01 de Junho de 2016 UNITEDHEALTH DIVIDE GESTÃO DA AMIL

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01 de Junho de 2016 UNITEDHEALTH DIVIDE GESTÃO DA AMIL
Newsletter 01 de Junho de 2016
Newsletter
01 de Junho de 2016
UNITEDHEALTH DIVIDE GESTÃO DA AMIL EM TRÊS NEGÓCIOS
ECONOMIA E SAÚDE - 31/05/2016
Maior empresa de planos de saúde com 5,7 milhões de usuários, a Amil reorganizou sua estrutura e dividiu a companhia em
três áreas de negócios: operadora de saúde e dental, hospitais e tecnologia. Cada uma dessas áreas será liderada por
executivos mais jovens e o fundador da Amil, Edson Bueno, passa a ser o CEO da UnitedHealthcare Brazil.
Até agora Bueno era CEO da Amil, que abrigava todos os negócios do grupo. Na prática, com o novo cargo, as atribuições
de Bueno não mudam. A manutenção do seu nome pretende evitar uma transição abrupta, segundo fontes ouvidas pelo
Valor. Em 2012, quando a Amil foi comprada pela UnitedHealth ficou acertado que um executivo na casa dos 40 anos iria
sucedê-lo até setembro de 2017. No entanto, a Amil não confirma se Bueno deixará o cargo até essa data, mas sabe-se que
houve uma busca intensa por um executivo de mercado para substitui-lo. Mais de dez profissionais da área da saúde foram
convidados a conversar com o fundador da Amil.
Ainda segundo fontes do setor, o nome que mais agrada aos americanos é do pneumologista Sergio Ricardo Santos, que
está há dez anos na Amil. O médico, de 44 anos, foi escolhido para ser o CEO da operadora de planos de saúde e dental e
futuramente pode vir a ocupar o atual posto de Bueno. Até então, Santos era o diretor-executivo da One Health, plano de
saúde voltado para o público premium da Amil, e antes esteve à frente dos hospitais e da expansão para outras praças fora
do Rio de Janeiro.
A nova estrutura organizacional contempla um braço de negócio exclusivo para os 32 hospitais próprios que hoje atendem,
principalmente, os usuários do convênio médico. Para liderar essa área foram designados o médico Charles Souleyman e o
administrador de empresas Vinicius Ferreira da Rocha. Outro cotado para compor essa equipe é Luiz de Luca, presidente do
Hospital Samaritano, de São Paulo, adquirido pela Amil em dezembro por R$ 1,3 bilhão.
Uma das estratégias do grupo é usar o Samaritano como plataforma de expansão, com aquisições ou crescimento orgânico.
Uma possibilidade aventada pelo mercado é que a Amil fará um ‘spin-off ’ com os hospitais. As grandes redes hospitalares
são cobiçadas por investidores estrangeiros. Em janeiro de 2015, a legislação passou a permitir aportes de investidores de
outros países no setor.
O terceiro braço de negócio da Amil é a Optum, empresa de tecnologia voltada à saúde da UnitedHealth que é administrada
por um executivo americano. A Optum ainda passa por um processo de integração com a Amil, mas tem uma forte atuação
em outros países. No primeiro trimestre deste ano, o faturamento da Optum foi de US$ 18 bilhões, o que representa quase
metade da receita total de US$ 44,5 bilhões da UnitedHealthcare.
A fim de tornar esse processo de transição mais suave os quatro principais gestores da Amil — — Renato Manso, Cristina
Mendes e Gilberto Costa que estão na empresa há mais de 20 anos — irão compor um comitê para assessorar a nova
equipe.
Com uma receita de R$ 14,6 bilhões no ano passado, a Amil acumula prejuízo desde 2013. Em 2015, a perda foi de R$ 107,
5 milhões, mas representou uma queda de 63% sobre 2014. Boa parte do prejuízo deve-se a mudanças na contabilização
das provisões, cujas regras são bem mais rigorosas entre as empresas americanas.
ANS RECEBE INSCRIÇÕES PARA O PROJETO IDOSO BEM CUIDADO
ANS – 31/05/2016
A partir de segunda-feira (30/05), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) começa a receber inscrições de
operadoras e prestadores de serviços interessados em aderir ao projeto Idoso Bem Cuidado. Serão selecionadas,
inicialmente, 15 propostas distribuídas regionalmente em todo o país. As instituições deverão desenvolver modelos
diferenciados de cuidado à pessoa idosa que contemplem mudanças no modelo de prestação de serviço e de remuneração
dos prestadores, de acordo com a metodologia proposta pela ANS.
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As instituições que tiverem propostas selecionadas terão um ano para implementar as medidas, com apoio da ANS. Os
resultados serão monitorados e mensurados e, posteriormente, os modelos que se mostrarem viáveis poderão ser
replicados para o conjunto do setor, de forma a estimular mudanças perenes no sistema de saúde.
O projeto Idoso Bem Cuidado foi apresentado pela ANS na última terça-feira (24/05). A iniciativa surgiu da necessidade de
melhorar o cuidado aos idosos que possuem planos privados de saúde e da necessidade de debater e reorientar os modelos
de prestação e remuneração de serviços na saúde suplementar. O objetivo é promover a melhoria da qualidade da atenção
e a implementação de estratégias que assegurem a sustentabilidade do setor.
O modelo propõe, entre outras coisas, o reconhecimento precoce do risco, a fim de reduzir o impacto das condições crônicas
na funcionalidade, sendo possível monitorar a saúde e não a doença, com possibilidade de postergá-la, para que o idoso
possa usufruir seu tempo a mais de vida. A proposta também contempla e valoriza as estruturas de apoio ao cuidado
integral, que são os cuidados de fim de vida, os cuidados paliativos e a atenção domiciliar.
Outro ponto importante é a necessidade de integração do cuidado por meio da figura do navegador, profissional de saúde
que tem a responsabilidade de conduzir e articular os diferentes momentos do percurso do paciente pela rede assistencial.
Com a melhoria da qualidade e da coordenação do atendimento prestado desde a porta de entrada no sistema e ao longo
de todo o processo de cuidado, é possível evitar redundância de exames e prescrições, interrupções na trajetória do usuário
e complicações e efeitos adversos gerados pela desarticulação das intervenções em saúde.
