Campus Criciúma

Transcrição

Campus Criciúma
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ORGANIZADORES DO EVENTO
Andrea Murillo Betioli
Lucas Dominguini
Marcelo da Cunha
Michele Alda Rosso Guizzo de Souza
Pedro Rosso
APOIO
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc)
Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPPGI)
Pró-Reitoria de Extensão e Relações Externas (PRERE)
DeltaPrint
Tridéz
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma, foi realizado
entre os dias 16 e 18 de novembro de 2011, sendo organizado pelo Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha catalográfica elaborada por Michelle Pinheiro – Bibliotecária CRB14/799
S471a
Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC Campus Criciúma
(1. : 2011 : Criciúma, SC)
Anais [recurso eletrônico] / 1. Seminário de Pesquisa, Extensão e
Inovação do IF-SC Campus Criciúma, SEPEI. – Criciúma : IF-SC, 2011.
218 p.
Suplemento da Revista Técnico-Científica do IF-SC (ISSN 2175-5302)
1. Pesquisa. 2. Iniciação científica. 3. Inovação. I. Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina . II. SEPEI. III. Título.
CDD (21.ed.) 001.4
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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
APRESENTAÇÃO
O 1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IF-SC), Campus Criciúma (1º SEPEI),
foi realizado entre os dias 16 e 18 de novembro de 2011nas dependências do Campus
Criciúma, SC. Teve por objetivo, proporcionar um espaço de divulgação e de reflexão
sobre a produção científica em pesquisa, extensão e inovação realizada por estudantes
de nível médio, pós-médio e superior de diversas Instituições de Ensino da Região Sul de
Santa Catarina, nas diversas áreas do conhecimento e suas tecnologias. Além disso, visa
estimular os estudantes a participarem de projetos de pesquisa, extensão e inovação,
como formas de ampliarem sua formação acadêmica e profissional.
O 1º SEPEI recebeu a proposição de apresentação de 116 trabalhos, que
foram avaliados por mais de 40 pareceristas. Destes, 107 foram selecionados para
apresentação no evento, sendo 89 na área de pesquisa e inovação e outros 18 na área
de extensão.
Os trabalhos tiveram como origem, além do IF-SC, diversas instituições da
região sul catarinense (Esucri, IMG, UFSC, Unesc, Unibave, Unisul) e também do Estado
do Paraná, de onde vieram trabalhos do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Paraná (IFPR).
Para o 1º SEPEI, procurou-se organizar uma intensa programação para
contemplar as diversas áreas do conhecimento. Durante as 28 horas do evento,
realizaram-se sete minicursos, nove sessões de apresentação oral com 45 trabalhos,
duas conferências e uma mesa redonda, além das sessões de apresentação de pôster,
que contou com a participação de todos os 107 trabalhos selecionados.
Na conferência de abertura teve como objetivo demonstrar a articulação entre
ciência, tecnologia e sociedade e foi ministrada pelo Prof. Dr. Walter Antônio Bazzo, da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A conferência de encerramento abordou
a importância da pesquisa básica para a inovação tecnológica e foi ministrada pelo Prof.
Dr. Márcio Antônio Fiori, da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Na mesa
redonda, debateu-se o quanto a pesquisa, a extensão e a inovação são fundamentais
para a formação técnica dos alunos e dela participaram como debatedores os professores
Dr. Amir Antônio Martins de Oliveira Júnior, da UFSC, Dr. Clóvis Antônio Petry, do IF-SC.
e Dr. Márcio Roberto da Rocha, da UNESC.
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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
A Comissão de Organização agradece a todos aqueles que, de uma forma ou
de outra, auxiliaram na realização, contribuindo para engrandecer o evento. Em especial,
aos autores dos trabalhos, aos pareceristas, aos palestrantes, aos que ministraram cursos
de curta duração, aos alunos bolsistas, à Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do
Estado de Santa Catarina (Fapesc), à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e
Inovação (PRPPGI) e a Pró-Reitoria de Extensão e Relações Externas (PRERE) do IFSC.
Comissão organizadora
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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
COMISSÃO ORGANIZADORA
Profa. Dra. Andrea Murillo Betioli
Prof. Me. Lucas Dominguini
Profa. Ma. Michele Alda Rosso Guizzo de Souza
Prof. Me. Pedro Rosso
Técnico Marcelo da Cunha
BOLSISTAS COLABORADORES
Jaqueline Fortuna
Kamila Biazoto
Jéssica Alves Marques
Luís Henrique De Biasi
Joelma Rzatki Maximiano
PARECERISTAS
Ademir Damazio
Giani Rabelo
Adilson Jair Cardoso
Jéferson Luis de Azeredo
Adriano Antunes Rodrigues
Kenji Fuke
Adriano Michael Bernardin
Ledina Lentz Pereira
Albertino Della Giustina
Leopoldo Pedro Guimarães Filho
Andrea Murillo Betioli
Lucas Dominguini
Ângela Beatriz Coelho Arnt
Luciano Antunes
Ângela Costa Piccinini
Márcio Watanabe
Bernardo Brasil Bielschowsky
Maria de Loudes Milanez Goularte
Claus Troger Pich
Maristela Gonçalves Giassi
Clodoaldo Machado
Michele Alda Rosso Guizzo de Souza
Clóvis Antônio Petry
Milena de Mesquita Brandão
Édina Regina Baumer
Milena Titoni
Edison Uggioni
Olivier Allain
Eliane Pozzebon
Patrícia de Aguiar Amaral
Elisa Flemming Luz
Paulo Rômulo de Oliveira Frota
Everthon Sica
Pedro Rosso
Fábia Liliã Luciano
Rafael Rivelino da Silva Bravo
Fábio Alexandre de Souza
Sandra Margarete Bastianello Scremin
Fábio Evangelista Santana
Vidalcir Ortigara
Fernando José Garbuio
Vinicius Jacques
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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PROGRAMAÇÃO DO EVENTO
DATA
HORA
ATIVIDADE
19:00
Solenidade
de Abertura
19:30
Conferência
de Abertura
TEMA
PALESTRANTE(S)
Articulando Ciência, Tecnologia e Sociedade
Dr. Walter Antônio Bazzo (UFSC)
Minicurso 01: Uso de simulação computacional
no projeto de sistemas pneumáticos
Me. Rafael Rivelino da Silva
Bravo (IF-SC)
Minicurso 02: Acessibilidade para pessoas com
deficiência e Inclusão: passado, presente e
perspectivas para futuro
Ma. Milena de Mesquisa Brandão
(IF-SC)
111 – 1º
Andar
Minicurso 03: Extração e Caracterização de
Indicadores Naturais
Me. Lucas Dominguini (IF-SC)
Lab.
Química
Minicurso 04: Desmitificando o amianto –
fabricação de telhas de fibrocimento.
Dra. Andrea Murillo Betioli (IFSC)
16/11
LOCAL
Auditório
08:00
Minicursos
2º Andar
115
Mesa 04: Pesquisa – Tecnológicas I
14:00
1º Andar
Apresentações Orais
116
Mesa 07: Extensão I
1º Andar
111
Mesa 08: Extensão II
17:00
Apresentações Pôster
Trabalhos de Número Par
19:30
Mesaredonda
Os desafios para realizar pesquisa, extensão e
inovação na educação profissional e tecnológica
08:00
Minicursos
1º Andar
Hall de
Entrada
Dr. Amir Antônio Martins de
Oliveira Jr. (UFSC), Dr. Clóvis
Antônio Petry (IF-SC), Dr. Márcio
Roberto da Rocha (UNESC)
Auditório
Minicurso 04: Desmitificando o amianto –
fabricação de telhas de fibrocimento.
Dra. Andrea Murillo Betioli (IFSC)
1º Andar
Minicurso 05: Compreensão de textos e
legibilidade textual
Nair Resende (IF-SC)
Minicurso 06: Sistemas de aquecimento de água
residencial e o ASBC (aquecedor solar de baixo
custo)
Felipe Marques (UFSC)
Minicurso 07: “Se Movimentar” na Educação
Infantil: da teoria à prática.
Luciana Mara Spíndola Santos
Apresentações Orais
111
1º Andar
116
1º Andar
211
2º Andar
1º Andar
115
Mesa 03: Pesquisa – Educação II
14:00
115
111
Mesa 01: Pesquisa – Ciências Biológicas
18/11
115
1º Andar
212
Mesa 02: Pesquisa – Educação I
17/11
Lab.
Mecatrônica
1º Andar
116
Mesa 05: Pesquisa – Tecnológicas II
1º Andar
211
Mesa 06: Pesquisa – Tecnológicas III
2º Andar
Mesa 09: Extensão III
212 – 2º
Andar
Hall de
Entrada
17:00
Apresentações Pôster
Trabalhos de Número Ímpar
19:30
Conferência
de Encerramento
Desenvolvimento Científico e Tecnológico: da
pesquisa básica à inovação
Dr. Márcio Antônio Fiori (UNESC)
Auditório
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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
SUMÁRIO
CONFERÊNCIA DE ABERTURA
ARTICULANDO CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE .............................................................................................. 15
Walter Antônio Bazzo
MESA REDONDA
OS DESAFIOS PARA REALIZAR PESQUISA, EXTENSÃO E INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA ................................................................................................................................................................ 16
Amir Antônio Martins de Oliveira Júnior
Márcio Roberto da Rocha
Clóvis Antônio Petry
CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO
DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO: DA PESQUISA BÁSICA À INOVAÇÃO ................................... 18
Márcio Antônio Fiori
MINICURSOS
ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO: PASSADO, PRESENTE E PERSPECTIVAS
PARA FUTURO ................................................................................................................................................................ 20
Milena de Mesquita Brandão
COMPREENSÃO DE TEXTOS E LEGIBILIDADE TEXTUAL ........................................................................................... 20
Nair Resende
DESMITIFICANDO O AMIANTO – FABRICAÇÃO DE TELHAS DE FIBROCIMENTO .................................................... 20
Andrea Murillo Betioli
EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE INDICADORES NATURAIS .............................................................................. 21
Jéssica Alves Marques, Kamila Biazoto, Lucas Dominguini
“SE MOVIMENTAR” NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DA TEORIA À PRÁTICA ..................................................................... 21
Luciana Mara Espíndola Santos
SISTEMAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA RESIDENCIAL E O ASBC (AQUECEDOR SOLAR DE BAIXO CUSTO) .... 21
Felipe Marques Santos, Rogério Gomes de Oliveira
USO DE SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL NO PROJETO DE SISTEMAS PNEUMÁTICOS .......................................... 22
Rafael Bravo
TRABALHOS DE PESQUISA
LIGAS DA BONDADE NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DO SUL DE SANTA CATARINA (1953 a 1970):
PRESCREVENDO REGRAS DE CIVILIDADE ................................................................................................................. 24
Mariane Rocha Niehues, Giani Rabelo
GASTRÓPODES TERRÍCOLAS NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA COSTÃO DA SERRA, SIDERÓPOLIS, SANTA
CATARINA, BRASIL ......................................................................................................................................................... 25
Pedro Rosso, Silvestre Macarini Darolt
PRINCÍPIOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA ABORDAGEM HISTÓRICO-CULTURAL PARA O PROCESSO DE
ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................. 28
Julian da Silva Euzebio, Josélia Euzébio da Rosa, Ademir Damazio
A TENDÊNCIA PEDAGÓGICA ADOTADA PELO PROFESSOR DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL ...... 29
Daniela Fernandes Pacheco, Ledina Lentz Pereira
FUNDAMENTOS MATEMÁTICOS DAS PROPOSIÇÕES DIDÁTICAS DE DAVYDOV ................................................... 30
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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Lucas Sid Moneretto Burigo, Ademir Damazio, Josélia Euzébio da Rosa
PENTATOMOIDEA (HEMIPTERA: HETEROPERA) EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA DE
TERRAS BAIXAS, ARARANGUÁ (SC) ............................................................................................................................. 32
Catiana Perin, Pedro Rosso, Luiz Alexandre Campos
EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO SOBRE A VIA mTOR/p70S6k EM MIOCÁRDIO DE ANIMAIS OBESOS ........... 35
Schérolin de Oliveira Marques, Marcelo Fontana Vitto, Patrícia Acordi Cesconetto, Thaís Fernandes Luciano, Daniela
Roxo de Souza, Cláudio Teodoro de Souza
O MOVIMENTO CONCEITUAL NAS PROPOSIÇÕES DO SISTEMA DE ENSINO DE DAVYDOV ................................ 36
Daiane de Freitas, Ademir Damazio, Josélia Euzébio da Rosa, Marlene Beckhauser de Souza Böger
O PROCESSO DE PRODUÇÕES DOS PROFESSORES NA ATIVIDADE DE ENSINO DE MATEMÁTICA NAS SÉRIES
INICIAIS ............................................................................................................................................................................ 37
Fernanda Gava Hoepers, Lucas Vieira Lemos, Ademir Damazio, Ledina Lentz Pereira
OS TRÊS LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA MAIS UTILIZADOS NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE CRICIÚMA ....................................................................... 39
Ester de Souza Bitencourt Alves, Josélia Euzébio da Rosa, Ademir Damazio
SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE POLI-{ESTIRENO-CO-4-VINILPIRIDINA} SULFONADO PARA APLICAÇÃO
COMO ELETRÓLITO ........................................................................................................................................................ 41
Danila Ferreira Niero, Mosart Ferrari dos Santos, Luis Philipe Spricigo, Bárbara Lumertz Santana, Marcos Marques
da Silva Paula, Luciano da Silva
ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE ANTOCIANINAS COMO INDICADORES NATURAIS ........................................ 42
Jéssica Alves Marques, Kamila Biazoto, Luís Henrique de Biasi, Lucas Dominguini
ESTRUTURAÇÃO DO CONTEÚDO FÍSICA MODERNA NOS LIVROS DIDÁTICOS DO PNLD 2012. ........................... 45
Joelma Rzatki Maximiano, Leonel Cardoso, Lucas Dominguini
EFEITO DA RETRAÇÃO DO ENGOBE SOBRE A CURVATURA EM MASSAS DE PORCELANATO ESMALTADO .... 48
Eduardo Bergmann Nunes, Gustavo Morona Machado Ferreira, Helena De Zan Baggio, Tainara Pereira Jung,
Maykon Cargnin
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NO SISTEMA DE ENSINO D.B. ELKONIN – V. V. DAVYDOV .................................... 51
Taís da Silva Huggentobler, Ana Lúcia da Silva Guimara, Ademir Damazio, Eloir Fátima Mondardo Cardoso, Josélia
Euzébio da Rosa
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E DE MONTAGEM PARA A CONSTRUÇÃO DE UM CARRO-CADEIRA DE RODAS
PARA CORRIDA POR GRAVIDADE ................................................................................................................................ 53
Rafael Camilo Rodrigues, Jonas Duarte, Magno Oliveira Homem, Fábio Evangelista Santana
ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DO GERENCIAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA VIA WEB ....................... 55
Camilla Goulart, Gustavo Marcos de March, Matheus da Rosa Torres, Moisés Teixeira, Murilo Vanderlind, Renata de
Bittencourt, Ramon Casagrande Oening, Reginaldo Tassi
OPACIFICADORES DE ENGOBES CERÂMICOS ........................................................................................................... 58
Beatriz Feltrin Canever, Felipe Feltrin Zanellatto, Jaquelline Pereira Sartor, Priscila Caroline de Oliveira, Jucilene
Feltrin
ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO DE UM ACESSÓRIO PARA CADEIRA DE RODAS PARA FACILITAR A
AUTONOMIA E A SEGURANÇA DE SEUS USUÁRIOS .................................................................................................. 61
André Ferreira de Souza, Carlos Rogério Silva da Rosa Júnior, Fábio Evangelista Santana, João Paulo Bernardo da
Conceição
EQUIPAMENTO PARA PRODUÇÃO DE PLACAS DE FIBROCIMENTO EM LABORATÓRIO ....................................... 64
Andrea Murillo Betioli, Vanderley M. John, Rafael G. Pileggi
PERSPECTIVAS PARA UMA ATUAÇÃO EMANCIPATÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA EM CRECHES .......................... 67
Luciana Mara Espíndola Santos
RECEPÇÃO, LANÇAMENTO E TRAJETÓRIA DO INSTRUMENTO: O TRIPÉ QUE COMPÕE O FUNDAMENTO
PASSE NOS ESPORTES COLETIVOS............................................................................................................................ 69
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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Milaine Euzébio da Rosa, Vidalcir Ortigara, Ademir Damazio
ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA DE HANS BROOS........................................................................................................ 71
Bernardo Brasil Bielschowsky
SÍNTESE DE DERIVADOS DE METFORMINA VIA MICRO-ONDAS DOMÉSTICO ........................................................ 73
Henrique Teza Bernardo, Adinan Moraes Hendler, Marcos Marques da Silva de Paula, Patrícia de Aguiar Amaral
O PROCESSO ENSINO–APRENDIZAGEM A PARTIR DA PROPOSTA DIDÁTICA ELKONIN-DAVIDOV NO 1º ANO DO
ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE CRICIÚMA ..................................................................... 76
Elaine Vieira Banhara, Ademir Damázio, Viviane Raupp Nunes de Araújo, Josélia Euzébio da Rosa, Ana Lucia
Guimara, Josiani Barboza Brunelli
GESTÃO DEMOCRÁTICA NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE CRICIÚMA: PERSPECTIVAS ................................ 77
Mileidi Formaeski Tereza Ferreira, Antonio Serafim Pereira
ASPECTOS RELEVANTES AO ZONEAMENTO URBANO EM CRICIÚMA – COM BASE NOS PLANOS DIRETORES
ANTERIORES E ATUAL ................................................................................................................................................... 78
Lucas Cechinel da Rosa
REVISÃO DO ENSINO DA RADIOATIVIDADE NO ENSINO MÉDIO .............................................................................. 81
Fábio Dominguini, Glenda Clemes, Olivier Allain
O CONCEITO DE IMAGINÉTICO DESENVOLVIDO NAS EPISTEMES PEDAGÓGICAS COMO MOVIMENTO AO
PENSAMENTO CIENTÍFICO ............................................................................................................................................ 83
Jéferson Luis de Azeredo
FORMAÇÃO CULTURAL BRASILEIRA: (DES)CRIMINALIZAÇÃO DA CAPOEIRA NOS CÓDIGOS DE 1890 E 1940 .. 84
Jéferson Luiz Azeredo, Jhonata Goulart Serafim
CONTRIBUIÇÕES DO ENSINO FORMAL NO COMBATE À DENGUE ........................................................................... 86
Elisabeth da Silva Veronêz, Maristela Gonçalves Giassi, Paulo Rômulo de Oliveira Frota
ANÁLISE DE RISCO DE UM SISTEMA EMERGENCIAL ELETRO-HIDRÁULICO DE REGULAÇÃO DE VELOCIDADE
DE TURBINAS DE CENTRAIS HIDROELÉTRICAS ......................................................................................................... 87
Rafael R. S. Bravo
A PRÁTICA NA SALA DE AULA: IDENTIFICANDO A PRESENÇA DE PROTEÍNAS NOS ALIMENTOS ....................... 90
Luciane de Oliveira Silva, Maristela Gonçalves Giassi, Miriam da Conceição Martins, Paulo Rômulo de Oliveira Frota
A UNIÃO DOS ESTUDANTES SECUNDÁRIOS DE CRICIÚMA E AS BANDEIRAS DEFENDIDAS PELO MOVIMENTO
ESTUDANTIL DE 1959 A 1968 NA CIDADE .................................................................................................................... 91
Marli Paulina Vitali
PROCESSO EDUCACIONAL NA ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL DE SANTA CATARINA: MULHERES POLICIAIS E
RELAÇÕES DE GÊNERO ................................................................................................................................................ 92
Maria Aparecida Casagrande
DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE VIDROS BACTERICIDAS E FUNGICIDAS CONTENDO ESPÉCIES
2+
DE Zn PARA APLICAÇÃO COMO ADITIVO ANTIMICROBIANO ................................................................................. 93
Magliani P.Fernandes, Elton Mendes, Camila M. Oliveira, Márcio A. Fiori
AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES RETARDANTES DE CHAMA DE HIDRÓXIDOS DE MAGNÉSIO E ALUMÍNIO
COM FIBRA DE VIDRO EM POLIPROPILENO ................................................................................................................ 94
Juliani Conti Martins, Karina Martinello, Mariana Borges Polla, Magliani Patel Fernandes, Lucas Dominguini, Márcio
Antônio Fiori
SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE UM COMPLEXO DE COBRE (II) COM ÁCIDO SALICÍLICO ................................ 97
1
2
Willian Galdino Lunardi, Suzana Cimara Batista ........................................................................................................ 97
INTERRUPÇÃO ESCOLAR: ESTUDO DE CASO NO IF-SC/ CAMPUS SÃO JOSÉ ....................................................... 98
Maria Luisa Hilleshein de Souza, Tatiele Fontella Pompeu
ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DA REAÇÃO ENTRE COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO E OS ÓXIDOS DE NITROGÊNIO
(NOX) – MODELAGEM SINTÉTICA BIOINORGÂNICA COM VISTAS AMBIENTAL ..................................................... 100
9
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Natália Cândido Homem, Suzana Cimara Batista
EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO CULTURAL E SOCIEDADE NO PENSAMENTO DE THEODOR W. ADORNO ................. 101
Rosa M. R. Lourenço, Alex S. da Silva, Giselle de Campos Rocha Kulakauskas
A INFLUÊNCIA DA FILTRAÇÃO ADICIONAL EM EXAMES RADIOLÓGICOS NA QUANTIDADE DE KERMA NO AR 102
Flávio Augusto Penna Soares, Bianca de Freitas, Maria Eduarda Fernandes da Costa
DETERMINAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA ANGULAÇÃO ANÓDICA NA PRODUÇÃO DO FEIXE DE RADIAÇÃO X ...... 104
Flávio Augusto Penna Soares, Maria Eduarda Fernandes da Costa, Bianca de Freitas
CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I: INVESTIGANDO AS DIFICULDADES DOS ACADÊMICOS DOS CURSOS
DE ENGENHARIA DA UNESC POR MEIO DA MONITORIA ON-LINE.......................................................................... 106
Jose Victor Martins, Elisa Netto Zanette
O USO DA FERRAMENTA “GOOGLE TRANSLATE” PARA TRADUÇÃO COM FINS DE ESTUDOS .......................... 107
Nair Rodrigues Resende
REAÇÕES QUÍMICAS EM GASES: COMBUSTÍVEIS E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ................................................... 109
Denner Joelso Antoniacomi, Adriano Willian da Silva
PROJETO FÊNIX: DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTOS PARA AUXILIAR BUSCA E RESGATE EM
ESTRUTURA COLAPSADA ........................................................................................................................................... 110
Jeferson Maciel Breganholi, Odair Francisco Bortoluzzi, Luís Carlos Radin
GEOPOLÍMEROS OBTIDOS A PARTIR DE CINZAS DE CARVÃO MINERAL ............................................................. 111
Eduardo Sitta Blissari, Luis Philipe Spricigo, Viviana Conte, Edison Uggioni, Adriano Michael Bernardin
PRINCÍPIOS DIDÁTICOS ............................................................................................................................................... 113
Gisele Mezzari Silveira, Josiane Cruz Goularte, Solange Freitas Gomes, Ademir Damazio, Josélia Euzébio da Rosa
ANÁLISE DOS EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS EM CRICIÚMA (SC) QUE OBTIVERAM CERTIDÃO DE HABITE-SE NO
PERÍODO 2004–2011 ..................................................................................................................................................... 114
Daniele Prudêncio Felizardo, Pedro Rosso
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE ESPACIAL NA E.M.E.I.E.F. FILHO DO MINEIRO
(CRICIÚMA/SC) POR MEIO DA UTILIZAÇÃO DE CHECK LIST ................................................................................... 117
Diego Figueiredo Viana, Tatiane de Souza Silvestre, Milena de Mesquita Brandão
O ESTADO DA ARTE DA OBRA DE DAVYDOV NA LÍNGUA INGLESA ....................................................................... 120
Alexsander Estevam Pereira, Ademir Damazio, Josélia Euzébio da Rosa
APROPRIAÇÃO DE CONCEITOS MATEMÁTICOS: POSSIBILIDADES DE ENSINO PARA OS ALUNOS DO 6º E 7º
ANOS DO COLÉGIO UNESC ......................................................................................................................................... 122
Jaqueline Ronchi Martinello, Antonio Serafim Pereira, Eloir Fátima Mondardo Cardoso ........................................... 122
LEVANTAMENTO COMPARATIVO DA QUALIDADE DE VIDA DOS DOCENTES DO ENSINO MÉDIO DA REDE
PÚBLICA ESTADUAL DE CRICIÚMA E ORLEANS (SC)............................................................................................... 123
PAIM, Tatieli Dagostim, CRISTIANO, Marta Adriana da Silva
CAMINHOS DA ELETRICIDADE: DA GERAÇÃO AO CONSUMO ................................................................................ 127
Breno Pereira Dela Bruna, Gabriel Goulart Nandi, Gabrio Peyrot, Gillian da Luz, Mateus Bortolatto, Pedro Henrique Di
Francia Rosso, Tales Alfredo Cittadin, Reginaldo Tassi
INTERESSES E/OU NECESSIDADES EDUCACIONAIS DOS ALUNOS DAS ESCOLAS NOTURNAS DE ARARANGUÁ
(SC) ................................................................................................................................................................................. 130
Aline Coêlho dos Santos, Soraia Soares da Luz, Paulo Rômulo de Oliveira Frota
METODOLOGIAS UTILIZADAS POR PROFESSORES PARA MINISTRAR AULAS DE CIÊNCIAS EM ESCOLAS DA
REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE CRICIUMA (SC) ........................................................................................................ 131
Soraia Soares da Luz, Maristela Gonçalves Giassi, Paulo Rômulo de Oliveira Frota, Maria de Lourdes Milanez
Goularte, Miriam da Conceição Martins
DESENVOLVIMENTO DE VEÍCULOS INDIVIDUAIS DE DUAS RODAS DE BAIXO CUSTO ECOLOGICAMENTE
CORRETOS – ARIBOS .................................................................................................................................................. 132
10
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Marcos Aurélio Ribeiro Passos Filho, Anderson Soares André
OBTENÇÃO DE COMPOSTOS QUÍMICOS BIOATIVOS A PARTIR DE BIOCATÁLISE ............................................... 135
Juliana Tomasi, Patricia Amaral, Lais Vaz, Gabriel Hahn Hendler, Eduardo João Agnes
UM CONTROLADOR RST ADAPTATIVO DIGITAL COM IDENTIFICAÇÃO POR MÍNIMOS QUADRADOS RECURSIVO
E SINTONIA POR ALOCAÇÃO DE POLOS ................................................................................................................... 137
Werther Alexandre de Oliveira Serralheiro
ELETRÓLITOS NANOCOMPÓSITOS BASEADOS EM CÉRIA DOPADA E CARBONATOS PARA PILHAS A
COMBUSTÍVEL .............................................................................................................................................................. 140
Marcelo T. Souza, Filipe M. H. L. R. Figueiredo, Fernando M. B. Marques
MODELAGEM BIOMIMÉTICA COM COMPLEXOS DE METAIS DE TRANSIÇÃO: UM ESTUDO DA METALOENZIMA
GALACTOSE OXIDASE ................................................................................................................................................. 143
Priscila Felippe Modolon, Suzana Cimara Batista
PROPOSIÇÕES DIDÁTICAS DE DAVYDOV PARA A INTRODUÇÃO DO SISTEMA DOS NÚMEROS NATURAIS .... 144
Cristina Felipe de Matos, Josélia Euzébio da Rosa, Ademir Damazio
ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE NA DIMINUIÇÃO DA
SINALIZAÇÃO DA VIA PRÓ-INFLAMATÓRIA E MELHORA DA SENSIBILIDADE À INSULINA NO TECIDO HEPÁTICO
DE CAMUNDONGOS ..................................................................................................................................................... 145
Patricia Acordi Cesconetto, Marcelo Fontana Vitto, Scherolin Oriques Marques,Thais Fernandes Luciano, Daiane da
Silva Zeferino, Daniella Roxo de Souza, Gabrielle da Luz, Claudio Teodoro de Souza
AVALIAÇÃO DE ESTRESSE OXIDATIVO EM PACIENTES PORTADORES DE DISTROFIAS MUSCULARES
PROGRESSIVAS ............................................................................................................................................................ 146
Meriene Viquetti de Souza, Gisiane Mathia Bareta, Lisiane Tuon, Thaís Moraz, Maria Inês da Rosa
AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL EM RATOS WISTAR ADULTOS SUBMETIDOS A MENINGITE BACTERIANA POR
STREPTOCOCUS PNEUMONIAE: CANABIDIOL POSSÍVEL PAPEL TERAPÊUTICO ................................................ 148
Ana Paula Moreira, Jaqueline S. Generoso, Graziele Milioli, Allan Collodel, Paulo R. Barbosa, João Quevedo, Tatiana
Barichello
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NUTRICIONAL E SENSORIAL (AQNS) DE PREPARAÇÕES SERVIDAS NO ALMOÇO
EM UM RESTAURANTE COMERCIAL DA CIDADE DE CRICIÚMA (SC) ..................................................................... 149
Talita Di Francia Rosso, Marco Antônio da Silva
DESENVOLVIMENTO DE UM ESMALTE MACRO-CRISTALIZADO ............................................................................. 152
Pedro Augusto Di Francia Rosso, Caetano Pellegrin, Rosalino Ezequiel
O ENSINO DA ARTE NA REDE MUNICIPAL DE CRICIÚMA: CONSIDERAÇÕES SOBRE SUA CONTRIBUIÇÃO PARA
A CULTURA E A CIDADANIA ......................................................................................................................................... 155
Giulia Cechinel de Oliveira, Édina Regina Baumer
A FORMAÇÃO DAS PESSOAS SURDAS NO ÂMBITO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA: UM ESTUDO DE CASO NO
CURSO “PROEJA-FIC DE INFORMÁTICA” DO IF-SC, CAMPUS SÃO JOSÉ .............................................................. 156
Ricardo Teixeira Canarin
DESAFIOS DA INCLUSÃO DIGITAL NO PROEJA – CAMPUS FLORIANÓPOLIS-CONTINENTE / SC. ...................... 158
Gisele Joaquim Canarin
METAIS PESADOS EM HORTALIÇAS CULTIVADAS SOBRE DEPÓSITO CONTROLADO DE REJEITOS DE CARVÃO
........................................................................................................................................................................................ 160
Karoline, A. F. Ribeiro, Luiz, F. Danielski, Jairo, José Zocche
GESTÃO DEMOCRÁTICA NA REDE MUNICIPAL DE ARARANGUÁ: EM BUSCA DE PERSPECTIVAS .................... 161
Andressa dos Santos Inácio; Antonio Serafim Pereira ............................................................................................... 161
ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS SOBRE A QUALIDADE DOS SERVIÇOS ELETRÔNICOS, PRESTADOS
POR UMA PREFEITURA LOCALIZADA NO EXTREMO SUL DE SANTA CATARINA, ATRAVÉS DO SEU SITE. ...... 162
Fagner Luiz do Canto Antônio
PROJETO DE EXTENSÃO COMO AGENTE DE DIVULGAÇÃO INSTITUCIONAL ...................................................... 164
Maysa Eduarda Freitas, Sandra Margarete Bastianello Scremin
11
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ESTUDO DA INTERAÇÃO ENTRE O COMPOSTO DE COORDENAÇÃO DE Fe-AAS COM O ÓXIDO DE
NITROGÊNIO (NO): APLICAÇÕES BIOLÓGICAS E AMBIENTAIS. .............................................................................. 165
Roberto Rodrigues Zeferino, Suzana Cimara Batista
ANÁLISE DO SENTIDO E SIGNIFICADO DA ATIVIDADE EDUCATIVA DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA ........... 166
Daniela Darolt, Viviane Raupp Nunes de Araújo, William Casagrande Candioto
LEVANTAMENTO DE ATRIBUTOS BASICOS DO PRODUTO: EM ANALISE UMA MÁQUINA DE LIMPEZA E PRE
LIMPEZA DE GRAOS ..................................................................................................................................................... 167
Jeferson Luis dos Santos, Jennie Elias Vieira, Thayse Pacheco
O EXERCÍCIO FÍSICO MELHORA A RESISTÊNCIA À INSULINA EM MIOCÁRDIO DE RATOS OBESOS. ................ 168
Daniela R. de Souza, Thaís F. Luciano , Schérolin O. Marques , Marcelo F. Vitto, Patrícia A. Cesconetto, Daiane S.
Zeferino, Cláudio T. de Souza
O ENSINO DE FÍSICA E O CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES .............................................................................. 169
Vinicius Jacques, Max Richard Coelho Verginio, Marcos Pereira Minsky
PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS DA MINERAÇÃO, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O BAIRRO RIO FIORITA, MUNICÍPIO DE SIDERÓPOLIS, SC ......... 171
Amanda Bellettini Munari, Geraldo Milioli, Glaucia C. de Souza
OS CAMINHOS DA ARTE NA ESCOLA: UM ESTUDO NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE PRAIA GRANDE ............... 172
Gislene dos Santos Sala Germann, Antônio Serafim Pereira
A NÃO EFETIVAÇÃO DAS INSCRIÇÕES NO PROCESSO DE INGRESSO DOS CURSOS TÉCNICOS: ALGUMAS
OBSERVAÇÕES. ............................................................................................................................................................ 174
Jaqueline Fortuna, Lucas Dominguini
A EVOLUÇÃO DO CRACK NA REGIÃO DE ARARANGUÁ NA ÚLTIMA DÉCADA ....................................................... 177
Alexsandro Ferreira Caitano, Sandra Regina de Barros de Souza
AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS EXISTENTES NOS LABORATÓRIOS DE AULA PRÁTICA DE UM CURSO
DE FORMAÇÃO SUPERIOR .......................................................................................................................................... 179
Tatiane F. S. Medeiros; Silvana Cristina Trauthman
O ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA LUMINOTÉCNICA NOS DIVERSOS AMBIENTES ........................... 181
Antoni Pilon, Logan Pillon, Matheus Dagostim da Silva, Talita Bongiolo, Thaís Marques, William Rampinelli, Odenir
João Pirola
LIÇÕES APRENDIDAS NO PROJETO DE UM ALIMENTADOR AUTOMÁTICO CANINO PARA APLICAÇÃO EM
NOVOS PRODUTOS ...................................................................................................................................................... 183
Artur Schmidt Ferreira, Igor Bardini Figueredo, Fábio Evangelista Santana
ANÁLISE DE UM SISTEMA DE CONTROLE ELETRO-HIDRÁULICO COM COMPENSAÇÃO DE CARGA ................ 185
Rafael R. S. Bravo
TRABALHOS DE EXTENSÃO ........................................................................................................................................ 188
AÇÕES DE EXTENSÃO EM ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO FORMA DE EMANCIPAÇÃO E AUTONOMIA DE
JOVENS DO CAMPO E FAMILIARES II ......................................................................................................................... 189
,
Dimas de Oliveira Estevam, Joelcy José Sá Lanzarini , Rossandra Oliveira Maciel, Liara Darabas Ronçani
IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 5S ACADEMIA NADOLU ......................................................................................... 190
Sigrid Luciane Luchtemberg Mota, Bruna Dagostim, Karine Mendes Souza, Priscila Sator Savi Mondo
A ELABORAÇÃO DE UM ECO-JORNAL COMO SUBSÍDIO PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO
FUNDAMENTAL ............................................................................................................................................................. 191
Karoline A. F. Ribeiro, Jairo José Zocche
RELATOS DE INFÂNCIAS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MUNICIPIO DE MARACAJÁ/SC. ......................... 192
Josiane Eugênio Pereira
A UTILIZAÇÃO DE CARCAÇAS DE PINGUINS-DE-MAGALHÃES PARA PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
........................................................................................................................................................................................ 194
Mariane Trichês Pezente, Silvia Damiani Simões, Kelly Cristina Minotto Bom, Morgana Cirimbelli Gaidzinski
12
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
OFICINAS PEDAGÓGICAS REALIZADAS POR GRUPOS DE ESTUDOS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL .................. 195
Mariane Trichês Pezente, Maísa Karla Meneguzzo, Zenaide Pais Topanotti, Maria de Lourdes Milanez Goularte
AÇÕES DIRECIONADAS A CAPACITAÇÃO EM EMPREENDEDORISMO, PLANO DE NEGÓCIOS E
RESPONSABILIDADE SOCIAL ...................................................................................................................................... 196
Abel Corrêa de Souza, Gisele Silveira Coelho Lopes, Ricardo Pieri, Miguel Ângelo Mastella, Ana Paula Silva dos
Santos, Júlia Pavei De Luca
PROGRAMA PET- SAÚDE IÇARA – MELHORANDO A QUALIDADE DE VIDA DENTRO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA
FAMÍLIA DO BAIRRO AURORA EM IÇARA - SC .......................................................................................................... 197
Joni Márcio, Valdemira Santina Dagostin, Gustavo de Jesus, Aline Gabriel Lima, Milca Fagundes
RELAÇÕES HUMANAS NA ADOLESCÊNCIA: AMIZADE E NAMORO......................................................................... 198
Maiara Nascimento Rodrigues, Maristela Giassi, Ivanir Prá da Silva Thomé, Pedro Rosso, Michele Felix do
Nascimento, Cristiane Pazetto, Camila Dagostin Lemos
PET – SAÚDE: ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA NA COMUNIDADE DE VILA NOVA EM IÇARA – SC ... 199
Glicia Pagnan, Renan Fernandes Rodrigues, Joao Anibal Milano Peixoto Queiroz, Valdemira S. Dagostin, Joni Marcio
Farias,Luciane Ceretta
O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DOS CONCEITOS MATEMÁTICOS NO 1o ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL: EXTENSÃO DAS PESQUISAS DESENVOLVIDAS PELO GPEMAHC ............................................. 201
Anderson de Oliveira Romeu, Ademir Damazio, Ana Lucia da Silva Guimara, Josélia Euzébio da Rosa, Josiani
Barbosa Brunelli, Viviane Raupp Nunes de Araújo
PROJETO DE EXTENSÃO SOLIDARIEDADE ............................................................................................................... 203
Karla Batista de Souza, Cássia Klein Torres, Janete Trichês
ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA PET SAÚDE DO MUNICÍPIO DE
IÇARA/SC ....................................................................................................................................................................... 204
Gladys Moraes de Carvalho, Vanise Ferreira Vieiro, Talita Bitencourt Gomes, Valdemira S. Dagostin, Joni Marcio
Farias
A ROTATIVIDADE DOS MEMBROS DE UMA COOPERATIVA DE CUSTOMIZAÇÃO DE TECIDOS E VESTUÁRIO: UM
ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SC .............................................................................................. 206
Rossandra Oliveira Maciel, Gisele Silveira Coelho Lopes
INTERPRETANDO, COMPREENDENDO E PRODUZINDO TEXTOS: UMA EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO ............. 207
Jéssica Vieira Mendes, Antonio Serafim Pereira, Eloir Fátima Mondardo Cardoso
O ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA COMO TEMA GERADOR PARA O ENSINO DE QUÍMICA NO ENSINO
FUNDAMENTAL ............................................................................................................................................................. 208
Cristiane Machado de Souza, Érika Gomes Betetti Ferreira, Laura Freitas Figueredo, Cíntia Pereira, Yuri Zanerippe
5
Miguel
INCLUSÃO DIGITAL E SOCIAL: EXERCENDO A CIDADANIA NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO .......................... 210
Cristiane Woszezenki, Luciana Bolan Frigo, Geison João Euzébio, Joildo Schueroff, Vanessa Martins, Gabriela
Fernandes Ferreira, Elis Regina Macedo, Scharlene Alano
WEB RÁDIO: ELEMENTO DE INTEGRAÇÃO ACADÊMICA E COMUNITÁRIA ............................................................ 212
Celso Luiz Ogliari, Thiago Steckert, Marcio Vieira de Souza
GUIA CONSTRUTIVO PARA GERAÇÃO DE ENERGIA RENOVÁVEL EM UMA BICICLETA NOTURNA ECOLÓGICA
........................................................................................................................................................................................ 215
Arthur Warmling, Andrei Leandro Morsch Franco, Bernardo Simon Provedan, Fábio Evangelista Santana, Magno
Oliveira Homem, Paulo Eduardo Rossi, Piero Generoso dos Santos
13
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
CONFERÊNCIAS E
MESA-REDODA
14
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
CONFERÊNCIA DE ABERTURA
ARTICULANDO CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE
1
Walter Antônio Bazzo1
Professor do Curso de Engenharia Mecânica e do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica
(PPGECT), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em
Educação Tecnológica (NEPET) www.nepet.ufsc.br
[email protected]
RESUMO
Dentre as tendências do mundo contemporâneo a que mais desafia os profissionais da área tecnológica é o
entendimento da relação existente entre Ciência, Tecnologia e Sociedade. As escolas que trabalham com a
formatação das novas tecnologias, que também formatam a sociedade que habita o planeta Terra, pouco
relacionam estas “construções” com as repercussões que elas trazem ao ser humano. A linearidade da
fabricação de processos e equipamentos, sempre na corrida desenfreada da competividade em busca,
predominantemente do lucro, arranca as reflexões sociológicas das discussões indispensáveis das escolas
que lidam com a tecnologia. É disso que estaremos tratando nesta palestra procurado resgatar este aspecto
fundamenta aos conteúdos que formam nossos futuros profissionais. Mais que construir processos e
produtos técnicos precisamos entender o que eles podem significar para o desenvolvimento das pessoas.
As mais diferentes instituições que trabalham a educação precisam começar a diferenciar a significação de
Desenvolvimento Tecnológico e Desenvolvimento Humano.
Palavras-Chave: CTS, Desenvolvimento Tecnológico, Desenvolvimento Humano
15
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
MESA REDONDA
OS DESAFIOS PARA REALIZAR PESQUISA, EXTENSÃO E INOVAÇÃO NA
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
1
Amir Antônio Martins de Oliveira Júnior1
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (PPGEM), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
[email protected]
RESUMO
Palavras-Chave:
1
Márcio Roberto da Rocha1
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais (PPGCEM), Universidade do Extremo Sul
Catarinense (UNESC)
[email protected]
RESUMO
A abertura dos mercados devido a globalização resultou em uma alteração significativa no comportamento
do mercado brasileiro e mundial. A competição com o cenário internacional tem apontado às empresas a
necessidade de quebra de paradigmas e, principalmente, a necessidade de inovação sistematizada e
tecnológica. Para atender esta necessidade, deve-se ter a participação efetiva do estado no intuito de
contribuir com políticas estratégicas que envolvam e resultem na formação tecnológica da população
economicamente ativa. Para tanto, incentivos de ordem econômica e ampliação dos centros de excelência
em difusão tecnológica são de grande importância para as estratégias atuais e futuras. Porém, em virtude
de dificuldades de políticas integradas, principalmente no desenvolvimento de uma base concreta no ensino
fundamental, médio e superior, tem diluído os esforços para a qualificação profissional dos jovens,
principalmente para a área de ciências exatas. De qualquer modo, nos últimos anos tem-se verificado uma
grande preocupação no intuito de ampliar as redes de tecnologia, principalmente através da implantação de
novos pólos de formação em regiões afastadas dos grandes centros industriais e econômicos. Além disso,
verifica-se também o aumento na liberação de subsídios para incentivo a ações de inovação tecnológica
nas empresas. Ainda assim, estas ações são tidas como incipientes e tímidas, necessitando além do
governo, de uma maior participação do setor empresarial como incentivador e membro ativo do processo.
Fundamental é a presença de elementos efetivamente preparados e empreendedores e que realmente
entendam a importância da inovação dentro dos cenários produtivos do país.
Palavras-Chave: inovação, educação profissional, desafios.
1
Clóvis Antônio Petry1
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC)
[email protected]
RESUMO
Os Institutos Federais foram criados pela Lei 11.892 em 30 de dezembro de 2008 e assim a
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão foi inserida na nova instituição, seja para consecução
de sua missão institucional, como em suas finalidades e objetivos maiores. A partir daí inicia um movimento
no sentido da extensão fazer parte da práxis institucional em todos os seus níveis de atuação: cursos de
formação inicial e continuada, ensino técnico de nível médio, graduação e pós-graduação. Entendendo que
a extensão universitária não é assunto consolidado, mas sim, um processo de contínua construção e
reconstrução, mais a partir da própria práxis do que de concepções teóricas, também os Institutos Federais
carecem discutir mais, experimentar mais, errar e acertar mais, para a construção social por meio da
extensão como elemento articulador do ensino e da pesquisa com a sociedade. Do ponto de vista da
abrangência e duração no tempo, a extensão pode ser desenvolvida na forma de ações, projetos ou
16
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
programas. Assim, considerando este pressuposto norteador, a realização da extensão em todos os níveis
de atuação da instituição é possível, e mais, é fundamental para uma formação ampla e cidadã do
estudante, que por intermédio da realização de atividades de extensão compreenderá melhor o mundo
exterior à instituição de ensino, além de confrontar seu saber acadêmico com a realidade visível ou velada
da sociedade na qual está inserido. Tem se aí o primeiro desafio para que a extensão seja institucionalizada
e praticada contínua e amplamente por todos os discentes da Educação Profissional e Tecnológica, qual
seja, que a extensão seja contemplada nos projetos pedagógicos dos cursos como elemento curricular, e
não como atividades apenas complementares. Contudo, torna-se um desafio para os Institutos Federais
conceber e praticar a extensão levando em conta que a formação pretendida nos cursos de formação inicial
e continuada é distinta daquela pretendida para o educando dos cursos de nível médio ou de graduação.
Portanto, há de se considerar a relação ser-sociedade do egresso da instituição, no sentido que sua postura
profissional poderá ser de fato alterada se o mesmo participar de atividades de extensão enquanto
educando da instituição. Ora como último desafio, e mais difícil de ser superado, é a realização da extensão
como comunicação, conforme a mais pura concepção Freiriana, quando a instituição deixa de ser
repositório de saber e passa a integrar o tecido social como vetor de mudança social fora e dentro de si.
Palavras-Chave: extensão institucional, institutos federais, ensino técnico, formação inicial e continuada.
17
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO
DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO: DA PESQUISA BÁSICA À
INOVAÇÃO
1
Márcio Antônio Fiori1
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia dos Materiais (PPGCEM), Universidade do Extremo Sul
Catarinense (UNESC)
[email protected]
RESUMO
Palavras-Chave:
18
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
MINICURSOS
19
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
MINICURSOS
ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E INCLUSÃO: PASSADO,
PRESENTE E PERSPECTIVAS PARA FUTURO
1
Milena de Mesquita Brandão1
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma, Área da Construção Civil
RESUMO
O objetivo do minicurso é apresentar conceitos referentes ao tema, relacionando-os a questões históricas
referentes à acessibilidade, ao Desenho Universal e à inclusão das pessoas com deficiência no ambiente
construído; bem como discutir novos caminhos e perspectivas para o futuro. O público alvo são estudantes
e profissionais da área da Construção Civil e Educação.
Palavras-Chave: acessibilidade espacial, desenho universal, pessoas com deficiência.
Carga horária: 4 horas
COMPREENSÃO DE TEXTOS E LEGIBILIDADE TEXTUAL
1
Nair Resende1
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma
RESUMO
Embora a leitura seja uma atividade simples e realizada de forma automática por leitores proficientes, ela
exige conhecimentos específicos e habilidades complexas por parte do leitor. O ato da leitura implica
habilidades desde o reconhecimento de traços distintivo de letras e conhecimento do sistema de notação da
língua até compreensão de conceitos extralinguísticos e culturais socializados pelos indivíduos envolvidos
na comunicação. Sabendo disso, o minicurso proposto tem como objetivo auxiliar estudantes na
compreensão de textos em língua materna fazendo uso dos elementos que o próprio documento escrito traz
como pistas para nortear e viabilizar a construção do sentido textual.
Palavras-Chave: Leitur, legibilidade, leitor.
Carga horária: 4 horas
DESMITIFICANDO O AMIANTO – FABRICAÇÃO DE TELHAS DE FIBROCIMENTO
1
Andrea Murillo Betioli1
Instituto Federal de Santa Catarina/Departamento de Construção Civil
RESUMO
Dentre os diferentes tipos de amianto, o amianto crisotila, utilizado no Brasil, é permitido por lei e traz
grandes benefícios em relação ao uso de fibras alternativas como polipropileno (PP) e poli-vinil álcool
(PVA). Além disso, pesquisas nacionais e internacionais comprovam que o uso controlado deste produto
não causa problemas à saúde. A fabricação de telhas e placas planas de fibrocimento no Brasil é
comumente realizada pelo processo Hatschek. O objetivo deste curso é desmitificar o uso do amianto e,
para entender como o processo acontece e as diferenças durante a produção com ou sem amianto, será
realizada uma visita a uma fábrica.
Palavras-Chave: amianto, fibrocimento, produção.
Carga horária: 8 horas
20
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE INDICADORES NATURAIS
Jéssica Alves Marques1, Kamila Biazoto2, Lucas Dominguini3
1,2,3
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma
RESUMO
Os indicadores de ácido-base, são fracas substâncias ácidas ou básicas, que conformam cores diferentes,
por causa do pH do meio onde foram adicionadas. Normalmente, os indicadores são pigmentos extraídos
de plantas em geral e que, dissolvidos em água, apresentam determinada cor. Algumas plantas, flores e
frutos são capazes de apresentar substâncias naturais com tais características. Há mais de 200 anos se
utilizam esses indicadores naturais, como a jabuticaba, o repolho roxo, o extrato de violeta, rosas, paubrasil, casca de feijão preto, amora, uva, jambolão, entre outros; mas aos poucos estão oferecendo lugar
aos sintéticos. Apesar disso, os indicadores naturais (extratos naturais) são importantes para oferecer maior
facilidade de compreensão dos conceitos químicos, por envolver o uso de poucos reagentes, materiais e
também por possuírem baixo custo. Neste contexto, estudos sobre o comportamento dessas substâncias é
alvo de grandes discussões na literatura. Este minicurso tem por objetivo caracterizar o comportamento das
antocianinas extraídas de alguns frutos em pH ácido e básico.
Palavras-Chave: indicador natural, antocianina, pH.
Carga horária: 4 horas
“SE MOVIMENTAR” NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DA TEORIA À PRÁTICA
Luciana Mara Espíndola Santos1
1
Prefeitura Municipal de Florianópolis
RESUMO
Este minucurso foi planejado com o propósito de difundir a teoria do “Se movimentar” na Educação Infantil e
propor atividades que possam promover o pleno desenvolvimento das crianças no que tange a autonomia,
criticidade e capacidade de transformação social. As crianças tem passado cada vez mais tempo nas
Creches, o que tem fomentado novas pesquisas e novos olhares para essa etapa da Educação. Através da
concepção dialógica do movimento humano, cujo aporte teórico embasa-se na Fenomenologia e na
Psicanálise da Gestald e do estudo realizado em Creche públicas do município de Florianópolis, aliando
conhecimentos teóricos e empíricos foram propostas linhas de trabalho e atuação com as crianças
pequenas, entendendo que estas possuem uma cultura própria, uma bagagem histórica que deve e precisa
ser considerada na proposição das atividades. Tais atividades precisam estar conectadas com o cotidiano
das Creches e o professor deve estar preparado para promover, analisar e também avaliar essa interação
proposta pela teoria do “Se movimentar”, que envolve um diálogo entre crianças para consigo mesma; para
com os outros; e para com o mundo. Esse diálogo se constitui como base forte e sólida para que essa
criança, desde a mais tenra idade possa sentir se pertencente a sociedade em que vive, buscando uma
atuação solidaria, respeitosa, criativa, autônoma e transformadora, repudiando a submissão, a dominação e
várias formas de violência.
Palavras-Chave: Crianças, Creches, “Se movimentar”
Carga horária: 4 horas
SISTEMAS DE AQUECIMENTO DE ÁGUA RESIDENCIAL E O ASBC (AQUECEDOR
SOLAR DE BAIXO CUSTO)
1
Felipe Marques Santos1, Rogério Gomes de Oliveira2
Universidade Federal de Santa Catarina, Aluno do Curso de Engenharia de Energia
21
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
2
Universidade Federal de Santa Catarina, Coordenador do Curso de Engenharia de Energia
RESUMO
O estudo do aproveitamento da energia solar, tanto para fins de aquecimento, quanto para geração de
energia elétrica se faz necessário no presente momento, pois, a sociedade busca formas mais sustentáveis
para a utilização e conversão de energia. A energia obtida através do sol se encaixa neste contexto, pois, é
ilimitada e limpa. Um grande atrativo seu é a facilidade de aproveitá-la em algumas aplicações, como no
caso do aquecimento de água residencial. Esta facilidade pode servir para impulsionar o desenvolvimento e
aplicação de alternativas que substituam o chuveiro elétrico como principal equipamento domiciliar para
aquecimento de água. A redução do uso do chuveiro elétrico pode ajudar a amenizar problemas na rede de
distribuição de energia elétrica causados pela sobrecarga do sistema nos horários de pico. Neste mini-curso
iremos descrever os diversos tipos de sistema para aquecimento de água residencial, e também o
aquecedor de água residencial de baixo custo, apresentando uma comparação entre os mesmos. Além
disso, será apresentada uma análise do potencial brasileiro e catarinense para aproveitamento da energia
solar para fins de aquecimento de água e uma descrição detalhada do processo construtivo do aquecedor
solar de baixo custo (ASBC).
Palavras-Chave: Aquecedor Solar, Baixo Custo, Residencial.
Carga horária: 4 horas
USO DE SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL NO PROJETO DE SISTEMAS
PNEUMÁTICOS
1
Rafael Bravo1
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma
RESUMO
O objetivo do minicurso consiste em introduzir noções iniciais de interpretação, construção e simulação de
diagramas pneumáticos de circuitos básicos usando o software FESTO FluidSIM-P, versão 4.0. Durante o
curso serão ministrados princípios físicos de estática de fluidos compressíveis que auxiliarão no
entendimento do funcionamento do sistema e seleção de atuadores e componentes do circuito.
Palavras-Chave: simulação computacional, sistemas pneumáticos, circuitos pneumáticos
Carga horária: 4 horas
22
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
TRABALHOS DE
PESQUISA
23
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
LIGAS DA BONDADE NAS ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS DO SUL DE SANTA
CATARINA (1953 a 1970): PRESCREVENDO REGRAS DE CIVILIDADE
Mariane Rocha Niehues,1 Giani Rabelo2
1
2
UNESC/Curso de Pedagogia
UNESC/ Programa de Pós-Graduação em Educação
1
[email protected]
Palavras-Chave: Cultura Escolar, Associações Auxiliares da Escola, Ligas da Bondade.
INTRODUÇÃO
Atualmente participamos da implantação do Centro da
Memória do Sul de Santa Catarina (Cemessc), que se
dará em meio virtual. Os principais objetivos com a
implantação do Cemessc são: inventariar as primeiras
escolas estaduais do sul de Santa Catarina; contribuir
para o fortalecimento de uma cultura científica voltada à
história da educação nas comunidades escolares;
proporcionar experiências educativas para que as
comunidades escolares se sensibilizem sobre a
importância da preservação do patrimônio histórico
escolar, apoiadas em atividades interativas e lúdicas;
oportunizar aos usuários do Cemessc contato com os
novos conhecimentos científicos e tecnológicos, que
interagem com a história e a memória; ampliar o número
de pesquisas acadêmicas no campo da História da
Educação. Estão sendo envolvidas no Cemessc as
escolas públicas estaduais mais antigas, localizadas nas
microrregiões da Amrec, Amesc e Amurel. O problema de
pesquisa delineado foi o seguinte: Que regras de
civilidade as Ligas da Bondade, implantadas nas escolas
públicas estaduais do sul de Santa Catarina, prescreviam
aos/as alunos/as participantes entre os anos de 1953 e
1970?
gostos, maneiras e gestos aos alunos e alunas. Nessa
perspectiva, a escola era responsável por capacitar e
formar bons cidadãos, que com seriedade pudessem
colaborar na construção de uma sociedade melhor, ou
seja, teriam a incumbência de semear “bons frutos”, para
que estes pudessem compreender a importância da
referida liga e propagar a bondade. O acesso e a
participação de alunos/as não sofriam restrições, mas
estes/as deveriam dar bom exemplo, ou seja, deveriam
ser alunos bons. Para isso, eram observadas a vida
escolar do aluno e sua vida fora da instituição. Para fazer
parte da liga, era necessário ser bom aluno, bom filho,
obediente, e ter boa conduta em qualquer lugar que
estivesse. Os alunos que não se enquadravam nesse
modelo não poderiam ingressar na Liga da Bondade.
AGRADECIMENTOS
À UNESC - PIBIC/CNPq (fonte financiadora)
A todas as escolas participantes do Cemessc (Centro de
Memória do Sul de Santa Catarina), em especial as
escolas que contribuíram com nossa pesquisa.
REFERÊNCIAS
METODOLOGIA
ANDRADE, Maria da Conceição Lima de. et al. A Liga da
Bondade: Um estudo sobre o conformismo coletivo
na escola. Caxambu: MG, 2004, 10p.
Foi realizada uma pesquisa de cunho documental. As atas
encontradas foram lidas e seus conteúdos, analisados.
Além dos textos, as imagens e os suportes também foram
problematizados a partir do referencial teórico.
RABELO, Giani. et al. Cultura material escolar:
Preservação do direito à memória histórica como parte da
cidadania cultural. In: Patrimônio e Memória. UNESP –
FCLAs, CEDAP, v. 6, nº 1, p. 221 – 244, jun. 2010.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram encontradas atas e caderninhos da Liga da
Bondade mais especificamente nas escolas de Maracajá,
Meleiro e Criciúma, onde os referidos documentos são
datados de 1953 a 1970. Na E.E.B. de Meleiro,
encontramos uma ata da Liga da Bondade, no período de
1953 a 1970; na E.E.B. Professor Lapagesse,
encontramos também uma ata da referida liga no período
de 1962 a 1966; a E.E.B. Manoel Gomes Baltazar foi a
escola em que mais foram encontrados materiais da Liga
da Bondade, ou seja, cinco caderninhos datados de 1959
a 1969. O problema de pesquisa proposto neste projeto
associado às fontes encontradas suscitou a discussão
dos seguintes conceitos: Regras de Civilidade, Cultura
Escolar, Arquivo Escolar e Associações Escolares.
ZEN, Mariane Werner; Universidade do Estado de Santa
Catarina. Brasileiros pelas letras: a ação educativa
presente nos clubes de leitura e bibliotecas escolares de
Santa Catarina. O caso do Grupo Escolar Alberto Torres,
Brusque, SC (1938-1950). 2007. 144p. Dissertação
(Mestrado em Educação) - Universidade do Estado de
Santa Catarina, Florianópolis.
CONCLUSÃO
De modo geral, a Liga da Bondade tinha por objetivo
tornar o trabalho do professor original e eficiente, isto
implicava, entre outras coisas, na imposição de normas,
24
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
GASTRÓPODES TERRÍCOLAS NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA COSTÃO DA SERRA,
SIDERÓPOLIS, SANTA CATARINA, BRASIL
1
2
Pedro Rosso,1 Silvestre Macarini Darolt 2
Docente, Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Criciúma.
Graduado em Ciências Biológicas, Universidade do Extremo Sul Catarinense.
1
[email protected]
Palavras-Chave: Mollusca, Gastropoda, Estação Ecológica Costão da Serra.
INTRODUÇÃO
Animais popularmente conhecidos como caracóis,
caramujos, ostras, lulas, polvos e lesmas compõem o Filo
Molusca, um dos maiores do Reino Metazoa, com
aproximadamente 93 mil espécies viventes conhecidas e
cerca de 70 mil espécies fósseis (BRUSCA; BRUSCA
2007). São encontrados numa grande variedade de
habitats, sendo a maioria das espécies de ambiente
marinho (HICKMAN Jr., ROBERTS; LARSON 2004),
embora estudos indiquem que o número de espécies em
ambientes de água doce (Classes Gastropoda e Bivalvia)
e terrícolas (apenas Classe Gastropoda) também é
significativo.
Os estudos sobre populações e comunidades de
moluscos, especialmente de espécies de gastrópodes
terrícolas e em determinadas regiões são muito escassos.
Muitas espécies nativas do Brasil ainda são
desconhecidas, e estimativas dão conta de que apenas
um terço das espécies de moluscos terrícolas e metade
dos limínicos em nosso território foram identificados
(MORAES, 2006). “É um ciclo vicioso. Como é uma área
muito abrangente e com pouco material de referência
bibliográfica, os pesquisadores acabam preferindo outros
animais e os moluscos continuam mal estudados”,
afirmou Luiz Ricardo Lopes Simone em entrevista a
Moraes (2006).
Os estudos e pesquisas realizados até o momento sobre
gastrópodes terrestres, prosobrânqios (estreptoneuros) e
pulmonados (eutineuros) com concha, evidenciam o
pequeno conhecimento que se tem da diversidade da
malacofauna brasileira, embora esta tenha despertado o
interesse de pesquisadores desde o século XVIII, quando
foram coletados e incluídos em coleções institucionais ou
particulares (SALGADO; COELHO, 2003).
O desenvolvimento dos estudos sobre moluscos
terrestres relacionados aos aspectos taxonômicos e
abordando a conquiliologia, anatomia, histologia e demais
aspectos tiveram início com H. von Ihering (1850-1930),
F. Langede Morretes (1892-1954) e H. de Souza
(SALGADO; COELHO, 2003). Salgado e Coelho (2003)
citam, ainda, que Lopes (entomologista, 1909-1991),
orientou a especialização em malacologia de H. B. de
Rezende, P. D. Lanzieri, J. L. Barros-Araújo, P. Jurberg.
Atualmente, se encontram em atividade: A. C. dos Santos
Coelho e N. C. Salgado no Museu Nacional, no Rio de
Janeiro, RJ; J. L. M. Leme e L. R. L. Simone, no Museu
de Zoologia da Universidade de São Paulo, SP; e J. W.
Thomé e A. L. M. da Fonseca, no Instituto de Biociências,
na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul,
em Porto Alegre, RS (SALGADO; COELHO, 2003).
Em Santa Catarina, no mês de março de 2008, foi
concluída a primeira etapa de um projeto biogeográfico
com o objetivo de inventariar a malacofauna marinha,
limínica e terrícola ocorrente no Estado, cujos dados
foram publicados por Agudo e Bleicker (2006), Agudo
(2007) e por Agudo-Padrón (2008a). Os resultados
desses estudos apresentaram um razoável balanço da
malacofauna catarinense, contabilizando 766 espécies
confirmadas, sendo 608 marinhas, 55 de água doce (32
de gastrópodes e 23 de bivalves) e 103 terrícolas,
sistematicamente incluídas em cinco classes, 173 famílias
e 390 gêneros. Esses dados foram obtidos em pesquisa
de campo na região da Serra do Tabuleiro, em Palhoça
(SC), e na análise da produção histórica ao longo das
últimas seis décadas, especialmente os trabalhos de
Morretes (1949), Gofferjé citado por Bigarella (1949) e
Morretes (1953) (AGUDO-PADRÓN, 2008b).
Vizuete (2008) organizou uma lista confeccionada com
base em Simone (2006) contendo os gastrópodes
terrícolas e limínicos para o Estado de Santa Catarina.
Constam da lista 61 espécies de Gastropoda,
pertencentes a quatro ordens e 17 famílias, sendo 50
espécies pertencentes à ordem Pulmonata e distribuídas
em 12 famílias. As outras ordens são: Neritimorpha,
Caenogastropoda e Gymnomorpha. Ainda, segundo
Vizuete (2008), o Estado de Santa Catarina era o único da
região sudeste/sul a não ter uma lista com as espécies
ameaçadas até a data.
Na região do extremo sul do Estado, segundo
levantamentos e informações colhidas durante o presente
estudo, as pesquisas sobre gastrópodes terrícolas e
limínicos são inexistentes, o que evidencia a importância
do levantamento realizado com o objetivo de investigar a
comunidade de gastrópodes terrícolas na Estação
Ecológica Costão da Serra, em Siderópolis (SC),
estimando a riqueza, a abundância, a frequência e a
diversidade das espécies encontradas e relacionando os
dados obtidos com outros estudos em Santa Catarina. Os
dados produzidos podem subsidiar futuros estudos com
vistas a aumentar o conhecimento da malacofauna
catarinense e brasileira, além de fundamentar propostas
de manejo dos remanescentes da mata atlântica com
vistas a sua preservação.
METODOLOGIA
O estudo foi realizado na Estação Biológica Costão da
Serra, localizada no município de Siderópolis, sul de
Santa Catarina. A estação possui uma área total de 300
hectares situados entre as coordenadas geográficas
28˚34´08´´S e 49˚35´40´´W.
As amostragens foram realizadas em duas subáreas na
Estação Biológica, no período janeiro a maio de 2009. A
área 1 foi caracterizada como nativa e apresenta poucos
vestígios de ação antrópica. A área 2 apresenta
vegetação em adiantado estádio de regeneração, mas
com muitos vestígios da intervenção antrópica, como a
presença de essências florestais exóticas
Em cada área, foi seguido um transecto a partir de um
ponto (P1), determinado como característico do ambiente
e estabelecido de acordo com o aspecto geral da
vegetação. Ao longo dos transectos foram amostradas
nove parcelas de 1 m², distantes, aproximadamente, 10 m
umas das outras. A busca pelos espécimes foi realizada
mediante o revolvimento da serrapilheira com auxílio de
25
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
garfo de jardinagem ou um graveto fino. Os espécimes
encontrados
eram
recolhidos
manualmente
e
armazenados em tubos Eppendorf contendo solução de
água e álcool devidamente etiquetado.
Os espécimes foram analisados com auxílio de
estereoscópio Leica MZ6 com câmara clara acoplada, e
obtidos dados da altura da espira, além da identificação e
classificação seguindo o proposto por Simone (2006).
A identificação foi baseada na análise das conchas e
foram observadas as seguintes características: altura da
espira, formato da abertura da concha, constituição e
organização dos lábios interno e externo, número e
organização das voltas, posição de inserção da última
volta sobre a volta anterior, linhas de crescimento e
ornamentação, adereços na parte externa da concha,
entre outros atributos.
®
Para a análise estatística, utilizou-se o software Microsoft
®
Excel 2007 e foram calculadas a abundância absoluta e
relativa de famílias e espécies e a frequência das
espécies. Utilizou-se o software Past, versão 1.93
(HAMMER; HARPER, 2009) para o cálculo do índice de
diversidade de Shannon (H´) e Dominância de Simpson
(D).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De um total de 104 espécimes coletados, 47 (45,2%)
foram identificados até o nível de espécie, totalizando 14
espécies e 12 gêneros distintos; 24 (23,1%) espécimes
foram identificados e alocados em duas espécies, mas
que necessitam de conferência; 27 (26%) espécimes
foram identificados até o nível de gênero e alocados em
seis diferentes gêneros. Para os espécimes de lesmas,
num total de seis (5,7%), a identificação foi feita até o
nível de família (Família Veronicellidae). Houve problemas
para a classificação dos espécimes que se apresentavam
muito danificados.
Os 104 espécimes de gastrópodes coletados foram
distribuídos em nove famílias, sendo oito de caracóis e
uma de lesmas. As oito famílias de caracóis foram
Systrophidae, Charopidae, Planorbidae, Subulinidae,
Helicinidae, Euconulidae, Bulimulidae e Amphibulimidae,
que no total correspondem a 94,2% dos espécimes
coletados. A Família Veronicellidae foi amostrada apenas
na área 2 e corresponde à sexta família em abundância
(N=6; 5,8%).
Nas oito famílias de caracóis, foram identificados 16
gêneros e 23 espécies. Da família Systrophidae e
Charopidae foram amostrados quatro gêneros cada, dois
gêneros da família Bulimulidae, dois para Euconulidae e
um gênero para cada uma das demais famílias.
A Família Charopidae apresentou maior riqueza (S=8;
34,78%), seguida das famílias Systrophidae (S=6;
26,09%), Bulimulidade (S=3; 13,045), Euconulidae (S=2;
8,70%) e uma espécie apenas para as famílias
Planorbidae, Amphibulimidae Subulinidae e Helicinidae
(4,35%).
O estudo de Agudo-Padrón (2006) apontou para os
Estados de Santa Catarina e Paraná 102 espécies de
Gastropoda, sendo 11 espécies da ordem Prosobranchia
e 91 da ordem Pulmonata, das quais apenas uma espécie
da ordem Prosobranchia e 71 espécies da ordem
Pulmonata são terrícolas, apresentando 25 famílias e 53
gêneros. Numa outra publicação, Agudo-Padrón (2008)
relata 103 espécies de gastrópodes terrícolas,
sistematicamente incluídos em cinco classes, 173 famílias
e 390 gêneros. Em ambos os trabalhos, não há
informações
particularizadas
sobre
a
família
Veronicellidae.
Em números totais, a família de caracóis mais abundante
foi Systrophidae (N=26; 26,5%), seguida da Família
Euconulidae (N=22; 22,4%), Bulimulidae e Charopidae,
ambas com 19 espécimes (19,4%); Subulinidae (N=8;
8,2%) e das famílias Helicinidae, Planorbidae e
Amphibulimidae (N=2; 2,0%; N=1; 1,0% e N=1; 1,0%,
respectivamente).
Dos 98 espécimes de caracóis coletados no levantamento
realizado nas duas áreas, 65 (66,32%) pertencem a cinco
espécies, sendo Scolodonta sp. 1, com 19 espécimes
(19,39%) a mais abundante, seguida de Rhinus cf.
cilliatus, com 16 espécimes (16,33%), Euconulus
martinezi e Pseudogyppia semenlini, com 11 espécimes
cada (11,22%) e Leptinaria cf. anomala, com oito
espécimes (8,16%). Para as demais espécimes, foram
amostrados no máximo quatro espécimes e sete delas
foram singletons.
Oito espécies (34,78%) foram amostradas nas duas
áreas: Rhinus cf. cilliatus, Scolodonta sp.1, Euconulus
martinezi, Pseudogyppya semenlini, Leptinaria cf.
anomala, Radiodiscus sp.1, Scolodonta inhering e
Helicina brasiliensis. Destas, a espécie mais frequente no
estudo foi Scolodonta sp.1 (F=55,6%) seguida de Rhinus
cf. cilliatus (F=55,6%)
Sete espécies foram exclusivas da área 1, sendo duas
(Happia insularis e Zilchogyra zulmae) amostradas em
duas parcelas (F=22,2%) e as demais amostradas em
apenas uma (F=11,1%) das nove parcelas da área 1. Oito
espécies foram amostradas exclusivamente na área 2,
sendo duas (Radioconus amoenus e Radiodiscus vazi)
amostradas em três parcelas (F=33,3%), quatro espécies
(Radiodiscus sp. 1, Rhinus sp. 1, Lilloiconcha
gordurasensis e Lilloiconcha superba) amostradas em
duas parcelas (F=22,2%) e as demais amostradas em
apenas uma das nove parcelas da área 2.
Cinco espécies amostradas ainda não possuíam registro
para Santa Catarina, segundo Simone (2006). São elas
Rhinus cf.cilliatus e Lilloiconcha superba, descritas para o
Rio de Janeiro; Radiodiscus vazi e Scolodonta iheringi,
descritas para São Paulo; e Zilchogyra zulmae, descrita
para o Rio Grande do Sul. Assim, o presente trabalho
amplia a área de ocorrência destas espécies e aumenta a
lista de espécies de gastrópodes terrícolas para o Santa
Catarina. No entanto, em face da pequena área
amostrada neste estudo (18 m²), novos trabalhos
precisam ser realizados e podem ampliar ainda mais a
riqueza malacológica do Estado e as áreas de ocorrência
das espécies identificadas para o Brasil e para a América
do Sul.
Em relação ao tamanho dos espécimes coletados para
cada uma das espécies, verificou-se, especialmente para
aquelas em que a abundância foi maior, uma grande
variação na altura da espira. Contudo, não foi possível
comparar com o descrito por Simone (2006) os espécimes
apenas identificados pelo gênero. A medida da altura da
espira apresentou variação entre os espécimes coletados,
desde menores de 1 mm, verificados em cinco diferentes
espécies, até espécimes com 9,6 mm (exemplar de
Leptinaria cf. anomala). Para 11 espécies (47,82%), as
medidas encontradas foram similares ou pouco menores
que as apresentadas por Simone (2006). Em quatro casos
(21,74%), a medida da espira foi um pouco maior. A
espécie Rhinus cf. cilliatus é descrita por Simone (2006)
com tamanho de 20 mm e neste estudo os 16 espécimes
coletados variaram entre 1,6 e 6 mm, o que remete à
necessidade de reanálise destes espécimes utilizando-se
outras metodologias de identificação para confirmar ou
não a espécie apontada. Outra diferença encontrada em
relação ao tamanho das espécies apresentadas por
26
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Simone (2006) e das coletadas na Estação Biológica diz
respeito à espécie Euconulus martinezi, que é indicado
como tendo em média 2 mm e, entre os 11 espécimes,
um deles mediu 5,2 mm.
Considerando apenas os 98 caracóis coletados, a
densidade média foi de 5,4 espécimes por metro
quadrado (m²), sendo que a densidade na área 1 (5,1
espécime/m²) foi um pouco menor que não área 2 ( 5,8
espécime/m²).
Os índices de diversidade e dominância calculados no
presente estudo não puderam ser comparados em razão
da inexistência de trabalhos na área e, principalmente, de
trabalhos que utilizem estas medidas estatísticas. Tomouse o cuidado de apresentá-las aqui para que outros
trabalhos possam utilizá-las para comparações. Os
valores para o índice de diversidade de Shannon (H´)
foram um pouco menores na área 1 (2,26) que na área 2
(2,53), ficando com um índice H´ geral de 2,61. Esses
dados demonstram a pequena diferença observada no
número de espécies encontradas nas duas áreas
amostradas. O índice de dominância de Simpson (D)
obtido para área 1 (0,14) é um pouco maior que o obtido
na área 2 (0,09).
CONCLUSÃO
Em razão dos resultados obtidos neste estudo, estima-se
que a riqueza e a diversidade deste táxon para a Estação
Biológica Costão da Serra pode ser maior que a
amostrada, hipótese reforçada pelo número de singletons
e pela comparação com os outros estudos para o território
catarinense.
Oito espécies se mostraram frequentes em ambas as
áreas, cinco delas também foram as mais abundantes. No
entanto, oito espécies ocorreram apenas na área 2 e sete
espécies ocorreram apenas na área 1, sendo que para a
maioria delas, a abundância foi menor.
Entre as espécies amostradas, cinco ainda não possuíam,
segundo a literatura consultada, registro para Santa
Catarina. Portanto, o presente estudo amplia a área de
ocorrência dessas espécies e a riqueza malacológica para
o Estado.
Em razão da escassez de informações publicadas
relativas a este táxon, novos estudos e análises do
material coletado são necessários para a confirmação das
informações aqui levantadas.
Os levantamentos e inventários biológicos são
importantes instrumentos para a produção de planos de
manejo
e
conservação
de
recursos
naturais,
especialmente neste caso por se tratar de um estudo
realizado em uma unidade de conservação privada
inserida no Bioma Mata Atlântica.
REFERÊNCIAS
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Santa Catarina State, Southern Brasil: a general review of
current knowledge. IUCN/SSC Internet Newsletter
TENTACLE, n. 15, p. 11-14, 2007. Disponível em:
<http://www.hawaii.edu/cowielab/Tentacle.htm>. Acesso
em: 23 jul. 2009.
AGUDO, A.I., BLEICKER, M.S. First general inventory of
the malacological fauna of Santa Catarina State, Southern
Brasil. IUCN/SSC Internet Newsletter TENTACLE, n. 14,
p. 8-10, 2006. Disponível em:
<http://www.hawaii.edu/cowielab/Tentacle.htm> Acesso
em: 23 jul. 2009.
AGUDO-PADRÓN, Aisur Ignacio. Levantamento
biogeográfico de moluscos no estado de Santa Catarina,
SC, região sul do Brasil, vertente atlântica do cone
Meridional da América do Sul. Caminhos de Geografia
(on line). Uberlândia, MG, v. 9, n. 28, p. 126–133, Dez.
2008a. Disponível em:
<www.caminhosdegeografia.ig.ufu.br/include/getdoc.php?i
d=1804&article=664&mode=pdf>. Acesso em 23 set.
2009.
______. Listagem sistemática dos moluscos continentais
terrestres e de água doce ocorrentes no Estado de Santa
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Avulsos Malacológicos (AM), Reporte técnico interno,
2008b. 61 p., 4 figs., 1 tabl.
BRUSCA, Richard C.; BRUSCA, Gary J. Invertebrados.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
HAMMER, O.; HARPER, D. A. T. PAST: Peleontological
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Analysis. Version 1.93. Paleontologia Eletrônica, 2009.
Disponível em: <http://folk.uio.no/ohammer/past>. Acesso
em: 20 set. 2009.
HICKMAN JÚNIOR, C. P.; ROBERTS, L. S.; LARSON, A.
Princípios Integrados de Zoologia. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004.
MORAES, Márcia Soman. O manual dos moluscos do
Brasil. Jornal da USP. 19 nov. 2006. Disponível em:
<http://www.usp.br/jorusp/arquivo/2006/jusp783/pag07.ht
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SALGADO, Norma Campos; COELHO, Arnaldo C. dos
Santos. Moluscos terrestres do Brasil (Gastrópodes
operculados ou não, exclusive Veronicellidae, Milacidae e
Limacidae) Rev. Biol. Trop. n. 51 (Supl. 3), p. 149-189,
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<http://www.ots.ac.cr/tropiweb/attachments/suppls/sup513%20malacol/10-CAMPOS_42.pdf>. Acesso em 15 maio
2009.
SIMONE, L. R. L. Land and freshwater molluscs of
Brazil. São Paulo: EGB, 2006. 390p.
VIZUETE, Eloisa Pinto. Informação:
lista_sc_águadoce_terrestre.xls. [mensagem pessoal].
Mensagem recebida por <[email protected]> em 17 abr.
2008.
27
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PRINCÍPIOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA ABORDAGEM HISTÓRICOCULTURAL PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Julian da Silva Euzebio,1 Josélia Euzébio da Rosa,2 Ademir Damazio3
1,3
Universidade do Extremo Sul Catarinense
2
Universidade Federal do Paraná
1
[email protected]
Palavras-Chave: Princípios, Matemática, Educação infantil.
INTRODUÇÃO
O Gpemahc, desde a sua constituição, tem focado
basicamente estudos e pesquisas voltados ao Ensino
Fundamental em duas temáticas: atividade de ensino do
professor, em especial as suas produções pedagógicas, e
apropriação de conceitos, por parte dos alunos. Assim,
tem-se deixado à margem outros espaços de investigação
do sistema educacional brasileiro, como: educação
infantil, educação superior e educação de jovens e
adultos. Diante dessas lacunas e por oportunidades que
se apresentam no momento, definimos como objeto para
o presente estudo o processo de ensino e aprendizagem
da matemática na Educação Infantil. O projeto conta com
a participação de integrantes do Gpemahc (Grupo de
Pesquisa em Educação Matemática: uma Abordagem
Histórico-Cultural) e também do Gepape (Grupo de
Estudos e Pesquisa sobre a Atividade Pedagógica –
USP). Trata-se, pois, de uma pesquisa intergrupos
desenvolvida
por
pesquisadores
de
diversas
universidades brasileiras, tais como Manoel Oriosvaldo de
Moura (USP), Elaine Sampaio Araújo (USP), Flavia
Asbahr (USP), Ademir Damazio (Unesc), Josélia Euzébio
Rosa (UFPR) e Maria Isabel Batista Serrão (Ufsc) e, do
bolsista do Gpemahc, Julian da Silva Euzébio (Unesc). O
objetivo específico dessa pesquisa, organicamente
vinculado à pesquisa interinstitucional é investigar os
princípios teórico-metodológicos da Abordagem HistóricoCultural que orientam as pesquisas do Gepape e
Gpemahc sobre o processo de ensino e aprendizagem de
matemática na Educação Infantil.
