Veículos Pesquisados
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Veículos Pesquisados
Edição número 2055 terça-feira, 05 de junho de 2012 Fechamento: 08h45 Veículos Pesquisados: Clipping CUT é um trabalho diário de captação de notícias realizado pela equipe da Secretaria Nacional de Comunicação da CUT. Críticas e sugestões com Leonardo Severo ([email protected]) Isaías Dalle ([email protected]) Paula Brandão ([email protected]) Luiz Carvalho ([email protected]) William Pedreira ([email protected]) Secretária de Comunicação: Rosane Bertotti ([email protected]) Estadão.com __________________________________________________________________ Isolamento de Haddad alerta PT em SP e Lula age para enquadrar Marta (Política) Eleição paulistana. Enquanto o tucano José Serra arregimenta apoios, como o anunciado ontem pelo PR, petista não consegue adesões e vê propaganda na TV cada vez menor; nos bastidores ex-presidente demonstra irritação com ausência de senadora No dia em que o PR anunciou apoio ao candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou em cena para tirar a campanha de Fernando Haddad (PT) do isolamento. Irritado com a senadora Marta Suplicy (SP), que boicotou o ato de lançamento de Haddad, no sábado, Lula escalou o presidente do PT, Rui Falcão, para enquadrar a petista e determinou "intervenção branca" do partido para impor a candidatura do senador Humberto Costa no Recife. A solução do impasse na capital pernambucana é agora a única condição imposta pelo PSB para anunciar o apoio a Haddad. Lula tentou amenizar ontem o aval do PR a Serra, mas acusou o golpe e intensificou os esforços para acelerar a adesão de PSB e PC do B a Haddad. "É um pouco estranho o apoio do PR a Serra porque o partido está no governo federal", provocou Lula. Desde julho, porém, quando Alfredo Nascimento foi defenestrado do Ministério dos Transportes, o partido vive às turras com a presidente Dilma Rousseff. "Agora, me parece que o PR entrou no governo estadual", afirmou o ex-presidente. "Mas o fato de a direção do PR ter feito acordo com o PSDB não significa que todos os vereadores e militantes vão trabalhar para eles." Intervenção. Na tentativa de alavancar a campanha de Haddad, a Executiva Nacional do PT se reúne hoje, em São Paulo, com o objetivo de limpar o caminho para o PSB apoiar petista. Apesar da vigília prometida pelo prefeito de Recife, João da Costa (PT), que quer disputar a reeleição, a cúpula petista já acertou tudo com o PSB para aprovar resolução tirando-o do páreo. Por exigência do governador Eduardo Campos - que é presidente do PSB e virou desafeto do prefeito -, a cúpula vai impor a candidatura de Humberto Costa, como acordado entre Lula e Campos. No outro front, o ex-presidente ainda tenta atrair Marta e pediu a Falcão, que foi secretário municipal quando ela era prefeita, para conversar com a senadora. Depois de boicotar o ato de lançamento da candidatura de Haddad, no sábado, Marta se recusou ontem a atender companheiros do PT e manteve os celulares desligados. Ela ainda está magoada com Lula, que a obrigou a desistir em favor de Haddad. "Deve ter acontecido algum problema com a Marta. Ela não é de falhar", amenizou o ex-presidente, após tomar vacina contra a gripe. "Tenho certeza de que ela estará presente na campanha, com o mesmo carinho com que eu vou participar." Embora as declarações públicas sejam de compreensão, nos bastidores dirigentes do PT não se conformam com a atitude de Marta. Ontem, a senadora divulgou nota de duas linhas, informando que um impedimento "de caráter privado" a impossibilitou de ir ao encontro do PT. A nota foi recebida com preocupação. O clima de apreensão foi agravado depois que o deputado estadual Edinho Silva, presidente do PT paulista, disse ao Estado que Marta está cometendo um grave erro político ao se ausentar da campanha. Contrariado com as estocadas de Silva, Rui Falcão disse que Marta "é a maior liderança de São Paulo e vai saber participar da campanha quando for mais útil". Valorizando o passe do PC do B, o ex-ministro do Esporte Orlando Silva afirmou estar preocupado com a candidatura de Serra. "Espero que essa movimentação do PR sirva para que os partidos da base da presidente Dilma estejam alerta em São Paulo, já que o campo adversário se fortalece cada vez mais." __________________________________________________________________ Jornalista afirma que recebeu R$ 40 mil das mãos de Perillo Segundo Bordoni, ao menos 3 pessoas o viram entrar no gabinete de Perillo: uma secretária, um prefeito e um advogado do então candidato Fernando Gallo (Política) O jornalista Luiz Carlos Bordoni, responsável desde 1998 pelas campanhas eleitorais de rádio do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirma ter recebido R$ 40 mil em dinheiro vivo das mãos de Perillo como primeira parcela dos serviços que prestou durante a campanha de 2010. O pagamento, segundo ele, foi feito pouco antes do início do horário eleitoral gratuito, no escritório político do governador, em Goiânia. O jornalista sustenta que ao menos três pessoas o viram entrar no gabinete de Perillo: uma secretária, um prefeito e um advogado do então candidato. "O primeiro pagamento foi feito por ele antes mesmo de começar o horário eleitoral", declarou Bordoni ao Estado. "O Marconi me chamou em uma sala do fundo, uma pequena divisória atrás do gabinete dele, da mesa dele, e me passou R$ 40 mil em dinheiro. Foi o primeiro pagamento." O governo goiano afirmou, em nota, que o governador Marconi Perillo "sempre recebeu jornalistas em seu escritório, entre eles o sr. Luiz Carlos Bordoni" e que "os temas das conversas sempre se referiam aos temas políticos da época", mas sustentou, sobre o pagamento relatado por Bordoni, que "o assunto é descabido". "O governador jamais fez e não faz pagamentos a quem quer que seja", afirma o documento. No documento, o governo voltou a declarar que o comitê financeiro de campanha de Perillo pagou à empresa Art Midi, à qual o jornalista se associou para elaborar os programas de rádio, o valor de R$ 33.300,00, "mediante a apresentação de nota fiscal eletrônica AIDF 109002/2010, relativa ao serviço de áudio prestados à campanha pelo sr. Luiz Carlos Bordoni". __________________________________________________________________ Partidos resistem a chamar Pagot para depor na CPI do Cachoeira Ex-diretor do DNIT é apontado como 'fio desencapado' tanto pelos aliados como pela oposição Eugênio Lopes (Política) Apontado como um "fio desencapado" tanto pelos aliados como pela oposição, o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) Luiz Antonio Pagot transformou-se, aparentemente, em persona non grata na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira. Como o ex-filiado ao PR faz denúncias que atingem governistas e oposição, cerca de duas dezenas de requerimentos de convocação de Pagot estão paradas na CPI à espera de votação. E a tendência é que eles não saiam tão cedo da gaveta. "Temos que conversar com os líderes para ver se há consenso em torno da convocação do Pagot", argumentou nesta segunda-feira, 4, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que assumirá esta semana a presidência da CPI. O presidente efetivo, Vital do Rêgo (PMDB-PB), está de licença médica. Diante do "corpo mole" para aprovar a convocação de Pagot, o senador Pedro Taques (PDT-MT) anunciou nesta segunda que vai entrar com representação na Procuradoria da República do Distrito Federal para que o ex-diretor do Dnit seja ouvido pelos procuradores. "O Pagot está desesperado para falar. Dizem que ele é um fio desencapado, então, que ele fale", afirmou Taques. Opinião não compartilhada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), ao defender que a CPI se dedique agora a analisar os dados com as quebras de sigilo de envolvidos com o esquema ilegal do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. "A CPI está numa fase que só fala em convocação. Ela deveria se preocupar em apresentar alguma coisa nova, que ainda não tenha sido revelada pela Polícia Federal", disse Nogueira, que também integra a CPI. Ex-filiado ao PR, partido que perdeu o Ministério dos Transportes há cerca de um ano debaixo de denúncias de irregularidades, Luiz Antonio Pagot acusou, em entrevistas às revistas Época e Istoé, o PT e o PSDB de usarem o governo federal e o de São Paulo para bancar as campanhas da petista Dilma Rousseff e do tucano José Serra à presidência da República, nas eleições de 2010. Em entrevista à revista Época, Pagot contou que o alto escalão do PT pediu auxílio para conseguir doações de empresas que tinham contratos com o Dnit para a campanha de Dilma. Para a Istoé, o ex-diretor do Dnit acusou os tucanos de desviar dinheiro da obra do Rodoanel, em São Paulo para abastecer o comitê do tucano José Serra. As acusações, não provadas, foram negadas. __________________________________________________________________ MP do Código Florestal já recebeu quase 200 emendas (Política) Debate sobre novo texto do projeto será retomado nesta terça-feira; parlamentares têm até a noite desta segunda para apresentar sugestões A definição de um novo Código Florestal para o Brasil retoma nesta terça-feira, 5, a agenda do Congresso, com a escolha do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDBSC) para assumir a relatoria na comissão especial mista destinada a analisar a viabilidade constitucional, jurídica e admissional da matéria. Até a meia-noite desse domingo, 3, quase 200 emendas já haviam sido apresentadas à medida provisória (MP) enviada ao Parlamento pela presidente Dilma Rousseff a fim de recompor os vetos ao texto aprovado pelos congressistas. O fato de envolver disputas entre oposição e aliados ao Executivo além de ser tratado em um ano eleitoral são complicadores a serem contornados tanto nas negociações com os deputados e senadores, ambientalistas e ruralistas quanto nas demandas levadas ao governo. O futuro