Comunicar - Unidade Local de Saúde do Nordeste

Transcrição

Comunicar - Unidade Local de Saúde do Nordeste
Comunicar
CENTRO HOSPITALAR DO NORDESTE, E.P.E. – Bragança - Macedo de Cavaleiros – Mirandela
Outubro - Dezembro 2007 • Publicação Trimestral N.º 03
Uma Reestruturação a Pensar em Si
Gabinete do Utente do CHNE
Editorial
Editorial
“A experiência não é aquilo que nos acontece. É o que fazemos
com aquilo que nos acontece”.
Aldous Huxley
Numa sociedade em constante mutação, o se-
que, funcionando simultaneamente como um instru-
gredo do sucesso de qualquer organização consiste
mento de gestão dos serviços e um meio de defesa
em dar atenção ao mundo das pessoas e não ao
dos utentes, opera de modo activo no processo cons-
mundo dos processos. Só as pessoas têm a capaci-
tante de mudança da organização que é o Centro
dade de criar, e por isso permitir que uma instituição
Hospitalar. O cidadão tem, assim, no Gabinete do
se torne diferente, capaz de alcançar “vantagens
Utente, um espaço aberto à sua participação e ao
competitivas”.
seu contributo para a construção de um Hospital
É em consonância com a tónica posta nas pes-
melhor.
soas, e no mundo que as envolve, que o Centro
É de referir também que o processo de reestru-
Hospitalar do Nordeste assume o lema: “O Utente
turação do GU passou igualmente pela introdução
como centro principal de atenção”, já que o mesmo
de novas e específicas ferramentas informáticas, que
é a razão de ser da sua existência.
possibilitam um tratamento mais eficiente e mais
O CHNE assume, assim, como meta, a melho-
célere das exposições apresentadas, beneficiando de
ria contínua dos cuidados de saúde, garantindo aos
forma considerável o bom desempenho deste Gabi-
cidadãos o acesso a serviços que respondam com
nete ao serviço do cidadão.
qualidade, eficiência, rapidez e humanismo às suas
necessidades.
Desta reestruturação do Gabinete do Utente do
CHNE sobressai a perspectiva de uma orientação do
É neste contexto que o Gabinete do Utente do
Centro Hospitalar para o meio envolvente, no qual
CHNE desempenha um papel fulcral. Este Gabinete
se insere, e do qual fazem parte aqueles que serve.
assume, precisamente, uma importância acrescida
Este “melhorar o interior olhando o exterior”, assente
na melhoria dos cuidados de saúde, fomentando o elo
no empenho e no profissionalismo dos Colaborado-
de ligação entre a instituição e os utentes e permitin-
res do CHNE, é, pois, fundamental para responder
do ao CHNE aferir da percepção do grau de satisfação
com humanização, envolvimento e competência às
destes últimos. Daí que haja uma atenção cuidada
mais carentes necessidades dos utentes do Serviço
no que respeita à gestão das exposições realizadas
Nacional de Saúde, na região.
pelos Utentes junto deste Gabinete, e que o Centro
Por si e consigo, queremos fazer mais e melhor,
Hospitalar acolhe como um meio privilegiado para
primando por identificar e satisfazer as necessidades
melhorar a qualidade dos serviços prestados.
de cuidados com dignidade, benevolência e huma-
Este compromisso com o utente levou, pois, o
nismo, e proporcionando assim um serviço com alto
CHNE a reestruturar e autonomizar o GU, dotando-
padrão de qualidade. É esta a missão do Centro
o de uma estrutura independente, nomeadamente
Hospitalar do Nordeste, é por isso que temos três
uma equipa própria, com ligação directa ao CA, em
Unidades – cada uma com uma equipa do Gabinete
cada uma das três Unidades Hospitalares, que tem
do Utente - ao seu dispor.
como principal missão receber e tramitar, de forma
personalizada, todos os contactos dos utentes relativos ao funcionamento e à organização dos serviços,
com vista à sua constante melhoria. É esta equipa
Esperamos por si. Contamos consigo. Ajude-nos a servi-lo melhor!
A. Henrique Machado Capelas
Presidente do Conselho de Administração
Sumário
Sumário
Editorial
02 Mensagem do PCA
Em Destaque
04 Reestruturação do Gabinete do Utente
05 A voz do Utente
CHNE em Revista
FICHA TÉCNICA
Publicação Trimestral
Ano 1 – N.º 3
Outubro a Dezembro de 2007
Propriedade do Editor:
Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E.
06 Serviço de Gestão de Utentes melhorado
Sede e Administração:
07 Consulta e Cirurgia a Tempo e Horas
07 Serviço de Nutrição informatizado
08 CHNE dá formação a mestrandos do IPB
Avenida Abade de Baçal
5301-852 Bragança
Telefone: 273 310 800
Fax: 273 310 813
www.chne.min-saude.pt
[email protected]
08 Nova sala de Ambulatório na Farmácia da UHB
09 Mais grávidas na Maternidade do CHNE
Direcção:
10 Iniciativas CHNE
Conselho de Administração do
Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E.
11 Internamento de Ortopedia renovado
12 CHNE dá as mãos pela inclusão
13 Oficina Laboral cria emprego protegido
14 Iniciativas INTERREG III-A
16 Congresso Nacional de Medicina Interna
17 Encontro Transmontano de Unidades de AVC
18-19 Festas de Natal dos doentes e dos colaboradores
20-21 Entrevista com o Director Clínico do CHNE
Responsáveis Editoriais:
U. H. de Bragança
Rita Paulino ∙ Helena Gouveia
U. H. de Macedo de Cavaleiros
Carla Ferreira ∙ Enf.ª Ligia Miranda
U. H. de Mirandela
Sónia Teixeira
Gab. de Comunicação e Imagem
Composição e Design Gráfico:
Centro Hospitalar do Nordeste, E.P.E.
Escola Tipográfica – Bragança
CHNE Divulga
22-24 Cancro da Mama
24-25 Cuidados Paliativos
26-27 Infância e Carência Afectiva
28-29 A Criança Hospitalizada
Impressão e Acabamentos:
Escola Tipográfica – Bragança
Tiragem:
3 mil exemplares
30-31 DPOC e Asma
32 A realidade do AVC na UHB
Depósito Legal
33 A Higiene do Sono
249821/06
Cultura e Lazer
Distribuição Gratuita
34-35 Livro “Um Tiro na Bruma”
Publicação isenta de registo na ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social, ao abrigo do Decreto Regulamentar
8/99 de 09/06, artigo 2.º, n.º 1 a)
36-38 A Humanização do Meio Hospitalar
Esta publicação é de todos e para todos os colaboradores do CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste.
Como tal, está aberta à sugestão e divulgação de trabalhos dos seus profissionais. Nesse sentido, a
informação a ser publicada deve ser enviada para: [email protected]
Em Destaque
Reestruturação do Gabinete do Utente
resulta em mais celeridade e qualidade
No seguimento do processo de reestruturação dos serviços que tem sido levado
a cabo no Centro Hospitalar do Nordeste, a fim de melhor responder às necessidades
dos utentes, o CHNE implementou um processo de reorganização do Gabinete do
Utente que permite agora responder de forma mais célere e eficiente às necessidades daqueles que o procuram em busca de esclarecimentos e apoio.
O primeiro passo do processo de reestruturação
de que foi alvo o Gabinete do Utente do Centro Hospitalar do Nordeste passou por criar uma equipa autónoma
e vocacionada especificamente para o atendimento
personalizado aos cidadãos. Essa equipa é constituída
por duas pessoas, em cada Unidade Hospitalar, que,
de acordo com um manual de procedimentos uniformizado e criado para o efeito, recebe pessoalmente
os utentes que a ele recorrem, de forma pessoal ou
por escrito, e presta todo o apoio necessário a cada
caso, dando-lhe o encaminhamento e a solução mais
adequada.
Outro passo significativo nesse sentido foi a adopção do sistema informático SIM-Cidadão, uma aplicação própria, destinada ao registo e tratamento estatístico das exposições efectuadas, que permite uma
maior rapidez e um maior controlo no tratamento de
cada processo, oferecendo ainda a possibilidade de
obtenção de dados em tempo real.
Como reflexo do referido processo de reestruturação dos Serviços do Centro Hospitalar, o Gabinete
do Utente do CHNE foi, no primeiro semestre de 2007,
o 4º da zona Norte que registou menos reclamações
por parte dos utentes. Durante esse período, o CHNE
recebeu 66 reclamações em 118.715 contactos, o que,
estatisticamente, representa cerca de uma reclamação
por cada dois mil atendimentos.
Relativamente ao tempo médio de resposta às
exposições apresentadas, 70 por cento foram respondidas em menos de 30 dias, sendo que apenas 2 por
cento levaram mais de 90 dias a serem tratadas. Isto
porque alguns processos exigiram averiguações internas de maior complexidade e a intervenção de um
maior número de pessoas.
Em relação ao segundo semestre
deste ano, os dados indicam uma melhoria destes indicadores: 85 por cento
das respostas foram dadas aos utentes
num prazo até 30 dias e apenas uma
ultrapassou os 90 dias.
Todas as exposições apresentadas
visam não só esclarecer eventuais dificuldades que tenham surgido durante o
atendimento, mas sim, e fundamentalmente, melhorar a qualidade dos serviços prestados, com base nas sugestões
de quem deles beneficia.
Entre os aspectos mais focados
pelos utentes contam-se a necessidade de melhoria das infra-estruturas
das suas Unidades Hospitalares – que
já está em curso –, a solicitação para
diminuir o tempo de espera na prestação de cuidados e a importância da
vertente relacional entre o profissional
de Saúde e o doente.
Os profissionais do Centro Hospitalar do Nordeste estão, assim, empenhados numa relação de maior proximidade com os utentes, no qual o CHNE tem centrada
toda a sua atenção, prestando cuidados de saúde de
qualidade, e com o maior humanismo.
GCI
Criado Guia de Acolhimento do Doente
O Gabinete do Utente do CHNE criou, em
parceria com o Grupo de Gestão da Qualidade,
um novo Guia de Acolhimento, que tem como
objectivo dar a conhecer, junto dos seus utentes
e acompanhantes dos mesmos, informações gerais sobre os serviços disponíveis, a sua localização e eventual informação específica relativa ao
serviço onde o doente se encontra internado.
Ao nível interno, foi desenvolvido, também
no âmbito do processo de reestruturação do Gabinete do Utente, um Manual de Procedimentos,
que define a metodologia a aplicar no tratamento das exposições efectuadas pelos utentes do
CHNE.
Em Destaque
A voz do Utente
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Em Revista
Serviço de Gestão de Utentes está a ser melhorado
A reorganização do CHNE implicou enormes mudanças no Serviço de Gestão de Utentes. A maior aposta tem sido, numa primeira fase, na harmonização de procedimentos e na
melhoria das estruturas físicas. O responsável do SGU, Pedro Martins, explica os pormenores e os benefícios deste processo.
O que é que o motivou a aceitar o desafio de
vir trabalhar para a região do Nordeste Transmontano e, em particular, no Centro Hospitalar
do Nordeste, como responsável do SGU?
Aceitei este desafio porque verifiquei que era uma
excelente oportunidade de trabalhar na área hospitalar, que tanto me motiva e na qual tenho formação especializada - uma vez que possuo uma pós-graduação
em Gestão Hospitalar e um MBA em Gestão de Serviços
de Saúde -, além de me permitir dar continuidade à
minha experiência no campo da administração hospitalar, onde desempenhei funções, durante largos anos,
nomeadamente no Arquivo Clínico, na Facturação e na
Gestão de Utentes.
Outra motivação relevante teve a ver com o facto
de ter iniciado as minhas funções no CHNE numa fase
importante da vida da instituição, em que se procedia
a uma profunda reorganização dos serviços ao nível
das três Unidades Hospitalares que o integram, com
o objectivo de criar uma harmonização de procedimentos, o que viria a acontecer também no Serviço
de Gestão de Utentes. Foi mais um desafio que não
pude deixar de aceitar.
a ser desenvolvida com um
enquadramento próprio, no
âmbito do Projecto de Acreditação da Qualidade que está
em curso. Pretendemos, assim, satisfazer as necessidades dos utentes com a maior
rapidez, eficiência e profissionalismo.
E como está a correr esse trabalho?
Há muito a fazer, e várias mudanças a realizar,
mas tanto eu como toda a equipa do Serviço de Gestão de Utentes do Centro Hospitalar estamos bastante
motivados para este projecto que está a ser desenvolvido. A maior motivação tem precisamente a ver
com o facto de estarmos a contribuir activamente para
melhorar o serviço prestado aos utentes. Exemplos
disso são, quer os novos procedimentos, mais ágeis e
funcionais, quer as melhorias efectuadas ao nível das
instalações físicas, como é o caso do novo Pavilhão
das Consultas Externas da Unidade de Bragança, já
em funcionamento.
Temos, pois, um grande projecto pela frente, com
muito trabalho, mas, volto a realçar, estamos todos
muito empenhados e confiantes na sua concretização
e nos seus benefícios.
Quais são as suas expectativas, em relação
ao SGU em particular e ao CHNE em geral?
São muito positivas. Acredito que, dentro de um
ano, o SGU estará completamente renovado, com uma
nova identidade, e daí advirão enormes benefícios para
os profissionais deste Serviço, os utentes que servimos
e, obviamente, para todo o Centro Hospitalar.
GCI
Em que consiste a sua função no CHNE?
Tal como o nome indica, o SGU assume um papel
fundamental na missão do CHNE, que é prestar cuidados de saúde de excelência aos seus utentes. Nesse
sentido, e como responsável deste importante Serviço, procuro, em conjunto com todos os Colaboradores
que desempenham funções no SGU, contribuir para o
cumprimento diário desse objectivo.
Como referi, neste momento estamos empenhados em dar uma identidade própria ao SGU, uniformizando procedimentos ao nível do Centro Hospitalar. É
uma tarefa trabalhosa, mas muito aliciante, que está
SGU - O primeiro a acolher o Utente
O Serviço de Gestão de Utentes assegura o atendimento dos utentes nos seus contactos com o Centro
Hospitalar, acolhendo-o, esclarecendo-o e encaminhando-o para a prestação de cuidados de saúde de que
necessita na instituição. As suas áreas de intervenção incluem a prestação de informações e o apoio administrativo na Recepção, Urgência, Consultas Externas, Internamento, Meios Complementares de Diagnóstico,
Arquivo Clínico, Estatística e Grupos de Diagnósticos Homogéneos.
Em Revista
CHNE com “Consulta a Tempo e Horas”
O CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste implementou a “Consulta a Tempo e Horas”,
uma medida integrada no programa SIMPLEX para a área da Saúde que tem como objectivo efectuar a marcação de consultas nas Unidades Hospitalares, por via electrónica, a
partir dos Centros de Saúde.
Marcar uma consulta de especialidade no Centro
Hospitalar do Nordeste é agora muito mais fácil e rápido, com a “Consulta a Tempo e Horas”. Esta medida,
que está operacional no CHNE desde 15 de Outubro,
veio revolucionar todo o processo de marcação, trazendo enormes benefícios, quer para os doentes, quer
para os profissionais de Saúde.
Isto porque, com a adopção da “Consulta a Tempo
e Horas”, os utentes, ao serem encaminhados pelos
seus médicos de família para uma consulta de especialidade numa das três Unidades Hospitalares da região
– Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela – vêem
essa consulta ser marcada directamente, através de
comunicação electrónica entre o Centro de Saúde e o
Hospital, dispensando as até agora habituais credenciais (modelo P1).
A “Consulta a Tempo e Horas” vem, assim, melhorar o acesso às primeiras consultas hospitalares de especialidade, simplificando os procedimentos inerentes
à marcação e evitando a deslocação dos utentes. Por
outro lado, espera-se também que esta medida venha
contribuir para a diminuição das listas de espera, uma
vez que o sistema permite estabelecer protocolos de
referenciação, no sentido de dar prioridade às consultas mais urgentes.
Para que a concretização desta medida fosse
possível, foi desenvolvido um sistema electrónico de
pedidos de marcação de consultas, a cargo da empresa
Alert Life Sciences Computing, sendo de referir que,
antes do arranque do projecto, decorreu durante o
mês de Setembro, na Unidade Hospitalar de Macedo
de Cavaleiros, uma acção de formação que envolveu
todas as instituições de Saúde do Distrito de Bragança
que prestam serviços ao nível dos cuidados primários
e hospitalares.
Com a implementação da “Consulta a Tempo e
Horas”, o Centro Hospitalar do Nordeste - em parceria
com os Centros de Saúde do Distrito de Bragança - dá
mais um passo significativo na assistência, com rapidez, eficiência e qualidade, às populações do Nordeste
Transmontano.
