2 - Jornal Bombeiros de Portugal
Transcrição
2 - Jornal Bombeiros de Portugal
CACILHAS Uma equipa que vai onde as outras não vão Página 15 Novembro de 2013 E dição : 326 A no : XXXI 1,25€ D irector : R ui R ama da S ilva Presidente da Liga “aperta” ministra da Agricultura MAI garante avaliação rigorosa de tudo Páginas 4 e 5 LEMBREMOS OS BOMBEIROS FERIDOS Páginas 12 e 13 Penalva do Castelo Miranda do Douro Beato Um quartel para esquecer Página XX 2 NOVEMBRO 2013 BAIÃO Calendário serve para obter apoios U Nem sei que dizer m indivíduo, condenado como incendiário, em vez da cadeia foi contemplado com uma “solene advertência”. Este caso, que tem causado natural estupefacção e revolta, foi tema de notícia do “JN” elaborada pelo jornalista Miguel Gonçalves. A advertência ao incendiário, decretada pelas instâncias judiciais, aconteceu, sublinhe-se, depois do incumprimento do plano de reinserção alternativo à prisão a que havia sido condenado e depois de sair do país. Como explicar, como é possível isto acontecer, aos muitos milhares de bombeiros que andaram a calcorrear montes e vales a apagar incêndios e que perderam companheiros na mesma luta? Na técnica jurídica, em mera teoria, pode estar tudo certo, mas moralmente estará tudo errado. Acho eu e, por certo, muita gente. O tal indivíduo, identificado como incendiário, foi condenado em 2009 pelo Tribunal de Alcobaça a 4 anos e 3 meses de cadeia pelo crime de incêndio. A pena ficou suspensa com a obrigação do indivíduo cumprir um plano de reinserção social. O mesmo, não só não cumpriu o plano, como até ausentou-se do país e, segundo a notícia, mudou reiteradamente de residência sem comunicar. O Ministério Público (MP), alertado pelo Instituto de Reinserção Social para o incumprimento da pena atribuída, requereu a prisão efectiva e a 1ª Instância concordou. O incendiário que, segundo a notícia, se encontrava em parte incerta, recorreu para o Tribunal da Relação de Coimbra. Na perspectiva do recorrente não tinha sido cumprido o direito de contraditório e não lhe tinha sido dada a oportunidade de ser ouvido sobre a alteração da pena. O Tribunal da Relação de Coimbra, ao invés, discordou da posição do MP e do Tribunal de 1ª Instância e avançou que o incendiário merecia nova oportunidade e apenas uma “solene advertência”. Nem sempre se passa assim. Sabemos que, fruto do trabalho das autoridades policiais e judiciais e, em especial da Polícia Judiciária, há muitos incendiários investigados, condenados e a cumprir pena efectiva. Contudo, basta que haja um caso, como aqui relatamos com base na notícia do “JN”, para que se possa concluir ou pelo menos intuir que a defesa da floresta, por um lado, e a penalização efectiva de quem atenta contra ela, por outro, não estarão a ser um desígnio e um objectivo exemplares da nossa sociedade. Como atrás ficou dito, até admito que a ciência jurídica tenha explicação para o aqui fica relatado. Mas é também lícito e legítimo que nos questionemos sobre o entendimento, o significado e o resultado disso. Por muito menos, os Tribunais, no âmbito da colaboração do Instituto de Reinserção Social com as nossas Associações, mandam-nos todos os dias indivíduos condenados a penas de trabalho comunitário/ reinserção alternativas a prisão. Na sequência dessa colaboração, nem sempre facilitada, tendo em conta o perfil psicológico problemático de alguns dos indivíduos que nos aparecem, até seria recomendável que os incendiários condenados a reinserção, como é o caso relatado no “JN”, pudessem cumprir esse plano precisamente nas associações de bombeiros. Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia A Equipa de Salvamento do Corpo de Bombeiros Voluntários de Baião associou o engenho e a arte para procurar obter os recursos necessários à aquisição de mais e melhor equipamento a utilizar nessa missão de socorro. Assim, com base num conjunto de fotos de bom recorte técnico e estético, acabam de lançar um calendário para 2014 cuja venda irá reverter precisamente para a obtenção do equipamento de salvamento em grande ângulo com que os Voluntários de Baião pretendem reforçar a sua capacidade de resposta naquela disciplina. Uma boa iniciativa que, estamos certos, também irá ter bons resultados, a bem dos bombeiros mas, ainda, das vítimas que possam vir a resgatar com o novo equipamento. QUELUZ A Boletim retrata novidades caba de sair mais uma edição de “O Voluntário”, o boletim da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Queluz, relativa ao mês de outubro último. O boletim dá nota da entrada ao serviço do recém-inaugurado veículo de combate a incêndios florestais, do terceiro estágio de verão realizado pela instituição e que trouxe, de novo, muitos jovens à associação, da campanha “empresa associada”, do programa do 92º aniversário, entretanto comemorado, e prossegue a secção alusiva aos “órgãos sociais – discurso direto”. CONTABILIFÉNIX A II Encontro de Formação Contabilifénix vai realizar em 7 de dezembro, na Aldeia de Santo Antão, Batalha, o II Encontro/ Formação destinado às associações suas clientes. Com este segundo encontro a Contabilifenix “pretende criar uma maior consciencialização quando à otimização dos serviços administrativos e de gestão, através da racionalização de meios e de tempo, uniformizando processos”. O encontro desta empresa, participada pela Liga dos Bombeiros Portugueses, inicia-se às 9h00 e termina com um almoço - convívio previsto para as 13h30. FERREIRA DO ZÊZERE [email protected] N Junta premeia bombeiro Bombeiros de Portugal na net os últimos anos, associações e corpos de bombeiros muito têm investido na comunicação, tanto a nível interno, como também para o exterior, numa clara estratégia de proximidade com as populações que servem. Boletins, jornais começaram por ser meios de informação dos quartéis de norte a sul do país, depois as newsletters, os sítios e os blogues assumiram um papel fundamental na divulgação da atividade diária, das formações, das mais diversas intervenções, dos diferentes teatros de operações onde os bombeiros se desdobram para cumprir o desígnio de salvar vidas. Muitos e bons exemplos existem nesta área, a prová-lo, o trabalho do blogue do Corpo de Bombeiros de Bragança (http://cbbraganca. blogspot.pt), que há cinco anos se assume como referência, registando mais de um milhão de visitas. Numa outra vertente, sublinhe-se a importância dos blogues “generalistas” que há muito fomentam o debate, a discussão e a análise dos temas que importam ao setor. Nasceram, desenvolveram-se, sofreram ajustes editoriais mas continuam a ser ponto de encontro dos bombeiros com e sem farda. Neste grupo, destacam-se os bem-sucedidos projetos Bombeiros Portugueses (http://www.bombeiros.pt), Bombeiros para Sempre (http://bombeirosparasempre.blogspot.pt) e, mais recentemente, Vida de Bombeiro (http://vidadebombeiro49.blogspot.pt). Entretanto, num saudável processo de “quase contágio”, todos os dias associações e corpos de bombeiros ganham espaço e o merecido protagonismo nas redes sociais, que permitem, com toda a facilidade, como- didade e economia dar a conhecer o dia-a-dia dos efetivos, marcado não apenas pela atividade operacional, mas também pelas formações, pelos exercícios e simulacros e por muitas outras atividades. Obviamente que é com natural satisfação e entusiasmo que acompanhamos esta evolução que permite amplificar a missão cumprida com rigor e entrega por milhares de homens e mulheres voluntários e abnegados que, defendemos, seria injusto votar ao anonimato. Assim sendo, porque importa seguir os bons exemplos, também o jornal Bombeiros de Portugal publicação vai tentando dar resposta a novas exigências, com o firme e único propósito de servir mais e melhor os leitores no geral mas os bombeiros em particular. Assim, para além das alterações introduzidas, mês após mês, na edição em papel, concretizou-se agora, a imperiosa modernização do sítio www.bombeirosdeportugal.pt, que, há já duas semanas, se apresenta completamente renovado. Neste investimento o jornal Bombeiros de Portugal teve como parceira a QuarkCore, uma jovem empresa que abraçou este projeto com enorme profissionalismo e grande entusiasmo, respondendo com know-how, celeridade e eficácia e, também, alguma paciência ao desafio que lhe foi proposto. Também nós com o intuito de servir mais e melhor, deixamos aos nossos leitores a avaliação da nova página, afirmando-nos, atentos às sugestões que visem melhorar este que é o arauto de todos bombeiros de Portugal. Sofia Ribeiro A Junta de Freguesia de Ferreira agraciou com o “Prémio Voluntariado” o bombeiro de 3.ª Luís Carlos Nunes Figueiredo, pelas 1827 horas de serviço prestado ao corpo de bombeiros. Instituindo em 2011 este galardão visa distinguir o operacional, que em regime voluntário, mais horas empresta à causa. Na cerimónia de entrega do prémio, executivo da autarquia elogiou a abnegação de Luís Figurando, e agradeceu “o empenho em prol da população”, fazendo questão de reconhece publicamente “enorme gratidão por estes heróis”. 3 As coisas são como são A s coisas são como são, e não como alguns por vezes fazem ou querem fazer crer. A vontade de protagonismo cega muita gente, mesmo que para isso haja que tentar denegrir a imagem dos outros, a sua forma de lutar e os próprios resultados. Esta confederação representativa dos bombeiros portugueses, ao contrário de outros, nunca optou, por sistema, pelo método do falar alto ou gritar para ganho de causa em matérias diversas que dizem respeito aos bombeiros. Isso não quer dizer que, quando entende ser o momento, não deixe de, com firmeza e evidência, não mostre publicamente o que sente, o que pensa, o que reivindica para os bombeiros. Tudo tem o seu momento num processo negocial. É certo que criar polémica é sempre um bom número mediático, suscetível de parangonas nos jornais e aberturas de telejornais. Mas o que se passa a seguir? Que estratégia está para além do barafustar? Que sustentabilidade e longevidade garantem, desde logo, a um eventual processo negocial que teve logo assim início? Criar confusão, por vezes, significa apenas querer ganhar espaço, independentemente da eventual lógica e oportunidade do tema. Mas, essa via, desde logo, é suscetível de por em causa a própria lógica e oportunidade do tema. Para nós, o tema está acima de tudo. Depois, cuidamos do modo como lá chegaremos, da forma de o debater, apresentar e ganhar. Muitas vezes, simplesmente, com tanto bom senso e urbanidade, como firmeza e respeito mútuo, é possível chegar à concretização dos objetivos a que nos propomos. Podemos sempre optar por uma ou outras vias mas, por certo, o benefí- cio real para os bombeiros não seria proporcional ao protagonismo e às parangonas que alguns disputam entre si. Mas esse, diga-se, não é o nosso campeonato. Somos duros quando entendemos sê-lo. Mas, de uma maneira ou outra, sem o espetáculo que outros promovem mas com a eficácia que os mesmos também não alcançam. As coisas são como são, e é isso que distingue uns dos outros. Entre o berro de uns e a nossa firmeza. Entre o espetáculo de uns e o processo negocial contínuo que temos mantido, porventura pouco visível mas, no final, eficaz. Estão na ordem do dia um conjunto de questões que, enquanto uns desestabilizam ou tentam desestabilizar, nós temos vindo a debater com a tutela. Os seguros, a bonificação do aumento do tempo de serviço, a proteção nas doenças profissionais e acidentes de serviço de voluntariado, as carreiras de oficial bombeiro, bombeiro e bombeiro especialista, o regulamento de carreiras, também a carreira de bombeiro especialista, o serviço operacional mínimo obrigatório ou até as readmissões. Falo de matérias que estão na ordem do dia e que a Liga paulatinamente tem vindo a debater com a tutela. Dispenso-me de elencar muitas outras situações que, aparentemente, de um momento para o outro, têm aparecido resolvidas. Aparentemente, por que, de facto, não resultam de um momento para o outro mas, na verdade, de um processo negocial determinado, nem sempre fácil e sequencial, na defesa do melhor para os bombeiros. Mesmo que o resultado nem sempre seja o desejável ou o ótimo mas, pontualmente, o possível. Caso em que admitimos, não como um destino final mas como um mero patamar alcançado a que Foto: Marques Valentim NOVEMBRO 2013 se seguirão outros, então sim, até à solução final. Não foi preciso registarem-se perdas humanas para que re-equacionássemos o problema dos seguros. Há muito que temos vindo a falar com a tutela e outras instâncias sobre a urgência de os atualizar e adequar. A dramática realidade vivida este ano só veio dar-nos mais razão em todo o processo negocial que temos vindo a manter, e que queremos fechar rapidamente. Vamos continuar a trabalhar, sem desfalecimentos e com a mesma determinação de sempre, dentro dos princípios e valores que constituem, pautam e padronizam os princípios da LBP. Sem qualquer receio das recentes coligações, duvidosas e oportunistas, que por aí vão calcorreando os caminhos do infinito deserto. Hoje, como sempre, as coisas são o que são. 4 NOVEMBRO 2013 BALANÇO MARCADO POR RECADOS À AGRICULTURA “Não me lembro de ter Há muito que as palavras estavam guardadas e no passado dia 19 de novembro, dia da cerimónia de balanço do DECIF 2013, o Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses olhou a ministra da Agricultura olhos nos olhos e perguntou-lhe onde tinham andado os responsáveis das florestas quando o país ardia e os bombeiros iam a enterrar. Foi este o momento que mais marcou a cerimónia e Miguel Macedo não conseguiu esconder o desconforto face à resposta da colega de Governo. Texto: Patrícia Cerdeira Fotos: Marques Valentim O recado não podia ter sido mais duro e foi num tom crítico mas contido que teve início mais uma sessão de balanço do DECIF 2013. Perante uma plateia cheia de responsáveis dos ministérios da administração interna, agricultura e defesa, bem como muitos bombeiros que foram convidados para a cerimónia, Jaime Marta Soares sublinhou que nunca o país tinha tido um dispositivo tão “robusto”. O presidente da Liga lembrou que o verão deste ano ficará marcado pelos piores motivos, a “morte em serviço de 9 companheiros”, razão mais que suficiente para se analisar agora, de forma “honesta” e “corajosa” o correu menos bem e o que correu bem este ano. Jaime Marta Soares sublinhou o “clima de diálogo” que se estabeleceu com o ministério da Administração interna, um cenário “inédito” que proporcionará agora um debate sério porque o DECIF não “está isento de correções”. Dirigindo-se a Assunção Cristas, a ministra da Agricultura que se encontrava na primeira fila, o presidente da Liga fez gelar a sala ao deixar um conjunto de perguntas à responsável pela tutela das florestas. Começando por dizer que o problema dos incêndios está principalmente numa floresta “mal tratada”, Marta Soares lançou algumas perguntas: “Senhora Ministra, onde está o cadastro da floresta?; O que tem feito nos últimos meses em matéria de prevenção?; Irá o seu orçamento reforçar as verbas para a prevenção estrutural?; Que garantias poderá dar aos bombeiros quanto a uma floresta mais segura no próximo verão?, questionou em tom critico. De seguida o recado que fez gelar todos os presentes: “Lamento só agora poder endereçar-lhe estas questões mas não encontrei ninguém das florestas durante todo o verão, por onde andei, e foram muitos os locais, nem tão pouco na hora de homenagear aqueles que perderam a vida a defender a floresta que tutela”. A frase, dita pausadamente, causou de imediato uma reação de agrado entre a maioria dos presentes, nomeadamente entre os bombeiros, que há muito aguardavam poder dar este recado. Já no discurso que preferiu, Assunção Cristas, num tom mais moderado, aproveitou para desmentir a ideia de que nada tem sido feito. ”Posso dizer que se nada tivesse sido feito, então, nós este ano não teríamos 144 mil hectares de área ardida, teríamos 300 mil, 400 mil, 500 mil hectares ou mais. Isto só foi possível porque está mais afinado e sofisticado o mecanismo de combate, mas também a parte toda da prevenção”, frisou a ministra da Agricultura que sem nunca se dirigir ao presidente da Liga acabou por dizer “nesta matéria, é muito fácil procurar atirar culpas para outro lado, mas essa não é a minha abordagem e perspetiva”, referiu a responsável. À semelhança do que tem acontecido em anos anteriores, a cerimónia de balanço do DECIF foi assinalada pela apresentação pública dos resultados dos três pilares do dispositivo: prevenção estrutural, prevenção operacional e combate. Pela área do dispositivo de combate, os números foram apresentados por José Manuel Moura, o Comandante Operacional Nacional (CONAC) (ver caixa), uma apresentação que logo no início obrigou todos os presentes a lembrar os 8 bombeiros mortos em combate em este ano. As fotografias alinhadas com o rosto dos bombeiros que perderam a vida marcaram o início de um discurso onde o CONAC fez questão de subli- DECIF em números nhar que as estatísticas do verão ficaram “sempre marcadas” pela negativa com as perdas humanas registadas este ano. José Manuel Moura sublinhou como “muito positiva” a resposta “excecional” do dispositivo humano num ano marcado por índices muito “adversos” em matéria de “severidade meteorológica”. E num balanço aos números, que demonstram bem o “desgaste” a que homens e máquinas estiveram sujeitos, o CONAC terminou a apresentação com um slide com • 9 vítimas mortais, oito dos quais bombeiros a seguinte frase: “O difícil foi feito de imediato. O impossível durou algum tempo”. MAI admite entregar multas à polícia Coube ao ministro da Administração Interna encerrar a cerimónia realizado no LNEC em Lisboa. Visivelmente incomodado, Miguel Macedo admitiu que os avanços da prevenção estrutura “demoram” algum tempo”, mas como referiu o país não pode “esperar tanto tempo”. • 140.944 hectares de área ardida. 63 por cento em área de matos • Dispositivo sujeito a grande e continuado esforço. Em média estiveram no terreno 6.419 operacionais/dia. 9.811 no dia 21 agosto e 10.355 no dia 28 agosto. • 2013 foi o pior ano dos últimos 14 em matéria de severidade meteorológica • A eficácia do ataque inicial foi este ano de 90,3 por cento, contra 89,7 em 2012. • Em agosto registou-se uma média de 221 ignições por dia Tempos médios • Tivemos 11 dias consecutivos com mais de 300 ignições • Os distritos de Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, Braga, Porto, Guarda e Bragança concentraram 90 por cento do total da área ardida. 93 por cento da área ardida de matos e 72 por cento do total das ocorrências • Tempo médio de despacho de meios foi de 21’’ • Tempo médio de saída do primeiro meio à ocorrência após despacho foi de 2 minutos • Tempo médio de chegada do primeiro meio (Ataque inicial) foi de 11 minutos e 43 segundos. Todos estes valores forem inferiores a 2012 Uma resposta clara ao discurso da colega de Governo que admitiu que a reforma da floresta poderá levar “dois a cinco anos”. Depois de agradecer a todos os empenho em mais uma época critica, com sublinhado especial à memória das vítimas mortais, Miguel Macedo disse que o verão deste ano o tornou “menos tolerante”. Defendeu por isso que a aplicação de coimas, no âmbito da proteção de matas e florestas, deve passar das autarquias para as polícias. • Entre julho e setembro foram mobilizados 331 grupos (GRIF/ GRUATA/ BCIN E EPCO) • As máquinas de rasto foram mobilizadas 276 vezes • Foram mobilizados 58 pelotões para missões de rescaldo e vigilância após-incêndio e 760 pelotões patrulhamento áreas florestais • As equipas GAUF foram chamadas a 104 missões • Os meios aéreos voaram 6736 horas, num total de 6755 missões • Entre 15 de maio e 15 de outubro, os helicópteros pesados Kamov estiveram 2.318 horas inoperacionais 5 NOVEMBRO 2013 BALANÇO MARCADO POR RECADOS À AGRICULTURA visto alguém das florestas” Miguel Macedo afirmou que há um conjunto de autos levantados pelas forças de segurança, nomeadamente pela GNR, que “não têm qualquer consequência”. “Há um trabalho, levanta-se o auto, está identificada a contraordenação e, depois, não há consequências. Isso não pode acontecer, porque isso faz com que haja um sentimento de desresponsabilização”. Para alterar esta situação, Miguel Macedo defendeu que a solução terá de passar por uma mudança de quem aplica a coima da contraordenação, que atualmente são as autarquias. O ministro avançou que poderá passar para as polícias. “Temos de tornar isso mais efetivo, porque assim estamos a trabalhar sem que haja consequências, mas sobretudo não cumpre a função que tem esse tipo de procedi- mento, que é de forma efetiva fazer com que as pessoas façam o que têm de fazer, para proteção de todos”, concluiu o responsável. Já sobre os inquéritos que estão a ser efeitos aos acidentes com vítimas, Miguel Mace- do disse que está a ser feita “uma avaliação rigorosa” de todos os incidentes, que vai ser pública, mas que o trabalho ainda não terminou. “Não deixaremos de avaliar até ao último pormenor tudo aquilo que aconteceu”, disse o ministro. ANPC P Segundo CODIS não tomou posse or despacho do presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), de 16 de outubro de 2013, foi nomeado para o cargo de 2.º comandante operacional distrital de Bragança, o major Tavares Cordeiro, oficial da Força Aérea Portuguesa. Mal foi conhecido o teor do despacho, várias foram as vozes que colocaram em causa a legalidade do processo já que o oficial em causa não é licenciado, condição imposta pela Lei Orgânica da ANPC revista este ano. Por outro lado,, o currículo em causa também não abrange nenhuma das exceções que a legislação contempla para o exercício deste tipo de cargo. Confrontada com esta situação, em nota enviada ao ‘BP’, a ANPC confirma e informa que “numa análise mais atenta e cuidada” do currículo do Major Tavares Cordeiro, feita pelos serviços competentes da ANPC, veio a constatar-se que o candidato “não reunia” todos os requisitos legais exigíveis para lhe ser conferida posse. A ANPC acrescenta que o ato de posse não chegou a verificar-se, tornando em si mesmo o ato administrativo inicial de nomeação como “inválido”. Mas as dúvidas não se ficam por aqui. Fonte da Federação de Bombeiros do Distrito de Vila Real referiu ao ‘BP’ que o caso do 2.