revista - Agrária
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revista EDIÇÃO 5 11.2015 O foco fortemente técnico-centífico do principal evento brasileiro de cereais de inverno leva-o, ano após ano, em direção ao objetivo institucional e social de difusão de inovações tecnológicas e crescimento da agricultura regional NOVIDADES DAS PESQUISAS TROFÉU WINTERSHOW CRIE OPORTUNIDADES UM LIVRO, MUITAS SOLUÇÕES Pesquisadores da FAPA exploram sete áreas das culturas de inverno Promovida pela Agrária, premiação homenageia empresas do agro regional Ricardo Amorim enaltece poder do campo para superar crise política e econômica A pesquisadora da FAPA Sandra Fontoura lança obra que reúne 18 anos de estudos ÍNDICE Principal evento de cereais de inverno cumpre novamente seu papel institucional e social de difusão de tecnologias em prol da produção agrícola NOVIDADES NAS PESQUISAS DA FAPA As palestras dos pesquisadores da FAPA e convidados atualizaram tendências e reforçaram informações sobre culturas de inverno TROFÉU WINTERSHOW: AGRÁRIA PREMIA EMPRESAS Em cerimônia durante o WinterShow, Cooperativa entrega prêmios a empresas regionais do agronegócio RICARDO AMORIM E A CRISE: Na palestra de maior público do WinterShow 2015, o economista deu seus pontos de vista sobre o atual momento político-econômico PESQUISADORA LANÇA NOVO LIVRO Em sua obra mais recente, Sandra Fontoura fornece os parâmetros para fertilização do solo no sistema de plantio direto na região O PAPEL DOS COOPERADOS NA SUSTENTABILIDADE Reunião com os cooperados os colocou a par sobre as boas práticas agrícolas e as novidades dos programas de certificação rural FOTO COOPERATIVA O 1º Concurso Foto Cooperativa entra na fase final de inscrições. As imagens publicadas na seção já estão concorrendo Expediente ESPECIAL WINTERSHOW 2015 revista REVISTA AGRÁRIA ANO I | Edição 5 | Novembro de 2015 ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO E IMPRENSA AGRÁRIA A Revista Agrária tem por objetivo divulgar fatos relevantes pertinentes à Cooperativa Agrária Agroindustrial. É produzida e publicada mensalmente pela equipe de jornalistas da assessoria de comunicação e imprensa da Cooperativa. Jornalista responsável e editor-chefe: Klaus Pettinger Matérias: Harald Essert e Klaus Pettinger Foto capa: Étore Reynaldo/Leandro Taubinger Fotos: Harald Essert, Klaus Pettinger e Foto Studio Entre Rios Diagramação e Direção de Arte: Roberto Niczay - Arkétipo Agrocomunicação www.arketipo.com.br Impressão: Gráfica Positiva e Editora Cascavel - PR Contato Publicitário: Guerreiro Agromarketing: (44) 3026-4457 Tiragem: 2.000 Exemplares. Distribuição gratuita. Os pontos de vista expressos por pessoas entrevistadas e/ou artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Agrária. COOPERATIVA AGRÁRIA AGROINDUSTRIAL Fundação: 5 de maio de 1951 Endereço: Praça Nova Pátria Colônia Vitória | Entre Rios Guarapuava (PR) | CEP 85.139-400 Contato:[email protected] (42) 3625-8008 Visite o nosso site: www.agraria.com.br EDITORIAL Vitrine N enhum evento realizado atualmente pela Agrária projeta a Cooperativa – em um sentido tão abrangente – como o WinterShow. Principal razão de ser do evento, a difusão do conhecimento técnico-científico criado pela FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária) mostra o comprometimento que a Agrária tem com a pesquisa e a produção de conhecimento relacionado à agricultura, o que certamente é um grande diferencial no contexto das cooperativas brasileiras. Ao compartilhar seus resultados de pesquisa e avaliações de novas tecnologias, a FAPA contribui com o desenvolvimento da agricultura como um todo na região. Nesse sentido, junto com as instituições de ensino superior e outros órgãos de pesquisa, ela fornece meios para que a economia rural cada vez mais saia do nível elementar e se torne o mais profissionalizada e eficiente possível. Com elevados índices de produtividade, mas sempre com vistas à sustentabilidade. Um dos efeitos positivos para a Agrária é o seu reconhecimento como uma cooperativa de mentalidade distinta, focada na evolução constante da eficiência e rendimento da agricultura, bem como na qualidade de seus produtos – tanto no campo, quanto na indústria. O WinterShow, por assim dizer, faz a Cooperativa ser notada pelos seus diferenciais, conferindo-lhe credibilidade e confiabilidade perante os clientes, fornecedores, comunidade e demais cooperativas e produtores rurais. A Agrária não dissemina apenas o conhecimento técnico adquirido pelo trabalho dos pesquisadores da FAPA. No WinterShow, a Cooperativa transmite também sua forma de pensar, e sua visão sobre o futuro do agronegócio: o de uma produção rural consciente e especializada, comprometida com a qualidade e com as demandas do mercado e da indústria. De uma agricultura mais inteligente. Assessoria de Comunicação e Imprensa Departamento de Marketing Cooperativa Agrária Agroindustrial WinterShow Excelência na difusão de tecnologia de culturas de inverno 4 Revista Agrária WINTERSHOW 2015 Segundo dia de WinterShow contou com público aproximado de 2.000 pessoas KLAUS PETTINGER A Três dias de evento expõem a cooperados, clientes e toda a sociedade a preocupação da Agrária em gerar uma produção agrícola e industrial com qualidade superior o longo de três dias, o WinterShow 2015 cumpriu o papel social e institucional que lhe cabe. Socialmente, o evento difundiu parte da tecnologia gerada pela FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária) aos cooperados e produtores de Guarapuava e região. Institucionalmente, demonstrou novamente a variedade e profundidade de informações técnicas desenvolvidas e aplicadas pela Cooperativa Agrária, no campo e nas indústrias, o que torna o WinterShow o principal evento brasileiro direcionado a cereais de inverno. “Temos um valioso papel de disponibilizar parte do que produzimos a toda sociedade, ao longo do evento”, observou o coordenador da FAPA, Leandro Bren. A edição de 2015, realizada entre 20 e 22 de outubro, contabilizou mais de 4.000 visitantes, entre cooperados da Agrária, agricultores e pecuaristas de diversas regiões do país, agrônomos, profissionais do agronegócio, estudantes e representantes de universidades. Para fazer jus à presença expressiva de público, a programação trouxe atrações técnicas internas e externas. As palestras das estações de pesquisa da FAPA, a apresentação da nova variedade de cevada, “ANAG 01”, e das cultivares de nabo forrageiro, “Trado” e “Pé de Pato”, o lançamento do livro “Fertilidade do solo e seu manejo em plantio direto no Centro-Sul do Paraná”, da pesquisadora Sandra Mara Vieira Fontoura (leia mais na página 21), e a apresentação do software Agrogenis, de gerenciamento Jorge Karl: “Temos tido um público cada vez maior, inclusive de cooperados e familiares” de pesquisas agrícolas, estavam entre as principais inovações trazidas pela Agrária. A programação multifacetada foi endossada pela presença de palestrantes renomados, como o agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Rocca da Cunha, o economista e comentarista da Globo News, Ricardo Amorim, e o mestre e doutor em comunicação, Dado Schneider. “Na palestra do Ricardo Amorim tivemos um dos maiores públicos já registrados para uma mesma palestra do WinterShow, com cerca de 1.400 pessoas”, observou Bren. Após mais de seis meses de preparação e o envolvimento de diversas áreas da Cooperativa, a edição 2015 atendeu às expectativas. “Ficamos muito satisfeitos. Temos tido um público cada vez maior, inclusive de coopera- Revista Agrária 5 WINTERSHOW 2015 FRUTOS DO WINTERSHOW Leandro Bren: “Temos um valioso papel de disponibilizar parte do que produzimos a toda sociedade, ao longo dos três dias de evento” dos e familiares, o que torna o evento sempre atrativo, inclusive para as empresas do agronegócio. Tudo isso demonstra a importância dos cereais de inverno para a região”, observou o presidente da Agrária, Jorge Karl. As dificuldades climáticas enfrentadas pelo trigo e pela cevada na safra 2015 também contribuíram para a grande presença de público, acredita Karl. “Isso acaba despertando um interesse ainda maior sobre os diversos aspectos dos cereais de inverno”. Ao longo de 12 edições, o WinterShow consolidou a própria razão de ser: a de difundir tecnologias desenvolvidas na FAPA e expor aos cooperados, clientes e toda a sociedade a preocupação da Agrária em gerar uma produção agrícola e industrial com qualidade superior. Segundo Leandro Bren, esse processo já gerou diversos produtos ao longo dos anos. “A tecnologia utilizada pelo nosso cooperado, que conta sempre com a pesquisa e uma assistência técnica idônea, traz benefícios diretos a