ESTUDO DO CURRÍCULO DO PROEJA DO CURSO DE

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ESTUDO DO CURRÍCULO DO PROEJA DO CURSO DE
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ESTUDO DO CURRÍCULO DO PROEJA DO CURSO DE EDIFICAÇÕES DO
CEFET-MT
COSTA, Juzélia Santos da (1). GOMES, Teresa Irene Ribeiro Carvalho Malheiro (2).
(1) Professor Doutor em Engenharia de Materiais- professora do CEFETMT;
(2) Professor PhD of Philosophy – professora do CEFETMT.
RESUMO
Este estudo compreende parte de um projeto que vem sendo desenvolvimento no
Departamento de Construção Civil – DACC do Centro Federal de Educação Tecnológica do
CEFET-MT. O objetivo é apresentar uma análise, ainda que preliminar, sobre o Currículo do
curso de Edificações do PROEJA do CEFETMT, compreender o ensino na escola e a
complexidade dos fenômenos educativos, analisar a ordenação geral do currículo do curso
de Edificações na modalidade PROEJA, no âmbito político e macroorganizativo, o projeto
pedagógico da escola, e o papel dos professores no desenvolvimento do currículo, através
do conhecimento, reflexão e ação. O temático currículo Integrado publicada nos principais
periódicos de divulgação da produção científica do país ganhou relevância durante o
processo eleitoral de 2002. O debate sobre o currículo Integrado ascende à discussão sobre
a formação geral a formação profissional no âmbito da Rede Federal de educação
Tecnológica ganhando destaque com a implantação do PROEJA. Como conclusão esse
trabalho curricular visa modificar no ser humano aquilo que é suscetível de educação,
levando em conta a atividade humana transformadora, a partir de relações econômicas e
históricas; ou seja, concebe o aluno como ser educável, sujeito ativo do próprio
conhecimento, mas também como ser social, historicamente determinado, indivíduo
concreto (síntese de múltiplas determinações), inserido no movimento coletivo de
emancipação humana.
Palavra Chaves: PROEJA, currículo, reflexão e ação.
ABSTRACT
This study includes part of a project that has been developing in the Department of Building
Construction - DACC from the Federal Technological Education Center of CEFET-MT. The
goal is to present an analysis, though preliminary, on the curriculum of the course of
Buildings of the PROEJA CEFETMT, understand the teaching in schools and educational
complex of phenomena, analyze the ordering of the general curriculum of the course in the
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form of Buildings PROEJA, under political and macroorganization, the school's educational
project, and the role of teachers in developing the curriculum, through knowledge, reflection
and action. The thematic curriculum Integrated published in major journals for the
dissemination of scientific production of the country has gained importance during the
electoral process of 2002. The debate on the integrated curriculum amounts to the general
discussion on the training under the Federal Network for Education Technology gaining
prominence with the deployment of PROEJA. In conclusion this curriculum seeks to modify
work in humans what is susceptible to education, taking into account the human activity
sector, from historical and economic relations, namely, the student and be conceives
educated, active subject knowledge itself, but also be social, historically specific, concrete
individual (synthesis of multiple determinations), in the collective movement of human
emancipation.
Keywords: PROEJA, curriculum, reflection and action.
1 INTRODUÇÃO
A integração proposta na Educação de Jovens e Adultos no Brasil faz
necessária atender a demanda da inclusão desta população no contexto social, com
a inserção no mercado de trabalho, diminuindo assim os desníveis acadêmicos e
aumentando a possibilidade de uma sociedade mais integrada.
O público alvo da Educação de Jovens e Adultos são cidadãos que em alguns
estágios de suas vidas passaram pela escola, porém não permaneceram.
Pertencem às camadas de menor recurso financeiro, que vêem no PROEJA a
possibilidade de um retorno digno à sociedade e maior engajamento no mercado de
trabalho.
