Adensamento de Plantio e Ananicamento de Citros

Transcrição

Adensamento de Plantio e Ananicamento de Citros
BOLETIM CITRÍCOLA
UNESP/FUNEP/EECB
Março nº 16/2001
ADENSAMENTO DE PLANTIO E
ANANICAMENTO DE CITROS
Luiz Carlos Donadio & Eduardo Sanches Stuchi
EECB
Luiz Carlos Donadio
Eduardo Sanches Stuchi
ADENSAMENTO DE PLANTIO
E ANANICAMENTO DE
CITROS
Jaboticabal - SP
Funep
2001
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Medicina Veterinária e Zootecnia - Funep
Diagramação: Renato Trizolio
Ilustração e impressão da capa: Gráfica Multipress
Impressão e acabamento: Funep
D674a
Donadio, Luiz Carlos
Adensamento de plantio e ananicamento de citros /
Luiz Carlos Donadio, Eduardo Sanches Stuchi . -Jaboticabal : Funep, 2001.
70 p. : il ; 21 cm. - (Boletim citrícola, 16).
1. Citros. I. Título.
CDU - 634.3
Ficha catalográfica preparada pela Seção de Aquisição e Tratamento
de Informação do Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da
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2001
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO ...................................................................... 1
TRABALHOS SOBRE ADENSAMENTO NA ESTAÇÃO
EXPERIMENTAL DE CITRICULTURA DE BEBEDOURO .. 5
Espaçamentos Simples ......................................................... 5
Espaçamentos Duplos ........................................................ 10
ANANICAMENTO DE PLANTAS ........................................ 19
Fatores que determinam o tamanho das plantas cítricas . 19
MANEIRAS DE CONTROLE DO TAMANHO DAS
PLANTAS CÍTRICAS........................................................ 21
Porta-enxertos ..................................................................... 21
Trifoliata - Poncirus trifoliata ......................................... 22
‘Flying Dragon’ - Poncirus trifoliata var. monstrosa ....... 24
Interenxertos e gêneros afins ............................................. 25
Agentes biológicos .............................................................. 27
Exocorte .............................................................................. 28
Agentes ananicantes transmissíveis por enxertia .............. 36
O complexo de viróides dos cítricos ............................... 39
Uso de viróides da exocorte .............................................. 44
Uso de interenxertos de cavalos ananicantes ................... 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................... 52
ADENSAMENTO DE PLANTIO E
ANANICAMENTO DE CITROS
Luiz Carlos Donadio
Eduardo Sanches Stuchi
INTRODUÇÃO
Apesar de o Brasil ocupar atualmente a posição de
maior produtor de citros e maior exportador de suco
concentrado de laranja do mundo, a produtividade dos
pomares é considerada baixa, se comparada à de outros
países. Uma das técnicas recomendáveis para aumentar a
produção por área é a utilização de menores espaçamentos
de plantio (DONADIO, 1985; NEVES et al., 1988 e TEÓFILO
SOBRINHO et al., 1992).
De acordo com VASCONCELOS et al. (1989), a
produção de plantio adensado pode ser maior por unidade
de área nos primeiros anos, mas, em contrapartida, os
investimentos iniciais para implantação dos pomares serão
maiores. Isso foi comprovado por ROBERTO (1994).
Segundo RECUPERO (1990), altos custos das terras e
limitação de alguns tipos de solos em muitos países
produtores estimularam o uso de plantios de alta densidade,
os quais compensam o período de baixa produtividade dos
pomares e também facilitam as práticas culturais.
PASSOS et al. (1977), utilizando como copa a laranjeira
‘Natal’ e como porta-enxerto o limoeiro ‘Cravo’ em
espaçamentos de 7m x 7m, 7m x 5m e 7m x 3m, verificaram,
nas dez safras iniciais, que o espaçamento 7m x 3m induziu
frutos com menor peso e porcentagem de suco. WHEATON
et al. (1984) relataram que as laranjeiras ‘Valência’ e ‘Hamlin’
enxertadas em limoeiro ‘Milan’ e citrange ‘Rusk’ com
1
densidades de 890, 667, 494 e 370 plantas por hectare,
apresentaram, até o sexto ano, maiores produções por área
nos plantios mais densos, para todos os porta-enxertos, mas
a produção por planta foi menor.
TEÓFILO SOBRINHO et al. (1992), trabalhando com a
laranjeira ‘Valência’ enxertada sobre trifoliata em densidades
de 278, 333, 416, 555 e 833 plantas/ha, obtiveram em 18
anos de colheita a maior produtividade no plantio mais
denso. A partir do oitavo ano os espaçamentos menos densos
apresentaram a maior produção de frutos por planta. A
qualidade dos frutos não foi afetada pelas diferentes
densidades.
INTRIGLIOLO et al. (1992) avaliaram a produção de
frutos de laranjeira ‘Valência’ enxertada sobre laranjeira-azeda
e citrange ‘Troyer’ em espaçamentos de 6m x 4m, 6m x 4m
x 2m, 5m x 2,5m e 5,5m x 3m. Os autores informam que até
o oitavo ano os espaçamentos 6m x 4m x 2m e 5m x 2,5m
incrementaram a produção em 123%, comparada com o
espaçamento 6m x 4m.
A laranjeira ‘Pêra’ enxertada sobre a tangerineira
‘Cleópatra’ em espaçamentos de 7m x 6m, 7m x 5m, 7, x
4m, 7m x 3m e 7m x 2m foi estudada por DONADIO et al.
(1992). Os resultados obtidos nas três safras iniciais
mostraram que não houve diferenças na produção de frutos
por planta, e que os plantios de 7m x 3m e 7m x 2m
proporcionaram maiores produções por área. O espaçamento
7m x 6m apresentou o “ratio” mais elevado, diferindo do
espaçamento 7m x 2m. ROBERTO (1994), nesse mesmo
experimento, concluiu que no 7m x 2m o custo operacional
por área é maior, mas o custo/caixa é menor.
TUCKER et al. (2000) discutiram o uso de densidades
maiores na Flórida, associadas a outras técnicas culturais,
tais como as podas, que tem muita importância na citricultura
do citado estado americano. Comentam os citados autores
que a competição internacional influi na queda da margem
de lucros na citricultura, o que leva ao objetivo de maximizar
2
a produção, mas mantendo a qualidade do fruto. Para isso
o uso de maiores densidades e das podas são essenciais.
Em condições normais o hábito de crescimento natural
dos cítricos é ereto e quase semi-esférico, mas em plantações
de alta densidade as plantas tomam forma colunar e
finalmente crescem juntas, perdendo sua individualidade,
formando renques (BOSWELL et al.,1970). As plantas que
crescem em altas densidades desenvolvem, por efeito da
competição, copas menores e apresentam tendência a crescer
em altura devido à falta de espaços laterais (BOSWELL et
al., 1970; PHILLIPS, 1974; Passos et al., 1977, citados por
ZARAGOZA et al., 1981; BOSWELL & ATKIN, 1978; PHILLIPS,
1978; PASSOS et al., 1979). O sombreamento excessivo inibe
a frutificação na metade inferior da copa, o que reduz a
produção, com o conseqüente aumento do número de frutos
nas partes superiores da planta, tornando necessário o uso
de escadas na colheita. O uso de escadas duplica o custo da
colheita (CHILDERS, 1978). Portanto a manutenção das
árvores com 2,5 m de altura, que permite diminuir o uso de
escadas, seria uma importante medida para a redução dos
custos da atividade (CARY, 1977; PHILLIPS, 1978; HUTTON
& CULLIS, 1981; PEHRSON, 1986).
PHILLIPS (1978a, 1970) aponta alguns benefícios
adicionais das plantações de alta densidade: retorno
antecipado do investimento, melhor cobertura e menores
custos nas pulverizações, colheita mais fácil e mais
econômica e retorno a plena produção após danos climáticos
e após a retirada de plantas. Lista também os inconvenientes,
que podem ser: altos custos de implantação, altos custos
operacionais para algumas práticas e manejo correto crítico,
já que a superpopulação pode resultar em colheitas baixas,
de pouca qualidade, bem como tornar-se um empecilho a
algumas operações do cultivo e da colheita. Colher
plantações de alta densidade é problemático quando ocorre
a formação de renque que dificulta a passagem dos
colhedores e a colocação dos recipientes (caixas de colheita
3
ou “containers”) para depósito temporário da fruta. O
controle das plantas a uma altura máxima de 3,0 m abriria
a possibilidade de desenvolvimento de equipamentos que
trabalhassem sobre as plantas (WHITNEY, 1978).
Na Flórida há uma atitude negativa por parte dos
trabalhadores em colher pomares com plantas grandes ou
com plantas de 1,0-1,5 m (PHILLIPS & CASTLE, 1977). A
criação de pomares com plantas anãs aumentaria o grau de
utilização das terras, a segurança no trabalho e portanto a
produtividade; a eficiência operacional também seria maior,
desde que não se chegasse a um nanismo extremo
(GALBRAITH, 1986). As plantas anãs seriam mais apropriadas
para pomares de alta densidade que as combinações copacavalo vigorosas. Isso evitaria os problemas derivados da
superpopulação e da competição decorrente desta (PHILLIPS,
1969), e segundo WHEATON et al. (1991), teoricamente todo
o volume de copa de uma planta com 2,0 m de diâmetro de
copa e 2,5 m de altura pode ser considerado como volume
produtivo, isto é, a planta teria toda sua copa útil.
CASTLE & PHILLIPS (1977) sugeriram uma regra pela
qual as plantas podem ser classificadas, de acordo com sua
altura ou volume de copa, da seguinte maneira: anã, quando
apresentar menos de 40% do estandarde; semi-anã, 40-60%;
semi-estandarde, 60-80% e estandarde, 80-100%. O
estandarde adotado foi o limão Rugoso, mas poderia ter
sido a laranja azeda, que se apresenta geralmente 5-10%
menor. Também BITTERS et al. (1979) propuseram uma
classificação de tamanho das plantas segundo a qual uma
árvore padrão deve ter mais de 6,0 m de altura, uma
subestandarde, 4,8 m (redução de 25% em relação ao
padrão), uma semi-anã, 3,6 m (redução de 50%) e uma
anã, 2,4 m (redução de 75% e não necessitar de escada para
a colheita). O padrões adotados foram laranja Doce, limão
Rugoso e citrange Troyer. Deve-se adotar um padrão para
cada região, zona ou país, baseando-se sempre no portaenxerto ou porta-enxertos que apresentem o maior
desenvolvimento vegetativo nas condições dadas.
4
O controle do tamanho das plantas tem importância
na medida em que favorece todas as operações do cultivo e
a implantação de pomares com densidades de plantação
superiores às praticadas atualmente, e conseqüentemente
permitindo uma maior exploração do solo disponível. Há
que se considerar também os aspectos de melhora nas
condições de trabalho e segurança para o homem nas
operações de colheita e tratos fitossanitários, bem como o
menor risco de disseminação do cancro cítrico devido à
diminuição do uso de escadas na colheita.
TRABALHOS SOBRE ADENSAMENTO NA
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE CITRICULTURA
DE BEBEDOURO (EECB)
A EECB conta com vários experimentos na área de
estudo de espaçamentos adensados. Dois são de laranjeiras
‘Pêra’, enxertadas em Cleópatra, plantadas em maio de 1986
e dezembro de 1987, portanto já com resultados de 11 e 10
safras, respectivamente. Os espaçamentos são os seguintes:
7 m entre linhas por 2, 3, 4, 5 e 6 m entre plantas no primeiro
experimento e 7 m entre linhas por 5 x 1m, 4,5 x 1,5m, 4 x
2m e 6m entre plantas para o segundo experimento
(espaçamentos duplos). As Fotos 1 e 2 ilustram os
espaçamentos simples.
Espaçamentos Simples
Quanto à produção de Pêra em diferentes
espaçamentos simples, nos primeiros 6 anos de avaliação,
os espaçamentos menores deram produtividades maiores
em t/ha, conforme é mostrado na Tabela 1. Considerando a
produção individual por planta, ela é sempre menor nos
espaçamentos menores.
5
Na Tabela 2, os dados médios das seis últimas safras
mostram que nos três primeiros anos deste período (95-97)
a produtividade é ainda maior nos espaçamentos mais
adensados. No período de 1998-2000, a produtividade do
6x7m foi superior à dos demais, provavelmente devido à
competição nos espaçamentos mais adensados.