O acompanhamento do idoso também é um dos aspectos relevantes. Para isso, ele passará a ser portador da informação
sobre sua situação de saúde e esses dados deverão circular entre os prestadores e operadoras de forma homogênea e
linear. Para isso, está sendo proposta a criação de um aplicativo ou registro em papel que permita a portabilidade de dados
essenciais em saúde.
A adesão é voluntária e as inscrições vão até o dia 15/06. As orientações para a candidatura estão disponibilizadas na
página específica do projeto.
SAÚDE EMPÍRICA
FOLHA DE S. PAULO - 30/05/2016|
É boa a ideia da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de lançar um novo modelo para tratar os idosos na rede
privada.
O Brasil conta hoje com 20 milhões de pessoas com mais de 60 anos, dos quais quase 90% padecem de ao menos uma
doença crônica, como hipertensão arterial, diabetes, câncer, osteoporose etc. A magnitude do problema só crescerá nos
próximos anos: as projeções apontam para uma população de 65 milhões de idosos em 2050.
Eis aí um desafio para o qual o país precisa se preparar. À medida que a idade avança, surgem problemas crônicos que não
se limitam a uma especialidade médica.
No atual modelo, ao paciente nem sempre se oferece um médico primário, que seria o responsável pelo gerenciamento de
sua saúde. O usuário dos planos acaba entrando no sistema por meio de um serviço de emergência (onde a cada turno há
um plantonista diferente), quando não decide por conta própria ir a especialistas.
Quanto mais médicos o idoso visita, maior tende a ser o número de exames e procedimentos a que ele se submete, assim
como tende a ser maior a quantidade de drogas prescritas. Tal prática não só tem impacto sobre os custos, mas também
aumenta o risco de iatrogênica.
Se um médico com experiência em idosos centralizar os cuidados, decerto haverá redução de desperdícios com consultas,
exames e procedimentos desnecessários. Também se evitará o risco de perigosas interações entre medicamentos.
O projeto da ANS tem o condão de imprimir mais racionalidade ao sistema. Uma das propostas é induzir os planos a criar
centros geriátricos em que atuariam médicos e outros profissionais da área, que reconheçam riscos capazes de agravar a
saúde do idoso e atuem também de forma preventiva.
Outra ideia é desenvolver um registro eletrônico com o histórico do paciente, que poderá ser acessado por qualquer médico
e pelo próprio usuário. Assim, mesmo numa emergência, todas as informações necessárias poderão ser localizadas com
facilidade.
O melhor de tudo, porém, é que, antes de baixar toneladas de resoluções mudando toda a regulação do setor, a ANS
resolveu testar essas iniciativas em projetos-piloto, para saber se funcionam e como podem ser melhoradas. A partir do
segundo semestre, 15 organizações deverão proceder ao ensaio.
O Brasil precisa cada vez mais de políticas públicas baseadas em boa ciência, de preferência submetidas ao teste da empiria
-e não baseadas em impressões e inclinações, submetidas ao voluntarismo.
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ATENDIMENTOS ‘PRA ONTEM’
AGÊNCIA ESTADO – 30/05/2016
Não é por acaso que a maior cobrança dos pequenos e médios empresários, nesta categoria, esteja direcionada à agilidade
na marcação e atendimento de exames e cirurgias. A empresa de porte menor precisa de seus funcionários saudáveis para
que eles não desfalquem a organização.
Este é mais um dos desafios das empresas que prestam serviços nesse segmento, um grupo que perdeu 617 mil clientes no
primeiro trimestre deste ano, segundo dados da Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Mesmo assim, empresas
como a Amil, terceira colocada no índice de satisfação ‘Escolha PME’ apresenta números positivos.
Neste primeiro trimestre, as vendas de planos de saúde corporativos cresceram 136%, em comparação com o mesmo
período do ano anterior, principalmente devido aos novos contratos firmados no segmento de pequenas e médias empresas,
conta a Amil. Mais uma vez, as empresas que entendem as necessidades do empreendedor conseguem chegar lá.
Atendimento é o diferencial
Primeira colocada no índice de satisfação entre os PMEs com 68 pontos, a Bradesco Saúde – empresa integrante do
Grupo Bradesco Seguros –, criou diferentes estratégias para chegar a este posto. A empresa, por exemplo, faz criteriosa
seleção no processo de ingresso do referenciado ao sistema, o que inclui avaliação curricular, confirmação da titulação nos
conselhos regionais de medicina, bem como avaliação de diversas documentações do estabelecimento. Periodicamente, há
também a revisão e atualização do cadastro que se dá por meio de vistorias técnicas “in loco” ou contato telefônico.
“Adicionalmente, e ainda mais importante, o referenciado é constantemente monitorado por indicadores de qualidade
assistencial e relacionados com a satisfação do beneficiário”, diz Marcio Coriolano, presidente da Bradesco Saúde.
O segmento, denominado pela Bradesco Saúde como SPG (Seguros Para Grupos, de 3 a 199 segurados), passou a ser o
foco da estratégia de atuação da companhia. Em 2015, dos cerca de 4,4 milhões de beneficiários da Bradesco Saúde, a
carteira passou a responder por mais de 1 milhão de vidas seguradas. “As pequenas e microempresas têm uma
característica muito particular pois a decisão é centralizada, isto é, o dono toma todas as decisões e participa de todas as
etapas da vida da empresa. Cada vez mais, as PMEs estão contratando seguros como política de retenção de talentos e de
melhores condições de vida e de trabalho para os colaboradores”, analisa o executivo.
Para atender de maneira satisfatória este setor, Marcio aposta na penetração em âmbito nacional da marca, devido, em
grande parte, a presença do Banco Bradesco em quase todos os municípios do País. “Em todas as agências do banco existe
um corretor capacitado para vender, de acordo com o perfil e a necessidade do cliente, o melhor plano de saúde.” Ainda
para justificar a liderança, Marcio destaca o treinamento de corretores por todo o Brasil e a busca pela qualidade. “A
despeito de termos crescido, em faturamento, a uma média de 29% ao ano no segmento de pequenas e médias empresas,
nos últimos cinco anos, nossa prioridade foi o atendimento com qualidade, em sintonia com as necessidades do
consumidor.”
