LEANDRO CÉSAR GOMES - Instituto de Computação

Transcrição

LEANDRO CÉSAR GOMES - Instituto de Computação
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
COORDENAÇÃO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA
DA COMPUTAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUENCIA (RFID)
APLICADO AO RASTREIO DE BOVINOS
LEANDRO CÉSAR GOMES
CUIABÁ – MT
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
COORDENAÇÃO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA
DA COMPUTAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO POR RÁDIO FREQUENCIA (RFID)
APLICADO AO RASTREIO DE BOVINOS
LEANDRO CÉSAR GOMES
Orientador: Prof. Ms. Nelcileno Virgílio de Souza
Araújo
Monografia apresentada ao Curso de Ciência
da Computação da Universidade Federal de
Mato Grosso, para obtenção do Título de
Bacharel em Ciência da Computação.
CUIABÁ – MT
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
COORDENAÇÃO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA
DA COMPUTAÇÃO
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
Título: Identificação por Rádio Frequencia (RFID) Aplicado ao Rastreio de
Bovinos
Autor: Leandro César Gomes
Aprovada em ___/___/______
Prof. Ms. Nelcileno Virgílio de Souza Araújo
Instituto de Computação - UFMT
(Orientador)
Profª. Ms. Luciana Correa Lima Faria Borges
Instituto de Computação - UFMT
Prof. Ms. Luís Cézar Darienzo Alves
Instituto de Computação - UFMT
DEDICATÓRIA
A Deus, por ter me dado força, confiança e saúde.
À minha família, e as pessoas que mesmo não sendo dela, fazem parte.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Nelcileno, pela dedicação com que me orientou neste
trabalho, que além de um “amigão”, é um ótimo professor.
A minha mãe Glacir e irmã Larissa pelo incentivo, nas horas em que
eu pensava em desanimar, ao meu pai Plínio pela paciência e aos meus
irmãos Leonardo e Luiz Henrique, que mesmo não contribuindo de fato,
estavam comigo me proporcionando momentos de alegria nas horas difíceis.
E não menos importante, à minha namorada Jana, por ser uma peça
muito importante para que pudesse finalizar esse trabalho, pela compreensão,
grande incentivo, força e dedicação a mim!
Agradeço também todos que me apoiaram, e quero dizer que todos
estão no meu coração!
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS.......................................................................................... 7
RESUMO........................................................................................................... 8
ABSTRACT........................................................................................................ 9
INTRODUÇÃO...................................................................................................10
1- CERTIFICAÇÃO E RASTREABILIDADE...................................................... 14
2- TECNOLOGIA USADA PARA RASTREIO DE BOVINOS............................ 23
3- BENEFÍCIOS E EFETIVIDADE DAS TECNOLOGIAS EM RASTREIO DE
BOVINOS.......................................................................................................... 31
4- CENÁRIO EM MATO GROSSO....................................................................36
CONCLUSÃO.................................................................................................... 41
REFERÊNCIAS................................................................................................. 43
ANEXO 1........................................................................................................... 51
ANEXO 2........................................................................................................... 52
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Leitor de etiquetas RFID e Etiqueta............................................... 13
Figura 2 – Brinco Auricular “Ear Tags” e Bolus Intra-ruminal......................... 16
Figura 3 – Marcação a ferro quente, tatuadora com tinta e produto para
marcação com ferro frio, a base de hidróxido de sódio.................................... 24
Figura 4 – Brinco eletrônico, leitora fixa e leitoras portáteis............................ 25
Figura 5 – Modelos de bolus com transponder e antena para leitora fixa...... 26
Figura 6 – Brinco eletrônico inovador com bolsa de medicamento (cor azul) e
leitora com GPS, modem GPRS para comunicação TCP/IP e Bluetooth......... 27
Figura 7 – Micro transponder para aplicação subcutânea...............................33
Figura 8 – Funcionamento simplificado da cadeia de rastreabilidade............. 34
Figura 9 – Tela de um sistema de rastreabilidade...........................................38
Figura 10 – Teclado do Peão............................................................................ 39
8
RESUMO
Problemas de saúde pública, ocasionados pelo consumo de carnes,
submergem em vários países e forçam a cadeia agroalimentar a repensar o
modo de produção e os preceitos de garantia de qualidade. Devido a este
episódio, esta pesquisa tem como intuito investigar a rastreabilidade na cadeia
bovina, tendo como foco o consumidor. O presente trabalho tem por desígnio
oferecer um arcabouço analítico que permita formar as peças essenciais a
serem trabalhadas no que diz respeito ao processo de certificação e
rastreabilidade na cadeia. Esse trabalho ainda apresenta também formas de
Identificação por Rádio Freqüência para rastreabilidade da cadeia produtiva
internacional de carne bovina, seu histórico, modo de uso, benefícios e
desvantagens. Hoje em dia, com cobrança cada vez maior do mercado
externo, os países exportadores tiveram que intensificar o controle de condição
do produto ao longo da cadeia produtiva. Com tudo que se apresentou até
aqui, embora esta tecnologia seja potencialmente um aplicativo e apresente
inúmeras vantagens aos agentes que a usarem, o seu aproveitamento na
prática ainda levanta discussões e imprecisões, especialmente quanto ao valor
de sua implementação.
Palavras-Chave: Certificação – Rastreabilidade – RFID
9
ABSTRACT
Problems of public health, caused by the consumption of meats,
submerge at some countries and force the chain to foodstuffs to rethink the way
of production and the rules of quality assurance. Had to this episode, this
research has as purpose search the traceability in the bovine chain, with focus
consumer. The main objective on this work is offer one analytical framework
that allows to forms the essential parts to be will work about the certification
process and traceability in the chain. This work still presents some forms of
Identification for Radio Frequency for international traceability of bovine meat
productive chain, its history, way of use, benefits and disadvantages.
Nowadays, with the great requirement of the external market, the exporting
countries had to intensify the quality control in all phase of productive chain.
With that if it presented until here, even so this technology is potentially a
applicatory one and presents innumerable advantages to the agents who use,
its exploitation in the practical one still raise quarrels and inaccuracies,
especially how much to its value of its implementation.
KeyWords: Certification - traceability – RFID
10
INTRODUÇÃO
Em 1986 no Reino Unido, foi diagnosticado o primeiro caso da
doença Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE) mais popularmente
conhecida como doença da “Vaca Louca”. Esta doença é provocada por
proteínas existentes no cérebro do animal denominadas Prions (Proteinaceous
Infections Particles). Quando seu estado é normal não o afeta, já quando
entram em contato com outras proteínas do mesmo tipo com defeito, começam
a se multiplicar rapidamente e consequentemente matando células do sistema
nervoso e do cérebro, deixando-o com aparência esponjosa.1
No
ano
de
1987,
foi
identificado
pelo
Departamento
de
Epidemiologia do Laboratório Veterinário Central do Reino Unido que, a
disseminação da BSE estaria sendo proveniente do consumo de rações por
estes animais, fabricada com farinha a base de carcaças de animais
contaminados.
Nos seres humanos a doença causada pelos Prions é conhecida
como Creutzfeldt-Jakob (CJD), sua incubação tem média de tempo de 4,5
(quatros vírgula cinco) meses e suas vitimas tem média de 65 (sessenta e
cinco) anos de idade.
Em 1996, foi reconhecida uma variante da CJD no Reino Unido, que
foi associada à BSE. A variante denominada vCJD age igualmente à
tradicional, diferindo apenas em relação ao seu período de incubação de 18
(dezoito) meses e suas vitimas caindo para idade média de 29 (vinte e nove)
1
COSTA, L. M. C., BORGES, J. R. J. Encefalopatia Espongiforme Bovina - "Doença da
Vaca Louca” Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/vacalouca/caderno_tecnico/pdf/ligia_borges.pdf Acessado em: 11 de
Fev de 2010.