º CODIS de Bragança não é “único”, referindo a mesma fonte que a nomeação do comandante do Agrupamento Norte, Paulo Esteves, também “não cumpriu” os requisitos legais. Em resposta a uma questão solicitada pelo nosso jornal, a ANPC justificou caso a caso as mais recentes nomeações. O CADIS Norte, esclarece a Autoridade, foi nomeado nos termos do disposto na alínea c) do artigo 30 do Decreto-Lei n.º 73/2013, de 31 de maio. E o que diz a alínea C do artigo relativo ao Recrutamento Excecional Transitório: “Exercerem ou terem exercido cargos dirigentes, funções de inspeção, de coordenação do centro nacional de operações de socorro, de coordenação dos centros distritais de operações de socorro, de comandante ou 2.º comandante operacional nacional, de comandante ou 2.º comandante operacional distrital, de adjunto de operações nacional, de adjunto de operações distrital ou de chefe de operações em centros operacionais de âmbito nacional, durante mais de cinco anos, podendo estes ser cumulativos”. Com esta explicação de âmbito jurídico a ANPC esclarece que a nomeação de Paulo Esteves é legal. E, vai mais longe fazendo referência a todas as nomeações da estrutura com correspondente aplicação da nova Lei Orgânica. Segundo a ANPC, o CADIS Centro Norte foi nomeado nos termos do disposto nos números 1 e 2 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 73/2013, de 31 de maio. O CODIS de Bragança foi nomeado nos termos do disposto na alínea a) do artigo 30 do Decreto-Lei n.º 73/2013, de 31 de maio. Já o CODIS de Santarém, foi nomeado nos termos do disposto números 1 e 3 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 73/2013, de 31 de maio. O 2.º CODIS Santarém foi nomeado nos termos do disposto na alínea b) do artigo 30 do Decreto-Lei n.º 73/2013, de 31 de maio. Com esta informação, a Autoridade conclui que agiu de acordo com a legislação em vigor. Patrícia Cerdeira 6 NOVEMBRO 2013 Macau: Onde a Fénix ficou para a História Pesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista F alar da história do serviço de incêndios e/ou dos bombeiros portugueses significa, também, presença no espaço universal. Nesta oportunidade, fazemos uma incursão pelo antigo território de Macau. Começamos por visitar, do ponto de vista iconográfico, o quartel da Estrada Coelho do Amaral, inaugurado a 2 de Outubro de 1923, há, portanto, 90 anos, e que durante décadas acolheu os serviços centrais do Corpo de Bombeiros de Macau (CBM). A dada altura classificado como edifício de interesse arquitectónico, é actualmente o museu daquela força de segurança, cuja colecção compreende mais de 700 peças e documenta a evolução histórica do CBM e das diferentes realidades sobre o combate a incêndios que o antecederam. No âmbito da mesma visita e como quem ciceroneia apresentamos uma fotografia datada, talvez, dos anos 40 do século passado, de aprumados bombeiros macaenses, em desfile junto à sede do Leal Senado, sob o olhar da população da cidade. Chamamos a atenção para o modelo de capacete então usado, tipo inglês, fabricado em couro, dando a conhecer, a propósito, o exemplar original que faz parte da colecção da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). Semelhante ao utilizado pelos demais corpos de bombeiros do país, embora com li- geiras diferenças nalgumas das suas linhas, ostentava um dragão oriental, simbologia relativa, entre outros predicados, à força e protecção. A presença dos bombeiros em Macau conta oficialmente com 130 anos de história e constitui uma matéria complexa, porquanto deriva e envolve a sucessão de vários factos. Resultante da iniciativa do governo do território, a criação do “Regulamento do Serviço dos Incêndios em Macau”, de 2 de Maio de 1883, que passou a estabelecer um sistema organizado e em moldes permanentes, marca o início de uma longa caminhada. Por ocasião do centenário do Corpo de Bombeiros de Macau, este publicou uma breve resenha histórica, disponível para consulta no Núcleo de História e Património Museológico da LBP, que recorda e caracteriza bem a generosidade do povo macaense. Muito antes de 1883, o combate ao fogo dependia da acção do povo, apoiado por material adquirido às suas expensas, armazenado em recintos instalados na cidade. A saber: bombas de picota, agulhetas, tubos de lona, escadas de madeira, escadas de bambu e celhas de madeira de diversos tamanhos. Os segmentos da população que geralmente se dedicavam a essa função pertenciam ao comércio e à indústria, que em troca do serviço prestado recebiam dos moradores dos bairros sinistrados várias ofertas, tais como, porcos assados e aguardente chinesa, conhecida por liupum. Procurando dar novo incremento ao serviço de incêndios, o governo determinou que todas as casas que tivessem poços passariam a estar à disposição do pessoal interveniente no combate a fim da utilização da sua água. Refira-se que todas as casas nessa circunstância tinham tabuletas à porta, com a inscrição da palavra “poço”. Caso um incêndio deflagrasse no período da noite, os proprietários eram obrigados a ilumi- nar as referidas tabuletas através da colocação de lanternas, para que a localização dos poços estivesse facilmente identificável e acessível. Já com o serviço subordinado a outros cuidados, o Leal Senado entendeu tomar novas medidas, tal como a obrigatoriedade de os carregadores comerciais e industriais, inscritos nos registos das repartições públicas, terem de contribuir com 24 horas anuais de trabalho na extinção de incêndios. Reza a história, também, numa outra fase organizativa, que dois tiros de canhão, a partir da Fortaleza do Monte, serviam de sinal de alerta nas situações mais difíceis que exigiam a mobilização do pessoal de reserva, bem como de auxiliares, designadamente, cantoneiros e varredores da Câmara Municipal. Não menos curioso era o sinal de alerta utilizado para a chamada dos meios afectos aos postos particulares dispersos por Macau, integrados por empregados e mancebos fi- sicamente robustos, responsáveis pelo transporte de material. Dados coligidos pelo CBM referem-se “ao som de tan-tans”. Tratava-se, segundo os mesmos, da “percussão dum instrumento metálico”, ou antes, o “bater de uma pequena barra de ferro numa chapa metálica”. O Corpo de Bombeiros de Macau, com o qual a Liga dos Bombeiros Portugueses manteve sempre o melhor relacionamento, foi a única estrutura de protecção e socorro, com origem na diáspora lusa, que resistiu até aos nossos dias, mantendo-se inalterável em muitos aspectos da sua orgânica, mes- AMARANTE TORRES NOVAS R Morre o decano dos Bombeiros Portugueses aul Pedro Sequeira, nasceu a 1 de abril 1911 e faleceu a 17 de outubro de 2013, aos 102 anos de idade. De entre a extensa folha de serviços do Comandante QH Raul Pedro Sequeira Voluntários Torrejanos, importa salientar alguns registos dignos de realce. Alistou-se nos Voluntários Torrejanos a 1 de outubro de 1932, menos de uma ano após a fundação da AHBV Torrejanos que tinha acontecido em 5 de outubro de 1931, tendo-lhe sido atribuído o n.º 46/32. Participou no IV Congresso dos Bombeiros Portugueses realizado em Tomar em agosto de 1934, tomou parte na II Grande Parada dos Bombeiros Portugueses, realizada em Lisboa, em junho de 1935 e tam- bém na Parada dos Bombeiros do Distrito de Santarém, no ano de 1936 e no VI Congresso dos Bombeiros Portugueses, realizado na cidade de Portalegre, no ano de 1938. Nomeado para monitor do Corpo de Cadetes a 21 de junho de 1936, devendo salientar-se que o Corpo de Cadetes dos Bombeiros Voluntários Torrejano foi o primeiro a ser criado no país. De entre os muitos louvores que constam na sua folha de serviços, registamos um do Comandante dos Bombeiros Voluntários Torrejanos, pela muita dedicação e boa vontade reveladas na Instrução do Corpo de Cadetes, contribuindo em muito para os bons resultados conseguidos pelo mesmo Corpo de Cadetes, no Congres- so de Portalegre no ano de 1938. Promovido a Chefe de Secção em 06.09.46, ficando a exercer as funções de Chefe da 2.ª Secção dos B.V. Torrejanos. Passou para o Quadro Honorário, a seu pedido, em 24 de dezembro de 1954. Assumiu o cargo de 1.º comandante em 28 de fevereiro de 1971 por convite que lhe foi dirigido pela direção, de que aliás fazia parte desde 1968. mo depois da administração do território ter transitado para a responsabilidade do governo chinês. O exemplo mais marcante vê-se consubstanciado no respectivo símbolo, que continua a ser a Fénix renascida das cinzas (somente foi alterado o brasão, o qual, em substituição das armas de Portugal, apresenta, no centro, o emblema regional de Macau), acompanhada do velho lema “Vida por Vida”. Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia Site do NHPM da LBP: www.lbpmemoria.wix.com/ nucleomuseologico Passou novamente ao Quadro Honorário, a seu pedido, em 30 de outubro de 1971. De entre as muitas condecorações com que foi distinguido ao longo dos anos, registamos a Medalha de Ouro da Câmara Municipal de Torres Novas na passagem do 50.º aniversário da AHBV Torrejanos em 05 de outubro de 1981. O Comandante Sequeira foi ao longo de muitos anos uma figura carismática dos Bombeiros Torrejanos, mas os seus cadetes estavam sempre na primeira linha da sua memória e em todas as conversas que mantinha acerca dos Bombeiros Portugueses. Até há poucos anos era figura sempre presente nas festas de aniversário da sua associação. Carlos Pinheiro A Quartel perde comandante Matias rtur de Melo Matias de Magalhães foi comandante dos Bombeiros Voluntários de Amarante durante quase meio século, entre outubro de 1953 e agosto de 2001. Aos 83 anos de idade, o comandante Matias, como era conhecido, faleceu. O papel desempenhado nos bombeiros e na comunidade local, em geral, foi de tal modo importante que o município de Amarante decretou um dia de luto no concelho pelo seu falecimento. No voto de pesar que acompanhou a deliberação para o cumprimento de um dia de luto em 13 de novembro, é referido que “em vida e quando solicitado, sempre demonstrou o Comandante Matias, como era carinhosamente conhecido, o maior empenho, sensibilidade e espírito de colaboração na resolução de problemas do Município, pelo que é nosso dever dar desse facto público reconhecimento”. 7 NOVEMBRO 2013 BEATO Capital tem o pior quartel do país O quartel dos Bombeiros do Beato, na capital Lisboa, é, certamente, o pior do País. Só mesmo uma vontade férrea, sobre-humana, de servir o próximo, pode justificar a permanência dos mais de 40 voluntários nas antigas cavalariças do Duque de Lafões, onde falta tudo, sobretudo condições dignas para acolher os operacionais. Ironicamente esta é uma associação que depois de vicissitudes várias, conseguiu “arrumar a casa” que agora ameaça, literalmente, vir abaixo. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim C om a “casa arrumada” mas sem instalações dignas dessa classificação, comando e direção dos Voluntários de Beato continuam a lutar pela resolução um problema que se arrasta há muitos anos. Faltam alternativas mas, sobretudo, escasseia a “vontade política” necessária para garantir condições de trabalho e conforto aos cerca de quarenta bombeiros que servem a cidade e o país. O “pior quartel do país é o que mais serviços faz na cidade de Lisboa”, denuncia o comandante Mário Ribeiro, no decorrer de uma visita jornal Bombeiros de Portugal às precárias instalações da Rua do Grilo. Lá dentro um amontoado de cacifos, colchões, sofás são, ironicamente, reflexo do esforço para garantir “as condições mínimas” aos homens e mulheres que integram o contingente dos Voluntários do Beato, conforme revela Mário Ribeiro. Não obstante uma ou outra inter- venção para garantir algum conforto, a verdade é que exiguidade e a degradação do imóvel, não permitir ganhos. “O pessoal dorme no chão, não temos janelas, chove cá dentro. No inverno o pessoal não aguenta o frio, já no verão o calor é insuportável”, conta o comandante. Num espaço labiríntico, tudo é improvisado, desde a sala de convívio, à cozinha, passando pelas duas camaratas, a divisão onde é guardado o equipamento e o “gabinete” de comando. Não destoando, num cenário de caos, também falta tudo nas paupérrimas instalações sanitárias. No exterior, as 11 viaturas que servem o quartel estão expostas os caprichos do tempo e à fúria do vandalismo. Durante algum tempo, no âmbito de um acordo com a junta de freguesia, a associação usou um barracão para resguardar parte da frota, acontece que o isolamento dessa infraestrutura acabou por ser um convite aos amigos do alheio que “não só roubaram tudo o que puderam, como ain- da estragaram muito equipamento”, segundo nos diz o responsável operacional. Depois das promessas dos políticos, resta o desalento do comando e direção que tudo têm feito para tentar, junto das entidades competentes, encontrar uma solução que permita ultrapassar o “impasse”. O presidente José Alves Nunes conta que em 2011 houve a ideia de instalar os bombeiros na desativada Escola Secundária Afonso Domingues, só que na voragem das promessas feitas em períodos pré-eleitorais o mesmo espaço foi apalavrado a tantas entidades que o “projeto” acabou por cair por terra. Entretanto, o futuro pode passar pela instalação de um pavilhão, uma infraestrutura verdadeiramente operacional, num terreno localizado nas imediações desse antigo polo de ensino. “A construção do quartel ficará a cargo dos bombeiros voluntários”, garante o dirigente, considerando ser esta a alternativa para agilizar o processo. Também Mário Ribeiro, garante que a vontade de deixar as antigas cavalariças é tanta que os homens e mulheres da instituição estão dispostos a arregaçar as mangas, tanto na dinamização de iniciativas que garantam verbas à instituição, como ajudando “nos trabalhos de construção civil”. Refira-se que em 2009 parecia inevitável a extinção do corpo de bombeiros do Beato, contudo a direção com o apoio do comandante Mário Ribeiro conseguiram, com muito trabalho, travar decisão de Autoridade Nacional de Proteção Civil. O processo foi complexo passou pelo afastamento de “87 operacionais”, mas uma gestão musculada tanto dos recursos humanos como dos financeiros permitiu contrariar o curso da história e garantir o futuro desta instituição fundada em março 1932, mas o desígnio desta equipa continua por cumprir até ao dia em que operacionais e viaturas deixem em definitivo a Rua do Grilo, para pela vez, experimentarem condições de trabalho e operacionalidade. 8 NOVEMBRO 2013 FEDERAÇÕES REUNIRAM NAS CALDAS DA RAINHA Bombeiros não podem correr atrás das estatísticas A Liga dos Bombeiros Portugueses reuniu-se, no passado dia 16 de novembro, nas Caldas da Rainha, para analisar o combate aos fogos e a participação dos bombeiros no DECIF 2013. Numa reunião bastante participada, a Liga colocou à discussão um documento de avaliação, elaborado pelo Conselho Nacional Operacional (CNO), documento sufragado pelos presentes, o qual vai ser agora reforçado com as muitas propostas apresentadas pelas federações distritais de bombeiros. Logo na abertura dos trabalhos, Jaime Marta Soares fez questão de sublinhar que o documento que incluirá as conclusões dos bombeiros irá ser tema de debate “junto da tutela” para melhorar ou alterar o que correu “menos bem”. A ver- são final deste documento, que será “construído” com as propostas apresentadas pelas federações, vai ainda ser apreciado e votado, em janeiro, no primeiro Conselho Nacional de 2014 o qual terá lugar em Vila de Rei. As principais criticas saídas deste encontro foram dirigidas ao Ministério da Agricultura, com a maioria dos presentes a dizer que o estado da floresta constitui o “maior inimigo” dos bombeiros. O presidente da Liga prometeu endurecer a atitude junto da tutela das florestas, sublinhando que não faz sentido olhar apenas para as “estatísticas” num ano em que o pais perdeu oito “dos seus melhores”. Marta Soares considerou que “neste tempo em que as coisas estão mais calmas” os gabinetes ministeriais devem empenhar-se e preparar infraestruturas, planos de intervenção e de ordenamento da floresta “para que todos os anos não se repita este flagelo”. Sobre isto, refere o documento de análise elaborado pela Liga que o combate é condicionado pelas “incipientes atividades de prevenção estrutural, vigilância, deteção e fiscalização”. Em matéria de combate, a Liga insiste na necessidade de ser criada uma estrutura de “comando próprio” para os bombeiros, de abrangência nacional e distrital, de caracter “permanente”. Acrescenta a Liga que o combate deve ficar em “exclusivo” nas mãos dos bombeiros e que o país deve ser divido em “zonas operacionais” com correspondência distrital. É ainda reclamado o aumento do valor a pagar pela reposição dos veículos e do combustí- vel que, consideram os bombeiros, deve se pago a preço de “mercado”. Das várias intervenções, ficou claro que muito há ainda a fazer, “ajustamentos” que não serão alheios também aos bombeiros. Ouviram-se críticas ao modelo de contratualização das GUATAS, ao apoio logístico dado aos homens em combate, e à gestão dos meios feita por alguns CADIS. No final do encontro, Jaime Marta Soares mostrou-se satis- feito face à “participação” demonstrada nesta reunião e ciente de que só uma “avaliação “honesta” e “serena” poderá ter o “impacto necessário” junto da tutela para que os bombeiros possam atingir os objetivos” a que se propõem. LBP N Conselho Superior Consultivo reúne na Lixa o passado dia 26, reuniu no quartel dos Bombeiros Voluntários da Lixa, o Conselho Superior Consultivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (CSC/LBP), tendo por missão, conforme se encontra definido nos estatutos da confederação, e no regulamento do seu funcionamento, nomeadamente, “acompanhar a actividade estratégica da Confederação, em especial no domínio das opções politicas para o sector de Bombeiros e emitir parecer sobre as mesmas, a pedido do Conselho Executivo ou sobre as quais entenda pronunciar—se e exercer as demais atribuições e missões que lhe sejam confiadas ou solicitadas pelo Conselho Executivo”. Constituído por um conjunto de relevantes figuras do mundo dos bombeiros portugueses desde a década de 80, altura em que foi constituído o extinto Serviço Nacional de Bombeiros, dele fazem parte ex-presidentes daquele serviço, ex órgãos da Liga dos Bombeiros Portugueses, da ex Proteção Civil, da Escola Nacional de Bombeiros, da ex Inspeção Superior e Inspeções Regionais. Recebidos no Quartel pelos responsáveis da Associação – assembleia Geral e direção, os conselheiros foram ainda acompanhados pelo comandante Luís Morais, membro do conselho executivo da Liga que fez o relato das atividades e preocupações que estão a merecer cuidado e acompanhamento por parte do conselho execu- tivo e que respeitam à solução dos problemas que preocupam os bombeiros portugueses e a vida das associações. Da agenda de trabalhos constou, a análise dos incêndios florestais, a problemática respeitante às dificuldades de gestão das Associações, quer no aspeto administrativo quer no financeiro. Do debate havido foi elaborado parecer a remeter ao conselho executivo, para sua análise e, eventualmente, para que possa fazer chegar às entidades responsáveis pelas politicas de reconhecimento e apoio às associações e corpos de bombeiros, tendo em conta o papel incomensurável e insubstituível dos bombeiros portugueses junto das populações donde emanam. Ressaltou da discussão no CSC/LBP “duas evidências que urge defender com denodo e até à exaustão”. Em primeiro lugar, fazer com que os bombeiros voltem a ter um comando próprio e representantes em quem se revejam, devidamente estruturado, representativo do setor, com comando próprio saído do seu meio. Em segundo, criar-se um departamento na Liga que monitorize, gira e defenda a imagem dos bombeiros portugueses. No final, os conselheiros foram obsequiados pela direção dos Bombeiros da Lixa com um almoço regional, seguindo-se depois uma visita à Quinta da Lixa. FORMAÇÃO EM 2014 O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a Escola Nacional de Bombeiros (ENB) fizeram um acordo para a realização de 32 cursos em emergência médica já no próximo ano destinados aos bombeiros. O contrato-programa foi assinado no passado dia 5 de novembro e prevê que com a realização destes 32 cursos, 168 bombeiros possam ter acesso a formação em Tripulan- ENB e INEM assinam acordo te de Ambulância de Socorro (TAS) e que 600 profissionais tenham a oportunidade de recertificar os seus cursos de técnicas de emergência médica. A ENB vai realizar sete cursos de formação de TAS e 25 cursos de recertificação de TAS, recebendo ao abrigo do contrato-programa, um total de 81.477 euros do INEM pela formação. O acordo prevê também que o INEM realize 14 laboratórios de formação em Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa (SBV-DAE) a cerca de 112 formadores de cursos de Tripulante de Ambulância de Transporte. “Com a realização destas formações irá registar-se um acréscimo significativo de formadores/bombeiros com competências para formar novos operacionais de DAE, dotando-os de competência para a utilização de desfibrilhadores em contexto de emergência médica pré-hospitalar”, refere o INEM em comunicado. Segundo dados do Instituto, o INEM tem atualmente 274 ambulâncias de socorro localizadas em corporações de bombeiros e com estes cursos “vai conseguir capacitar um maior número de bombeiros para atuar em situações de emergência médica”. PC 9 NOVEMBRO 2013 PRESIDENTE DA AR DE ACORDO COM A LBP Bombeiros não aceitam perder 15 anos de bonificação A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) foi recebida, no passado dia 9 de novembro, pela Presidente da Assembleia da República. A Confederação foi sensibilizar Assunção Esteves para os efeitos “negativos para os bombeiros” que decorrem da aprovação do diploma que aproxima as regras das pensões dos funcionários públicos, pagas pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) às do regime geral da Segurança Social. Segundo Jaime Marta Soares, esta intenção do executivo prejudicará os bombeiros que são funcionários públicos já, à luz da redação do diploma, os soldados da paz arriscam perder os 15 anos de bonificação de contagem de tempo para a reforma. Se o Governo acha está a “fazer convergir direitos” está enganado, referiu