Leia - Associação Brasileira de Angus
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Angus @ newS SETEMBRO/OUTUBRO 2012 ANO 13 - Nº 59 INFORMATIVO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANGUS Impresso Especial 9912270051 – DR/RS Associação Brasileira de Angus CORREIOS 2 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS EDITORIAL Angus não é produto de modismo, mas sim de trabalho sério A Paulo de Castro Marques raça Angus vive um dos melhores momentos da sua história no Brasil. Graças ao trabalho de melhoramento extremamente bem direcionado, que une os pecuaristas ao corpo técnico da associação, atingimos um momento muito especial e o mercado reconhece que o Angus não é um animal da moda, e sim uma raça que traz resultados significativos ao produtor. Não importa em que segmento da pecuária de corte atue, o pecuarista tornou-se empresário e, como tal, sabe fazer conta, sabe medir resultados e, acima de tudo, sabe planejar. Ele sabe que muito mais importante do que ter uma grande produção é ser produtivo. E o Angus possibilita isso, sendo precoce em todos os aspectos, tantos os reprodutivos quanto na conformação para o abate. O resultado é certo, e o pecuarista enxerga isso. Este ano certamente entra para os anais da raça como um período fértil, que contribui para consolidar uma era nova era da pecuária profissional. Afinal, atingimos uma maturidade com o Programa Carne Angus que nos permite oferecer à indústria carne bovina com padrão de qualidade realmente superior, em volume suficiente para atender à forte demanda e com a regularidade que o varejo exige. O que esperar para 2013? Antes quero destacar a satisfação e a honra que me foi concedida em presidir a Associação Brasileira de Angus e ter ao meu lado amigos e companheiros de diretoria empenhados na valorização da raça. Nos últimos dois anos, o foco da equipe foi o fortalecimento do Angus e a ampliação de sua presença País afora. Nos próximos dois anos entendo que o objetivo tem de ser o mesmo. Afinal, o mercado é dinâmico e é preciso multiplicar ações, buscar novas parcerias, apresentar mais resultados e persistir na conquista da confiança dos pecuaristas e, também, dos consumidores de carne bovina. Parceiros para esse avanço felizmente não faltam. São universidades, centros de pesquisas e de desenvolvimento, produtores, técnicos, colaboradores. Enfim, um time de primeira e afinado trabalhando com a mesma finalidade. Presidente Associação Brasileira de Angus HUMOR - LUCA RISI NESTA EDIÇÃO Concurso de Carcaças 2012 Encontro de Produtores de Carne Angus Artigo: IATF e Touros Melhoradores Genética Nacional: Eu Acredito Santa Catarina caça Angus Expointer 2012, um novo sucesso Perfil: Alberto de Abreu Medeiros Leilões Chancelados Informe: as notícias do setor EXPEDIENTE 4 6 16 20 22 28 40 42 46 Associação Brasileira de Angus Diretoria Biênio 2011/2012 Diretoria Executiva - Diretor Presidente: Paulo de Castro Marques - Diretor 1ºVice Presidente: José Roberto Pires Weber - Diretor Vice Presidente: Mariana Franco Tellechea - Diretor Vice Presidente: Eduardo Macedo Linhares - Diretor Vice Presidente: Valdomiro Poliselli Junior - Diretor Administrativo e Financeiro: Marco Antônio Gomes da Costa - Diretor de Marketing: Felipe Moura - Diretor de Núcleos: Sérgio Colaço da Silva - Diretor do Programa Carne Angus: Reynaldo Titoff Salvador - Conselho de Administração - Membros Eleitos: Antônio Maciel Neto, Renato Zancanaro, Renato Ramirez, Antonino de Souza Dornelles, Carlos Alberto Martins Bastos - Membros Natos (Ex-Presidentes da ABA): Angelo Bastos Tellechea, Antônio Martins Bastos Filho, Fernando Bonotto, Hermes Pinto, José Roberto Pires Weber, Reynaldo Titoff Salvador, José Paulo Dornelles Cairoli, Joaquim Francisco B. de Assumpção Mello - Conselho Fiscal - Membros Efetivos: João Francisco Bade Wolf, Ronaldo Zechlinski de Oliveira, Fábio Luiz Gomes - Membros Suplentes: Roberto Soares Beck, Frederico Fittipaldi Pons, Elio Sacco - Conselho Técnico: Susana Macedo Salvador – Presidente ([email protected]), José Fernando Piva Lobato, Ricardo Macedo Gregory, Rogério Rotta Assis, Roberto Vilhena, Ângela Linhares, Amilton Cardoso Elias - Representante ANC ([email protected]). Angus@newS Coordenação: Juliana Brunelli de Moraes ([email protected]) Jornalistas Responsáveis: Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655 e Horst Knak - MTB/RS 4834 Colaboradores: Jorn. Alexandre Gruszynski, jorn. Ana Esteves, jorn. Marina Corrêa, Jorn. Nelson Moreira, Nicolau Balaszow e articulistas - Diagramação: Jorge Macedo Departamento Comercial: Agência Ciranda - 51 3231.6210 // 51 8116.9784 Edição, Diagramação, Arte e Finalização: Agência Ciranda - Fone 51 3231.6210 - Av. Getúlio Vargas, 908 - conj. 502 - CEP 90.150-002 - Porto Alegre - RS www.agenciaciranda.com.br :: [email protected] Associação Brasileira de Angus - Largo Visconde de Cairu, 12 - conj. 901 - CEP 90.030-110 - Porto Alegre - RS - www.angus.org.br - [email protected] - Fone: 51 3328.9122 * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Capa: Arte a partir de foto de Fagner Almeida/Angus Angus@newS MUNDO DA CARNE CARNE Setembro/Outubro2012 3 Por mais carne “Premium” na mesa multidão de novos consumidores passou a adquirir produtos, bens e serviços de maior valor agregado. E entre as transformações observadas nos hábitos de consumo das famílias, o item alimentação aparece com enorme destaque. E para este novo Reynaldo Titoff perfil de consumidor brasileiSalvador ro, cada vez mais exigente por qualidade, não basta apenas se alimentar, é preciso comer bem. surgimento da nova clas- Qualidade e preço competitivo se média brasileira é, são hoje pré-requisitos para a de fato, um dos grandes saída ou encalhe de produtos e mais importantes fenôme- nas gôndolas dos supermercanos gerados pelo processo de dos. E que bom que seja assim. fortalecimento da economia Digo isso porque é graças brasileira ao longo das últi- a essa quebra de paradigma mas duas década. Com mais que uma nova consciência está dinheiro circulando e maior em franca expansão entre os acesso a linhas de crédito, uma produtores brasileiros de car- O ne bovina, a de que é preciso avançar na qualidade e garantia dos processos de produção para conquistar a preferência do consumidor final. Surge dai um mercado novo e extremamente promissor para os produtos chamados “Premium”, que oferecem excelência, segurança alimentar, por um preço justo. Quando começamos, lá em meados 2003, com o ousado Programa Carne Angus Certificada, nem mesmo o mais otimista de nós poderia imaginar que em 2012, menos de uma década depois, a marca Angus se tornaria o fenômeno de vendas e popularidade. Saltamos de pouco mais de 20 mil animais certificados para 260 mil, que é a estimativa para fecha- mento dos abates neste ano. O interesse do consumidor pela carne Angus certificada mostra reflexos em parcerias importantes que matemos com empresas como Grupo Marfrig, Frigorífico Silva, Cia Zaffari, VPJ Beef, CooperAliança e McDonalds. Ao todo já são 16 unidades frigoríficas abatendo e embalando produtos marca Angus Certificada, no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Entre as marcas que comercializamos estão: VPJ Angus Prime, Seara Angus, McDonalds Angus Premium, Zaffari Angus, BestBeef Angus e Aliança Angus Premium. Para dar conta dessa demanda, a Angus Brasil conta com um time de primeira categoria formado por 30 profissionais espalhados pelo Brasil para garantir a qualidade do produto que mais prezamos: a carne Angus. Em síntese, a mensagem que busquei passar neste artigo é a de que todo o investimento em genética Angus e certificação dos processos dentro da propriedade são, na verdade, uma poupança que tem retorno garantido. Seja na forma de dividendos pagos pela indústria, que já sabe reconhecer e valorizar a entrega de um produto realmente diferenciado e certificado; seja pelo reconhecimento e respeito do consumidor final. E lembre-se: se a Carne é Angus, prove! Inovação na Cadeia Produtiva da Carne Por Marcia Dutra de Barcellos E m 2012 o Programa Carne Angus Certificada deverá abater 250 mil animais, um aumento significativo de 36,6% em relação a 2011, quando atingiu 183 mil cabeças. No entanto, o mais impressionante diz respeito ao seu histórico: quando nos remetemos ao ano de 2003, início do programa, pouco mais de 12 mil animais foram abatidos. Mas o que explica todo este crescimento? Como a Angus conseguiu chegar lá? Em primeiro lugar, eu destacaria o importante papel das pessoas (produtores, técnicos, presidente e diretores), que acreditaram na ideia de valorização da raça, criação de uma marca com qualidade e credibilidade e atendimento às necessidades do mercado, já naquela época dando sinais de disposição ao pagamento por qualidade. A marca é uma promessa, e indica a procedência, qualidade e valor de produto ou de serviços. E nesse sentido, a Angus sempre foi fiel ao seu Reynaldo Salvador, Mauro Pilz, Joaquim Reiter e Cláudio Zaffari posicionamento de valor: não abrir mão da qualidade em prol da quantidade. Em segundo lugar, nada disso seria possível, se não fosse a parceria entre os elos da cadeia. Produtores, indústria e varejo estão juntos nesse negócio, por mais difícil que esta relação possa parecer. Lembro muito bem da foto emblemática que tirei em 2004 dos Srs. Cláudio Zaffari (Cia. Zaffari de Supermercados), Mauro Pilz e Joaquim Reiter (Frigorífico Mercosul) e do então diretor Reynaldo Titoff Salvador de mãos dadas, em uma verdadeira cadeia, quando acordamos no contrato de fornecimento de carne com a Marca Zaffari Angus para algumas lojas da rede. Ali se concretizaram o que considero duas grandes inovações para a cadeia produtiva da carne: 1) O estabelecimento de uma marca, certificada, que leva o nome de uma raça junto à marca própria de varejo, em uma clara valorização dos produtores, da qualidade e da origem da carne; 2) Uma nova forma de relacionamento organizacional, caracterizada pela tomada de decisão conjunta de elos com diferentes objetivos individuais, mas que alinhados, produziram vantagens competitivas para todos. Tais fatos, sem dúvida, caracterizaram os elos envolvidos como inovadores e detentores de competências estratégicas (tais como visão de longo prazo e capacidade de identificar tendências de mercado) e organizacio- nais (capacidade de gerenciar o risco, cooperação, e envolvimento da empresa no processo de mudança). A expertise adquirida pela Angus na área de relacionamentos na cadeia foi-se aprimorando, e hoje são muitos os seus parceiros no país. Se tal mudança iniciou em 2003 no RS, apenas recentemente tais relações estão evoluindo no restante do país. Na Conferência Internacional de Confinadores de Goiânia (11 a 13/09), pela primeira vez participaram de uma mesa redonda representantes dos produtores (Eduardo Biagi - presidente da Associação Brasileira de Criadores de Zebu), das indústrias frigoríficas (Jerry O’Callagham do JBS – pela Abiec) e do varejo nacional (Sussumu Honda – Presidente da Associação Brasileira de Supermercados - Abras). O que se viu, apesar do clássico embate entre produtores e frigoríficos em relação ao pagamento por qualidade, foi uma sinalização por parte do varejo de que está disposto a participar das discussões da cadeia produtiva da carne e a compartilhar informações que possam contribuir para um melhor alinhamento entre os elos. A palavra-chave que melhor resume o evento foi a “necessidade de mais transparência”. Mesmo que pareça utópico, ficou a impressão que podemos progredir nesta direção. Mas por fim, o sucesso de qualquer programa de carne qualidade deve ser creditado àquele que paga realmente a conta: o consumidor. Graças ao crescimento econômico do nosso país e às novas tendências de consumo, a carne de qualidade é hoje reconhecida e muito valorizada no mercado doméstico. Em termos de volume, mesmo representando menos de 1% dos abates do país, os programas de carne de qualidade crescem a cada ano e significam grandes oportunidades de qualificação e agregação de valor para aqueles que puderem se diferenciar. E o segredo, como dizia Abraham Lincoln, “é andar devagar, mas nunca andar para trás.” Méd. Vet., Profa. Dra. do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGA/UFRGS), Ex-Diretora do Programa Carne Angus e atual Membro do Comitê Carne Angus [email protected] 4 Angus@newS CARNE Setembro/Outubro 2012 Concurso de Carcaças 2012 Rumo à perfeição Já está praticamente dominado. Os produtores participantes do Programa Carne Angus Certificada já fazem o acabamento das carcaças de seus animais e chegam bem próximo ao ponto ideal para o abate. A observação das carcaças nos dias de abates nos frigoríficos, a insistência dos técnicos rumo à perfeição no acabamento, os exames das carcaças através da ultrassonografia. Por Eduardo Fehn Teixeira T odo esse novo clima que envolve a preparação e apronte de animais em busca das premiações na produção de carne de qualidade, chega quase ao ponto ideal. Isso ficou comprovado pela qualificação das carcaças dos quase 600 animais Angus e cruzas Angus, divididos em 24 lotes de criadores do Rio Grande do Sul, que participaram, em 14 de setembro, do VII Concurso de Carcaça Angus, que a Angus Brasil e seu programa Carne Angus Certificada promoveram na unidade de São Gabriel, RS do frigorífico Marfrig. A escolha das melhores carcaças contou com o apoio de seis certificadores do Programa Carne Angus, que trabalharam durante os abates na tipificação das carcaças e identificação das mais corretas, nos vários quesitos exigidos. Esses técnicos também tiraram as dúvidas dos produtores presentes na indústria, Fotos: Fagner Almeida/Angus que assistiram aos abates de seus animais com vivo interesse. Zona Sul na liderança O campeão do concurso, na categoria Angus Definido, foi um lote apresentado pelo pecuarista Juliano Leon, da Estância Pedra Só, de Pedro Osório, RS. “Meu sistema de produção busca animais precoces e pesados, daí a alta qualidade das carcaças. E a conquista deste prêmio prova que o trabalho que desempenhamos há mais de 50 anos está no caminho certo”, comemorou Juliano, lembrando que seu lote teve peso médio de 295,37kg. Ele, que participou pela primeira vez do evento, inscreveu 22 animais Angus definidos, todos com dente de leite. O reservado de campeão no Angus Definido foi o lote do pecuarista Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, da Estância Santa Eulália, também de Pelotas, RS, que registrou peso médio de 289,96 kg. Daniel Mello, filho de Joaquim, compareceu ao frigorífico e examinou as carcaças abatidas. “Selecionamos para este concurso os animais que apresentavam potencial de alta produção de carne. E nos abates, percebi que nosso manejo está correto, pois os lotes estavam muito uniformes”, comentou Daniel, acrescentando que “ganhar esta classificação nos sinaliza que estamos com uma seleção correta, manejo adequado, boa terminação e sanidade em dia”, explicou Daniel. Já o 3º melhor lote foi levado ao concurso pela Agropecuária Correa Osório - Cabanha Paipasso Red, de Sant’Ana do Livramento, RS. O lote teve peso médio de 284,79kg. Um dos dirigentes da propriedade, Fernando Correa Osório, que inclusive foi o primeiro Fotos: Eduardo Fehn Teixeira/Agência Ciranda Produtoras no Frigorífico Daniel Mello diretor do programa Carne Angus Certificada, foi um dos mais ativos no acompanhamento dos abates. Ele inclusive revisou todos os lotes desde os currais do frigorífico, antes dos abates, e depois examinou detidamente todas as carcaças, após a matança. “Essa premiação mostra que estamos acertando, tanto em seleção genética, como na preparação – acabamento e terminação de nossos animais, sempre de olho numa relação custo benefício o mais positiva possível”, sentenciou Fernando, lembrando que “estamos numa era de eficiência máxima, porque se não for assim, estamos fora da atividade”. Aqui os cruza Angus Na categoria Cruza Angus o campeão foi o pecuarista Sergio Souza Fernandes, da Estância Santa Maria, de Pedras Altas, RS. Ele participou do concurso com um lote de 22 machos, com média de 284,08 kg. O reservado campeão da categoria foi o lote de 22 machos da Agropecuária Correa Osório - Cabanha Paipasso Red, com média de peso de 282,24 kg por animal. Já o 3º melhor lote foi do pecuarista Stefano Scaglioni Marini, da Agropecuária Marini, de Arroio Grande, RS. Ele participou também pela primeira vez do concurso, e vibrou com o resultado. “Acompanhei do primeiro ao último lote de abates, e gostei muito do que vi. Serviu para ter idéia do nível genético do meu gado na comparação com os outros animais, de outras partes do Estado”, disse Stefano, que em seus 22 animais teve peso médio de 256,25 kg. Trio de destaque Em meio a um punhado de produtores observando as carcaças na linha de matança do frigorífico, ganhou destaque especial a presença de três produtoras, que se deslocaram de Livramento e Dom Pedrito, especialmente para ver as carcaças no frigorífico e falar com os técnicos sobre detalhes a serem melhorados na terminação dos animais. O trio era liderado por Margarida Albornoz Ferreira, da Estância Garupa, que inscreveu 30 de seus animais para o concurso. Evolução Para Fábio Medeiros, gerente do Programa Carne Angus Certificada, este VII Concurso de Carcaças Angus e suas diversas edições anteriores bem mostram a evolução dos animais, a partir da evolução dos conceitos e dos sistemas de criação da raça no Rio Grande do Sul. “Está mais que comprovado o potencial da raça Angus para produção de carne de qualidade, e o concurso de carcaças vem valorizando o trabalho dos produtores do Programa Carne Angus e, principalmente, integrando produtores e indústria, proporcionando a troca de experiência entre os elos da cadeia produtiva da carne”, sintetiza o especialista. Medeiros destaca ainda que o concurso também funciona como uma grande oportunidade de levar os produtores ao frigorífico no dia dos abates, conseguindo, por tabela, que eles entendam o funcionamento, que gerem uma melhoria ainda maior na produção de suas carcaças, e percebam a seriedade e profissionalismo do processo de certificação. >>> 6 Setembro/Outubro 2012 CARNE Angus@newS Ferramentas para incrementar a produção de carne de qualidade Fotos: Fagner Almeida/Angus e de genética britânica. A demanda crescente no País pela carne Angus está sendo fundamental ao crescimento do Programa Carne Angus Certificada, e a conseqüente melhor remuneração dos produtores. Beber apontou caminhos ao produtor. “Mais do que nunca, é hora de tirarmos vantagem da capacidade única dos ruminantes, de transFelipe Moura formar pasto em carne”, esperada. Os valores recebi- explica. Ele observa que os dos por pecuaristas foram os gaúchos, herdeiros dos memaiores do País, sendo que lhores campos nativos do historicamente o preço do boi País, têm dificuldade em traé de 6 a 8% menor do que tar o pasto como cultura. “É o de São