guia do professor - Descobrindo a Amazônia

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guia do professor - Descobrindo a Amazônia
DESCOBRINDO A AMAZÔNIA
GUIA DO PROFESSOR
República Federativa do Brasil
Ministério das Relações Exteriores (MRE)
Palácio Itamaraty
Esplanada dos Ministérios - Bloco H
Brasília - DF - Brasil
CEP: 70.170-900
www.itamaraty.gov.br
Ministério do Meio Ambiente (MMA)
Esplanada dos Ministérios - Bloco B
Brasília - DF - Brasil
CEP: 70.068-900
www.mma.gov.br
Agência Nacional de Águas (ANA)
Setor Policial, área 5, Quadra 3, Blocos “B”,”L”,”M” e “T”, s/n
Asa Sul - Brasília – DF
CEP: 70610-200
www.ana.gov.br
Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA)
Secretaria Permanente
SHIS QI 05, Conjunto 16, casa 21
Lago Sul - Brasília – DF
CEP: 71615-160
www.otca.info
Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI)
Escritório no Brasil
SHS Quadra 06, conjunto A, bloco C
Ed. Brasil 21, sala 919
Asa Sul - Brasília – DF
CEP: 70316-109
www.oei.org.br
Apoio:
Ministério da Educação (MEC)
Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR)
Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA)
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
Fundação Amazonas Sustentável (FAS)
Autores
José Vicente Freitas
Yana Marull
Revisão e Diagramação
Editorar Multimídia
Créditos fotográficos
© Rui Faquini © Sérgio Amaral
Arquivo do ICMBio. Bancos de imagens da ANA, do ARPA/MMA, do INPA, da OTCA.
Impressão
Artes Gráficas e Editora Pontual Ltda.
Impresso no Brasil em 2015
PROJETO PILOTO DE CONCURSO DE PROMOÇÃO
DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL SOBRE
OS RECURSOS HÍDRICOS NA AMAZÔNIA
DESCOBRINDO A AMAZÔNIA
GUIA DO PROFESSOR
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
6
9
CAPÍTULO 1
AMAZÔNIA: OITO PAÍSES
E UM BIOMA
10
18
CAPÍTULO 3
TANTAS CULTURAS
LISTA DE SIGLAS
28
CAPÍTULO 2
BIODIVERSIDADE
36
CAPÍTULO 5
SERVIÇOS AMBIENTAIS
44
52
CAPÍTULO 7
DESMATAMENTO
CAPÍTULO 6
MUDANÇA DO CLIMA
62
70
REFERÊNCIAS
CAPÍTULO 4
O MUNDO DAS ÁGUAS
77
CAPÍTULO 8
SUSTENTABILIDADE
GUIA DO PROFESSOR
APRESENTAÇÃO: DESCOBRINDO A AMAZÔNIA
Os materiais didáticos do projeto Descobrindo a Amazônia foram elaborados para apoiar os
professores na abordagem, em sala de aula, de temas relacionados à região amazônica de
forma atual, simples e divertida. O material, que é composto pelo Caderno do Aluno e pelo
Guia do Professor, objetiva trazer a consciência sustentável para a sala de aula. Assim, alunos e
professores também poderão levar tais práticas para a vida pessoal, além dos muros da escola.
Os capítulos tratam de temas específicos, podendo ser trabalhados de maneira independente
um do outro e na ordem de preferência do(a) professor(a) ou da escola.
No Caderno do Aluno, ao final de cada capítulo, há sugestões de sites, com vídeos e textos
sobre o conteúdo tratado, além de propostas de atividades para serem desenvolvidas em sala
de aula. Já no Guia do Professor há informações complementares sobre cada conteúdo, além
das propostas metodológicas das atividades a serem realizadas em sala de aula.
Esperamos que, após ler e fazer as atividades, o aluno adquira conhecimentos sobre as características da região amazônica, sua importância para o planeta, os desafios que enfrenta, e a
contribuição de cada um para a proteção da floresta e o desenvolvimento sustentável da região.
Ministério das Relações Exteriores
O Ministério das Relações Exteriores (MRE ou Itamaraty) é o órgão do Poder Executivo responsável pela política externa e pelas relações internacionais do Brasil, nos planos bilateral,
regional e multilateral. O Itamaraty assessora o Presidente da República na formulação da
política exterior do Brasil e na execução das relações diplomáticas com Estados e organismos
internacionais.
Com uma rede de mais de 220 representações no mundo, o Ministério promove os interesses
do País no exterior, presta assistência aos cidadãos brasileiros e dá apoio a empresas brasileiras. Além disso, o Itamaraty organiza as visitas oficiais ao Brasil de Chefes de Estado e
de Governo e demais altas autoridades estrangeiras, bem como prepara e operacionaliza as
visitas do Presidente da República, do Vice-Presidente da República e do Ministro das Relações
Exteriores a outros países.
6
CADERNO DO ALUNO
Agência Nacional de Águas
A Agência Nacional de Águas (ANA) é uma autarquia federal criada pela Lei no 9.984/2000.
A ANA é vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), sendo responsável pela implementação da gestão dos recursos hídricos brasileiros. Sua missão é regulamentar o uso das águas
dos rios e lagos de domínio da União e implementar o Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos (SINGREH), garantindo o seu uso sustentável, evitando a poluição e o
desperdício, e assegurando água de boa qualidade e em quantidade suficiente para a geração
atual e as futuras.
Compete à ANA implementar, em sintonia com os órgãos e as entidades que integram o
SINGREH, a Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei no 9.433, de 8 de janeiro
de 1997, conhecida também como Lei das Águas – instrumento legal inspirado no modelo
francês que permite a gestão participativa e descentralizada dos recursos hídricos, bem como
implementar os instrumentos de gestão previstos na lei, entre eles a outorga preventiva e de
direito de uso de recursos hídricos, a cobrança pelo uso da água e a fiscalização desses usos,
e ainda buscar soluções adequadas para dois graves problemas do país: as secas prolongadas
e a poluição dos rios.
Organização do Tratado de Cooperação Amazônica
A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) é um organismo intergovernamental integrado por oito países que compartilham a Amazônia, quais sejam: Bolívia, Brasil,
Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
A OTCA tem como visão alcançar o desenvolvimento sustentável da região, atuando como
foro permanente de cooperação e de intercâmbio de conhecimento, guiada pelo princípio de
redução de assimetrias entre países e buscando auxiliar nos processos nacionais de progresso
econômico-social e na melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes. Suas decisões são
tomadas por consenso entre os seus membros.
Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura
A Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) é um
organismo internacional de cooperação que engloba 21 países ibero-americanos e desenvolve
programas e atividades educativas, científicas e culturais. Seu mandato é definido em reuniões
de ministros e sua aposta estratégica é na formação de cidadãos livres, cultos, participativos,
solidários, responsáveis e defensores da sustentabilidade ambiental, da paz e da democracia.
O Projeto Metas Educativas 2021 orienta as ações da OEI em educação, estando pautado na
cooperação solidária entre os países para alcançar tais ações, com o apoio de um conjunto
de programas voltados à construção de uma educação equitativa e de qualidade, à criação
de laços sociais, ao fortalecimento de culturas e ao reforço a aspectos da identidade coletiva.
MRE, ANA, OTCA e OEI
LISTA DE SIGLAS
7
LISTA DE SIGLAS
ANA – Agência Nacional de Águas
Arpa – Programa Áreas Protegidas da Amazônia
CJs – Coletivos Jovens de Meio Ambiente
Deter – Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
FAS – Fundação Amazonas Sustentável
Gite – Grupo de Inteligência Territorial Estratégica
Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Inpa – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
LBA – Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia, coordenado pelo Inpa
MMA – Ministério do Meio Ambiente
MRE – Ministério das Relações Exteriores
OBT – Coordenação-Geral de Observação da Terra
OEI – Organização dos Estados Ibero-americanos
ONU – Organização das Nações Unidas
OTCA – Organização do Tratado de Cooperação Amazônica
PDBFF – Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, do Inpa
PPCDAm – Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal
Prodes – Projeto de Monitoramento do Desmatamento da Amazônia Legal
Rejuma – Rede de Juventude pelo Meio Ambiente
SFB – Serviço Florestal Brasileiro
SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação
UCs – Unidades de Conservação
LISTA DE SIGLAS
9
Vista aérea do Parque Nacional Anavilhanas, AM.
Fonte: Arquivo do ICMBio, Banco de imagens do ARPA/MMA.
CAPÍTULO 1
AMAZÔNIA:
OITO PAÍSES
E UM BIOMA
AMAZÔNIA: OITO PAÍSES
E UM BIOMA
A Amazônia é a maior floresta tropical e contém a maior bacia hidrográfica do planeta,
abrangendo oito países da América do Sul – Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana,
Peru, Venezuela e Suriname – e ainda a Guiana Francesa, um território de ultramar que
pertence à França.
Os oito países amazônicos integram a Organização do Tratado de Cooperação
Amazônica (OTCA), instrumento da cooperação regional para assuntos amazônicos,
com sede em Brasília.
A floresta representa a maior biodiversidade do planeta, com imensas fauna e flora.
Muitas de suas espécies de plantas e animais nunca foram catalogadas; só de árvores,
por exemplo, estudos avaliam que podem existir quase 400 bilhões.
Hoje aproximadamente 33 milhões de pessoas vivem na Amazônia, sendo que a maior
parte mora em áreas urbanas. A floresta abriga numerosas populações tradicionais,
como ribeirinhos, quilombolas e comunidades extrativistas. Cerca de 400 povos indígenas, que falam 86 línguas e 650 dialetos, também vivem no local. Desses 400, aproximadamente 60 povos vivem em isolamento.
A Amazônia fornece importantes serviços para a região. A título de exemplo temos
a umidade produzida pelas árvores, a qual ajuda a levar chuvas para várias regiões
da América do Sul, que são grandes produtoras de alimentos e por isso necessitam
bastante dessa água.
A floresta fornece, ainda, outro grande benefício ao mundo: as árvores e a densa vegetação retêm uma grande quantidade de carbono, contribuindo para reduzir as emissões
de dióxido de carbono, principal gás do efeito estufa que provoca o aquecimento do
planeta. Entretanto, o desmatamento e as queimadas fazem com que esse carbono
seja liberado de maneira preocupante; é por isso que a Amazônia, assim como outras
grandes florestas tropicais úmidas no planeta, está no centro das conversas sobre a
mudança do clima no mundo.
A Amazônia está mais próxima das pessoas do que se imagina: moradores de São Paulo,
de Belo Horizonte, de Porto Alegre, de Manaus e de Belém não só recebem chuva vinda
da floresta, como também usufruem dos seus produtos. Além disso, ela também é uma
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gigantesca produtora de energia elétrica, que beneficia todos os países amazônicos,
sendo líder em produção de minério, petróleo e gás, soja, carne, madeira e outros
produtos da biodiversidade que consumimos.
NÚMEROS E CURIOSIDADES SOBRE A AMAZÔNIA
• a Amazônia ocupa entre 4% e 6% da superfície da Terra e de 25% a 40%
da superfície da América Latina e do Caribe. Representa 3,6 vezes o
território do México e 75% do território da China;
• em vários países, como Brasil, Guiana, Peru e Suriname, as áreas da
Floresta Amazônica representam mais da metade do território nacional;
• não restam dúvidas: o Amazonas é o rio com mais água do mundo, com
vazão de 200 mil m³ por segundo, o que representa um quinto da água
doce que flui dos continentes para os oceanos. Em 2008, o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) concluiu que o Amazonas
também é o maior rio do mundo em extensão (6.992 km, 140 km a mais
do que o rio Nilo, na África);
• o Amazonas tem mais de mil afluentes, dos quais três (Madeira, Purus
e Juruá) têm mais de 3 mil km de extensão. As bacias tributárias mais
importantes do rio Amazonas têm origem na Cordilheira dos Andes; os
demais tributários provêm da meseta Brasil-guianense e da divisa com a
Bacia do Orinoco, na Colômbia;
• de acordo com dados do Museu Paraense Emílio Goeldi, a Amazônia
apresenta a maior biodiversidade do planeta: são mais de 30 mil espécies
de plantas, 10% da flora mundial, com 5 mil espécies de árvores. Moram
lá mil espécies de aves, 3 mil espécies de formigas, 1.800 de borboletas,
311 de mamíferos, 240 de répteis e 163 de anfíbios;
• um estudo de 2013 estimou que nos 6 milhões de km² da Bacia
Amazônica existem cerca de 390 bilhões de árvores. Apesar de existirem
milhares de espécies, somente 227 respondem por metade de todas as
árvores do bioma. O estudo apontou que entre as mais comuns estão
espécies bastante simbólicas do Brasil, como a castanha-do-pará, o
cacau, a seringueira e a palmeira do açaí.
AMAZÔNIA: OITO PAÍSES E UM BIOMA
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O açaí, o cacau, a borracha das seringueiras e a castanha-do-pará são produtos originários da Amazônia. Existem, ainda, múltiplas sementes, frutos e produtos da floresta
que têm um gigante potencial para a biotecnologia, para a produção de remédios, entre
outros usos. As populações da floresta possuem ricos conhecimentos ancestrais sobre
a biodiversidade desta, suas propriedades medicinais e culturais. Mas, infelizmente,
essa biodiversidade corre perigo.
