25. Viabilidade econômica e financeira para implantaçâo

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25. Viabilidade econômica e financeira para implantaçâo
73
VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA PARA IMPLANTAÇÃO DE PROJETO
DE IRRIGAÇÃO COM PIVÔ CENTRAL EM PROPRIEDADE AGRÍCOLA DE
TUPARENDI/RS
1
Angélica Cappellari
2
Nedisson Luis Gessi
3
Edio Polacinski
RESUMO
O Estado do Rio Grande do Sul têm passado por grandes estiagens nos últimos
anos, atingindo principalmente a região noroeste do Estado. Com isto, há necessidade de
investimentos em tecnologia, considerando a capacidade hídrica da propriedade com
potencial de abastecer um pivô central. O objetivo principal deste estudo é analisar a
viabilidade econômica e financeira para implantação de projeto de irrigação com “Pivô
Central” em propriedade agrícola. O problema da pesquisa está assim configurado: é viável
economicamente e financeiramente a implantação de projeto de irrigação, através de “Pivô
Central” em propriedade agrícola situada no interior do município de Tuparendi/RS? O
estudo delimitou-se em evidenciar os benefícios de um projeto de irrigação na propriedade
agrícola, avaliando a produtividade e a potencialidade da área irrigada, considerou-se o
volume de produção, bem como, gastos referentes à atividade, os investimentos e as
receitas, tendo conhecimento de todo processo que envolve a propriedade agrícola.
Determinou-se o investimento inicial para a instalação e, a partir disto, buscou-se identificar
o fluxo de caixa operacional da área irrigada para o período de dez anos, avaliando o
crescimento econômico. A metodologia para a efetivação deste trabalho fundamentou-se
numa pesquisa aplicada, qualitativa, exploratória e descritiva. Evidenciou-se que a
implantação deste projeto contribuirá para o fortalecimento e desenvolvimento da
produtividade e lucratividade da área irrigada. Desta forma, é possível afirmar que a
aplicação deste investimento, conforme estudo realizado trará benefícios à propriedade
agrícola, sendo viável economicamente e financeiramente.
Palavras-chave: produtividade – pivô central – viabilidade econômica e financeira.
INTRODUÇÃO
O Estado do Rio Grande do Sul têm passado por grandes estiagens nos últimos
anos, atingindo principalmente a região noroeste do Estado. Com isto, há necessidade de
investimentos em tecnologia, considerando a capacidade hídrica da propriedade com
potencial de abastecer um pivô central.
Diversos fatores conduziram a escolha definitiva do tema, visto que, atualmente o
produtor rural busca alcançar maiores níveis de produtividade e maior lucratividade em seu
empreendimento. O produtor rural vem passando por situações adversas há anos,
desafiando as intempéries climáticas da região. As regiões do Rio Grande do Sul têm
passado por secas constantes, a saber, uma das mais atingidas tem sido a região noroeste
do Estado.
1
Bacharela em Administração. Faculdades Integradas Machado de Assis-FEMA. e-mail:
[email protected]
2
Coorientador. Administrador. Professor do Curso de Gestão da Tecnologia da Informação das
Faculdades Integradas Machado de Assis-FEMA. e-mail: [email protected]
3
Doutor, Mestre e Especialista em Engenharia de Produção com ênfase em Gestão e Inteligência
Organizacional. Professor e pesquisador da FEMA, dos cursos de Gestão da Tecnologia da
Informação e Ciências Contábeis. [email protected]
O objetivo principal deste estudo é analisar a viabilidade econômica e financeira para
implantação de projeto de irrigação com “Pivô Central” em propriedade agrícola. O problema
da pesquisa está assim configurado: é viável economicamente e financeiramente a
implantação de projeto de irrigação, através de “Pivô Central” em propriedade agrícola
situada no interior do município de Tuparendi/RS?
A longo do estudo, avalia-se a produtividade e a potencialidade da área irrigada,
considerou-se o volume de produção, bem como, gastos referentes à atividade, os
investimentos e as receitas, tendo conhecimento de todo processo que envolve a
propriedade agrícola. Determinou-se o investimento inicial para a instalação e, a partir disto,
buscou-se identificar o fluxo de caixa operacional da área irrigada para o período de dez
anos, avaliando o crescimento econômico.
METODOLOGIA
A metodologia da pesquisa necessita uma definição clara e objetiva, pois dela
depende boa parte dos resultados do estudo.
Quanto à natureza da pesquisa, foi classificada como aplicada, segundo Gil,
“pesquisas voltadas à aquisição de conhecimentos com vistas à aplicação numa situação
específica.” (GIL, 2010, p. 27).
A forma de abordagem do problema, em relação a sua natureza, classificou-se,
quanto ao tratamento dos dados, como qualitativo, de acordo com Rampazzo, “busca uma
compreensão particular daquilo que estuda: o foco de sua atenção é centralizado no
específico, no peculiar, no individual, almejando sempre a compreensão e não a explicação
dos fenômenos estudados.” (RAMPAZZO, 2005, 58). De forma complementar, Minayo cita
que os dados qualitativos “trabalham com o universo dos significados, aspirações, crenças,
valores e atitudes.” (MINAYO, 1994, p. 22).
Quanto aos objetivos específicos para este estudo, foi classificado como pesquisa
exploratória, a qual buscou informações do que está sendo pesquisado. As pesquisas
exploratórias “têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e
ideias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis
para estudos posteriores.” (GIL, 2010, p. 43). De forma complementar, segundo Cervo e
Bervian “a pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as
relações existentes entre os elementos componentes da mesma.” (CERVO; BERVIAN,
2002, p. 69).
E ainda, quanto aos objetivos propostos, classificou-se como descritiva. A pesquisa
descritiva possui como principal objetivo, de acordo com Gil “a descrição das características
de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis.” (GIL, 2010, p. 42).
Em relação aos procedimentos técnicos, foi um estudo de caso e teve levantamento
documental e bibliográfico.
Os dados da propriedade rural foram obtidos através da análise documental,
conforme Rampazzo “a pesquisa é chamada de “documental” porque procura os
documentos de fonte primária, a saber, os “dados primários” provenientes de órgãos que
realizaram as observações.” (RAMPAZZO, 2005, p. 51).