METODOLOGIA
No atual estágio da pesquisa, as ações em andamento
são: 1) Participação dos encontros semanais do Gpemahc
para estudos do referencial teórico; 2) Participação dos
encontros semanais do grupo interinstitucional de
pesquisadores via skype; 3) Levantamento teóricometodológico dos princípios da Abordagem HistóricoCultural que orientam o processo de ensino e
aprendizagem de matemática na Educação Infantil; 4)
Elaboração de sínteses dos levantamentos teóricobibliográficos realizados; 5) Produção de um arquivo
digital com textos relacionados à pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As pesquisas desenvolvidas pelo Gepape e pelo
Gpemahc têm avançado na compreensão das respostas
de algumas indagações levantadas em relação à
psicologia histórico-cultural e à teoria da atividade. De
modo que professores, pesquisadores, estudantes e
pessoas interessadas pela temática possam dialogar e
refletir sobre as possibilidades de uma prática pedagógica
apoiada na teoria Histórico-Cultural e na teoria da
atividade. Na especificidade da educação infantil, os
referidos grupos têm apontado alguns princípios teóricometodológicos, tais como: o interesse das crianças pelos
conteúdos a serem ensinados; a utilização de recursos e
materiais didáticos para o entendimento e elaboração dos
conceitos; o desenvolvimento de atividades lúdicas para
despertar o empenho dos alunos pela temática; a
importância de o educador compreender como aconteceu,
historicamente, o movimento do conceitual e o
desenvolvimento dos conteúdos nas crianças; o foco da
intencionalidade do educador em atividade de ensino; e o
desenvolvimento do pensamento teórico em situações de
ensino.
CONCLUSÃO
Na presente pesquisa, em andamento, sobre os princípios
teórico-metodológicos que orientam a atividade de ensino
algumas considerações já podem ser apontadas. Ao
analisarmos as contribuições dos citados grupos de
pesquisa, observamos grande preocupação com a
Educação Infantil e o desenvolvimento social da criança
no que diz respeito à atividade da criança e à elaboração
de conceitos matemáticos produzidos historicamente.
Sendo assim possibilita reavaliar o processo de ensino e
aprendizagem infantil.
AGRADECIMENTOS
Fonte financiadora: Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica (Pibic). UNAHCE. Universidade do
Extremo Sul Catarinense – Unesc. Criciúma (SC), Brasil.
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado
de Santa Catarina (Fapesc). Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
REFERÊNCIAS
MOURA, M. O. (org) A atividade pedagógica na teoria
histórico-cultural. Brasília. Liber, 2010. 178p.
ROSA, J. E.; DAMAZIO, A. Introdução ao conceito de
número em Davidov. In ENCONTRO NACIONAL DE
DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO, 15, 2010, Belo
Horizonte. Anais... Universidade federal de minas Gerais,
2010. p. 24-36.
28
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
A TENDÊNCIA PEDAGÓGICA ADOTADA PELO PROFESSOR DE MATEMÁTICA NO
ENSINO FUNDAMENTAL
Daniela Fernandes Pacheco,1 Ledina Lentz Pereira2
1,2
Universidade do Extremo Sul Catarinense
1
[email protected]
Palavras-Chave: Tendência, Matemática, Professor
INTRODUÇÃO
O processo ensino–aprendizagem da matemática tem
sido estudado segundo diferentes enfoques. Para
Fiorentini (1995), o modo de ensinar do professor infere
em uma tendência de aprendizagem, de ensino, de
matemática e de educação. Um trabalho considerado
atual é o entendimento de Mizukami, 1986, que afirma: há
várias formas de se conceber o fenômeno educativo. Por
sua própria natureza, não é uma realidade acabada que
se dá a conhecer de forma única e precisa em seus
múltiplos aspectos, dentre eles: humano, histórico e
multidimensional. Subjacente à prática escolar, há
condicionantes sociopolíticos que configuram diferentes
concepções
de
homem,
de
sociedade
e,
consequentemente, diferentes pressupostos sobre o
papel da escola, aprendizagem e relações professoraluno (LIBÂNEO, 2006). O objetivo da presente pesquisa
foi identificar e analisar as Tendências Pedagógicas do
Ensino de Matemática adotadas pelos professores do 6º
ano. O foco foram três categorias de análise: professor,
aluno e o ensino.
METODOLOGIA
Fundamentado no referencial teórico, desenvolveu-se
uma pesquisa, de abordagem qualitativa, relacionada ao
processo de ensino. Participaram do estudo sete
professores de matemática do Ensino Fundamental, todos
graduados em matemática, alguns pós-graduados, com
idades entre 24 e 44 anos, com tempo médio de serviço
de seis anos, que atuaram em sete escolas da rede
municipal de Criciúma no ano de 2010. Os dados foram
coletados por meio de entrevista semiestruturada. Com a
permissão dos professores, as entrevistas foram gravadas
e transcritas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os professores apresentaram dificuldades em expressar
seus conhecimentos, mesmo que empíricos. Ao se
expressarem com frases decoradas da literatura,
concluíam suas falas com contradição em relação a seus
discursos já prontos. Como demonstrado na fala de um
dos professores: “O papel do professor é mediador. Mas o
que eu acho mesmo, o papel do professor é de psicólogo,
nutricionista, mãe... O aluno seria não o receptor do
conteúdo, mas aí, não sei realmente qual o papel do
aluno... Normalmente parto do conceito e do conceito
passo às atividades, pois são 30 alunos na sala de aula e,
querendo ou não, eles têm que ter conteúdo...” Dessa
forma, o professor passa a ter em mãos aquilo que Sforni
(2004, p. 51) chama de “múltiplas determinações na
organização do ensino”, dentre elas, as políticas, lógicas,
psicológicas, didáticas, se entrecruzam com as razões
práticas.
CONCLUSÃO
Embora os professores apresentem um discurso que
contemple alguns termos oriundos da tendência históricocultural, sua prática pedagógica é expressão da tendência
tradicional, no qual o professor é transmissor e expositor
do conteúdo com predominância da palavra e regras. O
aluno copia e decora, mas muitas vezes não compreende
o processo, ou seja, aprende pelo próprio esforço. Tal
conclusão possibilita a afirmação sobre a necessidade de
se reavaliar as formações iniciais e, principalmente, a
continuada. Uma vez que a tendência que fundamenta a
proposta curricular da rede de educação a qual os
professores sujeitos da pesquisa atuam é a históricocultural.
AGRADECIMENTOS
Programa de Iniciação Científica PIC 170/Unesc. Unidade
Acadêmica de Humanidade, Ciência e Educação.
Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc (SC) –
Brasil.
Fapesc – Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do
Estado de Santa Catarina.
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico.
REFERÊNCIAS
FIORENTINI, Dario. Alguns Modos de Ver e Conceber o
Ensino de Matemática no Brasil. Zetetiké. Campinas:
UNICAMP, ano 3, n.4, 1-36, 1995.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola
Pública. A pedagogia crítico-social dos conteúdos. 20ª
ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005.
SFORNI, Marta Sueli de Faria. Aprendizagem
conceitual e organização do ensino: contribuições da
teoria da atividade. 1° edição: Araraquara. JM Editora,
2004, p.200
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As
abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.
29
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
FUNDAMENTOS MATEMÁTICOS DAS PROPOSIÇÕES DIDÁTICAS DE DAVYDOV
Lucas Sid Moneretto Burigo,1 Ademir Damazio,2 Josélia Euzébio da Rosa3
1,2
Universidade do Extremo Sul Catarinense
3
Universidade Federal do Paraná
1
[email protected]
Palavras-Chave: Davydov, matemática, número.
INTRODUÇÃO
No presente estudo, adota-se a teoria histórico-cultural,
referencial do Grupo de Pesquisa em Educação
Matemática:
Uma
Abordagem
Histórico-Cultural
(Gpemahc) da Unesc. A pesquisa está em andamento e o
seu objeto de estudo é o Sistema de Ensino de
Matemática elaborado por Davydov e seus colaboradores.
Delimita-se para o conceito de número, que o referido
autor considera fundamental à Matemática. Assim, o
objetivo é analisar as proposições didáticas de Davydov,
para o ensino de matemática, à luz dos fundamentos
matemáticos.
METODOLOGIA
A presente pesquisa é definida na modalidade qualitativa
em uma de suas especificidades: a teórica. Para efeito de
organização da investigação, foram estabelecidos dois
momentos inter-relacionados. No primeiro, duas ações
desenvolvidas: leitura de um texto para obter as ideias
preliminares sobre o sistema de Davydov; a segunda, de
forma mais intensa, tratou-se da leitura de Caraça (2002),
Aleksandrov (1976), Ríbnikov (1987), para analisar a
epistemologia do conceito que caracteriza o seu estado
atual. O segundo momento, em que a ação principal foi o
estudo de como o conceito de número é apresentado no
Sistema de Ensino de Davydov.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O sistema de ensino de Davydov tem como objetivo
desenvolver o conceito de número a partir de grandezas
contínuas tais como: comprimento, área, volume e massa.
Estas possuem a mesma característica do número real, a
continuidade. O autor afirma que o conceito teórico a ser
introduzido desde que a criança inicia os estudos em
matemática é o conceito de número real.
No início do sistema de ensino, desenvolve-se a ação
investigativa das crianças, a qual é direcionada para
identificar as diferentes características (cor e forma) dos
objetos em um conjunto de tarefas que está presente em
todo o sistema. Depois, são introduzidas as grandezas
citadas acima e, a partir delas, é estudada a desigualdade
e a igualdade por meio da comparação de duas
grandezas da mesma espécie. Após isso, estuda-se como
tornar a desigualdade em igualdade por dois modos:
acrescentando a quantidade que falta para tornar a
grandeza menor equivalente à grandeza maior ou
retirando da grandeza maior a quantidade a mais que a
torna equivalente à grandeza menor. De acordo com
estudos realizados com crianças, Petrovski concluiu que
para o ensino do conceito de número por meio da
comparação entre grandezas contínuas, as mesmas
presentes neste sistema, a aprendizagem da diferença
(desigualdade) entre as grandezas serve de base para o
número natural (apud BROLEZZI, 1996).
A utilização de uma unidade de medida ocorre devido à
necessidade de comparar duas grandezas que estão
distantes uma da outra. As tarefas posteriores consistem
na realização de medidas e, para saber a medida das
grandezas são apresentadas as parlendas, com o objetivo
de fazer a contagem, ou seja, quantas vezes a unidade de
medida cabe na grandeza (quantidade contínua), assim,
cada medida corresponde a uma palavra da parlenda
(correspondência unívoca). Conclui-se que não pode
haver palavras repetidas, elas têm que seguir uma ordem,
todas as crianças precisam saber a parlenda inteira e as
parlendas têm um número limitado de palavras, o que
dificulta a contagem de um número maior que o número
de palavras da parlenda. Implicitamente, no trabalho com
as parlendas, contemplam-se os axiomas de Peano
referentes ao número natural. A contagem de objetos
(quantidades discretas), segundo Caraça (2002), se
realiza fazendo corresponder, sucessivamente, cada
objeto da coleção a um número da sucessão natural e o
último número indica a quantidade de objetos. O número
natural, no sistema de Davydov, também é compreendido
na relação entre duas grandezas da mesma espécie pela
medida (ideia da divisão), sendo assim, ele expressa a
quantidade de vezes exata que uma grandeza (unidade
de medida) cabe em outra grandeza. Aleksandrov (1976)
define que um número (dois, cinco, etc.) é aquela
propriedade das coleções de objetos que é comum a
todas elas cujos objetos podem ser colocados em
correspondência biunívoca uns com os outros.
CONCLUSÃO
O ensino do conceito de número pela relação entre
grandezas (medida) se apoia na ideia de correspondência
para a contagem. Conforme Caraça (2002), a ideia de
correspondência é uma das operações mentais mais
importantes, além de ser uma das ideias basilares da
matemática. No aspecto quantitativo, Davydov parte da
divisibilidade, ou seja, quantas vezes uma grandeza cabe
na outra grandeza.
AGRADECIMENTOS
Programa de Iniciação Científica – PIC 170. Fundo de
Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação
Superior (FUMDES). Unidade Acadêmica de Ciência e
Educação. Universidade do Extremo Sul Catarinense –
Unesc (SC), Brasil. Fundação de Amparo à Pesquisa e
Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
REFERÊNCIAS
ALEKSANDROV, A. D. et al. Visión General de la
Matemática. In: __ . La Matemática: su contenido,
métodos y significado. 1ª ed. Madrid: Alianza
Universidade, 1976. p.17-91.
BROLEZZI, A. C. A Tensão entre o Discreto e o
Contínuo na História da Matemática e no Ensino de
Matemática. 1996. Tese de Doutorado - Faculdade de
Educação da USP, São Paulo.
30
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
CARAÇA, B. J. Conceitos Fundamentais da
Matemática. 4.ed. Lisboa: Gradiva, 2002. 295p.
ГОРБОВ et al, Обучение математике. 1 класс:
Пособие для учителей начальной школы (Система
Д.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 2-е ида., перераб. М.:ВИТА-ПРЕСС, 2008. 128p.
31
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PENTATOMOIDEA (HEMIPTERA: HETEROPERA) EM UM FRAGMENTO DE
FLORESTA OMBRÓFILA DENSA DE TERRAS BAIXAS, ARARANGUÁ (SC)
1
Catiana Perin,1 Pedro Rosso,2 Luiz Alexandre Campos3
Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc)/ Especialização em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais
2
Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC)/Campus Criciúma
3
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs)/Departamento de Zoologia
1
[email protected]
Palavras-Chave: Pentatomóideos, Fragmentação de habitats, Floresta Ombrófila Densa.
INTRODUÇÃO
O Estado de Santa Catarina está inserido no bioma mata
atlântica, do qual restam apenas 23,29% da cobertura
original (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INPE,
2010). O processo de desflorestamento ocorreu no início
da colonização devido à ocupação das áreas litorâneas e
à extração de madeira, e, atualmente, ocorre em razão da
ocupação desordenada do ambiente, da especulação
imobiliária e da construção de estradas, rodovias,
hidrelétricas e indústrias, o que vem provocando sua
fragmentação (REIS; REIS; FANTINI, 1994).
A fragmentação de hábitats consiste na transformação de
uma paisagem natural contínua em manchas ou
fragmentos isolados uns dos outros e imersos em
paisagens
alteradas
pelo
homem
(PRIMACK;
RODRIGUES, 2001). Os insetos são considerados
importantes em estudos de fragmentação, pois são
fundamentais para manutenção, equilíbrio, funcionamento
e ciclagem de matéria nos fragmentos florestais,
realizando assim a regulação de populações de plantas e
outros animais (BROWN Jr., 1997).
O grupo dos insetos é o mais numeroso e mais diverso do
globo terrestre (DIDHAM et al., 1996) e Hemiptera é a
quinta maior ordem com 85.000 espécies (BRUSCA;
BRUSCA, 2007). Dentro da ordem Hemiptera, destaca-se
a Superfamília Pentatomoidea que é composta por
insetos exclusivamente terrestres e, em geral, fitófagos,
com a exceção dos predadores da subfamília Asopinae
(SCHUH; SLATER, 1995). São conhecidas no mundo
mais de 5.720 espécies nominais da superfamília, sendo
que mais de 600 destas ocorrem no Brasil (GRAZIA;
FORTES; CAMPOS, 1999).
Entre os trabalhos realizados com a Superfamília
Pentatomoidea, a maioria é limitada a famílias que
incluem espécies oportunistas. Em Santa Catarina, são
poucos os estudos realizados e destaca-se o estudo de
Campos et al. (2009) em três fragmentos no sul do
Estado.
A documentação sobre a perda de espécies animais em
remanescentes florestais cresce a cada ano, de forma
que o entendimento de como cada espécie vai ser afetada
por esse processo torna-se essencial para que não
ocorram novas perdas, evitando assim um desequilíbrio
ambiental em razão das alterações nas diversas
interações.
METODOLOGIA
A área do presente estudo possui 40 ha e se localiza no
município de Araranguá, sul do Estado de Santa Catarina,
nas coordenadas geográficas centrais 29º02‟21”S e
49º31‟34”W. É um remanescente de Floresta Ombrófila
Densa das Terras Baixas que se encontra em estágio
sucessional tardio, com árvores esparsas que atingem até
10 metros de altura. A vegetação arbórea do fragmento é
pouco heterogênea, formada de poucas espécies com
muitos indivíduos. O clima, segundo Köeppen, classificase como mesotérmico úmido (SANTA CATARINA, 1990).
As amostragens foram realizadas nas margens de duas
trilhas, no período de março a maio de 2009, totalizando
63 horas de amostragem, caracterizando o método de
campanha proposto por Mendonça, Jr., Schwertner e
Grazia (2009). Foram realizadas com a utilização de duas
técnicas de coleta: o guarda-chuva entomológico de 1m² e
a coleta manual. Os espécimes adultos e juvenis
coletados foram acondicionados em frascos e levados ao
Laboratório de Interação Animal-Planta (Liap) da
Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). No
laboratório, os insetos juvenis foram criados, e somente
os que atingiram o estágio adulto foram submetidos à
eutanásia, alfinetados, secados em estufa, etiquetados e
identificados, mesmo procedimento que foi utilizado para
os insetos adultos coletados. A classificação adotada para
a superfamília Pentatomoidea seguiu Grazia, Schuh e
Wheeler (2008). Os exemplares foram depositados na
Coleção Entomológica de Referência da Universidade do
Extremo Sul Catarinense (Cersc).
Para a análise dos resultados, foram construídos gráficos
de abundância (N) e riqueza (S) com o programa Excel
2007. Foram calculados os índices de diversidade de
Shannon (H‟) e dominância de Simpson (D), com auxílio
do programa PAST 1.18 (HAMMER et al., 2001).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram coletados 131 pentatomoideos pertencentes a três
famílias, 14 gêneros e 17 espécies. A família mais rica em
espécies e gêneros e mais abundante foram
Pentatomidae, Scutelleridae e Phloeidae (Tabela 1).
Tabela 1 – Número de espécimes (N), espécies (S) e
gêneros (G) e respectivos percentuais por família pelo
total amostrado da superfamília Pentatomoidea em um
fragmento de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas
no município de Araranguá, sul de Santa Catarina.
Famílias
N
N(%)
S
S(%)
G
G(%)
Pentatomidae
127
96,94
14
82,35
11
78,57
Scutelleridae
Phloeidae
2
2
1,53
1,53
2
1
11,77
5,88
2
1
14,29
7,14
131
100,00
17
100,00
14
100,00
Total
Nos estudos com Pentatomoidea no Sul do Brasil,
Pentatomidae é sempre a família mais representativa em
abundância e riqueza (CAMPOS et al., 2009).
A espécie mais abundante foi Banasa chaca (Tabela 2),
representando quase um terço do total dos
pentatomoideos coletados (n=43; 32,82%), sendo este o
primeiro registro para o Brasil, pois antes era registrada
apenas para a Argentina (THOMAS; YONKE, 1990).
O gênero Banasa Stål, 1860 (S=3; 17,47%) foi o que
apresentou maior riqueza de espécies, seguido de
Edessa Fabricius, 1803 (S=2; 11,76%). Os outros gêneros
32
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
apresentaram somente uma espécie cada (S=1; 5,88%),
sendo responsáveis por 70,59% do total coletado. Em
relação ao gênero Banasa, não foram localizados estudos
que tenham obtido uma maior riqueza. O gênero Edessa
é comum em estudos no Sul do Brasil e isso pode estar
relacionado ao fato de este ser um dos gêneros mais ricos
e o maior de Pentatomidae, com cerca de 260 espécies
descritas até o momento (SILVA; FERNANDES; GRAZIA,
2006).
Tabela 2 – Espécies de Pentatomoidea registradas no
fragmento de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas,
no município de Araranguá (SC), e suas respectivas
abundâncias absoluta (AA) e relativa (AR).
Família
Espécie
AA
AR
Pentatomidae Banasa chaca Thomas, 43
32,82
1990
Podisus sp.1
20
15,27
Piezodorus
guildinii 17
12,98
Westwood,1837
Banasa
sulcata 14
10,69
Thomas, 1990
Galedanta
truncata 10
7,63
Distant, 1899
Chinavia
geniculata
7
5,34
Dallas, 1851
Edessa cf. Scabiventris
4
3,05
Stål, 1859
Chloropepla
vigens
3
2,29
(Stål, 1860)
Edessa sp.1
3
2,29
Mormidea
notulifera
2
1,53
Stal, 1860
Banasa sp.1
1
0,76
Chlorocoris
tau
1
0,76
Spinola, 1837
Loxa deducta Walker,
1
0,76
1867
Thyanta
humilis
1
0,76
Bergroth, 1891
Phloea
subquadrata
Phloeidae
2
1,53
Spinola, 1837
Scutelleridae
Scutelleridae sp.1
1
0,76
Symphylus sp.1
1
0,76
Total
17
131 100,00
Em relação às espécies coletadas, duas são
consideradas espécies oportunistas, P. guildini e M.
notulifera, respectivamente da soja e do arroz. No
entanto, podem estar utilizando o fragmento como abrigo
ou fonte de recursos alimentares (PANIZZI et al., 2000).
P. guildinii apresentou abundância relativamente elevada
(n=17; 12,98%) e, em observações de campo, se notou
grande afinidade da espécie com áreas mais abertas.
T. humilis foi coletada apenas na trilha paralela à borda do
fragmento, indicando sua preferência por habitats abertos,
como clareiras e bordas de mata, corroborando com o
verificado por Mendonça Jr., Schwertner e Grazia (2009).
A captura de espécimes da família Phloeidae, que são
insetos que vivem sobre cascas de árvores e têm a forma
do corpo modificada para mimetizar o substrato (GRAZIA;
FORTES; CAMPOS, 1999), demonstra a importância da
utilização de mais de uma técnica nos levantamentos de
pentatomoideos, pois possibilita a captura de espécies
com diferentes hábitos de vida. Não se tinha registro até o
presente estudo de espécimes da família Phloeidae para
o Estado de Santa Catarina.
Com a técnica de coleta manual, foram coletadas quatro
espécies e, com o guarda-chuva entomológico, 14
espécies, sendo que apenas uma espécie foi coletada
com as duas técnicas. Schmidt e Barcellos (2007),
utilizando as mesmas técnicas, obtiveram valores
aproximados, tendo coletado seis espécies com coleta
manual e 14 com guarda-chuva entomológico, sendo que
uma única espécie coletada com as duas técnicas.
Os imaturos são de difícil identificação, e a proposta de
Mendonça, Jr., Schwertner e Grazia (2009) em relação à
coleta e à criação de imaturos até a fase adulta para
posterior identificação mostrou-se importante para a
ampliação dos dados e a caracterização da comunidade
da área de estudo, pois foram coletados 29 indivíduos
imaturos, sendo que 20, correspondente a 15,28% do
total amostrado neste estudo e pertencentes a três
espécies (B. chaca, G. truncata e Podisus sp.1),
chegaram à fase adulta. Mendonça Jr. et al. (2009),
realizando um levantamento de Pentatomoidea no
município de Bagé coletou 154 espécimes, sendo que
destes 45 eram ninfas (29,22%).
Tendo por base a Coleção Entomológica de Referência
da Unesc (Cersc), são novos registros para o município
de Araranguá e para a formação Floresta Ombrófila
Densa das Terras Baixas as seguintes espécies: G.
truncata; L. deducta; P. subquadrata e C. geniculata. Para
essas duas últimas espécies, é o primeiro registro para o
Estado de Santa Catarina e, como já citado, B. chaca é
um novo registro para o Brasil.
A curva de acumulação de espécies não apresentou
estabilidade razoável, indicando que um maior esforço
amostral abrangendo, principalmente, outros meses do
ano, poderia aumentar o número de espécies.
Os estimadores de riqueza calculados indicam que a
amostragem representou entre 65,18% (MichaelisMenten) e 87,76% (Bootstrap) do número de espécies
esperadas para o local.
A curva de distribuição de abundância mostrou um
pequeno número de espécies abundantes e um grande
número de espécies com abundância baixa. Este mesmo
resultado foi obtido por Campos et al. (2009) realizando
um levantamento de Pentatomoideos em três áreas no sul
de Santa Catarina.
O número elevado de singletons (S=6; 35,29%) evidencia
ser possível uma ampliação do número de espécies com
o aumento da amostragem (SCHMIDT; BARCELLOS,
2007). Os mesmos autores, em um levantamento de
Pentatomoidea realizado no Parque Estadual de Turvo,
com um esforço amostral de 153 horas, encontraram 16
singletons (28,57 % do total). Contudo, é possível que
algumas dessas espécies possam ser realmente raras no
fragmento ou serem habitantes preferenciais dos estratos
superiores, como os edessíneos. Sua captura pode ter
sido acidental em outros substratos por estarem
desalojados do seu micro-habitat.
Os índices de diversidade de Shannon (H‟) e dominância
de Simpson (D) foram 2,14 e 6,08, respectivamente. O
índice de diversidade de Shannon (H‟) foi próximo do
estudo realizado no sul de Santa Catarina por Campos et
al. (2009), porém o de Dominância de Simpson (D) foi
bem mais baixo, demonstrando que foram amostradas
menos espécies dominantes.
CONCLUSÃO
O presente estudo contribui para a ampliação do
conhecimento das comunidades de Pentatomoidea em
Santa Catarina por meio da consolidação de padrões
ecológicos para o táxon estudado e do registro de duas
33
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
espécies novas para o município de Araranguá e para a
FODTB, duas para Santa Catarina e uma para o Brasil.
Isso demonstra a importância de se realizarem
levantamentos em fragmentos ainda não amostrados e de
diferentes fitofisionomias.
A utilização de mais de uma técnica para amostragem
permitiu a coleta de espécies em diferentes substratos
que dificilmente seriam amostrados com a utilização de
apenas uma das técnicas.
A criação de imaturos para posterior identificação e
contabilização mostrou-se importante para uma melhor
caracterização da área estudada, possibilitando assim,
uma descrição mais fiel da comunidade.
AGRADECIMENTOS
Ao programa CNPq/Pibic pelo financiamento do projeto.
REFERÊNCIAS
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34
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO SOBRE A VIA mTOR/p70S6k EM MIOCÁRDIO
DE ANIMAIS OBESOS
Schérolin de Oliveira Marques,1 Marcelo Fontana Vitto,2 Patrícia Acordi Cesconetto,3
Thaís Fernandes Luciano,4 Daniela Roxo de Souza,5 Cláudio Teodoro de Souza6
Laboratório de Fisiologia e Bioquímica do Exercício – Lafibe (PPGCS/Unesc). Criciúma (SC)
1
[email protected]
Palavras-Chave: Treinamento Físico, Síntese Proteica, Obesidade, Hipertrofia.
INTRODUÇÃO
A obesidade é um dos maiores problemas de saúde
pública mundial. Um dos principais problemas do
indivíduo obeso é a associação desse distúrbio com
vários outros, tais como doenças cardíacas. Parece que a
redução na sensibilidade à insulina no miocárdio pode ser
o elo entre tais distúrbios.
A insulina é um hormônio anabólico que promove síntese
proteica e crescimento celular, capaz de induzir aumento
na síntese de proteínas, decréscimo na degradação ou
ambos concomitantemente. A insulina está envolvida na
regulação da via mTOR/P70s6K em células do músculo
cardíaco. Quando ativada, mTOR controla principalmente
duas moléculas regulatórias na tradução de proteínas:
S6K
P70
e a 4E-BP1.
O exercício físico tem demonstrado ser uma excelente
ferramenta não farmacológica por melhorar a ação da
insulina em diferentes tecidos. Portanto, o objetivo do
presente estudo foi avaliar a via molecular (mtor) de
síntese proteica em músculo cardíaco de ratos obesos
após treinamento físico.
METODOLOGIA
Foram utilizados ratos Wistar machos, divididos
aleatoriamente em dois grupos (n=7): grupo controle,
alimentado por oito semanas com dieta convencional para
roedores e grupo hiperlipídico (HL) alimentado por oito
semanas com dieta hiperlipídica. Após indução da
obesidade, os animais foram divididos em subgrupos:
obeso não treinado e obeso treinado (natação 1h/dia,
cinco dias por semana, durante oito semanas, sobrecarga
de 5% p.c., presa à cauda). Vinte e quatro horas após a
ultima sessão do treinamento físico, os animais foram
sacrificados e western blots foram realizados. Os
resultados foram expressos como percentual do grupo
não treinado (p<0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nossos resultados demostram que o estímulo com
insulina aumenta a atividade de moléculas envolvidas na
síntese proteica, quando comparada a níveis basais, bem
como o exercício físico aumenta a fosforilação de Raptor,
S6, p70S6K e 4E-BP1 (1,7, 1,6, 1,9, 1,4 vezes,
respectivamente) em relação ao grupo DIO, aumento em
2,0 vezes na associação de mTOR com Raptor e redução
da expressão atrogin-1 (2,1 vezes), que esta relacionada
à degradação proteica. Dessa forma, o estudo sugere que
o treinamento estimula a síntese e reduz a degradação
proteica, simultaneamente.
Esse é um resultado que pode estar relacionado à menor
incidência de eventos agudos do miocárdio, ou mesmo
maiores chances de sobrevida em caso de infarto agudo.
No entanto, essa hipótese carece de estudos futuros.
Estudos neste sentido estão sendo realizados pelo nosso
grupo.
O processo de síntese proteica envolve a ativação de
genes específicos, sua transcrição e tradução. O
treinamento físico, por sua vez, modula esses processos
de forma específica ao tipo de estímulo empregado. Uma
única sessão de exercício pode aumentar a síntese de
proteína por 48 horas após a sessão; entretanto, a
degradação proteica também está aumentada, mas em
menor grau, levando ao aumento no balanço de
proteínas.
Dados semelhantes foram publicados por Gwag e col.
(2009), mostrando que o treinamento aeróbio em ratos
aumenta a ativação da molécula S6K em músculo
esquelético, associando a uma diminuição na ativação da
via proteolítica, fator que contribui para o aumento da
massa muscular.
A maior sinalização da insulina resultou em maior
ativação da via de síntese proteica envolvida com a
hipertrofia mTOR/P70s6K.
CONCLUSÃO
Nossos resultados demonstram que o treinamento físico
aumenta a atividade de moléculas envolvidas com o
controle da síntese proteica (mtor, p70, s6 e eif2-α) e,
paralelamente, reduz a expressão da molécula envolvida
com a degradação (atrogin).
AGRADECIMENTOS
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Santa Catarina (Fapesc) e Unesc.
REFERÊNCIAS
FUGITA, S. et al.. Aerobic Exercise Overcomes the AgeRelated Insulin Resistance of Muscle Protein Metabolism
by Improving Endothelial Function and Akt/Mammalian
Target of Rapamycin Signaling. Diabetes, v. 56, n.6, p.
15-22, 2007.
ZOPPI, C. Mecanismos moleculares sinalizadores da
adaptação ao treinamento físico. Rev.Saúde, v.1, n.1.
p.60-70, 2005.
35
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O MOVIMENTO CONCEITUAL NAS PROPOSIÇÕES DO SISTEMA DE ENSINO DE
DAVYDOV
Daiane de Freitas,1 Ademir Damazio,2 Josélia Euzébio da Rosa,3 Marlene
Beckhauser de Souza Böger4
1,2,4
Universidade do Extremo Sul Catarinense.
3
Universidade Federal do Paraná
1
[email protected]
Palavras-Chave: Movimento, Abstrato, Concreto.
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa, em andamento, está vinculada a um
projeto mais amplo do Gpemahc em que o objeto de
investigação é o movimento de pensamento proposto no
Sistema de Ensino de Davydov com base nos
fundamentos do materialismo histórico-dialético. Davydov
(1982) diz que é papel da escola desenvolver o
pensamento teórico das crianças por meio da apropriação
dos conhecimentos científicos, em detrimento do
pensamento empírico, que opera mediante os
conhecimentos cotidianos. O processo direcionador, que
expressa a natureza do pensamento teórico, é o da
ascensão do abstrato ao concreto (DAVYDOV, 1982). Na
especificidade deste, adotamos as categorias do abstrato
e do concreto. O objetivo consiste em investigar o
movimento entre abstrato e concreto, nas proposições do
Sistema de Ensino de Davydov para o ensino do conceito
de número no primeiro ano do Ensino Fundamental.
METODOLOGIA
Foi necessária uma imersão na literatura, com delimitação
para as relações entre abstrato e concreto. Nesse sentido,
realizamos três ações de estudos inter-relacionadas a: 1)
conotação habitual subjacente aos procedimentos de
ensino comumente utilizados no Brasil; 2) relação entre
ambos na lógica dialética; 3) e manifestação destes nas
proposições do Sistema de Ensino de Davydov para o
ensino de matemática no primeiro ano do Ensino
Fundamental (ГОРБОВ, 2008).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No ensino habitual, o material abstrato, em particular os
símbolos expressos por letras, aparece somente no final
do estudo de um determinado conceito. Eles servem
como meio para fixar as propriedades conceituais que são
reveladas pelas crianças no processo de solução de
muitos problemas concretos. Assim, o conceito é
apresentado aos estudantes como algo pronto e acabado,
em detrimento da realização das ações que revelam sua
gênese. Isso faz com que os procedimentos de ensino se
limitem à operacionalização estéril dos conceitos na sua
forma já elaborada, partindo das particularidades e traços
externos de objetos e fenômenos sem relação com a
natureza interna do conceito. No sistema de ensino
proposto por Davydov, o material abstrato é introduzido
relativamente cedo, serve como meio para que os alunos
se apropriem dos fundamentos da ação objetal. Desse
modo, o abstrato é considerado como categoria
mediadora do concreto, ou seja, “do concreto sincrético
ao concreto síntese, o pensamento opera analiticamente”.
(GIARDINETTO, 1991, p. 12). De acordo com Giardinetto,
é das determinações abstratas que o pensamento
promove, num movimento de síntese, uma articulação de
suas partes, fazendo com que a imagem do objeto deixe
de ser um todo caótico, transformando-se em todo coeso,
compreendido em sua essência, na unidade de suas
múltiplas determinações. Nas relações matemáticas, as
abstrações podem ser produzidas com fórmulas
expressas por meio de letras. Nessas fórmulas se
apresentam os resultados das ações realizadas real ou
mentalmente com os objetos, isto é, suas significações
são
abstrações
da
realidade
objetal.
Essas
representações espaciais (segmentos, retângulos...)
permitem que as crianças realizem transformações reais,
cujos resultados podem ser supostos e/ou observados,
pois os mesmos proporcionam reflexões sobre as
grandezas, como comprimento, área, volume e massa.
Nesse movimento, contemplam-se as relações entre
álgebra, geometria e aritmética.
CONCLUSÃO
Os resultados preliminares nos permitem acreditar que o
movimento entre abstrato e concreto subjacente as
proposições do Sistema de Ensino de Davydov para a
matemática, no primeiro ano do Ensino Fundamental,
ascende do abstrato ao concreto. Ou seja, o abstrato é o
meio de captação dos fundamentos da ação objetal.
AGRADECIMENTOS
Gpemahc. Curso de Matemática. Programa Institucional
de
Bolsas
de
Iniciação
Científica
–
PIC
170/Unesc/UNAHCE. Universidade do Extremo Sul
Catarinense (Unesc). Criciúma (SC), Brasil. Fapesc –
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado
de Santa Catarina. CNPq – Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Fumdes –
Fundo de Apoio à Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Superior (Bolsa Mestrado).
REFERÊNCIAS
DAVYDOV, Vasili Vasilievich. Tipos de generalización
en la enseñanza. 3ª ed. Habana: Editorial Pueblo y
Educación, 1982. 485p.
ГОРБОВ et al, Обучение математике. 1 класс:
Пособие для учит0елей начальной школы (Система
Д.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 2-е ида., перераб. М.:ВИТА-ПРЕССб 2008. 128p.
GIARDINETTO, José Roberto Boettger. A relação entre
o abstrato e o concreto no ensino da geometria
analítica em nível de 1° e 2° graus. Dissertação de
Mestrado – Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos, 1991.
36
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O PROCESSO DE PRODUÇÕES DOS PROFESSORES NA ATIVIDADE DE ENSINO
DE MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS
Fernanda Gava Hoepers,¹ Lucas Vieira Lemos,² Ademir Damazio,³ Ledina Lentz
Pereira4
1,2,3,4
Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc/ Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: Uma
abordagem Histórico-Cultural – Gpemahc; Laboratório de Estudos em Educação Matemática.
1
[email protected]
Palavras-Chave: Produção, Docente, Matemática.
INTRODUÇÃO
Na busca pela melhoria do ensino–aprendizagem de
matemática em situação escolar, especificamente nas
séries iniciais do Ensino Fundamental, inúmeras
pesquisas têm sido feitas nas últimas décadas com esse
enfoque. Em uma delas, Nacarato, Mengali e Passos
(2009) fazem a denúncia do modelo generalista de
formação (que forma o professor polivalente), o qual não
atinge os objetivos das disciplinas específicas. Isso, para
as autoras assim como para nós, faz com que os
professores utilizem recursos peculiares diferentes dos
modos que aprenderam e rompam com certos
procedimentos cristalizados da prática de ensino de
matemática. Esse rompimento produz outras práticas que
decorrem da atividade docente. Nesse contexto, o
presente estudo se volta para as produções docentes com
o pressuposto de que o professor, ao buscar a
consolidação da sua atividade de ensinar matemática,
articula diversos componentes de concepções e
procedimentos de ensino que caracterizam a atividade
pedagógica. A hipótese, de acordo com a Abordagem
Histórico-Cultural (AHC), é que tais produções,
características do ensino escolar, promovem o
desenvolvimento do pensamento humano, que pode
ocorrer em duas esferas: uma do pensamento empírico e
outra do pensamento teórico dos estudantes (DAVÝDOV,
1982). Na primeira, reflete o desenvolvimento decorrente
das produções fundamentadas em mediações externas
dos conceitos, com base no imediato da realidade
educacional, nas suas particularidades. Na segunda
possibilidade, a referência é a essência dos conceitos
científicos – o geral – com base na análise interna de
suas relações. Assim, o foco da pesquisa é o movimento
que norteia as produções docentes referentes ao ensino
de matemática nas séries iniciais do Ensino Fundamental.
O objetivo se voltou à análise das bases que
fundamentam as produções peculiares dos professores
em sua prática de ensinar.
METODOLOGIA
A análise teve por base as produções de oito professores
que ensinam matemática do 1º ao 5º ano de escolas
básicas da rede estadual de Criciúma e Araranguá. Os
dados, produções, foram expressos por meio de
entrevistas semiestruturadas que, com a permissão dos
depoentes, foram gravadas e transcritas. Da leitura das
falas, se estabeleceram como categorias de análise as
ações e operações dos professores referentes ao ensino
de matemática. “Ação e operação” são dois componentes
da estrutura da atividade (Leontiev). Na ação, o motivo e
o objeto da atividade não coincidem. Ela esta orientada
para um fim consciente e é composta por operações. Uma
ação tem diversas operações e uma operação pode estar
presente em diversas ações. A operação é a forma de
executar a ação e tem ligação com as condições, meios e
procedimentos. De acordo com Leontiev (2004, p. 88), as
operações de trabalho “são realizadas com a ajuda de
instrumentos, de meios de trabalho”. Assim sendo, os
objetos da análise, as produções dos professores em
ações e operações, foram analisados sob a ótica da
Teoria da Atividade, que, além da ação e da operação, é
composta por fim, motivo, objeto, sentido e significado
(LEONTIEV, 2004).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise parte das diversas circunstâncias enfrentadas
pelos professores e dos fatores agregados à sua atividade
pedagógica, que justificam as formas de ensino vigentes.
Diante das condições objetivas em que se formam e
lecionam, os professores buscam a superação das
lacunas na formação matemática e na infraestrutura das
escolas. Por isso, revelam que é na prática em sala de
aula que se aprende a ensinar. Como mostra o professor
PB em uma de suas falas: “Eu tinha a prática e tive a
teoria, então, eu pude ver que não te adianta só a teoria,
tem que ter a prática. E a prática tu vai trabalhando, vai
errando, um dia tu faz de um jeito outro dia tu faz de
outro, tu viu que não deu certo”. Essa manifestação de
que é na prática em sala de aula que se aprende a
ensinar, recorrente na maioria das entrevistas, vem
acompanhada de uma crítica às instituições formadoras.
E para suprir essa deficiência científica, o professor
recorre a suas experiências em sala de aula como base
para o planejamento de suas ações de ensino. “Às vezes
tu te questionas: meu Deus, o que eu fiz aqui hoje que
ninguém aprendeu nada? E no dia seguinte, tu retorna, tu
faz novamente e foi assim, matemática... eu aprendi a
matemática pela minha necessidade e pelo meu dia a dia”
(PB). Então, é nos erros e acertos do dia a dia que o
professor vai acumulando práticas de ensino que
possibilitam que ele lecione. Na ausência do domínio das
bases teóricas, as produções dos professores emergem
das ações e operações de ensino que priorizam a
realidade externa do aluno. Assim, como na fala do
professor PG: “Eu trabalho, no caso, eu dou atividade
xerocada, primeiro eu parto bem do lúdico mesmo. Os
numerais, eu trabalho bastante o bingo (...) porque eu
tenho todo o material, principalmente de matemática, eu
tenho muito material didático assim porque pelo fato de
ter pouco suporte, então eu fazia mesmo com eles pra
formar os numerais. (...) Eu trabalho bastante material
concreto, tampinha de garrafa, palito de picolé, essa
questão mesmo”. Trata-se, pois, de apego a objetos
físicos, situações do dia a dia do aluno e de ludicidade,
com bases que priorizam os aspectos externos em
detrimento dos processos internos no âmbito da formação
do pensamento teórico. São operações “soltas” que não
articulam um sistema conceitual científico. No entanto,
surgem de um sentido pessoal do professor referente à
37
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
aprendizagem ou da crença de que é vivenciando a
realidade aparente que o aluno aprende – no concreto,
com objetos. Dessa forma, as ações que envolvem os
conteúdos matemáticos se traduzem apenas em
operações em que se mesclam com aquelas que foram
anunciadas no decorrer da sua formação e se efetivam na
experiência em sala de aula.
CONCLUSÃO
Existe a preocupação da ação de planejar o ensino e
traduzir em operações de ensino, porém, não atentam
para as bases de um sistema lógico de conceitos
científicos. Consequentemente, de acordo com a AHC,
não promovem o desenvolvimento do pensamento teórico
dos alunos. Os sujeitos da pesquisa desprendem esforços
decorrentes de multifatores que fundamentam ou se
apresentam na prática de ensino de matemática. As
produções trazem um sentido pessoal como esforço de
superar dificuldades próprias ou de seus alunos em
relação à aprendizagem da matemática. Contudo, ao
articular os diversos conhecimentos adquiridos na sua
trajetória docente, as ações e operações da atividade de
ensino e, por extensão, da atividade de aprendizagem,
são de cunho empírico, o que possibilita o
desenvolvimento do pensamento dos estudantes nessa
mesma base. O movimento que caracteriza as produções
dos docentes entrevistados parte das particularidades que
surgem no contexto escolar, paralelamente aos
conhecimentos
específicos,
embora
defasados,
adquiridos pelos professores no seu processo de
formação.
AGRADECIMENTOS
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica –
Pibic/Unesc. Unidade Acadêmica de Humanidade,
Ciência e Educação. Universidade do Extremo Sul
Catarinense – Unesc (SC), Brasil; Fundação de Amparo à
Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina –
Fapesc; Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPQ.
REFERÊNCIAS
DAVÝDOV, V. V. Tipos de generalización en la
enseñanza. Habana: Editorial Pueblo y Educación, 1982.
LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo.
Tradução de Rubens Eduardo Frias. 2. ed. São Paulo:
Centauro, 2004, 356 p.
NACARATO, A.M; MENGALI, B. L. DA. S; PASSOS,
C.L.B. A matemática nos anos iniciais do Ensino
Fundamental: Tecendo fios do ensinar e do aprender.
Belo Horizonte: Autêntica, 2009. 158 p.
38
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
OS TRÊS LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA MAIS UTILIZADOS NO PRIMEIRO
ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE
CRICIÚMA
Ester de Souza Bitencourt Alves,1 Josélia Euzébio da Rosa,2 Ademir Damazio3
1,3
Universidade do Extremo Sul Catarinense
2
Universidade Federal do Paraná
1
[email protected]
Palavras-Chave: Ensino Fundamental, Livros Didáticos, Matemática.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho se insere na teoria histórico-cultural,
fundamento teórico do Grupo de Pesquisa em Educação
Matemática:
Uma
Abordagem
Histórico-Cultural
(Gpemahc) da Unesc. A pesquisa está em andamento e o
seu objeto de estudo são os livros didáticos de
matemática. Foram encaminhados questionários às 57
escolas municipais de Criciúma, no qual se perguntava:
Quais são os livros didáticos de matemática utilizados
pelos professores do primeiro ano do Ensino
Fundamental? O objetivo era identificar os três livros mais
utilizados e analisá-los à luz dos pressupostos da teoria
histórico-cultural.
METODOLOGIA
Dos questionários encaminhados para identificar os três
livros mais utilizados, apenas 16 foram respondidos. Com
o baixo índice de retorno, foram contatadas, via telefone,
todas as escolas que não responderam. Exceto quatro
escolas, que, por possuírem apenas telefones públicos,
não foi possível contatá-las. Das 37 escolas contatadas,
apenas dez responderam. No atual estágio da pesquisa,
têm-se os três livros didáticos de matemática mais
utilizados nas escolas que participaram da pesquisa. Para
a análise preliminar dos três livros, recorreu-se à internet
a fim de conhecer um pouco mais sobre seus autores. A
1
metodologia adotada é a análise de conteúdo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base nos 26 questionários respondidos, verificou-se
que há uma diversidade de livros utilizados, mesmo em
uma rede de ensino que adota uma perspectiva teórica
bem definida, a histórico-cultural. Contudo, alguns são
menos utilizados que outros. Os três livros didáticos de
matemática mais utilizados pelos professores das escolas
municipais de Criciúma são: Aprendendo Sempre:
Alfabetização Matemática; Porta Aberta: Alfabetização
Matemática e Fazendo e Compreendendo Matemática. O
livro Aprendendo Sempre, do autor Luiz Roberto Dante
(Livre-docente em Educação Matemática), utiliza uma
linguagem adequada à faixa etária e uma diversidade de
textos (parlendas, tirinhas de quadrinhos e letras de
canções conhecidas). Os conteúdos estão divididos em
oito capítulos, e são abordados a partir de situações do
cotidiano. Suas atividades são diversificadas, algumas
são complexas e exigem conhecimentos extra-escolares.
É dada atenção especial aos números e às operações.
São apresentados os vários usos do número para, então,
construir o sistema de numeração decimal. Na geometria,
trabalha-se o lúdico. Nas grandezas e medidas, a ênfase
é para a grandeza comprimento. No livro Porta Aberta,
dos autores Arnaldo Bento Rodrigues, Mário Batista dos
Santos Neto e Marília Ramos Centurión, os conteúdos
são contemplados com algumas noções que podem ser
consideradas difíceis para crianças de 6 a 8 anos. Há
enunciados longos, o que pode dificultar a leitura e
compreensão. Contudo, o uso dos jogos em experimentos
auxilia a criança a relacionar a matemática com as
práticas do cotidiano. Os conteúdos estão divididos em
dez unidades. Os números são explorados por meio de
contagens. O uso do sinal de diferente e o conceito de
pares e ímpares são introduzidos paralelamente aos
primeiros registros de números, que são trabalhados até
100. A geometria plana é abordada a partir das faces que
são identificadas nos sólidos. Nas grandezas e medidas,
a ênfase é para tempo e comprimento. De modo geral, as
atividades são propostas para serem trabalhadas
individualmente, pouco se incentiva o trabalho em grupos.
No livro Fazendo e Compreendendo Matemática, das
autoras Lucília Bechara Sanchez (doutora em Educação)
e Manhúcia Perelberg Liberman (licenciada e bacharel em
Matemática), são contempladas atividades lúdicas,
linguagem e articulações entre a matemática e a língua
materna. Há diversidade de textos (histórias infantis,
poesias, entre outros). Os conteúdos estão divididos em
oito unidades, e suas atividades estão relacionadas com o
cotidiano das crianças. Os números são abordados até
50. Na geometria é indispensável o uso da régua. As
grandezas e medidas são abordadas por meio de
comparações, em especial, tempo e comprimento. O uso
de recursos didáticos é muito incentivado. Valoriza-se a
criação de estratégias e incentiva-se a troca de ideias
entre as crianças. São propostas, também, atividades que
articulam a matemática com as Ciências Naturais, a
Geografia e a Arte.
CONCLUSÃO
No atual estágio da pesquisa, já foi concluído o
levantamento dos três livros didáticos mais utilizados e
realizada uma breve análise dos mesmos. A conclusão
preliminar é de que, nos três livros, a ênfase é para
atividades que relacionam os conceitos ensinados com
situações do cotidiano das crianças.
AGRADECIMENTOS
Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da
Educação Superior (Fumdes).
REFERÊNCIAS
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70,
1995.
DANTE, L. R. Col. Aprendendo Sempre: Alfabetização
Matemática, 1º ano. Ed. Ática, SP: 2008.
RODRIGUES, A. B.; NETO, M. B. dos S; CENTURIÓN,
M. R. Col. Porta Aberta: Alfabetização Matemática, 1º
ano. Ed. FTD, SP: 2008.
39
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
SANCHEZ, L. B; LIBERMAN, M. P. Col. Fazendo e
Compreendendo Matemática, 1º ano. Ed. Saraiva, SP:
2008.
40
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE POLI-{ESTIRENO-CO-4-VINILPIRIDINA}
SULFONADO PARA APLICAÇÃO COMO ELETRÓLITO
Danila Ferreira Niero,1 Mosart Ferrari dos Santos,2 Luis Philipe Spricigo,2 Bárbara
Lumertz Santana,2 Marcos Marques da Silva Paula,2 Luciano da Silva3
1,2
Unesc/Laboratório de Síntese de Complexos Multifuncionais – Lasicom
3
Univali/Laboratório de Pesquisa em Energia – Lapen
1
[email protected]
Palavras-Chave: Polímeros Sulfonados, Células a Combustível, Vinilpiridina.
-1
INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento tecnológico, a busca por novas
técnicas de geração de energia impulsionam a criação de
novos materiais para tais fins. Um dos materiais mais
promissores para o uso em membranas para células a
combustível são os polímeros. Contudo, seu uso é
limitado em função do alto custo em relação à sua vida
útil. Os polímeros mais utilizados como eletrólito sólido
possuem estrutura de hidrocarboneto polifluorado, com
unidades sulfonadas, como o Nafion®. O heteroátomo
presente na cadeira da 4-vinilpiridina, o nitrogênio, pode
alterar o dipolo molecular, onde o mesmo atuará
modificando as propriedades do polímero comparado ao
poliestireno. Ao apresentar maiores temperaturas de
transição, a estabilidade térmica do material será maior, o
que é ponto essencial para polímeros que serão usados
em membranas poliméricas para células a combustível.
Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho é
possibilitar novas opções para o uso de polímeros nas
células a combustível, sendo a 4 vinilpiridina uma opção
bastante promissora.
METODOLOGIA
O poli-{estireno-co-4-vinilpiridina} foi sintetizado em
atmosfera inerte de argônio. Neste estudo foi utilizada a
relação estequiométrica 90:10 (estireno-4-vinilpiridina). A
reação de sulfonação foi realizada em um reator de
500mL a temperatura de 40ºC, utilizando o ácido sulfúrico
como agente sulfonante. A rota sintética utilizada é
descrita no esquema abaixo:
Esquema 1: Rota Sintética Usada no Processo.
No material sulfonado, há sinais entre 3446,79 cm ao
qual são atribuídas a vibrações da unidade OSO2.
A preparação das membranas para análise das
propriedades mecânicas ocorreu por meio do método
“casting”, que consiste na evaporação lenta do solvente
até que somente reste o polímero na forma de filme.
Figura 1 – Espectros de FTIR de (a) poli-{estireno-co-4vinilpiridina}
e
(b)
poli-{estireno-co-4-vinilpiridina}
sulfonado
0,0
(b)
0,2
0,4
0,6
(a)
0,8
1,0
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
Número de onda (1/cm)
As propriedades mecânicas das membranas não foram
satisfatórias. Os resultados de TGA demonstram que o
copolímero é mais estável termicamente em comparação
ao homopolímero de estireno.
CONCLUSÃO
O poli-{estireno-co-4-vinilpiridina} sulfonado se mostra
promissor para uso em células a combustível. O
copolímero também se mostra promissor, uma vez que o
mesmo é insolúvel em metanol e etanol. Propriedades
mecânicas podem ser otimizadas via otimização da rota
sintética.
AGRADECIMENTOS
+
a
PIC/Unesc e CNPq.
b
N
m
N
n
HO3S
m
N
n
a=Peróxido de Benzoíla
b=H2SO4,CHCl3 e Δ
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A caracterização dos produtos se deu por viscosimetria,
FTIR e TGA. A viscosimetria apontou como massa molar
viscosimétrica média de 71625 g/mol para a razão
estequiométrica de 90:10. No espectro de FTIR bandas
-1
típicas do sistema aromático em HC = 3059 cm C=C =
-1
-1
3024 cm e sinais do sistema piridínico C=N = 1597 cm .
REFERÊNCIAS
DA SILVA, L.; SILVA, F. E. ; MIRANDA, R. ; PAULA, MMS
. Humidity and pH sensor based on sulfonated poly{styrene-acrylic acid} polymer. Synthesis and
Characterization. 2008.
DA SILVA, L ; DA SILVA, F ; FRANCO, C ; NUERNBERG,
R ; GOMES, T ; MIRANDA, R ; PAULA, M. M. S.,
Materials Science & Engineering. C, v. 29, p. 599-601,
2009
P GUO, W GUAN, L LIANG, P YAO. Jounal Colloid and
Interface Science, 323 (2008), p. 4517.
41
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE ANTOCIANINAS COMO INDICADORES
NATURAIS
Jéssica Alves Marques,1 Kamila Biazoto,2 Luís Henrique de Biasi,3 Lucas
Dominguini4
1,2,3,4
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma
2
[email protected]
Palavras-Chave: Antocianinas, Indicadores Naturais, pH.
INTRODUÇÃO
Os indicadores de ácido-base são fracas substâncias
ácidas ou básicas que conformam cores diferentes, por
causa do pH do meio onde foram adicionadas.
Normalmente, os indicadores são pigmentos extraídos de
plantas em geral e que, dissolvidos em água, apresentam
determinada cor. Tal modificação em suas cores deve-se
a fatores diversos, como pH, potencial elétrico,
complexação com íons metálicos e adsorção em sólidos.
São comumente classificados em função dos mecanismos
de modificação de suas cores ou então pelo tipo de
titulação que podem ser aplicados como indicadores.
Os indicadores ácido-base ou indicadores de pH são
substâncias orgânicas fracamente ácidas (indicadores
ácidos) ou fracamente básicas (indicadores básicos) que
apresentam cores diferentes para suas formas protonadas
e desprotonadas, isto é, que mudam de cor em função do
pH.
Algumas plantas, flores e frutos são capazes de
apresentar substâncias naturais com tais características.
Há mais de 200 anos, se utilizam esses indicadores
naturais, como a jabuticaba, o repolho roxo, o extrato de
violeta, rosas, pau-brasil, casca de feijão preto, amora,
uva, jambolão, entre outros; mas aos poucos estão
oferecendo lugar aos sintéticos. Apesar disso, os
indicadores naturais (extratos naturais) são importantes
para oferecer maior facilidade de compreensão dos
conceitos químicos, por envolver o uso de poucos
reagentes, materiais e também por possuírem baixo
custo.
Segundo Terci e Rossi (2009), os primeiros indicadores
foram obtidos por Robert Boyle, no século XVII, quando,
ao fazer um licor de violeta, percebeu que, em solução
ácida, a cor mudou para vermelho e, em solução básica, a
cor modificou para verde; após colocar licor sobre um
papel e ao acrescentar algumas gotas de vinagre, a cor
mudava para vermelho.
Esse grupo de substâncias naturais, com essas
características, são as antocianinas. Elas são substâncias
presentes nas seivas das plantas. A variação da cor
acontece quando o íon hidrogênio (ácido) é adicionado ou
removido da molécula. Elas produzem as cores azul,
violeta, vermelho e rosa, de flores e frutas. Se essas
antocianinas forem extraídas do meio natural, aparecerão
na forma de sais flavílicos, e que é comum estarem
ligados a moléculas de açúcares, e se não estiverem
ligados a estas moléculas, e estiverem “soltas”, são
conhecidas como antocianina (SOARES et. al., 2001).
Figura 1 – Estrutura do cátion Flavílio
Observando a estrutura do cátion flavílio na Figura 1,
percebe-se que o mesmo tem as características
necessárias a um indicador, ou seja, é uma substância
orgânica, fracamente básica e que possui uma versão
protonada. A Figura 2 ilustra o comportamento de uma
antocianina a presença de íons H+ e OH-.
Figura 2 – Comportamento de uma antocianina em pH
ácido.
Figura 3 – Comportamento de uma antocianina em pH
básico.
Pode-se dizer que repolho roxo, rabanete, uva, amora,
cereja, ameixa, framboesa, morango, maçã, pêssego,
tamarindo e todos os outros frutos dos quais se pode
extrair seu corante são fontes de antocianina.
Nesse contexto, estudos sobre o comportamento dessas
substâncias são alvo de grandes discussões na literatura.
Este trabalho tem por objetivo caracterizar o
comportamento das antocianinas extraídas de alguns
frutos em pH ácido e básico.
42
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
METODOLOGIA
O comportamento de antocianinas como indicador natural
foi observado em extratos de ameixa roxa (Prunus
domestica), amora (Morus nigra), beterraba (Beta vulgaris
L), cebola roxa (Allium cepa), jabuticaba (Nyciaria
cauliflora) e repolho roxo (Brassica deracea).
A extração dos indicadores naturais foi feita por três
métodos diferentes a fim de se obter o melhor extrato.
Para ameixa, beterraba, cebola roxa e repolho roxo, a
extração foi feita por aquecimento a 90ºC em água. Para
a jabuticaba, a extração foi feita por imersão em etanol,
por 24 horas. A antocianina da amora foi extraída
simplesmente pelo esmagamento da fruta e obtenção da
polpa.
As soluções ácidas foram preparadas com ácido clorídrico
(HCl) e as soluções básicas com hidróxido de sódio
(NaOH), com margem de erro de pH de ± 0,2. Em um
béquer, foram colocados 20 mL de solução padrão e 2 mL
do extrato obtido.
Figura 5 – Extrato de beterraba em pH ácido (1 a 7)
Figura 6 – Extrato de beterraba em pH base (7 a 13)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante essa análise em laboratório, calibrou-se o pH de
cada solução e, na sequência, dissolveram-se as
antocianinas (indicadores naturais) em meio ácido e
básico. Tal dissolução apresentou escala de cores
variadas, de acordo com cada extrato de antocianinas,
conforme representado nas figuras 1 a 12.
Figura 7 – Extrato de cebola roxa em pH ácido (1 a 7)
Figura 1 – Extrato de ameixa roxa em pH ácido (1 a 7)
Figura 8 – Extrato de cebola roxa em pH base (7 a 13)
Figura 2 – Extrato de ameixa roxa em pH base (7 a 13)
Figura 9 – Extrato de jabuticaba em pH ácido (1 a 7)
Figura 3 – Extrato de amora em pH ácido (1 a 7)
Figura 10 – Extrato de jabuticaba em pH base (7 a 13)
Figura 4 – Extrato de amora em pH base (7 a 13)
Figura 11 – Extrato de repolho roxo em pH ácido (1 a 7)
43
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Figura 12 – Extrato de repolho roxo em pH base (7 a 13)
auxiliar na identificação visível do pH de uma solução.
Mesmo havendo, hoje em dia, outras formas de
indicadores, os sintéticos, por exemplo, o uso de
indicadores naturais pode ser destinado a ensaios com
objetivos educacionais, pois se trata de materiais de baixo
custo e fácil obtenção.
AGRADECIMENTOS
Observando as imagens, percebe-se que o pigmento do
repolho roxo é o que apresenta maior variedade de
coloração quando exposto a diferentes pHs.
Apesar de serem materiais naturais de cores similares
(tons de roxo), a atuação dos indicadores naturais
utilizados teve grande variação perceptível no que se
refere a sua função (cor) em cada pH. Os extratos
mostraram-se como bons indicadores de pH, sendo
alguns com faixa de viragem bem definida.
CONCLUSÃO
Após as análises, percebeu-se que o extrato natural de
diversas plantas pode ser utilizado como indicador.
Mesmo sendo de coloração similar, cada amostra de
extrato apresenta um comportamento diferente na escala
de pH. Assim, tais extratos podem ser utilizados para
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Santa Catarina, Campus Criciúma.
REFERÊNCIAS
ATKINS, P.; Jones, L.. Princípios de química. Porto
Alegre: Bookman, 2001.
SOARES, M. H. F. B.; CAVALHEIRO, E. T. G.;
ANTUNES, P. A. Aplicação de Extratos Brutos de
Quaresmeira e Azaleia e da Casca do Feijão Preto em
Volumetria Ácido-base. Um Experimento de Análise
Quantitativa. Quím. Nova, v. 24, n. 3, 2001.
TERCI, D. B. L.; ROSSI, A. V. Indicador natural de pH:
usando papel ou solução? Quím. Nova, v. 25, n. 4, 2002.
44
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ESTRUTURAÇÃO DO CONTEÚDO FÍSICA MODERNA NOS LIVROS DIDÁTICOS DO
PNLD 2012.
Joelma Rzatki Maximiano,1 Leonel Cardoso,2 Lucas Dominguini3
1,2,3
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma
1
[email protected]
Palavras-Chave: Física Moderna, Livro Didático, Conteúdos de Ensino.
INTRODUÇÃO
Atualmente, os jovens têm demonstrado muito interesse
por temas relacionados aos avanços científicos e
tecnológicos. Isso está relacionado à melhora na
qualidade de vida sentida pelos mesmos, após a
miniaturização e nas expectativas geradas por essa
tecnologia em diversos ramos como, por exemplo, meio
ambiente e saúde (MARTINS, 2004).
Nesse contexto, a física tem contribuído diretamente para
a materialização desses avanços, principalmente com os
resultados de pesquisas relacionados à física moderna e
contemporânea.
Entretanto, a inserção dos conteúdos de física moderna
no Ensino Médio não tem acompanhado esse
desenvolvimento de forma satisfatória. Cada vez mais, o
ensino de física se distancia dos avanços científicos e, por
consequência, do interesse dos alunos. Isso dificulta que
os mesmos alcancem uma alfabetização científica e
tecnológica, o que é preocupante (LEONEL; SOUZA,
2009).
Acredita-se que, se os conceitos da física moderna forem
abordados nas escolas, haverá uma melhor conexão
entre o ensino de física e o cotidiano do aluno, dando
mais sentido ao estudo da física e, quiçá, à curiosidade
dos alunos.
Com relação a isso, Terrazzan (1992; 1994) justifica a
atualização nos currículos devido à necessidade de se
formar um cidadão participativo, consistente e que
entenda o mundo criado pelo homem atual.
Consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino
Médio (PCNEM) o seguinte registro: “é preciso rediscutir
qual física ensinar para possibilitar uma melhor
compreensão do mundo e uma formação para a cidadania
mais adequada” (BRASIL, 2000, p. 23).
A partir do início do século atual, esses esforços deram
alguns resultados, e o conteúdo de física moderna vem
sendo inserido com maior intensidade, a cada edição, nas
coleções disponibilizadas ao Ensino Médio. Embora a
intensidade e a abordagem sejam distintas em cada uma
das coleções (DOMINGUINI, 2010a).
Isso tem levado a um crescente número de estudos e
pesquisas a respeito da inserção da física moderna no
Ensino Médio. Alguns trabalhos como, por exemplo, o
realizado por Dominguini (2010b) têm focado a
estruturação dos conteúdos relacionados à física moderna
nos livros didáticos.
O autor analisou os livros didáticos distribuídos em 2009
às escolas públicas do País, por meio do Programa
Nacional do Livro Didático do Ensino Médio (PNLEM). Os
livros analisados na pesquisa citada estão sendo
utilizados no período 2009-2011. Neste ano, o ministério
da educação lançou o programa PNLD 2012 (Plano
Nacional do Livro Didático), com o intuito de substituir os
livros do PNLEM 2009.
Nesse contexto, o presente artigo faz uma análise
comparativa, no que tange a estruturação dos conteúdos
de física moderna, entre os livros disponibilizados pelos
programas PNLEM 2009 e PNLD 2012.
O estudo segue a mesma metodologia adotada por
Dominguini (2010). Ao final do trabalho, identifica-se a
forma de apresentação da física moderna em cada uma
das coleções disponibilizadas.
METODOLOGIA
A presente pesquisa é caracterizada como uma pesquisa
bibliográfica e, para tal, utiliza-se o procedimento
metodológico de análise de conteúdo, proposto por Bardin
(1995). Tal metodologia tem por objetivo a descrição dos
conteúdos presentes em mensagens através de
procedimentos sistemáticos capazes de fornecer
indicadores que permitam a inferência dos conhecimentos
relativos às condições de produção e recepção dessas
mensagens.
Como objeto de pesquisa deste trabalho, temos os livros
didáticos de física oferecidos pelo PNLD 2012 (BRASIL,
2011). São eles: Gaspar (2010), Máximo e Alvarenga
(2010), Sant‟Anna et al (2010), Torres, Ferraro e Soares
(2010), Biscuola, Villas Bôas e Doca (2010), Barreto Filho
e Silva (2010), Gonçalves Filho e Toscano (2010),
Pietrocola et al (2010), Fuke e Yamamoto (2010) e Kantor
et al (2010).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inicialmente, percebe-se que dos seis livros analisados
por Dominguini (2010b) quatro se repetem no PNLD de
2012, que são os livros de Gaspar (2010), Gonçalves
Filho e Toscano (2010), Máximo e Alvarenga (2010) e o
livro de Torres (2010), sendo este com mudança de
coautores. Como já citado, o PNLD 2012 aprovou dez
livros de física, quatro a mais que o PNLEM 2009, onde
se percebeu um maior empenho dos autores em inserir a
física moderna como conteúdo de Ensino Médio.
A Tabela 1 demonstra a estruturação dos conteúdos de
física moderna nas dez obras aprovadas pelo PNLD 2012.
45
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Tabela 1: Estruturação dos conteúdos de física moderna nos Livros Didáticos do PNLD 2012
Livro
Nº de
Forma de
Volumes Apresentação
Descrição do
Tópico
Localização
Ano
Escolar
Proposto
Como
Tópicos Abordados
Pietrocola et
al (2010)
03
Textos
dispersos ao
longo do livro
e unidade
específica
Radiação e
Matéria
Última
Unidade
3° Ano do
Ensino
Médio
Conteúdo
Teoria da
Relatividade
Mecânica Quântica
Física Nuclear
Máximo e
Alvarenga
(2010)
03
Textos
dispersos ao
longo do livro
e unidade
específica
Física
Contemporânea
Última
Unidade
3° Ano do
Ensino
Médio
Conteúdo
Teoria da
Relatividade
Mecânica Quântica
Física Nuclear
Gonçalves
Filho e
Toscano
(2010)
03
Textos
dispersos ao
longo do livro
e Capítulo
específico
Tópicos de
Física Moderna
Último
Capítulo
3° Ano do
Ensino
Médio
Conteúdo
O autor relaciona
tópicos de Física
Moderna por meio de
tecnologias atuais
Fuke e
Yamamoto
(2010)
03
Textos
dispersos ao
longo do livro
e Unidade
Específica
Física Moderna
Última
Unidade
3° Ano do
Ensino
Médio
Conteúdo
Teoria da
Relatividade
Mecânica Quântica
Física Nuclear
Torres,
Ferraro e
Soares
(2010)
03
Textos
dispersos ao
longo do livro
e Unidade
Específica
Física Moderna
e
contemporânea
Última
Unidade
3° Ano do
Ensino
Médio
Conteúdo
Teoria da
Relatividade
Mecânica Quântica
Física Nuclear
Biscuola,
Villas Bôas
e Doca
(2010)
03
Textos
dispersos ao
longo do livro
e Unidade
Específica
Física Moderna
Última
Unidade
3° Ano do
Ensino
Médio
Conteúdo
Teoria da
Relatividade
Mecânica Quântica
Sant‟Anna et
al (2010)
03
Textos
dispersos ao
longo do livro
e Unidade
Específica
Questões da
Física do
Século XXI
Última
Unidade
3° Ano do
Ensino
Médio
Conteúdo
Teoria da
Relatividade
Mecânica Quântica
Física Nuclear
Gaspar
(2010)
03
Textos
dispersos ao
longo do livro
e Capítulos
específicos
-
Últimos
Capítulos
3° Ano do
Ensino
Médio
Conteúdo
Teoria da
Relatividade
Mecânica Quântica
Física Nuclear
Kantor et al
(2010)
03
Textos
dispersos ao
longo do livro
e Unidade
Específica
Radiações,
Materiais,
Átomos e
Núcleos
Ao longo de 3° Ano do
todo o livro
Ensino
Médio
Conteúdo
Teoria da
Relatividade
Mecânica Quântica
Física Nuclear
Barreto Filho
e Silva
(2010)
03
Textos
dispersos ao
longo do livro
e Capítulos
específicos
Física Moderna
Conteúdo
Teoria da
Relatividade
Mecânica Quântica
Física Nuclear
Comparando as informações da tabela acima com os
dados obtidos por Dominguini (2010b) percebem-se
modificações na estruturação dos conteúdos de física
moderna nos livros didáticos presentes nos dois
programas (PNLEM 2009 e PNLD 2012).
Foi possível observar que Gaspar (2010) passou a
estruturar melhor tais conteúdos. Enquanto na versão
Última
Unidade
3° Ano do
Ensino
Médio
anterior do programa, o autor apresentava a física
moderna como um único capítulo, com caráter
informativo, na nova obra o autor passa a abordar tais
conteúdos da mesma forma como aborda os conteúdos
da física clássica. Além disso, o autor passa a oferecer
sua obra em três volumes, o que lhe dá mais espaço para
explorar tais conteúdos.
46
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O livro de Máximo e Alvarenga (2010) também ampliam
abordagem dada ao conteúdo citado. Enquanto no
programa PNLEM 2009, a física moderna é abordada em
um único capítulo, na versão ofertada pelo PNLD 2012, os
autores apresentam uma unidade completa sobre tal
conteúdo. Também se observou que, no programa
anterior, os autores apresentavam a física moderna como
um assunto complementar à formação, enquanto no livro
atual tratam o assunto como conteúdo “obrigatório”.
O livro de Gonçalves Filho e Toscano (2010) também
apresentou evolução, porém, de forma mais discreta.
Enquanto no programa anterior apresentava apenas
textos sobre tal conteúdo dispersos ao longo do livro,
agora os autores apresentam um capítulo específico
sobre física moderna.
Por fim, o livro de Torres (2010), que alterou os coautores,
mantém a mesma estruturação de três anos atrás,
abordando a física moderna em uma unidade específica.
Sobre os livros inseridos no PNLD 2012 que não
constavam no PNLEM 2009, percebeu-se que todos
apresentaram uma unidade específica de física moderna
e propuseram tal assunto como conteúdo de ensino.
Uma observação sobre a localização dos conteúdos nos
livros também deve ser feita: em todas as obras tal
conteúdo localiza-se na última unidade ou capítulo do
terceiro volume, exceto no livro de Kantor et. al (2010),
que apresenta esse conteúdo ao longo de todo o terceiro
volume de sua coleção.
CONCLUSÃO
Em uma visão geral, conclui-se que quase todos os
autores continuam utilizando a distribuição tradicional dos
conteúdos ao longo do Ensino Médio, ou seja, mecânica
clássica no primeiro volume, termologia, óptica e acústica
no segundo e fechando suas coleções com
eletromagnetismo e física moderna. Tal observação só
não é feita no livro de Kantor et al (2010), que apresenta
toda uma estruturação diferente, buscando primeiro
contextualizar a física e, somente na terceira unidade,
inserir a modelagem matemática.
Quando comparados os resultados acima com os obtidos
por Dominguini (2010b), pontua-se que Gonçalves Filho e
Toscano (2010) e Máximo e Alvarenga (2010) apresentam
evolução no que tange à abordagem dos conteúdos de
física moderna. Tais autores deixaram de tratar tal
conhecimento como conteúdo suplementar, passando a
tratá-los com a mesma intensidade que tratam os demais.
Na análise feita por Dominguini (2010b), os autores
tinham ideias divergentes em relação à inserção desse
conteúdo no Ensino Médio. Percebe-se que no PNLD
2012, todos acreditam que física moderna não é apenas
um suplemento à física clássica e sim algo a ser tratado
como assunto imprescindível aos alunos. Assim, todos os
autores passaram a dar um enfoque maior a este
conteúdo nos livros didáticos.
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq e à PRPPGI do IFSC pelo financiamento da
pesquisa.
REFERÊNCIAS
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: edições 70,
1995.
BARRETO FILHO, B.; SILVA, C. X. Física aula por aula.
São Paulo: FTD, 2010.
BISCUOLA, G. J.; VILAS BÔAS, N.; DOCA, R. H. Física.
1. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros
curriculares nacionais: ensino médio. Brasília:
MEC/SEB, 2000.
______. Guia de livros didáticos: PNLD 2012 – Física.
Brasília: MEC/SEB, 2011.
DOMINGUINI, L. Análise das propostas de ensino de
física moderna por meio dos livros didáticos do programa
nacional do livro do ensino médio. IN: Anais do II
Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia.
Ponta Grossa, 2010a.
______. O Conteúdo Física Moderna nos livros
didáticos do PNLEM. Dissertação de Mestrado.
Programa de Pós-Graduação em educação ad
universidade do Extremo Sul Catarinense (PPGEUNESC). Criciúma, 2010b.
FUKE, L. F.; YAMAMOTO, K. Física para o ensino
médio. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
GASPAR, A. Compreendendo a física. São Paulo: Ática,
2010.
GONÇALVES FILHO, A.; TOSCANO, C. Física e
realidade. São Paulo: Scipione, 2010.
KANTOR, C. A.; et al. Quanta física. São Paulo: Editora
PD, 2010.
LEONEL, A. A.; SOUZA, C. A. Nanociência e
Nanotecnologia para o Ensino de Física Moderna e
Contemporânea na perspectiva da Alfabetização
Científica e Técnica. IN: VII Encontro Nacional de
Pesquisa em Educação e Ciências. Florianópolis, 2009.
MARTINS, Paulo Roberto. Nanotecnologia, Sociedade e
Meio Ambiente no Brasil: Perspectivas e Desafios. IN:
Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa em Ambiente e Sociedade. 2004
MÁXIMO, A.; ALVARENGA, B. Curso de física. São
Paulo: Scipione, 2010.
PIETROCOLA, M. et al. Física em contextos: pessoal,
social e histórico. São Paulo: FTD, 2010.
SANT‟ANNA, B.; et al. Conexões com a física 1. ed. São
Paulo: Moderna, 2010.
TERRAZAN, E. A. A inserção da física moderna e
contemporânea no ensino de física na escola de 2º grau.
Caderno Catarinense de Ensino de Física.
Florianópolis, v. 9, n. 3, p. 209-214, dez. 1992.
______. Perspectivas para inserção da Física Moderna
na escola média. Tese de doutorado. Faculdade de
Educação. Universidade de São Paulo. São Paulo, 1994.
TORRES, C. M.; FERRARO, N. G. SOARES, P. A. T.
Física: ciência e tecnologia. 2. ed. São Paulo: Moderna,
2010.
47
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
EFEITO DA RETRAÇÃO DO ENGOBE SOBRE A CURVATURA EM MASSAS DE
PORCELANATO ESMALTADO
Eduardo Bergmann Nunes,1 Gustavo Morona Machado Ferreira,1 Helena De Zan
Baggio,1 Tainara Pereira Jung,1 Maykon Cargnin2
1
Colégio Maximiliano Gaidzinski
Instituto Maximiliano Gaidzinski
2
[email protected]
2
Palavras-Chave: Porcelanato Esmaltado, Engobes, Curvatura.
INTRODUÇÃO
A indústria brasileira de revestimentos cerâmicos ocupa
um grande destaque no mercado mundial. O porcelanato
esmaltado é seguramente o produto de revestimento
cerâmico mais avançado e requisitado no mercado de
pisos de alta qualidade, no Brasil e no exterior, isto se
deve à alta qualidade de matérias-primas utilizadas,
excelentes características técnicas e um processamento
cerâmico rigoroso. Contudo, no processo de produção,
ocorrem alguns problemas, como os de planaridade das
peças cerâmicas, geradas pelo acoplamento suporteengobe-esmalte. Estes problemas podem ocorrer
principalmente por variação de temperatura, pelo
acoplamento e por causa dos distintos componentes
(massa, engobe e vidrado) que compõem o produto e
sofrem alterações em suas dimensões, à medida que
ocorre aumento ou redução de temperatura, gerando
1
assim uma curvatura côncava (Figura 1a ) ou convexa
1
(Figura 1b ).
suporte sofrerem contrações diferentes, serão originadas
tensões entre os dois materiais e poderá ocorrer o
empenamento da peça queimada. Caso estes
componentes não apresentarem dilatações e contrações
compatíveis, as peças tendem a ter uma variação
dimensional diferente entre o engobe e o suporte,
decorrente da tensão gerada entre eles, originando,
assim, descartes e desclassificação das peças cerâmicas.
Dessa forma, o trabalho tem como foco avaliar a
influência da retração do engobe na curvatura de peças
de porcelanato esmaltado.
Figura 2 - Curva de dilatação de um suporte e vidrado
sobrepostas.
Suporte
Figura 1 – (a) A retração do suporte (Cs) é maior que a
do vidrado (Cv). (b) A retração do suporte (Cs) é menor
que a do vidrado (Cv).
Vidrado
Fonte: AMORÓS et al (1997).
METODOLOGIA
(a)
Fonte: AMORÓS et al (1996).
(b)
O acordo (compatibilidade) entre o engobe e o suporte,
em princípio, pode ser estimado pela comparação dos
coeficientes de dilatação térmica linear do suporte e do
engobe. Na região de pré-aquecimento, podem surgir
problemas geométricos, principalmente de planaridade,
como o “efeito rolos”, quando a velocidade de
aquecimento ou a diferença da temperatura abaixo e
acima do plano de rolos não é adequada para o material
sendo queimado. Para a solução desse problema,
aumenta-se a temperatura na parte de baixo ou de cima
2
do forno. Na Figura 2 pode-se observar que, durante o
resfriamento de uma peça engobada no forno a uma
temperatura Ta, denominada temperatura de acoplamento
efetivo, o vidrado deixa de se comportar como um
material viscoso para converter-se em sólido, tão rápido
que não é capaz de absorver qualquer esforço a que seja
submetido. A partir dessa temperatura, se o vidrado e o
O procedimento experimental foi dividido em duas etapas.
A primeira consistiu em determinar a retração do engobe
e a curvatura das placas cerâmicas, para isso, foram
confeccionados 25 corpos de prova de engobe pelo
processo de colagem em molde de gesso (98x49mm),
que foram secos em temperatura ambiente durante cinco
dias e, em seguida, foram secos em estufa laboratorial
(110ºC ±10°C). Após a secagem, foi medido o
comprimento dos corpos de prova com paquímetro digital
com resolução de 0,01mm. A queima foi realizada em
forno laboratorial a rolo nas seguintes temperaturas: 450,
600, 700, 800, 900 e 1000°C em ciclo de 30 minutos,
podendo, dessa forma, determinar a retração do engobe
através da obtenção do comprimento final de cada corpo
de prova, utilizando um paquímetro digital com resolução
de 0,01 mm. Em paralelo, foi determinada a dilatação
térmica da massa de porcelanato e engobe a verde e a
queimado, utilizando um dilatômetro diferencial da marca
Netzsch e modelo Netgeratebau Programer 410. Para
determinar a curvatura das placas cerâmicas de
48
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Figura 3 – Procedimento adotado para determinar a
curvatura da placa cerâmica.
diferentes, devido às reações que acontecem durante o
aquecimento. Destacam-se as transformações dos
argilominerais (engobe) e a elevada inclinação da massa
devido à presença de quartzo.
Figura 4 – Retração linear do engobe padrão.
4,00
3,00
Retração Linear (%)
porcelanato esmaltado em função da retração do engobe,
foram confeccionados 50 corpos de prova com dimensões
3
80x20x2,3 mm com 7,5 g por prensagem uniaxial a seco
(7,5% umidade) a 350 kgf/cm² de pressão específica. Os
corpos de prova foram secos em estufa laboratorial
(110ºC ±10°C) e determinada suas dimensões utilizando
um paquímetro digital de resolução 0,01 mm. Nesses
corpos de prova foi aplicada uma camada de engobe de
aproximadamente 0,8 g com a utilização de um aerógrafo
e secos novamente em estufa laboratorial (110ºC ±10°C).