11
anos. Mesmo sendo reconhecida somente em 1996, há relatos de diagnósticos
dos sintomas em 1994.2
Após este reconhecimento na União Européia, os fortes indícios e
posteriormente comprovado que esta variante estaria sendo transmitida pela
carne bovina gerou um colapso na cadeia da pecuária. Consumidores pararam
de comprar carne por medo, pecuaristas tiveram muitos prejuízos, pois quase
todo seu rebanho tivera de ser vendidos para o governo e posteriormente
abatidos (porque não é possível detectar a doença com exames com o animal
ainda vivo somente morto), embargos de importações e exportações de carnes,
além de inúmeros protestos por parte dos pecuaristas.3
A partir desses acontecimentos, houve a necessidade de adotar
medidas drásticas e emergenciais para os problemas na União Européia.
Algumas delas foram: destruição das rações a base de carcaças de animais,
abatimento de todo o rebanho acima de 30 (trinta) meses de idade, o embargo
de importação e exportação da carne bovina, a obrigação de implantação de
um sistema de segurança alimentar baseado na identificação e rastreabilidade
de todo o processo de criação do gado, tanto internamente como para os
países exportadores para o bloco Europeu.4
Mesmo com todas as precauções e obrigatoriedades em relação à
segurança alimentar, até hoje a União Européia não conseguiu erradicar a BSE
de seu território. Baseado em dados da Organização Mundial de Saúde Animal
(OIE) foram registrados 71 (setenta e um) novos casos da doença da “Vaca
2
STEPAN, A. L. Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE) ou Doença da Vaca Louca
Disponível em: http://www.webrural.com.br/webrural/artigos/pecuariacorte/sanidade/bse.htm
Acessado em: 14 de Fev de 2010.
3
VEJA. Adeus à Carne Ed. 1.679 de 13 de dezembro de 2000. Disponível em:
http://veja.abril.com.br/131200/p_060.html Acessado em: 13 de Fev de 2010.
4
RODRIGUES, L. C.; NANTES, J. F. D. Rastreabilidade na Cadeia Produtiva da Carne
Bovina: situação atual, dificuldades e perspectivas para o Brasil In: Informações
Econômicas,
SP,
v.40,
n.6,
jun.
2000.
Disponível
em:
ftp://ftp.sp.gov.br/ftpiea/publicacoes/IE/2010/tec3-0610.pdf Acessado em: 16 de Fev de 2010
12
Louca” no ano de 2009, e entre janeiro a março de 2010 já se computa 15
novos casos.5
Hoje o desafio da produção de carne no Brasil é intensificar a oferta
de um produto de qualidade a valores mais baixos. A previsão é que o mercado
interno estará cada vez mais estreito para os pecuaristas que não se
adaptarem a vontade do consumidor: carne mais barata e de melhor
qualidade.6
Os obstáculos técnicos ao comércio internacional, relacionadas à
segurança de alimentos, devem ser tecnicamente relevados e em concordância
com o princípio da análise de risco formado nos acordos internacionais.
A conseqüência para política pública é que se torna premente
estruturar tais cláusulas de monitoramento de predicados qualitativos, por meio
da articulação do Estado e setor particular, provendo laboratórios habilitados e
adotando modelos de qualidade internacionalmente aceitos com regulamentos
de monitoramento do mesmo modo aceitos. Essas táticas tendem a aumentar
a composição da cadeia, à diminuição de custos e ao aumento da qualidade
dos produtos oferecidos.
A identificação eletrônica dos animalescos e a rastreabilidade dos
dados dentro das propriedades consentem em criar um banco de informações
informatizado, flexibilizando os processos de gestão da propriedade por meio
de decisões mais céleres e apropriadas.
Uma tecnologia que pode ser potencialmente usada para cumprir a
rastreabilidade, sobretudo na produção agropecuária e no varejo de alimentos
é a Identificação por Rádio Freqüência (RFID). A aplicação do RFID para a
etapa do processamento de alimentos é de natureza mais difícil. A RFID é um
processo de identificação que aproveita ondas de rádio. O seu funcionamento
sucede por intercessão de um leitor que se comunica com um adesivo, ambos
5
PECUARIA.COM.BR, VALOR Vaca Louca continua na Europa Disponível em:
http://www.pecuaria.com.br/info.php?ver=8137 Acessado em: 14 de Fev de 2010.
6
CORRÊA, A. N. Análise Retrospectiva e Tendências da Pecuária de Corte no Brasil -
In : XXXVII Reunião Anual da SBZ, Viçosa-MG, 2000, Anais, p. 182-204
13
ilustrados através da Figura 1, a qual registra informação digital de um
microchip.7
Figura 1: Leitor de etiquetas RFID e Etiqueta.
Tanto a teoria quanto o tema escolhido são recentes e ainda há
muito a ser analisado, grande parte dos preceitos de rastreabilidade
obrigatórios começou somente a ser propagados no inicio do século XXI.
Entretanto procurou-se fazer uma pesquisa ampla sobre o tema com o maior
número de informações possíveis e uma pesquisa de campo aplicada a uma
das partes envolvida no processo. Assim, visando ter uma perspectiva melhor
de como se encontra todo o processo e está tecnologia, aplicada nos dias de
hoje no Estado de Mato Grosso.
Este trabalho procura apresentar a aplicabilidade do sistema de
rastreabilidade brasileiro, usado na abordagem informacional. Busca-se,
também, poder contextualizar os conceitos da nova Teoria Econômica da
Informação dentro da realidade do setor exportador de carne bovina. Não
iremos avaliar outros tipos de certificação, estaremos limitados ao caso da
rastreabilidade, dado a sua seriedade estratégica para o setor.
7
SCHERER, F. L.; DIDONET, S. R.; LARA, J. E. Considerações sobre a utilização de
etiquetas inteligentes no varejo. In: VII SEMEAD, 2004. FEA/USP. Anais do VII SEMEAD,
SP, 2004.
14
1. CERTIFICAÇÃO E RASTREABILIDADE
A cobrança pela rastreabilidade da carne por membros da
Comunidade
Européia
trouxeram
uma
grande
agitação
aos
países
exportadores e em particular ao Brasil, em virtude do tamanho do rebanho, das
qualidades de criação do gado, da expansão do território brasileiro e da
ausência da utilização da tecnologia por parte da grande maioria de produtores,
que ainda não estão habituados com o uso da informática ou da gerência e
controles agregados ao dia-a-dia de suas atividades.8
Segundo Schiefer9, o setor de carne é marcado por um indicador de
especificidades que depositam pressão no setor para praticar conceitos de
gerenciamento, interligado em ambos os níveis ao mesmo tempo, tanto no
nível da empresa, quanto no nível da cadeia; e torna a implementação dos
conceitos de gerenciamento uma ação difícil de ser conseguida.
Vinholis & Azevedo 10definem:
“... um sistema de rastreabilidade, seja ele informatizado
ou não, consente seguir, rastrear dados de diversos tipos (referente
ao processo, produto, pessoal e ou serviço) a jusante e ou montante
de um elo de cadeia ou de um departamento interno de uma
empresa. A rastreabilidade permite ter um histórico do produto,
sendo que a complicação do conteúdo deste histórico dependerá do
desígnio a que se almeja alcançar. Este objetivo pode ser
influenciado pelas estratégias seguidas e pelo ambiente externo em
que a empresa está colocada”.
A certificação representa um conjunto de métodos pelo qual uma
entidade certificadora imparcial e autônoma reconhece e/ou atesta que o
8
ROLIM, F. J.; LOPES, M. A. Comparativo entre certificadoras de rastreabilidade credenciadas
para o SISBOV-MAPA. Ciência e Agrontecnologia, Lavras, v. 29, n. 5, p. 1052-1080, 2005.
9
SCHIEFER, G. Environmental control for process improvement and process eficiency in
supply chain management – the case of the meat chain. International Journal of production
economics. 78, pp.197-206, 2002.
10
VINHOLIS, M.B.; AZEVEDO, P.F. Efeito da rastreabilidade no sistema agroindustrial da
carne bovina brasileira. X World Congress of Rural Socology, 2000. Rio de Janeiro. V1, p.114.
