Seqüestro de carbono e produção de biomassa - NIMA - PUC-Rio
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Seqüestro de carbono e produção de biomassa - NIMA - PUC-Rio
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO Seqüestro de carbono e produção de biomassa no PRAD do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Galeão/Antônio Carlos Jobim Aluno: João Eduardo Prado Uchoa Mesquita Orientador: Marcelo Motta de Freitas Co-orientador: Hugo Portocarrero Monografia submetida ao Departamento de Geografia e Meio Ambiente para conclusão de Curso de Bacharelado em Geografia e Meio ambiente. Aprovada por: Orientador: Marcelo Motta de Freitas Examinador: Josafa Carlos de Siqueira Examinador (a): Guilherme Kangussú Donagemma Outubro 2006 ii Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Centro de Ciências Sociais Departamento de Geografia e Meio Ambiente Seqüestro de carbono e produção de biomassa no PRAD do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Galeão/Antônio Carlos Jobim Aluno: João Eduardo Prado Uchoa Mesquita Orientador: Marcelo Motta de Freitas Co Orientador: Hugo Portocarrero iii Agradecimentos Agradeço a meus pais, irmãos e amigos que sempre me apoiaram e ao meu lado estiveram. A todo o corpo docente pela minha formação e desenvolvimento acadêmico, aos que marcaram e construíram amizades, grande amigos que na universidade encontrei e que na vida espero manter. A todos que de alguma forma contribuíram para a finalização de mais uma etapa da minha vida e a conseqüente abertura de novos desafios e conquistas. Obrigado do fundo do meu coração. iv Sumário 1 Introdução 1 2 Objetivos 2.1. Objetivos gerais 2.2. Objetivos Específicos 3 3 3 3 Embasamento teórico 4 3.1. Os Gases do Efeito Estufa – GEE 4 3.2. Aquecimento Global 5 3.2.1. O protocolo de Quioto e os Mecanismos de Flexibilização 8 3.2.2. O protocolo de Quioto 9 3.2.3. O Acordo de Marrakesh 10 3.2.4. Implementação Conjunta 13 3.2.5. Comércio de emissões 13 3.2.6. Mecanismo de Desenvolvimento Limpos (MDL) 14 3.2.7. Uso da terra, Mudança no Uso da Terra e Florestas (LULUCF) 15 3.2.8. Os Créditos de carbono ou Certificados de Emissões Reduzidas (CER) 17 3.2.9. Principais projetos de CERs no Brasil 17 3.2.10. O Contexto brasileiro dentro dos MDL 18 3.2.10.1. Regulamentação Nacional 19 3.3. Produção de biomassa e estoques de carbono em leguminosas arbóreas 20 3.4. Métodos de avaliação 22 3.4.1. Quantificação da biomassa e do estoque de carbono-método direto23 3.4.2. Determinação da biomassa e do estoque de carbono na parte aérea 23 3.4.3. Determinação da biomassa e do estoque de carbono na parte radicular 24 3.4.4. Quantificação da biomassa e do estoque de carbono-método indireto 25 4 Descrição da área 4.1. Localização 4.2. Clima 4.3. Relevo 4.4. Vegetação 4.5. Solo 4.5.1. Perfil de solo nº RAD 2 4.6. Histórico da degradação do Morro do Radar 4.7. O PRAD do aeroporto internacional do Rio de Janeiro 27 27 27 28 29 30 30 31 32 v 5 Resultados e Discussões 5.1. Análise estrutural 34 34 6 Conclusões 38 7 Bibliografia 39 ANEXO I - Resultados das avaliações estruturais da vegetação 43 ANEXO II- Recortes 46 vi Lista de figuras Figura 1 Temperaturas médias no planeta nos últimos anos, e projeções futuras. Fonte: http://www.grida.no/products.aspx?m=36, Temperaturas 1856 – 1999: Climatic Research Unit. University at East Anglia, Norwich UK. Projeções: IPCC Report 95. 6 Figura 2 Foto de satélite da Nasa, onde a imagem a esquerda mostra o gelo “permanente” no Ártico em 1979 e a direita em 2003 (redução no tamanho e na espessura do gelo). Fonte: Arctic Climate Impact Assessment, 2004. 7 Figura 3 Componentes dos ciclos da água e do carbono no planeta terra (Fonte: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, IPAM). 20 Figura 4 Compartimentos que estocam carbono em área florestada. Fonte: http://www.florestasdofuturo.org.br. 22 Figura 5 Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, Galeão/Antonio Carlos Jobim Fonte: www.cidadeturismo.com.br. 27 Figura 6 Visão geral do Morro do Radar, na Ilha do Governador, durante as obras de construção do aeroporto (1971). 28 Figura 7 Área do Morro do Radar atualmente, 5 anos após a implementação das práticas vegetativas (Portocarrero, 2006). 29 Figura 8 Vista de sobrevôo de helicóptero da área do Morro do Radar anteriormente a execução do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (Portocarrero, 2006). 31 Figura 9 Voçoroca vista de longe durante o diagnóstico do estado de conservação da área, ano 2000 (Fonte: Portocarrero, 2004). 32 Figura 10 Talude onde foram executadas as medições, antes (A) e após (B) a execução das práticas mecânicas (Portocarrero, 2006). 33 Figura 11 Imagens de Satélite (extraídas do Google Earth), do Morro do Radar (2006), podendo-se observar em verde a localização do talhão onde foram executadas as medições de desenvolvimento vegetal. 34 Figura 12 Medições dos indivíduos selecionados a 1,30m a altura do peito com perimetros acima de 0,5 cm. 35 Figura 14 Histograma da distribuição médias dos DAP para as espécies avaliadas. 36 1 1 Introdução E Deus nos concedeu a mente para pensar e as mãos para construir, e assim, se fez à humanidade A vida como nós conhecemos, salvo alguns casos de seres que vivem em condições extremas, possui uma estrutura muito delicada e sensível, que depende diretamente de um ambiente equilibrado que garanta as condições básicas para a sua perpetuação. Sendo assim, as menores nuanças no ambiente, sugerem grandes conseqüências para o mesmo. Os seres vivos se adaptam as modificações ocorridas no ambiente, ou seja, evoluem de acordo com este, porém, o tempo de resposta tanto por parte das modificações no ambiente quanto para as adaptações a este são extremamente lentos. A questão que nos concerne diz respeito à influência antrópica sobre as modificações no ambiente e o reflexo destas na dinâmica do clima global. A problemática do aquecimento global se encontra cada vez mais presente, interferindo diretamente na frágil manutenção da vida. Frente a esta realidade, o desenvolvimento de tecnologias limpas que contribuam para a mitigação destes efeitos, surge como um desafio ético e moral para com nossas vidas e a de gerações futuras. Entre essas medidas, os projetos de ocupação e uso dos solos e de manejo dos recursos naturais que visem a sustentabilidade e a estocagem de carbono são iniciativas de grande importância. Dentro da concepção dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo os projetos de Uso da Terra, Mudança no Uso da Terra e Florestas LULUCF incorporam essas necessidades, mostrando-se, cada vês mais, opções seguras e viáveis de serem desenvolvidas. 2 Este trabalho procura enfocar o reflexo negativo das explorações indiscriminadas dos combustíveis fosseis e das potenciais fontes de GEEs, e a saída encontrada para tentar reverter esta tendência autodestrutiva: o mercado de carbono, tendo como base de pesquisa o estoque de carbono gerado nas leguminosas arbóreas no PRAD do Aeroporto internacional do Rio de Janeiro (Galeão). 3 2 Objetivos 2.1. Objetivos gerais Desenvolver uma discussão relativa aos projetos de LULUCF utilizando como base de pesquisa a produção de biomassa e análises estruturais de leguminosas arbóreas plantadas no PRAD do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. 2.2. Objetivos Específicos • Delimitação de um talhão em talude de corte do Morro do Radar, no local onde foi descrito o perfil de solo RAD 2 (Embrapa, 2002). • Medição das características estruturais dos indivíduos de três espécies de leguminosas arbóreas implantadas na área, 6 anos após o plantio. • Avaliação da produção de biomassa destes indivíduos. 