompanhado pela
Exm.ª Sr.ª Angela de Bulhões.
5.ª Romanza « Il Patto », do Mefistofele de Arrigo Borro, pela Exm.ª Sr.ª D. Maria
de Nazareth X de Barros.
6.ª - Grande Duo « Cara cittá nalia » da Fosca. de A. Carlos Gomes; cantado e
acompanhado pelas Exm.as Sr.as D. Josefina e D. Angela de Bulhões.
7.ª – Aria e coro - « Madre, pietosa vergine, » da Forza del Desttino, de Verdi; pelas
Exm.as Sr.as D. Leonor. D. Maria e D. Anna X. de Barros. D. Anna Gabriella, D. Josephina
Fleury. M. Xavier de Almeida.
8.ª – Côro « Noi siamo zingarelle » da Traviata de Verdi pelas Exm.as Sr.as D. Anna.
D. Maria e D. Leonor X. de Barros, D. Josephina Fleury e D. Anna Gabriella.
9.ª Strofe de Mephistopheles « Dio dell’or », do Fausto, de Gounod; pelo Sr.
Tocantins.
10.ª – Duo e coro « II supplizio » do II Trovatore, de Verdi; pelas Exm.as Sr.as D.
Anna, D. Maria e D. Leonor X. de Barros, e D. Maria X. de Almeida.
Segunda parte.
1ª – Grande Sinfonia da opera – ballo – II Guarany, do maestro brasileiro A. C.
Gomes, executada em piano á quatro mãos,
BR REHEG PH IM.CO.1880
17/11/1880 pg. 3
Ao presidente do Gabinete Goyano. De ordem de S. Ex. o Sr. Presidente da
Provincia envio a V. S., com destino a esse Gabinete, dous exemplares do livro intitulado –
Congresso Agricola.
27/11/1880 3 e 4
Ao Encarregado Interino do Serviço de [...] do Valle do Araguaya.
Accuso o recebimento de seo officio « Meio de 16[...]ido p. p. mez pelo qual fiquei
sciente de haver-se effectuado nos dias 1.º e 13 do dito mez os casamentos das tres indias do
Collegio Izabel ás quaes V. S. se refere. Quanto ao pedido de brindes para as mesmas, de que
V. S. trata no final do dito seo officio, já expedi ordem a Thesouraria de Fazenda para ser elle
satisfeito.
( Officiou-se, participando, ao Municipio da Agricultura. )
Ao conego Encarregado Interino do Serviço de Cathe[ilegivel] no Valle do
Araguaya.
De ordem de S. Ex. o Sr. Presidente da Provincia, accuso recebido o seo officio ao
mesmo Exm. Sr. dirigido, em data do mez p. findo, pelo qual ficou S. Ex. inteirado de haver
regressado ao collegio Isabel no vapôr ahi chegado a 19, os dous indios que do dito collegio
se havião ausentado sem licença e aos quaes V. S. se refere, sendo os mesmo de novo
matriculados e entrando um d’elles para a offina de carpinteiro.
11/12/1880 pg. 2
Ao Inspector Geral da Instrucção Publica.
Respondendo ao officio de V. S. n. 122. de 25 d’este mez, cobrindo o pedido feito
pelo Professor de instrucção primaria da Freguezia de Flôres, de mobilia e livros para a
respectiva escola, tenho a dizer-lhe que autoriso o Inspector Parochial a comprar, para
fornecer áquella escola, a mobilia constante da relação que acompanhou o mesmo pedido,
apresentando, opportunamente, a conta para ser paga; e quanto aos livros, que convem que o
Professor declare quaes sejão elles, afim de poder resolver a respeito.
BR REHEG PH IM.CO.1880
24/11/1880 pg.3 Noticiario
Escola de Pedro Affonso – Tendo o Ministerio da Agricultura, por despacho de 17 do
mez ultimo, declarodo nada haver que providenciar a guerra da representação do ex-Professor
de Pedro Affonso contra o facto de ter sido exonerado da respectiva cadeira de instrucção
primaria, a vista da informação da Presidencia d’esta Provincia, abaixo publicamos essa
informação.
« 1.ª Secção n. 73. Palacio da Presidencia de Goyaz, 13 de Outubro de 1880. – Illm.
E Exm. Sr – Remetteu-me V. EX., com o Aviso de 20 do mez ultimo, para informar, o
requerimento em que José Joaquim de Souza Marques representa conta o facto de ter sido
demirrido do cargo de Professor publico da povoação de Pedro Affonnso, nesta Provincia.
A escola primaria do aldeamento de Pedro Affonso, que era custeada pelos cofres
provinciaes, passou a ser sustentada pela verba – Catechese – do Ministerio da Agricultura,
em virtude do Acto que expedi em 26 de Dezembro do anno passado, e que foi por V. Ex.
approvado em Aviso de 30 de Janeiro do corrente.
