Carta ao leitor - Revista Naturale

Transcrição

Carta ao leitor - Revista Naturale
Jair Antonio
Carta ao leitor
Antes de mais nada gostaria de agradecer a
todos os parceiros, amigos e leitores pela grande repercussão e acolhimento que Naturale teve em sua
primeira edição.
Agradecemos o carinho, o incentivo e todas as
cartas, e-mails e telefonemas que recebemos, além
da ampliação de nossa distribuição.
A revista impressa e a versão eletrônica alçaram
voos bem mais longínquos do que o previsto para
nossa região. Naturale chegou a quase todas as capitais do país, além do Distrito Federal e de várias
cidades do interior, e foi enviada também para sete
países: Itália, Alemanha, França, Jordânia, Estados
Unidos, Senegal e Argentina. Isso nos mostra o interesse que se tem por informações de nossa região e
como um veículo sério de comunicação pode difundir o que temos de riquezas, sejam elas ambientais,
educacionais, intelectuais, culturais, turísticas e de
pesquisa, além de promover todas as empresas parceiras e coligadas com os propósitos de Naturale.
Especial agradecimento a toda equipe e todos
os nossos colaboradores que enriquecem Naturale
com seus artigos, textos, fotos, e a nossos parceiros,
que além de divulgarem suas empresas, investem na
promoção de toda uma conscientização e informação
que Naturale leva a seus leitores de maneira gratuita.
Nesta segunda edição a distribuição será ampliada, Naturale estará também em salas vips dos
Aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Vira Copos
(Campinas), além de alguns helipontos particulares
espalhados pelo país, graças a uma nova parceira.
Deixamos o convite a você para ser nosso parceiro, pois a presença de sua empresa, instituição,
poder público ou privado na revista será muito importante para sua marca e para a ampliação da Naturale,
que teve em sua primeira edição a felicidade de alçar
um lindo voo, o qual pretendemos ampliar.
Abordaremos nesta segunda edição, entre outros temas, a sustentabilidade e as certificações. O
“Espaço do leitor” abre caminho para que nossos
leitores possam partilhar seus pensamentos, e com
o poema do presidente da Accademia Internazionale
Il Convívio, de Castiglione di Sicilia – Itália, iniciamos
um intercâmbio que traz à Naturale pessoas coligadas com seu propósito, independente de seu local
de origem.
Desejamos a todos uma ótima leitura!
Elaine Pereira
2Lançamento Naturale / Espaço do leitor
3 Ações que fazem a diferença
4 Transição ao baixo carbono
6 Da maneira certa
8 Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal
9 Madeira Certificada?
10 Consumo responsável e economia ambiental
12 O modelo ISO 9001:2008
14 Sustentabilidade: fale menos, faça mais!
15 Educação à altura
16 Norma OHSAS 18.001
18 O que é saúde ocupacional / Câncer de próstata
20 Um sorriso com cuidado especial
22 Hummm.... o friozinho vem chegando...
24 Unifei faz teste de centrífuga para tratamento
de água e óleo
26 Em sintonia com a natureza
28 Terra nossa de cada dia
expediente
Editora: Elaine Cristina Pereira
Jornalistas: Claiton Cesar (Mtb 40.981-SP) e Eduardo Silva (Mtb 17.721-SP)
Revisão: Claiton Cesar
Colaboradores: Dr. Américo Luiz de Oliveira Rezende, Dr. Arlei Xavier, Carlos
Eduardo Sanches da Silva, Célio Gentil, Conrado Navarro, Dra. Gracia Costa
Lopes, Gustavo A. Santana de Sá, Héctor Gustavo Arango, Luiz Otávio Coutinho, Maria de Lourdes M. Gonçalves, Mateus V. Storino e Dr. Ricardo Ciancio
Projeto Gráfico: Elaine Cristina Pereira
Fotos: Geraldo Gomes (35) 9837-7810 e Jair Antonio (35) 9940-0223
Vendas: Claiton César e Elaine C. Pereira
Tiragem: 2.000 impressos mais mídia eletrônica (aprox.10 mil contatos)
Impressão: Novo Mundo Gráfica e Editora
Distribuição Gratuita
Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.
Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos.
Faça parte desta corrente pela informação e pelo bem.
Contate-nos: (35) 3622-7406/9982-1806/8875-1975
e-mail: [email protected]
Lançamento da revista Naturale
tem grande repercussão
Um sucesso. Assim pode ser descrito o lançamento da revista Naturale, que
aconteceu no dia 25 de março, durante as
comemorações dos 45 anos da FACESM
– Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas, em Itajubá (MG). O
evento aconteceu nas dependências da
faculdade e reuniu autoridades regionais,
imprensa, empresários, terceiro setor,
comunidade acadêmica e membros da
sociedade local.
Jornalista Claiton Cesar e a editora Elaine Pereira apresentam a revista Naturale
Fotos: Michele Diaz
Durante a apresentação, a editora
de Naturale, Elaine Pereira, e o jornalista
Claiton Cesar destacaram um dos principais objetivos da revista, que é informar as
ações e projetos desenvolvidos em prol da
defesa do meio ambiente no Sul de Minas
e Vale do Paraíba. “Naturale se propõe a ser
um veículo de comunicação das empresas,
instituições de ensino e pesquisa, do terceiro setor, poder público e de membros
da sociedade para que informações de
projetos e ações desenvolvidos na região
cheguem a um maior número de pessoas
e possam assim proporcionar maior integração e parcerias.”, explicou Elaine.
Auditório da FACESM
Claiton Cesar salientou a importância da revista em revelar o que a região
tem de melhor em belezas naturais e seu
elevado potencial turístico, que devem
ser preservados. “Muitas vezes esquecemos que somos privilegiados em viver em
um lugar belíssimo, com uma natureza
exuberante, e não nos damos conta da
2
Claiton Cesar, Elaine Pereira, Edméia Guimarães (Secretária de Educação de Delfim Moreira) e o Prof. Dr.
Héctor Arango (Diretor Geral da FACESM)
responsabilidade em cuidar dele. Naturale nos faz lembrar dessa importância não
somente ao mostrar essa beleza, mas trazendo informações úteis que nos levem a
este senso de preservação”, concluiu.
Além de meio ambiente, Naturale
também trata de diversos assuntos nas
áreas de turismo, saúde, educação e cultura, com articulistas de renome.
Durante o evento todos os convidados foram presenteados com um
exemplar de Naturale, que repercutiu
positivamente. “Parabéns a equipe de
Naturale, pois a revista está belíssima, e
mostra que será um diferencial em nossa região”, apontou José Mauro Ferraz,
professor da FACESM. “A equipe de Naturale está de parabéns, pois produziu
uma revista de grande qualidade. Desejo
êxito a este novo empreendimento”, disse o diretor geral da FACESM, Professor
Dr. Héctor Arango. “Não tenho dúvidas
que Naturale já é um sucesso, um trabalho belíssimo e bem desenvolvido, que
só vem a enriquecer a mídia de Itajubá e
região. Parabéns a toda a equipe da revista”, declarou Otávio Scofano, diretor
do site Conexão Itajubá.
Naturale também foi assunto na
mídia, com notícias na Rádio Jovem FM,
Jornal Itajubá Notícias, Canal 20, Conexão Itajubá e Informativo da Academia
Itajubense de Letras.
Com distribuição gratuita por meio
impresso e eletrônico, Naturale ultrapassou os limites da região e chegou a
várias cidades e capitais do país, além
de ter seguido também para sete países,
o que reflete a importância de um veículo com informações da região.
Confira mais depoimentos na seção Carta do Leitor.
Naturale
Espaço do leitor
Caro leitor, a partir deste número
a Naturale abre espaço para sua participação, é só nos enviar um e-mail
[email protected].
Prezada Editora Elaine Cristina Pereira
Saudações
Quando percebemos que nova folha
surge no espaço literário de nossa cidade,
agradecemos à editora e aos componentes
da equipe que a forma.
Ao nascer Naturale, apoiada no magnífico conteúdo de Março/Abril, 1ª Edição
- Ano1, quero desejar-lhe sucesso e externalhe minha admiração pela árdua realização.
Naturale ressalta a beleza das “Montanhas de Minas” onde o turismo, a ecologia,
a educação, a saúde, a cultura e a história
dos municípios mineiros são os alvos principais.
Parabéns aos colaboradores, articulistas, cronistas e fotógrafos, pelo brilho das
matérias reunidas nas páginas de excelente
leitura: – Um roteiro visual para deleite do
leitor atento.
Que os 2.000 exemplares iniciais se
multipliquem, na objetividade de suas mensagens e beleza de sua composição gráfica.
Meus parabéns, extensivos a equipe!
Terezinha Ofélia Nascimento Rennó
Presidente da Academia Itajubense de Letras
Para a revista Naturale
Nesta manhã de sol, recebo: – “Naturale” começando pela foto da capa com
a imponente Serra da Mantiqueira, orgulho de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro,
monumento perene da natureza, também
recheada de bons artigos. Seu número 1,
recebe cumprimentos à editora Elaine Cristina Pereira, com temas atualizados.
Abraço fraterno.
Jorge Fregadolli, Editor da Revista
TRADIÇÃO. Maringá/Paraná
Olá, amiga Elaine!
Parabéns a vc e a todos que estão à
frente desse maravilhoso trabalho.
Saiba que além da Itália, estou encaminhando a revista para a Embaixada do Brasil
em Paris e na Jordânia, onde tenho amigos.
Também mandarei para Alemanha e USA,
além de todos os meus cadastrados.
Cordialmente,
Gilberto Quadros, Vitória/ES
Prezo amigo Claiton, é com grande
prazer, que venho cumprimentá-lo, pelo brilhante trabalho feito em prol da imprensa de
nossa cidade, com o lançamento da revista
“Naturale”. Um trabalho de profissionais,
voltado para a nossa realidade ambiental.