4 3 Embasamento teórico 3.1. Os Gases do Efeito Estufa – GEE A corrida desenvolvimentista criada pela primeira e segunda revolução industrial impôs uma intensa exploração de recursos naturais, onde a ordem vigente era a do progresso. Nesta nova emergência tecnicista, um agente merecia lugar de destaque, o combustível fóssil. Os combustíveis fósseis foram os responsáveis pelo maior “boom” desenvolvimentista da história: a revolução industrial. O marco desta transformação ocorreu no Séc.. XVIII com a utilização do vapor, obtido através da queima do carvão mineral, posteriormente no Séc. XIX, o petróleo e seus derivados, e por fim, o gás natural. O aumento das emissões dos gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera era cada vez maior, pois estas estavam intimamente ligadas a crescente demanda por combustíveis fósseis. Nestes novos tempos, tudo era válido em nome do desenvolvimento, é como se o deslumbramento da criação nos tivesse cegado ao mundo, e novamente as “trevas” da ignorância tombavam sobre nossas cabeças. O preço que nós pagaríamos por tamanho relapso, acabou se tornando na verdade uma enorme dívida em que a nossa própria manutenção foi posta a valia. Atualmente os combustíveis fósseis são necessários para gerar eletricidade, mover carros e cozinhar alimentos, além de outros usos. A sociedade humana busca esses recursos através de minas e poços que aceleram o processo de mobilizar o carbono desses combustíveis. O resultado da queima de combustível é a liberação de gás carbônico, é tão grande que pode mudar a concentração deste gás na atmosfera. (Alexandre & Brown, 2000). 5 Uma outra fonte de GEE, tão perigosa quanto os combustíveis fósseis, se origina através de influências antrópicas no meio florestal. As florestas, possuem duas funções bem definidas no que se refere ao dióxido de carbono (um dos mais perigosos GEEs liberados na atmosfera), servem tanto como sumidouros de carbono, absorvendo este durante o processo de fotossíntese, como também fontes de propagação, pois ao serem cortadas ou queimadas, o carbono estocado em sua biomassa acaba retornando a atmosfera. Segundo Miguez (2000), são considerados GEE: dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o oxido nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6) e dos hidrofluorcarbonos (HFCs). Entre os gases do efeito estufa, que estão aumentando de concentração, o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) são os mais importantes. Devido a grande quantidade emitida. Esses gases são denominados Gases do Efeito Estufa, por terem a capacidade de reterem calor na atmosfera, do mesmo modo que o revestimento de uma estufa. (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, 2002). No relatório anual 2006-2007, o Worldwatch Institute, aponta para uma concentração sem precedentes de gás carbônico atmosférico, que no ano passado atingiu 379,6 ppm (partes por milhão). Antes da Revolução Industrial, a concentração era de 280 ppm (Worldwatch Institute, 2006). Segundo Alexandre & Brown (2000), a concentrarão dos GEEs esta aumentando na atmosfera. O mais importante desses gases é o gás carbônico, cuja concentração aumentou em torno de 25% desde o início da revolução industrial no Séc. XVIII. 3.2. Aquecimento Global A partir da década de 1980, a humanidade começou a perceber o reflexo de séculos de desleixo em relação à exploração desmedida de recursos naturais: a liberação de gases tóxicos, os chamados (GEE) na 6 atmosfera. O aquecimento global não era mais uma fabula profética e sim uma dura realidade. A liberação do carbono através da queima de combustíveis fósseis e mudanças no uso da terra (desmatamentos, queimadas, plantações de arroz, criação de gados etc.) impostas pelo homem, constituem um papel fundamental na mudança do clima do planeta. O aumento anual líquido do carbono oriundo das atividades humanas é de aproximadamente três bilhões de toneladas. (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, 2002). A constatação de que as temperaturas médias do planeta estão subindo está livre de controvérsias: no ano passado, segundo dados do Worldwatch Institute, ficou em 14,6°C, a maior dos últimos 55 anos (ver Figura 1). Figura 1 Temperaturas médias no planeta nos últimos anos, e projeções futuras. Fonte: http://www.grida.no/products.aspx?m=36, Temperaturas 1856 – 1999: Climatic Research Unit. University at East Anglia, Norwich UK. Projeções: IPCC Report 95. Segundo relatório apresentado em 2001 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, as influências antrópicas no ambiente, causariam um aumento na temperatura do ar entre 1,5° C e 6,0°C nos próximos 100 anos. Esta elevação da temperatura global 7 provocaria uma maior dinâmica atmosférica, acelerando os ciclos hidrológicos e de energia, afetando diretamente as médias climáticas alterando assim a estabilidade dos ecossistemas planetários, inclusive no Brasil (Cenários SRES – Special Report Emission Scenarios do IPCC implementados em 1999). Os problemas decorrentes do aquecimento global são muitos e cada vez mais perceptíveis; as geleiras do ártico nunca sofreram uma redução como se observa atualmente (ver Figura 2). Figura 2 Foto de satélite da Nasa, onde a imagem a esquerda mostra o gelo “permanente” no Ártico em 1979 e a direita em 2003 (redução no tamanho e na espessura do gelo). Fonte: Arctic Climate Impact Assessment, 2004. Observações de satélites permitiram estabelecer uma redução do gelo no ártico entre 8% e 10% durante o verão nos últimos 30 anos. Observações feitas por submarinos norte-americanos, no final da década passada, sugerem uma redução de até 40% na espessura das geleiras no mesmo período (Arctic Climate Impact Assessment, 2004). Se a elevação das temperaturas continuarem neste padrão, o Oceano Ártico pode ficar sem gelo no verão de 2050 (Arctic Climate Impact Assessment. 2004). As influências do aquecimento global, não acontecem apenas no meio físico, mas principalmente, na manutenção da biodiversidade. Na verdade, os seres vivos são os que mais sofrem com as alterações climáticas, pois estes estão inseridos em uma cadeia de relações muito frágil. Doenças como a Malária e a Dengue, transmitidas pelo contagio de mosquitos, começaram a serem registrados em altas altitudes, lugares antes nunca cogitados, como é o caso da Malária que surgiu nos Andes 8 colombianos a mais de 3.000 metros acima do nível do mar (World Health Organization, 2006). Segundo dados do World Health Organization, as mortes decorrentes do aquecimento global irão duplicar em 25 anos para 300.000 pessoas por ano. (World Health Organization, 2006). 3.2.1. O protocolo de Quioto e os Mecanismos de Flexibilização Em 1988, o Intergovenmental Pannel on Climate Change (IPCC), um grupo formado por cientistas de todo o mundo, foi criado com a meta de pesquisar as mudanças climáticas associadas aos GEEs. O IPCC foi dividido em três grupos de trabalho: O Grupo de trabalho I (WG1) foi encarregado de observar e projetar mudanças climáticas; o Grupo de trabalho II (WG2) se encarregou de analisar a vulnerabilidade, impactos e adaptação relacionados a mudanças climáticas; o Grupo de trabalho III (WG3) tinha como objetivo analisar opções para mitigação dos efeitos relacionados a mudanças climáticas. Em 1990, o IPCC confirmou em seu primeiro relatório a problemática do aquecimento global e a necessidade de se adotar medidas de contenção, entre essas medidas, é sugerido um tratado global que conduza este problema, no mesmo ano foi realizada a primeira reunião entre governantes e cientistas sobre as mudanças climáticas em Toronto, Canadá. O segundo relatório, apresentado em 1996 e o terceiro, apresentado em 2001, sugerem que o aquecimento global possui altas probabilidades de ser causado pelas emissões de GEEs que bloqueiam a saída da radiação solar. Segundo Moreira & Schwartzman (2000): Em 1996, cerca de 2000 cientistas que compõem o Painel InterGovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), chegaram a conclusão, após um processo de avaliação que durou vários anos, que as evidencias cientificas indicam “uma influência perceptível” no clima global, no que se refere às atividades humanas. A temperatura da terra aumentou 0,5°C no último século, e mantendo-se os atuais níveis de emissões de GEE, 9 aumentará em média de 10 grau centígrado a 3,50 graus centígrados até o ano de 2060, quando a concentração de CO2 deverá chegar ao dobro dos níveis pré-industriais. A primeira convenção sobre mudanças climáticas acontece em 1992, na que ficou conhecida como “eco 92”. Esta convenção criou um marco na história, por responsabilizar