relator minimiza as pressões e considera que já na comissão especial será possível construir um texto de consenso entre Senado e Câmara. Ele destacou que o alto número de emendas já apresentadas (quase 200) não representa problemas. "Acredito muito na capacidade criativa dos parlamentares. Quem sabe por meio de uma dessas emendas a gente encontre motivo de superação das divergências”, disse o parlamentar. Deputados e senadores têm até as 20h30 desta segunda-feira, 4, para protocolar sugestões de alterações. Na semana passada, integrantes da bancada ruralista no Congresso sinalizou que o artigo 1º da MP, que trata dos princípios do código, seriam um dos focos da atuação da bancada. Para o relator, os pontos “mais traumáticos” foram resolvidos quando o projeto de lei do Código Florestal tramitou no Senado e pela MP. Luiz Henrique ressaltou que a presidente Dilma Rousseff preservou, na medida provisória, a maior parte do texto aprovado pelos senadores o que, necessariamente não significa qualquer facilidade. Ao contrário, a matéria foi praticamente toda alterada pelos deputados quando retornou à Câmara para que fosse revista. A flexibilização do código em vigor aos pequenos produtores e agricultores, inclusive familiares, pode ser uma dessas vantagens na negociação parlamentar. Dilma Rousseff, lembrou o senador, definiu que essas pessoas terão que recompor apenas 5 metros da área ripária – matas ciliares – quando as propriedades tiverem até 1 módulo fiscal. Já nos imóveis de 1 a 2 módulos essa recomposição será de 8 metros e de 15 metros para os que tenham de 2 a 4 módulos. Ele também citou o restabelecimento de área de proteção permanente (APP) em 100 metros para os rios mais largos como fator que ajudará nas negociações com os ambientalistas e ruralistas. “Isso favorece um espectro de 95% dos agricultores brasileiros”, ressaltou Luiz Henrique. De qualquer forma, o senador reconheceu que não será fácil a busca desse entendimento. A partir da aprovação da matéria, com as recomendações de mudanças ou não no mérito da MP, a matéria será apreciada, separadamente, pela Câmara e pelo Senado. Folha de S.Paulo __________________________________________________________________ Painel Vera Magalhães (Poder) Alvo definido Sob comando do PT, a CPI do Cachoeira planeja ouvir hoje o depoimento de três testemunhas ligadas a Marconi Perillo (PSDB-GO) no que promete ser o primeiro embate entre tucanos e petistas depois das denúncias que aumentaram as suspeitas sobre o governador goiano. Convocados pelo deputado Dr. Rosinha (PR) e pelo senador José Pimentel (CE), Walter Paulo, Sejana Martins e Écio Ribeiro tentarão explicar a venda da casa de Perillo, onde Carlinhos Cachoeira foi preso na Operação Monte Carlo. O STF adiou ontem o depoimento de Eliane Pinheiro, exchefe de gabinete do tucano que tinha linha direta com o empresário de jogos. Dono... Integrantes das equipes que comandaram as operações Vegas e Monte Carlo, da PF, acreditam que Geovani Pereira pode ter sido avisado por funcionários do cartório da Justiça de Goiás que expediu os mandados de prisão a tempo de fugir. ...do cofre Tesoureiro do esquema Cachoeira, ele está foragido desde que a operação foi deflagrada, em fevereiro. A Polícia Federal suspeita que Geovani tenha deixado o Brasil. Se confirmada a tese, acionará a Interpol. Espreme Além de Demóstenes Torres (GO) e de Perillo, a campanha do deputado Sandes Júnior (PP-GO) em 2010 amealhou R$ 70 mil da Bonini Alimentos, que recebeu R$ 65 mil da Alberto e Pantoja, suposta laranja da Delta, no mesmo período. Outro lado A assessoria de Sandes Júnior informou que o congressista conhecia um diretor da Bonini interessado em efetuar doação para a campanha. Mas disse desconhecer a ligação da empresa com o grupo de Cachoeira. Piquete Sindicatos de trabalhadores da construção civil vão à CPI na próxima terça-feira. Agendaram encontro com o relator, Odair Cunha (PT-MG), para discutir os atrasos de salários da Delta e o risco de 35 mil demissões. Antes, protestarão nos corredores do Congresso. Pé do ouvido Durante almoço no Itamaraty em homenagem ao rei da Espanha, Juan Carlos, o presidente do conselho do Banco Santander, Emilio Botín, teve conversa a sós com Dilma Rousseff. Hoje, ele será recebido pela presidente no Planalto. É guerra O PT recorrerá hoje à Justiça Eleitoral contra a aparição de José Serra em inserções nacionais de propaganda do PSDB na TV veiculadas no final de semana. Nuvem "Mudam as moscas, o fedor é o mesmo". A frase, de outubro de 2011, é do Twitter de Aloysio Nunes (PSDB), artífice do acordo do PR com Serra. À ocasião, o senador analisava a troca do comando do Dnit, então chefiado pelo grupo do neoaliado Valdemar Costa Neto. Hora extra Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab abandonaram a habitual cautela e discursaram ontem, durante o horário de expediente, no evento em que foi selado o pacto entre PR e PSDB. Serra agradeceu: "Ele [Alckmin] deixou vários prefeitos aguardando no Palácio [dos Bandeirantes] para vir aqui". Vaivém 1 Presidente do PSB-SP, Márcio França deixa a Secretaria de Turismo paulista amanhã. A princípio, ele se desincompatibilizará para avaliar eventual candidatura a prefeito de São Vicente. Vaivém 2 O substituto imediato de Paulo Barbosa, que deixa a pasta do Desenvolvimento de olho na Prefeitura de Santos, será Luiz Carlos Quadrelli. O cargo é cobiçado pelo DEM e também pode entrar na equação para atender o PP, que deseja apear Silvio Torres da Habitação. __________________________________________________________________ Amorim diz que abrirá arquivos militares (Poder) Após se reunir com integrantes da Comissão da Verdade, o ministro Celso Amorim (Defesa) afirmou ontem que vai abrir os documentos das Forças Armadas para auxiliar os trabalhos. Instalado no mês passado, o grupo investigará violações aos direitos humanos entre 1946 e 1988. "Tudo estará aberto", disse Amorim ao sair da reunião, referindo-se aos arquivos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Militares negam a existência de documentos sobre o período. __________________________________________________________________ Mercado revisa crescimento para baixo Pesquisa do BC com analistas mostra expansão de 2,72% neste ano, mas já existem apostas mais pessimistas Economistas atribuem alteração a desempenho negativo da indústria e dos investimentos no início deste ano Mariana Carneiro (Poder) A demora na reativação da economia tem levado analistas do mercado financeiro a rever as projeções de crescimento neste ano para perto de 2%, abaixo do verificado no ano passado (2,7%) e distante do que almeja o governo (pelo menos 3%). Levantamento semanal do Banco Central com uma centena de instituições financeiras e consultorias (pesquisa Focus), divulgado ontem, aponta que a maioria dos analistas já têm no radar um crescimento de 2,72% neste ano, semelhante ao de 2011. As revisões ocorrem após a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre, na sexta-feira. O crescimento no período foi de 0,2% ante o quarto trimestre de 2011, abaixo do esperado pelo mercado. Como o número foi conhecido só no último dia de coleta de opiniões pelo BC, as correções baixistas podem estar só no início, dizem analistas. Algumas instituições, como Itaú e Bradesco e a consultoria LCA, ainda estão refazendo suas projeções. Isso deve provocar nova baixa nas próximas sondagens. O economista-chefe da corretora Votorantim, Roberto Padovani, reviu ontem sua projeção para o crescimento econômico deste ano, de 2,9% para 2,2%. "Existe uma retomada em curso, mas está mais atrasada do que esperávamos", diz. Na avaliação do economista, no segundo semestre, a economia deverá crescer com mais vigor, respondendo aos estímulos do governo. Mas não a tempo de produzir um resultado mais elevado para o fechamento do ano. A leitura parece ter eco no mercado. A aposta para o crescimento em 2013, segundo pesquisa do BC, não se alterou e está em 4,5%. Mesmo com esperada recuperação na segunda metade do ano, há previsões mais pessimistas. A consultoria Tendências estima um crescimento de 1,9% em 2012. "O menor otimismo com a recuperação está ligado à piora no cenário externo e também na percepção dos agentes em relação à economia brasileira", afirma a economista Alessandra Ribeiro. Economistas culpam o desempenho negativo dos investimentos no primeiro trimestre -e dados ainda decepcionantes no segundo trimestre- como o motivo da lenta retomada. "A indústria está evoluindo mas ainda não está crescendo", afirma o economista do Itaú, Aurélio Bicalho. Em reação, o governo preparou mais ações para alavancar o investimento e a indústria, que devem ser anunciadas hoje pelo BNDES. Mesmo com a atividade mais fraca, recuaram levemente as estimativas de inflação neste ano. A previsão majoritária para inflação medida pelo IPCA caiu de 5,17% para 5,15%. Ainda assim, a estimativa é que os juros continuem caindo dos atuais 8,5% para 8%, segundo a pesquisa do BC. No ano que vem, analistas baixaram a projeção dos juros, de 9,5% para 9,38%. __________________________________________________________________ Governo corta IPI de xarope e irrita indústrias da Zona Franca Amazonas teme perder competitividade que tem com isenção Kátia Brasil (Mercado) No mesmo decreto em que aumentou imposto para bebidas, na semana passada, o governo reduziu o mesmo tributo para o principal insumo de refrigerantes: o xarope concentrado. Não há dados sobre o impacto da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do xarope, de 27% para 17% -a medida entre em vigor em 1º de outubro (na semana passada, os fabricantes estimaram que o aumento do imposto sobre as bebidas prontas as deixaria 9,8% mais caras). Mas fabricantes da substância na Zona Franca de Manaus já reclamam de perda de competitividade. Como são isentos do IPI, tinham vantagem ao vender para as engarrafadoras da bebida, instaladas principalmente no Sudeste. Com a redução, esse efeito não é mais tão grande. Os maiores produtores de extratos do país estão em Manaus, entre eles AmBev (Guaraná Antarctica), Recofarma (Coca-Cola) e Pepsi. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas, a nova alíquota atinge 30 empresas da Zona Franca. Algumas podem deixar o Estado, diz o Centro das Indústrias do Amazonas. "Nenhum empresário é caridoso. Se baixar IPI não tem por que ficar, vai produzir em São Paulo", afirmou Ronaldo Mota, diretor do centro. O setor na Zona Franca faturou R$ 440 milhões em 2011, segundo a Suframa. __________________________________________________________________ Fechamento de bar onde havia sarau gera protesto Sarau do Binho, na zona sul de São Paulo, acontecia em local sem alvará Grupo organiza protesto na porta da estabelecimento fica em área residencial prefeitura; gestão Kassab diz que Julliana Granjeia (Cotidiano) O fechamento pela prefeitura do bar onde ocorria o Sarau do Binho, em Campo Limpo (zona sul de SP), causou indignação entre artistas e fez com que um grupo organizasse um protesto contra a ação. Um evento criado no Facebook convoca um "sarau-protesto em defesa da cultura popular, pela reabertura do bar do Binho" no dia 13, às 12h, em frente à prefeitura, na região central da cidade. "Esta gestão da prefeitura quer impedir as manifestações culturais autênticas da cidade, quer esconder a emergência e efervescência criativa e inventiva dos produtores e artistas de bairro. Vamos protestar!", diz o texto. O rapper Mano Brown divulgou um vídeo onde manifesta apoio ao movimento. "Você tirar o que você já não dá para o povo é muita prepotência, muita pretensão", afirmou o cantor em referência ao prefeito Gilberto Kassab (PSD). Marcelo Tas, jornalista e apresentador, também usou a internet para se manifestar contra o fechamento do bar. "Espero que tudo seja um equívoco da subprefeitura e seja imediatamente reparado. Sob pena de Gilberto Kassab ter sua passagem pela Prefeitura de São Paulo, por conta dessa atitude absolutamente inadmissível contra quem promove cultura na zona sul, ser destinada à lata do lixo da história da cidade." O poeta Sérgio Vaz afirmou que a notícia não só é triste, como também preocupante. "Temos todos que nos mobilizar. A gente trabalha na quebrada quase sem apoio nenhum, constrói coletivos com a força das mãos das pessoas, e é isso que a gente recebe em troca?" Ontem, o sarau foi realizado no Espaço Cultural CITA, na praça do Campo Limpo. Nos últimos oito anos, o sarau acontecia toda segunda-feira no bar. OUTRO LADO A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou que o bar foi fechado por falta de licença de funcionamento. A área onde o bar está localizado é residencial, segundo a secretaria. O último sarau no bar aconteceu no dia 28 de maio. Na sexta-feira passada, representantes do bar se encontraram com o subprefeito de Campo Limpo, Trajano Conrado Carneiro, que teria se comprometido a dar orientações sobre os procedimentos legais para agilizar a regularização do estabelecimento. A secretaria também informou que, além de não ter regularizado a licença após a primeira advertência e multa de R$ 4.000, o fechamento ocorreu devido ao registro de reclamações constantes dos moradores da região. Valor Econômico __________________________________________________________________ Semana política: Lula vai ao Rio e feriado reduz ritmo do Congresso A semana está esvaziada em razão do feriado de Corpus Christi na quinta-feira. As atividades do Congresso estão concentradas na terça, e na quarta-feira à tarde o ritmo já será menor. Entre os eventos fora de Brasília, está confirmada a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em inauguração ao lado do prefeito Eduardo Paes (PMDB), précandidato à reeleição no Rio de Janeiro com o apoio do PT. Será na quarta-feira na zona oeste da cidade. Veja a seguir os eventos políticos da semana de 4 a 10 de junho. Segunda-feira Dilma / Espanha – A presidente Dilma Rousseff recebe o rei da Espanha, Juan Carlos, com quem se reúne para conversar sobre a crise na Europa e, em especial, na Espanha. Depois de encontros com as equipes dos dois países, a presidente Dilma oferece almoço ao rei Juan Carlos no Itamaraty. TSE / Encontro - A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, realiza às 9h em Brasília a segunda reunião de trabalho com os presidentes dos 27 tribunais regionais eleitorais (TREs) do país. O objetivo é discutir temas relacionados ao processo eleitoral deste ano. Terça-feira Dilma / Meio ambiente – A presidente Dilma Rousseff deve anunciar programas no dia do meio ambiente. Código / Comissão - O Congresso instala à tarde a comissão mista que fará a análise prévia da medida provisória que altera o novo Código Florestal (MP 571/12), cuja relatoria ficará com o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC). Até a véspera da instalação da comissão, senadores e deputados poderão apresentar emendas ao texto. Tombini / Congresso – O presidente do Banco Central, , Alexandre Tombini, deve comparecer a audiência pública no Congresso Nacional às 15h, reunindo várias comissões. Ele fará avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, de crédito e cambial referentes a 2011. CPI / Depoimentos – A CPI do Cachoeira ouve, na condição de testemunhas, Walter Paulo de Oliveira Santiago, Sejana Martins, Écio Antonio Ribeiro e Eliane Gonçalves Pinheiro. O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), passou por cateterismo em hospital de São Paulo na sexta-feira e poderá ser substituído pelo vice, deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Demóstenes / Processo - O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado realiza reunião administrativa para análise do processo disciplinar contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Poderão ser analisados pedidos de informações e diligências. Lavagem de Dinheiro / Lei Seca – O Senado analisa em plenário a proposta que aperfeiçoa o combate ao crime de lavagem de dinheiro. Caso haja acordo, também poderá ser aprovada a proposta que endurece a chamada Lei Seca. As duas propostas são prioritárias para o governo. Brasil Maior / Relatório – A comissão mista que regulamenta a segunda etapa do Plano Brasil Maior (MP 563/12) tem sessão para apresentação do relatório às 10h no Senado. Agências / Auditoria – A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado recebe relatório do Tribunal de Contas da União sobre auditoria requisitada pelo Congresso sobre governança das agências reguladoras de infraestrutura. Cidades / Ato - Na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, lançamento do ato público da “Campanha pela Função Social da Propriedade Urbana: a cidade não é um negócio, a cidade é de todos nós”, coordenada pelo Fórum Nacional de Reforma Urbana às 14h. Capital / Exterior – A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados realiza audiência sobre o PL 113/03, que trata da repatriação de capitais brasileiros no exterior. Foram convidados, entre outros, o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Henrique Calandra; o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Alexandre de Assis; e o diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, Ricardo Andrade Saadi, às 14h30 Confaz / Debate – A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados debate regra de aprovação de resoluções no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Foram convidados o governador de Sergipe, Marcelo Déda; o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa; o senador Delcídio do Amaral (PT-MS); e o presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), José Calixto Ramos, às 14h30. Salário / Aumento – Comissão mista debate a MP 568/12, que aumenta os salários de 937 mil servidores do governo federal. CUT /Marcha – A Central Única dos Trabalhadores (CUT) realiza em Brasília a marcha na Esplanada por servidores valorizados e serviços públicos de qualidade. Quarta-feira Lula / Rio – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de inauguração no Rio de Janeiro do BRT da Zona Oeste com o prefeito Eduardo Paes (PMDB), précandidato à reeleição. Trata-se do Bus Rapid Transit, ou Corredor Rápido de Ônibus. Dilma / BH - A presidente Dilma Rousseff estará em Belo Horizonte (MG), onde visita a duplicação da linha férrea entre Horto Florestal e General Carneiro, um projeto da Vale. Também participa da cerimônia de assinatura de termo de compromisso para o projeto das obras de modernização do anel rodoviário de BH. Visita ainda o hospital Sofia Feldman. Terra / Estrangeiros – A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados vota o relatório final da subcomissão destinada a analisar e propor medidas sobre o processo de aquisição de áreas rurais e sua utilização por pessoas físicas e jurídicas estrangeiras, às 10h. Domingo Convenções / Partidos – As convenções partidárias podem ser realizadas a partir deste domingo, 10 de junho, para escolha de candidatos a prefeito. __________________________________________________________________ Dilma define novas medidas para destravar economia Claudia Safatle e Edna Simão Preocupada com a disseminação da expectativa de que o crescimento este ano não passará de 2% a 2,5% - pior, portanto, que os 2,7% do ano passado - a presidente Dilma Rousseff convocou, ontem, uma reunião de emergência para determinar a aceleração dos investimentos públicos e discutir medidas para reanimar os investidores privados. No caso do setor privado, o governo avalia um cardápio de possibilidades, do adiamento do recolhimento de impostos das empresas à isenção da cobrança de imposto sobre investimentos, da depreciação acelerada à redução dos preços da energia elétrica - um importante insumo industrial. O adiamento do recolhimento de impostos, conforme sugestão dada pelo exministro Delfim Netto, seria feito por 90 a 120 dias e representaria dinheiro