Sem título-3 - Instituto dos Auditores Internos do Brasil

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Sem título-3 - Instituto dos Auditores Internos do Brasil
IIA NOTÍCIAS
LOGOS: IIA BRASIL
Brasil | março de 2016 | Instituto dos Auditores Internos do Brasil
ANO 5 • EDIÇÃO 51 • iiabrasil.org.br
CONBRAI 2016
SERÁ EM SÃO PAULO
FOTO: SÃO PAULO CONVENTION & VISITORS BUREAU
DEPARTAMENTO DE
TREINAMENTO DIVULGA
DOIS NOVOS CURSOS
Instituto africano
desenvolve documento
sobre relatórios integrados
P>10
‘As duas faces do rodízio
de auditorias’, artigo com
autoria de Andre Marini
P>12
O Congresso Brasileiro de Auditoria Interna acontecerá de 25 a 28 de setembro no Transamérica Expo Center, zona sul de SP
RETORNO APÓS 12 ANOS
CAPITAL PAULISTA RECEBE O
EVENTO NO TRANSAMÉRICA
EXPO CENTER
Com data definida em setembro, o
Congresso Brasileiro de Auditoria
Interna tem local definido para
receber um público 20% maior do
que o apresentado na edição de
2015 com conforto e praticidade.
O Congresso já conta com a
parceria da AACD e do São Paulo
Convention & Visitors Bureau. P>3
CURSOS PAG.11
BATE-PAPO PAG. 4
Confira os cursos do IIA Brasil
que estão com turmas abertas em
junho. Destacamos a programação
completa do mês com datas
e valores para investimento.
Cinco capitais brasileiras foram
contempladas como sede.
Conversamos com Cesar Brunetto,
Membro do Comitê de Relações
Acadêmicas do IIA Global, sobre
sua participação na revisão do
13º relatório da Pesquisa CBOK
2015. Ele explica a importância da
presença brasileira no trabalho.
CONBRAI 2016 - SÃO PAULO
“
ANDRE MARINI
Diretor-Presidente do IIA Brasil
“O Instituto dos Auditores
Internos do Brasil sempre
trabalhará buscando a
ampliação do Conbrai em
conteúdo e número de
participantes, porque isso é
sinônimo de crescimento,
networking e valorização da
profissão. Queremos
mais um Conbrai histórico
e recordista.”
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
‘Três Linhas de Defesa’ e ‘Auditoria
em Contratos’ são os treinamentos
que passaram a integrar em março a
grade de cursos ofertados pelo IIA
Brasil a seus associados. A inserção
amplia a atuação dos programas
de capacitação e as áreas de
conhecimento em Auditoria, Gestão
de Riscos e Governança alcançadas
atualmente. Em reportagem,
detalhamos as características dos
treinamentos, objetivos de aula,
principais pontos dos conteúdos
programáticos indicados pelos
instrutores e informações básicas
para registro de inscrição. P>11
Confira na próxima edição
A Comissão Organizadora da 37ª edição do Congresso Brasileiro de Auditoria Interna
(Conbrai) confirmou a participação do Maestro João Carlos Martins como palestrante
motivacional do evento. Considerado um dos melhores músicos brasileiros e dono de uma
história de vida marcada por superação e paixão pela Música Clássica, Martins concedeu
entrevista aos repórteres do IIA Notícias. Divulgaremos o bate-papo especial na edição 52.
SALVE A DATA
25 a 28 de setembro
700
participantes é a expectativa
de público para a 37ª edição
do Conbrai na capital paulista
em setembro
8
para a
realização do
Conbrai no
Transamérica
² Expo Center
MIL M
ESPECIAL PAG. 6
Gil Loja Neto, Auditor Geral
da Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares (Ebserh),
fala ao IIA Notícias sobre sua
carreira, projetos e a respeito
dos temas Controle Interno e
Auditoria Participativa.
P2
INSTITUCIONAL
EDITORIAL
FOTO: IIA BRASIL
Conbrai 2016 será em São Paulo
É
sempre uma honra apresentar aos associados do IIA Brasil e aos leitores do IIA
Notícias mais uma edição do Conbrai
(Congresso Brasileiro de Auditoria Interna),
evento organizado pela Diretoria Executiva e
colaboradores do Instituto. A cada versão do
encontro nos desafiamos a estabelecer uma
conexão maior com os congressistas por meio
de palestras que os aproximem de temas contemporâneos e abordagens em Auditoria Interna modernas que contemplem os desafios das
atividades cotidianas da carreira. Na sua 37ª
edição, o evento retorna a São Paulo, capital dinâmica e que explora a inovação de ideias. Motivados por essas características, convidamos
nossos afiliados e profissionais de áreas correlatas a descobrirem um novo Conbrai, uma
versão que nasce com a missão de superar o sucesso da edição anterior, seja como palestrante
ou congressista. O IIA Brasil sempre trabalhará
buscando a ampliação do Conbrai em conteúdo
e número de participantes, porque isso é sinô-
nimo de crescimento, networking e valorização
da profissão. Queremos mais um Conbrai histórico e recordista. Nas folhas seguintes os leitores encontrarão as informações pertinentes para
inscrição e participação no Congresso. Destaco
que nossos canais de comunicação estão disponibilizados para ouvir opiniões e sugestões
sobre o evento. Ainda nas páginas deste exemplar, o leitor encontrará artigo que foi publicado
no jornal O Estado de S. Paulo. Ele trata sobre
o tema ‘Rodízio de Auditorias’ e foi desenvolvido para colaboração técnica solicitada pelo
veículo de comunicação mencionado. Também
destacamos matéria sobre a nova publicação do
IIA África do Sul intitulada ‘Reporte Integrado – A Ponta do Iceberg’. Nela descrevemos
o importante conteúdo desse documento que
desmistifica o significado e utilização comum
dos relatórios integrados nas corporações e o
apresenta como material que unifica metas empresariais e fortifica valores institucionais. Outra pauta abordada diz respeito à entrevista com
Cesar Brunetto, Coordenador de Serviços de
Logística, que participou do Comitê de Revi-
PESQUISA IPPF TERMINA EM ABRIL
O Internacional Internal Audit Standards Board (IIASB), entidade organizadora da pesquisa para
atualização do IPPF (Estrutura Internacional de Práticas Profissionais – sigla traduzida para o português), estipulou 30 de abril de 2016 como último dia para participação nesse estudo que expõe
alterações sugeridas pelo IIA Global às Normas Internacionais. Os respondentes têm papel fundamental nesse procedimento para assegurar que as mudanças sugeridas darão suporte às presentes e
futuras exigências da profissão, de seus praticantes e partes interessadas. Disponível em português, a
pesquisa pode ser consultada no link goo.gl/ZGht5z.