pela primeira vez as ações antrópicas como as principais causadoras das mudanças climáticas associadas à liberação de GEE e por enfatizar a gravidade do problema. “O objetivo final da convenção e de quaisquer instrumentos jurídicos com ela relacionados é o de alcançar, em conformidade às disposições pertinentes desta convenção, a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema climático. Esse nível deverá ser alcançado num prazo suficiente que permita aos ecossistemas adaptaremse naturalmente as mudanças de clima, que assegure que a produção de alimentos não seja ameaçada e que permita ao desenvolvimento econômico prosseguir de maneira 1 sustentável.” (UNFCC, 1992) A partir desta data, diversas convenções a cerca dos problemas do aquecimento global ocorreram, chamadas de conferências das partes ou COP. 3.2.2. O protocolo de Quioto Contando com a participação de 159 nações, ocorreu em 1997, em Quioto, Japão, o segundo grande marco na luta pela conscientização global acerca dos problemas dos GEE: a terceira conferência das partes (COP 3). Pela primeira vez, um protocolo estabelece a necessidade e o compromisso da redução de emissões dos GEE por parte dos países desenvolvidos. Composto de 28 artigos, que tratam diretamente o efeito 1 Retirado do texto oficial da convenção do clima, disponível no website oficial da CQNUMC: http://unfccc.int/resource/docs/convkp/conveng.pdf ; e em versão traduzida para o português no website do ministério da Ciência e Tecnologia-MCT: http://www.mct.gov.br/clima/convencao/pdf 10 dos GEEs na atmosfera, o Protocolo de Quioto constitui uma extensão mais concreta e imperativa da convenção de 1992, O protocolo define que os países industrializados (ANEXO1) reduzam em pelo menos 5,2% suas emissões de GEEs nos níveis de 1990. A União Européia assumiu o compromisso de reduzir em 8%; os Estados Unidos2 concordaram com uma redução de 7% e o Japão 6%. Para que o Protocolo entre em vigor, ficou decidido que seria necessária à ratificação de pelo menos 55 países que juntos deveriam corresponder por pelo menos 55% das emissões globais de GEEs. Em 16 de novembro de 2005, contando com a ratificação de 141 países, sendo 34 industrializados o Protocolo de Quioto entrou em vigor. Para que as metas de redução por parte dos países do Anexo 1 sejam alcançadas, foram propostos três mecanismos de flexibilização: Implementação conjunta, Comércio de emissões e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo os (MDL). Entende-se que tais mecanismos de flexibilização possibilitam uma comercialização de créditos de carbono através de projetos que visem à redução dos GEEs entres países do Anexo 1 e países do Anexo 2. Sendo assim, os países industrializados não necessitam ameaçar o seu desenvolvimento energético para reduzir suas emissões. 3.2.3. O Acordo de Marrakesh O Acordo de Marrakesh, assinado durante a sétima reunião da Convenção das Partes (COP7), em 2001, define as modalidades e procedimentos dos Mecanismos de Flexibilização previstos no Protocolo de Quioto. O acordo está previsto na Decisão17/ CP7 e foi assim batizado por ter sido assinado na cidade de Marrakesh, no Marrocos. Os mecanismos a que se refere são o de Desenvolvimento Limpo (MDL), a Implementação Conjunta (JI) e o Comércio de Emissões. Alguns pontos regulamentados foram: 11 • Definição das regras operacionais do Uso da Terra, Mudança de Uso da Terra e Florestamento (LULUCF, na sigla em inglês), sendo limitada a utilização de créditos oriundos destes na proporção máxima de 1% das emissões do ano-base para cada Parte; • Prestação de assistência às Partes não incluídas no anexo 1 (países industrializados que devem reduzir as emissões de gases do efeito estufa) para que possam atingir o desenvolvimento sustentável e às Partes incluídas no Anexo 1 para que estas consigam cumprir suas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa (contidas no Artigo 3 do Protocolo); • O país hospedeiro do projeto de MDL deverá aprovar o mesmo com a confirmação que este contribui para o desenvolvimento sustentável do país; • Transferência de tecnologia e conhecimento dos países do Anexo 1 para os não incluídos no Anexo 1; • Nomeação do Executive Board (Conselho Executivo) e Entidades operacionais designadas; • Estabelecimento de fundos internacionais de auxílio aos países não desenvolvidos a se adaptarem as mudanças climáticas; • Países que não ratificaram o Protocolo poderão participar do comércio de emissões; Tabela 1 Ranking dos maiores responsáveis pelas emissões totais de CO2 provenientes da produção e uso de energia e da produção de cimento. Fonte: The US Oak Ridge National Laboratory – ORNL, citado por Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), 1999. * URSS – União das Republicas Socialistas Soviéticas. 2 Apesar da oposição do governo Bush ao Protocolo de Quioto, 28 dos 50 Estados norte-americanos e dezenas de empresas multinacionais sediadas nos Estados Unidos já estão adotando voluntariamente medidas de redução de gases poluentes com o objetivo de combater o aquecimento global. 12 País Estados Unidos China Rússia Japão Índia Alemanha Reino Unido Canadá Ucrânia Itália México Polônia Coréia do Sul Franca África do Sul Austrália Coréia do Norte Irã Indonésia Cazaquistão Ranking 1994 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Ranking 1950 1 10 2* 9 13 3 4 7 2* 17 20 8 58 5 14 15 73 164 31 2* Bastaram-se doze anos para que o Brasil assumisse o posto de um dos maiores poluidores do mundo, ver tabela 3, sendo o maior emissor de poluentes entre os paises em desenvolvimento, cuja maior parte das emissões é oriunda de desflorestamentos e queimadas. Tabela 2 Estimativas de emissões de GEE oriundas do uso de combustíveis fósseis, biomassa não-renovável (Marland et al., 2003) e das mudanças do uso de solo e desmatamento (UNFCCC, 2005 (países Anexo-1) e FAO, 2003 (paíse não-Anexo-1, ano base 2002)). País 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 EUA China Brasil Rússia Japão Índia Alemanha Canadá Indonésia UK Emissões de Combustíveis Fósseis 2002 1981 762 84 392 363 363 277 199 74 173 Emissões Devido a Mudanças e Uso do Solo e Desmatamento 2002 - 188 - 160 347 - 12 0 0 4 -6 117 1 Emissões Totais 2002 1703 601 431 380 363 363 281 194 190 174 13 3.2.4. Implementação Conjunta A implementação Conjunta esta descrita no artigo 6 do Protocolo de Quioto, e foi elaborada pelos Estados Unidos na COP 1 em Berlim, Alemanha. “A fim de cumprir os compromissos assumidos sob o Artigo 3, qualquer Parte incluída no Anexo I pode transferir para ou adquirir de qualquer outra dessas Partes unidades de redução de emissões resultantes de projetos visando a redução das emissões antrópicas por fontes ou o aumento das remoções antrópicas por sumidouros de gases de efeito estufa em qualquer setor da economia.” (Artigo 6 do Protocolo de Quioto, 1997)3. Assim, com esta proposta, países industrializados (Anexo 1) podem “trocar”, suas emissões de GEEs participando de projetos voltados para a redução de emissões e sumidouros em outros países do anexo 1, configurando assim uma transferência de créditos de carbono do país contemplado pelo projeto, para o país emissor. Esses projetos são chamados de "implementação conjunta" (IC). 3.2.5. Comércio de emissões Constituindo o artigo 17 do Protocolo de Quioto, o Comércio de Emissões, também conhecido como Emission Trade, é um mecanismo voltado apenas para países do Anexo 1, tal mecanismo ocorre quando países do Anexo 1 conseguem alcançar ou até mesmo exceder suas metas de redução dos GEEs prevista no artigo 3 do Protocolo. Estes por sua vez, poderiam estar comercializando tais excedentes com outros países deficitários na forma de créditos de carbono. 