Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio

Transcrição

Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto
para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
Editores Técnicos
Carlos Alberto Flores
José Maria Filippini Alba
Marcos Silveira Wrege
Embrapa Clima Temperado
Embrapa Florestas
Pelotas, RS
2009
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Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Embrapa Clima Temperado
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Antônio Suita de Castro, Flávio Luiz Carpena Carvalho, Christiane Rodrigues
Congro Bertoldi e Regina das Graças Vasconcelos dos Santos
Suplentes: Márcia Vizzotto e Beatriz Marti Emygdio
Normalização bibliográfica: Regina das Graças Vasconcelos dos Santos
Editoração eletrônica: Oscar Castro
Arte da capa: Carlos Alberto Flores e José Maria Filippini Alba
1a edição
1a impressão (2009): 100 exemplares
Todos os direitos reservados
A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui
violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).
Zoneamento agroclimático do eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
edafoclimático na região do Corede Sul – RS / editado por Carlos Alberto Flores;
José Maria Filippini Alba e Marcos Silveira Wrege – Pelotas: Embrapa Clima
Temperado, 2009.
87 p.
ISBN 978-85-85941-34-5
Recursos Naturais – Zoneamento – Agrometeorologia – Eucalipto – Sistemas de
Informação Geográfica
CDD 634.95
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Autores
Marcos Silveira Wrege
Eng. Agrôn., Dr. em Agrometeorologia
Pesquisador da Embrapa Florestas
Colombo, PR
([email protected])
Marilice Cordeiro Garrastazu
Eng.(a) Florestal, M.Sc. em Engenharia Agrícola
Pesquisadora da Embrapa Florestas
Colombo, PR
([email protected])
Carlos Alberto Flores
Eng. Agrôn., M.Sc. em Agronomia
Pesquisador da Embrapa Clima Temperado
Pelotas, RS
([email protected])
Bernadete Radin
Eng.(a) Agrôn.(a), Dra. em Fitotecnia
Pesquisadora da FEPAGRO
Porto Alegre, RS
([email protected])
Carlos Reisser Júnior
Eng. Agríc., Dr. em Fitotecnia
Pesquisador da Embrapa Clima Temperado
Pelotas, RS
([email protected])
Carlos Roberto Soares Severo
Eng. Agrôn., M.Sc. em Agronomia, Perito Federal Agrário
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
Florianópolis, SC
([email protected])
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Eliseu Weber
Eng. Agrôn., M.Sc. em Sensoriamento Remoto
Professor/Pesquisador Universidade Federal do Rio Grande
do Sul
Porto Alegre, RS
([email protected])
Flavio Gilberto Herter
Eng. Agrôn., Dr. em Fisiologia Vegetal
Pesquisador aposentado da Embrapa Clima Temperado
Pelotas, RS
([email protected])
Heinrich Hasenack
Bacharel em Geografia, M.Sc. em Ecologia
Professor/pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul
Porto Alegre, RS.
([email protected])
José Maria Filippini Alba
Bacharel em Química, Dr. em geoquímica
Pesquisador da Embrapa Clima Temperado
Pelotas, RS
([email protected])
Rosana Clara Victoria Higa
Eng.(a) Agrôn.(a), Dra. em Engenharia Florestal
Pesquisadora da Embrapa Florestas
Colombo, PR
([email protected])
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Silvio Steinmetz
Eng. Agrôn., Dr. em Agrometeorologia
Pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS
([email protected])
Ronaldo Matzenauer
Eng. Agrôn., Dr. em Agrometeorologia
Pesquisador da FEPAGRO
Porto Alegre, RS
([email protected])
Vilmar Luciano Mattei
Eng. Agrôn., Dr. em Silvicultura
Professor da Universidade Federal de Pelotas
Pelotas, RS
([email protected])
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Agradecimentos
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande
do Sul (Fapergs), pelo suporte financeiro;
Aos Coredes Sul, Fronteira Oeste, Central e Jacuí-Centro pela
viabilização no desenvolvimento do projeto;
Ao Dr. Flávio Miguel Schneider, in memorian, professor da
UFSM, pelo apoio na execução deste trabalho;
À Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e
ao 8º Distrito de Meteorologia do Instituto Nacional de Meteorologia (8º
Disme/Inmet), pelos dados climáticos;
Ao Dr. Antônio Rioyei Higa - UFPR pelas sugestões;
À Dra. Zohra Bennadji e colaboradores do INIA –Tacuarembó,
aos Engenheiros Agrônomos Carlos Mantero Álvares, Guillermo Morás
Loyarte, Rafael Escudero e Rodolfo Pedocchi da Faculdade de Agronomia
e Juan Carlos Sganga e Daniel San Román do Ministério de Agricultura,
Ganadería y Pesca e ao Dr. Luis Silveira do Instituto de Mecánica de los
Fluídos e Ingeniería Ambiental, todos em Uruguai, pela atenção
dispensada e a disponibilização de informações essenciais para o
desenvolvimento do projeto.
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Apresentação
O Brasil vem passando por mudanças na matriz produtiva
madeireira, buscando regiões pioneiras para florestamento, que
agreguem características edafoclimáticas apropriadas e infraestrutura
para transporte e comercialização da mercadoria. Por outro lado, a
Metade Sul do Estado do Rio Grande do Sul é uma região carente de
investimentos, compreendendo cerca de 61% do território do Estado e
16% do PIB, havendo regiões apropriadas para florestamento e
reflorestamento.
Entre as espécies florestais, as do gênero Eucalyptus se
apresentam com maior potencialidade para se desenvolver em algumas
regiões do Estado do Rio Grande do Sul, com ciclo de sete anos para
produção de celulose e de cerca de 15 a 20 anos para serraria.
Investidores e empresas têm buscado informações sobre as
espécies potenciais de eucalipto para a região, sendo que a principal
pergunta é: “Onde plantar?” A Embrapa e as instituições parceiras têm
trabalhado para responder a estas questões, sempre com o intuito de
buscar alternativas agrícolas e de propor soluções tecnológicas para o
setor, de forma tecnicamente correta.
Este livro representa o esforço conjunto de várias entidades
da região Sul – RS, na tentativa de organizar a atividade de silvicultura
no Estado do Rio Grande do Sul: Embrapa Clima Temperado, Embrapa
Florestas e EmbrapaTrigo; Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária;
8º distrito do Instituto Nacional de Meteorologia; Agência Nacional de
Águas; Universidade Federal de Pelotas; Universidade Federal do Rio
Grande do Sul e Universidade Federal de Santa Maria. Contou, ainda,
com a colaboração de órgãos do Uruguai, entre os quais: Instituto
Nacional de Investigación Agropecuária - Unidad Tacuarembó; Facultad
de Agronomía; Instituto de Mecánica de los Fluídos y Ingeniería Ambiental
e, ainda, Ministério de Agricultura, Ganadería y Pesca.
O livro foi dividido em 10 capítulos. O primeiro, diz respeito à
silvicultura no contexto agrícola e social, quando foi analisado, de
maneira resumida, o processo de avanço da atividade na Metade Sul
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do Estado. No capítulo 2, descreveu-se o conceito de zoneamento no
contexto dos sistemas de informação geográfica. No capítulo 3 foi
descrita a etapa de elaboração da base cartográfica digital utilizada no
trabalho. O capítulo 4 descreve as características de algumas espécies
de eucalipto e, nos capítulos 5 e 6, são descritos os critérios adotados
para o zoneamento agroclimático e edáfico do eucalipto. Os capítulos 7,
8 e 9 referem-se aos zoneamentos desenvolvidos no contexto do projeto
financiado pela Fundação Estadual de Amparo à Pesquisa - FAPERGS
para o Estado do Rio Grande do Sul e a região do COREDE Sul - RS. O
capítulo 10 oferece um panorama do zoneamento como instrumento de
políticas públicas, visando a sustentabilidade dos sistemas produtivos.
Nesta publicação, são disponibilizadas informações para
técnicos, agricultores, empresas e demais interessados em estabelecer
plantios florestais, sobre o zoneamento climático e edafoclimático das
espécies de eucalipto com potencial para se desenvolver no Estado do
Rio Grande do Sul. Desta forma, a Embrapa e instituições parceiras
esperam contribuir para a expansão e sustentabilidade do setor florestal
no Estado, de forma ambientalmente correta, conferindo a presença do
Brasil no mercado mundial dos produtos de base florestal, como grande
formador de florestas renováveis e, ao mesmo tempo, colaborando para
reduzir a derrubada de florestas nativas e o efeito estufa.
Waldyr Stumpf Junior
Chefe-Geral
Embrapa Clima Temperado
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Sumário
Capítulo 1. Silvicultura no contexto agrícola e social. José Maria Filippini
Alba; Marcos Silveira Wrege; Carlos Alberto Flores; Rosana Clara Victoria
Higa; Marilice Cordeiro Garrastazu ..................................................................... 17
Capítulo 2. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica.
José Maria Filippini Alba; Marcos Silveira Wrege; Carlos Alberto Flores;
21
Marilice Cordeiro Garrastazu ...............................................................................
2.1. A importância da escala ............................................................................................. 24
2.2. Aplicações dos sistemas de informação geográfica - SIG nos zoneamentos ... 26
Capítulo 3. Estruturação de base cartográfica e temática em SIG. Marilice
Cordeiro Garrastazu; Heinrich Hasenack; Eliseu Weber; Carlos Alberto Flores;
Carlos Roberto Soares Severo; José Maria Filippini Alba .................................. 33
3.1. Base cartográfica em escala 1:250.000 ...................................................................... 33
3.2. Base cartográfica em escala 1:50.000 .......................................................................
35
3.3. Mapa de Solos – Corede Sul .......................................................................................
37
Capítulo 4. Características de algumas espécies de eucaliptos. Rosana
Clara Victoria Higa; Marcos Silveira Wrege; Vilmar Luciano Mattei ................... 41
4.1. Eucalyptus grandis W. Hill ex maiden .......................................................................
43
4.2. Eucalyptus dunnii Maiden ..........................................................................................
43
44
4.3. Eucalyptus globulus Labill .........................................................................................
Capítulo 5. Critérios para o zoneamento agroclimático do eucalipto.
Marcos Silveira Wrege; Rosana Clara Victoria Higa; Silvio Stienmetz; Flavio
Gilberto Herter; Carlos Reisser Junior; Bernadete Radin; Ronaldo
Matzenauer .......................................................................................................... 47
5.1. Exigências térmicas ....................................................................................................
47
5.2. Exigências hídricas .....................................................................................................
Capítulo 6. Critérios para o zoneamento edáfico do eucalipto. Carlos
Alberto Flores; Marilice Cordeiro Garrastazu; Vilmar Luciano Mattei ...............
6.1. Textura ..........................................................................................................................
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6.2. Profundidade efetiva ....................................................................................
6.3. Relevo ............................................................................................................
51
52
6.4. Drenagem .....................................................................................................
53
6.5. Fertilidade ......................................................................................................
55
6.6. Pedregosidade e/ou rochosidade ................................................................
55
Capítulo 7. Zoneamento agroclimático para o eucalipto no Estado
do Rio Grande do Sul. Marcos Silveira Wrege; Rosana Clara Victoria
Higa; Marilice Cordeiro Garrastazu; Carlos Alberto Flores; Silvio
Stienmetz; Carlos Reisser Junior; Bernadete Radin ..............................
57
Capítulo 8. Zoneamento edáfico para o eucalipto na região do
Corede Sul - RS. Carlos Alberto Flores; Marilice Cordeiro Garrastazu;
Vilmar Luciano Mattei ..............................................................................
Capítulo 9. Zoneamento edafoclimático para o eucalipto na região
do Corede Sul - RS. Marilice Cordeiro Garrastazu; Carlos Alberto
Flores; Marcos Silveira Wrege; José Maria Filippini Alba ......................
Capítulo 10. O Zoneamento como instrumento para as políticas
públicas na busca da sutentabilidade. José Maria Filippini Alba;
Marcos Silveira Wrege; Carlos Alberto Flores; Marilice Cordeiro
Garrastazu; Vilmar Luciano Mattei .........................................................
Referências ..............................................................................................
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Lista de Figuras
Figura 1. Composição colorida das bandas 3, 4 e 5 do sensor temático
do satélite Landsat de 1995: (A) Cidade de Pelotas, RS; (B) Detalhe
do setor indicado pelo polígono (Hipódromo daTablada) .....................
25
Figura 2. Correspondência entre os planos de informação - SIG e o
mundo real ................................................................................................
27
Figura 3. Exemplo de modelo digital de elevação – DEM (inferior –
direita) e de matriz de valores numéricos (superior – esquerda) ...........
28
Figura 4. Exemplificação do processo de interpolação ..........................
29
Figura 5. Exemplo da integração de dados por meio de SIG. Os
pixels selecionados através da interseção dos níveis de informação
à esquerda estão inseridos no interior dos rectângulos destacados
à direita, sobrepostos à imagem do satélite Landsat utilizada como
plano de fundo. ..........................................................................................
31
Figura 6. Modelo digital de elevação do Estado do Rio Grande do
Sul (WEBER; HASENACK, 2006). O gradiente de altitude em relação
ao nível do mar vai aumentando a partir do vermelho (0-100 m) e
variando de maneira gradual para o laranja (101-200 m), amarelo
(201-300 m), verde (301-600) e finalmente azul (601-1.390 m) ................
34
Fi gu ra 7. Base cartográfica, tema hidrografia, com grade
representativa das folhas cartograficas em escala 1:50.000 .................
36
Figura 8. Etapas da conversão dos mapas de solos em acervo para
arquivo digital (Município de Hulha Negra) ............................................
38
Figura 9. Mapa de solos –arquivo único – legenda atualizada ...............
40
Figura 10. (A) Eucalyptus globulus; (B) Eucalyptus dunnii .....................
45
Figura 11. Plantação clonal de Eucalyptus grandis após ocorrência
de geada severa ........................................................................................
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Figura 12. Estação da Agência Nacional de Águas (ANA) no
Município de Piratini, RS, integrante da rede nacional de estações
meteorológicas .........................................................................................
58
Figura 13. Rede de estações pluviométricas da Agência Nacional
de Águas (ANA) no Estado do Rio Grande do Sul, sendo
caracterizado o decêndio com maior risco de déficit hídrico no ano
(21-31/dez) .................................................................................................
59
Figura 14. Zoneamento agroclimático para Eucalyptus grandis no
Estado do Rio Grande do Sul ...................................................................
61
Figura 15. Zoneamento agroclimático para Eucalyptus dunnii no
Estado do Rio Grande do Sul ...................................................................
62
Figura 16. Zoneamento agroclimático para Eucalyptus globulus no
Estado do Rio Grande do Sul ...................................................................
63
Figura 17. Zoneamento edáfico para o eucalipto na região do Corede
Sul – RS. ....................................................................................................
67
Figura 18. Zoneamento agroclimático de Eucalyptus grandis na
região do Corede Sul – RS .......................................................................
70
Figura 19. Zoneamento agroclimático de Eucalyptus dunnii na região
do Corede Sul – RS ...................................................................................
71
Figura 20. Zoneamento agroclimático de Eucalyptus globulus na
região do Corede Sul – RS ........................................................................
72
Figura 21. Zoneamento edafoclimático de Eucalyptus grandis na
região do Corede Sul – RS ........................................................................
74
Figura 22. Zoneamento edafoclimático de Eucalyptus dunnii na
região do Corede Sul – RS ........................................................................
75
Figura 23. Zoneamento edafoclimático de Eucalyptus globulus na
região do Corede Sul – RS ........................................................................
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Lista de Tabelas
Tabela 1. Relação de tamanhos dos objetos no terreno em relação
ao mapa, de acordo com a escala de trabalho e imagens orbitais
mais adequadas em cada caso ................................................................. 25
Tabela 2. Recorte da tabela de compatibilização de legenda dos solos
dos municípios em acervo ........................................................................ 39
Tabela 3. Classes de profundidade efetiva do solo empregadas na
avaliação da aptidão edáfica do eucalipto na Região do Corede Sul
- RS. ............................................................................................................ 52
Tabela 4. Classes de relevo empregadas na avaliação da aptidão
edáfica do eucalipto na Região do Corede Sul - RS ................................. 53
Tabela 5. Classes de drenagem empregadas na avaliação da aptidão
edáfica para o eucalipto na Região do Corede Sul – RS .......................... 54
Tabela 6. Classes de pedregosidade e/ou rochosidade empregadas
na avaliação da aptidão edáfica do eucalipto, na região do Corede
Sul – RS ...................................................................................................... 55
Tabela 7. Parâmetros utilizados para avaliação das classes de aptidão
edáfica para o eucalipto na região do Corede Sul – RS ........................... 66
Tabela 8. Área para a aptidão edáfica do eucalipto na região do
Corede Sul – RS ......................................................................................... 67
Tabela 9. Critérios de ponderação para a integração dos zoneamentos
climático e edáfico, para o zoneamento edafoclimático na região do
Corede Sul - RS .......................................................................................... 73
Tabela 10. Área de aptidão edafoclimática de Eucalyptus grandis
para a região do Corede Sul – RS ............................................................. 74
Tabela 11. Área de aptidão edafoclimática de Eucalyptus dunnii para
a região do Corede Sul – RS ...................................................................... 75
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Tabela 12. Área de aptidão edafoclimática de Eucalyptus globulus
para a região do Corede Sul – RS .............................................................