CONFERÊNCIA INTERNACIONAL TEM LISTA DE ORADORES
Foram confirmados os primeiros nomes dos palestrantes da Conferência Internacional realizada
pelo The Institute of Internal Auditors. A lista conta com Rudolph W. Giuliani, ex-Prefeito de Nova
Iorque; Julia Gillard, ex-Primeira Ministra da Austrália; Richard F. Chambers (CIA, QIAL, CGAP,
CCSA, CRMA), Presidente e CEO do IIA Global; Paul Sobel (CIA, QIAL, CRMA), Vice-Presidente e Chefe Executivo de Auditoria da Georgia-Pacific LLC; Olivia Kirtley, Presidente da International
Federation of Accountants; e Richard Quest, Correspondente Internacional de Economia da CNN.
A Conferência já possui data e local para 2016. O encontro, que também marcará a comemoração do
75º aniversário do IIA Global, será entre os dias 17 e 20 de julho em Nova Iorque (EUA).
AUDITORIA EM EVENTOS É FOCO DE CONFERÊNCIA NOS EUA
Com promoção do IIA Global, a Conferência Anual Gaming & Hospitality 2016 foi realizada
em 06 e 07 de abril no Hotel The Mirage (Las Vegas, Nevada – EUA). Em 2016, após pesquisar as
necessidades dos associados, o evento expandiu suas ações, que se restringiam à indústria de Jogos
e Casinos, incluindo o setor de Hospitalidade. Com isso, os profissionais de auditoria para operações
de eventos (hotel, hospedagem, alimentos e bebidas) conquistaram nova plataforma para troca de
experiências e conhecimentos. Esse foco ampliado permitiu ao IIA Global aumentar o programa e
redes de oportunidades educacionais para executivos de Auditoria Interna desse setor.
O IIA NOTÍCIAS
é uma publicação do Instituto dos Auditores Internos do Brasil.
Rua Princesa Isabel, 94 - cjs. 11 e 12 (1º andar).
Brooklin Paulista. São Paulo - SP.
Contato: +55 (11) 5523-1919 | iiabrasil.org.br
são do 13º livro produzido pelo IIA Global para
divulgação dos resultados da Pesquisa CBOK
2015. Ele destaca a importância da presença
brasileira e do documento que será traduzido
para o português pelo IIA Brasil. Menção especial ainda para nossa conversa com Gil Loja
Neto, Auditor Geral da Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares (Ebserh), sobre sua carreira e projeto premiado pela ControladoriaGeral da União (CGU). Estamos em época de
novidades e prontos para os desafios de uma
Auditoria sempre dinâmica, que ganha novos
contornos a cada prática difundida no mundo
da nossa profissão. Vamos em frente, sempre! •
RELATÓRIOS CBOK
pelomundo
expediente
Andre Marini, Diretor-Presidente do IIA Brasil
RÁPIDAS DO IIA BRASIL
ANDRE MARINI (CRMA)
Diretor-Presidente
Produção Editorial e Revisão: Comunicação IIA Brasil
Diagramação: Comunicação IIA Brasil
Jornalista Responsável / Editor: Tiago Cruz | MTb. 6.300/PR
Redação: [email protected]
Conselho Editorial | Diretoria Executiva: Andre Marini (CRMA),
Wanderley de Freitas (CIA, CRMA), Paulo Gomes, Fábio Pimpão
(CIA, CCSA, CRMA) e Antonio Edson Maciel dos Santos (CCSA).
O IIA Brasil disponibiliza 13 relatórios
traduzidos exclusivamente para
associados sobre a pesquisa CBOK 2015
(Committee of Sponsoring Organizations
of the Treadway Commission), estudo
desenvolvido pela Fundação de Pesquisa
IIA (IIARF). Os documentos apresentam
o resultado de levantamento realizado
com 14.518 profissionais de Auditoria
Interna do mundo inteiro sobre os
assuntos: Futuro, Perspectiva Global,
Governança, Gestão, Risco, ‘Normas
& Certificações’, Talento e Tecnologia.
Conheça as publicações na Área Restrita
do Site IIA Brasil (iiabrasil.org.br).
HABILITAÇÃO ISENTA - CFSA
Em abril, novos candidatos poderão
ingressar no programa de certificação
CFSA (Certified Financial Services
Auditor) pagando apenas o valor do
exame. O IIA Brasil, em parceria com
o IIA Global, anuncia isenção da taxa
de habilitação para a realização dessa
prova. É bom lembrar que a promoção
será aplicada apenas para exame
CFSA com pagamento efetuado em
abril de 2016. Inscreva-se e sane
eventuais dúvidas no site institucional
(iiabrasil.org.br), seção Certificações.
Conselho de Administração: Renato Trisciuzzi (CIA, CCSA,
CRMA, QIAL), Paulo Ayres (CIA, CRMA), Oswaldo Basile
(CIA, CCSA, CRMA), Herbert Homolka (CIA, CCSA, CGAP,
CFSA, CRMA), Carlos Berti (CIA, CCSA, CRMA), Paulo Vanca
(CRMA), Rene Andrich (CIA, CCSA, CRMA), Igor Gouvêa
(CIA, CRMA), Maurício Lopes e Artur Damasceno (CIA, CCSA,
CFSA).
51 • MARÇO 2016 • iiabrasil.org.br
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IIA NOTÍCIAS P3
CONBRAI RETORNA A SÃO PAULO EM 2016
Após 12 anos, a capital paulista recebe o maior encontro de auditores internos do país
com palestrante motivacional confirmado
FOTO: SÃO PAULO CONVENTION & VISITORS BUREAU
DA REDAÇÃO
iianoticias@
Partindo de uma edição com extrema
repercussão na mídia e entre os profissionais do setor, o Congresso Brasileiro de
Auditoria Interna (Conbrai) desembarca
na capital paulista depois de 12 anos. A
Comissão Organizadora do evento espera um público de 700 congressistas – o
que significa aumento de aproximadamente 20% em relação ao número registrado no ano passado. Para receber todos
os participantes de maneira confortável
e atrativa, o encontro terá como sede o
Transamérica Expo Center. O IIA Brasil,
entidade sem fins econômicos desenvolvedora do evento, realizará o Conbrai no
período de 25 e 28 de setembro.