ele, mas também aos produtores de toda a região, seja pela divulgação no WinterShow seja na troca de conhecimento no dia a dia no campo”, analisou. Da mesma forma, o evento expõe programas internos de qualidade desenvolvidos pela Cooperativa, como o PACR (Programa Agrária de Certificação Rural). “Assim como traz diretamente benefícios aos nossos agricultores, também expõe aos nossos clientes a imagem de valor agregado dos nossos produtos, demonstrando a qualidade da matéria-prima produzida no campo, gerando oportunidades de negócios que, por sua vez, retornam novamente aos cooperados”, ressaltou. Palestras reuniram grande público nos três dias de evento 6 Revista Agrária DIA DE CAMPO DE VERÃO Previsto para ser realizado nos dias 24 e 25 de fevereiro, o Dia de Campo de Verão da Agrária já está com cronograma de preparação adiantado. “Da mesma forma que o WinterShow, trata-se de um evento técnico. Já temos alguns palestrantes de peso definidos e pretendemos torná-lo o maior evento técnico do Paraná”, avaliou Bren. “Há vários eventos que difundem máquinas e equipamentos agrícolas, mas o Dia de Campo de Verão da Agrária difunde tecnologia e informação, trazendo pesquisas de alto valor”, argumentou. A comercialização de estandes encontra-se em estágio avançado, com alguns setores já finalizados. Empresas interessadas podem entrar em contato pelo telefone da FAPA: (42) 3625 8395. WINTERSHOW 2015 FALA, COOPERADO! Costumeiramente, o WinterShow recebe grande número de cooperados, ávidos por novidades acerca de cereais de inverno. A edição 2015 não fugiu à regra, e contou com a uma participação especial: um grupo de aproximadamente 40 senhores e senhoras da melhor idade visitaram o segundo dia de evento. A chamada “Altenrunde” é composta por cooperados e cooperadas, bem como familiares, os quais se encontram periodicamente em cafés vespertinos e eventos promovidos pela Fundação Cultural Suábio-Brasileira. “Essa pequena excursão para o WinterShow é algo novo e foi uma excelente ideia. Fazia alguns anos que não vinha ao evento e achei tudo muito bem organizado”, analisou a integrante do grupo, Renate Gumpl. Após cerca de três anos sem visitar o WinterShow, a cooperada Maria Rovani se disse impressionada. “Não imaginava que havia crescido tanto. Está tudo tão bem cuidado e organizado: os estandes, a estrutura que protege da chuva e do sol, toda a parte agricultura, as culturas de inverno, tudo muito interessante”, avaliou. A integrante da Altenrunde, Lucinda Zentner, acredita que o evento desperta um senti- mento de orgulho pela Agrária e pelo distrito. “Fazia alguns anos que não vinha e gostei muito. Foi uma ótima iniciativa da Altenrunde, apesar de que ainda não me considero da melhor idade”, observou, sorrindo. FALA, EXPOSITOR! Ao todo, 70 empresas participaram com estandes do WinterShow 2015, com o objetivo de estreitar relacionamento com o público-alvo, assim como apresentar portfólios de produtos e serviços. A Revista Agrária ouviu algumas empresas. Arnelo Nedel Diretor Comercial, Ballagro Agro Tecnologia “Ficamos satisfeitos com a visibilidade alcançada no evento, por termos atingido os Cooperados da Agrária e também produtores e empresas de outras regiões do estado do Paraná. Diante dos resultados positivos que vêm sendo alcançados, em relação a testes de campo e à pesquisa, é fundamental agora fazer a difusão destes resultados. A Ballagro vem se destacando nacionalmente como uma empresa de excelência em controle biológico. Participar do WinterShow é uma forma estratégica de fazer estas soluções chegarem ao conhecimento de quem mais precisa, que é o produtor. Pretendemos continuar participando destes eventos para estarmos ao lado do Cooperativa Agrária, como um grande parceiro no desenvolvimento de soluções para uma agricultura cada vez mais eficiente e sustentável”. Saulo Milléo Representante técnico de vendas da BASF “Esse ano foi ainda melhor, se comparado com os anteriores. Tivemos mais gente no nosso estande: em 2014 vieram 740 pessoas, e desta vez superamos os 900 visitantes. É bacana essa interação com o público, pois notamos que o carisma da BASF perante os agricultores está sempre aumentando. O WinterShow para nós é uma vitrine. Como somos uma empresa de inovação e sustentabilidade, buscamos sempre trazer inovações ao nosso público. É um evento que conta com produtores do Brasil inteiro e do mundo todo. Esse ano tivemos visitantes do Chile, da Argentina. Essa parceria entre BASF e a Agrária eu resumo em uma palavra: confiança”. Revista Agrária 7 WINTERSHOW 2015 FALA, PATROCINADOR! O WinterShow 2015 contou com patrocínio diamante da Caixa Econômica Federal, patrocínio ouro das empresas UPL e ORO AGRI, bem como com o patrocínio prata do Banco do Brasil. À Revista Agrária, os patrocinadores expuseram suas avaliações sobre o evento. Luiz Carlos Pieta (à direita) Gerente geral da agência de Guarapuava da Caixa Econômica Federal “Foi muito interessante, do ponto de vista de negócio e relacionamento, pois houve aproximação com o público da área agrícola. Para a Caixa, foi honroso ser patrocinadora diamante do WinterShow 2015 e com certeza grandes frutos virão. Nosso principal objetivo é tornar a marca mais conhecida, sempre inovando, como com o caminhão-agência, de atendimento móvel - isso chama a atenção, e recebemos muitos visitantes. Estamos participando do evento pelo terceiro ano e essa é uma estratégica que vem desde a iniciativa de entrar no setor rural. Termos um parceiro como a Agrária e a FAPA só acrescenta e dá credibilidade. É uma parceria que chega a ultrapassar o relacionamento comercial, até porque a comunidade sempre nos recebeu muito bem” Diego Quadros Mariani Gerente Geral da Agência do Banco do Brasil em Entre Rios “O WinterShow é fundamental para divulgar principalmente a tecnologia que a Agrária, através da FAPA, desenvolve. E o Banco do Brasil, como maior fomentador do agronegócio nacional, tem de estar junto com a Agrária, pela grande parceira que ela e seus cooperados são. A gente fica muito feliz ao ver todo o desenvolvimento que a Cooperativa vem tendo ao longo dos anos, muito acima do que se vê no resto do país, por meio de desenvolvimento sustentável. O Banco do Brasil sobrevive do desenvolvimento dos seus clientes e parceiros. Essa parceria de longa data vai durar muito tempo e vamos estar juntos sempre. Jeferson Philippsen Representante técnico comercial da Oro Agri A cada ano o evento tem melhorado, inclusive no sentido da parceria que a Oro Agri busca com a Agrária. Não apenas nesta edição, mas também em relação às anteriores, só temos a agradecer pela parceria. Esperamos que tenhamos um futuro longo, de forma que possamos crescer juntos, com a Cooperativa e o cooperado, trazendo produtos de ótima qualidade que é o que a Oro Agri tem a oferecer. Estamos falando de uma feira, que é a maior de cereais de inverno do Brasil. Portanto, sabemos que se torna uma vitrine. Assim, a ideia principal foi trazer aos produtores, através dos campos demonstrativos, o que a Oro tem a oferecer em relação à tecnologia”. Stevan de Souza Sikora Representante Técnico de Vendas da UPL “Para a UPL, o Wintershow 2015 foi um sucesso. Pudemos estar mais uma vez lado a lado com os cooperados, agrônomos e demais profissionais do agronegócio, no maior evento de cereais de inverno do país. Uma grande oportunidade de estreitarmos mais os laços com esta importante cooperativa. A participação do público foi incrível, durante todos os dias do evento, sempre atento às novidades e tecnologias que o Wintershow nos traz. A UPL entende que deve estar sempre ao lado de seus parceiros e ter sido patrocinadora do Wintershow 2015 foi uma forma de fortalecer ainda mais essa parceria com a Cooperativa Agrária. Nossa intenção é sempre participar dos eventos propostos pela Cooperativa, fortalecendo cada vez mais essa parceria, gerando bons frutos”. 