O conceito de ”currículo” nesse contexto é, provavelmente, um dos mais
controversos de todos os que normalmente se encontram em qualquer análise
disciplinar da educação, desde que em 1918 apareceu como título do livro de Bobbitt
- The curriculum.
Acredito que depois de ter participado desse eixo, as reflexões sobre o que é
o currículo e como construí-lo ficaram mais claras de forma que, com a comunidade
escolar, possa sentar estudar, discutir e iniciar o processo de construção de um
currículo que tenha as características da realidade escolar onde estamos inseridos.
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O projeto visa discutir o atual currículo do curso PROEJA de Edificações e
propor sugestões para sua implantação.
1.1 Importância do Currículo no Proeja
O PROEJA não é um nível de ensino, mas uma modalidade da educação em
concomitância com o ensino profissionalizante, por princípio, pode oferecer aquilo de
que precisam os jovens e os adultos escolarizados, desescolarizados e/ou não
alfabetizados: currículos mais flexíveis, adequados tanto às experiências de vida
desse público quanto aos saberes produzidos no mundo do trabalho e às
necessidades da sociedade contemporânea, dentro de uma dinâmica social voraz.
No entanto, esta concepção não tem sido apropriada pelos sistemas como aquela
que pode responder mais efetivamente às demandas dos que voltam à escola, e a
idéia emblemática, forjada no imaginário social – do “resgate do tempo perdido”, da
“reposição da escolaridade”, ou da “reposição de conteúdos” (este o conceito de
supletivo) – acaba contaminando as propostas desses cursos e, freqüentemente,
uma vez mais, levando os jovens e adultos ao fracasso, ou ao afastamento definitivo
da escola.
Além desse limites à condição cidadã vários outros limites se colocam,
exatamente porque, em uma sociedade regida pelo escrito, toda a vida social é
organizada a partir desse código. E não dominar este código implica ser afetado por
ele, mas em condições desiguais, das quais os não-alfabetizados sem um “diploma”
têm absoluta consciência.
Para tanto, é importante que os sujeitos não apenas se alfabetizem, mas que
façam uso das práticas de leitura e de escrita que a sociedade competitiva passa a
exigir.
A estruturação educacional brasileira precisa ser repensada e reformulada no
sentido de que a escola venha a cumprir o papel que assume para o
desenvolvimento daquilo de que estamos tratando, como necessidades vitais do
homem. Ou ainda, como coloca Paulo Freire, que a escola venha a ser um centro
onde se promove uma educação voltada “para a decisão, para a responsabilidade
social e política FREIRE(1996-2005)”. Decidir, em relação ao seu destino e às suas
leis, constitui a expressão da responsabilidade política do homem e que deve ser
aprendida e exercitada desde muito cedo, em casa na rua e na escola. A preparação
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do homem para a responsabilidade democrática deveria ter, na escola, o seu
principal instrumento. A preparação para o trabalho, enquanto ação social do
homem, incluindo tanto o trabalho teórico quanto técnico, é o mínimo que uma
escola deveria oferecer numa sociedade como a brasileira, carente de mão de obra
qualificada. O desenvolvimento da pesquisa, a busca de fontes e de alternativas que
viabilizem, quer uma melhor qualidade de vida do homem, quer a justa distribuição
do poder político, é o grande desafio da universidade brasileira. Fora disso, ela
perde sua razão de ser e pode ficar reduzida a um entretenimento, como qualquer
outro, entre os milhares, que existem nas sociedades de consumo.
Diante do exposto creio que minha vida como docente desse processo do
MOBRAL ao PROEJA, considero que o que afasta esse buscador é como o
processo é conduzido diante de muitas informações.
Discutir currículo é algo muito complexo, porém posso refletir sobre minha
prática.
