Declaração Praia final - Nações Unidas em Cabo Verde
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Declaração Praia final - Nações Unidas em Cabo Verde
DECLARAÇÃO A conferência foi organizada pelo Governo de Cabo Verde ,em colaboração com as Nações Unidas, e reuniu representantes de alto nível de Comores, Maurícias, São Tomé e Príncipe, Seychelles, bem como importantes individualidades das Nações Unidas, para discutir as melhores formas de trabalhar em conjunto para o alcance do desenvolvimento sustentável, na perspectiva da agenda Pós 2015. Sobre a apropriação dos ODSs A conferência reconheceu a necessidade de se alinhar a visão e os planos de desenvolvimento nacionais com os ODSs e de integrar os objectivos nos planos e politicas nacionais e locais. As experiências dos planos baseados nos ODMs, providenciam lições valiosas para a integração dos ODSs nos planos nacionais e locais e para sua implementação e monitoria. Reconhecemos o papel crítico que os cidadãos, parlamentos, sociedade civil e sector privado podem jogar na condução do desenvolvimento sustentável bem como no registo do seu progresso. Os planos de desenvolvimento baseados nos ODSs ao nível nacional e local devem ser dotados de recursos adequados, para se garantir que as ambições sejam acompanhadas pelos meios. Ao traduzir os ODSs em planos nacionais em Cabo Verde e outros PEIDs Africanos, impõe-se um investimento maior na juventude, no emprego, na luta contra desigualdades bem como na promoção da igualdade de género e desenvolvimento humano. Sobre a monitoria dos ODSs Estamos orgulhosos com os resultados do desenvolvimento que Cabo Verde e outros SIDS Africanos alcançaram até agora, incluindo os ODMs, e apreciamos a natureza universal da nova agenda de desenvolvimento bem como dos seus mecanismos de acompanhamento e revisão. Estamos comprometidos com a promoção da igualdade em nossas sociedades e no desenvolvimento das capacidades nas nossas instituições para colectar dados desagregados de modo a informar as escolhas políticas e monitorar o progresso em todos os sectores da sociedade. O Sistema das Nações Unidas está comprometido em providenciar suporte para a integração dos ODS nas políticas e planos nacionais, na provisão de aconselhamento para tradução das estratégias de desenvolvimento sustentáveis em quadros de políticas, e na prestação de apoio técnico para a monitoria dos ODSs. Sobre o financiamento para o desenvolvimento Pós 2015 Reconhecemos que os PEIDs que graduaram da categoria de "países menos desenvolvidos", como Cabo Verde, enfrentam um conjunto único de desafios, mais notavelmente, ligados ao acesso limitado a uma série de medidas de apoio internacional, incluindo o acesso preferencial aos mercados, tratamento especial e diferenciado no âmbito da Organização Mundial do Comercio (OMC), financiamento concessional, e muitos outros. Devemos pensar em abordar os critérios e consequências da graduação para os países de rendimento médio Africanos que podem potencialmente serem apanhados no paradoxo da "armadilha de rendimento médio", no qual países que ainda não se desenvolveram suficientemente para continuar a progredir de forma independente, ao mesmo tempo não qualificam para várias formas de assistência económica anteriormente disponíveis. Esperamos que a 3ª Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, em Julho deste ano, irá reconhecer os desafios específicos enfrentados pelos PEIDs de rendimento médio e providenciar compromissos firmes para o fortalecimento de parcerias globais de modo a garantir que estes países tenham os meios necessários para implementar a agenda de desenvolvimento pós-2015. Também concordamos com a necessidade de se priorizar o IVE (Índice de Vulnerabilidade Económica) como um requisito para a graduação dos PEIDs dos Países Menos Desenvolvidos. Esperamos compromissos firmes e concretos dos parceiros de desenvolvimento na intensificação de apoios nas áreas de desenvolvimento de capacidades, comércio, transferência de tecnologias e Apoio Oficial ao Desenvolvimento. Reconhecemos que um esforço maior deve ser feito para se recuperar o controle dos recursos Africanos, incluindo o capital natural, bem como os recursos financeiros que saem do nosso continente. Concordamos que a liderança, visão, apropriação, capacidade institucional e da acção colectiva dos líderes Africanos são fundamentais para a promoção de melhores quadros de cooperação fiscal, para combater a fuga ilícita de capitais Africanos, para combater a corrupção e para usar os nossos recursos naturais de forma mais sustentável, particularmente o oceano e os recursos marinhos, para o bem do desenvolvimento sustentável de África. Reconhecemos que a mobilização de recursos domésticos de África e uma base tributária melhorada será sustentada pela transformação estrutural de África, diversificação económica e emprego para todos. Estamos preocupados com o alto nível de endividamento dos PEIDs, e reconhecemos que a conversão da dívida poderia simultaneamente ajudar a aliviar a dívida e a investir em desenvolvimento sustentável, incluindo a conservação da biodiversidade, o uso sustentável dos recursos oceânicos e adaptação às alterações climáticas. Também instamos nossos parceiros para explorarem novas iniciativas de alívio da dívida, aprendendo da iniciativa dos países pobres altamente endividados (PPAE). Reconhecemos que o sector privado é o motor da nossa economia e um parceiro chave do governo para a realização do desenvolvimento sustentável. Dando ao sector privado um ambiente propício para florescer, lhe permitirá criar riqueza, gerar emprego decente e ajudar a alcançar a transformação económica da África. Cientes das vulnerabilidades particulares dos PEIDs, precisamos pensar sobre o financiamento num quadro de longo prazo e investir na construção de resiliência aos desastres naturais, bem como aos choques e desastres económicos, de saúde e outros que ameaçam reverter os ganhos de desenvolvimento. Sobre a Parceria entre os PEIDs Precisamos libertar todo o potencial das várias modalidades da cooperação Sul-Sul com base em relações horizontais iguais. Apreciamos o trabalho das alianças de países como a “AOSIS” em advogar pelas necessidades especiais dos PEIDs em fóruns internacionais e nos processos intergovernamentais. Apreciamos também a iniciativa do Secretariado do “ACP” pelo estabelecimento de um Fórum PEIDs que irá advogar para as necessidades específicas dos PEIDs da África, das Caraíbas e do Pacífico junto dos nossos parceiros europeus. É necessário reforçar as capacidades dos PEIDs para a implementação das agendas já assinadas, em particular, a implementação do Plano de Acção de Barbados, a estratégia das Maurícias, e o “Samoa Pathway”. Com base nesta Conferência de Alto Nível, também reconhecemos a necessidade dos PEIDs Africanos se unirem em um grupo, para defender as necessidades especiais de nossos países nos fóruns regionais e globais. Discutimos a necessidade de se reconhecer o estatuto especial dos PEIDs, tanto para os menos desenvolvidos como os de rendimento médio, para o apoio internacional nas áreas de acesso ao financiamento concessional, comércio, transferência de tecnologia, desenvolvimento de capacidades, e outros.
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