o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses ao ‘BP’, sublinhando que com a provação deste diploma “assistiríamos a direitos diferentes entre bombeiros”. À saída do encontro com a Presidente do Parlamento, Marta Soares sublinhou que Assunção Esteves demonstrou total “disponibilidade” para o assunto, acreditando a presidente que perante os motivos apresentados, será encontrada uma “boa solução” para este problema. O diploma sobre a convergência de pensões levou a Liga a reunir tam- bém com os grupos parlamentares do PSD, PCP e Verdes, os quais se mostraram preocupados com os “efeitos práticos” destas medidas. O PSD prometeu tudo fazer para que os bombeiros “não saiam prejudicados”. Entretanto, a última palavra está agora nas mãos do Tribunal Constitucional. Recordo que, no passado dia 23 de novembro, Cavaco Silva anunciou que requereu a fiscalização preventiva da constitucionalidade do regime de convergência de pensões entre o setor público e privado. O Chefe PROTOCOLO JÁ FOI ASSINADO ENB já chegou à Madeira O Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira (SRPCM) vai passar a dispor de um polo de formação da Escola Nacional de Bombeiros (ENB). O protocolo assinado, no passado dia 11 de novembro, define as bases de cooperação e articulação na área de formação e prevê também a constituição de um polo de formação naquela região autónoma. Pretende-se desenvolver uma sinergia entre as duas instituições que garanta a qualidade da formação dos agentes de proteção e socorro madeirenses. No acordo agora firmado, compete à ENB assegurar a formação e certificação de formadores, validação dos programas de formação e respetiva produção de recursos técnico-pedagógicos, bem como a realização de avaliações e auditorias à formação ministrada. Este novo protocolo vem reforçar a relação de cooperação e articulação desenvolvida ao longo dos anos e através da qual têm sido formados os elementos que integram o Dispositivo de Resposta Operacional Regional. A cerimónia realizada na sede da ENB, em Sintra, foi presidida pelo secretário de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo D’Ávila e contou com as presenças do secretário regional dos Assuntos Sociais, Francisco Jardim Ramos, presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, tenente-general Manuel Mateus Couto, presidente do SRPCM, coronel Luís Neri, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares, bem como de outros representantes das principais entidades da proteção e socorro nacional. Para o responsável madeirense, este acordo é um “reconhecimento” relativamente à formação que será certificada pela Escola Nacional de Bombeiros em áreas em que “temos experiência e podemos dar formação”. “Este protocolo vai permitir, em parte, poupar algum dinheiro”, referiu o responsável. Entretanto, já foi aberto um concurso para a construção dos cenários, que vão ficar junto à sede da Proteção Civil na Madeira onde serão realizados treinos de situações de desencarceramento e fogos urbanos. de Estado, Cavaco Silva, pediu ao Tribunal Constitucional que verificasse a conformidade destas normas com a Lei Fundamental, designadamente com os princípios da unidade do imposto sobre o rendimento, da capacidade contributiva, da progressividade e da universalidade, e com o princípio de proteção da confiança, quando conjugado com o princípio da proporcionalidade”. A Liga aguarda agora a decisão dos juízes do Palácio Raton. Patrícia Cerdeira 10 N NOVEMBRO 2013 ARGANIL BARCELINHOS Apresentado campo de treinos Associação recebe ajuda da população o passado dia 3 de novembro, após uma homenagem aos bombeiros e diretores já falecidos, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Argus de Arganil apresentou o campo de treinos e onde simbolicamente foi hasteada a bandeira da instituição Com as exigências formativas e a perspetiva de uma melhor prestação de serviço á comunidade, o corpo de bombeiros sentiu necessidade de investir ainda mais na formação dos operacionais com a criação de uma infraestrutura “que reúna as diferentes valências da formação contínua e inicial do bombeiro, numa tentativa de garantir o sucesso de todas as operações. Localizado na Peneda Talha- da, campo de treinos, dispõe de várias valências, nomeadamente espaços destinados à formação de Incêndios Urbanos e Industriais, Salvamento e Desencarceramento e Incêndios Florestais. O complexo dispõe de instalações sanitárias, permitindo aos bombeiros tomar banho O após a formação e a muda do equipamento de proteção individual. Com estas estruturas, o Corpo de Bombeiros Voluntários de Arganil, garante dar “um salto qualitativo ficando na vanguarda das condições que proporciona aos bombeiros nas áreas da formação e instrução”. Auditório S.Bento Menni, em Barcelos, foi pequeno para os muitos que quiseram assistir ao espetáculo de fado de Carla Cortez, cujas receitas se destinam a apoiar Bombeiros Voluntários de Barcelinhos na construção de um novo quartel. José Costa, o Presidente dos Bombeiros de Barcelinhos mostrou-se “emocionado com o apoio dos barcelenses à causa dos bombeiros” deixando um agradecimento especial ”à Barceltécnica, que no âmbito das comemorações do 25.º aniversário da empresa, promoveu esta iniciativa para apoiar os Bombeiros”. Recorde-se que no passado mês de outubro o projeto do Secção Desportiva oferece monitores de parâmetros vitais Secção Desportiva dos Voluntários de Macedo de Cavaleiros, ofereceu ao corpo de bombeiros dois Monitores de Parâmetros Vitais, adquiridos com fundos angariados em vários eventos. “Tendo em conta que a monitorização de funções vitais é uma das mais importantes e essenciais ferramentas no socorro a doentes críticos, estes equipamentos serão instalados nas ambulâncias, de forma, a melhorar os cuidados O prestados em emergência”, revela fonte da secção desportiva. Solidários com os bombeiros projeto “SIC Esperança” e os Bombeiros Voluntários de Barcarena estiveram, recentemente, envolvidos na remodelação das instalações da associação. A primeira de dez iniciativas no âmbito deste projeto solidário levou ao quartel de Barcarena inúmeros voluntários que pintaram, assentaram pavimentos, instalaram janelas, remodelaram instalações sanitá- rias e colocaram mobiliário novo oferecido por várias entidades e que permite a otimização do espaço. “A vontade de ajudar e o trabalho em equipa permitiu unir os operacionais” referiu o comandante Carlos Gomes, ressalvo que esta intervenção permite motivar os bombeiros para a prestação de um ainda melhor serviço à comunidade. Sérgio Santos ALCOENTRE A Festas garantem equipamentos Comissão de Festas de Alcoentre de 2013, através da recolha de fundos que realiza, conseguiu proporcionar aos Bombeiros Voluntários de Alcoentre a aquisição de 35 equipamentos completos de proteção individual ignifugos para combate a incêndios florestais. A apresentação do referido equipamento realizou-se recentemente, conforme nos foi relatado pelo comandante do corpo de bombeiros, Eifel Garcia. Os Voluntários de Alcoentre pretendem, naturalmente, obter mais equipamentos de modo a, logo que possível, dotar todos os elementos do corpo de bombeiros desses meios de proteção fundamental. GAIA A Companhia de Bombeiros Sapadores de Vila Nova de Gaia tem prosseguido com o plano traçado para a sensibilização da população escolar sobre conceitos de prevenção e segurança, incluindo a divulgação do número municipal de emergência. O plano arrancou em fevereiro último e terminará em dezembro próximo, abrangendo toda a população escolar do 1.º ciclo e o 5.º ano do 2.º ciclo. Até ao momento, foram abrangidas 1347 crianças pela dezena de ações promovidas pelos Sapadores de Gaia. Em detalhe, as ações realizaram-se no Agrupamentos de Segundo José Beleza, estão assim “ abertas as portas para o sucesso” da candidatura a fundos comunitários, no âmbito do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), que permitem a concretização de um sonho antigo. BARCARENA MACEDO DE CAVALEIROS A novo quartel dos Voluntários de Barcelinhos foi aprovado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil, um “passo decisivo” para a concretização de “um sonho muito antigo” corpo de bombeiros, conforme refere o comandante. Sensibilização a mais de um milhar Escolas Júlio Dinis (EB 2/3 Grijó, EB 1 Santo António, EB 1 Vendas, EB1 de Loureiro e EB 1 de Murraceses), no Agrupamento de Escolas de Oliveira do Douro 1 (Escola Básica Vilar de Andorinho), Agrupamento de Escolas Soares dos Reis (Escola Básica 1.º Ciclo Joaquim Nicolau de Almeida), na Escola Básica e Secundária de Canela, do Agrupamento de Canela, e na Escola Básica do Cedro. Todas as ações de sensibilização incluíram uma apresentação multimédia interativa desenvolvida para o efeito, incluindo conceitos de segurança e prevenção explicados de forma simples e direta alertando as crianças para os riscos e comportamentos a assumir. No final, os participantes têm recebido um conjunto de panfletos onde estão tipificados 13 riscos, uma pen disk com a apresentação multimédia e um íman com o número municipal de emergência. Segundo nos informou o comandante dos Sapadores de Gaia, engenheiro Salvador Almeida, todo o material produzido pela direção municipal de bombeiros e proteção civil utilizado nestas ações teve a comparticipação do programa comunitário Novo Norte 2 do QREN. Esse material está também reproduzido no site municipal. 11 NOVEMBRO 2013 ALMADA Centenário estabelece novas prioridades A comemorar um século de serviço à comunidade, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Almada, não se entrega à euforia das celebrações, preferindo aproveitar a efeméride para se reinventar, dando resposta a novas e crescentes exigências. As apostas na formação dos homens e o investimento em novos equipamentos são prioridades de uma instituição procura a excelência no cumprimento da missão. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim O comandante José Santos mostra com orgulho o quartel, que embora antigo, se mantém operacional, preparado para responder às necessidades dos Bombeiros Voluntários de Almada, mercê de um esforço coletivo. Muitas das intervenções, das pequenas e grandes obras, são asseguradas pelos elementos do corpo ativo que arregaçam as mangas e trabalham na renovação de várias áreas do quartel, na requalificação das camaratas, na manutenção do material do parque de viaturas, na remodelação da câmara de fumos onde fazem formação em incêndios urbanos e industriais. Em de Almada toda a mão-de-obra é aproveitada a bem de todos. “Há muito mais trabalho a fazer”, refere um comandante orgulhoso dos cerca de 60 operacionais que, dentro e fora do quartel, dão o melhor si tanto em proveito da associação, como das populações que servem. José Santos assumiu o comando há cerca de um ano, um desafio enorme, que a experiência de 25 anos de bombeiro o ajudou a enfrentar com determinação e entusiasmo. Congratula-se com o caminho já trilhado com ganhos para instituição, nomeadamente a nível dos serviços pré-hospitalares, a que o corpo de bombeiros não conseguia responder por falta de meios humanos e de veículos, mas que, após uma re-estrutu- ração, curiosamente assente no voluntariado, já garante resultados “muito positivos”. “Com a recente aquisição de um veículo florestal e de uma ambulância podemos considerar que estamos bem equipados”, refere o comandante defenden- do que na atual conjuntura económica importa aproveitar e valorizar os recursos existentes nomeadamente a nível do município e nesse âmbito defende que “o concelho de Almada está muito bem equipado, sobretudo a nível de material pesado”. Neste esforço de servir melhor, os Voluntários de Almada, contam com o apoio da autarquia que muito tem contribuído para a modernização e apetrechamento dos três corpos de bombeiros do município. “Depois da casa arrumada a formação é, agora, a aposta deste comando” refere José Santos, salientando que só investindo na preparação dos homens é possível melhorar a resposta. O comandante mostra-se esperançado no futuro, pois não obstante a falta de incentivos para os voluntários, há sempre gente nova a aparecer no quartel e a mostrar interesse em integrar o contingente de soldados da paz. A iniciativa “Bombeiros por 5 dias” é disso exemplo, pois para além de levar muitas crianças e jovens ao quartel, a conhecer a realidade e a dinâmica da associação, tem permitido assegurar reforços pois se é certo “alguns vêm pela experiência, em busca de aventura, outros por insistência dos pais, mas depois, por vontade própria, muitos acabam por ficar”. Refira-se que as comemorações do centenário prosseguem já no dia 30 de novembro, com um torneiro de futsal promovido pela associação e culminam em meados de dezembro com a realização de simulacro. 12 NOVEMBRO 2013 INCÊNDIOS Futuro impõe o regresso Há poucos dias, quase no final do mês de um novembro muito frio, Portugal continuava a arder, um fenómeno estranho, mas que ainda assim ajuda a não votar ao cómodo esquecimento a tragédia que bateu à porta de tantos quartéis deste país e enlutou a grande família dos bombeiros. Em Penalva do Castelo, tal como em Miranda do Douro, este duro combate só terminará quando todos os feridos nos incêndios do verão de 2013 estejam totalmente recuperados e regressem ao ativo. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim e Sérgio Santos E m Penalva do Castelo cuida-se dos feridos enquanto em Miranda do Douro, o corpo de bombeiros une-se na dor pela perda de Daniel Falcão e António Ferreira, mas também no apoio aos três camaradas feridos, a enfrentaram um lento e sempre penoso processo de recuperação. A comoção ainda ensombra o dia-a-dia no quartel de Miranda do Douro. Comando e direção trazem no rosto as marcas de perdas irreparáveis, que nem mesmo as homenagens mitigam. O incêndio no Cicoto, no dia 1 de agosto, ficará para sempre inscrito como um episódio negro na história da instituição. Já se passaram mais de três meses mas para comando e direção este é um acontecimento demasiado recente. Emocionado, o comandante Irundino João conta que nesse primeiro de agosto o quartel recebeu o alerta de incêndio numa ceifeira e que “de imediato os bombeiros saíram”. Uma das equipas constituída por cinco operacionais “depois de dominaram uma frente de fogo recebe indicação de comando para se juntar a outra dos Voluntários do Vimioso que se encontrava numa outra área. As chamas acabaram por travar os bombeiros a meio do percurso e, apesar da tentativa de fuga, o veículo em que seguiam foi tomado e a tragédia tornou-se inevitável. António Ferreira e Daniel Falcão acabaram por falecer no hospital, dias após o acidente. Raquel Teixeira, Nélio Seixas e Vitor Ribeiro, prosseguem os tratamentos, mas que, em me- Em Miranda do Douro a união tem feito a força para recuperar da tragédia de agosto mória dos camaradas que tombaram nesta batalha, anseiam pelo regresso ao ativo. António Ferreira faleceu aos 42 anos, depois de mais de uma década ao serviço dos Voluntários de Miranda do Douro, onde desempenhava as funções de operador de central. O “Toninho” era, segundo o comandante, “o rei da boa-disposição”. António Ferreira, depois de uma dura batalha pela vida, partiu no dia 6 de setembro. Daniel Falcão, tinha 25 anos, um sorriso estampado no rosto e uma força inesgotável. Inte- Daniel Falcão, Vitor Ribeiro e Raquel Teixeira dos Voluntários de Miranda do Douro grava a Equipa de Intervenção Permanente (EIP), mas em regime de voluntariado, “era o faz-tudo do quartel”, recorda o presidente da direção, Ulisses Firmino. Dias antes do acidente este bravo soldado tinha assegurado a revisão geral e a pintura do veículo que o conduziu à derradeira missão. Daniel faleceu no dia 4 de agosto “Ninguém os esquece e a nossa maior homenagem a estes soldados da paz é continuar a apagar incêndios, a salvar vidas, a ajudar as populações. Temos que ter força…”, revela o comandante. Aos 30 anos, Nélio Seixas, fala com orgulho da sua ainda curta carreira de bombeiro. Ingressou nos Voluntários de Miranda do Douro, “há meia dúzia de anos” com o irmão, e três meses após acidente, garante não ter esmorecido a vontade de servir o próximo. “As marcas na face e nos membros superiores vão desparecer” diz-nos, denunciando outras que vão demorar muito mais tempo a sarar, apesar de todo o apoio da direção, do comando e do corpo ativo. Raquel Teixeira prossegue os tratamentos tal como Vitor Ribeiro, ferido com gravidade no incêndio Cicoto, mas que ainda assim “não sai do quartel”, conforme nos conta do comandante dos Bombeiros de Miranda do Douro. José Luís Carvalho foi a ferido mais grave do grupo de Pe- nalva do Castelo que combatia um incêndio Povolide, no distrito de Viseu, no dia 22 de setembro. O bombeiro sofreu queimaduras de segundo e terceiro grau nos pés, nas mãos e na cara, quando tentava salvar das chamas uma das viaturas da associação, mas que acabou por ficar completamente queimada. Ainda fugindo aos pormenores deste acidente, a equipa reunida no quartel conta que foi surpreendida por uma mudança de vento e não esconde a aflição do momento, mas em Penalva do Castelo, perante a tamanha tragédia nacional, tudo parece bem menos penoso. A recuperação de José Luís Carvalho, depois de 25 dias de internamento dos hospitais da Universidade de Coimbra e de Viseu, continua a preocupar direção, comando e corpo ativo, ansiosos pelo regresso do operacional ao serviço, sinal que, Nuno Pereira, dos Bombeiros de Carregal do Sal 13 NOVEMBRO 2013 GRUPO DE TRABALHO AVALIA PAPEL DA FAP EM MISSÕES AÉREAS N DE VERÃO ao ativo José Luís Carvalho acompanhado por José António Loureiro, João Manuel Matos, Paulo Alexandre Augusto e André Pinto, dos Voluntários de Penalva do Castelo afinal, o pesadelo não passou disso mesmo. O bombeiro refere que voltar a entrar no quartel, dias após a alta médica “foi complicado”, contudo garante que “com a ajuda do comandante e dos outros bombeiros” já volta a sentir-se em casa, e, até que o regresso à atividade já se tornou uma prioridade. Por enquanto José Luís terá que continuar a cumprir as sessões de fisioterapia de recuperação às mãos e às pernas. A equipa, para além de José Luís Carvalho, integrava José António Loureiro, João Manuel Matos, Paulo Alexandre Augusto e André Pinto, que sofreram pequenas escoriações, mas que ainda assim tiveram que receber apoio psicológico. “Temos dado a maior atenção aos feridos, até porque nestas situações escasseiam os apoios”, denuncia o presidente da direção José Albuquerque, acrescentado que os acidentes deste ano serviram para tornar António Ferreira públicas as injustiças de que os bombeiros são alvo, do esquecimento a que são votados. “O José Luís, felizmente, está a ser bem tratado, não lhe falta nada, nós não deixamos que lhe falte nada”, afiança. Não escondendo a revolta, o dirigente fala das parcas coberturas dos seguros que considera serem uma afronta para todos aqueles que servem nos quartéis do país. No rescaldo deste acidente o comandante Manuel Pereira congratula-se com a “união EMA chamada a dar apoio técnico uma altura em que ainda não foi publicado o despacho que extingue a Empresa de Meios Aéreos do Estado, o Governo chamou a EMA a dar apoio técnico na avaliação que o executivo está a fazer com vista ao envolvimento futuro dos meios aéreos da Defesa em missões de combate a incêndios e emergência médica. Segundo o Despacho n.º 14718/2013, publicado em Diário da República, no dia 14 de novembro, os ministérios da Administração Interna, Defesa e Saúde, determinam a criação de um grupo de trabalho com o objetivo de apresentar um estudo com opções para o “futuro envolvimento ativo da Força Aérea” com meios aéreos na prevenção e combate a incêndios e em evacuações aeromédicas no território continental e insular, assim como a articulação dos mesmos meios no âmbito de outras missões de interesse público e respetivo modelo de coordenação e gestão. Segundo o documento, a condução dos trabalhos deve ter como referência orientadora a organização de meios necessários para satisfazer os seguintes requisitos: “Uma estrutura permanente de combate a incêndios; Uma estrutura permanente para evacuações sanitárias primárias e secundárias, devidamente articuladas; os requisitos para a satisfação das necessidades de apoio às forças de segurança; uma aproximação pragmática à realidade nacional, o máximo aproveitamento de sinergias, a utilização flexível e a polivalência de meios entre os diversos tipos de missões e para a satisfação dos requisitos, incluindo a compatibilização com requisitos militares; modelo de gestão e coordenação de meios; que os trabalhos decorrentes do ponto anterior, incluam um levantamento exaustivo da necessidade e requisitos dos meios, atinente tipologia de investimentos e respetiva cronologia, conceito de operação e de coordenação interorgânica, custos e modelo de sustentabilidade financeira e enquadramento dos meios na perspetiva civil/militar, considerando na máxima extensão possível a adequação de meios e capacidades nacionais já existentes. Ainda segundo o despacho, o Grupo de Trabalho agora constituído será composto por um representante do Ministério da Defesa Nacional, e coordenador do Grupo, como representante do Ministério da Administração Interna, o Presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Tenente-General Manuel Mateus Costa da Silva Couto, com o apoio técnico da Empresa de Meios Aéreos, através do presidente do conselho de administração, Rogério Manuel Lucas Estrela Pinheiro; como representante do Ministério da Saúde, a presidente do conselho diretivo do Instituto Nacional de Emergência Médica, Regina Pimentel; como representante da Força Aérea, o subchefe do Estado -Maior, Major-General António Afonso dos Santos Allen Revez. O estudo deverá estar concluído até ao dia 31 de janeiro de 2014. Daniel Falcão desta família que tem permitido confortar este grupo”, encarando o futuro com natural otimismo. Entretanto, Nuno Pereira, o bombeiro de Carregal do Sal que há meses se encontra internado no Hospital de Santa Maria, começa a recuperar, a ganhar pequenas batalhas, ainda que por enquanto, segundo o comandante Miguel David, o estado do jovem bombeiros ainda inspire todos os cuidados e muitas preocupações. Nélio Seixas recebe o apoio do comando, direção e corpo ativo dos Bombeiros de Miranda do Douro OBSERVATÓRIO DE PROTEÇÃO CIVIL & SAFETY Espaço de debate e intervenção A caba de ser lançado o Observatório de Proteção Civil & Safety (OPC&S), um espaço técnico, científico e cultural que tem por objetivo “contribuir para o conhecimento”, a melhoria, a qualidade e racionalidade dos variadíssimos recursos utilizados nas áreas da Proteção Civil, da Segurança no Trabalho, da Segurança Contra Incêndios em Edifícios, do Socorro, da Emergência e da Comunicação e Informação. Este Observatório assume-se como uma entidade da sociedade civil, autónoma, sem fins lucrativos, criado em estreita cooperação e parceria com o Instituto Superior de Educação e Ciências em Lisboa (ISEC Lisboa). Podem integrar o OPC&S todas as pessoas, instituições, organizações, entidades públicas ou privadas, empresas e associações entre outras, que o requeiram. Para já a nova estrutura está disponível através do email [email protected] e, no site do ISEC em www.isec.universitas.pt. O Observatório tem já calendarizado um ciclo de conferências mensais denominado “Mais Debate” que será lançado a partir de janeiro, o qual versará sobre vários temas da atualidade, especialmente vocacionados para “criar maça crítica” nas áreas do OPC&S. O observatório promete ainda uma Newsletter eletrónica, de divulgação de todas as suas iniciativas. A curto prazo este observatório propõe-se analisar, avaliar e refletir sobre as opções estratégicas do sistema de proteção civil, socorro, segurança e comunicação, bem como, apoiar os cursos do ISEC Lisboa e propor novas abordagens aos ciclos de estudos, garantindo uma “aberta cooperação” com os colégios de especialidade das ordens profissionais, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Escola Nacional de Bombeiros (ENB), Centro de Estudos e Formação Autárquica (CEFA), o Centro de Formação de Jornalista (CENJOR), o Instituto de Tecnologias Navais (ITN) entre outros. 