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BISCOITOS l CANDIES l CHOCOLATES l SNACKS l SUCOS E REFRESCOS 28 Nº 240 Outubro 2014 Um banquete de cor e sabor A aposta da indústria na oferta de BALAS DE GOMA, DE GELATINA E MARSHMALLOWS injeta ânimo no setor de candies DROPS E PASTILHAS um impulso cada vez mais irresistível BEL CHOCOLATES Stenio Dedemo conta os planos para a marca Ailiram Carta do Editor Ano XXVIII - nº 240 - OUTUBRO de 2014 Diretores Beatriz de Mello Helman e Hélio Helman Os ursos dançarinos REDAÇÃO Diretor Hélio Helman [email protected] Editor Fábio fujii [email protected] Diretor de Arte samuel felix [email protected] administração Diretora BEATRIZ Helman [email protected] Publicidade Antonio Canela barreto Jalil issa gerjis jr. Sérgio antonio da silva [email protected] International Sales multimedia, inc. (USA) Fone: +1-407-903-5000 - Fax: +1-407-363-9809 U.S. Toll Free: 1-800-985-8588 e-mail: [email protected] Assinatura keli oyan Fotografia shutterstock Foto da Capa shutterstock Design da Capa samuel felix Bureau, CTP e Impressão IPSIS GRÁFICA E EDITORA EDITORA DEFINIÇÃO Doce Revista é uma publicação mensal da Editora Definição Ltda. (CNPJ 60.893.617/0001-05) dirigida ao setor doceiro e às suas redes de atacadistas, distribuidores, varejistas e supermercadistas. Redação, administração e publicidade: Rua Itambé, 341 - casa 15 - São Paulo - SP - 01239-001 Fone/Fax: (011) 3666-8301 e-mail: [email protected] site: www.docerevista.com.br Dispensada da emissão de documentação fiscal, conforme Regime Especial Processo DRT/1 nº 11554/90 de 10/09/90. Circulação NOVEMBRO de 2014 Membro da Anatec Associação Nacional das editoras de publicações técnicas dirigidas e especializadas. www.docerevista.com.br I nventora da bala de gelatina em formato de ursinho (gummy bear), a indústria de candies alemã Haribo mantém há mais de 90 anos a liderança disparada entre os muitos fabricantes da categoria que ajudou a universalizar e, por sinal, é um dos mercados focalizados em reportagem especial desta edição. Estima-se que atualmente a produção apenas da linha Gold-Bear, campeã absoluta do segmento, esteja na faixa de 100 milhões de unidades por dia. Fundada em 1920 por Hans Riegel (pai), a companhia chegou a contar com 400 funcionários até o final da II Guerra Mundial (GM). Após esse período, quem assumiu os negócios foi Hans Riegel (filho), que tocou a empresa até meados de 2009, vindo a falecer em 15 de outubro de 2013, aos 90 anos. Até hoje 50% da companhia estão sob o controle da família. Em 70 anos à frente da operação, Riegel filho construiu o império da Haribo, uma empresa que nasceu entre guerras e renasceu depois da II GM. No Brasil, ela é representada há mais de duas décadas pela importadora Aurora, que distribui com exclusividade a maioria das linhas de gomas de gelatina e marshmallows da marca. Atualmente, emprega 6.000 trabalhadores distribuídos por 15 países. Uma curiosidade: o nome Haribo é um acrônimo resultante da soma do nome do fundador com sua cidade natal, Bonn, no Oeste da Alemanha. Seu produto mais emblemático teve origem em 1922, com o lançamento do “urso dançarino”, inspirado nas feras treinadas para atuar em festividades e mercados anuais na Alemanha do século XIX. Na época em que surgiu, dois ursos dançarinos custavam apenas dois pfennig (valor que correspondia a dois centavos de marco), preço que fez a diferença numa economia arrasada pela inflação galopante e pela constante desvalorização da moeda nacional. A Haribo viria a ser fortemente abalada pela II GM, tanto pela escassez de matéria-prima como pelo óbito do fundador. Ao retomar os negócios em 1946, Hans e seu irmão Paul – que morreu em 2009 – se dedicaram a reconstruir a empresa. Com apenas 30 funcionários, Riegel assumiu a administração da companhia (incluindo marketing e vendas), enquanto seu irmão se encarregou da produção. Nos anos 1950, já reabilitada, a companhia empregava perto de 1.000 trabalhadores. Uma década depois nasciam os ursos de gelatina ainda hoje comercializados pela Haribo. Em 1967, os Gold-Bears se tornaram marca registrada da empresa. Nas décadas seguintes vieram a consolidação e expansão em âmbito global, com exportações hoje para mais de uma centena de países. • Outubro 2014 Doce Revista 3 Sumário 10 ENTREVISTA BEL CHOCOLATES a cobertura ficou maior O diretor comercial Stenio Dedemo abre os planos para a marca Ailiram e comenta a expansão do grupo industrial nos segmentos de food service, varejo e lácteos 14 VITRINE ATACADISTA DISTRIBUIDORA FARIAS o rei do giro da floresta Operação baseada em Manaus e especializada no reduto de candies enfrenta desafios nas estradas e vias fluviais para dar cobertura aos 62 municípios do Amazonas 16 PDV DROPS E PASTILHAS impulso irresistível Além de redobrar apostas no apelo da refrescância, o segmento segue investindo em táticas de indução de compras e lançamentos contínuos para alavancar o giro em um dos redutos de candies ainda distante de seu ponto de saturação 22 SUSTENTABILIDADE MINTEL o meio ambiente agradece Pesquisa exclusiva capta que os consumidores brasileiros se preocupam com a ecologia, mas ainda relutam em pagar mais por produtos sustentáveis 26 CAPA BALAS DE GOMA, GELATINA E MARSHMALLOWS é só alegria A diversidade de formatos e variações de sabor, cor e textura imprimem industrialização crescente em um filão recente no país que não para de crescer SEÇÕES 06MIX Garoto põe mais cacau no chocolate ao leite e ingressa no filão de aerados, entre outros destaques 08CEREAL CHOCOTEC uma prévia do Brasil Bakery & Confectionery Trends 2020 12CONSULTORES a análise de especialistas dos mercados de açúcar e cacau 34GIRO os lançamentos que enfeitam as prateleiras do atacado distribuidor doceiro 38SAÚDE & BEM-ESTAR uma forma inovadora de vendas diretas para produtos saudáveis 4 Doce Revista Outubro 2014 www.docerevista.com.br MIX Chocolate Mexidas na massa P ara injetar mais gás na demanda em chama de chocolates, a Garoto também acena com inovações. Sinônimo de tradição na cena nacional, a indústria capixaba decidiu mexer na formulação da sua massa de chocolate, uma atitude jamais imaginada por concorrentes e fãs da marca. A receita do seu chocolate ao leite agora apresenta maior teor de sólidos de cacau, equiparando o produto à plêiade de versões que hoje cintila nas prateleiras da categoria. “A fórmula com mais cacau resulta em um produto mais saboroso, porém mantendo a textura macia e de fácil derretimento já conhecidos da versão ao leite regular”, sustenta Ingrid Lambrecht, gerente da marca, acrescentando que a novidade já incorpora a família de tabletes familiares de 150g, em todas as qua- 6 Doce Revista Outubro 2014 tro versões que têm chocolate ao leite como base (Ao Leite, Castanha de Caju, Castanha de Caju e Passas e Crocante). De acordo com a executiva, a receita foi desenvolvida a partir de sugestões captadas em pesquisas com consumidores. “O brasileiro hoje prefere sentir o sabor do cacau mais pronunciado quando degusta um chocolate e a nova formulação atende essa expectativa, oferecendo uma experiência sensorial diferenciada”, assinala a gerente. Outra inovação no portfólio, complementa ela, é o tablete Aero de 101g, primeiro chocolate aerado da Garoto. Elaborado a partir do novo chocolate ao leite, a partir de uma exclusiva tecnologia de aeração, a novidade combina sabor delicado com uma textura leve. O lançamento insere a Garoto no segmento de aerados, que vem registrando crescimento acima da média nos últimos anos, informa Ingrid, sem abrir cifras. “A experiência sensorial de degustação é única, sendo que o molde e a leveza do chocolate contribuem para um derretimento na boca sem igual”, ela garante. www.docerevista.com.br www.docerevista.com.br Outubro 2014 Doce Revista 7 MIX BRASIL BAKERY & CONFECTIONERY TRENDS 2020 Berço da inovação Amaral, do Ital que as pessoas descubram um nicho que ninguém está explorando. O lançamento da publicação “Brasil Bakery & Confectionery Trends 2020” foi o ponto alto da Semana Tecnológica promovida pelo Cereal Chocotec (Centro de Tecnologia de Cereais e Chocolate), do Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), de 13 a 15 de outubro, em Campinas (SP). Com edição coordenada pelos pesquisadores Denise Jardim, Guilherme Queiroz e Raul Amaral, a brochura de 321 páginas aborda os principais fatores de impacto, tendências, oportunidades e desafios para os setores de panificação e confeitos (confectionery) no Brasil. O documento foi elaborado a partir da identificação de fatores de influência no mercado doméstico levando em consideração impulsionadores de demanda e mudanças no perfil e comportamento dos consumidores, além de interferências de investidores (stakeholders) em panificação e confectionery. Segundo Raul Amaral, as informações utilizadas pela publicação foram obtidas por estudos feitos por centros de referência nacionais e internacionais, além da consulta a bases de dados. Em 2010, lembra o pesquisador, o Ital deu início ao projeto com a publicação do estudo Brasil Food Trends 2020, cujo resultado 8 Doce Revista Outubro 2014 gerou um documento estratégico para o setor de alimentos. Em 2012, lançou a Brasil Pack Trends 2020, com tendências para o setor de embalagens e, em agosto passado, inseriu o estudo Brasil Ingredients Trends 2020, com as tendências de insumos para alimentos e bebidas e suplementos alimentares. “Esse trabalho na ala de panificados e candies representa mais uma etapa do projeto e antecede estudos sobre tendências e inovações nas áreas de leite e derivados, carnes e derivados, frutas e hortaliças e bebidas, atualmente em desenvolvimento para serem lançados nos próximos anos”, informa Amaral, também coordenador técnico da plataforma de Inovação Tecnológica do Ital. Ao abordar as principais tendências e inovações nos setores de panificação