3 Retirado do texto oficial da convenção do clima, disponível no website oficial da CQNUMC: http://unfccc.int/resource/docs/convkp/conveng.pdf ; e em versão traduzida para o português no website do ministério da Ciência e Tecnologia-MCT: http://www.mct.gov.br/clima/convencao/pdf. 14 3.2.6. Mecanismo de Desenvolvimento Limpos (MDL) Previsto no artigo 12 do Protocolo de Quioto, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), é o único que se aplica aos países do Anexo 2. Desenvolve-se da mesma maneira que a implementação conjunta, porém neste mecanismo, os projetos de redução de GEEs ocorrem entre países do Anexo 1 e do Anexo 2. Sendo assim os Países do Anexo 1 não precisam reduzir suas emissões de GEEs, basta que estes desenvolvam ou financiem projetos de MDL em países do Anexo 2, gerando assim créditos de carbono. Da mesma maneira países do Anexo 2, ao desenvolverem projetos de MDL, emitem os Certificados de redução de emissões os (CREs), os quais podem ser usados pelos países industrializados através da compra de créditos de carbono. Segundo o Conselho Desenvolvimento Sustentável – Empresarial Brasileiro Para o CEBDS (2002), os projetos de MDL se dividem em duas linhas de intervenções. A primeira é relacionada à redução de emissões por meio do aumento da eficiência energética, do uso de fontes e combustíveis renováveis, adotando melhores tecnologias e sistemas para o setor de transportes e para o processo produtivo de modo geral. A segunda trata do resgate de emissões por meios de sumidouros e da estocagem dos gases do efeito retirados da atmosfera, injetando CO2 em reservatórios geológicos ou atividades relacionadas ao uso da terra, como o florestamento e o reflorestamento. Estas últimas são conhecidas, no processo de negociação do Protocolo de Quioto, como atividades de LULUCF. 15 3.2.7. Uso da terra, Mudança no Uso da Terra e Florestas (LULUCF) As florestas têm, durante os últimos anos, recebido crescente atenção no que se refere ao seu potencial para contribuir com a redução do “efeito estufa”, por meio de sua capacidade de armazenar carbono durante o processo natural de produção de biomassa. Duas estratégias têm sido avaliadas de acordo com este objetivo: a conservação das reservas existentes e a expansão da atual cobertura florestal. Esta vem se apresentando como uma oportunidade social e ambiental sadia de acrescer o estoque de carbono terrestre e atenuar o crescimento da concentração de gás carbônico na atmosfera. (Hosokawa; Moura; Cunha, 1998). Esta modalidade de MDL é especifica aos projetos relacionados à redução de emissões de GEE com base em intervenções de florestamentos e reflorestamentos. Segundo Scarpinela (2002), para que os projetos de LULUCF sejam aceitos dentro do MDL, estes devem seguir quatro pontos fundamentais: Devem ter sólida base cientifica; devem ser desenvolvidas metodologias consistentes, ao longo do tempo, para estimativa e relato; deve ser excluída da contabilidade da redução das emissões a mera presença de estoques de carbono; e por fim a implementação dessas atividades deve contribuir para a biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais. A modalidade LULUCF, é a que apresenta maior grau de complexidade para a definição da sua adicionalidade como projeto de MDL. Segundo ROCHA (2003): As atividades de Uso da Terra, Mudança no Uso da Terra e Florestas (Land Use, Land Use Change and Forestry-LULUCF), chamados por muitos de sumidouros (“sinks”), sempre foram motivos para controvérsias dentro do processo de neociação da convenção do clima. O fracasso da COP 6 pode ser explicado, em parte, pela divergência existente entre vários países quanto a 16 utilização de tais atividades para atingir as metas de redução de emissões de GEEs. Durante a COP 7, buscando uma solução para tais impasses relacionados à LULUCF, foi elaborada uma série de normas e princípios para que as práticas de LULUCF pudessem ser efetivadas, são elas: a) As atividades de LULUCF devem ser baseadas em sólido conhecimento científico; b) Metodologias consistentes devem ser usadas ao longo do tempo para determinação das estimativas (de seqüestro de carbono) e do monitoramento das atividades de LULUCF; c) A meta estabelecida no artigo 3.1 do Protocolo de Quioto não deve ser alterada pela contabilização das atividades de LULUCF; d) A simples presença de estoques de carbono deve ser excluída da contabilidade; e) A implementação de atividades de LULUCF deve contribuir para a conservação da biodiversidade e para o uso sustentável de recursos naturais; f) A contabilização das atividades de LULUCF não implica na transferência de compromissos para períodos futuros; g) A reversão das atividades de LULUCF deve ser contabilizada em um determinado período de tempo; h) A contabilização exclui a remoção (seqüestro) proveniente de concentrações elevadas de CO2 acima de seu nível pré-industrial, deposição indireta de nitrogênio e dos efeitos dinâmicos resultantes do crescimento decorrente de atividades e praticas anteriores do ano de referência. 17 3.2.8. Os Créditos de carbono ou Certificados de Emissões Reduzidas (CER) Os créditos de carbono são gerados quando empresas conseguem ultrapassar suas cotas de redução de GEEs. O carbono excedido destas cotas é negociado na forma de certificados. O Certificado de Emissão Reduzida (CER) é emitido por agências ambientais reguladoras, autorizando emissões de toneladas de dióxido de enxofre, monóxido de carbono e outros gases poluentes. As empresas recebem bônus negociáveis na proporção de suas responsabilidades. Cada bônus, quitado em US$, equivale a uma tonelada de poluentes. Quem não cumpre as metas de redução progressiva estabelecidas por lei, tem que comprar certificados das empresas mais bem sucedidas. O sistema tem a vantagem de permitir que cada empresa estabeleça seu próprio ritmo de adequação às leis ambientais. Estes certificados podem ser comercializados através das Bolsas de Valores e de Mercadorias. 3.2.9. Principais projetos de CERs no Brasil • Holanda financia usina elétrica movida à biomassa, com potencial de 8MW de energia gerada a partir da queima da casca de arroz no Rio Grande do Sul. A Bioheat International (trader holandesa) negociou os créditos de carbono com a Josapar e com a Cooperativa Agroindustrial de Alegrete no valor de cinco dólares por tonelada de carbono. A Holanda é país integrante do Anexo 1 da Convenção e pretende atingir metade das suas metas de reduções internamente e a outra metade no exterior (www.diariopopular.com.br, 2004); • Projetos de aproveitamento do gás metano liberado por lixões das empresas: Vega, de Salvador, BA e Nova Gerar, de Nova Iguaçu, RJ. O gás metano é canalizado e aproveitado para gerar energia, deixando de 18 ser liberado na atmosfera naturalmente pela decomposição do lixo. A pesar de o gás ser o metano, a redução de emissões é calculada em dióxido de carbono: 14 milhões de ton de CO2 em 16 anos para a Vega e 14 milhões de ton de CO2 para a Nova Gerar em 21 anos. Esses dois projetos são oficialmente os dois primeiros aprovados pelo governo brasileiro sob as regras do MDL (www.oestadao.com.br, 2004); • Projeto Carbono Social, localizado na Ilha do Bananal, TO, esse projeto reúne as qualidades de seqüestro de carbono em sistemas agroflorestais, conservação e regeneração florestal com enfoque principal no desenvolvimento sustentável da comunidade. A princípio o projeto não pretendia reivindicar créditos de carbono e foi financiado pela instituição britânica AES Barry Foundation e implementado pelo Instituto Ecológica. A meta inicial de conservação do estoque e seqüestro de carbono era de 25.110.000 ton de C em 25 anos, mas pela não concretização de parcerias esse estoque de C foi drasticamente reduzido (Fixação de Carbono: atualidades, projetos e pesquisas, 2004; Carbono Social, agregando valores ao desenvolvimento sustentável, 2003). 