O Município de Cabo Frio

Transcrição

O Município de Cabo Frio
Ensino Fundamental
2ª a 4ª série
O Município
de Cabo Frio
Cabo Frio / 2006
Prefeito
Dr. Marcos da Rocha Mendes
Secretário
Prof. Paulo Machado Massa
Subsecretária
Profª. Laura Porto Guimarães Barreto
Chefe de Gabinete
Adm. Carlos Fernando Lima Silva
Chefe do Departamento Técnico-Pedagógico – DETEP
Profª. Tânia Maria Gomes de Ávila
Chefe da Divisão de Supervisão Escolar
Profª. Neide Estelita Pereira
Chefe do Serviço de 1ª a 4ª série
Profª. Tereza Cristina Sherman de Souza
Apoio Operacional do Serviço de 1ª a 4ª série
Luciana Andrade Guimarães
Roseli Vidal de Oliveira
Simone Pimentel Sherman
Responsável pela pesquisa e elaboração de Caderno
Roseli Vidal de Oliveira
Apoio : Nilce Helena Dias de Castro Aragutti
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Apresentação
O Caderno Pedagógico, ora apresentado, destina-se à comunidade escolar,
incluindo-se aí profissionais da educação e alunos do 1º segmento do Ensino
Fundamental (1ª a 4ª série) das escolas da Rede Municipal de Ensino de Cabo Frio.
A edição simples que caracteriza este texto tem por finalidade retratar a
história de Cabo Frio, resgatando um pouco da sua memória.
Ressaltamos aqui um dos objetivos gerais da disciplina de história que consta
na nossa Proposta Pedagógica e que nos guiou durante a elaboração deste caderno.
Espera-se então, que possamos “compreender a sociedade em que vivemos e o espaço
que vem sendo construído por essa sociedade no tempo que está sendo vivido;
entendendo esse espaço e esse tempo não apenas em si, mas no sentido de que estão
repletos de passado e, ao mesmo tempo, fecundando o futuro”.
Sugerimos aos professores levar aos alunos o conhecimento da história de
Cabo Frio, desde o seu surgimento, origem do seu nome e como era a vida das
pessoas
no
passado,
abrangendo
o
estudo
dos
aspectos
geográficos,
dados
demográficos, monumentos históricos, festas religiosas e profanas, a economia do
município ontem e hoje e diversidade cultural.
Propomos a realização de várias atividades, como: interpretação do hino
através de desenhos, criação de poesias, acrósticos, textos, confecção de maquetes,
pintura em tela, pesquisas, excursões, palestras, entrevistas etc.
Temos como uma de nossas metas fazer com que o aluno perceba que o
presente tem grande ligação com o passado e que cada um de nós é parte ativa do
processo de transformação histórica no qual está envolvido e busque desenvolver
habilidades que contribuam para o seu melhor relacionamento com o meio social e
histórico.
Serviço de Ensino Fundamental – 1ª a 4ª série
Divisão de Supervisão Escolar – Departamento Técnico Pedagógico
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SUMÁRIO
1. Hino Oficial do Município de Cabo Frio
2. Biografia de Victorino Carriço, autor do hino
3. História de Cabo Frio
3.1
3.2
3.3
3.4
3.5
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A pré-história
O indígena
Os colonizadores
Origem do nome Cabo Frio
Cabo Frio através dos tempos
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4. Localização do município
5. Limites e Distritos de Cabo Frio
6. Características físicas do município de Cabo Frio
7. Alguns bairros de Cabo Frio
8. Dados demográficos de Cabo Frio
9. Aspectos culturais
10 - Monumentos históricos de Cabo Frio
10.1 – Forte São Matheus
10.2 – Convento de Nossa Senhora dos Anjos
10.3 – Capela de Nossa Senhora da Guia
10.4 – Mirante do Morro da Guia
10.5 – Igreja Matriz Nossa Senhora da Assumpção
10.6 – Capela Santo Inácio
10.7 – O bairro Passagem / Igreja de São Benedito
10.8 – Charitas
10.9 – Fonte do Itajuru
10.10 – Anjo Caído
10.11 – Ponte Feliciano Sodré
10.12 – Pelourinho
10.13 – Palácio das Águias
10.14 – Câmara Municipal
10.15 – Corpo de Bombeiros
10.16 – Prédio do Instituto de Educação Professora Ismar Gomes de Azevedo
11. Festas religiosas e profanas
11.1
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11.3
11.4
11.5
11.6
11.7
11.8
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Divino Espírito Santo
Corpus Christi
Festas Juninas
Festa de São Pedro
Festa de Nossa Senhora da Assunção
Festa da Cidade
Passagem de ano ou Reveillon na Praia do Forte
Carnaval
Semana Santa
12 - Economia do município de Cabo Frio
12.1
12.2
12.3
12.4
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A pesca
O sal
A agricultura
O turismo
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12.5 – O comércio
13 – Lendas de Cabo Frio
14 - Atividades propostas aos alunos
15 - Referências Bibliográfica
16 - Anexos
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1 - Hino Oficial do Município de Cabo Frio
A poesia “Meu Cabo Frio” passou a ser o hino oficial deste município em 1975 sendo
composta 15 anos antes (em 1960) por Victorino Carriço, o doce, sábio e amoroso poeta
Santinho.
Nas pesquisas realizadas pelo serviço não encontramos material que registrasse fatos
históricos relacionados ao hino, porém sugerimos que cada escola faça uma interpretação
imaginária do mesmo, através conversas, desenhos criados pelos alunos, excursões etc.
“Cabo Frio minha terra amada,
Tu és dotada de belezas mil.
Escondida vives num recanto
Sob o manto deste meu Brasil.
Noites claras, teu luar famoso,
Este luar que viu meus ancestrais
O teu povo se orgulha tanto
E de ti não esquecerá jamais.
Tuas praias, teu Forte
Olho ao longe e vejo o mar bravio,
À esquerda um pescador afoito,
Na lagoa que parece um rio.
O teu sol, que beleza,
No teu céu estrelas brilham mais.
Forasteiro, não há forasteiro,
Pois nesta terra, todos são iguais.”
(Victorino Carriço)
2 - Biografia de Victorino Carriço, autor do hino oficial de Cabo Frio
Victorino Carriço nasceu no Baixo Grande, Ponta do Ambrósio, município de São Pedro
D”Aldeia, Estado do Rio de Janeiro, em 29 de julho de 1912. É filho de Victorino José Condeixa
e Dona Marinha Gonçalves Carriço. É casado com Dona Adalgisa Barros Carriço. Completou o
antigo primário no Colégio Sagrado Coração de Jesus – Cabo Frio. Estudou no Colégio Brasil,
em Niterói.
Victorino Carriço publicou três livros: Mar e Amar, Vidas Mortas e Se Voltares...
Associação Cultural a que o poeta pertence:
Membro fundador da Academia Cabo-friense de Letras
Membro do Conselho Municipal de Cultura – Cabo Frio
União Brasileira de Trovadores
Casa do Poeta de São Paulo – São Paulo
Academia de Trovas do Rio Grande do Norte – Natal
Associação Uruguaiense de Escritores e Editores – Rio Grande do Sul
Instituto de Cultura Americana – registro – Unesco – Paris – França – sob o número 5.041,
em 1942 Secção de Venezuela
Academia Internacional de Heráldica Genealogia – Rio Grande do Sul
Academia de Letras de Uruguaiana – Rio Grande do Sul
Clube de Poesia Uruguaiana – Rio Grande do Sul
Academia de Trovadores da Fronteira Sudoeste – Rio Grande do Sul
Sala do Poeta – Praia do Flamengo- Rio de Janeiro
Embaixador da Ordem dos Poetas da Literatura de Cordel – Salvador – Bahia
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Victorino Carriço também foi:
 O primeiro gerente de Banco, em Arraial do Cabo;
 Sub-delegado de polícia (três anos) em Arraial do Cabo;
 Administrador regional, no Arraial do Cabo;
 Jornalista;
 Vereador pela ARENA (Aliança Renovadora Nacional).
Victorino Carriço compôs;
 O hino oficial da Companhia Nacional de Álcalis;
 O hino oficial do Colégio Sagrado Coração de Jesus;
 O HINO oficial da cidade de São Pedro D’Aldeia;
 O hino do Tamoio Esporte Clube;
 O hino de Arraial do Cabo.
3 - História de Cabo Frio
3.1- A pré história
Morro do Índio (Praia do Forte)
Os sítios arqueológicos são fragmentos da
história humana a ser desenterrada. Cabe ao
arqueólogo, a partir do estudo, análise e
interpretação dos testemunhos dessas atividades
humanas, e auxiliado por outras áreas do
conhecimento (Biologia, Geologia, Arquitetura,
dentre outras), a tarefa de tentar recompor a vida
das sociedades desaparecidas. Isto é, definir os
tipos de cultura, sua trajetória (evolução ou
decadência), sua duração, o espaço geográfico que
ocupou, sua adaptação ao ambiente; se houver
sucessão de culturas, sua origem e difusão no
tempo e no espaço, e suas relações.
Resumindo, uma cultura se desenvolve em
um tempo e espaço definidos, transformando-se
gradativamente.
É
através
da
pesquisa
arqueológica, com seus métodos e técnicas, que
se escreve ou reescreve a história de um dado
lugar.
Cabo Frio é um município rico em vestígios
arqueológicos. Possui sítios do período préhistórico, perfazendo até então um total de mais
de 50 sítios cadastrados.
Destacamos, para exemplo, as pesquisas
realizadas
no
sambaqui
do
Forte,
sítio
arqueológico localizado na Praia do Forte,
denominado pela população, sabiamente, de Morro
dos Índios.
Pesquisa arqueológica no Sambaqui do Morro do Índio
Chamamos de sambaqui ao tipo de sítio arqueológico cuja composição é
predominantemente de carapaças de moluscos. Ele é o testemunho de uma sociedade cuja
economia era baseada, principalmente, na coleta desses animais.
A Existência dos sítios arqueológicos pré-históricos, leva-nos a concluir que esta região
já era habitada há cerca de 6 mil anos.
Os homens que habitavam nossas terras eram caçadores, coletores e viviam em
pequenos grupos, explorando o ambiente e mudando de lugar quando o alimento escasseava.
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Muitos povos viviam do que o mar oferecia. Recolhiam vários moluscos, escolhiam um
lugar bem alto para se fixarem, amontoando as conchas. Neste amontoado passavam a viver,
construindo suas cabanas, fabricando seus instrumentos de osso e pedra e enterrando seus
mortos.
Após vários estudos, os arqueólogos constataram que esses povos eram baixos,
cabeça volumosa, pescavam muitos tipos de peixes, caçavam (macacos, antas, gambás,
tartarugas...), fabricavam objetos de pedra lascada e também poliam seus instrumentos,
fabricando inúmeras esculturas. Eles se alimentavam de vários vegetais. Tinham uma grande
diversidade de alimentos retirados do mar, da lagoa, da mata. Utilizavam canoas e redes.
3.2 - O indígena
Os tupinambá
A maior fonte de informação sobre os índios tupinambá
nos é dada através dos relatos de viajantes do século XVI. Os
tupinambá – assim chamados pelos franceses, e de Tamoios
pelos portugueses – habitavam o litoral do Cabo de São Tomé
até Angra dos Reis. Tinham como vizinhos: ao norte, os
Goitacá; ao sul, os Tupiniquim; para o interior, os Carajá;
próximos a eles, na serra, viviam os Guaianá e entre ambos
os Maracajá. Todas estas tribos guerreavam entre si.
Os índios Tupinambá viviam em aldeias com
aproximadamente 5 a 7 cabanas que eram construídas em
mutirão. Cada uma contava com 14 pés de largura por 150
pés de comprimento e duas braças de altura. Eram
arredondados, cobertos por palha, com três portas. Não
existia divisão interna. Várias famílias habitavam uma mesma
casa. No meio da aldeia ficava o terreiro para as
comemorações.
Cunhambebe é o famoso morubixaba
tupinambá.
Os tupinambá eram robustos, morenos, alegres; depilavam o corpo com uma espécie
de grama cortante; dormiam em rede; as tarefas eram divididas pelo sexo. As mulheres
plantavam, colhiam, preparavam o alimento, a bebida (cauim), cestaria, cerâmica. Os homens
guerreavam, caçavam, pescavam, faziam armas etc.
Os tupinambá abriam covas no chão com o “pau de cavar”, para plantar a mandioca,
feijão, batata-doce, algodão, tabaco. Faziam também remédios com raízes e folhas. Usavam
tempero feito com sal e pimenta. Faziam farinha de peixe, muito utilizada em época de guerra.
Faziam vários objetos de cerâmica (panelas, jarros, pratos, urnas funerárias etc).
Pintavam em vermelho, branco e preto, realizando inúmeros desenhos geométricos.
Viviam para a guerra, por isso o sexo masculino era tão valorizado. Suas armas eram:
tacape, arco e flecha, escudo, lança.
Os pajés eram os curandeiros. Eles curavam usando a fumaça dos cachimbos, maracá,
ervas e raízes.
Os caraíbas profetizavam, interpretavam sonhos relacionados com questões de
interesse geral.
Os tupinambá também praticavam com seus vizinhos o comércio de penas, colares,
conchas. A partir do século XVI, com a chegada dos europeus, a troca se intensifica. O
escambo foi amplamente utilizado: em troca de vários produtos da terra recebiam facas,
tesouras, panelas de ferro, anzóis etc.
Os goitacá
Donos absolutos das planícies de restinga, os índios goitacá dominavam 100 léguas de
costa, desde o sul da Bahia até as proximidades de Cabo Frio.
Existem dois significados para a palavra goitacá: “índios corredores” e “índios
nadadores”. Tanto um como outro servem para designar esses índios que, correndo,
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perseguiam a caça até apanhá-la; e também viviam nadando ao redor de suas aldeias
lacustres. Eles moravam em choupanas construídas sobre as águas, com portas tão pequenas
que só conseguiam entrar nelas com o corpo abaixado.
Os goitacá eram altos, fortes e usavam o cabelo comprido. Viviam em campo aberto
com abundância de caça e pesca. Eles utilizavam como arma o arco e a flecha. Como meio de
transporte, em vez de canoas, preferiam as jangadas. No mar, chegavam a caçar tubarões,
enfiando-lhes um pau pela garganta. O que lhes interessava nos tubarões não era a carne, mas
os dentes, que colocavam nas pontas das flechas.
3.3 - Os colonizadores
Alguns historiadores acreditam que quando Américo Vespúcio veio ao Brasil em 1501,
em sua 1ª expedição (comandada por Gonçalo Coelho) veio conhecendo a costa, descobrindo
portos. Ele menciona características de local semelhante a Cabo Frio nas cartas datadas
daquela época.
Durante a 2ª expedição, Gonçalo Coelho e Américo Vespúcio se separam na Ilha de
São Lourenço, atual Fernando de Noronha. Américo Vespúcio viaja para a Baía de Todos os
Santos e de lá parte para o sul. Chega à região de Cabo Frio, onde funda uma feitoria e ali
permanece por uns cinco meses, explorando a região. Ao retornar para Portugal, deixa em
Cabo Frio João Braga e mais 24 homens com a finalidade de defender o litoral e aprender a
língua e hábitos dos habitantes.
A feitoria foi constante alvo de pirataria, não tendo assim condições de prosperar.
O contrabando de pau-brasil tornou-se intenso na nossa região. Os franceses
comercializavam com os tupinambá, seus aliados. Praticavam o escambo: em troca dos
produtos da terra recebiam espelhos, anzóis, facas, machados etc.
Os franceses fundam, na boca da barra, no Morro do Arpoador, uma Casa de Pedra.
A presença francesa é tão ameaçadora que Portugal dá ordem ao governador do Rio de
Janeiro, Antonio de Salema, em 1575, para organizar uma tropa e atacar a região (Guerra do
Cabo Frio).
Antonio de Salema organizou uma expedição formada por portugueses e índios para
expulsar os invasores. Após o cerco e a rendição da fortaleza, franceses e índios foram mortos.
As tropas portuguesas vencedoras ainda entraram pelo sertão, queimando aldeias, matando
muitos índios e aprisionando outros tantos.
Cabo Frio, entretanto, continuou abandonado pelos colonizadores portugueses e sujeito
aos ataques de corsários estrangeiros: franceses, holandeses, ingleses, todos queriam
contrabandear o pau-brasil.
Essa situação perdurou até o ano de 1615, quando o então governador do Rio de
Janeiro, Constantino Menelau, veio a Cabo Frio com o objetivo de expulsar definitivamente os
invasores e fundar a povoação de Santa Helena, o que fez a 13 de novembro do mesmo ano.
Para defender o território ele ergueu o Forte de Santo Inácio.
O território de Cabo Frio abrangia: Campos, Macaé, Casimiro de Abreu, Silva Jardim,
Rio Bonito, Maricá, Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Búzios e Arraial do
Cabo.
Em 1616, o capitão-mor Estevão Gomes transferiu o sítio da povoação original para o
atual bairro Passagem, rebatizando a cidade como Nossa Senhora d’Assunção de Cabo Frio. Ele
inicia a construção do Forte de São Matheus, no morro em frente ao do Arpoador, destruindo o
primeiro. Cabo Frio, enfim, começou a povoar-se com colonos vindos da Guanabara (Rio de
Janeiro).
3.4 – Origem do nome de Cabo Frio
Os índios que aqui habitavam chamavam o lugar de Gecay (sal e pimenta) devido à
existência desses produtos na região, largamente utilizados em sua alimentação como tempero.
Segundo o livro de Abel Beranger: “A denominação Cabo Frio deve datar da viagem
de Gonçalo Coelho em 1504, e surge pela primeira vez no mapa de Kunstmann III, em 1506”.
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Deve ter nascido o nome do contraste: região fria em zona quente. Notavam os
navegantes, ao passarem neste ponto da costa, mudança brusca de temperatura, a ponto de os
macacos que levavam a bordo, morrerem ou se sentirem mal.
Tem Cabo Frio quase a mesma idade histórica do Brasil.
3.5 – Cabo Frio através dos tempos
Apesar de ter sido formada com o título de cidade, Cabo Frio não passava de um
simples povoado habitado por alguns portugueses, religiosos e indígenas, reunidos em uma
cidade administrada pelos jesuítas e um Forte com alguns soldados.
As casas eram simples, feitas de barro e cobertas de palha. As pessoas viviam da caça,
da pesca e praticavam a agricultura para o seu próprio sustento.
“Em 1629 foi criada a Capitania Real de Cabo Frio. Os limites eram: da Ponta Negra,
entre Macaé e Saquarema, ao Rio Macaé. A cidade não se desenvolve.
Em 1648 apenas 24 moradores habitavam a região e o Forte encontrava-se estagnado.
Entre os anos de 1661/62 o prédio da Câmara foi erguido e foi aberta a atual Rua Érico
Coelho. A Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção foi inaugurada em 1666 e o governo fincou
o pelourinho para que se fixassem os editais e ordens portuguesas. Em 1664 os beneditinos
recebem uma sesmaria urbana e em 1668 o convento dos franciscanos começa a ser
construído, sendo inaugurado em 1696. Nesse período constrói-se a Igreja Nossa Senhora dos
Remédios, em Arraial do Cabo.
Em 1690 a fazenda Campos Novos servia para a engorda de gado proveniente de
Campos. O sal era retirado pelo sistema de cacimbas; a região interiorana produzia mandioca,
feijão.
Em 1728, João de Almeida constrói uma armação de baleia em Búzios, sendo ampliada
em 1729/1748 pelo novo contratador Brás Pina, que funda a Capela Nossa Senhora de Sant’
Anna, em 1740.
Em 1761 foi construída a Igreja de São Benedito, na Passagem.
Em 1797 a Câmara Municipal arrendou as praias da região para pescaria. Neste
período Cabo Frio possuía 5408 escravos que produziam feijão, mandioca, farinha, milho etc.
A partir de 1799 Cabo Frio começa a perder território: Rio Bonito e Araruama (1799),
Juturnaíba (1801), Macaé (1811), São Pedro D’ Aldeia (1892), Mataruna (1859), São Vicente
(1860), Saquarema (1860), Maricá (1814), Arraial do Cabo (1985) e Armação dos Búzios
(1995).
Por todo o período colonial o desenvolvimento da nossa região foi restrito. Na área
rural, pequena produção de alimentos e criação de gado; na área urbana, uma pequena cidade,
basicamente de pescadores. Esta situação não se modifica muito com a proclamação da
independência, ocorrida em 07 de setembro de 1822.
O alemão Luiz Lindenberg vem para o Brasil para fazer parte do quadro de prdenanças
de D. Pedro I. em visita a nossa região fica encantado com a produção natural de sal em
trechos da Lagoa de Araruama. Retornando ao Rio de Janeiro, solicita a D. Pedro I terras para
produzir sal. E, em 1824 D. Pedro I concede “meia légua de terras, dita devolutas, no lugar
denominado Ponta do Costa”. Em 1829, Lindenberg consegue a exclusividade da extração do
sal por 6 anos. Utilizava caldeirões para obtenção do sal, através de evaporação.
Em 1846 o presidente da província, Aureliano Coutinho,convida negociantes e
fazendeiros do Rio de Janeiro para explorarem o sal da região, criando uma companhia
exploradora de sal. Arrendam terrenos à MARGEM DA Lagoa de Araruama e passam a produzir
sal também pela fervura da água, o que acaba encarecendo a produção. Em 1851 esses
empreendedores abandonam a região.
Em 1847, D. Pedro II visita a nossa região. A Câmara Municipal de Cabo Frio melhora
as estradas, pintam a igreja e a Câmara e, no dia 24/04/1847, às 17 horas, recebem D. Pedro
com as chaves da cidade, as bandas Euterpe e Bertioga tocam o Hino Nacional. O imperador
visita as salinas de Luiz Lindenberg, vai a Arraial do Cabo e retorna ao Rio de Janeiro em
26/04/1847. Deixa dinheiro para a construção da casinha da Fonte do Itajurú.
Em 1850 a nossa região é assolada por uma epidemia de febre amarela e o Forte São
Matheus torna-se lazareto. Novas ondas de epidemias ocorrem em 1870 a 1878.
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Leger Palmer compra a salina dos índios em São Pedro e, como ela se situava afastada
da lagoa, constrói canais de 1500m de comprimento, onde a água chegava através de uma
calha até um tanque natural e, de lá, ia para um outro poço para cristalizar.
Para facilitar o escoamento de sua produção, Palmer abriu dois canais: Canal Palmer I
e II. Em 1881 implantou a navegação a vapor em nossa região; em 1882 criou uma olaria,
também a vapor, uma caieira, uma fábrica de conservas de pescado. Construiu sua segunda
salina: Trapiche.
Com as obras de abertura da barra de Cabo Frio (1880), Palmer consegue do governo
provincial a concessão para instalar armazéns em terrenos próximos à Boca da Barra. Neste
período, duas indústrias se estabelecem nas margens do Canal do Itajuru: a da cal e a da
construção naval.
Muitos imigrantes sírio-libaneses vêm para a nossa região, instalando casas comerciais.
Em 1885, o português João Gago, antigo conhecedor das salinas do Aveiro (Portugal),
constrói a salina Acahira, nos moldes portugueses (técnica francesa), impermeabilizando o solo
com algas cionofícias e utilizando os moinhos de vento para puxarem as águas dos canais para
os quadros de sal, que era obtido pela evaporação natural.
Em 1887, Dr. Adolpho Lindenberg constrói novas salinas. Desta época em diante, a
exploração da indústrua salineira se desenvolve.
Para melhorar o transporte de sal era necessário melhorar a barra de Cabo Frio. O
Major Bellegard melhora a barra, o que acaba permitindo a entrada de navios maiores. Faz
também projetos de arruamentos, funda a irmandade de Santa Isabel e constrói a Charitas.
Toda a produção agrícola de nossa região é levada ao Rio de Janeiro através de
lanchas. Levam mandioca, farinha, café, feijão, arroz, madeiras, aguardentes, telhas, tijolos
etc. O porto de Cabo Frio era o mais utilizado para este tipo de transporte a vapor. O de Búzios
e o de Arraial do Cabo eram usados para abrigar embarcações em trânsito.
Os transportes mais utilizados nesse período eram as lanchas a vapor, carroças,
cavalos.
No período imperial o sal é a grande mola propulsora do desenvolvimento da nossa
cidade. Estaleiros, companhias de navegação a vapor, caieiras, melhoramentos nas ruas,
iluminação pública no porto da barra, criação da casa de Caridade e do Hospital acontecem com
o dinheiro vindo do sal.
Com a abolição da escravatura e a proclamação da república, muitas transformações
ocorrem. Algumas atividades produtivas são substituídas: o café pelo gado; ex-escravos
fundam povoações na praia da Raza (Búzios), enquanto que escravos urbanos fundam a
povoação Abissínia (Vila Nova) e continuam trabalhando na retirada de carvão da restinga para
fornecer lenha para os navios a vapor.
Em 1890 o trem chega a Marica; de lá até Cabo Frio a viagem continua em lombo de
burro ou lanchas de passageiros pela Lagoa de Araruama.
Melhora o fornecimento de água, em 1892, com a instalação de uma caixa d’água no
Morro da Guia, de onde saíam os canos para as bicas (1897), onde a população se abastecia.
A cidade crescia e era necessário uma ponte que ligasse a parte continental à restinga.
Em 1898 foi inaugurada a ponte de ferro, construída por funcionários espanhóis. Mas ela acaba
desabando em 1920.
Em 1913 o trem chega a Araruama e Iguaba. Ao longo do Canal do Itajuru inúmeros
estaleiros e caieiras são instalados.
Cabo Frio possuía 48 salinas, 6 caieiras, 3 fábricas de conservas de camarão e peixe, 2
olarias, 38 casas comerciais (padarias, farmácias, tavernas, bilhares, alfaiates, sapateiros,
hotel, o Cinema Recreio) o abastecimento de água é por poços artesianos, a iluminação é de
lampião e nenhuma casa possuía instalações sanitárias. A luz só chegou em 1915, com a usina
de Alberto Mazur, e só funcionava por algumas horas.
Os primeiros sindicatos surgiram em 1918 e 1921 – o dos Estivadores e o dos
Arrumadores.
Nova epidemia de varíola assola a região, a ponte de concreto é inaugurada em
14/07/1926. Inaugura-se a estrada São Pedro – Cabo Frio, iniciando um serviço de ônibus
diário.
Somente em 1922 Cabo Frio passa a ser governado por prefeito, o Sr. Francisco
Vasconcelos Costa. Em 1923 dois prédios são construídos em estilo neoclássico: o Grupo
Escolar Francisco Sá (atual Instituto de Educação Profª Ismar Gomes de Azevedo) e a
Delegacia (atual Corpo de Bombeiros). O Hospital Santa Izabel atendia a toda a população.
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Em 1930 cria-se a primeira fábrica de gelo e torna-se viável a venda de peixe fresco
para o Rio de Janeiro. Em 1932 Paes de Abreu cria a usina de luz, cujo fornecimento continua
sendo precário.
Finalmente, em 1937, o trem chega a Cabo Frio, sua estação era onde hoje funciona o
camping da Estação, na Estrada dos Passageiros.
Família Salles – década de 30
Em 1943 a Álcalis é criada pelo governo federal para a produção de barrilha. Somente
em 1960 inicia-se a produção de barrilha, a partir do sal marinho+ calcário e da amônia. É
insumo básico para diversas indústrias: vidro, química, sabão, detergente, metalúrgica de
alumínio, indústria mineral, papel, celulose, fertilizantes, indústria têxtil, petróleo, cerâmica,
siderurgia, fotografias, indústria do couro etc. Em 1992 a companhia foi privatizada e, em
1995, faz uma série de modificações e passa a produzir também cloreto de sódio, de cálcio e
carbonato de cálcio.
Na década de 60, a fazenda Campos Novos passa para o Sr. Henrique da Cunha Bueno
que, desde então, tenta expulsar os antigos moradores. O conflito de terra continua até hoje.
Em 1964 a atriz Brigitte Bardot descobre Búzios, vila de pescadores, e turistas
estrangeiros passam a visitar o local, colocando Búzios no cenário turístico internacional.
Na década de 70 as transformações ocorrem na rede de telefonia, melhoramentos de
vias de acesso, de água e luz. O turismo passa a ser uma nova fonte de renda para o
município que já começa, nesse período, a enfrentar o início da queda da produção salineira.”
(Apostila: História Regional – Profª Laura Barreto)
Em 1974, com a inauguração da Ponte Costa e Silva, ou, como é mais conhecida,
Ponte Rio Niterói, facilitando o acesso e diminuindo o tempo de viagem entre o Rio de Janeiro e
outras cidades brasileiras, como a cidade de Cabo Frio, despertou o interesse em várias
empreiteiras de investir na construção de casas, apartamentos e condomínios para temporada
em nossa cidade .
As primeiras construtoras que começaram a erguer prédios eram das cidades de Juiz
de Fora/MG, Petrópolis e Teresópolis. Como a mão de obra local era pouca, foram contratados
homens de outras cidades, principalmente de Campos.
Ao final das construções, vários destes homens que vieram trabalhar em nosso
município foram ficando por aqui, pois não tinham opções de emprego em suas cidades. E por
acreditarem que trabalhando em Cabo Frio, principalmente no comércio ambulante na praia,
poderiam ganhar mais...
Mas o maior problema encontrado por eles foi a moradia, já que não tinham condições
financeiras de comprar, alugar ou até mesmo construir sua própria residência. Começaram,
então, a invadir terrenos e áreas, que até então eram valorizadas e construíram suas moradias,
feitas principalmente de madeira, formando as favelas.
11
“Na década de 80 a maior parte da população de Cabo Frio (80%) está concentrada na
área urbana. Começa o êxodo rural, por falta de incentivos e de rede distribuidora da produção.
Na década de 90 ocorrem privatizações no setor público – CERJ, CEDAE, TELERJ.
Grande número de pessoas escolhem a nossa região, fugindo da violência das grandes cidades.
Mas ela também está presente em nosso município. Assaltos a bancos, roubos, estupros,
violência doméstica, passam a ser notificações corriqueiras na Delegacia de Cabo Frio.”
(Apostila: História Regional – Profª Laura Barreto)
4. Localização do município
O município de Cabo Frio está localizado a sudoeste do Rio de Janeiro, na região das
Baixadas Litorâneas e possui duas frentes aquáticas:
o Oceano Atlântico (a leste do litoral)
a Lagoa de Araruama (que o separa da parte meridional do município de São Pedro da
Aldeia) .
5. Limites e distritos de Cabo Frio
Cabo Frio limita-se:
 Ao Norte: Casimiro de Abreu;
 Ao Sul: Arraial do Cabo;
 À Leste: Oceano Atlântico / Armação de Búzios;
 À Oeste: Araruama e São Pedro da Aldeia.
O município de Cabo Frio não é formado só pelo centro da cidade e seus bairros. Nos
arredores da cidade existem outros lugares onde são produzidos alimentos e moram muitas
pessoas que trabalham em várias atividades. Esses lugares, juntamente com o centro da
cidade, são os distritos que formam o município de Cabo Frio.