Desejamos uma longa vida para a revista que sem dúvida vai sempre divulgar as
belezas da nossa Mantiqueira.
Geraldo José Canha
Ex-vereador de Itajubá/MG
maio/junho - 2010
Espaço do leitor
Ações que fazem a diferença
Por Elaine Pereira
Gentile direttrice,
Invio su inviato di Maria de Lourdes Maia
Gonçalves una poesia che ha come tema
l’ambiente e l’aberrazione della scienza di
cui l’uomo ne fa un abuso, per la rivista.
Cordiali saluti.
Louise Brown
Homo abilis, foemina abilis,
uomo-donna indissolubile binomio
duniversale esistenza umana, animale
o vegetale. Gameti maschili, gameti
femminili: yoni e linga, polline,
sperma, fecondazione: elementi dun miscuglio
che Natura-Dio capovolge, unisce, separa.
LUomo-Dio genera ora in provette miracolose.
Il frutto che vedi è una mela non raccolta
da Eva né mangiata dAdamo, ma il Dottor
Edwards ha messo in provetta semi
di uomo e semi di donna (ovuli-sperma),
et voila! la vita, magico mistero.
Nome finto. Futuribile aspirazione
dumanità per evitare la traumatica fatica
del nascere. Sconfiggere Eva che partorisce
la Morte, abbattere il sudore dAdamo.
Louise Brown: figlia di nessuno,
figlia di tutti. Brutte risonanze
di sillabe. Meglio nomi matematici,
geometrici, algebrici, alfabetici, logaritmici,
equazionali, esponenziali: Bx, Zeta Ypsilon,
A²C, Sen x, calcoli triangolari.
Non più persona, non più spirito o senso:
Superuomo,
Superdonna: determinazione del sesso,
dellintelligenza, dei caratteri genetici,
futuro previsto in provetta e alterato
da cellule clonate.
Perfezione assoluta, ma senza umanità,
senza persona,
senza storia, senza passato, senza futuro.
Solo presente. È questa la felicità promessa
allhomo intelligens? Un attimo di pausa.
Luomo vincitore può risultarne sconfitto.
Angelo Manitta
Accademia Internazionale Il Convívio
Castiglione di Sicilia - Itália
Veja a tradução ao lado
98,7 Mhz
Já dizia o ditado: “a união faz a força”, e que na prática temos visto render
bons frutos. É o caso do trabalho que
vem sendo desenvolvido pelo GT Sapucaí
(Grupo de Trabalho do Sapucaí) uma rede de entidades ambientalistas da bacia
do Sapucaí que se reúne com frequência buscando soluções para as questões
ambientais de nossa região.
Em seu último encontro, foi proposto um estudo sobre quais os municípios
de nossa região que possuem uma lei
ambiental, o que rege esta lei municipal e
em quais cidades ela é aplicada. Este estudo vai gerar uma “carta de intenções”
para as autoridades locais para que a lei
seja revista, aplicada ou implantada, a
depender do caso, e para que possa ter
uma melhor aplicação e fiscalização nos
municípios. O trabalho conjunto com o
poder público visa melhorar a preservação e qualidade de vida na região.
A boa notícia é que a FACESM (Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do
Sul de Minas) está lançando o MBA em
Gestão de Organizações Sustentáveis,
o que traz a oportunidade tanto para o
poder público, privado e terceiro setor
aprimorarem seus conhecimentos.
A FACESM, em parceria com o Gru-
po GAMA e a revista Naturale, promove um
seminário sobre Responsabilidade Social
e Empresarial e renúncia fiscal, onde o GT
Sapucaí irá propor a carta de intenções a
ser entregue às autoridades locais.
Vemos agora uma ampliação do GT
Sapucaí, pois ter uma instituição de ensino ligada a questões de interesse da
sociedade é, não só, um enriquecimento, como também o fortalecimento para
boas propostas de desenvolvimento.
Louise Brown
Louise Brown: filha de ninguém,
filha de todos. Feias ressonâncias
de sílabas. Melhor nomes matemáticos,
Homo-abiblis, Femmina-abilis
Homem-mulher indissolúvel binomio
de universal existencia humana, animal
ou vegetal. Gametas masculinos, gametas
femininos: Yoni e Linga, pólen, esperma,
fecundação: elementos de uma mistura que a
Natureza-Deus envolve, une, separa.
O homem-Deus gera em provetas milagrosas.
O fruto que vê é uma maçã não selecionada por Eva
nem comida por Adão, mas o Doutor Edwards colocou
em proveta semente de homem e semente de mulher
(óvulos-esperma).
et voila! A vida, mágico mistério. Nome falso.
Aspiração futurista da humanidade para
evitar o cansaço traumático de
nascer. Supera Eva que pari.
geométricos, álgebros, alfabéticos, logaritmos, equações,
exponenciais: Bx, Zeta, Ypsilon, A2C, Sen X,
cálculos triangulares.
Não mais pessoa, não mais espírito ou
sentido Super-homem.
Super-mulher: determinação do sexo,
da inteligencia, das características genéticas, futuro
previsto em proveta e alterado de células clonadas.
Perfeição absoluta, mas sem humanidade,
sem pessoa, sem história, sem passado,
sem futuro. Apenas presente.
É essa a felicidade prometida ao homo
intelligens? Um momento de pausa.
O homem vencedor pode acabar perdedor.
A morte, abate o suor de Adão.
A rádio do jeito que você gosta!
Traduzido por Anna Beatriz Burza Maia
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maio/junho - 2010
Naturale
3
Transição ao Baixo Carbono:
“sequestrando algumas informações”
Por Gustavo A. Santana de Sá
• Protocolo de Kyoto: com início das negociações em 1997, na cidade de Kyoto, no
Japão, o protocolo foi ratificado dois anos
mais tarde, em 1999. Como as articulações
para adesão deveriam conduzir a um número mínimo de países, foi somente no ano de
2005 que o protocolo entrou em vigor.
É bom destacar que este fato histórico,
assim como outros, surgiu de iniciativas que
tiveram início em meados dos anos 70, em
pesquisas e discussões por razões que vão
desde a segurança energética até as questões ambientais, cuja força e evolução são
cada vez mais presentes no cotidiano.
• Acordos do protocolo: os países que
aderiram ao protocolo foram divididos em
grupos, de acordo com critérios que visam
à redução gradativa nas emissões de gases
do efeito estufa (GEE´s), onde a situação e
perspectiva econômica tiveram papel chave.
O Brasil, assim como a Argentina, o México
e a Índia, não tiveram, momentaneamente,
metas para redução de emissões, podendo
abrigar projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo).
A partir daí, países signatários do protocolo desenvolveram ou propuseram métodos
que envolviam a redução nas emissões de
carbono ou projetos que visavam à estocagem de carbono, gerando assim o termo
sequestro de carbono (medido em Toneladas de Carbono Equivalente - t CO2 eq.). De
forma a reduzir o nível de CO2 na atmos-
Foto: Geraldo Gomes
Enquanto participamos da elaboração
e aguardamos o lançamento da Norma Internacional de Responsabilidade Social ISO
26.000, cuja previsão é dezembro de 2010,
aproveitamos para refletir sobre as questões econômicas, ambientais e sociais, bem
como atentarmos para a relação entre elas.
Dessa forma, teremos a chance de relacionar
as atividades de responsabilidade socioambiental desenvolvidas na atualidade com a
questão do sequestro de carbono, na busca
pelo cumprimento das legislações vigentes
e obtenção de certificações, abrindo novos
mercados e possibilidades de negócios.
Mas afinal, o que é o sequestro de carbono e qual o foco de sua aplicação?
Para responder esta questão, temos
que refletir sobre alguns acontecimentos
que nos trazem ao tema:
fera, tais países desenvolvem teses e
propõem modelos de sequestro de carbono como, por exemplo, através da
vegetação.
Daí a corrida desenfreada pelos
plantios de árvores, muitos deles divulgados pela mídia, cuja proposta
ressalta-se saudável, porém em sua
maioria equivocados e com foco puramente ilustrativo. Estas atividades
criam situações onde não somente os
consumidores recebem informações inconsistentes, mas também dão margem
para que o setor comercial e industrial
sejam alvos de especulação e manobra
por oportunistas ou pessoas desinformadas, visando lucro pessoal.
Em contraponto ao mercado de
carbono obrigatório, temos o mercado
voluntário, cuja gestão é marcada por
normas menos rígidas, principalmente
quando comparadas às normas passíveis
de auditoria. Tal mercado voluntário funciona como uma estratégia corporativa
em busca de novas vantagens competitivas, com manutenção da imagem de
um empreendimento perante o mercado, seus parceiros e colaboradores.
Afinal, como proceder para que as
atividades sociais e ambientais ligadas
ao Protocolo de Kioto, o qual tem o
ano de 2012 como referência no balanço das reduções propostas, sejam
cumpridas pelo setor Público, Privado
e pelo Terceiro Setor?
Um bom exemplo foi dado através
do poder Legislativo de Minas Gerais,
conforme entrevista publicada na edição n° 29 da revista PCH Notícias (2006),
onde um representante da Assembléia
Legislativa do Estado de Minas Gerais
noticiava a criação de uma Comissão
Especial para discutir a questão do Protocolo de Kyoto.
Em data mais recente, precisamente no mês de dezembro de 2009,
enquanto os brasileiros já preparavam
suas roupas brancas e voltavam suas atenções para a chegada do bom
velhinho, entravam em vigor: a Lei Federal nº 12.187/09 – Plano Nacional de
Mudanças Climáticas e a Lei Federal
maio/junho - 2010
nº 12.114/09 – Fundo Nacional de Mudanças Climáticas.
Sendo considerado por especialistas como o quarto colocado no
ranking de emissões de dióxido de carbono, talvez por este mesmo motivo
o Brasil posiciona-se com liderança e
propósitos inovadores no contexto internacional do mercado de créditos de
carbono. Assim sendo, as Leis Federais relacionadas com as mudanças do
clima devem ser encaradas como ferramentas poderosas para a maximização
de trabalhos que conduzam o tripé
sócio-econômico-ambiental “mercado
afora”.
