(Zingiber officinalle, Roscoe) DURANTE A SECAGEM
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(Zingiber officinalle, Roscoe) DURANTE A SECAGEM
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1, p.51-58, 1999 ISSN: 1517- 8595 51 ESTUDO DA DIFUSIVIDADE E DO ENCOLHIMENTO DO GENGIBRE (Zingiber officinalle, Roscoe) DURANTE A SECAGEM1 Josivanda Palmeira Gomes de Gouveia2, Francisco de Assis Cardoso Almeida2 e Fernanda Elisabeth Xidied Murr3 RESUMO Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de se estudar o fenômeno da transferência de massa no processo de secagem do gengibre, mediante aplicação do modelo, baseado na segunda lei de Fick, o qual considera o fenômeno de encolhimento, aplicando-se os modelos de Suzuki et al. (1976) para ver qual deles melhor se ajustava aos dados experimentais, devido aos produtos com alto teor de umidade, como é o caso do gengibre, apresentar grandes modificações em sua forma original provocados pelo fenômeno do encolhimento e, também, porque a secagem de materiais biológicos em ambientes sob condições controladas de temperatura e velocidade do ar serem largamente utilizada na avaliação das condições de operação deste processo. Os resultados analisados mostraram que a difusividade efetiva quando se considera o encolhimento, apresentou resultados mais satisfatórios e o coeficiente de encolhimento é melhor representado pelo modelo de secagem Uniforme 1. Palavras-chave: difusividade, encolhimento, gengibre, secagem. DIFUSIVITY AND SHRINKAGE OF GINGER DURING DRYING SUMMARY This research was developed with the objective of studying the phenomenon of the mass transfer in the process of drying ginger, by means of application of the model, based on the second law of Fick, which considers the shrinkage phenomenon, applied the models of Suzuki et al. (1976) to see which of them better they were adjusted to the experimental data, owed the products with high moisture content, as it is the case of the ginger, to present great modifications in its original form provoked by the phenomenon of the shrinkage, also, because the drying biological materials in atmospheres under controlled conditions of temperature and speed of the air is used in the evaluated of the conditions of operation of this process. The analyzed results showed that the effective diffusivity when the shrinkage is considered had presented resulted more satisfactory results and the shrinkage coefficient is represented better by the drying Uniform model 1. Keywords: difusivity, shrinkage, ginger, drying. Trabalho Revisado pelo Professor Evandro Castro Melo da Universidade Federal de Viçosa, Doutor pela Universidad Politécnica de Madrid 1 Parte do trabalho de Doutorado do primeiro autor, Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos da UNICAMP-SP. 2 Professores Doutores do Departamento de Engenharia Agrícola da UFPB, Av. Aprígio Veloso, 882, Bodocongó, CEP 58109-970, Campina Grande, PB. Fone (083) 310.1194, e-mail: [email protected] e [email protected] 3 Profa Doutora Faculdade de Engenharia de Alimentos da UNICAMP-SP, e-mail: [email protected] 52 Estudo da difusividade e do encolhimento do gengibre durante a secagem INTRODUÇÃO O Brasil, como um dos produtores mundiais de gengibre, contribui com uma produção anual de cerca de dois milhões de quilogramas destes rizomas. Entretanto, juntamente com outros países, enfrentam grandes problemas no processo de secagem. Em razão da crescente demanda do gengibre e das condições do mercado internacional, a secagem artificial deste produto, vem exigindo da pesquisa, estudos, objetivando um maior espaço na comercialização e apresentação no mercado consumidor. Sabe-se que o objetivo principal da secagem é a remoção de água de um produto através da evaporação, sendo necessário a utilização de calor para evaporar a umidade da superfície do produto, através de um meio de secagem externo (geralmente o ar). Desta forma, para produtos agrícolas e alimentícios, a secagem é utilizada para preservação, permitindo também o transporte