Comunicar - Unidade Local de Saúde do Nordeste
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Comunicar - Unidade Local de Saúde do Nordeste
Comunicar CENTRO HOSPITALAR DO NORDESTE, E.P.E. – Bragança - Macedo de Cavaleiros – Mirandela Outubro - Dezembro 2007 • Publicação Trimestral N.º 03 Uma Reestruturação a Pensar em Si Gabinete do Utente do CHNE Editorial Editorial “A experiência não é aquilo que nos acontece. É o que fazemos com aquilo que nos acontece”. Aldous Huxley Numa sociedade em constante mutação, o se- que, funcionando simultaneamente como um instru- gredo do sucesso de qualquer organização consiste mento de gestão dos serviços e um meio de defesa em dar atenção ao mundo das pessoas e não ao dos utentes, opera de modo activo no processo cons- mundo dos processos. Só as pessoas têm a capaci- tante de mudança da organização que é o Centro dade de criar, e por isso permitir que uma instituição Hospitalar. O cidadão tem, assim, no Gabinete do se torne diferente, capaz de alcançar “vantagens Utente, um espaço aberto à sua participação e ao competitivas”. seu contributo para a construção de um Hospital É em consonância com a tónica posta nas pes- melhor. soas, e no mundo que as envolve, que o Centro É de referir também que o processo de reestru- Hospitalar do Nordeste assume o lema: “O Utente turação do GU passou igualmente pela introdução como centro principal de atenção”, já que o mesmo de novas e específicas ferramentas informáticas, que é a razão de ser da sua existência. possibilitam um tratamento mais eficiente e mais O CHNE assume, assim, como meta, a melho- célere das exposições apresentadas, beneficiando de ria contínua dos cuidados de saúde, garantindo aos forma considerável o bom desempenho deste Gabi- cidadãos o acesso a serviços que respondam com nete ao serviço do cidadão. qualidade, eficiência, rapidez e humanismo às suas necessidades. Desta reestruturação do Gabinete do Utente do CHNE sobressai a perspectiva de uma orientação do É neste contexto que o Gabinete do Utente do Centro Hospitalar para o meio envolvente, no qual CHNE desempenha um papel fulcral. Este Gabinete se insere, e do qual fazem parte aqueles que serve. assume, precisamente, uma importância acrescida Este “melhorar o interior olhando o exterior”, assente na melhoria dos cuidados de saúde, fomentando o elo no empenho e no profissionalismo dos Colaborado- de ligação entre a instituição e os utentes e permitin- res do CHNE, é, pois, fundamental para responder do ao CHNE aferir da percepção do grau de satisfação com humanização, envolvimento e competência às destes últimos. Daí que haja uma atenção cuidada mais carentes necessidades dos utentes do Serviço no que respeita à gestão das exposições realizadas Nacional de Saúde, na região. pelos Utentes junto deste Gabinete, e que o Centro Por si e consigo, queremos fazer mais e melhor, Hospitalar acolhe como um meio privilegiado para primando por identificar e satisfazer as necessidades melhorar a qualidade dos serviços prestados. de cuidados com dignidade, benevolência e huma- Este compromisso com o utente levou, pois, o nismo, e proporcionando assim um serviço com alto CHNE a reestruturar e autonomizar o GU, dotando- padrão de qualidade. É esta a missão do Centro o de uma estrutura independente, nomeadamente Hospitalar do Nordeste, é por isso que temos três uma equipa própria, com ligação directa ao CA, em Unidades – cada uma com uma equipa do Gabinete cada uma das três Unidades Hospitalares, que tem do Utente - ao seu dispor. como principal missão receber e tramitar, de forma personalizada, todos os contactos dos utentes relativos ao funcionamento e à organização dos serviços, com vista à sua constante melhoria. É esta equipa Esperamos por si. Contamos consigo. Ajude-nos a servi-lo melhor! A. Henrique Machado Capelas Presidente do Conselho de Administração Sumário Sumário Editorial 02 Mensagem do PCA Em Destaque 04 Reestruturação do Gabinete do Utente 05 A voz do Utente CHNE em Revista FICHA TÉCNICA Publicação Trimestral Ano 1 – N.º 3 Outubro a Dezembro de 2007 Propriedade do Editor: Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E. 06 Serviço de Gestão de Utentes melhorado Sede e Administração: 07 Consulta e Cirurgia a Tempo e Horas 07 Serviço de Nutrição informatizado 08 CHNE dá formação a mestrandos do IPB Avenida Abade de Baçal 5301-852 Bragança Telefone: 273 310 800 Fax: 273 310 813 www.chne.min-saude.pt [email protected] 08 Nova sala de Ambulatório na Farmácia da UHB 09 Mais grávidas na Maternidade do CHNE Direcção: 10 Iniciativas CHNE Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E. 11 Internamento de Ortopedia renovado 12 CHNE dá as mãos pela inclusão 13 Oficina Laboral cria emprego protegido 14 Iniciativas INTERREG III-A 16 Congresso Nacional de Medicina Interna 17 Encontro Transmontano de Unidades de AVC 18-19 Festas de Natal dos doentes e dos colaboradores 20-21 Entrevista com o Director Clínico do CHNE Responsáveis Editoriais: U. H. de Bragança Rita Paulino ∙ Helena Gouveia U. H. de Macedo de Cavaleiros Carla Ferreira ∙ Enf.ª Ligia Miranda U. H. de Mirandela Sónia Teixeira Gab. de Comunicação e Imagem Composição e Design Gráfico: Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E. Escola Tipográfica – Bragança CHNE Divulga 22-24 Cancro da Mama 24-25 Cuidados Paliativos 26-27 Infância e Carência Afectiva 28-29 A Criança Hospitalizada Impressão e Acabamentos: Escola Tipográfica – Bragança Tiragem: 3 mil exemplares 30-31 DPOC e Asma 32 A realidade do AVC na UHB Depósito Legal 33 A Higiene do Sono 249821/06 Cultura e Lazer Distribuição Gratuita 34-35 Livro “Um Tiro na Bruma” Publicação isenta de registo na ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social, ao abrigo do Decreto Regulamentar 8/99 de 09/06, artigo 2.º, n.º 1 a) 36-38 A Humanização do Meio Hospitalar Esta publicação é de todos e para todos os colaboradores do CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste. Como tal, está aberta à sugestão e divulgação de trabalhos dos seus profissionais. Nesse sentido, a informação a ser publicada deve ser enviada para: [email protected] Em Destaque Reestruturação do Gabinete do Utente resulta em mais celeridade e qualidade No seguimento do processo de reestruturação dos serviços que tem sido levado a cabo no Centro Hospitalar do Nordeste, a fim de melhor responder às necessidades dos utentes, o CHNE implementou um processo de reorganização do Gabinete do Utente que permite agora responder de forma mais célere e eficiente às necessidades daqueles que o procuram em busca de esclarecimentos e apoio. O primeiro passo do processo de reestruturação de que foi alvo o Gabinete do Utente do Centro Hospitalar do Nordeste passou por criar uma equipa autónoma e vocacionada especificamente para o atendimento personalizado aos cidadãos. Essa equipa é constituída por duas pessoas, em cada Unidade Hospitalar, que, de acordo com um manual de procedimentos uniformizado e criado para o efeito, recebe pessoalmente os utentes que a ele recorrem, de forma pessoal ou por escrito, e presta todo o apoio necessário a cada caso, dando-lhe o encaminhamento e a solução mais adequada. Outro passo significativo nesse sentido foi a adopção do sistema informático SIM-Cidadão, uma aplicação própria, destinada ao registo e tratamento estatístico das exposições efectuadas, que permite uma maior rapidez e um maior controlo no tratamento de cada processo, oferecendo ainda a possibilidade de obtenção de dados em tempo real. Como reflexo do referido processo de reestruturação dos Serviços do Centro Hospitalar, o Gabinete do Utente do CHNE foi, no primeiro semestre de 2007, o 4º da zona Norte que registou menos reclamações por parte dos utentes. Durante esse período, o CHNE recebeu 66 reclamações em 118.715 contactos, o que, estatisticamente, representa cerca de uma reclamação por cada dois mil atendimentos. Relativamente ao tempo médio de resposta às exposições apresentadas, 70 por cento foram respondidas em menos de 30 dias, sendo que apenas 2 por cento levaram mais de 90 dias a serem tratadas. Isto porque alguns processos exigiram averiguações internas de maior complexidade e a intervenção de um maior número de pessoas. Em relação ao segundo semestre deste ano, os dados indicam uma melhoria destes indicadores: 85 por cento das respostas foram dadas aos utentes num prazo até 30 dias e apenas uma ultrapassou os 90 dias. Todas as exposições apresentadas visam não só esclarecer eventuais dificuldades que tenham surgido durante o atendimento, mas sim, e fundamentalmente, melhorar a qualidade dos serviços prestados, com base nas sugestões de quem deles beneficia. Entre os aspectos mais focados pelos utentes contam-se a necessidade de melhoria das infra-estruturas das suas Unidades Hospitalares – que já está em curso –, a solicitação para diminuir o tempo de espera na prestação de cuidados e a importância da vertente relacional entre o profissional de Saúde e o doente. Os profissionais do Centro Hospitalar do Nordeste estão, assim, empenhados numa relação de maior proximidade com os utentes, no qual o CHNE tem centrada toda a sua atenção, prestando cuidados de saúde de qualidade, e com o maior humanismo. GCI Criado Guia de Acolhimento do Doente O Gabinete do Utente do CHNE criou, em parceria com o Grupo de Gestão da Qualidade, um novo Guia de Acolhimento, que tem como objectivo dar a conhecer, junto dos seus utentes e acompanhantes dos mesmos, informações gerais sobre os serviços disponíveis, a sua localização e eventual informação específica relativa ao serviço onde o doente se encontra internado. Ao nível interno, foi desenvolvido, também no âmbito do processo de reestruturação do Gabinete do Utente, um Manual de Procedimentos, que define a metodologia a aplicar no tratamento das exposições efectuadas pelos utentes do CHNE. Em Destaque A voz do Utente ço público. São 10h55 e estou se bem de um servi es – Raio X e ECG. am É óptimo poder dizerex is do ar ctu efe ! às 10h30 para na caixa Multibanco Entrei neste Centro da levantei dinheiro ain po o, simpatia e tem cçã de rre co ço pa es ida com a maior nd ate despachada! E neste fui es am ex até ao final dos Desde a Recepção profissionalismo. a. Parabéns e obrigad r Filomena Lobo Xavie o 4.º andar…) foi o elevador para (O mais demorado osto de 2007 Bragança, 16 de Ag ço de Cuidados , internada no Servi nto me sci Na do a ror ª Ex.ª mafamília da falecida Au bro, vem junto de V. tem Se de O marido e restante 19 e 16 s os dia os Dr. Juan compreendido entre no com que os médic Intensivos no período sional, ético e huma fis pro do e a todo o nti o se nc lo Bla pe hecimento Miriam Pelissier a. Dr , es nd nifestar o seu recon rna Fe Veiga Filomena Domingos António da a da Enfermeira Maria sso pe na , os siv en Hilário Vasques, Dr Int Cuidados , assim como gem, do Serviço de te o período referido pessoal de Enferma ram a doente duran ida cu e am r. tar do tra e tão grand forma como Afonso Branco, pela res num momento de com os seus familia m ara lid mo co na a forma huma cimento. os o nosso reconhe A todos manifestam itosos cumprimentos Com os nossos respe O marido alves Delfim Higino Gonç tembro de 2007 Se Bragança, 21 de tá bem daquilo que es está mal e não diz e qu ilo qu lo da mi l Ca ma um de nós diz genro do Senhor Normalmente, cada e na qualidade de o, iss r de Po lar to. ita en Hosp público reconhecim Medicina da Unidade bem ou é digno de 2007, no Serviço de 9/ /0 , eficiência e, 13 mo dia lis na no sio ido fis ec de elevado pro e tud Augusto (Ruivo), fal ati a , ui aq ar fermagem e auxiliar , quero pois regist clínico, equipa de en al sso Macedo de Cavaleiros pe lo pe s do nismo, demonstra acima de tudo, huma e Bento. nistro da Saúde souncia ao Sr. Dr. Duart ” e que o Senhor Mi nte ge com especial referê ta o es “n os olh o meu/nosso apreç pusessem os cos” dignos de todo bli Era bom que todos pú os ári ion nc “fu o ao seu Ministério público. BEM-HAJAM. besse que tem ligad verdadeiro serviço um dia -adia m sta e admiração, pois pre Gomes Gumesindo António 2007 17 de Setembro de Vilarinho do Monte, ia o, internada em Cirurg ília de Cecília Lourenç fam da o na reç do ap lvi o vo r en tra al o pesso ra demons pensados por todo Serve a presente pa al la, pelos cuidados dis de ran Mi fermeiras e do pesso de en l s ita ora sp 3, cama 9, do Ho mpenho das senh se r de lho e me mo do lis é na a, sio os. O profis fim-de-seman as visitas do último prestação dos mesm te ran du r rva se ob ortunidade de auxiliar, que tive op e encas. tico como médicos circunstâncias idênti em do cauteloso e simpá que tenho visto, mo o m bre o bé so tam ão é aç s es elogio solicitar inform Merecedor dos maior ando telefonamos a qu nte me lar cu rti o connosco, pa fermeiros têm lidad deixar úde, não queríamos minha mãe. da ao seu estado de sa estado de saúde e fac , za . Para ste ela tri m co de e difícil e que lidam Apesar do momento profissionais de saúd os os tod a to en im ido agradec de prestar este merec nte huhajam. lhado por muita ge mbe e , seguramente parti todos, um grand ão tid gra ueles de aq ar nto tiv me en ste senti sirva para inc Que a expressão de spital de Mirandela, Ho no os ad ern int ível. m familiares ícil mas imprescind milde e anónima co bem um trabalho dif er faz a ar nu nti co profissionais a a e consideração Com elevada estim Fernando Lourenço Mirandela Em Revista Serviço de Gestão de Utentes está a ser melhorado A reorganização do CHNE implicou enormes mudanças no Serviço de Gestão de Utentes. A maior aposta tem sido, numa primeira fase, na harmonização de procedimentos e na melhoria das estruturas físicas. O responsável do SGU, Pedro Martins, explica os pormenores e os benefícios deste processo. O que é que o motivou a aceitar o desafio de vir trabalhar para a região do Nordeste Transmontano e, em particular, no Centro Hospitalar do Nordeste, como responsável do SGU? Aceitei este desafio porque verifiquei que era uma excelente oportunidade de trabalhar na área hospitalar, que tanto me motiva e na qual tenho formação especializada - uma vez que possuo uma pós-graduação em Gestão Hospitalar e um MBA em Gestão de Serviços de Saúde -, além de me permitir dar continuidade à minha experiência no campo da administração hospitalar, onde desempenhei funções, durante largos anos, nomeadamente no Arquivo Clínico, na Facturação e na Gestão de Utentes. Outra motivação relevante teve a ver com o facto de ter iniciado as minhas funções no CHNE numa fase importante da vida da instituição, em que se procedia a uma profunda reorganização dos serviços ao nível das três Unidades Hospitalares que o integram, com o objectivo de criar uma harmonização de procedimentos, o que viria a acontecer também no Serviço de Gestão de Utentes. Foi mais um desafio que não pude deixar de aceitar. a ser desenvolvida com um enquadramento próprio, no âmbito do Projecto de Acreditação da Qualidade que está em curso. Pretendemos, assim, satisfazer as necessidades dos utentes com a maior rapidez, eficiência e profissionalismo. E como está a correr esse trabalho? Há muito a fazer, e várias mudanças a realizar, mas tanto eu como toda a equipa do Serviço de Gestão de Utentes do Centro Hospitalar estamos bastante motivados para este projecto que está a ser desenvolvido. A maior motivação tem precisamente a ver com o facto de estarmos a contribuir activamente para melhorar o serviço prestado aos utentes. Exemplos disso são, quer os novos procedimentos, mais ágeis e funcionais, quer as melhorias efectuadas ao nível das instalações físicas, como é o caso do novo Pavilhão das Consultas Externas da Unidade de Bragança, já em funcionamento. Temos, pois, um grande projecto pela frente, com muito trabalho, mas, volto a realçar, estamos todos muito empenhados e confiantes na sua concretização e nos seus benefícios. Quais são as suas expectativas, em relação ao SGU em particular e ao CHNE em geral? São muito positivas. Acredito que, dentro de um ano, o SGU estará completamente renovado, com uma nova identidade, e daí advirão enormes benefícios para os profissionais deste Serviço, os utentes que servimos e, obviamente, para todo o Centro Hospitalar. GCI Em que consiste a sua função no CHNE? Tal como o nome indica, o SGU assume um papel fundamental na missão do CHNE, que é prestar cuidados de saúde de excelência aos seus utentes. Nesse sentido, e como responsável deste importante Serviço, procuro, em conjunto com todos os Colaboradores que desempenham funções no SGU, contribuir