Tabela 1. Produtividade média (t/ha) estimada para diferentes
espaçamentos simples, Pêra/Cleópatra, EECB,
Bebedouro-SP, nos primeiros 6 anos (1989-1994).
Espaçamentos
1989
1990
1991
1992
1993
1994
7,0
7,0
7,0
7,0
7,0
12,16
4,19
3,98
2,47
2,24
35,78
21,67
18,58
14,20
11,54
28,30
26,28
19,79
16,03
13,17
64,56
54,29
46,27
44,70
36,56
68,24
51,14
40,48
34,37
30,52
35,66
35,56
35,46
29,56
28,70
5,70
22,56
22,60 52,46
48,56
34,06
x
x
x
x
x
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
Média
Tabela 2. Produtividade média (t/ha) estimada para diferentes
espaçamentos simples, Pêra/Cleópatra, EECB,
Bebedouro-SP, no período de 1995-2000.
Espaçamentos
1995
1996
1997
1998
1999
2000
7,0
7,0
7,0
7,0
7,0
47,64
42,88
39,73
38,70
33,55
28,84
24,89
29,72
28,77
28,03
44,25
33,24
38,41
34,74
23,77
15,37
22,69
27,33
34,27
41,85
23,53
32,42
42,58
50,66
56,52
13,34
19,18
23,63
28,04
29,77
42,24
28,06 37,66
28,30
41,14 22,79
x
x
x
x
x
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
Média
A Figura 1 mostra os dados médios no período de 11
safras.
Para o vigor das plantas, o volume da copa avaliado
ano a ano mostrou que nos espaçamentos menores (2 e 3
m) já há fechamento na linha a partir do 6º ano. O volume
6
da copa de cada planta não diferenciou muito, mas mostrou
uma tendência de menor crescimento nos espaçamentos
mais densos.
35
30
7,0 x 2,0
7,0 x 3,0
7,0 x 4,0
7,0 x 5,0
7,0 x 6,0
t/ha
25
20
15
10
5
0
Figura 1. Dados médios de produtividade de onze safras (19902000) em diversos espaçamentos simples. EECB, 2001.
Para qualidade do fruto, o efeito do espaçamento é
pequeno. Há pequena redução do tamanho médio nos
espaçamentos menores, mas a qualidade interna é
praticamente semelhante. Os “ratios” obtidos são bons para
indústria ou mercado. Nos espaçamentos mais fechados a
maturação da fruta pode atrasar um pouco, bem como a
coloração pode ficar mais verde. Veja dados na Tabela 3.
Tabela 3. Dados médios de qualidade do fruto de Pêra, em
diversos espaçamentos. EECB, 1997.
Tratamentos Diâmetro Altura Brix Acidez Ratio
(cm)
(cm) (oBrix)
(%)
7,0 x 2,0
6,50
6,96
12,75
0,67
19,14
Suco Peso Fruto I.T.
(%)
(g)
58,90
155,60
3,07
7,0 x 3,0
6,50
6,96
12,77
0,64
19,89
58,77
155,60
3,06
7,0 x 4,0
6,44
6,98
13,09
0,71
18,44
57,04
152,80
3,05
7,0 x 5,0
6,48
7,06
13,07
0,71
18,51
57,59
156,00
3,07
7,0 x 6,0
6,54
7,08
12,75
0,61
20,77
58,85
160,00
3,70
Média
6,49
7,01
12,89
0,67
19,35 58,23
156,00
3,19
7
Para a elaboração dos custos (serviços de mão-de-obra,
máquinas, equipamentos, implementos, exigência de
materiais e insumos, e capital fixo), foram utilizadas a coleta
de dados e o apoio em informações obtidas referentes aos
dois ensaios de adensamentos.
O custo operacional foi composto de todos os itens
de custos variáveis que se referem diretamente a uma linha
de exploração, como mudas, defensivos, fertilizantes, etc. A
esses itens foi também adicionada a parcela dos custos fixos,
representada pela depreciação dos bens duráveis
empregados no processo produtivo.
As estimativas de custo operacional, períodos de
formação e manutenção foram elaboradas a partir de cada
ano agrícola, representando as exigências físicas dos fatores
de produção para 1 hectare da cultura. Assim, as estimativas
de custos foram calculadas com base em matrizes de
coeficientes técnicos elaborados para espaçamentos usuais
e ajustados para cada densidade de plantio em estudo
(WHEATON et al., 1991).
Esta metodologia de custo englobou todos os juros
bancários (12% ao ano), e para laranja, em particular, nos
gastos considerados pelo produtor não foram incluídos os
referentes a colheita, dado que ela era feita pela indústria
processadora de suco concentrado.
Os custos por caixa produzida foram determinados
dividindo-se os custos operacionais do último ano agrícola
de cada adensamento pelo número de caixas produzidas
(40,8 kg) por cada um deles nesse período. Para os
espaçamentos que induziram um menor custo por caixa em
cada ensaio, destacou-se a participação dos componentes
do processo produtivo, discriminados em mão-de-obra,
insumos, operação de máquinas e juros.
A Figura 3 ilustra o custo operacional por caixa
produzida (US$/caixa) no ano de 1993, início do experimento
de espaçamento simples, e o custo por componentes do
8
processo produtivo do espaçamento que proporcionou o
menor custo por caixa. Nota-se que quanto maior o
espaçamento, maior é o seu custo produtivo. O menor
espaçamento (7,0 x 2,0 m), destacado da figura, apresentou
o menor custo nesse período (US$ 1,21 por caixa). Desse
total, os componentes de produção, representados por mãode-obra, operação de máquinas, juros e insumos,
participaram com 49,1% (ROBERTO, 1994).
7x4
1,59
7x3
1,41
mão-de-obra (16,51%)
0,2
7x2
1,21
7x5
1,82
máquinas (21,82%)
0,26
juros (10,71%)
0,13
insumos (50,94%)
0,62
7x6
1,87
Custo US$ por caixa
Custo por componente
Figura 3. Custo operacional por caixa de 40,8 kg (US$/caixa) e
por componente de produção de laranjeira ‘Pêra’
enxertada em tangerineira ‘Cleópatra’ em cinco
espaçamentos aos cinco anos. EECB, 1993.
Segundo ROBERTO (1994), as principais conclusões
para a fase inicial foram: a) o espaçamento 7,0 x 2,0 m
apresentou menor média de diâmetro do tronco e volume
de copa; b) o espaçamento 7,0 x 2,0 m apresentou a maior
média de produção por área, e sua produção por planta foi
a menor somente em 1992; c) não foram constatadas
diferenças significativas quanto às propriedades qualitativas
dos frutos entre os tratamentos, a não ser quanto à altura,
em que o espaçamento 7,0 x 2,0 m apresentou a menor
média; d) o espaçamento 7,0 x 2,0 m apresentou o maior
custo operacional por área e o menor custo por caixa
produzida.
9
Espaçamentos Duplos
O ensaio de espaçamentos duplos foi instalado em
dezembro de 1987, na Estação Experimental de Citricultura
de Bebedouro (EECB), situada a 20o 57’ de latitude Sul, 48o
29’ de longitude WGr e a 579 m de altitude com clima Cwa,
segundo classificação de Köppen, e sem irrigação. O solo
em que o ensaio foi conduzido, de acordo com ANDREOLI
et al. (1994), é um solo Latossolo Vermelho-Escuro a
moderado, textura média.
Para formação das mudas do pomar experimental, todas
as borbulhas foram retiradas de uma única planta de laranjeira
‘Pêra’, clone premunizado, e o porta-enxerto, obtido de
sementes coletadas de uma só planta de tangerineira
‘Cleópatra’.
O preparo do local e o plantio foram realizados de
acordo com as recomendações técnicas de SANCHES (1980).
Todas as plantas receberam os mesmos tratos culturais e
fitossanitários, aplicados conforme a necessidade, segundo
as recomendações técnicas.
As adubações e calagens seguiram as recomendações
do GRUPO PAULISTA (1990) para a cultura dos citros no
Estado de São Paulo, na fase de formação. A partir do 5º
ano as adubações de produção foram por área, baseadas
na maior produção por planta obtida no espaçamento
7,0 x 6,0 m.
O delineamento experimental utilizado para estudar a
produção de frutos foi o de blocos casualizados, com 4
tratamentos e 4 repetições. Cada parcela foi composta de 20
plantas nos espaçamentos duplos e 10 plantas nos
espaçamentos simples. As avaliações de produções foram
feitas de 1991 a 2000, cujos dados são comentados.
As colheitas das safras foram executadas separadamente
para cada tratamento, posteriormente pesadas por parcela,
obtendo-se produção média em quilograma por planta e
10
por tratamento. A partir desses dados foi calculada a
produção em toneladas por hectare.
Para efetuar as análises físico-químicas dos frutos foram
coletadas amostras, que constaram de 10 frutos por parcela,
sendo determinados os pesos médios, a porcentagem de
suco,a altura e o diâmetro do fruto. Efetuou-se também a
análise dos sólidos solúveis totais por refratômetro, a acidez
por titulação com soda e a relação entre sólidos solúveis e
acidez, seguindo metodologias usuais.
Os demais tratos culturais foram os usuais das EECB,
sem irrigação. Colheram-se os frutos de cada parcela
quando os resultados das análises de frutos indicavam a
maturidade. A produção por área foi calculada extrapolando
os valores obtidos para produção por cada parcela para a
densidade de cada tratamento. A produção por planta foi
calculada dividindo-se a produção da parcela pelo número
de plantas.
Os resultados médios de produção por planta de 1991
a 2000 confirmam a maior produção média por planta no
espaçamento de 6x7 (simples), comparado aos duplos, com
o dobro do número de plantas/área, em todo período de
10 safras (1991-2000) (Tabela 4). Os resultados das
estimativas de produtividade baseados nas produções
médias por planta mostram a mesma tendência observada
no período inicial de produção (90-93), com os tratamentos
dos espaçamentos duplos induzindo a maiores
produtividades médias por área, até a safra de 2000.
Considerando as 10 safras para a combinação ‘Pêra’/
‘Cleópatra’, houve um retorno maior nos espaçamentos
duplos, na produtividade, mas, a partir da 8ª safra, a
tendência foi de equilíbrio, com produtividade pouco
menor no espaçamento simples (Tabela 4).
Foram testados espaçamentos duplos (Fotos 3 e 4),
com a finalidade de ter um número alto de plantas/ha e,
mesmo que viesse a morrer parte das plantas, manter, ainda
11
assim, uma densidade elevada. Nas primeiras 5 safras
avaliadas neste experimento, os dados médios totais de
produtividade (Tabela 4) indicam que os espaçamentos
duplos foram superiores em relação ao 7,0 x 6,0 m. Nas
últimas cinco safras, de 1996 a 2000, isso foi confirmado,
sendo o total acumulado maior para o espaçamento 7x4x2m
(Tabela 4).
Tabela 4. Produções médias (kg/planta) de laranjeiras ‘Pêra’/
‘Cleópatra’, em diferentes espaçamentos. EECB, 2001.
Ano
Espaçamentos (m)
7,0 x 5,0 x 1,0 7,0 x 4,5 x 1,5 7,0 x 4,0 x 2,0
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
13,328
37,558
66,103
89,223
97,228
49,690
72,470
41,613
63,488
79,968
Média
61,067
10,618
47,200
70,205
79,885
95,648
49,098
78,628
43,802
65,815
77,313
61,821
14,133
54,523
76,175
90,530
97,603
44,443
82,320
42,633
62,373
72,415
63,715
7,0 x 6,0
16,700
58,850
103,228
125,005
158,828
88,890
125,860
79,613
103,695
134,343
99,501
O vigor das plantas nos espaçamentos duplos foi maior,
pois representa a soma de 2 plantas, pois a partir do 5º ano
de plantio passam a formar uma só copa.
A produção por planta (Tabela 5) em dez safras
mostrou tendência sempre maior no espaçamento 6,0 x 7,0
m (menor densidade) em comparação aos espaçamentos
duplos (com o dobro da densidade de plantio), chegando
ao dobro em alguns anos.
12
Tabela 5. Produções médias (t/ha) de laranjeira ‘Pêra’ em ‘Cleópatra’,
em diferentes espaçamentos duplos. EECB, 2001.