A escolha do logotipo desenvolvido
para a 37ª edição do Congresso, e principalmente o uso das cores, indica o imperativo da versão 2016 do Conbrai: a
diversidade de ideias e projetos. A Comissão Organizadora incentiva, assim, os
participantes a apresentarem diferentes
perspectivas sobre os temas das quatro
trilhas de palestras (‘Práticas de Auditoria Interna’, ‘Governança, Compliance
e Gestão de Risco’, ‘Tecnologia e Segurança da Informação’, e ‘Auditoria Governamental’). Inspiração na cidade sede
que, além de ser um dos maiores centros
financeiros, corporativos e mercantis da
América do Sul, abriga e aceita novas
propostas, ouvindo sempre as demandas
do mercado.
O Conbrai já divulga também em seu
lançamento a presença do Maestro João
Carlos Martins como palestrante motivacional. Martins ocupa um lugar especial no cenário musical brasileiro, sendo
considerado um dos maiores intérpretes
de Bach do século XX pela crítica internacional. Nasceu em São Paulo, no
dia 25 de junho de 1940, e iniciou seus
estudos de piano aos oito anos de idade.
Com treze começou sua carreira no Brasil e aos dezoito no exterior. Suas gravações estiveram muitas vezes entre as
Transamérica Expo Center – total de 8.000 m² para realização do 37º Conbrai
mais vendidas e jornais como New York
Times, Washington Post e Los Angeles
Times sempre registraram reportagens
sobre sua personalidade artística. Abandonou definitivamente os palcos como
pianista no ano de 2002 por problemas
físicos e passou para a regência de orquestras, imprimindo em suas interpretações a mesma energia que possuía quando pianista.
Antes disso, Martins foi privado diversas vezes do seu contato com o piano. De
uma queda durante partida de futebol que
perfuraria seu braço direito até o desenvolvimento no membro superior esquerdo
de uma doença que provocaria contratura
e espessamento da fáscia palmar, o maestro realizou diversos tratamentos e intervenções cirúrgicas que o transformaram
em exemplo de superação, talento e paixão pelo que faz. Ele é o único músico
brasileiro que teve a sua vida registrada
duas vezes por cineastas europeus – Die
Martin’s Passion, uma coprodução franco
-alemã dirigida por Irene Langman, assistido por mais de um milhão e meio de pessoas na Europa e vencedor de vários festivais
internacionais; e Revêrie dos cineastas
belgas Johan Kenivé e Tim Herman. Na
próxima edição do IIA Notícias divulgaremos o bate-papo entre nossos jornalistas
e o Maestro João Carlos Martins. O dia
da sua presença no Conbrai ainda não foi
definido. A grade preliminar de palestras
da 37ª edição do evento será divulgada a
partir de maio, quando todas as postula-
ções inscritas forem analisadas.
“Pelo terceiro ano, o Conbrai terá como
parceiro de Responsabilidade Social a
AACD. Agora em São Paulo, os congressistas vão poder ver ainda mais de perto
a relevância dessa aliança. Em uma Instituição com forte dependência de recursos
advindos da sociedade, uma parceria como
a proporcionada pelo IIA Brasil propicia
acesso a conteúdos de extrema relevância
para que a Auditoria Interna mantenha-se
atualizada e possa, cada vez mais, contribuir para o alcance dos nobres objetivos da
AACD”, informou e salientou Vivian Sueiro
Magalhães, Gerente de Auditoria Interna
e Compliance da AACD (Associação de
Assistência à Criança Deficiente). O São
Paulo Convention & Visitors Bureau também entra para o rol de apoiadores sendo a
primeira organização a realizar Apoio Institucional ao encontro. Segundo Toni Sando,
Presidente Executivo da entidade, “faz parte da missão do São Paulo Convention &
Visitors Bureau dar o suporte e apoio para
a realização de eventos nacionais e internacionais, tanto pelo turismo, incrementando
o número de visitantes no destino, quanto
pelos temas discutidos neles”.
Assim como em 2015, o valor do investimento para inscrição no Conbrai
será apresentado aos associados em lotes
e prazos específicos que determinam descontos para quem confirmar sua presença
e formalizar pagamento antecipado. Essas informações estão disponíveis no site
conbrai.com.br.
•
ENTREVISTA
RELATÓRIO 13 DO CBOK TEM
PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA
DA REDAÇÃO
iianoticias@
Cesar Brunetto, Membro do Comitê de Relações Acadêmicas do IIA Global, é o entrevistado
especial da edição 51 do IIA Notícias. Ele fez parte da equipe de revisão para o conteúdo do 13º relatório da Pesquisa CBOK 2015 (material traduzido pelo IIA Brasil e disponível para download em
seu site oficial – iiabrasil.org.br). Em bate-papo,
Brunetto explica a importância da presença brasileira no desenvolvimento do estudo e fala sobre
capacitação do profissional de Auditoria Interna.
IIA NOTÍCIAS Você participou do Comitê de
Revisão do relatório ‘GREAT: Ótimas Formas
de Motivar Sua Equipe’, desenvolvido por Bruce
Turner para a Pesquisa CBOK 2015. Como foi a
experiência com esse trabalho?
CESAR BRUNETTO A experiência foi enriquecedora. O Comitê de Revisão era composto
por líderes de Auditoria Interna das Américas,
Europa e Oceania. Cada um pôde trazer suas percepções em relação às práticas de motivação de
equipe de sua região. Foi essa pluralidade, aliada
aos resultados das pesquisas dos quase 15 mil
profissionais que participaram do CBOK e ao
conhecimento e liderança do Bruce, que garantiu
um documento com conteúdo prático, de qualidade e global.
IIA NOTÍCIAS Estímulo à capacitação. De certa
forma, o documento mencionado traz essa mensagem. Você concorda? O que mais chamou a sua
atenção nos resultados apresentados sobre o tema?
CESAR BRUNETTO Pessoalmente, acre-
dito que o estímulo à capacitação é o principal
elemento dentre os cinco destacados pelo documento, uma vez que a motivação da equipe é
diretamente relacionada ao desenvolvimento e à
aprendizagem trazida para cada membro do time.
A América Latina já possui uma das maiores
horas de treinamento por ano, chegando em 51
contra a média mundial de 45, mas ainda assim
está longe de ser o suficiente para estarmos atualizados às mudanças do mundo contemporâneo.
O auditor interno só conseguirá provar o seu valor para as organizações mantendo-se altamente
capacitado, isto é, participando de treinamentos,
workshops, conferências, buscando certificações
e aprimorando suas habilidades.
IIA NOTÍCIAS O IIA Brasil registrou no último ano um aumento de 51% na realização de
treinamentos, o que indica também crescimento
na busca das empresas para capacitação de seus
colaboradores. O que acha dessa informação?