GCI
Serviço de Nutrição está a ser informatizado
O Serviço de Nutrição e Alimentação do CHNE foi dotado de uma nova aplicação informática, desenvolvida para controlar o circuito de dietas dos doentes, desde a sua entrada
no hospital até à alta. O novo manual de dietas, comum a todo o Centro Hospitalar, estará
assim disponível on-line, para consulta e prescrição das dietas terapêuticas.
Após a informatização dos Serviços de Logística
e Compras e de Patologia Clínica do CHNE, está agora
a ser implementada no Serviço de Nutrição e Alimentação uma nova aplicação informática, cujo principal
objectivo é permitir o controlo total do circuito de dietas dos doentes, desde que entram até que saem do
hospital.
Para tal, os profissionais de Saúde do CHNE dispõem de um novo manual de dietas, totalmente informatizado, no qual consta o conjunto de dietas terapêuticas que poderão ser prescritas, de acordo com a
situação clínica do doente. As dietas passam então a
ser prescritas pelos médicos por via electrónica, com
uma maior segurança e rapidez, logo na altura em que
se faz também a prescrição medicamentosa.
Cada dieta prescrita fica activa de imediato, podendo em qualquer momento ser consultada e operacionalizada.
Deixa assim de ser necessário que os Serviços
Clínicos enviem para o Serviço de Alimentação o pedido
de cada refeição, em suporte de papel, pois o registo
informático permite a este último saber, a qualquer
momento, o tipo e o número total de dietas pedidas
para cada um dos serviços. Depois, podem ser emitidas etiquetas individualizadas, que acompanham o
tabuleiro destinado a um doente específico.
Esta aplicação permite ainda fazer a gestão do
pedido de ceias de funcionários e controlar os stocks
de segurança de alimentos.
Desenvolvida pela empresa CPCHS, a nova aplicação começou por ser implementada na Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros, durante o mês de
Novembro. Seguiu-se a Unidade de Mirandela. E em
breve irá estender-se à Unidade de Bragança.
Tem vindo a ser dada formação, no sentido de
passar à prática os novos procedimentos, e o acolhimento desta solução por parte dos profissionais tem
sido excelente, tendo em conta as melhorias introduzidas.
GCI
Em Revista
Nova sala de dispensa de medicamentos
a doentes em regime de ambulatório
A farmácia da Unidade Hospitalar de Bragança conta com uma nova sala, destinada
exclusivamente à dispensa de medicamentos a doentes que realizam os seus tratamentos
farmacológicos em regime de ambulatório, garantindo assim um atendimento confidencial
e personalizado.
A criação de uma sala específica para a dispensa de medicamentos a doentes que realizam
os seus tratamentos farmacológicos em regime de
ambulatório, na Unidade Hospitalar de Bragança,
permite aos utentes receberem a medicação em
condições de total privacidade, assegurando que
essa entrega, assim como a prestação de informações úteis, sejam realizadas de modo absolutamente confidencial.
Assim, esta nova sala é autónoma e tem acesso próprio, pelo exterior, mantendo, contudo, uma
ligação interna à farmácia hospitalar. Cada utente
é ali atendido de forma personalizada e em privado.
A distribuição de medicamentos pelos serviços
farmacêuticos hospitalares a doentes em regime de
ambulatório resulta da necessidade de haver um maior
controlo e vigilância em determinadas terapêuticas
que podem implicar efeitos secundários, da necessidade de assegurar a adesão dos doentes à terapêutica
e também do facto de a comparticipação de certos
medicamentos só ser a 100 por cento se forem dispensados pelos referidos serviços.
De salientar que os tratamentos em regime de
ambulatório se revestem de enormes benefícios, nomeadamente a possibilidade de o doente continuar o
tratamento no seu ambiente familiar, a redução dos
riscos inerentes a um internamento (por exemplo, uma
infecção nosocomial) e ainda a redução dos custos
também associados ao internamento.
Por tudo isto, a nova sala constitui uma importante melhoria, não só em termos de infra-estrutura,
mas fundamentalmente na assistência prestada aos
utentes.
GCI
CHNE dá formação aos alunos
do novo mestrado em Exercício Físico e Saúde
O Centro Hospitalar do Nordeste vai ser responsável pela formação profissional dos alunos do novo mestrado em Exercício Físico e Saúde do Instituto Politécnico de Bragança. A formação irá incidir nas áreas de Medicina Física e Reabilitação, Endocrinologia e Cardiologia.
O protocolo nesse sentido já foi assinado e visa
dotar os profissionais das áreas do desporto e da saúde de conhecimentos especializados no diagnóstico e
na prescrição do exercício físico. Entre esses conhecimentos contam-se o delineamento de programas
de actividade física para doenças e factores de risco
específicos (diabetes, doença cardiovascular, doenças
osteo-articulares, entre outras), a conceptualização
de intervenções estratégicas para a programação da
saúde ao nível individual e de grupo, a avaliação da
aptidão física e metabólica e a importância dos comportamentos associados ao estilo de vida.
A componente teórica do novo mestrado será da
responsabilidade das Escolas Superiores de Educação
e de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança. Por
sua vez, a formação em contexto de trabalho (540
horas / um semestre mais um trimestre lectivos) será
articulada entre o IPB e o CHNE, nomeadamente no
âmbito da Medicina Física e Reabilitação, Endocrinologia (consulta de obesidade) e Cardiologia.
Durante o seu estágio no CHNE, os alunos irão desenvolver as seguintes actividades práticas: avaliação
e prescrição de exercício físico aos utentes do Centro
Hospitalar que tenham sido referenciados medicamente para esse efeito; observação e acompanhamento
dos utentes, em parceria com os técnicos de saúde do
CHNE; elaboração e acompanhamento de programas
de recuperação física e ainda avaliações biomecânicas
(cinemática da marcha, força muscular, amplitude articular, padrões neuromusculares…).
Esta é mais uma parceria que reforça o papel do
CHNE na prestação aos utentes de mais e melhores
cuidados de saúde, por parte de profissionais altamente especializados.
GCI
Em Revista
Grávidas acorrem mais à Maternidade do CHNE
Um ano após o encerramento da sala de partos de Mirandela, o factor emocional deu lugar a uma
adesão progressiva das populações da região à maternidade do CHNE em Bragança.
Num Distrito geograficamente disperso como o
de Bragança, e com difíceis acessibilidades internas, o
encerramento de uma sala de partos não é uma decisão fácil. No entanto, de acordo com as orientações do
Ministério da Saúde, que considera ser essa a forma de
rentabilizar recursos humanos e materiais, e de oferecer
às populações um serviço de maior qualidade e segurança, foi encerrada, a 11 de Setembro de 2006, a sala
de partos de Mirandela, passando assim a Maternidade
do CHNE a estar localizada em Bragança.
“De início houve reacções muito emotivas” a esta
decisão, mas depois verificou-se uma “aceitação” e uma
“progressiva mudança de comportamentos”, afirma o
Director Clínico do Centro Hospitalar do Nordeste, Sampaio da Veiga.
A atestar este facto, estão os números, pois são
cada vez mais as mulheres que, usufruindo da liberdade
de escolha relativamente ao local onde querem que os
seus filhos nasçam, optam por Bragança, em detrimento de outros Distritos. Os mesmos dados dão conta que
as parturientes que menos procuram ainda Bragança
são provenientes dos municípios a Sul, como Carrazeda
de Ansiães, Vila Flor e Freixo de Espada à Cinta, fruto
da distância e do constrangimento nos acessos rodoviários. Mas, mesmo assim, aumenta o número das que
querem ter os seus filhos na Maternidade do CHNE.
Nesse sentido apontam também os números, cada
vez maiores, de grávidas de Mirandela que também
vêm dar à luz na cidade transmontana. Esta “aceitação da situação” e “adesão plena”, deve-se, segundo
Sampaio da Veiga, a um conjunto de importantes factores como a confiança nos profissionais de Saúde, até
porque aqueles que estavam em Mirandela (médicos e
enfermeiros) estão agora a prestar serviço em Bragança, com a mesma competência
e profissionalismo, e os que já
estavam em Bragança mantêm
todas as suas enorme capacidades técnicas e humanas.
Além da excelência dos
recursos humanos, o Director
Clínico destaca também as excelentes condições físicas de
que está dotada a Maternidade
do CHNE, assegurando às parturientes o maior conforto, segurança e qualidade. Ao
nível da infra-estrutura, é pois de salientar a existência
de duas salas de parto individualizadas, garantindo a
privacidade necessária para os pais assistirem ao momento do nascimento dos seus filhos, a que se junta
ainda uma outra sala, com três camas de dilatação, que
permite a realização de um maior número de partos
em simultâneo.
Ecografias morfológicas no CHNE
Outro factor de relevo que distingue o Serviço de
Obstetrícia do CHNE é o facto de garantir localmente
todo o apoio à grávida. Ou seja, o Serviço tornou-se
autónomo nas suas competências, por forma a realizar
no Distrito as três ecografias trimestrais de controlo,
incluindo a segunda, também chamada de ecografia
morfológica, essencial na detecção de eventuais malformações no feto, e que anteriormente era realizada
em Vila Real. Este exame é agora realizado no CHNE,
às sextas-feiras e sábados, pelo conceituado ecografista
Dr. Abílio Ferreira, Chefe de Serviço do Centro Hospitalar do Porto e Director do Serviço de Obstetrícia da
mesma entidade.
Para assegurar às grávidas toda a segurança e
um serviço de excelência é ainda de salientar, afirma
Sampaio da Veiga, que a maternidade do CHNE conta
com uma equipa de sete obstetras, dos quais há sempre
dois de serviço, assim como equipas multidisciplinares,
disponíveis 24 horas por dia, que integram um cirurgião-geral, um anestesista e um pediatra da especialidade de Neonatologia.
A utilização da epidural, que irá ser mais alargada,
ao longo do ano, em termos de disponibilidade de médicos, é também uma mais-valia deste serviço.
“O Centro Hospitalar do Nordeste está perfeitamente capacitado para apoiar as parturientes e para
a resolução de problemas que eventualmente possam
surgir, derivados de complicações no parto, assegurando às mulheres que podem contar com um serviço
de qualidade, em segurança e com o maior conforto”,
conclui o Director Clínico.
GCI
Em Revista
CHNE participou no Prémio Serono de Qualidade em Saúde
O Centro Hospitalar do Nordeste participou no I
Prémio Serono - Gestão de Qualidade em Saúde, uma
iniciativa de âmbito nacional que tem como objectivo
fomentar a melhoria da qualidade dos cuidados de
saúde nas instituições hospitalares.
O trabalho apresentado a concurso, da autoria da
médica hematologista Ana Carvalho, da responsável
do Gabinete de Acreditação e Certificação da Qualidade
nas Unidades Hospitalares de Bragança e Macedo de
Cavaleiros, Ana Santos, e da psicóloga clínica do CHNE,
Sara Costa, incidiu sobre a Melhoria da Qualidade dos
Serviços Assistenciais em Hematologia.
Apesar de não ter sido o vencedor, este trabalho
do CHNE foi alvo de rasgados elogios durante a cerimónia de entrega dos prémios, que teve lugar no dia 18
de Setembro, numa cerimónia em Lisboa. O troféu de
participação foi entregue às Colaboradoras do CHNE,
Ana Santos e Sara Costa, pela mão do Bastonário da
Ordem dos Médicos, Dr. Pedro Nunes.
CHNE alerta contra o fumo do tabaco
O Serviço de Pneumologia do CHNE efectuou,
no dia 21 de Novembro, uma medição dos níveis de
monóxido de carbono – substância cancerígena produzida pelo fumo do tabaco – a alunos, professores e
funcionários do Instituto Politécnico de Bragança.
A iniciativa, realizada em parceria com o Centro
de Respostas Integradas do Instituto da Droga e da
Toxicodependência, decorreu no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Não Fumador, que se assinalou a 17 de Novembro.
Nesse sentido, o objectivo desta acção passou
por “chamar a atenção da comunidade escolar para
os riscos associados ao fumo, procurando evidenciar
os efeitos nocivos que este gás produz sobre o organismo”, nomeadamente a redução da função cardíaca,
risco de formação de coágulos, asfixia por falta de
oxigénio e problemas no desenvolvimento do feto, no
caso das mulheres grávidas.
Serviços de Ortopedia do Norte reunidos em Macedo
Decorreu no dia 20 de Outubro, no auditório da
Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros, uma
reunião clínica dos Serviços de Ortopedia da Região
Norte associada à reunião periódica dos directores dos
referidos serviços, no âmbito da Sociedade Portuguesa
de Ortopedia e Traumatologia.
A reunião teve elevada participação, com cerca de
50 Ortopedistas de quase todos os Serviços de Ortopedia do Norte, tendo sido uma das reuniões com maior
afluência. De realçar que estiveram presentes o futuro
presidente da SPOT, Dr. José Neves, e o past-president da mesma sociedade, actual director do Serviço
de Ortopedia do Hospital de S. João – Porto, Prof. Dr.
Trigo Cabral, ambos transmontanos.
Foram apresentados casos clínicos complicados,
como é regra das referidas reuniões, e que têm tido
uma adesão cada vez maior e uma participação muito
activa por parte dos presentes.
Estas reuniões clínicas pretendem fomentar a troca de experiências
e enriquecer a formação dos internos
e novos especialistas, aproveitando a
experiência e avanços técnicos apresentados pelos Serviços com maior casuística na resolução dos casos mais
complexos.
De referir a satisfação dos participantes pela organização, quer no
aspecto científico, quer social.
Dr. António Ruano
Director do Serviço de Ortopedia do CHNE
10
Em Revista
Internamento de Ortopedia requalificado
na Unidade de Bragança
O Serviço de Ortopedia da Unidade de Bragança foi totalmente renovado, oferecendo
agora as melhores condições físicas para acolher os utentes do CHNE. Os trabalhos de requalificação do Internamento seguem-se agora na ala de Cirurgia.
Foi inaugurada, no dia 07 de Setembro, na presença do Senhor Governador Civil do Distrito de Bragança, Jorge Gomes, a nova ala do Serviço de Orto-
pedia da Unidade Hospitalar de Bragança (UHB), que
foi completamente renovada, no âmbito das obras de
requalificação do Internamento, actualmente a decorrer, de forma faseada, abrangendo todos os pisos do
edifício principal desta Unidade.
Nesta primeira fase, os trabalhos de beneficiação
e remodelação da ala de Ortopedia incluíram evidentes
melhorias ao nível dos pavimentos, paredes e tectos,
mobiliário, instalações sanitárias (de salientar as excelentes condições para a realização de banhos assistidos), iluminação e sinalética (tendo sido instalado
um novo quadro eléctrico), aquecimento, ventilação
e redes de água e esgotos.
Além destes trabalhos, bem visíveis na nova unidade de internamento, destacam-se, contudo, outras
melhorias, como a adopção de um sistema integrado
de sinalização e intercomunicação, para a realização
de uma chamada individualizada, por parte de cada
doente, do pessoal de serviço.
Uma consola central colocada no gabinete de
enfermagem permite, entre outras funcionalidades,
identificar o local de procedência da chamada – que
pode ser feita não só a partir das enfermarias, mas
também das instalações sanitárias - e estabelecer um
contacto imediato com o doente.
O sistema permite também que uma enfermeira
efectue, junto do doente, uma chamada de urgência
para solicitar o auxílio de outros profissionais.
Com este novo sistema de comunicação, está garantida a resposta aos pedidos de auxílio dos doentes,
em tempo útil, melhorando de forma considerável o
atendimento às suas necessidades.
Para um maior conforto, procedeu-se igualmente
à instalação de um sistema de difusão de som e imagem (música e televisão), tanto nas enfermarias como
na sala de espera exterior e zonas técnicas.
E, no que toca ao bem-estar, refira-se também
a existência de cortinas de separação das camas nas
enfermarias, garantindo aos doentes uma maior privacidade ao longo do tratamento, sempre que desejável
e necessário.
Há ainda que referir, no que respeita à segurança
em geral, a melhoria das condições para a prevenção,
detecção e alarme em caso eventual de incêndio.
O Serviço de Ortopedia da Unidade Hospitalar de
Bragança está, assim, a funcionar em instalações totalmente remodeladas, estando agora dotado das melhores condições, o que permite assegurar aos doentes
maior conforto e segurança e uma maior qualidade na
prestação de cuidados de saúde.
Um investimento fundamental, tendo em conta
que se trata de um edifício bastante antigo – aproximando-se, no que toca aos custos, a cerca de 200
mil euros - e que será feito, de forma faseada, nos
restantes pisos do Internamento, estando já em curso
na especialidade de Cirurgia.
