SINAL vERDE pARA O CRéDITO

Transcrição

SINAL vERDE pARA O CRéDITO
P05
Editorial
Nascer com 50 anos de experiência.
Uma nova etapa que vamos viver juntos.
Acaba de nascer a nova Localcred. Uma empresa alinhada e
conectada com os ideais que mudam o mundo.
Acreditamos que o crescimento do crédito com consciência
transforma sonhos em realidade, contribuindo para a evolução
da economia e do nosso mercado.
Neste contexto, nosso DNA tem a herança de duas das
grandes empresas que fizeram parte da história da cobrança
do nosso país.
Por isso, já nascemos prontos para recuperar muito mais do
que o crédito. Em cada atendimento reintegramos a dignidade
das pessoas e a perspectiva de um futuro melhor.
Essa é a nossa meta!
Com o entusiasmo de uma criança nos
dedicamos para superar todos os
desafios, comprometidos com a
qualidade, com as pessoas e com
os nossos clientes, para juntos,
conquistarmos sempre mais!
DATACENTER
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E EXTERNO
(CONTINGÊNCIA)
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COM CRM
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POLÍTICA DE
SEGURANÇA
DENTRO DAS
NORMAS
INTERNACIONAIS
P10
A Credit Performance é a primeira e única
revista especializada na indústria brasileira de
crédito e cobrança. A publicação é idealizada
pela CMS - Credit Management Solutions, a
organização líder em interação e conteúdos
da indústria latina de crédito com atuação em
19 países da América e Europa, e conta com o
apoio do Instituto GEOC e Serasa Experian.
Com periodicidade trimestral e tiragem de
5.500 exemplares, a revista oferece conteúdo
especialmente desenvolvido para executivos
líderes de grandes corporações e empresas
da área. Distribuição exclusiva e gratuita.
CONSELHO EDITORIAL:
Carlos Zanchi, Egberto Blanco, Elane
Cortez, Jair Lantaller, Jefferson Frauches,
Luis Barbuda, Luis Carlos Bento, Luiz
Hidalgo, Pablo Salamone, Paulo Busch,
Victoria Iturrieta.
REDAÇÃO:
Christiane Moraes
Camila Balthazar
Isabela Barros
Isaura Daniel
Editora e jornalista
responsável:
Elane Cortez
MTB 0000687|MA
5 SITES
PRÓPRIOS
Agora somos Localcred,
sempre mais com você.
REVISÃO E COLABORAÇÃO:
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E-mail da redação:
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Diagramação:
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www.hoffmannestudio.com
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Tel. (11) 3868-2883/ 3865-7013
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crédito e cobrança.
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Credit Performance é uma publicação da
CMS – Credit Management Solutions. Todos
os direitos reservados, proibida a reprodução
total ou parcial sem prévia autorização.
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ACONTECEU NO MERCADO
A DESCOBERTA DE
ATLANTA: a capital do estado da
N 17
º
Sumário
SETEMBRO 2013
P24
Georgia e atualmente a região de maior
crescimento dos EUA foi cenário da troca
de experiências e de conhecimento no CMS
Field Trip - C&C Best Practices Meeting.
CAPA
BRASIL: O PAÍS DO
CRÉDITO GIGANTE?
P12
O crescimento da indústria de Crédito e
Cobrança nos últimos anos é inegável,
mas será que com a desaceleração do
crescimento, temos chance de ser gigantes nesse segmento?
IDEIAS E TENDENCIAS
Tecnologia a serviço do
combate às fraudes nas
transações não presenciais:
Artigo de Fabio Wendling.
P20
PROGRESSO E DESENVOLVIMENTO
A TECNOLOGIA CONTRA O
RISCO: A automatização do ciclo do
crédito é uma realidade, ainda mais com
a democratização trazida pela internet.
Agora, pequenas e médias empresas
também podem aderir à onda high tech.
P28
OPINIÃO
REALIDADES DE 2013 E
PERSPECTIVAS PARA 2014,
por Egberto Hernandes Blanco
P34
MERCADO NA MIRA
CASE EM DESTAQUE:
P06
ENTREVISTA
DELFIM NETTO
Economista e ex-Ministro da Economia
que encabeçou a era do Milagre Econômico brasileiro mostra na entrevista à Credit
Performance uma perspectiva positiva em
relação ao que se pode esperar do país nos
próximos meses.
P14
SEGMENTO E GLOBALIZAÇÃO
A NOVA CLASSE MÉDIA:
Reflexo do consumo ou responsável pelo
seu crescimento? Qualquer que seja a
linha escolhida pelos especialistas, o fato
é que mais e mais integrantes se somam
cada dia a essa classe, que pretende dominar as estatísticas e exigir muito mais.
A CP abre um espaço especial voltado às
melhores práticas da indústria de C&C.
A estreia da seção fica por conta da Way
Back, uma empresa com mais de 20 anos
de experiência e que aposta em um amplo
portfólio de produtos sob medida para
atrair e reter a carteira de clientes.
P18
INDICADORES
TERCEIRA IDADE EM DÍVIDA:
A faixa etária com mais de 65 é o vice-campeão em inadimplência no Brasil. O que faz
com que o sonho da aposentadoria se torne
um pesadelo para quem sempre esteve em
dia com as contas?
P40
NOVIDADES E AGENDA
Confira as principais notícias rápidas da
indústria de crédito e cobrança, além de
se programar para os próximos eventos
da CMS em todo o mundo.
P30
DESTAQUES
NETWORKING:
P42
Em um mundo cada vez mais conectado
e mediado por relações virtuais, o bom
e velho contato pessoal na formação de
uma consistente rede de relacionamentos profissionais se mostra mais atual do
que nunca.
SOFISTICAÇÃO & LUXO
GOLFE: o esporte aristocrático tende
a ganhar cada vez mais adeptos entre os
executivos no Brasil pela capacidade de
trabalhar habilidades fundamentais no
mundo corporativo.
P46
PELO MUNDO
SANTIAGO:
A sede do 11º Congresso Latino-Americano
de Crédito e Cobrança é o ambiente perfeito para a geração de negócios, com muitas
atrações culturais e gastronômicas.
P36
TENDÊNCIAS
COMPRA E VENDA
DE CARTEIRAS:
Um mercado que ainda engatinha, mas
que promete abrir novas oportunidades de
negócios, que vão das transações consideradas tradicionais à criação de fundos de
investimento.
Credit Performance
3
Editorial
O elo das alianças
inteligentes espera por você
Esse é um dos melhores e mais desafiadores
períodos do ano. A preparação para a 9ª
edição do Congresso Nacional de Crédito
e Cobrança está a pleno vapor. O trabalho
não para, mas nosso objetivo faz com
que todo o esforço seja recompensado:
queremos mais uma vez reunir cerca de
2 mil tomadores de decisão da indústria,
para trocar experiências, compartilhar
conhecimento, ampliar a rede de
networking e, claro, fechar negócios.
Como resultado de nossa constante
renovação, desenvolvemos muitas
novidades para 2013. Nova sede e maior
capacidade de público são alguns dos itens
da lista que evidenciam o crescimento
deste evento que já é o maior encontro
latino-americano do setor.
Destaque
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negócio. São produtos e serviços exclusivos, que vão desde
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sua empresa. Tudo muito prático, rápido e rentável. E o melhor:
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Durante os dias 22 e 23 de outubro, cerca
de 80 speakers passarão pelos palcos do
Expo Center Norte. Destaco a palestra de
abertura do ex-ministro Antonio Delfim
Netto, cujo tema será “O gigante
acordou ou adormeceu?”. Durante
uma entrevista exclusiva à revista, o
economista, um dos mais renomados
do país, concedeu uma prévia de suas
famosas opiniões que serão detalhadas no
Congresso. Em sua opinião, o horizonte da
economia brasileira é muito mais azul do
que a maioria do empresariado brasileiro
pensa. E há muito espaço para crescer
no nosso segmento, principalmente no
crédito imobiliário.
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Pablo Salamone
Presidente CMS
Com esse pensamento positivo e
consciente de que nosso mercado
crescerá 40% até 2015, estruturamos a
programação do evento com base no tema
principal “Alianças Inteligentes: O Crédito
no Brasil pensado estrategicamente
para gerar crescimento”. Isso porque,
como todos sabem, no contexto atual,
nenhuma empresa ou líder pode estar
isolado. Precisamos, juntos, pensar
estrategicamente para alcançar os níveis
de crescimento desejados para a economia
e para a nossa indústria.
Dessa constatação nasce outra
novidade para o Congresso: o Credit
Networking Lab. Em formato de mesas
de discussão, esta atividade especial
terá como líder um dos headhunters
mais respeitados do cenário nacional
e internacional, Robert Wong. A
dinâmica evidenciará ainda mais porque
o networking é um dos pilares das Alianças
Inteligentes.
Cada um dos temas que serão
apresentados no Congresso podem ser
lidos nesta edição da revista. A ideia é
fazer um aquecimento para os assuntos
que serão aprofundados durante os dois
dias. Costumo dizer que é um teaser, pois
o melhor ainda está por vir. Na matéria
de capa, por exemplo, procuramos
entender o panorama do assunto que
será exposto pelos presidentes e VPs de
grandes entidades financeiras no evento.
É verdade que o crédito virou gigante
no Brasil nos últimos anos, porém ainda
é pequeno se comparado ao de países
desenvolvidos. Ou seja, vamos trabalhar
para crescer. Estamos ansiosos e animados
para compartilhar tudo o que preparamos
até agora. Enquanto isso, aproveitem o
conteúdo da revista e das entrevistas com
os principais executivos do setor. Espero
que gostem e que nos encontremos no
9º Congresso Nacional de Crédito e
Cobrança. Esse é o primeiro passo para
formar a maior das Alianças Inteligentes,
que fará nossa indústria se desenvolver
consistentemente.
Vamos em frente!
Credit Performance
5
Entrevista
delfim netto
Economista e ex-Ministro
Por
Cristiane
Moraes
D
um brasil de
oportunidades
iguais
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Credit Performance
“Houve uma expansão muito grande do crédito que foi
muito saudável. Talvez tenha sido mais importante do que o
aumento de renda: a bancarização do brasileiro, levando- o a
tomar crédito”.
urante a entrevista, mesmo sorrindo e brincando,
o professor fala com muita
tranquilidade e firmeza sobre sua visão da economia brasileira e
como vê um horizonte muito mais azul
que a maioria do empresariado brasileiro. Delfim Netto é economista, formado
pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo
(FEA/USP), onde é professor emérito.
Foi Ministro da Fazenda (1967/74), da
Agricultura (1979) e Ministro-chefe da
Secretaria de Planejamento da Presi-
dência da República (1979/85). Durante
o período em que esteve na Fazenda, a
economia brasileira registrou as maiores
taxas de crescimento na história, cerca
de 10% ao ano, considerado o Milagre
Econômico.
Credit Performance – Desde o início
de 2013 temos acompanhado um aumento da Taxa Selic. Essa alta é preocupante? Na sua visão o Brasil pode
voltar ao patamar de dois dígitos?
Delfim Netto - Pelo contrário. O Banco
Central aceitou a sua missão. Durante
muito tempo aceitou a dominância fiscal. Hoje, o BC não aceita mais e está
cumprindo a sua função, que é a de
tentar manter a expectativa de inflação para 4,5%. Na minha visão deve
continuar muito bem nessa tarefa. É
desagradável, mas é necessário. De
qualquer forma, a taxa de juro real hoje
é ainda muito menor do que era no
passado e não acredito que possamos
chegar aos dois dígitos.
uma redução da demanda. Como você
tem que reduzir a demanda global até
o nível da oferta global, a taxa de juros vai onde tiver que ir para fazer esse
controle. Honestamente, não acredito
que hoje o Brasil tenha algum risco de
perder o controle da inflação. Ela deve
se manter em 5,5% e, se o Banco Central tiver sucesso em um horizonte de
24 meses, ela caminha para 4,5%. Com
essa inflação e uma taxa de juro real
que não pode ser muito superior a 3%,
a probabilidade de juros permanentemente de dois dígitos é muito pequena.
Ocasionalmente pode acontecer, enquanto a inflação estiver em 6%, mas
são poucas as chances.
CP - Isso depende necessariamente
da inflação?
DN - Depende da taxa de juros e da
contribuição da demanda pública. O
que é inflação? É o excesso de demanda com relação à oferta. Existe a
demanda pública e a demanda privada.
A demanda pública não depende da
taxa de juro, já que tem relação com a
vontade do governo. Por outro lado, se
restringir a demanda privada, aumentando a taxa de juros, a consequência é
Na opinião do economista - um dos mais
renomados do País, autor de vários livros
sobre os problemas da economia brasileira e colunista de dois importantes jornais - apesar do crescimento longe dos
dois dígitos, o Brasil cresceu em igualdade de oportunidade e a bancarização do
CP - Recentemente, o Banco Central
acabou agindo para controlar a alta
do dólar. Como essa questão afeta a
economia e a confiança do mercado?
DN - O Brasil não tem nenhum risco
fiscal, ainda que a política fiscal seja
expansiva. O déficit nominal fica entre
2,5% a 3%, o que não é nada fora de
propósito. E a dívida bruta é em torno
de 60% do PIB. Essa é talvez o dobro
do que deveria ser em um país com o
nosso nível de renda e estágio de desenvolvimento. Mas também não ofe-
brasileiro, que passou a tomar crédito, foi
muito importante para uma evolução e
crescimento das oportunidades no Brasil. “As desigualdades na distribuição de
renda foram reduzidas. Portanto, a redução do crescimento não é um defeito
em si. Acho que poderíamos ter feito
um pouco melhor, mas provavelmente
nunca voltaremos àquele crescimento
de 10% porque hoje as preocupações
são outras”, ressalta. Para ele, ainda existe espaço para crescer no segmento de
C&C e o crédito imobiliário será uma
escolha adequada nessa direção.
rece nenhum risco. Permanece estável
e vai continuar. O Brasil não tem risco
fiscal e monetário. Não existe nenhum
risco do país perder o controle da inflação. A inflação tem mantido o limite
superior da banda como acontece em
todo o país que tem banda. Porém,
existia um erro grave no câmbio. Desde
2008, um pouco antes talvez, se começou uma política de aumento de salários nominais muito acima do ganho de
produtividade da mão de obra e muito
acima da inflação. Esses aumentos salariais vão para onde? Eles só têm duas
saídas: fazer a demanda ser superior à
oferta global com aumento de inflação
ou déficit em contas correntes. O excesso de demanda se dissipa em inflação ou conta corrente, que é o que está
acontecendo. O Brasil terá esse ano um
déficit de conta corrente parecido com
US$ 80 bilhões.
