An experimental study of the small problem.
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An experimental study of the small problem.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO RESENHA TRAVERS, J; MILGRAM, S. An experimental study of the small problem. Sociometry. Vol. 32, Issue 4 (Dec. 1969), 425-443. Harvard University. New York. Resenha realizada por Fátima Weber Rosas. A resenhista é graduada em Licenciatura em Música, Especialista em Artes e Educação Física na Educação Básica e Mestre em Educação com experiência em Educação a Distância e Informática na Educação. Travers e Milgram apresentam como formulação para seu estudo que trata do fenômeno das redes sociais, o método chamado “o pequeno problema do mundo1”. Em sua investigação, os autores levantaram a seguinte questão: “qual é a probabilidade de quaisquer duas pessoas selecionadas arbitrariamente dentre uma grande população, como a dos Estados Unidos, conheceram-se mutuamente?” (p.425). Segundo os autores essas pessoas não se conhecem diretamente, mas elas compartilham um ou mais conhecidos, formando um conjunto de indivíduos (b1, b2...bn) entre os dois. Para elaborar o problema de pesquisa, os autores criaram uma representação de cada pessoa que participou deste estudo através de um conjunto parcial de pontos conectados. Cada ponto representa uma pessoa. Já uma linha conectando dois pontos, significa que duas pessoas se conhecem. Para refinar sua pesquisa, Travers e Milgram propuserem o seguinte: “ao selecionar dois indivíduos da população aleatoriamente, qual é o número mínimo de intermediários prováveis para liga-los?” (p.426). A técnica utilizada no estudo foi o rastreamento de um número de correntes entre conhecidos em uma vasta população. O termo “mundo pequeno” sugere uma rede social bem tecida, cheia de fios inesperados que ligam indivíduos distantes no espaço físico ou social. Ithiel Pool e Manfred Kochen (manuscrito não publicado) criaram um modelo com “o pequeno problema do mundo” na perspectiva da matemática. Eles calcularam a probabilidade de intermediários numa ligação de duas pessoas escolhidas aleatoriamente num grupo. Pool e Kochen (s/d) utilizaram o modelo da “árvore” ou progressão geométrica, baseado na média de conhecimento social prevista por Gurevitch (1996). Pool e Kochen (s/d) deduzem que dois intermediários serão necessários para ligar pares em uma população de 200 milhões de pessoas. Eles concebem a sociedade como sendo dividida em um certo número de grupos hipotéticos, cada um com populações idênticas. Para Travers e Milgram, seu modelo não leva e conta a estrutura social. Outra pesquisa mencionada por Travers e Milgram é um estudo empirico baseado no método do “pequeno problema do mundo” realizado por Rapoport e Horvath (1961). Eles examinaram redes sociais com 861 estudantes do Ensino Médio (p.427). Os alunos foram questionados a respeito do nome do seu melhor 1 Traduzido do inglês pela resenhista “small worl problem”. amigo na escola. Seu objetivo era descobrir a fração total da população que seria conectada através do rastreamento das escolhas das relações de amizade em nove indivíduos selecionados arbitrariamente. Porém, Travers e Milgram criticam este modelo pelo fato de lidar somente com redes assimétricas, sendo muito difícil aplicalo em redes simétricas gerais, que caracterizam o pequeno problema do mundo. Isto pode ser aplicado em uma população pequena, mas não em uma grande sociedade. Travers e Milgram mencionam que os procedimentos seguidos em seu estudo estão baseados no primeiro teste de Milgram (1967). Neste teste há uma variação das populações. O estudo de Travers e Milgram também contém um primeiro relatório técnico sobre o pequeno problema do mundo. Em seguida os autores explicam o método do mundo pequeno. Segundo os autores, o método do pequeno problema do mundo consiste na escolha de uma pessoa qualquer, que eles chamam “pessoa-alvo2”, em inglês “target person” e de um grupo que eles nomeiam de “pessoas que começam3” ou “starting population”. Este é o início para se gerar uma cadeia de conhecimento mútuo entre as pessoas a partir do seu ponto de partida para seu destino (p.428). Em sua pesquisa foram escolhidos 296 voluntários para começarem a investigação. A pessoa que começava foi chamada de “starting person”. Para cada starting person foi fornecido um documento descrevendo o estudo; um convite para participar da pesquisa; as regras para a participação; o nome da pessoa-alvo e informações sobre ele; uma lista para acrescentar o seu nome e um cartão com quinze questões para coletar informações de cada participante. (p.430).Este cartão teve a função de obter informações acerca do nome, endereço do remetente e do destinatário, idade, sexo e ocupação e natureza da relação entre os dois (amigos, parentes, colegas de trabalho, etc) e por que estavam selecionando aquela pessoa (p.431). Este documento deveria ser enviado à próxima pessoa-alvo pelo correio. Foi estipulado que o documento deveria ser enviado somente contendo o primeiro nome do remetente. Cada documento teve um percurso ao longo de uma cadeia que só terminava quando chegasse ao alvo ou quando alguém se recusava a participar. Informações básicas como sexo, idade e ocupação também foram coletadas de cada