a custo zero nas mãos das empresas, para capital de giro. A medida está na mesa de discussão, assim como o adiamento das exigencias de conteúdo local para as encomendas da Petrobras. Os investimentos públicos estão caindo ao invés de crescer. Os casos mais dramáticos são os do Programa de Mobilidade Urbana e as obras do Ministério dos Transportes, que não saem do papel. A execução das obras conduzidas pelos Transportes neste ano está baixíssima. Para uma dotação orçamentária de R$ 17,751 bilhões, a despesa até abril foi de apenas R$ 40,567 milhões. Proporção semelhante é encontrada no Ministério das Cidades. Ambos os ministros estavam na reunião com a presidente, Paulo Sérgio Passos e Aguinaldo Ribeiro, respectivamente. As estatísticas oficiais mostram que dos R$ 3,74 bilhões de investimentos públicos no mês de março, R$ 2,5 bilhões foram subsídios ao programa Minha Casa Minha Vida. Em abril, os investimentos totais caíram para R$ 3,17 bilhões e desses, R$ 2,02 bilhões também corresponderam aos subsídios do MCMV. Dilma fez, ontem, quase uma reunião ministerial para debater esse desempenho. Estavam presentes os ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. a chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, da Saúde, Alexandre Padilha, da Integração, Fernando Bezerra e da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Estavam, ainda, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, e o do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Barbosa foi voto vencido no fim do ano passado quando defendeu o aumento dos investimentos públicos para sustentação do crescimento econômico. Para isso, seria preciso abrir mão da meta fiscal "cheia" e abater uma parcela dos investimentos do PAC. Mantega e Augustin advogaram o cumprimento integral da meta. Com a queda no ritmo de crescimento das receitas tributárias, o cumprimento da meta de 3,1% do PIB de superávit primário ficou mais apertado e o Tesouro estaria produzindo os dados mensais com uma administração do pagamento dos investimentos na "boca do caixa". O governo quer, também, ampliar o uso das compras governamentais para setores que podem ajudar a incentivar o setor privado. No Plano Brasil Maior, por exemplo, foi definida uma margem de preferência de 25% para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras e incorporem inovação. No caso do setor de confecções, calçados e artefatos, o regime já está funcionando e já foi utilizado pelo Ministério da Defesa para a compra de jaqueta, boné, calças, mochilas. O mesmo incentivo existe para a aquisição pelo governo de retroescavadeiras e motoniveladoras, além de fármacos e medicamentos. Esses, porém, apesar de regulamentados, ainda não foram testados. Com a depreciação acelerada nos investimentos feitos pelos próximos doze meses, como sugere o economista Luis Gonzaga Belluzzo, as empresas poderiam ter um benefício fiscal na metade do prazo normal, mediante a redução da Contribuição Social sobre o Lucro. Esse benefício vigorou até 2010. A reunião, porém, não foi conclusiva. __________________________________________________________________ Prazo para substituir terceirizados será descumprido Ribamar Oliveira O governo não deverá cumprir o novo prazo dado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para a substituição de todos os terceirizados irregulares por servidores concursados. Em outubro do ano passado, os ministros do TCU decidiram que a troca deveria ser concluída até dezembro de 2012. A finalização da substituição de funcionários terceirizados depende, em parte, da aprovação de projetos de lei que criam cargos a serem ocupados pelos novos servidores, de acordo com o Ministério do Planejamento. O problema é que não há prazo para a aprovação desses projetos pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. No fim de dezembro de 2011, existiam 16.321 terceirizados irregulares nos órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional, segundo dados do Ministério do Planejamento. Desse total, cerca de 9.000 faziam parte dos quadros das fundações de apoio que fornecem serviços aos hospitais universitários. Os funcionários terceirizados irregulares são aqueles que ocupam cargos em atividades-fim, ou seja, aquelas atividades inerentes às categorias funcionais abrangidas pelos planos de cargos do órgão ou entidade da administração direta, autárquica e fundacional. De acordo com o decreto 2.271/1997, o Executivo federal só pode terceirizar os serviços de conservação, limpeza, segurança, vigilância, transportes, informática, copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicação e manutenção de prédios, equipamentos e instalações. O governo federal incluiu uma verba de R$ 147,2 milhões no Orçamento deste ano para concluir a troca de 7.319 terceirizados. O Ministério do Planejamento informou que o valor é suficiente para concluir o processo, uma vez que os terceirizados dos hospitais universitários não serão substituídos por servidores concursados, mas por funcionários do quadro da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserth). Até 10 de maio deste ano, o Ministério do Planejamento havia autorizado 605 vagas para novos concursos, com o objetivo de substituir funcionários terceirizados, além de 263 vagas para efetivo provimento decorrente de concursos autorizados em anos anteriores. O impacto orçamentário das autorizações concedidas até aquela data, considerando concursos e provimentos, era de R$ 36,3 milhões. O Ministério do Planejamento advertiu, no entanto, que muitas substituições dependem da criação de novos cargos, o que só pode ser feito por lei. Esses novos cargos estão previstos em vários projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional, principalmente o projeto de lei 2.205, encaminhado pelo governo à Câmara dos Deputados em 31 de agosto do ano passado. Desde setembro de 2011, esse projeto encontra-se na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público e até agora não recebeu sequer parecer. Em 2006, o Ministério do Planejamento apresentou uma proposta ao TCU de substituição gradual de todos esses trabalhadores por funcionários concursados até dezembro de 2010. A proposta foi aprovada pelos ministros do TCU. Ao mesmo tempo, o governo, por intermédio do Ministério do Planejamento e da Advocacia -Geral da União (AGU), firmou um termo de conciliação judicial (TCJ) com o Ministério Público do Trabalho, em que se comprometeu a substituir, também até 2010, todos os terceirizados irregulares. Com o término desse prazo, alguns órgãos e entidades públicas encaminharam pedido ao TCU de prorrogação da data limite. Em outubro do ano passado, os ministros do Tribunal de Contas da União aceitaram adiar o prazo para 31 de dezembro deste ano. Mas advertiram, no acórdão 2.681/2011, que o cumprimento da determinação será acompanhado mediante a realização de fiscalizações periódicas, podendo resultar, inclusive, em responsabilização do agente público. De 2006 a 2010, o TCU não puniu nenhum gestor, pois tinha a expectativa de que o prazo para a substituição de todos os terceirizados fosse cumprido. Agora, os ministros do Tribunal determinaram que o Ministério do Planejamento dê ciência aos órgãos e entidades do Executivo federal de que os agentes públicos responsáveis pela não substituição dos terceirizados poderão ser punidos. __________________________________________________________________ Pochmann deixa o comando do Ipea e instituto tem presidente interina Azelma Rodrigues A diretora de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Vanessa Petrelli Correa, foi indicada ontem para ocupar interinamente a presidência do instituto. Ela substitui o economista Marcio Pochmann, que deixou o comando do Ipea, que ocupava desde 2007, para concorrer à eleição para a Prefeitura de Campinas (SP), como candidato do PT. Vanessa é graduada em economia pela Universidade Federal do Paraná (1981). Tem mestrado em economia pela Universidade de Brasília (1985), doutorado em Teoria Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (1996) e desenvolveu estágio pós-doutoral junto à Universidade de Brasília. A exoneração de Pochmann e a e nomeação de Vanessa foram publicadas no "Diário Oficial da União" de ontem. O Ipea será presidido interinamente por Vanessa até que o ministro da Secretaria de Assuntos Aplicados (SAE), Wellington Moreira Franco, indique um titular para o cargo. De acordo com o site da Associação Keynesiana Brasileira, Vanessa tem experiência na área de economia, com ênfase em macroeconomia, finanças internacionais e instituições monetárias e financeiras do Brasil. As principais áreas de estudo da nova presidente do Ipea incluem determinação dos juros, dinâmica dos fluxos de capitais, sistema financeiro nacional, mercado de capitais, financiamento público, distribuição regional de recursos, financiamento agrícola. Indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Pochmann venceu as prévias do PT para disputar a prefeitura de Campinas no dia 14 de abril. Professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desde 1995, é mestre e doutor em economia. Entre 2001 e 2004, foi secretário municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da cidade de São Paulo, na gestão de Marta Suplicy. __________________________________________________________________ Governo segura rebelião dos evangélicos Fernando Exman Autoridades do Ministério das Comunicações realizaram, nos últimos dois dias, uma operação para evitar que partidos da base aliada e parlamentares da bancada evangélica se rebelassem contra a possibilidade de o governo Dilma Rousseff restringir a venda de horários pelas redes de televisão. Auxiliares do ministro Paulo Bernardo entraram em contato com líderes e dirigentes de partidos políticos que têm interesse direto no assunto desde domingo. O recado foi claro: o Executivo não editará em breve um decreto sobre o assunto. Ficou em