Paulo, por exemplo. fundamental vermos o pasto Mas, nem sempre foi assim, como o agricultor de soja, milembrou Costa Beber. O Rio lho ou arroz vê suas plantas. Grande do Sul já foi o maior Necessita das melhores varieprodutor de carne do Brasil e dades, solo bem nutrido, recehoje é responsável por apenas ber cobertura nitrogenada e, 6% do abate nacional. se possível, ser rotacionado. sistemas de produção. E nes- Gabriel, dia 14, além de paPor Marina Corrêa Para tentar tirar o máxi- A pecuária pode ser competite sentido, a troca de experi- lestras sobre os programas Eduardo Fehn Teixeira mo de proveito do bom mo- tiva com a agricultura, desde ências entre os produtores e Carne Angus Certificada e Fomento e deixar na história que esteja em mesmo nível com os técnicos também con- mento Angus Marfrig, apreais de 200 pessoas ta na construção do conhe- sentadas por Fábio Medeiros a desvantagem competitiva tecnológico. Nutrição adeentre produtores, téc- cimento, enfatizou Reynaldo e pelo gerente de fomento do entre o Estado e o Centro do quada, começando pela cria, nicos e investidores Salvador, diretor do Progra- Marfrig, Diego Brasil, o pecu- País, é necessário entender aliada à maior carga, são em Angus participaram do ma Carne Angus Certificada. arista Fernando Costa Beber, os motivos que resultaram fundamentais à rentabilidade VIII Encontro de Produto- Para ele, o produtor de Angus da Pulqueria Agropecuária, nesta “vantagem”. Como fa- da atividade”, argumenta. Beber incentiva o produres de Carne Angus, que a tem de estar atento às exigên- de Santa Maria, RS, falou tores preponderantes, Beber destacou no evento que “titor, deixando claro que a via Angus Brasil realizou, com o cias da indústria e, sempre sobre seu trabalho, realizado vemos a exportação de gado é duas mãos: Está se vivenapoio do Frigorífico Marfrig, que possível, participar dos a partir de sistema intensivo em pé para países da Ásia e do um grande desafio e uma no Sindicato Rural de São eventos de fomento à raça de produção de carne de quaEuropa e a confinamentos de grande oportunidade. “EstaGabriel, RS, em 14 de setem- propostos pela Angus Brasil. lidade baseado em pastagens São Paulo”. Estas vendas só mos deixando de ser produtobro, e na Estância do Retiro, Já o gerente do Programa de clima temperado. ocorreram, segundo ele, pela res de carne comum para serda Scalzilli Agropecuária, no de certificação da entidade, Segundo ele, com a inviadisponibilidade em campos mos produtores de um artigo dia 15, em Cacequi, RS. Nos Fábio Medeiros, reforça que bilidade dos grãos, em função >>> gaúchos de animais mochos de luxo”, frisa. eventos, um verdadeiro prê- este evento foi criado com o do elevado preço, é mais do mio aos produtores: palestras intuito de integrar os pecu- que hora de tirarmos vantade especialistas sobre ferra- aristas gaúchos, de olho na gem da capacidade única dos mentas e procedimentos ca- difusão de informações técni- ruminantes, de transformar pazes de gerar o incremento cas de qualidade e a interação bom pasto em carne de quana produção de carne de qua- entre produtores e técnicos lidade”, saiu dizendo o artilidade, e a visita a uma estân- participantes do Programa culado pecuarista. A pecuácia (do Retiro) que prima por de carnes da Angus Brasil e ria gaúcha está passando por ações aliando alta tecnologia a indústria. um momento de importância e conhecimento técnico para histórica. Este ano foi marcaelevar ao máximo os índices do por uma virada há muito Em São Gabriel de produção de gado Angus No primeiro momento, voltado ao Programa Carne no Sindicato Rural de São Angus Certificada. - A meta é que os partici- Os ruminantes têm capacidade pantes levem às suas propriedades esses conhecimentos única de transformar bom de aplicação imediata, que pasto em carne de qualidade permitem a evolução de seus M 8 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS CARNE Intensidade de pastejo: chave do sucesso Fotos: Fagner Almeida/Angus Já no sábado, 15 de setembro, as mais de duas centenas de pecuaristas presentes acompanharam uma palestra com Carlos Nabinger, professor da Universidade Federal do RS, especialista da área de forragicultura, que discutiu e revelou alguns dos principais resultados de anos de pesquisa e modernos conhecimentos sobre a intensificação de sistemas de produção com níveis crescentes de tecnologia. O Pampa e os Campos de altitude respondem pela maior parte da cobertura vegetal do Estado gaúcho. Por essa razão, coloca Nabinger, a atividade pecuária foi o início e a base da economia do Estado e também conforma a base da nossa cultura. A diversidade da flora forrageira determina que a pastagem natural dessa região do globo apresente não somente uma alta resiliência mas, também, a possibilidade de produzir uma carne absolutamente diferenciada em termos de composição de ácidos graxos. Este, aliás, foi o mote principal da palestra do especialista em pastagens Carlos Nabinger. Ele destaca que a manu- tenção dos campos é uma necessidade de ordem ambiental, mas para cumprir suas múltiplas funções (biodiversidade, sequestro de carbono, qualidade das águas, entre outras) é preciso que ele também assegure renda ao produtor. No entanto, a falta de conhecimento de como manejá-las adequadamente determina um baixo desempenho da pecuária, que produz menos de 1/3 do que poderia e isso sem qualquer adição de insumos. Isto é, em sua condição natural. O professor comenta que resultados de muitos anos de pesquisa demonstram que apenas o ajuste da carga animal e o diferimento de potreiros podem levar a produções anuais superiores a 230 kg de peso vivo/ha, quando a média do RS é da ordem de 60-70 kg/ha, em sistema de recria e terminação. Uma das conseqüências é a substituição por alternativas de uso da terra consideradas de melhor desempenho econômico, como a soja e a silvicultura, ainda que muitas vezes fora das regiões recomendadas para essas culturas. “Igualmente a pesquisa tem demonstrado, e isso tem sido comprovado na prática de muitos produtores, que é possível atingir níveis de produtividade ainda mais altos se, por exemplo, fertilizarmos os campos, quando então os rendimento podem chegar a cerca de 1.000 kg de PV/ha, nesses mesmos sistemas de recria/terminação”, explica. Carlos Nabinger argumenta que a possibilidade da utilização de áreas de campo já convertidas para outros usos ou altamente degradadas, com sistemas que integrem a lavoura e a pecuária, sobretudo em plantio direto, permite otimizar sistemas de produção que mantenham o restante da área com sua cobertura natural. “A chave do sucesso será sempre o controle da intensidade do pastejo. O produtor deverá capacitarse melhor. Acreditamos que o futuro da pecuária no Sul do Brasil passa pela diferenciação do produto. Já temos a genética animal para isso e nos falta diferenciar o sistema de produção em termos de dieta alimentar e de sistemas de produção capazes de serem de alta performance econômica mas também ambiental”, diz o especialista. Acompanhamento diário “A planta muda todos os dias. Temos que acompanhála e manejá-la em harmonia com o clima e com as condições carga animal que impomos a ela”, disse, no início de sua apresentação, o também especialista em pastagens formado pela Esalq, Felipe Moura, diretor técnico da Scalzilli Agropecuária e diretor de Marketing da Angus Brasil. “Por que irrigar o arroz e não irrigar o pasto? É escolher as forrageiras adequadas a solo e clima, preparar o solo com os nutrientes recomendados e irrigá-las no verão, quando falta a chuva”, resumiu o pecuarista, que no dia de campo mostrou que tanto entende de pastagens como é de fato campeiro por gosto. “Nem a chuva atrapalhou nosso dia de campo, parando nos momentos certos em que fomos visitar os trabalhos com animais a campo”, comemorou Felipe. Ele observou ainda que o grande incentivo é a busca por informações sobre o Programa Carne Angus Certificada e as vantagens que o produtor pode tirar, incrementando seu trabalho na propriedade, quando adere ao programa da Angus Brasil. “Abrir as porteiras da fazenda dá credibilidade ao sistema de produção, pois aproxima a teoria à visão prática, passando a imagem da qualidade do produto que fazemos”, disse, entusiasmado, Felipe Moura. >>> 10 Angus@newS CARNE Setembro/Outubro 2012 Foto: Eduardo Fehn Teixeira/Agência Ciranda Água: decisiva a qualquer cultura A ssim como uma só andorinha não faz verão, o produtor precisa associar um bom número de conhecimentos e procedimentos, utilizando-os como ferramentas para o incremento da produtividade de carne por hectare em sua propriedade. A água é decisiva para qualquer cultura. O clima gaúcho vem apresentando a cada 10 anos pelo menos seis com estiagens cada vez mais severas. Na pecuária, a falta de pastagens de qualidade pode ser desastrosa para o desenvolvimento do rebanho e para o bolso do produtor. Uma alternativa que vem ganhando força, principalmente em propriedades da fronteira Oeste e região da Campanha, historicamente mais castigadas pela seca, é o uso de pivôs de irrigação para o cultivo de pastagens. Essa, segundo o veterinário mestre em zootecnia, Jean Carlos dos Reis Soares, é uma das ferramentas que, bem utilizada, pode gerar a intensificação da produção de carne de qualidade, gerando maior receita ao produtor. Assim, o produtor consegue garantir uma pastagem de qualidade ao rebanho, sem ameaças de intempéries, permitindo a multiplicação da produtividade animal. Especialmente para quem cria Angus, o pivô pode ser decisivo na terminação dos animais, tendo em vista que possuem maior eficiência comendo menos numa pastagem de qualidade e ganhando mais peso, mais rápido. O número de adeptos de tecnologias de irrigação vem crescendo, embora o desembolso seja alto, de R$ 4 mil a R$ 6 mil por hectare para implantação de pivô. Ou seja, uma propriedade que desejar irrigar 100 hectares de pastagens, vai ter um desembolso de cerca de R$ 500 mil. Mas a irrigação, somada a um pacote de conhecimentos e ferramentas envolvendo escolha de plantas de acordo com o clima e um manejo adequado de plantas e gado, resultam e, lucro certo. Jean Soares alerta que o sucesso da implantação de sistemas intensivos de produção exige não apenas conhecimento técnico da atividade, como também controle operacional e gerencial. Para ele, que pesquisou por dois anos a viabilidade econômica da terminação de bovinos em pastagem irrigada, é importante que o produtor esteja pronto ao investir no sistema. Mas, o que significa estar pronto? Soares indica que é preciso ter uma genética boa, sanidade e manejo de pastagens adequado. “E, claro, ter um bom reservatório de água para investir em um pivô. Tem que começar com o reservatório cheio, com água para dois anos”, ressalta o especialista. Na pesquisa feita por Soares alimentação da bovinocultura de corte no Rio Grande do Sul. Soares observou que alguns produtores estão fazendo testes usando irrigação em pastagem nativa. Apresentam bom valor forrageiro na estação quente, porém, durante o inverno, não crescem, ficam envelhecidas e crestadas por geadas e não suprem as necessidades para manutenção do peso dos animais. Mas a maioria utiliza a irrigação para a produção de aveia, azevém e as leguminosas como trevos e cornichão. A pesquisa apontou que a tifton é a uma das forrageiras que melhor respondem a irrigação, garantindo maior quantidade de matéria seca para o rebanho. “Com o uso da irrigação, o fator água passa a não ser mais limitante para o crescimento das forrageiras, de modo que a sazonalidade Vantagens As vantagens são várias, de produção passa a ser funobserva o técnico. “Dá para ção apenas da disponibilidade fazer a intensificação dos da radiação solar e, princimódulos de produção e libe- palmente, da temperatura”, ração de áreas para maior observa. produção”, explica Soares, Cuidados acrescentando que, com a ircom manejo rigação, o produtor consegue Soares reforça que a ajuextrair o máximo da forrageira. “Se o produtor colocar da que não vem dos céus não mais adubo, por exemplo, a serve de nada se o produtor forrageira pode crescer mais. não atentar para o manejo. Dá para explorar mais a for- “É necessário um conhecimento em manejo de pastarageira”, avalia. Na região Sul, a termina- gens com o objetivo de otimição é caracterizada pela pro- zar o uso de uma pastagem dução em pastagens nativas, irrigada, pois estas também sendo a principal fonte de sofrem com manejos inadeem três propriedades de Uruguaiana, o ganho de peso dos animais em pastagens com pivô foi três vezes maior que a média estadual de ganho de peso em pastagens sem esta tecnologia. Nas áreas de pastagens irrigadas, foram retirados 772 kg de carne por hectare. Na região, a tecnologia de irrigação de pastagens está ganhando a simpatia dos produtores em função dos constantes períodos de seca. O foco é minimizar os efeitos do stress hídrico da planta e aumentar a produção forrageira. Soares comenta que a presença de reservatórios d’água, como barragens, açudes e represas existentes para a cultura do arroz é um fator que contribui positivamente para a adoção da tecnologia na fronteira Oeste. quados”, constatou. O principal problema, aponta, é a aplicação excessiva de água, o que resulta em prejuízos ao ambiente, consumo desnecessário de energia elétrica e de água, lixiviação de nutriente e maior compactação do solo, repercutindo na diminuição da produção e vida útil da pastagem. “A irrigação de pastagens é uma tecnologia que supre apenas um dos fatores envolvidos na produção de alimentos: a água. Para que ela se torne uma tecnologia viável economicamente, é necessário o conhecimento e o domínio de todos os outros fatores”, conclui. No mundo Os primeiros trabalhos com irrigação de pastagens no mundo surgiram na Alemanha e Nova Zelândia, na década de 40. No Brasil, as primeiras pesquisas foram realizadas nos estados de São Paulo e Minas Gerais, nas décadas de 60 e 70, com o objetivo de resolver os problemas de estacionalidade forrageira durante o período seco do ano. No entanto, estas regiões não proporcionavam as condições climáticas ideais para o desenvolvimento das pesquisas e concluiu-se que a irrigação de pastagens era uma tecnologia economicamente inviável para as condições brasileiras. >>> 12 Angus@newS CARNE Setembro/Outubro 2012 Confinamento: no controle D entre as várias ferramentas tecnológicas à disposição do produtor para a intensificação da produção de carne de qualidade, destaca-se também o confinamento. Esta tecnologia, desde que empregada corretamente e seguindo os protocolos adequados, permite não apenas a terminação do animal com maior ganho de peso e melhor distribuição da camada de gordura, mas também a padronização dos lotes que vão para o abate, condição importante para a qualidade da carne e valorizada pelos abatedouros. Contudo, diversas etapas devem ser seguidas anteriormente a este procedimento, para que esta fase resulte nos resultados desejados e o produtor não tenha prejuízos ao invés de lucros. O PhD em Zootecnia, Mikael Neumann, professor da Universidade Estadual do Centro Oeste, em Guarapuava, PR, e pesquisador da CooperAliança, dá algumas dicas importantes para que o produtor possa tirar o máximo proveito com o uso desta prática. “O confinamento é uma tecnologia que permite o controle intensivo da produção através do planejamento”, diz Neumann. Para isto, contudo, devem ser seguidos diversos procedimentos que irão garantir o resultado positivo do processo, adianta ele. “Os animais devem ser preparados para o confinamento. Tem que ser classificados por sexo, raça, idade e formar lotes homogêneos antes de serem confinados”, destaca. Neumann ressalta a atenção para a questão sanitária, afirmando que é imprescindível que os animais passem por um tratamento com vermífugos antes de serem confinados e Mikael Neumann que haja muito cuidado com o local onde a medicação seja aplicada, para que os resíduos não venham contaminar o local do confinamento. Fase curta, porém importante, o confinamento deve compreender um período inferior a 120 dias. O tempo ideal, de acordo com o pesquisador, é de 70 a 90 dias para se buscar o ponto de equilíbrio na finalização dos animais. “Mas se não tiver a preparação anterior, esta fase torna-se improdutiva”, assegura o especialista. De acordo com Neumann, a condição ideal do animal para o confinamento inicia no nascimento e a qualidade do produto deve estar presente em todas as fases anteriores ao processo final de confinar. Para isto é importante ter uma conduta e aplicar os procedimentos adequados de bem estar animal na propriedade e o uso da rastreabilidade, para que o animal possa expressar o seu máximo potencial quando confinado. A maximização do ganho de peso no confinamento também pode ser intensificada com o uso de aditivos biológicos que a pesquisa científica comprova como eficientes, como a homeopatia, os óleos essenciais e os probióticos, informa Neumann. “Estes produtos já estão no mercado, mas ainda há muito descrédito por parte do produtor nos resultados que eles podem proporcionar. Sabe-se porém que o valor do investimento nesses produtos é menor do que o ganho que se tem com o seu uso”, destaca o pesquisador. O uso destes aditivos também tem que estar associado com outras práticas de manejo e um balanceamento de dieta adequado. “O animal confinado tem um custo diário que deve ser inferior ao que ele ganha em peso no seu dia a dia. Hoje de maneira geral o ganho líquido do confinador é muito baixo e às vezes até negativo. Por isso muitas vezes o produtor opta por aprontar um animal de maior idade só a pasto. Esta prática, porém, gera uma despadronização nos lotes que chegam no frigorífico” finaliza o pesquisador. TÉCNICOS CREDENCIADOS Utilize os serviços do Corpo Técnico da Associação UF PR SC SC RS RS RS RS RS RS CIDADE Arapongas Lages Lages Porto Alegre Bagé Porto Alegre Alegrete Vacaria Cachoeira do Sul NOME Antônio Francisco Chaves Neto Aristorides Tadeu Ribeiro de Melo Adevolmir Silva Dimas Correa Rocha Fábio Azeredo Fernando Furtado Velloso Flávio Montenegro Alves Ivan Pedro Verdi Guazzelli Joel Rocha Scroferneker TELEFONES 43 3275.1811 / 43 9972.0309 49 9146 5455 49 8839 7790 51 9904.3356 53 9946.6031 51 3392.6502 / 51 9835.8100 55 3422.7595 / 55 9974.3024 54 9117.0773 51 3724.2495 / 51 9975.1985 UF RS RS PR RS RS RS SP RS SP CIDADE Cachoeira do Sul São Borja Cascavel Pelotas S. do Livramento Sto. Antônio Patrulha S. J. do Rio Preto Uruguaiana Promissão NOME José Carlos Guasso Josemin de Lima Guerreiro Luis Augusto Copetti Luiz Sérgio Santos de Faria Luiz Walter Leal Ribeiro Pedro Adair F. dos Santos Rednilson Morelli Goes Renato Pinto Paiva Tito Mondadori TELEFONES 51 9602.0365 / 51 9995.8189 55 3431.6497 / 55 9977.6644 45 9972.3425 53 3225.3805 / 53 9983.0813 55 9112.3916 / 55 3242.1312 51 9837.6501 / 55 9969.1464 17 9201.9181 55 3412.5339 / 55 9977.7281 14 8147.7797 14 