14 NOVEMBRO 2013 CASCAIS Bernardo e Ana Rita homenageados em dia municipal Foto: Marques Valentim C ascais assinalou, a 3 de novembro, o Dia Municipal do Bombeiro, iniciativa que visa homenagear o trabalho dos homens e mulheres que integram os cinco corpos de bombeiros do concelho. O evento teve como momento maior a distinção, a título póstumo, com a Medalha Municipal de Mérito e Solidariedade os bombeiros Ana Rita Pereira (Alcabideche) e Bernardo Figueiredo (Estoris) que faleceram tragicamente, no passado mês de agosto, quando combatiam um violento incêndio na Serra do Caramulo. Na ocasião, também os voluntários dos Estoris, que este ano assumiram a organização das cerimónias, agraciaram Bernardo Figueiredo com a medalha de Grau Ouro Soldado e atribuíram o nome do jovem e bravo soldado da paz a uma nova viatura de combate a incêndios. “Nós não esquecemos”, disse o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, recordando os voluntários que tombaram na batalha “a centenas de quilómetros de casa” Defendendo que “tudo aquilo o que se possa fazer será sempre demasiado pequeno comparado com aquilo que estes bombeiros deram ao seu país”, o autarca disse ser importante “perpetuar a memória de dois cidadãos exemplares”. Assim, para além da Medalha Municipal de Solidariedade do Município, a câmara decidiu ainda atribuir os nomes dos bombeiros a duas ruas que unem as freguesias de Alcabideche e do Estoril, estando ainda prevista a instalação, num dos parques urbanos de Cascais, de um monumento de homenagem aos voluntários do concelho. Em jeito de recado “a todos aqueles que têm responsabilidades neste país”, Carlos Carreiras defendeu que “Portugal não pode nunca mais ser complacente com este inimigo que, ao contrário do que pensa a maioria, não é sazonal”, dando como exemplo de boas práticas do município que há muito tempo “declarou uma guerra permanente aos fogos”, “doze meses por ano”, mesmo “quando não há fumo nem fogo”. “Combatemos os incêndios COJA F Tributo aos bombeiros falecidos oi numa cerimónia simples mas muito comovente a que a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Coja promoveu para homenagear os bombeiros falecidos em setembro de 2012. No centro da localidade de Barril de Alva foram descerradas placas alusivas e proferidas algumas palavras pelos responsáveis da associação e também da autarquia arganilense. Este sentido tributo terminou com uma peregrinação até ao local do fatídico aci- dente que vitimou Patrícia e Pedro, cumprida por dezenas de populares e autarcas, que desta forma demonstraram reconhecimento e pesar pela morte dos bombeiros ao serviço da defesa do património da comunidade. Sérgio Santos com ações de prevenção, promovendo a limpeza e manutenção dos povoamentos florestais, com ações de fogo controlado, com a manutenção de caminhos no Parque Natural Sintra-Cascais assumindo uma competência que não é nossa, mas sim do Estado”. O autarca valorizou ainda o “funcionamento em rede” de todos os corpos de bombeiros do concelho, bem como dos restantes agentes de proteção civil e das instituições com jurisdição sobre a floresta. Carlos Carreiras falou então da bem-sucedida parceria que impõe “uma preocupação per- manente” em garantir aos operacionais “todos e equipamentos que garantam a sua segurança”. Em dia de homenagem aos homens e mulheres que servem o lema “Vida por Vida” a LBP agraciou ainda, com medalhas de Coragem e Abnegação o comandante dos Voluntários dos Estoris, Carlos Coelho, o chefe Joaquim Barbosa Fernandes, o subchefe Francisco Martins e os bombeiros de 2.ª Filomena Ferreira, Skeijzen Sadiku e Nuno Vaz, a equipa que, no dia 29 de janeiro, salvou uma mulher apanhada pelo mar revolto da Praia da Azarujinha no Estoril. Da mesma forma a liga distinguiu a agente da Policia de Segurança Pública Zélia Campelo, que presente no local, foi “inexcedível” no apoio aos bombeiros dos Estoris. O programa festivo, que teve como cenário os Jardins do Casino Estoril, incluiu ainda a entrega de uma viatura de transporte adaptado a cada uma das cinco associações. Estes veículos permitem aos bombeiros continuar a assegurar as deslocações de uma centena de munícipes deficientes ou com mobilidade reduzida, para a escola, o emprego ou para atividades lúdico terapêuticas. Associaram-se às comemorações, que terminaram com um desfile apeado e motorizado, entre outras entidades, o vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rui Rama da Silva, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, António Carvalho, o Comandante Operacional Distrital (CODIS) de Lisboa, Carlos Mata, para além de muitos operacionais e dirigentes associativos e autarcas do concelho de Cascais. Sofia Ribeiro 15 NOVEMBRO 2013 CACILHAS Uma equipa que vai onde outras não vão Criada em 1995 a Equipa de Salvamento e Resgate dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas é hoje exemplo de operacionalidade. Trabalho, muito, dois treinos semanais, e preparação física são os requisitos exigidos aos homens e mulheres que integram este grupo de elite. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim N uma manhã chuvosa deste rigoroso outono, a queda de uma pessoa numa falésia, na Costa de Caparica, de uma altura de cerca de 60 metros, faz soar o alarme no quartel dos Voluntários de Cacilhas, que de imediato acionam para o local a Equipa de Salvamento e Resgate. Este foi o cenário criado para mais um dos dois treinos que a equipa cumpre semanalmente e que permitem apurar técnicas, testar equipamentos e fomentar o companheirismo, fundamental, neste tipo de missão, conforme explica aos jornalistas o chefe Alberto Duarte, responsável por esta verdadeira brigada de intervenção especial que “vai onde as outras não vão”. “Temos que nos conhecer bem, saber trabalhar em equipa, confiar um nos outros, só desta forma podemos assegurar êxito nos vários teatros de operações”, diz Alberto Duarte, declarando que “esta é uma equipa que vai onde as outras não vão”. A Equipa de Salvamento e Resgate dos Bombeiros de Cacilhas foi constituída em 1995, com o objetivo de “salvar e recuperar pessoas e bens em áreas difícil acesso, onde os meios normais não conseguem atuar”, nomeadamente a falésia da Arriba Fóssil ou os de grande altura, que constituem aliás as maiores preocupação dos operacionais. “Os suicídios nesta área são, infelizmente, frequentes, e muitas vezes só é possível o resgate pelo topo de falésia”, uma missão que exige muita preparação, conforme salienta o comandante Miguel Silva, defendendo a importância dos corpos de bombeiros poderem contar com equipas “de muita qualidade operacional”. Todas as operações são desenvolvidas com o recurso de técnicas de alpinismo, sendo que muitas vezes estes operacionais cumprem a suas missões a 100 metros do solo. “Enquanto comandante orgulho-me muitos destes bombeiros a quem são exigidos técnica, conhecimentos e prontidão, pois todas estas variáveis podem ser decisivas no sucesso da operação”, acrescenta. O 2.º comandante dos Voluntários de Cacilhas, Jorge Paulo, que, também, integra esta equipa, sublinha que a “formação tanto a nível nacional e como internacional, entre outras, nas áreas do socorrismo, técnicas de escalada, manobras de corda, salvamento e desencarceramento e orientação”. Por outro lado, com o intuito de reciclar e ampliar conhecimentos e técnicas, o gru- po participa, regularmente, em ações de treino na Serra de Estrela, na Arrábida e na Ilha da Madeira. “Todos os bombeiros podem ter formação nesta área, mas nem todos estão talhados para este tipo de missões”, considera Jorge Paulo, adiantando que “aos candidatos a integrar a Equipa de Salvamento e Resgate são exigidos uma série de requisitos, embora os testes psicotécnicos sejam determinantes numa primeira seleção”. Ainda assim, tem sido possível assegurar a renovação do grupo que se prepara, agora para receber um reforço. Bruno Portugal está a poucas semanas de terminar o estágio e tudo indica que tem perfil para trocar o macaco azul de “caloiro” pelo laranja usado pelos “veteranos”, sendo certo que o futuro continuará a exigir “formação intensa, continua e de longo prazo”, conforme faz questão de sublinhar o chefe Alberto Marques. O trabalho deste grupo merece o reconhecimento não só do comando, mas também da direção que muito tem investido em equipamento, um apoio que Miguel Silva faz questão de valorizar, dando como exemplo “a mais recente aquisição”, um tripé que custou à associação mais 2500 euros. O estrito cumprimento de todas as regras de segurança pesa na fatura, mas é aposta prioritária. Esta equipa integra o 2.º comandante Jorge Paulo, o chefe Alberto Duarte, o subchefe José Cruz, os técnicos Ricardo Carvalho e Mafalda Fonseca, os técnicos-recuperadores Mauro Sequeira e Paulo Surgi e o estagiário Bruno Portugal. 16 NOVEMBRO 2013 VILA REAL DE S Gosto pela causa e v Um enorme complexo acolhe a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António, uma instituição que a poucos meses de assinalar 124 anos, assume com garbo e brio a responsabilidade que o peso história lhe confere. O pioneirismo de outras épocas inspira, agora, uma nova equipa de dirigentes, determinada a devolver à instituição todos os símbolos que as distinguiam, mas que nos últimos anos (quase) caíram em desuso. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim O “gosto pela causa e a vontade de trabalhar” levaram Nuno Pereira e sua equipa para a direção dos Bombeiros de Vila Real de Santo António, onde garante o presidente “muito há fazer”, nada que, contudo, demova um punhado de homens bons “disponíveis a colaborar, a trabalhar, em prol desta instituição centenária”, a única do país que serve dois municípios: Vila Real de Santo António e Castro Marim, missão assumida nos idos de 1890, mas que os atuais dirigentes continuam a cumprir com zelo e excelência. Embora esta não seja uma questão pacífica, havendo amiúde quem defenda a “separação de águas”, Nuno Pereira garante não existirem motivos, para alterar esta situação, defendendo mesmo que, na atual conjuntura, uma duplicação de meios o que “não se justifica” Na prestação de socorro não existem fronteiras administrativas e, assim sendo, a área de intervenção que ronda os 60 km2, é um território único, com uma população fixa a rondar os 23 mil habitantes. Quando a gravidade das ocorrências o exige, nomeadamente a nível de fogos florestais, funciona e funcionará a triangulação de meios envolvendo os bombeiros de Vila Real de Santo António, os de Alcoutim e os de Tavira. Esta nova direção assumiu a arriscada missão “de alterar, de mudar as regras que nos últimos tempos que vigoraram nesta casa”, tudo para recuperar “o espírito do voluntariado”, que se começava a perder nesta instituição, conforme revela Nuno Ferreira. O presidente, que durante muitos anos envergou a farda de bombeiro, recorda outros tempos quando a entrega à causa, o espírito de união desta família fomentavam o crescimento e engrandecimento da instituição. Hoje os tempos são outros, contudo esta equipa, ainda em início de mandato, já começou a “agitar as águas”. “Esta é uma casa muito grande de difícil gestão, mas tudo será bem mais fácil se todos remarmos no mesmo sentido, é essa a mensagem que estamos a passar, até porque temos como prioridade devolver o orgulho do bombeiro voluntário aos cerca de 70 ele- mentos que servem nesta casa”, diz Nuno Ferreira Em Vila Real de Santo António, como em quase todo o território algarvio, a sazonalidade é um problema. No verão, quando a população aumenta exponencialmente e os níveis de alerta são, obviamente, mais elevados, os quartéis de bombeiros perdem operacionais. “No verão é difícil segurar os voluntários, que, obviamente aproveitam as ofertas de tra- balho, que, na época baixa, escasseiam tanto em Portugal como em Espanha”, refere o comandante, dando conta das dificuldades de “ motivar e aliciar as pessoas para a causa”. Ainda assim, o comandante Paulo Simões fala com natural entusiasmo das escolas que associação promove anualmente e que sempre garantem reforços a este contingente da paz, no entanto, lamenta a falta de incentivos para que os jovens ingressem na carreira de bombeiro, por isso todos os procuram essa via são na instituição muito bem recebidos. Esta é uma casa enorme, com instalações que reúnem as condições de exceção, onde na verdade há espaço para tudo. O complexo alia a funcionalidade da área operacional ao conforto dos espaços sociais. No que toca a equipamentos “o quartel está bem servido, tanto a nível de “viaturas como de equipamentos de proteção individual”, assegura o comandante Paulo Simões, até porque “a população espera muito dos bombeiros e nós temos a 17 NOVEMBRO 2013 SANTO ANTÓNIO vontade de trabalhar obrigação responder com eficácia”. O encerramento do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) Algarve é uma das questões que, quase um ano depois da polémica decisão da tutela, ainda causa mal-estar e merece muitas críticas. Segundo o responsável operacional os Bombeiros de Vila Real de Santo António ainda “sofrem com isso no dia-a-dia”, porque a centralização na capital dos pedidos de socorro pelo 112, está na origem de muitos “casos”, de atrasos, de equívocos, de “uma enorme descoordenação”, diz, denunciando que “muitos doentes deixaram de ligar para o INEM e passam a ligar para os bombeiros”. “Nós saímos ao primeiro minuto, ainda que isso tenha custos para a associação, porque a nossa missão é socorrer, salvar vidas”, adianta Paulo Simões. Mantendo inalterado o objeto desta instituição, fundada 15 de janeiro de 1890, o comando e a direção do século XXI, olham o amanhã com otimismo, e acreditam que o futuro da instituição também passa pelo pioneirismo, que foi a chancela desta instituição. Importa recordar que o visionário comandante Luís Cardoso de Figueiredo foi o ideólogo do “Serviço 202”, uma espécie de 112 local, que os bom- beiros de Vila Real de Santo António instituíram, em 1968, com o intuito de “Acudir às necessidades urgentes das populações dos concelhos de Vila Real de Santo António e outros”, Este era um serviço marcado pela inovação, único no país, na área do socorrismo, assegurado em permanência por um piquete, e que disponibilizava à comunidade “ambulâncias, médicos, enfermeiros, parteiras e de pessoal especializado do Corpo de Bombeiros, material de SOS, recuperadores, oxigénio, talas, injectáveis de emergência, etc”, conforme revelam os arquivos da associação. E Corpo de bombeiros procura reforços stão abertas inscrições para bombeiro voluntário no quartel de Vila Real de Santo António. O Curso de Formação Inicial de Bombeiro destina-se a homens e mulheres dos 18 e o 45 anos de idade, e com o 9.º ano de escolaridade, determinados a integrarem o quadro ativo. Este curso, que tem a duração de 250 horas, terá início a 1 de janeiro e término a 31 de Dezembro. A associação dos Bombeiros de Vila Real de Santo António informa ainda que sendo possível reunir o mínimo 16 estagiários, como o 9.º escolaridade e ativos no mercado de trabalho “existe a possibilidade de ministrar formação no âmbito do POPH, através de parceria com uma empresa de consultadoria e formação, que dará acesso ao CAP de bombeiro, após a conclusão dos diversos módulos de formação”. 18 NOVEMBRO 2013 CELORICO DE BASTO T A7 substitui maternidade udo aconteceu na manhã do dia 20 de outubro, cerca das 10.30, na A7 no sentido de Guimarães quando foi necessário parar a ambulância e fazer o parto em plena autoestrada. Dada a chamada de emergência para o quartel os bombeiros Daniel Nazareth e Carlos Sousa partiram, como habitualmente, preparados para tudo. Sabiam que se tratava de uma grávida mas não imaginavam do desfecho de mais esta missão. “Foi uma experiência extraordinária, trazer uma criança ao mundo em plena ambulância, foi uma experiência nova mas muito gratificante e que me enriquece muito enquanto bombeiro”, referiu Daniel Nazareth, Tripulante de Ambulâncias de Socorro. “Já fui visitar a mãe e menina e as duas estão bem”, adiantou o bombeiro. SINES O s Bombeiros Voluntários de Sines estiveram de prevenção, no passado dia 3, numa prova de Kartcross/Autocross. Durante o evento não se assinalaram quaisquer incidentes Bombeiros fazem parto o passado dia 21, pelas 6h22m o CODU Norte (INEM) solicitou aos Bombeiros Voluntários de Barcelos um pedido de socorro para a freguesia de Tamel São Veríssimo dando conta que no local estava uma grávida que necessitava de ser transportada para o Hospital de Braga. Para o local foi a ambulância INEM tripulada por dois bombeiros TAS. Chegados ao local e depois de avaliarem a senhora grávida, de 28 anos e já com dois filhos, solicitaram ao CODU apoio da VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), pois o parto estava iminente. Os bombeiros foram então informados que iria para o local a VMER de Braga, para darem início ao transporte e quando as viaturas se encontrassem o transporte passaria a contar com acompanhamento Médico. Deram início ao transporte assistido e já na freguesia da Lama por volta das 07h00m, foi necessário parar a ambulância pois o bebé estava prestes a nascer. Então, os dois bombeiros ainda sem o apoio médico lá fizerem a parto sozinhos. Depois do parto realizado a ambulância esperou no local pela chegada da VMER, para que a equipa médica pode-se avaliar a parturiente e o recém-nascido. Depois de feita a avaliação de ambos, verificou-se que estava tudo bem iniciando-se novamente a marcha a caminho de Braga Entrados na maternidade do Hospital de Braga pela mão dos bombeiros, mãe e recém-nascido do sexo feminino, estão os dois bem de saúde. ERICEIRA Explosão fere operacionais m bombeiro dos Voluntários da Ericeira ficou ferido quando combatia um incêndio no exterior de uma habitação. Continuam por apurar as causas da explosão que provocou a derrocada de uma parede do 1.