aberto, porém, a possibilidade de o tema ser debatido futuramente, durante a tramitação de um marco regulatório para o setor de comunicações. Se a ideia for adiante, alertam parlamentares da bancada evangélica, o governo também enfrentará problemas com algumas das siglas que integram a coalizão que lhe dá sustentação no Parlamento. Segundo o jornal "Folha de S. Paulo", o governo federal estaria preparando um pacote de medidas para fechar as brechas da legislação de rádio e TV que viabilizaram a criação de um "mercado paralelo" ligado às concessões no país. Ontem, o Ministério das Comunicações divulgou uma nota afirmando que a Pasta prepara um decreto para modernizar as regras sobre outorga de serviços de radiodifusão que constam do Código Brasileiro de Telecomunicações, de 1962. Mas assegurou que eventuais mudanças na lei de comunicações eletrônicas só poderiam ser feitas por meio de um projeto de lei. "Embora os dois temas possam ter relação, cumpre informar que a proposta de decreto do Ministério das Comunicações não trata de cessão de horário da programação. Por mais importante que seja o tema, ele não pode ser regulado por meio de decreto", destacou o comunicado da Pasta, acrescentando que o decreto também não aborda a concessão de canais a políticos. "O decreto não irá modificar as obrigações estabelecidas pelo atual Regulamento do Serviço de Radiodifusão, aprovado pelo Decreto número 52.795, de 1963, no que se refere às obrigações dos radiodifusores. Há mudanças apenas quanto aos procedimentos de outorga e pós-outorga." No domingo, assessores de Paulo Bernardo entraram em contato com integrantes da cúpula do PRB. O partido, ao qual o ministro Marcelo Crivella (Pesca e Aquicultura) é filiado, é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus e à Rede Record. Ontem, contou o presidente da sigla, Marcos Pereira, o próprio ministro entrou em campo. "O Paulo Bernardo mandou torpedo dizendo que não era verdade. Juridicamente, isso [proibição de aluguel de horário de TV] não pode ser resolvido por decreto", afirmou o presidente do PRB. "Esse assunto vai ser abordado, sim, mas não por decreto. No marco regulatório, vão querer abordar esse tema. É mais para frente. A gente vai se posicionar contra, evidentemente." O líder do PR na Câmara, deputado Lincoln Portela (MG), recebeu um telefonema do secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo Lins. "Ele disse que não procede a informação. Se vier um decreto, a gente faz um projeto de decreto legislativo para sustar qualquer movimento nesse sentido", assegurou Portela. Para o parlamentar, as relações de alas da base governista com o Executivo poderão se deteriorar, inclusive, se o governo defender a proibição da venda de horários pelas redes de televisão em um projeto de lei de sua autoria. "Prefiro não acreditar que o governo Dilma Rousseff fará isso." Uma proposta de marco regulatório para o setor de comunicação foi elaborado durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva pelo ex-ministro de Comunicação Social Franklin Martins. Críticos do projeto afirmam que o marco poderia ferir a liberdade de imprensa, o que era negado pela administração Lula. Durante o governo Dilma Rousseff, entretanto, o envio da proposta ao Congresso foi adiado. As relações de Dilma com setores do eleitorado evangélico são conflituosas desde a campanha eleitoral, quando a regulamentação do casamento homossexual e do aborto foi debatida. O governo também teve de trabalhar para reduzir os danos de algumas declarações do chefe da Secretaria-Geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, que comentou a influência de igrejas evangélicas sobre as camadas mais pobres da população e a necessidade de se travar "disputa ideológica" com os evangélicos pelas "classes emergentes". Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, PT, PRB e PR deverão tomar caminhos diferentes na eleição municipal. PRB e PR resistem a apoiar o précandidato petista, Fernando Haddad. O PRB deve oficializar a candidatura de Celso Russomanno no dia 23, enquanto o PR já aderiu à campanha de José Serra (PSDB). Gazeta do Povo __________________________________________________________________ Greve paralisa três obras no Paraná Trabalhadores da construção pesada interromperam os trabalhos na Linha Verde, em Curitiba, na via férrea de Maringá e em uma PCH no Centro-Sul do estado João Pedro Schonarth, William Kayser e Erick Gimenes Pelo menos 500 operários da construção pesada iniciaram ontem uma greve por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada no Estado do Paraná (Sintrapav-PR), três obras foram paralisadas no estado: a Linha Verde, em Curitiba, o rebaixamento da linha férrea em Maringá (Norte do Estado) e a construção da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Cavernoso II, entre Virmond e Candói, no Centro-Sul do estado. Segundo o Sintrapav-PR, a proposta apresentada pelo sindicato patronal foi recusada pelos trabalhadores e agora os trabalhadores negociarão com cada empresa em separado. Representantes da classe patronal ofereceram aos trabalhadores reajuste salarial de 7,41% (repasse da inflação mais 2,5% de aumento real), abono salarial de 2% ao mês, horas extras que variam de 50% a 100% e apólice de seguro de vida no valor de R$ 17.185,60. Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 10,5% na folha em geral e de 14,3% nos pisos da categoria, abono salarial de 26%, vale-refeição de R$ 11 (18,2% de reajuste), horas extras entre 70% e 130%, apólice de seguro de vida no valor de R$ 25 mil, além de Participação nos Lucros (PLR) equivalente a um salário integral. Segundo o presidente do Sintrapav-PR, Adir Lopes Chagas, agora cada empresa será procurada para apresentar sua oferta, o que significa que nos próximos dias outros canteiros de obras podem parar. “Estamos conversando com as empresas porque com os patrões [sindicato patronal] a conversa se esgotou. Quando a empresa sinaliza que vai negociar, nós não paramos lá, mas estamos conversando cidade por cidade e, caso não haja resposta, será um efeito dominó”, ressalta. Outras cidades em que os trabalhadores podem parar nos próximos dias, segundo ele, são Ibiporã, no Norte do estado, e União da Vitória, no Centro-Sul. Grandes obras realizadas na região Noroeste também correm o risco de paralisação, como o Contorno Norte de Maringá e o Contorno de Mandaguari. “Não há prazo para encerrar as negociações. Estamos respeitando as empresas que se posicionaram em favor da conversa e esperando as propostas”, diz Chagas. Linha Verde Atualmente, dentro do pacote de obras que compõem a Linha Verde, avenida que liga os bairros do Pinheirinho ao Atuba, estão sendo construídas trincheiras no trecho norte da via e está sendo feito um alargamento de pistas no trecho sul. A prefeitura contesta a informação de que as obras estejam paradas. Segundo a assessoria de imprensa, os trabalhadores não estiveram na obra por causa da chuva, e teriam realizado trabalhos internos nas empresas responsáveis pela obra. Ferrovia A obra de rebaixamento da via férrea de Maringá, orçada em R$ 118 milhões, prevê a construção de viadutos e um túnel em um trajeto de sete quilômetros. Os recursos são do governo federal. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a empresa responsável pela obra, a CR Almeida, foram contatados pela reportagem, mas ambos não retornaram até o fechamento da edição. Hidrelétrica Proprietária da PCH Cavernoso II, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) confirma que houve a paralisação e informa que aguarda a negociação entre a construtora Empo e o sindicato. Procurada, a Empo não se posicionou até o fechamento desta edição. A usina, orçada em R$ 120 milhões, deve começar a gerar energia no segundo semestre deste ano. Agência Brasil __________________________________________________________________ Amorim vai abrir arquivos militares para a Comissão da Verdade Daniella Jinkings Brasília – O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse ontem (4) que o Ministério da Defesa vai repassar todas as informações que forem requisitadas à pasta pela Comissão Nacional da Verdade. Essa foi a primeira reunião entre Amorim e os integrantes da comissão, após convite do coordenador do grupo, ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Foi uma boa ocasião para reiterar o compromisso do Ministério da Defesa em colaborar com a Comissão da Verdade. Vamos facilitar todas as informações que nos forem pedidas e que possam ajudar os trabalhos da comissão. Designei uma pessoa, inclusive, para ficar em ligação permanente”, destacou o ministro. De acordo com Amorim, todos os arquivos serão abertos para análise da comissão, o que pode incluir ainda os arquivos dos centros de informações do Exército (CIE), da Marinha (Cenimar) e da Aeronáutica (Cisa). "Não falamos sobre isso. Falamos em termos gerais. Tudo estará aberto", disse. Segundo o ministro Gilson Dipp, o Arquivo Nacional vai fazer um apanhado dos documentos que ainda não foram analisados pela comissão. “Se é que tem alguma coisa que não foi apresentada, certamente vamos pedir ao Ministério da Defesa que nos apresente esses documentos ou preste essas informações”. Além do encontro com Amorim, seis integrantes da comissão, com exceção da psicanalista Maria Rita Kehl, também estiveram reunidos com o diretor do Arquivo Nacional, Jaime Antunes da Silva. A Comissão Nacional da Verdade foi criada para apurar os casos de violações aos direitos humanos ocorridos entre os anos de 1946 e 1988. A comissão, de acordo com a lei que a criou, poderá analisar documentos apurados e depoimentos obtidos pela Comissão de Mortos e Desaparecidos e pela Comissão de Anistia, ambas em funcionamento desde o governo de Fernando Henrique Cardoso. Além dos sete integrantes, a comissão será composta por 14 auxiliares - servidores de carreira de órgãos federais indicados para ocupar os chamados cargos de