e confectionery, o livro traz as informações de forma organizada. “Detalha, principalmente, os desdobramentos dos dados em termos de tecnologias que podem ou devem ser usadas para inovações em diversos produtos, a exemplo da questão da redução do sódio, da substituição de açúcares ou de gorduras (trans) nos desenvolvimentos”, sublinha o pesquisador. Os mercados em foco, complementa ele, são alvos de muitas políticas para propostas de reformulações. Além das adequações decorrentes dessa movimentação, existe uma pressão para o aprimoramento da qualidade, introduzindo por exemplo ingredientes funcionais, caso da adição de mais fibras, grãos integrais ou frutas ricas em oxidantes. “Tudo isso impõe algumas implicações tecnológicas razoáveis pois, para o público em geral, a mistura de uma fruta em uma formulação de biscoito talvez seja uma coisa simples, mas do ponto de vista tecnológico não é. Há questões que têm de ser equacionadas para que o produto tenha estabilidade, sabor adequado etc.”, argumenta Amaral. Como a equipe que elaborou o estudo é formada por pesquisadores, isto é, pessoas com conhecimento vasto e aprofundado com experiência em ensaios, o livro traz a visão de como efetivamente implementar as novidades que o mercado almeja. “De certa forma, o estudo faz uma ponte entre o que o mercado quer, a exemplo de inovações que estão acontecendo nos grandes centros urbanos internacionais, e os desafios do ponto de vista da tecnologia”, sintetiza ele. Para isso, o volume é dividido em um panorama geral do setor, nos fatores que têm influenciado o consumo desses tipos de produtos (inovação) e avança sobre capítulos de grupos de pesquisadores que analisam cinco tendências: moderação e controle de açúcares, sódio e gorduras; nutrição e funcionalidade; naturalidade (onda de produtos mais simples, integral); premiunização (valoriação do sabor, da qualidade, linhas gourmet); e sustentabilidade. “Nosso objetivo é que se estimule mais esse input inovador. Inovações em todos os sentidos, desde aquela que chamamos de incremental – que adapta modelos, formatos, formulações – até as realmente radicais e inéditas. Queremos que as pessoas vejam as tendências e descubram um nicho que ninguém está explorando”, frisa Amaral. • www.docerevista.com.br www.docerevista.com.br Outubro 2014 Doce Revista 9 ENTREVISTA Cobertura completa Bel Chocolates redobra aposta na marca Ailiram e expande atuação em food service, varejo e lácteos Linha Top Bell’s produção diária de 658.800 unidades. D etentor das marcas de cobertura fracionada e confeitos Bel Chocolates, da linha de produtos lácteos Hércules e da grife de biscoitos e doces Ailiram, o grupo Bel S/A projeta crescimento de 20% até o final deste ano e também para 2015. A previsão para o próximo exercício se associa diretamente à estreia da empresa na categoria de snacks, a tiracolo da marca Ailiram, palíndromo da palavra Marília, cidade paulista que é também o berço da empresa. “Os sólidos resultados das operações do grupo possibilitam um planejamento voltado ao crescimento e à expansão das unidades de negócios”, resume Stenio Dedemo, diretor comercial da Bel. Fundada há 38 anos pelo empresário Paulo Sérgio Zaparolli Dedemo no Centro-Oeste de São Paulo, a companhia se mantém até hoje como empreendimento familiar, de capital fechado, com tradição no mercado de chocolates e confeitos e preparando-se para avançar também em outros segmentos. Uma das pioneiras na oferta de coberturas fracionadas, a Bel atua no food service e mercado 10 Doce Revista Outubro 2014 institucional com as marcas Cobertop e Confeiteiro. Mas também sobressai no varejo, com linhas de marshmallows cobertos por chocolate, tabletes, candy bars, wafers e figuras moldadas. Títular da segunda geração da família à frente da direção da Bel, Stenio Dedemo deu a seguinte entrevista à Doce Revista (DR): DR – Quais os planos para a marca Ailiram, que retornou ao mercado no ano passado? Dedemo – A Ailiram passou a fazer parte do grupo Bel em 2007 e teve sua retomada em 2013, com os cereais matinais Corn Flakes e Choco Balls, enriquecidos com oito vitaminas, ferro e zinco. A ideia era fisgar antigos consumidores pela memória da boa imagem preservada da marca e seduzir as novas gerações associando o nome à megatendência global de saúde e bem-estar (health and wellness). Ainda estamos definindo o ingresso em mais frentes de atuação, porém desde o retorno direcionamos a marca para o filão de saudabilidade. A Ailiram, aliás, representa a maior aposta da companhia para o próximo ano, com um lançamento inovador, que vai revolucionar o mercado brasileiro de snacks e, inclusive, demandou a importação de uma linha inteira de produção. Não vou poder mais detalhes para não tirar o impacto da surpresa. Vamos lembrar que a marca Ailiram foi criada há 66 anos e ajudou a consolidar o título de Capital Nacional do Alimento pelo qual a cidade de Marília é conhecida hoje. Uma das primeiras fabricantes locais de doces e biscoitos industrializados, a empresa dominou o comércio local e regional até os anos 1970. Os produtos bem conceituados atraíram, na década seguinte, as atenções da americana Beatrice Foods, que acabou adquirindo o negócio. Com a instalação da unidade de biscoitos da Nestlé na cidade, ela foi repassada ao grupo suíço e desapareceu. DR – Quais segmentos devem receber os investimentos previstos? Dedemo – Começando pela ala de lácteos, contamos com a marca Hércules, de 61 anos, que foi adquirida pelo grupo em 2008 e hoje é especializada na produção de leite UHT com instalações totalmente automatizadas em Herculândia, a 60 quilômetros de Marília. Com distribuição centrada no Estado de São Paulo, é a quinta marca mais consumida no interior e na capital, com produção anual de mais de 100 milhões de litros. Essa unidade láctea recebe constantemente investimentos em atualização e capacitação produtiva. Nos últimos três anos, fizemos a substituição total do parque de lácteos e, em 2013, implantamos na unidade de Marília a linha de produção dos rolinhos de wafer. O gasto total, incluindo a importação da linha para o lançamento do snack da Ailiram, é de R$ 20 milhões. Também estamos planejando a instalação de um novo parque www.docerevista.com.br industrial, com um Centro de Distribuição (CD). Com atuação nacional, hoje possuímos CDs em Alagoas, para cobertura ao Norte e Nordeste, e em Guarulhos (SP). Além de alcançar a excelência na fabricação, queremos ser referência em vendas e distribuição. DR – O que pode adiantar sobre a marca Bel Chocolates? Dedemo – Ela é referência nas linhas de marshmallows, com os produtos Teta e Top Bel’s, que são tradicionais em pontos de venda (PDVs) como padarias e lojas de conveniência. Em instalações modernas e automatizadas produzimos 658.800 unidades diariamente. No filão mais popular, atuamos com o candy bar Moranguete, que está no mercado há mais de 20 anos. Diversificamos o portfólio recentemente, lançando o rolinho de waffer Buono, que é recheado e coberto com chocolate e o rolinho colorido, o popular bijou, destinado a confeitarias e sorveterias. Outro grande sucesso é a linha de moedas sabor chocolate. DR – A Bel foi uma das desbravadoras do filão de coberturas fracionadas? Dedemo – Tanto que as marcas Cobertop e Cobertop Gourmet são quase sinônimo da categoria. Elas marcam pontos por serem bastante estáveis durante o ano, porém tem seu auge de demanda na época de Páscoa. São muito requisitadas pelos chamados transformadores, que incluem doceiras, culinaristas e até donas de casa. É cada vez maior o contingente de mulheres que se interessa em fazer cursos de manipulação de cobertura para a fabricação de confeitos como trufas, bombons, ovos caseiros e figuras moldadas, aumentando a renda familiar. Para a Páscoa de 2015, por sinal, nossa equipe já desenvolve campanhas de promoção da marca Cobertop, com ações que incluem sorteios e prêmios. Dessa forma, mantemos um canal de contato muito próximo dessas consumidoras. Além das campanhas, a Bel promove durante todo o ano, cursos de coberturas com temas variados, sempre ministrados por culiwww.docerevista.com.br Dedemo crescimento de dois dígitos neste ano e no próximo. naristas especialistas no ramo de doces, gerando a experimentação do produto e fidelização da marca. DR – O que a Bel tem feito na ala de varejo? Dedemo – Uma das novidades nessa frente é adesão da Bel Chocolates à ferramenta do licenciamento de produtos, vi- to da linha de candies como de snacks, com ações em pontos de venda (PDVs) e junto ao trade. Nossa equipe é muito atuante nesse sentido e nossos produtos ganham muito destaque com isso. No caso dos lácteos, como a atuação da marca é centrada basicamente no interior de São Paulo, as campanhas são concentradas nas emissoras de TV das cidades em que o leite Hércules é comercializado. Também comemoramos a posição da Hércules, alçada ao 301º lugar no ranking das principais empresas do agronegócio da revista Exame. Estávamos em 311º e subimos 10 posições. Isso reflete a saúde, a solidez e o momento do grupo como um todo. Contrariando todas as perspectivas de baixo crescimento industrial no Brasil, crescemos 15% de 2012 para 2013 e Cobertura fracionada pioneirismo com linha mais estável durante todo o ano. sando atrair e atender às expectativas dos consumidores. No ano passado promovemos o filme Os Smurfs, da Sony Pictures, nas linhas de guloseimas direcionadas ao público infantil e, este ano, redobramos a carga com o licenciamento do personagem Bob Esponja, da Nickelodeon. Essa é uma tendência que também seduz o trade de produtos com personagens para festas temáticas, que estão muito em voga. DR – Como justifica o crescimento de 20% nesses dois exercícios? Dedemo – Um dos diferenciais do grupo é fazer campanhas e promoções tan- 20% de 2013 para 2014. Estamos projetando o mesmo cenário para 