O crescimento das atividades econômicas (animado pelo aumento da demanda e do
preço das commodities nos mercados internacionais), a construção de infraestruturas
de grande porte e o sensível aumento da população, ocorridos nas últimas décadas,
têm gerado uma acelerada transformação do ecossistema amazônico.
Só no Brasil, o desmatamento acumulado até 2012 na Amazônia alcançou 748 mil km2,
o que significa que, ao longo do tempo, a cobertura vegetal da região foi reduzida em,
aproximadamente, 18%, o que equivale a oito vezes o território de Portugal.
Essa redução, quando comparada à de 1980, demonstra aumento de 12% em 32 anos
(à época, a destruição alcançava 6%).
A degradação florestal, que acontece quando as florestas sofrem impactos, como o
corte seletivo de árvores ou incêndios, perdendo a qualidade original que sustentava
o ecossistema, é muito preocupante, já que tais fatores podem afetar seu equilíbrio.
As florestas da Amazônia vivem um processo de degradação ambiental que tem
consequências muito graves para o bioma, como a perda da biodiversidade, a contaminação da água, a fragilização dos valores e modos de vida dos povos indígenas
e outras comunidades tradicionais e a deterioração da qualidade ambiental nas
áreas urbanas. Esses impactos afetam a biodiversidade e as vidas dos moradores
da região, além das vidas de muitas pessoas fora da floresta, que se beneficiam dos
seus serviços ambientais.
Nos últimos anos tem aumentado a consciência das pessoas de que a Amazônia requer
um desenvolvimento sustentável que preserve a riqueza natural e que ofereça condições para o desenvolvimento das populações locais. Os esforços para conter o desmatamento têm resultado em uma redução significativa do ritmo de perda anual da
floresta. Entretanto, ainda assim o desmatamento continua.
Podemos fazer muito pela Amazônia e pela saúde do planeta, basta que no dia a
dia se opte por um consumo consciente, que respeite o meio ambiente, reciclando,
reutilizando o que for possível e evitando a aquisição de produtos desnecessários
ou que utilizem recursos naturais em excesso. É imprescindível apoiar os produtos
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GUIA DO PROFESSOR
que contribuem com a sustentabilidade da floresta (vindos de gestão e produção
sustentáveis), e não aqueles que desmataram ou contaminaram a água. Essa atitude
dos consumidores tem levado muitos produtores no mundo e na Amazônia a adotar
práticas mais responsáveis.
PARA SABER MAIS
• O Ministério do Meio Ambiente define o bioma amazônico.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/biomas/amaz%C3%B4nia
• O Ministério do Meio Ambiente descreve o impacto do desmatamento e
como este tem sido reduzido.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/florestas/controle-e-preven%C3%
A7%C3%A3o-do-desmatamento/plano-de-a%C3%A7%C3%A3o-paraamaz%C3%B4nia-ppcdam
• Estudo calcula número de árvores e quais as mais comuns na bacia Amazônica
Disponível em: http://www.museu-goeldi.br/portal/content/museu-megabiodiversa-amazônia-tem-paisagem-homogênea
• Museu Paraense Emílio Goeldi – Museu Goeldi.
Disponível
em:
http://marte.museu-goeldi.br/marcioayres/index.
php?option=com_content&view=article&id=7&Itemid=8
• O contato de indígenas isolados.
Disponível em: http://www.funai.gov.br/index.php/comunicacao/noticias/
2903-indios-isolados-que-estabeleceram-contato-recebem-atendimento
-medico-no-acre?highlight=WyJzaW1wYXRpYSJd e https://www.youtube.
com/watch?v=Sb7alahD-BE
• Desmatamento na Amazônia até 2012.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80120/PPCDAm/_
FINAL_PPCDAM.PDF
AMAZÔNIA: OITO PAÍSES E UM BIOMA
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PROPOSTA PEDAGÓGICA
Este capítulo ofereceu uma visão geral da Amazônia, retratando suas caraterísticas de
maior floresta tropical do planeta, com uma grande biodiversidade, e reforçando como
ela está próxima de nós. Dessa forma, esta proposta pretende reforçar as características e a proximidade da Amazônia; ou seja, mesmo morando longe, usufruímos dos
seus produtos e serviços.
Objetivos
• obter uma visão geral do que é a Amazônia, do ponto de vista transfronteiriço: a
maior floresta tropical do planeta, que se estende por oito países;
• aproximar a Amazônia do aluno, mostrando os serviços da floresta ao planeta nos
ciclos das chuvas e na estocagem de carbono, e também os seus produtos, usufruídos por todos;
• perceber as ameaças ao ecossistema.
Materiais necessários
• projetor de audiovisual, computador ou outra mídia que permita assistir ao vídeo
na internet;
• papel e caneta para escrever as listas.
Atividade
Assistir ao vídeo “Amazônia SA”, capítulo 1, da Pindorama Filmes, o primeiro de cinco
divulgados no programa Fantástico da TV Globo. O vídeo oferece uma visão geral do
que é a Amazônia brasileira e sua importância, assim como mostra aos alunos como a
floresta está muito mais próxima do que se pensa.
Vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=b9Tko_q_QGM
Alternativa: caso não se utilize internet para assistir ao vídeo, a leitura do texto do
capítulo trata dos principais dados requeridos no exercício.
Procedimentos
• é necessário ler previamente o texto do capítulo e os destaques para se familiarizar
com o tema;
• após assistir ao vídeo, cada aluno, individualmente, preparará várias listas com os
seguintes dados:
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GUIA DO PROFESSOR
͹͹ características da Amazônia (extensão da floresta e da bacia e países que
a integram);
͹͹ serviços que a floresta fornece ao planeta (a maior diversidade de fauna
e flora da Terra, água, chuvas, estocagem de carbono);
͹͹ riquezas que usufruímos da floresta (algumas aparecem no texto,
como eletricidade, madeira, minério, carne e soja. Os alunos podem pesquisar
produtos, como açaí e cacau, e outros como o petróleo e o gás natural);
͹͹ ameaças a esse grande ecossistema (desmatamento, degradação ambiental, pressão pelas atividades econômicas e infraestruturas não sustentáveis,
pressão urbana, perda de biodiversidade etc.).
Tempo estimado
30 minutos, divididos em:
• o vídeo dura pouco mais de dez minutos (caso o exercício seja feito com base na
leitura do capítulo, pode-se dedicar 15 minutos);
• os alunos podem elaborar as listas individualmente nos 20 minutos seguintes;
• o restante da aula pode ser dedicado ao debate.
Outra possibilidade é fazer esse debate em uma segunda aula, seguido da elaboração
de um texto conjunto com as listas integradas.
AMAZÔNIA: OITO PAÍSES E UM BIOMA
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Tucano.
Fonte: Sérgio Amaral, Banco de imagens da OTCA.
BIODIVERSIDADE
CAPÍTULO 2
BIODIVERSIDADE
A BIODIVERSIDADE AMAZÔNICA
A palavra “biodiversidade” no contexto amazônico está muito além do que se pode
imaginar, e isso se deve ao fato de a Amazônia possuir uma diversidade biológica fundamental para o equilíbrio climático regional e global. Assim, pensar a biodiversidade
amazônica é preocupar-se com toda a geografia terrestre, já que as consequências de
catástrofes ambientais serão compartilhadas por todos.
É comum encontrarmos expressões como “pulmão” ou “coração” do planeta para se
referir à megabiodiversidade da natureza amazônica. A Amazônia é um grande organismo vivo, pulsante e fundamental à vida na Terra. Dessa forma, a floresta tem uma
enorme responsabilidade com a presente e com as futuras gerações. Por isso a importância de preservá-la e o comprometimento contínuo quanto à sua sobrevivência.
Uma das principais formas de evitar que desastres aconteçam é conhecer a natureza
amazônica, tão rica e diversificada, mítica e repleta de elementos que fazem esse organismo vivo funcionar.
A BIODIVERSIDADE POSSUI TRÊS GRANDES NÍVEIS
1) Diversidade genética: os indivíduos de uma mesma espécie não são
geneticamente idênticos entre si, e as diferenças genéticas fazem com
que a Terra possua uma grande variedade de vida.
2) Diversidade orgânica: cada espécie possui características orgânicas
únicas que não são compartilhadas com outros seres vivos.
3) Diversidade ecológica: populações da mesma espécie e de espécies
diferentes interagem entre si, formando comunidades; essas comunidades
relacionam-se com o ambiente, formando ecossistemas que se interrelacionam, construindo paisagens que caracterizam os biomas.
Adaptado de: Museu Paranaense Emílio Goeldi (2015).
FAUNA E FLORA
Entre os principais tipos de relevo da Amazônia destacam-se a depressão, o planalto e
a planície, sendo a região a detentora da maior biodiversidade do planeta.
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GUIA DO PROFESSOR
O quadro 1, a seguir, dimensiona a relação de cada um dos países que compartilham o
bioma amazônico com a totalidade das espécies de animais e plantas presentes nesse
universo de ecossistemas, já levando em consideração que mais de 70% das espécies
amazônicas não possuem nomes científicos.
Quadro 1 – Número de espécies por grupos citados nos países da Amazônia
Plantas
(total/Amazônia)
Mamíferos
(total/Amazônia)
Aves
(total/Amazônia)
Répteis
(total/Amazônia)
Anfíbios
(total/Amazônia)
Bolívia
20.000 / n.d.
398 / n.d.
1.400 / n.d.
266 / n.d.
204 / n.d.
Brasil
55.000 / 30.000
428 / 311
1.622 / 1.300
684 / 273
814 / 232
Colômbia
45.000 / 5.950
456 / 85
1.622 / 1.300
684 / 273
814 / 232
Equador
15.855 / 6.249
368 / 197
1.644 / 773
390 / 165
420 / 167
Guiana
8.000
198
728
137
105
35.000 / n.d.
513 / 293
1.800 / 806
375 / 180
332 / 262
Suriname
4.500
200
670
131
99
Venezuela
21.000 / n.d.
305 / n.d.
1.296 / n.d.
246 / n.d.
183 / n.d.
País
Peru
Fontes: Pnuma e OTCA (2008).
Obs.: n.d. = não disponível para os países cujos territórios estendem-se além da Amazônia.
Considerada uma das maiores reservas biológicas do planeta, a fauna amazônica
caracteriza-se pela multiplicidade de espécies. Na diversidade de fauna desse bioma,
podemos encontrar espécies endêmicas, que só existem nessa região e em nenhum
outro lugar do planeta. São exemplos dessas espécies endêmicas animais como o
sagui-leãozinho (o menor sagui do mundo) e o mico-soin; entre as aves está a choca-de-garganta-preta e o barranqueiro-escuro.
Mesmo com sua megabiodiversidade, a fauna amazônica também possui espécies que
correm risco de extinção e, por isso, precisam de atenção especial, como é o caso do
peixe-boi da Amazônia, do sauim-de-coleira, do araçari-de-pescoço-vermelho, da ararajuba e da cuíca-de-colete, entre outros.
Assim como a fauna possui uma diversidade significativa, a flora amazônica também evidencia
uma megabiodiversidade que impressiona em números. Com o predomínio de uma floresta
densa, são cerca de 30 mil espécies, o que caracteriza 10% das plantas de todo o planeta.
O número de espécies de árvores (maiores que 15 cm de diâmetro) gira em torno de 5 mil,
em uma diversidade que varia entre 40 e 300 espécies diferentes por hectare. No Brasil,
estudos do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), por meio do Projeto de
Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), estão colaborando para a identificação do maior número possível de árvores, contando com um auxílio de monitoramento em
tempo real que já alcançou a catalogação de 1,4 mil espécies.
BIODIVERSIDADE
21
Essa flora diversificada está presente ao longo dos 3,650 milhões de km² de florestas de Igapó,
de Várzea, de Terra Firme e de Campiranas, também conhecidas como Caatingas do Rio Negro.
Nesses locais é possível encontrar plantas como andiroba, angelim, babaçu e cupuaçu, além
de uma série de frutas, a exemplo do açaí, da graviola, da pupunha e dos tucumãs.
Entre as espécies vegetais mais conhecidas que compõem a flora amazônica encontra-se
a vitória-régia, o mucuri e a sumaúma. A vitória-régia possui variações de cor e expele
uma fragrância noturna com aroma adocicado do abricó. Também é possível extrair suco
das raízes dela, que serve como tintura negra para os povos indígenas da floresta, e aproveitar suas sementes como alimento para os indígenas e as aves da região.
Merece destaque entre as espécies vegetais a rara coccoloba, que possuiu a maior
folha de dicotiledônia do mundo, podendo chegar a 2,5 m de comprimento, 1,4 m de
largura e pesar 800 gramas.
Entretanto, mesmo que a diversidade seja grande, não podemos nos descuidar, pois o
risco de extinção de espécies da flora amazônica requer vigilância permanente.
PERFUMES DA FLORESTA
Os produtos da biodiversidade vegetal, chamados de produtos florestais não
madeireiros, passaram a ser explorados com responsabilidade ambiental (áreas
com plano de manejo) a partir da década de 1980. Entre esses produtos estão os
óleos essenciais presentes em várias espécies, como o pau-rosa, o louro-rosa e
a copaíba. Para se ter uma ideia, esses óleos essenciais ocupam cerca de 14% do
mercado de cosméticos brasileiro, terceira maior indústria desse segmento no
planeta. Para garantir o desenvolvimento de técnicas para extração sustentável
de plantas medicinais e aromáticas, grupos como a Associação Vila Verde
da Amazônia (Avive) se preocupam em fomentar políticas públicas de boas
práticas desse tipo de indústria presente na floresta.