Direção de Assessoramento Superior (DAS). As nomeações de cinco deles já foram publicadas no Diário Oficial da União, assinadas por Beto Ferreira Martins Vasconcelos, secretário executivo da Casa Civil, órgão da Presidência da República a que compete fornecer o suporte técnico, administrativo e financeiro necessários aos trabalhos da comissão. Além do ministro Gilson Dipp, também foram indicados para integrar o colegiado o ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias; Rosa Maria Cardoso da Cunha (advogada); Cláudio Fonteles (ex-procurador-geral da República); Paulo Sérgio Pinheiro (professor e diplomata); Maria Rita Kehl (psicanalista) e José Cavalcante Filho. Carta Capital __________________________________________________________________ Control C + Control Veja No centro do furacão desde que vieram à tona suas relações no mínimo pouco éticas com os bandidos da quadrilha de Carlinhos Cachoeira, a revista Veja parece ter perdido toda a noção de ridículo. Sua capa desta semana é uma farsa: o “documento” que a semanal da Abril alardeia ter sido produzido pelo PT como estratégia para a CPI de Cachoeira é, na verdade, um amontoado de recortes de reportagens de jornais, revistas e sites brasileiros. Confira neste link (clique AQUI) os fac-símiles do suposto “documento” que a revista apresenta com “exclusividade” e compare com os outros links no decorrer deste texto. Segundo a revista, os trechos que exibe fariam parte de um “documento preparado por petistas para guiar as ações dos companheiros que integram a CPI do Cachoeira”. Mas são na realidade pedaços copiados e colados diretamente (o manjado recurso Ctrl C+ Ctrl V dos computadores) de reportagens de terceiros, sem mudar nem uma vírgula. O primeiro deles: “Uma ala poderosa da Polícia Federal, com diversos simpatizantes nos meios de comunicação, não engole há muito tempo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal” saiu de uma reportagem de 6 de abril do site Brasil 247, um dos portais de notícia, aliás, que os colunistas online de Veja vivem atacando com o apelido de “171″ (número do estelionato no código penal). Mas quem é que está praticando estelionato com os leitores, no caso? (confira clicando AQUI). Outro trecho do “documento exclusivo” de Veja é um “copiar e colar” da coluna painel da Folha de S.Paulo do dia 14 de abril: “Gurgel optou por engavetar temporariamente o caso. Membros do próprio Ministério Público contestam essa decisão em privado. Acham que, com as informações em mãos, o procurador-geral tinha de arquivar, denunciar citados sem foro privilegiado ou pedir abertura de inquérito no STF”. (Confira AQUI) Mais um trecho do trabalho de jornalismo “investigativo” com que a Veja brinda seus leitores esta semana: “Em uma conversa entre o senador Demóstenes Torres e o contraventor Carlinhos Cachoeira, gravada pela Polícia Federal (…)”, é o lead de uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo do dia 28 de abril (leia AQUI). Pelo visto, os espiões da central Cachoeira de arapongagem, que grampeavam pessoas clandestinamente para fornecer “furos” à Veja, estão fazendo falta à semanal da editora Abril… Carta Maior __________________________________________________________________ O mundo imaginário da sucessão do Ipea Com a saída de Marcio Pochmann, que concorrerá a prefeitura de Campinas, abriuse a disputa para a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Imprensa entrou no jogo como parte interessada. E acabou saindo mal na fita. Trama relatada por Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e Valor Econômico inverteu regra de bom senso lógico: se os fatos não forem bem assim, problema dos fatos. Saul Leblon Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), caiu em janeiro de 2011, quando Wellington Moreira Franco assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ministério ao qual o Instituto está subordinado. Tem mais: Marcio Pochmann censura pesquisas no Instituto desde que tomou posse em 2007. Sob sua direção, o órgão caracteriza-se pelo chapabranquismo militante. Acha pouco? Agora Pochmann vetou o nome de seu sucessor, indicado pela presidenta Dilma Rousseff que, em represália, vetou os nomes apresentados pelo economista e impôs um nome de preferência de Aldo Rebelo, que ainda não havia entrado na história. Depois disso, Moreira Franco indicará um interino em caráter definitivo. A trama pode continuar indefinidamente. Nada disso corresponde aos fatos, mas tudo foi registrado pelos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e Valor Econômico. Se os fatos não forem bem assim, problema dos fatos. A desconexão com a realidade ultrapassa a linha do ridículo. A presidência do Ipea é um cargo concorrido. A sucessão de Pochmann é notícia desde que este professor da Unicamp anunciou a disposição de disputar a prefeitura de Campinas pelo PT. Em sua gestão, o Instituto ampliou o raio de atuação, abriu-se para áreas além da economia, aumentou o leque de trabalhos e passou a assessorar não apenas o governo federal, mas também administrações estaduais e municipais, além de fornecer subsídios a entidades da sociedade civil e aos poderes Legislativo e Judiciário. Com pouco mais de seiscentos pesquisadores, o Ipea é uma das maiores instituições de pesquisa na América Latina. Possui uma representação em Caracas e em breve terá outras na Argentina e no Paraguai. Sucessão de vetos A imprensa entrou no jogo, comprando informação por metro e vendendo por quilo. O repórter João Villaverde, do Valor Econômico (29 de maio) apurou o seguinte sobre a secessão no Instituto: “Os três nomes indicados por Pochmann (Vanessa Petrelli, Leda Paulani e Jorge Abrahão) não entusiasmaram Dilma, que já decidiu também negar a candidatura a [Ricardo] Paes de Barros, apoiada pelo ministro Moreira Franco. (...) Dilma comunicou a Moreira Franco na semana passada que prefere Paes de Barros na SAE, e não na presidência do Ipea. Além disso, Pochmann vetou o nome de Paes de Barros”. Faltou Villaverde explicar como um funcionário de segundo escalão como Pochmann pode impor veto a um ministro e à presidenta da República. O jornalista praticamente nomeou o sucessor. Trata-se do professor da UnB, José Luís Oreiro. Quem lê a reportagem do Valor fica sabendo que o economista era o candidato preferido das seguintes lideranças: Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Henrique Eduardo Alves, Lindbergh Farias (PT-RJ), além do ministro da Fazenda, Guido Mantega, do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e do vice-presidente da República, Michel Temer. Lindbergh contestou a informação. “Meu candidato é o candidato de Marcio Pochmann”, disse o senador no final de semana. Zerando o placar Dois dias depois, o repórter Raymundo Costa, do mesmo jornal, vendo que não havia fumacinha branca em canto algum, zera o placar. Em primeira mão, ele noticia que: “O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (...) será presidido interinamente até o ministro (...) Wellington Moreira Franco, indicar um titular para o cargo. A atual diretora de Estudos de Políticas Econômicas do Instituto, Vanessa Petrelli Corrêa, será a interina. Ela foi indicada pelo economista Marcio Pochmann”. Mas Moreira Franco já não havia escolhido um nome, que fora “vetado” por Pochmann? E Vanessa Petrelli não é aquela que “não entusiasmara” Dilma? Mais adiante, Costa relata: “Na véspera, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, telefonou para Moreira para perguntar se ele tinha um nome para indicar. Moreira respondeu que sim. Não havia indicado, para não precipitar os acontecimentos, enquanto Pochmann prepara sua desincompatibilização para concorrer em outubro”. E o ministro teria completado: “Não tive nenhum problema em nomear a indicação do Marcio”. O caso passou a se assemelhar a um filme policial com trama rocambolesca, nos quais a certa altura não se sabe mais quem matou e quem morreu. Moreira Franco, que indicara Paes de Barros agora diz à ministra Gleisi Hoffmann que não indicou ninguém “para não precipitar os acontecimentos”. Quem apurou errado, Villaverde ou Raymundo Costa? O gozado é que em 14 de fevereiro de 2011, há um ano e meio, o jornal O Estado de São Paulo, em uma matéria intitulada “Ministro decide tirar Pochmann do Ipea”, contava o que se segue: “O ministro (...) Moreira Franco, vai tirar o economista Márcio Pochmann do comando do Ipea. (...) Moreira Franco, apurou ontem o Estado, ainda está conversando com assessores para definir os nomes da nova diretoria”. Agora ficou confuso. Se Moreira Franco buscava nomes em fevereiro do ano passado, como agora a imprensa informa que ele não quer “precipitar os acontecimentos”? Asas à imaginação Apurar notícias, ser enredado por boatos e noticiar algo a ser desmentido no dia seguinte compõem o cotidiano de um repórter. Isso se exacerba num centro de variados interesses como Brasília. Mas não é preciso exagerar. A jornalista Rosana Hessel, no Correio Brasiliense de 28 de maio, resolveu dar asas à imaginação: “O objetivo de Dilma é colocar no lugar de Pochmann um técnico que consiga recuperar a imagem antiga do órgão, independente e respeitado pelas pesquisas que realiza. No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Instituto chegou a ser chamado por vários economistas de máquina de propaganda. Hoje, encontra críticos dentro do próprio governo. Em abril de 2011, por exemplo, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, desqualificou um estudo do Ipea que denunciava o passo lento das obras de ampliação dos aeroportos nas cidades que sediarão a Copa de 2014, mostrando que pelo ritmo das obras apenas 4 dos 12 aeroportos ficariam prontos”. Em um parágrafo, Rosana desmente a si mesma. Primeiro diz que o Ipea deixou de ser “independente e respeitado” e virou uma “máquina de propaganda” do governo. Na frase seguinte fala que o ministro Gilberto Carvalho desqualificou um estudo do Ipea”. Se é