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Capítulo 1
Silvicultura no contexto agrícola e social
José Maria Filippini Alba
Marcos Silveira Wrege
Carlos Alberto Flores
Rosana Clara Victoria Higa
Marilice Cordeiro Garrastazu
Segundo Wales e Sanger (2008), no período Neolítico ou da pedra
polida, iniciado há cerca de 12 mil anos, certos indivíduos observaram que, ao
enterrar os grãos de alguns alimentos coletados na natureza, eram produzidas
novas plantas idênticas às originais. Isto permitiu aumentar a produtividade,
evitando as buscas prolongadas e viabilizando a fixação do homem em locais
específicos. No decorrer do tempo, foram selecionados entre os grãos
selvagens, aqueles que possuíam as características que mais interessavam
aos primeiros agricultores, como por exemplo, o tamanho, a produtividade e
o sabor dos frutos; surgindo o cultivo das primeiras plantas domesticadas,
entre as quais se incluem o trigo e a cevada. Na época, as principais áreas
agrícolas estavam localizadas nos vales do rio Nilo no Egito, na porção
delimitada pelos rios Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia, atualmente Iraque e
nos vales dos rios Amarelo (Huang He) e Azul (Yangtse) na China, existindo
uma associação estreita com os períodos chuvosos e a ação fluvial. Há também
antigos registros de agricultura na Índia e na América Pré-Colombina, porém,
sem guardar relação direta com a época supra mencionada. Estes povos
destacaram-se pelos conhecimentos em matemática e astronomia, derivando
na elaboração de calendários, que permitiram acompanhar as mudanças
climáticas anuais, de maneira a aprimorar seus sistemas produtivos (PINHEIRO,
2007).
O texto anterior vincula, já desde tempos primórdios, a agricultura
com o clima, as características do solo, o conhecimento territorial e a tecnologia,
sendo que ela permite a existência de aglomerados humanos de maior
densidade populacional que os que podem ser suportados em função da caça,
da coleta e da pesca.
Do ponto de vista científico e tecnológico, a agricultura evoluiu
consideravelmente desde o arado puxado por bois, passando pelas máquinas
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
a vapor e a eletricidade durante a revolução industrial, posteriormente
aprimoradas com a descoberta do combustível fóssil e o motor a combustão,
derivando na revolução verde, o surgimento dos agroquímicos, os programas
de melhoramento genético e as biotecnologias e finalmente com a descoberta
da clonagem e dos produtos transgênicos. Ainda assim, existem polêmicas
sobre as técnicas agrícolas em relação à conservação de solo e água, aos
impactos ambientais, a redução da biodiversidade e ao aquecimento global
(INTERGOVERNMENTAL, 2008).
A lenha e a madeira são produtos utilizados pelo homem de longa
data (Paleolítico), sendo inicialmente usadas espécies naturais. Esse costume
persiste até nossos dias, no entanto existem leis ambientais para conservação
e proteção das florestas. Um exemplo dramático da exploração predatória
das florestas o constitui a Mata Atlântica Brasileira, depois do desembarco
dos portugueses em 1500 (DIAS,1992). A primeira Carta Régia do Brasil, em
1542, já estabelecia normas para o corte da madeira e determinava punições
para os abusos em andamento. No século XIX, houve diversas ações das
autoridades para deter o desmatamento predatório, até que, em 1920, o paubrasil foi considerado extinto. Em 1934, o Decreto 23.793 transformou em Lei
o anteprojeto do Código Florestal, elaborado em 1931.
Segundo Rodrigues (2008), a silvicultura intensiva moderna teve
início no Brasil no início do século XX, com o estabelecimento dos plantios
florestais com espécies exóticas, principalmente eucaliptos e coníferas, para
substituição da madeira das florestas nativas de difícil reposição (FERREIRA,
2001). Apesar do primeiro programa de melhoramento genético de eucaliptos
ter sido considerado como um dos mais avançados para a época (FERREIRA &
SANTOS, 1997), as sementes de eucaliptos de melhor qualidade genética
disponíveis para plantio até a década de 1960 eram provenientes de parcelas
experimentais ou talhões desbastados, mas sem isolamentos contra polens
não desejáveis. De modo geral, os plantios de eucaliptos originados dessas
sementes apresentavam alta porcentagem de híbridos. Os primeiros pomares
clonais de sementes de eucaliptos e pinus foram estabelecidos apenas a partir
do final da década de 1960. Esses pomares tinham como objetivo atender à
demanda crescente de sementes, tanto quantitativa como qualitativamente,
para o programa de incentivos fiscais ao reflorestamento. A taxa de plantio
anual, na época dos incentivos fiscais, 1966 a 1986, chegou a 400 mil hectares
por ano, o que correspondia a 800 milhões de mudas ou duas toneladas de
sementes de eucaliptos e pinus, aproximadamente. As árvores eram
selecionadas por fenótipos, nos melhores talhões existentes ou em plantios
experimentais. No início da década de 1970, foram instalados os primeiros
testes de progênies e iniciada a reintrodução de germoplasmas, com base
genética apropriada, de espécies ou procedências selecionadas. As atividades
relacionadas com a produção de sementes melhoradas de eucaliptos e pinus
foram priorizadas nas décadas de 1970 e 1980. Levantamentos da pesquisa
florestal em andamento no Brasil, realizados pela Embrapa em 1978, 1980 e
1987 (EMBRAPA, 1987), mostram que a maioria absoluta dos 2.043
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Capítulo 1. Silvicultura no contexto agrícola e social
experimentos em andamento eram da área de melhoramento genético e
incluíam arboretos, bancos clonais, ensaios de espécies, pomares de sementes,
testes de procedências, testes de progênies, clonagem, conservação genética,
entre outros.
Em 2005, existia no Estado do Rio Grande do Sul uma área plantada
de florestas de 364.770 hectares (SOCIEDADE, 2006), a maioria com espécies
do gênero Eucalyptus. Em função das condições favoráveis, há uma tendência
de ampliação da área plantada nos próximos anos. Lembra-se que o território
sul-rio-grandense, junto ao Uruguai e as porções norte da Argentina e do Chile,
localizam-se em latitude semelhante a da Austrália, região de origem da espécie,
o que torna essas regiões alvos privilegiados para o setor florestal. No período
1990 a 20 04, as plantações florestais no Uruguai aumentaram
consideravelmente, evoluindo de áreas de 45 mil hectares para mais de 750
mil hectares (SILVERA; ALONSO; MARTINEZ, 2006).
O presente trabalho representa uma sistematização de informações
de diversas fontes, visando o desenvolvimento de um zoneamento para
eucalipto no Estado do Rio Grande do Sul, em função do processo expansivo
das empresas do setor florestal na região (MINISTÉRIO, 20 08) e das
preocupações de alguns setores da sociedade, principalmente aqueles
envolvidos com a conservação ambiental e a preservação das culturas locais,
manifestadas em diversos eventos de abrangência estadual:
(1) Audiências públicas – Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM,
Rio Grande do Sul, 2007.
(2) 2º Encontro de Organizações Não Governamentais e Movimentos Sociais
do Bioma Pampa, Pelotas, 2007.
(3) Reunião técnica sobre silvicultura das unidades da Embrapa da Região Sul,
Passo Fundo, 2007.
(4) Seminário “O papel do eucalipto no Rio Grande do Sul”, ADUFPEL, Pelotas,
2007.
(5) Oficina de Biodiversidade – Secretaria de Planejamento e Gestão – RS,
Porto Alegre, 2007.
(6) Políticas Públicas para a Conservação e Uso Sustentável do Bioma Pampa
– IBAMA – RS, Porto Alegre, 2008.
As audiências públicas serviram como marco de difusão, discussão
e efetivação do Zoneamento Ambiental para a Silvicultura - RS, instrumento
desenvolvido por um consórcio de entidades no âmbito estadual (SECRETARIA,
2007), uma vez conferida a intensa expansão da atividade sobre a região Sul –
RS. Isso aconteceu de maneira quase concomitante à definição oficial do Pampa
como Bioma Brasileiro (INSTITUTO, 2004), o que desencadeou sua adoção
imediata como unidade de planejamento ambiental. Duas posições antagônicas
derivaram do processo: (1) A progressista, integrada pelas empresas do setor
junto a entidades sociais e municípios, preocupados com o desenvolvimento
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
regional e o ingresso de recursos; (2) A ambientalista, integrada por ONGs,
Universidades, Órgãos públicos e pecuaristas, visando à conservação do
Pampa, a proteção da biota e a segurança ambiental. Os primeiros destacam
os benefícios positivos, como a implantação de florestas (compensação), a
criação de empregos e a geração de renda, os últimos enfatizam os prejuízos
derivados da transformação dos biomas, da perda de biodiversidade e da
alteração do balanço hídrico.
A reunião de Passo Fundo congregou pesquisadores da Embrapa
Clima Temperado, Florestas, Pecuária Sul e Trigo, para nivelar as informações
e elaborar um documento orientador, com base nas Leis do Brasil, nos
princípios internacionais de proteção ambiental e no Plano Diretor da Embrapa.
Ele enfatiza o respeito às leis ambientais, sugerindo ampliar o zoneamento
edafoclimático para silvicultura da região do Corede Sul - RS, apresentado
neste livro, para todo o território do Estado, sendo realçada a necessidade de
ações direcionadas ao desenvolvimento do Zoneamento Ecológico –
Econômico, conforme estabelecem os Decretos Lei número 4297/2002 e número
6288/2007.
O presente livro descreve os critérios adotados e os resultados do
Zoneamento Agroclimático do Estado do Rio Grande do Sul e do Zoneamento
Edafoclimático para a região do Corede Sul - RS, para três espécies de
Eucalyptus. A escala de trabalho adotada dependeu da distribuição espacial
dos dados disponíveis segundo será descrito no decorrer do texto. O
desenvolvimento dos zoneamentos edafoclimáticos para outros territórios, a
exemplo do realizado para a região do Corede Sul – RS, dependerá da
elaboração e disposição de mapeamentos de solos em escala apropriada.
Destaca-se que o zoneamento edafoclimático não é equivalente ao zoneamento
ecológico – econômico, mas representa uma importante contribuição, pois
determina regiões de clima favorável, do ponto de vista de parâmetros térmicos
ideais, com ênfase na época de geadas, condições hídricas favoráveis e
parâmetros do solo adequados, em relação ao relevo (declividade), as
condições de drenagem, a fertilidade do solos, a textura, a pedregosidade e a
profundidade das camadas superficiais, envolvendo critérios produtivos e de
proteção à natureza.
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Capítulo 2
O Zoneamento e os Sistemas de Informação
Geográfica
José Maria Filippini Alba
Marcos Silveira Wrege
Carlos Alberto Flores
Marilice Cordeiro Garrastazu
A palavra “zona” pode ser definida como “uma região com certas
peculiaridades de clima, de vegetação, de ocupação humana...” (FERREIRA,
2005). O mesmo autor também define o verbo “zonear”, como “dividir por
zonas”, conceito sem dúvidas relacionado à palavra “zoneamento”, neologismo
que implica a definição e caracterização de zonas em função de critérios técnicos
previamente estabelecidos, envolvendo o conceito de ordenamento territorial.
No âmbito municipal, as regiões são delimitadas de acordo com o uso, para
fins industriais, agropecuários ou urbanos. Neste caso, sendo definidas áreas
comerciais, residenciais, para condomínios, parques e outras. No entanto, em
função da variedade de critérios adotados para o zoneamento, é comum
adicionar uma segunda palavra para sua caracterização: zoneamento agrícola
ou de riscos climáticos; zoneamento agroclimático; zoneamento ambiental;
zoneamento ecológico - econômico; zoneamento edáfico, entre outros.
O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária – PROAGRO foi
estabelecido pela lei 5.963 de 11 de dezembro de 1973.Trata-se de um importante
instrumento de política agrícola do Governo Federal, apesar das peculiaridades,
com características inerentes de um programa securitário. Altas taxas de
sinistralidade, coberturas duvidosas e metodologias inadequadas, associadas
à falta de recursos públicos, inviabilizaram a continuidade do programa nos
seus moldes originais. Com a adoção do zoneamento agrícola, baseado na
redução de riscos e aumento da produtividade, o PROAGRO passou a trabalhar
de maneira diferenciada e com uma elevada redução de custos, desde 1996.
Os trabalhos que forneceram sustentação científica ao zoneamento agrícola
foram registrados e brevemente descritos, envolvendo as culturas de algodão,
arroz, café, feijão, maçã, milho, soja e trigo (CUNHA; ASSAD, 2001).
De maneira paralela, mas com concepção de conservação e proteção
ambiental, a Lei 6.938/1981 transforma o zoneamento ambiental em instrumento
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
da Política Nacional do Meio Ambiente, sendo criada uma Câmara Técnica
inserida no Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA para tratar do
assunto. Essa Política tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação
da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições
ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses de segurança nacional e
à proteção da dignidade da vida humana.
A necessidade de compatibilizar ambos zoneamentos, o agrícola e o ambiental,
derivou na criação do Decreto 4.297/2002, que regulamenta a Lei 6.938/1981
no contexto do zoneamento ambiental, estabelecendo os critérios mínimos
para o desenvolvimento do zoneamento ecológico-econômico do Brasil - ZEE.
Seus objetivos e princípios estabelecem que:
O ZEE, instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente
seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas,
estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar
a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da
biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das
condições de vida da população;
O ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as decisões dos
agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e
atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais,
assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos
ecossistemas. Parágrafo único: O ZEE, na distribuição espacial das
atividades econômicas, levará em conta a importância ecológica, as
limitações e as fragilidades dos ecossistemas, estabelecendo vedações,
restrições e alternativas de exploração do território e determinando, quando
for o caso, inclusive a realocação de atividades incompatíveis com suas
diretrizes gerais;
O processo de elaboração e implementação do ZEE: (1) buscará a
sustentabilidade ecológica, econômica e social, com vistas a compatibilizar
o crescimento econômico e a proteção dos recursos naturais, em favor das
presentes e futuras gerações, em decorrência do reconhecimento de valor
intrínseco à biodiversidade e os seus componentes; (2) contará com ampla
participação democrática, compartilhando suas ações e responsabilidades
entre os diferentes níveis da administração pública e da sociedade civil; e
(3) valorizará o conhecimento científico multidisciplinar;
O ZEE orientar-se-á pela Política Nacional do Meio Ambiente e obedecerá
aos princípios da função sócio-ambiental da propriedade, da prevenção, da
precaução, do poluidor-pagador, do usuário-pagador, da participação
informada, do acesso eqüitativo e da integração.
A elaboração do ZEE foi modificada em função do Decreto 6288/
2007, que designou ao Poder Público Federal para sua execução, em cooperação
com os Estados e disponibilizando publicamente as informações geradas.
Nesse contexto foram claramente estabelecidas as escalas de trabalho, sendo
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Capítulo 2. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica
que para os objetivos do presente livro, os principais aspectos são: (1)
1:5.000.000 para o território nacional aos efeitos de apresentação, com
referência para 1:1.000.000; (2) Escalas diferenciadas nas Macro-regiões, sendo
1:250.000 a 1:100.000 para a região Sul; (3) ZEE local nas escalas 1:100.000 e
superiores. Assim, cada escala de trabalho corresponde ao ordenamento
territorial na esfera Nacional, Estadual (regional) e Municipal, respectivamente.
Ainda é detalhado o conteúdo do ZEE, que dividirá o território em
zonas, de acordo com as necessidades de proteção, conservação e recuperação
dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável. Sendo que, a definição
de cada zona, observará no mínimo: (1) Diagnóstico dos recursos naturais, da
sócio-economia e do marco jurídico-institucional; (2) Sistemas de informação
geográfica; (3) Cenários de tendências e alternativas; (4) Diretrizes gerais e
específicas: necessidades de conservação ambiental e conservação das águas;
orientações para as atividades produtivas; definição de áreas para unidades
de conservação.
Aquino (2008) menciona que, em vários Estados Brasileiros, o ZEE
encontra-se em fase de desenvolvimento ou já foi concluído, entre eles o Distrito
Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia, Roraima, Piauí
e Tocantins, existindo vários territórios já levantados, nos Estados de Acre,
Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Pará e Rio Grande do Sul.
Com base no texto anterior, pode-se afirmar que o termo
zoneamento possui conotações técnicas e legais na tentativa de fomentar o
desenvolvimento sustentável do ponto de vista ambiental, econômico e social,
integrando conhecimentos multidisciplinares em ambiente de Sistemas de
Informação Geográfica, sendo que, a escala de trabalho para as macrorregiões
do Sul do Brasil deverá ser no mínimo 1:250.000 e no máximo 1:100.000. O
zoneamento ecológico - econômico do Brasil - ZEE é o instrumento oficial aos
efeitos de ordenamento territorial.
A evolução das tecnologias e a dinâmica do mundo contemporâneo
interagem com os diversos setores da sociedade, obrigando ao poder público
à modificação ou renovação do sistema legal, que precisa evoluir para
acompanhar o processo. A Lei Ambiental de 1981 sem dúvidas foi influenciada
pela Conferência sobre Meio Ambiente Humano da Organização das Nações
Unidas em Estocolmo – Suécia, no ano de 1972, assim como por diversos
acontecimentos relacionados ao meio ambiente que ocorreram nas décadas
anteriores (DIAS, 1989). Os decretos de 2002 e 2007 expressam claramente a
necessidade de enquadramento do ZEE com as inovações tecnológicas das
últimas décadas do século XX, sendo inserido o conceito de sustentabilidade,
a especificação das escalas de trabalho e os Sistemas de Informação Geográfica
como ferramentas de elaboração e aprimoramento desse instrumento.