Ano
Espaçamentos (m)
7,0 x 5,0 x 1,0 7,0 x 4,5 x 1,5
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
6,345
17,888
31,475
42,488
46,295
23,660
34,510
11,348
30,233
38,080
Acumulada 282,322
Média
28,232
7,0 x 4,0 x 2,0
7,0 x 6,0
5,058
22,478
33,433
38,043
45,548
23,383
37,440
10,703
31,340
36,815
6,728
25,965
36,273
43,110
46,478
21,165
39,198
10,815
29,700
34,483
3,978
14,013
24,578
29,765
37,818
21,165
29,965
10,305
24,690
31,988
284,241
28,424
293,915
29,392
228,265
22,827
Para qualidade de fruto ocorreu o mesmo que no ensaio
de espaçamentos simples, mas com menores variações no
peso médio e na coloração, pois no espaçamento duplo há
maior iluminação da copa, mesmo na formada por duas
plantas (Tabela 6). As variações anuais no índice tecnológico
são devidas ao clima.
Tabela 6. Dados médios de índice tecnológico (Kg SST/cx) para
frutos produzidos em diferentes espaçamentos duplos.
EECB, 2001.
Tratamentos
7,0 x 5,0 x 1,0
7,0 x 4,5 x 1,5
7,0 x 4,0 x 2,0
7,0 x 6,0
Média Tukey
1995
2,45
2,25
2,08
2,40
2,30
1996
2,62
2,61
2,55
2,54
2,58
1997
2,92
3,02
3,03
3,16
3,03
1998
2,33
2,31
2,21
2,05
2,23
1999
2,66
2,42
2,35
2,45
2,47
2000
2,86
3,00
2,85
2,86
2,89
13
A Figura 3 mostra que a produtividade foi maior nos
espaçamentos duplos até 1997. Em 1998 houve uma queda
drástica em todos os espaçamentos, e nos anos seguintes as
diferenças foram menores.
50,00
45,00
40,00
35,00
t/ha
30,00
7,0 x 5,0 x 1,0
25,00
7,0 x 4,5 x 1,5
20,00
7,0 x 4,0 x 2,0
15,00
7,0 x 6,0
10,00
5,00
0,00
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Anos
Figura 3. Produtividade por ano em diferentes espaçamentos
para ‘Pêra’/Cleópatra’. EECB, 2001.
Nas cinco primeiras safras os espaçamentos duplos,
ou seja, mais espaçamentos adensados, já demonstraram
superioridade, principalmente quanto à produtividade em
t/ha. Em alguns, como para os espaçamentos simples
adensados, o 7,0 x 2,0 m chegou a produzir o dobro do 7,0
x 6,0 m. Para os espaçamentos duplos, até o mesmo ano, a
produtividade acumulada ficou de 30 a 62% maior que no
espaçamento 6,0 x 7,0 m, respectivamente para 7,0 x 5,0 x
1,0 e 7,0 x 4,0 x 2,0, já mostrando que o 7,0 x 4,0 x 2,0
formava uma copa maior, com o fechamento na linha e
uma superfície de produção maior também. A produtividade
maior dos espaçamentos adensados (tanto duplo como
simples) deve ser devida basicamente ao maior número de
plantas, pois no duplo a densidade é o dobro do 6,0 x 7,0 m
(476 plantas/ha contra 238 plantas/ha), enquanto no simples
chegava até 3 vezes o número de plantas do 6,0 x 7,0 m, ou
seja, 714 contra 238 plantas/ha.
14
Apesar do custo de implantação ser maior nos
espaçamentos adensados, de 1,2 a 3 vezes nos espaçamentos
simples mais adensados de (7,0 x 5,0 até 7,0 x 2,0 m) e de
1,5 vez para os duplos, em relação ao simples 6,0 x 7,0 m
(Figura 4), os custos de produção, também inicialmente altos,
vão caindo com o tempo, sendo menores por caixa nos
espaçamentos mais adensados, chegando a ser nos
espaçamentos simples mais adensados (7,0 x 3,0 e 7,0 x 2,0
m) até 36% e 26% mais econômicos, comparados com o
custo do 6,0 x 7,0 m. Dados de cinco safras mostraram ganhos
de 15 a 55% para os espaçamentos simples e de 24 a 29%
para os duplos.
Outro fato importante constatado é que, mesmo não
irrigando o pomar, na região, com chuvas acima de 1.400
mm/ano, em média, desde que não haja longo período de
seca, não há prejuízos, mesmo nos plantios mais adensados.
O que pode haver é alternância, com baixa produção nos
anos de estiagem, o que ocorre em geral, isto é, em pomares
com qualquer densidade de plantio.
As práticas culturais como adubação, aplicação de
herbicidas e defensivos são as usuais, sendo mais
econômicas nos pomares adensados. Entretanto nestes o
uso da poda pode ser obrigatório. Nos dois experimentos
da EECB, com 13 e 14 anos, ainda não foi necessário podar,
mesmo nos espaçamentos menores. Os espaçamentos
duplos na linha levam alguma vantagem, pois as duas
plantas formam uma copa e há mais espaço entre elas, em
relação ao adensamento na linha, como por exemplo a 3
m (7,0 x 3,0 m), com o mesmo número de plantas/ha do
4,0 x 2,0 m (7,0 x 4,0 x 2,0 m).
Pode-se concluir que, até os 10 anos, os plantios
adensados são mais econômicos e rentáveis. Não houve
problemas de maior incidência de pragas ou doenças devido
ao uso de espaçamentos menores.
15
A Figura 4 ilustra o custo operacional por caixa
produzida (US$/caixa) no terceiro ano de produção (1993)
do experimento, e o custo por componente do processo
produtivo (US$/caixa) e sua participação porcentual no
espaçamento que proporcionou o menor custo de produção.
Nota-se que quanto maior a distância entre plantas
nos espaçamentos duplos, menor é o seu custo produtivo.
O espaçamento duplo menos denso (4,0 x 2,0 x 7,0),
destacado na Figura, apresentou o menor custo produtivo
nesse período (US$ 1,13/caixa). Desse total, os componentes
de produção, representados por mão-de-obra, operação de
máquinas, juros e insumos, participaram com US$ 0,17; 0,26;
0,12 e 0,58, respectivamente, cuja proporção está
representada pelas superfícies da coluna à direita.
O espaçamento 4,0 m x 1,0 m x 7,0 m deu custo de
US$ 1,30/caixa, indicando ser esse um espaçamento menos
eficiente em relação aos demais.
6x7
1,23
5x1x7
1,3
4x2x7
1,13
mão-de-obra (14,80%)
0,17
máquinas (23,33%)
0,26
juros (10,71%)
0,12
insumos (51,14%)
0,58
4,5x1,5x7
1,23
Custo por caixa
Custo por componente
Figura 4. Custo operacional por caixa de 40,8 kg (US$/caixa) e
por componente de produção da laranjeira ‘Pêra’
enxertada em tangerineira ‘Cleópatra’ em quatro
espaçamentos aos três anos. EECB, 1993.
Segundo ROBERTO (1994), as principais conclusões
foram:
16
a) os espaçamentos 5,0 m x 1,0 m x 7,0 m e 4,5 m x 1,5
m x 7,0 m apresentaram as menores médias de diâmetro de
tronco, e o espaçamento 4,0 m x 2,0 m x 7,0 m apresentou
a maior média de volume de copa entre os espaçamentos
duplos; b) o espaçamento 4,0 m x 2,0 m x 7,0 m apresentou
a maior média de produção por área, e não houve diferenças
significativas quanto à produção por planta entre os diversos
espaçamentos duplos; c) não foram constatadas diferenças
significativas quanto às propriedades qualitativas dos frutos
entre os tratamentos estudados; d) os espaçamentos duplos
apresentaram o mesmo custo operacional por área, e o
espaçamento 4,0 m x 2,0 m x 7,0 m apresentou o menor
custo por caixa produzida.
Segundo SOARES (1993), o IEA determinou que para
as regiões de Barretos, São José do Rio Preto e Campinas o
custo de produção é de US$ 1,77; 1,52 e 1,21 por caixa,
respectivamente, e que o custo médio ponderado de
produção para São Paulo era de US$ 1,50, a uma taxa de
desconto de 12% a.a. O mesmo autor afirmou que, em
pomares adensados, onde a média de plantas é de 330 plantas
por hectare, o custo de produção cai para US$ 1,32.
Os resultados obtidos nos diferentes experimentos
mostram que este tipo de adensamento de plantio é
economicamente viável, desde que adotado com moderação,
nos quais se obtiveram custos de produção inferiores àqueles
das principais regiões produtoras de citros do Estado de
São Paulo.
ADENSAMENTO DE ‘TAHITI’
No experimento, implantado em novembro de 1995,
são estudados os seguintes espaçamentos: 1- 4 x 1 m (2.500
plantas/ha); 2- 4 x 1,5 m (1.666 plantas/ha); 3- 4 x 2,0 m
(1.250 plantas/ha) e 4- 4 x 2,5 m (1.000 plantas/ha), para a
combinação lima-ácida Tahiti enxertada sobre trifoliata
“Flying Dragon”.
17
A altura máxima média atingida, aos 66 meses do plantio,
foi de 2,24 m, para as plantas do tratamento com plantio mais
adensado, sem diferir significativamente dos demais, nos quais
as alturas médias foram ao redor de 2,0 m. Já com relação ao
diâmetro da copa houve diferenças significativas, sendo que
as plantas do tratamento com plantio mais adensado
apresentaram diâmetro médio superior (2,75 m), enquanto as
dos demais tratamentos se situaram na faixa de 2,42 a 2,52 m.
Nos três anos avaliados, a produtividade foi sempre maior
no plantio mais adensado (2.500 plantas/ha) e decrescente
em função do aumento do espaçamento entre as plantas na
linha. Essa tendência se manteve na média do período, porém,
só houve diferenças significativas entre o tratamento com 2.500
plantas/ha, que apresentou a maior produtividade média (21,6
t/ha), e o tratamento com 1.000 plantas/ha (13,1 t/ha). As
densidades intermediárias não diferiram entre si e tampouco
das demais. Não ocorreram diferenças significativas induzidas
pelos tratamentos para as características de qualidade: sólidos
solúveis totais, peso e altura dos frutos. A acidez total titulável
dos frutos foi maior no tratamento com 1.666 plantas/ha, que
diferiu significativamente dos demais. O maior diâmetro médio
dos frutos ocorreu no tratamento com 1.000 plantas/ha, com
diferença significativa com relação ao tratamento com 1.666
planta/ha.
A Figura 5 ilustra a produção média (1998-2000) em
t/ha.
24
t / ha
20
16
12
8
4
4x1
4 x 1,5
4 x 2,0
4 x 2,5
0
Figura 5. Produtividade da lima ácida Tahiti / Flying Dragon em
diferentes densidades de plantio.
18
ANANICAMENTO DE PLANTAS
Fatores que determinam o tamanho das plantas cítricas
O tamanho das plantas é determinado por: variedade,
porta-enxerto, condições de solo, poda e outros tratos
culturais que influenciam o vigor e o hábito de crescimento.
Também o clima exerce uma grande influência. Em climas
secos, como os da bacia mediterrânea, do oeste dos Estados
Unidos e regiões similares, os cítricos produzem folhas um
pouco menores e mais espessas, entrenós curtos e copas
mais compactas que em regiões mais quentes e úmidas
como as dos estados do golfo do México, do Sudeste do
Brasil e regiões tropicais úmidas. As espécies e variedades
comerciais de cítricos alcançam normalmente alturas
compreendidas entre 4,5 e 12-15 m em árvores de 25-35
anos de idade (REUTHER, 1973). A planta é mais compacta,
e o espessura das folhas é tanto maior quanto mais seco e
frio é o clima (HODGSON, 1967). O número total de raízes
e a profundidade da zona explorada pelo sistema radicular
influenciam o tamanho das árvores e a produção (Ford,
1954a, citado por JONES & EMBLETON, 1973). Há uma
correlação positiva entre o peso de raízes nos 90 cm
superficiais do solo e a produção (Cahoon et al., 1959, citados
por JONES & EMBLETON, 1973). Há também uma correlação
positiva entre o desenvolvimento das raízes e o
desenvolvimento da copa (Salomon, 1985, citado por
GOLOMB, 1988).
Em solos argilosos o sistema radicular dos cítricos é
menos denso e bastante menos fibroso, e como conseqüência
o porte das árvores é menor. Por outro lado, os cítricos
cultivados em terras arenosas desenvolvem um potente
sistema radicular, com raízes numerosas, bem distribuídas e
fibrosas, o que faz que as plantas adquiram grande tamanho.