8 Revista Agrária WINTERSHOW 2015 Aconteceu no WinterShow ABERTURA CAFÉ COM COOPERADO A primeira atração do WinterShow 2015 foi um café da manhã especialmente preparado aos cooperados, no estande institucional da Agrária. O momento contou com a presença de toda a diretoria e superintendência da Cooperativa. A exemplo dos últimos anos, a Cooperativa manteve um estande institucional para receber e realizar reuniões com cooperados, colaboradores, parceiros, clientes e fornecedores. SECRETÁRIO DE AGRICULTURA VISITA WINTERSHOW O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná, Norberto Ortigara esteve presente desde as primeiras horas do primeiro dia de WinterShow. Em rápido pronunciamento, que antecedeu as palestras inaugurais, Ortigara expôs o trabalho do governo estadual nos estudos técnicos para incremento da atividade agrícola. “Estamos difundindo a informação de que há um jeito mais correto de trabalhar na agricultura. Eu não vim aqui ensinar o vigário a rezar missa – aqui na Agrária existe uma alta tecnologia, muito conhecimento, muitos profissionais. Mas é sempre importante mostrar para os agricultores que em vários cantos do Paraná tem gente preocupada com a plena sustentabilidade do empreendimento rural”, observou o secretário. Logo na sequência, o engenheiro agrônomo da Emater, Nelson Harger, apresentou as novidades em relação à campanha “Plante seu futuro”. Ao final da apresentação, o presidente Jorge Karl entregou documento desenvolvido pela FAPA, acerca do manejo e conservação do solo e da água. “É uma sugestão da Agrária para o ‘Plante seu Futuro’. Hoje a sustentabilidade é cada vez mais abordada e exigida pelos nossos clientes. Somos orientados pelo mercado e a maioria dos clientes está cada vez mais focada em sustentabilidade”, discursou Karl. O secretário agradeceu pela contribuição. “Em nome dos paranaenses, agradecemos a contribuição da FAPA e da Agrária. Esse estudo certamente vai ajudar no avanço dos estudos sobre a preservação do solo e da água”. Ortigara e Harger receberam ainda lembrança da Cooperativa e entregaram os estudos consolidados em um livro dos resultados dos manejos de pragas na safra de soja 2014∕15 no estado do Paraná. Revista Agrária 9 WINTERSHOW 2015 PALESTRANTES CONVIDADOS Gilberto Rocca da Cunha A primeira palestra de especialista convidado do WinterShow 2015 teve a presença do agrometeorologista da Embrapa Trigo Gilberto Rocca da Cunha, que abordou o tema “Gestão de risco em agricultura: o uso inteligente das previsão de tempo e clima – Safra 2015”. “Qualquer previsão meteorológica não deve ser vista apenas como mais um produto divulgado pelos veículos de comunicação, mas sim como parte de um processo maior e mais complexo. Seja uma previsão de tempo ou uma previsão de clima, pelo menos três componentes podem ser claramente identificados”, explicou Cunha. “O primeiro deles diz respeito à previsão propriamente dita, e envolve os serviços meteorológicos operacionais e toda a sua estrutura, desde o sistema de observação da atmosfera até os métodos empregados para a elaboração das previsões. O segundo inclui a etapa de comunicação das previsões. O terceiro está atrelado ao uso das previsões como ferramenta de suporte à tomada de decisões. E, mais ainda, sob a ótica dos benefícios sociais das previsões meteorológicas, estes três subprocessos devem ser sempre vistos como parte do processo maior de previsão, ocorrendo paralelamente e estando intimamente relacionados”, detalhou. Mikael Neumann O professor Mikael Neumann, da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) palestrou em dois dias, abordando a produção e uso de silagem de milho para nutrição animal, tanto para o gado de corte quanto de leite. “O produtor, de leite ou de corte, tem que ter uma rotina na produtividade. Isso significa tentar buscar a dieta perfeita dentro de seu objetivo de produção. A partir do momento em que o produtor começa a estabelecer um padrão de dieta aos animais para explorar o potencial genético, ele faz os ajustes necessários”, observou Neumann, que destacou também o fato de o cooperado da Agrária contar com produção agrícola altamente tecnificada. “Não há como obter uma silagem de alta qualidade, baixo custo e alta resposta no animal sem que seja provinda de lavoura manejada de forma correta. Esse é um dos pontos mais fortes dos cooperados da Agrária. Há um profissionalismo muito grande na produção agrícola sustentável”. 10 Revista Agrária CAMPEÃ OLÍMPICA NO WINTERSHOW Detentora da primeira medalha olímpica de ouro conquistada por mulheres brasileiras em mais de um século de Olimpíadas, a ex-jogadora de vôlei de praia, Sandra Pires, visitou o WinterShow 2015. Quase 20 anos depois do inédito título conquistado com a companheira de quadra, Jacqueline Silva, nos jogos de Atlanta, em 1996, a atleta recebeu os fãs, tirou fotos e concedeu entrevistas no estande do Banco do Brasil. A jogadora elogiou a organização do evento, e disse ter se encantado pela região de Entre Rios. “É tudo muito bonito e limpo. Não há um papel no chão, e as pessoas são bem educadas. Acho bonito também que se preserve a cultura e a língua alemã. É tudo muito interessante”, expôs Sandra, que também conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas de Sydney, em 2000, e atualmente é comentarista esportiva na SporTV. WINTERSHOW 2015 AMBEV No final da tarde do primeiro dia de evento, a palestra “Ambev: Gestão Agrícola no Cultivo de Cevada” foi proferida pelo gerente agrônomo da Ambev, Dércio Oppelt. A apresentação trouxe trabalhos desenvolvidos com programas de gestão operacional agrícola de simples execução, como o SmartBarley, o Excellence e o Radar – este já realizado em convênio com a Agrária. “O trabalho é feito por uma equipe de agrônomos da Ambev, que mantém contato direto com os produtores para acompanhar de perto os cultivos, fazer análises comparativas e coleta de dados que possam ajudar a melhorar a qualidade e a produtividade da cevada. Os principais objetivos do SmartBarley são aumentar a produtividade, melhorar a gestão ambiental na agricultura e fortalecer a relação com os agricultores. Neste ano, o número de produtores parceiros do programa aumentou cerca de 30%, envolvendo ao todo 270 lavouras de cevada de diferentes regiões”, explicou . CAFÉ COM EXPOSITORES A fim de contemplar também as empresas que investiram na divulgação de produtos e serviços durante o WinterShow, a Agrária organizou um café da manhã para os expositores. Além de propiciar confraternização e troca de informações, o momento também possibilitou a apresentação das possibilidades de anúncios da Revista Agrária. Desde a edição de julho deste ano, a publicação iniciou a comercialização de espaço às empresas parceiras. Interessados puderam aproveitar condições especiais já pensando nas estratégias de comunicação de 2016. A assessoria de imprensa da Agrária oferece mais informações sobre anúncios pelo e-mail: [email protected]. DINÂMICA DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS A exemplo dos últimos anos, a dinâmica de máquinas agrícolas atraiu grande público. Por meio de apresentação com locução, empresas de máquinas e implementos trouxeram os pormenores de lançamentos e inovações que prometem facilitar e otimizar o trabalho no campo. A estrutura com arquibancada especialmente idealizada para o momento e uma grande área para a circulação dos equipamentos garantiram maior conforto e visibilidade ao público e às empresas. Revista Agrária 11 WINTERSHOW 2015 As novidades mais relevantes em sete palestras simultâneas Não viu? Quer relembrar? Confira o que foi apresentado em cada uma das sete estações da FAPA, durante o WinterShow 2015 arte essencial do WinterShow desde a primeira edição, as palestras simultâneas dos pesquisadores da FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária) trazem todos os anos os principais resultados de pesquisas voltados às culturas de inverno. Novas cultivares, técnicas de manejo, tecnologias inéditas – a fundação de pesquisa mostra sua razão de ser nas principais feiras técnicas, como o WinterShow e o Dia de Campo de Verão, promovidas pela Agrária, que é pesquisar e experimentar as melhores soluções, a fim de obter os resultados mais propícios ao cooperado e à indústria, em qualidade, produtividade e renda. Reveja – ou conheça, caso tenha perdido – as sete palestras realizadas pelos pesquisadores da FAPA durante o WinterShow 2015. 