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS CARNE Lançado novo selo da carne Angus no Paraná O município paranaense de Guarapuava é o primeiro daquele Estado a possuir certificação de carne pelo Programa Carne Angus Certificada, da Angus Brasil. Com o selo Aliança Angus Premium, os animais abatidos pela Cooperativa de Carnes Nobres do Vale do Jordão (CooperAliança) passam a integrar o seleto grupo de produtos diferenciados com a chancela da Angus Brasil. O lançamento da nova mar- ca aconteceu durante a 37ª Feira Agropecuária de Guarapuava. Comemorando o lançamento, o diretor do programa de certificação da Angus Brasil, Reynaldo Salvador destacou: “O selo terá somente carne Angus produzida no Paraná e por paranaenses”, disse, mostrando toda sua satisfação pela parceria ter sido oficializada. A certificação da cooperativa faz parte do projeto de expansão da carne Angus para todo o Brasil, complementou Salvador, que considera o Paraná um estado-chave para o Programa Carne Angus. “Começamos atendendo Guarapuava, Cascavel e Curitiba. Num futuro não muito distante atingiremos todo o Estado do Paraná”, previu o dirigente, pois Marfrig, FSL Itu e Pfizer avaliam cruzamento Angus grama Fomento teve reflexos também no mercado de sêmen Angus. “De 2007 a 2011, o crescimento das vendas de sêmen Angus foi de 174%. Para 2012, estima-se um crescimento de 39%, com a venda de mais de 3,3 milhões de doses”, informou o gerente de produtos corte taurinos da Alta Genetics, Marco Antonio Oliveira. O zootecnista Tiago Cresti “O cruzamento Angus x ma Fomento Angus Marfrig, Losi, da Lageado Consultoria, Nelore é o verdadeiro casa- Luciano de Andrade, enfati- empresa habilitada para immento por interesse, que via- zou que o programa incentiva plantar o Programa Fomento biliza a produção de carne de o uso da tecnologia e da ge- em propriedades, abordou as qualidade em grande escala”, nética para fornecimento de principais vantagens econôdisse o pecuarista Antônio carcaças padronizadas den- micas do uso de tecnologia Maciel Neto, da FSL Angus tro dos parâmetros de aca- na produção de animais de Itu, na abertura do o 1º Se- bamentos de gordura, peso e cruzamento industrial, frente minário Cruzamento Angus, idade, de acordo com as ca- aos custos requeridos por esta uma parceria entre o Grupo racterísticas definidas pela atividade. Thiago demonstrou Marfrig, FSL Angus Itu e Pfi- Angus Brasil. “Participando que os investimentos em teczer Saúde Animal, realizado do Programa, o pecuarista se nologia genética são recomem Itu, SP, dia 14 de setem- beneficia com segurança para pensados com valorização de bro, um grupo seleto de mais produzir, garantia de compra mercado no momento da nede 100 pessoas, entre pecu- de qualquer categoria animal, gociação dos animais, dando aristas e técnicos. O CEO do adiantamento financeiro para segurança ao produtor. Marfrig Beef, James Cruden, uso de tecnologia genética O seminário abordou ainda destacou o fortalecimento da e desconto de acordo com a o manejo sanitário de animais marca Seara Angus e a contri- performance no abate, contra- de cruzamento, pelo médico buição do Programa Fomento tação de assistência técnica veterinário da Pfizer Saúde Angus Marfrig, que incentiva assegurada, remuneração di- Animal, Élio Moro, e Manejo o investimento dos produtores ferenciada e classificação de de Touros Angus a Campo, a em genética e a premiação carcaça certificada”, pontuou cargo do experimentado técLuciano. por qualidade de carcaça. nico da Angus Brasil, Antônio O fortalecimento do Pro- Chaves (Toninho). Já o gerente do Progra- os pecuaristas estão direcionando o rebanho azebuado à genética Angus. “As estatísticas mostram que, em 2011, 42% de todas as doses de sêmen vendidas no Paraná foram de reprodutores Angus. Isto prova que o pecuarista paranaense conhece e valoriza as características da raça”, conclui Salvador. Destacando que a novidade permite agregar valor ao produto comercializado e aumentar a remuneração dos produtores, o presidente da CooperAliança, Edio Sander, ressalta que esta oportunidade atende aos anseios do consumidor, fornecendo carne de qualidade e origem comprovada. Agradecendo a confiança da Angus Brasil no trabalho desenvolvido pela cooperativa o dirigente almejou que ”esta parceria contribua para o fortalecimento e a prosperidade da cadeia produtiva da carne Angus no Paraná”. O projeto da cooperativa, segundo Sander, abrange desde o produtor até o cliente final. Para o equilíbrio entre os elos dessa cadeia produtiva, ele destacou os pilares que sustentam o trabalho da empresa: a garantia de rentabilidade e sustentabilidade ao produtor; a garantia de prestação de serviços à indústria; a oferta de um produto de qualidade com regularidade e preço competitivo ao varejo; e, por fim, o atendimento aos anseios por uma carne de qualidade e preço justo ao consumidor. EUA realiza pesquisa sobre genética Angus em marcas certificadas no país Segundo recente levantamento realizado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o requerimento inicial para mais de 80 marcas de carne bovina certificadas pelo país atestarem a qualidade é possuir, pelo menos, certo grau de sangue da raça Angus na composição. “Isso prova que a genética Angus é tendência mundial no que diz respeito à produção de carne de qualidade”, avalia Reynaldo Salvador, diretor do Programa Carne Angus Certificada da Associação Brasileira de Angus. Porém, devido à fragmentação da indústria bovina americana, a captura de dados mais concretos sobre o número de animais Angus na cadeia de fornecimento de carne dos Estados Unidos, ou com algum grau sanguíneo da raça, de acordo com o analista do CattleFax, Lance Zimmerman, fica na mão dos frigoríficos. No entanto, é sabido que a genética Angus é usada mundialmente para agregar qualidade à carne. “Quanto maior o grau desta genética na carcaça do animal, mais sabor, mais marmoreio e mais suculência a carne terá”, pontuou Salvador. No Brasil, a Associação Brasileira de Angus mantém desde 2003 o Programa Carne Angus Certificada, para garantir a qualidade da produção da carne da raça. O selo de certificação da entidade garante aos consumidores, e demais elos da cadeia, elevados padrões de qualidade e a identifica os produtos produzidos exclusivamente a partir de animais Angus e cruza Angus. Atualmente, a certificação da associação está presente em 14 plantas frigoríficas nos estados do RS, PR, MS, MT, GO e SP, com técnicos treinados que realizam um processo de certificação em padrões internacionais para atestar a qualidade da carne produzida com genética Angus. Para ler o material produzido pela Cattlenetwork. com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint, acesse o site www.beefpoint.com.br. 16 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS PARCEIROS IATF e Touros Melhoradores: sinergismo para produzir terneiros de qualidade Por Marcelo Maronna Dias A viabilidade econômica de um sistema de produção de carne bovina depende diretamente da eficiência reprodutiva dos rebanhos. Baixos índices de produtividade estão associados a baixas taxas de prenhez em vacas de cria, salientando-se que, neste caso, uma inadequada condição nutricional no pré e pós-parto passa a ser um fator importante. O manejo de cada propriedade é um fator fundamental para o sucesso da implantação de tecnologias, visto que, o meio exerce grande influência sobre os resultados. No entanto, dependendo de alguns fatores inerentes da produção de carne a pasto, adequar o manejo para o uso destas tecnologias torna-se um grande desafio. Ao analisar produtividade: somos capazes de avaliar eficiência reprodutiva? Como detectar falhas e mais importante, como reagir? Como medir benefícios do uso de determinada tecnologia? Quais os índices que a propriedade apresenta? Qual o ponto de partida? Estas questões são importantes, pois o emprego de uma tecnologia deve incrementar desempenhos, mas não ser responsável por milagres. Visando progresso genético, a IATF surgiu como uma grande alternativa para eliminar um fator limitante para o uso da inseminação artificial em uma categoria extremamente importante que são as vacas com cria ao pé. Para aumentar a taxa de desmame com terneiros de qualidade e uniformidade, acreditamos que os programas de IA com repasse de touros sejam uma associação extremamente importante nos programas de reprodução nos sistemas de gado de cria, aumentando o peso de desmame, peso ao ano, precocidade e qualidade de carcaça. Partindo-se do princípio de que a técnica e os protocolos de IATF são de domínio dos técnicos e produtores, não cabe discutir critérios, limitações e vantagens da IATF. Admitindo-se como um número aceitável de fêmeas prenhes com IATF no 1º dia de um programa de IATF seja ao redor de 50%, é possível constatar que teremos praticamente a metade das fêmeas para serem cobertas no restante do período reprodutivo. Nas vacas que foram implantadas e inseminadas pela IATF, é possível adotar três tipos de manejo: fazer um diagnóstico de prenhez em 30 dias com uso de ultrassom e insemina-las novamente tentando atingir um percentual maior de vacas prenhas por inseminação (75%) e, depois desta segunda IATF, colocar os touros para o repasse ou fazer o diagnóstico para apartar o lote das prenhas concentrando o lote de vacas que estão vazias para os touros repassarem. Ainda, poderemos inseminar as vacas e colocar os touros para o repasse, claro que numa concentração menor, admitindo que metade do lote esteja prenhe. Quando empregamos este tipo de manejo, os touros geralmente entram no gado ao redor de 14 dias (duas semanas) após a IATF, concentrando suas ações no momento em que deverão aparecer os retornos de cio. Sabemos que a inseminação artificial não deve ter o intuito de suplantar índices conseguidos com monta natural, mas o uso da IATF veio a cooperar muito no uso racional de touros (utiliza-los no momento certo). Estabeleceu-se uma consciência da necessidade de separar as vacas de acordo com a ordem cronológica de parição e boa condição corporal para o emprego de IATF, contribuindo muito no manejo para concepção tanto pela IA como pelos touros no repasse. Isto porque, após o uso do implante de progesterona, muitas vacas que não emprenham da IATF, saem da condição de anestro e ciclam retornando no período onde deveremos estar atentos para efetuar o repasse. Isto minimiza uma situação tantas vezes constatada em que os touros são colocados em rodeios de vacas de cria que não têm as menores condições de mostrar estro. Sabe-se que a fertilidade no pós-parto pode ser influenciada pela involução uterina atrasada, ciclos curtos, subfertilidade ou infertilidade e anestro, sendo o anestro, devido, principalmente a deficiências nutricionais ou a presença da cria. Nisto, talvez resida a grande vantagem do uso da IATF, inseminar vacas com cria ao pé, que mesmo em anestro, tem a oportunidade de conceber no primeiro dia estabelecido para começar a temporada reprodutiva. Assim, necessitaremos de um número menor de touros, o que pode resultar para o produtor, em mobilizar recursos para adquirir touros realmente melhoradores que reúnam todas as condições para executar o serviço durante o período de monta trabalhando de uma forma racional em um período menor e em vacas que realmente tenham condições de emprenhar. Ressaltamos isto pelo fato de que a proporção touro/vacas utilizada dentro dos rebanhos brasileiros apresenta variações entre 1:25 (Pantanal MatoGrossense) a 1:50 em regiões de pecuária mais intensiva. As características de pureza e caracterização racial e de crescimento como ganho de peso devem ser levadas em consideração, mas não devem ser mais valorizadas que o desempenho reprodutivo. O conhecimento da baixa fertilidade pode ser mais importante do que o da esterilidade, visto que, pode haver animais com alta libido e baixa fertilidade. Na escolha de touros melhoradores (provados), temos ferramentas que devem ser levadas em consideração: linhagens genéticas, índices de avaliações de ganho de peso ao desmame e ao ano e índices de progênies. Por estas e tantas outras considerações, torna-se desnecessário, ressaltar a importância do exame andrológico para touros vendidos em feiras ou nas propriedades, para indicar os animais que são aptos à reprodução anexados dos devidos exames sanitários, pois durante o serviço, estes entram em contato com muitas fêmeas e podem converter–se em portadores de agentes virais e bacterianos disseminando patologias dentro dos rebanhos de cria. Sob o ponto de vista econômico, historicamente, podemos atribuir o valor de um touro ao redor de 1500 Kg de boi e com o uso da IATF em vacas com cria ao pé, utilizaremos um número menor de touros o que pode propiciar a escolha de animais de maior valorização genética. Atribuir um valor para compra de hormônios ou sêmen é mais fácil, mas saber quanto custa manter um touro na propriedade é uma tarefa bem mais difícil. Neste sentido (BÓ et al., 2006), estabelecendo o valor de compra de um touro em 1200 Kg de boi, consideraram alguns fatores como: comissão na compra, frete até a fazenda, depreciação do dinheiro em quatro temporadas de uso, risco (mortalidade ou descartes), valor residual, custo de oportunidade, nutrição, andrológico, vacinações, mineralização, exames sanitários para estabelecer o custo de um touro para ser mantido na propriedade fora da temporada de monta, chegando a um valor de 584 Kg de boi por ano. Isto mostra como devemos ser criteriosos na escolha de touros para monta. Considerações finais Quando pensamos em usar uma tecnologia temos que nos preocupar com sua viabilidade nos diferentes sistemas de produção. Geralmente ao definir que vamos utilizar um protocolo de inseminação, a primeira pergunta que surge é: quanto custa? E o impacto de desembolso de capital que vai gerar para a propriedade. Na verdade, a tecnologia deveria ser considerada como um investimento medindo seus riscos e com uma projeção real de lucros. Sendo assim, pergunto: Não deveríamos saber primeiro o resultado que uma ou outra tecnologia pode gerar ao invés de quanto vai custar? Este protocolo vai melhorar os índices de produtividade no rebanho em questão? Qual a capacidade de investimento desta propriedade em função das suas prioridades e objetivos? Desta forma, poderemos nos perguntar se o custo de uma IATF com sêmen provado é caro ou barato por vaca inseminada. Sabendo ser possível fazer um diagnóstico precoce da IATF com 30 dias de serviço atingindo ao redor de 50% de prenhez e reutilizar o implante aumentando as vacas inseminadas para quem sabe uns 75% de prenhez. Programando uma IATF, anteciparemos o período de serviço uniformizando a parição e ao classificarmos as vacas para IATF, neste momento, poderemos decidir o que fazer com as fêmeas de baixa condição corporal e lotear os touros para o repasse de forma racional para ter-se o melhor desempenho possível. Estas são apenas algumas colocações como um exercício de raciocínio. É aconselhável lembrar que cada propriedade possui suas particularidades que devem ser respeitadas e levadas em consideração. Médico veterinário, Supervisor Regional da CRI Genética Brasil RS/SC. 18 Angus@newS MELHORAMENTO GENÉTICO Setembro/Outubro 2012 Touros Angus Top 10 2012-2013 Por Leonardo T. Campos Os dois objetivos principais da publicação desta relação de Touros Top 10 na raça Angus são: (1) obter uma maior conectabilidade entre os diferentes rebanhos participantes do PROMEBO® e (2) facilitar a identificação e localização de reprodutores superiores na avaliação genética da raça, pelos criadores que se mostram interessados na genética Angus. Para integrar a listagem Top 10 existem alguns critérios de classifica- ção: ter comparecido na ultima edição do Sumário de Touros Angus; ser considerado um touro em atividade, ou seja, com descendência avaliada pelo programa nos últimos quatro anos; conter progênie distribuída por três rebanhos no mínimo; e possuir disponibilidade de sêmen para comercialização nas principais Centrais de Inseminação Artificial estabelecidas no país. Como critério adicional, adota-se as exigências de DEPs positivas para duas outras características ponderais: ganho de peso do nascimento a desmama (GND) e ganho de peso do nascimento ao sobreano ou final (GNS), bem como, Índices Desmama e Final, também, positivos. Adotar este critério adicional também para os Touros Top 10 para Peso ao Nascer evidencia que se busca a identificação de touros que produzam filhos de baixo ou razoável peso ao nascer, de parição facilitada, mas que acelerem suas curvas de crescimento na fase pós-natal. Os touros qualificados como Top 10 para Peso ao Nascer estão em ordem crescente a partir da menor DEP para peso ao nascer. - Touros Angus Top 10 2012-2013 para Peso ao Nascer: PN GND INDICE APELIDO REGISTRO DEP D DEP D DESMAMA D DO TOURO DO TOURO PEL CIA BANDO 9074 IA-831 P G -0,85 1 11,97 1 26,22 1 GNS DEP D INDICE FINAL D 14,44 17,77 1 1 TESORO IA-737 P T -0,83 1 3,20 2 5,83 3 6,28 2 5,91 3 LIDER IA-679 P D,O -0,80 1 5,14 1 17,43 1 2,46 3 9,59 2 PIONEIRO O089703 P P,T -0,75 1 1,86 3 7,69 3 3,80 3 6,60 2 COMBINATION MAJOR LEAGUE JOCKEY IA-978 V A -0,67 1 5,15 1 8,74 3 9,75 1 4,81 3 IA-762 V G -0,52 1 7,80 1 16,74 1 11,86 1 14,22 1 IA-676 P D -0,39 2 6,23 1 21,31 1 0,49 5 8,05 2 BROTHER O079228 V A -0,36 2 4,14 2 11,15 2 0,46 5 2,07 4 TOUAREG C255935 P P,T -0,36 2 3,12 2 8,77 3 4,68 3 7,33 2 CHEYENNE IA-781 V A -0,13 4 8,45 1 22,08 1 14,81 1 19,10 1 Logo abaixo são apresentados os Touros Top 10 para Índice Final. Este índice tem como características componentes e fatores de ponderação: ganho de peso, conformação, precocidade, musculatura e perímetro escrotal. Os touros estão ordenados decrescentemente, a partir do maior índice final. - Touros Angus Top 10 2012-2013 para Índice Final: APELIDO DO TOURO ZORZAL - Touros Angus Top 10 2012-2013 para Índice a Desmama: APELIDO DO TOURO ZORZAL REGISTRO DO TOURO PEL CIA IA-850 P K PN GND DEP D 0,78 DEP ÍNDICE D GNS ÍNDICE DESMAMA D DEP D FINAL D 0 13,64 1 37,15 1 17,11 1 22,16 1 PN GND ÍNDICE GNS ÍNDICE DEP D DEP D DESMAMA D DEP D FINAL D 0,78 0 13,64 1 37,15 1 17,11 1 22,16 1 QUEBRACHO IA-755 V K 1,05 0 9,88 1 29,30 1 10,82 1 19,81 1 LAPACHO O104073 V Y 0,25 8 6,15 1 32,79 1 7,01 2 19,50 1 GRID MAKER IA-729 P M 0,86 0 7,59 1 30,04 1 9,01 1 19,26 1 CHEYENNE IA-781 V A -0,13 4 8,45 1 22,08 1 14,81 1 19,10 1 NET WORTH IA-911 P G 0,65 0 8,73 1 27,34 1 11,59 1 17,86 1 BANDO 9074 IA-831 P G -0,85 1 11,97 1 26,22 1 14,44 1 17,77 1 TRAVELER 004 IA-804 P G 0,55 0 7,79 1 21,33 1 13,38 1 17,77 1 FIELD DAY IA-814 V M,R -0,05 5 6,48 1 26,90 1 8,36 1 17,56 1 PUCARA IA-929 V K 1,07 0 7,16 1 26,85 1 5,96 2 15,97 1 Abaixo pode-se verificar a tabela que apresenta os componentes e fatores de ponderação do índice final Angus, e ainda a tabela com as legendas de todas as centrais de IA que apresentaram touros com avaliação genética no