CESAR BRUNETTO O tema 2015-2016
do IIA Global é ‘Invista em você’ e, como diz
Larry Harrington, Presidente do IIA Global, não
há maior retorno do que o investimento feito em
você mesmo. Cada vez mais há a necessidade
de investir não só em treinamentos de auditoria
e gestão de riscos, mas também em cursos voltados aos negócios, à tecnologia da informação,
à comunicação, à análise crítica e ao relacionamento pessoal. É muito positivo que as empresas trabalhem para a capacitação de seus times,
entretanto o colaborador não pode delegar à empresa o seu próprio aprendizado. Embora seja
papel do líder estimular e inspirar a equipe a desenvolver-se, ninguém deve terceirizar o destino
PAPO
bate
P4
de sua vida ao líder ou à empresa.
IIA NOTÍCIAS Qual o significado de ser integrante do Comitê de Relações Acadêmicas do
IIA Global para sua carreira?
CESAR BRUNETTO Os Comitês do IIA
Global proporcionam um ambiente de estímulo contínuo ao desenvolvimento profissional e
pessoal por meio do contato com os principais
líderes mundiais de Auditoria Interna e do
debate de temas fundamentais relacionados à
carreira. Profissionalmente, abre muitas portas em nível global, mas o maior significado
é poder contribuir, mesmo que minimamente,
com o avanço da profissão e ajudar para que
a próxima geração de auditores internos seja
melhor do que a nossa.
IIA NOTÍCIAS Representar o Brasil junto ao
IIA Global traz quais responsabilidades?
CESAR BRUNETTO A consciência de que
somos agentes de mudança e responsáveis por
alterar o status quo de nosso país em relação ao
mundo. Há uma grande lacuna entre o ensino da
Auditoria Interna nos países da América Latina e
o praticado nos Estados Unidos e Europa. Para
que nossa profissão seja vista cada vez mais como
essencial nas organizações precisamos fomentar
o valor da Auditoria Interna na sociedade brasileira e despertar o interesse dos jovens para a carreira. Esse avanço só será possível com o esforço
de cada profissional da área, seja realizando seu
trabalho nas organizações de forma agregadora,
eficaz e ética ou inspirando os mais jovens na busca de um mundo mais justo e honesto.
•
51 • MARÇO 2016 • iiabrasil.org.br
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IIA NOTÍCIAS P5
P6
ESPECIAL
IIA NOTÍCIAS ENTREVISTA GIL LOJA NETO,
AUDITOR GERAL DA EBSERH
Projetos, Controle Interno e Auditoria Participativa são pautas da conversa com nossos jornalistas
DA REDAÇÃO
iianoticias@
Para citar apenas as atividades dos últimos 12
anos, Gil Loja Neto já foi Chefe da Divisão de
Auditoria e Fiscalização da Controladoria-Geral
da União (CGU) e por quase seis anos Auditor
Chefe do Fundo Nacional para o Desenvolvimento
(FNDE/MEC). Hoje ele é Auditor Geral da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh),
comandando equipe premiada com o desenvolvimento de nova metodologia em Auditoria Interna
pela CGU. Conheça um pouco mais sobre a carreira desse profissional com vasta experiência em
Controle Interno e sua contribuição atual para a
Auditoria Interna brasileira.
IIA NOTÍCIAS O senhor é colaborador da CGU
desde a criação do órgão, assumindo cargos de
alta gestão na administração de auditorias internas
para grandes instituições públicas do Brasil. Como
o senhor avalia as atividades em auditoria ao longo da sua experiência no setor público? Ocorreram
mudanças significativas nos seus processos e procedimentos?
GIL LOJA NETO Sem dúvida as mudanças estão ocorrendo e são significativas. A trajetória do
Controle Interno no Brasil é muito recente (acompanhe informações no quadro ‘Evolução do controle governamental no Brasil’), razão pela qual
toda a sua operação e instrumentalização ainda estão em evolução. Há lacunas importantes que, atualmente, busca-se suprir com a Proposta de Emenda à Constituição nº 45/2009 que torna os órgãos
de controle interno permanentes, bem como suas
funções de ouvidoria, controladoria, auditoria governamental e correição. A proposta, que acrescenta
o inciso XXIII no artigo 37 da Constituição Federal,
também fortalece o Sistema de Controle Interno em
todos os entes federativos e caracteriza a atuação
dele como essencial ao funcionamento da Administração Pública. Considerando o pouco tempo da
atuação qualitativa na administração pública, percebo que o desempenho dos auditores privados, com
larga experiência e conhecimento técnico consolidado, tem apresentado um resultado extremamente
positivo nos trabalhos de auditoria da Ebserh.
IIA NOTÍCIAS Atualmente, estão sob o comando do senhor todas as unidades de auditoria interna
dos hospitais universitários federais do país. Quais
são as ferramentas essenciais para promover a
transparência e o controle da gestão pública em um
cenário tão vasto como o configurado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)?
GIL LOJA NETO Até maio de 2016, a Auditoria Interna da Ebserh tem acompanhado o ritmo de
expansão da empresa, totalizando 32 unidades de
auditoria instaladas em seus hospitais. Esse, por si
só, já é o maior dos desafios: implementar auditorias
em instituições extremamente complexas com a variação de 03 a 105 anos de existência, apresentando
culturas e modelos de gestão diversos. Muitas delas
nunca tiveram uma unidade de auditoria interna própria e as desenvolveram após avaliação do controle
administrativo de 24 desses hospitais pelo Tribunal
de Contas da União, que registrou em 25 acórdãos
expedidos (2013) alerta para o risco da prática, orientando a instalação imediata de estruturas de controle.
Ao planejar essa estrutura a ser implementada,
foram considerados tanto a missão e objetivos da
empresa, quanto a sua particularidade de ser uma
organização pública, que, como tal, propõe-se a intervir no mercado de forma a suprir uma demanda
social utilizando os meios que ele a oferece (principalmente no que se refere à contratação de profissionais que não os servidores públicos concursados
já atuantes na administração pública). Desse modo,
buscaram-se parcerias com instituições internacionalmente reconhecidas na capacitação e aperfeiçoamento de mão de obra qualificada, como o próprio
IIA Brasil (afiliado ao IIA Global), assim como se
procurou no mercado profissionais experientes e
dispostos a assumirem o desafio de desenvolver um
modelo de gestão e execução de ações de controle
da coisa pública, por meio da junção de seus conhecimentos com as experiências governamentais.
Concluindo esse processo, chegou-se ao time
de excelência que temos hoje trabalhando em nossos hospitais universitários (HUs), com dois terços
dos auditores chefes provenientes da iniciativa privada e um terço com forte experiência em auditoria
governamental. As atividades com esses profissionais são intensas, uma vez que precisam literalmente imergir na coisa pública, compreendendo e
aprendendo em um curto espaço de tempo as particularidades da administração pública. Em contrapartida, oferecem uma riqueza de conhecimentos
adquiridos em vários segmentos de mercado e em
diversas empresas (tanto no Brasil como no exterior), principalmente as chamadas “Big Four” do
setor de auditoria.