Unimed se coloca ao lado do empresário
Uma das principais empresas do segmento, a Unimed do Brasil ficou em segundo lugar no índice de satisfação. E o
presidente da companhia, Eudes Aquino, acredita que as PMEs buscarão, cada vez mais, oferecer esse tipo de benefício aos
seus funcionários.
“Durante algum tempo, pequenos e médios encararam como custo arcar com planos de saúde para seus funcionários. Hoje,
essa realidade é diferente e o plano de saúde passou a ser considerado um verdadeiro aditivo aos benefícios oferecidos aos
seus colaboradores”, afirma o executivo, que considera a Unimed um “agente da cadeia produtiva das empresas”.
De acordo com ele, a ausência de qualquer colaborador prejudica o bom andamento da empresa de pequeno porte. “Ela
(ausência) é capaz de gerar enormes prejuízos na produção”, analisa.
Para a Unimed, os pequenos negócios representam um mercado importantíssimo, por isso, a companhia se diz sempre
atenta às movimentações. “Acompanhando as novas posturas adotadas pelas pequenas e médias empresas, as nossas
cooperativas passaram a criar linhas e planos específicos, oferecendo segurança, simplicidade e agilidade a um preço
diferenciado para esse setor”, analisa o executivo.
Essa estratégia, de acordo com Eudes, faz com que a Unimed possa mostrar ao público-alvo que “oferecer um plano de
saúde pode ser um incentivo à rotina profissional, principalmente diante da quantidade reduzida de funcionários.” E a
empresa diz que atuará para liderar o levantamento em breve. “O Sistema Unimed continuará empenhado em incentivar
mudanças para melhorar a qualidade de vida da população e desafogar o sistema de saúde”, finalizou.
Pesquisa é aliada da Amil
Desde 2004, a Amil montou uma equipe para atendimento exclusivo dos pequenos negócios e, desde lá, com pesquisas e
experimentações tecnológicas, tenta atrair e aumentar o índice de satisfação do cliente. Neste ano, a empresa aderiu ao
indicador Net Promoter Score (NPS), metodologia usada mundialmente por grandes corporações para avaliar
periodicamente o nível de lealdade à marca – os beneficiários são abordados via e-mail. Os entrevistados também podem
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detalhar o motivo da resposta, um feedback importante para a companhia traçar planos de ação no futuro com base,
justamente no indicador.
Os resultados são consolidados trimestralmente por uma empresa de pesquisa. “Esse acompanhamento é importante pois
contribui para melhorar a entrega de produtos e serviços”, explica Lais Perazo, diretora nacional de atendimento da marca.
Ela ainda destaca que a empresa pretende crescer entre os pequenos empreendedores, um mercado interessante para
companhias de maior porte.
“Em um cenário de crise como o atual, a Amil está atenta às demandas desse segmento por soluções que reúnam maior
qualidade e ‘resolubilidade’ nos tratamentos, reduzindo os desperdícios. Para isso, a operadora tem investido em estratégias
de coparticipação, que permite que a empresa mantenha o plano de saúde de seus colaboradores, porém, com custos
menores, e inovação”, analisa a diretora.
JOSÉ CECHIN DISCUTE O NÚMERO DE VIDAS E O MERCADO DE
TRABALHO
FENASAÚDE - 27/05/2016
Durante a entrevista, o diretor executivo da Federação Nacional de Saúde (FenaSaúde), José Cechin, esclareceu que o
boletim
faz
um
estudo
de
10
anos
de
evolução
de
beneficiários
de
plano
de
saúde.
Cechin explicou que até 2010 os planos de saúde estavam crescendo na faixa de 5% ao ano.
De 2010 a 2014, essa taxa caiu para algo entre 2 e 3%. Agora, no ano passado e começo desse ano, houve uma diminuição
importante no número de beneficiários. Em 2015, foram mais de 700 mil perdas de planos de saúde.
“E quem perdeu plano de saúde foi porque perdeu o emprego. De 1,3 milhão de brasileiros que perderam plano de saúde,
quase 900 mil eram de pessoas empregadas que tinha seu plano de saúde. Perderam emprego, perderam plano de saúde”,
analisa José Cechin.
Confira a entrevista na íntegra: http://radios.ebc.com.br/revista-brasil/edicao/2016-05/boletim-da-fenasaude-apontareducao-do-numero-de-consumidores-de
GRUPO QUE DEFENDE REDUÇÃO DE FISCALIZAÇÃO DA ANS
AGÊNCIA ESTADO – 27/05/2016
O ministro de Saúde, Ricardo Barros, reuniu-se na quarta-feira, 25, em Brasília com grupo que defende a redução do poder
de fiscalização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O encontro, que tomou boa parte da tarde, ocorreu dias
depois de Barros afirmar que não é tarefa da sua pasta zelar pela qualidade de planos e que usuários descontentes não são
obrigados a manter o contrato com operadoras. A ANS é uma autarquia criada justamente para regular e fiscalizar a
atuação das operadoras de saúde.
O fato de se dispor a discutir o tema foi considerado por especialistas como um claro indicativo de que Barros não é
totalmente avesso à proposta de reduzir a atuação da ANS, sob a justificativa de se combater a “burocracia”. O ministro já
afirmou ser favorável à ampliação dos planos de saúde no País. Quanto mais pessoas com planos, raciocina, mais dinheiro
sobraria para o Sistema Único de Saúde.
Observadores afirmam, no entanto, que a estratégia de se ampliar os planos de saúde esbarra em um problema: a
regulamentação da ANS. A expansão somente se daria se houvesse uma oferta de planos de menor valor. Algo difícil, diante
da obrigação, imposta pela ANS, de que operadoras ofertem um cardápio mínimo de procedimentos e exames.
“Reduzir as exigências seria muito impopular”, afirma um integrante do ministério, sob condição de anonimato. “A
alternativa mais fácil é limitar a fiscalização. Com isso, há um espaço maior para que regras sejam desrespeitadas pelas
operadoras. Elas estariam apenas no papel.”
A pauta da reunião, realizada com grupos como o Vem Pra Rua e Ordem dos Médicos do Brasil, trazia ainda outros pontos
polêmicos, como o retorno da discussão do Ato Médico e o freio na política de expansão de vagas em cursos de Medicina no
País.
