Comunicações Terrestres e Via Satélite
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Comunicações Terrestres e Via Satélite INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ELECTRÓNICA E TELECOMUNICAÇÕES E DE COMPUTADORES Co mun ica çõ es Te rr es tr e s e V ia Sat é lit e F icha n º 2 Autores: Manuel Brito dos Santos 31297 Arnaldo Monteiro 25773 Jaquelino Barbosa 32572 Engenheiro: António Serrador ISEL, Julho de 2010 Comunicações Terrestres e Via Satélite Índice Índice de Siglas ............................................................................................................................. 3 Índice de Figuras ........................................................................................................................... 4 Introdução ..................................................................................................................................... 5 1.Análise Teórica .......................................................................................................................... 6 1.1.Escolha do satélite ............................................................................................................... 6 1.2.Escolha dos canais de comunicação .................................................................................... 9 1.2.1.Ligação Ascendente ......................................................................................... 9 1.2.2.Ligação descendente ........................................................................................ 9 1.3.Equipamentos utilizados na estação terrena ...................................................................... 11 1.3.1.Equipamento de fala ....................................................................................... 11 1.3.2.Modem ........................................................................................................... 12 1.3.3.Antena ............................................................................................................ 14 1.3.4.Filtro OMT ..................................................................................................... 15 1.3.4.Transceiver ..................................................................................................... 15 2.Link Budget .............................................................................................................................. 16 2.1.Ligação Ascendente .......................................................................................................... 17 2.2.Ligação descendente ......................................................................................................... 19 3.Conclusão ................................................................................................................................. 23 4.Bibliográfia .............................................................................................................................. 24 Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 2 Comunicações Terrestres e Via Satélite Índice de Siglas GEO – Geoestacinário C/N – Relação portadora/ ruído C/N0 – Relação portadora/ densidade espectral de ruído ET – Estação terrena VSAT – Very Small ApertureTerminal FSS – Fixed Satellite Service ETSI – European Telecommunication Standards Institute Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 3 Comunicações Terrestres e Via Satélite Índice de Figuras Figura 1 – Área de cobertura do Atlantic Bird 2. ............................................................. 6 Figura 2 – Cobertura do Atlantic Bird 2 com visualização de potências. ........................ 7 Figura 3 – Principais características do satélite Atlantic Bird 2. ...................................... 7 Figura 4 – Cobertura na Europa a nível de ERB (máxima potência radiada) pelo satélite Atlantic Bird 2. ................................................................................................................. 8 G Figura 5 – Diagrama da figura de mérito K 1 para a Europa. .................................. 8 T Figura 6 – Gama de frequências para Uplink. .................................................................. 9 Figura 7 – Gama de frequências para downlink. ............................................................ 10 Figura 8 – Canais disponibilizados pelo Atlantic Bird 2 para uplink/downlink. ............ 