Essa pluralidade foi essencial para o desenvolvimento e implantação da Metodologia de Mensuração
de Maturidade e Riscos desenvolvida e executada
com sucesso em todos os nossos HUs. A juventude da nossa auditoria governamental traduz-se pela
inexistência, até o surgimento da Mensuração da
Maturidade do Ambiente de Governança (MMAG),
de uma ferramenta de avaliação e identificação de riscos, tais como o COSO (Committee of Sponsoring
Organizations) e o COBIT (Control Objectives for
Information and related Technology), já consagradas
internacionalmente na iniciativa privada.
IIA NOTÍCIAS Em 2015, o senhor e a sua equipe
foram finalistas no 3º Concurso de Boas Práticas
da Controladoria-Geral da União (CGU) com o
projeto ‘Mensuração da Maturidade do Ambiente
de Governança na Gestão Pública (MMAG)’ para
a categoria ‘Aprimoramento das Auditorias Inter-
EVOLUÇÃO DO CONTROLE
GOVERNAMENTAL NO BRASIL
Historicamente, o controle na administração pública federal do Brasil tem
a sua origem em 1761 com o Marquês
de Pombal (Sebastião José de Carvalho
e Melo). Ele instituiu Corte de Avaliação
Financeira, confirmada no ano de 1764,
com a implantação das Juntas da Fazenda no Rio de Janeiro e Capitanias. Após
a chegada da Família Real (1808) surgiram o Conselho da Fazenda e o Erário
Régio, estabelecendo funções de controle, coordenação do patrimônio e fundos
públicos.
A Proclamação da República instaurou (1889) as condições necessárias
para a Constituição Federal de 1891
instituir a criação do Tribunal de Contas da União, com atribuições de examinar previamente todas as operações
relacionadas com receita e despesa da
União, mas que só iniciaria suas atividades alguns anos depois. Em 1964, a
Lei nº 4.320 estabeleceu normas gerais
de Direito Financeiro para elaboração e
controle dos orçamentos e balanços da
União, Estados, Municípios e Distrito
Federal, apresentando de forma mais
clara as definições de controles interno
e externo e suas funções.
Com a Constituição Federal de 1988
(artigos 70 e 74) consolidou-se a estrutura do sistema de controle da administração pública ao mesmo tempo em que
se ultrapassaram as restrições à análise
meramente financeira e orçamentária
incluindo, porém, a análise contábil,
operacional e patrimonial. Essa concretização trouxe um marco fundamental
para o Controle Interno do Poder Executivo Federal uma vez que determinou
em seu artigo 70 a responsabilidade do
Congresso Nacional e do Sistema de
Controle Interno de cada Poder sobre a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração
direta e indireta quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
das subvenções e renúncias de receita.
Em consequência ao aumento da
complexidade das atividades de controle
originado pela nova Constituição, notou-se a necessidade de reestruturações
no Sistema de Controle Interno, tais
como: a criação em 1994 da Secretaria
Federal de Controle, com vinculação
ao Ministério da Fazenda; registro das
51 • MARÇO 2016 • iiabrasil.org.br
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Gil Loja Neto, Auditor Geral da Ebserh
Leis 8.666 (1993), 8.112/90 (que rege o
regime jurídico dos servidores públicos,
bem como as leis de diretrizes orçamentárias e de orçamento) e Complementar
101 (2000), denominada Lei de Responsabilidade Fiscal. Com os Decretos
nº 3.589 (2000), 3.590 (2000) e 3.591
(2000), a SFC reestruturou-se na Secretaria Federal de Controle Interno, extinguindo as CISETs (Controle Interno
Setorial) – excetuando-se as CISETs da
Casa Civil da Presidência da República,
Ministério da Defesa e Ministério das
Relações Exteriores.
A Controladoria-Geral da União foi
inicialmente criada como CorregedoriaGeral da União pela Medida Provisória
nº 2.143-31 (02 de abril de 2001). Posteriormente, com a Medida Provisória
nº 103 (01 de janeiro de 2003), transformou-se na Controladoria-Geral da
União com atribuições de agir na defesa do patrimônio público e atuação regulamentada pelo decreto 3.591 de 06
de setembro de 2000, que estabeleceu
competências, estrutura, organização,
atividades e finalidades por meio das
quais seria realizada a avaliação da ação
governamental e da gestão dos administradores públicos. Esse mesmo decreto
delimitou, em seus artigos 15 e 16, as
competências das auditorias internas das
Entidades da Administração Pública Indireta (ou seja, das empresas públicas,
autarquias e fundações), além das Instruções Normativas da CGU e Decisões
Normativas do TCU.
•
nas’. Qual o significado dessa conquista?
GIL LOJA NETO Realmente tivemos a felicidade
de sermos finalistas e vencedores do 3º Concurso de
Boas Práticas da CGU na categoria ‘Aprimoramento das Auditorias Internas’. Conquistamos destaque
com apenas três anos de existência frente a 66 inscrições de boas práticas de renomadas e reconhecidas
instituições públicas. Essa grande vitória demonstra
que estamos no caminho certo.
Nesse trabalho, alguns resultados se destacam:
maior apreensão das atividades de auditoria interna e penetração em vários meandros da instituição;
compreensão das ações de controle interno com a
instalação e operação de comissões para tal finalidade em todos os hospitais, além da atuação de agentes
de controle interno; concepção das atividades do HU
por meio do trinômio administração, assistência e
ensino; identificação dos riscos gerenciais e estímulo
ao seu gerenciamento; resultados positivos da metodologia após evolução dos indicadores dos HUs com
o trabalho efetivo das comissões de controle interno
e comprovação de que o serviço de uma equipe multidisciplinar, com colaborações tanto de auditores públicos como privados, é plenamente factível.
A partir desse reconhecimento, passamos a ter,
além das ferramentas de controle já consagradas
internacionalmente na iniciativa privada, como o
COSO e o COBIT, uma nova e efetiva ferramenta desenvolvida integralmente pela administração
pública brasileira.
IIA NOTÍCIAS A metodologia utilizada nesse
projeto conta com a participação dos colaboradores para mapear o funcionamento dos hospitais
filiados, registrando pontos positivos e negativos na
administração dessas instituições. Ouvir a equipe
operacional, portanto, é a essência do trabalho.
Essa ação já proporcionou os seus primeiros resultados? O senhor pode destacar um deles?