1. 2 Curso de Edificações/PROEJA
O currículo é um elo entre a declaração de princípios gerais e sua tradução
operacional, entre a teoria educacional e a prática pedagógica, entre o planejamento
e a ação, entre o que é prescrito e o que realmente sucede nas salas de aula. É
lógico, portanto, que a elaboração do currículo ocupe lugar central nos planos de
reforma educacional e que freqüentemente ele seja considerado como ponto de
referência para guiar outras atuações (por exemplo, formação inicial e permanente
do corpo docente, organização dos centros de ensino, confecção de materiais
didáticos etc.) e assegurar, em última instância, a coerência das mesmas.
Hoje, o currículo do curso de Edificações do PROEJA do CEFETMT passa
por discussões sobre sua execução, pois os alunos não estão acompanhando com
aproveitamento satisfatório as disciplinas da parte profissionalizante do curso de
Edificações, a causa levantada é a falta de embasamento anterior e os professores
e alunos encontram-se insatisfeitos.
As aulas hoje vêm sendo executadas em sala de aula e laboratório, onde o
aluno desenvolve determinada tarefa, em consonância com o conteúdo teórico
visando aplicação prática e científica do currículo proposto pelo curso de
Edificações.
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A falta de conhecimento das áreas básica de português e matemática do nível
fundamental da primeira a quarta série é que dificulta o avanço da aprendizagem do
aluno.
O despreparo do professor no tocante a solução desses problemas tem
levado o mesmo a não desejarem dar aulas nos cursos do PROEJA.
Uma das discussões dos professores, chegando a ser um temor é a parte
assistencialista que permeiam o andamento das atividades dentro do curso, é de
entendimento entre os pares que o aluno do PROEJA tem que sair um técnico igual
aos demais alunos do CEFET, o que não estamos visualizando nessa primeira
turma.
O currículo do curso de edificações deve atender ao objetivo do curso que é
formar técnico em Edificações, profissional que atuem como intermediário entre o
Engenheiro Civil, Arquiteto e o operário, em todas as fases de trabalho relacionado à
construção civil.
O técnico em Edificações: executa, desenvolve e detalha projetos criados por
engenheiros ou Arquitetos; compõe cronograma físico e financeiro de obras;
acompanha e fiscaliza o desenvolvimento das etapas da obra; requisita e fiscaliza
mão-de-obra, máquinas, equipamentos e ferramentas; loca a obra e planeja o
arranjo dos canteiros de obra; elabora projetos e executa obras de pequeno porte,
observando-se a legislação relativa ao assunto.
O técnico em Edificações deverá ter capacidade de: liderança com símbolos
que representem quantidades; de racionar com números; de visualizar mentalmente
objetos, em várias dimensões; de trabalhar com detalhes; de coordenar equipes de
trabalho.
Deverá o técnico em Edificações ser meticuloso, responsável, ter bom
relacionamento
com
as
pessoas,
ter
senso
artístico,
para
que
possa
harmonicamente, coordenar proporções, cores e formas.
É consenso entre os professores que é através da reforma do currículo e da
didática que haverá avanço na aprendizagem dos alunos do PROEJA.
A educação é um bem vital que se transforma por força da sociedade de
consumo, num produto que vem atender às necessidades eminentes do homem.
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Portanto o currículo deve passar pela reflexão incorporando em sua dinâmica
três elementos indissociáveis: conhecimento, reflexão e ação.
2 OBJETIVO
Compreender o ensino na escola e a complexidade dos fenômenos
educativos.·Analisar a ordenação geral do currículo do curso de Edificações na
modalidade PROEJA, no âmbito político e macroorganizativo, o projeto pedagógico
da escola, e o papel dos professores no desenvolvimento do currículo, através do
conhecimento, reflexão e ação.
3 JUSTFICATIVA
O Decreto de nº 5.840, 13 de julho de 2006, apresenta, no artigo 4º, uma
observação sobre as orientações da organização curricular desse Programa, de
modo que o mesmo atenda todas as modalidades, ou seja, há a necessidade de que
se tenha "a observância às diretrizes curriculares nacionais e demais atos
normativos do Conselho Nacional de Educação para a Educação Profissional
Técnica de nível médio, para o Ensino Fundamental, para o Ensino Médio e para a
Educação de Jovens e Adultos" (BRASIL, 2006, p.2). Desse modo, fica esclarecido
que é necessário atender tanto as diretrizes da Educação Básica, da Educação
Profissional, quanto de EJA.
