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CALAGEM
A importância do calcário
para redução de custos e
recuperação de solos
professormarcianodantas.blogspot.com
O Brasil é hoje o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo. Este ano as
indústrias do insumo venderão cerca de 33 milhões de toneladas. Para diminuir os
custos, o produtor deve promover a calagem do solo com calcário. Ele custa 90%
menos e não precisa ser aplicado todos os anos, como o adubo químico
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redução das pastagens hoje no Brasil é
muito grande em termos de qualidade
de nutrientes e volume adequado de capins. Isso porque grande parte está degradada,
pois a maioria dos produtores rurais não faz a
correção do solo, e colocar adubo sem calagem
correta é jogar dinheiro fora. A mesma observação serve também para as demais culturas,
principalmente lavouras de grãos e cana. Em
resumo, não se fala em aumentar a fertilidade
do solo sem a correção do pH com calcário.
Segundo os técnicos, em ano de alta de preço dos fertilizantes, todas as maneiras de aumentar a eficiência da adubação e a produtividade nas lavouras são bem-vindas. A calagem
(aplicação do calcário) é uma dessas medidas.
Em recente matéria técnica publicada no
jornal O Estado de São Paulo, o pesquisadorcientífico Cristiano Alberto de Andrade, do
Instituto Agronômico (IAC-Apta) em Campinas-SP, disse que solos ácidos caracterizados
por baixos valores de pH menor que 5,5, teores
insuficientes de cálcio e excesso de alumínio ou
manganês são predominantes na maior parte
do Brasil e limitam fortemente a produtividade
das culturas, pois impedem a absorção plena de
nutrientes pelas plantas.
Conforme ele, a aplicação de calcário corrige tal acidez, permitindo que a adubação seja
plenamente aproveitada. Faltando poucos meses para o início do próximo plantio, é momento de fazer a calagem, sempre baseada, porém,
na análise química do solo, realizada em laboratórios especializados.
Segundo Cristiano, a coleta de amostras
de solo para análise é feita em duas etapas. A
primeira, logo após a colheita de verão, e a segunda, pouco antes do preparo para lavouras
anuais, como soja, milho, algodão e outras. Com
relação às culturas perenes, como café, citros e
outras, a amostragem deve ser feita no final da
temporada de chuvas.
TÉCNICAS
Depois de conhecidos os resultados das
análises do solo, são definidas as áreas e a
quantidade de calcário a ser aplicada, a lanço,
em cada uma. Após a aplicação, o calcário deve
ser incorporado com aração a 20 centímetros
de profundidade. Os técnicos recomendam que
a calagem deve ser feita com antecedência de
três meses antes do plantio, para que haja tempo suficiente para a reação do corretivo, com o
início das chuvas. Segundo o pesquisador, no
sistema plantio direto, como não há movimentação mecânica do solo, o calcário aplicado na
superfície não deve ser incorporado.
Em relação aos nutrientes, ele explica que
os principais danos às plantas provocados por
solos ácidos estão relacionados ao desenvolvimento das raízes, já que a acidez elevada e o
teor excessivo de alumínio prejudicam o crescimento do sistema radicular, reduzindo a absorção de água e nutrientes.
Tratando-se dos benefícios, os principais
estão relacionados à elevação do pH a uma faixa adequada, normalmente entre 5,5 e 6,5, o
que, além de reduzir ou eliminar a toxidez por
excesso de alumínio ou manganês, favorece a
disponibilidade dos nutrientes e a atividade de
microrganismos no solo. Não devemos esquecer também que o calcário tem elementos que
são aplicados em vários tipos de fertilizante.
São eles: cálcio e magnésio, utilizados inclusive
na agricultura de precisão.
PASTAGENS POBRES
Especialistas ligados ao fator financeiro
de produção de carne a pasto indicam que, sem
agriculturaalternativa.com
a correção do solo, o pecuarista tem um ganho
de peso de apenas 50 quilos/animal/ano por
hectare. Devidamente corrigida, essa mesma
pastagem proporcionará ganho de peso por
animal/ano com variação de 300 a 400 kg hectare/ano. Outro dado interessante é que para
cada R$ 1,00 investido em calcário, o retorno
para o produtor rural será de até R$ 4,00 em
três anos.
PERÍODO, VOLUME E PREÇOS
Os preços do calcário estão hoje na faixa
de R$ 86,00 a tonelada ensacada. O produto a
granel custa R$ 61,00 a tonelada na indústria,
portanto, não incluindo o frete. Já os dos fertilizantes (mês de março) variam de R$ 1.300,00 a
R$ 1.800,00 a tonelada.
A correção do solo pode ser feita com espaçamento de três a quatro anos, ao passo que
com o adubo, que é bem mais caro, a aplicação
tem que ser feita todos os anos. Para cada cultura existe um calcário certo. Daí a necessidade
de estudos específicos.
A aplicação no solo varia de duas a três toneladas para cada hectare. Existem linhas de financiamento para esse produto e, se adquirido
de forma antecipada, economiza-se bastante.
Ele pode ficar estocado, desde que não tome
chuva. Sua qualidade não se modifica se for
obedecido.
Finalizando, é necessário observar que a
qualidade do calcário é determinada pelo poder relativo de neutralização total dos elementos tóxicos na terra - o chamado PRNT, o qual
reflete a intensidade de reação do produto no
solo, no período de três meses.
Serviço: os produtores interessados na
aquisição de calcário podem entrar em contato nos endereços abaixo, cujos representantes
estão estrategicamente instalados em regionais
para facilitar o atendimento.
Vitacal: Rua 7 nº 226, Setor Oeste - Goiânia-GO - Telefone (62) 3223-8585, e-mail
[email protected], site, www.vitacal.
com.br
Hipercal: Rua Eng. Portela nº 2.685, Jd.
Gonçalves - Anápolis-GO – Telefone (62)
3313-1700
Montical: Rua Rafael Nascimento nº
284 – Centro – Rio Verde-GO - Telefones
(64) 3621-1212 / 3621-1221
Sincal: Telefones: (62) 3223-6667 /
3213-0378 / 9249-4309
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