1º distrito : CABO FRIO (sede do município) – é formado por vários bairros,
distribuídos pela parte continental e pela restinga.
12
No primeiro distrito estão localizados os bancos, as lojas comerciais, o cinema, as
repartições públicas, os restaurantes, hospitais, o fórum, o corpo de bombeiros etc.
Alguns bairros do 1º distrito: Jacaré, Gamboa, Jardim Esperança, Jardim Caiçara,
Palmeiras, Passagem, Centro, Braga, Vila Nova, Algodoal, Palmeiras, São Cristóvão, Célula
Máter etc

2º distrito : TAMOIOS - é uma área menos povoada em alguns bairros. É a zona
rural onde predomina a pecuária de gado leiteiro e de corte. Suas principais culturas agrícolas
são: mandioca, milho, feijão, cana-de-açúcar, laranja, banana, etc.
6. Características físicas do município de Cabo Frio
Relevo: O relevo do município de Cabo Frio apresenta planícies, que ocupam grande área
do município e pequenas elevações.
As planícies podem ser classificadas quanto à sua origem em:
 planícies marinhas, localizadas ao longo do litoral leste e sudeste do município; elas
formam praias, cordões de areia, brejos, dunas, restingas.
 planícies fluviais, correspondentes aos depósitos feitos pelos rios São João e Una.
As elevações correspondem às colinas e aos maciços, localizadas entre os rios Una e São
João.
Entre os morros localizados em nosso município destacam-se: do Arpoador (Boca da
Barra), do Telégrafo (Gamboa) , da Guia (Centro), do Vigia (Praia das Conchas), do Peró (Praia
do Peró) e da Lajinha (Boca da Barra).
Clima: O município de Cabo Frio apresenta um clima saudável do tipo tropical - quente e
úmido.
O vento sopra sempre do mar para a terra, fazendo com que se mantenha uma
temperatura anual agradável, não havendo meses só quentes ou frios demais.
O vento constante também contribui para a diminuição das chuvas, fazendo com que
Cabo Frio tenha sol durante quase todo o ano, o que atrai visitantes do mundo inteiro.
Vegetação: por causa do relevo quase plano e do clima semi-árido, a vegetação dessa
região apresenta-se diferenciada em relação ao Sudeste brasileiro. A densa floresta que
ocupava as colinas e as encostas na margem norte da lagoa era local onde predominava o
pau-brasil e leguminosas. A presença de vegetais como salsa-da-praia e gramíneas,
desempenha um papel marcante, pois constituem um obstáculo ao deslocamento de grãos
de areia, dando lugar à formação de dunas.
As palmeiras dos coqueirais já cobriram grande parte do município, notadamente nos
bairros do Portinho e Palmeiras e hoje, com o avanço da urbanização, estão diminuindo cada
vez mais.
São frutas nativas do município e da região: gabiroba, bajuru, caju, araçá, cambucá,
cambuim, pitanga, coco do guriri, guapeba.
Ilhas: Temos em Cabo Frio muitas ilhas, sendo as mais conhecidas:
-
Ilha
Ilha
Ilha
Ilha
Ilha
Ilha
dos Papagaios
dos Pargos
dos Cabritos
do Japonês
da Âncora
dos Franceses
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Dunas: As dunas em tempos passados eram enormes, altas, com sua vegetação de
restinga. Hoje, nem tanto exuberantes, mas ainda importantes e lutando pela
sobrevivência.
- Dunas do Peró (localizada na Praia do Peró)
- Dunas da Praia do Forte (situadas nesta praia, estendem-se pela terra, chegando a atravessar
a rodovia que liga Cabo Frio ao Arraial do Cabo. Destaca-se a Duna Dama Branca, a mais alta
da região).
Hidrografia: possui três principais bacias hidrográficas: a do Rio Una e a bacia drenante à
Lagoa de Araruama, desaguando no Oceano Atlântico. Cabo Frio tem ainda o Canal do
Itajuru que faz ligação da lagoa e o mar.
Litoral: O município de Cabo Frio possui 30 km de litoral, com 12 lindas praias.
Caracteriza-se pela presença marcante das águas da Lagoa de Araruama, o Canal do Itajuru
e o Oceano Atlântico formando várias praias.
As principais praias, formadas por águas do Oceano Atlântico, são as seguintes:
PRAIA DO FORTE
PRAIA DO PERÓ
PRAIA DAS CONCHAS
PRAIA BRAVA
PRAIA DO FOGUETE
PRAINHA OU LIDO
PRAIA DAS DUNAS
Praia do Peró e das Conchas
As mais importantes formadas por águas da Lagoa de Araruama são:
PRAIA
PRAIA
PRAIA
PRAIA
PRAIA
DO SUDOESTE
DO COQUEIRAL
DO SIQUEIRA
DE SÃO BENTO
DAS PALMEIRAS
7. Alguns bairros de Cabo Frio
São eles: Centro, Passagem, São Bento, Vila Nova, Itajuru, São Cristóvão, Jardim
Esperança, Tangará, Eldorado, Jacaré, Jardim Caiçara, Guarani, Braga, Manoel Correa, Porto do
Carro, Marlim, Algodoal, Ogiva, Gamboa, Recanto das Dunas, Parque Burle, Algodoal, Portinho,
Palmeiras, Praia do Siqueira...
8. Dados demográficos de Cabo Frio
A partir da colonização a população de Cabo Frio foi sendo formada pelos descendentes
dos primeiros habitantes indígenas, europeus, africanos e, posteriormente, de vários imigrantes
europeus e não-europeus.
A população de Cabo Frio aumentou muito de 1970 até hoje devido à chegada de
pessoas vindas de outros lugares do Brasil para trabalhar na construção civil.
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Com a exploração das atividades turísticas, a população de Cabo Frio aumenta cada
vez mais. A construção civil desenvolve-se, muitas pessoas vêm trabalhar nesse setor, e não
tendo condições de acesso a boas moradias passam a residir em favelas.
Ano
1970
1980
1991
1994
1996
1998
Total
33.375
55.593
84.915
92.912
101.142
115.759
Urbana
Rural
27.646
44.081
79.217
90.125
101.142
-
5.729
11.512
5.698
2.787
-
Homens
Mulheres
17.029
28.352
42.541
45.527
50.388
Fonte: Plano
16.346
27.241
42.374
47.385
50.754
Mar Azul
Hoje somos aproximadamente 126.894 habitantes.
9. Aspectos Culturais
Cabo Frio destaca-se como o mais desenvolvido e conhecido município da Região das
Baixadas Litorâneas e famoso por suas praias de águas claras, dunas de areia branca e fina,
além do seu respeitável patrimônio histórico.
Nosso município tem em sua tradição, grandes e talentosos artistas, tanto filhos da
terra, como os de coração, que escolheram a cidade por suas encantadoras belezas.
Ao longo de seus 391 anos de existência, tem filhos famosos na cultura cabo-friense e
brasileira. Dentre os já falecidos, destacamos:
Poeta e prosador Teixeira e Souza, “o Pai do Romance Brasileiro”;
Poeta Antonio de Gastão compositor, pescador e grande contador de histórias do
município;
Poeta Victorino Carriço;
Poeta Waldemir Terra Cardoso – também jornalista e pintor
Dr. Abel Beranger – conhecido médico, autor da obra “Dados Históricos de Cabo
Frio”;
Professor Márcio Werneck da Cunha - pesquisador que recebeu o prêmio
“Golfinho de Ouro” na área de Patrimônio Histórico e Cultural, profundo estudioso dos sítios
arqueológicos do município;
Adail Bento Costa - restaurador dos templos católicos como Convento e Igreja
Matriz;
Professora Lair Gago - artista plástica;
Artista plástico José de Dome – cujo nome está perpetuado no museu da cidade
Cabo Frio ainda conta com uma infinidade de artistas plásticos, poetas e prosadores,
intelectuais e homens do povo, conhecidos por sua sabedoria popular. Destacamos apenas
alguns, na certeza de que poderemos escrever páginas e páginas daqueles “criadores” da
cultura em nosso município.
Poeta José Casimiro dos Santos;
Poeta Célio Guimarães;
Hilton Massa – autor do livro “Nossa Terra, Nossa gente”, fonte preciosa de
informações da vida do município;
Dr. Demócrito Jônatas de Azevedo – membro da Academia Brasileira de Médicos
Escritores e da Academia Fluminense de Letras. Médico, poeta e escritor, voraz defensor da
nossa cultura.
Professor Rudnei Queiroz – autor do busto de Teixeira e Souza;
Empresário Ernesto Galioto – grande amigo da cultura cabofriense;
Artista plástico Gago Pereira;
Artista plástico Carlos Lima;
Artista plástico José Novaes;
Artista plástico Carlos Mendonça
Artista plástico Ivan Cruz
Pesquisadora e ambientalista Meri Damaceno
15
Pesquisador Elísio Gomes da Silva
Para engrandecer cada vez mais a cultura da cidade, o município possui:

Conselho Municipal do Patrimônio Cultural,

Conselho Municipal de Educação,

Conselho Municipal de Cultura,

Academia Cabofriense de letras,

Espaço Cultural de Cabo Frio,

Coral “Canta-Vento” (FERLAGOS),

Museu de Artes Religiosas (Convento de Nossa Senhora dos Anjos),

Museu José de Dome (Charitas)

Bandas musicais: Sociedade Musical Santa Helena e Sociedade Musical 13 de
Novembro.