Os processos de neutralização
e compensação ambiental devem ser
encarados como atividades extremas
de uma cadeia de processos, onde as
tomadas de decisão devem considerar
uma seqüência lógica: EVITAR / REDUZIR / SUBSTITUIR / COMPENSAR. Na
dinâmica dos projetos de neutralização de carbono (sequestro), através de
programas de compensação ambiental,
Quem pode
neutralizar através
de plantios?
empreendimentos do setor comercial,
industrial e autarquias do poder público podem seguir alguns passos básicos,
conforme o quadro resumo abaixo*.
Uma opção de atividade que o
setor comercial ou industrial pode desenvolver é a neutralização de carbono
através de projetos que envolvam a comunidade, representada por entidades
do Terceiro Setor devidamente qualificadas e com interfaces com o setor
acadêmico (Pesquisa & Desenvolvimento). As entidades poderão, por exemplo,
dar suporte na implementação de projetos de compensação ambiental através
de plantios de árvores coordenados e
registrados, bem como no combate ao
desmatamento.
Percorrendo um caminho de registros e legalidade, com parcerias
consistentes e pró-ativas nos projetos
de compensação, o empreendimento
poderá neutralizar emissões de carbono,
utilizando-se de mecanismos de incentivo e renúncia fiscal, gerando ativos em
seu balanço social e ambiental – BSA.
Passos para
desenvolver a
neutralização
1. Elaboração de inventário de emissões;
Indústrias
Comércios
Autarquias do
poder público
2. Determinar estratégias de trabalho e
parcerias;
3. Implementar projeto de neutralização
adequado;
4. Acompanhar e
promover melhorias
contínuas.
Contrapartida do
investimento
em projetos de
neutralização
Cumprimento de
legislações;
Possibilidade de
certificações;
Interface com a
comunidade;
Utilização de renúncia
fiscal;
Ativos no balanço
social;
Maximização de
resultados;
Posicionamento
favorável no mercado.
Gustavo A. Santana de Sá, Engenheiro Ambiental
Presidente do Conselho de Administração do GAMA
Naturale
5
Da maneira certa
Trabalho de demarcação de terras traz esperança aos pequenos produtores rurais
afetados pela proposta do Parque Nacional Altos da Mantiqueira
Por Claiton Cesar
No bojo da discussão em torno
da criação do Parque Nacional Altos
da Mantiqueira – o qual tem se revestido de polêmica – está a definição do
perímetro da área que está sendo desenhado a fim de estabelecer os limites
do parque. A fim de garantir menor impacto socioeconômico aos municípios,
especialmente no que se refere aos pequenos proprietários rurais, foi criado
em março um grupo de trabalho chamado o GT Mantiqueira. Fazem parte
deste grupo representantes e técnicos
das prefeituras dos municípios afetados pela proposta, sindicatos rurais,
ONGs, proprietários rurais e consultores contratados.
O objetivo do GT é avaliar o projeto e elaborar uma contra-proposta
de demarcação da área. Para isto, tem
sido feito um trabalho de levantamento junto aos proprietários rurais em
parceria com as prefeituras. É o caso
de Marmelópolis (MG), que através da
iniciativa do prefeito José Valmir Alves,
tem-se obtido informações a fim de
redesenhar a proposta, retirando as
áreas produtivas de dentro dos limites
do parque. O mesmo trabalho foi feito em Guaratinguetá (SP) e em outros
municípios empreendido por lideranças comunitárias.
O Instituto Oikos de Agroecologia,
com sede em Lorena (SP), reuniu estas
e outras informações, referentes a estudos e documentos técnicos colhidos
nos últimos três anos, apresentandoas em uma reunião do GT Mantiqueira
em 30 de março deste ano, refutando
os argumentos contrários a criação do
parque. O instituto é o responsável
técnico pela estruturação do projeto e
uma das 29 organizações que apoiam
o ICMBio – Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade – idealizadora do parque.
Críticas permanecem – Mesmo com
as justificativas positivas à criação do
Parque Nacional Altos da Mantiqueira
por parte dos órgãos governamentais,
vários prefeitos e proprietários de terra ainda são contra à sua instalação. E
isso ficou claro na última audiência pública da Comissão de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, realizada
no dia 15/04 em Passa Quatro (MG).
Jair Antonio
Continua na página 8
6
Naturale
maio/junho - 2010
É notícia
Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal
Foi publicado no Diário Oficial da
União em maio de 2010, Decreto nº
7167, que regulamenta o Fundo Nacional
de Desenvolvimento Florestal (FNDF). O
Serviço Florestal Brasileiro será o gestor
do Fundo, que tem como fonte principal
de recursos os valores pagos à União pelas concessões florestais.
“O FNDF é um instrumento específico para a promoção do setor florestal
a partir de prioridades sintonizadas com
as políticas públicas e estratégias do
Governo, e demandas identificadas pela
sociedade”, afirma o gerente de Fomento do Serviço Florestal, Marco Conde.
O orçamento inicial do Fundo é de
R$ 1 milhão, valor que aumentará com
a ampliação das áreas sob concessão.
Estima-se que até 2015 o FNDF opere R$ 15 milhões por ano. O Fundo foi
criado pela Lei de Gestão de Florestas
Públicas (11.284/06).
Continuação da página 6
representantes dos governos federal,
estadual e municipal, e de representantes do setor empresarial e da sociedade
civil, envolvendo movimentos sociais,
organizações ambientalistas e comunidades tradicionais.
“A regulamentação do FNDF permitirá ao Serviço Florestal Brasileiro
cumprir com o seu papel de órgão de
fomento ao desenvolvimento florestal
sustentável, com transparência e efetivo controle social”, afirma o gerente de
Planejamento Florestal Marcus V. Alves.
Os recursos do FNDF – que também podem vir de doações nacionais
e internacionais – serão destinados somente a projetos de órgãos e entidades
públicas ou de entidades privadas sem
fins lucrativos. Sua operação se dará
por meio de convênios, além da contratação direta para fornecimento de bens
e serviços. (Fonte: MMA)
Da maneira certa
Os participantes criticaram duramente a proposta, considerada autoritária
e sem a devida escuta à sociedade. A
maior preocupação é quanto aos produtores rurais, que podem ter suas terras
desapropriadas, ficando à mercê dos
processos de indenização. Vários prefeitos criticaram a forma como o projeto de
criação do parque foi conduzido e querem a suspensão da proposta.
O deputado Dalmo Ribeiro (PSDBMG) propôs a criação de uma comissão
especial da Serra da Mantiqueira. Ficou
acertado também um prazo de 70 dias
para que propostas de demarcação do
perímetro do parque fossem apresentadas antes da assinatura do decreto
pelo Presidente da República para sua
implantação. Alguns apostam no adiamento da assinatura deste decreto para
depois das eleições, e um pedido formal
deverá ser feito para que este decreto
seja transferido para o início de 2011.
8
Os recursos financiarão projetos
em oito áreas principais, como pesquisa e desenvolvimento tecnológico em
manejo florestal, assistência técnica e
extensão florestal, recuperação de áreas degradadas com espécies nativas e
aproveitamento econômico racional e
sustentável dos recursos florestais.
Também serão atendidos projetos em controle e monitoramento das
atividades florestais e desmatamentos, capacitação em manejo florestal,
educação ambiental, além de proteção
ao meio ambiente e conservação dos
recursos naturais.
Transparência – O FNDF contará com
um Conselho Consultivo com a função de
opinar sobre a distribuição dos recursos e
avaliar sua aplicação, que será orientada
por um Plano Anual de Aplicação Regionalizada elaborado pelo Serviço Florestal.
O Conselho será formado por
De acordo com o Instituto Oikos,
as críticas sobre a criação do parque
não são fundamentadas. O instituto as
rebateu através de um comunicado de
esclarecimento publicado em seu site.
“Até aqui só ocorreram discursos inflamados e com viés estritamente político,
somados a acusações sem provas e
tentativas de invalidar o processo, ou
de postergá-lo ad infinitum. Nenhuma
informação trazida pelas prefeituras até
o momento estão embasadas em fatos,
em documentos ou em dados que os
comprovem e justifiquem as reações
contrárias à proposta. Não será mediante a tentativa de descaracterizar
e desqualificar as legítimas iniciativas
de proprietários e comunidades, que
estão propondo ao ICMBio novos limites para o parque, que o processo
participativo se concretizará”, diz o
comunicado.
Em entrevista à Naturale, o pre-
Naturale
feito de Marmelópolis, José Valmir Alves,
que tem feito trabalho de demarcação
junto aos produtores rurais e em parceria
com o próprio Instituto Oikos, declarou
que não é contra a preservação, mas
acredita que a retirada das famílias da
área rural irá gerar um impacto social. “A
cidade não possui habitação nem empregos disponíveis para eles e, até que
sejam indenizados ou contratados para
trabalharem no parque, isto gerará um
problema social. Como professor e prefeito, sou a favor da preservação do meio
ambiente com o homem permanecendo
no campo, sem o êxodo rural”, defende.
Com relação ao turismo, Valmir diz que
Marmelópolis já tem sua área 100% dentro da APA (Área de Proteção Ambiental)
da Mantiqueira e não vê aumento no
turismo com a criação do parque por já
estar numa área de preservação.
(Com informações da Assessoria de Imprensa
da Assembleia Legislativa - MG)
maio/junho - 2010
GRUPO EXCURSIONISTA PEDRA BRANCA
PEDRALVA — SUL DE MINAS
GEPB
Geraldo Gomes
Exemplo de
sustentabilidade e cidadania
Madeira certificada?
Por Mateus Vieira Storino
Atualmente, diante de tantos problemas ambientais, todos já ouviram
sobre o assunto “madeira certificada”.