3.2.10. O Contexto brasileiro dentro dos MDL O Brasil é tido como um país de destaque dentro das negociações acerca da problemática da mudança global do clima, seja pelo seu papel ativo dentro das conferências das partes, como por suas gigantescas reservas de GEEs, as florestas, potenciais fontes e sumidouros de CO2. O País foi o primeiro a assinar a Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima em 4 de junho de 1992; o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) teve origem em uma proposta brasileira de Fundo de Desenvolvimento Limpo; o país foi um dos primeiros a estabelecer uma Autoridade Nacional Designada (criando a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima em 07 de julho de 1999); foi o único a criar um espaço público de interlocução entre governo e sociedade, buscando soluções para o problema (Fórum Brasileiro de 19 Mudanças Climáticas, criado por Decreto Presidencial em 2000); e foi um dos primeiros países a apresentar para registro um projeto de MDL. Destaque no início do processo de desenvolvimento dos MDLs, o Brasil acabou perdendo quase todo o mercado de Carbono disponível para paises do anexo 2, como Índia e China. Atualmente, 84% dos projetos de MDL vêm da Índia, China e Coréia. Onde o Brasil detêm apenas 10% das expectativas de geração de CERs (http://www.carbonobrasil.com, 2006). Dados do MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia, divulgados em Nairóbi durante a Convenção do Clima da ONU mostram que, em outubro de 2006, dos 1.278 projetos dentro do MDL em todo o mundo, a Índia era responsável por 460, o Brasil por 193 e a China por 175. 3.2.10.1. Regulamentação Nacional • Decreto de 07/07/99 - Criação da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima (representantes e atribuições); • Decreto Nº 3.515 de 20/06/00 - Criação do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas; • Resolução nº1 de 11/07/03 - Definição de modalidades e procedimentos para aprovação de projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL no Brasil (Internalização da Decisão 17/CP.17 e PDD do CE/MDL e carta de aprovação emitida pelo Ministro da Ciência e Tecnologia); • Resolução nº2 - Procedimento para projetos de florestamento & reflorestamento (internalização da decisão 19/CP9 e DCP do CE/MDL e definição de floresta para as condições brasileiras); • Decreto N°5.445 de 12/05/05 - Promulgação do Protocolo de Quioto à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre mudança do clima. 20 3.3. Produção de biomassa e estoques de carbono em leguminosas arbóreas Os vegetais, utilizando-se de sua capacidade fotossintética que usa a luz do sol para sintetizar a biomassa, fixam o CO2 atmosférico biossintetizando na forma de carboidratos, sendo por fim depositados na parede celular, gerando assim a biomassa ou matéria orgânica. Processo conhecido como “seqüestro de carbono”. Quando as florestas são cortadas (para praticas agrícolas ou atividades de desenvolvimento), a maior parte do carbono das árvores queimadas ou em decomposição é emitida para a atmosfera. No entanto, quando novas florestas são plantadas, as árvores em crescimento absorvem dióxido de carbono (CO2), removendo-o da atmosfera (FORUM BRASILEIRO DE MUDANÇAS CLIMATICAS, 2002). A Figura 3 mostra uma síntese dos componentes dos ciclos da água e do carbono no planeta terra. Figura 3 Componentes dos ciclos da água e do carbono no planeta terra (Fonte: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, IPAM). Entre as biomassas mais importantes na fixação de CO2, destacam-se as florestas, que possuem as maiores acumulações de material orgânico por unidade da área. (Andrae, 1978) 21 As florestas são um dos maiores reservatórias de carbono, contendo cerca de 80% de todo o carbono estocado na vegetação terrestre e cerca de 40% do carbono presente nos solos (FÓRUM BRASILEIRO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, 2002). Segundo Dixon; Winjun. Sroeder (1993), as florestas desempenham por meio de assimilação, estocagem e emissão, um importante papel no ciclo do carbono. O estabelecimento e manejo de florestas poderiam potencialmente, aumentar o seqüestro e a estocagem de carbono da atmosfera. Nesse contexto, ecossistemas terrestres desempenham um importante papel, tanto agindo positivamente, como um “sumidouro” para o carbono (seqüestrando carbono através da fotossíntese), como negativamente, sob a forma de uma “fonte” de emissões de carbono (por intermédio de desmatamento, decomposição de biomassa, erosão do solo etc.) (Aukland et al., 2002). Sendo assim, os reflorestamentos, surgem como alternativas viáveis do ponto de vista ambiental e econômico, capazes de contribuir na absorção de CO2 e reduzir o efeito estufa (Smith et al., 1998). Cada tonelada de carbono está cotada hoje (agosto/2006) entre $15 e $18 euros (há um ano eram $5 euros), valor que deve ir a $30 ou $40 euros entre 2008 e 2012, quando a economia de 5,2% se tornar obrigatória. (http://www.carbonobrasil.com, 2006). O uso de leguminosas arbóreas em reflorestamentos vem sendo amplamente difundido, pois são indicadas diversas vantagens tais como: rápido crescimento, elevada produção de biomassa, adubação verde através da liberação de nitrogênio no solo etc. Segundo Ketterings et al. (2001) a estimativa de biomassa acima do solo é imprescindível aos estudos do balanço global de carbono. Durante a fase inicial de desenvolvimento de uma floresta, grande parte dos carboidratos é direcionada à produção da biomassa da copa e das raízes. Entretanto, com o passar do tempo, a produção relativa de biomassa do tronco aumenta e a das folhas e dos ramos diminui gradativamente (SCHUMACHER, 1996). 22 O aumento de biomassa aérea e subterrânea num plantio de árvores é elevado nos dez primeiros anos, sendo que a biomassa aérea nesse caso apresenta incremento lenhoso e foliar mais rápido até os 20 anos, apresentando uma pequena desaceleração, mas, com algum acréscimo até sua maturação (Brown & Lugo, 1990). 3.4. Métodos de avaliação A estimativa de biomassa de florestas pode nos proporcionar informações sobre o estoque de macro e micro nutrientes retidos na vegetação, sendo de grande importância nas atividades de manejo florestal, no que se refere ao uso sustentável dos recursos naturais e também nas questões de clima, nas quais a biomassa é usada para estimar o estoque de carbono e quantidade de CO2 liberado à atmosfera devido à adoção de diferentes usos da terra (Fearnside et al., 1993; Higuchi & Carvalho, 1994; Brown et al., 1995; Fearnside, 1996; Salomão, 1996; Hairiah et al., 2001). Os diversos compartimentos que estocam carbono em uma área vegetada na vegetação estão descritos na figura 4. Figura 4 Compartimentos que estocam http://www.florestasdofuturo.org.br. carbono em área florestada. Fonte: 23 Para Higuchi et al. (1998) as estimativas de biomassa representam um importante indicador para monitorar e avaliar a exportação de nutrientes após exploração florestal, na busca de minimizar os impactos ambientais gerados por essa atividade. Existem dois tipos de avaliação da biomassa e conseqüentemente do carbono estocado nesta. O método direto e destrutivo e o método indireto não destrutivo. 3.4.1. Quantificação da biomassa e do estoque de carbono-método direto O método direto e destrutivo consiste na medição real da biomassa fresca e seca (Sanqueta & Balbinot, 2002). Para tal é necessário o abate dos indivíduos arbóreos selecionados, a medição e a pesagem dos seguintes compartimentos vegetais: caule, galhos grossos, galhos finos e folhas. Após esta pesagem inicial, são retiradas subamostras que são alocadas em estufas de circulação forçada de ar, a 650°C até atingirem o peso constante, permitindo assim realizar a comparação entre peso fresco e seco. A analise da biomassa divide-se em duas partes: a parte aérea que corresponde a caule, galhos grossos, galhos finos e folhas, e a parte radicular que corresponde às raízes laterais e raiz pivotante. 3.4.2. Determinação da biomassa e do estoque de carbono na parte aérea Primeiramente mede-se o perímetro a altura do peito (PAP), a 1,30m de todas as árvores existentes na área delimitada para se obter um perímetro médio representativo da população. Em seguida delimitam-se três estratos: superior, médio e inferior da encosta. Para cada estrato, selecionam-se três árvores, totalizando nove, as quais serão sacrificadas para a análise dos resultados. Após a derrubada dos indivíduos inicia-se a analise da biomassa fresca e seca. Para a determinação da biomassa fresca os 24 compartimentos vegetais (caule, galhos grossos, galhos finos e folhas) são separados e pesados individualmente. A determinação da biomassa seca é realizada com amostras dos mesmos compartimentos vegetais, que são pesados, colocados em estufas de circulação forçada de ar, a 65° C; e novamente pesados. Em relação às amostras do caule, são retirados discos a altura do peito (1,30) que são pesados e colocados na estufa, para determinação da biomassa seca. Para estimar a biomassa por hectare, multiplica-se para cada população, as medidas de peso total das amostras secas obtidas nas árvores abatidas, ponderando-se proporcionalmente o tamanho de cada população. Em relação às espécies não amostradas, extrapolam-se para 100% os totais obtidos tanto por dominância como por densidade. Para se estimar a quantidade de carbono orgânico (CO) na biomassa da parte aérea, utiliza-se o fator de conversão de 0,45, proposto por Botkin et al. (1993) e citado por Shumacher et al. (2002). 