2015, baseados principalmente na linha de snacks, cuja estreia irá certamente fortalecer a marca Ailiram. DR – O que destacaria na infraesterutura da companhia? Dedemo – Recentemente, a unidade de candies e snacks da Bel recebeu a certificação ISO 9001. A implantação dessa chancela assegura a excelência nos procedimentos que garantem a qualidade das matérias-primas, processos e produtos que saem das nossas linhas. • Outubro 2014 Doce Revista 11 Consultores Cacau Correção para baixo D epois da forte queda nos primeiros dias, os preços do cacau passaram a maior parte de outubro oscilando num padrão aleatório e sofreram uma nova queda acentuada nos últimos dias do mês para níveis baixos não vistos desde maio. Depois de meses de indecisão, o confronto entre os fundos espeThomas Hartmann culativos altistas e os operadores orientados pela conjuntura fundamental baixista começa a ser ganho por estes últimos e uma correção maior dos preços para baixo está em curso. A tendência baixista aumentou ainda mais. O superávit da safra internacional de 2013/2014 está confirmado com as estimativas variando entre 30 e 75 mil toneladas(t) e, o que é pior, vários analistas também preveem um superávit para a safra 2014/2015. As moagens mundiais do terceiro trimestre foram fracas. Com a única exceção da América do Norte, que cresceu 4,59%, todas as outras regiões reportaram quedas entre 1% e 6%. As projeções para as moagens mundiais na safra 2013/2014 indicam que sua expansão ficará substancialmente abaixo dos 3,7% previstos pelo último relatório da Organização Internacional do Cacau. Na opinião de alguns analistas poderá mal passar de 2%. Os indicadores da demanda na maioria dos mercados consumidores de chocolates e produtos de cacau indicam estagnação, novamente com exceção dos Estados Unidos. Em função disso, a procura por manteiga de cacau sofreu uma forte redução, refletida na queda dos ratios e dos preços em termos absolutos, apenas parcialmente compensada pelo aumento dos ratios dos sólidos. A consequente diminuição das margens de processamento das indústrias de cacau já começou a causar o fechamento de algumas fábricas no sudeste asiático, mais gravemente atingido pela queda da rentabilidade, e limitar a atividade processadora no mundo inteiro. Um dos mais renomados analistas do mercado mundial do cacau já admite 12 Doce Revista Outubro 2014 a hipótese de a moagem mundial não registrar crescimento algum durante a safra 2014/2015. A discussão entre os analistas agora está em torno do nível até onde os preços cairão antes de encontrar sustentação. Na opinião do grupo mais altista já estaríamos perto do “fundo do poço”, mas muitos acham que a retração deverá prosseguir até US$ 2,700 onde o mercado esteve no início do ano, e há quem admite a possibilidade de uma queda até US$ 2,600 no primeiro trimestre de 2015. Os do primeiro grupo apontam para o bom suporte que compras da indústria têm dado nos últimos dias aos preços nos níveis mais baixos e para a possibilidade de um novo déficit na safra 2014/2015, opinião compartilhada por vários analistas e operadores de outras empresas multinacionais. Já os mais baixistas discordam da previsão de déficit para 2014/2015 e projetam um superávit que pode ultrapassar 150 mil t. Diante dessa situação, a única previsão que se pode fazer com alguma margem de segurança é que os preços do cacau não voltarão a subir no próximo futuro, salvo a possibilidade do alastramento da epidemia do Ebola para a Costa do Marfim e Gana, que ainda não ocorreu. Thomas Hartmann é cacauicultor, analista do mercado internacional de cacau e titular da TH Consultoria e Estudos de Mercado. www.docerevista.com.br Açúcar Preços descolados D esde outubro a tela de março de 2015 passou a ser considerada como primeiro vencimento na Bolsa de Nova York. Na primeira semana de negociação desse novo prazo a pressão de vendas verificada no encerramento da tela de outubro de 2014 se reduziu, dando suporte a preços, que motivaram uma forte alta. Ronaldo Lima Santana A partir daí o mercado passou a buscar um novo patamar de preços, sem a interferência de fatos novos. Do lado baixista ainda prevaleceu o fato dos estoques mundiais estarem em níveis elevados, pressionando os preços para baixo. Além disso, um dólar valorizado frente ao real, também contribuiu para esse movimento de baixa nos preços. Por outro lado, a expectativa de quebra da safra no Centro-Sul do Brasil e, particularmente, da produção do açúcar, inibiram quedas maiores de preços. Menores safras na Tailândia e China também contribuíram para esse ambiente. O gráfico a seguir mostra o comportamento dos preços do açúcar demerara na Bolsa de Nova York, tomando como base o vencimento de março de 2015. No mercado interno, com base nas cotações no Centro-Sul, os preços “descolaram” do pregão de Nova York e apresentaram alta ao longo do mês. Com os preços internacionais do açúcar mais valorizados e o dólar em alta, a exportação de açúcar voltou a ser atrativa em outubro. Dessa forma, muitos grupos de comercialização saíram do mercado, ou ofertaram o produto com preços seguindo a paridade com o cenário internacional. Além disso, algumas unidades que vinham praticando preços mais baixos irão terminar a safra sem produto. Ou seja, haverá uma maior concentração no lado da oferta. Como resultado, vai se estabelecer um mercado com menor liquidez. Essa postura de restrição de oferta de açúcar via preços foi vista ao longo de todo o mês. O comprador, por sua vez, ainda se manteve reticente para compras de volumes. Porém, aos poucos, observa-se uma maior disposição do lado da demanda, podendo ser monitorada no comportamento dos preços. O gráfico abaixo apresenta os preços médios semanais negociados em São Paulo apurados pelo Índice JOB Economia de preços: A JOB Economia há 20 anos no mercado, através de seus relatórios e trabalhos de consultoria, tem como objetivo principal antecipar movimentos de mercado para um posicionamento correto nas estratégias empresariais de seus clientes e, por fim, contribuir para que façam um bom trading. Solicite um exemplar do relatório e veja como esse trabalho pode auxiliar na tomada de decisões. Para mais informações acesse o site [email protected]. Ronaldo Lima Santana é sócio-gerente da JOB Economia e Planejamento www.docerevista.com.br Outubro 2014 Doce Revista 13 Vitrine Atacadista Balcão da floresta Distribuidora Farias sobressai no sistema de atacado com entrega no Amazonas DF armazenamento de forma endereçada com sistema de porta paletes. C om fatia 6,5% do faturamento do atacado nacional, a região Norte é destaque no setor de abastecimento mercearil pelo empenho do formato predominante no estado do Amazonas, de atacado e distribuidor com entrega. Escorado em cerca de 30 empresas, que dão cobertura ao varejo de 62 municípios, utilizando os modais rodoviário e fluvial, o maior estado do Brasil é também número um do setor na região, com participação de 1,7% na receita nacional, seguido do Pará, com 1,6%. Com a maior floresta tropical do mundo, que tem 98% de sua área preservada, o Amazonas alia esse potencial ecológico a uma intensa atividade comercial e industrial, transformando a capital Manaus na sexta cidade mais rica do país. Entre as operações 14 Doce Revista Outubro 2014 do atacado local especializado no setor de confeitos (confectionery) desponta a Distribuidora Farias (DF), em atividade desde 1989. “Nessa época, o segmento de candies também iniciava sua trajetória de crescimento, com novidades de dentro e de fora do país, que passavam cada vez mais a incrementar as gôndolas amazonenses. Vendo isso, abrimos as portas em um galpão de 90 metros quadrados que, rapidamente, se tornou pequeno diante da demanda e perspectivas de avanço do setor”, analisa Marcos Cabral de Farias, diretor da distribuidora. Apesar do fraco desempenho que se estende a todos os setores da economia, com o baixo crescimento do PIB e inflação na ascendente, o empresário confia que a demanda do setor mercearil (alimentos e produtos de higiene e limpeza) e de guloseimas e candies deve se manter crescente em todo o Amazonas. “A maior evidência dessa expectativa é o próprio setor atacadista que cresceu 4,4% em 2013 em termos reais (2,1 pontos percentuais a mais do que o PIB nacional, de 2,3%) e 10,6% em termos nominais”, assinala Farias, acrescentando que reforçam sua confiança a expansão da própria distribuidora em direção a municípios onde a operação conta com apoio da abertura de novos trechos de rodovias e vias fluviais. Ao contrário do que se possa inferir, a rede hidroviária local é muito mais mão na roda para a distribuição do que a infraestrutura rodoviária. “Há trechos em péssimas condições de tráfego que impõem um verdadeiro desafio logístico à atividade”, sublinha o atacadista. www.docerevista.com.br Farias demanda de candies em ascensão no Amazonas. Questão tributária Em Manaus, relata Farias, o mercado de candies é operado de um lado por distribuidores como a DF, que abastecem o varejo tradicional e as redes de autosserviço de médio e grande porte. “Ainda existem alguns atacados que operam pelo sistema de balcão e atendem principalmente o comércio informal”, nota ele. Em relação à demanda, com algumas variações de www.docerevista.com.br cunho sazonal, o giro de confeitos na capital amazonense é dominado por linhas de gomas de mascar e chicles de bola, chocolates com predomínio de bombons e tabletes e salgadinhos do tipo snacks, nessa ordem, indica o comerciante. Entre os entraves para um maior desenvolvimento da atividade de distribuição, ele encaixa a questão tributária e a implantação da ST (Substituição Tributária). “Hoje em nosso estado, com o advento da ST, o ICMS é antecipado, prática além de danosa aos operadores é claramente inconstitucional. Por que pagar antecipado por produtos que não vendi?”, questiona o