Monitoramento Nutricional e Recomendação de Adubação
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Monitoramento Nutricional e Recomendação de Adubação
NU REE Programa em Nutrição e Solos Florestais DPS - SIF - UFV - Viçosa - MG UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS Monitoramento Nutricional e Recomendação de Adubação Contribuição ao Encontro Brasileiro de Silvicultura Júlio César Lima Neves ([email protected]) Nairam Félix de Barros Roberto Ferreira Novais Roberto de Aquino Leite Victor Hugo Alvarez V. Ivo Ribeiro da Silva Curitiba – PR Novembro 2008 Água e Nutrientes São Os Recursos do Ambiente Físico Que Mais Determinam a Produtividade das Culturas Nas Condições de Solo e Clima Predominantes em Regiões Tropicais (Barros e Comerford, 2002) A Manutenção em Bons Níveis dos Fluxos de Água e de Nutrientes é a Base da Sustentabilidade da Produção de Florestas Plantadas Nessas Regiões, e Portanto, da Competitividade do Setor de Base Florestal (Neves, 2000; Barros e Comerford, 2002) Evolução da Produtividade Florestal no Brasil (Exemplo em Eucalipto) Décadas de 60 e 70 – IMA de 15 a 20 m3/ha/ano (Eucalipto) Atualmente: IMA de 35 m3/ha/ano (média geral), atingindo ~ 60 m3/ha/ano Fatores de Produção Florestal Plantações Florestais Florestas Naturais Fatores Climáticos Radiação solar Temperatura Precipitação Fatores Edáficos e Fisiográficos Cresc. raízes Suprimento: - água - nutrientes - oxigênio Fatores Bióticos Pot. genético Veget. compet. Insetos Doenças Produtividade atual Técnicas de manejo Produtividade potencial Produtividade de Madeira de Eucalipto Limitada pelo Clima, no Brasil, pelo 3-PG Fonte: NUTREE(2004) A Importância do Manejo • Trabalho na África do Sul concluiu que os ganhos de produtividade florestal obtidos foram devidos 20% à genética e 80% ao manejo (silvicultura) Perdas de Produtividade de Eucalipto em Resposta à Não Aplicação de Potássio ao Solo Nutriente Potássio Potássio Potássio Potássio Potássio Potássio Condição Idade Região Solo (ano) Regeneração 5.2 PR Neossolo Quartzarênico Regeneração 5.0 SP Argissolo Regeneração 7.0 MG Latossolo Vermelho Amarelo Reforma Reforma Reforma 4.0 7.6 6.5 SP SP MG Perda (%) 34.0 54.1 55.0 Latossolo e Argissolo 21.5 - 31.5 Latossolo 42.9 Latossolo Vermelho Amarelo 47.6 Biomassa do tronco (t/ha) 100 C1 ns C2 ns C3 ns C1 0 C2 ** C3 * C1 ns C2 * C3 * 90.4 SFI 80 70.7 70.7 I FI 60 52.4 42.2 40 34.7 20 5.2 7.0 7.0 0 1 2 Idade (anos) 3 Biomassa de tronco em povoamentos clonais de Eucalyptus grandis em resposta aos tratamentos Controle: SFI; Irrigação: I; Fertirrigação:FI, na região do Vale do Rio Doce, MG. (SILVA 2006) SFI e I: Adubação para 210 m3/ha, FI: adubação para 360 m3/ha, corte aos 6 anos A manutenção de elevadas taxas de crescimento requer adequada suplementação nutricional, mesmo em condições de disponibilidade hídrica elevada. Fonte: Silva (2006) Como determinar a Recomendação de Adubação ? Experimentos de Fertilização (curvas de resposta) Uso de Tabelas de Interpretação e Recomendação Uso de Modelos Constatação -> Previsão: Mudança de Enfoque Na Silvicultura Brasileira Importância da Concatenação do Conhecimento em Modelos Esquema do Modelo Conceitual de Sistemas de Recomendação de Adubação Baseados em Balanço Nutricional Produção Ef. Nutri. Conteúdo de nutrientes - Teor nutriente (dispon/troc.) - Prof. de raízes - Recuperação extrator Suprimento solo Outros Inputs: p.ex: Resíduos Rec. Pela Planta Fator de sustentabilidade Requerimento nutricional Balanço < 0 nutricional ≥0 Não adubar Quant. Nut. na Adubação Adubação Cientificamente Embasada Para Eucalipto, Pinus, Teca