12 Revista Agrária As palestras trazem análises sobre novas cultivares, técnicas de manejo, tecnologias inéditas, etc. ESTAÇÃO AVEIA Cultivo de aveia para produção de grãos, forragem e cobertura de solo FAPA e UFRGS, representadas pelos pesquisadores Juliano Almeida e Marcelo Pacheco, respectivamente, apresentaram as cultivares de aveia desenvolvidas em parceria pelas duas instituições. As novas variedades envolvem tanto aveias para forragem – mais comumente utilizadas no sistema de rotação de culturas da região – quanto para produção de grãos. A estação Aveia demonstrou ainda os resultados dos experimentos, de como as cultivares forrageiras se comportam com um, dois e três cortes. APRESENTADORES: •Marcelo Teixeira Pacheco (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) •Juliano Luiz de Almeida (FAPA) WINTERSHOW 2015 ENTOMOLOGIA E HERBOLOGIA Plantas daninhas como ponte biológica para pragas de culturas agrícolas Dois pesquisadores da FAPA se uniram nesta palestra a fim de atentar para um aspecto que frequentemente é deixado de lado: a necessidade de dar atenção ao campo mesmo no período de entressafra. Se o produtor negligenciar os cuidados necessários nas épocas fora das principais culturas, o ambiente descuidado pode favorecer a proliferação de plantas daninhas e de pragas. Esse foi o tema da estação “Entomologia e Herbologia”, de Alfred Stoetzer, pesquisador na área de pragas, e Vitor Spader, especializado em plantas daninhas. Eles disseram ter percebido vários casos em que o manejo correto é deixado de lado no espaço de tempo entre as safras de verão e de inverno. “Temos praticamente quatro meses, ou um terço do ano, nos quais não há culturas de modo geral no campo, e então ocorre a proliferação de plantas daninhas e multiplicação de pragas”, explicou Vitor. “Quando não é feito manejo durante a entressafra, essas pragas se multiplicam tanto nas plantas daninhas, que são hospedeiras, quanto nas próprias plantas de culturas de verão que surgem espontaneamente [plantas guaxas]”. A palestra propôs algumas soluções. A principal alternativa é a correta cobertura de solo. “Com a cobertura, se eliminam todos esses problemas que estamos falando, e ainda se terá o solo coberto praticamente o ano todo. Outra grande vantagem é que o produtor ganha – e o apelo ambiental é bem grande nesse sentido – na prevenção da erosão e da perda de água do solo”, completou o pesquisador. APRESENTADORES: •Vitor Spader (FAPA) •Alfred Stoetzer (FAPA) TRIGO E FITOPATOLOGIA Estratégias genética e química para controle de doenças em cereais de inverno APRESENTADORES: •Juliano Luiz de Almeida (FAPA) •Dauri José Tessmann (Universidade Estadual de Maringá) • Heraldo Feksa (FAPA) Embora os defensivos – especialmente os fungicidas – sejam uma ferramenta muito importante no controle de doenças do trigo, eles não são a única opção. Realizada por três pesquisadores, esta estação mostrou aos produtores que a estratégia genética, mais do que uma alternativa aos agrotóxicos, desempenha um papel fundamental no controle de fitopatologias, quando aliada à estratégica química. Para isso, foram exibidos os resultados de testes com novas cultivares de trigo com diferentes reações de resistência genética a doenças, e como cada uma contribuiu para reduzir as aplicações de defensivos, diminuindo assim o custo de produção. Segundo o pesquisador Juliano de Almeida, a conclusão foi que é recomendado aliar as duas tecnologias – genética e química – para obter os melhores resultados. “Dessa forma se consegue diminuir o custo da lavoura e aumentar a renda do produtor, sem comprometer a qualidade do produto colhido”, concluiu. Revista Agrária 13 WINTERSHOW 2015 OLEAGINOSAS Cultivos alternativos de inverno – canola, nabo e linhaça Nem só de cereais vive o inverno – foi o que mostraram os palestrantes desta estação. As oleaginosas aos poucos ganham mais espaço, para além da cobertura vegetal. Espécie de oleaginosa de inverno mais conhecida dos produtores da região, o nabo forrageiro ganhou duas novas cultivares, desenvolvidas pela FAPA e lançadas durante o WinterShow: a Pé-de-Pato (mais tardia) e a Trado (mais precoce). São duas novidades indicadas como cobertura depois da soja e antes do plantio de milho, e depois do milho e antes do trigo. Segundo o pesquisador Juliano de Almeida, ambas apresentaram desenvolvimento vigoroso (quando comparado ao das testemunhas) e um ótimo sistema radicular, que rompe camadas compactadas de solo. Além disso, foi feita uma análise a respeito da produção de linhaça – cultura que ainda não tem expressão na área de abrangência da Agrária, mas que tem despertado o interesse dos clientes da Cooperativa. Foram ainda mostrados os experimentos de densidade da cultura, realizados na FAPA. O pesquisador da Embrapa Trigo Gilberto Omar Tomm mostrou ainda os diferentes híbridos de canola que existem atualmente no mercado, os resultados de pesquisa com a cultura, e discutiu ainda os problemas que ocorreram na safra deste ano. APRESENTADORES: •Gilberto Omar Tomm (Embrapa Trigo) •Juliano Luiz de Almeida (FAPA) Este ano houve um total de sete palestras simultâneas da FAPA no WinterShow 14 Revista Agrária WINTERSHOW 2015 ESTAÇÃO CEVADA Manejo de cultivares de cevada visando qualidade de malte Na estação Cevada deste ano os visitantes obtiveram as informações mais relevantes sobre o manejo de cultivares de cevada cervejeira, com o objetivo de produzir malte de alta qualidade. A palestra abrangeu ainda as recomendações técnicas desenvolvidas pela FAPA para cada cultivar de cevada. A grande novidade, segundo o pesquisador Noemir Antoniazzi, foi o lançamento oficial da primeira cultivar de cevada desenvolvida pela FAPA. Fruto de convênio entre a Agrária e a empresa alemã Ackermann, a cultivar denominada ANAG 01 se diferencia das demais que existem atualmente no mercado pelo seu maior potencial produtivo, maior tolerância a doenças, e por apresentar melhorias significativas em termos de qualidade de malte. O lançamento contou com a presença dos melhoristas da Ackermann. APRESENTADOR: • Noemir Antoniazzi (FAPA) ESTAÇÃO MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA Métodos de amostragem de solo visando o manejo localizado de calagem Quem visitou a estação Mecanização Agrícola no WinterShow 2015 aprendeu sobre os diferentes métodos de amostragem de solo, visando o manejo localizado de calagem. Foram mostrados os seguintes métodos: amostra composta, amostragem em grade georreferenciada e amostragem por zonas de manejo. Segundo o pesquisador Étore Francisco Reynaldo, atualmente a agricultura brasileira passa por uma grande evolução tecnológica, na qual o sensoriamento de proximidade ganha espaço – em especial os sensores utilizados na caracterização da variabilidade espacial dos atributos químicos do solo. Esse sensoriamento, de acordo com ele, permite a caracterização das zonas com diferentes potenciais produtivos em cada talhão, que, por sua vez, precisam de tratamento diferenciado. Ou seja, cada zona recebe o manejo de calagem de acordo com suas características. Isso contribui com o manejo mais sustentável do solo e da água. APRESENTADOR: • Étore Francisco Reynaldo (FAPA) ESTAÇÃO FERTILIDADE DE SOLOS Fertilidade de solo e seu manejo em plantio direto no Centro-Sul do Paraná Esta palestra mostrou os resultados publicados no livro “Fertilidade do solo e seu manejo em plantio direto no Centro-Sul do Paraná”, de autoria da pesquisadora da FAPA Sandra Mara Vieira Fontoura, e lançado durante o WinterShow (conforme matéria da página 21). Sandra e um dos coautores da obra, Cimélio Bayer, mostraram quais são as melhores indicações para calagem e adubação nitrogenada, fosfatada e potássica na região de Guarapuava, e a evolução das pesquisas na área de fertilidade do solo, apresentando os estudos de calibração mais recentes que há para plantio direto no Centro-Sul paranaense. Segundo a autora, assim como o livro, que foi disponibilizado aos cooperados da Agrária, a palestra foi importante por dar aos produtores os parâmetros para fertilização do solo. De acordo com Sandra, esse estudo dará os parâmetros para que o produtor da região possa realizar uma fertilização eficiente do solo, com as quantidades adequadas de insumos. APRESENTADORES: •Cimélio Bayer (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) •Sandra Mara Vieira Fontoura (FAPA) Revista Agrária 15 WINTERSHOW 2015 Troféu WinterShow premia empresas favoritas do público regional KLAUS PETTINGER O s resultados e produtividades acima da média brasileira, apresentados pelos cooperados da Agrária, refletem tanto o zelo e comprometimento no campo quanto o emprego correto das tecnologias existentes. Com o objetivo de valorizar empresas do agronegócio regional, que têm papel importante nesse processo de desenvolvimento, a Cooperativa promoveu, pela primeira vez, o Troféu WinterShow. Após semanas de votação eletrônica em página na internet, a premiação conheceu os 16 Revista Agrária vencedores de cada uma das seis categorias no último dia 21 de outubro. O evento foi realizado no Clube Recreativo da Colônia Jordãozinho, em Entre Rios, e contou com a presença de aproximadamente 450 pessoas, entre representantes das empresas concorrentes, de expositores do WinterShow e colaboradores da Agrária. “A ideia do Troféu WinterShow é valorizar as empresas que impulsionam o agronegócio local e regional. Uma premiação deste porte cria um ambiente de competição e isso tende a melhorar cada vez mais os produtos e serviços oferecidos aos nossos cooperados”, analisou o coordenador da FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária), Leandro Bren. WINTERSHOW 2015 PREMIADOS Ao todo, cerca de 170 pessoas votaram na edição deste