para o cumprimento diário desse objectivo. Como referi, neste momento estamos empenhados em dar uma identidade própria ao SGU, uniformizando procedimentos ao nível do Centro Hospitalar. É uma tarefa trabalhosa, mas muito aliciante, que está SGU - O primeiro a acolher o Utente O Serviço de Gestão de Utentes assegura o atendimento dos utentes nos seus contactos com o Centro Hospitalar, acolhendo-o, esclarecendo-o e encaminhando-o para a prestação de cuidados de saúde de que necessita na instituição. As suas áreas de intervenção incluem a prestação de informações e o apoio administrativo na Recepção, Urgência, Consultas Externas, Internamento, Meios Complementares de Diagnóstico, Arquivo Clínico, Estatística e Grupos de Diagnósticos Homogéneos. Em Revista CHNE com “Consulta a Tempo e Horas” O CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste implementou a “Consulta a Tempo e Horas”, uma medida integrada no programa SIMPLEX para a área da Saúde que tem como objectivo efectuar a marcação de consultas nas Unidades Hospitalares, por via electrónica, a partir dos Centros de Saúde. Marcar uma consulta de especialidade no Centro Hospitalar do Nordeste é agora muito mais fácil e rápido, com a “Consulta a Tempo e Horas”. Esta medida, que está operacional no CHNE desde 15 de Outubro, veio revolucionar todo o processo de marcação, trazendo enormes benefícios, quer para os doentes, quer para os profissionais de Saúde. Isto porque, com a adopção da “Consulta a Tempo e Horas”, os utentes, ao serem encaminhados pelos seus médicos de família para uma consulta de especialidade numa das três Unidades Hospitalares da região – Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela – vêem essa consulta ser marcada directamente, através de comunicação electrónica entre o Centro de Saúde e o Hospital, dispensando as até agora habituais credenciais (modelo P1). A “Consulta a Tempo e Horas” vem, assim, melhorar o acesso às primeiras consultas hospitalares de especialidade, simplificando os procedimentos inerentes à marcação e evitando a deslocação dos utentes. Por outro lado, espera-se também que esta medida venha contribuir para a diminuição das listas de espera, uma vez que o sistema permite estabelecer protocolos de referenciação, no sentido de dar prioridade às consultas mais urgentes. Para que a concretização desta medida fosse possível, foi desenvolvido um sistema electrónico de pedidos de marcação de consultas, a cargo da empresa Alert Life Sciences Computing, sendo de referir que, antes do arranque do projecto, decorreu durante o mês de Setembro, na Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros, uma acção de formação que envolveu todas as instituições de Saúde do Distrito de Bragança que prestam serviços ao nível dos cuidados primários e hospitalares. Com a implementação da “Consulta a Tempo e Horas”, o Centro Hospitalar do Nordeste - em parceria com os Centros de Saúde do Distrito de Bragança - dá mais um passo significativo na assistência, com rapidez, eficiência e qualidade, às populações do Nordeste Transmontano. GCI Serviço de Nutrição está a ser informatizado O Serviço de Nutrição e Alimentação do CHNE foi dotado de uma nova aplicação informática, desenvolvida para controlar o circuito de dietas dos doentes, desde a sua entrada no hospital até à alta. O novo manual de dietas, comum a todo o Centro Hospitalar, estará assim disponível on-line, para consulta e prescrição das dietas terapêuticas. Após a informatização dos Serviços de Logística e Compras e de Patologia Clínica do CHNE, está agora a ser implementada no Serviço de Nutrição e Alimentação uma nova aplicação informática, cujo principal objectivo é permitir o controlo total do circuito de dietas dos doentes, desde que entram até que saem do hospital. Para tal, os profissionais de Saúde do CHNE dispõem de um novo manual de dietas, totalmente informatizado, no qual consta o conjunto de dietas terapêuticas que poderão ser prescritas, de acordo com a situação clínica do doente. As dietas passam então a ser prescritas pelos médicos por via electrónica, com uma maior segurança e rapidez, logo na altura em que se faz também a prescrição medicamentosa. Cada dieta prescrita fica activa de imediato, podendo em qualquer momento ser consultada e operacionalizada. Deixa assim de ser necessário que os Serviços Clínicos enviem para o Serviço de Alimentação o pedido de cada refeição, em suporte de papel, pois o registo informático permite a este último saber, a qualquer momento, o tipo e o número total de dietas pedidas para cada um dos serviços. Depois, podem ser emitidas etiquetas individualizadas, que acompanham o tabuleiro destinado a um doente específico. Esta aplicação permite ainda fazer a gestão do pedido de ceias de funcionários e controlar os stocks de segurança de alimentos. Desenvolvida pela empresa CPCHS, a nova aplicação começou por ser implementada na Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros, durante o mês de Novembro. Seguiu-se a Unidade de Mirandela. E em breve irá estender-se à Unidade de Bragança. Tem vindo a ser dada formação, no sentido de passar à prática os novos procedimentos, e o acolhimento desta solução por parte dos profissionais tem sido excelente, tendo em conta as melhorias introduzidas. GCI Em Revista Nova sala de dispensa de medicamentos a doentes em regime de ambulatório A farmácia da Unidade Hospitalar de Bragança conta com uma nova sala, destinada exclusivamente à dispensa de medicamentos a doentes que realizam os seus tratamentos farmacológicos em regime de ambulatório, garantindo assim um atendimento confidencial e personalizado. A criação de uma sala específica para a dispensa de medicamentos a doentes que realizam os seus tratamentos farmacológicos em regime de ambulatório, na Unidade Hospitalar de Bragança, permite aos utentes receberem a medicação em condições de total privacidade, assegurando que essa entrega, assim como a prestação de informações úteis, sejam realizadas de modo absolutamente confidencial. Assim, esta nova sala é autónoma e tem acesso próprio, pelo exterior, mantendo, contudo, uma ligação interna à farmácia hospitalar. Cada utente é ali atendido de forma personalizada e em privado. A distribuição de medicamentos pelos serviços farmacêuticos hospitalares a doentes em regime de ambulatório resulta da necessidade de haver um maior controlo e vigilância em determinadas terapêuticas que podem implicar efeitos secundários, da necessidade de assegurar a adesão dos doentes à terapêutica e também do facto de a comparticipação de certos medicamentos só ser a 100 por cento se forem dispensados pelos referidos serviços. De salientar que os tratamentos em regime de ambulatório se revestem de enormes benefícios, nomeadamente a possibilidade de o doente continuar o tratamento no seu ambiente familiar, a redução dos riscos inerentes a um internamento (por exemplo, uma infecção nosocomial) e ainda a redução dos custos também associados ao internamento. Por tudo isto, a nova sala constitui uma importante melhoria, não só em termos de infra-estrutura, mas fundamentalmente na assistência prestada aos utentes. GCI CHNE dá formação aos alunos do novo mestrado em Exercício Físico e Saúde O Centro Hospitalar do Nordeste vai ser responsável pela formação profissional dos alunos do novo mestrado em Exercício Físico e Saúde do Instituto Politécnico de Bragança. A formação irá incidir nas áreas de Medicina Física e Reabilitação, Endocrinologia e Cardiologia. O protocolo nesse sentido já foi assinado e visa dotar os profissionais das áreas do desporto e da saúde de conhecimentos especializados no diagnóstico e na prescrição do exercício físico. Entre esses conhecimentos contam-se o delineamento de programas de actividade física para doenças e factores de risco específicos (diabetes, doença cardiovascular, doenças osteo-articulares, entre outras), a conceptualização de intervenções estratégicas para a programação da saúde ao nível individual e de grupo, a avaliação da aptidão física e metabólica e a importância dos comportamentos associados ao estilo de vida. A componente teórica do novo mestrado será da responsabilidade das Escolas Superiores de Educação e de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança. Por sua vez, a formação em contexto de trabalho (540 horas / um semestre mais um trimestre lectivos) será articulada entre o IPB e o CHNE, nomeadamente no âmbito da Medicina Física e Reabilitação, Endocrinologia (consulta de obesidade) e Cardiologia. Durante o seu estágio no CHNE, os alunos irão desenvolver as seguintes actividades práticas: avaliação e prescrição de exercício físico aos utentes do Centro Hospitalar que tenham sido referenciados medicamente para esse efeito; observação e acompanhamento dos utentes, em parceria com os técnicos de saúde do CHNE; elaboração e acompanhamento de programas de recuperação física e ainda avaliações biomecânicas (cinemática da marcha, força muscular, amplitude articular, padrões neuromusculares…). Esta é mais uma parceria que reforça o papel do CHNE na prestação aos utentes de mais e melhores cuidados de saúde, por parte de profissionais altamente especializados. GCI Em Revista Grávidas acorrem mais à Maternidade do CHNE Um ano após o encerramento da sala de partos de Mirandela, o factor emocional deu lugar a uma adesão progressiva das populações da região à maternidade do CHNE em Bragança. Num Distrito geograficamente disperso como o de Bragança, e com difíceis acessibilidades internas, o encerramento de uma sala de partos não é uma decisão fácil. No entanto, de acordo com as orientações do Ministério da Saúde, que considera ser essa a forma de rentabilizar recursos humanos e materiais, e de oferecer às populações um serviço de maior qualidade e segurança, foi encerrada, a 11 de Setembro de 2006, a sala de partos de Mirandela, passando assim a Maternidade do CHNE a estar localizada em Bragança. “De início houve reacções muito emotivas” a esta decisão, mas depois verificou-se uma “aceitação” e uma “progressiva mudança de comportamentos”, afirma o Director Clínico do Centro Hospitalar do Nordeste, Sampaio da Veiga. A atestar este facto, estão os números, pois são cada vez mais as mulheres que, usufruindo da liberdade de escolha relativamente ao local onde querem que os seus filhos nasçam, optam por Bragança, em detrimento de outros Distritos. Os mesmos dados dão conta que as parturientes que menos procuram ainda Bragança são provenientes dos municípios a Sul, como Carrazeda de Ansiães, Vila Flor e Freixo de Espada à Cinta, fruto da distância e do constrangimento nos acessos rodoviários. Mas, mesmo assim, aumenta o número das que querem ter os seus filhos na Maternidade do CHNE. Nesse sentido apontam também os números, cada vez maiores, de grávidas de Mirandela que também vêm dar à luz na cidade transmontana. Esta “aceitação da situação” e “adesão plena”, deve-se, segundo Sampaio da Veiga, a um conjunto de importantes factores como a confiança nos profissionais de Saúde, até porque aqueles que estavam em Mirandela (médicos e enfermeiros) estão agora a prestar serviço em Bragança, com a mesma competência e profissionalismo, e os que já estavam em Bragança mantêm todas as suas enorme capacidades técnicas e humanas. Além da excelência dos recursos humanos, o Director Clínico destaca também as excelentes condições físicas de que está dotada a Maternidade do CHNE, assegurando às parturientes o maior conforto, segurança e qualidade. Ao nível da infra-estrutura, é pois de salientar a existência de duas salas de parto individualizadas, garantindo a privacidade necessária para os pais assistirem ao momento do nascimento dos seus filhos, a que se junta ainda uma outra sala, com três camas de dilatação, que permite a realização de um maior número de partos em simultâneo. Ecografias morfológicas no CHNE Outro factor de relevo que distingue o Serviço de Obstetrícia do CHNE é o facto de garantir localmente todo o apoio à grávida. Ou seja, o Serviço tornou-se autónomo nas suas competências, por forma a realizar no Distrito as três ecografias trimestrais de controlo, incluindo a segunda, também chamada de ecografia morfológica, essencial na detecção de eventuais malformações no feto, e que anteriormente era realizada em Vila Real. Este exame é agora realizado no CHNE, às sextas-feiras e sábados, pelo conceituado ecografista Dr. Abílio Ferreira, Chefe de Serviço do Centro Hospitalar do Porto e Director do Serviço de Obstetrícia da mesma entidade. Para assegurar às grávidas toda a segurança e um serviço de excelência é ainda de salientar, afirma Sampaio da Veiga, que a maternidade do CHNE conta com uma equipa de sete obstetras, dos quais há sempre dois de serviço, assim como equipas multidisciplinares, disponíveis 24 horas por dia, que integram um cirurgião-geral, um anestesista e um pediatra da especialidade de Neonatologia. A utilização da epidural, que irá ser mais alargada, ao longo do ano, em termos de disponibilidade de médicos, é também uma mais-valia deste serviço. “O Centro Hospitalar do Nordeste está perfeitamente capacitado para apoiar as parturientes e para a resolução de problemas que eventualmente possam surgir, derivados de complicações no parto, assegurando às mulheres que podem contar com um serviço de qualidade, em segurança e com o maior conforto”, conclui o Director Clínico. GCI Em Revista CHNE participou no Prémio Serono de Qualidade em Saúde O Centro Hospitalar do Nordeste participou no I Prémio Serono - Gestão de Qualidade em Saúde, uma iniciativa de âmbito nacional que tem como objectivo fomentar a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde nas instituições hospitalares. O trabalho apresentado a concurso, da autoria da médica hematologista Ana Carvalho, da responsável do Gabinete de Acreditação e Certificação da Qualidade nas Unidades Hospitalares de Bragança e Macedo de Cavaleiros, Ana Santos, e da psicóloga clínica do CHNE, Sara Costa, incidiu sobre a Melhoria da Qualidade dos Serviços Assistenciais em Hematologia. Apesar de não ter sido o vencedor, este trabalho do CHNE foi alvo de rasgados elogios durante a cerimónia de entrega dos prémios, que teve lugar no dia 18 de Setembro, numa cerimónia em Lisboa. O troféu de participação foi entregue às Colaboradoras do CHNE, Ana Santos e Sara Costa, pela mão do Bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Pedro Nunes. CHNE alerta contra o fumo do tabaco O Serviço de Pneumologia do CHNE efectuou, no dia 21 de Novembro, uma medição dos níveis de monóxido de carbono – substância cancerígena produzida pelo fumo do tabaco – a alunos, professores e funcionários do Instituto Politécnico de Bragança. A iniciativa, realizada em parceria com o Centro de Respostas Integradas do Instituto da Droga e da Toxicodependência, decorreu no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Não Fumador, que se assinalou a 17 de Novembro. Nesse sentido, o objectivo desta acção passou por “chamar a atenção da comunidade escolar para os riscos associados ao fumo, procurando evidenciar os efeitos nocivos que este gás produz sobre o organismo”, nomeadamente a redução da função cardíaca, risco de formação de coágulos, asfixia por falta de oxigénio e problemas no desenvolvimento do feto, no caso das mulheres grávidas. Serviços de Ortopedia do Norte reunidos em Macedo Decorreu no dia 20 de Outubro, no auditório da Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros, uma reunião clínica dos Serviços de Ortopedia da Região Norte associada à reunião periódica dos directores dos referidos serviços, no âmbito da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia. A reunião teve elevada participação, com cerca de 50 Ortopedistas de quase todos os Serviços de Ortopedia do Norte, tendo sido uma das reuniões com maior afluência. De realçar que estiveram presentes o futuro presidente da SPOT, Dr. José Neves, e o past-president da mesma sociedade, actual director do Serviço de Ortopedia do Hospital de S. João – Porto, Prof. Dr. Trigo Cabral, ambos transmontanos. Foram apresentados casos clínicos complicados, como é regra das referidas reuniões, e que têm tido uma adesão cada vez maior e uma participação muito activa por parte dos presentes. Estas reuniões clínicas pretendem fomentar a troca de experiências e enriquecer a formação dos internos e novos especialistas, aproveitando a experiência e avanços técnicos apresentados pelos Serviços com maior casuística na resolução dos casos mais complexos. De referir