CP – E como esse déficit afeta no
dólar?
DN – Contas correntes significam tudo
aquilo que você importa e exporta.
Você está usando US$ 80 bilhões de
poupança externa para financiar o dispêndio interno. Nos últimos cinco anos,
são mais de US$ 200 bilhões em contas
Credit Performance
7
Entrevista
muito rápida do câmbio brasileiro, ou
seja, a causa era aquela mesma. Isso, na
minha opinião, está superado e não é
um problema grave.
“Eu não tenho a menor dúvida que o Brasil melhorou
dramaticamente, ainda que a taxa de crescimento tenha
sido reduzida”.
correntes. Essa elevação do dólar é simplesmente a resposta do mercado para
esse desequilíbrio. Como corrigir isso?
Elevando a taxa do dólar ao câmbio
real. O que acontece é que estamos no
regime de tripé, buscando um equilíbrio fiscal, monetário e da flutuação do
câmbio. Com esse sistema ficou claro
que não existe controle sobre o tamanho da economia interna. Isso porque
a taxa de juros interna menos a externa
determina o movimento de capital e
isso valoriza o câmbio nominal. Com
os salários nominais crescendo muito
e o câmbio nominal descendo muito,
o que aconteceu com o câmbio real?
O câmbio real é o quociente do câmbio nominal e o salário nominal. Se um
está subindo e outro está descendo, o
quociente está caindo dramaticamente.
A valorização do câmbio produziu esse
problema sério no balanço de contas
correntes e ainda há um problema mais
grave, que foi a destruição do sistema
industrial brasileiro, submetendo a uma
8
Credit Performance
competição totalmente desleal. O mercado corrigiu e o movimento do câmbio, ao contrário de demonstrar um desiquilíbrio, na verdade foi em direção ao
desequilíbrio que estava perdido. Ele
mostra outras coisas também, como,
por exemplo, que em um país desenvolvido como o nosso, tem que prestar
atenção na sua política monetária porque ela precisa manter o país em pleno
emprego. Se essa política é perturbada
pela política monetária externa, você
tem que induzir alguma restrição no
movimento de capitais.
Foi o que aconteceu no passado. Na
época, as pessoas criticaram o governo e o ministro, que diziam existir uma
guerra cambial. É curioso como o efeito
mostrou que o Guido (Ministro Guido
Mantega) estava certo. Naquela época
se dizia: “imagina se a política monetária americana está valorizando o câmbio
brasileiro”. Quando se tentou montar a
política deles foi uma desformalização
CP - Em 2010, por conta da crise
mundial, o governo brasileiro apostou
no consumo e na ascensão da classe
média, para estimular o consumo e
garantir o crescimento embasado no
crédito. Como o senhor analisa essa
estratégia? Quais outras ferramentas
podem ser aplicadas para estimular o
crescimento?
DN - Claro que a estratégia de manter
o nível de atividade é correta. O governo não pretendia simplesmente aumentar o consumo. Ele não conseguiu
com sua política cooptar o setor privado para os investimentos. Isso basicamente mostra que o governo está em
uma situação muito delicada. Se não
houver sucesso nos leilões das concessões, não vai aumentar o investimento
e, portanto, vai crescer muito pouco.
Se você olhar o crescimento do segundo trimestre de 2013 contra o de 2012,
você vai ver que esse espanto que as
pessoas tiveram com o crescimento de
1,5% simplesmente mostra que há uma
desconexão entre a realidade e a concepção da realidade. Você vai ver que
não existe nada de misterioso nisso. Isso
foi produzido por dois efeitos interessantes. Um deles foi uma safra agrícola importante. Do lado da oferta, uma
pequena recuperaçao da indústria e, do
lado da demanda, o consumo cresceu
praticamente o mesmo. O que aumentou foi o investimento e isso diminuiu
o buraco na conta corrente, mostrando
que os investimentos foram maiores
neste ano do que no passado na mesma
época. Concluindo, as empresas estavam mais otimistas que agora. Mesmo
assim, parece que o esporte nacional é
o pessimismo. Quem for mais pessimista leva o prêmio. Isso é o que os empresários estão pensando, mas a realidade
é diferente.
CP - Neste segundo semestre, a
inadimplência tem apresentado uma
estabilidade, mesmo com o aumento
da taxa de juros. Os consumidores estão gastando menos ou estão pagando mais em dia?
DN - Estamos aprendendo. Houve
uma expansão muito grande do crédito que foi muito saudável. Talvez tenha
sido mais importante do que o aumento
de renda: a bancarização do brasileiro,
levando-o a tomar crédito. Antes, era
ridículo: tínhamos uma relaçao crédito-dívida-PIB de 25% e, hoje, está em
49%. Ainda é muito pequena e existe
margem para crescer. Acontece que,
como foi muito violenta, houve um
esgorjamento, ou seja, as pessoas ficaram entupidas. Mas vejo que já estão
aprendendo e, por conta disso, o nível
de inadimplência estabilizou. Mesmo
assim, claro que isso depende da natureza do crédito.
CP - Tivemos um estímulo grande do
crédito para o consumo, que agora
está mais voltado para a compra da
casa própria. Esse é o caminho certo?
DN - Acho que a expansão do crédito
imobiliário é feita de maneira adequada. É um empréstimo cuja probabilidade de ter um desarranjo no pagamento
é muito pequena. Seria preciso uma
tragédia na economia para que isso
acontecesse. Não existe nenhuma razão para imaginar uma coisa dessas.
CP - Quando o senhor foi Ministro da
Economia e de Planejamento, entre
as décadas 70 e 80, foi um dos responsáveis pelo Milagre Econômico,
período de crescimento excepcional
do País. É claro que a época e o contexto eram outros, porém quais estratégias e iniciativas daquela época
poderiam ser aplicadas hoje? Aquele
crescimento seria possível nos dias
atuais?
DN - Nunca houve milagre. Milagre é
efeito sem causa. Neste caso é muito
simples. Qual é a carga tributária bruta
no tempo em que o Brasil crescia 10% ao
ano? Na verdade, o Brasil cresceu 7,5%
ao ano por 30 anos seguidos. Qual era
o segredo? A carga tributária bruta nos
anos de 1970 era 24% e hoje é de 36%.
Ou seja, você produzia 100 e o governo
ficava com 24. Hoje você produz 100
e o governo fica com 36. E quanto era
devolvido em termos de infraestrutura?
5%! Foi por isso que se construiu Itaipu,
os portos e as estradas. Hoje se devolve
menos de 2%. Visto dessa forma, justifica-se porque o crescimento murchou.
Mas tem uma contrapartida que foi a
criação da classe média, que é quem
vai acabar produzindo o crescimento
que nós precisamos nas estradas. As
desigualdades na distribuição de renda
foram reduzidas. Portanto, a redução
do crescimento não é um defeito em
si. Acho que poderíamos ter feito um
pouco melhor, mas, provavelmente,
nunca voltaremos àquele crescimento
de 10% porque hoje as preocupações
são outras. A Constituição Brasileira é
a grande mudança. Ela deu solidez às
instituições. O Brasil hoje é um país que
quer uma república, ou seja, que todos
estejam sujeitos à mesma lei. E mais,
quer uma democracia em que de quatro em quatro anos haja uma eleição
livre. Todos sabem como é para votar
e depois de oito horas sabem quem
ganhou a eleição, não existe roubalheira. O Brasil é um país que quer que a
igualdade de oportunidade cresça. Essa
é a grande diferença. Isso está na Constituição e significa igualdade de oportunidade. Quer dizer que não interessa se
você foi fabricada na suíte presidencial
de um hotel de luxo ou se foi fabricada
em um sábado à noite com o pai meio
bêbado no Museu do Ipiranga. Uma
vez produzida, você tem direitos.
CP - Que direitos são esses?
DN - Direitos de construir seu aparato
de apreensão do mundo igual ao dele,
ou seja, a justiça se faz no ponto de partida, e não no ponto de chegada. Todos
têm que sair no mesmo lugar, precisam
ter duas pernas para poder correr. Porque o capitalismo é um processo de
corrida terrível. Onde você vai chegar?
Depende do seu DNA, da sorte e de
uma porção de coisas. Mas, se o ponto
de partida for o mesmo, tem uma relativa justiça. A injustiça está em você fixar
o ponto de chegada e não tomar conhecimento do ponto de partida. Isso
está dentro da Constituição. Os valores
da Constituição são diferentes e ela
não está pedindo uma sociedade em
que apenas o crescimento econômico
seja o fator principal. Ela pede por uma
sociedade mais justa, que é justamente a maior igualdade de oportunidade,
entre outras coisas. Naquele tempo
(quando foi ministro) ninguém pensava, por exemplo, no meio ambiente. Essas coisas foram adquiridas e aos poucos vamos aprendendo. Eu não tenho a
menor dúvida de que o Brasil melhorou
dramaticamente, ainda que a taxa de
crescimento tenha sido reduzida.
CP – Por isso o senhor defende que
os empresários estão sendo mais pessimistas que deveriam?
DN - Há uma desconfiança mútua,
que é totalmente injustificada. Tenho
uma enorme admiração pela presidenta
Dilma. É competente e, acima de tudo,
tem uma seriedade inacreditável. Ela
não tem a menor complacência com o
mal feito. Tudo que ela fez estava certo.
Tentar reduzir a tarifa de energia elétrica, melhorar os portos. Só que a forma
de fazer é bruta, tudo é no jogo de braço. Porém, isso vai ter resultado. Daqui
a dois anos esse ruído desaparece e os
efeitos do ganho de produtividade vão
aparecer. Esta é a direção correta. Só
que as visões de cada lado estão distorcidas. O governo acha que o setor
privado é egoísta, só pensa nele, tem
interesses subalternos e quer um capitalismo com lucro zero e comandado
por ele. E o setor privado? Acha que o
governo é um socialista querendo mudar o regime. Então, é uma dificuldade
enorme em chegar a um acordo entre
eles.
CP - O que esperar para o cenário
econômico do Brasil para 2013-2014?
DN - É preciso cooptar o setor privado
e dar uma injeção de ânimo. Qual é o
ingrediente para essa injeção? Na minha opinião, é um grande sucesso dos
leilões de infraestrutura. Se isso acontecer, não tenho dúvida que teremos um
segundo semestre um pouco melhor
do que o esperado. Se não tiver sucesso, ou seja, se não conseguir cooptar o
setor privado, teremos um crescimento
medíocre e o Brasil vai terminar o ano
com crescimento de 2,3% ou 2,4%. O
mercado está esperando um crescimento negativo no segundo semestre,
com relação ao segundo semestre de
2012. Acho isso um exagero. Se houver
um relativo sucesso nos leilões, não está
fora de propósito crescer 1% no quarto
e terceiro trimestres. Assim teremos um
crescimento um pouco maior, em torno
de 3%, o que não seria um crescimento
ruim com a situação em que o mundo
está hoje. Vejo que assim teríamos um
2014 mais otimista. •
Credit Performance
9
venda de carteiras, detalhando modelos e
precificação também foram muito interessantes. As informações colhidas geraram
discussões sobre novas sistemáticas e práticas”, aponta Orso. A visita à empresa global
de compra de ativos recebíveis, fundada
em 2007, aconteceu no dia 15. O CEO da
Galaxy Asset Management, Tye Hanna, e o
vice-presidente Juan Blanco dividiram suas
experiências e participaram do intercâmbio
de informações produzido durante a reunião. “Foi muito educativo para ambos os
lados. A CMS realizou um ótimo trabalho
nesse tour em Atlanta”, comenta Blanco.
Aconteceu no mercado
De acordo com Tatiana Pomar, gerente
comercial da Localcred, a compra e venda
de carteiras foi destaque, uma vez que o
mercado nos Estados Unidos já é bastante consolidado. “Além disso, aprendemos
a importância dada ao banco de dados e
como a informação é trabalhada para ser
revertida em resultados. Isso evidenciou
que o Brasil ainda tem um longo caminho
a percorrer, pois não temos acesso à quantidade e qualidade de informações que o
mercado americano tem”, reflete Tatiana.
No terceiro dia do encontro, a agenda foi
reservada para o tour nas empresas Equifax
e Credigy, esta última presente também
no Brasil desde 2001. Focada na compra e
intercâmbio
de boas práticas
Executivos de todo o mundo compartilharam experiências de sucesso da
indústria de C&C durante evento inédito que viabilizou imersões a grandes
empresas do setor com sede em Atlanta.
M
etrópole mundial e centro de
negócios, Atlanta é a capital
do estado norte-americano
da Geórgia e, atualmente, é
a região de maior crescimento econômico
e populacional dos Estados Unidos. Encontrando como cenário esse espaço para
conhecimento e troca de experiências na
indústria de Crédito e Cobrança, líderes
do setor participaram do CMS Field Trip –
C&C Best Practice Meeting, em Atlanta, entre os dias 14 e 16 de agosto. Em sua
primeira edição, os 20 participantes do
Tour Corporativo visitaram quatro grandes empresas da indústria – Convergent,
GalaxyAsset Management, Equifax e Credigy– em uma oportunidade única para
observar de perto o mercado e realizar um
benchmarking das melhores tecnologias e
ferramentas de gestão.
10
Credit Performance
venda de carteiras de créditos vencidos, a
Credigy ocupa a primeira posição no segmento em que atua - tanto nos Estados
Unidos, quanto no Brasil. Já a Equifax é uma
das multinacionais que atua em soluções de
informação para empresas e consumidores.
Listada na Bolsa de Nova York, a empresa
atua em outros 15 países, estando presente
no Brasil há 23 anos e disponibilizando informações de apoio à decisões comerciais
e de crédito.