A queima destes corpos de prova foi realizada em forno
laboratorial a rolo nas temperaturas de 450, 600, 700,
800, 900 e 1000°C em ciclo de 30 minutos. A curvatura
dos corpos de prova foi medida conforme demonstrado na
Figura 3, utilizando um micrômetro analógico com
resolução de 0,01 mm. A segunda etapa constitui-se de
verificar a influência da dilatação térmica do engobe na
intensidade da curvatura das placas cerâmicas. Foram
elaboradas duas formulações para obter um engobe com
alta dilatação e outro com baixa dilatação em relação ao
engobe padrão. As matérias-primas que foram alteradas
em relação à formulação padrão estão apresentadas na
Tabela 1. A curvatura provocada por estes novos engobes
foi determinada seguindo o mesmo procedimento
experimental adotado na primeira etapa.
2,00
1,00
0,00
-1,00
-2,00
0
200
400
600
800
Temperatura ( C)
1000
1200
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 5 – Curvas de dilatação térmica da massa e
engobe durante o aquecimento e resfriamento do
processo de queima.
1,0E-02
Peça engobada e queimada
Massa
(Aquecimento)
8,0E-03
Massa
(Resfriamento)
6,0E-03
Curvatura
Engobe
(Resfriamento)
∆L/L
Placa de vidro
4,0E-03
Fonte: Elaborado pelo autor.
Tabela 1 – Matéria-prima alterada em relação à padrão.
Matéria-prima
Padrão(%)
F1(%)
F2(%)
Alumina #200
-
=
-1
Argila 1
-
2
1
Argila 2
-
1
=
Quartzo #200
-
-7
7
Caulim
-
3
-
1
-1,5
Frita
Fonte: Elaborado pelo autor.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Figura 4 apresenta os resultados da retração do engobe
em função da temperatura de queima. Nota-se que, em
temperaturas mais baixas (450, 600, 700°C), a retração
apresentou valores negativos, devido às reações
ocorridas nas temperaturas menores que 450°C, onde
houve a liberação de gases e, consequentemente, pela
abertura dos capilares. Nas temperaturas acima de
800°C, ocorre a temperatura de transição vítrea, onde o
sólido se torna líquido. Nessa etapa, já ocorreram todas
as desgaseificações e os capilares tendem a fechar,
gerando um aumento na retração do engobe. As curvas
das dilatações térmicas da massa e engobe (a verde e
queimado) estão apresentadas na Figura 5. As dilatações
térmicas do aquecimento (a verde) e do resfriamento
(queimado)
apresentaram
comportamentos
muito
2,0E-03
Engobe
(Aquecimento)
0,0E+00
0
200
400
600
800
Temperatura C
1000
1200
Fonte: Elaborado pelo autor.
Este comportamento promove o surgimento de tensões
durante o acoplamento entre o suporte e o engobe,
conforme demonstrado na Figura 6, onde no aquecimento
as placas tenderão a uma curvatura côncava e no
6
resfriamento a curvatura é convexa . Sabe-se também
que existe uma temperatura de acoplamento efetivo (Ta),
onde as dilatações da massa e do engobe são
semelhantes. Antes dessa temperatura, sabe-se também
que o engobe pouco interfere nas variações de
dimensões do suporte, pois acompanha estas, somente a
partir da (Ta), o engobe começa a adquirir resistências a
estas variações. Caso o engobe e o suporte sofram
diferentes contrações, a partir dessa temperatura, serão
originadas tensões entre os dois, podendo ocorrer
curvatura. Uma relação entre a retração do engobe e a
curvatura da placa cerâmica pode ser obtida, conforme a
Figura 7. Esta mostra que, com o aumento da retração do
engobe, ocorre a diminuição da curvatura da placa
cerâmica, pois o engobe possui uma retração próxima da
massa em temperaturas mais elevadas.
49
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Figura 6 – Diferença da variação de tamanho do engobe
e massa no resfriamento e no aquecimento.
1,6
1,4
7,00E-03
1,2
Curvatura (mm)
Aquecimento
6,00E-03
Resfriamento
5,00E-03
(L/L0)
4,00E-03
3,00E-03
1
0,8
0,6
0,4
2,00E-03
0,2
1,00E-03
0
500
0,00E+00
-1,00E-03
0
200
400
600
800
Temperatura (C)
1000
1200
700
baixa dilatação
800
900
Temperatura C
alta dilatação
1000
1100
padrão
Fonte: Elaborado pelo autor.
CONCLUSÃO
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 7 – Relação entre a retração linear do engobe com
a curvatura da placa cerâmica.
1,5
1,4
Curvatura (mm)
600
1,3
Dessa forma, pode-se perceber que o engobe tem um
papel significativo no surgimento das curvaturas das
placas cerâmicas de porcelanato esmaltado, além de que
alterações em sua composição podem contribuir para
minimizar a intensidade da curvatura, conforme
demonstrado pela Figura 8. Deixa-se como sugestão
ampliar o range de queima para determinar as curvaturas
em temperaturas mais elevadas.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos professores do Colégio Maximiliano
Gaidizinski, em especial ao professor e orientador Maykon
Cargnin pelo auxílio prestado e aos profissionais do
Departamento de Tecnologia da empresa Eliane S/A
Revestimentos Cerâmicos, em especial a Diego Guollo
pelas informações e pelo auxílio prestado à equipe.
1,2
R² = 0,8975
1,1
REFERÊNCIAS
1
-1,0
0,0
1,0
2,0
Retração Linear (%)
3,0
4,0
Fonte: Elaborado pelo autor.
Comparando a curvatura do engobe padrão com as duas
formulações (F1 e F2), pode-se perceber, pela Figura 8,
que o engobe padrão apresentou maiores valores de
curvatura em todas as temperaturas em relação às
formulações F1 (baixa dilatação) e F2 (alta dilatação). As
curvaturas provocadas pelos engobes de alta e baixa
dilatação possuem valores próximos nas temperaturas de
700°C e 900°C, devido às quantidades de algumas
matérias-primas muito parecidas. Os valores das
dilatações térmicas das formulações F1 e F2 não foram
determinados experimentalmente. A formulação F1 possui
menores curvaturas em temperaturas próximas a 1000C,
os valores chegam aproximadamente a zero, isso por
apresentar menor quantidade de quartzo e também por
ter bastante caulim, que tende a diminuir a dilatação.
Figura 8 – Influência da dilatação térmica do engobe na
curvatura da placa cerâmica.
AMORÓS, J.L.; et alli. Acordo Esmalte-Suporte (I)
Expansão Térmica de Suportes e Esmaltes Cerâmicos.
Cerâmica Industrial. v.1, n.04/05, p.6-13. Ago/Dez, 1996;
AMORÓS, J.L.; et alli. Acordo Esmalte-Suporte (II)
Expansão Térmica de Suportes e Esmaltes Cerâmicos.
Cerâmica Industrial. v.2, n. 01/02, p.8-16, Jan/Abr, 1997;
MELCHIADES, Fábio G; DEL ROVERI, Carolina.
Estabilidade das Dimensões e do Formato de
Revestimentos Cerâmicos. Parte II: Formato. Cerâmica
Industrial. v.6, n.6, p.11-17. Nov/Dez, 2001.
MELCHIADES, Fábio G; BARBOSA, Andréa. Relação
entre a curvatura de revestimentos cerâmicos e as
características da camada de engobe. Cerâmica
Industrial. v.5, n.2, p.29-33, Mar/Abr, 2000;
GIMÉNEZ, S.; et ali . Estudo em Escala Piloto da
Influência das Variáveis de Queima sobre a Curvatura de
Placas Cerâmicas por Monoqueima. Cerâmica Industrial.
v.5, n.3, p.10-18, Mai/Jun, 2000.
SACMI-IMOLA, Técnicos. Defeito do revestimento com
uma consequencia de uma regulagem errada do forno.
Cerâmica Industrial. v.2, n.01/02, p.17-22. Jan/Abr,
1997.
50
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NO SISTEMA DE ENSINO D.B. ELKONIN – V. V.
DAVYDOV
Taís da Silva Huggentobler,1 Ana Lúcia da Silva Guimara,2 Ademir Damazio,3 Eloir
Fátima Mondardo Cardoso,4 Josélia Euzébio da Rosa5
1,2,3,4
Unesc – Universidade do Extremo Sul Catarinense
5
UFPR – Universidade Federal do Paraná
1
[email protected]
Palavras-Chave: Resolução de Problemas.
INTRODUÇÃO
O Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: Uma
Abordagem Histórico-Cultural (Gpemahc) tem como
preocupação básica o processo de ensino e
aprendizagem dos conceitos matemáticos em contextos
intra e extraescolar. A base teórica é a perspectiva
histórico-cultural elaborada por Vigotski e seus
continuadores. Esse resumo tem como objeto de estudo a
análise da proposta de matemática do Sistema de Ensino
D. B. Elkonin – V. V. Davydov. Dessa forma, nosso
objetivo é investigar o movimento sugerido pelo referido
sistema para o ensino de resolução de problemas que
envolvem as operações de adição e subtração no 1º e 2°
ano do Ensino Fundamental.
METODOLOGIA
Inicialmente, o Gpemahc solicitou a tradução dos textos
originalmente em língua russa para a língua portuguesa.
Posteriormente à leitura do livro, foi analisado o
movimento conceitual, das partes editadas, referente à
resolução de problemas que envolvem as operações de
adição e subtração. Os dados são constituídos pelas
tarefas específicas do referido sistema de ensino,
extraídas dos livros de orientações ao professor,
correspondente ao primeiro e segundo ano do Ensino
Fundamental.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os problemas relacionam-se aos princípios desenvolvidos
no referido sistema de ensino por meio da comparação
das grandezas (comprimento, área, volume, massa, entre
outras). A composição e a decomposição do número, por
meio da reta numérica, têm o propósito de subsidiar a
relação partes–inteiro. Na Figura 1, por exemplo, o
número seis está decomposto por quatro e dois.
Figura 1 – Composição e decomposição do número a
partir da reta numérica e relação partes–inteiro
Vale ressaltar que o inteiro não se refere ao conjunto dos
números inteiros, mas sim a um número qualquer que
representa o todo. No esquema da Figura 2, está a
representação algébrica da resolução de problemas que
envolvam as operações de adição e subtração. A
generalização sintetiza a representação algébrica: x = z +
y; x – z = y; e x – y = z, sendo x o inteiro e y e z as partes
que o compõem.
Figura 2 – Esquema de relação as partes e o inteiro.
z
y
x
Partes
Inteiro
A criança se acostuma a escolher a operação de
resolução do problema a partir da análise do mesmo
(KALMYKOVA, 1991). Inicialmente, as crianças aprendem
a diferenciar o que é o inteiro e o que são as partes.
Depois, identificam a operação que deverá ser realizada:
adição, quando se conhece as partes e se quer o todo; e
subtração, quando se conhece uma das partes e o todo e
se quer encontrar a outra parte desconhecida. O método
de resolução é de natureza geométrica, algébrica e
aritmética.
CONCLUSÃO
O movimento sugerido pelo sistema de ensino D. B.
Elkonin – V. V. Davydov para a resolução de problemas
que envolvem as operações de adição e subtração segue
do geral para o particular. Ou seja, há um esquema geral
que possibilita a interpretação e a identificação da
operação específica a ser realizada e subsidia a
resolução de qualquer problema particular referente a
adição e subtração. Quando o aluno analisa e resolve
certo número de problemas da mesma natureza,
consegue definir relações entre os elementos, isolando-as
das particularidades concretas dos textos. Conforme
Kalmykova (1991, p. 10-11), “estas relações, isoladas no
processo de análise, estão repetidamente ligadas a
determinado sistema de operações aritméticas e esta
conexão ajuda a encontrar os valores procurados.”
AGRADECIMENTOS
Grupo de Pesquisa em Educação matemática: uma
Abordagem Histórico-Cultural. (Gpemahc), Curso de
Matemática. Programa de Iniciação Científica (PIC 170)
Unidade Acadêmica de Humanidade, Ciência e
Educação. Universidade do Extremo Sul Catarinense –
Unesc, Criciúma (SC), Brasil; Fapesc; CNPQ; e Fumdes.
REFERÊNCIAS
KALMYKOVA, Z. I. Pressupostos Psicológicos para uma
melhor Aprendizagem da Resolução de Problemas
Aritméticos. In: LÚRIA; LEONTIEV, VYGOTSKI, et al.
Pedagogia e Psicologia II. Lisboa: Estampa, 1991.
ДАВЫДОВ, В. В. et al. Математика, 1-Kjiacc. Mockba:
Mnpoc - Аргус, 1997. 224p.
51
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ГОРБОВ et al, Обучение математике. 2 класс:
Пособие для учителей начальной школы (Система
Д.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 3-е издание. ида.,
перераб. - М.:ВИТА-ПРЕССб 2008. 128p.
ГОРБОВ et al, Обучение математике. 1 класс:
Пособие для учителей начальной школы (Система
Д.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 2-е ГОРБОВ et al
москва:ВИТА-ПРЕСС 2009. 112p.
52
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E DE MONTAGEM PARA A CONSTRUÇÃO DE UM
CARRO-CADEIRA DE RODAS PARA CORRIDA POR GRAVIDADE
Rafael Camilo Rodrigues,1 Jonas Duarte,2 Magno Oliveira Homem,3 Fábio
Evangelista Santana4
1,2,3,4
Instituto Federal de Santa Catarina/ Campus Araranguá/ Departamento de Eletromecânica
[email protected]
Palavras-Chave: Inclusão, Corrida por Gravidade, Cadeira de Rodas.
INTRODUÇÃO
O projeto integrador atualmente desenvolvido no curso
técnico em eletromecânica do IF-SC, no campus
Araranguá, consiste na construção de um carro movido
por gravidade. Os alunos projetam e constroem seus
carros e participam de uma competição, conhecida como
Gravity Racing (corrida por gravidade). Contudo, após a
competição, na maioria dos casos, os carros tornam-se
sucata, o que ocupa espaço útil no campus e, ainda,
prejudica o meio ambiente. O objetivo deste projeto é
substituir o carro por um modelo composto em sua parte
posterior por uma frente padrão e, em sua parte anterior,
por uma cadeira de rodas. A frente intercambiável será
única e deverá ser compartilhada por todos os carros e as
cadeiras de rodas serão doadas, eliminando-se totalmente
a sucata e, ainda, contribuindo para a realização do sonho
de milhares de pessoas que, por algum problema de
saúde, precisam do equipamento. Sonhos que são
concretizados a partir de projetos, como o da Rádio
Jornal, no Recife, com a ajuda de doações de ouvintes e
amigos para a compra de cadeiras. Um gesto de
solidariedade que contribui para atender centenas de
cartas com histórias de pessoas que lutam diariamente
para se locomover (TAKAHASHI, 2011). Assim, além de
contribuir com a doação de cadeira de rodas, a
competição de corrida por gravidade, que, após sua
quinta edição, já se tornou tradição na cidade de
Araranguá, continuará fazendo parte do calendário de
eventos da Amesc (Associação dos Municípios do
Extremo Sul Catarinense). Neste artigo, serão
apresentados os resultados parciais do desenvolvimento
do carro-cadeira.
METODOLOGIA
O projeto foi desenvolvido no âmbito da disciplina “Projeto
Integrador II” do curso de Eletromecânica. O modelo de
projeto utilizado foi chamado consensual por Ferreira
(1997), pois reúne semelhanças entre os modelos de
projetos preconizados, entre outros, por French, Pahl e
Beitz, Hubka e VDI 2221. Proposto por Maribondo (2000)
e utilizado, entre outros, por Santana (2005), neste
modelo o projeto é subdividido em quatro fases: (a)
projeto informacional; (b) projeto conceitual; (c) projeto
preliminar e (d) projeto detalhado. Ele foi a base
metodológica para a solução do problema de projeto
abordado neste trabalho. Foram acrescentadas ainda
particularidades do processo de projeto de produto
norteado pelos princípios do Desenho Universal
(ALVARENGA,
2006),
fundamentais
para
o
desenvolvimento de produtos inclusivos.
A aplicação da metodologia de projeto apresenta como
resultado a solução para o problema proposto. O ponto de
partida para o desenvolvimento do produto foi a
identificação das necessidades dos clientes. Esta é uma
etapa de fundamental importância para o projeto do
produto, pois são para os clientes que os produtos serão
projetados e isso deve ser feito de acordo com suas
necessidades, também conhecidas como “voz do cliente”
(SANTANA, 2005). É necessário que o projetista adquira
conhecimento sobre as diferentes habilidades e limitações
dos usuários com necessidades específicas. Para isso
foram contatadas e convidadas a participar do projeto a
Associação de Pessoas Deficientes de Araranguá
(Adear). A Figura 1 ilustra a simulação de uso do produto,
executada por uma cadeirante, durante sua entrevista
pela equipe de projeto.
Figura 1 – Entrevista
necessidades dos clientes
para
determinação
das
Na fase de Projeto Conceitual foi utilizada a abstração
para identificação dos problemas essenciais, evitando-se
assim que um dos maiores erros dos projetistas
ocorresse, que seria ter em mente uma solução que ele
gostaria de adotar para resolver precocemente um
problema. Isso muitas vezes pode acabar prejudicando o
projeto do produto, limitando a criatividade. A aplicação da
metodologia, desde a captação da “voz do cliente”, até a
concepção da solução, revelou a solução ideal para o
problema (Fig. 2).
Figura 2 – Concepção do produto em desenvolvimento
A concepção procurou atender à norma brasileira NBR
9050 (2004), que visa proporcionar a acessibilidade e a
utilização de maneira autônoma e segura de ambientes,
edificações, mobiliário e equipamentos urbanos à maior
quantidade de pessoas possível, considerando as
condições de mobilidade e de percepção do ambiente do
53
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
indivíduo. Recentemente revisada, esta norma teve
profundas mudanças em todo seu contexto, na redefinição
e inclusão de termos, na riqueza de conteúdo e até
abrangendo o atual conceito de Desenho Universal
(ALVARENGA, 2006).
Agradecimentos ao CNPq que, por meio do edital PIBICEM, apoiou com bolsa de estudos os alunos envolvidos no
projeto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
REFERÊNCIAS
Atualmente o produto encontra-se na fase preliminar, na
qual serão detalhados dimensões, materiais e processos
de fabricação e de montagem. Essas informações,
chamadas por Pahl e Beitz (2006) de requisitos
determinantes do produto, devem ser inicialmente
levantadas nessa fase. Na sequência, na fase de projeto
detalhado, serão confeccionados os desenhos finais e
será definida uma lista de materiais, preparando assim o
projeto para a construção do protótipo, que ocorrerá na
disciplina “Projeto Integrador III”. Após a construção serão
realizados os testes e, por fim, a corrida por gravidade.
Com a conclusão do projeto, pretende-se adotar o modelo
de carro acoplado à cadeira de rodas como uma atividade
regular do curso de eletromecânica.
ABNT. NBR 9050: Acessibilidade a edificações,
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2 ed. Rio
de Janeiro: ABNT, 2004.
CONCLUSÃO
Espera-se, com o projeto que, semestralmente cerca de
dez cadeiras sejam construídas, beneficiando, assim, 20
pessoas físicas ou instituições anualmente. A
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão
esteve presente desde a ideia do projeto até sua
conclusão. No ensino, o projeto exigiu a interação entre
diversas unidades curriculares do curso técnico em
eletromecânica, como desenho técnico, metrologia,
usinagem e soldagem, entre outras. O incentivo à
inovação tecnológica e ao empreendedorismo, atividades
inerentes à pesquisa, estimulou o pensamento científico e
a criatividade dos pesquisadores, essenciais em diversas
etapas do desenvolvimento, como, por exemplo, durante a
busca por princípios de solução para a concepção do
produto. O resultado do projeto será aplicado em um
evento com a sociedade, permitindo a disputa também por
cadeirantes, sendo esta uma ação que pretende colaborar
no sentido de tornar a escola inclusiva para pessoas com
mobilidade reduzida. O convívio com a pessoa com
deficiência remete a valores, atitudes e julgamentos,
tornando as pessoas mais solidárias.
AGRADECIMENTOS
ALVARENGA, F. B. Uma Abordagem Metodológica
para o Projeto de Produtos Inclusivos. 2006. 237 f.
Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
FERREIRA, M. G. G. Utilização de modelos para a
representação de produtos no projeto conceitual.
1997. 128 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis.
MARIBONDO, J. F. Desenvolvimento de uma
metodologia de projeto de sistemas modulares
aplicada a unidades de processamento de resíduos
sólidos domiciliares. 2000. 277 f.. Tese (Doutorado em
Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis.
PAHL, G, BEITZ, W. Konstruktionslehre: Grundlagen
erfolgreicher Produktentwicklung. Methoden und
Anwendung. 6. Auflage. Springer, 2006. 799 p.
SANTANA, F. E. Desenvolvimento do protótipo de uma
máquina para lavação de lanternas no cultivo de
ostras. 2005. 131 f.. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis.
54
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DO GERENCIAMENTO DE ENERGIA
ELÉTRICA VIA WEB
Camilla Goulart,1,2 Gustavo Marcos de March,1,2 Matheus da Rosa Torres,1,2 Moisés
Teixeira,1,2 Murilo Vanderlind,1,2 Renata de Bittencourt,1,2 Ramon Casagrande
Oening,1,2 Reginaldo Tassi1,2
1
2
Instituto Maximiliano Gaidzinski
Colégio Maximiliano Gaidzinski
1
[email protected]
Palavras-Chave: Gerenciamento, WEB, Viabilidade Econômica, Monitoramento.
INTRODUÇÃO
O Controle de Monitoramento e Gerenciamento de
energia elétrica via WEB é de suma importância para se
obter dados sobre o custo de energia elétrica em tempo
real, fazendo com que a empresa não contrate uma
demanda maior ou menor do que a utilizada. Facilitando
também o monitoramento do consumo da potência
aparente, podendo assim reduzir a potência reativa dos
processos industriais. Através do monitoramento, é
possível calcular os gastos com consumo elétrico no
processo, gerando menores custos à produção devido à
redução de energia elétrica consumida. Dessa forma,
observa-se atualmente nas empresas um consumo de
energia elétrica desnecessário devido à falta de controle
preciso, o que também ocasiona problemas como multas
pela utilização de potência maior que a demanda
contratada e também uma maior despesa nos processos
industriais. Para o gerenciamento de energia elétrica, é
necessário o monitoramento das cargas onde haverá
potência ativa, que é a responsável por realizar trabalho,
potência reativa, que não realiza trabalho e serve apenas
para circular entre a carga e a fonte, criando um campo
eletromagnético, e a potência aparente, que é o resultado
da multiplicação da corrente pela tensão ou a soma
vetorial das potências ativa e reativa. Nos projetos de
eficiência energética, é necessária a realização do
monitoramento. Essa parte do gerenciamento informa a
atual situação do setor elétrico do processo industrial,
dessa forma, podem-se estabelecer metas para o final do
trabalho. A principal meta desta etapa é a medição de
diversas grandezas elétricas para que no final possam ser
analisados os resultados obtidos de forma quantitativa.
Ocorre no monitoramento a medição de todos os custos
de energia elétrica, a partir de uma análise detalhada das
contas de energias e também através dos dados obtidos
com a utilização de equipamentos especializados para
essa função. Para o início de um trabalho com eficiência
energética, é necessário medir, monitorar e gerenciar
para saber quanto, como e onde se consome energia,
adotando, assim, as devidas soluções. Desse modo, o
monitoramento e o gerenciamento de energia são as
ferramentas mais adequadas para a introdução de
políticas de eficiência energética. O trabalho tem como
objetivo estudar o monitoramento e o gerenciamento online via WEB da potência elétrica consumida em um setor
de produção em uma indústria.
METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido com o sistema de
gerenciamento Web Energy com um usuário e senha de
demonstração, e consistiu de três etapas, as quais podem
ser vistas no fluxograma da Figura 1. Foram analisados
valores de demanda, fator de potência e consumo,
podendo-se optar entre períodos diários, mensais ou até
anuais. No sistema, também foi possível prever a fatura
de energia, com os possíveis valores gastos no final do
mês corrente. A primeira etapa do trabalho foi
acompanhar em campo a instalação do gerenciador de
energia elétrica, onde o primeiro passo consistiu em
requisitar a liberação da concessionária de energia para
que o gerenciador fosse conectado diretamente ao
medidor de energia. Dessa maneira, obteve-se a precisão
nas medidas realizadas. Na sequência, o gerenciador foi
conectado à rede, ao medidor e, logo após, foi
programado para o envio das informações medidas ao
servidor, que disponibilizaria esses dados na rede WEB. A
segunda etapa consistiu no monitoramento, em que se
obtiveram dados de variáveis como demanda, fator de
potência e consumo, através de medidores e
controladores, tais como: amperímetro, frequencímetro,
medidor de energia ativa, reativa e aparente, medidor com
indicação de demanda. Obtidos os dados, eles são
enviados à rede através do servidor. No sistema Web
Energy, são gerados gráficos e tabelas que podem ser
visualizados de qualquer lugar com acesso à internet. Na
terceira etapa, foram analisados os dados demonstrados
através do gerenciador e simuladas as faturas, com intuito
de observar a viabilidade econômica do gerenciamento de
energia elétrica via Web.
Figura 1 – Fluxograma procedimento experimental
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por meio dos dados obtidos, demonstrados e analisados
nas Figuras 2 e 3, percebeu-se que, na simulação
realizada, houve uma demanda acima da contratada, um
baixo fator de potência, gerando, dessa forma, multas,
além de um alto consumo de energia elétrica. São esses
fatores que geram um alto custo na fabricação de um
determinado produto, uma vez que a energia é um dos
55
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
principais custos do processo de fabricação. Os valores
variam de acordo com cada localidade, e conforme cada
concessionária. Percebe-se também que o monitoramento
e o gerenciamento são de fundamental importância para
que as variáveis que se encontram acima dos padrões
pré-estabelecidos pelo usuário ou por normas possam ser
mantidas dentro de valores adequados. Sendo assim,
este é um sistema de alto custo de instalação, porém
grandes vantagens econômicas são geradas com a sua
utilização, além de permitir seu controle de qualquer ponto
do mundo. Pode-se observar que o gerenciamento
através do monitoramento permitirá visualizar os reais
gastos com energia elétrica e através do controle
automático das variáveis, ou através da análise dos dados
obtidos e consequentes correção dos defeitos. Segundo a
simulação apresentada na Tabela 1, haverá economia de
R$ 51.617,78 através do controle das variáveis. A Tabela
2 apresenta estimativa de viabilidade econômica por meio
dos dados obtidos da economia de potenciais. Tais custos
influenciarão diretamente no preço do produto final,
deixando a empresa mais competitiva, além de auxiliar na
proteção ao meio ambiente devido à menor produção de
energia elétrica necessária. Os custos com energia
elétrica variam conforme o período do dia e as épocas do
ano.
Figura 2 – Gráfico de consumo mensal de energia
elétrica.
Fonte: Sistema WEB Energy
Figura 3 – Gráfico de demanda mensal de energia
elétrica
Tabela 1 – Simulação faturas / totais
Fonte: Sistema WEB Energy
Fonte: Sistema WEB Energy
Tabela 2 – Potenciais de economia obtidos
Fonte: Sistema WEB Energy
Por meio dos gráficos apresentados durante a etapa do
monitoramento e dos controles aplicados em uma
empresa, foi possível verificar a economia obtida. Sendo
os principais responsáveis por isso a redução de multas
através da correção do fator de potência e recontratação
de demanda, além do reenquadramento tarifário, o que
permite escolher a melhor forma de cobrança conforme o
porte da empresa.
Com os resultados demonstrados ao fim dessa etapa, fica
comprovada a viabilidade econômica do gerenciamento
via Web. Vale salientar que os dados demonstrados neste
relatório são baseados em uma simulação realizada, e
podem ter grandes variações conforme o processo da
indústria a ser analisada.
CONCLUSÃO
Com o término do trabalho, pode-se observar que o
gerenciamento pelo monitoramento permitirá visualizar os
reais gastos com energia elétrica e, com o controle
automático das variáveis ou com a análise dos dados
obtidos e consequente correção dos defeitos, reduzir os
custos fabris.
Tais custos influenciarão diretamente no preço do produto
final, deixando a empresa mais competitiva além de
auxiliar na proteção ao meio ambiente devido à menor
produção de energia elétrica necessária.
Conclui-se também que a principal vantagem da utilização
de gerenciamento via Web é a facilidade na obtenção de
dados industriais referentes à energia elétrica de qualquer
ponto do mundo, podendo-se assim controlar diversas
56
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
fábricas de um único ponto através do acesso à internet,
além da velocidade de atuação e resultados através de
gráficos e relatórios.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Colégio Maximiliano Gaidzinski e ao
Instituto Maximiliano Gaidzinski pela oportunidade de
realização deste trabalho, em especial aos professores e
orientadores Ramon Casagrande Oening e Reginaldo
Tassi, aos demais professores do Instituto e a todos que
deram sua contribuição.
REFERÊNCIAS
CONTROLE GERENCIAMENTO ENERGETICO. Franco,
Edgard. O Setor Elétrico, ano 2, julho de 2007. atitude
editorial Ltda, ed. 18
EDMINISTER,Joseph. Circuitos elétricos. São Paulo,
Makron Books, 1991. 585p.
GUSSOW, Milton; SCHAUM. Eletricidade Básica. 2ª
edição, São Paulo. Makron Book, 1997. 639p.
57
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
OPACIFICADORES DE ENGOBES CERÂMICOS
Beatriz Feltrin Canever,1 Felipe Feltrin Zanellatto,2 Jaquelline Pereira Sartor,3
Priscila Caroline de Oliveira,4 Jucilene Feltrin5
1,2,3,4,5
Instituto Maximiliano Gaindzinski – IMG
[email protected]
5
Palavras-Chave: Silicato de Zircônio, Engobes Cerâmicos, Opacidade, Impermeabilidade.
INTRODUÇÃO
Todo produto comercializado tem seu custo de produção
relacionado ao gasto necessário para a sua fabricação,
como aqueles relacionados ao consumo de insumos,
gastos energéticos, entre outros.
Nas indústrias de revestimentos cerâmicos, são utilizados
diversos tipos de matérias-primas com custos específicos,
sendo estas a base da produção cerâmica, pois
constituem os suportes cerâmicos, os vidrados e também
os engobes, o que pode tornar o custo de produção de
determinados revestimentos muito elevado.
Por outro lado, nas indústrias cerâmicas, há constante
preocupação com a qualidade do produto, uma vez que,
para diminuir o custo de produção de um revestimento,
deve-se ter um planejamento de modo a não prejudicar a
qualidade e as características técnicas do produto
acabado.
Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo
principal buscar alternativas para substituir o Silicato de
Zircônio das formulações de engobes cerâmicos sem
modificar suas propriedades técnicas, e, principalmente,
manter suas opacidades com significativas reduções de
custos.
METODOLOGIA
O desenvolvimento de engobes opacos para monoporosa
com a redução de silicato de zircônio deu-se pela seleção
prévia das matérias-primas que poderiam auxiliar na
opacificação e posterior elaboração das formulações,
comparado-as a um engobe padrão industrial.
As formulações dos testes foram moídas a úmido em
moinho gira-rápido, com 35% de umidade, sendo que o
resíduo de moagem estabelecido foi de 0,5% a 1% em
malha 325 mesh (43µm). Após a moagem, foi realizada a
correção de densidade e tempo de escoamento, com
valores padrões de 1,82 a 1,86 g/cm³ e 48 a 52 s
respectivamente. Os testes foram aplicados juntamente
com o engobe padrão em peças cerâmicas de
monoporosa (33x25mm), utilizando binil com abertura de
0,4 mm. Após a aplicação, as peças foram secas em
infravermelho (100ºC ±10°C). O tratamento térmico foi
realizado em forno industrial a rolo com temperatura de
1146°C e ciclo de 31 minutos, para a primeira etapa do
trabalho, 1140ºC e 28 minutos para a segunda etapa, e
1139°C e ciclo de 38 minutos para a terceira etapa. Após
o tratamento térmico, foi realizado o ensaio de
colorimetria, utilizando sistemas colorimétrico CieLab para
a primeira etapa e HunterLab para as posteriores, onde foi
avaliado o valor da coordenada Lh, pois esta indica a
brancura dos materiais. Posteriormente, foi realizado o
teste visual de impermeabilidade, utilizando uma solução
de azul de metileno a fim de avaliar a refratariedade dos
engobes.
O procedimento foi dividido em três etapas. Na primeira
etapa, a meta era diminuir o percentual de Silicato de
Zircônio das formulações, utilizando Alumina #325 e
também Óxido de Zinco. Os parâmetros a serem
avaliados foram a opacidade (∆e), a impermeabilidade e
principalmente o custo.
A segunda etapa foi direcionada de acordo com os
resultados obtidos na etapa anterior, e o objetivo foi
aumentar a fundência do engobe a fim de diminuir a
refratariedade conferida pela utilização de Alumina #325
e/ou #200. A principal matéria-prima utilizada para
aumentar a fundência do engobe foi a frita branca, porém
foram utilizados outros materiais como talco e feldspato.
Devido aos resultados insatisfatórios obtidos, elaboraramse novas formulações (terceira etapa) com a mesma
finalidade, reduzir a refratariedade dos engobes,
modificando a quantidade de elementos fundentes e o
percentual de Alumina #325.
A Tabela 1 a seguir, demonstra os testes formulados
relacionados a cada etapa do trabalho.
Tabela 1 – Formulações
Matéria-prima
Formulações (%)
1
2
3
4
2R
5
6
7
8
8R
9
10
11
12
13
Outras
80
80
80
80
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Zircônio
20
-4
-4
-4
-6
-
-
-
-2
-8
-
-
-
-2
-2
Alumina #325
-
+4
+4
+2
+6
-
-
+1
-
+6
-2
-1
-
-
-1
Óxido de Zinco
-
-
-
+2
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Argila B
-
-
-
-
-
-
-1
-
-
-
-
-1
-1
-1
-
Caulim
-
-
-
-
-
-
-
-
+1
+1
-
-
+1
+2
-
Argila M
-
-
-
-
-
-
-1
-
-
-
-
-1
-1
-1
-1
Frita Branca
-
-
-
-
-
+2
+2
+1
+2
+2
+2
+3
+2
+3
+4
Talco
-
-
-
-
-
-
-
+1
+1
+1
-
-
-
-1
-1
Feldspato
-
-
-
-
-
-
-
-
+1
+1
-
-
-
-
58
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Alumina #200
-
-
-
-
-
-2
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a análise dos resultados da primeira etapa
apresentados na Tabela 2, pode-se perceber que a
utilização de óxido de zinco nas formulações dos testes
prejudicou a opacidade destes. Para os testes 1 e 2, onde
utilizou-se somente alumina #325 como opacificante,
obtiveram-se valores de ∆e que não indicam variação com
valores de 0,93 e 0,99, respectivamente. De modo geral,
todos os testes da primeira etapa não se apresentaram
impermeáveis, pois a alumina, além de trazer opacidade,
trouxe refratariedade ao material, fazendo com que
fossem descartados, pois os engobes, além de opacos,
devem ser impermeáveis. Contudo, o teste 2 pôde ser
utilizado como base para o direcionamento das novas
formulações, já que este se apresentou bastante opaco e
com uma considerável economia no custo de produção,
11,2%.
De acordo com os resultados da segunda etapa, pode-se
perceber que o percentual de economia obtido foi superior
em relação aos testes da etapa anterior, porém o objetivo
de proporcionar maior impermeabilidade aos engobes não
foi alcançado, sendo que todos se apresentaram
permeáveis. Com relação à variação de tonalidade, todos
os testes apresentaram valores de ∆e abaixo de 0,5,
exceto o teste 6, que apresentou maior brancura, pois
esse continha um maior percentual de Alumina (#325 e
#200). O teste 7, mesmo com menor valor de ∆e, se
apresentou bastante permeável, pois o conteúdo
adicionado em frita branca foi insuficiente para garantir
maior fundência. O teste 8 foi o que apresentou os
melhores resultados da segunda etapa, onde se obteve
-3
-3
+1
maior economia (17,7%) e maior impermeabilidade em
relação aos testes anteriores, porém esse parâmetro
ainda apresentou-se inferior ao padrão, sendo então
utilizado para o direcionamento das formulações dos
testes da terceira etapa do trabalho.
O teste 9 apresentou valor de Δe bastante alto de 3,61.
Esse fenômeno pode ser explicado pelo fato de que o
teste 9 teve seu percentual de alumina #325 reduzido em
2%, resultando em um engobe deficiente de agente
opacificante. Por outro lado, a adição de mais 4% em frita
branca proporcionou ao engobe maior impermeabilidade,
uma vez que esta é extremamente fundente. Os testes 10
e 11, que tiveram seus percentuais de alumina #325
reduzidos em 1%, apresentaram boa impermeabilidade,
porém, apresentaram maiores valores de ∆e, acima de
0,5, o que indica uma variação perceptível a olho nu. Os
testes 12 e 13, que mantiveram o percentual de alumina
em 6% ou acima desse valor, apresentaram bons
resultados de ∆e como também de impermeabilidade,
mostrando um comportamento de absorção bastante
próximo ao engobe padrão.
Os resultados demonstraram que alumina #325, quando
adicionada em percentuais iguais ou acima de 6%, com
uma redução de 10% no silicato de zircônio, juntamente
com uma maior quantidade de elementos fundentes, pode
manter o engobe opaco e, ao mesmo tempo,
impermeável. Relacionando os custos de produção dos
testes com relação ao engobe padrão, pode-se perceber
que os testes que apresentaram maior economia foram o
teste 12, com 21,7%, e o teste 13, com 20,4%, e estes
foram juntamente os testes que apresentaram melhores
resultados técnicos.
Tabela 2 – Resultados da primeira etapa.
Formulações
Análises
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
Lh
92,35
92,69 84,68 89,95 92,20 92,67 90,7 90,86 88,95 91,33 91,40 91,47 91,68
Lh (Padrão)
91,44
91,70 89,97 91,45 92,01 92,05 90,76 91,29 92,50 91,89 91,85 91,47 91,66
Δe
0,93
0,99
5,30
0,49
3,61
0,59
0,84
0,23
0,06
Impermeabilidade
Rep.
Rep.
Rep. Rep. Rep. Rep. Rep. Rep.
Apr.
Apr.
Apr.
Apr.
Apr.
Economia (%)
7,9
11,2
18,4
15,8
17,1
21,7
20,4
-
1,57
3,9
CONCLUSÃO
Com o procedimento realizado, pôde-se concluir que a
utilização de uma alumina de granulometria menor (#325)
auxiliou na opacificação dos engobes, bem como sua
utilização com o óxido de zinco, porém, trouxe alta
refratariedade aos engobes, o que foi comprovado com o
teste de impermeabilidade utilizando uma solução de azul
de metileno. Como o objetivo é diminuir custos sem
alterar qualidade, pode-se dizer que os resultados dos
testes 1, 2, 3 e 4 não foram satisfatórios.
Com os testes 5, 6, 7 e 8, onde se buscou garantir maior
fundência aos engobes, pode-se concluir que estes
apresentaram bons resultados quanto à opacificação, com
valores de Δe dentro do esperado. Contudo, estes ainda
não apresentaram boa impermeabilidade, fazendo com
0,34
11,8
0,63
9,8
0,18
11,8
17,7
que fossem excluídos, pois os engobes, além de opacos,
devem ser impermeáveis.
Com esses resultados, foi possível direcionar novas
formulações, também utilizando alumina #325, diminuindo
ainda mais o percentual de zircônio e aumentando a
quantidade de elementos fundentes, para melhorar a
fundência e diminuir a refratariedade do engobe. Os
testes 9 a 13 apresentaram bons resultados de
opacificação, com exceção do teste 9, que se mostrou
menos opaco com um Δe de 3,61. Os testes 10 e 11
apresentaram Δe acima de 0,5, porém a coordenada Lh
de ambos se apresentou bastante próxima do valor
padrão.
Por fim, os testes 12 e 13 apresentaram os melhores
resultados tanto com relação à opacidade quanto à
impermeabilidade do engobe, resultando em uma
economia de até 20%, o que pode ser uma excelente
59
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
alternativa para as indústrias cerâmicas, pois se manteve
qualidade com redução considerável de custos.
Como parte do objetivo principal do trabalho, que é
diminuir o percentual de zircônio das formulações de
engobes cerâmicos ou até eliminá-lo, já foi previamente
alcançado, com uma redução considerável de 10%, as
próximas etapas serão direcionadas para tentativas de
maior redução, pois os resultados mostram que a alumina
#325 pode garantir a opacidade e que, utilizando a
quantidade ideal de elementos fundentes, o engobe pode
continuar impermeável.
Outro ponto importante a se considerar nos engobes que
apresentaram bons resultados é a dilatação térmica, que
influenciará diretamente no acordo massa-suporte, se
esse parâmetro não for ideal possibilitará defeitos de
empenamento no material após a aplicação industrial. A
dilatação dos engobes aprovados foi aceitável, o padrão
apresentou uma dilatação de 62,23x10-7oC-1, e os testes
12 e 13 apresentaram valores de 60x10-7oC-1 e 61,17 x
10-7oC-1.
AGRADECIMENTOS
A equipe abre espaço para agradecer aos professores e
amigos do Colégio Maximiliano Gaidzinski, em especial à
orientadora Jucilene Feltrin pelo auxílio prestado na
realização deste trabalho.
REFERÊNCIAS
BORASCHI, Eliseu; CUNHA, Leonardo J. V.. VIVONA,
Daniel. Engobes: Características e Aplicações.
Cerâmica Industrial, Março/Abril, 1996.
PRACIDELLI, Sebastião. Estudo dos Esmaltes
Cerâmicos e Engobes. Cerâmica Industrial,
Janeiro/Abril, 2008.
OLIVEIRA, Helder; LABRINCHA, João. Esmaltes e
Engobes para Monoporosa. Cerâmica Industrial,
Março/Abril, 2002.
SÁNCHES. E. Matérias-primas para a Fabricação de
Fritas e Esmaltes Cerâmicos. Cerâmica Industrial,
Maio/Agosto, 1997.
SOPRAN, José Roberto; MELCHIADES, Fábio Gomes;
BOSCHI, Anselmo Ortega. Otimização das
Características do Silicato de Zircônio para Utilização
como Opacificante em Esmaltes Cerâmicos. Cerâmica
Industrial, Julho/Agosto, 2007
60
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ESPECIFICAÇÕES DE PROJETO DE UM ACESSÓRIO PARA CADEIRA DE RODAS
PARA FACILITAR A AUTONOMIA E A SEGURANÇA DE SEUS USUÁRIOS
André Ferreira de Souza,1 Carlos Rogério Silva da Rosa Júnior, Fábio Evangelista
Santana, João Paulo Bernardo da Conceição
Instituto Federal de Santa Catarina/ Campus Araranguá/ Departamento de Eletromecânica
1
[email protected]
Palavras-Chave: Tecnologia Assistiva, Projeto de Produto, Cadeira de Rodas.
INTRODUÇÃO
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada
pela ONU em 1948, relaciona os direitos humanos que
valem para todos. Entretanto, em virtude das diferenças
que apresentam em relação às demais, as pessoas com
deficiências possuem necessidades específicas a serem
satisfeitas. Assim, a ONU estabeleceu, em 1975, a
Declaração dos Direitos das Pessoas com Deficiências, o
que se tornou o ponto de partida para a defesa da
cidadania e do bem-estar dessas pessoas. Trata-se de
14,5% de pessoas com algum tipo de deficiência ou
incapacidade, segundo o último censo do IBGE, realizado
em 2000. Projetando-se este percentual para o ano de
2010, estima-se que esse universo alcance 37 milhões de
pessoas. Sabe-se que, na prática, a falta de
acessibilidade é uma realidade na maioria das escolas, o
que impede a plena integração das pessoas com
deficiência ao ensino (DISCHINGER et al, 2007). Falta de
acessibilidade é uma realidade também no mundo do
trabalho, pois condições inadequadas do ambiente físico
são fatores que dificultam as contratações, impedindo,
assim, que a pessoa com deficiência tenha acesso às
empresas (TANAKA e MANZINI, 2003). Além disso, a
maioria das cidades não tem estrutura suficientemente
adequada para atender às pessoas com deficiências, pois
não apresentam adaptações com rampas, não oferecem
suporte para deficientes físicos, visuais ou auditivos, suas
calçadas são esburacadas e, em certos pontos, malfeitas,
apresentando elevações e declives que podem provocar
queda de cadeirantes. Ainda falta muito para se respeitar
o que a Constituição e a Declaração Universal dos
Direitos Humanos dizem. Apenas pequenas adaptações
têm sido feitas até o momento, pois são modificações que
apresentam elevados custos. Nesse sentido, uma
alternativa é adaptar as pessoas com deficiências às
condições arquitetônicas atuais. Assim, o presente projeto
tem como objetivo o desenvolvimento de um protótipo
adaptado à cadeira de rodas, que permita aos cadeirantes
vencer pequenas barreiras arquitetônicas como calçadas
irregulares e desníveis.
METODOLOGIA
A aplicação do modelo consensual no projeto de produtos
inclusivos marcou o início da linha de pesquisa iniciada
em 2009 em Araranguá, voltada ao desenvolvimento de
dispositivos e produtos didáticos pedagógicos para a
inclusão. Ele foi chamado consensual por Ferreira (1997),
pois reúne semelhanças entre os modelos de projetos
preconizados, entre outros, por French, Pahl e Beitz,
Hubka e VDI 2221. Proposto por Maribondo (2000) e
utilizado, entre outros, por Santana (2005), neste modelo
o projeto é subdividido em quatro fases: (a) projeto
informacional; (b) projeto conceitual; (c) projeto preliminar
e (d) projeto detalhado. Ele será a base metodológica
para a solução do problema de projeto abordado nesta
pesquisa. Serão acrescentadas ainda particularidades do
processo de projeto de produto norteado pelos princípios
do
Desenho
Universal
(ALVARENGA,
2006),
fundamentais para o desenvolvimento de produtos
inclusivos. O ponto de partida para o desenvolvimento do
produto foi a identificação das necessidades dos clientes.
Essa é uma etapa de fundamental importância para o
projeto do produto, pois é para os clientes que os
produtos serão projetados e isso deve ser feito de acordo
com suas necessidades, também conhecidas como “voz
do cliente” (SANTANA, 2005). É necessário que o
projetista adquira conhecimento sobre as diferentes
habilidades e limitações dos usuários com necessidades
específicas. Para isso foi contatada e convidada a
participar do projeto a Associação de Pessoas Deficientes
de Araranguá (Adear). Na fase de Projeto Conceitual,
será utilizada a abstração para identificação dos
problemas essenciais, evitando-se assim que um dos
maiores erros dos projetistas ocorra, que é ter em mente
uma solução que ele gostaria de adotar para resolver
precocemente um problema. Isso muitas vezes pode
acabar prejudicando o projeto do produto, limitando a
criatividade. A aplicação da metodologia, desde a
captação da “voz do cliente”, até a concepção da solução,
revelará a solução ideal para o problema. A concepção
deverá atender à norma brasileira NBR 9050 (2004), que
visa proporcionar a acessibilidade e a utilização de
maneira autônoma e segura de ambientes, edificações,
mobiliário e equipamentos urbanos à maior quantidade de
pessoas possível, considerando as condições de
mobilidade e de percepção do ambiente do indivíduo.
Recentemente revisada, essa norma teve profundas
mudanças em todo seu contexto, na redefinição e
inclusão de termos, na riqueza de conteúdo e até
abrangendo o atual conceito de Desenho Universal
(ALVARENGA, 2006). A solução proposta deverá atender
ainda às normas ABNT NBR ISO 7176 (2009). Traduzidas
para o idioma português em 2006, por solicitação do
Inmetro, essas normas foram gradativamente criadas para
que os fabricantes de cadeiras de rodas pudessem se
adaptar às novas necessidades de fabricação (COOPER
apud MORAES JÚNIOR, 2008). No Projeto Preliminar
serão detalhados materiais, dimensões e processos de
fabricação e montagem das concepções escolhidas.
Essas informações, chamadas por Pahl e Beitz (2006) de
requisitos determinantes do produto, devem ser
inicialmente levantadas nessa fase. Para tanto, serão
analisadas detalhadamente todas as informações das
fases anteriores do projeto, como especificações do
projeto e estrutura funcional. Uma análise dos possíveis
modos de falha e de seus efeitos (FMEA) será de
fundamental importância nessa fase, para que o projeto
esteja alinhado aos requisitos das normas relacionadas,
uma vez que a segurança dos cadeirantes é primordial. A
partir dessas informações, serão confeccionados
esquemas e desenhos para a determinação do leiaute
preliminar. Na sequência, na fase do Projeto Detalhado,
serão elaborados os desenhos finais e será definida a
lista de materiais, preparando, assim, o projeto para a
construção do protótipo (AREND, 2003).
61
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este artigo apresenta o resultado final da fase de Projeto
Informacional, a lista de especificações de projeto (Tab.
1). Ela foi obtida por meio da aplicação do Diagrama de
Mudge para ponderação dos requisitos dos clientes; em
seguida, estes requisitos foram confrontados com os
requisitos do produto por meio da Casa da Qualidade
(QFD), a fim de hierarquizar os requisitos dos clientes,
visando a priorizações nas concepções a serem
desenvolvidas na próxima etapa do projeto, o Projeto
Conceitual. Assim, os requisitos hierarquizados, com valor
meta, forma de avaliação e aspectos indesejados
encerram a fase de Projeto informacional.
11.
Preço
acessível
Quanto
menor,
melhor
Soma dos
custos de
fabricação
e
montagem
Compromete
r a qualidade
do sistema e
o seu
desempenho
12. Peças de
produção em
alta escala
Quanto
maior,
melhor.
Contagem
Aumento no
custo do
produto
13. Materiais
reciclados
30,00%
Contagem
Limitar o
desempenho
funcional
CONCLUSÃO
Tabela 1 – Lista de especificações do projeto
Requisitos
Valor Meta
1. Peças de
encaixe
50,00%
Contagem Comprometer
a estrutura do
protótipo
2.
Peças
padronizadas
70,00%
Contagem
3.
Ter Estofamento
estofamento
reto
adequado
para
o
cadeirante
Forma de
Aspectos
Avaliação Indesejados
Teste
A busca por
componentes
padronizados
não deve
limitar o uso
de soluções
inovadoras
Prejudicar o
cadeirante
Quanto
maior,
melhor
Números
de lesões
Lesionar o
cadeirante
5. Dimensão
menor
que
600 mm
Quanto
menor,
melhor
Medição
linear
Prejudicar a
acessibilidade
do cadeirante
6.
Peças
feitas
com
usinagem
convencional
80,00%
Contagem
Aumentar o
custo do
protótipo
7. Utilização
de material
leve
40,00%
Balança
Ter peso
excessivo
8. Materiais
de
baixo
custo
Sim ou Não
Custo dos
materiais
utilizados
Compromete
r a qualidade
do sistema e
o seu
desempenho
9. Peças de
baixo custo
Sim ou não
Custo das
peças
utilizadas
Compromete
r a qualidade
do sistema e
o seu
desempenho
Harmonia
dos
elementos
Prejudicar o
protótipo
Sim ou Não
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos ao IF-SC que, por meio do edital PIPCIT,
apoia o desenvolvimento deste projeto com bolsa de
estudos aos alunos envolvidos e recursos financeiros para
construção do protótipo.
REFERÊNCIAS
4. Reduzido
números de
cantos vivos
10.
Boa
aparência
Como conclusão deste projeto espera-se contribuir para
que os cadeirantes tenham livre locomoção, permitindo
seus deslocamentos de suas casas até as escolas,
dando-lhes assim acesso às aulas práticas dos cursos
técnicos profissionalizantes do campus Araranguá do
Instituto Federal de Santa Catarina e colaborando com
suas inclusões no mundo do trabalho e tornando a escola
inclusiva para pessoas com mobilidade reduzida. O
convívio com a pessoa com deficiência remete a valores,
atitudes e julgamentos, tornando as pessoas mais
solidárias.
ABNT. NBR 9050: Acessibilidade a edificações,
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2 ed.
Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
ABNT NBR ISO 7176. Cadeira de Rodas. Rio de Janeiro:
ABNT, 2009.
ALVARENGA, F. B. Uma Abordagem Metodológica
para o Projeto de Produtos Inclusivos. 2006. 237 f.
Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
AREND, L. Sistematização das fases de projeto
preliminar e detalhado do desenvolvimento de
produtos e sua aplicação no projeto de um multicultor
modular. 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis.
DISCHINGER, M., BINS ELY, V. H. M., BRANDÃO, M.M.,
LUZ, G.K. A acessibilidade segundo alunos
cadeirantes em uma escola de ensino regular. Ouro
Preto: Anais do ENCAC – IX Encontro Nacional e V Latino
Americano de Conforto no Ambiente Construído, 2007.
FERREIRA, M. G. G. Utilização de modelos para a
representação de produtos no projeto conceitual.
1997. 128 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis.
MARIBONDO, J. F. Desenvolvimento de uma
metodologia de projeto de sistemas modulares
62
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
aplicada a unidades de processamento de resíduos
sólidos domiciliares. 2000. 277 f.. Tese (Doutorado em
Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis.
MORAES JÚNIOR, R.S. Verificação do projeto
estrutural de uma máquina de ensaio de fadiga de
cadeira de rodas. 2008. 85 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia) - Escola Politécnica de São Paulo, São
Paulo.
SANTANA, F. E. Desenvolvimento do protótipo de uma
máquina para lavação de lanternas no cultivo de
ostras. 2005. 131 f.. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis.
TANAKA, E. D. O., MANZINI, E. J. O que os
empregadores pensam sobre o trabalho da pessoa com
deficiência? Revista Brasileira de educação Especial,
Marília, Mai.-Ago. 2005, v.11, n.2, p.273-294.
PAHL, G, BEITZ, W. Konstruktionslehre: Grundlagen
erfolgreicher Produktentwicklung. Methoden und
Anwendung. 6. Auflage. Springer, 2006. 799 p.
63
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
EQUIPAMENTO PARA PRODUÇÃO DE PLACAS DE FIBROCIMENTO EM
LABORATÓRIO
Andrea Murillo Betioli,1,2 Vanderley M. John,2 Rafael G. Pileggi2
1
2
Instituto Federal de Santa Catarina, Campus Criciúma
Universidade de São Paulo, São Paulo (realização da pesquisa)
1
[email protected]
Palavras-Chave: Fibrocimento, Processo de Mistura.
INTRODUÇÃO
As telhas de fibrocimento sem amianto são produzidas
com fibras sintéticas, como polipropileno (PP) e álcool
polivinílico (PVA), e fibras naturais como fibras de
celulose.
Para ensaios de laboratório, as placas de fibrocimento
2
(200 x 200 mm ) são produzidas por mistura rotacional e
moldagem por método de drenagem a vácuo, empregado
por diversos autores (Savastano Júnior, 2001-2004;
Coutts; Warden, 1990; Calda e Silva, 2002; Negro et al.,
2005; Dias, 2005).
No entanto, durante a moldagem das placas observa-se a
presença de grumos de PVA decorrentes da agitação
rotacional promovida pelo misturador sem nenhum
obstáculo, o que reduz a eficiência da energia de mistura.
Esse problema de dispersão não é comum no processo
Hatschek em fábrica, pois, dentro da caixa de massa, o
movimento dos tamises alinha as fibras na direção da
rotação dos mesmos.
O problema de dispersão do PVA é a maior fonte de
variabilidade dos ensaios reológicos e mecânicos nas
placas de fibrocimento. Dessa forma, esta pesquisa
propõe o desenvolvimento de uma nova metodologia com
intuito de garantir a dispersão das fibras de PVA e a
homogeneidade dos diferentes constituintes durante a
mistura e moldagem das placas, denominada nesta
pesquisa como mistura por recirculação.
a Figura 1. Dessa forma, esse método foi denominado de
método de recirculação.
A mistura foi realizada da seguinte forma: a celulose foi
adicionada na água e permaneceu por um minuto em
repouso e um minuto a 2000 rpm, apenas com o
misturador rotacional ligado. No terceiro minuto, a
recirculação foi ligada a 3.700 rpm. Aos quatro minutos, o
PVA foi adicionado e, aos seis minutos, o cimento e o
calcário. A mistura prosseguiu por mais três minutos.
Figura 1 – Equipamento proposto para moldagem das
placas de fibrocimento sob recirculação (a). Detalhe da
parte interna do recipiente de mistura mostrando o
misturador rotacional e a mangueira para recirculação da
suspensão (b) e (c).
(b)
METODOLOGIA
Foram utilizados nesta pesquisa o cimento CPIS, calcário,
fibras de PVA e celulose conforme proporção (em massa)
mostrada na Tabela 1.
Tabela 1 – Proporção em massa dos materiais para
suspensão de fibrocimento.
Material
Referência (%)
Cimento
64
Calcário
31,2
Celulose
3
Fibra de PVA
1,8
Total
100
Mistura convencional: inicialmente as fibras de celulose
são dispersas em água durante um minuto em repouso e
mais dois minutos sob rotação de 2000 rpm.
Posteriormente, são adicionadas as fibras de PVA, e
misturadas na mesma rotação por mais dois minutos.
Finalmente, com a velocidade em 1.000 rpm, o cimento e
o calcário são acrescentados e misturados por mais
quatro minutos.
Com intuito de simular a mistura do PVA em fábrica para
garantir sua dispersão, desenvolveu-se um equipamento
para que a mistura da suspensão fosse realizada ao
mesmo tempo sob rotação (misturador rotacional de
bancada) e recirculação (bomba centrífuga), como mostra
(a)
(c)
Logo após a mistura, a suspensão é vertida sob a câmara
de moldagem (Figura 2), e drenada sob vácuo (400
mmHg) até atingir a umidade de aproximadamente 30%.
Imediatamente após a drenagem, as mesmas foram
prensadas sob tensão constante de 3,2 MPa (mantida por
1 minuto) em prensa EMIC DL 10000.
Após a prensagem das placas, as mesmas foram
armazenadas em estufa a temperatura de 50°C por 24
horas e, posteriormente, seladas em plástico filme até a
data de ensaio.
O ensaio de resistência à flexão foi realizado aos sete
dias de idade com ensaio de flexão a quatro pontos em
uma prensa EMIC (modelo DL 10000) com célula de
carga com capacidade de 100 kgf. A velocidade de
deslocamento foi igual a 5 mm/min. Foram avaliados oito
corpos de prova.
64
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Figura 2 – Câmara de moldagem de placas de
fibrocimento pelo processo de drenagem a vácuo.
Figura 4 – Microscopia eletrônica de varredura da fibra in
natura. Aumento de 5000 X.
Figura 5 – Microscopia eletrônica de varredura da fibra
que passou pelo processo de recirculação no
equipamento proposto. Aumento de 5000 X.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O fibrocimento misturado pelo método de recirculação
proposto nesta pesquisa resultou em módulo de ruptura
maior comparado ao método de mistura rotacional,
comumente utilizado, conforme mostra a Figura 3.
Figura 3 – Módulo de ruptura das placas de fibrocimento
moldadas pelo método de mistura por recirculação
(equipamento) e rotacional (misturador).
10
MOR (MPa)
8
6
CONCLUSÃO
4
2
0
Equipamento
Misturador
Tipo de moldagem
Este aumento no desempenho mecânico pode ter
ocorrido por dois motivos: um deles é a dispersão do
cimento ter sido mais eficiente nesse novo método, o que
resultaria em maior área de contato do cimento com a
água e/ou pela maior aderência da pasta com a fibra. Esta
última hipótese foi confirmada pela observação de
ranhuras na superfície por meio de microscopia eletrônica
da fibra de PVA que passou por este equipamento
comparada à fibra natural, conforme mostra a Figura 4.
Esta hipótese é reforçada pela redução da tenacidade das
placas produzidas no equipamento de recirculação.
Para garantir a dispersão das fibras de PVA, optou-se
nesta pesquisa por desenvolver uma metodologia de
mistura da suspensão de fibrocimento que garantisse uma
melhora na dispersão dessas fibras, além disso, a
suspensão passa por um processo de recirculação antes
de entrar na caixa de massa. Após vários testes
preliminares, desenvolveu-se um equipamento onde a
recirculação da suspensão ocorresse durante toda a
mistura. As placas produzidas por este método de mistura
resultaram em significativo avanço na reformulação do
processo de mistura da suspensão de fibrocimento,
tornando-o mais compatível com o que ocorre em fábrica
e os resultados provaram que este método é mais eficaz,
e, ainda, resultaram no aumento no módulo de ruptura.
AGRADECIMENTOS
Os pesquisadores agradecem à Universidade de São
Paulo, assim como à Fundação de apoio à Pesquisa do
Estado de São Paulo (Fapesp) e ao Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo
apoio financeiro e, também, às empresas Infibra/Permatex
e Imbralit Ltda.
REFERÊNCIAS
65
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
CALDAS e SILVA, A. Estudo da durabilidade de
compósitos reforçados com fibras de celulose.
Dissertação de Mestrado. São Paulo, 2002.
COUTTS, R.S.P.; WARDEN, P.G. Effect of Compaction
on the Properties of Air-Cured Wood Fibre Reinforced
Cement. Cement and Concrete Composites, v. 12, p.151156. 1990.
DIAS, C.M.R. Efeitos do Envelhecimento na
Microestrutura e no Comportamento Mecânico dos
Fibrocimentos. Mestrado (Dissertação em Engenharia
Civil) – Escola de Engenharia, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2005.
NEGRO, C.; BLANCO, A.; FUENTE, E.; SANCHEZ, L.M.;
TIJERO, J. Influence of flocculant molecular weight and
anionic charge on flocculation behavior and on the
manufacture of fibre cement composites by the Hatschek
process. Cement and Concrete Research, v.35, p.20952103. 2005.
SAVASTANO JÚNIOR, H. Desenvolvimento de
Tecnologia para Fabricação de Telhas de
Fibrocimento sem Amianto. Projeto FAPESP PITE
01/03833-6. São Paulo. 2001-2004.
66
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PERSPECTIVAS PARA UMA ATUAÇÃO EMANCIPATÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
EM CRECHES
Luciana Mara Espíndola Santos
Prefeitura Municipal de Florianópolis/Secretaria de Educação/Creche Joaquina Maria Peres
1
[email protected]
Palavras-Chave: Educação Física, Crianças, Creches.
INTRODUÇÃO
Ter aulas de educação física na Educação Infantil ainda
hoje é privilégio de poucas crianças. É limitado o número
de instituições que possuem em seu currículo aulas de
educação física. No entanto, pesquisas têm ressaltado a
importância de incluir essa disciplina no currículo da
Educação Infantil, é claro, desde que seja respeitada sua
especificidade relativa à idade das crianças de 0 a 6 anos,
bem como estar atrelada as Diretrizes Curriculares e ao
PPP (Projeto Político-Pedagógico) de cada unidade
educativa.
Contudo, em muitas creches que possuem a educação
física, observa-se com frequência que as aulas pouco
respeitam o brincar e “se movimentar” da criança como
forma principal de dialogar consigo, com o outro e com o
mundo. O que se evidencia são aulas muito semelhantes
às ministradas no Ensino Fundamental, que tem no
esporte a base de seu trabalho. Certamente, um dos
motivos que contribuem para esse fato está relacionado à
formação dos professores de Educação Física, que
carece de maiores estudos e até mesmo de disciplinas
que abordem a especificidade da Educação Física na
Educação Infantil buscando não só elementos que
mostrem a descontextualização dessas aulas, mas,
sobretudo, novas formas de pensar a prática nesse
cotidiano tão específico, uma profunda pesquisa teórica
foi realizada sobre o assunto, com o intuito de contribuir
para o fazer pedagógico dos professores de educação
física que atuam nas creches.
METODOLOGIA
A orientação metodológica deste estudo o caracteriza
como uma pesquisa teórica, porém, é uma pesquisa
teórica que não esquece e não desconsidera em
momento algum o contexto do mundo da vida, do mundo
real onde crianças, em especial, se situam histórica e
culturalmente sempre envolvidas numa teia complexa de
relações e desenvolvimentos. Contudo, pelo próprio
contexto de trabalho no qual o pesquisador se encontrava
no momento da pesquisa, não dialogar com a prática
seria quase impossível, e isso fez com que a pesquisa
não fosse “puramente” teórica, uma vez que dialoga
constantemente com a prática, fazendo jus ao que tanto
defende nesse trabalho, o movimento como ponto central
do estudo e de uma educação física consciente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pioneira no estudo envolvendo a educação física na
Educação Infantil, Deborah Sayão preocupou-se com o
ensino da educação física na Educação Infantil de forma
integrada à proposta da instituição e visando a um
trabalho conjunto não só com o professor de turma, mas
com as crianças, consideradas os sujeitos mais
interessados na construção desse processo educativo.
A autora realizou uma pesquisa de mestrado com o
objetivo de compreender melhor a inserção da educação
física na Educação Infantil, mas especificamente nas
turmas de Pré-Escola. Sua tese é uma das mais
importantes obras da Educação Física na área da
Educação Infantil e motivou muitas pesquisas, inclusive
despertando interesse de professores que acreditavam ter
“vocação/capacidade” para atuar no Ensino Fundamental.
Apesar de isso não ser o maior foco de pesquisa de
Sayão, é exposta em seu trabalho claramente a falta de
preparo dos professores de educação física para atuar na
Educação Infantil. O que ainda acontece muito nas
creches são as aulas pautadas no modelo escolar, com
horários predeterminados e objetivos bem traçados que
mascaram uma esportivização precoce ou um diagnóstico
precoce, ou ainda mais, um preparo para as próximas
etapas do ensino, igualmente precoce. As ações
curriculares na Educação Infantil seguiam os moldes da
escola.
Fica claro o despreparo do professor de educação física
que atua na Educação Infantil, porque, além de não ter na
sua formação acadêmica uma preparação/estudo para
trabalhar com as crianças de 0 a 6 anos, também não
recebe capacitação suficiente que lhe dê possibilidades
de usar o que aprende na academia para o trabalho com
Educação Física nas escolas em todos os níveis, uma vez
que os currículos universitários ainda estão fortemente
amarrados à esportivização e à psicomotricidade, um
tanto descontextualizadas das condições educacionais.
Atualmente, as aulas de educação física nas creches
ainda são permeadas por dúvidas e anseios dos próprios
profissionais, reflexo tanto de questões históricas quanto
da própria falta de pesquisa a esse respeito, porém, Kunz
tem contribuído com importantes estudos, importados de
teóricos alemães e holandeses. A teoria do “se
movimentar” tem sido a grande esperança para muitos
profissionais e estudiosos da educação física,
principalmente por entender o movimento como uma
forma de diálogo que o ser humano estabelece consigo,
com o outro e com o mundo e, assim, o “se movimentar”
se manifesta nas condutas das pessoas através dos
jogos, das atividades sociais, nas discussões e até
mesmo no próprio pensar.
Nas crianças, o “se movimentar” se manifesta de forma
mais expressiva quando ela brinca, e esse vem sendo o
objeto de estudos de pesquisas que tem contribuído muito
com um novo entender a educação física para crianças
pequenas. Nesse sentido, de acordo com Kunz, fica clara
a ênfase dada ao movimento, ao gesto, à habilidade
quando no sentido comparativo. As aulas devem,
sobretudo, destacar o ser humano que se movimenta,
este sim é o próprio movimento, é a razão do ato. Os
esforços devem ser canalizados para a compreensão do
homem, a criança que “se movimenta”, é ele(a) que se
comunica com o mundo, que pode transformá-lo e
transcendê-lo.
A educação física, seja nas creches ou nas escolas, deve,
por meio do movimento, permitir, a partir dessa ótica do
“Se movimentar”, que as aulas se configurem em espaços
67
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
1
para novas vivências e experiências, permitindo que o
autoconhecimento seja objetivo principal e real, que as
crianças possam se descobrir e descobrir o outro, numa
relação dialógica. O autor destaca alguns pontos
importantes e que devem estar presentes numa aula de
educação física que tenha como propósito o
conhecimento de si.
“a) a qualidade dos movimentos a serem executados, ou
seja, precisão, elasticidade, harmonia, fluência e ritmo,
deve ser priorizada; b) promover um efeito emocional por
meio dos movimentos é mais importante que a produção
objetiva de destrezas técnicas; c) promover o sentimento
do “Consegui!” é melhor do que constantes correções no
fazer das atividades de movimento, esporte e jogos; d)
desenvolver atividades que sirvam de estímulo a um
autoconhecimento sobre o funcionamento corporal, ou da
vida, como prestar atenção aos batimentos cardíacos ou
na respiração durante as corridas; e) desenvolver
atividades e vivências com elementos da natureza, como
árvores, floresta, água, morro, terra, etc.: f) promover
atividades que envolvam velocidade, ritmo, elasticidades,
domínio de instrumentos ou arranjos materiais, etc., sem
que haja constantes comparações de desempenho; g)
desenvolver com os alunos(as) a capacidade de
linguagem e desenho como modo de expressão de sua
participação, envolvimento e sentimento nas atividades; h)
por último, promover, sempre que possível, a
problematização
das
atividades.
Contudo,
uma
problematização que permita: liberdade de agir e
descobrir formas de movimento individualmente
significativas; conhecer e interpretar o contexto objetivo
em que se realizam as atividades, bem como a si próprio
e os outros envolvidos nas atividades; participar das
decisões e soluções das atividades sugeridas e
apresentadas; por fim, desenvolver a capacidade de
autonomia ou emancipação pelas atividades, aceitando
sempre diferentes soluções para cada atividade sugerida”
(KUNZ, 2002, p. 34).
Embora esses elementos destacados por Kunz possam
parecer adequados somente ao ensino para crianças
maiores, especialmente as que se encontram a partir da
5ª série do Ensino Fundamental (e realmente a princípio
esta é a intenção do autor), o entendimento do “Se
movimentar” proposto pelos teóricos do movimento
humano, os holandeses Buytendijk, Gordjin e Tamboer e
do alemão Trebels, permite que enxerguemos nesses
direcionamentos propostos pelo autor referenciais para
nossas aulas com crianças também na Educação Infantil.
maioria das aulas de educação física no Ensino
Fundamental. Partindo dos estudos propostos por Kunz,
que se opõe veementemente ao esporte precoce, fica
evidente a importância de se repensar as práticas
relacionadas à educação física na Educação Infantil.
Entretanto, essa área carece de mais pesquisas e
estudos que pensem o fazer da educação física na
Educação Infantil de modo comprometido e tendo como
base o sujeito que se movimenta, ou seja, a própria
criança. Esse seria o ponto-chave para que pudesse
haver uma mudança no currículo dos cursos de
licenciatura, passo fundamental para a formação de
professores com maior comprometimento, buscando um
desenvolvimento mais humano e voltado para a
emancipação das crianças. Acatar o brincar da criança, e
entendê-lo como a forma mais verdadeira que a criança
tem de se manifestar, se expressar e assim estabelecer
relações consigo, com os outros e com o mundo é
essencial para a formação de cidadãos mais críticos,
autônomos e transformadores [5].
REFERÊNCIAS
KUNZ, E. Práticas Didáticas para um “Conhecimento de
Si” de crianças e jovens na Educação Física. In: KUNZ, E.
(org.). Didática da Educação Física 2. Ijuí, Unijuí, 2002.
SANTOS, L.M.E. Educação Física: perspectivas
teórico-metodológicas para a educação emancipatória
na primeira infância. 2008. 106f. (Dissertação) –
Mestrado em Educação Física, Centro de Desportos,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
2008.
SAYÃO, D. T. Educação Física na pré-escola: da
especialização disciplinar a possibilidade de trabalho
pedagógico integrado. Dissertação de Mestrado.
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
1996.
CONCLUSÃO
Pensar uma prática sem fazer do esporte a base
trabalho é entender a especificidade da criança
respeitá-la. A criança precisa de liberdade
movimentos, de ideias, de algo que a instigue, e não
imitação de gestos e movimentos, como acontece
1
do
e
de
de
na
Sobre vivências e experiência Kunz explica que: [...] a
vida se refere mais as funções biológicas do ser
humano, a vivência corresponde às elaborações e
expressões emocionais, e as experiências seriam os
processamentos que ocorrem na consciência humana,
nas diferentes formas e níveis de manifestação dessa
consciência. Portanto, na história de vida de cada ser
humano acontece inter-relacionamento em todas as
situações e em diferentes planos e níveis de
ocorrência ou, como confirma Zur Lippe, da vida para
as vivências e das vivências para as experiências.
68
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
RECEPÇÃO, LANÇAMENTO E TRAJETÓRIA DO INSTRUMENTO: O TRIPÉ QUE
COMPÕE O FUNDAMENTO PASSE NOS ESPORTES COLETIVOS
Milaine Euzébio da Rosa,1 Vidalcir Ortigara,2 Ademir Damazio3
1,2,3
Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc
1
[email protected]
Palavras-Chave: Educação Física, Esportes Coletivos, Passe.
INTRODUÇÃO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A presente pesquisa de iniciação científica surgiu da
necessidade de aprofundar o debate em relação aos
conceitos básicos presentes no processo ensino–
aprendizagem em educação física escolar. Tal
necessidade é confirmada por Euzébio (2009), ao analisar
o conteúdo esporte nos cursos de formação inicial de
professores. Este aponta para a carência de literaturas
“(...) que respondam à estética e interesses técnicometodológicos, (...) mais vinculadas à sociologia crítica, à
filosofia e à história dos esportes” (EUZÉBIO, 2009, p.
112). Na área de educação física, a proposta teóricometodológica crítico-superadora é a que busca o
desenvolvimento de uma ação pedagógica vinculada à
sociologia crítica, à filosofia e à historia dos esportes.
Assim, objetivamos na presente pesquisa, elaborar uma
compreensão conceitual de passe na perspectiva
histórico-cultural. E, também realizamos uma investigação
empírica com alunos concluintes do Ensino Fundamental
com o objetivo de verificar como tal conceito é
compreendido
pelos
mesmos.
Posteriormente,
analisamos comparativamente os resultados do
diagnóstico com os alunos sob a compreensão conceitual
na perspectiva histórico-cultural. Nossa hipótese é de que,
na prática cotidiana da educação física escolar, na
abordagem do conteúdo esporte, não ocorre o processo
de compreensão teórica de passe. Assim, os alunos não
conseguem realizar reflexões teóricas, limitando-se à
análise do que a prática imediata lhes permite.
Comumente, entende-se passe como o fundamento
técnico mais importante dos esportes coletivos, que incide
na ação de entregar o instrumento ao colega ou
companheiro de equipe. A recepção, por sua vez, é o ato
de receber e controlar ou dominar o instrumento. Tal
conclusão apresenta uma visão dicotômica da
interpretação do passe. Enquanto que nós consideramos,
com base na perspectiva histórico-cultural, como uma
unidade, isto é, a recepção é uma operação presente na
ação do passe, bem como o lançamento e a trajetória do
instrumento. E, para sua objetivação, considera-se
indispensável a presença de dois alunos. Para a
objetivação do passe, se faz necessário que todas as
suas operações sejam realizadas no plano ideal e no
plano material em um processo único, bem como a sua
finalidade seja concretizada. Para alguns alunos do nono
ano das escolas do município de Criciúma, basta a
intenção de realizar o passe, ou seja, lançar o instrumento
com a intenção de realizar a ação de passe,
independentemente se o colega recebeu ou não o
instrumento, para se caracterizar como passe. Para
outros alunos, lançar o instrumento, mesmo que ele não
chegue ao colega previamente idealizado, é um passe,
porém, o concebem como um passe errado. Nessa
situação, quando o instrumento é interceptado durante a
realização de sua trajetória por um colega da equipe
adversária é denominado por eles de recepção. Desse
modo, desconsideram a idealização prévia do colega de
onde o instrumento partiu.
METODOLOGIA
Selecionamos seis escolas da rede municipal de ensino
de Criciúma (SC) para a realização de entrevistas com os
alunos do nono ano do Ensino Fundamental. A escolha
das escolas deu-se pelo fácil acesso dos pesquisadores
devido a sua localização geográfica. Optamos por alunos
do último ano do Ensino Fundamental por considerarmos
que os mesmos já tinham iniciado e ampliado a
sistematização do conhecimento de passe, pois conforme
Coletivo de Autores (1992, p.35) “(...) O aluno amplia as
referências conceituais do seu pensamento; ele toma
consciência da atividade teórica (...)”, ou seja, o aluno é
capaz de realizar operações mentais para interpretar a
realidade teórica. Desse modo, supõe-se que os alunos
do nono ano já haviam compreendido a ação do passe,
ou seja, que antes da objetivação da ação do passe,
todas as operações pertencentes a ela sejam
reproduzidas no plano ideal. Após a efetivação do termo
de
consentimento,
mediante
assinatura
pelos
responsáveis, as entrevistas semiestruturadas, da qual
participaram 31 alunos, foram realizadas individualmente.
Optamos por realizar tanto o registro de voz como de
imagem, pois em momentos da entrevista solicitamos aos
alunos que realizassem demonstrações do que
procuravam explicar verbalmente.
CONCLUSÃO
Com base nas diferentes perspectivas da educação,
muitos autores, ao conceituar o fundamento passe,
desconsideram a recepção como operação desse
fundamento. Compreendem o passe e a recepção como
dois fundamentos distintos. Para Tenroller (2004 e 2005),
por exemplo,
passe é o fundamento técnico mais
importante, é a ação de entregar o instrumento ao colega
ou companheiro de equipe. A recepção, por sua vez, é o
ato de receber e controlar ou dominar o instrumento. Para
nós, o passe representa uma ação da atividade do
esporte e, para sua concretização, é necessária a
realização da operação de recepção por um colega de
equipe. Contudo, os alunos, ao descreverem sua
compreensão de passe, limitam-se à análise do que a
prática imediata lhes permite. E, assim, tudo pode ser
passe, há passe errado e também há recepção do passe
da equipe adversária. As respostas dos alunos trazem
evidências de que eles se apropriaram de ações e
operações empíricas. Isso porque não sentem
necessidade de apropriar-se do conceito teórico de tal
fundamento. Desse modo, o estágio atual do presente
trabalho nos aponta possibilidades de validação da nossa
hipótese de pesquisa, ou seja, os alunos não conseguem
realizar reflexões teóricas sobre suas ações, limitam-se à
análise do que a prática imediata lhes permite.
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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
REFERÊNCIAS
AGRADECIMENTOS
Fonte financiadora: Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica (Pibic). UNAHCE. Universidade do
Extremo Sul Catarinense – Unesc. Criciúma (SC), Brasil.
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq).
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de
Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992
EUZÉBIO, C. A. O Conhecimento Esporte nos Cursos
de Formação Inicial em Educação Física. 2009. p 121.
Dissertação (Educação) - Universidade do Extremo Sul
Catarinense.
SCALCON, S. À procura da unidade psicopedagógica:
articulando a psicologia histórico-cultural com a pedagogia
histórico-crítica. Campinas, SP: Autores Associados,
2002. 151 p.
70
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA DE HANS BROOS
1
Bernardo Brasil Bielschowsky
Instituto Federal de Santa Catarina/Departamento de Edificações/Campus Criciúma
1
[email protected]
Palavras-Chave: Arquitetura Bioclimática, Hans Broos, Rede Latino-Americana de Documentação de Arquitetura
INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende demonstrar a possibilidade de
elaboração de projetos de arquitetura levando em conta
os recursos naturais disponíveis, buscando diminuir o
consumo energético e, por consequência, os impactos
ambientais. Esta concepção é antes de tudo uma
interação de elementos climáticos, locais e culturais. A
utilização do sol, da chuva, dos ventos e da vegetação
ajuda a economizar, conservar ou transformar a energia e
reduzir o consumo energético, proporcionando, assim,
conforto térmico no ambiente construído e no meio
ambiente urbano para satisfazerem as nossas práticas
sociais. Na arquitetura bioclimática, é o próprio ambiente
construído que atua como mecanismo de controle das
variáveis do meio através de sua envoltura (paredes,
pisos, coberturas), seu entorno (água, vegetação,
sombras, terra) e, ainda, através do aproveitamento dos
elementos e fatores do clima para melhor controle do
vento e do sol (ROMERO, 2001). Este trabalho procura
contribuir com o debate, analisando alguns projetos do
renomado arquiteto Hans Broos, analisando plantas,
fotografias, diapositivos, croquis e demais materiais
gráficos cedidos pelo arquiteto para a Relarq – Rede
Latino Americana de Documentação de Arquitetura.