Quanto menor for a profundidade do solo, menores são o
19
porte e o desenvolvimento das plantas, como conseqüência
do deficiente desenvolvimento do sistema radicular por falta
de espaço para sua expansão (GONZÁLEZ-SICILIA, 1968).
Os cítricos cultivados em solos de pouca fertilidade também
são de menor porte (WHEATON et al., 1978). O efeito do
porta-enxerto no hábito de crescimento é de menor
importância mas tem grande influência na época de
maturação e na conservação dos frutos na árvore
(HODGSON, 1967).
Bitters (1949) e Krezdorn (1973), citados por CASTLE
e PHILIPS (1977), afirmaram que o porta-enxerto
possivelmente possui uma grande influência no controle do
tamanho das árvores. As variedades, por suas características
genéticas, têm comportamentos próprios e independentes
do efeito do clima, mas sofrem a influência do cavalo em
que são enxertadas (PASSOS & BOSWELL, 1979). Entre todas
as variedades apenas a tangerina Clausellina desenvolve
copas reduzidas, e em determinadas circunstâncias, as
Satsumas (TRÉNOR, 1987). Pomelos e limoeiros alcançam
grande desenvolvimento, enquanto as laranjas e tangerinas
se podem classificar como de tamanho intermediário.
Navelina e Clementina apresentam menor desenvolvimento
que Navelate, Valência Late, Washington Navel e Salustiana
(ZARAGOZA et al., 1981). A idade do material de propagação
tem também uma grande influência no tamanho das plantas,
sendo que as plantas originadas de material de origem
nucelar são mais vigorosas que as propagadas com material
envelhecido (BITTERS et al., 1979). BITTERS et al. (1981)
encontraram que quanto mais alto se efetuava o enxerto,
mais baixas eram as plantas e menor a produção aos 10
anos de idade. As alturas de enxerto de laranja Valência em
citrange Troyer e tangerina Cleópatra ensaiadas foram: 5,
15, 30, 45, 60 e 90 cm, e o enxerto a 15-30 cm se considerou
mais adequado. Os resultados obtidos apoiavam as
observações que foram efetuadas em uma ampla revisão
20
sobre o tema. Também MOREIRA & SALIBE (1981) chegaram
a conclusões parecidas.
MANEIRAS DE CONTROLE DO TAMANHO DAS
PLANTAS CÍTRICAS
Existem diversas possibilidades para se conseguir o
controle do tamanho das plantas nas explorações citrícolas;
entre elas destacam-se: emprego de porta-enxertos
ananicantes ou de vigor mediano, interenxertos de gêneros
afins ou do próprio gênero Citrus e uso de viróides.
Porta-enxertos
O porta-enxerto provavelmente possui a maior
influência no controle do tamanho das árvores (Bitters, 1949,
Krezdorn, 1973, citados por CASTLE & PHILLIPS, 1977).
Idealmente o tamanho das árvores deveria ser controlado
geneticamente. Materiais verdadeiramente anãos (genético)
teriam uma aplicação mais universal porque estariam menos
afetados por diferenças no tipo de cultivo, sensibilidade a
patógenos e tipos de solo (CASTLE & PHILLIPS, 1977).
Controlar o tamanho das plantas com o uso de porta-enxertos
é de interesse já que não aumentaria os custos de
estabelecimento e manejo dos pomares (ROOSE, 1990).
Portanto a melhor solução para um controle natural do
tamanho seria a seleção de variedades, porta-enxertos ou
combinações com características ananicantes ou de pouco
vigor. Com isso o manejo dos pomares poderia se dar sem
poda ou com uma poda mínima (PHILLIPS 1969; 1978a).
Um porta-enxerto ananicante é todo aquele que em
combinação com outras partes da planta e
independentemente da influência de patógenos, ambientais
ou outras resulte numa árvore adulta não maior que 2,5 m
de altura (CASTLE, 1978). PHILLIPS (1969; 1970) definiu
21
como porta-enxerto ananicante todo aquele que tenha um
efeito redutor do tamanho da copa. Ressaltou a distinção
entre nanismo verdadeiro, que ocorreria sem a influência
de patógenos, e nanismo induzido pela interação com
patógenos e/ou determinadas condições ambientais. Um
porta-enxerto ananicante ideal deveria ter os seguintes
qualificativos: tolerância à maior parte das enfermidades,
adaptação a uma ampla faixa de tipos de solos e de climas,
precocidade, facilidade de propagação, compatibilidade
com todas as variedades, conferir alta qualidade aos frutos
e ter crescimento inicial rápido (ROOSE, 1986). Uma série
de porta-enxertos foram descritos como ananicantes ou
semi-ananicantes. Mas não foi comprovado se trata de um
efeito devido ao próprio porta-enxerto ou à interação entre
este e determinados patógenos (ROOSE, 1986).
Trifoliata - Poncirus trifoliata
O Poncirus trifoliata e alguns de seus híbridos foram
considerados como possíveis cavalos ananicantes, já que as
copas enxertadas sobre eles mostram porte relativamente
pequeno. Por outro lado muitos desses efeitos podem ser
devidos à presença do complexo de viróides da exocorte
ou à má adaptação a determinadas condições de solo,
especialmente a solos arenosos onde o P. trifoliata se
comporta como subestandarde (PHILLIPS, 1978a; COHEN,
1968). Existem muitas seleções de P. trifoliata que podem
ser divididas em dois grandes grupos: de flores pequenas
(3,0-4,0 cm) e de flores grandes (5,5-6,5 cm). As do primeiro
têm hábito de crescimento arbustivo e muito ramificado, e
as do segundo apresentam crescimento ereto, sem
ramificações e com mais vigor em sementeira, de acordo
com Shanon et al. (1960) citados por PHILLIPS (1978a; 1969)
e por BITTERS et al. (1973). As seleções do grupo de flores
22
pequenas geralmente produzem plantas de menor tamanho,
com maior produção por volume de copa que as plantas
propagadas nas seleções de flores grandes (PHILLIPS, 1978).
Por isso as seleções de flores pequenas, principalmente a
‘Rubidoux’, predominam nos pomares plantados sobre P.
trifoliata a partir de 1950 na Califórnia (BITTERS et al., 1973).
O grupo de flores grandes representado pela seleção
‘Pomeroy’ dá geralmente árvores 15 a 20% maiores que o
grupo de flores pequenas, que por sua vez dá árvores 1520% menores que os padrões. O trifoliata ‘Rubidoux’ reduz
em 42% o tamanho de árvores de laranja Valência, em 46%
os de laranjas de umbigo e em 72% os de pomelos não
afetados por patógenos conhecidos (BITTERS et al., 1979).
Entretanto, segundo FORNER (1985), quando o P. trifoliata
é enxertado com variedades livres de exocorte e plantado
em solos ácidos, dá árvores que podem adquirir um volume
normal com boa produtividade e uma excelente qualidade
de fruta.
PHILLIPS & CASTLE (1977) encontraram que as
seleções de trifoliata ‘English Small’, ‘Christiansen’ e
‘Rubidoux davam’ plantas semi-anãs. A seleção ‘English
Small’ deu as plantas menores e mais produtivas em relação
ao tamanho da copa de laranja Valência. As plantas sobre
limão Rugoso, que serviram de testemunhas, alcançaram
um volume de copa de 14,3 m3, enquanto as seleções
apresentaram 3,3; 3,6 e 4,1 m3 aos 15 anos de idade. Foi
sugerido que esse efeito se devesse às condições de solo
arenoso da localidade em que se efetuou o experimento,
mas a possibilidade de que se tratasse de nanismo
verdadeiro não foi excluída. Em contrapartida, 10 clones
de P. trifoliata avaliados com copa de limão Lisboa não
mostraram diferenças significativas em produção, eficiência
de produção e superfície de copa (Sarooshi & Broadbent,
1992, citados por BROADBENT, 1993). RECUPERO (1990)
descreveu o comportamento de duas plantas de origem
23
zigótica de P. trifoliata com características ananicantes.
Esses resultados indicaram a possibilidade de transferir as
características ananicantes de P. trifoliata por hibridação
genética.
‘Flying Dragon’ - Poncirus trifoliata var. monstrosa
O trifoliata ‘Flying Dragon’ é o único porta-enxerto
ananicante verdadeiro conhecido atualmente. Originou-se
por mutação do P. trifoliata. Caracteriza-se por ter os
espinhos curvados para baixo e crescimento dos ramos em
zig-zag. Há poucos experimentos sobre este porta-enxerto,
mas suas características são similares às do trifoliata. É
tolerante a tristeza, Phytophthora e nematóides, mas
susceptível a exocorte. Apresenta pouca adaptação a todos
os tipos de solo, com desenvolvimento pobre em solos
alcalinos e em arenosos. Induz tolerância ao frio. Só apresenta
problemas graves de incompatibilidade com o limão Eureka.
Sua precocidade não está claramente definida. Sua
multiplicação é trabalhosa. Resulta em plantas com tamanho
de 33% do estandarde (ROOSE, 1990; ROOSE, 1986;
PEHRSON, 1986; BITTERS et al., 1979; FORNER, 1985). O
caráter ananicante do trifoliata ‘Flying Dragon’ é transmitido
geneticamente. Portanto apresenta um grande potencial em
programas de melhoramento para a obtenção de híbridos
como citranges e citrumelos, que apresentam melhores
características agronômicas, ou para identificar e transferir o
gene do nanismo por processos de engenharia genética
(ROOSE, 1986).
RECUPERO (1990) afirmou que quando ‘Flying Dragon’
foi o progenitor masculino em cruzamentos com laranja
Azeda, não foi capaz de transmitir o hábito de crescimento
em zig-zag a nenhum dos mais de 100 híbridos obtidos.
Haveria de se comprovar se os híbridos possuem as
características ananicantes e se estas estão ligadas ao hábito
24
de crescimento em zig-zag. RECUPERO et al. (1992)
confirmou que o ‘Flying Dragon’ é geneticamente capaz de
induzir nanismo das copas. Entretanto não foi capaz de
retardar o crescimento de limoeiros aos 5 anos de idade. As
variedades ‘Valência Late’ e ‘Washington navel’ são mais
afetadas que as variedades ‘Tarocco’ e ‘Sanguinello Moscatto’
no desenvolvimento das copas. WHEATON et al. (1991)
encontraram que ‘Flying Dragon’ aos 7 anos de idade não
deu uma boa produção. O volume de copa das diversas
variedades ensaiadas foi em torno de 3,0 m3. Em um trabalho
plantado em 1987 na Austrália, ‘Flying Dragon’ deu árvores
com 64% do tamanho do estandarde. As plantas de limão
Lisboa em ‘Flying Dragon’ apresentaram menor tamanho,
produção acumulada 50% menor que as plantas sobre os 4
melhores clones de Trifoliata (‘Swingle’, ‘Christiansen’,
‘Chinese Large Flower’ e seleção Australiana 22)
(BROADBENT, 1993).
O desenvolvimento de ‘Flying Dragon’ é lento no
primeiro ano no campo. Seu crescimento se acelera entre
1,5 e 2,5 anos de idade. A redução da altura das plantas
esteve entre 20 e 25% aos 3 anos. A produção por unidade
de volume de copa das plantas de distintas variedades sobre
‘Flying Dragon’ foi 3 a 6 vezes a das combinações sobre
Citrus macrophylla. A lima ácida ‘Tahiti’ sobre ‘Flying Dragon’
apresentou precocidade com produção já no segundo ano
da implantação (MANDEMBA-SY et al., 1993).
Interenxertos e gêneros afins
O uso de interenxerto foi proposto como uma
alternativa com potencial para produzir nanismo em plantas
cítricas, com a vantagem adicional de poder usar portaenxerto com as características mais apropriadas às condições
de solo e/ou ocorrência de enfermidades. O interenxerto
pode influenciar tanto o cavalo como a copa e ser
25
influenciado por ambos. Algumas variedades ou espécies
mostraram efeito ananicante quando utilizadas como
interenxerto, que não apresentam como porta-enxertos
(PHILLIPS, 1978a). Entre elas, as espécies afins Citropsis
giletiana e Clymenia poliandra foram consideradas como
as mais promissoras.
Em seu clássico trabalho no qual estudaram as
possibilidades do uso de gêneros afins como porta-enxertos
e interenxertos para limão Eureka e Lisboa e laranjas Valência
e Washington Navel, BITTERS et al. (1977) encontraram
resultados muito variáveis no que se refere a produtividade
e tamanho das plantas, que oscilaram entre 25 e 75% do
tamanho padrão. Indicaram como prometedores os gêneros
Clymenia, Microcitrus, Eremocitrus e Citropsis. KREZDORN
(1978), analisando as plantas do estudo de BITTERS et al.
