Veículos Pesquisados

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Veículos Pesquisados
Edição número 2055 terça-feira, 05 de junho de 2012
Fechamento: 08h45
Veículos Pesquisados:
Clipping CUT é um trabalho diário de captação de notícias realizado pela equipe da
Secretaria Nacional de Comunicação da CUT. Críticas e sugestões com
Leonardo Severo ([email protected])
Isaías Dalle ([email protected])
Paula Brandão ([email protected])
Luiz Carvalho ([email protected])
William Pedreira ([email protected])
Secretária de Comunicação: Rosane Bertotti ([email protected])
Estadão.com
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Isolamento de Haddad alerta PT em SP e Lula age para
enquadrar Marta (Política)
Eleição paulistana. Enquanto o tucano José Serra arregimenta apoios, como o
anunciado ontem pelo PR, petista não consegue adesões e vê propaganda na TV
cada vez menor; nos bastidores ex-presidente demonstra irritação com ausência de
senadora
No dia em que o PR anunciou apoio ao candidato do PSDB à Prefeitura de São
Paulo, José Serra, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou em cena para
tirar a campanha de Fernando Haddad (PT) do isolamento. Irritado com a senadora
Marta Suplicy (SP), que boicotou o ato de lançamento de Haddad, no sábado, Lula
escalou o presidente do PT, Rui Falcão, para enquadrar a petista e determinou
"intervenção branca" do partido para impor a candidatura do senador Humberto
Costa no Recife.
A solução do impasse na capital pernambucana é agora a única condição imposta
pelo PSB para anunciar o apoio a Haddad.
Lula tentou amenizar ontem o aval do PR a Serra, mas acusou o golpe e
intensificou os esforços para acelerar a adesão de PSB e PC do B a Haddad. "É um
pouco estranho o apoio do PR a Serra porque o partido está no governo federal",
provocou Lula. Desde julho, porém, quando Alfredo Nascimento foi defenestrado do
Ministério dos Transportes, o partido vive às turras com a presidente Dilma
Rousseff.
"Agora, me parece que o PR entrou no governo estadual", afirmou o ex-presidente.
"Mas o fato de a direção do PR ter feito acordo com o PSDB não significa que todos
os vereadores e militantes vão trabalhar para eles."
Intervenção. Na tentativa de alavancar a campanha de Haddad, a Executiva
Nacional do PT se reúne hoje, em São Paulo, com o objetivo de limpar o caminho
para o PSB apoiar petista. Apesar da vigília prometida pelo prefeito de Recife, João
da Costa (PT), que quer disputar a reeleição, a cúpula petista já acertou tudo com o
PSB para aprovar resolução tirando-o do páreo. Por exigência do governador
Eduardo Campos - que é presidente do PSB e virou desafeto do prefeito -, a cúpula
vai impor a candidatura de Humberto Costa, como acordado entre Lula e Campos.
No outro front, o ex-presidente ainda tenta atrair Marta e pediu a Falcão, que foi
secretário municipal quando ela era prefeita, para conversar com a senadora.
Depois de boicotar o ato de lançamento da candidatura de Haddad, no sábado,
Marta se recusou ontem a atender companheiros do PT e manteve os celulares
desligados. Ela ainda está magoada com Lula, que a obrigou a desistir em favor de
Haddad.
"Deve ter acontecido algum problema com a Marta. Ela não é de falhar", amenizou
o ex-presidente, após tomar vacina contra a gripe. "Tenho certeza de que ela
estará presente na campanha, com o mesmo carinho com que eu vou participar."
Embora as declarações públicas sejam de compreensão, nos bastidores dirigentes
do PT não se conformam com a atitude de Marta. Ontem, a senadora divulgou nota
de duas linhas, informando que um impedimento "de caráter privado" a
impossibilitou de ir ao encontro do PT.
A nota foi recebida com preocupação. O clima de apreensão foi agravado depois
que o deputado estadual Edinho Silva, presidente do PT paulista, disse ao Estado
que Marta está cometendo um grave erro político ao se ausentar da campanha.
Contrariado com as estocadas de Silva, Rui Falcão disse que Marta "é a maior
liderança de São Paulo e vai saber participar da campanha quando for mais útil".
Valorizando o passe do PC do B, o ex-ministro do Esporte Orlando Silva afirmou
estar preocupado com a candidatura de Serra. "Espero que essa movimentação do
PR sirva para que os partidos da base da presidente Dilma estejam alerta em São
Paulo, já que o campo adversário se fortalece cada vez mais."
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Jornalista afirma que recebeu R$ 40 mil das mãos de Perillo
Segundo Bordoni, ao menos 3 pessoas o viram entrar no gabinete de Perillo: uma
secretária, um prefeito e um advogado do então candidato
Fernando Gallo (Política)
O jornalista Luiz Carlos Bordoni, responsável desde 1998 pelas campanhas
eleitorais de rádio do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirma ter
recebido R$ 40 mil em dinheiro vivo das mãos de Perillo como primeira parcela dos
serviços que prestou durante a campanha de 2010. O pagamento, segundo ele, foi
feito pouco antes do início do horário eleitoral gratuito, no escritório político do
governador, em Goiânia.
O jornalista sustenta que ao menos três pessoas o viram entrar no gabinete de
Perillo: uma secretária, um prefeito e um advogado do então candidato.
"O primeiro pagamento foi feito por ele antes mesmo de começar o horário
eleitoral", declarou Bordoni ao Estado. "O Marconi me chamou em uma sala do
fundo, uma pequena divisória atrás do gabinete dele, da mesa dele, e me passou
R$ 40 mil em dinheiro. Foi o primeiro pagamento."
O governo goiano afirmou, em nota, que o governador Marconi Perillo "sempre
recebeu jornalistas em seu escritório, entre eles o sr. Luiz Carlos Bordoni" e que "os
temas das conversas sempre se referiam aos temas políticos da época", mas
sustentou, sobre o pagamento relatado por Bordoni, que "o assunto é descabido".
"O governador jamais fez e não faz pagamentos a quem quer que seja", afirma o
documento.
No documento, o governo voltou a declarar que o comitê financeiro de campanha
de Perillo pagou à empresa Art Midi, à qual o jornalista se associou para elaborar os
programas de rádio, o valor de R$ 33.300,00, "mediante a apresentação de nota
fiscal eletrônica AIDF 109002/2010, relativa ao serviço de áudio prestados à
campanha pelo sr. Luiz Carlos Bordoni".
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Partidos resistem a chamar Pagot para depor na CPI do
Cachoeira
Ex-diretor do DNIT é apontado como 'fio desencapado' tanto pelos aliados como
pela oposição
Eugênio Lopes (Política)
Apontado como um "fio desencapado" tanto pelos aliados como pela oposição, o
ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) Luiz
Antonio Pagot transformou-se, aparentemente, em persona non grata na Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira. Como o ex-filiado ao PR faz denúncias
que atingem governistas e oposição, cerca de duas dezenas de requerimentos de
convocação de Pagot estão paradas na CPI à espera de votação. E a tendência é
que eles não saiam tão cedo da gaveta.
"Temos que conversar com os líderes para ver se há consenso em torno da
convocação do Pagot", argumentou nesta segunda-feira, 4, o deputado Paulo
Teixeira (PT-SP), que assumirá esta semana a presidência da CPI. O presidente
efetivo, Vital do Rêgo (PMDB-PB), está de licença médica. Diante do "corpo mole"
para aprovar a convocação de Pagot, o senador Pedro Taques (PDT-MT) anunciou
nesta segunda que vai entrar com representação na Procuradoria da República do
Distrito Federal para que o ex-diretor do Dnit seja ouvido pelos procuradores.
"O Pagot está desesperado para falar. Dizem que ele é um fio desencapado, então,
que ele fale", afirmou Taques. Opinião não compartilhada pelo senador Ciro
Nogueira (PP-PI), ao defender que a CPI se dedique agora a analisar os dados com
as quebras de sigilo de envolvidos com o esquema ilegal do contraventor Carlos
Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. "A CPI está numa fase que só fala em
convocação. Ela deveria se preocupar em apresentar alguma coisa nova, que ainda
não tenha sido revelada pela Polícia Federal", disse Nogueira, que também integra
a CPI.
Ex-filiado ao PR, partido que perdeu o Ministério dos Transportes há cerca de um
ano debaixo de denúncias de irregularidades, Luiz Antonio Pagot acusou, em
entrevistas às revistas Época e Istoé, o PT e o PSDB de usarem o governo federal e
o de São Paulo para bancar as campanhas da petista Dilma Rousseff e do tucano
José Serra à presidência da República, nas eleições de 2010.
Em entrevista à revista Época, Pagot contou que o alto escalão do PT pediu auxílio
para conseguir doações de empresas que tinham contratos com o Dnit para a
campanha de Dilma. Para a Istoé, o ex-diretor do Dnit acusou os tucanos de
desviar dinheiro da obra do Rodoanel, em São Paulo para abastecer o comitê do
tucano José Serra. As acusações, não provadas, foram negadas.
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MP do Código Florestal já recebeu quase 200 emendas (Política)
Debate sobre novo texto do projeto será retomado nesta terça-feira; parlamentares
têm até a noite desta segunda para apresentar sugestões
A definição de um novo Código Florestal para o Brasil retoma nesta terça-feira, 5, a
agenda do Congresso, com a escolha do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDBSC) para assumir a relatoria na comissão especial mista destinada a analisar a
viabilidade constitucional, jurídica e admissional da matéria. Até a meia-noite desse
domingo, 3, quase 200 emendas já haviam sido apresentadas à medida provisória
(MP) enviada ao Parlamento pela presidente Dilma Rousseff a fim de recompor os
vetos ao texto aprovado pelos congressistas.
O fato de envolver disputas entre oposição e aliados ao Executivo além de ser
tratado em um ano eleitoral são complicadores a serem contornados tanto nas
negociações com os deputados e senadores, ambientalistas e ruralistas quanto nas
demandas levadas ao governo. O futuro relator minimiza as pressões e considera
que já na comissão especial será possível construir um texto de consenso entre
Senado e Câmara.