GCI
11
Em Revista
CHNE dá as mãos pela inclusão
“Não Discrimines, Integra”. Foi este o lema do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, que se assinalou a 3 de Dezembro, e que levou o CHNE a dar as mãos a outras
entidades do Distrito de Bragança, numa iniciativa que sensibilizou toda a comunidade.
O Centro Hospitalar do Nordeste juntou-se a outras entidades do Distrito de Bragança e à Fundação
Intras, de Espanha (sua parceira na concretização de
diversos projectos transfronteiriços), para promover a
inclusão social das pessoas com deficiência. A iniciativa,
coordenada pelo Governo Civil de Bragança, incluiu um
programa recheado de actividades, nas quais participaram os doentes da Unidade de Doentes de Evolução
Prolongada (UDEP) e que contaram também com a presença e o apoio incondicional do Presidente do Conselho
de Administração do CHNE, Henrique Capelas.
Um dia diferente
Os sorrisos falaram mais alto do que as palavras.
Foi um dia totalmente diferente para centenas de pessoas portadoras de deficiência, física e psíquica. Um dia
para lembrar que todos os dias elas precisam de muito
apoio, mas que também têm muito para dar. Por isso,
nada melhor do que sair à rua e demonstrá-lo.
A manhã foi marcada pelo desporto, com a realização da I Milha do Dia Internacional da Deficiência, na
Avenida Sá Carneiro, a principal artéria da cidade, que
ficou fechada ao trânsito para dar lugar a uma disputa
onde cada um competia não com o outro, mas consigo
próprio, porque o principal não era chegar à meta em
primeiro lugar, mas apenas e tão só chegar. O esforço
foi incentivado pelas palavras entusiasmadas da assistência e recompensado com palmas, beijos e abraços.
No final das provas desportivas, os responsáveis
das várias instituições do Distrito deram as mãos aos
participantes e, todos juntos, caminharam por uma sociedade mais solidária, onde a diferença não seja um
factor de exclusão, mas sim de riqueza e diversidade.
Seguiu-se o almoço, que teve lugar na cantina
do Instituto Politécnico, marcado igualmente por uma
integração plena com a comunidade estudantil.
A tarde começou com a inauguração e visita a
uma exposição de trabalhos elaborados por pessoas
com deficiência, no centro comercial Fórum Theatrum.
O CHNE mostrou aí os objectos realizados pelos doentes crónicos do foro psiquiátrico, na oficina laboral de
estampagem e gravura instalada na
UDEP, nomeadamente porta-chaves,
t-shirts, canecas, bonés, crachás, canetas, azulejos, entre outros.
Emoções ao rubro
O Teatro Municipal de Bragança
foi a “paragem” seguinte. O grande
auditório encheu-se de cor e som para
aclamar um espectáculo protagonizado inteiramente por pessoas com deficiência integradas nas diversas instituições do Distrito. Representação,
música, dança, marionetas, poesia,
tudo reunido numa mescla de estilos
que arrancou enormes aplausos do público…
Emoções ao rubro, que sobressaíram também
durante o visionamento de um filme onde se retrata
o quotidiano das pessoas com deficiência nas instituições que lhes dão apoio, e ainda durante uma cerimónia onde todas estas entidades receberam das
mãos do Governador Civil, Jorge Gomes, um valeoferta destinado à aquisição de material considerado
indispensável no dia-a-dia dos utentes. Por sua vez, os
doentes da UDEP fizeram cada um a vez de Pai Natal
e tiraram da sacola porta-chaves por eles realizados,
com que presentearam a assistência.
O programa de actividades terminou com um lanche, na Escola Secundária Miguel Torga. No entanto,
continuará presente nas recordações daqueles que
estiveram envolvidos nesta iniciativa. E espera-se
que perdure também, não apenas na mente, mas
nas atitudes, e não apenas num dia, mas em todos
os dias, em cada lugar e em cada pessoa, continuando a caminhar, de mãos dadas com a diferença
que nos complementa.
GCI
12
Em Revista
Oficina laboral do CHNE cria emprego protegido
15 doentes crónicos do foro psiquiátrico estão a trabalhar numa oficina laboral de
estampagem e gravura, na Quinta da Trajinha, após terem recebido formação especializada nesse sentido por uma empresa de Bragança.
Foi criada no Centro Hospitalar do Nordeste uma
oficina laboral de estampagem e gravura, destinada à
reabilitação dos doentes crónicos de Psiquiatria.
Esta iniciativa do CHNE, que conta com o apoio
do programa transfronteiriço INTERREG III-A, promove
o “trabalho protegido”, uma actividade essencial para
que os doentes sejam mais autónomos, confiantes e
criem uma relação mais próxima entre eles e com a
comunidade.
“Há trabalhos que exigem, por exemplo, lidar com
altas temperaturas. Esses são desenvolvidos pelos doentes com maior consciência e sentido de responsabilidade. Outros trabalhos mais simples, como os crachás
e os porta-chaves, ficam a cargo de doentes que têm
também capacidades próprias, mas necessitam de um
maior acompanhamento”, exemplifica Sara Costa.
Os primeiros artigos a serem feitos, com imagens
alusivas ao CHNE, foram mostrados em feiras de ar-
Das mãos dos utentes saem os mais diversos produtos, desde canecas, pins, porta-chaves, azulejos, tshirts e bonés.
Luís Neves, da ALN Publicidade, responsável pela
formação dada a estes doentes, salienta a sua “alta
motivação e empenho” na aprendizagem e na realização dos trabalhos, assim como o “espírito de equipa”
que logo se criou.
“Estas pessoas têm capacidades, que este tipo
de iniciativas ajuda a desenvolver, afirma Luís Neves,
acrescentando também a importância da oficina laboral e do trabalho aí realizado para “acabar com os
preconceitos” ainda existentes na sociedade quanto ao
problema da doença mental, muitas vezes associada,
erradamente, à incapacidade.
A psicóloga responsável pela assistência aos doentes da UDEP, Sara Costa, explica que o facto de a
oficina de estampagem e gravura permitir realizar uma
grande diversidade de produtos, através de diversas
técnicas a aparelhos, possibilita também a adaptação
de cada doente, segundo as suas capacidades, às tarefas necessárias.
tesanato em Bragança e em Zamora (Espanha). Mas
este projecto teve um tal sucesso que superou todas as
expectativas e se estendeu a uma maior colaboração
entre o CHNE e a ALN Publicidade. “Foi celebrado um
acordo entre as duas partes em que, quando a ALN tiver
encomendas de grandes quantidades, canaliza parte
das mesmas para a UDEP, para serem elaboradas pelos
utentes, situação que beneficia as duas partes, quer
na satisfação do cumprimento de prazos por parte da
ALN, quer na manutenção em actividade dos indivíduos
envolvidos no projecto, contribuindo assim para uma
terapia ocupacional desejável a todos os títulos, além de
ser uma forma de rentabilizar o investimento”, explica
Luís Neves, concluindo: “Para nós, ALN Publicidade, foi
uma experiência a todos os títulos positiva, tanto no
âmbito profissional como pessoal”.
Por sua vez, a psicóloga Sara Costa salienta que
a maior expressão do sucesso deste projecto está estampada no rosto dos utentes quando estão a trabalhar
nesta oficina e vêem os objectos a sair das mãos.
GCI
Projectos transfronteiriços apresentados em Valladolid
Os projectos transfronteiriços que o CHNE está
a levar a cabo no âmbito do programa de cooperação
transfronteiriça INTERREG III-A estiveram em destaque numas jornadas internacionais, que reuniram
também
testemunhos
vindos de Espanha, Itália,
Holanda e Irlanda.
A iniciativa, que teve
lugar no dia 19 de Outubro, na Universidade de
Valladolid, foi organizada pela Fundação Intras,
parceira do CHNE nos projectos INTERREG, e pelo Instituto de Estudos Europeus daquele estabelecimento
de ensino superior, com o objectivo de fomentar a troca
de ideias e experiências entre os participantes, na área
da integração social e da luta contra a discriminação.
A apresentação das actividades que estão a ser
desenvolvidas pelo CHNE, em parceria com a Fundação
Intras e o Complexo Hospitalar de Zamora, foi realizada, em conjunto, pelos coordenadores dos projectos
transfronteiriços nos dois lados da fronteira, Miguel
Martins, pelo Centro Hospitalar do Nordeste, e Pablo
Sánchez, da Intras.
13
Em Revista
CHNE recebeu prémio de boas práticas
As actividades que têm vindo a ser desenvolvidas
na Unidade de Doentes de Evolução Prolongada do
CHNE foram alvo de uma distinção, sendo apontadas
como exemplo de boas práticas no que respeita à integração social, neste caso das pessoas com doença
mental crónica.
O prémio, no
valor de 2.500 euros, foi atribuído no
âmbito do Ano Europeu da Igualdade
de Oportunidades
para Todos (2007),
através de um concurso
promovido
pelo Ministério do
Trabalho e da Solidariedade Social
que teve como objectivo “reconhecer e premiar as boas
práticas na área da integração e da não descriminação
levadas a cabo pelas empresas e organizações da sociedade civil”. E foi entregue ao CHNE pela Coordenadora Nacional da Estrutura de Missão do Ano Europeu
da Igualdade de Oportunidade Para Todos, Dra. Elza
Pais, numa cerimónia que decorreu em Lisboa, com a
presença dos vencedores de cada distrito e respectivos
Governadores Civis.
O trabalho alvo da candidatura, realizado pelos
colaboradores do CHNE Miguel Martins e Sara Costa, e
agora distinguido, a nível distrital, refere-se às iniciativas que têm sido concretizadas pelo CHNE em prol dos
doentes crónicos do foro psiquiátrico, residentes na
Quinta da Trajinha, em Bragança, e da sua reinserção
social. Será, pois, no sentido de dar continuidade a
estes projectos e assim beneficiar estes doentes, que
o prémio será empregue.
III Encontro Desportivo Transfronteiriço
Dando continuidade ao projecto de cooperação
que tem vindo a desenvolver com entidades da vizinha
Espanha, o Centro Hospitalar do Nordeste organizou,
no dia 6 de Setembro, o IV Encontro Desportivo Transfronteiriço de Doentes do Foro Psiquiátrico.
Esta iniciativa, que decorreu no Pavilhão Municipal de Bragança, no âmbito
do Projecto Interreg III - A /
SIPEM contou com a participação das equipas do CHNE,
do CEE - Centro Especial de
Educação de Bragança e ainda duas equipas do Centro
de Reabilitação Psico-Social
da Fundação INTRAS, de Espanha, parceira do CHNE no
desenvolvimento do Projecto
SIPEM.
Após o torneio, seguiu-se a entrega de prémios a
todos os participantes, cerca de 40 doentes, no total,
e um almoço-convívio. Foi, pois, mais um dia diferente
que fica na memória dos utentes e dos profissionais.
Artigos da UDEP à venda na Feira Medieval de Toro
O Centro Hospitalar do Nordeste esteve presente
na Feira Medieval de Toro (Zamora, Espanha), para dar
a conhecer o trabalho que está a ser desenvolvido na
14
oficina laboral da Quinta da Trajinha, em Bragança,
pelos doentes crónicos do foro psiquiátrico.
A iniciativa, integrada no programa transfronteiriço INTERREG III – A / UDEP, foi organizada por um
dos parceiros do CHNE na concretização destes projectos, a Fundação Intras, que, recorde-se, também
esteve presente na Feira de Artesanato de Bragança,
em Maio de 2006.
O mercado medieval de Toro fez parte do programa da tradicional Festa da Vindima, atraindo milhares
de pessoas, que, assim, tiveram oportunidade de ver e
comprar os mais diversos objectos realizados pelos doentes, como canecas, t-shirts, pins e porta-chaves.
Um dos principais objectivos deste género de
iniciativas é fomentar a reabilitação dos doentes do
foro psiquiátrico, promovendo junto da comunidade o
reconhecimento das suas capacidades laborais.
Em Revista
15
Em Revista
Bragança recebeu Congresso de Medicina Interna
Cerca de 200 profissionais de Saúde de todo o país estiveram reunidos em Bragança,
cidade que este ano acolheu a XIV Reunião Nacional de Medicina Interna dos Hospitais
Distritais. A iniciativa primou por um excelente painel de debates, a apresentação de comunicações livres, uma vertente expositiva e ainda um recheado programa cultural.
A cidade de Bragança recebeu, nos passados dias
26 e 27 de Outubro, a XIV Reunião Nacional de Medicina Interna dos Hospitais Distritais. O evento, organizado pelo Núcleo de Medicina Interna dos Hospitais
Distritais, em conjunto com o Serviço de Medicina Interna do CHNE – Centro Hospitalar do Nordeste, reuniu
cerca de 200 profissionais, entre médicos especialistas
e internos e enfermeiros, vindos de todo o país.
O objectivo central desta iniciativa prendeu-se,
de acordo com a Presidente do Congresso, Dra. Prudência Vaz, com a possibilidade de o encontro “fomentar vias de comunicação entre os participantes”,
através da “troca de experiências e saberes”.
Nesse sentido, foram apresentadas, durante os
dois dias do Congresso, diversas comunicações e posters, que passaram por temas tão diversos como a
pneumonia nosocomial, a demência, a insuficiência car-
díaca avançada e a insuficiência respiratória aguda.
No entanto, são de destacar ainda os cursos précongresso, que se realizaram pela primeira vez desde o
início destes Encontros, e que decorreram nos dias 24 e
25, versando sobre infecção e sépsis, como redigir um
artigo médico e ventilação mecânica não invasiva.
Outro momento alto aconteceu com a realização
da mesa redonda sobre decisões médicas envolvendo
o fim da vida, um tema de acalorado debate de ideias,
na qual tomou parte o Bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Pedro Nunes, a quem coube também encerrar
oficialmente este XIV Encontro.
Uma nota ainda para o programa social do Congresso, que deu a conhecer àqueles que vieram de
outras zonas do país várias riquezas desta região do
Nordeste Transmontano, ao nível paisagístico (visitas
à monumental cidade de Bragança e ao Parque Natural
de Montesinho), cultural (actuação do grupo de Pauliteiros de Miranda do Douro e presença dos Caretos de
Salsas) e gastronómico (com a degustação de diversas
iguarias típicas).
A XV Reunião Nacional de Medicina Interna dos
Hospitais Distritais ainda não tem data nem local marcado, mas deverá acontecer, no próximo ano, na zona
Sul.
GCI
14ª Reunião | NACIONAL
do Núcleo de Medicina Interna dos Hospitais Distritais
16
Em Revista
III Encontro Transmontano de Unidades de AVC
470 profissionais de Saúde estiveram reunidos, no III Encontro Transmontano de Unidades de
AVC, para trocar ideias e experiências sobre aquela que é, actualmente, a primeira causa de morte
em Portugal e a terceira na Europa.
O III Encontro Transmontano de Unidades de
AVC, que decorreu no Centro Cultural de Macedo de
Cavaleiros, no dia 07 de Dezembro, resultado de uma
junção de esforços das Unidades de AVC dos Centros
Hospitalares do Nordeste e de Trás-os-Montes e Alto
Douro, contou com a presença de diversos especialistas de renome no que diz respeito a esta temática, dos
quais se destaca o Presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), Professor
Doutor Castro Lopes.
Em debate estiveram temas como os factores de
risco modificáveis e as estratégias de prevenção; a
experiência da Via Verde para o AVC no Distrito de Vila
Real; a reabilitação do doente com AVC; a experiência
de cuidados de enfermagem nas Unidades de AVC do
CHNE e no Hospital de S. João; a Casuística da Unidade
de AVC do Centro Hospitalar da Cova da Beira e ainda
a avaliação dos vasos do pescoço por ecodoppler e
angiotac. Além destas intervenções, foram também
realizadas diversas comunicações livres.
Não só pelo número de profissionais envolvidos,
como pela multiplicidade e riqueza temática das intervenções realizadas, esta iniciativa superou as expectativas da organização e dos participantes.
Unidade de AVC ampliada
A Unidade de AVC de Macedo de Cavaleiros
vai em breve ver aumentada a sua capacidade de
8 para 12 camas, melhorando assim a resposta
aos doentes da região. A nova Unidade ficará situada no mesmo piso da actual, mas na zona dos
quartos particulares. Além disso, será integrada
na Via Verde do AVC, com vista a aumentar a
acessibilidade dos doentes aos cuidados aí prestados.
Criada há três anos, e constituída por uma
equipa multidisciplinar de grande profissionalismo, a Unidade de AVC de Macedo de Cavaleiros
atende cerca de 250 doentes por ano, contribuindo assim para a redução significativa da mortalidade, incapacidade e a necessidade de assistência
institucional.