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PAGAMENTO
POR
VERTICALIZADOS
PERFORMANCE
EM
CENTROS
MÉDICOS
SAÚDEBUSINESS - 27/05/2016
A verticalização de centros médicos pelas operadoras de planos de saúde tem sido uma estratégia para redução dos custos
e melhoria do acesso aos serviços de saúde. No entanto, o sucesso deste modelo está diretamente ligado ao modelo de
contratualização com a equipe médica.
O desafio, além desta revisão no modelo de remuneração, obviamente está no repensar do modelo de atenção que será
oferecido pelo Centro Médico.
Algumas operadoras optaram em convidar médicos de sua rede credenciada, trazendo-os dos consultórios para atender em
estruturas ambulatoriais próprias, remunerando o médico da mesma forma que ele recebia como credenciado em seu
consultório ou por hora.
Outras optam em fazer uma “verticalização terceirizada”, contratando horas dos médicos em seus consultórios ou ainda
remunerando um valor diferenciado para o atendimento dos beneficiários que forem encaminhados.
A melhor das opções vem sendo a verticalização centrada na atenção básica. Quase como trazendo o modelo do SUS para a
saúde suplementar. Ainda muito será necessário evoluir neste modelo pelos inúmeros paradigmas a serem quebrados, mas
é uma excelente estratégia.
Os estudos desenvolvidos pela nossa equipe, propiciaram a discussão de um modelo desafiador, mas perfeitamente
exequível na saúde suplementar. Em termo gerais, a ideia é favorecer e estimular a gestão da informação a partir da
integração dos dados assistenciais vindo de um robusto prontuário eletrônico (ferramenta obrigatória para um Centro
Médico), do ERP do plano de saúde, e de outras fontes disponíveis de dados, como saúde ocupacional, programas de
gerenciamento de crônicos, programas de benefícios farmacêuticos, dentre outros. Além disso, é fundamental uma
reorganização e hierarquização da rede, integrando, a partir das especialidades básicas, as demais especialidades. O modelo
deve gerenciar a utilização e a demanda resolvendo a grande maioria dos problemas de acesso e todas estas ações devem
gerar valor ao paciente. Sem este foco, o modelo está fadado ao insucesso.
Esta proposta só vai atingir os resultados esperados se o modelo de remuneração médica for repensado. Modelos
prospectivos, como a remuneração por hora, e os modelos retrospectivos, como a remuneração por procedimento, se
mostraram ineficientes. O primeiro traz o risco do subtratamento ou da seleção de risco. Já o segundo, o estímulo à
superutilização. Várias evidências já demostraram isso.
Para minimizar estes efeitos perversos, o modelo de remuneração proposto é um modelo híbrido, remunerando o médico
por hora, por produção e por performance. O componente de performance deve ser adicional e representar, no mínimo,
20% da remuneração final do médico e os indicadores devem ser centrados na qualidade da assistência, de acordo com o
conceito que temos defendido (para maior aprofundamento no tema leia o livro: Pagamento por Performance, o desafio de
avaliar o desempenho em saúde, Abicalaffe, 2015).
Os resultados deste modelo de verticalização foram impressionantes, impactando na redução do custo médio por consulta
em mais de 35% quando comparado com as mesmas especialidades na rede aberta, além de uma redução expressiva nas
solicitações de exames. Algumas especialidades tiveram uma redução de perto de 50%. Além disso, o que mais
impressionou, foi a procura do Centro Médico pelos beneficiários que tinham livre escolha. No segundo ano de
funcionamento do Centro Médico, mais de 40% dos atendimentos eram de pacientes que tinham livre acesso à rede. Ou
seja, os pacientes optaram, livremente, por procurar o Centro Médico, ao invés de ter uma livre escolha na rede
credenciada, quebrando um paradigma que ainda muitos gestores têm, onde uma boa rede credenciada é uma rede ampla.
Ficou comprovado que uma boa rede é uma rede custo efetiva, que leva ao paciente uma boa percepção de valor.
DESPESAS ASSISTENCIAIS ATINGEM R$ 50 BILHÕES EM 2016
O GLOBO – 27/05/2016
Exatamente às 19h da terça-feira, as despesas assistenciais da saúde suplementar no Brasil, em 2016, atingiram a marca
de R$ 50 bilhões. É o que aponta o Custômetro dos Planos de Saúde da Abramge – Associação Brasileira de Planos de
Saúde, que mensura a quantidade de recursos gastos pelas operadoras de planos de saúde médico-hospitalares na
prevenção e cuidado à saúde de seus beneficiários. Trata-se da maior cifra já gasta nos primeiros cinco meses de um ano
pelas operadoras, mesmo com a perda de 953 mil beneficiários no ano passado – atualmente 48,8 milhões possuem planos
de saúde médico-hospitalares.
Segundo levantamento da Abramge com base em informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), desses
R$ 50 bilhões, 44,8% foram gastos com internações, 32,6% com consultas, 17,1% com exames complementares e 5,5%
com terapias. Nos doze meses de 2015, as despesas assistenciais alcançaram R$ 119,3 bilhões, o que equivale a uma gasto
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médio de R$ 2.390 para cada beneficiário de plano de saúde. No mesmo período, o ticket médio ou mensalidade média foi
de R$ 235.
— O grande desafio da saúde suplementar é reduzir os gastos com fraudes e desperdícios do setor. Além disso, é preciso
encontrar um equilíbrio entre o incessante aumento dos custos e a finita receita dos planos de saúde — afirma Pedro
Ramos, diretor da Abramge.
Em 2015, segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar – IESS, a Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH)
foi de 19,3%, índice mais elevado desde o início da série histórica. Parte disso deu-se devido ao comportamento
inflacionário que se alastrou no país.
Um exemplo disso foi o aumento nos preços administrados, em especial aos reajustes de energia elétrica que afeta
diretamente os gastos das unidades hospitalares, clínicas e laboratórios. Houve uma variação de 198,9% se comparado ao
ano anterior. O índice de inflação passou de 17,1% para 51,0%.
Outros exemplos são a hospitalização e cirurgia, que passou de 7,0% em 2014 para 10,4% em 2015, registrando aumento
de 49,0%, e o câmbio do dólar, que passou de R$ 2,4 para R$ 3,3, registrando alta de 41,6%, lembrando que muitas das
tecnologias e manutenção dos aparelhos do setor de saúde são atreladas à moeda americana.
