ONCOLOGIA ATUAL_INCA - UROLOGIA-1

Transcrição

ONCOLOGIA ATUAL_INCA - UROLOGIA-1
CAPÍTULO
6
Câncer de Próstata
Ricardo de Almeida Jr. Antonio Augusto Ornellas
Leandro Koifman Marcos Tobias-Machado
! EPIDEMIOLOGIA
O câncer de próstata (CP) é a neoplasia mais comum em homens (excluindo o câncer de pele não melanoma) significando 25% de todos os tumores malignos diagnosticados no sexo masculino e correspondendo a
mais de 217.000 casos novos nos Estados Unidos em 2010. Mais de
32.000 indivíduos morrerão em decorrência da doença.1 Estima-se que,
atualmente, o risco de um norte-americano ser diagnosticado com CP é
de um em seis indivíduos (15%), e o risco de óbito pela neoplasia é de
um em 30 (3,3%).2
No Brasil, para 2010, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou
53.000 novos casos, com 8.000 mortes pela doença.3 Na Europa, a mortalidade é de 23 casos/1 milhão. No Brasil, oscila próximo a 17/100 mil.
A mortalidade vem caindo nos EUA por vários motivos: disponibilização do exame do PSA, diagnósticos precoces, migração para estádios
mais iniciais no diagnóstico, melhora do arsenal terapêutico, popularização da prostatectomia radical (PR) e da radioterapia (RT) e aumento
da eficácia da quimioterapia em casos extremos.
Indivíduos da raça negra apresentam maior risco de desenvolverem
câncer de próstata, tumores mais agressivos e mais precoces.1,4
Embora a maioria dos casos de câncer de próstata seja esporádica, a
presença de neoplasia familiar pode incorrer em doença mais agressiva e
em maior risco de mortalidade.
! FATORES DE RISCO
Os fatores que determinam o risco de desenvolvimento clínico do CP
não são bem conhecidos, embora alguns tenham sido identificados.
Existem três fatores de risco bem estabelecidos para CP: o aumento da
idade, origem étnica e hereditariedade. Se um parente de primeiro grau
tem CP, o risco é de, pelo menos, o dobro. Se dois ou mais parentes de
primeiro grau são afetados, o risco aumenta de 5 a 11 vezes.5,6 Pacientes
com CP hereditário geralmente têm um início da doença de 6 a 7 anos
antes dos casos espontâneos.7
A frequência do câncer detectado em autópsias é quase o mesmo em
diferentes partes do mundo.8 Este achado está em nítido contraste com
a incidência de CP clínico, que difere muito entre diferentes áreas geográficas: alta nos EUA e no Norte da Europa, e baixa no sudeste da
Ásia.9 No entanto, o risco de câncer de próstata aumenta se homens japoneses imigrarem para o Havaí, e mais ainda se imigrarem para a Califórnia com o risco, aproximando-se ao dos homens americanos.10
Esses achados indicam que os fatores exógenos afetam no risco de
progressão da chamada doença latente para clínica. Fatores como o consumo de alimentos, padrão de comportamento sexual, consumo de álcool, exposição à radiação ultravioleta e exposição ocupacional têm sido
discutidos como sendo de importância etiológica.11 Fatores dietéticos e
nutricionais podem influenciar o desenvolvimento ou não da doença,
incluindo a ingestão total de energia (refletido pelo índice de massa corporal), gordura, carne cozida, micronutrientes e vitaminas (carotenoides, retinoides, vitaminas C, D e E), frutas e hortaliças, minerais (cálcio,
selênio) e fitoestrogénios (isoflavonoides, flavonoides, lignanas). Diversos grandes estudos randomizados em curso tentam esclarecer o papel de
tais fatores de risco e potencial de sucesso na prevenção do câncer de
próstata.12
Em resumo, os fatores hereditários são importantes na determinação
do risco de desenvolvimento de CP clínica, enquanto os fatores exóge-
nos podem ter um impacto importante sobre este risco. A questão-chave
é se há evidências suficientes para recomendar mudanças no estilo de
vida (menor ingestão de gordura animal e aumento da ingestão de frutas, cereais e legumes), a fim de diminuir o risco.13 Há alguma evidência
para apoiar essa recomendação e esta informação pode ser dada a parentes de pacientes com CP que perguntam sobre o impacto da dieta.
! DIAGNÓSTICO
Toque Retal
A maioria dos tumores da próstata está localizada na zona periférica e
pode ser detectada por meio do toque retal quando o volume tumoral é
maior ou igual a 0,2 mL. Um toque retal suspeito é indicação absoluta
para a biópsia. Em 18% dos pacientes o diagnóstico é feito somente com
alteração ao toque.14 Além disso, o valor preditivo positivo de um toque
retal suspeito varia conforme o valor do PSA sendo 5,14 e 30% em homens com PSA entre 0 a 2,5 e 2,6 a 4,0 ng/mL, respectivamente.15 Nódulo detectado por meio da US transretal (USTR) não deve ser considerado, isoladamente, como indicação de biópsia.
Antígeno prostático específico – PSA
As elevações nos níveis de PSA como variável independente são o melhor
preditor de câncer quando comparamos o toque retal e a USTR.16 Até
45% dos diagnósticos são feitos somente pelas alterações no PSA.14
O PSA deve ser colhido, de preferência, com 4 horas de jejum, na
ausência de infecção do trato urinário e evitando-se, na véspera, manipulações prostáticas.
Catalona et al.16 demonstraram que dos indivíduos com PSA entre
2,5 e 4,0, 50% progrediram para PSA > 4,0 em 4 anos e um terço destes
apresentaram elevação rápida do PSA e um tumor extenso. O valor
exato para a realização de biópsia de próstata ainda não foi determinado,
mas valores maiores que 2,5 ng/mL usualmente são empregados em indivíduos com menos de 60 anos.17
Algumas modificações na avaliação do PSA foram sugeridas com a
intenção de melhorar a especificidade no diagnóstico precoce do CP:
Relação PSA livre/total: foi usada para estratificar o risco de CP quando
PSA está entre 4 e 10 ng/mL, mostrando que quanto menor esta relação, maior o risco de CP. 56% dos pacientes com relação < 0,10 e somente em 8% dos homens com relação > 0,258).
Velocidade do PSA total: (variação anual do nível sérico do PSA total de
preferência colhido com o mesmo kit > 0,75 ng/mL). Quando o PSA está
entre 2,5 e 4,0 ng/mL, sua velocidade não deve exceder 0,4 ng/mL/ano.18
Densidade do PSA (PSAd): 0,15 sugere CaP (cálculo dividindo o PSA
pelo volume prostático mensurado pela ultrassonografia transretal.19
Portanto, a decisão de realizar uma biópsia de próstata deve ser inicialmente avaliada com base nos resultados do toque retal e PSA, mas
deve, também, levar em conta múltiplos fatores, como a relação PSA livre/total, idade, velocidade do PSA, densidade do PSA, história familiar,
etnia, história de biópsia prévia e comorbidades.20
Biópsia prostática
O câncer de próstata é diagnosticado em um quarto a um terço das biópsias. A biópsia guiada por US é o padrão ouro e, embora a via transretal seja
43
PARTE IX
UROLOGIA
utilizada na maioria das vezes, a via transperineal também pode ser utilizada. Os índices de detecção são comparáveis.21 Além disso, o acesso perineal
é muito útil em situações especiais, como após uma amputação de reto.
Um total de 12 fragmentos representativos de toda a glândula deve
ser retirado, incluindo, sistematicamente, as faces posterolaterais, dividindo-se em três regiões (base, médio e ápice). As áreas suspeitas, quando estas são identificadas pelo toque ou USTR, também devem ser
biopsiadas.
Rebiópsia
Embora a maioria dos tumores seja detectada na 1ª biópsia, em 70 a 80%
dos pacientes a biópsia deixa dúvidas quando resulta negativa. Djavan et
al.22 demonstraram que com PSA entre 4 e 10 ng/mL a positividade da
1ª para a 4ª biópsia vai decrescendo (22, 10, 5 e 4%), demonstrando que
as 3ª e 4ª biópsias devem ser realizadas para casos selecionados decorrente
de sua baixa positividade e maiores índices de complicações.23
Não há consenso quanto ao exato número de fragmentos na rebiópsia, entretanto, mais da metade dos diagnósticos foi feita em novos fragmentos, além das sextantes. A coleta de mais fragmentos (biópsia estendida ou de saturação), além de aumentar a chance de positividade, fornece
melhores dados sobre a extensão extracapsular.22
O momento ideal de uma rebiópsia é incerto e depende do resultado histológico da primeira biópsia e do nível de suspeita de CaP. Recomenda-se, preferencialmente, realizar a nova biópsia após, pelo menos,
6 semanas da anterior. Não há maior índice de complicações quando
seguidas tais recomendações.23
Ressonância Magnética (RM)
Se persistir a suspeita clínica de CP mesmo com biópsias negativas, podemos utilizar da RM com espectroscopia para tentar identificar áreas suspeitas com sensibilidade de 86% e especificidade de 94% para identificar
focos de câncer > 0,5 mL.24
Ressecção Transuretral da Próstata (RTU)
O uso da RTU de próstata para diagnóstico deve ser considerado nos casos de biópsias repetidas negativas com persistência de elevação no PSA
e/ou toque suspeito em pacientes com sintomas obstrutivos (suspeita de
tumor na zona de transição), apesar de seu baixo índice de detecção de
aproximadamente 8%.25
! PATOLOGIA
Neoplasia intraepitelial prostática (PIN)
O patologista deve descrever a neoplasia intraepitelial de alto grau, que é
a única lesão reconhecidamente pré-maligna da próstata. O número de
fragmentos comprometidos pela lesão tem sido descrito por alguns autores como importante, pois se relaciona com diagnóstico de câncer em rebiópsias.26 Este diagnóstico é feito em 4 a 16% dos casos, e o diagnóstico
de câncer em biópsia repetida tem sido descrito em 13 a 25%.27,28
Proliferação atípica de pequenos ácinos (ASAP)
44
Trata-se de lesão suspeita para o diagnóstico de câncer cujos critérios histológicos são insuficientes para conclusão definitiva. Existem diversos
mimetizadores de câncer ou o tumor pode estar escassamente representado na biópsia. Nesses casos é obrigatória a realização do exame imuno-histoquímico, com o uso de marcadores das células basais. A glândula
normal, não tumoral, tem uma camada de células secretoras e uma camada de células basais que expressam citoqueratina de alto peso molecular e
proteína p63. A glândula tumoral não possui a camada basal, assim, não
existe a marcação, o que auxilia enormemente o patologista na definição
do diagnóstico. Em estudo recente foi demonstrado que após a imuno-histoquímica o diagnóstico é possível de ser concluído em mais de
70% das vezes, evitando uma rebiópsia.29 Todos os pacientes com diagnóstico de ASAP devem sofrer uma rebiópsia caso o patologista mantenha este diagnóstico mesmo após o exame complementar imuno-histoquímico. Neste caso, o achado de câncer na rebiópsia gira em torno de 40
a 50% e é feito, geralmente, na primeira rebiópsia.27,30
Câncer de próstata (CP)
O fator prognóstico mais importante no CP é a graduação histológica de
Gleason. Baseia-se em um escore onde são considerados os dois padrões
predominantes que resultam uma soma. São cinco padrões nomeados de
1 a 5 que resultam em uma somatória de 2 a 10, sendo o 2 o mais bem diferenciado e o 10 o menos diferenciado e mais agressivo. O grau de Gleason é dado em números arábicos, e o resultado da soma está à frente dos
números que compõem a equação entre parênteses. O primeiro número
é o mais representado na lâmina e o segundo o padrão secundário. O último consenso da International Society of Urologic Pathology (ISUP) valoriza o grau mais grave na biópsia tentando evitar a subgraduação, uma
ocorrência frequente. Assim, uma biópsia que tenha um padrão primário
3 com uma porção menor, porém significativa 4, deve ser considerado 7
(4 + 3). Da mesma forma, se houver um padrão 5, mesmo que pequeno,
ele deve ser parte da soma como o padrão secundário.31,32 O grau de Gleason é informado mesmo em tumores muito pequenos. Quando o tumor
está presente em apenas um fragmento de biópsia, o grau de Gleason
deve ser dobrado. Alguns recomendam a avaliação do Gleason em cada
fragmento individual, enquanto outros consideram um Gleason final
após o exame de todos os fragmentos. Estudo recente mostra que essa segunda análise se correlaciona melhor com os achados da prostatectomia
radical.33 Entretanto, tem-se discutido a terapia focal que trataria o tumor-índice, ou seja, aquele com maior grau de agressividade. Desse modo se houver um tumor bilateral com um componente bem diferenciado
em um dos lobos da próstata, essa informação deve ser dada. Adenocarcinomas graus 2 a 4 são extremamente raros na biópsia de próstata e devem
ser analisados com extrema precaução. A segunda informação importante é a quantificação do volume tumoral. Esta deve ser dada em número
ou porcentagem de fragmentos positivos com relação ao total de fragmentos de biópsia. Deve ser informada a extensão daquele fragmento
mais acometido por tumor e, por fim, a média aritmética da porcentagem total de tumor em todos os fragmentos analisados. Todas essas medidas se relacionam com o estadiamento e o comportamento do tumor.
Alguns autores informam o volume tumoral em milímetros.34-36 A terceira informação é a presença ou ausência de invasão perineural. Este
achado é encontrado por volta de 20% dos casos de câncer e se correlaciona com tumor não órgão-confinado e com recidiva bioquímica.37
! ESTADIAMENTO
A avaliação da extensão do câncer de próstata deve ser individualizada e
normalmente se utiliza exame de toque retal, dosagem de antígeno prostático específico, padrão de Gleason, número de fragmentos positivos e
porcentagem da amostra envolvida pelo câncer na biópsia. Cintilografia
óssea complementada com tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) e radiografia do tórax estão indicadas em situações específicas nas quais seus resultados influenciarão, diretamente, na
decisão do tratamento.38
Para pacientes com níveis de PSA < 20, escore de Gleason igual a 6 e
estádio igual a T2a, o risco de metástases linfonodais e a distância é menor que 3%, não sendo necessária a solicitação de cintilografia óssea e de
tomografia de abdome e pelve.
Pacientes com níveis de PSA > 20 ng/mL ou escore de Gleason igual
a 7 ou estádio igual a T2b ou com suspeita clínica de metástases devem
fazer cintilografia óssea e TC de abdome e pelve. Os demais exames
serão necessários se houver suspeita clínica.
Esquemas de estratificação de risco com base nos níveis séricos de
PSA, escore de Gleason, dados da biópsia e categoria clínica do tumor
(TNM) classificam os tumores em:
Baixo risco: PSA < 10 e Gleason < 7 e estágio clínico T1c ou T2a.
Risco intermediário: PSA > 10 e < 20 ou Gleason 7 ou estágio clínico T2b.
Alto risco: PSA > 20 ou Gleason > 7 ou estágio clínico T2c.
Para fins didáticos, os tumores de próstata são divididos em:
Localizado: restrito à próstata (T1 e T2).
Localmente avançado: com invasão dos tecidos adjacentes (T3 e T4).
Metastáticos: tumores avançados com metástase linfonodal (N+) ou a
distância (M+).