15
produto atende as condições pré-estabelecidas. Deve ser feito por um
organismo autônomo, que atesta por meio de um sistema de rastreabilidade,
onde opera como uma ferramenta de qualidade e mune as diretrizes
fundamentais de controle. Uma produção autenticada não garante que um
produto seja rastreável, entretanto, um produto rastreado deve atravessar por
um processo de certificação do sistema.11
Para Rezende & Lopes,12 rastreabilidade sugere a probabilidade de
seguir os passos de alguma coisa, no caso, o histórico do animal desde o ato
de nascer ou aquisição até o momento do seu abatimento ou de uma de suas
partes. Com ela é aceitável, por meio de identificação vinculada a um corte da
carne bovina, distinguir todo o manejo do animal, desde o seu nascimento até
seu abate e comercialização.
De acordo com a ISO Quality Standards, rastreabilidade é definida
como “a capacidade para rastrear a história, aproveitamento ou localização de
uma entidade que denota em elementos gravados” 13.
Desde os anos 80, quando o contágio de alimentos se tornou um
acontecimento constante nos meios de comunicação social, a consciência da
vulnerabilidade da vida vem crescendo. Grande parte dos problemas de ordem
alimentar emana da distância, no tempo e no espaço, que separa cada vez
mais a atividade produtiva do ato de consumo.14
11
IBA, S. K. Um panorama da rastreabilidade dos produtos agropecuários do Brasil
destinados à exportação: carnes, soja e frutas. 2003. Monografia (Graduação) - Escola
Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2003.
12
RESENDE, E. H. S.; LOPES, M. A. Identificação, certificação e rastreabilidade na cadeia
da carne bovina e bubalina no Brasil. Lavras: UFLA, 2004. 39 p.
13
FOLINAS, D., MANIKAS, I. e MANOS, B. Traceability data management for food chains.
British Food Journal. v.108, n.8, pp.622-633, 2006
14
LAW, M.T. The transaction cost origins of food and drug regulation. In: ANNUAL
CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL SOCIETY FOR THE NEW INSTITUTIONAL
ECONOMICS, 5. Proceedings ... Berkeley, 2001.
16
Segundo
Ambrosini
et
al.15
a
rastreabilidade
apareceu
da
necessidade de se garantir ao consumidor a origem do alimento carne,
podendo-se assim, em caso de uma contaminação, realizar a retirada do
produto de circulação em menor espaço de tempo e dando-lhes a alternativa
de escolha do produto que conhecer por si próprio de melhor qualidade.
Segundo informações de Naas et al.16 a Austrália, por exemplo, já
tem um sistema de rastreabilidade muito ágio, que trabalha independentemente
do governo. O sistema é fundamentado, sobretudo nos dispositivos eletrônicos
de identificação, que submerge cerca de 10% (dez por cento) do gado,
composto por 28 milhões de cabeças. A Figura 2 apresenta dois tipos de
identificação mais usados, o brinco auricular (ear tags) e o bolus, implantado no
segundo estomago do animal (rumem). As características sobre os lotes, que
serão expedidos aos frigoríficos, podem ser transmitidas pela Internet e toda a
informação sobre o animal é registrada num banco de dados e abreviada num
código de barras nas embalagens, para a exportação ou para consumo interno.
Figura 2: Brinco Auricular “Ear Tags” e Bolus Intra-ruminal.
15
AMBROSINI, L. B. et al. Rastreabilidade e Certificação. Porto Alegre: Planejar Brasil, 2003.
16
NAAS, I. A. SOBESTIANSKY, J.; JÚNIOR, P.B. et al. Manual de rastreabilidade na produção
animal intensiva. Pfizer, Goiânia, 76 p., 2004.
17
Para não perder um de seus comércios fundamentais (Comunidade
Européia), e se projetar à frente das requisições de outros mercados, o Brasil
teve de adequar-se a essa disposição e inventar seu próprio sistema de
rastreabilidade para acolher às reclamações dos seus consumidores.17 Diante
disso, o governo brasileiro, buscando a manutenção das exportações de carne
bovina, nomeou o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem
Bovina e Bubalino (SISBOV), por meio da Instrução Normativa nº 1, publicada
no Diário Oficial da União em 9 de janeiro de 2002.18
Rastreabilidade, rastrear e verificação da origem são termos usados
universalmente para referenciar a capacidade de identificar animais de acordo
com sua origem, tão longe quanto for indispensável para concluir o objetivo
(geralmente por razões de segurança da carne química ou biológica). A
concordância da rastreabilidade entre os produtores dos Estados Unidos está
repartida, por ser “uma faca de dois gumes” pode apresentar recompensas ou
penalidades.19
Alguns fatores estão contribuindo para a ampliação do mercado de
certificações. Por exemplo, os progressos no setor alimentar, que são muitos
complicados, e técnicos, portanto de difícil entendimento pelo consumidor,
gerando em muitos acontecimentos conflitos, sobreestima ou subestimação dos
seus efeitos à saúde humana.20
17
SARTO, F. M. Análise dos impactos econômicos da implantação do sistema de
identificação e certificação de origem bovina e bubalina no Brasil. 2002.
18
BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 1, de 9
de janeiro de 2002. Diário Oficial da União, publicado em 10 de janeiro de 2002, seção 1, p.
19
SMITH, G.C.,et al. Traceback, Traceability and source verification in the U.S. beef
industry. In: World Buiatrics Congress, 21, 2000, Punta del Este, Uruguai. Fort
Collins:Colorado State University, Fort Collins, Colorado, USA.12 p.
20
PROENÇA, R. P. C. Desafios atuais na alimentação humana. 2001.
18
Segundo Nunes,21
“... a certificação é um serviço que tem por objetivo
restaurar a transparência de mercados em que a informação não é
compartilhada igualmente por vendedores e compradores e que a
verificação dos atributos relevantes é custosa”.
De acordo com Spers22 uma das utilidades dos certificados é evitar
atuações oportunísticas (que podem aparecer quando a informação a respeito
de o produto específico é disseminada pelo próprio fabricante) por parte de
algumas empresas, ou seja, evitar que estas declarem processos ou elementos
que não exercem ou usam, mas que são explorados na comunicação junto aos
consumidores por serem de difícil verificação. Assim, nasce a importância da
reputação das instituições certificadoras e regulamentadoras, que devem ser
confiáveis e impedir essas ações oportunistas.
Segundo Sans e Fontguyon apud Jank23, rastreabilidade é a:
“... capacidade de reencontrar o histórico, o uso ou a
localização de um produto qualquer por meio de meios de
identificação registrados”.
A ação da certificação de produtos e da rastreabilidade pode ser
vista sob duas formas: atendimento às reivindicações internacionais e ao
mercado interno. No primeiro caso, trazemos a identificação das chamadas
“barreiras técnicas” e no segundo, a questão da distinção do produto, a partir
de sua valorização. Em ambos os casos, a discussão sobre a obrigatoriedade
ou não da certificação, é concludente.24
21
NUNES, R., et al Terra Preservada: coordenando ações para garantir a qualidade. Estudo
de caso apresentado no IX Seminário Internacional do PENSA de Agribusiness. 1999.
Águas de São Pedro.
22
SPERS, E. E. Qualidade e segurança em alimentos. In: ZYLBERSTAJN, D., et al.
Economia e Gestão dos Negócios Agroalimentares. São Paulo: Pioneira, 2000. Cap. 13.
23
JANK, Marcos Sawaya. Rastreabilidade nos agronegócios. In: ZYLBERSZTAJN, Décio;
24
LOMBARDI, M. C. Rastreabilidade: exigência sanitária dos novos mercados. In: Congresso
brasileiro das raças zebuínas. A integração da cadeia produtiva, 3, 1998, Minas Gerais.
Anais. Uberaba: Associação de Criadores de Zebu, 1998, p. 30-96.
19
Nassar25 define certificação como a garantia de que as qualidades, o
processo e os serviços de determinado produto se encaixilham nas cláusulas
pré-definidas. O produtor deve fornecer o certificado, servindo como um sinal
de qualidade para o consumidor. Essa certificação pode se dar de uma forma
espontânea ou involuntária, mas é importante para perceber o funcionamento
desse processo, cabendo ao fornecedor do produto arcar com os valores da
certificação. Sendo assim, existem diversos tipos de certificação, como a
certificação de origem, de pureza, de saúde, de produtos orgânicos, de
processo de produção e até mesmo a de rastreabilidade, todas objetivando
informar melhor o consumidor, e assim diminuir o problema de assimetria de
informação, que causa falhas de mercado e provoca perda de bem-estar.