sem necessidade de refrigeração. O fenômeno de secagem não pode ser generalizado, por se tratar de materiais biológicos, os quais possuem características intrínsecas que podem ser diferenciadas entre si, com a existência da contribuição do soluto durante a secagem e o encolhimento do produto devido a mudança de pressão entre o líquido e a parede celular. O período de secagem é comumente dividido em um período de velocidade constante e um período de taxa decrescente, sendo este de desidratação da superfície insaturada. Para estimar o tempo médio de secagem, durante este período, a segunda lei de Fick uma das mais empregadas (Akeredolu, 1987; Murr, 1992 e Prado, 1998). Para Brooker et al. (1974) predizer teoricamente a taxa de secagem decrescente é mais complexo que a taxa constante, pois devem ser considerados, não somente os mecanismos externos de transferência de calor e massa, mas também os internos do produto. Fortes e Okos (1980) dizem que na segunda fase do período decrescente, onde a umidade de equilíbrio está abaixo da umidade de saturação, a difusão da fase de vapor é o mecanismo predominante de transferência de umidade. Apesar da complexidade dos mecanismos de transporte de umidade, Vaccarezza et al. (1974) afirmam que na desidratação de açúcar de beterraba, a segunda lei de Fick pode ser usada para predizer com razoável precisão, o tempo médio de secagem, a distribuição de umida- Gouveia et al. de interna e a temperatura da amostra durante a desidratação. Segundo Mirsa e Young (1980) o encolhimento de produtos agrícolas durante a secagem é um fenômeno físico que ocorre simultaneamente com a difusão de umidade e pode ter um efeito significativo na difusividade mássica e, portanto, na taxa de remoção de umidade. Porém eles verificaram que considerar o encolhimento nos modelos de secagem é difícil devido a não se ter informações sobre o coeficiente de encolhimento nem da relação funcional entre encolhimento e difusividade mássica e, ainda, verificaram que o encolhimento é função de uma retração livre, relacionada com a perda de água e também elástica, a qual é provocada pelas células adjacentes. O encolhimento do material, no processo de secagem, apresenta modificações nas condições de contorno usadas para resolução da segunda Lei de Fick, por isso é de grande importância quantificar esse fenômeno ao se analisar a cinética de secagem (Park, 1987). De acordo com Murr (1992) a forma como a água permanece unida ao material interfere com maior ou menor grau na secagem desse material. Daí a importância de se conhecer a relação de equilíbrio entre sólido e água. A remoção de umidade é limitada por fatores como o encolhimento do material, que, segundo Kilpatrick et al. (1955) e Suzuki et al. (1976) é função apenas do teor de umidade. Na prática, este fenômeno depende das condições de secagem. Suarez e Viollaz (1991) observaram o encolhimento em batatas fatiadas com diferentes conteúdos de umidade e diferentes densidades do material. A variação da área superficial com o tempo foi medida, inicialmente, considerando o grau de encolhimento da amostra. Foi encontrado que, para tempos de secagem, relativamente pequenos, o modelo de Fick, com encolhimento, representa bem os dados experimentais com o coeficiente de difusão independente do teor de umidade. No entanto, em termos do modelo difusional, os dados experimentais predizem uma grande dependência do coeficiente de difusão com o teor de umidade. Suzuki et al.. (1976) estudaram o encolhimento de cenoura, batata, batata doce e rabanete, utilizando a equação de Kilpatrick et al. (1955) e mostraram que, durante os primeiros estágios de secagem, o volume de encolhimento de vegetais e batata é igual ao volume de água eliminada por evaporação, mas para os estágios finais o volume de encolhimen- Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1, p.51-58, 1999 Estudo da difusividade e do encolhimento do gengibre durante a secagem to é menor que o volume de água removida. Eles então apresentaram três modelos de secagem