Para tanto na proposta curricular, é importante que os sujeitos não apenas se
alfabetizem, mas que façam uso das práticas de leitura e de escrita que a sociedade
competitiva passa a exigir.
"O que se pretende é uma integração epistemológica, de conteúdos, de
metodologias e de práticas educativas. Refere-se a uma integração teoria-prática,
entre o saber e o fazer. Em relação ao currículo pode ser traduzida em termos de
integração entre uma formação humana mais geral, uma formação para o ensino
médio e para a formação profissional." (Documento Base PROEJA, 2006).
Mediante tais considerações, que olhar deve-se ter para o currículo do Curso
de Edificações a ser trabalhado com os educando do PROEJA?
3.1 Discutindo o Currículo no Proeja
Partindo dos princípios de Freire, é possível pensar-se num currículo com
conteúdos selecionados a partir da realidade, a qual leva em conta a visão de
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mundo da comunidade, permitindo a construção de conhecimentos que refletem as
necessidades e conflitos vivenciados nessa realidade concreta.
Resumido o que foi discutido nesse curso percebe-se que no decorrer da
história da educação, têm ocorrido diferentes formas de se entender a relação entre
escola e sociedade. Desta forma, para um primeiro grupo de teorias educacionais, a
sociedade é tida como essencialmente harmoniosa caminhando para a integração
de seus membros. A educação é concebida numa ampla margem de autonomia,
como uma força homogeneizadora, cuja função é reforçar os laços sociais, promover
a coesão e garantir a integração de todos os indivíduos na sociedade.
Para um segundo grupo, a sociedade é tida como fundamentalmente
marcada pela divisão entre grupos ou classes antagônicas decorrentes das
condições de produção da vida material. O grupo ou classe que detêm maior força
se converte em dominante, apropriando-se dos resultados da produção social,
tendendo, conseqüentemente, a relegar os demais à condição marginal. Dessa
forma, a educação é entendida como inteiramente dependente da estrutura social,
geradora da desigualdade, cumprindo assim a função de reforçar a dominação e
legitimar a marginalização.
Os professores que trabalham no PROEJA em reunião de reestrutura do
currículo foram unânimes em reconhecerem o conhecimento que o aluno possuem,
elencando que o fundamental para se avançar é inserir os alunos em um programa
de resgate dos conceitos básicos de português e matemática que servirá de
facilitador para o entendimento de qualquer outra área do saber.
Os alunos necessitam vencer essa barreira, pois, caso contrário sairá da
escola com os mesmos problemas que possuíam antes de entrarem reforçando o
segundo grupo de teóricos da educação.
Na Pedagogia Dialógica de Freire (1996 e 2005), há de se romper com a
interdição do discurso do oprimido, dando-lhe direito à voz, através de um saber
ouvir, saber compreender e saber servir. É preciso saber dialogar, selecionando e
construindo conhecimentos, de modo que sejam reveladas as possibilidades de
transformação da realidade. “Somente o diálogo, que implica um pensar crítico, é
capaz, também, de gerá-lo” (FREIRE, 2005, p. 96).
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Dentro dessa visão de Paulo Freire a construção da identidade da Educação
de Jovens e Adultos concretiza-se na organização curricular, pois é neste momento
que marcamos os tempos e os espaços de ensinar e aprender, em que a
diversidade apresentada por este grupo aponta-nos à construção de um currículo
flexível, mas com a garantia de qualidade pedagógica que assegure a articulação
entre os saberes vividos e os escolares.