º andar apanhando um bombeiro que se encontrava nas operações de combate às chamas. A prontidão dos operacionais da Ericeira permitiu a rápida evacuação do ferido para a unidade hospitalar, e a eficaz resolução do sinistro. Estiveram no teatro de operações várias equipas dos Bombeiros Voluntários da Ericeira, da Guarda Nacional Republicana, do INEM e do serviço municipal de proteção civil de Mafra. Sérgio Santos Foto: BVE U com os participantes, registando-se apenas um caso de ligeira indisposição. No local esteve presente uma equipa de socorro, apoiada por uma ambulância. O evento serviu para assinalar o aniversário da Associação “Ases do Volante”, responsável pela organização de provas automobilísticas que se realizam várias vezes durante o ano na Cadaveira, em Sines. MARCO DE CANAVEZES BARCELOS N Prevenção em prova automobilística O Transporte de gás em teste município de Marco de Canaveses foi palco de um “acidente” com um camião cisterna carregado de gás natural liquefeito (GNL), no passado dia 31 de outubro, mas o que poderia ser um real não passou de um simulacro promovido pela Transgás, empresa do grupo Galp Energia que assegura a gestão logística do transporte rodoviário de GNL, em interação com o sistema de Proteção Civil Municipal do Marco de Canaveses, com particular intervenção dos Bombeiros Voluntários de Marco de Canavezes. Este exercício decorreu durante toda a manhã, junto ao jardim de infância de Vila Nova, em Tuías, com o objetivo de testar o plano de emergência interno desta empresa e a capacidade de intervenção das suas equipas de resposta a emergências deste tipo. No local estiveram presentes representantes da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e da Direção-Geral de Geologia e Energia (DGEG), bem como Manuel Moreira, presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses. Os simulacros são meios úteis de perceber se todos os processos estabelecidos para tuar em determinadas situações decorrem de forma eficaz e eficiente e permitem identificar oportunidades de melhoria. Neste caso serviu para testar a agilidade e operacional das equipas. “Nunca tivemos o registo de um acidente, nem de incidentes, mas só treinando é que se conseguem melhorar os processos”, explicou Gonçalo Monteiro, responsável da Transgás. Assegurar o transporte de uma matéria perigosa exige cuidados redobrados e, na execução deste simulacro, a Transgás decidiu realizar este simulacro, em colaboração com o Serviço Municipal de Protecção Civil do Marco de Canaveses. Assim, a operação acabou por envolver as equipas da GNR, dos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses, dos GIPS (GNR) e da Câmara do Marco de Canaveses, que se juntaram aos meios próprios do transportador e da empresa distribuidora local. Além da assistência a um su- posto atropelamento e a um capotamento da cisterna transportadora do gás, foi ainda realizada uma evacuação da escola, de forma a proteger os mais pequenos dos efeitos do “acidente”. Apesar de se tratar de um gás, o simulacro não pôs em perigo os envolvidos. “Este produto tem características especiais que acrescentam segurança, ou seja, se fosse um combustível líquido era muito mais perigoso porque haveria derrames e mais fontes de ignição. Mesmo que tivéssemos aqui uma situação de fuga, devido às características do gás natural, que é mais leve do que o ar, ele iria subir naturalmente, não colocando nem edifícios nem pessoas em perigo”, informou Gonçalo Monteiro. No final da iniciativa, Luís Vales, vereador com o pelouro da Proteção Civil fez um balanço positivo. “A grande conclusão a retirar foi que, de facto, o nosso plano da Proteção Civil implementado está adequado e está a responder de forma otimizada e em tempo útil, mediante um acidente desta natureza. Isto permitiu-nos testar e comprovar que estamos à altura para proteger os bens mas, principalmente, as pessoas envolvidas aqui no município de Marco de Canaveses, em algum tipo de situação menos positiva”, destacou. Na noite anterior a este exercício havia já decorrido, no Auditório Municipal do Marco de Canaveses, uma ação de formação sobre os riscos relacionados com o transporte rodoviário de GNL e sobre os procedimentos corretos de atuação por parte das forças de proteção e socorro e das empresas envolvidas, em caso de acidente ou emergência. (Com a colaboração do jornal “A Verdade”) 19 NOVEMBRO 2013 MADEIRA Intervenção em túneis A modernização da rede viária da Madeira e sua adaptação à orografia da ilha, caracterizada por uma sucessão de montes e vales, implicou o recurso a um complexo e dispendioso conjunto de infraestruturas, onde avultam os túneis, as pontes e os viadutos. De entre estas, os túneis, pela sua profusão e extensão, e ainda pelas características específicas de que se revestem, têm constituído, para a Proteção Civil regional, uma séria preocupação no que concerne às condições de segurança dos utilizadores e, não menos importante, quanto à capacidade de intervenção em situações de sinistro, por parte das equipas de socorro e combate a incêndios das Corporações de Bombeiros da Região. Para uma rede viária regional com cerca de 650 Km, 13% da sua extensão são túneis, ou seja, 84 quilómetros Existem 150 túneis, 46 dos quais com mais de 500 metros e 21 com mais de 1000 metros. Por essa razão, desde 2009, o Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira (SRPC, IP RAM), tendo em conta a ausência de capacidade formativa nesta área em Portugal, especialmente quanto à sua componente prática, fez já deslocar a Oviedo, Espanha, - onde está sedeada a TST - Tunnel Safety Testings, SA - 72 bombeiros das várias corporações, uma equipa médica de intervenção rápida (EMIR), o responsável operacional da unidade de socorro da delegação regional da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), dez técnicos e dirigentes do Serviço, e dois operacionais das con- cessionárias da rede viária que integra os principais túneis. A TST é uma empresa certificada que gere o Centro Experimental de San Pedro de Anes, Oviedo, onde dispõe de um túnel com 600 metros de exten- RIBEIRA BRAVA N Treino na Encumeada o âmbito do plano de formação interno, os Voluntários da Ribeira Brava realizaram, recentemente, um exercício de resgate em montanha nas serras da Encumeada. No treino, que envolveu sete operacionais e duas viaturas, foi encenado um cenário que resgate de uma vítima a mais de 60 metros de altura, uma operação com elevado risco, mas que equipa cumpriu com êxito. são, especificamente construído para formação, com os vários sistemas de ventilação, deteção e extinção de incêndios instalados. O curso, com uma carga horária de 16,5 horas, tem permi- tido uma importante abordagem teórico prática à problemática das intervenções em incêndios em túneis, fazendo parte do seu programa, entre outros, os seguintes temas e conteúdos: evolução do fogo em túneis e observação do fenómeno de estratificação e laminação de fumo, práticas da evolução do fumo, incidências da ventilação, metodologias de intervenção, sistemas de ventilação, segurança ativa, sistemas de extinção e evacuação, abordagem ao “stress térmico”, exercícios de orientação, busca e resgate de sinistrados e exercícios de combate e extinção de incêndios. Até este momento, o investimento feito neste tipo de formação foi de cerca de 170 mil euros, à razão de 42.500 euros por curso, valor que engloba a formação propriamente dita, o aluguer de instalações e equipamentos, estadia, alimentação e transportes aéreos e terrestres dos participantes. Apesar dos avultados montantes investidos, o SRPC, IP RAM, considera que a aposta na formação nesta área tem constituído uma importante mais-valia para os bombeiros da Região, os quais, face aos riscos específicos que os túneis representam, se encontram hoje muito mais bem preparados para neles intervirem em quaisquer situações de acidente e, designadamente, de incêndios. Razão pela qual se propõe manter a aposta, estando mesmo a equacionar a realização, em 2014, de um curso de nível avançado, especialmente dirigido a quadros de chefia e comando. 20 NOVEMBRO 2013 ESPINHO Formação conjunta faz crescer agrupamento T erminou recentemente o primeiro curso de instrutores do Agrupamento de Associações de Bombeiros Voluntários da Cidade de Espinho (AABVCE). Deu-se assim cumprimento a mais uma das etapas para a unificação dos dois corpos de bombeiros existentes na cidade de Espinho. Há vários anos que tem vindo a ser debatida a constituição de um único corpo de bombeiros na cidade de Espinho. Essa ação passou por várias etapas e, em 1999, houve até uma tentativa formal de o concretizar. Contudo, diferendos entre ambas as partes impediram então a concretização do processo. Nos últimos três anos, segundo refere uma nota da AABVCE, “a vontade e a visão de futuro sensível de ambos os comandantes dos dois corpos de bombeiros, aliada à conjun- tura socioeconómica e à crescente dificuldade de recursos humanos, permitiu que a discussão fosse retomada”. Os presidentes de ambas as direções das associações humanitárias detentoras dos corpos de bombeiros, aproximaram as suas posições e o diálogo em função deste novo desafio. De igual modo, a Câmara Municipal de Espinho, diretamente através do seu presidente, também tem estado envolvida no processo desde o início. Em fevereiro deste ano, no âmbito das comemorações do 85.º aniversário dos Bombeiros Voluntários Espinhenses, foram assinados dois documentos estruturantes para a fusão dos corpos de bombeiros: criação do Agrupamento de Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários da Cidade de Espinho e assinatura do Protocolo de Medidas de Promoção da Integração dos Corpos de Bombeiros da Cidade de Espinho. No primeiro caso, permitiu, com o apoio da Câmara Municipal de Espinho, lançar a candidatura ao Programa Operacional Temático de Valorização do Território (POVT) para a construção de um quartel de bombeiros único na cidade, estrutura tipo 5, a maior permitida em Portugal. A candidatura foi entregue em 31 de agosto passado, estando neste momento em fase de avaliação. A Câmara Municipal já disponibilizou o terreno do antigo quartel do Formal em Silvalde, com uma área superior a 9000 metros quadrados. A direção do Agrupamento também já tomou posse e nomeou de imediato o coman- dante operacional do agrupamento. A presidência do AABVCE foi assumida pelo presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Espinho, Conde Figueiredo, e o comando pelo comandante dos Bombeiros Voluntários Espinhenses, Pedro Louro. A formação conjunta é uma das medidas assumidas com o objetivo de “uniformização de procedimentos e funcionamento em conjunto das diversas estruturas funcionais, formação em conjunto e criação de forças operacionais conjuntas para missões específicas”. Segundo a AABVCE, “é precisamente nesse âmbito que decorreu durante duas semanas o primeiro curso de instrutores que visa agora dotar todos os bombeiros de uma doutrina comum e treino em conjunto”. Operacionais apostam em formação especializada Gás reúne cerca de 30 erca de 30 elementos dos Bombeiros da Ribeira Brava (Madeira), conjuntamente com o comando, participaram, recentemente, num Curso de Prevenção e técnicas de luta Contra Fogos de Gás (nível 1), ministrado pela DIGAL, ação que o grupo considerou importante no reforço das aptidões destes operacionais. O s Bombeiros Municipais de Santarém envolveram parte do efetivo em ações de formação especializada. A exigência dos cursos e a especificidade das formações permitem reforçar as aptidões dos operacionais nas áreas de busca e resgate em estruturas colapsadas, salvamento em grande ângulo e escoramentos. Sérgio Santos BARREIRO O Simulacro no fórum s Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste (Barreiro) realizaram no dia 6 de novembro um simulacro de incêndio no interior de uma loja do Forum Barreiro, no âmbito do respetivo Plano de Emergência Interno. O cenário deste exercício configurou um incêndio numa loja situda no piso 1 do centro comercial, visou testar a capacidade de intervenção do corpo de bombeiros na resposta a situações reais. Participaram nesta ação 12 operacionais, apoiados por quatro viaturas. reconhecimento por parte da organização”. No entender do presidente da AABVCE, Conde Figueiredo, “o Agrupamento de Bombeiros da Cidade de Espinho é, assim, um processo sem retorno, que vai certamente saber preservar a história de cada corpo de bombeiros, mas que vai também criar um novo capítulo, possibilitando uma economia de escala a longo prazo, uma importante melhoria em termos operacionais no socorro à população de Espinho e na ajuda externa ao concelho, retirando as atuais estruturas de um risco enorme de sustentabilidade que assola muitos corpos de bombeiros do país”. SANTARÉM RIBEIRA BRAVA C Segundo o comandante Pedro Louro, “foi uma formação intensiva apelidada de “formação quebra mitos” devido às várias barreiras de técnicas e procedimentos que se alteraram, mas o verdadeiro mito quebrado foi o da impossibilidade dos dois corpos de bombeiros trabalharem em conjunto e, com isso, melhorarem a sua resposta operacional”. Exemplo do bom andamento desse processo, segundo o mesmo responsável, “foi em maio último a força operacional conjunta para representar os Bombeiros da Cidade de Espinho num exercício internacional de catástrofe em Sevilha (Espanha), cujos resultados foram alvo de distinção e 21 NOVEMBRO 2013 SINES O Exercício na Euroresinas mês de novembro, ficou marcado por mais um exercício operacional numa das fábricas do complexo industrial de Sines. O exercício deu-se no passado dia 20, de manhã, e teve a participação conjunta entre os Bombeiros Voluntários de Sines e a equipa da Euroresinas. O teatro de operações contou com uma suposta rotura numa armazenagem de formaldeído, prontamente controlada pela equipa de primeira intervenção da Euroresinas. Em seguida, coube aos bombeiros o socorro a uma suposta vitima e a certificação se a válvula estaria corretamente isolada e fechada, recorrendo ao equipamento de proteção individual, técnicas e procedimentos adequados, sempre acompanhados pela equipa de primeira intervenção da Euroresinas. O exercício contou com a presença de 13 operacionais, um veículo urbano de combate a incêndios, duas ambulâncias de socorro, um veículo tanque e um de comando. No local esteve também presente o delegado da Proteção Civil Municipal de Sines que, a par de outros exercícios, tem tido a preocupação de acompanhar os bombeiros nas suas missões, prestando todo o apoio necessário e dando sempre a sua importante contribuição. O formaldeído tem um baixo risco de incêndio mas, no entanto, acarreta algumas preocupações para o ambiente e para o ser humano, tornando assim o cenário deste teatro de operações bastante interessante e especifico para a formação do Bombeiro. Segundo o comando dos Voluntários de Sines, “este exercício possibilitou uma aproximação do nosso corpo de bombeiros à Euroresinas, fomentando o diálogo e conhecimento entres ambas a instituições, fatores importantíssimos em possíveis intervenções que possam vir a acontecer”. ALCANENA Resgate nas nascentes do Alviela LISBOA Treino conjunto em acidentes ferroviários O s operacionais dos corpos de bombeiros de Arruda dos Vinhos e Odivelas participaram este mês de novembro num treino na vertente dos acidentes ferroviários. Este treino incluiu ações de desencarceramento ferroviário e rodoviário, e ainda as técnicas de elevação de emergência dos equipamentos de circulação. A formação, conduzida por instrutores dos corpos de bombeiros de Algés, Camarate e Odivelas, realizou-se nas instalações da empresa “Transucatas” que tem vindo a colaborar com os bombeiros na cedência do material circulante. No balanço desta iniciativa os intervenientes, sublinham a importância desta formação que pri- vilegiou a componente técnica, mas também o trabalho de equipa, fomentando nos operacionais a motivação e a entreajuda. Sérgio Santos PORTO Simulacros nos hospitais O O desaparecimento de dois alunos, durante um visita de estudo às nascentes de Olhos de Água, no Rio Alviela, foi cenário recriado pelos Bombeiros Municipais de Alcanena, num exercício de resgate e salvamento em grande ângulo. Tendo em conta que uma das vítimas se encontrava caída no interior de uma gruta junto do leito do rio e a outra estava desaparecida, a intervenção das equipas de socorro centrou-se na estabilização do politraumatizado, retirado do local com recurso a equipamento de resgate. Entretanto, uma equipa cinotécnica encontrou o outro jovem. Esta ação de treino envolveu 40 operacionais e 10 veículos dos corpos de bombeiros de Alcanena, Minde, Constância e ainda a Força Especial de Bombeiros – Canarinhos, Serviço Municipal de Proteção Civil e Guarda Nacional Republicana. Sérgio Santos Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto (BSB) realizou no passado dia 13 no Hospital de S. António, e, no dia 19, no Hospital de S. João, no Porto, exercícios de simulacro de incêndio, com o objetivo principal de testar os planos de emergência internos dos dois estabelecimentos. No decorrer dos exercícios, foi feita a evacuação parcial dos Hospitais e assistiu-se à atuação das equipas de primeira intervenção, que utilizaram extintores e os carretéis do sistema de incêndios do hospital. Os elementos do BSB, depois de chegarem ao local, efetuaram busca e salvamento às enfermarias afetadas e extinguiram os “incêndios”. Participaram também nos simulacros a PSP e o INEM. Os simulacros pretendem testar a capacidade de resposta dos hospitais em caso de emergência, nomeadamente, em caso de ocorrência de um incêndio nas infraestruturas do hospital, e, articular a resposta à CARCAVELOS E SD RANA O Chefes de equipa certificam competências s Bombeiros Voluntários de Carcavelos e S. Domingos de Rana promoveram entre 13 e 17 de Novembro, um curso de salvamento e desencarceramento para chefes de equipa num total de 25 horas. Com este curso 10 elementos com responsabilidades de chefia naquele corpo de bombeiros viram certificadas as suas competências. Para o comandante Paulo Santos, importa dirigir “um agradecimento ao segundo comandante dos Voluntários de Linda-a-Pastora, João Gouveia, pela forma voluntária como ministrou o referido curso”. emergência com as equipas de socorro externas. Estes simulacros são uma boa forma de treino para os operacionais do BSB porque ficam a conhecer melhor as infraestruturas e os seus riscos, e, treinam na prática os seus conhecimentos. Sendo o socorro uma tarefa de todos para todos, enaltece-se a evolução da cultura de segurança das instituições como prioritária na gestão de crises. Textos e fotografias: Subchefe 2ª classe António Oliveira 22 BUCELAS FÁTIMA Comandante toma posse Estrutura reforçada corpo de bombeiros da Associação Humanitária dos Bombeiros de Bucelas tem um novo comandante. Trata-se de Rui Máximo Santos, bombeiro voluntário de carreira, licenciado em Geografia Física e técnico superior de Higiene e Segurança no Trabalho. O comandante Rui Santos ingressou nos Voluntários de Loures em 1985, foi promovido a bombeiro de 3.ª em 86 e prosseguiu nos diferentes postos até chefe, em 2001, passando a liderar a 2.ª secção daquele corpo de bombeiros. Em 2003, Rui Santos foi nomeado 2.º comandante dos Voluntários do Zambujal, até 2007. Nesse ano, foi convidado para comandante dos Bombeiros de Sacavém, onde se manteve no exercício dessas funções durante dois anos e meio. E, em Maio último, aceitou o convite que lhe foi dirigido para assumir o comando dos Voluntários de Loures. O comandante Rui Santos, profissionalmente, exerceu funções no serviço municipal de protecção civil de Loures durante 17 anos, tendo sido o seu primeiro técnico. Em 2007, por decisão da administração municipal passou a exercer funções de técnico na área do planeamento de equipamentos e infraestruturas. A partir de Janei- O Foto: Marques Valentim O NOVEMBRO 2013 comando dos Bombeiros Voluntários de Fátima conta com dois novos adjuntos, Pedro Pereira e Hugo Fonseca, cuja posse decorreu recentemente. Pedro Pereira é bombeiro desde 2000. Ingressou inicialmente nos Voluntários de Leiria e em 2010 pediu transferência para os Bombeiros de Fátima. Hugo Fonseca começou a carreira de bombeiro em 1998 nos Voluntários de Ourém e pediu transferência para os Bombeiros de Fátima em 2004. ALBUFEIRA Quartel acolhe 14 recrutas ro de 2011 acompanha as equipas de sapadores florestais ao serviço do município de Loures e é responsável pelo gabinete técnico florestal municipal. Participaram na sessão de tomada de posse realizada no “Quartel Gustavo Soromenho” diversas entidades, nomeadamente, a presidente da Assembleia Municipal de Loures, Fernanda Santos, a vice-presiden- te da assembleia-geral da instituição, Carla Reis, os vice presidentes da Liga dos Bombeiros Portugueses e da Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa, respectivamente, Rui Rama da Silva e Pedro Araújo, o comandante distrital de socorro da ANPC, Carlos Mata, o presidente da direção, José Falcão Ribeiro, bem como os restantes órgãos sociais da Associação. C omando e direção dos Bombeiros de Albufeira, receberam, o passado dia 2 de novembro, os 14 elementos, que concluíram com sucesso o processo de seleção, ingressando no Curso de Instrução Inicial de Bombeiro. Ao longo de aproximadamente oito meses, duas vezes por semana, os recrutas vão frequentar um programa de formação, com cerca de 350 horas, composto por seis módulos versando matérias como a Introdução ao Serviço de Bombeiros; Técnicas de Socorrismo; Equipamentos, Manobras e Veículos; Técnicas de Salvamento e Desencarceramento; Operações de Extinção de Incêndios Urbanos e Industriais; Operações de Extinção de Incêndios Florestais. CANTANHEDE Forum marca comemorações A s comemorações do 111.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cantanhede (AHBVC) iniciaram-se a 26 de outubro com o fórum “Contributo do Bombeiro perante o Doente Hemodialisado”, iniciativa do gabinete de saúde, coordenado pelo médico Jorge Balteiro, e que contou com a presença de vários profissionais da área da saúde, bombeiros, autarcas e público em geral. Na conferência científica, o nefrologista Rui Alves (CHUC) referiu que o número de doentes hemodialisados vai aumentar com o envelhecimento da população. Neste momento, a ARS do Centro gera 19 por cento do total de doentes a nível nacional, a maioria do século masculino (12%), com mais de 65 anos (60%), com baixo grau de escolaridade (mais de 50 por cento são analfabetos ou têm o 4º ano), sendo que 12 por cento se deslocam em cadeira de rodas e 7 por cento em maca, assim sendo doentes com pouca ou nenhuma autonomia, muito frágeis e com graves carências. Na perspetiva de técnico, Fernando Macário, nefrologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação, o cumprimento dos horários é importante no transporte dos doentes hemodialisados, assim como a observância das normas de segurança e a qualidade do transporte, sobretudo no regresso a casa. A experiência da AHBVC no transporte dos doentes hemodialisados foi testemunhada pelo adjunto de comando Nuno Carvalho e pelo bombeiro e enfermeiro José Reis, que defenderam a adequação a condução ao trajeto de forma a criar o mínimo de desconforto aos doentes, bem como respeitar e valorizar as suas queixas. O in- tercâmbio humano e pessoal entre os bombeiros e os doentes aumenta a autoestima e a confiança destes, melhora a comunicação e alivia a ansiedade. Um inquérito de satisfação realizado pela AHBVC em 2013 revelou um grau de satisfação muito elevado com 35,1% dos doentes satisfeitos e 64,9 por cento totalmente satisfeitos com o serviço prestado pelos Bombeiros de Cantanhede. No encerramento do fórum, Rogério Marques, referiu que a adesão á iniciativa “superou as melhores expectativas”; confirmando “o interesse do assunto, a qualidade das intervenções e dos testemunhos apresentados”.. Ao início da manhã de 27 de outubro, no cumprimento do programa do aniversário, após o içar das bandeiras no quartel realizou-se a romagem ao ce- mitério, com a deposição de uma coroa de flores na sepultura de Fausto Torres, o único bombeiro falecido ao serviço da associação, numa homenagem extensível a todos os elementos dos órgãos sociais e bombeiros que já partiram. Seguidamente foi inaugurada a exposição de fotografia, resultado de um trabalho realizado pela FotografARTE. A mostra contemplou cerca de 30 imagens alusivas aos Voluntários de Cantanhede que foram ofertadas para angariação de fundos para a instituição. Nessa inauguração, o comandante Jorge Jesus, apelou à urgência de cada um “ver as suas obrigações, os seus deveres de cidadãos perante uma nação que vai definhando ano após ano por causa das cicatrizes profundas, sulcadas a negro na paisagem agreste”. Ter- minou deixando ficar um “sincero reconhecimento a todos os valorosos soldados da paz de Cantanhede, do distrito de Coimbra, e de Portugal, que sempre deram o melhor de si, e muito particular aos familiares da Ana Rita, Cátia Pereira, Bernardo Cardoso, Bernardo Figueiredo, Daniel Falcão, Fernando Reis, Pedro Rodrigues e António Pereira” (bombeiros falecidos nos incêndios deste Verão). O presidente da direção da AHBVC fez um balanço positivo dos três anos transatos, agradecendo o esforço de todos com o qual foi possível aumentar significativamente o trabalho operacional e consequentemente assegurar a estabilidade financeira da instituição, referindo, no entanto, que “o reapetrechamento de uma corporação de bombeiros é um tra- balho inacabado face às exigências crescentes”, apresentando alguns projetos para o futuro. Na presença do presidente do município, João Carlos Vidaurre Pais de Moura, foi descerrada uma placa no parque de viaturas em homenagem a José Trindade Dias Vidaurre, bisavô do autarca e primeiro comandante e grande impulsionador da criação do Corpo de Bombeiros de Cantanhede. Depois da missa solene, o padre Luís Francisco peocedeu à bênção de uma ambulância de socorro ABSC05, de um veículo de comando tático e de uma mota de água de socorro náutico, esta última oferecida por Manuel Pereira Simões Moreira de Pedralva-Vilarinho do Bairro, na pessoa do seu filho, Luís Manuel Jesus Moreira, residente em Cantanhede. 