10 Figura 9 – Conector RJ-11. ............................................................................................ 11 Figura 10 – Interface RJ-11. ........................................................................................... 11 Figura 11 – Telefone....................................................................................................... 11 Figura 12 – Características do modem SkyStar Advantage. ........................................... 13 Figura 13 – Figura ilustrativa de uma ligação em estrela. .............................................. 13 Figura 14 - Descrição da antena utilizada. ..................................................................... 14 Figura 15 – Controlador RC3000. .................................................................................. 14 Figura 16 - Filtro OMT. .................................................................................................. 15 Figura 17 – Ilustração de um filtro OMT para banda Ku. .............................................. 15 Figura 18 - Transceiver................................................................................................... 16 Figura 19 – Esquema ilustrativo da ligação via satélite. ................................................ 17 Figura 20 – Esquema de uma ligação via satélite. .......................................................... 21 Figura 21 – Esquema da ligação via satélite a ser estabelecida...................................... 22 Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 4 Comunicações Terrestres e Via Satélite Introdução Este trabalho tem como principal objectivo projectar um sistema de comunicação de voz via satélite assumindo um satélite geostacionário, com mobilidade. Este projecto inclui os cálculos do Link Budget, o dimensionamento da ligação, verificação da qualidade da ligação e uma proposta de equipamentos a adquirir na estação terrena. Para a implementação deste projecto escolhe-se o satélite adequado, que consiga dar cobertura a Portugal, e fornecer o serviço pretendido. Depois faz-se a proposta de equipamento á adquirir na estação terrena, de modo a que a ligação possa ser estabelecida e finalmente faz-se os cálculos da eficiência da respectiva ligação (cálculos da relação sinal ruído possível para esta ligação). Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 5 Comunicações Terrestres e Via Satélite 1.Análise Teórica 1.1.Escolha do satélite Na escolha do satélite levou-se em conta a particularidade de nas comunicações via satélite o acesso ser universal, com iguais condições de acesso em qualquer ponto da cobertura do satélite, bem como as vantagens de estabelecimento de comunicações em locais que as redes terrestres têm dificuldades em cobrir, o fácil acesso a esta tecnologia, dado que não é necessária uma complexa instalação, necessitando somente de um equipamento de recepção adequado, para além da grande potência e capacidade destas comunicações, uma vez que é possível enviar a mesma informação para milhares de utilizadores, a um custo reduzido. A nossa escolha recaiu sobre um satélite da Eutelsat, o Atlantic Bird 2, por ser um satélite que cobre a área de serviço de Portugal, garante uma grande qualidade de serviço, oferece garantias de continuidade de serviço em casos de falhas devido aos equipamentos e sobretudo a sua grande segurança nas comunicações. O Atlantic Bird 2, encontra-se na posição 8º oeste, cobrindo uma grande parte da Europa, Estados Unidos, Norte de África bem como América do Sul, como se vê na Figura 1. Figura 1 – Área de cobertura do Atlantic Bird 2. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 6 Comunicações Terrestres e Via Satélite Figura 2 – Cobertura do Atlantic Bird 2 com visualização de potências. A Figura 2 ilustra a zona de cobertura do satélite escolhido bem como as potências radiadas para cada zona. Este satélite pertence à frota Atlantic Bird™, tendo sido lançado em 25/9/2001, e disponibiliza serviços de multimédia, incluindo voz. As suas principais características técnicas podem-se resumir no quadro seguinte: Figura 3 – Principais características do satélite Atlantic Bird 2. Além destas características, destaca-se ainda o facto do Atlantic Bird™ suportar comunicação com estações terrenas do tipo Very Small Aperture Terminal (VSAT) e operar na banda de frequência Ku (10.7-14.5 GHz). Vejamos agora em maior pormenor o diagrama da potência radiada pelo satélite para a Europa, Figura 4. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 7 Comunicações Terrestres e Via Satélite Figura 4 – Cobertura na Europa a nível de ERB (máxima potência radiada) pelo satélite Atlantic Bird 2. Como se pode verificar, o satélite possui bons níveis de potência emitida, sendo que na zona de Lisboa têm-se cerca de 46 dBW e para as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira 42 dBW. Também podemos reparar no ângulo de elevação dos terminais e que para estas zonas deve ser superior a 20º para uma boa recepção. No que respeita à ligação ascendente, apresentamos em seguida um diagrama da figura de mérito (G/T) do receptor do satélite., Figura 5. Figura 5 – Diagrama da figura de mérito G 1 K para a Europa. T Como se pode observar na Figura 5, tem-se para Lisboa uma relação G/T a rondar os +2dB/K. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 8 Comunicações Terrestres e Via Satélite 1.2.Escolha dos canais de comunicação Tendo já definido o satélite a utilizar é agora necessário escolher as bandas de frequência a serem utilizadas no estabelecimento do sistema de comunicação. 1.2.1.Ligação Ascendente A ligação ascendente, ou na terminologia anglo-saxónica uplink, diz respeito à ligação que é feita desde a estacão terrena até ao satélite. No Atlantic Bird™ 2, a gama de frequências disponíveis para esta comunicação vai de 13 a 14.50 GHz, e está dividida em vários canais com duas larguras de banda: 36, 54 e 72 MHz. Uma vez que o serviço que pretendemos suportar sobre a ligação satélite é voz, o que não ocupa grande largura de banda, é mais do que suficiente a utilização do canal de 36 MHz. Dentro destes podemos escolher qualquer um que tenha cobertura europeia, tendo a nossa opção recaído sobre o canal F1, cuja frequência central é de 14 024.5 MHz e utiliza polarização horizontal, ilustrado na Figura 6. Figura 6 – Gama de frequências para Uplink. 1.2.2.Ligação descendente Para a comunicação no sentido oposto é utilizada sempre uma frequência mais baixa, isto quando falamos em ligações via satélite. O motivo deste procedimento está relacionado com o facto de para frequência inferiores haver menor atenuação do percurso, o que permite que o satélite não precise de emitir com tanta potência, economizando assim os seus recursos energéticos. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 9 Comunicações Terrestres e Via Satélite Tendo em conta que já escolhemos o canal F1 para uplink, devemos usar o canal de downlink correspondente, que se situa nos 12 524.5 MHz, e tem a mesma largura de banda mas polarização vertical o que permite reduzir na antena a interferência entre os dois sentidos da comunicação. Figura 7 – Gama de frequências para downlink. Embora tenha sido escolhido o canal F1 para o estabelecimento da comunicação, notese que este satélite disponibiliza vários outros canais para outras possíveis comunicações conforme ilustrado na Figura 8. Figura 8 – Canais disponibilizados pelo Atlantic Bird 2 para uplink/downlink. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 10 Comunicações Terrestres e Via Satélite 1.3.Equipamentos utilizados na estação terrena Neste ponto serão apresentados os equipamentos seleccionados para compor a nossa estação terrena, ou seja o terminal que irá transportar o sinal de voz até ao satélite através da ligação rádio. 1.3.1.Equipamento de fala Como equipamento de fala pode-se utilizar qualquer auscultador/microfone que possua uma interface par de cobre com conector RJ-11, Figura 9. Dada a grande variedade destes periféricos, a sua disponibilidade e o seu baixo custo não quisemos especificar nenhum produto em concreto, pois também trata-se de acessórios que não constituem o nosso objecto de estudo. Figura 9 – Conector RJ-11. Figura 10 – Interface RJ-11. Figura 11 – Telefone. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 11 Comunicações Terrestres e Via Satélite 1.3.2.Modem Este equipamento é responsável pela modulação e desmodulação dos sinais eléctricos envolvidos na comunicação, bem como pelo processamento da informação. São variados os tipos de modems que se podem encontrar no mercado, podendo apresentar diferentes combinações de frequências de operação, débito binário, interfaces, aplicações e tipos de modulação (predominantemente digital). O equipamento que escolhemos para desempenhar esta função foi o Skystar Advantage® do fabricante Gilat®, que se destina a ser usado numa arquitectura do tipo estrela, o que é do nosso interesse, pois pode-se ter vários terminais embarcados em veículos a comunicarem para a estação Hub que estaria situada no ponto de controlo do sistema de comunicação implementado. Este equipamento sustenta várias aplicações no domínio das tecnologias de informação, aos quais costa o serviço de voz, que é assegurado através de uma placa de expansão destinada a este fim e que possui uma interface RJ11 para ligação ao telefone. Na Figura 12 encontra-se ilustrado algumas características importantes relativas ao Modem Skystar Advantage®. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 12 Comunicações Terrestres e Via Satélite Figura 12 – Características do modem SkyStar Advantage. Constata-se que este equipamento disponibiliza uma ligação com um débito máximo de 153,6 kbps o que é mais que suficiente para transmitir sinais de fala com uma qualidade aceitável. Além disso, é suportada a banda do espectro escolhida para a comunicação (Ku), bem como o acesso TDMA, tipicamente usado em sistemas de comunicação digital. A variedade de interfaces permite ainda o enriquecimento da rede em complexidade através da integração de novos periféricos. Figura 13 – Figura ilustrativa de uma ligação em estrela. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 13 Comunicações Terrestres e Via Satélite 1.3.3.Antena Este componente tem como função captar e emitir radiação electromagnética nas bandas de comunicação desejadas. Tendo o nosso sistema como particularidade o facto de os terminais estarem montados em veículos, fomos à procura de antenas parabólicas destinadas a esse tipo de montagem e que tivessem as dimensões pretendidas, Figura 14. Figura 14 - Descrição da antena utilizada. As características desta antena não variam muito dos valores típicos para sistemas VSAT. No entanto esta parabólica pode ser adquirida conjuntamente com um equipamento extra do qual se destaca um controlador - o RC3000 – cujo aspecto se mostra na Figura 15. O RC3000 está dotado da capacidade de calcular o ângulo de azimute e o ângulo de elevação do satélite de modo a alinhar a antena com o satélite. Com o auxílio de um módulo GPS, este equipamento realiza continuamente uma monitorização e correcção do alinhamento da antena, o que se pode revelar bastante versátil numa situação de emergência, poupando tempo e esforços. Figura 15 – Controlador RC3000. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 14 Comunicações Terrestres e Via Satélite 1.3.4.Filtro OMT Ligado directamente ao feeder da nossa antena, encontra-se o filtro Orthomode Transducer (OMT), que destina-se a separar os sinais de Tx e Rx para guias de onda diferentes. O filtro seleccionado é do fabricante Norsat® e reúne as principais características: Figura 16 - Filtro OMT. Figura 17 – Ilustração de um filtro OMT para banda Ku. Como se pode observar, o filtro destina-se à banda que vamos utilizar e combina uma baixa atenuação com uma razão de rejeição de Tx na recepção de 41,8 dB. 1.3.4.Transceiver Seguidamente ao filtro OMT está o transceiver, que não é mais do que um elemento que combina o bloco de transmissão e o de recepção. A componente de recepção é constituída por um bloco de baixo ruído (LNB), que está subdividido em amplificador de baixo ruído (LNA) misturador e filtro rejeita imagem. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 15 Comunicações Terrestres e Via Satélite O funcionamento do LNB baseia-se no princípio do receptor superheterodino, recebendo na entrada um sinal de microondas proveniente do satélite que é amplificado e transladado para uma frequência de RF intermédia (IF) à qual o modem está preparado para receber. Já no que respeita à transmissão existe o Solid State Power Block (SSPB), que está encarregue de elevar na frequência os sinais produzidos pelo modem, injectando-lhe potência suficiente para que cheguem ao satélite com uma relação sinal - ruído satisfatória. O transceiver escolhido é do fabricante TSI Technology, Inc. e apresenta as seguintes especificações: Figura 18 - Transceiver. 2.Link Budget Considera-se uma ligação de voz, via satélite, e vai fazer-se uma análise à qualidade da mesma recorrendo ao C/N0, já que o uso do C/N fica dependente da largura de banda do sistema. Vai ainda ser verificado que valores de potência são necessários emitir na estação terrena e que valores de potência são recebidos na recepção para ter uma qualidade aceitável. Tendo sido realizado a escolha dos equipamentos necessários a implementação do sistema VSAT, tem-se então uma solução ilustrada na Figura 19. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 16 Comunicações Terrestres e Via Satélite Figura 19 – Esquema ilustrativo da ligação via satélite. Neste momento, estamos em condições de realizar o link budget, que é um meio de quantificar a qualidade da ligação num determinado sentido. A relação que avalia essa qualidade é a relação C/N (relação portadora/ruído), que aparece tipicamente em decibéis e relaciona a potência do sinal transmitido com a potência do ruído térmico, que aparece devido a várias fontes, em que o mais relevante é o equipamento de recepção utilizado. A relação C/N pode ser encontrada a partir da relação portadora / densidade espectral de ruído - C/No – se for conhecida a largura de banda do canal, pois N = LB * No. Logicamente, a relação C/No aparece em unidades dB * Hz, e é conhecida a expressão para o seu cálculo: PTX GTXMÁX 1 G RMÁX C LT L FTX L FS L A L R L FRX L POL N0 TA 1 TR TF 1 L FRX L FRX 1 k Tendo estes conceitos presentes vamos em seguida realizar o link budget para cada uma das ligações. 2.1.Ligação Ascendente Nesta ligação recorde-se que estamos a usar o canal F1 de uplink do Atlantic Bird™ que corresponde à frequência central de 14 024.5 MHz e logo λ= c/f = 21,39 mm. Tendo agora o comprimento de onda, vamos calcular a atenuação no percurso que é dada pela seguinte expressão: Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 17 Comunicações Terrestres e Via Satélite Sendo R a distância da estacão terrena ao satélite e R0 a distancia do equador ao satélite. Como é conhecido, e tendo como referência a capital do país para efeitos de planeamento, Lisboa localiza-se a 38º Norte e 9º Oeste. O satélite escolhido tem longitude 8º Oeste e latitude 0º, pois trata-se de um GEO e logo vai estar na linha do equador. Sendo assim vem: 2 R R0 1 0.42(1 cos 38 cos( 8 9 )) 1.089 LFS 4 * 35779 *10 3 2 *1.089 206.82dB 10 log 0.02139 Quanto à atenuação introduzida pelos gases da atmosfera não nos é possível quantificála com exactidão, pois apresenta um grande dinamismo, podendo variar ao longo da existência do canal de comunicação. Por esse motivo, achamos adequado considerar LA=1dB, o que não está longe dos valores médios obtidos na prática. No que respeita ao desalinhamento do feixe não podemos indicar o seu valor preciso, não obstante o facto de a antena estar embarcada num veículo e a sua orientação não ser sempre a mesma. Apesar de termos um controlador que efectua o alinhamento, seria ingénuo da nossa parte admitir que este era perfeito. Assim, decidimos considerar um desalinhamento de 0,1º, o que parece ser aceitável. Para se calcular a atenuação induzida por este factor precisamos antes de mais, saber qual a abertura da antena a 3dB. Contudo, esta informação não nos é fornecida nas especificações do utilizador, mas podemos calculá-la. 3dB 70 / D 70 * 0,02139 1,2478º 1,2 A atenuação devido ao desalinhamento vem: 2 0,1º LT 12 T 12 0,077dB 1,2478º 3dB 2 Quanto à potência de emissão consideramos a máxima que a secção SSPB do transceiver consegue fornecer e que é de PTx=50W = 17dBW. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 18 Comunicações Terrestres e Via Satélite A antena utilizada no terminal possuiu um ganho de transmissão máximo GTmax = 43,5dBi, e uma atenuação no feed de LFTX=0,1dB. Recorde-se que para a zona de Lisboa a figura de mérito do receptor do satélite é de 2dB/K. Reunindo agora estes dados, calculemos então a nossa relação C/N0: PTX GTXMÁX 1 G RMÁX LT LFTX LFS L A LR LFRX LPOL C N0 TA 1 TR TF 1 LFRX LFRX C N0 1 k EIRP LFS L A G / T 10 log k dB EIRP PT x GT max LT LFTX 17 43,5 0,077 0,1 60,32dBW C N0 60,32 206,82 1 2 228,599 83,099dB.Hz dB Como sabemos também a largura de banda do canal (36MHz) usado na ligação podemos por fim calcular a relação portadora/ruído. C N dB C N0 LBdB 83,099 10 log( 36 *10 6 ) 7,536dB dB 2.2.Ligação descendente No que diz respeito à ligação descendente ou downlink, é usada a frequência de 12 524,5 MHz, a que corresponde a um comprimento de onda λ = 23,953 mm. Para este R valor calcule-se a atenuação do percurso, não esquecendo que a relação R0 2 permanece inalterada e igual a 1,089, pois a nossa localização de referência é a mesma. LFS 4 * 35779 *10 3 2 *1.089 205.84dB 10 log 0.023953 Para as perdas da atmosfera, consideremos novamente LA=1dB. Em seguida é preciso calcular a figura de mérito do receptor do VSAT o que se consegue