Scliar – Casa de Cultura
A educação do município conta com:
- Escolas de Educação Infantil,
- Escolas públicas de Ensino Fundamental,
- Escolas de Ensino Médio,
- Escola Municipal de Ensino Profissionalizante
- Escolas Públicas Estaduais,
- Rede Particular de Ensino,
- FERLAGOS
- Universidade Veiga de Almeida,
- Universidade Estácio de Sá,
- Cursos profissionalizantes do SENAC,
- Cursos de línguas estrangeiras.
10. Monumentos históricos do município de cabo frio
10.1 – Forte São Matheus
Em 1615 o governador do Rio de
Janeiro, Constantino Menelau recebeu ordens
do rei de Portugal para combater os ingleses
que freqüentavam o litoral de Cabo Frio. A
expulsão acontece e é estabelecida a povoação
de Santa Helena, e erguido o Forte de Santo
Inácio instalado na boca da barra da Lagoa de
Araruama.
Respondendo a uma consulta Real
sobre a melhor maneira de se fortificar Cabo
Frio, em 20 de abril de 1617, Martim de Sá governador do Rio de Janeiro – conclui ser
necessário desfazer o forte existente por ser
fácil de ser tomado por naus inimigas.
A aprovação dessa conclusão é afirmada pela CARTA RÉGIA de 18 de julho de 1617,
dirigida ao governador do Brasil, D. Luís de Souza. E em 14 de abril de 1618, a carta régia
transfere a responsabilidade das obras de construção para o governador do Rio de Janeiro.
Em 1620, verifica-se a conclusão da nossa fortaleza, na carta enviada ao governador
do Brasil pelo jesuíta superior da Aldeia dos Índios de São Pedro
No século XVIII, a fortificação estava guarnecida por uma tropa auxiliar composta de
um superior e 7 soldados, sendo que um destes era de cavalaria, e todos sujeitos às ordens do
oficial do terço de regimento de milícia em Cabo Frio. (Abel Beranger)
Em 1818 era guardado por 6 soldados de milícia que se renovavam de 15 em 15 dias e
eram comandados por um Cabo, que era obrigado a dar aviso ao Coronel do distrito da entrada
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e saída de embarcações que passavam pela boca da barra. (Abel Beranger). Em 1899 o Forte
tornou-se lazareto recolhendo doentes portadores de varíola.
O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) tombou o Forte São
Matheus em 30/11/1977.
Em 1980, o então presidente do clube de Regatas Flamengo, Márcio Braga, instala na
frente da sede do clube, no Rio de Janeiro, um canhão retirado do Forte SÃO Matheus.
10.2 – Convento de Nossa Senhora dos Anjos
O conjunto Arquitetônico do Convento de Nossa Senhora
dos Anjos é composto pela igreja e cemitério da Ordem Terceira de
São Francisco e Capela de Nossa Senhora da Guia.
A idéia da construção do Convento data de 1617, logo
após a fundação da cidade. Coube a tarefa a Frei Agostinho da
Conceição, provincial entre 1684 e 1687, que mandou a Cabo Frio,
em 13 de abril de 1684, dois religiosos incumbidos de assistirem o
povo e reunirem material para a obra.
Frei Agostinho da Conceição tinha conseguido “pessoa
abastada” para ser o padroeiro do Convento. Chamava-se José de
Barcelos Machado. O benfeitor era possuidor de fazendas e
extensos campos. Comprometeu-se através de escritura, a doar
anualmente 25 bois, para sustento dos religiosos, cumprindo uma
graça alcançada.
A pedra fundamental do Convento foi colocada em 2 de agosto de 1686.
As obras progrediram lentamente. Somente em 13 de janeiro de 1696 foi inaugurado
dando posse como primeiro guardião ao Frei Serafino de Santa Rosa.
Em 1707, o Convento passou à Casa de Noviciado e, logo depois, em suas
dependências foram ministradas aulas de “primeiras letras” (ler, escrever, contar) às crianças
do local e aulas de gramática para os coristas.
Em 1898 uma explosão acidental num depósito de pólvora do Convento, por ocasião
das obras de construção da primeira ponte de Cabo Frio, destruiu parcialmente o monumento.
Em 1950 foi restaurado parcialmente pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional.
Esse magnífico conjunto arquitetônico situa-se no centro da cidade, em frente ao Largo
de Santo Antônio, na base do Morro da Guia, cujo topo pode ser alcançado através de uma
estrada que serpenteia suas encostas. Lá em cima ergue-se a Capela de Nossa Senhora da
Guia, de onde descortina-se o mais lindo cenário de toda a região.
Todo conjunto natural arquitetônico está tombado e protegido pelo SPHAN, Instituto de
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
O Convento de Nossa Senhora dos Anjos é sede do Museu de Arte Religiosa e
Tradicional de Cabo Frio.
Na condição de um dos marcos da arquitetura religiosa do período colonial, encontrase hoje, o monumento, recuperado e aberto à visitação pública.
Através do Museu, diversas atividades de caráter educativo-cultural são desenvolvidas,
tais como: exposições temporárias, lançamento de livros, apresentação de corais, cursos. São
realizadas ainda, visitas orientadas a estudantes.
10.3 – Capela de nossa Senhora da Guia
A Capela só foi construída depois de 1740. Era local de
passeio dos frades, com a restrição porém, de serem sempre dois
deles para cima e não poderem apartarem-se da vista do Convento.
Uma lenda conta que os franciscanos colocavam a Santa
Nossa Senhora da Guia no altar da Capela no alto do Outeiro. No dia
seguinte ela aparecia no Convento. Era levada à Capela e
novamente aparecia no Convento. Por várias vezes este fato
17
sucedeu-se. Essa lenda está relacionada a do misterioso túnel subterrâneo que ligaria a Capela
ao Convento. Alguns afirmam que Nossa Senhora da Guia alcançava o Convento através desse
túnel.
Ao lado da Capela de Nossa Senhora da Guia, foram localizados alicerces do antigo
posto meteorológico. De acordo com a tradição oral da cidade, sua função era a de alertar os
navios das condições meteorológicas através de sinais codificados, bandeiras, cone etc que
eram hasteados em torre metálica de 12 m.
Segundo pesquisas orais na cidade, consta que sob o altar existia um túnel que saía
dentro do Convento e este túnel era usado para guardar peças valiosas do Convento que piratas
vinham roubar em nossa cidade. Do alto do morro era possível ver os navios piratas chegando
em nossa costa e rapidamente as peças eram guardadas no suposto túnel.
10.4 – Mirante do Morro da Guia
Centro de emanações energéticas, santuário espiritual, sítio predestinado, espelho onde
o homem pré-histórico mira-se, memória viva feita de pedra e fé.
Com essa obra o povo cabo-friense resgata um dos locais culturalmente mais
importantes do Brasil.
O que era esquecimento ontem, revela hoje o conhecimento, a inteligência e o
deslumbramento.
O homem do passado integra-se ao homem do presente, que projeta o futuro.
10.5 - Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção
A fundação da cidade de Cabo Frio propriamente dita deu-se em 1616, no bairro
Passagem, mas, a partir de 1660 criou-se o novo centro urbano denominado de São Francisco.
Nele, traça-se a praça (atual Porto Rocha) e constrói-se o prédio da Câmara Municipal,
entre 1661 e 1662. O poder religioso acompanha esse deslocamento e, em 1666 é criada pelo
Vigário Bento de Figueiredo a Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção. No altar mor foi
colocada a imagem da Padroeira de Cabo Frio, Nossa Senhora da Assunção – recomendada a
Lisboa nos princípios da ereção e fundação da igreja, e que sem dúvida foi a devoção dos
primeiros habitantes da cidade. Consta que essa imagem é uma das mais antigas o Brasil. À
direita de quem entra na Igreja Matriz, há uma capela, erguida em 1731, onde está a imagem
da Virgem Aparecida, que foi encontrada entre uns penedos no mar de Arraial do Cabo, pelo
pescador Domingos André Ribeiro, no ano de 1721.
A igreja matriz foi restaurada em 1966, sob a direção artística do professor Adail Bento
Costa. Porém, no início da década de 70, os religiosos responsáveis pela matriz construíram um
anexo na parte posterior que se tornou um elemento arquitetônico altamente perturbador ao
estilo do monumento do século XVII.
No início do ano de 1984 a Igreja Matriz foi assaltada. Além das imagens de Nossa
Senhora da Aparecida e Nossa Senhora da Conceicão, os ladrões levaram: 3 cálices com
patenas (2 cálices dourados e 1 prateado), 2 estensórios (1 grande dourado e 1 pequeno
prateado), 1 crucifixo de arte sacristia, coroa, punhal de prata e broche de Nossa Senhora da
Assunção, 2 crucifixos laterais , espada e coroa de Nossa Senhora das Dores, 3 túnicas de
celebração, 2 anjos, e coroa do Sr. dos Passos. Até os dias de hoje, essas peças não foram
recuperadas.
18
10.6 – Capela Santo Inácio
Construída por padres jesuítas no final do século XVII, a fazenda agropecuária Campos
Novos abriga uma capela dedicada a Santo Inácio de Loyola e um pequeno cemitério, que
originalmente serviu aos jesuítas.
Após graves conflitos de terra, a área foi desapropriada pelo governo municipal em
1993.
10.7 – O bairro da Passagem
Igreja de São Benedito
O Bairro da Passagem está situado na margem
de restinga do Canal do Itajuru e próximo à barra da
Lagoa de Araruama. Ao chegar em Cabo Frio, em
1616, Estevão Gomes dirigiu-se à fortaleza de Santo
Inácio para assumir o comando e passar a tropa em
revista. Provavelmente foi, em seguida, para o local
onde pretendia dar início à cidade de Nossa Senhora
da Assunção de Cabo Frio, o Bairro Passagem. Ele é
então, a área de população portuguesa mais antiga da
cidade de Cabo Frio e o único núcleo urbano entre
1616 e cerca de 1660.
A denominação PASSAGEM provém do ponto de
embarque e desembarque de pessoas e mercadorias
que atravessavam o canal do Itajuru.
Após a transferência do centro administrativo da
cidade para o Largo da Matriz (atual Praça Porto
Rocha), em cerca de 1660 e 1662 o porto e Bairro da
Passagem consolidaram-se como locais de moradia e
trabalho dos pescadores interessados na pesca
oceânica e navegação costeira, além dos artífices
construtores de embarcações, em função da
proximidade do porto na Boca da Barra.
Os patrões da pesca oceânica e navegação costeira eram homens ricos, proprietários
de lanchas e possuíam escravos africanos, empregados nas atividades marítimas.
Através da provisão de 9 de abril, João Botelho da Ponte foi autorizado a construir a
Igreja de São Benedito na Passagem .
Até o fim do Período Imperial, o porto e o Bairro Passagem continuaram centralizando
as atividades ligadas à construção de embarcações, à pesca oceânica e à navegação costeira de
Cabo Frio, além de empregar novos escravos africanos na produção de cal e estiva do sal.
A festa em Homenagem ao Santo Padroeiro da raça negra no Brasil era promovida pela
Irmandade de São Benedito até as décadas iniciais de século XX. Tinha a participação
majoritária da população negra da cidade de Cabo Frio. Em meio a barraquinhas, prendas e
leilões, cantava-se e dançava-se o “jongo”.
A herança negra finalmente tornou a Passagem um dos berços do CARNAVAL cabofriense.
A pequena Igreja de São Benedito é um primor de arquitetura religiosa colonial. O seu
interior é modesto: além da imagem de São Benedito, existem ainda as imagens de São João
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Batista, São Bento, Nossa Senhora dos Navegantes em seu barco, São Pedro em seu pequeno
barco e o menino Jesus.
Até a Segunda metade do século XIX os membros da Irmandade eram enterrados sob
o piso da nave.
10.8 – Charitas
Cabo Frio viveu um período em que era
agravante o estado de abandono de crianças, frutos
de união entre brancos, escravos e índias.
Em 21 de julho de 1834 foi criada uma
comissão provisória que deu origem à Irmandade de
Santa Isabel. Um ano depois, o major do Imperial
Corpo de Engenheiros, Henrique Luiz Memeyer
Belegard, apresenta a planta do projeto do edifício
“Casa da Caridade”, que seria construída com um
orçamento de 2 contos de réis e complementado
com contribuições voluntárias dos habitantes.
Lançada a pedra fundamental em 27 de
julho de 1836, as obras iniciaram-se em 1837, mas
por falta de recursos foram interrompidas no ano
seguinte.
Para obter recursos, o Major Bellegard criou a Irmandade de Misericórdia, em 1938, e
junto com mais 26 pessoas confere o título de Protetor da Irmandade ao Imperador D. Pedro II.
Com auxílio de Assembléia Provincial da CÂMARA MUNICIPAL as obras reiniciaram em
1839 e foi inaugurada a Charitas em 16 de fevereiro de 1840.
A razão de ser da Casa de Caridade era acolher as crianças abandonadas na calada da
noite. Foi popularmente denominada de “Casa da Roda”, devido a existência de uma roda na
porta de entrada onde era colocada a criança e por onde a “dona” da Charitas, a matrona,
retirava esta criança, sem sair do interior da casa, usando esse mecanismo que ao rodar fazia a
criança entrar. Em virtude das inúmeras epidemias que assolaram a cidade do século XIX, a
Charitas passou a funcionar, também, como hospital.
Na 2ª Guerra Mundial a Charitas foi abrigo do primeiro grupo de artilharia de Dorso,
sediado em Cabo Frio.
O estabelecimento já foi usado também como Fórum, Escola, Biblioteca Municipal.
Hoje, com a finalidade de divulgar as artes plásticas no município a CHARITAS abriga a Casa da
Cultura José de Dome. Este espaço é aberto a todas as manifestações artísticas da comunidade
cabo-friense, visando promover intercâmbio cultural no âmbito nacional e internacional.
10.9 – Fonte do Itajuru
Os primeiros povoadores de Cabo Frio já se utilizavam das
águas da fonte do Itajuru. Mas é somente a partir de 1845
que é criado o serviço de proteção e vigia da fonte, pois o
local era utilizado pelos escravos que aí iam buscar água para
seus senhores.
Existia em Cabo Frio alguns poços d’água: o do Soldado, da
Pedra, do Convento, da Passagem e do Zé Ferro.
A água do Itajuru provinha de uma nascente, de cor cobre
e gosto de terra, devido a presença de raízes de tatagiba na
área, sendo conduzida por valas de pedras até o poço da
Fonte. A Fonte do Itajuru foi construída por ordem de D.
Pedro II, quando de sua passagem em Cabo Frio, no ano de
1847.
20
Em 1892, por ordem da CÂMARA MUNICIPAL foi construída uma caixa d’água
na encosta do morro da GUIA e a casa de máquina, junto à fonte onde uma bomba
impulsionava a água até a caixa.
Em 1896 foi construída a rede distribuidora da água do Itajuru, formada por dois
ramais. Um na rua da Praia – Major Belegard e o outro pela rua Direita – Érico Coelho, que
passava pala Praça Porto Rocha e ia até o Largo de São Benedito, na Passagem. A população
que não possuía água encanada, retirava a água para o consumo nas várias bicas que foram
instaladas em seu percurso.
Com o crescimento da cidade, a água do Itajuru passou a ser insuficiente para atender
todo o consumo. Vários poços foram perfurados nas residências e a água passou a ser retirada
com o bombeamento manual para as caixas d’água. A Fonte do Itajuru foi caindo no abandono.
Em 1845 estudos foram iniciados pelo Estado para a captação do lençol freático do
Braga. Em 1948 foi construída a estação de tratamento d’água e a caixa no alto do Morro da
Guia.
Em 1951 foi inaugurado o serviço de abastecimento de água mantido pelo estado. Com
o aumento da população este serviço também tornou-se insuficiente, sendo necessário utilizar
a rede distribuidora da Álcalis. Mais tarde, o Estado constrói sua própria adutora com estação
de tratamento na Lagoa de Juturnaíba.
Em 1979 a Prefeitura Municipal de Cabo Frio comprou de particulares a área da Fonte
do Itajuru, criando no seu entorno o primeiro Parque Municipal de Cabo Frio; e contratou o
Professor Adail Bento Costa para o serviço de restauração.
10.10 – Anjo Caído
Em função do incremento da produção salineira de Cabo Frio, no início do século XX,
tornou-se necessária a abertura de canais, que fizessem escoar a produção de sal do município
pelo interior da Lagoa de Araruama até o porto de Cabo Frio. A questão passa a ser discutida
devido ao assoreamento dos canais de navegação da lagoa.
O engenheiro Leger Palmer, que na época tinha a concessão para transportar o sal
através da lagoa, inicia e conclui os trabalhos de abertura dos canais I e II, sendo assim
canalizadas as águas da Lagoa de Araruama, tornando franca a navegação da mesma, e dando
ensejo à organização de uma companhia de navegação a vapor.
Em 1904, por intermédio do então vereador Anastácio Novellino, esses canais
receberam da Câmara Municipal de Cabo Frio a denominação de Canais Palmer. Em
comemoração à abertura dos mesmos, é erguido o monumento do “Anjo” (1907).
O Anjo Caído é uma escultura (9 metros de altura)
de um anjo com asas abertas sobre uma coluna de capitel
em estilo coríntio.
Com o tempo, devido à força da correnteza das
