Asas e pernas - Departamento de Entomologia

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Asas e pernas - Departamento de Entomologia
ENT 115 - MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS FLORESTAIS
AULAS PRÁTICAS
Prof. Alessandra de Carvalho Silva
PRÁTICA 4: TÓRAX E SEUS APÊNDICES - TIPOS DE PERNAS E ASAS
1. OBJETIVO E IMPORTÂNCIA
Esta aula visa fornecer informações referentes às características morfológicas do tórax
de um inseto, destacando os apêndices móveis: pernas e asas. O reconhecimento dos
diferentes tipos de pernas e asas é apenas um passo para se utilizar a chave dicotômica e
identificar os insetos à nível de família. Através dos tipos de pernas se identifica o habitat dos
insetos e a evolução dos mesmos em busca de alimentos alternativos.
2. TÓRAX
É chamado de centro locomotor dos insetos por porque aí estão localizadas as pernas e
asas dos insetos. Possui três segmentos: protórax (Prt), mesotórax (Mst) e metatórax (Mtt).
Cada um destes segmentos é composto de um semi-arco dorsal ou superior,
denominado tergo (Tg), um semi-arco ventral ou inferior, denominado esterno (Es). Estes
semi-arcos são ligados lateralmente por áreas membranosas denominadas pleuras (Pl).
Figura retirada de Maranhão (1978).
Figura 1. Tórax dos insetos. A1, A2 = primeiro e segundo par de asas. Cx = coxa do
primeiro, segundo e terceiro par de pernas. Protórax (Prt), mesotórax (Mst),
metatórax (Mtt), tergo (Tg), esterno (Es), pleuras (Pl). C = cabeça, A = abdome.
3. PERNAS
Os insetos adultos possuem três pares de pernas (hexápodes) e as formas jovens um
número variável (pernas abdominais além das pernas torácicas ou ausência total de pernas).
Cada par de pernas fica localizado em um segmento torácico: pernas anteriores ou
protorácicas, pernas medianas ou mesotorácicas e pernas posteriores ou metatorácicas.
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3.1. TIPOS DE PERNAS
Existem várias tipos de pernas e as adaptações em relação a uma perna típica estão
relacionadas com o hábito do inseto. Além da locomoção, as pernas são também adaptadas
para escavar o solo, coletar alimentos, capturar presas etc.
Qualquer que seja o tipo de perna ela é composta pelas seguintes partes: coxa (Cx),
trocânter (Tr), fêmur (Fm), tíbia (Tb), tarso (Ts) e pós-tarso (Pst).
Tipos de pernas, localização e exemplos de insetos que as possuem:
Ambulatória – pode estar presente em apenas um dos pares (Ex.: paquinhas), em dois (Ex.:
gafanhotos, grilos, abelhas...) ou em todos os três pares de pernas (Ex.:
besouros, formigas, vespas, borboletas, pulgões...).
Fossorial ou escavadora – primeiro par de pernas de paquinhas (Orthoptera) e escaravelhos
(Coleoptera).
Raptatória – primeiro par de pernas do Louva-a-Deus (Mantodea).
Preensora - primeiro par de pernas da barata-dágua (Hemiptera-Heteroptera).
Coletora – terceiro par de pernas de abelhas (com corbícula) e mamangavas (com escopa)
(Hymenoptera).
Natatória – segundo e terceiro par de pernas da barata-dágua e besouros aquáticos
(Coleoptera).
Saltatória – terceiro par de pernas de insetos da ordem Orthopera (grilos, gafanhotos,
paquinhas, esperanças...) e das pulgas (Siphonaptera).
Figuras retiradas de Maranhão (1978).
Figura 3. Tipos de pernas. 1. Pernas ambulatórias; 2. Pernas fossoriais de paquinhas (A) e
escaravelhos (B); 3. Pernas raptatórias (A) e preensoras (B). Adaptações: dígitos ou
dáctilos (dct), expansões laminares (el), esporão (epr), espinhos (esp), unha (u),
sulco (s).
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Figuras retiradas de Maranhão (1978).
Figura 4. Tipos de pernas. 1. Pernas coletoras com escopa (A) e corbícula (B); 2. Pernas
natatórias de besouros aquáticos (A) e barata-d´água (B); 3. Pernas saltatórias
. Adaptações: corbícula (cb), pinça tibial (pt), metatarso (Mts), pente (p), aurícula (a), escopa
(e), pêlos (p), esporões (esp), espinhos (epn).
4. ASAS
Os insetos, quando adultos, podem possuir dois pares de asas (tetrápteros), apenas um
par de asas (dípteros) ou ser desprovidos de asas (ápteros). O primeiro par de asas está
inserido no mesotórax e o segundo no metatórax.
As asas possuem nervuras cujo número varia de acordo com a ordem, famílias ou
gêneros. As regiões das asas circundadas por nervuras são chamadas de células.
Tipos de asas:
Membranosas – asas de estrutura delicada, com nervuras bem visíveis. Podem ser
transparentes ou coloridas, lisas ou com escamas (ordem Lepidoptera).
Podem estar presentes nos dois pares (vespas, cigarras, libélulas, abelhas...)
ou em apenas um (moscas, percevejos, besouros...).
Élitros – asas de estrutura dura, que tem a forma de estojo para proteger o segundo par de
asas do tipo membranosa. Ex.: primeiro par de asas da ordem Coleoptera.
Pode ter as mesmas características, mas ser curta e não cobrir o abdome do inseto.
Neste caso é chamada de braquiélitro. Ex.: tesourinha.
Hemiélitros – asas que possui cerca de metade ou dois terços de seu comprimento do tipo
dura e o terço final do tipo membranosa. Ex.: primeiro par de asas dos
percevejos e barata-d´água.
Tégmina ou pergaminhosa – asa geralmente estreita e alongada, de textura próxima ao do
papel. Ex.: primeiro par de asas de insetos da ordem Orthoptera,
baratas (Blattodea), louva-a-Deus (Mantodea).
Balancins ou halteres – são as asas metatorácicas atrofiadas que possuem função de
equilíbrio durante o vôo. Ex.: segundo par de asas dos insetos da
ordem Diptera.
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Franjadas – asas alongadas com longos pelos nas suas laterais. Ex.: tripes (Thysanoptera).
A
D
B
E
C
F
Figuras retiradas na Internet.
Figura 5. Insetos com duas asas membranosas - Sem escamas (A,B,C e D) e com escamas
(E e F).
Figuras retiradas na Internet.
Figura 6. Asas do tipo élitro – Ordem Coleoptera.
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A
B
Figuras retiradas na Internet.
Figura 7. Insetos com asas do tipo hemiélitro (A) e do tipo tégmina ou pergaminhosa (B).
A
B
C
Figuras retiradas na Internet.
Figura 8. Insetos com segundo par de asas do tipo balancin ou haltere – Forma e
localização (A). Exemplos: mosca (B) e mosquitos (C).
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Figura 9. Asas franjadas – Tripes (Thysanoptera).
Figuras retiradas na Internet.
5. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Borror, D.J. & De Long, D.M. 1969. Introdução ao Estudo dos Insetos. Rio de Janeiro,
PPD/USAID, 653 p.
Gallo, D. et al. 2002. Manual de Entomologia. Piracicaba, Fealq, 920 p.
Maranhão, Z.C. 1976. Entomologia Geral. São Paulo, Nobel, 514 p.
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