Adaptado de: Ferraz et al. (2009).
BIODIVERSIDADE, DESENVOLVIMENTO E GESTÃO
Já foram citados os motivos de o bioma amazônico ser caracterizado como megabiodiverso, com alguns números de espécies de fauna e flora. Porém, há outra dimensão a
ser apresentada quando se fala dessa biodiversidade, a do potencial econômico e do
desenvolvimento que a geografia amazônica possui.
A importância da Floresta Amazônica reside, também, nos valiosos serviços ambientais
e nos produtos que ela proporciona. Nesse espaço, por exemplo, existem atividades
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GUIA DO PROFESSOR
agrícolas, como a pecuária, a pesca e a indústria da biotecnologia (fabricação de
remédios, cosméticos, enzimas industriais, hormônios e sementes agrícolas).
Hoje já existe a possibilidade de um desenvolvimento sustentável para a Floresta
Amazônica, por meio do incentivo a atividades que proporcionem retorno para a
própria floresta. O que precisa ser feito, entretanto, é um processo contínuo de fiscalização, por parte do poder público e da sociedade civil organizada, bem como regulamentações que proporcionem retornos sustentáveis.
Daí a importância da gestão desse espaço, para que exista a garantia do acompanhamento
da sociedade em relação ao uso da Amazônia. Uma das ferramentas para garantia de um
futuro saudável para a floresta é a criação de áreas de proteção nos territórios de todos os
países que compõem a Bacia Amazônica. Hoje já existem 168 áreas de terras protegidas
e com manejo ambiental assegurado por órgãos institucionais, ou grupos organizados da
sociedade civil – contabilizando parques, reservas, estações e refúgios ambientais.
Os países amazônicos têm um sistema nacional de áreas protegidas, além de categorias
de conservação e uso sustentável dos recursos naturais. As áreas de conservação estão
aumentando em número e extensão, sobretudo desde a década de 1990. No Brasil,
por exemplo, no âmbito do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) já são 60
milhões de hectares protegidos. Outro país que vem aumentando suas áreas protegidas é o Peru, que possui 13% da superfície de seu território resguardada.
CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS NO BRASIL
Ao longo dos últimos anos, o Brasil vem implementando diferentes estratégias
para viabilizar a manutenção e a conservação dos seus recursos naturais. Na região
amazônica, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no estado do
Amazonas, e o Parque Nacional do Cabo Orange, no Amapá, são reconhecidos e
designados como zonas úmidas de importância internacional, no âmbito de um
tratado intergovernamental conhecido como Convenção de Ramsar, documento
que define ações nacionais e cooperação entre países com o objetivo de promover
a utilização dos recursos naturais dessas áreas de forma sustentável.
Lei da biodiversidade
O Brasil aprovou uma lei em 2015 (Lei no 13.123), que regula o acesso ao
patrimônio genético e ao conhecimento que indígenas, comunidades e
agricultores tradicionais detêm, assegurando uma repartição de benefícios,
justa e proporcional, com essas populações, com vistas à conservação e ao
uso sustentável da biodiversidade. Busca-se, assim, evitar a apropriação injusta,
o uso de patentes de forma indevida e a prática da biopirataria.
BIODIVERSIDADE
23
S.O.S AMAZÔNIA
Qualquer abalo na biodiversidade da natureza amazônica significa o desaparecimento
de espécies e de paisagens, podendo causar aumento do gás carbônico na atmosfera,
levando à intensificação do efeito estufa e, consequentemente, ao aquecimento global,
ou seja, um cenário desastroso para todo tipo de vida na Terra.
Por isso, mesmo que os recursos naturais sejam muitos e que os ecossistemas sejam
complexos e repletos de vida, eles se esgotarão rapidamente caso a relação do homem
com essas paisagens não ocorra de forma responsável, racional e permanente. Três processos de ocupação do território amazônico já trouxeram grandes prejuízos para essa
natureza, quais sejam: i) extração predatória; ii) queimadas; e iii) perda de habitats.
Além disso, o cenário atual requer cuidado, pois estudos já apontam para a redução de
habitats, o que gera fragmentação e transformações preocupantes nos ecossistemas
da Amazônia.
A ocupação humana altera paisagens e transforma a vida de todos os seres vivos que
compõem o território amazônico. A chegada do homem a diversos pontos da Amazônia
é semelhante, retratando com linguagem figurada, à invasão de uma casa, em que
algum forasteiro, de repente, altera toda a dinâmica de um espaço que já possui suas
regras e suas formas de organizar-se, isso sem bater na porta, sem pedir licença.
Segundo dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) no âmbito
do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal
(PPCDAm), o atual estágio de desmatamento corresponde a 748 mil km2 de floresta,
o que representa um número significativo de ecossistemas abalados ou completamente destruídos.
Com isso, pode-se ver que as ameaças são permanentes e chegam de vários lugares:
ausência de políticas estruturantes, contrabando, desrespeito à legislação vigente;
enfim, circunstâncias que colaboram para a criação de um cenário perigoso em relação
ao futuro da Floresta Amazônica.
24
GUIA DO PROFESSOR
PARA SABER MAIS
• O Ministério do Meio Ambiente apresenta a Convenção de Ramsar para
as zonas úmidas.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidadeaquatica/zonas-umidas-convencao-de-ramsar
• Saiba o que pensa o Ministério do Meio Ambiente sobre o patrimônio genético.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/patrimonio-genetico
• Conheça o catálogo da flora no Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos
Florestais (PDBFF).
Disponível em: http://botanicaamazonica.tempsite.ws/pdbff/CatalogoDe
Plantas/index.php
• Conheça em detalhes o Censo da Biodiversidade da Amazônia brasileira.
Disponível em: http://www.museu-goeldi.br/censo/
• Consulte o livro que ensina crianças sobre espécies ameaçadas.
Disponível em: http://www.ministeriodomeioambiente.gov.br/index.php/
comunicacao/agencia-informma?view=blog&id=943
• Documentação da biodiversidade: mergulhe nas coleções científicas
biológicas da amazônia.
Disponível em: http://portal.inpa.gov.br/index.php/colecoes-biologicas
• Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira: como consultar?
Disponível em: http://www.sibbr.gov.br/
BIODIVERSIDADE
25
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Após perceber a grandeza da biodiversidade da Amazônia e sua capacidade de influenciar a vida humana, vamos realizar uma atividade que leva em consideração três elementos: responsabilidade social; preservação do bioma amazônico; e perspectiva de
futuro para as próximas gerações.
Objetivos
• estimular a capacidade de reflexão sobre a importância estratégica de preservação
da biodiversidade amazônica;
• incentivar o protagonismo individual e coletivo nas ações em defesa da Amazônia.
Materiais necessários
• projetor on-line;
• fichas de identificação de espécies da fauna e da flora amazônicas, produzidas previamente pelo professor (opcional quando não existir o recurso on-line na escola).
Procedimentos
• acesse os seguintes links e deixe-os projetados:
͵͵ flora amazônica, disponível em: http://www.pensamentoverde.com.br/
meio-ambiente/quais-sao-as-plantas-em-extincao-na-amazonia/;
͵͵ fauna amazônica, disponível em: http://animaisemextincao.com/animaisextintos-e-em-extincao-na-amazonia.html
• identifique e explique os sites, apontando o potencial de utilização destes;
• apresente a proposta da criação de uma campanha publicitária de conscientização
ambiental, orientando para uma abordagem sobre os itens da fauna e da flora que
atualmente estão em extinção no território amazônico;
• solicite que o grupo reúna-se em duplas e escolha um elemento da fauna e outro da
flora que consta como “em extinção” nos sites projetados;
• defina previamente os itens a serem apresentados no material da campanha;
• peça que criem, decidindo por meio de votação, um nome para a campanha
publicitária a ser promovida pela turma, e que servirá como identificação geral
a todas as duplas;
26
GUIA DO PROFESSOR
• sugira às duplas a criação de um hashtag (#) que identifique essa campanha quando
for usado o suporte on-line para divulgação do material, e mesmo para as situações
de identificação dentro da escola;
• valendo-se da criatividade, cada dupla deverá realizar um trabalho que demonstre
a importância da preservação ambiental a partir das espécies (fauna e flora) que
estão apresentando;
• exponha os trabalhos em local adequado, iniciativa que poderá estabelecer uma
relação de diálogo com o público/colegas/escola sobre o referido tema. Tempo estimado
Caso o professor precise elaborar as fichas de identificação, a tarefa será cumprida em
dois períodos de aula: um dedicado à elaboração das fichas, que poderão ser compartilhadas com os alunos; e outro na execução da atividade propriamente dita. Na possibilidade de se ter acesso direto aos links em sala de aula, a atividade pode ser realizada
em um único período.
BIODIVERSIDADE
27
CAPÍTULO 3
TANTAS
CULTURAS
Crianças às margens do Rio Madeira, RO.
Fonte: Rui Faquini, Banco de imagens da ANA.
TANTAS CULTURAS
AMAZÔNIA PRÉ-COLOMBIANA
Pode-se dividir em três aspectos a história da Amazônia, quais sejam: i) diversidade geográfica e ecológica, que influencia os processos e as formas de ocupação; ii) continuidade
da presença humana na região, situada entre 50 e 12 mil anos; e iii) diferentes formas de
colonização desse território, que se iniciaram no século XVI, com a chegada dos europeus.
A relação do homem com a natureza amazônica remonta a esses aspectos, trazendo, em
sua bagagem, milhares de anos de história. Os grupos humanos que por ali passaram
deixaram suas marcas e manifestações culturais, servindo hoje de referência para
entender a Amazônia como uma área ocupada desde tempos imemoriais.
Se a arqueologia amazônica ajuda a descobrir esse tipo de dado, o grande número de
pesquisas na região colabora para revelar outras informações também importantes,
como as expedições ao território amazônico no século XVI, quando africanos e asiáticos vieram para o Brasil e passaram a conviver com a população nativa. Imagine um território que já abriga uma cultura milenar própria e agora se funde com outros grupos
humanos que chegam do outro lado do Atlântico!
Por conta de correntes migratórias chegaram à região populações oriundas da etnia
da tribo dos Caribe. O mesmo ocorreu com os povos indígenas das famílias Maku e
DEMOGRAFIA AMAZÔNICA
A região da Amazônia brasileira possui o conjunto de dados mais atualizados
acerca da população indígena, ou autodeclarada apenas indígena. Em 2010,
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou um censo que
identificou que 37,4% da população autodeclarada indígena vive na região
Norte e no ambiente amazônico, com uma maior concentração no estado
do Amazonas (168,7 mil habitantes). Os outros países que compõem a
Amazônia apresentam as seguintes populações indígenas em suas regiões
amazônicas: 48.123 (Bolívia, 2001); 107. 231 (Colômbia, 2005); 369.810
(Equador, 2006); 300.000 (Peru, 2005); 12.000 (Suriname); 37.362 (Venezuela,
2001). Apenas a Guiana não possui a contabilização desses dados.
Fontes: IBGE (2010); Pnuma e OTCA (2008).
30
GUIA DO PROFESSOR
Tukano, presentes na região do rio Negro e com deslocamentos para áreas próximas há
mais de 2 mil anos. E assim também foi com os Chachapoyas, localizados ao longo da
Amazônia peruana, e ainda os Tupis-Guaranis, da região do Chaco.
Com a chegada desses grupos, a organização social, o uso do solo e as alterações da
paisagem passam a ocorrer nesse bioma. São elevações de terrenos, criação de pontos
de drenagem, preparação da terra para variados tipos de culturas agrícolas, habitação,
defesa e zonas para sepultamentos. Cada grupo reivindicava, assim, uma forma mítica
de relação com a natureza, (re)construindo uma paisagem e nela consolidando uma
intervenção humana.
Está posto um cenário ímpar no continente sul-americano, e que só sofrerá alterações
significativas com a chegada dos europeus. Rememorar esse passado pré-colombiano
faz com que seja atribuído o devido crédito às primeiras populações desse território,
bem como ao formato de suas atuais configurações étnicas.
A CHEGADA DO COLONIZADOR EUROPEU
A relação do homem com a natureza amazônica nos últimos séculos possui diferentes
momentos, como a busca por especiarias da floresta, quando os europeus exploraram
esse território nos séculos XVII e XVIII, ou então a intensa extração de borracha no
século XIX, e ainda as ondas migratórias de ocupação na década de 1970. Para cada um
desses momentos, distintos grupos humanos se formavam, ao mesmo tempo em que
interagiam com os nativos, oriundos dessa tradição milenar da ocupação amazônica.
Os registros mais atuais da Red Amazónica de Información Socioambiental
Georreferenciada (Raisg), contabilizam aproximadamente 33 milhões de habitantes na
região amazônica, com concentrações mais significativas no Sul da Amazônia brasileira,
no Oeste peruano e na região fronteiriça entre Brasil, Colômbia e Peru.
RIBEIRINHOS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
A vida da população ribeirinha na Amazônia foi tema de uma matéria
jornalística veiculada na televisão brasileira. No link disponibilizado a seguir
é possível conferir um pouco do cotidiano desses habitantes da floresta,
que criam alternativas de inserção na paisagem amazônica.