No caso particular da rastreabilidade e da certificação de origem,
ênfases baseadas na experiência, indicam que cabe ao setor público um papel
fundamental na ampliação de tais processos. As complicações inerentes a
estas certificações e os distintos padrões internacionais de exigência, fazem
imprescindível a ação de um agente que organize os dados de forma
harmônica. Esta necessidade tende a crescer cada vez mais, dado a inserção
de cada setor no mercado internacional.26
A rastreabilidade pode expressar coisas diferentes para os
diferentes membros da cadeia de produção, mas para o consumidor, cada
pedaço de carne precisa ser rastreado no mínimo com um código em conjunto,
chegando até um grupo de animais, um grupo de abate.27
De acordo com a Abcz28, o início da rastreabilidade no Brasil,
provocou uma reversão no mercado dentro de um prazo de quatro ou cinco
25
NASSAR, A;M. Certificação no Agribusiness. In: ZYLBERSZTAJN, D.; SCARE, R. F. (Orgs).
Gestão da qualidade no Agribusiness. Editora Atlas, 2003.
26
CONCEIÇÃO, Júnia Cristina P. R.; BARROS, Alexandre L. Mendonça. Certificação e
Rastreabilidade no Agronegócio: Instrumentos cada vez mais necessários, Brasília:
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 45 p. out. 2005.
27
28
MEAD, S. A Rastreabilidade no Reino Unido. 2002.
ABCZ. Mercado internacional vai comprar somente bovinos de origem conhecida.
Informativo ABCZ. In: www.abcz.org.br, n.147. julho/agosto de 1999.
20
anos, devido ao questionamento da população por também não ser favorecida
com os padrões de qualidade, incentivando o produtor a aceitar a
rastreabilidade.
Jank29 recomenda dois planos requintados para rastreabilidade: os
Sistemas Perfeitamente Rastreáveis (SPER) e os Sistemas Parcialmente
Rastreáveis (SPAR), onde ele define que: “SPER, é quando é aceitável
identificar todos os pontos difíceis e os elos do subsistema fecundo, até mesmo
apontando os procedimentos envolvidos nas transações entre empresas
diferentes”. Para o autor, quando é seguida a rastreabilidade plena, é provável
identificar seu ponto de origem e, por conseguinte, os agentes envolvidos. Na
carne bovina, por exemplo, um sistema perfeitamente rastreável permite
identificar o animal de procedência, todas as suas características, bem como
identificar as mudanças acontecidas até o ponto de venda.
De acordo com Schaeffer & Caugant30, o conceito de rastreabilidade
remete a recomposição da história do produto alimentício. Pode, deste modo,
ser benéfico situar: a origem certa de uma produção de animais domésticos ou
de vegetais, com os diversos fatores que congregam seu desenvolvimento; o
histórico dos processos aproveitados ao produto; a distribuição e a localização
do produto acabado.
Para Nantes e Machado,31 a rastreabilidade é uma ferramenta capaz
de identificar o histórico, possibilitando avaliar as origens da exigência do
mercado e informações para administrar eventuais anormalidades, fornecendo
auxílio
29
suficiente
para
embasar a
análise
e
explicar
processos de
JANK, Marcos Sawaya. Rastreabilidade nos agronegócios. In: ZYLBERSZTAJN, Décio;
SCARE, R. F. (org) Gestão da qualidade no agribusiness: estudos e casos. São Paulo:
Atlas,2003.
30
SCHAEFFER, E.; CAUGANT, M. Traçabilité guide pratique pour l'agriculture e l'industrie
alimentaire. [S.l.]: ACTA-ACTIA, 1998.
31
NANTES, J. F. D. e MACHADO, J. G. Segurança dos Alimentos e Rastreabilidade: O
Caso da Carne Bovina no Brasil. In: BATALHA, M. O. (org) Gestão do Agronegócio: Textos
Selecionados. São Carlos: UFScan, 2005.
21
responsabilidade ou justificação da empresa, além de permitir à empresa
controlar seus riscos antes de se mostrar no mercado, o que acontece em
quatro planos:
 Demanda da rastreabilidade pela organização: sendo
empregada como uma ferramenta de melhoria continuada, produzindo de
concordância com o perfil do cliente almejado, ganhando diferencial de
concorrência e internacionalização.
 Demanda da rastreabilidade pelo cliente: onde o cliente
pode acompanhar a concordância do produto por meio do processo de
produção, em qualquer momento e lugar, oferecendo ainda segurança de
responsabilidade pela empresa.
 Demanda da rastreabilidade para atender ao aspecto legal:
a rastreabilidade consente o atendimento da legislação particular, como é o
caso Europeu, norma 178/2002, artigo 18 que segundo Nantes e Machado,
garantem a todas as fases de produção, mudança e distribuição a
rastreabilidade dos gêneros alimentícios e demais conteúdos incorporados a
eles ou em alimentos animais. Além disso, determina a rotulação ou
identificação para promover a rastreabilidade.
 Demanda da rastreabilidade no social e na saúde publica:
é de responsabilidade da empresa garantir o bem estar e a saúde da
sociedade, produzindo alimentos seguros, que conquistem a confiança do
consumidor tornando-o leal à marca de sua preferência, que escuta e acolhe
suas reivindicações e está incomodada com a saúde pública. Oferecendo ao
comércio um produto de origem e produção monitorada do início ao fim,
podendo ser detectado a qualquer momento um problema qualquer, tornando
mínimas as perdas da empresa e, sobretudo aos consumidores.
Apesar da rastreabilidade ter sido determinada por questões
sanitárias e de segurança dos alimentos, alguns autores, como Pineda32,
32
PINEDA,
N.
Rastreabilidade:
Uma
www.abcz.org.br/eventos/anais/2002 (2003).
Necessidade
do
Mundo
Globalizado.
22
consideram a probabilidade da rastreabilidade provocar uma série de aspectos
favoráveis para o sistema agroindustrial da carne bovina no Brasil como um
todo. Dentre estes fatores pode-se enfatizar: a probabilidade de progresso nas
classes de comunicação (integração) entre os elos no sistema agroindustrial;
aprimoramento da qualidade da carne bovina e melhora no gerenciamento do
pecuarista.
23
2. TECNOLOGIA USADA PARA RASTREIO DE BOVINOS
Eradus e Rossing33 debateram a importância da identificação
eletrônica em animais por meio do acompanhamento dos dados desde o ato de
nascer ao abate. O uso da tecnologia comporta uma classificação histórica dos
animais impedindo a disseminação de doenças, o acompanhamento do uso de
drogas nos arcabouços dos animais levados para os frigoríficos, notificando os
criadores na época do abate e controle da procedência e deslocamento
geográfico dos animais.
Para a identificação eletrônica, tem-se a telemetria que, com
implantações eletrônicas, ligadas a distância, dá um sinal eletromagnético com
a numeração do animal. Este sinal é recebido por um sistema de informática
que confere, inquestionavelmente, a chegada do animal naquele rebanho por
rádio freqüência. Como esses dispositivos estão na carcaça do animal, são
analisados como aditivos, portanto podem ser administrados por uma
legislação específica que tem atrapalhado o uso desse processo.34
A identificação eletrônica pode cursar um sistema de certificação
com base na rastreabilidade de informações na cadeia produtiva da carne.
Favaret Filho e Paula35 tratam da instituição de um sistema de certificação por
meio de selos de identificação. Esse sistema porá a rastreabilidade na cadeia
da carne, permitindo a vinculação entre o pecuarista e o produto término
(carne). Adicionalmente, os produtos de melhor qualidade poderão obter preços
distinguidos, beneficiando os diversos segmentos da cadeia produtiva.
Quando se fala em identificação eletrônica, precisamos nos atentar
para a qualidade e rapidez no processo de coleta de informações. É muito
33
ERADUS, W.J., ROSSING, W. Animal identification, key to farm automation. Proceedings
of the 5th International Conference of the ASAE. Orlando, FL, USA. 1994. p.189-93.