marés, a torre inclinou de modo acentuado tornando motivo
de espanto e admiração, passando a ser conhecido como o
“Anjo Caído”. Em 1979, às vésperas do aniversário da
cidade, o anjo caiu totalmente dentro da lagoa. Mas foi
restaurado e recolocado em seu lugar (1980).
O monumento do Anjo Caído, apesar de sua grande
importância para o Canal do Itajuru é pouco visitado por
turistas e desconhecido de alguns moradores devido a sua
localização.
É interessante ressaltar que o Anjo Caído era
chamado de “Boneca” pelos moradores mais antigos de Cabo
Frio.
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10.11 – Ponte Feliciano Sodré
Com o desenvolvimento da indústria salineira em nossa região fez-se necessário a
travessia permanente do Canal do Itajuru. Em 7 de julho de 1898, graças ao empenho do
presidente da Câmara, Jonas Garcia da Rosa Terra, que mantinha estreitas relações políticas no
Rio de Janeiro, como também aos esforços do farmacêutico Porto Rocha, inaugura-se a Ponte
de Ferro, construída por operários espanhóis. Essa ponte ficava entre o Morro da Guia e do
Telégrafo. Ela acabou por desabar em 1920.
Em 14 de julho de 1926, foi inaugurada a Ponte Feliciano Sodré, cujo nome foi dado
em homenagem ao presidente do Estado que se empenhou para sua construção.
Durante meio século foi a única ponte da cidade, sendo duplicada em 1981, no
governo de José Bonifácio, então prefeito da cidade.
A ponte duplicada foi entregue à comunidade em 31/10/82.
10.12 – Pelourinho
Erguido em 1660 em frente à Igreja Matriz,
na atual Praça D. Pedro II. Trata-se de uma coluna
de pedra, símbolo “das armas e as insígnias
costumadas por bem da justiça”. Nele afixava-se os
editais da Câmara e expunha-se às vistas do povo os
criminosos que teriam de ser castigados.
10.13 – Palácio das Águias
O palácio das Águias é tradicionalmente chamado de “Sobrado do Tutu”, nome que
provém do seu primeiro proprietário, Tertuliano Ferreira. O nome Palácio das Águias é porque
no alto do telhado existem 3 águias. As telhas foram trazidas da França. Além das águias, o
sobrado constitui-se de 3 janelas, 3 portas, escada de meta e tem traços de arquitetura da
época do romantismo, de influência européia, predominantemente francesa, mas denunciando
também alguns traços arabescos e portugueses.
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10.14 – Câmara Municipal
Foi durante o governo do Capitão-Mor José Varela, sucessor de Estevão Gomes, que se
ergueu o primeiro prédio da Câmara Municipal de Cabo Frio, entre 1661 e 1662 na Rua Direita,
atual Rua Érico Coelho. Era local de vereanças e para audiência do juiz, além de cadeia.
11.15 – Corpo de Bombeiros
Antiga Cadeia Pública de
Cabo Frio, inaugurada no ano de
1923.
Em 1980 passou por
reformas e abriga a Corpo de
Bombeiros, inaugurado em 1981.
seu estilo de construção é o
neoclássico.
10.16 – Prédio do Instituto de Educação Profª Ismar Gomes de Azevedo
Construído em 1923/24, funcionava inicialmente com o nome de Grupo Escolar
Francisco Sá; posteriormente o grupo recebeu o nome de Jansen de Mello.
Em 1944 o grupo escolar passa a ser denominado Miguel Couto QUE em 1958
transfere-se para a Av. Treze de Novembro, onde funciona até hoje.
O prédio ficou abandonado entre 1959 e 1967, quando foi restaurado, e reinaugurado
com o nome de Escola Estadual Profª Ismar Gomes de Azevedo. Em 1998 foi transformada em
Instituto de Educação.
Seu estilo de construção é o neoclássico.
11. Festas religiosas e profanas
11.1 – Divino Espírito Santo
A festa em louvor ao Divino Espírito Santo foi incorporada aos costumes cabo-frienses
em meados do século XVIII, vinda da Corte. É uma festa móvel, realizada ao calendário da
Igreja Católica, variando de acordo com a Semana Santa.
O primeiro dia de festa acontece no primeiro Domingo da Ressurreição, quando é feito
o levantamento do mastro, também chamado de bandeira – diz a tradição que para o lado que
o mastro tombar é de onde sairá o novo festeiro. À noite, a coroa é conduzida pelo Imperador e
sua corte – esposa, filhos, parentes e amigos – até a igreja, onde é depositada em almofada de
veludo vermelho, em trono armado na lateral do altar-mor, e tem início a novena, que se
repete durante 8 dias, ao final dos quais os folguedos anunciam a quermesse, o leilão e o
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sorteio do novo Imperador do Divino, que recebe a coroa do anterior. São sorteados, ainda, o
pai do estoque, que cuida dos donativos, o alferes da bandeira, encarregado de levar a
bandeira e o mordomo, encarregado de auxiliar o festeiro.
Foi extinta dessa festa a cerimônia do anúncio, onde a bandeira fazia o giro dois meses
antes, percorrendo todos os cantos do município, acompanhada pela folia do Divino constituída por 7 membros: o bandeireiro, 2 violeiros, 1 rabequeiro, o mestre e 2 garotos
denominados salva, que recebiam os donativos – entravam nas casas, recolhendo as mais
diversas prendas dando em troca pedaços de fitas da bandeira para abençoar a casa e a
família.
11.2 – Corpus Christi
Essa festa de data móvel, celebrada na primeira Quinta-feira que se segue ao Domingo
da Santíssima Trindade, tem a participação de toda a comunidade que, ao amanhecer, se
encontra no centro da cidade, riscando ruas, misturando tintas ao sal, ao calcário e a outras
matérias-primas, transformando o centro da cidade em um imenso tapete colorido, com os
mais diversos motivos – religiosos, históricos, ecológicos etc.
À tarde, a procissão solene passa, vagarosamente, por cima dos tapetes e é
acompanhada pela a população e por um grande número de turistas que aqui chegam para
participar dessa festa que a todos encanta.
11.3– Festas Juninas
A festa de Santo Antonio comemora-se em 13 de junho e abre os festejos juninos que
passam por São João, em 24 de junho e São Pedro, em 29 de junho .
Neste período, são armados arraiás em diversos pontos da cidade, com barracas de
comida e bebidas típicas, bandeirinhas, fogos, dança de quadrilha e o casamento na roça.
11.4- Festa de São Pedro
É uma festa dos pescadores, comemorada no dia 29 de junho, com desfile de barcos e
traineiras embandeiradas pelo Canal do Itajuru, saindo barra a fora, percorrendo a frente da
Praia do Forte, retornando pelo mesmo canal, até o desembarque na Gamboa. A imagem de
São Pedro, então, é carregada pelos fiéis em procissão terrestre até o porto, onde acontece a
missa com a participação da comunidade.
11.5- Festa de Nossa Senhora da Assunção
Durante 15 dias, o povo de Cabo Frio homenageia sua Santa padroeira, que tem no dia
15 de agosto o seu grande dia, quando a imagem de Nossa Senhora da Assunção – Padroeira
do município de Cabo Frio – é carregada pelos fiéis pelas ruas centrais da cidade, recebendo
por onde passa palmas e choros dos seus devotos. Depois de procissão, é rezada missa, onde
são feitas as louvações à santa que, em seu andor, dentro da igreja, recebe o povo, vindo dos
mais diversos recantos do município.
Na Praça Porto Rocha realiza-se uma típica festa com barraquinhas, que vendem
comidas e bebidas tradicionais, prendas, leilões, artesanato. Também são realizados shows
com músicos locais e grupos famosos.
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11.6 – Festa da Cidade
Comemora-se a 13 de Novembro, data da fundação da cidade, que ocorreu no ano de
1615.
Nesta data, tradicionalmente, realizam-se desfiles comemorativos com a participação
de escolas do município, bandas, polícia militar, cavalaria, Corpo de Bombeiros etc.
Paralelamente, são realizadas exposições de arte, apresentação de grupos musicais, folclóricos,
teatrais, dentre outros eventos culturais.
11.7 – Passagem de ano ou Reveillon na Praia do Forte
Com milhares de turistas, manifestações religiosas, fogos de artifício especiais e shows
de artistas conhecidos no cenário nacional e internacional o povo comemora a passagem de
ano em 31 de dezembro.
11.8 – Carnaval
Nos últimos anos milhares de turistas dirigem-se ao município de Cabo Frio, atrás dos
trios elétricos e dos blocos carnavalescos.
O bloco que marcou a vida dos cabofrienses e encantou os turistas por longos anos foi
o Bloco da Rama, que tinha como homenagem Otília, uma mulher do povo que se tornou figura
folclórica com seus cães, sua cruz e seu lugar de repouso: a porta do Convento Nossa Senhora
dos Anjos.
Hoje, blocos e escolas de samba alegram o nosso carnaval e a prefeitura patrocina o
desfile, premiando também os vencedores.
11.9 – Semana Santa
Na Sexta-feira Santa, católicos, numa demonstração maravilhosa de fé, realizam a ViaCrucis de Jesus Cristo, com passagens da Bíblia, num trabalho emocionante de artistas
amadores. O ponto alto da festa é a ressurreição de Jesus Cristo, no alto do Morro da Guia.
12. Economia do município de Cabo Frio
12.1 – A pesca
Atividade que em tempos passados atraiu bandos nômades à região, ainda é um setor
importante na economia do município. Mesmo enfrentando problemas diversos como a
destruição de criadouros naturais, pesca predatória, ainda há em Cabo Frio uma quantidade
expressiva de embarcações e profissionais ativos no setor, graças, por um lado, ao empenho e
organização dos pescadores, e por outro, à riqueza marinha que ainda impera na região.
12.2 – O sal
Outra economia da região, é industrializado há mais de 100 anos. A sua formação
natural e o seu cultivo primitivo datam de muito antes da conquista de nossas terras pelos
portugueses e teve períodos altos e baixos.
Em 1797 eram nove os lugares próprios de salinas que se formavam nas pontas de
terras que adentram o centro da lagoa. Naquela época, o sal tirado das salinas era conduzido
para lugares altos, e cobertos com folhas de guriri que, queimadas, formava um cascão que
preservava o monte das chuvas.
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Em 1824 foram feitas as primeiras exportações para o Rio de Janeiro. Nesse ano foi
construída a primeira salina de Cabo Frio no lugar denominado Perinas.
Em 1868, depois de um ano promissor, a exploração de sal foi quase abandonada. Só
em 1895 o sal de Cabo Frio toma impulso.
Em 1962 existiam 41 salinas com a produção anual de 102.000 toneladas.
Atualmente, a industrialização e comercialização de sal na região tornou-se sem
importância, as áreas de salinas foram e continuam sendo aterradas e loteadas, dando assim
lugar a indústria do turismo.
12.3 – A agricultura
Apesar de ter um bom solo para o plantio, essa atividade não foi devidamente
instaurada em Cabo Frio. Os conflitos de terras, são um dos problemas, a falta de estímulos
aos agricultores, que acabam reduzindo o seu cultivo, quando não os abandonam para
abraçarem outras atividades para melhorar a sua subsistência, é outro grande problema.
Atualmente, antigas plantações dão lugar a fazendas de criação de cavalos e gado. A
atividade rural na região é conflituosa e insignificante, ficando limitada a algumas áreas na
zona rural, destacando-se Campos Novos.
12.4 – O Turismo
Cabo Frio tem muitos atrativos ideais para a exploração do turismo. Dotado de microclima especial e riquezas naturais abundantes o município passa a atrair, a partir do início da
década de 50, mergulhadores, caçadores submarinos que vinham nos fins de semana, à
procura do paraíso pesqueiro e, junto destes, vinham suas famílias. Assim passaram a
veranear, dando início à área do lazer moderno na região.
A abertura da rodovia Amaral Peixoto e o desenvolvimento da indústria automobilística
brasileira, na década de 60, fortalecem a vocação turística de Cabo Frio. Começava-se assim o
processo de transformação ecológica e cultural da cidade. Aterros para loteamento, construções
diversas, assimilação superficial de culturas e até mudanças de costume, foram-se dando na
cidade e no povo.
Após 1971, quando foi inaugurada a ponte Rio-Niterói, a especulação imobiliária tomou
conta da região.
Cabo Frio é uma cidade acolhedora e aconchegante que conta com a presença do sol,
praticamente o ano inteiro, que parece ser uma exigência de turistas para se deliciarem das
belas praias de águas cristalinas e areias finas e brancas.
Suas belezas naturais e sua rica história estão exigindo da Prefeitura, nos últimos
anos, maiores investimentos em infra-estrutura e transformação urbana.
Com um espetacular acervo histórico esta é uma cidade que conta com uma enorme
quantidade de patrimônios. Uma beleza histórica que deve ser valorizada e propagada.
Infelizmente, “nem tudo são flores”! Hoje temos uma cidade bonita, mas que sofreu as
conseqüências das transformações. O turismo mal empreendido ocasionou danos irreparáveis
ao meio ambiente e prejuízos à atividade pesqueira.
12.5 – O Comércio
Enquanto que a comercialização de sal vem acabando, notamos o crescimento
acelerado das micros empresas especializadas na confecção de roupas de banho, práticas de
esportes, vestuário para uso diário etc.
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13. Lendas de Cabo Frio
A LENDA DE SANTO INÁCIO DE OURO
Local: Fazenda de Campos Novos (Cabo Frio)
A fazenda de Campos Novos, no distrito de Araçá, do Município de Cabo Frio, é uma
zona de colonização jesuíta muito antiga. O prédio sede da fazenda continua de pé e forma com
a capela e o cemitério um dos mais belos exemplos de arquitetura colonial do município. Sobre
os padres e os tempos de seu domínio sobre aquelas terras correm várias histórias. Uma das
mais interessantes conta sobre a estátua do padroeiro da Fazenda Santo Inácio. que estaria
enterrada em local desconhecido, nas terras outrora pertencente aos sacerdotes. A estátua,
toda em ouro maciço, teria sido enterrada pelos próprios padres.
Tempos atrás, quando a família Honold era a proprietária do lugar, realizaram uma
reforma nas dependências atrás do prédio. Quando os operários cavaram, o terreno cedeu de
repente, revelando a existência de um túnel. O proprietário foi chamado às pressas, pois todos
achavam que afinal seria descoberto o paradeiro da estátua desaparecida. Com cuidado
desobstruíram o trajeto do túnel que teria sido uma passagem ligando a capela ao sopé do
morro. A estátua de ouro porém não apareceu. (Depoimento recolhido com Sr. Amâncio, dono
de uma venda à beira do asfalto, em frente à fazenda.)
Em entrevista realizada com D. Emerenciana, uma senhora de mais de 120 anos, antiga
feitora da fazenda, cujos pais e avós foram escravos dos jesuítas, recolhemos uma versão
bastante realista da origem da lenda. Contou-nos a velhinha que, logo após a Proclamação da
República, em 1889, o então proprietário da fazenda, Pe. Constantino, preocupado com a
mudança política, resolveu tomar certas medidas de proteção ao patrimônio. Com esse
objetivo, despertou no meio da noite dois antigos escravos, um dos quais pai de D.
Emerenciana e, vedando-lhes os olhos, colocou-os sobre o lombo de cavalos. Cavalgaram
então durante algum tempo, parando em local desconhecido. O padre então tirou a venda dos
olhos dos empregados e ordenou-lhes que cavassem ali mesmo um buraco bem fundo.
Terminada a tarefa, Pe. Constantino ordenou-lhes que enterrassem dois fardos que estavam no
chão. Qual não foi a surpresa dos dois ao verem a estátua do padroeiro da fazenda, diante da
qual tantas vezes tinham se ajoelhado na capela e um quadro valioso, também representando
o padroeiro. Consternados, os dois negros executaram a contragosto o trabalho, mas ao
depositar a estátua de ouro na cova, o pai de D. Emerenciana falou: _ Ah! meu Santo Inácio!
Me perdoa do que estou fazendo, mas é certo que se hoje eu lhe estou enterrando, não vai
demorar muito para que eu vá atrás! _ E foi o que aconteceu, acrescenta D. Emerenciana, um
mês depois, tanto seu pai como o outro negro morriam de desgosto.
A anciã seria então, na lucidez dos seus cento e vinte anos a testemunha única da
origem desta lenda.
A LENDA DO PICA-PAU EDA FOLHA ENCANTADA
Local: Arraial do Cabo, em dezembro de 1977.
Conta-se que existe no mato uma folha de uma árvore encantada que pode resolver
todo problema de pessoas que a possuir. Mas não é qualquer um que a encontra: é preciso
um pica-pau.
A pessoa que está com algum problema, que perdeu uma coisa importante, tem de
fazer o seguinte: vai pro meio da mata e anda, anda, até encontrar o ninho do pica-pau, que
fica no oco de uma árvore velha. Depois que acha, fica escondida atrás do mato, esperando o
pica-pau sair. É preciso paciência porque isso às vezes demora pra acontecer, mas ele sempre
acaba saindo pra buscar comida pros filhotes. Quando o pica-pau sai, a pessoa sai detrás da