a satisfação dos participantes pela organização, quer no aspecto científico, quer social. Dr. António Ruano Director do Serviço de Ortopedia do CHNE 10 Em Revista Internamento de Ortopedia requalificado na Unidade de Bragança O Serviço de Ortopedia da Unidade de Bragança foi totalmente renovado, oferecendo agora as melhores condições físicas para acolher os utentes do CHNE. Os trabalhos de requalificação do Internamento seguem-se agora na ala de Cirurgia. Foi inaugurada, no dia 07 de Setembro, na presença do Senhor Governador Civil do Distrito de Bragança, Jorge Gomes, a nova ala do Serviço de Orto- pedia da Unidade Hospitalar de Bragança (UHB), que foi completamente renovada, no âmbito das obras de requalificação do Internamento, actualmente a decorrer, de forma faseada, abrangendo todos os pisos do edifício principal desta Unidade. Nesta primeira fase, os trabalhos de beneficiação e remodelação da ala de Ortopedia incluíram evidentes melhorias ao nível dos pavimentos, paredes e tectos, mobiliário, instalações sanitárias (de salientar as excelentes condições para a realização de banhos assistidos), iluminação e sinalética (tendo sido instalado um novo quadro eléctrico), aquecimento, ventilação e redes de água e esgotos. Além destes trabalhos, bem visíveis na nova unidade de internamento, destacam-se, contudo, outras melhorias, como a adopção de um sistema integrado de sinalização e intercomunicação, para a realização de uma chamada individualizada, por parte de cada doente, do pessoal de serviço. Uma consola central colocada no gabinete de enfermagem permite, entre outras funcionalidades, identificar o local de procedência da chamada – que pode ser feita não só a partir das enfermarias, mas também das instalações sanitárias - e estabelecer um contacto imediato com o doente. O sistema permite também que uma enfermeira efectue, junto do doente, uma chamada de urgência para solicitar o auxílio de outros profissionais. Com este novo sistema de comunicação, está garantida a resposta aos pedidos de auxílio dos doentes, em tempo útil, melhorando de forma considerável o atendimento às suas necessidades. Para um maior conforto, procedeu-se igualmente à instalação de um sistema de difusão de som e imagem (música e televisão), tanto nas enfermarias como na sala de espera exterior e zonas técnicas. E, no que toca ao bem-estar, refira-se também a existência de cortinas de separação das camas nas enfermarias, garantindo aos doentes uma maior privacidade ao longo do tratamento, sempre que desejável e necessário. Há ainda que referir, no que respeita à segurança em geral, a melhoria das condições para a prevenção, detecção e alarme em caso eventual de incêndio. O Serviço de Ortopedia da Unidade Hospitalar de Bragança está, assim, a funcionar em instalações totalmente remodeladas, estando agora dotado das melhores condições, o que permite assegurar aos doentes maior conforto e segurança e uma maior qualidade na prestação de cuidados de saúde. Um investimento fundamental, tendo em conta que se trata de um edifício bastante antigo – aproximando-se, no que toca aos custos, a cerca de 200 mil euros - e que será feito, de forma faseada, nos restantes pisos do Internamento, estando já em curso na especialidade de Cirurgia. GCI 11 Em Revista CHNE dá as mãos pela inclusão “Não Discrimines, Integra”. Foi este o lema do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, que se assinalou a 3 de Dezembro, e que levou o CHNE a dar as mãos a outras entidades do Distrito de Bragança, numa iniciativa que sensibilizou toda a comunidade. O Centro Hospitalar do Nordeste juntou-se a outras entidades do Distrito de Bragança e à Fundação Intras, de Espanha (sua parceira na concretização de diversos projectos transfronteiriços), para promover a inclusão social das pessoas com deficiência. A iniciativa, coordenada pelo Governo Civil de Bragança, incluiu um programa recheado de actividades, nas quais participaram os doentes da Unidade de Doentes de Evolução Prolongada (UDEP) e que contaram também com a presença e o apoio incondicional do Presidente do Conselho de Administração do CHNE, Henrique Capelas. Um dia diferente Os sorrisos falaram mais alto do que as palavras. Foi um dia totalmente diferente para centenas de pessoas portadoras de deficiência, física e psíquica. Um dia para lembrar que todos os dias elas precisam de muito apoio, mas que também têm muito para dar. Por isso, nada melhor do que sair à rua e demonstrá-lo. A manhã foi marcada pelo desporto, com a realização da I Milha do Dia Internacional da Deficiência, na Avenida Sá Carneiro, a principal artéria da cidade, que ficou fechada ao trânsito para dar lugar a uma disputa onde cada um competia não com o outro, mas consigo próprio, porque o principal não era chegar à meta em primeiro lugar, mas apenas e tão só chegar. O esforço foi incentivado pelas palavras entusiasmadas da assistência e recompensado com palmas, beijos e abraços. No final das provas desportivas, os responsáveis das várias instituições do Distrito deram as mãos aos participantes e, todos juntos, caminharam por uma sociedade mais solidária, onde a diferença não seja um factor de exclusão, mas sim de riqueza e diversidade. Seguiu-se o almoço, que teve lugar na cantina do Instituto Politécnico, marcado igualmente por uma integração plena com a comunidade estudantil. A tarde começou com a inauguração e visita a uma exposição de trabalhos elaborados por pessoas com deficiência, no centro comercial Fórum Theatrum. O CHNE mostrou aí os objectos realizados pelos doentes crónicos do foro psiquiátrico, na oficina laboral de estampagem e gravura instalada na UDEP, nomeadamente porta-chaves, t-shirts, canecas, bonés, crachás, canetas, azulejos, entre outros. Emoções ao rubro O Teatro Municipal de Bragança foi a “paragem” seguinte. O grande auditório encheu-se de cor e som para aclamar um espectáculo protagonizado inteiramente por pessoas com deficiência integradas nas diversas instituições do Distrito. Representação, música, dança, marionetas, poesia, tudo reunido numa mescla de estilos que arrancou enormes aplausos do público… Emoções ao rubro, que sobressaíram também durante o visionamento de um filme onde se retrata o quotidiano das pessoas com deficiência nas instituições que lhes dão apoio, e ainda durante uma cerimónia onde todas estas entidades receberam das mãos do Governador Civil, Jorge Gomes, um valeoferta destinado à aquisição de material considerado indispensável no dia-a-dia dos utentes. Por sua vez, os doentes da UDEP fizeram cada um a vez de Pai Natal e tiraram da sacola porta-chaves por eles realizados, com que presentearam a assistência. O programa de actividades terminou com um lanche, na Escola Secundária Miguel Torga. No entanto, continuará presente nas recordações daqueles que estiveram envolvidos nesta iniciativa. E espera-se que perdure também, não apenas na mente, mas nas atitudes, e não apenas num dia, mas em todos os dias, em cada lugar e em cada pessoa, continuando a caminhar, de mãos dadas com a diferença que nos complementa. GCI 12 Em Revista Oficina laboral do CHNE cria emprego protegido 15 doentes crónicos do foro psiquiátrico estão a trabalhar numa oficina laboral de estampagem e gravura, na Quinta da Trajinha, após terem recebido formação especializada nesse sentido por uma empresa de Bragança. Foi criada no Centro Hospitalar do Nordeste uma oficina laboral de estampagem e gravura, destinada à reabilitação dos doentes crónicos de Psiquiatria. Esta iniciativa do CHNE, que conta com o apoio do programa transfronteiriço INTERREG III-A, promove o “trabalho protegido”, uma actividade essencial para que os doentes sejam mais autónomos, confiantes e criem uma relação mais próxima entre eles e com a comunidade. “Há trabalhos que exigem, por exemplo, lidar com altas temperaturas. Esses são desenvolvidos pelos doentes com maior consciência e sentido de responsabilidade. Outros trabalhos mais simples, como os crachás e os porta-chaves, ficam a cargo de doentes que têm também capacidades próprias, mas necessitam de um maior acompanhamento”, exemplifica Sara Costa. Os primeiros artigos a serem feitos, com imagens alusivas ao CHNE, foram mostrados em feiras de ar- Das mãos dos utentes saem os mais diversos produtos, desde canecas, pins, porta-chaves, azulejos, tshirts e bonés. Luís Neves, da ALN Publicidade, responsável pela formação dada a estes doentes, salienta a sua “alta motivação e empenho” na aprendizagem e na realização dos trabalhos, assim como o “espírito de equipa” que logo se criou. “Estas pessoas têm capacidades, que este tipo de iniciativas ajuda a desenvolver, afirma Luís Neves, acrescentando também a importância da oficina laboral e do trabalho aí realizado para “acabar com os preconceitos” ainda existentes na sociedade quanto ao problema da doença mental, muitas vezes associada, erradamente, à incapacidade. A psicóloga responsável pela assistência aos doentes da UDEP, Sara Costa, explica que o facto de a oficina de estampagem e gravura permitir realizar uma grande diversidade de produtos, através de diversas técnicas a aparelhos, possibilita também a adaptação de cada doente, segundo as suas capacidades, às tarefas necessárias. tesanato em Bragança e em Zamora (Espanha). Mas este projecto teve um tal sucesso que superou todas as expectativas e se estendeu a uma maior colaboração entre o CHNE e a ALN Publicidade. “Foi celebrado um acordo entre as duas partes em que, quando a ALN tiver encomendas de grandes quantidades, canaliza parte das mesmas para a UDEP, para serem elaboradas pelos utentes, situação que beneficia as duas partes, quer na satisfação do cumprimento de prazos por parte da ALN, quer na manutenção em actividade dos indivíduos envolvidos no projecto, contribuindo assim para uma terapia ocupacional desejável a todos os títulos, além de ser uma forma de rentabilizar o investimento”, explica Luís Neves, concluindo: “Para nós, ALN Publicidade, foi uma experiência a todos os títulos positiva, tanto no âmbito profissional como pessoal”. Por sua vez, a psicóloga Sara Costa salienta que a maior expressão do sucesso deste projecto está estampada no rosto dos utentes quando estão a trabalhar nesta oficina e vêem os objectos a sair das mãos. GCI Projectos transfronteiriços apresentados em Valladolid Os projectos transfronteiriços que o CHNE está a levar a cabo no âmbito do programa de cooperação transfronteiriça INTERREG III-A estiveram em destaque numas jornadas internacionais, que reuniram também testemunhos vindos de Espanha, Itália, Holanda e Irlanda. A iniciativa, que teve lugar no dia 19 de Outubro, na Universidade de Valladolid, foi organizada pela Fundação Intras, parceira do CHNE nos projectos INTERREG, e pelo Instituto de Estudos Europeus daquele estabelecimento de ensino superior, com o objectivo de fomentar a troca de ideias e experiências entre os participantes, na área da integração social e da luta contra a discriminação. A apresentação das actividades que estão a ser desenvolvidas pelo CHNE, em parceria com a Fundação Intras e o Complexo Hospitalar de Zamora, foi realizada, em conjunto, pelos coordenadores dos projectos transfronteiriços nos dois lados da fronteira, Miguel Martins, pelo Centro Hospitalar do Nordeste, e Pablo Sánchez, da Intras. 13 Em Revista CHNE recebeu prémio de boas práticas As actividades que têm vindo a ser desenvolvidas na Unidade de Doentes de Evolução Prolongada do CHNE foram alvo de uma distinção, sendo apontadas como exemplo de boas práticas no que respeita à integração social, neste caso das pessoas com doença mental crónica. O prémio, no valor de 2.500 euros, foi atribuído no âmbito do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos (2007), através de um concurso promovido pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social que teve como objectivo “reconhecer e premiar as boas práticas na área da integração e da não descriminação levadas a cabo pelas empresas e organizações da sociedade civil”. E foi entregue ao CHNE pela Coordenadora Nacional da Estrutura de Missão do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidade Para Todos, Dra. Elza Pais, numa cerimónia que decorreu em Lisboa, com a presença dos vencedores de cada distrito e respectivos Governadores Civis. O trabalho alvo da candidatura, realizado pelos colaboradores do CHNE Miguel Martins e Sara Costa, e agora distinguido, a nível distrital, refere-se às iniciativas que têm sido concretizadas pelo CHNE em prol dos doentes crónicos do foro psiquiátrico, residentes na Quinta da Trajinha, em Bragança, e da sua reinserção social. Será, pois, no sentido de dar continuidade a estes projectos e assim beneficiar estes doentes, que o prémio será empregue. III Encontro Desportivo Transfronteiriço Dando continuidade ao projecto de cooperação que tem vindo a desenvolver com entidades da vizinha Espanha, o Centro Hospitalar do Nordeste organizou, no dia 6 de Setembro, o IV Encontro Desportivo Transfronteiriço de Doentes do Foro Psiquiátrico. Esta iniciativa, que decorreu no Pavilhão Municipal de Bragança, no âmbito do Projecto Interreg III - A / SIPEM contou com a participação das equipas do CHNE, do CEE - Centro Especial de Educação de Bragança e ainda duas equipas do Centro de Reabilitação Psico-Social da Fundação INTRAS, de Espanha, parceira do CHNE no desenvolvimento do Projecto SIPEM. Após o torneio, seguiu-se a entrega de prémios a todos os participantes, cerca de 40 doentes, no total, e um almoço-convívio. Foi, pois, mais um dia diferente que fica na memória dos utentes e dos profissionais. Artigos da UDEP à venda na Feira Medieval de Toro O Centro Hospitalar do Nordeste esteve presente na Feira Medieval de Toro (Zamora, Espanha), para dar a conhecer o trabalho que está a ser desenvolvido na 14 oficina laboral da Quinta da Trajinha, em Bragança, pelos doentes crónicos do foro psiquiátrico. A iniciativa, integrada no programa transfronteiriço INTERREG III – A / UDEP, foi organizada por um dos parceiros do CHNE na concretização destes projectos, a Fundação Intras, que, recorde-se, também esteve presente na Feira de Artesanato de Bragança, em Maio de 2006. O mercado medieval de Toro fez parte do programa da tradicional Festa da Vindima, atraindo milhares de pessoas, que, assim, tiveram oportunidade de ver e comprar os mais diversos objectos realizados pelos doentes, como canecas, t-shirts, pins e porta-chaves. Um dos principais objectivos deste género de iniciativas é fomentar a reabilitação dos doentes do foro psiquiátrico, promovendo junto da comunidade o reconhecimento das suas capacidades laborais. Em Revista 15 Em Revista Bragança recebeu Congresso de Medicina Interna Cerca de 200 profissionais de Saúde de todo o país estiveram reunidos em Bragança, cidade que este ano acolheu a XIV Reunião Nacional de Medicina Interna dos Hospitais Distritais. A iniciativa primou por um excelente painel de debates, a apresentação de comunicações livres, uma vertente expositiva e ainda um recheado programa cultural. A cidade de Bragança recebeu, nos passados dias 26 e 27 de Outubro, a XIV Reunião Nacional de Medicina Interna dos Hospitais Distritais. O evento, organizado pelo Núcleo de Medicina Interna dos Hospitais Distritais, em conjunto com o Serviço de Medicina Interna do CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste, reuniu cerca de 200 profissionais, entre médicos especialistas e internos e enfermeiros, vindos de todo o país. O objectivo central desta iniciativa prendeu-se, de acordo com a Presidente do Congresso, Dra. Prudência Vaz, com a possibilidade de o encontro “fomentar vias de comunicação entre os participantes”, através da “troca de experiências e saberes”. Nesse sentido, foram apresentadas, durante os dois dias do Congresso, diversas comunicações e posters, que passaram por temas tão diversos como a pneumonia nosocomial, a demência, a insuficiência car- díaca avançada e a insuficiência respiratória aguda. No entanto, são de destacar ainda os cursos précongresso, que se realizaram pela primeira vez desde o início destes Encontros, e que decorreram nos dias 24 e 25, versando sobre infecção e sépsis, como redigir um artigo médico e ventilação mecânica não invasiva. Outro momento alto aconteceu com a realização da mesa redonda sobre decisões médicas envolvendo o fim da vida, um tema de acalorado debate de ideias, na qual tomou parte o Bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Pedro Nunes, a quem coube também encerrar oficialmente este