Sumário de Touros 2012-2013 da ANC. Assim, o criador pode identificar o melhor touro para cada característica e onde obter sêmen deste. - Componentes e Fatores de Ponderação do Índice Final Angus: ÍNDICE FINAL Ganho de peso do nascimento a desmama Conformação na desmama Precocidade na desmama Musculatura na desmama Ganho de peso da desmama ao sobreano Conformação no sobreano Precocidade no sobreano Musculatura no sobreano Perímetro escrotal PONDERAÇÃO (%) 25 5 8 8 25 5 8 8 8 * FORNECEDORES DE SÊMEN Código Os Touros Top 10 para Índice a Desmama são apresentados logo abaixo. Este índice desmama é composto por 50% para DEP Ganho de Peso ao Nascimento a Desmama (GND), e os outros 50% subdivididos para as DEPs nas características visuais: Conformação (C) = 10% , Precocidade (P) = 20% e Musculatura (M) = 20%, todas na fase pré-desmama. Os touros estão ordenados de forma decrescente, a partir do maior índice de desmama. REGISTRO DO TOURO PEL CIA IA-850 P K Descrição Fone A ABS PECPLAN - www.abspecplan.com.br (34) 3366.5177 B CENTRAL BELA VISTA www.centralbelavista.com.br (14) 3883 1039 D CIIADO www.ciiado.com 02924 – 420307 G CRI GENÉTICA BRASIL www.crigenetica.com.br (16) 3368 3800 K SOLUÇÃO GENÉTICA SÊMEN E EMBRIÕES – www.solucaogenetica.com.br (55) 3352 5051 L LAGOA DA SERRA - www.crvlagoa.com.br (16) 2105 2299 M SELECT SIRES DO BRASIL - www.selectsires.com.br (51) 3222 9688 N AXELGEN I.A. - www.axelgen.com.br (16) 3632 7700 O PROMEGA BRASIL - www.promega.com.uy (53)9971 8210 P PROGEN – www.progen.agr.br (53) 3243 1199 LAPACHO O104073 V Y 0,25 8 6,15 1 32,79 1 7,01 2 19,50 1 Q GERA – www.ciiado.com.ar (53) 3243 1546 GRID MAKER IA-729 P M 0,86 0 7,59 1 30,04 1 9,01 1 19,26 1 R SEMBRA - www.sembra.com.br (17) 3322 2888 QUEBRACHO IA-755 V K 1,05 0 9,88 1 29,30 1 10,82 1 19,81 1 T ALTA GENETICS – www.altagenetics.com.br (34) 3318 7777 NET WORTH IA-911 P G 0,65 0 8,73 1 27,34 1 11,59 1 17,86 1 U ARAUCÁRIA – www.argen.com.br (43) 3315 3500 FIELD DAY IA-814 V M,R -0,05 5 6,48 1 26,90 1 8,36 1 17,56 1 V VOLTA GENÉTICA – www.volta.com.br (11) 3872 0322 PUCARA IA-929 V K 1,07 0 7,16 1 26,85 1 5,96 2 15,97 1 X SEMEX - www.semex.com.br (11)4589 6200 BANDO 9074 IA-831 P G -0,85 1 11,97 1 26,22 1 14,44 1 17,77 1 Y CORT GENÉTICA BRASIL – www.cortgeneticabrasil.com (55) 3414 0198 HORNERO IA-849 P K 0,97 0 8,66 1 24,85 1 8,33 1 13,92 1 HERDEIRO O111950 V A -0,08 5 6,34 1 24,15 1 9,10 1 13,03 1 [email protected] Coordenador Técnico do PROMEBO® 20 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS MELHORAMENTO GENÉTICO Genética Nacional “Eu acredito!” O objetivo desta coluna do seu Angus@newS é apresentar objetivamente o pensamento de importantes selecionadores da raça que defendem o uso de genética nacional na seleção dos rebanhos Angus. E também vamos dar mais consistência e credibilidade ao programa de seleção”, aponta ele, acrescentando que, assim, vamos aumentar a presença de touros nacionais nas centrais de inseminação. Fernando Osório critica o fato de um grande número de produtores ainda estarem focados no fenótipo, na beleza exterior do animal, quando deveriam prestar mais atenção na funcionalidade e nos dados de performance dos exemplares. Para ele, nossa pecuária ainda está mais voltada à paixão do que à razão. “Precisamos direcionar nosso foco à eficiência econômica. É o que já fazem produtores concorrentes dos Estados Unidos, da Austrália e da Nova Zelândia, por exemplo. No primeiro mundo, quem não se preocupa fundamentalmente com as Fernando Correa Osório características de relevância econômica, está fora do contexto produtivo”, adverte. om o aval do Conselho FERNANDO Para Fernando Osório, Técnico e da direção CORREA OSÓRIO deveríamos ressaltar caracda Associação BrasileiCabanha Paipasso Red terísticas como qualidade de ra de Angus (Angus Brasil), Sant’Ana do carcaça, que tem retorno ecoeste espaço estará sempre Livramento, RS nômico certo através de boaberto a todos os criadores e selecionadores de Angus que Como tem sido mostrado nificações e premiações. Ele desejarem manifestar suas nesta coluna, acreditar na ge- destaca ainda o encurtamenidéias e opiniões sobre este nética nacional Angus é uma to do ciclo de terminação e a assunto. O resultado esperado realidade que vem sendo con- maior valorização da precocié o contínuo aperfeiçoamento firmada pelos criadores top dade sexual, que tem relação da genética nacional da raça, da raça, e uma tendência que direta com a fertilidade. “Uma boa vaca tem que uma das metas que vem sen- cresce em todo o Brasil. do perseguidas e incentivadas Nesta linha, o conhecedor produzir um terneiro por ano pela Angus Brasil. de Angus e especialista em pe- por muitos anos. Vacas falhaNesta edição temos os ar- cuária de qualidade Fernando das devem ser sumariamente gumentos do tradicional sele- Correa Osório, sai argumen- eliminadas, simplesmente porcionador de Angus e primeiro tando que os selecionadores que não estão cumprindo sua diretor do Programa Carne devem usar reprodutores de função”, sentencia. Outras características Angus Certificada, Fernando sua produção em seus rodeios, que para ele devem ser valoCorrea Osório, da Agropecuá- e também usar o Promeria Correa Osório – Cabanha bo. “Utilizando esses touros rizadas são a preferência por Paipasso Red, em Sant’Ana crioulos, ao mesmo tempo que animais de alta eficiência em do Livramento, RS, e do tra- vamos prová-los, vamos tam- conversão alimentar e que dicional criador Luiz Felipe bém aumentar a pressão sele- apresentem facilidade de parFerreira da Costa, da Tarumã tiva de nossos gados a partir to, o que reduz a mão de obra, Agropecuária – Fazenda Que- de genéticas adaptadas às representando mais receita no rência, em Alegrete, RS. características de nosso meio. bolso do produtor. C LUIZ FELIPE FERREIRA DA COSTA FILHO Tarumã Agropecuária / Fazenda Querência Quaraí/RS exemplo, o Promebo”, explica o criador. No entanto, o produtor observa que em plantéis com o objetivo de produção de touros, é importante testar algum reprodutor de fora para oferecer opções de sanA raça Angus vem baten- gue para os criadores e prodo recordes na venda de sê- dutores de animais de corte. men no Brasil pela qualidade “Contudo, fico preocupado de carne que produz e pelas quando animais sem prova diversas características que alguma em nosso ambiente transmite à sua progênie, são utilizados massivamente como precocidade de aca- em rebanhos puros e, prinbamento, fertilidade, apti- cipalmente, comerciais. Os dão materna, entre outras. resultados buscados nestes Proprietário da fazenda casos podem não ser os deseQuerência, Luiz Felipe Fer- jados pelo produtor”, alerta. reira da Costa Filho alerta Recentemente, várias cenque dentro deste contexto, o trais de inseminação vêm produtor deve ter cuidado na contratando e adquirindo hora da escolha do reprodu- touros nacionais provenientes tor que usará na inseminação de programas de seleção bem durante a estação de monta. orientados com o objetivo O sêmen importado, utiliza- de oferecer aos seus clientes do em maior volume que o sêmen de animais adaptados nacional, alerta ele, não dá a ao nosso meio e realmente garantia de ganhos genéticos melhoradores. “Ficarei satisnum programa de produção feito e mais tranqüilo quando de carne, pois estes repro- a quantidade de sêmen nadutores são selecionados em cional vendida for superior à condições ambientais total- importada para uso em larga mente diferentes das nossas escala, principalmente em rebanhos comercias no Brasil. aqui no Brasil. “Sendo assim, devemos Hoje em dia a nossa atividausar uma genética provada de não permite erros, princinas nossas condições, oriunda palmente em genética que inde reprodutores superiores, fluenciará a produtividade de selecionados dentro de um nossos rebanhos por muitos programa genético como, por anos”, conclui. Luiz Felipe Ferreira da Costa Filho 22 MELHORAMENTO GENÉTICO Setembro/Outubro 2012 Angus@newS Santa Catarina Busca voraz por genética Angus Mais de 50% de toda a genética de embriões Angus importada e produzida no Brasil vem sendo absorvida pelos criadores de Santa Catarina nos últimos anos. A demanda é conseqüência direta das restrições sanitárias impostas àquele estado, com barreiras que impedem a entrada de animais de outros estados e restringem o trânsito de animais do próprio estado por corredores sanitários rigorosamente vigiados. Por Alexandre Gruszynski S e por um lado esta medida conduziu Santa Catarina à condição de estado livre de aftosa sem vacinação, status reconhecido pela OIE – Organização Internacional de Epizootias – por outro dificultou aos criadores a aquisição de reprodutores e matrizes em pé para a ampliação e aperfeiçoamento de seus rebanhos. A solução encontrada foi a busca e importação de sêmen e embriões das melhores procedências como forma de dar continuidade à expansão de seus criatórios. Esta situação motivou nesses últimos cinco ou seis anos, uma verdadeira explosão no criatório Angus catarinense, com novos criadores entrando na raça, ávidos por animais das melhores linhagens, buscando as melhores genéticas disponíveis e fazendo parcerias com cabanhas tradicionais de outros Estados, com destaque para as gaúchas. Impedidos de levar animais vivos para Santa Catarina, os criadores adquirem matrizes e as deixam nas propriedades de origem para serem doadoras de embriões, levando depois estes embriões para barrigas de aluguel em suas propriedades. Com este sistema estão formando plantéis de excelente qualidade zootécnica e dentro de mais alguns anos sem dúvida possuirão um dos melhores rebanhos da raça Angus no País. Poderão inverter o processo, passando de importadores de genética para exportadores. Depoimentos confirmam excelência Esta perspectiva é plenamente confirmada pelos depoimentos de técnicos e criadores catarinenses que buscam e encontraram no Angus mais do que já haviam conseguido com outras raças. De acordo com o técnico da Angus Brasil, Adevolmir Lima da Silva (Deva) a raça teve um salto vertiginoso tanto em qualidade quanto em quantidade nesses últimos anos. “Nos remates Angus, chegam a comparecer cerca de 600 criadores e os touros PO chegam a fazer médias de R$ 8 mil. Os cruzados alcançam R$ 6 mil e as fêmeas em torno de R$ 4 mil”, atesta o técnico. Deva afirma também que o mercado é plenamente comprador e vai permanecer assim por mais alguns anos, porque o rebanho catarinense está em formação e a procura por touros e matrizes de alta qualidade é muito grande. O marketing da raça Angus, mostrando suas qualidades, também motiva muito os criadores e promove a entra- da de novos, e o lançamento do Programa Carne Angus Certificada em Santa Catarina, previsto para acontecer ainda este ano, amplia ainda mais a busca e o interesse pela raça. As afirmações de Deva são confirmadas pelo proprietário da Cabanha Corticeira, de São Borja, RS, e um dos diretores da empresa Solução Genética, Luiz Felipe Cassol. “Santa Catarina tem uma demanda específica por qualidade. Eles são exigentes quanto à origem dos embriões e do sêmen e só buscam genética qualificada”, destaca Cassol, que tem em Santa Catarina o maior mercado comprador de animais de sua propriedade e material genético da empresa que dirige. Cassol também garante que o rebanho catarinense não está apenas crescendo quantitativamente, mas também qualitativamente. Ele destaca ainda uma peculiaridade: “Como os criadores catarinenses estão isolados há muito tempo e estavam acostumados com as raças continentais como o Simental, o Charolês e o Pardo Suíço, eles ainda tem restrições em relação ao Angus preto, preferindo a variedade vermelha. Mas aos poucos vão acabar vendo que o preto é tão bom quanto o vermelho, como o resto do Brasil já descobriu,” conclui Cassol. Outro depoimento, este do proprietário da Agropecuária Mafra, em Mafra,SC, e da Fazenda Tamanduá, em Canoinhas, SC, Sadi Evers, confirma as informações já citadas aqui. Evers iniciou seu criatório Angus há três anos. Antes ele criava as raças Simental, Pardo Suíço e Charolês, mas ao ver a procura que o Angus tinha e o que se falava da raça, resolveu fazer algumas coberturas, viu os resultados e decidiu ter seu rebanho próprio de Angus, que atualmente já soma 100 cabeças. >>> Santa Catarina tem demanda específica para qualidade do sêmen e dos embriões 24 Setembro/Outubro 2012 MELHORAMENTO GENÉTICO Angus@newS Status sanitário As barreiras levaram os criadores a adquirir a melhor genética de cabanhas vencedoras “É complicado, caro e leva tempo fazer um criatório nessas condições, mas por outro lado vamos ter o que de melhor existe na genética da raça”, informa o selecionador. A genética mais procurada é a da Cabanha 3 Marias, da Argentina, seguida pelas origens norte americana e gaúcha. “Nessas opções cada criador procura as características que mais precisa agregar aos seus animais: mais altura, mais largura, mais gordura, cor, etc, por que o Angus se adapta bem em todas as regiões”, conclui Evers. Já Nivaldo Dzyekanski, titular da Brasil Florestal Ltda, de Itaiópolis, SC, iniciou seu criatório Angus há cinco anos. Ele tem um plantel de 230 produtos, nascidos de embriões puros, produzidos na sua própria cabanha e 30 produtos resultado de inseminação em novilhas puras. Quando ouviu sobre a Angus pela primeira vez ficou interessado e procurou comprar um lote de 50 novilhas para testar, mas não encontrou. Era a maior dificuldade se encontrar Angus em Santa Catarina, conta ele. “Então a única forma de fazer um plantel era buscar embriões fora”. Então, juntamente com outros criadores catarinenses, embarcou em uma excursão da CRI Genética para os Estados Unidos, onde visitaram diversas cabanhas em busca de material genético. De lá importou embriões da Schaff Angus Valley e na volta buscou material da 3 Marias, da Argentina e de cabanhas gaúchas, como a Corticeira e Agropecuária Reconquista. “As barreiras sanitárias se por um lado causaram dificuldades para os criadores, por outro foram importantes por que nos fizeram adquirir o melhor de anos de trabalho daquelas cabanhas para desenvolvermos em nossas propriedades”, diz Nivaldo. O objetivo dele é ter um plantel de 400 animais até o final do próximo ano, 200 matrizes e 200 reprodutores e aí abrir mercado de comercialização fora de Santa Catarina. “O nosso mercado interno, embora bem aquecido, ainda está em fase embrionária, tem muito para crescer e para muitos criadores o Angus ainda é uma novidade”, diz o selecionador. Dorival Borga, proprietário da 3 Marias Agropecuária, em Videira, SC, concorda que as barreiras sanitárias encarecem o processo da formação de plantéis, mas por outro lado estão ajudando a expandir um criatório Angus de excelente qualidade zootécnica. “Vamos aproveitar nosso status sanitário e desenvolver um Angus de primeira linha”, garante o criador. Ex-executivo da Perdigão, Borga iniciou um criatório de Brahman há quatro anos. Há três anos ouviu muito sobre o Angus e resolveu experimentar a raça. “Como eu tenho pouco espaço precisava de uma raça que agregasse qualidade, mas foi difícil encontrar animais para comprar”. Como já tinha acontecido com outros criado- res, ele também participou de uma excursão da CRI para os Estados Unidos em busca de genética. Depois fez parceria com as cabanhas Reconquista, Corticeira e Rincón Del Sarandy, onde tem dez doadoras de embriões. Atualmente possui um plantel de 100 matrizes, todas PO, e acabou de vender a segunda safra de produtos próprios. Embora há pouco tempo no criatório do Angus, seu sucesso vem sendo destacado. Na última Expolages, um touro da sua propriedade foi o Grande Campeão da mostra e ele teve também o 3º Melhor Touro e a Campeã Vaca Adulta. “Com o Angus, em um ano e meio de criatório a gente já está comercializando os animais e com preços excelentes”, comemora o criador. Carne Angus Certificada em Santa Catarina Uma reunião realizada no dia 21 de setembro em Santa Catarina, na cidade de Campos Novos, deu um importante passo para a implantação naquele estado do Programa Carne Angus Certificada, da Angus Brasil. Na oportunidade, o gerente do Programa, Fábio Medeiros, fez uma apresentação para uma assistência de 120 criadores e representantes de frigoríficos da região. Medeiros detalhou o funcionamento do Programa, e destacou as vantagens que traz aos pecuaristas participantes. O próximo passo será um levantamento para mapear todos os elos da cadeia produtiva da região envolvidos no processo, para assegurar o perfeito funcionamento, desde o apronte do gado nos parâmetros do Programa Angus, até o lançamento de marca da carne e os abates em frigoríficos credenciados. Este trabalho será feito pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) e tão logo seja concluído, será dada continuidade as tratativas de implantação do Programa. O presidente do Núcleo Catarinense de Criadores de Angus, Nelson Serpa, presente no encontro, acredita que até o final do ano já se tenha uma posição bem definida com relação à logística para a implantação do Programa Carne Angus Certificada. “Essa é a meta dos criadores de Angus de Santa Catarina”, sentenciou o dirigente. 