O método mais comumente utilizado para visualização da próstata é a
USTR. No entanto, apenas 60% dos tumores são identificados dessa
forma. A combinação de TR e USTR pode detectar CP T3a com mais
precisão do que qualquer método isolado.45
USTR não é capaz de determinar a extensão do tumor com precisão
suficiente para ser recomendada para uso rotineiro. Cerca de 60% dos
tumores pT3 não serão detectados no pré-operatório por USTR.46
Ultrassonografia tridimensional (US-3D) é um método não invasivo que reproduz imagens do volume total de estruturas sólidas, com
uma acurácia de 91%.47 Maior sensibilidade para a detecção do câncer
tem sido obtida com a adição de Doppler colorido e contraste. A presença ou a ausência de vasos que atravessam a cápsula prostática pode determinar a extensão extracapsular, sendo considerado um sinal preditivo
significativo (Fig. 1).48,49
A diferenciação entre os tumores T2 e T3 não deve ser baseada apenas em USTR, pois é amplamente operador-dependente,50,51 além de
não se ter demonstrado, com este método, superioridade ao TR na predição de doença órgão-confinada.52,53 Invasão das vesículas seminais é
fator preditivo de recidiva local e doença a distância e sua biópsia pode
ser utilizada para aumentar a precisão do estadiamento pré-operatório.54
A biópsia é reservada para pacientes com um risco substancial de invasão
das vesículas e para quando pode modificar a conduta.55,56 Pacientes
com qualquer uma das biópsias da base prostática positiva para câncer
são mais propensos a terem biópsia de vesícula seminal positiva.57
O escore de Gleason da biópsia, o nível sérico de PSA e o estádio clínico são preditores independentes de características patológicas adversas
após a prostatectomia radical (PR). Dentre os parâmetros analisados na
biópsia prostática, o percentual de tecido com câncer é preditor de margens cirúrgicas positivas, invasão de vesícula seminal e doença não órgão-confinada.58
Um aumento do número de fragmentos de biópsias positivas prevê,
independentemente, extensão extracapsular, margem cirúrgica e invasão
dos linfonodos.59,60
Pode ser útil correlacionar o escore de Gleason da biópsia com o
estádio patológico final, pois cerca de 70% dos pacientes têm doença
localizada quando o escore de Gleason da biópsia é 6. A TC e a RM
não são suficientemente confiáveis na avaliação de invasão local do tumor.61-63
Quadro 1. Sistemas de estadiamento clínico para o câncer de próstata
TNM 1997 e 1992
1997
1992
DESCRIÇÃO
TX
TX
Tumor primário não avaliado
T0
T0
Sem evidência de tumor
T1
T1
Tumor não palpável – sem evidência por imagem
T1a
T1a
Tumor encontrado em tecido removido por RTU; 5% ou
menos é canceroso e grau histológico < 7
T1b
T1b
Tumor encontrado em tecido removido por RTU; > 5% é
canceroso e grau histológico > 7
T1c
T1c
Tumor identificado por biópsia da próstata em razão de
elevação do PSA
T2
T2
Tumor palpável confinado à próstata
T2a
Tumor envolve menos da metade de um lobo
T2a
Tumor envolve um lobo ou menos
T2b
Tumor envolve mais que um lobo
T2b
Tumor envolve mais da metade de um lobo, mas não
ambos os lobos
None
T2c
Tumor envolve mais que um lobo
T3
T3
Tumor palpável além da próstata
T3a
T3a
Extensão extracapsular unilateral
Ressonância magnética (RM)
T3b
T3b
Extensão extracapsular bilateral
T3c
T3c
Tumor invade vesícula(s) seminal(is)
T4
T4
Tumor é fixo ou invade estruturas adjacentes (não as
vesículas seminais)
T4a
T4a
Tumor invade colo vesical, esfíncter externo e/ou reto
T4b
T4b
Tumor invade músculo elevador e/ou é fixo à parede
pélvica
RM com coil endorretal pode permitir maior precisão no estadiamento
local, complementando as variáveis clínicas por meio de caracterização
da anatomia zonal da próstata e de alterações moleculares com espectroscopia.64,65 Quando comparada com o TR e achados da biópsia, a RM
com coil, em casos selecionados, incrementa significativamente o estadiamento local do CP,66 em particular quando interpretados por radiologistas experientes na identificação pré-operatória de extensão extracapsular
e invasão da vesícula seminal.67-69 Pode haver impacto sobre a decisão de
preservar ou ressecar o feixe neurovascular no momento da cirurgia.70-72
Quando avaliada a capacidade de prever doença órgão-confinada, a
contribuição da RM com coil endorretal para nomogramas de estadiamento foi significativa em todas as categorias de risco, sendo o maior benefício observado em pacientes de risco intermediário e alto.73
A combinação de RM com contraste dinâmico proporciona superioridade no estadiamento de CP em comparação com qualquer técnica
independente.74
Ressonância magnética com espectroscopia permite a avaliação do
metabolismo do tumor, mostrando as concentrações relativas de citrato,
colina, creatinina e poliaminas (Fig. 2). Diferenças nas concentrações
destes metabólitos permitem melhor localização do tumor na zona periférica, aumentando a precisão da detecção de extensão extracapsular,
diminuindo a variabilidade interobservador.75 Além disso, foram demonstradas correlações entre o padrão de sinais metabólicos e Gleason
patológico, sugerindo a possibilidade de avaliação não invasiva da agressividade do CP.76 São limitantes da RM a sinalização relacionada com a
hemorragia pós-biópsia e alterações inflamatórias da próstata.
N(+)
N(+)
Envolvimento dos linfonodos
NX
NX
Linfonodos regionais não avaliados
N0
N0
Ausência de metástases para linfonodos
N1
N1
Metástases para um linfonodo regional, 2 cm de
tamanho
N2
N2
Metástases para um (> 2 mas 5 cm) ou múltiplas com
nenhum > 5 cm
N3
N3
Metástases para linfonodo regional > 5 cm de tamanho
M(+)
M(+)
Disseminação metastática a distância
MX
MX
Metástases a distância não avaliadas
M0
M0
Sem evidência de metástases a distância
M1
M1
Metástases a distância
M1a
M1a
Envolvimento de linfonodos não regionais
M1b
M1b
Envolvimento dos ossos
M1c
M1c
Envolvimento de outros sítios a distância
TNM, tumor, nodos, metástases; RTU, ressecção transuretral.
CÂNCER DE PRÓSTATA
Ultrassonografia transretal (USTR)
O estadiamento tumoral pelo TNM é mostrado no Quadro 1. Na avaliação do estádio do tumor local, a distinção entre doença intracapsular
(T1- T2) e extracapsular (T3-T4) tem o impacto mais profundo sobre as
decisões de tratamento. O toque retal (TR) subestima a extensão do tumor. Uma correlação positiva entre TR e estádio patológico do tumor
ocorre em torno de 50% dos casos.39 No entanto, exames mais detalhados (de imagem) são recomendados somente em casos selecionados,
quando afetam diretamente a decisão de tratamento.
Não há relação direta entre os níveis séricos de PSA e o estádio clínico e patológico do tumor.40-42 Uma combinação de níveis séricos de
PSA, pontuação de Gleason na biópsia e TR tem provado ser mais útil
na predição do estádio patológico final do que os parâmetros individuais
isoladamente.43
A relação PSA livre/total pode predizer estádio patológico favorável
em um subgrupo de pacientes onde TR é normal, e o PSA total está
entre 4,1-10,0 ng/mL.44
CAPÍTULO 6
Estádio tumoral (T)
45
PARTE IX
UROLOGIA
FIGURA 1. (A-D) Ultrassonografia transretal da
próstata com Doppler colorido mostrando a
vascularização do tumor.
COLINA
FIGURA 2. Exemplo de espectroscopia da próstata.
Área com altos níveis de colina + creatina e baixos níveis
do citrato são compatíveis ao tumor. Em vermelho, o
mapa da colina mostrando áreas com níveis elevados de
colina. (Cortesia do Dr. Adilson Prando.)
Estádio nodal (N)
46
Tem maior importância em casos em que tratamentos potencialmente
curativos são planejados. Valores elevados de PSA, estádios T2b-T3, tumores indiferenciados e invasão tumoral perineural têm sido associados a
maior risco de presença de metástases.42,77,78
Os nomogramas podem ser utilizados para definir um grupo de
pacientes com baixo risco de metástases (< 10%).79 Nesses casos, os
pacientes com PSA < 20 ng/mL, estádio T2a e Gleason 6 podem ser
poupados de procedimentos para estadiamento nodal antes de tratamento potencialmente curativo.42
O padrão de Gleason 4 em biópsias tem sido utilizado para definir o
risco de doença nodal. Se qualquer fragmento de biópsia apresenta predominância de padrão 4 de Gleason, ou mais de três fragmentos apresentam qualquer componente padrão 4 de Gleason, o risco de metástase
nodal é de 20-45%. Para os demais pacientes, o risco é de 2,5%, reforçando a ideia de que estadiamento nodal é desnecessário em pacientes
selecionados.80
TC e RM apresentam desempenho semelhante na detecção de
metástases nos linfonodos pélvicos, embora TC pareça ligeiramente superior.81 O limiar em centímetros usado para decidir se um linfonodo é
suspeito varia entre 0,5 e 2 cm. Um limite de 0,8 cm a 1 cm tem sido
recomendado como o critério para o diagnóstico de metástases linfonodais.82
A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) pode fornecer uma
resposta decisiva em casos de resultados de imagem suspeita. No entanto, o linfonodo pode ser difícil de acessar decorrente da posição anatômica. Além disso, a PAAF não é altamente sensível e uma taxa de
falso-negativo de 40% tem sido relatada.82
Em pacientes assintomáticos recém-diagnosticados com CP e nível
sérico de PSA < 20 ng/mL, a probabilidade de resultados positivos em
TC e RM é de cerca de 1%.66 Em pacientes de maior risco, a especificidade de uma varredura positiva é elevada (93-96%), de maneira que podem ser poupados de linfadenectomia.83
O padrão ouro para o estadiamento nodal é a linfadenectomia, quer
por técnica aberta ou laparoscópica. A fossa obturadora nem sempre é o
principal local para depósitos metastáticos, e a dissecção limitada à fossa
obturadora perde cerca de 50% de metástases linfonodais.84,85
Estádio metastático (M)
O esqueleto axial está envolvido em 85% dos pacientes que morrem de
CP.86 A presença e a extensão de metástases ósseas refletem, com precisão,
o prognóstico individual do paciente. A extensão da doença óssea é a única variável que influencia os níveis séricos de fosfatase alcalina óssea e
PSA. No entanto, em contraste com o PSA, a fosfatase alcalina óssea demonstrou uma correlação estatística com o grau de doença óssea.87
A detecção precoce de metástases ósseas alertará para possíveis complicações inerentes ao esqueleto. A cintilografia óssea continua sendo o
método mais sensível para avaliar metástases ósseas, sendo superior à
avaliação clínica, radiografia óssea, dosagem sérica de fosfatase alcalina e
fosfatase prostática ácida.88-90
Um sistema de graduação semiquantitativo com base na extensão da
doença óssea mostrou correlação com a sobrevida.91 Estudos têm
mostrado que 18F-fluoreto/TC é uma modalidade de imagem altamente sensível e específica para detecção de metástases ósseas.92,93 No entanto, ainda não há resultados definitivos suficientes para que recomendações sejam feitas.94 RM de corpo inteiro e cintilografia óssea apresentam
acurácia similar e podem ser usadas de maneira complementar.95
Além do osso, o CP pode disseminar-se para qualquer órgão; mais
comumente afeta os gânglios linfáticos distantes, pulmão, fígado, cérebro e pele. A avaliação sistêmica por meio de radiografia de tórax, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética está
indicada apenas se os sintomas sugerem a possibilidade de metástase dos
tecidos moles.
A necessidade de marcadores sorológicos confiáveis para melhorar a
avaliação antes do tratamento dos pacientes com CP tem sido reconhecida. Atualmente, o PSA é o marcador de escolha. Nível sérico de PSA su-
! TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA LOCALIZADO
Prostatectomia radical
A primeira prostatectomia radical (PR) foi realizada no início do século
XX por Young,104 utilizando uma abordagem perineal, enquanto Memmelaar e Millin foram os primeiros a executar PR retropúbicas.105 Em
1982, Walsh e Donker descreveram a anatomia do plexo venoso dorsal e
os feixes neurovasculares. Isto resultou em uma redução significativa na
perda de sangue, melhorando as taxas de continência e potência.106 Atualmente, o PR é o único tratamento para CP localizado que mostra benefício na sobrevida câncer-específica, em comparação com o tratamento
conservador, como mostrado em um estudo prospectivo e randomizado.107
A cirurgia envolve a remoção de toda a próstata, entre a uretra e a
bexiga, e ressecção de ambas as vesículas seminais, juntamente com o
tecido circundante suficiente para se obter margem negativa. Muitas
vezes este procedimento é acompanhado por uma dissecção dos nódulos
linfáticos pélvicos bilaterais expondo o nervo obturador (Fig. 3A). Os
tempos cirúrgicos principais da prostatectomia radical retropúbica pela
via aberta são mostrados na Figura 3A-G.
Em homens com CP localizado e uma expectativa de vida de 10
anos, a meta de uma PR por qualquer abordagem deve ser a erradicação
da doença, preservando a continência e, sempre que possível, a potência.108
Em estudo comparativo, não randomizado, entre PR e radioterapia,
em 1.682 pacientes, a sobrevida câncer-específica em 5 anos foi de 80 e
CÂNCER DE PRÓSTATA
72% (p = 0,01), respectivamente. Entretanto, a sobrevida global foi
equivalemte para os dois grupos.
Não há limite de idade para PR e não deve ser negado este procedimento em razão da idade por si só.109 Em vez disso, o aumento das comorbidades aumenta consideravelmente o risco de morte por outras
causas não relacionadas com o câncer.110,111 A estimativa da expectativa de
vida é fundamental no aconselhamento de um paciente à cirurgia.
A prostatectomia radical pode ser realizada por via retropúbica, perineal, laparoscópica ou assistida por robô. A experiência e a habilidade do
cirurgião estão associadas a menores taxas de complicações e melhores
resultados oncológicos. Mais do que a técnica em si, estes resultados são
dependentes da experiência do cirurgião.
A presença de margem cirúrgica positiva está associada a um aumento no risco de recidiva bioquímica e local da doença, com maior taxa de
tratamento secundário. O PSA, o escore de Gleason e o estadiamento
clínico pré-operatório são fatores de risco relacionados com a maior incidência de margem cirúrgica positiva.