ÍNDICE DE REAJUSTE DE PLANO DE SAÚDE DA GEAP PODE DIMINUIR
EXTRA – 25/05/2016
O reajuste dos planos de saúde dos servidores públicos federais, estipulado pela Geap Saúde e em vigor desde março,
poderá ser reduzido de 37,55% para 20%. Isso porque, de acordo com o presidente do Conselho de Administração da
entidade, Irineu de Araújo, apesar de ter conseguido derrubar cerca de 120 liminares movidas por lideranças sindicais
contra a cobrança atual, a Geap está disposta a diminuir a taxa. A decisão busca, entre outros fatores, frear a saída de
segurados dos planos.
— Desde dezembro, quando foi anunciado o aumento, 23 mil pessoas (servidores públicos) saíram. Apesar da liberação
judicial, as pessoas não terão como pagar (as mensalidades), e a Geap vai perder, de qualquer forma, se mantiver o
reajuste — disse ele.
A possível redução é fruto de um estudo de viabilidade feito pela Diretoria Executiva da Geap, seguindo uma determinação
do Conselho, que apontou condições para que, com isso, não seja comprometida a sustentabilidade econômico-financeira da
operadora. Segundo Araújo, serão necessárias ações firmes de redução de gastos administrativos, e que as entidades
sindicais retirem ações contra o reajuste que tramitam no Judiciário. Para ele, as respostas devem ser positivas:
— No dia 19 de maio, as entidades estiveram numa reunião e se mostraram bem inclinadas a isso.
A votação final sobre a mudança no índice de reajuste deverá ocorrer somente em junho, mas não deverá ter efeito
retroativo.
MUDANÇA EM VERBAS PARA SAÚDE AFETARÁ SUS E SETOR PRIVADO
VALOR ECONÔMICO – 25/05/ 2016
A desvinculação da receita na área da saúde, proposta anunciada na terça-feira pelo Ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, para reduzir os gastos públicos, foi recebida com preocupação pelo setor de hospitais privados. “Isso porque 53%
dos atendimentos SUS são realizados pelo setor privado. Os repasses do SUS são defasados e subsidiados com a receita
vinda dos planos de saúde”, disse Francisco Balestrin, presidente da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp).
Dos quase 6 mil hospitais existentes no país, 2 mil são públicos; 2,4 mil privados com fins lucrativos e 1,4 mil particulares
sem fins lucrativos. Entre os privados filantrópicos está, por exemplo, a Beneficência Portuguesa que faz cerca de 55% dos
seus atendimentos para pacientes pelo SUS e os demais 45% para pessoas com convênios médicos. No entanto, o repasse
do governo representa apenas 13% da receita da Beneficência Portuguesa, sendo o restante custeado pelos planos de
saúde. Há ainda hospitais privados filantrópicos como Albert Einstein, Sírio-Libanês e Alemão Oswaldo Cruz que assumiram
a gestão de hospitais públicos ou atendem a comunidade carente que mora nos bairros em que estão instalados.
O presidente da Anahp mostra-se pessimista com a mudança na vinculação de receitas para saúde, uma vez que o atual
cenário é de aumento de pessoas migrando para o Sistema Único de Saúde (SUS) porque perderam o plano de saúde com a
crise e o desemprego. Entre janeiro de 2015 e março deste ano, cerca de 1,5 milhão de pessoas tinham perdido o convênio
médico, principalmente, por causa do desemprego. “É muito preocupante porque antes mesmo dessa restrição já havia
informação de que o orçamento do SUS para este ano acabaria em outubro. O repasse do SUS já é extremamente
defasado, será complicado manter o atendimento”, disse Balestrin, pontuando que as Santas Casas que já vivem em
situação de penúria devem enfrentar mais dificuldades.
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No ano passado, os gastos totais com saúde somaram R$ 563 bilhões. Deste total, R$ 255 bilhões foram despesas na saúde
pública e R$ 308 bilhões em saúde privada, de acordo com levantamento da Anahp. Do montante gasto com saúde pública,
R$ 92 bilhões são de âmbito federal, R$ 72,5 bilhões dos Estados e R$ 90,6 bilhões, municípios. Já em relação aos gastos
no mercado privado de saúde, R$ 144 bilhões referem-se ao setor de convênio médico e os outros R$ 164,5 bilhões são
despesas médicas particulares e medicamentos.
Atualmente, a saúde fica com 12% da receita líquida corrente dos Estados, 15% dos municípios e 12% do governo federal.
“A vinculação da receita na saúde é uma luta histórica no setor, de uns dez anos, dentro do conceito de universalização da
saúde”, disse Balestrin.
CRISE AGRAVA SITUAÇÃO DOS PLANOS DE SAÚDE
CVG-SP - Por Márcia Alves – 25/05/2016
O sistema de saúde suplementar atravessa uma das mais graves crises de sua história. Em 2015, 1,3 milhão de pessoas
perderam seus planos de saúde e até o final deste ano mais 1,5 milhão ficarão sem planos, segundo estimativas de
entidades da área. Mas, este não é o único desafio. O custo médico-hospitalar bateu seu recorde, com alta de 19,3% no
índice de Variação de Custos Médico-Hospitalares, que representa a maior variação desde 2007.
A título de comparação, a inflação ficou em 10,67% em 2015. “Se o ritmo de crescimento dos custos continuar, nem as
operadoras e nem os contratantes dos planos terão condições de arcar com os custos do plano”, disse Luiz Augusto
Carneiro, superintende executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Para ele, cabe às operadoras,
prestadores de serviços de saúde, governo e beneficiários debaterem a modernização do sistema, “sob o risco de não existir
um futuro para esse setor se isso não for feito”.
Embora reconheça que em todo o mundo os custos da saúde crescem acima da inflação, Carneiro adverte que o caso
brasileiro é muito mais grave. “Aqui, as falhas de mercado potencializam a escalada de custos”, afirmou. No mesmo tom
sombrio, a presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Solange Beatriz Palheiro Mendes,
alertou: “estamos caminhando para a insustentabilidade do setor privado”.