A preparação para o trabalho, enquanto ação social do homem, incluindo
tanto o trabalho teórico quanto técnico, é o mínimo que uma escola deveria oferecer
numa sociedade como a brasileira, carente de mão de obra qualificada. O
desenvolvimento da pesquisa, a busca de fontes e de alternativas que viabilizem,
quer uma melhor qualidade de vida do homem, quer a justa distribuição do poder
político, é o grande desafio da universidade brasileira. Fora disso, ela perde sua
razão de ser e pode ficar reduzida a um entretenimento, como qualquer outro, entre
os milhares, que existem nas sociedades de consumo.
Hoje, de um modo geral a administração escolar é realizada através de
ordens, normas e regulamentos, impostos de cima para baixo, com vários
questionamentos, porém sem nenhum resultado, acentuando o comportamento de
submissão, criticas discussões, conflitos, e despreparados para grandes inovações.
Os administradores escolares sentem-se inseguros, frustrados e profissionalmente
ameaçados.
A
administração
escolar,
hoje
em
dia,
encontra
um
problema:
a
burocratização dos sistemas de educação.
Vale salientar que o fato de um problema ter causas estruturais profundas, e
não ter soluções a curto ou médio prazo, não seja objeto de reflexão. A realidade,
vista como processo histórico, é motivo para uma reflexão em termos de futuro
mesmo que distante. Trabalhar apenas no aqui e agora seria negar as
circunstâncias históricas.
4 METODOLOGIA
Como meta a ser atingida é a aprendizagem e esta preconiza a valorização
humana como um dos pressupostos básicos que sustenta sua ação, torna-se,
portanto o processo que até então se desenvolve dentro da proposta do
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Departamento de Construção Civil - DACC que é ensino, pesquisa e mercado de
trabalho.
A proposta então apresentada não se constitui algo acabado, definitivo, mas
um ponto de partida para a construção de um trabalho que, consoante com a
proposta maior, que é a aprendizagem, contasse com a participação de todos os
agentes envolvidos tendo como base a reflexão de nossa própria prática.
Aqui será apresentada discussão currícular concebido para servir como
instrumento na tarefa de elaborar propostas curriculares dos ciclos e níveis de
educação escolar O modelo parte de uma discussão sobre a finalidade da
educação, as relações entre aprendizagem desenvolvimento e educação, e as
funções tio currículo no planejamento de ensino.
Basicamente, a equipe do DACC levou-me a pensar no método reflexivo para o
currículo
que
incorpora
em
sua
dinâmica
três
elementos
indissociáveis:
conhecimento, reflexão e ação. Pressupõe nessa relação, que os agentes, sujeitos
do processo, pensem agindo e ajam pensando. Nesse pensar-agir, a ação educativa
é uma constante. O conhecimento se apresenta não só como descrição pura da
realidade, mas como uma forma de explicá-la e analisá-la. As contradições e
conflitos existentes na realidade são explicitados e analisados, porém não
constituem objeto de escamoteamento nem tão pouco de acirramento. O
conhecimento se apresenta não só como descrição pura da realidade, mais como
uma forma de explicá-la e analisá-la. O conhecimento e análise da realidade
implicam no estudo da análise das alternativas de solução para os problemas
concretos existentes. As ações concretas, por sua vez, são refletidas, analisadas,
reestudadas e aprofundadas em termos de correlação com outras ações
necessárias na perspectiva de curto, médio e longos prazos, isto é, situadas no
tempo e localizadas no espaço.
No método reflexivo do currículo a administração escolar não pode se reduzir
a esboçar planos e projetos, mas prevê as condições de sua realização, e como não
há realização sem opção entre várias soluções possíveis, nem opção sem uma
decisão que dependa de uma política educacional, e, enfim, nem plano sem uma
revisão constante e critica, a administração implica opções, decisões, criticas
continuas que levantam sérios problemas éticos. A administração não é apenas uma
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ciência da manipulação do homem através de instituições, mas uma reflexão sobre a
ética desta ação FRIGOTTO (1994).