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
2.1. A importância da escala
A escala é a razão entre o tamanho de uma feição no mapa e seu
tamanho real. Por exemplo, imaginemos um objeto quadrado, de 10 metros
de lado, localizado em terreno plano. Em um mapa em escala 1:10.000 seu
lado será de 1 mm, sendo 0,1 mm para escala 1:100.000. Expresso de maneira
matemática:
Escala = t / T
Sendo:
t = tamanho do objeto no mapa
T = tamanho do objeto no terreno (real)
Considerando os valores numéricos para cada uma das situações
mencionadas:
(0,1 cm)/(1000 cm) = 0,0001 = 1:10.000
(0,01 cm)/(1000 cm) = 0,00001 = 1:100.000
Assim, quando uma região específica for mapeada, a densidade
das informações levantadas dependerá da escala do mapa final. Uma região
cuja extensão é de 500 km corresponderá a um mapa de 50 cm em escala
1:1.000.000 e de 5 metros em escala 1:100.000 (Tabela 1). Quando usadas
imagens de satélites, cada tipo de imagem corresponde a uma escala, em
função do campo de visada do sensor, que está relacionado ao pixel da imagem,
isto é, a unidade mínima da imagem (apreciação no mapa). Esta situação é
exemplificada com uma imagem Landsat de 1995 da cidade de Pelotas e o
detalhamento da área do hipódromo municipal, que aparece difuso conforme
explicação (Figura 1). O MODIS é um sensor multiespectral (36 bandas), com
campo de visada variável (250 a 1000 m), que viaja nas plataformas orbitais
Aqua e Terra, permitindo mapeamentos em escala regional (XIAO et al., 2005).
Os satélites da série Landsat foram equipados inicialmente com os sensores
MSS com campo de visada de 79 m (visível – infravermelho próximo) ou 240
m (infravermelho termal), sendo posteriormente incorporado o sensorTM com
campo de visada de 30 m e 120 m respectivamente e no estágio final com a
adoção do sensor pancromático ao estilo do sistema SPOT (JENSEN, 1996),
permitindo mapeamentos em escala semidetalhada. Esta tecnologia também
foi adotada pelo satélite CBERS (INSTITUTO, 2008), que na sua última versão
incorporou uma câmara de alta resolução, capaz de realizar mapeamentos
detalhados, de maneira semelhante aos pretéritos levantamentos por meio de
fotografia aérea. Destaca-se que na última década foram vários os sistemas
orbitais com essa característica, alguns deles alcançando resolução espacial
centimétrica.
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Capítulo 2. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica
Tabela 1. Relação de tamanhos dos objetos no terreno em relação ao mapa, de
acordo com a escala de trabalho e imagens orbitais mais adequadas em cada
caso.
Escala
1:1.000.000
Equivalência mapa – terreno
Apreciação
1 cm
(= 0,5 mm)
10 km
500 m
Imagem orbital
MODIS
1:500.000
5 km
250 m
MODIS
1:250.000
2,5 km
125 m
MSS
1:100.000
1 km
50 m
Landsat
1:50.000
500 m
25 m
CBERS, SPOT
1:10.000
100 m
5m
Aerolevantamentos sensores de alta
resolução
Figura 1. Composição colorida das bandas 3, 4 e 5 do sensor temático do satélite
Landsat de 1995: (A) Cidade de Pelotas, RS; (B) Detalhe do setor indicado pelo
polígono (Hipódromo da Tablada).
Fonte: Embrapa Clima Temperado.
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2.2. Aplicações dos Sistemas de Informação Geográfica –
SIG nos zoneamentos
Existem diversas definições de SIG, algumas delas são as seguintes:
(1) Um poderoso elenco de ferramentas para colecionar, armazenar, recuperar,
transformar e exibir dados referenciados ao mundo real (BURROUGH, 1986).
(2) Qualquer conjunto de procedimentos, manuais ou computacionais, usados
para armazenar e manipular dados geograficamente referenciados
(ARONOFF, 1991).
(3) Sistema computacional que gerencia dados espaciais (BONHAM-CARTER,
1994).
As três definições acima são coincidentes em relação ao uso de
dados espaciais, usualmente geograficamente referenciados, isto é, as
informações estarem associadas a um sistema de coordenadas global. Os
SIGs estão relacionados à computação e ao manuseio de informações digitais,
porém, poderão acontecer procedimentos manuais em algumas etapas do
processo, como menciona a definição (2).
Nos SIGs, o mundo real é discriminado e organizado segundo níveis
de informação, ajustados a um sistema único de coordenadas, permitindo a
sua integração e modelagem (Figura 2). Um banco de dados alfanumérico
pode ser incorporado a um SIG, sendo possível explorar o sistema por meio
do modelo conceitual do banco ou também, através da análise espacial. Enfim,
os SIGs são o âmbito ideal para execução de procedimentos de
geoprocessamento.
Os modelos digitais de elevação – DEM (sigla que deriva do inglês
“Digital Elevation Model”) permitem representar o relevo da superfície terrestre
e derivar novas informações, como a declividade e a exposição de vertentes.
São arquivos alfa-numéricos organizados segundo uma malha regular em
forma de matriz (arquivo XYZ), onde cada elemento da malha (célula ou pixel)
corresponde a uma posição espacial, sendo atribuído um número relativo à
altitude (Figura 3). Os DEM podem ser obtidos de diferentes maneiras: (a)
Digitalizando e processando os dados de altitude das folhas cartográficas; (b)
por meio de sistemas de sensoriamento remoto (SOUZA FILHO, 2003).
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Figura 2. Correspondência entre os planos de informação - SIG e o mundo real. Fonte (imagem): Projeto Paisagens
Geoquímicas e Ambientais do Vale do Ribeira, FAPESP, IG/UNICAMP.
Capítulo 2. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
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Figura 3. Exemplo de modelo digital de elevação – DEM (inferior – direita) e de matriz de valores numéricos
(superior – esquerda). Fonte (imagem): NASA.
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Capítulo 2. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica
Os níveis de informação podem ser gerados em diversos formatos,
dependendo da natureza da feição representada: pontos, linhas, polígonos ou
imagem. Os primeiros permitem representar estações de amostragem,
correspondentes a levantamentos básicos, como dados meteorológicos, de
qualidade da água ou perfis de solos. A rede hidrográfica e as curvas
hipsométricas se ajustam claramente ao formato de linhas. Os mapas de solos,
de ocupação atual ou aptidão da terra são exemplos de formato de polígonos.
Observa-se que em todos esses casos, as feições, isto é, os pontos, linhas ou
polígonos, podem ser relacionados com arquivos alfanuméricos onde são
descritas características a eles associadas. Por exemplo, no nível de informação
correspondente à hidrografia, o nome dos cursos hídricos e corpos de água, a
quantidade de água disponível em cada um deles e sua navegabilidade, entre
outras, podem ser detalhadas de maneira textual.
Na sua forma simplificada, as imagens de sensoriamento remoto
possuem um formato semelhante ao dos DEMs, como foi comentado e
exemplificado antes. Uma imagem também poderá ser gerada pela
interpolação de um arquivo de pontos ou linhas. Trata-se de um processo
estatístico-matemático através do qual o teor de uma variável é calculado em
qualquer ponto do espaço de amostragem (Figura 4).Yamamoto (1988) define
os métodos globais de interpolação, baseados em modelos de regressão e os
métodos locais, como o inverso do quadrado da distância, a triangulação e a
krigagem. O último está relacionado à teoria das variáveis regionalizadas,
também conhecida como geoestatística (MATHERON, 1963).
Figura 4. Exemplificação do processo de interpolação.
Fonte: Projeto Paisagens Geoquímicas e Ambientais do Vale do Ribeira, FAPESP,
IG/UNICAMP.
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Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
Os procedimentos mencionados fazem parte da rotina do
geoprocessamento e, em certas ocasiões, são extremamente trabalhosos,
principalmente na fase de digitalização da informação, mas são de grande
utilidade no desenvolvimento dos zoneamentos. No entanto, uma das funções
mais importantes de um SIG é a integração das informações, que pode ser
realizada através de diversos métodos, como por exemplo, classificação
(JENSEN, 1996), na qual, em uma mesma classe, são unidas as regiões com
características semelhantes. Aos efeitos do zoneamento, tornam-se mais
adequados os procedimentos que usam algoritmos lógicos – matemáticos,
como será exemplificado a seguir.
Filippini Alba e Souza Filho (2006) elaboraram uma base de dados,
considerando o DEM da Shuttle Radar Topography Mission (pixel de 90 m),
dados geoquímicos de sedimentos de corrente do Vale do Ribeira (Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, 1985, inédito) e dados digitais
das bandas do sensor temático do satélite Landsat correspondentes à cena
220-77 de 26 de setembro de 1999. Os níveis de informação utilizados e sua
integração por meio de operadores booleanos apresentam-se de maneira
sucinta na Figura 5.
Destaca-se que, neste capítulo, foi descrita e exemplificada a
utilidade do geoprocessamento e dos SIGs para a execução de zoneamentos,
porém, os critérios e a metodologia adotada para realizar o zoneamento
edafoclimático do Corede Sul - RS e para o zoneamento agroclimático do Estado
de Rio Grande do Sul serão descritos nos próximos capítulos.
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Figura 5. Exemplo da integração de dados por meio de SIG. Os pixels selecionados através da interseção dos
níveis de informação à esquerda estão inseridos no interior dos rectângulos destacados à direita, sobrepostos à
imagem do satélite Landsat utilizada como plano de fundo.
Fonte: Projeto Paisagens Geoquímicas e Ambientais do Vale do Ribeira, FAPESP, IG/UNICAMP.
Capítulo 2. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica
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Capítulo 3
Estruturação de base cartográfica e temática em SIG
Marilice Cordeiro Garrastazu
Heinrich Hasenack
Eliseu Weber
Carlos Alberto Flores
Carlos Roberto Soares Severo
José Maria Filippini Alba
3.1. Base cartográfica em escala 1:250.000
A base cartográfica é o tema de amarração de qualquer projeto de
integração de informações, muito embora foram sugeridos métodos
alternativos, por exemplo, através do uso de imagens orbitais (CREPANI et al.,
1996). A base cartográfica digital do Estado do Rio Grande do Sul em escala
1:250.000 foi lançada recentemente com base nos levantamentos do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas e da 1ª. Divisão de Levantamento do
Exército da Diretoria de Serviço Geográfico (1DL-DSG) e a colaboração de várias
entidades, incluindo a Embrapa ClimaTemperado (WEBER; HASENACK, 2006).
Esta base cartográfica foi utilizada no zoneamento agroclimático do eucalipto
para o Estado do Rio Grande do Sul.
O modelo digital de elevação é fundamental no zoneamento
agroclimático, devido à relação da altitude com a temperatura, influenciando
no risco climático. As terras altas são mais frias, dependendo da latitude de
ocorrência, aumentando a probabilidade de risco de geada. Esta relação é
definida de forma matemática, através de modelos de regressão do risco
climático em função da altitude, da latitude e da longitude. As isolinhas digitais
foram transformadas de formato vetorial (linhas) para formato raster (imagem),
por interpolação, segundo o processo mencionado no Capítulo 2. Foi utilizado
o modelo digital de elevação da Shuttle Radar Topography Mission, compilado,
corrigido e adequado para o sistema SAD 69 pelos referidos autores, segundo
pixel aproximado de 90 metros (Figura 6).
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
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Figura 6. Modelo digital de elevação do Estado do Rio Grande do Sul (WEBER;
HASENACK, 2006). O gradiente de altitude em relação ao nível do mar vai
aumentando a partir do vermelho (0-100 m) e variando de maneira gradual
para o laranja (101-200 m), amarelo (201-300 m), verde (301-600) e finalmente
azul (601-1.390 m)
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Capítulo 3. Estruturação de base cartográfica e temática em SIG
3.2. Base cartográfica em escala 1:50.000
A digitalização das folhas cartográficas em escala 1:50.000,
levantadas pela 1DL – DSG, para o zoneamento edafoclimático da região do
Corede Sul - RS foi realizada no Laboratório de Planejamento Ambiental da
Embrapa Clima Temperado. Foram extraídos os temas planimétricos
(hidrografia, rede viária, áreas urbanas) e altimétricos (curvas de nível e pontos
cotados) para 87 folhas cartográficas (Figura 7).
Para a elaboração da base cartografia foi utilizada metodologia
estabelecida no Centro de Ecologia – UFRGS, obedecendo a um protocolo de
normas de digitalizacao definindo procedimentos padrões para todas as etapas:
georreferenciamento, digitalização, nomenclatura para os arquivos, processos
de edição e verificação.
As folhas topográficas foram convertidas do formato analógico para
digital, através de uso de equipamento scanner. As imagens das folhas foram
georreferenciadas por pontos de controle utilizando todos os pontos de
intersecção da grade de coordenadas UTM. Após etapa de georreferência, as
folhas topográficas foram inseridas no SIG (Sistema de Informação Geográfica)
para extração dos dados temáticos através de processo de vetorização manual
(vetorização em tela). A escala de visualização em tela, nessa etapa, foi de
1:4.000. A edição final constou da união dos arquivos (conjunto de folhas
topográficas da região Corede Sul) formando um arquivo único por tema.
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
Figura 7. Base cartográfica, tema hidrografia, com grade representativa das
folhas cartográficas em escala 1:50.000.
Fonte: Embrapa Clima Temperado.
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Capítulo 3. Estruturação de base cartográfica e temática em SIG
A base cartográfica digital, na escala 1:50.000, possibilita a geração
de modelo digital de elevação (DEM), permitindo aprimorar o nível de detalhe
do zoneamento agroclimático de regiões específicas e apoiar o processo de
estruturação dos mapas de solos. No entanto, não foi possível considerar o
DEM em escala 1:50.000 para o zoneamento edafoclimático da região do Corede
Sul.
3.3. Mapa de Solos - Corede Sul
Os mapeamentos de solos em acervo na Embrapa ClimaTemperado
foram realizados, ao longo do tempo, por demanda e por município e
necessitavam edição e integração em uma mesma base digital para seu uso
no zoneamento.
A recuperação e edição de mapeamento em acervo nos formatos
analógicos e em formato digital não referenciado (arquivos no programa Corel
Draw) abrangeram os Municípios do Corede Sul (Amaral Ferrador, Arroio do
Padre, Arroio Grande, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Chuí, Herval, Jaguarao,
Morro Redondo, Pedras Altas, Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini,
Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Santana da Boa Vista, São José do Norte,
São Lourenço do Sul, Tavares, Turuçu) e os municípios de Candiota e Hulha
Negra.
O processo de conversão e edição dos mapas primeiramente foi
executado por Município. Como exemplo, o mapa do município de Hulha Negra
em meio digital formato .cdr (Figura 8a) mostrando em um detalhe as etapas
de filtro de temas solo e grade de coordenadas e exportação no formato dxf;
georreferenciamento utilizando a grade recuperada (Figura 8b); edição
topológica dos polígonos referentes as unidades de solos e de dados
alfanuméricos em tabela associada ao dado espacial (Figura 8c); edição e ajuste
das unidades de mapeamento, com auxílio da base cartográfica na escala
1:50.000 e imagens Landsat (Figura 8d) e mapa final com legenda atualizada
(Figura 8e).
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
Figura 8. Etapas da conversão dos mapas de solos em acervo para arquivo
digital (Município de Hulha Negra).
Fonte: Embrapa Clima Temperado.
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Capítulo 3. Estruturação de base cartográfica e temática em SIG
Realizou-se a atualização das Unidades de mapeamento de acordo
com o Sistema de Classificação de Solos (SANTOS, 20 06), sendo
compatibilizada em tabela única, contendo todos os municipios, as legendas
de solos antigas, legendas de geomorfologia, legenda atual e descriçao das
classes de solos (Tabela 2). Agregaram-se ao banco de dados, no SIG, as
informações da nova legenda de classificação de solos e também as variáveis
selecionadas para o zoneamento (profundidade efetiva, textura, drenagem,
relevo,etc).
Tabela 2. Recorte da tabela de compatibilização de legenda dos solos dos
municípios em acervo.
....
Hulha
Negra
....
2SRs
Legenda Solos
(notação)
Antiga
Atual
....
....
R
RL1
H. Negra
Dt
PVa
....
....
....
Município
Legenda
Geomorfológica
PAal1
...
Classes de Solos Atual
....
Neossolo Litólico
Indiscriminado + Afloramentos
Rochosos + Argissolo Amarelo
Alítico + Gleissolo Háplico
Indiscriminado
Argissolo Amarelo Alítico +
Argissolo Vermelho Distrófico
+ Argissolo Amarelo Distrófico
+ Neossolo Quartzarênico
Hidromórfico + Gleissolo
Háplico Indiscriminado
....
Após a edição de integraçao dos municípios em um mesmo arquivo,
elaborou-se a legenda de acordo com a padronização de cores das classes de
10 nível (Figura 9). O esforço investido no resgate e estruturação dos mapas de
solos em uma base georreferenciada possibilitou um zoneamento mais
detallhado para região do Corede Sul. Os dados estruturados em um SIG
sempre poderão ser refinados, corrigidos e atualizados, a partir de camadas
de informaçoes oriundas de outros mapas temáticos como por exemplo
declividade, modelo digital de elevação, geologia, geomorformogia, ou de
dados coletados a campo.