De acordo com Solange, o setor está preocupado não apenas com os altos custos de procedimentos, tecnologias,
medicamentos e materiais, como também com a solidariedade intergeracional, quando os mais jovens subsidiam os mais
longevos. Ela destaca que há 15 anos, para cada beneficiário com 60 anos ou mais, existiam outros três com idades entre
zero e 19 anos; hoje, essa relação caiu para dois. “As razões que produzem a elevação das despesas com a saúde vão
desde o envelhecimento da população, uma vez que os idosos requerem maiores cuidados, até o avanço tecnológico”,
avalia.
Outras diversas variáveis também influenciam no preço dos planos de saúde, como as fraudes, os desperdícios, a
introdução massiva de tecnologia e a judicialização. Em recente evento do setor, o diretor -executivo da FenaSaúde, José
Cechin, explicou que existem tipos de judicialização: a devida, quando o beneficiário não tem o que é seu por direito; a
indevida, quando o beneficiário pleiteia coberturas extracontratuais ou extras leis; e a zona cinzenta, que é a área típica de
atuação da Justiça.
De acordo com Cechin, o Judiciário existe para arbitrar questões que se situem nessa zona cinzenta. No entanto, alguns
juízes se valem de princípios constitucionais para garantir direitos indevidos, impulsionando a judicialização. Para ele, os
julgamentos não devem ser movidos por sentimentos pessoais, sob pena de se cultivar a insegurança jurídica. A saída, a
seu ver, é fortalecer as ouvidoras e os núcleos de apoio ao consumidor.
A falta de regras de concorrência entre os fornecedores de materiais médicos também contribui para a elevação dos custos
da saúde. Levantamento realizado pela FenaSaúde aponta que a disparidade de custos chega a 1.000% em alguns produtos
de saúde, como o caso de um stent metálico coronariano, cujo preço variou de R$ 450 a R$ 4,9 mil. “É preciso uma boa
regulação, com regras para as práticas concorrenciais, sistemas de informação mais eficientes, revisão das questões de
exclusividade de distribuidores, combate a fraudes e a crimes no âmbito da saúde e adoção de registro e nomenclatura para
os itens médicos”, afirma Solange.
Para o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, regular preços não é a saída. Recentemente, o novo governo cogitou
promover a regulação de preços no segmento de órteses, próteses e materiais especiais em resposta ao escândalo da
comercialização desses produtos. “O controle de preços é uma intervenção equivocada no mercado. Seria uma medida
negativa, impensada e inconveniente”, disse. Ele ressalta, porém, que não é contra a regulamentação, mas desde que feita
de maneira inteligente, de forma que todos da cadeia de suprimentos ganhem – a indústria, hospitais, distribuidores e os
pacientes.
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ANS PROPÕE NOVO MODELO DE ASSISTÊNCIA A IDOSOS NA SAÚDE
PRIVADA
AGÊNCIA BRASIL - 25/05/2016
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apresentou no dia 24/05, no Rio de Janeiro, projeto de mudança no
atendimento a idosos na rede privada. De acordo com a agência, o “Projeto idoso bem cuidado” pretende tornar mais
eficiente a assistência médica a pacientes com 60 anos ou mais, que representam 12,5% dos cerca de 50 milhões de
usuários de assistência de saúde privada.
A agência sugere um novo modelo de atendimento aos idosos em que o hospital e a emergência deixam de ser a porta de
entrada do sistema de saúde e são substituídos por uma equipe funcional específica para atender a esse público.
Outra proposta da ANS é a contratação de um profissional com a responsabilidade de conduzir e acompanhar a passagem
do paciente pela rede de saúde, promovendo o diálogo entre prestadores e operadoras por meio de aplicativo ou registro
em papel que permita a portabilidade de dados essenciais em saúde.
A diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira, disse que o novo modelo de atendimento traz níveis
hierarquizados de cuidado com o paciente idoso: acolhimento, núcleo integrado de cuidado, ambulatório geriátrico e
cuidados complexos de curta duração e longa duração. “O reconhecimento precoce do risco, a fim de reduzir o impacto das
condições crônicas na funcionalidade, permite monitorar a saúde e não a doença, com a possibilidade de postergá-la, a fim
de que o idoso possa usufruir seu tempo a mais de vida.”
Eficiência
O presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), João Bastos Freire Neto, elogiou a iniciativa de
tratar o idoso de maneira integral e não apenas com foco na doença. Se implementado, ele acredita que o modelo vai evitar
a sobreposição de exames, medicamentos e desarticulação das intervenções em saúde nessa faixa etária.
“Ainda falta qualidade da informação que passa pelo sistema de saúde. É preciso investir em tecnologia para que o idoso
transite pelo serviço sabendo da condição de saúde dele. Outro grande desafio é a falta de profissionais capacitados em
saúde do idoso. Menos da metade das escolas de medicina tem no programa pedagógico a geriatria e a gerontologia.”
O país tem aproximadamente 1,4 mil geriatras para atender em torno de 24 milhões de idosos (um para cada 17 mil). O
número adequado, segundo a ANS, é de um geriatra para cada mil idosos. “Todo profissional da saúde precisa aprender
sobre saúde do idoso na graduação. A maior parte da demanda dos idosos pode ser resolvida por um médico que não o
especialista”, ponderou Freire Neto.
Embora não seja uma obrigação dos planos privados, Freire Neto ressaltou que algumas operadoras já implantaram modelo
similar ao proposto pela ANS e têm obtido melhores resultados assistenciais e econômico-financeiros. “A partir do momento
em que esses modelos forem replicados e ampliados, as operadoras vão enxergar que essa é uma boa possibilidade de
atuação, pois hoje o resultado é ruim, o modelo de assistência é caótico, o que gera desperdício de recurso.”
ANS PROPÕE MODELOS PARA CUIDADOS EM TRÊS LINHAS DE ATENÇÃO
ANS – 25/05/2016
Especialistas e gestores de saúde reunidos na terça-feira (24/05), no Rio de Janeiro, discutiram novas formas de prestação
e remuneração de serviços em três linhas de atenção prioritárias: cuidado ao idoso, oncologia e odontologia. No encontro,
promovido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foram apresentados projetos inovadores que estão sendo
desenvolvidos para o setor. Os modelos chamam a atenção para a necessidade de mudanças no sistema de cuidado em
saúde, que produzam melhores resultados assistenciais e econômico-financeiros e sejam capazes de garantir a qualidade
dos serviços e a sustentabilidade da saúde suplementar. Durante o encontro, foi lançado um livro em que é apresentado o
projeto “Idoso Bem Cuidado”.