GIL LOJA NETO Há de se diferenciar a metodologia da ferramenta. Embora se completem, a
ferramenta utiliza em fundamento métodos consagrados internacionalmente como o COSO e o
COBIT, além dos manuais de auditoria pública
do Tribunal de Contas da União (TCU) e da CGU
– o que proporcionou uma importante e inédita
integração entre os conceitos e normas de auditoria pública e privada.
A ferramenta precisava de um método, um cenário que pudesse ser utilizado com efetividade. A
Metodologia então foi dividida em três momentos.
No primeiro, a auditoria estimula e atua como facilitador e organizador das respostas para a Mensuração da Maturidade do Ambiente de Governança
dos HUs (que vem a ser uma autoavaliação sobre
seis eixos previamente definidos e explorados por
meio de um formulário de coleta de dados e entrevistas). Após seis ou oito meses, a auditoria retorna
com o objetivo de validar os resultados obtidos na
primeira fase e avaliar as ações tomadas pela Comissão de Controle Interno instalada para resolvê-los. No terceiro momento, os riscos envolvidos
no processo são identificados e oferecidos ao gestor
para que tome as providências que achar cabíveis a
fim de mitigá-los.
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IIA NOTÍCIAS P7
IIA NOTÍCIAS A mídia brasileira tem identificado o aquecimento da carreira, observando
ampliação de oportunidades de emprego para os
auditores internos, após a descoberta dos diversos
escândalos de corrupção corporativa. O senhor
também nota esse quadro apontado?
GIL LOJA NETO Certamente. Como disse no
início, a auditoria governamental no Brasil é nova
e está em constante evolução. A maior prova disso
são os resultados e expressividades alcançadas pela
CGU em suas ações de controle, tais como o lançamento de cartilhas e legislações que afetam o controle não só de entidades do Governo, mas também de
seus fornecedores (sejam públicos ou privados). É o
momento do conceito de Integridade ganhar status
de essencialidade no trato e contrato com o Governo.
IIA NOTÍCIAS O Diretor-Presidente do IIA
Brasil, André Marini, esteve na Ebserh palestrando sobre Auditoria Participativa em março último.
O senhor notou semelhanças entre a metodologia
apresentada e a desenvolvida pelo projeto MMAG?
GIL LOJA NETO Ao assistir a apresentação sobre Auditoria Participativa do Diretor-Presidente do
IIA Brasil, Andre Marini, identifiquei uma similaridade com o nosso método de Mensuração e Avaliação de Maturidade e Riscos, uma vez que o nosso
público é o hospital na sua totalidade, abarcando
desde os colaboradores terceirizados que trabalham
no HU até os acadêmicos, corpos docentes e assistenciais. As ideias do Diretor-Presidente Marini
fizeram-me refletir sobre a pertinência em estender
a ferramenta à sociedade beneficiária. Enfim, os
processos podem se complementar.
IIA NOTÍCIAS Para a última pergunta, trazemos
uma curiosidade. Além de ser bacharel em Ciências Aeronáuticas e possuir MBA em Engenharia
Econômica, Administração Industrial, Marketing
e Gestão Pública, o senhor cursou Gastronomia.
Essa escolha tem qual motivador?
GIL LOJA NETO O motivador foi justamente
o controle da coisa pública. Na época, trabalhava
como Auditor Chefe do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo maior e mais antigo programa social do
Brasil: a Alimentação Escolar (que desde 1955
beneficia mais de 40 milhões de alunos em escolas de todo o país). Senti necessidade de obter
informações técnicas sobre o processo que me
permitissem avaliar o Programa não só de forma
quantitativa como de maneira qualitativa. O resultado foi muito positivo e tive a chance, inclusive,
de coordenar missões da Agência Brasileira de
Cooperação (ABC Itamaraty) na África, avaliando, capacitando e fomentando o desenvolvimento
de políticas similares nesses países. Atuei também como palestrante para a WFP (World Food
Program – ONU) em assuntos correlatos. Já na
Ebserh tive a oportunidade de concluir em 2015
um curso de Especialização em Gestão de Hospitais Universitários no Instituto Sírio-Libanês de
Ensino e Pesquisa, que contribuiu de forma decisiva para a realização de todo esse trabalho.
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CERTIFICAÇÕES
PROFISSIONAIS BRASILEIROS RECEBEM
CERTIFICAÇÕES INTERNACIONAIS
IIA Global divulgou os nomes dos auditores internos que finalizaram no 1º trimestre de
2016 os exames necessários para a obtenção das designações CIA, CCSA e CRMA
DA REDAÇÃO
iianoticias@
Na contabilidade do primeiro trimestre de
2016, o IIA Global registrou seis nomes brasileiros no quadro de profissionais que conquistaram certificações internacionais em Auditoria
Interna. Entre as designações mencionadas estão o CIA (Certified Internal Auditor), o CCSA
(Certification in Control Self-Assessment) e o
CRMA (Certification in Risk Management
Assurance). Rafael Paula Soares de Melo, auditor para Risk Assurance Services da PwC,
está nessa seleta lista e contou ao IIA Notícias
alguns detalhes sobre o seu método de estudo
para a concretização em apenas doze meses
do programa de certificação CIA.
“O que me manteve focado durante este último ano foi a oportunidade que vi na certificação
de aprofundar meus conhecimentos técnicos, bem
como comprovar internacionalmente a especialização na área. Acredito que ela me confere diferenciais perante aos demais auditores internos do
mercado”, frisou Rafael, justificando o esforço que
descreveria posteriormente para encaixar as horas
de estudo em sua cheia e complicada agenda corporativa. Ele contou que dedicava no mínimo uma
hora por dia após o expediente de trabalho para
pesquisas sobre a certificação. Ao todo, investiu
mais de 400 horas para passar em todas as etapas do
processo. “Acredito que um ponto extremamente
importante durante este um ano de estudo foi a gestão do tempo. Criei algumas rotinas para conseguir
gerir meu tempo de forma mais efetiva. Cheguei até
mesmo a gravar áudio com meus próprios resumos
em aplicativo de celular para aproveitar o tempo
despendido no trajeto até o trabalho”, observou.
Disponibilizados pelo IIA Global com tradução do IIA Brasil, materiais como o Gleim Online
e o CIA Review, que recriam o ambiente de prova
apresentando em diferentes plataformas questões
de exames anteriores, foram empregados por
Rafael em suas horas de estudo. O auditor associou o sucesso na efetivação dos três exames que
estruturam o programa da designação CIA tanto às
metas semanais e diárias que traçou como também
à utilização desses recursos ofertados pelo Instituto. “Apesar de cansativa, estressante e trabalhosa,
a certificação é proporcionalmente desafiadora e
gratificante ao ser concluída”, frisou Rafael.