José Joaquim de Souza Marques nomeado professor pelo inspector parochial em
1875 e inteinamente por Acto da Presidencia de 22 de Março de 1878, foi demittido pelo de
15 de Maio ultimo. Este individuo, contra quem existem varias representações não só das
autoridades locaes como da inspectoria geral da instrucção publica, não tinha as habilitações
precisas para accupar um lugar no magisterio, como provão os officios e cartas, escriptos e
assignados por elle, que vão juntos. Informando-me o juiz de direito da Comarca, bacharel
Casimito B. Godinho de Assis, sobre o estado do aldeamento de Pedro Affonso, representoume acerca da conveniencia de ser exonerado o professor, como verá V. Ex. da inclusa copia.
Alem disso, o mesmo professor abandonou, como confessa em seo requerimento, a escola em
Janeiro e se apresentou na secretaria da instrucção publica em 29 de Abril, conforme
communicou-me o Inspector em officio de 30, junto por copia. Devolvo a V. EX. o dito
requerimento de José Joaquim de Souza Marques »
Juiz de direito – Foi nomeado para Comarca do Parana, nesta Provincia, o bacharel
Joaquim Moreira de Castro e declarado sem effeito o decreto que nomeo o bacharel Benjamin
A. F. Bandeira.
Juiz Substituto. – Foi nomeado. por Acto de 22 do corrente, para 3º supplente do
termo da Capital, José Joaquim Baptista.
BR REHEG PH IM.CO.1880
Delegados. – Forão exonerados: de 3.º supplente do delegado do termo de Boa-vista
do Tocantins. Leocadio José de Souza; de Subdelegado do mesmo districto. Marcolino
Gonçalves Neves.
Idem, do Ditricto de Filadelphia. José Ferreira de Freitas;
e nomeados para
Substituir: - ao I. – Raymundo João Pereira; ao 2.º Faustino Acacio de Figuerêdo e ao 3.º
Firmino de Araujo Coelho.
Instrucção primaria. – Dos termos dos exames das escolas d’esta capital extractames
o seguinte:
Escola do sexo feminino da freguesia de S. Anna.
Professora – a Exm.ª Sr.ª D Olympia Ermelinda da Conceição Silva Pinheiro; Srs.
Capitães Braz Abrantes e João Fleury Alves de Amorim.
Com assistência de S. Ex. o Sr. Dr. Presidente da Provincia e o respectivo inspector
parochial a commissão julgou, por unanimidade de votos, promptas em todas as materias do
ensino primario as alumnas:
Rita Cassiana Xavier de Barros e Julia Florencia dos Santos Guimarães.
15/12/1880 pg. 3
SOCIEDADE EMANCIPADORA GOYANA.
Sessão ordinaria da Directoria da Sociedade Emancipadora Goyana, em 30 de
Outubro de 1880.
Presidencia da Exm. Sr. Dr. Spinola.
As cinco horas da tarde de 30 de Outubro de 1880. em uma das salas do Palacio do
Governo, reunidos os membros da Directoria da Sociedade Emancipadora, faltando com
causa participada o Sr. Procurador, abre-se a sessão.
Lê-se, pôe-se em discussão e approva-se a acta da antecedente.
Expediente
Um requerimento de João, escravo de Julia Maria dos Anjos, casado com mulher
libre, pedindo á Sociedade a respectiva liberdade que sua Srª. lhe confere pelo valor que lhe
fôr dado por peritos. concorrendo elle com a quantia de 150$000 quem para esse fim, lhe é
promettida por um genro de sua Sr.ª que, em seguida, libertará a mãi do supplicante,
independente de qualquer remuneração.
BR REHEG PH IM.CO.1880
Não tendo a Sociedade fundo sufficiente em caixa, resolvêo-se que, opportunamente,
seria attendido.
Findo o expediente e não havendo materia para ordem do dia, levanta-se a sessão. –
Aristides de S. Spinola. – Joaquim Fernandes de Carvalho. – Urbano Coelho de Gouvêa. –
Manoel Kusciuszko Pereira da Silva. – Francisco Antonio Ferreira de Azeredo.
24/12/1880 pg. 4
Mariana S[ilegivel] de Sá, plenamente em leitura, contabilidade, doutrina w trabalho
de agulhas e simplesmente em escripta.
Anna Josephina da Luz Azeredo, plenamente em leitura, doutrina e trabalhos de
agulhas e simplesmente em contabilidade.
V[ilegivel] Alves Costa, plenamente em escripta, doutrina, contabilidade e trabalho
de agulhase simpesmente em leitura.