empresário, completando que o setor opera com produtos perecíveis e, em caso de avaria, não consegue obter de volta o imposto recolhido na emissão da nota fiscal de devolução para fornecedores. Com sede no bairro Tarumã, na zona oeste de Manaus, a DF opera um depósito de 2.300 metros quadrados, com sistema de armazenamento do tipo porta paletes. Em um mix de 300 SKUs (Stock Keeping Unit), no qual linhas de gomas de mascar, chocolates e biscoitos lideram as vendas, a distribuidora cobre a capital e os demais municípios amazonenses com frota própria de dez veículos. Entre as empresas parceiras em promoções e ações no ponto de venda (PDV), Farias destaca a Mondelez, Sakura, Fini, Dori e Total Alimentos. “Além de merchandising no PDV, a DF inclui entre os diferenciais a prestação de serviço, com atendimento sob medida (tailor made) ao porte do negócio dos seus 2.000 clientes cadastrados”, assinala Farias, ilustrando o atendimento personalizado da DF com fracionamento de carga, composição de mix, ações promocionais e emprego de materiais de PDV. • Outubro 2014 Doce Revista 15 PDV PRA FICAR De boca aberta Táticas de compra por impulso e lançamentos contínuos alavancam o giro de drops e pastilhas Consumo de DPC crescimento de 42% nos últimos cinco anos. A categoria de drops e pastilhas tem a demanda tradicionalmente associada a dois fatores: impulso e refrescância. Para estimular a compra não programada, as medidas acompanham em grande parte os chamarizes implementados no segmento de candies, a exemplo de displays, embalagens e formatos atraentes. Mas é na esfera das formulações, envolvendo sabores, texturas, cores e aditivos como ingredientes funcionais (edulcorantes, vitaminas, ervas e até fibras), que se observam os maiores avanços. No passado, os drops e pastilhas eram diretamente associados a produtos apenas generosos no emprego de mentol. Nos últimos anos, porém, esse conceito foi superado, sem que a infalibilidade do chamado marketing da refrescância saísse de cena. Na realidade, os fabricantes agora apostam em aromas e sabores complementares, multiplicando no mix o número de versões mais indulgentes e suaves. Ou, ao contrário, mais ácidas e exóticas ao paladar. Essa tendência inclui 16 Doce Revista Outubro 2014 a incorporação de artifícios de forma a atrair para o setor consumidores interessados mais em deleite do que apenas refrescância bucal. “Lançamentos que priorizam uma arquitetura de portfólio para atender diferentes ocasiões de consumo também têm influenciado positivamente o crescimento do segmento”, percebe Gabriela Rodriguez, analista de marketing de Halls, marca campeã da Mondelez, segundo ela, com 56,5% de participação no mercado doméstico de drops e pastilhas. Para a executiva, o segmento é crescente e, em paralelo às inovações trazidas para a categoria, continuam bombando os aprimoramentos dentro do tema refrescância.“Um ótimo exemplo da força desse reduto está na performance de produtos como o Halls Prata, recém-lançado e com grande receptividade nas vendas”, sublinha ela. Essa variante, detalha a gerente, incorpora sabor extra forte de intensidade Power 5, que é o nível mais elevado no quesito refrescância. Apesar do vento a favor, o segmen- to de drops, pastilhas e caramelos (DPC) conviveu nos últimos anos com algumas fases de estagnação, contrapõe Elzilene de Moraes, diretora de marketing da Perfetti Van Melle (PVM), trem bala do setor global de candies e detentora da marca Mentos de DPC e gomas de mascar. “Em sintonia com a variação do PIB do país, a categoria registrou um período sem muitas movimentações e sem crescimento. Somente no último exercício tivemos uma alta em volume de 4%”, crava a executiva. Se, de um lado, a venda volumétrica tem penado para crescer, de outro o avanço em valores mostra um apetite mais voraz. Pente-fino da Euromonitor International na ala de drops que, na pesquisa de varejo da consultoria também inclui balas duras, caramelos e mentas, o segmento cravou alta de 42% nos últimos cinco anos, devendo fechar o atual exercício com receita de R$ 1,518 bilhão (ver quadro a pág. 18). Esse avanço, no entanto, tende a reduzir a marcha, projetando vendas de R$ 1,863 bilhão em 2019, resultado de um crescimento estimado em 22% nos próximos cinco anos. No segmento de pastilhas que, no levantamento da Euromonitor inclui balas de goma e de gelatina, foi aferido que o último quinquênio cravou alta ainda mais expressiva de 65%, projetando receita de R$ 2,200 bilhões para o ano em curso. Da mesma forma que os drops, o filão de pastilhas deve pisar no freio daqui para frente, com uma estimativa de crescimento de 15% nos próximos cinco anos, alcançando um faturamento de R$ 2,518 bilhões em 2019, computa a Euromonitor. Para Elzilene, não há incoerência no descompasso entre volumes e valores. Com maior qualificação do consumo, a indústria se empenhou em suprir a demanda com itens de maior valor agregado e www.docerevista.com.br a receptividade a essa oferta conduziu a uma receita mais encorpada. No passado, essa relação era invertida, com o consumo sendo puxado por variantes commodities, de baixo custo e grandes volumes para garantir margens de contribuição. Segundo a dirigente da PVM, isso foi possível porque o Brasil acompanha as tendências mundiais de oferta e consumo no segmento, principalmente no quesito tecnologia em ingredientes. Porém, observa ela, há peculiaridades para as adaptações ao mercado local, tais como formato, preço e perfil de sabor. “Em geral, nossos produtos locais estão em linha com o que temos vendido no exterior. Mas há casos de lançarmos conceitos no mercado brasileiro e exportarmos para o resto do mundo, caso de Mentos Rainbow, um dos mais vendidos da marca Mentos”, argumenta a diretora da PVM. Gabriela, da Mondelez, confirma que o Brasil segue em grande parte as tendências mundiais, considerando que os maio- www.docerevista.com.br Gabriela, da Mondelez portfólio para diferentes ocasiões de consumo impulsionam o segmento. Elzilene, da PVM o Brasil em linha com tendências mundiais de oferta e consumo. res operadores do setor são multinacionais com subsidiárias no país. “As características do mercado local e perfil de consumidores, no entanto, também são levados em conta, quando as marcas buscam lançar produtos mais indulgentes”, sublinha ela, exemplificando com Halls Creamy, versão cremosa da marca, desenhada sob medida para o mercado brasileiro. Entre as tendências em evidência no segmento DPC, Heineck, da Docile cultura de consumo de pastilhas ainda incipiente no país. a executiva insere embalagens premium para itens diferenciados e que se destacam no PDV como atrativo para fisgar a compra por impulso. “Tendo em vista a oportunidade no mercado de balas mastigáveis e a disseminação do conceito de indulgência, lançamos a linha Soft, que oferece mais uma opção aos consumidores da marca”, assinala Gabriela, detalhando que o produto exibe formato com o qual os Outubro 2014 Doce Revista 17 PDV consumidores já estão habituados, porém des saídas da incubadora a combinação apostando ao mesmo tempo em ações de de dois sabores (hortelã com laranja e uva degustação para novos itens. “Campanhas com o recheio refrescante de Halls. Alexandre Heineck, diretor comercial com maracujá) numa mesma embalagem como essas reforçam o relacionamento com os clientes institucionais e chamam da Docile, maior fabricante de pastilhas da dentro da linha Mini Minty. atenção para marca de forma inteligente América Latina, avalia que o mercado tem na loja”, considera a gerente. se mantido estável com um crescimento Ações no PDV Na PVM, um dos focos permanentes Sendo uma categoria de giro movido discreto, muitas vezes ligado ao desenvolvimento de um nicho. “Percebemos eminentemente por impulso, drops e pas- fecha na oferta de itens com embalagens que não existe uma cultura de consumo tilhas dedicam atenção especial às ativi- práticas e sob medida para os diversos de pastilhas no Brasil, diferentemente de dades relacionadas ao PDV. Ações diretas públicos e momentos de consumo, argumercados considerados maduros no seg- no trade (distribuição e varejo) certamente menta Elzilene Moraes. “O consumidor (de mento, como os Estados Unidos”, nota o ajudam a alavancar as vendas, concorda baixa renda) fez a companhia estender a executivo. Para ele, o galardão de fabri- Gabriela. Um dos maiores aliados das estratégia de produtos de menor desembolso para a linha de balas, com cante número um de pastilhas Varejo de candies Em milhões de R$ o Mentos Na Sua Medida, este é uma conquista da variedade ano com novos sabores. Por do mix da Docile, com itens para 2009 2014*2019* conta do êxito dessa estratégia, diversos públicos, resultado de Drops 1.069,61.518,11.863,7 a Perfetti vai continuar desenvolinvestimento constante em tecPastilhas**1.336,32.200,72.518,1 vendo sabores e formatos espenologia. O portfólio atual com(*) Estimativa. Fonte : © Euromonitor International Ltd 2014 cíficos para diferentes segmenporta mais de 200 itens distri(**) Inclui balas de goma e balas de gelatina tos de preço e de consumo”, ela buídos em seis famílias (Pastille, Teens, Pasticlé, Minty, Rolly Minty e Mini campanhas de promoção das marcas é a adianta, esclarecendo que a linha da PVM Minty), que englobam praticamente todas execução bem feita no PDV, já que a cate- é muito extensa em termos de formatos e as tendências nesse reduto, a exemplo de goria é de impulso, observa ela. “Utilizando sabores. A família comporta versões menfrutas, combinação com chicle, com mais essa expertise, a Mondelez introduziu um toladas e frutais, sendo as variantes à base sabores, drageadas, mentoladas, cítricas expositor composto por dois displays de de frutas as de maior atratividade no filão e refrescantes, reporta ele. “Praticamente sabores clássicos e um lançamento, nesse de drops e balas. Também itens com maior