Após os três dias de atividade, os brasileiros
retornaram ao país com novas ideias a pôr
em prática no mercado local. “Entre as discussões que tivemos, destaco a maturidade
do mercado americano, a eficácia do processo de cobrança local – apoiado por uma
legislação clara em que se permite estimar
todos os custos, prazos e probabilidades de
atingir os objetivos de cobrança almejados
–, a riqueza de informações disponíveis no
mercado para que se possa avaliar o perfil de
cada devedor e as estratégias mais eficazes
de abordagem para cada perfil. Foi uma
oportunidade importante de evidenciar
as práticas de um mercado mais maduro,
que, via de regra, serve como indicador
do futuro para o qual irá se dirigir o nosso
mercado brasileiro”, conclui o diretor geral
de Vendas e Canais de Altitude Software. •
explorando atlanta
Além dos encontros corporativos, a programação
do CMS Field Trip incluiu a visita a algumas empresas que evidenciam por que a capital da Georgia é
a oitava maior economia dos Estados Unidos e a
17a do mundo. A cidade ocupa o terceiro lugar em
concentração de empresas listadas no ranking das
500 maiores corporações dos Estados Unidos publicação anual feita pela revista Fortune -, sendo
a sede mundial de empresas como Coca-Cola,
UPS e Delta Airlines. A mídia também é um fator
importante da economia local, com CNN, TBS e
NBC Universal operando seus estúdios em Atlanta.
O final do segundo dia foi aproveitado para conhecer The World of Coca-Cola, onde foi possível
observar o processo de engarrafamento em plena
operação e degustar os mais de 60 sabores vendidos para todo o mundo. Muitos participantes ainda
aproveitaram a estada para visitar a sede mundial
do canal de televisão CNN e experimentar o verdadeiro sentido da expressão “behind the scenes”.
Outro programa típico realizado na capital foi o
Georgia Aquarium, o maior do mundo com mais
de 30 milhões de litros de água doce e salgada.
Além dos enormes tanques com espécies vindas
de diversos países, os turistas têm a chance de
mergulhar com tubarões e interagir com golfinhos.
Por
Camila
Balthazar
Com participantes de todo o mundo, o
encontro teve forte adesão dos executivos brasileiros, contando com 13 líderes
representando sete empresas. Na opinião do diretor geral de Vendas e Canais
da Altitude Software, Frederico Dias, foi
possível conhecer a realidade do mercado
estadunidense e compartilhar experiências
com os participantes. “O evento foi muito
rico no que diz respeito ao intercâmbio de
práticas realizadas no mercado de crédito e
cobrança. Um ponto forte foi a possibilidade
de fortalecer o networking entre executivos
e empresas visitadas”, afirma.
Convergent, Casey Kostecka, recepcionou
os executivos e apresentou as estratégias
da companhia, enfatizando o software
CEScore, focado na gestão de pessoas.
“Nossas melhores práticas começam com as
pessoas. Contratar os colaboradores certos
e conseguir retê-los, mantendo o foco em
performance, é o que diferencia as empresas
medianas das excelentes. Seria ótimo se
o sistema se espalhasse pelo mundo, ajudando os colaboradores a perceberem seu
potencial, trazendo mais resultados para
as empresas e deixando os consumidores
felizes”, analisa Kostecka.
Com 60 anos de experiência, a Convergent
– uma das maiores empresas de Business
Process Outsourcing (BPO) da América
– foi cenário da primeira imersão. O presidente de Contact Center Solutions da
Para o superintendente de Recuperações
do Santander, Fabio Orso, a experiência
relacionada à equipe de cobranças foi um
dos pontos mais altos do tour. “Além disso,
as exposições da Galaxy sobre compra e
Grupo de executivos de diversos
países da América Latina visitaram
importantes empresas dos EUA para
conhecer de perto o “american way
of business”.
Credit Performance
11
TECNOLOGIA E INTERATIVIDADE
Análise precisa de documentos e objetos devolvidos.
Confronto de informações, evita a reimpressão e
postagem de documentos devolvidos no passado.
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TRATAMENTO DOS DADOS
redundâncias e inconsistências da operação.
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INTELIGÊNCIA QUE GERA RESULTADO
O crescimento exponencial do e-commerce
e de outras transações passíveis de serem
realizadas sem a presença física, por telefone ou via mobile – segmento que registra
expansão de vendas – é um caminho sem
volta. A falta de tempo pelo excesso de
atividades da vida moderna, o trânsito das
grandes cidades e a busca por comodidade
são fatores que levam os consumidores a
optar por operações não presenciais. Mas,
os ganhos advindos desse mercado ativo
não devem ser comprometidos por danos
financeiros ocasionados pela fraude. Para a
conta fechar, as empresas precisam investir
em soluções de melhoria da capacidade de
gestão e mitigação de riscos nas transações
remotas em geral. • WWW.METASLT.COM.BR
Credit Performance
A maior novidade para o mercado brasileiro
é o módulo que avalia a reputação do equipamento usado para acessar a web, seja em
uma loja de e-commerce, site de Internet,
proposta online para um cartão de crédito ou
Internet banking. A função possibilita considerar o risco associado ao histórico de uso
do device em casos de fraudes, informações
inconsistentes relacionadas ao aparelho e
seu uso e a associação do dispositivo com
O cruzamento de dados durante a análise
também afasta o risco de as empresas rejeitarem uma operação idônea por ela ter sido
considerada potencialmente fraudulenta em
verificações tradicionais. Equívocos deste
tipo fazem as companhias perderem dinheiro
e credibilidade junto aos clientes. O grau
de automação do Safety reduz custos com
mesa de análise e garante processos mais
rápidos e seguros.
MAXIMIZAM RESULTADOS E MINIMIZAM CUSTOS
SOLUTIONS
12
detecção e prevenção à fraudes em situações
como essas, quando a transação acontece sem a presença física do consumidor.
Trata-se do Safety, tecnologia que apresenta
três componentes totalmente flexíveis: um
modelo de score não presencial voltado à
avaliação do risco de fraude do cliente que
efetua a compra, a alteração de cadastro
ou a operação com cartão de crédito por
Internet ou telefone; outro componente para
avaliação da reputação de risco do dispositivo
(computador, tablet, smartphone e TV) que
está acessando o site; e a plataforma para
a automação da decisão, criada a partir de
dados disponíveis sobre a transação avaliada e o histórico de operações feitas pelo
consumidor.
SOLUÇÕES QUE AGREGAM VALORES,
A Serasa Experian, líder na América Latina
em serviços de informações para apoio na
tomada de decisões das empresas, criou
uma solução inédita no mercado voltada à
Fabio Wendling
É superintendente de produtos da
Serasa Experian
A associação entre a reputação do device, os
scores criados a partir da base de dados da
Serasa Experian e a plataforma que permite
estabelecer regras de decisão trazem grande
eficiência ao Safety. Como principal bureau
de crédito do país, a Serasa Experian agrega
valor ao processo por dispor de informações
do mundo físico e virtual, garantindo mais
assertividade na detecção de fraudes também em transações não presenciais.
UMA EMPRESA. TODAS AS SOLUÇÕES.
Nas operações que envolvem Cartão Não
Presente (CNP), porém, cartões com ou
sem chip podem ser igualmente fraudados.
A ação dos criminosos é facilitada porque,
em geral, os únicos dados solicitados na
efetivação da venda são o número, a data
de validade e o código de segurança. Caso
não haja nenhuma irregularidade – notificação de cancelamento, roubo ou perda
–, a administradora gera a autorização e
o lojista procede aos trâmites de envio do
produto. O não reconhecimento da compra
por parte do dono do cartão ocorre só mais
tarde, geralmente quando ele consulta a
fatura. Ao ser acionada pelo cliente, a administradora, por sua vez, dará o chargeback
à loja virtual, cancelando o crédito daquele
vendedor. Resultado: o lojista arca com 100%
dos prejuízos, incluindo – na maioria das
vezes – até o valor do frete.
Mais benefícios e segurança
Por que vários fornecedores?
No caso do e-commerce, o risco deriva da
impossibilidade de uma verificação física
do cartão de quem paga a conta, tal como
acontece no comércio tradicional, em que
ocorre a digitação da senha, a comprovação
de assinatura e/ou a identificação mediante
a conferência de documento com foto. Os
cartões com chip, por exemplo, também
foram criados como um contra-ataque eficiente aos fraudadores, embora nem todos
os emissores já trabalhem com a tecnologia.
redes de fraudes. O grande diferencial do
módulo está na base de mais de 1,4 bilhões
de dispositivos identificados por meio de
uma chave atribuída a cada um. Onde estiver
no mundo, o dispositivo será reconhecido e
sua reputação poderá ser avaliada. Outro
benefício da solução é a consolidação de
todas as informações acerca do dispositivo
em uma pontuação de risco que torna o uso
da reputação do device muito simples na
tomada de decisão.
AMBIENTE WEB
N
os últimos anos, observamos o aumento de operações não presenciais,
aquelas em que o cliente não está
fisicamente no local da transação. Incluem-se nesta categoria vendas por Internet e
telefone, solicitações online de cartões de
crédito, autenticações de dados via call
center, alterações online de cadastro e negociações financeiras realizadas de forma
remota. Mas o gosto pela praticidade de
transações como estas não chamou a atenção
apenas dos consumidores. Os criminosos
também vislumbraram um novo nicho para
a prática de crimes e vêm se especializando
em fraudes eletrônicas.
Sistema
fácil e inteligente para acompanhamento de
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S
todo o processo. Transparência e gerenciamento
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pela internet. Tecnologia na gestão.
tecnologia a serviço do combate
às fraudes nas transações não
presenciais
ACOMPANHAMENTO ON LINE
Ideias e Tendências
Segmento e Globalização
E
les são vistos nas lojas comprando
móveis novos, nas agências de turismo programando viagens dentro
do Brasil e para o exterior, no comércio
de equipamentos eletrônicos adquirindo
notebooks, tablets e celulares de última
geração. Foi esse grupo que ajudou o Brasil
a manter seu equilíbrio econômico e chegar
a um crescimento de 0,9% no ano passado,
quando algumas das maiores economias do
mundo amargaram recessão. O ingresso de
32 milhões de pessoas na classe média em
dez anos (2001-2011) trouxe principalmente
uma injeção de consumo para o Brasil.
“Houve uma expansão grande de consumidores, milhões de brasileiros que não tinham
acesso a certos produtos passaram a ter,
desde passagens de aviões a geladeiras”,
afirma o presidente do Instituto Data Popular, Renato Meirelles. Um levantamento
do Data Popular mostra que, no ano passado, a classe média planejava 4,2 milhões
Renato Meirelles
Presidente do Instituto Data Popular,
renda per capita familiar entre R$ 291 e R$
1.019. Segundo projeção divulgada pela
Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República (SAE), o Brasil
tem 102 milhões de pessoas na classe média.
A gerente de Projetos da SAE, Alessandra
Ninis, afirma que o principal reflexo do
crescimento da classe média nos últimos
anos é o fortalecimento da economia.
“São milhares de consumidores gerando
e circulando renda”, afirma ela.
de viagens internacionais e 14,2 milhões
nacionais, além da compra de 6,8 milhões
de tablets; 11,3 milhões de notebooks; 4,8
milhões de sofás; 4,9 milhões de fogões;
7,3 milhões de televisores e 4,3 milhões de
máquinas de lavar.
São várias as definições de classe média
mundo afora, mas o governo brasileiro
classifica nessa faixa as pessoas que têm
Alessandra Ninis
Gerente de Projetos da SAE
Acesso ao crédito
eles vieram
para consumir
e exigir mais
Especialistas defendem que um dos grandes reflexos do crescimento da
classe média no Brasil é a expansão do consumo. Pagando imposto, esse
novo grupo também quer melhores serviços públicos.
Por Isabela
Barros e Isaura
Daniel
14
Credit Performance
Os especialistas concordam. “Além do
aumento da demanda por alimentação,
a presença quase que integral da classe
média nas cidades amplia o dinamismo da
economia e do consumo”, diz o professor de
Economia da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, em São Paulo, Pedro Raffy
Vartanian, destacando a importância desse
grupo também na demanda por crédito
no país. A classe média foi responsável
pela circulação de R$ 1 trilhão na economia
brasileira em 2011.
Como esse grupo galgou posições para
chegar ao novo patamar social? O aumento
do salário e o crescimento do mercado
formal de trabalho foram os principais
pilares. A criação de empregos somou
16 milhões de vagas e a renda média dos
trabalhadores cresceu 24% entre 2001 e
2011 no Brasil. Sociólogo e autor do livro
“A Classe Média Brasileira: ambições,
valores e projetos de sociedade”, Bolívar
Lamounier cita ainda outros fatores de fundo, como a prosperidade mundial durante
duas décadas antes da crise 2008-2009, a
derrubada da inflação pelo Plano Real e
os mecanismos de transferência de renda (segundo ele instituídos por Fernando
Henrique Cardoso e rebatizados por Luiz
Inácio Lula da Silva).
A entrada de mais gente no trabalho formal, no entanto, trouxe a exigência de
melhores serviços públicos. “As pessoas
passaram a pagar imposto retido na fonte,
a ter um entendimento maior do que pagam de taxas e isso faz com que haja uma
cobrança maior por serviços públicos de
qualidade”, afirma Meirelles. De acordo
com Lamounier, a pressão sobre o governo
em função da má prestação de serviços foi
um dos componentes das manifestações
populares ocorridas em junho desse ano
por todo o Brasil.
Apesar da desaceleração do crescimento
da economia brasileira, poucos acreditam
PEDRO RAFFY VARTANIAN
Professor de Economia da Universidade Presbiteriana
Mackenzie em São Paulo
que acabou por aqui a festa da classe média. “O Brasil segue em pleno emprego”,
diz Meirelles, lembrando que virão por aí
também eventos que ajudarão a manter
o processo de crescimento, como a Copa
do Mundo de 2014 e as Olimpíadas, em
2016. O professor Vartanian fala em um
crescimento moderado da classe C nos
próximos anos e Lamounier acredita que
o avanço dependerá de bons serviços
públicos, sobretudo de educação. Mas o
escritor faz críticas ao crescimento, à política educacional e ao aumento da inflação
atuais, prevendo estancamento da nova
classe média, caso não haja melhora.
Alessandra Ninis afirma que o maior salto
da classe média já ocorreu, mas que há ainda
espaço para crescimento até meados desta
década. A manutenção desse processo,
segundo ela, está atrelada à continuidade
de políticas públicas que deram resultado,
como o aumento do salário mínimo e da
qualificação dos brasileiros, a formalização
do trabalho, entre outras. Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou
uma taxa de desemprego de 5,6% em julho
desde ano. O percentual está próximo da
média do ano passado, que foi 5,5%, um
valor bem menor que o de dez anos atrás,
quando a taxa estava acima de dois dígitos.