Ele destacou que o alto número de emendas já apresentadas (quase 200) não
representa problemas. "Acredito muito na capacidade criativa dos parlamentares.
Quem sabe por meio de uma dessas emendas a gente encontre motivo de
superação das divergências”, disse o parlamentar. Deputados e senadores têm até
as 20h30 desta segunda-feira, 4, para protocolar sugestões de alterações.
Na semana passada, integrantes da bancada ruralista no Congresso sinalizou que o
artigo 1º da MP, que trata dos princípios do código, seriam um dos focos da
atuação da bancada.
Para o relator, os pontos “mais traumáticos” foram resolvidos quando o projeto de
lei do Código Florestal tramitou no Senado e pela MP. Luiz Henrique ressaltou que a
presidente Dilma Rousseff preservou, na medida provisória, a maior parte do texto
aprovado pelos senadores o que, necessariamente não significa qualquer facilidade.
Ao contrário, a matéria foi praticamente toda alterada pelos deputados quando
retornou à Câmara para que fosse revista.
A flexibilização do código em vigor aos pequenos produtores e agricultores,
inclusive familiares, pode ser uma dessas vantagens na negociação parlamentar.
Dilma Rousseff, lembrou o senador, definiu que essas pessoas terão que recompor
apenas 5 metros da área ripária – matas ciliares – quando as propriedades tiverem
até 1 módulo fiscal. Já nos imóveis de 1 a 2 módulos essa recomposição será de 8
metros e de 15 metros para os que tenham de 2 a 4 módulos.
Ele também citou o restabelecimento de área de proteção permanente (APP) em
100 metros para os rios mais largos como fator que ajudará nas negociações com
os ambientalistas e ruralistas. “Isso favorece um espectro de 95% dos agricultores
brasileiros”, ressaltou Luiz Henrique.
De qualquer forma, o senador reconheceu que não será fácil a busca desse
entendimento. A partir da aprovação da matéria, com as recomendações de
mudanças ou não no mérito da MP, a matéria será apreciada, separadamente, pela
Câmara e pelo Senado.
Folha de S.Paulo
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Painel
Vera Magalhães (Poder)
Alvo definido
Sob comando do PT, a CPI do Cachoeira planeja ouvir hoje o depoimento de três
testemunhas ligadas a Marconi Perillo (PSDB-GO) no que promete ser o primeiro
embate entre tucanos e petistas depois das denúncias que aumentaram as
suspeitas sobre o governador goiano. Convocados pelo deputado Dr. Rosinha (PR) e
pelo senador José Pimentel (CE), Walter Paulo, Sejana Martins e Écio Ribeiro
tentarão explicar a venda da casa de Perillo, onde Carlinhos Cachoeira foi preso na
Operação Monte Carlo. O STF adiou ontem o depoimento de Eliane Pinheiro, exchefe de gabinete do tucano que tinha linha direta com o empresário de jogos.
Dono... Integrantes das equipes que comandaram as operações Vegas e Monte
Carlo, da PF, acreditam que Geovani Pereira pode ter sido avisado por funcionários
do cartório da Justiça de Goiás que expediu os mandados de prisão a tempo de
fugir.
...do cofre Tesoureiro do esquema Cachoeira, ele está foragido desde que a
operação foi deflagrada, em fevereiro. A Polícia Federal suspeita que Geovani tenha
deixado o Brasil. Se confirmada a tese, acionará a Interpol.
Espreme Além de Demóstenes Torres (GO) e de Perillo, a campanha do deputado
Sandes Júnior (PP-GO) em 2010 amealhou R$ 70 mil da Bonini Alimentos, que
recebeu R$ 65 mil da Alberto e Pantoja, suposta laranja da Delta, no mesmo
período.
Outro lado A assessoria de Sandes Júnior informou que o congressista conhecia
um diretor da Bonini interessado em efetuar doação para a campanha. Mas disse
desconhecer a ligação da empresa com o grupo de Cachoeira.
Piquete Sindicatos de trabalhadores da construção civil vão à CPI na próxima
terça-feira. Agendaram encontro com o relator, Odair Cunha (PT-MG), para discutir
os atrasos de salários da Delta e o risco de 35 mil demissões. Antes, protestarão
nos corredores do Congresso.
Pé do ouvido Durante almoço no Itamaraty em homenagem ao rei da Espanha,
Juan Carlos, o presidente do conselho do Banco Santander, Emilio Botín, teve
conversa a sós com Dilma Rousseff. Hoje, ele será recebido pela presidente no
Planalto.
É guerra O PT recorrerá hoje à Justiça Eleitoral contra a aparição de José Serra em
inserções nacionais de propaganda do PSDB na TV veiculadas no final de semana.
Nuvem "Mudam as moscas, o fedor é o mesmo". A frase, de outubro de 2011, é do
Twitter de Aloysio Nunes (PSDB), artífice do acordo do PR com Serra. À ocasião, o
senador analisava a troca do comando do Dnit, então chefiado pelo grupo do
neoaliado Valdemar Costa Neto.
Hora extra Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab abandonaram a habitual cautela e
discursaram ontem, durante o horário de expediente, no evento em que foi selado
o pacto entre PR e PSDB. Serra agradeceu: "Ele [Alckmin] deixou vários prefeitos
aguardando no Palácio [dos Bandeirantes] para vir aqui".
Vaivém 1 Presidente do PSB-SP, Márcio França deixa a Secretaria de Turismo
paulista amanhã. A princípio, ele se desincompatibilizará para avaliar eventual
candidatura a prefeito de São Vicente.
Vaivém 2 O substituto imediato de Paulo Barbosa, que deixa a pasta do
Desenvolvimento de olho na Prefeitura de Santos, será Luiz Carlos Quadrelli. O
cargo é cobiçado pelo DEM e também pode entrar na equação para atender o PP,
que deseja apear Silvio Torres da Habitação.
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Amorim diz que abrirá arquivos militares (Poder)
Após se reunir com integrantes da Comissão da Verdade, o ministro Celso Amorim
(Defesa) afirmou ontem que vai abrir os documentos das Forças Armadas para
auxiliar os trabalhos. Instalado no mês passado, o grupo investigará violações aos
direitos humanos entre 1946 e 1988. "Tudo estará aberto", disse Amorim ao sair da
reunião, referindo-se aos arquivos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Militares negam a existência de documentos sobre o período.
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Mercado revisa crescimento para baixo
Pesquisa do BC com analistas mostra expansão de 2,72% neste ano, mas já
existem apostas mais pessimistas
Economistas atribuem alteração a desempenho negativo da indústria e dos
investimentos no início deste ano
Mariana Carneiro (Poder)
A demora na reativação da economia tem levado analistas do mercado financeiro a
rever as projeções de crescimento neste ano para perto de 2%, abaixo do
verificado no ano passado (2,7%) e distante do que almeja o governo (pelo menos
3%).
Levantamento semanal do Banco Central com uma centena de instituições
financeiras e consultorias (pesquisa Focus), divulgado ontem, aponta que a maioria
dos analistas já têm no radar um crescimento de 2,72% neste ano, semelhante ao
de 2011.
As revisões ocorrem após a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro
trimestre, na sexta-feira. O crescimento no período foi de 0,2% ante o quarto
trimestre de 2011, abaixo do esperado pelo mercado.
Como o número foi conhecido só no último dia de coleta de opiniões pelo BC, as
correções baixistas podem estar só no início, dizem analistas.
Algumas instituições, como Itaú e Bradesco e a consultoria LCA, ainda estão
refazendo suas projeções. Isso deve provocar nova baixa nas próximas sondagens.
O economista-chefe da corretora Votorantim, Roberto Padovani, reviu ontem sua
projeção para o crescimento econômico deste ano, de 2,9% para 2,2%.
"Existe uma retomada em curso, mas está mais atrasada do que esperávamos",
diz.
Na avaliação do economista, no segundo semestre, a economia deverá crescer com
mais vigor, respondendo aos estímulos do governo. Mas não a tempo de produzir
um resultado mais elevado para o fechamento do ano.
A leitura parece ter eco no mercado. A aposta para o crescimento em 2013,
segundo pesquisa do BC, não se alterou e está em 4,5%.
Mesmo com esperada recuperação na segunda metade do ano, há previsões mais
pessimistas. A consultoria Tendências estima um crescimento de 1,9% em 2012.
"O menor otimismo com a recuperação está ligado à piora no cenário externo e
também na percepção dos agentes em relação à economia brasileira", afirma a
economista Alessandra Ribeiro.
Economistas culpam o desempenho negativo dos investimentos no primeiro
trimestre -e dados ainda decepcionantes no segundo trimestre- como o motivo da
lenta retomada.
"A indústria está evoluindo mas ainda não está crescendo", afirma o economista do
Itaú, Aurélio Bicalho.
Em reação, o governo preparou mais ações para alavancar o investimento e a
indústria, que devem ser anunciadas hoje pelo BNDES.
Mesmo com a atividade mais fraca, recuaram levemente as estimativas de inflação
neste ano. A previsão majoritária para inflação medida pelo IPCA caiu de 5,17%
para 5,15%.
Ainda assim, a estimativa é que os juros continuem caindo dos atuais 8,5% para
8%, segundo a pesquisa do BC. No ano que vem, analistas baixaram a projeção
dos juros, de 9,5% para 9,38%.
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Governo corta IPI de xarope e irrita indústrias da Zona Franca
Amazonas teme perder competitividade que tem com isenção
Kátia Brasil (Mercado)
No mesmo decreto em que aumentou imposto para bebidas, na semana passada, o
governo reduziu o mesmo tributo para o principal insumo de refrigerantes: o
xarope concentrado.
Não há dados sobre o impacto da redução do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) do xarope, de 27% para 17% -a medida entre em vigor em
1º de outubro (na semana passada, os fabricantes estimaram que o aumento do
imposto sobre as bebidas prontas as deixaria 9,8% mais caras).