A pesquisa bibliográfica “é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos.” (GIL, 2010, p. 44).
De acordo com Gil, o estudo de caso caracteriza-se por: “estudo profundo e
exaustivo de um ou de poucos objetivos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e
detalhado [...].” (GIL, 2010, p. 72).
A propriedade objeto do estudo está localizada em Lajeado Capoeira e, Lajeado
Minas, ambas situadas no interior de Tuparendi – RS. Possui uma área de
aproximadamente 90 hectares.
1 ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA NA EMPRESA RURAL
De acordo com Marion “empresas rurais são aquelas que exploram a capacidade
produtiva do solo através do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de
determinados produtos agrícolas.” (MARION, 2009, p. 22).
O produtor rural, para um bom desenvolvimento, precisa conhecer a situação atual
do mercado:
Assim, na situação atual de vinculação e dependência do agricultor em
relação ao mercado, torna-se indispensável aos produtores rurais o
conhecimento aprofundado de seu negócio, a agricultura. Para tanto, deve o
produtor estar bem informado sobre as condições de mercado para os
produtos agrícolas, bem como conhecer as condições dos recursos naturais
de seu estabelecimento rural. Pelo conhecimento do que está ocorrendo no
mercado, o agricultor pode escolher melhor o tipo de atividade que deve
desenvolver. (CREPALDI, 2006, p. 24).
Nas empresas, as oportunidades de investimento surgem constantemente, e para a
empresa poder investir, primeiramente faz-se uma análise econômica:
A decisão de investimento passa, necessariamente, por dois estudos de
ordem econômica: a macroeconomia e a microeconomia. Enquanto a
macroeconomia nos fornece as bases para compreender de que forma as
políticas econômicas e as relações externas do país com o resto do mundo
podem afetar o comportamento das empresas, a microeconomia nos
fornece as bases para compreender a relação que existe entre a empresa
em que estamos atuando e suas concorrentes numa estrutura de mercado
além da sua relação com seus clientes (consumidores) e seus
fornecedores. (FONSECA, 2009, p. 18).
Para definir a viabilidade de um investimento, é importante possuir uma estimativa do
retorno, para que o valor investido não supere o lucro esperado com o projeto. (MARQUES,
2010). Na área financeira, boa parte das informações está relacionada no fluxo de caixa da
empresa, o que faz possível uma breve previsão de investimentos, conforme Ross;
Westerfield e Jaffe “o valor de um investimento efetuado por uma empresa depende de
como os fluxos de caixa se distribuem no tempo.” (ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 1995, p.
30).
A avaliação do projeto requer uma análise de caixa, de acordo com Sanvicente, uma
das prioridades é determinar as entradas e saídas de caixa. De modo geral, o caixa envolve
diversas saídas iniciais, como o investimento, os gastos com a manutenção, instalação e
eventuais gastos que ocorrem no processo de instalação. Para as entradas no caixa,
espera-se o retorno do investimento, através do lucro que irá adquirir com a instalação do
equipamento, ou então algumas reduções de custos, podendo ocorrer substituições de
algum equipamento, com base nas pesquisas de mercado. (SANVICENTE, 2008).
A viabilidade econômica do projeto deve ser bem analisada, priorizando as entradas
e saídas do caixa, para obtenção de maiores lucros após a implantação do projeto.
2 CUSTOS TOTAIS DE INVESTIMENTOS
O objetivo financeiro da empresa somente será atingido após a maturação do
investimento e, para tanto, serão necessários muitos esforços econômicos. Além da
disposição de um excelente quadro de pessoal. O objetivo, conforme os autores Motta e
Calôba “[...] será alcançado após decorrido um determinado tempo para maturação do
investimento, durante o qual muito esforço terá que ser realizado, consumindo-se recursos
escassos, tais como: capital, trabalho, insumos e capacidade gerencial.” (MOTTA; CALÔBA,
2009, p. 23).
É necessário avaliar se o investimento é rentável, caso contrário, é fundamental
dispor de recursos, ou então obter investimentos, conforme Casarotto Filho e Kopittke “[...]
de nada adianta conhecer a rentabilidade dos investimentos em carteira se não há
disponibilidade de recursos próprios, nem há possibilidade de se obterem investimentos.”
(CASAROTTO FILHO; KOPITTKE, 2008, p. 104). Após uma análise de todos os tipos de
financiamento e os fluxos de caixa da empresa, deve-se avaliar qual opção possui menor
risco e qual é mais rentável. (MOTTA; CALÔBA, 2009).
A atividade produtiva necessita ser bem administrada, pois compõe um dos setores
mais importantes da empresa. Conforme Paranhos Filho “o sistema de produção é a parte
mais importante do grupo de atividades de uma empresa, que por esse motivo deve ser
administrada para utilizar eficientemente os recursos disponíveis e atingir os objetivos a que
se propõe.” (PARANHOS FILHO, 2007, p. 12).
Pode-se então definir o custo total de produção de acordo com Guimarães e
Gonçalves “o custo total de produção C(q) pode ser dividido em duas partes: (i) o custo fixo
de produção CF, um custo que independe de que se está produzindo; e (ii) um custo
variável CVar (q) que depende do montante total produzido.” (GUIMARÃES; GONÇALVES,
2011, p. 32).
A maximização dos resultados provém também de uma boa administração da
produção, da avaliação dos custos fixos e variáveis de acordo com o volume de produção.
3 CUSTOS DE CAPITAL DE GIRO
O capital de giro é uma fonte de recursos, conforme Assaf Neto e Silva “[...] tem
participação relevante no desempenho operacional das empresas, cobrindo geralmente
mais da metade de seus ativos totais investidos.” (ASSAF NETO; SILVA, 2009, p. 13). Para
Motta e Calôba “o capital de giro é a porção do capital total da firma que tem uma liquidez
relativa, constituindo uma espécie de reservatório de capital para fazer frente a obrigações
fora do ciclo do fluxo de caixa operacional ordinário.” (MOTTA; CALÔBA, 2009, p. 180).
É necessária adequada administração do capital de giro, de acordo com Assaf Neto
e Silva “uma administração inadequada do capital de giro resulta normalmente em sérios
problemas financeiros, contribuindo efetivamente para a formação de uma situação de
insolvência.” (ASSAF NETO; SILVA, 2009, p. 13).
