História e Origem da Erva-mate História e Origem do Chimarrão

Transcrição

História e Origem da Erva-mate História e Origem do Chimarrão
A Cuia de Porongo
D.T.G. TROPEIROS DA SOLIDARIEDADE
Acampamento Farroupilha 2008
Projeto Cultural: Erva-mate e Chimarrão
• O primeiro e mais usado
“Velha infusão gauchesca
De topete levantado
O porongo requeimado
Que te serve de vasilha
Tem o feitio da coxilha
Por onde o guasca domina,
E esse gosto de resina
Que não é amargo nem doce
É o beijo que desgarrou-se
Dos lábios de alguma china!”
(Jayme Caetano Braun)
O grande Jayme Caetano Braun, foi um dos muitos poetas imortalizou em seus
versos um ritual que faz parte da identidade gaúcha.
material na confecção de
cuias são os porongos.
• Os porongueiros
pertencem à família das
curcubitaceas, em guarani
chamados de yeruák.
• Existem muitas
variedades desta espécie.
Quanto à sua resistência,
temos o porongo de casca
fina e de casca grossa.
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História e Origem da Erva-mate
Tipos de Cuias
• A erva-mate é uma planta da família Aquifoliaceae,
atendendo pelo nome botânico de Ilex paraguaienses.
• Seu principal uso vem do preparo de suas folhas, caules e
ramos de qual se extrai um chá - o mais consumido no país
e exportado para todo mundo - o mate, chimarrão, tererê,
etc. que dependendo da região é diferenciado pelo nome e
preparo.
• O uso desta planta como bebida tônica e estimulante já
era conhecido pelos aborígines da América do Sul.
• Em túmulos dos pré-colombianos no Peru, foram
encontradas folhas de erva mate ao lado de alimentos e
objetos, demonstrando o seu uso pelos incas.
13 a 20/09/2008
Projeto Cultural: Erva-mate Chimarrão - DTGTS / AFUSC
O recipiente para tomar mate é conhecido pelos seguintes nomes:
cuia, mate, porongo e os guaranis o chamavam de caiguá:
• cuia de gajeta (do castelhano galleta) ou bolacha;
• cuia retovada com saco de touro, isto é, cuia recoberta
com a capa dos testículos do terneiro;
• cuia de pêra, que tem uma particularidade: é feita do corpo
do porongo, isto é, da parte de baixo do fruto, feitio de cuia pára sozinha;
• cuia teto-de-vaca;
• cuia saco-de-touro,o uso da cuia com retovo (revestimento)
de saco de touro é encontrado na campanha mais como
uma curiosidade, pois seu uso não é generalizado;
• cuia de pescoço ou de beiço.
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História e Origem do Chimarrão
Tipos de Bombas
• O chimarrão começou a ser transportado pelo Rio
Grande na garupa dos soldados espanhóis.
Quanto ao feitio das bombas a particularidade está no ralo e
podemos classifica-lo em quatro tipos:
• As margens do rio Paraguai guardavam uma floresta
de taquaras, que eram cortadas pelos soldados na
forma de copo.
• tipo coco- encontrado na tacuapi missioneira e na bomba de
asa usada nos mates de cálice ou mates de pé (ralo redondo);
• A bomba de chimarrão que se conhece hoje também
era feita com um pequeno cano dessas taquaras, com
alguns furos na parte inferior e aberta em cima.
• A palavra chimarrão tem sua origem no vocabulário
espanhol e português. Do espanhol cimarrón, que
significa chucro, bruto, bárbaro, vocábulo empregado
em quase toda a América Latina, designando os
animais domesticados que se tornaram selvagens.
• tipo Assis-Brasil ou 1001- possui a forma de dois pratos
emborcados um sobre o outro, sendo o nome 1001 dado devido
a quantidade de orifícios que apresenta em ambos os lados;
• tipo colher- tem o formato de meia bola, o que o torna cômodo
para retirar a erva-mate da cuia;
• a bomba de mola- seu feitio esta baseado na tacuapi primitiva,
tendo um canudo fechado na extremidade com orifícios laterais
encobertos por uma mola (metálica), que é pressionada por um
prendedor em forma de lira.
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História e Origem do Chimarrão
Tipos de Erva-mate
• "E assim, a palavra chimarrão, foi também empregada
pelos colonizadores da Prata, para designar aquela rude e
amarga bebida dos nativos, tomada sem nenhum outro
ingrediente que lhe suavizasse o gosto." (História da ErvaMate, de Barbosa Lessa, 57).
• Quem pela primeira vez fez menção ao uso e preparo
dessa bebida foi o botânico e professor francês Auguste
Saint Hilaired (1779-1853). No Rio Grande do Sul, de
passagem, hospedou-se em 22 de setembro de 1820 na
estância de José Correia quando descreveu: "O uso dessa
bebida é geral aqui. Toma-se ao levantar da cama e depois
várias vezes ao dia. (...)”
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Dentro da classificação popular no Rio Grande do
Sul, o gaúcho costuma classificar a erva-mate da
seguinte maneira:
• Pura Folha ou Tipo Argentina (é feita só da folha).
• Barbaquá ou Tipo Missioneira ( maior
aproveitamento da erveira com todo o ramo, isto é,
folha e caule).
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Preparo do Chimarrão
1. Coloque
cuia.
Vamos Matear ?
erva mate verde em 2/3 da
2. Tape com a mão ou com papel firme a
