Classificação das Micoses
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Classificação das Micoses
Classificação das Micoses Micoses Superficiais: Acometem as camadas superficiais da pele e dos pelos Micoses Cutâneas ou Dermatofitoses: Acometem a epiderme mais profunda e invadem pelos e unhas Micoses Subcutâneas: Acometem a derme, tecido subcutâneo, músculos e fascias Micoses Sistêmicas: Acometem órgãos e sistemas internos Micoses Oportunistas: Acometem indivíduos debilitados MICOSES CUTÂNEAS Tineas ou Dermatofitoses Agentes: Dermatófitos são fungos que têm afinidade pela queratina da pele, unhas e cabelos. Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton Habitat: Geofílicos (solo), Zoofílicos (animais) e Antropofílicos (homem) Distribuição geográfica: Variação de espécies por região. Mais freqüente em áreas tropicais: verão e outono Hospedeiro: Indivíduos expostos a alta carga de fungos e com abrasão da pele (pele úmida e quente) MICOSES CUTÂNEAS Tineas ou Dermatofitoses Classificação Por nicho ecológico: Geofílicos (solo) Zoofílicos (animais) Antropofílicos (homem) Por topografia das lesões: Tinea pedis Tinea corporis Tinea cruris Tinea capitis Tinea ungueum Tineas ou Dermatofitoses Patogenicidade: fatores de virulência 1) Atividade de queratinases, elastases, sulfatases e lipases são importantes na implantação da micose. 2) Alguns lipídeos do fungo são capazes de estimuar resposta alérgica enquanto mananas da parede celular têm efeito imuno-inibitório. Tineas ou Dermatofitoses Patogenicidade: fatores de virulência Queratina = proteína insolúvel proteases queratinolíticas Invasão peptídeos alergênicos (IgE) Queratinócitos: barreira física contra microrganismos mediador de resposta imune (TGF, TNF-, IL-1, IL-6, IL-8) Fator quimiotático para neutrófilos e linfócitos Inflamação Tinea Capitis Prevalência: maior em crianças (epidemias escolares) Clínica: Couro cabeludo eritematoso e descamante (A) Queda dos cabelos com tonsura (B e C) Queda e destruição do folículo piloso (D) Processo inflamtório associado (Kerion Celsi) Etiologia: Microspórica (lesões grandes, delimitadas, poucas) Tricofítica (lesões pequenas, difusas, numerosas) Tinea capitis tonsurante Lesão em couro cabeludo Quebra dos cabelos Alopecia temporária A Tinea capitis tonsurante C D Tinea favosa: Alopecia definitiva Trichophyton schoenleinii Kerion Celsi Alopecia definitiva Tinea barbae: Trichophyton verrucosum Tinea ungueum: Onicomicose Prevalência: maior em mulheres (idade adulta) Clínica: perda do brilho e da cor normal hiperceratose subungueal, início pela borda livre não acomete a matriz ungueal Etiologia: Trichophyton sp Epidermophyton floccosum Tinea ungueum Perda do brilho e cor Hiperceratose Borda livre Tinea ungueum Compromotimento subungueal mas não de matriz Evolução crônica Predisposição profissional Paciente HIV+ Tinea pedis Prevalência: jovens; associação com o tipo de calçado (temperatura e umidade) Clínica: Forma interdigital – eritema e descamação com maceração, podendo fissurar. Muito pruriginosa. Forma vésico-bolhosa – caráter agudo, com vesículas e bolhas nos cavos plantares. Pruriginosa. Forma escamosa crônica – hiperceratose plantar e descamação crônica. Não pruriginosa. Agentes: Trichophyton rubrum Trichophyton mentagrophytes Epidermophyton floccosum Tinea pedis interdigital Tinea pedis vésico-bolhosa Tinea pedis escamosa crônica Hiperceratose Tinea cruris Prevalência: Maior em jovens do sexo masculino Região quente e úmida Clínica: Lesões eritematosas e descamantes Crescimento centrífugo Bordas ativas com vesículas Muito pruriginosas Etiologia: Trichopyton rubrum Trichophyton mentagrophytes Epidermophyton floccosum Microsporum canis Fatores Predisponentes Umidade Calor Obesidade Roupa Higiene Tinea cruris x Eritrasma Tinea Corporis Prevalência: associada aos fatores predisponentes umidade, clima, profissão, hospedeiro, exposição Clínica: Lesões eritematosas e descamantes Lesões circulares que confluem (aspecto circinado) Crescimento centrífugo com centro livre e bordas ativas (vesículas) Muito pruginosas e contagiosas Etiologia: Qualquer dermatófito Aspecto circinado Tinea manum Clínica: Lesões eritematosas e descamantes Crescimento centrífugo. Freqüência baixa Mícide Conceito: manifestação alérgica à distância, provocada por um foco de infecção fúngica bem inflamatório, geralmente por dermatófitos zoofilicos ou geofílicos. As mícides têm o mesmo aspecto clínico das Tineas, mas são desabitadas. Regridem com o tratamento do foco fúngico. Se localizam preferencialmente nas mãos, mas podem se manifestar em outros sítios do tegumento. Tinea manum e Mícide Tinea manum infectada Tinea profunda Forma vegetante que se manifesta em indivíduos com deficit da imunidade celular (transplantados renais, HIV+, diabéticos, lupus eritematoso). Pode haver comprometimento sistêmico. Resposta inflamatória exagerada – Kerion Celsi da pele glabra. Agentes: Trichophyton rubrum Microsporum audouinii Tinea profunda Tinea Imbricata Sinonímia: Tokelau ou Chimberê Agente: Trichophyton concentricum Hospedeiro: populações indígenas da América Central, Pacífico e Norte do Brasil. Doença com influência genética Tratamento das Dermatofitose Tópico: Lesões localizadas Sistêmico: Tinea capitis e Tinea ungueum Tratamento das dermatofitoses Medidas profiláticas contra as Dermatofitoses 1) Evitar a umidade 2) Evitar calçados plásticos ou fechados 3) Usar roupas de algodão (meias e roupas íntimas) 4) Lavar e ferver roupas que tenham contato com as áreas afetadas, inclusive pente e escova de cabelo 5) Evitar contato com animais doentes 6) Exame obrigatório em locais públicos (creches, piscinas, quartéis) Diagnóstico laboratorial das Dermatofitoses 1) Coleta do material 2) Exame direto KOH 20% 3) Cultura em Sabouraud Exame micológico direto com KOH 20% Parasitismo pêlo ectothrix Parasitismo pêlo endothrix Exame micológico direto com KOH 20% Escamas ou unhas Identificação de Dermatófitos 1) Tempo de crescimento ágar-Sabouraud-dextrose com cloranfenicol 2) Características macroscópicas cor, aspecto, textura, bordos 3) Características microscópicas - Elementos vegetativos hifa em espiral, raquete, pectinada - Elementos reprodutivos: esporos (conídios) cor, tamanho, disposição Características macroscópicas dos dermatófitos Tempo de crescimento, pigmentação, textura Características microscópicas dos dermatófitos Microcultivo em lâmina E. floccosum T. rubrum M. canis Principais Dermatófitos no Brasil T. entagrophytes Referências Bibliográficas MINS, C. et al. Microbiologia médica. 5.ed. Elsevier, Rio de Janeiro, 2014 MURRAY, C. et al. Microbiologia médica. 6.ed. Elsevier, Rio de Janeiro, 2009 TORTORA, G.J. et al. Microbiologia . 10.ed. Artmed, Rio de Janeiro, 2012 VERONESE ,R. ; FOCACCIA, R. Tratado de infectologia . 4.ed. Atheneu, 2010
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