As taxas de continência após PR diferem muito de acordo com o critério utilizado em sua definição. A maioria das séries considera como
continência a ausência do uso de pads após 12 meses da cirurgia. A idade
dos pacientes e a experiência do cirurgião são os principais fatores determinantes da continência. Em estudo com 1.213 PRs realizadas em diferentes serviços, a taxa de continência foi de 89% em 2 anos.112
Com relação à função sexual, a definição de potência sexual
pós-operatória é a capacidade de se manter um intercurso sexual satisfatório com ou sem uso de medicações inibidoras da fosfodiesterase-5. São
fatores importantes para a recuperação da função erétil a potência prévia
à cirurgia, a idade do paciente e a técnica cirúrgica empregada. A preservação bilateral dos feixes vasculonervosos depende de dissecção minuciosa, evitando-se tração excessiva e uso de energia térmica próxima aos
nervos (Fig. 4). Revisão de literatura mostrou taxas de potência para
prostatectomia retropúbica de cerca de 60% em 2 anos para pacientes
sem disfunção erétil no pré-operatório.113 Esse resultado foi comparável
com os das cirurgias minimamente invasivas.
Apesar de se aceitar que a linfadenectomia proporciona informações
prognósticas, ainda não foi atingido um consenso a respeito de quando
está indicada. Pacientes com valor de PSA < 10 ng/dL e escore de Glea-
CAPÍTULO 6
perior a 100 ng/mL pré-tratamento é o indicador isolado mais importante de doença metastática, com um valor preditivo positivo de 100%.96
Em contrapartida, pacientes com baixa concentração sérica de PSA raramente têm sido diagnosticados com metástases ósseas detectáveis.
Cintilografia óssea é desnecessária em pacientes assintomáticos com
PSA inferior a 20 ng/mL e com tumores bem ou moderadamente diferenciados. Em contraste, pacientes com tumores pouco diferenciados e
localmente avançados devem ser submetidos à cintilografia óssea independentemente do valor do PSA.97-103
FÁSCIA ENDOPÉLVICA
NERVO OBTURADOR
A
B
C
E
F
PREVENÇÃO DO FEIXE
VASCULONERVOSO
FEIXE
VASCULONERVOSO
D
G
FIGURA 3. Prostatectomia radical retropúbica por via aberta. (A) Linfadenectomia pélvica direita
completada com a exposição do nervo obturador. (B) Abertura da fáscia endopélvica. (C) Dissecção e
secção da uretra. A sonda de Foley ajuda a identificar a uretra. (D) Ligadura e secção dos pedículos
laterais da próstata. (E) Quando, possível, devemos preservar o feixe vasculonervoso para tentar
manter a função sexual do paciente. (F) Ligadura dos ductos deferentes. (G) Anastomose da bexiga à
uretra após a prostatectomia radical e reconstrução do colo vesical.
47
PARTE IX
Uretra
Enervação
UROLOGIA
FIGURA 4. Anatomia
do pedículo vasculonervoso e suas
relações com a uretra
e com a próstata.
Historicamente, a dose de radiação necessária ao controle da doença
estava relacionada com o volume tumoral. Dados mais recentes demostram que há escalonamento da dose na resposta ao tratamento, com
menos recorrência com doses acima de 72 Gy. Na prática diária, uma
dose mínima de 74 Gy é recomendada. Em pacientes de disco intermediário e alto, doses maiores de 78 Gy são indicadas.
A radioterapia de intensidade modulada possibilita aumentar as doses de radiação homogeneamente, até o limite máximo de 86 Gy, respeitando as tolerâncias dosimétricas nos orgãos de risco.
Não há indícios de que a irradiação profilática de linfonodos pélvicos clinicamente negativos tenha algum impacto na sobrevida.
As complicações mais comuns da radioterapia são sintomas miccionais irritativos (disúria, urgência, noctúria) e proctite, que melhoram,
em média, após 2 meses do final do tratamento. Em pacientes com próstatas mais volumosas, retenção urinária pode ocorrer. Disfunção erétil
ocorre em 45% dos pacientes após radioterapia.
! BRAQUITERAPIA
son < 7 possuem baixo risco de metástase no gânglio linfático, sendo sua
indicação facultativa nestes casos. Já em pacientes de alto risco, linfadenectomia estendida deve ser considerada.
Prostatectomia radical laparoscópica (PRL)
As técnicas minimamente invasivas não apresentam diferenças significativas no que diz respeito a resultados funcionais e oncológicos a curto
prazo e possibilitam menor sangramento intraoperatório e recuperação
mais rápida do paciente. Em várias séries de PRL realizadas, os índices de
margens positivas têm sido semelhantes aos descritos para prostatectomia retropúbica, dependendo, basicamente, da extensão da doença. As
médias de margens positivas têm sido entre 10 e 56%, sendo dependente
do estádio patológico da peça cirúrgica. Nos casos de pT2 variam de 10 a
15% e, em pT3, de 26 a 56%.114-122 Em estudo recente, a probabilidade
estimada de recorrência bioquímica livre após 5 e 7 anos foi de 97 e 96%,
respectivamente.123 Os resultados de sobrevida global câncer-específica
são pouco relatados na literatura pelo pouco tempo de existência da técnica. A sobrevida estimada em 3 anos, em grandes séries atuais variou de
84 a 99%.119,121,123-125
Resultados funcionais
Continência pós-operatória
As taxas de continência urinária pós-PRL têm índices variáveis, explicados por diferenças nas definições de continência, métodos de avaliação e
experiência da equipe cirúrgica. As taxas de continência urinária pósPRL foram de 81,7% em média (entre 60 e 90,3%), em 12 meses, e
94,3% (entre 92,8 e 95,8%) em 18 meses.126-128
Função sexual
Avaliação e comparação dos resultados são difíceis pelos diferentes métodos de avaliação e as diversas definições do grau de função sexual dos pacientes. Os fatores importantes para a preservação da função sexual após
a PRL são a idade do paciente, a qualidade das ereções pré-operatórias, o
estádio da doença, as comorbidades associadas e a possibilidade ou não
de preservação dos feixes vasculonervosos. Os índices de função sexual
variam de 40 a 71%.121,123,126,128,129 Com a preservação bilateral dos feixes vasculonervosos em pacientes com idade inferior a 60 anos, a preservação sexual após 12 meses foi de 81%.119
! RADIOTERAPIA
48
Apesar de estudos sugerirem resultados a longo prazo inferiores com relação à prostatectomia radical, a radioterapia externa (RXT) está indicada
em todos os pacientes com câncer de próstata localizado, com exceção daqueles com obstrução urinária infravesical. Radioterapia conformacional
tridimensional é o padrão ouro. Nos centros de excelência, a radioterapia
modulada de intensidade passou a ser a mais utilizada.
A braquiterapia é principalmente utilizada em estádios iniciais e na doença de baixo volume. Após a experiência negativa do início da década de
1970 com braquiterapia (BT),130 atualmente cerca de 20% dos pacientes
tratados com esta modalidade permanecem livres de recorrência local em
15 anos.131 Consiste no implante via perineal de sementes radioativas de
iodo 125 ou de palladium 103 guiado por USG transretal. Os principais
argumentos para sua indicação são a abordagem menos invasiva e o menor tempo de tratamento e convalescença comparado com a radioterapia
externa. Estudos sobre pacientes submetidos à BT com acompanhamento médio entre 36 e 120 meses mostram sobrevida câncer-específica
(SCE) em 5 e 10 anos, variando entre 71-93% e 65-85%, respectivamente.132,133 Existe relação bem estabelecida entre a dose implantada e
taxas de recorrência.134 Pacientes recebendo D90 > 140 Gy demonstraram taxa de controle oncológico significantemente mais alta. Para doença localizada, as taxas de recorrência em 5 anos são similares às da RTX (>
72 Gy), combinação RTX + BT e da prostatectomia radical.135
A BT pode ser indicada em pacientes com CaP localizado, na presença dos seguintes critérios:
Estágio clínico T1b-T2a.
Ausência de padrão de Gleason 4 ou 5.
PSA 10 ng/mL.
50% dos fragmentos da biópsia envolvidos.
Volume de próstata de < 50 cm3.
Ausência de sintomas urinários obstrutivos.
! CRIOTERAPIA
A crioterapia usa técnicas de congelamento que induzem a célula à morte
por desidratação resultante da maturação proteica, ruptura direta da
membrana celular com cristais de gelo, estases vasculares e microtrombia, resultando em estagnação da microcirculação com consecutiva isquemia e apoptose.136,137 O congelamento da próstata é assegurado pela
colocação de agulhas de crioterapia por via perineal guiada por ultrassonografia transretal. Dois ciclos de congelar e descongelar são usados,
atingindo-se temperatura de -40°C.
Pacientes que são candidatos ideais para crioterapia são aqueles com
doença mínima de baixo risco, principalmente aqueles sem condição
clínica de submeter-se a outras modalidades. A próstata deve ter o tamanho < 40 g, PSA < 20 ng/mL, e o escore de Gleason < 7. Não existem,
até o momento, dados de controle, a longo prazo, que justifiquem a
indicação desta modalidade como de escolha para o tratamento do CaP
localizado.
Complicações comuns após crioterapia: disfunção erétil (80%), incontinência urinária (4,4%), dor pélvica (1,4%) e retenção urinária em
aproximadamente 2%.138,139
! VIGILÂNCIA ATIVA E OBSERVAÇÃO
Grande parte dos CPs localizados não apresentará consequências clínicas
se acompanhados, pois costumam ocorrer em pacientes idosos, com co-
O objetivo da HIFU é utilizar temperatura acima de 65°C, com destruição do câncer através de necrose coagulativa. De acordo com recente revisão, a HIFU mostrou sobrevida livre de recidiva projetada em 3 e 5
anos de 63 e 87% (com base em PSA e dados de biópsia), com média de
acompanhamento que variou somente de 12 a 24 meses. Não existem
trabalhos com acompanhamento longo e nível de evidência que permitam a recomendação desta modalidade como forma de tratamento rotineiro do câncer de próstata localizado.
! TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA LOCALMENTE AVANÇADO
Prostatectomia radical (PR)
Tratamento cirúrgico exclusivo do CP estádio clínico T3 é bem documentado em séries atuais para casos selecionados, mostrando evolução
satisfatória. Deprivação androgênica neoadjuvante na PR provocou redução de 30 a 50% no volume da próstata, com queda de 90% nos níveis
de PSA. Essa abordagem, com objetivo de reduzir as possibilidades de
margens cirúrgicas positivas, foi alcançada, como mostram os estudos
prospectivos. Entretanto, a utilização dessa estratégia de tratamento não
proporcionou menor taxa de recorrência bioquímica, nem melhorou a
sobrevida. Por isso, para CP localmente avançado, tanto estudos retrospectivos como prospectivos não suportam a indicação de bloqueio androgênico neoadjuvante à prostatectomia radical.
Radioterapia
Tratamento de pacientes com CP localmente avançado ou com tumores
de alto risco à base de radioterapia ou de braquiterapia exclusiva parece
inadequado, sendo a adição de bloqueio androgênico muito apropriada
nos tumores estádio T3. O benefício teórico da deprivação androgênica
neoadjuvante é reduzir o volume-alvo e também aproveitar o potencial
efeito sinérgico citotóxico da radiação. Os melhores resultados da radioterapia para tumores localmente avançados foram mostrados pelo estudo
de Bolla, que comparou radioterapia exclusiva com radioterapia associada a bloqueio androgênico antes de iniciar a radioterapia, e manteve assim por 3 anos. Sobrevida em 10 anos parece melhorar com supressão
androgênica prolongada (45%) quando comparada com os que não receberam bloqueio hormonal (32%), mostrando que essa é a tendência
atual no tratamento do CP de alto risco.144
Todos os estudos até o momento estabeleceram que o conceito ideal,
é terapia combinada à cirurgia e radioterapia. Entretanto, ainda precisam ser realizados estudos para comparar radioterapia com supressão
androgênica prolongada (> 3 anos) e, também, para avaliar PR seguida
de radioterapia.
Na PR, a radioterapia adjuvante para pacientes com doença residual
é mais eficaz quando existe baixa contagem de células na loja prostática e
as melhores indicações se restringem a margens cirúrgicas positiva e à ex-
! TRATAMENTO DE RESGATE APÓS CIRURGIA E RADIOTERAPIA
CÂNCER DE PRÓSTATA
! ULTRASSONOGRAFIA FOCADA DE ALTA INTENSIDADE (HIFU)
tensão extracapsular, devendo ser realizada precocemente. Radioterapia
de resgate ou de salvamento geralmente é realizada quando há recidiva
bioquímica; nesses casos, a resposta ao tratamento é 20% inferior à radioterapia imediata. Aplicação radioterápica no leito cirúrgico proporciona evolução livre de recidiva bioquímica de 50 a 88% em 5 anos.
Resultados da radioterapia adjuvante em pacientes com CP de alto
risco, categorizados como pT3N0, mostram melhora na sobrevida livre
de progressão bioquímica. Melhora da sobrevida em 10 anos, de pacientes que receberam radioterapia pós-operatória (74%), comparada com
os que não foram irradiados (66%), mostra diferença notável.
CAPÍTULO 6
morbidades e limitações da expectativa de vida. Como os tratamentos
potencialmente curativos (cirurgia, radioterapia, métodos ablativos)
apresentam potencial considerável de complicações, condutas mais conservadoras podem ser apropriadas em muitas situações. Contudo, não
somos capazes de prever com exatidão o comportamento biológico das
neoplasias prostáticas quando de seu diagnóstico. Há evidências de que
pacientes com expectativa de vida de pelo menos 10 anos apresentam ganhos significativos de sobrevida (câncer-específica e geral) quando submetidos à prostatectomia radical em comparação com a observação.140,141 No entanto, pacientes com tumores clinicamente localizados
com escore de Gleason < 6, em até dois fragmentos de biópsia e PSA <10
ng/mL são menos propensos a apresentarem progressão e podem, eventualmente, beneficiar-se de protocolos conservadores.8 A vigilância ativa
inclui o acompanhamento de pacientes com CP clinicamente localizado, de baixo risco, com reavaliações periódicas destes critérios através de
PSA, toque retal e novas biópsias no intuito de identificar progressão tumoral, retardando o tratamento curativo. No entanto, há preocupações
reais quanto à possibilidade de se perder a melhor oportunidade terapêutica e a janela de cura com condutas conservadoras.142,143
Tratamento de resgate após prostatectomia radical
Após PR, cerca de 30% dos pacientes apresentará recorrência bioquímica (RB).145-147 Sem tratamento, cerca de 45% destes pacientes morrerão
em 15 anos decorrente do CP.148 RB pode representar recorrência local
ou sistêmica da doença, sendo necessário diferenciar as duas situações. A
importância de definir RB é identificar, precocemente, pacientes com falha terapêutica e selecionar aqueles para quem a terapia de salvamento
possa ou deva ser indicada.152 Portanto, o estádio da doença identificado
por determinada definição de RB deve estar associado a desenvolvimento de metástases ou à mortalidade câncer-específica para que seja clinicamente significativo.
Definição de recorrência bioquímica pós-prostatectomia radical
A definição de RB mais comumente utilizada é um nível sérico de PSA >
0,2 ng/mL, seguido de uma nova dosagem confirmatória.5 Em pacientes
com RB nestes níveis após PR, verificou-se que cerca de um terço apresenta metástases em média de 8 anos após a detecção da RB, e cerca de
40% morrerá, em média de 5 anos após o desenvolvimento de metástases.145 Portanto, nem todo paciente com níveis de PSA > 0,2 ng/mL
apresentará metástase ou mortalidade. Alguns autores, consequentemente, preconizam uma definição operacional de RB > 0,4 ng/mL para
relato de desfechos após PR.150 Níveis de PSA ultrassensível > 0,03
ng/mL parecem identificar aqueles pacientes que apresentarão RB e,
mesmo, maior taxa de mortalidade,151 mas a utilidade clínica do PSA ultrassensível ainda não está estabelecida.