Mas fabricantes da substância na Zona Franca de Manaus já reclamam de perda de
competitividade.
Como são isentos do IPI, tinham vantagem ao vender para as engarrafadoras da
bebida, instaladas principalmente no Sudeste.
Com a redução, esse efeito não é mais tão grande.
Os maiores produtores de extratos do país estão em Manaus, entre eles AmBev
(Guaraná Antarctica), Recofarma (Coca-Cola) e Pepsi.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não
Alcoólicas, a nova alíquota atinge 30 empresas da Zona Franca.
Algumas podem deixar o Estado, diz o Centro das Indústrias do Amazonas.
"Nenhum empresário é caridoso. Se baixar IPI não tem por que ficar, vai produzir
em São Paulo", afirmou Ronaldo Mota, diretor do centro.
O setor na Zona Franca faturou R$ 440 milhões em 2011, segundo a Suframa.
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Fechamento de bar onde havia sarau gera protesto
Sarau do Binho, na zona sul de São Paulo, acontecia em local sem alvará
Grupo organiza protesto na porta da
estabelecimento fica em área residencial
prefeitura;
gestão
Kassab
diz
que
Julliana Granjeia (Cotidiano)
O fechamento pela prefeitura do bar onde ocorria o Sarau do Binho, em Campo
Limpo (zona sul de SP), causou indignação entre artistas e fez com que um grupo
organizasse um protesto contra a ação.
Um evento criado no Facebook convoca um "sarau-protesto em defesa da cultura
popular, pela reabertura do bar do Binho" no dia 13, às 12h, em frente à prefeitura,
na região central da cidade.
"Esta gestão da prefeitura quer impedir as manifestações culturais autênticas da
cidade, quer esconder a emergência e efervescência criativa e inventiva dos
produtores e artistas de bairro. Vamos protestar!", diz o texto.
O rapper Mano Brown divulgou um vídeo onde manifesta apoio ao movimento.
"Você tirar o que você já não dá para o povo é muita prepotência, muita
pretensão", afirmou o cantor em referência ao prefeito Gilberto Kassab (PSD).
Marcelo Tas, jornalista e apresentador, também usou a internet para se manifestar
contra o fechamento do bar.
"Espero que tudo seja um equívoco da subprefeitura e seja imediatamente
reparado. Sob pena de Gilberto Kassab ter sua passagem pela Prefeitura de São
Paulo, por conta dessa atitude absolutamente inadmissível contra quem promove
cultura na zona sul, ser destinada à lata do lixo da história da cidade."
O poeta Sérgio Vaz afirmou que a notícia não só é triste, como também
preocupante.
"Temos todos que nos mobilizar. A gente trabalha na quebrada quase sem apoio
nenhum, constrói coletivos com a força das mãos das pessoas, e é isso que a gente
recebe em troca?"
Ontem, o sarau foi realizado no Espaço Cultural CITA, na praça do Campo Limpo.
Nos últimos oito anos, o sarau acontecia toda segunda-feira no bar.
OUTRO LADO
A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou que o bar foi fechado por
falta de licença de funcionamento. A área onde o bar está localizado é residencial,
segundo a secretaria.
O último sarau no bar aconteceu no dia 28 de maio. Na sexta-feira passada,
representantes do bar se encontraram com o subprefeito de Campo Limpo, Trajano
Conrado Carneiro, que teria se comprometido a dar orientações sobre os
procedimentos legais para agilizar a regularização do estabelecimento.
A secretaria também informou que, além de não ter regularizado a licença após a
primeira advertência e multa de R$ 4.000, o fechamento ocorreu devido ao registro
de reclamações constantes dos moradores da região.
Valor Econômico
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Semana política: Lula vai ao Rio e feriado reduz ritmo do
Congresso
A semana está esvaziada em razão do feriado de Corpus Christi na quinta-feira. As
atividades do Congresso estão concentradas na terça, e na quarta-feira à tarde o
ritmo já será menor.
Entre os eventos fora de Brasília, está confirmada a presença do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva em inauguração ao lado do prefeito Eduardo Paes (PMDB), précandidato à reeleição no Rio de Janeiro com o apoio do PT. Será na quarta-feira na
zona oeste da cidade.
Veja a seguir os eventos políticos da semana de 4 a 10 de junho.
Segunda-feira
Dilma / Espanha – A presidente Dilma Rousseff recebe o rei da Espanha, Juan
Carlos, com quem se reúne para conversar sobre a crise na Europa e, em especial,
na Espanha. Depois de encontros com as equipes dos dois países, a presidente
Dilma oferece almoço ao rei Juan Carlos no Itamaraty.
TSE / Encontro - A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen
Lúcia Antunes Rocha, realiza às 9h em Brasília a segunda reunião de trabalho com
os presidentes dos 27 tribunais regionais eleitorais (TREs) do país. O objetivo é
discutir temas relacionados ao processo eleitoral deste ano.
Terça-feira
Dilma / Meio ambiente – A presidente Dilma Rousseff deve anunciar programas no
dia do meio ambiente.
Código / Comissão - O Congresso instala à tarde a comissão mista que fará a
análise prévia da medida provisória que altera o novo Código Florestal (MP
571/12), cuja relatoria ficará com o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC).
Até a véspera da instalação da comissão, senadores e deputados poderão
apresentar emendas ao texto.
Tombini / Congresso – O presidente do Banco Central, , Alexandre Tombini, deve
comparecer a audiência pública no Congresso Nacional às 15h, reunindo várias
comissões. Ele fará avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas
monetária, de crédito e cambial referentes a 2011.
CPI / Depoimentos – A CPI do Cachoeira ouve, na condição de testemunhas, Walter
Paulo de Oliveira Santiago, Sejana Martins, Écio Antonio Ribeiro e Eliane Gonçalves
Pinheiro. O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), passou por
cateterismo em hospital de São Paulo na sexta-feira e poderá ser substituído pelo
vice, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Demóstenes / Processo - O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado
realiza reunião administrativa para análise do processo disciplinar contra o senador
Demóstenes Torres (sem partido-GO). Poderão ser analisados pedidos de
informações e diligências.
Lavagem de Dinheiro / Lei Seca – O Senado analisa em plenário a proposta que
aperfeiçoa o combate ao crime de lavagem de dinheiro. Caso haja acordo, também
poderá ser aprovada a proposta que endurece a chamada Lei Seca. As duas
propostas são prioritárias para o governo.
Brasil Maior / Relatório – A comissão mista que regulamenta a segunda etapa do
Plano Brasil Maior (MP 563/12) tem sessão para apresentação do relatório às 10h
no Senado.
Agências / Auditoria – A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado
recebe relatório do Tribunal de Contas da União sobre auditoria requisitada pelo
Congresso sobre governança das agências reguladoras de infraestrutura.
Cidades / Ato - Na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos
Deputados, lançamento do ato público da “Campanha pela Função Social da
Propriedade Urbana: a cidade não é um negócio, a cidade é de todos nós”,
coordenada pelo Fórum Nacional de Reforma Urbana às 14h.
Capital / Exterior – A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara
dos Deputados realiza audiência sobre o PL 113/03, que trata da repatriação de
capitais brasileiros no exterior. Foram convidados, entre outros, o presidente da
Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Henrique Calandra; o presidente da
Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Alexandre de Assis; e o
diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica
Internacional do Ministério da Justiça, Ricardo Andrade Saadi, às 14h30
Confaz / Debate – A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e
Comércio da Câmara dos Deputados debate regra de aprovação de resoluções no
âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Foram convidados o
governador de Sergipe, Marcelo Déda; o secretário-executivo do Ministério da
Fazenda, Nelson Barbosa; o senador Delcídio do Amaral (PT-MS); e o presidente da
Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), José Calixto Ramos, às 14h30.
Salário / Aumento – Comissão mista debate a MP 568/12, que aumenta os salários
de 937 mil servidores do governo federal.
CUT /Marcha – A Central Única dos Trabalhadores (CUT) realiza em Brasília a
marcha na Esplanada por servidores valorizados e serviços públicos de qualidade.
Quarta-feira
Lula / Rio – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de inauguração no
Rio de Janeiro do BRT da Zona Oeste com o prefeito Eduardo Paes (PMDB), précandidato à reeleição. Trata-se do Bus Rapid Transit, ou Corredor Rápido de
Ônibus.
Dilma / BH - A presidente Dilma Rousseff estará em Belo Horizonte (MG), onde
visita a duplicação da linha férrea entre Horto Florestal e General Carneiro, um
projeto da Vale. Também participa da cerimônia de assinatura de termo de
compromisso para o projeto das obras de modernização do anel rodoviário de BH.
Visita ainda o hospital Sofia Feldman.
Terra / Estrangeiros – A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados vota o
relatório final da subcomissão destinada a analisar e propor medidas sobre o
processo de aquisição de áreas rurais e sua utilização por pessoas físicas e jurídicas
estrangeiras, às 10h.
Domingo
Convenções / Partidos – As convenções partidárias podem ser realizadas a partir
deste domingo, 10 de junho, para escolha de candidatos a prefeito.
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Dilma define novas medidas para destravar economia
Claudia Safatle e Edna Simão
Preocupada com a disseminação da expectativa de que o crescimento este ano não
passará de 2% a 2,5% - pior, portanto, que os 2,7% do ano passado - a presidente
Dilma Rousseff convocou, ontem, uma reunião de emergência para determinar a
aceleração dos investimentos públicos e discutir medidas para reanimar os
investidores privados. No caso do setor privado, o governo avalia um cardápio de
possibilidades, do adiamento do recolhimento de impostos das empresas à isenção
da cobrança de imposto sobre investimentos, da depreciação acelerada à redução
dos preços da energia elétrica - um importante insumo industrial.
O adiamento do recolhimento de impostos, conforme sugestão dada pelo exministro Delfim Netto, seria feito por 90 a 120 dias e representaria dinheiro a custo
zero nas mãos das empresas, para capital de giro. A medida está na mesa de
discussão, assim como o adiamento das exigencias de conteúdo local para as
encomendas da Petrobras.