XIV Encontro. Uma nota ainda para o programa social do Congresso, que deu a conhecer àqueles que vieram de outras zonas do país várias riquezas desta região do Nordeste Transmontano, ao nível paisagístico (visitas à monumental cidade de Bragança e ao Parque Natural de Montesinho), cultural (actuação do grupo de Pauliteiros de Miranda do Douro e presença dos Caretos de Salsas) e gastronómico (com a degustação de diversas iguarias típicas). A XV Reunião Nacional de Medicina Interna dos Hospitais Distritais ainda não tem data nem local marcado, mas deverá acontecer, no próximo ano, na zona Sul. GCI 14ª Reunião | NACIONAL do Núcleo de Medicina Interna dos Hospitais Distritais 16 Em Revista III Encontro Transmontano de Unidades de AVC 470 profissionais de Saúde estiveram reunidos, no III Encontro Transmontano de Unidades de AVC, para trocar ideias e experiências sobre aquela que é, actualmente, a primeira causa de morte em Portugal e a terceira na Europa. O III Encontro Transmontano de Unidades de AVC, que decorreu no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, no dia 07 de Dezembro, resultado de uma junção de esforços das Unidades de AVC dos Centros Hospitalares do Nordeste e de Trás-os-Montes e Alto Douro, contou com a presença de diversos especialistas de renome no que diz respeito a esta temática, dos quais se destaca o Presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), Professor Doutor Castro Lopes. Em debate estiveram temas como os factores de risco modificáveis e as estratégias de prevenção; a experiência da Via Verde para o AVC no Distrito de Vila Real; a reabilitação do doente com AVC; a experiência de cuidados de enfermagem nas Unidades de AVC do CHNE e no Hospital de S. João; a Casuística da Unidade de AVC do Centro Hospitalar da Cova da Beira e ainda a avaliação dos vasos do pescoço por ecodoppler e angiotac. Além destas intervenções, foram também realizadas diversas comunicações livres. Não só pelo número de profissionais envolvidos, como pela multiplicidade e riqueza temática das intervenções realizadas, esta iniciativa superou as expectativas da organização e dos participantes. Unidade de AVC ampliada A Unidade de AVC de Macedo de Cavaleiros vai em breve ver aumentada a sua capacidade de 8 para 12 camas, melhorando assim a resposta aos doentes da região. A nova Unidade ficará situada no mesmo piso da actual, mas na zona dos quartos particulares. Além disso, será integrada na Via Verde do AVC, com vista a aumentar a acessibilidade dos doentes aos cuidados aí prestados. Criada há três anos, e constituída por uma equipa multidisciplinar de grande profissionalismo, a Unidade de AVC de Macedo de Cavaleiros atende cerca de 250 doentes por ano, contribuindo assim para a redução significativa da mortalidade, incapacidade e a necessidade de assistência institucional. Bombeiros frequentaram formação sobre AVC “Alerta para o AVC no Distrito de Bragança”. Foi este o tema da conferência destinada às corporações de Bombeiros do Distrito de Bragança, que teve lugar no dia 08 de Dezembro, no auditório da Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros. Em debate estiveram questões ligadas ao transporte de doentes vítimas de acidente vascular cerebral, a cargo do médico Domingos Fernandes, responsável pela Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Bragança, e à implementação da Via Verde para o AVC, cujos esclarecimentos foram prestados pelo Dr. Vítor Oliveira, da Direcção Geral da Saúde. Antes disso, o Presidente da Sociedade Portuguesa do AVC, Professor Doutor Castro Lopes, elucidou os presentes com noções fundamentais sobre o que é o AVC, como se manifesta, de que forma se pode prevenir, entre outras. GCI 17 Em Revista Colaboradores do CHNE festejaram o Natal em Mirandela À semelhança do ano passado, os colaboradores das três Unidades Hospitalares que integram o CHNE reuniram-se para festejar o Natal. Depois de Macedo de Cavaleiros, foi agora a vez de Mirandela acolher este encontro, que decorreu no dia 21 de Dezembro, no Centro Juvenil dos Salesianos S. João Bosco. Após um jantar de convívio, a animação continuou noite dentro, com um baile, em que todos cantaram, dançaram e confraternizaram, num ambiente muito descontraído e informal. Entre os momentos altos da festa, destaque para o sorteio de um quadro a óleo sobre tela e para o corte do bolo do CHNE, em que se brindou à quadra e à continuidade deste género de iniciativas. O CHNE agradece, assim, a presença dos seus Colaboradores neste evento, e também a todas as entidades que, de forma individual e colectiva, contribuíram para a realização e o sucesso desta comemoração natalícia. GCI 18 Em Revista CHNE realizou Festa de Natal para os Utentes O CHNE realizou nas suas Unidades uma Festa de Natal destinada aos Utentes e à qual os Colaboradores e os Voluntários se associaram. Esta iniciativa contribuiu para a humanização das Unidades de Saúde e para proporcionar aos Utentes um maior conforto e alegria numa quadra tão especial – e particularmente difícil para aqueles que estão doentes - como é o Natal. Houve festa no Hospital. O objectivo foi assinalar a quadra natalícia junto dos Utentes do CHNE, dando-lhe alegria, esperança e os votos de Boas Festas, assim como as melhoras. Na Unidade de Bragança, a celebração teve lugar no dia 17 de Dezembro, tendo início com a realização de uma missa solene, pelas 10h00, no átrio principal, presidida por sua Excelência Reverendíssima, o Bispo da Diocese de Bragança/Miranda, D. António Montes Moreira. Mais tarde, pelas 14h30, a Tuna da Casa de Trabalho Dr. Oliveira Salazar entoou vários cânticos em diversos espaços da Unidade Hospitalar, nomeadamente no hall central dos pisos de Internamento, no edifício de Medicina Interna e no novo Pavilhão da Consulta Externa. Ainda durante a tarde, decorreram actividades lúdicas no Serviço de Pediatria, como a leitura de contos de Natal e teatro de fantoches, envolvendo as crianças aí internadas. Na Unidade de Macedo de Cavaleiros, a Festa de Natal realizou-se mais cedo, no dia 14, iniciando-se igualmente com uma missa cantada, destinada aos Utentes e Colaboradores do CHNE. Seguiuse depois uma distribuição de lembranças aos doentes internados nesta Unidade Hospitalar. Por sua vez, na Unidade de Mirandela, a quadra natalícia foi também assinalada, nesse mesmo dia, com uma missa realizada na Capela do Hospital e que foi igualmente presidida pelo Senhor Bispo da Diocese de Bragança/Miranda. Após esta cerimónia, um grupo de alunos da Esproarte – Escola Profissional de Arte de Mirandela tocou músicas de Natal nos diversos serviços de Internamento. A festa terminou com um lanche, também alusivo à quadra, com bolo-rei e torta. GCI 19 Em Revista “O lugar de Director Clínico não é solitário” Sampaio da Veiga, médico Oftalmologista, Director Clínico do CHNE, fala em discurso directo sobre as responsabilidades, as dificuldades, as motivações e as aspirações deste cargo, que exerce desde Janeiro de 2006. Começou a sua carreira médica hospitalar no antigo Hospital Distrital de Bragança, em 1979, do qual foi mais tarde Director Clínico. Acompanhou a evolução deste Hospital, hoje integrado no Centro Hospitalar do Nordeste. O que é que mudou, nestes anos? Houve essencialmente uma melhoria significativa na qualidade dos serviços prestados aos utentes, criando-se infra-estruturas mais adequadas às necessidades e dotadas de recursos humanos qualificados, assim como de equipamentos tecnologicamente mais avançados, capazes de dar uma maior resposta às situações com que nos deparávamos. Obviamente que se foram também registando mudanças ao nível da gestão hospitalar, derivadas dos diversos ciclos de governação a que o país assistiu, nomeadamente a passagem dos Hospitais a entidades S.A. e, mais tarde, E.P.E., como foi o caso do Centro Hospitalar do Nordeste, em Dezembro de 2005, agregando as Unidades de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela. No entanto, os profissionais de Saúde têm sabido aceitar, com abertura, as directivas que foram sendo emanadas, tendo-se verificado uma grande colaboração com os corpos dirigentes. Nesse sentido, a criação do CHNE, que também implicou novas medidas de gestão e administração, em particular uma reorganização de todos os Serviços, acabou igualmente por decorrer dentro da normalidade. Como Director Clínico do CHNE, qual é a sua maior preocupação ou responsabilidade? Esta é uma tarefa que entendo como uma missão em prol da comunidade, procurando implementar regras e estratégias definidas pela tutela, e com as quais globalmente me identifico, a fim de garantir aos utentes cuidados de saúde de qualidade. Por isso, mesmo ocupando cargos de Direcção, nunca deixei de fazer o atendimento dos doentes. E sempre procurei que fossem realizados todos os melhoramentos necessários para garantir que esse atendimento fosse, como disse, de qualidade. Com a criação do CHNE, quais foram as medidas mais importantes, no âmbito da gestão clínica, que teve de tomar? Logo após ter assumido funções, este Conselho de Administração tratou de identificar os principais constrangimentos do Centro Hospitalar, de modo a poder ultrapassá-los. Foram então definidas, no Plano Estratégico do CHNE, as medidas a adoptar nesse sentido, e que passaram, por um lado, pela reorganização dos Serviços Clínicos e de Apoio, e, por outro lado, pela melhoria de diversas infra-estruturas, que se encontravam envelhecidas ou desajustadas face às necessidades. Dou como exemplos, de uma forma genérica, na Unidade de Bragança, a requalificação do Internamento, o novo Edifício de Consultas Externas, a nova Urgência (cuja obra irá arrancar em breve), a entrada em funções de uma VMER que acorre a todo 20 o Distrito, a existência da Traumatologia e a melhoria da Maternidade. Na Unidade de Macedo de Cavaleiros, destacam-se a conclusão de um novo Bloco Operatório, com cirurgia programada de Ortopedia e Otorrino, a ampliação da Unidade de AVC (que também irá iniciar-se em breve) e a criação de uma Unidade de Cuidados de Convalescença. E na Unidade de Mirandela temos um novo Laboratório de Patologia Clínica e está praticamente concluído o novo Bloco de Cirurgia de Ambulatório. Havia, então, muito a fazer? A criação do CHNE constituiu um desafio, que pôs à prova a nossa capacidade de gerir os meios humanos e técnicos de forma eficiente, equilibrada, e de forma a dar uma resposta de qualidade aos utentes. Para isso, foi necessário, por vezes, mexer com alguns interesses instalados, transferir profissionais de umas estruturas para outras, a fim de criar equipas de trabalho capazes de oferecer os melhores cuidados e nas melhores condições. Apesar de os próprios Serviços terem sido chamados a colaborar neste processo de reorganização, houve um ou outro caso de resistência inicial, mas a necessidade de tomar estas medidas, em prol dos doentes, levou à aceitação geral. Noutros casos, foram mesmo os Serviços a sugerirem as mudanças que acabaram por se verificar e que se vieram a revelar acertadas. Como tem encarado a sua actividade de Director Clínico? Tem sido difícil? A actividade do Director Clínico, sendo fundamental numa instituição desta natureza, é também uma das que encontra maiores dificuldades na implementação de normas de reorganização dos serviços. Os objectivos só poderão ser cumpridos com o empenhamento activo de todos, em particular dos Directores de Serviço. Embora o ónus das dificuldades passe para o Director Clínico, são eles que são responsáveis pela resolução dos problemas no concreto. Assim, te- Em Revista nho procurado gerir as dificuldades que vão surgindo através do esclarecimento directo aos profissionais, com os quais tenho vindo a fazer reuniões regulares, desde o primeiro momento. Além disso, ouço as suas sugestões, procuro dar resposta às suas dúvidas, promovo a articulação com os meus adjuntos nas diversas Unidades, tenho sempre a porta aberta para o que for preciso… Não é fácil mudar comportamentos ou ideias préconcebidas, mas diz o ditado que “água mole em pedra dura…” Qual foi a decisão mais difícil que teve de tomar? Não houve propriamente uma medida mais difícil, mas sim uma fase mais difícil. A transferência de médicos de um local para outro, no início da criação do Centro Hospitalar, causou algumas resistências, mas após os esclarecimentos prestados aos profissionais, assim como às Câmaras e Assembleias Municipais dos concelhos da nossa área de abrangência, em que expusemos os objectivos e as fundamentações técnicas da reorganização dos serviços, mostraram que as decisões que tomámos eram as mais adequadas para bem servir as populações. Com a falta de recursos humanos que temos, não podemos ter os serviços dispersos, é necessário criar equipas coesas que garantam os melhores cuidados de saúde a quem deles precisa. Falou na falta de recursos humanos, nomeadamente médicos. Como é que se encontra o Centro Hospitalar do Nordeste a esse nível? O CHNE, infelizmente, continua carenciado em algumas especialidades e é uma situação difícil de inverter, principalmente no Interior. Nenhuma das nossas três Unidades pode responder, por si só, às necessidades de uma população envelhecida, como é a transmontana, daí também ser fundamental a reorganização dos Serviços Clínicos que levámos a cabo. O Serviço que melhor responde às actuais lacunas de profissionais é a Medicina Interna, mas mesmo aí deveria haver mais médicos, para encararmos o futuro com mais optimismo. Procuramos sempre trazer mais médicos para o CHNE, no entanto, na impossibilidade de preencher todas as carências, saudamos o empenho dos profissionais que se encontram no terreno e que procuram dar o seu melhor. Quando não se consegue resolver a situação do doente no nosso Centro Hospitalar, ele é encaminhado, de acordo com a rede de referenciação da respectiva especialidade. Outra solução é recorrer à compra de serviços ao exterior, a fim de suprir as carências locais. O mais importante é garantir que nenhum doente fica sem o melhor tratamento de que necessitar, independentemente do local onde se encontra. A propósito, como é que se encontram as listas de espera do CHNE? As listas de espera, quer para consulta, quer para cirurgia, têm vindo a baixar. Havia mais dificuldades em Oftalmologia, Ortopedia e Otorrino, mas a situação melhorou bastante com a contratação de dois oftalmologistas e a abertura de um novo bloco operatório na Unidade de Macedo, que está a dar uma maior resposta às necessidades nas duas últimas especialidades que referi. Com a abertura do novo bloco de cirurgia de ambulatório em Mirandela, as listas de espera irão baixar ainda mais. De que forma se implementa uma política de qualidade num quadro de redução de custos? Nunca se registou, até agora, nenhuma dificuldade, relacionada com questões económicas, na prestação de cuidados médicos aos doentes. Para uma melhor gestão desses dois parâmetros, há um envolvimento dos profissionais, sendo os médicos convidados a estabelecer protocolos de actuação, em função das necessidades e dos custos. Assim, atingimos um ponto de equilíbrio, sendo sempre adoptada a solução que se revelar como a melhor para o doente. Neste âmbito, é também de destacar o importante papel da Comissão de Farmácia e Terapêutica, que procura encontrar as soluções mais adequadas a cada caso. Quais são as suas perspectivas futuras, para si, como médico, e para o CHNE? Aceitei ser Director Clínico numa fase da minha vida profissional em fim de carreira, porque tenho maior disponibilidade de tempo para uma tarefa já de si difícil, mas mais exigente com a supervisão de três Unidades Hospitalares. Não considero este lugar como o culminar da carreira, mas é um desafio aliciante, ao serviço da comunidade. Como todos os médicos em fim de carreira, penso numa reforma, mas não significa que seja no final da minha responsabilidade como Director Clínico, até porque tenho desempenhado um serviço do qual nunca abdiquei… Porque o lugar de Director Clínico não é um lugar solitário, quero também deixar um agradecimento a todos os que me apoiam e apoiaram, directa ou indirectamente, para que levasse esta tarefa a bom porto. Não basta criar normas ou regras, é necessário aplicálas, com trabalho e organização. GCI 21 CHNE Divulga Cancro da Mama: Conhecer, prevenir… Introdução: O Cancro da Mama é um tumor maligno que se desenvolve nas células do tecido mamário, pode invadir os tecidos vizinhos e disseminar-se (metastizar) para outros órgãos do corpo. É mais frequente nas mulheres mas pode atingir também os homens. Actualmente o cancro da mama é uma crua realidade em todo o mundo. Tendo a sua incidência aumentado de forma regular, durante a segunda metade do século passado. Quando detectado e tratado logo de início, a taxa de cura é de até 95%.O diagnóstico precoce é a melhor arma no combate deste flagelo. Epidemiologia: O cancro da mama, que é o cancro mais comum na mulher, representa cerca de 24% dos casos de cancro. No mundo ocidental, atinge uma mulher em cada dez, com meio milhão de novos casos ocorridos por ano, só na Europa. Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, o cancro da mama continua a ser a primeira causa de morte das mulheres entre os 35 e os 55 anos e a segunda entre as mulheres de todas as idades. Na Europa, quase 20% de todas as mortes por causa oncológica são devidas ao cancro da mama. Calcula-se que este seja responsável por mais de 100.000 mortes por ano. Estima-se que uma em cada 10 mulheres irão desenvolver cancro da mama ao longo da sua vida. Factores de risco: Factores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolver cancro da mama: • História familiar da doença • Envelhecimento • Exposição aos agentes cancerígenos • Não ter filhos (nuliparidade) ou ter o primeiro filho depois dos 30 anos). Além disso, uma vida menstrual longa, resultado de uma menarca precoce ou de uma menopausa tardia, aumenta o risco de cancro. Alguns investigadores acreditam que a obesidade, uma alimentação rica em gorduras, a ingestão excessiva de álcool e o uso de medicamentos contendo estrogénios (terapêutica de substituição hormonal ou pílulas anticoncepcionais) podem aumentar o risco de cancro. No entanto, 80% das mulheres com o diagnóstico de cancro da mama não têm factores de risco conhecidos. A primeira Conferência Mundial sobre o Cancro da Mama teve lugar em Julho de 1997 em Kingston, Ontario, reconheceu a ligação entre o aborto e o cancro da mama. Vinte e cinco de trinta e um estudos epidemiológicos mundiais – estudos em mulheres de ascendência Africana, Asiática e Europeia – concluíram que mesmo um único aborto aumenta o risco de adquirir mais tarde cancro da mama. 22 Tipos de cancro: • Adenocarcinoma: quase todos os tumores malignos da mama têm origem nos ductos ou nos lóbulos da mama, que são tecidos glandulares. Os dois tipos mais frequentes são o carcinoma ductal e o carcinoma lobular. • In situ: este termo define o cancro da mama precoce, quando se encontra limitado aos ductos (carcinoma ductal in situ) ou lóbulos (carcinoma lobular in situ), sem invasão dos tecidos mamários vizinhos ou de outros órgãos. • Carcinoma ductal in situ (CDIS): o carcinoma ductal in situ é o tumor da mama não invasivo mais frequente. Praticamente todas as mulheres com CDIS podem ser curadas. A mamografia é o melhor método para diagnosticar o cancro da mama nesta fase precoce. • Carcinoma lobular in situ (CLIS): embora não seja um verdadeiro cancro, o CLIS é por vezes classificado como um cancro da mama não invasivo. Muitos especialistas pensam que o CLIS não se transforma num carcinoma invasor mas as mulheres com esta neoplasia têm um maior risco de desenvolver cancro da mama invasor. • Carcinoma ductal invasor (CDI): este é o cancro invasor da mama mais frequente. Tem origem nos ductos e invade os tecidos vizinhos. Nesta fase pode disseminar-se através dos vasos linfáticos ou do sangue, atingindo outros órgãos. Cerca de 80% dos cancros da mama invasores são carcinomas ductais. • Carcinoma lobular invasor (CLI): tem origem nos lóbulos. À semelhança do CDI pode disseminar-se (metastizar) para outras partes do corpo. Cerca de 10% dos cancros da mama invasores são carcinomas lobulares. • Carcinoma inflamatório da mama: este é um cancro agressivo mas infrequente, correspondendo a cerca de 1% a 3% de todos os cancros da mama. Outros tipos mais raros de cancro da mama são o Carcinoma Medular, o Carcinoma Mucinoso, o Carcinoma Tubular e o Tumor Filoide Maligno, entre outros. CLASSIFICAÇÃO DO CANCRO DA MAMA EM ESTÁDIOS: Estádio 0: Corresponde ao Carcinoma ductal in Situ Estádio I: Quando o tumor tem até 2cm, sem qualquer evidência de se ter espalhado pelos gânglios linfáticos próximos. Estádio II: Inclui tumores de até 5cm, mas com envolvimento de gânglios linfáticos ou então, um tumor primário com mais de 5cm, sem metástases. Estádio III: Quando o tumor tem mais de 5cm e há envolvimento dos gânglios linfáticos da axila do lado da mama afectado. CHNE Divulga Estádio IV: Quando existem metástases no fígado, ossos, pulmão, pele ou outras partes do corpo. DIAGNÓSTICO: É fundamental que o diagnóstico do cancro da mama seja feito o mais precocemente possível, pois isto aumenta as hipóteses de cura, evita que o cancro se espalhe (metastize) para outras partes do corpo, favorecendo o prognóstico, a recuperação e a reabilitação. O cancro da mama pode apresentar diversos sintomas: - aparecimento de nódulo ou endurecimento da mama ou debaixo do braço. - mudança no tamanho ou no formato da mama. - alteração na coloração ou na sensibilidade da pele da mama ou da auréola. - secreção contínua por um dos ductos. - retracção da pele da mama ou do mamilo. -“ inchaço” significativo ou retracção da pele. Para um diagnóstico precoce do cancro da mama, é necessário que todas as mulheres: - Façam um auto-exame das mamas mensalmente, após o período menstrual. - Façam consultas periódicas no seu médico assistente. - Sejam integradas em programas de rastreio. Técnica do auto-exame: 1° - Observação em frente do espelho: Antes do banho, posicione-se em frente ao espelho. Observe os dois seios, primeiro com os braços caídos, depois com as mãos na cintura fazendo força nas mãos e, por fim, com elas atrás da cabeça, observe tamanho, posição, forma da pele, auréola e mamilo. Faça o mesmo controle com os braços levantados e mantidos atrás da cabeça. Procure qualquer alteração na superfície (depressão ou saliência) ou rugosidade. Pressione o mamilo suavemente e veja se dá saída a qualquer líquido. Se o mamilo está umbilicado (como o umbigo) e não era assim, é uma alteração a referir. 2° - Palpação de pé: Durante o banho, deslize as mãos sobre as mamas. Com os dedos unidos, use a mão direita para apalpar a mama esquerda e a mão esquerda para a direita. Procure “caroços”, alterações de consistência, secreções, ou saliências. Divida o seio em faixas verticais e horizontais de modo a formar 4 quadrantes e com os dedos estendidos e em pequenos movimentos circulares, faça a palpação de cada faixa, de cima para baixo. Palpe também a axila e o pescoço, mas dê particular atenção ao quadrante superior-externo. Repita as mesmas manobras para a mama direita. 3° - Palpação deitada: Deitada, coloque uma toalha dobrada sob o ombro direito para examinar a mama direita. Inverta o procedimento para examinar o outro lado Palpe toda a mama através de suave pressão sobre a pele com movimentos circulares. Palpe a metade externa da mama que, em geral, é mais consistente, depois as axilas. Diagnóstico clínico: Para fazer o diagnóstico, a mulher será submetida a algumas perguntas sobre si e sobre a história familiar, a observação clínica e a meios complementares de diagnóstico. Palpação: Palpando a mama com as mãos percorrendo os seus quadrantes, o médico poderá sentir a presença de nódulos. Mamografia: É o principal exame para o estudo mamário. Como é muito preciso, permite determinar o tamanho, localização e as características de um nódulo com apenas alguns milímetros, mesmo que não sejam detectados por palpação. Ultrassonografia (ecografia): Complementa a mamografia dando informação sobre a natureza das lesões, nomeadamente se o nódulo é sólido ou contém líquido (quisto). Citologia aspirativa: Por meio de uma agulha fina e de uma seringa, é aspirada uma pequena quantidade de líquido ou uma porção do tecido do nódulo para exame laboratorial. Este exame pode ser guiado por ecografia ou através de estereotaxia mamária. Biopsia: É o procedimento (cirúrgico ou não) para colher uma amostra do nódulo suspeito. Muito semelhante á citologia aspirativa, este exame pode ser guiado por ecografia ou estereotaxia mamária. O tecido recolhido permite confirmar a presença de células neoplásicas. Receptores hormonais (estrógeno e progesterona): São testes laboratoriais, dão indicações da influência das hormonas de poderem ou não estimular o crescimento do cancro. 23 CHNE Divulga Cuidados Paliativos: Conceito histórico e sua realidade existente O estadiamento do cancro da mama leva em conta o tamanho do tumor, o envolvimento de gânglios linfáticos da axila próxima à mama e a presença ou não de metástases em outros órgãos. Assim, podem ser efectuados exames de tomografia computorizada, estudos analíticos, ecografia, cintilograma ósseo, provas de função hepática, ressonância magnética, etc. CONCLUSÃO: O cancro da mama, que é o cancro mais comum na mulher, representa cerca de 24% dos casos. Sendo raro antes dos 30 anos, o cancro da mama tem mais probabilidades de se desenvolver à medida que a idade avança, embora a taxa de crescimento abrande nas mulheres que atingiram a menopausa. Há numerosos factores de risco conhecidos como história familiar da doença, envelhecimento, exposição aos agentes cancerígenos, não ter filhos (nuliparidade), maternidade tardia e vida menstrual longa. Alguns investigadores acreditam que a obesidade, uma alimentação rica em gorduras, a ingestão excessiva de álcool e o uso de medicamentos contendo estrogénios podem aumentar o risco de cancro. No entanto, em cada cinco mulheres com o diagnóstico de cancro da mama, quatro não têm factores de risco conhecidos. Se a doença é detectada e tratada cedo a taxa de sobrevivência pode chegar a 95%, sendo assim necessário o diagnóstico precoce para o qual muito contribui o aperfeiçoamento dos programas de rastreio com a realização de mamografias. BIBLIOGRAFIA www.roche.pt/her2/acerca/ www.mulherportuguesa.com www.cancerdemama.org.br www.arsalgarve.min-saude.pt www.ipatimup.pt/medprev/Mama2 www.mundopt.com www.arsalgarve.min-saude.pt/docs/cancro_ da_mama www.oesteonline.pt/noticias/noticia. asp?nid=11801 www.ligacontracancro.pt www.dgsaude.pt/upload/membro.id/ficheiros/ i006361 Maria Laura Sousa Técnica de Radiologia do Hospital de St.º António José Manuel Fidalgo Fernandes Técnico de Radiologia da UH de Mirandela 24 O termo paliativo significa manto e tem origem no étimo latino pallium. A prática dos cuidados paliativos resultou do movimento “hospice” moderno, embora tenha surgido no século IV antes de Cristo. A palavra francesa “hospice” é tradução do vocábulo latino hospitium, cujo significado é “hospedagem, hospitalidade” e traduz um sentimento de acolhimento. Naquela época, o hospitium significava tanto o local, como o vínculo que se estabelecia entre as pessoas (ABU-SAAD;COURTENS, 2001). A transformação dos “hospices”, tal como hoje se apresenta, deveu-se à enfermeira, assistente social e médica Cicely Saunders que fundou o Saint Christopher`s Hospice, uma instituição modelo do cuidar de doentes em fase terminal na Inglaterra, no ano de 1967, dando uma nova dimensão aos cuidados paliativos (DUNLOP; HOCKLEY, 1998; TWYCROSS, 2000; ABU-SAAD; COURTENS, 2001). Cicely Saunders, pioneira dos cuidados paliativos e do chamado “Hospice Movement”, trabalhou num “hospice” nos anos 50, em Dublin, - Irlanda, onde os doentes em fim de vida eram tratados carinhosamente, mas não havia cuidados médicos, então, atribuindo-lhes extrema importância, tirou um curso de assistente social e mais tarde de medicina, criando um novo “hospice”, de modo a controlar a dor e outros sintomas através de novas tecnologias e mantendo a forma carinhosa de acompanhamento dos doentes em fim de vida. Os doentes eram tratados nos hospitalis (que significa boas vindas ao estranho). Em 1840, na França os “hospices” eram lugares onde os peregri- CHNE Divulga nos se abrigavam durante a sua peregrinação. Ao longo dos tempos este termo foi evoluindo criando um novo termo “cuidados paliativos” ou de medicina paliativa. Quando se fala de Cuidados Paliativos, temos que ter em conta que não se trata apenas de curar mas também de cuidar da pessoa e da família, isto é tratar não só a nível de alívio dos sintomas e aspectos físicos, mas também dos psicológicos e espirituais, num tratamento que prepare de forma tão completa e construtiva quanto possível para uma morte próxima, de modo a que o doente possa viver com dignidade os últimos momentos da sua vida. Com o avanço das novas tecnologias resultou um aumento da sobrevida dos doentes oncológicos. Segundo ANCP (Associação Nacional de Cuidados Paliativos, Boletim Informativo nº1, Primavera 1996, p.2) citado em (PACHECO, S. 2002), cuidados paliativos são “cuidados totais e activos prestados aos enfermos cuja doença já não responde ao tratamento curativo, com o objectivo de obter a melhor qualidade de vida possível até que a morte ocorra, controlando a dor e os outros sintomas e integrando aspectos psicológicos, sociais e espirituais nesses cuidados”. Neste sentido, podemos afirmar que os Cuidados Paliativos não adiam nem prolongam a morte, mas sim criam um ambiente favorável de modo que a morte decorra como um processo normal, com o alívio da dor e de outros sintomas. Como profissionais de saúde devemos zelar por esta filosofia adequada aos doentes que necessitam destes cuidados. Há tempos atrás o papel do profissional de saúde terminava quando se sabia que o doente ía morrer, mas o desejo dos profissionais de saúde foi crescendo, desde o momento que estes descobriram que há ainda muito a fazer mesmo que o doente saiba estar próximo da morte. Segundo (PACHECO, S. 2002), a institucionalização dos Cuidados Paliativos teve início na Inglaterra na década de 60 cujo objectivo era “juntar vida aos dias e não dias à vida”. Existem diversos programas de cuidados paliativos que vão desde unidades integradas em hospitais, unidades de Cuidados Paliativos e unidades de apoio domiciliário. Isto diversifica do doente para doente e de acordo com diversos factores (políticos, culturais, económicos...) dos diferentes países. No nosso país ainda só foram visíveis os primeiros passos a nível da preocupação do doente em fase terminal de vida. Passamos a citar alguns dos serviços existentes no nosso país para esse fim: a) Serviço de Cuidados Paliativos do IPO – Porto; b)Unidade de Cuidados Continuados do Centro de Saúde de Odivelas; c) Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital do Fundão; d)Unidade de Medicina Paliativa de Misericórdia da Amadora; e)Serviço de Cuidados Paliativos IPO Coimbra. Não menos importante são os serviços existentes nas diferentes instituições hospitalares, assim como clínicas de dor e associações, que permitem aliviar o doente em regime ambulatório ou mesmo hospitalar. Devemos assim, encarar a morte com naturalidade de modo a podermos apoiar o doente e família para viver o seu tempo de vida com a melhor qualidade de vida possível, convivendo com a ideia de uma morte próxima. Conclusão: Segundo (MELO, Ana; FIGUEIREDO, Marco), citado em (PIMENTA, C. et al, 2006), “Cuidados Paliativos são um direito do paciente, um dever dos profissionais, e não um luxo”. Estes evoluíram muito ao longo do tempo. O enfermeiro como elemento da equipa de saúde torna-se o elo de ligação entre o doente, a família e a restante equipa de saúde, de modo a aliviar e cuidar do doente de forma a possibilitar uma melhor passagem para o fim da vida. Segundo HENNEZEL, Marie na sua última publicação, citado em (PACHECO, S. 2002) “Se há tão poucos pedidos de eutanásia nas unidades de Cuidados Paliativos, não é só porque a dor aí seja mais aliviada ou porque se acompanha mais aliviada ou porque se acompanha melhor os moribundos, é também porque aí se tem o direito de morrer”. BIBLIOGRAFIA: ABU-SAAD, H. H.; COURTENS, A. - Developments in Palliative Care. In: ABUD-SAAD, H.H. Evidence-based palliative care: across the life span. Oxford: Blackwel Science, 2001. DUNLOP, R. J.; HOCKLEY, J. M. – Hospital-based palliative care teams. 