Um aspecto importante relativo à RB é o padrão de recorrência, se
local e sistêmica. Infelizmente, não há uma maneira consistente de se
diferenciar esses dois estados da doença. De maneira geral, níveis de PSA
persistentes após PR, alta velocidade do PSA pós-operatório e tempos de
duplicação do PSA (PSADT) curtos no pós-operatório representam
doença sistêmica oculta.152,153 O tempo decorrido desde a cirurgia até a
RB e o grau de diferenciação tumoral são úteis na diferenciação entre
recorrência local e sistêmica.153,154 A cinética do PSA parece ser particularmente importante, já que pacientes com PSADT > 15 meses têm baixa probabilidade de mortalidade câncer-específica, enquanto aqueles
com PSA-DT < 3 meses têm curta sobrevida e maior probabilidade de
doença sistêmica.145,155 Até metade dos pacientes com RB pode ter, inicialmente, doença local ou regional, e talvez se beneficiem com radioterapia.156
Resgate pós-prostatectomia radical
As abordagens radioterapêuticas locais para diminuição da probabilidade de RB ou tratamento de RB após prostatectomia radical são radioterapia adjuvante imediata (RTA) ou radioterapia de salvamento (RTS).
Radioterapia adjuvante imediata
Os fatores de risco para RB pós-PR são margens cirúrgicas positivas, invasão de vesícula seminal, escore de Gleason alto, PSA pré-operatório
alto e PSA mensurável pós-RP.143,157,158 Pacientes com tumores pT3
e/ou com margens cirúrgicas positivas apresentam alto risco para recorrência local. Três estudos prospectivos e randomizados merecem menção
no que se refere à RTA pós-operatória em pacientes com CP estádio clínico < T2 e estádio patológico T3. O estudo europeu EORTC 22911
randomizou 1.005 pacientes com tumores pT3 ou tumores com mar-
49
PARTE IX
UROLOGIA
gem cirúrgica positiva para observação (n = 503) ou RT imediata
pós-operatória (n = 502), no período de 1992 a 2001.159 RT convencional de 60 Gy foi iniciada em uma mediana de 90 dias após a cirurgia e o
acompanhamento se deu por uma mediana de 5 anos. Sobrevida livre de
progressão bioquímica e sobrevida livre de progressão clínica foram significativamente maiores no grupo irradiado (p < 0,0001 e p = 0,0009,
respectivamente), assim como a taxa cumulativa de falha locorregional
foi significativamente menor no grupo irradiado (p < 0,0001). O acompanhamento de 5 anos não permitiu que se avaliasse o tempo para desenvolvimento de metástases ou sobrevida.
O estudo americano SWOG S8794 randomizou 425 pacientes
submetidos à prostatectomia radical e com estádio pT3 a observação (n
= 211) ou RT pós-operatória (n = 214), entre os anos de 1988 e 1997.16
RT foi realizada cerca de 4 meses após a cirurgia, numa dose de 60 a 64
Gy, na loja prostática e tecidos paraprostáticos. O acompanhamento médio foi de 12 anos. Na sobrevida livre de metástases, o desfecho primário
foi significativamente maior no grupo submetido à RT (HR 0,71; p =
0,016), assim como a sobrevida global (HR 0,72; p = 0,023). O número
de pacientes com CP pT3 que deve ser submetido à RT para prevenir
uma morte em um acompanhamento de 12 anos foi calculado em 9,1.
Em relato prévio deste mesmo estudo, aos 10 anos de acompanhamento
médio, outros desfechos importantes (sobrevida livre de recorrência
bioquímica e sobrevida livre de recorrência clínica) já se mostravam melhores no grupo irradiado, com significância estatística.160
O estudo alemão, ARO 96-02/AUO AP 09/95, com desenho semelhante aos já citados, mas com número menor de pacientes (n = 385)
e acompanhamento curto (5 anos) também demonstrou significativo
aumento da sobrevida livre de recorrência bioquímica no grupo tratado
com RT.161
Os estudos relatados acima fornecem evidência consistente de que
RTA imediata pós-operatória aumenta a sobrevida livre de recorrência
bioquímica, a sobrevida livre de metástases e a sobrevida global de pacientes com estádio pT3 e/ou com margens cirúrgicas positivas.
Radioterapia de salvamento
50
RTS é um tratamento oferecido aos pacientes com CP clinicamente localizado e que apresentam RB após PR. Aos pacientes submetidos à PR
com alto risco para RB (extensão extracapsular, invasão de vesícula seminal, margens cirúrgicas positivas), pode ser oferecida RTA, como visto na
seção anterior. No entanto, quase metade dos pacientes com estas características não apresentará RB aos 5 anos de acompanhamento, como se
verifica no braço controle dos estudos acima relatados.162 Sendo assim,
boa parte destes pacientes poderá ser submetida à RTA desnecessariamente. Por essa razão, uma alternativa é realizar RTS naqueles pacientes
que efetivamente apresentarem RB.
Os resultados de RTS no controle da RB variam de 40-60%.163-165
A irradiação do leito prostático e das fossas obturadoras melhora as taxas
de sucesso de RTS, quando comparada com a irradiação exclusiva do leito
prostático.166
A seleção adequada de pacientes para RTS depende do conhecimento de fatores associados à boa ou má resposta à RTS. Um estudo de coorte retrospectiva com 501 pacientes submetidos à RTS com acompanhamento de 45 meses identificou como preditores de RB e progressão
metastática os seguintes fatores: escore de Gleason 8-10, PSA pré-RTS >
2 ng/mL, margens cirúrgicas negativas, invasão de vesícula seminal e
PSADT < 10 meses.167 Estas variáveis, além de outras, foram posteriormente utilizadas para a construção de um nomograma para predizer a
probabilidade livre de progressão bioquímica em 6 anos de pacientes
candidatos a RTS.157 Tal nomograma demonstrou uma boa acurácia
preditiva. As variáveis estatisticamente significativas que foram utilizadas na construção do nomograma são: a dosagem única de PSA antes da
RTS, o escore de Gleason da peça cirúrgica da prostatectomia assim
como as margens cirúrgicas, a utilização ou não de hormonioterapia
antes ou durante a RTS e a presença ou ausência de metástases para
linfonodos. As maiores taxas de sobrevida foram observadas no grupo
que recebeu RTS com níveis de PSA pré-RTS < 0,5 ng/mL. As taxas
neste grupo foram semelhantes aos resultados de RTA nos estudos
SWOG S8794 e EORTC 22911, citados anteriormente. O desempe-
nho do nomograma foi superior a outros modelos publicados com base
no PSADT, intervalo livre de doença, e/ou escore de Gleason. O nomograma foi externamente validado em outra base de dados e constitui um
importante instrumento para a seleção de pacientes para RTS.168
RTS é uma alternativa adequada de tratamento de resgate, quando
administrada precocemente a pacientes com RB após PR.
Tratamento de resgate após radioterapia e braquiterapia
As taxas de RB após RT externa podem chegar a 40%.30 No que se refere à
braquiterapia (BT), RB pode ocorrer em cerca de 20 a 50% dos casos.169
Definição de recorrência bioquímica pós-radioterapia
A definição de RB pós-RT, proposta por um painel de consenso da American Society of Therapeutic Radiology and Oncology (ASTRO) em 1996, é
de três elevações consecutivas dos níveis de PSA, com a data da recorrência calculada no ponto médio entre o último PSA estável e o primeiro
PSA em elevação.170 Em 2005, uma conferência de consenso, reunindo
a ASTRO e o Radiation Therapy Oncology Group (RTOG), propôs como
definição o aumento acima de nadir do PSA > 2 ng/mL após RT externa
com ou sem terapia hormonal, sendo a data da recorrência aquela do exame que identificou o aumento. O mesmo consenso recomendou que a
definição original da ASTRO fosse utilizada somente para RT realizada
na ausência de terapia hormonal.171
Cerca de metade dos pacientes submetidos à RT poderá ter progressão da doença em 10 anos após o tratamento, e 20 a 50% dos pacientes
que apresentam RB desenvolverão metástases em 5 e 10 anos após a
detecção de RB.172 Ademais, 15% apresentarão mortalidade câncer-específica em uma mediana de 7 anos após a RB.173
No contexto de RB após RT, a cinética do PSA também auxilia na
determinação de recorrência local ou sistêmica. PSADT curto está significativamente associado a risco maior de progressão metastática, mortalidade câncer-específica e menor sobrevida global, especialmente na RB
com PSADT < 3 meses.174,175 PSADT curto sugere recorrência sistêmica e não local.
Não há necessidade de se realizar biópsia prostática para confirmação de recorrência local. No entanto, recomenda-se sua realização em
pacientes candidatos a tratamento de resgate após RT. A biópsia não
deve ser realizada antes de 2 anos após a RT, já que um terço de biópsias
positivas aos 12 meses após a RT converter-se-ão em biópsias negativas
aos 24 a 30 meses.176
Resgate pós-radioterapia
Algumas modalidades de tratamento de resgate podem ser oferecidas na
falha do tratamento radioterápico, como braquiterapia de salvamento (após
RT externa), terapias minimamente invasivas (crioablação e ultrassonografia focada da alta intensidade) e prostatectomia radical de salvamento
(PRS). A PRS é tradicionalmente associada a maus resultados funcionais e
oncológicos. Resultados mais animadores têm sido relatados em séries
mais recentes, apesar de a PRS continuar sendo uma cirurgia tecnicamente
desafiadora. Cerca de um terço a metade dos pacientes submetidos à PRS
apresenta complicações clínicas e cirúrgicas, dentre elas, infecção urinária,
esclerose de colo vesical, retenção urinária, fístula urinária, abscesso e lesão
de reto.177 O perfil da doença em pacientes submetidos à PRS está mudando na era PSA, com diminuição dos níveis médios de PSA pré-PRS e aumento da proporção de pacientes com doença localizada.178 Este fato pode
favorecer os resultados oncológicos, já que a sobrevida livre de progressão
da doença em 5 anos para pacientes com PSA < 10 ng/mL e/ou doença
confinada ao órgão (pT2) gira em torno de 60-80%, o que sugere que o
tratamento de resgate deve ser implementado precocemente após detecção
da RB.178,179 Escore de Gleason > 7 tem impacto negativo na sobrevida livre de doença e na sobrevida câncer-específica.180 As taxas de continência
observadas após PRS nas maiores séries contemporâneas situam-se em torno de 50%.179 Apesar de contemporâneas, parte dos pacientes tratados
nestas séries provém da era pré-PSA e o tratamento radioterápico não envolvia as modernas técnicas atualmente utilizadas. Uma série recente de casos de PRS realizada em 55 pacientes, entre 2004 e 2008, após RT com
técnicas modernas, demostrou resultados oncológicos e funcionais bastante satisfatórios.181 Doença órgão-confinada foi encontrada em 73% dos
As células da próstata são fisiologicamente dependentes de andrógenos
para estimular seu crescimento, função e proliferação. A testosterona,
embora não seja tumorigênica, é essencial ao crescimento e perpetuação
das células tumorais,183 sendo sua secreção regulada pelo eixo hipotálamo-hipófisário. Se as células da próstata são privadas da estimulação androgênica, sofrem apoptose (morte celular programada). Qualquer tratamento que resulte, em última análise, da supressão da atividade androgênica, é referido como bloqueio hormonal (BH).
Mesmo que o tratamento hormonal efetivamente atenue os sintomas da doença avançada, não há provas conclusivas, até o momento, de
que isso prolongue a vida. Sendo assim, o tratamento visa melhorar a sobrevida e a qualidade de vida.
Dois estudos fundamentais, Huggins e Hodges, com as estratégias
de supressão androgênica, tornaram-se a base do tratamento do CP
avançado.184,185
Bloqueio hormonal
Bloqueio hormonal com monoterapia
Considerado como manobra inicial de tratamento, utilizando-se a orquiectomia ou castração farmacológica com análogo do LH-RH ou estrógeno.186,187
Bloqueio androgênico máximo
Em pacientes submetidos a bloqueio hormonal com monoterapia (castração química ou cirúrgica) que apresentam progressão da doença, a
adição de antiandrógenos não esteroides tem sido utilizada, com queda
do PSA em 45 a 67% dos casos e tempo médio de resposta de 6 meses.
Entretanto, não está claro se há aumento global da sobrevida.188,189 O
bloqueio androgênico máximo (BAM) não interfere na sobrevida em 1
ou 2 anos, porém proporciona pequeno aumento (2-3%) na sobrevida
em 5 anos, havendo a necessidade de tratar 21 pacientes para beneficiar
um.190,191 Tal benefício ocorre à custa de maior toxicidade, incidência de
efeitos adversos e custos. Os efeitos colaterais mais significativos com a
adição dos antiandrógenos foram: ginecomastia, algia mamária, disfunções hepáticas e gastrointestinais e alterações psicológicas, interferindo
com a qualidade de vida.192
Bloqueio hormonal intermitente
O bloqueio hormonal intermitente (BHI) apresenta como vantagens a
melhora da qualidade de vida e a atividade sexual de pacientes tratados
com castração hormonal. Além disso, implica em diminuição de custos
relacionados com o tratamento.193 Para o BHI preconiza-se, após o início da hormonoterapia com análogos LHRH, sua manutenção até que o
PSA atinja níveis preferencialmente indetectáveis, nadir < 4 ng/mL ou
diminuição de 80% do valor inicial do PSA, (mantido por 6 a 9 meses).
Após a suspensão do tratamento, o acompanhamento é feito com a dosagem do PSA, sendo o bloqueio hormonal reinstituído quando o PSA
mostrar elevação significativa. Esses valores são controversos, desde aumento de 50% do valor inicial até valores absolutos maiores de 5 a 10
ng/mL. Outro critério é a evidência clínica de progressão tumoral.194
Destaca-se que a doença permanece responsiva ao manuseio hormonal
na maioria dos casos, embora os intervalos necessários para que se restabeleça o tratamento diminuam a cada ciclo subsequente.195
A intermitência representa melhor qualidade de vida, com resultados oncológicos não inferiores ao bloqueio contínuo.196
Excetuando-se os tumores metastáticos sintomáticos, não existe consenso sobre o melhor momento do início da terapia hormonal. Alguns autores mostraram maior benefício do tratamento imediato com relação ao
tardio, ou seja, quando do surgimento de sintomas ou elevação significativa do PSA. O estudo mais importante foi o EORTC-30846, que mostrou ganho significativo de sobrevida nos pacientes com linfonodos positivos submetidos à hormonoterapia adjuvante pós-prostatectomia radical, comparados com aqueles com início do tratamento após elevação do
PSA. A sobrevida específica de 10 anos foi de 95,7 vs. 69,2%, e os índices
de progressão neste período foram de 75 vs. 28,8%.197 Outros estudos,
inclusive de metanálises, também demonstraram vantagem na sobrevida
global para pacientes que receberam hormonoterapia imediata.198
CÂNCER DE PRÓSTATA
! TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA METASTÁTICO
Bloqueio Imediato vs. tardio
CAPÍTULO 6
pacientes e margens cirúrgicas positivas somente em 11%. Houve dois casos de lesão de reto e esclerose do colo vesical ocorreu em 11% dos casos. A
taxa de continência urinária foi de 80% em 1 ano. Apesar de ainda estar associada a complicações cirúrgicas, PRS é um tratamento de resgate que
proporciona resultados oncológicos e funcionais satisfatórios a um grupo
selecionado de pacientes, caracterizado por expectativa de vida > 10 anos,
CP de baixo risco pré-RT, doença confinada à próstata (< T2c), PSA
pré-PRS < 10 ng/mL, escore de Gleason < 7, intervalo longo até RB,
PSADT > 12 meses.178,179,182
Análogo LHRH vs. orquiectomia
Existem pelo menos quatro estudos compreendendo sete publicações
com um total de 1.149 pacientes, comparando goserelina e orquiectomia. Não se observou diferença estatística na comparação dos dois grupos quanto à resposta terapêutica e a sobrevida global.199-202 É recomendada a utilização de antiandrogênico administrado por 5 a 7 dias antes e
durante as 3 primeiras semanas após o início do uso do LHRH, nos casos
de risco de retenção urinária e compressão medular.