O capital de giro possui relevante importância nas empresas, porém para que possa
ser um recurso positivo à empresa, requer boa administração.
4 DEPRECIAÇÃO
A depreciação é a despesa decorrente da deterioração do bem após determinado
período de tempo, podendo fornecer, o custo atual do equipamento. A definição contábil
para a depreciação é a seguinte:
A depreciação, de acordo com Casarotto Filho e Kopittke, é uma despesa decorrente
da perda de valor do bem, isso pode ser por degradação ou então quando o bem se torna
obsoleto. Por não se tratar de desembolso, pode ser diminuído das receitas, fazendo com
que ocorra a redução do imposto de renda, pois este possui efeitos sobre o fluxo de caixa.
(CASAROTTO FILHO; KOPITTKE, 2008).
A depreciação é utilizada também para a apuração de benefícios fiscais, segundo
Ternes e Scherer, “os parâmetros e regulamentos relacionados à depreciação são
determinados pela legislação fiscal, uma vez que, do contrário seria melhor depreciar todos
os bens no menor tempo possível tendo como objetivo aumentar os benefícios fiscais.”
(TERNES; SCHERER, 2000, p. 61).
É fundamental o administrador considerar a depreciação, principalmente quando a
empresa fizer novos investimentos, uma vez que os ativos fixos precisam ser repostos no
futuro.
5 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL
Um dos princípios básicos para análise de investimentos é a elaboração do fluxo de
caixa operacional. O fluxo de caixa operacional é igual ao Lucro Operacional depois do
Imposto de Renda mais a depreciação.
Para determinar o fluxo de caixa operacional deve-se seguir a estrutura da
Demonstração de Resultado de Exercício e fazer os ajustes. A Demonstração de
Resultados busca evidenciar o lucro ou prejuízo da empresa, de acordo com Ferrari “a
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é a demonstração contábil que tem por
objetivo evidenciar a situação econômica da entidade, isto é, apuração do lucro ou prejuízo.”
(FERRARI, 2008, p. 535).
Na maioria das vezes, a DRE influencia nas decisões operacionais, para Helfert “A
demonstração de resultado do exercício reflete o efeito das decisões operacionais da
administração sobre o desempenho empresarial e o lucro ou prejuízo contábil resultante
para os donos do negócio em um período específico de tempo.” (HELFERT, 1997, p. 34).
Em suma, a DRE fornece as empresas
um auxílio na tomada de decisão,
podendo visualizar a situação econômica da empresa.
6 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA)
A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é uma taxa que possui baixo risco, isso de
acordo com Casarotto Filho e Kopittke “a TMA é a taxa a partir da qual o investidor
considera que está obtendo ganhos financeiros. É uma taxa associada a um baixo risco, ou
seja, qualquer sobra de caixa pode ser aplicada, na pior das hipóteses, na TMA.”
(CASAROTTO FILHO; KOPITTKE, 2008, p. 55).
Em vista disso, a TMA é um investimento que possui baixo risco e, entretanto, se o
rendimento for menor que a TMA, este projeto deve ser renunciado, pois não trará lucros
para a empresa.
7 TEMPO DE RETORNO DE INVESTIMENTO
Retorno é o que se adquire em determinado período de tempo sobre um
investimento:
Retorno é o ganho ou prejuízo total que se tem com um investimento ao
longo de um determinado período de tempo. Costuma ser medido como
distribuição de caixa durante o período mais a variação de valor, este,
expresso como porcentagem do valor do investimento no início do período.
(GITMAN, 2010, p. 204).
O retorno de um investimento refere-se a lucro ou prejuízo em determinado período
de tempo. Investimentos com maior período de tempo possuem menor liquidez, frente ao
tempo de retorno do investimento.
8 TAXA INTERNA DE RETORNO
O retorno adquirido sobre o saldo do capital que foi investido é considerado a taxa de
retorno do investimento, de acordo com os autores Casarotto Filho e Kopittke “Taxa de
Retorno do Empreendimento ou do Projeto: é a taxa de retorno de todo mix ou funding4 de
recursos envolvidos. Normalmente interessa a financiadores como indicador de capacidade
de pagamento dos custos financeiros do empréstimo.” (CASAROTTO FILHO; KOPITTKE,
2008, p. 203).
4
Mix ou Funding: é uma forma abrangente de tudo aquilo que envolve.
De acordo com Santos, a taxa interna “teria para a empresa o mesmo significado
financeiro da taxa de juros de um empréstimo que ela concedesse para recebê-lo em certo
número de parcelas.” (SANTOS, 2009, p. 154). Esta taxa, portanto, define o retorno do
investimento, constata a sua rentabilidade.
9 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)
Define-se de acordo com Santos que “o valor presente líquido (VPL) de um
investimento é igual o valor presente do fluxo de caixa líquido, sendo, portanto, um valor
monetário que representa a diferença entre as entradas e saídas de caixas trazidas a valor
presente.” (SANTOS, 2009, p. 155).
Conforme Gitman, o valor presente líquido considera uma técnica de orçamento de
capital:
Como o valor presente líquido (VPL) considera explicitamente o valor do
dinheiro no tempo, é considerado uma técnica sofisticada de orçamento de
capital. Todas as técnicas desse tipo descontam de alguma maneira os
fluxos de caixa da empresa a uma taxa especificada. Essa taxa –
comumente chamada de taxa de desconto, retorno requerido, custo de
capital ou custo de oportunidade – consiste no retorno mínimo que um
projeto precisa proporcionar para manter inalterado o valor de mercado da
empresa. (GITMAN, 2010, p. 369).
Desta forma, o valor presente líquido representa a diferença entre as entradas e
saídas do caixa da empresa.
10 AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE E A POTENCIALIDADE DA ÁREA COM O
PROJETO DE IRRIGAÇÃO
Visto que o sistema de irrigação é uma ferramenta positiva numa propriedade
agrícola, aumentando a produtividade e reduzindo os riscos, torna-se indispensável fazer
uma análise da produtividade da área que será irrigada, avaliando os níveis de produção,
receitas e custos dos últimos quatro anos e projetá-los para os próximos dez anos com a
implantação do pivô. Utilizou-se o período de 2010/2011 a 2013/2014 para obter uma média
dos gastos, nível de produção e receita, para assim, projetá-los para os próximos 10 anos.