esgotamos as possibilidades em termos caso para promover o Halls Prata, que ge- volume agregado compõem outra possibide opções mas, seguindo as correntes rou resultados positivos para a companhia lidade no segmento, trazendo produtos em voga em alimentos, caminhamos para no ano passado”, relata a gerente. Carro- com conceito inovador e embalagem prádesenvolvimentos dentro de tendências -chefe da operação de drops e pastilhas, tica, como é o caso de Mentos Kiss, com como indulgência, embalagens que faci- Halls fechou o último exercício com alta de 50 pastilhas sem açúcar em embalagem litam o consumo, ingredientes naturais e 6% nas vendas, repassa Gabriela. Em pa- reutilizável. “A inovação que impulsiona o merapelos funcionais”, sinaliza Heineck. Em ralelo, enfatiza ela, a Mondelez tem trabapermanente estado de aperfeiçoamento lhado fortemente a promoção de seus pro- cado está no DNA da Perfetti Van Melle, do portfólio, ele encaixa entre as novida- dutos através do formato Compre e Ganhe, induzindo a empresa a manter um olhar 18 Doce Revista Outubro 2014 www.docerevista.com.br PDV permanente nas tendências e desenvolver linhas específicas”, assinala Elzilene. Entre os exemplos dessa postura, ela inclui o acompanhamento de pedidos de consumidores nas redes sociais. “Recentemente, lançamos uma versão com três sabores diferentes de morango, um dos mais citados na fanpage de Mentos e, em outubro, relançamos o Rainbow, com mix de sabores acrescido de citrus e maçã verde”, ilustra a executiva, esclarecendo que a reformulação correspondeu a insistentes pedidos de consumidores nas redes sociais. Quanto às ações na ponta do atacado e varejo, em primeiro lugar a escolha de um bom espaço no PDV é fundamental para o êxito nas vendas, considera a diretora da PVM. Drops e balas, ela reforça, são itens de impulso que exigem a melhor exposição possível para garantir o giro. “A Perfetti possui, para cada segmento, um mix de produtos ideal que efetiva essa intenção, além de atender os consumi- 20 Doce Revista Outubro 2014 Novidades da PVM lançamentos e relançamentos o tempo todo, sem parar. dores em diversos momentos de consumo”, assegura Elzilene. Ela confirma que ações diretas no trade ajudam a alavancar as vendas, a exemplo de abordagens ao consumidor com distribuição de amostras (sampling). “Por isso, temos investido muito em trabalhos de ativação e de degustação em diferentes PDVs”, diz. Para ela, ativações com materiais de merchandising para PDV, espaços exclusivos, maior visibilidade e displays práticos são cruciais e influenciam as vendas, gerando sinergia entre as ações de marketing e trade marketing. “Utilizamos expositores e estratégias específicas para cada tipo de PDV, buscando sempre garantir a visibilidade da marca, além de negociação de pontos exclusivos nas lojas. Com base na escala móvel da Nielsen (junho/julho de 2014 versus junho/julho 2013), a empresa acusou crescimento de 27% no segmento DPC com a marca Mentos, repassa ela. Canal da internet Embora ações no PDV sejam chave para o giro de DPC, são os lançamentos a estrela principal da categoria. Além de alimentar a alternância de estoques na ponta do trade, eles ditam as modas na ponta do consumo a cada temporada. Como em geral essas tacadas partem das marcas líderes, acabam influenciando os desenvolvimentos de fabricantes de menor porte, que atuam regionalmente. Na Mondelez, entre 2013 e 2014, foram lançados quatro sabores na linha mastigável www.docerevista.com.br Halls Soft e um sabor no filão de drops (Halls Prata), além do relançamento de Halls Creamy em dois sabores pedidos por consumidores, elenca Gabriela Rodriguez. “Todas essas novidades impactaram nos seus respectivos segmentos, a exemplo de Halls Prata que apresentou vendas muito acima da expectativa”, frisa a executiva, completando que, após oito meses nas prateleiras, os sabores cremosos continuam apresentando até hoje vendas crescentes. Ela reconhece que boa parte dessa receptividade sofre influência dos canais de relacionamento na internet. A divulgação com ativações online e ações para o consumidor têm conferido ótimo retorno, ela confirma. “Ações como o Último Respiro, homenagem ao fim do Orkut, em que Halls atuou viabilizando a realização de desejos ousados dos internautas, têm total ligação com a proposta desafiadora da marca”, argumenta. A PVM também recruta a internet como ferramenta de divulgação de lançamentos e promoções. “Utilizamos o Twitter, o Facebook e, recentemente, lançamos nosso perfil no Instagram, trabalhando nesses canais o posicionamento da marca, com conteúdo que surpreenda nossos seguidores”, informa Elzilene. Com isso, reporta ela, o número de fãs e seguidores tem crescido e, apesar da administração de conteúdo continuar sendo feita localmente, a fanpage de Mentos passou a ser global e conta com 11,3 milhões de usuários, sendo o Brasil responsável por cerca de 35% dessa audiência. “Sabemos que o Youtube já é o segundo maior canal de mídia para o público de Mentos e, portanto, está incluído em nosso plano de comunicação”, antecipa a diretora. No começo do ano, conta ela, a PVM lançou no canal da marca Mentos o segundo vídeo case com o humorista Marco Luque, que atingiu um milhão de views em uma semana. Só neste ano a empresa bancou cinco lançamentos e, desde outubro, trabalha mais duas tacadas: o novo Mentos Rain- Linha de drops da Mondelez mix vai de extra forte a suave e cremoso. bow, campeão de vendas na linha mastigável; e o Mentos Beats, com suco de fruta e macia por dentro, desdobrado da reformulação do Mentos Teens, repassa Elzilene. “Ainda em outubro também introduzimos embalagens em estilo retrô e colecionáveis de Mentos Kiss e a edição limitada Mentos Kiss Décadas, que chega aos PDVs em quatro tipos de embalagens com visual que homenageia diferentes épocas”, ela conclui. • Sustentabilidade Preservação com baixo custo Cresce a consciência ecológica dos consumidores brasileiros, mas o preço ainda é o fator inibidor E studo da consultoria Mintel capta interesse crescente de consumidores sobre o tema sustentabilidade no Brasil. Nos últimos anos, ganha corpo entre a população um comportamento pró-ecológico abrindo oportunidades para as empresas criarem produtos que correspondam a essa expectativa. O relatório Mintel Estilos de Vida Sustentáveis indica que 73% dos consumidores brasileiros afirmam ter consciência sobre sua atitude realmente afetar o meio ambiente. O estudo também mostra que 74% da população sinalizam considerar “fatores verdes” na próxima compra de um eletrodoméstico ou alimentos e guloseimas, nesse caso observando o impacto das embalagens. “Ao mesmo tempo, 69% dos respondentes da pesquisa consi22 Doce Revista Outubro 2014 derarão motivos ambientais quando adquirirem um bem durável ou até mesmo um pacote de snacks”, observa Sheila Salina, analista sênior de pesquisa da Mintel no Brasil. Ela observa, no entanto, que os brasileiros pretendem levar questões ambientais menos em conta se elas pesarem no custo do bem a ser adquirido. Preços altos, segundo 69% deles, preocupam mais que a preservação do meio ambiente. Além disso, 73% dos consumidores afirmam que fazer economia é a razão principal para reduzir o gasto de água ou eletricidade. Para completar, 91% consideram que o uso eficiente de energia economiza dinheiro a longo prazo, mesmo que um aparelho mais econômico ou embalagem amigável do ponto de vista ambiental sejam mais caros. “Mesmo quando mostram grande comprometimento com o meio ambiente, os brasileiros não estão preparados para aceitar soluções que irão gerar um custo extra. Os consumidores são constantemente bombardeados com informações sobre sustentabilidade e o resultado é uma confusão generalizada sobre o tema e um maior ceticismo em relação ao que eles leem nos rótulos das embalagens dos produtos”, avalia Sheila. Para a analista da Mintel, a melhor forma de contornar esse problema é combinar funcionalidade e preço acessível com tecnologias sustentáveis. Produtos e empresas que são capazes de aliar preço, qualidade e sustentabilidade estarão melhor posicionados para capturar a atenção e conseguir resultados, sustenta a consultora. www.docerevista.com.br Sustentabilidade Sheila, da Mintel bombardeio de informações sobre sustentabilidade resulta em confusão generalizada. A pesquisa Top of Mind do jornal Folha de S.Paulo confirma que 2014 não foi um bom ano para o chamado marketing verde no país. Na categoria que aponta as marcas mais associadas à preservação ambiental, as poucas citadas obtiveram índices baixos de lembrança. E 64% dos entrevistados não souberam responder. Segundo o Datafolha, responsável pelo levantamento, esse percentual foi o mais alto já registrado, desde a estreia do tema na pesquisa há sete anos. Edmar Bulla, diretor executivo da Croma Marketing Solutions, nota que, apesar desse resultado, a questão ambiental é cada vez mais relevante para os consumidores. “Eles querem saber de ações mais efetivas e não empacotadas em campanhas”, assinala. Na Mintel, Sheila constata que as alas de desenvolvimento das empresas estão aproveitando essa demanda latente do consumidor. Análise do Banco de Dados de Novos Produtos (Global New Product Database/GNPD) da Mintel mostra que, entre os lançamentos de bens não duráveis em 2012, 24% deles tiveram uma afirmação ética ou ecológica. Essa porcentagem é quase idêntica à proporção de produtos com posicionamento ético lançado nos Estados Unidos (23%) em 2012, mas abaixo da proporção de novos itens que foram desenvolvidos na mesma categoria no Reino Unido (31%). 