participante. As questões a serem investigadas eram: “Quantas pessoas que começam seriam capaz de estabelecer contato com o alvo através de uma cadeia 2 3 Termo traduzido do inglês pela resenhista. Termo traduzido do inglês pela resenhista. de conhecidos? Quantos intermediários seriam necessários para ligar as extremidades dessas cadeias? Qual o grau de homogeneidade acerca da idade, do sexo, da ocupação e outras características dos participantes deveriam ser observadas nas cadeias? Qual a diferença entre as cadeias completas com as incompletas nessas e em outras dimensões?” (p.429). Para responder às questões, foram classificadas três diferentes subpopulações. A pessoa-alvo era um corretor da bolsa de Boston. Duas populações estavam geograficamente distantes dele, selecionadas no Estado de Nebraska. A terceira população foi selecionada na área de Boston. Um dos grupos de Nebraska eram investidores em bolsa de valores e corretores de bolsa e o outro grupo foi escolhido aleatoriamente, sem levar em conta sua ocupação. Os intermediários foram designados como sendo os que estavam entre o starting person e o target person. No estudo de Travers e Milgram, estes consistiram em 453 escolhidos pelos participantes anteriores como pessoas que poderiam continuar a cadeia em direção ao alvo. Quanto aos resultados, 217 dentre os 296 starting person enviaram os documentos para seus amigos. 64 ou 29% das pastas enviadas pelos starting person eventualmente chegou ao alvo. Na categorização dos resultados houve duas distribuições. Uma entre os que se aproximaram do alvo através de sua cidade natal e aqueles que se aproximaram do alvo através de contratos de negócios. Nos resultados os autores também descobriram que as cadeias as quais convergem para o alvo utilizando informação quanto à localização geográfica para chegar a sua cidade natal ou às áreas próximas circularam muitas vezes antes de entrarem no ciclo de conhecidos do alvo. A média do número de intermediários entre o starting person e o target person nas cadeias que completas foi um pouco maior que cinco. (p.432). Já o número de cadeias incompletas foi 232 e a média do número de transmissões foi 14. Vinte e sete por cento das 296 pastas enviadas à população de partida não foram enviados e 217 dentre as cadeias iniciadas morreram na primeira remessa. Os autores também descobriram que o número das cadeias completas da starting population de Boston foi a menor de todas, dando um total de 22. Já no grupo de Nebraska foram 24 e no outro grupo aleatório deste mesmo estado foi 18. Dentre os resultados, Travers e Milgram também observaram que 86% dos participantes enviaram a pasta para amigos e conhecidos e 14% enviaram aos parentes. Em suas conclusões, Travers e Milgram são favoráveis à viabilidade da técnica do “mundo pequeno4” para definir e medir interconexões em uma sociedade com grande número de pessoas. Porém, eles admitem que as pesquisas para lidar com as redes sociais ainda são incipientes. Os autores destacam duas grandes contribuições de seu estudo para a investigação das redes sociais. A primeira é que é possível definir um limite superior sobre o número de intermediários necessários para ligar os norte-americanos amplamente separados. Entretanto, no procedimento realizado não foi possível prever um caminho mais eficiente para achegar ao alvo. Travers e Milgram sustentam que um modelo teórico mais preciso, que leve em conta todos os caminhos emanados dos starters poderia produzir cadeias menores do que as encontradas em seu estudo. O número de intermediários encontrados em sua pesquisa foi um pouco superior a 5. Investigações adicionais realizadas por Korte e Milgram (s/d) indicaram que este número é bastante estável, mesmo quando há outras variáveis como o acréscimo da raça. A segunda contribuição do estudo é sobre a convergência das correntes de comunicação. A convergência das redes de comunicação entre indivíduos comuns é uma característica muito importante das “pequenas redes do mundo” (do inglês “small world nets”) que deve ser contabilizada teoricamente. Finalmente os autores concluem que o estudo abriu muitas possibilidades para pesquisas empíricas utilizando o método do “pequeno problema do mundo” em busca de variáveis no percurso entre o starting person e o target person. Além disso, a variação das informações sobre o target person podem determinar o lado psicológico e quais estratégias que devem ser adotadas para chegar a um alvo distante. Na perspectiva sociológica o estudo demonstrou quais variáveis específicas são fundamentais para estabelecer contato entre pessoas com determinado perfil. 4 Traduzido pela resenhista do inglês “small world”. Referências: GUREVITCH, M. The Social Structure of Acquaintenceship Networks. Unpublished doctoral dissertation. Cambridge: M.I.T. 1961. KORTE, C. and MILGRAM, S. Acquaintance Links Between White and Negro \populations: Application of the Small World Method. Journal of Personality and Social Psychology (in press). POOL, I. and KOCHEN, M. A Non-mathematical Introduction to a Mathematical Model. Undated mimeo. Combridge: M.I.T. RAPPORT. A. and HORVATH, W.J. A study of a large sociogram. Behavioral Science 6 (October). 1961. 279-291.
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