No entanto, o conceito ainda é confuso para o consumidor e até para o
próprio agente de decisão política.
Aparentemente, para um consumidor
nada diferencia uma madeira certificada de uma não certificada, então qual
é a diferença? A diferença está na sua
origem. A certificação garante que a
madeira foi extraída através de um plano de manejo sustentável, ou seja, a
exploração foi feita visando o mínimo
de impacto ambiental para a floresta.
No plano de manejo se decide, por
exemplo, as espécies a serem extraídas, quais árvores serão derrubadas e
quais serão preservadas para garantir a
regeneração natural da floresta, assim
como técnicas usadas para derrubar e
arrastar a árvore, para não matar outras
árvores menores nas proximidades.
Essa certificação é dada através
de um selo verde chamado FSC (Forest
Stewardship Council), ou Conselho de
Selo FSC
maio/junho - 2010
Manejo Florestal, em português. O FSC
atua de três maneiras: desenvolve os
princípios e critérios (universais) para
certificação; credencia organizações
certificadoras especializadas e independentes; e apóia o desenvolvimento
de padrões nacionais e regionais de manejo florestal, que servem para detalhar
a aplicação dos princípios e critérios,
adaptando-os à realidade de um determinado tipo de floresta. O FSC é o selo
verde mais conhecido no mundo, no
Brasil ele foi criado em 2001, e compete ao Conselho Brasileiro de Manejo
Florestal a sua emissão. Muitas empresas hoje em dia exigem o selo verde de
seus clientes; por exemplo, para exportar uma madeira é necessário que
a mesma seja certificada. Quando se
identifica o selo FSC no produto, sabese que a floresta da qual ele é oriundo
está sendo explorada de acordo com
todas as leis vigentes e de forma correta do ponto de vista ecológico, social e
econômico. Isso diferencia o produto
de outros similares e agrega valor.
Por fim, entendemos que compete ao IBAMA (Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis) fiscalizar e exigir que madeireiras possuam o selo verde, mas
nós como cidadãos conscientes, devemos ser os maiores fiscalizadores da
natureza, sempre exigindo produtos
certificados.
Mateus Vieira Storino
Engenheiro Ambiental
Naturale
O Grupo Excursionista Pedra Branca (GEPB)
é uma associação sem fins lucrativos criada no
ano de 1995, na cidade de Pedralva/MG, para
promover o montanhismo e excursionismo na
região. Como sempre realizaram atividades
ligadas à natureza, os integrantes do GEPB
começaram a demonstrar interesse pelas
questões ambientais. E foi aí que o Grupo se
lançou na luta pela preservação ambiental,
em especial na Serra da Pedra Branca, onde
participou do Projeto Adote uma Montanha,
iniciativa da Federação de Escalada e Montanhismo de Minas Gerais (FEMEMG), denunciou
o caso da pedra que foi rolada no Camelinho II, fixou placas de educação ambiental e
plantou mudas de espécies nativas da nossa
flora junto com alunos da Escola Estadual Comendador Mário Goulart Santiago. E na pedra
do Pedrão, onde lutou judicialmente contra a
extração de rocha. O GEPB também realizou
várias palestras de educação ambiental, principalmente em escolas públicas, e pesquisas
científicas. Em 1996, o GEPB foi reconhecido
como de Utilidade Pública Municipal pela Câmara de Vereadores de Pedralva, Lei Municipal
1.041. Em 2010, o GEPB pretende, ao longo do
ano, conhecer melhor a comunidade e a partir daí planejar suas ações futuras. Atividades
de criação de unidades de conservação, projetos de recuperação de áreas degradadas,
parcerias na criação de eventos ecologicamente responsáveis (PEDROCK, em processo
de certificação), arborização urbana e projetos de educação ambiental são algumas das
pautas que atualmente estão sendo trabalhadas pelo GEPB.
Blog: www.grupoexcursionistapedrabranca.
blogspot.com
GEPB: [email protected]
Esta coluna é patrocinada por:
RESPEITO À NATUREZA
Rua Dona Inácia Macedo, 132
Pedralva/MG (35) 3663-1140
[email protected]
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Dias 23, 24 e 25 de julho de 2010
Um evento com responsabilidade
socioambiental
www.pedrockfestival.com.br
Consumo responsável e
economia ambiental
Prof. Dr. Héctor Gustavo Arango
A sociedade capitalista pós-industrial criou um modelo de comportamento
baseado no consumismo. Na verdade,
este comportamento é o que corresponde às necessidades de um modelo
de economia baseado exclusivamente
na busca do retorno máximo possível
dos investimentos. Nesta linha de raciocínio, quanto maior a taxa de retorno do
capital destinado pelos investidores ao
processo produtivo, melhor para estes,
que estarão dispostos então a aumentar o seu investimento nesse tipo de
negócio, gerando mais produção, mais
retornos, mais empregos, mais produtos. Também estará diminuindo os
preços em função da redução dos custos decorrentes da economia de escala
e, ainda, gerando mais impostos, beneficiando, desta forma, o conjunto da
sociedade.
Naturalmente, para que toda esta
engrenagem funcione adequadamente, é fundamental a participação do
consumidor. Afinal, é exatamente ele
quem deverá alimentar o ciclo de consumo. Neste sentido, este modelo cria
um paradigma de que o consumo está
associado à felicidade ou ao bem estar das pessoas. Assim, quanto mais
consumo, maior o bem-estar do indivíduo. Os argumentos para sustentar
o consumismo não possuem muitos
escrúpulos. Uma das maneiras de sen-
10
sibilizar os consumidores de que devem
comprar tudo aquilo que é colocado
no mercado utiliza comparações entre
o bem estar que os indivíduos proporcionam ou não às suas famílias. Em
se tratando de pessoas boas, bem intencionadas e amorosas, este tipo de
estratégia constitui uma armadilha da
qual a maioria das famílias não consegue escapar.
A questão do modelo atual
de consumo vem sendo revista
e repensada por vários setores
ligados ao que se denomina
desenvolvimento sustentável,
um conceito originário da
Economia Ambiental.
Obviamente, conceito do bem estar
em função do consumismo está equivocado, mas uma boa parte da humanidade
age até hoje como se isso ainda fosse
à máxima das verdades. Desvincular a
felicidade da posse material parece um
exercício de filosofia, sem a menor conexão com a realidade ou a vida prática.
Mas não é somente o artifício do
consumismo que parece estar sendo
percebido como equivocado por uma
Naturale
parte da sociedade. O próprio modelo
econômico que o produziu também dá
mostras de esgotamento.
Assim, a questão do modelo atual
de consumo vem sendo revista e repensada por vários setores ligados ao que
se denomina desenvolvimento sustentável, um conceito originário da Economia
Ambiental.
A mudança de paradigma está
relacionada com a percepção de que
o consumo de determinado bem, implica em uma série de conseqüências
que estão além do tempo e do espaço da compra do mesmo. De fato, a
cadeia produtiva acionada para atender o produto ou o bem demandado
em determinado instante, possui um
impacto ambiental antes, durante e
depois da sua aquisição, bem como
afeta outros locais além daquele onde
é consumido.
Considere senão o impacto do
consumo de uma simples folha de papel. Ao demandar esta folha, inicia-se
um ciclo de reposição deste produto
(pois é sinalizado para o produtor que
existe demanda para o mesmo). Assim,
árvores serão cortadas posteriormente
para a produção de celulose e produtos químicos empregados no processo
produtivo serão solicitados aos fornecedores. As máquinas que produzem
o papel deverão ser alimentadas com
maio/junho - 2010
energia, que, qualquer que seja a fonte, implica no uso de recursos com
algum impacto no meio ambiente. Se
for energia renovável, como a hidroelétrica, no mínimo terá sido necessária
a inundação de alguma área. Se for
eólica, no mínimo haverá o efeito da
poluição visual. Ou será que alguém
acha estético os enormes moinhos que
produzem este tipo de energia? Haverá ainda que transportar o papel por
algum meio, assim será demandado
óleo diesel, ou energia elétrica. Haverá
propaganda, para que você não se esqueça de usar a folha de papel X, que é
a mais ecológica do mercado!
Poderia continuar, mas creio que
pelo que foi exposto pode se compreender que a visão dos economistas,
enquanto cientistas sociais, considera
hoje outras dimensões além da mera
obtenção de direitos pela exploração
da atividade produtiva. A equação da
felicidade ficou bem mais complexa.
Cabem nela hoje variáveis como o res-
peito ao meio ambiente e o respeito
ao próprio ser humano.
Neste novo equacionamento, o
consumismo não desempenha um papel fundamental. Muito pelo contrário,
parece ser uma característica de uma
sociedade que ainda não evoluiu do
ponto de vista do seu comportamento
e nem do seu modelo econômico.
Salve o novo paradigma: da economia sustentável. Salve a discrição,
a moderação, a tolerância e a inteligência.
Professor Dr. Héctor Gustavo Arango
Economista formado pela FACESM, Mestre e
Doutor em Ciências da Engenharia pela Universidade Federal de Itajubá, UNIFEI. Autor de mais
de 40 artigos. Membro da ABE, Associação Brasileira de Estatística, da Sociedade Brasileira de
Econometria, SBE, e da NYAS, New York Academy
of Sciences. Professor de Economia Monetária, Econometria e Estatística da FACESM. Atua
como professor de Modelos Estocásticos e Previsão no programa de Pós-graduação MBA em
Gestão Empresarial e Negócios PPG-GEN. É Diretor Geral da FACESM. Desde 1986 atua como
consultor de grandes empresas no Brasil junto a
grupos de pesquisa da UNIFEI e da USP.
Educação continuada
Por Elaine Pereira
A busca pela tecnologia limpa, por soluções de baixo impacto durante toda a cadeia
produtiva, incluindo a redução dos impactos
e da poluição resultante do início ao descarte
final dos produtos e a gestão dentro das empresas ganham hoje outro olhar. Não mais o
de ambientalistas x crescimento, mas ambos
de mãos dadas para desenvolverem a melhor
forma de gestão.