Os investimentos públicos estão caindo ao invés de crescer. Os casos mais
dramáticos são os do Programa de Mobilidade Urbana e as obras do Ministério dos
Transportes, que não saem do papel. A execução das obras conduzidas pelos
Transportes neste ano está baixíssima. Para uma dotação orçamentária de R$
17,751 bilhões, a despesa até abril foi de apenas R$ 40,567 milhões. Proporção
semelhante é encontrada no Ministério das Cidades. Ambos os ministros estavam
na reunião com a presidente, Paulo Sérgio Passos e Aguinaldo Ribeiro,
respectivamente.
As estatísticas oficiais mostram que dos R$ 3,74 bilhões de investimentos públicos
no mês de março, R$ 2,5 bilhões foram subsídios ao programa Minha Casa Minha
Vida. Em abril, os investimentos totais caíram para R$ 3,17 bilhões e desses, R$
2,02 bilhões também corresponderam aos subsídios do MCMV.
Dilma fez, ontem, quase uma reunião ministerial para debater esse desempenho.
Estavam presentes os ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Desenvolvimento,
Fernando Pimentel, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. a chefe da Casa
Civil, Gleisi Hoffmann, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, da Saúde,
Alexandre Padilha, da Integração, Fernando Bezerra e da Ciência e Tecnologia,
Aloizio Mercadante. Estavam, ainda, o secretário-executivo do Ministério da
Fazenda, Nelson Barbosa, e o do Tesouro Nacional, Arno Augustin.
Barbosa foi voto vencido no fim do ano passado quando defendeu o aumento dos
investimentos públicos para sustentação do crescimento econômico. Para isso, seria
preciso abrir mão da meta fiscal "cheia" e abater uma parcela dos investimentos do
PAC. Mantega e Augustin advogaram o cumprimento integral da meta. Com a
queda no ritmo de crescimento das receitas tributárias, o cumprimento da meta de
3,1% do PIB de superávit primário ficou mais apertado e o Tesouro estaria
produzindo os dados mensais com uma administração do pagamento dos
investimentos na "boca do caixa".
O governo quer, também, ampliar o uso das compras governamentais para setores
que podem ajudar a incentivar o setor privado. No Plano Brasil Maior, por exemplo,
foi definida uma margem de preferência de 25% para produtos manufaturados e
serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras e incorporem
inovação. No caso do setor de confecções, calçados e artefatos, o regime já está
funcionando e já foi utilizado pelo Ministério da Defesa para a compra de jaqueta,
boné, calças, mochilas. O mesmo incentivo existe para a aquisição pelo governo de
retroescavadeiras e motoniveladoras, além de fármacos e medicamentos. Esses,
porém, apesar de regulamentados, ainda não foram testados.
Com a depreciação acelerada nos investimentos feitos pelos próximos doze meses,
como sugere o economista Luis Gonzaga Belluzzo, as empresas poderiam ter um
benefício fiscal na metade do prazo normal, mediante a redução da Contribuição
Social sobre o Lucro. Esse benefício vigorou até 2010. A reunião, porém, não foi
conclusiva.
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Prazo para substituir terceirizados será descumprido
Ribamar Oliveira
O governo não deverá cumprir o novo prazo dado pelo Tribunal de Contas da União
(TCU) para a substituição de todos os terceirizados irregulares por servidores
concursados. Em outubro do ano passado, os ministros do TCU decidiram que a
troca deveria ser concluída até dezembro de 2012.
A finalização da substituição de funcionários terceirizados depende, em parte, da
aprovação de projetos de lei que criam cargos a serem ocupados pelos novos
servidores, de acordo com o Ministério do Planejamento. O problema é que não há
prazo para a aprovação desses projetos pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal.
No fim de dezembro de 2011, existiam 16.321 terceirizados irregulares nos órgãos
da administração pública direta, autárquica e fundacional, segundo dados do
Ministério do Planejamento. Desse total, cerca de 9.000 faziam parte dos quadros
das fundações de apoio que fornecem serviços aos hospitais universitários.
Os funcionários terceirizados irregulares são aqueles que ocupam cargos em
atividades-fim, ou seja, aquelas atividades inerentes às categorias funcionais
abrangidas pelos planos de cargos do órgão ou entidade da administração direta,
autárquica e fundacional.
De acordo com o decreto 2.271/1997, o Executivo federal só pode terceirizar os
serviços de conservação, limpeza, segurança, vigilância, transportes, informática,
copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicação e manutenção de prédios,
equipamentos e instalações.
O governo federal incluiu uma verba de R$ 147,2 milhões no Orçamento deste ano
para concluir a troca de 7.319 terceirizados. O Ministério do Planejamento informou
que o valor é suficiente para concluir o processo, uma vez que os terceirizados dos
hospitais universitários não serão substituídos por servidores concursados, mas por
funcionários do quadro da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserth).
Até 10 de maio deste ano, o Ministério do Planejamento havia autorizado 605 vagas
para novos concursos, com o objetivo de substituir funcionários terceirizados, além
de 263 vagas para efetivo provimento decorrente de concursos autorizados em
anos anteriores. O impacto orçamentário das autorizações concedidas até aquela
data, considerando concursos e provimentos, era de R$ 36,3 milhões.
O Ministério do Planejamento advertiu, no entanto, que muitas substituições
dependem da criação de novos cargos, o que só pode ser feito por lei. Esses novos
cargos estão previstos em vários projetos de lei que tramitam no Congresso
Nacional, principalmente o projeto de lei 2.205, encaminhado pelo governo à
Câmara dos Deputados em 31 de agosto do ano passado. Desde setembro de 2011,
esse projeto encontra-se na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço
Público e até agora não recebeu sequer parecer.
Em 2006, o Ministério do Planejamento apresentou uma proposta ao TCU de
substituição gradual de todos esses trabalhadores por funcionários concursados até
dezembro de 2010. A proposta foi aprovada pelos ministros do TCU.
Ao mesmo tempo, o governo, por intermédio do Ministério do Planejamento e da
Advocacia -Geral da União (AGU), firmou um termo de conciliação judicial (TCJ)
com o Ministério Público do Trabalho, em que se comprometeu a substituir,
também até 2010, todos os terceirizados irregulares.
Com o término desse prazo, alguns órgãos e entidades públicas encaminharam
pedido ao TCU de prorrogação da data limite. Em outubro do ano passado, os
ministros do Tribunal de Contas da União aceitaram adiar o prazo para 31 de
dezembro deste ano. Mas advertiram, no acórdão 2.681/2011, que o cumprimento
da determinação será acompanhado mediante a realização de fiscalizações
periódicas, podendo resultar, inclusive, em responsabilização do agente público.
De 2006 a 2010, o TCU não puniu nenhum gestor, pois tinha a expectativa de que
o prazo para a substituição de todos os terceirizados fosse cumprido. Agora, os
ministros do Tribunal determinaram que o Ministério do Planejamento dê ciência
aos órgãos e entidades do Executivo federal de que os agentes públicos
responsáveis pela não substituição dos terceirizados poderão ser punidos.
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Pochmann deixa o comando do Ipea e instituto tem presidente
interina
Azelma Rodrigues
A diretora de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), Vanessa Petrelli Correa, foi indicada ontem para ocupar
interinamente a presidência do instituto. Ela substitui o economista Marcio
Pochmann, que deixou o comando do Ipea, que ocupava desde 2007, para
concorrer à eleição para a Prefeitura de Campinas (SP), como candidato do PT.
Vanessa é graduada em economia pela Universidade Federal do Paraná (1981).
Tem mestrado em economia pela Universidade de Brasília (1985), doutorado em
Teoria Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (1996) e desenvolveu
estágio pós-doutoral junto à Universidade de Brasília.
A exoneração de Pochmann e a e nomeação de Vanessa foram publicadas no
"Diário Oficial da União" de ontem. O Ipea será presidido interinamente por
Vanessa até que o ministro da Secretaria de Assuntos Aplicados (SAE), Wellington
Moreira Franco, indique um titular para o cargo.
De acordo com o site da Associação Keynesiana Brasileira, Vanessa tem experiência
na área de economia, com ênfase em macroeconomia, finanças internacionais e
instituições monetárias e financeiras do Brasil. As principais áreas de estudo da
nova presidente do Ipea incluem determinação dos juros, dinâmica dos fluxos de
capitais, sistema financeiro nacional, mercado de capitais, financiamento público,
distribuição regional de recursos, financiamento agrícola.
Indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Pochmann venceu as prévias
do PT para disputar a prefeitura de Campinas no dia 14 de abril. Professor da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desde 1995, é mestre e doutor em
economia. Entre 2001 e 2004, foi secretário municipal do Desenvolvimento,
Trabalho e Solidariedade da cidade de São Paulo, na gestão de Marta Suplicy.
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Governo segura rebelião dos evangélicos
Fernando Exman
Autoridades do Ministério das Comunicações realizaram, nos últimos dois dias, uma
operação para evitar que partidos da base aliada e parlamentares da bancada
evangélica se rebelassem contra a possibilidade de o governo Dilma Rousseff
restringir a venda de horários pelas redes de televisão. Auxiliares do ministro Paulo
Bernardo entraram em contato com líderes e dirigentes de partidos políticos que
têm interesse direto no assunto desde domingo.
O recado foi claro: o Executivo não editará em breve um decreto sobre o assunto.
Ficou em aberto, porém, a possibilidade de o tema ser debatido futuramente,
durante a tramitação de um marco regulatório para o setor de comunicações. Se a
ideia for adiante, alertam parlamentares da bancada evangélica, o governo também
enfrentará problemas com algumas das siglas que integram a coalizão que lhe dá
sustentação no Parlamento.
Segundo o jornal "Folha de S. Paulo", o governo federal estaria preparando um
pacote de medidas para fechar as brechas da legislação de rádio e TV que
viabilizaram a criação de um "mercado paralelo" ligado às concessões no país.