cujas fórmulas relacionam as mudanças na área de superfície e o teor de umidade: o modelo de secagem Uniforme 1, o qual é função do teor de umidade inicial da amostra em cada ponto de secagem, Uniforme 2, função do teor de umidade e densidade inicial do produto e o modelo de secagem central, baseado na suposição de que durante o processo de secagem, se forma uma camada seca na superfície do material submetido à secagem e o centro do material permanece com um teor de umidade mais elevado. Arakedolu (1987) também estudou o encolhimento de mandioca através dessas equações e observou a ocorrência de ruptura na estrutura interna durante a secagem, tendo verificado que o modelo uniforme, foi o mais adequado para ajustes dos dados experimentais. Gouveia et al. 53 Worcester). Na primeira gaveta do secador, foi colocado um leito de sílica-gel, a fim de manter o ar desumificado. Os testes foram realizados até que variações de massa das amostras fossem insignificantes. Depois disto foi determinada a massa seca das amostras (AOAC, 1984).. MATERIAIS E MÉTODOS Este trabalho foi realizado no Laboratório de Medidas Físicas da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas, SP. Foram utilizados rizomas de gengibre (Zingiber officinalle, Roscoe) fornecidos pela Empresa Alencar Lima e Engenharia, Pavimentação e Saneamento Ltda. As amostras foram acondicionadas em um freezer horizontal à temperatura de –18 2C, visando a preservação de suas características para realização do trabalho. A secagem das amostras sem e com casca, foi realizada em um secador de leito fixo (Figura 1), construído por Brod et al. (1994), operando em um ciclo fechado, com temperatura de 35, 50 e 65ºC e velocidade do ar de 1,0 e 2,0m.s-1. As amostras foram usadas em triplicatas, depois de fatiadas com espessura média de 0,05m e o teor de umidade durante a secagem foi obtido por pesagens dessas amostras. Na primeira hora, as pesagens eram feitas a cada cinco minutos, posteriormente, seguiram-se intervalos de 15, 30 e 60 minutos, até que as diferenças de massa não fossem significativas. Mediu-se durante a secagem, a temperatura de bulbo úmido e de bulbo seco por meio de um psicrômetro, colocado no interior do secador, para se conhecer a umidade relativa do ar de secagem e com um anemômetro, as velocidades do ar ajustadas por meio de uma válvula reguladora tipo globo (Marca Figura 1. Secador de leito fixo Considerou-se a geometria das amostras de gengibre como uma placa plana infinita e utilizou-se este modelo para obtenção dos valores de difusividade efetiva estimada para o ajuste linear das curvas e a razão de umidade [(X-Xe)/(Xo –Xe)] obtida experimentalmente, empregando-se apenas o primeiro termo da equação. O cálculo da difusividade efetiva foi obtido mediante a equação de difusão para sistema de coordenadas retangulares (Crank, 1975), conforme Equação 1. Considerou-se uma distribuição de umidade inicial, uniforme e sem a presença de qualquer resistência térmica e a solução analítica da lei de Fick para uma placa plana infinita, foi estudada na forma de séries infinitas (Equação 2). X X Y Z Def Def Def t x x y y z z (1) Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1, p.51-58, 1999. 54 Estudo da difusividade e do encolhimento do gengibre durante a secagem X Xe 8 Xo Xe 2 1 2 n + 1 2 n0 2 n + 12 2 Def exp 4 L2 t (2) em que X = conteúdo de umidade, g; X e = conteúdo de umidade de equilíbrio, g; X o = conteúdo de umidade inicial, (g); X X e = razão de umidade, decimal base seca; Xo Xe Def = difusividade efetiva, (m2.h-1) A difusividade efetiva considerando o encolhimento foi determinada, substituindo-se, na Equação 2, a razão de umidade do produto pela concentração de umidade (Park, 1987) como segue: C Ce 8 Co Ce 2 2 n + 1 n0 1 2 2 n + 12 exp 4 L2 2 Def t (3) em que: C = concentração de umidade, X V ,(g.H2O.g-1.ms-1. m-3); C e = concentração de umidade de equilíbrio, X e Ve (g.H2O/ g-1.ms-1.m-3); C o = concentração de umidade inicial, X o Vo , (g.H2O g-1.ms-1.m-3). Os volumes das amostras ( V , Vo , Ve ) foram obtidos, multiplicando-se a área planimetrada pela espessura média da amostra. Durante a secagem, foi encontrada a densidade do material através da imersão da amostra em um recipiente com volume e densidade do material conhecido. Neste trabalho, foi utilizado o tolueno, onde, pelo deslocamento do volume e variação da massa, obteve-se a densidade da amostra. Também, foram fotografadas as amostras com um padrão referencial, através de um planímetro, para se conseguir as áreas necessárias ao estudo do encolhimento do gengibre. Com o intuito de se encontrar valores de difusividade efetiva, considerando o encolhimento do material, foi aplicado o método de regressão linear, tendo sido utilizada a espessura média das amostras, ou seja, usando a média aritmética entre a espessura média no início e no final da secagem com base em estudos realizado por Mazza e Le Mauger (1978) Gouveia et al. para a secagem de fatias de cebolas e Murr (1992) para as de batatas. Com os valores experimentais de densidade inicial (o), densidade de equilíbrio (e), conteúdo de umidade (X), conteúdo de umidade de equilíbrio (Xe) e encolhimento (A/Ao), obtidos através de fotografias tiradas durante a secagem, foi possível obter através de regressão não linear os valores do coeficiente de encolhimento (n), mediante os modelos: Modelo uniforme 1 A X a Ao X o a n (4) sendo: a X e 1 / e 1 1 / (5) e em que X = conteúdo de umidade da amostra, (g); X e = conteúdo de umidade inicial da amostra, (g); e = densidade de equilíbrio (g/cm3); n = coeficiente de encolhimento Modelo uniforme 2 em que: A n b X + c Ao (6) b o / X o 1 c 1 b o (7) (8) Modelo central A n k X + p Ao em que: (9) k p / X o X e p X o X e / X o X e = X o 1 o / X o 1 e (10) (11) (12) A ferramenta utilizada para os ajustes foi o programa computacional STATISTICA versão 5.0. Os critérios usados para escolha do melhor ajuste foram o coeficiente de determinação (R2) entre as respostas observadas e os valores previstos pelo Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1, p.51-58, 1999 Estudo da difusividade e do encolhimento do gengibre durante a secagem modelo ajustado (Barros Neto et al., 1995) e o módulo do desvio relativo médio (P), definido como a média da porcentagem de diferença relativa entre valores experimentais e preditos (Lomauro et al., 1985). P 100 n n i 1 M i Mpi (13) Mi em que M i = valores preditos pelo modelo; M pi = valores obtidos experimentalmente. Com base nesta equação, tem-se que os melhores ajustes são os que apresentam maior R 2 e menor P , ou seja, R 2 próximo da unidade e P menor que 10%. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 e 2, estão relacionados os valores obtidos para a difusividade efetiva, sem e com encolhimento, respectivamente, onde são apresentados também, o desvio médio relativo (P) e coeficiente de determinação (R2), para o gengibre sem e com casca. Analisando-se os dados contidos nessas tabelas, verificou-se que a difusividade é da ordem de 10-6m2.h-1 e observou-se que o valor da difusividade aumentou com o aumento da temperatura. Este resultados são concordantes com os obtidos por Murr (1992) que depois de submetido fatias de batatas para serem secas as temperaturas de 35, 45 e 55ºC e velocidade do ar de 0,6 e 0,8m.s–1, constatou para a difusividade efetiva, valores que variaram de 5,45 a 9,87x10-10m.s-1. Com o mesmo objetivo, Prado (1998), determinou a difusividade efetiva de tâmaras para obtenção da tâmara-passa, utilizando temperatura de 60, 70 e 80ºC e velocidade do ar, variando de 0,5 a 1,5m.s-1, tendo obtido como resultado valores de 1,01 a 4,52x10-7m2.s-1 para a difusividade efetiva sem considerar o fenômeno de encolhimento, e de 0,71 a 3,81m2.s-1 quando este foi incluído nas análises. Mediante estes resultados, tem-se valores maiores para a difusividade, quando não se leva em consideração o encolhimento. Constatação que confirma os resultados obtidos neste trabalho para o gengibre (Tabela 1 e 2). Gouveia et al. 55 Analisando-se a Tabela 2, frente a Tabela 