Credit Performance
15
Segmento e Globalização
Mais tecnologia, educação e lazer
Projeção do Instituto Data Popular aponta que a classe média
representará 57% da população
brasileira em 2022, contra 52%
no ano passado. Com isso, a
pressão por melhores serviços
deve seguir aumentando, assim
como o consumo. As compras
de bens duráveis não poderão
crescer tanto como no passado, já que uma residência não
precisa mais do que um ou dois
fogões, por exemplo. Mas, segundo Meirelles, haverá mais
demanda por tecnologia, educação e turismo.
A lógica é que, por ter um trabalho com carteira assinada, o
brasileiro seja obrigado a tirar
férias e tenha um terço de adicional no salário, estímulo para
investir em viagens e lazer.
Com mais acesso à tecnologia e
internet, essas pessoas também
terão mais oportunidade de se
manifestar e, portanto, exigirão
mais transparência do poder
público. “Se a escola está sem
iluminação, (a pessoa) vai cobrar na internet”, diz Meirelles.
As fronteiras ficaram
menores
Foi amor à primeira vista. Aos
15 anos, a professora licenciada
Tânia Leão, de Arapiraca, Alagoas, se apaixonou pela Itália
ao assistir o filme “Candelabro
Italiano”, do diretor Delmer Daves. De lá para cá, nunca mais
deixou de sonhar com o país da
bota. Esse ano, com as três filhas
adultas, criadas e tocando suas
próprias vidas, matou o desejo,
numa viagem na companhia de
uma amiga. Para ela, a conquista é uma prova do aumento do
poder de consumo na classe
média no Brasil. “Sonhei, sonhei
e consegui conhecer a Itália”,
diz. “Tirei fotos em todos os locais onde o filme foi gravado e
me sinto realizada”.
Para ela, a vida “mudou muito” e “para melhor” nas últimas
décadas. “Atualmente, a classe
média se depara com a facilidade no parcelamento dos cartões
de crédito, pode programar melhor as necessidades e sonhos
de consumo”, explica.
Por tudo isso, e pelo crescimento da economia do Brasil,
16
Credit Performance
Consumindo mais, mas ainda na
classe trabalhadora
Autor da obra “Nova Classe Média?” diz que aumento
da renda foi observado também nos Estados Unidos
e na Europa, mas sem essa classificação
Para o Presidente da Fundação Perseu Abramo e
professor da Universidade Estadual de Campinas,
Marcio Pochmann, não faz sentido a ideia de surgimento de uma nova classe no país. Muito menos de
uma nova classe média. Autor do livro “Nova Classe
Média?”, publicado pela Boitempo Editorial em 2012,
ele argumenta que a saída da condição de pobreza e
o aumento do poder de consumo não retiram a maior
parte dessa população emergente da chamada classe
trabalhadora.
“A adequação da renda, com um maior consumo, é
uma experiência ocorrida em várias partes do mundo, como nos Estados Unidos e na Europa”, explica.
“E em nenhuma literatura isso é identificado como
nova classe média”, diz. “Mesmo que nesses locais o
operário tenha carro e casa própria, por exemplo”.
Tânia Leão
Professora Licenciada
Tânia acredita que as suas filhas
cresceram com um padrão de
vida superior ao que ela teve
na infância e na juventude. “O
mundo evoluiu”, diz. “Vivemos
na era da globalização, com
mais oportunidades de crescimento pessoal e profissional.
Sem dúvida, o padrão de vida
das minhas filhas é melhor do
que o meu quando casei”.
Sempre prosperando, Tânia já
tem outros planos na mira para
as suas economias. “Quero
viajar, viajar e viajar”, conta. “E
assistir a um show do Roberto
Carlos num cruzeiro em alto
mar”.
Paulo Marcelo Lessa Moreira
Presidente da Fundação Perseu Abramo e professor da Universidade
Estadual de Campinas
Segundo Pochmann, houve uma mudança clara de
aumento de consumo no Brasil, principalmente a partir
de 2002, com a adoção de medidas de ampliação da
renda entre as camadas menos favorecidas. Nessa
linha, o futuro de uma possível nova classe média
dependeria também de uma reformulação do estado.
“Mas essa é uma pauta que vem sendo reivindicada
desde os anos 1970 e 1980”, diz.
Em “Nova Classe Média?”, Pochmann explica ainda
que, mesmo com os avanços recentes, a discussão
em torno de uma possível nova classe social vai além
da inserção de brasileiros no mercado de consumo.
Indicadores
consignado, acaba comprometendo
a renda do aposentado, o que o leva a
financiar algum produto, algumas vezes
até supérfluo”, explica.
Como hoje boa parte da sociedade vive sem
comprovação de renda, com trabalho informal, o familiar com aposentadoria algumas
vezes é o único com essa comprovação para
tomada de crédito, fazendo com que o CPF
do aposentado fique entre os negativados.
Porém, a questão mais preocupante para
Borges é a falta de educação financeira.
“Essa pessoa que não se planejou na idade
economicamente ativa terá consequentemente um problema quando se aposentar,
o qual será agravado pela oferta de crédito
e falta de consciência”, destaca.
a inadimplência
na terceira
idade
Pesquisa mostra que a faixa etária acima de 65 anos
ocupa o segundo lugar dos cadastros negativos. Na
opinião de especialistas, a falta de educação financeira
ainda é o fator mais preocupante
Por
Cristiane
Moraes
18
Credit Performance
T
erceira idade ou melhor idade. Não importa a
denominação que se escolha, mas a realidade é
que, com o avançar dos anos, existe um aumento
nos gastos com saúde e a consequente perda do poder
aquisitivo devido à passagem de trabalhador ativo para
a condição de aposentado. A falta de planejamento
financeiro para nessa nova fase faz com que a conta
não feche no final do mês. A solução é a tomada de
crédito para despesas de rotina, emergências e, algumas vezes, até para presentear ou ajudar familiares.
Esse ciclo vicioso acaba atrapalhando a vida financeira
de quem alcançou a senioridade e tem se tornado
mais preocupante nos últimos anos.
Recente pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelou que a maior parte
dos cadastros negativos concentra-se em CPF’s de
consumidores entre 30 e 39 anos de idade (23,30%),
o que pode ser justificável pela fase de vida: formação
de uma família, gastos com filhos, compra de imóveis,
etc. Mas o que chama atenção na pesquisa é que em
segundo lugar estão as pessoas com mais de 65 anos
(22,28%), de acordo com os dados do mês de julho de
2013. Na série histórica, esse comportamento tem se
mantido, inclusive com maiores altas nos meses de
março (27,70%) e abril (25,96%), mostrando uma evolução de crescimento da terceira idade nesse quesito.
Na opinião de Flávio Borges, gerente financeiro
do SPC Brasil, a redução da renda e o aumento de
despesas, principalmente com saúde, são algumas
das causas desse cenário, porém, existem fatores mais
preocupantes que contribuem com o crescimento
desse gênero entre os inadimplentes. “Temos hoje
de 7% a 8% da população acima de 65 anos e temos
pouco conhecimento desse cenário de longevidade.
Essa abundância de crédito, principalmente de
“A inadimplência na terceira idade é
maior que entre os universitários atualmente. Houve uma mudança no perfil do
consumidor, que nessa idade não deveria
ter maiores necessidades de consumo”,
aponta Luiz Rabi, economista da Serasa
Experian. Ele também concorda que a
falta de conhecimento para utilização de
recursos é um dos fatores principais que
levam à inadimplência, com a utilização de
consignado. Por outro lado, a pesquisa do
Indicador de Educação Financeira realizada
pela entidade aponta que poucos jovens
pagam INSS e previdência. Além disso, os
veteranos (aposentados) gastam mais em
crédito com seguros para proteger o que
construíram durante a vida, diferentemente
dos jovens que gastam com telefonia.
Onde foi parar a renda?
O consultor financeiro, Augusto Sabóia, que atende uma grande parcela
de clientes na terceira idade, diz que o
maior problema na aposentadoria no
mundo é a falta de renda. “Existe uma
queda natural pelo afastamento do trabalho, mas também existe uma redução
da renda por conta da inflação no Brasil.
Se a pessoa recebe uma aposentadoria
de R$ 2 mil pelo INSS e perde 5% desse
valor no ano, em 10 anos vai ter metade
da renda. Ou seja, mesmo que ele gaste
com as mesmas coisas, não vai conseguir
comprar as mesmas coisas”, acentua.
Na visão dele, essas pessoas não estão
consumindo mais. A questão é que a
medicina melhorou, mas a velhice ainda
tem problemas. “O idoso vai precisar de
remédio para tratamento, para pagar o
táxi e isso tudo não está no planejamento. Como resolver? Com a tomada de
crédito. Esse ciclo vicioso leva a um endividamento crônico”, explica.
Essa questão fica mais evidente nas classes de baixa renda, porém, o consultor
diz que mesmo a classe alta sofre com a
queda no padrão de vida e muitos precisam vender imóveis e mudar-separa
o interior para reduzir as despesas com
moradia e saúde. “Hoje, temos algumas
cidades preocupadas com essa população e que oferecem atendimento
público de qualidade, mas a verdade é
que o Brasil não tem experiência com
Planejamento e conscientização
Já Sabóia tem uma visão mais dura da situação e diz que os aposentados que buscam uma
atividade ou renda extra não conseguem resolver a questão porque não aguentam uma
atividade mais pesada e acabam fazendo trabalhos degradantes e que pagam pouco,
como boy de algumas empresas por conta da fila nos bancos. “Todo esse estresse traz
doenças e o ciclo para se endividar”, aponta.
Pelo lado da concessão, os consignados, mesmo que não sejam contabilizados nos índices
de inadimplência, acabam tendo alguma responsabilidade, já que existe uma redução
da renda e o idoso passa a utilizar o crédito para necessidades básicas. Se precisar fazer
supermercado com cartão de crédito há um tem problema claro no orçamento. A falta
do planejamento leva à canibalização financeira de gerações de uma família para outra,
levando ao empobrecimento da família e, consequentemente, do país”, ressalta Sabóia.
Borges do SPC também destaca que o planejamento financeiro é a solução e que não
existe idade para começar. “Se você gasta mais do que ganha existe um incêndio. Depois que conseguiu apagá-lo é preciso se planejar para guardar e garantir as questões
básicas. Sabemos que é uma questão cultural, mas precisamos conscientizar os idosos
para tomar o crédito com consciência”, acentua Borges. “Adoraria fazer uma campanha
de educação financeira para os idosos. Mostrar para ele que o dinheiro acaba. Tem que
saber usar a renda dentro da realidade. Não dá para assistir novela e sair comprando o
que está na última moda”, acrescenta Sabóia.
longevidade e não está preparado para
cuidar dos nossos velhinhos. Precisamos
de conforto térmico (para frio e calor
excessivo), banheiros adequados e serviços gratuitos”, exemplifica.
A advogada Karen Ebaid, do Duarte e
Tonetti Advogadas Associados, diz que
o ideal seria o jovem em idade laboral
se planejar melhor e poupar para chegar com segurança na terceira idade. Se
o idoso já se encontra nessa fase, deve
buscar alternativas como o atendimento médico público, bem como a distribuição gratuita de remédios. O consultor
financeiro Mauro Calil também concorda que esse é um ciclo vicioso, mas diz
que o aposentado não deve esperar que
o governo resolva sua situação.
A sugestão de Calil é eventualmente voltar ao mercado de trabalho, em áreas em
que sua experiência é valorizada. “Vivemos o apagão de mão de obra e as novas gerações se preocupam muito mais
em curtir a vida do que serem bons profissionais. As atitudes dos ‘antigos’pode
ser de grande valor para melhorar o clima organizacional”, comenta. Para ele,
muitas habilidades foram perdidas pelas
novas gerações. “Construir brinquedos,
fazer pequenos reparos e mesmo cuidar
de crianças pode ser um conhecimento
comercializado na forma de serviços”,
acrescenta o consultor.
PERCENTUAL DA TERCEIRA
IDADE NOS ÍNDICES DE
INADIMPLÊNCIA
Estudo histórico do SPC Brasil
mostra que consumidores acima
de 65anos ocupam o segundo lugar
nos cadastros negativos
Janeiro: 29%
Fevereiro: 10,38%
Março: 27,70%
Abril: 25,96%
Maio: 25,46%
Junho: 24,22%
Julho: 22,28%
Fonte: SPC Brasil
Credit Performance
19
Progresso e Desenvolvimento
Softwares hospedados na web popularizaram a automatização do
ciclo de crédito. Se anteriormente apenas grandes companhias
possuíam acesso a essas ferramentas, agora pequenas e médias
empresas também aderiram à onda high tech.
N
os últimos dez anos, a demanda por crédito aumentou seis
vezes, mais que dobrando sua
representatividade sobre o PIB.
Tais dados são amplamente divulgados
e, acima de tudo, refletem o boom que
as empresas de crédito e cobrança vivem
atualmente. O salto creditício foi acompanhado pelo maior investimento em tecnologias, que assegura ganho de escala
e flexibilidade na gestão das operações.
Esse amadurecimento tecnológico da indústria ajudou a integrar o capital intelectual
com a governança de todo o processo de
gerenciamento de risco.
“O aprendizado constante com as diferentes políticas – retroalimentando o processo e a escalabilidade – garante resultados
mais consistentes e, consequentemente,
melhoram a relação custo-recompensa de
uma empresa, seja ela de pequeno, médio
ou grande porte”, expõe Vander Nagata,
superintendente de Informações sobre
Consumidores da Serasa Experian. De
acordo com ele, se antes apenas grandes
companhias tinham acesso a essas tecnologias, atualmente, a diversidade de plataformas e o conceito de serviços hospedados
na internet possibilitaram que empresas
de pequeno e médio porte também automatizassem seus processos e políticas.
Por
Camila
Balthazar
Vander Nagata
Superintendente de Informações sobre
Consumidores da Serasa Experian
Tecnologia aplicada no dia a dia
Menos riscos
com mais
tecnologia
20
Credit Performance
O gerente de Políticas de Crédito, Cobrança e Fraude da Dacasa Financeira,
Jean Lucio, cita algumas soluções de
gerenciamento de crédito que ajudama
minimizar riscos. Dentre as diversas tecnologias disponíveis no mercado, seis ações
são adotadas pela empresa, que conta com
mais de três milhões de clientes adquirindo
empréstimo pessoal ou bens nos lojistas
credenciados.