34
PIRES, P. P. Identificação e gerenciamento eletrônicos de bovinos. I Conferência Virtual
Global sobre Produção Orgânica de Bovinos de corte. 02 de setembro a 15 de outubro de
2002. Embrapa
35
FAVERET FILHO, P., PAULA, S.R.L. de. Cadeia da carne bovina: O novo ambiente
competitivo. BNDES Setorial, n.6, Rio de Janeiro: BNDES, setembro de 1997.
24
comum se constatar em fazendas a coleta de dados sendo feita por
funcionários sem preparo e conhecimento técnico. Isso ocasiona prováveis
desacertos e circunstâncias imprecisas, que serão depois usadas na tomada
de decisões pelo administrador. Para tanto, modernas técnicas e metodologias
avançadas de identificação têm sido desenvolvidas para diminuir essas
dificuldades.36
Inúmeras técnicas de identificação animal vêm sendo abraçada
pelos produtores. Segundo Jardim37, as mais aplicadas na bovinocultura,
algumas ilustradas na Figura 3, são: brincos de plástico, colante com código de
barras, marcação a ferro ardente no couro, marcação a ferro frio com hidróxido
de sódio, tatuagem auricular com tinta e placas de alumínio para identificação
noturna, em estudos de conduta do animal.
Figura 3: Marcação a ferro quente, tatuadora com tinta e produto para marcação com
ferro frio, a base de hidróxido de sódio.
Outro procedimento de identificação animal que está sendo
empregado dentro da União Européia é o uso de um novo brinco eletrônico. Os
brincos eletrônicos, que se unificam a um transponder, foram desenvolvidos
para auxiliar a identificação eletrônica de animais. Diferente dos procedimentos
36
ABLIN, E.R.; PAZ, S. Rumo à rastreabilidade no mercado mundial de soja: um novo
olhar sobre a lei de oferta e procura. Revista Brasileira de Comércio Exterior. n. 73. 2002.
37
JARDIM, V.R. Curso de bovinocultura. Instituto Campineiro de Ensino Agrícola.
Campinas, SP. 1973. 4ed. 81p.
25
de códigos de barras, esses brincos não formam qualquer linha direta da visão
entre o brinco e a leitora e podem ser interpretados por meio de um display
digital a uma distância de até um metro e meio. A principal desvantagem desse
processo tem sido o custo dos brincos e dispositivos de leitura, visualizados na
Figura 4, possivelmente o maior impedimento ao uso disseminado desses
produtos em unidades comerciais.38
Figura 4: Brinco eletrônico, leitora fixa e leitoras portáteis.
Ferreira e Meirelles, citados por Sarto39, compararam quatro
sistemas de identificação animal: marca a fogo incandescente na anca do
animal, brinco auricular, tatuagem no pavilhão auricular e bolus intra-ruminal
com transponder, verificando-se que, o último aparelho foi mais competente
que os demais, já que a leitura do transponder é atingida por meio de uma
antena com o animal em movimento e não passa por interferência de artefatos
ou imperícia do operador, gastando-se somente um segundo para se fazer a
38
CLARK, J.J. Livestock recording systems incorporating eletronic identification
methods. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON COMPUTESS IN AGRICULTURE, 6,
1996, Cancun. Anais... Cancun: ASAE, 1996. p.428- 33.
39
SARTO, F.M. Análise dos Impactos Econômicos e Sociais da Implementação da
Rastreabilidade na Pecuária Bovina Nacional. Disponível em:
http://www.cepea.esalq.usp.br/pdf/impactos_rastreab_nov02.pdf. Acessado em 22 de Nov. de
2009.
26
leitura. Por outro lado, o custo total deste aparelho é relativamente elevado. Na
Figura 5, alguns exemplos de bolus intra-ruminal e antena para leitora fixa.
Figura 5: Modelos de bolus com transponder e antena para leitora fixa.
Em 2005 já se encontrava em desenvolvimento, no mercado
nacional, um sistema de identificação eletrônica utilizando transponders e um
aparelho de leitura e gravação com tecnologia 100% nacional, que permitem o
armazenamento de inúmeros elementos relevantes ao manejo da produção e a
rastreabilidade ao longo da cadeia. Esse aparelhamento tem como objetivo
chegar ao comércio a preços acessíveis a grande parte dos produtores.40
Em 2008 foi concluído o desenvolvimento do brinco eletrônico,
leitora e software 100% nacional pelo Centro de Excelência em Tecnologia
Avançada (CEITEC), barateando, assim, o custo para os produtores
pecuaristas, por exemplo, o de royalties41
No mesmo ano, a empresa Korth, mais conhecida no setor como
AnimallTag, além de ter produzido produtos nacionais e de qualidade, alguns
ilustrados na Figura 6, conseguiu patentear inovações em um de seus
produtos, como uma bolsa de medicamento cicatrizante no interior do brinco,
40
SILVA, C.A. Ciência e tecnologia na área de informática aplicada ao setor agropecuário.
In: Seminário internacional de informatização da agropecuária. Juiz de Fora, MG, 1995.
41
AGÊNCIA BRASIL, Ceitec lança primeiro chip com tecnologia 100% nacional Disponível
em:
http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=20840&sid=3
Acesso Em 10 de Jan de 2010
27
que quando rompida no ato da aplicação, libera um líquido que se espalha no
ferimento e previne contra doenças e a cauteriza mais rapidamente. Outras
tecnologias alcançadas foram: o material de revestimento
hermeticamente
fechado
e
inviolável,
que
evita
a
resistente,
formação
de
microorganismos; uma balança eletrônica automática interligada a leitora; um
leitor com GPS para localização, modem GPRS para comunicação TCP/IP e
Bluetooth. Assim fazendo o processo de captação de dados e transmissão
mais fácil, rápido e diminuindo significamente a margem de erros humanos. Em
parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA),
desenvolveu um sistema para rastreabilidade dos bovinos e para rastrear o
transporte.42
Figura 6: Brinco eletrônico inovador com bolsa de medicamento (cor azul) e leitora
com GPS, modem GPRS para comunicação TCP/IP e Bluetooth.
Uma tecnologia muito usada para isto, sobretudo nas fazendas e
varejo é a Identificação por Rádio Freqüência. Quanto à cadeia bovina, o
controle sanitário do produto pode ser alcançado por meio da rastreabilidade
com RFID, pois a rastreabilidade tem como função o rastreamento de produtos,
desde sua procedência até o consumidor. A RFID é um processo de
42
OLIVEIRA, M. de. Revista Pesquisa Fapesp. v.155 - Janeiro 2009 In: Sistema de
identidade bovina ganha mercado no Brasil e no exterior. Disponível em
http://74.220.207.63/%7Eagrosoft/pdf.php/?node=209351 Acesso em 14 Jan de 2010
28
identificação singular usando ondas de rádio, o seu funcionamento acontece
com um leitor se comunicando com uma etiqueta, que tem informações digitais
em um microchip. Entretanto, têm formatos de etiqueta RFID sem o chip, onde
só carrega informações de identificação de si mesma, e podem ser impressas
diretamente no produto, assim, obtendo um custo mais baixo que o valor das
tradicionais.43
Deste modo, a rastreabilidade de produtos vem se desenvolvendo
em grande apreço, visto que é um quesito de qualidade do produto e tem
grande valor no momento de sua saída. Para se obter a rastreabilidade, um
processo que tem recebido força nos últimos anos é a RFID. Por meio desta
tecnologia, é possível rastrear gado, frutas, hortaliça e bens diferentes.44
Para Taillieu,
45
diferente dos códigos de barra que identificam todos
os produtos e são interpretados por feixe de luz, as etiquetas RFID identificam
as embalagens individualmente, em todos os lugares do mundo como único e
diferente, utilizam ondas de rádio, que podem ser decifradas por etiquetas
RFID por meio de uma carteira, bolsos e até mesmo veículos. Além disso, não
é necessária mira perfeita para a leitura no caso da etiqueta de RFID, ela pode
ser lida por meio de materiais não-metálicos, muitas podem ser decifradas ao
mesmo tempo, são resistentes a determinadas temperaturas e outros fatores
externos, podem ser lidas e reprogramadas (reescrita de informações extras)
em até 300.000 vezes, até ser recolocada. Quando são empregadas em
containers recicláveis, as mesmas etiquetas podem ser aproveitadas várias
vezes.