26 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS OPINIÃO Impacto ambiental da produção de carne bovina no Rio Grande do Sul estimativa da Pegada de Carbono por meio da Avaliação do Ciclo de Vida Por Clandio Favarini Ruviaro1,2, Maria Eugênia Andrighetto Canozzi2,3 & Júlio Otávio Jardim Barcellos1,2,3 U m mercado consumidor mais consciente quanto à qualidade e segurança dos produtos exige critérios sustentáveis de produção. Questões inerentes ao meio ambiente e, em particular, aquelas relacionadas com o aquecimento global, atingiram o público em geral. Nesse contexto, passou a ser utilizado no agronegócio a metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida, embora países grandes produtores de carne, como Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, já a usem por mais de dez anos para qualificarem sua produçao de carne bovina. Este é o primeiro estudo brasileiro com essa metodologia e foi realizado no Rio Grande do Sul num sistema de produção de ciclo completo, a fim de estimar o impacto ambiental da produção de carne bovina em relação ao potencial de aquecimento global que abrange as emissões de gás carbônico (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) convertidas em CO2 equivalente/kg carne produzida (“pegada de carbono”). Os cenários consistiram de animais da raça Angus ou cruza Angus e considerou o ciclo de vida desde as vacas prenhes (281 dias) até a fase de terminação dos novilhos com 430 kg de peso vivo, em todos os cenários (Tabela 1). I - Animais em pasto natural por um período de 840 dias; II - Animais em pasto natural melhorado por 510 dias; III - Animais em pasto natural por 510 dias, mais 159 dias em pastagem de azevém; IV - Animais em pasto natural melhorada por 360 dias, mais 125 dias em pastagem de sorgo forrageiro; V - Animais em pastagem de azevém e sorgo forrageiro por 502 dias; VI - Animais em pasto natural suplementado com sal mineralizado proteico-energético por 510 dias; VII - Animais em pasto natural suplementado com sal mineral proteico por 660 dias. Os resultados indicaram que a pegada de carbono variou entre 18,47 a 37,18 kg CO2-e/kg de ganho de peso, num sistema incluindo o período de gestação das vacas e, de 13,6 a 32,1 kg CO2--e/ kg de ganho de peso, excluindo as emissões das vacas pre- nhes. Os resultados sugerem que, em determinadas condições alimentares, a produção de carne apresenta baixa emissão de CO2 equivalente. Melhorias na qualidade dos pastos, na seleção genética de animais com melhores taxas de conversão alimentar, no manejo das pastagens, no uso de aditivos ou suplementos e o estabelecimento de sistemas de integração lavourapecuária são fatores para a mitigação de gases de efeito estufa. Tabela 1 – Resumo das emissões de CO2 equivalente em cada fase avaliada 12- 18 Emissões 18 - 24 24 - 30 totais Emissões excluindo gestação das vacas 8,07 5,52 8,55 6,66 37,18 32,31 3,34 3,83 6,63 - - 18,67 13,80 4,87 3,51 8,07 5,52 3,80 - 25,77 20,90 IV 4,87 3,34 8,07 6,49 - - 22,77 17,90 V 4,87 3,48 3,78 6,34 - - 18,47 13,60 VI 4,87 2,20 8,05 5,18 - - 20,30 15,43 VII 4,87 2,20 8,05 6,03 7,78 - 28,93 24,06 Cenário Vaca 0-6 6 - 12 CO2 equivalente, kg CO2-e/kg ganho de peso I 4,87 3,51 II 4,87 III Idade (meses) 1 Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócios (CEPAN), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 2 Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPRO/ UFRGS) 3 Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 28 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS EXPOSIÇÕES Momento maior Fotos: Fagner Almeida/Angus Expointer O jurado Jack Ward foi objetivo ao escolher os campeões e pediu aplausos ao trabalho das cabanhas brasileiras Não há a menor dúvida de que, para a raça Angus, esta foi a maior e também a melhor Expointer de todos os tempos. A raça apresentou maior número e a mais alta qualidade entre os animais, a maior quantidade e origem dos expositores e ainda o maior número de eventos promovidos pela Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) durante a feira. remates chancelados, a feira da novilha e no Shopping Angus, arrecadando exatos R$ Angus literalmente rou- 1.851.735.00, o que reprebou a cena durante a senta 15% do faturamento 35ª Expointer, realizada total de toda a venda de anide 25 de agosto a 2 de setem- mais da Expointer 2012 (R$ bro, no parque de exposições 13,006 milhões), segundo daAssis Brasil, em Esteio, RS. dos da Federação de AgriculFez bonito na pista dos dois tura e Pecuária do Rio GranPor Eduarto Fehn Teixeira A de do Sul (Farsul). Nos exemplares Rústicos, que desfilaram nas pistas da Exposição Nacional de Rústicos e no leilão específico de rústicos, abrindo a mostra de Angus na Expointer, foram 62 trios, distribuídos em 17 trios machos PO, 14 trios machos PC, 20 trios de fêmeas PO e 11 trios de fêmeas PC, levados por 22 expositores, contra os 18 de 2011, quando este setor contou com tão somente 37 trios. E na área da argola, foram 74 machos e 145 fêmeas, apresentados por 50 expositores de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Angus foi a maior representação de gado de corte na Expointer, teve o animal mais pesado da feira, e na comparação com o ano passado, o crescimento médio foi de 6%. “Toda essa pujança resulta da dedicação dos criadores e da equipe da Angus Brasil, juntamente com os avanços do Programa Carne Angus Certificada e a descoberta da eficiência da genética Angus pelo mercado brasileiro”, define o articulado presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques. Campeonatos de argola: momentos máximos A mesma segurança nas decisões que caracterizaram a atuação do jurado Jack Ward nos animais rústicos, também pontuou as eleições que fez para a escolha dos campeões de argola. E com um detalhe que o caracterizou: sempre pedindo aplausos aos criadores. Nos dias 28 e 29 de agosto saíram os campeões da raça entre as 145 fêmeas e os 74 Machos, levados à pista por 50 expositores de dos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. A Grande Campeã da Expointer foi a vaquilhona maior com cria ao pé Rincon Muchas Gracias TE Del Sarady, da parceria Casa Branca Agropastoril (de Fama, MG), de Paulo de Castro Marques, e Cabanha Rincon Del Sarandy, de Claudia Silva, de Uruguaiana, RS. Já nos machos, o grande campeonato foi vencido pelo touro sênior Rincon Al Capone Del Sarandy, da Cabanha Rincón Del Sarandy, de Cláudia Indarte Silva. A faixa do grande campeonato foi entregue pelo governador do Estado gaúcho, Tarso Genro, acompanhado de outras importantes autorida- des e à frene de mais de 300 expectadores. Foi o momento máximo, que fechou os campeonatos Angus na Expointer 2012. O título de reservada de grande campeã foi conquistado por Luiz Anselmo Cassol, da Cabanha da Corticeira, de São Borja, RS), e o de 3ª melhor fêmea ficou com Fábio e Fabiana Gomes e Zuleika e Gonçalo Torrealba, da Cabanha Catanduva, em Cachoeira do Sul, RS e Cabanha da Maya, de Bagé, RS. Já o prêmio de reservado grande campeão foi para o selecionador Antonino Souza Dorneles, da Estância Olhos d’Água, de Alegrete, RS, e o de 3º melhor macho PO para Sérgio Bastos Tellechea, da Cabanha do Posto, de Uruguaiana, RS. >>> Angus@newS EXPOSIÇÕES Setembro/Outubro 2012 29 DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DA EXPOINTER 2012 Fotos: Fagner Almeida/Angus Grande Campeão Reservado de Grande Campeão GRANDE CAMPEÃO Nome: RINCON AL CAPONE TE1523 DEL SARANDY Tat: TE1523 Registro: O135696 DENTE: 6 Nasc: 17/09/2009 Idade: 1080 Dias - 36 meses ALT: 1,43 Pai: SAV NET WORTH 4200 Mãe: RINCON 950 DEL SARANDY Perimetro Escrotal : 48,5 Peso: 1140 Ponderal: 1020 Criador: CABANHA RINCON DEL SARANDY Expositor: CABANHA RINCON DEL SARANDY Estabelecimento: CABANHA RINCON DEL SARANDY Cidade: URUGUAIANA /RS RESERVADO GRANDE CAMPEÃO Nome: ASD 1000 TE ZORZAL MILENIUM Tat: TE1000 Registro: O142075 DENTE: 2 Nasc: 06/09/2010 Idade: 726 Dias - 24 meses ALT: 1,43 Pai: TRES MARIAS 6301 ZORZAL TE Mãe: ASD 782 PAYADOR PCH ORIGEM AOL: 99,70 EGS: 20,30 P8: 20,30 Perimetro Escrotal : 45 Peso: 906 Ponderal: 1200 Criador: ANTONINO SOUZA DORNELES Expositor: ANTONINO SOUZA DORNELES Estabelecimento: ESTANCIA OLHOS D’AGUA Cidade: ALEGRETE /RS TERCEIRO MELHOR MACHO Nome: CARUMBE RED BRIGADIER 1217 Tat: 1217 Registro: O136594 DENTE: 6 Nasc: 19/09/2009 Idade: 1078 Dias - 35 meses ALT: 1,45 Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE Mãe: EMPEROR DO CARUMBE 1311 Perimetro Escrotal : 44,5 Peso: 1165 Ponderal: 1050 Criador: AGROPECUÁRIA TELLECHEA LTDA. Expositor: SÉRGIO BASTOS TELLECHEA Estabelecimento: CABANHA DO POSTO Cidade: URUGUAIANA /RS GRANDE CAMPEÃ Nome: RINCON MUCHAS GRACIAS TE1638 DEL Grande Campeã SARANDY Tat: TE1638 Registro: O142067 DENTE: DL Nasc: 19/07/2010 Idade: 775 Dias - 25 meses ALT: 1,33 Pai: TRES MARIAS 6301 ZORZAL TE Mãe: RINCON MURALHA 1077 DEL SARANDY AOL: 73,90 EGS: 17,80 P8: 25,10 Est. Gest.: C/Cria Peso: 712 Ponderal: 870 Criador: CABANHA RINCON DEL SARANDY Expositor: PARC. PAULO MARQUES E RINCÓN DEL SARANDY Estabelecimento: CASA BRANCA E RINCÓN D. SARANDY Cidade: FAMA /MG RESERVADA GRANDE CAMPEÃ Nome: LC TIFANI T1192 CANDOMBE Tat: T1192 Registro: O141994 DENTE: 2 Nasc: 04/05/2010 Idade: 851 Dias - 28 meses ALT: 1,32 Pai: TRES MARIAS 7033 CANDOMBE 6164 TE Mãe: QUITELA 539 DA CORTICEIRA Shopping Angus: uma nova maneira de comercialização O touro sênior Rincon Al Capone Del Sarandy, da Cabanha Rincón Del Sarandy, de Cláudia Indarte Silva, de Uruguaiana, RS, foi a grande estrela do Shopping Angus. O animal foi vendido nesta revolucionária modalidade comercial por R$ 20 mil, porém o negócio ocorreu no dia 26 de agosto, antes do exemplar se sagrar Grande Campeão Angus da Expointer 2012. A partir do dia 26 de agosto, a Angus Brasil abriu sua programação de vendas da 35ª Expointer, através do Shopping Angus. Uma modalidade de venda direta de animais de argola (elite), desenvolvida no Pavilhão de Bovinos de Corte, que ofertou 20 animais de 15 expositores. Todos os animais foram ofertados com valores pré-definidos e em 15 parcelas. “Esta modalidade de negócio foi uma boa oportunidade para aquisição de animais com a chancela da Angus Brasil, suporte técnico, prontos para exposições ou para incorporação em novos rebanhos”, observou Fernando Velloso, da Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha, empresa responsável pelas vendas do Shopping. Vale lembrar que as vendas aconteceram até 31 de agosto. Na oferta estavam fêmeas jovens, fêmeas prenhes, machos jovens e touros prontos para a reprodução. Ofertaram animais no Shopping Angus as cabanhas Cambá Pytá, Cambá Pytá e la Paz, da Corticeira, Rincon del Sarandy, Santa Barbara e ainda Corticeiras Agropecuária, Everton Luís Jaques, Frederico Fittipaldi Pons, Lindo Cristaldo, Parceria Santa Amélia Bayucuá, Ricardo Macedo Gregory, Roberto Soares Beck, Sérgio Bastos Tellechea, Susana Macedo Salvador e Walter Szortika Tessmann. Reservada de Grande Campeã Est. Gest.: Prenha Peso: 740 Ponderal: 820 Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL Expositor: LUIZ ANSELMO CASSOL Estabelecimento: CABANHA DA CORTICEIRA Cidade: SÃO BORJA /RS TERCEIRA MELHOR FÊMEA Nome: CATANDUVA TE418 UNIQUE GRAMATICO 1315 Tat: TE418 Registro: O143743 DENTE: 2 Nasc: 05/07/2010 Idade: 789 Dias - 26 meses ALT: 1,32 Pai: CATANDUVA GRAMATICO STRYKER 4128-TE15 Mãe: CATANDUVA 1315 RIHANA 1102-76 AOL: 78,10 EGS: 14,00 P8: 18,50 Est. Gest.: Prenha Peso: 614 Ponderal: 730 Criador: FÁBIO LUIZ GOMES E FABIANA DEFFERRARI GOMES Expositor: CAB. CATANDUVA E ZULEIKA E GONÇALO TORREALBA Estabelecimento: CATANDUVA E MAYA Cidade: CACHOEIRA DO SUL /RS Selo Racial: destaque comercial O Leilão Selo Racial Reserva Especial, que ofertou 30 machos e fêmeas Angus PO de argola, na noite de 27 de agosto, no restaurante Internacional do Parque de Exposições Assis Brasil, fechou com fatura de R$ 732 mil. Foi o mais importante evento comercial desta Expointer, realizado pela parceria entre as cabanhas Rincon Del Sarandy (Uruguaiana, RS), Corticeira (São Borja, RS), Estância Olhos D’Água (Alegrete, RS) e Cia Azul (Uruguaiana, RS). O maior comprador da noite foi o novo criador de Angus Marco Antônio Vargas, da Cabanha Caxias (em Caxias do Sul, RS). Ele investiu R$ 132 mil na compra de exemplares selecionados no pregão. As 23 fêmeas se venderam à média de R$ 24.313,04 e os três touros fizeram média de R$ 27,2 mil. Já as quatro eleições Angus, onde 50% de qualquer animal nascido na safra atual dos promotores estará disponível ao comprador, tiveram média de R$ 22,8 mil. >>> 30 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS EXPOSIÇÕES Os grandes campeões rústicos Fotos: Fagner Almeida/Angus Grande Campeão Machos PC A extensa e vibrante agenda da raça Angus na Expointer 2012 foi aberta no setor das pistas de eleição de campeões, na manhã de 27 de agosto, pela V Exposição Nacional de Rústicos, considerada a mais destacada feira da categoria do ano, que contou pontos para o Ranking Nacional de Expositores. Sem dúvida os melhores exemplares Angus rústicos do Rio Grande do Sul desfilaram na pista desta promoção da Angus Brasil na Expointer. Ao todo foram inscritos 68 trios PO (Puro de Origem) e PC (Puro por Cruza) para o julgamento, conduzido com segurança pelo selecionador e juiz norte americano Jack Ward. Ele foi assessorado e Grande Campeão Machos PO teve suas impressões traduzidas na pista pelo selecionador e diretor de marketing da Angus Brasil, Felipe Moura. O evento registrou um aumento de 45% na participação de expositores e de animais rústicos na Expointer em relação ao ano passado. Para garantir a qualidade e uniformidade dos animais apresentados na feira, todos os Angus rústicos passaram por criteriosa avaliação técnica, realizada diretamente nas cabanhas pelo técnico da entidade Flávio Montenegro Alves. Vencedores O dia estava mesmo para rústicos. Friozinho, vento e uma garoa ora fina, ora mais Pista limpa no leilão Na tarde do dia 27 de agosto, os 36 trios de machos e 32 trios de fêmeas foram à pista do Leilão da Nacional de Rústicos, que registrou faturamento de R$ 442,95 mil, para 74 exemplares, fazendo a média de R$ 5.985,81. Os 50 machos PO e PC alcançaram média de R$ 6,441 mil, e as 24 fêmeas PO e PC puxaram a média de R$ 5,037 mil. João Marques de Borba, que arrematou 13 animais pelo valor de R$ 67,95 mil, foi o maior comprador. O diretor de marketing da Angus Brasil, Felipe Moura, adquiriu os touros PO de tatuagens TE 1346 (da Cia Azul Agropecuária) e TE 1665 (da Rincon Del Sarandy) para a Scalzilli Agropecuária e Poderosa Angus Ranch. “A contratação destes animais para a Scalzilli e Ponderosa vai agregar esta genética ao nosso sistema de criação, complementando nosso projeto de melhoramento em andamento nas fazendas”, observou Felipe Moura. Diretor técnico dos estabelecimentos, ele avaliou que os animais ofertados durante o remate apresentavam genética superior. Grande Campeão Fêmeas PC forte. Dos 62 trios de machos e fêmeas levados a julgamento pelos 22 expositores do Rio Grande do Sul, nos machos PO (Puros de Origem) a vitória ficou com a selecionadora Susana Macedo Salvador, da Cia Azul Agropecuária, de Uruguaiana, RS. No trio reservado, foi vencedora a Cabanha Rincón Del Sarandy, de Cláudia Silva, também de Uruguaiana. Já o terceiro melhor trio foi da Cabanha Santa Amélia, de Helena Rodrigues Rotta, em Santa Vitória do Palmar. Nas fêmeas PO, Cláudia Silva, da Rincón Del Sarandy levou o premio máximo. Já o lote reservado de grande campeão ficou para o criador Frederico Fittipaldi Pons, da Cabanha Santa Ângela, de Uruguaiana, RS. E para o terceiro melhor lote de fêmeas rústicas, o jurado Jack Ward apontou animais da tradicional criadora de Angus Carla Sandra Schneider, da Cabanha Santa Bárbara, de São Jerônimo, RS. Nos machos PC (Puros por Cruzamento) o selecionador de Angus Eduardo Macedo Linhares, da GAP Genética, de Uruguaiana, RS, conquistou com um trio rústico o grande campeonato da categoria. O prêmio para o trio reservado de grande campeão foi para Alberto de Abreu Medeiros, da Agropecuária Maipú, de Ibirubá, RS. E a premiação para o terceiro melhor trio de machos PC ficou com os criadores Fernando e Antonio Carlos Osório, Grande Campeão Fêmeas PO da Agropecuária Corrêa Osório, Cabanha Paipasso Red Angus, de Livramento, RS. Paulina Macedo Linhares arrebatou o título de trio grande campeão fêmeas PC. Sua propriedade é a Tradição Azul, em Quaraí, RS. O trio reservado grande campeão foi para Carlos Inácio Talavera Campos, da Fazenda Albardão, de Santa Vitória do Palmar, RS). E o premio de terceiro melhor trio de fêmeas PC, ficou com Helena Rotta, da Cabanha Santa Amélia. Os melhores animais individuais macho e fêmea, na categoria PO ficou com a Cabanha Rincon Del Sarandy. Nos PC, o melhor macho foi para a Agropecuária Maipú e a melhor fêmea para a Tradição Azul. Feira da Novilha: temporada aquecida A 8ª Feira de Novilhas e Ventres Selecionados, realizada em 30 de agosto, em parceria com a Farsul e Santa Úrsula Remates em Esteio, teve pista limpa, com a comercialização de 591 fêmeas por R$ 676,7 mil. A média geral ficou em R$ 1,145 mil, 6,21% acima da registrada na edição 2011. O quilo vivo saiu por R$ 3,98 para as novilhas de dois anos e por R$ 4,29 para as terneiras. “Foi um sucesso. Diminuiu a quantidade, mas melhorou a qualidade, e isso se refletiu nos preços médios”, avaliou o presidente da Comissão de Feiras, Exposições e Remates da Farsul, Francisco Schardong. O dirigente acrescentou que o resultado aponta para pistas aquecidas na temporada de primavera. Segundo o gerente do Programa Carne Angus Cer- tificada, Fábio Medeiros, a comercialização de animais com padrão diferenciado é essencial para fomentar a raça Angus e suas cruzas e qualificar cada vez mais os rebanhos comerciais. “O sucesso deste evento, já consagrado na Expointer, deve-se à qualidade do gado e à revisão prévia dos animais, proporcionado uma oferta verdadeiramente diferenciada”, apontou o dirigente. A feira é uma parceria en- tre a Angus Brasil, através do Programa Carne Angus Certificada, a Farsul e a leiloeira Santa Úrsula Remates, com trabalho ao martelo do leiloeiro Alexandre Crespo. Médias nas categorias Novilhas CA prenhas: R$ 2.079 (R$ 5,06 kg/vv), Novilhas AD prenhas: R$ 1.710 (R$ 4,71 kg/vv), Novilhas prenhas: R$ 1.500 (R$ 3,96 kg/vv), Novilhas de dois anos: R$ 1.115 (R$ 3,98 kg/vv) e Terneiras: R$ >>> 848 (R$ 4,29 kg/vv) Angus@newS EXPOSIÇÕES Angus Mirim: a festa da gurizada Setembro/Outubro 2012 31 Jurado jovem, curso para conhecer melhor os critérios de julgamento Fotos: Fagner Almeida/Angus Laura Dorneles voltou a vencer o Campeonato Angus Mirim P ela segunda vez consecutiva a menina e futura criadora de Angus Laura Dorneles, filha de Átila Dorneles e neta de Antonino Dorneles, da Cabanha Olhos D’Água, de Alegrete, RS, foi a vitoriosa no Campeonato Angus Mirim. O evento foi realizado em 29 de agosto, pela segunda vez na Expointer, pela Angus Brasil, com o objetivo de avaliar os jovens e as crianças quanto a condução/apresentação do animal Angus dentro da pista de julgamento. Nesta edição participaram Martina Rocha (2 anos), Martina Jardim (9 anos), Valentina Jardim (9 anos), Laura Dorneles (11 anos) e Felipe Xavier (12 anos) que foram cuidadosamente avaliados pelo jurado Jack Ward. “Esse evento mantém as tradições, fomenta a raça entre os jovens e dá continuidade ao trabalho familiar”, enfatizou Ward. Para o julgamento foram considerados itens como noções de manuseio, resposta do animal, habilidade em puxar o Angus em pista, utilização correta do equipamento e capacidade de seguirem instruções e atuar com senso Jantar dos Tratadores Para homenagear e agradecer o trabalho dos cabanheiros - tratadores durante a Expointer, a Angus Brasil promoveu o Jantar dos Cabanheiros. Neste evento também é escolhida a melhor equipe de tratadores da exposição - o prêmio é conferido aos profissionais que mais se de dedicaram na limpeza dos corredores, pontualidade em pista, cordialidade com os colegas e equipe de técnicos da Angus, espírito de equipe, entre outros. Esta avaliação é realizada pelos técnicos da entidade responsáveis pela exposição. Além do jantar todos, os tratadores ganham brindes da associação e parceiros e a melhor equipe ganha, além dos brindes, uma placa comemorativa. Tratadores premiados em 2012: Glen Elen Carvalho de Avila - Cia Azul; Sidnei Silveira Cardoso (Ney), Cabanha do Posto e Jorge Luis Ferreira de Oliveira - Cabanha Santa Bárbara. de esportividade e cordialidade com outros competidores. “Quero ser igual ao meu pai. O trabalho que ele faz em pista é muito legal. Desde que eu tinha dois anos de idade, vejo ele julgar e apresentar os animais, e sempre