Bombeiros frequentaram formação sobre AVC
“Alerta para o AVC no Distrito de Bragança”. Foi
este o tema da conferência destinada às corporações
de Bombeiros do Distrito de Bragança, que teve lugar
no dia 08 de Dezembro, no auditório da Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros.
Em debate estiveram questões ligadas ao transporte de doentes vítimas de acidente vascular cerebral,
a cargo do médico Domingos Fernandes, responsável pela Viatura Médica de Emergência e Reanimação
(VMER) de Bragança, e à implementação da Via Verde
para o AVC, cujos esclarecimentos foram prestados
pelo Dr. Vítor Oliveira, da Direcção Geral da Saúde.
Antes disso, o Presidente da Sociedade Portuguesa
do AVC, Professor Doutor Castro Lopes, elucidou os
presentes com noções fundamentais sobre o que é o
AVC, como se manifesta, de que forma se pode prevenir, entre outras.
GCI
17
Em Revista
Colaboradores do CHNE festejaram o Natal em Mirandela
À semelhança do ano passado, os colaboradores
das três Unidades Hospitalares que integram o CHNE
reuniram-se para festejar o Natal. Depois de Macedo
de Cavaleiros, foi agora a vez de Mirandela acolher
este encontro, que decorreu no dia 21 de Dezembro,
no Centro Juvenil dos Salesianos S. João Bosco.
Após um jantar de convívio, a animação continuou noite dentro, com um baile, em que todos cantaram, dançaram e confraternizaram, num ambiente
muito descontraído e informal.
Entre os momentos altos da festa, destaque para
o sorteio de um quadro a óleo sobre tela e para o corte do bolo do CHNE, em que se brindou à quadra e à
continuidade deste género de iniciativas.
O CHNE agradece, assim, a presença dos seus
Colaboradores neste evento, e também a todas as
entidades que, de forma individual e colectiva, contribuíram para a realização e o sucesso desta comemoração natalícia.
GCI
18
Em Revista
CHNE realizou Festa de Natal para os Utentes
O CHNE realizou nas suas Unidades uma Festa de Natal destinada aos Utentes e à qual os Colaboradores e os
Voluntários se associaram. Esta iniciativa contribuiu para a humanização das Unidades de Saúde e para proporcionar aos Utentes um maior conforto e alegria numa quadra tão especial – e particularmente difícil para aqueles
que estão doentes - como é o Natal.
Houve festa no Hospital. O objectivo foi assinalar a quadra
natalícia junto dos Utentes do CHNE, dando-lhe alegria, esperança
e os votos de Boas Festas, assim como as melhoras.
Na Unidade de Bragança, a celebração teve lugar no dia 17
de Dezembro, tendo início com a realização de uma missa solene,
pelas 10h00, no átrio principal, presidida por sua Excelência Reverendíssima, o Bispo da Diocese de Bragança/Miranda, D. António
Montes Moreira. Mais tarde, pelas 14h30, a Tuna da Casa de Trabalho Dr. Oliveira Salazar entoou vários cânticos em diversos espaços
da Unidade Hospitalar, nomeadamente no hall central dos pisos de
Internamento, no edifício de Medicina Interna e no novo Pavilhão
da Consulta Externa. Ainda durante a tarde, decorreram actividades
lúdicas no Serviço de Pediatria, como a leitura de contos de Natal e
teatro de fantoches, envolvendo as crianças aí internadas.
Na Unidade de Macedo de Cavaleiros, a Festa de Natal realizou-se mais cedo, no dia 14, iniciando-se igualmente com uma missa
cantada, destinada aos Utentes e Colaboradores do CHNE. Seguiuse depois uma distribuição de lembranças aos doentes internados
nesta Unidade Hospitalar.
Por sua vez, na Unidade de Mirandela, a quadra natalícia foi
também assinalada, nesse mesmo dia, com uma missa realizada na
Capela do Hospital e que foi igualmente presidida pelo Senhor Bispo
da Diocese de Bragança/Miranda.
Após esta cerimónia, um grupo de alunos da Esproarte – Escola
Profissional de Arte de Mirandela tocou músicas de Natal nos diversos
serviços de Internamento. A festa terminou com um lanche, também
alusivo à quadra, com bolo-rei e torta.
GCI
19
Em Revista
“O lugar de Director Clínico não é solitário”
Sampaio da Veiga, médico Oftalmologista, Director Clínico do CHNE, fala em discurso directo
sobre as responsabilidades, as dificuldades, as motivações e as aspirações deste cargo, que exerce
desde Janeiro de 2006.
Começou a sua carreira médica hospitalar no
antigo Hospital Distrital de Bragança, em 1979,
do qual foi mais tarde Director Clínico. Acompanhou a evolução deste Hospital, hoje integrado
no Centro Hospitalar do Nordeste. O que é que
mudou, nestes anos?
Houve essencialmente uma melhoria significativa na qualidade dos serviços prestados aos utentes,
criando-se infra-estruturas mais adequadas às necessidades e dotadas de recursos humanos qualificados,
assim como de equipamentos tecnologicamente mais
avançados, capazes de dar uma maior resposta às
situações com que nos deparávamos. Obviamente
que se foram também registando mudanças ao nível
da gestão hospitalar, derivadas dos diversos ciclos de
governação a que o país assistiu, nomeadamente a
passagem dos Hospitais a entidades S.A. e, mais tarde,
E.P.E., como foi o caso do Centro Hospitalar do Nordeste, em Dezembro de 2005, agregando as Unidades
de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela. No
entanto, os profissionais de Saúde têm sabido aceitar,
com abertura, as directivas que foram sendo emanadas, tendo-se verificado uma grande colaboração
com os corpos dirigentes. Nesse sentido, a criação do
CHNE, que também implicou novas medidas de gestão
e administração, em particular uma reorganização de
todos os Serviços, acabou igualmente por decorrer
dentro da normalidade.
Como Director Clínico do CHNE, qual é a sua
maior preocupação ou responsabilidade?
Esta é uma tarefa que entendo como uma missão em prol da comunidade, procurando implementar regras e estratégias definidas pela tutela, e com
as quais globalmente me identifico, a fim de garantir
aos utentes cuidados de saúde de qualidade. Por isso,
mesmo ocupando cargos de Direcção, nunca deixei de
fazer o atendimento dos doentes. E sempre procurei
que fossem realizados todos os melhoramentos necessários para garantir que esse atendimento fosse,
como disse, de qualidade.
Com a criação do CHNE, quais foram as medidas mais importantes, no âmbito da gestão
clínica, que teve de tomar?
Logo após ter assumido funções, este Conselho
de Administração tratou de identificar os principais
constrangimentos do Centro Hospitalar, de modo a
poder ultrapassá-los. Foram então definidas, no Plano Estratégico do CHNE, as medidas a adoptar nesse
sentido, e que passaram, por um lado, pela reorganização dos Serviços Clínicos e de Apoio, e, por outro
lado, pela melhoria de diversas infra-estruturas, que
se encontravam envelhecidas ou desajustadas face
às necessidades. Dou como exemplos, de uma forma
genérica, na Unidade de Bragança, a requalificação do
Internamento, o novo Edifício de Consultas Externas,
a nova Urgência (cuja obra irá arrancar em breve), a
entrada em funções de uma VMER que acorre a todo
20
o Distrito, a existência da Traumatologia e a melhoria
da Maternidade. Na Unidade de Macedo de Cavaleiros,
destacam-se a conclusão de um novo Bloco Operatório, com cirurgia programada de Ortopedia e Otorrino, a ampliação da Unidade de AVC (que também irá
iniciar-se em breve) e a criação de uma Unidade de
Cuidados de Convalescença. E na Unidade de Mirandela temos um novo Laboratório de Patologia Clínica e
está praticamente concluído o novo Bloco de Cirurgia
de Ambulatório.
Havia, então, muito a fazer?
A criação do CHNE constituiu um desafio, que pôs
à prova a nossa capacidade de gerir os meios humanos
e técnicos de forma eficiente, equilibrada, e de forma a
dar uma resposta de qualidade aos utentes. Para isso,
foi necessário, por vezes, mexer com alguns interesses
instalados, transferir profissionais de umas estruturas
para outras, a fim de criar equipas de trabalho capazes de oferecer os melhores cuidados e nas melhores
condições. Apesar de os próprios Serviços terem sido
chamados a colaborar neste processo de reorganização, houve um ou outro caso de resistência inicial,
mas a necessidade de tomar estas medidas, em prol
dos doentes, levou à aceitação geral. Noutros casos,
foram mesmo os Serviços a sugerirem as mudanças
que acabaram por se verificar e que se vieram a revelar acertadas.
Como tem encarado a sua actividade de Director Clínico? Tem sido difícil?
A actividade do Director Clínico, sendo fundamental numa instituição desta natureza, é também
uma das que encontra maiores dificuldades na implementação de normas de reorganização dos serviços.
Os objectivos só poderão ser cumpridos com o empenhamento activo de todos, em particular dos Directores de Serviço. Embora o ónus das dificuldades passe
para o Director Clínico, são eles que são responsáveis
pela resolução dos problemas no concreto. Assim, te-
Em Revista
nho procurado gerir as dificuldades que vão surgindo
através do esclarecimento directo aos profissionais,
com os quais tenho vindo a fazer reuniões regulares,
desde o primeiro momento. Além disso, ouço as suas
sugestões, procuro dar resposta às suas dúvidas, promovo a articulação com os meus adjuntos nas diversas
Unidades, tenho sempre a porta aberta para o que for
preciso…
Não é fácil mudar comportamentos ou ideias préconcebidas, mas diz o ditado que “água mole em pedra
dura…”
Qual foi a decisão mais difícil que teve de
tomar?
Não houve propriamente uma medida mais difícil,
mas sim uma fase mais difícil. A transferência de médicos de um local para outro, no início da criação do
Centro Hospitalar, causou algumas resistências, mas
após os esclarecimentos prestados aos profissionais,
assim como às Câmaras e Assembleias Municipais dos
concelhos da nossa área de abrangência, em que expusemos os objectivos e as fundamentações técnicas
da reorganização dos serviços, mostraram que as decisões que tomámos eram as mais adequadas para bem
servir as populações. Com a falta de recursos humanos
que temos, não podemos ter os serviços dispersos, é
necessário criar equipas coesas que garantam os melhores cuidados de saúde a quem deles precisa.
Falou na falta de recursos humanos, nomeadamente médicos. Como é que se encontra o
Centro Hospitalar do Nordeste a esse nível?
O CHNE, infelizmente, continua carenciado em
algumas especialidades e é uma situação difícil de
inverter, principalmente no Interior. Nenhuma das
nossas três Unidades pode responder, por si só, às
necessidades de uma população envelhecida, como é
a transmontana, daí também ser fundamental a reorganização dos Serviços Clínicos que levámos a cabo.
O Serviço que melhor responde às actuais lacunas
de profissionais é a Medicina Interna, mas mesmo aí
deveria haver mais médicos, para encararmos o futuro
com mais optimismo.
Procuramos sempre trazer mais médicos para o
CHNE, no entanto, na impossibilidade de preencher
todas as carências, saudamos o empenho dos profissionais que se encontram no terreno e que procuram
dar o seu melhor. Quando não se consegue resolver a
situação do doente no nosso Centro Hospitalar, ele é
encaminhado, de acordo com a rede de referenciação
da respectiva especialidade.
Outra solução é recorrer à compra de serviços ao
exterior, a fim de suprir as carências locais.
O mais importante é garantir que nenhum doente
fica sem o melhor tratamento de que necessitar, independentemente do local onde se encontra.
A propósito, como é que se encontram as
listas de espera do CHNE?
As listas de espera, quer para consulta, quer para
cirurgia, têm vindo a baixar. Havia mais dificuldades
em Oftalmologia, Ortopedia e Otorrino, mas a situação
melhorou bastante com a contratação de dois oftalmologistas e a abertura de um novo bloco operatório na
Unidade de Macedo, que está a dar uma maior resposta
às necessidades nas duas últimas especialidades que
referi. Com a abertura do novo bloco de cirurgia de
ambulatório em Mirandela, as listas de espera irão
baixar ainda mais.
De que forma se implementa uma política de
qualidade num quadro de redução de custos?
Nunca se registou, até agora, nenhuma dificuldade, relacionada com questões económicas, na prestação de cuidados médicos aos doentes.
Para uma melhor gestão desses dois parâmetros, há um envolvimento dos profissionais, sendo
os médicos convidados a estabelecer protocolos de
actuação, em função das necessidades e dos custos.
Assim, atingimos um ponto de equilíbrio, sendo sempre adoptada a solução que se revelar como a melhor
para o doente.
Neste âmbito, é também de destacar o importante papel da Comissão de Farmácia e Terapêutica,
que procura encontrar as soluções mais adequadas a
cada caso.
Quais são as suas perspectivas futuras, para
si, como médico, e para o CHNE?
Aceitei ser Director Clínico numa fase da minha
vida profissional em fim de carreira, porque tenho
maior disponibilidade de tempo para uma tarefa já de
si difícil, mas mais exigente com a supervisão de três
Unidades Hospitalares.
Não considero este lugar como o culminar da
carreira, mas é um desafio aliciante, ao serviço da
comunidade.
Como todos os médicos em fim de carreira, penso numa reforma, mas não significa que seja no final
da minha responsabilidade como Director Clínico, até
porque tenho desempenhado um serviço do qual nunca
abdiquei…
Porque o lugar de Director Clínico não é um lugar
solitário, quero também deixar um agradecimento a
todos os que me apoiam e apoiaram, directa ou indirectamente, para que levasse esta tarefa a bom porto.
Não basta criar normas ou regras, é necessário aplicálas, com trabalho e organização.
GCI
21
CHNE Divulga
Cancro da Mama:
Conhecer, prevenir…
Introdução:
O Cancro da Mama é um tumor maligno que se
desenvolve nas células do tecido mamário, pode invadir os tecidos vizinhos e disseminar-se (metastizar)
para outros órgãos do corpo. É mais frequente nas
mulheres mas pode atingir também os homens. Actualmente o cancro da mama é uma crua realidade em
todo o mundo. Tendo a sua incidência aumentado de
forma regular, durante a segunda metade do século
passado. Quando detectado e tratado logo de início, a
taxa de cura é de até 95%.O diagnóstico precoce é a
melhor arma no combate deste flagelo.
Epidemiologia:
O cancro da mama, que é o cancro mais comum
na mulher, representa cerca de 24% dos casos de
cancro. No mundo ocidental, atinge uma mulher em
cada dez, com meio milhão de novos casos ocorridos
por ano, só na Europa. Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, o cancro da mama continua a
ser a primeira causa de morte das mulheres entre os
35 e os 55 anos e a segunda entre as mulheres de
todas as idades. Na Europa, quase 20% de todas as
mortes por causa oncológica são devidas ao cancro da
mama. Calcula-se que este seja responsável por mais
de 100.000 mortes por ano. Estima-se que uma em
cada 10 mulheres irão desenvolver cancro da mama
ao longo da sua vida.
Factores de risco:
Factores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolver cancro da mama:
• História familiar da doença
• Envelhecimento
• Exposição aos agentes cancerígenos
• Não ter filhos (nuliparidade) ou ter o primeiro
filho depois dos 30 anos).
Além disso, uma vida menstrual longa, resultado
de uma menarca precoce ou de uma menopausa tardia, aumenta o risco de cancro.
Alguns investigadores acreditam que a obesidade, uma alimentação rica em gorduras, a ingestão
excessiva de álcool e o uso de medicamentos contendo estrogénios (terapêutica de substituição hormonal ou pílulas anticoncepcionais) podem aumentar o
risco de cancro. No entanto, 80% das mulheres com
o diagnóstico de cancro da mama não têm factores
de risco conhecidos. A primeira Conferência Mundial
sobre o Cancro da Mama teve lugar em Julho de 1997
em Kingston, Ontario, reconheceu a ligação entre o
aborto e o cancro da mama. Vinte e cinco de trinta e
um estudos epidemiológicos mundiais – estudos em
mulheres de ascendência Africana, Asiática e Europeia
– concluíram que mesmo um único aborto aumenta o
risco de adquirir mais tarde cancro da mama.
22
Tipos de cancro:
• Adenocarcinoma: quase todos os tumores
malignos da mama têm origem nos ductos ou nos lóbulos da mama, que são tecidos glandulares. Os dois
tipos mais frequentes são o carcinoma ductal e o
carcinoma lobular.
• In situ: este termo define o cancro da mama
precoce, quando se encontra limitado aos ductos (carcinoma ductal in situ) ou lóbulos (carcinoma lobular in
situ), sem invasão dos tecidos mamários vizinhos ou
de outros órgãos.