Conteúdos (kg/ha) e Partição de Nutrientes Minerais em Plantios Clonais de Eucalipto no Espírito Santo Fósforo Nitrogênio 30 400 25 300 20 200 15 100 10 5 0 0 -100 -5 Idade ( 2 a 9 anos ) Idade ( 2 a 9 anos ) Raiz Serrapilheira Lenho Casca Copa Potássio Cálcio 1000 200 800 150 600 100 400 50 200 0 0 -200 -50 Idade ( 2 a 9 anos ) Idade ( 2 a 9 anos ) Enxôfre Magnésio 25 100 80 20 60 15 40 10 20 5 0 0 -20 Idade ( 2 a 9 anos ) -5 Idade ( 2 a 9 anos ) Partição de Biomassa e Nutrientes em Pinus no PR vs Idade N Biomassa 100% 100% 80% 80% 60% 60% 40% 40% 20% 20% 0% 0% -20% -20% -40% 2 anos 4 anos 6 anos 8 anos -40% 2 anos 4 anos P 100% 80% 80% 60% 60% 40% 40% 20% 20% 0% 0% -20% -20% 2 anos 4 anos 8 anos 6 anos 8 anos 6 anos 8 anos K 100% -40% 6 anos 6 anos 8 anos -40% 2 anos 4 anos Ca Mg 80% 100% 60% 80% 60% 40% 40% 20% 20% 0% 0% -20% -40% -20% 2 anos 4 anos 6 anos Acículas 8 anos Galhos -40% Casca 2 anos 4 anos Lenho Raízes Fonte: Barros Filho (2003) Eficiência de Utilização Integralizada vs Idade (kg madeira / kg nutriente na árvore) N 1000 800 600 400 Urograndis E. globulus Portugal Uruguai Brasil 200 0 4 11 2 .5 3 .5 4 .5 7 9 0 .5 1 1 .5 2 3 4 5 .0 6 .0 7 .0 8 .0 9 .0 1 1.5 2 3 4 5 .0 6 .0 7 .0 9 .0 P 7 0 00 6 0 00 5 0 00 4 0 00 3 0 00 2 0 00 1 0 00 0 4 NU REE Programa em Nutrição e Solos Florestais DPS - SIF - UFV - Viçosa - MG 11 2 .5 3 .5 4 .5 7 9 0. 5 8 .0 Id a d e (a n o ) Neves et al (2003) Quantidades de macronutrientes em florestas de eucalipto para três produtividades, aos 7 anos de idade, estimadas pelo NUTRICALC Nut. Prod. Folha Galho Casca Lenho Tronco Raiz Total m3/ha/ano ----------------------------------------- kg/ha ----------------------------------------N 30 40 50 97,39 117,87 136,68 41,74 50,52 58,58 27,93 33,71 39,00 62,22 78,67 94,37 90,15 112,38 133,37 71,33 78,76 85,07 300,61 359,53 413,70 P 30 40 50 4,51 5,55 6,62 4,34 5,34 6,27 3,89 4,86 5,77 4,42 5,41 6,33 8,32 10,27 11,11 2,93 3,05 3,15 19,92 24,01 27,80 K 30 40 50 25,98 32,11 37,84 25,98 32,11 37,84 29,44 36,49 43,10 37,86 47,01 55,61 67,30 83,50 98,71 23,79 25,71 27,30 159,59 193,85 225,75 Ca 30 40 50 28,81 35,88 42,54 43,21 53,82 63,81 144,27 177,76 209,00 66,71 84,22 100,91 210,98 261,98 309,92 39,69 45,16 49,93 322,68 396,84 466,20 Mg 30 40 50 11,20 13,95 16,54 11,20 13,95 16,54 23,86 29,66 35,11 12,33 15,10 17,65 36,19 44,76 52,78 9,39 10,62 11,71 67,97 83,29 97,58 Fonte: Nutricalc 2001 NUTRITECA – Módulo de Planta por Ocasião do 1o Desbaste (Volume e Biomassa) Conteúdo de Nutrientes em Povoamentos de Teca no MT, por Ocasião do 1o Desbaste (aos 60 meses, 20 m3/ha/ano) NUTRITECA – Módulo de Desbaste NUTRITECA – Volume, Biomassa e Nutrientes no 1o Desbaste Esquema do Modelo Conceitual de Sistemas de Recomendação de Adubação Baseados em Balanço Nutricional Produção Ef. Nutri. Conteúdo de nutrientes - Teor nutriente (dispon/troc.) - Prof. de raízes - Recuperação extrator Suprimento solo Outros Inputs: p.ex: Resíduos Rec. Pela Planta Fator de sustentabilidade Requerimento nutricional Balanço < 0 nutricional ≥0 Não adubar Quant. Adubo NUTRICALC - EUCALIPTO Esquema do Modelo Conceitual de Sistemas de Recomendação de Adubação Baseados em Balanço Nutricional Produção Ef. Nutri. Conteúdo de nutrientes - Teor nutriente (dispon/troc.) - Prof. de raízes - Recuperação extrator Suprimento solo Outros Inputs: p.ex: Resíduos Rec. Pela Planta Fator de sustentabilidade Requerimento nutricional Balanço < 0 nutricional ≥0 Não adubar Quant. Adubo NUTRICALC - EUCALIPTO A Importância do Manejo da Fertilização (Exemplo na Aracruz Celulose S.A.) Fonte: Extraído de Fonseca (2004) Teor do Nutriente no Solo