BROCHURA_ZONEUCA_2010.pmd
39
27/06/2013, 11:40
39
40
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
54°0'0"W
53°0'0"W
52°0'0"W
51°0'0"W
RYve4
RYve4
PA Ce1
RLd7
P Ve2
RLe7
RLd7
RLd8
PV Ae1
CHd
P Ve2
RRh7
RLe4
CHd
RRh7
RLe4
RLd 7
P Ve8
RRh7
PVe 8 RY bd2
P BA Cd7
RLh1
RLe4 RLh 1
CHd
RRh7
P Vd11
RRh7
RRh7 PB ACd7
PV e2
RRh7
P VA e1
P BA Cd7
RLe4
RLe7
RRh7
CHd
RLe4
RRd5 RRd5
PVA e1
RRh7
PVal2
PVe 8
P Ve8
RRh7
MTo1
P VA e1
RLh1
teste
PAe7
PVA d2
MTo1
RLe4
CHd
RRe4
RYve4
RLd7
MTo1
PB ACa3
RRh4
CHd
CHd
CHd
PV Ae7
A R11
RLe 7
31°0'0"S
M To 1
RY ve4
CHd
PB ACd1
GMve19
PVA al
P VAd9
PB ACa2
PA e4
RRe4
RRe1
GMbe1
PVA d6
PV Ad6
RYve9
S Xa l1
SX al1
RYve SX e5
GMbe1
SX al1
GM be1
GMbe1
SX al1
SX al1SX e5
S Xe5
RY 1
RYve2
RY ve 8
P VAd9
RRh4
SX al2
SX al2
GMbe1
PV d6
SX al2 GMbe1
PB ACa2
RRh5
RRe2
SX e5
S Xe5
GMbe1
GM be1RYve9
SXa l2
P Ad11
S Xe 10
PVe 3
RYve4
RRe2
RRh5
PV e8
SX al2
GMbe1
GMbe1
GMbe1
P Vd6
S Xal2
GMb e1
GMbe1
PV d6
RYve9
SX al2
GMb e1
SX al2 GMbe1
PV d6
PV Ad9
P Ae7
RRh5
P VA d2
PV e8
P ACe3
CXbd1
PB ACa2
PA d11
RRh4
MTo1
PV Aal
PA Ce3
P VAd9
PB ACd2
PV Ad2
RRh7
RRh7
CX bd1
PV Ad7
CX bd1
PV e8
P Ae7
CXbd1
AR20
PBA Ce2
RLe7
RRh7
RY bd2
RY 1
P VAd9
P VAd9
RRe1
P Ae13
P VA d2
MTo1
P VA d7
RY bd2
RY bd2
PAe7
RYb d2
PV Ad9
RY 1
RLd7
AR11
RRh7
PV Ad7
PV e8
CHd
PV Ae1
RRh7
RRh7
PV d11
CHd
RLd8
PV e8
P Ve8
RLe4
RLd7
PVA e1
3 1°0'0"S
PA Ce1
SX e5
AR11
GMbe1 PV d6
SX e5
RRe4
PB ACd1
CXve
RLe 5
PVA al
RLd6
AR8
RLe5
P Vd 2
RRh5
PB ACd1
AR10
RL1
CXb d1
PA Cd
PA e4
RLe5
RY 1
CXbd 1
PA al2
RLe6
PV Aal
RLd1
RRd3
MX o4
MTo4
GMve3
GM ve 2
MTo7
GMve9
RYve1
GMve2
GM ve 3
GMve9
RYve1
RLe1
RLd 4
PA d5
RRe6
RL3
RL3
PBA Ca1
MEo8
ME o4
MEo5
RRd2
RYve2
RY ve 1
G2
MTo6
RYve1
RLd 3
PV Ad5
RY 2RY 2
PA e1
PV Ad5
PA d8
TX o4
GMve19
G1
GM2
PV Ae5
PV Ad4
RY 2
PA e9
RLd9
G2
VCo2
PVA e5
RRd2
RY 2
RYve6GMve16
SXe 7b G2
RRd1
RRd1
S Xe 6
SX e7
GMve1 8
GMve11
G1
GMve18
PVA e5
TX o4
P Ae9
TCp2
ME o2
SXe 6
S Xe8
RY2
SX e8
SX e8
agua
teste
A R3
PA d6
P VA d1
S Xe 11
S Xe 8 SX e8
SX e8
PA e9
TX o4
T Xo1
PV Ad1
PVA e4
OXs1
GMve1 9
GX ve 1
GMve19
S Xe8
SX e1
SXe 11
PV Ad1
RQo1
GMve1 9
SX e8
RLe3
M Eo6
S Xe3a
S No 2
S Xe8
S No2
OXs1
RQo1
OX s1
S Xe13a
GMve1 8
OXs1
S Xe3a
P BA Ce 1
ME o3
S Xe3a
GXve1 RQo3
RQo1
GMve1 9
RQo1
GM ve 12
GMve11
S Xe8
RQo3
RYve3
ME o3
S Xe8
GX ve1
agua
S Xe8a
GMve4
ME o6
RY ve 7
PVA e4
S No 2
P BA Ce 1
RYve7
S Xe3a
SX e13a
SX e8
ME o6
agua
GX ve 1
ME o3
S Xe3a
RY 2
GMve11
SX e8
MEo6
S Xe 3a
RQo4 GM ve 19
GZn
RQo1
G2
P BA Ce1
SX e1
MEo6 SX e8
S Xe 9
RLe3
RYve7
RY 2
SX e8
SX e9
GMve11
RY 2
GMve11
GMve1 2
G2
RY 2
RQg
RQo
GM
RRd
GMbe
RRe
GMk
RRh
GMve
RRq
GXve
RRq1+GMe
RQo3
GMve1 4
RQo2
GZn
GMve14
GMve11
RYve3
RYve3
RY ve3
RQo1
GMve11
RY2
MEo
EK g3
OX yGMve13
GMve13
RY 2
EK g3
OX y
MTo
RY 2
OX y
RY2
EK g3
OXy
SX e12
OX y
EK g3
RQo1
MXo
E Kg 3
EK g3
OXs
SX e7a
GMve 5
OXy
OX y
GMve1 3
SX e1 GMve 13
GMve5
GMve5
RY2
S Xe 1
RY 2
OXy
GMve13
SX e13
GMve1
EK g3
RQo1 GMve1 3OXy
OX y
GMve13
EK g3
OXy
PACd
OX y
OXy
SX e1
GMve13
GMve5
agua
SX e14
OXy
E Kg3
GMve13
GMve5SX e13
SX e1
RY2
SX e1
GMve5
RQo1
SX e1
GMve1
GMve 5
EKg 3
OX y
OXy
GMve 1
SX e1
E Kg3
RQo1
PAal
S Xe1
GM ve 13
GMve5
SX e1
OXy
PAd
OXy
EK g3
RY 2
GMve 5
RY 2
GMve13
RQo1
SX e7a
S Xe 1
SX e1
EK g3
GMve 13
RY 2
S Xe1
S Xe 14
SX e13
SX e13
SX e14
RYq
RYve
SNo
SXal
SXe
TCp
TXo
VCo
agua
OXy
EKg 3
GMve1
PBACa
S Xe13
GM ve 5
SX e13
GMve5
PBACal
OX y
GMve4
SX e13
GMve1SX e1
SX e1
S Xe1
SX e1
GMve1
RY 2
S Xe14
RQo1
agua
SX e1
GMve 1
OX y
RYbd
S Xe14
RQo1
GMve1 3
PAe
OXy
OXy
S Xe13
GMve1
S Xe1
GMve13
OXy
S Xe13
GMve1
GMve4
S Xe1
SX e14
OX y
GMkSX e14
E Kg 3
GMve1
GMve5
S Xe1
SX e14
RY 2
GMve5
GMve1
SX e1
GMve5
S Xe14
S Xe1
EK g3
E Kg3
RY
EK g3
GMve1
GMve13
PACe
OX y
EK g3
SX e1
3 3°0'0 "S
E Kg 3
RQo1
EK g3
RQo1
GMve13
RLh
RQo1
G2
G2
G2
GMve11
agua
GMve14
RY ve 3RQo1
SX e13a
RY ve7
RY 2
RQo1
GMve1 4
S Xe9
GMve1 2
GMve11
RLe
GMve14
SX e9
ME o6
SX e8
RLd
G
GXve1
GMve11
RL
EKg
PAe6
S Xe13 a RY ve 7
RLe3
GMve11
S Xe3a
SX e8
SX e13a
SX e13a
S Xe8
S Xe13a
RQo3
RQo1
SXe 8a
RYve3
SX e6
GMve11
S Xe3a
SX e1
GMve18
SX e8
SX e3a
M Eo1
GZn
SX e3
RYve3
S Xe 3a
SXe 1
PAe6
RQo2
PV Ae6
ME o3
TX o3
TXo 3
SNo2
S Xe6
GMve11
RQo1
PV Ae4
RQo1
GMve19
GMve18SX e6
GMve11
RYve3
SX e3a
TX o3
GMve19 S Xe1
SNo2
RYve6
SX e8
PAd6
ME o3
RLe 3
SX e3a
S Xe1
PA e6
RYve3
GMve1 8
RYve6
CXbd
RQo1
GMve11
S Xe8 GMve12OXs1
SX e8
SXe 8
GMve11
GMve11
GMve7
GMve18
GX ve1
GMve18
GMve11
S Xe8
SX e8
SX e8
TXo 3
TX o3
SX e8
SX e8
S Xe8
SX e11
RQg4
P Ae6
GMve11
RY ve 3
SX e8
SX e8
PVA d1
SX e8
SX e8
RLd3
CXVe
RQo1
PVA e4
SX e1
GMve18
CHd
RQo3
RQo1
GMve1 9
GMve17
GMve17
GMve11
GM ve 18
S Xe8
SX e8
PAd6TCp2
PV Ae6
SX e1
GMve18
GMve17
OX s1
GMve18
GMve7GMve7
RQo1
GMve 17
OX s1
SX e8
OX s1
PBA Cd6
PVA d8
SX e1
GM ve 11
S Xe8
S Xe8
PA e6
GMve11
GMve 19
RYve3
GMve 11
SX e1
GMve18
SX e11
S Xe8
TCp2
PV Ae4
GMve11
AR
GMve7
PVA d8
OX s1 GMve17
GMve11
GMve18
GMve11
GMve18
S Xe8
PV Ad1
SX e8
TX o2
GMve 11
GMve11
G1
GMve18
PV Ae1
PAd7
PA e9
GM ve 18
RY ve3
SX e8
S Xe7b
RLd 9
RY2
MX o1
RLd9
GMve11
SX e7b
RY ve 3
OXs1
SX e8
GMve11
SX e8
S Xe8
T Cp2
GMve6
PV Ad8
SX e8
S Xe7
T Xo1
PA d7
PAe9
RRd1
TXo 4
TX o4 MX o1
RQg2
RQo1
GMve 13PVA d8
RRe7
TXo 4
AR17
RY2
RY2
Legenda_ Unidades de mapeamento
G1
RQg1
GMve1 8
P VA d8
P Ae6
agua
GMve7
GMve7
GMve7
GMve7
PV Ad8
P VAd8
GMve18
G1
AR19
AR17
RRd1
G2
A R5
SX e8
PAe11
SXe 6
S Xe7b
P VA e5
GMve1 3
RYve6
SX e8
agua
RQg4
G1
GMve4
GMve7
GMve11
SX e7
P VA d4
PA e10
PAe9
RRd1
MXo1
agua
GMve4
GMve13
SX e1
GMve11
SX e13
PA e9
MX o1
agua
RQg4
agua
GMve6
RQg2
GMve 13
GMve13
S Xal1
SX e13
SX e2
PA e11
P Ae9
RRd2
A R2
S Xe7b
SX e7b
G2
SX e7b
32°0 '0"S
G2
RY 2
G1
RQg1
RQo1
GMve11
SX e13RQo2
GMve10
RYve4
SX e7
RQg2
G1
RQg2
S Xe2
S Xe8
S Xe7
TX o2
RQg1
G1
GMve2
GMve2
GMve7
ag ua GMve 18
GM2
GMve11
RY 2
M Eo2
P VA a3
A R6
PV Ae5
GX ve 2
G1
GMve18
SX e2
PV Ad4
RY2
P Ae9
RRd2
S Xe6
P VA e5
M Xo2
GX ve 2
OX s2
GM ve 11
S Xe7
G2
RQg4
S Xe12a
GMve 18
GMve 18
GMve18
GMve17
PV Ad4
RQo1
GMve11
RY2 P VAd1 0
TX o2
AR2
GM2
G1
GMve15
GMve19
P VAd1 0
PVA d10
RLd2
RY 2
PA e1
TX o4
RLd2
SX e13
RQo2
PAe1
P VA e2
A R2
PA e9
PA e9
MXo3
GMve 10
RQg4
RQo1
GMve7
GMve17
SX e2
S Xe 13
RY2
SX e7
GM ve 20
OX s3
GM2
G1
GMve15
S Xe 2
RY 2
S Xe7
A R11
RLd9
G2
VCo2
RY2 MX o2
GMve3
G2GMve3
PA d2
AR8
P Ad8
GMve19
PB A Cd4
RLd4
RQg2
RQg1
GMve19
S Xe7
P Ve1
RRd2
EK g1
RQo2
GMve20
A R8
RLd4
RLd 2
PAe9
GMve3
GXve2
S No 1
OX s2
PVA e5
GMve16
EK g1
S Xe2
PV Ad4
RLd 4
AR7
PA e9
MXo2
MEo8
RY 2
GMve3
MEo8
AR18
PAe9
MXo2
MEo8
OXs2
GMve18
RYve4
GMve21
SX e13
GMve 15GMve16
P Ve4
PBA Cd4
A R1
RQg2
RQg1
RQg1 RQg1
RQg1
RQg2
SXe 13
SX e13
SX e13
PVA d4
P Ad8
P Ve1
PV Ad5
G1
agua
RQg2
G1
SX e2
PA d10
RRe3
SX e7
PV Ae2
MTo6
PA d10
MEo2
PAd8
PV Ad4
RL3
EK g2
E Kg1
S Xe2
S Xe13
RYve4
SX e2
PV Ad4
PA e3
GMve1 9
RL3
PB ACa1
SX e13
RLd1
PA e11
RRe6
RL3
RL3
A R1
OXs2
OXs2 OX s2
OXs3
SNo1 agua
PA d8
PVA d4
AR7
A R7
S Xe12 a
SX e12a
agua
SNo1
G1
G1
G1
E Kg2
OXs3
GMve1 6
RY ve 4 GM ve 16
SX e13 RYve4
PVA d5
AR18
PV Ad5
RQg1
E Kg1
OX s3
GMve1 8
SX e2
GMve21
SX e13
GM ve 11
S Xe13
PV Ad5
PV Ad5
RRe5
GMve3
A R7
GMve21
P VA e5
SX e13
RY ve4
RLd1
RLd1
AR18
TXo2
RQg4
GMve21 GMve21
SX e13
GM ve 18
PV Ae5 RQo1
RYve4
SX e2
RLd 1
PV d4
PA d5
GMve3
GMve13
GMve21
PVA d7
PAal3
PA e8
PB ACd4
GMve3
GXve3
MEo4 GMve 3
PAd4
PAd4
RL2
PA d10
RL4
MXo4
GMve3
VCo1 GMve 9
GMve8
GMve3
S Xe2
PA d4
PB ACd3
PAe7
PA d10
AR13
PVA d5
GX ve3
RYve1
ME o8
MTo7
MTo4
SX e13
SX e13
RL2
RL3
PB ACd5
AR15
GMve3
GMve 3
MTo4
MTo4
SX e2
RL2
PAe8
P Ae3
TCp1
PV Ad5
PVe 6
MX o4
M Eo7
GMve3
MTo7
RL2
PA e8
A R1 8
A R1 8
PV e6
PV e6
RQg2
S Xe 2
G1
RLd1
RL2
TCp1
PV Ad5
P VA d5
PVe 6
PVe 6
AR15
RQg4
RQg4
GXve4
SX e5
RY ve 8
RYve4
RLd1
PB ACd3
RL3
PB ACd5
RRh3
P VAd5
PV d5
P Ad2
AR15
P Ve6
GMve16
RYve4
RLd1
RLd 1
PA d10
RLd4
RLd4
P BA Ca1
AR16
RLe2
PVA d3
PV e6
MX o4
VCo1
V Co1
GMve3
PV e6
P Ve6
MTo6
MTo4
MTo4
SXe 12a
S Xe2
RL2
PAd1 0
PA e3
P VA d5
RLd1
RLd 1
PA d10
PA e8
A R18
RRh2
P BA Cd5
RLd1
PA d10
RLd 4
RL3
RRh3TCp1
RQg4
RY ve8
RLd1
PB ACd1
PA d3
P BA Cd4
PA e12
AR9
MX o4 P Ve6
P VA d3
P Ve6P Ve6
AR15
MTo6
RLd1
CXb d1
P BA Ca1
RRh2
RRh3
P Vd5
GMve3
P VA d3
MTo7
agua
GX ve4
SX e10
PV d6
RLd1
PA d10
RRh6
AR10
RRh2
RRh2
PVA d3
PAd2
PV e6
MEo8
VCo1
V Co 1
RRh2
PV Aal
AR14
GMve3
MTo4 GMve2
MTo7
P Ad2
P Ve7
PA Ce3
PA d4
RLd 1
SX e10
A R1 0
MX o4
MTo9
VCo1
RLd 1
CXbd 1
A R4
PA e8
PB ACal
PV d5
AR14
RRh1
GMve2
GMve9
PAe2
RQg2
PA Ce3
PACe2
RLd1
MTo5
GMve2
GM1
RRq2
GM1
RRq1+Gme
RLd1
RLd 1
RLd 4
P Ae12
RLe5
RLe6
RQg2GMve6
GM1
PB ACd1
RRe2
TCp1
PA d3
PVA d3
S Xe12 a
SXe 10
S Xe5
RRh6P BA Cd 4
PAe2
PA e12
PV d5
A R14
PV e6
MTo4
RRd3 AR15 P Ve6
RRd3
RL1
AR15
SX e10
GXve4
PACe3
RRh6
PAe1 2
PV Aal
RLe5
P BA Cal
P Aal2
MTo9
RQg1
S Xe10
PA Ce3
CX bd1
PB ACd4
RLe6
MTo8
TX o5
PA Ce2
PA Ce3
PAe1 2
AR9
MTo5
SXe 5
PACe3
P BA Cd 2
A R11
MTo4
MTo9
TX o5
PA Cd
GM1
P BA Cal
PA al1
MTo9
RQg1
PA Ce2
PACe3
PB ACal
ag ua
SX e10
PVe7
P ACe2
PA e12
P Ae3
T Cp 1
RL1
RQg4
RQg4
SNo1 GMve2
S Xe1
PV e7
P ACe3
CX bd1
RL5
A R12
RQg2
SNo1
SX e5
PACe3
P BA Cd1
PAe1 2
RLe6
agua
RQg1 S No1
agua
S Xe2
SX e10
PA Ce2
PAe4
PACe2
RRh5
GMbe1
P Vd6
CX bd1
PA e4
AR10
RRh4
RRe2
MTo9
SX e10
PA Ce3
PB ACd1
CXbd1
RRe4
RRh6
RRh6
PA Cd
CX bd1
P Ve3
PV Aal
PV Aal
RLe5
AR9
RLe5
PV Aal
PA al1
RYve2
SX e5
PB ACd2
RRe2
PV Aal
AR12
P Vd6
PVd 6
GMb e1
RYve8
RRh5
AR11
AR12
CXbd1
PA Ce3
PA Ce3
PV d2
PV d5
A R11
A R12
P BA Cd1
PV Aa4
33°0'0"S
P VAal
32°0'0"S
PV d5
AR9
RLe6
RLe6
A R11
SXe 1
GMve1
PBACd
SX e14
GMk
S Xe 1
GMve1 3
S Xe14
RY2
SX e7a
GMve1
SX e13
SXe 13
GMve1
PBACe
GMve 13
RQo1
GMk
GMve1
RY2
GMve13
OX y
RQo1
PBAd
GMve1
S Xe13
S Xe14 SX e1
SX e4
SX e4
SX e13
GMve1
SX e13
PVAa
GMve15
GMve4
RQo1
S Xe13
GMve15
SX e1
RQo1RY 2
GMve13
SX e14
RQo1
OXy
S Xe1
PVAal
GMve4
GMve4
SX e13
GMve1
SX e1
RQo1
OXy SX e1
RY2
SXe 13
GMve1
GMve1 5
SX e13
GMve1 5
SX e4
PVAd
OX y
OXy
GMve4
SX e1
S Xe13
GMk
GMk
GMve1
SX e14 OXy
S Xe13
SX e1
GMve15
PVAe
SX e14
S Xe 13
OXy
S Xe13 GMve4
S Xe 1
SX e14 GMve 1
S Xe1
GMk
S Xe13
SX e13
PVal
SX e13
GMve1SX e1
GMve 1S Xe13
S Xe13
PVd
PVe
54°0'0"W
53°0'0"W
52°0'0"W
51°0'0"W
Figura 9. Mapa de solos –arquivo único – legenda atualizada (SANTOS, 2006).