METODOLOGIA
A inserção do Grupo de Pesquisa em História, Cultura e
Desenho da Cidade (Cidadhis) na Rede Latino-Americana
de Documentação de Arquitetura (Relarq) motivou um
esforço de recolhimento e convergência de documentos
que se encontravam espalhados em vários arquivos
públicos e particulares. Dentro desse contexto, surge a
organização do arquivo particular e de estudiosos sobre o
trabalho do arquiteto Hans Broos. É da atividade de
organização desse arquivo que saem os diapositivos,
croquis e fotografias, compilados por Broos na sua
incessante atividade de pensar a arquitetura, que
alimentam o presente trabalho. Foram analisados três
projetos de arquitetura, em diferentes locais e para
diferentes finalidades, que levam em consideração as
condições bioclimáticas dos meios onde estas obras vão
se inserir. Foram analisados projetos de arquitetura
residencial, arquitetura religiosa e arquitetura industrial.
Além da análise do material gráfico, como plantas,
fotografias, diapositivos e croquis desses projetos, foram
realizadas visitas in loco com o objetivo de “sentir” e
vivenciar esses ambientes. Foram avaliados os
mecanismos de controle das variáveis do meio através de
suas aberturas (janelas, entrada e saída de ar, iluminação
natural), sua envoltura (paredes, pisos, coberturas), seu
entorno
(água,
vegetação,
sombras,
terra)
e,
principalmente, através do aproveitamento dos elementos
e fatores do clima para melhor conforto ambiental e
controle do vento e do sol.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a concepção de uma proposta arquitetônica ou
urbanística que satisfaça os critérios de uma arquitetura
bioclimática eficiente, é necessário compreender o clima
do local. Podemos dizer, então, que os projetos que foram
analisados consideraram tanto os fatores climáticos
globais e locais geomorfológicos e espaciais, que são o
sol, a latitude, a altitude, os ventos, as massas de terra e
água, a topografia do local, a vegetação, o solo e o
ambiente de implantação desses edifícios, como
consideraram também os seus elementos climáticos,
como temperatura, umidade do ar, precipitações e
movimentações do ar.
Com relação ao projeto de arquitetura residencial
analisado, este se encontrava numa região tropical de
clima quente e úmido. Nessas regiões, ocorrem grandes
variações de temperatura diárias e estacionais, a radiação
difusa é muito intensa e a umidade do ar, elevada. O
projeto buscou, então, o controle da entrada de sol direto
para diminuir a temperatura interna da edificação, foi
pensado em grandes aberturas cruzadas horizontalmente
e verticalmente, com a utilização de aberturas opostas e
pé direito duplo na área social, a fachada principal ficou
voltada para o Norte, objetivando também a diminuição de
absorção de umidade, foi utilizado uma grande cobertura
para gerar área de sombreamento e proteger das chuvas,
e grande parte do terreno ficou permeável para promover
o escoamento rápido das águas da chuva e com grande
área de vegetação para se criar um microclima mais
favorável. Os critérios para a escolha do terreno foram
localização, ventilação, insolação e a topografia do local.
A edificação fica na parte mais alta do terreno, com a
orientação solar voltada para o Norte, aberta para os
ventos e aproveitando a direção do vento predominante
para ventilação cruzada quando necessário. A declividade
do terreno foi preservada em parte, com a utilização de
muros de contenção em diversos níveis diferentes, o que
facilita também a permeabilidade e o escoamento das
águas. Essa drenagem facilita também a diminuição do
índice de vapor de água contido no ar. A edificação,
especificamente, é aberta, sombreada e evita a excessiva
radiação. A ventilação foi favorecida em todos os
ambientes devido à forma do lote, deixando a edificação
mais larga do que comprida, aproveitando ao máximo a
ventilação. A vista também foi muito privilegiada devido às
grandes áreas de sombreamento, que permitiu a
utilização de grandes aberturas e espaços de integração.
Com relação ao projeto de arquitetura religiosa, havia um
grande problema para elaborar um projeto bioclimático
desejável devido à necessidade funcional de isolamento
em projetos religiosos. O partido arquitetônico privilegiou
a iluminação e a ventilação natural, com a entrada de luz
através de iluminação zenital indireta por toda a
edificação e o favorecimento da movimentação de ar no
interior da edificação. Essa ventilação natural foi obtida
com aberturas da parte inferior das paredes laterais e com
a exaustão na parte superior, favorecendo a entrada de ar
fresco na parte inferior e facilitando a saída do ar quente
pela parte superior da edificação. Existe ainda uma
relação muito interessante do edifício com o espaço
urbano. Embora pareça que o edifício negue o espaço
71
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
urbano, por ser uma caixa de concreto flutuante, ele faz
justamente o contrário. A igreja é erguida sobre pilotis,
liberando o térreo para a ventilação do espaço urbano e
cria ali um local de sombreamento para encontro da
comunidade local, favorece a ventilação do espaço
urbano e permite o aproveitamento do visual da cidade. O
aproveitamento do vento para a ventilação urbana nas
regiões de clima tropical é de suma importância para o
meio urbano e para os pedestres também. Essa
“ventilação urbana” cria uma escala microclimática e
oferece maior conforto térmico aos pedestres e às
edificações, aumentando as perdas de calor por
convecção.
Com relação ao projeto de arquitetura industrial, o grande
diferencial está no controle da radiação direta e difundida
pela atmosfera e os raios solares refletidos pelas
superfícies do entrono das edificações, como o próprio
solo e as paredes das construções vizinhas, o que
ocasiona modificações do microclima do entorno delas. O
projeto evita a reflexão da radiação com a utilização de
fachada com volume irregular, além de utilização de cores
pouco reflexivas e de cobertura vegetal que absorve a
radiação solar e a utiliza na evaporação que se processa
nas folhas, sem elevar a temperatura de suas superfícies
e aumentando a umidade do meio. Essa fachada irregular
cria pequenos microclimas nas áreas externas e evita a
radiação direta nas paredes do edifício. Foram utilizados
também brises, quebra-sóis e elementos vazados para
evitar a radiação direta e facilitar a ventilação natural. Em
vez de construir junto ao edifício antigo, o arquiteto criou
uma espécie de jardim interno, entre as edificações,
criando assim mais um microclima diferenciado. Os
espaços de circulação são abertos e sombreados,
permitindo aos trabalhadores diversos visuais distintos, o
que num ambiente industrial é muito necessário. O
entorno é privilegiado, seja na contemplação da natureza,
seja na contemplação e preservação de elementos
históricos, além do microclima obtido no local.
CONCLUSÃO
Os três projetos atenderam de maneira satisfatória os
critérios analisados, como a utilização de iluminação e
ventilação naturais, a utilização de vegetação e elementos
arquitetônicos que reduzem a absorção de calor e a
entrada direta de raios solares. As três edificações
possuem boa iluminação e conforto térmico, sem a
necessidade de utilização excessiva de luz artificial nem
condicionamento artificial de ar. Além de atenderem de
maneira satisfatória os critérios de uma boa arquitetura
bioclimática, existe toda uma relação desses edifícios com
seu entorno. A partir do Arquivo Hans Broos, é possível
entender melhor as propostas do arquiteto para a uma
boa arquitetura, funcional e expressiva, que leva em conta
os diversos fatores funcionais, estéticos e de conforto
ambiental. Broos é de uma geração que vê a arquitetura
como uma totalidade e não pequenos problemas isolados.
Pensa na valorização do espaço como um todo ao
resolver os problemas funcionais e não somente na
edificação em si.
AGRADECIMENTOS
Ao Grupo de Pesquisa em História, Cultura e Desenho da
Cidade (Cidadhis), da Universidade Federal de Santa
Catarina (Ufsc), onde atualmente participo do projeto de
pesquisa “Rede Latino-Americana de Arquivos de
Arquitetura e Urbanismo” (Relarq), que visa à inserção na
Rede Latino-Americana de documentação em Arquitetura
e Urbanismo. Os arquivos são, como se sabe, uma das
principais fontes da pesquisa histórica. Este projeto tem
como objetivo geral a criação da Rede Latino-Americana
de Arquivos de Arquitetura e Urbanismo (Relarq) com o
desenvolvimento e a implantação de sistemática
uniformizada
para
tratamento,
informatização,
catalogação,
compartilhamento
e
gerenciamento
eletrônico da informação, visando dar acesso público e
difundir acervos de arquitetura e do urbanismo das
instituições educacionais de nosso continente. Fazem
parte deste projeto a Universidade Federal de Minas
Gerais, a Universidade Federal de Ouro Preto e a
Universidade Federal de Alagoas, além da Universidade
Federal de Santa Catarina.
REFERÊNCIAS
ACSELRAD, Henri. A Duração das Cidades:
Sustentabilidade e Risco nas Políticas Urbanas. Rio de
Janeiro: Ed. DP&A, 2001.
BIELSCHOWSKY, Bernardo Brasil. Patrimônio
Industrial e Memória Urbana em Blumenau/SC, 2009.
Dissertação (Mestrado em Urbanismo, História e
Arquitetura da Cidade). Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2009.
CASTELLS, Manuel. A questão urbana. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1983.
CLAVAL, Paul. A geografia cultural. Florianópolis:
Editora da UFSC, 1999.
DAUFENBACH, Karine. Hans Broos: A Expressividade
da Forma, 2006. Dissertação (Mestrado em Arquitetura).
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
2006.
KOHLSDORF, Maria Elaine. A apreensão da forma da
cidade. Brasilia, D.F : Ed. da UnB, 1996.
MASCARÓ, Lucia. Ambiência Urbana. Porto Alegre.:
Sagra D. C. Luzzatto, 1996.
ROMERO, Marta. Arquitetura Bioclimática dos
Espaços Públicos. Brasília: Editora UnB, 2001.
ROMERO, Marta A. B. Princípios Bioclimáticos para o
desenho urbano. São Paulo: Pró-Editores, 2000.
SANTOS, Milton. Pensando o Espaço do homem. São
Paulo: Hucitec, 1982.
SILVA, Geovany Jessé A. da. Parque Linear da Prainha,
Cuiabá-MT: Uma ruptura de paradigmas na
intervenção urbana. Dissertação de Mestrado. Cuiabá:
UFMT, 2007.
TURKIENICZ, Benarny. Desenho urbano I. Sao Paulo :
Projeto, 1984.
TURKIENICZ, Benarny. Desenho urbano II. Sao paulo :
Projeto, 1984.
TURKIENICZ, Benarny. Desenho urbano III. Sao Paulo :
Projeto, 1984.
VILLAÇA, Flavio. Espaço Intra-urbano no Brasil. São
Paulo: Ed. FAPESP, 2001.
72
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
SÍNTESE DE DERIVADOS DE METFORMINA VIA MICRO-ONDAS DOMÉSTICO
Henrique Teza Bernardo,1 Adinan Moraes Hendler,1 Marcos Marques da Silva de
Paula,1,2 Patrícia de Aguiar Amaral1,3
1
2
Universidade do Extremo Sul Catarinense
Laboratório de Síntese de Complexo Multifuncionais – Lasicom
3
Laboratório de Plantas Medicinais – Laplam
1
[email protected]
Palavras-Chave: Microondas, Síntese, Diabetes, Metformina.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da indústria farmacêutica ocorre
paralelamente ao progresso da medicina. Nas últimas
décadas, a pesquisa médica, química, biológica e
farmacológica tem sido de tal maneira realçada que este
período, mais do que qualquer outra época da história, é
conhecido pelo advento de medicamentos novos e mais
eficientes. Dos laboratórios às mãos dos médicos, estes
frutos da investigação científica têm a finalidade de
melhorar a saúde da população. Contudo, a fabricação
dessas drogas só se tornou possível graças a uma
atividade industrial em que os químicos, farmacêuticos e
engenheiros químicos especializados são constantemente
desafiados a descobrir mais e melhores medicamentos
para o benefício da humanidade.
Sínteses
empregando
métodos
tradicionais
de
aquecimento, como banhos de óleo, areia e mantas de
aquecimento, além de lentos, levam à formação de
aquecimento localizado em pontos distintos do meio
reacional, podendo causar a degradação ou até mesmo a
formação de produtos indesejáveis.
O uso de forno micro-ondas (MO) revolucionou a síntese
orgânica. Reações podem ser realizadas em tempos
inferiores aos empregados nos métodos térmicos
clássicos. Com isso, a técnica rapidamente ganhou
aceitação como uma ferramenta valiosa para acelerar a
descoberta de drogas em processos de desenvolvimento.
A energia das micro-ondas, em contraste aos métodos
tradicionais, é introduzida remotamente e passa através
das paredes do reator, levando diretamente ao
aquecimento do meio reacional. As unidades de
aquecimento por micro-ondas dielétrico direcionam as
reações químicas, aproveitando a capacidade de alguns
líquidos e sólidos de transformar a radiação
eletromagnética em calor. Temperaturas uniformes em
toda extensão da reação reduzem a formação de
produtos laterais e eventuais degradações.
Dentre as doenças que mais estimulam a busca de novos
medicamentos encontra-se o diabetes. Ela é uma das dez
principais causas de morte nos países ocidentais e,
apesar da intensa busca por novas formas terapêuticas,
ainda não foi possível controlar de fato suas
consequências letais. O DM tipo II (DM2) representa
cerca de 90% da população diabética. Nesse tipo de
diabetes, o pâncreas ainda mantém alguma capacidade
de produção e secreção de insulina. A hiperglicemia de
jejum nos pacientes com DM2 pode ser controlada em
alguns casos pela dieta alimentar. Contudo, outros
pacientes necessitam do uso de insulina suplementar ou
de agentes hipoglicemiantes orais.
Dentro da classe dos agentes hipoglicemiantes orais,
encontra-se o cloridrato de metformina, medicamento
mais usado no Brasil e nos Estados Unidos (onde foram
prescritos quase 35 milhões de vezes em 2006 como
genérico). Único medicamento pertencente à classe das
biguanidas, é um agente anti-hiperglicêmico oral utilizado
no tratamento do DM2. Este, por sua vez, diminui a
produção de glicose hepática e absorção intestinal de
glicose, aumentando a sensibilidade periférica à insulina e
utilização celular de glicose. A ação periférica do
cloridrato de metformina sobre a resistência à insulina
está associada com possível ação pós-receptora,
independentemente da melhora na ligação da insulina
com receptores insulínicos. Pode ser utilizada como
monoterapia ou como adjuvante da dieta ou de uma
sulfonilureia para reduzir os níveis de glicemia. Melhora a
tolerância à glicose ao reduzir tanto a glicose basal
quanto a glicose pós-prandial. A biodisponibilidade oral
em jejum é de 50% a 60%, e a presença de alimento
diminui a extensão de sua absorção. O cloridrato de
metformina não produz hipoglicemia em pacientes não
diabéticos, uma vez que não estimula a secreção de
insulina (exceto em situações especiais) e não provoca
hiperinsulinemia.
Os efeitos adversos mais frequentes do cloridrato de
metformina são os gastrintestinais (cerca de 10% a 30%
dos pacientes), como náuseas, diarreia, desconforto
abdominal, gosto metálico e anorexia, o último sendo
desejável em regimes de emagrecimento. Raramente, há
diminuição da absorção da vitamina B12 e ácido fólico,
levando a alterações hematológicas. A acidose lática é a
complicação mais grave, letal em mais de 50% dos casos.
Sua ocorrência é extremamente rara, podendo ser
prevenida com o uso de doses adequadas de metformina,
sendo a observação criteriosa das contraindicações
citadas anteriormente.
A busca por novos medicamentos para tratamento do
diabetes aliada ao aprimoramento de rotas sintéticas com
maior rendimento e em menor tempo tem estimulado
diversos grupos de pesquisa. Neste estudo foram
empregados dois métodos distintos para a síntese de
cloridrato de N,N - Dietilbiguanida (etformina), substância
análoga ao cloridrato de metformina, via aquecimento
convencional e por radiação micro-ondas. Os produtos
foram cromatografados e caracterizados por métodos
espectroscópicos.
METODOLOGIA
O cloridrato de dietilamina foi preparado pela passagem
de um fluxo de gás clorídrico seco em dietilamina,
dissolvida em éter de petróleo seco previamente. O gás
clorídrico foi gerado pela reação entre ácido sulfúrico e
cloreto de sódio e posteriormente passado em coluna de
ácido sulfúrico. Toda a síntese foi efetuada em sistema
fechado para evitar umidade e o sistema purgado com
argônio durante 20 minutos antes do início da reação. O
produto coletado foi filtrado e lavado cinco vezes com
cerca de 20 ml de éter de petróleo a pressão reduzida e
em atmosfera protetora de ar e seco a 60ºC em estufa a
vácuo.
Cloridrato de N,N-dietilbiguanida por aquecimento
convencional: em tubos capilares fundiram-se misturas
1
equimolares de cloridrato de dietilamina e diciandiamida
73
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
em diferentes tempos e temperaturas. Os produtos foram
solubilizados
em
etanol
e
caracterizados
por
cromatografia de camada delgada (CCD), espectros de
infravermelho (FT-IR) e ultravioleta na região do visível
(UV-vis). Cloridrato de N,N-dietilbiguanida em forno microondas convencional: em tubos capilares e/ou balão
fundiram-se misturas equimolares de cloridrato de
dietilamina e diciandiamida. Analogamente às sínteses
por aquecimento convencional, empregaram-se diferentes
tempos e potências. A caracterização espectroscópica dos
produtos e intermediário foi efetuada por espectroscopia
eletrônica e vibracional, por CCD que também foi
empregada para monitorar as reações. As placas de CCD
foram reveladas na presença de luz UV (λ = 254 nm e 365
2
nm) e em câmara de iodo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A rota sintética empregada permitiu a obtenção do
cloridrato de dietilamina com rendimento de 76%. O
intervalo do ponto de fusão, situado entre 226ºC e 228ºC
foi muito próximo ao descrito na literatura, cujo valor está
entre 227ºC e 230ºC. Seu aspecto branco ficou bem
definido, assim como sua grande capacidade
higroscópica, o que dificultou muito sua obtenção. Foram
necessários diversos cuidados na etapa de síntese, e
especialmente
em
relação
aos
procedimentos
empregados na secagem dos solventes e vidrarias. Na
forma de hidrocloreto, a dietilamina é altamente
higroscópica e, por isso, mínimas quantidades de água no
meio reacional podem resultar na protonação do
grupamento amina presente na dietilamina. O espectro
vibracional do cloridrato de dietilamina sintetizado em
nosso laboratório é compatível ao da literatura, não
apresentando variações significativas. As principais
bandas ativas no FT-IR, características do cloridrato de
dietilamina encontradas no espectro foram: IR (KBr, cm,
1
): 2970 e 2854 (estiramento de CH3), 1458 e 1388
(dobramento de CH2), 794 (dobramento de amina fora do
plano). Verificou-se ainda a presença de uma banda larga
-1
na faixa de 3400 cm atribuída ao estiramento ν –OH
ligado a H. Certamente, houve absorção de água durante
transporte, manuseio e registro do espectro à amostra
3
(Figura 1).
Figura 1 – Espectro de infravermelho do cloridrato de
-1
dietilamina, feita em KBr cm .
55
%T
50
45
93°C. Os tempos pré-determinados foram de 5, 15, 30,
60, 90 e 120 minutos após iniciada a fusão. Num teste
preliminar, submeteu-se uma amostra à temperatura de
150ºC durante 5 min, sem qualquer indício de degradação
das substâncias.
As análises de CCD foram efetuadas simultaneamente às
sínteses. Os produtos foram solubilizados em etanol
absoluto para a aplicação dos spots na placa
cromatográfica. A fase móvel utilizada foi o próprio
solvente, ou seja, etanol. Juntamente às análises
cromatográficas dos produtos, foram analisados os
respectivos reagentes de partida. Em comparação a N,Ndietilbiguanida, utilizou-se uma amostra padrão de
cloridrato de metformina. Tempos de reação de 90 e 120
minutos à temperatura média de 130°C apresentaram
melhores resoluções nos respectivos cromatogramas. A
revelação em UV permitiu identificar a presença de
diferentes componentes no meio reacional. A N,Ndietilbiguanida, provável produto de reação, apresenta
fator de retenção (Rf 0,75) maior que o do cloridrato de
metformina (Rf 0,49) quando etanol é usado como
eluente. Usando metanol como eluente, verifica-se que o
cloridrato de metformina com (Rf 0,91) teve uma migração
maior em relação a N,N-dietilbiguanida (Rf 0,59). Isso
pode ser explicado em função da maior polaridade do
metanol comparado ao etanol. A detecção da formação
de produto(s) torna-se cada vez mais difícil à medida que
o tempo de reação diminui.
O espectro de UV-vis apresenta absorções intensas na
região entre 200 e 250 nm, características de transições
π → π*. Estudos envolvendo o efeito do pH nas bandas
de UV-vis estão em curso.
Cloridrato de N,N-dietilbiguanida em forno micro-ondas
convencional: foram pesados de modo equimolar o
cloridrato de dietilamina e cianoguanidina e solubilizado
em etanol para realização da síntese via MO modificado
para sistema de refluxo. A mesma massa foi pesada para
a síntese em microescala (via capilar) utilizando um MO
não modificado, sendo que a mistura não foi solubilizada
em etanol.
A determinação das potências dos MO objetivou a
padronização e monitoramento das sínteses. Testes feitos
nos diversos níveis buscaram sempre um melhor
aquecimento. Determinou-se assim as potências de 500
W (Nível 10) no MO modificado, e de 500 W (Nível 8) no
MO não modificado. Para tempo de 5 minutos após fusão,
verificou-se a melhor resolução das placas de CCD.
Na Figura 2, observa-se o espectro de infravermelho da
síntese proposta (N,N-dietilbiguanida). Com ele é possível
avaliar a formação do produto proposto, além de restos de
reagentes que não reagiram.
Figura 2 – Espectro de infravermelho
-1
dietilbiguanida, feita em KBr cm .
40
35
da
N,N-
90
30
%T
82,5
25
75
20
67,5
15
4000
3750
3500
Cloridrato de dietilamina
3250
3000
2750
2500
2250
2000
1750
1500
1250
1000
750
500
1/cm
60
52,5
Cloridrato de N,N-dietilbiguanida por aquecimento
convencional: Misturas equimolares de cloridrato de
dietilamina e cianoguanidina foram postas em tubos
capilares e, em seguida, mantidas por diferentes tempos
em duas temperaturas médias distintas, ou seja, 110ºC e
130ºC. Essas temperaturas foram estabelecidas a partir
da temperatura de fusão inicial, que ocorreu entre 90°C e
45
37,5
30
4000
3750
Sintese Final
3500
3250
3000
2750
2500
2250
2000
1750
1500
1250
1000
750
500
1/cm
74
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
CONCLUSÃO
Neste estudo demonstramos que irradiação micro-ondas
pode ser uma alternativa para rotas sintéticas de novos
fármacos que envolvam compostos orgânicos e/ou
solventes polares. Também propomos o uso de capilares
para reação por aquecimento convencional e
especialmente em forno micro-ondas doméstico sem
necessidade de qualquer adaptação. Não encontramos
nenhum relato na literatura que descreva síntese em
pequena escala usando esta metodologia. Foi possível
detectar a formação de N,N-dietilbiguanida em todos os
métodos sintéticos empregados.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem aos colaboradores Unesc e CNPq
pelo apoio financeiro, e a todas as pessoas que apoiaram
e colaboraram para a realização deste trabalho.
REFERÊNCIAS
SHAPIRO, S. L.; PARRINO, V. A.; FREEDMAN, L. J. AM.
Chem. Soc., 1959, 81, 3728.
ARMAREGO, W. L. F.; CHAI, C. L. L. Purification of
Laboratory Chemicals - 5th ed. 2003, 18-20.
PAVIA, D. L.; LAMPMAN, G. M.; KRIZ, G. S.; VYVYAN J.
R. Intrudução à espectroscopia. Gengage learning. 4 ed.
2010, cap. 2.
75
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O PROCESSO ENSINO–APRENDIZAGEM A PARTIR DA PROPOSTA DIDÁTICA
ELKONIN-DAVIDOV NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA
MUNICIPAL DE CRICIÚMA
Elaine Vieira Banhara,1 Ademir Damázio,2 Viviane Raupp Nunes de Araújo,3 Josélia
Euzébio da Rosa,4 Ana Lucia Guimara,5 Josiani Barboza Brunelli6
1,2,3,5,6
Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc/ Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: Uma
abordagem histórico-cultural – Gpemahc; Laboratório de Estudos em Educação Matemática.
4
Universidade Federal do Paraná
1
[email protected]
Palavras-Chave: Elkonin-Davidov, Aprendizagem, Pensamento Matemático.
INTRODUÇÃO
O projeto de extensão, que está em andamento, é o
resultado de pesquisas desenvolvidas por integrantes do
Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: uma
abordagem histórico-cultural (Gpemahc), relacionadas à
proposta didática de Elkonin-Davidov. O objetivo é propor
uma sequência didática diferenciada do que se apresenta,
atualmente, nos meios escolares referenciada por
Davidov (1988) de ensino tradicional. Tal proposta
valoriza a inter-relação geometria, álgebra e aritmética
associada ao estudo de grandezas contínuas visando à
apropriação do conceito de números reais e suas
particularidades desde o início da vida escolar. Em
continuidade ao que foi e está sendo pesquisado pelo
grupo, desenvolvemos o projeto de extensão com uma
professora e os alunos de uma turma do 1º ano do Ensino
Fundamental de uma escola da rede municipal de
Criciúma.
METODOLOGIA
É realizado um encontro semanal com a professora que
aplica em sala de aula a proposta, juntamente com a
bolsista e a orientadora do projeto. Nas reuniões se
estuda o livro metodológico e são elaboradas as tarefas
que serão desenvolvidas com as crianças. São duas
aulas de matemática por semana. As aulas são
fotografadas e gravadas para, posteriormente, serem
transcritas, e as tarefas que as crianças realizam são
escaneadas para futuras análises.
entre grandezas, ou seja, conforme a unidade de volume
ou de área altera a quantidade de vezes que a altera
proporcionalmente o número de vezes que a unidade de
medida cabe dentro deles.
CONCLUSÃO
Com a realização do presente projeto, iniciou-se uma
nova forma de ver e conceber o ensino da matemática,
com base nos pressupostos Davidovianos. Nesse sentido,
antes de ter contado direto com o número, a criança
analisa as grandezas matemáticas que possibilitam a
comparação entre objetos e fenômenos. A contagem
surge como resultado desse processo quando uma
grandeza é tomada como unidade de medida da outra.
Elkonin-Davidov propõem o movimento conceitual de
forma discreta, introduzem os conceitos fundamentais das
operações de adição e subtração apoiando-se no
princípio do caráter objetal (Davidov,1988). Da mesma
forma, as crianças reproduzem essa conexão em modelos
objetais, gráficos ou símbolos especiais que permitem
estudar suas propriedades das grandezas na “forma pura”
(por exemplo, as crianças podem representar por letras,
símbolos, esquemas...). O número aparece por meio
dessa manifestação.
AGRADECIMENTOS
Programa Extensão Unesc. Unidade Acadêmica de
Humanidades Ciência e Educação – UNAHCE.
Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc (SC),
Brasil; Fapesc, CNPq e Fumdes/Unesc.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
REFERÊNCIAS
O projeto de extensão parte de pesquisas desenvolvidas
pelo Gpemahc levando para a sala de aula, por meio da
extensão, uma proposta que sirva de subsídio para a
construção do pensamento teórico-matemático. A
aplicação da proposta didática do sistema de ensino
Elkonin-Davidov teve início no ano letivo de 2011 em uma
escola municipal de Criciúma na turma do 1º ano do EF.
Partimos do estudo de grandezas contínuas, nas quais as
crianças aos poucos foram identificando as manifestações
particulares do conceito de número por meio de
sequências de figuras geométricas em que se analisam
cor, forma, tamanho e posição, em seguida a sequência
algébrica com o uso das letras na elaboração de
esquemas que representam implicitamente as operações
de adição, subtração por meio de grandezas de área,
comprimento, volume e massa. Por fim, a sequência
aritmética surge como consequência da comparação
DAVIDOV,V. V. Análisis de los princípios didácticos de la
escuela tradicional y posibles princípios de enseñanza em
el futuro próximo. In: SHUARE, Marta. La psicologia
Evolutiva y pedagógia em la URSS. Moscú: Progresso,
1987.p. 143-155.
ГОРБОВET al, Обучениематематике. 1 класс:
Пособиедляучителейначальнойшколы
(СистемаД.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 2-еида.,
перераб. - М.:ВИТА-ПРЕССб 2008. 128p.
ДАВЫДОВ, В. В. О. et al. Математика,
Kjiacc.Mockba: Mnpoc - Аргус, 1997. 224p.
1-
76
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
GESTÃO DEMOCRÁTICA NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE CRICIÚMA:
PERSPECTIVAS
Mileidi Formaeski Tereza Ferreira,1 Antonio Serafim Pereira2
1,2
Universidade do Extremo Sul Catarinense
1
[email protected]
Palavras-Chave: Gestão, Democracia, Perspectivas.
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa foi constituída com base nas
perspectivas de gestão democrática presentes nos
documentos referentes às políticas e práticas de
organização do ensino público municipal da Amrec.
Buscamos, por esse trabalho, compreender os princípios
que fundamentam a gestão democrática da rede
municipal de ensino da região e oferecer subsídios, a
partir do conhecimento produzido, para a reflexão crítica
do campo da gestão educacional.
METODOLOGIA
Para a realização do estudo, definiram-se como
procedimentos metodológicos: constituição de amostra
dos municípios conforme população; reunião com os
municípios selecionados para apresentação e discussão
do projeto de pesquisa; coleta dos documentos
disponíveis nas secretarias de educação dos municípios
participantes sobre as políticas, diretrizes e orientações
de gestão educacional vigentes; análise do material
coletado, tendo como referência Bardin (1988), e
aprofundamento dos resultados obtidos na análise dos
documentos com a equipe gestora das secretarias de
Educação (entrevistas).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Até o momento, realizamos a reunião com os
representantes das secretarias de Educação dos
municípios constituídos pela amostra: Criciúma,
Forquilhinha, Cocal do Sul e Lauro Müller. Destes, se
fizeram presentes Criciúma e Forquilhinha, tendo-se
obtido apenas a adesão do primeiro. A visita à Secretaria
de Educação criciumense já foi realizada. Os documentos
coletados foram agrupados conforme as dimensões
seguintes: pedagógica, relações, financeira e resultados.
.
O processo de análise documental terá como referência,
entre outros, Da Hora (2010), Marques (2008) e Santos
(2002).
CONCLUSÃO
Por meio destes procedimentos, foi possível detectar que
a eleição direta para diretores pela comunidade escolar é
uma das marcas da gestão democrática do sistema de
ensino do município de Criciúma. Se esta conquista
estiver sendo executada efetivamente e comprometida
com a construção coletiva do projeto pedagógico, pode
contribuir
para
a
qualificação
do
ensino
e,
consequentemente, para a democratização da educação
escolar que aponta para uma possível gestão democrática
participativa.
AGRADECIMENTOS
Fonte financiadora: Propex/ Cpae-Unesc/ PIC 170
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa:
Edições 70, 1988.
DA HORA, Dinair L. Gestão dos sistemas educacionais:
modelos e práticas exercidas na Baixada Fluminense.
RBPAE, v.26, n. 3, p.365- 581, set./dez., 2010.
MARQUES, Luciana R. Democracia radical e democracia
participativa: contribuições teóricas à analise da
democracia na educação. Educação & Sociedade.
Campinas, vol. 29, n. 102, p. 55-78, jan./abr. 2008.
SANTOS, Boaventura S. Democratizar a democracia: os
caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2002
77
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ASPECTOS RELEVANTES AO ZONEAMENTO URBANO EM CRICIÚMA – COM BASE
NOS PLANOS DIRETORES ANTERIORES E ATUAL
Lucas Cechinel da Rosa1
1
1
UNESC/Curso de Geografia
[email protected]
Palavras-Chave: Plano Diretor, Criciúma, Zoneamento Urbano.
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa visa identificar os primórdios do
zoneamento urbano em Criciúma, analisando de forma
clara e objetiva como a ferramenta do zoneamento urbano
era utilizada, já que a mesma pode ser transformadora e
segregadora do espaço urbano, sendo esta segregação
um processo em que determinados lugares sofrem
transformações mais dinâmicas e funcionais que outros,
desenvolvendo atividades de interesse da sociedade,
esses lugares tornam-se espaços mais valorizados e
segregam-se de outros espaços que se tornam menos
privilegiados e muito menos dinâmicos, com isso tendem
à desvalorização. Criciúma viveu períodos de
transformação urbana excessiva devido a sua forte
ligação com atividades econômicas diferenciadas, com
isso o zoneamento municipal foi se moldando a cada
época vivenciada, sendo que o município de Criciúma já
teve três Planos Diretores sancionados, o primeiro na
década de 1950, o segundo nos anos de 1970 e o terceiro
no fim da década de 1990. A presente pesquisa então tem
como objeto principal de estudo o zoneamento urbano de
Criciúma em seu contexto histórico.
METODOLOGIA
Esta pesquisa possui em sua realização ações que a
classificam como quantitativa, descritiva, exploratória e
bibliográfica, tendo como universo de pesquisa o
município de Criciúma, localizado no extremo sul de
Santa Catarina, a 192 km da capital do Estado,
Florianópolis. Para GIL (1996, p.46), “Estas pesquisas
têm como preocupação central identificar os fatores que
determinam ou que contribuem para a ocorrência dos
fenômenos. Este é o tipo de pesquisa que mais se
aprofunda no conhecimento da realidade”.
A presente pesquisa está focalizada principalmente em
estudos bibliográficos das ferramentas de planejamento
urbano de Criciúma. O Plano Diretor é norteador do
crescimento urbano de um município, sendo o mesmo
composto por diversas ferramentas para a tentativa de
planejamento urbano, e a ferramenta estudada nesta
pesquisa é o zoneamento urbano.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O primeiro Plano Diretor do município de Criciúma foi
sancionado durante a década de 1950, no mandato do
prefeito Paulo Preis. Não foi possível obter a descrição
física e de composição de leis deste documento, pois o
mesmo não foi disponibilizado. O Plano Diretor Urbano de
Criciúma de 1973 é um documento de 143 páginas,
composto pelas leis nº 947, 948, 949 e 950 de 11 de Abril
de 1973, além da lei 1.193 de 19 de Outubro de 1975, leis
presentes na Tabela 1 abaixo:
Tabela 1 – Leis existentes no documento do Plano Diretor
de Criciúma de 1973
Lei nº
947
948
949
950
Data
11 de Abril de
1973
11 de Abril de
1973
11 de Abril de
1973
11 de Abril de
1973
Conteúdo
Urbanismo
Loteamentos
Código de obras
Conj.
Residenciais
para Coop.
Habitacionais
1.193
19 de Outubro
Código de
de 1975
Posturas
Fonte: Plano Diretor Urbano de Criciúma, 1973.
O Plano Diretor de Criciúma foi aprovado na gestão do
prefeito Algemiro Manique Barreto e do vice, Fidélis Back.
O plano é visto como a junção de leis urbanas do
município, com isso inclui todas as leis anteriormente
citadas. O Plano Diretor de 1973 é definido como: “Um
Plano Diretor é, por definição, um instrumento de
orientação técnica geral destinado a disciplinar o processo
de crescimento de uma cidade. Não pode ser confundido
com um projeto. Pelo contrário, pressupõe e orienta a
execução de futuros projetos de vias, praças e, em geral,
das diversas obras exigidas pelo progresso urbano”
(Criciúma, 1973, p. 139). Quanto aos instrumentos do
plano como o zoneamento adotam-se critérios como
atividades urbanas e densidade populacional. Foram
definidas, portanto, cinco tipos de zonas de uso e três
níveis de densidade populacional. Segundo (Criciúma,
1973, p. 139), “O controle das densidades se fará através
do relacionamento entre área construída admitida e área
do terreno”. O documento salienta que as atividades
permitidas sofrerão poucas privações, assim valorizando
a flexibilidade do uso e reduzindo futuros conflitos. O
artigo 15.º estabelece três zonas de densidade, de acordo
com as plantas do Plano Diretor.
Tabela 2 – Zonas de densidade do Plano Diretor de
Criciúma de 1973
Tipo de zona
Zona da alta densidade
Zona de média densidade
Zona de baixa densidade
Sigla
(ZDA)
(ZDM)
(ZDB)
Fonte: Plano Diretor urbano de Criciúma, 1973.
O artigo 16.º descreve e classifica as zonas de densidade
de acordo com o índice de aproveitamento (relação entre
o total das áreas de construção de uma edificação,
incluindo pavimentos altos quando existentes, e a área
total do terreno) (Criciúma, 1973, p. 5). O zoneamento de
uso é definido através dos artigos, 17.º, 18.º e 19.º, sendo
78
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O artigo 18.º classifica os usos do solo, sendo oito
diferentes classificações, listadas na Tabela 5.
III – garantir condições adequadas de infraestrutura e
equipamentos de uso coletivo, para os terrenos
destinados a receber atividades urbanas;
IV – Preservar e valorizar o patrimônio cultural e natural
do município e proteger o meio ambiente através do
controle do uso do solo;
V – Explicitar os critérios para que se cumpra a função
social da propriedade, especialmente através da
regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas
por população de baixa renda, bem como o adequado
aproveitamento dos vazios terrenos subutilizados.
(Criciúma, 1999, p. 1)
A seção II, ainda no capítulo I é composta pelo artigo 3.°,
composto por sete parágrafos. Este artigo é responsável
por listar as diretrizes do Plano Diretor.
No capítulo II, na seção I, os artigos 4.° e 5.° estabelecem
a divisão do município em zonas urbana e rural, o artigo
7.° tem a função de subdividir a ocupação e o uso do solo
urbano. A Tabela abaixo mostra as zonas de uso e
ocupação do solo delimitado no município de Criciúma.
Tabela 4 – Classificações de uso do solo do Plano Diretor
de Criciúma de 1973
Tabela 6 – Relação entre as zonas e o uso do solo
estabelecido pelo do Plano Diretor de Criciúma de 1999.
o artigo 17.º delimitador das zonas de uso do
18.º a classificação de cada uso e
permissibilidade de uso de acordo com
estabelecida. O artigo 17.º fragmenta o
município em cinco zonas, sendo elas:
município, o
o 19.º a
cada zona
urbano do
Tabela 3 – Zonas de uso e ocupação do solo do Plano
Diretor de Criciúma de 1973
Zonas de uso
Usos permissíveis
Centro
Avenidas comerciais
Centros locais
Zonas residenciais
Zonas industriais
(ZU1)
(ZU2)
(ZU3)
(ZU4)
(ZU5)
Fonte: Plano Diretor urbano de Criciúma, 1973
Zonas de uso
(H)
(S1)
Usos permissíveis
Habitação
Prestação de serviços
sem desconforto aos
vizinhos
(S2)
Prestação que possa
gerar desconfortos aos
vizinhos
(C1)
Comércio varejista
(C1)
Comércio Atacadista
(A)
Administração Pública,
bancos
(I1)
Atividades fabris, sem
desconforto aos vizinhos
(I2)
Atividades fabris que
possam gerar
desconfortos aos
vizinhos
Fonte: Plano Diretor urbano de Criciúma, 1973.
Nome da zona
Zona Especial de
Preservação 1
Zona Especial de
Preservação 2
Zona Residencial 1
Zona Residencial 2
Zona Residencial 3
Zona Mista 1
Zona Mista 2
Zona Central 1
Zona Central 2
Zona Industrial 1
Zona Industrial 2
Zona de Recuperação
Urbana 1
Zona de Recuperação
Urbana 2
Fonte: Plano Diretor de 1999.
O Plano Diretor Municipal de Criciúma é um documento
sancionado pelo prefeito de Criciúma Paulo Meller, o
documento é composto pelas seguintes leis: Lei
3.900/1999 (essa tratando do zoneamento e do uso e
ocupação do solo), lei 3.901/1999 (Lei do parcelamento
do solo), ambas de 28 de outubro de 1999 e pela lei 2.847
de 1993, lei do código de obras está datada de 27 de
Maio. O Plano Diretor do município de Criciúma de 1999 é
o plano atual e de vigência no município, atualmente um
novo Plano Diretor vem sendo discutido, porém, ainda
não obteve aprovação, com isso a repercussão de críticas
principalmente pela demora vem sendo alvo da imprensa
local e também regional. O capítulo I do Plano Diretor de
1999 é composto por duas seções e três artigos, estes
instituem o zoneamento de uso e ocupação do município
de Criciúma.
Na seção I no artigo 2.° é objetivada a função do Plano
Diretor, sendo este artigo composto por cinco parágrafos.
Art. 2.° Constituem os objetivos do Plano Diretor:
I - Buscar a melhoria da qualidade de vida da população,
mediante a reestruturação urbana e rural adequada ao
crescimento econômico e demográfico do município;
II - Ordenar o espaço físico territorial do município,
orientando a expansão dos núcleos urbanos e
preservando áreas não apropriadas para usos urbanos;
A seção II do mesmo capítulo classifica os usos urbanos
através do artigo 9.°, a tabela abaixo mostra em resumo
informações sobre a classificação de usos urbanos.
Sigla
ZEP 1
ZEP 2
ZR-1
ZR-2
ZR-3
ZM-1
ZM-2
ZC-1
ZC-2
ZI-1
ZI-2
ZRU-1
ZRU-2
Tabela 7 – Relação entre as zonas e o uso do solo
estabelecido pelo Plano Diretor de Criciúma de 1999.
Nome da zona
Uso Residencial
Comércio e Serviços
Geradores de ruídos
Estabelecimentos de
Recreação e Lazer
Comércio e Serviços
Geradores de Tráfego
Pesado
Comércio e Serviços
Perigosos
Comércio e Serviços
Diversificados
Recreacional e Turístico
Uso Especial
Indústria 1
Indústria 2
Indústria 3
Sigla
R
CSR
ERNL
CSTP
CSP
CSD
RT
UE
I1
I2
I3
79
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Fonte: Plano Diretor de 1999.
A seção III do mesmo capítulo fala do regime urbanístico,
segundo o artigo 10.º, o regime urbanístico do município é
composto pelos seguintes índices.
Tabela 8 – Índices do regime urbanístico estabelecido
pelo Plano Diretor de Criciúma de 1999
Nome do índice
Índice de
aproveitamento
Sigla
(IA)
Taxa de ocupação
(TO)
Taxa de infiltração
(TA)
Afastamento
(A)
Definição
É o quociente entre a área
máxima construída total
do lote;
É a relação entre a
projeção horizontal
máxima das edificações
sobre o lote e a área total
do lote.
É a relação entre a área
livre do lote para infiltração
d‟água e a área total do
lote (não podendo ter
projeção ou área
construída sobre esta
faixa de área).
É a distância entre a divisa
do lote e o limite externo
da área a ser ocupada
pela edificação.
Fonte: Plano Diretor de 1999.
No capítulo III, o artigo 37.° estabelece a criação da
Codepla, Conselho de Desenvolvimento Urbano, com a
finalidade de auxiliar o planejamento no município.
Art. 37.º Fica criado o Conselho de Desenvolvimento
Urbano como órgão de cooperação governamental, com a
finalidade de auxiliar e assessorar o Poder Executivo no
Planejamento, interpretação e julgamento da matéria de
sua competência (Criciúma, 1999, p. 31).
CONCLUSÃO
É possível concluir nesta pesquisa que, diante das
mudanças econômicas, Criciúma foi sofrendo diversas
intervenções visando à organização de seu espaço
urbano, tornando-se cada vez mais fragmentada durante
o seguimento dos anos. Destaca-se nesta pesquisa a
função de planejamento do zoneamento urbano desde o
Plano Diretor de 1973, apesar da diferenciação dos
moldes de hoje, o Plano Diretor urbano de Criciúma já era
visto como um segregador urbano buscando a
organização de um espaço já densamente ocupado
devido à evolução econômica apresentada pelo município
após o boom da exploração do carvão no município.
Outros fatores podem ser observados como, por exemplo,
a diferenciação das metodologias usadas para divisão do
município em zonas, em 1973, observa-se uma divisão
mais tímida e com um menor número de zonas
determinadas, enquanto no Plano Diretor de 1999
observa-se
uma
fragmentação
espacial
maior,
aparecendo aí zonas inéditas e a preocupação com a
recuperação ambiental, já que a degradação gerada pela
exploração do carvão descontrolada era uma herança
ainda viva e marcante no território municipal. O Plano
Diretor de 1999 é o atual vigente no município e muito se
discute um novo plano, pois conta com entraves políticos,
que devem ser os mesmos já discutidos desde 1999, a
segregação urbana causada pela especulação imobiliária,
processo caracterizado pela valorização de determinada
zona
ou
terreno,
beneficiando determinados
proprietários em detrimento de outros e causada por
intervenções do Estado ou município, é um processo
originado na corrente americana de zonificação, uma linha
de pensamento que visa principalmente o lucro de
determinados proprietários e não a ferramenta como um
bem coletivo, pensamento derivado dos alemães. Através
de análises dos Planos Diretores anteriores e o atual,
constata-se no decorrer dos anos que o município de
Criciúma vem sofrendo um processo de fragmentação
espacial, tornando-se mais “dividido”, motivado pelas
especulações imobiliárias, pelas intervenções do
município e por diversas maneiras de ocupação e de uso
do solo que possui fato já constatado no seu processo de
ocupação territorial.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Universidade do Extremo Sul Catarinense por
me permitir usar a biblioteca e seu acervo rico de
informações que me proporcionaram a conclusão da
pesquisa, agradeço também a Prefeitura de Criciúma que,
por meio eletrônico, me disponibilizou informações que
ajudaram no decorrer desta pesquisa.
REFERÊNCIAS
BARRETO, Algemiro Manique; BACK, Fidelis. Plano
diretor urbano; lei nº 947 de 11/04/73. Criciúma, SC:
Doação, 1973. 137 p.
CRICIÚMA (SC). Prefeitura Municipal Companhia de
Desenvolvimento Econômico e Planejamento Urbano.
Leis do plano diretor do município de Criciúma-SC
1999. Criciúma, SC: Prefeitura Municipal de Criciúma,
1999. 39p.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos
pesquisa. 3. ed São Paulo: Ed. Atlas, 1996. 159 p.
de
80
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
REVISÃO DO ENSINO DA RADIOATIVIDADE NO ENSINO MÉDIO
1
Fábio Dominguini,¹ Glenda Clemes,¹ Olivier Allain¹
Instituto de Federal de Santa Catarina / Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão / Campus Araranguá
1
[email protected]
Palavras-Chave: Radioatividade, Videoaulas, Ensino.
INTRODUÇÃO
O trabalho apresenta uma revisão bibliográfica do tema
radioatividade (conteúdo recomendado nos Parâmetros
Curriculares Nacionais) e de seu ensino, como parte
inicial de um projeto de pesquisa que visa à análise do
uso de videoaulas como recurso didático alternativo para
inserção de tópicos de física moderna e contemporânea
(FMC), tais como radioatividade. Procuramos entender as
vantagens e desvantagens deste recurso de ensino usado
como aquilo que a teoria da aprendizagem significativa
designa por organizador prévio. Este consiste em uma
contextualização e preparação para os alunos referente a
determinado tema a ser aprendido e pouco conhecido
deles. Permite, assim, que, num conhecimento prévio,
ancorem-se novos conceitos que virão a ser
aprofundados após a exibição do vídeo.
Figura 1: Celular
Fonte: Ian Hooton/Science Photo Library
Figura 2: Radioterapia
METODOLOGIA
Após uma familiarização com o tema da radioatividade em
livros científicos e de divulgação científica, foi feita uma
revisão bibliográfica dos métodos utilizados para o ensino
desta área da física e da química no Ensino Médio. A
bibliografia foi procurada na produção acadêmica, nas
principais revistas de ensino de ciências e motores de
busca consagrados.
Fonte: Health Protection Agency/Science Photo Library
Figura 3: Usina Nuclear
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta busca por formas alternativas do ensino sobre
radioatividade, notou-se uma nítida carência de
referências para suprir as necessidades desta área na
Educação Básica. As poucas bibliografias que abordam o
ensino do tema no Ensino Médio (GRASSI, FERRARI,
2009; EICHLER, JUNGES, DEL PINO, 2005;
BARRAGÁN, MORTIMER, LEAL, 2007) costumam tratálo de forma meramente suplementar aos outros conteúdos
de física, por meio de atividades alternativas e jogos. É
consenso para os autores que as pessoas possuem
poucas informações sobre o assunto, principalmente pelo
fato de a educação não abordar este tópico ou de abordálo apenas de maneira superficial. Entre as estratégias de
ensino mapeadas aqui, estão o uso de jogos ou
quadrinhos e visitas a instituições que apoiam parentes ou
vítimas de acidentes nucleares, como o do Césio 137, em
Goiânia, no Brasil. Alguns autores evocam, em especial,
pouco interesse a priori tanto por parte dos alunos, como
dos professores e das instituições em conhecer melhor
este tema, com o qual, sem percebermos, lidamos todos
os dias. O trabalho de inserção de FMC é, contudo, de
grande relevância, se considerarmos a extrema
atualidade dos assuntos e a grande aplicação no mundo
contemporâneo destes conhecimentos (como ilustrado
nas figuras 1, 2 e 3).
Fonte: Dr Jeremy Burgess/Science Photo Library
CONCLUSÃO
Notamos, ao longo desta parte inicial da pesquisa,
enfáticos relatos sobre a desconfiança das pessoas em
relação à radioatividade, devido ao medo que acompanha
este conceito, o que faz com que fiquem desconhecidos
os benefícios do uso dessa fonte energética. Boa parte do
sucesso dos trabalhos pedagógicos narrados na literatura
que utilizam a radioatividade como tema suplementar se
deu por terem despertado o interesse de alunos e
professores em buscar o conhecimento que a princípio
não era motivador, mesmo sendo um tópico de pouca
abordagem no vestibular. A criação de aulas
diferenciadas que mostram os pontos positivos e
negativos de temas atuais promove uma aprendizagem
notável em que parte do medo dá lugar a conceitos mais
novos ou mais amplos e complexos.
AGRADECIMENTOS
Ao Instituto Federal de Santa Catarina pelo financiamento
desta pesquisa.
81
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
REFERÊNCIAS
GRASSI, Giovanni; FERRARI, Paulo Celso. A linguagem
dos quadrinhos no estudo da radioatividade no
ensino médio: O acidente com o Césio-137 em
Goiânia, 20 anos depois. Anais do XVIII Simpósio
Nacional de Ensino de Física – SNEF 2009 – Vitória, ES,
2009.
Disponível
em:
<http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xviii/>.
Acesso em: 15 de setembro de 2011.
EICHLER, Marcelo Leandro; JUNGES, Fernando; DEL
PINO, José Claudio. O papel do jogo no ensino de
radioatividade: os softwares Urânio-235 e Cidade do
Átomo. Revista Novas Tecnologias na Educação,
CINTED-UFRGS, v. 3, n. 1, maio, 2005. Disponível em: <
http://www.iq.ufrgs.br/aeq/producao/delpino/Novas_Tec.p
df >. Acesso em: 11 de setembro de 2011.
BARRAGÁN, Patrícia; MORTIMER, Eduardo F.; LEAL,
Alexandre. Avaliação preliminar sobre o conceito de
radiação e algumas de suas tecnologias. Ano 2007.
Disponível
em
<http://www.fae.ufmg.br/abrapec/viempec/viempec/CR2/p
1090.pdf> Acesso em: 11 de setembro de 2011.
82
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O CONCEITO DE IMAGINÉTICO DESENVOLVIDO NAS EPISTEMES PEDAGÓGICAS
COMO MOVIMENTO AO PENSAMENTO CIENTÍFICO
Jéferson Luis de Azeredo1
1
1
Unesc.
[email protected]
Palavras-Chave: Imaginético, Ciência, Movimento, Paradigma, Educação.
INTRODUÇÃO
Conceitua-se neste trabalho a produção do conhecimento
científico, partindo-se da ideia de imaginético como um
conceito necessário ao próprio pensamento científico.
Dentre outras questões engendradas, discutem-se os
pressupostos epistemológicos a partir dos autores Gaston
Bachelard e Frederich Nietzsche, retomando algumas de
suas principais ideias, como as questões: O que é
Ciência? O que capacita os homens a pensar
cientificamente? O que é necessário ao movimento e
mudanças científicos? E, por fim, qual a função da
imaginação nos processos cognoscentes? Assim, as
discussões bachelardianas e nietzschianas aqui, se
referem principalmente à questão: o que é, e como se faz
ciência? Refletindo essas questões, podemos relacionar
as ações teórico-metodológicas das práticas pedagógicas
docentes. O objetivo consiste na análise do conceito
imaginação/imaginético e sua efetivação na educação.
Justifica-se tal reflexão pelo próprio discurso que se
estabelece nas escolas e na sociedade enquanto
produtoras e/ou preparadoras de sujeitos capazes de
pensar/produzir cientificamente.
METODOLOGIA
Este trabalho de pesquisa, parte da leitura e análise das
obras de Bachelard e Nietzsche. Analisa-se a
estruturação da ciência enquanto pensamento válido e
efetivo nos processos educacionais, entretanto, não se
parte de uma pesquisa de campo, não se analisam aqui
livros didáticos ou práticas em salas, apenas o conceito
desenvolvido pelos autores, que poderão, na continuação
da pesquisa, ser analisados no cotidiano escolar em
diversas práticas. Assim, foi necessário desenvolver uma
organização conceitual em que se evidenciaram, para a
produção do conhecimento, os conceitos de imaginação
(imaginética) e desacomodação, dando destaque neste
trabalho respectivamente ao primeiro conceito citado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para Gaston Bachelard, o pensamento tem uma história
descontinua e com obstáculos. Nesta descontinuidade,
mostra as rupturas que surgem modificando radicalmente
a razão vigente a uma nova, capaz de estar aberta a
novas verdades através da negação e retificação de seus
conceitos, uma razão que só integrada aos processos
imaginativos processa a ação de conhecer e avançar. O
erro e os obstáculos, entendidos por muitos como
negativos ao próprio “progresso”, aparecem como molas
propulsoras à desacomodação do pensamento científico.
Em Nietzsche, percebem-se igualmente tais concepções,
o homem submisso e passivo às mudanças (de saber e
agir), só se estabelece enquanto produtor de seu próprio
ser quando assume sua consciência e maturidade
intelectuais, a tornar-se assim um “além-do-homem”;
detentor dos poderes de mudança, assumindo sua
“vontade de potência” (Willer zur Macht). Para ele a
imaginação permite avançar sobre o próprio mundo
constituído, possibilitando elementos de mudança e
superação que depois devem ser efetivados no real, na
vida que se faz.
CONCLUSÃO
O que se estabelece nesta pesquisa, de cunho analíticoconceitual, é o lugar que o conceito imaginética ocupa nos
processos
do
pensamento
(cientifico)
e,
consequentemente, sua relação com o espaço que deve
privilegiar este fazer/saber, os espaços escolares. Tanto
Bachelard quanto Nietzsche, autores que se diferenciam
quanto a seus objetos e conceitos de análise, estão em
consonância quanto ao movimento que procura pensar: o
desenvolver da ciência. Não há saída ou mudança do
comum, do banal, do senso comum, do espírito passivo e
submisso, se este não estiver incitado a transgredir com o
pronto, e estabelecer uma ruptura não só nas formas de
produzir, mas no próprio espaço de produção que é o
pensamento. A imaginação requer um novo olhar, para
que possa perceber-se como conceito de mudança. Há de
se encontrar diversos métodos e discursos que podem
denegrir e deixar em segundo plano qualquer processo
que possibilite a imaginação de se efetivar, entretanto, a
mudança só se faz necessária quando uma nova
perspectiva é pensada. Nos espaços escolares, uma
prática, quando só histórica e de “apresentação” acabada
dos conhecimentos desenvolvidos, diminui a possibilidade
de se estabelecer imaginação e ruptura; a história é um
modo importante de aprender inúmeros “produtos” do
homem, mas não se pode fechar-se nela ou viver só dela
(NIETZSCHE, 2001).
REFERÊNCIAS
BACHELARD, Gaston. A Formação do espírito
científico. Trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro:
Contraponto, 1996.
BARBOSA, Elyane e BULÇÃO, Marly. Bachelard:
pedagogia da razão e pedagogia da imaginação.
Petrópolis, Rio de Janeiro; Ed. Vozes, 2004
NIETZSCHE, Friedrich W. A gaia ciência. Tradução de
Paulo C. de Souza. São Paulo: Companhia das Letras,
2001.
______. Humano, demasiado Humano. Tradução de
Paulo César Souza, São Paulo, Companhia das Letras,
2001.
83
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
FORMAÇÃO CULTURAL BRASILEIRA: (DES)CRIMINALIZAÇÃO DA CAPOEIRA NOS
CÓDIGOS DE 1890 E 1940
Jéferson Luiz Azeredo,¹ Jhonata Goulart Serafim²
¹
²
Professor de Filosofia no Curso de Direito da Unesc.
Formado em História e graduando em Direito pela Unesc
1
[email protected]
Palavras-chave: Negro, Criminalização, História, Direito, Cultura.
INTRODUÇÃO
O tema deste trabalho consiste, primeiramente, em
compreender o desenvolvimento da (des)criminalização
da cultura negra, isto no primeiro Código Penal da
República Brasileira, e, em seguida, as mudanças
empreendidas no Código Penal de 1940. Justifica-se pela
falta de pesquisas no âmbito da história do direito sobre o
Código Penal de 1890 e suas repercussões, quanto à
liberdade de expressão cultural da população negra, em
fins do século XIX e XX até a vigência do novo Código
Penal em 1940. O principal recorte que se faz neste
trabalho é quanto à prática da capoeira, compreendida
desde a primeira república até os dias atuais.
METODOLOGIA
Esta pesquisa, de revisão bibliográfica, tem como
abordagem a história do direito, em que foi pensada,
sobretudo, na ênfase do conceito de cultura da prática da
capoeira. Procura-se romper com o formalismo elitista e
dogmático, passando a uma reflexão desmistificadora e
literária, mais crítica; além do destaque ao uso da
interdisciplinaridade, que permite uma análise profunda
sobre os elementos influenciadores na constituição do
direito, como contextos político, econômico e social. Na
revisão bibliográfica, destacam-se os autores José
Henrique Pierangeli, Boris Fausto, José Murilo de
Carvalho, Gizlene Neder e outros constantes na
bibliografia.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A principal forma de expressão cultural africana, sem
dúvida nenhuma, é a Capoeira, que, para alguns, seria
uma brincadeira e, para outros, uma forma de defesa
pessoal que sobreviveu às investidas do Estado de
exterminá-la de vez ainda em fins do século XIX. A
história da Capoeira no Brasil remonta aos primeiros
séculos de colonização do Brasil, com a transferência
forçada de escravos vindos da África para o Brasil ainda
no século XVI e os primeiros registros de escravos
capoeiras dão conta de que em sua maioria vinham
principalmente de Angola. Para a etimologia, tem-se que
o nome Capoeira se deu porque os escravos que
praticavam este tipo de luta tinham como principal local as
vegetações baixas ou matagais que em linguagem
indígena Tupi significava Capoeira. Logo, estes negros
que jogavam nos matagais ou nas capoeiras de mato,
logo foram identificadas como capoeiras. A capoeira era
mais que um simples jogo, era a forma desenvolvida
pelos negros para se defenderem, cultural e fisicamente,
das atrocidades cometidas por seus donos, haja vista que
a única arma utilizada por estes era seu corpo, em
contraposição aos vários artifícios usados pelos senhores
e donos de escravos. A ideia do conceito de capoeira,
para as classes dominantes de fins do último quartel do
século XIX foi muito bem exemplificada pelo chefe de
política do Rio de Janeiro em 1878, ao considerar esta
uma “doença moral” que proliferava em nossa civilizada
cidade, ou seja, era vista como uma forma de levar as
pessoas ao ócio, à vadiagem, como se pode perceber
“entre linhas” no capítulo XIII do Código Penal de 1890,
em que apresentava duas infrações juntas, ou seja,
“Vadios e capoeiras”. Nos artigos ipsis verbis, Art. 402.
“Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade
e destreza corporal conhecidos pela denominação
capoeiragem; andar em correrias, com armas ou
instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal,
provocando tumultos ou desordens, ameaçando pessoa
certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal: Pena –
de prisão cellular por dous a seis mezes. Paragrapho
unico. E‟ considerado circumstancia aggravante pertencer
o capoeira a alguma banda ou malta. Aos chefes, ou
cabeças, se imporá a pena em dobro.” Percebe-se que
além da capoeira ser criminalizada no art. 402, havia
agravantes registrados no parágrafo único do mesmo
artigo, onde se lia que a pena do capoeira seria agravada
se pertencesse a alguma banda ou “malta”. A malta, no
entender dos professores Josivaldo Pires de Oliveira e
Luiz Augusto Pinheiro Leal, seria “denominação de grupos
de capoeiras que se organizavam em limites geográficos
constituindo assim territórios políticos e sociais”. A
república combateu os capoeiras, mas o uso de capangas
para influenciar o processo eleitoral só fez crescer. Outro
motivo dos republicanos para dar fim aos capoeiras,
utilizando o instrumento da repressão penal, era acabar
com os capangas na política. Além de servirem como
capangas, também eram recrutados nas colunas militares
ou policiais para captura de outros capoeiras. Assim, a
capoeira foi exaustivamente perseguida pela força policial
da república, devido a todos estes fatos que giravam em
todo da cultura e arte trazidas pelos escravos durante a
áurea colonial. Letícia Vidor relata um caso curioso
envolvendo um capoeira branco: Dentre os brancos
praticantes da capoeira, alguns eram provenientes das
camadas mais abastadas da população carioca. É
importante notar quando a capoeira é praticada pelos
brancos, ela não é vista de forma pejorativa, como se
fosse “uma doença moral”, como discorreu o chefe de
polícia; mas como um “esporte”. Foi justamente com este
caráter de esporte que a capoeira deixou de ser crime
para virar, décadas mais adiante, esporte e patrimônio
cultural brasileiro. Partindo do ponto de vista jurídico,
houve algumas mudanças significativas que reconfiguraram o cenário político e a própria visão social do
Negro. O código de 1890, em seus artigos 402 a 404,
tipificava a prática de capoeiragem como crime, como
apresentou na obra: Código Penal Comentado, o
doutrinador Affonso Dionysio Gama. Letícia Reis
apresenta, em um de seus textos, alguns motivos que
levaram o criador do projeto do novo Código (em 1940),
Alcântara Machado (professor, doutrinador e escritor
paulista), a retirar a capoeira do código repressor. O
primeiro deles seria de que o mesmo discurso higienista
84
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
de embranquecimento da população fortemente ligada
aos laços africanos, em fins da década de 1930,
“propugnando na „ginástica‟ como fator de regeneração e
purificação da „raça‟”. Aduziu que, no início do século XX,
a
capoeira
passou
a ser
vista
não
mais
predominantemente como uma doença moral, mas como
um esporte (jogo, ginástica, luta, etc.) decorrente de uma
herança mestiça que compreendia algo positivo, originário
da identidade nacional brasileira, ou seja, a capoeira era
resultado da mistura de raças, tão singular a identidade
nacional do Brasil, não sendo mais observada como algo
negativo da cultura inferior dos africanos (REIS, p. 10). A
capoeira, então, começou, aos poucos, em meados da
década de 1930, a ser aceita pelo governo de Getúlio
Vargas, mediante a expedição de alvarás policiais de
funcionamento em recintos fechados, como academias
(LOPES, p. 23). A capoeira passa agora também a ser
vista como uma forma cultural, positiva e genuinamente
brasileira. Assim, após ser excluído da criminalidade com
o Código Penal de 1940, a capoeira passou por um
processo de oficialização como uma prática desportiva, da
modalidade pugilismo. Então, a luta da capoeira passou a
ser uma modalidade da Confederação Brasileira de
Pugilismo, passando assim a ser oficialmente reconhecida
como um esporte nacional. O mesmo autor ainda contribui
para o histórico de oficialização esportiva aduzindo que,
em 1953, por força da Deliberação n. 71 do Conselho
Nacional de Desportos, expedida pelo governo federal,
instituindo normas e regras aos praticantes deste tipo de
esporte oficial brasileiro. Outra deliberação como esta
ocorreu em 1972, para instituir federações estaduais
desta modalidade de esporte. A capoeira ficou como
modalidade do pugilismo até 1992, quando então se
tornou um esporte independente com a fundação da
Confederação Brasileira de Capoeira.
CONCLUSÃO
Sobre a (des)criminalização da capoeira, é importante
pensar no disposto sobre a discriminação racial na
Constituição “cidadã” de 1988, que vigora nos dias
contemporâneos. Expresso no art. 5, caput, que “Todos
são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes”, ou seja, a Constituição de 1988
continuou a premissa das demais em não estimular o
preconceito de raça apregoado pelo Código Penal de
1890, ao tipificar esta importante cultura negra que era a
capoeira. O mesmo diploma legal diz ainda que é um dos
fundamentos da República Federativa do Brasil “promover
o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”,
escrito no art. 4, inciso IV, determinando ainda a
Constituição que é dever do Estado promover o bem
comum sem preconceitos, como o racial. A intenção do
legislador de 1988 foi ainda mais além, reprimindo o
racismo ainda no art. 5, XLII, registrando que “prática do
racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”,
compreendendo ser o racismo uma prática tão negativa,
que inclusive merece rigor repressivo, qual seja, a
inafiançabilidade sem ter este prazo prescricional. Além
da negação ao racismo, o mesmo diploma legal em seu
art. 215 e seguintes fala sobre a responsabilidade do
estado em resguardar o patrimônio cultural brasileiro. Na
atualidade, a capoeira é mais que uma arte-luta, ela é,
nos dizeres de Sérgio Vieira, “uma modalidade
aglutinadora de um conjunto de aspectos diferenciados,
entre os quais se destacava o canto, a música, a arte, a
cultura, a ginástica e a filosofia”, cultura brasileira e
altamente complexa. E esta complexidade esportiva é
representada atualmente pela CBC (Confederação
Brasileira da Capoeira), órgão oficial responsável por
regramentos, eventos e competições nacionais e
internacionais sobre a capoeira, demonstrando, assim, a
força que este esporte detém no cenário esportivo
nacional, sendo reconhecida inclusive pelo COB (Comitê
Olímpico Brasileiro) em 1995. Busca-se, assim, em
princípio, uma comparação entre os Códigos Penais de
1890 e 1940, com relação à (des)criminalização da cultura
negra, todavia, o tema da criminalização da cultura negra
no âmbito do direito é vasto e carente de pesquisas no
que tange à abordagem histórica do direito. Outros
trabalhos podem surgir focando, por exemplo, a questão
da mulher na arte da capoeira, ou então os processos
judiciais que envolviam os “capoeiras” e a capoeiragem.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi concretizado com apoio do Projeto de
Iniciação Científica do Artigo 170, da Universidade do
Extremo Sul Catarinense (Unesc – Criciúma/SC).
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Josivaldo P; LEAL, Luiz Augusto P. Capoeira,
Identidade e Gênero: Ensaios sobre a história social da
Capoeira no Brasil. Bahia: EDUFBA, 2009. 200p.
PIERANGELI, José Henrique. Códigos penais do Brasil:
evolução histórica. 2. ed São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2001. 752 p.
REIS, Letícia Vidor S. A Capoeira: de “Doença Moral” à
“Gymnástica Nacional. Disponível em:
<http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pid=S0034
83091994000100016&script=sci_arttext>. Acessado em
07 set. 2011.
VIEIRA. Sérgio Luiz S. Capoeira – Origem e História.
Disponível em: <http://www.capoeirafica.org/PDF/Capoeira_Origem_Historia.pdf> Acessado
em 07 ago. 2011.
WOLKMER, Antônio Carlos. História do direito no
Brasil. 3.ed. rev. Rio de Janeiro: Forense, 2002. 170 p.
85
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
CONTRIBUIÇÕES DO ENSINO FORMAL NO COMBATE À DENGUE
Elisabeth da Silva Veronêz,¹ Maristela Gonçalves Giassi,² Paulo Rômulo de Oliveira
Frota²
1
Universidade do Extremo Sul Catarinense
1
[email protected]
Palavras-Chave: Dengue, Ensino de Ciências, Professores.
INTRODUÇÃO
A dengue é uma doença infecciosa, febril, aguda,
causada por um vírus transmitido por meio da picada do
mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus.
Tendo em vista a gravidade da dengue na sociedade ,
optamos por realizar uma pesquisa sobre o tema, pois se
sabe que em Criciúma foram encontrados vários focos de
larvas do mosquito transmissor da dengue, o Aedes
aegypti. Como o Brasil possui clima subtropical, esse fator
leva o Aedes aegypti a se desenvolver com extrema
facilidade, gerando, assim, a constante preocupação com
esse mosquito, que tem causado tantas mortes ao longo
dos anos. Enfrentamos com muita frequência os tipos de
dengue clássica e hemorrágica. Como o ciclo da dengue
é bastante rápido e semelhante a outras patologias, a
atenção tem sido redobrada pelas autoridades e
principalmente pela população, motivo pelo qual
desenvolvemos este projeto cujo objetivo é: Pesquisar se
os professores de ciências trabalham com o tema Dengue
nas escolas.
escolas, vigilância sanitária, universidade em ações
educativas de caráter social e de saúde para atacarmos
problemas sociais como estes, a dengue, que diz respeito
à saúde pública. Entendemos que a educação pode fazer
este papel para melhorar a qualidade de vida e a saúde
da população.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva que está
em andamento. Será realizada com professores de
ciências de 14 escolas da Rede Púbica Municipal de
Criciúma (SC). As questões que norteiam esta pesquisa
são: Será que os professores trabalham com o tema
Dengue nas escolas? Como a escola pode participar no
combate à dengue? Como a educação escolar pode
contribuir para a saúde da população? O instrumento de
coleta de dados será um questionário com questões
abertas e fechadas relacionadas ao conteúdo dengue.
Será realizada também observação nos pátios do colégio
e no seu entorno para verificar a existência de focos de
dengue. Até o momento, foram realizados os seguintes
passos: Contato com as escolas, contato com os
professores, estudos bibliográficos, elaboração do
questionário e marcado com os professores horário para
as entrevistas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por se tratar de uma pesquisa em andamento, até o
momento não possuímos resultados para discussões.
CONCLUSÃO
Pretendemos ao final deste trabalho alcançar os objetivos
propostos. A partir dos dados levantados, estão previstas
ações educativas para o combate à dengue. Entendemos
que são necessárias parcerias com instituições como
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a fonte financiadora CNPq/Unesc, as
escolas envolvidas na pesquisa e os professores que se
disponibilizaram a responder os questionários.
REFERÊNCIAS
PINHEIRO, F.P., TRAVASSOS DA ROSA A.P.A,
FREITAS RB et al. Arboviroses: aspectos clínicoepidemiológicos. In: Instituto Evandro Chagas, 50 anos
de contribuição às ciências Biológicas e à Medicina
Tropical. Fundação Serviços de Saúde Pública, Rio de
Janeiro, 365-408, 1986.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. FUNDAÇÃO NACIONAL DE
SAÚDE. Doenças Infecciosas e Parasitárias Aspectos Clínicos, Vigilância Epidemiológica e
Medidas de Controle. 2 ed. Brasil. Brasília, 2000.
BRASIL, Ministério da Saúde; Fundação Nacional de
Saúde; Centro Nacional de Epidemiologia. Guia de
Vigilância Epidemiológica. 3 ed. Brasília: Cenepi,1994.
86
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ANÁLISE DE RISCO DE UM SISTEMA EMERGENCIAL ELETRO-HIDRÁULICO DE
REGULAÇÃO DE VELOCIDADE DE TURBINAS DE CENTRAIS HIDROELÉTRICAS
Rafael R. S. Bravo1
Instituto Federal de Santa Catarina, Campus Criciúma/ Departamento de Eletroeletrônica/ Mecatrônica.
1
[email protected]
Palavras-chave: Análise De Risco, FTA, Regulador de Velocidade.
INTRODUÇÃO
O Brasil é uma potência mundial em geração de energia
elétrica com o emprego de usinas hidroelétricas em razão
de possuir a maior bacia hidrográfica do mundo. Segundo
o balanço energético nacional realizado pelo Ministério de
Minas e Energia no ano de 2008, 73,1% da produção
nacional de energia elétrica é obtida através de centrais
hidroelétricas.
Em uma central hidroelétrica, a energia potencial
hidráulica é convertida em energia mecânica, que, por sua
vez, é convertida em energia elétrica.
Atualmente a energia elétrica consumida é de corrente
alternada. A qualidade da energia elétrica gerada
depende do controle das grandezas tensão e corrente
associadas a uma frequência específica. Diferenças entre
as frequências nominal e real devem ser mínimas. Para
obtenção de uma frequência constante, faz-se necessário
que as máquinas envolvidas na produção de energia
elétrica mantenham a rotação constante e sejam capazes
de corrigir rápida e precisamente variações de frequência.
O regulador de velocidade é o servomecanismo
responsável pela manutenção da rotação constante na
turbina da central hidroelétrica.
O regulador de velocidade (RV) tem a função de controlar
a potência hidráulica-água que se converte em potência
mecânica a fim de compatibilizar a geração de energia
elétrica com a sua demanda e evitar a perda de
sincronismo. O regulador de velocidade é constituído pela
integração entre sistemas mecânico, hidráulico, elétrico e
eletrônico.
Falhas no regulador de velocidade fatalmente resultam na
perda de continuidade de operação da turbina hidráulica,
o que traz, por consequência, a interrupção ou redução da
capacidade de geração de energia elétrica e as
penalidades e multas impostas pela legislação vigente.
Em caso de falha, o regulador de velocidade interrompe a
vazão de água (ponto de operação sem carga) através do
reposicionamento das pás do distribuidor, as quais
controlam a abertura da turbina e, consequentemente, a
vazão que chega ao rotor e a geração de energia.
Nesse cenário, o presente trabalho tem por objetivo
diagnosticar os elementos críticos do sistema eletrohidráulico do regulador de velocidade de uma turbina
Francis, cuja falha resulte na impossibilidade de
reposicionamento das pás do distribuidor. Falhas desta
natureza caracterizam condições de risco, o que força o
fechamento do canal de adução e parada completa do
sistema.
METODOLOGIA
Para a identificação dos componentes críticos, serão
empregadas duas técnicas de análise e de síntese de
risco e confiabilidade, a saber:
1. Análise funcional: técnica que permite o
desdobramento do processo geral em subsistemas. O
desdobramento da função global permite acompanhar os
fluxos de energia, material e sinal, e assim verificar o
relacionamento entre os componentes e subsistemas que
comporão a função global.
2. Análise da árvore de falhas (FTA): esta técnica principia
com a análise de um evento inicial, chamado de evento
topo, a partir do qual se identificam os eventos
intermediários resultantes da associação lógica das
causas básicas ou raízes que geram o evento topo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para identificação dos componentes cuja falha resulte na
inoperabilidade do sistema técnico, faz-se necessário
representá-lo por meio de um modelo que também
permita associar as interfaces e inter-relações existentes
entre diferentes subsistemas. A Figura 3 mostra o
desdobramento da função global: sistema regulador de
velocidade em três subsistemas: o sistema de controle, o
sistema eletro-hidráulico e o sistema mecânico, ou seja, o
distribuidor, localizado adjacente ao rotor da turbina. A
representação do sistema eletro-hidráulico, objeto de
estudo do presente trabalho, está mostrada na Figura 4,
por meio de um diagrama elaborado conforme norma ISO
1219-2.
A FTA mostrada na Figura 1 ilustra as funções básicas
que podem acarretar no erro de posicionamento do anel
distribuidor, o que por sua vez ocasionará variação de
vazão através da turbina, na rotação e frequência gerada.
Observa-se, no entanto, que em termos de probabilidade,
desta lista de funções, alguns itens podem ser excluídos
em vista dos sistemas de redundância como, por
exemplo, a UPCH e o controlador eletrônico de
emergência, e ainda, em função da alta confiabilidade de
componentes, como o pressostato 0Z2 e válvulas de
comando do acumulador 1Z2. De fato, somente as
funções A, B, C, D, E e G exercem influência crítica sobre
o posicionamento do anel distribuidor.
Em caso de falha de uma destas funções, são previstos
componentes de emergência, cujo objetivo é permitir o
fechamento do distribuidor, o que é realizado por meio do
deslocamento dos atuadores 1A1 e 1A2 (Figura 4). O
fechamento do distribuidor possibilita a manutenção do
componente danificado sem a necessidade do
fechamento do canal de adução.
Na condição de falha, a energia hidráulica é provida pela
unidade de armazenamento 1Z2. A desenergização da
válvula de emergência 1V2 induz à despressurização da
linha de pilotagem PA, o que possibilita o deslocamento
dos cilindros no sentido de fechamento do distribuidor. A
Figura 2 apresenta uma FTA para os elementos eletrohidráulicos de emergência, os quais são usados na
condição de falha dos componentes que afetam
diretamente a continuidade de operação do regulador de
velocidade.
87
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Figura 1 – Árvore de falhas para identificação de falhas
do sistema de posicionamento do anel distribuidor.
Erro de posicionamento
do distribuidor
OU
A
B
C
E
D
F
G
H
I
Figura 2 – Árvore de falhas para identificação de falhas
do sistema emergencial eletro-hidráulico.
Falha no fechamento
do distribuidor
OU
A
B
&
K
H
Pressostato de controle de queda de pressão
Unidade de armazenamento de energia
Em síntese, conforme Figura 2, se houver falha nos
atuadores (A), na válvula de emergência (B) ou no
suprimento de energia hidráulica haverá parada da turbina
com a necessidade emergencial de fechamento do canal
de adução e, consequentemente, interrupção de
fornecimento de energia elétrica. Estes itens devem ser
tratados como prioritários pela organização no sentido de
criar condições de evitar ou mitigar as consequências de
falha nestes componentes.
Como soluções para os problemas diagnosticados, podese acrescentar uma segunda válvula de emergência como
elemento de redundância e melhorar o monitoramento e o
programa de manutenção dos cilindros e do fluido
hidráulico. Em relação ao suprimento de energia
hidráulica, o sistema já opera com redundância da UPCH
e, estatisticamente, as eventuais falhas geradas no
acumulador são de baixa probabilidade [1].
CONCLUSÃO
A aplicação das técnicas de análise funcional de árvore
de falhas permitiu um rápido direcionamento na
identificação das funções que exercem influência direta na
continuidade de funcionamento do regulador de
velocidade, bem como das funções que são acionadas no
caso de falha de um desses elementos. A análise
funcional possibilitou uma visualização intuitiva da
interação entre subsistemas e, no caso de necessidade
de aprofundamento do conhecimento de um sistema
técnico em particular, o mesmo pode ser desdobrado e
analisado. Com a identificação dos componentes e
funções críticas, foram sugeridas ações que resultem na
eliminação ou mitigação das consequências geradas por
uma falha dos componentes emergenciais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OU
I
J.
K.
J
Fornecimento de
energia hidráulica
Legenda:
A. Cilindros hidráulicos
B. Válvula de emergência
C. Válvula proporcional piloto
D. Válvula distribuidora
E. Sistema de resfriamento
F. Suprimento de energia elétrica
G. Sistema de controle eletrônico
H. UPCH 1 (unidade de potência e condicionamento
hidráulico)
I. UPCH 2 (unidade de emergência)
[1] Erick Miguel Portugal Hidalgo. Modelo para diagnose
de falhas em regulador de velocidade de turbinas
hidráulicas, 2010. Dissertação de mestrado. Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo.
[2] Acires Dias, Luís Fernando Peres Calil, Emerson
Rigoni, André Ogliari, Eduardo Yuji Sakurada, Heitor
Azuma Kagueiama. Metodologia para análise de risco.
Mitigação de perda de SF6 em disjuntores. Ed. Studios,
Florianópolis, 2011.
[3] Kumamoto, Hiromitsu; Henley, Ernest, J. Probabilistic
Risk Assessment and Management for Engineers and
Scientists. IEEE Press, New York, USA. Second
Edition.1996.
88
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Figura 3 – Análise funcional do sistema regulador de velocidade.
Energia acústica, vibração,
mecânica, hidráulica
Energia elétrica,
hidráulica
Regulador de
velocidade de
turbinas
água
Controle
Deslocamento das pás,
água
Sinal de monitoramento,
controle
Vibração,
mecânica, térmica
Energia elétrica
Energia elétrica
Sistema de
Controle
Monitoramento,
parametrização
e realimentação
Sistema eletrohidráulico
Controle discreto e
contínuo, ruído
Vibração, mecânica
Deslocamento das pás
Distribuidor
Deslocamento das pás
Posição do cilindro, sinais
de monitoramento
Elétrica,
hidráulica
Água
Água
Resfriamento
do óleo
UPCH
Monitoram.
