Enxertia modificado

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Enxertia modificado
2004-2005
ARBORICULTURA I
Por: Augusto Peixe
2004-2005
2004-2005
Enxertia
¾DEFINIÇÃO
Método de multiplicação assexuada que consiste
em unir porções de plantas de modo a que formem
um só indivíduo.
Numa árvore enxertada, distinguem-se assim duas partes; uma situada
abaixo do ponto de enxertia a que se dá o nome de hipobionte, portaenxerto ou cavalo e outra situada acima do ponto de enxertia e que toma
o nome de epibionte, enxerto ou garfo. O conjunto designa-se por
simbionte.
O porta-enxerto pode ser obtido por via seminal e dizemos então que a
enxertia é feita sobre franco, ou por auto-enraizamento, tomando então o
nome de barbado ou clonal.
A enxertia é sem dúvida a técnica de multiplicação mais utilizada em
arboricultura. A ela se recorre para multiplicar tanto espécies com fraca
capacidade rizogénica, como espécies onde apesar de uma fácil
multiplicação por estaca se pretende tirar alguns dos benefícios
seguintes:
2004-2005
Principais razões para efectivação da
enxertia
nAdaptar
as árvores às diferentes condições edafoclimáticas, através da utilização de enxertos com
características especificas como sejam por exemplo; maior
resistência a seca ou ao excesso de água, à salinidade, ao
frio,etc…
nRegular
o crescimento e entrada em produção das árvores,
através da utilização de porta-enxertos de distinto vigor.
nPrevenir
ataques de parasitas, pela utilização de plantas
resistentes ( Ex. da videira, dos citrinos e do castanheiro)
nIntrodução
de polinizadoras ou substituição da variedade
produtora, através da re-enxertia.
nDiagnosticar
nReparar
viroses, através da técnica de indexagem.
partes danificadas de arvores adultas e obter
formas especiais de crescimento
2004-2005
Aspectos histogénicos da formação da União
de Enxertia
Tecidos frescos do garfo e do
cavalo, capazes de actividade
meristemática são colocados em
contacto.
Primeiro Passo:
Formação do callus de enxertia. Tratase
de
células
parenquimatosas
produzidas por ambos os biontes, na
região do câmbio .
Segundo Passo:
Junção e interpenetração das células do
callus produzidas por ambos os biontes.
Terceiro Passo:
Diferenciação de algumas células
parenquimatosas do callus em novas
células cambiais.
Quarto Passo:
O novo câmbio, começa a sua função
de produzir novos tecidos vasculares,
permitindo assim a passagem de
nutrientes e água entre os dois biontes.
2004-2005
Factores que condicionam o sucesso da enxertia
♦Proximidade botânica
♦Temperatura e humidade
♦Ritmos de actividade dos tecidos em contacto
♦Superfície de contacto dos câmbios
♦Estado sanitário dos biontes
♦Polaridade da enxertia
♦Incompatibilidade
Incompatibilidade na Enxertia
A incompatibilidade caracteriza-se por uma impossibilidade de
formação da união de enxertia, ou por uma quebra da planta pelo
ponto de união, por vezes alguns anos após a realização desta
técnica com sucesso.
Como refere Baldini (1992), uma afinidade perfeita, só acontece no
auto-enxerto.
Em muitos casos, a incompatibilidade mantêm-se dentro de limites
técnicos e económicos irrelevantes, mas noutros, pode atingir tais
níveis, que é capaz de produzir verdadeiros fenómenos de rejeição,
provocando mesmo a morte prematura das plantas.
2004-2005
Sintomas de incompatibilidade
|Falhas na formação da união de
enxertia, numa percentagem significativa
de casos
|Amarelecimento da folhagem seguida de
desfoliação precoce.
|Morte prematura das plantas
|Diferenças significativas no crescimento
do enxerto e do porta-enxerto.
|Aumentos anormais no volume do
tronco, acima e/ou abaixo do ponto de
enxertia.
NOTA: A ocorrência isolada de um ou
mesmo mais destes sintomas, pode
não significar necessariamente que se
trata de uma combinação incompatível,
pois alguns destes sintomas verificamse também devido a condições edafoclimáticas desfavoráveis.
2004-2005
Tipos De Incompatibilidade
Todos os processos de incompatibilidade implicam o aparecimento de de
anomalias histológicas dos tecidos na zona de enxertia.
Estas podem aparecer precocemente impedindo todo o processo de união.
Nestes casos não se produz qualquer calo, nem ligação entre os câmbios
dos dois biontes e dizemos que se trata de casos de INCOMPATIBILIDADE
TOTAL.
Por vezes o processo histogénico de união dos tecidos inicia-se, mas a
união efectiva é fraca e com zonas evidentes de ruptura na ligação dos
câmbios e tecidos vasculares dos dois biontes dizemos então que se trata
de casos de INCOMPATIBILIDADE LOCALIZADA.