43
SCHERER, F. L., DIDONET, S. R., LARA, J. E. Considerações Sobre a Utilização de
Etiquetas Inteligentes no Varejo. VII SEMEAD – FEA/USP. São Paulo: 2004
44
RIBEIRO, P C C, SCAVARDA, A J, BATALHA, M O Tecnologia na cadeia produtiva bovina
internacional: o uso da RFID na rastreabilidade da carne bovina. Revista Gestão Industrial, v
04, p 175-187, 2008.
45
TAILLIEU, M. Radio Frequency Identification and the Need to Protect Personal
Information.
Disponível
em
http://www.parl.gc.ca/Infoparl/english/issue.htm?param=179&art=1213 Acesso Em 20/11/2009
29
O mercado dispõe de solução tecnológica para a identificação
eletrônica de animais que alargam a praticidade, a segurança e a rapidez do
processo, diminuem a probabilidade de desacertos de digitação e extinguem a
cobrança do envio de passaportes em papel para a central pública de dados.
Fundamentado em radiofreqüência, um microchip unido ao animal que contém
informação que é captada por um leitor específico e transmitido para o
computador do próprio instituidor e para o banco central de informações. Esse
sistema garante a manutenção contemporânea da base central de dados,
acompanhando passo a passo a circulação dos animais.
Fundamentalmente, para se rastrear um bem qualquer, faz-se
imprescindível uma etiqueta ou tag (transponder), que é de alguma forma
incorporada ao bem que se quer rastrear e então um leitor (transceiver) emite
ondas eletromagnéticas (freqüência de rádio), onde a etiqueta, ao recebê-la,
canaliza-a transformando em energia e utiliza-a para responder ao leitor seus
dados e assim tem conhecimento sobre o bem. Estes dados então podem ser
emitidos a uma base de dados e assim ter o conhecimento do bem rastreado e
suas características. Este é um tipo de transponder Passivo, pois não possui
energia própria para seu funcionamento, assim ficando em stand by a maior
parte do tempo de sua vida, podendo por isso chegar a ter vida útil
teoricamente infinita. Já o transponder Ativo, que possui energia própria, fica
ativo grande parte de sua vida, diminuindo drasticamente sua vida útil para no
máximo 10 anos, dependendo da bateria. Outras funcionalidades do Ativo é o
poder de leitura a uma distância maior e a possibilidade de leitura e gravação
no chip, enquanto no Passivo a leitura é a curta distância e não é permitido
escrita no chip. Porém este possui uma grande vantagem em relação ao Ativo,
seu custo é muito inferior. Fazendo uma analogia, a etiqueta ou tag RFID é tal
como um indicador de barras, no entanto, pode ser lido a uma distância maior
que um leitor de código de barras, e a leitora de tags RFID pode ler mais de
uma tag ao mesmo tempo, podendo a tag pode conter elementos diversos.
30
Outra vantagem do RFID em relação ao o código de barras é a ausência da
necessidade de uma linha direta de leitura.46
46
NETO, A T, RABELLO, R M, VAZ, C M P. Plataforma Tecnológica para a Irrigação de
Precisão em Citricultura. Comunicado Técnico da Embrapa. 2005.
31
3. BENEFÍCIOS E EFETIVIDADE DAS TECNOLOGIAS EM
RASTREIO DE BOVINOS
O crescente uso das tecnologias da informação, em particular dos
sistemas de informação, nas mais diferentes áreas da capitalização, torna-se
aos raros um elemento tão extraordinário à sociedade quanto o afazer humano.
Não que ela irá substituí-lo, mas vem demonstrando cada vez mais uma
ferramenta primordial na ampliação de qualquer atividade. O desenvolvimento
do ambiente de globalização, coligado ao desenvolvimento de novas
tecnologias e novas técnicas de organização da produção, geram inúmeras
mudanças na distribuição espacial da fabricação mundial. Os fatores que
determinam a competitividade são redefinidos, fazendo nascerem novas
corporações de sucesso e tornando antiquadas aquelas incapazes de evoluir e
adaptar-se ao novo ambiente.47
A diminuição dos custos dessa tecnologia pode vir de duas
maneiras: por meio de valorização do produto, de acordo com a qualidade
ambicionada pela indústria, ou na forma de lucros na eficácia produtiva, a partir
de um gerenciamento informatizado da produção.48
Os acelerados progressos no processamento e conservação de
alimentos permitiram diferentes benefícios tais como à diminuição dos custos
de produção e os sensíveis aumentos na durabilidade e conveniência dos
produtos. Porém, pelo fato desses aumentos serem complicados, técnicos e de
difícil explicação, também é provocada muita desordem, superestimação ou
subestimação com seus resultados à saúde humana.49
47
FERRAZ, J.C. et al. Made in Brazil: desafios competitivos para a indústria. Rio de Janeiro:
Campus, 1997.
48
MACHADO, J. G. de C. F.; NANTES, J. F. D. Utilização da identificação eletrônica de
animais e da rastreabilidade da gestão da produção da carne bovina. Revista Brasileira de
Agroinformática, Viçosa, v. 3, n. 1, p.41-50, 2000.
49
PIÑEDA, Nelson. Rastreabilidade: uma resposta aos anseios do consumidor. In: 4º
Encontro Nacional do Boi Verde. Uberlândia, 2002. Anais. Uberlândia. MG. Brasil. 2002.
32
Há benefícios para consumidores e fornecedores decorrentes do
método de certificação.
No caso dos consumidores, como mencionado
anteriormente, há a diminuição da assimetria informacional, pois por meio de
certificados os consumidores obterão mais informações sobre a qualidade e
sobre os atributos intrínsecos aos produtos. Com a certificação, os produtos
alimentícios passarão a ter uma identidade e uma "visibilidade" para os
consumidores. Deste modo, pode se dizer que os principais benefícios para o
consumidor são: aquisição de informação imparcial sobre o produto e sua
referente qualidade, podendo, dessa forma, aprimorar seu critério de escolha,
garantindo a qualidade dos produtos obtidos, além da facilidade de estimativa
entre o preço e o desempenho do produto comprado. Um grande exemplo
desse benefício é a iniciativa do Grupo Pão de Açúcar que disponibilizou um
portal para que seus clientes verificarem toda a procedência de suas carnes e
legumes a partir de sua identificação única, desde sua origem até a sua
aquisição, podendo ser acessado em www.qualidadedesdeaorigem.com.br. A
certificação é uma prova tangível de garantia e ajusta-se às situações de
dúvida quanto à qualidade dos alimentos e aos efeitos que possam causar para
a saúde, higiene e nutrição.50
A
tecnologia
conhecida
como RFID
é empregada
para a
identificação de indivíduos, animalescos e produtos de maneira geral. A grande
proposta do RFID é gerar a localização e identificação de um grande número de
objetos, animais e até seres humanos. Hoje, a tecnologia RFID é empregada
em livros, carros, móveis, roupas, alimentos, animais e em muitos itens.51
Em relação aos benefícios do uso da RFID, estes são: probabilidade
de leitura livre de falha a uma distância de 1,5 m, enquanto o animal se
locomove a uma velocidade em média de 4 m/s; facilidade de leitura,
identificação simultânea, capacidade de armazenamento, baixo período de
réplica, transporte de dados, confiabilidade, resistência, dificuldade na
adulteração. Os problemas da RFID estão relacionados a pontos éticos, como,
50
MACHADO, R. T. M. Rastreabilidade, tecnologia da informação e coordenação de
sistemas agroindustriais. São Paulo: USP, 2000.
51
GLOVER, B E BHATT, B RFID ESSENCIAL. Editora alta Books Ltda, são Paulo, 2007.