Matéria jornalística disponível em: https://youtu.be/Yc8SPv20WRQ
TANTAS CULTURAS
31
Os dados mostram que 75% da população total da Amazônia está concentrada no
Brasil, que apresenta crescimento populacional constante. Esse mesmo fenômeno de
crescimento também verifica-se em outros países que compartilham o bioma amazônico, como é o caso da Colômbia e do Equador. De qualquer forma, esse aumento
populacional está relacionado às políticas nacionais de colonização e de povoamento,
e também à busca de atividades produtivas, na qual desenvolvem-se infraestruturas de
exploração diversificadas para a economia amazônica.
A AMAZÔNIA URBANA
O aumento da população, aliado ao crescimento da densidade demográfica em determinadas
áreas, cria interações com novos conjuntos de forças sociodemográficas, econômicas, políticas
e científicas. Essas forças alteram clima e solo, assim como produzem padrões de mudanças
em um território agora modificado do ponto de vista de sua composição populacional.
Um dos reflexos dessa situação, por exemplo, está no uso da terra. Com exceção da
Venezuela e do Suriname, todos os outros países amazônicos possuem a agricultura
como uma de suas principais atividades, em uma dinâmica de divisão entre grandes e
pequenas agriculturas que impactam diretamente na identidade social dos povos que
habitam a região e suas unidades produtivas.
SERINGUEIROS
A seringueira é uma planta amazônica, e é a partir da extração do seu látex
que se produz a borracha, utilizando-se de pequenos cortes na sua casca.
A pessoa encarregada de realizar essa extração ficou conhecida como
seringueiro, que é o habitante da floresta que se ocupa de buscar a matériaprima para a produção desse elemento cobiçado na região.
Ao longo do tempo, os seringueiros transformaram-se em símbolos de
luta pela preservação da Floresta Amazônica, resistindo contra a extração
predatória e as condições desumanas de trabalho na Amazônia e pela
preservação desse bioma, que também lhes oferece sustento.
Figura marcante na batalha contra a degradação da floresta e o direito dos
seringueiros, Chico Mendes foi um sindicalista da região acreana de Xapurí.
Sua luta pelo controle da extração predatória e contra os desmates na região
dos seringais é reconhecida internacionalmente.
Com suas raízes indígenas, os seringueiros ainda vivem na floresta, retirando
dela suas subsistências a partir da extração da castanha do Brasil e de
matéria-prima para a produção de vernizes e tintas. Eles também trabalham
no seringal para extração do látex.
32
GUIA DO PROFESSOR
Se antes a concentração em áreas rurais era maior, já que longas faixas de terras concentravam a monocultura, o aumento da densidade urbana modificou essa característica socioeconômica, fragmentando a terra e criando aglomerações urbanas antes inexistentes. É assim que surgem cidades de grande porte, como Manaus e Belém (Brasil)
e Iquitos (Peru); e de médio porte, como Yurimaguas (Peru) e Largo Agrio (Equador).
No total, 63,7% da população amazônica passou a morar em cidades, o que representa
21,3 milhões de pessoas. Essa situação traz novos desafios para a região, como, por
exemplo, a necessidade de garantir a qualidade de vida nas cidades, já que muitas
delas ainda apresentam serviços básicos precários, como é o caso do saneamento,
acentuando a miséria em lugares que já possuem significativa vulnerabilidade social.
O que está em jogo atualmente são novos modelos de ocupação, com uma consolidação do urbano, que se vale de mão de obra amazônica para o crescimento econômico,
gerando complexas relações entre uma cultura milenar e mítica e uma cultura urbana,
integrada a uma modernidade que lhe é exterior.
Mesmo que boa parte da população ainda possua características ribeirinhas, assentando-se às margens dos rios, o bioma amazônico passa por um processo de modificação
de suas identidades culturais, pois as referências históricas que estão inscritas nessas
terras são apagadas por formas de exploração e ocupação do solo que tendem a descaracterizar toda essa relação do homem com a paisagem.
PARA SABER MAIS
• Observe essa compilação de acontecimentos na ocupação histórica da
Floresta Amazônica (matéria do Jornal Estadão).
Disponível em: http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,linhado-tempo-entenda-como-ocorreu-a-ocupacao-da-amazonia,407092
• A vida de um sertanista que se dedicou às tribos da Amazônia: Sydney Possuelo.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vGNBoAPdRvc
• Entenda melhor como é a vida urbana na Amazônia (série de reportagens
produzida pela TV Globo).
Disponível
em:
https://www.youtube.com/watch?v=1lpsXBUFoqo,
https://www.youtube.com/watch?v=kk2Wd20KymI
e
https:/www.
youtube.com/watch?v=y7TYvnX8ujk.
• História da ocupação da Amazônia: material de consulta muito interessante
(ilustrado).
Disponível em: http://www.tomdaamazonia.org.br/biblioteca/files/Cad.Prof4-Historia.pdf
TANTAS CULTURAS
33
PROPOSTA PEDAGÓGICA
A ocupação humana e sua consequente interação com a floresta ao longo do tempo
foram alteradas por diversas dinâmicas regionais. Pensando nisso, esta atividade planejada leva em consideração os elementos “ocupação amazônica” e “impactos da relação
homem-paisagem”.
Objetivos
• estimular a reflexão sobre as diferentes formas de ocupação humana da Amazônia
ao longo da história e buscar dimensionar os impactos na paisagem;
• desenvolver a percepção sobre a diversidade humana e suas respectivas culturas
presentes atualmente no território amazônico.
Materiais necessários
• papel pardo;
• folhas de papel A4;
• canetas coloridas;
• cópias de alguns textos, de caráter temporal diversificado, que tratem da ocupação
da região amazônica. Algumas sugestões de textos constam nos links a seguir:
̶̶
http://www.portalamazonia.com.br/secao/amazoniadeaz/interna.
php?id=1050;
̶̶
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/natural/artigos/a_amazonia_na_
pre-historia.html;
̶̶
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/07/090722_amazonia_
timeline_fbdt.shtml
Procedimentos
• separe a turma em duplas;
• cada dupla receberá até dez folhas de papel A4;
• em cada folha, a dupla deve elencar um ponto histórico do processo de ocupação,
incluindo período, forma de ocupação e impacto na paisagem;
• após cada dupla preencher o número de folhas que achar necessário, todos devem
realizar um círculo;
34
GUIA DO PROFESSOR
• no centro desse círculo será estendido um pedaço de papel pardo, contendo apenas
uma linha central pintada à caneta;
• cada dupla deve apresentar suas folhas aos demais colegas e colar no papel pardo,
de forma a criar uma única e diversa linha temporal (agora do coletivo) da ocupação
humana e interação com a paisagem da Floresta Amazônica;
• os pontos históricos apresentados devem ser debatidos e o papel pardo fixado na
parede em espaço adequado, servindo como uma referência para outras tarefas
que possam ser criadas sobre o tema.
Tempo estimado
Um período de aula de 50 minutos é suficiente para a realização da atividade.
TANTAS CULTURAS
35
O MUNDO
DAS ÁGUAS
CAPÍTULO 4
36
GUIA DO PROFESSOR
A beleza das águas da Amazônia.
Fonte: Banco de imagens do INPA.
O MUNDO DAS ÁGUAS
37
O MUNDO DAS ÁGUAS
A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NO MUNDO
A agricultura e a indústria funcionam com grandes quantidades de água, além de boa
parte da eletricidade no Brasil ser gerada usando-se a força das águas; ou seja, percebe-se que sem ela não existe vida.
Por possuir grandes oceanos, geleiras, mares e rios, o planeta Terra é tido como o
planeta da água. Entretanto, 97% de toda essa água é salgada, ou seja, inapta para o
consumo; apenas 2,5% é água doce. Desse total, só 0,3% é acessível; o restante está
nas calotas polares, nas geleiras e no subsolo.
O cenário atual é de maior contaminação, com aumento da população, o que
demanda mais água e alimentos que requerem grande quantidade do líquido para
serem produzidos. Desta forma, a preocupação com a água tem crescido no mundo
devido ao aumento do consumo e ao impacto da atividade humana na hidrologia
no planeta.
ALGUNS NÚMEROS DA ÁGUA NO MUNDO
Para consumo: as pessoas consomem de 2 a 4 litros por dia de água em
hidratação. Mas os alimentos que consumimos diariamente requereram de
2 mil a 5 mil litros de água para serem produzidos.
Agricultura e alimentos: hoje, 70% do uso de água doce é destinado à
agricultura, 20% à indústria e 10% às moradias. Em 2050, a população mundial
passará dos atuais 7 bilhões de pessoas para 9 bilhões. As necessidades de
alimentos devem aumentar 60% e as de água para a agricultura, 19%.
Falta de água: o acesso à água é uma grande preocupação de todos hoje.
Estima-se que sua escassez já afeta 40% de toda a população. Em 2025, um terço
da população mundial poderá estar vivendo em condições de estresse hídrico.
Água e mudança do clima: o aquecimento global vai dificultar o acesso à
água e mais regiões sofrerão com a sua escassez. As chuvas serão menos
regulares e blocos polares podem derreter, aumentando o nível do mar.
As inundações e as secas se intensificarão, afetando numerosos ecossistemas
que mantêm a qualidade da água. Em 2050 o número de pessoas vulneráveis
a desastres de inundações deve chegar a 2 bilhões.
Fonte: ONU (2015).
38
GUIA DO PROFESSOR
Existem estudos que indicam que para se produzir uma calça jeans são necessários
8 mil litros de água, e para uma camiseta de algodão, 2,5 mil litros. Uma fatia de pão
requer 40 litros de água para ser produzida; um copo de suco de maçã, 190 litros; uma
porção de arroz, 200 litros. Também são necessários 200 litros para uma espiga de
milho; para um pacote de batata frita, 185 litros; uma pizza marguerita, 1,2 mil litros;
e um hambúrguer, 2,4 mil litros.
Para se ter noção, o uso da água no mundo vem crescendo mais que o dobro da taxa
do aumento da população nos últimos 100 anos.
ÁGUA NO BRASIL
O Brasil detém 12% da água doce de todo o planeta. Apesar de ser alta a porcentagem quando
comparada ao restante do mundo, é imprescindível adotar práticas de consumo conscientes, pois o líquido pode chegar a faltar um dia, conforme dados atuais mesmo indicam.
Notícias recentes da mídia, por exemplo, informaram sobre falta de água em São Paulo,
em Belo Horizonte e em outros lugares. No Nordeste, as secas se repetem. Na Amazônia,
temos visto secas ou inundações que afetam a vida das pessoas e dos ecossistemas.
AMAZÔNIA: O MUNDO DAS ÁGUAS
O rio Amazonas tem mais de mil afluentes e uma vazão anual média de 200 mil m³ por
segundo, o que faz com que a Amazônia seja um mundo de águas pertencente aos oito
países amazônicos. Tal dimensão é explicada pelo fato de a Bacia Amazônica ser a maior
do mundo, com aproximadamente 80% da água doce superficial do Brasil estando nos
rios da Amazônia. Onde há tantas florestas e poucas estradas, o rio é a principal via de
comunicação e transporte para as pessoas que vivem no local.
O sistema aquífero do Amazonas abrange as bacias do rio Amazonas (Bolívia, Brasil,
Colômbia, Equador e Peru, com uma superfície de 6,2 milhões de km2) e do Orinoco
(Colômbia e Venezuela, com 880 mil km2), ambas unidas pelo canal Cassiquiare, entre
a Venezuela e o Brasil.
Existem, ainda, grandes reservas subterrâneas de água na Amazônia que não foram
quantificadas. Esse sistema aquífero abrange uma área de quase 4 milhões de km2, que
passa por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. As águas subterrâneas
são muito importantes no fornecimento de água para a manutenção dos ecossistemas
e da biodiversidade, já que armazenam água em períodos de chuva e cedem em épocas
de estiagem para rios e lagos. Tem muita mais água abaixo da terra do que nos rios.
Entretanto, toda essa água demanda muita atenção devido à sua importância, sendo
essa uma grande preocupação dos países amazônicos que compartilham tal riqueza.
O MUNDO DAS ÁGUAS
39
O desmatamento, que já atingiu aproximadamente 18% da Floresta Amazônica no
Brasil, afeta também o ciclo das águas (troca contínua de água na hidrosfera) e ameaça
sua disponibilidade. A perda de vegetação faz com que haja menos umidade, impactando nas chuvas e na quantidade de água nos rios, destruindo mananciais que alimentam rios e represas.
As atividades econômicas da indústria e da agricultura também interferem na água, já
que utilizam grandes quantidades do líquido e ainda usam alguns produtos químicos
que, quando empregados de forma descontrolada, sem o cuidado necessário ou até
mesmo de forma ilegal, geram contaminação. A agropecuária, por exemplo, usa fertilizantes, herbicidas e pesticidas; a mineração utiliza produtos químicos contaminantes;
e os processos de exploração de petróleo também usam produtos prejudiciais.
Outra situação que interfere na qualidade das águas e no meio ambiente é a falta de
saneamento básico em muitas cidades e centros urbanos, assim como o fato de boa
parte dos resíduos sólidos serem despejados a céu aberto.
A título de exemplo, a atividade que mais utiliza água é a das hidrelétricas, já que
usam a força da água para gerar boa parte da energia consumida nos países amazônicos. Para gerar tal energia é preciso construir infraestruturas gigantescas, que
acabam afetando a região.