ano nas seguintes categorias: genética, defensivos, fertilizantes, máquinas agrícolas, veículos utilitários e caminhões. Para o representante técnico de vendas Sebastião Silvestre, da Syngenta, vencedora na categoria defensivos, o Troféu WinterShow aproxima ainda mais a Agrária das suas parceiras. “Para nós é bastante importante conquistar este prêmio. Acredito que a vitória se deve à parceria de longa data e pelo amplo portfólio que temos para oferecer aos cooperados”, ressaltou. De acordo com Roberto Sattler, representante comercial da Yara, primeira colocada na categoria fertilizantes, o fato de a empresa focar em qualidade e relacionamento com o cooperado favoreceu a empresa. “Para nós é um orgulho, pois a Yara tem essa filosofia de investir em qualidade diferenciada e ficamos muito satisfeitos por nosso cliente, que é o cooperado, ter observado isso”, ressaltou. Empresa Pioneer conquista o prêmio na categoria genética VENCEDORES DO TROFÉU WINTERSHOW 2015 CATEGORIA EMPRESA VENCEDORA Genética Pioneer Defensivos Syngenta Fertilizantes Yara Veículos utilitários Toyota Caminhões Volvo Representante comercial da Yara, Roberto Sattler atribui vitória na categoria fertilizantes à qualidade e relacionamento com clientes Empresa John Deer conquistou Troféu WinterShow na categoria máquinas agrícolas Representante técnico de vendas, Sebastião Silvestre, recebe troféu pela conquista da Syngenta na categoria defensivos Na categoria veículos utilitários, a Toyota foi a mais lembrada pelo público votante Revista Agrária 17 WINTERSHOW 2015 Ricardo Amorim: ‘crise é oportunidade’ HARALD ESSERT É difícil ter uma visão clara de um contexto socioeconômico quando se está inserido nele. Geralmente é melhor observar a certa distância, ou então esperar o tempo passar e deixar a perspectiva histórica dar contornos mais nítidos ao que aconteceu. Mas há situações que pedem perspicácia instantânea. É o caso do atual momento de crise moral, social e econômica pela qual passa o Brasil. Entender o próprio contexto nesse caso – e identificar as perspectivas e oportunidades para o futuro próximo – pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso. 18 Revista Agrária A palestra do economista e comentarista de televisão Ricardo Amorim, no segundo dia do WinterShow 2015, possibilitou essa análise. Para uma audiência de mais de 1.400 pessoas, que lotaram o auditório principal, o palestrante dissecou dados econômicos e fez analogias com os diferentes momentos históricos do Brasil e do mundo, a fim de apresentar as raízes da crise atual e de que maneira o país chegou a tal ponto. Com bom humor e usando de metáforas para traduzir a complexidade da economia, e fazendo paralelos com os recentes escândalos de corrupção, Amorim mostrou que grande WINTERSHOW 2015 parte da crise econômica tem causas políticas (muitas delas, históricas) e na falta de capacidade administrativa do governo. Contudo, ele demonstrou ainda que o setor do agronegócio vive um momento favorável e que permite crescimento. Além disso, enfatizou um aspecto que considera principal: o de que toda crise representa uma oportunidade. Como essa crise tem múltiplas facetas, segundo Amorim ela permite um espectro maior de oportunidades. Entre elas, reformar a política nacional de maneira a evitar situações semelhantes, prevenir erros administrativos, como instrumentalizar a inflação, enxugar a máquina pública e torná-la mais eficiente, e principalmente erradicar a corrupção como modus operandi generalizado no Brasil – quer na política, quer nas empresas. Leia a seguir alguns dos principais pontos da palestra e das conclusões de Ricardo Amorim. ORDEM NA CASA Para Amorim, cada crise abre a possibilidade de fazer as reformas necessárias – melhorias que, em épocas de tranquilidade, são frequentemente procrastinadas. “A principal mensagem da crise é: o que precisamos consertar?”, declarou. “Sairemos fortalecidos da crise”. “Será que sem essa crise moral no Brasil a população teria ido às ruas, e teriam sido criadas essas leis de combate à corrupção no Brasil? Acho difícil. Será que sem a crise política a Dilma [Rousseff] teria mudado as diretrizes econômicas? E sem crise econômica, ela teria cortado o salário dela e reduzido o número de ministérios? A crise é desagradável, mas é ela que nos força a colocar a casa em ordem”, avaliou o economista. “É a mesma coisa em uma cooperativa, agora com a alta nos preços, por exemplo. A crise nos faz ‘pegar’ aquela parte na qual deixamos alguma ‘gordurinha’, ou que deixamos de tornar mais eficiente”. males da sociedade brasileira atual, mas que esse pode ser um momento transformador. “[Se corruptos poderosos forem punidos], daqui para frente passaremos a ver as pessoas na rua falando ‘pô, será que eu vou mesmo subornar o guarda?’. Eventualmente ‘enfiar em cana’ pessoas com muito poder pode reduzir substancialmente a corrupção no Brasil”. A VIRADA DA ECONOMIA Apesar de preocupante, a situação econômica não deve mais perdurar. Ricardo Amorim avaliou que a economia brasileira está perto “da hora da virada”. Em sua opinião, o Brasil em breve deve voltar a sentir uma estabilidade maior. “Apesar de todos os problemas, estamos resolvendo o problema da nossa balança comercial, estamos resolvendo o problema da inflação, e para resolver o problema das contas públicas falta só criar condições políticas”, ponderou. “Eu acredito que, ou com a presidente [Dilma Rousseff] no poder ou com sua queda, essa melhora deve acontecer nos próximos meses. E por coincidência eu acho que, já no ano que vem, provavelmente na segunda metade do ano que vem ou na primeira, a economia pode voltar a surpreender positivamente como ela surpreendeu até 2010. Foi só depois da posse da Dilma que isso mudou [devido à crise], e eu acho que agora vai voltar ao que tínhamos antes”. AGRONEGÓCIO Um dos poucos setores que mantiveram o crescimento a despeito da crise, o agronegócio deve ter ainda 20 ou 30 anos de bonança pela frente. O palestrante analisou a conjuntura econômica global, e concluiu que a produção rural encontra um ambiente bastante favorável. “Isso para mim é a ‘prova do pudim’. A crise do Brasil não é a crise do agronegócio. O agronegócio brasileiro vai muito bem, obrigado”, destacou. Em sua avaliação, o crescimento do setor se deveu a uma série de fatores. Entre eles, se destacam o salto de produtividade que outros setores da economia nacional não conseguiram acompanhar, e o fato de ter conseguido aproveitar um momento internacional favorável, com a entrada da China (um dos maiores consumidores de alimentos do mundo) no mercado mundial. “Essa demanda da China deve continuar por mais uns dez anos, e depois disso teremos mais uns dez ou 20 anos pela inserção da economia indiana. Isso significa que tem mais uns 30 anos favoráveis para o agronegócio no mundo”, explicou. “Nisso o Brasil leva uma vantagem pelo espaço territorial que ainda pode ser plantando, e pelo espaço para ganho de produtividade”. Mas para isso, também são necessárias algumas melhorias, com maior relevância para a ampliação e modernização da infraestrutura. “A infraestrutura no Brasil ainda é péssima. Se a gente melhorar, o espaço de crescimento do agronegócio também pode melhorar”. CORRUPÇÃO Um dos maiores benefícios da atual crise moral no país, segundo Amorim, seria uma possível mudança de postura da própria população em relação à corrupção. Para ele, a população brasileira pode começar a enxergar os atos corruptos (mesmo os corriqueiros) como algo incompatível com a ordem socioeconômica. “A gente passou a acreditar no Brasil que corrupção é como as coisas acontecem, que corrupção é a regra do jogo. E não tem que ser. Se aproveitarmos essa crise para punir exemplarmente pessoas poderosas, incluindo alguns do políticos e empresários mais poderosos do país, esperamos que isso mude a forma como negócios são feitos no Brasil”. Em sua opinião, esse é um dos maiores Ricardo Amorim: a crise do Brasil não é a crise do agronegócio. O agronegócio vai muito bem, obrigado. Revista Agrária 19 WINTERSHOW 2015 Outro aspecto é a forma de encarar o mercado de trabalho. Enquanto os mais velhos se apegam a determinado ofício e mantêm uma relação de fidelidade com o empregador (mesmo que a ocupação não lhes traga satisfação pessoal), os mais jovens não temem abrir mão de um emprego, atrás de outro que os faça mais felizes. Schneider afirmou ainda que, em vez de conhecer e aceitar as mudanças pela qual passa a sociedade, muitos preferem se queixar delas. Daí o título da palestra. “Você não precisa gostar disso [das constantes mudanças], mas pelo menos conhecê-las, entendê-las”, ressaltou durante a apresentação. TRANSIÇÃO Uma palestra sobre transição dos velhos aos novos tempos HARALD ESSERT M uita gente se identificou e riu dos comentários de Dado Schneider sobre os “tempos de antigamente” – como vivíamos naquela época, com tecnologia bem mais limitada, e sobre a dificuldade que a maioria tem em acompanhar o ritmo de transformações do mundo de hoje. Mas a notícia que Schneider trouxe, de fato, não foi nada alvissareira. Na palestra intitulada “O mundo mudou bem na minha vez”, ele sugeriu que, mesmo a contragosto, as pessoas precisam se reinventar e adequar constantemente, sob pena de perder sua colocação, sendo que isso é muito mais difícil para quem é “do século 20” (portanto, quem viveu grande parte da vida antes de 2001). Não por falta de familiaridade com as novas tecnologias, mas por questão cultural: segundo o palestrante, o modo de pensar e agir da geração mais recente difere tremendamente de como pensam as anteriores. 