A área a ser irrigada é de 25,78 ha. A pesquisa foi realizada em duas culturas, sendo
53,45% da área disponibilizada para soja e 46,55% para o milho.
Ilustração 1 – Lucros da soja safra 2010/2011
QUANT.
53,50
LUCROS DA SOJA SAFRA 2010/2011
P. MÉDIO
TOTAL
TOTAL 13,78 Ha
R$ 42,10
R$ 2.252,35 R$ 31.037,38
UN.
SC
TOTAL:
LUCRO
R$ 1.150,43
R$ 1.150,43
LUCRO 13,78 Ha
R$ 17.299,80
R$ 17.299,80
Fonte: CAPPELLARI, 2013
Ilustração 2 – Lucros do milho safra 2010/2011
LUCROS DO MILHO SAFRA 2010/2011
QUANT.
UN.
P. MÉDIO
TOTAL
TOTAL 12 Ha
LUCRO
LUCRO 12 Ha
142
SC
R$ 24,76
R$ 3.515,92
R$ 42.191,04
R$ 1.903,37
R$ 1.903,37
R$ 22.840,47
R$ 22.840,47
TOTAL:
Fonte: CAPPELLARI, 2013.
No plantio da soja de 2010 e safra de 2011, o produtor teve um lucro de R$1.150,43
(um mil cento e cinquenta reais e quarenta e três centavos) por hectare e de R$17.299,80
(dezessete mil duzentos e noventa e nove reais e oitenta centavos) para 13,78 ha.
No plantio do milho de 2010 e safra de 2011, o produtor teve um lucro de R$1.903,37
(um mil novecentos e três reais e trinta e sete centavos) por hectare e de R$22.840,47 (vinte
e dois mil oitocentos e quarenta reais e quarenta e sete centavos) para 12 ha.
Ilustração 3 – Lucros da soja safra 2011/2012
QUANT.
12
LUCROS DA SOJA SAFRA 2011/2012
P. MÉDIO TOTAL
TOTAL 13,78 Ha PREJUÍZO
R$ 58,91
R$ 706,92 R$ 9.741,36
-R$ 459,33
-R$ 459,33
UM
SC
TOTAL:
PREJ. 13,78 Ha
-R$ 6.329,50
-R$ 6.329,50
Fonte: CAPPELLARI, 2013.
Ilustração 4 – Lucros do milho safra 2011/2012
QUANT.
100
UN.
SC
LUCROS DO MILHO SAFRA 2011/2012
P. MÉDIO
TOTAL
TOTAL 12 Ha
R$ 25,14
R$ 2.514,00
R$ 30.168,00
TOTAL:
LUCRO
R$ 706,84
R$ 706,84
LUCRO 12 Ha
R$ 8.482,03
R$ 8.482,03
Fonte: CAPPELLARI, 2013.
Na safra 2011/2012 teve grande estiagem na região, na época da floração da soja,
devido à má distribuição das chuvas. O produtor teve um prejuízo na cultura da soja de
R$459,33 (quatrocentos e cinquenta e nove reais e trinta e três centavos) por hectare, e
R$6.329,50 (seis mil trezentos e vinte e nove reais e cinquenta centavos) na área de 13,78
ha, devido a isso, o produtor acionou o seguro que havia contratado no custeio, ou seja, o
PROAGRO5, que indeniza parte do recurso aplicado na implantação da cultura.
Já na cultura do milho, o produtor não teve tantas perdas quanto à cultura da soja,
devido à colheita ser alguns meses antes da soja. Com isso, o produtor teve um lucro de
R$706,00 (setecentos e seis reais) por hectare e R$8.482,03 (oito mil quatrocentos e oitenta
e dois reais e três centavos) para a área de 12 hectares.
Na ilustração 5 e 6, estão descritos os lucros da safra 2012/2013. As descrições
procedem da mesma forma que as descrição das ilustrações 3 e 4.
Na ilustração 5 constam os lucros para o cultivo da soja no período de 2012/2013.
Ilustração 5 – Lucros da soja safra 2012/2013
QUANT.
55
UN.
SC
LUCROS DA SOJA SAFRA 2012/2013
P. MÉDIO
TOTAL
TOTAL 13,78 Ha
R$ 57,34
R$ 3.153,70 R$ 43.457,99
TOTAL:
LUCRO
LUCRO 13,78 Ha
R$ 1.385,43 R$ 19.091,28
R$ 1.385,43 R$ 19.091,28
Fonte: CAPPELLARI, 2013.
Na ilustração 6, constam os lucros para o cultivo do milho no período de 2012/2013.
Ilustração 6 – Lucros do milho safra 2012/2013
QUANT.
145
UN.
SC
LUCROS DO MILHO SAFRA 2012/2013
P. MÉDIO
TOTAL
TOTAL 12 Há
R$ 23,71
R$ 3.437,95 R$ 41.255,40
TOTAL:
LUCRO
R$ 1.247,49
R$ 1.247,49
LUCRO 12 Ha
R$ 14.969,94
R$ 14.969,94
Fonte: CAPPELLARI, 2013.
No ano de 2012/2013, na cultura da soja o produtor teve um lucro de R$1.385,43
(um mil trezentos e oitenta e cinco reais e quarenta e três centavos) por hectare e
R$19.091,28 (dezenove mil e noventa e um reais e vinte e oito centavos) para a área de
13,78 hectares.
Já na cultura do milho o produtor teve um lucro de R$1.247,49 (um mil duzentos e
quarenta e sete reais e quarenta e nove centavos) por hectare e R$14.969,94 (quatorze mil
5
Seguro Agrícola
novecentos e sessenta e nove reais e noventa e quatro centavos) para a área de 12
hectares.
Na safra 2013/2014, de ambas as culturas, utilizou-se uma taxa para a projeção da
safra de 2014. Esta taxa foi 5,87%, segundo dados do IBGE, sendo obtidos através da taxa
média da inflação dos últimos 10 anos (ver ilustração 7):
Ilustração 7: Taxa média da inflação dos últimos 10 anos
INFLAÇÃO DOS ÚLTIMOS 10 ANOS (%)
ANO 2003
ANO 2004
ANO 2005
ANO 2006
ANO 2007
ANO 2008
ANO 2009
ANO 2010
ANO 2011
ANO 2012
TOTAL:
MÉDIA 10 ANOS: 5,87%
Fonte: IBGE, 2013.