Por tudo isso, vemos hoje que, independente da área de atuação, todos estão
na busca por formação que integre conceitos sustentáveis com o desenvolvimento das
empresas, sejam elas nas áreas siderúrgica,
civil, médica, de produtos, administrativa ou
entretenimento. Muito se tem investido em
pesquisas e vemos que o olhar para uma boa
formação não passa apenas pela graduação,
mas pelo continuo estudo que integre o meio
com a produção. Somos convidados a olhar
o modus operandi de outra forma, se quisermos
atuar como profissionais de sucesso.
O modelo ISO 9001:2008
Prof. Dr. Carlos Eduardo Sanches da Silva
Dando continuidade ao artigo anterior, vamos descrever como a norma NBR
ISO 9001:2008, publicada em 28/11/2008,
prescreve um padrão para a gestão da
qualidade. Lembramos que a ISO 9001 é
um referencial internacional de gestão da
qualidade, aplicável a todas as organizações, independentemente da dimensão
ou setor de atividade.
A ISO 9001 é baseada em oito
princípios de gestão da qualidade. Princípios são o que acreditamos e servem
para pautar nossas decisões e ações.
Os princípios da ISO 9001 são:
•Foco no cliente: Organizações dependem de seus clientes e, portanto, é
recomendável que atendam às necessidades atuais e futuras do cliente, os
seus requisitos e procurem exceder as
suas expectativas;
•Liderança: Líderes estabelecem a
unidade de propósito e o rumo da organização. Convém que eles criem e
mantenham um ambiente interno, no
qual as pessoas possam estar totalmente envolvidas no propósito de atingir os
objetivos da organização;
•Envolvimento de pessoas: Pessoas
de todos os níveis é a essência de uma
organização, e seu total envolvimento possibilita que as suas habilidades
sejam usadas para o benefício da organização;
•Abordagem de processo: Um re-
12
sultado desejado é alcançado mais
eficientemente quando as atividades e
os recursos relacionados são gerenciados como um processo;
•Abordagem sistêmica para a gestão: Identificar, entender e gerenciar os
processos inter-relacionados como um
sistema contribui para a eficácia e eficiência da organização no sentido de
atingir os seus objetivos;
•Melhoria contínua: Convém que a
melhoria contínua do desempenho global da organização seja seu objetivo
permanente;
•Abordagem factual para tomada de decisão: Decisões eficazes são
Naturale
baseadas na análise de dados e informações;
•Benefícios mútuos nas relações com
os fornecedores: Uma organização e
seus fornecedores são interdependentes, e uma relação de benefícios mútuos
aumenta a capacidade de ambos agregarem valor.
Pense em uma empresa onde o
vendedor, ao ser indagado pelo cliente
quanto ao prazo de entrega, consulta
o dono da empresa, que diz que apesar
de muito pouco provável de ser atendido o prazo, a venda deva ser realizada.
O tempo passa e o cliente não recebe o produto no prazo acordado. O
maio/junho - 2010
cliente liga para o vendedor, que relata algumas desculpas e promete atender o mais breve possível. Finalmente,
depois de muitos conflitos entre cliente, vendedor e produção, com vinte dias de atraso, o produto é entregue.
Quais princípios da qualidade foram negligenciados? A
existência dos princípios da qualidade, aplicados na empresa, teriam contribuído para mudar o comportamento
dos seus funcionários? Qual a postura dono da empresa
frente aos princípios da ISO 9001?
O modelo do sistema de gestão da qualidade prescrito na ISO9001 é visualizado na figura 1 (página 12).
Vamos entender a figura 1. Tudo se inicia com o cliente
e a identificação de seus requisitos, normalmente oficializadas em um contrato ou pedido. Estas informações
constituem informações de entrada para a realização do
produto (por exemplo: quanto produzir? quando entregar?
quais especificações o produto deve atender?). Como podemos saber se o produto que foi realizado satisfaz os
clientes?
A ISO 9001 é um referencial
internacional de gestão da qualidade,
aplicável a todas as organizações,
de melhoria. Os resultados obtidos após a implementação
das ações de melhoria são medidos pelo indicador.
Para se implementar as melhorias faz-se necessário identificar quem é o responsável pelo problema. Se as reclamações
foram devido à organização — não cumprir os prazos estabelecidos, e a análise de dados —, identificar que o foco é a quebra
de máquina, o responsável pela causa (quebra de máquina) é o
coordenador da manutenção.
Veja na figura 1 que temos a responsabilidade da administração, se estabelece como responsável pelas ações que
eliminem a causa “quebra de máquina” o coordenador da
manutenção. As ações identificadas são: treinamento dos operadores para uso adequado da máquina; lubrificação diária da
máquina; e limpeza da máquina. Para implementar estas ações
identificadas, fazem-se necessários recursos, tais como capacitação dos operadores, meios para se realizar a lubrificação
(lubrificante, aplicador, máquina parada para ser lubrificada),
material e tempo para que o operador realize a limpeza da
máquina. Verifique que a gestão de recursos propicia a realização do produto.
No próximo artigo veremos quais são os documentos
exigidos pela NBR ISO 9001:2008, bem como seus registros.
Prof. Dr. Carlos Eduardo Sanches da Silva
Bolsista do CNPq - DT2, Diretor Científico da ABEPRO, Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI, Instituto de Eng. de Produção e Gestão – IEPG,
Núcleo de Manufatura Avançada e Tecnologia da Inovação - NEMATI.
independentemente da dimensão ou
setor de atividade.
A organização deve medir o produto e a satisfação
dos clientes. Toda medição pode ter seus dados convertidos em um indicador. Por exemplo, como podemos avaliar
se o cliente está satisfeito? Por exemplo, podemos medir
os orçamentos convertidos em vendas, as reclamações
dos clientes, os cancelamentos, pesquisa de satisfação
com os clientes.
Normalmente estas medições são convertidas em indicadores. Um possível indicador é, por exemplo, número
de reclamações em um dado período de tempo dividido
pelo total de vendas realizadas. Sejamos mais objetivos:
uma empresa teve 20 reclamações em um mês onde foram
vendidos R$ 200.000,00. Fazendo a divisão (20 dividido
por 200.000) teremos 0,010%. Este valor é bom ou ruim?
Para respondermos esta pergunta, necessitamos de compará-lo com o valor esperado, conhecido como meta.
No exemplo, se a meta for menor ou igual a 0,005%, o
valor obtido está ruim pois é superior a meta (0,010% >
0,005%). Temos assim um problema: não atendimento da
meta de 0,005% do indicador reclamações sobre total de
vendas realizadas. Estes valores podem ser registrados em
um gráfico ao longo do tempo.
Como existe um problema identificado pelo indicador,
medir é apenas uma parte, faz-se necessário analisar este
indicador. Quais clientes reclamaram? Por que reclamaram (prazo, qual não conformidade do produto)? A análise
busca identificar as causas e posteriormente propor ações
maio/junho - 2010
Naturale
13
Sustentabilidade:
fale menos, faça mais!
Por Conrado Navaro
Com razão, o tema do momento
é a sustentabilidade e seus desafios.
Interessante notar, porém, que a maioria dos cidadãos não tem consciência
do que representa o ato de tomar decisões sustentáveis, especialmente
quando se trata das finanças cotidianas e dos investimentos. Para muitos,
pensar de forma sustentável é apenas
valorizar a reciclagem do lixo e materiais tóxicos, bem como valorizar
iniciativas que não se beneficiem da
exploração de áreas verdes e trabalho
infantil.
Ser sustentável é muito mais que
isso. Tomemos por exemplo a questão
do consumo. Você tem o hábito de
pes­­
quisar preços, condições comerciais e características dos produtos e
fornecedores? Estas atitudes podem
oferecer a você e sua família condições mais interessantes diante de
uma negociação (bom para o bolso)
e também uma visão mais sistêmica
da cadeia produtiva do bem adquirido
— se a empresa trata bem a natureza,
se tem uma política de investimento
sustentável etc.
Em que condições o produto foi
fabricado? Seus componentes contém
material tóxico e de difícil decomposição? A empresa oferece meios dignos
de trabalho aos seus funcionários e
de­
mais fornecedores? Repare como
as questões extrapolam o simples ato
de comprar, que é apenas o ato final
de toda uma relação entre natureza,
cidadania e economia. Porque soa
hipócrita discutir sustentabilidade
quando pouco a praticamos. Quanto
você está realmente engajado?
Isso significa que você deve procurar detalhes sobre as práticas que
vão além da negociação, valorizando
14
empresas e prestadores de serviços
que oferecem atenção e recursos à comunidade onde se insere, bem como
às iniciativas relacionadas ao consumo consciente. A sustentabilidade
tem que ser transformada em ações
e atitudes no dia a dia, não apenas
uma prática usada como diferencial e
marketing por grandes corporações.
Pense agora como um investidor,
alguém afim de investir recursos na luta por um mundo melhor. Ora, se você
se preocupa de verdade com fatores
sustentáveis e pretende alocar seus
esforços em empresas/produtos que
sejam, reconhecidamente, agentes de
mudança ligados ao meio ambiente e
aos meios de vida eficientes, você precisa se certificar de que tais empresas
mereçam sua atenção.
A primeira coisa a ter em mente
é que um investimento sustentável
normalmente visa o longo prazo. Mudanças importantes e capazes de
alterar nossa realidade tendem a surgir com o passar dos anos e depois de
muita insistência. Além disso, o retorno
nem sempre será medido em termos financeiros, mas também em satisfação
pessoal e implementação de melhorias
no dia a dia de comunidades e países.
O retorno é poder fazer a diferença.