2 ed. Oxford: Oxford University, 1998. NEVES, Chantal – Cuidados paliativos – Dossier Sinais Vitais nº4,1ª Edição Coimbra: 2000. PACHECO, Susana – Cuidar a pessoa em fase terminalperspectiva ética, 2ª Edição, Loures: Lusociência, 2002. PESSINI, Leo; BERTACHINI, Luciana – Humanização e Cuidados Paliativos, 2ª Edição, São Paulo, SP: Edições Loyola, 2004. PIMENTA, Cibele Andrucioli de Mattos et al – Dor e Cuidados Paliativos- Enfermagem , Medicina e Psicologia, SP Brasil: Manole, 2006. TWYCROSS, Robert – Cuidados Paliativos –2ª Edição, Lisboa: Climepsi Editores, 2003. Sónia Cebolo Enfermeira no Centro Hospitalar do Médio Ave Delfim Geraldo Enfermeiro na UH de Mirandela 25 CHNE Divulga Infância e Carência Afectiva - Neuroses Introdução Este trabalho foi principalmente motivado pelo facto de nas nossas consultas de psicologia (em articulação com as consultas de Pedopsiquiatria do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental), sermos várias vezes confrontadas com a carência cada vez maior de afectos nas crianças, facto que daí resultam outras patologias mais graves. Assim, o nosso objectivo é alertar todos os implicados no meio familiar/extra-familiar para a necessidade de interacção e suporte afectivo necessário e imprescindível para o bom desenvolvimento da criança. Os conflitos psíquicos são inevitáveis no desenvolvimento da criança. Estes conflitos dão origem a sintomas que persistem até ao momento em que o Eu atinge Maturidade para os poder elaborar. Em termos psicanalíticos, isto supõe a diferenciação de instâncias psíquicas, em particular o Superego. É frequente que uma alteração neurótica da criança esteja ligada a uma neurose de um dos progenitores. Existem quatro tipos de neuroses: • Neuroses de angústia • Neuroses fóbicas • Neuroses obsessivas • Neuroses histéricas Neuroses de Angústia A angústia é um afecto penoso em relação quer com uma situação traumatizante actual, quer com a expectativa de um perigo ligado a um objecto indeterminado. É, provavelmente, aquela para a qual há menor solução de continuidade entre a infância e a idade adulta. Ajuriaguerra distinguiu: • Reacções de angústia episódicas: surgem no decorrer de um síndrome febril ou de um acto médicocirúrgico; • Reacções de angústia aguda: como crises de pânico intenso nas quais a criança fica aterrorizada, olhos arregalados, com tremores e suores; estas crises têm uma duração variável e acompanham-se de alterações funcionais diversas, como taquicardia, hiperpneia e dor abdominal. Em certos casos, estas crises surgem no momento em que a criança vai para a escola, tem de fazer uma avaliação escolar ou um exame; • Reacções de angústia crónica: é um estado de inquietação e de medo permanente. A criança nestes casos vive sob um estado de vigilância exacerbada. Muitas vezes associam-se manifestações funcionais: alterações do sono e do apetite, falta de ar, palpitações, dor abdominal e quando surge insónia, esta normalmente ligada à angustia de morte, em especial quando há perda de um dos progenitores, familiar próximo ou amigo. Como referiu Brisset e Bernard, “desde criança, o indivíduo manifestou uma tendência à inquietação, às posições de recusa e pediu protecção. A mãe, a irmã mais velha, professores e amigos tornam-se suportes necessários à sua segurança”. Neurose Fóbica Fobias são medos intensos sem base racional, perante objectos ou situações que não correspondem a qualquer perigo real. São muito frequentes na criança. Mallet estudou a sucessão de tipos de fobias segundo a idade. Assim: • Fobia ao escuro e terrores nocturnos – a partir dos 2 anos; • Fobia a animais grandes até aos 3 anos; • Fobia a animais pequenos até aos 4 anos; • Fobia de situação até aos 5 anos No entanto isto não é universal e alguns autores contestam esta cronologia, referindo que o conteúdo das fobias infantis está sobretudo ligado ao contexto cultural. Por outro lado, estas fobias bem circunscritas podem, no caso de certas crianças, ser fobias mal organizadas e de carácter bizarro, como por exemplo, fobia à ausência de barulho que faz a neve ao cair; este tipo de fobia tem muito mais valor como sintoma prépsicótico ou psicótico do que neurótico. As fobias escolares são uma das formas frequentes de organização fó- 26 CHNE Divulga bica da infância. Geralmente surgem mais no final da escolaridade primária, por volta dos 8-9 anos. Neuroses Obsessivas As neuroses obsessivas são a substituição simultânea da reacção defensiva imediata e do desencadeamento tardio, através do investimento energético, numa situação comportamental paralela e pseudo-traumatizante = ritual. Os sintomas obsessivos na criança podem surgir segundo a idade (Lebovici e Diatkine): • No 1º ano de vida: a criança, de modo repetitivo, deita ao chão um objecto para alguém o apanhar; • No 2º ano de vida: os rituais acompanham uma aprendizagem do controlo esfincteriano, assim, a criança recusa fazer uso de um pote que não seja o seu, coloca o pote num determinado sítio e faz muitas vezes jogos com ele; • A partir do 3º ano: rituais de deitar brinquedos colocado em determinado lugar; espreita várias vezes de baixo da cama, vê se a porta está fechada. Mediante estas manifestações obsessivas, as que permitem falar de estados neuróticos são: • Traços de carácter obsessivo: meticulosidade, cuidado excessivo no arranjo e de limpeza, acompanhando-se de um certo grau de sentimento de constrangimento interno e sofrimento psíquico. • Sintomas obsessivos, caracterizados pelo seu aspecto compulsivo, acompanhando-se de angústia, sentimento de contrariedade, mas com consciência clara e sem ruptura de contacto com a realidade, como exemplo: o acto de lavar as mão várias vezes. Na puberdade, observam-se condutas masturbatórias, acompanhadas de fantasias sado-masoquistas muito culpabilizadas, preocupações metafísicas angustiosas e raramente, actos compulsivos anti-sociais. Neuroses Histéricas Reacção histérica é o deficit produzido, não orgânico e atinge preferencialmente a função motora ou sensorial. Caracteriza-se pela associação ou alternância de dois tipos de manifestações: • Sintomas neuróticos propriamente ditos; • Traços de personalidade histérica. Na criança as manifestações de conteúdo histérico, geralmente, são mais frequentes no sexo feminino e surgem com traços histéricos, como: • Hiperemotividade; • Exaltação imaginativa. Estes traços podem desaparecer por volta dos 7-8 anos. É muito frequente fazerem uso do corpo para exprimir o seu sofrimento e a sua angústia. Na criança a histeria serve como “mediador” entre ela e a sua mãe. Assim, surgem manifestações somáticas, sendo as mais frequentes: falta de apetite; vómitos, dor de cabeça ou abdominais alterações do sono, entre outras. As crises de nervos também são frequentes e intensas na criança mais jovem e manifestam-se por gritos, choro, pontapés, birras. Geralmente, estas crises surgem para que ela própria obtenha benefícios secundários. A criança pode também simular uma doença para fugir à punição dos pais ou educadores. A crise histérica na criança é desencadeada por vários factores, sendo os mais frequentes, um conflito familiar ou escolar. A criança tenta imitar qualquer “ataque” que presenciou em relação com um familiar ou amigo. Esta contagiosidade de sintomas histéricos explica algumas “epidemias” em colégios ou pensionatos, sendo mais observados em meninas. Conclusão A expressão carência afectiva não é mais do que a falta quantitativa e qualitativa, para a criança, de uma insuficiente interacção entre ela e a sua mãe. No entanto, a carência pode também ser intra-familiar e ou extra-familiar e estar ligada, quer a um defeito de estimulação e de suporte afectivo da mãe ou substituto materno, quer a uma ausência de maternage apropriada, quer ainda por experiências de separações precoces e repetidas da criança com a figura materna. A vida afectiva da criança, o prazer que ela encontra nas trocas com a sua mãe, representam elementos determinantes no conjunto do desenvolvimento. Bibliografia: - Ajuriaguerra, J. de “Manual de Psiquiatria” - Mazet, Ph. / Houzel, D. “Psychiatrie de l`Enfant et de l`adolescent” - Lebovici, S., DiatKine, R. e Soulé, M. “Tratado de Psiquiatrai da Infância e da Adolescência” Elisabete Raimundo Gaudêncio Ana Rita Asseiro Teiga Psicólogas do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do CHNE 27 CHNE Divulga Relação terapêutica na infância: A criança hospitalizada “A relação terapêutica consiste na capacidade que eu tenho de partilhar com o outro…” (Santo, 2001) A base de uma relação terapêutica assenta na tríade Profissional da Saúde/Paciente/Factor Humano, situação que marca e determina a empatia e o sucesso dessa mesma relação. Esta relação consiste num processo de desenvolvimento que deve ser dinâmico e estrategicamente orientado com objectivos humanos e científicos claramente identificados, de forma a promover a mudança e reciprocidade. Não se deve confundir relação terapêutica com relação de ajuda, pois a primeira está especificamente orientada para objectivos planeados, enquanto que a relação de ajuda nem sempre é orientada no sentido de uma planificação absoluta. Antes de qualquer procedimento terapêutico, torna-se vital reconhecer os níveis de ansiedade, e tentar controlá-la, não só para contribuir na diminuição do sofrimento, como também na redução da convalescença e reabilitação do utente. Do ponto de vista inter relacional, o enfermeiro deve ter sempre presente os conceitos e características da Teoria Rogeriana, que contemplam três aspectos fundamentais: 1) Autenticidade, aceitação positiva e incondicional do outro 2) Empatia, capacidade para compreender o mundo da pessoa, partindo da sua grelha de leitura da realidade 3) Congruência, capacidade do enfermeiro para ser ele próprio, enquanto pessoa que pensa e age interactivamente com o outro. A relação terapêutica vai então depender do respeito e implementação destes fundamentos, ajudando a encorajar o utente a esclarecer as suas atitudes e pensamentos face a qualquer tipo de procedimento terapêutico. Para melhor compreendermos a relação terapêutica com a criança convém abordar alguns aspectos deste ciclo de vida tão específico que é a Infância (1ª e 2ª Infância – Santo, 2001). Na 1ª Infância (0 – 3 anos), a criança apresenta um período sensório-motor, uma vez que esta possui noções rudimentares de causalidade, tem28 poralidade, espacialidade (circunscrito ao próprio corpo), entre outros. O egocentrismo (até aos 5 anos) está presente, há uma normativa centrada em si, a criança quer ser o centro do mundo. A aprendizagem da criança é realizada em função da imitação/condicionalismo e a sua vinculação aumenta até aos 8 meses de idade a partir da qual diminui até aos 24 meses. Podemos referir que nesta fase a criança não tem capacidade de raciocínio reversível, sendo a relação terapêutica essencialmente lúdica. Na 2ª Infância (4 aos 12 anos), a criança apresenta um aumento da autonomia, uma lateralidade adquirida e um uso progressivo da linguagem que é fundamental para o sucesso da nossa relação terapêutica. Nesta fase, a criança adquire progressivamente a sua identidade sexual. Há um controlo de esfíncteres, uma capacidade progressiva para fazer operações mentais e capacidade de socialização. Nesta fase, a relação terapêutica é realizada em função da linguagem e da consciencialização. Sendo o objecto deste artigo a Relação Terapêutica na Infância – Criança Hospitalizada, interessa fazer uma reflexão e retrospectiva relativamente às atitudes e comportamentos na prestação de cuidados de enfermagem neste ciclo de vida. As características inerentes à Infância, levam-nos a ter cuidados redobrados no que diz respeito ao processo comunicacional e relacional. Neste prisma, sempre que nos reportamos à praxis de enfermagem neste ciclo de vida não devemos descurar a relação com os pais/família, que consiste numa relação bi-dirigida (pais/criança). Esta permite um esclarecimento da problemática com atitudes de compreensão e inquérito, por forma a diminuir a ansiedade, os vectores de depressão, os medos e crenças irracionais. Assim sendo, haverá um aumento da motivação e mobilização dos pais/família para o acompanhamento funcional e dinâmica da criança. O esclarecimento, a disponibilidade e a adopção de atitudes de compreensão ajudam a colmatar/reduzir todos estes vectores depressivos e ansiosos que circundam a criança/pais. Sabendo à priori que a doença determina uma série de novas e desagradáveis sensações corporais, a criança que necessita de hospitalização, vai experienciar uma panóplia de sentimentos e emoções alheios ao seu ambiente e estado habitual. Assim sendo, em caso de hospitalização a criança poderá enfrentar: - Mal-estar geral, dores, desconforto assim como ansiedade gerada a partir destas situações; - A separação dos pais/família, por vezes temporariamente, contudo, pode acarretar desconfiança, insegurança e, por conseguinte, ansiedade; CHNE Divulga - O estranho, o desconhecido (o ambiente hospitalar, os procedimentos, a rotina, as pessoas estranhas, entre outras). Paralelamente, existem factores que determinam a resposta da criança face à problemática vivida (hospitalização), factores esses que vão depender do quadro vivencial e cultural de cada criança, entre os quais: A idade da criança; Se a hospitalização implica separação parcial ou total dos pais/familiar; A condição física da criança no momento do internamento e o tipo de cuidado que se impõe de imediato; A qualidade relacional com os pais/familiar antes e durante os procedimentos terapêuticos/hospitalização; A duração da hospitalização e a experiência anterior da criança com ameaças semelhantes. A criança que mantém laços afectivos com os pais/família vai “buscar apoio, orientação, referências de tempo, protecção para o desconhecido e para o sofrimento” (Schmitz, 1989, p. 185). A criança ao encontrar este apoio será capaz de suportar os sofrimentos e ansiedades que vão surgindo ao longo da doença e hospitalização, proporcionando confiança, segurança e bem-estar à mesma. Na opinião de Schmitz (1989) as crianças dos dois aos cinco anos que sofrem a separação dos pais/família aquando uma hospitalização poderão reagir de três formas diferentes, consoante o seu quadro vivencial: 1) angústia ou protesto – a criança está inquieta, recusa a alimentação ou a aceita com avidez e vomita, apresenta períodos de choro fazendo apelo à mãe, tem insónias e aponta para as entradas e saídas das enfermarias; 2) resignação ou depressão – a criança poderá demonstrar resignação, tristeza ou indiferença perante a ausência da mãe, sente que os seus esforços são inúteis e adopta um comportamento aparentemente tranquilo como se estivesse adaptada à situação; 3) defesa – não rejeita a atenção de seja quem for, contudo, perante a presença da mãe reage com indiferença, por vezes apática e rancorosa. As crianças dos seis aos dez anos, nas mesmas circunstâncias apresentam vectores depressivos e ansiosos com menor amplitude, uma vez que existe uma maior consciencialização do fenómeno/contexto. Contudo, este autor é da opinião que a vivência hospitalar prolongada e a separação dos entes queridos produzem na criança alguma angústia, apatia e fobia (medo do escuro, do desconhecido, entre outros). Por outro lado, a ansiedade dos pais, como que por contágio, “é transmitida à criança, fazendo-a sofrer, consumindo a energia necessária ao processo de recuperação” (Schmitz, 1989, p. 185). Em suma, a relação terapêutica deverá ser inicialmente trabalhada com os pais/familiares, de forma a diminuir a ansiedade, os vectores de depressão e os medos, com o intuito de aumentar a motivação e mobilizá-los para o acompanhamento funcional e dinâmico da criança. Com a criança devemos instituir uma relação em função da linguagem e/ou lúdica, promovendo contextos de segurança e mudanças contextuais no serviço e no pessoal (fardas diferentes, salas coloridas, entre outras), sem esquecer que a mesma é um ser frágil e sensível e que, perante uma situação patológica a necessitar de internamento é imediatamente invadida por um conjunto de sentimentos angustiantes, depressivos e fóbicos que poderão acarretar consequências avassaladoras no futuro (psicoafectivos ou psicossociais). Daí o processo comunicacional ser fundamental, uma vez que deve haver um esclarecimento de toda a problemática que envolve a criança/pais/unidade de saúde, com adopção de atitudes de compreensão, disponibilidade e afecto, tornando menos traumática e dolorosa toda esta situação. Este processo comunicacional deve estar sempre presente nos nossos cuidados de enfermagem, sob pena de comprometer a qualidade dos mesmos. Bibliografia - APA (1985) Publication Manual of the American Psychological Association - Santo, A. E. (2001). Apontamentos obtidos no módulo “A relação terapêutica nos ciclos de vida” nas aulas do I Curso de Complemento de Formação em Enfermagem (2000/2001) na Escola Superior de Saúde de Bragança. - Schmitz, E. M. (1989). A Enfermagem em Pediatria e Puericultura. São Paulo: Livraria Atheneu, 184-195. Guilhermina Carvalho Enfermeira na UH de Bragança 29 CHNE Divulga Estudo Funcional Respiratório na Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e Asma Brônquica Este trabalho tem como objectivo dar a conhecer a importância do Estudo Funcional Respiratório (EFR) no diagnóstico diferencial e controlo da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e Asma Brônquica, sendo estas as duas patologias pulmonares obstrutivas mais frequentes. A DPOC é a principal causa de mortalidade e morbilidade, sendo que um diagnóstico precoce pode diminuir estes dois indicadores. Muitas vezes os sintomas são sub valorizados. A Asma e a DPOC têm em comum muitos aspectos fisiopatológicos da obstrução, sendo um deles a inflamação, no entanto com algumas particularidades. As características clínicas e a função respiratória têm aspectos diferentes, pelo que o diagnóstico diferencial é possível na maioria das situações. As alterações fisiopatológicas da Asma e da DPOC resultam de um mecanismo patogénico central, representado pela obstrução valvular bronquiolar, que condicionam diversas perturbações da mecânica ventilatória. Asma A Asma é caracterizada como sendo uma doença inflamatória crónica das vias aéreas, caracterizada por uma limitação aguda e variável dos fluxos aéreos e hiperreactividade brônquica (GINA). Para além do controlo do broncoespasmo, o controlo eficaz da doença passa muito mais pelo controlo da inflamação das vias aéreas. DPOC A DPOC caracteriza-se por uma limitação do fluxo aéreo não totalmente reversível. Esta limitação é habitualmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões a partículas nocivas ou gases (GOLD). Esta patologia abrange várias entidades como a Bronquite Crónica (BC) e o Enfisema. A BC é definida clinicamente por persistência de tosse com expectoração, na maior parte dos dias, por um período mínimo de três meses, em pelo menos dois anos consecutivos. Estes sintomas não podem ser atribuídos a outras causas pulmonares ou cardíacas pré-existentes. O Enfisema é definido por critérios fisiopatológicos, resultando do alargamento e da destruição permanente dos espaços aéreos, distais aos bronquíolos terminais, sem fibrose óbvia. 