Fonte: Embrapa Clima Temperado.
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Capítulo 4
Características de algumas espécies de eucaliptos
Rosana Clara Victoria Higa
Marcos Silveira Wrege
Vilmar Luciano Mattei
As espécies do gênero Eucalyptus são originárias da Austrália e de
algumas ilhas da Oceania, onde foram descritas mais de 600 espécies subespécies e mais de oito subgêneros geneticamente isolados, que não se
intercruzam. Existe uma grande variedade de espécies, adaptadas a diferentes
condições de solo e de clima, para uso em plantios ou em florestas naturais
(PRYOR, 1976). Na Austrália, ocorrem em condições áridas até em condições
de clima frio e úmido, apresentando-se em quase todas as formações vegetais
do continente. Atualmente, um subgênero, o Eucalyptus citriodora, foi
reclassificado à categoria de gênero e passou a ser denominado Corymbia
citriodora.
O nome deriva das palavras gregas EU e CALYPTUS, que significa
coberto, protegido, referindo-se ao opérculo do botão floral. São chamados na
Austrália, entre outros nomes populares, de “gum trees”, por causa da goma
(quino) exsudada pelo tronco das árvores mais velhas (PRYOR, 1976).
São espécies perenifólias e a maioria delas apresenta-se com porte
arbóreo. Eucalyptus regnans atinge até quase 100 metros e é considerada a
espécie folhosa mais alta em todo o mundo. Outras espécies crescem até 70
metros, como Eucalyptus grandis, uma das mais plantadas. Outras têm porte
arbustivo, de 1,5 a 3 metros. A maioria das espécies, contudo, tem 10 a 50
metros.
Eucalyptus é o gênero mais plantado no mundo, devido à ampla
capacidade de adaptação, crescimento rápido e produtividade, com diferentes
finalidades. Apresenta grande plasticidade em relação às necessidades
climáticas, adaptando-se nas mais variadas condições ambientais, muitas das
quais diferentes das condições da região de ocorrência natural (BOOTH; PRYOR,
1991). Um dos principais fatores climáticos limitantes ao desenvolvimento para
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42
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
um grande número de espécies do gênero é a ocorrência de geadas (HIGA et
al., 2000; FRANKLIN; MESKIMEN, 1983).
A maioria das espécies do gênero Eucalyptus é sensível a geadas,
sendo este o fator de impedimento ao desenvolvimento das espécies nas
regiões de clima temperado. Um grande número pode sofrer danos com
temperaturas do ar menores que 0oC e poucas sobrevivem com temperaturas
inferiores a -15 oC ou -18 oC (TURNBULL; ELDRIDGE, 1983).
As melhores produtividades são atingidas nos climas subtropical e
temperado quente, onde a temperatura máxima média do mês mais quente
fica entre 24 e 32oC; temperatura mínima do mês mais frio entre 3 e 17oC e
temperatura média anual entre 14 a 22oC (BOOTH; PRYOR, 1991; POYTON, 1979).
O Estado do Rio Grande do Sul apresenta condições edafoclimáticas
bastante diferenciadas e, conseqüentemente, assim como outras regiões, com
potencial diferenciado para o desenvolvimento de distintas espécies de
Eucalyptus. A Metade Sul do Estado, um dos focos do presente trabalho, está
situada no Escudo Sul-Rio-Grandense, com predominância de rochas ígneas
do período Pré-Cambriano e, por isto mesmo, muito desgastadas pela erosão.
A altitude, nesta região, não ultrapassa 560 metros. A Depressão Central é
formada de rochas sedimentares, dando origem a um extenso corredor que
liga o Oeste ao Leste, através de terrenos de baixa altitude. As temperaturas
apresentam-se com grande variação sazonal, com verões quentes e invernos
bastante rigorosos, com ocorrência de geadas. As temperaturas médias anuais
do ar variam entre 15 e 18oC, com mínimas absolutas de até -10oC e máximas
absolutas de 40oC. Em relação aos índices pluviométricos, o Estado apresentase com uma distribuição relativamente equilibrada das chuvas ao longo de
todo o ano, em decorrência das massas de ar oceânicas que atingem o Estado,
mas, em algumas regiões, devido à predominância de solos rasos, não
raramente com menos de 20 cm de profundidade, bastam curtos períodos
sem chuva para haver falta de água, principalmente na Metade Sul do Estado.
Além disso, o volume total de chuvas é diferenciado. No Sul do Estado, os
índices pluviométricos anuais situam-se entre 1.200 e 1.600 mm e, no Norte, o
total está entre 1.600 e 1.900 mm, com maior volume concentrado no Norte e
Noroeste, especialmente na encosta do Planalto, região que registra os maiores
volumes de chuva (ATLAS ECONÔMICO DO RIO GRANDE DO SUL, 2008).
Na maior parte do Estado, os florestamentos e os reflorestamentos
são realizados com espécies do gênero Eucalyptus, principalmente com
Eucalyptus grandis e Eucalyptus dunni, este último nas regiões mais frias. Uma
das espécies cujo interesse vem aumentado é Eucalyptus globulus, por suas
características favoráveis à produção de papel. Vale ressaltar que,
principalmente plantações florestais para atender as empresas do setor de
celulose tem usado clones selecionados, formados por híbridos entre espécies.
As principais características das espécies consideradas no presente livro são
descritas à continuação.
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27/06/2013, 11:40
Capítulo 4. Características de algumas espécies de eucaliptos
4.1. Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden
Ocorre de forma contínua entre os paralelos 32o52’S, ao Sul de Nova
Gales do Sul, até 26o11’S, ao Leste de Queensland, na Austrália. Ocorre também,
mas de forma descontinuada, entre os paralelos 18oS até 16ºS, principalmente
no planalto de Atherton, região de maior altitude (BOLAND et al., 1984).
No centro de origem, Sul da Austrália, ocorre desde o nível do mar
até 600 metros de altitude, sendo ausente, além de 100 km da costa. Ao Norte
da Austrália é encontrado em altitudes entre 450 e 1250 metros, a uma distância
de até 450 km da costa. A maior área plantada, incluindo os híbridos formados
pelo Eucalyptus grandis está no Brasil, mas é também plantado em outros
países da América, na África e na Ásia: Ceilão, Índia, África do Sul, Tanzânia,
Uganda, Zâmbia, Zimbábue e nos Estados Unidos, principalmente nos Estados
da Califórnia, Flórida e Havaí (ELDRIDGE et al., 1994).
4.2. Eucalyptus dunnii Maiden
A ocorrência de Eucalyptus dunnii (Figura 11) está concentrada em
duas áreas distintas, uma situada 250 km a Oeste de Coffs Harbour, no Estado
de Nova Gales do Sul e a outra ao Norte de McPherson Range e nas áreas de
altitude ao Leste de Warwick, no Estado de Queensland. Estas regiões estão
localizadas entre os paralelos 28º00’ S a 30º15’ S e altitude de 300 a 700 metros.
O clima nestas áreas é do tipo Cfa (Koeppen), subtropical úmido com
temperatura média máxima do mês mais quente entre 27ºC a 30ºC e a média
das mínimas do mês mais frio entre 0ºC e 3ºC, podendo ocorrer entre 20 a 60
geadas por ano. Os índices pluviométricos anuais situam-se entre 1.000 mm a
1.750 mm, concentrado no verão, mas nenhum mês com menos de 40 mm. A
espécie é encontrada principalmente nas partes mais baixas dos vales e
encostas, mas também cresce nos topos de elevações em solos basálticos
próximos à mata tropical da Austrália. Prefere solos úmidos e férteis,
principalmente de origem basáltica, mas também cresce em solos derivados
de rochas sedimentares, principalmente naqueles com boas condições de
drenagem. Eucalyptus dunnii é uma espécie da floresta aberta alta e é
comumente associado a Eucalyptus saligna, Eucalyptus microcorys, Eucalyptus
grandis, Eucalyptus propinqua, Eucalyptus dalrympleana sub-espécie heptantha
e Casuarina torulosa (BOLAND et al. 1984).
No Zimbábue, quando plantada a 1.300 metros de altitude, a espécie,
apresenta-se com boas taxas de crescimento e forma, embora sofra danos
severos em conseqüência de geadas. No entanto, os resultados de produção
não são satisfatórios em altitudes maiores que 1.860 metros (POYTON, 1979).
Na África do Sul, desenvolve-se bem em altitudes que variam de 1.200 a 1.400
metros, mas o desenvolvimento é abaixo da média a 1.600 metros, onde sofre
danos consideráveis causados por geadas (SCHONAU; GARDENER, 1991). Na
Argentina, apresenta potencial na região Sul de Entre Rios e nas regiões de
ocorrência de geadas da Província de Missiones (MARCÓ; LOPÉZ, 1995; DALLA-
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43
44
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
TEA; MARCÓ, 1994).
No Sul do Brasil, tem se destacado pelo rápido crescimento,
uniformidade dos talhões, forma das árvores e resistência a geadas não muito
severas. O plantio comercial da espécie é indicado para todo o Estado de Santa
Catarina em altitudes inferiores a 1.000 metros, especialmente acima dos 500
metros, onde o inverno é fator limitante a outras espécies do gênero (EMBRAPA,
1986; GOLFARI et al., 1978). O plantio também é recomendado em regiões de
ocorrência de geadas no Estado do Paraná (EMBRAPA, 1988).
Higa et al. (1997) confirmaram o potencial da espécie para a região
Sul do Brasil. Resultados aos oito anos de idade, em Campo do Tenente - PR,
apontaram a espécie, entre outras vinte do gênero, como uma das melhores
em crescimento e resistência a geadas. Também Oliveira (1988) relata que
Eucalyptus dunnii, junto com Eucalyptus viminalis, apresentaram crescimento
melhor que outras trinta e uma espécies na região de Três Barras - SC.
A madeira de Eucalyptus dunnii é indicada para lenha, carvão,
celulose, moirões, postes e madeira serrada. A densidade básica média da
madeira é estimada entre 0,444 a 0,551 g cm-3 e possui 22 % de lignina (PEREIRA
et al., 2000). Na Austrália, as indústrias madeireiras consideram a espécie de
baixa qualidade para serraria, apresentando empenamento e retração durante
a secagem (BENSON; HAGER, 1993).
4.3. Eucalyptus globulus Labill
A região de ocorrência natural de Eucalyptus globulus (Figura 10)
fica entre os paralelos 38º26’S a 43º30’S, a principal é na parte oriental do
Estado daTasmânia, em populações distintas, ao longo da região costeira, até
20 km do litoral, com índices pluviométricos que podem ser tão baixos quanto
500 mm. No paralelo 43ºS, estende-se até 60 km da costa, quando a altitude é
superior a 500 metros e o índice pluviométrico anual é superior a 1000 mm. As
árvores, nestas condições, podem atingir até 80 metros. Ocorre, ainda, em
pequenas áreas no Extremo Sul do Estado de Victoria (ELDRIDGE et al., 1994).
Eucalyptus globulus é plantado em regiões de clima ameno, livres
de ocorrência de geadas (temperaturas do ar menores que 6ºC) e sem déficit
hídrico severo, bastante utilizado em reflorestamentos no Chile, Portugal,
Espanha e Austrália (ELDRIDGE et al., 1994). No Brasil, a espécie foi introduzida
experimentalmente em outros Estados, com desenvolvimento insatisfatório,
atribuído a condições climáticas desfavoráveis. No entanto, existe grande
interesse pela espécie devido às características da madeira, como baixo teor
de lignina, que confere grande rendimento na produção de celulose. A espécie
tem sido usada na produção de híbridos, especialmente com Eucalyptus
grandis, procurando combinar características de qualidade da madeira e
crescimento (BISON et al., 2007). A madeira é amplamente utilizada na
fabricação de papel e celulose.
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a gi H ai r ot ci V ar al C a nas oR: ot oF
a gi Hi ey oi R oi nôt n A: ot oF
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Figura 10. (A) Eucalyptus globulus; (B) Eucalyptus dunnii.
Capítulo 4. Características de algumas espécies de eucaliptos
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
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Capítulo 5
Critérios para o zoneamento agroclimático do
eucalipto
Marcos Silveira Wrege
Rosana Clara Victoria Higa
Silvio Steinmetz
Flavio Gilberto Herter
Carlos Reisser Junior
Bernadete Radin
Ronaldo Matzenauer
5.1. Exigências térmicas
No Estado do Rio Grande do Sul, a ocorrência de geada é um dos
principais fatores de restrição à produção agrícola e florestal, principalmente
às mudas de eucalipto, logo após serem plantadas no campo aberto, a partir
de setembro. Mesmo nesta época, ainda ocorrem geadas tardias ou de
primavera, que podem comprometer não apenas as mudas, mas também as
árvores de baixo porte, com até dois anos. Além das geadas, a ocorrência de
déficit hídrico também é um fator de risco importante para as plantas nesta
fase, por não estarem suficientemente bem enraizadas. Com o passar do tempo
e com o desenvolvimento das mudas, este risco vai perdendo a importância,
sendo esta uma vantagem dos plantios florestais em relação às culturas anuais
e até mesmo sobre as frutíferas. Porém, nos primeiros meses após o
transplantio, o eucalipto fica exposto à ocorrência de estiagens prolongadas,
quando a distribuição das chuvas é irregular, podendo ser necessário o
replantio, em alguns casos, principalmente na Metade Sul do Estado, inclusive
devido à presença de solos rasos nas regiões serranas e que, portanto, têm
menor capacidade de armazenamento de água. Os problemas são mais
evidentes no verão, quando o sistema solo-planta pode perder mais água por
evapotranspiração.