3.4.3. Determinação da biomassa e do estoque de carbono na parte radicular A quantificação da biomassa fresca e seca das raízes segue a mesma metodologia utilizada na parte aérea, com exceção do procedimento para a retirada das amostras, que se da pelo método da escavação de trincheira aberta. A primeira etapa deste método consiste na abertura de uma área relativa à metade da área média ocupada pela árvore. Posteriormente inicia-se a retirada de todas as raízes laterais que são peneiradas no campo e no laboratório, lavadas, pesadas e subamostradas para a obtenção da biomassa fresca e seca. Em relação à raiz pivotante, após a determinação da biomassa fresca, retiram-se discos que são pesados e colocados na estufa para a determinação do peso seco. 25 3.4.4. Quantificação da biomassa e do estoque de carbono-método indireto O Método Indireto (utilizado nesta monografia) é mais rápido, não corta, não pesa e nem seca nenhum indivíduo, sendo possível amostrar uma área maior e um maior número de indivíduos, pois, utiliza variáveis mais facilmente obtidas no campo, como o diâmetro a 1,30 m acima do solo (diâmetro à altura do peito - DAP). O Método Indireto (utilizado nesta monografia) é mais rápido, não corta, não pesa e nem seca nenhum indivíduo, sendo possível amostrar uma área maior e um maior número de indivíduos, pois, utiliza variáveis mais facilmente obtidas no campo, como o diâmetro a 1,30 m acima do solo (diâmetro à altura do peito - DAP), porém, esse método está sujeito a erros de medição que nem sempre são mencionados (Higuchi et al., 1998; Hairiah et al., 2001). Diversos são os métodos indiretos para se avaliar a biomassa, e eles estão intimamente relacionados ao tipo de floresta a ser analisado. Como alternativa para estimar biomassa na Mata Atlântica, foi desenvolvido um método não destrutivo, onde ao invés do pesquisador derrubar a árvore, ele passa a recolher os dados de seu interesse através da escalada. Na escalada mede-se: a altura total, o diâmetro e comprimento do tronco, medindo desde a base até a copa em intervalos regulares de 1 metro (seções do tronco), além da medida do diâmetro e comprimento dos galhos principais (ambos para estimar o volume total, de acordo com as fórmulas de volume), a retirada de amostras de madeira para análise de sua densidade e também amostras de material florístico para posterior identificação da espécie. Com um trado especialmente feito para madeira, retira-se uma amostra das árvores estudadas para posterior avaliação da densidade e teor de carbono. Uma vez obtidos todos esses dados, é possível avaliar a quantidade de biomassa da árvore, que seria igual ao volume total da 26 árvore multiplicado pela densidade. A biomassa total da floresta vai ser o somatório das biomassas de todas as árvores na área medida. Essa metodologia não destrutiva tem se mostrado bastante eficiente e com valores muito próximos dos valores obtidos através do método destrutivo realizado em florestas da Amazônia. Essa proximidade de valores garante uma aplicação com um nível de confiabilidade bastante elevado, permitindo uma análise precisa e de forma a não impactar um ecossistema que já se encontra tão devastado, como é o caso da Mata Atlântica. 27 4 Descrição da área 4.1. Localização A área utilizada para este experimento encontra-se no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Galeão/ Antônio Carlos Jobim, próximo à antiga Estrada Grande, na colina em que se encontra instalado o sistema de radar do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, na vertente voltada para as pistas de pouso e decolagem de aeronaves (Figura 5). Figura 5 Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, Galeão/Antonio Carlos Jobim Fonte: www.cidadeturismo.com.br. 4.2. Clima O clima da região segundo a classificação de KOPPEN é do tipo Aw (Nimer, 1979), com uma estação seca definida, que se inicia, em geral, em maio a junho e estende-se até o final de novembro, época em que começa o período chuvoso, ocorrendo fortes precipitações, que vão diminuindo até o mês de maio (Embrapa, 2002). 28 4.3. Relevo O relevo regional (original da ilha do governador) é suave ondulado, apresentando colinas pouco elevadas, com altitudes de até 50 metros, entremeado por áreas baixas aplainadas. Atualmente o relevo da região que compreende o aeroporto encontra-se quase totalmente aplainado. As vertentes do Morro do Radar foram cortadas em forma de bermas (taludes de corte) durante a construção do aeroporto (no final década de 70), tendo sido o material extraído utilizado para o aterro da estrada, da via de acesso e de obras civis das instalações do radar (Embrapa, 2001). O corte no morro foi ordenado, dando origem a um talude de corte. O corte no morro apresentava originalmente um desenvolvimento longitudinal com uma conformação senoidal, sendo constituído por três taludes com inclinações entre 30° e 35°, intercalados por duas bermas (ENAR, 2000, ver figura 6). Foi construído um sistema de drenagem, com escadas dissipadoras, sendo realizado concomitantemente um trabalho de revegetação com o uso da hidrosemeadura (op. cit.). MORRO DO RADAR Figura 6 Visão geral do Morro do Radar, na Ilha do Governador, durante as obras de construção do aeroporto (1971). 29 4.4. Vegetação A vegetação original da ilha do governador foi definida como floresta tropical subcaducifólia, em função dos fragmentos florestais remanescentes. Em relação ao Morro do radar, após a construção do aeroporto, a vegetação original foi totalmente removida para posterior trabalho de revegetação. Para esta, nos terraços foi plantado o capim Vetiveria zizanioides nash (Vetiver) formando cordões vegetados e foram plantadas grama batatais nas bacias de capitação (Embrapa, 2002). Nos patamares foram plantadas várias espécies de leguminosas arbóreas pioneiras: Mimosa bimucronata (maricá), Mimosa caesalpiniaefolia (sabiá), Mimosa artemisiana, Enterolobium contortisilikum (orelha de nego), Albizia guachapelle, Gliricidia sepium, Mimosa artemisiana (jurema branca), Piptadenia paniculata, (maminha de porca), Erytrina verna (mulungu), Inga marginata, Inga vera, Chorisia speciosa (paineira) e Schinus terebenthifolius juntamente com outras espécies nativas da Mata Atlântica de outros estágios sucessionais. Nos taludes de corte foram plantadas espécies arbóreas de porte baixo em consórcio com leguminosas herbáceas como o feijão-bravo do Ceará, feijão Guandu anão e o arranha gato. O resultado final e o estado atual da revegetação do Morro do Radar pode ser observado na figura 7. Figura 7 Área do Morro do Radar atualmente, 5 anos após a implementação das práticas vegetativas (Portocarrero, 2006). 30 4.5. Solo O solo deste setor da Ilha do Governador é descrito como Latossolo Amarelo (LUMBRIERAS et al., 1999). Estes solos possuem uma taxa de fertilidade baixa, são permeáveis e muito profundos, com horizonte C ocorrendo abaixo de 2 a 3 metros de profundidade. Possuem textura argilosa, sendo a fração argila de muito baixa atividade. São essencialmente cauliníticos e originados de sedimentos argiloarenosos correlacionáveis ao Grupo Barreiras ou similares, do período Terciário/Quartenário (EMBRAPA 2002). 