(1977), destacou como interenxertos promissores os
seguintes: Feronia limonia, Hesperethusa crenulata, Citropsis
giletiana e Clymenia poliandra.
O uso de uma variedade de Satsuma anã (Noda) como
interenxerto para a combinação de Satsuma Tachikawa como
copa e P. trifoliata como cavalo resultou em plantas com
menor vigor de copa, menor produção e menor crescimento
do cavalo. Esses efeitos foram incrementados com o
envelhecimento das plantas (Iwasaki et al., 1961, citados
por BITTERS et al., 1981). BITTERS et al. (1981) estudaram
o efeito da altura e do comprimento de interenxertos
recíprocos de tangerina Cleópatra e citrange Troyer na
produção e tamanho das plantas de laranja Valência. As
alturas de inserção dos interenxertos de 15 cm foram 5, 15,
30 e 45 cm, com uma testemunha sem interenxerto. Como
testemunha adicional, cada cavalo foi auto-interenxertado
com uma peça de 15 cm. Também foram ensaiados diferentes
comprimentos de interenxerto (5, 15, 30, 45 e 60 cm)
colocados a 15 cm de altura.
Os diferentes tipos de inter-enxertos deram poucas
diferenças nas características analisadas. O tamanho das
26
plantas e a produção foram tanto menores quanto maior a
altura de inserção do interenxerto. Os cavalos autointerenxertados mostraram maior redução de porte que os
interenxertados reciprocamente. Os dois porta-enxertos,
quando foram auto-interenxertados a 15 cm de altura e com
15 cm de comprimento de interenxerto tiveram
comportamentos similares, isto é, redução do tamanho das
copas em torno de 30%, bem como da produção.
ASHKENAZI et al. (1992) observaram que plantas de 6 anos
de pomelo Star Ruby com interenxerto de ‘Flying Dragon’
sobre os cavalos de laranja Azeda, citrumelo Swingle, limão
Volkameriano e limão Cravo apresentavam volumes de copa
de 65,9; 65,3; 59,3 e 52,6%, respectivamente, das plantas
sem interenxertos.
Resultados similares foram encontrados quando
compararam árvores de 5 anos de idade sobre ‘Flying Dragon’
com outras sobre laranja doce com interenxerto de ‘Flying
Dragon’. O trifoliata ‘Flying Dragon’ usado como interenxerto
causou uma redução considerável da copa de laranja Valência
tanto com o citrange Troyer como com P. trifoliata como
cavalos. A redução média foi de 37,5% em comparação com
as plantas sem interenxertar. Por outro lado, ‘Flying Dragon’
como porta-enxerto produziu uma redução de 67% em
relação ao citrange Troyer e 65% em relação ao P. trifoliata
(ROOSE, 1990).
Agentes biológicos
Determinados patógenos afetam o desenvolvimento
das plantas alterando a taxa de crescimento, frutificação,
qualidade dos frutos e a nutrição mineral. Xiloporose e
exocorte têm um efeito ananicante ligeiramente superior ao
da tristeza, e a sorose tem o menor efeito. Os efeitos das
enfermidades individuais são aditivos. Árvores com 1, 2, 3
ou 4 das enfermidades citadas apresentaram um tamanho
de copa médio de 88, 75, 68 e 66% do tamanho das sem
27
inocular (SMITH et al., 1973). Sempre que se trata de formas
de ananicamento, o uso de patógenos é uma referência
obrigatória, sendo a exocorte e a tristeza as duas consideradas
sempre. A primeira vem sendo estudada com o propósito
de produzir nanismo, e a segunda apenas sugerida para
países onde é endêmica (ROOSE, 1986).
Exocorte
A exocorte dos cítricos foi descrita pela primeira vez
em 1948 na Califórnia como causadora de escamação na
casca e diferentes graus de nanismo em Poncirus trifoliata
enxertado com determinadas variedades cítricas. Quase
simultaneamente, foi demonstrado que uma alteração de
características muito similares e que era conhecida como
“scally butt” na Austrália desde da década de 30 era
transmissível por enxertia. Hoje se sabe que essas duas
enfermidades e outra detectada no Texas, Louisiana e Brasil
ao se enxertarem determinadas variedades sobre limoeiro
Cravo (Citrus limonia) e que foi denominada “enfermidade
do limão Cravo” são uma mesma enfermidade (DURAN-VILA,
1989a; b; ROISTACHER, 1991).
SEMANCIK & WHEATHERS (1972) demonstraram que
o agente responsável pela exocorte, anteriormente atribuída
a um vírus, na verdade é um viróide, denoninado Citrus
Exocortis Viroid (CEV). Em condições de campo a exocorte
produz caneluras verticais, escamação e descamação da
casca, manchas amarelas nos brotos tenros e nanismo em P.
trifoliata e híbridos do grupo citrange, algumas variedades
de lima (Citrus aurantifolia) e limão (Citrus limon), no limão
Cravo (Citrus limonia), em toranja (Citrus grandis) (DURANVILA, 1989a,b), bem como na lima ácida Tahiti (Citrus
latifolia) (SALIBE & MOREIRA, 1965). Nas primeiras
descrições da enfermidade e em trabalhos posteriores já se
especulava sobre a possível existência de distintas raças do
28
viróide da exocorte (FRASER & LEVITT, 1959; CALAVAN &
WHEATHERS, 1961; ROSSETTI, 1961; SALIBE & MOREIRA,
1965). Foram descritas, em inoculações realizadas em P.
trifoliata, diferenças no período de incubação (desde a
inoculação até a aparição de sintomas), distintos graus de
nanismo, assim como diferenças notáveis na intensidade de
escamas, rachaduras e caneluras na casca das plantas
inoculadas (DURAN-VILA, 1989a; b). Em 1964, definiu-se o
uso de cidra ‘Etrog’ (Citrus medica) como um indicador
rápido para a exocorte capaz de detectar também as raças
que não causavam sintomas típicos em P. trifoliata e limoeiro
‘Cravo’ (OLSON, 1968). DURAN-VILA (1989b) propôs a
terminologia de fonte de exocorte para qualquer tipo de
material de campo que dê reação positiva em qualquer teste
diagnóstico. Como isolado de exocorte se deve considerar
uma fonte que tenha sido caracterizada quanto a: a) a sintoma
em cidreira ‘Etrog’; b) número e tipo de viróides determinados
por seu perfil eletroforético. O conceito de raça ficaria
restringido aos viróides de seqüência de bases conhecida
em que se possam detectar pequenas variações nessa
seqüência. As plantas de citros afetadas por exocorte
apresentam um nanismo que pode ser desejável, já que
continuam produzindo frutos de boa qualidade. Em Fort
Pierce, Flórida, estudou-se o efeito de 4 fontes de exocorte
(2 de laranja ‘Valência’ (Citrus sinensis) e 2 de pomelo ‘Ruby’
(Citrus paradisi) propagadas sobre P. trifoliata e limoeiro
‘Cravo’ e comparadas com as sobre limoeiro ‘Rugoso’(Citrus
jambhiri) e laranjeira ‘Azeda’(Citrus aurantium).
Em condições de solo argiloso com pH elevado, as
reduções em diâmetro de copa e altura de planta foram de
42 e 50% para P. trifoliata e 34 e 33% para o limoeiro ‘Cravo’
quando inoculados com uma fonte de pomeleiro ‘Ruby’
portador de forma severa. A redução na produção acumulada
por árvore em 18 anos foi 76 e 52% para P. trifoliata e
limoeiro ‘Cravo’, respectivamente, em comparação com a
29
testemunha sobre limoeiro ‘Rugoso’. Já em solo arenoso e
ácido a redução do diâmetro da copa foi de 57 e 60%, e da
altura, 19 e 25%, e da produção foi de 86 e 14%. A forma
severa presente em laranjeira ‘Valência’ nas mesmas
condições de solo em P. trifoliata reduziu a altura em 50%,
o diâmetro da copa em 40% e a produção em 78%, enquanto
a forma débil o fazia em 20, 18 e 55%, respectivamente.
Com o limoeiro ‘Cravo’ a redução foi de 40% em diâmetro e
altura, e de 66% na produção para a forma severa e de 14%
em ambas as medidas para a fonte débil com uma redução
na produção de 13% (COHEN, 1968).
A intensidade da expressão de sintomas, a redução do
crescimento da copa e da produção são sempre mais elevadas
em P. trifoliata que em limão Cravo. O grande vigor deste
último foi sugerido como uma possível explicação
(MOREIRA, 1959). Há um maior nanismo em árvores de P.
trifoliata quando a exocorte se soma à tristeza (ROISTACHER,
1991). SALIBE (1965) sugeriu o prazo de 5-13 dias para que
o então chamado vírus da exocorte passasse da gema
portadora ao cavalo inoculado. Encontrou que em 20 dias
desde a inoculação o “vírus” havia passado ao cavalo e
descido 60 cm no mesmo. A mobilidade desde as raízes até
a copa foi considerada muito lenta. CALAVAN et al. (1968)
inocularam 10 laranjeiras ‘Valência Campbell’ nucelar sobre
P. trifoliata, com borbulhas de limoeiro ‘Eureka’ portador
de exocorte e livre de outras viroses. Essas plantas foram
plantadas em campo juntamente com árvores enxertadas
com borbulhas indexadas como testemunha.
A produção das plantas inoculadas foi maior nos anos
iniciais do pomar, porém essa produção era sem importância
econômica. Aos 10 anos as árvores inoculadas produziram
apenas 58% em peso e 53% em número de frutos da produção
das testemunhas. O efeito da exocorte no crescimento das
plantas já pôde ser observado aos 2 anos do plantio. Aos 4
anos o grau de ananicamento médio era da ordem de 46%,
30
com uma redução da área de seção transversal do tronco
das plantas inoculadas de 58%. As plantas contaminadas
apresentaram menor tendência à alternância de produção.
A redução na produção de frutos foi atribuída à redução na
superfície produtiva causada pela redução do tamanho das
plantas. As fontes usadas causaram em cidra ‘Etrog’ as típicas
reações das formas severas, enquanto as formas débeis
causaram pouco ou nenhum nanismo nessa indicadora, assim
como pouca ou nenhuma escamação e/ou nanismo em
plantas sobre P. trifoliata.
YAMADA & TANAKA (1971) reportaram que árvores
de pomelo Marsh enxertado sobre P. trifoliata com sintomas
de exocorte tinham uma altura de 2,2 m aos 30 anos de
idade, enquanto as árvores sobre Yuzu (Citrus junos) e
Yamamikan (Citrus reticulata), que não mostravam sintomas,
tinham 3,5 e 4,3 m, respectivamente. O diâmetro das plantas
variou entre 2,8 e 3,4 m para P. trifoliata e 4,6 e 5,4 m para
Yamamikan. A produção das plantas contaminadas foi 35%
e 21% da produção alcançada por Yuzu e Yamamikan,
respectivamente.
Em outro estudo no qual se mediu o comprimento
dos ramos das plantas de ‘Satsuma Owari’ (Citrus unshiu)
sobre P. trifoliata, inoculadas com exocorte aos dois anos
de idade no viveiro, observou-se uma redução entre 10 e
40% nos brotos aos 3 anos. Plantas sobre porta-enxertos
susceptíveis após atingir determinado tamanho têm uma
reação de nanismo pouco pronunciada quando inoculadas
com exocorte (GARNSEY & WHEATHERS, 1971).
Árvores adultas inoculadas com uma fonte severa de
exocorte não mostraram diferenças depois de 5 anos da
inoculação em relação à testemunha não inoculada. As
variedades usadas foram: tangerinas ‘Cravo’ e ‘Dancy’, tangor
‘Murcote’, laranjas ‘Hamlin’, ‘Barão’, ‘Baianinha’, ‘Navel’ e
‘Valência’ (todas nucelares) e lima ácida ‘Tahiti’ enxertadas
sobre limoeiro ‘Cravo’. Todas as plantas inoculadas deram
31
reação severa em cidra Etrog (SALIBE, 1980). POMPEU
JÚNIOR et al. (1971) procederam à inoculação de clones
velhos e novos de laranja ‘Piralima’ livres de exocorte sobre
limoeiro ‘Cravo’ com raça severa de exocorte, ao mesmo
tempo da enxertia. Aos dez anos de idade, a redução da
circunferência do tronco 10 cm acima do ponto de enxertia
dos clones infectados foi de 20,3% para os clones velhos e
22,3% para o clone novo. Aos 10 anos da inoculação com
exocorte, árvores de laranja ‘Valência’ sobre limoeiro ‘Rugoso’
apresentaram 11 e 13% de redução no crescimento do cavalo
e da copa (SMITH et al., 1973).