chapa-branca, por que um ministro ataca o órgão? Rosana Hessel fecha a matéria com chave de ouro: “A presidente quer indicar pessoa com perfil técnico e sem aspirações políticas”. Perfil técnico e sem aspirações políticas era a mais perfeita tradução de economista Dilma Rousseff ao ser nomeada ministra das Minas e Energia, em 2003. O que tais matérias demonstram? Entre outras coisas que quando jornalistas se prestam a ser portadores de recados de lobistas, difusores de boatos e escritores de ficção, quem perde é o jornalismo. E cá entre nós, a atividade não anda em seus melhores dias no Brasil. Em tempo: a economista Vanessa Petrelli, indicação de Marcio Pochmann, é a nova presidenta do Ipea. __________________________________________________________________ Ex-governador admite que "suicídio" de Herzog foi maquiado Em entrevista à Globonews. Paulo Egydio Martins, governador de São Paulo entre 1975 e 1979 afirma que suicídio do jornalista Vladmir Herzog foi maquiado e que, de fato, ele foi assassinado dentro das dependências do II Exército, na rua Tutóia, em São Paulo. Paulo Egydio Martins também afirmou que está disposto a depor à Comissão da Verdade. “Irei a qualquer hora, a qualquer instante. Não temos de temer nada. É hora de botar para fora tudo o que for para botar para fora". Vinicius Mansur Paulo Egydio Martins, governador de São Paulo entre 1975 e 1979, afirmou, em entrevista à Globonews, que a morte do jornalista Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975, não se deu por suicídio: “Se maquiou um suicídio! O suicídio foi maquiado! Não houve suicídio! Herzog foi assassinado dentro das dependências do II Exército na rua Tutóia, em São Paulo”, confessou. É a primeira vez que uma autoridade da época admite o assassinato, indo de encontro a versão oficial do regime, segundo a qual Herzog havia sido "encontrado enforcado com o cinto de sua própria roupa". Paulo Egydio Martins disse que solicitou ao serviço de inteligência do Estado o levantamento da ficha do jornalista e, dias depois, recebeu um “nada consta” como resposta. A resposta teria sido repassada ao então Secretário de Cultura, porém foi insuficiente para evitar a tragédia. “Após esse incidente, houve a determinação dele comparecer ao DOI-CODI, onde acabou assassinado”, disse o ex-governador. Outros dois jornalistas presos com Herzog, George Benigno Duque Estrada e Rodolfo Konder, já haviam confirmado que o depoimento aconteceu sob tortura. Segundo Paulo Egydio, ele avisou pessoalmente o então ditador, Ernesto Geisel, do erro cometido com Herzog. O ex-governador também disse ter presenciado o ditador exonerar o comandante do II Exército, Ednardo D`Ávila Melo. Geisel teria dito: “Não vou admitir que fatos como esses que ocorreram aqui no II Exército se repitam. Quero que você saiba que vou tomar medidas. Você vai tomar conhecimento pelo seu ministro do Exército e pelo Diário Oficial. Vou tornar isso um decreto: proibir que alguém seja preso antes de uma comunicação ao meu gabinete – ao gabinete militar, ao SNI ou a mim, pessoalmente. Só depois dessa comunicação é que posso admitir que um preso político seja levado ao recinto de um quartel do Exército.” Durante a entrevista concedida ao canal de TV paga, Paulo Egydio também confirmou que está disposto a depor à Comissão da Verdade: “Irei a qualquer hora, a qualquer instante. Não temos de temer nada. É hora de botar para fora tudo o que for para botar para fora. Vivemos numa democracia para ser verdadeira”. Cenariomt.com.br (Mato Grosso) __________________________________________________________________ Diretor do Sindicato dos Bancários é eleito novo presidente da CUT-MT Diretores do Sindicato dos bancários de Mato Grosso (SEEB-MT) participaram do 10º Congresso Estadual da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CECUT-MT). O evento foi realizado no Hotel Fazenda Mato Grosso nos dias 1, 2 e 3 de junho. Com o tema “Liberdade e Autonomia Sindical: Democratizar as relações de trabalho para garantir e ampliar direitos”, o congresso teve como objetivo refletir e elaborar propostas sobre o Estado que queremos para as próximas décadas, a partir da concepção de desenvolvimento, tendo como centro a valorização do trabalho. As propostas aprovadas durante o congresso serão apresentadas no 11º CONCUTCongresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores, que vai ser realizada entre os dias 9 e 13 de julho em São Paulo. Durante o Congresso foi eleito para assumir a presidência Estadual da Central Única dos Trabalhadores em Mato Grosso o diretor do SEEB-MT, João Dourado. Defender os direitos da classe trabalhadora, desenvolver projetos da CUT voltados para a participação de trabalhadores urbanos e rurais e estreitar a relação com os movimentos sociais e estudantis, são os objetivos da nova direção. “É um novo desafio que pretendemos vencer, buscando aumentar a representatividade da Central Única dos Trabalhadores no Estado”, afirma João Dourado. Giro pelos blogs Blog do Sakamoto __________________________________________________________________ Dia do Meio Ambiente: a Rio+20 e o polêmico discurso da Economia Verde Leonardo Sakamoto Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente. E a Rio+20 está chegando… Mais alguns dias e a capital carioca será invadida por milhares de colegas jornalistas que vão acompanhar a conferência principal e as atividades paralelas. Será gravador perseguindo cocares aqui, microfones acompanhando chefes de Estado desconhecidos ali, máquinas fotográficas disparando contra qualquer protesto que reúna mais de seis pessoas e uma ararinha azul, os diplomatas maquiando vidraças em vitrines. De um lado, alguns querendo discutir como frear o termostato do planeta que foi ajustado por nós – ao longo de séculos de um modelo de produção insano – na posição “Gratinar o Idiotas Lentamente”. Outros questionando se ainda dá para puxar a cordinha e parar o busão ou se motorista é biruta e, agora, só se for arrancado à força pelos passageiros. Já os discursos oficiais devem girar em torno de como avançar em uma governança ambiental global e consolidar o conceito de Economia Verde – a nova aposta de governos, players do mercado e de setores do ambientalismo. Na definição do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, “uma Economia Verde é a que resulta em melhora do bem-estar humano e da equidade social, enquanto reduz significativamente riscos ambientais e as escassezas ecológicas”. Onde “crescimento em renda e emprego deve ser baseado em investimentos públicos e privados que reduzem emissões de carbono e poluição, aumentam a eficiência energética e de recursos, e reduzem a perda de serviços da biodiversidade e dos ecossistemas”. A Economia Verde, em suma, “sintetiza o reconhecimento crescente de que alcançar a sustentabilidade depende quase inteiramente em acertar na economia”. A perspectiva de “salvar o que resta da natureza” via mecanismos tradicionais de mercado, no sentido de que a preservação do planeta passa a ser atrelada aos benefícios que pode trazer ao capital, no entanto, tem sido alvo de fortes críticas por parte de organizações da sociedade civil, cientistas e acadêmicos. E eles têm razão. Não porque eu não reconheça a força dos instrumentos de mercado. Quando bem ajustada, a pressão sobre investidores, compradores e financiadores têm ajudado a combater o trabalho escravo e o desmatamento ilegal. Mas quando as ferramentas tornam-se uma finalidade em si, aí a vaca tosse. Por exemplo, o pressuposto, inerente à lógica da Economia Verde, de que a adoção de mecanismos de produção menos poluidores deve ser compensada financeiramente, é um contrassenso se a ideia é combater as mudanças climáticas. Porque em muitos casos, é tudo uma questão de compensação: quem polui demais, em vez de reduzir os danos (o que sai muito caro), paga (mais barato) para que outrem polua ou desmate menos e as contas se equilibrem no zero a zero. Economicamente, todos ganham… menos o clima e o meio ambiente. Por outro lado, valorar financeiramente e jogar no mercado elementos intangíveis como as funções ecossistêmicas – compartimentadas hoje em um rol de “serviços” ambientais – e recursos da biodiversidade historicamente utilizados e mantidos por populações tradicionais e pequenos agricultores, cria um choque com o direito humano e universal ao meio ambiente (tão importante quanto os direitos políticos, civis, econômicos, sociais e culturais), ao que é oferecido pela natureza para a sobrevivência de todos. Em especial, confronta o direito das populações rurais e tradicionais sobre suas terras, águas, florestas e demais recursos naturais. A premissa de que a proteção do meio ambiente só ocorrerá se for lucrativa, ou que só podemos preservar pagando por isso, enfraquece o Estado de Direito e o cumprimento da lei, assim como deixa de fora os aspectos científicos e biológicos inerentes à saúde do planeta, sociais, culturais e espirituais inerentes à sobrevivência das populações rurais e tradicionais que dependem e convivem com a natureza e seus recursos – e que cumpriram até hoje o papel histórico de preservação dos ecossistemas. Acima de tudo, nega o fato de que as crises climáticas e ambientais são decorrência direta de um modelo de desenvolvimento intrinsecamente predador e depredador (o trocadilho foi infame, mas a idéia é boa). Enfim, vão empurrando com a barriga a solução. Você sabe o que é mercado de carbono? Tem idéia do que seja Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)? Já ouviu falar em Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, Conservação, Manejo Florestal Sustentável (REDD)? Sabe o que são pagamentos por Serviços Ambientais (PSA)? Não? Se não entendeu bulunfas dessa sopa de letrinhas, não se preocupe, você não está sozinho. A imensa maioria dos colegas de imprensa que está indo cobrir o evento também não faz a mínima idéia do que seja isso. O que é preocupante pois, como