• Carcinoma ductal in situ (CDIS): o carcinoma ductal in situ é o tumor da mama não invasivo
mais frequente. Praticamente todas as mulheres com
CDIS podem ser curadas. A mamografia é o melhor
método para diagnosticar o cancro da mama nesta
fase precoce.
• Carcinoma lobular in situ (CLIS): embora
não seja um verdadeiro cancro, o CLIS é por vezes
classificado como um cancro da mama não invasivo.
Muitos especialistas pensam que o CLIS não se transforma num carcinoma invasor mas as mulheres com
esta neoplasia têm um maior risco de desenvolver
cancro da mama invasor.
• Carcinoma ductal invasor (CDI): este é o
cancro invasor da mama mais frequente. Tem origem
nos ductos e invade os tecidos vizinhos. Nesta fase
pode disseminar-se através dos vasos linfáticos ou do
sangue, atingindo outros órgãos. Cerca de 80% dos
cancros da mama invasores são carcinomas ductais.
• Carcinoma lobular invasor (CLI): tem origem nos lóbulos. À semelhança do CDI pode disseminar-se (metastizar) para outras partes do corpo.
Cerca de 10% dos cancros da mama invasores são
carcinomas lobulares.
• Carcinoma inflamatório da mama: este é
um cancro agressivo mas infrequente, correspondendo
a cerca de 1% a 3% de todos os cancros da mama.
Outros tipos mais raros de cancro da mama são o
Carcinoma Medular, o Carcinoma Mucinoso, o Carcinoma Tubular e o Tumor Filoide Maligno, entre outros.
CLASSIFICAÇÃO DO CANCRO DA MAMA EM
ESTÁDIOS:
Estádio 0: Corresponde ao Carcinoma ductal in
Situ
Estádio I: Quando o tumor tem até 2cm, sem
qualquer evidência de se ter espalhado pelos gânglios
linfáticos próximos.
Estádio II: Inclui tumores de até 5cm, mas com
envolvimento de gânglios linfáticos ou então, um tumor primário com mais de 5cm, sem metástases.
Estádio III: Quando o tumor tem mais de 5cm
e há envolvimento dos gânglios linfáticos da axila do
lado da mama afectado.
CHNE Divulga
Estádio IV: Quando existem metástases no fígado, ossos, pulmão, pele ou outras partes do corpo.
DIAGNÓSTICO:
É fundamental que o diagnóstico do cancro da
mama seja feito o mais precocemente possível, pois isto
aumenta as hipóteses de cura, evita que o cancro se
espalhe (metastize) para outras partes do corpo, favorecendo o prognóstico, a recuperação e a reabilitação. O
cancro da mama pode apresentar diversos sintomas:
- aparecimento de nódulo ou endurecimento da
mama ou debaixo do braço.
- mudança no tamanho ou no formato da mama.
- alteração na coloração ou na sensibilidade da
pele da mama ou da auréola.
- secreção contínua por um dos ductos.
- retracção da pele da mama ou do mamilo.
-“ inchaço” significativo ou retracção da pele.
Para um diagnóstico precoce do cancro da mama,
é necessário que todas as mulheres:
- Façam um auto-exame das mamas mensalmente, após o período menstrual.
- Façam consultas periódicas no seu médico assistente.
- Sejam integradas em programas de rastreio.
Técnica do auto-exame:
1° - Observação em frente do espelho:
Antes do banho, posicione-se em frente ao espelho. Observe os dois seios, primeiro com os braços
caídos, depois com as mãos na cintura fazendo força
nas mãos e, por fim, com elas atrás da cabeça, observe
tamanho, posição, forma da pele, auréola e mamilo.
Faça o mesmo controle com os braços levantados e
mantidos atrás da cabeça.
Procure qualquer alteração na superfície (depressão ou saliência) ou rugosidade.
Pressione o mamilo suavemente e veja se dá saída
a qualquer líquido. Se o mamilo está umbilicado (como
o umbigo) e não era assim, é uma alteração a referir.
2° - Palpação de pé:
Durante o banho, deslize as mãos sobre as mamas. Com os dedos unidos, use a mão direita para
apalpar a mama esquerda e a mão esquerda para a
direita. Procure “caroços”, alterações de consistência,
secreções, ou saliências.
Divida o seio em faixas verticais e horizontais de
modo a formar 4 quadrantes e com os dedos estendidos e em pequenos movimentos circulares, faça a
palpação de cada faixa, de cima para baixo.
Palpe também a axila e o pescoço, mas dê particular atenção ao quadrante superior-externo. Repita
as mesmas manobras para a mama direita.
3° - Palpação deitada:
Deitada, coloque uma toalha dobrada sob o
ombro direito para examinar a mama direita. Inverta o procedimento para examinar o outro lado
Palpe toda a mama através de suave pressão sobre
a pele com movimentos circulares. Palpe a metade
externa da mama que, em geral, é mais consistente,
depois as axilas.
Diagnóstico clínico:
Para fazer o diagnóstico, a mulher será submetida
a algumas perguntas sobre si e sobre a história familiar, a observação clínica e a meios complementares
de diagnóstico.
Palpação: Palpando a mama com as mãos percorrendo os seus quadrantes, o médico poderá sentir
a presença de nódulos.
Mamografia: É o principal exame para o estudo
mamário. Como é muito preciso, permite determinar o
tamanho, localização e as características de um nódulo
com apenas alguns milímetros, mesmo que não sejam
detectados por palpação.
Ultrassonografia (ecografia): Complementa a
mamografia dando informação sobre a natureza das
lesões, nomeadamente se o nódulo é sólido ou contém
líquido (quisto).
Citologia aspirativa: Por meio de uma agulha fina
e de uma seringa, é aspirada uma pequena quantidade
de líquido ou uma porção do tecido do nódulo para
exame laboratorial. Este exame pode ser guiado por
ecografia ou através de estereotaxia mamária.
Biopsia: É o procedimento (cirúrgico ou não) para
colher uma amostra do nódulo suspeito. Muito semelhante á citologia aspirativa, este exame pode ser guiado por
ecografia ou estereotaxia mamária. O tecido recolhido
permite confirmar a presença de células neoplásicas.
Receptores hormonais (estrógeno e progesterona): São testes laboratoriais, dão indicações da influência das hormonas de poderem ou não estimular o
crescimento do cancro.
23
CHNE Divulga
Cuidados Paliativos:
Conceito histórico e sua
realidade existente
O estadiamento do cancro da mama leva em conta o tamanho do tumor, o envolvimento de gânglios
linfáticos da axila próxima à mama e a presença ou
não de metástases em outros órgãos. Assim, podem
ser efectuados exames de tomografia computorizada,
estudos analíticos, ecografia, cintilograma ósseo, provas de função hepática, ressonância magnética, etc.
CONCLUSÃO:
O cancro da mama, que é o cancro mais comum
na mulher, representa cerca de 24% dos casos. Sendo
raro antes dos 30 anos, o cancro da mama tem mais
probabilidades de se desenvolver à medida que a idade
avança, embora a taxa de crescimento abrande nas
mulheres que atingiram a menopausa. Há numerosos
factores de risco conhecidos como história familiar da
doença, envelhecimento, exposição aos agentes cancerígenos, não ter filhos (nuliparidade), maternidade
tardia e vida menstrual longa. Alguns investigadores
acreditam que a obesidade, uma alimentação rica em
gorduras, a ingestão excessiva de álcool e o uso de
medicamentos contendo estrogénios podem aumentar
o risco de cancro. No entanto, em cada cinco mulheres
com o diagnóstico de cancro da mama, quatro não têm
factores de risco conhecidos. Se a doença é detectada
e tratada cedo a taxa de sobrevivência pode chegar a
95%, sendo assim necessário o diagnóstico precoce
para o qual muito contribui o aperfeiçoamento dos programas de rastreio com a realização de mamografias.
BIBLIOGRAFIA
www.roche.pt/her2/acerca/
www.mulherportuguesa.com
www.cancerdemama.org.br
www.arsalgarve.min-saude.pt
www.ipatimup.pt/medprev/Mama2
www.mundopt.com
www.arsalgarve.min-saude.pt/docs/cancro_
da_mama
www.oesteonline.pt/noticias/noticia.
asp?nid=11801
www.ligacontracancro.pt
www.dgsaude.pt/upload/membro.id/ficheiros/
i006361
Maria Laura Sousa
Técnica de Radiologia do Hospital de St.º António
José Manuel Fidalgo Fernandes
Técnico de Radiologia da UH de Mirandela
24
O termo paliativo significa manto e tem origem
no étimo latino pallium.
A prática dos cuidados paliativos resultou do movimento “hospice” moderno, embora tenha surgido no
século IV antes de Cristo.
A palavra francesa “hospice” é tradução do vocábulo latino hospitium, cujo significado é “hospedagem,
hospitalidade” e traduz um sentimento de acolhimento.
Naquela época, o hospitium significava tanto o local,
como o vínculo que se estabelecia entre as pessoas
(ABU-SAAD;COURTENS, 2001).
A transformação dos “hospices”, tal como hoje
se apresenta, deveu-se à enfermeira, assistente social e médica Cicely Saunders que fundou o Saint
Christopher`s Hospice, uma instituição modelo do
cuidar de doentes em fase terminal na Inglaterra, no
ano de 1967, dando uma nova dimensão aos cuidados paliativos (DUNLOP; HOCKLEY, 1998; TWYCROSS,
2000; ABU-SAAD; COURTENS, 2001).
Cicely Saunders, pioneira dos cuidados paliativos
e do chamado “Hospice Movement”, trabalhou num
“hospice” nos anos 50, em Dublin, - Irlanda, onde
os doentes em fim de vida eram tratados carinhosamente, mas não havia cuidados médicos, então, atribuindo-lhes extrema importância, tirou um curso de
assistente social e mais tarde de medicina, criando um
novo “hospice”, de modo a controlar a dor e outros
sintomas através de novas tecnologias e mantendo a
forma carinhosa de acompanhamento dos doentes em
fim de vida. Os doentes eram tratados nos hospitalis
(que significa boas vindas ao estranho). Em 1840, na
França os “hospices” eram lugares onde os peregri-
CHNE Divulga
nos se abrigavam durante a
sua peregrinação. Ao longo
dos tempos este termo foi
evoluindo criando um novo
termo “cuidados paliativos”
ou de medicina paliativa.
Quando se fala de Cuidados Paliativos, temos que
ter em conta que não se trata apenas de curar mas
também de cuidar da pessoa e da família, isto é tratar não só a nível de alívio dos sintomas e aspectos
físicos, mas também dos psicológicos e espirituais,
num tratamento que prepare de forma tão completa e
construtiva quanto possível para uma morte próxima,
de modo a que o doente possa viver com dignidade
os últimos momentos da sua vida.
Com o avanço das novas tecnologias resultou um
aumento da sobrevida dos doentes oncológicos.
Segundo ANCP (Associação Nacional de Cuidados Paliativos, Boletim Informativo nº1, Primavera
1996, p.2) citado em (PACHECO, S. 2002), cuidados
paliativos são “cuidados totais e activos prestados aos
enfermos cuja doença já não responde ao tratamento
curativo, com o objectivo de obter a melhor qualidade
de vida possível até que a morte ocorra, controlando a
dor e os outros sintomas e integrando aspectos psicológicos, sociais e espirituais nesses cuidados”.
Neste sentido, podemos afirmar que os Cuidados
Paliativos não adiam nem prolongam a morte, mas sim
criam um ambiente favorável de modo que a morte
decorra como um processo normal, com o alívio da dor
e de outros sintomas.
Como profissionais de saúde devemos zelar por
esta filosofia adequada aos doentes que necessitam
destes cuidados. Há tempos atrás o papel do profissional de saúde terminava quando se sabia que o doente
ía morrer, mas o desejo dos profissionais de saúde foi
crescendo, desde o momento que estes descobriram
que há ainda muito a fazer mesmo que o doente saiba
estar próximo da morte.
Segundo (PACHECO, S. 2002), a institucionalização dos Cuidados Paliativos teve início na Inglaterra
na década de 60 cujo objectivo era “juntar vida aos
dias e não dias à vida”.
Existem diversos programas de cuidados paliativos que vão desde unidades integradas em hospitais,
unidades de Cuidados Paliativos e unidades de apoio
domiciliário. Isto diversifica do doente para doente e
de acordo com diversos factores (políticos, culturais,
económicos...) dos diferentes países.
No nosso país ainda só foram visíveis os primeiros passos a nível da preocupação do doente em fase
terminal de vida.
Passamos a citar alguns dos serviços existentes
no nosso país para esse fim:
a) Serviço de Cuidados Paliativos do IPO – Porto;
b)Unidade de Cuidados Continuados do Centro
de Saúde de Odivelas;
c) Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital do
Fundão;
d)Unidade de Medicina Paliativa de Misericórdia
da Amadora;
e)Serviço de Cuidados Paliativos IPO Coimbra.
Não menos importante são os serviços existentes
nas diferentes instituições hospitalares, assim como
clínicas de dor e associações, que permitem aliviar o
doente em regime ambulatório ou mesmo hospitalar.
Devemos assim, encarar a morte com naturalidade de modo a podermos apoiar o doente e família para
viver o seu tempo de vida com a melhor qualidade de
vida possível, convivendo com a ideia de uma morte
próxima.
Conclusão:
Segundo (MELO, Ana; FIGUEIREDO, Marco), citado em (PIMENTA, C. et al, 2006), “Cuidados Paliativos
são um direito do paciente, um dever dos profissionais, e não um luxo”. Estes evoluíram muito ao longo
do tempo. O enfermeiro como elemento da equipa
de saúde torna-se o elo de ligação entre o doente, a
família e a restante equipa de saúde, de modo a aliviar
e cuidar do doente de forma a possibilitar uma melhor
passagem para o fim da vida.
Segundo HENNEZEL, Marie na sua última publicação, citado em (PACHECO, S. 2002) “Se há tão poucos pedidos de eutanásia nas unidades de Cuidados
Paliativos, não é só porque a dor aí seja mais aliviada
ou porque se acompanha mais aliviada ou porque se
acompanha melhor os moribundos, é também porque
aí se tem o direito de morrer”.
BIBLIOGRAFIA:
ABU-SAAD, H. H.; COURTENS, A. - Developments in
Palliative Care. In: ABUD-SAAD, H.H. Evidence-based
palliative care: across the life span. Oxford: Blackwel
Science, 2001.
DUNLOP, R. J.; HOCKLEY, J. M. – Hospital-based palliative
care teams. 2 ed. Oxford: Oxford University, 1998.
NEVES, Chantal – Cuidados paliativos – Dossier Sinais
Vitais nº4,1ª Edição Coimbra: 2000.
PACHECO, Susana – Cuidar a pessoa em fase terminalperspectiva ética, 2ª Edição, Loures: Lusociência,
2002.
PESSINI, Leo; BERTACHINI, Luciana – Humanização e
Cuidados Paliativos, 2ª Edição, São Paulo, SP: Edições
Loyola, 2004.
PIMENTA, Cibele Andrucioli de Mattos et al – Dor e
Cuidados Paliativos- Enfermagem , Medicina e Psicologia,
SP Brasil: Manole, 2006.
TWYCROSS, Robert – Cuidados Paliativos –2ª Edição,
Lisboa: Climepsi Editores, 2003.
Sónia Cebolo
Enfermeira no Centro Hospitalar do Médio Ave
Delfim Geraldo
Enfermeiro na UH de Mirandela
25
CHNE Divulga
Infância e Carência Afectiva - Neuroses
Introdução
Este trabalho foi principalmente motivado pelo
facto de nas nossas consultas de psicologia (em articulação com as consultas de Pedopsiquiatria do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental), sermos
várias vezes confrontadas com a carência cada vez
maior de afectos nas crianças, facto que daí resultam
outras patologias mais graves.
Assim, o nosso objectivo é alertar todos os implicados no meio familiar/extra-familiar para a necessidade de interacção e suporte afectivo necessário e imprescindível para o bom desenvolvimento da criança.
Os conflitos psíquicos são inevitáveis no desenvolvimento da criança. Estes conflitos dão origem a
sintomas que persistem até ao momento em que o Eu
atinge Maturidade para os poder elaborar.
Em termos psicanalíticos, isto supõe a diferenciação de instâncias psíquicas, em particular o Superego.
É frequente que uma alteração neurótica da criança esteja ligada a uma neurose de um dos progenitores.
Existem quatro tipos de neuroses:
• Neuroses de angústia
• Neuroses fóbicas
• Neuroses obsessivas
• Neuroses histéricas
Neuroses de Angústia
A angústia é um afecto penoso em relação quer
com uma situação traumatizante actual, quer com a
expectativa de um perigo ligado a um objecto indeterminado.
É, provavelmente, aquela para a qual há menor
solução de continuidade entre a infância e a idade
adulta.