Árvores de laranja ‘Washington Navel’ sobre P.
trifoliata, originadas de gemas de uma árvore portadora de
exocorte, apresentaram altura média de 1,89 m e diâmetro
da copa de 2,13 m aos 15 anos de idade, e aos 18 anos a
altura média foi de 1,98, e o diâmetro, 2,56 m. O controle
apresentou 3,38 m de altura e 3,54 m de diâmetro aos 15
anos e aos 18, 3,66 e 4,33 m (LONG et al., 1972).
O conceito de raças de exocorte foi definido por
diversos autores ao observarem diferenças na severidade
dos sintomas e no período de incubação. Entretanto é
evidente a imprecisão desses critérios. Três fontes de exocorte
foram classificadas em fraca, moderada e forte baseando-se
nos sintomas em cidra ‘Etrog’ cv Arizona 861. A fonte fraca
causou ligeiro escurecimento na base do pecíolo e na parte
inferior das nervuras principais, epinastia moderada ocasional
e pouco ou nenhum nanismo. A fonte moderada causou
epinastia das folhas, rachaduras acentuadas das nervuras
centrais e nanismo ligeiro a moderado nas plantas. A fonte
forte ocasionou epinastia acentuada, pequenas pústulas ou
rachaduras verticais nos ramos e um elevado nanismo. As 3
fontes permaneceram estáveis em transferências em série à
cidra ‘Etrog’ (KAPUR et al., 1974). RODRIGUEZ et al. (1974)
usaram 8 fontes de exocorte, 2 classificadas como severas e
6 como débeis (Moreira, 1941 apud RODRIGUEZ et al., 1974),
32
para inocular plantas de laranjeira ‘Hamlin’ nucelar sobre
limoeiro ‘Cravo’ no viveiro, e dois anos depois as mudas
foram plantadas.
A produção média total das árvores inoculadas com as
6 fontes débeis para o período dos primeiros 4 anos de
produção comercial foi de 68,4 kg por árvore. Os controles
sem inocular produziram 68,3 kg, e os inoculados com a
fonte severa, 59,1 kg, ou seja, 13% menos. As distintas fontes
débeis deram os seguintes volumes de copa aos 8 anos:
14,5; 18,51; 13,53; 12,09; 14,20; 15,48 m3; as severas, 10,59 e
8,46 m3, e a testemunha, 22,86 m3. A média para as fontes
débeis foi 14,72 m3, para as severas, 9,50 m3, e a testemunha,
22,86 m3. As análises tecnológicas dos frutos indicaram que
não houve adiantamento na maturação nas plantas
inoculadas, e que os conteúdos em sólidos solúveis e em
ácido cítrico foram iguais para todos os tratamentos.
COHEN (1974) estudou o efeito de 2 fontes de exocorte
classificadas como severa e moderada com base na reação
em cidra e em observações das plantas matrizes. Essas fontes
foram inoculadas por enxertia em plantas de 15 meses de
pomeleiro ‘Marsh’ nucelar sobre os cavalos: tangerineira
‘Cleópatra’, laranjeira ‘Hamlin’, Citrus macrophylla, limoeiro
‘Cravo’, limoeiro ‘Rugoso’, laranjeira ‘Azeda’, P. trifoliata de
flores pequenas, limeira ‘Columbia’ e P. trifoliata de flores
grandes. O efeito da exocorte no tamanho das plantas foi
muito evidente. O tamanho médio das plantas com cavalos
sensíveis inoculados foi significativamente menor que o das
plantas testemunhas não inoculadas, enquanto não se
observou nenhuma redução no tamanho das plantas com
porta-enxertos tolerantes. Aos 8 anos a fonte severa produziu
escamação em todas as árvores sobre P. trifoliata de flores
pequenas e em 5 das 6 sobre P. trifoliata de flores grandes.
Em limoeiro ‘Cravo’ ocorreram sintomas menos acentuados
de escamação em 4 das 6 plantas inoculadas. Apenas uma
árvore inoculada com a fonte moderada mostrou sintomas
33
de escamação e sintomas débeis em uma árvore sobre P.
trifoliata de flores pequenas. Nenhuma das fontes induziu
escamação nos demais porta-enxertos do ensaio.
POMPEU JÚNIOR et al. (1975) relataram o efeito
ananicante da exocorte em limoeiro ‘Cravo’ e diversas
laranjeiras doces como cavalos, com sintomas de escamação
típicos no primeiro, quando a copa era laranjeira ‘Hamlin’
de clone velho portadora de exocorte. Em um estudo
comparativo de 8 clones de laranja Hamlin (todos livres de
sorose e xiloporose), 4 nucelares, 2 velhos e 2 portadores
de exocorte fraca e severa, as árvores infectadas com a fonte
fraca deram maior produção e maior copa que as com a
fonte severa. Os dois clones portadores de exocorte
apresentaram o menor tamanho: 2,4 m de diâmetro e altura
para a fonte moderada e 2,2 m de diâmetro e altura para a
fonte severa (POMPEU JÚNIOR, 1976).
COHEN et al. (1980) estudaram o efeito de inoculações
de 8 fontes de exocorte nas variedades de laranjeira
‘Pineapple’ e ‘Valência’, nas de pomeleiro ‘Ruby’ e ‘Marsh’ e
na tangerineira ‘Dancy’. Os porta-enxertos foram P. trifoliata
cv. ‘Rubidoux’, citrangeiro ‘Carrizo’, limoeiro ‘Cravo’, limoeiro
‘Rugoso’ e laranjeira azeda. A inoculação se realizou aos 6
meses do plantio empregando fontes classificadas em severas
e moderadas, tendo como base o aspecto das plantas fonte.
A redução do diâmetro da copa das árvores esteve de acordo
com a classificação das fontes em severas, moderadas e
fracas. A produção também foi afetada na mesma ordem, e
a escamação esteve associada com as fontes severas. Por
outro lado as plantas inoculadas com as fontes severas
apresentaram os maiores índices de eficiência produtiva
(diâmetro da copa/produção em caixas por árvores). As
árvores sobre os cavalos laranja azeda e limão ‘Rugoso’
inoculados com fonte severa foram menos produtivos que
os não inoculados. A variedade fonte não influiu no efeito
da exocorte.
34
SHAKED et al. (1984) classificaram duas fontes de
exocorte em forte e fraca pelos sintomas e efeitos nas árvores
fontes. A inoculação dessas fontes foi feita pela enxertia de
dois escudos 5 cm acima e abaixo do ponto de enxertia.
SALIBE (1986) reportou que a produção durante as 4
primeiras safras de limeira ácida ‘Tahiti’ sobre limoeiro ‘Cravo’
aumentou de 30 a 40% em pomares experimentais e
comerciais devido ao uso na propagação de gemas
portadoras de “raças” fracas de exocorte. Também aumentou
a produção de frutas temporãs. A redução do tamanho das
plantas esteve entre 10 e 50%. O uso de uma combinação
de laranjeira ‘Atwood navel’, portadora de exocorte com
sintomas fracos, sobre P. trifoliata plantada a densidades
entre 331 e 800 plantas/ha permitiu atrasar o início da poda
e a redução do ‘stand’ (por eliminação de uma planta a
cada 3), já que até os 8 anos essas operações não foram
necessárias. A altura média das plantas foi de 2,4 m aos 8
anos (BOSWELL & ATKIN, 1978).
Árvores de clones velhos de pomelo ‘Marsh Seedless’
portadoras de CEV e xiloporose sobre 8 porta-enxertos foram
estudadas numa densidade de 660 plantas/ha. As produções
geralmente foram boas, e houve uma boa relação entre o
tamanho das plantas e a produção por árvore. O limoeiro
‘Cravo’ se destacou por ter a maior produção por volume de
copa. Apenas as plantas de P. trifoliata mostraram nanismo
aos 14 anos. O grau de nanismo variou segundo a seleção
de P. trifoliata: ‘Rubidoux’ deu árvores menores, ‘Benecke’,
as maiores e ‘Local’, intermediárias. Os citrangeiros ‘Troyer’
e ‘Carrizo’ e o limoeiro ‘Cravo’ deram árvores semi-anãs. A
qualidade da fruta foi pouco afetada pelos tratamentos e se
situou dentro dos limites normais (AMIR et al., 1988). MÜLLER
& COSTA (1991) afirmaram haver a possibilidade da exocorte
reduzir o tamanho das plantas sem, contudo, reduzir o
tamanho dos frutos. As espécies sensíveis são P. trifoliata e
seus híbridos, limão Cravo, cidras, limas ácidas e limões. Os
35
sintomas da doença aparecem geralmente entre os 4 e 7
anos de idade das plantas. A transmissão se dá pela união
de tecidos de planta infectada e pode ser transmitida
mecanicamente por instrumentos de corte, sendo que a
eficiência da transmissão mecânica varia com a planta
receptora e a doadora e com a extensão do ferimento causado
no floema.
AGENTES ANANICANTES TRANSMISSÍVEIS POR
ENXERTIA
Devido a uma série de circunstâncias, na citricultura
australiana, o porta-enxerto P. trifoliata foi proposto como
alternativa aos demais, apesar da grande variabilidade em
tamanho e forma das árvores no campo (FRASER &
BROADBENT, 1980). FRASER & LEVITT (1959) afirmaram
que o nanismo das plantas enxertadas sobre P. trifoliata
podia ocorrer sem a presença das escamações características
de exocorte e sugeriram que seria devido à ocorrência de
um fator ananicante (“graft transmissible dwarfing agent” GTDA) distinto da exocorte. O grau de nanismo causado
por esse fator ananicante em condições de campo foi
classificado em ligeiro, moderado e severo. Foi classificado
como severo quando as árvores afetadas tinham um tamanho
comparável ao das infectadas com exocorte.
As diferenças entre as plantas com nanismo permanente
e as normais não foram notadas facilmente aos 3-4 anos,
mas sim aos 8-10 anos, e foram mais pronunciadas com a
idade. O cavalo das plantas portadoras de GTDA tinha o
diâmetro maior que o tronco da copa, formando uma base,
enquanto as plantas normais tinham o tronco que aumentava
em grossura progressivamente em direção às raízes (FRASER
et al., 1961). Os resultados preliminares já indicavam a
transmissibilidade dos GTDA, que se manifestava na
multiplicação de gemas de árvores portadoras, de forma
36
similar ao descrito por Benton et al. (1950) citados por
FRASER & BROADBENT (1980) para a exocorte. Nove
seleções portadoras de fatores ananicantes (‘dwarfing
budlines’) que, à exceção de dois, apresentavam uma reação
positiva em cidra e diferentes sintomas nas árvores matrizes
foram inoculadas em laranjeiras ‘Bellamy Navel’ de origem
nucelar sobre P. trifoliata.
Três seleções reduziram marcadamente o tamanho das
árvores, a produção, e a relação produção/tamanho das
plantas inoculadas foi mais elevada que nos controles. A
qualidade da fruta não foi alterada significativamente em
nenhum caso (FRASER E BROADBENT, 1980). Ainda
segundo os autores, a transmissão de exocorte por inoculação
foi em torno de 75 a 80%. Cinco fontes de fatores ananicantes
foram inoculadas em quatro variedades de laranja (‘Belamy’
e ‘Herps’ “navel”, valências ‘Nurton’ e ‘Bailey’) sobre P.
trifoliata, citrangeiro ‘Troyer’ e citrangeiro ‘Carrizo’. Quatro
delas se mostraram fracas, pois causavam uma redução do
tamanho das árvores sem causar outros efeitos deletérios.
Uma quinta induziu sintomas típicos de exocorte. A
inoculação com as fontes fracas causou uma redução de
tamanho das plantas em P. trifoliata de aproximadamente
50%, enquanto a severa produziu uma redução de 80%. A
redução do tamanho das árvores sobre citranges foi de 25%
e 50% respectivamente.