24 Doce Revista Outubro 2014 Reciclagem e informação A pesquisa de sustentabilidade da Mintel também revela atitudes sobre reciclagem. Apesar de 94% dos consumidores brasileiros afirmarem que reciclariam mais se tivessem coleta seletiva na área onde vivem, 50% deles alegam desconhecer a importância da reciclagem. Para comparação, 73% dos respondentes no Reino Unido dizem que fazem esforço para reciclar (Mintel, 2012), enquanto que nos Estados Unidos, 72% afirmam que separam o lixo (Mintel, 2011). “A contradição entre a intenção dos consumidores brasileiros e o conhecimento deles sobre sustentabilidade ocorre porque eles não têm muitos exemplos reais de seus benefícios e não entendem bem como a prática sustentável pode impactar suas vidas”, analisa Sheila. Mais publicidade e informação sobre a importância da reciclagem e dos resultados atingidos por meio dela podem ajudar a induzir uma mudança de comportamento, percebe a analista. Ao mesmo tempo, os consumidores brasileiros parecem acreditar no potencial das empresas de gerarem mudanças ecológicas e sociais nas comunidades, com o expressivo indicador de 91% deles afirmando que ações verdes de organizações corporativas podem afetar o meio ambiente mundial. Boa parcela desse público, porém, julga que isso não vai além de uma estratégia de marketing, com 81% das pessoas dizendo não acreditar em uma postura tão verde das empresas. O relatório Mintel mostra, na realidade, que os brasileiros têm opinião variada, quando analisado o papel verde das companhias. Grupos de renda alta (classes A e B) tendem a ser mais conscientes dos danos ambientais que podem ser causados por empresas e, geralmente, exigem delas maior responsabilidade em relação a esse assunto. Cerca de 95% dos consumi- dores das classes A e B esperam que a operação e os produtos de empresas impactem minimamente no meio ambiente, comparado a 90% dos respondentes dos grupos D e E. Quando as regiões do país são analisadas, o Centro-Oeste e o Sul (as duas com 97%) são as áreas onde os entrevistados mais pesam a responsabilidade sobre as empresas. Ao mesmo tempo, somente 89% dos consumidores da região Norte têm a mesma opinião. “Para vencer o ceticismo sobre a questão do marketing verde, a solução é oferecer provas concretas que mostrem como a responsabilidade social corporativa das empresas é efetiva”, sublinha Sheila. Companhias que explicam ações, detalham suas medidas e resultados em relação ao meio ambiente, tendem a se beneficiar mais, pois muitas pessoas não sabem exatamente a função da área de responsabilidade social corporativa e quais são suas implicações, explica a analista da Mintel. O relatório também revela dados sobre o comportamento verde de acordo com idade e gênero. Por exemplo, mais homens do que mulheres consideram fatores ambientais quando vão comprar um carro (67% contra 60%, respectivamente), e mais mulheres pensam em sustentabilidade quando compram um produto de cuidado pessoal (71% contra 61% dos homens) e alimentos, guloseimas ou bebidas para casa (73% contra 68% dos homens). A população com menos de 45 anos leva questões sustentáveis mais em consideração, comparada com as pessoas de mais idade. Conforme mostra o relatório, 67% dos consumidores entre 25 e 34 anos pensam em questões ecológicas ao comprar um confeito, guloseima ou um carro, bicicleta ou aparelho eletroeletrônico. Por outro lado, somente 58% dos consumidores acima de 55 anos consideram os mesmos fatores. • www.docerevista.com.br Capa Inovações multicoloridas categoria puxada por diversão, sabor e textura. elas têm a força Novas gerações de balas de goma, de gelatina e marshmallows sacodem a mesmice na indústria de candies A té meados da última década a demanda de confeitos inovadores como balas de gelatina e marshmallows era suprida na maior parte por importações. Com as vendas de linhas convencionais travadas, a indústria começou a vislumbrar nessas variantes uma alternativa para fugir da estagnação. Aos poucos o setor foi equipando o parque com máquinas atualizadas para corresponder à expectativa do crescente público dessas guloseimas. Ao contrário de outros tipos de candies em ponto de saturação, as balas de goma, de gelatina e marshmalows vêm conseguindo cativar consumidores que, desapontados com a mesmice nas linhas locais, acabaram apelando para as importações, ainda que pagando preços mais altos. De sabores via de regra frutados, multicoloridos, de formatos e texturas 26 Doce Revista Outubro 2014 inusitados e surpreendentes. As gomas de gelatina e os marshmalows seduzem, principalmente, as crianças e adolescentes. Apesar do perfil popular das balas de goma tradicionais, versões recentes do produto exibem tecnologia tanto no processamento quanto na apresentação, com embalagens atraentes e maior visibilidade nos pontos de venda (PDVs), agregando maior valor às operações da indústria e do trade. Pente-fino da consultoria de varejo Euromonitor International capta que a demanda brasileira de balas de goma e de gelatina há seis anos batia em 71.700 toneladas e saltou para 99.000 toneladas na estimativa para 2013. A estatística inclui vendas de pastilhas e exclui as demais modalidades de candies. Em valores, repassa a entidade, o faturamento no comércio avançou de R$ 1,336 bilhão há cinco anos para R$ 2,200 bilhões na projeção para o presente exercício, projetando o valor de R$ 2,518 bilhões em 2019 (ver quadro à pág. 31). É sem um montante que instiga a participação cada vez maior de concorrentes. Contabilizados à parte na pesquisa da Euromonitor, os marshmallows que, em 2009, totalizavam vendas de R$ 145,9 milhões, devem fechar o presente exercício com estimados R$ 194,1 milhões, projetando R$ 199,2 milhões para 2019. Responsável pela universalização da bala de gelatina em formato de ursinho (gummy bear), ao criá-la há mais de 90 anos, a empresa alemã Haribo é disparada a número um global da categoria. A sua introdução no país foi viabilizada pela importadora Aurora que, desde 1991, distribui com exclusividade a linha Ursinhos de Ouro (Gold-Bears) e, hoje, www.docerevista.com.br Capa Para Andréa, o conceito do público Vasconcelos, responsável pela ala de marketing da brasileiro sobre essa categoria de canempresa, informa que, dois dies é associado à diferenciação movida anos após inaugurar a plan- permanentemente por novidades, sabota paulista, a Fini iniciou a res e texturas, que agregam às linhas produção de marshmallows, uma percepção de qualidade excelenmarcando outro pioneirismo te. Atenta à movimentação do público no setor doceiro local. “Ape- jovem e a eventos e datas temáticas, a sar de chegar aqui no início Fini mantém uma programação intenBianca, da Aurora exclusividade com bala de gelatina sem açúcar. dos anos 2000, as balas de sa que se desdobra em lançamentos também opera os confeitos Happy Cola, gelatina eram produzidas na Espanha constantes. “Todas as modalidades têm Strawberries & Cream, Berries e Meloco- desde a década de 1970, passando por potencial se a marca souber ouvir o contones, repassa Bianca Louzas dos Reis, vários estágios, do artesanal ao indus- sumidor. É ele quem escolhe quais segerente de produto da trading. Segundo trial com automação integral, que foi a rão seus produtos mais desejados e as ela, os gummy bears seguem na lideran- geração implementada no Brasil”, co- empresas precisam fazer com que eles estejam disponíveis, transformando-os ça das vendas da linha no Brasil, apesar menta a executiva. Por praticamente criar a demanda em objeto de desejo. O resto é consequde o portfólio ofertado, especialmente às redes de autosserviço nacionais, in- de balas de gelatina no país, a Fini de- ência de um bom trabalho entre todas as cluir mais itens. “Primeiro trouxemos os tém 95% das vendas da categoria, es- áreas da empresa”, apregoa Andréa. O Ursinhos e, depois, vieram as linhas do tima Andréa, dimensionando a fatia em destaque atual do portfólio são os itens atual portfólio, como Cream Kiss, Happy marshmallows em pelo menos 92%. sazonais, no qual a Fini vem apostando Cherries, Spaghetti Morango, Football “Isto sendo bem conservadora. Acontece nos últimos meses e, para o final do ano, Mix, Tropifrutti, Favoritos e Chamallow”, que a concorrência local é muito recen- já reservou o licenciamento dos arrasaelenca a executiva. Apenas dos Ursinhos te, quadro que, no entanto, deve mudar”, -quarteirões Minions e Star Wars para de Ouro são produzidos mais de 70 mi- observa a executiva da Fini. Apesar de turbinar o giro das guloseimas. lhões de unidades por dia para distribui- notar essa movimentação mundial, sublinha a gerente. Entre ção crescente de conas novidades no mix, ela destaca a linha correntes, ela considera Boníssimo, também da Haribo. “É uma que o desenvolvimento inovação na categoria de balas de gela- desse mercado ainda tina por não conter açúcar, sendo única tem muito chão pela do gênero no mercado brasileiro”, acen- frente. Nos Estados Unitua Bianca. Ela observa que os consumi- dos, exemplifica ela, a dores do segmento são sempre ávidos oferta de gomas de gepor novidades em formatos e sabores. A latina e marshmallows Aurora importa em média três ou qua- é bastante pulverizada, Andréa, da Fini expansão com lojas próprias e franquias para todo o Brasil. tro versões novas a cada ano, sendo as com uma disputa que Uma das tacadas da Fini para agitar mais recentes as linhas Dentadura, Mi- inclui pequenos, médios e grandes fabrio mercado de balas de gelatina foi o innhocas e Favoritos, além do Boníssimo. cantes e múltiplas marcas, assim como Na ala de marshmallows, a importadora na Europa. “A tendência é acontecer isso gresso da empresa no varejo, com um também opera com a Haribo, dona da li- no Brasil e, ao invés de a Fini perder es- modelo de lojas próprias, que estreou há nha Chamallow, segundo Bianca, muito paço, vai haver um aumento da pizza dois anos em parques temáticos como o e vamos ganhar em volume. A concor- Hopi Hari. Na sequência, a marca abriu bem posicionada no público infantil. rência é sempre saudável, pois faz com unidades no Parque Mundo da Xuxa e no que todo mundo se movimente”, avalia Wet’n Wild, todas em São Paulo. “Hoje a Concorrência crescente Desbravadora do filão de balas de a porta-voz, observando que todas as Fini tem mais de 50 lojas em São Paulo e gelatina com fábrica no Brasil, a espa- categorias produzidas pela Fini no país Rio de Janeiro, mas nossa expectativa é nhola Fini introduziu a produção local acusam avanço de dois dígitos por ano atingir o Brasil inteiro. Além da expansão da categoria em 2001, quando inaugu- e a empresa tem cravado crescimento em lojas próprias, estamos tocando um projeto de franquias, para pulverizar ainrou sua planta em Jundiaí (SP). Andréa anual de 30-40%. 