Confira a lista completa dos profissionais certificados no anúncio presente abaixo desta matéria.
O IIA Brasil também realiza treinamentos presenciais preparatórios para os exames das designações
CIA e CCSA. Datas de turmas abertas, conteúdos
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Rafael Melo conquistou a certificação CIA em 12 meses
programáticos e valores de investimento estão disponíveis no site institucional (iiabrasil.org.br), seção
Treinamentos. Informações sobre os selos internacionais podem ser encontradas no tópico Certificações presentes na home do mesmo link.
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CAPACITAÇÃO
ÁFRICA DO
SUL DISCUTE
IMPORTÂNCIA
DOS RELATÓRIOS
INTEGRADOS
DA REDAÇÃO
iianoticias@
Em fevereiro, o Instituto dos Auditores Internos da África do Sul organizou o Índice de Governança Corporativa, estudo que revelou algumas tendências preocupantes para organizações
sul-africanas que podem ter um efeito adverso
sobre a capacidade ideal de criação de valor empresarial. O documento, com autoria do auditor
interno Charles Nel e da Diretora Executiva do
IIA África do Sul Claudelle Von Eck, está redigido em forma de artigo (denominado ‘Reporte
Integrado – A Ponta do Iceberg’) e apresenta a
importância da produção dos relatórios integrados nas empresas, além de destacar alguns resultados dos quais as corporações daquelas nações
precisam melhorar em Auditoria Interna.
Segundo o documento, muitas organizações
entendem o relatório integrado como um fim em
si mesmo. Ou seja, um apanhado de dados que
deve ser interpretado de forma quantitativa, sem
análise conjuntural e processual em seu desenvolvimento. O resultado é tão mal interpretado
ao ponto de sua produção ser atribuída muitas vezes ao Departamento de Marketing. Os números
apresentados são apenas a ponta de um iceberg.
A comunicação integrada é uma ferramenta que
pode auxiliar as empresas na condução da uniformidade de diálogo e cultura corporativa, centrando-se nas ações que desenharão resultados desejados e importantes para a organização como um
todo. Ela possibilita a prestação de contas transparente e melhora a qualidade e profundidade da
informação fornecida às partes interessadas.
Esse trabalho faz uma analogia ao iceberg
para ilustrar de que forma os relatórios integrados contribuem para a criação de valor, bem
como podem ajudar os líderes a encontrar os
pontos fracos no modo que as corporações estão
executando suas atividades. A base submersa do
iceberg representa o processo de elaboração do
documento: grandioso, cheio de vertentes e que
trabalha pela lapidação de valores. Nesse compromisso, de acordo com os especialistas que redigiram o documento, a liderança constitui a base
das organizações.
A produção de valor está no coração dos relatórios integrados. O valor é criado pela utilização interligada de capitais, que nesse contexto
vai muito além do foco tradicional desequilibrado sobre o capital financeiro. As empresas devem ter uma ideia clara de como esses capitais
se relacionam uns com os outros no processo
de criação de valor e se eles estão sendo usados
na combinação correta para produzir resultados
desejados e coerentes. Assim como a estrutura
cristalina e composição dos icebergs são diferentes, os capitais são implementados e interagem entre si de forma distinta de organização
para organização.
A Liderança dá o tom e direção estratégica,
bem como fornece o contexto certo para a criação de um valor único e comprometido com as
diversas áreas. A responsabilidade maior dos relatórios integrados, portanto, recai sobre os ombros da liderança. É sua responsabilidade garantir
que o processo de criação de valor seja reforçado
e salvaguardado por meio da adesão a princípios
da boa governança, utilização de pensamento integrado, identificação e gestão de risco adequada
e atenção às mudanças do futuro.
“A publicação Reporte Integrado – A Ponta do
Iceberg é um documento que veio para inovar e
auxiliar a Auditoria Interna a dar mais valor para
a Alta Administração. Nem sempre somos especialistas em todas as áreas que auditamos. Dessa
forma, obter um especialista da área em foco (por
exemplo, Segurança Patrimonial) fará com que
o profissional obtenha mais informações e consequentemente agregue mais valor. Atualmente,
outras áreas de Gestão de Risco e Compliance
têm se aliado à Auditoria Interna para desenvolver um produto único e mais forte ao invés de
dois medianos. Nós auditores, devemos focar em
qualidade e não em quantidade”, observou Fábio
Pimpão, Diretor de Certificações do IIA Brasil.
O Instituto traduziu esse documento para o português e o disponibiliza para download na Área
Restrita de seu site oficial (iiabrasil.org.br).
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GRADE DE TREINAMENTO DO IIA BRASIL
RECEBE DOIS NOVOS CURSOS
‘Três Linhas de Defesa’ e ‘Auditoria em Contratos’ já estão com turmas abertas para junho
DA REDAÇÃO
iianoticias@
Em março, o IIA Brasil anunciou dois novos
cursos para os programas de capacitação que disponibiliza com exclusividade a associados. Eles
passam a integrar permanentemente a grade de
treinamento do Instituto, ampliando as áreas de
conhecimento em Auditoria, Gestão de Riscos e
Governança alcançadas atualmente.
Concluindo a primeira turma nos últimos dias do
mês, o Treinamento ‘Três Linhas de Defesa’ reuniu
oito profissionais de quatro empresas privadas na
sede do IIA Brasil em São Paulo. Sua base primordial é conceituar e descrever a metodologia Três
Linhas de Defesa, estabelecendo habilidades, competências e características, além de fatores críticos e
de sucesso para a sua implantação. Com duração de
16 horas/aula, o curso tem como objetivo capacitar
os participantes para o emprego desse modelo de
atuação, com teoria e exercícios práticos, ao mesmo
tempo em que detalha responsabilidades do auditor
interno. O seu conteúdo programático apresenta a
definição e o conceito de Risco e Controle, assim
como o estabelecimento de funções e competências
que envolvem essas atividades.
“O curso possui o grande diferencial de ser atualmente o único no mercado a implantar o conhe-
cimento sobre como avaliar os riscos e como mitigá-los, com o intuito também de definir papéis em
cada Instituição”, frisou Claudia Pereira, Auditora
do A.C.Camargo, participante da primeira turma do
curso ‘Três Linhas de Defesa’. Em sala também são
repassadas orientações sobre como utilizar o COSO
(Committee of Sponsoring Organizations of the
Treadway Commission) a partir da metodologia em
análise. Destina-se a profissionais de GRC (Governança, Riscos e Compliance) e áreas relacionadas de
empresas privadas e órgãos públicos. O treinamento
tem mais uma data programada no primeiro semestre para realização em Brasília (16 e 17 de junho).