Elemento de
controle
Óleo
Monitoram.
Energia térmica,
acústica, vibração,
mecânica, hidráulica
Térmica, acústica,
vibração, hidráulica
Elétrica, térmica, acústica,
vibração, hidráulica
Hidráulica
Óleo
Atuador
Hidráulico
Deslocamento das pás, óleo
Posição
Elétrica
Transdutor
de posição
LDT
Controle contínuo
Térmica, acústica,
vibração, hidráulica
Térmica,
hidráulica
Armazenamento
de energia
Óleo
Controle discreto
Realimentação
Óleo
Figura 4 – Sistema eletro-hidráulico regulador de velocidade.
LDT
Armazenamento de energia hidráulica
1A1
1A2
A
B
P
T
PB
Identificação dos
componentes da Figura 4:
Elementos
de trabalho
PA
1V3
A
B
P
T
x
1Y3
Válvulas de
controle
1Y6
A
B
1V2
A
A
B
1Y1
1Y2
P
1V1
1Y4
T
P
T
1Y5
1Z2
A
Sistema de
filtragem: duplex
B
1Y7
1Y8
Pressão de
trabalho
P
1Z1
1A1, 1A2: servomotor ou
atuadores lineares
1V1: Válvula proporcional
piloto
1V2: Válvula de emergência
1V3: Válvula distribuidora
1Z1: Unidade de filtragem
1Z2: Unidade de
armazenamento de energia
hidráulica
0V1: Válvula de alívio
0Z1: Reservatório e sensores
de monitoramento da UPCH
0Z2: Pressostato de ativação
da UPCH de emergência
0Z3: Sistema de resfriamento
do óleo
0P1: UPCH principal
0P2: UPCH de emergência
0Y1
0Z2
0V1
0P1
0P2
Resfriamento do óleo
M
UPCH
0Z3
M
M
0Z1
89
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
A PRÁTICA NA SALA DE AULA: IDENTIFICANDO A PRESENÇA DE PROTEÍNAS
NOS ALIMENTOS
Luciane de Oliveira Silva,1 Maristela Gonçalves Giassi,2 Miriam da Conceição
Martins,3 Paulo Rômulo de Oliveira Frota4
1,2,3,4
Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc
1
[email protected]
Palavras-Chave: Prática de Ensino, Experimentos, Proteína.
INTRODUÇÃO
A atividade física é reconhecida como fator essencial para
se manter uma boa saúde. Nossos músculos são
constituídos estruturalmente por proteínas, como a actina
e a miosina que auxiliam na contração muscular. As
proteínas são os componentes químicos mais importantes
do ponto de vista estrutural, pois estão presentes em
todas as partes da célula. São encontradas nos alimentos
e constituídas por 20 aminoácidos diferentes, porém, sua
quantidade e frequência podem variar dependendo do tipo
de proteína. Além de proporcionar maior interação e
participação dos alunos durante as aulas de biologia, o
objetivo desta pesquisa foi destacar a importância vital
das proteínas para os seres vivos e sua presença e
ausência em certos alimentos como fígado de boi, amido
de milho e ovo.
METODOLOGIA
O presente trabalho envolveu 22 alunos, do 1º ano do
Ensino Médio da E.E.B. Walter Holthausen – Lauro Müller
(SC), com faixa etária entre 14 e 16 anos, durante as
aulas de biologia. Por meio de pesquisas bibliográficas,
foram realizadas aproximadamente cinco aulas em que
foram trabalhadas a definição e as características das
proteínas. Na aula prática, os alunos, primeiramente,
escreveram as iniciais dos alimentos que seriam
analisados nos respectivos tubos de ensaio. Depois,
foram acrescentados 3ml de água destilada com uma
pequena porção de cada alimento selecionado. Em
seguida, foram adicionadas cinco gotas de solução de
sulfato de cobre a 0,5% e cinco gotas de hidróxido de
sódio para observar os resultados da coloração final
dessa mistura.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O papel das proteínas e dos aminoácidos está
diretamente relacionado ao controle de todo o
metabolismo realizado em nossas células. Dessa forma,
sua função vai além da constituição estrutural, ou seja,
sendo responsável pela reposição de material celular
como enzimas, para a ativação de reações químicas
corporais; e na produção de anticorpos, fortalecendo o
sistema imunológico, defendendo o organismo das
invasões de agentes externos. As soluções de sulfato de
cobre e hidróxido de sódio serviram como indicadores da
presença de proteínas. Dessa forma, constatou-se que o
fígado é um alimento rico em proteínas, pois apresentou
coloração mais escura (violeta), seguido pela gelatina em
pó e da clara de ovo. Dos alimentos analisados, somente
a maisena apresentou resultado negativo, com a
coloração azul claro.
CONCLUSÃO
O presente trabalho possibilitou maior compreensão sobre
o conteúdo estudado na aula de biologia. Assim, concluiuse que, ao adotar metodologias que priorizem a prática
como forma auxiliadora na construção da aprendizagem,
os alunos passam a ter maior interesse e participação
durante as aulas. Por meio dessa atividade prática, os
alunos envolvidos puderam perceber a presença ou
ausência de proteínas em certos alimentos, como fígado,
ovo e amido de milho. Verificou-se, assim, que o fígado é
um dos alimentos mais ricos em proteínas. Uma das
razões é que o fígado é um órgão que atua como uma
glândula do corpo humano. Funciona tanto como glândula
exócrina, liberando secreções num sistema de canais
para a superfície externa, como glândula endócrina, já
que libera substâncias no sangue ou nos vasos linfáticos.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a escola que nos proporcionou realizar o
presente trabalho no seu espaço escolar, e os alunos, que
se envolveram com muito entusiasmo nas atividades
realizadas na busca de respostas para a pesquisa.
REFERÊNCIAS
LINHARES, Sérgio. GEWANDSZNAJDER, Fernando.
Biologia: volume único. São Paulo: Ática, 2005;
MORAES, Roque. Ninguém se banha duas vezes no
mesmo rio: Currículos em processo permanente de
superação. In: MORAES, Roque; MANCUSO, Ronaldo.
(Orgs). Educação em Ciências: produção de currículos e
formação de professores. Ijuí: Unijuí; 2004. p. 15-41;
MOREIRA, Marco Antonio. Teorias de Aprendizagem.
E.P.U. São Paulo, 1999;
TAPIA, Jesus Alonso; FITA, Enrique Caturla. Motivação
em sala de aula. Editora: Loyola: SP, 1999.
90
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
A UNIÃO DOS ESTUDANTES SECUNDÁRIOS DE CRICIÚMA E AS BANDEIRAS
DEFENDIDAS PELO MOVIMENTO ESTUDANTIL DE 1959 A 1968 NA CIDADE
Marli Paulina Vitali¹
1
2
Mestranda em Educação
PPGE – Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc)
[email protected]
Palavras-Chave: Movimento Estudantil, Democracia, Educação, Regime Militar.
INTRODUÇÃO
A educação reflete as características de uma sociedade.
Criciúma, nos anos de 1950, despontava como uma das
principais cidades de Santa Catarina. Possuía fatores que
impulsionavam seu desenvolvimento. Um deles era a
extração do carvão. A indústria carbonífera, que emergia
das entranhas da terra desde o início do século XX, era o
principal setor econômico da cidade. Se no setor industrial
a cidade avançava, no campo da educação apresentava
lentidão no crescimento.
Nos anos de 1950, o município vivenciava a força do
movimento sindical. Discussões acaloradas eram comuns
nas reuniões entre mineiros e donos de minas, a principal
força econômica da época. Novos conflitos, falas ríspidas
e
discussões
que
pleiteavam
mudanças
no
relacionamento entre patrões e trabalhadores. A
efervescência social também trazia resultados no campo
político.
Os jovens estudantes criciumenses cresceram em meio
às discussões acaloradas e aos debates políticos.
Inicialmente estavam organizados em Grêmios Estudantis
(GE). Em suas escolas, os estudantes começavam a se
reunir para obter conquistas e participar de ações
conjuntas. Os grupos estavam organizados em seu
contexto, mas de maneira individual. Em 1959, surgiu
uma entidade que uniria os estudantes secundaristas, a
União dos Estudantes Secundários de Criciúma (Uesc).
O pesquisador tem que estar atento ao tema proposta,
mas também observar detalhes que poderão ser
anexados e dar mais consistência ao estudo. Uma história
rica, mas ainda pouco analisada. Assim pode ser
analisada a atuação da União dos Estudantes
Secundários de Criciúma. Há muito que ser observado
nos anos de trabalho da entidade, sua referência dentro
do movimento estudantil e também na formação de jovens
líderes. Na pesquisa científica, é fundamental ter em
mente o objeto de estudo, sabendo que não se chegará a
uma questão conclusiva e definitiva. Demo (2005) ressalta
que “pesquisa não é um ato isolado, intermitente,
especial, mas atitude processual de investigação diante
do desconhecido e dos limites que a natureza e a
sociedade impõem”.
METODOLOGIA
Dentro das ciências sociais, um método de abordagem
utilizado é a pesquisa qualitativa, e serve para que o
pesquisador possa compreender o fenômeno segundo a
perspectiva dos participantes da situação pesquisada, e
possa, dessa forma, fazer a sua interpretação (NEVES,
1996). Na pesquisa qualitativa, a preocupação do
pesquisador não é com a representatividade de um grupo
pesquisado, mas com o aprofundamento desse grupo,
sua história, organização e trajetória (GOLDENBERG,
1997). O presente estudo, na forma de pesquisa
qualitativa, analisará os sujeitos envolvidos diretamente
com a Uesc. Os líderes jovens da época que surgiram e
que comandaram a instituição. Esses sujeitos estarão
presentes na análise trazendo suas contribuições para a
pesquisa. Entende-se aí o uso da história oral como forma
de reconstruir traços da história. É importante ter
consciência de que essas fontes de pesquisa
selecionarão trechos daquilo que lhes interessa recordar,
devendo o pesquisador encontrar maneiras para que os
fatos sejam lembrados de forma mais consistente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa não está concluída. Ainda está em fase de
levantamento de dados, entrevistas e consulta a material
bibliográfico.
CONCLUSÃO
A produção científica segue na fase inicial de trabalho.
Pelo que se pode apurar previamente, a União dos
Estudantes Secundários de Criciúma (Uesc) atuou por
quase uma década em defesa de interesses dos
estudantes da cidade. Os dados conclusivos servirão para
compreender um pouco mais sobre o trabalho que foi
realizado.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos iniciais à professora doutora Giani
Rabelo, que orienta o presente trabalho de pesquisa.
REFERÊNCIAS
DEMO, Pedro. Pesquisa: Princípio científico e
educativo. Cortez. 11 ed – São Paulo, 2005.
GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como
fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. Rio de
Janeiro: Record, 1997.
NEVES, José Liz. Pesquisa Qualitativa –
características, usos e possibilidades. Cadernos de
Pesquisa em Administração. V. 1. São Paulo, 1996.
91
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PROCESSO EDUCACIONAL NA ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL DE SANTA
CATARINA: MULHERES POLICIAIS E RELAÇÕES DE GÊNERO
Maria Aparecida Casagrande1
Universidade do Extremo Sul Catarinense/ Mestrado em Educação
1
[email protected]
Palavras-Chave: Academia de Polícia Civil. Mulheres. Gênero.
INTRODUÇÃO
O presente estudo pretende analisar, numa perspectiva
histórica, a inserção das mulheres na Academia de Polícia
Civil de Santa Catarina – Acadepol/SC, na primeira
década de seu funcionamento (1964–1974). Pretende-se
identificar as mulheres que frequentaram os cursos de
formação no referido período, a fim de problematizar seu
processo de formação, à luz das relações de gênero. Com
tal finalidade, o estudo será norteado pelas seguintes
questões: Quando ocorreu o ingresso das primeiras
mulheres na Acadepol/SC? O que levou essas mulheres a
optar pela carreira policial? Houve mudanças nas
perspectivas das policiais em relação à profissão durante
a carreira? Como as alunas–policiais vivenciaram as
relações de gênero dentro do curso de formação com
seus colegas e professores? O que era ensinado e se
havia conteúdos diferenciados para homens e mulheres?
Como se deu a trajetória profissional das alunas num
ambiente tradicionalmente masculino?
METODOLOGIA
Este estudo ocorrerá dentro de uma abordagem
qualitativa. A História Oral será a principal metodologia
para coleta de dados, pois permitirá ouvir as mulheres
que participaram dos cursos de formação profissional na
primeira década de funcionamento da Acadepol/SC. Os
sujeitos, mulheres policiais, serão entrevistados, as
entrevistas serão transcritas e devolvidas, a fim de que as
participantes autorizem seus depoimentos por meio de um
Termo de Consentimento Informado. Após a transcrição,
serão realizadas a transcriação e a tematização, com o
objetivo de cercar as categorias estabelecidas para o
trabalho de análise. Para a coleta de dados, uma
pesquisa documental também será realizada, pela qual
serão coletados documentos oficiais da Acadepol/SC,
fotografias, recortes de jornais, bem como outros
documentos que forem cedidos pelas entrevistadas. A
seleção das entrevistadas ocorrerá por meio de
documentos oficiais da Acadepol/SC.
Polícia Civil/SC, no período de 1964 a 1974. Por meio do
setor de Recursos Humanos da Secretaria de Segurança
Pública de Santa Catarina foi possível o acesso à lista de
mulheres policiais que ingressaram na Polícia Civil na
época a ser pesquisada, as quais, após estabelecimento
de alguns critérios de seleção, serão entrevistadas e os
resultados dessas entrevistas serão, posteriormente,
analisados e tematizados dentro das categorias
estabelecidas.
CONCLUSÃO
A pesquisa encontra-se na fase inicial. Até o presente
momento, o objeto a ser estudado e o lócus onde será
realizado o estudo foram delimitados. Quanto à
organização e estrutura do estudo, a pesquisa será
dividida em capítulos e subcapítulos que ainda estão
sendo delineados pela pesquisadora e a sua orientadora.
Acredita-se que, revisitando as histórias das mulheres que
fizeram parte do cenário proposto na pesquisa, ou seja,
as mulheres que frequentaram os cursos de formação no
período de 1964 a 1974, serão levantados dados
significativos
que
poderão
revelar
situações
estigmatizadas nas relações de gênero. Assim, torna-se
primordial para a realização deste estudo conhecer
melhor o espaço institucional onde se dá o processo
educacional dos profissionais da Polícia Civil catarinense.
AGRADECIMENTOS
Em especial, gostaria de agradecer à orientadora,
professora doutora Giani Rabelo, que tem contribuído
para indicar os caminhos necessários para a realização
da presente pesquisa. Gostaria também de mencionar a
Direção da Academia de Polícia Civil/SC, que autorizou o
acesso ao arquivo da instituição, onde documentos
relevantes para a pesquisa foram encontrados, bem como
fotos que auxiliarão na produção do conhecimento
histórico proposto pela pesquisa.
REFERÊNCIAS
BAYLEY, David. Nova Polícia. São Paulo: EDUSP, 2001.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa em tela está sendo desenvolvida
concomitantemente com as disciplinas obrigatórias e
optativas no curso de Mestrado em Educação – Unesc
(SC). Até o momento, foram efetuados levantamento nos
documentos oficiais, buscando dados referentes aos
cursos de formação policial realizados na Academia de
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e
educação: Uma perspectiva pós-estruturalista. 5ª Ed.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise
histórica. In: Educação e Realidade. V.1, N.1, Porto
Alegre, 1995, p. 71-99.
92
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE VIDROS BACTERICIDAS E
FUNGICIDAS CONTENDO ESPÉCIES DE Zn2+ PARA APLICAÇÃO COMO ADITIVO
ANTIMICROBIANO
Magliani P.Fernandes,1 Elton Mendes,2 Camila M. Oliveira,1 Márcio A. Fiori1
¹ Departamento de Engenharia de Materiais e Engenharia Química, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Unesc.
2
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Universidade Federal de Santa Catarina, Ufsc.
[email protected]
Palavras-Chave: Troca Iônica, Vidro Biocida.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento e a aplicação de materiais com ação
antimicrobiana têm se mostrado uma forma eficiente para
a redução de riscos oferecidos à vida humana pela ação
de fungos, bactérias e outros patógenos. Sabe-se que,
através do efeito oligodinâmico – efeito tóxico dos íons
metálicos sobre diversos micro-organismos, mesmo em
concentrações relativamente baixas – alguns metais
promovem a morte de micro-organismos e impedem a
proliferação dos mesmos. Em particular, a incorporação
de íons de zinco concede aos materiais alta propriedade
bactericida e fungicida, com efeitos proporcionais à
concentração de íons. Empregando o processo de troca
iônica entre íons de sódio, presentes em materiais vítreos,
e íons zinco, poderá ser desenvolvido um material vítreo
em pó com propriedades bactericidas e fungicidas para
uso em inúmeros produtos. No desenvolvimento de um
aditivo biocida de base vítrea é de extrema importância a
avaliação do efeito da concentração de sal fornecedor de
íons zinco no meio iônico e do tempo de reação, durante
o processo de troca iônica, nas propriedades bactericida e
fungicida adquiridas. Conhecer esses efeitos permitirá
agregar com maior eficiência a propriedade biocida no pó
de vidro e produzir um aditivo com a melhor ação
antimicrobiana possível. O objetivo deste trabalho é
avaliar o efeito da concentração de sulfato de zinco no
meio iônico e do tempo de reação na eficiência
bactericida e fungicida de aditivos vítreos biocidas
produzidos por processo de troca iônica em solução
aquosa.
METODOLOGIA
A base utilizada para o desenvolvimento do aditivo biocida
foi um pó de vidro, desenvolvido com uma estrutura
aberta e alta concentração de sódio para facilitar a difusão
de íons zinco em sua estrutura e aumentar a eficiência da
reação de troca iônica. O pó de vidro foi submetido à troca
iônica em um meio iônico contendo ZnSO4 como fonte de
íons zinco e NaNO3 como auxiliar de reação. Nesse
processo, o vidro foi imerso em uma solução contendo o
meio iônico e mantido sob constante agitação. Após a
troca iônica, cada amostra foi lavada em água deionizada
por dois dias, para que o sódio residual incorporado na
superfície do vidro durante a troca iônica fosse removido.
Diferentes quantidades de ZnSO4 no meio iônico (4,00;
11,00; 18,00 g) e diferentes tempos de reação (2,0; 5,0;
8,0 h) foram utilizados no desenvolvimento das amostras
e o efeito das ações bactericida e fungicida foram
avaliados empregando o método de planejamento
experimental fatorial e técnicas de caracterização
microbiológica – método disco-difusão com as espécies
de bactéria Escherichia coli e Staphylococcus aureus e a
espécie de fungo Candida albicans. O projeto
k
experimental utilizado foi do tipo fatorial 2 , com dois
fatores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados microbiológicos foram analisados
estatisticamente, de acordo com o planejamento
experimental. A análise estatística dos resultados mostra
que as variações da massa de ZnSO4 utilizada no meio
iônico e do tempo de reação, em processos de troca
iônica efetuados em solução aquosa, foram significativas
para a área do halo de inibição obtida pelo método discodifusão para as bactérias Escherichia coli e
Staphylococcus aureus e para o fungo Candida albicans.
CONCLUSÃO
A formação do halo de inibição durante a análise
microbiológica comprova a propriedade biocida de íons
2+
Zn e mostra que o uso de ZnSO4 como sal fornecedor
de íons zinco é adequado. Os resultados ainda mostram
que o processo de troca iônica pode ser realizado em
solução aquosa, sem necessidade de tratamento térmico.
Além disso, as propriedades do pó de vidro desenvolvido
– porosidade, estrutura e concentração de sódio –
possibilitaram um processo de troca iônica com alta
eficiência, tornando apropriado o uso do vidro
desenvolvido como base para o material antimicrobiano. A
análise estatística dos dados mostra que a massa de
ZnSO4 utilizada no meio iônico e o tempo de reação são
significativos para o desenvolvimento de vidros com
propriedades bactericida e fungicida.
AGRADECIMENTOS
Fonte financiadora: Pibic/Unesc
REFERÊNCIAS
[1] FIORI, M. A.; PAULA, M. M. S.; BERNARDIN, A. M.;
RIELLA, H. G. e ANGIOLETTO, E. Materials Science
and Engineering C (2009), p. 1-5.
[2] CHAKRAVARTI, A.; GANGODAWILA, S.; LONG, M.
J.; MORRIS, N. S.; BLACKLOCK, A. R. e STICKLER, D.
J. The Journal of Urology 174 (2005), p. 1129-1132.
[3] SILVER, Simon. Bacterial silver resistance: Fems
Microbiology Reviews, University Of Illinois - Chigago
USA, p.1-13, 29 abr. 2003.
93
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES RETARDANTES DE CHAMA DE HIDRÓXIDOS DE
MAGNÉSIO E ALUMÍNIO COM FIBRA DE VIDRO EM POLIPROPILENO
Juliani Conti Martins,1 Karina Martinello,2 Mariana Borges Polla,3 Magliani Patel
Fernandes,4 Lucas Dominguini,5 Márcio Antônio Fiori6
1,2,3,4
Universidade do Extremo Sul Catarinense, Departamento de Engenharia Química
Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química
6
Universidade do Extremo Sul Catarinense, Programa de Pós-Graduação em Ciências e Engenharia dos Materiais
1
[email protected]
5
Palavras-Chave: Aditivos, Polipropileno, Compósitos, Retardante de Chama.
INTRODUÇÃO
O processo de combustão sempre ofereceu riscos à
saúde e à vida humana. A procura por materiais com
estabilidade química durante esse processo ou que sejam
capazes de alongar o início do mesmo são objetos de
pesquisa na área de ciência e engenharia. Essas
investigações são direcionadas à procura de materiais
com propriedades retardantes de chamas quando
expostos ao risco de incineramento, tornando o ambiente
mais seguro contra incêndios.
Trabalhos estão sendo desenvolvidos com o objetivo de
obter aditivos para materiais poliméricos, na forma de
nanocompostos, como retardantes de chama (LAOUTID
et al, 2009, LU; HAMERTON, 2002, ZANG; HORROCKS,
2003).
Atualmente, os principais retardantes de chama para
materiais
poliméricos
são
produtos
aromáticos,
halogenados ou compostos de metais pesados. O uso
destes aditivos eleva a toxicidade dos produtos formados
durante a combustão (ZANG, HORROCKS, 2003).
Contudo, a toxicidade desses compostos restringe o uso
dos mesmos. Com o intuito de superar esse problema,
híbridos orgânicos–inorgânicos vêm sendo utilizados
como alternativa (LAOUTID, et al, 2009).
Os hidróxidos são uma opção de aditivo neste caso.
Segundo Canaud, Visconde e Nunes (2001, p. 35-40), “o
hidróxido de alumínio Al(OH)3 é o agente retardante de
chama mais utilizado, e seu consumo corresponde a 50%
do volume total de todos os retardantes de chama
consumidos no mundo. As principais vantagens
apresentadas são o baixo custo e a baixa toxidez,
decorrente da não liberação de gases tóxicos ou
substâncias corrosivas durante a queima, agindo
simultaneamente como retardante de chama e supressor
de fumaça”.
Outro hidróxido com propriedades semelhantes é o
hidróxido de magnésio Mg(OH)2. Segundo Matos (2002, é
um resumo), “o hidróxido de magnésio reúne todas as
características necessárias para ser utilizado como
retardante de chama e pode ser preparado sinteticamente
com elevado grau de pureza, em diversas morfologias
úteis, dado responder bem a modificações de superfície”.
Esses materiais possuem propriedades retardantes de
chama por decomporem-se endotermicamente com a
liberação de água, em temperaturas próximas daquelas
de degradação do material polimérico, conforme reações
(1) e (2).
Mg(OH)2 → MgO + H2O
(1)
2Al(OH)3 → Al2O3 +3 H2O
(2)
O hidróxido de alumínio tem temperatura de
decomposição em 300ºC e a do hidróxido de magnésio
em 350ºC (IFA, 2011).
O gráfico abaixo demonstra a combustão de um material
polimérico. Durante o aquecimento, o polímero passa por
um processo de degradação térmica, que pode se
confundir com o processo de pirólise. Por esta razão, a
temperatura de início de decomposição é mais baixa do
que a temperatura de ignição.
Figura 1 – Etapas do processo de combustão polimérica
Fonte: De Paoli (2011)
A atuação dos retardantes de chamas consiste em
interferir quimicamente no mecanismo de propagação da
chama. Isso pode ocorrer por duas formas: gerando
gases incombustíveis que reduzem o suprimento de O2 ou
formando uma camada protetora que diminui a superfície
de contato do combustível com o comburente (Figura 2).
Figura 2 – Formação de uma camada inibidora de O2
Fonte: De Paoli (2011)
Retardantes de chama podem formar uma camada de
“carvão” na superfície do plástico. Isso pode ocorrer pela
ação de desidratação, gerando ligações duplas no
polímero, levando a reticulações na superfície. Tais
retardantes podem ser inseridos em materiais poliméricos
diversos, entre eles o polipropileno (PP - ponto de
amolecimento ≈ 165ºC). Embora seja um termoplástico de
grande importância, tem baixíssima resistência à chama
(JONNA; LYONS, 2005).
Por ter ponto de amolecimento inferior ao ponto de
decomposição dos hidróxidos, tais retardantes só
apresentam efeito em compósitos com elevadas
94
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
concentrações de hidróxido (acima de 40% em massa), o
que acaba exaurindo muitas das propriedades do PP
(ZANG; HORROCKS, 2003).
Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é avaliar a
eficácia desses hidróxidos como aditivos retardantes de
chama em PP com a adição de fibras de vidro neste
compósito. A fibra de vidro caracteriza-se como um
material composto por uma aglomeração de finíssimos
filamentos de vidro que são altamente flexíveis e não
inflamáveis. Assim, tal adição terá por função dificultar o
amolecimento do material polimérico, havendo assim
tempo para a formação de uma película inibidora de
oxigênio, retardando a propagação da chama.
A preparação dos hidróxidos de magnésio e alumínio foi
feita por precipitação. Para tal, adicionou-se uma solução
diluída de nitrato de magnésio Mg(NO3)2 ou nitrato de
alumínio Al(NO3)3 sobre uma solução diluída de NaOH, de
forma lenta e em constante agitação, a fim de formar
partículas com o menor diâmetro possível. Completada a
adição, a solução foi mantida sobre agitação durante duas
horas.
Posteriormente, a amostra foi deixada em repouso para
decantação do sólido formado. Retirou-se o líquido
sobrenadante e adicionou-se novamente água a fim de se
remover o excesso de hidróxido. O processo foi repetido
até se atingir um pH 10,0. O gel formado foi seco em
estufa a 80ºC. O sólido formado foi masserado em um
moinho tipo periquito. O produto formado foi caracterizado
por DRX, no que se refere à estrutura cristalina formada.
O pó foi inserido em matriz polimérica na seguinte
proporção em massa: 75% de PP, 20% de hidróxido e 5%
de fibra de vidro. Os corpos de prova para ensaio de
flamabilidade foram preparados em uma injetora do tipo
LHS 150-80 HIMACO®. O teste de flamabilidade foi
realizado de acordo com a norma americana UL94,
conforme modelo esquemático representado na Figura 3.
Figura 5 – Difratograma de raio X da amostra de
hidróxido de magnésio.
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
CPS
METODOLOGIA
10
30
50
Theta-2Theta
70
Os materiais foram extrusados, para homogeneização, e
injetados para produção dos corpos de prova, sendo, na
sequência, submetidos ao teste de flamabilidade.
Figura 6 – Ensaio de flamabilidade do compósito
formado.
Figura 3 – Teste esquemático para o ensaio de queima
vertical UL 94.
Fonte: Silva (2006)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As figuras 4 e 5 representam os difratogramas de raio X
dos hidróxidos de alumínio e magnésio, respectivamente,
o que caracteriza a obtenção desse composto.
Figura 4 – Difratograma de raio X da amostra de
hidróxido de alumínio.
Os resultados obtidos demonstram que hidróxidos de
magnésio e alumínio podem ser utilizados como
retardantes de chama juntamente com fibra de vidro.
Quando se compara a retardância de chama em corpos
de prova somente com hidróxidos e corpos de prova com
hidróxidos e fibra de vidro, percebe-se uma maior
retardância à chama. Contudo, ainda não se atinge a
classificação V0, ou seja, composto polimérico que não
goteja e extingue a chama.
CONCLUSÃO
Os resultados indicam a possibilidade de uso dos híbridos
orgânicos–inorgânicos na formação de compósitos
poliméricos com propriedades retardantes de chama. A
inserção da fibra de vidro na matriz polimérica ajudou a
95
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
evitar o gotejamento do retardante, permitindo que o
mesmo se decomponha e forme óxidos inibidores de
oxigênio. Tal retardância foi obtida com uma concentração
menor de hidróxidos do que se utiliza atualmente na
indústria, o que indica a possibilidade de obtenção de um
compósito com propriedades plásticas melhores que as
dos materiais obtidos atualmente.
AGRADECIMENTOS
Programa de Iniciação Científica – PIC Artigo 170.
Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da
Educação Superior (Fumdes).
Ao CNPq.
REFERÊNCIAS
CANAUD, C.; VISCONDE, L.; NUNES, V. Propriedades
Mecânicas e de Inflamabilidade de Composições de
Borracha EPDM Carregadas com Negro de Fumo e
Hidróxido de Alumínio. Polímeros: Ciência e Tecnologia,
vol. 11, nº 1, p. 35-40, 2001.
IFA. Institut für Arbeitsschutz der Deutchen Gesetzlichen
Unfallversicherung. Database on hazardous substance.
Disponível em: http://gestis-en.itrust.de. Acessado em: 11
de outubro de 2011.
JONNA, S.; LYONS, J. Processing and properties of
cryogenically milled postconsumer mixed plastic waste.
Polymer Testing. v. 24, p. 428-434, 2005.
LAOUTID, F. et al. New prospects in flame retardant
polymer materials: From fundamentals to
nanocomposites. Materials Science and Engineering
Review. n. 63, 2009, p. 100-125.
LU, Shui-Y; HAMERTON, I. Recent developments in the
chemistry of halogen-free flame retardant polymers.
Progress in Polymers Science. n. 27, 2002, p. 16611712.
MATOS, C.; BARRETO, L.; GIMENEZ, I. Influência da
Brucita (Mg(OH)2) preparada a partir da Carnalita
(KCl.MgCl2.6H2O) na decomposição térmica de PMMA.
Sociedade Brasileira de Química. 2002.
SILVA, V. L. D. da. Comportamento mecânico e de
flamabilidade de compósitos de polipropileno
reciclado com fibra de coco e hidróxido de alumínio.
Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Mecânica. Belém, 2006.
ZANG, S.; HORROCKS, A. R. A review of flame retardant
polypropylene fibres. Progress in Polymers Science. n.
28, 2003, p. 1517-1538.
96
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE UM COMPLEXO DE COBRE (II) COM ÁCIDO
SALICÍLICO
Willian Galdino Lunardi,1 Suzana Cimara Batista2
1,2
Centro Tecnológico/Universidade do Sul de Santa Catarina
[email protected]
Palavras-Chave: Complexo, Síntese, Cobre (II).
INTRODUÇÃO
Os compostos de coordenação apresentam um amplo
campo de estudos dentro da química inorgânica, como
por exemplo: atividade biológica, comportamento
magnético, aplicação em medicamentos e como
catalisadores. O cobre é o terceiro metal de transição
mais abundante no corpo humano e também é um
elemento vital para plantas e animais. Este metal é um
componente catalítico para muitas enzimas, como:
citocromo oxidase, ceruloptasmina, emocianina, entre
outras. As propriedades biológicas do cobre estimulam o
desenvolvimento de compostos de coordenação contendo
ligantes biologicamente ativos, pois drogas administradas
na forma de complexos apresentam uma maior atividade
em relação às substâncias orgânicas livres. O estudo
medicinal do cobre e do agente antiflamatório salicina, um
glicosídeo do ácido salicílico, conduziu á formação de
complexos com boa atividade antiflamatória e de toxidade
gastrointestinal reduzida. A pesquisa realizada inclui a
obtenção, caracterização e aplicação do complexo obtido.
O espectro de infravermelho do complexo apresentou
-1
-1
bandas em 1500 cm e 1473 cm , correspondendo aos
ass(COO-) e sim(COO-) com ∆ = 27 o que caracteriza a
presença do ânion carboxilato ligando ao íon metálico na
forma bidentada. Também houve a formação de uma
-1
banda em 1386 cm corresponde a deformação angular
no plano (O-H) e indica o grupo OH do ácido salicílico.
Figura 2 – Espectro do infravermelho
METODOLOGIA
Obteve-se o complexo pela reação de 2mmol de acetato
de cobre com 4 mmol de ácido salicílico recristalizado. Em
seguida, adicionou-se lentamente o sal do metal sobre a
solução do ligante em álcool butílico normal a temperatura
ambiente. Após ocorreu a precipitação do complexo na
forma de microcristais, tendo o mesmo uma tonalidade
verde-escuro. A síntese apresentou um rendimento de
34,23%, e o complexo foi caracterizado por
espectroscopia UV-vis e espectroscopia de infravermelho.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Absorbância (A)
O complexo apresentou solubilidade em água, onde se
mediu a condutividade de uma solução 1mmol a
temperatura de 19,2ºC, apresentando o resultado de
16,60 uS. O ponto de fusão não foi determinado devido à
sensibilidade do ligante que oxida com facilidade quando
submetido à temperatura. De acordo com a análise do
espectro ultravioleta visível, realizado em uma solução
1mmol de água, o composto apresentou absorbância nos
seguintes comprimentos de onda:
 = 395,  = 686
e  = 826 nm.
Figura 1 – Espectro ultravioleta visível em água.
Fonte: os autores, 2011
CONCLUSÃO
Neste trabalho foi sintetizado e caracterizado um
complexo de cobre (II) cujas muitas propriedades
biológicas e químicas são desconhecidas. Os estudos da
atividade biológica e catalítica devem ser realizados.
AGRADECIMENTOS
Unisul, Artigo 170.
REFERÊNCIAS
LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. São
Paulo: Edgard Blucher, 1999. 527 p. ISBN 8521201761
SHRIVER, D. F; ATKINS, P. W. Química inorgânica. 4.
Ed. Porto Alegre: Bookman, 2008. 847 p. ISBN
9788577801992
COTTON, F. A.; WILKINSON, G. Advanced inorganic
chemistry. 5th ed. New York: John Wiley & Sons, 1988
1
0,8
0,6
0,4
300
500
700
900
Comprimento de onda (nm)
Fonte: os autores, 2011.
97
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
INTERRUPÇÃO ESCOLAR: ESTUDO DE CASO NO IF-SC/ CAMPUS SÃO JOSÉ
1
2
Maria Luisa Hilleshein de Souza,1 Tatiele Fontella Pompeu2
IF-SC/Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão – Núcleo Pedagógico/ Campus São José
IF-SC/ Graduanda do Curso de Ciências Naturais com Habilitação em Química/ Campus São José
¹[email protected]
Palavras-Chave: Interrupção e Evasão Escolar, Ensino Técnico, Permanência e Êxito.
INTRODUÇÃO
A evasão escolar é um fenômeno social complexo,
definido como interrupção no ciclo de estudos (GAIOSO,
2005). Dados apontam que tanto as instituições públicas
quanto as particulares são afetadas por esse tipo de
fenômeno e poucas são as instituições que têm
programas que visam reduzir os índices de evasão, pois
esse é um tema que geralmente é tratado como natural e
normal. No Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC),
Campus São José, cursos como o Técnico Subsequente
apontam altos índices de evasão, sendo assim, se faz
necessário criar política de combate à evasão visando a
soluções para redução desses índices. Para compreender
toda essa evasão, um aspecto muito importante deve ser
considerado: os fatores que estão relacionados a essa
interrupção escolar. Dessa forma pensamos em um
projeto de pesquisa que vise o combate à evasão escolar,
tendo por objetivo a elaboração de um diagnóstico, com
base nos dados institucionais, para que sejam construídos
indicativos das causas da evasão no IF-SC/ Campus São
José, para, dessa forma, propor uma política de
acompanhamento sistemático da permanência e do êxito
dos educandos na escola. O projeto visa mapear os
alunos desistentes dos cursos subsequentes do campus
São José, sistematizando os motivos da interrupção
escolar de cada um deles, para assim contribuir com a
permanência dos alunos nos cursos e na Instituição,
evitando que novas saídas aconteçam. O projeto tem
como principais contribuições: mapear as causas e
motivos que levaram nossos alunos a desistir dos cursos;
buscar diminuir o índice de evasão na escola; buscar
cumprir o plano de metas assinado pelo MEC, Conif e
Institutos Federais; divulgar a assistência estudantil aos
alunos desistentes, por questões socioeconômicas, na
expectativa de que peçam reingresso e oferecer bolsa de
pesquisa para alunos da graduação (Licenciatura),
visando à permanência destes alunos no curso,
garantindo sua formação integral ligada ao ensino,
pesquisa e extensão.
METODOLOGIA
Dado início ao projeto de pesquisa, a primeira etapa se
deu pela leitura de documentos e de levantamento de
dados referentes à evasão na instituição. Essa etapa
aconteceu por meio de pesquisa bibliográfica, para
teorização da temática, e por pesquisa documental, a
partir dos documentos que foram fornecidos pelo IF-SC. A
segunda etapa consistiu na análise e organização dos
dados levantados, buscando a criação de perfis dos
educando evadidos da escola em questão e organizando
grupos (por fatores coincidentes) que facilitassem o
contato e a entrevista individual. A terceira etapa visou à
realização de entrevista individual com os alunos dos
cursos subsequente do campus São José que deixam a
instituição de forma formalizada (trancando o curso) ou
informal (interrompendo o curso sem comunicação à
instituição). Dessa forma, realizamos o estudo de caso,
focando a temática escolhida e os alunos que
interromperam seus estudos, de forma descritiva e
aprofundada, buscando respostas realistas. Na quarta
etapa do projeto, que estamos realizando agora, serão
realizadas as análises e sistematizações dos dados
colhidos, sendo utilizadas tabelas e gráficos para facilitar
a apreciação dos resultados obtidos. Finalizando o
projeto, será feita a socialização dos resultados com a
equipe pedagógica, professores e outros interessados na
discussão dos resultados alcançados, por meio de
exposição e participação no seminário de pesquisa
realizado pelo IF-SC, assim como em outros seminários e
eventos de pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados coletados foram retirados de documentos
fornecidos pela própria instituição, referentes aos anos de
2008 a 2010. Ao reunir esses dados, podemos identificar
o número de alunos matriculados durante o ano, o perfil
do aluno, analisar a questão de gênero e observar o
número de alunos desistentes, alguns dados pesquisados
estão organizados conforme a Tabela 1:
Tabela 1 – Referente ao curso de RAC – Refrigeração e
ar condicionado/ Climatização
Ano
Nº de
matrículas
Nº de
Mulheres
Matriculadas
Alunos
Evadidos
Evasão
%
2008
2009
2010
Total
=
265
388
362
1015
8
13
15
36
62
133
102
297
23,4
34,3
28,2
29,3
Os dados mostram um número reduzido de alunos do
sexo feminino e, durante a pesquisa, percebemos que
50% das mulheres interromperam seus estudos. No ano
de 2008, foram feitas 265 matrículas, onde 23,4% dos
alunos desistiram do curso por diferentes motivos. Os
dados apontam uma crescente evasão durante o período
de 2008 a 2009 e uma pequena redução no ano de 2010
no referido curso.
O trabalho ainda está em fase de construção, e a
pesquisa dos motivos dessa evasão segue em curso,
assim alguns dados ainda não foram elaborados, porém
os alunos que desistiram já foram identificados e já
entramos em contato com alguns deles a fim de
entrevistá-los e conhecer os reais motivos da desistência
do curso. Foram obtidas respostas relacionadas à
incompatibilidade de horário com trabalho, pois muitos
desses educandos realizam atividades profissionais para
garantir o sustento da família. Em outros casos, o
abandono não acontece, apenas uma mudança de curso
e/ou instituição se dá, o que nos leva a refletir sobre o
conceito do termo evasão, pois nesses casos o aluno não
abandonou os estudos, apenas o interrompeu em nossa
instituição. Após o mapeamento desses alunos e do
levantamento de todos os dados, serão realizados
98
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
seminários no IF-SC com o objetivo de divulgar a
pesquisa e conscientizar toda a equipe pedagógica,
professores e interessados. Dessa forma, será possível
indicar políticas que possibilitem melhor qualidade na
permanência do aluno, além de diminuir a evasão.
CONCLUSÃO
A partir dos dados levantados, foi possível diagnosticar
alguns problemas que os alunos enfrentam, que podem
ser estruturados assim: Social: incompatibilidade com os
horários de trabalho; Escola: ausência de motivação;
Aluno: problemas familiares, desinteresse pelo curso.
Com a finalização das entrevistas e sistematizações dos
dados, temos resultamos mais concretos e bem definidos
para serem apresentados e para ajudar na construção de
políticas que garantam o ingresso, a permanência e o
êxito dos alunos que optam por estudar no Instituto
Federal de Santa Catarina/ Campus São José.
AGRADECIMENTOS
Fonte financiadora do projeto: CNPq – Concessão de
Bolsista. Agradecemos o incentivo à pesquisa por parte
do Instituto Federal de Santa Catarina, que tem
possibilitado a inserção da pesquisa de forma mais ampla
na Instituição, formando novos pesquisadores.
REFERÊNCIAS
BUENO, J. L. O. A evasão de alunos. Paidéia, FFCLRP USP, Ribeirão Preto: 1993.
ESTEBAN, M. T. O que sabe quem erra? Reflexões
sobre avaliação e fracasso escolar. 3ª edição. Rio de
Janeiro: DP&A, 2002.
GAIOSO, N. P. de L. O Fenômeno da evasão escolar na
educação superior no Brasil. Brasília: 2005.
Projeto Permanência e Êxito do educando no CEFET/SC.
Florianópolis, dezembro de 2006.
99
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DA REAÇÃO ENTRE COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO E
OS ÓXIDOS DE NITROGÊNIO (NOX) – MODELAGEM SINTÉTICA BIOINORGÂNICA
COM VISTAS AMBIENTAL
Natália Cândido Homem,1 Suzana Cimara Batista2
1,2
Centro Tecnológico/Universidade do Sul de Santa Catarina
[email protected]
Palavras-chave: Composto de Coordenação, Cobre (II), Óxidos de Nitrogênio.
INTRODUÇÃO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A quantidade de gases contaminantes e de partículas
lançadas na atmosfera torna preocupante o futuro do ar
no planeta. Normalmente, por meio de ciclos naturais,
seus constituintes são consumidos ou reciclados. A
atmosfera teria, assim, certa capacidade depuradora que,
em condições naturais, garantiria a eliminação dos
materiais nela descarregados pelos seres vivos. Contudo,
o aumento na concentração de compostos considerados
prejudiciais desequilibrou esse ciclo natural e fez com que
fosse necessário buscar uma maneira de diminuir a
emissão destes compostos na atmosfera, assegurando a
manutenção da qualidade do ar. Os NOx, óxidos de
nitrogênio, são um exemplo desses gases que encontramse em excesso, estando na atmosfera na forma de óxido
nitroso (N2O), óxido nítrico (NO) e dióxido de nitrogênio
(NO2). Uma maior consciência com relação às questões
ambientais, que se traduz sob a forma de
regulamentações cada vez mais rigorosas, tem
direcionado muitas pesquisas para a redução das
emissões de óxidos de nitrogênio (NOx). A interação de
compostos de coordenação com os NOx, é uma das
apostas dos pesquisadores atuais para a redução dessas
emissões. Estudos recentes sobre a química de
coordenação caracterizaram e destacaram alguns
compostos, como úteis agentes de interceptação de NO.
A caracterização do composto por espectroscopia de
infravermelho foi realizada, como mostra a Figura 1. A
-1
banda em 1386 e 1134 cm correspondem aos a(NO2) e
sim(NO2) caracterizam a presença do ânion NO2
-1
coordenado ao íon metálico. A banda em 874 cm
corresponde à deformação angular no plano (ONO).
METODOLOGIA
O composto de coordenação de cobre (II) foi sintetizado a
partir de 3mmol de acetato de cobre, solubilizado em
álcool 70% e 3 mmol de trietanolamina, solubilizado em
metanol. Colocaram-se então ambos sob agitação e
aquecimento e deixou-se por alguns minutos para, logo
em seguida, realizar a inserção metal no ligante. A
solução final foi deixada sob aquecimento por alguns
minutos e apresentava coloração azul. Transferiu-se a
solução e realizou-se a inserção do NOx por meio de um
sistema microgerador de gás, deixando-se borbulhar o
gás na solução por alguns minutos, o que fez a solução
mudar de coloração, do azul inicial para verde. A síntese
precipitou como um pó verde.
Figura 1 – Espectroscopia de infravermelho do composto.
Fonte: O autor (2011)
CONCLUSÃO
O composto de coordenação de cobre (II) obtido
apresentou-se eficiente para a incorporação de óxido de
nitrogênio podendo, portanto, ser utilizado para fins
ambientais. Estudos devem ser realizados com respeito
das propriedades de absorção no ultravioleta-visível.
AGRADECIMENTOS
Artigo 170 – Unisul – EQM
REFERÊNCIAS
CACHAPA, A.; MEDEROS, A.; GILI, P.; et al. Studies of
the interaction between bis(dithiocarbamato)copper(II)
complexes with nitric oxide in aqueous solution and
biological applications, 2006.
100
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO CULTURAL E SOCIEDADE NO PENSAMENTO DE
THEODOR W. ADORNO
Rosa M. R. Lourenço,1 Alex S. da Silva,² Giselle de Campos Rocha Kulakauskas³
1
Acadêmica do curso de Pedagogia 3ª fase (Unesc)
² Professor Doutor do curso de Pedagogia e do PPGE (Unesc)
³ Acadêmica do curso de Pedagogia 3ª fase (Unesc)
1
[email protected]
Palavras-chave: Formação Cultural, Educação, Theodor W. Adorno, Teoria Crítica.
INTRODUÇÃO
A racionalidade da educação se vê cercada, por um lado,
pela lógica da produção capitalista e suas consequências
e, por outro lado, sofre uma crise de fundamentos. A
dispersão da atividade pedagógica vem demonstrando
sua fragilidade, tanto na reformulação dos sistemas de
ensino, quanto nos seus fundamentos epistêmicos.
Desse modo, coloca-se aqui uma questão: Como
relacionar a educação com o conceito de formação
cultural na perspectiva crítica do pensamento de Theodor
W. Adorno? Nesses termos, nos orientamos em algumas
considerações de Theodor W. Adorno, que em suas
interpretações, entende por que a humanidade, ao invés
de realizar seus potenciais emancipatórios, caminhou em
direção contrária.
O objetivo central desta pesquisa foi investigar, a partir do
pensamento de Theodor W. Adorno, a condição da
educação no contexto da sociedade, vinculada a uma
necessidade de uma experiência crítico-formativa.
Pretendeu-se, assim, investigar até que ponto a educação
ainda é um recurso fundamental para uma formação
cultural crítica dos indivíduos e até onde estão seus
limites.
METODOLOGIA
Este projeto tem como ponto básico problematizar a
racionalidade da educação contemporânea, a partir de
aspectos fundamentais apontados pela teoria crítica da
sociedade de Theodor W. Adorno. Isso significa
possibilitar a capacidade de abertura da problemática
educacional a outros modos de compreender as
alterações e desafios da formação contemporânea. A
pesquisa se configurou como um estudo teórico, sendo
caracterizada como bibliográfica, cuja metodologia foi,
essencialmente, leitura de obras de Adorno e de textos
selecionados de comentadores. As obras estudadas e
resenhadas buscaram evidenciar alguns conceitos de
análise, tais como: educação, razão instrumental e
formação cultural.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Identificamos nas leituras feitas até que ponto se pode
conferir à educação uma experiência crítico-formativa e
quais seus limites, particularmente, a partir do momento
que identificamos categorias potencialmente pedagógicas
encontradas no pensamento do filósofo Theodor W.
Adorno. Para Adorno, quando as promessas da
modernidade iluminista alijaram-se de seus compromissos
de emancipação, a formação cultural (bildung) ficou
prejudicada. No seu entendimento, os elementos do
pensamento que buscavam autonomia, desmitologização
e emancipação do indivíduo tornaram-se mecanismos de
poder e repressão. Assim, a educação, ao invés de
proporcionar o desenvolvimento das potencialidades
humanas, reproduzira um sujeito tutelado, assujeitado
pelos próprios mecanismos repressivos do conhecimento.
Assim, é possível pensar a educação como formação
cultural se considerarmos que ela tornaria a memória
capaz de sistematizar experiências cumulativas do sujeito,
o que permitiria uma compreensão da realidade que
ultrapasse o mero uso de esquemas conceituais e
práticos.
CONCLUSÃO
O projeto se configura em dois momentos centrais: o
primeiro foi a delimitação do estudo, a partir da seleção,
análise, leitura e resenha dos textos. Tratou-se, portanto,
da revisão de literatura a fim de verificar aproximações e
distanciamentos quanto ao tema proposto. No segundo
momento, confrontou-se esse levantamento com os
problemas pedagógicos atuais e a produção acadêmica
atualizada. Desse modo, até configurou-se a primeira
etapa, sendo que falta efetivar a segunda. Nisso consiste
num aprofundamento do tema da pesquisa, de modo a
exprimir melhor os resultados da investigação. Dentre
eles, podemos destacar a atualidade e o potencial do
pensamento do filósofo Theodor W. Adorno para reflexão
dos problemas educacionais e a formação cultural na
sociedade contemporânea.
AGRADECIMENTOS
Fonte financiadora: Bolsa PIC/170 – Unesc.
REFERÊNCIAS
ADORNO, Theodor. Educação e Emancipação/trad.
Wolfang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.
ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do
Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed., 1985.
PUCCI, Bruno. Anotações sobre teoria e práxis
educativa. In: PUCCI, Bruno et al (Orgs). Dialética
Negativa, estética e educação. Campinas: Ed.
Alínea, 2007.
ZUIN, Antônio Álvaro S. Indústria cultural e
educação: o novo canto da sereia. São Paulo:
FAPESP e Autores Associados, 1999.
101
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
A INFLUÊNCIA DA FILTRAÇÃO ADICIONAL EM EXAMES RADIOLÓGICOS NA
QUANTIDADE DE KERMA NO AR
Flávio Augusto Penna Soares, Bianca de Freitas,¹ Maria Eduarda Fernandes da
Costa²
Instituto Federal de Santa Catarina
1
[email protected]
Palavras-Chave: Filtração, Radiodiagnóstico, Kerma no Ar, Proteção Radiológica.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
A utilização médica dos raios X é um método de
diagnóstico e tratamento há mais de 100 anos. Essa
tecnologia, na maioria dos casos, é indispensável no
diagnóstico de diversas doenças. Apesar de todas as
vantagens que esse método disponibiliza para a área
médica, este deve ser utilizado com muito conhecimento e
responsabilidade, devido aos riscos dos efeitos biológicos
da radiação ionizante nos pacientes. Os efeitos mais
comuns são os estocásticos, aqueles que aparecem no
decorrer do tempo, sendo muito incomum uma
manifestação imediata. Sendo assim, os cuidados com a
proteção radiológica devem ser cada vez mais relevantes
para os profissionais. O aparelho radiográfico
convencional utiliza-se dos raios X para geração de uma
imagem com objetivo de diagnóstico médico. A produção
dos raios X no aparelho ocorre dentro de um tubo
evacuado e consiste no aquecimento de um filamento de
tungstênio que, por efeito termiônico, gera uma nuvem de
elétrons livres. Esses são atraídos em direção ao anodo,
por causa de uma diferença de potencial positiva (ddp),
vindo a colidir com um alvo metálico (o próprio anodo),
reduzindo sua energia cinética. Essa redução provoca a
emissão da diferença de energia sob a forma de ondas
eletromagnéticas, os raios X, gerados por radiação de
freamento ou por radiação característica (TAHUATA; et al,
2001). Segundo Massami (2005), por ser um método
relativamente simples, torna-se barato e acessível, de
grande demanda como método auxiliar de diagnóstico.
Dessa forma, a grande quantidade de exames realizados
torna ainda mais importante a qualificação apropriada dos
profissionais das técnicas radiológicas. Os filtros têm
como função barrar uma parte dos fótons de baixa
energia que, muitas vezes, não contribuem para a
melhora da qualidade da imagem, apenas para o
borramento da mesma. Muitos estudos já foram
desenvolvidos sobre a influência da filtração por meio de
ligas de alumínio, na redução da dose de Kerma no ar de
exames de radiografia convencional. Para ser um método
eficaz, essa filtração não pode atrapalhar a qualidade
diagnóstica da imagem processada, nem seu contraste.
Sendo assim, a redução da dose de radiação deve ser
alcançada ao passo que a qualidade da imagem não seja
prejudicada. (GOLÇALVES et al., 2004). Com todas essas
constatações, o estudo comparativo entre duas
espessuras de filtros de alumínio – a preconizada por lei e
a que ainda é utilizada em aparelhos antigos de raios X,
torna-se relevante. Na presente pesquisa, foram
simulados valores de Kerma no ar, com duas diferentes
espessuras de filtro de alumínio, com a intenção de
comparar a diferença do valor de Kerma no ar gerada
pelos diferentes filtros.
Por meio do software Report 78 Spectrum Processor do
Ipem, foram gerados dados a fim de simular diferentes
valores de Kerma no ar. Os fatores técnicos utilizados
para geração dos feixes foram: tensão (kV), ondulação da
tensão e ângulo do anodo. Para esses fatores, foram
especificadas duas espessuras de filtração: 1 mm de
alumínio, que é a filtração inerente dos aparelhos; e 2,5
mm de alumínio, que é preconizado por lei e consiste na
adição de filtros à filtração inerente.Para cada anatomia
escolhida, foram determinadas espessuras específicas,
para a maior confiabilidade dos resultados. Essas
espessuras são simuladas como um filtro adicional no
Report 78, permitindo assim comparar o valor de Kerma
no ar após a passagem pela anatomia. As anatomias e
espessuras escolhidas estão apresentadas na Tabela 1:
Tabela 1 – Espessuras e anatomias escolhidas.
Após a determinação da anatomia com suas espessuras
específicas, foram escolhidos os valores dos fatores
técnicos a serem utilizados. Esses valores são: tensões
de 40 kV, 60 kV, 80 kV, 100 kV e 120 kV, todos com
ondulação fixa de 0% e ângulo do anodo = 8º. Com a
simulação dos dados, foram comparadas as diferenças de
Kerma no ar após a anatomia, para feixes de radiação
com filtração de 1 mmAl e de 2,5 mmAl.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Primeiramente foram gerados os dados de Kerma do ar
antes da anatomia, para que haja uma posterior
comparação entre os resultados. O feixe de radiação foi
então filtrado com 1 mmAl, primeiramente, e 2,5 mmAl,
posteriormente. Os primeiros dados gerados estão
dispostos na Tabela 2.
TABELA 2 – Valores de Kerma no ar por mAs, a 75 cm
de distância, em diferentes filtrações e antes de incidir na
anatomia. Angulo anódico de 8º e ondulação = 0%
102
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
A partir desses resultados, é possível notar uma diferença
nos dados simulados de Kerma no ar, após as diferentes
espessuras de filtro. Ao observar os dados, é possível
apontar um menor valor de Kerma no ar ao utilizar o filtro
de 2,5 mmAl, quando comparado ao filtro de 1 mmAl.
Com isso, constata-se que filtração exerce uma forte
influência na redução do Kerma, principalmente devido à
redução significativa dos fótons de baixa energia. Essa
redução está apresentada no Gráfico 1. No Gráfico 2, está
apresentando a diferença na quantidade de Kerma no ar,
antes de essa radiação incidir na anatomia, ao comparar
as duas espessuras de filtro.
Gráfico 1 – Gráfico do Espectro, comparando a diferença
da energia média dos fótons, após filtração com duas
espessuras e com tensões de 40, 80 e 120 kV.
redução de 65% de fótons produzidos. Isso significa que
mais radiação chegou ao filme ou detector, e essa
quantidade de radiação também é um fator de qualidade
da imagem, comprovando que técnicas com maior tensão
tendem a produzir melhores imagens. Assim, os
resultados obtidos por essa pesquisa também têm
relevância quando se trata de qualidade da imagem,
podendo utilizar os valores obtidos, para discutir os
melhores valores de tensão a ser utilizado em cada
exame radiográfico. A fim de minimizar os efeitos
deletérios da radiação ionizante, qualquer ação de
proteção radiológica torna-se indispensável. Os aparelhos
de raios X devem ter o filtro de 2,5 mmAl, preconizado
pela legislação. Contudo, ainda é possível encontrar em
aparelhos antigos e, principalmente, nos aparelhos
móveis filtração próximo a 1 mmAl. Esses aparelhos
expõem os pacientes a doses desnecessárias de radiação
e, muitas vezes, prejudicam a qualidade diagnóstica da
imagem, pois não eliminam fótons primários de baixa
energia, que contribuem apenas para o borramento da
mesma.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos o Instituto Federal de Santa Catarina e o
CNPq, que são financiadores da pesquisa. O professor
Flávio Augusto Penna Soares, orientador da pesquisa. Os
colegas pesquisadores, que auxiliaram em diversas horas
na construção desse artigo.
REFERÊNCIAS
Gráfico 2 – Diferença de Kerma [uGy] no ar por mAs, a
75 cm de distância, em diferentes filtrações e antes de
incidir na anatomia. Angulo anódico de 8º e ondulação =
0%.
MASSAMI,I.; et al.,The clinical Utility of Tomosynthesis
in Lung Cancer Diagnosis, Division of Thoracic
Oncology, Nacional Cancer Center Hospital East [online].
2009, n.1
TORTORA, Gerard J.; GRABOWSKI, Sandra Reynolds.
Princípios de Anatomia e Fisiologia. 9. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 1047p
SOARES, F. A. P. Produção de raios X em ampolas
radiográficas: estudo do tomógrafo computadorizado do
hospital regional de São José/SC. 2006. 102f. Dissertação
do Doutorado em Física Experimental, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006.
ARCHER, B. R. et al. Attenuation properties of diagnostic
x-ray shielding materials. Medical Physics, Set, 1994.
OLIVEIRA,L. O., KHOURY,H. Influencia do Procedimento
Radiográfico na Dose de Entrada na Pele de pacientes
em Raios X Pediátricos. Radiologia Brasileira, 2003.
CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos, é possível considerar a
grande influência da filtração em exames radiológicos.
A partir da primeira tabela, onde demonstra os valores de
Kerma no ar que incidirão na anatomia, é possível
observar a grande diferença nos valores, chegando a uma
MCADAMS HP, SAMEI E, DOBBINS 3rd J, Tourassi GD,
Ravin CE. Recent advances in chest radiography.
Radiology 2006
RICKE J, FISCHBACH F, FREUND T, et al. Clinical
results of CsI-detector based dual-exposure dual
energy in chest radiography. European Radiology 2003
103
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
DETERMINAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA ANGULAÇÃO ANÓDICA NA PRODUÇÃO DO
FEIXE DE RADIAÇÃO X
Flávio Augusto Penna Soares,1 Maria Eduarda Fernandes da Costa,2 Bianca de
Freitas3
1,2,3
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina/Departamento Acadêmico de Saúde e
Serviços
1
[email protected]
Palavras-Chave: Raios X, Proteção Radiológica, Ângulo Anódico.
INTRODUÇÃO
A utilização da radiação ionizante na área médica vem
sendo utilizada a mais de cem anos. A radiologia
convencional é o método mais antigo de aquisição de
imagem para fins diagnósticos. Contudo, apesar do
avanço científico e tecnológico com o decorrer dos anos,
ainda há uma escolha empírica pelos técnicos e
tecnólogos das variáveis elétricas que determinam a
produção da radiação.
O empirismo nessa área não deve ser descartado, pois a
experiência dos profissionais está agregada ao método de
escolha em função das características de cada paciente.
Entretanto, há variáveis que influenciam diretamente na
dose entregue ao paciente e, consequentemente, está
ligado aos danos biológicos da radiação. Tratando-se de
dados, nossa legislação ampara os pacientes, os
profissionais e o público em geral em relação à diminuição
desses danos. A Portaria 453/98 apresenta três princípios
de radioproteção, e entre eles está o da otimização – o
uso da dose mínima possível de radiação para realização
de imagens com qualidade (BRASIL, 1998).
Em alguns serviços de radiodiagnóstico, encontramos
mais de uma sala de exames com equipamentos de
marcas diferentes, dessa forma as variáveis utilizadas em
cada equipamento podem ser diferentes. Isso leva a um
empirismo ainda maior, visto que deverão ser
selecionados parâmetros diferenciados em cada
equipamento.
Uma dessas variáveis é o ângulo anódico, inclinação do
alvo metálico que produz a radiação, em relação ao plano
da mesa. Essa inclinação é responsável pelo chamado
efeito anódico, que consiste em atenuar parcialmente o
feixe de radiação produzido no sentido longitudinal da
mesa de exames, deformando a intensidade de radiação.
Isso faz com que a intensidade do feixe seja máxima do
lado catódico e reduza até o ânodo. No entanto, esse
efeito também gera radiação espalhada, que por envolver
fótons de baixa energia – com maior interação com os
tecidos – aumenta a probabilidade do efeito biológico da
radiação. O presente estudo busca compreender
quantitativamente a influência do ângulo nesta
deformação do feixe, uma vez que já se sabe
qualitativamente que ângulos maiores produzem menor
efeito anódico. Para expressar com exatidão, serão
elaboradas equações simples que permitam a correlação
entre valores de ângulo com valores de Kerma no ar.
METODOLOGIA
O trabalho de pesquisa apresentado é de caráter
quantitativo. Para a delimitação dos dados a serem
analisados, primeiramente utilizou-se o método de revisão
integrativa de dados. Então os dados a serem estudados
foram as variáveis elétricas e técnicas.
Os dados foram coletados de um software do Ipem
(1997), que armazena diferentes valores de energia
média dos fótons, Kerma no ar e camada semirredutora.
Esses valores são fornecidos a partir da escolha de
tensão, ângulo, ondulação da tensão (ripple), alvo
anódico, espessura de filtração e seu material.
Foram gerados espectros para todos os possíveis valores
de ângulo, que representa uma faixa entre 6 e 16 graus.
Para cada valor de ângulo foram selecionados valores
permutáveis de tensão em uma faixa de 40 a 120 kVp; e
ripple que variou de 0% a 30%. Em todos os espectros, foi
utilizado alvo de tungstênio e espessura de 1 mm Al.
Com a obtenção desses valores de Kerma no ar e energia
média dos fótons, foram montados gráficos para análise
do comportamento das relações. Logo foi feita a
compilação dos dados para que, por meio de recursos
matemáticos, fossem estabelecidas as equações.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a geração dos espectros, os dados foram
compilados e organizados de forma que se viabilizasse a
análise. Dividimos os dados adquiridos em diferentes
grupos, para propiciar o estudo.
A primeira etapa foi verificar a diferença da energia média
do fóton para cada valor de ângulo fornecido pelo
software. Para isso, selecionamos algumas tensões, e
elaboramos um gráfico para cada valor estipulado. Todos
com a ondulação da tensão fixa em 0%, com filtração de
alumínio de 1 mm, e a 750 mm de distância da fonte. A
relação pode ser visualizada no Gráfico 1, logo abaixo.
Gráfico 1 – Espectro da energia para 75 kVp
Observando a diferença entre as energias, podemos
afirmar que quanto maior for o ângulo, maior será a
energia na faixa de baixa tensão. E essa faixa de energia
não contribui para a formação da imagem, pois a tensão
selecionada é referente a uma maior faixa de energia,
logo só servirá para aumentar os borrões na imagem e a
dose no paciente.
Logo a meta foi estabelecer a relação entre o kerma no ar
e a tensão de pico, para cada valor de ângulo anódico
possível; para tal foi selecionada a opção sem ondulação
de tensão, filtração de alumínio de 1 mm de espessura,
com uma distância de 750 mm da fonte de radiação. Os
dados foram colocados em gráficos a fim de visualizar a
104
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
tendência de comportamento das relações. Desse modo,
foi possível determinar uma linha de tendência e, a partir
dela, desenvolver a relação matemática adequada, como
podemos observar no Gráfico 2.
Gráfico 2 – Kerma versus tensão
Observando as equações, visualizamos que a relação
entre as variáveis Kerma no ar e tensão de pico é
logarítmica, o que confere com as curvas de
comportamento do Gráfico 2.
CONCLUSÃO
Com a análise das equações encontradas, é possível
estabelecer uma relação na qual o ângulo pode ser
acrescido como variável, na própria relação matemática.
Isso trará como benefício a determinação exata de quanto
aumentar ou diminuir a tensão selecionada de acordo
com a angulação do equipamento utilizado.
As curvas formadas pelas equações são similares, porém
praticamente idênticas às curvas formadas pelos valores
do software. Pode-se afirmar a credibilidade das
equações já que o erro foi abaixo de 1% para todas elas.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a instituição financiadora, que propiciou a
bolsa de pesquisa pelo edital interno (PIP-CIT) e, a partir
disso, foram possíveis as horas de dedicação à pesquisa
e análise dos dados. O agradecimento também vai aos
colegas pesquisadores que auxiliaram nas horas
dedicadas à pesquisa e elaboração das publicações.
REFERÊNCIAS
Com o gráfico que relaciona o Kerma no ar e a tensão de
pico, podemos observar que a dose no paciente vai
aumentar conforme o aumento do ângulo anódico; e esse
aumento será mais significativo com tensões de pico
maiores.
E a partir da verificação da linha de tendência das curvas
acima (Gráfico 2), encontramos equações que formaram
curvas muito similares à formada pelos valores reais. As
equações, para 0% de ripple, estão dispostas abaixo,
conforme o ângulo.
K6(V) = 164,3 ln (V) – 519,9
K8 (V) = 201,3 ln (V) – 646,9
K10(V) = 235,6 ln (V) – 763,2
K12(V) = 266,5 ln (V) – 869,3
K14(V) = 294,9 ln (V) – 968,0
K16(V) = 321,5 ln (V) – 1060
Onde:
Kx(V) = KERMA no ar [μGy/mAs]
V = tensão de pico [kVp]
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância
Sanitária. Diretrizes de proteção radiológica em
radiodiagnóstico médico e odontológico. Portaria nº
453/98, de 1/6/1998. Diário Oficial da União, Brasília; 2 de
junho de 1998.
INSTITUTE OF PHYSICS AND ENGINEERING IN
MEDICINE. Catalogue of dia-gnostic X-ray spectra &
other data. IPEM Report 78 (Bristol: Institute of Physics),
ISBN 0904 181 89 8 (1997)
PIRES, J. S. J. Avaliação da Grandeza Tensão de Pico
Prática em Equipa-mentos Clínicos Utilizados em
Radiodiagnóstico. Dissertação de Mestrado em Ciências
na Área de Tecnologia Nuclear, Autarquia associada a
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
SOARES, F. A. P. Produção de raios X em ampolas
radiográficas: estudo do tomógrafo computadorizado
do hospital regional de São José/SC. 2006. 102f. Dissertação do Doutorado em Física Experimental,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
2006.
105
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I: INVESTIGANDO AS DIFICULDADES DOS
ACADÊMICOS DOS CURSOS DE ENGENHARIA DA UNESC POR MEIO DA
MONITORIA ON-LINE
Jose Victor Martins,1 Elisa Netto Zanette2
1,2
Universidade do Extremo Sul Catarinense
1
[email protected]
Palavras-chave: Cálculo, Dificuldades, Monitoria On-line.
INTRODUÇÃO
Apesar de sua importância e atualidade como
conhecimento, as disciplinas de cálculo estão entre
aquelas que apresentam mais dificuldades de
aprendizado pelos acadêmicos como afirmam Baldino e
Cabral (2004). Na Unesc, as pesquisas neste campo vêm
sendo desenvolvidas por professores de matemática e
áreas afins que se organizam no Grupo de Pesquisa em
Educação a Distância (GPEaD). Esta pesquisa tem como
objetivo investigar as dificuldades dos acadêmicos na
elaboração dos conceitos de Cálculo Diferencial e Integral
I (CDI I) por meio da monitoria on-line com o apoio de
material didático digital (MDD) como recurso didático
pedagógico.
METODOLOGIA
A pesquisa contempla as abordagens qualitativas e
quantitativas de coleta e análise de dados. Serão
utilizados como apoio o site de cálculo desenvolvido pelo
GPEaD e os recursos do Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA) da Unesc. São sujeitos da pesquisa
os acadêmicos, matriculados na disciplina de CDI I dos
cursos de Engenharia Civil, Química e Ambiental da
Unesc. A revisão bibliográfica que fundamenta o trabalho
relaciona-se com: educação matemática, processo
ensino–aprendizagem
de
cálculo,
tecnologias
educacionais no Ensino Superior, educação on-line e
Cálculo I. Os instrumentos de pesquisa a serem utilizados
são: diário de bordo e ferramentas de comunicação e
publicação do AVA. A monitoria será desenvolvida no
período de setembro a novembro de 2011. Após, os
dados serão tabulados e analisados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os recursos tecnológicos deveriam ser pensados como
uma transformação nas práticas educativas. Os
acadêmicos dos atuais cursos de graduação situam-se na
geração Y – “mais conectada da história da humanidade e
sabe usufruir toda tecnologia” (OLIVEIRA, 2010, p. 67)
para ampliar relacionamentos e buscar informações.
Flemming et. al. (2003) cita três formas diferentes de
interação nos processos pedagógicos: interação social
entre indivíduos face a face; interação entre indivíduos,
máquina e informação; interação entre indivíduos
mediada pela tecnologia. Assim, os ambientes
informatizados apresentam-se como ferramentas de
grande potencial nas monitorias on-line que podem
auxiliar nos processos cognitivos e no ensino–
aprendizagem de cálculo. Considerando que a pesquisa
está em andamento, não se tem ainda os resultados
referentes à atividade de monitoria de CDI I.
CONCLUSÃO
As leituras bibliográficas apontam para uma concepção de
aprendizagem que ultrapassa a simples utilização do
virtual e indica, como significativo, o trabalho focado a
partir das estruturas cognitivas do aluno. A monitoria online poderá, a partir das dificuldades detectadas, propiciar
dados para o desenvolvimento de propostas de
intervenção pedagógica que contribuam para a
elaboração do conhecimento e produção dos materiais e
objetos de aprendizagem para o site de cálculo.
AGRADECIMENTOS
Programa de Iniciação Cientifica PIC 170/Unesc. Unidade
Acadêmica de Humanidade, Ciência e Educação.
Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, SC.
REFERÊNCIAS
BALDINO, R.R; CABRAL, T.C.B. O ensino de
matemática em um curso de engenharia de sistemas
digitais. IN: CURY, H.N (org.) Disciplinas matemáticas
em cursos superiores: reflexões, relatos, propostas.
Porto Alegre: EDPUCRS. p. 139-186, 2004.
FLEMMING, Diva Marília, LUZ, Elisa Flemming,
COELHO, Claudio. Desenvolvimento de material
didático para educação a distância no contexto da
educação matemática. Florianópolis : UNISUL: Abed,
2003.
OLIVEIRA, Sidnei. Geração Y: O nascimento de uma
nova versão de líderes. SP: Integrare Editora, 2010.
106
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O USO DA FERRAMENTA “GOOGLE TRANSLATE” PARA TRADUÇÃO COM FINS
DE ESTUDOS
Nair Rodrigues Resende1
1
Instituto Federal de Santa Catarina
1
[email protected]
Palavras-Chave: Tradução, Leitura, Google Translate.
INTRODUÇÃO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No mundo globalizado em que vivemos, o acesso a textos
escritos em diferentes línguas se torna cada vez mais
uma necessidade entre estudantes e profissionais de todo
o mundo. Entretanto, o conhecimento de outras línguas
em nível adequado para uma leitura proficiente não é
privilégio de todos, por isso, muito optam por ferramentas
de tradução automática para traduzir o documento e
possibilitar sua leitura e compreensão. Uma das
ferramentas mais acessíveis, de fácil uso, e, por isso,
mais usada, é o Google Translate, que permite que
palavras, textos, e até mesmo sítios inteiros da web sejam
traduzidos em segundos. Contudo, por se tratar de
tradução automática, os processos de leitura e
compreensão não envolvem construção, conforme
requerem pressupostos, metáforas e a sobreposição de
scripts. Envolvem somente busca no banco de dados da
rede Google. O que está lá previsto a partir do uso pode
ser acessado e consultado, todavia o que não está
previsto não é construído. Este breve estudo analisa a
qualidade da tradução da ferramenta do Google a partir
do produto traduzido, observando as possibilidades de
manutenção de pressupostos e/ou sobreposição de
scripts de textos humorísticos. A pesquisa aqui
apresentada foi realizada com base na linguística de
corpus, que é a parte da linguística dedicada à exploração
de corpora, de conjuntos de dados linguísticos textuais,
naturais e autênticos, criteriosamente coletados,
destinados ao estudo de uma língua ou de variedades
linguísticas (SARDINHA, 2004).
No confronto entre os 249 pares de texto, foi observado
que alguns problemas como, por exemplo, influência do
inglês ou do português europeu, troca de nomes de
pessoas e contradições dificultam a compreensão da
tradução tornando-o muitas vezes o oposto do original.
Seguem exemplos na tabela abaixo:
METODOLOGIA
Foram selecionadas, no período de 25/11/2010 a
27/1/2011, 249 piadas em língua portuguesa em
que a compreensão ocorria por meio de inferência
ou por sobreposição de scripts. Para a seleção dos
textos, foram utilizados alguns sítios humorísticos da
web, mensagens eletrônicas recebidas e 38
exemplares da revista Seleções do período de
janeiro de 1997 a março de 2009. As piadas foram
separadas em arquivos de texto individuais e
numeradas para melhor análise. Depois da
separação, os textos foram traduzidos um a um
utilizando a ferramenta de tradução do Google
(Google Translate) e separados da mesma forma
que os originais. Com o corpus pronto, iniciou-se a
análise manual de todas as 498 piadas. Todas as
traduções foram lidas e comparadas aos textos
originais, verificando-se a manutenção, ou não, das
inferências
e/ou
sobreposição
de
scripts
necessários à compreensão total do texto como
humorístico.
Original
Letras
Festa
Bichas (homossexuais)
Dilma (presidenta)
Sujeito (pessoa)
Mulher casta
Discordo totalmente
Tradução
Cartas (Letters – inglês)
Parte (Party – inglês)
Colas
Jefe de personal
El tema/Objecto
Ramera
Estoy totalmente de
acuerdo
Além desses dados, um fator importante que influencia na
compreensão dos textos traduzidos é o uso semântico
das palavras em cada língua. Embora as palavras
possam ser traduzidas para outros idiomas, muitas vezes
seu uso não é adequado para a mesma situação da
língua de origem. Cita-se como exemplo desse uso
inadequado a palavra ensopada, que foi corretamente
substituída pela palavra espanhola estofado. A
inadequação aqui está no fato de a palavra em português
ter sido usada como sinônimo de molhada (ovelha
ensopada), o que não pode ocorrer com estofado
(estofado de cordero), que somente pode ser usada como
sinônimo de guisado. Outro exemplo de uso inadequado é
o verbo português apanhar que, no texto, foi usado no
sentido de sofrer castigo físico (surra) e foi traduzido
como recorrer, que seria apanhar no sentido de pegar,
adquirir. Essas inadequações de uso comprometeram
seriamente a manutenção da inferência, influenciando
dessa forma na compreensão textual inadequada por
parte do leitor da tradução.
CONCLUSÃO
Em uma análise geral, a manutenção das inferências nas
piadas traduzidas ocorreu de forma satisfatória. Dos 249
textos utilizados, 117 (46,99%) mantiveram os
pressupostos ou sobreposição de scripts e 132 (53,01%)
tiveram as inferências quebradas por diferentes motivos.
Contudo, desses 117, apenas 12 textos tiveram uma boa
tradução, e dessas 12, somente 4, o que representa 1,6%
do total, tiveram tradução correta, sem nenhum problema
de inadequação ou incoerência. As outras 105 piadas
foram analisadas apenas do ponto de vista da
manutenção das inferências, sem levar em conta outros
problemas tradutórios, por isso, o número foi
relativamente alto. Entende-se que a ferramenta de
tradução do Google, assim como qualquer ferramenta de
tradução automática, não é perfeita, porém para auxílio de
quem precisa ter noção geral de um texto em língua
107
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
desconhecida é válida, desde que o usuário tenha
consciência de que o produto não deve ser considerado
como texto original.
REFERÊNCIAS
ALFARO, Carolina. DIAS, Maria Carmelita P.
Tradução automática: uma ferramenta de auxílio
ao tradutor. In: Cadernos da tradução. V. 1, N.3,
Florianópolis:UFSC. P. 369-390
BERBER SARDINHA, Tony. Linguística de
corpus. Barueri: Manole, 2004.
Ferramenta google tradutor. Disponível em>
http://translate.google.com.br/ab out/intl/ pt-BR_ALL/
acesso em 03/02/2011
108
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
REAÇÕES QUÍMICAS EM GASES: COMBUSTÍVEIS E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Denner Joelso Antoniacomi,1 Adriano Willian da Silva2
1,2
Instituto Federal do Paraná – Campus Curitiba
1
[email protected]
Palavras-chave: Reações Químicas, Gases, Calor de Reação, Energia de Ativação.
INTRODUÇÃO
Com o advento da industrialização, o uso de combustíveis
para a geração de energia tornou-se cada vez maior. Com
uma busca mais constante por fontes energéticas, o ser
humano provocou, ao longo das últimas décadas,
gigantescas intervenções na natureza, e uma das maiores
agressões está ocorrendo na atmosfera. O aumento do
efeito estufa é uma dessas consequências. Na ânsia de
diminuir as causas do aumento do efeito estufa, muitas
pesquisas têm sido desenvolvidas para a obtenção de
fontes limpas de energia, com diminuição da liberação de
gases poluentes e, por conseguinte, do superaquecimento
do planeta. O estudo das variáveis que condicionam uma
reação química em gases, como temperatura, pressão,
energia de ativação e calor de reação são fundamentais
para determinar a eficiência de um combustível. Nesse
sentido, analisamos a quantidade de calor liberada por
reações de combustão dos gases DME (Éter Dimetílico),
Propano e Metano, atualmente utilizados como fontes de
energia.
METODOLOGIA
A metodologia deu-se com base no estudo das
propriedades físicas e químicas das substâncias
mencionadas, considerando os fundamentos da cinética
química e da termoquímica, onde aparecem os conceitos
de entalpia, calor de reação. As colisões reativas entre as
moléculas do gás são classificadas como colisões
inelásticas.
A análise dos dados levantados na bibliografia estudada
foi realizada com base na comparação das quantidades
relacionadas para cada material abordado. Outro dado
analisado é a quantidade de CO2 liberado na combustão
completa, adquirido a partir de cálculos estequiométricos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O DME apresenta algumas propriedades semelhantes ao
propano, tais como o valor da pressão de vapor saturado,
densidade em fase, vapor entre outras. Uma vez que um
dos principais constituintes do GLP é o propano essas
propriedades promovem a candidatura do citado éter a
substituto do GLP (gás liquefeito de petróleo).
PROPRIEDADES DME
PROPANO METANO
Temperatura de
ebulição
-25,1
-42
-161,5
(°C)
Densidade
(fase
líquida 0,67
0,49
**
g/cm³ 20°C)
Densidade
(fase
gasosa,
relativa ao ar)
1,59
1,52
0,55
Temperatura de
ignição
(°C)
PROPRIEDADES
Capacidade
calorífica
(kcal/Nm³)
Capacidade
calorífica
(kcal/kg)
Quantidade
CO2 liberado
combustão
completa de
kg
combustível
(kg)
Quantidade
CO2 liberado
geração
10000 kcal
(kg)
235
470
650
DME
PROPANO
METANO
14200
21800
8600
6900
11100
12000
1,913
3
2,750
2,77
2,7
2,29
de
na
1
de
de
na
de
O DME apresenta um poder calorífico inferior ao do
metano. Entretanto, ele se torna mais interessante
quando se avalia essa mesma propriedade em relação ao
volume gasoso, o que, em termos práticos, representa
mais energia gerada a partir de um mesmo volume de
combustível armazenado.