Ajuriaguerra distinguiu:
• Reacções de angústia episódicas: surgem no
decorrer de um síndrome febril ou de um acto médicocirúrgico;
• Reacções de angústia aguda: como crises de
pânico intenso nas quais a criança fica aterrorizada,
olhos arregalados, com tremores e suores; estas crises
têm uma duração variável e acompanham-se de alterações funcionais diversas, como taquicardia, hiperpneia
e dor abdominal. Em certos casos, estas crises surgem
no momento em que a criança vai para a escola, tem
de fazer uma avaliação escolar ou um exame;
• Reacções de angústia crónica: é um estado de
inquietação e de medo permanente. A criança nestes
casos vive sob um estado de vigilância exacerbada.
Muitas vezes associam-se manifestações funcionais:
alterações do sono e do apetite, falta de ar, palpitações,
dor abdominal e quando surge insónia, esta normalmente ligada à angustia de morte, em especial quando
há perda de um dos progenitores, familiar próximo ou
amigo.
Como referiu Brisset e Bernard, “desde criança, o
indivíduo manifestou uma tendência à inquietação, às
posições de recusa e pediu protecção. A mãe, a irmã
mais velha, professores e amigos tornam-se suportes
necessários à sua segurança”.
Neurose Fóbica
Fobias são medos intensos sem base racional,
perante objectos ou situações que não correspondem
a qualquer perigo real.
São muito frequentes na criança. Mallet estudou a
sucessão de tipos de fobias segundo a idade. Assim:
• Fobia ao escuro e terrores nocturnos – a partir dos 2 anos;
• Fobia a animais grandes até aos
3 anos;
• Fobia a animais pequenos até
aos 4 anos;
• Fobia de situação até aos 5
anos
No entanto isto não é universal
e alguns autores contestam esta cronologia, referindo que o conteúdo das
fobias infantis está sobretudo ligado ao
contexto cultural.
Por outro lado, estas fobias bem
circunscritas podem, no caso de certas
crianças, ser fobias mal organizadas e
de carácter bizarro, como por exemplo,
fobia à ausência de barulho que faz a
neve ao cair; este tipo de fobia tem
muito mais valor como sintoma prépsicótico ou psicótico do que neurótico.
As fobias escolares são uma das
formas frequentes de organização fó-
26
CHNE Divulga
bica da infância. Geralmente surgem mais no final da
escolaridade primária, por volta dos 8-9 anos.
Neuroses Obsessivas
As neuroses obsessivas são a substituição simultânea da reacção defensiva imediata e do desencadeamento tardio, através do investimento energético,
numa situação comportamental paralela e pseudo-traumatizante = ritual. Os sintomas obsessivos na criança
podem surgir segundo a idade (Lebovici e Diatkine):
• No 1º ano de vida: a criança, de modo repetitivo, deita ao chão um objecto para alguém o apanhar;
• No 2º ano de vida: os rituais acompanham
uma aprendizagem do controlo esfincteriano, assim,
a criança recusa fazer uso de um pote que não seja o
seu, coloca o pote num determinado sítio e faz muitas
vezes jogos com ele;
• A partir do 3º ano: rituais de deitar brinquedos
colocado em determinado lugar; espreita várias vezes
de baixo da cama, vê se a porta está fechada.
Mediante estas manifestações obsessivas, as que
permitem falar de estados neuróticos são:
• Traços de carácter obsessivo: meticulosidade,
cuidado excessivo no arranjo e de limpeza, acompanhando-se de um certo grau de sentimento de constrangimento interno e sofrimento psíquico.
• Sintomas obsessivos, caracterizados pelo seu
aspecto compulsivo, acompanhando-se de angústia,
sentimento de contrariedade, mas com consciência
clara e sem ruptura de contacto com a realidade, como
exemplo: o acto de lavar as mão várias vezes.
Na puberdade, observam-se condutas masturbatórias, acompanhadas de fantasias sado-masoquistas
muito culpabilizadas, preocupações metafísicas angustiosas e raramente, actos compulsivos anti-sociais.
Neuroses Histéricas
Reacção histérica é o deficit produzido, não orgânico e atinge preferencialmente a função motora
ou sensorial.
Caracteriza-se pela associação ou alternância de
dois tipos de manifestações:
• Sintomas neuróticos propriamente ditos;
• Traços de personalidade histérica.
Na criança as manifestações de conteúdo histérico, geralmente, são mais frequentes no sexo feminino
e surgem com traços histéricos, como:
• Hiperemotividade;
• Exaltação imaginativa.
Estes traços podem desaparecer por volta dos
7-8 anos.
É muito frequente fazerem uso do corpo para
exprimir o seu sofrimento e a sua angústia.
Na criança a histeria serve como “mediador” entre
ela e a sua mãe. Assim, surgem manifestações somáticas, sendo as mais frequentes: falta de apetite; vómitos, dor de cabeça ou abdominais alterações do sono,
entre outras. As crises de nervos também são frequentes e intensas na criança mais jovem e manifestam-se
por gritos, choro, pontapés, birras. Geralmente, estas
crises surgem para que ela própria obtenha benefícios
secundários. A criança pode também simular uma doença para fugir à punição dos pais ou educadores.
A crise histérica na criança é desencadeada por
vários factores, sendo os mais frequentes, um conflito
familiar ou escolar. A criança tenta imitar qualquer
“ataque” que presenciou em relação com um familiar
ou amigo. Esta contagiosidade de sintomas histéricos
explica algumas “epidemias” em colégios ou pensionatos, sendo mais observados em meninas.
Conclusão
A expressão carência afectiva não é mais do que
a falta quantitativa e qualitativa, para a criança, de
uma insuficiente interacção entre ela e a sua mãe. No
entanto, a carência pode também ser intra-familiar e
ou extra-familiar e estar ligada, quer a um defeito de
estimulação e de suporte afectivo da mãe ou substituto
materno, quer a uma ausência de maternage apropriada, quer ainda por experiências de separações precoces e repetidas da criança com a figura materna.
A vida afectiva da criança, o prazer que ela encontra nas trocas com a sua mãe, representam elementos
determinantes no conjunto do desenvolvimento.
Bibliografia:
- Ajuriaguerra, J. de
“Manual de Psiquiatria”
- Mazet, Ph. / Houzel, D.
“Psychiatrie de l`Enfant et de l`adolescent”
- Lebovici, S., DiatKine, R. e Soulé, M.
“Tratado de Psiquiatrai da Infância e da Adolescência”
Elisabete Raimundo Gaudêncio
Ana Rita Asseiro Teiga
Psicólogas do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do CHNE
27
CHNE Divulga
Relação terapêutica na infância:
A criança hospitalizada
“A relação terapêutica consiste na capacidade que eu tenho
de partilhar com o outro…”
(Santo, 2001)
A base de uma relação terapêutica assenta na
tríade Profissional da Saúde/Paciente/Factor Humano,
situação que marca e determina a empatia e o sucesso dessa mesma relação. Esta relação consiste num
processo de desenvolvimento que deve ser dinâmico
e estrategicamente orientado com objectivos humanos e científicos claramente identificados, de forma a
promover a mudança e reciprocidade.
Não se deve confundir relação terapêutica com
relação de ajuda, pois a primeira está especificamente
orientada para objectivos planeados, enquanto que a
relação de ajuda nem sempre é orientada no sentido
de uma planificação absoluta.
Antes de qualquer
procedimento terapêutico, torna-se vital reconhecer os níveis de
ansiedade, e tentar
controlá-la, não só para
contribuir na diminuição
do sofrimento, como
também na redução da
convalescença e reabilitação do utente.
Do ponto de vista inter relacional, o enfermeiro
deve ter sempre presente os conceitos e características
da Teoria Rogeriana, que contemplam três aspectos
fundamentais:
1) Autenticidade, aceitação positiva e incondicional do outro
2) Empatia, capacidade para compreender o
mundo da pessoa, partindo da sua grelha de leitura
da realidade
3) Congruência, capacidade do enfermeiro para
ser ele próprio, enquanto pessoa que pensa e age
interactivamente com o outro.
A relação terapêutica vai então depender do respeito e implementação destes fundamentos, ajudando
a encorajar o utente a esclarecer as suas atitudes e
pensamentos face a qualquer tipo de procedimento
terapêutico.
Para melhor compreendermos a relação terapêutica com a criança convém abordar alguns aspectos
deste ciclo de vida tão específico que é a Infância (1ª
e 2ª Infância – Santo,
2001).
Na 1ª Infância
(0 – 3 anos), a criança
apresenta um período
sensório-motor, uma
vez que esta possui
noções rudimentares
de causalidade, tem28
poralidade, espacialidade (circunscrito ao próprio corpo), entre outros. O egocentrismo (até aos 5 anos) está
presente, há uma normativa centrada em si, a criança
quer ser o centro do mundo. A aprendizagem da criança é realizada em função da imitação/condicionalismo
e a sua vinculação aumenta até aos 8 meses de idade
a partir da qual diminui até aos 24 meses. Podemos
referir que nesta fase a criança não tem capacidade
de raciocínio reversível, sendo a relação terapêutica
essencialmente lúdica.
Na 2ª Infância (4 aos 12 anos), a criança apresenta um aumento da autonomia, uma lateralidade
adquirida e um uso progressivo da linguagem que é
fundamental para o sucesso da nossa relação terapêutica. Nesta fase, a criança adquire progressivamente
a sua identidade sexual. Há um controlo de esfíncteres, uma capacidade progressiva para fazer operações
mentais e capacidade de socialização. Nesta fase, a
relação terapêutica é realizada em função da linguagem e da consciencialização.
Sendo o objecto deste artigo a Relação Terapêutica na Infância – Criança Hospitalizada, interessa
fazer uma reflexão e retrospectiva relativamente às
atitudes e comportamentos na prestação de cuidados
de enfermagem neste ciclo de vida. As características
inerentes à Infância, levam-nos a ter cuidados redobrados no que diz respeito ao processo comunicacional
e relacional. Neste prisma, sempre que nos reportamos à praxis de enfermagem neste ciclo de vida não
devemos descurar a relação com os pais/família, que
consiste numa relação bi-dirigida (pais/criança). Esta
permite um esclarecimento da problemática com atitudes de compreensão e inquérito, por forma a diminuir
a ansiedade, os vectores de depressão, os medos e
crenças irracionais. Assim sendo, haverá um aumento
da motivação e mobilização dos pais/família para o
acompanhamento funcional e dinâmica da criança.
O esclarecimento, a disponibilidade e a adopção
de atitudes de compreensão ajudam a colmatar/reduzir todos estes vectores depressivos e ansiosos que
circundam a criança/pais.
Sabendo à priori que a doença determina uma
série de novas e desagradáveis sensações corporais, a
criança que necessita de hospitalização, vai experienciar uma panóplia de sentimentos e emoções alheios
ao seu ambiente e estado habitual. Assim sendo, em
caso de hospitalização a criança poderá enfrentar:
- Mal-estar geral, dores, desconforto assim como
ansiedade gerada a partir destas situações;
- A separação dos pais/família, por vezes temporariamente, contudo, pode acarretar desconfiança,
insegurança e, por conseguinte, ansiedade;
CHNE Divulga
- O estranho, o desconhecido (o ambiente hospitalar, os procedimentos, a rotina, as pessoas estranhas, entre outras).
Paralelamente, existem factores que determinam a resposta da criança face à problemática vivida
(hospitalização), factores esses que vão depender do
quadro vivencial e cultural de cada criança, entre os
quais: A idade da criança; Se a hospitalização implica
separação parcial ou total dos pais/familiar; A condição física da criança no momento do internamento e o
tipo de cuidado que se impõe de imediato; A qualidade relacional com os pais/familiar antes e durante os
procedimentos terapêuticos/hospitalização; A duração
da hospitalização e a experiência anterior da criança
com ameaças semelhantes.
A criança que mantém laços afectivos com os
pais/família vai “buscar apoio, orientação, referências
de tempo, protecção para o desconhecido e para o sofrimento” (Schmitz, 1989, p. 185). A criança ao encontrar este apoio será capaz de suportar os sofrimentos
e ansiedades que vão
surgindo ao longo da
doença e hospitalização, proporcionando
confiança, segurança
e bem-estar à mesma.
Na opinião de
Schmitz (1989) as
crianças dos dois aos
cinco anos que sofrem a separação dos pais/família
aquando uma hospitalização poderão reagir de três
formas diferentes, consoante o seu quadro vivencial:
1) angústia ou protesto – a criança está inquieta, recusa a alimentação ou a aceita com avidez e vomita,
apresenta períodos de choro fazendo apelo à mãe, tem
insónias e aponta para as entradas e saídas das enfermarias; 2) resignação ou depressão – a criança poderá
demonstrar resignação, tristeza ou indiferença perante
a ausência da mãe, sente que os seus esforços são
inúteis e adopta um comportamento aparentemente
tranquilo como se estivesse adaptada à situação; 3)
defesa – não rejeita a atenção de seja quem for, contudo, perante a presença da mãe reage com indiferença,
por vezes apática e rancorosa.
As crianças dos seis aos dez anos, nas mesmas
circunstâncias apresentam vectores depressivos e ansiosos com menor amplitude, uma vez que existe uma
maior consciencialização do fenómeno/contexto. Contudo, este autor é da opinião que a vivência hospitalar
prolongada e a separação dos entes queridos produzem na criança alguma angústia, apatia e fobia (medo
do escuro, do desconhecido, entre outros). Por outro
lado, a ansiedade dos pais, como que por contágio,
“é transmitida à criança, fazendo-a sofrer, consumindo a energia necessária ao processo de recuperação”
(Schmitz, 1989, p. 185).
Em suma, a relação terapêutica deverá ser inicialmente trabalhada com os pais/familiares, de forma
a diminuir a ansiedade, os vectores de depressão e os
medos, com o intuito de aumentar a motivação e mobilizá-los para o acompanhamento funcional e dinâmico
da criança. Com a criança devemos instituir uma relação em função da linguagem e/ou lúdica, promovendo
contextos de segurança e mudanças contextuais no
serviço e no pessoal (fardas diferentes, salas coloridas,
entre outras), sem esquecer que a mesma é um ser frágil e sensível e que, perante uma situação patológica a
necessitar de internamento é imediatamente invadida
por um conjunto de sentimentos angustiantes, depressivos e fóbicos que poderão acarretar consequências
avassaladoras no futuro (psicoafectivos ou psicossociais). Daí o processo comunicacional ser fundamental,
uma vez que deve haver um esclarecimento de toda
a problemática que envolve a criança/pais/unidade
de saúde, com adopção de atitudes de compreensão,
disponibilidade e afecto, tornando menos traumática
e dolorosa toda esta situação.
Este processo comunicacional deve estar sempre
presente nos nossos cuidados de enfermagem, sob
pena de comprometer a qualidade dos mesmos.
Bibliografia
- APA (1985) Publication Manual of the
American Psychological Association
- Santo, A. E. (2001). Apontamentos obtidos
no módulo “A relação terapêutica nos ciclos de
vida” nas aulas do I Curso de Complemento
de Formação em Enfermagem (2000/2001)
na Escola Superior de Saúde de Bragança.
- Schmitz, E. M. (1989). A Enfermagem em
Pediatria e Puericultura. São Paulo: Livraria
Atheneu, 184-195.
Guilhermina Carvalho
Enfermeira na UH de Bragança
29
CHNE Divulga
Estudo Funcional Respiratório
na Doença Pulmonar
Obstrutiva Crónica e Asma
Brônquica
Este trabalho tem como objectivo dar a conhecer
a importância do Estudo Funcional Respiratório (EFR)
no diagnóstico diferencial e controlo da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e Asma Brônquica,
sendo estas as duas patologias pulmonares obstrutivas
mais frequentes.
A DPOC é a principal causa de mortalidade e morbilidade, sendo que um diagnóstico precoce pode diminuir estes dois indicadores. Muitas vezes os sintomas
são sub valorizados.
A Asma e a DPOC têm em comum muitos aspectos fisiopatológicos da obstrução, sendo um deles a
inflamação, no entanto com algumas particularidades.
As características clínicas e a função respiratória têm
aspectos diferentes, pelo que o diagnóstico diferencial
é possível na maioria das situações.
As alterações fisiopatológicas da Asma e da DPOC
resultam de um mecanismo patogénico central, representado pela obstrução valvular bronquiolar, que
condicionam diversas perturbações da mecânica ventilatória.
Asma
A Asma é caracterizada como sendo
uma doença inflamatória crónica das vias
aéreas, caracterizada
por uma limitação
aguda e variável dos
fluxos aéreos e hiperreactividade brônquica (GINA).
Para além do
controlo do broncoespasmo, o controlo eficaz da doença passa muito mais pelo controlo da inflamação
das vias aéreas.