30 No quadro 1 são descritas as características da fisiopatologia, factores de risco e sintomas da Asma e da DPOC. Estudo Funcional Respiratório O EFR permite a avaliação de diversos parâmetros, entre os quais os que definem a obstrução brônquica. A avaliação funcional inclui Espirometria, Pletismografia Corporal Global, Difusão Alvéolo Capilar do Monóxido de Carbono (DLCO) e Gasometria Arterial. A Espirometria permite a determinação dos volumes pulmonares mobilizáveis em função do tempo, e é útil para avaliar a presença e a gravidade da obstrução, a resposta ao broncodilatador e a progressão das doenças. A Pletismografia mede a resistência das vias aéreas (Raw), através das quais se pode avaliar o calibre das vias aéreas, que são úteis para a confirmação da presença e gravidade da obstrução, e avaliar a resposta ao broncodilatador. Os Volumes Pulmonares Estáticos, como o Volume Residual (VR), a Capacidade Pulmonar Total (CPT) e o Volume de Gás Intratorácico (VGIT), são importantes na demonstração da existência de insuflação pulmonar. A DLCO mede a transferência de um gás limitado pela difusão (CO) através da membrana alvéolo-capilar. Permite diferenciar tipos de obstrução (Enfisema, BC e Asma). A Gasometria Arterial fornece parâmetros químicos fundamentais na avaliação do índice de eficácia da função respiratória, e permite documentar a gravidade da progressão da doença pulmonar. CHNE Divulga No quadro 2 indicam-se os valores normais dos parâmetros avaliados no EFR. Os parâmetros mais importantes avaliados pela Espirometria, exame base de qualquer EFR, são: FEV1 ou VEMS (Volume Expiratório Máximo no 1º segundo), FVC1 ou CVF (Capacidade Vital Forçada), PEF1 ou DEMA (Débito Expiratório Máximo Absoluto) e VEMS/CVF%. Estes parâmetros são fundamentais para afirmar a existência de obstrução e definir a gravidade da DPOC e da Asma. A obstrução das vias aéreas é definida pela presença da relação VEMS/CVF <70%, mas o VEMS é o melhor indicador da estratificação da gravidade, da reversibilidade ao broncodilatador e da evolução ao longo do tempo destas patologias. A Prova de Broncodilatação é um indicador importante para o diagnóstico diferencial entre a Asma e a DPOC. A Espirometria deve realizar-se sempre antes e após broncodilatador (BD) inalado, de forma a verificar a reversibilidade da obstrução existente. Os parâmetros que permitem a diferenciação da Asma e da DPOC são descritos no quadro 3. Conclusão A Espirometria é o exame base do Estudo Funcional Respiratório. Permite diferenciar a Asma da DPOC e é um exame fundamental no diagnóstico, avaliação da gravidade e na monitorização da evolução ao longo do tempo destas patologias. Os exames da função respiratória contribuem, assim, para diminuir a morbilidade, mortalidade e melhorar a qualidade de vida. Referências Bibliográficas - Couto A, Reis Ferreira JM. Estudo Funcional Respiratório – Bases Fisiológicas e Aplicações na Prática Clínica. Edições Lidel, Lisboa, 2004. - Global Initiative for Asthma - Global Strategy for Asthma Management and Prevention Updated 2005, retirado da World Wide Web: http://www.ginasthma.com/ Guidelineitem.asp??l1=2&l2=1&intId=60, a 7 de Novembro de 2006. - Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease – Global Strategy for the Diagnosis, Management, and Prevention of Chronic Obstructive Pulmonary Disease Updated 2005, retirado da World Wide Web: http://www.goldcopd.com/Guidelineitem. asp?l1=2&l2= 1&intId=989, a 7 de Novembro de 2006. - Paes Cardoso A, Reis Ferreira JM, Costa RP. O Médico de Família e a Avaliação da Função Respiratória na DPOC. Colaboração editorial da Pfizer e da Boehringer Ingelheim. Janeiro 2006. - Rodrigues F. Manual de Procedimentos do Laboratório de Função Respiratória Contributo para a Uniformização de Procedimentos. Rev Port Pneumol 2000,VI (1): 5-76. Cristina Pereira; Celina Nicolau; Tânia Ribeiro Técnicas de Cardiopneumologia Unidade Hospitalar de Bragança 31 CHNE Divulga AVC - A realidade do CHNE Unidade de Bragança AUTORES : NOVO, Sandra ; RODRIGUES, Sandra ;VILELA, Imelda METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo simples, transversal e não experimental. Os dados foram obtidos através do arquivo do CHNEEPE. Foi construída para o efeito uma grelha de registo que monitorizou as variáveis que se pretendiam avaliar. A amostra obtida foi de 173 doentes ( N=173).Foi feita uma abordagem comparativa com outra amostra obtida na mesma realidade em igual período de tempo. O enquadramento teórico foi baseado em pesquisa bibliográfica e documental. OBJECTIVOS ! Obter o número total de doentes com diagnóstico de AVC, admitidos no CHNE-EPE, Unidade de Bragança, no período de 01 de Janeiro de 2006 a 31 de Agosto de 2007; ! Identificar a tipologia dos AVC com maior incidência; ! Caracterizar os doentes segundo o sexo e a idade; ! Determinar o tempo de internamento desses doentes; ! Verificar os exames realizados e a orientação dos doentes com este diagnóstico; ! Elaborar uma análise comparativa com outra amostra obtida na mesma realidade no período de 1 de Janeiro de 2004 a 31 de Agosto de 2005 CONCLUSÕES: 2004/05 ! Dos 361 doentes 286 apresentaram AVC isquémicos e 75 AVC hemorrágicos; ! Ocorreram maioritariamente no sexo masculino que apresentou 161 doentes e no sexo feminino 125 doentes; ! Houve 4558 dias de internamento (3405 para isquémicos e 1153 para hemorrágicos) ! Foram realizados 1106 exames aos 286 doentes com AVC isquémico. ! Aos 75 doentes com AVC hemorrágico foram realizados 285 exames; BIBLIOGRAFIA BOBATH, Berta (1990). Hemiplegia no adulto: Avaliação e tratamento, São Paulo: Editora Manole; BRUNNER, Sudarth; Tratado de enfermagem Médico- Cirúrgica ; 5ª Edição; Rio de Janeiro; Editora Guanabara As; ISBN:85-201-0238-7. FORTIN, M. F.; O Processo de Investigação -Da Concepção à Realização; 1ª Edição; Loures; Lusociência:1999;ISBN: 975-8383-10-X. GIL, A . ; Como Elaborar Projectos de Pesquisa; 3ª Edição; São Paulo; Editora Atlas AS;1996;ISBN:85-224-0724-X. LAKATOS,E. & MARCONI,M.; Metodologia Científica; 2ª Edição; São Paulo; Editora Atlas;1995. 32 2006/07: ! Dos 173 doentes que constituem a amostra, 121 apresentaram AVC isquémicos, e 52 apresentaram AVC hemorrágicos; ! AVC ocorreu maioritariamente nos pacientes do sexo masculino, verificando-se 68 doentes no AVC isquémico e 53 no AVC hemorrágico. ! O grupo etário dos 70-80 anos de idade é o mais predominante, tanto no AVC isquémico como no hemorrágico em ambos os sexos e nas duas amostras estudados ! Os doentes com AVC ocuparam 2151 dias de internamento (1384 para AVC isquémico e 767 para hemorrágicos). ! Aos doentes (121) com AVC isquémico foram realizados 485 exames auxiliares de diagnóstico. ! Aos doentes (52) com AVC hemorrágico realizaram-se 194 exames auxiliares de diagnóstico. ! Os doentes, nos dois tipos de AVC, foram encaminhados maioritariamente para o médico de família. CHNE Divulga A Higiene do Sono As alterações ao nível da qualidade e da quantidade do sono podem ter influências bastante negativas, tanto na esfera pessoal, como social e profissional. É, por isso, de extrema importância fomentar e cultivar um comportamento de “Higiene do Sono”. O sono é uma actividade inerente à nossa condição biológica, onde a sua rejeição é impossível, e sempre que o tentamos fazer sofremos danos que podem ser mais ou menos irreparáveis. O sono está para a nossa vida, como a própria necessidade de comer, e deve existir de uma forma equilibrada. Sempre que tentamos alterar este ciclo natural, estamos a perturbar o nosso bem-estar. Hoje vivemos numa sociedade que é feita de excessos, onde os actos mais inteligentes são aqueles que procuram a manutenção do equilíbrio entre as coisas. A forma repentina como vivemos o dia-a-dia, deixa-nos pouco tempo para reflectirmos sobre determinadas situações, e uma delas é o sono. A maioria das profissões actuais são demasiado rotineiras, repetitivas e sedentárias, onde as posturas se tornam viciosas, os esforços desenquadrados com o normal desenvolvimento muscular e motor, e passa a evidenciar-se cada vez mais um esforço físico, psíquico e mental, que bloqueia por completo, a capacidade de “investir” na verdadeira qualidade de vida. A nossa coluna como eixo central e fundamental do nosso corpo é, sem dúvida, a estrutura que mais variedade de funções tem que desempenhar. Desde a função de suporte, passando pela função de mobilidade, e a função não menos importante de protecção de órgãos. Tendo em consideração estas três funções da coluna, podemos concluir que vários são os factores que, de uma forma mais ou menos violenta, mais ou menos crónica, podem interferir no seu correcto desempenho, tais como: • O stress, • As preocupações, • As más posturas • O sedentarismo. Todos eles afectam a mecânica da coluna, que, por sua vez, interfere nos vários sistemas, como o articular, muscular, nervoso, hormonal, humoral, etc. A ausência de um bom descanso e/ou sono, vai potenciar cada vez mais as suas incapacidades. A privação do sono compromete também, e de uma forma muito séria, a saúde e bem-estar das pessoas, estando associada, quando se torna numa condição de cronicidade, a problemas de obesidade, alterações de humor, de raciocínio, depressão, alterações comportamentais, de atenção, criatividade profissional e envelhecimento precoce. Com tudo isto, é fácil prever as influências negativas que as alterações da qualidade e quantidade do sono podem ter sobre as nossas actividades, tanto na esfera pessoal, como social e profissional (a própria produtividade no emprego fica seriamente comprometida). Por todo este conjunto de factores, é de extrema importância fomentar e cultivar um comportamento de “Higiene do Sono”, onde, além de cuidados alimentares e cuidados de combate ao sedentarismo, também devemos ter uma preocupação quanto ao local onde dormimos. O próprio quarto de dormir deve reunir condições que assegurem o bem-estar, desde o cuidado sonoro, luminosidade e salubridade, mas também o tipo de base de descanso que utilizamos. Esta deve proporcionar o verdadeiro reparador e repousante sono, respeitando toda a constituição anatómica do corpo, sem colocar em conflito o conforto e o correcto posicionamento da coluna. Uma das razões primordiais para seleccionar correctamente uma base de descanso, prende-se com as características específicas que a nossa coluna apresenta. Sempre que estamos acordados, a nossa coluna regista uma infinidade de esforços e desgastes, onde, estruturas como os discos intervertebrais, que são os nossos “amortecedores”, sofrem pressões constantes, que podem levar a uma falência precoce das suas funções. Também as más posturas, os esforços exagerados e o sedentarismo (menor mobilidade), condicionam em muito a eficácia da coluna. Pois bem, isto leva-nos a concluir que a ausência de uma preocupação séria sobre a forma como dormimos, pode agravar todos os défices anteriormente mencionados, prolongando mesmo durante um pseudo repouso, a sua continuidade. Telmo Teles Terapeuta Ocupacional Unidade Hospitalar de Bragança 33 Cultura e Lazer “Um Tiro na Bruma” - À conversa com o autor O livro do Dr. Manuel Cardoso, “Um tiro na bruma”, lançado em Março deste ano, já vai na segunda edição. Motivo pelo qual questionamos o autor sobre este seu primeiro “ grande romance histórico-policial que retrata a sociedade portuguesa no início do século XX”. Boa tarde Dr. Manuel Cardoso, médico veterinário e romancista trasmontano - e não me refiro às origens, mas à escrita, transmontana pura…define-a assim? Manuel Cardoso: Por acaso não defino. Eu não partilho essa ideia de que haja entre nós, transmontanos, uma escrita própria ou uma mentalidade à parte. Talvez uma perspectiva original que nos leva a escrever de uma determinada maneira, porque vemos as coisas com outra luz, esta luz fantástica do interior de Portugal, mas não uma escrita própria. Isso seria, até, redutor. Repare no caso de Torga: defini-lo como “escritor transmontano” é uma forma não inocente de muitos o reduzirem, o apoucarem, tentarem colocá-lo só neste cenário que os citadinos imaginam e descrevem como “detrás do sol posto”. Tenho imenso orgulho em ser transmontano e em ser escritor. Mas como escritor sou de Portugal e de todo o mundo e não apenas de Trás-os-Montes. Como alguém disse, e muito bem, “a minha pátria é a língua portuguesa”, e eu subscrevo. Após o lançamento do livro, falou-se muito que este se destinava essencialmente às gentes de Macedo de Cavaleiros, que se identificariam com os locais, as personagens e a sua história. No entanto, pelo sucesso alcançado, verificamos que despertou interesse em todo o país. Um retrato transmontano abarcando temas da sociedade portuguesa como a implantação da República, a guerra e a pneumónica… Tem razão em dizer que é um retrato transmontano. Mas é precisamente um retrato transmontano que situa e enquadra todo o cenário em Portugal e no mundo. Aqui é Portugal e é o resto do mundo simultaneamente. Nós não somos os coitadinhos que estamos aqui atrás das fragas: somos pessoas que fazemos parte da história de Portugal e da história do mundo. Como tal, o que se passa no país reflecte-se aqui e o que se passa aqui, até um pouco à luz das modernas teorias do caos, reflecte-se no todo e no resto do país. De uma forma aparentemente imperceptível, mas reflecte-se. O retrato que o livro dá da época, aliás, a sucessão de retratos, são imagens que foram comuns a todo o território e a muitas, senão todas, as famílias de Portugal: as dificuldades sentidas com a implantação da República e com a I Grande Guerra, a sensação de insegurança e de “fins dos tempos” que então se experimentou, o medo da pneumónica, o luto da pneumónica, a fractura política que deixou sequelas, tudo isso são assuntos 34 que, como uma teia, foram comuns ao todo nacional. Curiosamente, no meio de todas essas convulsões e desvarios, houve uma instituição que perdurou e que permitiu a sobrevivência: a família. A Igreja esteve em apuros e foi perseguida, a sociedade esteve a ponto de se desarticular, o país esteve à beira de uma guerra civil medonha, a liberdade que a maçonaria e a carbonária estrangularam, a caricatura de democracia que o regime representou nessa I República, tudo isso esteve a ponto de colocar todo