tive vontade de entrar em pista. Creio que estou no caminho certo”, disse a pequena Laura. Ela observou que chegou a ficar muito nervosa antes de entrar na pista, mas como já tinha experiência em conduzir o Angus, quando pisou na grama para o julgamento ficou mais tranquila. Foi um novo sucesso a realização, no final da programação Angus na Expointer 2012, do VI Curso de Jurado Jovem. A ação da Angus Brasil foi promovida no dia 1º de setembro, no parque Assis Brasil, destinada aos entusiastas da raça interessados em aprender os critérios para julgamento da raça Angus nas pistas de exposições, assim como conhecer os critérios para seleção de animais de acordo com o seu padrão racial. “Muitos dos 23 participantes deste ano por certo não tem a pretensão de seguir a carreira de jurado. Mas fazem o curso para terem ciência dos critérios da avaliação dos animais durante os julgamentos da raça”, observou um dos orientadores do curso, Flávio Alves, técnico da Angus Brasil e proprietário da Cabanha Santo Antão, de Alegrete, RS. Segundo ele, os temas abordados estão relacionados aos padrões raciais, aos programas de fomento da entidade e às características das pistas de julgamento. Juntamente com Além de Flávio Alves, ministraram o curso a gerente da Angus Brasil, Juliana Brunelli, e o gerente do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros. Igualmente constaram da programação, palestras do técnico da CRI Genética, Marcelo Maronna Dias, sobre o Programa Carnes Angus, a funcionalidade e características da raça Angus, além de regulamentação de exposições da associação. Curso de Cabanheiros A quarta edição do Curso de Cabanheiros, realizado dias 23 e 24 de agosto, foi a primeira atividade da Angus neste ano no parque de Esteio. A parte teórica (primeiro bloco) aconteceu na Casa da Angus. E a parte prática foi desenvolvida na pista central do parque. “Novamente tivemos amplo sucesso, com ótima adesão de parte de novos criadores e inclusive contamos com a participação conhecidos selecionadores de Angus, que fizeram o curso visando à reciclagem de conhecimentos”, declarou Átila Dorneles, da Cabanha Olhos D’Água, que ministrou o curso juntamente com Felipe Cassol, da Cabanha da Corticeira. Ao todo 28 alunos participaram das aulas, ministradas na Casa da Angus, no parque. “Nosso curso está tão consolidado que até criadores de Brangus, Braford e Charolês participaram das aulas”, observou Átila. “Estou na raça há menos de seis meses e fazer este curso foi altamente positivo. Durante as aulas aprendi algo mais sobre a rotina de uma cabanha e também dicas de como lidar com os animais. Mas este é apenas o “start” da minha experi- ência. O aprendizado agora, com a prática, será contínuo”, declarou o empresário e novo criador Filipe Pavei, diretor da Cabanha Pavei, em Içara, SC. A gerente da Angus Brasil, Juliana Brunelli, acrescentou que além de qualificar profissionais que já estão trabalhando nesta área, a Associação considera de fundamental importância a formação de novos e melhores cabanheiros, visando dar atendimento a um mercado em ampla expansão, formado por selecionadores interessados em mostrar o máximo potencial de seus animais. 32 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS CARNE Workshop Angus na Expointer Carne Angus: “case” de sucesso Fotos: Fagner Almeida/Angus dirigente. “Por meio de nosso programa de certificação, já realizamos ações de integração m sua nona edição este entre os distintos elos da caano na Expointer, o deia produtiva para atender Workshop Carne Angus as demandas do consumidor Certificada abordou “o mer- e agregar valor ao produto cado para produtos premium final: carne de qualidade”, no Brasil”. A já tradicional apontou Fábio Medeiros, promoção da Associação gerente do Programa Carne que Brasileira de Angus (Angus Angus Certificada, Brasil) foi realizada no dia coordenou o evento. Segun30 de agosto, na Casa RBS, do ele, o workshop é o palco no parque Assis Brasil, em de discussões e alinhamento Esteio, RS, através de várias entre os distintos elos da capalestras e debates sobre o deia, para juntos vencermos os desafios do mercado. tema. Durante o painel, parceiAo abrir os trabalhos, o presidente da Angus Brasil, ros envolvidos desde a parte Paulo de Castro Marques, produtiva até o varejo faladestacou que a raça Angus ram sobre as razões dessa vem cumprindo com quali- opção. A nutricionista Licídade a função de oferecer nia de Campos, por exemplo, ao mercado a melhor raça mostrou como a nutrição de corte. A razão desse su- humana pode ser otimizada cesso, segundo ele, é a busca a partir da raça Angus. Ao permanente por bezerros pro- mesmo tempo, ela apresentou dutivos, vacas férteis e retor- dados relativos às tendências no efetivo ao criador. “Essa de consumo, onde a intensifisempre foi uma de nossas cação da globalização provopreocupações: oferecer me- cou maior preocupação com lhores resultados em menor o bem estar e a saúde, auespaço de tempo. A raça é mentando a atenção aos proprecoce tanto na vida repro- dutos adquiridos. “E começa dutiva como na terminação a despontar um consumidor para o abate”, sentenciou o mais consciente e atento à Por Eliana de Freitas Mainieri E importância do consumo saudável, onde 80% dos jovens preferem alimentos mais nutritivos e saudáveis, 23% preferem os alimentos orgânicos e 39% buscam os diet/ light”. Hoje, conforme os dados apresentados por Licínia de Campos, o consumidor lê mais o rótulo dos produtos, se preocupa com a procedência do alimento, sua embalagem, etc. No passado, o consumidor não se preocupava com marca de carne, ao contrário do que acontecia com a linguiça e o peru, por exemplo. Sobre a carne bovina, a nutricionista comparou a si- Miguel Cavalcanti Futuro promissor Para o diretor do portal BeefPoint, Miguel Cavalcanti, a carne bovina está sempre presente nos momentos cele- brativos, e por isso tem boas perspectivas para o futuro do mercado de produtos premium no Brasil e no mundo, em função de sua crescente demanda entre todas as classes sociais. Na opinião dele, dificilmente a carne bovina poderá ser um produto barato no futuro, ao contrário do que deve ocorrer com o peixe e o frango, que invariavelmente custarão menos, uma vez que a produção de boi é um processo caro, complexo e mais demorado, e o bom desenvolvimento do setor se dará pela escassez e demanda por qualidade do produto no mercado. Cavalcanti apontou a preocupação com a fase de produção, ou seja, com os processos ainda no campo, como um dos fatores de valorização da carne bovina. Segundo ele, a qualidade do produto começa dentro da fazenda, e a questão do sabor e da confiança no que está sendo entregue ao consumidor são os pontos a serem enfatizados para vender uma carne de qualidade. “Temos muitas marcas de luxo da cidade; agora vamos trabalhar o luxo do campo”, frisou. Para Miguel Cavalcanti, “a gente vai ser especial quando a gente for o que a gente é na nossa melhor forma. Sempre que vimos um negócio de sucesso, alguém ousou arriscar”. >>> Paulo de Castro Marques Reynaldo Salvador tuação do Brasil com a dos Estados Unidos e definiu serem situações completamente diferentes. “No Brasil a criação dos animais é extensiva, via pasto, e há preocupação com a produção, processamento e comercialização de um alimento macio, com sabor e quantidade de gordura adequada”. Ela apontou o ferro, proteínas, fósforo, vitaminas B6 e B12, zinco e outros nutrientes como boas razões para se consumir a carne bovina nacional, sobretudo na fase de crescimento infantil. Licínia de Campos lembrou também que 51% da gordura bovina brasileira é monoinsaturada (mesma do azeite de oliva, que faz bem para a saúde) e 4% da gordura é polinsaturada, que melhora o colesterol. Isso tudo sem falar na vitamina E, que retarda o envelhecimento dos órgãos internos. A especialista frisou que “é preciso conscientizar o criador de que ele vende uma carne e não um animal”, fazendo menção à necessidade de aprimorar cada vez mais o rebanho para garantir um produto final de real qualidade ao mercado. 34 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS CARNE Programa com crescimento contínuo Diretor do Programa Carne Angus Certificada, iniciado há dez anos, Reynaldo Titoff Salvador disse que o Brasil possui hoje o maior rebanho de gado comercial do planeta, com 215 milhões de cabeças, e destacou a importância da cadeia da carne vermelha para o País, que destina 90% da produção para o mercado interno. Segundo ele, nos últimos seis anos houve um acréscimo de 40 milhões de consumidores, devido ao aumento do poder de compra da população. E o Programa Carne Angus Certificada busca atender as demandas do produtor, da indústria e do varejo, proporcionando ganhos para todos de modo que toda a cadeia se mantenha saudável, e o que é fundamental: a satisfação do consumidor final. Salvador informou que atualmente existem no Brasil 15 plantas processando carne Angus com certificação, havendo uma evolução do volume de Angus abatidos, que passou de 20 mil por ano no início do Programa, e que chegará a 250 mil animais em 2012. Hoje, de cada cinco terneiros nascidos para cruzamento, quatro são Angus. Além disso, mais de 3 milhões de coberturas têm a genética Angus, e nessa primavera estão nascendo mais de 2 milhões de bezerros Angus e cruza Angus. Para Salvador, o grande desafio do Programa é garantir a origem desde a fazenda, acompanhar a inseminação e criação, assim como o confinamento, o desmame, o encaminhamento ao frigorífico. “A missão do Programa é provar a Angus como sabor, como qualidade e conquistar a confiança do consumidor”, finalizou. “Seara Angus: uma marca de carne de qualidade com o Tamanho do Brasil” foi o tema abordado por James Cruden, CEO (Chief Executive Officer) do Grupo Marfrig Beef. “Hoje o Brasil enfrenta uma situação em que para manter o mercado há necessidade de marcas realmente fortes”, saiu dizendo Cruden. Em 2007 a empresa decidiu que a meta é a carne de qualidade, e hoje possui mais de 10 plantas certificadas pelo Programa Carne Angus, superando cem pessoas envolvidas diretamente, e uma marca de carne exclusiva. O Programa de Fomento Angus Marfig, no primeiro ano envolveu 18 mil vacas, e em 2012 a previsão é que ultrapasse 200 mil animais. Cruden acredita que a carne Angus seja a melhor atualmente para certificação, e que a carne com nome e sobrenome é um caminho sem volta. Parcerias de sucesso Com 40 anos de existência e em período de ampliação de suas instalações, o Frigorífico Silva abate atualmente 550 animais por dia, e em breve atingirá a soma de 750 animais/dia, perseguindo o propósito de trabalhar cada vez mais com carne certificada como a Angus, a partir da parceria que mantém com a Angus Brasil. O representante do Frigorífico Silva no evento, Ricardo Vaz, informou que atualmente são abastecidos pela empresa os mercados de Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba e São Paulo. Zaffari anuncia novidades Já a Companhia Zaffari de Supermercados enfatizou o lançamento de um novo selo de qualidade para a carne Angus, buscando celebrar o sucesso da parceria iniciada no ano de 2004 com a Angus Brasil. Segundo o gerente comercial de produtos perecíveis da empresa, Vilmar Borsati, a rede Zaffari sempre demonstrou preocupação com a qualidade da carne oferecida aos consumidores, desenvolvendo, desde 1970, selos de garantia para uma carne precoce. Nos anos 80 este selo evoluiu para o novilho jovem, nos anos 90 para os cortes de bandeja e autoserviço e, a partir de 2004, através da parceria com a Angus, surgiu um selo para a carne Angus Certificada. Borsati disse que o Programa Carne Angus contempla as exigências da rede em termos de certificação de garantia de origem, de uma carne que tem suculência, sabor, maciez e padrão, em busca de uma fidelização do cliente. Hoje o Programa Carne Angus está em todas as lojas da rede Zaffari de Porto Alegre, Vale do Sinos e em São Paulo e loja já foi reconhecida como uma referência de carnes e a Angus contribuiu para isso. Por outro lado, Borsati afirma que existe a necessidade para uma maior oferta de carne Angus para os cortes de churrasco nos pontos de venda, buscando um abastecimento mais regular, de modo a manter a qualidade do produto final. “É preciso mostrar os diferenciais da carne Angus, além de manter uma regularidade no padrão de cortes ”. Mc Donald’s na pista O diretor de Supply Chain do Mc Donald’s Brasil, Celso Cruz, informou em sua palestra que diariamente 1,6 milhão de pessoas passam pelas lojas da rede no Brasil e vêem a marca Angus estampada no lanche Angus Premium, exclusividade do Mc Donald’s e perfeito para clientes exi- gentes. O lanche foi lançado nos Estados Unidos há cerca de três anos, onde também é sucesso. O dirigente informou que o Angus Premium tem divulgação no Brasil, Chile e Argentina e é visto como produto de um futuro promissor, tendo em vista o sucesso que vem obtendo junto aos consumidores. Cooperaliança no páreo O presidente da CooperAliança, de Guarapuava, PR, Edio Sander, recordou que em 2008 os produtores iniciaram as atividades com bovinos; no ano 2000 o novilho precoce foi apresentado aos produtores ligados à cooperativa, onde o percentual recebido pelo criador como bonificação estava acima do mercado. Sander explicou que o mínimo de ganho de cada produtor ligado à CooperAliança é de 10% acima do preço de mercado, sendo que nos anos de 2008 o ganho foi de 13,03%; 2009, de 14,86%; 2010, de 15,73%; 2011, de 14,95% e em 2012, chegou a 16,41%. A cooperativa já está produzindo carne Angus com marca e juntamente com os criadores, alimenta uma crença num enorme crescimento deste tipo de produto, que o mercado cada vez mais vai buscar e pagar o preço justo. Povo prestigiou Vitrine da Carne Gaúcha Fotos: Fagner Almeida/Angus A Angus Brasil, por meio do Programa Carne Angus Certificada, realizou durante a Expointer sessões com carne Angus (dias 25, 26, 27 de agosto e 1º de setembro), na Vitrine da Carne Gaúcha, no Pavilhão Internacional da feira, reunindo em cada uma delas mais de 200 pessoas, atentas aos cortes e características demonstradas. Na desossa, técnicos da Angus destacaram principalmente a qualidade dos cortes não tradicionais da carcaça certificada, valorizando o dianteiro, além de destacar a maciez e o marmoreio da carne. Participam da vitrine as marcas Seara Angus (Marfrig), Best Beef Angus (Frigorífico Silva) e Zaffari Angus. Foi o quarto ano consecutivo da participação da Carne Angus neste evento promovido pela Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), em parceria com os programas de carne de qualidade do RS. “Durante todo o período da feira, foram feitas sessões de desossa e degustação com, apresentações técnicas sobre a carne Angus”, explicou Fabio Medeiros, gerente do programa de certificação da Angus Brasil. 36 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS EXPOSIÇÕES Expogua - agronegócio no palco D ando continuidade à parceria firmada durante a Expo Londrina 2012, onde foi assinado o contrato de acordo entre a Associação Brasileira de Angus e a Cooperativa de Carnes Nobres do Vale do Jordão (CooperAliança), o Núcleo de Criadores Angus do Oeste do Paraná participou, juntamente com a cooperativa, de 9 a 11 de agosto, da 37ª Exposição Feira Agropecuária Industrial de Guarapuava (Expogua). Durante a exposição foi realizado o lançamento da primeira marca certificada pelo Programa Carne Angus do Paraná: o selo Aliança Angus Premium da nova parceira do Programa, CooperAliança (veja matéria sobre este lançamento nesta edição - seção Carne) Segundo o Gerente do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, foi extensa a programação rela- cionada ao Programa, além das atividades institucionais e comerciais realizadas no Parque de Exposições Lacerda Werneck, na próspera cidade de Guarapuava, PR. Da parceria com a Cooperaliança, nos dias 9, 10 e 11 fez sucesso na feira paranaense a Vitrine da Carne, uma atividade interativa com o público que participa das ações da feira, onde foi demonstrada desossa ao vivo, no stand da cooperativa, apresentada pelo consultor de cortes de carne, o gaúcho Marcelo Bolinha. “Desossamos toda a carcaça do animal, mostrando que todo o boi pode ser considerado carne de primeira se a matéria prima for de qualidade, como a carne de Angus”, explicou Luciane Araújo, zootecnista da cooperativa. Outra atividade oferecida foi o Curso de Manipulação de Carne, também a cargo de Bolinha, dias 9 e 10, onde foram vistos quesitos como hi- giene, manipulação, anatomia e cortes dos animais. Dia 10 de agosto realizouse o 1º Seminário de Produção de Carne de Qualidade CooperAliança, abordando questões como: Programa Carne Angus Certificada – Valorizando a carne de qualidade, ministrada por Fábio Medeiros, gerente do Programa Carne Angus Certificada; Avaliação de Touros e Seleção de Reprodutores, proferida por Cristiano Leal, gerente de taurinos de corte da CRV Lagoa; Manejo Reprodutivo em Sistema de Produção de Carne, com o médico veterinário, Fernando Dalla Costa; e Manejo Racional do Creep Feeding, articulado por Mikael Neumann, pesquisador da UniCentros de Guarapuava. Durante a intensa programação da feira, foi lançada a nova marca da Carne Angus Certificada produzida através da parceria da Associação Brasileira de Angus e CooperAliança. Além da programação proposta pelo Programa Carne Angus e CooperAliança, o Núcleo de Criadores de Angus do Oeste do Paraná destacou as pistas de julgamento. Os julgamentos de classificação de Angus (50 animais Angus PO), a cargo de Marcos Berruti, ocorreram dias 10 (machos) e 11 (fêmeas). E fechando a programação, na noite de 11 de agosto, foi promovido o 10º Leilão Angus, chancelado pela Angus Brasil, com oferta de 25 touros PO rústicos e 200 animais cruza Angus. Vitrine da pecuária Para Cristopher Filippon, presidente do Núcleo de Criadores Angus do Oeste do Paraná, mais que uma feira, a Expogua é considerada um palco de negociações no ramo agropecuário, tanto em tecnologia de maquiná- rios agrícolas como uma vitrine da pujante pecuária da região. “A feira foi mais um sucesso reprisando as edições anteriores e mais uma vez a Angus realizou o melhor remate da feira, com a melhor média em relação ‘as demais raças”, comemorou Fillipon. 