DPOC
A DPOC caracteriza-se por uma limitação do fluxo aéreo não totalmente reversível. Esta limitação é
habitualmente progressiva e está associada a uma
resposta inflamatória anormal dos pulmões a partículas nocivas ou gases (GOLD).
Esta patologia abrange várias entidades como a
Bronquite Crónica (BC) e o Enfisema. A BC é definida
clinicamente por persistência de tosse com expectoração, na maior parte dos dias, por um período mínimo de
três meses, em pelo menos dois anos consecutivos. Estes sintomas não podem ser atribuídos a outras causas
pulmonares ou cardíacas pré-existentes. O Enfisema
é definido por critérios fisiopatológicos, resultando do
alargamento e da destruição permanente dos espaços
aéreos, distais aos bronquíolos terminais, sem fibrose
óbvia.
30
No quadro 1 são descritas as características da
fisiopatologia, factores de risco e sintomas da Asma
e da DPOC.
Estudo Funcional Respiratório
O EFR permite a avaliação de diversos parâmetros, entre os quais os que definem a obstrução brônquica.
A avaliação funcional inclui Espirometria, Pletismografia Corporal Global, Difusão Alvéolo Capilar do
Monóxido de Carbono (DLCO) e Gasometria Arterial.
A Espirometria permite a determinação dos volumes pulmonares mobilizáveis em função do tempo,
e é útil para avaliar a presença e a gravidade da obstrução, a resposta ao broncodilatador e a progressão
das doenças.
A Pletismografia mede a resistência das vias aéreas (Raw), através das quais se pode avaliar o calibre
das vias aéreas, que são úteis para a confirmação
da presença e gravidade da obstrução, e avaliar a
resposta ao broncodilatador. Os Volumes Pulmonares
Estáticos, como o Volume Residual (VR), a Capacidade
Pulmonar Total (CPT) e o Volume de Gás Intratorácico
(VGIT), são importantes na demonstração da existência de insuflação pulmonar.
A DLCO mede a transferência de um gás limitado
pela difusão (CO) através da membrana alvéolo-capilar. Permite diferenciar tipos de obstrução (Enfisema,
BC e Asma).
A Gasometria Arterial fornece parâmetros químicos fundamentais na avaliação do índice de eficácia da
função respiratória, e permite documentar a gravidade
da progressão da doença pulmonar.
CHNE Divulga
No quadro 2 indicam-se os valores normais dos
parâmetros avaliados no EFR.
Os parâmetros mais importantes avaliados pela
Espirometria, exame base de qualquer EFR, são: FEV1
ou VEMS (Volume Expiratório Máximo no 1º segundo),
FVC1 ou CVF (Capacidade Vital Forçada), PEF1 ou DEMA
(Débito Expiratório Máximo Absoluto) e VEMS/CVF%.
Estes parâmetros são fundamentais para afirmar a
existência de obstrução e definir a gravidade da DPOC
e da Asma. A obstrução das vias aéreas é definida pela
presença da relação VEMS/CVF <70%, mas o VEMS é
o melhor indicador da estratificação da gravidade, da
reversibilidade ao broncodilatador e da evolução ao
longo do tempo destas patologias. A Prova de Broncodilatação é um indicador importante para o diagnóstico
diferencial entre a Asma e a DPOC.
A Espirometria deve realizar-se sempre antes e
após broncodilatador (BD) inalado, de forma a verificar
a reversibilidade da obstrução existente.
Os parâmetros que permitem a diferenciação da
Asma e da DPOC são descritos no quadro 3.
Conclusão
A Espirometria é o exame base do Estudo Funcional Respiratório. Permite diferenciar a Asma da
DPOC e é um exame fundamental no diagnóstico,
avaliação da gravidade e na monitorização da evolução ao longo do tempo destas patologias.
Os exames da função respiratória contribuem,
assim, para diminuir a morbilidade, mortalidade e
melhorar a qualidade de vida.
Referências Bibliográficas
- Couto A, Reis Ferreira JM. Estudo
Funcional Respiratório – Bases Fisiológicas
e Aplicações na Prática Clínica. Edições
Lidel, Lisboa, 2004.
- Global Initiative for Asthma - Global
Strategy for Asthma Management and
Prevention Updated 2005, retirado da World
Wide Web: http://www.ginasthma.com/
Guidelineitem.asp??l1=2&l2=1&intId=60,
a 7 de Novembro de 2006.
- Global Initiative for Chronic Obstructive
Lung Disease – Global Strategy for the
Diagnosis, Management, and Prevention
of Chronic Obstructive Pulmonary Disease
Updated 2005, retirado da World Wide Web:
http://www.goldcopd.com/Guidelineitem.
asp?l1=2&l2= 1&intId=989, a 7 de
Novembro de 2006.
- Paes Cardoso A, Reis Ferreira JM, Costa
RP. O Médico de Família e a Avaliação da
Função Respiratória na DPOC. Colaboração
editorial da Pfizer e da Boehringer
Ingelheim. Janeiro 2006.
- Rodrigues F. Manual de Procedimentos
do Laboratório de Função Respiratória
Contributo para a Uniformização de
Procedimentos. Rev Port Pneumol 2000,VI
(1): 5-76.
Cristina Pereira; Celina Nicolau; Tânia Ribeiro
Técnicas de Cardiopneumologia
Unidade Hospitalar de Bragança
31
CHNE Divulga
AVC - A realidade do CHNE
Unidade de Bragança
AUTORES : NOVO, Sandra ; RODRIGUES, Sandra ;VILELA, Imelda
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo simples, transversal e não experimental. Os dados foram obtidos através do arquivo do CHNEEPE.
Foi construída para o efeito uma grelha de registo que monitorizou as variáveis que se pretendiam avaliar.
A amostra obtida foi de 173 doentes ( N=173).Foi feita uma abordagem comparativa com outra amostra obtida na mesma
realidade em igual período de tempo.
O enquadramento teórico foi baseado em pesquisa bibliográfica e documental.
OBJECTIVOS
! Obter o número total de doentes com diagnóstico de AVC, admitidos no CHNE-EPE, Unidade de Bragança, no período de 01
de Janeiro de 2006 a 31 de Agosto de 2007;
! Identificar a tipologia dos AVC com maior incidência;
! Caracterizar os doentes segundo o sexo e a idade;
! Determinar o tempo de internamento desses doentes;
! Verificar os exames realizados e a orientação dos doentes com este diagnóstico;
! Elaborar uma análise comparativa com outra amostra obtida na mesma realidade no período de 1 de Janeiro de 2004 a 31 de
Agosto de 2005
CONCLUSÕES:
2004/05
! Dos 361 doentes 286 apresentaram
AVC isquémicos e 75 AVC hemorrágicos;
! Ocorreram maioritariamente no sexo
masculino que apresentou 161 doentes e
no sexo feminino 125 doentes;
! Houve 4558 dias de internamento
(3405 para isquémicos e 1153 para
hemorrágicos)
! Foram realizados 1106 exames aos
286 doentes com AVC isquémico.
! Aos 75 doentes com AVC hemorrágico
foram realizados 285 exames;
BIBLIOGRAFIA
BOBATH, Berta (1990). Hemiplegia no adulto: Avaliação e tratamento, São Paulo: Editora Manole;
BRUNNER, Sudarth; Tratado de enfermagem Médico- Cirúrgica ; 5ª Edição; Rio de Janeiro; Editora Guanabara As; ISBN:85-201-0238-7.
FORTIN, M. F.; O Processo de Investigação -Da Concepção à Realização; 1ª Edição; Loures; Lusociência:1999;ISBN: 975-8383-10-X.
GIL, A . ; Como Elaborar Projectos de Pesquisa; 3ª Edição; São Paulo; Editora Atlas AS;1996;ISBN:85-224-0724-X.
LAKATOS,E. & MARCONI,M.; Metodologia Científica; 2ª Edição; São Paulo; Editora Atlas;1995.
32
2006/07:
! Dos 173 doentes que constituem a amostra, 121
apresentaram AVC isquémicos, e 52 apresentaram AVC
hemorrágicos;
! AVC ocorreu maioritariamente nos pacientes do sexo
masculino, verificando-se 68 doentes no AVC isquémico e 53
no AVC hemorrágico.
! O grupo etário dos 70-80 anos de idade é o mais
predominante, tanto no AVC isquémico como no hemorrágico
em ambos os sexos e nas duas amostras estudados
! Os doentes com AVC ocuparam 2151 dias de
internamento (1384 para AVC isquémico e 767 para
hemorrágicos).
! Aos doentes (121) com AVC isquémico foram realizados
485 exames auxiliares de diagnóstico.
! Aos doentes (52) com AVC hemorrágico realizaram-se
194 exames auxiliares de diagnóstico.
! Os doentes, nos dois tipos de AVC, foram encaminhados
maioritariamente para o médico de família.
CHNE Divulga
A Higiene do Sono
As alterações ao nível da qualidade e da quantidade do sono podem ter influências bastante negativas, tanto na esfera pessoal, como social e profissional. É, por
isso, de extrema importância fomentar e cultivar um comportamento de “Higiene
do Sono”.
O sono é uma actividade inerente à nossa condição biológica, onde a sua rejeição é impossível, e
sempre que o tentamos fazer sofremos danos que
podem ser mais ou menos irreparáveis.
O sono está para a nossa vida, como a própria
necessidade de comer, e deve existir de uma forma
equilibrada. Sempre que tentamos alterar este ciclo
natural, estamos a perturbar o nosso bem-estar.
Hoje vivemos numa sociedade que é feita de excessos, onde os actos mais inteligentes são aqueles que
procuram a manutenção do equilíbrio entre as coisas.
A forma repentina como vivemos o dia-a-dia, deixa-nos pouco tempo para reflectirmos sobre determinadas situações, e uma delas é o sono.
A maioria das profissões actuais são demasiado
rotineiras, repetitivas e sedentárias, onde as posturas
se tornam viciosas, os esforços desenquadrados com o
normal desenvolvimento muscular e motor, e passa a
evidenciar-se cada vez mais um esforço físico, psíquico e mental, que bloqueia
por completo, a capacidade
de “investir” na verdadeira
qualidade de vida.
A nossa coluna como
eixo central e fundamental
do nosso corpo é, sem dúvida, a estrutura que mais
variedade de funções tem
que desempenhar. Desde a
função de suporte, passando pela função de mobilidade, e a função não menos importante de protecção
de órgãos.
Tendo em consideração estas três funções da coluna, podemos concluir que vários são os factores que,
de uma forma mais ou menos violenta, mais ou menos
crónica, podem interferir no seu correcto desempenho,
tais como:
• O stress,
• As preocupações,
• As más posturas
• O sedentarismo.
Todos eles afectam a mecânica da coluna, que, por sua
vez, interfere nos vários sistemas, como o articular, muscular, nervoso, hormonal, humoral, etc.
A ausência de um bom
descanso e/ou sono, vai potenciar cada vez mais as suas
incapacidades.
A privação do sono compromete também, e de uma
forma muito séria, a saúde e
bem-estar das pessoas, estando associada, quando se torna
numa condição de cronicidade, a problemas de obesidade, alterações de humor, de raciocínio, depressão,
alterações comportamentais, de atenção, criatividade
profissional e envelhecimento precoce.
Com tudo isto, é fácil prever as influências negativas que as alterações da qualidade e quantidade do sono
podem ter sobre as nossas actividades, tanto na esfera
pessoal, como social e profissional (a própria produtividade no emprego fica seriamente comprometida).
Por todo este conjunto de factores, é de extrema
importância fomentar e cultivar um comportamento
de “Higiene do Sono”, onde, além de cuidados alimentares e cuidados de combate ao sedentarismo,
também devemos ter uma preocupação quanto ao
local onde dormimos.
O próprio quarto de dormir deve reunir condições
que assegurem o bem-estar, desde o cuidado sonoro,
luminosidade e salubridade, mas também o tipo de
base de descanso que utilizamos.
Esta deve proporcionar o verdadeiro reparador
e repousante sono, respeitando toda a constituição
anatómica do corpo, sem colocar em conflito o conforto
e o correcto posicionamento da coluna.
Uma das razões primordiais para seleccionar correctamente uma base de descanso, prende-se com as
características específicas que a nossa coluna apresenta.
Sempre que estamos acordados, a nossa coluna
regista uma infinidade de esforços e desgastes, onde,
estruturas como os discos intervertebrais, que são os
nossos “amortecedores”, sofrem pressões constantes,
que podem levar a uma falência precoce das suas
funções. Também as más posturas, os esforços exagerados e o sedentarismo (menor mobilidade), condicionam em muito a eficácia da coluna.
Pois bem, isto leva-nos a concluir que a ausência
de uma preocupação séria sobre a
forma como dormimos, pode agravar todos os défices anteriormente
mencionados, prolongando mesmo
durante um pseudo repouso, a sua
continuidade.
Telmo Teles
Terapeuta Ocupacional
Unidade Hospitalar de Bragança
33
Cultura e Lazer
“Um Tiro na Bruma” - À conversa com o autor
O livro do Dr. Manuel Cardoso, “Um tiro na bruma”, lançado em Março deste ano, já vai
na segunda edição. Motivo pelo qual questionamos o autor sobre este seu primeiro “ grande romance histórico-policial que retrata a sociedade portuguesa no início do século XX”.
Boa tarde Dr. Manuel Cardoso, médico veterinário e romancista trasmontano - e não me
refiro às origens, mas à escrita, transmontana
pura…define-a assim?
Manuel Cardoso: Por acaso não defino. Eu não
partilho essa ideia de que haja entre nós, transmontanos, uma escrita própria ou uma mentalidade à parte.
Talvez uma perspectiva original que nos leva a escrever
de uma determinada maneira, porque vemos as coisas
com outra luz, esta luz fantástica do interior de Portugal,
mas não uma escrita própria. Isso seria, até, redutor. Repare no caso de Torga: defini-lo como “escritor
transmontano” é uma forma não inocente de muitos o
reduzirem, o apoucarem, tentarem colocá-lo só neste
cenário que os citadinos imaginam e descrevem como “detrás
do sol posto”. Tenho imenso orgulho em ser transmontano e em
ser escritor. Mas como escritor
sou de Portugal e de todo o mundo e não apenas de Trás-os-Montes. Como alguém disse, e muito
bem, “a minha pátria é a língua
portuguesa”, e eu subscrevo. Após o lançamento do livro, falou-se muito que este
se destinava essencialmente
às gentes de Macedo de Cavaleiros, que se identificariam com os locais, as personagens e a sua história. No
entanto, pelo sucesso alcançado, verificamos que despertou interesse em todo o
país. Um retrato transmontano abarcando temas
da sociedade portuguesa como a implantação da
República, a guerra e a pneumónica…
Tem razão em dizer que é um retrato transmontano. Mas é precisamente um retrato transmontano
que situa e enquadra todo o cenário em Portugal e no
mundo. Aqui é Portugal e é o resto do mundo simultaneamente. Nós não somos os coitadinhos que estamos
aqui atrás das fragas: somos pessoas que fazemos parte da história de Portugal e da história do mundo. Como
tal, o que se passa no país reflecte-se aqui e o que se
passa aqui, até um pouco à luz das modernas teorias
do caos, reflecte-se no todo e no resto do país. De uma
forma aparentemente imperceptível, mas reflecte-se.
O retrato que o livro dá da época, aliás, a sucessão de
retratos, são imagens que foram comuns a todo o território e a muitas, senão todas, as famílias de Portugal: as
dificuldades sentidas com a implantação da República
e com a I Grande Guerra, a sensação de insegurança
e de “fins dos tempos” que então se experimentou, o
medo da pneumónica, o luto da pneumónica, a fractura
política que deixou sequelas, tudo isso são assuntos
34
que, como uma teia, foram comuns ao todo nacional.
Curiosamente, no meio de todas essas convulsões e
desvarios, houve uma instituição que perdurou e que
permitiu a sobrevivência: a família. A Igreja esteve
em apuros e foi perseguida, a sociedade esteve a ponto de se desarticular, o país esteve à beira de uma
guerra civil medonha, a liberdade que a maçonaria e a
carbonária estrangularam, a caricatura de democracia
que o regime representou nessa I República, tudo isso
esteve a ponto de colocar todo o país na bancarrota e
de submergir a população numa crise que só teve paralelo nalguns períodos da nossa primeira dinastia, em
plena Idade Média. O que nos safou? A família. Por isso,
o livro é um retrato de família, um retrato de família
transmontana. Segundo os macedenses mais velhos, existe um
fio muito fino entre a ficção
e a realidade, o que me leva
a dizer que houve muita investigação. Quer-nos dizer
quanto tempo levou a investigar para escrever este livro
e onde o fez?