Neste sentido, além do consumo
consciente, as ações podem ser:
• Investimento em movimentos sociais coordenados: você pode fundar
uma Organização Não Governamental
(ONG) ou decidir apoiar aquela que já
trabalha com os ideais que você valoriza. Você pode mobilizar vizinhos e
amigos com o objetivo de questionar
Associações Comerciais e Industriais e
cobrar-lhes comprometimento com a
comunidade, a natureza e o futuro dos
cidadãos;
• Investimento em eficiência: você pode começar em casa, economizando
energia com pequenas ações, como
desligar os aparelhos que ficam em
standby, tomar banhos menos demorados, evitar o desperdício de alimentos
e água etc.
O fato é que a sustentabilidade
não pode ser apenas uma meta de
governos ou nações. Mas, como você
percebeu, manter-se comprometido
com as melhorias sociais, econômicas
e ambientais dá trabalho. Precisamos
mudar nossos hábitos, incorporando
atitudes pregadas com tanto entusiasmo em nosso cotidiano. Fazer mais,
falar menos. Ser sustentável é agir, decidir mudar. E mudar. Ou tudo volta a
ser uma simples demagogia.
Conrado Navarro, educador financeiro, autor dos livros Vamos falar de dinheiro? (Novatec)
e Dinheirama (Blogbooks) e sócio-fundador
do Dinheirama – http://dinheirama.com. Atua
como professor, consultor e palestrante.
Contato: [email protected]
• Investimento em empresas que adotam práticas de sustentabilidade: você
pode optar por investir em empresas
de capital aberto cujas ações sociais e
ambientais sejam reconhecidas e valorizadas. A BM&F Bovespa mantém uma
referência às empresas com este tipo
de objetivo através do índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE);
Naturale
maio/junho - 2010
Educação à altura
Projetos sociais mudam o cenário da FEPI
Referência no Sul de Minas, com
2 mil alunos, 14 cursos de graduação
além dos dez de pós-graduação, a
FEPI (Fundação de Ensino e Pesquisa
de Itajubá), também conhecida como Universitas (Centro Universitário
de Itajubá) passou a utilizar apenas a
nomenclatura FEPI. Criada em 1963,
merece destaque pelo bom ensino, mas
também pelos projetos sociais que estão a pleno vapor.
A sucessão desses trabalhos em
desenvolvimento dá a dimensão exata
da eficiência, que começou a mudar o
cenário da instituição.
De acordo com o reitor, Erwin Rolf
Mádisson Júnior, as clínicas de psicologia, fisioterapia e nutrição atendem
à população em geral. Já o núcleo de
práticas jurídicas encontra-se em fase
de implantação. “O tribunal modelo
começará a funcionar em 2011. Haverá
um júri, cujo objetivo é criar situações
simuladas para que os futuros profissionais de Direito vivenciem a realidade
dos processos.”
Os resultados desses projetos sociais em outras áreas, como medicina
veterinária – que teve investimento de 1
milhão de reais – provam a ascensão da
entidade. “Em nossa região, a área de
veterinária está carente e nosso atendimento vem crescendo pela própria
necessidade. Cirurgias, raio X e exames
são feitos em animais de pequeno e
grande portes. Nosso serviço sempre é
acompanhado por professores, profissionais reconhecidos de sua área.”
Há outras ações sociais também consideradas relevantes. É o caso do projeto
de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência. Recentemente, os
alunos do curso de Engenharia Civil,
sob a coordenação dos professores de
Por Eduardo Silva
Arquitetura e Urbanismo, foram convidados a andar no calçadão da cidade
com os olhos vendados para sentirem
a dificuldade que enfrentam aqueles que
apresentam algum tipo de deficiência visual. Mais: segundo Mádisson, a FEPI
tem condições de atender às necessidades de deficientes físicos com
infraestrutura capaz de preencher os
requisitos necessários.
Na FEPI, projetos sociais aliados à
eficiência educacional andam juntos.
Sob a coordenação do professor
Luis Barreiro, responsável pela pósgraduação da instituição, o projeto
de um fogão com energia solar, desenvolvido por um grupo de alunos da
Engenharia Civil, além de um convênio
com o SEBRAE, que visa implantar um
programa de qualidade total em busca
da ISO 9000, são outros exemplos que
significam um avanço à instituição.
NORMA OHSAS 18.001
Projetos de Responsabilidade Social nas Empresas
Por Célio Gentil
Na primeira edição desta revista, que por
justiça temos que reconhecer e elogiar seu sucesso, divulgamos os princípios que norteiam
mundialmente a Responsabilidade Social em
especial nas organizações.
Lembramos também que Responsabilidade
Social Empresarial é a capacidade das empresas em atender as expectativas de seus diversos
públicos – stakeholders, sendo eles: funcionários,
acionistas, fornecedores, clientes, governos,
sindicatos e comunidades.
Neste número gostaríamos de destacar
um tema fundamental que tem sido sucesso
nas organizações e, de forma especial, direcionado aos “funcionários”, conhecidos também
como colaboradores.
Inúmeras empresas reconhecendo suas dificuldades, reflexos negativos e problemas legais
com acidentes de trabalho, optaram por uma
“Política de Segurança e Saúde”, com objetivo
de melhorar os postos de trabalho e a qualidade
de vida de seus colaboradores.
Para viabilizar e sedimentar uma política
eficaz, as empresas tem implantado um “Sistema de Gestão de Segurança e Saúde – SGSS”,
com uma padronização em conformidade com
a “Norma OHSAS 18.001” – Occupational Health
and Safety Assessment Series, que em português
significa: Séries de Avaliações de Saúde e Segurança Ocupacional.
Esta Norma tem como objetivo a melhoria do desempenho em Segurança e Saúde
no Trabalho através do controle dos riscos de
acidentes, levando em consideração os três princípios básicos que são: a legislação aplicável, a
política de Segurança e Saúde no Trabalho e os
objetivos da empresa.
Sabemos que os perigos são as fontes
16
geradoras de danos, e os riscos são as consequências da exposição a um
determinado perigo. Através da identificação destes perigos, avaliação
dos riscos e adoção de medidas de controle, podemos eliminá-los ou
reduzi-los.
O Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho permite que
a organização controle seus riscos de acidentes e doenças ocupacionais,
melhorando de maneira mensurável, seu desempenho.
Com a implantação do SGSS, a empresa passa a ter documentado
e padronizado seus “Procedimentos, Manual do SGSS, Instruções de Segurança do Trabalho – IST, Formulários de Identificação e Avaliação de
Perigos e Riscos”.
Para melhor entendimento, podemos citar exemplos dos perigos e
riscos.
PERIGOS
RISCOS
Ruídos
Redução da Audição
Eletricidade
Choque Elétrico
Trabalho em Altura
Quedas
Produtos Químicos
Intoxicação
Máquinas sem Proteção
Produtos Inflamáveis
Acidentes
Incêndio/Explosão
Manuseio de Peças
Cortes
Altas Temperaturas
Queimaduras
Operação Empilhadeira
Cargas Suspensas
Posturas Inadequadas
Colisões
Queda de Cargas
Lesões Ergonômicas
Quanto aos controles para os riscos, temos:
•Permissão para Trabalhos Especiais
– PTE
•Equipamento de Proteção Individual – EPI
•Procedimento de Bloqueio e Travamento de Energias Perigosas - PBTEP
•Equipamento de Proteção Coletiva – EPC
•Programa de Proteção Respiratória
– PPR
Naturale
maio/junho - 2010
•Programa de Proteção Auditiva – PPA
•Programa de Proteção de Riscos Ambientais – PPRA
•Programa Controle Médico e Saúde
Ocupacional – PCMSO
Conforme determina a Legislação
Brasileira, as empresas são obrigadas,
de acordo com seu porte, estruturar
com profissionais especializados, uma
área denominada “SESMT — Serviço
de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho”.
Apesar da estruturação desta área,
as empresas buscam definir uma política
de conscientização, comprometimento
e responsabilidade de todos os colaboradores, considerando que “todos
somos responsáveis pela segurança”,
num processo de melhoria contínua.
Hoje, a “Segurança e Saúde” no
trabalho é parte integrante dos princípios de negócios da organização.
Como “Política de Segurança e
Saúde no Trabalho” propomos:
•Atender a Legislação Vigente de Se-
gurança e Saúde no Trabalho e outros
requisitos legais aplicáveis.
•Melhorar continuadamente a performance de Segurança e Saúde no Trabalho.
•Preservar a integridade física e a saúde dos colaboradores, funcionários
con­­­­­tratados e demais pessoas envolvidas na organização.
•Identificar perigos, avaliar os riscos e
efetuar controles para eliminação ou
redução dos mesmos.
•Gerenciar a Segurança e Saúde no
Trabalho através da atuação hierárquica da gerência, supervisão e liderança.
•Considerar no mesmo nível de importância os “sistemas” de Qualidade,
Meio Ambiente, Segurança e Saúde.
•Incentivar o comprometimento de todos com relação à Segurança e Saúde
no Trabalho, através do treinamento,
conscientização e competência.
•Buscar sempre a segurança para os
processos e atividades.
Termos e definições conforme Norma OHSAS 18.001
ACIDENTE
Evento não planejado que resulta em doença, morte, lesão,
dano ou outra perda.
PERIGO
termos de lesão, doença, dano à propriedade, danos ao
meio ambiente, danos ao local de trabalho ou uma
combinação destes.
Combinação da probabilidade de ocorrência e das
conseqüências de um determinado evento perigoso.
SEGURANÇA
Isenção de riscos inaceitáveis de danos.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Processo global para estimar a magnitude dos riscos e
decidir se um risco é ou não tolerável.
RISCO TOLERÁVEL
Risco que foi reduzido a um nível que pode ser suportado
pela organização, levando em conta suas obrigações legais
e sua própria Política de Segurança e Saúde no Trabalho.
maio/junho - 2010
Célio Gentil
CG – Consultoria Empresarial e
Recursos -Humanos
Fonte ou situação com potencial para provocar danos em
RISCO
A Norma OHSAS 18.001 é uma ferramenta indispensável na administração
atual, que veio para ajudar de forma
estratégica a Gestão de Segurança e
Saúde, e fortalecer o cuidado que as
empresas preconizam com seus colaboradores, atendendo parcialmente,
um dos requisitos da Responsabilidade Social Empresarial.