X Volume de Solo Explorado pelas Raízes = Suprimento (potencial) do nutriente pelo solo E o Suprimento Real ? Qualidade de Plantios Avaliação Nutricional por Nutriente Avaliação de Campo Deficiência Nutricional Severidade Freqüência N P K Ca Mg S Fe Mn Cu Zn B Na Si Ca Mg S Fe Mn Cu Zn B Na Si 0 1 2 1 2 3 Avaliação de Laboratório Análise Foliar N P K --------------------------- g/kg ------------------------ Base Meio Ponta Média Análise de Solo N g/dm 3(1) P K 3 ---- mg/dm ---- Ca Mg ---- cmol c/dm --- 3 ------------------------------- mg/kg ----------------------------- S g/dm Fe 3 Mn Cu Zn B Na Si 3 ------------------------------- mg/dm --------------------------- Estimativa e Referência DRIS Índice DRIS Interpretação Concentração foliar crítica (2) N P K Ca Mg (1) Para N, tem-se o teor total de C.O.; (2) Para folhas do terço médio (“Meio”) S Fe Mn Cu Zn B Na Si Diagnose do Estado Nutricional Como Subsídio ao Refinamento da Adubação do Eucalipto Aspectos Importantes a Considerar na Diagnose do Estado Nutricional - Os valores de referência (normas) para interpretação do estado nutricional de eucalipto são influenciados pela parte da planta de eucalipto considerada (Wadt 1996, para DRIS; Silva, 2001, para DRIS, M-DRIS e CND) e pelo material genético (Wadt, 1996); - Os teores de nutrientes nas folhas correlacionam mais com o crescimento futuro do povoamento, enquanto que, em plantios adultos, os teores no lenho correlacionam melhor com o crescimento já obtido (Wadt et al, 1999); - As normas são influenciadas pelo local de crescimento das florestas de eucalipto, devendo ser utilizadas normas específicas para cada condição edafoclimática, preferencialmente (Silva et al, 2005) ; Aspectos Importantes a Considerar na Diagnose do Estado Nutricional As normas são influenciadas pelo local de crescimento das florestas de eucalipto, devendo ser utilizadas normas específicas para cada condição edafoclimática, preferencialmente (Silva et al, 2005) ; Os teores foliares de nutrientes e suas relações são s sensíveis à idade dos plantios, à época de amostragem, e às alterações no manejo de água e nutrientes, fatores que, portanto, influenciam a diagnose do estado nutricional em plantios jovens de eucalipto (Silva, 2006) A planta pode estar com os nutrientes equilibrados, mas em baixos teores ( Exemplo em Plantios de Eucalipto em São Paulo ) Necessidade de considerar balanço e equilíbrio nutricional Diagnose do Estado Nutricional Como Subsídio ao Refinamento da Adubação Exemplo de Relatório de Saída do NUTREELYPTUS Esquema genérico do relacionamento gráfico do balanço e equilíbrio nutricional de determinado nutriente Z envolvido na diagnose nutricional, com base em análises de tecido. Fonte: Rocha (2008) Ca 2,5 Ca-Pop ref 2 1,5 1 IDRIS 0,5 0 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 -0,5 -1 10 30 40 50 60 70 desbalanceado e desiquilibrado por excesso tendência a desbalanceado e desiquilibrado por excesso -1,5 -2 20 balanceado e equilibrado tendência a desbalamceado e desiquilibrado por falta -2,5 desbalanceado e desiquilibrado por falta IKW-100 Balanço (IKW) e Equilíbrio Nutricional (DRIS) para Ca em povoamentos jovens de eucalipto na região llitoránea do ES e Sul da Bahia Fonte: Rocha (2008) População diagnosticada 3 População de referência balanceado e equilibrado IENm 2 1 0 0 10 20 30 40 50 60 IKWm Balanço Nutricional Global (IKWm) e Equilíbrio Nutricional Global (IENm) em povoamentos de eucalipto na região llitoránea do ES e Sul da Bahia Fonte: Rocha (2008) Exemplo de Relatório de Saída do NUTREELYPTUS
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