“A reorganização da prestação dos serviços de saúde e a adoção de novos modelos de pagamento dos prestadores, que
tenham o usuário como centro das ações ao invés de focar no pagamento por volume de procedimentos ou serviços, são
medidas imprescindíveis e urgentes”, afirma a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira. Ela explica
que o aumento da expectativa de vida conquistada nas últimas décadas, a transição epidemiológica – em que prevalecem
as doenças crônicas como diabetes, câncer, obesidade e hipertensão – e o processo de evolução tecnológica são fatores
determinantes para as mudanças propostas.
“A sustentabilidade da saúde suplementar se apoia, necessariamente, no tripé qualidade-informação-mudança nos modelos
de prestação e remuneração. Nesse encontro, a ANS debateu a urgência da adoção de novos modelos, como poderão ser
implementados e os desafios a serem enfrentados, sob ponto de vista de todos os elos da cadeia”, explica Martha.
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Idosos – O projeto “Idoso Bem Cuidado” contempla proposta de atenção específica para essa população. O plano tem
como compromisso e metas a melhoria da qualidade e da coordenação do atendimento prestado desde a porta de entrada
no sistema e ao longo de todo o processo de cuidado, evitando redundâncias de exames e prescrições, interrupções na
trajetória do usuário e as complicações e efeitos adversos gerados pela desarticulação das intervenções em saúde. Como
consequência, será possível observar a utilização mais adequada dos recursos do sistema como um todo – tanto por
profissionais de saúde quanto pelo próprio paciente.
Nesse modelo, o hospital e a emergência deixam de ser porta de entrada do sistema e assumem novos lugares no rearranjo
da rede: podem ficar reservados aos momentos de agudização da doença crônica ou se incorporar de forma mais horizontal
à rede, e desempenhar papel de organizadores do cuidado – como nos exemplos inovadores dos “hospitais comunidade” da
Europa e dos Estados Unidos. A proposta também contempla e valoriza as estruturas de apoio ao cuidado integral, que são
os cuidados de fim de vida, os cuidados paliativos e a atenção domiciliar.
O modelo proposto reforça também a necessidade de integração do cuidado por meio da figura do navegador. Trata-se do
profissional de saúde que tem a responsabilidade de conduzir e articular os diferentes momentos do percurso do paciente
pela rede assistencial, um misto de alguém que “guia” e “costura” o cuidado conforme a necessidade do paciente.
“O modelo proposto para o idoso é composto por cinco níveis hierarquizados de cuidado – acolhimento, núcleo integrado de
cuidado, ambulatório geriátrico, cuidados complexos de curta duração e de longa duração –, mas é nos três primeiros
níveis, nas instâncias leves de cuidado, que há a diferença. A identificação do risco e a integralidade da atenção nos
diferentes pontos da rede são o cerne deste modelo. O reconhecimento precoce do risco, a fim de reduzir o impacto das
condições crônicas na funcionalidade, oportuniza monitorar a saúde e não a doença, com possibilidade de postergá-la, a fim
de que o idoso possa usufruir seu tempo a mais de vida”, explica Martha.
No tocante à remuneração, está sendo proposta a adoção de modelos alternativos capazes de romper com o círculo vicioso
de sucessão de consultas fragmentadas e descontextualizadas da realidade social e de saúde da pessoa idosa. Um dos
principais exemplos citados na literatura internacional como adequado ao cenário de prevalência de doenças crônicas é o
sistema híbrido, que absorve a modalidade de remuneração fixa, como, por exemplo, o capitation, associado à bonificação
pela performance. Essa proposta é inspirada principalmente no modelo norte-americano instituído em 2010 pelas
Accontable Care Organizations (ACO).
Quanto ao acompanhamento, um dos aspectos importantes é que o paciente passe a ser portador da informação sobre sua
situação de saúde e que a informação circule entre os prestadores e operadoras, de forma homogênea e linear. Para isso,
está sendo proposta a criação de um aplicativo ou registro em papel que permita a portabilidade de dados essenciais em
saúde.
A partir de segunda-feira (30/05), a ANS começa a receber as propostas de adesão ao projeto. Poderão participar
operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços de todo o país. Os interessados devem apresentar pilotos para
implementação do modelo Idoso Bem Cuidado seguindo as orientações específicas que serão dadas pela Agência. A adesão
é voluntária e, inicialmente, serão selecionados 15 pilotos distribuídos regionalmente pelo país.
Publicação – O projeto “Idoso Bem Cuidado” é apresentado no livro “Idosos na Saúde Suplementar: uma urgência para a
saúde da sociedade e para a sustentabilidade do setor”, lançado durante o evento. A publicação foi elaborada a partir da
necessidade de melhorar o cuidado aos idosos que possuem planos de saúde e conta com a participação de diversos
especialistas e estudiosos do tema, resultando em conjunto de reflexões, experiências e proposições.
“A pergunta central que precisamos responder é a seguinte: é possível, no Brasil, envelhecer com saúde e qualidade de
vida? Viver mais já é uma realidade e será mais ainda nos próximos anos. Mas também deve fazer parte desta conquista a
possibilidade de os cidadãos usufruírem destes anos a mais com capacidade funcional, saúde e qualidade de vida”, destaca
Martha. “Acreditamos, sim, ser possível reorientar a atenção à saúde da população idosa e construir uma organização no
setor que permita melhores resultados assistenciais e econômico-financeiros”, completa.
Para conhecer a publicação acesse o link:
http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Materiais_por_assunto/web_final_livro_idosos.pdf
Envelhecimento populacional – Atualmente, os brasileiros com 60 anos ou mais representam aproximadamente 11% do
total da população. Estima-se que esse contingente alcance o patamar de 30% em 2050. A participação de idosos na saúde
suplementar é bastante expressiva, especialmente entre as mulheres, as quais apresentam uma participação relativa
superior à observada para o total da população. Dos cerca de 50 milhões de vínculos de beneficiários a planos privados de
assistência médica no Brasil, 12,5% referem-se a pessoas com 60 anos ou mais.