“Destaco os sistemas especialistas de política de crédito, cobrança e fraude, que
permitem redução de gastos com birôs
de crédito e cadastro; personalização de
regras para concessão de crédito de acordo
com o risco do público e do produto; maior
agilidade na implantação e/ou alteração
de regras; mais participação de decisões
automáticas; redução do tempo de análise
das propostas e implantação de procedimentos exclusivos para prevenção a frau-
des”, explica Lucio. Fundado em 1995, o
Conglomerado Financeiro Barigüi é mais
um adepto da automatização do crédito
com o objetivo de apoiar a tomada de decisão e definir os fluxos para checagem dos
documentos e dados cadastrais. Segundo
Celso Vanelli, gerente geral da empresa,
a plataforma de concessão, alicerçada em
CELSO VANELLI
Gerente geral do Conglomerado Financeiro Barigüi
análise comportamental do cliente via score
interno e do mercado e aliada à automatização dos processos, garante a evolução
do negócio com menor risco e redução
de custos. “Com a evolução do crédito,
passamos a buscar oportunidades para
melhorar ainda mais a recuperação dos
ativos. Foi quando decidimos construir uma
nova empresa no grupo, a Central Brasileira
de Cobranças (Cebraco), especializada
na recuperação de crédito”, conta Vanelli.
Os resultados da operação iniciada em 2011
não demoraram a aparecer. Em apenas
seis meses, a projeção de inadimplência
no Crédito Direto ao Consumidor (CDC),
que girava em torno de 20%, caiu para 8,5%.
Os custos operacionais seguiram a mesma
tendência de queda, tornando as operações
mais rentáveis. Na prática, o que aconteceu
foi uma unificação da equipe com o sistema
tecnológico, possibilitando a geração de
Credit Performance
21
Progresso e Desenvolvimento
Experiência americana
relatórios gerenciais e também a elaboração
de modelagem estatística de cada carteira. “Isso permitiu uma visão mais ampla e
consistente, facilitando a gestão.”, diz o
gerente geral, evidenciando estar alinhado
com as estratégias utilizadas também pela
Dacasa Financeira.
Frente às possibilidades tecnológicas
disponíveis, o superintendente da Serasa
Experian destaca que a inteligência é o
maior e mais inovador valor que pode ser
aportado ao processo de gerenciamento
de risco. Ou seja, os profissionais mais
qualificados somados às informações
mais atualizadas não resolvem a equação
caso não haja investimento em processos,
políticas e tomadas de decisão. “Quanto
mais flexível for a plataforma, mais valor
da relação risco-recompensa será extraído.
Refiro-me à plataformas que permitem fácil
e ágil integração com diversas fontes de
dados, sistemas intervenientes e que, além
disso, ainda proporcionem flexibilidade
para a construção de workflows em que
as políticas são parametrizadas”, explica
Nagata. •
O mercado creditício
estadunidense possui
particularidades distintas do Brasil. Para Simone
Oliveira, CEO da America Export – consultoria
sediada no Sul da Flórida
que auxilia empresários
brasileiros que querem
expandir divisas –, o Brasil tem muito a aprender
com a realidade local no
que se refere à prevenção
e controle de concessão
de crédito e inadimplência. “Começo essa análise
com fatores contribuintes
para que todo o sistema
funcione de forma justa:
o cumprimento das leis,
algo que não acontece
no Brasil”, afirma Simone.
A executiva ilustra essa
questão com a política de
pagamento do cartão de
crédito em vigor nos Estados Unidos. “Os órgãos
controladores aceitam o
fato de que os consumi-
“Outro ponto que estimula a inadimplência no
Brasil é a prática de compra
parcelada. A entrega do
produto é feita antes do
recebimento, estimulando
a inadimplência”, afirma.
Simone Oliveira
CEO da America Export
dores paguem apenas o
mínimo exigido pelo cartão de crédito. No entanto,
se a quitação for feita após
a data de vencimento da
fatura, a nota do seu crédito será diminuída”, explica
a CEO, que acredita que
a falta de uma forma de
classificação pessoal considerada no momento da
concessão leva o consumidor brasileiro a descumprir
datas e dívidas.
Com o início do funcionamento do Cadastro Positivo no dia 1º de agosto
deste ano, a expectativa
é de que logo a avaliação
de crédito individual vire
uma realidade no Brasil. A
Serasa Experian divulga
informações do Banco
Mundial que apontam
uma redução de 43% dos
índices de inadimplência
nos países que adotaram
essa ferramenta de avaliação de bons pagadores. Já
a concessão do crédito aumentou aproximadamente
90%. Nos Estados Unidos,
a prática dobrou o acesso
dos consumidores aos
financiamentos de 40%
a 80%.
Otimize a recuperação de crédito
em suas campanhas.
- Aumento de mais de 40% na produtividade das
campanhas de recuperação de crédito
C
M
Y
- Visão 360º do cliente através de múltiplos canais
de contato
CM
MY
- Localização dos clientes de maneira mais assertiva
CY
CMY
- Redução de custos associados aos acordos
K
O mundo em bytes:
informação reunida para a tomada de decisão
Quando se fala de inteligência tecnológica voltada à
tomada de decisões nos mercados, certamente você
já ouviu falar em Big Data. A expressão significa o
conjunto das ferramentas tecnológicas que analisam
grandes volumes de informações digitais em diferentes
formatos com maior velocidade. Cada segundo de
conexão na internet gera inúmeros bytes estruturados
e não-estruturados (vídeos, imagens, posts nas redes
sociais, geolocalização etc.) que podem ser interpretados por meio de algoritmos e softwares. Para
explicar esse cenário, o consultor de Tecnologia da
Informação e sócio-fundador da rede social Sharefood,
Marcos Trinca, dá um exemplo simples: “Se antes
eram necessárias pesquisas qualitativas e quantitativas
para acessar uma informação acerca do consumidor,
agora é possível saber sobre essa percepção e ainda
22
Credit Performance
entender sua relevância dentro do contexto”, expõe
o executivo, ressaltando para a importância de ter
profissionais qualificados para analisar e relacionar
esses dados. Outro desafio refere-se à tomada de
decisões, uma vez que as organizações precisarão
identificar as informações relevantes e saber como
aplicá-las às suas necessidades.
Na realidade, o Big Data é um dos componentes de
uma grande estratégia e um caminho sem volta no setor
corporativo (estima-se que esse mercado crescerá
40% em apenas dois anos), inclusive na indústria do
crédito, na qual a compilação e tratamento de milhões
de dados cadastrais, por exemplo, podem fazer toda
diferença na análise de concessão ou mesmo na efetividade da cobrança.
altitude
voice portal
CAPA
BRASIL:
O PAÍS DO
CRÉDITO
GIGANTE?
Por
Isaura Daniel
O crédito se agigantou no Brasil nos últimos dez anos, mas é
pequeno se comparado ao de países desenvolvidos. Apesar de
mais moderado, há espaço para crescimento, principalmente
na área imobiliária.
P
ara a compra do terreno, da casa, do carro,
para o capital de giro. Mais adiante para pagar
a viagem, o eletrodoméstico, o equipamento da empresa. E a fila de quem tomou um
dinheirinho no banco ou na financeira para satisfazer
sonhos e necessidades foi crescendo no Brasil. De
milhão em milhão, o País saiu de um estoque de crédito
de R$ 388,5 bilhões, 24,6% do Produto Interno Bruto
(PIB) em setembro de 2003, ano em que a corrida pelo
crédito se deflagrou, para R$ 2,5 trilhões, em junho
deste ano. O valor aumentou mais de seis vezes e,
atualmente, os empréstimos representam 55,2% do
PIB, segundo o Banco Central (BC).
É muito? Que nada! O crédito brasileiro está imenso
diante do que foi no passado, mas é apenas um menino se comparado ao tamanho que tem em nações
desenvolvidas como os Estados Unidos, nos quais
ultrapassa o valor do PIB. Ou seja, mesmo bem crescidinhos, os financiamentos ainda podem ganhar
altura e corpo no país sem comprometer a própria
sustentabilidade, segundo especialistas. E dois dos
braços para onde eles mais podem avançar são o
imobiliário e o produtivo. “Estamos ainda na segunda
divisão, temos espaço para crescer e esse espaço
está no mercado imobiliário”, afirma o economista
da Serasa Experian, Luiz Rabi.
Impulsionado principalmente pela demanda de pessoas físicas, o volume de empréstimos aumentou em
ritmo acelerado até 2010, quando a avalanche perdeu
força. Nos últimos doze meses até junho, o crescimento do volume de crédito no sistema financeiro
nacional ficou em 16,4%. Em 2010, o aumento foi de
20,6%. Em junho deste ano as concessões caíram
3,8% sobre maio, mas, no segundo trimestre, houve
avanço de 14% em relação ao primeiro. “Teremos um
crescimento mais lento”, diz o Consultor da Méthode
Consultoria Empresarial e professor de Finanças da
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM),
Adriano Gomes.
Ele lembra que o comprometimento de renda do brasileiro está elevado. “As pessoas estão mais reticentes
em tomar crédito em função da sua capacidade de
pagamento e da incerteza quanto à economia”, afirma
24
Credit Performance
o consultor, que cita o aumento da taxa básica de juros
e o esgotamento de fontes de recursos como fatores
de inibição do crédito veloz. “Com o comprometimento de renda, os bancos estão mais cautelosos
para conceder crédito”, complementa o professor
do Departamento de Economia da Faculdade de
Economia, Administração de Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Simão Silber.
Simão Silber
Professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia,
Administração de Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEAUSP),
A puxada no freio de mão das concessões ocorreu
depois que a inadimplência começou a disparar, no
começo de 2011. A inadimplência dos consumidores
brasileiros cresceu 21,5% em 2011, na comparação
com 2010, conforme revela o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor. Foi a maior
elevação verificada desde 2002, quando houve um
crescimento de 24,7% ante 2001.Essa alçada de voo
da inadimplência fez a maioria das instituições financeiras acertar o rumo e procurar ser mais criteriosa nas
concessões, sobretudo nos empréstimos de veículos,
que em função dos prazos alongados e facilidades
para a aquisição, resultaram em boa parte dos problemas que o mercado teve com dívidas e calotes
nos últimos anos.
Credit Performance
25
CAPA
O movimento de busca por carteiras de menor risco pode ser visto
no balanço do segundo trimestre dos bancos. O Itaú Unibanco
teve um bom desempenho com crédito desde o começo do ano,
mas deixa claro que buscou fincar sua bandeira em terreno mais
seguro. As carteiras de crédito imobiliário, consignado e para
grandes empresas estiveram entre as que mais aumentaram.
“Essas carteiras tiveram crescimento maior porque são as operações em que estamos nos concentrando por causa do menor
risco e das maiores garantias”, afirma o diretor corporativo de
Controladoria do Itaú Unibanco, Rogério Calderón.
Diferente dos Estados Unidos
Novo alimento
ao menino
Ao ver o crédito subindo degraus acima no Brasil, muitos
perguntam se o país não está no mesmo caminho dos EUA,
onde os financiamentos imobiliários inconsistentes, por exemplo, se tornaram estopim de uma crise financeira da qual os
norte-americanos se recuperam até hoje. Os especialistas
dizem que o país não corre o mesmo risco. Um dos motivos
é justamente a rigidez na concessão de crédito para compra
de imóveis no Brasil. “Aqui é preciso comprovante de renda,
temos burocracia, temos um mercado regulamentado”, afirma
O economista da Serasa Experian acredita que até 2020 o crédito
deve convergir para uma taxa de crescimento de 9%. “Isso na ausência de reformas”, diz. Rabi não vê possibilidade de alongamento
de prazos dos financiamentos para impulsionar o crédito, mas
afirma que há espaço para queda na taxa de juros, por meio da
redução do spread bancário. “Um dos componentes do spread
bancário é a inadimplência”, expõe.
Para onde ir?
Os especialistas indicam o financiamento imobiliário como a
área em que o crédito pode prosperar mais nos próximos anos. O
Brasil possui um déficit habitacional de 5,4 milhões de moradias,
segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea). Enquanto os empréstimos totais somam mais da metade do PIB, os imobiliários estão em 7,5%. Em grande parte
dos países desenvolvidos, esses créditos representam de 30%
a 80% da economia. “Vai demorar para atingirmos um padrão
internacional”, afirma Rabi.
Gomes acredita que o crédito tem espaço para avançar também
no setor produtivo, em que há, segundo ele, necessidade de linhas
para a produção e a inovação. O consultor da Méthode é crítico
do crescimento econômico galgado com base no crédito para o
consumo. “O crescimento econômico dos últimos anos, ainda
que pequeno, foi tocado a crédito”, afirma.
A largada do crédito
O que fez o Brasil agigantar o seu financiamento a partir de 2003?
Os ingredientes desse bolo foram um endividamento baixo da
população, a queda das taxas de juros e o alongamento de prazos
de pagamentos. “O crédito era muito concentrado em cartão de
crédito, cheque especial”, diz o economista da Serasa Experian.
Assim que o consumidor se deparou com os empréstimos para
veículos, imobiliário, pessoal, tudo com prazos maiores e juros
menores, que cabiam dentro do orçamento doméstico, não
hesitou em tomá-los. A taxa de desemprego caiu e a renda aumentou, lembra o economista Silber. O cenário macroeconômico
favorável também fez com que os bancos ficassem mais seguros
em conceder empréstimos para pagamentos alongados e os
consumidores mais confiantes. Com economia estável e inflação
sob controle, ficou mais fácil prever o futuro.
Rabi lembra ainda de mudanças importantes introduzidas para
a expansão do crédito, como a criação do crédito consignado, a
nova lei de falências e as novas regras do financiamento imobiliário.
Esse movimento acabou trazendo junto uma indústria que se
alavancou no Brasil, como empresas de cobrança e recuperação
de crédito, reestruturação de dívidas, análises de balanço, birôs
de crédito, além da própria expansão das instituições financeiras.