moita, pega uns pedaços de pau, um martelo e tapa bem o buraco do ninho. Daí, volta prá
detrás da moita e fica esperando.
Quando o pica-pau volta e vê o ninho tapado, os filhotes piando lá dentro, fica
desesperado. Então ele volta pro mato e vai buscar a folha da árvore encantada que só ele
sabe onde se encontra.
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O sujeito, enquanto isso, está lá, bem quietinho, atrás da moita. Fica esperando o picapau voltar. Quando ele chega, vem com a folha no bico. Bate com ela nos pedaços de pau e
eles caem no chão, mesmo se estiverem pregados com o melhor prego do mundo.”
Fonte: Manoel Pimenlel dos Santos, pescador. (Observação: apesar de recolhida no Arraial,
essa lenda não parece ler tido origem e nem é comum no município).
HISTÓRIA DO MORRO DO CAIXÃO
Existe para os lados da Massambaba, na restinga entre o Mar e a Lagoa de Araruama,
um morro sobre o qual correm várias histórias - é o Morro do Caixão. Dizem que ele esconde
muitas riquezas debaixo das areias de que é feito. Há vários casos sobre o assunto, inclusive o
de um tesouro incalculável enterrado lá, que estaria a espera da pessoa certa para vir à luz do
dia.
Sobre o Morro, recolheu-se a seguinte experiência:
“Eu estava acampada perto da Praia Seca, quando um homem, morador naquela
localidade há vários anos, me falou da existência do Morro do Caixão. _ É um morro alto,
diferente das outras dunas, e tem esse nome porque quando a pessoa caminha sobre ele,
abrem-se uns buracos (caixões) aos pés da gente, e o morro geme.
Querendo visitá-lo, perguntei ao homem como encontrar o morro.
_Não é a gente que acha o morro: é ele que descobre a gente, respondeu:
No dia seguinte, saí a passeio pelas dunas, e embora ficasse pensando no que o
homem me dissera, não estava procurando o morro, especialmente. Fui seguindo pelos
pequenos vales entre as dunas cobertas de vegetação característica da restinga, percorrendo o
que me pareceu um caminho natural, escolhido ao deus dará. Logo, eu só via dunas à minha
volta, chegando a perder qualquer orientação.
De repente, quando já começava a me preocupar com a volta, vi-me diante de uma
duna branca, completamente despida de vegetação, o que indicava que ela era móvel. Pensei
imediatamente em escalá-la e descobrir lá de cima o caminho de volta. Comecei a subida, e
logo, para minha surpresa, senti o chão se abrir a cada passo que eu dava, enquanto saia de
dentro da terra um som cavo, como um gemido mesmo.
O Morro do Caixão tinha me achado...”
O LOBISOMEM
Quem tem sete filhas, uma - a mais velha - é bruxa. Quem tem sete filhos homens, um
- o mais velho - é lobisomem. Pra evitar a sina é preciso que o irmão mais velho batize o mais
novo, e a irmã mais velha, a mais nova. Trata-se de um cachorrão grande, ou lobo, que ataca as
pessoas nas quintas-feiras de lua cheia.
A aparição do lobisomem era muito freqüente em toda região. Há vários casos relatados
em Cabo Frio, Campos Novos e no Arraial. Há inclusive um personagem vivo em Arraial do Cabo
que todos dizem tratar-se de lobisomem: Chaco - pescador que percorre as ruas do Arraial
apregoando com seu vozeirão tremendo a venda do pescado (geralmente bastante
embriagado). Alguns dizem que ele herdou a tara do pai, S. Martiniano. Sobre ele, lia os
seguintes “causos”.
Um homem voltava da pescaria de madrugada, na Praia Grande, quando foi seguido por
um lobisomem. Correu para casa, o lobisomem atrás. Conseguindo chegar cm casa, entrou logo,
deixou a porta aberta e escondeu-se atrás dela. Ficou esperando o lobisomem com um porrete
na mão. Assim que o bicho entrou, trancou a porta e começou a bater-lhe com o pau. No meio
da surra, o lobisomem grita: _ Não me mate que eu sou Chaco! _ O homem (Juvenal Zé
Amancio) espantado, largou o pau e o lobisomem fugiu.
No dia seguinte, Chaco estava todo quebrado.
De outra feita, aconteceu que viram o lobisomem mordendo e rasgando algumas roupas
esquecidas no varal de uma mulher. Na manhã seguinte, Chaco estava com os dentes cheios de
fiapos de linha.
“Diolha”, pescador do Arraial, conta outro caso: Uma noite, estava pescando nas pedras
do Pontal, quando Chaco se aproximou. Chegou, ficou lá, olhando o outro pescar. Diolha
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pescava e jogava o peixe pra trás. De repente, “cadê” o Chaco? “Cadê” os peixes? Depois de
algum tempo, Chaco aparece, com a boca toda ensanguentada e a compostura estranha, como
que acabasse de “desencantar” de bicho em homem... (Recolhido em outubro de 1977).
Local: Arraial do Cabo
O CASO DO TESOURO DA ILHA DO FAROL
A Ilha de Cabo Frio, chamada pelos cabistas de Ilha do Farol, é palco de muitas histórias
e casos fantásticos, entre os quais está o seguinte, recolhido em Arraial do Cabo, com o próprio
protagonista dos fatos. Sr. Benjamim:
"Uns tempos atrás, estava eu jogando uma pelada com alguns companheiros lá na ilha.
quando apareceu uma caveira desenterrada da areia. Os outros começaram a chutar a caveira,
fazendo ela de bola. Achando aquilo um desrespeito, pedi que eles parassem e enterrei de novo
a caveira no areal.
Naquela mesma noite, tive um sonho. O defunto, dono da caveira, me aparecia e
agradecia o favor de lhe ter enterrado novamente. Dizia também que eu voltasse lá na Ilha
sozinho, no dia seguinte, que como recompensa, ele ia me ensinar onde encontrar uma grande
riqueza. Era pra eu subir o areal até chegar na beira do mato, aí eu veria umas abelhas voando.
Eu devia seguir as abelhas, até que elas parassem e fizessem um oito no ar. Neste lugar, eu
deveria cavar até achar um tesouro.
Acordei impressionado com o sonho e resolvi ir lá e tirar a prova. Mas levei um amigo
comigo. Chegando lá subimos os cômoros, e lá, na beirinha do mato, encontramos as abelhas
voando. Nessa altura, eu já estava impressionado demais. Cavamos então, ali mesmo onde as
abelhas estavam. Cavamos, cavamos, mas o tal tesouro não apareceu. Tenho pra mim, que foi
porque eu não segui o que o defunto pediu e fui acompanhado ..."
Local: Arraial do Cabo
A LENDA DO LINGUADO
O linguado é um peixe que tem os dois olhos de um lado só.
Conta-se que no princípio das coisas ele não era assim, tinha um olho de cada lado,
como os outros peixes. Um dia, porém, a mãe de Deus entrou no mar. Todos os peixes se
afastaram para deixar que ela tomasse banho sem testemunhas. Mas o linguado, muito
curioso veio e ficou olhando. Deus, então, como catigo, fez com que ele ficasse assim do jeito
que é hoje: o olho que viu o banho da virgem subiu e o linguado ficou com um olho torto e um
cego por causa do desrespeito.
Fonte: Pescador da Praia dos Anjos
A MULA SEM CABEÇA
Nas noites de quinta feira, a Mula-sem-cabeça assombrava. O povo ouvia ao longe
galope forte e corriam todos para suas casas à vista do fogo que lhe saía das ventas. A mula
era a “Mulher do Padre” que, como castigo de suas ligações pecaminosas, transformava-se em
assombração.
Antes da luz elétrica chegar ao Arraial era coisa comum ver o bicho passar em seu
galope furioso nas noites de quinta feira.
A LENDA DA JARARACUÇU DA IGREJINHA N. S. DA GUIA
Contam os Antigos que era uma cobra jararacuçu que guardava N. S. da Guia.
Essa cobra ficava atrás do altar da santa que era em cima de uma pedra.
Quando havia missa na Igrejinha, a cobra saia de seu esconderijo e passava perto dos
fiéis sem mordê-los e ficava enrolada num canto da Igreja.
Quando a missa terminava, ela voltava para o mesmo lugar.
Fonte: Adelir NoveltnoMarques (Zizinho) 65 anos
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A CRUZ DA CABOCLA
Dizem ser a sepultura de uma índia morta em naufrágio. Contam que depois de
sepultada, misterioso vulto vagava na Praia do Forte das 11 da noite ao terceiro canto do galo,
perguntando com voz sepulcral : Pra onde irei?
A PROCISSÃO DAS ALMAS
Saia do convento de N. S. dos Anjos, à meia noite de 6ª feira, dava volta no Morro
da Guia e retornava ao convento. Eram muitos padres, vestindo túnicas brancas com velas
acesas nas mãos.
A LUZ DA TÁBUA DO SOARES
O pescador que vai de noite pros lados da Massambaba vê uma luzinha pela praia, na
beira da lagoa ou por entre os caminhos das salinas. É a luz da tábua do Soares, assombração
que aparece por lá.
Conta-se que ela é a alma de um jesuíta que há muito tempo viveu isolado no lugar por
esse nome. Diz-se que ele veio fugido da perseguição do Marquês de Pombal, refugiando-se
naquele sítio pouco povoado. À noite, gostava de sair passeando pelas dunas da praia e levava
uma lanterna para guiar seus passos através da vegetação da restinga. Depois da morte, sua
alma ainda percorre o caminho tantas vezes palmilhado nas madrugadas escuras.
O pescador solitário ao ver aproximar-se aquela luz, guarda depressa seus aparelhos e
foge assustado com a assombração.
Local: Massambaba - Arraial do Cabo
Fonte; Wilson Simas, pescadores da Praia Grande e outros.
A MÃE DO OURO
A Mãe-do-Ouro é uma luz que aparecia, vinda dos cômodos da Massambaba. Passava
riscando o céu e ia se “assentar” na Ilha dos Franceses ou no Farol. De lá vinha clarear a praia.
Alguns a descrevem como uma “Tocha de Fogo”, uma “Bola de Luz”, parecendo um
cometa. Sua existência aparece ligada a riquezas subterrâneas, consistindo numa espécie de
guardiã de tesouros escondidos. (de fato há várias referências à existência de tesouros
enterrados ou submersos nas Ilhas mencionadas e no mar que as circunda.
Sr. Ismael, dono de um bar onde tradicionalmente se reúnem os pescadores da Praia dos
Anjos, diz que “depois de sete anos a Mãe-do-Ouro se muda para a serra de Sepetiba”.
Há tempos atrás, esta aparição era muito comum na região. Várias pessoas declaram ter
presenciado o fenômeno que era tão corriqueiro a ponto de não mais provocar medo a quem o
assistia.
Local: Arraial do Cabo
Fonte: Pescadores da Praia Grande e dos Anjos, Wilsom Sintas, S. Ismael.
O BOI - TATÁ
O Boi-Tatá é uma cobra de fogo azulada que assombra os matos e os alagados. Quem
passa tarde da noite, atravessando os charcos e matagais, vê aquela serpente de luz agitando
pra todo lado, alumiando tudinho. Pra onde ela vai fica tudo claro e os animais fogem assustados
da assombração.
Uns dizem que o Boi-Tatá é a alma penada dos que fizeram pecado. Compadre e
comadre que tiveram amor pecaminoso, quando morrem viram Boi-Tatá, fica cada um dum lado
dos caminhos, nos matos, assustando e matando quem passa entre os dois.
Aqui, em Campos Novos e lá pros lados de Araçá, Surucucu, era coisa comum. Muita
gente via aquele fogo azulado correndo dum lado pra outro por entre as macegas.”
Local: Arraial do Cabo
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Fonte: S. Amâncio (barzinho da beira da estrada, em frente à Fazenda Campos Novos, ele
próprio viu várias vezes, D. Théa (no Arraial do Cabo).
A LENDA DOS CAVALEIROS
Nas noites de vento sibilante as aparições assombram o coração e a mente do povo do
Arraial. Em meio à canção do sudoeste era comum ouvirem um tropel desenfreado percorrendo
os caminhos empoeirados da cidade. _ São os cavaleiros! Dizem as mães de olho colado nas
frestas da janela. E o coração das pessoas se encolhia de medo à vista da cavalaria fantasma.
(Resumo dos depoimentos recolhidos em Arraial, com Cleide Simas e outros).
Pelé, rapaz, de 17 anos, descendente de família tradicional do município, conta o seguinte
caso que lhe foi confiado por seu avô, Chico Estevão, pessoa muito respeitada e que segundo o
neto e outros jamais mentia.
“Uma noite, meu avô ia de Cabo Frio a Arraial pela praia com alguns companheiros.
Quase chegando a Arraial, na parte conhecida como Praia do Pontal. Todos olharam para o mar
e viram aparecer de dentro dele. uma cavalaria. Todo mundo ficou com medo e meu avô que
era corajoso, começou a rezar a Ave Maria. Logo às primeiras palavras, o cavaleiro que ia na
frente falou:
_ Essa eu já conheço !
Meu avô começou o Padre Nosso. De novo, o cavaleiro cortou-lhe a palavra dizendo:
_ Essa eu já conheço !
Assim por diante, com a Salve Rainha e outras orações.
Outro caso; este, cômico:
Numa noite enluarada de quinta-feira, Chaco saiu para pescar com a “companhia” de
uma canoa. No meio da pescaria, o pessoal resolveu descer até a praia para comer. Fizeram uma
fogueira num canto da praia da Ilha do Farol, bem afastado da Figueira, que é lugar de
assombração, e ficaram ali, conversando e comendo. De repente, Chaco some. Procura que
procura e lá vem vindo ele de trás dos cômoros, metade virado lobisomem, os pelos cobrindo a
cara toda e as mãos já fechadas em garra. O pessoal ficou paralisado de medo, mas o chefe da
companhia, rapaz corajoso, enfrentou a situação à altura:
_ Chaco, gritou _ volte para trás dos cômoros e só saia de lá desencantado! Com cara
de gente!
O bicho titubeou, mas acabou obedecendo. Voltou para trás das moitas e algum tempo
depois apareceu, para alívio geral. com a cara de sempre - feia, mas humana.
Fonte: S. Benjamim, Cleide Simas e outros.
14. Atividades propostas aos alunos
 Existem informes sobre o seu bairro?
Coletar jornais da região.
Fazer uma colagem sobre o bairro (ou o do aluno, ou o da escola).
 Será que todos os alunos de sua turma residem no mesmo bairro?
Faça um levantamento do local de moradia de seus alunos.
Número de alunos
BAIRRO
31
 Organize um gráfico com os dados obtidos.
 Conhecendo um pouco mais sobre o seu bairro:
Ruas principais
Tipos de construção
Áreas de lazer
Ônibus que circulam
pelo bairro
Informações históricas
Problemas
 Discuta com os colegas alguns problemas dos bairros e de quem é a
competência para resolvê-los.
 Organize um quadro.
Problemas:
Soluções
Quem deverá
resolvê-los:
 Faça uma entrevista com um morador do seu bairro
Ex.:
Morador: _________________________________________________________
Quando veio para o bairro ____________________________________________
Problemas _________________________________________________________
Soluções __________________________________________________________
Fatos históricos _____________________________________________________
“Causos” __________________________________________________________
 Agora você poderá fazer:
um texto sobre seu bairro
um desenho
uma colagem
um mural
uma representação teatral
Crie um slogan (uma frase para o seu bairro)
 Tente descobrir a história do seu bairro. De que maneira?
através de entrevistas com os moradores mais antigos;
através de pesquisas em jornais, fotos;
tente escrever a história do seu bairro em outro tempo.
 Reúna os alunos por bairro e apresente para a turma as histórias dos bairros.
 Trabalhar com o mapa dos bairros
Marque o bairro de sua casa (com uma cor) o da sua escola (com outra cor).
Marque as ruas vizinhas à escola (de uma cor).
Escreva o nome da rua localizada ao norte, ao sul, a leste e a oeste da sua escola.
Faça legenda.
32
 Vamos completar o quadro
O que vou fazer
(atividades)
Onde
(bairro)
Quando
(dias da semana)
Trabalho
Compras
Serviços médicos
Lazer
Cursos
Outros
 Como você se desloca de um lugar para outro?
Quais as linhas de ônibus que passam pelo seu bairro?
Quais os meios de transportes utilizados em seu bairro?
 Realizando uma excursão (da escola até um local escolhido)
elaborar trajeto utilizando mapas;
anotações durante a excursão: tipos de construção, vias de circulação, atividades
econômicas, elementos naturais, outras observações:
na volta da excursão relatório fazer: relatório, mural, representação teatral etc
 Localização
Com mapas - as crianças contornarão com um lápis de cor:
o bairro (no mapa do município)
o município (no mapa do Estado)
o Estado (no mapa do Brasil)
 Brincando com o mapa
Pinte de azul o Oceano, o Canal do Itajuru e a Lagoa de Araruama.
Pinte de marrom os morros e de verde as praças.
Circule de vermelho o nome de seu bairro.
Assinale de verde um bairro vizinho.
Circule de amarelo todos os bairros de moradia dos alunos da turma.
Circule de marrom o bairro da escola.
Onde começa e termina a Avenida Assunção?
Se você estivesse na Praça Porto Rocha e quisesse ir até a rodoviária, qual o percurso
mais curto que você poderia fazer?
 Qual o sentido do trajeto Forte São Matheus – Convento Nossa Senhor dos Anjos?
 Escolha duas ruas que, com as ruas Raul Veiga e Rui Barbosa, formam um quarteirão.
 Você está na Praça Porto Rocha e caminha dois quarteirões para leste. Que rua
importante você encontra?
 Escreva o nome de duas ruas paralelas à Avenida Assunção.
 Descubra:
O bairro mais distante da sua escola. Utilize um barbante para medir.
Escreva o nome de um bairro localizado ao norte do bairro onde você mora.