Noutros casos ainda, as alterações histológicas não interferem no processo
de união da enxertia. Os sintomas de incompatibilidade surgem mais tarde,
por vezes anos depois e normalmente tomam a forma de zonas necrosadas
nos tecidos formados durante o processo de união da enxertia, começando
normalmente no floema, estas necroses estendem-se rapidamente ao
câmbio e xilema, acabando a arvore por quebrar pela zona de enxertia,
mostrando a zona de fractura superfícies de separação evidentes e planos
de clivagem perfeitamente lisos, trata-se de INCOMPATIBILIDADE
TRANSLOCADA
2004-2005
Causas de incompatibilidade
A incompatibilidade parece estar directamente relacionada
com diferenças genéticas entre os dois biontes, tendo como
causas processos de natureza fisiológica, mas a verdade é
que os mecanismos pelos quais se manifesta em cada caso
particular, não estão totalmente esclarecidos.
Os aspectos que as seguir se apresentam, têm sido muitas
vezes utilizados para explicar casos de incompatibilidade, no
entanto, não se poderá generalizar a sua aplicação, pois em
muitos casos, poderão mostrar-se inadequados ou mesmo
ambíguos;
•Diferentes padrões de crescimento do grafo e do
cavalo.
•Diferenças fisiológicas e bioquímicas entre os
biontes.
•Presença de vírus
2004-2005
O que é necessário para ter sucesso
numa enxertia?
Utilizar garfos e cavalos compatíveis
Colocar em contacto os câmbios de ambos os
biontes
O cavalo e o garfo devem ser preparados no
estado fisiológico ideal
Todas as superfícies cortadas devem ser
protegidas dos excesso de calor e ser mantidas
com uma humidade relativa elevada
Dar atenção as fases após a enxertia
2004-2005
Classificação e Descrição de Alguns Tipos
de Enxertos
- De encosto
- De gomo
De placa
•De gomo pronto
De borbulha
De anel
•De gomo dormente
De gomo destacado
De topo
- De garfo
De fenda terminal
De fenda inglesa
De incrustação lateral
2004-2005
ENXERTIAS DE GOMO
Mais rápido do que a
maioria dos outros
métodos de enxertia
Pode ser realizada em
épocas de menos
trabalho
As taxas de sucesso
são normalmente
elevadas
É uma das técnicas
mais utilizadas em
fruteiras
2004-2005
Épocas Para Realização das enxertias de gomo
No Inicio do Outono
Principal época de enxertia de árvores de fruto em viveiro
Bom desenvolvimento dos cavalos e dos garfos
Os ramos de onde se preparam os gomos para a enxertia devem:
– Ter um vigor moderado
– Estar isentos de doenças, especialmente viroses
– Conter gomos vegetativos bem desenvolvidos
Vantagens da enxertia de gomo no inicio do outono
As temperaturas amenas e o aumento da humidade, originam boas condições
ambientais para a enxertia
O desenvolvimento dos gomos utilizados é melhor
Os garfos não necessitam de ser armazenados
Desenvolvimento do enxerto no inicio da primavera
2004-2005
No Inicio da Primavera
Deve realizar-se logo que começa o ciclo vegetativo
anual
Utilizam-se garfos armazenados, recolhidos durante o
período de dormência
Rápido desenvolvimento de enxerto
2 a 4 semanas após ter-se confirmado o pegamento da
enxertia o cavalo deve ser rebaixado para favorecer o
desenvolvimento do enxerto.
2004-2005
Em Junho/Julho
Particularmente adaptada à enxertia de prunoideas em
regiões de dias longos
Produção da planta enxertada durante um único ciclo
vegetativo
Utilizam-se os ramos do ano para retirar os gomos, pelo
que não existe necessidade de armazenamento
Tal como na enxertia de Primavera, o rebaixamento do
cavalo favorece o desenvolvimento do enxerto e neste
caso deve ser efectuado logo após a enxertia
2004-2005
Enxertia de borbulha
Amplamente utilizada em viveiros
Limitada a cavalos de pequeno
diâmetro
O cavalo deve estar em período de
actividade vegetativa
A enxertia deve realizar-se do lado
mais protegido do cavalo.
2004-2005
Enxertia de Placa
É mais morosa e
exige mais prática
do que a enxertia de
borbulha
O tronco do cavalo e
o ramo de onde se
retira a placa devem
ter aproximadamente
o mesmo diâmetro
Deve ser efectuada
de gomo dormente
2004-2005
Enxertia de Gomo Destacado
Muito utilizada em
regiões de dias
curtos
Pode ser efectuada
de gomo pronto ou
de gomo dormente
2004-2005
ENXERTIAS DE GARFO
Enxertia em Fenda Inglesa
Difícil execução
Sucesso elevado
Considerável superfície
de contacto entre os
câmbios
O garfo e o cavalo têm
que possuir o mesmo
diâmetro
2004-2005
Enxertia de garfo com fenda lateral
2004-2005
Enxertias de garfo com incrustração de topo
2004-2005
BIBLIOGRAFIA
E.Baldini (1992), “Arboricultura General” Versão Espanhola de
José de la Iglesia Gonzales, Ed.Mundi-Prensa, Madrid.
Hartman, H. T et Kester, D.E, (1990), “Plant Propagation
(Principles and Practices)” 4ª Ed. Prentice-Hall Inc.,Englewood,
New Jersey,USA.
Hartman, H. T. et Beutel, J. A, (1981), “Propagation of
Temperate-Zone Fruit Plants”, University of California, Division
of Agricultural Sciences, USA.

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