questionar a efetividade de um instrumento se você nem sabe como ele funciona ou qual sua natureza. Dessa forma, é mais fácil ser enganado. Ou cair no canto da sereia. (A melhor parte é que, segundo fontes de dentro de ministérios diretamente relacionados com o tema, boa parte das pessoas que deveriam saber sobre o assunto no governo também não fazem idéia do que isso seja. Aí, no vácuo de conhecimento, quem tem um olho (gordo) é rei.) Apesar de vendida como panacéia, a Economia Verde ainda carece de consenso entre os negociadores dos Estados-membros das Nações Unidas quanto à sua conceituação e definição. Seus proponentes apostam em um uso mais economicista dos recursos naturais – rebatizados de capital natural, defendendo novas regras de lucratividade inerentes à preservação ambiental, para que ela se justifique. E, ao longo da história humana, toda a vez que se vendeu uma proposta em que todos saíam ganhando é porque alguém, normalmente o andar de baixo, se lascou retumbantemente. Para dar uma ajudinha aos colegas e a quem mais tiver interesse (e paciência, muita paciência) para o assunto, produzimos na Repórter Brasil, com a ajuda da Fundação Heinrich Boll, a cartilha “O Lado B da Economia Verde – Roteiro para uma cobertura jornalística crítica da Rio+20″, mostrando como esse mecanismos têm sido aplicados e fazendo uma análise sobre o ambientalismo de mercado (adoro essa expressão). Discorremos sobre a teoria e discutimos casos polêmicos, na tentativa de mostrar outros tons de verde. Algumas informações deste post forma tiradas da cartilha, inclusive. Dessa forma, incitando o debate, a busca por soluções deixa de ser monocromático e se aproxima da realidade, que é mais complexa do que parece. Para baixar a cartilha, clique aqui. Conversaafiada.com.br __________________________________________________________________ Lamentavelmente, Lula não morreu Amiga navegante baiana liga, aflita: “querem matar o Lula !” Como assim ? Ela explica. O editorial do Estadão, no domingo, considerou o programa do Ratinho “um espetáculo de endeusamento”. O Estadão fica horrorizado porque o Lula comeu rabada na casa do Ratinho. Rabada ? Onde já se viu ? Se fosse “canard à l’orange”… Pior: o Estadão ficou uma fera, porque o Nunca Dantes foi logo ao “programa de um dos animadores preferidos das classes pobres”. Onde já se viu ! Os editorialistas do Estadão preferem a BBC ou o “Roda Presa”, antigo “Roda Morta”, antigo “Roda Viva”. (Sim, porque “Roda Viva” se tornou um símbolo da resistência ao regime militar e o programa, hoje, passa a mão na cabeça dos torturadores. Qualquer dia desses chamam o Coronel Ustra para entrevistar.) O Estadão, como se sabe, é aquele jornal da província de São Paulo, dos tempos do PRP, que chamou a Dilma e o presidente do Supremo de mentirosos. No Globo, domingo, alertou a amiga navegante, o “Merval Global e o Melhor do Carnaval”, diria o Boni, considera que Lula está “emocionalmente desestabilizado”. Que Lula se coloca no centro do universo e tem a “alma autoritária”. Lula assumiu uma postura “despótica, quase ditatorial”, porque anunciou “tucano nunca mais” ! Merval volta à tecla do “mensalão”, que está por provar-se, agora que parece desvanecer-se o sonho de o Peluso condenar o Dirceu. Não vai dar tempo. E mesmo se desse, este ansioso blogueiro queria ver o Ministro Peluso condenar o Dirceu sem provas. Inexplicavelmente, o Merval não trata da Privataria. Considera o “mensalão” (que está por provar-se) um conjunto maior que os Pecados Capitais, juntos. Este ansioso blogueiro prefere a Privataria. Nesta segunda-feira, a amiga navegante, chegou ao PiG (*) chic: o Valor. É o PiG (*) travestido de “jornalismo de economia” que, como disse o Delfim (e depois desmentiu) no Brasil não é um nem outro. O editorial do Valor desta segunda-feira diz que houve um “bate boca” entre Lula e Gilmar. Até onde a vista alcança, não houve “bate” nenhum. A única “boca” que bateu – contra si mesma – foi a do Gilmar Dantas (**). Clique aqui para ler “as dez perguntas que o Charles fez ao Gilmar Dantas (**), lá do Recôncavo”. E aqui para ler “Blogueiro sujo vai ao Supremo contra Gilmar Dantas (**)”. O Valor defende a tese de que Lula “debochou” da legislação eleitoral, porque foi ao programa do Ratinho. E que a “movimentação de Lula enfraquece a Dilma”. Ah, que inveja ! Que pena que o Farol de Alexandria, aquele que fugiu de Ley de Medios, não “enfraqueça” o Cerra igualmente. O PiG (*) comprou a versão do Gilmar Dantas (**). E ignorou que a única testemunha, categoricamente o Gilmar Dantas (**). o Nelson Johnbim, desmentiu De repente, o Nelson Johnbim perdeu a credibilidade no PiG (*). (Este ansioso blogueiro aguarda ansiosamente a entrevista que a Eliane Catanhêde fará com o Nelson Johnbim, ela que, sempre, fez tantas entrevistas com o então Ministro da Defesa.) O PiG matou o Johnbim. Agora, diz a amiga navegante, o PiG (*) lamenta que o Lula não tenha morrido. Lamenta que o Lula não perdeu a voz. E lamenta profundamente que o Lula tenha nascido. Porque, enquanto for vivo e tiver voz, nenhum tucano subirá a rampa. Paulo Henrique Amorim Viomundo.com.br __________________________________________________________________ Paulo Teixeira: Ataque de Gilmar Mendes a Lula revela intranquilidade do ministro com a CPI Conceição Lemes Na semana passada, a CPI do Cachoeira aprovou: 1. A quebra de sigilos da matriz da Delta Construções e de outras empresas mencionadas nas investigações da Polícia Federal e supostamente ligadas aos negócios do bicheiro. 2. A quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico, de e-mail, SMS e skype do senador Demóstenes Torres (sem-partido GO). 3. A convocação dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e Distrito Federal, Agnello Queiroz (PT), para prestar esclarecimentos. Perillo confirmou para 12 de junho, Agnello, para 13. Curiosamente, a julgar pelo noticiário da chamada grande imprensa, a CPI vai de mal a pior. É tudo de ruim: vai acabar em pizza, é lerda, entre outras depreciações. O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), eleito na semana passada vice-presidente da CPI, discorda dessas avaliações. Viomundo – Por quê? Paulo Teixeira – Não há na CPI qualquer objetivo de fazer dela uma pizza. Pelo contrário. Ela está andando com precisão. A CPI já quebrou os sigilos fiscal, bancário e telefônico de empresas e pessoas envolvidas com a organização criminosa do Carlinhos Cachoeira. Acontece que essa organização criminosa enredou setores importantes do PSDB e do Democratas, e a CPI inexoravelmente vai chegar mais fortemente na oposição do que já chegou. Daí a grita de setores da sociedade, inclusive da grande mídia. Estão irritados justamente por causa do objeto da CPI — a organização criminosa do Carlinhos Cachoeira, as empresas e os agentes públicos envolvidos. A grande mídia está contra, porque essa CPI implica a oposição, sua aliada, além de segmentos da própria mídia. Ao ridicularizar a CPI, a grande mídia revela a sua predisposição em relação à CPI. Viomundo – Há quem defenda que as acusações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes ao ex-presidente Lula também sejam objeto dessa CPI. Concorda? Paulo Teixeira – Primeiro, a fala do ministro Gilmar Mendes é muito estranha. Supondo que tivesse havido qualquer tipo de ameaça, pressão, por parte do expresidente Lula, ele tinha a obrigação denunciar prontamente o que ele disse que teria havido. E não o fez. A conversa entre o ex-presidente Lula, o ex-ministro Jobim e o ministro Gilmar Mendes aconteceu no dia 26 de abril. Ele só falou sobre este tema um mês depois. Segundo, ele fala que depois da conversa com o ex- presidente alguns jornalistas disseram-lhe que Lula teria dito isso, aquilo, aquilo outro. Ou seja, ele pode ter sido enredado numa teia de fofocas, de boatos. Terceiro, há o precedente de que, no passado, o ministro Gilmar Mendes disse ter sido vítima de escuta telefônica, o que, de fato, não aconteceu. Portanto, a forma como o ministro Gilmar investiu contra o ex-presidente Lula demonstra desequilíbrio, confusão. Viomundo – No seu entender, revela o quê? Paulo Teixeira — Intranqüilidade do ministro Gilmar Mendes com a CPI, porque ele acaba se debruçando sobre o tema CPI longamente. Até porque dos três presentes à conversa, dois desmentiram o seu conteúdo. Viomundo – Mas a CPI deveria ou não tratar desse fato? Paulo Teixeira – Acho que não, a CPI tem coisas muito importantes para investigar. Além disso, eu não creio que o Supremo Tribunal Federal estivesse vulnerável a qualquer tipo de pressão, ainda que eu não acredite que tenha havido qualquer tipo de pressão por parte do ex-presidente Lula. Na verdade, tanto a mídia quanto a oposição querem desviar o foco de si próprias. Eu creio que esse fato não deveria fazer parte da CPI. Esse fato terá espaço na política brasileira como um embate entre um ex-presidente da República e um ministro do STF. Cada brasileiro fará o julgamento que achar desse ataque do ministro Gilmar Mendes ao ex-presidente Lula. Consequentemente, na minha opinião, a CPI deve se preocupar com o seu foco inicial, que é o de investigar essa organização criminosa e dar conta dela e não se permitir o desvio de rota por conta desse fato. Toda a crônica tem sido na direção de desacreditar a CPI, de forçá-la a desviar o seu foco. Afinal, o foco dela é, digamos assim, muito destrutivo, tendo em vista que revela uma grande maracutaia, um grande esquema envolvendo partidos de oposição com o crime organizado. Insisto. O ministro Gilmar Mendes está dedicando muito tempo à CPI. Na verdade, na sua fala, ele dedica um grande tempo do seu ataque para explicar as suas relações com o senador Demóstenes Torres. Desse modo, caberá à sociedade brasileira julgar se essa relação era ou não adequada. Na minha opinião, o Gilmar Mendes desferiu um ataque inaceitável ao expresidente Lula e agora ele não consegue mais controlar.