Combustão completa: Aquela na qual todo combustível
injetado no cilindro encontra a quantidade de ar
necessária para a sua queima completa. Na prática, este
tipo de combustão é inviável, dado que a relação arcombustível não é ideal para proporcionar a combustão
perfeita.
O metano apresenta o maior poder calorífico e emite
menos CO2 se compararmos todos gerando a mesma
quantidade de energia.
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos nos mostram que o DME (Éter
Dimetílico) tem o melhor potencial calorífico se
relacionado com seu volume. Por sua vez, o metano tem
a menor taxa de emissão de CO2 em relação ao seu
potencial calorífico por kg, comparando com os outros
gases analisados.
REFERÊNCIAS
Malen Cristi dos S. de Souza, Suzana M. H. Carvalho,
Telma Oliveira, Vera L. M. Lellis, Lucia G. Appel, DME, O
COMBUSTÍVEL DO FUTURO?, Instituto Nacional de
Tecnologia.
109
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PROJETO FÊNIX: DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTOS PARA AUXILIAR
BUSCA E RESGATE EM ESTRUTURA COLAPSADA
Jeferson Maciel Breganholi, Odair Francisco Bortoluzzi, Luís Carlos Radin
1
Licenciado em Geografia/Graduando em Ciências da Natureza Hab. Física IF-SC
Técnico em Mecânica/ Graduando em Ciências da Natureza Hab. Física IF-SC
3
Técnico em Elétrica/ Graduando em Ciências da Natureza Hab. Física IF-SC
1
[email protected]
2
Palavras-Chave: Equipamentos, Busca e Resgate, Estrutura Colapsada.
INTRODUÇÃO
O Projeto Fênix surgiu da necessidade do Grupo
Voluntário de Busca e Salvamento Gerar, em
treinamentos e situações reais, de efetuar busca e
resgate em estrutura colapsada. Foi solicitado aos
acadêmicos o desenvolvimento de equipamentos para
auxiliá-los na realização dessas atividades. Foi definido o
desenvolvimento de dois equipamentos, uma sonda para
visualização de espaços pequenos e um veículo a
controle remoto para distâncias maiores. Atualmente foi
finalizada a primeira fase com o a disponibilização de uma
sonda para o grupo Gerar.
METODOLOGIA
conforme as condições específicas de cada local. Essa
amostragem foi comparada em uma mesma estrutura
para os dois métodos, conforme imagem abaixo.
Figura 1 – Esquerda: busca feita pelo modelo antigo;
direita: busca com o protótipo da sonda
Fonte: Dos Autores
O Projeto Fênix está constituído de duas etapas. Uma
com os estudos preliminares e desenvolvimento da sonda
e outra no desenvolvimento do veículo a controle remoto.
A equipe é formada por: os autores, o acadêmico Gilson
Würz, o professor Msc. Elson Quil Cardozo e os
resgatistas do Grupo Gerar Paulo Almeida e Jefferson
Rank. Foram realizadas pesquisas bibliográficas e
atividades em treinamentos para verificar a real
necessidade do grupo. Para captar recursos e buscar
parceiros, foi desenvolvida uma campanha na mídia
escrita, falada e em meios eletrônicos. Foi construído um
protótipo da sonda que foi disponibilizada para testes pelo
Grupo Gerar. Após treinamento, foi avaliado o
equipamento e, com as sugestões de melhorias, retornouse aos laboratórios para desenvolver a versão final.
Com a utilização da sonda, deverá ser feito a abertura do
triangulo apenas em caso da presença de vítimas, com
isso, facilitando e acelerando o trabalho dos resgatistas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
AGRADECIMENTOS
Com a pesquisa bibliográfica e o acompanhamento de
treinamentos, foi percebida a necessidade de
modernização e adequação dos métodos brasileiros de
realização de busca e salvamento em estruturas
colapsadas. No exterior, já existem equipamentos para
realizar essas atividades, mas com valores elevados para
a realidade nacional. Os resultados aqui apresentados
retratam a primeira etapa deste projeto.
A sonda consiste na facilitação das operações de busca
em estruturas colapsadas proporcionando maior rapidez e
segurança para as atividades dos resgatistas e
aumentando as chances de sobrevivência de possíveis
vítimas.
De acordo com os levantamentos realizados durante os
treinamentos, os resgatistas levam cerca de 30 minutos
para romper uma estrutura e efetuar a visualização no
ambiente. Com a aplicação do protótipo da sonda, o
tempo ficou próximo de cinco minutos, melhorando o
tempo resposta do grupo.
Estes
dados
são
apenas
parâmetros
de
acompanhamento, pois os processos de busca variarão
A empresa Malwee, que financiou a primeira etapa do
projeto. Ao IF-SC Jaraguá do Sul, Amvali, Câmara de
Vereadores, Defesa Civil e aos amigos já citados
anteriormente pela fundamental participação no projeto.
CONCLUSÃO
A sonda portátil de visualização de estruturas colapsadas
em pequenas distâncias é o equipamento construído na
primeira etapa do projeto. É constituída de uma câmera
com visão infravermelha, monitor LCD, sistema de
alimentação (bateria 12v), sistema de visualização
cobrindo 90° na horizontal, 360° na vertical e um
carregador para baterias. Os resultados nos testes foram
considerados satisfatórios e atenderam às necessidades
do grupo e com um custo acessível à realidade nacional.
REFERÊNCIAS
FRANZOLINI, Dante Nasi. Manual de Búsqueda y
Rescate Urbano Cuerpo Bomberos Viña Del Mar, 8ª
edição. Texas, 2007.
CASTRO, Antonio Luiz Coimbra de. Manual de
Planejamento em Defesa Civil Vol. III, Imprensa
Nacional, Brasília, 2009
PROJETO GERAR. Estatuto Social da Associação
Grupo Voluntário de Busca e Salvamento Gerar –
GVBS GERAR. Disponível em:
<http://www.projetogerar.com. br/quem_somos.html>
Acesso em: 08 dez. 2010
110
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
GEOPOLÍMEROS OBTIDOS A PARTIR DE CINZAS DE CARVÃO MINERAL
Eduardo Sitta Blissari,1 Luis Philipe Spricigo, Viviana Conte, Edison Uggioni,
Adriano Michael Bernardin
Grupo de Materiais Cerâmicos e Vítreos, PPGCEM, Unesc
1
[email protected]
Palavras-Chave: Resíduos, Geopolimerização, Cinzas, Carvão Mineral, Reciclagem.
INTRODUÇÃO
Mais de 6,6% da eletricidade produzida no Brasil é gerada
a partir do carvão. Quando o carvão é queimado em uma
termelétrica, sobram cinzas como resíduos e parte se
deposita no fundo das caldeiras (cinzas pesadas) e outra
parte é transportada pelos gases quentes (cinzas
volantes). A combustão do carvão no Brasil gera mais de
820 mil toneladas de produtos de combustão a cada ano.
Essa quantidade tende a aumentar com o maior consumo
de carvão utilizado para gerar eletricidade (CIOFFI et al.,
2003). Como as cinzas contêm elementos tóxicos, os
aterros devem ser monitorados com relação a um
excessivo acúmulo de metais pesados, sais e
alcalinidade. Atualmente, as cinzas volantes são
estabilizadas integrando-as em materiais à base de
cimento. Nos casos em que as cinzas contêm alta
concentração de cloretos alcalinos, é difícil aplicar as
técnicas à base de cimento, pois os cloretos alcalinos
podem inibir a hidratação do cimento, e a matriz de
cimento não pode ser totalmente solidificada ou
estabilizada (COMRIE et a., 1988). Similarmente ao
processo geológico de transformação de algumas rochas
vulcânicas em zeólitas que ocorre a baixas pressões e
temperaturas
durante
a
formação
de
rochas
sedimentares, a geopolimerização pode ser modelada e
conduzida em sistemas cimentícios. A síntese direta de
aluminossilicatos alcalinos na composição de fase de tais
sistemas
cimentícios
pode
assegurar
excelente
durabilidade de rochas artificiais formadas com novas
propriedades, pois as estruturas e propriedades das
zeólitas variam muito. Esses sistemas cimentícios de
aluminossilicatos
alcalinos
foram
denominados
primeiramente de “solossilicatos”. Em 1972, Davidovits
denominou
“geopolímeros”
os
aluminossilicatos
tridimensionais
formados
rapidamente
à
baixa
temperatura por aluminossilicatos de ocorrência natural.
Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi reaproveitar
cinzas de carvão mineral para obtenção de geopolímeros
com intuito de inertização dos resíduos e obtenção de
produtos
cerâmicos
com
alto
valor
agregado
(DAVIDOVITS e ORLINSKI, 1988; DAVIDOVITS, 1988a;
DAVIDOVITS, 1988b).
METODOLOGIA
Cinzas pesadas da empresa Tractebel Energia (Capivari
de Baixo, Brasil) foram caracterizadas por espectroscopia
de fluorescência de raios X (FRX, Philips PW2400,
amostra fundida). Onze formulações com três fatores em
dois níveis foram formadas segundo um planejamento
estatístico fatorial. O tipo de hidróxido (sódio e potássio),
além de sua concentração (10 e 20 M) e temperatura (50
e 80°C) foram os fatores do experimento. As cinzas foram
secas e moídas (#325 ABNT) e o hidróxido foi adicionado
segundo seu tipo e concentração, segundo o
planejamento experimental. Os geopolímeros obtidos
foram vertidos em moldes cilíndricos (Φ=50 mm e h=100
mm) e mantidos em estufa na temperatura do
experimento até cura total em 30 dias. Após cura as
amostras de cada experimento foram submetidas a teste
de compressão (1 MPa/s).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise química das cinzas de carvão mineral mostra
que estas são compostas majoritariamente por sílica e
alumina, além de pequena quantidade de óxidos alcalinos
e alcalino-terrosos, tendo como principal contaminação os
óxidos de ferro e titânio. A perda ao fogo da cinza mostra
que a combustão não foi completa. Como a razão
estequiométrica entre sílica e alumina é próxima à
indicada na literatura (SiO2/Al2O3=2,5), a cinza foi utilizada
como única fonte de aluminossilicato. Após moagem a
cinza apresenta-se bem fina, adequada para a síntese de
geopolímero, com diâmetro médio de 7,6 μm, D 50=3,7 μm,
e D90=21 μm. Pela análise dos resultados para a
resistência à compressão das amostras em função do tipo
de base, teor de base e temperatura de síntese (tabela 1),
a análise de variância do sistema mostra que os fatores
mais importantes para a resistência à compressão são
primeiramente a temperatura e em seguida o percentual
de hidróxido utilizado, com grande confiabilidade para
ambos os resultados (α=0,01 e 0,02, respectivamente,
significando uma confiabilidade de 99% e 98%). O tipo de
base utilizada teve baixa significância.
Tabela 1 – Análise de variância para a resistência à
compressão
Fator
SQ
gL MQ
F
p
Base (tipo) 0,245
1
0,245
49
0,090
Base (%)
8,405
1
8,405
1681 0,016
Temp. (°C) 17,405 1
17,405 3481 0,011
Tipo×%
0,320
1
0,320
64
0,079
Tipo×°C
3,380
1
3,380
676
0,024
%×°C
3,920
1
3,920
784
0,023
Erro
0,005
1
0,005
Total
33,680 7
Onde: SQ= soma quadrática; gL= grau de liberdade; MQ=
média quadrática; F= teste de Fischer; p= confiabilidade.
A análise da curva de contorno para a interação entre o
tipo de base e a temperatura de síntese, Figura 1, mostra
o forte efeito da temperatura, pois os maiores valores de
resistência à compressão são obtidos para os menores
valores de temperatura, e para o uso de KOH como base
na síntese. Quando analisada a interação entre o
percentual de hidróxido e a temperatura, figura 2,
novamente percebe-se que os maiores valores para a
resistência mecânica à compressão das amostras
ocorrem para a combinação entre a menor temperatura
de síntese e o menor teor de hidróxido. A análise dos
resultados mostra que o tipo de base utilizada, KOH ou
NaOH, não interfere na resistência à compressão. Apesar
de a literatura indicar temperaturas da ordem de 120°C
para a síntese dos geopolímeros, os resultados obtidos
neste estudo mostram exatamente o oposto: quanto maior
a temperatura de síntese (80°C), menor a resistência à
111
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
compressão dos sistemas obtidos. Outro resultado
importante foi quanto ao teor da solução alcalina utilizada:
quanto maior a molaridade utilizada, menor a resistência
obtida. Esses efeitos estão diretamente relacionados à
formação da estrutura geopolimérica nas amostras, pois a
síntese alcalina age no sentido de unir os tetraedros de
sílica e alumina através de íons dissolvidos no gel
+
+
geopolimérico, neste caso Na e K . Outra possibilidade
da menor necessidade da solução alcalina seria a própria
constituição química das cinzas utilizadas, que contêm
pequena quantidade de Na2O e K2O em sua composição.
Figura 1 – Curva de nível para a interação entre o tipo de
base e a temperatura
85
É possível obter geopolímeros a partir de cinzas pesadas
da queima de carvão mineral. O único tratamento
necessário no resíduo é a diminuição do tamanho das
partículas. A partir dos resultados obtidos foi possível
perceber que o tipo de solução alcalina não altera a
resistência à compressão do sistema; porém, a
molaridade da solução, e, principalmente, a temperatura
de síntese alteram fortemente essa propriedade. Os
resultados de resistência à compressão obtidos são
superiores aos das natas de argamassa feitas com
cimento Portland tipo II, que apresentam resistência à
compressão próximos a 2 MPa sem a adição de
agregados.
AGRADECIMENTOS
80
Os autores agradecem ao CNPq e à Fucri pela concessão
das bolsas de estudo e do auxílio financeiro que tornaram
possível a realização deste trabalho.
75
Temperatura (°C)
CONCLUSÃO
70
65
REFERÊNCIAS
60
55
Rcomp (MPa)
>7
<7
<6
<5
<4
<3
KOH
<2
50
45
NaOH
1,2
1,4
1,6
1,8
Tipo de Base
Figura 2 – Curva de nível para a interação entre o
percentual de base e a temperatura
85
CIOFFI, R., MAFFUCCI, L., SANTORO, L. Resources
Conservation and Recycling 40 (1), 27–38, 2003.
COMRIE, D.C., PATERSON, J.H., RITCEY, D.J. In:
DAVIDOVITS, J., ORLINSKI, J. (Eds.), Proceedings of
the 1st International Conference on Geopolymer ‟88,
vol. 1. Compiegne, France, 1–3 June, pp. 107–123, 1988.
DAVIDOVITS, J. In: DAVIDOVITS, J., ORLINSKI, J.
(Eds.), Proceedings of the 1st International
Conference on Geopolymer ‟88, vol. 1, Compiegne,
France, 1–3 June, pp. 19–23, 1988a.
80
DAVIDOVITS, J. In: DAVIDOVITS, J., ORLINSKI, J.
(Eds.), Proceedings of the 1st International
Conference on Geopolymer ‟88, vol. 1, Compiegne,
France, 1–3 June, pp. 25–48, 1988b.
Temperatura (°C)
75
70
65
60
55
50
45
8
10
12
14
16
18
20
Rcomp (MPa)
>8
<8
<7
<6
<5
<4
22
<3
Base (%)
112
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PRINCÍPIOS DIDÁTICOS
Gisele Mezzari Silveira,1 Josiane Cruz Goularte,2 Solange Freitas Gomes,3 Ademir
Damazio,4 Josélia Euzébio da Rosa5
1,2,3,4
Universidade do Extremo Sul Catarinense
5
Universidade Federal do Paraná
1
[email protected]
Palavras-Chave: Princípios Didáticos, Escola Tradicional, Davydov.
INTRODUÇÃO
Este trabalho foi produzido a partir de leituras realizadas
sobre a obra de Davydov, cuja base teórica é a
abordagem histórico-cultural. Segundo Davydov (1987),
no surgimento do sistema capitalista, o papel social da
escola era apenas oferecer aos trabalhadores e seus
filhos uma alfabetização elementar. A partir disso, foram
elaborados alguns princípios didáticos, denominados por
Davydov de tradicionais. Em oposição a estes, o autor
sugeriu novos princípios. Desse modo, nosso objetivo, na
presente pesquisa, é investigar quais são os princípios
propostos por Davydov para o processo de ensino e
aprendizagem.
METODOLOGIA
A pesquisa, de natureza teórica, foi realizada em três
momentos distintos: 1) revisão de literatura; 2) discussões
no grupo de pesquisa Gpemahc (Grupo de Pesquisa em
Educação Matemática: uma abordagem histórico-cultural)
e 3) reuniões no pequeno grupo constituído pelos autores
do presente resumo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O propósito deste trabalho foi estudar a obra de Davydov
e identificar os princípios didáticos que este propõe para o
processo de ensino e aprendizagem. Segundo Davydov,
“escola tradicional” é o sistema relativamente único de
educação que serviu de base para seleção do conteúdo e
métodos de ensino, e que permanecem até hoje a serviço
do sistema de produção capitalista. Para o capitalismo, a
finalidade principal da educação é conceder aos filhos dos
trabalhadores conhecimentos e habilidades básicas como
saber ler, escrever e preparar a mão de obra barata.
Nesse sentido, o papel da escola é determinar a seleção
de conhecimentos e habilidades empírico-utilitárias, isto é,
formar o pensamento empírico racionalista discursivo nos
alunos. Esse pensamento dá conta apenas dos afazeres
cotidianos. Os alunos recebem uma formação, focada
apenas em desenvolver o pensamento empírico, são
preparados para uma produção capitalista, onde estes
servem e são subordinados ao maquinário. Os princípios
didáticos que regem esse tipo de ensino, denominado por
Davydov de tradicional, são: 1) caráter sucessivo da
aprendizagem, 2) acessibilidade, 3) caráter consciente e
4) visual, direto ou intuitivo. Em oposição a estes,
Davydov propõe: 1) o princípio do novo conhecimento; 2)
a educação que desenvolve; 3) o princípio da atividade; 4)
e, o caráter objetal. O princípio de “caráter sucessivo”,
mantém a ligação com os conhecimentos cotidianos que a
criança recebe antes de entrar na escola. Contudo, para
Davydov, é o conceito teórico dessa atividade que deve
ser apropriado pelo aluno. Com base no “princípio da
acessibilidade”, os conceitos, na escola tradicional, são
organizados para se adequar ao nível de idade e de
desenvolvimento já atingido pelas crianças. Para
Davydov, este princípio deve ser transformado em
princípio da educação que desenvolve. Assim, o ensino
deve criar condições para que ocorra o desenvolvimento
psíquico das crianças. No “princípio do caráter
consciente”, o conhecimento é passado ao aluno por meio
de abstrações verbais. Tais abstrações devem ser
relacionadas pelas crianças, por meio de ilustrações,
“exemplos concretos”. Em oposição ao princípio do
“caráter consciente”, Davydov sugere o “princípio da
atividade”. Nesse princípio, os alunos não recebem os
conhecimentos “prontos”, são eles orientados pelo
professor, que revela sua origem. No princípio do “caráter
visual”, direto ou intuitivo, os conteúdos são organizados
por comparações, em tais comparações as crianças
separam o comum, esse comum, por meio de palavras
leva à abstração do conteúdo. Tal princípio se resume ao
conhecimento discursivo-empírico, cuja base é a reflexão
das propriedades externas dos objetos. Tal princípio na
proposta de Davydov é substituído pelo “caráter objetal”,
cujas ações, com o objeto do conhecimento, leva as
crianças a reproduzirem suas representações na forma
material, gráfica, verbal e literal. Desse modo, possibilitase ao aluno revelar o conteúdo geral de um conceito e
identificar,
posteriormente,
suas
manifestações
particulares. Ou seja, por meio do movimento do geral
para o particular.
CONCLUSÃO
Aos estudarmos os princípios didáticos da escola
tradicional e os propostos por Davydov, algumas questões
surgiram. A educação matemática brasileira está
organizada em sintonia com os princípios compatíveis
com os sugeridos por Davydov ou os oriundos da escola
tradicional. Nossa hipótese para a continuidade da
pesquisa é de que os princípios que regem a educação
escolar brasileira são os advindos da escola tradicional. O
próprio autor nos diz que, para mudar essa realidade, fazse necessário reavaliar o conteúdo e os métodos de
ensino. Tal orientação davydoviana também se constitui
em objeto de estudo para nossas futuras pesquisas.
AGRADECIMENTOS
Fonte financiadora: Fundo de Apoio à Manutenção e ao
Desenvolvimento da Educação Superior (Fumdes).
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado
de Santa Catarina (Fapesc). Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
REFERÊNCIAS
DAVÍDOV, V. V. Análisis de losprincipios didácticos de la
escuela tradicional y posibles principios de enseñanza en
el futuro próximo. In: La psicología Evolutiva y
pedagógica em la URSS. Moscú. Progresso. 1987 p.
143-15
113
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ANÁLISE DOS EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS EM CRICIÚMA (SC) QUE OBTIVERAM
CERTIDÃO DE HABITE-SE NO PERÍODO 2004–2011
Daniele Prudêncio Felizardo,1 Pedro Rosso2
1,2
Instituto Federal de Santa Catarina
[email protected]
Palavras-Chave: Resíduos Sólidos, Coleta Seletiva, Condomínios.
INTRODUÇÃO
Tem-se observado na última década o crescimento
acentuado do ramo da construção civil, fato que pode ser
associado ao sonho das pessoas em ter a casa própria e
ao aumento da oferta e da variedade de financiamentos.
Para quem vai adquirir um imóvel, é importante verificar
se o mesmo possui a certidão de habite-se. Este é um
documento que atesta que o imóvel foi construído de
acordo com as exigências dos órgãos municipais para a
aprovação de projetos (PEZENTE, 2011). Para o poder
público municipal, essa é uma das formas de
acompanhamento da ocupação do espaço urbano e do
modo como esta ocupação se dá ao longo do tempo,
podendo ser utilizada na produção ou revisão dos planos
diretores. Essas informações podem ser úteis ao poder
público municipal quando, por força legal ou buscando a
qualidade de vida da população, for criar diferentes
políticas públicas, entre as quais aquelas relacionadas
com o saneamento básico. Nesse contexto, a Lei 12.305,
de 2/8/2010, define, no Artigo 10, que é incumbência do
Distrito Federal e dos Municípios “a gestão integrada dos
resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios”
(BRASIL, 2010). Sabe-se que a geração de resíduos é
uma característica da sociedade moderna e sua gestão é
um dos desafios a ser enfrentado por todos,
especialmente, pelo poder público, pois a gestão
inadequada dos resíduos sólidos é um problema
ambiental que tem impacto direto na qualidade de vida
das populações (ZANTA; FERREIRA, 2003). Entretanto,
com a urbanização acelerada e a verticalização das áreas
urbanas, a produção de resíduos tende a aumentar,
aumentando a necessidade de alternativas para
solucionar o problema. A coleta seletiva é componente
fundamental de um Programa de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos (PGIRS) sob a premissa do
desenvolvimento sustentável. Para desenvolvê-lo é
fundamental que as edificações estejam preparadas para
que se execute nelas uma parte importante deste
processo, que é a segregação dos resíduos na fonte.
Por diferentes razões, nem sempre as edificações estão
estruturadas para esta atividade, o que desestimula o
envolvimento dos moradores nos programas de coleta
seletiva, especialmente naquelas em que não há área e
equipamentos de armazenamento temporário para os
resíduos recicláveis. A falta de informações sobre a
infraestrutura (área e equipamentos) disponível nos
edifícios residenciais para armazenamento temporário de
resíduos recicláveis e sobre a existência e aplicação de
diretrizes e/ou normas para estruturação destes
ambientes no município de Criciúma (SC) motivou a
realização de um estudo cujo objetivo principal é
preencher esta lacuna nas informações e subsidiar os
envolvidos com a construção civil (profissionais,
construtoras, órgãos legisladores e fiscalizadores, poder
público municipal, entre outros) com informações e
sugestões para que possam elaborar alternativas para
serem utilizadas nas edificações, especialmente nos
edifícios residenciais, que visem facilitar a criação nos
municípios de programas de gerenciamento integrado de
resíduos sólidos. Este artigo relata a etapa de
levantamento e análise dos dados sobre os edifícios
residenciais que obtiveram certidão de habite-se no
município de Criciúma, no período 2004–2011.
METODOLOGIA
Inicialmente, foram realizados estudos teóricos e sobre a
legislação relacionada à construção civil e gestão de
resíduos sólidos. Posteriormente, foi realizado o
levantamento no setor responsável pela emissão das
certidões de habite-se da Prefeitura de Criciúma. Os
dados do período solicitado foram encaminhados
impressos e, a partir deles, fez-se uma análise dos
edifícios entregues para habitação no período 2004–2011.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados relativos às certidões de habite-se emitidas no
período compreendido entre janeiro de 2004 e setembro
de 2011 constam do banco de dados informatizado da
Prefeitura de Criciúma. Os dados anteriores a este
período não estão em banco de dados informatizado e a
documentação específica de cada processo está
guardada no Arquivo Morto do município, razão pela qual
as certidões de habite-se anteriores a 2004 não fazem
parte deste estudo. Foram identificados 96 edifícios que
obtiveram certidões de habite-se no período estudado, os
quais foram construídos por 25 construtoras em 12
diferentes bairros. Tem-se a informação de que há
edifícios para os quais a certidão de habite-se foi emitida
em nome de pessoa física. Também é possível que
algumas edificações tenham apenas a licença de
construção e que o processo para obtenção do habite-se
não tenha sido encaminhado. Estas informações não
puderam ser obtidas no setor responsável na Prefeitura.
Apesar de não se poder contar com esses dados,
segundo informações do setor responsável pela emissão
de licenças de construção e certidões de habite-se da
Prefeitura de Criciúma, os edifícios com habite-se
solicitado por construturas correspondem a mais de 90%
do total construído no período. Embora 25 diferentes
construtoras tenham solicitado habite-se para suas
edificações no período, 50% das edificações (48 edifícios)
foram executadas por apenas três construtoras. A maioria
das construtoras (18; 72%) solicitou habite-se para até
dois edifícios no período, 13 das quais (52%) solicitaram
apenas uma certidão de habite-se no período. A Figura 1
mostra o número de edificações por construtora.
114
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Construtoras
Figura 1 – Distribuição do número de edifícios por construtora
que obtiveram certidão de habite-se no período 2004 a 2011.
E 25
E 07
E 05
E 06
E 04
E 03
E 01
E 18
E 11
E 10
E 08
E 02
E 24
E 23
E 22
E 21
E 20
E 19
E 17
E 16
E 15
E 14
E 13
E 12
E 09
O crescimento populacional e a migração da população
rural para os centros urbanos têm ocasionado a
verticalização das cidades, provocando, entre outras
consequências, o aumento do número de condomínios
verticais e a concentração da geração dos resíduos
sólidos.
Neste estudo observou-se que 32,64% dos edifícios têm
entre sete e nove pavimentos e que edifícios maiores,
entre dez e 16 pavimentos, representam 36,48% (Figura
4).
Figura 4 – Nº de pavimentos nos edifícios com certidão de
habite-se no período 2004 a 2011.
30
25
20
0
5
10
15
15
20
Nº de edifícios
Figura 2 – Certidões de habite-se emitidas no período 2004 a
2011, em Criciúma (SC).
18
16
14
5
0
Até 5=
6 – 10
11 – 15
16 ou +
sem
informação
CENTRO
Nº de pavimentos
COMERCIÁRIO
PIO CORRÊA
MICHEL
CRUZEIRO DO SUL
JARDIM MARISTELA
SANTA BÁRBARA
OPERÁRIA NOVA
PRÓSPERA
UNIVERSITÁRIO
V.NOVA ESPERANÇA
MINA DO MATO
A verticalização é mais acentuada no Centro, onde estão
24% dos edifícios deste estudo com cinco a dez
pavimentos e 25,92% dos edifícios com mais de 11
pavimentos. No bairro Comerciário, também se observa a
verticalização, porém o número de edifícios é menor: seis
com seis a dez pavimentos e cinco com 11 ou mais. Nos
demais bairros, a verticalização é ainda pequena e os
edifícios têm em geral até dez pavimentos (Figura 5).
12
10
Nº de certidões de habite-se
N° de edifícios
10
Quanto ao número de certidões emitidas em cada um dos
anos da série histórica, não foram observadas alterações
significativas, com os anos de 2006 (15) e 2008 (16)
tendo apresentado números um pouco maiores, como se
pode observar na Figura 2.
8
6
4
2
0
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010 2011*
Figura 5 – Distribuição por bairro do número edifícios, segundo o
número de pavimentos.
* Contabilizadas apenas as certidões emitidas até o mês de julho.
A maioria dos edifícios que obtiveram certidões de habitese no período levantado (62; 64,58%) está concentrada
na área central da cidade. O bairro Comerciário foi o
segundo no número de certidões emitidas, totalizando 14,
equivalentes a 14,58% do total (Figura 3).
Figura 3 – Distribuição dos edifícios por bairros.
A análise da série histórica 2004–2011 evidencia que o
número de certidões de habite-se emitidas para edifícios
nos bairros Centro, Comerciário, Michel e Pio Corrêa
(88,54% das certidões de habite-se no período) tem se
mantido relativamente constante ao longo da série, o que
permite inferir que a verticalização, pelo menos nos
próximos anos, tende a continuar se concentrando nestes
bairros, conforme se pode observar na Figura 6.
115
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Figura 6 – Distribuição do número de certidões de habite-se na
série histórica 2004–2011, nos bairros Centro, Comerciário,
Michel e Pio Corrêa.
12
10
AGRADECIMENTOS
8
Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do
IF-SC (PRPPGI).
6
REFERÊNCIAS
4
Nº de habite-se
concentração de moradores e, consequentemente, de
resíduos produzidos. Pela evolução no número de
certidões de habite-se emitidas no período estudado,
infere-se que os bairros Centro e Comerciário tenderão a
continuar sendo aqueles mais procurados para a alocação
de edifícios residenciais, com consequente continuidade
do processo de verticalização destes locais.
2
0
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Ano de emissão do habite-se
Centro
Comerciário
Michel
Pio Corrêa
Obs.: Os dados de 2011 referem-se às certidões emitidas até o
mês de julho.
CONCLUSÃO
Criciúma, seguindo o que ocorre em muitas cidades
brasileiras, tem assistido a um incremento da indústria da
construção civil, fato que pode ser verificado pelo número
de certidões de habite-se. Contudo, em relação à
infraestrutura para coleta seletiva nos edifícios entregue
para habitação, nada pode ser verificado a partir das
informações obtidas na Prefeitura de Criciúma. Observouse que, apesar de muitas empresas construtoras atuarem
no município, a maioria dos edifícios foi obra de apenas
três construtoras. O bairro central da cidade destaca-se
pelo número de edifícios entregues no período (62) e por
concentrar o maior número de edifícios com 11 ou mais
pavimentos, evidenciando a verticalização do centro da
cidade. Esse fato reforça a necessidade da criação
urgente de políticas relacionadas à gestão integrada dos
resíduos sólidos, com foco na coleta seletiva, pois quanto
mais verticalizado for o espaço urbano, maior a
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n o
9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20072010/2010/Lei/L12305.htm>. Acesso em: 19 nov. 2010.
PEZENTE, Jorge Henrique . Certidão de habite-se.
Escolher & Construir. Disponível em:
<http://www.escolher-econstruir.eng.br/Dicas/DicasI/Habite/pag1.htm>. Acesso
em: 05 out. 2011.
ZANTA, V. M.; FERREIRA, C. F. A. Gerenciamento
Integrado de Resíduos Sólidos urbanos. In: BORGES,
A.C. et al. (Org.). Resíduos Sólidos Urbanos: Aterro
Sustentável para Municípios de Pequeno Porte. 1 ed. São
Carlos SP: Rima Artes e Textos, 2003, v. 1, p. 1-18.
116
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE ESPACIAL NA E.M.E.I.E.F.
FILHO DO MINEIRO (CRICIÚMA/SC) POR MEIO DA UTILIZAÇÃO DE CHECK LIST
Diego Figueiredo Viana,1 Tatiane de Souza Silvestre,2 Milena de Mesquita Brandão3
1,2,3
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IF-SC)
3
[email protected]
Palavras-Chave: Acessibilidade Espacial, Escola, Avaliação Pós-Ocupação.
INTRODUÇÃO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
Lei Federal n. 9.394/1996, coloca que alunos com
deficiência devem frequentar o Ensino Regular, mudando
o caráter da Educação Especial para uma perspectiva de
educação inclusiva. Desde então, as escolas têm
recebido uma grande quantidade de alunos com
diferentes deficiências. Dessa forma, pode-se dizer que a
efetiva inclusão de alunos com deficiência depende da
ação de um amplo conjunto de medidas públicas, que vão
desde a formação continuada de profissionais
especializados em educação especial, até a garantia do
acesso, permanência e êxito desses alunos. Entretanto,
muitas dessas instituições não estão preparadas para
receber essa demanda de alunos, seja no que se refere à
capacitação dos professores quanto às necessidades
educacionais específicas de cada um desses alunos, seja
em relação à adequação de seu ambiente construído.
Paralelamente a essa realidade, os profissionais atuantes
no setor da construção civil (técnicos em edificações,
arquitetos, engenheiros) não tiveram o tema da
acessibilidade nas disciplinas de seus cursos, não
estando preparados para projetar e executar obras que
considerem as habilidades e dificuldades das pessoas
com deficiência. Paradoxalmente, os parâmetros de
acessibilidade, presentes na Norma Brasileira de
Acessibilidade ABNT NBR 9050/2004, têm sua aplicação
obrigatória nos espaços de uso público (como escolas),
de acordo com o Decreto Federal n. 5.296/2004. Dessa
maneira, avaliar os espaços existentes e capacitar
profissionais do setor da construção civil é uma
necessidade urgente. Na Rede Municipal de Educação de
Criciúma, essa realidade não é diferente: são cerca de 70
escolas de Ensino Regular, com aproximadamente 170
alunos com deficiência. A maioria dessas escolas não
possui espaço físico adequado para receber esses
alunos. A pesquisa intitulada “Estudo Piloto de Avaliação
da Acessibilidade Espacial nas Escolas Municipais de
Criciúma” tem como objetivo apresentar diagnóstico com
relação às condições de Acessibilidade Espacial de
quatro escolas e propor soluções em nível de estudo
preliminar. Este resumo apresenta as primeiras etapas
desenvolvidas na pesquisa e alguns resultados
preliminares. Nessas primeiras etapas, foram realizados
reconhecimento e levantamento do espaço físico da
Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino
Fundamental (E.M.E.I.E.F.) Filho do Mineiro para
aplicação de check list de avaliação das condições de
acessibilidade espacial. A E.M.E.I.E.F. Filho do Mineiro
(Figura 1), localizada no bairro Metropol, possui uma área
de 1.272,90 m². É composta por três blocos:
Administrativo (com o portão de entrada principal da
escola, direção, setor administrativo, sala de AEE, sala de
aula de reforço e pátio coberto); Bloco 1 (nove salas de
aula, laboratório de informática, biblioteca, sala dos
professores, banheiros, cozinha e pátio coberto); Bloco 2
(duas salas de aula, outro portão de acesso e espaço
para futura ampliação com mais duas salas de aula e
banheiros). Na escola, há também uma quadra
poliesportiva e uma quadra de areia, ambas descobertas.
A escola Filho do Mineiro possui 634 alunos matriculados,
20 desses possuem algum tipo de deficiência.
Figura 1 – Entrada da E.M.E.I.E.F. Filho do Mineiro
Fonte: autores (2011).
Cabe apresentar, ainda, o conceito norteador desta
pesquisa. O termo acessibilidade é um conceito amplo e
abrangente relacionado ao direito de todos os cidadãos
de acesso e participação para o uso efetivo dos espaços,
promovendo a inclusão e o exercício da cidadania para
todas as pessoas, sem discriminação. De acordo com
Dischinger, Bins Ely e Piardi (2011), “acessibilidade
espacial significa bem mais do que poder atingir um lugar
desejado”. Segundo as autoras, um espaço acessível é
aquele de fácil compreensão, que permite ao usuário
comunicar-se, ir e vir, assim como tomar parte em todas
as atividades que esse espaço proporcione com
segurança, conforto e autonomia, considerando suas
necessidades específicas. As autoras criaram quatro
componentes para a acessibilidade (orientação,
desclocamento, comunicação e uso), que, segundo elas,
quando atendidas, contribuem diretamente para a plena
inclusão das pessoas com deficiência no ambiente
construído.
METODOLOGIA
A etapa inicial da pesquisa intercala estudos teóricos
sobre o tema acessibilidade em escolas e pessoas com
deficiência (por meio da pesquisa bibliográfica e
documental) com visitas em campo. Essas visitas têm
caráter exploratório e consistem na análise da
funcionalidade do ambiente construído, propiciando a
indicação dos principais aspectos positivos e negativos do
objeto de estudo e sugerindo recomendações. As visitas
exploratórias têm como objetivo apreender seu espaço a
partir da ótica das pesquisadoras e de registrá-lo por meio
de medições técnicas e fotografias. Essa etapa inicial
colabora diretamente para o planejamento da etapa
seguinte: aplicação de check list para avaliação de
acessibilidade elaborada pelo Ministério da Educação e
Cultura (MEC) e publicadas no “Manual de Acessibilidade
Espacial para Escolas: o direito à escola acessível!”
(DISCHINGER, BINS ELY & BORGES, 2009). As check
lists consistem em um roteiro de levantamento,
117
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
organizado com base nos espaços existentes em uma
escola e em itens da NBR 9050/2004. Durante o
levantamento, todos os itens da check list devem ser
fotografados e mapeados, para facilitar identificação e
localização dos problemas encontrados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o reconhecimento do local, foram realizadas as
visitas exploratórias. A Prefeitura de Criciúma
disponibilizou o projeto arquitetônico da escola, para
facilitar a sua leitura espacial. Entretanto, por esse projeto
estar desatualizado, foi necessário realizar levantamento
físico espacial, onde foram medidos, principalmente, os
ambientes internos da escola. Com o projeto arquitetônico
atualizado e o espaço já apreendido pelos pesquisadores,
foi possível planejar de que forma seriam aplicadas as
Check Lists, desenvolvidas pelo MEC (Figura 2). Esse
instrumento de levantamento foi elaborado considerando
a organização espacial de uma escola e seus principais
usos. As perguntas nele presentes consideram não
apenas questões normativas, mas também características
específicas do ambiente escolar que influenciam na
acessibilidade, por exemplo: “Existe faixa de pedestre
para ajudar a atravessar a rua em frente à escola?”; ou
“Existe parada de ônibus próxima à entrada da escola?”.
Todavia, em uma primeira aplicação, percebeu-se que
faltavam algumas perguntas-chave para o levantamento,
principalmente no que se refere ao dimensionamento de
elementos do espaço. Por exemplo, na check list do MEC
há perguntas como “Existe um balcão de atendimento que
permita a chegada de uma pessoa em cadeira de rodas,
ou seja, balcão mais baixo e com espaço de aproximação
para as pernas?”, e ao lado há a referência ao item da
NBR 9050/2004 que trata dessa questão. Entretanto, não
há especificado na check list qual dimensão do espaço de
aproximação. Isso dificulta o levantamento, pois um dos
principais propósitos da check list é fazer com que o
avaliador não precise lembrar todos os detalhes
referentes à NBR 9050. Sendo assim, foi necessário
readequá-la.
Figura 2 – Check list do MEC
Fonte: Dischinger, Bins Ely & Borges (2009)
A check list proveniente deste estudo é uma fusão da
elaborada para o MEC com a check list utilizada criada
para o Programa de Acessibilidade dos Edifícios Públicos
do Ministério Público do Estado de Santa Catarina (MPSC – Figura 3), presente na publicação “Promovendo
acessibilidade
espacial
nos
edifícios
públicos”
(DISCHINGER, BINS ELY & PIARDI, 2011). Sua estrutura
é um pouco mais completa do que da check list do MEC,
pois apresenta graficamente (na forma de ícones) a
componente da acessibilidade a que se refere à pergunta,
bem como espaço para observações. Além disso, todas
as suas perguntas apresentam, de maneira detalhada, os
parâmetros dimensionais de cada um dos itens
analisados. Depois dessa reestruturação (Figura 4), a
check list foi testada novamente na escola e se mostrou
adequada para o levantamento.
Figura 3 – Check list do MP-SC
EDIFICIO______________________________________ AVALIADOR______________________
LOCAL____________________________________
DATA______________
N
RESP.
LEGISLAÇÃO
LEI
C
ITENS A CONFERIR
ART.
SIM
N/A
OBSERVAÇÕES
NÃO
NA VIA PUBLICA
SEMAFORO
1,1
-
-
Existe semaforo nos dois
lados da via publica para
facilitar a travessias dos
pedestres?
1,2
9050/
99 2
Na existência de semáforo há
sinalização sonora quando o
mesmo estiver aberto?
04
Fonte: Dischinger, Bins Ely & Piardi (2011).
Figura 4 – Check list da pesquisa
Escola:______________________________ Avaliadores: Diego Figueiredo , Tatiane Silvestre
Local:_______________________________________
Data:_________
1- RUA EM FRENTE À ESCOLA
Legislação
C
Itens a conferir
Respostas
Sim
Norma/
Seção/
decreto
artigo
X
X
Existe faixa de pedestre
para ajudar a atravessar
a rua em frente à escola?
NBR
9050/04
9.9.1
9.9.2
Em caso de ruas muito
movimentadas e que
ofereçam perigo para
travessia, além dessa
faixa de pedestre, existe
algum elemento que
permita a travessia com
segurança, como
semáforo para
automóveis, semáforo
para pedestre com sinal
sonoro, redutor de
velocidade dos carros?
Não
Observações
N/A
Fonte: autores (2011).
Após a aplicação das check lists, os dados levantados
foram sistematizados em uma Tabela Síntese (Figura 5).
Essa tabela tem uma estrutura semelhante à da check list,
em que são apresentados, inicialmente, os itens da NBR
9050/2004 referentes ao item avaliado, bem como a(s)
componente(s) da acessibilidade, de maneira gráfica. Na
sequência, há a avaliação, em que as respostas de várias
perguntas da check list são unificadas formando um texto
descritivo detalhado sobre da situação espacial do local
analisado, com referência ao subitem da norma. Ao lado
da avaliação, é inserido um ícone de positivo (na cor
verde) ou negativo (na cor vermelha) para apresentar,
resumidamente, a conclusão da descrição da avaliação.
Por fim, é colocada uma imagem do local analisado. A
escolha pelo ícone positivo ou negativo, para indicar a
acessibilidade (ou a falta dela) no local de análise, deve
ser feita de maneira qualitativa e não quantitativa. Não se
pode dizer que um espaço é 70% acessível, por exemplo.
Em acessibilidade, um item em desacordo com a NBR
9050/2004 pode inviabilizar o acesso e o uso de diversos
ambientes de uma escola. É o caso de um sanitário
acessível (com barras e espaçamentos adequados)
localizado em um pavimento que só é acessado por
escadas; ou de uma rampa com inclinação de 8,33% (em
conformidade com a norma) localizada após um degrau.
118
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Figura 5 – Tabela Síntese de Avaliação da Acessibilidade
Tabela síntese de avaliação segundo NBR 9050-2004
N
Lei/
Artigo
A1
9.9
6.10
A2
6.1
6.10
6.2
C
Avaliação
Rua em frente à escola
Foto
Atravessando a rua
A rua em frente da escola não é muito
movimentada, mas oferece grade
perigo para a travessia por não ter
nenhum elemento que permita a
travessia com segurança [9.9.1/9.9.2] ,
assim como a faixa de pedestre que
esta desgastada e mal dar para ve-la,e
também a falta de rebaixamento da
calçada ao lado direito da escola
[6.10.11.1] e a falta de uma parada de
ônibus próxima à entrada dela.
Calçada em frente à escola
As vias de passeios são pavimentadas,
mas há buracos e obstáculos [6.1.1],
sem identificação do piso tátil alerta
[6.1.2], mas com largura adequada.
Fonte: autores (2011).
CONCLUSÃO
A readequação da check list para esse estudo mostrou-se
eficaz para avaliação da acessibilidade no ambiente
escolar. Sua aplicação foi rápida e não gerou dúvidas aos
bolsistas que ainda não possuem grande experiência com
esse tipo de levantamento. Sabe-se, no entanto, que
ainda é necessário fazer uma análise do espaço a partir
do olhar dos alunos com deficiência. Sendo assim, a
etapa seguinte da pesquisa consiste na realização de
Passeio Acompanhado (DISCHINGER, 2000) com alunos
com deficiência (com intuito de apreender o espaço sob a
ótica do usuário). Após o término da avaliação da
acessibilidade espacial da E.M.E.I.E.F. Filho do Mineiro,
outras três escolas serão avaliadas, com base nos
mesmos procedimentos utilizados. Acredita-se que o
“Estudo Piloto de Avaliação da Acessibilidade Espacial
nas Escolas Municipais de Criciúma” contribuirá
diretamente para a melhoria do espaço físico das escolas
estudadas. Para pedir verbas para reformas, a Prefeitura
necessita de um diagnóstico detalhado da situação de
suas escolas e, atualmente, em seu quadro de
funcionários, não há profissional habilitado para realizar
tal diagnóstico. Espera-se, dessa forma, que o relatório
final desta pesquisa sirva de base para essa busca por
recursos para reforma.
AGRADECIMENTOS
Esta pesquisa é financiada pelo Edital Universal n.
11/2011 da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e
Inovação (PRPPGI) do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IF-SC).
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
NBR 9050: Acessibilidade de pessoas portadoras de
deficiências a edificações, espaço, mobiliário e
equipamento urbano. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
BRASIL. Decreto Federal n. 5.296, de dezembro de
2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de
novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às
pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de
2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos
para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e
dá outras providências. Brasília, 2000.
______. Lei Federal n. 9.394, dezembro de 1996.
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
DISCHINGER, Marta. Designing for all senses:
accessible spaces for visually impaired citizens. Göteborg,
Suécia: Department of Space and Process, School of
Architecture, Chalmers University of Technology, 2000.
______; BINS ELY, Vera Helena Moro; BORGES, Monna
Michelle Faleiros da Cunha. Manual de Acessibilidade
Espacial para Escolas: o direito à escola acessível!
Brasília, Ministério da Educação – Secretaria de
Educação Especial, junho de 2009.
______; ______; PIARDI, Sonia Maria Demeda Groisman.
Promovendo acessibilidade espacial nos edifícios
públicos: programa de acessibilidade às pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida nas edificações de uso
público. Florianópolis, 2011. [em publicação]
119
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O ESTADO DA ARTE DA OBRA DE DAVYDOV NA LÍNGUA INGLESA
Alexsander Estevam Pereira,1 Ademir Damazio,2 Josélia Euzébio da Rosa³
1,2
Universidade do Extremo Sul Catarinense
3
Universidade Federal do Paraná
1
[email protected]
Palavras-Chave: Davydov, Estado da Arte, Língua Inglesa.
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa insere-se na grande área das
ciências humanas com ramificação na educação, mais
especificamente na Educação Matemática e está ligada a
um projeto maior sobre o estado da arte da obra de
Davydov no cenário mundial. O estudo tem como
fundamento teórico a abordagem histórico-cultural com
enfoque nas obras do psicólogo V. V. Davydov e seus
colaboradores, especialmente, os seus escritos para a
Educação Matemática. O problema de pesquisa é: Quais
as contribuições do sistema de Davydov para o ensino
escolar a partir dos estudos feitos por grupos cuja língua
materna é a inglesa. Um dos objetivos desta pesquisa, em
andamento, é investigar o estado da arte da obra de
Davydov na língua inglesa. O foco principal é para as
obras sobre o processo de ensino e aprendizagem de
matemática.
METODOLOGIA
A pesquisa é de natureza teórica e qualitativa
fundamentada na teoria histórico-cultural baseada no
método materialista histórico-dialético. Via internet,
buscamos evidências do desenvolvimento do sistema de
ensino de Davydov nos EUA, em livros e artigos
publicados abordando os temas: álgebra nos primeiros
anos iniciais e o sistema de ensino de Davydov como
possibilidade nas escolas estadunidenses. Levantamos
dados sobre os pesquisadores de acordo com a
relevância de suas pesquisas em publicações e que
estudam, ou tem interesse no referido sistema e
estabelecemos contato com os mesmos via e-mail. O
estudo é realizado em bibliotecas virtuais, sites
especializados e nas próprias obras de Davydov.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No estado atual da pesquisa já há alguns dados que
refletem o teor das pesquisas sobre o referido sistema
nos Estados Unidos. Keith Devlin (2011) publica em sua
coluna, on-line, questões sobre matemática e educação
matemática e, questiona a organização do ensino de
matemática em seu país. A crítica aborda as
representações empíricas do número, ou seja, a
contagem discreta presente no currículo estadunidense.
Questiona também se o início do ensino de matemática a
partir da contagem de números seria a melhor abordagem
no ensino. Com vistas a uma mudança em relação à
educação estadunidense, Dougherty, Slovin e Venenciano
(2008) criaram o programa Measure Up. Nesse programa,
as pesquisadoras desenvolveram todo o sistema de
Davydov para a matemática durante seis anos, com
turmas de 1º ao 6º ano. A partir dos resultados positivos
obtidos na pesquisa, as autoras criaram um currículo
adaptado do sistema de Davydov. Schmittau (2004)
também pesquisou e desenvolveu durante três anos o
sistema de Davydov com alunos. A autora destacou a
importância de um sistema de educação para a
matemática que desenvolva o pensamento teórico em
detrimento dos espontâneos em situação escolar, e
defendeu que é a aprendizagem a responsável por
alavancar o desenvolvimento humano, contrariando
concepções maturacionistas ou inatistas. Simon, em
parceria com Dougherty (2011), também pesquisa as
possibilidades do sistema de Davydov para a educação
nos Estados Unidos. Esses pesquisadores contaram com
um apoio financeiro da Fundação Nacional de Ciências
(NSF) no valor de 2 milhões de dólares para desenvolver
a pesquisa durante cinco anos, começando em 2010.
Analúcia Schliemann, da Universidade de Tufts, pesquisa
a álgebra como potencial para o desenvolvimento
cognitivo das crianças em séries iniciais, usando o
sistema de Davydov como exemplo. Ji Eun-Lee, da
Universidade de Oakland, também desenvolveu o sistema
de Davydov, de forma breve. Ao refletir sobre a sua
práxis, concluiu, assim como afirmam os críticos de
Davydov, que o ensino de matemática, a partir do sistema
de Davydoviano é desafiador, mas que é um sistema que
visa ao desenvolvimento do conhecimento científico e
quer quebrar com a empiria predominante nas escolas.
CONCLUSÃO
Há, nos Estados Unidos, um número considerável de
pesquisadores interessados em estudar o sistema de
Davydov. Devido ao bom desempenho dos alunos que
estudam nesse sistema, como os próprios autores citam,
esse interesse tem aumentado. A proposição de alguns
dos pesquisadores mencionados é que o sistema de
Davydov integre o currículo oficial da educação escolar
estadunidense pelo seu potencial no desenvolvimento do
pensamento teórico dos alunos. Em uma análise prévia
dos dados, percebemos que a pesquisa de alguns autores
é voltada especificamente para a inovação da inclusão da
álgebra nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Em
outras pesquisas, no entanto, é notável o esforço em
resgatar todo o conteúdo científico que o sistema de
Davydov proporciona às séries iniciais. Estes dados
apontam para a tendência da tentativa de estabelecer a
álgebra como parte curricular principal nos primeiros anos
das séries iniciais, o que direciona a pesquisa ao campo
das bases teóricas que fundamentam o sistema de ensino
de Davydov. O próximo objetivo que se estabelece é a
análise das produções dos autores citados e estabelecer
a relação entre os objetivos da pesquisa de Davydov e os
desses autores.
AGRADECIMENTOS
Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da
Educação Superior (Fumdes). Unidade Acadêmica de
Ciência e Educação. Universidade do Extremo Sul
Catarinense – Unesc (SC), Brasil. Fundação de Amparo à
Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina
(Fapesc). Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq).
120
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
REFERÊNCIAS
SCHMITTAU, J.; MORRIS, A. K. The development of
algebra in Davydov’s elementary curriculum, The
Mathematics Educator.Vol.8, No.1, p. 60-87, 2004.
SLOVIN, H; VENENCIANO, L. Succes in algbra. In: PME
32 and PME-NA XXX, Julho, Morelia, Mexico. 2008.
DEVLIN, K. Should Children Learn Math by Starting
with Counting? Disponível em:
<http://www.maa.org/devlin/devlin_01_09.html>. Acesso
em: 03 ago. 2011.
121
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
APROPRIAÇÃO DE CONCEITOS MATEMÁTICOS: POSSIBILIDADES DE ENSINO
PARA OS ALUNOS DO 6º E 7º ANOS DO COLÉGIO UNESC
Jaqueline Ronchi Martinello, Antonio Serafim Pereira, Eloir Fátima Mondardo
Cardoso
PPGE/FORGESB/Colégio Unesc
1
[email protected]
Palavras-Chave: Ensino, Conceito, Matemática.
INTRODUÇÃO
Neste trabalho descrevemos a experiência desenvolvida
em matemática com o objetivo de contribuir para que os
alunos envolvidos superem as defasagens conceituais
decorrentes da não apropriação de conteúdos essenciais
estudados. Salientamos que este trabalho integra o
Projeto de
Extensão/Unesc
“Construindo novas
possibilidades de aprendizagem para os alunos do Ensino
Fundamental do Colégio de Aplicação da Unesc, CAP:
uma experiência de extensão”. Para tal, buscamos
fundamentação teórica na abordagem histórico-cultural,
especificamente, no sistema de ensino Elkonin–Davydov,
incluindo o Ensino por Problematização e Pesquisa (EPP)
que constituem os pressupostos pedagógicos do CAP
(CARDOSO e PEREIRA, 2010). Este referencial se
justifica por oferecer subsídio teórico para a apropriação
do conhecimento científico. Para isso, os conceitos
matemáticos são desenvolvidos na inter-relação das
significações algébricas, aritméticas e geométricas
(DAVYDOV, 1982).
METODOLOGIA
A proposta de ensino de matemática fundamentada no
referencial
teórico
mencionado
adota
para
o
desenvolvimento do projeto os seguintes procedimentos
metodológicos: a) acompanhamento semanal de todas as
aulas regulares de matemática ministradas pela
professora titular; b) participação da bolsista em grupos
de estudo da proposta de Elkonin–Davydov; c) definição
dos conceitos essenciais, conforme as necessidades dos
discentes; d) estudo teórico e metodológico dos conceitos
definidos; e) seleção dos alunos a serem atendidos; f)
apresentação/discussão do projeto para os pais dos
alunos envolvidos; g) planejamento com a professora
titular, em horário específico, das tarefas de ensino a
serem desenvolvidas em relação ao projeto; h) execução
semanal do plano de ensino elaborado em horário inverso
às aulas regulares dos alunos; i) registro sistemático do
processo em desenvolvimento; j) desenvolvimento de
novas atividades com os mesmos objetivos, para os
alunos que ainda não se apropriaram dos conceitos. Em
todos os momentos da execução do projeto vem sendo
garantida a inter-relação entre a professora titular e
bolsista. Os dados empíricos para análise foram obtidos
por meio de filmagens das aulas de matemática e
fotografias de tarefas desenvolvidas pela proposta do
sistema de ensino de Elkonin–Davydov abordando o
conceito de número.
O sistema de ensino elaborado por Elkonin–Davydov
centra-se na ideia de medida, enquanto comparação de
duas grandezas da mesma espécie, que pode ser
representada tanto do ponto de vista algébrico, quanto
geométrico e aritmético. Assim o aluno tem uma
apropriação mais abrangente do conceito de número. Dos
dez alunos que atendemos até o momento, considerados
prioritários pela professora titular, em função das suas
dificuldades em relação aos números racionais,
dedicamos atenção especial ao ensino das operações
com números (adição, subtração, multiplicação, divisão e
as relações de igualdade e desigualdade). Conforme
análise conjunta com a professora titular, os alunos vêm
superando gradativamente as defasagens conceituais
apresentadas antes da intervenção pedagógica.
CONCLUSÃO
As tarefas presentes na proposta do sistema de ensino D.
B. Elkonin – V. V. Davydov relativas ao conceito de
número possibilitam a formação e o desenvolvimento do
pensamento geométrico, algébrico e aritmético. Estes não
são introduzidos separadamente, mas em um sistema de
tarefas interligado conceitualmente, no qual cada
pensamento auxilia no desenvolvimento do outro. Embora
os resultados obtidos até agora sejam parciais (projeto em
andamento), tem-se evidenciado que a iniciativa se
configura como possibilidade de aprendizagem dos
conceitos matemáticos. Isso se deve à base teórica que
toma como pressuposto de que o pensamento lógicomatemático se desenvolve melhor quando o aluno tem
possibilidade de dar significado aos conceitos científicos
(DAVYDOV, 1982, VYGOTSKY, 1996).
AGRADECIMENTOS
AGÊNCIA FINANCIADORA
O projeto é financiado pela Propex/UNAHCE/ Unesc.
REFERÊNCIAS
CARDOSO, E. F. M. PEREIRA, A. S. Problematização e
pesquisa no ensino fundamental: critérios e interrogações.
Roteiro, Joaçaba, v. 35, n. 2, p. 343-362, jul./dez. 2010
DAVYDOV, V. V. Tipos de generalización en la
enseñanza. 3ª ed. Habana: Editorial Pueblo y Educación,
1982. 485p
VYGOTSKY, L. S. (Obras Escogidas IV: Incluye
Paidología del adolescente problemas de La
psicología infantil). Madrid: Visor Distribuciones, 1999
RESULTADOS E DISCUSSÃO
122
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
LEVANTAMENTO COMPARATIVO DA QUALIDADE DE VIDA DOS DOCENTES DO
ENSINO MÉDIO DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE CRICIÚMA E ORLEANS (SC)
1
PAIM, Tatieli Dagostim,1 CRISTIANO, Marta Adriana da Silva2
Fisioterapeuta; Especialista em Terapia Intensiva (Inspirar – PR) e Especialista em Ciências dos Saberes da Educação
1(Unibave – SC).
2
Mestre em Ciência da Computação (Ufsc – SC). Especialista em Educação Inclusiva (UCB – RJ). Pesquisadora do
Núcleo de Pesquisa em Tecnologia Produtiva – Nutec (Unibave – SC).
1
[email protected]
Palavras-Chave: Qualidade de Vida, Docentes, Ensino Médio, Rede Pública.
INTRODUÇÃO
O processo de globalização da economia, características
do padrão mundial de produção e comércio, vem
introduzindo mudanças radicais na vida e nas relações
entre os países e pessoas, realizando transformações
culturais e socioeconômicas no mundo do trabalho, nas
determinantes da saúde e doença, no quadro da
morbimortalidade e na organização das práticas de saúde
e segurança relacionadas ao trabalho (SILVA, 2003, s/p).
Desde 1957, estudos realizados pela Organização
Internacional do Trabalho abordam a situação do
comprometimento
do
trabalho
dos
professores
relacionados com situações particulares do exercício
profissional, no seu quadro de mudanças sociais amplas e
sistêmicas (RODRIGUES; ALVES, 2008, p. 10).
Este estudo tem como perspectiva a tentativa de
desvendar e compreender como os processos de trabalho
dos professores contribuem para favorecer o desgaste e o
adoecimento dos docentes, que impedem o exercício da
profissão. Os motivos para verificação da Qualidade de
Vida (QV) dos docentes foram mobilizados devido às
pesquisas nessa área, pelas ocorrências globais e em
elevação de licenças médicas em diferentes sistemas
educacionais (RODRIGUES; ALVES, 2008, p. 10).
Diante disso, houve a necessidade de realizar um
levantamento comparativo da qualidade de vida nos
docentes do Ensino Médio da rede pública estadual de
Criciúma e Orleans (SC). Verificar o bem-estar físico,
aferir a qualidade psicológica (auto-estima, sentimentos
negativos), diagnosticar o meio ambiente vivido (ruídos) e
analisar as relações sociais mantidas (amigos, colegas,
familiares) pelos docentes do Ensino Médio da Rede
Pública Estadual de Criciúma e Orleans (SC).
METODOLOGIA
Caracteriza-se por uma pesquisa de campo, de
levantamento de dados, exploratória, quantitativa e
descritiva. Os professores envolvidos foram convidados
para participar da mesma nos locais específicos das suas
atividades, ou seja, nas escolas da rede pública estadual
das cidades onde atuam.
Para iniciar a pesquisa, foi solicitado aos dirigentes das
escolas de Criciúma e Orleans (SC), autorização para
aplicação do questionário sobre Qualidade de Vida entre
os docentes do Ensino Médio, a fim de obter o
consentimento livre e esclarecido (TCLE) no qual
constava o relato sobre os objetivos e etapas da
pesquisa. Após isso, os docentes responderam ao
questionário WHOQOL – bref., instrumento central desta
pesquisa.
O instrumento é formado por 26 questões, considerando
informações das duas últimas semanas dos avaliados,
sendo composto por duas questões gerais (uma referente
à QV e outra relacionada à saúde) e as outras 24
questões relativas aos quatro domínios (FLECK et al,
2003, p. 179).
Dos questionários enviados às instituições, 36% dos
docentes de Criciúma e 87% dos professores de Orleans
responderam. A pesquisa transcorreu em Criciúma, no
mês de outubro de 2011, e, em Orleans, durante o mês
de novembro de 2009. Foram incluídos na amostra os
docentes do Ensino Médio da rede pública estadual de
Criciúma e Orleans (SC), independente do sexo, raça e
faixa etária. Como critérios de exclusão, os docentes que
não ministravam aulas no Ensino Médio; que não fazem
parte da rede pública, que se encontrava em licença
temporária de suas atividades e os que se negaram a
assinar TCLE.
Os resultados obtidos foram expressos por percentuais.
Os dados foram organizados em planilha Excel e, para a
análise estatística, foi usado o programa computacional
SPSS.
Do total de questionários respondidos, dividiu-se
conforme o gênero (QUADRO I).
Verificou-se uma prevalência maior do sexo feminino em
detrimento do masculino.
QUADRO I – Percentual dos Questionários respondidos
conforme gênero
Percentual dos Questionários Respondidos
Conforme Gênero
Total
Feminino
Masculino
Criciúma100%
77,78%
22,22
Orleans100%
91,18%
8,82%
FONTE: Dados das pesquisadoras, 2011.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos docentes de Criciúma observou-se que 55,56% dos
docentes avaliaram sua qualidade de vida como nem
ruim, nem boa; 22,22%, como boa; 11,11%, como muito
ruim e muito boa e nenhum docente considerou sua
qualidade de vida ruim. Em Orleans, 58,83% dos
docentes responderam que sua qualidade de vida é boa;
23,52%, muito boa; 11,76%, nem ruim, nem boa; 7,7%,
ruim, e nenhum docente assinalou a alternativa muito
ruim.
Na pesquisa realizada por Pereira (2008, p. 45), verificouse que 68,3% dos docentes do Ensino Básico de
Florianópolis (SC) consideraram sua qualidade de vida
boa ou muito boa.
O estudo citado mostra prevalência similar à encontrada
em Orleans para o mesmo grupo em questão. Em
Criciúma, houve oposição onde a maioria dos
entrevistados considerou sua QV nem ruim nem boa.
123
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
GRÁFICO I – Como você avaliaria a sua qualidade de
vida?
Como você Avaliaria a sua Qualidade de
Vida ?
55,56%
Criciúma
58,83%
Orleans
23,53%
22,22%
11,76%
5,88%
0% 0%
11,11%
11,11%
MR
R
NBNR
B
MB
FONTE: Dados das pesquisadoras, 2011.
Os docentes do Ensino Médio da Rede Pública Estadual
de Criciúma consideraram sua satisfação em relação a
sua saúde: 33,34% satisfeitos; 33,33% nem satisfeitos
nem insatisfeitos; e 11,11% muito insatisfeitos,
insatisfeitos e muito satisfeitos. Em Orleans, 55,89%
satisfeitos, muito satisfeitos 26,47%, nem satisfeito nem
insatisfeito 14,70%; insatisfeito 2,94% e nenhum docente
considerou muito insatisfeito.
GRÁFICO II – Quão satisfeito(a) você está com sua
saúde?
Quão Satisfeito(a) você está com sua
55,89%
Criciúma
33,34% 33,33%
Orleans
26,47%
11,11% 11,11%
0%
14,70%
11,11%
2,94%
MI
I
NSNI
S
MS
FONTE: Dados das pesquisadoras, 2011.
Na pesquisa de Pereira (2008, p. 45), a maior parte dos
docentes, 43,6%, considerou-se satisfeita com sua saúde,
e 24,4%, insatisfeitos.
Nesta pesquisa, a maioria dos entrevistados está
satisfeita com sua saúde.
Quanto ao domínio físico, observa-se que a maioria dos
docentes entrevistados considera como muito pouco o
impedimento de sua dor física para realizar as suas
atividades diárias, 33,34% (Criciúma) e 35,29% (Orleans);
mais ou menos 33,33% (C) e 20,59% (O); nada 22,22%
(C) 32,35% (O), extremamente 11,11 % (C) e 2,95% (O) e
bastante 0% (C) e 8,82% (O). Em relação a quanto os
docentes precisam de algum tratamento médico para
levar a sua vida diária 66,67%(C) e 47,06% (O) muito
pouco; 11,11% (C) e 26,47% (O) mais ou menos; 0% (C)
e 20,59% (O) respondeu nada; 11,11% (C) e 2,94% (O)
bastante e 11,11% (C) e 2,94% (1) extremamente. Para a
questão sobre energia suficiente para o seu dia a dia,
77,78% (C) e 26,47% (O) Médio; 11,11% (C) e 32,35%
(O) assinalaram a alternativa Muito; 11,11% (C) e 20,95%
(O) Muito pouco, 0% (C) e 20,95% (O) completamente e
nenhum docente assinalou a alternativa Nada. Quanto à
satisfação com o sono, 22,22% (C) e 50% (O) dos
professores estão satisfeitos, 22,22% (C) e 20,59% (O)
muito satisfeitos, 33,34% (C) e 14,70% (O) nem satisfeito
nem insatisfeito, 22,22% (C) e 11,77% (O) insatisfeito e
0% (C) e 2,94% (O) muito insatisfeitos. Em relação à
capacidade dos docentes em desempenhar as atividades
do seu dia a dia, 33,34% (C) e 47,06% (O) estão
satisfeitos, 22,22% (C) e 23,53% (O) nem satisfeitos nem
insatisfeitos, 33,33% (C) e 17,64% (O) insatisfeitos,
11,11% (C) e 11,77% (O) muito satisfeitos e nenhum
professor assinalou a alternativa Muito insatisfeito. Sobre
a satisfação com a capacidade ao trabalho 22,22% (C) e
50% (O) estão satisfeitos, 11,11% (C) e 20,59% (O) muito
satisfeitos, 22,22% (C) e 20,59% (O) nem satisfeito nem
insatisfeito, 44,45% (C) e 8,82% (O) insatisfeitos e
nenhum docente assinalou Muito insatisfeito.
Na pesquisa realizada por Vedovato & Monteiro (2008,
s/p) com professores de nove escolas estaduais paulistas
verificou-se que 30,6% dos docentes consideraram que o
trabalho físico é extenuante. Os professores de Orleans
apresentam-se satisfeitos em relação ao domínio físico,
porém, os docentes de Criciúma se encontram
insatisfeitos quanto à capacidade em desempenhar as
atividades do dia a dia.
Quanto ao domínio psicológico em relação ao quanto os
docentes aproveitam a vida, 11,11% (C) e 52,95% (O)
aproveitam bastante; 11,11% (C) e 17,64% (O)
extremamente; 55,56% (C) e 17,64% (O) mais ou menos;
22,22% (C) e 11,77% (O) muito pouco e nenhum docente
responde em nada. Em relação a quanto os professores
acham que a vida tem sentido, 11,11% (C) e 50% (O)
destes responderam extremamente, 55,55% (C) e 41,18%
(O) bastante; 11,11% (C) e 5,88% (O) mais ou menos;
22,22% (C) e 2,94 (O) muito pouco e nenhum respondeu
a alternativa Nada.Quanto à concentração, 44,45% (C) e
55,88% (O) afirmaram que conseguem se concentrar
bastante; 22,22% (C) e 29,42% (O) mais ou menos;
22,22% (C) e 8,82% (O) extremamente, 11,11% (C) e
2,94% (1) muito pouco e nenhum docente respondeu
nada. Quando perguntado sobre a satisfação em relação
à aparência física 33,22% (C) e 32,35% (O) responderam
estar completamente satisfeitos, 22,22 (C) e 26,47% (O)
responderam muito satisfeitos, 33,34% (C) e 26,48% (O)
médio, 11,11% (C) e 14,70% (O) em muito pouco e não
houve resposta para a alternativa Nada. Em relação à
satisfação pessoal, 22,22% (C) e 50% (O) dos
professores responderam estar satisfeitos consigo
mesmo, 11,11% (C) e 23,53% (O) consideram-se muito
satisfeitos, 55,56% (C) e 14,70% (O) nem satisfeito nem
insatisfeito, 11,11% (C) e 11,77% (4) insatisfeitos e
nenhum docente relatou estar muito insatisfeito consigo
mesmo. Na questão sobre avaliação da satisfação com as
condições de moradia dos docentes, 55,56% (C) e
39,24% (O) responderam estar satisfeitos, 33,33% (C) e
39,24% (O) muito satisfeitos, 0% (C) e 23,53% (O) nem
satisfeito nem insatisfeito, 11,11% (C) e 0% (O)
insatisfeito e nenhum professor assinalou a alternativa
muito insatisfeito. Sobre com que frequência os
professores apresentam sentimentos negativos como mau
humor, desespero, ansiedade e depressão; 55,56% (C) e
55,89% (O) responderam algumas vezes, 22,22% (C) e
17,64% (O) frequentemente, 22,22% (C) e 11,77% (O)
muito frequentemente, 0% (C) e 8,82% (O) nunca e 0%
(C) e 5.88% (O) sempre.
Segundo Vedovato e Monteiro (2008, s/p), a maioria dos
entrevistados considerou o trabalho na escola como
estressante, relacionado com o fato do surgimento de
transtornos psicológicos e mentais, 20,9% dos
entrevistados apresentava alguma alteração psíquica e
46,1% consideram o trabalho escolar mentalmente
extenuante. Os docentes de Orleans apresentam
124
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
satisfação quanto ao domínio psicológico, os professores
de Criciúma estão indecisos quanto à satisfação pessoal.
GRÁFICO III: Quão saudável é o seu ambiente físico?
Quão saudável é o seu ambiente físico?
44,45%
Criciúma
Orleans
47,06%
33,33%
32,35%
0%0%
N
CONCLUSÃO
22,22%
11,76%
8,83%
0%
MPMais ou menos B
insatisfeito, 33,33% (C) e 5,88% (O) nem satisfeito nem
insatisfeito e 0% (C) e 2,94% (O) muito insatisfeito.
Pereira (2008, p. 51), em seu estudo, verificou que 59,6%
dos docentes estão satisfeitos com as suas relações
sociais, 36,7%, indecisos e 3,7%, insatisfeitos. Observase que em nossa pesquisa o percentual encontrado de
satisfação quanto às relações sociais pelos docentes
apresenta semelhança com a pesquisa realizada por
Pereira.
E
FONTE: Dados das pesquisadoras, 2011.
Em relação ao domínio meio ambiente, verifica-se como
os docentes avaliam o ambiente físico (GRÁFICO III) do
seu trabalho, em relação ao clima, barulho, poluição e
atrativos 33,33% (C) 47,06% (O) consideram o ambiente
mais ou menos saudável, 22,22% (C) e 32,35% (11)
bastante saudável, 44,44% (C) e 11,76% (O) muito pouco
saudável, 0% (C) e 8,83% (3) extremamente saudável e
nenhum professor considerou seu ambiente de trabalho
como nada saudável. Em relação ao dinheiro suficiente
para satisfazer as necessidades, 66,67% (C) e 20,59%
(O) muito pouco; 33,33% (C) e 47,06% (O) dos
professores consideraram média a satisfação financeira,
0% (C) e 17,64% (O) muito, 0% (C) e 11,77% (O)
completamente e 0% (C) e 2,94% (1) nada. Quanto à
satisfação com o acesso aos serviços de saúde, 55,56%
(C) e 11,77% (O) insatisfeitos; 33,33% (C) e 52,94% (O)
dos docentes estão satisfeitos, 0 % (C) e 20,59% (O) nem
satisfeito nem insatisfeito, 11,11% (C) e 14,70% (O) muito
satisfeito, e nenhum professor respondeu muito
insatisfeito. Sobre o meio de transporte, 55,56% (C) e
55,89% (O) dos professores demonstram satisfação,
11,11% (C) e 26,44% (O) muito satisfeito; 0% (C) e
14,70% (O) nem satisfeito nem insatisfeito, 0% (C) e
2,94% (O) muito insatisfeito e 22,22% (C) e 0% (O) se
consideraram insatisfeitos com o seu transporte.
Vedovato e Monteiro (2008, s/p) observaram que 44,6%
dos professores consideram inadequado o ambiente de
trabalho. Os dados obtidos com os professores de
Criciúma vão ao encontro da pesquisa realizada por
Vedovato e Monteiro, onde se encontram insatisfeitos
quanto ao ambiente, aos acessos aos serviços de saúde
e ao dinheiro. Os docentes de Orleans estão satisfeitos
em relação ao domínio meio ambiente e em relação ao
dinheiro estão indecisos.
Quanto ao domínio relações sociais, a satisfação com as
relações pessoais com amigos, parentes, conhecidos e
colegas, 77,78% (C) e 47,06% (O) dos docentes
responderam estar satisfeitos, 11,11% (C) e 38,23% (O)
muito satisfeitos, 11,11% (C) e 11,77% (O) nem satisfeito
nem insatisfeito, 0% (C) e 2,94% (O) insatisfeitos e
nenhum professor considerou-se muito insatisfeito com as
relações pessoais. Em relação à satisfação com o apoio
que os docentes recebem dos amigos, 44,45% (C) e
55,89% (O) estão satisfeitos, 11,11% (C) e 20,59% (O)
muito satisfeito, 44,44% (C) e 17,64% (O) nem satisfeito
nem insatisfeito, 0% (C) e 5,88% (O) insatisfeito e
nenhum professor respondeu muito insatisfeito. Quanto à
satisfação sexual dos professores entrevistados, 55,56%
(C) e 58,82% (O) responderam satisfeitos, 11,11% (C) e
23,53% (O) muito satisfeitos; 0% (C) e 8,83% (O)
Podemos concluir neste estudo que os docentes do
Ensino Médio da Rede pública Estadual de Orleans estão
satisfeitos em relação à qualidade de vida, entretanto em
Criciúma a maioria dos entrevistados considerou sua QV
nem ruim nem boa. Quanto à satisfação com a saúde e
relações sociais, ambas as cidades pesquisadas
apresentam satisfação. Quanto ao domínio físico e
psicológico os docentes de Criciúma estão insatisfeitos
quanto à capacidade em desempenhar as atividades do
dia a dia, e indecisos quanto à satisfação pessoal, os
professores de Orleans estão satisfeitos no domínio físico
e psicológico. No domínio meio ambiente, os docentes de
Criciúma estão insatisfeitos com o ambiente de trabalho,
acesso aos serviços de saúde e a satisfação financeira.
Os docentes de Orleans se encontram indecisos quanto à
satisfação financeira. Diante do exposto, sugerem-se
programas que incentivem uma melhor qualidade de vida
para estes profissionais, como ginásticas laborais; os
professores que apresentam maior tempo de serviço
façam rodízios ou diminuam suas cargas horárias e a
realização de pesquisas sobre estresse, qualidade de
ensino e rendimento escolar.
REFERÊNCIAS
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do instrumento de avaliação de qualidade de vida da OMS
(WHOQOL-100). Revista Bras. Psiquiatr. v.21 n.1 São
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S15
1644461999000100006&lng=pt&nrm=iso Acesso:
novembro de 2008.
RODRIGUES, Martius Vicente Rodrigues Y; ALVES,
Joemar Braga. Qualidade de vida dos professores: um
bem pra todos. IV Congresso Nacional de Excelência em
Gestão. Responsabilidade Socioambiental das
Organizações Brasileiras. Niterói, 31 de julho, 01 e 02 de
agosto de 2008. Disponível em:
http://www.latec.uff.br/cneg/documentos/anais_cneg4/T7_
0049_0018.pdf Acesso em 13 de novembro de 2009.
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Francisco; SANT'ANA, Maria do Carmo. Saúde do
trabalhador no âmbito municipal. São Paulo em
Perspectiva, São Paulo, v. 17, n. 1, Março 2003.
Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0
10288392003000100006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em
23 de julho de 2009.
PAIM, Tatieli Dagostim; CARDOSO, Alcionê Damásio. A
avaliação da qualidade de vida dos docentes do
ensino médio da rede pública estadual de Orleans –
sc. Trabalho de Monografia apresentado como requisito
parcial para obtenção do título de Especialista em
Ciências dos Saberes da Educação pelo Centro
125
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Universitário Barriga Verde – UNIBAVE. 2010, OrleansSC.
http://www.tede.ufsc.br/teses/PGEF0176-D.pdf Acesso dia
14 de novembro de 2009.
PEREIRA, Érico Felden. Qualidade de vida e condições
de trabalho de professores de educação básica do
município de Florianópolis – sc. Dissertação
Apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Educação Física da Universidade Federal de Santa
Catarina, na Sub-área da Atividade Física Relacionada à
Saúde, como Requisito Parcial para Obtenção do Título
de Mestre. Fevereiro, 2008. Florianópolis. Disponível em:
VEDOVATO, Tatiana Giovanelli; MONTEIRO, Maria Inês.
Perfil Sociodemográfico e Condições de Saúde e
Trabalho dos Professores de Nove Escolas Estaduais
Paulistas. Revista da escola de Enfermagem da USP.
Vol. 42, número 2, junho de 2008. São Paulo-SP.
Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v42n2/a11.pdf acesso em
novembro de 2009.
126
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
CAMINHOS DA ELETRICIDADE: DA GERAÇÃO AO CONSUMO
Breno Pereira Dela Bruna,¹,² Gabriel Goulart Nandi,¹,² Gabrio Peyrot,¹,² Gillian da
Luz,¹,² Mateus Bortolatto,¹,² Pedro Henrique Di Francia Rosso,¹,² Tales Alfredo
Cittadin,¹,² Reginaldo Tassi¹,²
¹ Instituto Maximiliano Gaidzinski
² Colégio Maximiliano Gaidzinski
[email protected]
[email protected]
Palavras-Chave: Energia Elétrica, Geração, Transmissão, Consumo.
INTRODUÇÃO
As pessoas que vivem em meios urbanos, em sua grande
maioria, necessitam de energia para realizar suas
atividades, sejam elas pessoais, sociais ou industriais.
Contudo, somente conhecem o seu usufruto, o que
reafirma a idealização deste trabalho. Para isso, é
necessário um mapeamento das redes de geração,
transmissão e distribuição de energia do sul de Santa
Catarina, dando ênfase, principalmente, à região
carbonífera. Delimitado o espaço, este trabalho teve como
objetivos conhecer o processo de geração, transmissão e
consumo de energia elétrica e informar a população sobre
as formas de geração presentes em nossa região, o
porquê de sua presença e quais seriam as mais viáveis,
coincidindo ou não com as atualmente encontradas.
O caminho da energia se inicia com a geração, onde, no
caso das usinas hidroelétrica (Figura 1), termoelétrica
(Figura 2) e eólica (Figura 3), a energia mecânica obtida
pela força da água, do vapor aquecido pelo carvão, óleo,
gás ou urânio, e pela força do vento, transformam-se em
energia elétrica ao passar pelo gerador. A transformação
também pode se dar devido a reações químicas, no caso
da energia solar (Figura 4), onde as células de silício
entram em contato com a luz solar e ativam os elétrons
que formam a corrente elétrica.
Fonte: Tractebel e Energia
Figura 3 – Aerogeradores (Energia Eólica)
Fonte: http://www.revistaoempreiteiro.com.br/images/mate
riaedicoes/thumbs/448.13.gif
Figura 4 – Energia Solar
Figura 1 – Usina Hidroelétrica
Fonte: http://www.brasilescola.com/upload/e/energia%20s
olar.jpg
Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/content_
images/1/Quimica/usina/itaipu.JPG
Figura 2 – Usina Termoelétrica
É necessária uma análise dessas formas de geração, já
que algumas delas apresentam maior contaminação
ambiental que outras, como o caso da usina termoelétrica,
que emite um percentual de dióxido de carbono para a
atmosfera com a queima dos combustíveis fósseis. A
energia hidroelétrica não afeta a atmosfera, porém seus
danos atingem as florestas, onde há inundação. As
energias eólica e solar são as mais recomendadas, sendo
que sua implantação não depende de fatores únicos,
somente da frequência do vento intenso e da luz solar,
respectivamente.