23 NOVEMBRO 2013 CAMPO DE OURIQUE Bombeiros homenageiam autarcas N ove autarcas da cidade de Lisboa foram homenageados pela Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique no decurso da sessão solene comemorativa do 97.º aniversário da instituição. A homenagem, por proposta da direção, traduziu-se na atribuição da medalha de serviços distintos grau cobre da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) a 7 deles e a mesma medalha, grau prata, a mais 2. No primeiro caso, foram distinguidos, os presidentes das juntas de freguesia, da Ajuda, José Videira, de Campolide, André Couto e Miguel Marques (vice), de Alcântara, Maria Isabel Faria, dos Prazeres, João Manuel Pereira, de Santo Condestável, Pedro Cegonho, e de S. Francisco Xavier, José Filipe Carvalhosa. No segundo caso, da medalha grau prata, foram distinguidos os presidentes das juntas de freguesia de Santa Maria de Belém e Santa Isabel, respetivamente, Fernando Rosa e João Serra. Outro ponto alto da cerimónia foi a entrega do crachá de ouro da LBP ao subchefe Rudesindo Alves da Rocha, após 35 anos de efetiva e laboriosa atividade nos bombeiros. A sessão solene foi presidida pelo vereador da Câmara Municipal de Lisboa responsável pela proteção civil, Carlos Castro, na presença dos vice presidentes da LBP e da Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa, respetivamente, Rui Rama da Silva e Rui Ferreira, do comandante distrital da ANPC, Carlos Mata, do comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, Joaquim Leitão. Na oportunidade, o representante da LBP, lembrou à Câmara Municipal de Lisboa os protocolos com as associações de bombeiros voluntários da cidade, anunciados há anos precisamente AGUALVA-CACÉM Reforços em dia de aniversário A passagem do 82.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Agualva – Cacém ficou marcada pelo vasto reconhecimento ao trabalho e dedicação dos soldados da paz, mensagem que transpareceu em todas as intervenções, nomeadamente, na do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares. Numa cerimónia realizada no dia 17 de novembro foram muitos os convidados e população em geral que se juntaram no largo da república para assistir a uma briosa formatura do corpo ativo que honradamente recebeu as entidades convidadas. Já no salão nobre alguns associados viram os seus anos de amizade para com a associação serem distinguidos com emblemas, a que foram seguidos alguns bombeiros com medalhas por vários anos de bons e efetivos serviços da Liga dos Bombeiros Portugueses, Câmara Municipal de Sintra e da própria associação. A aposta no futuro do corpo de bombeiros ficou patente com a promoção de 12 elementos que nesta data integraram o corpo ativo, após o juramento ao lema “vida por vida”. Houve ainda a imposição dos galões de adjunto de comando ao oficial bombeiro de 2.ª Luís Luz. No decorrer das intervenções o presidente da direção Luís Silva e o comandante Luís Pimentel, reforçaram o trabalho coeso e num único rumo para a estabilidade da instituição, que tem um crescimento tanto associativo como operacional que impõe uma gestão rigorosa. Agradecimentos a autarquia de Sintra e empresas locais também foram proferidos como parceiros fundamentais para o melhoramento das capacidades do corpo de bombeiros. No âmbito operacional, foram traçados elogios ao perfil dos operacionais que tem sabido responder prontamente a todas as solicitações, sendo para o comando necessário continuar a apostar na formação dos bombeiros e no ingresso de mais jovens nas fileiras, como mais uma dezena que irão incorporar para breve uma nova recruta. A efeméride contou ainda com a inauguração de um monumento de homenagem ao ALVERCA A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Alverca comemorou 87.º aniversário com uma cerimónia que reuniu esta grande família. Iniciada com o habitual hastear das bandeiras, esta celebração incluiu a romagem ao cemitério da cidade onde foi prestada uma honrada homenagem aos dirigentes e bombeiros falecidos. Já no quartel foram entregues medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses a vários bombeiros por 5, 10, 15 e 20 anos de bons e efetivos serviços prestados à causa do voluntariado. Sérgio Santos Família reunida bombeiro Isidro Amadeu Silva e ainda a abertura de uma artéria daquela cidade com o nome do 2.º comandante Henrique Amaro. Entre as entidades convidadas destacam-se o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta; o presidente da LBP; o diretor nacional de bombeiros, Pedro Lopes (ANPC); o comandante Pedro Araújo da Federação bombeiros de Lisboa; o comandante distrital Carlos Mata e representantes de associações congéneres do distrito. Sérgio Santos numa sessão comemorativa dos Voluntários de Campo de Ourique, e que afinal ainda não saíram do papel. Os protocolos estabeleciam uma estratégia conjunta de intervenção dos voluntários e sapadores na prestação do socorro na cidade de Lisboa, com deveres e meios a disponibilizar que, no segundo caso, nunca se vieram a concretizar. 24 NOVEMBRO 2013 MORTÁGUA Associação assinala 90.º aniversário N o dia 27 de outubro, os Voluntários de Mortágua comemoraram o 90.º aniversário, com o vasto programa que incluiu a formatura e o hastear da bandeira, o desfile apeado e motorizado, assinalando a chegada ao quartel de uma nova viatura ligeira de combate a incêndios florestais. Marcaram presença no desfile a fanfarra de Santa Comba Dão, bem como representantes dos Bombeiros de Schengen, com quem a instituição de Mortágua mantém “uma relação de amizade e uma parceria de muitos anos”. Coube aos convidados luxemburgueses o privilégio da abertura do desfile e a condução do carro mais antigo da associação, que pode ser visto durante todo o ano no átrio principal do quartel. As comemorações continuaram no pavilhão gimnodesportivo do quartel, com a sessão solene, bem como a entrega das medalhas de assiduidade e serviços prestados aos bombeiros e a troca de lembranças entre os bombeiros de Mortágua e os de Schengen. Associaram-se às comemorações, entre outras entidades, Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Pedro Lopes, Diretor Nacional dos Bombeiros Marc Mamer, presidente da federação dos bombeiros do Luxemburgo e o comandante de Wormeldange Erni Schumacher. SEVER DO VOUGA Dezassete novos bombeiros asseguram futuro A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga comemorou o 53.º aniversário com a inauguração de duas viaturas operacionais e promoções a bombeiros e a chefes. Foram promovidos 17 elementos estagiários a bombeiros e os subchefes, João Oliveira e Joaquim Asêncio, ao posto de chefe. Antes desta cerimónia decorreu a tradicional formatura, o hastear das bandeiras, a romagem aos cemitérios e a missa em memória de bombeiros, associados e dirigentes falecidos, celebrada na igreja matriz pelo padre Alberto Gomariz. Mais tarde decorreu a bênção e inauguração das duas novas viaturas, um autotanque ofereci- do pela empresa “Grupo A. Silva Matos” e um veículo urbano de combate a incêndios (VUCI), obtido através de candidatura ao QREN no valor de mais de 188 mil euros, comparticipado em 85 por cento e o restante custeado pela Câmara Municipal de Sever do Vouga. No âmbito do aniversário foram ainda apresentadas as obras de remodelação e ampliação do quartel, também suportadas no âmbito do QREN e com apoio municipal, que implicaram um investimento de 188 mil euros. A intervenção permitiu um melhor aproveitamento do espaço tornando-o mais funcional e qualificado já que, segundo o presidente da direção, António Rodrigues, “ o edifício encontrava-se num elevado estado de degradação”. Para o comandante Sebastião Lourenço, as obras revestiram-se de particular importância ao garantirem melhores condições de habitabilidade para os bombeiros e, entre outros aspetos, resguardar também as viaturas. A direção e o comando, sublinham as melhorias alcançadas, que eram inadiáveis, mas não deixam de referir que a operacionalidade do quartel vai continuar a não ser a melhor, apontando os constrangimentos existentes a isso. No futuro, segundo os mes- mos responsáveis, será necessário dotar os bombeiros de um quartel amplo e térreo ao contrário do modelo em altura que ainda mantém há 30 anos. Durante a sessão comemorativa foi lembrada a campanha em curso para a obtenção de uma ambulância de socorro fruto da parceria entre a Associação e Rotary Clube de Sever do Vouga. Essa questão foi também abordada pelo novo presidente da Câmara Municipal, António Coutinho, neste primeiro ato público após posse. 25 NOVEMBRO 2013 SANTA MARINHA DO ZÊZERE Comemorado um quarto de século A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santa Marinha do Zêzere, comemorou em 20 de outubro último o 25.º aniversário. O programa comemorativo incluiu uma homenagem aos 19 fundadores, que ainda se mantém no ativo, e a atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) ao comandante do Quadro de Honra (QH) José Miranda. As comemorações tiveram também como pontos altos as inaugurações do Núcleo de Proteção e Sensibilização Ambiental, de uma viatura de combate a incêndios e outra de transporte de doentes. As respetivas inau- gurações foram apadrinhadas, respetivamente, pelo secretário de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo d’Ávila, pelo presidente da Câmara Municipal de Baião, José Luís Carneiro, e pelo gerente da firma “Mediação de Seguros, Lda.”, Paulo Portela. Durante a sessão solene foram entregues várias condecorações, com destaque para a medalha de dedicação - grau ouro da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto, entregues aos 19 elementos da fundação do corpo de bombeiros que ainda se mantém no ativo, a medalha de serviços distintos grau prata da LBP a três diretores dos órgãos sociais cessantes, a me- dalha de serviços distintos grau ouro da LBP ao presidente da Câmara Municipal de Baião, José Luís Carneiro, e o crachá de ouro da LBP ao comandante do QH, José Miranda. Entretanto, no decorrer da sessão tomaram posse, o novo comandante, Márcio Vil, o 2.º comandante, Fernando Pinto, e o adjunto de comando, Rodrigo Jesus. As comemorações prosseguiram com o desfile apeado e motorizado de todo o corpo de bombeiros, presenciado por centenas de pessoas que aplaudiram os bombeiros à passagem. TROFA Quartel recebe ambulância e equipamentos em dia de festa Nas comemorações do 37.º aniversário, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa recebeu uma ambulância e alguns equipamentos para melhorar o serviço em prol da comunidade. Cátia Veloso/ “Jornal O Noticias da Trofa” [email protected] A 30 de setembro de 1976 nasceu oficialmente a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa. Trinta e sete anos depois, a coletividade que presta um serviço único no concelho à população tem muitas histórias para contar, mas também muitas necessidades para colmatar. Nas comemorações do 37.º aniversário, para ajudar a corporação a apetrechar os meios utilizados na missão de servir a comunidade, o grupo Frezite ofereceu uma ambulância de socorro pré-hospitalar. Segundo o presidente do conselho de administração, José Manuel Fernandes, “já há algum tempo” que o grupo “pensava em participar”, até para corresponder à “cultura de responsabilidade social”. “Quando me contactaram pela primeira vez, tomei logo a decisão. Cinquenta por cento estava decidido e, depois, reuni com o grupo e as coisas correram normalmente. É uma satisfação para o grupo e colaboradores termos assumido esta posição e correspondermos à criação de valor integrado que, para nós, é uma envolvente da empresa com a sociedade e um retorno da empresa para a sociedade”, explica. A ambulância vai reforçar o parque automóvel, mas não cobre todas as necessidades, res- salva o presidente da associação humanitária. Pedro Ortiga esclarecendo que a nova viatura vem substituir “uma que ficou totalmente inutilizada”, num acidente ocorrido no verão, mas à data do sinistro, a direção já pensava adquirir uma viatura similar, para render uma que está “com elevadíssima quilometragem”. “Mantemos a necessidade de urgência de outra ambulância similar a esta, mas esta preciosa colaboração permite, no imediato, colmatar algo que podia colocar em causa a disponibilidade permanente de meios em quantidade, para o socorro pré-hospitalar”, afirma. Em dia de aniversário, os bombeiros foram ainda agraciados com um monitor de sinais vitais, dádiva das empresas Armaco e Trofa Malhas, um desfibrilhador, oferecido pela Fisitrofa, e 40 lanternas adquiridas com uma verba angariada na campanha feita nas redes sociais e na qual a população contribuiu “com cerca de mil euros”. Apesar das doações, a lista de carências não se fica por aqui e estende-se a “novos meios de comunicação via rá- dio, reforço e reposição de equipamentos de proteção individual ao bombeiros, entre outras de cariz financeiro, que permitam manter sempre o esforço na formação permanente dos valiosos recursos humanos, que são os bombeiros”. CABANAS DE VIRIATO A 7 de setembro de 1935 nascia em Cabanas de Viriato a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários, uma instituição que aos 78 anos muito se desenvolveu garantindo uma posição de relevo no seio da comunidade. Em ambiente familiar decorriam os festejos de mais um aniversário que incluíram o tradicional hastear das bandeiras, a visita ao monumento ao bombeiro no cemitério local, onde foram recordados os bombeiros e diretores já falecidos com lembrança especial para o bombeiros Luís Carlos Gomes Nobre que perdeu a vida a 23 de fevereiro deste ano. Mais tarde foi celebrada missa, pelo Pe. Marco Cabral, a na igreja paroquial, ao que se seguiu a sessão solene no salão nobre do antigo quartel ”O Teatro”. Marcaram presença na sessão, entre outras entidades o presidente da Câmara Municipal de Carregal do Sal, Atí- Ao serviço da população há 78 anos população lio Nunes, o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu, Rebelo Marinho, o Comandante Operacional Distrital de Viseu, Tenente Coronel Lúcio Campos e em representação da Liga dos Bombeiros Portugueses, o comandante dos bombeiros de Moimenta da Beira José Requeijo. Cumprido um minuto de silencio em memória dos bombeiros falecidos em serviço, a sessão teve ainda como momentos maiores a atribuição do diplo- ma de sócio benemérito à empresa Riportico Engenharia e a atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses ao presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária de Cabanas de Viriato, José Pereira Dias, em reconhecimento pela “entrega e dedicação à causa dos bombeiros voluntários”. Quase todos os oradores recordaram o terrível verão pelo qual passaram os bombeiros de Portugal, em especial os do distrito de Viseu, que perderam Cátia Pereira Dias e de Bernardo Cardoso dos Voluntários de Carregal do Sal. Após a sessão solene, já no novo quartel foram inaugurados e benzidos dois novos veículos de combate a incêndios florestais e uma torre de iluminação, oferta de uma conceituada empresa, recuperada por amigos e elementos do corpo de bombeiros. As comemorações prosseguiram com descerramento de uma placa homena- geia o município de Carregal do Sal, na pessoa do presidente Atílio Santos Nunes, pelo apoio dado à instituição na construção do novo quartel. A fechar os festejos o desfile motorizado e o tradicional almoço convívio, confecionado e servido pelos elementos dos órgãos sociais “com a ajuda de duas cozinheiras de mão cheia”. Que venham mais 78 anos de muita entrega e dedicação à população! Filipa Rodrigues 26 NOVEMBRO 2013 ALCANENA Tributo aos da casa O s Municipais de Alcanena assinalaram o 73.º aniversário reconhecendo o serviço exemplar prestado à comunidade pelos seus bombeiros. O programa comemorativo integrou a romagem ao cemitério e a justa homenagem aos bombeiros falecidos e ainda a distinção de vários elementos com medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses pelos vários anos de serviço cumprido. Já durante a sessão solene os efetivos receberam elogios pela ação desenvolvida na época dos incêndios florestais, bem como em muitas outras missões que lhe são confiadas, conforme salientou o comandante Jorge Frazão. Na ocasião, o responsável operacional referiu ainda que o veiculo tanque que, recentemente, sofreu um acidente num teatro de operações, será substituído por um de maior capacidade, que será adquirido pela autarquia com apoio da Autoridade Nacional de Proteção Civil. Por sua vez, a presidente da câmara municipal de Alcanena, Fernanda Asseiceira salientou o empenho do executivo em intensificar o trabalho que une autarquia, população e beneméritos considerando que só desta forma será possí- vel dar seguimento aos melhoramentos no quartel e o apetrechamento do corpo de bombeiros. Marcaram presença na na cerimónia, o comandante Adelino Gomes, em representação da Liga dos Bombeiros Portu- gueses, o 2º comandante distrital da ANPC José Guilherme, o comandante Vítor Bertelo da Federação dos Bombeiros do Distrito de Santarém e representantes da Guarda Nacional Republicana. Sérgio Santos CORUCHE Aniversário com novos operacionais e veículos O 85.º aniversário dos Bombeiros Municipais de Coruche ficou marcado pela inauguração de dois novos veículos e o ingresso de novos elementos no corpo ativo. A efeméride realizada na Praça da Água juntou inúmeros populares que assistiram à inauguração e bênção de um veículo ligeiro de combate a incêndios (VLCI), de uma ambulância de transporte de doentes (ABTD) e ainda de um desfibrilhador automático externo (DAE), equipamentos adquiridos com apoio de algumas empresas locais e com fundos angariados em várias campanhas. No momento das alocuções, o presidente da autarquia de Coruche, Dionísio Mendes disse que os novos veículos visam reforçar a primeira intervenção, deixando um agradecimento especial aos operacionais. O edil terminou apelando à união do corpo de bombeiros para que seja possível manter “um trabalho brilhante ao serviço da comunidade”. Por sua vez, o comandante Luís Fonseca mostrou-se satisfeito pela entrega dos seus bombei- ros na época do dispositivo de combate aos incêndios florestais, realçando a resposta enérgica dos operacionais. Reforçar a prontidão, alterando métodos de trabalho foi um dos aspetos ressalvados pelo responsável operacional que encontra no trabalho desta equipa a exigência essencial para a prestação de um serviço de excelência à comunidade. Na ocasião, foi ainda inaugurado um memorial no talhão dos bombeiros no cemitério local. Marcaram ainda a celebrações a atribuição de medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses e da autarquia a vários elementos do corpo ativo e o ingresso de três elementos, um reforço importante para os Municipais de Coruche. Sérgio Santos PRAIA DA VITÓRIA Fotos: BVPV Associação distingue bombeiros A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Praia da Vitória, ilha Terceira nos Açores comemorou a passagem do seu 29.º aniversário distinguindo os seus bombeiros. A cerimónia reuniu inúmeros convidados, recebidos por uma imponente formatura do corpo ativo e da charanga, numa clara demonstração do brio e do rigor imposto a este do corpo de bombeiros. Reconhecer a dedicação dos homens e mulheres que, norteados pelo lema “vida por vida”, prestam serviço voluntário foi o principal momento da sessão solene com a condecoração de alguns operacionais com medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses por 5, 10, 15, 20 e 25 anos de serviço. Houve ainda promoções na carreira de bombeiro nas categorias de bombeiro de 3.ª, 2.ª e 1.ª e 14 estagiários receberam os respetivos machados. O presidente da direção e o comandante Eduardo Arruda foram unânimes no reconhecimento do desempenho dos soldados da paz, destacando aqueles que abdicaram das suas férias para, nos meses de agosto e setembro, marcarem presença no combate aos incêndios nos concelhos de Mação e Sardoal. Neste âmbito foram distinguidos o chefe Alexandre Cunha, os subchefes Ricardo Silva, Fernando Leite, José Luís Melo, os bombeiros de 1.ª Hélder Lima, Bruno Espínola, Leonel Raimundo e os de 2.ª Carlos Pacheco, Maria Rita Costa e Hugo Sales. Este ano, o bombeiro de 2.ª Pedro Fabiano Barcelos recebeu o título de “Bombeiro do Ano”, um galardão instituído pela associação da Praia da Vitória. Nesta ocasião, foi ainda inaugurado, pelo secretário regional da saúde, Luís Cabral, o monu- mento “Vida por Vida” junto da fachada principal do quartel. As comemorações do 29.