A disponibilidade e a qualidade da água no mundo, incluindo as cidades brasileiras e
a Amazônia, dependem da contribuição de cada um, ao adotar práticas de consumo
conscientes e responsáveis, evitando a compra de produtos que desmatem a floresta
ou contaminem os rios. Essa atitude tem levado muitos produtores no mundo e na
Amazônia a adotar práticas responsáveis.
40
GUIA DO PROFESSOR
PARA SABER MAIS
• Água no planeta para crianças, no site da ANA (mapa educativo que aborda
a temática das bacias hidrográficas, ciclo da água e questões relacionadas
à conservação e à poluição da água).
Disponível em: http://arquivos.ana.gov.br/institucional/sge/CEDOC/Cata
logo/2012/AguaNoPlanetaParaCriancas.pdf
• Água na medida certa, no site da ANA (explicação, com perguntas e respostas,
acerca dos principais conceitos relacionados com a água: ciclo hidrológico,
bacia hidrográfica, água no mundo e como medir a vazão de um rio).
Disponível em: http://arquivos.ana.gov.br/institucional/sge/CEDOC/Cata
logo/2012/AguaNaMedidaCerta.pdf
• Para entender a crise hídrica (encarte da ANA).
Disponível em: http://conjuntura.ana.gov.br/docs/crisehidrica.pdf
• Exemplo prático de como a água poluída afeta a vida dos amazonenses,
neste caso as aldeias Yanomami, e como a ciência procura soluções (notícia
do Inpa sobre implantação de purificador de água em aldeia Yanomami).
Disponívelem:http://portal.inpa.gov.br/portal/index.php/ultimas-noticias/1873
-inpa-implantara-purificador-de-agua-em-aldeia-yanomami-no-amazonas
• Atividades e dados sobre água, algumas em espanhol e outras em inglês,
no site da FAO.
Disponível em: http://www.fao.org/nr/water/promotional.html
• Estatísticas mundiais da água por temas: biodiversidade, agricultura,
saúde, mudança do clima etc. da ONU (em inglês).
Disponível em: http://www.unwater.org/statistics/thematic-factsheets/en/
O MUNDO DAS ÁGUAS
41
PROPOSTA PEDAGÓGICA 1
Conhecendo a Bacia Amazônica, sua extensão, componentes, países e dimensão regional.
Objetivos
• entender as dimensões e a amplitude da Bacia Amazônica;
• compreender a sua dimensão transnacional.
Materiais necessários
• papel branco e material para colorir os mapas;
• Atlas para pesquisar os mapas da região.
Procedimentos
• leitura do quadro sobre a expedição que ajudou a concluir que o Amazonas é o mais
extenso rio do mundo, no Caderno do Aluno;
• os alunos devem traçar o percurso do maior rio do mundo e seus principais afluentes na América do Sul, incluindo a Bacia do Orinoco. Devem sinalizar, também, o
ponto de encontro entre as duas bacias, Orinoco e Amazonas;
• é importante identificar os países com os alunos, podendo ser mostradas a eles,
também, as principais cidades de fronteira e as capitais. Note que geralmente estas
se localizam à beira de um rio, o que ajuda a sublinhar a importância da água. Como
os rios são navegáveis, um barco pode ser desenhado para ilustrar esse fato;
• a atividade pode ser feita individualmente, em uma folha de papel branca, ou coletivamente, em um mural. Pode ser realizada também por grupos com quatro ou
cinco alunos;
• estabeleça um debate sobre como o desmatamento e a poluição em uma área pode
afetar a quantidade e a qualidade da água em outros lugares. Lembre-se: na grande
floresta tudo está interligado, especialmente neste mundo das águas.
Tempo estimado
O exercício pode durar um período de aula. Caso não concluído, pode ser finalizado em
casa e retomado em uma segunda aula.
42
GUIA DO PROFESSOR
PROPOSTA PEDAGÓGICA 2
Todos devem colaborar no uso consciente da água: calculando o consumo pessoal, o
aluno descobre como economizar água.
Objetivo
• ajudar a estabelecer uma consciência de que a responsabilidade pela água é de todos;
• permitir aprofundar o entendimento de que não se tem garantias de continuar usufruindo da água caso não se cuide dela.
Materiais necessários
• computador ou qualquer aparelho que permita acesso à internet para realizar o exercício.
Alternativa: caso não seja possível acessar a internet no período da aula, o professor
pode trazer a lista com 48 dicas para reduzir o consumo de água e os alunos podem
elaborar um plano para reduzir o consumo na escola. Essa lista pode ser encontrada em:
http://aguapedeagua.org.br/dicas.
Procedimentos
• ler o texto do capítulo para entender a importância da água no mundo e na Amazônia;
• posteriormente, consultando a página da internet indicada a seguir, pode ser feito
o cálculo da pegada de água (consumo de água), da escola e/ou da casa do aluno;
• abrir a página da internet: http://aguapedeagua.org.br/calculadora;
• é necessário um cadastramento simples para ingressar no site. Os alunos devem
pesquisar alguns dados prévios, como consumo em metros cúbicos das casas ou
da escola. A calculadora oferece possibilidades de reduzir o consumo com algumas
práticas, mostrando ser uma ferramenta muito interativa;
• em seguida, pode ser implementado um plano para economizar água na escola,
caso os alunos trabalhem em grupos. No caso de trabalho individual, o plano pode
ser para economizar água em suas casas. Tal plano deve mencionar qual o consumo
atual dos alunos e quanto e de qual forma ele pode ser reduzido.
Tempo estimado
A pesquisa na internet e o cálculo de consumo podem levar menos de dez minutos por
aluno ou grupo. Pode-se dedicar mais meia hora à elaboração do plano de redução de
consumo e ao debate.
O MUNDO DAS ÁGUAS
43
A vegetação em pé garante serviços ambientais da floresta.
Fonte: Sérgio Amaral, Banco de imagens da OTCA.
CAPÍTULO 5
SERVIÇOS
AMBIENTAIS
SERVIÇOS AMBIENTAIS
RIOS VOADORES: ÁGUA QUE VEM DO CÉU PARA A AMÉRICA DO SUL
A Amazônia atrai grandes quantidades de água do Oceano Atlântico em forma
de vapor e nuvens, sendo que suas árvores devolvem boa parte do líquido que
recebem de volta ao ar por duas formas. A primeira consiste em parte da chuva
que fica nas folhas da floresta ser aquecida pelo sol e se transformar em vapor,
voltando à atmosfera. A segunda, e ainda mais comum, é a transpiração, que é
quando a água que as árvores absorvem do subsolo é liberada pelas folhas, ou seja,
parece que a árvore está “suando” água, a qual é aquecida pelo sol e liberada na
atmosfera como vapor.
Estima-se que, na Amazônia, uma árvore com 10 metros de copa libera 300 litros de
água para a atmosfera, na forma de vapor, em apenas um dia. E uma árvore ainda
maior, com 20 metros de copa, pode liberar até 1.100 litros em um único dia. A floresta,
com seus 400 bilhões de árvores, libera muito mais.
Feito isso, as correntes de ar levam toda essa umidade da Amazônia em direção ao
Oeste, até encontrar a Cordilheira dos Andes, onde existem altíssimas montanhas que
facilmente superam os quatro mil metros. Por serem tão grandes, essas montanhas são
obstáculos para as nuvens, que não conseguem ultrapassá-las. Desviadas nos Andes,
as massas de ar carregadas com vapor de água da floresta seguem, então, rumo ao Sul,
chegando a várias regiões do Brasil e algumas partes da América do Sul: de São Paulo
ao Pantanal, dos Andes a Buenos Aires.
Esse fenômeno é chamado, poeticamente, de “rios voadores”, que é quando a água
da floresta, em forma de vapor e nuvens, passa por cima das nossas cabeças. Ou seja,
são massas de ar invisíveis que, aliadas à ocorrência de frentes frias vindas do Sul, se
transformam em chuvas.
Pesquisadores do projeto LBA (Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na
Amazônia, coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa) calcularam que, na floresta, se produz uma evaporação de 3,6 litros de água por m².
Assim, a Amazônia emite mais água pelo ar do que pelo rio Amazonas. Estima-se que
a Amazônia evapora, a cada dia, 20 bilhões de toneladas de água. Já o rio Amazonas
despeja no mar, diariamente, 17 bilhões de toneladas. Ou seja, são 3 bilhões de toneladas de diferença.
46
GUIA DO PROFESSOR
AMAZÔNIA: USINA DE SERVIÇOS AMBIENTAIS
Os termos “serviços ambientais” e “serviços ecossistêmicos” são utilizados na definição de
como a natureza e os ecossistemas têm funções insubstituíveis para a vida no planeta.
A Amazônia garante a existência de uma gigante biodiversidade que gera produtos dos
quais usufruímos, como madeira, frutos, peixes, remédios, sementes etc. Além disso, a
floresta tem um papel primordial no ciclo das chuvas na América do Sul, e também na
regulação do clima, na purificação da água e do ar e no controle de erosões.
O PONTO DE NÃO RETORNO: A FLORESTA PODE ACABAR?
Nas últimas décadas, a Floresta Amazônica tem sofrido pressões que antes
não existiam. Ela experimentou grande crescimento de atividades econômicas,
favorecido pelo aumento do preço das commodities nos mercados
internacionais (agricultura, pecuária e indústrias extrativas de minérios e
madeira), acompanhado de significativo aumento populacional, especialmente
nas cidades, e da proliferação de grandes obras de infraestrutura.
O desmatamento na região alcançou um pico, apenas para a Amazônia
brasileira, de 27.772 km2 em 2004. Esse ponto abriu os olhos para a
crescente ameaça sobre a biodiversidade da floresta e os serviços que
ela proporciona. Por isso, o governo brasileiro criou um plano com
numerosas medidas para reduzir o ritmo anual de desmatamento, que
caiu 82% entre 2004 e 2014.
Os cientistas questionam se existe um ponto climático de “não retorno”, ou
seja, o momento em que, após determinado percentual de desmatamento,
a floresta não conseguiria mais se sustentar.
No recente estudo intitulado “O futuro climático da Amazônia”, o
pesquisador Antonio Donato Nobre calcula em quase 763 mil km2 (uma
área equivalente a 184 milhões de campos de futebol) o desmatamento
acumulado na Amazônia brasileira até 2013. O estudo mensura que
existiriam, também, 1,2 milhão de km2 afetados pela degradação florestal,
que acontece quando as florestas sofrem impactos, como corte seletivo
de árvores ou incêndios, mas não ocorre o corte raso de toda a vegetação.
Assim, a qualidade original que sustentava o ecossistema é perdida,
afetando o seu equilíbrio.
Os cientistas ainda não concluíram as pesquisas sobre o assunto, mas
uma hipótese que ganha força, baseada em projeções, indica que, se
o desmatamento chegasse a 40% da Amazônia, poderia deflagrar uma
transição dessa vegetação para a savana (o nosso Cerrado).
SERVIÇOS AMBIENTAIS
47
Um importantíssimo serviço ambiental que a Amazônia fornece ao mundo é a capacidade de estocar carbono e, com isso, reduzir a emissão de gases do efeito estufa
que provocam o aquecimento do planeta, desde que a vegetação seja mantida em
pé, já que as plantas absorvem gás carbônico no processo de fotossíntese, ajudando a
diminuir a quantidade desse gás na atmosfera.
Outro serviço que a Floresta Amazônica fornece provém da transpiração das árvores,
processo no qual estas liberam milhões de toneladas de vapor de água que as correntes
de ar levam para outras partes da América do Sul e do Brasil, especialmente o Sudeste
e o Centro-Oeste, regiões produtoras de alimentos e que concentram boa parte da
riqueza econômica do país. Esse fenômeno é aquele chamado de “rios voadores”, explicado no capítulo anterior, que representa a maior quantidade de água que as árvores
da Amazônia devolvem para o ar e que, segundo os cientistas, chega até essa grande
área entre os Andes e Cuiabá, São Paulo e Buenos Aires.
Especialistas têm pesquisado por anos as funções da Amazônia e os diversos serviços
ambientais que ela proporciona ao Brasil e ao mundo. Um exemplo interessante é a
capacidade da floresta de atrair umidade do oceano para a manutenção das chuvas, o
que os cientistas explicam com a teoria da bomba biótica. Segundo essa teoria, “a transpiração abundante das árvores, casada com uma condensação fortíssima na formação
das nuvens e chuvas (...), leva a um rebaixamento da pressão atmosférica sobre a
floresta, que suga o ar úmido sobre o oceano para dentro do continente, mantendo as
chuvas em quaisquer circunstâncias” (NOBRE, 2014).
Também é atribuída à Amazônia a capacidade de moderar o clima e de contribuir
para que a região e sua área de influência não sofram com fenômenos atmosféricos
extremos, como tufões e furacões, já que o grande dossel rugoso do bosque ajuda a
equilibrar a energia dos ventos.
Outros serviços da Amazônia preservada, poucas vezes quantificados, são sua bela
paisagem e suas funções como fonte de turismo e elemento indispensável para muitas
culturas. Todas essas funções da Amazônia, porém, só podem ser preservadas caso a
floresta seja mantida em pé e, por isso, há muito tempo as pessoas se dedicam a descobrir como compensar esse esforço que uma comunidade ou que a própria população
amazônica faz, cuidando da floresta em vez de derrubá-la.