Antiandrógenos vs. castração
O uso de antiandrógenos não hormonais como monoterapia apresenta
maiores índices de manutenção de libido, potência sexual, capacidade física, densidade mineral óssea e menor índice de fogachos comparados
com o uso de castração (cirúrgica ou hormonal).203,204
Em revisão sistemática com metanálise avaliando o uso de antiandrógenos não esteroides com castração química, o estudo concluiu que os pacientes submetidos unicamente aos antiandrógenos apresentam sobrevida
discretamente inferior, não sendo esta opção terapêutica recomendada na
maioria dos casos de tratamento hormonal de 1ª linha. Em casos selecionados, a monoterapia com antiandrógenos pode ser considerada, visando
preservar a qualidade de vida.205,206 Não existem estudos comparativos
quanto à melhor dosagem entre bicalutamida, flutamida e nilutamida.
Tratamento de segunda linha
Com o bloqueio hormonal de 2ª linha, a melhora sintomática e a queda do
PSA podem ser observadas em 20 a 80% dos casos, com uma duração da
resposta de 2 a 6 meses.207 No entanto, nenhum estudo demonstrou benefício na sobrevida com o uso desses tratamentos, que podem ser caros e
também tóxicos, com potencial efeito negativo na qualidade de vida, particularmente nos pacientes assintomáticos ou oligossintomáticos.208 Recomenda-se que continue a supressão androgênica medicamentosa nos pacientes que não foram submetidos à orquiectomia.209,210
Suspensão de antiandrógenos
Nos pacientes em tratamento com bloqueio androgênico máximo
(BAM) e progressão bioquímica, a suspensão do antiandrógeno promove resposta clínica (queda do PSA acima de 50%) em cerca de 20 a 30%
dos casos. A duração média do efeito foi de 3 a 5 meses, podendo durar
até 2 anos. Não existem fatores conhecidos que prevejam quais pacientes
irão responder a esta estratégia terapêutica.
Troca de antiandrógenos
A troca dos antiandrógenos pode levar à resposta bioquímica (queda do
PSA) em 20 a 43% dos pacientes, com efeito paliativo na diminuição da
dor e melhora da qualidade de vida.211,212
Castração secundária
Os casos selecionados onde foi utilizada monoterapia com antiandrógenos podem beneficiar-se com a castração secundária (química ou cirúrgica). A resposta varia de 25 a 69%.212
51
PARTE IX
UROLOGIA
Estrogênio
Cabazitaxel
O uso de estrogênio via oral (doses de 1 e 3 mg/dia) continua sendo uma
opção de 2ª linha em pacientes com CP metastático, produzindo respostas bioquímicas e melhora da dor em 25 a 67% dos pacientes.213 Os
principais efeitos colaterais do uso do estrógeno são as complicações cardiovasculares e tromboembólicas, o que limita seu uso como 1ª linha.
Em pacientes com falha terapêutica ao docetaxel, já existe tratamento de
2a linha com cabazitaxel. Em estudo fase III com 755 pacientes, comparativo com mitoxantrona, a sobrevida média global foi de 15,1 meses
com cabazitaxel e 12,7 meses com mitoxantrona (hazard ratio, 0,72; intervalo de confiança de 95%, 0,61-0,84; P < 0,0001), com ganho de
30% a favor da 1a droga.225
Cetoconazol
Estudos randomizados mostraram queda significativa do PSA em 32%
dos pacientes tratados com cetoconazol. As respostas clínicas parecem ser
melhores quando o cetoconazol é utilizado concomitantemente à retirada dos antiandrógenos.214 A toxicidade da droga nas doses habituais
(400 mg/3 /dia) é muito alta, limitando seu uso. Existem indícios de
que doses menores também possam ser eficazes (200 mg/3 /dia ou 300
mg/3 /dia associadas à hidrocortisona).215
Glicocorticoides
Os corticoides apresentam baixo custo, são bem tolerados e têm respostas
objetivas em 16 a 34% dos pacientes, porém são de curta duração. Estão
indicados após falha das manipulações hormonais secundárias com antiandrógenos e devem ser associados à quimioterapia, já que os resultados
são melhores nessa situação.216-218
Abiraterona
Abiraterona é um inibidor da CYP17, uma enzima expressa nos testículos, na suprarrenal e nos tecidos tumorais da próstata. CYP17 catalisa a
conversão de pregnenolona e progesterona aos seus 17- -hidroxi derivados e pela sua atividade 17-hidroxilase à formação subsequente de desidroepiandrosterona (DHEA) e androstenediona. A inibição da atividade
CYP17 pela abiraterona diminui, assim, os níveis circulantes de testosterona.
Em pacientes hormônio-refratários, este fármaco foi capaz de diminuir o PSA > 50 em 85% dos pacientes, e mais de 90 em 40% dos pacientes sem tratamento quimioterápico prévio;219 em 50% após uso de
docetaxel,220,221 e em 33% após cetoconazol.221
Estudo clínico de fase III em doentes anteriormente tratados com
docetaxel mostrou aumento da sobrevida global em 3,9 meses.222
Com base nestes resultados, a abiraterona foi aprovada pelo Food
and Drug Administration para o tratamento do câncer de próstata metastático resistente à castração previamente tratados com um regime de
quimioterapia contendo docetaxel.
! QUIMIOTERAPIA
Na década de 1990 foram realizados estudos randomizados com uso de
mitoxantrona combinada a outros agentes, principalmente com a prednisona, que demonstraram melhora de qualidade de vida, porém sem efeito
na sobrevida global.216,217 Atualmente, o campo da Oncologia Clínica
vem mostrando resultados bem mais animadores no tratamento do CP refratário à terapia hormonal, principalmente com o uso dos taxanes (docetaxel e cabazitaxel) e o crescente desenvolvimento das vacinas.
Docetaxel
52
Dois estudos randomizados compararam a eficácia do docetaxel com relação à mitoxantrona em pacientes com CP metastático hormônio-independente. O estudo SWOG 9916 comparou docetaxel + estramustine
vs. mitoxantrona + prednisona. A sobrevida media no braço docetaxel +
estramustine foi de 17 meses vs. 15,6 meses para o braço da prednisona.
Já o estudo TAX 327 comparou dois esquemas de uso de docetaxel (semanalmente e a cada três semanas) vs. mitoxantrona + prednisona. A sobrevida mediana do braço de docetaxel a cada 3 semanas foi de 19,2 meses vs. 16,3 meses para o braço da mitoxantrona (p = 009). Pela primeira
vez houve demonstração de ganho de sobrevida com o braço utilizando
docetaxel nesses pacientes. Com isso, regimes fundamentados no uso de
docetaxel são considerados, atualmente, como de 1ª linha no tratamento
dos tumores de próstata hormônio-refratários.218,223,224
! VACINA
As vacinas são estudadas há muito tempo, com resultados inicialmente
modestos. Recentemente foi aprovada para uso a Provenge (sipuleucel-T), após estudo duplo-cego, multicêntrico, fase III, onde foram randomizados 512 pacientes em uma relação 2:1, sendo 341 para a droga e
171 para placebo, administrado IV a cada 2 semanas, por três ciclos.
Houve redução de 22% do risco de morte no grupo tratado com sipuleucel-T. O grande dificultador dessa forma terapêutica ainda é seu custo
elevado.226
! BIFOSFONATOS
Doença hormônio-refratária
O bloqueio hormonal administrado por longo prazo diminui a densidade mineral óssea e aumenta o risco de fraturas.227 Por sua vez, as fraturas
esqueléticas em homens com CP estão associadas, negativamente, à sobrevida global desses pacientes.228 A terapia com bisfosfonatos diminui a
reabsorção óssea, podendo prevenir ou reverter a perda da densidade mineral óssea.229 Dentre esses, o zoledronato é o bisfosfonato de terceira geração mais potente testado. Em modelos pré-clínicos foi pelo menos 100
vezes mais potente que clodronato ou pamidronato, e pelo menos 1.000
vezes mais potente que o etidronato.230 Também mostrou ser seguro e
eficaz na prevenção de complicações esqueléticas em três estudos randomizados envolvendo mais de 3 mil pacientes com diversas neoplasias.231
O zoledronato reduziu significativamente a incidência de eventos relacionados com o esqueleto, bem como retardou a primeira ocorrência desses
eventos.232,233 A dose recomendada do zoledronato é de 4 mg por via intravenosa a cada 4 semanas, pois doses maiores estão associadas à deterioração da função renal.234
Os efeitos adversos foram bem tolerados e representados por dor óssea, necrose de mandíbula, náusea, constipação, fadiga, anemia, mialgia,
vômitos, fraqueza e anorexia. O zoledronato é seguro e bem tolerado em
pacientes com insuficiência renal leve a moderada.235
Doença hormônio-sensível
O ácido zoledrônico tem-se mostrado eficaz na recuperação da densidade mineral óssea em pacientes que se apresentam com osteopenia ou osteoporose induzida por bloqueio hormonal. Nessa situação, a aplicação
do ácido zoledrônico, 4 mg, endovenoso deve ser realizada a cada 3 meses
ou anual. Alternativa é o emprego de alendronato oral.236
! TRATAMENTO DA COLUNA VERTEBRAL
O tratamento das metástases em coluna vertebral é paliativo e pode envolver radioterapia, cirurgia, ou ambas. Não existe consenso quanto à melhor
forma de tratamento. A síndrome de compressão medular, no CP avançado, configura uma urgência médica.237 Radioterapia paliativa é indicada se
houver metástases ósseas localizadas e sintomáticas. Nesse contexto, obtemos 80% de alívio sintomático, mas com 50% dos pacientes apresentando reaparecimento da dor. Não parece haver diferença nos resultados da terapia em dose única ou fracionada, no entanto, a necessidade de retratamento e fraturas é maior quando utilizado dose única.
! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Jemal A, Siegel R, Xu J et al. Cancer statistics. CA Cancer J Clin
2010;60:277-300.
2. Jemal A, Siegel R, Ward E et al. Cancer statistics. CA Cancer J Clin
2008;58:71-96.
CÂNCER DE PRÓSTATA
29. Leite KRM, Srougi M, Sañudo A et al. The use of
immunohistochemistry for diagnosis of prostate cancer. Int Braz J Urol
2010;36:583-90.
30. Epstein JI, Potter SR. The pathological interpretation and significance of
prostate needle biopsy findings: implications and current controversies. J
Urol 2001;166:402-10.
31. Epstein JI, Allsbrook Jr WC, Amin MB et al. ISUP grading committee.
The 2005 International Society of Urologic Pathology (ISUP)
Consensus Conference on Gleason grading of Prostatic Carcinoma.
Am J Surg Pathol 2005;29:1228-42.
32. Rubin MA, Dunn R, Kambham N et al. Should a Gleason score be
assigned to a minute focus ofcarcinomaonprostatebiopsy? Am J Surg
Pathol 2000;24:1634-40.
33. Shevchuk M, Mudaliar K, Douaihy Y et al. Global Gleason score on
prostate needle biopsies is the best predictor of prostatectomy gleason
score. [Abstract 2038] J Urol 2010;183(4 Suppl):e791.
34. Sebo TJ, Cheville JC, Riehle DL et al. Predicting prostate carcinoma
volume and stage at radical prostatectomy by assessing needle biopsy
specimens for percent surface area and cores positive for carcinoma,
perineural invasion, Gleason score, DNA ploidy and proliferation, and
preoperative serum prostate specific antigen: a report of 454 cases.
Cancer 2001;91:2196-204.
35. Nguyen PL, D’Amico AV, Lee AK et al. Patient selection, cancer control,
and complications after salvage local therapy for postradiation
prostate-specific antigen failure: a systematic review of the literature.
Cancer 2007;110:1417-28.
36. Brimo F, Vollmer RT, Corcos J et al. Prognostic value of various
morphometric measurements of tumour extent in prostate needle core
tissue. Histopathology 2008;53:177-83.
37. Harnden P, Shelley MD, Clements H et al. The prognostic significance
of perineural invasion in prostatic cancer biopsies: a systematic review.
Cancer 2007;109:13-24.
38. UNICAMP; CEVON. Urologia Oncológica. Diretrizes baseadas em
evidências em tumores urológicos. Campinas - SP, 2010.
39. Spigelman SS, McNeal JE, Freiha FS et al. Rectal examination in volume
determination of carcinoma of the prostate: clinical and anatomical
correlations. J Urol 1986;136:1228-30.
40. Hudson MA, Bahnson RR, Catalona WJ. Clinical use of
prostate-specific antigen in patients with prostate cancer.
J Urol 1989;142:1011-17.
41. Lange PH, Ercole CJ, Lightner DJ et al. The value of serum prostate
specific antigen determinations before and after radical prostatectomy.
J Urol 1989;141:873-79.
42. Partin AW, Carter HB, Chan DW et al. Prostate specific antigen in the
staging of localized prostate cancer: influence of tumour differentiation,
tumour volume and benign hyperplasia. J Urol 1990;143:747-52.
43. Partin AW, Mangold LA, Lamm DM et al. Contemporary update of the
prostate cancer staging nomograms (Partin tables) for the new
millennium. Urology 2001;58:843-48.
44. Morote J, Encabo G, de Torres IM. Use of percent free prostate-specific
antigen as a predictor of the pathological features of clinically localized
prostate cancer. Eur Urol 2000;38:225-29.
45. Hsu CY, Joniau S, Oyen R et al. Detection of clinical unilateral T3a
prostate cancer – by digital rectal examination or transrectal
ultrasonography? BJU Int 2006;98:982-85.
46. Enlund A, Pedersen K, Boeryd B et al. Transrectal ultrasonography
compared to histopathological assessment for local staging of prostatic
carcinoma. Acta Radiol 1990;31:597-600.
47. Mitterberger M, Pinggera GM, Pallwein L et al. The value of
three-dimensional transrectal ultrasonography in staging prostate cancer.
BJU Int 2007;100:47-50.
48. Sauvain JL, Palascak P, Bourscheid D et al. Value of power Doppler and
3D vascular sonography as a method for diagnosis and staging of
prostate cancer. Eur Urol 2003;44:21-30.