Ontem, o Ministério das Comunicações divulgou uma nota afirmando que a Pasta
prepara um decreto para modernizar as regras sobre outorga de serviços de
radiodifusão que constam do Código Brasileiro de Telecomunicações, de 1962. Mas
assegurou que eventuais mudanças na lei de comunicações eletrônicas só poderiam
ser feitas por meio de um projeto de lei.
"Embora os dois temas possam ter relação, cumpre informar que a proposta de
decreto do Ministério das Comunicações não trata de cessão de horário da
programação. Por mais importante que seja o tema, ele não pode ser regulado por
meio de decreto", destacou o comunicado da Pasta, acrescentando que o decreto
também não aborda a concessão de canais a políticos. "O decreto não irá modificar
as obrigações estabelecidas pelo atual Regulamento do Serviço de Radiodifusão,
aprovado pelo Decreto número 52.795, de 1963, no que se refere às obrigações
dos radiodifusores. Há mudanças apenas quanto aos procedimentos de outorga e
pós-outorga."
No domingo, assessores de Paulo Bernardo entraram em contato com integrantes
da cúpula do PRB. O partido, ao qual o ministro Marcelo Crivella (Pesca e
Aquicultura) é filiado, é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus e à Rede
Record. Ontem, contou o presidente da sigla, Marcos Pereira, o próprio ministro
entrou em campo.
"O Paulo Bernardo mandou torpedo dizendo que não era verdade. Juridicamente,
isso [proibição de aluguel de horário de TV] não pode ser resolvido por decreto",
afirmou o presidente do PRB. "Esse assunto vai ser abordado, sim, mas não por
decreto. No marco regulatório, vão querer abordar esse tema. É mais para frente. A
gente vai se posicionar contra, evidentemente."
O líder do PR na Câmara, deputado Lincoln Portela (MG), recebeu um telefonema
do secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo
Lins. "Ele disse que não procede a informação. Se vier um decreto, a gente faz um
projeto de decreto legislativo para sustar qualquer movimento nesse sentido",
assegurou Portela. Para o parlamentar, as relações de alas da base governista com
o Executivo poderão se deteriorar, inclusive, se o governo defender a proibição da
venda de horários pelas redes de televisão em um projeto de lei de sua autoria.
"Prefiro não acreditar que o governo Dilma Rousseff fará isso."
Uma proposta de marco regulatório para o setor de comunicação foi elaborado
durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva pelo ex-ministro de Comunicação Social
Franklin Martins. Críticos do projeto afirmam que o marco poderia ferir a liberdade
de imprensa, o que era negado pela administração Lula. Durante o governo Dilma
Rousseff, entretanto, o envio da proposta ao Congresso foi adiado.
As relações de Dilma com setores do eleitorado evangélico são conflituosas desde a
campanha eleitoral, quando a regulamentação do casamento homossexual e do
aborto foi debatida. O governo também teve de trabalhar para reduzir os danos de
algumas declarações do chefe da Secretaria-Geral da Presidência, ministro Gilberto
Carvalho, que comentou a influência de igrejas evangélicas sobre as camadas mais
pobres da população e a necessidade de se travar "disputa ideológica" com os
evangélicos pelas "classes emergentes".
Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, PT, PRB e PR deverão tomar
caminhos diferentes na eleição municipal. PRB e PR resistem a apoiar o précandidato petista, Fernando Haddad. O PRB deve oficializar a candidatura de Celso
Russomanno no dia 23, enquanto o PR já aderiu à campanha de José Serra (PSDB).
Gazeta do Povo
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Greve paralisa três obras no Paraná
Trabalhadores da construção pesada interromperam os trabalhos na Linha Verde,
em Curitiba, na via férrea de Maringá e em uma PCH no Centro-Sul do estado
João Pedro Schonarth, William Kayser e Erick Gimenes
Pelo menos 500 operários da construção pesada iniciaram ontem uma greve por
tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias
da Construção Pesada no Estado do Paraná (Sintrapav-PR), três obras foram
paralisadas no estado: a Linha Verde, em Curitiba, o rebaixamento da linha férrea
em Maringá (Norte do Estado) e a construção da Pequena Central Hidrelétrica
(PCH) de Cavernoso II, entre Virmond e Candói, no Centro-Sul do estado.
Segundo o Sintrapav-PR, a proposta apresentada pelo sindicato patronal foi
recusada pelos trabalhadores e agora os trabalhadores negociarão com cada
empresa em separado. Representantes da classe patronal ofereceram aos
trabalhadores reajuste salarial de 7,41% (repasse da inflação mais 2,5% de
aumento real), abono salarial de 2% ao mês, horas extras que variam de 50% a
100% e apólice de seguro de vida no valor de R$ 17.185,60.
Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 10,5% na folha em geral e de 14,3%
nos pisos da categoria, abono salarial de 26%, vale-refeição de R$ 11 (18,2% de
reajuste), horas extras entre 70% e 130%, apólice de seguro de vida no valor de
R$ 25 mil, além de Participação nos Lucros (PLR) equivalente a um salário integral.
Segundo o presidente do Sintrapav-PR, Adir Lopes Chagas, agora cada empresa
será procurada para apresentar sua oferta, o que significa que nos próximos dias
outros canteiros de obras podem parar. “Estamos conversando com as empresas
porque com os patrões [sindicato patronal] a conversa se esgotou. Quando a
empresa sinaliza que vai negociar, nós não paramos lá, mas estamos conversando
cidade por cidade e, caso não haja resposta, será um efeito dominó”, ressalta.
Outras cidades em que os trabalhadores podem parar nos próximos dias, segundo
ele, são Ibiporã, no Norte do estado, e União da Vitória, no Centro-Sul.
Grandes obras realizadas na região Noroeste também correm o risco de
paralisação, como o Contorno Norte de Maringá e o Contorno de Mandaguari. “Não
há prazo para encerrar as negociações. Estamos respeitando as empresas que se
posicionaram em favor da conversa e esperando as propostas”, diz Chagas.
Linha Verde
Atualmente, dentro do pacote de obras que compõem a Linha Verde, avenida que
liga os bairros do Pinheirinho ao Atuba, estão sendo construídas trincheiras no
trecho norte da via e está sendo feito um alargamento de pistas no trecho sul. A
prefeitura contesta a informação de que as obras estejam paradas. Segundo a
assessoria de imprensa, os trabalhadores não estiveram na obra por causa da
chuva, e teriam realizado trabalhos internos nas empresas responsáveis pela obra.
Ferrovia
A obra de rebaixamento da via férrea de Maringá, orçada em R$ 118 milhões,
prevê a construção de viadutos e um túnel em um trajeto de sete quilômetros. Os
recursos são do governo federal. O Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit) e a empresa responsável pela obra, a CR Almeida, foram
contatados pela reportagem, mas ambos não retornaram até o fechamento da
edição.
Hidrelétrica
Proprietária da PCH Cavernoso II, a Companhia Paranaense de Energia (Copel)
confirma que houve a paralisação e informa que aguarda a negociação entre a
construtora Empo e o sindicato. Procurada, a Empo não se posicionou até o
fechamento desta edição. A usina, orçada em R$ 120 milhões, deve começar a
gerar energia no segundo semestre deste ano.
Agência Brasil
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Amorim vai abrir arquivos militares para a Comissão da
Verdade
Daniella Jinkings
Brasília – O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse ontem (4) que o Ministério da
Defesa vai repassar todas as informações que forem requisitadas à pasta pela
Comissão Nacional da Verdade. Essa foi a primeira reunião entre Amorim e os
integrantes da comissão, após convite do coordenador do grupo, ministro Gilson
Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Foi uma boa ocasião para reiterar o compromisso do Ministério da Defesa em
colaborar com a Comissão da Verdade. Vamos facilitar todas as informações que
nos forem pedidas e que possam ajudar os trabalhos da comissão. Designei uma
pessoa, inclusive, para ficar em ligação permanente”, destacou o ministro.
De acordo com Amorim, todos os arquivos serão abertos para análise da comissão,
o que pode incluir ainda os arquivos dos centros de informações do Exército (CIE),
da Marinha (Cenimar) e da Aeronáutica (Cisa). "Não falamos sobre isso. Falamos
em termos gerais. Tudo estará aberto", disse.
Segundo o ministro Gilson Dipp, o Arquivo Nacional vai fazer um apanhado dos
documentos que ainda não foram analisados pela comissão. “Se é que tem alguma
coisa que não foi apresentada, certamente vamos pedir ao Ministério da Defesa que
nos apresente esses documentos ou preste essas informações”.
Além do encontro com Amorim, seis integrantes da comissão, com exceção da
psicanalista Maria Rita Kehl, também estiveram reunidos com o diretor do Arquivo
Nacional, Jaime Antunes da Silva.
A Comissão Nacional da Verdade foi criada para apurar os casos de violações aos
direitos humanos ocorridos entre os anos de 1946 e 1988. A comissão, de acordo
com a lei que a criou, poderá analisar documentos apurados e depoimentos obtidos
pela Comissão de Mortos e Desaparecidos e pela Comissão de Anistia, ambas em
funcionamento desde o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Além dos sete integrantes, a comissão será composta por 14 auxiliares - servidores
de carreira de órgãos federais indicados para ocupar os chamados cargos de
Direção de Assessoramento Superior (DAS). As nomeações de cinco deles já foram
publicadas no Diário Oficial da União, assinadas por Beto Ferreira Martins
Vasconcelos, secretário executivo da Casa Civil, órgão da Presidência da República
a que compete fornecer o suporte técnico, administrativo e financeiro necessários
aos trabalhos da comissão.
Além do ministro Gilson Dipp, também foram indicados para integrar o colegiado o
ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias; Rosa Maria Cardoso da Cunha (advogada);
Cláudio Fonteles (ex-procurador-geral da República); Paulo Sérgio Pinheiro
(professor e diplomata); Maria Rita Kehl (psicanalista) e José Cavalcante Filho.