9,30
7,60
5,69
3,14
4,46
5,90
4,31
5,91
6,50
5,84
58,65
Os preços futuros das commodities foram obtidos pela média dos últimos 10 anos. O
preço futuro da soja e do milho para o ano de 2014 foi obtido através de uma pesquisa junto
ao site da Agrolink. Com isso, a média para a cultura da soja é de R$42,67 para a cultura do
milho é de R$20,68, conforme as ilustrações 8 e 9.
A ilustração 8 demonstra o preço médio da soja nos últimos 10 anos:
Ilustração 8: Preço médio da Soja – últimos 10 anos
PREÇO MÉDIO DA SOJA – ÚLTIMOS 10 ANOS
ANO 2005
R$ 27,82
ANO 2006
R$ 24,41
ANO 2007
R$ 30,58
ANO 2008
R$ 42,31
ANO 2009
R$ 42,79
ANO 2010
R$ 36,44
ANO 2011
R$ 42,10
ANO 2012
R$ 58,91
ANO 2013
R$ 57,34
ANO 2014
R$ 64,00
TOTAL:
R$ 426,70
MÉDIA 10 ANOS:
R$ 42,67
Fonte: Agrolink, 2013
A ilustração 9 demonstra o preço médio do milho nos últimos 10 anos:
Ilustração 9: Preço Médio do Milho – últimos 10 anos
PREÇO MÉDIO DO MILHO – ÚLTIMOS 10 ANOS
ANO 2005
R$ 16,36
ANO 2006
R$ 14,78
ANO 2007
R$ 19,27
ANO 2008
R$ 22,25
ANO 2009
R$ 18,35
ANO 2010
R$ 17,37
ANO 2011
R$ 24,76
ANO 2012
R$ 25,14
ANO 2013
R$ 23,71
ANO 2014
R$ 24,80
TOTAL:
R$ 206,79
MÉDIA 10 ANOS:
R$ 20,68
Fonte: Agrolink, 2013; BM&FBovespa, 2013.
O plantio de soja 2013/2014 realizou-se no mês de novembro e o plantio de milho
2013/2014 realizou-se em agosto. Os insumos foram adquiridos antecipadamente e, os
custos de mão de obra já foram definidos. O nível de produção foi calculado com a taxa
média da inflação dos últimos 10 anos disponibilizados pelo IBGE, sendo de 5,87%. A
receita foi adquirida através da média dos preços das commodities, dos últimos 10 anos
disponibilizados pela BM&FBOVESPA, e pelo site da Agrolink.
Na ilustração 10 estão descritos os lucros da safra 2013/2014 para a cultura da soja.
Ilustração 10 – Lucros da soja safra 2013/2014
QUANT.
58
UN.
SC
LUCROS DA SOJA SAFRA 2013/2014
P. MÉDIO
TOTAL
TOTAL 13,78 Ha
R$ 64,00
R$ 3.712,00 R$ 51.151,36
TOTAL:
LUCRO
LUCRO 13,78 Ha
R$ 2.114,14 R$ 29.132,84
R$ 2.114,14 R$ 29.132,84
Fonte: CAPPELLARI, 2013.
Na ilustração 11 estão descritos os lucros da safra 2013/2014 para a cultura do
milho.
Ilustração 11 – Lucros do milho safra 2013/2014
QUANT.
154
UN.
SC
LUCROS DO MILHO SAFRA 2013/2014
P. MÉDIO
TOTAL
TOTAL 12 Ha
R$ 24,80
R$ 3.819,20 R$ 45.830,40
TOTAL:
LUCRO
R$ 1.321,47
R$ 1.321,47
LUCRO 12 Ha
R$ 15.857,61
R$ 15.857,61
Fonte: CAPPELLARI, 2013.
No ano de 2013/2014, na cultura da soja o produtor teve um lucro de R$2.114,14
(dois mil cento e quatorze reais e quatorze centavos) por hectare e R$29.132,84 (vinte e
nove mil cento e trinta e dois reais e oitenta e quatro centavos) para a área de 13,78
hectares.
Já na cultura do milho, o produtor teve um lucro de R$1.321,47 (um mil trezentos e
vinte e um reais e quarenta e sete centavos) por hectare e R$15.857,61(quinze mil
oitocentos e cinquenta e sete reais e sessenta e um centavos) para a área de 12 hectares.
Das safras de soja de 2010/2011 a 2013/2014, observa-se uma variação nos gastos
totais com insumos e despesas gerais, de R$13.737,59 (treze mil setecentos e trinta e sete
reais e cinquenta e nove centavos) a R$24.366,71 (vinte e quatro mil trezentos e sessenta e
seis reais e setenta e um centavos), para a área de 13,78 ha. Em contrapartida, um lucro
líquido que variou entre R$17.299,80 (dezessete mil duzentos e noventa e nove reais e
oitenta centavos) a R$29.132,84 (vinte e nove mil cento e trinta e dois reais e oitenta e
quatro centavos), exceto a safra 2011/2012 que teve um prejuízo de -R$6.329,50 (seis mil
trezentos e vinte e nove reais e cinquenta centavos).
11 DETERMINAÇÃO DO INVESTIMENTO INICIAL
O investimento inicial é um dos fatores em que o produtor deve possuir grande
cuidado, pois os investimentos em longo prazo, geralmente, requerem retorno em longo
prazo, possuindo risco mais elevado. Com isso, o produtor deve definir corretamente o
investimento inicial para que não necessite desembolsar muito além do que estava previsto.
No investimento inicial são determinados os gastos com a instalação do pivô central
e o capital de giro, para gastos com manutenção e mão de obra do pivô e outros gastos que
se fazem necessários para sua instalação.