49. Zalesky M, Urban M, Smerhovský Z et al. Value of power Doppler
sonography with 3D reconstruction in preoperative diagnostics of
extraprostatic tumor extension in clinically localized prostate cancer.
Int J Urol 2008;15:68-75.
50. Oyen RH. Imaging modalities in diagnosis and staging of carcinoma of
the prostate. In: Brady LW, Heilmann HP, Petrovich Z et al. (Eds.).
Carcinoma of the prostate innovations and management. Berlin:
Springer Verlag, 1996. p. 65-96.
51. Rorvik J, Halvorsen OJ, Servoll E et al. Transrectal ultrasonography to
assess local extent of prostatic cancer before radical prostatectomy.
Br J Urol 1994;73:65-69.
52. Smith Jr JA, Scardino PT, Resnick MI et al. Transrectal ultrasound versus
digital rectal examination for the staging of carcinoma of the prostate:
results of a prospective multi-institutional trial. J Urol 1997;157:902-6.
CAPÍTULO 6
3. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Estimativa de
câncer no Brasil 2010. Acesso em: Dez. 2010. Disponível em:
<http://www.inca.gov.br/estimativa/2010/estimativa20091201.pdf>
4. Smith DS, Carvalhal GF, Mager DE et al. Use of lower prostate specific
antigen cutoffs for prostate cancer screening in black and white men.
J Urol 1998;160:1734-38.
5. Steinberg GD, Carter BS, Beaty TH et al. Family history and the risk of
prostate cancer. Prostate 1990;17:337-47.
6. Gronberg H, Damber L, Damber JE. Familial prostate cancer in
Sweden. A nation wide register cohort study. Cancer 1996;77:138-43.
7. Bratt O. Hereditary prostate cancer: clinical aspects. J Urol
2002;168:906-13.
8. Breslow N, Chan CW, Dhom G et al. Latent carcinoma of prostate at
autopsy in seven areas. The International Agency for Research on
Cancer, Lyons, France. Int J Cancer 1977;20:680-88.
9. Quinn M, Babb P. Patterns and trends in prostate cancer incidence,
survival, prevalence and mortality. Part I: international comparisons.
BJU Int 2002;90:162-73.
10. Zaridze DG, Boyle P, Smans M. International trends in prostatic cancer.
Int J Cancer 1984;33:223-30.
11. Kolonel LN, Altshuler D, Henderson BE. The multiethnic cohort study:
exploring genes, lifestyle andcancer risk. Nat Rev Cancer 2004;4:519-27.
12. Schmid HP, Engeler DS, Pummer K et al. Prevention of prostate cancer:
more questions than data. Cancer prevention. Recent Results Cancer Res
2007;174:101-7.
13. Schulman CC, Zlotta AR, Denis L et al. Prevention of prostate cancer.
Scand J Urol Nephrol 2000;205(Suppl):50-61.
14. Richie JP, Catalona WJ, Ahmann FR et al. Effect of patient age on early
detection of prostate cancer with serum prostate-specific antigen and
digital rectal examination. Urology 1993:42:365-74.
15. Carvalhal GF, Smith DS, Mager DE et al. Digital rectal examination for
detecting prostate cancer at prostate specific antigen levels of 4 ng/mL or
less. J Urol 1999;161:835-39.
16. CatalonaWJ, Richie JP, Ahmann FR et al. Comparison of digital rectal
examination and serum prostate specific antigen in the early detection of
prostate cancer: results of a multicenter clinical trial of 6,630 men.
J Urol 1994;151:1283-90.
17. Nadler RB, Loeb S, Roehl KA et al. Use of 2.6 ng/mL prostate specific
antigen prompt for biopsy in men older than 60 years. J Urol
2005;174:2154-57.
18. Moul JW, Sun L, Hotaling JM et al. Age adjusted prostate specific
antigen and prostate specific antigen velocity cut points in prostate
cancer screening. J Urol 2007;177:499-504.
19. Djavan B, Remzi M, Zlotta AR et al. Complexed prostate-specific
antigen, complexed prostate-specific antigen density of total and
transition zone, complexed/total prostate-specific antigen ratio,
free-to-total prostate-specific antigen ratio, density of total and transition
zone prostate-specific antigen: results of the prospective multicenter
European trial. Urology 2002;60(4 Suppl 1):4-9.
20. Greene KL, Albertsen PC, Babaian RJ et al. Prostate specific antigen best
practice statement: 2009 update. J Urol 2009;182:2232-41.
21. Hara R, Jo Y, Fujii T et al. Optimal approach for prostate cancer
detection as initial biopsy: prospective randomized study comparing
transperineal versus transrectal systematic 12-core biopsy. Urology
2008;71:191-95.
22. Djavan B, Ravery V, Zlotta A et al. Prospective evaluation of prostate
cancer detected on biopsies 1, 2, 3 and 4: when should we stop?
J Urol 2001;166:1679-83.
23. Djavan B, Waldert M, Zlotta A et al. Safety and morbidity of first and
repeat transrectal ultrasound guided prostate needle biopsies: results of a
prospective European prostate cancer detection study. J Urol
2001;166:856-60.
24. Puech P, Potiron E, Lemaitre L et al. Dynamic
contrast-enhanced-magnetic resonance imaging evaluation of
intraprostatic prostate cancer: correlation with radical prostatectomy
specimens. Urology 2009;74:1094-99.
25. Zigeuner R, Schips L, Lipsky K et al. Detection of prostate cancer by
TURP or open surgery in patients with previously negative transrectal
prostate biopsies. Urology 2003;62:883-87.
26. Merrimen JL, Jones G, Srigley JR. Is high grade prostatic intraepithelial
neoplasia still a risk factor for adenocarcinoma in the era of extended
biopsy sampling? Pathology 2010;42:325-29.
27. Epstein JI, Herawi M. Prostate needle biopsies containing prostatic
intraepithelial neoplasia or atypical foci suspicious for carcinoma:
implications for patient care. J Urol 2006;175:820-34.
28. Bostwick DG, Liu L, Brawer MK et al. High-grade prostatic
intraepithelial neoplasia. Rev Urol 2004;6:171-79.
53
PARTE IX
UROLOGIA
54
53. Liebross RH, Pollack A, Lankford SP et al. Transrectal ultrasound for
staging prostate carcinoma prior to radiation therapy: an evaluation
based on disease outcome. Cancer 1999;85:1577-85.
54. Saliken JC, Gray RR, Donnelly BJ et al. Extraprostatic biopsy improves
the staging of localized prostate cancer. Can Assoc Radiol J
2000;51:114-20.
55. Stone NN, Stock RG, Unger P. Indications for seminal vesicle biopsy
and laparoscopic pelvic lymph node dissection in men with localized
carcinoma of the prostate. J Urol 1995;154:1392-96.
56. Allepuz Losa CA, Sans Velez JI, Gil Sanz MJ et al. Seminal vesicle biopsy
in prostate cancer staging. J Urol 1995;154:1407-11.
57. Guillonneau B, Debras B, Veillon B et al. Indications for preoperative
seminal vesicle biopsies in staging of clinically localized prostatic cancer.
Eur Urol 1997;32:160-65.
58. Freedland SJ, Csathy GS, Dorey F et al. Percent prostate needle biopsy
tissue with cancer is more predictive of biochemical failure or adverse
pathology after radical prostatectomy than prostate specific antigen or
Gleason score. J Urol 2002;167:516-20.
59. Quinn DI, Henshall SM, Brenner PC et al. Prognostic significance of
preoperative factors in localized prostate carcinoma treated with radical
prostatectomy: importance of percentage of biopsies that contain tumor
and the presence of biopsy perineural invasion. Cancer 2003;97:1884-93
60. Narayan P, Gajendran V, Taylor SP et al. The role of transrectal
ultrasound-guided biopsy-based staging, preoperative serum prostatespecific antigen, and biopsy Gleason score in prediction of final
pathological diagnosis in prostate cancer. Urology 1995;46:205-12.
61. Lee N, Newhouse JH, Olsson CA et al. Which patients with newly
diagnosed prostate cancer need a computed tomography scan of the
abdomen and pelvis? An analysis based on 588 patients. Urology
1999;54:490-94.
62. May F, Treumann T, Dettmar P et al. Limited value of endorectal
Magnetic resonance imaging and transrectal ultrasonography in the
staging of clinically localized prostate cancer. BJU Int 2001;87:66-69.
63. Jager GJ, Severens JL, Thornbury JR et al. Prostate cancer staging:
should MR imaging be used?A decision analytic approach.
Radiology 2000;215:445-51.
64. Masterson TA, Touijer K. The role of endorectal coil MRI in
preoperative staging and decision- making for the treatment of clinically
localized prostate cancer. MAGMA 2008;21:371-77.
65. Heijmink SW, Futterer JJ, Hambrock T et al. Prostate cancer:
body-array versus endorectal coil MR imaging at 3 T – comparison of
image quality, localization, and staging performance. Radiology
2007;244:184-95.
66. Mullerad M, Hricak H, Kuroiwa K et al. Comparison of endorectal
magnetic resonance imaging, guided prostate biopsy and digital rectal
examination in the preoperative anatomical localization of prostate
cancer. J Urol 2005;174:2158-63.
67. Sala E, Akin O, Moskowitz CS et al. Endorectal MR imaging in the
evaluation of seminal vesicle invasion: diagnostic accuracy and
multivariate feature analysis. Radiology 2006;238:929-37.
68. Mullerad M, Hricak H, Wang L et al. Prostate cancer: detection of
extracapsular extension by genitourinary and general body radiologists at
MRI imaging. Radiology 2004;232:140-46.
69. Wang L, Mullerad M, Chen HN et al. Prostate cancer: incremental value
of endorectal MRI findings for prediction of extracapsular extension.
Radiology 2004;232:133-39.
70. Hricak H, Wang L, Wei DC et al. The role of preoperative endorectal
MRI in the decision regarding whether to preserve or resect
neurovascular bundles during radical retropubic prostatectomy.
Cancer 2004;100:2655-63.
71. Sala E, Akin O, Moskowitz CS et al. Endorectal MRI in the evaluation
of seminal vesicle invasion: diagnostic accuracy and multivariate feature
analysis. Radiology 2006;238:929-37.
72. Wang L, Hricak H, Kattan MW et al. Prediction of seminal vesicle
invasion in prostate cancer: incremental value of adding endorectal MRI
to the Kattan Nomogram. Radiology 2007;242:182-88.
73. Wang L, Hricak H, Kattan MW et al. Prediction of organ confined
prostate cancer: incremental value of MRI and MRI sprectroscopic
imaging to staging nomograms. Radiology 2006;238:597-603.
74. Fuchsjager M, Shukla-Dave A, Akin O et al. Prostate cancer imaging.
Acta Radiol 2008;49:107-20.
75. Scheidler J, Hricak H, Vigneron DB et al. Prostate cancer: localization
with three-dimensional proton MR spectroscopic imaging:
clinicopathologic study. Radiology 1999;213:473-80.
76. Zakian KL, Sircar K, Hricak H et al. Correlation of proton MR
spectroscopic imaging with Gleason score based on step section
pathologic analysis after radical prostatectomy. Radiology
2005;234:804-14.
80. Stone NN, Stock RG, Parikh D et al. Perineural invasion and seminal
vesicle involvement predict pelvic lymph node metastasis in men with
localized carcinoma of the prostate. J Urol 1998;160:1722-26.
81. Pisansky TM, Zincke H, Suman VJ et al. Correlation of pretherapy
prostate cancer characteristics with histologic findings from pelvic
lymphadenectomy specimens. Int J Radiat Oncol Biol Phys
1996;34:33-39.
82. Cagiannos I, Karakiewicz P, Eastham JA et al. A preoperative nomogram
identifying decreased risk of positive pelvic lymph nodes in patients with
prostate cancer. J Urol 2003;170:1798-803.
83. Haese A, Epstein JI, Huland H et al. Validation of a biopsy-based
pathologic algorithm for predicting lymph node metastases in patients
with clinically localized prostate carcinoma. Cancer 2002;95:1016-21.
84. Hoivels AM, Heesakkers RAM, Adang EM et al. The diagnostic
accuracy of CT and MRI in the staging of pelvic lymph nodes in
patients with prostate cancer: a meta-analysis. Clin Radiol
2008;63:387-95.
85. Jager GJ, Barentsz JO, Oosterhof GO et al. Pelvic adenopathy in
prostatic and urinary bladder carcinoma: MR imaging with a
three-dimensional TI-weighted magnetization-prepared-rapid
gradient-echo sequence. AJR Am J Roentgenol 1996;167:1503-7.
86. Wolf Jr JS, Cher M, Dall’era M et al. The use and accuracy of cross
sectional imaging and fine needle aspiration cytology for detection of
pelvic lymph node metastases before radical prostatectomy.
J Urol 1995;153:993-99.
87. Heidenreich A, Varga Z, Von Knobloch R. Extended pelvic
lymphadenectomy in patients undergoing radical prostatectomy: high
incidence of lymph node metastasis. J Urol 2002;167:1681-86.
88. Bader P, Burkhard FC, Markwalder R et al. Is a limited lymph node
dissection an adequate staging procedure for prostate cancer?
J Urol 2002;168:514-18.
89. Whitmore Jr WF. Natural history and staging of prostate cancer.
Urol Clin North Am 1984;11:205-20.
90. Lorente JA, Valenzuela H, Morote J et al. Serum bone alkaline
phosphatase levels enhance the clinical utility of prostate specific antigen
in the staging of newly diagnosed prostate cancer patients. Eur J Nucl
Med 1999;26:625-32.
91. McGregor B, Tulloch AG, Quinlan MF et al. The role of bone scanning
in the assessment of prostatic carcinoma. Br J Urol 1978;50:178-81.
92. O’Donoghue EP, Constable AR, Sherwood T et al. Bone scanning and
plasma phosphatases in carcinoma of the prostate. Br J Urol
1978;50:172-77.
93. Buell U, Kleinhans E, Zorn-Bopp E et al. A comparison of bone
imaging with Tc-99 m DPD and Tc-99 m MDP: concise
communication. J Nucl Med 1982;23:214-17.
94. Soloway MS, Hardemann SW, Hickey D et al. Stratification of patients
with metastatic prostate cancer based on the extent of disease on initial
bone scan. Cancer 1988;61:195-202.
95. Even-Sapir E, Metser U, Mishani E et al. The detection of bone
metastases in patients with high-risk prostate cancer: 99 mTc-MDP
Planar bone scintigraphy, single and multifield-of-view SPECT, 18Ffluoride PET/CT. J Nucl Med 2006;47:287-97.
96. Beheshti M, Vali R, Langsteger W. [18F] Fluorocholine PET/CT in the
assessment of bone metastases in prostate cancer. Eur J Nucl Med Mol
Imaging 2007;34:1316-17.
97. Bouchelouche K, Oehr P. Recent developments in urologic oncology:
positron emission tomography molecular imaging. Curr Opin Oncol
2008;20:321-26.
98. Venkitaraman R, Cook GJ, Dearnaley DP et al. Whole-body magnetic
resonance imaging in the detection of skeletal metastases in patients with
prostate cancer. J Med Imaging Radiat Oncol 2009;53:241-47.