Ser uma empresa socialmente
responsável requer de seus diretores,
gestores e colaboradores uma grande
dedicação para reconhecer e implantar
as ferramentas e projetos necessários,
sabendo também, que o caminho é
longo e dependerá de uma série de requisitos.
Para as empresas que pretendem
implantar ou conhecer a Norma OHSAS
18.001, encontrarão no mercado empresas de consultoria para implantação
do processo com certificação periódica.
Outros projetos, programas ou
políticas estabelecidas pelas empresas buscando atender seus públicos,
serão apresentados em outras oportunidades nas próximas edições.
Naturale
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17
O que é
Saúde Ocupacional?
Poucos conhecem o que é Saúde
Ocupacional, qual sua finalidade ou qual
é sua real função. Muitos apenas acham
que é o exame que se faz para ser admitido ou sair de uma empresa, outros
vêem como apenas um documento que
deve-se ter arquivado para caso de fiscalização do Ministério do Trabalho.
Saúde Ocupacional é uma obrigatoriedade que o Ministério do Trabalho
impôs a todas as empresas, visando observar e resguardar a qualidade de vida dos
trabalhadores. Mas essa legislação não é
somente mais um custo que as empresas devem tabular ao fim do mês. Saúde
Ocupacional é um benefício tanto para o
empregado quanto para o empregador.
Ao proporcionar aos funcionários de
uma empresa um ambiente qualificado e
sadio para a realização de suas tarefas, a
empresa recebe um funcionário que estará mais motivado a produzir, e em seu
trabalho não haverá influências ambientais para interromper sua produção.
Com uma avaliação clínica especializada na saúde do trabalhador, é possível
constatar se o candidato à vaga está em
totais condições para exercer as funções
que se dispõe ou se, após um período de
afastamento, o funcionário está realmente apto a voltar às atividades e até mesmo
verificar se a condição física do funcionário é qualificada para exercer novas
funções. Deve-se, com uma periodicidade
relevante a cada função, analisar as condições da saúde de cada trabalhador, e ao
fim da parceria entre empresa e funcionário verificar se a saúde dele continua da
mesma forma com a qual foi contratado.
Todos esses exames servem para acompanhar a saúde dos trabalhadores e para
resguardar a empresa em eventuais solicitações legais.
Todos os empregadores devem obser-
Por Dr. Arlei Xavier
var atentamente o ambiente físico de suas
instalações, tomando sempre medidas necessárias para colocar seus empregados
o mais distante possível de riscos físicos,
químicos, biológicos e ergonômicos.
Para saber realmente quais são esses riscos, deve-se realizar uma vistoria
com profissionais especializados em
Segurança do Trabalho, que levantarão
quais os riscos existentes em todos os
ambientes de sua empresa e indicarão ações a serem tomadas para evitar
a ocorrência de acidentes. Estas ações
vão desde mudança de lay-out da empresa até utilização de Equipamentos de
Proteção Individual – EPI – que devem
ser elaboradas por Técnicos de Segurança do Trabalho inscritos nas DRT de sua
região e Engenheiros de Segurança do
Trabalho filiados ao CREA.
Dr. Arlei Xavier – Contínua
CRM-MG 44424
Câncer de próstata
Por Dr. Américo Luiz de Oliveira Rezende
Segunda causa de morte por câncer entre os homens, só perdendo para o
de pulmão, o câncer de próstata registra
128 casos novos por dia, de acordo com
estimativa do Inca — Instituto Nacional
do Câncer. Só que, com o aumento da
expectativa de vida do brasileiro, há uma
tendência ao aumento do número de casos diagnosticados na mesma proporção.
Abordagem conservadora
O tratamento vai depender de cada
caso e pode ser feito com radioterapia,
cirurgia ou hormonioterapia. Os fatores
que definem o tipo de tratamento são
muito pessoais — alguns escolhem terapias agressivas que retiram parte da
próstata em torno da uretra, enquanto outros optam por abordagens mais
conservadoras. Urologistas reconhecem
que aumentou o número de homens que
procuram os consultórios especializados
para realização do exame diagnóstico
precoce da doença. No entanto, é importante incentivar os homens de meia
idade a deixarem o preconceito de lado e
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fazerem exames para descobrir possíveis
anormalidades na glândula.
Exame periódico
De acordo com os especialistas,
existem três tipos de prevenção. Primária,
quando se consegue determinar agentes
causais ou predisponentes, e afastandoos se evita a doença. Secundária, quando
o diagnóstico precoce permite que se tomem medidas curativas. Terciária, quando
a enfermidade já avançada impõe apenas
atitudes que evitam ou reduzam as complicações. No câncer de próstata tão
somente os dois últimos tipos de prevenção podem ser acionados. Também só é
possível pensar em cura quando o tumor
se encontra restrito à próstata. Para especialistas, praticamente todos os homens
terão câncer de próstata se viverem o suficiente para isso. Trata-se de uma doença
comum em idosos, mas a preocupação
maior é com a agressividade com que ela
ataca o órgão. Assim, muitos pacientes
vivem vinte anos com formas lentas da
doença, que tendem a ocorrer em ho-
Naturale
mens mais idosos. Nos mais jovens, a
enfermidade se torna mais agressiva, tornando-se, também, mais letal.
Sintomas
Presença de sangue na urina; necessidade freqüente de urinar, principalmente
à noite; jato urinário fraco; dor ou queimação ao urinar.
A próstata é um órgão do tamanho
de uma noz, mas com consistência de uma
castanha. Sua função é controlar a velocidade, força e freqüência da micção e da
ejaculação. Assim, regula o fluxo de urina e
do sêmen para o pênis. Se o tecido interior
da próstata crescer (hipertrofia), o caminho,
já estreito, torna-se ainda mais imprensado,
dificultando o ato de urinar. Quando isso
acontece, a bexiga não se esvazia totalmente, por isso a urina pode voltar para os rins,
causando infecções e lesões.
Apesar de sua gravidade, o câncer
de próstata pode ser tratado, preservando a qualidade de vida do homem.
Dr. Américo Luiz de Oliveira Rezende
Médico radiologista — Unimagem
maio/junho - 2010
Um sorriso com cuidado especial
Dra. Gracia Costa Lopes
O tratamento ortodôntico tem
por finalidade melhorar a saúde geral
da boca e conseguir um equilíbrio e
harmonia entre os dentes e o rosto,
produzindo um sorriso bonito e saudável.
Um sorriso agradável aumenta a
auto-estima e pode melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Uma dentição bem alinhada facilita a escovação e, consequentemente,
reduz a tendência de cáries e também
o desenvolvimento de doenças da gengiva e dos alvéolos (osso).
O mal alinhamento dos dentes
pode causar um estresse adicional aos
músculos de mastigação ocasionando
dores de cabeça, síndrome da ATM (articulação têmporo mandibular) além
de dores na região do pescoço, dos
ombros e das costas.
O tratamento ortodôntico torna a
boca mais saudável, proporcionando
uma aparência mais agradável e dentes com possibilidade de durar uma
vida inteira.
Tipos de aparelhos ortodônticos:
Aparelho Alinhador (Aparelho Invisalign)
Invisalign é a nova maneira invisível para alinhar dentes sem aparelhos.
Usa-se uma série de alinhadores transparentes e removíveis para gradualmente
alinhar dentes sem metal ou fios.
Invisalign usa tecnologia de imagem
3-D para descrever o plano completo
do tratamento, desde a posição inicial até a posição final desejada para
produzir cada série de alinhadores
“customizados”.
A ortodontia lingual é uma técnica para correção ortodôntica onde
a aparatologia é fixada na face lingual
dos dentes (interna, do lado da língua),
Aparelho Metálico
Os aparelhos fixos metálicos são
muito eficientes para movimentações
dentárias, alinhando, nivelando e engrenando os dentes.
possibilitando assim que o aparelho
não seja visto. Proporciona uma correção das maloclusões com um “aparelho
invisível”, evitando o desconforto visual do aparelho metálico convencional
para aqueles que desejam seu uso.
Aparelho Ortopédico
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Aparelho Lingual
Aparelho fixo:
Aparelho móvel:
Os aparelhos de ortopedia maxilar são muito úteis para o tratamento
ortodôntico em caso de desarmonia
esqueletal. Os aparelhos devem ser
usados integralmente, para que se obtenham alterações neuromusculares
e ósseas. Este tipo de aparelho atua
durante o período de crescimento,
inibindo ou estimulando o desenvolvimento das bases ósseas, ou ainda,
redirecionando uma tendência de crescimento desfavorável.
sua vez estão colados nos dentes. É assim que o arco movimenta os dentes.
Usando acessórios (molas e elásticos)
e dobras no arco, o ortodontista consegue fazer com que os dentes se
movimentem, corrigindo os problemas
estéticos e funcionais da boca.
Um tratamento com aparelho ortodôntico fixo dura em média de 24 a 36
meses, dependendo da reação individual do organismo do paciente. Alguns
casos mais complexos, ou no caso de
respostas biológicas individuais lentas
ou desfavoráveis, é comum se estender.
O aparelho fixo movimenta os
dentes pela aplicação de força. A peça
que é colada no dente é chamada de
braquet, é ele que permite que o ortodontista aplique uma determinada
força nos dentes através dos arcos e
acessórios. O arco é aquele fio metálico que passa pelos braquetes e é o
principal responsável pela movimentação dentária. Os arcos podem ter
calibres diferentes e ser de ligas metálicas diferentes também, dependendo
da função. As ligaduras são aquelas
borrachinhas coloridas que servem para fixar o arco aos braquetes, que por
Naturale
Aparelho Estético
Hoje em dia existem aparelhos (braquetes) fabricados com safira laboratorial,
policarbonato ou o policabonato reforçado com cerâmica, que se assemelham
com a coloração do dente natural. Estes são fabricados com os mesmos
parâmetros dos metálicos e podem ser
usados normalmente para tratar todos
os problemas ortodônticos.
maio/junho - 2010
Hummm....
o friozinho
vem chegando...