28 Doce Revista Outubro 2014 www.docerevista.com.br Capa da mais a marca”, anuncia Andréa. Na ala dos parques temáticos, ela insere, a Fini inaugurou no último ano uma loja no Beach Park, em Fortaleza (CE), e outra no Rio Quente Resort, em Caldas Novas (GO). “Queremos estar presentes nos momentos de lazer e diversão da família”, frisa a executiva. Formato pick and mix Desde 2001, distribuidora exclusiva da espanhola Vidal Golosinas, a All Alimentos importa os produtos da marca em pacotes de 500g e um quilo – incluindo potes de regaliz (tubinhos e fitas crítricas) – por conta da baixa competitividade dos preços em relação aos similares fabricados no Brasil. “Os impostos e custos aduaneiros da importação implicam ônus significativo”, reporta Carlos Eduardo de Paula e Silva, diretor executivo da trading, baseada em Vila Velha (ES). Dessa forma, relata ele, a empresa consegue manter o foco na expansão da gama de modelos e sabores, o maior atrativo da clientela do reduto pick and mix (venda a granel). Esse formato, por sinal, despertou o interesse de um novo filão de consumo na categoria: guloseimas para ornamentação de festas. “A qualidade europeia é superior nessa categoria, especialmente por causa de algumas matérias-primas utilizadas, mais caras e que conferem melhor aspecto e textura aos produtos, a exemplo da gelatina de porco”, sustenta ele. A All Alimentos surgiu na década de 90 como distribuidora regional da Park Lane (atual Ricolino, do grupo Bimbo). Ela desenvolvia displays de acrílico e investia em PDVs alternativos às clássicas lojas de pick and mix de shoppings. “Nesse período, foi possível verificar o potencial do segmento e o interesse crescente dos consumidores finais. Assim, em 1998, fechamos parceria com a IAT Spain para fazer importação e distribuição da marca e dos produtos da Fini Golosinas”, conta Paula e Silva. A ideia, lembra, era popularizar as balas de 30 Doce Revista Outubro 2014 segmentos que mais cresce nos últimos anos”, assinala Paula e Silva. Prova da disseminação e avanço da categoria parte da Florestal Alimentos, potência nacional no reduto de confeitos, que iniciou a produção e comercialização de sua linha de balas de gelatina no ano passado, tendo desde 2009 uma família de marshmallows no portfólio, relata Adriano Orso, gerente de marketing do grupo gaúcho. Na realidade, observa ele, a empresa não produz a bala de gelatina à base do insumo derivado da gordura suína. Mas em agosto passado, lançou sua linha de balas à base de pectina, exclusividade da marca no Brasil. “A similaridade com as balas de gelatina fica apenas na aparência. Os diferenciais estão na textura mais macia e no sabor bastante pronunciado”, sublinha o executivo. Ele acrescenta que o produto conta ainda com corantes e aromas naturais. Recém-lançada, a linha por enquanto exibe Orso, da Florestal inovação na categoria com bala de pectina. formatos de coraçãoao potencial do segmento, enfatizando zinho e peixinho multicoloridos e deve que categoria ainda é relativamente jo- receber mais itens no início do próximo vem e a cada dia ganha mais adeptos, ano, informa. Para Orso, o mercado brasileiro além de manter fiéis os fãs pela variedade interessante de modelos e sabo- vem amadurecendo em relação à aceires e renovação constante de portfólio. tação desse tipo de produto. As possiNo entanto, ele chama a atenção para bilidades são praticamente infinitas, no a subcategoria de regaliz. “A diferença que se refere ao desenvolvimento de básica é a adição da farinha de trigo na formatos e apelos, tornando possível composição da goma de gelatina, mas entregar ao consumidor experiências o maior diferencial são os formatos de sensoriais inusitadas, que conciliam ditubo e de fita”, sublinha o trader. A ri- versão, sabor e textura. São diferentes gor, observa, o regaliz pode ser traduzi- ocasiões de consumo que, somadas às do como alcaçuz (um extrato de raízes), possibilidades de aplicações nessas licujo sabor não é apreciado pelo brasi- nhas, têm contribuído para o avanço a leiro. Ao longo do tempo, todavia, par- jato da categoria. Como exemplo, ele tiram do regaliz original (de cor escura) pinça os diversos eventos e festas, tanvariações de sabores e cores, como o to para o público infantil como jovem morango e a melancia que, apesar de adulto, que cada vez mais incorporam não conterem o extrato, herdaram o guloseimas multicoloridas com multinome para a categoria. “É um fenômeno formatos ao menu. “Percebemos que global no reduto de candies e um dos a ampliação do mix é dependente de gelatina com a introdução de potes de 200 unidades no varejo tradicional, onde cada bala era vendida por R$ 0,10 cada. “Foi uma febre tão grande que, três anos depois, a Fini inaugurava a sua primeira indústria do setor no Brasil”, conta o empresário. Para ele, o mercado de gomas de gelatina e derivados continua em franco crescimento e com muito espaço, tanto que cada dia mais fabricantes locais apostam na categoria, seja com linhas de produção próprias ou com manufaturados importados via acordos comerciais com fabricantes private label. O dirigente da All Alimentos assina embaixo a avaliação da executiva da Fini quanto www.docerevista.com.br uma oferta cada vez mais qualificada. dia há pouco mais de uma década. “São Tendência funcional Na All Alimentos, Paula e Silva grifa O resultado está intimamente ligado a produtos assimilados como de qualidaprodutos que entregam diferenciação e de diferenciada e, com as adaptações do portfólio a variedade de balas regaexperiências cada vez mais ricas aos que vêm sendo implementadas ao pa- liz e novidades como os megatubinhos consumidores”, assinala Orso. Entre os ladar do brasileiro, conquistam novos e os tubos-rambo (de maior diâmetro e mais recheio). Outra atração da linha é exemplos recentes, ele encaixa a linha consumidores”, resume o dirigente. A linha Doci Gummies de balas de o Taco Crunch, tubo curto, com o mesde marshmallows com recheio jelly, que promove a combinação da textura gelatina da marca contempla sabores mo diâmetro do tubo-rambo, com crismacia e gosto suave com recheio de e formatos bastante diversificados, que tais crocantes de morango no recheio. sabor marcante. “Isso gera um outro cobrem os tradicionais ursinhos e cobri- “Apostamos na variedade de tamanível de experiência ao consumidor”, nhas cítricas e inserem o inovador sabor nhos, sabores e acabamentos (brilho brigadeiro. Uma das inovações no mix é ou cítrico) e na oferta, principalmente, nota o gerente. a clientes de pick Desde 1998 and mix. A vano reduto de baVarejo de candies Em milhões de R$ riedade costuma las de goma de 2009 2014*2019* sempre encantar amido, a também Balas de goma e de gelatina** 1.336,3 2.200,7 2.518,1 o consumidor figaúcha Docile Marshmallows 145,9194,1199,2 nal”, argumenta ocupa a seguno empresário. da posição no (*) Estimativa. Fonte : © Euromonitor International Ltd 2014 (**) Inclui pastilhas Para ele, as balas ranking nacional dessa categoria, atrás apenas da Dori. Há a família Cróc Gummies, de bala de gela- de gelatina, marshmallows e regaliz quatro anos, a empresa estreou no filão tina coberta com uma casquinha crocan- formam uma categoria já aceita pelo de balas de gelatina e, desde o ano pas- te, nas versões frutal e mentolada. As ba- consumidor brasileiro no cenário das sado, opera sua linha de marshmallows, las de goma da linha Docigoma também guloseimas, apesar de serem muito informa Alexandre Heineck, diretor co- exibem formatos e sabores diversos, recentes no país. A maior parte dos mercial da Docile, também a número além de maiores opções de embalagens consumidores só começou a ter acesum no segmento nacional de pastilhas. para o trade doceiro, incluindo pacotes so a ela nos últimos dez anos, quando Para ele, as balas de goma são muito de 20g até um quilo. “Os marshmallows, os preços caíram e a distribuição foi tradicionais e, por haver uma cultura introduzidos em 2013, superaram as encorpando. “A idéia antes disso era de consumo da categoria em todas as nossas expectativas e conquistaram os de um preço muito elevado por conta faixas etárias, exibe baixo crescimento consumidores”, festeja Heineck, com- do restritivo canal de comercialização nos volumes. Já as balas de gelatina e pletando que a linha MaxMallows forma das franquias de lojas pick and mix exclusivas dos shopping centers, obmarshmallows estão presentes no dia a com 12 opções. www.docerevista.com.br Outubro 2014 Doce Revista 31 Capa dos no Brasil. Ele exemplifica com o filão de nutracêuticos, que viabiliza a adição na formulação dos confeitos de ingredientes benéficos à saúde. “Com o crescimento da consciência em torno dos agentes alérgicos, Paula e Silva, da All Alimentos especialização no formato de pick and mix. também começa a haviamente onerando muito o preço final ver esforços para se produzir as balas devido ao pesado custo operacional de gelatina apenas com corantes natudesses PDVs”, comenta Paula e Silva. rais”, observa. Fonte de gelatina para aplicações À época, rememora, essa percepção foi reforçada pela comparação com a em candies, entre outras no filão alicategoria de balas de goma de amido, mentício, a Gelita confirma o ponto de ou jujubas, de custo de produção bem vista de Paula e Silva