4.5.1. Perfil de solo nº RAD 2 Número de campo: 4 Data: 19.09.2000 Classificação: LATOSSOLO AMARELO Distrófico argissólico, textura argilosa, A decapitado, caulinítico, fase floresta tropical subcaducifólia, relevo ondulado. Unidade de mapeamento: Localização: primeira curva do corte, no sentido norte-sul, morro do radar, Rio de Janeiro. Situação, declive e cobertura vegetal sobre o perfil: terço superior de encosta, macega à montante. Altitude: 37 metros. Litologia, formação geológica e cronologia: sedimentos argiloarenosos do Grupo Barreiras, Terciário, recobrindo gnaisses do Pré-Cambriano. Material originário: produto de alteração das litologias supracitadas. Pedregosidade: não pedregosa. Rochosidade: não rochosa. Relevo local: ondulado. Relevo regional: ondulado. Erosão: acentuada em sulcos e voçorocas, no talude. Drenagem: bem drenado. 31 Vegetação primária: floresta tropical subcaducifólia. Uso atual: sem uso, talude em processo de revegetação. Descrito e coletado por: J.F. Lumbreras; A.L. Lemos, A.G. de Andrade e S.B. Calderano. 4.6. Histórico da degradação do Morro do Radar Algum tempo depois da intervenção no Morro do Radar e da formação do talude de corte, o solo começou a apresentar sinais de erosão. A degradação do sistema de drenagem, ocasionado por um eventual dimensionamento incorreto das canaletas de crista, foi supostamente o maior input inicial do processo de degradação na área (Portocarrero, 2004). Isto pôde ser constatado através da presença de erosão laminar e em sulcos. Após um grande rompimento do sistema de drenagem (fragmentos das canaletas foram arrastados por longas distâncias talude abaixo) iniciou-se um processo de erosão superficial intenso em função da grande quantidade de água que convergia diretamente pelas rachaduras morro abaixo, o que deu origem a uma grande voçoroca (Figura 8). Figura 8 Vista de sobrevôo de helicóptero da área do Morro do Radar anteriormente a execução do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (Portocarrero, 2006). Segundo o diagnóstico da Embrapa Solos (2001) as bermas do Morro do Radar se encontravam desprovidas de cobertura vegetal, com ocorrência de erosão laminar, em sulcos e voçorocamentos, totalizando uma área degradada de 5,0ha. Tal quadro de degradação, aliado à falta de sistema de drenagem pluvial, vinha causando a instabilização e queda 32 dos taludes, ocorrendo nesta época um processo já acelerado de expansão da voçoroca e de degradação dos solos no Morro do Radar, o que poderia ocasionar em um recuo do talude em direção ao sistema de radares (Figura 9). Figura 9 Voçoroca vista de longe durante o diagnóstico do estado de conservação da área, ano 2000 (Fonte: Portocarrero, 2004). 4.7. O PRAD do aeroporto internacional do Rio de Janeiro O enfoque utilizado no projeto de RAD do Morro do Radar/Galeão para a estabilização das bermas centrou-se na execução de revegetação e de ordenamento e dissipação das águas pluviais superficiais, dividindose as linhas de ação em práticas mecânicas e vegetativas (EMBRAPA, 2001). Os trabalhos mecânicos desenvolvidos, visando o controle da erosão nos taludes (bermas) consistiram em construção de terraços. Na área dos taludes (bermas), os sulcos e voçorocas foram protegidos com a construção de paliçadas de bambu e sacos de terra, dispostas no interior dos mesmos, além da utilização de barreiras de pneus, como a encontrada no Talhão avaliado. Isto permitiu uma redução da velocidade do escoamento superficial e do fluxo de sedimentos, culminando com o aterro progressivo dos sulcos e voçorocas, possibilitando assim maior eficiência das práticas vegetativas (Figura 10). 33 A B Figura 10 Talude onde foram executadas as medições, antes (A) e após (B) a execução das práticas mecânicas (Portocarrero, 2006). Em relação à revegetação foram usadas espécies extremamente agressivas e resistentes ao estresse hídrico observado na área. Nos terraços, foram plantados o capim Vetiveria zizanioides nash (Vetiver) formando cordões vegetados e foram plantadas grama batatais nas bacias de capitação (Embrapa, 2002). Nos patamares foram plantadas várias espécies de leguminosas arbóreas pioneiras inoculadas com bactérias fixadoras de nitrogênio e fungos micorrízicos, consorciadas com espécies nativas da Mata Atlântica. 34 5 Resultados e Discussões 5.1. Análise estrutural A simples quantificação do estoque de carbono não tem utilidade alguma se não for dimensionada dentro de um projeto de LULUCF, para então poder ter seu carbono valorizado nas bolsas de mercado. O primeiro passo para essa valorização se dá pela análise estrutural dos indivíduos arbóreos através da quantificação da biomassa existente, para então ser mensurada o estoque de carbono presente nos mesmos. Para o levantamento da estrutura, foram selecionados indivíduos arbóreos de maior representatividade basal no Morro do Radar, sendo identificadas três espécies: Acácia mangium, Albizia guachapelle e Mimosa caesalpiniaefolia (sabia). Após a análise das espécies mais representativas, foram delimitados três talhões que serviram de base para a quantificação da estocagem de carbono. Neste trabalho são enfocadas as características estruturais dos espécimes arbóreos presentes no talhão n°2 (Figura 11). 2006 RAD 1 RAD 3 RAD 2 RAD 4 RAD 5 Figura 11 Imagens de Satélite (extraídas do Google Earth), do Morro do Radar (2006), podendo-se observar em verde a localização do talhão onde foram executadas as medições de desenvolvimento vegetal. 35 No talhão (que possui uma área de 2175m2) foram medidas as três espécies mais representativas no Morro do Radar, conforme mencionado anteriormente, sendo mapeados todos os indivíduos arbóreos com PAP > 0,5 cm (Figura 12). Figura 12 Medições dos indivíduos selecionados a 1,30m a altura do peito com perimetros acima de 0,5 cm. Foram identificados 99 indivíduos no total, sendo estes numerados, plaqueados e referenciados para posterior medição. Os resultados destas medições encontram-se no Anexo I. Foram identificados totalizando 1335,39 cm 2 11 indivíduos de Acácia holocerícea, de área basal; 28 indivíduos de Mimosa caesalpinifolia (Sabiá), totalizando 698,51 cm2 de área basal; 60 indivíduos de Albízia guachapelle, totalizando 2199,67 cm2 de área basal. O histograma de alturas (Figura 13) revela que 64% dos indivíduos apresentam altura inferior a 6 m e a distribuição diamétrica (Figura 14) concentra 27% dos indivíduos com DAP > 8 cm. A densidade média dos espécimes foi de 1,97 m²/ha, onde o Sabiá correspondeu com 0,32 m2/ha, a Acácia com 0,63 m2/ha e a espécie mais freqüente, a Albizia com 1,01 m2/ha. 36 6,80 6,65 6,60 6,40 6,20 6,00 5,80 5,60 5,35 5,40 5,20 5,00 4,97 4,80 4,60 4,40 4,20 4,00 Sabiá Acácia Albízia Figura 13. Histograma representando as alturas médias dos indivíduos arbóreos. 8,40 8,00 7,60 7,20 6,80 6,40 6,00 5,60 5,20 4,80 4,40 4,00 Sabiá Acácia Albízia Figura 14 Histograma da distribuição médias dos DAP para as espécies avaliadas. A análise dos resultados indicou uma vegetação ainda jovem, com indivíduos de baixo porte e baixo desenvolvimento diamétrico. Vale ressaltar o desenvolvimento do espécime Acácia, que apesar de possuir poucos indivíduos representativos na área, alcançou um dos maiores índices diamétricos, o que indica um desenvolvimento mais acelerado em relação a outras espécies de leguminosas presentes na área. 37 Segundo Ciesla (1995), a proporção do carbono absorvido pelas florestas está relacionada ao seu crescimento e a sua idade. As florestas removem carbono em maiores proporções quando jovens e em fase de crescimento. À medida que vão atingindo a maturidade, o crescimento se estabiliza e a absorção é reduzida. 