Por Dr. Ricardo Ciancio
As baixas temperaturas do inverno sul mineiro refletem não só em nós
humanos como também nos animais. Muitas vezes esses reflexos são negativos, pois deprimem o sistema imunológico deixando os animais vulneráveis aos
micro-organismos (bactérias, fungos, vírus) causadores de diversas doenças.
Cães e gatos são espécies comumente abaladas pelo frio, e é frequente
o aumento da incidência de algumas doenças nestes animais durante o inverno,
principalmente as que atingem o aparelho
respiratório. Seus sinais clínicos lembram
o resfriado humano como tosse, espirro,
falta de apetite e febre.
Entre os cães o perigo é conhecido
como “tosse dos canis” ou “gripe canina”,
denominada cientificamente traqueobronquite infecciosa canina. A melhor forma
de prevenção da traqueobronquite é por
meio da vacinação anual. Os filhotes sofrem mais com a traqueobronquite e se
não tratados podem chegar a desenvolver
pneumonia.
No mercado existem vacinas com
valencia para os agentes envolvidos na
traqueobronquite infecciosa canina, especificamente a Bordetella bronchiseptica e o
vírus da parainfluenza canina.
No caso dos felinos deve ser citada
a rinotraqueíte. Alguns cuidados simples
podem ajudar o seu bichano a se proteger
da doença. Nas noites frias, por exemplo, deixe-o dormir dentro de
casa ou ofereça um abrigo que seja quente e que o proteja do frio
e de ventos. A vacinação, vacina felina Tríplice, é a melhor maneira
de evitar transtornos maiores, como uma pneumonia bacteriana.
O sistema respiratório pode ser tido como o mais sensível às
mudanças climáticas, porém não só as doenças respiratórias são
comuns no inverno. Por exemplo, a parvovirose, ou enterite canina
parvoviral, é uma doença com maior incidência no inverno, pois
as características climáticas desta estação favorecem a presença
deste vírus no ambiente.
Esta doença se estabelece principalmente no sistema digestivo,
eleva a temperatura, causa vômito e diarréia escura, sanguinolenta
e fétida. A melhor maneira de prevenir seu animal da parvovirose
também é através de vacinação. Para a prevenção da paravovirose
são administradas vacinas especificamente preparadas, classificadas como de vírus vivo atenuado e conhecidas como V-8 ou V-10.
Esteja sempre atento aos seus animais e caso notar tosse/espirro, corrimento nasal, secreções oculares, perda de apetite ou de
peso, febre ou qualquer outra alteração ou comportamento anormal, leve seu animal ao médico veterinário.
Para possibilitar uma relação amigável e saudável entre proprietário e seu animal é muito importante manter os animais bem
alimentados, bem abrigados, vermifugados e vacinados.
Dr. Ricardo Ciancio
CRMV-MG 10.894
A Resgacti (Rede Solidária entre Grupos Ambientais, Culturais e Trabalhos
Intelectuais) está com a Campanha “Tratar de animal é legal”.
A campanha visa a adoção de cães e gatos, bem como arrecadação de fundos
para castração, vacinação e vermifugação dos animais recolhidos da rua.
Participe desta corrente pelo bem! Informações: (35) 3622-7888 / 9945-0494
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Naturale
maio/junho - 2010
UNIFEI faz teste de Centrífuga para
tratamento de água e óleo
Por Luiz Otávio Coutinho
Pequenas ações individuais são a maior
força transformadora que se conhece. Ter
uma atitude consciente em relação aos nossos hábitos de consumo é a melhor (e talvez
única) maneira de se mudar o mundo.
Economize água, luz, recicle seu lixo,
faça a sua parte e ajude a construir um futuro para todos.
Que você consiga transformar tudo o
que está dentro e fora de você.
Apague todas as luzes que não utiliza,
abra as janelas, desligue o ar condicionado
e utilize conscientemente o chuveiro e o
ferro de passar.
Viva melhor!
Fábio Yabu
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O professor Marcos Aurélio
de Souza, da Unifei, junto a
centrífuga de fluxo contínuo
para a limpeza de águas oleosas, a primeira disponível no
mercado nacional.
O Núcleo de Separadores Compactos (Nusec), do Instituto de Engenharia
Mecânica da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), composto pelos professores Marcos Aurélio de Souza e Luiz Fernando Barca, está desenvolvendo uma
centrífuga de fluxo contínuo para a limpeza de águas oleosas, sendo a primeira
disponível no mercado nacional.
O equipamento vem sendo estudado nas instalações da UNIFEI em parceria
com a Petrobrás, cujo convênio vigora desde 1996, permitindo a qualificação em
diversas áreas operacionais, com diferentes tipos de óleos pesados, bem como
um estudo para melhor desempenho com o petróleo nacional.
Para o meio ambiente o equipamento também é importante, pois ele separa
o óleo da água e a devolve para a natureza três vezes mais pura do que o necessário para descarte, além da valorização comercial do óleo que fica mais limpo.
A fase atual consta do desenvolvimento de potenciais fornecedores do equipamento para a Petrobras, uma vez que a tecnologia de separação centrífuga
aplicada ao processamento primário é bem conhecida pelo grupo da UNIFEI.
Os anos de atividades ligadas ao processamento de petróleo levaram a formação e consolidação de um grupo multidisciplinar de professores e alunos da
Universidade com alta capacitação em experimentos com sistemas dispersos,
óleo pesado / água, particularmente na geração controlada e na caracterização
de emulsões de óleo em água e água em óleo.
Também estão envolvidos áreas de controle, aquisição de dados e medição
dos diversos parâmetros no desenvolvimento e avaliação de sistemas de processamento primário, pontos fortes da equipe de pesquisadores da UNIFEI.
Naturale
maio/junho - 2010
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Naturale
maio/junho - 2010
Terra nossa de cada dia
Maria de Lourdes Maia Gonçalves
Pare um pouco... Pense na beleza e grandiosidade do Universo. Na infinidade de astros que se movimentam em suas órbitas com absoluta precisão
a caminhar em diversas velocidades, sem, no entanto, se chocar uns nos
outros. Imagine o planeta Terra na vastidão imensurável do espaço cósmico
a girar, ininterruptamente, em torno de si mesmo, em torno do sol e, ao mesmo tempo, atento ao limite de sua trajetória no espaço que lhe foi reservado
na Via Láctea. Isto é maravilhoso!
Imagine os continentes, seus países, o que sentem os filhos da Terra na
condição de viajantes espaciais, moradores de um planeta dominado pelas
águas, que abriga em seu solo um paraíso preparado com o esmero de uma
mãe amorosa.
Foto: Geraldo Gomes — Retiro das Pedras/MG
Imagine ainda, como cada habitante se sente diante do estrago feito ao
planeta azul. Você deve imaginar que alguns se sentem incomodados e nada
mais do que isto; outros negligenciam os cuidados com a preservação ambiental
e, por consequência, com sua própria vida. Todavia, existem aqueles que estão
interessados em proteger o planeta e os seres que nele fizeram sua morada.
Descontente você pergunta, na ânsia de obter uma resposta.
— Por que algumas pessoas demonstram total indiferença em relação
à crise ecológica que tende a se agravar, a indicar a urgência de um trabalho
amplo de educação ambiental? As alterações provocadas pelos maus tratos
à Terra não preocupam tais pessoas? Continuarão a ter as mesmas atitudes
insensatas, como se a natureza fosse apenas uma fonte de recursos a suprir
inesgotáveis cobiças?
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Naturale
A preocupação com o desenvolvimento
sustentável vem à tona e você faz um alerta.
— A tecnologia precisa se unir à natureza!
— E mesmo que não se queira pensar em
questão de tamanha importância em âmbito
global, há de se entender que a natureza de seu
bairro, de sua cidade, de seu país não pode mais
esperar. Corrigir o que se fez de maneira equivocada faz-se necessário e urgente. Pense nisso.
Verá que os impactos ambientais negativos
produzidos pelo homem se repetem diariamente.
Verá que em sua cidade, em seu país e no mundo,
existem os negligentes, os céticos; existem aqueles que veem os recursos naturais como meras
fontes de recursos a serem exploradas e que jamais se esgotarão. É uma pena...
Você se encoraja e faz um apelo.
— Filhos da Terra, o belo e sofrido planeta
azul pede socorro!
Depois, suplica em alta voz, para o mundo
inteiro ouvir.
— Moradores do planeta azul, dediquem
à Terra o mesmo zelo que dispensam aos seus
lares; o amor que sentem pela terra natal e o
sentimento cívico com que reverenciam suas nações. Porque a Terra é o solo natal de todos os
seres que com ela caminham pelo espaço, numa
sequência de luzes e de sombras, com a certeza
dos dias e das noites.
E dirá, com emoção, a grande verdade da
qual jamais deveríamos nos esquecer.
— Somos parte do Universo e a Terra é a
nossa casa!
Maria de Lourdes Maia Gonçalves. Autora do livro Frestas.
Membro titular da Academia Itajubense de Letras e do Clube
dos Escritores de Piracicaba. Premiada em concursos literários,
destacam-se: 8ª e 9ª Edições do Concurso Internacional de
Poesia, Prosa e Arti Figurative da Accademia Internazionale Il
Convivio – Itália; 25ª e 26ª Edições do Concurso Internacional
Literário das Edições AG - São Paulo/SP; Concurso de Contos
do Instituto Popular de Arte-Educação - Porto Alegre/RS; entre
outros.
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