Carta Capital
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Control C + Control Veja
No centro do furacão desde que vieram à tona suas relações no mínimo pouco
éticas com os bandidos da quadrilha de Carlinhos Cachoeira, a revista Veja parece
ter perdido toda a noção de ridículo. Sua capa desta semana é uma farsa: o
“documento” que a semanal da Abril alardeia ter sido produzido pelo PT como
estratégia para a CPI de Cachoeira é, na verdade, um amontoado de recortes de
reportagens de jornais, revistas e sites brasileiros.
Confira neste link (clique AQUI) os fac-símiles do suposto “documento” que a
revista apresenta com “exclusividade” e compare com os outros links no decorrer
deste texto.
Segundo a revista, os trechos que exibe fariam parte de um “documento preparado
por petistas para guiar as ações dos companheiros que integram a CPI do
Cachoeira”. Mas são na realidade pedaços copiados e colados diretamente (o
manjado recurso Ctrl C+ Ctrl V dos computadores) de reportagens de terceiros,
sem mudar nem uma vírgula. O primeiro deles: “Uma ala poderosa da Polícia
Federal, com diversos simpatizantes nos meios de comunicação, não engole há
muito tempo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal” saiu de uma
reportagem de 6 de abril do site Brasil 247, um dos portais de notícia, aliás, que os
colunistas online de Veja vivem atacando com o apelido de “171″ (número do
estelionato no código penal). Mas quem é que está praticando estelionato com os
leitores, no caso? (confira clicando AQUI).
Outro trecho do “documento exclusivo” de Veja é um “copiar e colar” da coluna
painel da Folha de S.Paulo do dia 14 de abril: “Gurgel optou por engavetar
temporariamente o caso. Membros do próprio Ministério Público contestam essa
decisão em privado. Acham que, com as informações em mãos, o procurador-geral
tinha de arquivar, denunciar citados sem foro privilegiado ou pedir abertura de
inquérito no STF”. (Confira AQUI)
Mais um trecho do trabalho de jornalismo “investigativo” com que a Veja brinda
seus leitores esta semana: “Em uma conversa entre o senador Demóstenes Torres
e o contraventor Carlinhos Cachoeira, gravada pela Polícia Federal (…)”, é o lead de
uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo do dia 28 de abril (leia AQUI).
Pelo visto, os espiões da central Cachoeira de arapongagem, que grampeavam
pessoas clandestinamente para fornecer “furos” à Veja, estão fazendo falta à
semanal da editora Abril…
Carta Maior
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O mundo imaginário da sucessão do Ipea
Com a saída de Marcio Pochmann, que concorrerá a prefeitura de Campinas, abriuse a disputa para a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Imprensa entrou no jogo como parte interessada. E acabou saindo mal na fita.
Trama relatada por Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e
Valor Econômico inverteu regra de bom senso lógico: se os fatos não forem bem
assim, problema dos fatos.
Saul Leblon
Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
caiu em janeiro de 2011, quando Wellington Moreira Franco assumiu a Secretaria
de Assuntos Estratégicos (SAE), ministério ao qual o Instituto está subordinado.
Tem mais: Marcio Pochmann censura pesquisas no Instituto desde que tomou
posse em 2007. Sob sua direção, o órgão caracteriza-se pelo chapabranquismo
militante. Acha pouco? Agora Pochmann vetou o nome de seu sucessor, indicado
pela presidenta Dilma Rousseff que, em represália, vetou os nomes apresentados
pelo economista e impôs um nome de preferência de Aldo Rebelo, que ainda não
havia entrado na história. Depois disso, Moreira Franco indicará um interino em
caráter definitivo.
A trama pode continuar indefinidamente. Nada disso corresponde aos fatos, mas
tudo foi registrado pelos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio
Braziliense e Valor Econômico. Se os fatos não forem bem assim, problema dos
fatos. A desconexão com a realidade ultrapassa a linha do ridículo.
A presidência do Ipea é um cargo concorrido. A sucessão de Pochmann é notícia
desde que este professor da Unicamp anunciou a disposição de disputar a
prefeitura de Campinas pelo PT. Em sua gestão, o Instituto ampliou o raio de
atuação, abriu-se para áreas além da economia, aumentou o leque de trabalhos e
passou a assessorar não apenas o governo federal, mas também administrações
estaduais e municipais, além de fornecer subsídios a entidades da sociedade civil e
aos poderes Legislativo e Judiciário. Com pouco mais de seiscentos pesquisadores,
o Ipea é uma das maiores instituições de pesquisa na América Latina. Possui uma
representação em Caracas e em breve terá outras na Argentina e no Paraguai.
Sucessão de vetos
A imprensa entrou no jogo, comprando informação por metro e vendendo por quilo.
O repórter João Villaverde, do Valor Econômico (29 de maio) apurou o seguinte
sobre a secessão no Instituto:
“Os três nomes indicados por Pochmann (Vanessa Petrelli, Leda Paulani e Jorge
Abrahão) não entusiasmaram Dilma, que já decidiu também negar a candidatura a
[Ricardo] Paes de Barros, apoiada pelo ministro Moreira Franco. (...) Dilma
comunicou a Moreira Franco na semana passada que prefere Paes de Barros na
SAE, e não na presidência do Ipea. Além disso, Pochmann vetou o nome de Paes de
Barros”.
Faltou Villaverde explicar como um funcionário de segundo escalão como Pochmann
pode impor veto a um ministro e à presidenta da República.
O jornalista praticamente nomeou o sucessor. Trata-se do professor da UnB, José
Luís Oreiro. Quem lê a reportagem do Valor fica sabendo que o economista era o
candidato preferido das seguintes lideranças: Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Henrique
Eduardo Alves, Lindbergh Farias (PT-RJ), além do ministro da Fazenda, Guido
Mantega, do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e do vice-presidente da
República, Michel Temer.
Lindbergh contestou a informação. “Meu candidato é o candidato de Marcio
Pochmann”, disse o senador no final de semana.
Zerando o placar
Dois dias depois, o repórter Raymundo Costa, do mesmo jornal, vendo que não
havia fumacinha branca em canto algum, zera o placar. Em primeira mão, ele
noticia que:
“O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (...) será presidido interinamente até o
ministro (...) Wellington Moreira Franco, indicar um titular para o cargo. A atual
diretora de Estudos de Políticas Econômicas do Instituto, Vanessa Petrelli Corrêa,
será a interina. Ela foi indicada pelo economista Marcio Pochmann”.
Mas Moreira Franco já não havia escolhido um nome, que fora “vetado” por
Pochmann? E Vanessa Petrelli não é aquela que “não entusiasmara” Dilma?
Mais adiante, Costa relata:
“Na véspera, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, telefonou para Moreira para
perguntar se ele tinha um nome para indicar. Moreira respondeu que sim. Não
havia indicado, para não precipitar os acontecimentos, enquanto Pochmann prepara
sua desincompatibilização para concorrer em outubro”. E o ministro teria
completado: “Não tive nenhum problema em nomear a indicação do Marcio”.
O caso passou a se assemelhar a um filme policial com trama rocambolesca, nos
quais a certa altura não se sabe mais quem matou e quem morreu. Moreira Franco,
que indicara Paes de Barros agora diz à ministra Gleisi Hoffmann que não indicou
ninguém “para não precipitar os acontecimentos”. Quem apurou errado, Villaverde
ou Raymundo Costa?
O gozado é que em 14 de fevereiro de 2011, há um ano e meio, o jornal O Estado
de São Paulo, em uma matéria intitulada “Ministro decide tirar Pochmann do Ipea”,
contava o que se segue:
“O ministro (...) Moreira Franco, vai tirar o economista Márcio Pochmann do
comando do Ipea. (...) Moreira Franco, apurou ontem o Estado, ainda está
conversando com assessores para definir os nomes da nova diretoria”.
Agora ficou confuso. Se Moreira Franco buscava nomes em fevereiro do ano
passado, como agora a imprensa informa que ele não quer “precipitar os
acontecimentos”?
Asas à imaginação
Apurar notícias, ser enredado por boatos e noticiar algo a ser desmentido no dia
seguinte compõem o cotidiano de um repórter. Isso se exacerba num centro de
variados interesses como Brasília. Mas não é preciso exagerar. A jornalista Rosana
Hessel, no Correio Brasiliense de 28 de maio, resolveu dar asas à imaginação:
“O objetivo de Dilma é colocar no lugar de Pochmann um técnico que consiga
recuperar a imagem antiga do órgão, independente e respeitado pelas pesquisas
que realiza. No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Instituto chegou
a ser chamado por vários economistas de máquina de propaganda. Hoje, encontra
críticos dentro do próprio governo. Em abril de 2011, por exemplo, o ministro-chefe
da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, desqualificou um estudo do
Ipea que denunciava o passo lento das obras de ampliação dos aeroportos nas
cidades que sediarão a Copa de 2014, mostrando que pelo ritmo das obras apenas
4 dos 12 aeroportos ficariam prontos”.
Em um parágrafo, Rosana desmente a si mesma. Primeiro diz que o Ipea deixou de
ser “independente e respeitado” e virou uma “máquina de propaganda” do governo.
Na frase seguinte fala que o ministro Gilberto Carvalho desqualificou um estudo do
Ipea”. Se é chapa-branca, por que um ministro ataca o órgão?
Rosana Hessel fecha a matéria com chave de ouro: “A presidente quer indicar
pessoa com perfil técnico e sem aspirações políticas”. Perfil técnico e sem
aspirações políticas era a mais perfeita tradução de economista Dilma Rousseff ao
ser nomeada ministra das Minas e Energia, em 2003.
O que tais matérias demonstram? Entre outras coisas que quando jornalistas se
prestam a ser portadores de recados de lobistas, difusores de boatos e escritores
de ficção, quem perde é o jornalismo. E cá entre nós, a atividade não anda em seus
melhores dias no Brasil.
Em tempo: a economista Vanessa Petrelli, indicação de Marcio Pochmann, é a nova
presidenta do Ipea.