o país na bancarrota e de submergir a população numa crise que só teve paralelo nalguns períodos da nossa primeira dinastia, em plena Idade Média. O que nos safou? A família. Por isso, o livro é um retrato de família, um retrato de família transmontana. Segundo os macedenses mais velhos, existe um fio muito fino entre a ficção e a realidade, o que me leva a dizer que houve muita investigação. Quer-nos dizer quanto tempo levou a investigar para escrever este livro e onde o fez? Desde há muitos anos que investigo coisas de índole variada, mas quer investigações de família quer sobre a história da nossa região sempre me interessaram muitíssimo. Fui coleccionando dados ao longo de muitos anos e tenho-os guardado à espera de serem úteis. Um dia houve o clic para escrever este romance. Fiz umas pesquisas e reparei que não havia um livro recente sobre este período da nossa história e sobre este período em Trás-os-Montes, que foi muito movimentado, como se pode ver. Alinhavei uma estrutura geral e depois estive a investigar minuciosamente todos os pequenos episódios, todas as mortes – tenho anotados todos os mortos da pneumónica no nosso concelho com nomes, datas, locais de enterro e tudo! Consegui reconstituir famílias e criar para mim próprio um cenário virtual com personagens que foram reais, que existiram e que viveram mesmo nas circunstâncias em que conto no livro. Houve momentos em que estava a ler e a estudar os livros no registo civil de Macedo e no Arquivo Distrital de Bragança e que me parecia, quando saía à rua, que tinha estado a navegar no tempo e a conviver com pessoas que já morreram! Para mim estavam vivas ainda! Só iam morrendo conforme eu ia escrevendo as páginas do livro, o que me levou, na recta final de escrita, um pouco mais de três meses. Em investigação directa, feita já no decorrer da redacção, e na redacção propriamente dita, gastei pelo menos um ano. Cultura e Lazer O Dr. Amadeu, personagem principal, médico, sem recursos, mas com uma grande visão e generosidade, foi o “herói” que esta terra precisava na época. Em que ponto se corta aqui o fio entre ficção e realidade? O doutor Amadeu não foi um herói, foi um homem com defeitos e qualidades. Bem, os heróis também têm defeitos e qualidades… mas quero dizer que o que ele fez – e não foi o único médico a viver em Macedo nesse tempo, já uma vez, a propósito da história do hospital, tivemos a oportunidade de escrever sobre isso -, o que foi fazendo ao longo de toda a história, foi o que um humanista faria. Tinha defeitos que o celebrizaram negativamente na nossa família e na sociedade da época, digo e explico isso no prefácio, mas tinha qualidades, e foi num balanço entre uns e outras que eu coloquei a medida do que haveria de escrever sobre ele. Penso que apresentei dele um retrato aproximado e real, embora haja algumas facetas da sua personalidade que os anos haveriam de realçar em detrimento de outras, creio que é assim com toda a gente. Como a memória que ficou dele foi, sobretudo, a de quando ele era mais velho, daí um certo descolamento que possa ser notado. Mas do que li do que ele deixou escrito, do que me chegou de testemunhos e do que foi a sua infância (era filho de um padre e viveu com a mãe e com o pai…), creio que compus um personagem à altura – embora ele fosse baixo… Contudo, há ainda uma coisa que gostaria de dizer: o doutor Amadeu não é o personagem principal do livro… é um protagonista, um dos protagonistas. Personagem principal é algo mais subjacente, menos aparente, mas que está lá sempre… não vou dizer mas houve um dos leitores que o notou e que lhe fez referência expressa!!!! A Micas… a minha personagem favorita, uma mulher com muita classe, que ultrapassa as desilusões da vida com o brilho natural feminino, retrata as mulheres da época? Submissas ou lutadoras? Curiosamente, nessa época e ainda muito hoje em dia, qual é a mulher transmontana que não é lutadora por ser submissa e que não é submissa por ser lutadora? A verdadeira força de uma família, o verdadeiro esteio de uma casa transmontana, está em quem? No homem, que passa a vida fora de casa, bebe, joga, arrasta a asa a outras mulheres, ou na mulher que é quem tem os filhos, quem os trata, quem os chora e os enterra? Quem é que cozinha, que colhe, que cava a horta, que varre, que lava, que reza, que canta e encanta? Trás-os-Montes foi talhado pelas mulheres, foi feito pelas mulheres. Talvez por isso o ondulado das nossas serras pareça mulheres deitadas, num descanso de mitos ou num encanto de fadas. A Micas foi o esteio da casa. Tinha sido educada para isso, até, talvez, para muito mais… mas tinha personalidade e carácter. Força. Capaz de estar para lá dos acontecimentos e ver para lá das circunstâncias. Era, na vida real, uma senhora muito culta. Divertida e séria, está a ver? Divertida, a ponto de aconselhar as netas a ter muitos namorados sem namorarem com nenhum, e a entusiasmar-se com jogos de hóquei. Mas séria, soube fazer opções certas no meio de tormentas, sabendo separar o essencial do acessório. Autenticidade. Era uma senhora com autenticidade, que é uma característica hoje em dia muito pouco cultivada, nesta época em que a superficialidade e o usar-e-deitar-fora são dominantes da falsa cultura em que navegamos… A Micas é alguém que merece ainda mais do que estar apenas neste livro… Sendo o livro também policial, só se resolve o mistério mesmo na última página. Deliberado, para aumentar o interesse? Deliberado, para surpreender o leitor. Foi uma espécie de brincadeira minha, se me permite. Gosto dos desfechos inesperados. Servem para que se reflicta mais sobre o que se acabou de ler. Para que se pense,”afinal isto não era assim e aquilo tinha de ser assado…”. Servem para contrariar a nãocultura de hoje em dia, se quiser, já que é uma maneira de dar a ler uma coisa que, apesar de estar no final, se reconhece ainda não estar pronta ou compreendida na sua totalidade… E agora? Projectos para o futuro? Para quando um novo livro? Histórico, policial, romance? Eu estou sempre a escrever, nem que sejam pequenas histórias e artigos! Mas quanto a romances… estou, de facto, a escrever. Ainda não tem título definitivo. Mas posso-lhe dizer que tem a Micas! E estou também a escrever outra coisa, totalmente diferente, que tem a ver com um escritor argentino que me é muito caro por ser um génio a quem não foi dado o prémio Nobel (escrevia bem e, normalmente, os que melhor escrevem não recebem este prémio!) e por ter sido aquele que, juntamente com Fernando Pessoa, mais janelas me abriu de prazer no permanente encanto que é o de escrever: Jorge Luís Borges! Se o que estou a escrever é romance, história ou policial ou ficção pura, isso deixo aos críticos classificar, porque de crítica literária não percebo nada ou quase nada. O que eu gosto é de ler e escrever, literariamente falando. E de viver. Dando, para isso, de vez em quando, uns tiros na bruma dos nossos dias e bebendo uns copos de vinho, que é uma óptima tinta de impressão! GCI 35 Cultura e Lazer Arte associada ao conceito de Healing Environment Novos horizontes na humanização do meio hospitalar “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social,e não apenas a ausência da doença” (Constituição da OMS) Num mundo moderno e civilizado, caracterizado por uma sociedade cada vez mais exigente e ávida de conforto e bem-estar, o ambiente envolvente, ao nível das instituições prestadoras de cuidados de saúde, assume já grandes proporções, não obstante o objectivo fulcral e prioritário que perdura: a excelência no tratamento do doente que aí acorre. Também o conceito de “doente” tem vindo a sofrer alterações, falando-se em “utente”, na sua qualidade de “cidadão” que, ao recorrer aos serviços prestadores de cuidados de saúde, o faz em condições de fragilidade e, em caso de internamento, se vê obrigado a permanecer numa instituição hospitalar, por períodos mais ou menos prolongados. Por outro lado, há que ponderar o papel representado pelo acompanhante e pelo visitante que, igualmente cidadãos e utilizadores do SNS, gostam de se sentir bem acolhidos pela instituição, enquanto os seus familiares ou amigos recebem os cuidados necessários. Toda esta conjuntura levou a que, no nosso país, hospitais como o Garcia de Orta, em Almada, iniciassem, no âmbito da Área Cultural, um ciclo que teve início em 1994 e que perfaz já centenas de exposições, a uma média de 80 por ano. O Hospital Fernando Fonseca, por seu turno, através da iniciativa “Saúd’Arte: Humanização pela Arte no Hospital Fernando Fonseca”, segue as orientações da OMS e promove “um encontro inesperado e tranquilizador entre a arte e os seus visitantes e doentes internados”. Em Abril de 2005, o Sr. Ministro da Saúde, Professor Doutor António Correia de Campos, juntamente com a Sra. Ministra da Cultura, Professora Doutora Isabel Pires de Lima, estiveram presentes no Hospital de S. Francisco Xavier, com vista à inauguração da iniciativa “Arte na Urgência”. Iniciativa que, conforme aquele responsável do Governo deixou transparecer, gostaria que viesse a ser adoptada noutros hospitais, quer em serviços de urgência, quer nos átrios das instituições hospitalares, ou noutros serviços. No Hospital de Santo André, em Leiria, a SAMP (Sociedade Artística Musical dos Pousos) arrancou com o projecto “Allegro Pediátrico”, levando música a 36 crianças internadas, contemplando diversos serviços, nomeadamente a pediatria geral e a UCEP (Unidade de Cuidados Neo-natais), onde a população alvo consiste nos bebés recém-nascidos. No dia 13 de Setembro de 2007, o IPO do Porto convidou todos os utentes e amigos a “conhecer um modo diferente de esperar”, ao criar um conjunto de painéis específicos para cada espaço das Consultas Externas, que ficaram repletas de cor e energia. O Hospital de Sta. Maria, em Lisboa, inaugurou no passado dia 11 de Outubro de 2007 o seu “Espaço de Arte”, concebido pela construtora OPCA, empresa que fez obras de recuperação no piso dois do hospital, conferindo-lhe as condições necessárias à promoção de actividades artísticas. Não poderíamos deixar de mencionar o fabuloso trabalho dos artistas profissionais designados por “Doutores Palhaços”, cuja ideia partiu de Michael Christensen, após a morte do seu único irmão, vítima de cancro, em 1985, altura em que assumiu o compromisso de “servir a comunidade como pudesse”. Foi há cerca de 20 anos que formou o primeiro grupo de artistas treinados para visitar crianças internadas em enfermarias pediátricas. Esta iniciativa deu lugar, em Portugal, à “Operação Nariz Vermelho”, que chega aos nossos hospitais através da Associação Nariz Vermelho (www.narizvermelho.pt), oficialmente constituída em 2002, em resultado de um longo processo desenrolado por Beatriz Quintella, que ficou entusiasta da ideia, após ter lido um artigo onde era descrito o trabalho dos “Doutores Palhaços” que visitavam as crianças hospitalizadas, nos Estados Unidos da América. Os exemplos a que se faz referência representam apenas uma pequena percentagem das muitas iniciativas que têm vindo a crescer, por todo o mundo e pelo nosso país e que remetem para o conceito de Healing Environment (Ambiente para a Cura). Segundo este conceito inovador, centrado no doente/cidadão, as instituições de saúde devem proporcionar ambientes recheados de odores, fragrâncias, música ambiente, cores suaves, luz e paisagens naturais, e ainda obras de arte, ajudando a minimizar situações de stress, dor, angústia e sofrimento para os doentes e seus familiares ou amigos, sem esquecer a promoção implícita de um ambiente de trabalho mais agradável para os profissionais de saúde. É neste âmbito que se enquadram algumas iniciativas do Gabinete de Comunicação e Imagem - Área Cultural do CHNE, que tem vindo a levar a cabo diversas exposições, patentes nas três Unidades Hospitalares que o integram, mediante uma calendarização estabelecida para cada Unidade. Passamos, pois, a apresentar-vos alguns dos artistas/coleccionadores que têm vindo a encantar–nos com as suas peças. GCI Cultura e Lazer Nome: Rosa Branca da Silva Artigos:Pintura e Arte Decorativa Contacto: 969 213 975 / Bragança Inaugurou as Exposições no átrio da U.H. de Bragança Nome: Aldina Magalhães / Art’ Dina Artigos:Pintura e Arte Decorativa Contacto: Atelier – 2782422357 / Macedo de Cavaleiros Inaugurou as Exposições no átrio da U.H. de Macedo de Cavaleiros Nome: José Carvalho Artigos:Trabalhos em pedra (casas típicas) e madeira Contacto: 278425329 / Macedo de Cavaleiros Nome: Associação Grupo de Caretos de Podence Artigos:Diversos, visando uma amostragem da tradição Contacto: Casa do Careto – 919 750 771 / Macedo de Cavaleiros Nome: Regina Gouveia Artigos:Bijutaria, Pintura a Óleo e Publicações Literárias Contacto: - / Porto Nome: Augusto Patrão / Pintor Profissional Artigos:Óleo sobre tela Contacto: 919 262 044 Visite o site www.artmajeur.com/augustopatrao Nome: Henrique Gabriel / Pintor Profissional Artigos:Acrílico sobre tela Contacto: 914 606 606 Visite o site www.hgabriel.com Nome: M.ª Luísa Afonso / Enf.ª Graduada do CHNE Artigos:Pintura sobre porcelana, azulejo e tela Contacto: 936 236 319 37 Cultura e Lazer Nome: Cristina Carvalho / TitaRosa Artigos:Pinturas para crianças Visite http://pinturacriancas.com.sapo.pt Contacto: 967 963 158 / Lisboa Nome: Rosa Barosa / TitaRosa Artigos:Pinturas para crianças Visite http://pinturacriancas.com.sapo.pt Contacto: 919 436 948 / Atelier na Marinha Grande Nome: Fátima Sousa Artigos:Aplicação de diversas técnicas sobre tela e outros materiais Contacto: POLISOUSA 273 332 485 / Bragança Nome: Paulo Pereira Artigos:“A Arte e a Natureza” - materiais distintos Contacto: 938 664 770 / Bragança 38 Nome: Teresa Borges Artigos:Colecção de Presépios do Mundo Contacto: - / Bragança Nome: Mamede Bianchi Thedim / Escultor Artigos:Arte sacra, Contacto. 964 441 194 / Rio Torto – Mirandela Nome: Maria Francisca Artigos: Colecção de Presépios Contacto: - / Macedo de Cavaleiros Inaugurou as Exposições no átrio da U. H. de Macedo de Cavaleiros Nome: Cristina Fino / Artesã Artigos:Trabalho sobre o vidro / Fusão no vidro Contacto: 913064882 Tratamentos Domiciliários Grupo Air Products Ao lado do paciente, marcando a diferença Oxigenoterapia Diagnóstico do Sono Ventilação CoughAssist Aspiração de Secreções Aerossolterapia Monotorização Equipa Multidisciplinar Atendimento e Presença em Portugal e no Mundo Entrega, Instalação e Manutenção Acompanhamento do Paciente Qualidade Clientes e Parceiros A Gasin apresenta um conjunto de serviços direccionados para melhorar a qualidade de vida do paciente face à sua situação clínica, especialmente na passagem do meio hospitalar para o domicílio. Os nossos profissionais de saúde licenciados em Cardiopneumologia, visitam os pacientes, de acordo com protocolos estabelecidos com os médicos prescritores, com o intuito de avaliar a aderência à terapia/equipamento, má adaptação ou agravamento sintomático, estabelecendo a ponte entre o clínico e o cumprimento da terapia. São muitas vezes os “olhos” do clínico no domicilio. A Gasin estabelece um plano interno de visitas de seguimento e início de terapia aos pacientes de Ventiloterapia e Oxigenoterapia. A informação recolhida consiste em 3 partes: Avaliação do equipamento/aderência, Interface e Sintomatologia. Esta informação é traduzida num relatório e posteriormente entregue aos médicos prescritores. Sede e Fábrica: Rua do Progresso, 53 Apt.3051 Perafita 4451-801 Leça da Palmeira Tel.: 229998312 Fax.: 229998317 [email protected] Lisboa EN 249-3-KM 1,8 –D S. Marcos 2735-307 Cacém Tel.: 214270000 Fax.: 214264656 tell me more www.gasin.com • Anestesiologia • Cardiologia • Cirurgia Três Unidades ao Serviço da Região • Endocrinologia • Estomatologia • Gastroenterologia • Ginecologia/Obstetrícia • Medicina Física e de Reabilitação • Medicina Interna • Nefrologia • Neurologia • Nutricionismo • Oftalmologia • Ortopedia • Otorrinolaringologia • Pediatria • Pneumologia • Psiquiatria • Pedopsiquiatria • Psicologia Clínica • Urologia • Unidade AVC • Imagiologia • Patologia Clínica • Anatomia Patológica Unidade Hospitalar de Bragança Avenida Abade de Baçal 5301-852 Bragança Tel.: 273 310 800 Fax: 273 310 813 [email protected] Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros Avenida Doutor Urze Pires 5340-263 Macedo de Cavaleiros Tel.: 278 428 200 Fax: 278 428 240 [email protected] Unidade Hospitalar de Mirandela Avenida Nossa Senhora do Amparo 5370-210 Mirandela Tel.: 278 260 500 Fax: 278 265 793 [email protected]