38 6 Conclusões Em uma sociedade onde tudo se transforma em moeda de troca, nada mais normal do que se capitalizar a problemática do aquecimento global. Uma questão que deveria ser movida pela ética e respeito à vida, acaba se transformando em um jogo de interesses, onde mais uma vez os grandes culpados pela problemática do Aquecimento Global saem ilesos de suas responsabilidades e deveres. Em 2005, o protocolo de Quioto foi finalmente ratificado, para tentar conter a elevação das temperaturas por conta das emissões de GEEs. A solução, a meu ver, não seria fundamentada na redução das emissões e na prática de MDL, pois estas, dentro de uma concepção capitalista, não passariam de distorções de uma necessidade verdadeira: a substituição das tecnologias baseadas em modelos antigos de desenvolvimento energético, para tecnologias de energia limpa e de baixo impacto ambiental (energia eólica, solar, de hidrogênio etc.). As práticas de MDL e o mercado de carbono são muito importantes se executados como suporte a transição destas tecnologias. Porém, se os MDL e o mercado de carbono forem pensados como meios de manutenção destes modelos arcaicos de geração de energia, baseados no consumo de combustíveis fósseis, apenas levando em conta sua redução nas emissões, estaríamos apenas adiando o dramático resultado dos efeitos das mudanças globais e a solução definitiva para esta problemática. A grande ironia é que o desenrolar desta “causa” cabe somente a nós, e a responsabilidade desta recai diretamente sobre a nossa existência neste planeta de infinitas possibilidades. 39 7 Bibliografia ALECHANDRE, A S.; BROWN, I.F.O Carbono nos Ecossistemas Brasileiros. In: SCHWARTZMAN, S, MOREIRA, A G.. As Mudanças Climáticas Globais e os Ecossistemas Brasileiros. Brasília, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, 2000. P 51-54. ANDRAE, F. H. Ecologia Florestal. Santa Maria. : Universidade Federal de Santa Maria, 1978. Arctic Climate Impact Assessment. 2004. Impacts of a Warming Arctic. Cambridge, UK: Cambridge University Press. AUKLAND, L; MOURA COSTA, P; BASS, S; HUQ, S; LANDELL-MILLS, N; TIPPER, R. & CARR, R. Criando bases para o desenvolvimento limpo: preparação de setor de gestão do uso da terra. Um guia rápido para o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL). 2002. Londres. IIED. 40 p. BNDES; MCT. Efeito Estufa e a Convenção sobre Mudança do Clima. 1999. 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Brasília: MCT, 2001b. 34p. 43 ANEXO I – Resultados das avaliações estruturais da vegetação N individuo PAP(2PiR) 12,00 1 16,00 2 15,00 3 26,50 4 10,00 5 11,00 5 19,00 6 8,00 7 18,00 8 20,00 9 18,00 10 21,00 11 10,00 12 10,00 12 17,00 13 21,00 14 37,00 15 19,50 16 15,00 17 18,50 18 19,00 19 12,00 20 9,00 21 8,00 22 13,00 23 18,00 24 11,00 25 18,00 26 9,00 27 A 16,00 27 B 12,00 28 15,73 Média 5,99 Desvio Padrão 38,08 CV Sabiá - Mimosa caesalpinifoliae DAP(2R) R R2 Area Basal (Cm²) 3,82 1,91 3,65 11,46 5,09 2,55 6,48 20,37 4,77 2,39 5,70 17,90 8,44 4,22 17,79 55,88 3,18 1,59 2,53 7,96 3,50 1,75 3,06 9,63 6,05 3,02 9,14 28,73 2,55 1,27 1,62 5,09 5,73 2,86 8,21 25,78 6,37 3,18 10,13 31,83 5,73 2,86 8,21 25,78 6,68 3,34 11,17 35,09 3,18 1,59 2,53 7,96 3,18 1,59 2,53 7,96 5,41 2,71 7,32 23,00 6,68 3,34 11,17 35,09 11,78 5,89 34,68 108,94 6,21 3,10 9,63 30,26 4,77 2,39 5,70 17,90 5,89 2,94 8,67 27,24 6,05 3,02 9,14 28,73 3,82 1,91 3,65 11,46 2,86 1,43 2,05 6,45 2,55 1,27 1,62 5,09 4,14 2,07 4,28 13,45 5,73 2,86 8,21 25,78 3,50 1,75 3,06 9,63 5,73 2,86 8,21 25,78 2,86 1,43 2,05 6,45 5,09 2,55 6,48 20,37 3,82 1,91 3,65 11,46 5,01 2,50 7,17 22,53 1,91 0,95 6,21 19,49 38,08 38,08 86,51 86,51 ALTURA 9,00 8,00 8,00 10,00 9,00 9,00 10,00 6,00 4,00 3,00 4,00 4,00 4,00 2,00 3,50 4,00 6,00 3,50 3,50 3,00 5,00 3,50 3,50 2,50 2,00 4,00 3,50 4,00 4,50 4,50 3,50 4,97 2,37 47,62 44 Acácia holocericea N individuo PAP(2PiR) DAP(2R) R 1A 30 9,55 4,77 1B 28 8,91 4,46 1C 26 8,28 4,14 2 59 18,78 9,39 3 57 18,14 9,07 4 44 14,01 7,00 5A 31 9,87 4,93 5B 14 4,46 2,23 6A 25 7,96 3,98 6B 9 2,86 1,43 6C 25 7,96 3,98 6D 17 5,41 2,71 7 26 8,28 4,14 8 31 9,87 4,93 9 14 4,46 2,23 10 12 3,82 1,91 11 10 3,18 1,59 12 15 4,77 2,39 13 26 8,28 4,14 14 26 8,28 4,14 Média 26,25 8,36 4,18 Desvio Padrão 13,91 4,43 2,21 CV 52,99 52,99 52,99 R2 22,80 19,86 17,12 88,17 82,30 49,04 24,34 4,96 15,83 2,05 15,83 7,32 17,12 24,34 4,96 3,65 2,53 5,70 17,12 17,12 22,11 24,18 109,36 PiR2 71,62 62,39 53,79 277,01 258,55 154,06 76,47 15,60 49,74 6,45 49,74 23,00 53,79 76,47 15,60 11,46 7,96 17,90 53,79 53,79 69,46 75,96 109,36 ALTURA 7 7 7 10 10 9 7 7 8 8 8 8 7 3,5 4 3 3 6 6 4,5 6,65 2,12 31,82 45 Albízia guachapelle N individuo PAP(2PiR) DAP(2R) R 1 11,00 3,50 1,75 2 15,00 4,77 2,39 3 22,00 7,00 3,50 4 24,00 7,64 3,82 5 19,00 6,05 3,02 6 30,00 9,55 4,77 7 21,00 6,68 3,34 8 18,00 5,73 2,86 9 16,00 5,09 2,55 10 16,00 5,09 2,55 11 14,00 4,46 2,23 12 10,00 3,18 1,59 13 17,00 5,41 2,71 14 31,00 9,87 4,93 18 12,00 3,82 1,91 19 13,50 4,30 2,15 20 14,00 4,46 2,23 21 14,00 4,46 2,23 22 8,00 2,55 1,27 23 10,00 3,18 1,59 24 11,00 3,50 1,75 25 27,00 8,59 4,30 26 19,00 6,05 3,02 27 15,00 4,77 2,39 28 13,00 4,14 2,07 29 8,00 2,55 1,27 30 41,00 13,05 6,53 31 27,00 8,59 4,30 32 37,00 11,78 5,89 33 19,00 6,05 3,02 34 14,00 4,46 2,23 35 26,00 8,28 4,14 36 16,00 5,09 2,55 37 21,00 6,68 3,34 38 32,00 10,19 5,09 39 23,00 7,32 3,66 40 17,00 5,41 2,71 41 20,00 6,37 3,18 42 19,00 6,05 3,02 43 12,00 3,82 1,91 44 27,00 8,59 4,30 45 26,00 8,28 4,14 46 15,00 4,77 2,39 47 21,00 6,68 3,34 48 16,00 5,09 2,55 49 36,00 11,46 5,73 50 17,00 5,41 2,71 51 20,00 6,37 3,18 52 A 17,00 5,41 2,71 52 B 29,00 9,23 4,62 53 14,00 4,46 2,23 54 35,00 11,14 5,57 55 A 15,00 4,77 2,39 55 B 25,00 7,96 3,98 55 C 26,00 8,28 4,14 56 29,00 9,23 4,62 57 20,00 6,37 3,18 58 12,00 3,82 1,91 59 23,00 7,32 3,66 60 29,00 9,23 4,62 Média 20,08 6,39 3,20 Desvio Padrão 7,66 2,44 1,22 CV 38,15 38,15 38,15 R2 3,07 5,70 12,26 14,59 9,14 22,80 11,17 8,21 6,48 6,48 4,96 2,53 7,32 24,34 3,65 4,62 4,96 4,96 1,62 2,53 3,07 18,47 9,14 5,70 4,28 1,62 42,58 18,47 34,68 9,14 4,96 17,12 6,48 11,17 25,94 13,40 7,32 10,13 9,14 3,65 18,47 17,12 5,70 11,17 6,48 32,83 7,32 10,13 7,32 21,30 4,96 31,03 5,70 15,83 17,12 21,30 10,13 3,65 13,40 21,30 11,67 8,97 76,84 PiR2 ALTURA 9,63 3,50 17,91 5,50 38,52 6,00 45,84 7,00 28,73 5,00 71,62 7,50 35,09 8,00 25,78 4,50 20,37 7,00 20,37 8,00 15,60 3,50 7,96 2,00 23,00 8,00 76,48 9,50 11,46 8,00 14,50 8,00 15,60 4,00 15,60 5,00 5,09 4,00 7,96 4,00 9,63 2,00 58,01 4,50 28,73 4,50 17,91 8,00 13,45 7,00 5,09 3,50 133,77 5,00 58,01 5,00 108,94 6,00 28,73 5,00 15,60 5,00 53,80 4,50 20,37 3,00 35,09 5,00 81,49 5,50 42,10 6,00 23,00 5,50 31,83 4,50 28,73 4,50 11,46 3,50 58,01 5,00 53,80 4,50 17,91 6,00 35,09 6,00 20,37 4,00 103,13 8,00 23,00 5,00 31,83 6,00 23,00 2,50 66,93 6,00 15,60 2,50 97,48 5,00 17,91 6,00 49,74 6,00 53,80 6,00 66,93 5,50 31,83 6,00 11,46 3,50 42,10 6,00 66,93 6,00 36,66 5,35 28,17 1,64 76,84 30,75 46 ANEXO II – Recortes 47 48 43 Lista de figuras Figura 1 Temperaturas médias no planeta nos últimos anos, e projeções futuras. Fonte: http://www.grida.no/products.aspx?m=36, Temperaturas 1856 – 1999: Climatic Research Unit. University at East Anglia, Norwich UK. Projeções: IPCC Report 95. 6 Figura 2 Foto de satélite da Nasa, onde a imagem a esquerda mostra o gelo “permanente” no Ártico em 1979 e a direita em 2003 (redução no tamanho e na espessura do gelo). Fonte: Arctic Climate Impact Assessment, 2004. 7 Figura 3 Componentes dos ciclos da água e do carbono no planeta terra (Fonte: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, IPAM). 20 Figura 4 Compartimentos que estocam carbono em área florestada. Fonte: http://www.florestasdofuturo.org.br. 22 Figura 5 Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, Galeão/Antonio Carlos Jobim Fonte: www.cidadeturismo.com.br. 27 Figura 6 Visão geral do Morro do Radar, na Ilha do Governador, durante as obras de construção do aeroporto (1971). 28 Figura 7 Área do Morro do Radar atualmente, 5 anos após a implementação das práticas vegetativas (Portocarrero, 2006). 29 Figura 8 Vista de sobrevôo de helicóptero da área do Morro do Radar anteriormente a execução do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (Portocarrero, 2006). 31 Figura 9 Voçoroca vista de longe durante o diagnóstico do estado de conservação da área, ano 2000 (Fonte: Portocarrero, 2004). 32 Figura 10 Talude onde foram executadas as medições, antes (A) e após (B) a execução das práticas mecânicas (Portocarrero, 2006). 33 Figura 11 Imagens de Satélite (extraídas do Google Earth), do Morro do Radar (2006), podendo-se observar em verde a localização do talhão onde foram executadas as medições de desenvolvimento vegetal. 34 Figura 12 Medições dos indivíduos selecionados a 1,30m a altura do peito com perimetros acima de 0,5 cm. 35 Figura 14 Histograma da distribuição médias dos DAP para as espécies avaliadas. 36