33
por exemplo, o consumidor participar, involuntariamente, da investigação do
hábito de compras, dificuldades como objetivos criminosos de detectar o valor
dos bens utilizados quando o consumidor passar próximo a uma leitora. Isso
pode acontecer, do mesmo modo, com clonagem de passaportes caso venham
a utilizar esta tecnologia, como ações de terroristas, por exemplo.52
Na cadeia produtiva da carne bovina esta técnica tem sido utilizada
no gerenciamento de propriedades rurais, no nutrimento automático e no
registro de informações, como identificação eletrônica desde os anos 70. A
primeira origem dos transponders (que é a etiqueta que faz parte do conjugado
da tecnologia RFID) tinha como aspecto caixas pretas eletrônicas, agrupadas
em colares, que eram assentados no pescoço dos animais. A segunda geração
de transponders, visível na Figura 7, veio com a miniaturização da eletrônica,
permitindo o desenvolvimento de microchips muito pequenos, que puderam ser
injetados sob a pele. A terceira geração de transponders, em desenvolvimento,
compreende, além de todas as probabilidades anteriores, a leitura e gravação,
objetivando registrar o histórico de vida do animal e a técnica dos sensores,
monitorando a saúde e o desempenho do animal.53
Figura 7: Micro transponder para aplicação subcutânea.
52
WYLD, D. C. RFID 101: the next big thing for management. Management Research
News,v.29, n.4, 2006
53
MACHADO, J. G. de C. F.; NANTES, J. F. D. Identificação eletrônica de animais por
rádio-freqüência (RFID): perspectivas de uso na pecuária de corte. Revista Brasileira de
Agrocomputação, v. 2, n. 1, p. 29-36, jun. 2004. Ponta Grossa, PR, DEINFO/UEPG.
34
Wyld54 cita três informações indispensáveis para a RFID funcionar:
Adesivo ou tag (transponder), leitora (transceiver) e um sistema (software) para
juntar os componentes da tecnologia para um sistema de processamento de
informações amplo. O funcionamento da cadeia de rastreabilidade ocorre como
o ilustrado na Figura 8.
Figura 8: Funcionamento simplificado da cadeia de rastreabilidade.
54
WYLD, D. C. RFID 101: the next big thing for management. Management Research News,
v.29, n.4, 2006.
35
O leitor envia um sinal eletromagnético em ondas de rádio, a tag
responde com a sua própria identificação; o leitor, então, transforma as ondas
de rádio retornadas de uma tag em uma referência única, adiciona um evento e
envia as informações para um sistema de processamento de dados para filtrar,
categorizar, avaliar e disponibilizar a ação, motivada pela identificação da
informação proveniente da tag. Posteriormente o sistema replicará esse evento
em um servidor de dados global (governamental) para informar todas as ações
relacionadas ao animal ou produto rastreado, como insumos utilizados,
vacinas, atividades, transportes, etc., onde ficará disponível para qualquer
consulta desde a base, produtores, como até frigoríficos, instituições
governamentais, instituições internacionais e consumidores.
36
4. CENÁRIO EM MATO GROSSO
Visando demonstrar como se encontra toda essa tecnologia, o
processo de rastreabilidade, problemas e melhorias no Estado de Mato Grosso,
desenvolveu-se uma pesquisa a nível Brasil por intermédio de email e telefone,
exposta no Anexo 1.
Foram escolhidas como destino da pesquisa as empresas
certificadoras no Brasil, por se tratar da parte do processo da cadeia de
rastreabilidade que, teria mais informações e visão global de todo o processo,
por fazer a intermediação do pecuarista com a parte estatal, e por ser
responsável pela verificação de todo o processo de rastreabilidade.
A pesquisa englobou 101 (cento e uma) empresas, sendo 98
(noventa e oito) via email e 3 via telefone. Esse total é composto por 42
(quarenta e duas) empresas, listadas no Anexo 2, onde algumas possuem
filias, assim totalizando as 101 (cento e uma).
Infelizmente, a quantidade de retorno esperado não foi alcançada.
Das 98 (noventa e oito) empresas pesquisadas via email, somente 3 (três)
obteve-se retorno: “Tecniagro”, “TecBoi Certificadora” e “Planejar Informática e
Certificação”, algumas até não existiam mais, pois o retorno era de destinatário
desconhecido.
Das 3 (três) pesquisadas via telefone que eram locais, a primeira o
número não existia, a segunda não atendeu a 5 tentativas de ligações em
horários e dias alternados, e a última, “Biorastro” (Filial Cuiabá), foi a única que
realizou-se a pesquisa, porém, não trabalhava com identificação eletrônica no
Estado de Mato Grosso, somente visual, assim não influenciando na pesquisa.
Mesmo com a pequena quantidade de retorno, é possível estimar
como se encontra o mercado atualmente, pois podemos confrontar os dados
obtidos com artigos, seminários, entrevistas, publicações e reportagens atuais
publicadas em meios eletrônicos.
37
Analisando e comparando os dados obtidos, percebemos que a
rastreabilidade por RFID, não só no Mato Grosso como em todo Brasil, mesmo
sendo a melhor tecnologia até o momento, ainda está passando por processos
de transformações e melhoramentos, e sendo ainda muito pouco utilizada
pelos produtores. Em média 3% (três por cento) se comparada à técnica de
rastreabilidade visual com planilhas de 87% (oitenta e sete por cento), e visual
com sistema de Gerenciamento com 10% (dez por cento), baseado no total de
todos os produtores que utilizam rastreabilidade nas empresas de Certificação
“TecBoi”, “Tecniagro” e “Planejar”.
Isto porque, têm-se vários fatores que interferem na sua utilização,
sendo os mais relevantes: o custo elevado de seus equipamentos, falta de mão
de obra especializada e a falta de divulgação e incentivos.
Para se ter uma idéia, um brinco eletrônico custa em média R$ 4,50
(quatro reais e cinqüenta centavos), tendo diminuído em média de 40%
(quarenta por cento) se comparado ao passado.
O bolus intra-ruminal, os valores não são divulgados abertamente,
somente para pecuaristas cadastrados no SISBOV, no entanto, sabe-se que
seu valor é superior ao brinco eletrônico e manteve-se estável por ser o mais
confiável dos produtos, pois é praticamente inviolável, com risco de perca
extremamente pequeno por não tem interferência externa como o brinco, fácil
recuperação no abatimento, reutilização em outro animal após baixa, e vida útil
alta.
Já o transponder de aplicação subcutâneo possui preços mais
elevados por ser uma tecnologia mais avançada de miniturização (pouco maior
que o tamanho de grão de arroz) e o aumento de procura para utilização em
animais domésticos e silvestres, mas foi proibido pelo SISBOV por questões de
segurança alimentar, pois havia a possibilidade do mesmo se deslocar no
corpo do animal, assim não podendo ser extraído no abatimento e
consequentemente podendo chegar à mesa dos consumidores. Sem esquecer
que a perda ou não leitura por deslocamento do produto de identificação
acarreta em prejuízos, pois o animal ficará sem identificação e terá que ser
38
desligado do rastreamento, onde pode ser oriundo de uma fuga do produtor
vizinho, assim não tendo mais seu diferencial de preço no mercado e ainda um
custo a mais, comparado ao animal não rastreado, por causa dos
equipamentos e serviços que foram utilizados no mesmo. Por estes motivos,
esta tecnologia está sendo mais empregada em animais domésticos e controle
de saúde humana.
Os aparelhos de leituras custam em torno de R$ 2.000,00 (dois mil
reais) a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), dependendo das funcionalidades, assim
como os sistemas de interpretação dos leitores e/ou de gerenciamento
(software), exemplificado na Figura 9.
Figura 9: Tela de um sistema de rastreabilidade.
Para contornar várias dificuldades, como a falta de mão de obra
especializada no campo, muitas empresas têm desenvolvido soluções para
facilitar, agilizar e diminuir erros em todo o processo de rastreio.
Um grande exemplo disto, mostrado na Figura 10, o qual vem suprir
a falta de conhecimento técnico da mão de obra, foi a criação de um teclado
eletrônico denominado Teclado do Peão, que substitui conhecimentos
avançados na área de informática.
39
Baseia-se no seguinte: o animal é registrado pelo leitor, após esse
registro, o funcionário ira com o leitor ao Teclado do Peão e irá ler todos os
brincos com o evento relacionado a ele que estão sendo aplicado no momento
ao animal rastreado, removendo assim, muitos erros com digitações. Um bom
exemplo seria a pesagem, onde caso seja interligada ao leitor, seria
automaticamente feita ao momento que o funcionário ler no Teclado do Peão o
evento “Pesagem”.