Esses resultados foram similares em duas localidades
distintas. A altura das árvores de laranjas do grupo navel
sobre P. trifoliata foi de 2,1 m aos 10 anos, com redução de
superfície da copa de 57%, para a fonte fraca. Os citranges
são menos influenciados por esse fator, já que as árvores
alcançaram 2,7 m de altura em comparação com os controles
não inoculados, e a redução da área de superfície da copa
foi de 28%. O limão ‘Cravo’ inoculado com as fontes fracas
apresentou uma redução de tamanho de apenas 18%. A
produção por metro quadrado de superfície das plantas
37
inoculadas foi similar à das testemunhas, já que a redução
na produção foi proporcional à redução da área de superfície
de copa (BROADBENT et al., s.d.). Nos ensaios citados,
todas as linhas davam reação positiva em cidra mas somente
uma causava descamação em P. trifoliata. As quatro linhas
fracas não diferiram significativamente entre si nos
parâmetros analisados, mas foram observadas diferenças
entre a testemunha sem inocular e a linha portadora de
exocorte. Seus efeitos no crescimento foram notados com
maior clareza com o início da frutificação (BEVINGTON &
BACON, 1977).
Os sintomas de nanismo começam a notar-se aos 4
anos da inoculação dos agentes acima citados, sendo que
há uma vantagem em termos de produção quando a
inoculação se faz entre o 2º e 4º anos em relação à inoculação
no viveiro, ou no 1º ano, ou propagação com gemas préinoculadas (LONG et al., 1977). DUNCAN et al. (1978)
afirmaram que a inoculação com fontes de fatores
ananicantes através da borbulha é eficiente na redução do
tamanho de plantas cítricas enxertadas sobre P. trifoliata,
citrangeiros ‘Carrizo’ e ‘Troyer’ e limoeiro ‘Cravo’. Quando a
inoculação é feita no viveiro, o ananicamento é maior do
que quando feita com 1 ano no campo e decresce até o
quinto ano. Plantas em P. trifoliata, inoculadas no viveiro
com fatores fracos, aos 10 anos de idade mostraram redução
de 50% da superfície da copa, enquanto as enxertadas em
citranges e limoeiro ‘Cravo’ apresentaram 25% e 18%
respectivamente. Os citranges e P. trifoliata inoculados com
fatores fortes mostraram redução de 50 e 70%
respectivamente, sendo essa redução uniforme.
A redução na produção por planta é proporcional à
redução de porte, não sendo alterados o tamanho e a
qualidade do fruto. Como conseqüência desses resultados,
considerados como promissores, foram estabelecidos
diversos campos de demonstração em fazendas de
38
particulares em New South Wales, na Austrália, para estudar
o comportamento de árvores anãs plantadas a altas
densidades em distintas condições de solo e cultivo. Para
isso se ditaram normas de cumprimento obrigatório que
impunham a necessidade de empregar variedades livres de
enfermidades, que apresentassem um comportamento
agronômico previsível e que na inoculação só se utilizariam
formas fracas que não causassem escamação. A inoculação
se fez em viveiros isolados ou em campo durante o primeiro
ano do plantio (DUNCAN et al., 1978). Desde o início dos
anos 70 foram implantados cerca de 53 ha desses campos.
O espaçamento predominante foi de 5,0 x 2,0 m, ou seja,
1.000 plantas/ha. O porta-enxerto P. trifoliata predominou.
A experiência adquirida no manejo desses campos indicou
a necessidade de aplicar um alto nível tecnológico no manejo
desse tipo de plantação (BROADBENT et al., 1986).
Como será visto no próximo item, os agentes
ananicantes transmissíveis por enxertia são na realidade
linhas de exocorte que produzem diferentes graus de
nanismo, podendo ou não causar descamação em P.
trifoliata.
O COMPLEXO DE VIRÓIDES DOS CÍTRICOS
A hipótese de alguns dos viróides dos cítricos serem
considerados como agentes infecciosos sem efeitos deletérios
ou como patógenos incompletos, já que podem ser
considerados como pequenos RNAs nucleares que afetam o
crescimento das plantas, levou a especular-se sobre a
possibilidade de explorá-los para influenciar o tamanho e a
massa vegetativa (expressões do crescimento) das árvores
portadoras. Isso ganhou força devido à grande
disponibilidade natural de viróides e aos ensaios realizados
de forma empírica na Austrália e em Israel com os chamados
agentes ananicantes transmissíveis por enxerto (GTDA), antes
39
da caracterização do complexo de viróides dos cítricos
(SEMANCIK & ROISTACHER, 1991).
Os viróides são os entes biológicos mais simples
descritos até o momento. Têm uma organização mínima já
que são constituídos de apenas uma molécula de ácido
ribonucléico (RNA). Portanto sua atividade como organismos
ou como agentes patógenos deriva da estrutura primária e
secundária de sua molécula. A molécula de um viróide é de
massa molecular pequena e oscila entre 246 e 371
nucleotídeos. Os nucleotídeos que o compõem formam uma
cadeia de RNA monocatenário fechada, com uma estrutura
secundária relativamente complexa. O número e o tipo de
nucleotídeos determinam que certas partes da molécula
tenham seqüências complementares a outras, e que portanto
se pareiam formando zonas de RNA bicatenário. As
características estruturais e físico-químicas da molécula de
um viróide determinam suas propriedades como agente
fitopatogênico. À simplicidade estrutural de um viróide se
une o fato de que, apesar de tratar-se de um ácido nucléico,
não codifica para a síntese de nenhuma proteína, sendo
seus mecanismos de replicação e patogênese ainda um
enigma (SEMANCIK, 1986; DURAN-VILA, 1989a).
O primeiro viróide dos citros descrito foi o viróide da
exocorte dos citros (CEV), em 1972. Em 1986 se descreve
a existência de um complexo de viróides catalogados em
cinco grupos. Esses viróides foram caracterizados por: a)
distinta mobilidade eletroforética, o que implica em
diferenças importantes em peso molecular e conformação;
b) homologia de seqüência muito baixa; c) transmissão
independente; e d) hospedeiros distintos (DURAN-VILA et
al., 1986; SEMANCIK & DURAN-VILA, 1990). O CEV é um
dos viróides melhor caracterizados, e foi demonstrado que
é constituído de 371 nucleotídeos de seqüência conhecida.
Foram encontradas, em diferentes isolados de CEV,
40
diferenças na seqüência de bases, que são responsáveis
por variações na expressão de sintomas nos hospedeiros
herbáceos em que foram estudados (SEMANCIK &
ROISTACHER, 1991a; DURAN-VILA, 1989a; b). DURAN-VILA
& SEMANCIK (1990) reportaram a ocorrência de um isolado
(CEV-129) que causava reação fraca em Gynura aurantiaca.
Esse isolado aparentemente protegia contra os efeitos
da inoculação com outra raça mais severa. A maior parte
dos isolados que foram estudados resultaram ser mesclas
de viróides e não abrangiam todas as combinações possíveis
dentro dos cinco grupos de viróides. Obtiveram-se mesclas
artificiais que se mostraram estáveis como as mesclas naturais
(DURAN-VILA, 1986). Os sintomas causados em cidra por
essas mesclas iam desde moderados a fracos.
Anteriormente foram atribuídos a raças fracas e
moderadas da exocorte, mas na atualidade não se conhece
sua relação com a gama de sintomas descritos em árvores
de campo. Estudos para determinar essas relações estão
sendo feitos (DURAN-VILA, 1989a). NAUER et al. (1986)
descreveram o efeito ananicante do CEV em árvores de
laranjeira ‘Washington Navel’ sobre citrangeiro ‘Troyer’ (29%
em altura e 25% em largura) e também sobre laranjeira ‘Azeda’
(19%). Os viróides puros CV-IIa, CV-IIIb e as mesclas [CV-I
+ CV-IIa + CV-IIIb e CV-IIa + CV-IIIb] não deram efeitos
significativos. No entanto árvores de laranjeira doce sobre
P. trifoliata inoculadas com dois isolados (fontes puras de
CV-IIa), aos seis anos da inoculação, já apresentaram
sintomas típicos de exocorte. O CV-IIa induzia o sintoma
clássico de rachaduras na casca também associado à
expressão de exocorte em campo, sendo, no entanto, a
reação mais fraca. Portanto, devem-se prolongar as
observações em campo para determinar corretamente o efeito
deste e de outros viróides (DURAN-VILA, 1986).
Dois isolados da Austrália que haviam sido selecionados
como GTDA quando inoculados em limão reduziram o
41
tamanho das árvores em P. trifoliata, citrangeiros ‘Benton’ e
‘Bowman’ assim como em cavalos tolerantes à exocorte,
como o limoeiro ‘Rugoso’ e a laranjeira ‘Smooth Flat Seville’.
Para o citrangeiro ‘Bowman’, as reduções foram de 22 e
44% em altura e de 19 e 34% em diâmetro de copa. A altura
das plantas sobre ‘Smooth Flat Seville’ foi reduzida em 32%,
sobre limoeiro ‘Rugoso’, em 28% em altura e 15% em diâmetro
de copa (BROADBENT et al., 1986). Ao analisar-se o
conteúdo em viróides, uma das linhas resultou ser portadora
de uma mescla de viróides [CEV + CV-IIa + CV-IIIa] e a outra
era um isolado puro de CV-IIIa (BROADBENT et al., 1993).
RIVKA HADAS et al. (1989; 1990) também caracterizaram
distintos GTDAs isolados em Israel que resultaram serem
mesclas complexas de viróides. Todas as fontes severas
continham o CEV, além de outros viróides, e uma fonte
fraca continha CV-Ib + CV-IV. Duas fontes de GTDA, uma
severa e outra fraca, selecionadas por sua reação em cidra,
foram inoculadas em mudas de citrangeiro ‘Troyer’ e P.
trifoliata, e em laranjeira ‘Moro’ e tangerineira ‘Clementina’
sobre laranjeira ‘Azeda’, citrangeiro Troyer e P. trifoliata. A
fonte severa analisada por eletroforese (PAGE) e hibridação
molecular continha CEV e outros dois viróides enquadrados
nos grupos II e III, enquanto a fonte fraca continha um
único viróide do grupo III. Aos 8 anos ambos os isolados
produziram redução de 80 a 30% no volume de copa das
plantas sobre P. trifoliata e citrangeiro ‘Troyer’, ao passo
que a fonte fraca havia afetado significativamente apenas o
tamanho das plantas sobre P. trifoliata. Não houve diferença
entre as plantas sobre laranjeira ‘Azeda’.
A fonte severa causou escamação e amarelecimento
em troncos jovens e ramos de P. trifoliata, enquanto o
citrangeiro somente apresentou amarelecimento da casca.
As inoculações com a fonte fraca nunca deram sintomas
(POLIZZI et al., 1992; 1990). O citrumeleiro ‘Swingle’ é
aparentemente tolerante à exocorte, pois não apresentou
42
escamação ao ser inoculado com 4 fontes distintas. Por outro
lado, sua produção e seu crescimento foram afetados. A
altura da árvore não mostrou as diferenças significativas que
ocorreram no volume de copa e na área de seção do tronco.
Todas as fontes continham CEV mais um ou dois viróides
que não foram caracterizados (CASTLE et al., 1990).
A presença de CEV e as combinações dos viróides CVdIa, CVd-IIa e CVd-IIIb reduziram o tamanho das árvores e a
produção de laranjeira ‘Washington Navel’ sobre laranjeira
‘Azeda’ e citrangeiro ‘Troyer’. Houve uma correlação entre a
intensidade de sintomas em cidra e o efeito sobre a produção
e o tamanho das árvores (ROISTACHER et al., 1990). A
associação de determinados viróides com sintomas
específicos em campo é dificultosa, já que os viróides quase
sempre se encontram como mesclas.
A identificação do ou dos agentes causais e sua
associação com cada sintoma de campo está pendente de
estudos (GILLINGS et al., 1988, 1991). Todas as árvores
ananicadas por inoculação com linhas ananicantes (GTDA)
são portadoras dos viróides dos grupos CV-II e CV-III
(GILLINGS et al., 1991). No uso comercial de plantas
inoculadas com o complexo de viróides da exocorte foram
observados alguns aspectos que afetam essa prática: a) a
fonte de inóculo; b) a época de inoculação; c) o portaenxerto empregado; d) o conteúdo em outros fatores
(viróides) distintos de CEV.