1, tem-se para a difusividade efetiva do gengibre, excetuando-se para a temperatura de 50ºC e velocidade do ar de 2,0m.s-1, resultados com menor desvio médio relativo; fato que indica um melhor ajuste do modelo difusional para os dados obtidos experimentalmente com a secagem do gengibre, quando foi considerado o encolhimento. Observa-se, também, que a presença da casca influenciou a difusividade, uma vez que foi mais difícil a difusão ocorrer para estas amostras. Caso semelhante a este foi observado por Sereno e Medeiros (1990). Quanto a velocidade do ar de secagem, observa-se o efeito desta sobre os resultados, tendo-se para a secagem às temperaturas de 35 e 50ºC, revelado uma tendência de aumento para a difusividade efetiva e para a temperatura do ar de secagem de 65ºC, verifica-se um comportamento inverso, isto é, a difusividade efetiva diminui, tanto para o gengibre sem casca quanto para aquele com casca. Este comportamento, conforme se observa através da Tabela 1 e 2, foi similar, quando se considerou o fenômeno de encolhimento, embora para a temperatura de 65ºC os valores obtidos para a difusividade terem sido bem próximos. Estes resultados encontram apoio obtidos por Suzuki et al. (1976) quando diz que as curvas de encolhimento são de características similares para materiais da mesma espécie, não diferindo ligeiramente uma da outra. Mediante os dados foi possível concluir que o encolhimento do gengibre não é perfeitamente homogêneo. No estágio inicial de secagem, as partículas permanecem com a sua geometria original, no entanto, vão se deformando com o decorrer do processo e a partir daí foi possível a obtenção da área diretamente através de um planímetro. Na secagem de alimentos, a transferência de massa ocorre por difusão interna e a transferência de calor é controlada externamente (Capriste et al., 1988). O encolhimento durante a secagem pode mudar com a resistência a transferência de umidade. Uma baixa velocidade do ar, predominando em uma superfície de resistência, mostra que os perfis de umidade nas amostras são relativamente invariáveis e as tensões internas são mínimas, portanto, alimentos com encolhimento uniforme. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1, p.51-58, 1999. 56 Estudo da difusividade e do encolhimento do gengibre durante a secagem Gouveia et al. Tabela 1 - Valores da difusividade efetiva estimada pelo modelo difusional considerando o não encolhimento das amostras Difusividade efetiva (10-6.m2.h-1) Corte Var(m.s-1) 35ºC 50ºC 65ºC sem 1,0 1,81 (4,47*;0,996**) 2,10 (14,7*;0,986**) 4,05 (3,93*;0,998**) casca 2,0 1,83 (8,47*;0,990**) 2,31 (15,0*;0,960**) 2,82 (18,9*;0,988**) com 1,0 1,74 (8,99*;0,984**) 2,74 (12,4*;0,982**) 4,40 (8,85*;0,996**) casca 2,0 2,46 (6,56*;0,996**) 2,77 (6,61*;0,994**) 3,19 (21,1*;0,970**) * Desvio médio relativo (P) ** Coeficiente de determinação (R2) Tabela 2 – Valores da difusividade efetiva estimada pelo modelo difusional considerando o encolhimento das amostras Difusividade efetiva (10-6.m2.h-1) Corte Var(m.s-1) 35ºC 50ºC 65ºC sem 1,0 0,76 (10,6*;0,904**) 2,50 (0,30*;0,986**) 2,96 (3,07*;0,988**) casca 2,0 1,30 (8,42*;0,988**) 2,08 (11,1*;0,986**) 2,10 (18,2*;0,990**) com 1,0 0,90 (6,57*;0,990**) 3,31 (9,59*;0,992**) 3,43 (5,76*;0,992**) casca 2,0 1,52 (4,64*;0,992**) 2,74 (10,2*;0,937**) 3,24 (13,5*;0,992**) * Desvio médio relativo (P) ** Coeficiente de determinação (R2) Suzuki et al. (1976) secaram cenouras, batatas e rabanetes, os quais foram cortados em cubos de cerca de 1cmx1cmx1cm, tendo sua área superficial sido medida por meio de fotografias. Foi observado também que a forma das amostras não permaneceram constante durante todos os estágios de secagem. Na Tabela 3 e 4 encontram-se os valores do coeficiente de encolhimento (n) para o gengibre sem e com casca, respectivamente. Analisando-se a Tabela 3 e 4, verifica-se que o coeficiente de encolhimento (n) para os modelos de secagem Uniforme 1, Uniforme 2 e Central, ajustaram-se bem aos dados obtidos experimentalmente, para todas as