20 Revista Agrária Como solução, o palestrante sugere que as pessoas façam uma transição cultural entre o século 20 e o século 21 – ou seja, passar a pensar como as novas gerações. Para isso, Schneider usou de uma alegoria (representada pela onomatopeia “tiblóft”), de uma pessoa atravessando um portal imaginário que liga instantaneamente os dois momentos históricos. “Imagine-se naquela época pré-internet, quase sem informatização, quando nos apegávamos a uma carreira e os jovens é que tinham se adaptar aos mais velhos. E de repente, ‘tiblóft’, você atravessa e chega a essa época, em que tudo muda sempre, e em que os velhos precisam pensar como jovens”, narrou, enquanto encenava a transposição. “É isso que precisamos fazer – deixar para trás aquela época, e passar a viver esta”. A diferença entre quem vive “no passado” e quem vive os novos tempos, segundo Schneider, está na forma de pensar, mais do que efetivamente na idade das pessoas. “Antigamente, diferenciávamos as pessoas pela faixa de idade: de 18 a 29 é jovem, de 30 a 40 é maduro, depois disso é velho. Hoje não. Hoje diferenciamos velhos e jovens pela forma de pensar, pela capacidade de se integrar às mudanças”. AGRICULTURA Dado Schneider: hoje diferenciamos velhos e jovens pela forma de pensar Uma das principais diferenças citadas por Schneider é o anseio dos mais jovens em absorver as novidades, usando-as em seu favor. Quanto mais velha a geração, mais ela tende a se agarrar àquilo que já domina, sem aspiração pelo que é novo. Especialmente para os produtores rurais, Dado Schneider deu dois recados. A primeira é continuar a se atualizar. “A velocidade com que a tecnologia e o conhecimento estão se atualizando impede que uma pessoa hoje diga que já sabe tudo. Não importa a idade”. Em seguida, deu um recado a respeito da sucessão da propriedade. “A sucessão era natural há 50 anos, e hoje não é mais. E a pessoa às vezes se frustra porque o filho não quer assumir o trabalho na propriedade rural”, destacou. “Ou os jovens têm propensão para a coisa, ou então profissionaliza o negócio e deixa o jovem ser o que ele quer”. 18 ANOS DE PESQUISA NAS MÃOS DO PRODUTOR HARALD ESSERT Q uais são os critérios e parâmetros para a calagem e adubação ideal? Qual é a melhor concentração de cada nutriente no solo, tendo em vista as principais culturas no nosso sistema de rotação? Quanto aplicar de fósforo, potássio ou calcário? O recém-lançado livro “Fertilidade do solo e seu manejo em plantio direto no Centro-Sul do Paraná” é uma obra que consolida 18 anos de pesquisas sobre fertilização e manejo do solo na região de atuação da Cooperativa Agrária, envolvendo as culturas de soja, milho, trigo, cevada e aveia. Trata-se de uma análise aprofundada dos resultados de pesquisas realizadas em várias propriedades, ao longo de várias safras, e é completamente voltada às necessidades do produtor da região. A autora é a pesquisadora da FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária) Sandra Mara Vieira Fontoura, que lançou o volume durante o WinterShow 2015, ocorrido de 20 a 22 de outubro. Segundo ela, esse estudo dará os parâmetros para que o cooperado Agrária e demais produtores do Centro-Sul possam realizar uma fertilização assertiva do solo, com as quantidades corretas de insumos – sem excesso ou falta. “A publicação está dividida em 11 capítulos, e são breves páginas em cada capítulo, com o resumo de tudo o que achamos importante. Os principais são os critérios para a calagem, qual a quantidade de calcário a ser aplicada, por exemplo. E o mesmo sobre a adubação fosfatada e potássica”, explicou Sandra. “São perguntas que o nosso produtor tinha. Com isso, fechamos a questão dos nutrientes básicos do nosso manejo”. Para ela, o livro é uma ferramenta extremamente proveitosa. “Essa informação vai trazer mais precisão para a atividade do produtor”, avaliou. “Com esses dados, ele terá critérios para definição de calagem e de adubação, e não simplesmente fazer uma dose, uma adubação única. Procuramos otimizar tanto a aplicação do insumo quanto o rendimento da cultura”. Sandra Fontoura, da FAPA, escreveu o livro em parceria com pesquisadores da UFRGS AQUISIÇÃO PARCERIA O livro é assinado por Sandra e outros cinco pesquisadores – todos eles da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Segundo ela, os coautores são professores e estudantes de mestrado e doutorado da universidade. “Nós temos essa parceria de longa data entre FAPA e UFRGS, a qual é muito produtiva, porque alia o que nós temos de material na FAPA, tanto de campo quanto de humano, com os estudantes deles, que se dedicam exatamente a fazer isso”, afirmou a engenheira agrônoma. Segundo ela, esse é um estudo perpetuamente em andamento. “A pesquisa não termina. Continuamos reavaliando, porque as produtividades aumentam, as cultivares e híbridos mudam, e precisamos ter essas informações”, concluiu. O livro foi disponibilizado gratuitamente para cooperados, podendo ser retirado na FAPA ou no departamento de assistência técnica. Para terceiros, o tomo está à venda pelo valor de R$ 80. Revista Agrária 21 SUSTENTABILIDADE: A HORA DO COOPERADO Reunião no primeiro dia de WinterShow apresentou aos cooperados a necessidade de implantar sustentabilidade e boas práticas agrícolas nas propriedades, a fim de atender às demandas de grandes clientes da Agrária HARALD ESSERT O consumidor final está cada vez mais exigente: quer alimentos de boa origem, de fontes que respeitem o ambiente e o ser humano em toda a cadeia produtiva. Essa preferência afeta a todos, desde a indústria alimentícia, passando pelos fornecedores de matéria-prima (como as unidades de negócios da Agrária), até o produtor rural, responsável pelo início do processo. A necessidade de adequação às práticas sustentáveis foi apresentada aos cooperados em reunião na noite do primeiro dia de WinterShow (20 de outubro), da qual participaram cerca de 70 pessoas. A sustentabilidade é uma preocupação crescente por parte da Agrária, tendo em vista que grandes clientes da Cooperativa exigem cada vez mais o respeito às boas práticas de produção em todas as etapas – quer nas indústrias, quer no campo. O encontro serviu para mostrar aos cooperados quais são essas exigências, e qual é a importância de atendê-las. “Ficou bem claro que essas necessidades têm um objetivo. Acho que todos os participantes conseguiram compreender o contexto global dessas demandas, e a forma como isso vem ‘de cima’, do consumidor final, passando pelas empresas, pelos fornecedores, 22 Revista Agrária até chegar ao cooperado, lá na fazenda”, disse a analista ambiental Nayara Kaminski de Oliveira. “Mesmo que ainda tenham ficado dúvidas, percebemos que houve uma boa aceitação”. Uma equipe ficou responsável por responder as dúvidas de cooperados durante os dias de WinterShow, no estande da Agrária. Segundo Nayara, muitos mostraram interesse em se adequar a essas necessidades. “Teve cooperados que inclusive já solicitaram para fazer o diagnóstico, para que possam ter noção do que é preciso para iniciar o processo de certificação e de padronização nas propriedades deles”. CERTIFICAÇÃO RURAL Porém, para os clientes da Agrária é importante a comprovação documental de que a matéria-prima da Cooperativa provenha de fontes sustentáveis. Para isso, está sendo reestruturado o PACR (Programa Agrária de Certificação Rural). O programa está passando por remodelações, a fim de que continue atendendo às necessidades do cooperado em termos de organização e conformidade com a legislação, mas também abranja as necessidades de adequação à sustentabilidade e às boas práticas agrícolas exigidas pela indústria. Enquanto o programa ainda ganha novo formato, o que foi passado ao cooperado são as vantagens que ele obtém ao aderir ao PACR. Segundo o coordenador do departamento de saúde, segurança e meio ambiente, Cauê Mohler, é importante que o cooperado saiba que, ao dar entrada no processo de certificação, ele tem à sua disposição as equipes da Agrária relacionadas aos programas – gestão de pessoas, gestão ambiental e qualidade. “O grande diferencial é que o produtor estará em conformidade legal, e ainda tem toda uma orientação da equipe da Agrária para isso. Sem esse apoio, ele teria que pagar uma consultoria, por exemplo. Aqui não. Nós vamos dar esse apoio para ele através da nossa equipe interna, que é formada por gente qualificada”, afirmou. Uma das novidades do PACR é o programa de gestão de produção. “Já fazemos a gestão da produção aqui dentro da Agrária. Agora a Agrária dará orientação e apoio ao cooperado, para ele estar bem posicionado dentro do mercado, realmente ter as melhores tecnologias de produção, acompanhar sua produtividade e ter um histórico da evolução ao longo dos anos”, destacou Mohler. “O programa de gestão da produção vem para consolidar os nossos programas internos, e ainda ajudar a mexer um pouco com a rotina do cooperado na fazenda”. DE OLHO ‘DE OLHO’ MUDA VISÃO DO COLABORADOR: SEGURANÇA EM 1º LUGAR HARALD ESSERT M ais importante que cobrar diariamente a postura adequada e o uso de EPIs (equipamentos de proteção individual), é promover uma transformação cultural no ambiente de trabalho, de maneira que o colaborador instintivamente coloque a segurança em primeiro plano na sua rotina de trabalho. Melhor ainda se o funcionário for inserido no processo de mudança, a fim de que ele perceba em cada instante a importância da sua segurança e a de seus colegas. É o que o ‘De Olho’ vem fazendo dentro da Agrária, segundo os próprios colaboradores. O ‘De Olho’ é um programa que visa fazer as pessoas refletirem sobre os riscos ocupacionais da sua função e, assim, melhorar sua atitude em relação às condutas de segurança. Em vez de advertir e punir, os líderes de cada setor devem fazer com que os colegas pensem sobre os riscos que correm ao desobedecer às diretrizes de segurança. Na opinião do operador de painel da indústria de óleo e farelo, Everton Dorigue, desde a implantação do programa ele analisa melhor sua rotina, a fim de ter a melhor conduta para cada situação – seja em espaço confinado, trabalho em altura, etc. “Antigamente a produtividade tinha uma importância maior se comparada com a segurança”, afirmou. “Antes eu usava EPIs mais por obrigação, e hoje tenho consciência de que uso porque é uma forma de proteger minha integridade física”. De acordo com Everton, ele percebe a mesma evolução em relação aos colegas e supervisores da área, que agem de forma mais consciente. “Mudou o tipo de abordagem. Se antes era mais reativa e punitiva, hoje é feita de forma a nos fazer refletir sobre os próprios erros. Tenho mais confiança para conversar sobre métodos mais seguros de realizar as atividades – antigamente não havia tanta abertura”. O analista do laboratório central, Cleberson José Nogueira, teve percepção semelhante a respeito das mudanças promovidas pelo ‘De Olho’. Tanto, que ele acredita que o programa deveria ser estendido a pessoas que não compõem o quadro funcional, como cooperados e empresas, ao executar qualquer atividade dentro da Cooperativa. Além disso, ele afirma que o colaborador não deve esquecer as diretrizes de segurança quando está fora do trabalho. “O programa visa a segurança do colaborador no ambiente de trabalho. Mas as pessoas precisam também se conscientizar em levar essa questão para fora da Cooperativa”. Revista Agrária 23 FOTO COOPERATIVA CONCURSO MOTIVA ENVIO DE FOTOS À REVISTA AGRÁRIA HARALD ESSERT D esde que foi lançado o 1º Concurso Foto Cooperativa, a Revista Agrária recebeu um grande número de contribuições para a seção de fotografias, o que, felizmente, “complicou” a tarefa de fazer uma seleção para publicar nesta edição. Lembrando que as imagens publicadas nesta seção concorrem ao prêmio na categoria “Foto Cooperativa”. Também é expressivo o número de inscrições na categoria “WinterShow 2015 & Cereais de Inverno”. Para participar dessa categoria, é preciso inscrever as fotografias por meio do formulário disponível no site da Agrária. Para isso, clique no banner do concurso na página inicial do site. Os prêmios incluem câmeras fotográficas semiprofissionais, câmeras compactas e outros brindes. O prazo para se inscrever termina em 20 de novembro. Esta imagem, com a maltaria da Agrária ao fundo, dispensa descrições, e foi tirada pelo colaborador Rodrigo Boeing (Agrária Malte). O colaborador Marcos Novatzki (Agrária Sementes) capturou os estandes do WinterShow sob um céu laranjado, de fim de tarde. O degradê do crepúsculo deu um efeito admirável à paisagem da unidade Guarapuava. Em primeiro plano, a silhueta da obra de um dos novos silos. Foto da colaboradora Maria Cristina do Santos (ARCA). 24 Revista Agrária FOTO COOPERATIVA O sol se esforçando para abrir caminho em meio à neblina, no início da manhã, foi retratado pelo colaborador Claudinei Lopes (Florestal). O grande número de participantes no WinterShow, conotado nesta foto pelo volume de veículos, impressionou o colaborador Luiz Carlos Branco (Serviços Corporativos). Na imagem, pedaço de um os campos experimentais da FAPA. Este belo panorama é de uma área experimental de cereais de inverno na FAPA, retratada pela colaboradora Marcia Helena Mota de Arruda (Laboratório Central). Revista Agrária 25 FOTO COOPERATIVA A Cidade do Leite, sede da Agroleite, promovida pela Cooperativa Castrolanda. A Agrária participou do evento, entre os dias 20 e 24 de outubro. O registro é da colaboradora Tais Roos Matte Duhatschek (Marketing). A colaboradora Lays Almeida da Cunha (Laboratório Central) enviou esta foto da equipe do laboratório após participar de evento na ARCA em apoio ao Outubro Rosa, de prevenção ao câncer de mama. Cooperados da Agrária também visitaram o estande da Agrária na Agroleite. Quem enviou a foto foi a colaboradora Dyovanete Pamela Maguelniski (Marketing). O colaborador Newton Fernandes (Manutenção Mecânica Vitória) flagrou estes dois papagaios no setor industrial. Ele descreveu a cena como sendo “dois papagaios fazendo café da manhã num cinamomo”. 26 Revista Agrária FATOS E NOTAS CAMPANHA PANETONE PAIS 2015 90 ANOS DO DR. SANCHES A Agrária ofereceu uma comemoração surpresa de aniversário, no dia 3 de novembro, pelos 90 anos do Dr. Edison José Sanches, advogado que há 47 se dedica ao departamento jurídico da Cooperativa. Colaboradores e a diretoria comemoraram com o Dr. Sanches no auditório da diretoria. A festa teve, além de bolo, doces, salgados e cerveja sem álcool, apresentação do grupo de violões. A diretoria expressou sua admiração pelo advogado. Na edição de dezembro, a Revista Agrária trará uma matéria especial, com entrevista do Dr. Sanches. Começou a edição 2015 da Campanha Panetone PAIS (Programa Agrária de Integração Solidária). Os colaboradores podem encomendar panetones e chocotones, ao custo de R$ 10 por unidade, junto aos facilitadores de cada setor. O produto é entregue uma semana após o pedido. Este ano a campanha conta com algumas inovações: todos os panetones vêm em caixas personalizadas, que trazem informações sobre o PAIS e seus objetivos. A campanha conta com o apoio da Ireks do Brasil na confecção das embalagens. Todo o valor arrecadado será revertido às instituições atendidas pelas equipes do PAIS. São, ao todo, cinco pedidos. Próximas encomendas: PEDIDO 25/NOV 03/DEZ 10/DEZ RETIRADA 02/NOV 08/DEZ 17/DEZ HALLOWEEN NO JUGENDCENTER Com decoração temática, o Jugendcenter realizou, no dia 31 de outubro, sua primeira festa de Dia das Bruxas. O evento foi animado por DJ, e muitas pessoas compareceram a caráter – de zumbi, caveira mexicana, bruxas, monstros e outras fantasias. Inclusive, quem foi fantasiado, pagou ingresso mais barato. Segundo a organização, mais de 200 pessoas participaram da noite. CONCERTO DA TOURCHESTER O Centro Cultural Mathias Leh recebeu, no dia 23 de outubro, a orquestra de sopros alemã Tourchester, famosa por seu foco em turnês (por isso o nome da banda, que une ‘Tour’ e ‘Orchester’). O grupo esteve em roteiro de apresentações pelo Brasil durante duas semanas, passando por várias cidades do Paraná e de Santa Catarina, além de Rio de Janeiro e São Paulo. São 35 músicos da cidade de Lich, e que fazem parte também do Corpo de Bombeiros daquela cidade. Revista Agrária 27 FATOS E NOTAS AGRÁRIA NA AGROLEITE 2015 Mais uma vez a Agrária, através da unidade de negócios Nutrição Animal, tomou parte da Agroleite 2015 – evento com ênfase na cadeia produtiva do leite, promovida pela Castrolanda Cooperativa Agroindustrial, em Castro. Em seu estande a Agrária recebeu clientes, parceiros e até cooperados que foram visitar a Agroleite. A presença da Cooperativa nesse evento é importante, a fim de reforçar sua marca e divulgar os produtos voltados à bovinocultura leiteira, com foco nas linhas Golden Milk, Leitemax e Leitemax Avant. A Agroleite 2015 acontece entre os dias 20 e 24 de outubro, e é o maior evento do setor no Brasil. São 300 mil metros quadrados, com 330 estandes, 180 empresas e exposição de 680 animais. Mais de 100 mil pessoas passaram pelo local durante os três dias de programação. VISITA DA APASEM A Cooperativa Agrária recebeu no dia 20 de outubro a diretoria da Apasem (Associação Paranaense de Produtores de Sementes e Mudas). Durante a visita, a Apasem realizou sua reunião mensal, na qual discutiu a produção e comercialização de sementes. Em seguida, o grupo conheceu a área de tratamento de sementes da Cooperativa e também as instalações da maltaria. No dia seguinte, os visitantes passaram pelo WinterShow. O presidente da Apasem, Kazuo Jorge Baba, e o diretor executivo Eugênio Bohatch elogiaram a organização e as instalações do evento voltado às culturas de inverno. CONCURSO DE CERVEJA ARTESANAL O 2º Concurso de Cerveja Artesanal de Entre Rios, realizado pela HBiER (Hausbrauerverein in Entre Rios), no último dia 7 de novembro, conheceu os vencedores das categorias júri técnico e júri do público. Sediado no Clube da Colônia Samambaia, em Entre Rios, o evento contou com a participação de oito rótulos para a avaliação técnica, enquanto sete cervejeiros artesanais inscreveram suas produções para apreciação das cerca de 250 pessoas presentes. Os três primeiros colocados do júri técnico foram, nesta ordem, Bar Beerians, Ladies Bier e Schwabenbräu. Já o público apontou a Confraria Hausbräu (Bier 8 Maltes), a Mamute Bier (Viena Lager) e Balkhaus (Munich Amber) como os três melhores rótulos. FÓRUM DE COMUNICAÇÃO DAS COOPERATIVAS PARANAENSES A Cooperativa Agrária, por meio da assessoria de imprensa, participou, nos dias 5 e 6 de novembro, do Fórum de Comunicação das Cooperativas Paranaenses, promovido pelo Sistema Ocepar, com apoio da Cooperativa Frísia. O evento foi realizado no Parque Histórico de Carambeí (PR) e abordou dois temas diretamente ligados às áreas de comunicação e marketing: branding e criatividade. Durante um dia e meio, especialistas palestraram sobre desenvolvimento e gerenciamento de marca, comunicação integrada de marketing, além de oficinas ministradas pela Escola de Criatividade de Curitiba. Ao todo, 32 profissionais das cooperativas paranaenses estiveram presentes no Fórum de Comunicação. 28 Revista Agrária Revista Agrária 29 AGRONEGÓCIO Safra paranaense 2014/15 é a maior da história A safra paranaense 2014/15 deverá chegar a 38,24 milhões de toneladas, o maior volume da história, segundo estimativa do Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento. Conforme o relatório, o volume poderia ser maior, não fosse o efeito das chuvas sobre as lavouras de trigo, que está em fase final de colheita e apresenta quebra de produção e problemas de qualidade dos grãos. Para o secretário Norberto Ortigara, apesar do clima mais chuvoso, os produtores paranaenses colheram uma excelente safra, com destaque para a boa qualidade. “Esse desempenho se repetiu com a produção de cereais de inverno, na qual o trigo é o nosso principal produto”, destacou. Fonte: Agência Estadual de Notícias Produtividade do milho pode crescer 40% no país Terceiro maior produtor e vice-líder nas exportações globais de milho, o Brasil tem potencial para elevar seu nível de produtividade em pelo menos 30% a 40% (duas a três toneladas por hectare), é o que mostra uma pesquisa da americana McKinsey. Esse aumento traria uma oferta adicional de 30 a 45 milhões de toneladas – o mesmo volume colhido atualmente em Mato Grosso e no Paraná. Tudo nos mesmos 15 milhões de hectares que a cultura já ocupa no Brasil. Uma ferramenta criada pela McKinsey mensura de forma granular o potencial não aproveitado de produtividade em áreas agrícolas. No Brasil, Mato Grosso foi eleito o primeiro caso de estudo. Ainda que sejam necessários muitos investimentos, a McKinsey concluiu que seria “realista” a meta de o Mato Grosso ganhar de 1,9 a 2,2 toneladas de milho por hectare no curto prazo. Fonte: Valor Econômico 30 Revista Agrária Campanha para promover carne suína eleva vendas em 21% A terceira edição da Semana Nacional da Carne Suína, campanha para promover o consumo de carne suína, registrou um aumento de 21% nas vendas em comparação ao mesmo período do ano passado, acima da expectativa da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). Durante a campanha, que durou de 29 de setembro a 14 de outubro, em cerca de 500 supermercados, foram utilizados cartazes, testeiras, folhetos, chamadas nas rádios internas, além do oferecimento de promoções, entre outras ações para incentivar o consumo da carne suína. Segundo a ABCS, a expectativa inicial era de aumento de 15% nas vendas durante a campanha. Como o resultado superou as expectativas, a iniciativa continuará até dezembro, com estimativa de crescimento de 30% ante o ano passado. Fonte: PorkWorld Rio Grande do Sul terá lei para coibir fraudes com leite A venda e o transporte de leite cru no Rio Grande do Sul deverão ter ainda este ano uma legislação própria para aumentar a fiscalização sobre os diferentes elos da cadeia e, desta forma, coibir as fraudes percebidas no estado. O projeto saiu do Executivo, mas foi costurado com entidades do setor, com o Ministério Público e com o próprio Legislativo, para se chegar a um texto que contentasse a todos. O principal mérito do projeto é acabar com o “vazio legal” que favorece os transportadores, que hoje atuam livremente, sem nenhum tipo de vínculo com o restante da cadeia. O texto muda este panorama ao exigir que as indústrias elaborem um cadastro dos profissionais que prestam o serviço de transporte. Fonte: MilkPoint Ministério pretende modernizar SISBI/POA O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento propôs novas diretrizes para a reestruturação do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA). Entre as propostas de modernização, quatro aspectos se destacam. O primeiro trata da elaboração de uma legislação harmonizada, e o segundo, do aperfeiçoamento dos procedimentos de inspeção permanente (ante e post mortem) e inspeção periódica com base no risco. O terceiro aspecto sugere o aumento dos grupos de avaliadores de risco, e o quarto ressalta a revisão das responsabilidades dos setores público e privado, junto aos processos de verificação oficial dos programas de autocontrole. As diretrizes estão abertas para consulta ao público e para sugestões até o dia 22 de novembro. Fonte: MAPA INGREDIENTES: PREPARO: Massa: Massa: 1 tablete de fermento biológico fresco (15g) ¼ de xícara de água morna (60ml) ¼ de xícara de leite ¼ de xícara de açúcar ½ colher (chá) de sal 1 ovo ¼ de xícara de manteiga (50g) 2 ¾ de xícara de farinha de trigo Especialíssima (330g) Óleo para untar ½ xícara de nozes picadas ½ xícara de frutas cristalizadas ½ colher (sopa) de casca de limão ralada 1 colher (sopa) de manteiga derretida 1 gema para pincelar Em uma tigela, dissolva o fermento na água, adicione o leite, o açúcar, o sal, o ovo, a manteiga e 1¼ xícara de farinha de trigo Especialíssima. Bata até obter uma massa lisa. Depois, junte a farinha de trigo restante e mexa até obter uma massa fácil de trabalhar com as mãos. Amasse por 5 minutos ou até obter uma consistência lisa e elástica. Em uma tigela untada com óleo coloque a massa e gire para que fique untada por inteiro. Cubra com filme plástico e deixe crescer até dobrar de volume. Abaixe a massa com a mão, empurrando-a para baixo. Junte à massa as nozes, as frutas cristalizadas e as raspas de limão. Amasse, pressionando sobre uma superfície enfarinhada. Molde a massa em formato oval de 20 x 30 cm. Pincele a massa com manteiga, exceto nas extremidades. Em seguida, dobre-a pela metade, do lado mais largo. Pincele as extremidades da massa com uma gema e coloque em uma assadeira untada com manteiga. Deixe crescer por mais 30 minutos. Leve ao forno médio (180°C) pré-aquecido por 30 a 45 minutos ou até dourar. Retire do forno e deixe esfriar. Para finalizar, misture o açúcar de confeiteiro com o leite e espalhe por cima da massa. Cobertura (opcional): 1 xícara de açúcar confeiteiro 2 colheres (sopa) leite Para decorar: Frutas cristalizadas Cereja e nozes Veja mais receitas em www.especialissima.com.br Revista Agrária 31 32 Revista Agrária
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