A movimentação dos idosos beneficiários de planos de saúde apresenta um potencial para o aumento dos gastos do sistema
em função das especificidades do próprio processo de envelhecimento, que apresenta características de morbimortalidade
distintas dos demais grupos etários da população, em função da maior prevalência de doenças crônicas que demandem
acompanhamento de longa duração por profissionais da área de saúde. No Brasil, estimativas da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontam que o número de pessoas com idade superior a 60 anos deve
aumentar em torno de cinco pontos percentuais nos próximos 30 anos.
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Oncologia – Para essa linha de cuidado, as medidas propostas estão assentadas em quatro eixos: diagnóstico precoce,
com estímulo a ações de promoção, prevenção e realização de busca ativa; continuidade entre o diagnóstico e o
tratamento; tratamento mais adequado e em tempo oportuno, com a inserção da figura do navegador, para garantir que o
paciente com suspeita ou diagnóstico de câncer consiga seguir o percurso ideal para o cuidado; e pós-tratamento e outros
níveis de atenção (cuidados paliativos). Os resultados desejados, com o novo modelo, são um diagnóstico mais preciso da
situação atual do cuidado oncológico, estímulo à adoção de boas práticas no cuidado ambulatorial e hospitalar, e
necessidade de melhorias nos indicadores de qualidade da atenção oncológica na saúde suplementar.
Para aprimorar o rastreamento de cânceres passíveis de detecção precoce, está sendo proposta a realização de estudo que
permita à operadora e ao prestador medir o número de exames esperados em sua população, a identificação do caminho a
ser percorrido pelo paciente após a suspeita de câncer e a definição de indicadores de monitoramento do acesso, da
qualidade e do nível de coordenação do cuidado. Em relação ao diagnóstico, é necessário que sejam estabelecidos rotinas e
requisitos mínimos de qualidade, com a definição das condições ideais para que seja bem feito, de forma a garantir o
tratamento apropriado e oportuno, baseados em protocolos terapêuticos e nas melhores práticas disponíveis.
Odontologia – Hoje, quando se fala em cuidados odontológicos, a maioria dos planos de saúde também trabalha com foco
na produção de volume de procedimentos, remunerando pela quantidade. Além de não ser sustentável, a prática não
privilegia a boa atenção clínica. Para mudar esse cenário, o modelo previsto, que vem sendo discutido com o setor há cerca
de seis meses, passa a atrelar tanto a atenção como a remuneração a indicadores de qualidade. A inovação é a busca do
resultado em saúde e não da quantidade de procedimentos.
O arranjo de prestação dos serviços é baseado nas seguintes premissas: divisão dos cuidados em módulos que compõem a
prevenção e o tratamento, com utilização de protocolos clínicos; introdução de um gestor do cuidado (navegador)
responsável pela coordenação da atenção prestada ao beneficiário; avaliação das ações através de indicadores e medidas de
qualidade; utilização de uma medida de qualidade na composição da remuneração do prestador de serviço; e novas formas
de comunicar esse novo modelo e agregar valor para o beneficiário e para o prestador.
Nessa proposta, 70% do cuidado são focados na atenção básica, onde um profissional de referência é encarregado da
atenção. Quando o paciente precisar de atenção especializada (tratamento de canal, por exemplo), é encaminhado para
outro profissional capacitado e depois volta para o profissional de referência. Paralelamente, a operadora, como gestora do
cuidado, tem um sistema de informação que permite acompanhar o tratamento, verificar a necessidade de retorno e
comunicar ao beneficiário. Com isso, é possível fazer o monitoramento tanto da atenção que ele está recebendo quanto da
atenção dos prestadores. E os melhores prestadores também são remunerados pela melhor prática.
Confira abaixo os painéis apresentados e participantes:
PAINEL 1 – PROJETO DE REDESENHO DA PRESTAÇÃO E DA REMUNERAÇÃO DOS SERVIÇOS NA ATENÇÃO AO
IDOSO
Lançamento do Livro “Idosos na Saúde Suplementar: uma urgência para a saúde da sociedade e para a sustentabilidade do
setor”
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Martha Oliveira – DIDES/ANS
Renato Veras – UNATI/UERJ
Vanessa Assalim – GAMA Saúde
Kylza Estrella – ASAP Saúde
Germana Hunes Grassi Gomes – HC IV/INCA
Daniele Silveira – DIDES/ANS
Denizar Vianna – Departamento de Clínica Médica/UERJ
Florisval Meinão – APM
Mesa e Debate: O projeto do idoso bem cuidado: é possível? Perspectivas e desafios
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Mediadora: Martha Oliveira – DIDES/ANS
Tassio Silva S José Rio Preto – SBGG Antônio
Jorge Kropf – Amil
Rodrigo Bornhausen Demarch – Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Paulo Marcos – ASAP Saúde
Ana Elisa Álvares Corrêa de Siqueira – Grupo Semeando
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PAINEL 2 – PROJETO DE REDESENHO DA PRESTAÇÃO E DA REMUNERAÇÃO DOS SERVIÇOS NA ATENÇÃO
ODONTOLÓGICA
Mesa – Perspectivas da implementação do novo modelo na Saúde Suplementar
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Michelle Mello – ANS/DIDES
Alfieri Casalecchi – Amil Dental
Fabiano Augusto Sfier de Mello – CFO
Gilberto Pucca – Ministério da Saúde
PAINEL 3 – REORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO ONCOLÓGICA
Mesa e Debate – Projeto de reorganização da atenção oncológica na Saúde Suplementar: discussões iniciais
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Mediadora: Martha Oliveira – DIDES/ANS
Victor Piana de Andrade – AC Camargo
Tereza Veloso – SulAmérica
Nelson Teich – Grupo COI
Jose Eduardo Castro – Fundação do Câncer
Beatriz Hornburg – SBP
Luciana Holtz – Instituto OncoGuia
Fonte: As matérias publicadas nesta Newsletter são de assuntos de consultoria atuarial e do o setor de saúde suplementar, sendo de
responsabilidade de seus autores e não refletindo, necessariamente, a opinião da Milliman.
Nota: Para incluir ou alterar seu e-mail na lista de destinatários do Newsletter, envie uma mensagem com sua solicitação
para [email protected].
Para remover da lista, por favor, responda esta mensagem com o assunto ‘Remover’ no campo assunto.
MILLIMAN
Av. Nilo Peçanha, 50 sl 601.
Centro - Rio de Janeiro – RJ
CEP 20020-906– Brasil/fax: 55-21-2210-6313
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