48
GUIA DO PROFESSOR
PARA SABER MAIS
• Rios voadores. Disponível em: http://riosvoadores.com.br/
• Serviços ambientais que a Amazônia oferece.
Disponível em: http://www.ipam.org.br/saiba-mais/A-importancia-dasflorestas-em-pe/1 e http://www.ccst.inpe.br/wp-content/uploads/2014/10/
Futuro-Climatico-da-Amazonia.pdf.
• Conceito de serviços ambientais.
Disponível em: http://www.ipam.org.br/saiba-mais/abc/mudancaspergun
ta/O-que-sao-Servicos-Ambientais-possivel-compensar-economica
mente-a-prestacao-destes-servicos-/40/30
• Redução no ritmo de desmatamento na Amazônia entre 2004 e 2014 e
resultados de 2014.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/redd/index.php/pt/informma/
item/141-prodes-2014-desmatamento-na-amaz%C3%B4nia-cai-18
• Saiba se há um rio voador por cima da sua cabeça.
Disponível em: http://riosvoadores.com.br/mapas-meteorologicos/rios-voadores/
• Torres de observação gigantes para pesquisar como funciona a Amazônia
(artigo breve e bem didático do Inpa).
Disponível em: http://portal.inpa.gov.br/index.php/ultimas-noticias/1953torres-de-observacao-darao-dados-mais-completos-sobre-a-funcaoda-floresta-amazonica
SERVIÇOS AMBIENTAIS
49
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Os alunos podem conhecer melhor o funcionamento da floresta e os serviços ambientais.
Objetivo
• conhecer os serviços ambientais oferecidos pela floresta e como foi feita a pesquisa
sobre os rios voadores;
• trabalhar o conhecimento da geografia da América do Sul e refletir sobre as relações
entre a floresta e a região.
Materiais necessários
• computador ou equipamento audiovisual para assistir à reportagem;
• papel e material para colorir o mapa da América do Sul.
Alternativa: em caso de não se ter acesso à internet, leia atentamente os textos do
capítulo e do quadro sobre os rios voadores no Caderno do Aluno. Nesses textos
são descritas a formação e o percurso dos rios voadores. Tais dados são suficientes
para a atividade.
Procedimentos
• a reportagem sobre os rios voadores explica como foi feita a pesquisa, como se
origina a água na floresta e como ela chega a muitos lugares da América do Sul;
• assistir a uma das seguintes reportagens na internet: a primeira (disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=GHNM7kAa4G8) tem duração de nove
minutos; e a segunda (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=F6NYhdZwXr8) de apenas três minutos. Assistir apenas uma é suficiente para se ter a ideia
do fenômeno. Entretanto, a primeira inclui pesquisadores e mais detalhes;
• os alunos devem desenhar um mapa da América do Sul, com o oceano, os Andes e
os países, e mostrar nele como funcionam as correntes de ar úmido que saem da
Amazônia. Pode ser feito individualmente ou em conjunto;
• adicionalmente, pode-se fazer uma lista dos serviços que a floresta nos proporciona;
• finalizado o trabalho, abra um debate e discuta esse tema na aula, com o que cada
aluno terá descrito.
50
GUIA DO PROFESSOR
Tempo estimado
Para assistir à reportagem na internet, se levará de 3 a 9 minutos, dependendo de
qual for a escolhida. Caso prefira-se usar o texto, podem ser dedicados 15 minutos à
leitura e à obtenção de dados. A criação do mapa e a lista dos serviços pode demorar
o restante da aula. Recomenda-se deixar dez minutos ao final para debater o tema.
Fica a seu critério utilizar mapas da região.
SERVIÇOS AMBIENTAIS
51
Parque Nacional Jaú, AM/RR.
Fonte: Banco de imagens do ARPA/MMA
MUDANÇA DO CLIMA
CAPÍTULO 6
MUDANÇA DO CLIMA
O efeito estufa é um fenômeno natural que permite manter a temperatura da Terra em
um nível ideal para a vida, sendo causado pelos chamados gases de efeito estufa, que
impedem a perda de calor na terra.
A atmosfera é a camada de gases que envolve a Terra, composta principalmente por
oxigênio (O2) e nitrogênio (N2). Em menor proporção, existem os chamados gases do
efeito estufa, sendo o principal deles o dióxido de carbono (CO2). A atmosfera contém,
ainda, metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e vapor d’água, que permitem a entrada de
calor, ondas eletromagnéticas que chegam do sol, mas impedem a saída de todo esse
calor (radiação infravermelha) emitido pela Terra. Sem esses gases a temperatura
média da Terra seria 33ºC mais baixa.
Após a industrialização, as atividades do ser humano têm levado a um aumento muito
intenso desses gases. Assim, menos calor sai da Terra, ocorrendo um superaquecimento. Os cientistas asseguram que isso contribui para o aquecimento do planeta e a
consequente mudança do clima. Esta, por sua vez, pode ter graves decorrências para
o futuro da Terra, da biodiversidade, dos ecossistemas e da vida das pessoas. Alguns
desses efeitos são ondas de calor, seca extrema, chuvas intensas, deslizamentos, inundações, redução dos recursos hídricos no planeta, com os seus impactos na agricultura,
perda de cobertura de gelo, aumento do nível do mar, entre outros.
PLANO NACIONAL SOBRE MUDANÇA DO CLIMA
O Brasil adotou, em 2008, o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que
visa reduzir as emissões de gases do efeito estufa no país e criar condições
para lidar com os impactos da mudança do clima. Em dezembro de 2009,
o Brasil se comprometeu a reduzir entre 36,1% e 38,1% de suas emissões
projetadas até 2020 (estima-se que equivale à redução de 17% comparada
aos níveis de 2005). Esse objetivo inclui a meta de reduzir em 80% o índice
anual de desmatamento na Amazônia e 40% no Cerrado (em relação a uma
taxa anual média de anos anteriores), além de incluir ações para os setores
de energia, agricultura, pecuária e indústria.
54
GUIA DO PROFESSOR
OS IMPACTOS PODEM SER DRAMÁTICOS PARA A FLORESTA AMAZÔNICA
Os impactos podem ser dramáticos para a Floresta Amazônica, precisamente por sua
fragilidade e gigantesca biodiversidade. Especialistas indicam que a região amazônica
já tem sido afetada pelo aumento da temperatura média, em seu regime de chuvas,
com períodos mais extensos de seca e inundações.
Essas mudanças aumentam a vulnerabilidade tanto do ambiente natural quanto das
populações humanas, particularmente das mais pobres. A perda da floresta pode levar
a uma mudança nas chuvas em toda a região, como foi observado no capítulo anterior,
que explica a contribuição da floresta na incidência de umidade e chuva em várias
regiões da América do Sul.
Dados do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), mostraram que desmatamento e queimadas aceleram o efeito estufa, alteram o mecanismo da formação de
nuvens e podem modificar o regime de chuvas na Amazônia e em outras partes do país.
A OTCA E A COOPERAÇÃO PERANTE A MUDANÇA DO CLIMA
Água, florestas e saúde são as três grandes áreas de cooperação dos países
amazônicos na proteção da Amazônia e das suas populações perante os
impactos da mudança do clima. Essa cooperação é coordenada no âmbito
da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) – Bolívia,
Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Na água, um grande desafio são as variações dos fluxos, com secas e
inundações, que impactam com força a biodiversidade. A água da Amazônia
é um bem único para todos esses países, que desenvolvem um plano de
gestão integrada das águas da bacia.
Na área de florestas, os países inauguraram, poucos anos atrás, o monitoramento
conjunto do desmatamento. Existem vários projetos que buscam ajudar as
populações locais a proteger a floresta e se precaver dos impactos.
Um exemplo é a gestão sustentável da Amazônia que está sendo implementada
em comunidades ribeirinhas do Brasil e do Peru, e que ajuda a prever os impactos
de secas e de inundações. Outras iniciativas têm sido a implantação de hortas
elevadas ou a criação de espécies de peixes mais resistentes às mudanças.
Na área de saúde, os desafios estão no risco de aumento da incidência de
doenças e problemas de saúde com o calor ou eventos extremos. Uma das
iniciativas é a elaboração de um guia para a adaptação ao risco climático na
região amazônica desde a perspectiva da saúde.
MUDANÇA DO CLIMA
55
POR QUE A AMAZÔNIA É TÃO IMPORTANTE NA QUESTÃO DA
MUDANÇA DO CLIMA?
O intenso aumento de gases do efeito estufa na atmosfera provém, principalmente, do
uso de energia de fontes não renováveis, como combustíveis fósseis (petróleo, gás e
carvão mineral) na produção de energia, na indústria e no transporte.
As grandes florestas no mundo, mais densas, especialmente as tropicais, na América
Latina, na Ásia e na África, têm enorme capacidade de retirada do principal gás do efeito
estufa da atmosfera, o dióxido de carbono, já que as plantas, por meio da fotossíntese,
absorvem carbono e expelem oxigênio. Parte desse carbono é assimilada pelas plantas
e se transforma em biomassa na forma de folhas, galhos, troncos e raízes. Entretanto,
quando a floresta é desmatada ou queimada, ocorre exatamente o contrário. A planta,
suas folhas e galhos, quando mortos, apodrecem e, nesse processo, liberam carbono
na forma de gases do efeito estufa, como o gás carbônico.
Isso fez do Brasil, que detém a maior porção da Amazônia, um dos grandes emissores de gases do efeito estufa do planeta. A redução do desmatamento, nos últimos
anos, tem ajudado a diminuir a contribuição brasileira nas emissões globais – essa
emissão ocorre não apenas na Amazônia, mas também em outras regiões do país,
como o Cerrado.
Dessa forma, um grande serviço ambiental que a Floresta Amazônica fornece para o
mundo é a sua capacidade em ajudar a regular o clima da Terra, mas a floresta só
poderá exercer essa função caso seja mantida em pé.
Todos contribuem para o aquecimento global, assim como todos podem ajudar a reduzi-lo.
A título de exemplo, reduza o consumo de energia e o lixo ao necessário; desligue o computador quando não estiver usando; use transporte coletivo; e, claro, evite consumir produtos
que provocaram desmatamento ou contaminação das florestas e da água. Ações como
essas ajudarão a salvar o planeta.
56
GUIA DO PROFESSOR
PARA SABER MAIS
• Impacto da mudança do clima na Amazônia.
Disponível em: http://mudancasclimaticas.cptec.inpe.br/~rmclima/pdfs/
destaques/relatorio_port.pdf
• Efeitos da mudança do clima sobre a biodiversidade.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/imprensa/_arquivos/
livro%20completo.pdf
• Fermentação entérica.
Disponível em: http://www.seeg.eco.br/emissoes-por-setor-agropecuaria/,
http://www.observatorioabc.com.br/recuperar-pastagens-pode-compen
sar-metano-emitido-pelo-boi?locale=pt-br, e http://mundoestranho.abril.
com.br/materia/e-verdade-que-o-pum-das-vacas-aumenta-o-efeito-estufa
• Plano Nacional sobre Mudança do Clima.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/clima/politica-nacional-sobremudanca-do-clima/plano-nacional-sobre-mudanca-do-clima
• Vídeo elaborado pelo Inpe sobre mudança do clima (muito completo e
com duração de nove minutos).
Disponível em: http://issuu.com/magnostudio/docs/mudancas_climaticas/1?e=0
• Cartilha do Inpe sobre mudança do clima que oferece dicas de como podemos
contribuir com o planeta e detalhes sobre o impacto nas regiões do país.
Disponível em: http://issuu.com/magnostudio/docs/mudancas_climaticas/1?e=0
• Programa LBA: alguns resultados.
Disponível em: http://lba2.inpa.gov.br/lba2/lba-apresentacao.html
• O ciclo do carbono nas plantas.
Disponível em: http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/content/ciclo-do-carbono
MUDANÇA DO CLIMA
57
PROPOSTA PEDAGÓGICA 1
Calcule a sua pegada de carbono: o que o aluno pode fazer pelo planeta mudando
apenas um pouco os seus hábitos.
Objetivos
• perceber como todas as atividades humanas e as do nosso dia a dia influem na emissão
de gases do efeito estufa;
• aprender a reduzir as nossas emissões e, ao mesmo tempo, ajudar a floresta e o planeta.
Materiais necessários
• computador ou aparelho que permita realizar a atividade na internet;
• papel e caneta para anotar.
Procedimentos
• os alunos utilizam uma ferramenta da internet para calcular a pegada de carbono
e saber como reduzir suas emissões, as da casa deles ou até mesmo as da escola;
• primeiro, abra qualquer uma das duas páginas na internet: http://www.idec.org.br/
climaeconsumo/ ou www.climaeconsumo.org.br;
• os alunos devem trazer alguns dados de casa, como consumo do carro da família,
do gás e da eletricidade na sua casa. O trabalho também pode ser feito sobre as
emissões da escola;
• os alunos podem calcular individualmente, ou em grupos, o consumo e como reduzi-lo.
O estudo pode ser aplicado na casa deles ou na escola;
• os alunos devem entregar uma redação informando com detalhes o consumo, quais
os fatores principais que o provocam e como reduzi-lo;
• ao final, pode ser feito um debate sobre o que causa o aquecimento global no
planeta e como nós podemos fazer a nossa parte.