99. Rana A, Karamanis K, Lucas MG et al. Identification of metastatic
disease by T category, Gleason score and serum PSA level in patients
with carcinoma of the prostate. Br J Urol 1992;69:277-81.
100. Chybowski FM, Keller JJ, Bergstrahl EJ et al. Predicting radionuclide
bone scan findings in patients with newly diagnosed, untreated prostate
cancer: prostate specific antigen is superior to all other parameters.
J Urol 1991;145:313-18.
101. Kemp PM, Maguire GA, Bird NJ. Which patients with prostatic
carcinoma require a staging bone scan? Br J Urol 1997;79:611-14.
102. Lee N, Fawaaz R, Olsson CA et al. Which patients with newly diagnosed
prostate cancer need a radionuclide bone scan? An analysis based on 631
patients. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2000;48:1443-46.
103. O’Donoghue JM, Rogers E, Grimes H et al. A reappraisal of serial
isotope bone scans in prostate cancer. Br J Radiol 1993;66:672-76.
104. Wolff JM, Bares R, Jung PK et al. Prostate-specific antigen as a marker of
bone metastasis in patients with prostate cancer. Urol Int
1996;56:169-73.
CÂNCER DE PRÓSTATA
130. Eden CG, Cahill D, Vass JA et al. Laparoscopic radical prostatectomy:
the initial UK series. BJU Int 2002;90:876-82.
131. Parsons JK, Bennett JL. Outcomes of retropubic, laparoscopic, and
robotic-assisted prostatectomy. Urology 2008;72:412-16.
132. Lepor H, Nieder AM, Ferrandino MN. Intraoperative and postoperative
complications of radical retropubic prostatectomy in a consecutive series
of 1,000 cases. J Urol 2001;166:1729.
133. Roach M, 3rd. Reducing the toxicity associated with the use of
radiotherapy in men with localized prostate cancer. Urol Clin North Am
2004;31:353-66.
134. Dahm P, Silverstein AD, Weizer AZ et al. A longitudinal assessment of
bowel related symptoms and fecal incontinence following radical
perineal prostatectomy. J Urol 2003;169:2220-24.
135. Robinson JW, Moritz S, Fung T. Meta-analysis of rates of erectile
function after treatment of localized prostate carcinoma. Int J Radiat
Oncol Biol Phys 2002;54:1063-68.
136. Whitmore Jr WF, Hilaris B, Grabstald H. Retropubic implantation to
iodine 125 in the treatment of prostatic cancer. J Urol 1972;108:918-20.
137. Machtens S, Baumann R, Hagemann J et al. Long-term results of
interstitial brachytherapy (LDR-brachytherapy) in the treatment of
patients with prostate cancer. World J Urol 2006;24:289-95.
138. Potters L, Klein EA, Kattan MW et al. Monotherapy for stage T1-T2
prostate cancer: radical prostatectomy, external beam radiotherapy, or
permanent seed implantation. Radiother Oncol 2004;71:29-33.
139. Kupelian PA, Potters L, Ciezki JP et al. Radical prostatectomy, external
beam radiotherapy < 72 Gy, external radiotherapy > or = 72 Gy,
permanent seed implantation or combined seeds/external beam
radiotherapy for stage T1-2 prostate cancer. Int J Radiat Oncol Biol Phys
2004;58:25-33.
140. Han KR, Belldegrun AS. Third–generation cryosurgery for primary and
recurrent prostate cancer. BJU Int 2004;93:14-18.
141. Donelly BJ, Saliken JC, Ernst DS et al. Prospective trial of cryosurgical
ablation of the prostate: five year results. Urology 2002;60:645-49.
142. Han K, Cohen J, Miller R et al. Treatment of organ confined prostate
cancer with third generation cryosurgery: preliminary multicentre
experience. J Urol 2003;170(4 Pt 1):1126-30.
143. Bill-Axelson A, Holmberg L, Filén F et al. Radical prostatectomy versus
watchful waiting in localized prostate cancer: the Scandinavian prostate
cancer group-4 randomized trial. J Natl Cancer Inst 2008;100:1144-54.
144. Albertsen PC. Treatment of localized prostate cancer: when is active
surveillance appropriate? Nat Rev Clin Oncol 2010;7:394-400.
145. Hayes JH, Ollendorf DA, Pearson SD et al. Active surveillance
compared with initial treatment for men with low-risk prostate cancer: a
decision analysis. JAMA 2010;304:2373-80.
146. Klotz L, Zhang L, Lam A et al. Clinical results of long-term follow-up of
a large, active surveillance cohort with localized prostate cancer.
J Clin Oncol 2010;28:126-31.
147. Bolla M, van Poppel H, Collette L et al. Postoperative radiotherapy after
radical prostatectomy: a randomized controlled trial (EORTC trial
22911). Lancet 2005;366:572-78.
148. Pound CR, Partin AW, Eisenberger MA et al. Natural history of
progression after PSA elevation following radical prostatectomy.
JAMA 1999;281:1591-97.
149. Amling CL, Blute ML, Bergstralh EJ et al. Long-term hazard of
progression after radical prostatectomy for clinically localized prostate
cancer: continued risk of biochemical failure after 5 years. J Urol
2000;164:101-5.
150. Han M, Partin AW, Zahurak M et al. Biochemical (prostate specific
antigen) recurrence probability following radical prostatectomy for
clinically localized prostate cancer. J Urol 2003;169:517-23.
151. Freedland SJ, Humphreys EB, Mangold LA et al. Risk of prostate
cancer-specific mortality following biochemical recurrence after radical
prostatectomy. JAMA 2005;294:433-39.
152. Cookson MS, Aus G, Burnett AL et al. Variation in the definition of
biochemical recurrence in patients treated for localized prostate cancer:
the American Urological Association Prostate Guidelines for Localized
Prostate Cancer Update Panel report and recommendations for a
standard in the reporting of surgical outcomes. J Urol 2007;177:540-45.
153. Stephenson AJ, Kattan MW, Eastham JA et al. Defining biochemical
recurrence of prostate cancer after radical prostatectomy: a proposal for a
standardized definition. J Clin Oncol 2006;24:3973-78.
154. Moreira DM, Presti Jr JC, AronsonWJ et al. Natural history of
persistently elevated prostate specific antigen after radical prostatectomy:
results from the SEARCH database. J Urol 2009;182:2250-55.
155. Lange PH, Ercole CJ, Lightner DJ et al. The value of serum prostate
specific antigen determinations before and after radical prostatectomy.
J Urol 1989;141:873-79.
CAPÍTULO 6
105. Wolff JM, Zimny M, Borchers H et al. Is prostate-specific antigen a
reliable marker of bone metastasis in patients with newly diagnosed
cancer of the prostate? Eur Urol 1998;33:376-81.
106. Bruwer G, Heyns CF, Allen FJ. Influence of local tumour stage and
grade on reliability of serum prostate-specific antigen in predicting
skeletal metastases in patients with adenocarcinoma of the prostate.
Eur Urol 1999;35:223-27.
107. Young H. Radical perineal prostatectomy. Johns Hopkins Hosp Bull
1905;16:315-21.
108. Memmelaar J, Millin T. Total prostatovesiculectomy; retropubic
approach. J Urol 1949;62:340-48.
109. Walsh PC, Donker PJ. Impotence following radical prostatectomy:
insight into etiology and prevention. J Urol 1982;128:492-97.
110. Bill-Axelson A, Holmberg L, Filen F et al. Scandinavian Prostate Cancer
Group Study Number 4. Radical prostatectomy versus watchful waiting
in localized prostate cancer: the Scandinavian prostate cancer group-4
randomized trial. J Natl Cancer Inst 2008;100:1144-54.
111. Huland H. Radical prostatectomy: options and issues. Eur Urol
2001;39(Suppl 1):3-9.
112. Corral DA, Bahnson RB. Survival of men with clinically localized
prostate cancer detected in the eihth decade of life. J Urol
1994;151:1326-29.
113. Lein M, Stibane J, Mansour R et al. Complication, urinary
incontinence, and oncological outcome of 1000 laparoscopic
transperitoneal radical prostatectomies. Eur Urol 2006;50:1278-82;
discussion 1283-84.
114. Goeman L, Salomon L, DE La Taille A et al. Long term functional and
oncological results after retroperitoneal laparoscopic prostatectomy
according to prospective avaluation of 550 patients. World J Urol
2006,24:281-88.
115. Penson D, McLarren D, Feng Z et al. 5 years urinary and sexual
outcome after radical prostatectomy: results from the Prostate Cancer
Outcome Study. J Urol 2005,173:1701-5.
116. Touijer K, Easthm JA, Secin FP et al. Comprehensive prospective
comparative anaysis of outcome between open and laparoscopic radical
prostatectomy conducted in 2003 to 2005. J Urol 2008;179:1811-17.
117. Borin JF, Skarecky DW, Narula N et al. Impact of urethral stump length
on continence and positive surgical margins in robot-assisted
laparoscopic prostatectomy. Urology 2007;70:173-78.
118. Zorn KC, Gofrit ON, Orvieto MA et al. Da Vinci robot error and
failure rates: single institution experience on a single three-arm robot
unit of more than 700 consecutive robot-assisted laparoscopic radical
prostatectomies. J Endourol 2007;21:1341-44.
119. Wood DP, Schulte R, Dunn RL et al. Short-term health outcome
differences between robotic and conventional radical prostatectomy.
Urology 2007;70:945-49.
120. Schroeck FR, Sun L, Freedland SJ et al. Comparison of prostate-specific
antigen recurrence-free survival in a contemporary cohort of patients
undergoing either radical retropubic or robot-assisted laparoscopic
radical prostatectomy. BJU Int 2008;102:28-32.
121. Chan RC, Barocas DA, Chang SS et al. Effect of a large prostate gland
on open and robotically assisted laparoscopic radical prostatectomy.
BJU Int 2008;101:1140-44.
122. Patel VR, Palmer KJ, Coughlin G et al. Robot-assisted laparoscopic
radical prostatectomy: perioperative outcomes of 1500 cases. J Endourol
2008;22:2299-305.
123. Krambeck AE, DiMarco DS, Rangel LJ et al. Radical prostatectomy for
prostatic adenocarcinoma: a matched comparison of open retropubic
and robot-assisted techniques. BJU int 2008;103:448-53.
124. Murphy DG, Kerger M, Crowe H et al. Operative details and
oncological and functional outcome of robotic-assisted laparoscopic
radical prostatectomy: 400 cases with a minimum of 12 months
follow-up. Eur Urol 2009;55:1358-67.
125. Rocco B, Matei DV, Melegari S et al. Robotic vs open prostatectomy in a
laparoscopically naive centre: a matched-pair analysis. BJU Int
2009;103:448-53.
126. Ham WS, Park SY, Rha KH et al. Robotic Radical prostatectomy for
patients with locally advanced prostate cancer is feasible: results of a
single – Institution Study. J Laparoendosc Adv Surg Tech A
2009;19:329-32.
127. Ficarra V et al. Retropubic, laparoscopic, and robot-assisted radical
prostatectomy: a systematic review and cumulative analysis of
comparative studies. Eur Urol 2009;55:1037-63.
128. Guillonneau B, Vallancien G. Laparoscopic radical prostatectomy: the
Montsouris experience. J Urol 2000;163:418-22.
129. Rassweiler J, Sentker L, Seemann O et al. Laparoscopic radical
prostatectomy with the Heilbronn technique: an analysis of the first 180
cases. J Urol 2001;166:2101-8.
55
PARTE IX
UROLOGIA
56
156. Trapasso JG, deKernion JB, Smith RB et al. The incidence and
significance of detectable levels of serum prostate specific antigen after
radical prostatectomy. J Urol 1994;152:1821-25.
157. Partin AW, Pearson JD, Landis PK et al. Evaluation of serum
prostate-specific antigen velocity after radical prostatectomy to
distinguish local recurrence from distant metastases. Urology
1994;43:649-59.
158. D’Amico AV, Moul JW, Carroll PR et al. Surrogate end point for
prostate cancer-specific mortality after radical prostatectomy or radiation
therapy. J Natl Cancer Inst 2003;95:1376-83.
159. Stephenson AJ, Slawin KM. The value of radiotherapy in treating
recurrent prostate cancer after radical prostatectomy. Nat Clin Pract Urol
2004;1:90-96.
160. Carver BS, Bianco Jr FJ, Scardino PT et al. Long-term outcome
following radical prostatectomy in men with clinical stage T3 prostate
cancer. J Urol 2006;176:564-68.
161. Hayes SB, Pollack A. Parameters for treatment decisions for salvage
radiation therapy. J Clin Oncol 2005;23:8204-11.
162. Bolla M, van Poppel H, Collette L et al. Postoperative radiotherapy after
radical prostatectomy: a randomized controlled trial (EORTC trial
22911). Lancet 2005;366:572-78.
163. Thompson Jr IM, Tangen CM, Paradelo J, Lucia MS, Miller G, Troyer
D et al. Adjuvant radiotherapy for pathologically advanced prostate
cancer: a randomized clinical trial. JAMA 2006;296:2329-35.
164. Wiegel T, Bottke D, Steiner U et al. Phase III postoperative adjuvant
radiotherapy after radical prostatectomy compared with radical
prostatectomy alone in pT3 prostate cancer with postoperative
undetectable prostate-specific antigen: ARO 96-02/AUO AP 09/95.
J Clin Oncol 2009;27:2924-30.
165. Cremers RG, van Lin EN, Gerrits WL et al. Efficacy and tolerance of
salvage radiotherapy after radical prostatectomy, with emphasis on
high-risk patients suited for adjuvant radiotherapy. Radiother Oncol
2010;97:467-73.
166. Taylor N, Kelly JF, Kuban DA et al. Adjuvant and salvage radiotherapy
after radical prostatectomy for prostate cancer. Int J Radiat Oncol Biol
Phys 2003;56:755-63.
167. Pazona JF, Han M, Hawkins SA et al. Salvage radiation therapy for
prostate specific antigen progression following radical prostatectomy:
10-year outcome estimates. J Urol 2005;174:1282-86.
168. Cheung R, Kamat AM, de Crevoisier R et al. Outcome of salvage
radiotherapy for biochemical failure after radical prostatectomy with or
without hormonal therapy. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2005;63:134-40.
169. Kim BS, Lashkari A, Vongtama R et al. Effect of pelvic lymph node
irradiation in salvage therapy for patients with prostate cancer with a
biochemical relapse following radical prostatectomy. Clin Prostate Cancer
2004;3:93-97.
170. Stephenson AJ, Shariat SF, Zelefsky MJ et al. Salvage radiotherapy for
recurrent prostate cancer after radical prostatectomy.
JAMA 2004;291:1325-32.
171. Moreira DM, Jayachandran J, Presti Jr JC et al. Validation of a
nomogram to predict disease progression following salvage radiotherapy
after radical prostatectomy: results from the SEARCH database.
BJU Int 2009;104:1452-56.
172. Zelefsky MJ, Kuban DA, Levy LB et al. Multi-institutional analysis of
long-term outcome for stages T1-T2 prostate cancer treated with permanent
seed implantation. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2007;67:327-33.