10º Leilão Angus O remate comercializou 23 touros com média geral de R$ 8 mil. Nos animais cruza, um plantel de 150 animais foi arrematado pela média de R$ 3,30 o quilo vivo nas fêmeas e R$ 4,00 nos machos. “Isto mostra a liquidez da raça Angus e a busca pelos animais cruza”, salientou o presidente do Núcleo. Fillipon destaca que a região de Guarapuava é um antigo e tradicional reduto de pecuária no Estado onde a Angus vem cada vez mais conquistando seu espaço e se consolidando na feira, assim como nas fazendas da região. DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DE GUARAPUAVA GRANDE CAMPEÃO Nome: JALISCO DA RIO DA PAZ Tat: 736 Registro: O146716 Nasc: 20/05/2011 Idade: 447 Dias - 14 meses Pai: Occ Headliner 661h Perímetro Escrotal : 38 Peso: 515 Mãe: Hispana da rio da paz Ponderal: 1070 Criador: ANTÔNIO ZANCANARO Expositor: ANTÔNIO ZANCANARO Estabelecimento: FAZENDA RIO DA PAZ Cidade: CASCAVEL /PR RESERVADO GRANDE CAMPEÃO Nome: RECONQUISTA 1738 REDOBRADO PUC G. CANYON Grande Campeão Tat: TE1738 Registro: O144236 Nasc: 11/03/2010 Idade: 882 Dias - 29 meses Pai: Tres marias 6927 pucara te Perímetro Escrotal : 51,5 Peso: 1110 Mãe: Reconquista 593 gran canyon bartolomé Ponderal: 1220 Criador: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI Expositor: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI Estabelecimento: FAZENDA RECONQUISTA Cidade: ALEGRETE /RS 3º MELHOR MACHO Nome: PODER DA RIO DA PAZ Tat: 726 Registro: O146709 Nasc: 17/05/2011 Idade: 450 Dias - 15 meses Pai: Rubeta 3910 widespread te Perímetro Escrotal : 39 Peso: 519 Mãe: Parceira da rio da paz Ponderal: 1070 EGS: Criador: ANTÔNIO ZANCANARO Expositor: PARCERIA ANTÔNIO ZANCANARO E JOSÉ FILIPPON Estabelecimento: FAZENDA RIO DA PAZ Cidade: CASCAVEL /PR GRANDE CAMPEÃ Nome: JAGUARY SOFIA 9533 Tat: TEI9533 Registro: O145066 Nasc: 21/06/2010 Idade: 780 Dias - 26 meses Pai: Agromelu 2494 citation boom te Est. Gest.: C/Cria Peso: 671 Reservado Grande Campeão Mãe: Pastoriza 827 sofia te Ponderal: 810 Criador: PEDRO LUIZ HERTER Expositor: PAULO DE CASTRO MARQUES Estabelecimento: FAZENDA ÁGUA LIMPA Cidade: FAMA /MG RESERVADA GRANDE CAMPEÃ Nome: EPV PATIENCE 862 Tat: 862 Registro: O135887 Nasc: 31/08/2009 Idade: 1074 Dias - 35 meses Pai: Pastoriza 565 brigadier te Est. Gest.: Prenha Peso: 756 Mãe: Umbu 373 patience Ponderal: 670 Criador: JOSÉ FILIPPON Grande Campeã Expositor: JOSÉ FILIPPON Estabelecimento: ESTÂNCIA PONCHE VERDE Cidade: GUARANIAÇU /PR TERCEIRA MELHOR FÊMEA Nome: EPV CAMPECHE 1122 Tat: 1122 Registro: O150086 Nasc: 29/08/2011 Idade: 346 Dias - 11 meses Pai: Tres marias 6743 aguilucho Peso: 326 Mãe: Epv campeche 468 Ponderal: 830 EGS: Criador: JOSÉ FILIPPON Expositor: JOSÉ FILIPPON Estabelecimento: ESTÂNCIA PONCHE VERDE Cidade: GUARANIAÇU /PR Reservada Grande Campeã 38 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS PARCEIROS Ao comprar genética, cuide os parasitos Por Octaviano Pereira Neto A primavera é dos principais momentos no qual o produtor buscam adquirir animais para melhorar a genética de sua fazenda. Estima-se que sejam comercializados, somente no RS, mais de 4.500 touros por ano (Velloso F., 2012, comunicação pessoal), os quais se distribuem por diversas fazendas e regiões. As parasitoses internas e externas têm avançado e tendem a se tornar o principal prejuízo da bovinocultura (Paiva et al. 2000), especialmente em decorrência da resistência parasitária. Deve-se ficar atento ao risco de introdução de doenças e parasitos resistentes através da compra desses animais portadores (infestados), pois suas futuras gerações poderão se disseminar na fazenda de destino, levando à resistência parasitária. Da mesma forma do ocorrido com ovinos, o uso indiscriminado de produtos à base de ivermectina tem desenvolvido estirpes de Haemonchus spp, Cooperia spp e Trichostrongylus spp resistentes (Soutello et al. 2007), bem como de carrapatos (Klafke et al. 2010), o que é preocupante, pois não se tem notícia de lançamentos de novas moléculas em um futuro próximo, que devem ter mecanismos de ação diferentes daqueles já em uso. No Estado de SP, Mendes et al. (2011) avaliaram a resistência aos carrapaticidas em seis regiões e observaram que 82,6% das populações possuíam resistência à cipermetrina, 86,36% à deltametrina e 65,25% ao clorpirifós, com 50% delas, apresentando resistência tanto aos piretróides sintéticos quanto aos organofosforados. No RS, Santos et al (2009) levantaram a situação em 11 municípios do Sul do Estado e observaram que em 23% dos estabelecimentos estudados a eficácia do amitraz era <69% e em 29% destes o efeito foi “zero”, ou seja, sem eficácia alguma, variando segundo a marca comercial analisada. O uso contínuo e indiscriminado das avermectinas, tanto como vermífugo quanto como carrapaticida, têm resultado na redução da eficácia contra ambos os parasitos. Em um estudo sobre o status da eficácia como anti-helmíntico para bovinos, Soutello et al. (2011) levantaram a situação em 25 fazendas, em 10 regiões do Estado de SP, dessas, 23 demonstraram que a eficácia da ivermectina já era inferior a 90%. Valores abaixo de 95% indicam a presença de resistência à molécula. Assessore-se, use produtos de qualidade e adote medidas preventivas (quarentena) e testes pós-tratamento para avaliar sua efetividade. Estas são recomendações permanentes e que trazem resultados positivos na prevenção, entrada e disseminação de parasitos resistentes nas propriedades. Todo cuidado é pouco. Méd. Vet., Mestre em Zootecnia Gerente Técnico – Bovinos Novartis Saúde Animal Ltda. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta publicação sem a autorização da Novartis Saúde Animal As referências citadas estão à disposição dos interessados – [email protected] INTERNACIONAL Novidade na pista do Prado 2012 Técnico da Angus Brasil, Flávio Alves, foi o jurado R ealizada de 5 a 16 de Setembro, a principal exposição uruguaia, Prado 2012 apresentou novidades na pista. Afinal, a tradicional cabanha São José Del Yaguarí, de Pablo Zerbino, venceu pela primeira vez o grande campeonato de machos da raça Angus. Filho de um fêmea da Bayucuá e do touro americano Bismark, campeão da categoria dois anos maior, provocou comoção entre os proprietários, que ingressaram no Angus apenas em 2008. Para Zerbino, de tradicional família de pecuaristas, um produto como este vem melhorar a produção de carne, um dos pilares da agropecuá- Grande Campeã Grande Campeão ria do Uruguai. Jurado de Angus, o técnico da Angus Brasil, Flávio Montenegro Alves, criou alguma ansiedade entre os presentes antes de apontar o grande campeão entre os machos. Ele felicitou os expositores pelo excelente nível da mostra e assinalou que todos os sete touros presentes à contenda final servem para melhorar os planteis dos criadores de Angus. “Pelo bom momento da carne nos mercados internacionais, temos uma excelente oportunidade para nos inserirmos com qualidade buscada no mundo”, afirmou. O Reservado de Grande Campeão, Campeão touro Jovem, RP 193, foi exposto por Sierra Madera, vencedora de 2011. Já o Terceiro Melhor Macho, RP 2201, foi criado e exposto por Frigorífico Modelo SA. Nas fêmeas, um novo criador também festejou o grande campeonato. Exposta por Martín Lopez Oliveri, a vaca de RP 8, foi considerada a Grande Campeã e, ao final da competição, designada pelo jurado Flavio Alves como o melhor exemplar da raça sem distinção de sexo. “É uma vaca de qualidade excepcional, que pode ganhar em qualquer pista do mundo, tem pureza racial, conformação carniceira, feminilidade, profundidade de costelas e um bom andar, tudo em equilíbrio, resumiu o jurado brasileiro. A Reservada de Grande Campeã e Campeão Vaquilhona Maior, foi a vaca RP 8628, apresentada pela cabanha Bayucuá, de Salto, que também expôs a Terceira Melhor Fêmea, Campeã Terneira Maior, com RP 8811. Ao final do evento, o presidente da Sociedade de Criadores de Angus do Uruguai, Lucas Gremminger, assinalou que “por esta pista passou a genética que vamos incorporar à pecuária uruguaia nos próximos cinco a seis anos”. Para Gremminger, nas fêmeas tivemos exemplares de animais férteis e produtivos, um modelo perfeito para sermos cada vez mais eficientes e competitivos na pecuária uruguaia. 40 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS PERFIL Apostando nos Rústicos Alberto de Abreu Medeiros, a esposa Ana Paula, e a filha Betina no detalhe acima Por Marina Corrêa Q uando o criador Alberto de Abreu Medeiros, da Agropecuária Maipú, de Ibirubá, RS, fala no desempenho de seus exemplares Angus, sua voz muda de tom. Em segundos, passa do comedido ao entusiasmado! “Depois da Expointer, ganhamos os prêmios máximos recentemente na exposição de Cachoeira do Sul com o trio de rústicos. Dava gosto de vê-los”, diz eufórico. Se muitos produtores apostam suas fichas em animais de argola, Medeiros tem predileção pelos rústicos, que lhe renderam uma vasta premiação em 22 anos de cabanha e reconhecimento no mercado pelo trabalho de seleção genética que desenvolve. A Maipú está encravada no Km 72 da BR-293, distante 22 km de Ibirubá e 28 km de Cruz Alta, onde o criador mora com a esposa Ana Paula e os dois filhos, Betina e Felipe. Uma região cuja tradição está em amplas lavouras de grãos. Mas, Medeiros, com histórico de família na pecuária, resolveu dividir seu tempo entre os grãos e o re- banho. O gosto pela criação estava no sangue. “Nasci e me criei em fazendas com criação de gado. Minha família criava Charolês, no tempo que era só essa a atividade exercida nas estâncias. Sempre tive contato com os animais e gostava muito de ficar para fora. E muito jovem assumi responsabilidades nos negócios da minha família”, comenta. Rusticidade como expoente O caminho na direção dos rústicos foi natural. Medeiros acredita na maior liquidez desses animais, manejo facilitado, adaptação ao campo, pronto para uso em rebanhos. “Tenho muito envolvimento com minhas lavouras, portanto preciso que meu rebanho não necessite de cuidados especiais. Considero que os rústicos têm exercido papel de destaque dentro do Angus, assim como vem aumentando sua importância para os criadores, despertando interesse em novos mercados”, acredita o criador, acrescentando que o lado comercial e a rusticidade são as principais marcas da criação. “Também destaco a precocidade dos Angus rústicos, é uma das principais características e mais satisfatórias das tantas que observo”. Angus por opção Por tradição, os animais Charolês faziam parte da vida de Medeiros. Mas, ao começar sua própria cabanha, o produtor queria apostar suas fichas em algo diferente. “Sempre gostei muito da raça e eu queria mudar. Não foi fácil começar a criar uma raça nova sozinho. No entanto, as qualidades do Angus ajudaram muito”, observa. A precocidade, habilidade materna, facilidade de parto, qualidade superior de carne dentre outras características estão na ponta da língua do criador ao falar da raça e só foram potencializadas a partir do momento que a criação foi aumentando. O manejo é parte importante dos resultados obtidos pela cabanha. Os animais são mantidos em potreiros perto da arborizada sede da fazenda, com pastagens de milheto, tifton, aruanã, aveia, azevém e suplementos com silagem de milho feita nas próprias lavouras. A reprodução dos animais é 100% por inseminação artificial, com sêmen de touros de linhagens importantes. Em função da lavoura, a peneira para os animais é muito mais fina. A seleção é rigorosa para não comprometer o espaço destinado para agricultura. “Precisam ter boa genética e boa conformação para dar resultados”, argumenta. Hoje, com dezenas de prêmios nas prateleiras, vendo seu rebanho cada vez mais selecionado e sua família envolvida com as atividades da cabanha, Medeiros comenta que sua maior alegria com a raça Angus foi descobrir que a seleção que tem feito e escolhas pessoais deram tantos prêmios, deram tanto certo. Na Expointer, começou a levar os animais em 2005 e foi pentacampeão com seus rústicos. O reconhecimento significa para o criador que lá atrás, ele estava certo, quando teve que escolher as doses de sêmen até o descarte de alguns animais que não se enquadravam no perfil da raça. “Minha esposa sempre disse que se fosse para errar em algo, que fosse por alguma escolha minha, ao de outra pessoa”. Quando o trabalho é seleção e avaliação dos exemplares, Medeiros não conta as horas examinando os animais. “Me realizo e esqueço do tempo vendo meus animais, olhando os terneiros, analisando suas características e observando suas heranças genéticas e imaginando qual será seu melhor cruzamento”, completa. Garantia de continuidade Em tempos de altos e baixos na pecuária, se manter na atividade e sustentar a família são fatores de orgulho para o produtor. Como está em meio a uma região tipicamente agrícola, ter a criação de Angus e obter sucesso com ela é, para Medeiros, como manter suas raízes vivas e deixar seu lado de criador, que está em sua essência, aflorar. Passar seus erros e seus acertos para os filhos Betina, 17 anos, e Felipe, 12 anos, é seu sonho. A continuação do trabalho parece estar garantida. Betina deve ingressar na faculdade de veterinária. “Lembro dela pequena aqui comigo, as mãozinhas sujas de terra, me ajudou a plantar todo esse arvoredo que cerca a entrada da nossa fazenda. Foi no campo que consegui tudo que tenho e quero muito que meus filhos sigam esses passos”, recorda Alberto Medeiros, com todo o orgulho. Abreu e o filho Felipe nas lavouras irrigadas 42 Setembro/Outubro 2012 LEILÕES CHANCELADOS Leilão Marca Angus: R$ 300 mil Angus Itu fatura alto O faturamento de R$ 1.132.800,00 foi o positivo resultado da venda de 84 lotes entre machos e fêmeas, 755 doses de sêmen e uma eleição de 50%, no IV Leilão FSL Angus Itu, realizado pelo selecionador de Angus Antonio Maciel Neto em 15 de Setembro, na propriedade, em Itu, SP, sob a chancela da Angus Barsil. Com média de R$ 14.844,71, foram arrematadas 34 fêmeas que somaram R$ 504.720,00, 48 machos obtiveram média de R$ 11.635,00 e total de R$ 558.480,00, duas prenhezes, média de R$ 16,8 mil, somaram R$ 33,6 mil, 755 doses de sêmen alcançaram R$ 61.420,00 com média de R$ 81,35 a dose e 50% de uma escolha foi vendida por R$ 36.000,00. O lote de maior cotação foi a venda de 50% do touro FSL Sultão por R$ 72 mil, adquirido pela MR Agropecuária. E o maior comprador foi o pecuarista de Uberlândia, MG, Jorge Luiz Caixeta da Cunha, que investiu R$ 112.560 no remate. Pista limpa no remate da GAP Genética Foi um dos maiores leilões de gado já realizados nesta temporada, o da GAP Genética, no dia 23 de Setembro, chancelado pela Angus Brasil, na sede da Fazenda São Pedro, em Uruguaiana, RS. A oferta de 475 animais das raças Angus, Brangus, Braford e Hereford renderam R$ 3.006,60, com média geral de R$ 6.329,68. Na raça Angus foram ofertados 182 animais que somaram R$ 1.215,15, com média de R$ 6.676,65. Ao todo foram arrematados 57 fêmeas por R$ 210,75 mil, com média de R$ 3.697,37; e 125 touros PO por R$ 1.004,4 milhão, que saíram com média de R$ 8.035,20. O diretor técnico da GAP, João Paulo Schneider da Silva (Kaju), comemorou o resultado. “Vendemos toda nossa oferta em menos de 4h de leilão. Liquidamos toda nossa oferta Angus, alcançando médias excelentes para a raça”, destacou. A Cabanha dos Tapes, de João Francisco Bade Wolf, em Tapes, RS, faturou R$ 295.930,00, em seu 10º Leilão Marca Angus, que realizou dia 29 de setembro, no local do Sindicato Rural de Camaquã. Chancelado pela Angus Brasil, o pregão comercializou 141 animais da raça Angus. Ao todo foram vendidos 29 touros rústicos PO e PC de 2 e 3 anos pela média de R$ 6 mil; 10 fêmeas rústicas PO à média de R$ 2,3 mil; 23 fêmeas PC pela média de R$ 1,8 mil; 45 fêmeas cruzas Angus por R$ 1,2 mil de média; e os 34 terneiros Angus puxaram a média de R$ 860,00. Angus@newS Primavera Angus Show O Leilão Primavera Angus Show, promoção do Núcleo Centro Litorâneo de Criadores de Angus, com a chancela da Angus Brasil, realizado em 18 de Setembro no local Morungava Remates, em Viamão, RS, teve um faturamento de R$ 125.000,00, com a venda de 65 exemplares da raça Angus. Os machos PO fizeram média de R$ 5,25 mil e os PC de R$ 4.2 mil, vaquilhonas tiveram média de R$ 1.75 mil e vacas com cria ao pé R$ 1,96 mil. Os terneiros cruzados puxaram R$ 520,00 de média. As Cabanhas Terra Costa, Santa Bárbara e Fortaleza fizeram as melhores médias de touros, alcançando R$ 6,3 mil por animal, segundo informou o diretor do Núcleo Centro Litorâneo, criador Sérgio Colaço da Silva. Genética Tropical VPJ fatura R$ 502,77 mil Rio da Paz e Ponche Verde O 4º Leilão Produção Rio Da Paz e Ponche Verde, realizado em 22 de setembro, em Cascavel, PR, faturou R$ 621.390,00, com a comercialização dos 327 exemplares da raça Angus ofertados. Chancelado pela Angus Brasil, nas ofertas de Angus PO o total arrecadado foi de R$ 354,6 mil para a venda de 42 touros (média de R$ 7,114 mil) e 12 fêmeas (média de R$ 4,65 mil). Destaque para o touro “Apogeu da Rio da Paz TE684”, de Antonio Zancanaro, arrematado por R$ 12 mil por Juraci Massoni, produtor que também foi o maior comprador de touros do leilão, segundo assinalou Cristopher Filippon, da Estância Poche Verde. Ele lembrou que nas fêmeas o maior preço foi R$ 8,25 mil, pagos pela Casa Branca Agropastoril, pelo exemplar “Epv Patience 1052”, também da Ponche Verde. Nos animais cruzas Angus, foram negociados 150 machos (com média de R$ 1.073,00) e 123 fêmeas (à média de R$ 860,00), que totalizaram R$ 266.790,00. “Ficamos muito satisfeitos com nosso leilão deste ano, pois comercializamos toda nossa oferta. Contamos com a participação de investidores do Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, além dos clientes da região”, observou Cristopher Filippon, destacando o reconhecimento pelo mercado do trabalho em parceria realizado pelas duas cabanhas. Com média de R$ 10 mil por 34 reprodutores e R$ 4,5 mil por onze matrizes, totalizando R$ 389.500,00 de faturamento somente pelos animais da raça Angus, o leilão Genética Tropical VPJ, chancelado pela Angus Brasil, foi realizado no dia 2 de setembro pela VPJ Pecuária, de Valdomiro Poliselli Júnior, em Jaguariúna, SP. A comercialização total do remate alcançou a quantia de R$ 502.770,00, com a oferta de 112 animais, machos e fêmeas Brangus, e Brahman e ovinos das raças Dorper e White Dorper. O animal de maior cotação do evento foi adquirido pelo selecionador Paulo Golin, do Grupo Golin, que arrematou o reprodutor Angus PO “VPJ Black Bread EXT 22B” por R$ 16.500,00. Já o maior comprador do Leilão foi José Astor Baggio, que investiu o montante de R$ 134.100,00 na compra de reprodutores Angus. 44 Setembro/Outubro 2012 No Selo Racial, novo sucesso O Remate Selo Racial Produção, venda conjunta das tradicionais cabanhas Cia Azul, Rincón Del Sarandy, Corticeira e Olhos D’Água, Chancelado pela Angus Brasil e realizado dia 28 de Setembro, em Quarai, RS, foi um sucesso total. Com pista limpa, o evento comercializou 415 exemplares das raças Angus, Braford, Angus@newS LEILÕES CHANCELADOS Brangus e Hereford, atingindo um faturamento de R$ 1,96 milhão e média geral de R$ 4.738,00. Na raça Angus, Reynaldo Tittof Salvador, da Cia Azul, comemorou as médias alcançadas, de R$ 6,5 mil, com a comercialização dos 107 machos, e de R$ 3.225,00 pelas 120 fêmeas. 