33
1.
2.
3.
4.
5.
Pça. Porto Rocha
Ponte Feliciano Sodré
Fonte do itajuru
Capela do Morro da Guia
Convento Nossa Sra. dos Anjos
(Museu de Arte Religiosa e Tradicional)
6. Igreja Nossa Sra. da Assunção
7. Pavilhão de Turismo
(informações)
8. Rodoviária
9. Charitas
10. Forte São Matheus
11.
Mercado
Municipal
23.
Espaço
Cultural
12. Secretaria da Fazenda
13. Corpo de Bombeiros
14. Clínica Santa Helena
15. Hospital Santa Isabel
16. Museu do Mar
17. Câmara Municipal
18. Fazenda Campos Novos
19. Largo São Benedito
20. Estádio Aracy Machado
21. Museu Hist. Marítimo
22. Rua da Gamboa
34
 Introduzir o assunto sobre aspectos físicos de Cabo Frio (utilize mapas,
fotos...)
relevo
hidrografia
vegetação
clima


Como é a natureza de Cabo Frio?
Organize seu material:
Desenho ou gravura
O que é
Morro
Planície
Restinga
Lagoa
Praia
Rio
Mangue
Campo
Floresta
Pintar no mapa o que foi estudado
 Com a ajuda do professor é possível elaborar uma maquete representando os
aspectos físicos de Cabo Frio.
 Atividades – Sociedade indígena
Caracterizar:
Modo de vida do indígena /Nosso modo de vida atual.
Instrumentos de trabalho da sociedade indígena X instrumentos de trabalho na nossa
sociedade atual.
Utilização da natureza.
TEXTO: ÍNDIOS DA NOSSA REGIÃO.
“Os tupinambás habitam defronte da citada grande serra, bem junto ao mar, mas além
da montanha se estende o seu território por cerca de sessenta milhas. No Rio Paraíba, que
nasce nesta serra e corre paralelo à costa, desembocando então no mar, têm eles também a
serra, quando habitam, beirando uma região de vinte e oito milhas de comprimento.
São acossados de contrários de todos os lados. Ao norte é seu vizinho uma tribo de
gentios chamados Goitacás. São-lhes adversos. Seus inimigos ao sul chamam-se Tupiniquins,
os que habitam mais ao interior são chamados Carajás, próximo a eles, na serra, vivem os
Guaianás e entre outros há ainda uma outra tribo, os Maracajás. Todas estas tribos se
guerreiam entre si, e quando alguém apanhar um inimigo, come-o”.
(Hans Staden, 2 viagens ao Brasil (1557)
“Fazem fogo com uma espécie de madeira, chamada ubaçú-iba.
“Dormem em redes que são feitas com fios de algodão”.
“Caçam e pescam com arco e flecha. Além disso têm pequenas redes.
“Plantam a mandioca - fazem farinha, bolinhos preparam também uma farinha de carne e
peixe.
A maioria dos índios não comem com sal, utilizam cozinhar com carne com pimentas verdes”...
35
 Atividades econômicas do município
Levantamento das atividades econômicas do Município - O que se planta, quais os tipos
de animais criados, o que é extraído da natureza, o que se fabrica, consumo etc
 Após a pesquisa, preencher o quadro:
ATIVIDADES
PRODUTIVAS
PRINCIPAIS
PRODUTOS
LOCAIS OU ÁREAS
Agricultura
Pecuária
Extração (mineral e vegetal)
Indústria
Comércio
Turismo
Estes dados poderão ser obtidos na Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Cabo
Frio
EMATER – Cabo Frio
IBGE
Pesquisas com os próprios alunos
 Construindo nossa identidade
Material:
Folhas de papel, cola, fotos diversas (jornais, revistas) que procurem retratar
diferentes categorias (pessoas, lugares, comidas, situações, etc), hidrocor, cartolina.
Atividades.
Num primeiro momento, o professor vai dar início a um debate em sala de
aula com o objetivo de construir um texto coletivo em cima da seguinte questão: O
que é ser cabofriense?
Após a construção do texto coletivo, as figuras coladas em folhas de papel
serão espalhadas pelo chão e ao redor delas os alun os circularão procurando observálas. O passo seguinte é pedir que os alunos selecionem uma imagem que responda à
seguinte questão: O que me faz sentir cabo -friense? Cada aluno vai apresentar a
figura que escolheu relacionado-a com a questão. Quando todos concluírem a
apresentação, as figuras retornarão para o centro da roda e novamente os alunos
vão circular e observar, selecionando uma que responda a questão: O que n ão me faz
sentir cabo-friense? repetindo-se todo o processo. Como fechamento, sugere-se uma
comparação entre o texto coletivo e as falas dos alunos.
 Sensações da História
Material:
Papel, lápis de cor, hidrocor ou giz de cera, caneta, lápis.
Atividades:
Essa atividade pode ser realizada com qualquer recorte da história de Cabo Frio.
Pergunta-se aos alunos sobre que sons, cores, gosto e cheiro representariam determinado
fato histórico de Cabo Frio (passado ou presente). Os alunos escreverão as respostas. Numa
plenária, cada um poderá falar sobre o que escreveu, inclusive pintando suas cores e
reproduzindo seus sons.
36
 Teatralizando Nossa História.
Material:
Varia de acordo com o cenário, figurino e músicas escolhidas.
Atividades:
Dividir a turma em grupos e sugerir uma breve dramatização. As cenas deverão retratar algo
que represente a Cabo Frio do passado, presente e futuro. Apresentar, se possível, para a
comunidade educativa.
 Cabo Frio em Cordel
Material:
Caneta, matriz (carbex), mimeógrafo, barbante.
Atividades:
Explicar para os alunos o que é a literatura de cordel, se possível, exemplificando com algum
livrinho. Os alunos serão divididos em grupos, sendo que cad a grupo receberá duas
folhas ofício para rascunho e duas matrizes divididas em quatro partes por linhas. Em
cada divisão, os alunos poderão ilustrar partes da história de Cabo Frio, trabalhar com
causos ou com qualquer outro aspecto relevante de sua realidade.
 Cinema no Papel.
Material:
Lápis, caneta, lápis de cor, giz de cera ou hidrocor. Xerox ou cópia mimeografada dos filmes
de papel, caixa de papelão (sapato), palito de churrasco e fita crepe.
Atividades:
Sugerir aos alunos (individualmente ou em grupos) que retratem uma sequência de
desenhos (em cada um dos espaços determinados), sobre um tema da história de Cabo Frio
ou sobre algum aspecto de sua realidade. Nessa atividade os alunos somente usarão
desenhos. Ao final, as tiras podem ser coladas umas às outras (selecionar por temas ou
desenhos afins). Os desenhos serão presos nos palitos de churrasco e enrolados. Os palitos
serão afixados nas caixas de papelão e exibidos.
 Cabo Frio em Quadrinhos
Material:
Papel, lápis, lápis de cor ou hidrocor, régua e grampeador.
Atividades:
Dobrar três folhas de papel oficio pela metade e grampear todas juntas no centro,
formando um livreto. Os alunos deverão escolher o tema da história que pode ser tirado de
qualquer recorte histórico de Cabo Frio, passado ou atualidade. Confeccionar a capa e
orientar os alunos a dividir cada página da revista em quatro partes; criar as personagens e
as falas.
 Um olhar sobre o meu bairro.
Material:
Máquina fotográfica, papel madeira, fita adesiva, hidrocor.
Atividades:
Estimular os alunos a fotografar aspectos que, na sua visão, caracterizariam o seu bairro.
Reunir as fotos para a montagem de um grande painel. Os alunos deverão, ao colar as fotos
no papel madeira, elaborar a legenda e um comentário sobre elas. Na apresentação,
pessoas antigas no bairro ou personagens marcantes podem ser convidadas para falar sobre
a evolução do bairro e curiosidades.
37
 Minha Cidade é Campeã!
Material:
Papel, caneta, hidrocor, cartolina, máquina fotográfica, medalhas (caso se realize jogos).
Atividades:
Levar os alunos para uma visita aos principais clubes esportivos de Cabo Frio, onde eles
realizarão uma pesquisa sobre quais modalidades e atletas que tiveram destaque nos
cenários municipal, estadual, nacional e internacional. Se possível, convidar atletas para
conversar com os alunos nas escolas. No final, procurar elaborar uma síntese com os
alunos, um histórico ou uma linha do tempo do esporte de Cabo Frio.
Se possível,
promover mini-jogos dentro da escola, escolhendo uma ou mais modalidades estudadas.
 Monumentos em cores e Versos.
Material:
Papel ofício ou papel cartão, lápis, lápis de cor, giz de cera ou hidrocor.
Atividades:
Selecionar um ou mais pontos turísticos do município e levar os alunos para uma visitação
no local e explicar sua história. Os alunos poderão realizar esboços caso desejem, mas o
importante não é a reprodução fiel e sim o olhar do aluno. Em sala, os alunos vão elaborar,
segundo suas preferências, desenhos e poesias, montando um grande painel, incluindo o
histórico do local visitado.
 Formas e números de nossa história.
Material:
Papel oficio, giz de cera, lápis de cor ou hidrocor, caneta, lápis, cartolina.
Atividades:
A primeira proposta é de que os alunos redesenhem algum ponto de interesse
histórico, ou de relevância para o aluno, utilizando formas geométricas. O mesmo pode ser
feito através de fotos, mas visitas de campo são sempre um atrativo a mais. Na legenda do
desenho pode ser colocada a história do local desenhado. Uma outra forma de trabalhar a
matemática é através de entrevistas na comunidade feita pelos alunos, com perguntas
pertinentes às condições de vida e características sócio-familiares (como número de filhos,
quantidade de determinados bens, etc), formando uma espécie de mini censo. Os resultados
serão quantificados e apresentados em cartazes, sempre acompanhados de um texto
construído pelos alunos sobre a leitura realizada.
Gráficos podem ser confeccionados. Dependendo da turma, noções de porcentagem
ou frações podem ser trabalhadas. Noções de distância também podem ser trabalhadas,
através da comparação das dimensões de diferentes monumentos ou paisagens de Cabo Frio.
Um recorte igualmente interessante seria o de partir do seguinte tema: A Matemática Utilizada
na Minha História, onde o aluno pode fazer uma leitura comparada dos usos da matemática
em seu dia a dia e das aplicações matemáticas utilizadas ao longo da história do município
(cálculo de terras, ângulos e polegadas dos canhões, planejamento urbano e construções, etc.)
Como é governado o município de Cabo Frio?
Você conhece o prefeito do município de Cabo Frio? Qual o seu nome?
O que faz o prefeito?
O prefeito não trabalha sozinho. Ele tem auxiliares, que são secretários. Cada um deles
é responsável por um setor da administração: educação, saúde, esporte, transporte,
turismo etc. Recorte de jornais notícias referentes ao prefeito e seus auxiliares e discuta
em sala de aula.
d) O governo também é exercido pela Câmara dos Vereadores. Você conhece algum
vereador? Como ele foi eleito? O que faz um vereador? Recorte de jornais notícias sobre
a Câmara dos Vereadores e discuta em sala de aula.
e) Procure com seus colegas e professora visitar a Câmara dos Vereadores.