º aniversário dos Voluntários da Praia da Vitória ficaram ainda marcadas pela assinatura do acordo de geminação que une os bombeiros terceirenses aos seus congéneres do Sardoal e de Mação. Sérgio Santos 27 NOVEMBRO 2013 CICLISMO O Português é campeão nacional bombeiro Pedro José Viegas de Brito, de S. Brás de Alportel é campeão do mundo de BTT, na categoria de veteranos II, um título conquistado no passado mês de setembro, em Huesca Espanha. Este ano, a seleção nacional de bombeiros ciclistas, marcou presença no Campeonato do Mundo de Ciclismo e BTT para Bombeiros, com apenas dois atletas, pois os incêndios inviabilizaram a deslocação dos restantes elementos. Refira-se que Pedro José Viegas de Brito é bombeiro em S. Brás de Alportel, onde aliás Simulador de capotamento nasceu a 22 de fevereiro de 1962, há já alguns anos que se destaca nestas provas tendo em 2010, no campeonato europeu, em Valência, conquistado duas medalhas, uma de prata e outra de bronze, nas modalidades de BTT e ciclismo. SALTO O SINES Mais de uma centena “invade” terras de barroso s Voluntários de Salto promoveram mais um passeio de BTT, um iniciativa já com créditos firmados que visa promover a região, o turismo, a modalidade e acima de tudo, desenvolver uma atividade que junte os bombeiros de todo o distrito num merecido convívio após um verão de muito trabalho. Mais de uma centena de ciclistas, foram desafiados a cumprir um percurso de 55 quiló- metros para os mais resistentes e um outro alternativo de 35, e a conhecer o que melhor tem a vila de Salto, desde os prados, às minas da Borralha, com especial enfoque para os monumentos religiosos. Nem a chuva foi obstáculo para os participantes que deixaram, desde logo, a promessa de voltar a viver esta que é uma aventura única. U ma equipa dos Bombeiros Voluntários de Sines experimentou a sensação de capotamento num veículo rodoviário, num simulador, no âmbito de uma iniciativa da Escola de Condução Sudoeste que visou sensibilizar a população para a importância do cinto de segurança e a sua correta colocação. CONDEIXA-A-NOVA Bombeiros na Alemanha U ma comitiva da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Condeixa-a-Nova esteve, recentemente, em Bretten na Alemanha. O grupo que integrou o adjunto de comando Jody Rato, os chefes Carlos Claro e Vítor Martins, o subchefe Sérgio Ferreira e os bombeiros Jorge Picão e Marco Alexandre e ainda do chefe QH Carlos Peça marcou presença em PÓVOA DO VARZIM Q BTT garante investimento no socorro uatro centenas de pessoas participaram no passeio de BTT promovido pela Bikeservice, em parceria com o Centro Desportivo de Navais e a Câmara Municipal da Póvoa do Varzim, cuja verba apurada com as inscrições reverteu para os bombeiros voluntários da cidade. Manuel Zeferino, mentor da atividade, sublinhou a “justiça deste gesto de reconhecimento aos bombeiros”. “Procuramos sensibilizar a população para o facto de que os donativos não devem ser entendidos como uma ajuda aos bombeiros, mas antes como um investimento no socorro. E, felizmente, estas iniciativas por parte da comunidade têm vindo a aumentar, o que nos conforta”, refere a comandante Ilda Cadilhe Também o presidente da Associação Humanitária, Rui Coelho, se congratula com a iniciativa sublinhando que a verba angariada vai permitir melhorar os equipamentos técnicos dos bombeiros, aproveitando para “agradecer às várias coletividades, bem como às dezenas de pessoas de concelhos limítrofes que se associaram ao evento”. várias cerimónias oficiais dos bombeiros locais, bem como noutras iniciativas realizadas naquela cidade. A receção dos homólogos alemães merece os maiores elogios da comitiva portuguesa que num agradecimento público sublinha a simpatia do comandante dos bombeiros de Bretten, Philip Pannier. Sérgio Santos 28 NOVEMBRO 2013 BEJA Gala da Juve muito participada M ais um ano e o Núcleo Distrital da JuveBombeiro de Beja, com o apoio dos Núcleos ativos do Distrito levaram a efeito a sua II Gala Distrital no passado dia 12, em Ferreira do Alentejo. A gala teve início com a entrega aos comandos e cireções dos corpos de bombeiros, com núcleos ativos, um agradecimento pelo apoio prestado à JuveBombeiro. No final da entrega, o comandante António Piteira agradeceu em nome de todos os comandos e, em nome de todas as direções, o presidente dos Bombeiros de Aljustrel, prof. Luís Bartolomeu, homem com uma sensibilidade enorme para a causa dos Bombeiros, lembrou a todos a história da JuveBombeiro e incenti- F vou-a a desenvolver a sua atividade cada vez com mais afinco, para que os Corpos de Bombeiros possam ter cada vez mais sangue novo. Sob proposta dos Núcleos, foram reconhecidos pelo seu contributo e apoio prestado nas atividades desenvolvidas, pelo Núcleo da JuveBombeiro de Aljustrel o seu ex-comandante António Monteiro, pelo Núcleo de Cuba o bombeiro de 3ª Jorge Lacão, pelo Núcleo de Moura, o bombeiro de 3ª, Miguel Dinis, pelo de Vila Nova de Milfontes o 2º comandante Francisco Santos, pelo Alvito o bombeiro de 1ª Manuel Amador, pelo Núcleo de Beja, o comandante Manuel Baganha, por Ferreira do Alentejo, na pessoa do chefe Carlos Oriola todo o Corpo Ativo. Os restantes Núcleos não apresentaram propostas. A Coordenação Distrital atribuiu a distinção de honra à Comissão Coordenadora Distrital da JuveBombeiro de Setúbal, ao Núcleo de Vila Viçosa, assim como, à Associação de Municípios do Alentejo Central, pelo apoio prestado ao longo do ano à JuveBombeiro do Distrito de Beja. Foram ainda distinguidos, o bombeiro de 2ª, Luis Fonseca, como o delegado mais ativo, o bombeiro de 3ª, Alvaro Tavares, como subdelegado mais ativo e a JuveBombeiro de Ferreira do Alentejo, como o núcleo mais ativo. Foi ainda prestado reconhecimento à bombeira de 3ª, Sónia Calhegas, dos Bombeiros de Mértola, que, apesar de não ter Núcleo ativo no seu corpo de bombeiros, ao longo dos anos não tem deixado de participar e apoiar as atividades desenvolvidas pela JuveBombeiro. Depois da apresentação de fotos das atividades desenvolvidas ao longo dos anos, o coordenador distrital, João Lemos, aproveitou o momento para retribuir o agradecimento a todos, pelo apoio disponibilizado à JuveBombeiro, apelando à participação nas atividades programadas. A Federação Distrital de Bombeiros de Beja, foi também agraciada, tendo o do Coordenador Distrital entregue o reconhecimento ao Comandante António Piteira na qualidade de vice-presidente. Ainda no decorrer da Gala, o Núcleo da JuveBombeiro de Ferreira do Alentejo, CELORICO DE BASTO CANTANHEDE Convívio encerra época de ECINs Mais uma prova mais um êxito oi num salutar convívio que os Voluntários Celoricenses, reunidos na secção da Mota, deram por encerrada a “época de incêndios”, que este ano não deu tréguas aos bombeiros. A iniciativa visou “fortalecer laços entre os elementos do corpo de bombeiros e fomentar a camaradagem”, conforme explica o comandante Marinho Gomes. “Tivemos um Verão muito quente com os nossos bombeiros a trabalhar arduamente para dar resposta a todas as chamadas. Mesmo cansados, com noites em branco, mostraram-se incansáveis. Agora é tempo de descansar e aprimorar os laços que nos unem, porque vivemos tantas horas juntos que nos damos como uma verdadeira família, contamos uns com os outros e ajudamo-nos mutuamente”, salienta o responsável operacional dos Celoricenses, António Marinho Gomes. O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Celoricenses, Fernando Freitas, destaca a necessidade destas ações para manter o corpo ativo unido, pronto a enfrentar as adversidades. “Estes convívios são fundamentais para unir o corpo ativo. Acima de tudo trata-se de um grupo de amigos que, têm os seus atritos, mas que, na generalidade, se comportam como verdadeiros heróis e, como todos os heróis, merecem algum descanso e momentos lúdicos. Temos que cuidar dos nossos homens para que eles possam socorrer a humanidade”, refere. O convívio teve como ementa porco assado no espeto e foi animado pelas concertinas e acordes mais populares. S ó com a colaboração de um elevado número de bombeiros, dirigentes, sócios e amigos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede (AHBVC) foi possível realizar, no passado dia 11 de novembro, mais um passeio todo-o-terreno, prova que, nesta terceira edição, contou com a participação mais de uma centena motas e 70 jipes. Esta iniciativa teve como cenário as aldeias do concelho magníficas paisagem do concelho. O percurso de 80 quilómetros para as motas e de 40 para os jipes, permitiu aos participantes descobrir as aldeias do concelho, usufruindo de magnificas paisagens. Outras atividades animaram o evento, nomeadamente a pista de obstáculos instalada, no Chão do Conde (Cantanhede), onde uma ponte suspensa de madeira, trajeto de cruzamento de eixos e muita lama proporcionaram aos mais afoitos momentos únicos de diversão. Em jeito de balanço direção e comando dos Voluntários de ALVERCA O em particular, distinguiu o presidente da Junta de Freguesia pela sua cooperação ao Núcleo local, pessoa disponível e incansável que está em todos os momentos da vida do Núcleo e do corpo de bombeiros. O fado também não ficou de fora deste evento e, quase no final, o Comandante dos Bombeiros de Ferreira do Alentejo, António Gomes, emocionou os presentes com o já habitual fado do Bombeiro. No decorrer da Gala Distrital, a música, teatro e animação ficou a cargo do curso de animação sociocultural da escola secundária de Ferreira do Alentejo. Terminado o jantar e a cerimónia de entrega de distinções a noite prosseguiu com baile pela noite dentro. salão nobre dos Bombeiros Voluntários de Alverca acolheu uma exposição de miniaturas de todo o “mundo dos bombeiros”. Centenas de peças estiveram patentes ao público que pode apreciar as mais diversas viaturas, helicópteros, motas, barcos e muitas outras peças das coleções pessoais do subchefe João Correia e dos bombeiros Paulo Martins e Luís Valadas. Sérgio Santos Miniaturas em exposição Cantanhede sublinham a “notória satisfação dos mais de 350 participantes”, que muito elogiaram a organização e a quali- dade dos trajetos, bem como apoios de várias empresas, que viabilizaram a realização de mais este passeio. 29 NOVEMBRO 2013 FÁTIMA N Bombeiros “dão o nó” ove anos depois de se conhecerem nos bombeiros voluntários de Fátima, Márcio Filipe Estrela Vieira e Cláudia Pereira Vieira, uniram-se na igreja de Santa Catarina da Serra numa cerimónia presidida pelo pároco de Fátima Rui Marto. Márcio e Cláudia ingressaram como aspirantes neste corpo de bombeiros em 2004. O noivo, atualmente bombeiro de 2.ª com o curso de TAT trabalha na secretaria da associação exercendo funções de contabilista. Por sua vez a noiva, bombeira de 3.ª com o curso de TAS, foi GOUVEIA admitida como profissional na instituição em 2005. Pela simpatia, amizade e espírito de entreajuda que caracteriza o casal foram muitos os elementos desta grande família que marcaram presença na cerimónia. Os noivos, a quem apresentamos votos de felicidade, foram de núpcias para “terras de Tio Sam”. PAMPILHOSA DA SERRA Soldados da paz peregrinos M Antigo bombeiro doa quadro iguel Dinis, antigo bombeiro voluntário de Gouveia, atualmente a residir em Inglaterra, decidiu ajudar a corporação que integrou durante vários anos, através da doação de um quadro, que o próprio pintou. Miguel Dinis admitiu que ficou bastante sensibilizado com os acontecimentos do passado verão. Assim sendo, e também motivado pela passagem no mundo dos bombeiros, pelas recordações, e sobretudo pelo orgulho no trabalho dos soldados da paz, Miguel Dinis resolveu doar à as- sociação um dos quadros que pintou, esperando que alguém compre a obra. «Sejam 100 ou 1000 mil euros tenho a certeza que a verba irá dar jeito ao corpo de bombeiros» refere o benemérito, que espera com este gesto servir de exemplo, e que “outros contribuam para esta causa”. A iniciativa contou com o apoio da transportadora Transtuga, que assegurou o transporte do quadro de Inglaterra para quartel dos Voluntários de Gouveia, onde será leiloado. PORTO R A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Pampilhosa da Serra realizou a primeira peregrinação ao santuário de Fátima. Durante dois dias, os 17 bombeiros caminhantes e os nove que prestavam apoio logístico estiveram juntos numa jornada de fé que em muito fortaleceu o espírito de união e de entreajuda do grupo. Para o cumprimento desta missão os peregrinos contaram ainda com a solidariedade, amparo de camaradagem da direção da associação, bem como da secção de Alvares dos Voluntários de Góis e ainda dos corpos de bombeiros de Figueiró dos Vinhos, Alvaiázere e Vila Nova de Ourém. Esta é uma experiência que os estes soldados da paz querem repetir já no próximo ano. não só por uma demonstração da sua fé, bem como pelos momentos de fortalecimento da corporação. Sérgio Santos Voluntários reativam fanfarra eativada há pouco meses, a Fanfarra dos Bombeiros Voluntários Portuenses já se apresentou nos mais variados eventos, nomeadamente no Desfile de Trajes de Papel, na Foz do Douro, motivo de orgulho para o jovem agrupamento. Mais de 40 músicos abrilhantaram pelas ruas da Foz, recolhendo aplausos do público. Já na tribuna, instalada junto ao Forte de S. João Baptista, a fanfarra dos Portuenses interpretou a marcha de continência, naquele que terá sido um momento maior desta atuação. Cláudia Pereira ANIVERSÁRIOS 1 de dezembro Bombeiros Voluntários de Sines . . . . . . . . . . . . 70 Bombeiros Voluntários de Tarouca . . . . . . . . . . . 39 3 de dezembro Bombeiros Voluntários de Fornos de Algodres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 5 de dezembro Bombeiros Voluntários de Freixo de Espada à Cinta . . . . . . . . . . . . . . . 86 Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Paiva . . . 38 Bombeiros Voluntários de Sendim . . . . . . . . . . . 33 6 de dezembro Bombeiros Voluntários de Valadares . . . . . . . . . 99 7 de dezembro Bombeiros Voluntários de Ourique . . . . . . . . . . . 36 8 de dezembro Bombeiros Voluntários de Rio Maior . . . . . . . . . 121 Bombeiros Voluntários de Murça . . . . . . . . . . . . 85 10 de dezembro Bombeiros Voluntários da Batalha . . . . . . . . . . . 36 11 de dezembro Bombeiros Municipais de Gavião . . . . . . . . . . . . 66 12 de Dezembro Bombeiros Voluntários Lisbonenses . . . . . . . . . 103 Bombeiros Voluntários de Ribeira Brava . . . . . . . 27 13 de dezembro Bombeiros Voluntários de Arronches . . . . . . . . . 34 15 de dezembro Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Oliveirinha . . . . . . . . . . . . . . . . 79 16 de dezembro Bombeiros Municipais de Abrantes . . . . . . . . . 153 17 de dezembro Bombeiros Voluntários de Viatodos . . . . . . . . . . 31 Bombeiros Privativos do Meridien–Porto . . . . . . . 27 19 de dezembro Bombeiros Voluntários de Figueira da Foz . . . . 131 Bombeiros Voluntários de Portalegre . . . . . . . . 115 Bombeiros Voluntários de Ansião . . . . . . . . . . . 56 Bombeiros Voluntários de Portel . . . . . . . . . . . . 34 20 de dezembro Bombeiros Voluntários de Anadia . . . . . . . . . . . 80 Bombeiros Voluntários de Vila Verde . . . . . . . . 100 22 de dezembro Bombeiros Voluntários de Alfândega da Fé . . . . . 80 25 de dezembro Bombeiros Voluntários de Vila Pouca de Aguiar . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 26 de dezembro Bombeiros Voluntários de Bombarral . . . . . . . . . 89 29 de dezembro Bombeiros Voluntários de Moimenta da Beira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Bombeiros Voluntários de Montalegre . . . . . . . . 64 30 de dezembro Bombeiros Voluntários de Pedrouços . . . . . . . . . 32 31 de dezembro Bombeiros Voluntários Tirsenses . . . . . . . . . . . . 84 Fonte: Base de Dados LBP “J Josefa, a bombeira osefa, 21 anos, a viver com a mãe. Estudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de supermercado em part-time e bombeira voluntária. Acumulava trabalhos e não cargos - e essa pode ser uma primeira explicação para a não conhecermos. Afinal, uma jovem daquelas que frequentamos nas revistas de consultório, arranja forma de chamar os holofotes. Se é futebolista, pinta o cabelo de cores impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista com quem namora; e se quer ser mesmo importante, é mandatária de juventude. Não entra é na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um curso no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira e bombeira de Verão. Daí não a conhecermos, à Josefa. Chegava-lhe, talvez, que um colega mais experiente dissesse dela: “Ela era das poucas pessoas com que um gajo sabia que podia contar nas piores alturas.” Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse um azar... Aconteceu: Josefa morreu em Monte Mêda, Gondomar, cercada das chamas dos outros que foi apagar de graça. A morte de uma jovem é sempre uma coisa tão enorme para os seus que, evidentemente, nem trato aqui. Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nos disse: que há miúdos de 21 anos que são estudantes e trabalhadores e bombeiros, sem nós sabermos. Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das “Josefas que são o sal da nossa terra?” Ferreira Frennades, in Diário de Notícias 30 NOVEMBRO 2013 A propósito dos incêndios florestais: O que se passa, passou e passará? orque, durante a época de verão, muita “gente” falou, e opinou, de incêndios florestais, e agora nos encontramos numa época de acalmia daquele fenómeno sazonal, que é como quem diz: “esqueçamos os bombeiros pois este peditório já acabou”, senti vontade de deixar aqui um simplesmente e pequeno pensamento, na esperança de que algumas agoirentas vozes que por aí campeiam se calem, e, ao contrário, alguns calados mas com imensas responsabilidades neste importante setor dos bombeiros, possam vir a público, como é seu dever, defender sem tibieza de qualquer espécie, aqueles que quase tudo resolvem quando muitos não cumprem, fogem às suas obrigações, ou se acantonam em lugares penumbrosos e donde saem, apenas para colherem louros, ou ficarem em fotografias, ou ajuntamentos de circunstância. Costumo afirmar aos meus alunos, ou formandos, para lhes tirar a “má” ideia sobre o fogo, que este, o “fogo”, é um bem ao nosso dispor e não é uma calamidade. Costumo ainda juntar a esta afirmação, assim seca, e para muitos irrealista e cruel, a de que após a descoberta do fogo, o mundo evoluiu, deu passos largos rumo ao progresso e desenvolvimento, e o homem passou a ter bem-estar, comodidade, satisfação e prazeres. Com efeito, todos sabemos que é a partir do “bom uso do fogo”, que em muitos locais deste Portugal que amamos, se consegue ter bons cabritos, boa carne barrosã, mirandesa, maronesa, arouquesa e outras, bem como bom queijo da serra e muitas outras iguarias que nos satisfazem e cujo resultado é, também, uma mais-valia económica para muitas regiões e para o País, bem como o sustento e bem-estar de muitas famílias. Se a tudo isto juntarmos o potencial económico que a floresta é, e tem, é urgente que saibamos adequar o fogo à nossa floresta, para que o incêndio, ou os incêndios, a não devastem como ciclicamente acontece, e tem acontecido no presente, agravado este ano com a morte de oito bombeiros, martirização de um povo que se sente só, desamparado e abandonado à sua sorte, quando confrontado com os episódios, dantescos, de incêndio que nos mostram as televisões, nos relatam as rádios, nos descrevem os jornais, e a mais das vezes, agravados pelas afirmações de uns tantos “representantes”, não sei de quê ou de quem, que ao invés de esclarecerem usam a perfídia para aumentar a confusão e outras coisas mais. Importará então perguntar então. Será assim porque: Temos um país de incendiários e malucos? Não temos leis, autoridades e responsáveis? Não temos cientistas, e técnicos e conhecedores do assunto? Não temos diagnósticos, relatórios e soluções apontadas? Não temos donos dos terrenos? Não temos planeamento controlo e comandamento? Não temos bombeiros bons, formados e experientes? Bem… as interrogações poderiam continuar por aí fora e, claramente, com as respostas mais diversas. Por mim, e porque temos tudo para responder às interrogações atrás referidas, acho que tudo se resume a uma frase simples, seca, controversa talvez, mas do meu ponto de vista realista, e que é: Tudo isto acontece, e passa, porque nós – TODOS – assim queremos. Sim! Porque nos acomodamos e não assumimos, cada um a seu nível, a sua responsabilidade neste domínio. Senão vejamos: - Não é crível, nem aceitável, que num país onde surgem mais de trezentos (300) fogos num dia, afirmemos com relativa naturalidade, que o sucedido é fruto de incendiários, malucos, ou outras coisas que tais. Ao falarmos assim, estamos a esquecer-nos da nossa incúria e negligência, porque não limpamos o que é nosso, o que é meu, só meu, ou não denunciamos quem põe em risco as nossas vidas, os nossos bens e o património coletivo. Sim, porque denunciar não é crime! Mas é hipocrisia, direi mesmo covardia, afirmarmos depois que quem está preso, e ou, recebe subsídios do Estado, é que deve tratar do que é meu porque é pago com os meus impostos. Mas se assim fosse, ou viesse a ser, também não seria legítimo exigir que quem assim está, alguns infelizmente nessa situação devido à conjuntura que o País atravessa, também deveria tratar do meu quintal, pintar-me a casa, etc., etc.? - Também temos leis (boas leis), autoridades e responsáveis. E conhecemo-las e conhecemo-los. Então, se assim é, faça-se cumprir as leis! Vigie-se, fiscalize-se, elaborem-se processos de contra ordenação e, aplique-se as coimas. E se não queremos que sejam as Câmaras Municipais a tratar, como má da fita deste assunto, crie-se, ou atribua-se a uma autoridade respeitada, como é a Autoridade Tributária, por exemplo, a aplicação e recebimento da dita coima, fazendo reverter, para entidade que tem o dever, e obrigação, de prevenir, limpar, ordenar e gerir a floresta, as receitas co- bradas, impondo, e fazendo, a verdadeira prevenção, em vez de se despender o que se despende no combate, que é, como todos sabemos, o ultimo recurso que temos para parar a sanha destruidora do Incêndio. -Temos também, e felizmente, bons cientistas e técnicos conhecedores do fenómeno, que espalham o seu conhecimento, e saber, pelo mundo e são respeitados. Ouçamo-los, e façamos o que nos indicam e propõem. Calemos, e não ouçamos, em nenhum fórum público, ou privado, os que não sabem, não ensinam nem fazem nada a não ser dividir para reinar. Sou dos que dizem, e não é pretensiosismo, que nenhum Governante precisa de assessores, nem de conselheiros ocasionais, nem os senhores ilustres deputados da Assembleia da República, para saber tratar