a partir da seguinte expressão: Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 19 Comunicações Terrestres e Via Satélite G RMÁX G /T LR LFRX LPOL TA 1 TR TF 1 LFRX LFRX Os parâmetros TA e TF dizem respeito à temperatura de ruído da antena e do feed e que podem ser encontrados na especificações do fabricante daquele equipamento, sendo igual a 53K para uma elevação de 30º que deverá estar próxima da que necessitamos para orientar a antena em direcção ao satélite. O TR identifica a temperatura de ruído do bloco que se segue ao feed (secção LNB do transceiver) e que tem o valor típico de 80K. O LFRX é a atenuação introduzida pelo feed na recepção que é de 0,3dB. Quanto ao ganho máximo da antena para Rx é de 41,8dBi. As perdas devidas ao desalinhamento do feixe admitindo novamente um desvio de 0,1º, podem ser novamente calculadas: 3dB 70 / D 70 * 0,023953 1,39725º 1,2 2 0,1º LR 12 R 12 0,0615dB 1,39725º 3dB 2 Quanto à atenuação relacionada com problemas de polarização resolvemos desprezá-la, pois acreditamos não vir a ter grande significado no total do cálculo, devido à sua ordem de grandeza reduzida. Calculemos então a figura de mérito: 15135,61 13927,03 1,01426 *1,0715 *1 G /T 104,715K 1 20,2dB / K 133 53 1 531 80 1,0715 1,0715 A EIRP fornecida pelo satélite é de 46dBW, como se pode verificar nos diagramas de cobertura do Atlantic Bird™ 2, pelo que agora temos reunidas todos os dados necessários ao calculo de C/N0. C N0 EIRP LFS L A G / T 10 log k 46 205,84 1 20,2 228,6 87,96dB.Hz dB À semelhança do que fizemos para a ligação ascendente podemos ainda achar a relação portadora - ruído: Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 20 Comunicações Terrestres e Via Satélite C N dB C N0 LBdB 87,96 10 log( 36 *10 6 ) 12,396dB dB Como conclusão da realização do link budget das duas ligações, podemos observar que a qualidade de recepção é superior em relação à de transmissão em cerca de 4dB o que é bastante considerável (melhor 125%). Esquematizando, temos a comunicação bidireccional descrita na Figura 20. Figura 20 – Esquema de uma ligação via satélite. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 21 Comunicações Terrestres e Via Satélite Figura 21 – Esquema da ligação via satélite a ser estabelecida. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 22 Comunicações Terrestres e Via Satélite 3.Conclusão Na elaboração do presente trabalho levou-se em conta alguns aspectos que se consideram importante numa ligação via satélite. Problemas que possam resultar da interligação dos vários equipamentos, bem como de outros aspectos externos aos sistemas terrestres que poderão influenciar em muito a ligação. Para a ligação dos vários equipamentos teve-se em atenção que estes têm de ser compatíveis entre si, nomeadamente na interligação de frequências, sendo também importante verificar interferências que poderão existir entre estes. Também em relação à disposição dos equipamentos pode-se salientar ainda a importância do alinhamento das antenas terrestres com o satélite, visto que um pequeno desvio poderá aumentar bastante a atenuação ao sinal. Em relação aos factores externos verificou-se que com a variação das condições atmosféricas pode-se ter uma variação da atenuação, provocando assim um decréscimo dos níveis de potência do sinal. Em jeito de balanço final do trabalho podemos concluir que foram alcançados os objectivos propostos, tendo-se conseguido dimensionar uma ligação de voz via satélite e de uma forma geral alargar o nosso conhecimento no âmbito de equipamentos de telecomunicações bem como a aplicação na prática de alguns dos conhecimentos adquiridos no âmbito da disciplina de CTVS. Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 23 Comunicações Terrestres e Via Satélite 4.Bibliográfia Modem Skystar Advantage: http://www.eutelsat.com/satellites/4_5_1_1.html Controlador da antena (Equipamento RC3000): http://www.researchconcepts.com/rc3000.htm Utilização de terminais VSAT: http://www.override.pt/solucoes_primesat.htm Filtro OMT: http://en.wikipedia.org/wiki/Orthomode_transducer Transceivers: http://www.echelon.com/products/transceivers/default.htm LNB (Low-Noise Block Converter): http://pt.wikipedia.org/wiki/LNB SOLID-STATE POWER block: http://www.tpub.com/neets/book7/27.htm Satellites Atlantic Bird: http://www.eutelsat.com/satellites/8wab2_popd.html# Comunicações Terrestres e Via Satélite Página 24
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