As doenças causadas por fungos também prejudicam o
desenvolvimento do eucalipto. Estas doenças têm sido mais comuns nas
regiões de baixa altitude e de clima tropical (TURVEY, 1996).
Com base nestas informações, como critérios de riscos climáticos
para o zoneamento agroclimático e edafoclimático, foram utilizados, o risco
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
de geadas e o risco de déficit hídrico, sendo o primeiro de maior restrição.
O risco de geada foi calculado utilizando a temperatura mínima do
ar com dados obtidos das estações meteorológicas da Fundação Estadual de
Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO) e do 8º Distrito de Meteorologia do Instituto
Nacional de Meteorologia (8º Disme/INMET). Ambos os institutos perfazem
uma rede de 32 estações meteorológicas, com dados climáticos diários e
registro histórico superior a 30 anos, na maior parte das estações.
O zoneamento agroclimático foi feito para três espécies de eucalipto,
selecionadas conforme a importância econômica e a potencialidade de
desenvolvimento, de acordo com as características climáticas do Estado do
Rio Grande do Sul. As espécies selecionadas foram: Eucalyptus grandis,
Eucalyptus dunnii e Eucalyptus globulus. No último caso, também foi
considerada a suscetibilidade à ocorrência de temperaturas elevadas,
considerando-se que Eucalyptus globulus não tolera calor. Os limites de
desenvolvimento térmico utilizados para calcular os riscos desfavoráveis são
apresentados a seguir:
Eucalyptus grandis:
- Temperatura mínima: < 3oC
- Temperatura máxima: < 8oC
Eucalyptus dunnii:
- Temperatura mínima: < 0oC
- Temperatura máxima: < 8oC
Eucalyptus globulus:
- Temperatura mínima: < 0oC
- Temperatura máxima: < 8oC e > 23oC
Os riscos de geada são maiores entre os meses de abril a outubro,
conforme a região, devendo-se evitar o plantio nesta época. Dessa forma, o
período de formação de mudas e a época de plantio devem ser ajustados,
para que ambos não sejam afetados pelas geadas. Para que o transplantio
seja feito até o mês de dezembro, segundo se recomenda, a produção de mudas
deve ser feita ainda no período de ocorrência de geadas e, portanto, cuidados
especiais devem ser tomados no viveiro.
As geadas influenciam também os microclimas, principalmente as
geadas tardias. Geralmente, as depressões permitem o acúmulo de ar frio nas
partes mais baixas, aumentando os riscos nestas regiões. A face Norte dos
terrenos recebe maior radiação do sol e, portanto, permanece mais tempo
com temperaturas maiores, sujeitando-se à ocorrência de geadas de menor
intensidade. Ainda existem os corredores de geada, formados por
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Capítulo 5. Critérios para o zoneamento agroclimático do eucalipto
deslocamento de ar frio, que podem danificar mudas de eucalipto. Evitando o
plantio em regiões com microclima favorável à ocorrência de geadas, ou
selecionando clones tolerantes para esses setores, como por exemplo o
Eucalyptus dunnii, pode-se reduzir os riscos de perdas.
A espécie com maior incremento volumétrico é o Eucalyptus grandis,
se plantado nas condições edafoclimáticas favoráveis (GOLFARI et al., 1978;
POYTON, 1974; ELFRIDGE et al., 1994), isto é, com baixa ocorrência de geadas
e de estiagens. Nas zonas sujeitas à ocorrência de geadas, pode-se optar pelo
plantio de Eucalyptus dunnii, que tem menor incremento volumétrico, mas é
mais tolerante. A vantagem do Eucalyptus globulus frente às duas outras
espécies é o rendimento industrial, muito superior, mesmo com menor
incremento volumétrico; no entanto, às restrições climáticas são bem distintas
e limitadas, existindo poucas áreas no Brasil onde pode ser plantado. Pode-se
afirmar que o Estado do Rio Grande do Sul é o único do país com zona favorável
ao desenvolvimento desta espécie, mesmo assim com sérias restrições em
termos territoriais, segundo apontado neste trabalho. Não suporta temperaturas
muito elevadas e é também bastante suscetível à ocorrência de geadas. Além
de seguir o zoneamento edafoclimático para o plantio desta espécie, é
fundamental a escolha do local correto na propriedade, observando o
microclima mais ajustado às suas necessidades.
5.2. Exigências hídricas
O risco de déficit hídrico também é importante na definição das
regiões para plantio das espécies de eucalipto, embora o Estado do Rio Grande
do Sul tenha um regime hídrico com distribuição bem regular das chuvas.
Mesmo assim, existem períodos em que ocorrem estiagens e períodos de
seca associados com a presença de solos rasos e arenosos, muito comuns na
Metade Sul do Estado, que prejudicam principalmente as mudas de eucalipto.
Os solos das regiões serranas, comumente rasos, têm baixa capacidade de
armazenamento de água e, havendo um período relativamente grande entre
inter-chuvas, existe a possibilidade de prejudicar o desenvolvimento das mudas,
principalmente no verão. Outras regiões, como a Metade Sul do Estado,
apresentam solos arenosos, com baixa capacidade de armazenamento de água,
sujeitos à ocorrência de períodos de déficit hídrico. A Fronteira Oeste é uma
das regiões com problemas deste tipo onde, em 8 de cada 10 anos, podem
ocorrer déficits de até 20 mm de precipitações no verão.
Talvez mais importante que o índice pluviométrico, é a distribuição
das chuvas, que deve ser a mais regular possível. Para a sobrevivência do
eucalipto, o mesmo deve receber, pelo menos, 500 mm (litros/m2) acumulados
em um ano (DARROW, 1994; CROMER et al., 1993). Mas, para atingir uma
produtividade razoável, deve ter um índice pluviométrico superior a 1000 mm
(JOVANOVIC; BOOTH, 2002; BOOTH; PRYOR, 1991; POYTON, 1979).
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
Foto: Rosana Clara Victoria Higa
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Figura 11. Plantação clonal de Eucalyptus grandis após ocorrência de geada
severa.
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Capítulo 6
Critérios para o zoneamento edáfico do eucalipto
Carlos Alberto Flores
Marilice Cordeiro Garrastazu
Vilmar Luciano Mattei
Utilizaram-se os levantamentos de solos dos Municípios integrantes
do Corede Sul, na escala aproximada de 1:100.000, segundo a compilação
realizada por Cunha et al. (2006). Foram abordados vários aspectos relacionados
aos solos ocorrentes na região, sendo classificados segundo um número
mínimo de características edáficas importantes para o estabelecimento e
desenvolvimento do eucalipto, tais como textura, profundidade efetiva, relevo,
drenagem, fertilidade, pedregosidade e/ou rochosidade.
6.1. Textura
A textura, uma das mais importantes características físicas do solo,
foi considerada por relacionar-se diretamente com a capacidade de retenção
de água, permeabilidade do solo, capacidade de retenção de cátions, arabilidade
do solo e suscetibilidade do solo à erosão. As classes de textura aqui
consideradas foram adaptadas com base nos grupamentos texturais constantes
em Santos (2006), e são: arenosa, média, argilosa (1:1), muito argilosa (1:1),
argilosa (2:1), siltosa e orgânica. A expressão “orgânica” foi atribuída aos solos
que apresentam constituição predominantemente orgânica.
6.2. Profundidade efetiva
A profundidade efetiva refere-se à profundidade máxima na qual
as raízes penetram no solo em número razoável, sem impedimento de qualquer
natureza, proporcionando as plantas suporte físico e meio para absorção de
água, nutrientes, além de ar as mesmas. Nem sempre a profundidade efetiva
se limita à profundidade do solo (A + B), podendo ultrapassá-lo, principalmente
quando o material de origem dos solos é mais facilmente intemperizável e/ou
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
muito fraturado (basalto, arenito, etc.). São exemplos de impedimentos a
presença de lençol freático, substrato rochoso, camadas compactadas,
pedregosidade e fragipans. Consideraram-se as classes de profundidade efetiva
recomendadas por Santos (2006) para levantamentos de solos com pequenas
modificações (Tabela 3).
Tabela 3. Classes de profundidade efetiva do solo empregadas na avaliação
da aptidão edáfica do eucalipto na Região do Corede Sul - RS.
C la sse s
M u ito p r o fu n d o
Pr o fu n d o
Pr o fu n d id a d e e fe tiv a (cm )
> 20 0
10 0 - 2 0 0
Po u co p r o fu n d o
5 0 - 10 0
Ra so
< 50
M u ito r a so
< 25
6.3. Relevo
O relevo (Tabela 4) regula os movimentos da água ao longo da
vertente, tanto na superfície como no interior do solo, agindo sobre seu regime
hídrico e, conseqüentemente, sobre os fenômenos de percolação interna e
ações correlatas – lixiviação de solutos, transporte de partículas coloidais em
suspensão no meio liquido – e ainda naqueles fenômenos em que a presença
da água é imprescindível – hidrólise, hidratação, dissolução.
Quanto mais íngreme for o terreno, menor a possibilidade de
infiltração da água no solo e, conseqüentemente, do fluxo interno dela, e maior
a quantidade de água que escorre na superfície (enxurrada) e a energia cinética
produzida, potencializando o processo erosivo. Solos situados em relevo
íngreme geralmente são menos profundos e apresentam menor capacidade
de retenção de água. Em uma mesma situação climática, as plantas podem se
apresentar com desenvolvimento diferenciado, especialmente as espécies
florestais. A informação de profundidade pode também fornecer subsídios ao
emprego de implementos e máquinas agrícolas, nas diversas fases do cultivo,
além de inferir a respeito da susceptibilidade à erosão. As classes de relevo
utilizadas no zoneamento edáfico para eucalipto são as utilizadas por Santos
(2006) em levantamentos de solos.
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Capítulo 6. Critérios para o zoneamento edáfico do eucalipto
Tabela 4. Classes de relevo empregadas na avaliação da aptidão edáfica do
eucalipto na Região do Corede Sul, RS.
C la sse s
De cliv id a d e s (% )
P la n o
0 – 3
S u a v e o n d u la d o
3 – 8
O n d u la d o
8 – 20
F o rte o n d u la d o
20 – 45
M o n ta n h o so
45 – 75
E sca rp a d o
> 75
6.4. Drenagem
O solo é constituído por partículas de vários tamanhos, desde as
muito pequenas, como as de argila, até as de tamanho dessimétrico, como os
cascalhos e as muito grandes como os matacões. O volume de espaços vazios
existentes entre as partículas individuais e agregados constitui a porosidade
do solo e, esta é que determina a capacidade dele de armazenar e transmitir
líquidos e gases. Os dados de granulometria dos horizontes, juntamente com
a cor destes, possibilitam inferir, respectivamente, sobre a porosidade do solo
e sua permeabilidade. Poros grandes e médios são importantes,
respectivamente, na aeração e infiltração de água e na condução desta através
do solo; os de tamanho pequeno são importantes no armazenamento da água.
O principal problema referente à drenagem deficiente de alguns
solos é a falta de oxigênio prejudicando a respiração das raízes. Quando é
muito acentuada, devido à respiração anaeróbia podem ocorrer acúmulos de
compostos, como etanol, etileno e metano, tóxicos quando presentes em teores
elevados. O ferro e o manganês, uma vez reduzidos para as formas bivalentes,
apresentam também toxicidade para as plantas. Este somatório de fenômenos
limita o uso de solos com horizonte glei (Gleissolos) e/ou caracteres tais como:
gleico, plíntico, abrúptico sendo tanto mais limitantes quanto mais superficiais
ocorrerem (KOZLOWSKI et al., 1991)
Na interpretação dos levantamentos de solos para fins do
zoneamento edáfico do eucalipto (Tabela 5), são apresentadas classes de
drenagem relacionadas com as classes definidas em Santos (2006). As classes
de drenagem referem-se à quantidade e rapidez com que a água recebida pelo
solo infiltra e escoa, afetando as condições hídricas do mesmo (duração do
período em que permanece úmido ou encharcado).
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
Tabela 5. Classes de drenagem empregadas na avaliação da aptidão edáfica
para o eucalipto na Região do Corede Sul, RS.
Classe
Fortemente e excessivamente
drenado
Acentuadamente drenado
A água é removida do solo rapidamente.
Solos muito porosos, de textura média a
arenosa e bem permeáveis.
A água é removida rapidamente do solo.
Solos de textura média ou argilosa, porém
com atividade baixos (Tb), muito, porosos
e bem permeáveis
A água é removida com facilidade do solo,
porém não rapidamente. Os solos geralmente apresentam textura argilosa ou
média.
Bem drenado
Moderadamente drenado
Imperfeitamente drenado
Mal drenado a Muito mal
drenado
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Descrição
54
A água é removida um tanto lentamente do
solo, de modo que o perfil permanece
molhado por uma pequena, porém significativa parte do tempo. Os solos geralmente
apresentam camada de permeabilidade
lenta no solum ou imediatamente abaixo
dele.
A água é removida lentamente do solo, de
modo que este permanece molhado por
período significativo, mas não durante a
maior parte do ano. Os solos apresentam
geralmente camada de permeabilidade lenta no solum e/ou lençol freático alto.
A água é removida do solo tão lentamente
que o lençol freático permanece na superfície ou próximo dela durante a maior parte
do ano. Os solos ocupam áreas planas ou
depressões onde há, freqüentemente, estagnação de água. Solos com gleização e
comumente com horizonte hístico.
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Capítulo 6. Critérios para o zoneamento edáfico do eucalipto
6.5. Fertilidade
A fertilidade natural do solo é um fenômeno bastante complexo,
que está relacionado com os fatores extrínsecos, às propriedades físicas e
químicas do solo e a existência de determinados elementos nutritivos, o que,
em última análise depende fundamentalmente do material que deu origem à
determinado solo. Neste zoneamento edáfico foi empregado como parâmetro
de fertilidade dos solos a saturação por bases (V%).
6.6. Pedregosidade e/ou rochosidade
Refere-se à proporção de calhaus, matacões e/ou exposição de
rochas do embasamento, quer sejam afloramentos de rochas, lajes de rochas,
camadas delgadas de solos sobre rochas e/ou predominância de “boulders”
com mais de 100 centímetros de diâmetro, presentes na superfície e/ou massa
do solo, que interferem diretamente na utilização de implementos e máquinas
agrícolas. As classes de pedregosidade e/ou rochosidade empregadas são
apresentadas na Tabela 6.
Tabela 6. Classes de pedregosidade e/ou rochosidade empregadas na avaliação
da aptidão edáfica do eucalipto, na região do Corede Sul, RS.
Cla s se s
Pe d ra s o u ro ch a (%)
A u se n te
0 a 0 ,1
Po u ca
0 ,1 a 0 ,3
M o d e ra d a
3 a 15
A b u n d a n te
M a io r q u e 1 5
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T ip o d e re striçã o
Se m re striçõ e s
L ig e ira a m o d e ra d a
F o rte
M u ito fo rte
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
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Capítulo 7
Zoneamento agroclimático para o eucalipto no
Estado do Rio Grande do Sul
Marcos Silveira Wrege
Rosana Clara Victória Higa
Marilice Cordeiro Garrastazu
Carlos Alberto Flores
Silvio Steinmetz
Carlos Reisser Junior
Bernadete Radin
Neste capitulo, são descritas a metodologia e os resultados do
zoneamento agroclimático para três espécies de eucalipto (Eucalyptus grandis,
Eucalyptus dunni e Eucalyptus globulus) no Estado do Rio Grande do Sul, sendo
elaborados mapas de risco de geada e de déficit hídrico.
Os mapas de risco de geadas ou de temperaturas altas, elaborados
em sistemas de informação geográfica (ESRI, 1999), foram obtidos por meio
de operações entre imagens, considerando modelos de regressão de
temperatura em função da altitude (elevação), da latitude e da longitude, com
base nos dados da rede de estações meteorológicas. Para tanto, utilizou-se o
modelo digital de elevação do terreno da Shuttle Radar Topography Mission SRTM (UNITED, 1999; SOUZA FILHO, 2003) adaptado para o sistema brasileiro
de referência oficial pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (WEBER
et al., 2005; WEBER; HASENACK, 2006).
O balanço hídrico foi elaborado considerando os dados provenientes
da rede nacional de estações meteorológicas da Agência Nacional de Águas
(Figura 12), contendo 160 estações no Estado do Rio Grande do Sul (Figura
13), sendo selecionadas séries temporais com mais de dez anos; bem como, a
capacidade de armazenamento de água (CAD) de cada classe de solo que
compõe as unidades de mapeamento, obtida a partir da interpretação do mapa
de solos do Estado na escala 1:750.000 (BRASIL, 1973). Foram definidas três
classes de armazenamento, CAD1 = 50 mm, CAD2 = 75 mm e CAD3 = 100 mm,
sendo realizadas simulações de balanço hídrico para cada caso.
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
Fot o: Marco s Silveira
Wrege
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Figura 12. Estação da Agência Nacional de Águas (ANA) no Município de
Piratini, RS, integrante da rede nacional de estações meteorológicas.