Desde há muitos anos que
investigo coisas de índole variada, mas quer investigações de
família quer sobre a história da
nossa região sempre me interessaram muitíssimo. Fui coleccionando dados ao longo de muitos anos e tenho-os guardado à
espera de serem úteis. Um dia
houve o clic para escrever este
romance. Fiz umas pesquisas e reparei que não havia
um livro recente sobre este período da nossa história
e sobre este período em Trás-os-Montes, que foi muito
movimentado, como se pode ver. Alinhavei uma estrutura geral e depois estive a investigar minuciosamente
todos os pequenos episódios, todas as mortes – tenho
anotados todos os mortos da pneumónica no nosso
concelho com nomes, datas, locais de enterro e tudo!
Consegui reconstituir famílias e criar para mim próprio
um cenário virtual com personagens que foram reais,
que existiram e que viveram mesmo nas circunstâncias
em que conto no livro. Houve momentos em que estava
a ler e a estudar os livros no registo civil de Macedo
e no Arquivo Distrital de Bragança e que me parecia,
quando saía à rua, que tinha estado a navegar no tempo
e a conviver com pessoas que já morreram! Para mim
estavam vivas ainda! Só iam morrendo conforme eu
ia escrevendo as páginas do livro, o que me levou, na
recta final de escrita, um pouco mais de três meses. Em
investigação directa, feita já no decorrer da redacção,
e na redacção propriamente dita, gastei pelo menos
um ano. Cultura e Lazer
O Dr. Amadeu, personagem principal, médico, sem recursos, mas com uma grande visão e
generosidade, foi o “herói” que esta terra precisava na época. Em que ponto se corta aqui o fio
entre ficção e realidade?
O doutor Amadeu não foi um herói, foi um homem
com defeitos e qualidades. Bem, os heróis também têm
defeitos e qualidades… mas quero dizer que o que ele
fez – e não foi o único médico a viver em Macedo nesse
tempo, já uma vez, a propósito da história do hospital,
tivemos a oportunidade de escrever sobre isso -, o que
foi fazendo ao longo de toda a história, foi o que um
humanista faria. Tinha defeitos que o celebrizaram negativamente na nossa família e na sociedade da época,
digo e explico isso no prefácio, mas tinha qualidades,
e foi num balanço entre uns e outras que eu coloquei a
medida do que haveria de escrever sobre ele. Penso que
apresentei dele um retrato aproximado e real, embora haja algumas
facetas da sua personalidade que
os anos haveriam de realçar em
detrimento de outras, creio que é
assim com toda a gente. Como a
memória que ficou dele foi, sobretudo, a de quando ele era mais
velho, daí um certo descolamento
que possa ser notado. Mas do que
li do que ele deixou escrito, do que
me chegou de testemunhos e do
que foi a sua infância (era filho
de um padre e viveu com a mãe
e com o pai…), creio que compus
um personagem à altura – embora ele fosse baixo… Contudo, há
ainda uma coisa que gostaria de
dizer: o doutor Amadeu não é o
personagem principal do livro… é
um protagonista, um dos protagonistas. Personagem principal
é algo mais subjacente, menos
aparente, mas que está lá sempre… não vou dizer mas houve
um dos leitores que o notou e
que lhe fez referência expressa!!!!
A Micas… a minha personagem favorita, uma
mulher com muita classe, que ultrapassa as desilusões da vida com o brilho natural feminino,
retrata as mulheres da época? Submissas ou lutadoras?
Curiosamente, nessa época e ainda muito hoje em
dia, qual é a mulher transmontana que não é lutadora
por ser submissa e que não é submissa por ser lutadora? A verdadeira força de uma família, o verdadeiro
esteio de uma casa transmontana, está em quem? No
homem, que passa a vida fora de casa, bebe, joga,
arrasta a asa a outras mulheres, ou na mulher que é
quem tem os filhos, quem os trata, quem os chora e
os enterra? Quem é que cozinha, que colhe, que cava
a horta, que varre, que lava, que reza, que canta e
encanta? Trás-os-Montes foi talhado pelas mulheres,
foi feito pelas mulheres. Talvez por isso o ondulado das
nossas serras pareça mulheres deitadas, num descanso
de mitos ou num encanto de fadas. A Micas foi o esteio
da casa. Tinha sido educada para isso, até, talvez, para
muito mais… mas tinha personalidade e carácter. Força.
Capaz de estar para lá dos acontecimentos e ver para
lá das circunstâncias. Era, na vida real, uma senhora
muito culta. Divertida e séria, está a ver? Divertida, a
ponto de aconselhar as netas a ter muitos namorados
sem namorarem com nenhum, e a entusiasmar-se com
jogos de hóquei. Mas séria, soube fazer opções certas
no meio de tormentas, sabendo separar o essencial do
acessório. Autenticidade. Era uma senhora com autenticidade, que é uma característica hoje em dia muito
pouco cultivada, nesta época em que a superficialidade
e o usar-e-deitar-fora são dominantes da falsa cultura
em que navegamos… A Micas é alguém que merece
ainda mais do que estar apenas neste livro… Sendo o livro também policial, só se resolve
o mistério mesmo na última página.
Deliberado, para aumentar
o interesse?
Deliberado, para surpreender o leitor. Foi uma espécie
de brincadeira minha, se me
permite. Gosto dos desfechos
inesperados. Servem para que
se reflicta mais sobre o que
se acabou de ler. Para que se
pense,”afinal isto não era assim
e aquilo tinha de ser assado…”.
Servem para contrariar a nãocultura de hoje em dia, se quiser,
já que é uma maneira de dar a ler
uma coisa que, apesar de estar
no final, se reconhece ainda não
estar pronta ou compreendida na
sua totalidade…
E agora? Projectos para o
futuro? Para quando um novo
livro? Histórico, policial, romance?
Eu estou sempre a escrever,
nem que sejam pequenas histórias e artigos! Mas quanto a romances… estou, de facto, a escrever. Ainda não tem
título definitivo. Mas posso-lhe dizer que tem a Micas!
E estou também a escrever outra coisa, totalmente
diferente, que tem a ver com um escritor argentino
que me é muito caro por ser um génio a quem não foi
dado o prémio Nobel (escrevia bem e, normalmente,
os que melhor escrevem não recebem este prémio!)
e por ter sido aquele que, juntamente com Fernando
Pessoa, mais janelas me abriu de prazer no permanente
encanto que é o de escrever: Jorge Luís Borges! Se o
que estou a escrever é romance, história ou policial ou
ficção pura, isso deixo aos críticos classificar, porque
de crítica literária não percebo nada ou quase nada. O
que eu gosto é de ler e escrever, literariamente falando.
E de viver. Dando, para isso, de vez em quando, uns
tiros na bruma dos nossos dias e bebendo uns copos de
vinho, que é uma óptima tinta de impressão!
GCI
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Cultura e Lazer
Arte associada ao conceito de Healing Environment
Novos horizontes na humanização do meio hospitalar
“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social,e não
apenas a ausência da doença”
(Constituição da OMS)
Num mundo moderno e civilizado, caracterizado
por uma sociedade cada vez mais exigente e ávida de
conforto e bem-estar, o ambiente envolvente, ao nível
das instituições prestadoras de cuidados de saúde,
assume já grandes proporções, não obstante o objectivo fulcral e prioritário que perdura: a excelência no
tratamento do doente que aí acorre.
Também o conceito de “doente” tem vindo a sofrer
alterações, falando-se em “utente”, na sua qualidade
de “cidadão” que, ao recorrer aos serviços prestadores
de cuidados de saúde, o faz em condições de fragilidade e, em caso de internamento, se vê obrigado a
permanecer numa instituição hospitalar, por períodos
mais ou menos prolongados. Por outro lado, há que
ponderar o papel representado pelo acompanhante e
pelo visitante que, igualmente cidadãos e utilizadores
do SNS, gostam de se sentir bem acolhidos pela instituição, enquanto os seus familiares ou amigos recebem os cuidados necessários.
Toda esta conjuntura levou a que, no nosso país,
hospitais como o Garcia de Orta, em Almada, iniciassem, no âmbito da Área Cultural, um ciclo que teve
início em 1994 e que perfaz já centenas de exposições,
a uma média de 80 por ano.
O Hospital Fernando Fonseca, por seu turno, através da iniciativa “Saúd’Arte: Humanização pela Arte
no Hospital Fernando Fonseca”, segue as orientações
da OMS e promove “um encontro inesperado e tranquilizador entre a arte e os seus visitantes e doentes
internados”.
Em Abril de 2005, o Sr. Ministro da Saúde, Professor Doutor António Correia de Campos, juntamente
com a Sra. Ministra da Cultura, Professora Doutora
Isabel Pires de Lima, estiveram presentes no Hospital
de S. Francisco Xavier, com vista à inauguração da
iniciativa “Arte na Urgência”. Iniciativa que, conforme
aquele responsável do Governo deixou transparecer,
gostaria que viesse a ser adoptada noutros hospitais,
quer em serviços de urgência, quer nos átrios das
instituições hospitalares, ou noutros serviços.
No Hospital de Santo André, em Leiria, a SAMP
(Sociedade Artística Musical dos Pousos) arrancou
com o projecto “Allegro Pediátrico”, levando música a
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crianças internadas, contemplando diversos serviços,
nomeadamente a pediatria geral e a UCEP (Unidade de
Cuidados Neo-natais), onde a população alvo consiste
nos bebés recém-nascidos.
No dia 13 de Setembro de 2007, o IPO do Porto
convidou todos os utentes e amigos a “conhecer um
modo diferente de esperar”, ao criar um conjunto de
painéis específicos para cada espaço das Consultas
Externas, que ficaram repletas de cor e energia.
O Hospital de Sta. Maria, em Lisboa, inaugurou
no passado dia 11 de Outubro de 2007 o seu “Espaço
de Arte”, concebido pela construtora OPCA, empresa
que fez obras de recuperação no piso dois do hospital,
conferindo-lhe as condições necessárias à promoção
de actividades artísticas.
Não poderíamos deixar de mencionar o fabuloso trabalho dos artistas profissionais designados por
“Doutores Palhaços”, cuja ideia partiu de Michael Christensen, após a morte do seu único irmão, vítima de
cancro, em 1985, altura em que assumiu o compromisso de “servir a comunidade como pudesse”. Foi
há cerca de 20 anos que formou o primeiro grupo de
artistas treinados para visitar crianças internadas em
enfermarias pediátricas. Esta iniciativa deu lugar, em
Portugal, à “Operação Nariz Vermelho”, que chega aos
nossos hospitais através da Associação Nariz Vermelho
(www.narizvermelho.pt), oficialmente constituída em
2002, em resultado de um longo processo desenrolado
por Beatriz Quintella, que ficou entusiasta da ideia,
após ter lido um artigo onde era descrito o trabalho
dos “Doutores Palhaços” que visitavam as crianças
hospitalizadas, nos Estados Unidos da América.
Os exemplos a que se faz referência representam
apenas uma pequena percentagem das muitas iniciativas que têm vindo a crescer, por todo o mundo e pelo
nosso país e que remetem para o conceito de Healing
Environment (Ambiente para a Cura). Segundo este
conceito inovador, centrado no doente/cidadão, as
instituições de saúde devem proporcionar ambientes
recheados de odores, fragrâncias, música ambiente,
cores suaves, luz e paisagens naturais, e ainda obras
de arte, ajudando a minimizar situações de stress, dor,
angústia e sofrimento para os doentes e seus familiares ou amigos, sem esquecer a promoção implícita
de um ambiente de trabalho mais agradável para os
profissionais de saúde.
É neste âmbito que se enquadram algumas iniciativas do Gabinete de Comunicação e Imagem - Área
Cultural do CHNE, que tem vindo a levar a cabo diversas exposições, patentes nas três Unidades Hospitalares que o integram, mediante uma calendarização
estabelecida para cada Unidade.
Passamos, pois, a apresentar-vos alguns dos artistas/coleccionadores que têm vindo a encantar–nos
com as suas peças.
GCI
Cultura e Lazer
Nome: Rosa Branca da Silva
Artigos:Pintura e Arte Decorativa
Contacto: 969 213 975 / Bragança
Inaugurou as Exposições no átrio da U.H. de Bragança
Nome: Aldina Magalhães / Art’ Dina
Artigos:Pintura e Arte Decorativa
Contacto: Atelier – 2782422357 / Macedo de
Cavaleiros
Inaugurou as Exposições no átrio da U.H. de Macedo
de Cavaleiros
Nome: José Carvalho
Artigos:Trabalhos em pedra (casas típicas) e
madeira
Contacto: 278425329 / Macedo de Cavaleiros
Nome: Associação Grupo de Caretos de Podence
Artigos:Diversos, visando uma amostragem da
tradição
Contacto: Casa do Careto – 919 750 771 / Macedo
de Cavaleiros
Nome: Regina Gouveia
Artigos:Bijutaria, Pintura a Óleo e Publicações
Literárias
Contacto: - / Porto
Nome: Augusto Patrão / Pintor Profissional
Artigos:Óleo sobre tela
Contacto: 919 262 044
Visite o site www.artmajeur.com/augustopatrao
Nome: Henrique Gabriel / Pintor Profissional
Artigos:Acrílico sobre tela
Contacto: 914 606 606
Visite o site www.hgabriel.com
Nome: M.ª Luísa Afonso / Enf.ª Graduada do CHNE
Artigos:Pintura sobre porcelana, azulejo e tela
Contacto: 936 236 319
37
Cultura e Lazer
Nome: Cristina Carvalho / TitaRosa
Artigos:Pinturas para crianças
Visite http://pinturacriancas.com.sapo.pt
Contacto: 967 963 158 / Lisboa
Nome: Rosa Barosa / TitaRosa
Artigos:Pinturas para crianças
Visite http://pinturacriancas.com.sapo.pt
Contacto: 919 436 948 / Atelier na Marinha Grande
Nome: Fátima Sousa
Artigos:Aplicação de diversas técnicas sobre tela e
outros materiais
Contacto: POLISOUSA 273 332 485 / Bragança
Nome: Paulo Pereira
Artigos:“A Arte e a Natureza” - materiais distintos
Contacto: 938 664 770 / Bragança
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Nome: Teresa Borges
Artigos:Colecção de Presépios do Mundo
Contacto: - / Bragança
Nome: Mamede Bianchi Thedim / Escultor
Artigos:Arte sacra,
Contacto. 964 441 194 / Rio Torto – Mirandela
Nome: Maria Francisca
Artigos: Colecção de Presépios
Contacto: - / Macedo de Cavaleiros
Inaugurou as Exposições no átrio da U. H. de
Macedo de Cavaleiros
Nome: Cristina Fino / Artesã
Artigos:Trabalho sobre o vidro / Fusão no vidro
Contacto: 913064882
Tratamentos Domiciliários
Grupo Air Products
Ao lado do paciente, marcando a diferença
Oxigenoterapia
Diagnóstico do Sono
Ventilação
CoughAssist
Aspiração de Secreções
Aerossolterapia
Monotorização
Equipa Multidisciplinar
Atendimento e Presença
em Portugal e no Mundo
Entrega, Instalação
e Manutenção
Acompanhamento
do Paciente
Qualidade
Clientes e Parceiros
A Gasin apresenta um conjunto de serviços direccionados para melhorar a qualidade de
vida do paciente face à sua situação clínica, especialmente na passagem do meio hospitalar
para o domicílio. Os nossos profissionais de saúde licenciados em Cardiopneumologia, visitam
os pacientes, de acordo com protocolos estabelecidos com os médicos prescritores, com o
intuito de avaliar a aderência à terapia/equipamento, má adaptação ou agravamento sintomático,
estabelecendo a ponte entre o clínico e o cumprimento da terapia. São muitas vezes os “olhos”
do clínico no domicilio.
A Gasin estabelece um plano interno de visitas de seguimento e início de terapia aos pacientes
de Ventiloterapia e Oxigenoterapia. A informação recolhida consiste em 3 partes: Avaliação do
equipamento/aderência, Interface e Sintomatologia. Esta informação é traduzida num relatório e
posteriormente entregue aos médicos prescritores.
Sede e Fábrica:
Rua do Progresso, 53 Apt.3051 Perafita
4451-801 Leça da Palmeira
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2735-307 Cacém
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• Anestesiologia
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• Psicologia Clínica
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Unidade Hospitalar de Bragança
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5301-852 Bragança
Tel.: 273 310 800
Fax: 273 310 813
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Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros
Avenida Doutor Urze Pires
5340-263 Macedo de Cavaleiros
Tel.: 278 428 200
Fax: 278 428 240
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Avenida Nossa Senhora do Amparo
5370-210 Mirandela
Tel.: 278 260 500
Fax: 278 265 793
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