5 AVALIAÇÃO
Nessa perspectiva o planejamento da avaliação institucional do currículo na
escola deixa de ser obrigação cumprida artificialmente para se transformar em
verdadeiro instrumento de ação pedagógica. As linhas e metas gerais de trabalho
após avaliação são decididas em conjunto no início de cada período letivo, sendo
proposta ao fim de cada bimestre, avaliação dos resultados e operacionalização das
atividades do próximo bimestre, a partir dos êxitos e fracassos do período anterior.
Todo efetivado e dessa forma proposto, acompanhado, avaliado por todos os
integrantes do processo educativo, continuamente.
A avaliação da atividade curricular tem sido motivo de preocupação de todos os
educadores, razão porque constitui momentos de grandes debates.
Nessa proposta reflexiva do currículo, na avaliação o importante não é
procurar culpados por determinados insucessos, se for o caso. Deve-se,
inicialmente, identificar as razões das falhas para depois de auto-identificado o
responsável, conscientizá-lo quanto à maneira correta de agir, sem que para isso
necessite ter sentimento de culpa.
A oportunidade é de reflexão, o caráter de ameaça é substituído pela confiança
e honestidade daquele que orienta para a formação de uma personalidade integrada
no meio social em que o educando vive.
A partir de uma série de colocações sobre estes e outros pontos e do
pressuposto de que uma proposta curricular deve integrar informações que tenham
origem em fontes socioantropológicas, disciplinares, pedagógicas e psicológicas.
6 MÉTODO DE APLICAÇÃO
Aulas expositivas, discussões de textos, estudo dirigido, seminários, filmes,
análise de relatórios dos temas investigados, acompanhamento na escola, de
atividades relacionadas ao desenvolvimento do currículo do curso, congresso,
atividades envolvendo os alunos, portfólio que são corrigidos em dois momentos, ao
final do primeiro bimestre e ao final do semestre, com proposta de reestruturação
com a participação dos alunos.
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Nessa perspectiva de currículo, cada aluno tem seu ritmo próprio. E como
ação concreta temos hoje alunos do curso PROEJA Edificações, escrevendo e
publicando trabalho em eventos nacionais, como é o caso das alunas Fryda e Suzi
que apresentarão no período de 24 a 28 de novembro em Porto de Galinhas-PE,
durante o 18o CBECiMat(Congresso Brasileiro Engenharia e Ciências dos Materias),
o artigo intitulado: “TIJOLOS FABRICADOS COM REJEITOS DE CONCRETO
PELOS ALUNOS DO PROEJA DO CEFETMT”. O material foi produzido em
atividade de sala de aula (laboratório).
A participação dos alunos nesse Congresso fortificou os demais alunos, e
melhorou seu empenho através do Planejamento Participativo, os alunos como
centro de todo processo se tornem pessoas capazes de uma criticidade e agilidade
diante dos fatos, posicionando-se com clareza, mantendo a visão global em
situações particulares e consciente de tudo o que faz, tem a capacidade de refletir
sobre si mesmo e sobre a realidade. Este espaço propicia ao homem alargar sua
relação com outros homens, formando assim uma sociedade consciente.
As tarefas são executadas em grupo e ao término de cada aula, durante e
depois de cada tarefa, atividades e projetos idealizados e executados pelo grupo ou
por agentes externos a aula, como a participação nesse congresso será refletido,
avaliando. Como cada ação basicamente oportuniza a prática educativa, durante
todo o desenvolver do processo está se refletindo sobre o significado do mesmo, o
posicionamento dos alunos, as conquistas em termos do exercício da participação,
da organização da instrumentalização, da troca, dos questionamentos, dos
confrontos, isto é, avalia-se o processo e a forma como está sendo encaminhado.
Espero que como essa proposta de Educação através do Planejamento
curricular Participativo, os alunos como centro de todo processo se tornem pessoas
capazes de uma criticidade e agilidade diante dos fatos, posicionando-se com
clareza, mantendo a visão global em situações particulares e consciente de tudo o
que faz, tem a capacidade de refletir sobre si mesmo e sobre a realidade. Este
espaço propicia ao homem alargar sua relação com outros homens, formando assim
uma sociedade consciente.