a)
b)
c)
38
f)
De que modo a população do município participa do governo?




Faça desenhos que mostrem os aspectos turísticos de Cabo Frio.
O que é necessário fazer para incentivar o turismo em nosso município?
Quais os problemas que o turismo traz para o nosso município?
Nosso município está estruturado para o turismo nos meses do verão?
 Será que tudo que você utiliza no seu dia-a-dia é produzido no município de
Cabo Frio? Sua tarefa é completar o quadro abaixo, escrevendo o nome de
indústrias do município de Cabo Frio que produzem o que aparece relacionado.
Produtos
Lajes pré-moldadas
Roupas, biquínis
Móveis, artigos de madeira
Artesanatos de mármore
Cosméticos
Gelo
Portões de ferro, grades
Construções, prédios, casas, hotéis etc...
Pães, biscoitos, massas, bolo
Telhas, tijolos
Álcool combustível
Indústrias (nomes)
 A população de Cabo Frio
Quem são as pessoas que vivem em Cabo Frio?
Quantas são? Onde vivem? Como vivem?
Cole gravuras de diferentes pessoas que vivem em Cabo Frio.
Entreviste cinco moradores de Cabo Frio que não sejam parentes. Procure
descobrir sobre a origem de seus pais, avós e bisavós.
Nome
Origem da família
Razão da Chegada em
Cabo Frio
 Pinte as letras do nome do nosso município:
T
C
B
G
A
M
S
O
F
W
D
I
J
O
R
Y
O nome do nosso município é ____________________________.
39
 Pinte de azul o mês da fundação de CABO FRIO.
JANEIRO
MAIO
SETEMBRO
FEVEREIRO
JUNHO
OUTUBRO
MARÇO
JULHO
NOVEMBRO
ABRIL
AGOSTO
DEZEMBRO
Cabo Frio foi fundado no dia ______ de _______________ de ____________.
 Pinte as belezas naturais de CABO FRIO.
DUNAS
PRAIAS
CACHOEIRAS
LOJAS
RESTINGAS
PONTE
ESCOLAS
MORROS
 No mar de Cabo Frio há muitos alimentos. Desenhe e escreva os nomes dos
alimentos que você lembrar:
 Pinte os nomes de alguns monumentos históricos de CABO FRIO:
Sorveteria Vem Cá
Loja Beira Mar
Igreja de São Benedito
Igreja Nossa Senhora da Assunção
Forte São Matheus
Anjo Caído
Papelaria Carioca
Convento Nossa Senhora do Anjos
Rua Meira Junior
Charitas
Fonte do Itajuru
Banco do Brasil
Capela de Santo Inácio
 Escreva 5 maneiras de preservar as belezas naturais de CABO FRIO.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
 Cite algumas sensações que lhe causa o MAR partindo da cor, som, sabor e
cheiro.
COR: ________________________________________________________________
SOM: ________________________________________________________________
SABOR: ______________________________________________________________
CHEIRO: _____________________________________________________________
40
 Complete o Hino Oficial de Cabo Frio:
Cabo Frio, minha terra _____________,
tu és dotada de _________________ mil.
Escondida vive num recanto,
sob o _________________ deste meu Brasil.
Noites claras, teu luar ________________,
este luar que viu meus _________________.
O teu povo se _____________ tanto
e de ti não esquecerá ______________.
Tuas praias, teu___________________
Olho ao longe e vejo o mar bravio,
à esquerda um ___________afoito,
na lagoa que perece um ________
O teu sol, que beleza,
no teu céu estrelas brilham mais .
______________ , não há forasteiro
pois nesta terra todos são ______________
(Victorino Carriço)
 Pinte a bandeira do nosso município.
41