Figura 10: Teclado do Peão.
Outras dificuldades são percebidas em relação à falta de divulgação
das normas de rastreabilidade do SISBOV e a constante alteração das
mesmas e/ou rumores, onde tanto os pecuaristas como as certificadoras
reclamam de falta de treinamento e divulgação. Percebe-se que, grande
maioria das empresas e pecuaristas estão baseando-se no controle a base de
acertos e erros, assim acarretando muita burocracia, tempo e custo.
A rastreabilidade mesmo não eletrônica e não informatizada
conforme pesquisa, trás bons retornos para o pecuarista, desde que o mesmo
esteja incluído na lista TRACES para exportação. Estima-se que para cada
animal rastreado consegue-se uma valorização de no mínimo 7% (sete por
cento) por arroba até 22% (vinte e dois por cento), para se ter idéia ter-se-ia um
custo a mais em torno de R$ 5,00 (cinco reais) e se obtêm um retorno de no
mínimo R$ 100,00 (cem reais). Já a rastreabilidade informatizada porem visual,
se conclui que além da valorização alcançada, conseguimos diminuir os custos
40
de produção. Com a informatizada e rastreada eletronicamente, além de todos
os benefícios citados acima, temos menos erros de informação, produto com
melhor aproveitamento, pois o mesmo não é muito maltratado, assim evitando
perca de carne por hematomas e tomadas de decisões mais precisas e
confiáveis, podendo diminuir mais ainda os custos e prevenir prejuízos ou
minimizá-los.
41
CONCLUSÃO
A rastreabilidade no Brasil foi propagada em junho de 2002,
primeiramente exclusivamente aos criatórios com produção voltados para a
exportação para os países membros da União Européia foram obrigados a
implantar a rastreabilidade e se integrar ao SISBOV. Hoje, toda a carne
exportada pelo Brasil deve ser rastreada, ampliando-se a necessidade de
obtenção de bois rastreados.
Com o objetivo de se rastrear estes animais, de obterem-se
informações mais minudenciadas a seu respeito, de forma particular e não em
lotes, utiliza-se a RFID. Esta tecnologia da informação permite que a
informação passe pela cadeia de suprimentos através dos chips alojados nas
etiquetas, onde estão contidos os dados do gado, desde seu nascimento até o
seu abate, controlando a condição do fim da cadeia até o seu primeiro agente.
A rastreabilidade, apesar de ser uma exigência, sobretudo, do
mercado consumidor importador, ainda necessita de algumas mudanças por
parte de órgãos adequados, no caso do SISBOV, do Ministério da Agricultura,
para sanar algumas dificuldades que os pecuaristas ainda encontram, tais
como as constantes mudanças, falta de incentivos e a falta de divulgação das
normas. Mesmo sendo somente exigência do mercado importador, o
consumidor nacional já vem demonstrando um interesse maior nos produtos,
baseando que, quando houve o embargo das exportações, mesmo assim com
a sua diminuição, o setor pecuário teve aumento no faturamento.
As exigências dos consumidores, tanto de saúde como de
qualidade, deixa bem claro que a rastreabilidade será um item naturalmente
essencial no futuro, e baseando-se em todas as tecnologias já disponíveis, fica
bem claro que a RFID é a mais completa, segura e rápida, além da
possibilidade dos produtores diminuírem custos com tomadas de decisões mais
precisas, minimização de prejuízos em caso detectado algum problema na
produção e prevenção de prejuízos.
Após estas ponderações, pode-se concluir que a tecnologia RFID
ainda tem muitos assuntos que a cercam, como pontos de muitas
42
investigações e que não foram esgotados neste trabalho. É um assunto
abundantemente rico, na medida em que se apresenta de forma muito clara,
aspectos benéficos e contrários demandando, análises atentas para a decisão
de seu uso ou não ou de seu uso restrito. Temas muitos interessantes seriam
abordados na área de saúde humana, segurança financeira e realidade
aumentada. Esta probabilidade torna muito atraente o tema, pois descrição,
identificação de pontos críticos e sua porvindoura análise e avaliação são
passos de toda pesquisa.
43
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51
ANEXOS
ANEXO 1
MODELO DO QUESTIONÁRIO
1- Sua área de atuação no Brasil:
2- Tecnologia utilizada por seus clientes em porcentagem:
Visual com planilha:
Visual com sistema:
RFID com sistema:
3- Variação do Custo em porcentagem para o pecuarista em relação ao passado
(caiu, aumentou, manteve-se estável):
Brincos Eletrônicos:
Bolus:
Subcutâneo:
Buttons Visuais:
Custo dos seus serviços:
3- Onde ouve diminuição de custo para o proprietário e/ou valorização com a
utilização do Rastreio:
Rastreio Manual:
Rastreio Informatizado:
4- Quais as maiores dificuldades que a empresa tem para realizar o trabalho de
rastreabilidade?
5- Quais as maiores dificuldades que a pecuaristas encontram ou temem para
aderir a rastreabilidade?
6- E os que já possuem quais as maiores dificuldades encontradas por eles para
manter o rebanho rastreado?
7- Com visão de empresário, é viável para o pecuarista aderir ao rastreio?
52
ANEXO 2
LISTA DE EMPRESAS
ABC RASTREAMENTO
BOV-ID RASTREABILIDADE BOVINA
FNET TECNOLOGIA
MARCA CERTIFICACAO E
RASTREABILIDADE
RASTRIBOI – ASSESSORIA E
CERTIFICAÇÃO DE IDENTIFICAÇÃO DE
ORIGEM ANIMAL
VCB – CERTIFICADORA AGROPECUARIA
ACELLERE – CERTIFICADORA E
RASTREADORA ANIMAL
PANTANAL CERTIFICADORA E
IDENTIFICADORA DE PROD.
AGROPECUARIOS
SBC – SERVIÇO BRASILEIRO DE
CERTIFICAÇÃO
APCBH – ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE
CRIADORES DE BOVINOS DA RAÇA
HOLANDESA
CERTBEEF – CERTIFICADORA DE
ALIMENTOS E CARBONO
INSTITUTO GENESIS
BOVIFÉRTIL – AGRONEGÓCIO
PARCERIA CERTIFICACOES E
RASTRIABILIDADE
GLOBAL CERTIFICADORA E
RASTREABILIDADE
SBR – SERVIÇO BRASILEIRO DE
RASTREABILIDADE BOVINA
ELETRONICA M. S. SANTOS
BIG BOI CERTIFICADORA
RASTRONORTE CERTIFICAÇÕES ANIMAIS
CERTRASTRO CERTIFICADORA E
IDENTIFICADORA DO BRASIL
ZOOVET – SERVIÇOS DE
RASTREABILIDADE E CERTIFICAÇÃO
AGROPECUÁRIA
AGRITRACE - SISTEMAS DE
RASTREABILIDADE AGROPECUARIA
INSTITUTO OMEGA
PLANEJAR INFORMATICA E
CERTIFICACAO
TECBOI CERTIFICADORA
BOV RASTRO – CONSULTORIA
RASTREABILIDADE E REPRESENTAÇÃO
BIORASTRO – WQS CERTIFICAÇÕES DE
PRODUTOS
GR RASTREABILIDADE ANIMAL
EMATER – ASSOCIAÇÃO RIOGRANDENSE
DE EMPREENDIMENTOS DE ASSISTENCIA
TECNICA E EXTENSÃO RURAL
OXXEN TECNOLOGIA EM
RASTREAMENTO
RBC – RASTRO DO BOI CERTIFICAÇÃO
ARROBA – ASSESSORIA E CONSULTORIA
AGROPECUARIA
BOV SAT RASTREABILIDADE E
CERTIFICAÇÃO
IFM – SERVIÇOS TECNOLÓGICOS
LOCALIZA RASTREABILIDADE E
CERTIFICAÇÃO ANIMAL
RASTREARBOV CERTIFICAÇÃO E
RASTREABILIDADE DE BOVINOS
TRACER - CERTIFICAÇÃO DE ORIGEM
ANIMAL