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7 CONCLUSÃO
O resultado da avaliação do currículo leva sempre a reforços adequações ou
mesmo mudanças de rumo, pois, quem dita o rumo do processo é a realidade
enfrentada pelos agentes que participam do mesmo.
Sem as condições, técnicas pedagógicas, políticas financeiras, materiais,
institucionais, humanas e outro tipo de apoio logístico, necessário como infraestrutura básica, a proposta metodológica e o currículo não se viabiliza.
Existindo um grau de correlação estreito entre todos os fatores mencionados,
uma avaliação realística deveria ser feita a partir dos cruzamentos de todos os
fatores.
Não sei se estou almejando o objetivo real, pois ainda considero muito
complexo as práticas pedagógicas elencadas durante esse curso, porém sei que
meus alunos, estão mais participativos, são envolvidos, com as propostas feitas,
gostam do que fazem, e eu por sua vez estou tentando, pois considero a reflexão
sobre as propostas pedagógicas, confrontadas com a realidade de intervenção são
ingredientes conteúdos da capacitação.
Percebi que para efetivar um trabalho curricular participativo, é preciso vencer
todas as dificuldades e falhas que foram abordadas no desenvolvimento desse
trabalho, para transformar-se em agente de inovações políticas, tirar o dominado da
sua inércia para que possa lutar pela sua dignidade de ser humano. Sua experiência
deverá ser expressiva, criadora, compondo sua vida e mundo como um artista
compõe sua obra.
O trabalho é difícil, mas contínuo, progressivo e permanente. Não poderá ser
um trabalho brusco, violento, pois correrá o risco de ser tragado e destruído. É um
trabalho de base, a partir da realidade existente, procurando paulatinamente e com
persistência fazer nascer o homem crítico, criador do seu mundo e história. Portanto
currículo, através do conhecimento, reflexão e ação.
Para efetivar o currículo participativo, é necessário que, o professor seja um
individuo que goste da profissão que abraçou, para não ter que fingir e violentar a
própria natureza ou transformar-se em marionete da situação. É necessário que ele
seja um individuo que acredite no que faz, em seu poder criador e nos que com ele
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convivem no trabalho de educar gerações e, principalmente, trabalho participativo,
comunitário.
Desta forma, a educação não mais se prestaria a formar a personalidade para
suportar todas as frustrações ligadas á vida social, mas formá-la para encarar
criticamente esse social, desvendá-lo, repropô-lo, segundo os interesses de seus
solitários.
Portanto esse trabalho curricular visa modificar no ser humano aquilo que é
suscetível de educação, levando em conta a atividade humana transformadora, a
partir de relações econômicas e históricas; ou seja, concebe o aluno como ser
educável, sujeito ativo do próprio conhecimento, mas também como ser social,
historicamente
determinado,
indivíduo
concreto
(síntese
de
múltiplas
determinações), inserido no movimento coletivo de emancipação humana.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 FREIRE, Paulo – A importância do ato de ler: em três artigos que se completam.
São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1986, 16° edição.
2 FREIRE, Paulo - Pedagogia do Oprimido.,17ª.ed.Rio de Janeiro:Paz e Terra,1987.
3 FREIRE, Paulo – Educação e Mudança – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, 13°
edição.
4 FRIGOTTO, Gaudêncio – A produtividade da escola improdutiva: em (ré) exame
das relações entre educação e estrutura econômica-social e capitalista – São Paulo:
Cortez: Autores Associados, 1984, 2° edição.
5 FURTER, Pierre – Educação e Reflexão – Petrópolis – Rio de Janeiro – Vozes,
1985 – 15° edição.
6 PROEJA DOCUMENTO BASE Departamento de Políticas e Articulação
Institucional. ... Fevereiro 2006.

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