Para calcular o risco de déficit hídrico, é necessária a co-existência
de dados de temperatura e precipitação em um mesmo local. Como os dados
de temperatura (Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – FEPAGRO e
Instituto Nacional de Meteorologia - INMET) e os de precipitação (Agência
Nacional de Águas - ANA) são em locais distintos, foi necessário desenvolver
um modelo para o cálculo da temperatura nos 160 locais em função da altitude,
latitude e longitude. Assim, a evapotranspiração, avaliada a partir da
temperatura pelo método de Thornthwaite (1948), foi calculada para os 160
locais, permitindo que o balanço hídrico e o cálculo de risco de déficit hídrico
fossem também calculados para estes mesmos 160 locais.
Para avaliar o déficit hídrico, os dados pontuais das estações foram
convertidos em mapas (formato de imagem), considerando o método de
krigagem, por intermédio do módulo de geoestatística do sistema de
informação geográfica utilizado (ESRI, 1999).
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Capítulo 7. Zoneamento agroclimático para o eucalipto no Estado do Rio Grande do Sul
Figura 13. Rede de estações pluviométricas da Agência Nacional de Águas
(ANA) no Estado do Rio Grande do Sul, sendo caracterizado o decêndio com
maior risco de déficit hídrico no ano (21-31/dez).
Nestes mapas, as informações foram organizadas em três classes
de riscos climáticos, de acordo com os riscos de geadas e de déficit hídrico:
Preferencial: compreende áreas sem restrições de geadas e com baixo risco
de déficit hídrico para o cultivo.
Recomendável: compreende áreas com restrições climáticas ligadas à época
de implantação. Deve-se evitar o plantio a partir do mês de janeiro, quando os
riscos de estiagem são maiores e as plantas ainda apresentam sistema radicular
pouco desenvolvido.
Restrito: compreende áreas com alto risco de ocorrência de déficit hídrico (>
20%) e com alto risco de ocorrência de geadas (> 20%).
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
O zoneamento climático para cada uma das espécies de eucalipto
(Eucalyptus grandis, Eucalyptus dunni e Eucalyptus globulus) é apresentado
nas Figuras 14, 15 e 16. Nas regiões onde o plantio é restrito e ocorrem geadas
menos freqüentes e severas, devem-se evitar depressões e faces de exposição
do terreno com orientação sul, onde os danos podem ser maiores. A classe
“não recomendada” corresponde àquela com maior risco de ocorrência de
geadas, podendo causar mortalidade, principalmente de mudas.
Eucalyptus grandis é a espécie com a menor tolerância à geada
entre as três relacionadas neste trabalho. Tolera geadas com temperaturas
mínimas entre 3 e 8ºC. Assim, o risco de ocorrência de geadas foi avaliado
pela análise da freqüência de ocorrência de temperaturas mínimas diárias
inferiores a 3ºC e temperaturas máximas diárias inferiores a 8ºC, considerando
a ocorrência de ambas as condições como situação de risco e que, apenas
uma ocorrência no ano seria suficiente para o comprometimento das mudas.
Para a região “preferencial”, foi aceito que poderia ocorrer geada em 20% dos
anos, isto é, em média, uma geada a cada cinco anos. As regiões com riscos
entre 10 e 20%, isto é, com uma geada a cada cinco a dez anos, na média,
foram consideradas como “recomendável”. Caso não se adequasse a nenhuma
das duas outras condições, o plantio é “restrito”, isto é, deve-se evitar o plantio
devido aos riscos elevados. As análises foram aplicadas também a Eucalyptus
dunnii e Eucalyptus globulus, utilizando temperaturas mínimas do ar de 0ºC,
tornando-se inadequado incluir a classe “Recomendável” em função da escala
de trabalho. No caso de Eucalyptus globulus, além da temperatura mínima do
ar, foi considerada a freqüência de ocorrência de temperaturas máximas do ar
superiores a 23ºC.
Eucalyptus dunnii (Figura 15) é a espécie com maior tolerância à
geada entre as três apresentadas neste trabalho. Porém, mesmo assim, existem
restrições, devendo-se evitar microclimas desfavoráveis, com alta incidência
de geadas, principalmente as tardias.
Eucalyptus globulus (Figura 16) tem maior tolerância à geada que
Eucalyptus grandis, suportando temperaturas mínimas do ar de até 0ºC,
contudo também pode sofrer danos de geadas, principalmente no primeiro
ano, na fase de muda. Não se adapta bem em regiões onde a temperatura
máxima média do ar é maior que 23ºC, razão pela qual se apresenta com
baixo desenvolvimento e baixa taxa de sobrevivência na maior parte do
território brasileiro, como observado em plantios experimentais. Parte da região
do Corede Sul onde a freqüência de ocorrência de geadas é menor, pode ser
utilizada para o plantio desta espécie. É uma das poucas regiões do Brasil,
senão a única, recomendada para o plantio desta espécie.
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Figura 14. Zoneamento agroclimático para Eucalyptus grandis no Estado do Rio Grande do Sul.
Capítulo 7. Zoneamento agroclimático para o eucalipto no Estado do Rio Grande do Sul
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
Figura 15. Zoneamento agroclimático para Eucalyptus dunnii no Estado do Rio Grande do Sul.
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Figura 16. Zoneamento agroclimático para Eucalyptus globulus no Estado do Rio Grande do Sul.
Capítulo 7. Zoneamento agroclimático para o eucalipto no Estado do Rio Grande do Sul
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
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Capítulo 8
Zoneamento edáfico para eucalipto na região do
Corede Sul - RS
Carlos Alberto Flores
Marilice Cordeiro Garrastazu
Vilmar Luciano Mattei
As características descritas para as unidades de mapeamento no
Capítulo 6 (fertilidade, textura, relevo, drenagem, profundidade efetiva e
pedregosidade e/ou rochosidade) foram inicialmente organizadas e tabuladas
numa matriz, onde foram confrontadas com as necessidades das espécies de
eucalipto consideradas neste trabalho. No entanto, pela ausência de resultados
de pesquisas em nível de espécies (Eucalyptus grandis, Eucalyptus dunni e
Eucalyptus globulus) não foi possível individualizar a aptidão edáfica específica,
sendo gerado um único mapa de aptidão edáfica para o eucalipto na região do
Corede Sul - RS. Para cada uma das características avaliadas, foram
estabelecidas diferentes classes de aptidão, organizadas em um quadro guia
(Tabela 7).
Quando os solos apresentam condições favoráveis à implantação e
desenvolvimento das espécies, para todas as classes, foram classificados como
pertencentes à classe de solos Preferencial. Quando ocorrem restrições em
uma ou mais características que limitam as possibilidades de utilização do
solo, foram enquadrados em classes distintas de aptidão (Recomendável, Pouco
Recomendável e Cultivo não Recomendável). Para o enquadramento dos solos
em uma determinada classe de aptidão, utilizou-se o fator de solo mais
restritivo. As classes de aptidão edáfica consideradas neste trabalho foram as
seguintes:
Preferencial (P): compreende terras sem limitações significativas. Há um
mínimo de restrições que não reduzem a produtividade de forma expressiva e
que não aumentam os insumos exigidos acima de um nível considerado
aceitável;
Recomendável (R): nesta classe estão compreendidas as terras que apresentam
limitações moderadas, porém, com redução de produtividade, aumentando a
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
necessidade de insumos. Ainda que atrativas estas terras são sensivelmente
inferiores àquelas obtidas pelas da classe Preferencial;
Pouco recomendável (PR): compreende terras que apresentam limitações
fortes, com conseqüente limitação de produtividade, aumentando a
necessidade de insumos. O desenvolvimento e as produtividades das espécies
de Eucalyptus consideradas neste trabalho tendem a ser baixas;
Cultivo não recomendável (CNR): as terras enquadradas nesta classe
apresentam-se com limitações muito fortes para o uso com Eucalyptus, que
parecem excluir a produção sustentada, independentemente do nível de manejo
empregado.
Tabela 7. Parâmetros utilizados para avaliação das classes de aptidão edáfica
para o eucalipto na região do Corede Sul - RS.
Classes de aptidão edáfica
Parâmetros
Preferencial
Fortemente,
acentuadamente
ou bem drenado
Drenagem
Recomendável
Moderadamente
drenado
Pouco
Recomendável
Cultivo não
Recomendável
Imperfeitamente
ou
excessivamente
drenado
Mal ou muito
mal drenado
Raso
Muito raso
Orgânica
Profundidade
efetiva
Muito profundo ou
Pouco profundo
profundo
Grupamento
textural
Média ou argilosa
(1:1)
Muito argilosa
(1:1)
Argilosa (2:1),
arenosa ou siltosa
Relevo
Plano ou suave
ondulado
Ondulado
Forte ondulado
Fertilidade
Alta ou média
Baixa
Muito baixa
Pedregosidade
/rochosidade
Ausente ou pouca
Moderada
Acentuada
Montanhoso ou
escarpado
Presença de
sais
Abundante
Com os resultados obtidos na avaliação, foi gerado o mapa de
aptidão edáfica para o eucalipto, mediante reclassificação do mapa de solos
(Figura 17). Neste processo, utilizou-se o sistema de informação geográfica
ArcGIS (ENVIRONMENTAL, 1999). As áreas correspondentes às classes
Preferencial e Recomendada somam aproximadamente 926 mil hectares, ou
seja, aproximadamente 25% do território avaliado, sendo que 72% da área
sofre fortes restrições edáficas (Tabela 8).
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Capítulo 8. Zoneamento edáfico para o eucalipto na região do Corede Sul – RS
54°0'0"W
53°0'0"W
DE
AN
R
G
L
O
SU
RI
O
D
52°0'0"W
RIO GRANDE
DO SUL
Encruzilhada
do Sul
Ca
31°0' 0"S
Amaral
Ferrador
m
Cristal
uã
aq
Hulha
Negra
Piratini
Candiota
Tu
r
Pinheiro
Machado
Morro
Redondo
Aceguá
Cerrito
32°0'0"S
Pedras
Altas
UR
UG
Pelotas
Capão
do Leão
Pedro
Osório
Herval
UA
uç
Arroio do
u
Padre
Arroio Grande
Rio Grande
I
Jaguarão
33°0'0"S
s
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O
IC
T
N
LÂ
AT
ZONEAMENTO EDÁFICO
NA REGIÃO DE ABRANGÊNCIA
DO COREDE SUL
LAGOA
MIRIM
®
O
AN
E
OC
va
Ta
Eucalyptus spp
33°0'0"S
Bagé
S
TO
PA t e
S
r
No
DO
A é do
N
s
GU J o
LA Sã o
São Lourenço
Canguçu
32°0'0"S
Santana da
Boa Vista
31°0' 0"S
51°0'0"W
- preferencial
- recomendado
Esca la : 1 :1 .0 0 0 .0 0 0
- pouco recomendado
- CNR*
Santa Vitória
do Palmar
Legenda
- lagoas e lagunas
Chuí
- divisão municipal
*CNR - Cultivo não recomendado
54°0'0"W
53°0'0"W
52°0'0"W
51°0'0"W
Figura 17. Zoneamento edáfico para o eucalipto na região do Corede Sul - RS.
Tabela 8. Área para a aptidão edáfica do eucalipto na região do Corede Sul RS.
Classes de aptidão
Área (ha)
Área (%)
Laguna e lagoas
100.650
3
Preferencial
79.702
2
Recomendável
846.700
23
Pouco recomendável
994.380
27
Cultivo não recomendável
1.692.664
45
Total
3.714.096
100
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
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Capítulo 9
Zoneamento edafoclimático para o eucalipto na
região do Corede Sul - RS
Marilice Cordeiro Garrastazu
Carlos Alberto Flores
Marcos Silveira Wrege
José Maria Filippini Alba
A integração dos zoneamentos edáfico e climático, denominada
zoneamento edafoclimático, foi elaborada com o uso de ferramentas de
sistemas de informações geográficas, por meio de operações entre imagens
geradas em cada tipo de zoneamento (climático e edáfico), conforme
mencionado anteriormente na metodologia. Nas Figuras 18, 19 e 20 são
apresentados os zoneamentos agroclimáticos para Eucalyptus grandis,
Eucalyptus dunnii e Eucalyptus globulus na região do Corede Sul - RS.
Os dados climáticos e edáficos foram reclassificados, usando o
programa ArcGIS (ENVIRONMENTAL, 1999), de acordo com os critérios de
preferência para as espécies (Tabela 9). Os maiores valores representam a
situação edafoclimática ideal, enquanto que os menores valores representam
situação inadequada, com problemas para produção das espécies florestais,
quer seja devido ao clima, ao solo, ou ambos.
Os valores utilizados nas classes de clima (5, 6 e 7) ou de solo (1, 2,
3 e 4), foram multiplicados entre si para a obtenção dos resultados finais.
Através deste cálculo, obtiveram-se as seguintes classes de aptidão
edafoclimática: área de plantio preferencial (28); área com plantio recomendado
(18, 21 e 24); área de plantio pouco recomendado (12 e 14) e área de plantio
não recomendado (5, 6, 7, 10, 15, 20). Em outras palavras, cada pixel do plano
de informação de riscos climáticos foi multiplicada pelo pixel correspondente
(mesma posição geográfica) do plano de informação de riscos edáficos, sendo
gerado o zoneamento edafoclimático.
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
54°0'0"W
53°0'0"W
52°0'0"W
RIO GRANDE
DO SUL
E
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A
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O
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Encruzilhada
do Sul
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Pinheiro
Machado
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32°0'0"S
Pedras
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Arroio Grande
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7,5 3,75 0
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NT
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32°0'0"S
Candiota
São Lourenço
Canguçu
Piratini
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Cristal
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Negra
31°0'0"S
m
31°0'0"S
Ca
Amaral
Ferrador
Santana da
Boa Vista
Bagé
33°0'0"S
51°0'0"W
ZONEAMENTO CLIMÁTICO NA
REGIÃO DE ABRANGÊNCIA DO
COREDE SUL
Sistema de projeção polic ônica projetada
Latit ude original: 0º Equador
Longitude original: 54º WGr.
Datum SAD 69
33°0'0"S
70
E. grandis
Escala: 1:1.000.000
7, 5
15
22, 5
- preferencial
30
Quilômetros
Fonte:
Divisão municipal: IBG E (2001)
Model o digital de elevaç ão: Cart as do Exércit o (Esc ala: 1:50.000)
Digitalizado pelo Laboratório de Monitoramento Ambient al e Geoproc essamento da
Embrapa Clima Temperado
Dados climáticos do Estado do Rio Grande do Sul (Fepagro/ 8º Disme-Inmet/
Embrapa
Santa Vitória
do Palmar
- recomendado
- pouco recomendado
Embrapa 2008
Legenda
- lagoas e lagunas
Chuí
54°0'0"W
- divisão municipal
53°0'0"W
52°0'0"W
51°0'0"W
Figura 18. Zoneamento agroclimático de Eucalyptus grandis na região do
Corede Sul - RS.
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Capítulo 9. Zoneamento edafoclimático para o eucalipto na região do Corede Sul – RS
54°0'0"W
53°0'0"W
52°0'0"W
RIO GRANDE
DO SUL
E
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A
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O
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Encruzilhada
do Sul
aq
Morro
Redondo
Aceguá
Cerrito
32°0'0"S
Pedras
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Capão
do Leão
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NT
CO
32°0'0"S
Tu
r
Pinheiro
Machado
r
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Ta
LÂ
AT
ZONEAMENTO CLIMÁTICO NA
REGIÃO DE ABRANGÊNCIA DO
COREDE SUL
Sist ema de projeção pol icônica projet ada
Lati tude original: 0º Equador
Longitude original: 54º WG r.
Datum SAD 69
33°0'0"S
Candiota
S
TO
PA
São Lourenço
Canguçu
Piratini
uã
Cristal
Hulha
Negra
31°0'0"S
am
31°0'0"S
C
Amaral
Ferrador
Santana da
Boa Vista
Bagé
33°0'0"S
51°0'0"W
E. dunnii
Escala: 1:1.000.000
0
8
16
24
- preferencial
32
Quil ômetros
Fonte:
Di visão municipal: IBG E (2001)
Modelo digital de elevaç ão: Cartas do Ex ército (Escala: 1:50.000)
Di gitalizado pelo Laboratório de Monitoramento Ambiental e Geoproc essamento da
Embrapa Cli ma Temperado
Dados climáticos do Estado do Rio G rande do Sul (Fepagro/ 8º Disme-Inmet/
Embrapa
Santa Vitória
do Palmar
- recomendado
- pouco recomendado
Embrapa 2008
Legenda
- lagoas e lagunas
Chuí
54°0'0"W
- divisão municipal
53°0'0"W
52°0'0"W
51°0'0"W
Figura 19. Zoneamento agroclimático de Eucalyptus dunnii na região do Corede
Sul - RS.
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71
72
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
Figura 20. Zoneamento agroclimático de Eucalyptus globulus na região do
Corede Sul - RS.
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Capítulo 9. Zoneamento edafoclimático para o eucalipto na região do Corede Sul – RS
Tabela 9. Critérios de ponderação para a integração dos zoneamentos climático
e edáfico, para o zoneamento edafoclimático na região do Corede Sul - RS.
Aptidão climática
Aptidão edáfica
Preferencial
(risco: 0 -10%)
Recomendável
(risco: 10 -20%)
Restrito
(risco: > 20%)
(7)
(6)
(5)
Preferencial
(4)
28
24
20
Recomendado
(3)
21
18
15
(2)
14
12
10
(1)
7
6
5
Pouco
recomendado
Não
recomendado
Classes de aptidão:
recomendado.