Ilustração 12 – Determinação Investimento Inicial
INVESTIMENTO INICIAL
1 DESCRIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
1.1 Unidade de Irrigação: Parte Aérea
Qtde
Descrição
1
TORRE CENTRAL S2 AF3000 - 5.9/16"
5
LANCES AF3000-15
1
BALANÇO B20
1
CANHÃO FINAL COM BOMBA BOOSTER
1.2 Unidade Adutora Aço e Acessórios
Qtde
Descrição
2
TUBOS PARA ADUTORA FL AF E ACESSÓRIOS
1.3 Unidade Adutora PVC e Acessórios
Qtde
Descrição
109
TUBOS PARA ADUTORA PVC E ACESSÓRIOS
1.4 Unidade de Bombeamento
Qtde
Descrição
1
CJ MOTO BOMBA ELÉTRICO 60 CV E ACESSÓRIOS
1.5 Cabos e Acessórios Elétricos
Descrição
Condução de Energia:
659 M
Neutro/Aterramento Pivot:
60 KG
Comando:
659 M
Lig. Fases Disjuntor/Quadro:
10 M
Lig. Fases Quadro/Motor:
6M
Valor do Investimento:
1.6 Capital de Giro
VALOR TOTAL DO INVESTIMENTO:
Fonte: CAPPELARI, 2013
VALOR
R$ 139.604,50
R$
13.955,90
R$
21.764,13
R$
28.914,11
R$
13.761,37
R$
R$
R$
218.000,00
10.900,00
228.900,00
Conforme já mencionado, o pivô central será utilizado em uma área de 25,78 ha. Os
equipamentos incluídos no investimento serão totalmente novos.
Para a irrigação, será retirada água diretamente do rio, pois possui boa capacidade
hídrica e poucas árvores ao seu redor, facilitando o licenciamento ambiental.
A empresa fornecedora do pivô central se responsabilizará com os gastos de
licenciamento ambiental, isso conforme contato com os vendedores externos, e ainda,
conforme histórico da empresa. Responsabilizar-se-á ainda, com um técnico para
montagem dos equipamentos, os gastos com IPI, entre outros. No anexo A, encontram-se a
proposta comercial, a ficha técnica e as condições de pagamento.
12 IDENTIFICAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL
A implantação do pivô central na propriedade agrícola aumentará o custo de
produção, devido ao aumento da produtividade na mesma área, em contrapartida, o lucro
será mais elevado. Devido a isto, a ilustração 13 demonstra a projeção dos custos, nível de
produção e a receita para os próximos 10 anos, utilizando toda capacidade da área com a
implantação do pivô central. O cálculo foi efetuado com base na média da inflação e a média
dos preços agrícolas.
Os dados constantes na ilustração 13, fundamentam-se nas ilustrações dos custos,
receitas e nível de produção dos anos 2010/2011 a 2013/2014 concedidas pelo Produtor,
com base nas notas fiscais de compra dos agrotóxicos e anotações diversas sobre a
produção.
A base de cálculo do valor atual foram obtidas pela soma de cada conta dos anos de
2010 a 2014 e dividido, individualmente, por quatro para alcançar a média de cada conta e,
assim ter uma base para projetar os próximos anos. A base de cálculo para os próximos
anos é obtida através do valor atual acrescido da taxa média de inflação. A taxa média da
inflação dos últimos anos é utilizada para conseguir uma base padrão da variação dos
gastos futuros.
Os próximos 10 anos foram calculados com o nível de produção sem reduções na
produtividade, devido às estiagens. Através de entrevista informal com o produtor, a
EMATER e a empresa fornecedora do pivô central, o nível ótimo de produção com a
implantação do pivô central, seria para a soja 70 sacos por hectare, e, para o milho 230
sacos por hectare.
O cálculo da receita da soja e do milho para os próximos 10 anos foi o seguinte: a
quantidade produzida x preço médio x área produzida + o valor médio da inflação = receitas
de 2014. Conforme cálculo que segue para a soja e para o milho, consecutivamente:
70 x R$ 46,66 x 13,78 + 5,87%= R$ 47.652,26
230 x R$ 22,48 x 12 + 5,87% = R$ 65.695,60
Seguindo estes parâmetros das receitas, os próximos anos foram calculados pelo
valor da receita de 2014 e acrescido da taxa de inflação média, e assim sucessivamente.
O custo de produção e as despesas gerais atuais de ambas as culturas provêm da
média total dos últimos anos, ou seja, soma-se o total das despesas das safras 2010/2011 a
2013/2014 e divide-se por 4 (quatro) para obter a média . Para os próximos anos é
acrescentada sobre o valor, a taxa média da inflação.
O valor da depreciação foi calculado através da média dos próximos anos, ou seja,
todos os equipamentos depreciados foram divididos por 2 por serem duas culturas, exceto o
pivô central que foi divido por quatro que, apesar de as principais culturas, o produtor
utilizará soja e milho e poderá também, quando necessário, utilizar nas culturas de inverno e
nas safrinhas de soja ou de milho. O somatório desta média resultou em R$14.320,00
(quatorze mil trezentos e vinte reais). Este valor foi subtraído antes do lucro, pois assim
reduz o imposto de renda, e após o valor do lucro foi somado para obter o valor do fluxo de
caixa operacional.
Para obter o fluxo de caixa operacional, calcula-se o total das receitas menos o total
do custo de produção, o que totaliza o lucro bruto. Subtraem-se as despesas gerais e a
depreciação para obter o lucro, e por fim, soma-se novamente a depreciação, e então, temse o valor do fluxo de caixa operacional dos próximos 10 anos.
Neste estudo, a depreciação foi considerada somente para fins ilustrativos, pois ela
não exerce influência sobre os fluxos de caixa, uma vez que, a propriedade é isenta de
imposto de renda.
Para fins gerenciais utilizou-se como taxa de depreciação 10% ao ano. A taxa não
leva em consideração as bases estabelecidas pelo fisco, mas sim é considerada como
informação para tomada de decisões gerenciais.
A ilustração 13 demonstra o fluxo de caixa operacional total, pois junta as receitas da
soja e do milho.