acenando com menor e bastante populares. a nascente demanda por peptideos de Em outro ponto de concordância colágeno para confeitos. “A gelatina é com Andréa, da Fini, o diretor da All tradicionalmente usada nas gominhas, Alimentos comenta que, a exemplo da marshmallows e pode ser incorporaEuropa e dos Estados Unidos, existem da com função tecnológica em balas ainda muitos nichos a serem explora- mastigáveis, drageados, recheios de 32 Doce Revista Outubro 2014 chicles, caramelos e chocolates. Já os peptídeos de colágeno, quando adicionados a candies, conferem apelo de saudabilidade, como é o caso do Verisol, marca de colageno bioativo da Gelita, especialmente desenvolvido para atuar na pele”, explica Ana Nadai, gerente de vendas da empresa. Outra possibilidade observada por ela é a demanda por gelatina para a produção de gomas fortificadas, tendência mundial. Entre as novidades do menu da Gelita com aplicações na ala de confeitos, ela sublinha a Thermagel, uma gelatina que melhora a estabilidade térmica das balas de gelatina. “Há ainda o interesse das indústrias em gomas fortificadas para suplementos”, completa a especialista, concluindo que a Gelita detém know-how para ajudar no desenvolvimento das fórmulas garantindo a estabilidade do produto ao longo da sua vida de prateleira (shelf life). • www.docerevista.com.br Giro QUEM: BALAS SANTA RITA PRODUTO: KISSME GANCHO: SABOR EXTRA FORTE Em sintonia com tendência em voga na cena de balas refrescantes, a mineira Santa Rita reforça o portfólio da marca KissMe com a variante Extra Forte, em apresentações sob medida para o trade da categoria. “Lançamos a novidade em embalagem standard de 600g, que inclui versão sortida, e também desenvolvemos envoltórios de 150g para distribuidores no varejo e autosserviço”, pontua Bruno Almeida Carvalho, diretor de marketing da indústria baseada em Oliveira (MG). Formulado com ingredientes especiais e aroma de eucalipto extraforte, o confeito se enquadra no filão de balas geladas 34 Doce Revista Outubro 2014 (iced candies), que vem reabilitando as vendas de balas duras no país, principalmente na ala de consumo jovem. Além de campanha de ativação em pontos de venda (PDVs) que operam em parceria com a marca, Carvalho sinaliza a determinação da Santa Rita em apoiar o trade, com promoções e ações de merchandising. QUEM: M.DIAS BRANCO PRODUTO: ESCURETO GANCHO: DUPLO RECHEIO Marca da M.Dias Branco, a Richester enfeita as gôndolas de biscoitos com o Escureto Duplo Recheio, versão do biscoito de chocolate Escureto com o dobro do recheio de baunilha. A novidade vem em pacote de 80g, com seis biscoitos, para ser consumida a qualquer hora e lugar, orienta Marcio Holanda, gerente de produto da Richester. “Pesquisas com jovens de 13 a 17 anos indicaram que o biscoito perfeito teria de incorporar muito recheio. Essa informação foi a base de mais essa novidade da marca”, relata o executivo. Outro incentivo para decidir pelo lançamento foi a crescente onda de produtos indulgentes, que conferem sensação de prazer e autocompensação. O público-alvo da marca continua sendo o de jovens e, para aprimorar a comunicação, a embalagem ganhou um tom de azul mais forte, diferenciando o Escureto Duplo Recheio da versão tradicional no PDV ou em qualquer material de comunicação. Desde outubro, a novidade pode ser conferida no varejo do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e das regiões Norte e Nordeste, informa Holanda. www.docerevista.com.br Giro QUEM: MONDELEZ PRODUTO: CLUB SOCIAL GANCHO: GERGELIM Sinônimo da categoria que ajudou a criar, a marca Club Social, da Mondelez, incrementa seu portfólio incorporando mais uma novidade: Club Social Integral Gergelim. Em reforço à segmentação dentro da própria linha com itens mais saudáveis, o produto chega para conferir mais sabor à família de integrais da marca. Com 25% a menos de sódio, possui cereais integrais que contribuem para uma alimentação equilibrada. Número um nesse segmento de crackers do tipo club, a Mondelez disponibiliza o lançamento nos principais pontos de venda (PDVs) do país, em pacotes com seis unidades de 26g, ao preço sugerido de R$ 2,99 cada. QUEM: BIMBO PRODUTO: PULLMAN GANCHO: BOLINHO MINIX Marca pertencente ao portfólio de panificados do grupo Bimbo, a Pullman apresenta o bolinho Minix, um novo conceito de bolo caseiro para monoporções nos sabores Chocolate e Cenoura com Cobertura de Chocolate. Com formato e embalagem diferenciados, o lançamento amplia o portfólio da Pullman com um produto totalmente inovador. Com massa mais fofa e sempre fresco, Minix confere a sensação do bolo artesanal com textura macia. “O produto nos permite atuar com por- ções individuais de bolos caseiros, um nicho ainda não trabalhado no grande varejo”, argumenta Camilla Gravina, gerente de categoria da Bimbo. Para apoiar o lançamento, complementa ela, a marca desenvolveu uma estratégia de comunicação com materiais de pontos de venda (PDVs) exclusivos. Disponível em embalagens individuais de 80g, com duas unidades de 40g cada, Minix pode ser encontrado nos principais supermercados, padarias e lojas de conveniência de todo o país, ao preço sugerido de R$1,29 cada embalagem. Top do mês 36 Doce Revista Outubro 2014 www.docerevista.com.br Saúde & Bem-Estar o estilo de vida mynt MonaVie introduz forma inovadora de fazer vendas diretas para linhas de produtos saudáveis C onhecida em mais de 20 países por seus produtos e bebidas saudáveis, a americana MonaVie aposta em um novo formato de vendas diretas para turbinar a demanda local de suas linhas nutricionais baseadas no tripé equilíbrio, variedade e moderação. Sua missão continua sendo a de levar uma vida com mais saúde e bem-estar aos seus distribuidores e clientes, seja por meio dos itens saudáveis ou pela oportunidade de negócio, hoje a principal fonte de renda de milhares de revendedores. “No início do ano, a companhia definiu que, em vez de trabalhar um público-alvo determinado por indicadores socioeconômicos, vai trabalhar com comunidades, nas quais os produtos, as oportunidades comerciais e as ações socioambientais e de cidadania irão se aprimorar na prática”, sintetiza Cláudia Fernandes, gerente de marketing da MonaVie. Batizada de Mynt, a nova estratégia comercial, consolidada nos EUA, aterrissou no Brasil em setembro. A empresa espera aumentar a produtividade e retenção de seus empreendedores chamados de mynters e, com isso, ampliar seus negócios por todo o país. Em entrevista exclusiva à Doce Revista (DR), Cláudia fala sobre as novidades da MonaVie e o sistema Mynt. DR – Como é hoje o portfólio e como a empresa atua no país? Cláudia – Presente no Brasil desde 2008, a marca conta com um portfólio de diversos produtos saudáveis. É importante frisar que, nesses seis anos, ela se consolidou como uma das principais operações de produtos saudáveis e funcionais no mundo. O menu atual conta com os energéticos EMV à base de frutas zero carbo e zero açúcar, nos sabores 38 Doce Revista Outubro 2014 Cláudia linhas de energéticos são campeãs de venda. citrus e açaí; o MX, um blend de frutas, vegetais, colágeno hidrolisado e outros ingredientes; o Active Fresh, uma bebida de 19 frutas também com colágeno hidrolisado e o Nuit, bebida à base de inositol e frutas, nos sabores erva cidreira, camomila, erva doce e limão. Na ala de guloseimas, temos a barrinha de proteínas e cereais RVL Snack Bar e o shake para controle de peso RVL Shake Mix. Os produtos são levados para todo o país por nossos distribuidores independentes que chamamos de mynters. Hoje o Brasil é o principal mercado da América Latina. DR – Como a empresa analisa o consumo de alimentos saudáveis dos brasileiros? Cláudia – Acreditamos que esse mercado possui um grande potencial. Devido à correria do dia a dia e ao estresse a que somos expostos, alimentar-se bem e cuidar de si mesmo podem ser grandes desafios. Cada vez mais pessoas buscam produtos saudáveis e práticos, que caibam em sua rotina e que contribuam para o seu bem-estar. DR – Quais itens do portfólio têm maior e menor demanda no país? Cláudia – Todos os nossos produtos são muito bem aceitos no mercado mas, na cena atual, as linhas de energéticos são as campeãs de venda. Recentemente, lançamos os sabores Citrus e Açaí, cujos estoques não têm sido suficientes para satisfazer a demanda. DR – Em que os produtos da MonaVie mais se diferenciam? Cláudia – A praticidade e a conveniência são os pontos altos, além da qualidade inigualável diante de linhas que disputam a mesma categoria. A empresa conta com cientistas que garantem o desenvolvimento de fórmulas inovadoras, com ingredientes muitas vezes inusitados, que resultam em produtos exclusivos. DR – Em que o sistema Mynt de vendas diretas inova em relação ao formato empregado por outras empresas de bens de consumo no Brasil? Cláudia – A Mynt inova no mercado de vendas diretas na maneira de se comunicar com o público-alvo. O foco é envolver e fidelizar o cliente, incluindo-o no estilo de vida Mynt. As atividades que são características dos revendedores são baseadas em quatro pilares. O primeiro é para aqueles que adotam estilo de vida saudável com caminhadas, corridas, passeios de bike e yoga, entre outras atividades. Depois vem aquele que agrega pessoas engajadas em causas sociais, ambientais e de cidadania. Também há o pilar focado no desenvolvimento pessoal e profissional e o último é para aqueles que curtem a vida intensamente com viagens, baladas, festas, praias. Iremos focar em pessoas com interesses e vocações em comum, que querem fazer o bem, divertir-se e empreender. Esse é o futuro da venda direta para as novas gerações: atrair pessoas pela filosofia de vida e relacionamento com os produtos e não apenas pelo negócio em si.• www.docerevista.com.br www.docerevista.com.br Outubro 2014 Doce Revista 39
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