temperaturas, independente da velocidade do ar de secagem, uma vez que, o desvio relativo médio é menor que 10% e o coeficiente de determinação está bem próximo de um (Lomauro et al., 1985) e Barros Neto et al. (1995). Kilpatrick (1955) propôs para o modelo uni- forme um valor de a igual a 0,80, relativo a densidade de equilíbrio do material, porém os valores das densidades de materiais biológicos são, normalmente, próximos da unidade. Por esse motivo calcularam-se os valores de densidade para cada amostra. Verifica-se também, que a velocidade do ar, quando aumentada, causa um acréscimo no coeficiente de encolhimento para todos os casos estudados. O modelo de secagem uniforme, o qual assume que o volume de encolhimento é igual ao volume de água, que é retirada durante a secagem, foi o que melhor se ajustou aos dados experimentais. Observando-se ainda, a Tabelas 3 e 4, pode-se concluir que de uma forma geral os três modelos se ajustaram satisfatoriamente aos nossos dados experimentais, porém, o modelo de secagem Uniforme 1, ajusta-se melhor, provavelmente devido à equação ser função de quatro parâmetros (X, Xo, Xe e e) Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1, p.51-58, 1999 Estudo da difusividade e do encolhimento do gengibre durante a secagem estando em conformidade com os dados de Akeredo- Gouveia et al. 57 lu (1987). Tabela 3 - Valores do coeficiente de encolhimento (n) desvio médio relativo (P) e coeficiente de determinação (R2) entre os modelos de secagem Uniforme 1, Uniforme 2 e Central, para o gengibre sem casca Coeficiente de encolhimento (n) T (ºC) Var (m;s) Uniforme 1 Uniforme 2 Central 35 1,0 0,66 (3,41*;0,98**) 0,80 (7,45*;0,97**) 0,64 (6,88*;0,99**) 2,0 0,88 (6,97*;0,99**) 0,89 (33,8*;0,99**) 0,85 (3,80*;0,99**) 1,0 0,33 (8,33*;0,99**) 0,38 (8,80*;0,98**) 0,32 (8,19*;0,99**) 2,0 0,69 (4,10*;0,98**) 0,74 (3,84*;0,99**) 0,68 (4,48*;0,99**) 1,0 0,44 (2,43*;0,99**) 0,52 (4,13*;0,99**) 0,42 (2,10*;0,99**) 2,0 0,54 (16,9*;0,99**) 0,58 (38,3*;0,97**) 0,53 (16,8*;0,98**) 50 65 * Desvio médio relativo (P, %) ** Coeficiente de determinação (R2) Tabela 4 - Valores do coeficiente de encolhimento (n) desvio médio relativo (P) e coeficiente de determinação (R2) entre os modelos de secagem Uniforme 1, Uniforme 2, e Central, para o gengibre com casca Coeficiente de encolhimento (n) T (ºC) Var (m;s) Uniforme 1 Uniforme 2 Central 35 1,0 0,26 (4,16*;0,96**) 0,28 (3,79*;0,97**) 0,25 (4,22*;0,96**) 2,0 0,31 (9,24*;0,98**) 0,34 (9,83*;0,99**) 0,31 (9,12*;0,98**) 1,0 0,19 (9,92*;0,99**) 0,18 (9,70*;0,99**) 0,20 (9,96*;0,99**) 2,2 0,41 (5,99*;0,99**) 0,47 (6,01*;0,99**) 0,40 (6,0*;0,99**) 1,0 0,36 (8,32*;0,98**) 0,46 (8,39*;0,98**) 0,46 (8,30*;0,97**) 2,0 0,44 (5,48*;0,99**) 0,52 (11,32*;0,97**) 0,43 (5,25*;0,98**) 50 65 * Desvio médio relativo (P, %) ** Coeficiente de determinação (R2) CONCLUSÕES Tendo-se como base os resultados apresentados e nas condições em que a pesquisa foi desenvolvida, chegou-se às seguintes conclusões: 1. O modelo de difusão representado pela segunda lei de Fick mostrou-se mais satisfatório quando se considerou o encolhimento das amostras de gengibre; Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1, p.51-58, 1999. 58 Estudo da difusividade e do encolhimento do gengibre durante a secagem Os valores de difusividade efetiva sem considerar o encolhimento variaram de 1,74 a 4,40.10-6 m2.h-1, enquanto com encolhimento variaram de 0,76 a 3,43.10-6 m2.h- 1; 3. No início da secagem, as partículas permaneceram com sua forma original, deformando-se com o decorrer deste processo; Gouveia et al. 2. 4. Os três modelos de secagem com encolhimento: Uniforme 1, Uniforme 2 e Central, representaram bem os dados experimentais, sendo o primeiro deles, o que se ajusta melhor devido a esta equação ser função de quatro parâmetros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Akeredolu, F. Shrinkage in dehydration of manihot utilissima and dioscorea rotunda. Drying Technology, v.5, n.1, p.107-128, 1987. 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