Ilustração 13 – Fluxo de Caixa Operacional Soja + Milho
FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL SOJA + MILHO
(+) Valor Total de Soja
(+) Valor Total de Milho
(=) Fluxo de Cx Operacional parcial
(+) Valor Residual
(+) Capital de Giro
(=) Fluxo de Caixa Operacional
(+) Valor Total de Soja
(+) Valor Total de Milho
(=) Fluxo de Cx Operacional parcial
(+) Valor Residual
(+) Capital de Giro
(=) Fluxo de Caixa Operacional
ATUAL
R$ 14.798,60
R$ 15.537,51
R$ 30.336,11
x
x
2014
R$ 27.485,70
R$ 39.944,09
R$ 67.429,79
x
x
2015
R$ 29.099,11
R$ 42.288,81
R$ 71.387,92
x
x
2016
R$ 30.807,23
R$ 44.771,17
R$ 75.578,40
x
x
R$ 30.336,11
ATUAL
R$ 14.798,60
R$ 15.537,51
R$ 30.336,11
x
x
R$ 67.429,79
2017
R$ 32.615,61
R$ 47.399,23
R$ 80.014,85
x
x
R$ 71.387,92
2018
R$ 34.530,15
R$ 50.181,57
R$ 84.711,72
x
x
R$ 75.578,40
2019
R$ 36.557,07
R$ 53.127,23
R$ 89.684,30
x
x
R$ 30.336,11
ATUAL
R$ 80.014,85
2020
R$ 84.711,72
2021
R$ 89.684,30
2022
(+) Valor Total de Soja
(+) Valor Total de Milho
(=) Fluxo de Cx Operacional parcial
(+) Valor Residual
(+) Capital de Giro
R$ 14.798,60
R$ 15.537,51
R$ 30.336,11
x
x
R$ 38.702,97
R$ 56.245,79
R$ 94.948,76
x
x
R$ 40.974,83
R$ 59.547,42
R$ 100.522,26
x
x
R$ 43.380,06
R$ 63.042,86
R$ 106.422,91
x
x
(=) Fluxo de Caixa Operacional
R$ 94.948,76
2023
R$ 45.926,47
R$ 66.743,47
R$ 112.669,94
R$ 43.000,00
R$ 10.900,00
R$ 100.522,26
R$ 106.422,91
(+) Valor Total de Soja
(+) Valor Total de Milho
(=) Fluxo de Cx Operacional parcial
(+) Valor Residual
(+) Capital de Giro
R$ 30.336,11
ATUAL
R$ 14.798,60
R$ 15.537,51
R$ 30.336,11
x
x
(=) Fluxo de Caixa Operacional
R$ 30.336,11
R$ 166.569,94
Fonte: CAPPELLARI, 2013.
O valor residual significa a definição do valor de um ativo depreciado, no final
de sua vida útil, nesta pesquisa, o valor dos equipamentos agrícolas nos próximos dez anos.
Este valor é utilizado somente no ano de 2023, pois é quando ocorre o valor residual, ou
seja, os equipamentos foram depreciados em dez anos a 10% ao ano.
Segundo pesquisa informal com o produtor, a ilustração 14 demonstra o valor
residual dos equipamentos:
Ilustração 14 – Valor Residual
VALOR RESIDUAL
EQUIPAMENTOS
COLHEITADEIRA
PLATAFORMA DE MILHO
DISTRIBUIDOR DE CALCARIO
DISTRIBUIDOR DE UREIA
PULVERIZADOR DE BARRA
SEMEADEIRA/ADUBADEIRA
TRATOR
GAIOTA
GAIOTA
PIVÔ CENTRAL
TOTAL:
VALOR ATUAL
R$ 60.000,00
R$ 55.000,00
R$ 400,00
R$ 6.000,00
R$ 12.000,00
R$ 10.000,00
R$ 30.000,00
R$ 1.000,00
R$ 3.000,00
R$ 218.000,00
R$ 395.400,00
VALOR 10 ANOS
R$ 10.000,00
R$ 10.000,00
R$ 100,00
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00
R$ 2.000,00
R$ 8.000,00
R$ 300,00
R$ 600,00
R$ 10.000,00
R$ 43.000,00
Fonte: CAPPELLARI, 2013.
O capital de giro estimado é de R$10.900,00 e corresponde ao montante de recursos
necessários à manutenção e mão de obra ao longo da vida do projeto.
Desta forma, o cálculo para encontrar o fluxo de caixa operacional da soja e do milho
é o seguinte: valor total da soja + valor total do milho = fluxo de caixa operacional total +
valor residual + capital de giro = fluxo de caixa operacional. Desta forma, segue
demonstração para o ano de 2014:
R$27.485,70 + R$39.944,09 = R$67.429,79 + R$0,00 + R$0,00= R$67.429,79.
A partir das informações contidas, até o momento é possível montar o fluxo de caixa
operacional incremental. A taxa média de atratividade utilizada é de 6% ao ano, que
corresponde à taxa média anual da poupança, este dado foi utilizado porque a taxa de juros
do investimento é inferior ao da poupança.
Na ilustração 15, (parte 1) está calculado o valor atual do fluxo de caixa operacional
da soja e do milho, para o tempo de vida do projeto. Identificou-se o fluxo de caixa
operacional incremental que é dado pela diferença entre o fluxo de caixa operacional atual e
o projetado para os próximos 10 anos.
Na parte 2, está demonstrado o valor do investimento inicial e os fluxos de caixa
incrementais para os próximos 10 anos.
A parte 3 da ilustração 15 apresenta os fluxos de caixa operacionais incrementais
atualizados à taxa de 6% ao ano e, também o somatório dos fluxos de caixa operacionais
incrementais atualizados (valor atual).
O payback (parte 4 da ilustração 15) foi definido por 5 anos e 11 meses. Para
descobrir os 5 anos é necessário somar os fluxos de caixa operacionais incrementais
atualizados até que o valor se iguale ao valor do investimento inicial. A partir daí, utilizou-se
o investimento inicial menos a soma dos 5 anos, totalizando R$39.400,87. Este valor foi
dividido pelo valor do sexto ano da parte 3, totalizando 0,941745623, isso para descobrir
quanto faltava para completar o valor do Payback. E, finalmente, para conseguir o período
em meses, utiliza-se o valor de 0,941745623 vezes a quantidade de meses que constitui um
ano, resulta em 11 meses. Segue o cálculo:
R$ 34.994,04 + R$ 36.535,97 + R$ 37.986,29 + R$ 39.350,21 + R$ 40.632,62 = R$
189.499,13 (payback 5 anos)
R$ 189.499,13 - R$ 228.900,00 (investimento inicial) = R$ 39.400,87
R$ 39.400,87/R$41.838,13 (sexto ano do BLCds)= 0,941745623
0,941745623 x 12 meses = 11,30094748 (payback 11 meses).