As fontes de inóculo sempre foram clones velhos
produtivos enxertados sobre citrangeiro ‘Troyer’, P. trifoliata
e limoeiro ‘Cravo’ e sem sintomas de exocorte severa. A
época de inoculação foi um fator crítico, já que quanto mais
precoce era a inoculação, maior o nanismo causado. Sugeriuse uma escala de época de inoculação: 0) enxertia no viveiro
com uma fonte de CEV conhecida; 1) inoculação no viveiro;
2) inoculação de plantas um ano depois do plantio; e 3)
inoculação aos 2 anos de idade. Concluiu-se que o limoeiro
‘Cravo’ e o citrangeiro ‘Troyer’, menos sensíveis, deveriam
43
ser enxertados ou inoculados nas épocas 0 e 1, enquanto as
plantas sobre P. trifoliata deveriam ser inoculadas nas épocas
2 ou 3 (ASHKENAZI & OREN, 1988; AMIR et al., 1988).
ROISTACHER et al. (1990) apontou uma série de
possíveis desvantagens do uso de plantas ananicadas por
inoculação com viróides do complexo de viróides da
exocorte dos cítricos: a) a falta de conhecimento dos efeitos
a longo prazo de muitos dos viróides dos cítricos; b) a falta
de conhecimento sobre o real potencial de cada viróide e
das suas diferentes misturas; c) viróides separados por poucos
nucleotídeos podem induzir enfermidades completamente
diferentes, como é o caso do grupo II, em que CV-IIb é
comprovadamente o agente causal da cachexia-xiloporose
sendo por isso chamado de “Citrus Cachexia Viroid” (CCaV);
d) as plantas infectadas com viróides são mais susceptíveis
às geadas; e) devido à alta transmissibilidade mecânica dos
viróides, estes podem disseminar-se rapidamente por um
pomar, contaminar blocos de matrizes e outras plantações
de cítricos; f) um fator ananicante efetivo para laranja pode
ser restritivo para limões.
A EECB realiza alguns trabalhos sobre técnicas de
redução do tamanho das plantas cítricas, principalmente sobre
o uso de viróides, interenxertos e porta-enxertos ananicantes.
Os resultados desses trabalhos são comentados a seguir.
Uso de viróides da exocorte
Estão em andamento dois experimentos, nos quais se
empregaram cinco isolados de exocorte selecionados no
Centro de Citricultura “Sylvio Moreira”. Os isolados foram
inoculados após seis meses do plantio das combinações
cítricas: 1. pomeleiro ‘Marsh Seedless’ sobre trifoliata, plantado
em janeiro de 1991; e 2. pomeleiro ‘Marsh Seedless’ sobre
limoeiro ‘Cravo’, plantado em dezembro de 1991. Os isolados
de exocorte foram analisados e determinou-se o seu conteúdo
44
em viróides. Três fontes possuíam a mistura de viróides:
[CEV + CV-II + CV- III], uma possuía a mistura [CV-III + CV-II]
e uma quinta fonte, apesar do nanismo das plantas de campo
originais, não era portadora de nenhum viróide.
Nos dois experimentos, a produtividade média das
plantas inoculadas com os isolados portadores da mistura
de viróides contendo [CEV + CV-II + CV- III] foi inferior à
das plantas inoculadas com a mistura [CV-III + CV-II], e
ambas foram inferiores à testemunha sem inoculação.
As Figuras 6 e 9 ilustram a produtividade média (19942000) em t/ha, para pomelo sobre trifoliata e ‘Cravo’,
respectivamente.
60
TESTEMUNHA
TESTEMUNHA
40
FONTE 1
FONTE 2
20
FONTE 3
FONTE 4
0
FONTE 5
Figura 6. Produtividade de pomeleiro ‘Marsh Seedless’/trifoliata
sob efeito de exocorte.
60
TESTEMUNHA
TESTEMUNHA
40
FONTE 1
FONTE 2
20
FONTE 3
FONTE 4
0
FONTE 5
Figura 7. Diâmetro da copa e altura (m) das plantas de pomeleiro
‘Marsh Seedless’/trifoliata inoculado com exocorte.
45
Nas duas as combinações de pomeleiro estudadas
houve redução do tamanho das plantas inoculadas com as
fontes possuidoras de viróides, quando comparadas com
os tratamentos testemunhas (Figuras 7, 8, 10 e 11). As fontes
que continham o CEV (viróide da exocorte dos citros)
causaram sintomas típicos de exocorte no tronco das plantas
de todas as combinações estudadas. Já a fonte possuidora
da mescla [CV-III + CV-II] causou nanismo, sem mostrar
sintomas típicos da exocorte no tronco das plantas
inoculadas. Com relação à qualidade dos frutos, para todas
as combinações não houve efeito das inoculações.
5
4
Testemunha
Testemunha
Fonte 1
Fonte 2
Fonte 3
Fonte 4
Fonte 5
m
3
2
1
0
Diâmetro
Altura
Figura 8. Volume de copa das plantas de pomeleiro ‘Marsh
Seedless’/trifoliata inoculado com exocorte.
40
m³
30
20
10
Testemunha
Testemunha
Fonte 1
Fonte 2
Fonte 3
Fonte 4
Fonte 5
0
Figura 9. Produtividade de pomeleiro ‘Marsh Seedless’/’Cravo’,
sob efeito de exocorte.
46
t / ha
TESTEMUNHA
40
35
30
25
20
15
10
5
0
FONTE 1
FONTE 2
FONTE 3
FONTE 4
FONTE 5
m
Figura 10. Diâmetro da copa e altura (m) das plantas de pomeleiro
‘Marsh Seedless’/’Cravo’ inoculado com exocorte.
5
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Testemunha
Fonte 1
Fonte 2
Fonte 3
Fonte 4
Fonte 5
Diâmetro
Altura
Figura 11. Volume de copa das plantas de pomeleiro ‘Marsh
Seedless’/’Cravo’ inoculado com exocorte.
Em outros dois experimentos avaliou-se a o efeito das
mesmas cinco fontes descritas, inoculadas seis meses após
o plantio, comparadas com uma testemunha sem inoculação.
No primeiro, a copa era a laranjeira ‘Bahia’ sobre Poncirus
trifoliata, plantada em janeiro de 1991. No segundo, a
combinação empregada foi a laranjeira ‘Bahia’ sobre o
limoeiro ‘Cravo’. Nessas combinações estudadas houve
redução do tamanho das plantas inoculadas com as fontes
possuidoras de viróides, quando comparadas com os
tratamentos testemunhas (Figuras 13, 14, 16 e 17). As fontes
que continham o CEV (viróide da exocorte dos citros)
causaram sintomas típicos de exocorte no tronco das plantas
de todas as combinações estudadas. Já a fonte possuidora
47
da mescla [CV-III + CV-II] causou nanismo, sem mostrar
sintomas típicos da exocorte no tronco das plantas
inoculadas. Com relação à qualidade dos frutos, para todas
as combinações não houve efeito das inoculações.
Nos dois experimentos, a produtividade média das
plantas inoculadas com os isolados portadores da mistura
de viróides contendo [CEV + CV-II + CV- III] foi inferior à
das plantas inoculadas com a mistura [CV-III + CV-II], e
ambas foram inferiores à testemunha sem inoculação (Figuras
12 e 15).
18
16
TESTEMUNHA
14
TESTEMUNHA
t/ha
12
FONTE 1
10
FONTE 2
8
FONTE 3
6
FONTE 4
4
FONTE 5
2
0
Figura 12. Produtividade de laranjeira ‘Bahia’/trifoliata sob efeito
da exocorte.
4,5
4
3,5
Testemunha
3
Testemunha
Fonte 1
m
2,5
Fonte 2
2
Fonte 3
1,5
Fonte 4
1
Fonte 5
0,5
0
Diâmetro
Altura
Figura 13. Diâmetro e altura das plantas (m) de ‘Bahia’/trifoliata
inoculadas com exocorte.
48
35
Testemunha
m³
30
Testemunha
25
Fonte 1
20
Fonte 2
15
Fonte 3
Fonte 4
10
Fonte 5
5
0
Figura 14. Volume da copa de ‘Bahia’/trifoliata inoculada com
exocorte.
16
14
TESTEMUNHA
FONTE 1
FONTE 2
FONTE 3
FONTE 4
FONTE 5
12
t/ha
10
8
6
4
2
0
Figura 15. Produtividade média de ‘Bahia’/’Cravo’ inoculada com
exocorte.
4
3,5
3
Testemunha
Fonte 1
Fonte 2
Fonte 3
Fonte 4
Fonte 5
m
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Diâmetro
Altura
Figura 16. Diâmetro e altura média das plantas (m) de ‘Bahia’/
’Cravo’ inoculada com exocorte.
49
35
30
m³
25
20
15
10
Testemunha
Fonte 1
Fonte 2
Fonte 3
Fonte 4
Fonte 5
5
0
Figura 17. Volume da copa de ‘Bahia’/’Cravo’ inoculada com
exocorte.
Uso de interenxertos de cavalos ananicantes
Existem dois experimentos nesta área. No primeiro,
plantado em fevereiro de 1993, está sendo avaliada a
influência de 2 comprimentos (10 e 20 cm ) de interenxerto
de “Flying Dragon” em plantas de laranjeira ‘Natal’ sobre
12 porta-enxertos, a saber: tangerineira Sunki, Poncirus
trifoliata, e os híbridos 6/55, 10/5, 6/22, 10/38, 4/18, 1/31,
3/156, 9/215, 1/1, 10/41. A maior produtividade média (t/
ha) no período de 1996 a 2000 foi induzida por ‘Sunki’,
independentemente do tamanho do interenxerto (10 ou 20
cm) (Figura 18). Para o trifoliata, qualquer que fosse o
comprimento do interenxerto, induziu produtividades mais
baixas que a ‘Sunki’. Também foi inferior a uma série de
outras combinações. O tamanho das plantas adultas pode
ser visto na Figura 19.
No segundo, experimento plantado em julho de 1993,
é avaliada a influência de 2 comprimentos (10 e 20 cm) de
interenxerto de “Flying Dragon” em plantas de laranjeira
‘Valência’ sobre sete porta-enxertos: tangelo ‘Thornton’,
citrange ‘Troyer’, citrumelo ‘Swingle’, laranjeira ‘Valência
Americana’, limões ‘Volcameriano’, ‘Rugoso Nacional’ e
‘Rugoso-da-Flórida’. As maiores produtividades médias (t/
50
ha), no período de 1996 a 2000, foram induzidas por
‘Volcameriano’, independentemente do tamanho do
interenxerto (10 ou 20). As Figuras 20 e 21 ilustram a
produção média (1996-2000) em t/ha, e o tamanho das
plantas adultas, respectivamente.
Sunki 10 cm
Poncirus 10 cm
6/55 10 cm
10/5 10 cm
6/22 10 cm
10/38 10 cm
4/18 10 cm
1 /31 10 cm
3/156 10 cm
9/ 215 10 cm
1/1 10 cm
10/41 10 cm
Sunki 20 cm
Poncirus 20 cm
6/55 20 cm
10/5 20 cm
6/22 20 cm
10/38 20 cm
4/18 20 cm
1/31 20 cm
1/31 20 cm
9/215 20 cm
1/1 20 cm
10/41 20 cm
24
20
t / ha
16
12
8
4
0
Figura 18. Produtividade de laranjeira ‘Natal’ em vários portaenxertos com interenxerto de ‘Flying Dragon’.
3,5
Sunki
Trifoliata
6/55
10/5
6/22
10/38
4/18
1/31
3/156
9/215
1/1
10/41
3
2,5
m
2
1,5
1
0,5
0
10 cm
20 cm
DIÂMETRO
10 cm
20 cm
ALTURA
Figura 19. Diâmetro e altura média (m) das plantas de laranjeiras
‘Natal’ interenxertadas.
51
Tangelo Thornton (10 cm)
Citrange Troyer (10 cm)
Citrumelo (10 cm)
Valência Americana (10 cm)
Volkameriana (10 cm)
Rugoso Nacional (10 cm)
Rugoso Flórida (10 cm)
Tangelo Thornton (20 cm)
Citrange Troyer (20 cm)
Citrumelo (20 cm)
Valência Americana (20 cm)
Volkameriana (20 cm)
Rugoso Nacional (20 cm)
Rugoso Flórida (20 cm)
30
25
t/ha
20
15
10
5
0
Figura 20. Produtividade de laranjeira ‘Valência’ em vários portaenxertos com interenxerto de ‘Flying Dragon’.
4
3,5
3
Thornton
Troyer
Swingle
Valência Americana
Volcameriano
Rugoso Nacional
Rugoso Flórida
m
2,5
2
1,5
1
0,5
0
10 cm
20 cm
10 cm
20 cm
Figura 21. Diâmetro e altura médios das plantas de laranjeira
‘Valência’ interenxertadas.
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