Ache os sete erros:
 Procure os nomes de algumas praias de Cabo Frio e pinte.
A
T
F
D
Y
G
D
D
T
T
U
D
T
D
G
H
A
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F
P
DAS CONCHAS
DO FOGUETE
DO FORTE
O
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DAS DUNAS
BRAVA
DO SIQUEIRA
G
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DAS PALMEIRAS
SUDOESTE
-
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B
T
D
P
K
L
K
S
J
DO LIDO
PERÓ
 Observe o mapa do Estado do Rio de Janeiro e complete o quadro abaixo de
acordo com a convenção:
42
S – é vizinho
N – não é vizinho
CABO FRIO
ARRAIAL DO S. PEDRO DA
ARARUAMA
CABO
ALDEIA
CABO FRIO
ARRAIAL DO
CABO
ARARUAMA
SÃO PEDRO
D’ALDEIA
RIO BONITO
SAQUAREMA
ARMAÇÃO
DOS BÚZIOS
CASIMIRO
DE ABREU
43
RIO BONITO SAQUAREMA
ARMAÇÃO
DOS BÚZIOS
 Comidas e bebidas de Cabo Frio
 Encontre no caça palavras os ingredientes para se fazer uma moqueca:
p
a
z
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 Copie as palavras que você encontrou:
 Coloque as letras que faltam e forme os nomes de algumas comidas típicas do
nosso município:
B
B
Q
L
L
O
L
B
P
D
C
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Panela de Siri – Bobó de Camarão – Lula Dorê – Moqueca de Peixe – Bolo de Aipim
 Pinte as letras das palavras COMIDAS e BEBIDAS:
A
I
C
B
M
M
E
L
G
E
O
D
D
B
I
G
F
S
S
P
F
A
G
F
H
Z
 Complete com as letras que estão faltando em alguns nomes dos ingredientes
utilizados para se preparar uma panela de siri:
T O M A T _____
C H E ____ R ____
S I _____ I
A Z E I _____
V E R ____ E
_____
C ____ B ____ L A
 Os alunos da 1ª série – turma 101 – tomaram um delicioso suco de pitanga.
Procure os ingredientes que foram usados no suco:
T
U
B
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P
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C
I
C
Ú
G
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D
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A
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A
44
R
O
G
G
B
A
A
U
U
V
N
A
15. Referências bibliográficas
ANTUNES, Aracy do Rego; SANTOS, Carlos Affonso Soares de; BARRETO, Laura Pôrto
Guimarães; TRINDADE, Maria de Lourdes Araújo; PAGANELLI, Tomoko Lyda. Viva a
nossa turma: O município de Cabo Frio. RJ: ACCESS, 1996.
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Encontro de professores Municipal/ Estadual/Particular. Curso História Regional. Cabo
Frio: Secretaria M. de Educação, [s/d]
BERANGER, Abel. Dados Históricos de Cabo Frio. RJ: Procaf, 1993.
BOLETIM INFORMATIVO da Prefeitura Municipal de Cabo Frio. Cabo Frio, 1990.
Câmara Municipal de Cabo Frio. Revista Cabo Frio 500 anos de história: Del REY, [s/d]
CARRIÇO, Victorino. Sonetos Mar e Amar – Poesias Vidas Mortas – Poemas Se Voltares.
Cabo Frio: Gráfica Editora Região, [s/d]
COSTA, Marlúcia Macedo. “História e Geografia de Cabo Frio e do Estado do Rio de
Janeiro - Encontro de Professores 1ª a 4ª série. Cabo Frio: Secretaria Municipal de
Educação, 1999.
COTIAS, Paulo. Apostila - Oficina de práticas pedagógicas - “História de Cabo Frio sob o
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DAMACENO, Mere. Cabofrianças. Cabo Frio: Editora F, 1999.
GIARETTA, Liz Andréia; PINELA, Thatiane Tomal. De olho no futuro – 3ª série. São
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IBM Brasil. Vamos proteger os manguezais. Governo do Estado do Rio de Janeiro:
Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Instituto Estadual de Florestas [s/d]
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MASSA, Hilton. Cabo Frio, nossa terra nossa gente. RJ: Dinigraf, 1996.
Prefeitura Municipal de Cabo Frio. PLANO MAR AZUL – Plano estratégico de
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SANTOS, José Casimiro dos. Lira do Povo. Cabo Frio, 1981-1983.
SIEBERT, Célia Aparecida. História do Estado do Rio de Janeiro – 4ª série. São Paulo:
FTD, 2005.
45
16. ANEXOS
46
47
48
49
50
Peça Teatral: A Lenda do Bicho Mamãe
(Roseli Vidal de Oliveira)
(Entram duas velhas) Lucinha e Maria
Lucinha
Maria
Lucinha
Maria
antigamente
Lucinha
Maria
Lucinha
mãe.
_ Olhe, Maria, como o dia está bonito:
_ E que lugar animado é este, Lucinha!
_ Como as pessoas que estão aqui são bonitas!
_ Hoje o dia está bom para contarmos aqueles “causos” que aconteciam
em Cabo Frio.
_ Ê mesmo Maria... Você se lembra da história do Bicho Mamãe?
_ Lembro-me. É tão triste ...
_ É... Aconteceu numa roça. Existia um rapaz que bebia muito e judiava da sua
(Entra a mãe, varrendo a casa)
(Depois de um tempinho entra o filho com uma garrafa de bebida na mão)
Filho _ Mamãe, (bêbado) já passou a minha roupa? Já escovou os meus sapatos? Quero
brilhando!
(O filho sai falando e volta em seguida)
Filho
_ Largue esta vassoura e pregue o botão na minha blusa (bêbado)
(Joga a blusa em cima da mãe)
(A mãe pega a blusa e fala, chorando:)
Mãe
_ Não sei como pude ter um filho assim. Este rapaz ainda vai acabar com a
minha vida.
(A mãe fica chorando, enquanto Lucinha fala)
Lucinha
_ É, Maria, parece até que ela estava adivinhando... Uma tarde o rapaz chegou e
disse, para a mãe:
(O rapaz entra , amarra a égua num canto e vai falar com a mãe)
Filho
_ Mãe, vou ao baile esta noite. Deixo a minha égua amarrada, não solte
ela pra nada.
(Enche o copo da cachaça e sai)
Mãe
_ Está bom, está bom, pode deixar.
Maria
_ Isso mesmo, Lucinha. Passou algum tempo, a égua presa foi ficando com sede.
A mãe ficou com pena e soltou a bicha que logo sumiu pras bandas de um riacho.
(Enquanto Maria fala, a mãe do rapaz vai soltando a égua que sai correndo)
Mãe
(A mãe sai)
_ Oh! Meu Deus! Me ajude! Eu não podia deixar essa égua sofrendo assim.
(Entra o rapaz procurando a égua. Olha para um lado e para o outro. Fica
enlouquecido de raiva e fala:)
Filho
_ O que houve? Onde esta a minha égua? Mãe, mãe, mãe...
(Entra a mãe)
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Mãe
_ O que está acontecendo, meu filho?
Filho
_ Eu num disse que era pra não soltar o animal? Agora vou à festa
montado na senhora.
Mãe
_ Não, meu filho! Não faça isso... Pelo amor de Deus, não faça isso!
Maria
_ E bem disse o rapaz que assim fez. Pegou os arreios, botou na mãe e
montou nela de espora e chicote.
(Enquanto Maria vai falando, o rapaz vai colocando os arreios na mãe, monta nela e
dá chicotadas. A mãe vai chorando e implorando ao filho:)
Mãe
_ Pare, meu filho. Eu não vou aguentar. Tenha pena da sua mãe!
Filho
_ Não paro, não! A senhora vai ter que aprender.
Mãe
_ Por favor, pare... pare...
(O filho continua dando chicotadas:)
Filho
_ Vamos em frente, velha inútil. Anda, anda...
Lucinha
_ No meio do caminho, a mãe não aguentou. Pedia piedade, mas era o
mesmo que nada. Quanto mais ela rogava, mais o malvado batia.
(Enquanto Lucinha vai falando, o rapaz e a mãe vão encenando, sem falar)
Maria
_ Pois foi então que ela não podendo mais com aquilo, caiu no
chão já em agonia.
(A mãe cai)
Lucinha
_ É Maria... Mas antes de morrer ela amaldiçoou o filho:
Mãe
_ Eu vou morrer, meu filho, mas você nunca terá paz. Correrá o
mundo igual a dinheiro, sem destino nem
paradeiro, chamando sempre...
mamãe... mamãe... mamãe... mamãe...
(O filho olha para a mãe apavorado e diz:)
Filho
_ Levanta, minha mãe. O que eu fiz,
(O rapaz sai desesperado)
meu Deus? Ela está morta...
Maria
_ Desde aquele dia o rapaz corre o mundo, virado bicho, gritando
sempre pela mãe.
(Quando Maria termine sua fala, o filho poderá aparecer no fundo da platéia,
gritando com voz de pavor. Poderá ser utilizada outra criança usando máscara e
roupas de “monstro”)
Filho
_ Mamãe... mamãe... mamãe... mamãe...
(Poderá também caminhar no meio da platéia).
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Descrição dos símbolos
1. Escudo em formato português (ou espanhol);
2. Árvore simbolizando o pau-brasil, que motivou a cobiça dos europeus e
as conseqüentes reações portuguesas que resultaram na fundação da
cidade;
3. Golfinhos que simbolizam cidade marítima;
4. Data do "descobrimento" pôr Américo Vespúcio e da fundação da cidade;
5. Arco e flecha, simbolizando a nobreza de caráter e a elevada noção de
honra dos índios Tamoios, primitivos habitantes do lugar;
6. Escudo oval usado pôr mulheres, sobretudo rainhas, com uma flor-deliz, símbolo da mãe de Deus, representando a cidade a ela dedicada... No
caso Nossa Senhora d'Assunção;
7. Coroa mural com cinco torres, simbolizando "status" de cidade;
8. Forte de São Matheus construído em 1616 pelo primeiro governador
(Estevão Gomes), para defesa da cidade;
9. Escudete, simbolizando Antônio Salema que comandou o massacre dos
índios Tamoios, aliados dos franceses...
As estrelas representam as
vítimas;
10.Montes de sal, simbolizando a primeira indústria local.
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Eles fizeram a história...
Celestino Ferreira da Cruz
Poucos sabem quem foi Celestino Ferreira da Cruz. Trata-se de um cabo-friense,
nascido no dia 05 de abril de 1922 que foi professor do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de
Janeiro e diretor da Sociedade Brasileira de Belas Artes.
Exímio escultor, Celestino deixou obras de alto valor, destacando-se: “Mater Dolorosa”,
“Castro Alves”(busto), “Vinde a Mim as Criancinhas”, soberbo alto relevo, “Beethoven”,
“Chopin”, “Franz Hitz”, “Tiradentes”, “O Timoneiro” e outras.
Teixeira e Souza
Ou mais precisamente Antônio Teixeira e Souza, o primeiro romancista brasileiro.
Nascido em Cabo Frio no dia 28 de março de 1812. Era filho do negociante português, Manuel
Gonçalves e da brasileira negra Ana Teixeira de Jesus.
Em 1843 publicou o romance “O filho do pescador”, considerado o primeiro romance
brasileiro.
“O filho do pescador” narra as peripécias amorosas de Laura. Vítima de um naufrágio,
ela é salva por Augusto (o filho do pescador de Copacabana) com quem se casa. Laura tem
amantes, engendra o assassinato do marido a acaba se apaixonando por um jovem caçador das
matas de Copacabana, que ela vem a saber que é seu filho. A revelação é feita pelo próprio
marido. Depois de ter sido dado como morto, ele aparece surpreendentemente ao final da
história para revelar ao filho as aventuras de Laura e assim a falta de caráter da mãe. Ela
termina seus dias condenada ao Convento do Desterro.
Entre outras obras. Teixeira e Souza publicou “As tardes de um pintor” (1847), “A
Providência” (1856) e “A fatalidade de dois jovens” (1856)
Abel Beranger
Doutor Abel Ferreira Beranger, formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro,
nasceu em Cabo Frio, no dia 10 de janeiro de 1913.
Clínico geral, cirurgião e obstetra, exerceu a profissão na sua terra natal por muito
tempo, inclusive dirigindo o Hospital Santa Izabel. Espírito humanitário, sempre dizia: “se não
cobro dos ricos, não vou viver dos pobres”, demonstrando seu desinteresse pelo
enriquecimento material.
Dedicou-se ao estudo da história e publicou “Dados Históricos de Cabo”, em 1962.
Teve destacada posição na política local.
Dr. Porto Rocha
O dr. José Antonio Porto Rocha era uma constante na política cabo-friense. Formou-se
em medicina em 1867, mas, antes mesmo de formado perambulava pelas ruas de Cabo Frio
com o seu cavalo baio prestando socorro a população. Como político, foi presidente da Câmara
Municipal por dois mandatos.
Miguel Couto
Embora não sendo filho de Cabo Frio a ele esteve ligado, quer nos negócios, quer na
política. Começou nesta como vereador, depois deputado estadual, deputado federal. Ministro
da Saúde em 1954, Governador do Estado do Rio de Janeiro e senador em 1959.
Em Cabo Frio, construiu o Hospital, usina de beneficiamento de sal, e dotou o
município de boas estradas de rodagem, modelares estabelecimentos de ensino, energia
elétrica etc.
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Minha rua
Quem está falando?
(Victorino Carriço)
(Mere Dameceno. Cabofrianças)
Há sempre em nós uma rua
Contida em nossa lembrança;
Geralmente é sempre a rua
Que a gente vive em criança.
“Em 1923, foi inaugurada a
delegacia de Cabo Frio onde está
instalado hoje, o Corpo de Bombeiros.
No mesmo ano em que se inaugurou
a delegacia, o juiz de Direito Colatino
de Araújo Góes precisou falar com o
delegado. Pegou o telefone e fez a
ligação, com o intuito de ser atendido
por ele:
Da minha rua encantada
Eu sinto saudade dela;
Mamãe sempre debruçada
Me esperando na janela.
Numa rua esburacada
Foi rua onde eu nasci;
Sem água, sem luz, sem nada
Como eu foi feliz ali!...
- Alô! Quero falar com o
delegado.
- O delegado não está.
- Então com o comissário.
- Também não está.
- Me chame o carcereiro.
- Também não está.
- Então o soldado.
- Aqui não tem nenhum
soldado.
- Então quem está falando?
- É o preso.”
Ó velha rua quem dera
Se eu morasse ainda em ti;
Foi na minha primavera
Pra essa fase eu morri.
Há sempre uma rua em nós
Que não nos sai da lembrança;
Fala conosco, tem voz,
Conta histórias de criança...
“Nos alvores do século XIX, Cabo Frio,
plantado à margem do Itajuru, tinha
seu aspecto pitoresco. Mas parecia
uma cidade de bonecas. Casas muito
pequenas, cobertas de telhas, porém
baixas, debruçadas dentro da lagoa,
constituíam o que logo se chamou
Rua da Praia, onde a água chagava
quase à soleira das portas...
Num carro de boi, gritando,
Papai fez nossa mudança;
Deixamos a rua chorando
Como guardo na lembrança!...
(Victorino Carriço Sonetos Mar e Amar
– Poesias Vidas Mortas – Poemas Se
Voltares)
“Durante um largo período, outras
casas mais ou menos do mesmo tipo
rodeavam a igreja paroquial e se
estendiam em duas direções opostas,
como que se antaginizando, e
constituíram os dois primeiros bairros:
Santo Antonio (Itajuru) e São
Benedito (Passagem).”
(Hilton Massa. Cabo Frio, nossa terra
nossa gente)
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A vida de Otília
(José Casimiro)
De uma feita, por exemplo,
Ela, com o “cobre” na mão,
Já sem raiva, achava graça
Daquela situação.
A história que vor contar,
Carece do povo estudo,
Mas o poeta só quer
Andava sempre empolgada,
Parecendo um “valentão” ...
Parece que a sua força
Era a cruz na sua mão.
Contar um fato, contudo...
Quem não se lembra de Otília.
Mendiga que ganhou fama,
Figura que foi um símbolo
No grande Bloco da Rama...?!
Tivesse aonde tivesse,
Se visse Banda passar,
Logo ela se aproximava,
Passando logo a marchar.
Aqui chegando, a escurinha
Que veio do interior...
Até mesmo como estranha,
Por Cabo Frio teve amor.
Marchava como um soldado,
À frente de um batalhão;
Não pisasse no seu calo,
Pois soltava um palavrão.
Saía do seu barraco,
Pelas ruas a esmolar
Recebendo por esmolas
Coisas pra se alimentar.
Na época do carnaval,
No rufar da bateria,
Aonde tivesse “rama” ,
Qualquer um bloco servia.
Gostava, sim, de animais,
E criava cão e gato,
Dava para os vira-latas,
Às vezes, um fino trato.
Com os blocos lá na Avenida,
A bateria roncava...
O povo todo sambamdo.
E Otília também sambava.
E não largava uma cruz
Que ganhou no cemitério:
Talvez coisa de destino,
Para ocultar um mistério.
E seguia o seu caminho...
Que sempre à sorte conduz,
Mas, por um carro foi morta,
Abraçada à sua cruz.
Na qualidade de pobre,
Qual rainha da favela...
Naquela localidade
O povo gostava dela.
Porém, os irmãos da Ordem,
Ao par do acontecimento,
Trataram de, com piedade,
Sepultá-la no Convento.
Tomava seus bons pileques
E andava sempre apressada;
Ela respondia a todos
Conforme fosse tratada.
Como é do conhecimento
Do que ela era capaz,
Só restou-lhe o humilde nome
Estampado nos jornais.
Com o apelido de cabrinha,
Ela logo se zangava,
Mas, com algumas opções,
Acomodada, aceitava.
(José Casimiro dos Santos. Lira do
Povo)
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Endereços eletrônicos
www.planodiretor.org.br
www.cabofriotour.com.br
www.riolagos.com.br
www.lagostour.com.br
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