173. Consensus statement: guidelines for PSA following radiation therapy.
American Society for Therapeutic Radiology and Oncology Consensus
Panel. Int J Radiat Oncol Biol Phys 1997;37:1035-41.
174. Roach M 3rd, Hanks G, Thames Jr H et al. Defining biochemical
failure following radiotherapy with or without hormonal therapy in men
with clinically localized prostate cancer: recommendations of the
RTOG- ASTRO Phoenix Consensus Conference. Int J Radiat Oncol
Biol Phys 2006;65:965-74.
175. Kuban DA, Thames HD, Levy LB et al. Long-term multi-institutional
analysis of stage T1-T2 prostate cancer treated with radiotherapy in the
PSA era. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2003;57:915-28.
176. Sandler HM, Dunn RL, McLaughlin PW et al. Overall survival after
prostate-specific-antigen-detected recurrence following conformal
radiation therapy. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2000;48:629-33.
177. Zagars GK, Pollack A. Kinetics of serum prostate-specific antigen after
external beam radiation for clinically localized prostate cancer.
Radiother Oncol 1997;44:213-21.
178. Lee AK, Levy LB, Cheung R et al. Prostate-specific antigen doubling
time predicts clinical outcome and survival in prostate cancer patients
treated with combined radiation and hormone therapy. Int J Radiat
Oncol Biol Phys 2005;63:456-62.
179. Crook J, Malone S, Perry G et al. Postradiotherapy prostate biopsies:
what do they really mean? Results for 498 patients. Int J Radiat Oncol
Biol Phys 2000;48:355-67.
180. Gotto GT, Yunis LH, Vora K et al. Impact of prior prostate radiation on
complications after radical prostatectomy. J Urol 2010;184:136-42.
181. Bianco Jr FJ, Scardino PT, Stephenson AJ et al. Long-term oncologic
results of salvage radical prostatectomy for locally recurrent prostate
cancer after radiotherapy. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2005;62:448-53.
182. Sanderson KM, Penson DF, Cai J etal. Salvage radical prostatectomy:
quality of life outcomes and long-term oncological control of
radiorecurrent prostate cancer. J Urol 2006;176:2025-32.
183. Ward JF, Sebo TJ, Blute ML et al. Salvage surgery for radiorecurrent
prostate cancer: contemporary outcomes. J Urol 2005;173:1156-60.
184. Heidenreich A, Richter S, Thuer D et al. Prognostic parameters,
complications, and oncologic and functional outcome of salvage radical
prostatectomy for locally recurrent prostate cancer after 21st-century
radiotherapy. Eur Urol 2010;57:437-43.
185. Nguyen PL, D’Amico AV, Lee AK et al. Patient selection, cancer control,
and complications after salvage local therapy for postradiation
prostate-specific antigen failure: a systematic review of the literature.
Cancer 2007;110:1417-28.
186. Walsh PC. Physiologic basis for hormonal therapy in carcinoma of the
prostate. Urol Clin North Am 1975;2:125-40.
187. Huggins C, Hodges CV.Studies on prostatic cancer. I. The effect of
castration, of estrogen and of androgen injection on serum phosphatase
in metastatic carcinoma of the prostate. 1941. J Urol 2002;167:948-52.
188. Huggins C, Stevens Jr RE, Hodges CV. Studies on prostate cancer. II.
The effect of castration on advanced carcinoma of the prostate gland.
Arch Surg 1941;43:209-23.
189. Seidenfeld J, Samson DJ, Hasselblad V et al. Single-therapy androgen
suppression in men with advanced prostate cancer: a systematic review
and meta-analysis. Ann Intern Med 2000;132:566-77.
190. Fosså SD, Slee PH, Brausi M et al. Flutamide versus prednisone in
patients with prostate cancer symptomatically progressin gafter
androgen-ablative therapy: a phase III study of the European
organization for research and treatment of cancer genitourinary group.
J Clin Oncol 2001;19:62-71.
191. Schmit B, Bennett C, Seidenfeld J et al. Maximal androgen blockade for
advanced prostate cancer. Cochrane Database Syst Rev
2000(2):CD001526.
192. Prostate Cancer Trialists Collaborative Group. Maximum androgen
blockade in advanced prostate cancer: an overview of the randomized
trials. Lancet 2000;355:1491-98.
193. Samson DJ, Seidenfeld J, Schmitt B et al. Systematic review and metaanalysis of monotherapy compared with combined androgen blockade
for patients with advanced prostate carcinoma. Cancer 2002;95:361-76.
194. Higano CS. Sideeffectsofandrogen deprivation therapy: monitoring and
minimizing toxicity. Urology 2003;61(2 Suppl 1):32-38.
195. Moinpour CM, Savage MJ, Troxel A et al. Quality of life in advanced
prostate cancer: results of a randomized therapeutic trial. J Natl Cancer
Inst 1998;90:1537-44.
196. Calais da Silva FEC, Bono AV, Whelan P et al. Intermittent androgen
deprivation for locally advanced and metastatic prostate cancer: results
from a randomised phase 3 study of the South European Uroncological
Group. Eur Urol 2009;55:1269-77.
197. Gleave M, Bruchovsky N, Goldenberg SL et al. Intermittent androgen
suppression for the prostate cancer rationale and clinical experience.
Eur Urol 1998;34(Suppl 3):37-41.
198. Crook JM, Szumacher E, Malone S, Huan S, Segal R. Intermittent
androgen suppression in the management of prostate cancer.
Urology 1999;53:530-34.
199. Abrahamsson PA. Potential benefits of intermittent androgen
suppression therapy in the treatment of prostate cancer: a systematic
review of the literature. Eur Urol 2010;57:49-59.
200. Schroder FH, Kurth KH, Fossa SD et al. Early versus delayed endocrine
treatment of pN1-3 M0 prostate cancer without local treatment of the
primary tumor: results of European Organization for the Research and
Treatment of Cancer 30846-aphase III study. J Urol 2004;172:923-27.
201. The Medical Research Council Prostate Cancer Working Party
Investigators Group. Immediate versus deferred treatment for advanced
prostatic cancer: initial results of the Medical Research Council Trial.
Br J Urol 1997;79:235-46.
202. Denis LJ, Carneiro de Moura JL, Bono A et al. Goserelin acetate and
flutamida versus bilateral orchiectomy: a phase III EORTC trial
(30853). EORTC GU Group and EORTC Data Center. Urology
1993;42:119-30.
203. Iversen P, Christensen MG, Friis E et al. A phase III trial of zoladex and
flutamide versus orchiectomy in the treatment of patients with advanced
carcinoma of the prostate. Cancer 1990;66(5 Suppl):1058-66.
223.
225.
226.
227.
228.
229.
230.
231.
232.
233.
234.
235.
236.
237.
238.
239.
240.
CÂNCER DE PRÓSTATA
224.
acetate (AA) plus prednisone. J Clin Oncol 2009;27:15s, (suppl; abstract
#5046) http://www. asco.org/ASCOv2/Meetings/Abstracts? & vmview
=abst_detail_ view&confID=65&abstractID=34693
Reid AH, Attard G, Danila D et al. A multicenter phase II study of
abiraterone acetate (AA) in docetaxel pretreated castration-resistant
prostate cancer (CRPC) patients (pts). J Clin Oncol 2009;27:15s, (suppl;
abstract #5047) http://www. asco.org/ASCOv2/Meetings/Abstracts? &
vmview=abst_detail_ view&confID=65&abstractID=34016
Danila DC, de Bono J, Ryan CJ et al. Phase II multicenter study of
abiraterone acetate (AA) plus prednisone therapy in docetaxel-treated
castration-resistant prostate cancer (CRPC) patients (pts): Impact of
prior ketoconazole (keto). J Clin Oncol 2009;27:15s, (suppl; abstr 5048).
de Bono JS, Logothetis CJ, Molina A et al. Abiraterone and increased
survival in metastatic prostate cancer. N Engl J Med
2011;364:1995-2005.
Petrylak DP, Tangen CM, Hussain MH et al. Docetaxel and
estramustine compared with mitoxantrone and prednisone for advanced
refractory prostate cancer. N Engl J Med 2004;351:1513-20.
Petrylak DP, Ankerst DP, Jiang CS et al. Evaluation of prostate-specific
antigen declines for surrogacy in patients treated on SWOG 99-16.
J Natl Cancer Inst 2006;98:516-21.
de Bono JS, Oudard S, Ozguroglu M et al. Prednisone plus cabazitaxel
or mitoxantrone for metastatic castration-resistant prostate cancer
progressing after docetaxel treatment: a randomised open-label trial.
Lancet 2010;376:1147-54.
Kantoff PW, Higano CS, Shore ND et al. Sipuleucel-T immunotherapy
for castration-resistant prostate cancer. N Engl J Med 2010;363:411-22.
Ross RW, Small EJ. Osteoporosis in men treated with androgen
deprivation therapy for prostate cancer. J Urol 2002;167:1952-56.
Oefelein MG, Ricchiuti V, Conrad W et al. Skeletal fractures negatively
correlate with overall survival in men with prostate cancer. J Urol
2002;168:1005-7.
Dawson NA. Therapeutic benefit of bisphosphonates in the
management of prostate cancer-related bone disease. Expert Opin
Pharmacother 2003;4:705-16.
Smith MR. Bisphosphonates to prevent skeletal complications in men
with metastatic prostate cancer. J Urol 2003;170:S55-58.
Lacerna L, Hohneker J. Zoledronic acid for the treatment of bone
metastases in patients with breast cancer and other solid tumors.
Semin Oncol 2003;30(5 Suppl 16):150-60.
Saad F, Gleason DM, Murray R et al. A randomized, placebo=controlled
trial of zoledronic acid in patients with hormone-refractory metastatic
prostate carcinoma. J Narl Cancer Inst 2002;94:1458-68.
Saad F. Zoledronic acid significantly reduces pathologic fractures in
patients with advanced-stage prostate cancer metastatic to bone.
Clin Prostate Cancer 2002;1:145-52.
Rosen LS, Gordon D, Tchekmedyian S et al. Zoledronic acid versus
placebo in the treatment of skeletal metastases in patients with lung
cancer and other solid tumors: a phase III, double-blind, randomized
trial: the Zoledronic Acid Lung Cancer and Other Solid Tumors Study
Group. J Clin Oncol 2003;21:3150-57.
Saad F, Schulman CC. Role of bisphosphonates in prostate cancer.
Eur Urol 2004;45:26-34.
Holmberg AR, Lerner UH, Alayia AA et al. Developmental of a novel
poly bisphosphanate conjugate for treatment of skeletal metastasis and
osteoporosis. Int J Oncol 2010;37:563-67.
Chen TC. Prostate cancer and spinal cord compression. Oncology
(Williston Park) 2001;15:841-55.
CAPÍTULO 6
204. Soloway MS, Chodak G, Vogelzang et al. Zoladex versus orchiectomy in
treatment of advanced prostate cancer: a randomized trial. Zoladex
Prostate Study Group. Urology 1991;37:46-51.
205. Vogelzang NJ, Chodak GW, Soloway MS et al. Goserelin versus
orchiectomy in the treatment of advanced prostate cancer: final results of
a randomized trial. Zoladex Prostate Study Group. Urology
1995;46:220-26.
206. Iversen P, Tyrrell CJ, Kaisary AV et al. Bicalutamide monotherapy
compared with castration in patients with nonmetastatic locally advanced
prostate cancer: 6.3 years of followup. J Urol 2000;164:1579-82.
207. Sieber PR, Keiller DL, Kahnoski RJ et al. Bicalutamide 150 mg
maintains bone mineral density during monotherapy for localized or
locally advanced prostate cancer. J Urol 2004;171:2272-76.
208. Anderson J. The role of antiandrogen monotherapy in the treatment of
prostate cancer. BJU Int 2003;91:455-61.
209. Boccardo F, Barichello M, Battaglia M et al. Bicalutamide monotherapy
versus flutamide plus goserelin in prostate cancer: updated results of a
multicentric trial. Eur Urol 2002;42:481-90.
210. Oh WK. Secondary hormonal therapies in the treatment of prostate
cancer. Urology 2002;60(3 Suppl 1):87-93.
211. Miyake H, Hara I, Eto H. Clinical outcome of maximum androgen
blockade using flutamide as second-line hormonal therapy for
hormone-refractory prostate cancer. BJU Int 2005;96:791-95.
212. Taylor CD, Elson P, Trump DL. Importance of continued testicular
suppression in hormone-refractory prostate cancer. J Clin Oncol
1993;11:2167-72.
213. Silver RI, Straus FH, 2nd, Vogelzang NJ et al. Response to orchiectomy
following Zoladex therapy for metastatic prostate carcinoma.
Urology 1991;37:17-21.
214. Joyce R, Fenton MA, Rode P et al. High dose bicalutamide for androgen
independent prostate cancer: effect of prior hormonal therapy.
J Urol 1998;159:149-53.
215. Kucuk O, Fisher E, Moinpour CM et al. Phase II trial of bicalutamide in
patients with advanced prostate cancer in whom conventional hormonal
therapy failed: a Southwest Oncology Group study (SWOG 9235).
Urology 2001;58:53-58.
216. Smith DC, Redman BG, Flaherty LE et al. A phase II trial of oral
diethylstilbesterol as a second-line hormonal agent in advanced prostate
cancer. Urology 1998;52:257-60.
217. Small EJ, Halabi S, Dawson NA et al. Antiandrogen withdrawal alone or
in combination with ketoconazole in androgen-independent prostate
cancer patients: a phase III trial (CALGB 9583). J Clin Oncol
2004;22:1025-33.
218. Wilkinson S, Chodak G. An evaluation of intermediate-dose ketoconazole
in hormone refractory prostate cancer. Eur Urol 2004;45:581-85.
219. Tannock IF, Osoba D, Stockler MR et al. Chemotherapy with
mitoxantrona plus prednisone or prednisone alone for symptomatic
hormone- resistant prostate cancer: a Canadian randomized trial with
palliative end points. J Clin Oncol 1996;14:1756-64.
220. Petrylak DP, Tangen CM, Hussain MH et al. Docetaxel and
estramustine compared with mitoxantrone and prednisone for advanced
refractory prostate cancer. N Engl J Med 2004;351:1513-20.
221. Tannock IF, de Wit R, Berry WR et al. Docetaxel plus prednisone or
mitoxantrona plus prednisone for advanced refractory prostate cancer.
N Engl J Med 2004;351:1502-12.
222. Ryan C, Efstathiou E, Smith M et al. Phase II multicenter study of
chemotherapy (chemo)-naive castration-resistant prostate cancer
(CRPC) not exposed to ketoconazole (keto), treated with abiraterone
57

Documentos relacionados

Câncer de próstata de alto risco

Câncer de próstata de alto risco ultrassom transretal da próstata, que não são métodos precisos para estadiar o CaP. No estadiamento locorregional, embora geralmente a tomografia computadorizada e a ressonância magnética tenham um...

Leia mais

atualização - Revista Urologia Essencial

atualização - Revista Urologia Essencial dutase (5AR). A DHT parece ter grande impacto no desenvolvimento da HPB, assim como na iniciação e manutenção do câncer de próstata. Existem dois subtipos da enzima 5-alfa-redutase, a isoenzima tip...

Leia mais