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CALAGEM A importância do calcário para redução de custos e recuperação de solos professormarcianodantas.blogspot.com O Brasil é hoje o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo. Este ano as indústrias do insumo venderão cerca de 33 milhões de toneladas. Para diminuir os custos, o produtor deve promover a calagem do solo com calcário. Ele custa 90% menos e não precisa ser aplicado todos os anos, como o adubo químico A 26 Mai. / Jun. 2014 redução das pastagens hoje no Brasil é muito grande em termos de qualidade de nutrientes e volume adequado de capins. Isso porque grande parte está degradada, pois a maioria dos produtores rurais não faz a correção do solo, e colocar adubo sem calagem correta é jogar dinheiro fora. A mesma observação serve também para as demais culturas, principalmente lavouras de grãos e cana. Em resumo, não se fala em aumentar a fertilidade do solo sem a correção do pH com calcário. Segundo os técnicos, em ano de alta de preço dos fertilizantes, todas as maneiras de aumentar a eficiência da adubação e a produtividade nas lavouras são bem-vindas. A calagem (aplicação do calcário) é uma dessas medidas. Em recente matéria técnica publicada no jornal O Estado de São Paulo, o pesquisadorcientífico Cristiano Alberto de Andrade, do Instituto Agronômico (IAC-Apta) em Campinas-SP, disse que solos ácidos caracterizados por baixos valores de pH menor que 5,5, teores insuficientes de cálcio e excesso de alumínio ou manganês são predominantes na maior parte do Brasil e limitam fortemente a produtividade das culturas, pois impedem a absorção plena de nutrientes pelas plantas. Conforme ele, a aplicação de calcário corrige tal acidez, permitindo que a adubação seja plenamente aproveitada. Faltando poucos meses para o início do próximo plantio, é momento de fazer a calagem, sempre baseada, porém, na análise química do solo, realizada em laboratórios especializados. Segundo Cristiano, a coleta de amostras de solo para análise é feita em duas etapas. A primeira, logo após a colheita de verão, e a segunda, pouco antes do preparo para lavouras anuais, como soja, milho, algodão e outras. Com relação às culturas perenes, como café, citros e outras, a amostragem deve ser feita no final da temporada de chuvas. TÉCNICAS Depois de conhecidos os resultados das análises do solo, são definidas as áreas e a quantidade de calcário a ser aplicada, a lanço, em cada uma. Após a aplicação, o calcário deve ser incorporado com aração a 20 centímetros de profundidade. Os técnicos recomendam que a calagem deve ser feita com antecedência de três meses antes do plantio, para que haja tempo suficiente para a reação do corretivo, com o início das chuvas. Segundo o pesquisador, no sistema plantio direto, como não há movimentação mecânica do solo, o calcário aplicado na superfície não deve ser incorporado. Em relação aos nutrientes, ele explica que os principais danos às plantas provocados por solos ácidos estão relacionados ao desenvolvimento das raízes, já que a acidez elevada e o teor excessivo de alumínio prejudicam o crescimento do sistema radicular, reduzindo a absorção de água e nutrientes. Tratando-se dos benefícios, os principais estão relacionados à elevação do pH a uma faixa adequada, normalmente entre 5,5 e 6,5, o que, além de reduzir ou eliminar a toxidez por excesso de alumínio ou manganês, favorece a disponibilidade dos nutrientes e a atividade de microrganismos no solo. Não devemos esquecer também que o calcário tem elementos que são aplicados em vários tipos de fertilizante. São eles: cálcio e magnésio, utilizados inclusive na agricultura de precisão. PASTAGENS POBRES Especialistas ligados ao fator financeiro de produção de carne a pasto indicam que, sem agriculturaalternativa.com a correção do solo, o pecuarista tem um ganho de peso de apenas 50 quilos/animal/ano por hectare. Devidamente corrigida, essa mesma pastagem proporcionará ganho de peso por animal/ano com variação de 300 a 400 kg hectare/ano. Outro dado interessante é que para cada R$ 1,00 investido em calcário, o retorno para o produtor rural será de até R$ 4,00 em três anos. PERÍODO, VOLUME E PREÇOS Os preços do calcário estão hoje na faixa de R$ 86,00 a tonelada ensacada. O produto a granel custa R$ 61,00 a tonelada na indústria, portanto, não incluindo o frete. Já os dos fertilizantes (mês de março) variam de R$ 1.300,00 a R$ 1.800,00 a tonelada. A correção do solo pode ser feita com espaçamento de três a quatro anos, ao passo que com o adubo, que é bem mais caro, a aplicação tem que ser feita todos os anos. Para cada cultura existe um calcário certo. Daí a necessidade de estudos específicos. A aplicação no solo varia de duas a três toneladas para cada hectare. Existem linhas de financiamento para esse produto e, se adquirido de forma antecipada, economiza-se bastante. Ele pode ficar estocado, desde que não tome chuva. Sua qualidade não se modifica se for obedecido. Finalizando, é necessário observar que a qualidade do calcário é determinada pelo poder relativo de neutralização total dos elementos tóxicos na terra - o chamado PRNT, o qual reflete a intensidade de reação do produto no solo, no período de três meses. Serviço: os produtores interessados na aquisição de calcário podem entrar em contato nos endereços abaixo, cujos representantes estão estrategicamente instalados em regionais para facilitar o atendimento. Vitacal: Rua 7 nº 226, Setor Oeste - Goiânia-GO - Telefone (62) 3223-8585, e-mail [email protected], site, www.vitacal. com.br Hipercal: Rua Eng. Portela nº 2.685, Jd. Gonçalves - Anápolis-GO – Telefone (62) 3313-1700 Montical: Rua Rafael Nascimento nº 284 – Centro – Rio Verde-GO - Telefones (64) 3621-1212 / 3621-1221 Sincal: Telefones: (62) 3223-6667 / 3213-0378 / 9249-4309 27 Mai. / Jun. 2014
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