26
Credit Performance
Ele acredita que o Cadastro Positivo, que começou a ser implementado no Brasil, pode ajudar a reduzir a inadimplência e com
isso também os juros cobrados pelos bancos. O banco de dados
de bons pagadores está sendo formado e vai reunir informações
sobre a relação do consumidor com o crédito. Em vez de informar
apenas se o cliente está registrado nos órgãos de proteção ao
crédito, como atualmente, dará uma visão completa do cliente,
com histórico de pagamentos e pontualidade ao longo dos anos.
Com isso, os bancos poderão tomar uma decisão mais acertada
quanto à liberação de um empréstimo.
Luiz Rabi
Economista da Serasa Experian
o professor Simão Silber.
O Brasil, explica Luiz Rabi, viveu algo parecido, do ponto
de vista da natureza do movimento, mas em uma proporção
bem menor, com o crédito de veículos. Em função da crise de
2008, o governo deu uma série de estímulos para compra de
automóveis, na tentativa de reativar a economia. Só que, em
2010, quando as condições do país melhoraram, as medidas
seguiram em vigor e acabaram pressionando a inflação. O
juro subiu e o resultado foram calotes. “Isso mostra que o
crédito tem que ser avaliado com muita cautela, pois a euforia
momentânea pode gerar um problema lá na frente”, afirma.
Sinal verde para o crédito
Nos balanços do segundo trimestre, os bancos divulgaram crescimento nas carteiras
de financiamento e previsões de avanço
para o ano. O movimento ocorreu tanto
no Itaú Unibanco e no Bradesco quanto
na Caixa Econômica Federal e no Banco
do Brasil. Mas enquanto os dois primeiros
revisaram para baixo as suas estimativas
para crescimento do crédito, os bancos
públicos revisaram para cima.
Já as taxas de inadimplência dos empréstimos imobiliários
estão entre as mais baixas do país e, por isso, essa carteira é
considerada mais segura. Como os empréstimos para compras de veículos não são tão longos como os dos imóveis,
que chegam a 35 anos, houve mais facilidade para o mercado limpar esses créditos de má qualidade e se recuperar.
Silber alerta para algum risco de algo parecido aos EUA no
programa Minha Casa, Minha Vida, voltado para compra
de imóveis para baixa renda, caso ocorram problemas nas
taxas de emprego.
O sinal vermelho costuma ligar no mercado de crédito com
a combinação de subida de taxa de juros à piora significativa
dos níveis de emprego e de renda. No Brasil, apesar do aumento dos juros, o desemprego ficou em 5,7% no primeiro
semestre – segundo o IBGE - e há previsões de avanço da
renda no País, com entrada de mais pessoas pobres na classe
média nos próximos anos.
Rogério Calderón.
Diretor corporativo de Controladoria do Itaú Unibanco,
A Caixa espera alta de 34% a 38% no crédito
em 2013, ante uma previsão de 33% a 35%
ao final do primeiro trimestre, e o Banco
do Brasil revisou suas projeções de 16% a
20% para 17% a 21%. Já no Itaú Unibanco
a estimativa caiu de 11% a 14% para 8% a
11% e no Bradesco de 13% a 17% para 11%
a 15%. Com o movimento dos bancos públicos, o mercado entende que o governo
segue apostando no crédito para animar a
economia, apesar do aumento da taxa de
juros promovido nos últimos meses para
conter a inflação.
Os bancos privados acreditam no crédito,
porém estão mais cautelosos. “Ajustamos
nosso guindance para 8% a 11% em
função da desaceleração da economia.
No começo do ano, quando divulgamos
a previsão, tínhamos a estimativa para
o PIB de crescimento de 3,5% em 2013.
Com as mudanças que ocorreram nesse
primeiro semestre, vimos a necessidade de
ajustá-lo. Ainda nos mantemos otimistas
e acreditamos na retomada da atividade
doméstica ao longo dos próximos meses,
mas por hora, em função do cenário,
promovemos esse ajuste”, afirma o diretor
corporativo de Controladoria do Itaú
Unibanco, Rogério Calderón.
Credit Performance
27
PONTO DE VISTA
realidades de 2013
e perspectivas para
2014
Egberto Hernandes
Blanco
Presidente do Instituto
GEOC
RAPIDEZ
E
Com um cenário macroeconômico não
tão confortável como se esperava e os
protestos que paralisaram o país, as empresas de recuperação de crédito tiveram
que investir mais do que já vinham fazendo
para conseguir manter as performances
e os resultados desejados. No primeiro
trimestre do ano, o contato com os devedores teve uma elevação de 3,5%, segundo
levantamento feito pelo IGEOC junto às
empresas associadas.
O telefone fixo foi a principal forma de
comunicação entre as empresas de recuperação de crédito e os inadimplentes, com elevação de 2,71%, em relação
ao mesmo período do ano anterior. As
ligações por celular ficaram em segundo
lugar como a forma de contato mais ativada, com elevação de 3,49%. Em seguida,
28
Credit Performance
Além de ser o meio legal e eficiente para resolver atrasos no pagamento de títulos
e outros documentos de dívidas, o Protesto oferece inúmeras vantagens:
CONSULTA
ntramos na reta final de 2013 e,
de certa forma, caminhamos com
muito mais dificuldades do que o
que foi previsto no início do ano,
em todos os setores da economia, mas,
principalmente, no nosso segmento de recuperaçao de crédito, no qual a expectativa
era de um ano melhor e mais tranquilo.
O PIB patinou, a inflação subiu, o desemprego também e o dólar saiu da confortável
cotaçao, oscilando em torno dos dois reais
por um período considerável. Ao longo
do ano, o Governo Federal teve que tomar algumas medidas amargas para que
a inflação não explodisse, entre elas a alta
dos juros, que sempre representa um freio
a mais na economia. O resultado foi um
temor generalizado e o crédito estagnado.
FAÇA DO PROTESTO UM
INSTRUMENTO PARA MELHORAR O
FLUXO DE CAIXA DA SUA EMPRESA.
Consulta gratuita de protesto:
www.pesquisaprotesto.com.br
PRATICIDADE
vieram as mensagens por SMS, com alta
de 4,58% - o maior crescimento entre os
meios de comunicação. Por último, ficaram
as postagens com elevação de 2,91%. É
consenso que estamos investindo cada vez
mais para conseguir retornos semelhantes
aos de anos anteriores ou resultados ainda
melhores.
As associadas também constataram que
precisaram, em média, fazer quatro contatos com o inadimplente para conseguir
um retorno. Em momentos de certa instabilidade ou crise financeira, a inadimplência tende a ser maior, mas com o cenário
econômico desfavorável, também é mais
difícil recuperar o crédito.
As empresas de recuperação de crédito,
porém, não têm medido esforços em seus
investimentos estratégicos, tecnológicos e
em capacitação e qualificação de sua mão
de obra e o IGEOC tem sido parceiro das
associadas nesta busca incansável pela
eficiência nos resultados.
Por isso, temos aprimorado a cada dia os
programas de qualificação de pessoal, pro-
movendo a excelência através da educação
continuada, ministrando cursos como o
MBA Gestão de Negócios com Ênfase
em Crédito e Cobrança, voltado para
executivos da área, não restrito apenas
às associadas, possibilitando assim o acesso
de todos os interessados.
Temos aprimorado também a certificação
das empresas associadas, através do já tradicional Selo de Qualidade e recentemente
com a edição do 3º Fórum de Inovações,
que despertou um amplo debate, com
apresentações do que há de mais moderno e tecnológico no mercado nacional e
internacional.
Desta forma, com as empresas cada vez
mais aparelhadas, com os créditos sendo
concedidos com mais rigor e com a economia dando sinais de que pode retomar
os caminhos da estabilidade para pensar
na retomada do crescimento, mesmo que
timidamente, podemos acreditar que as
perspectivas para 2014 são boas e os primeiros sinais desses novos ventos poderão
ser observados ainda no último trimestre
de 2013.•
O prazo médio de
finalização é de 5 dias.
ECONOMIA
Pode ser realizado eletronicamente.
SEGURANÇA
O Protesto possui todas
as garantias jurídicas.
O Protesto é gratuito para o credor.
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DESTAQUE
relacionamentos
que geram
negócios
Entenda mais sobre essa importante ferramenta no mundo dos
negócios e aproveite para participar do CMS Credit Networking Lab,
uma das novidades do Congresso de C&C 2013, que traz Robert
Wong, um dos maiores headhunters do mundo e verdadeiro mestre no
assunto.
Por Isabela Barros
P
30
Credit Performance
repare-se para falar e ouvir. Para dar
e receber, abusando de bom senso
e boa vontade para ir adiante, ajudando e tendo ajuda de volta. Essa
é a fórmula simplificada do networking.
Muito difundido no plano individual como
um método de se obter um “upgrade” na
carreira ou recolocação profissional, o
hábito de fortalecer a rede de contatos
está no centro das atenções das empresas
e é usado cada vez mais como ferramenta
de geração de novos negócios. Um jeito
de garimpar oportunidades numa via de
mão dupla. Nesse sentido, se fortalecem
iniciativas como eventos e os grupos de
networking entre corporações, que organizam os contatos e dão visibilidade a quem
quer ampliar o leque de relacionamentos.
propaganda, promoções e merchandising.
Porém, em minha opinião, a mais eficiente
é o bom relacionamento, que é o contato
pessoal com seu cliente”, ressaltaÉ claro
que isso é mais do que uma simples troca
de cartões. Para Marcos Martins, diretor
da BNI Brasil, organização presente em
mais de 50 países com foco na criação de
redes de relacionamento, é com ele que
se intensifica o marketing boca a boca. “É
muito mais fácil fechar uma venda quando
alguém faz uma recomendação do que
investindo em outras formas de comunicação”, explica. Martins lembra que estreitar
relacionamentos com esse foco significa
pensar em médio e longo prazos. “E isso
exige esforço e disposição para conhecer
o outro e seu negócio”, aponta.
Robert Wong, um dos headhunters e
consultores mais famosos do mundo,
defende que o networking é uma ferramenta muito eficaz, até pela etimologia
da palavra, que significa “jogar a rede”. “É
como uma pessoa que tenta fisgar peixes
com uma só vara ou com uma rede. Qual
metodologia é mais eficaz? Existem muitas
ferramentas de geração de novos negócios,
tais como: marketing, branding, eventos,
Outro observador atento do networking,
o diretor executivo do Grupo Empreenda,
Milton Camargo, chama a atenção para a
importância de oferecer diferenciais, de ser
relevante nesse contexto de ganha-ganha.
“Essas relações precisam ser pautadas em
conteúdo”, orienta. “Quer se relacionar
bem com alguém ou com uma empresa?
Torne-se relevante, ajude quem quer que
Credit Performance
31
DESTAQUE
seja em seus desafios profissionais. Assim
você será lembrado de maneira positiva”.
Robert Wong
Heahunter e Consultor
Para o executivo, gerar oportunidades, muitas vezes, é conseguir juntar o “injuntável”.
“É muito comumaproximarmos clientes
para que eles criem negócios juntos. Ações
que uma parte não faria sozinha, ou porque
não tem competência ou porque não enxergou a oportunidade” cita. O resultado
pode ir muito além das expectativas.
Prefere agir por conta própria, sem o
intermédio de empresas e profissionais
especializados? Não existe fórmula mágica,
mas é importante ser relevante, cultivar
a relação e ter bom senso. “Não dá para
forçar a barra, mas também não se pode
deixar tudo solto. Outras dicas que ajudam
a fazer a diferença: troque experiências,
peça opiniões. Amplie seus contatos dentro
das empresas com as quais se relaciona.
Dê o primeiro passo”, ensina.
“Outro dia aproximamos dois clientes que
desenvolveram um negócio específico para
pequenas empresas, uma iniciativa que
deve faturar R$ 50 milhões em 2014. Eles
nem se conheciam, mas nós enxergamos
uma oportunidade e os aproximamos com
um propósito claro. Isso é networking”,
acentua.
Disposto a começar a cultivar melhor os
seus contatos, lembre-se de que a sinceridade, nesse campo, é outra ferramenta
poderosa. “É preciso ter uma rede que se
paute pela sinceridade e pela vontade de
também ajudar, não só pedir”, explica o
headhunter Marcos Próspero, executivo
da consultoria Robert Wong.
Muita calma e
atenção nessa hora
Reconhecida a importância dos
relacionamentos para você e
sua empresa, com todas as
coordenadas para arregaçar
as mangas, é importante estar
atento a erros muito comuns
nessa área. “Tem muita gente
que tenta vender seus produtos
ou serviços logo no início do
processo. São os chamados ‘caçadores’, aqueles que agem de
modo a afastar os empresários”,
ressalta Martins, do BNI Brasil.
Além de controlar a ansiedade, equipe-se com os materiais
adequados aos seus objetivos.
É importante ter recursos como
cartões de visita, ou folhetos,
além de saber explicar de forma
rápida e objetiva o seu negócio.
Ampliar os horizontes, mesmo
que isso não represente oportunidades imediatas a curto
prazo, é outro ponto destacado. Segundos especialistas,
32
Credit Performance
é um grande erro achar que
só devemos cultivar relações
com pessoas que podem vir a
comprar o que temos a oferecer.
Às vezes, mais importante do
que gerar uma oportunidade
é obter uma informação diferenciada, trocar experiência,
discutir alternativas.
Quer mais? Nunca confunda
“oportunidade com oportunismo”. Não é porque você trocou
cartão com alguém durante um
evento que pode sair oferecendo qualquer coisa a essa pessoa.
Muito menos qualquer coisa de
qualquer jeito e nunca esqueça de que é a sua imagem que
está em jogo. Wong também
comenta os erros mais comuns
na prática do networking: “convidados não portarem crachá
ou alguma identificação clara
de identidade e não propiciar
tempo de qualidade para a interação entre as pessoas”.
+ Networking em 2013
Para inserir você nesse mundo dos relacionamentos e fazê-lo
praticar essa importante ferramenta no mundo dos negócios,
o 9º Congresso de Crédito e Cobrança traz o CMS Credit
Networking Lab. A novidade dessa edição do evento será
conduzida pelo consultor internacional Robert Wong. Para
que as empresas trabalhem melhor o networking, Wong defende que é importante promover esse relacionamento em
oportunidades de trocas de ideias e conhecimento.
Essa semente pode gerar a confiança um no outro, levando
eventualmente à conclusão de bons negócios mútuos. “Algumas
iniciativas interessantes nessa direção incluem juntar pessoas
que tenham sinergia entre si, eventos e oportunidades que
possibilitem essa troca, sempre com o propósito claro que a
pessoa sentirá que lhe agregará valor”, finaliza.