O valor presente líquido (parte 5 da ilustração 15) foi adquirido através do cálculo:
valor atual – investimento inicial= VPL.
Segue o cálculo:
R$ 439.451,93 - R$ 228.900,00 = R$ 210.551,93
A taxa interna de retorno (parte 6 da ilustração 15) foi calculada pela função
financeira TIR do programa Excel, sendo 13%.
A ilustração 15 demonstra o fluxo de caixa operacional incremental:
Ilustração 15 – Fluxo de Caixa Operacional Incremental
FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL INCREMENTAL
Parte 1
TAXA 6%
2014
1. ATUAL
R$ 30.336,11
2015
2016
2017
2018
R$ 67.429,79
R$ 71.387,92
R$ 75.578,40
R$ 80.014,85
R$ 84.711,72
R$ 37.093,68
R$ 41.051,81
R$ 45.242,28
R$ 49.678,73
R$ 54.375,61
2019
2020
2021
2022
2023
R$ 89.684,30
R$ 94.948,76
R$ 100.522,26
R$ 106.422,91
R$ 166.569,94
R$ 59.348,18
R$ 64.612,65
R$ 70.186,14
R$ 76.086,80
R$ 136.233,83
Parte 2
2. Invest. Inicial
-R$ 228.900,00
2014
2015
2016
2017
2018
BLC
BLC
BLC
BLC
BLC
1
2
3
4
R$ 37.093,68
R$ 41.051,81
R$ 45.242,28
R$ 49.678,73
5
R$ 54.375,61
2019
2020
2021
2022
2023
BLC
BLC
BLC
BLC
BLC
6
7
8
9
10
R$ 59.348,18
R$ 64.612,65
R$ 70.186,14
R$ 76.086,80
R$ 136.233,83
Parte 3
3. Invest. Inicial
-R$ 228.900,00
BLCds
R$ 34.994,04
BLCds
R$ 41.838,13
VALOR ATUAL
BLCds
R$ 36.535,97
BLCds
R$ 42.971,10
BLCds
BLCds
BLCds
R$ 37.986,29
R$ 39.350,21
R$ 40.632,62
BLCds
BLCds
BLCds
R$ 44.035,66
R$ 45.035,66
R$ 76.072,26
R$ 439.451,93
Parte 4
PAYBACK
PAYBACK
R$ 189.499,13
R$ 39.400,87
0,941745623
11,30094748
5 Anos e 11 Meses
5 Anos
11 Meses
Parte 5
VPL
R$ 210.551,93
TIR
13%
(VPL= VALOR ATUAL - INVESTIMENTO INICIAL)
Parte 6
Fonte: CAPPELLARI, 2013.
Através dos cálculos demonstrados na ilustração 15, ou seja, no fluxo de caixa
operacional incremental, é possível visualizar o payback, o valor presente líquido e a taxa
interna de retorno.
A partir das demonstrações do fluxo de caixa operacional, é possível visualizar que o
produtor obterá um lucro após os 5 anos e 11 meses, aumentando consideravelmente o
crescimento econômico da propriedade, tornando-se viável a execução do projeto.
A TMA é a taxa mínima de retorno sobre os investimentos. O produtor rural almeja
uma taxa de 6% ao ano. Esta taxa foi estabelecida com base na expectativa da taxa média
anual de remuneração da poupança. O produtor prevê um retorno do investimento em um
período próximo a 10 anos.
Para o cálculo do tempo de retorno foi utilizado método do payback descontado.
Verificou-se que o retorno do investimento se dará até o 6º ano (5 anos e 11meses).
O valor presente líquido é igual a R$210.551,93 (duzentos e dez mil quinhentos e
cinquenta e um reais e noventa e três centavos), demonstrando que o valor atual supera o
valor do investimento inicial, tornando o projeto financeiramente viável.
A taxa interna de retorno verifica a rentabilidade do investimento em determinado
período de tempo.
Nesta pesquisa a TIR foi calculada pela função financeira TIR do programa Excel,
sendo o valor de 13% ao ano. Para diagnosticar a viabilidade do projeto, observa-se que a
taxa da TIR encontrada é superior à taxa média de atratividade, deste modo, o projeto tornase economicamente viável, poderá ser aceito.
CONCLUSÃO
Com o desenvolvimento deste trabalho, de acordo com o seu objetivo, analisou-se a
viabilidade econômica para a implantação do pivô central numa propriedade agrícola. O
desenvolvimento do estudo permitiu análises sobre a viabilidade do negócio.
O objetivo principal deste estudo é analisar a viabilidade econômica e financeira para
implantação de projeto de irrigação com “Pivô Central” em propriedade agrícola.
Com a irrigação, além do aumento significativo da produtividade e lucratividade, o
produtor terá vantagens significativas com a redução dos riscos em relação à instabilidade
da meteorologia.
Os resultados obtidos com a pesquisa dão fundamento aos objetivos propostos para
este estudo, onde todos foram concretizados. A pergunta problema da pesquisa, foi
respondida. Após todas as análises, constata-se a viabilidade da instalação do pivô central.
Conforme o fluxo de caixa operacional e as técnicas analisadas, o projeto para a
implantação do pivô central é viável economicamente e financeiramente. Os resultados
obtidos, são positivos ao produtor, ou seja, o investimento retorna no tempo esperado, a
taxa interna de retorno é superada, e o valor presente líquido é positivo.
A partir dos diagnósticos evidenciados nesta pesquisa, sugerem-se futuros estudos
para este tema, pois o estudo fomenta desenvolvimento econômico para o produtor rural e,
consequentemente, com demais propriedades aderindo à irrigação, fomenta a participação
no crescimento econômico local, regional. Além disso, espera-se que este estudo possa
acrescentar tanto para o produtor, o qual disponibilizou sua propriedade para a pesquisa,
quanto para acadêmicos que almejam estudar a viabilidade econômica numa propriedade
rural, ou ainda, qualquer pessoa que se interessar por este tema.
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2010.
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pecuária, imposto de renda pessoa jurídica. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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