Tempo estimado
O tempo estimado para a atividade é de 30 minutos para a calculadora e as anotações.
Os alunos podem, então, apresentar o resultado dos trabalhos em debate de 30 minutos.
58
GUIA DO PROFESSOR
PROPOSTA PEDAGÓGICA 2
Quantas árvores são necessárias para compensar a sua pegada de carbono? O aluno
aprende o conceito de compensar quando não se consegue reduzir a pegada.
Objetivos
• entender como as árvores e as florestas são importantes na questão da mudança
do clima;
• levar os alunos a pensar sobre como reduzir as emissões na Amazônia.
Materiais necessários
• computador ou aparelho que permita realizar a atividade na internet;
• papel e caneta para anotar.
Procedimentos
• a página na internet permite calcular quanto uma pessoa ou lar contribui nas
emissões de gases do efeito estufa e, ao mesmo tempo, ajuda a refletir sobre o
conceito de compensação;
• abra a seguinte página da internet: http://www.iniciativaverde.org.br/pt/calculadora;
• os alunos devem trazer alguns dados de casa, como consumo do carro da família,
do gás e da eletricidade na sua casa. O trabalho também pode ser feito sobre as
emissões da escola;
• os alunos podem calcular, individualmente ou em grupos, seu consumo e como
reduzi-lo. O estudo pode ser aplicado na casa deles ou na escola;
• os alunos devem entregar uma redação informando com detalhes qual o consumo,
quais os principais fatores que provocam esse consumo, e qual a compensação que
devem fazer com plantio de árvores;
• ao final, pode ser feito um debate sobre a importância das árvores e da floresta
para o clima e as fragilidades, com base nos dados informados no capítulo.
Tempo estimado
O tempo estimado para a atividade é de 20 minutos para a calculadora e as anotações.
Os alunos podem, então, apresentar o resultado dos trabalhos em debate de 30 minutos.
MUDANÇA DO CLIMA
59
PROPOSTA PEDAGÓGICA 3
Entendendo o ciclo do carbono das plantas na floresta.
Objetivos
• estudar como as plantas absorvem carbono e como isso funciona para compreender a contribuição da floresta na mudança do clima;
• transformar o aluno em professor, já que ele irá preparar a aula sobre o ciclo de carbono.
Materiais necessários
• papel e caneta para anotar – o professor pode levar material da escola sobre o tema
fotossíntese e ciclo do carbono (computador para pesquisar na internet é opcional).
Procedimentos
• a leitura do capítulo e a pesquisa do material da escola sobre fotossíntese e ciclo
do carbono permitem aos alunos adquirir o conhecimento necessário sobre o
ciclo de carbono;
• após a leitura do capítulo, o professor pode oferecer aos alunos material disponível
na escola sobre a fotossíntese e o ciclo do carbono;
• os alunos se distribuirão em grupos de quatro ou cinco, e prepararão uma apresentação que servirá para dar uma aula para os colegas. Eles serão os professores,
que explicarão como as plantas absorvem ou liberam carbono; como funciona a
fotossíntese e o ciclo do carbono; e como isso influencia nas emissões de gases do
efeito estufa;
• fica a critério deles a utilização de ilustrações, gráficos e esquemas, para facilitar a
compreensão do processo por todos.
Tempo estimado
Pode-se dedicar uma aula ao estudo e à preparação do material. Na aula seguinte, os alunos
terão de ministrá-la. Cada grupo disporá de 8 minutos para apresentação da aula.
60
GUIA DO PROFESSOR
ANOTAÇÕES
MUDANÇA DO CLIMA
61
DESMATAMENTO
CAPÍTULO 7
Desmatamento na floresta.
Fonte: Banco de imagens da OTCA.
DESMATAMENTO
UMA LUTA CONTÍNUA
O bioma amazônico possui uma extensão significativa, e quando olhamos no mapa o
conjunto de territórios que ele integra, a variedade de culturas, de formas de interação com
a paisagem e ocupação do solo, uma das primeiras coisas que vem ao nosso pensamento é:
como proteger tudo isso? Como criar formas de preservação de uma floresta desse porte?
No Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio do Projeto de
Monitoramento do Desmatamento da Amazônia Legal (Prodes), apresenta um gráfico
interessante para avaliação dos níveis de desmatamento.
Gráfico 1 – Nível de desmatamento
Desmatamento (km2/ano)
30.000
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 20141
Ano
Fonte: Inpe (2015).
Nota: 1 Taxa estimada.
A atualização desses números pode ser acompanhada pelo monitoramento on-line.
Basta acessar o site do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter)
(disponível em: http://www.obt.inpe.br/deter/), no qual mapas são disponibilizados. O
acompanhamento via satélite está ao alcance de todos.
O Projeto de Monitoramento da Cobertura Florestal, executado pela Organização do
Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), contribui para o desenvolvimento regional
de estratégias de controle do desmatamento, mudanças do uso do solo e aproveitamento florestal. A partir de 2011, esse projeto instalou salas de observação em todos
os países-membros da OTCA e permitiu a otimização (mão de obra especializada e tecnologia) dos serviços oferecidos por essa atividade, gerando a criação dos primeiros
Mapas Regionais do Desmatamento na Amazônia.
É necessário buscar alternativas para continuar o processo de redução do desmatamento da Floresta Amazônica, levando-se em consideração os impactos ambientais
64
GUIA DO PROFESSOR
que resultam do atual modelo econômico. A derrubada ilegal de árvores, por exemplo,
provoca a diminuição do ciclo de chuvas, mudando a paisagem verde da floresta, ou
então a perda das raízes, que altera a dinâmica do solo com erosões e infertilidade. Isso
sem falar no aumento da taxa de dióxido de carbono (CO2), que impacta diretamente
na ampliação do efeito estufa, aumentando a temperatura da Terra. É urgente investir
em alternativas e soluções ambientalmente adequadas de preservação da floresta,
impedindo os desmatamentos que ocorrem pela extração predatória da madeira, pelas
queimadas e também pelas atividades industriais irregulares.
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E POLÍTICAS DE FISCALIZAÇÃO
Uma das estratégias que tem se mostrado eficaz no combate ao desmatamento amazônico
é a criação de Unidades de Conservação (UCs). Denominação dada pelo Sistema Nacional
de Unidades de Conservação (SNUC), as UCs dizem respeito a determinados espaços territoriais e seus respectivos recursos ambientais que, por sua relevância, são considerados
estratégicos e enquadrados pelo poder público em um regime especial de administração.
ACOMPANHANDO EM TEMPO REAL
A possibilidade de se monitorar o desmatamento em tempo real permite
dimensionar territorialmente e em termos de escala o avanço da degradação
do bioma amazônico. Ao mesmo tempo, essas informações viabilizam a
identificação e a definição das áreas prioritárias para implementação de
estratégias de enfrentamento do problema, que pode se dar, por exemplo, pela
execução de ações de educação ambiental. Esse recurso do acompanhamento
do desmatamento on-line se tornou possível quando as pesquisas e os
levantamentos de dados se aliaram à tecnologia, especialmente a via satélite.
Por isso, por meio de sites como o do Inpe, ou do Prodes, bastam poucos
cliques para percebermos o atual cenário do desmatamento na região.
No caso da Amazônia, por toda sua megabiodiversidade, a implementação de UCs
foi a alternativa encontrada para preservar o bioma. Entretanto, outros instrumentos
de proteção ambiental estão em andamento, como a criação de fundos de financiamento para a formação de programas ambientais com caráter geral ou focados em
temas específicos. Da mesma forma, existem iniciativas ligadas à concessão florestal
que garantem a empresas e a comunidades o direito de manejar florestas públicas
para extração de madeira e produtos não madeireiros, e oferecer serviços de turismo,
permitindo, assim, que os governos gerenciem, de forma regionalizada, o patrimônio
florestal, combatendo grilagens de terras e exploração predatória.
DESMATAMENTO
65
Entretanto, toda e qualquer alternativa depende de um elemento essencial: a fiscalização. O papel de cada governo é fundamental. No Brasil, por exemplo, o Ministério do
Meio Ambiente (MMA) possui inúmeras frentes de trabalho que evidenciam o esforço
para conter o avanço de desmatamentos, queimadas ou uso ilegal da floresta, como
é o caso do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia
Legal (PPCDAm) e do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa).
Os demais países que compõem esse mesmo espaço geográfico amazônico também
possuem entidades responsáveis pela fiscalização, bem como órgãos gestores e, somados
a isso, políticas nacionais de preservação previstas em suas respectivas legislações.
INTEGRANDO POLÍTICAS PARA A AMAZÔNIA
Mesmo existindo diversas políticas de fiscalização ambiental e diferentes plataformas de
acompanhamento da Amazônia em tempo real, ainda é preciso consolidar a integração
das diversas legislações sobre esse tema, bem como das ações que já são realizadas por
diferentes órgãos. Consenso para vários organismos é o fato de que a Amazônia precisa de
políticas de Estado combinadas e articuladas, buscando viabilizar ações estruturantes e um
diálogo efetivo entre os segmentos e atores sociais do cenário amazônico.
Daí a importância de se perceber que, ainda hoje, algumas legislações referentes à
proteção ambiental são complexas, apresentando sobreposições ou mesmo lacunas
jurídicas que não favorecem o desenvolvimento e a consolidação de uma política
efetiva de salvaguarda da Floresta Amazônica. No contexto atual, as governanças regionais passam a ganhar maior poder de decisão com relação às medidas socioambientais
aplicadas em benefício da floresta.
Essa mudança de postura contribui para a integração da região amazônica por meio da
elaboração de políticas nos diferentes países, a fim de que se comuniquem e estabeleçam pontos de intersecção, favorecendo ações conectadas ao objetivo de garantir a
preservação do bioma. Um exemplo bastante claro disso é o Conselho Inter-regional da
Amazônia, que se localiza no Peru. Esse é um mecanismo de articulação entre os mais
variados órgãos do governo regional da Amazônia peruana.
O envolvimento das governanças regionais no controle do desmatamento acaba por estimular uma maior participação das próprias comunidades locais. A isso soma-se o aumento
do número de organizações sociais que surgiram em diferentes pontos da floresta, colaborando com a fiscalização direta de pontos de alta vulnerabilidade ambiental.
No Brasil, o Manejo Florestal Sustentável, que se refere à pratica de manejo da floresta
para obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os
66
GUIA DO PROFESSOR
mecanismos de sustentação de seu ecossistema, é uma das estratégias que vem contribuindo para a diminuição do desmatamento. No contexto do manejo florestal, destaca-se como uma ação exitosa o Manejo Florestal Comunitário, quando indígenas,
extrativistas, ribeirinhos e agricultores familiares tiram das florestas sua subsistência
de forma sustentável.
Na Amazônia, 92% das florestas públicas são destinadas ao uso comunitário, sendo que
mais da metade refere-se às terras indígenas. Entre as principais atividades do manejo
comunitário que geram renda para milhares de pessoas, encontram-se a produção de
madeira, a coleta de frutos, de sementes, de cascas e de raízes, assim como a extração
de óleos e resinas e o pescado.
Levantamento realizado em 2011 pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) registrou 325
iniciativas de manejo florestal comunitário madeireiro, sendo que a maior parte refere-se ao manejo familiar ou de pequena escala, e o restante ao manejo comunitário.
PARA SABER MAIS
• Combate ao desmatamento ilegal na Amazônia: Ibama e Operação Onda Verde.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=M_pO0tobYnU
• Saiba mais sobre o uso e a cobertura da Floresta Amazônica.
Disponível em: http://www.inpe.br/cra/projetos_pesquisas/sumario_terra
class_2010.pdf
• Imagens de satélite revelam pontos de desmatamento na Amazônia Legal.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=c-EPmBrNKXU
• Conheça a Coordenação-Geral de Observação da Terra (OBT) do Inpe.
Disponível em: http://www.obt.inpe.br/deter/ e http://www.obt.inpe.br/
deter/indexdeter
• Novas tecnologias diminuem o desmatamento na Amazônia.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=by4MzwDQk4w
• Lei de concessão a regiões da floresta.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/
2006/lei/l11284.htm
• Saiba mais sobre o desmatamento no site do Museu Paraense Emílio
Goeldi: por trás do desmatamento da Amazônia.
Disponível
em:
http://www.museu-goeldi.br/portal/content/meioambiente-por-tr%C3%A1s-do-desmatamento-da-amaz%C3%B4nia
DESMATAMENTO
67
PROPOSTA PEDAGÓGICA
As alternativas para acompanhamento do desmatamento ou mesmo de outros danos à
vida da Amazônia já existem. Por exemplo, é possível acompanhar, por meio de sistemas
on-line e de plataformas, os níveis de degradação do bioma amazônico, e, com base
nessas informações, propor políticas públicas que promovam o equilíbrio ambiental.
Objetivos
• proporcionar uma experiência concreta que permita aos alunos tomarem conhecimento de que o país dispõe de tecnologia para monitorar o grau de desmatamento
da Amazônia;
• estimular a compreensão de que essas informações são estratégicas e ponto de
partida para a tomada de decisão sobre como enfrentar o desmatamento e em que
áreas as ações devem ser executadas.