CMS Networking Credit Lab
Quando: 22 e 23 de outubro de 2013
9º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança.
Expo Center Norte, São Paulo.
Credit Performance
33
Mercado na Mira
o segredo
está no capital
intelectual
A partir dessa edição, a Credit Performance conta
com um espaço cativo para falar sobre as principais
iniciativas das empresas do mercado de crédito e
cobrança para conquistar seu lugar ao sol.
Por
Cristiane
Moraes
Q
uais são as novidades no mercado de crédito e cobrança? Para
onde o vento está soprando
e quais são as inovações das
empresas para garantir um diferencial?
Para responder a essas dúvidas e mostrar
diferentes visões de negócios, a Credit
Performance inaugura a editoria “Mercado na Mira”, um espaço para as empresas
compartilharem seus cases e experiências.
Nessa primeira matéria, trazemos a história
da Way Back – Recuperação de Créditos
| BPO, que está há mais de duas décadas
no mercado de C&C, tem apresentado
crescimento de 30% ao ano e aposta em um
amplo portfólio de produtos sob medida
para atrair e reter a carteira de clientes.
Para o empresário Jefferson Frauches
Viana, diretor executivo e fundador da
Way Back Cobranças e Serviços, criada
em 1991, inovação sempre foi o norte para
o crescimento dos negócios. Quando Via34
Credit Performance
na abriu a empresa com a esposa, tinha
como principal cliente um laboratório
farmacêutico de grande porte. Naquela
época, o executivo enxergava um potencial
do mercado de crédito e cobrança e ao
mesmo tempo observava que o segmento
carecia de inovação, tanto na forma com
o qual o serviço era prestado, quanto no
relacionamento com os contratantes.
Ao longo desses 22 anos a empresa investiu nessa visão, ampliando o portfólio de
serviços, sua infraestrutura tecnológica
e também seu quadro de colaboradores.
Para Sandro Nicolau Dias, superintendente
Administrativo e Financeiro da Way Back,
o grande diferencial da empresa sempre
foi o capital intelectual. “Não oferecemos
produtos de prateleira e temos todo o conhecimento e tecnologia dentro da própria
casa para desenvolver um produto sob
medida para o cliente. O nosso lema é
inovar, empreender e trabalhar”, aponta.
Essa atuação capaz de entender a necessidade do mercado e desenvolver desde
a tecnologia até a capacitação humana é
atribuída ao knowhow da equipe interna
e percebida pelos cases da empresa. Um
dos serviços desenvolvidos internamente
foram as remessas expressas, um produto
que tem evoluído nos últimos 15 anos, trazendo grande experiência e conhecimento
de todas as particularidades que envolvem
o transporte nacional e internacional, não
só no que se refere à forma de cobranças,
mas também entendendo as razões que
motivam a falta de pagamento. “Nossa
expertise permite inclusive encontrar soluções e melhorias nos processos para os
contratantes. Dominar a operação tem
permitido que a Way Back ofereça um
serviço eficiente que atende os líderes
do segmento, como UPS, DHL, Fedex,
entre outras”, cita Dias.
Atuação internacional
Com a grande gama de clientes e produtos,
de diferentes segmentos, foi primordial para
a empresa viver se reinventando e inovando
seus processos. Foi isso que aconteceu em
2001, quando a empresa deu um passo
audacioso com a cobrança internacional.
Os executivos lembram que foi um grande
desafio, ao qual encararam de frente atuando inicialmente como “Service Provider”,
“Agent”, até vencer mais uma vez e assumir
a condição de “Shareholder”(acionista) da
rede mundial de cobrança, o TCM Group,
com atuação em mais de 155 países. “Nossa
presença foi tão efetiva junto ao grupo que
nosso diretor executivo foi eleito como
diretor para América do Sul”, conta Dias.
Outro serviço oferecido é a logística reversa, que trata da Recuperação de Ativos
Não Financeiros. O trabalho consiste em
identificar, contatar e recuperar os chama-
dos POS (máquinas de cartão de crédito e
débito). Esse trabalho novamente mostra
a capacidade de aliar tecnologia e sistema
com logística para garantir um resultado
eficiente, que garantiu que a empresa tenha uma diferenciação, já que a única do
mercado a prestar esse tipo de serviço,
atendendo a CIELO, líder em soluções de
pagamentos eletrônicos na América Latina.
E na área de produtos financeiros, com a
essência na recuperação de crédito, a empresa também investiu e cresceu, buscando
novos horizontes e desafios. Ao longo dessa
história a Way Back se consolidou como
um efetivo provedor para importantes
bancos, financeiras, empresas de securitização e outros fornecedores ligados a
produtos financeiros, tanto de concessão
como administração de crédito. Neste primeiro semestre de 2013, o faturamento da
Sandro Nicolau Dias,
Superintendente Administrativo e Financeiro da Way Back
empresa cresceu 40%, mostrando a solidez
e a inovação constante de toda equipe. E a
empresa tem garantido resultados surpreendentes também nos últimos três anos,
com crescimento de 30% ao ano. “Tudo
isso faz com que a empresa se empenhe
cada vez mais em desenvolver soluções e
serviços inovadores e sustentáveis”, finaliza
o superintendente. •
Credit Performance
35
tendências
dívidas que
geram lucro
de transações da empresa, fica evidente
que a estratégia está no caminho certo.
Em junho de 2011, o valor de face acumulado das transações nas quais a BrD atuou
como cedente ou cessionário foi de R$ 28,6
milhões. Em dezembro de 2012, o valor
atingiu R$ 337,1 milhões – crescimento de
1200% em apenas um ano e meio.
O mercado brasileiro de compra e
venda de dívidas vencidas começa
a amadurecer, abrindo novas
oportunidades de negócios,
que vão das transações
consideradas tradicionais
à criação de fundos de
investimento.
Por
Camila
Balthazar
“N
ão há como ser um país
capitalista sem que se
tenha crédito”, afirmou o
ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva durante a abertura do Fórum Brasil-México, realizado em março
de 2008. Na época, também estava em
pauta a comemoração do avanço na indústria do crédito registrada nos cinco anos
anteriores: a concessão havia saltado de R$
300 bilhões para R$ 1 trilhão. A tendência
crescente seguiu firme nos anos seguintes. De acordo com Alexandre Gontijo,
coordenador do setor de Recuperação de
Crédito do Siqueira Castro Advogados, o
Brasil registrou um aumento de 22% entre
os anos de 2008 e 2012.
A leitura deste números está intimamente
ligada ao mercado de compra e venda de
carteiras, que começa a ganhar mais força
no cenário brasileiro. “Com o aumento na
concessão de crédito, espera-se para os
próximos anos um considerável aumento
na inadimplência. Assim, especula-se um
aquecimento do mercado – não apenas
com a compra de carteiras entre os bancos,
mas também entre empresas privadas”,
analisa Gontijo, enfatizando o fato de que
a desaceleração da economia brasileira
aquece o mercado de compra e venda de
ativos. “Além de aumentar a participação
das empresas brasileiras nesse negócio,
36
Credit Performance
há uma grande perspectiva do ingresso
de companhias estrangeiras especializadas tanto em investimentos de compra e
venda, como na qualidade de gestão das
carteiras”, comenta.
Nicolas Otegui
Diretor da área de Reestruturação da KPMG
Tais operações trazem vantagens para os
bancos e empresas de varejo, pois a cessão
dos créditos inadimplentes reduz os custos
de cobrança e permite que as empresas vendedoras liberem-se para a reconstituição
de sua liquidez, concedendo novos créditos
aos clientes. O diretor da área de Reestrutu-
ração da KPMG no Brasil, Nicolas Otegui,
também destaca os benefícios fiscais e
regulatórios, a redução de estoque para
utilizar a equipe de cobrança nos créditos
mais novos e com melhor possibilidade de
recuperação, além da melhora na alocação
de ativos. “Estimamos que existam mais
de R$ 500 bilhões em carteiras de crédito
vencidas acima de 90 dias. Muitas instituições estão começando a ver os benefícios
desse negócio e preparam-se para entrar
no mercado”, afirma Otegui.
Com a filosofia de reconhecer possibilidades onde outros enxergam problemas, a
Brasil Distressed (BrD) foi uma das primeiras empresas a atuar nessa área de aquisição
de créditos com deságio. O sócio-fundador
Carlos Catraio, que já atuou em bancos
como Bank of America, Itaú e BPNBrasil, explica que o foco da empresa está no
crédito distressed, ou seja, dívidas que
sofreram quebra contratual do devedor
para com o credor. “Podemos incluir nas
nossas negociações, entre outras possibilidades, desconto sobre o valor original,
doação de bens, troca por direitos que
o devedor possui e revenda de crédito.
Sempre priorizamos a solução, sem nos
envolvermos com o histórico que levou
à dívida. Assim geramos resultado para
os credores, devedores e nosso próprio
negócio”, diz Catraio. Ao analisar o histórico
Carlos Catraio
Sócio-fundador da Brasil Distressed
Transformação cultural
Entre os especialistas, a opinião de que o
Brasil ainda não tem uma cultura de compra
e venda de carteiras tão forte quanto os outros países é unânime. Os motivos para isso
variam. Segundo Marcel Cecchi, sócio da
Laplace Finanças (antiga Arion Capital), o
perfil do investidor brasileiro ainda é pouco
sofisticado. “Existe uma acomodação. O
brasileiro está acostumado com a renda
fixa e sua pequena parcela de risco. No
momento em que o retorno ficar muito
Marcel Cecchi
Sócio da Laplace Finanças
baixo, o investidor começará a procurar
alternativas. Com o amadurecimento do
perfil de investimento no Brasil, novos
produtos vão aparecer”, aponta o sócio
da Laplace.
Essa consciência pode ampliar o interesse
nos Fundos de Investimento em Direitos
Creditórios (FIDCs) – tipo de aplicação
da Bolsa de Valores em que a maior parte
dos recursos é destinada à aquisição desses
créditos que uma empresa tem a receber.
Ou seja, as ações não são a única forma de
investir no mercado de capitais. Por outro
lado, o executivo acredita que ainda deve
haver uma mudança cultural não apenas dos
investidores, como também dos bancos.
“No momento em que os bancos precisarem ser mais eficientes com o capital, eles
vão começar a abrir mão do que não vai
bem e buscarão ser mais criativos com a
locação de capital. Talvez esse mercado
de compra e venda de carteira seja um
bom caminho”, pondera Cecchi.
A espanhola Paloma Cabello, sócia da
CALLIGRAM Partners e assessora da
TPG Credit na Espanha, analisa a experiênciabancáriade outros países e aponta que
as instituições financeiras tendem a esgotar
suas possibilidades de gestão interna até
que as exigências dos Bancos Centrais – ou
sua posição de solvência relacionadas às
normas internacionais – obriguem-nas a
provisões contábeis que façam com que
uma venda externa seja atrativa. “Os bancos
brasileiros não parecem ter esses fatores
pesando em suas costas neste momento.
Esta é uma das razões pelas quais faz sentido
pensar em um desenvolvimento mais precoce da compra e venda de carteiras, pois
as provisões tendem a ser mais agressivas
do que em casos de operações seguras,
como as hipotecas”, opina.
Aproveitando para compartilhar a experiência de seu país, Paloma relata o histórico
espanhol e explica que, em relação ao universo sem garantias, houve um momento
inicial de venda de grandes carteiras detidas por bancos e prestadores de serviço, como o setor de telecomunicações.
“Posteriormente, a parte sem garantia
foi se desenvolvendo com altos e baixos,
porém sempre de forma positiva. Mais
recentemente aconteceu uma mudança
importante devido a dois fatores: a consolidação do mercado bancário com a fusão de
entidades e o momento em que as provisões
obrigatórias passaram a ser mais agressivas”,
comenta a especialista, ressaltando ainda
a importância dos mercados emergentes
observarem as experiências de sucesso de
outros países para evitar erros passados.
O desafio da precificação
Alguns países já praticam a compra e venda
de carteiras de crédito há mais de duas
décadas. Apesar de estar despertando
agora, o Brasil pode aprender com essas
experiências. O professor de Economia
da IBE-FGV, Paulo Grandi, ilustra esse
tema com o caso da venda de carteiras
ocorrida nos Estados Unidos antes da crise
de 2008. “As carteiras foram vendidas para
instituições europeias e, com a chegada da
crise, foi ruim para quem comprou. Não
que seja um mau negócio, a questão a ser
considerada é a precificação, que ainda é
o grande ponto de interrogação”, expõe
Grandi.
Paulo Grandi
Professor de Economia da IBE-FGV
Segundo o professor de Economia, a experiência internacional mostra que cobrar 20%
do valor da dívida é uma prática comum,
no entanto não é possível estabelecer esse
número como padrão. “Isso não significa
que não existam negociações por 50%”,
diz. Como o grande boom da concessão
de crédito e a consequente inadimplência
ainda são recentes no Brasil, os bancos estão
observando o cenário de perto.
“Com certeza os bancos têm uma carteira
que gostariam de negociar. Alguns irão
vender; outros vão no sentido contrário,
mantendo a estrutura de cobrança e comprando carteiras de outras instituições. A
experiência vai criar um mercado cada vez
mais maduro para isso, porém ainda não há
como saber quanto vai ser recuperada de
cada transação”, completa o especialista,
deixando a polêmica da precificação no
ar para futuras discussões.•
Credit Performance
37
Novidades
Cresce demanda por cartão
de crédito entre jovens com
carteira assinada
APÓS FUSAO, NASCE UMA
nova Localcred
N
o dia 29 de agosto, a Localcred-Brascobra anunciou o término
do processo de fusão e a mudança definitiva de nome para Localcred, oficialmente adotado a partir do
dia 1º de setembro. Por meio de um
modelo de gestão mais inovador, a associada do IGEOC promove um processo de construção e posicionamento
da sua marca. Recentemente, realizou
uma pesquisa com clientes e colaboradores para a escolha do nome, que até
então mantinha o formato composto
pela razão social da empresa. O resultado definiu “Localcred”.