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Ex-governador admite que "suicídio" de Herzog foi maquiado
Em entrevista à Globonews. Paulo Egydio Martins, governador de São Paulo entre
1975 e 1979 afirma que suicídio do jornalista Vladmir Herzog foi maquiado e que,
de fato, ele foi assassinado dentro das dependências do II Exército, na rua Tutóia,
em São Paulo. Paulo Egydio Martins também afirmou que está disposto a depor à
Comissão da Verdade. “Irei a qualquer hora, a qualquer instante. Não temos de
temer nada. É hora de botar para fora tudo o que for para botar para fora".
Vinicius Mansur
Paulo Egydio Martins, governador de São Paulo entre 1975 e 1979, afirmou, em
entrevista à Globonews, que a morte do jornalista Vladimir Herzog, em 25 de
outubro de 1975, não se deu por suicídio: “Se maquiou um suicídio! O suicídio foi
maquiado! Não houve suicídio! Herzog foi assassinado dentro das dependências do
II Exército na rua Tutóia, em São Paulo”, confessou.
É a primeira vez que uma autoridade da época admite o assassinato, indo de
encontro a versão oficial do regime, segundo a qual Herzog havia sido "encontrado
enforcado com o cinto de sua própria roupa".
Paulo Egydio Martins disse que solicitou ao serviço de inteligência do Estado o
levantamento da ficha do jornalista e, dias depois, recebeu um “nada consta” como
resposta. A resposta teria sido repassada ao então Secretário de Cultura, porém foi
insuficiente para evitar a tragédia. “Após esse incidente, houve a determinação dele
comparecer ao DOI-CODI, onde acabou assassinado”, disse o ex-governador.
Outros dois jornalistas presos com Herzog, George Benigno Duque Estrada e
Rodolfo Konder, já haviam confirmado que o depoimento aconteceu sob tortura.
Segundo Paulo Egydio, ele avisou pessoalmente o então ditador, Ernesto Geisel, do
erro cometido com Herzog. O ex-governador também disse ter presenciado o
ditador exonerar o comandante do II Exército, Ednardo D`Ávila Melo. Geisel teria
dito: “Não vou admitir que fatos como esses que ocorreram aqui no II Exército se
repitam. Quero que você saiba que vou tomar medidas. Você vai tomar
conhecimento pelo seu ministro do Exército e pelo Diário Oficial. Vou tornar isso um
decreto: proibir que alguém seja preso antes de uma comunicação ao meu gabinete
– ao gabinete militar, ao SNI ou a mim, pessoalmente. Só depois dessa
comunicação é que posso admitir que um preso político seja levado ao recinto de
um quartel do Exército.”
Durante a entrevista concedida ao canal de TV paga, Paulo Egydio também
confirmou que está disposto a depor à Comissão da Verdade:
“Irei a qualquer hora, a qualquer instante. Não temos de temer nada. É hora de
botar para fora tudo o que for para botar para fora. Vivemos numa democracia para
ser verdadeira”.
Cenariomt.com.br
(Mato Grosso)
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Diretor do Sindicato dos Bancários é eleito novo presidente da
CUT-MT
Diretores do Sindicato dos bancários de Mato Grosso (SEEB-MT) participaram do
10º Congresso Estadual da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso
(CECUT-MT). O evento foi realizado no Hotel Fazenda Mato Grosso nos dias 1, 2 e 3
de junho.
Com o tema “Liberdade e Autonomia Sindical: Democratizar as relações de trabalho
para garantir e ampliar direitos”, o congresso teve como objetivo refletir e elaborar
propostas sobre o Estado que queremos para as próximas décadas, a partir da
concepção de desenvolvimento, tendo como centro a valorização do trabalho. As
propostas aprovadas durante o congresso serão apresentadas no 11º CONCUTCongresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores, que vai ser realizada entre
os dias 9 e 13 de julho em São Paulo.
Durante o Congresso foi eleito para assumir a presidência Estadual da Central Única
dos Trabalhadores em Mato Grosso o diretor do SEEB-MT, João Dourado.
Defender os direitos da classe trabalhadora, desenvolver projetos da CUT voltados
para a participação de trabalhadores urbanos e rurais e estreitar a relação com os
movimentos sociais e estudantis, são os objetivos da nova direção.
“É um novo desafio que pretendemos vencer, buscando aumentar a
representatividade da Central Única dos Trabalhadores no Estado”, afirma João
Dourado.
Giro pelos blogs
Blog do Sakamoto
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Dia do Meio Ambiente: a Rio+20 e o polêmico discurso da
Economia Verde
Leonardo Sakamoto
Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente. E a Rio+20 está chegando… Mais alguns
dias e a capital carioca será invadida por milhares de colegas jornalistas que vão
acompanhar a conferência principal e as atividades paralelas. Será gravador
perseguindo cocares aqui, microfones acompanhando chefes de Estado
desconhecidos ali, máquinas fotográficas disparando contra qualquer protesto que
reúna mais de seis pessoas e uma ararinha azul, os diplomatas maquiando vidraças
em vitrines.
De um lado, alguns querendo discutir como frear o termostato do planeta que foi
ajustado por nós – ao longo de séculos de um modelo de produção insano – na
posição “Gratinar o Idiotas Lentamente”. Outros questionando se ainda dá para
puxar a cordinha e parar o busão ou se motorista é biruta e, agora, só se for
arrancado à força pelos passageiros.
Já os discursos oficiais devem girar em torno de como avançar em uma governança
ambiental global e consolidar o conceito de Economia Verde – a nova aposta de
governos, players do mercado e de setores do ambientalismo.
Na definição do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, “uma
Economia Verde é a que resulta em melhora do bem-estar humano e da equidade
social, enquanto reduz significativamente riscos ambientais e as escassezas
ecológicas”. Onde “crescimento em renda e emprego deve ser baseado em
investimentos públicos e privados que reduzem emissões de carbono e poluição,
aumentam a eficiência energética e de recursos, e reduzem a perda de serviços da
biodiversidade e dos ecossistemas”. A Economia Verde, em suma, “sintetiza o
reconhecimento crescente de que alcançar a sustentabilidade depende quase
inteiramente em acertar na economia”.
A perspectiva de “salvar o que resta da natureza” via mecanismos tradicionais de
mercado, no sentido de que a preservação do planeta passa a ser atrelada aos
benefícios que pode trazer ao capital, no entanto, tem sido alvo de fortes críticas
por parte de organizações da sociedade civil, cientistas e acadêmicos. E eles têm
razão. Não porque eu não reconheça a força dos instrumentos de mercado. Quando
bem ajustada, a pressão sobre investidores, compradores e financiadores têm
ajudado a combater o trabalho escravo e o desmatamento ilegal. Mas quando as
ferramentas tornam-se uma finalidade em si, aí a vaca tosse.
Por exemplo, o pressuposto, inerente à lógica da Economia Verde, de que a adoção
de mecanismos de produção menos poluidores deve ser compensada
financeiramente, é um contrassenso se a ideia é combater as mudanças climáticas.
Porque em muitos casos, é tudo uma questão de compensação: quem polui demais,
em vez de reduzir os danos (o que sai muito caro), paga (mais barato) para que
outrem polua ou desmate menos e as contas se equilibrem no zero a zero.
Economicamente, todos ganham… menos o clima e o meio ambiente.
Por outro lado, valorar financeiramente e jogar no mercado elementos intangíveis
como as funções ecossistêmicas – compartimentadas hoje em um rol de “serviços”
ambientais – e recursos da biodiversidade historicamente utilizados e mantidos por
populações tradicionais e pequenos agricultores, cria um choque com o direito
humano e universal ao meio ambiente (tão importante quanto os direitos políticos,
civis, econômicos, sociais e culturais), ao que é oferecido pela natureza para a
sobrevivência de todos. Em especial, confronta o direito das populações rurais e
tradicionais sobre suas terras, águas, florestas e demais recursos naturais.
A premissa de que a proteção do meio ambiente só ocorrerá se for lucrativa, ou que
só podemos preservar pagando por isso, enfraquece o Estado de Direito e o
cumprimento da lei, assim como deixa de fora os aspectos científicos e biológicos
inerentes à saúde do planeta, sociais, culturais e espirituais inerentes à
sobrevivência das populações rurais e tradicionais que dependem e convivem com a
natureza e seus recursos – e que cumpriram até hoje o papel histórico de
preservação dos ecossistemas. Acima de tudo, nega o fato de que as crises
climáticas e ambientais são decorrência direta de um modelo de desenvolvimento
intrinsecamente predador e depredador (o trocadilho foi infame, mas a idéia é boa).
Enfim, vão empurrando com a barriga a solução.
Você sabe o que é mercado de carbono? Tem idéia do que seja Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL)? Já ouviu falar em Redução de Emissões por
Desmatamento e Degradação, Conservação, Manejo Florestal Sustentável (REDD)?
Sabe o que são pagamentos por Serviços Ambientais (PSA)?
Não? Se não entendeu bulunfas dessa sopa de letrinhas, não se preocupe, você não
está sozinho. A imensa maioria dos colegas de imprensa que está indo cobrir o
evento também não faz a mínima idéia do que seja isso. O que é preocupante pois,
como questionar a efetividade de um instrumento se você nem sabe como ele
funciona ou qual sua natureza. Dessa forma, é mais fácil ser enganado. Ou cair no
canto da sereia.
(A melhor parte é que, segundo fontes de dentro de ministérios diretamente
relacionados com o tema, boa parte das pessoas que deveriam saber sobre o
assunto no governo também não fazem idéia do que isso seja. Aí, no vácuo de
conhecimento, quem tem um olho (gordo) é rei.)
Apesar de vendida como panacéia, a Economia Verde ainda carece de consenso
entre os negociadores dos Estados-membros das Nações Unidas quanto à sua
conceituação e definição. Seus proponentes apostam em um uso mais economicista
dos recursos naturais – rebatizados de capital natural, defendendo novas regras de
lucratividade inerentes à preservação ambiental, para que ela se justifique.