‘Auditoria em Contratos’ é o nome do segundo
novo curso. Ele foi desenvolvido com a finalidade
de instruir os participantes a identificarem os principais aspectos a serem auditados nos contratos
celebrados com terceiros, por meio da aplicação
de teoria e exercícios práticos. Auditores e profissionais de Gestão de Contratos nas organizações
privadas e instituições públicas (em níveis júnior,
pleno e sênior) formam o seu público-alvo. Os tópicos centrais dizem respeito à implementação da terceirização (procedimento e verificações), passando
por temas que envolvem a análise cadastral e estruturação dos contratos. Ainda há a instrução de como
a auditoria deve observar as falhas mais comuns na
agenda IIA BRASIL
elaboração e gerenciamento desses documentos. O
curso tem duração de 24 horas/aula e turma prevista
em junho para São Paulo.
“O IIA Brasil não pode ficar inerte sem oferecer
ao seu público novos assuntos por meio de cursos e
eventos. A atual economia faz com que o mercado
demande por assuntos que convirjam com a realidade do país. O curso ‘Três Linhas de Defesa’ proporciona uma visão ampla da importância da integração das áreas Operacionais, de Risco/Compliance
e Auditoria Interna, no controle dos Riscos, e onde
essas áreas se encaixam no processo com suas respectivas responsabilidades. No curso ‘Auditoria em
Contratos’ propomos apresentar aos participantes
conceitos fundamentais sobre os principais aspectos que devem ser auditados em qualquer processo de compra celebrado com terceiros”, destacou
Sérgio Maciel, instrutor do IIA Brasil. A inscrição
para os treinamentos inclui material didático e certificado de participação. O Instituto indica a leitura
da política de inscrição e cancelamento. Detalhes
sobre os conteúdos programáticos e valores de investimento dos cursos mencionados podem ser encontrados no site oficial do IIA Brasil (iiabrasil.org.
br), seção Treinamentos. O Instituto divulgará em
breve também a abertura do curso ‘Auditoria e a
Matriz de Risco’.
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iiabrasil.org.br/new/educa_cont.html
01 a 03 de junho_São Paulo
Horário | 8h30 às 17h30
De: R$ 2.370,00
02 e 03 de junho_São Paulo
Horário | 8h30 às 17h30
De: R$ 2.160,00
06 a 09 de junho_Curitiba
Horário | 8h30 às 17h30
De: R$ 2.380,00
13 a 16 de junho_Curitiba
Horário | 8h30 às 17h30
De: R$ 2.540,00
13 a 16 de junho_Teresina
Horário | 8h30 às 17h30
De: R$ 2.540,00
16 e 17 de junho_Brasília
Horário | 8h30 às 17h30
De: R$ 1.950,00
21 a 23 de junho_São Paulo
Horário | 8h30 às 17h30
De: R$ 2.370,00
27 a 29 de junho_Teresina
Horário | 8h30 às 17h30
De: R$ 2.360,00
Os treinamentos do IIA Brasil são exclusivos para
associados. As datas poderão sofrer alterações e
as turmas cancelamento por falta de quórum.
Desconto para grupos a partir de duas pessoas.
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OPINIÃO
51 • MARÇO 2016 • iiabrasil.org.br
AS DUAS FACES DO RODÍZIO
DE AUDITORIAS
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IIA NOTÍCIAS
ARTIGO
ANDRE MARINI (CRMA)
FOTO: IIA BRASIL
Diretor-Presidente do IIA Brasil
A discussão sobre a obrigatoriedade de promover alteração do auditor independente em
uma empresa há tempos é algo debatido, mas que
conta com importantes inferências que precisam
ser abordadas em uma análise ampla. Do ponto
de vista da Auditoria Interna, que responde diretamente ao Conselho de Administração de uma
organização, o rodízio do auditor externo não traz
significativas mudanças, visto que a ação colaborativa – no sentido de fornecer subsídios e materiais para avaliações – deve ser mantida.
Entre os aspectos positivos, os novos auditores costumam trazer uma visão diferenciada,
que pode contribuir com sinergias, apontamentos
construtivos e importante leitura ainda mais clara
dos sistemas de controles internos. Surgem nessas mudanças recomendações com o intuito de
estimular a aderência ao planejamento estratégico
da empresa. A grande vantagem é que essa nova
equipe, que acaba de chegar, irá propor novas
abordagens e um enfoque, muito provavelmente,
distinto da praticada pela equipe anterior, embora
o objetivo seja o mesmo, ou seja: avaliar controles
internos, validar saldos, realizar testes substantivos e de conformidade, para posterior emissão do
parecer dos auditores independentes.
No outro extremo, há situações relevantes, que
impactam principalmente nos custos dessa operação de transição. A nova auditoria independente
precisará de dezenas de horas a mais de trabalho
Andre Marini, Diretor-Presidente do IIA Brasil. Artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 08/03/16
para começar a entender melhor o negócio de
quem irá auditar. Leva-se tempo para um raio-x
minucioso e esse tempo impacta em consumir
energia de quem recebe os auditores internamente
e, claro, no bolso da organização. A rotina é alterada, esse entrosamento que já acontecia com o time
anterior precisa ser concebido novamente. Há um
período de maturação que, muitas vezes, pode demandar mais tempo para que os novos auditores
estejam aptos a emitir suas opiniões.
Os auditores externos têm papel fundamental
em um processo de transparência e na elucidação
dos conceitos de Governança e Compliance, garantindo a confiabilidade almejada pelos acionistas. Eles atuam embasados em colher evidências
para fundamentar sua opinião e, costumeiramente,
colaboram no oferecimento de pontos de aprimo-
ramento. É singular quem se beneficiará mais ou
menos dos rodízios. Há o aspecto cultural da gestão
de cada organização e ainda o status atual de como
a auditoria externa vem sendo aplicada. Em alguns
casos o rodízio é essencial, em outros será custoso e
complexo. Não há uma receita perfeita, mas já que
a obrigatoriedade o faz necessário, que os gestores
tentem tirar o melhor proveito das vantagens e possam minimizar os pontos desafiadores.
•
*O IIA Notícias está aberto à publicação de artigos enviados por associados e leitores. O conteúdo e a ideologia transmitidos nos textos não
condizem necessariamente com a opinião e o posicionamento editorial do jornal. Envie seu material para análise: [email protected].
Conhecimento
com foco em resultados,
inovação e talentos
O mundo empresarial é complexo e exige das
organizações um trabalho incansável em busca de
novas estratégias e atualizações.
A KPMG presta serviços de Audit, Tax e Advisory, e
conta com um time de profissionais para ajudar os
clientes a alcançarem resultados reais.
kpmg.com/BR
/ kpmgbrasil

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