boca da cuia, inclinando-a para ajeitar a
erva, que deve ficar assentada de um lado
só, deixando um espaço vazio.
3. Bata suavemente, com a ponta dos
dedos, na superfície externa da cuia, no
lado em que a erva mate está assentada,
para que o pó mais fino se desloque para o
fundo do porongo.
4. Coloque novamente a cuia na posição vertical, com
suavidade, para que a erva mate não caia para o lado.
5. Despeje um pouco de água morna ou fria para umedecer e
inchar a erva, e aguarde alguns instantes.
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A roda começa com o cevador (preparador) ou, em casos especiais,
pela pessoa mais velha ou por alguém se que deseje homenagear. Na
roda, o cevador é o mestre de cerimônia. Apenas ele pode arrumar o
mate. Depois de cada mateada, a cuia deve voltar ao cevador. Ele deve
ajeitar o mate e colocar a água.
A mão de servir ou beber o mate é sempre a direita. Essa é também a
direção da roda. Quem chegar depois de estar formada a roda deve
seguir essa direção, colocando-se antes do mateador, e aguardar sua
vez.
Para participar de uma roda, alguns procedimentos precisam ser
seguidos. Fazer roncar a cuia, sorvendo até a última gota do chimarrão,
por exemplo, é obrigação de cada participante da roda. Não é de bom
tom deixar restos da infusão na cuia.
Nas rodas de mate, só se agradece quando não se quer mais matear.
Mesmo parando de beber, a pessoa pode permanecer na roda e
participar das conversas.
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Preparo do Chimarrão
Música Para Matear
CEVADOR - Paulinho Pires - Natureza Campo e Cidade - Raizes Discos
CHIMARRÃO - Os Monarcas - Série Ouro - USA Discos
RODA QUE RODA - Os Serranos - 25 A. Música p/ Brasil - RBS Discos
TERTÚLIA -
6. Coloque a água quente, tendo o cuidado de não deixá-la ferver. O
melhor é respeitar o aviso da chaleira, que começa a chiar aos 80º.
Os Serranos - 25 Anos de Música Para o Brasil - RBS Discos
MADRUGADOR -
Trio de Ouro - Coração nas Esporas - Raizes Discos
FOGO DE CHÃO -
Os Serranos - Isto é Os Serranos - Galpão Crioulo Discos
7. Introduza a bomba no fundo da cuia, apoiada na erva, mantendo o
bocal fechado com o dedo polegar, até assentá-la bem.
8. Quando a infusão acabar, deve-se acrescentar mais água. A
operação pode ser repetida até que o chimarrão deixe de espumar,
sinal de que a erva já enfraqueceu.
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Solito, ...de Parceria, .. Roda de Chimarrão
O mate pode ser tomado de três maneiras, em relação à
companhia:
• O mate solito: o homem que não precisa de estímulo maior
para matear, que sua vontade; no geral, é o verdadeiro
mateador.
• O mate de parceria: a pessoa espera por um ou dois
companheiros a fim de motivar o mate, pois não gosta de
matear sozinha.
• Roda de mate: em grupo
“Introspectivo por excelência, induz o homem a uma busca interior,
despertando a auto-análise em relação ao meio. Companheiro
calado nos mates solitos, se fez vaqueano deste silêncio, onde se
amansam sentimentos para a grande compreensão da vida!”
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Roda de Chimarrão
Vamos matear? Esta é a pergunta que dá início a uma
roda de chimarrão, uma das mais singulares manifestações
culturais do sul do país.
A roda de chimarrão é um exercício
de liberdade, de homens que se
tratam como irmãos. Democrática,
sempre tem lugar para mais um.
Arguta e rápida no jogo das palavras,
a roda começa com o cevador
fechando o mate e servindo primeiro
a quem estiver à sua direita, sempre
com a mão direita.
A prosa do mate, ou o mate conversado, é uma rica troca
de experiências e conhecimentos. Mesmo na cidade, onde
pouco tempo resta para essa troca, a roda de chimarrão
ainda mantém, com pequenas mudanças, o ritual tradicional.
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Bibliografia
• Cevando o Mate. FAGUNDES, Glênio. Editora Rigel
• Consumo de Chimarrão em Porto Alegre, UFRGS, Escola
de Administração
• História da Erva-Mate, LESSA, Luiz Carlos Barbosa
• Referências na Internet
•www.oguialegal.com/pesqespervamate.htm
•www.grupogaucho.com.br
•www.sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br
•www.baldo.com.br/br/chimarrao.htm
•www.igtf.rs.gov.br
•www.mtg.org.br
•www.paginadogaucho.com.br
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Projeto Cultural: Erva-mate Chimarrão - DTGTS / AFUSC
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Amargo Doce Que Sorvo ...
“... Num beijo em lábios de prata.
Tens o perfume da mata
Molhada pelo sereno.
E a cuia, seio moreno,
Que passa de mão em mão
Traduz, no meu chimarrão,
Em sua simplicidade,
A velha hospitalidade
Projeto Cultural - Erva-mate Chimarrão
Da gente do meu rincão”
Acampamento Farroupilha 2008
(Glaucus Saraiva)
D.T.G. Tropeiros da Solidariedae
D.T.G. Tropeiros da Solidariedade - A.F.U.S.C. - Associação dos Funcionários da Santa Casa de Porto Alegre
http://br.geocities.com/tropeirosdasolidariedade

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