E, ao longo da história humana, toda a vez que se vendeu uma proposta em que
todos saíam ganhando é porque alguém, normalmente o andar de baixo, se lascou
retumbantemente.
Para dar uma ajudinha aos colegas e a quem mais tiver interesse (e paciência,
muita paciência) para o assunto, produzimos na Repórter Brasil, com a ajuda da
Fundação Heinrich Boll, a cartilha “O Lado B da Economia Verde – Roteiro para uma
cobertura jornalística crítica da Rio+20″, mostrando como esse mecanismos têm
sido aplicados e fazendo uma análise sobre o ambientalismo de mercado (adoro
essa expressão). Discorremos sobre a teoria e discutimos casos polêmicos, na
tentativa de mostrar outros tons de verde. Algumas informações deste post forma
tiradas da cartilha, inclusive.
Dessa forma, incitando o debate, a busca por soluções deixa de ser monocromático
e se aproxima da realidade, que é mais complexa do que parece.
Para baixar a cartilha, clique aqui.
Conversaafiada.com.br
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Lamentavelmente, Lula não morreu
Amiga navegante baiana liga, aflita: “querem matar o Lula !”
Como assim ?
Ela explica.
O editorial do Estadão, no domingo, considerou o programa do Ratinho “um
espetáculo de endeusamento”.
O Estadão fica horrorizado porque o Lula comeu rabada na casa do Ratinho.
Rabada ?
Onde já se viu ?
Se fosse “canard à l’orange”…
Pior: o Estadão ficou uma fera, porque o Nunca Dantes foi logo ao “programa de
um dos animadores preferidos das classes pobres”.
Onde já se viu !
Os editorialistas do Estadão preferem a BBC ou o “Roda Presa”, antigo “Roda
Morta”, antigo “Roda Viva”.
(Sim, porque “Roda Viva” se tornou um símbolo da resistência ao regime militar e o
programa, hoje, passa a mão na cabeça dos torturadores. Qualquer dia desses
chamam o Coronel Ustra para entrevistar.)
O Estadão, como se sabe, é aquele jornal da província de São Paulo, dos tempos do
PRP, que chamou a Dilma e o presidente do Supremo de mentirosos.
No Globo, domingo, alertou a amiga navegante, o “Merval Global e o Melhor do
Carnaval”, diria o Boni, considera que Lula está “emocionalmente desestabilizado”.
Que Lula se coloca no centro do universo e tem a “alma autoritária”.
Lula assumiu uma postura “despótica, quase ditatorial”, porque anunciou “tucano
nunca mais” !
Merval volta à tecla do “mensalão”, que está por provar-se, agora que parece
desvanecer-se o sonho de o Peluso condenar o Dirceu.
Não vai dar tempo.
E mesmo se desse, este ansioso blogueiro queria ver o Ministro Peluso condenar o
Dirceu sem provas.
Inexplicavelmente, o Merval não trata da Privataria.
Considera o “mensalão” (que está por provar-se) um conjunto maior que os
Pecados Capitais, juntos.
Este ansioso blogueiro prefere a Privataria.
Nesta segunda-feira, a amiga navegante, chegou ao PiG (*) chic: o Valor.
É o PiG (*) travestido de “jornalismo de economia” que, como disse o Delfim (e
depois desmentiu) no Brasil não é um nem outro.
O editorial do Valor desta segunda-feira diz que houve um “bate boca” entre Lula e
Gilmar.
Até onde a vista alcança, não houve “bate” nenhum.
A única “boca” que bateu – contra si mesma – foi a do Gilmar Dantas (**).
Clique aqui para ler “as dez perguntas que o Charles fez ao Gilmar Dantas (**),
lá do Recôncavo”.
E aqui para ler “Blogueiro sujo vai ao Supremo contra Gilmar Dantas (**)”.
O Valor defende a tese de que Lula “debochou” da legislação eleitoral, porque foi ao
programa do Ratinho.
E que a “movimentação de Lula enfraquece a Dilma”.
Ah, que inveja !
Que pena que o Farol de Alexandria, aquele que fugiu de Ley de Medios, não
“enfraqueça” o Cerra igualmente.
O PiG (*) comprou a versão do Gilmar Dantas (**).
E ignorou que a única testemunha,
categoricamente o Gilmar Dantas (**).
o
Nelson
Johnbim,
desmentiu
De repente, o Nelson Johnbim perdeu a credibilidade no PiG (*).
(Este ansioso blogueiro aguarda ansiosamente a entrevista que a Eliane Catanhêde
fará com o Nelson Johnbim, ela que, sempre, fez tantas entrevistas com o então
Ministro da Defesa.)
O PiG matou o Johnbim.
Agora, diz a amiga navegante, o PiG (*) lamenta que o Lula não tenha morrido.
Lamenta que o Lula não perdeu a voz.
E lamenta profundamente que o Lula tenha nascido.
Porque, enquanto for vivo e tiver voz, nenhum tucano subirá a rampa.
Paulo Henrique Amorim
Viomundo.com.br
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Paulo Teixeira: Ataque de Gilmar Mendes a Lula revela
intranquilidade do ministro com a CPI
Conceição Lemes
Na semana passada, a CPI do Cachoeira aprovou:
1. A quebra de sigilos da matriz da Delta Construções e de outras empresas
mencionadas nas investigações da Polícia Federal e supostamente ligadas aos
negócios do bicheiro.
2. A quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico, de e-mail, SMS e skype do
senador Demóstenes Torres (sem-partido GO).
3. A convocação dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e Distrito
Federal, Agnello Queiroz (PT), para prestar esclarecimentos. Perillo confirmou para
12 de junho, Agnello, para 13.
Curiosamente, a julgar pelo noticiário da chamada grande imprensa, a CPI vai de
mal a pior. É tudo de ruim: vai acabar em pizza, é lerda, entre outras
depreciações. O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), eleito na semana passada
vice-presidente da CPI, discorda dessas avaliações.
Viomundo – Por quê?
Paulo Teixeira – Não há na CPI qualquer objetivo de fazer dela uma pizza. Pelo
contrário. Ela está andando com precisão. A CPI já quebrou os sigilos fiscal,
bancário e telefônico de empresas e pessoas envolvidas com a organização
criminosa do Carlinhos Cachoeira.
Acontece que essa organização criminosa enredou setores importantes do PSDB e
do Democratas, e a CPI inexoravelmente vai chegar mais fortemente na oposição
do que já chegou.
Daí a grita de setores da sociedade, inclusive da grande mídia. Estão irritados
justamente por causa do objeto da CPI — a organização criminosa do Carlinhos
Cachoeira, as empresas e os agentes públicos envolvidos.
A grande mídia está contra, porque essa CPI implica a oposição, sua aliada, além
de segmentos da própria mídia. Ao ridicularizar a CPI, a grande mídia revela a sua
predisposição em relação à CPI.
Viomundo – Há quem defenda que as acusações do ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes ao ex-presidente Lula também
sejam objeto dessa CPI. Concorda?
Paulo Teixeira – Primeiro, a fala do ministro Gilmar Mendes é muito estranha.
Supondo que tivesse havido qualquer tipo de ameaça, pressão, por parte do expresidente Lula, ele tinha a obrigação denunciar prontamente o que ele disse que
teria havido. E não o fez. A conversa entre o ex-presidente Lula, o ex-ministro
Jobim e o ministro Gilmar Mendes aconteceu no dia 26 de abril. Ele só falou sobre
este tema um mês depois.
Segundo, ele fala que depois da conversa com o ex- presidente alguns jornalistas
disseram-lhe que Lula teria dito isso, aquilo, aquilo outro. Ou seja, ele pode ter
sido enredado numa teia de fofocas, de boatos.
Terceiro, há o precedente de que, no passado, o ministro Gilmar Mendes disse ter
sido vítima de escuta telefônica, o que, de fato, não aconteceu. Portanto, a forma
como o ministro Gilmar investiu contra o ex-presidente Lula demonstra
desequilíbrio, confusão.
Viomundo – No seu entender, revela o quê?
Paulo Teixeira — Intranqüilidade do ministro Gilmar Mendes com a CPI, porque
ele acaba se debruçando sobre o tema CPI longamente. Até porque dos três
presentes à conversa, dois desmentiram o seu conteúdo.
Viomundo – Mas a CPI deveria ou não tratar desse fato?
Paulo Teixeira – Acho que não, a CPI tem coisas muito importantes para
investigar. Além disso, eu não creio que o Supremo Tribunal Federal estivesse
vulnerável a qualquer tipo de pressão, ainda que eu não acredite que tenha havido
qualquer tipo de pressão por parte do ex-presidente Lula.
Na verdade, tanto a mídia quanto a oposição querem desviar o foco de si próprias.
Eu creio que esse fato não deveria fazer parte da CPI. Esse fato terá espaço na
política brasileira como um embate entre um ex-presidente da República e um
ministro do STF. Cada brasileiro fará o julgamento que achar desse ataque do
ministro Gilmar Mendes ao ex-presidente Lula.
Consequentemente, na minha opinião, a CPI deve se preocupar com o seu foco
inicial, que é o de investigar essa organização criminosa e dar conta dela e não se
permitir o desvio de rota por conta desse fato.
Toda a crônica tem sido na direção de desacreditar a CPI, de forçá-la a desviar o
seu foco. Afinal, o foco dela é, digamos assim, muito destrutivo, tendo em vista que
revela uma grande maracutaia, um grande esquema envolvendo partidos de
oposição com o crime organizado.
Insisto. O ministro Gilmar Mendes está dedicando muito tempo à CPI. Na verdade,
na sua fala, ele dedica um grande tempo do seu ataque para explicar as suas
relações com o senador Demóstenes Torres. Desse modo, caberá à sociedade
brasileira julgar se essa relação era ou não adequada.
Na minha opinião, o Gilmar Mendes desferiu um ataque inaceitável ao expresidente Lula e agora ele não consegue mais controlar.