A transmissão de energia elétrica acontece por meio de
torres de alta tensão, onde a tensão varia entre 50 kVca e
230kVca. A finalidade do transporte em alta tensão
decorre da Lei de Ohms, segundo a qual, quanto maior a
tensão numa rede, menores são as perdas no sistema de
potência. A fórmula pode ser descrita por: P = R x I², onde
P é a perda de potência no sistema; R a resistência do
mesmo e I a corrente elétrica. Sabendo que a corrente
elétrica é inversamente proporcional a tensão elétrica,
afirma-se que, quanto maior a tensão, menor será a
perda. Durante o transporte, a eletricidade é conduzida
por torres de alta tensão, que têm como função a
127
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
segurança, a viabilidade no transporte e a garantia da
proteção pelos isoladores que suportam os cabos.
Ao sair das usinas e ao chegar próximo aos centros
consumidores, a eletricidade passa por subestações, a
primeira
chamada
elevadora,
onde
ocorre
a
transformação das unidades elétricas, anteriormente
explicadas. Na segunda, as unidades elétricas são
convertidas de acordo com o potencial de demanda
necessária para abastecer o local solicitado. Da
subestação abaixadora, a energia segue para os postes,
onde os transformadores têm a função de estabilizá-las
em torno de 220VCa entre fase e neutro e 380VCa entre
fases. Assim a eletricidade chega até as casas.
Figura 7 – Maquete da distribuição em Cocal do Sul
METODOLOGIA
O primeiro procedimento consistiu em realizar uma
pesquisa de campo, com o intuito de justificar a realização
do projeto. Para isso, foram realizadas no dia 11 de julho
de 2011, pesquisa com 146 alunos do Colégio
Maximiliano Gaidzinski, sendo que a mesma tinha dois
temas como foco: a geração e a transmissão de energia
elétrica. A seguir, buscou-se saber como é feita a
medição de custo de energia elétrica em uma residência
através da análise de uma fatura de energia (Figura 5), e
também avaliar os fatores que influenciam diretamente
nessa contagem.
Figura 5 – Fatura de Energia Elétrica
As informações obtidas foram transmitidas ao público
visitante durante a realização do XIV Seminário de
Iniciação Tecnológica e Científica promovido pelo Instituto
e Colégio Maximiliano Gaidzinski, no período de 14 a 16
de setembro de 2011, na forma de mostra de maquetes,
apresentação de banner e apresentação oral.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados obtidos na pesquisa de campo justificaram a
realização deste projeto, pois a maior parte dos
pesquisados não sabe como a energia elétrica é gerada e
também não sabe como a energia chega a suas casas,
como mostrado na figura a seguir:
Figura 8 – Gráficos da pesquisa de campo
Pela análise de uma conta de energia elétrica, concluiu-se
A etapa seguinte foi a construção de uma maquete que
representou o sistema unifilar de geração de energia
elétrica (Figura 6) e sua transmissão e consumo. A
realização da maquete teve como elementos usados: fios
de cobre, gerador manual de corrente alternada, com
níveis de tensão até 60V, dois transformadores de 12V +
12V com saída de 110V – 220V, suporte de madeira
compensada e materiais para fixação dos elementos do
suporte, foi realizada uma disposição dos elementos
sobre o suporte a fim de realmente parecer com um
sistema de geração e transmissão de energia.
Figura 6 – Esquema elétrico do projeto.
A equipe também adquiriu uma maquete (Figura 7) que
demonstra o sistema de distribuição a partir da
subestação em Cocal do Sul (SC).
que a mesma possuía as informações necessárias para
se ler uma fatura e saber quanto se gastou de energia
num mês. O fator de cálculo muda de acordo com a
classe do consumidor, isto é, se rural ou urbana, se
residencial, comercial ou industrial, de acordo com o
horário, no caso se é horário de pico ou normal, e também
de acordo com a época do ano, se é de seca ou não.
Com a maquete construída, foi mais fácil explicar o
processo de geração, transmissão e consumo de energia
elétrica, onde o gerador manual representa os tipos de
geração, já que todos se baseiam num mesmo conceito,
que é mover uma turbina gerando energia mecânica e,
após, convertê-la em elétrica; o primeiro transformador
mostra a subestação elevadora, onde a tensão é elevada
para poder ser transportada sem perdas (como o efeito
Joule: transformação de energia em calor); os fios
centrais mostram as redes de transmissão; o segundo
transformador mostra a subestação abaixadora, onde a
tensão é abaixada para 13,8kV, para poder seguir para a
distribuição nos centros urbanos; e o último elemento
(lâmpada de LED) mostra o consumidor.
Durante o XIV Seminário de Iniciação Tecnológica e
Científica, cerca de 500 pessoas puderam ter acesso às
informações sobre o tema.
128
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
CONCLUSÃO
A energia elétrica é um recurso fundamental ao ser
humano, já que está diretamente relacionada com o
cotidiano, tanto na geração e transmissão quanto no
consumo da mesma. Desde o surgimento da energia
elétrica, o homem vem melhorando os meios de geração
e distribuição. A geração pode ser tanto por meios
renováveis (como a energia solar ou eólica) ou não (como
as termelétricas), influenciando assim no meio ambiente.
Atualmente dispomos de grandes estruturas de geração e
distribuição, que regidas por rigorosas normas garantem a
segurança e eficiência do produto final em consumo.
No Estado de Santa Catarina, as principais fontes de
energia são provenientes do carvão, que são as
termoelétricas, e da água, que são as hidroelétricas.
As normas técnicas também se estendem ao consumo de
energia, presente no cálculo de uma fatura de energia,
que depende da classe de consumo, dividida para
períodos úmidos ou períodos de seca, se é área rural ou
urbana, e também se for casa ou empresa. Os grupos de
consumo se dividem em A e B. Existem também vários
tipos de níveis de tensão, cada um representando uma
área de consumo: a baixa tensão, no caso doméstico, e a
alta tensão, no caso de empresas, entre outros níveis. Por
isso, existem as subestações: elevadora, onde se eleva a
tensão para poder transportá-la, e a abaixadora, para
abaixar e tensão e depois fazer a distribuição nas
cidades. Considera-se a energia elétrica um requisito
básico para o homem.
É importante salientar que os objetivos propostos
inicialmente foram alcançados na realização deste
projeto.
AGRADECIMENTOS
Ao Instituto e Colégio Maximiliano Gaidzinski, à
Coordenação de Ensino e a todos os professores.
Especialmente, aos orientadores Tales Alfredo Cittadin e
Reginaldo Tassi, pela atenção dispensada na realização
deste trabalho. À Tractebel Energia, pelo material
informativo fornecido, à Celesc e à Coopercocal pelas
informações prestadas.
REFERÊNCIAS
ARRUDA, Carlos Kleber da Costa. Eletricidade
Aplicada. 1 ed. [2007]. 73 p.
BRASIL. Fontes alternativas de energia. Brasília, DF:
MME, 1983. 88 p.
FUCHS, Rubens Dario. Transmissão de energia
elétrica: linhas aéreas: teoria das linhas em regime
permanente. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,
1977. xx, 280
129
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
INTERESSES E/OU NECESSIDADES EDUCACIONAIS DOS ALUNOS DAS ESCOLAS
NOTURNAS DE ARARANGUÁ (SC)
Aline Coêlho dos Santos,¹ Soraia Soares da Luz,² Paulo Rômulo de Oliveira Frota³
1
Graduada em Ciências Biológicas/Unesc – 2011
Acadêmica do curso de Ciências Biológicas/Unesc
³ Professor titular da Unesc/ Doutor em Educação/Ensino de Ciências/Ufsc
1
[email protected]
2
Palavras-Chave: Educação, Aprendizagem Significativa, Ensino Noturno.
INTRODUÇÃO
É evidente que o estresse, o cansaço, o desânimo, o
desinteresse, a falta de tempo, entre outros fatores,
influenciam de forma negativa o processo ensino–
aprendizagem dos alunos que estudam no período
noturno. Nesse contexto, então, cabe a nós investigar
quais são os interesses e as necessidades apresentadas
por esses alunos no âmbito escolar que possam mudar a
realidade atual do ensino noturno como um processo de
formação fácil e inútil, que apenas garante ao aluno a
obtenção de um certificado. Preocupados com o futuro
profissional e pessoal desses alunos, essa pesquisa se
desenvolve, procurando encontrar maneiras e métodos
educacionais que façam com que esses alunos tenham
melhores expectativas para o futuro, permitindo que eles
cresçam pessoalmente, como cidadãos responsáveis,
cientes de seus direitos e deveres, e que esses
encontrem na escola um lugar significativo, que ao saírem
sintam vontade de voltar.
METODOLOGIA
Essa investigação ocorreu na cidade de Araranguá (SC),
entrevistando 120 alunos e 20 professores de todas as
escolas que funcionavam no período noturno da cidade,
através de entrevistas reflexivas. Para viabilização dessas
entrevistas, foram utilizados dois questionários, um com
nove e outro com 13 questões abertas para professores e
alunos respectivamente, que contemplavam perguntas
relacionadas à realidade socioeconômica dos alunos,
suas dificuldades de aprendizagem, relacionamento entre
alunos e professores, e temáticas, recursos e
metodologias de ensino de maior interesse dos alunos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em nossas visitas e entrevistas feitas nas escolas à noite,
evidenciamos que o período noturno é o que enfrenta
maiores dificuldades em relação ao processo ensino–
aprendizagem dos alunos. Essas dificuldades se dão por
conta de diversos fatores, sendo que o mais agravante
deles diz respeito às atividades realizadas pelos alunos
no período diurno, pois a maioria trabalha durante o dia,
obedecendo a uma jornada extensa, muitas vezes em
empregos desgastantes, como mecânicos, pedreiros,
empacotadores em supermercado, serralheiros, padeiros,
(...), apresentando obrigatoriedade em iniciar no mercado
de trabalho cedo, por necessidades de sobrevivência da
família, acarretando em baixa produção escolar e
infrequência nas aulas. Uma das professoras
entrevistadas nesta pesquisa ainda reforçou esta
constatação, declarando que os alunos não rendem da
mesma maneira que os outros do período diurno e não
têm tempo nem disposição de realizar as tarefas
solicitadas, acarretando assim em uma lenta progressão
da matéria e uma baixa assimilação do conteúdo pela
maior parte dos alunos. Com as entrevistas, foi possível
evidenciar que o ensino tradicional (método expositivo e
dialogado que utiliza o quadro negro e livro didático) ainda
predomina nas escolas noturnas devido ao grande
número de turmas existentes nesse período, à escassez
de recursos e à falta de qualificação por parte de alguns
dos entrevistados. As sugestões para melhoria da
qualidade de ensino giraram em torno de aulas utilizando
os recursos tecnológicos, aulas interativas com debates e
dramatizações, sobre os mais diversos temas que,
segundo os mesmos, os que estão mais incutidos na
cabeça e presentes nas conversas dos alunos, portanto,
despertando maiores interesses hoje são: gravidez e
métodos contraceptivos, Aids, bebidas alcoólicas,
tabagismo e violência sexual.
CONCLUSÃO
Por fim concluímos que uma mudança que traria
resultados
mais
promissores,
tratando-se
de
aprendizagem significativa, e que foi muito solicitada
pelos alunos nas entrevistas, está relacionada às
metodologias de aula adotadas pelos professores em
sala. A maior parte dos docentes, de acordo com nossos
resultados, adota uma metodologia única, utilizando
poucos recursos metodológicos diferenciados, tornando
as aulas monótonas e enfadonhas. Concordamos que
existem diversos fatores além do empenho e
metodologias utilizadas pelos professores em sala e que
não é possível enxergar os problemas da escola apenas
observando ela própria. Contudo, todos os dados obtidos
sejam eles positivos ou negativos, serão válidos para uma
melhor reflexão a respeito do ensino que hoje se faz
presente nas salas de aula nas escolas noturnas.
AGRADECIMENTOS
Os agradecimentos são direcionados ao CNPq,
financiadora dessa pesquisa e ao Grupo de Pesquisa
Produção do Conhecimento no Paradigma HistóricoCultural/Unesc.
REFERÊNCIAS
ADRIÃO, T. M. F.; GARCIA, T. O. G. Ensino Médio
Noturno no Estado de São Paulo: evidências de
qualidade em escolas públicas. São Paulo, [2000
MOREIRA, M.A. (2005). Aprendizagem significativa
crítica. Porto Alegre: Instituto de Física da UFRGS.
TOGNI, Ana Cecília; SOARES, Jane Carvalho Soares. A
ESCOLA NOTURNA DE ENSINO MÉDIO NO BRASIL.
Revista Iberoamericana para la Educación, la ciência y la
cultura. Madrid/ Espana, 2007, p. 61-76
130
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
METODOLOGIAS UTILIZADAS POR PROFESSORES PARA MINISTRAR AULAS DE
CIÊNCIAS EM ESCOLAS DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE CRICIUMA (SC)
Soraia Soares da Luz,1 Maristela Gonçalves Giassi,2 Paulo Rômulo de Oliveira
Frota,2 Maria de Lourdes Milanez Goularte,3 Miriam da Conceição Martins3
1
2
Acadêmica do curso de Ciências Biológicas – Licenciatura e bolsista de iniciação científica – Unesc
Professora Dra. em Educação e membro do grupo de pesquisa da educação, Professor Dr. do PPGE e membro do
grupo de pesquisa da educação.
3
Professoras do curso de Ciências Biológicas e membros do grupo de pesquisa da educação.
1
[email protected]
Palavras-Chave: Metodologia, Ensino de Ciências, Professores.
INTRODUÇÃO
Os professores são desafiados diariamente no exercício
de sua função. Dentre os desafios está aquele de
construir, com os alunos, os conhecimentos próprios da
disciplina que ministra. Para isso, utilizam uma
diversidade de metodologias e recursos que estão
disponíveis para esse fim. No entanto, nem sempre é
possível chegar aos fins com resultados positivos e,
assim, é necessário buscar novas possibilidades para o
processo ensino–aprendizagem. Segundo Maldaner
(2007), ainda são utilizadas metodologias tradicionais por
alguns professores, assim como o uso excessivo do livro
didático e dos exercícios nele propostos, o que torna as
aulas monótonas e sem significado para os educandos.
Desse modo, é importante que os professores se
atualizem nas pesquisas sobre sua área de
conhecimento, bem como nos avanços científicos e
tecnológicos que são lançados diariamente no mercado e
que fazem parte do cotidiano dos alunos. A presente
pesquisa tem como objetivo identificar quais são as
principais metodologias utilizadas pelos professores de
ciências em escolas da rede municipal de Criciúma (SC).
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva realizada
com professores de escolas da Rede Pública Municipal,
de Criciúma (SC), cujo instrumento para coleta de dados
foi uma entrevista estruturada composta de 15 questões.
A amostra foi composta por 23 professores de 14 escolas
da rede municipal. As questões eram relacionadas às
metodologias e aos recursos que os mesmos utilizam
para tornar suas aulas mais interessantes e significativas
para os seus alunos. Foram também abordadas as
dificuldades e facilidades encontradas pelos professores
ao ministrar suas aulas, sendo que esse conjunto
influencia diretamente na aprendizagem dos alunos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Das respostas obtidas dos professores, pode-se perceber
que existe o uso de metodologias diferenciadas nas aulas.
Dentre as principais metodologias utilizadas, encontramse: trabalhos em grupo e/ou individuais, trabalhos de
pesquisa com a utilização da biblioteca e da internet
citados por 52% dos professores. Aula expositiva e
dialogada com os alunos, utilizando o quadro negro foi
citada por 22% dos docentes. Vídeos, jogos e saídas a
campo estavam no mesmo grupo e foram citados por
10,8%. Percebe-se que recursos como vídeos jogos,
saídas a campo são pouco utilizados pelos participantes
da entrevista. O uso do livro didático como principal
recurso foi citado por 15,2% dos professores. Uma vez
que o ensino de ciências trata diretamente de aspectos
ambientais e da vida em geral, a saída de estudos tornase uma ferramenta especial para esse fim, possibilitando
ao aluno o contato direto com o objeto de estudo, no
entanto, este item foi pouco mencionado pelos
professores. Há várias metodologias diferentes para se
aplicar nas salas de aula e todas devem fazer parte do
plano de ensino dos professores com o objetivo de tornar
suas aulas diferenciadas e significativas para os seus
alunos.
CONCLUSÃO
O estudo realizado nos permitiu observar que os
professores estão adotando metodologias diferenciadas
nas aulas de ciência, visando despertar maior interesse
dos alunos. Contudo, fica claro que a maioria utiliza
metodologias que envolvem somente o espaço da sala de
aula, realizando trabalhos em grupo ou individuais e de
pesquisa. Saídas a campo, por exemplo, que são
bastante motivadoras na disciplina de ciências, são pouco
utilizadas nas escolas participantes da entrevista. O uso
do livro didático é citado por alguns professores como
única metodologia utilizada nas aulas de ciências, o que
nos leva a pensar que ainda é necessário instrumentalizar
os professores para esse fim. Percebe-se que uma
significativa parte dos professores busca melhorar suas
aulas e tem como objetivo a aprendizagem e a satisfação
dos alunos em relação às mesmas. Salienta-se a
importância de uma boa metodologia na aprendizagem,
no interesse, e desempenho dos alunos dentro do
ambiente escolar.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a fonte financiadora CNPq/Unesc, as
escolas envolvidas na pesquisa, aos professores que
disponibilizaram de seu tempo para responder aos
questionários.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Ana Maria Pessoa de; Gil-Pérez, Daniel.
Formação de professores de ciências: tendências e
inovações. São Paulo: Cortez, 1998.
LOGUERCIO, R. Q.; PINO, J. C. D.; SOUZA, D. O. G., A
educação e o livro didático: implicações sociais.
Educação, Porto Alegre, ano 25, n. 48, p. 183-193, 2002.
MALDANER, Otávio Aloísio. Situações de estudo no
ensino médio: nova compreensão de educação básica. In
A pesquisa em Ensino de Ciências no Brasil: Alguns
recortes. Roberto Nardi (organizador). São Paulo:
Escrituras Editora, 2007. p. 239 a 253.
131
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
DESENVOLVIMENTO DE VEÍCULOS INDIVIDUAIS DE DUAS RODAS DE BAIXO
CUSTO ECOLOGICAMENTE CORRETOS – ARIBOS
Marcos Aurélio Ribeiro Passos Filho,1 Anderson Soares André2
1
2
Universidade do Sul de Santa Catarina / Curso de Ciências da Computação – Unisul
Universidade do Sul de Santa Catarina / GPEAR – Grupo de Pesquisa em Energia Alternativa Renovável – Unisul
1
[email protected]
Palavras-Chave: Veículo Individual, Eletrônica, Unidade de Medida Inercial, Autoequilíbrio, Robótica.
INTRODUÇÃO
Os meios de transportes atuais sofrem com diversos tipos
de problemas, sendo os principais deles a superlotação e
a geração de filas quilométricas de trânsito diariamente
nas grandes cidades. Segundo o Movimento Nossa São
Paulo e o instituto de pesquisas Ibope (2010), os
moradores de São Paulo gastam, diariamente, cerca de
duas horas com o deslocamento. Com a quantidade
crescente de veículos, mesmo cidades que possuem um
sistema avançado de transporte público não conseguem
vencer o problema da mobilidade. Algumas cidades
acabam por adotar algumas medidas preventivas, visando
à diminuição deste tráfego, como é o caso dos rodízios. O
grande problema dessas soluções é que elas são
ineficazes e acabam gerando um resultado negativo. No
exemplo citado anteriormente, algumas pessoas acabam
adquirindo outro veículo de forma a burlar o sistema.
Outra questão importante, segundo Matt Savinar (2005),
trata da produção de petróleo, que segue uma curva em
formato de sino, onde a ascensão é onde as fontes são
abundantes e o preço é barato, seguido do pico, onde as
fontes começam a se esgotar e posteriormente o declínio,
onde os poços estão escassos e os preços são
assustadores. Ainda segundo Matt, as expectativas dos
geólogos mais otimistas é que entre 2020 e 2035 ocorrerá
o pico da curva de produção de petróleo. No entanto, as
estimativas mais realistas indicam que isso ocorreu entre
2004 e 2010.
Segundo Duncan (1996), criador da teoria “Idade da
Pedra Pós-Industrial”, a humanidade não conseguirá
manter um nível de industrialização como mantém hoje
em dia, caso o combustível fóssil venha a se extinguir,
existindo então, um risco real de regredirmos e voltarmos
a viver como homens da idade da pedra.
Junto com a questão da escassez de energia, vem a
preocupação da mobilidade – sem energia, os veículos
utilizados em massa hoje em dia simplesmente não
funcionam. Na busca de fontes inesgotáveis de energia, o
homem deparou com algumas alternativas plausíveis,
como a energia solar, hídrica, eólica, biomassa, nuclear,
etc. Todas apresentam pontos negativos e positivos, além
de algumas serem inviáveis para determinadas
aplicações. Um exemplo são as células fotovoltaicas
comerciais, que possibilitam a transformação de energia
solar em energia elétrica. Em geral, elas possuem uma
baixa eficiência, da ordem de 16% (LANDIN, et al, 2010),
além de necessitarem um amplo espaço para uma boa
captação, o que torna inviável para veículos de pequeno
porte.
Atualmente a preocupação não reside apenas em
descobrir novas formas de obtenção de energia, mas
também de que haja conscientização e racionamento por
partes de todos. Neste âmbito, podemos tomar como
exemplo o meio de transporte mais popular do mundo: o
carro. A grande maioria dos carros normalmente possui
de dois a cinco lugares, no entanto, são normalmente
utilizados de forma individual, gerando um enorme
desperdício de energia. Além disso, a quantidade de
poluente expelido pelos automóveis está em segundo
lugar do ranking dos mais prejudiciais à natureza
(ENKVIST, et all; 2007).
Baseado no problema apresentado anteriormente, este
artigo visa esclarecer como um veículo elétrico individual
de duas rodas, baseado na teoria do pêndulo invertido,
pode ser desenvolvido. Ele também mostrará os
resultados já obtidos nos trabalho que está em
desenvolvimento.
METODOLOGIA
De forma a estruturar a realização da pesquisa, é
necessário enquadrá-la em suas categorias específicas,
fornecendo base teórica que justifique a execução das
mesmas. Dessa maneira, a metodologia aplicada foi
enquadrada da seguinte forma:
Área da Ciência: Teórica e Prática. A pesquisa será
voltada ao estudo das teorias existentes e na aplicação
voltada a intervir na realidade social (DEMO, 2000, p. 22).
Quanto à Natureza da Pesquisa: Aplicada. É classificada
como tal uma vez que objetiva gerar conhecimentos para
aplicação prática dirigidos à solução de problemas
específicos. Nesse caso, os conhecimentos obtidos são
utilizados para a construção do protótipo do veículo.
Quanto aos Objetivos da Pesquisa: Exploratória, porque
visa proporcionar maior familiaridade com o problema
com vistas a torná-lo explícito (SILVA; MENEZES, 2001).
Quanto à forma de abordagem: Qualitativa, pois o estudo
das teorias envolvidas no protótipo não pode ser traduzido
em números, ou seja, quantificável.
Para o desenvolvimento deste trabalho, as seguintes
etapas serão seguidas:
1.
Levantamento teórico;
2.
Estudo dos projetos existentes;
3.
Levantamento
dos
componentes
eletrônicos;
4.
Levantamento
dos
componentes
mecânicos;
5.
Desenvolvimento do software;
6.
Testes.
Vale ressaltar que, paralelamente ao desenvolvimento do
protótipo e escrita do trabalho, é publicado um relato do
andamento do desenvolvimento do protótipo no blog
pessoal do autor, de forma a obter sugestões e novas
ideias por parte dos visitantes, objetivando-se aprimorar
ainda mais o projeto e enriquecer a pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Atualmente, já existe um protótipo em estágio avançado
que consegue autoequilibrar-se. Para tal tarefa, foi
utilizada uma técnica de controle denominada PID
(proporcional–integral–derivativo) cujo objetivo é manter o
condutor equilibrado sobre o veículo. Este controle utiliza
132
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
informações de sensores que, mixados, conseguem
informar a angulação da plataforma (COLTON, 2007).
Através dessas informações, o controle envia um
comando ao motor para que produza um torque que seja
capaz de compensar a inclinação da plataforma. Fazendo
uma analogia, é como se uma pessoa tivesse um bastão
verticalmente colocado na palma da mão e tentasse
equilibrá-lo (FIGUEIRA, 2008). Quando ele cai para
frente, é necessário deslocar a mão para frente e viceversa. Isso é exatamente o que a técnica de controle
juntamente com o conjunto de motores tenta reproduzir.
A Figura 1 mostra um fluxograma simplificado do sistema
de controle que garante a manutenção da posição do
veículo. Ele utiliza dados de um acelerômetro (mede força
por unidade de massa) e do giroscópio (velocidade de
rotação). Tais sensores podem apresentar ruídos no seu
sinal de saída, obrigando a utilização de um filtro para
corrigir essas pequenas variações (COLTON, 2007). O
filtro escolhido foi o complementar porque é o que menos
exige capacidade computacional e o que apresenta
melhor resultado quando comparado a filtros mais
complexos, como o Kalman Filter (SIMON, 2007).
Figura
1
–
Fluxograma
do
Filtro
Complementar
Fonte: A Simple Solution for Integrating Accelerometer
and Gyroscope Measurements for a Balancing Platform,
MIT
A fotografia apresentada na Figura 2 demonstra um
protótipo do equipamento estudado já funcional. Devido
ao seu tamanho relativamente reduzido, o Aribos permite
a substituição dos meios de transporte tradicionais para
deslocamentos em curta distância.
Figura 2 – Veículo equilibrando-se
levando em consideração a praticidade do dia a dia,
aerodinâmica e questões de segurança (sinalização).
Embora seja o primeiro rascunho, este será utilizado
como base para o desenvolvimento da ideia. Depois de
finalizado, planeja-se fabricar o protótipo utilizando fibra
de vidro, devido à viabilidade de mão de obra e o baixo
custo deste material.
Figura 3 – Protótipo da carenagem
Fonte: Autor
CONCLUSÃO
O protótipo se encontra em estágio de desenvolvimento,
mas já possui toda a estrutura mecânica definida e
desenvolvida. Ele também já é capaz de se movimentar e
de se autoequilibrar, ou seja, é capaz de se manter de pé
apenas através dos comandos enviados às duas rodas.
Os próximos passos para a conclusão e consolidação do
projeto prevêem ajustes evolutivos nos sistemas de
estabilidade e de direção, além da criação de sistemas
redundantes para garantir a segurança dos usuários.
Uma vez finalizado, o Aribos deverá ser capaz de
minimizar a necessidade de uso de automóveis, em
muitas tarefas do cotidiano, contribuindo para a redução
do congestionamento e da poluição.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Sr. Sérgio Abreu, responsável por grande
parte do desenvolvimento da parte mecânica do projeto. À
minha família e namorada, pelo apoio e compreensão. Ao
meu orientador, Prof. Anderson Soares André, por toda a
sua dedicação e boa vontade em ajudar a desenvolver o
projeto.
REFERÊNCIAS
ALEIXO, Luiz Alexandre Garcia; TACHIBANA, Toshi-Ichi;
CASAGRANDE, Douglas. Poluição por óleo - Formas de
introdução de petróleo e derivados no ambiente.
Integração. São Paulo, ano XIII, n. 49, p. 259-166, 2007.
BLACKWELL, Trevor Website. Building a Balancing
Scooter. Disponível em: <http://tlb.org/scooter.html>.
Acesso em 8 mai. 2011.
COLTON, Shane. The Balance Filter. A Simple Solution
for Integrating Accelerometer and Gyroscope
Measurements for a Balancing Platform. 2007.
Massachusetts Institute of Technology, Massachusetts,
2007.
Fonte: Autor
A Figura 3 mostra os primeiros rascunhos da carenagem
do Aribos, que está sendo desenvolvida por um grupo de
estudantes de Design do IF-SC, responsáveis pela A3
Design (empresa júnior da instituição). O design está
DORF, Richard C.; BISHOP, Robert H. Modern control
systems. Londes: Prentice Hall, 2008.
DUNCAN, Richard Charles. Sliding Towards a PostIndustrial Stone Age. Disponível em:
133
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
<http://www.dieoff.org/page125.htm>. Acesso em 26 mar.
2011.
ENKVIST, Per-Anders; NAUCLÉR, Tomas; ROSANDER,
Jerker. A cost curve for greenhouse gas reduction.
Disponível em:
<http://www.mckinseyquarterly.com/A_cost_curve_for_gre
enhouse_gas_reduction_1911>. Acesso em 25 mar.
2011.
FIGUEIRA, Jalves S.; DOFF, Adriano. Uma simples
análise do equilíbrio do monociclista. Revista Brasileira
de ensino de física. São Paulo, vol. 30, n. 1, 2008.
Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística.
Pesquisa Dia Mundial Sem Carro. Disponível em: <
http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/arquivos/Pesquisa
DMSC2010.pdf>. Acesso em 03 abr. 2011.
LANDIN, Edslei Paes; OLIVEIRA, Maykon Braga De;
ALMEIDA , Natalia De Souza; SILVA,WEDER ribeiro da.
Energia solar fotovoltaica. 2010. Dissertação (Técnico
Em Eletrotécnica) – Curso Técnico em Eletrotécnica,
Unidade Integrada Sesi/Senai De Niquelândia,
Niquelândia, 2010.
DEMO, Pedro. Pesquisa e construção do
conhecimento: metodologia científica no caminho de
Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994.
SAVINAR, Matthew David. The Oil Age Is Over. United
States of America: Matt Savinar Publishing, 2004.
SILVA, Edna; MENEZES, Estera. Metodologia da
pesquisa e elaboração de dissertação. 3 ed. Disponível
em
<http://projetos.inf.ufsc.br/arquivos/Metodologia%20da%2
0Pesquisa%203a%20edicao.pdf>. Acesso em: 17 mai.
2011.
SIMON, Dan. Kalman Filtering. Embedded Systems
Programming. vol. 14, n. 6, p. 72-79, 2001.
Sustainable Energy Ireland. Hybrid Electric and Battery
Electric Vehicles. Ireland, 2008.
WELCH, Greg; BISHOP, Gary. An Introduction to the
Kalman Filter. 2001. University of North Carolina at
Chapel Hill. Department of Computer Science. Chapel Hill,
NC, 2001.
134
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
OBTENÇÃO DE COMPOSTOS QUÍMICOS BIOATIVOS A PARTIR DE BIOCATÁLISE
Juliana Tomasi,1 Patricia Amaral,2 Lais Vaz,3 Gabriel Hahn Hendler,4 Eduardo João
Agnes5
1
Unesc / Bolsista do Laboratório de Plantas Medicinais – LaPlaM
2,3,4,5
Unesc / Laboratório de Plantas Medicinais – LaPlaM
1
[email protected]
Palavras-Chave: Enzimas Lipases, Ibuprofeno, Esterificação.
INTRODUÇÃO
As enzimas são macromoléculas catalisadoras de
sistemas biológicos altamente eficientes e com uma
grande diversidade de reações químicas devido a sua
capacidade de se ligar especificamente a uma ampla
gama de moléculas. Grande parte das enzimas
conhecidas é proteína, a qual possui notáveis dispositivos
moleculares que determinam o perfil das transformações
químicas, uma vez que estas possuem alto poder
catalítica e grande especificidade (BERG; TYMOCZKO &
STRYER, 2008).
A biocatálise está se tornando uma importante ferramenta
com grande crescimento em companhias farmacêuticas e
de química fina para obtenção de intermediários
farmacêuticos e de ingredientes ativos farmacêuticos,
com o objetivo de aperfeiçoar reações para o aumento da
estereosseletividade e do rendimento e das condições de
reação (ARNUM, 2007).
Com isso, analisando a característica química de
determinados fármacos pertencentes à classe dos antiinflamatórios não esteróides, pode-se perceber que estes
são passíveis de sofrerem o processo de esterificação de
sua estrutura, bem como o Ibuprofeno, que possui um
ácido carboxílico ligado a sua estrutura principal.
Dentro deste contexto, o presente trabalho tem como
objetivo avaliar a esterificação do fármaco conhecido
comercialmente como Ibuprofeno por meio de catálise
enzimática proporcionada por lipase, buscando a
obtenção da função éster e por consequência aumentar a
lipofilia da estrutura química, buscando aumentar o
potencial farmacológico. Vale ainda ressaltar que a
síntese via enzimática é considerada uma via reacional
limpa, ou seja, pouca produção de resíduos químicos
além de bons rendimentos.
METODOLOGIA
Obtenção do éster de Ibuprofeno
A metodologia utilizada segue o método já relatado em
literatura no qual consiste na adição de 0,1 mg do
fármaco em questão em 4 mL de álcool octilico e 4 mL de
tampão pH e 0,125 mg lipase com agitação constante em
quantidades a serem testadas durante o desenvolvimento
da prática, variando as condições reacionais de acordo
com os resultados obtidos
Rendimento e Caracterização
Para análise dos resultados serão utilizados os métodos
de titulometria volumétrica e cromatografia em camada
delgada, uma vez que a análise titulométrica consiste na
análise química quantitativa feita pela determinação do
volume de uma solução, cuja concentração é conhecida
com exatidão, necessário para reagir quantitativamente
com um volume determinado da solução que contém a
substância a ser analisada, sendo que as soluções
obtidas serão tituladas com Hidróxido de potássio (KOH)
1,0 molar, com o objetivo de verificar o rendimento das
reações realizadas. Os demais reagentes são de grau de
analítico.
Cromatografia em camada delgada (CCD)
A molécula obtida será analisada qualitativamente através
de cromatografia em camada delgada – CCD, para
verificar a conversão em éster. Para isso, a molécula será
dissolvida em acetato de etila e aplicada em uma placa
cromatográfica contendo sílica como fase estacionária. Os
padrões empregados serão o Ibuprofeno e os álcoois
alifáticos utilizados, também dissolvidos em acetato de
etila. A fase móvel utilizada na cuba cromatográfica será
uma mistura de éter de petróleo, éter etílico e ácido
acético na proporção de 80:20:1, respectivamente. A
placa cromatográfica, após eluição, será revelada com
lâmpada UV e vapor de iodo e o Rf das manchas dos
padrões e dos componentes das amostras será
determinado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste trabalho foi utilizada a enzima lipase na sua forma
livre e determinado o seu melhor rendimento. Foram
realizados diversos experimentos, variando o pH e a
temperatura para a esterificação do fármaco Ibuprofeno
com o objetivo de obter o melhor meio de reação.
Os tempos de 5 e 10 minutos foram adotados para
determinação da atividade enzimática baseado em
pesquisas e trabalhos já realizados por outros
pesquisadores como Aguiar e colaboradores (2010).
Dessa forma, foi necessário determinar a melhor faixa de
temperatura onde a lipase livre expressasse sua melhor
atividade catalítica para a esterificação do fármaco.
Portanto, para a determinação da temperatura e pH
ótimos para a lipase, variou-se a temperatura entre 25ºC
e 37ºC e o pH entre 6 e 8 nos experimentos que foram
utilizados o fármaco, como mostra a Tabela 1.
Tabela 1 – Determinação da atividade de esterificação da
lípase livre, dado em média de Unidade de Atividade (U)
Ensaio realizado na temperatura de 25ºC
pH
Atividade (U)
Atividade (U)
5’ minutos
10’ minutos
6
172,8
110,4
7
140,8
35,2
8
57,6
14,4
Ensaio realizado na temperatura de 37ºC
pH
Atividade (U)
Atividade (U)
5’ minutos
10’ minutos
6
0
0
7
0
0
8
0
0
Através dos resultados colocados na tabela acima, podese observar que a atividade máxima ocorreu na
135
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
temperatura de 25ºC no tempo de 5 minutos quando
alcançou 172,8 U. Isso pode ter vindo a ocorrer, pois com
o aumento da temperatura pode promover aumento da
velocidade de desnaturação térmica da lipase reduzindo,
portanto, a velocidade de formação de produtos, ou seja,
37ºC não é uma temperatura indicada para a atividade da
enzima por desnaturar e então perder sua atividade.
Em relação ao pH, a esterificação enzimática está
correlacionada com o estado de ionização de resíduos de
aminoácidos da enzima que são essenciais à
esterificação. Como as enzimas são proteínas e contêm
muitos grupos ionizáveis, estes podem estar em
diferentes estados de ionização, por isso, a atividade de
esterificação é restrita a uma faixa de pH e na maioria dos
casos há um pH ótimo definido. Onde analisando os
dados, pode-se encontrar um pH ótimo mais ácido, ou
seja, pH 6.
A CCD é método simples de análise usado na separação
dos constituintes de uma mistura. Uma fina camada de
adsorvente (sílica) é depositada sobre uma superfície
plana, os constituintes da amostra migram de forma
diferenciada, envolvendo interações intermoleculares
entre os constituintes, o eluente e o adsorvente utilizado
e, com isso, ocorre a separação dos constituintes da
amostra. A caracterização do comportamento em CCD
das amostras foi realizada através da intensidade e valor
de Rf (distância percorrida pela amostra/ distância
percorrida pelo solvente).
Apesar de ser um método simples de análise, houve
dificuldade em aplicar a CCD, não tendo um resultado
satisfatório.
CONCLUSÃO
Ao término do trabalho e posterior análise dos resultados
pode-se afirmar que a lipase livre possui uma ótima
atividade, mas baixa resistência térmica. Observa-se que
a enzima trabalhou melhor na temperatura de 25ºC que
em condições ideais de temperatura a atividade catalítica
da enzima pode aumentar como utilizar um álcool que
proporcione melhor atividade para a enzima, bem como
aumentar o tempo de atividade da enzima, podendo ter
um rendimento maior.
Testes preliminares foram realizados para dar início a
uma linha de pesquisa na área de síntese de fármacos
quirais por catálise enzimática, pois a utilização de
enzimas lipases na esterificação como biocatalisador
mostrou-se útil, possibilitando a obtenção de compostos
opticamente puros e assim, promovendo desenvolvimento
na área de síntese de fármacos.
AGRADECIMENTOS
À professora Patrícia de Amaral, que está me orientando
neste trabalho. Bem como ao pessoal que trabalha no
Laboratório de Plantas Medicinais – LaPlaM, que me
auxilia no desenvolvimento deste trabalho.
REFERÊNCIAS
ARNUM, Patricia Van. Avanços da biocatálise no
desenvolvimento farmacêutico. Pharmaceutical
Technology (ed. Brasileira), São Paulo, v. 12. n. 2. p. 3842, abr. 2007.
BERG, Jeremy Mark; TYMOCZKO, John L; STRYER,
Lubert. Bioquímica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara,
2008. 1114 p.
AGUIAR O. R.; MONDARDO R. M.; AGNES, E. J.;
CASTRO, H. F.; PEREIRA, E. B. Avaliação e comparação
da eficiência de imobilização de lipase pancreática em
quitosana para produção de ácidos graxos em frascos
agitados. Acta Scientiarum.Technology. Vol. 32, p. 1519, 2010.
136
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
UM CONTROLADOR RST ADAPTATIVO DIGITAL COM IDENTIFICAÇÃO POR
MÍNIMOS QUADRADOS RECURSIVO E SINTONIA POR ALOCAÇÃO DE POLOS
Werther Alexandre de Oliveira Serralheiro1
Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Araranguá
1
[email protected]
Palavras-Chave: Controle Digital Adaptativo, Mínimos Quadrados Recursivo, Identificação de Sistemas.
G p ( s) 
INTRODUÇÃO
A maioria das técnicas clássicas de controle de processos
pressupõe o conhecimento prévio do processo a ser
controlado. Contudo, em muitos casos práticos, a
modelagem matemática do sistema é muito complexa, ou
os parâmetros internos do processo são variantes com o
tempo. Então, com o objetivo da eficiência e robustez do
sistema de controle, faz-se necessária a identificação
paramétrica do processo a ser controlado. A moderna
técnica de controle adaptativo consiste em aplicar algum
método de estimação para obter os parâmetros do
modelo do processo a ser controlado através da medição
de seus sinais de entrada e de saída e, a partir desse
modelo estimado, projetar a lei de controle adequada. A
proposta deste artigo é criar, por meio de simulação em
MatLab®, um controlador autoajustável explícito numa
planta que, apesar de ter conhecimento prévio da sua
função transferência, será identificada em tempo real. O
projeto do controlador adaptativo dar-se-á pelo método de
alocação de polos numa estrutura RST, respeitando
algumas especificações pré-estabelecidas.
METODOLOGIA
O Controlador Autoajustável (STR) automatiza não só a
tarefa de controle realimentado, mas também a de
modelagem matemática utilizada para o projeto da lei de
controle. Numa malha fechada em que se faz necessária
uma adaptação da lei de controle em tempo real, a
técnica de controle STR deve ser realizada por um
algoritmo autoajustável direto (ou explícito). No STR
explícito, os parâmetros estimados da planta são
determinados e atualizados a cada período de
amostragem, e utilizados no cálculo dos parâmetros do
controlador ajustável. Esta forma é ilustrada pelo
diagrama de blocos da Figura 1.
(1)
1
( s  1)
4
Esta função transferência em tempo contínuo foi criada
digitalmente através de uma equação a diferenças cujo
polinômio foi calculado utilizando o processo de
discretização com Segurador de Ordem Zero (ZOH), com
um período de amostragem de Ts= 0.2 seg. O modelo
escolhido
para
implementação
foi
o
Armax
(autorregressivo/média móvel para a variável exógena),
representado pela Figura 2.
Figura 2 – Modelo Armax
Fonte: Aström & Wittenmark (1995)
Para este modelo, vale a expressão:
A( z 1 ) y(t )  z  d B( z 1 )u(t )  C ( z 1 )w(t )
(2)
onde:


z 1 : operador atraso;
A( z 1 ) , B( z 1 ) e C ( z 1 ) : polinômios da função
de transferência do sistema da forma:
A( z 1 )  1  a1z 1  a2 z 2    ana z  na
B( z 1 )  b0  b1 z 1  b2 z 2    bnb z  nb ;
C ( z 1 )  c0  c1 z 1  c2 z 2    cnc z  nc


Figura 1 – Controlador STR explícito
w(t ) : ruído branco de média nula;
d : atraso de transporte do sistema
O procedimento utilizado para a identificação dos
parâmetros da planta a ser utilizada no ajuste adaptativo
em tempo real do controlador foi o Estimador dos Mínimos
Quadrados Recursivo (MQR). A forma básica deste
algoritmo foi apresentada por Coelho e Coelho (2004)
que, para cada período de amostragem em (t+1), segue
os seguintes passos:
i) Medir a entrada u(t) e a saída y(t) da planta;
ii) Atualizar o vetor de medidas
;
 (t  1)  [ y(t )  y(t  1) u(t  d ) u(t  d  1)]
T
Fonte: Adaptado de Coelho e Coelho (2004)
iii) Calcular o erro de previsão
A planta controlada proposta para este artigo tem a
função transferência dada por:
(3)
;
 (t  1)  y(t  1)   T (t  1)  ˆ(t )
(4)
iv) Calcular o ganho do estimador K;
137
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
K (t  1) 
P(t ) (t  1)
1   (t  1) P(t ) (t  1)
(5)
T
v) Calcular o vetor de parâmetros estimados
ˆ(t  1)  ˆ(t )  K (t  1) (t  1)
ˆ
(6)
onde d é o atraso do ZOH, e P( z 1 ) é o polinômio da
equação característica que contém a dinâmica desejada
do tipo:
(14)
P( z 1 )  1  p z 1    p z  np
1
vi) Calcular a matriz de covariância P, alternativamente
pela equação:
(7)
P(t  1)  P(t )  K (t  1)[ P(t ) (t  1)]T
No procedimento prévio de identificação off-line da planta,
foi realizada uma simulação com 10 mil amostras, num
tempo de 200 segundos. Foi aplicada como entrada u(t)
da planta um sinal PRBS (pseudo random binary signal),
com banda de 0,1 segundo e amplitude variando
aleatoriamente entre -1 e 1. Para se adequar os modelos
Armax, um ruído branco de média nula foi aplicado como
o sinal endógeno w(t). A estimação foi aplicada ao modelo
Armax com diferentes ordens polinomiais, e foi escolhido
o modelo Armax [222], cujos parâmetros estimados
convergiram no vetor ˆ , após as 10 mil amostras de
simulação para os valores contidos na Tabela 1.
Tabela 1 – Parâmetros estimados para o Armax [222]
-1
-1
-1
Termos A(z )
Termos B(z )
Termos C(z )
a1= -1.92
b0= 0.0001
c 0=
-1.50
a2= 0.92
b1= 0.0046
c 1=
1.36
Fonte: do Autor
Projeto do Controlador por Alocação de Polos
O objetivo da técnica de controle por alocação de polos é
ajustar a dinâmica em malha fechada do sistema em um
comportamento previamente especificado. Para este
projeto, utilizou-se a estrutura RST do tipo posicional, que
manipula o sinal de controle u (t ) pela equação (Landau,
1998):
(8)
R( z 1 )u(t )  T ( z 1 ) y (t )  S ( z 1 ) y(t )
r
onde
yr (t ) é a trajetória desejada para a saída y (t ) , e
1
1
1
R( z ) , S ( z ) e T ( z ) são polinômios com ordem
apropriadas nr, ns e nt, cujos coeficientes serão obtidos
pelo algoritmo MQR de abordagem direta, utilizando os
sinais de entrada e de saída, e são do tipo:
(9)
R( z 1 )  1  r z 1    r z  nr
1
nr
np
Para o sistema controlado proposto neste artigo,
considerando o modelo Armax [222], temos na = 2 e nb =
2. Deseja-se um comportamento em malha fechada com
características de segunda ordem. Para essa dinâmica,
temos o polinômio característico em malha fechada com
ordem np = 2. Então, para que a equação polinomial (13)
seja possível, a ordem dos polinômios R( z 1 ) e S ( z 1 )
do controlador deve ser nr = 1 e ns = 2. O polinômio do
pré-filtro compensará o erro em regime permanente, e
terá ordem nt = 1 com o seu valor igual ao valor em
regime permanente do polinômio S ( z 1 ) . Em uma
adaptação da proposição de Landau e Zito (2006), o valor
dos coeficientes dos polinômios R( z 1 ) e S ( z 1 ) pode
ser calculado pela equação matricial:
1
(15)
 c   p   aux
onde
 p é a Matriz de Sylvester dada por:
 1
 a 1
p   1
 a 2  a1

  a2
e ainda
 c  r1
s0
b0
b1
0
0
s1
0
b0
b1
0
0
0 
b0 

b1 
(16)
s2 
(17)
T
 aux  ( p1  a1  1 p 2  a1  a 2
a2
0
T
(18)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Especificou-se para malha fechada um tempo de
acomodação igual à metade da resposta do sistema em
malha aberta, ou seja, t5%=5s e com máximo sobre sinal
de 10%. Com estas especificações, a equação
característica em malha fechada é:
(19)
P( z 1 )  1  1.4897 z 1  0.6188z 2
   s ns z  ns
(10)
Para cada período de amostragem, o estimador MQR
alimenta os valores estimados dos polinômios A( z 1 ) e
T ( z 1 )  t 0  t 1 z 1    t nt z  nt
(11)
B( z 1 ) nas matrizes das equações (16) e (18).
1
S ( z )  s 0  s1 z
1
Para o cálculo dos polinômios do controlador, devemos
supor que a equação característica em malha fechada
tenha características dinâmicas desejadas. Então,
consideremos a relação referência-saída do sistema em
malha fechada como sendo:
(12)
Y ( z 1 ) Q( z 1 )
Yr ( z 1 )

P( z 1 )
Substituindo os coeficientes de (19) na equação (17), e
resolvendo a equação matricial (15), são obtidos os
valores dos coeficientes de R( z 1 ) e S ( z 1 ) a cada
iteração do estimador. O valor de t0 é calculado como
sendo a soma dos coeficientes de S ( z 1 ) . Estes
coeficientes convergem para os valores apresentados na
Tabela 2.
Com alguma manipulação algébrica, a equação
característica da malha fechada representada pela
equação (12) pode ser dada por:
A( z 1 ) R( z 1 )  z  d B( z 1 )S ( z 1 )  P( z 1 ) (13)
138
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Tabela 2 – Parâmetros estimados para o controlador
-1
-1
-1
Termos R(z )
Termos S(z )
Termos T(z )
r1= 0.7038
s 0=
t0 =
3.3402
0.6471
s 1=
-4.6141
s 2=
1.9209
Fonte: do Autor
A dinâmica desta convergência pode ser observada na
Figura 2.
Figura 2 – Convergência dos parâmetros do controlador
Pode-se observar que, durante as primeiras 30 amostras,
a resposta em malha fechada não converge para sua
referência, reflexo de uma fase de acomodação de
estimação do algoritmo MQR. A partir dessa etapa,
verifica-se o segmento à referência. No “step” dado na
amostra 100, de amplitude 2, percebe-se que as
especificações exigidas para o controlador são satisfeitas,
assim como no “step” decrescente aplicado a partir da
amostra 200. O sinal de controle também é apresentado
na figura, onde se pode observar um comportamento não
agressivo, mesmo enquanto o estimador ainda não
convergiu.
CONCLUSÃO
Fonte: do Autor
Com os polinômios R( z 1 ) , S ( z 1 ) e T ( z 1 ) aplicados
na equação (8), tem-se o sinal de controle. A Figura 3
mostra o gráfico de resposta a uma referência com três
“steps”, durante o intervalo de 300 amostras.
Figura 3 – Sinais de Referência, Saída e Controle
Este artigo teve como objetivo fazer o estudo de caso da
aplicação do controle adaptativo digital para uma planta
pré-determinada. A planta proposta foi identificada de
forma simulada por um algoritmo de estimação usando o
método dos mínimos quadrados recursivo. Quanto ao
método de sintonia por alocação de polos, o principal
problema é a condição da existência da inversa da Matriz
de Sylvester. Em algumas simulações durante a
experimentação para este artigo, os coeficientes
estimados pelo MQR levaram à obtenção de uma matriz
singular, o que resultou em erro de simulação. Este fato,
apesar de ser raro, pode inviabilizar a aplicação de um
controlador em tempo real, se não forem tomadas
algumas precauções de código para evitar este tipo de
erro. Por fim, e talvez a mais importante conclusão, é que
os algoritmos de identificação, sintonia dos parâmetros do
controlador e o próprio cálculo do sinal de controle podem
ser realizados no mesmo código, sincronizados no
mesmo período de amostragem, conjuntamente com a
obtenção dos sinais de entrada e de saída da planta, o
que torna o STR explícito uma importante e popular
ferramenta de controle de processos industriais.
REFERÊNCIAS
ASTRÖM K. J. & WITTENMARK, B (1995), Adaptative
nd
Control, 2 edition. New York: Addison-Wesley
Publishing, EUA.
COELHO, A. R. & COELHO, L. S (2004), Identificação
de Sistemas Dinâmicos Lineares. Florianópolis: Editora
UFSC.
LANDAU, I. D. (1998), The R-S-T digital controller
design and applications, Control Engineering
Practice, 6: 155-165.
LANDAU, I. D. & G. ZITO (2006), Digital Control
Systems: Design, identification and Implementation,
Spriger, 1ª Edição, London.
Fonte: do Autor
139
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ELETRÓLITOS NANOCOMPÓSITOS BASEADOS EM CÉRIA DOPADA E
CARBONATOS PARA PILHAS A COMBUSTÍVEL
Marcelo T. Souza,¹,² Filipe M. H. L. R. Figueiredo,² Fernando M. B. Marques²
¹ Centro Universitário Barriga Verde – Unibave
² Departamento de Engenharia Cerâmica e do Vidro, Universidade de Aveiro – UA
1
[email protected]
Palavras-chave: Eletrólitos Nanocompósitos, Espécies Hidrogenadas, Condutividade.
INTRODUÇÃO
As convencionais células a combustível cerâmicas de
zircônia estabilizada com ítria (ZEI) como eletrólito
operam em altas temperaturas (800ºC – 1000 ºC), para
conseguir condução iônica suficiente no eletrólito, que traz
várias desvantagens em termos de estabilidade de longo
prazo da célula, o custo de fabricação, etc., sobre a
comercialização [1]. Se as células de combustível de
cerâmica podem ser operadas abaixo de 650ºC, materiais
muito menos caros podem ser usados e também outras
técnicas de fabricação, construção e operação podem ser
aplicadas à integração do sistema da pilha.
Benefícios adicionais da temperatura de funcionamento
do sistema incluem uma maior confiabilidade, maior vida
útil operacional e maior potencial para aplicação móvel
nos veículos e dispositivos portáteis. Para a operação a
baixa temperatura, materiais com maior condutividade do
que a zircônia são requeridos [2]. Alguns materiais tem
sido, nos últimos anos, extensivamente estudados para
aplicação em pilhas a combustível de temperatura
intermédia, com destaque para os nanocompósitos, que
apresentam resultados impressionantes.
A céria dopada tem alguma condução eletrônica em
atmosferas redutoras, resultando em perda de energia. Ao
mesmo tempo, isto também causa ao material problemas
mecânicos. Novos materiais compostos de céria e sal em
eletrólitos têm sido desenvolvidos para melhorar a
capacidade dos eletrólitos de céria dopado. A introdução
de vários sais inorgânicos pode suprimir eficazmente a
condução eletrônica e aumentar a condutividade iônica e
estabilidade do material, levando assim a excelentes
performances em baixas temperaturas [9].
METODOLOGIA
Os compósitos de Ce2O e CGO possuem alterações no
transporte de carga quando expostos a um ambiente com
umidade. A condutividade total destes eletrólitos
compósitos pode envolver íons como o H+, OH-, Na+, Li+,
CO32- e O2-, que se podem movimentar através da
estrutura do cerâmico (lacunas de oxigênio), da interface
do cerâmico/carbonatos e da própria fase de carbonatos.
A presença de espécies hidrogenadas não nativas,
decorrentes da interação com a umidade atmosférica,
seguramente alterará a natureza, a concentração e a
mobilidade dos principais transportadores de carga [3].
Assim com a introdução do novo componente NaOH se
obterá informações a respeito da condutividade em
função de uma espécie hidrogenada na estrutura do
compósito.
Compósitos baseados em misturas de pós-nanométricos
com 50:50% em volume de pó CGO (Ce0,9Gd0,1O1,9-δ)
com carbonatos (Na2CO3 e Li2CO3) foram obtidos por
mistura e moagem de alta energia (modelo RETSCH PM
100). A razão molar utilizada para os carbonatos é Na/Li =
2:1. A novidade é a substituição parcial do Na2CO3 por
NaOH em diferentes proporções (substituições em 1, 5 e
10% em volume). A Tabela 1 mostra as composições de
modo geral.
A conformação e sinterização dos pós foi obtido por
prensagem via seco (223 MPa) e temperatura de 690ºC
com patamar de 60 minutos (taxa de aquecimento de
5ºC/min.). Nas pastilhas obtidas, foi aplicada uma pasta
de ouro, caracterizando os eletrodos, e então queimadas
a 600ºC, com patamar de 15 minutos e taxa de
aquecimento de 5ºC/min para fixação dos eletrodos.
Tabela 1 – Composição das amostras
Percentual
Substituição
volumétrico Razão
do Na2CO3
Composições
da mistura
molar
por NaOH
CGO +
(CN:CL)
(%)
carbonatos
CGO+CN+CL
50/50
02:01
-
CGO+CN+CL+HN
50/50
02:01
99% / 1%
CGO+CN+CL+HN
50/50
02:01
95% / 5%
CGO+CN+CL+HN
50/50
02:01
90% / 10%
A identificação dos óxidos foi obtida por difração de raiosx (DRX) modelo Rigaku Geigerflex, radiação CuKα, λ=
1,54059 Å e a caracterização microestrutural das
amostras envolveu microscopia eletrônica de varredura
(SEM) modelo Hitachi S-4100.
A identificação das espécies químicas foi obtida por
espectroscopia de infravermelho (FT-IR) modelo BRUKER
– Tensor 27, Scanner z – 128, frequência de 4cm-1, e a
caracterização elétrica por espectroscopia de impedância
com um analisador Hewlett Packard, 4284, as medidas
foram realizadas entre 200ºC e 600ºC em condições
isotérmicas em ar.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Características microestruturais
A moagem de alta energia mostrou promover a formação
da fase de carbonato misto NaLiCO3, devido à energia do
sistema provocar uma reação entre os carbonatos de
sódio e lítio. Esta fase aparece discretamente na difração
de raios x na mistura quando misturados com o CGO, no
entanto, com o aumento do tempo de moagem a
intensidade dos picos da fase do carbonato misto diminui
até quase ao desaparecimento, indicando uma possível
amorfização desta fase.
A Figura 1 mostra as difrações de raios x para as quatro
composições.
Todos
os
picos
presentes
são
característicos da estrutura cúbica tipo fluorita da céria, as
fases carbonatos não aparecem no ensaio, isto indica que
permaneceram
amorfas,
sendo
sua
presença
posteriormente constatada na análise de radiação por
infravermelho (FT-IR).
140
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Figura 1 – DRX para as amostras de CGO-Na2CO3Li2CO3-NaOH (NaOH com 10, 5 e 1% em volume) e para
a amostra padrão CGO-Na2CO3-Li2CO3.
A Figura 2 mostra a espectroscopia de infravermelho dos
padrões puros dos pós de Na2CO3 e Li2CO3 em
simultâneo. As bandas de absorção atribuídas às
vibrações do ânion CO32- são localizadas entre a região
de 1800 a 400 cm-1. Bandas correspondentes a vibrações
assimétricas de alongamento correspondente ao ânion
CO32- são observadas com um máximo a 1421 e 1411 no
Na2CO3 e Li2CO3, respectivamente. Vibrações de
alongamento também dão origem a uma pequena banda
a 1088 cm-1 no Li2CO3. Vibrações de flexão originaram
bandas pontiagudas a 877 e 856 no Na2CO3 e Li2CO3,
respectivamente. Bandas fracas a 741 e 714 no Li2CO3
devido a vibrações de deformação também podem ser
observadas. Uma banda correspondente ao
Li2CO3 a 480 cm-1 pode ser atribuída a vibrações de
rede [4,5].
As análises de FT-IR do NaOH apresentam-se divididas
nas figuras 3 e 4. É possível notar a presença de
moléculas de água adsorvida no NaOH entre as bandas
3500-2700 cm-1. Grupos hidróxidos livres aparecem a
3574 e 3653 cm-1 referentes a vibrações de alongamento,
bandas devido ao grupo hidróxido livre tendem
geralmente à forma pontiaguda. A Figura 3 apresenta
vibrações de deformação que dão correspondentes ao
grupo OH a 1446 [5].
A Figura 5 mostra as análises de FT-IR para todas as
amostras após a sinterização e ensaios elétricos. As
amostras apresentam claramente picos intensos a 1421,
880 e 861 cm-1 referentes ao íon CO32-. O grupo OH que
se apresenta tipicamente na banda de 1446cm-1 para o
NaOH puro, pode estar sendo encoberto pelo íon
carbonato.
Figura 2 – Espectros de FTIR dos pós de Na2CO3 e
Li2CO3.
Figura 3 – Espectros de FTIR dos pós de NaOH na faixa
de 4000-2000 cm-1
Figura 4 – Espectros de FTIR do pó puro de NaOH na
faixa de 2000-400 cm-1.
Figura 5 – Espectros de FTIR de todas as amostras após
sinterização e medições elétricas.
Nota-se ainda que os picos referentes à água presente no
material que aparece nas bandas 3356 e 3574 cm-1 no
NaOH puro desaparece na análise do material
sinterizado, isso porque essas bandas correspondem ao
grupo OH ligado por pontes de hidrogênio em razão de o
material ser altamente higroscópico, e que posteriormente
desaparecem quando sinterizados, assim como as
moléculas de água adsorvida no NaOH entre as bandas
3500-2700 cm-1.
A Figura 3 mostra imagens de SEM de todas as amostras,
a presença de cristais aciculares na superfície indica uma
interação com espécies hidrogenadas, sugerindo a
hidratação de pequenas quantidades de óxidos alcalinos
presentes após a sinterização [3]. No entanto, não é
possível notar diferenças microestruturais em função das
adições de NaOH.
Desempenho elétrico
Os espectros de impedância a baixas temperaturas
mostraram uma redução da resistência com 5% e 10% de
NaOH, como mostra a Figura 5, sugerindo que a
141
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
introdução do hidróxido está provocando alterações na
natureza dos transportadores de carga. A Figura 6 mostra
um espectro em altas temperaturas, nota-se que seguem
a mesma tendência, no entanto, as resistências das
amostras com NaOH ficaram mais próximas do padrão,
principalmente para as as composições com 1% e 5% de
NaOH. Isso indica que as contribuições do NaOH foram
amenizadas a altas temperaturas devido à perda de
hidróxidos livres e água adsorvida, como constatado por
FT-IR, e que remanesciam a baixas temperaturas.
Figura 6 – Análise de microestrutura eletrônica de
varrimento (SEM) de todas as amostras.
A Figura 7 mostra o gráfico típico arrenhius da
condutividade em função da temperatura. Nota-se a
contribuição do teor do NaOH na variação da
condutividade, onde a introdução da espécie hidrogenada
provocou uma redução significativa na condutividade
elétrica do material para a composição com 10% de
NaOH, para as outras composições não há contribuições
significativas.
Figura 7 – Espectro de impedância em ar das amostras
com 1%, 5% e 10% de adição de NaOH e padrão CGONa2CO3-Li2CO3 (2:1) a 334ºC.
CONCLUSÃO
Confirmando os resultados das variações nas análises
elétricas em função da interação com atmosfera úmida
em trabalho anterior [3], a introdução de NaOH na
composição promoveu alterações no comportamento
elétrico do material, embora não monótonas com a
composição.
As imagens de SEM não permitem identificar efeitos
microestruturais específicos decorrentes da adição de
NaOH, embora mostrem a presença de cristais aciculares
na superfície, sugerindo uma interação com espécies
hidrogenadas. Hidratação de pequenas quantidades de
óxidos alcalinos presentes após a sinterização é a
explicação mais provável.
A análise de FT-IR após os ensaios elétricos não confirma
a presença do grupo OH devido à sobreposição de picos
pela similaridade de bandas com o íon carbonato. No
entanto, as análises elétricas demonstram uma variação
de comportamento em função da presença de NaOH.
Outra técnica deve ser avaliada para confirmar a
presença do grupo OH após sinterização.
Céria facilmente absorve água mesmo em ambientes
secos, o que é perdido em temperaturas da ordem de
400ºC. Nanocristais de cério também são conhecidos por
combinar água em temperaturas na faixa de 300ºC a
600ºC [3]. Outra hipótese é que a conservação de grupos
OH após tratamento térmico pode ser facilitada pela
presença de CGO já que este é capaz de adsorver e
manter água a temperaturas elevadas.
REFERÊNCIAS
[1] T. Matsui, T. Kosaka, M. Inaba, A. Mineshige, Z.
Ogumi, Solid State Ionics. 176 (2005) 663.
[2] Huang, J., Yang, L., Gao, R., Mao, Z., & Wang, C. A
high-performance ceramic fuel cell with samarium doped
ceria–carbonate composite electrolyte at low
temperatures. Electrochemistry Communications, 8(5),
(2006) 785-789
Figura 8 – Espectro de impedância em ar das amostras
com 1%, 5% e 10% de adição de NaOH e padrão CGONa2CO3-Li2CO3 (2:1) a 524ºC.
[3] Ferreira, A. S. V., Soares, C. M. C., Figueiredo, F. M.
H. L. R., Marques, F. M. B. Intrinsic and extrinsic
compositional effects in ceria/carbonate composite
electrolytes for fuel cells. International Journal of
Hydrogen Energy, 36(5), (2011) 3704-3711.
[4] Pasierb, P., Komornicki, S., Rokita, M., & Re, M.
Structural properties of Li 2 CO 3 and BaCO 3 system
derived from IR and Raman spectroscopy. Journal of
Molecular Structure, 596, (2001). 151-156.
[5] G. Socrates. Infrared and Raman Characteristic Group
rd
Frequencies – 3 ed. (1994) 94-96.
loco inteiro).
Figura 9 – Gráfico tipo arrenhius da condutividade elétrica
para as amostras com 1%, 5% e 10% de adição de NaOH
e padrão CGO-Na2CO3-Li2C
142
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
MODELAGEM BIOMIMÉTICA COM COMPLEXOS DE METAIS DE TRANSIÇÃO: UM
ESTUDO DA METALOENZIMA GALACTOSE OXIDASE
Priscila Felippe Modolon,1 Suzana Cimara Batista2
1,2
Centro Tecnológico/Universidade do Sul de Santa Catarina
1
[email protected]
Palavras-Chave: Galactose Oxidase, Complexo de Cobre (II), Química de Coordenação.
INTRODUÇÃO
Metaloenzimas são metalobiomoléculas que contêm no
mínimo um íon metálico em seu sítio ativo, portanto um
sítio ativo consiste em um ou mais íons metálicos, tendo
em toda cadeia lateral da proteína, pontes exógenas e
ligantes que definem a primeira esfera de coordenação de
cada íon metálico, sendo que o papel do íon metálico nos
sistemas biológicos seria descrito como estrutural e
1
funcional. A galactose oxidase é uma metaloenzima de
cobre que catalisa a oxidação de alcoóis primários em
2,3
aldeídos, juntamente com a redução de O2 para H2O2.
Extraída de fungos, como o Fusarium graminearum,
apresenta forma manométrica, contendo em sua molécula
639 aminoácidos e peso molecular de 68,5 kDA,
apresentando um caráter básico, sendo relatada a ser
4
inativa em pH abaixo de 5,0.
Este trabalho tem como objetivo obter uma rota de síntese
adequada para o isolamento e a caracterização
espectroscópica de um composto de coordenação de
cobre (II) e que este composto sintético possa apresentar
algumas das propriedades da metaloenzima galactose
oxidase.
METODOLOGIA
O composto de coordenação de cobre (II) foi obtido a
partir da reação de 2 mmol de Cu(CH3COO)2.H2O
solubilizado em etanol 70%, 2 mmol de aldeído salicílico
também solubilizado em etanol 70% e 2 mmol de NaClO4,
este último solubilizado em metanol. O composto
precipitou na forma de microcristais de coloração verde
escuro obtendo-se um rendimento de 15,57%.
Figura 1 – Espectro UV-vis do composto. Inserido o
espectro de absorção na região próxima ao IV.
Fonte: Autor 2011
CONCLUSÃO
O estudo realizado mostrou uma rota sintética adequada
para a obtenção do composto. A espectroscopia de UVvis apresenta as transições eletrônicas do composto de
cobre (II) confirmando a sua coordenação ao ligante.
Fazem-se ainda necessários estudos complementares do
composto como a resolução da estrutura cristalina por
difratometria de raios X para uma comparação com a
molécula da metaloenzima de interesse.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a caracterização do composto obtido foi realizado o
teste de condutividade elétrica, apresentando o valor de
12,54 µs, tendo como temperatura de referência 25°C.
Também foi realizada para o estudo das propriedades do
íon complexo a análise de espectroscopia de UV-vis. O
experimento foi realizado em meio metanólico. No
-4
espectro da Figura 1 na concentração de 2,5.10 M
apresentou a seguinte banda: λ = 387 nm. O espectro
-3
inserido (Figura 1) na concentração de 1,0.10 M revelou
as seguintes bandas: λ = 668 nm e λ = 721 nm.
AGRADECIMENTOS
PUIC – Unisul.
REFERÊNCIAS
1
Romanowisk, S. M. M.; Mangrich, A. S. Química Nova.
2001, 24, 592-598.
2
Romanowisk, S. M. M.; Tormena,F.; Mangrichi, A.S. et
al. J. Braz. Chem. Soc. 2004, 15, 897-903.
3
Biazio, G. R. de.; Leite, G. G. S.; Tessmann, D. J.
Brazilian Journal of Microbiology. 2008, 39, 554-560.
4
Gasparotto, E.P.L.; Abrão, S. C. C.; et al. Brazilian
Archives of Biology and Technology. 2006, 49, 557564.
143
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PROPOSIÇÕES DIDÁTICAS DE DAVYDOV PARA A INTRODUÇÃO DO SISTEMA DOS
NÚMEROS NATURAIS
1,2,3
Cristina Felipe de Matos,1 Josélia Euzébio da Rosa,2 Ademir Damazio3
Laboratório de Matemática. Gpemahc – Grupo de Pesquisa Educação Matemática: Uma Abordagem HistóricoCultural. Unesc – Universidade do Extremo Sul Catarinense. Pós-Graduação Latu Senso: Educação Matemática
[email protected]
Palavras-Chave: Parlendas, Sistema dos Números Naturais, Davydov.
INTRODUÇÃO
A pesquisa, em andamento, está fundamentada na
abordagem histórico-cultural, mais especificamente em
Vigotsky, Leontiev, Lúria e Davydov. A partir dos
fundamentos teóricos e metodológicos da referida
abordagem, Davydov elaborou, juntamente com seus
colaboradores, uma proposta de ensino de matemática. A
pretensão era superar as fragilidades/dificuldades
advindas dos conteúdos e dos métodos de ensino
vigentes em sua época. Desse modo, o objetivo da
presente pesquisa é investigar as proposições de
Davydov para a introdução do sistema dos números
naturais no primeiro ano do Ensino Fundamental.
METODOLOGIA
A pesquisa, de caráter bibliográfico, teve início ao realizar
uma revisão de literatura sobre as proposições teóricas de
Davydov. Na sequência, debruçamo-nos nas proposições
específicas para o ensino de matemática com foco para o
sistema dos números naturais apresentadas no livro
didático (ДАВЫДОВ, et al. 1997) e no livro de orientações
metodológicas (ГОРБОВ et al, 2008). Paralelamente,
realizamos leituras específicas do conhecimento
matemático (Caraça, 1998 e Lima, 1999). Tais leituras
ainda acontecem, e os resultados e discussão
apresentados posteriormente são preliminares.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Davydov atribui à reta numérica a representação
geométrica do conceito de número. Nela, representa-se o
resultado do processo de medida, ou seja, o valor da
medida da grandeza. Antes de as crianças terem contato
com a sequência dos números naturais, são apresentadas
sequências de palavras, como uma parlenda ou uma
música infantil, por exemplo. Desse modo, ao verificarem
a medida de um barbante, para cada medida a criança
fala uma palavra da parlenda ou da música. As crianças,
orientadas pelo professor, analisam as fragilidades
dessas sequências (as palavras se repetem, podem
acabar antes de terminar o processo de medida e não
seguem uma ordem). Formulam propriedades de como
deve ser uma parlenda para garantir que todas as
pessoas possam utilizá-la sem que haja distintas
respostas para uma mesma medição. A conclusão será
de que são necessárias as seguintes características
básicas: 1) os números seguem um ao outro, numa
determinada ordem; 2) os números, numa série, não
podem ser repetidos; 3) Após cada número, sempre vem
outro; 4) os números devem ser iguais para todas as
pessoas. Essas características são próprias do conceito
científico
de
número
natural,
fundamentados,
teoricamente, nos axiomas de Peano.
CONCLUSÃO
Davydov propõe o ensino do número natural a partir da
relação entre grandezas contínuas (volume, área e
comprimento). Em seguida, introduz o uso da parlenda,
de forma que as próprias crianças possam verificar, com a
orientação do professor, as características necessárias
para uma sequência numérica em seu teor científico. No
sistema de tarefas elaborado a partir das parlendas,
Davydov propõe a reflexão, pelas crianças, sobre as leis
da estrutura do sistema do número natural que se
expressam nos axiomas de Peano. Seu movimento de
ensino ascende do abstrato ao concreto, o foco é para o
conceito científico do sistema dos números naturais. Em
detrimento do que comumente se faz no ensino cujo foco
incide na contagem de objetos (grandeza discreta) e na
correspondência um a um empiricamente.
AGRADECIMENTOS
Fonte financiadora: Fundo de Apoio à Manutenção e ao
Desenvolvimento da Educação Superior (Fumdes).
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado
de Santa Catarina (Fapesc). Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
REFERÊNCIAS
ГОРБОВ et al, Обучение математике. 1 класс:
Пособие для учит0елей начальной школы (Система
Д.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 2-е ида., перераб. М.:ВИТА-ПРЕССб 2008. 128p.
ДАВЫДОВ, В. В. О. et al. Математика, 1-Kjiacc. Mockba:
Mnpoc - Аргус, 1997. 224p.
144
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE NA
DIMINUIÇÃO DA SINALIZAÇÃO DA VIA PRÓ-INFLAMATÓRIA E MELHORA DA
SENSIBILIDADE À INSULINA NO TECIDO HEPÁTICO DE CAMUNDONGOS
1
Patricia Acordi Cesconetto, Marcelo Fontana Vitto, Scherolin Oriques
Marques,Thais Fernandes Luciano, Daiane da Silva Zeferino, Daniella Roxo de
Souza, Gabrielle da Luz, Claudio Teodoro de Souza
Laboratório de Fisiologia e Bioquímica do Exercício (PPGCS/Unesc).
1
[email protected]
Palavras-Chave: Óleo de peixe. Ômega 3. Via Molecular da Insulina. Inflamação. Tecido Hepático.
INTRODUÇÃO
O aumento da prevalência de doenças crônicas, como
obesidade e diabetes mellitus tipo 2 (DM-2) representa
um grave problema de saúde pública em diversos países,
inclusive no Brasil. O elo entre tais doenças é a
resistência à insulina (RI). É proposto que a obesidade
leva a um quadro de inflamação subclínica que resulta em
RI. O consumo de óleo de peixe (fonte natural de ômega
3) tem sido apontado por muitos autores como um
importante fator para o tratamento das doenças
associadas a RI. Apesar dos avanços das pesquisas
nessa área, o conhecimento permanece limitado. Dessa
forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos
da suplementação de óleo de peixe sobre a ação da
insulina e inflamação no tecido hepático de camundongos.
METODOLOGIA
Os camundongos foram suplementados com diferentes
doses de óleo de peixe (1mg, 5mg, 10mg e 50 mg) ao dia,
por 21 dias. Foi avaliada a glicemia de jejum nos dias 0,
14º e 21º. Estes resultados mostraram que a dose de
10mg ocasionou redução mais significativos na glicemia,
no 14º e 21º dias. Como a dose de 10mg mostrou ter
melhores efeitos, essa dose foi utilizada para avaliação
dos níveis proteícos das moléculas envolvidas na
sinalização pró-inflamatória, bem como das moléculas
envolvidas na transdução do sinal da insulina. Após
amostras de tecido hepático foram submetidas as
análise de Western Blot.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A suplementação com óleo de peixe reduziu
significativamente a atividade da sinalização IKK/NFkB no
tecido hepático de camundongos, reduzindo a fosforilação
da IKK em 30% e a expressão de NFkB em 35%, quando
comparado ao grupo controle. Além disso, nos animais
com suplementação de 10 mg, observamos a diminuição
da fosforilação da JNK de 40%, quando comparada ao
grupo controle. A atividade da via de sinalização da
insulina foi melhorada no tecido hepático dos
camundongos, aumentando a fosforilação do IR em 33%,
do IRS-1 em 34% e da Akt em 42% comparados com o
grupo controle que recebeu salina. Nos animais do grupo
controle, observou-se o aumento da fosforilação das
proteínas da via da insulina IR, IRS-2, e Akt,
demonstrando a preservação da sensibilidade das células
hepáticas ao hormônio. Nos animais que receberam o
suplemento, foi observado um aumento significativo da
atividade dessas mesmas moléculas, em comparação ao
grupo controle, demonstrando aumento da ação da
insulina. Nesse contexto, é possível que a diminuição da
glicemia e aumento da atividade da via da insulina após a
suplementação com óleo de peixe descrita neste estudo
seja atribuída em parte à diminuição das moléculas da via
inflamatória.
CONCLUSÃO
O presente estudo demonstrou que a suplementação de
óleo de peixe diminuiu a glicemia de camundongos de
forma dependente do tempo e da dose. Os efeitos mais
relevantes foram observados com a dose de 10mg e
suplementação por 21 dias, além disso, este estudo
demonstrou que a suplementação com o óleo de peixe
reduz a expressão e atividade de moléculas próinflamatórias (JNK, NFkB e IkB) no fígado de
camundongos. Assim, estes dados sugerem que o óleo
de peixe aumenta a sinalização intracelular da insulina e
isso esta relacionado à redução da via inflamatória no
tecido hepático.
AGRADECIMENTOS
Fonte financiadora: Unesc, CNPQ.
145
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
AVALIAÇÃO DE ESTRESSE OXIDATIVO EM PACIENTES PORTADORES DE
DISTROFIAS MUSCULARES PROGRESSIVAS
Meriene Viquetti de Souza,1 Gisiane Mathia Bareta,1,2 Lisiane Tuon,1,2 Thaís Moraz,1
Maria Inês da Rosa1
1
Laboratório de Epidemiologia/ Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde/ Universidade do Extremo Sul
Catarinense, Criciúma (SC), Brasil.
2
Laboratório de Neurociências/ Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde/ Universidade do
Extremo Sul Catarinense, Criciúma (SC), Brasil.
1
[email protected]
Palavras-Chave: Distrofias Musculares, Estresse Oxidativo, Duchenne.
INTRODUÇÃO
Os radicais livres são conhecidos por serem responsáveis
por dano químico e molecular em DNA, nucleotídeos,
proteínas, lipídeos, carboidratos e estruturas da
membrana celular. Estudos demonstram que a severidade
de dano muscular nas distrofinopatias é dependente da
ação das espécies reativas de oxigênio (ROS) na
formação de resíduos de carbonil provenientes de
aminoácidos e proteínas. Considerando tais achados,
nosso trabalho objetivou avaliar o dano oxidativo através
de marcadores de estresse oxidativo e atividade de
enzimas antioxidantes em pacientes portadores de
distrofias musculares progressivas membros da
Associação Sul Catarinense de Familiares, Amigos e
Portadores de Distrofias Musculares Progressivas
(Ascadim) e comparar com grupo controle.
Opostos à literatura, nossos achados não apresentaram
estresse oxidativo no sangue dos pacientes com distrofias
musculares progressivas, apenas aumento da atividade
da SOD. A literatura mostrou estresse oxidativo no
cérebro dos ratos mdx.
Figura 1 – Avaliação da peroxidação lipídica pela
formação de Tbars (substâncias reativas ao ácido
tiobarbitúrico).
METODOLOGIA
Participaram do estudo 25 indivíduos portadores de
distrofias musculares progressivas e 25 indivíduos sem
doença neurológica prévia que foram pareados quanto a
sexo e idade com os portadores de distrofias. De cada
participante, foram coletados 15 ml de sangue periférico e
centrifugados. O soro foi separado e armazenado a -80°.
Como indício de peroxidação lipídica foi medido a de
Tbars plasmático durante uma reação ácida aquecida.
Brevemente, as amostras obtidas foram misturadas com 1
ml de ácido tricloroacético 10% e 1ml de ácido
tiobarbitúrico, fervidas por 15 minutos e após a
quantidade de Tbars foi determinada pela absrobância em
535 nm. Para medir o dano oxidativo em proteínas
plasmáticas, as amostras obtidas foram precipitadas e as
proteínas dissolvidas com dinitrofenilidrazina. Os
grupamentos carbonil foram medidos pela absorbância
em 370nm. A atividade da CAT foi determinada medindo
a taxa de decaimento da absorbância do peróxido de
hidrogênio em 240 nm conforme previamente (Dal-Pizzol
et al., 2000) descrito. A atividade da SOD foi determinada
pela inibição da autooxidação da adrenalina medida
espectrofotometricamente. Foi utilizado o programa
SPSS17.0 para análise estatística e o Teste T para
análise entre os grupos (p<0,05 foi considerado
significante).
Fonte: Os autores.
Figura 2 – Avaliação do dano a proteínas através da
proteína carbonil.
Fonte: Os autores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Verificou-se, no grupo Duchenne, um crescimento apenas
nos parâmetros da SOD quando comparada ao grupo
controle (Z=-2.945; p=0.001). Houve também um aumento
da SOD no grupo com Distrofia Miotônica (Z=-3.176;
p=0.001) quando comparado ao grupo controle. A
atividade da catalase, Tbars e Carbonil não mostraram
diferenças quando comparadas ao grupo controle.