Materiais necessários
• projetor on-line;
• folhas de papel A4;
• acesso aos endereços on-line de observação. Como sugestão temos:
͵͵ Deter: http://www.obt.inpe.br/deter/indexdeter;
͵͵ Degrad: http://www.obt.inpe.br/degrad/;
͵͵ Prodes: http://www.obt.inpe.br/prodes/index.php;
͵͵ monitoramento de queimadas e incêndios: http://www.inpe.br/queimadas/;
• atualização dos dados e alternativas. Como sugestão temos:
͵͵ grupos de estudos estratégicos amazônicos: http://portal.inpa.gov.br/index.
php/component/content/article?id=221;
͵͵ Revista Ciência para Todos: http://portal.inpa.gov.br/index.php/component/
content/article?id=64;
͵͵ Arpa: http://programaarpa.gov.br/pt/;
͵͵ manejo florestal: http://www.mamiraua.org.br/pt-br/manejo-e-desenvolvi
mento/programa-de-manejo-florestal-comunitario/.
68
GUIA DO PROFESSOR
Procedimentos
• solicite, com antecedência, que os alunos tragam de casa alguma notícia sobre a
questão da degradação florestal na Amazônia;
• crie um quadro nas folhas de papel A4 dividido em três colunas, cada uma delas
com o seguinte cabeçalho: acompanhamento; ações; alternativas;
• na primeira coluna, apresente os sites e as plataformas que considera pertinentes
para o acompanhamento atualizado dos dados sobre a degradação da floresta;
• já na segunda coluna, apresente de um a três projetos que existam para diminuição
desse processo de deterioração do bioma amazônico;
• a terceira coluna deve estar em branco;
• oriente o debate a partir dos seguintes tópicos: degradação ambiental (desmatamento, queimadas, atividades predatórias ilegais etc.); acompanhamento e atualização de dados; e alternativas. Utilize também o material que os alunos trouxeram
para fomentar esse diálogo;
• após o debate, encaminhe o preenchimento do item “alternativas”, sendo que após
a conclusão dessa tarefa cada um deverá apresentar as ideias que incluiu nesse
item. Organize uma forma de exposição permanente desse material;
• realize uma fala de encerramento apontando para as possibilidades tecnológicas e
a importância do acesso público ao acompanhamento dos dados.
Tempo estimado
Planeje a execução desta tarefa em até duas aulas, se for necessário, visto que é
preciso solicitar que os alunos tragam para a sala de aula uma reportagem/informação sobre o tema.
DESMATAMENTO
69
SUSTENTABILIDADE
CÁPITULO 8
Extrativismo de castanha-do-pará, na Reserva Extrativista Cazumbá, AC.
Fonte: Luciano Malanski, Banco de imagens do ARPA/MMA.
CAPÍTULO 8
SUSTENTABILIDADE
UM FUTURO POSSÍVEL
A ideia de sustentabilidade pressupõe a capacidade de se construir, coletivamente,
soluções para uma equação que não é simples: a de encontrar o exato equilíbrio
entre a necessidade de geração de emprego e de renda, ao mesmo tempo em que os
recursos naturais são preservados. Em outras palavras, significa buscar estratégias que
permitam o manejo racional e adequado das riquezas naturais de modo a atender às
demandas do nosso tempo e das gerações futuras.
Esse é o desafio que está colocado para os homens e mulheres que habitam cada canto
do planeta. E a resposta a esse desafio exige soluções técnicas, novas posturas políticas e o estabelecimento de formas inovadoras que redefinam o relacionamento entre
sociedade e natureza, pautando-o principalmente em novos padrões de produção
e consumo, na adoção de novas práticas, atitudes e valores de vida; enfim, em uma
mudança de comportamento.
Considerando que a história do bioma amazônico resulta de uma trajetória de intenções
e projetos equivocados que, ao longo dos anos, promoveram perdas e danos (degradação), e tendo-se em conta a necessidade vital da sua preservação, cabe à sociedade
contemporânea discutir sobre o que se deseja para a Amazônia.
A sociedade deve definir qual é a estratégia produtiva e de conservação mais adequada,
assim como quais ações que, integradas, possam tornar sustentável esse patrimônio e
melhorar a qualidade de vida das suas populações. Cenários de um futuro sustentável
para o bioma são perfeitamente possíveis.
A EMERGÊNCIA DA SUSTENTABILIDADE NA AMAZÔNIA
Para se criar um ambiente favorável ao desenvolvimento sustentável na Amazônia é
indispensável se levar em conta algumas condições, princípios e fundamentos importantes, quais sejam:
• considerar, na busca da sustentabilidade, a criação de instrumentos e de estímulos que
reconheçam a diversidade dos inúmeros ecossistemas existentes na Amazônia, que são
exuberantes e ricos, mas paradoxalmente extremamente delicados e frágeis;
• entender que a natureza, a partir de uma perspectiva de uso racional, deve ser
considerada parceira e aliada para estabelecer um real desenvolvimento da região;
72
GUIA DO PROFESSOR
• aproveitar o saber acumulado pelo homem da região no uso dos recursos florestais e
das variadas espécies vegetais utilizadas amplamente pelas populações tradicionais;
• promover ações de desenvolvimento que tenham a distribuição de renda como
forma de diminuir as desigualdades sociais;
• atentar para a riquíssima biodiversidade da natureza amazônica como fator que
pode estruturar uma base econômica sustentável, não somente pela extração, pela
conservação e pelo aproveitamento da madeira, com base em uma fiscalização
rígida associada à pratica do replantio das espécies nativas, mas também pelo aproveitamento inteligente e racional do maior banco genético do planeta e do maior
reservatório de espécies florestais;
• buscar a implementação e a consolidação de uma base produtiva regional, que
some valor aos produtos primários tradicionais do lugar, buscando beneficiá-los na
própria região, pois resultará em um produto com maior valor comercial;
• estimular a ciência, a tecnologia e a inovação com o objetivo de desenvolver uma
base de conhecimento sobre o bioma e suas dinâmicas, buscando o aproveitamento de espécies florestais e animais da Amazônia, viabilizando o uso responsável
e adequado do patrimônio em favor da sociedade local;
• estimular a formação de viveiros de espécies florestais, desenvolvendo bancos de
células de espécies com risco de extinção e o criatório de espécies animais da região;
• buscar a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável como resultado de uma articulação estratégica que envolva os oito países que compartilham
o bioma amazônico.
SUSTENTABILIDADE E JUVENTUDE NA AMAZÔNIA
No contexto das instituições e dos atores que devem estar articulados,
mobilizados e envolvidos na construção da sustentabilidade amazônica,
aos jovens cabe um papel de liderança e de protagonismo criativo,
buscando, em um mundo que é não só desafiador, mas também cheio
de oportunidades, soluções inovadoras e inusitadas para a construção do
futuro que desejam ter.
Os Coletivos Jovens (CJs) e a Rede de Juventude pelo Meio Ambiente
(Rejuma), fóruns de mobilização e de iniciativa ligada à juventude, que
também estão presentes nos estados amazônicos, são exemplos de grupos
de jovens que já possuem uma trajetória de envolvimento nos processos
de construção de uma sociedade amazônica de direitos, ambientalmente
justa e sustentável.
SUSTENTABILIDADE
73
As possibilidades de uma Amazônia sustentável em um futuro próximo são concretas,
mas dependem do envolvimento conjunto e efetivo de governos, da sociedade civil,
do setor empresarial e dos organismos de cooperação regional. A OTCA, por exemplo,
cumpre seu papel e já está trabalhando, no âmbito amazônico, em busca de forças que
tenham os mesmos interesses ambientais e que se apoiem mutuamente para a realização do manejo sustentável dos recursos naturais da região.
AS BASES DE UM MODELO SUSTENTÁVEL PARA A AMAZÔNIA
O processo de construção de um modelo sustentável para a Amazônia deve estar alicerçado, entre outras variáveis, no bem-estar humano, na sustentabilidade ecológica,
na justiça social e em atividades econômicas eficientes. Inúmeras experiências, iniciativas, projetos, programas e ações confirmam que é possível trilhar um caminho de
desenvolvimento compatível com a sua riqueza natural, com sua gente e com a sua
variedade cultural.
PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO E SUSTENTABILIDADE
Várias instituições dedicam-se à pesquisa e aos estudos científicos
dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia com o objetivo de
buscar solução para os problemas regionais, a promoção do bem estar
humano, o uso sustentável dos recursos naturais, a inovação e a difusão
da informação. Nessa missão, destaca-se o trabalho do Museu Paraense
Emílio Goeldi, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa – Amazônia) e
do Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (Gite), bem como dos
Centros de Pesquisas e Estudos da rede de universidades espalhadas
pelo território, como é o caso do trabalho desenvolvido pelo Núcleo de
Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Estudos e pesquisas sobre a Amazônia apontam que as bases dessa sustentabilidade
devem considerar: i) a modernização e o aperfeiçoamento do extrativismo vegetal:
exploração racional da madeira; desenvolvimento e produção de inseticidas orgânicos, cosméticos, perfumes, novos alimentos, novas frutas e essências; ii) a produção
de semielaborados para exportação, que se integrem à economia da região; iii) a
modernização dos planos de integração e de infraestrutura, buscando o predomínio
do transporte ferroviário e hidroviário; iv) o desenvolvimento urbano para produzir
crescimento econômico, oportunidades e bem-estar sem pressionar o ecossistema;
v) pagamento a serviços ambientais como retribuição às atividades de conservação
74
GUIA DO PROFESSOR
da floresta e que geram serviços ambientais, como a absorção de gás carbônico da
atmosfera (sequestro de carbono); vi) a gestão e a administração da Amazônia como
um sistema que exige fluxos e recursos específicos e constantes; e vii) o zoneamento
econômico e ecológico de toda a Amazônia brasileira como forma de tirar proveito dos
conhecimentos sofisticados que hoje existem sobre a Amazônia enquanto um sistema
e sobre as informações mais recentes acerca da sustentabilidade, como o manejo sustentável do pirarucu, a criação de tambaqui em cativeiro, a agricultura com sistemas
agroflorestais, entre outros exemplos.
Na busca pelo desenvolvimento sustentável, outra iniciativa inovadora e exitosa visando
à preservação da floresta e à adoção de práticas baseadas na estruturação de serviços e
produtos ambientais de origem florestal foi adotada em 2007 pelo governo do estado
do Amazonas: o Bolsa Floresta. Esse programa promove o associativismo das famílias
que vivem em unidades de conservação estaduais e no entorno delas, assegurando
remuneração direta, benefícios sociais em nível comunitário, atividades de produção
e geração de renda sustentável. Com isso, essas populações locais recebem mais um
incentivo para se tornarem guardiãs da flora e da fauna amazônicas.
PARA SABER MAIS
• Conheça a importância da gestão ambiental e territorial.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NwUVOQuoLmE
• Assistindo ao programa Dia de Campo na TV, produzido pela Embrapa. Você
poderá conhecer em detalhes o que são os sistemas agroflorestais da Amazônia.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BQ9NMaJN33g
• Florestabilidade: conheça alguns dos programas da série educativa
produzida pelo Canal Futura que visa difundir diversas formas de
manejo de extração de produtos (como madeira, seringueira e açaí)
da floresta de forma sustentável. Madeira, seringueira e açaí.
Disponíveis, respectivamente, em: https://www.youtube.com/watch?
v=yuGbc_kVWBo, https://www.youtube.com/watch?v=_XHIDAaPm-U
e https://www.youtube.com/watch?v=zt-nxmze3ME.
• Comunitários falam sobre o Bolsa Floresta.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DJCKgfu1jWo
• Interessante documentário produzido pelo Programa Áreas Protegidas da
Amazônia (Arpa) sobre a reserva extrativista do Baixo Juruá.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=uOA7aX2QTjk
SUSTENTABILIDADE
75
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Como já se sabe, o caminho para a sustentabilidade é um desafio que está aí, presente
no cotidiano de todos os habitantes do planeta Terra. Por isso, esta atividade visa trabalhar as alternativas sustentáveis e a coletividade.
Objetivos
• exercitar a reflexão sobre diferentes alternativas para a construção da sustentabilidade no bioma amazônico;
• estimular a definição de prioridades na implementação de estratégias com vistas ao
desenvolvimento sustentável.
Materiais necessários
• fichas de identificação (30 cm x 12 cm) feitas com cartolina, entre outros materiais; • canetas coloridas;
• fita adesiva e/ou papel pardo.
Procedimentos
• as fichas de identificação serão distribuídas, e com elas as canetas de cores diferentes;
• cada aluno deverá apresentar um conjunto de alternativas sustentáveis para o
bioma amazônico, de preferência as que não tenham sido citadas no texto;
• para cada alternativa, será apresentada uma ficha de identificação. Devem ser
entregues no máximo três fichas por aluno;
• nesse momento, o aluno decide em que grau de prioridade essa alternativa sustentável está (em uma escala em que 1 é “baixa” e 5 é “altíssima);
• depois, as fichas de identificação serão fixadas dentro de uma escala, no formato
horizontal ou vertical da parede e/ou cartaz e, a partir daí, analisadas e debatidas
por todos da classe. Tempo estimado
A atividade poderá ser aplicada em um único período, se trabalhada de forma mais
pontual. Outra opção é repeti-la em diversos momentos ao longo do período letivo,
executando-a no contexto de diferentes disciplinas e conteúdos, que direta ou indiretamente estejam relacionados ao tema.
76
GUIA DO PROFESSOR
REFERÊNCIAS
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80
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