Em uma segunda etapa e seguindo
o conceito da empresa de humanização, todos os colaboradores votaram
para escolher a nova logo. A Localcred
contou ainda com o apoio de uma renomada consultoria internacional para
O
emprego formal faz diferença: com renda comprovada e
potencial para futuras atividades de crédito, adultos com cerca de
30 anos e renda mensal média de R$
1.428,78 impulsionaram o aumento da
demanda por cartões de crédito no Brasil em 2013. Esta é uma das conclusões
obtidas por um estudo econômico da
Serasa Experian.
sua reestruturação e, também no dia 29,
divulgou aos colaboradores seu novo
organograma.
O executivo e membro do conselho,
Adilson Melhado, assume a presidência, seguido por uma linha de diretores
executivos composta pelos sócios da
empresa. “A nova estrutura menos verticalizada e mais ágil, é parte das inovações estratégicas que adotamos e correspondem às demandas do mercado e
da economia globalizada”.
Neste cenário altamente competitivo,
buscamos ainda mais proximidade com
as pessoas, desde os clientes até cada
um dos nossos colaboradores, por isso
adotamos também um novo slogan
promocional ‘Localcred - Sempre mais
com você’, que reflete claramente este
posicionamento”, comenta o novo pre-
Adilson Melhado
Presidente da Localcred
E
Maria Zanforlin
Superintendente de Serviços ao Consumidor
da Serasa Experian.
40
Credit Performance
Em setembro, a Serasa Experian promoveu, em parceria com a CDL Fortaleza/SPC Brasil, a primeira edição do
Feirão Limpa Nome na capital cearense. No total, 16 instituições estiveram
presentes: Caixa Econômica Federal,
Banco do Nordeste, Banco Pan, Casa
O estudo da Serasa Experian mostrou
também que a inadimplência nos primeiros quatro meses após a aquisição
do cartão de crédito registrou uma queda neste ano. Em 2011, 3,2% dos novos
consumidores ficaram com pendências
nesse período – que, na transição para
2012, sofreu um aumento de 36%, elevando a 4,4% a participação de novos
consumidores inadimplentes. Este ano,
o índice sofreu uma nova queda, de 14%
- baixando a participação destes cidadãos inadimplentes para 3,8%.•
sidente da empresa. Nesta nova fase, os
esforços estarão concentrados na busca
pelos desafios comuns à empresa e seus
clientes, alcançando novos patamares
de resultados e performances.•
Serasa Experian realiza primeiro
Feirão Limpa Nome Online do
Brasil
ntre 14 e 20 de outubro, a Serasa
Experian realizou a primeira edição do Feirão Limpa Nome Online no Brasil. Consumidores de todo o
país puderam obter vantagens e condições especiais de renegociação de suas
pendências financeiras diretamente
com as empresas participantes, com
condições personalizadas e descontos
especiais sem sair de casa, por meio
do site www.serasaconsumidor.com.br/
limpa-nome.
O grupo, que representava 12% do total de consumidores brasileiros de cartões de créditos no ano passado, agora
equivale a 16% deste mesmo total – um
salto da quarta para a segunda posição
no ranking dos grupos que mais buscam
este tipo de serviço. A primeira posição
– com 26% do total – continua sendo
ocupada por adultos entre 20 e 30 anos,
com baixa renda e empregos que exijam pouca qualificação ou mesmo informais. Para fazer esse mapeamento,
a Serasa Experian usou informações de
1 milhão de CPFs e fez comparativos
entre os primeiros trimestres de 2009 a
2013. Os números revelaram ainda um
crescimento de adesões e participações
da classe E, cuja representatividade passou de 6,2%, em 2009, para 16,8% em
2013, num processo crescente a cada
ano.
Pio, C.Rolim, Loja Esplanada, FortBrasil, Avon Cosméticos, Sapataria Nova,
CDL de Fortaleza, Hilpro Idiomas Aldeota, Tijuca Alimentos, GK Fashion,
Casas Bahia, Coelce e Imperjet.
Segundo a superintendente de serviços ao consumidor da Serasa Experian,
Maria Zanforlin, estas são ótimas oportunidades para o consumidor colocar a
sua vida financeira em ordem. “Para o
consumidor, negociar uma dívida frente a frente com a empresa aumenta as
chances de um acordo mais satisfatório
para ambas as partes. Cada empresa
oferece uma proposta individualizada
com o objetivo de facilitar a conversa
e proporcionar um bom resultado ao
final do acordo”.•
BUSCA POR CRÉDITO E
INADIMPLÊNCIA:
os riscos de perder
o controle
A
pesquisa ainda apresentou outra revelação:
dentre todos os solicitantes, 78% buscam
por crédito ou serviços em mais de uma
instituição. Este fator, se combinado ao aumento
das adesões na classe E, alerta para a possibilidade de superendividamento e inadimplência futuros
caso não haja planejamento financeiro – risco que
precisa ser adequadamente monitorado, uma vez
que estes novos consumidores normalmente não
possuem vivência no mercado de crédito.
“Estes cidadãos estariam começando a aprender
a lidar com crédito justamente numa modalidade
em que os juros são altos. Assim, o risco de terem
uma primeira experiência frustrante de crédito não
é desprezível.”, aponta o presidente da Serasa Experian, Ricardo Loureiro.•
Próximos
eventos
11° Congresso Latino-Americano e 8º Congresso
Nacional de Crédito & Cobrança
5 de Novembro de 2013 | Chile | Santiago
5º Congresso Internacional de Crédito e Cobrança e
1ª Conferência Internacional de Crédito e Cobrança.
5 de Novembro de 2013 | Venezuela | Caracas
ABRIL 2014
Fortaleza
ABRIL 2014
Curitiba
Mais informações:
www.cmspeople.com
Credit Performance
41
Sofisticação e Luxo
reuniões descontraídas
no campo de golfe
Por Camila Balthazar
N
O esporte atrai cada vez mais
executivos, que desenvolvem na
prática habilidades como foco,
concentração e equilíbrio emocional.
Ainda pouco difundido no Brasil, o
golfe pode virar atração com a volta
aos Jogos Olímpicos em 2016, após
104 anos longe da competição.
ão faltam exemplos para provar
que os maiores executivos do
mundo jogam golfe. Barack
Obama está na lista, bem como
nove em cada dez presidentes dos Estados Unidos. O fundador da Microsoft Bill
Gates também é adepto, além de diversos
esportistas de outras modalidades, como
o goleiro Júlio César, o automobilista Rubens Barrichello, o jogador de basquete
Michael Jordan e os reis do futebol Ronaldo Fenômeno e Kaká. O palestrante,
consultor corporativo e autor dos livros
“Liderança e Golfe” e “Tacadas de Vida”,
Guillermo Piernes, pratica golfe desde os
9 anos e explica por que o esporte atrai
tantos executivos. “O golfe treina qualidades importantes do mundo corporativo,
como foco, concentração, equilíbrio emocional, além da habilidade de lidar com
a frustração”, comenta Piernes, iniciado
no esporte em Buenos Aires, sua cidade
natal, mas golfista durante toda a vida
e por todos os países por onde passou.
De acordo com o consultor, no campo
de golfe é possível conhecer a real personalidade das pessoas. “São quatro horas
de grandes desapontamentos e alegrias.
Tudo é muito intenso. Há situações dificílimas, sendo possível ver como cada
pessoa reage. Além disso, no golfe você
é seu próprio árbitro, por isso tem que
jogar limpo. Sempre falo que, no campo,
as pessoas são como deveriam ser sempre”,
analisa Piernes, acrescentando que um
dos grandes problemas dos executivos
jovens que vivem na atual economia conectada é a falta de foco. “No esporte
você é obrigado a bater em uma bolinha
pequena com um taco que chega a 150
km/h. É muito difícil e exige concentração.
Apenas 8% das tacadas são satisfatórias.
Você desenvolve a assertividade querendo
ou não”, expõe Piernes, ressaltando que
os negócios são fechados fora do campo,
depois do networking feito durante o jogo.
O diretor da Unidade de Automação
Comercial da RMS, Claudio Reina, viveu na prática a parceria do golfe com os
negócios. Em 2008, o executivo brasileiro
42
Credit Performance
Solução integrada de voz para contact centers
GRAVADOR DE
VOZ E TELAS
SACs
ROTA DE
MENOR CUSTO
TARIFADOR
Claudio Reina
Diretor da Unidade de Automação Comercial da RMS.
expatriado trabalhava em uma empresa
em Madri, na Espanha, e via muitas coisas
acontecendo no campo. “Acabei sendo
induzido a começar a jogar por causa
dos negócios. É uma oportunidade boa
para estar de três a quatro horas com o
executivo em um ambiente bonito, ao ar
livre, e sem estresse. Não é como uma sala
de reunião onde todos ficam olhando o
relógio impacientemente”, compara. Ao
voltar para o Brasil, Reina buscou campos próximos a São Paulo, percebendo
que a facilidade encontrada lá fora não
condizia com a realidade brasileira.“O
esporte ainda não é muito conhecido por
aqui. Na Espanha, por exemplo, você vê
famílias inteiras jogando aos sábados e
domingos”, lembra.
Atualmente, o Brasil conta com 10 mil
jogadores federados e 115 campos, números inexpressivos quando comparados
aos 28 milhões de jogadores dos Estados
Unidos, ou até mesmo com os 250 mil
golfistas da vizinha Argentina. Piernes
atribui esse fato à falta de incentivo das
empresas e da própria mídia, que não
transmite o esporte em TV aberta, por
exemplo. No entanto, esse cenário deve
mudar em breve, com a volta do golfe
no programa olímpico. Depois de 104
anos fora do evento, o esporte será disputado nos Jogos Olímpicos de 2016, no
Rio de Janeiro, sendo que pelo menos 30
países terão representantes nos torneios
masculino e feminino.“É previsível que os
Jogos Olímpicos gerem uma atração. Vejo
meninos jogando golfe eletronicamente,
sem nunca ter visto um campo, o que
significa um potencial muito grande. A
qualquer momento o esporte vai decolar”,
comenta Piernes, na constante torcida
para que mais brasileiros apaixonem-se
pelo golfe.•
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mercado como back-office de assessorias de cobranças, instituições
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Pelo Mundo
terra do vinho, das paisagens e
da poesia de neruda
Santiago do Chile sedia 11o Congresso Latino-Americano de Crédito e Cobrança
em ambiente perfeito para negócios e com muitas atrações culturais e gastronômicas.
Por Cristiane Moraes
11o Congresso Latino-Americano
e 8 o Congresso Nacional de
Crédito e Cobrança
Data: 05/11/2013
Local: Santiago - Chile
Informações: www.cmspeople.com/
eventos/2013/chile/11-latam/
Informações importantes
Idioma oficial: espanhol
Moeda: Peso chileno
Visto: brasileiros são isentos
“N
ega-me o pão, o ar, a luz, a
primavera, mas nunca o teu
riso, porque então morreria”,
declamou Pablo Neruda. A
intensidade das palavras do poeta chileno
é motivo de grande orgulho para o país,
que fez da casa construída pelo artista,
em 1953, na capital chilena, o Museu
“La Chascona”, reunindo em seu interior
móveis, objetos antigos e uma pinacoteca
que revelam momentos íntimos da trajetória
do escritor e de sua amada Matilde. Todo
esse romantismo faz da cidade um destino
frequente de casais apaixonados e, no mês
de novembro, também será a escolha de
destino de muitos líderes da indústria para
o 11o Congresso Latino-Americano de
Crédito e Cobrança.
Antes mesmo de pousar em Santiago para a
imersão nos negócios de C&C, a beleza da
Cordilheiras dos Andes arranca suspiros ao
olhar pela janela do avião. Mas é ao aterrissar
que você percebe o clima europeu com um
toque que lembra também algumas cidades
americanas. Essa verdadeira “mistura” logo
é admirada pelas turistas que conferem a
organização impecável, educação exemplar
e gastronomia diferenciada com exóticos
frutos do mar temperados com coentro e
regados a uma taça de vinho nacional - uma
46
Credit Performance
das riquezas do país e impossível de não
provar nas horas de lazer.
abuse das saborosas e doces frutas, como
o melão e as cerejas.
Santiago não é uma cidade festeira, mesmo
sendo capital. São inúmeras opções de
restaurantes e experiências culturais, porém,
não é um destino para os amantes da noite
ou das cidades 24 horas. Esse aspecto pode
ser explicado pelo toque de recolher do
Regime Militar que durou mais de 20 anos.
Foi somente depois que o ditador Augusto
Pinochet entregou o poder ao presidente
eleito, em 1990, que o Chile passou por
uma importante transformação econômica,
política e social. Mesmo assim, essa rigidez
que permaneceu por duas décadas ainda
está presente nas famílias e reflete-se na
educação mais séria e reservada, mas
de grande simpatia e de atendimento
impecável. É impossível visitar a cidade e
não lembrar com alegria do colorido das
incríveis paisagens, da organização das
ruas floridas e, claro, dos frutos do mar, que
reservam um sabor e textura diferenciados
por conta das águas geladas do Oceano
Pacífico. Quando estiver na cidade, não
deixe de provar as deliciosas machas, a
“Centella”, um caranguejo gigante, e o
pisco sauer, uma alcoólica bebida doce ideal
para o entardecer, quando a temperatura
cai mesmo no verão. Já no café da manhã,
A cidade possui toda a infraestrutura para
receber empresários e turistas, com uma
gama de hotéis de primeira linha e muitas
atividades ao ar livre. Entre as atrações
imperdíveis estão o passeio pelas ruas do
bairro Las Condes, a visita a uma estação
de esqui e a vista das praias do litoral de
Valparaíso. Outro programa que não pode
ficar de fora é conhecer uma das diversas
vinícolas para entender um pouco sobre o
plantio a produção do licor precioso. Uma
das mais tradicionais e antigas de Santiago
é a Vinícola Concha Y Toro, que oferece
diferentes tipos de tours, do tradicional que custa em média 20 dólares, até uma
Experiência Don Melchor, passeio e imersão
com vinho premiado, que pode custar em
torno de 140 dólares por pessoa. Os passeios,
que acontecem de segunda a domingo, das
10h às 17h, preferencialmente devem ser
agendados e todos incluem acesso à adega,
plantação e degustação de alguns rótulos
da casa. Mesmo que você não ganhe um
certificado de enólogo, sairá com muito
mais informação e conhecimento sobre o
mundo dos vinhos e, dificilmente, não se
tornará um apreciador. •
SONHOS
IDEIAS
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