Anna Lourença de Carvalho, plenamente em escripta e doutrina e simplesmente em
leitura.
Maria da Gloria Luz Azeredo e Maira Thomazia de Souza, plenamente em trabalhos
de agulha e simplesmente em leitura, escripta, doutrina e contabilidade.
Innocencia de Mendonça, plenamente em trabalhos de agulha e escripta e
simplesmente em leitura e doutrina.
Josepha Firmo de Arruda, simplesmente em leitura, escripta, contabilidade e
doutrina.
Josepha Marques da Conceição. Idem em escripta, leitura, doutrina e trabalhos de
agulha.
Laura Amelia de Souza Amorim e Philomena Perillo, plenamente em trabalhos de
agulha e simplesmente em escripta.
Augusta Alves da Rocha, simplesmente em escripta e trabalhos de agulha.
Anna Izabel Pereira de Abreu, plenamente em trabalhos de agulha.
Todas as mais alumnas monstrarão aproveitamento em suas respectivas classes.
Escola do sexo masculino da mesma freguezia.
Examinadores os Srs Capitães Braz Abrantes e João Fleury Alves de Amorim.
Professor o Sr. Antonio Luiz de Sant’Anna Pinto.
BR REHEG PH IM.CO.1880
Com assistencia de S. Ex. o Sr. Presidente da Provincia e do respectivo inspector
parochial e commissão julgou, por unanimidade de votos, que nemhum alumno mostrou estar
prompto nas materias do ensino primario e a nemhum approvou.
Escola do sexo feminino da Freguesia do Razario.
Professora Exm.ª D. Maria Cyrinea Ferreira.
Examinadores os Srs. professores Joaquim Gomes de Oliveira e José de S. Anna
Xavier Barros, sob a presidencia do respectivo Inspector parochial.
A Commissão approvou plenamente em leitura, escripta, contabilidade e doutrina as
seguinte alumnas: Bernedicta do Nascimento Santos, Anna Maria Rodrigues da Costa, Joanna
Francisca Marques, Maria Joaquina de Souza, Leonor [ilegivel] Fonseca. P[ilegivel] Maria
Marques, Anna Francisca Rodrigues Jardim, Maria Felippa de Brito e Lidia Marques de
Azevedo.
Julgou tambem com aproveitamento as demais alumnas.
Escola do sexo masculino da mesma Freguezia.
O professor o Sr. Jacintho Soares de Gouvêa.
A mesma commissão de exames julgou approvadas pelnamente em leitura,
contabilidade e doutrina, os alumnos de 1.ª classe; Antonio Ma[ilegivel], Luiz Gomes de
Azevedo, José Xavier de Almeida. Theodoro de Moraes Fleury, André de Moraes Fleury e
Joaquim da Costa Bastos, e com approveitamento os das outras classes.
(...) em Aviso circular expedido pelo Ministerio da Guerra em data de 28 de
Setembro ultimo, mandando aceitar voluntarios para completar a força de linha existente
n’esta provincia, nos termos do art. 67 do Reg. Approvado pelo Dec. n. 1887 de 27 de
Fevereiro de 1875, publico, de ordem do Sr. Dr. Chefe de Policia da Provincia, as condições e
vantagens que devem satisfazer e auferir os que quizerem alistar-se como voluntarios do
exercito.
1.º Ter robustez physica necessaria para o serviço do exercito;
2.º Ter idade completa de 17 annos e menos de 30, salvo se já tiver servido no
exercito ou armada, caso em que pode ser admitido até os 35 annos.
3.º Boa conducta civil, provada com attestados legaes.
Os voluntarios são obrigados a servir seis annos e perceberão a gratificação diaria
igual á metade do soldoda 1ª praça, conforme a arma em que servirem, e o premio de 400$000
BR REHEG PH IM.CO.1880
rs. Pagos em trez prestações; a 2.ª quando completar os trez annos de praça e a ultima no acto
de finalisar o seo contracto.
Os individuos que satisfiserem as condições acima exigidas e quizerem alistar-se as
autoridades policiaes dos districtos da provincia.
Secretaria da Policia da Provincia de Goyaz, 22 de Dezembro de 1880.
O Secretario da Policia, Pacifico A. X. de Barros.
29/12/1880 pg. 4
Os Maestros Verdi e Belllul. – A’ inauguração da estatua de Verdi, no Theatro da
Sadala, de Milão, terá logar em meiados do anno entrante.
N’essa occasião subirá á scena o Ernam uma
das partituras do maestro mais
estimadas na Italia.
Para a inauguração da estatua de RaHini executar-se-há a Somnambula.
Falleceu no dia 20 do corrente, vi[ilegivel] de uma longa enfermidade, a Exm.ª Snr.ª
D. Joaquina Gomes de Siqueira.

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