Preferencial
Recomendado
Pouco recomendado
Não
Da sobreposição entre o zoneamento edáfico e o zoneamento
agroclimático para cada espécie de eucalipto foram obtidos os correspondentes
dados de aptidão e zoneamentos edafoclimáticos para Eucalyptus grandis
(Tabela 10 e Figura 21), Eucaliptus dunnii (Tabela 11 e Figura 22) e Eucaliptus
globulus (Tabela 12 e Figura 23) para a região do Corede Sul – RS.
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73
74
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
Tabela 10. Área de aptidão edafoclimática de Eucalyptus grandis para a região
do Corede Sul - RS.
Classes de aptidão
Área (hectares)
Área (%)
100.650
3
5.462
0,2
Recomendado
883.972
24
Pouco Recomendado
976.796
26
Restrição climática por risco de geada (CNR)
53.006
1,3
Restrição edáfica e climática por risco de geada (CNR)
465.021
12
Restrição edáfica (CNR)
1.229.189
33
TOTAL
3.714.096
100
Laguna e lagoas
Preferencial
54°0'0"W
53°0'0"W
52°0'0"W
RIO GRANDE
DO SUL
DE
AN L
R
G SU
O
RI DO
Encruzilhada
do Sul
C
Amaral
Ferrador
uã
aq
Hulha
Negra
Candiota
Tu
r
Pinheiro
Machado
Morro
Redondo
Aceguá
Cerrito
32°0'0"S
Pedras
Altas
UR
Pedro
Osório
Herval
UG
UA
São Lourenço
Canguçu
Piratini
Arroio Grande
I
Jaguarão
LAGOA
MIRIM
Arroio do
Padre
uç
u
LA
Pelotas
G
A
UN
Capão
do Leão
Sã
DO
S
TO
PA
o
éd
os
oJ
EA
C
O
Rio Grande
S
rt e
No
NO
LÂ
AT
r
va
Ta
es
O
IC
T
N
32°0'0"S
Cristal
Bagé
31°0'0"S
am
Santana da
Boa Vista
31°0'0"S
51°0'0"W
ZONEAMENTO EDAFOCLIMÁTICO
NA REGIÃO DE ABRANGÊNCIA
DO COREDE SUL
E. grandis
®
8
4
- recomendado
Sistema de projeç ão policônica projet ada
Latitude original: 0º Equador
Longitude original: 54º WG r.
Datum SAD 69
- pouco recomendado
Escala: 1:1.000.000
0
8
16
24
33°0'0"S
33°0'0"S
- preferencial
- CNR* (restrição edáfica)
32
Quil ômetros
Fonte:
Divisão municipal: I BGE (2001)
Modelo digit al de elevação: Cartas do Exército (Escala: 1:50. 000)
Digitali zado pelo Laboratório de Monitorament o Ambiental e G eoprocessamento da
Embrapa Clima Temperado
Dados climáticos do Estado do Rio Grande do Sul (Fepagro/ 8º Disme-Inmet/
Embrapa
Santa Vitória
do Palmar
Embrapa 2008
- CNR* (restrição por risco de geada)
- CNR* (reatrição edáfica e por risco de geada)
Legenda
- lagoas e lagunas
Chuí
- divisão municipal
*CNR - Cultivo não recomendado
54°0'0"W
53°0'0"W
52°0'0"W
51°0'0"W
Figura 21. Zoneamento edafoclimático de Eucalyptus grandis na região do
Corede Sul - RS.
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Capítulo 9. Zoneamento edafoclimático para o eucalipto na região do Corede Sul – RS
Tabela 11. Área de aptidão edafoclimática de Eucalyptus dunnii para a região
do Corede Sul - RS.
Classes de aptidão
Área (hectares)
Área (%)
Laguna e lagoas
100.650
3
Preferencial
79.702
2
Recomendado
846.700
23
Pouco recomendado
994.380
27
Não recomendado (CNR)
1.692.664
45
TOTAL
3.714.096
100
54°0'0"W
53°0'0"W
52°0'0"W
RIO GRANDE
DO SUL
DE
AN L
R
G SU
O
RI DO
Encruzilhada
do Sul
Tu
r
Pinheiro
Machado
Morro
Redondo
Aceguá
Cerrito
32°0'0"S
Pedras
Altas
UR
Pedro
Osório
Herval
UG
UA
Arroio Grande
I
Jaguarão
LAGOA
MIRIM
Arroio do
Padre
uç
u
GU
LA
Pelotas
NA
DO
oJ
Sã
Capão
do Leão
S
os
o
éd
EA
OC
Rio Grande
r
va
Ta
rt e
No
NO
LÂ
AT
I
NT
es
CO
32°0'0"S
Candiota
S
TO
PA
São Lourenço
Canguçu
Piratini
uã
Hulha
Negra
aq
Cristal
31°0'0"S
m
31°0'0"S
Ca
Amaral
Ferrador
Santana da
Boa Vista
Bagé
51°0'0"W
ZONEAMENTO EDAFOCLIMÁTICO
NA REGIÃO DE ABRANGÊNCIA
DO COREDE SUL
E. dunnii
®
7 3,5 0
- recomendado
Sist ema de projeção pol icônica projet ada
Lati tude original: 0º Equador
Longitude original: 54º WG r.
Datum SAD 69
- pouco recomendado
Escala: 1:1.000.000
7
14
21
33°0'0"S
33°0'0"S
- preferencial
- CNR* (restrição edáfica)
28
Quilômet ros
Fonte:
Di visão municipal: IBG E (2001)
Modelo digital de elevaç ão: Cartas do Ex ército (Escala: 1:50.000)
Di gitalizado pelo Laboratório de Monitoramento Ambiental e Geoproc essamento da
Embrapa Cli ma Temperado
Dados climáticos do Estado do Rio G rande do Sul (Fepagro/ 8º Disme-Inmet/
Embrapa
Santa Vitória
do Palmar
Embrapa 2008
- CNR* (restrição por risco de geada)
- CNR* (reatrição edáfica e por risco de geada)
Legenda
- lagoas e lagunas
Chuí
- divisão municipal
*CNR - Cultivo não recomendado
54°0'0"W
53°0'0"W
52°0'0"W
51°0'0"W
Figura 22. Zoneamento edafoclimático de Eucalyptus dunnii na região do
Corede Sul - RS.
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
Tabela 12. Área de aptidão edafoclimática de Eucalyptus globulus para a região
do Corede Sul - RS.
Classes de aptidão
Área (hectares)
Área (%)
Laguna e lagoas
100.650
3
Preferencial
75.600
2
Recomendado
565.259
15
Pouco Recomendado
566.085
15
Restrição climática por risco de geada (CNR)
711.832
19
Restrição edáfica e climática por risco de geada (CNR)
360.877
10
Restrição edáfica (CNR)
1.333.793
36
TOTAL
3.714.096
100
54°0'0"W
53°0'0"W
52°0'0"W
RIO GRANDE
DO SUL
E
ND
A
GR SUL
O
RI D O
Encruzilhada
do Sul
Tu
r
Pinheiro
Machado
Morro
Redondo
Aceguá
Cerrito
32°0'0"S
Pedras
Altas
UR
UG
U
Pedro
Osório
Herval
Arroio Grande
AI
Jaguarão
LAGOA
MIRIM
Arroio do
Padre
uç
u
G
LA
Pelotas
A
UN
Capão
do Leão
DO
S
s
Jo
ão
r
va
Ta
te
or
oN
d
é
S
O
AN
E
C
es
CO
I
NT
Â
L
AT
32°0'0"S
Candiota
S
TO
PA
São Lourenço
Canguçu
Piratini
uã
Hulha
Negra
aq
Cristal
31°0'0"S
m
31°0'0"S
Ca
Amaral
Ferrador
Santana da
Boa Vista
Bagé
51°0'0"W
O
Rio Grande
ZONEAMENTO EDAFOCLIMÁTICO
NA REGIÃO DE ABRANGÊNCIA
DO COREDE SUL
E. globulus
®
7 3,5 0
- recomendado
Sistema de projeção policônica projetada
Latitude original: 0º Equador
Longitude original: 54º WG r.
Datum SAD 69
33°0'0"S
33°0'0"S
- preferencial
- pouco recomendado
Escala: 1:1.000.000
7
14
21
- CNR* (restrição edáfica)
28
Quilômetros
Fonte:
Di visão municipal: IBGE (2001)
Modelo digital de elevação: Cartas do Exército (Escala: 1: 50.000)
Di gitalizado pelo Laboratório de Monitoramento Ambiental e Geoprocessament o da
Embrapa Clima Temperado
Dados climáticos do Estado do Rio G rande do Sul (Fepagro/ 8º Disme-Inmet/
Embrapa
Santa Vitória
do Palmar
Embrapa 2008
- CNR* (restrição por risco de geada ou
temperaturas elevadas)
- CNR* (reatrição edáfica e por risco de geada
ou temperaturas elevadas)
Legenda
- lagoas e lagunas
Chuí
54°0'0"W
- divisão municipal
53°0'0"W
52°0'0"W
*CNR - Cultivo não recomendado
51°0'0"W
Figura 23. Zoneamento edafoclimático de Eucalyptus globulus na região do
Corede Sul - RS.
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Capítulo 9. Zoneamento edafoclimático para o eucalipto na região do Corede Sul – RS
Desenvolveu-se uma estratégia de interpretação do mapa de solos
disponível para o zoneamento edáfico de Eucalyptus grandis, Eucalyptus dunnii
e Eucalyptus globulus para a região de abrangência do Corede Sul - RS. É
necessário que se esclareça que, quando de posse de levantamentos de solos
(mapas, texto) mais detalhados (escala < 1: 50.000) as classes de solos
componentes das unidades de mapeamento a serem avaliadas tendem a
fornecer mais subsídios à interpretação. Com isto, o enquadramento das
unidades de mapeamento em uma determinada classe de aptidão edáfica
apresentará maior discriminação e precisão. Como exemplo: gléico, abrúptico,
plíntico, lítico, léptico, etc. Entretanto, quando as informações de solos estão
contidas em mapas de solos em escalas mais genéricas (escala > 1: 50.000),
onde as unidades de mapeamento são de composição mais heterogênea, é
necessário o agrupamento das unidades de mapeamento em categorias,
definindo, em cada uma, classes distintas de utilização. Por exemplo: solos
com horizonte B textural, relevo suave ondulado, tipo de argila, saturação por
bases, etc. Portanto, o presente zoneamento poderá apresentar diferenças de
enquadramento de certas áreas quando o mesmo tiver como base
levantamento de solos mais detalhado.
Considerando-se as restrições edáficas e climáticas, as áreas
consideradas adequadas ao plantio destas espécies é reduzida. Isto não significa
que elas não possam se desenvolver fora desses locais, especialmente se forem
especificamente melhoradas para estas regiões, porém, os riscos fora das áreas
recomendadas são sempre maiores. Isso não quer dizer que nas regiões onde
são recomendadas não existam riscos. Os mesmos existem, mas são menores.
No caso do Eucalyptus globulus a atenção deve ser ainda maior, porque a
espécie tem sérias restrições climáticas e requer condições bem específicas ,
inclusive deve-se dar atenção às condições microclimáticas (MIRANDA;
PEREIRA 2002; JORDAN et al., 2002; GELDRES; SCHALATER, 2004; POTTS et
al., 2004). As técnicas silviculturais devem ser específicas para cada nicho de
desenvolvimento (GELDRES; SCHALATER, 2004).
Também são relatados casos de pragas e doenças, como Puccinia
psidii no Uruguai (TELECHEA et al., 2003), o que deve ser considerado com
maior cautela no estabelecimento dos plantios florestais de eucalipto para a
região.
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
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27/06/2013, 11:41
Capítulo 10
O zoneamento como instrumento para as políticas
públicas na busca da sutentabilidade
José Maria Filippini Alba
Marcos Silveira Wrege
Carlos Alberto Flores
Marilice Cordeiro Garrastazu
Vilmar Luciano Mattei
Os problemas ambientais do mundo são de longa data. De maneira
ilustrativa, pode-se mencionar os desmatamentos, as nuvens de “smog”, o
efeito estufa, a perda de biodiversidade, o derretimento das geleiras perpétuas,
a elevação do nível do mar, a introdução de substâncias potencialmente
prejudiciais no solo e corpos de água e a acumulação de lixo doméstico,
industrial e hospitalar.
Muitos destes problemas tornaram-se evidentes no século XX, ao
menos do ponto de vista global, como conseqüência da intensificação do
crescimento demográfico, induzindo as organizações governamentais à criação
de leis de conservação da natureza, proteção do meio ambiente e mitigação
de impactos ambientais. O Estatuto da Terra (Lei 4504/64), o Código Florestal
(Lei 4771/65), o Estatuto do Índio (Lei 6003/73), a Política Nacional do Meio
Ambiente (Lei 6938/81), o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos
Hídricos (Lei 9433/97) e o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza (Lei 9985/00), entre outros, representam esta situação no Brasil, muito
embora sua instrumentação possa ter sido postergada, mesmo até em tempos
recentes, devido às necessidades de consumo da população, à carência de
consciência ambiental, à força do poder econômico e à passividade do poder
público.
Todo empreendimento exerce influência no meio ambiente e na
biota, sendo que mineração e indústrias apresentam efeitos locais, porém
intensos; a agropecuária, quando exercida segundo boas práticas, possui
efeitos moderados e distribuídos de maneira dispersa, porém a situação muda
quando fora deste contexto é praticada de maneira intensiva. O setor de serviços
(comércio, turismo, educação...) se relaciona aos grandes centros urbanos,
onde a densidade populacional e atividade industrial se intensificam, com
acúmulo de lixo, poluição atmosférica, sobrecarga do sistema de esgoto
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
sanitário e devastação dos recursos naturais.
A sustentabilidade pode ser definida como “a exploração dos
recursos naturais sem comprometimento do bem-estar das gerações futuras”.
Sem dúvida, trata-se do ponto de concordância entre a atenuação dos impactos
ambientais, às necessidades de desenvolvimento da sociedade e à manutenção
do sistema econômico.
O Brasil demorou pouco mais de duas décadas para legalizar o
zoneamento ecológico-econômico, instrumento essencial para o ordenamento
territorial, conservação e proteção ambiental, junto aos artigos 2o e 16o do
Código Florestal, relativo às áreas de preservação permanente e de reserva
legal, respectivamente. No entanto, isso não é suficiente, além de pregar e
vigiar a obediência às leis vigentes, as políticas públicas devem articular os
diversos setores da sociedade para a implantação de tecnologias de baixo
impacto, como a agroecologia, a agricultura orgânica, a recuperação de áreas
degradadas e a substituição de substâncias potencialmente prejudiciais por
aquelas biodegradáveis, naturais ou recicláveis.
A tarefa não é fácil, existe resistência dos produtores para a
transferência tecnológica por aspectos econômicos, culturais e técnicos,
inclusive, pela carência de conhecimentos, derivada da ausência de pesquisas
visando ao desenvolvimento de processos produtivos sustentáveis, em função
da falta de incentivos direcionados para este fim.
Esforços do governo, neste âmbito, são a integração da produção e
o monitoramento de pragas, de maneira a reduzir o uso de agrotóxicos, instituir
a rastreabilidade dos alimentos e padronizar os processo produtivos, por meio
da adequação do sistema fiscal e a outorga de selos de procedência e/ou
qualidade. De maneira mais tímida, a agricultura de precisão. As organizações
não governamentais oferecem ótimas alternativas neste sentido, tornando-se
valorosas parceiras, no entanto, os processos carecem de validação técnicocientífica, tornando-se pouco confiáveis e de caráter restrito.
O presente livro descreve o processo de desenvolvimento dos
zoneamentos agroclimático e edafoclimático, que são instrumentos de
ordenamento territorial, visando solucionar alguns dos problemas
supramencionados, resultando uma contribuição para o zoneamento ecológicoeconômico. Trata-se de uma ferramenta de orientação na escolha de espécies
de eucalipto para o Estado de Rio Grande do Sul com ênfase na região do
Corede Sul, que procura atenuar os efeitos da ocorrência de eventos climáticos
atípicos, como períodos prolongados de estiagem ou de geadas precoces,
tardias ou mais severas que as normalmente observadas, otimizando o uso
dos recursos naturais.
Com base nas recomendações apresentadas, agricultores, difusores
de tecnologia, empresas e agentes financiadores terão subsídios para a
realização de investimentos no plantio e na exploração do eucalipto no Estado
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Capítulo 10.O Zoneamento como instrumento para as políticas públicas na busca da
sutentabilidade
do Rio Grande do Sul, principalmente na região do Corede Sul. Assim, esperase que, com o melhoramento genético, desenvolvimento de clones mais
adaptados e adequados para produção com qualidade e baixo risco climático,
possa haver significativa expansão da cadeia produtiva destas espécies e das
cadeias produtivas relacionadas, como mel e óleos essenciais, proporcionando
suprimento da demanda de mercado na Região Sul, com geração de
oportunidades de trabalho e agronegócios, viabilizando a produção madeireira
em escala compatível para a criação de um promissor pólo moveleiro, com a
correspondente geração de empregos e elevação de renda na região.
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81
82
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na Região do Corede Sul - RS
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