destes assuntos. Bastará, para ficar a saber o indispensável, que ouça os comandantes e os verdadeiros bombeiros da sua terra, para ficarem informados e sem custos. Não posso deixar também de afirmar que estes comandantes terão de ser aqueles que assumem, na plenitude, a sua responsabilidade na sua área de atuação própria, como se encontra definido na Lei, cumprindo assim, na totalidade, os deveres que lhe incumbe no cumprimento da sua importantíssima missão e função, não abdicando dessas obrigações, deveres, direitos e poder, passando-os, ou deixando que os mesmos sejam assumidos por outros, para poderem sair incólumes, perante algumas consequências menos boas, comportando-se como Pilatos, lavando as mãos. - É para mim óbvio, que face aos diagnósticos, relatórios e propostas de soluções, se planeia com o objetivo de minimizar os danos dos incêndios. Mas não será que o planeamento, e acionamento dos meios para o combate está muito “ficcionado”? Convém lembrar que o incêndio é um inimigo perigoso, traidor, lesto e imprevisto, que se alia sem relutância a outros fatores, tais como: a temperatura, a falta de humidade, a orografia, o tipo específico de combustível, os acessos, o vento. Sim! Mas o vento não pode ser, a quase sempre razão dos infortúnios, ou da demora na extinção dos incêndios. Por isso, às vezes me interrogo: Não estará a ser demasiado “militarizado” o planeamento para o combate, bem com o acionamento, tantas vezes massivo (há quem lhe chame musculado), dos meios de resposta, o tempo de decisão, o tipo de comandamento e o controlo? Foto: Marques Valentim P “O possível faz-se já. O impossível demora mais um bocadinho … “ (popular) Por vezes parece que sim, porque há gente a mais, e quando há gente a mais em alguns locais, é sempre mais difícil a decisão, gostemos ou não desta afirmação. Mas faço-a aqui, e agora, até em memória de um velho e saudoso bombeiro sem farda, de seu nome Agostinho, que dizia muitas vezes em alguns incêndios complicados de outrora, que: “Quem não estorva já ajuda muito”, e nós sabemos, também todos, que em muitos casos, há muita gente a estorvar… - E já agora, os donos dos terrenos não existem? Não se conhecem? É claro que existem! E se houver dificuldade em saber quem são, coloque-se, como diz um amigo meu um cartaz dizendo: “vende-se” que logo o proprietário estará encontrado e, de imediato, deverá ser notificado para proceder à limpeza. - E Bombeiros, temos? Conhecedores, formados e experientes? Claro que temos, e deixemo-nos de conversas! E novos como convém. E também conhecedores, formados, instruídos e experientes. E quando não têm este ultimo requisito, experiente, por força da sua idade e juventude, são devidamente enquadrados por gente experiente que sabe. Porque, só é através dos jovens, que se garante a continuidade destas instituições, voluntárias por vocação mas profissionais na ação, e que não obstante serem tantas vezes alvo de referências injustas e ingratas, são os únicos que constituem o exército mais barato do País, e do mundo, que se disponibilizam para servir, como ninguém mais faz, os seus concidadãos, no combate a um inimigo que eles não criaram nem elegeram como tal, e que às vezes mata como infelizmente este ano ocorreu. Então o que é preciso fazer? Do meu ponto de vista, coisas muito simples e fáceis como disse no princípio, mesmo que para tal, os nossos principais responsáveis políticos, ou pelas políticas, tenham que reconhecer que há coisas erradas, que têm de ser corrigidas. E se há decisão louvável e prestigiante na política, a de reconhecer que é possível, porque necessário para o bem de todos, o mudar de estratégias, repondo “coisas” de outros tempos, essa atitude é sem sombra de dúvida a maior e a mais nobre de todas. Todos sabemos que havia “coisas” que eram feitas, deixaram de o ser, e agora têm de voltar a ser feitas. Que há entidades, ou organismos que têm de ser extintos, e outros recriados. Que há entidades que têm apenas, e só, de fazer aquilo que está, ou esteve, e tem de voltar a estar, na sua missão específica. Que cada um faça afinal o que lhes compete como seja: Que cada proprietário cuide do que é seu. E que cada cidadão se previna, e alerte, dos perigos de que se vê rodeado. Que as autoridades policiais, vigiem, fiscalizem e punam, quando tal tiver de suceder, sem desculpas e delongas. Que seja aumentado o número de equipas de Sapadores florestais, para limpeza dos espaços, e, consequentemente, sejam criados locais para receção e rentabilização dos resíduos florestais, criando incentivos aos proprietários para contratação dessas equipas de limpeza, e transporte, até aos locais de queima. Reativem-se os guardas florestais, com vista à vigilância, controlo e gestão florestal, através do “bom uso do fogo”, e consequente correto ordenamento florestal. Dotem-se, as Comissões Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, outrora designadas como CEFF, não só de planos bonitos e bem feitos, mas também de verbas, por mais pequenas que sejam, para cumprirem e fazerem a nível de cada município aquilo que é essencial: limpeza de caminhos, criação de aceiros, criação de pontos de água, ações de sensibilização, etc., e que tão bons resultados tiveram no passado. Crie-se, sem medos ou tibiezas, um Serviço único que trate, represente, controle, inspecione, e comande os bombeiros, reconhecendo a estes, Bombeiros, o seu insubstituível papel no combate aos incêndios, e demais obrigações constantes da Missão que lhes está atribuída por lei, e pela lei. Deixemos de olhar para os meios aéreos, como única ou fundamental solução na debelação dos incêndios florestais, porque todos sabemos, ou muitos de nós sabem, que estes, são meios “cirúrgicos” de apoio ao combate na fase inicial de qualquer incêndio, numa situação limite de especial perigosidade, ou como “apoiadores” no combate indireto a um incêndio de grande envergadura. Tudo o mais é mentira, e fruto de consentida e desmesurada especulação. Responsabilizemos, sem quaisquer tipo de rebuço ou medo, aqueles que têm responsabilidades nesta matéria, e deixemo-nos, de uma vez por todas, de desculpas de mau pagador como bem diz o nosso povo. Quanto mais não seja, pelo sofrimento daqueles que ficaram sem os seus bens e haveres, pelo empobrecimento de Portugal e má imagem do nosso País no mundo, mas sobretudo, pelos valorosos Bombeiros que se confrontaram com inimigo traiçoeiro, sofrem de mazelas, mas especialmente por aqueles que morreram, vitimas da incúria, negligência, irresponsabilidade e maldade de alguns. A sua memória, o seu sofrimento, martírio e sacrifício, impõe a todos nós, uma verdadeira assunção das nossas responsabilidades, estejamos onde estejamos, façamos o que façamos, sejamos quem quer que sejamos, no cumprimento do cargo, função ou missão na qual estejamos investidos. E se cada um de nós fizer o que lhe compete, não me digam que não é possível termos um Portugal com muito menos fogos, e sobretudo com muito menos Incêndios. José S. Campos (comandante dos Bombeiros Voluntários da Lixa) 31 NOVEMBRO 2013 J á na acalmia do período mais crítico de incêndios florestais, os bombeiros do distrito de Viseu foram surpreendidos, nos seus quartéis, com visitas “simpáticas” de elementos do SEPNA que, acomodados pela lei, inquiriram sobre as responsabilidades dos ditos na manobra do contrafogo, advertindo dos eventuais procedimentos futuros, inclusive criminais. As inquirições foram feitas, ignorando os comandantes dos CBs, num claro desrespeito pelas estruturas internas destes e respetivas cadeias hierárquicas e, também grave, marginalizando a ANPC/CDOS, enquanto entidade de tutela. O escrúpulo já não tem dono e andou à solta. Curiosamente, depois de Episódios de um rescaldo, burlesco e folclórico publicamente denunciadas, as “investidas” pararam… Não está, nem nunca esteve, em causa que o SEPNA exerça, e dê um cumprimento, às suas competências legais de “investigar e reprimir os ilícitos”. Apenas causa estranheza que o SEPNA não seja tão pronto e tão diligente no exercício das restantes competências, nomeadamente, as de “zelar pelo cumprimento da legislação florestal” e de ”assegurar a coordenação…da atividade de prevenção, vigilância e deteção de incêndios florestais”. O que choca é a forma e o modo, excessivos e intimidatórios, como as ações foram desenvolvidas. De índole corporativa, parciais e sectárias, as ditas ações C om o início de outubro chegam as primeiras chuvas, os incêndios florestais dão tréguas aos bombeiros, sabe bem, finalmente chega também os primeiros segundos de descanso. Mas com tanta água a cair dos céus a levar de arrasto o lixo do asfalto a terra das serras, leva também a vontade de fazer notícia dos bombeiros, as capas de jornal, o tempo de antena, as iniciativas de solidariedade, enfim, de volta ao esquecimento, qual a novidade. Porém O importante aqui não é a publicidade que se faz em torno das associações de bombeiros, não é o reconhecimento publico, não é o tempo de antena nem muito menos mostrar as dificuldades de cada corpo de bombeiros. O importante aqui é a atitude. Hoje mais que nunca ser bombeiro é estar mais próximo da sociedade e ser interativo com a comunidade. Já lá vai o tempo em que apenas esperavam que o telefone tocasse para irem em auxílio do socorro, hoje a atitude é educar o cidadão e prevenir. Aumentar a informação do senso comum a respeito do trabalho do bombeiro é uma missão. Ainda ontem ouvi alguém comentar que os bombeiros fazem o quem fazem porque são pagos e se o fazem é porque gostam, ninguém os obrigou a abdicar da família para irem passar a noite ao quartel. Esta última até pode ser verdade, mas é desagradável de ouvir. Basta. Ser bombeiro é muito abran- O Ainda não refeitos deste grosseira investida, os bombeiros do distrito foram surpreendidos com a notícia de 1.ª página, do DN de 27 de setembro, que remetia para a página 23, referenciando um suposto relatório do SEPNA-Viseu, remetido ao Comando-Geral da GNR, com a denúncia da utilização ilegal do conta-fogo por CBs do distrito, que colocou em risco a vida dos militares da Guarda e dos bombeiros e do Presidente da Junta de Queirã, que acabou por falecer. Como tudo na vida tem limites, 26 dos 33 CBs do distrito reunidos nos BV de Carregal do Sal, a 1 de outubro, deliberaram, por unanimidade (ampliada, mais tarde, aos restantes 7 CBs, por contacto telefónico) não aceitar reunir com o responsável distrital do SEPNA enquanto este não lhes desse a conhecer o dito documento, considerado atentatório da sua dignidade e ofensivo do seu bom nome. Não tendo chegado, entretanto, o referido relatório, os 30 comandantes presentes, no dia 11 de Outubro, na reunião com o CODIS, abandonaram a 2.ª parte da mesma, tendo-se recusado a reunir com o responsável pelo SEPNA, muito embora este se mostrasse disponível e interessado em fazê-lo. Conto este episódio, apenas para ilustrar como: é possível, à volta de grandes causas (dignidade, brio, caráter, orgulho) construirmos a unidade e fortalecermos o espírito grupal; é mais fácil, a nível distrital, De volta ao esquecimento gente, e depende da interpretação de quem fala. Mas basta de falar do que desconhecem. Ser bombeiro é alcançável por qualquer um, mas permanecer, a conversa é outra. Hoje como já disse a missão é informar, educar prevenir. Portanto depois dos incêndios florestais, fica a nota, o bombeiro continua a trabalhar. Aqueles homens que marcaram as páginas dos jornais, continuam a envergar a farda com o mesmo orgulho e sentido de missão e continuam o trabalho, buscas e resgates, acidentes de trânsito, inundações, aberturas de porta, pré hospitalar, transporte de doentes, enfim uma lista extensa de atendimentos realizados pelos bombeiros nas atividades diárias. Esqueçam lá o mediatismo as publicidades e coisas tais, concentrem se na essência do homem bombeiro, e do bombeiro para o cidadão da performance da corporação, no trabalho das equipas de bombeiros e na superação das Parabéns! s aniversários são sempre motivo de regozijo; a sua celebração significa que é mais um ano que passa na vida quer das pessoas, quer das instituições. Neste caso, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua (AHBVPR) celebra o seu 133.º aniversário, o que faz dela a mais antiga do distrito e uma das mais antigas do País, motivo de orgulho para todos nós. Para mim, escrever sobre os bombeiros portugueses não é tarefa fácil, já que, ao longo da minha carreira profissional, várias vezes tive que fazer reportagens onde os bombeiros foram intervenientes, reportagens essas que em alguns casos me marcaram para sempre. Nunca esquecerei aquele mês de setembro de 1985, pois coube-me a mim fazer a reportagem para a RTP da grande tragédia que ocorreu em Armamar e da qual resultou a morte de 14 soldados da paz. Foram momentos de grande consternação em que, à medida que avançava, ia encontrando (e obrigado a filmar por dever profissional enquanto as lágrimas me corriam pela face) os corpos carbonizados daqueles homens que deram a sua vida em serviço do próximo. No dia 15 de setembro, apenas 8 dias após este triste acontecimento, deu-se o grande in- dirigiram-se apenas e tão só aos supostos autores materiais, esquecendo os morais e selecionaram os executantes, omitindo os mandantes, que os houve. A Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu nunca esteve a favor do uso excessivo e indiscriminado do contrafogo, defendendo antes, que, a ter havido, se houve, algum exagero no seu emprego, o mesmo devia ter sido abordado em reunião técnica, de perfil pedagógico e de sensibilização, promovida pelos responsáveis distritais dos diversos serviços envolvidos e destinada ao universo generalizado dos quadros de comando do distrito. Assim é que era trabalhar. Fazer o contrário disto é não ter sensibilidade. Nem cuidado, nem jeito. cêndio da Serra do Marão que devastou 3.000 hectares de pinheiro bravo, deixando a serrania calcinada e despida de toda a sua vegetação. Foi nesse incêndio que um bombeiro da AHBVPR salvou o veículo automóvel em que me desloquei para a reportagem. O fogo desenvolvia-se em várias frentes e, na ânsia da melhor imagem, eu concentrava-me na sua evolução na zona dos viveiros de trutas, onde punha em risco todo o estaleiro nos quais se guardavam grandes quantidades de combustíveis que poderiam explodir a qualquer momento. Toda a minha atenção se focava neste aspeto enquanto, em cima, o fogo se aproximava do local em que deixara o automóvel, também junto às viaturas dos Bombeiros do Peso da Régua. Nesse ínterim, o fogo atravessava a estrada nesse local, e o quarteleiro Gouveia, conforme ia retirando os carros da corporação, fê-lo também ao meu, pondo assim a salvo todas as viaturas. Aproveitando este aniversário, quero prestar a minha homenagem a todos os bombeiros portugueses, que são um exemplo para o mundo, por vezes pagando com a própria vida esse serviço que prestam à comunidade, fazendo-o decerto com gosto, mas também sob um perigo constante. João Rodrigues dificuldades da associação que representam. São promotores da cultura, da região em que estão integrados são difundores da boa prática do desporto são elementos de uma sociedade ativa. Não se esqueçam são bombeiros mas também homens que merecem todo o respeito. Eles continuam cá a fazer bem e melhor. No entanto e Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelos corpos de bombeiros, estes conseguem atingir um valor considerável de confiabilidade junto do cidadão. Metaforicamente eu comparo reunir consensos e recolher unanimidades, uns e outros, demonstrativos de força e de coesão; o todo (nacional) também se faz do somatório das pequenas partes (distritais/regionais) que, mobilizadas, abrem caminhos e contornam obstáculos; Quando, em todos os distritos nos soubermos agrupar em redor de interesses comuns, o impacto nacional será uma evidência, e mais facilmente alcançável. Vale a pena apostar neste caminho, de mobilização de vontades, e investir nestas respostas, de aposta em dinâmicas locais. Joaquim Rebelo Marinho, Presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu a figura do bombeiro à mítica Asclepius pela capacidade de preservar vidas alheias. Portanto, fica para trás a ideia que o bombeiro é mero “carregador” de água, deixou de ser passivo na espera da eclosão de um acidente ou pedido de socorro ou incêndio, deixou de combater apenas os efeitos para ajudar a combater as causas. Os incêndios florestais ficaram para trás, mas chegaram as chuvas… Andreia Pinto Bombeiros Voluntários da Cruz Branca em novembro de 1993 32 NOVEMBRO 2013 CML APOSTA EM NOVO CICLO Pedro Patrício é o novo comandante do RSB É oriundo da GNR e chegou a desempenhar funções ligadas à área da proteção civil. O Tenente Coronel, Pedro Patrício, foi durante cerca de dois anos número dois do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) e atualmente encontrava-se no Estado Maior da Unidade de Intervenção da GNR. É este o homem escolhido pela Câmara Municipal de Lisboa para suceder ao Coronel Joaquim Leitão no comando do Regimento e Sapadores Bombeiros da cidade. Pela primeira vez na história do RSB o comando é assumido por alguém não oriundo do Exército. Logo após as eleições autárquicas, e ao que o ‘BP’ apurou, António Costa, presidente da autarquia, terá garantido a Joaquim Leitão que “contava” com ele para mais um mandato. Mas mais recentemente, o comandante do RSB que assumiu a li- derança do RSB em 2008, terá sido informado pelo vereador responsável pela proteção civil, Carlos Castro, que afinal era sua intenção substituir a equipa de comando do RSB. Percebendo a intenção da autarquia, Joaquim Leitão acabou por se antecipara e apresentou a demissão, a qual foi aceite. Publicamente, António Costa justificou a decisão com a necessidade de se apostar “num novo ciclo”, não deixando no entanto de “agradecer” e subli- RSB N Joaquim Leitão despede-se da LBP a sequência da saída, a seu pedido, do comando do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSB), o coronel Joaquim Leitão deslocou-se à sede da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), em Lisboa. No encontro com o presidente do conselho executivo da LBP, comandante Jaime Marta Soares, e com outros dirigentes da confederação, o ex-comandante do RSB fez questão de sublinhar o bom entendimento havido no relacionamento entre as duas instituições e, como exemplo, lembrou o facto de, no último aniversário do Regimento, um presidente da Liga ter tido a oportunidade de, pela primeira vez, ter intervido na cerimónia. O comandante Jaime Soares, por seu turno, elogiou a disponibilidade sempre demonstrada pelo coronel Joaquim Leitão para o debate sobre as diferentes temáticas dos bombeiros, desejando-lhe as maiores felicidades nas funções que vier a desempenhar no futuro próximo. nhar o “trabalho” desenvolvido pela equipa que liderou os profissionais da cidade durante os últimos cinco anos. A decisão da autarquia apanhou de surpresa todo o Regimento e em solidariedade para com a equipa liderada por Joaquim Leitão, um grupo de bom- beiros concentrou-se à porta da sede do RSB, no passado dia 22 de novembro, em protesto. À data de fecho desta edição ainda não eram conhecidos os nomes da futura equipa de comando, sendo que Pedro Patrício já assumiu funções. Patrícia Cerdeira LOUVOR/REPREENSÃO À memória dos falecidos comandantes Raul Pedro Sequeira, dos Voluntários Torrejanos, decano dos bombeiros portugueses, e Raul Matias, dos Voluntários de Amarante, figura também incontornável da sua associação. À ministra da Agricultura, Assunção Cristas, pela atitude demonstrada na apresentação dos resultados do DECIF 2013, como se o que se passou, com trágicas consequências, não tivesse nada a ver com o seu departamento. A Crónica do bombeiro Manel D Fugir com o rabo à seringa esculpe senhora ministra da Agricultura mas outro dia depois de ouvir das boas e muito certas do nosso presidente da Liga respondeu com umas coisas com as quais mais parecia, como diz o povo, estar a fugir com o rabo à seringa. Pelos vistos conforme disse a senhora ministra afinal até temos que estar agradecidos ao seu Ministério da Agricultura. A senhora ministra disse que se não tivesse sido feito nada na prevenção então não teríamos 144 mil hectares ardidos mas teríamos 300, 400, 500 mil ou mais hectares ardidos. A sorte que tivemos pelos vistos. Senhora ministra, parece-me uma pessoa simpática e determinada mas agora estragou a imagem que tinha de si. As faltas e os erros só há que assumir e não lhe tinha ficado mal fazê-lo, mesmo que as desculpas apresentadas até nem nos convencessem. Agora, jogar ao ataque como fez é que não. Não é que não tivesse direito a isso. Mas com tudo aquilo que vimos ao longo destes meses a somar à desgraça de ver partir oito dos nossos no combate julgo que só lhe cabia explicar o que tivesse a explicar e acima de tudo não tentar desgraçadamente tapar o sol com a peneira. Ficou-lhe mal. Ainda por cima quando o presidente da Liga lhe disse olhos nos olhos que lamentou a ausência de alguém do Ministério da Agricultura nas oito vezes que levámos os nossos à última morada. Pelos vistos tudo isso passou-lhe ao lado. Mas olhe, há oito famílias que perderam um dos seus entes queridos, alguns até filhos únicos, por terem andado a combater o fogo em sítios de que muita gente e o Ministério da Agricultura também não cuidaram ou não obrigaram outros a cuidar. Agora mudo de assunto para vos falar da plataforma do Ministério da Saúde onde metem os doentes para aceitarmos ou não transportar aos tratamentos. Têm-me contado muitas histórias sobre isto. Aqui vai uma que acontece aí para os lados de Lisboa. Um casal, marido e mulher, com a mesma morada, estão na dita plataforma e vão para tratamento ao mesmo local. Cabe na cabeça de alguém que cada um vá transportado por associação de bombeiros diferente. E pior quando uma das associações está à beira da casa e a outra tem que fazer muitos quilómetros para fazer o dito serviço. [email protected] FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Patrícia Cerdeira, Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore.pt – Edifício Malhoa Plaza – Av.ª José Malhoa, n.º 2 – 1.º – Escr. 1.1 – 1070-325 Lisboa – Telef.: 211 951 109 – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal