Fazer

Transcrição

Fazer
PRIMEIROS
SOCORROS
RECICLAGEM
iii
TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO COPEL
Anabim Assessoria Nacional em Gestão Pública
Dr. Nader Bujan Lamas
PRIMEIROS
SOCORROS
RECICLAGEM
Abril – 2011
iii
Companhia Paranaense de Energia - Copel
Rua Coronel Dulcídio, 800
CEP 800420-170 – Batel / Curitiba / PR
MISSÃO
Prover energia e soluções para o desenvolvimento com
sustentabilidade.
VISÃO
Simplesmente a melhor da década.
VALORES
ÉTICA
RESPEITO ÀS PESSOAS
DEDICAÇÃO
TRANSPARÊNCIA
SEGURANÇA
RESPONSABILIDADE
INOVAÇÃO
Catalogação na fonte feita por
Lamas, Nader Bujan
PRIMEIROS SOCORROS - 1.ED. – São Paulo: ANABIM
Assessoria Nacional em Gestão Pública, fev. 2011
CURSO DE PRIMEIROS SOCORROS - Reciclagem
iv
SUMÁRIO
PRIMEIROS SOCORROS - RECICLAGEM ............................................................... iii
1.
CONCEITOS APLICADOS AOS PRIMEIROS SOCORROS ............................. 2
2.
ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRO ................................................................ 2
3.
FORMAS DE CONSENTIMENTO ...................................................................... 3
4.
ASPECTOS LEGAIS .......................................................................................... 4
5.
OMISSÃO DE SOCORRO ................................................................................. 5
6.
DIREITOS DA PESSOA QUE ESTIVER SENDO ATENDIDA ........................... 5
7.
SINALIZAÇÃO E SEGURANÇA ......................................................................... 6
8.
AVALIAÇÃO DA CENA (CINEMÁTICA DO TRAUMA) ...................................... 7
9.
SOLICITAÇÃO DE AUXÍLIO .............................................................................. 7
10. PROTEÇÃO INDIVIDUAL .................................................................................. 8
11. TÉCNICAS DE SOCORRISMO.......................................................................... 8
11.1. AFOGAMENTO E DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS.
PARADA RESPIRATÓRIA E OU CARDÍACA.......................................... 8
11.2. OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO
ESTRANHO OVACE ................................................................................ 8
11.3. MANOBRAS PARA DESOBSTRUÇÃO EM ADULTO.............................. 9
11.4. PARADA RESPIRATÓRIA ..................................................................... 10
12. TÉCNICAS DE ABERTURA DAS VIAS AÉREAS ............................................ 11
12.1. MANOBRA DE INCLINAÇÃO DA CABEÇA
E ELEVAÇÃO DO QUEIXO ................................................................... 11
12.2. TÉCNICAS PARA VENTILAÇÃO ARTIFICIAL ....................................... 13
13. PARADA CARDÍACA ....................................................................................... 14
13.1. COMPRESSÕES TORÁCICAS .............................................................. 15
14. HEMORRAGIAS E CHOQUES ........................................................................ 16
15. CHOQUE HIPOVOLÊMICO ............................................................................. 18
16. QUEIMADURAS E INTERMAÇÃO................................................................... 21
v
17. LUXAÇÕES – ENTORSES – FRATURAS ....................................................... 24
17.1. LUXAÇÃO .............................................................................................. 24
17.2. ENTORSE .............................................................................................. 25
17.3. FRATURAS ............................................................................................ 25
17.4. TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO .............................................. 27
17.5. TRAUMATISMOS RAQUI MEDULAR (TRM) ......................................... 28
17.6. TRAUMATISMOS NO TÓRAX ............................................................... 29
18. EMERGÊNCIAS CLÍNICAS.............................................................................. 30
18.1. CONVULSÕES ....................................................................................... 30
18.2. ABDÔMEN AGUDO ............................................................................... 31
18.3. EMERGÊNCIAS CLÍNICAS CARDIOVASCULARES ............................. 32
19. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 36
vi
INTRODUÇÃO
Em quaisquer situações e atividades, pessoas estão expostas a riscos e,
portanto, sujeitas a ferimentos e traumatismos causados por acidentes.
Acidentes podem ocorrer em qualquer lugar, mas alguns ambientes parecem
ser especialmente propícios.
Especialista no assunto garante que a melhor forma de enfrentar este
problema é pela prática da prevenção. Deve-se prevenir, afastando todas as
condições de risco e assim evitar que acidentes aconteçam.
“Será melhor saber SOCORRER e não necessitar,
do que precisar e NÃO saber.”
1
1. CONCEITOS APLICADOS AOS PRIMEIROS SOCORROS
•
Primeiros Socorros: São os cuidados imediatos prestados a uma
pessoa cujo estado físico coloca em perigo a sua vida ou a sua saúde,
com o fim de manter as suas funções vitais e evitar o agravamento de
suas condições, até que receba assistência médica especializada.
•
Socorrista: Atividade regulamentada pelo Ministério da Saúde,
segundo a portaria n° 824 de 24 de junho de 1999. O socorrista possui
um treinamento mais amplo e detalhado que uma pessoa prestadora
de socorro. Pessoa qualificada para tal fim.
•
Emergência: Estado que necessita de encaminhamento rápido ao
hospital. O tempo gasto entre o momento em que a vítima é
encontrada e o seu encaminhamento deve ser o mais curto possível.
•
Urgência: Estado grave, que necessita atendimento médico embora
não seja necessariamente iminente.
•
Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas que
necessitam de atendimento.
•
Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não resultam pessoas
mortas ou feridas, mas que pode oferecer risco futuro.
2. ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRO
•
IMPERÍCIA (ignorância, inabilidade, inexperiência)
Entende-se, no sentido jurídico, a falta de prática ou ausência de
conhecimentos, que se mostram necessários para o exercício de uma
profissão ou de uma arte qualquer.
A imperícia, assim se revela na ignorância, como na inexperiência ou
inabilidade acerca de matéria, que deveria ser conhecida, para que se
leve a bom termo ou se execute com eficiência o encargo ou serviço,
que foi confiado a alguém.
2
Exemplo: É imperito, o socorrista que utilizar o reaminador manual,
sem executar corretamente, por ausência de prática, as técnicas de
abertura de vias aéreas, durante a reanimação.
•
IMPRUDÊNCIA (falta de atenção, imprevidência, descuido)
Resulta da imprevisão do agente ou da pessoa, em relação às
conseqüências de seu ato ou ação, quando devia e podia prevê-las.
Funda-se, pois, na desatenção culpável, em virtude da qual ocorreu um
mal, que podia e deveria ser atendido ou previsto pelo imprudente.
Exemplo: É imprudente o motorista que dirige um veículo de
emergência excedendo o limite de velocidade permitido na via.
•
NEGLIGÊNCIA (desprezar, desatender, não cuidar)
É aquele socorrista que nega o socorro, mesmo tendo capacidade para
fazê-lo. Exprime a falta de cuidado ou de precaução com se executam
certos atos, em virtude dos quais se manifestam resultados maus ou
prejudicados, que não adviriam se mais atenciosamente ou com a
devida precaução, aliás, ordenada pela prudência, fosse executada.
A negligência, assim, evidencia-se pela falta decorrente de não se
acompanhar o ato com a atenção que se deveria.
Exemplo: É negligente o socorrista que deixar de utilizar equipamento
de proteção individual (EPI), em um atendimento no qual seu uso seja
necessário.
3. FORMAS DE CONSENTIMENTO
O consentimento implícito: Consideramos que o socorrista recebe um
consentimento implícito para atender uma vítima quando ela está gravemente ferida,
desorientada ou inconsciente, ou ainda é menor de 18 anos e não pode tomar
decisão sozinha.
No caso da vítima inconsciente, assume-se que se estivesse consciente e
fora de risco, autorizaria a prestação do socorro. Igualmente assume-se também que
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se um familiar ou representante legal do menor, estivessem presentes, autorizariam
o atendimento.
O consentimento explícito: Consideramos explícito o consentimento dado
por um familiar ou representante legal para a prestação do socorro a uma vítima
inconsciente, confusa, menor de idade ou com incapacidade mental, desde que
esteja fora de perigo.
4. ASPECTOS LEGAIS
Constituição: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5 - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
Da Saúde
Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
CÓDIGO PENAL
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública:
•
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
•
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a
morte.
4
Importante: O fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a
pessoa não possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar,
já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro.
CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE
Resolução nº 218/97 - Reconhece como profissionais de saúde de nível
superior as seguintes categorias: assistentes sociais, biólogos, profissionais de
educação física, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos,
médicos, médicos veterinários, nutricionistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais.
5. OMISSÃO DE SOCORRO
Segundo o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em
"Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em
grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública."
Pena: Detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte.
Importante: O fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a
pessoa não possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar,
já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro.
6. DIREITOS DA PESSOA QUE ESTIVER SENDO ATENDIDA
O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui o direito de
recusa do atendimento. No caso de adultos, esse direito existe quando eles
estiverem conscientes e com clareza de pensamento. Isto pode ocorrer por diversos
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motivos, tais como crenças religiosas ou falta de confiança no prestador de socorro
que for realizar o atendimento. Nestes casos, a vítima não pode ser forçada a
receber os primeiros socorros, devendo assim certificar-se de que o socorro
especializado foi solicitado e continuar monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar
a sua confiança através do diálogo.
7. SINALIZAÇÃO E SEGURANÇA
Como manter seguro o local: As prioridades para manter seguro o local de
uma ocorrência são:
•
Estacionar adequadamente a viatura de emergência.
•
Sinalizar e isolar o local.
•
Gerenciar os riscos.
Efetuar, sempre que necessário, a sinalização do local para evitar a
ocorrência de novos acidentes. Pode ser feita com cones, fita zebrada, ou qualquer
objeto que chame a atenção de outras pessoas para o cuidado com o local, na falta
destes recursos, pode-se pedir para que uma pessoa fique sinalizando a uma certa
distância.
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A colocação da sinalização deve ser obedecida uma regra de segurança,
colocando o material sinalizador a pelo menos 50 metros nas vias de velocidade
abaixo ou igual a 20 km por hora, e acima disto a sinalização deve obedecer o
critério da velocidade da via, ou seja: nas vias de 60 km por hora os cones ou
objetos devem estar dispostos a 60 m de distância em diagonal aberta, 70 km/h : 70
m de distância e assim respectivamente de acordo com o aumento da velocidade da
via.
8. AVALIAÇÃO DA CENA (CINEMÁTICA DO TRAUMA)
A primeira atitude a ser tomada no local do acidente é avaliar os riscos que
possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos
primeiros socorros. Se houver algum perigo em potencial,
deve-se aguardar a chegada do socorro especializado.
Nesta fase, verifica-se também a provável causa do
acidente, o número de vítimas e a gravidade das mesmas
e todas as outras informações que possam ser úteis para a
notificação do acidente.
9. SOLICITAÇÃO DE AUXÍLIO
Qualquer pessoa sendo orientada pode também auxiliar na prestação do
socorro, coordene esta ação. O socorrista deve informar:
•
Local exato da ocorrência.
•
Tipo de ocorrência.
•
Riscos potenciais.
•
Número de vítimas.
•
Gravidade das vítimas.
•
Necessidades de recursos adicionais.
•
Hospital para o atendimento.
7
10.
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
EPI`s são equipamentos destinados à proteção da integridade física do
socorrista durante a realização de atividades onde possam existir riscos potenciais à
sua pessoa.
•
EPI`s básicos.
•
Luvas de látex descartáveis.
•
Máscaras de proteção facial.
•
Óculos de proteção.
11.
TÉCNICAS DE SOCORRISMO
11.1. AFOGAMENTO E DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS. PARADA
RESPIRATÓRIA E OU CARDÍACA
Afogamento: Diverge da parada respiratória apenas pela imersão dos
alvéolos por líquido ou fechamento de glote (afogamento á
seco), em ambos os casos, a conduta deve atentar para os
mesmos procedimentos anteriores, porém com a inclinação do
corpo num ângulo de 45º inclusive de tórax e lateralização da
cabeça após insuflações, evitando a regurgitação.
11.2. OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO
OVACE
Conceito de OVACE
É a obstrução súbita das VA superior causada por corpo estranho. A OVACE
em adulto geralmente ocorre durante a ingestão de alimentos e, em criança, durante
a alimentação ou recreação (sugando objetos pequenos).
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As causas de obstrução de VA superiores podem incluir obstruções:
•
Pela língua: sua queda ou relaxamento pode bloquear a faringe.
•
Pela epiglote: inspirações sucessivas e forçadas podem provocar uma
pressão negativa que forçará a epiglote para baixo fechando as VA.
•
Por corpos estranhos: qualquer objeto, líquidos ou vômito, que venha
a se depositar na faringe.
•
Por danos aos tecidos: perfurações no pescoço, esmagamento da
face, inspiração de ar quente, venenos e outros danos severos na
região.
•
Por patologias: infecções respiratórias, reações alérgicas e certas
condições crônicas (asma), podem provocar espasmos musculares que
obstruirão as VA.
11.3. MANOBRAS PARA DESOBSTRUÇÃO EM ADULTO
TAPOTAGEM
COMPRESSÃO ABDOMINAL
EM PACIENTE CONSCIENTE
EM GESTANTE OU
OU OBESOS
COMPRESSÃO APÓS
PERDA DA CONSCIÊNCIA
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11.4. PARADA RESPIRATÓRIA
É a cessação dos movimentos respiratórios.
Buscar possíveis causas para o acontecido, (possível corpo estranho).
Sinais
•
Midríase, palidez, cianose de estremidades, perfusão lenta, sudorese.
•
Ausência de movimentos toráxicos e pulsação, hipotensão, hipotermia.
•
Avaliação: Determine a ausência de respiração através do método
VOS (Ver, Ouvir e Sentir)
Para se avaliar a presença ou ausência de respiração espontânea:
•
Coloque a orelha próxima à boca e nariz do paciente, enquanto
mantém as vias aéreas pérvias.
•
Enquanto observa o tórax do paciente.
Estes procedimentos de avaliação devem levar apenas de 3 a 5 seg.
Respiração Anormal
•
Nenhum movimento torácico ou movimentos assimétricos.
•
Não é possível sentir ou ouvir o ar movimentando-se através do nariz
ou boca.
•
A respiração é ruidosa ou ofegante.
•
O ritmo da respiração é irregular, ou taquipnéica ou bradipnéica.
•
A respiração é muito superficial, muito profunda e difícil; ou ainda a
respiração é feita com grande esforço, especialmente em crianças e
bebês.
•
A pele do paciente fica cianótica, acinzentada ou pálida.
•
O paciente está obviamente se esforçando para respirar, usando os
músculos da parte superior do tórax, ao redor dos ombros, e os
músculos do pescoço.
•
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Há batimentos de asas do nariz, especialmente em crianças.
Em RCP considerar
•
Lactente: 00 a 01 ano.
•
Criança: 01 a 08 anos.
•
Adulto: acima de 08 anos.
Ver, ouvir e sentir a respiração.
Reanimação Pulmonar
A reanimação pulmonar é todo esforço para reanimar ou para restabelecer
artificialmente a função normal dos pulmões.
O ar atmosférico possui 21% de oxigênio. Dos 21% inalados, uns 5% são
utilizados pelo organismo e os 16% restantes são exalados, quantidade suficiente
para suprir as necessidades da pessoa na vida diária.
Quando uma pessoa encontra-se com deficiência respiratória, necessário se
faz a oferta de uma concentração maior de oxigênio para suprir esta ineficiência.
12.
TÉCNICAS DE ABERTURA DAS VIAS AÉREAS
12.1. MANOBRA DE INCLINAÇÃO DA CABEÇA E ELEVAÇÃO DO
QUEIXO
•
Colocar o paciente em decúbito dorsal e posicionar-se ao seu lado, na
altura dos ombros.
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•
Colocar uma das mãos na testa do paciente e estender sua cabeça
para trás.
•
Colocar a ponta dos dedos, segundo e terceiro, da outra mão apoiada
na mandíbula para levantá-la até perceber uma resistência ao
movimento.
Manobra de Empurre Mandibular
•
Colocar o paciente em decúbito dorsal e posicionar-se de joelhos
acima da arte superior de sua cabeça.
•
Com os cotovelos na mesma superfície que o paciente ou apoiados
nas coxas, segurar os ângulos da mandíbula do paciente com os dedos
segundo e terceiro.
•
Com os dedos posicionados, empurrar a mandíbula para cima,
mantendo a cabeça estabilizada com a palma das mãos. Não elevar ou
realizar rotação da cabeça do paciente, pois a proposta desta manobra
é manter a via aérea aberta sem mover a cabeça ou o pescoço.
Se você realizar uma abertura de VA, use a manobra correta:
•
Em caso clínico: manobra de inclinação da cabeça e elevação do
queixo.
•
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Em caso de trauma: manobra de empurre mandibular.
12.2. TÉCNICAS PARA VENTILAÇÃO ARTIFICIAL
Método boca-máscara
•
Abra as VA empurrando a mandíbula da vítima;
•
Posicione a máscara sobre a face da vítima, com o ápice sobre a ponta
do nariz e a base entre os lábios e o queixo;
•
Inspire e ventile através da abertura da máscara. Os dedos, terceiro,
quarto e quinto de cada mão seguram a mandíbula da vítima em
extensão, enquanto os primeiros dedos são colocados sobre a parte
superior da máscara e os indicadores na parte inferior acima do queixo.
A pressão firme dos dedos mantém a máscara bem selada à face;
•
Retire a boca e deixe o ar sair livremente. O tempo de cada ventilação
é o mesmo descrito na técnica de boca a boca.
Método boca-a-boca
•
Abra as vias aéreas;
•
Feche as narinas da vítima com seus dedos (segundo e primeiro);
•
Inspire o ar e coloque sua boca com firmeza sobre a boca da vítima e
ventile lentamente (1,5 a 2 segundos) seu ar para dentro dos pulmões
da vítima;
•
Retire sua boca e deixe o ar sair livremente;
•
Repita a ventilação artificial a cada 5 segundos (12 por minuto) no
socorro de adultos, e a cada 3 segundos (20 por minuto) no socorro de
crianças.
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Método boca-a-boca/nariz
Utilizada em lactentes (bebês). A técnica segue os mesmos passos da
ventilação de boca a boca, incluindo no terceiro item a colocação da boca do
socorrista sobre a boca e o nariz da vítima e em seguida uma ventilação bem lenta
(1 a 1,5 segundos por ventilação), repetindo a ventilação artificial a cada 3 segundos
(20 por minuto).
13.
PARADA CARDÍACA
Cessação dos movimentos respiratórios e da pulsação.
Ocorre quando o coração está em assistolia ou em fibrilação.
Sinais: Mesmos da parada respiratória, concomitantemente com o falta de
batimentos cardíacos.
Avaliação: Detectar o pulso.
Para se detectar a presença ou ausência de pulso carotídeo:
•
Localize a cartilagem da tireóide e coloque a ponta dos dedos
(indicador e médio) ao lado deste ponto, mantendo a cabeça em
posição inclinada para trás (se não houver suspeita de lesão na coluna
cervical).
•
Deslize os dedos pelo espaço entre a traquéia e o músculo lateral do
pescoço (esternoclidomastóideo) mais próximo a você.
•
Exerça pequena pressão neste ponto e sinta o pulso da artéria carótida
(adulto e criança). Se não há pulso, inicie as compressões torácicas.
Para se detectar a presença ou ausência de pulso braquial
14
13.1. COMPRESSÕES TORÁCICAS
•
Verificar o pulso. Se o paciente não tiver pulso.
•
Encontre o ponto de compressões da RCP:
Adulto: dois dedos acima do processo xifóide.
Criança: idem ao adulto.
Lactente: um dedo abaixo da linha imaginária entre os mamilos.
•
Posicione corretamente suas mãos para as compressões:
Adulto: coloque a base de sua mão, hipotênar (que está próxima à
cabeça do paciente) no ponto de compressão da RCP. Sua outra mão
deve ser sobreposta à primeira, de modo que as bases das duas mãos
fiquem alinhadas uma sobre a outra e seus dedos não devem tocar o
tórax do paciente. Seus dedos podem ficar estendidos ou entrelaçados.
Criança: faça as compressões com a base de uma das mãos,
posicionada sobre o ponto de compressões da RCP.
Lactente: faça as compressões com a ponta de dois dedos,
posicionados sobre o ponto de compressão da RCP.
•
Faça as compressões torácicas externas.
Adulto: deslocamento de 3,5 a 5cm e frequência de aproximadamente
100 por minuto.
Criança: deslocamento de 2,5 a 3,5cm e frequência de no mínimo 100
por minuto.
Lactente: deslocamento de 1,5 a 2,5cm e frequência de no mínimo
100 por minuto.
Com dois socorristas.
•
Faça as ventilações.
Adulto: 2 ventilações a cada 30 compressões
Criança: 2 ventilações a cada 15 compressões.
Lactente: 1 ventilações a cada 5 compressões.
5 ciclos de 30x2.
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14.
HEMORRAGIAS E CHOQUES
HEMORRAGIA - É o extravasamento de sangue para fora dos vasos ou do
coração podendo ser traumático e ou patológico, exceto durante a menstruação. As
hemorragias podem ser internas ou externas, espontâneas ou provocadas (nos
ferimentos), suas causas podem encontrar-se tanto em lesões da parede vascular
de natureza inflamatória, traumática ou tumoral.
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA
Hemorragia externa: Ocorrem devido a ferimentos abertos.
Sinais e sintomas de hemorragias externas:
•
Agitação.
•
Palidez.
•
Sudorese intensa.
•
Pele fria.
•
Pulso acelerado (acima de 100 bpm).
•
Hipotensão.
•
Sede.
•
Fraqueza.
Hemorragia interna: Geralmente não é visível, porém é bastante grave, pois
pode provocar choque e levar a vítima à morte.
Sinais E Sintomas De Hemorragia Interna:
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•
Idênticos a hemorragia externa.
•
Saída de sangue ou fluídos pelo nariz e/ou pavilhão auditivo externo.
•
Vômito ou tosse com presença de sangue.
•
Contusões.
•
Rigidez ou espasmos dos músculos abdominais.
•
Dor abdominal.
•
Sangramento pelas genitálias.
CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA
•
Arterial: Hemorragia que faz jorrar sangue pulsátil e de cor vermelho
vivo;
•
Venosa: Hemorragia onde o sangue sai lento e contínuo, com cor
vermelho escuro;
•
Capilar: O sangue sai lentamente dos vasos menores, na cor similar
ao sangue venoso.
Tipos de hemorragias
•
Hepistaxe – Hemorragia nasal.
•
Hemoptise – Hemorragia nos pulmões.
•
Hematêmase – Hemorragia do estômago.
•
Metrorragia – Hemorragia vaginal.
Técnicas utilizadas no controle das hemorragias
•
Pressão direta sobre o ferimento.
•
Elevação do membro.
•
Compressão dos pontos arteriais.
•
Em casos de amputação traumática, esmagamento de membro e
hemorragia em vaso arterial de grande calibre devemos empregar a
combinação das técnicas de hemostasia.
Tratamento pré-hospitalar
•
Avalie nível de consciência.
•
Abra as VA estabilizando a coluna cervical.
•
Monitore a respiração e a circulação.
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•
Exponha o local do ferimento.
•
Efetue hemostasia.
•
Afrouxe roupas.
•
Aqueça o paciente.
•
Não dar nada de comer ou beber.
•
Ministre oxigênio suplementar.
•
Transporte o paciente imediatamente para o hospital.
•
O TORNIQUETE; só será usado em casos de amputações e que o
tempo resposta do SOS seja superior a 15 minutos.
15.
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
Conceito
É uma reação do organismo a uma condição onde o sistema circulatório não
fornece circulação suficiente para cada parte vital do organismo.
Causas
•
Coração: insuficiência cardíaca: o coração não consegue bombear
suficiente quantidade de sangue. Se o coração por algum motivo deixa
de bombear sangue adequadamente, ou se para de funcionar (parada
cardíaca), o choque se desenvolverá de imediato.
•
Vasos sangüíneos: O sistema circulatório deve obrigatoriamente ser
um sistema fechado. Se os vasos (artérias, veias ou capilares) forem
lesados e perderem muito sangue, o paciente entrará em choque.
•
Volume de sangue circulante: Se houver uma diminuição no volume
de sangue circulante ou se os vasos sangüíneos por algum motivo
dilatarem (aumentarem seu diâmetro) impedindo que o sistema
permaneça corretamente preenchido, o choque novamente se
desenvolverá.
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Tipos de choque
O choque pode ser classificado de várias formas porque existem mais de uma
causa para ele. O socorrista não necessita conhecer todas essas formas de choque,
no entanto, é fundamental que ele entenda de que forma os pacientes podem
desenvolver o choque.
•
Choque hemorrágico: é o choque causado pela perda de sangue
e/ou pela perda plasma. Ex.: Sangramentos graves ou queimaduras.
•
Choque cardiogênico: é o choque cardíaco. Este choque é causado
pela falha do coração no bombeamento sanguíneo para todas as
partes vitais do corpo.
•
Choque neurogênico: é o choque do sistema nervoso, em outras
palavras, a vítima sofre um trauma o sistema nervoso não consegue
controlar o calibre (diâmetro) dos vasos sangüíneos. O volume de
sangue disponível é insuficiente para preencher todo o espaço dos
vasos sangüíneos dilatados.
•
Choque anafilático: é o choque alérgico. Desenvolve-se no caso de
uma pessoa entrar em contato com determinada substância da qual é
extremamente alérgica, por exemplo, alimentos, medicamentos,
substâncias inaladas ou em contato com a pele. O choque anafilático é
o resultado de uma reação alérgica severa e que ameaça a vida.
•
Choque metabólico: é o choque da perda de fluídos corporais. Ex.:
Vômito e diarréia graves.
•
Choque psicogênico: é o choque do desfalecimento. Ocorre quando
por algum fator, como, por exemplo, um forte estresse ou medo, produz
no
sistema
nervoso
uma
reação
e,
conseqüentemente,
uma
vasodilatação. O paciente sofre uma perda temporária da consciência,
provocada pela redução do sangue circulante no cérebro. Também
chamado de desmaio, o choque psicogênico é uma forma de auto
proteção utilizada para evitar um anoxia. Essa é uma forma mais leve
de choque que não deve ser confundida com o choque neurogênico.
•
Choque séptico: é o choque da infecção. Microorganismos lançam
substâncias prejudiciais que provocam uma dilatação dos vasos
sangüíneos. O volume de sangue torna-se insuficiente para preencher
19
o sistema circulatório dilatado. O choque séptico ocorre geralmente no
ambiente hospitalar e, portanto, é pouco observado pelos profissionais
socorristas que atuam no ambiente pré-hospitalar.
•
Choque respiratório: é o choque dos pulmões. Este choque é
causado pela baixa concentração de oxigênio no sangue e ocorre
devido a uma falha no processo respiratório, no entanto, desde que o
sistema circulatório esteja bombeando sangue para todos os órgãos
vitais, existindo uma boa perfusão, não podemos considerar esta como
uma forma verdadeira de choque.
Sinais e sintomas gerais do choque
•
Agitação e ansiedade.
•
Respiração rápida e superficial.
•
Pulso Rápido e fraco (filiforme).
•
Pele fria e úmida.
•
Sudorese.
•
Face pálida e posteriormente cianótica.
•
Olhos estáveis, sem brilho e pupilas dilatadas.
•
Sede.
•
Náusea e vômitos.
•
Hipotensão.
Sinais e sintomas do choque anafilático
•
Prurido na pele.
•
Sensação de queimação na pele.
•
Edema generalizado.
•
Dificuldade respiratória.
•
Inconsciência.
Tratamento pré-hospitalar do estado de choque
20
•
Avalie nível de consciência.
•
Posicione a vítima deitada (decúbito dorsal).
•
Abra as VA estabilizando a coluna cervical.
•
Avalie a respiração e a circulação.
•
Efetue hemostasia.
•
Afrouxe roupas.
•
Aqueça o paciente.
•
Não dar nada de comer ou beber.
•
Elevar os MMII (caso haja fraturas, elevar após posicioná-la sobre uma
maca
rígida,
exceto
se
houver
suspeita
de
TCE).
(Posição
Trendelemburg).
•
Imobilize fraturas.
•
Ministre oxigênio suplementar.
•
Transporte o paciente imediatamente para o hospital.
Posição Trendelemburg
16.
QUEIMADURAS E INTERMAÇÃO
É a lesão dos tecidos produzidos por substância corrosiva ou irritante, pela
ação do calor ou emanação radioativa. A gravidade de uma queimadura não se
mede somente pelo grau da lesão (superficial ou profunda), mas também pela
extensão da área atingida.
Causas
•
Térmicas: por calor (fogo, vapores quentes, objetos quentes) e por frio
(objetos congelados, gelo).
•
Químicas: inclui vários cáusticos, tais como substâncias ácidas e
álcalis.
21
•
Elétricas: materiais energizados e descargas atmosféricas.
•
Substâncias Radioativas: materiais radioativos e raios ultravioletas
(incluindo a luz solar), etc.
CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS
1º Grau: Lesão das camadas superficiais da pele, com:
•
Eritema (vermelhidão).
•
Dor local suportável. Inchação.
2º Grau: Lesão das camadas mais profundas da pele, com:
•
Eritema (vermelhidão).
•
Formação de Flictenas (bolhas).
•
Inchação.
•
Edema.
•
Dor e ardência locais, de intensidades variadas.
3º Grau: Lesão de todas as camadas da pele, comprometendo os tecidos
mais profundos, podendo ainda alcançar músculos e ossos.
•
Estas queimaduras se apresentam secas, esbranquiçadas ou de
aspecto carbonizadas.
•
Pouca ou nenhuma dor local.
•
Pele branca escura ou carbonizada.
•
Não ocorrem bolhas.
Queimaduras de 1º, 2º e 3º graus podem apresentar-se no mesmo
acidentado. O risco de vida (gravidade do caso) não está no grau da queimadura, e
sim, na EXTENSÃO da superfície atingida. QUANTO MAIOR A ÁREA QUEIMADA,
MAIOR A GRAVIDADE DO CASO.
22
GRAVIDADE DAS QUEIMADURAS
A gravidade de uma queimadura deve sempre considerar os seguintes
aspectos:
•
Grau da queimadura.
•
Percentagem.
•
Localização da queimadura.
•
Idade da vítima.
•
Enfermidades anteriores da vítima.
Procedimentos (causas térmicas ou por irradiação)
•
Inicialmente deter o processo da lesão (se for fogo na roupa, usar a
técnica do PARE, DEITE e ROLE).
•
Avaliar a vítima e manter as VA permeáveis, observando a freqüência e
qualidade da respiração.
•
Não se devem retirar os tecidos aderidos à pele, devem-se apenas
recortar as partes soltas sobre as áreas queimadas.
•
Cobrir toda a área queimada.
•
Usar curativo estéril.
•
Não obstruir a boca e o nariz.
•
Não aplicar nenhum creme ou pomada.
•
Providenciar
cuidados
especiais
para
queimaduras
nos
olhos,
cobrindo-os com curativo estéril úmido.
•
Cuidado para não juntar dedos queimados sem separá-los com
curativos estéreis.
•
Prevenir o choque e transportar.
Queimaduras Químicas
•
Limpe e remova substâncias químicas da pele do paciente e das
roupas antes de iniciar a lavação;
•
Lave o local queimado com água limpa corrente por no mínimo 15
minutos. Usar EPIs apropriados;
•
Cubra com curativo estéril toda a área de lesão;
23
•
Previna o choque e transporte;
•
Se possível, conduza amostra da substância em invólucro plástico;
•
Se a lesão for nos olhos, lave-os bem (mínimo 15 minutos) com água
corrente e depois cobrir com curativo úmido estéril. Volte a umedecer o
curativo a cada 5 minutos.
Queimaduras Elétricas
Os problemas mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: parada
respiratória ou cárdio-respiratória, dano no SNC e lesões em órgãos internos.
•
Reconheça a cena e acione, se necessário, a companhia energética
local.
•
Realize a avaliação inicial e se necessário iniciar manobras de
reanimação.
•
Identifique o local das queimaduras (no mínimo dois pontos: um de
entrada e um de saída da fonte de energia).
•
Aplique curativo estéril sobre as áreas queimadas.
IMPORTANTE: Nas queimaduras por CAL SODADA (soda cáustica),devemos
limpar as áreas atingidas com uma toalha ou pano antes da lavagem, pois o contato
destas substância com a água cria uma reação química que produz enorme
quantidade de calor.
17.
LUXAÇÕES – ENTORSES – FRATURAS
17.1. LUXAÇÃO
É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo
com que as superfícies articulares percam o contato entre si.
Sinais e sintomas da luxação
24
•
Deformidade mais acentuada na articulação luxada.
•
Edema (inchaço).
•
Eritema (vermelhidão).
•
Dor aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação.
•
Impotência funcional perda completa ou quase total dos movimentos
articulares.
Como proceder
•
Mantenha a vítima em repouso e evite movimentar a região lesada.
•
Imobilize o local usando tábua, papelão, jornal ou revistas dobradas,
travesseiro, manta e tiras de pano. Proteja a região lesada usando
algodão ou pano, a fim de evitar danos à pele.
•
Faça a imobilização de modo que o aparelho atinja as duas
articulações próximas à lesão
Importante: Não tente colocar o osso no lugar.
17.2. ENTORSE
É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau normal
de amplitude.
Sinais e sintomas de entorses
São similares à das fraturas e luxações. Sendo que nas entorses os
ligamentos geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocados pelo movimento
brusco.
17.3. FRATURAS
Ruptura total ou parcial de um osso.
25
Classes de fraturas
•
Fechada (simples): A pele não foi perfurada pelas extremidades
ósseas;
•
Aberta (exposta): O osso se quebra, atravessando a pele, ou existe
uma ferida associada que se estende desde o osso fraturado até a
pele.
Sinais e sintomas de fraturas
•
Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação
num local que não possui articulações.
•
Sensibilidade: geralmente o local da fratura está muito sensível à dor.
•
Crepitação: se a vítima se move podemos escutar um som áspero,
produzido pelo atrito das extremidades fraturadas. Não pesquisar este
sinal intencionalmente, porque aumenta a dor e pode provocar lesões.
•
Edema e alteração de coloração: quase sempre a fratura é
acompanhada de um certo inchaço provocado pelo líquido entre os
tecidos e as hemorragias. A alteração de cor poderá demorar várias
horas para aparecer.
•
Impotência funcional: perda total ou parcial dos movimentos das
extremidades. A vítima geralmente protege o local fraturado, não pode
mover-se ou o faz com dificuldade e dor intensa.
•
Fragmentos expostos: numa fratura aberta, os fragmentos ósseos
podem se projetar através da pele ou serem vistos no fundo do
ferimento.
IMPORTANTE
Toda a vítima com traumatismo de crânio NECESSITA de assistência
médica IMEDIATA. NÃO PERCA TEMPO!
26
Razões para a imobilização provisória
•
Evitar a dor.
•
Prevenir ou minimizar: lesões futuras de músculos, nervos e vasos
sangüíneos.
•
Manter a perfusão no membro.
•
Auxiliar a hemostasia.
Tratamento pré-hospitalar (regras gerais de imobilização)
•
Informar o que planeja fazer;
•
Expor o local. As roupas devem ser cortadas e removidas sempre que
houver suspeita de fratura, entorse ou luxação;
•
Controlar hemorragias e cobrir feridas. Não empurrar fragmentos
ósseos para dentro do ferimento, nem tentar removê-los. Usar
curativos estéreis;
•
Observar o pulso distal, a mobilidade, a sensibilidade e a perfusão;
•
Reunir e preparar todo o material de imobilização (usar se, possível,
talas acolchoadas);
•
Imobilizar. Usar tensão suave para que o local fraturado possa ser
colocado na tala. Movimentar o mínimo possível. Imobilizar todo o osso
fraturado, uma articulação acima e abaixo. Advertir que em alguns
casos, a extremidade deve ser imobilizada na posição encontrada;
•
Revisar a presença de pulso e a função nervosa. Assegurar-se que a
imobilização está adequada e não restringe a circulação;
•
Prevenir ou tratar o choque.
17.4. TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO
Fraturas de Crânio: As fraturas de crânio são comuns nas vítimas de
acidentes que receberam impacto na cabeça. A gravidade da lesão depende do
dano provocado no cérebro. São mais freqüentes lesões cerebrais, nos
traumatismos sem fratura de crânio. As fraturas poderão ser abertas ou fechadas.
27
Sinais e sintomas do trauma crânio-encefálico (TCE)
•
Cefaléia e/ou dor no local da lesão.
•
Náuseas e vômitos.
•
Alterações da visão.
•
Alteração do nível de consciência podendo chegar à inconsciência.
•
Ferimento ou hematoma no couro cabeludo.
•
Deformidade do crânio (depressão ou abaulamento).
•
Pupilas desiguais (anisocoria).
•
Sangramento observado através do nariz ou orelhas.
•
Líquido claro (líquor) que flui pelas orelhas ou nariz.
•
Alteração dos sinais vitais.
•
Postura de decorticação ou descerebração.
•
Nunca tentar remover objetos transfixados na cabeça.
•
Não se deve conter sangramento ou impedir a saída de líquor pelo
nariz ou orelhas nos traumatismos crânio-encefálicos (TCE). Poderá
ocorrer aumento na pressão intracraniana ou infecção no encéfalo.
17.5. TRAUMATISMOS RAQUI MEDULAR (TRM)
São aqueles onde ocorre o comprometimento da estrutura óssea (vértebras) e
medula espinhal. Os danos causados por traumas nessas estruturas, poderão
ocasionar lesões permanentes, se a região atingida for a cervical poderá
comprometer a respiração, levar à paralisia ou até mesmo a morte.
Sinais e Sintomas
•
Dor regional (pescoço, dorso, região lombar).
•
Perda da sensibilidade tátil nos membros superiores e inferiores.
•
Perda da capacidade de movimentação dos membros (paralisia).
•
Sensação de formigamento nas extremidades.
•
Deformidade em topografia da coluna.
•
Lesões na cabeça, hematomas nos ombros, escápula ou região dorsal
do paciente.
28
•
Perda do controle urinário ou fecal.
•
Dificuldade respiratória com pouco ou nenhum movimento torácico.
•
Priapismo.
Complicações
•
Paralisia dos músculos do tórax (respiratórios). A respiração fica sendo
feita exclusivamente pelo diafragma.
•
A lesão medular provoca dilatação dos vasos sangüíneos, podendo se
instalar o choque (neurogênico).
•
Paraplegia – tetraplegia – hemiplegia.
Obs: Devem ser tratados da mesma forma: Imobilização da cervical.
17.6. TRAUMATISMOS NO TÓRAX
Sinais e Sintomas
Dependendo da extensão, presença de lesões associadas (fratura de esterno,
costelas e vértebras) e comprometimento pulmonar e/ou dos grandes vasos, o
paciente poderá apresentar:
•
Aumento da sensibilidade ou dor no local da fratura que se agrava com
os movimentos respiratórios.
•
Respiração
superficial
(dificuldade
de
respirar,
apresentando
movimentos respiratórios curtos).
•
Eliminação de tosse como sangue.
•
Cianose nos lábios, pontas dos dedos e unhas.
•
Postura característica: o paciente fica inclinado sobre o lado da lesão,
com a mão ou o braço sobre a região lesada. Imóvel.
•
Sinais de choque (pulso rápido e PA baixa).
Fratura de Costelas
Sinais e Sintomas
•
Dor na região da fratura;
•
Dor à respiração, movimentos respiratórios curtos.
29
•
Crepitação à palpação.
Tratamento pré-hospitalar
•
A fratura de uma só costela não deve ser imobilizada com fita adesiva.
•
Imobilizar com o braço da vítima sobre o local da lesão.
•
Usar bandagens triangulares como tipóia e outras para fixar o braço no
tórax.
Não use esparadrapo para imobilizar costelas fraturadas.
18.
EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
18.1. CONVULSÕES
Contração muscular brusca e involuntária é comum o paciente morder a
língua, apresentar dificuldade respiratória, chegando, algumas vezes, a cianose.
Após a crise o paciente permanece em estupor durante 1 minuto ou mais,
ficando muito fatigada e adormecida horas depois.
Causas
•
Intoxicação.
•
Doenças neurológicas.
•
Traumatismo crânio-encefálico.
•
Hipertermia.
Ocorrem somente em algumas crianças menores de 5 anos, desencadeadas
durante hipertermias. É rara entre 2 a 6 meses e não ocorre abaixo dos 2 meses.
Baixe a temperatura com banhos ou aplicação de compressas frias e
transporte para o hospital.
30
•
Doenças infecciosas (meningite, tétano).
•
Epilepsia.
Sinais e sintomas de uma crise convulsiva
•
Perda da consciência. A vítima poderá cair e machucar-se.
•
Rigidez do corpo, especialmente do pescoço e extremidades. Outras
vezes, desenvolve um quadro de tremores de diversas amplitudes.
•
Pode ocorrer cianose ou até parada respiratória. Em algumas ocasiões,
há perda do controle dos esfíncteres urinário e anal.
•
Depois das convulsões, o paciente recupera seu estado de consciência
lentamente. Pode ficar confuso por um certo tempo e ter amnésia do
episódio.
Tratamento pré-hospitalar das convulsões
•
Não introduzir nada na boca do paciente.
•
Posicione o paciente no piso ou em uma maca. Evite que se machuque
com golpes em objetos dispostos ao seu redor.
•
Afrouxe bem as roupas apertadas.
•
Proteja a cabeça do paciente.
•
Monitore a respiração e administre oxigênio suplementar.
•
Depois da crise, proteja a privacidade do paciente e explique-o que
deverá receber auxílio médico.
•
Não segure membros inferiores ou superiores.
•
Posição lateral de segurança.
18.2. ABDÔMEN AGUDO
Dor abdominal súbita e intensa, desconforto abdominal relacionado a várias
condições clínicas ou problemas específicos do abdômen.
Causas
•
Apendicite.
•
Úlceras.
•
Doença hepática.
•
Obstrução intestinal.
31
•
Inflamação da vesícula.
•
Problemas ginecológicos.
Sinais e sintomas do abdome agudo
•
Dor abdominal.
•
Dor retro-abdominal (nas costas).
•
Náuseas e vômitos.
•
Ansiedade.
•
Pulso rápido (taquicardia).
Tratamento Pré-Hospitalar
•
Não dê nada por via oral.
•
Mantenha as vias aéreas abertas e previna-se para ocorrência de
vômito.
•
Previna o estado de choque.
•
Mantenha o paciente em repouso na posição em que melhor se
adapte.
•
Promova suporte emocional.
18.3. EMERGÊNCIAS CLÍNICAS CARDIOVASCULARES
Infarto agudo do miocárdio: quando uma área do músculo cardíaco é
privada de fluxo sanguíneo e Oxigênio por um período prolongado (geralmente, mais
de 20 ou 30 minutos) e o músculo começa a morrer.
Sinais e Sintomas
•
Dor ou sensação de opressão no peito podendo irradiar-se para braços
e mandíbula, com duração superior a 30 minutos.
32
•
Náuseas.
•
Dificuldade respiratória.
•
Sudorese.
•
Fraqueza.
•
Parada cardíaca.
Se qualquer um destes sinais ou sintomas estiver presente, assuma que o
paciente está sofrendo um IAM.
Tratamento pré-hospitalar
•
Coloque a vítima em posição de repouso que permita uma respiração
mais confortável. Muitos se sentem mais confortáveis na posição semisentada.
•
Administre oxigênio suplementar.
•
Afrouxe roupas apertadas.
•
Mantenha temperatura corporal (normal 36,5 a 37,0º C).
•
Monitore os sinais vitais.
•
Promova suporte emocional.
•
Transporte o paciente.
Quando uma área do músculo cardíaco é parcialmente privada de suprimento
sangüíneo, está ocorrendo uma ANGINA DE PEITO, onde os sinais, sintomas e
tratamento pré-hospitalar são os mesmos apresentados em um IAM.
A dor é produzida ou agravada pelo exercício, e aliviada pelo repouso
(aproximadamente após 10 minutos) ou medicamentos.
O paciente consciente de sua condição, geralmente toma medicamento para
aliviar a dor. O socorrista deve orientá-lo a tomar a medicação conforme prescrição
médica.
Insuficiência Cardíaca Congestiva
Circulação insuficiente por falha no bombeamento do coração. Quando o
coração não bombeia efetivamente, o sangue procedente dos pulmões pode
acumular-se na circulação pulmonar, isto produz saída de líquidos dos vasos
sangüíneos. Este líquido ocupa os alvéolos, dificultando a troca de ar.
33
Sinais e Sintomas
•
Respiração ofegante e ruidosa, insuficiência respiratória.
•
Ansiedade e agitação.
•
Edema no tornozelo.
•
Edema no abdômen.
•
Veias do pescoço distendidas.
•
Cianose.
•
O paciente insiste em ficar sentado ou de pé.
Na insuficiência cardíaca não é freqüente que a vítima apresente dor torácica.
Tratamento pré-hospitalar
•
Mantenha as vias aéreas permeáveis.
•
Mantenha o paciente em posição de repouso, de modo a permitir uma
respiração mais confortável.
•
Administre oxigênio suplementar.
•
Promova suporte emocional.
•
Transporte o paciente.
Hipertensão: É uma condição na qual a pressão arterial encontra-se acima
dos níveis considerados saudáveis a pessoa. A hipertensão é uma doença que
impõe uma sobrecarga às funções do sistema cardiovascular.
A maior incidência da hipertensão é verificada entre mulheres das raças
negras, fumantes, na faixa etária entre 30 e 50 anos.
Embora a incidência seja mais elevada no sexo feminino, a tolerância nas
mulheres é maior que nos homens.
Valores normais
•
Diástole: 60 a 90mmHg.
•
Sístole: 100 a 150mmHg.
Sinais e Sintomas
•
34
Cefaléia.
•
Náuseas.
•
Ansiedade.
•
Zumbido na orelha interna.
•
Alteração visual.
•
Hemorragia nasal.
•
Formigamento na face e extremidades.
Tratamento pré-hospitalar
•
Mantenha a via aérea permeável.
•
Coloque o paciente em posição sentada ou semi-sentada.
•
Mantenha o paciente em repouso.
•
Promova o suporte emocional.
•
Oriente para que tome a medicação habitual.
Hipotensão arterial: Distúrbio clínico em que a força ou pressão exercida
pelo sangue contra as paredes dos vasos sangüíneos fica aquém do padrão
estabelecido como normal.
Sinais e sintomas
•
Lipotimia.
•
Náusea.
•
Sudorese.
•
Perfusão lenta.
•
Taquicardia.
•
Palidez.
•
Boca seca.
•
Sede.
Tratamento pré-hospitalar
•
Mantenha a via aérea permeável.
•
Coloque o paciente em posição trendelemburg.
•
Mantenha o paciente em repouso.
•
Promova o suporte emocional.
35
19.
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Beatriz Ferreira Monteiro. PAROLIN, Mônica Koncke Fiúza. TEIXEIRA. Edison
Vale Jr. TRAUMA: Atendimento Pré-Hospitalar. Atheneu.
KAHLE, Werner. LEONHARDT, Helmut. PLATZER, Platzer. Atlas de Anatomia Humana.
Aparelho do Movimento – Vol.1. Editora Atheneu, 1988.
GUYTON, Arthur C. Fisiologia Humana. Guanabara, 1988.
MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS
Cruz Vermelha - Dist. pelo Sem. Meira Filho em 1992.
Apostila - ESTÁGIO DE SOCORROS DE URGÊNCIA
Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal
Companhia de Emergência Médica.
Apostila - TREINAMENTO DE PRIMEIROS SOCORROS
Divisão de Desenvolvimento de Recursos Humanos
Treinamento - Metrô DF.
Apostila - ESTÁGIO DE SOCORROS DE URGÊNCIA
1ª / 2ª Companhia Independente de Emergência Médica
Seção de Ensino e Instrução – CBMDF.
Apostila - CURSO DE PRIMEIROS SOCORROS DA CVB/DF
Cruz Vermelha Brasileira do Distrito Federal
Departamento de Socorro - CVB/DF, 11.ed.
PRIMEIROS SOCORROS - 2ª Edição
SENAC - Departamento Nacional
Diretoria de Formação Nacional - Rio de Janeiro 1991.
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