3 Marcas fatura bem Com faturamento de R$ 291 mil, pela venda de 140 animais da raça Angus, foi realizado no dia 29 de setembro, no parque rural de São Borja, RS, o 12º Remate 3 Marcas. Chancelado pela Angus Brasil, o tradicional pregão foi promovido pelas Cabanhas Guajuvira, de Santo Antônio das Missões, RS; São João e Santa Clara, ambas de São Borja. Foram vendidos 30 touros PO e PC de 2 e 3 anos pela média R$ 5, 8 mil, somando R$175,5 mil. “O destaque foi a venda de dois exemplares a R$ 7,5 mil cada um, aos pecuaristas Mauro Hamann e Edmundo Barbara Ferreira, disse Cláudio Roberto Nunes, da Cabanha Guajuvira. Além de 110 fêmeas, comercializadas por R$ 116,4 mil, e arrematas pelo pecuarista Elias Fracalossi, que foi o maior investidor do leilão. Angus Trio Com média geral de R$ 4.148,00, pela venda de 94 exemplares Angus, as propriedades Tolio´s Farm, de Formigueiro; Rodeio do Rincão, de Restinga Seca e Aliança, de Dilermando de Aguiar, todas do RS, somaram vendas no valor de R$ 390 mil no 8º Leilão Angus Trio. O remate aconteceu durante a 45ª Expofeira de Santa Maria, RS, no dia 28 de Setembro. Por categoria as médias foram as seguintes: novilhas PC R$ 1.650.00; novilhas PO, média de R$ 3.750,00e os touros PO e PC puxaram médias de R$ 6.539. São Xavier vende mais de R$ 400 mil Com oferta de animais das raças Angus, Brangus e Limousin, a Cabanha São Xavier, de Tupanciretã (RS), obteve faturamento de R$ 402,2 mil, no seu leilão chancelado pela Angus Brasil e realizado em 25 de Setembro, no parque da UFSM, em Santa Maria, RS. O animal mais valoriza- do do evento foi o touro Angus “São Xavier Ébano”. O reprodutor foi valorizado por R$ 8,2 mil, arrematado por Felipe Paula Ribas. A oferta da raça Angus era composta por 36 touros PO, que alcançaram média de R$ 5,5 mil, 15 vacas PO, à média de R$ 3,8 mil, três touros PC que tiveram média de R$ 4,6 mil e cinco vacas PC que fizeram média de R$ 2,7 mil. Um lote de 21 terneiras PO foi valorizado pela média de R$ 2,804 mil e três PC fizeram média de R$ 3 mil. OPINIÃO Inflação na rentabilidade agrícola Por Gustavo Aguiar Anualmente a Scot Consultoria calcula as rentabilidades das atividades agrícolas e estabelece um padrão de comparação entre elas, incluindo outras opções de investimento disponíveis no mercado, como o ouro, fundos cambiais, renda fixa e poupança, por exemplo. Neste artigo analisamos o desempenho médio de algumas atividades agrícolas nos últimos oito anos. Após esta etapa, estabelecemos uma comparação com a inflação, medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGPDI), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O IGP-DI é composto pelo Índice de Preços no Atacado (IPA), Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), que representam 60%, 30% e 10%, respectivamente, do indicador. Correndo atrás da inflação Para a análise, optamos pelos sistemas da pecuária de corte (cria, recria/engorda e ciclo completo), pecuária leiteira, ambos com alta e baixa tecnologia, além do arrendamento em regiões de cana-de-açúcar e agricultura anual (milho e soja). Veja Figura 1 O IGP-DI, mesmo sendo uma base de comparação relativamente conservadora, acumulou uma variação superior a 90% das atividades agrícolas no período analisado. Entre as possibilidades de uso da terra analisadas, a pecuária leiteira de alta tecnologia teve a melhor rentabilidade média no período, de 8,1% ao ano. O arrendamento para canade-açúcar teve o segundo melhor desempenho, com rentabilidade média anual de 4,8%. As quatro atividades pecuárias com baixa utilização de tecnologia tiveram os piores Figura 1. Rentabilidade anual média para as atividades agrícolas e variação anual média para o IGP-DI, de 2004 a 2011. AT = alta tecnologia; BT = baixa tecnologia. * desde 2006. Fonte: FGV / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br resultados. Duas delas, pecuária de leite e cria, tiveram prejuízos, na média do período. Suas rentabilidades foram de -1,1% e -1,6% ao ano, respectivamente. Regra geral, as atividades agrícolas são marcadas por margens estreitas e rentabilidades reduzidas, em função do alto capital investido. Porém, fica claro que, na média, as atividades pecuárias com aplicação crescente de tecnologia têm tido os melhores resultados, inclusive superando o resultado médio da agricultura anual. Isto reforça a afirmação de que a implantação de tecnologia, de forma racional, é essencial para aumentar a produtividade e diluir os custos fixos envolvidos. O resultado da pecuária leiteira de alta tecnologia foi o melhor dentre os analisados e o único a superar o IGP-DI, ou a inflação. Para 2012, os cenários para a pecuária e agricultura têm boas chances de serem alterados, tanto para a atividade de corte como para a leiteira, com os preços mais baixos para o boi gordo e leite e forte alta para os grãos, o que deve minar os resultados da atividade pecuária e contribuir para um melhor resultado para a agricultura. Considerações finais Mesmo em um cenário de controle da inflação pelo governo, a contínua alta dos custos de produção e a pressão baixista de preços pela ponta compradora, concentrada, tendem a desafiar os resultados econômicos para as commodities agrícolas. Sendo assim, apesar de a inflação anual acumulada ter variação considerável, sendo inclusive negativa em alguns anos (deflação), com base nos critérios utilizados, podemos afirmar que quando a rentabilidade média anual supera a variação média anual da inflação em longo prazo estamos diante de um desempenho superior para as explorações agropecuárias. Zootecnista Scot Consultoria 46 Setembro/Outubro 2012 Angus@newS OPINIÃO Ultrassonografia de carcaça na raça Angus no Brasil Por Ana Carolina Wider Marques A ultrassonografia já é uma tecnologia consolidada para predição das características de carcaça. Chegou ao Brasil na década de 90 e hoje já vem sendo utilizada pela grande maioria dos programas de melhoramento genético do país. As medidas feitas através da ultrassonografia são: Área de Olho-de-lombo: indicativo de musculosidade e rendimento de carcaça; Espessura de Gordura Subcutânea ou Gordura de Acabamento: indicativo de precocidade de acabamento da carcaça; e Marmoreio ou Gordura Intramuscular: responsável pela suculência e sabor da carne, principalmente quando consumida na forma grelhada e condição básica para atender os mercados mais exigentes, que remuneram por esta qualidade. A raça Angus no Brasil foi pioneira nas avaliações de carcaça por ultrassom, tanto para as pistas de julgamento como para os programas de avaliação genética. Atualmente a ABA (Associação Brasileira de Angus) incentiva aos criadores que participam de programa de melhoramento genético a fazerem as medições de carcaça. Assim, tais informações complementam as avaliações rotineiras do programa e fornecem mais subsídios para identificação dos melhores reprodutores para produção de carne de forma eficiente. A UltraBeef acompanha alguns rebanhos que utilizam tais medidas como critério de seleção e observa-se significativo aumento no peso a desmama, ganho em peso, rendimento de carcaça e precocidade de abate. Como a raça Angus é mundialmente reconhecida por produzir carne de qualidade superior, o marmoreio é acompanhado com cautela para manter e melhorar esta característica importante na maioria dos rebanhos. Apesar das vantagens na avaliação das fêmeas, que são a base do rebanho (permanecem por mais tempo na fazenda), a maioria dos rebanhos ainda tem avaliado somente os machos. Temos encontrado boa variação em todas as medidas, inclusive no marmoreio. E isso é interessante pro melhoramento genético. Um exemplo claro é a variação de marmoreio: comparando animais de mesmo sexo, idade e grupo de manejo, o marmoreio variou de 0,80 a 3,00 (em escala de 0 a 10). O que nos mostra que é necessário avaliar e selecionar para manter ou fixar esta característica no rebanho. Esta tecnologia traz ga- nhos consideráveis para a raça, mas principalmente intra-rebanho, já que promove aumento da produção de carne e em menor tempo, o que é mais rentável e exigido pela pecuária moderna. Para uma adequada comparação de entre rebanhos o ideal é que os criadores participem de programa de melhoramento genético. São tecnologias como esta que vão permitir a sustentabilidade da atividade pecuária, que exige cada vez mais profissionalismo para produção de carne de maneira eficiente e com a qualidade que o consumidor exige. Técnica Certificada UGC Diretora da UltraBeef [email protected] INFORME Cartão de crédito Angus Você já imaginou um cartão de crédito da raça Angus? A American Angus Association (AAA) sim. Através de uma parceria com o Intrust Bank, que é um banco tradicionalmente utilizado por produtores rurais americanos, a AAA criou o American Angus Association Credit Card Visa para os seus 30 mil associados. Além de cada compra com o cartão gerar fundos para a Angus Foundation, cada Dólar gasto gera pontos que podem ser transformados em milhas de companhias áreas, cruzeiros marítimos, estadias em hotéis das principais redes mundiais, pacotes de viagem aéreo mais terrestre, créditos em grandes redes de produtos eletrônicos e Sites de compras, entre outros. A Angus Foundation, por sua vez, também aumenta a sua receita para a concessão de bolsas de estudo, bolsas para pesquisas científicas, o aprimoramento da raça Angus e a proteção do futuro dos criadores americanos. Alta & Progen em Desfile de Touros As centrais de inseminação Alta Genetics e Progen realizaram dia 18 de agosto o 7° Desfile de Touros, em Dom Pedrito, RS, com presença de mais de 500 participantes. Além da apresentação da bateria de reprodutores, foram realizadas duas palestras sobre IATF (Inseminação Artificial a Tempo Fixo) por Luciano Penteado e José Ricardo Gama de Maio. O desfile de touros apresentou mais de 30 reprodutores das raças Angus, Brangus, Hereford e Braford. Houve maior representatividade de touros selecionados através dos Testes de Touros Jovens e Sumários de Touros, com ênfase a animais oriundos de pro- gramas de avaliação genética e por critérios objetivos de seleção. Luciano Penteado (Firmasa) apresentou resultados de campo de mais de 50 mil matrizes/ ano e demonstrou que com a técnica da IATF é possível aumentar as taxas de prenhez, antecipar e concentrar partos e melhorar a qualidade dos produtos nascidos na fazenda. José Ricardo Gama de Maio (Ouro Fino) abordou indicadores econômicos do uso da IATF. Hoje a técnica da IATF é responsável por mais de metade das vacas inseminadas no Brasil e das 13 milhões de doses de sêmen comercializadas em 2012, mais de metade foram usadas com a técnica. Esalq: Lide de Agronegócios Ao lado da Embrapa e da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp), a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/Esalq), recebeu o prêmio Lide de Agronegócios na categoria Tecnologia. A premiação partiu de importantes lideranças políticas e do agronegócio do Brasil, que estiveram reunidas dias 21 e 22 de setembro, em Campinas, SP, no Fórum Nacional de Agronegócios, cujo tema, “Os novos rumos do agronegócio sustentável no Brasil”, proporcionou a discussão de políticas e ações para o desenvolvimento do setor no País. O encontro foi promovido pelo Lide Grupo de Líderes Empresariais, presidido por João Doria Junior, e pelo Lide Agronegócios, liderado por Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e Coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas. O evento, aberto pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, e pela secretária de Agricultura do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, contou com a primeira edição do Prêmio Lide de Agronegócios, que destacou os principais empresários do ramo e instituições, em 22 categorias. A Esalq esteve representada na ocasião pela diretora em exercício, Marisa Aparecida Bismara Regitano d’Arce. “Dividimos as honrarias com essas duas instituições, fato que nos deixou orgulhosos e que nos coloca num patamar de reconhecimento de geração de conhecimento e formação dos futuros líderes do agronegócio”, comentou a diretora. Outras categorias premiadas Crédito, Defensivos, Equipamentos, Fertilizantes, Seguro, Sementes, Tecnologia, Tratores, Café, Carnes, Comercialização e Serviços, Distribuição, Entidades de representação, Fibras, Floresta plantada, Grãos, Indústria de Alimentos, Leite, Oleaginosas, Sucroenergéticos e Transporte e Logística. Angus@newS INFORME Congresso Brasileiro de Angus O congresso também terá espaço para momentos importantes para discutir a situação do Angus no Brasil, os programas de cruzamento e os desafios para se ter o Angus que o Brasil precisa. Diversos aspectos relacionados aos programas de seleção e genética da raça Angus, entre outros temas, estarão em pauta durante o Congresso Brasileiro de Angus, que a Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) promove nos dias 4 e 5 de Dezembro deste ano, no Hotel Sheraton, em Porto Alegre, RS. Inscrições abertas! As inscrições já estão abertas na sede da Associação (51.3328.9122) e será dada amplo divulgação por outros meios, com destaque ao site da Angus Brasil. Segundo o técnico Fernando Velloso, da Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha, empresa responsável pela organização do evento, o congresso vai reunir técnicos e criadores de destaque em seus países de origem, e trará informações de interesse do selecionador e usuário da raça. Vai apresentar ainda temas importantes e polêmicos como seleção por dados ou por tipo; temas modernos como seleção por eficiência alimentar; temas de mercado relacionados à Carne Angus e apresentação de cases de plantéis de sucesso no Brasil, Argentina e Estados Unidos estarão na programação. Na programação Palestrantes do Brasil, Argentina, Estados Unidos e Nova Zelândia, em destaque. Carne Angus no Brasil e Estados Unidos; Qualidade de carne e ultrassonografia de carcaças; avaliação visual de animais e programas de seleção; seleção por desempenho (dados) x seleção por tipo (visual); seleção por eficiência alimentar. Plantéis de sucesso: alguns cases no Brasil, Argentina e EUA; O Angus na Nova Zelândia e convite para o Fórum Mundial de Angus em 2013; Cruzamento com Angus; O Angus que o Brasil precisa. Setembro/Outubro 2012 Novartis anuncia novo Diretor Oclydes Barbarini Jr. é o novo Diretor de Marketing da Divisão de Saúde Animal para a região sul da América Latina. Graduado em medicina veterinária e com MBA em marketing e gestão empresarial pela FGV, Oclydes possui mais de 20 anos de experiência no setor de Saúde Animal e terá como meta a implementação de estratégias para ampliar e consolidar a atuação da Novartis no segmento. Antes de ingressar na Novartis Saúde Animal, o executivo atuou por mais de 18 anos na divisão de Saúde Animal da Pfizer. A Novartis Saúde Animal pesquisa, desenvolve e comercia- Com apoio do Núcleo Bageense de Criadores de Angus, os touros são avaliados em suas características de desempenho animal, fenótipo como conformação frigorífica, precocidade de terminação e musculosidade, além de área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea e marmoreio. Vencedor contratado O campeão da última prova, o touro J Quest, foi contratado pela Select Sires, central ame- ricana de genética bovina. “Os técnicos da Select queriam um touro Angus brasileiro avaliado a campo e com resultados excepcionais. Ganhar esta prova indicou que nosso sistema de produção, aliado às premissas do mercado, está no caminho certo da seleção genética. Por isso, eu recomendo a participação na prova”, avalia Felipe Moura, diretor técnico da Ponderosa Angus Ranch e Scalzilli Agropastoril (proprietária do J Quest). Blokus Supra, sal mineral a campo Partir de consultorias internacionais, a Alisul Alimentos, detentora da marca Supra de alimentos para animais, está lançando uma linha de sais minerais no formato de bloco, para consumo a campo. São três produtos indicados para gado de corte: Blokus Proteinado 28, Blokus Proteinado 40 e Blokus Recria. Entre as vantagens, a praticidade de uso, porque pode ser colocado a campo, dispensando cocho coberto. E o atrativo para o consumo é o melaço, um ingrediente pro- curado pelos animais. Segundo o gerente de Ruminantes da Alisul, Rubem Frosi, o Blokus 28 possui 28% de proteína e é recomendado para uso nas estações de primavera/ verão e outono, com pastos intermediários, entre completamente verde e seco. O produto contém lasalocida sódica, um promotor do crescimento, que aumenta a eficiência do uso de energia do animal, diminuindo as perdas energéticas comuns à espécie. O Blokus 40 tem aplicação no inverno, ou para pastagens secas, quando a geada queima o pasto, podendo ser usado também no verão, em caso de estiagens longas. O terceiro, para recria, é indicado para terneiros de corte e leite até os 170 quilos, com 20% de proteína e 5% de fósforo, podendo ser usado em todas as épocas do ano, informa Rubem Frosi. liza produtos líderes para tratamento de animais de companhia, atendimentos de médicos veterinários e criadores. Com sede em Basiléia, Suíça, e presente em aproximadamente 40 países, a Novartis Saúde Animal possui 2.630 colaboradores em todo o mundo. As empresas do Grupo Novartis empregam 124 mil pessoas e operam em mais de 140 países. Em 2011, as operações do grupo atingiram vendas líquidas de US$ 58,6 bilhões, com investimentos da ordem de US$ 9,2 bilhões em pesquisas e desenvolvimento. Em seu portfólio, oferece medicamentos inovadores, para cuidados com os olhos, genéricos, vacinas preventivas e ferramentas de diagnóstico e produtos de consumo em saúde humana e saúde animal. Remate Tres Marias Começa mais uma prova de touros na Embrapa Já estão a campo os touros Angus da 3ª Prova de Avaliação a Campo de Reprodutores, promovida pela Angus Brasil em parceria com a Embrapa Pecuária Sul, de Bagé, RS. Nas mesmas condições de ambiente e alimentação, a meta é comparar a performance dos exemplares, identificando animais superiores para produção em sistema de pastejo. Integram o teste 11 propriedade de seis municípios gaúchos. 47 Fernando Velloso e Dimas Rocha estiveram presentes na Tres Marias Tres Marias Pistera 8566 A Cabanha Tres Marias, de Horacio Gutiérrez, realizou em 16 de agosto seu remate anual, e comemorou o 55° aniversário de seleção em Angus. O leilão ofertou 3 eleições, 2 fêmeas em modalidade 50% e 54 fêmeas Angus PO, totalizando 59 lotes. As eleições são lotes onde compra-se o direito de escolha de qualquer animal nascido na Tres Marias em um ano, neste caso na Geração 2012. O comprador fica com 50% do produto escolhido. Eleições Tiveram média de R$ 92 mil, com destaque à 1ª Elei- ção por R$ 142 mil, pela Cabanha La Loma (Argentina), comprando a primeira eleição de fêmea preta. O criador Reno Paulo Kunz (Brasil) e a empresa Solução Genética adquiriram a primeira eleição de macho preto por R$ 80 mil. Fêmeas 50% A média foi de R$ 67 mil, com destaque para a fêmea Tres Marias Pistera 8566, adquirida por R$ 93 mil pela Casa Branca Agropastoril (Brasil). Fêmas PO Fizeram média de R$ 23 mil, com destaque para Tres Marias 8762 (irmã inteira de Cachafaz), vendida por R$ 60 mil.