146
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Figura 3 – Avaliação da atividade da enzima antioxidante
catalase.
CONCLUSÃO
O presente estudo mostrou que, apesar de saber-se que
o estresse oxidativo está envolvido na fisiopatologia das
distrofias musculares progressivas, ainda há muito a ser
estudado. Assim como outros estudos, demonstramos
que houve um aumento na atividade da enzima
antioxidante (SOD); não mostrando aumento dos outros
parâmetros de estresse oxidativo.
AGRADECIMENTOS
Fonte financiadora: PIC 170/CNPq/Unesc.
REFERÊNCIAS
YANG, X.Y.; MUQIT, M. M.; LATCHMAN S.D. Induction of
parkin expression in the presence of oxidative stress. Eur
J Neurosci, v.24, p.1366-1372, 2006.
Fonte: Os autores.
Figura 4 – Avaliação da atividade da enzima antioxidante
superóxido dismutase.
ITO, Y. et al. Oxidative stress induces
phosphoenolpyruvate carboxykinase expression in H4IIE
cells. Biosci Biotechnol Biochem, v.70, p. 2191–2198,
2006.
BANNISTER, J.V.; CALABRESE, L. Assays for
superoxide dismutase. Methods Biochem. Anal, v.32,
p.279–312, 1987.
Fonte: Os autores.
147
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL EM RATOS WISTAR ADULTOS SUBMETIDOS A
MENINGITE BACTERIANA POR STREPTOCOCUS PNEUMONIAE: CANABIDIOL
POSSÍVEL PAPEL TERAPÊUTICO
Ana Paula Moreira,¹ Jaqueline S. Generoso,¹ Graziele Milioli,¹ Allan Collodel,¹ Paulo
R. Barbosa,¹ João Quevedo,² Tatiana Barichello¹
¹ Laboratório de Microbiologia Experimental e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em
Medicina, PPGCS/Unesc (SC), Brasil.
²
Laboratório de Neurociências e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina,
PPGCS (SC), Brasil.
1
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Streptococcus pneumoniae; Canabis sativa; Meningite; Comportamento.
A meningite bacteriana é a infecção mais comum do
Sistema Nervoso Central, apresentando altas taxas de
mortalidade e morbidade, caracterizada por uma infecção
aguda da pia-máter, aracnóide e do espaço subaracnóide.
A meningite causada pelo Streptococcus pneumoniae,
uma bactéria Gram (+), é responsável por grande parte
das doenças adquiridas na comunidade, representando
altas taxas de morbidade e mortalidade em países em
desenvolvimento, sendo que o dano é ocasionado pelo
microrganismo invasor e pela resposta imune do
hospedeiro. O estudo com a planta Canabis sativa, uma
planta originária da Ásia, uma das mais antigas drogas
psicóticas descritas, vem relatando que a mesma exerce
efeitos protetores em múltiplas doenças, atuando com
propriedades anti-inflamatórias. O objetivo deste estudo
foi avaliar a memória e a aprendizagem de ratos Wistar
adultos submetidos à meningite pneumocócica.
METODOLOGIA
Os animais foram submetidos à indução da meningite via
inoculação na cisterna magna, recebendo a quantidade
de 10l de suspensão salina estéril ou o volume
9
equivalente na concentração de 5x10 UFC/mL de S.
pneumoniae, que foram cultivadas durante a noite anterior
ao experimento. A meningite foi confirmada 16 horas após
a indução com a retirada de 5 l do líquido
cefalorraquidiano da cisterna magna e semeando em
placas de agar sangue, sendo encubados em estufa
bacteriológica a 35ºC. Os animais foram divididos em 5
grupos, sendo sham, meningite + canabidiol 2,5mg/kg;
meningite+canabidiol 5mg/kg e meningite+canabidiol
10mg/kg e meningite salina.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nossos estudos demonstraram que os animais tratados
com canabidiol na concentração de 10 g/Kg, o prejuízo
da memória foi revertido; as outras concentrações
utilizadas não demonstraram efeito neuroprotetor.
200
*
*
Sham
Meningitis
150
Latency (sec)
INTRODUÇÃO
Meningitis CBD 2.5mg/Kg
Meningitis CBD 5mg/Kg
100
Meningitis CBD 10mg/Kg
50
0
Training
Test
CONCLUSÃO
Desta forma, sugerimos que o canabidiol foi eficaz na
prevenção ao dano cognitivo ocasionado pela meningite
pneumocócica e novas pesquisas devem ser realizadas
para elucidar o mecanismo de ação do canabidiol.
AGRADECIMENTOS
Fapesc, Unesc, PPGCS, CNPq e INCT-TM
REFERÊNCIAS
BARICHELLO, T. et al. Brain creatine kinase activity after
meningitis induced by Streptococcus pneumoniae. Brain
Res Bull, n. 80, p. 85-88, 2009.
MITCHELL, A.M.; MITCHELL, T.J. Streptococcus
pneumoniae: Virulence factors and variation. Clin
Microbiol Infect, n. 16, p. 411-418, 2010.
SELLNER, J.; TAUBER, M.G.; LEIB, S.L. Pathogenesis
and pathophysiology of bacterial CNS infections. Handb
Clin Neurol, n. 96, p. 1-16, 2010.
148
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NUTRICIONAL E SENSORIAL (AQNS) DE
PREPARAÇÕES SERVIDAS NO ALMOÇO EM UM RESTAURANTE COMERCIAL DA
CIDADE DE CRICIÚMA (SC)
Talita Di Francia Rosso,1 Marco Antônio da Silva2
1
2
Nutricionista; CRN 10 – n° 3413P
Docente; Curso de Nutrição; Universidade do Extremo Sul Catarinense
1
[email protected]
Palavras-Chave: Alimentação Coletiva; Alimentação Saudável; AQNS; Pontos Críticos de Controle (PCC).
INTRODUÇÃO
Um ser saudável busca equilibrar o corpo, a mente e o
espírito. Este equilíbrio pode ser alcançado com a ajuda
de profissionais, como o nutricionista. A alimentação é um
processo voluntário e consciente, mas sofre influência de
fatores culturais, econômicos e psicológicos (SANTELLE,
2008). Observa-se no dia a dia que com a falta de tempo,
mais pessoas fazem suas refeições fora de casa. A partir
dessa constatação, surgiu a pergunta fundamental para o
desenvolvimento deste estudo: será que as refeições
oferecidas em estabelecimento comercial do município de
criciúma, que atende uma clientela diversificada
socialmente
e
culturalmente,
estão
adequadas
nutricionalmente, sensorialmente e higienicamente?
Um instrumento que vem sendo utilizado para avaliar
conjuntamente os aspectos nutricionais, sensoriais e
higiênicos na oferta de refeições é o protocolo de
Avaliação da Qualidade Nutricional e Sensorial (AQNS),
que foi desenvolvido por Riekes (2004) e adaptado por
Proença e colaboradores (2005). O estudo teve como
objetivo avaliar a qualidade nutricional e sensorial de
preparações servidas no almoço em um restaurante
comercial do município de Criciúma.
METODOLOGIA
No estudo, utilizaram-se os procedimentos apresentados
por Riekes (2005), com a aplicação do sistema de AQNS.
A aplicação desse sistema ocorreu em um
estabelecimento comercial de alimentos (Unidade
Produtora de Refeições – UPR) localizado no município
de Criciúma (SC). A UPR conta com uma clientela fixa e
produção de um determinado número de refeições
diariamente a partir de um cardápio semanal fixo e sem
variações ao longo do mês. As amostras utilizadas eram
as preparações servidas no horário de almoço, de
segunda a sexta-feira, em sistema de buffet livre.
Foi aplicado o sistema AQNS (PROENÇA et al., 2005),
através da avaliação dos dados obtidos por meio de
roteiros especificados, seguindo duas etapas básicas:
1) Avaliação
das
condições
estruturais
e
de
processamento da Unidade Produtora de Refeições
(UPR);
Avaliação dos processos operacionais, com as seguintes
etapas: a) Aplicação do Roteiro de Avaliação da
Qualidade Nutricional e Sensorial, que avalia cada um dos
diversos procedimentos operacionais em cada uma das
etapas desse processo, desde o recebimento até a sua
distribuição; b) Elaboração da Descrição Detalhada da
Preparação, na qual se apresentam os ingredientes, as
quantidades, o modo de preparo, o material e utensílio
utilizado, os dados de tempo e temperatura e as
características sensoriais específicas, e também o registro
fotográfico das preparações; c) Construção do fluxograma
da preparação, que exemplifica as etapas do processo
produtivo, demonstrando os pontos críticos de controle
relacionados aos aspectos nutricionais e sensoriais da
preparação; d) Elaboração do Quadro Descritivo, que
destaca os pontos de controle de cada etapa, os perigos,
os critérios, as formas de monitoramento, ações corretivas
e os registros da última avaliação. A aplicação do AQNS
ocorreu através de um primeiro contato com o
responsável pelo restaurante para a qual foram
apresentados os objetivos da pesquisa, após os demais
dados para execução dos outros roteiros foram coletados,
sendo estes roteiros aplicados nas 21 preparações
observadas durante o período de coleta de dados,
ocorrido entre março e junho de 2010.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A avaliação da estrutura deu-se pela observação da
planta do local, na qual se fez a localização de cada
equipamento bem como a verificação dos procedimentos
relativos à compra e armazenamento da matéria-prima e
in loco. O restaurante observado funciona de segunda a
sexta, das 7h às 22h30, e no sábado, das 7h às 14h. A
UPR oferece aos comensais, além do buffet, bolos,
pastéis, sanduíches e outras preparações.
Está localizada em piso térreo, com duas portas na parte
dos fundos, uma para entrada de mercadorias e a outra
para entrada e saída de colaboradores e apresenta uma
entrada e/ou saída social para os comensais. Há duas
portas de acesso à cozinha: uma pelo corredor, de acesso
comum para entrada de mercadorias e também acesso ao
banheiro dos comensais; a outra dá acesso ao corredor
da outra porta de entrada de mercadorias, pela qual se
tem acesso também ao corredor da despensa e do
banheiro de colaboradores. Na área social do restaurante,
observou-se a existência de 18 mesas, das quais seis
mesas fixas de seis lugares e 12 mesas móveis de
plástico de quatro lugares. Há o buffet utilizado para servir
as preparações. Encontra-se ainda uma geladeira para
armazenar as saladas em espera e outra geladeira para
armazenamento de bebidas. Há uma área para o caixa,
localizada na extremidade oposta ao balcão de
atendimento. A área delimitada para o banheiro dos
funcionários é de uso comum para homens e mulheres.
Há a presença de um sanitário, uma pia para a lavação
das mãos, um espelho pequeno e um armário de ferro de
duas portas, que armazena os produtos de limpeza e
pertences dos funcionários. Observa-se que a UPR não
segue as recomendações, o banheiro de funcionários é
de uso comum para o sexo masculino e feminino, o
armário de armazenamento de objetos dos funcionários é
de uso comum e também armazena os produtos de
limpeza, além de ter sido observada a ausência de molas
ou protetores nas portas e não há janelas para ventilação,
o que torna está área um potencial foco de contaminação
para as demais áreas do restaurante, já que a partir dele
se obtém acesso direto à área de armazenamento de
alimentos e à cozinha. Na despensa há um armário de
149
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
seis portas, no qual se armazenam os alimentos não
perecíveis. Encontram-se também dois freezers
horizontais para armazenamento das carnes e massas
preparadas para os lanches produzidos no local. Há uma
estante suspensa na parede. Notou-se que o armário de
armazenamento de gêneros não perecíveis encontra-se a
25 cm do chão, porém possui portas que dificultam a
circulação de ar pelo armário. Sugere-se a troca do
armário ou a retirada das portas. A temperatura do local é
adequada e não há presença de estrados. Na área da
cozinha, há um forno industrial, já repintado mais de uma
vez. Em frente do forno, encontra-se uma fritadeira
elétrica pequena utilizada para fritar batatas, que se
encontra suspensa sobre uma chapa, equipamento
utilizado para fazer as preparações de carne sem a
utilização de óleo. Na parte inferior deste balcão,
encontram-se as formas de alumínio utilizadas no preparo
de lasanhas, pizzas e lanches assados. Ao lado da chapa,
encontra-se um fogão de seis bocas de inox, não original
e construído a partir de peças de inox, aproveitando-se a
parte frontal do antigo fogão. Ao lado, encontra-se uma
pia pequena de PVC para higienização das mãos. Abaixo
da pia localiza-se uma lixeira e ao lado, uma pia de cuba
inox, ligada a uma bancada de mármore para pré-preparo
e preparo de preparações de carnes. Ao lado encontra-se
um balcão de suporte com micro-ondas e uma estante
suspensa para o armazenamento das tigelas de servir.
Em frente, encontra-se uma geladeira de quatro portas
horizontal de inox, para armazenamento das carnes para
descongelamento e das saladas para preparo. Na parede
comum com a área social, encontra-se um balcão de
armazenamento de utensílios (facas e tábuas) e uma pia
de cuba de inox e bancada de mármore para higienização
de saladas. Quando não mais utilizada para este fim, a
pia é utilizada para higienização dos utensílios. Acima do
balcão, encontra-se uma estante suspensa para suporte
para bandejas e alguns temperos. Ao lado encontra-se
uma lixeira e após um balcão para preparações do tipo
massa. Na estante abaixo deste balcão, se observam
alimentos não perecíveis a serem utilizados no dia e
outros que são armazenados ali diariamente como óleo e
farinha. Acima se encontra uma estante com os temperos.
Nessa área, encontra-se uma janela grande pela qual as
preparações são enviadas ao buffet ou à geladeira para
armazenamento de espera. No centro da cozinha,
localiza-se uma fritadeira elétrica, de inox e com
escorredor embutido. Em frente tem-se a mesa de apoio
central em mármore. Abaixo da mesa e sobre estrados,
há caixas de plástico com verduras e legumes. Contudo, o
indicado nesses casos é o armazenamento sob
refrigeração por dois ou três dias.
Após estas observações, verificou-se que muitas normas
não são cumpridas, contudo os funcionários do local e os
proprietários têm a preocupação de manter um local
higienizado para a realização de refeições seguras.
Nos resultados e análises do Roteiro Básico de Avaliação
das Características da UPR observou-se que são
produzidas em média 250 refeições servidas no horário
das 11h30 às 13h30. A UPR conta com dez funcionários,
há equipamentos suficientes para execução do processo
produtivo e embora nem todos sejam novos, encontramse em bom estado. Algumas irregularidades foram
observadas: o trabalho da equipe operacional ocorre
organizadamente, mas o espaço destinado à cozinha é
pequeno; a capacitação humana é feita de acordo com o
interesse dos funcionários; a transmissão de informações
sobre os procedimentos e qualquer dúvida referente ao
processo
produtivo
é
feita
pela
cozinheira
chefe/representante do local; e não há MBP/POP. Notou-
se ainda a ausência de balanças e termômetros para
medições durante o recebimento, armazenamento, prépreparo, preparo e distribuição das refeições.
As preparações do tipo salada são, na maior parte, do tipo
crua, sendo fontes de vitaminas, minerais e fibras. A
maioria vem de plantio próprio, sem uso de agroquímicos.
Observaram-se os seguintes Pontos Críticos de Controle
(PCC) Biológicos, Físicos, Químicos): higienização (PCC
B, F, Q); disposição na cuba (PCC B, F); armazenamento
sob refrigeração (PCC B, F); distribuição no buffet (PCC
B). Observou-se que os vegetais são armazenados em
tempo e refrigeração corretos. A preparação das saladas
apresenta procedimentos adequados na higienização,
mas não na sanitização. O armazenamento das saladas
cruas e feito junto às cozidas (recipientes abertos no
mesmo refrigerador) na espera para buffet.
Nas preparações do tipo arroz, observou-se a oferta de
dois tipos de arroz, o parboilizado e o integral, pela
variedade de comensais. O arroz é fonte de energia e o
arroz integral é fonte de vitaminas, minerais e fibras
alimentares, sendo mais recomendável que o
parboilizado. Foram identificados como PCC: cocção
(PCC B); montagem na cuba (PCC F); distribuição no
buffet (PCC B). Verificaram-se os seguintes pontos a
serem melhorados: o armazenamento da matéria-prima
em armário fechado, quando o ideal são prateleiras
abertas para ventilação; não foram identificados PCCs
relacionados aos aspectos organolépticos (excesso de
sal, óleo, etc.).
As preparações do tipo feijão são ofertadas todos os dias,
pois é uma fonte importante de fibra alimentar e amido
para o organismo, além de certa concentração de
proteínas. Foram identificados como PCC a escolha e
higienização do grão (PCC B, F), o molho durante a noite
(PCC B, F), a cocção (PCC B), a montagem na cuba
(PCC F) e a distribuição em buffet (PCC B). Foi
observado que os temperos utilizados são de fabricação
própria da UPR e foram identificados PCCs relacionados
aos aspectos organolépticos. Assim como nas
preparações anteriores é observado que a matéria-prima
é armazenada em armário fechado.
As preparações do tipo farofa de bacon são ofertadas
todos os dias, porém como contém colesterol, possui
aspectos nutricionais não recomendáveis, além de pouca
diversificação no modo de preparo. Sugere-se a utilização
de legumes, talos ou até mesmo algum tipo de fruta,
como a banana. Foram apontados como PCC o prépreparo do bacon (PCC F), cocção por fritura (PCC B), a
montagem na cuba (PCC F) e a distribuição em buffet
(PCC B) e observou-se a não diversificação dos
ingredientes utilizados. Não foram identificados PCCs
relacionados aos aspectos organolépticos e, assim como
nas
preparações
anteriores,
observou-se
o
armazenamento de matéria-prima em armários.
As preparações do tipo maionese apresentam a presença
de alguns nutrientes como fósforo, potássio e amido, mas
há a presença da maionese industrializada pronta, que
contêm conservantes e lipídeos, o que não é interessante
para a alimentação e há pouca variação no modo de
preparo. Sugere-se a troca ou redução do uso da
maionese industrializada pronta por um creme e também
a inclusão de outros legumes ou frutas. Foram
observados os seguintes PCC: cocção da batata
juntamente com o ovo (PCC B); preparação, mistura com
o sal e a maionese com a batata, (PCC F, B); montagem
na cuba (PCC F); distribuição em Buffet (PCC B). Não
foram identificados PCCs relacionados aos aspectos
organolépticos. Sugere-se a compra de um descascador
150
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
de legumes para descascar a batata no dia da preparação
e a diversificação do tempero utilizado.
As preparações do tipo macarrão com molho vermelho
são fontes de licopeno, energia e alguns minerais, mas há
pouca variação no modo de preparo. Sugere-se a
diversificação do tipo de molho utilizado. Observaram-se
os seguintes PCC: a cocção do macarrão (PCC B); prépreparo do molho (PCC F,B,Q); cocção do molho (PCC
B); cocção branda e rápida, molho com o macarrão, (PCC
B); montagem na cuba (PCC F); distribuição em buffet
(PCC B). Observou-se que a matéria-prima não perecível
é armazenada em armário fechado. Sugere-se a variação
do tipo de molho e/ou macarrão. Não foram identificados
PCCs relacionados aos aspectos organolépticos.
As preparações do tipo pizza com molho vermelho são
fonte de energia, vitaminas, cálcio, ferro, amido, lipídeos e
licopeno, mas apresenta pouca variação. Foram
identificados os PCC no pré-preparo do molho (PCC F),
cocção do molho (PCC B), cocção da pizza (PCC B),
montagem na cuba (PCC F), distribuição em buffet (PCC
B). A matéria-prima não perecível é armazenada em
armário fechado e não foram identificados PCCs
relacionados aos aspectos organolépticos.
As preparações do tipo batata-frita apresentam menor
aspecto nutricional desejável, com poucos nutrientes e
grandes quantidades de calorias. A troca do óleo ocorre a
cada três ou quatro dias, mas sugere-se o uso de fita para
controle da acidez. Foram identificados como PCC:
descongelamento da batata (PCC F, B); cocção por fritura
(PCC B); montagem na cuba (PCC F); distribuição em
buffet (PCC B). Não foram identificados PCCs
relacionados aos aspectos organolépticos. Observou-se
no buffet a presença de temperos, como o sal, porém, e o
que ocorre com frequência é o excesso de sal quando os
próprios comensais temperam e não há monitoramento do
descongelamento da batata. Sugere-se modificar o modo
de preparo de fritura para talvez assada.
As preparações do tipo carnes incluem bife de frango à
milanesa, bife de frango na chapa, bife bovino na chapa,
bife suíno na chapa. Observou-se um planejamento para
a diversificação das opções de escolhas das carnes,
sendo estes pratos fontes de proteínas, lipídeos e
colesterol. Com exceção do frango à milanesa, todos
sofrem cocção em chapa com água, ponto positivo pelo
menor uso de óleo. Sugere-se a diversificação dos
temperos utilizados nos bifes, diferenciando os temperos
para cada tipo de carne. Identificou-se como o PCC:
cocção por fritura ou em chapa (PCC B); montagem em
cuba (PCC F); distribuição em buffet (PCC B). As
matérias-primas perecíveis são armazenadas sobre
refrigeração e os procedimentos adotados para as
preparações estão adequados.
CONCLUSÃO
A partir da análise das informações, concluiu-se que a
UPR estudada apresenta pontos que podem ser
melhorados, porém atende os quesitos básicos sanitários.
Estes dados reforçam a importância do profissional
nutricionista na gestão da qualidade nutricional,
promovendo educação nutricional e ofertando refeições
plenamente saudáveis e saborosas. As preparações não
apresentaram grandes problemas em sua produção,
porém, podem ser melhoradas com pequenas
modificações, incentivando as diferentes formas de
preparo e de utilização de outros temperos. No contexto
estudado neste trabalho, concluí-se que o AQNS é algo
muito recente na literatura e que é fundamental o trabalho
de pesquisadores nutricionistas, preocupados com a
segurança alimentar na área de coletividade e na saúde
pública, já que é direito de todos terem uma alimentação
saudável, sensorialmente atrativa e economicamente
viável.
O AQNS, como ferramenta de análise e promoção da
qualidade, traz benefícios para os produtores das UPRs e
auxilia na preparação de um cardápio mais seguro do
ponto de vista nutricional, sensorial e higiênico-sanitário
para o comensal.
AGRADECIMENTOS
Ao restaurante pela disponibilidade concedida.
REFERÊNCIAS
PROENÇA, Rossana Pacheco da Costa et al. Qualidade
nutricional e sensorial na produção de refeições.
Florianópolis: Ed UFSC, 2005.
RIEKES, Bethania Hering. Qualidade em unidades de
alimentação e nutrição: uma proposta metodológica
considerando aspectos nutricionais e sensoriais.
Florianópolis, 2004. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de
Pós-graduação em Nutrição. 2004. Disponível em:
<http://www.tede.ufsc.br/teses/PNTR0008.pdf>. Acesso
em 28 fev 2010.
SANTELLE, Odete. Antropologia e alimentação. Rev.
Saúde Coletiva. Bolina, jan./fev. 2003, v. 5, n. 26, p. 231.
Disponível em:
<http://redalyc.uaemex.mx/pdf/842/84202602.pdf> Acesso
em 24 ago 2010.
151
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
DESENVOLVIMENTO DE UM ESMALTE MACRO-CRISTALIZADO
Pedro Augusto Di Francia Rosso,¹ Caetano Pellegrin,2 Rosalino Ezequiel3
1
2,3
Colégio Maximiliano Gaidzinski
Eliane S. A. Revestimentos Cerâmicos
1
[email protected]
Palavras-Chave: Desenvolvimento, Cristalização, Esmalte Macro-Cristalizado.
Desenvolvimento de novos produtos é a chave para as
empresas de revestimentos cerâmicos continuarem
adquirindo prestígio e destacando-se cada vez mais em
um mercado onde a estética, a diversidade e a qualidade
dos produtos são extremamente importantes. O
desenvolvimento de um esmalte que proporcione a
visualização de macrocristais (Figura 1) é uma
oportunidade inovadora de ganhar o mercado em um
ramo ainda pouco explorado pelas indústrias no Brasil.
Para isso, faz-se necessário um estudo para que seja
possível trazer esses cristais que estão presente na
natureza e também o efeito estético conseguido em
produções de cerâmica artística – porcelana, vasos,
pratos, jarras entre outros – para os revestimentos.
Esmaltes caracterizados como macrocristalizados são
geralmente queimados em altas temperaturas e ciclos
muitos longos, como na fabricação de louça de porcelana.
Eles são definidos como esmaltes que apresentam
cristais que podem ser observados e admirados a olho nu.
Esses cristais têm sua formação inicial a partir de
sementes (núcleos) que são constituídas geralmente de
minerais. Algumas matérias-primas, quando utilizadas em
altas proporções e com baixa presença de inibidores
(impurezas) tendem a produzir cristais ao sofrem um
resfriamento bastante longo. Os cristais se formam
através de um processo de calor e resfriamento,
temperatura e pressão, possuem caráter aleatório, ou
seja, a organização e o tamanho nunca se repetem.
Figura 10 – Macrocristais superficiais.
Os cristais (Figura 2), por suas formas inusitadas ou até
mesmo trabalhadas (esculpidas com máquinas de
precisão), são peças de decoração procuradas por sua
beleza e simplicidade. Proporcionar essa atração das
pessoas pelos cristais para revestimentos cerâmicos não
é tão simples, porque os cristais naturais levam milhares
de anos para se formarem sendo assim, reproduzi-los
industrialmente ainda é um campo pouco explorado e com
poucas experiências. No contexto, os cristais comumente
formados são os de Willemita, que tem como elemento
principal o óxido de zinco.
O presente trabalho teve como objetivo desenvolver um
esmalte que possua a característica de macrocristais
independente do tempo ou temperatura utilizados no
processo, e também de desenvolver um esmalte que
cristalize mesmo que em menores proporções, em ciclos
normais de fábricas ou ciclos rápidos – entorno de 35min
– e temperaturas com média de 1210ºC.
Figura 11 – Exemplo de cristais encontrados na natureza.
Entretanto, ainda não há uma fórmula específica para a
confecção de um esmalte com macrocristais, pois há
variações nas macrocristalizações e também de
temperaturas e de ciclos necessários para se conseguir
as mesmas. Mesmo na natureza não há peças
(formações) macrocristalizadas idênticas, já que não
existe controle das variáveis do processo e das matériasprimas. No entanto, essa falta de reprodutibilidade é o que
faz as peças serem exclusivas e terem sua própria
beleza.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento de esmaltes macrocristalizados
são necessário dois componentes: o primeiro é o que
formará os cristais, neste caso o óxido de zinco e os
cristais formados são os de Willemita; o segundo é o que
permitirá que os cristais cresçam e se desenvolvam.
Como o resultado do trabalho é um produto inovador que
continua em processo de aperfeiçoamente para
futuramente ser lançado, não convem informar
detalhadamente os compostos e todos os processos
utilizados.
A formação de cristais se dá conciliando tempo e
temperatura. A curva de queima utilizada é a
demonstrada na Figura 3. Contudo, a forma de aplicação
desses cristais também influencia, já que precisa de uma
camada alta.
Figura 3 – Curva de queima similar.
1300
Temperatura (oC)
INTRODUÇÃO
0
0
Tempo (min)
1200
Na confecção do produto macrocristalizado, representado
na Figura 4, foi utilizado um suporte a base de caulim, por
152
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ser refratário e não ter uma deformação acentuada. Isso é
um fator importante porque como a temperatura é muito
alta e o tempo de exposição é longo, os suportes usados
diariamente nas fábricas sofrem grandes deformações, o
que prejudica a formação e a organização dos cristais.
Para melhorar o desenvolvimento e o crescimento dos
cristais, foi utilizado um engobe, que, para padrão da
cerâmica, seriam refratários. Entretanto, na temperatura
utilizada, o engobe fundiu e, com isso, facilitou a
movimentação e aglomeração dos núcleos, possibilitando
a formação de cristais maiores e mais organizados. Na
aplicação do esmalte, foi observada a necessidade de
uma alta camada e também de uniformidade, o que levou
à escolha do método de aplicação por pistola, que
também foi utilizada para a aplicação do engobe.
No ciclo descrito na Figura 3, em que a temperatura
máxima utilizada foi próxima a 1.300ºC e o tempo de
exposição foi superior a 16 horas, foram obtidos
resultados satisfatórios quanto à macrocristalização e
também quanto à diversidade de macrocristais
superficiais, como mostram as figuras 6, 7 e 8.
Figura 6 – Macrocristais com aspectos de desorganizado.
Figura 4 – Primeiro esmalte macrocristal desenvolvido.
Figura 7 – Macrocristais brancos.
Na segunda etapa do trabalho, que visava à confecção de
esmaltes
com
macrocristais
em
ciclos
de
aproximadamente 35 min, foram utilizadas curva de
queima e temperaturas da tipologia de produto
porcelanato produzido pela Eliane Revestimentos
Cerâmicos.
Na montagem desse produto, foi utilizada como suporte a
massa de porcelanato esmaltado produzida na Eliane
Revestimento Cerâmicos e foram testados os esmaltes
apenas no suporte, no suporte engobado e no suporte
engobado e esmaltado. Na aplicação do esmalte, utilizouse a aplicação por binil, por pistola e por derramamento
de esmalte. Este último, por proporcionar uma camada
maior do que as proporcionadas por binil ou pistola,
apresentou os melhores resultados, como demonstra a
Figura 5.
Figura 5 – Cristais por derramamento.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 8 – Macrocristais dourados.
O ponto crucial para a formação de macrocristais a partir
dessa formulação foi a curva de queima, pois esta
permitiu que houvesse temperatura e tempo para a
nucleação, ou seja, o desenvolvimento dos núcleos que
se tornariam os cristais e também permitiu o crescimento
desses cristais e, posteriormente, sua consolidação no
resfriamento.
Na segunda etapa do trabalho, já estava estabelecida a
curva de queima, isto é, a utilizada no processo de
fabricação de porcelanato. No entanto, também foi
utilizada em alguns testes a curva de queima de
monoporosa, pois esta possuía uma temperatura menor
do que a do porcelanato (cerca de 1.150ºC) combinada
com um ciclo maior, de 85min.
153
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Os resultados em ciclo de monoporosa foram a obtenção
de efeitos que iniciavam uma cristalização só que ainda
não muito visíveis, como demonstram as figuras 9 e 10.
Figura 9 – Efeito do esmalte 1 sobre a peça esmaltada de
monoporosa.
Figura 10 – Efeito do esmalte 1 sobre um esmalte de
monoporosa extremamente fundente.
Os resultados com as peças de porcelanato foram os
mais próximos de um esmalte macrocristalizado em ciclo
rápido. As figuras 11 e 12 mostram o efeito obtido na
peça, onde se pode observar que os cristais, apesar de
terem o aspecto de agulhas, se formaram na borda do
esmalte e no centro ainda não foi possível cristalizar.
Figura 12 – Cristalizado em ciclo rápido.
A Figura 13 mostra a ampliação dos cristais agulhas
produzidos na Figura 11, onde o cristal é mais facilmente
identificado.
Figura 14 – Ampliação (microscópio óptico) dos cristais
do ciclo rápido (aproximadamente 100x)
CONCLUSÃO
Produzir esmaltes cristalizados não é uma tarefa simples
porque se trabalha com reações que não são facilmente
controladas e também por que cada alteração nas
variáveis, como o ciclo de queima, as matérias-primas, o
resfriamento, entre outros, influenciam no resultado final.
No entanto, com os testes realizados pode-se comprovar
que é possível tanto macrocristalizar um esmalte em ciclo
longo, onde esses aparecem mais bem definidos e
maiores, quanto em ciclo rápido, onde esses aparecem
mais em forma de agulhas. Em ambos os casos, foi
constatada a necessidade de grandes camadas, de duas
a oito vezes uma camada de um revestimento produzido,
para a formação desses cristais, principalmente no
macrocristalizado de ciclo rápido. Foi constatado também
que qualquer elemento que for utilizado antes do esmalte
(suporte, engobe, esmalte) ou acima (granilha) prejudica
mesmo que de forma pequena a macrocristalização.
Ressalta-se que não foi testada a adição de catalizadores
na formulação de ciclo lento.
AGRADECIMENTOS
Departamento de Tecnologia
Revestimentos Cerâmicos S. A.
(Detec)
da
Eliane
REFERÊNCIAS
Esmalte Macro-Cristalino. Disponível
em:<http://www.ceramicanorio.com/miscelanea/spimenta
macrocristalino/spimentamacrocristalino.htm>. Acesso em
19/07/2010.
Figura 13 – Cristalizado em ciclo rápido
Esmaltes Macros-Cristalinos. Disponível
em:<http://www.ceramika.com.br/?pagina=cristalinos&titul
o=Esmalte%20macro%20cristalino,%20micro%20cristalin
o>. Acesso em 19/07/2010.
PÉREZ, Enrique Algora. Apuntes de Esmaltes y
Colores Cerámicos. Generalitat Valenciana, 1991.
UHLMANN, Kingery Bowen. Introdution to Ceramics.
John Wiley & Sons, New York, 2ed, 1976.
WEBER, Ingrid T. Esmaltes Cerâmicos. Janeiro, 2003.
.
154
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O ENSINO DA ARTE NA REDE MUNICIPAL DE CRICIÚMA: CONSIDERAÇÕES
SOBRE SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A CULTURA E A CIDADANIA
Giulia Cechinel de Oliveira,1 Édina Regina Baumer2
1
Unesc/Pibic/Gedest
Unesc/Pibic/Gedest
1
giuh. [email protected]
2
Palavras-Chave: Arte, Educação, Cultura, Cidadania.
INTRODUÇÃO
Equívocos sobre a função da disciplina de Arte nas
escolas e a preocupação sobre como as práticas
pedagógicas em arte se adequam ao que rege a LDB n.
9.394/96, foram alguns dos motivos que nos levaram a
propor este projeto de pesquisa, que tem como objetivo
investigar o ensino da arte na Rede Municipal de Criciúma
e suas contribuições para o desenvolvimento da cultura e
da cidadania entre os alunos do Ensino Fundamental. A
referida lei determina que “o ensino da arte,
especialmente em suas expressões regionais, constituirá
componente curricular obrigatório nos diversos níveis da
educação básica, de forma a promover o desenvolvimento
cultural dos alunos” (LDB n. 9.394/96, art. 26, § 2º) e
representa um marco na trajetória das conquistas em prol
da valorização do ensino da arte na educação básica
brasileira. A partir da atuação como estudante de Artes
Visuais – Licenciatura, nos estágios obrigatórios e na
observação da própria realidade escolar local, surge o
problema da pesquisa: em sua prática pedagógica, os
professores de arte consideram as orientações dos
documentos norteadores da educação brasileira? Como
entendem a relação entre ensino da arte, cultura e
cidadania?
METODOLOGIA
Em busca de respostas para essa e outras questões,
optamos como metodologia, a análise de conteúdo, que
segundo Bardin (apud TRIVIÑOS, 1987) serve para o
estudo das motivações, atitudes, valores, crenças e
tendências, numa tentativa de compreender os
dispositivos legais, princípios e diretrizes que não se
apresentam com clareza. Nesse sentido, estudar os
documentos norteadores da educação – assim como o
referencial teórico sobre arte e cultura – torna-se o
fundamento para a abordagem qualitativa sobre os
resultados da pesquisa de campo, realizada por meio da
observação de quatro aulas de arte em 32 escolas
municipais, entre nov./10 e jun./11, registrando os dados
coletados por meio de relatório descritivo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após as observações das aulas de Arte nas escolas, foi
possível observar que o ensino da Arte na RMC contribui
em parte para o desenvolvimento cultural dos alunos,
quando os professores levam em conta o conhecimento
que os alunos trazem consigo e a reflexão sobre as
produções feitas em sala de aula, orientações feitas pelos
documentos norteadores da educação brasileira. Essa
ação pedagógica possibilita a aprendizagem significativa
e oportuniza a noção de que cada um é participante e
formador de cultura. Segundo Richter (2004, p. 51) “[...]
precisamos de um ensino da arte por meio do qual, as
diferenças culturais sejam vistas como recurso que
permitam ao indivíduo desenvolver seu próprio potencial
humano e criativo, diminuindo o distanciamento existente
entre arte e vida”. Por outro lado, percebemos que em
algumas situações são usados desenhos estereotipados,
datas comemorativas desconectadas dos conteúdos e a
não valorização da cultura local, o que pode indicar que
esses professores pouco consideram o que dizem os
Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino da arte.
CONCLUSÃO
Os professores apresentam práticas diferenciadas entre
si, a partir de seus próprios conceitos de cultura e ensino
da arte, o que mostra que embora o ensino da Arte na
RMC contribua para a cultura e a cidadania, alguns
professores precisam fundamentar ainda mais suas ações
nos documentos norteadores e esse é um longo caminho
a percorrer, principalmente no sentido de uma revisão nos
conceitos, o que pode ser efetivado na Formação
Continuada.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos inicialmente a Fonte Financiadora do
projeto, a Universidade do Extremo Sul Catarinense –
Unesc, e também a Prefeitura de Criciúma por permitir
que fôssemos às escolas da rede municipal a fim de
efetivar a pesquisa de campo, sem a qual não seria
possível responder ao problema de pesquisa.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Lei n. 9.394, de 20/12/1996.
RICHTER, Ivone Mendes. Interculturalidade e estética
do cotidiano no ensino das artes visuais. Campinas:
Mercado Das Letras, 2003.
TRIVIÑOS, Augusto N. Silva. Introdução à pesquisa em
Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em Educação.
São Paulo: Atlas, 1987.
155
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
A FORMAÇÃO DAS PESSOAS SURDAS NO ÂMBITO DE UMA ESCOLA INCLUSIVA:
UM ESTUDO DE CASO NO CURSO “PROEJA-FIC DE INFORMÁTICA” DO IF-SC,
CAMPUS SÃO JOSÉ
Ricardo Teixeira Canarin1
Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Araranguá
[email protected]
Palavras-chave: Inclusão, História, Cultura, Sociedade.
INTRODUÇÃO
A reflexão desenvolvida neste texto faz parte de um
trabalho de conclusão de curso, da especialização em
Proeja, do Instituto Federal de Santa Catarina, Campus
Araranguá. O referido trabalho mostra algumas
discussões e reflexões sobre a história e processos
culturais que envolvem o aluno surdo, em uma sociedade
que ainda está se preparando para a inclusão. Ao fazer
uma análise do processo histórico e cultural do surdo,
dentro de suas relações com a sociedade e a escola,
podem-se encontrar meios para uma real inclusão. “Nesta
perspectiva, os aspectos históricos dos sujeitos surdos
podem nos revelar e ajudar a entender o seu modo de
interpretar o mundo, consequentemente rever os
processos pedagógicos para que se crie uma melhor
relação desses indivíduos na sua vida escolar, como
também social” (MACHADO, 2008, p. 25). Os sujeitos
surdos, pela defasagem auditiva, enfrentam dificuldades
para entrar em contato com a língua do grupo social, no
qual estão inseridos. Desse modo, no caso de crianças
surdas, “o atraso de linguagem pode trazer
consequências emocionais, sociais e cognitivas, mesmo
que realizem aprendizado tardio de uma língua”
(GOLDFELD, 2002, p. 16). Devido às dificuldades
acarretadas pelas questões de linguagem, observa-se
que as pessoas surdas encontram-se defasadas no que
diz respeito à escolarização, sem o adequado
desenvolvimento e com um conhecimento aquém do
esperado para sua idade. A realidade encontrada no
Curso Proeja-FIC de informática chama a atenção pela
estrutura organizacional criada para receber o aluno
surdo. As salas de aula devidamente adaptadas,
intérprete de Libras, para todas as disciplinas que são
ministradas por professores ouvintes, haja vista que
muitas disciplinas são lecionadas por instrutores surdos,
para facilitar, assim, a socialização do aluno surdo. Desse
modo, é constatado que no aspecto estrutural, político e
humanístico, o curso Proeja-FIC de informática está
devidamente preparado para acolher os alunos surdos. A
partir dessa análise da estrutura organizacional do
referido curso, traçamos os seguintes objetivos: analisar e
discutir o processo evolutivo de inclusão do surdo no
Proeja-FIC de informática; Conhecer o cotidiano do aluno
surdo, para melhor entender suas relações sociais;
Identificar as práticas pedagógicas utilizadas no Proeja
Campus São José. Ao alcançar esses objetivos, podemse responder algumas indagações como: Devido às
dificuldades acarretadas pela questão da linguagem, o
aluno surdo do Proeja-FIC de informática pode se
encontrar defasado no que diz respeito à escolarização e
socialização dentro do referido curso? O curso Proeja-FIC
de informática do Campus São José possibilitou
mudanças significativas na vida escolar/social/profissional
do aluno surdo? Ao encontrar as devidas respostas é
possível analisar como está a situação do aluno surdo do
Proeja Campus São José, pois, o documento base do
Proeja (2006) contempla a integração entre o ensino
médio e o profissionalizante, deixando a cargo da
instituição de ensino a responsabilidade de incluir e dar
condições aos alunos e, no caso do aluno surdo, essas
condições deverão ser pensadas para indivíduos que
talvez encontrem dificuldades maiores do que a simples
comunicação.
METODOLOGIA
A metodologia do presente trabalho é de caráter
qualitativo, que objetiva coletar dados por meio de
entrevistas semiestruturadas para uma amostragem de
dois ex-alunos, e dois professores do curso de Proeja-FIC
de informática, do Instituto Federal Campus São José. A
coleta de informações sobre o curso foi realizada por meio
de entrevista com os professores e obtenção de vídeos
com depoimentos dos educandos surdos sobre o curso.
Os vídeos foram realizados pelo Campus São José, para
a obtenção de um relato dos educandos surdos sobre sua
passagem pelo curso Proeja. A visita ao Campus São
José foi realizada no segundo semestre de 2011, na
oportunidade, foram realizadas as entrevistas com
perguntas abertas aos professores Paulo Cesar Machado
e Mara Lúcia Masutti (ambos professores do Proeja, no
IF-SC São José). Na oportunidade, se teve acesso aos
depoimentos dos educandos surdos que já haviam
concluído o curso. Essa pesquisa buscou mapear os exalunos em situação de inclusão, bem como analisar e
problematizar as representações e discursos sobre os
sujeitos incluídos, seus direitos, suas demandas e sua
presença nessa instituição. Trata-se, portanto, de um
estudo qualitativo, pois, segundo Goldenberg, “os
métodos qualitativos poderão observar como cada
indivíduo, ou instituição vivencia a realidade da pesquisa.”
Assim, a pesquisa qualifica as técnicas e os
procedimentos necessários para as respostas que se quer
alcançar. Cada pesquisador deve estabelecer os
procedimentos de coleta de dados que sejam mais
adequados para o seu objeto particular. “O importante é
ser criativo e flexível para explorar todos os possíveis
caminhos e não reificar a ideia positivista de que os dados
qualitativos comprometem a objetividade, a neutralidade e
o rigor científico” (GOLDENBERG, 1997, p. 17). Desse
modo, a referida metodologia pode oferecer um panorama
qualificável da situação da Instituição de Ensino e alunos
pesquisados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através dos resultados obtidos pelas entrevistas e vídeos,
conseguimos um panorama da situação de inclusão dos
alunos que frequentaram o curso Proeja-FIC de
informática do IF-SC/CAMPUS SÃO JOSÉ. Com o
cruzamento de opiniões de alunos e professores,
podemos constatar que o curso Proeja atingiu seu
objetivo de integrar o aluno surdo na instituição escolar.
Pois, segundo o professor Paulo Machado, “o instituto
federal se tornou um ponto de referência para os surdos,
156
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
que queriam ingressar na instituição, com a esperança de
ter uma escolarização que sempre foi negada em outros
espaços. Outros vieram através dos próprios alunos, que
entraram e começaram a divulgar a instituição, dentro da
própria comunidade.” Como podemos observar, o Instituto
Federal se tornou uma referência para a comunidade
surda. Para reforçar as palavras do professor Paulo, a
aluna Andréia, que fazia parte dessa turma de Proeja-FIC
de informática, diz, “me senti muito feliz em ter a
oportunidade de estudar no Instituto e ter contato com
outros surdos e conviver com os ouvintes, sendo
respeitada.” Segundo o relato, ver o crescimento pessoal,
conquistado após muito esforço trazia animação e
facilitava a interação. Segundo a professora Mara Lúcia
Masutti, “no processo de socialização, que fazem com
seus pares – nesse sentido foi perfeito, quem vivenciou
aquela turma pode perceber o quanto foi relevante para
eles os processos interativos estabelecidos dentro
daquele espaço de aula. O processo de adaptação com
os próprios professores no mundo de escolarização.
Então... foi realmente um processo intenso de
aprendizagem. Com relação à interação com o conjunto
da escola, isso é outro tipo de questão que está muito
longe de ser solucionada. Teremos que ter ações
institucionais que dessem conta de outras variáveis do
processo, para estabelecer novas relações no âmbito
escolar.” Nessa perspectiva, a professora cita o polo
bilíngue de Palhoça do Instituto Federal, como um
campus que pode trabalhar de forma mais intensa, as
relações sociais entre surdos e ouvintes. Pois, segundo a
professora, a trilogia ensino/pesquisa/extensão é forte
aliada para encontrar meios pedagógicos que possam
auxiliar na vida do sujeito surdo e nas suas relações
sociais. Então, é possível constatar que os alunos e
professores estão convictos de que houve uma melhora
significativa na vida dos sujeitos surdos que se formaram
no curso Proeja-FIC de informática. Contudo, os
professores ressaltam que ainda há muito que ser feito
para uma real inclusão, e acreditam que o campus
bilíngue possa auxiliar com inovações pedagógicas,
alicerçadas no tripé ensino/pesquisa/extensão, que
centralizem as relações dos sujeitos surdos na sociedade.
pedagógicas, numa síntese política e linguística, pois só
elas darão suporte a uma inclusão social de fato. O
Campus bilíngüe, segundo os professores, será essa
instituição que poderá encontrar melhores caminhos para
uma prática pedagógica voltada à inclusão dos surdos.
Fica evidenciado então, que apesar dos avanços obtidos
pelos alunos surdos do curso Proeja, ainda há muito que
ser feito. Os alunos se dizem satisfeitos com a forma
como foram acolhidos e aprovam a metodologia aplicada
pelos professores. Mas, segundo os professores, para
uma real inclusão ainda há certa necessidade de buscar
práticas que evidenciem os aspectos culturais e sociais do
aluno surdo, para continuar em busca de ações
inovadoras em prol da melhora de vida do aluno surdo e
sua socialização. Em suma, foi possível verificar a
importância, que o curso assumiu perante os alunos
surdos, pois auxiliou para que os mesmos assumissem
determinadas posturas relacionadas à forma de lidar com
o outro no dia a dia, valorizando uma boa relação social
em todos os âmbitos. O curso mostrou caminhos para que
os ouvintes pensem suas relações nas formas de interagir
com o outro, proporcionou meios para que possam se
entender no processo de adaptação no meio social.
Nesse contexto, podemos afirmar que o curso Proeja,
Campus São José está realizando seu trabalho de
inclusão de forma positiva, propiciando assim, uma vida
melhor para os alunos surdos, que fazem e fizeram parte
das turmas de Proeja do referido Campus.
CONCLUSÃO
BRASIL. Ministério da Educação. Programa de
Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio
na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos –
PROEJA: Documento Base. Brasília; MEC, 2006.
Podemos concluir neste estudo que os alunos do curso
Proeja-FIC de informática do Campus São José
consideram o Instituto Federal como uma referência para
a comunidade surda. Entretanto, os professores destacam
que, no atual momento histórico, o ambiente educacional
que pode reunir todos os aspectos da inclusão é uma
instituição que esteja preparada para trabalhar com todos
os alunos, respeitando suas individualidades e
necessidades. Assim, será possível perceber mais
claramente em que consiste a diferença e como trabalhála, trazendo à tona a necessidade de novas construções
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Instituto Federal de Santa Catarina, em
particular à direção, professores (Paulo Cesar Machado,
Mara Lúcia Masutti e Claudio Ferreti) e alunos do Campus
de São José, que contribuíram prontamente para o
desenvolvimento dessa pesquisa. E também ao Campus
Araranguá que incentivou e nos proporcionou meios para
a realização desse trabalho. Em especial ao professor
Werther Alexandre de Oliveira Serralheiro, pela orientação
da presente pesquisa.
REFERÊNCIAS
GOLDFELD, Márcia. A criança surda: linguagem e
cognição numa perspectiva sociointeracionista. 2ª Ed.
São Paulo: Plexus, 2002.
MACHADO. Paulo Cesar. A política educacional de
integração/inclusão: um olhar do egresso surdo.
Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2008.
.
157
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
DESAFIOS DA INCLUSÃO DIGITAL NO PROEJA – CAMPUS FLORIANÓPOLISCONTINENTE / SC.
Gisele Joaquim Canarin¹
Instituto Federal de Santa Catarina - Campus Araranguá
[email protected]
Palavras-chave: Tecnologia, Educação, Sociedade.
INTRODUÇÃO
A proposta do presente trabalho é diagnosticar os
principais desafios da inclusão digital na vida social e
escolar dos jovens e adultos. A fim de que estes cidadãos
adquiram o direito da educação, melhorando, sua
qualidade de vida. Será um primeiro passo a ser dado
para a inclusão social e Digital, aumentando a auto-estima
com o intuito de tornar um membro visível pela sociedade.
O aumento da informação e informatização exige a
necessidade de rever as práticas pedagógicas, pois, em
um mundo onde o avanço dos meios de comunicação
cresce de forma rápida, é preciso atualização constante
para acompanhar as inovações tecnológicas. Esse
crescimento da informação dos alunos nos remete a
avaliar nossos conhecimentos, e o próprio currículo
escolar. Esse é um dos desafios que temos que levar em
consideração, devido a forte tendência da informatização
mundial. Nesta perspectiva o presente trabalho busca
responder algumas questões que são de sua importância
para compreender como se estrutura o curso proeja para
minimizar a exclusão digital. Como incluir digitalmente
jovens e adultos que há muito tempo não fazem parte do
sistema escolar? Quais os métodos utilizados pelo
campus Florianópolis – Continente/SC para incluir
digitalmente os alunos do referido curso? Ao responder
essas perguntas pode se chegar aos objetivos pré
estabelecidos que são: Analisar as práticas pedagógicas
para incluir digitalmente docentes do PROEJA FIC de
Operações Básicas de Cozinha Melão;
explicitar a
importância das tecnologias no
referido curso do
PROEJA. Deste modo o presente trabalho pode afirmar
ou não o que diz o documento base do PROEJA (2006),
pois, segundo esse documento “a proposta do proeja é
incluir os jovens e adultos que estão fora do sistema
escolar, propiciando um ensino técnico e tecnológico”. A
inclusão destes alunos será o primeiro passo para
aquisição deste conhecimento.
Assim, os alunos
participarão ativamente nos processos sociais, entendo
que estão incluídos num sistema global de tecnologias.
METODOLOGIA
A metodologia do presente trabalho é de caráter
qualitativo e quantitativo, buscando coletar dados por
meio de questionários para o curso de PROEJA FIC de
Operações Básicas de Cozinha Melão do Instituto Federal
Campus Florianópolis – Continente/SC. Para o
desenvolvimento do trabalho, foi realizada a revisão
bibliográfica em torno do assunto, explorando a Educação
de Jovens e Adultos e a Inclusão Digital. Através de
questionário remetido por e-mail para Ivanir Ribeiro,
Psicóloga do Núcleo Pedagógico. Questionário este com
10 questões fechadas que a mesma repassou aos oito
alunos de uma turma do curso de Operações Básicas de
Cozinha Melão, buscando informações sobre o
desenvolvimento do curso e as aulas de informática.
Assim, o questionário objetiva levantar dados sobre o
aprendizado digital e sua contribuição para formação
profissional. Durante aula, Ivanir explicou que o
questionário tratava-se de uma pesquisa de campo e a
importância
destes
alunos
o
responderem
individualmente. O questionário e respostas foram
tabelados enviados por e-mail e correio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através dos resultados obtidos pelos questionários,
podemos observar que o perfil do aluno do curso
PROEJA FIC do IF-SC/Campus Florianópolis - Continente
é de alunos que trabalham. Em sua maioria tem o ensino
fundamental incompleto. Segundo os pesquisados, o
curso PROEJA não proporciona grandes dificuldades para
os mesmos, quando perguntados sobre o uso das
tecnologias, os alunos confirmam que se adaptam
também aos novos recursos tecnológicos, isso talvez
decorra pela incidência da maioria já possuir curso de
informática. Porém, tendo que enfrentar algumas
dificuldades de adequação no processo de aprendizagem,
pois trata-se de uma clientela de adultos trabalhadores,
que busca aprender o que não foi possível na idade
regular, ou seja, quando eram mais jovens. A análise dos
questionários
aplicados
permite
afirmar
que,
independente da faixa etária ou atuação como
trabalhadores, indicam que a presença das novas
tecnologias é real na vida desses alunos, mesmo
considerando que alguns têm mais facilidades para utilizála do que outros. Muitos por terem idade avançada têm o
preconceito de que não conseguem aprender devido às
diversas dificuldades de aprendizagem que apresentam,
mas o grande desafio é incluí-los social e digitalmente. As
novas tecnologias devem ser instrumentos e ferramentas
que melhoram o ambiente de aprendizagem, aprender
mais sobre as novas tecnologias o que poderá auxiliá-los
na área profissional de sua vida.
CONCLUSÃO
A Inclusão Digital tem sido uma expressão muito utilizada
nos últimos tempos. A Inclusão Digital é uma ação
positiva e tem, nesse contexto, um papel importante a
desempenhar visto que cada vez mais o conhecimento é
considerado riqueza e poder. É bom lembrar que a
inclusão digital não se restringe apenas ao acesso às
tecnologias e seu respectivo uso, mas sim à capacitação
para a utilização das Tecnologias de Comunicação e
Informação (TICs), fazendo concomitantemente com que
o indivíduo possa decidir como e para que utilizá-la. Sem
falar que o domínio da informática hoje vira peça
fundamental no mundo do trabalho, mesmo nos cargos
mais simples. Para ampliar o universo de pessoas com
acesso às novas tecnologias, ou seja, participante ativa e
de forma sustentável desse processo de Inclusão Digital,
é essencial melhorar as condições de vida, dando uma
educação de qualidade, tornando possível o uso efetivo e
158
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
consciente dos benefícios que pode usufruir para
melhorar sua realidade. Os projetos de inclusão digital só
serão bem sucedidos quando for integrado as ações que
contemplem, a Educação de qualidade, Renda e Acesso
aos conhecimentos em TICs. Então, é muito importante o
envolvimento do Estado para buscar recursos e viabilizar
políticas públicas com objetivo de incluir a sociedade
digitalmente. Só assim pode haver uma real melhoria da
qualidade de vida e uma construção de uma sociedade
mais justa. O presente trabalho teve como meta investigar
como os alunos do curso PROEJA FIC, do Campus
Florianópolis – Continente/SC do ano de 2011, utilizam as
tecnologias.Foi realizada revisão da bibliografia, que
permitiu a ampliação dos conceitos relativos às
tecnologias e sua relação com a sociedade e à educação.
Percebemos, no decorrer da escrita, que o espaço que as
novas tecnologias ocupam no cotidiano dos indivíduos
estão sendo considerados de uso comum pela maior
parte dos educandos. Atualmente, vivemos num mundo
dominado pela disseminação da informação que acontece
de maneira muito rápida. Portanto, em vez de memorizar
informação, os alunos são ensinados a buscá-la e utilizála. Algumas dessas mudanças são decorrentes da
presença da informática, que propicia aos estudantes
condições para exercitar a sua capacidade de procurar,
“selecionar informações, solucionar problemas e aprender
com
autonomia”
(FREIRE,1996).
As
principais
dificuldades que os alunos jovens e adultos encontram
são quanto à inclusão digital e social. Numa analise geral
sobre as tecnologias utilizadas no PROEJA podemos
concluir que os alunos consideram os métodos
tecnológicos bem adequados e de grande auxilio no
processo de aprendizagem.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Instituto Federal, em especial a
Psicóloga do Núcleo Pedagógico Ivanir Ribeiro e alunos
do Campus Florianópolis – Continente/SC, que
contribuíram auxiliando no desenvolvimento dessa
pesquisa. Ao Campus Araranguá, que incentivou e nos
proporcionou meios para a realização desse trabalho e a
Professora Orientadora Cristiane Raquel Woszezenki.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Programa de
Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio
na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos –
PROEJA: Documento Base. Brasília: MEC, 2006.
CAZELOTO, Edison. Inclusão digital: uma visão critica.
São Paulo: Ed. SENAC São Paulo, 2008.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia.34. ed. São
Paulo: paz & Terra,148p.,1996.
159
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
METAIS PESADOS EM HORTALIÇAS CULTIVADAS SOBRE DEPÓSITO
CONTROLADO DE REJEITOS DE CARVÃO
1
Karoline, A. F. Ribeiro1, Luiz, F. Danielski1, Jairo, J. Zocche1
Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina (UNESC) – Departamento de Ciências Biológicas - Laboratório de
Ecologia de Paisagem e de Vertebrados
1
[email protected]
Palavras-Chave: Mineração de carvão, hortaliças, toxicologia.
INTRODUÇÃO
A investigação dos riscos deletérios a que a população
humana está exposta pode ser desenvolvida de forma
indireta, isto é, por meio de estudos de concentração de
elementos tóxicos nos alimentos consumidos ou por meio
de organismos sentinelas. Várias espécies de plantas são
conhecidas como concentradoras ou acumuladoras de
metais pesados, além disso, estudos comprovaram que
maioria das espécies vegetais que crescem em solos
contaminados por metais pesados não consegue evitar a
absorção desses elementos. Hortaliças cultivadas em
áreas degradadas pela mineração do carvão podem ser
utilizadas como boas indicadoras. O objetivo deste estudo
foi determinar a concentração de elementos tóxicos
presentes em hortaliças cultivadas em horta experimental
construída sobre depósitos controlados de rejeitos do
beneficiamento do carvão, com o intuito de avaliar os
riscos que o consumo destas hortaliças representa à
saúde humana.
METODOLOGIA
O estudo foi realizado na Unidade Mineraria II da
Carbonífera Criciúma S.A, Município de Forquilhinha,
Santa Catarina. Foram estudadas três hortaliças, das
quais se consomem as folhas e ou tubérculos para a
alimentação humana: Lactuca sativa – alface (folhas),
Brassica oleracea – couve (folhas) e Beta vulgaris –
beterraba (folhas e tubérculo). Para fins comparativos
utilizaram-se as mesmas hortaliças cultivadas em hortas
orgânicas (grupo controle). Para todas as espécies de
hortaliças estudadas foi determinado o conteúdo total de
elementos tóxicos (metais pesados) presente nos
tubérculos e nas folhas por meio da técnica de PIXE. Os
resultados são apresentados como média ± o valor de
incerteza. A significância das diferenças nos conteúdos de
metais pesados entre o grupo controle e o da área
minerada foi avaliada através da comparação direta, mais
ou menos as incertezas fornecidas pela técnica PIXE.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores obtidos para os teores totais de metais
pesados presentes nas hortaliças podem ser observados
na Tabela 1. As análises dos conteúdos totais dos
elementos estudados evidenciam que os valores de Si, Ti,
Cr, Fe e Zn detectados nas hortaliças cultivadas na horta
da área de mineração foram superiores aos valores de
referência em todas as hortaliças. Para o elemento Al,
não houve diferença significativa apenas nas folhas de
couve, enquanto que para Mn e Ni não foi verificado
diferença significativa apenas para o alface. As hortaliças
cultivadas na área minerada apresentaram um nível
significativamente maior de acúmulo de metais pesados
em comparação as hortaliças orgânicas, demonstrando
um potencial genotóxico dos componentes e subprodutos
da mineração de carvão.
Tabela 1. Teores de metais pesados (μg g-1 Peso seco) das hortaliças cultivadas em
área minerada e na área de referência.
Metais
Alface
Americana
Hortaliças
Área
Minerada
Beterraba
Tubérculo
Al
219,2 ±
54,93
161,7 ±
49,65
73,06 ±
39,59
≤ 71,8
≤ 46,4
52,89 ±
33,01
Si
371,3 ±
49,75
1207 ±
78,33
300,8 ±
45,24
133,8 ±
36,09
141,8 ±
33,93
52,19 ±
31,03
Ti
29,96 ±
5,21
94,62 ±
7,58
8,624 ±
3,40
10,28 ±
3,55
11,6 ±
2,76
≤ 3,38
Cr
38,89 ±
3,58
34,1 ±
3,44
45,46 ±
3,83
23,59 ±
2,25
≤2
9,774 ±
1,69
Mn
12,65 ±
3,43
14 ± 3,72
17,13 ±
3,67
19,59 ±
3,10
2,562 ±
5,65
4,368 ±
1,61
Fe
155,3 ±
6,14
185,6 ±
6,83
123,1 ±
5,29
56,55 ±
3,01
37,89 ±
2,47
31,46 ±
2,14
Ni
6,939 ±
1,668
5,998 ±
1,60
5,696 ±
1,60
7,517 ±
1,23
1,1 ± 0,61
3,897 ±
0,88
Zn
79,12 ±
7,049
61,86 ±
6,14
18,1 ±
3,91
31,69 ±
4,26
8,888 ±
2,04
≤ 3,23
Couve
Folha
Alface
Americana
Hortaliças
Orgânicas
Beterraba
Tubérculo
Couve
Folha
≤ valores = Amostras com respectivos conteúdos iguais ou abaixo do limite de
detecção. (LoD).
(±) O erro mostrado reflete a incerteza nas medições de PIXE.
* Não foi possível apresentar os valores referente as folhas de beterraba devido a
necessidade de se repetir a técnica de PIXE.
CONCLUSÃO
Nossos resultados demonstraram que as hortaliças
cultivadas sobre depósitos controlados de rejeitos da
mineração e do beneficiamento do carvão acumulam
quantidades anormais de elementos tóxicos em seus
tecidos, e o consumo destas hortaliças pode representar
riscos à saúde humana.
AGRADECIMENTOS
As fontes financiadoras do projeto: FAPESC,
PROPEX UNESC.
160
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
GESTÃO DEMOCRÁTICA NA REDE MUNICIPAL DE ARARANGUÁ: EM BUSCA DE
PERSPECTIVAS
Andressa dos Santos Inácio; Antonio Serafim Pereira
UNESC/PROPEX/PIBIC/CNPq
UNESC/PPGE
[email protected]
Palavras-Chave: Pesquisa, Gestão Democrática, Rede de Ensino
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa constitui-se em um dos
desdobramentos do projeto de pesquisa: Perspectivas de
gestão democrática na rede municipal de ensino do
extremo sul catarinense e litoral norte gaúcho, pós LDB n.
9.394/96, em desenvolvimento pelo FORGESB – Grupo
de Estudos e Pesquisa sobre Formação e Gestão na
Escola Básica. Nosso intuito básico é analisar e
compreender os princípios que fundamentam a gestão
democrática da rede de ensino do extremo sul
catarinense e oferecer subsídios, a partir do
conhecimento produzido, para a reflexão crítica no campo
da gestão educacional condizente ao contexto de
Araranguá, único município da região que se dispôs a
participar desta investigação.
METODOLOGIA
Previmos como procedimentos metodológicos: a)
elaboração do referencial teórico com base nos autores:
Lück (2006), Marques ( Santos (2002), entre outros, que
nos possibilitaram definir as perspectivas de gestão
democrática, a saber: centralizada ou democracia
ausente, liberal e participativa; b) visita à secretaria de
educação municipal
para o levantamento dos
documentos disponíveis condizentes à gestão, conforme
as dimensões seguintes: pedagógica, relações, financeira
e resultados. c) análise dos documentos. d) entrevista de
aprofundamento com integrantes da equipe gestora da
secretaria de educação; e) devolução dos resultados aos
pesquisados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Até o momento houve visita à Secretaria de Educação do
município de Araranguá para a coleta dos documentos
disponíveis referentes à gestão. Nossas apreensões
preliminares indicam que a rede municipal de ensino não
conta com um projeto político pedagógico. Cada escola
elabora seu projeto. Entretanto, não se tem ainda dados
referentes ao processo de sua elaboração. O contato com
as escolas públicas municipais está previsto para uma
segunda etapa da pesquisa. A análise preliminar dos
documentos também aponta que os diretores das escolas
são nomeados pela secretaria de educação, o que para
nós é um dos indicativos de gestão centralizada.
CONCLUSÃO
Os primeiros resultados não nos facultam a fazer
afirmações definitivas sobre a perspectiva ou as
perspectivas de gestão predominantes no sistema de
ensino araranguaense. Não obstante, nos indicam que os
mesmos precisam ser melhor explorados. È o que
faremos na continuidade, por meio de entrevistas de
aprofundamento com representantes da equipe gestora
da secretaria da educação municipal.
AGRADECIMENTOS
UNESC/PROPEX/PIBIC/CNPq
REFERÊNCIAS
LUCK, Heloísa. Gestão educacional: uma questão
paradigmática. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
MARQUES, Luciana Rosa. Educação & Sociedade:
Revista de Ciência da Educação v. 29, n. 102, p. 55-78,
jan./abr., 2008.
SANTOS Boaventura S. Democratizar a democracia: os
caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2002
161
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS SOBRE A QUALIDADE DOS SERVIÇOS
ELETRÔNICOS, PRESTADOS POR UMA PREFEITURA LOCALIZADA NO EXTREMO
SUL DE SANTA CATARINA, ATRAVÉS DO SEU SITE.
1
Fagner Luiz do Canto Antônio1
Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC
1
[email protected]
Palavras-Chave: Qualidade, Serviços, Website.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de
conhecer a percepção dos usuários sobre a qualidade dos
serviços eletrônicos, prestados por uma prefeitura
localizada no extremo sul de Santa Catarina, através do
seu site. Desse modo, o mesmo torna-se importante, pois
será possível propor ações que ajudarão a organizar
efetivamente alguns aspectos da estrutura da prefeitura, e
focar a adoção de práticas modernas, que retornem
informações precisas e de fácil acesso, para auxiliar na
tomada de decisões e controle da qualidade dos seus
serviços. Nesse sentido, para que fossem alcançados os
resultados, foi utilizada uma pesquisa bibliográfica, de
onde se identificou o modelo webqual, uma ferramenta
criada, inicialmente, para a avaliação da qualidade de
serviços derivados do comércio eletrônico (e-commerce),
a partir de teorias que conceituam as variáveis em torno
do uso das tecnologias da informação (LOIACONO;
WATSON; GOODHUE, 2002). Mediante alguns estudos,
detectou-se que ela é capaz de avaliar a satisfação dos
clientes de qualquer site de serviços, quanto a alguns
aspectos perceptíveis por eles, denominados dimensões
que derivam de construtos considerados essenciais, para
que haja a intenção de reuso da página (LOIACONO;
WATSON; GOODHUE, 2007). Seguindo a mesma
direção, Curi (2006) salienta que o instrumento, quando
aplicado em âmbito gerencial, auxilia as empresas na
verificação e comprovação da qualidade de um site, a
partir das percepções dos usuários e, conforme os
resultados, viabilizar ajustes e melhorias.
METODOLOGIA
Os procedimentos metodológicos se iniciaram com a
aplicação de um questionário extraído do próprio modelo
webqual. Porém, em certo momento, se fez necessário
realizar algumas adaptações quanto ao número de
questões o qual foi reduzido de 35 para 17, pois foi
observada elevada rejeição em virtude da extensão da
pesquisa. Apesar dessa redução ainda foi possível manter
a abrangência de todas as dimensões que a ferramenta
propõe. A mesma foi disponibilizada diretamente na
página da prefeitura, disposta em um banner, onde os
interessados podiam a qualquer momento acessar e
participar da pesquisa. Esta alcançou uma população de
102 respondentes, sendo todos utilizadores do website
em questão, no período correspondente a Abril e Maio do
ano de 2011.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Primeiramente, a pesquisa visou traçar um perfil dos
entrevistados, coletando as informações de gênero que
continha as variáveis feminino (49%) e masculino (51%).
Escolaridade, com os níveis que vão desde ensino
fundamental incompleto até pós-graduação, onde se
obteve como maioria os respondentes com nível superior
incompleto (33%). Finalidade de utilização do site, que
trouxe como maioria, aqueles que o utilizam para uso
próprio (67%). E também, frequência da utilização da
página, onde predominaram os visitantes diários (36%).
Em uma segunda parte do instrumento de coleta de
dados estavam afirmativas referentes à percepção dos
pesquisados. Nessa etapa se obteve um resultado com
níveis de satisfação elevados na maioria das dimensões,
apresentando alguns casos isolados de insatisfação
acima do normal que merecem um pouco mais de
atenção. Inclui-se nesse quadro, o aspecto que tange a
interação com o website, o que demonstra que o mesmo
não detém de uma ferramenta que possibilite a solicitação
online de informações que os clientes não encontram na
página. Enquadra-se também, a integração social e
comunicação entre os usuários, o que explicita a
escassez de recursos de comunicação que integrem os
mesmos socialmente, tais como: fóruns, murais e
microblogs.
Além disso, há a necessidade da
disponibilização de transações online, sendo que hoje as
mesmas não existem nesta realidade. E por fim, chega-se
à quantidade de serviços ofertada que ainda é pouca de
acordo com a pesquisa.
CONCLUSÃO
Diante dos resultados alcançados são sugeridas algumas
ações que visam minimizar os índices de insatisfação
ocorridos. É necessário o envolvimento de todas as áreas
e setores da prefeitura para que haja um esforço coletivo,
com o intuito de disponibilizar eletronicamente o máximo
de informações possíveis que venham a ser interessantes
para os cidadãos, para que sejam atendidas as suas
maiores necessidades de informação. Também nesse
sentido, é importante que se disponibilize uma ferramenta
no próprio website que funcione como um canal de
comunicação entre população e governo. Para a
integração social e comunicação entre os usuários, seria
interessante criar um fórum de visitantes do site, nos
moldes das redes sociais encontradas atualmente na
internet, onde os contribuintes possam interagir uns com
os outros e trocarem informações. Quanto às transações
online, seria importante o incremento de alguns recursos
para que a efetivação das mesmas ocorra totalmente
online. Por fim, ao observar os resultados da pesquisa,
constata-se que a ação a ser tomada que de fato alcança
maior importância, é o aumento dos serviços eletrônicos
da prefeitura, pois a mesma presta uma infinidade de
serviços que exigem o deslocamento dos cidadãos até o
estabelecimento, e quanto mais desses forem adaptados
para a rede mundial de computadores, mais pessoas
ficarão satisfeitas por receberem um serviço de maneira
cômoda e com qualidade.
REFERÊNCIAS
CURI, Walter Romano. A Percepção dos Clientes Quanto
à Qualidade dos Sites na Internet: aplicação e validação
do modelo webqual. Dissertação de mestrado da UFMG.
Belo Horizonte, 2006.
162
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
LOIACONO, Eleanor T.; WATSON, Richard T.;
GOODHUE, Dale L. WebQual: An Instrument for
Consumer Evaluation of Web Sites. International Journal
Of Electronic Commerce. Nova Iorque. p.51-87. 2007.
LOIACONO. E. T.; WATSON, R. T.; GOODHUE, D. L.
WebQual: a measure of site quality. American Marketing
Association. p. 432-438. 2002.
163
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PROJETO DE EXTENSÃO COMO AGENTE DE DIVULGAÇÃO INSTITUCIONAL
Maysa Eduarda Freitas1, Sandra Margarete Bastianello Scremin2
1
Bolsita do PIPCIT/IFSC-SC, Curso Técnico em Edificações, IF-SC – Campus Criciúma
2
Docente, Instituto Federal de Santa Catarina - Campus Criciúma
1
[email protected]
Palavras-Chave: Extensão, Matemática Básica, Agente de Divulgação.
INTRODUÇÃO
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais a Matemática é
colocada como ”uma linguagem que busca dar conta de
aspectos do real e que é instrumento formal de
comunicação e expressão para diversas ciências.” (PCN
vol3, p.20). Ao mesmo tempo, estatísticas oficiais
apontam que o aprendizado da Matemática, em qualquer
nível do ensino, está muito distante do adequado.
Agregado a isso, os professores dos cursos técnicos do
IF-SC campus Criciúma têm constatado que um número
expressivo dos alunos não possui os conhecimentos
mínimos de Matemática para acompanhar as disciplinas
técnicas que os exijam. Diante desse contexto foi ofertado
um Curso de Extensão de Matemática Básica aos alunos
concluintes do ensino fundamental oriundos de escolas
públicas com o objetivo de contribuir para o melhor
desempenho dos mesmos no ensino médio/técnico. Ao
final da primeira edição desse curso buscou-se, por meio
de um projeto de pesquisa vinculado ao Grupo de
Estudos em Educação Profissional e Tecnológica do IFSC campus Criciúma, uma avaliação que possibilitasse
verificar se o mesmo atingiu ao objetivo a que se propôs
para justificar sua continuidade dentro da proposta do
campus e fortalecer a indissociabilidade Ensino, Pesquisa
e Extensão. Para o desenvolvimento do referido projeto
buscou-se o entendimento da Extensão dentro dos
Institutos Federais, na Lei nº 11.892/2008, que em seu
Art. 7º Inciso V coloca como um dos objetivos dos
Institutos “desenvolver atividades de extensão de acordo
com os princípios e finalidades da educação profissional e
tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho e os
segmentos sociais, e com ênfase na produção,
desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e
tecnológicos”. E, na Deliberação n. 017/2010 do
CEPE/IFSC que define, no Art. 1º do Capítulo I, a
Extensão como um processo educativo, cultural e
científico que, articulada de forma indissociável ao ensino
e à pesquisa, viabiliza a relação entre o IF-SC e a
sociedade. Neste artigo, apresentam-se os resultados
parciais da avaliação com ênfase na constatação de que
além do objetivo a que se propôs o Curso Matemática
Básica mostra-se um agente de divulgação institucional.
METODOLOGIA
Com o objetivo de verificar se o Curso de Extensão
Matemática Básica pode ser considerado um agente de
divulgação institucional, partiu-se do levantamento de
dados junto ao registro escolar do IF-SC campus
Criciúma, referente aos inscritos nos cursos de Extensão
ofertados pela instituição. Para tanto, considerou-se
apenas aqueles em que os alunos do Curso de Extensão
Matemática Básica poderiam participar, ou seja, as
Oficinas nos Laboratórios de Física, Química e Biologia e
os Estudos Preparatórios para o Exame de Classificação
para os cursos Técnicos Integrados. De posse dos dados
procedeu-se a comparação com a listagem dos alunos
concluintes do Curso de Extensão Matemática Básica
para verificar quais deles eram comuns às duas listas e a
análise será apresentada na sequência.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na análise dos dados pode-se identificar que dentre os
participantes das Oficinas nos Laboratórios de Física,
Química e Biologia 42,1% dos alunos eram oriundos do
curso de Matemática Básica, enquanto que no curso de
Estudos Preparatórios para o exame de classificação para
os Cursos Técnicos Integrados, estes eram 25%. No
entanto, ao considerar os 29 alunos concluintes do curso
de Extensão Matemática Básica, o índice de alunos que
buscaram esses dois cursos foi de 55,2% e 34,5%
respectivamente. Importante registrar que os dois cursos
pesquisados são ofertados no turno vespertino, dessa
forma, nem todos os concluintes do Curso de Extensão
Matemática Básica tiveram a oportunidade de participar
considerando que 50% deles frequentam o ensino regular
no mesmo turno. Dessa forma, entende-se que o
acompanhamento do processo de ingresso para os
Cursos Técnicos Integrados 2012/1 do IF-SC campus
Criciúma, onde todos os alunos concluintes do Curso de
Extensão Matemática Básica terão oportunidade de
participar, fornecerá mais subsídios para verificar se o
curso Matemática Básica pode ser considerado ou não
um agente de divulgação institucional.
CONCLUSÃO
A análise parcial dos dados aponta o curso de Extensão
Matemática Básica como agente de divulgação da
Instituição, mas acredita-se que o acompanhamento do
processo seletivo para os cursos Técnicos Integrados
2012/1 do IF-SC campus Criciúma confirmará o curso de
extensão Matemática Básica como um agente de
divulgação institucional.
AGRADECIMENTOS
Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do
IF-SC.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.
Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino
Médio.Brasília: MEC, SEMTEC, 2000.
164
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ESTUDO DA INTERAÇÃO ENTRE O COMPOSTO DE COORDENAÇÃO DE Fe-AAS
COM O ÓXIDO DE NITROGÊNIO (NO): APLICAÇÕES BIOLÓGICAS E AMBIENTAIS.
Roberto Rodrigues Zeferino¹, Suzana Cimara Batista²
1,2
Centro Tecnológico/Universidade do Sul de Santa Catarina
1
[email protected]
Palavras-Chave: composto de coordenação, síntese, Ferro, ácido acetilsalicílico
O Os óxidos de nitrogênio (NOx,) são os maiores
poluentes emitidos na atmosfera, sendo sub-produto da
queima de combustíveis fósseis como óleo, carvão e gás
natural. É formado a partir da combinação de nitrato com
oxigênio. O NOx reage em alta atmosfera com outras
substâncias e componentes e destroem a camada de
ozônio. Contribui também para a formação de chuva
ácida, causando danos a vegetação e as estruturas. As
pessoas expostas a estes óxidos por longos períodos
podem apresntar problemas respiratórios. Além disso,
quando ingerem água contendo NOx pode ocasionar o
2
aumento de câncer no estômago e no esôfago. Assim,
existe uma grande necessidade do desenvolvimento de
métodos para reduzir as emissões de NOx no meio
1
ambiente. As funções biológicas dos óxidos de nitrogênio
são conhecidas quando associadas à química dos centros
metálicos, principalmente o ferro. Assim, este tem como
objetivo sintetizar um composto de coordenação de Fe
(III) com ácido acetilsalicílico (AAS) e posterior
incorporação de NOx.
Figura 1: Espectro UV – vis do composto.
Absorbancia (A)
INTRODUÇÃO
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
300
500
700
900
Comprimento de onda (nm)
Fonte: O Autor (2011).
Figura 2: Espectroscopia de infravermelho do composto.
METODOLOGIA
Um composto de coordenação com cloreto de ferro (III)
(FeCl3.6H2O) e o ligante ácido acetilsalicílico - AAS
(C9H8O4) foi obtido através da reação química entre
2mmol do ligante AAS solubilizado em metanol a
temperatura de 60°C juntamente com 1 mmol do sal
cloreto de ferro (IIII) hexahidratado solubilizado em etanol
(60°C). Em seguida, ao meio reacional, foi adicionado
1mmol de perclorato de sódio sólido. O tempo de reação
foi de aproximadamente 15 minutos, sendo que foi
mantida uma temperatura média de 60ºC com agitação
constante. Ocorreu a formação de um precipitado na
forma de agulhas de cor marrom-avermelhado. O
composto foi isolado pela lavagem com éter etílico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O espectro eletrônico (UV-vis) do composto foi realizado
em metanol e apresenta as bandas: λ = 500 e λ = 300nm,
conforme a figura 1. A caracterização do composto por
espectroscopia de Infravermelho foi realizada, como
-1
-1
mostra a figura 2. As bandas em 1589 cm e 1461 cm
as quais correspondem aos estiramentos ass(COO-) e
sim(COO-) com ∆ = 128 caracterizam a presença do
ânion carboxilato coordenado como ponte. A banda em
-1
1394 cm corresponde a deformação angular no plano
(O-H) e indica o grupo OH do ácido acetilsalicílico.
Fonte: O Autor (2011).
CONCLUSÃO
O estudo realizado mostrou uma rota sintética adequada
para a obtenção do composto. A espectroscopia de UVvis apresenta as transições eletrônicas do composto de
Fe (III) confirmando a sua coordenação ao ligante.
Fazem-se ainda necessários estudos complementares do
composto como a resolução da estrutura cristalina por
difratometria de raios X e a inserção de gás NOx ao
composto.
AGRADECIMENTOS
PUIC – UNISUL - EQM
REFERÊNCIAS
OWENS, J. W.; MILDRED, P.; SEYBERT D.
W..Inorganic. Chimica Acta, 277, 1-7, 1998.
HARROP, T. C.; SONG, D.; LIPPARD, S. J.. Reactivity
pathways for nitric oxide and nitrosonium with iron
complexes in biologically relevant sulfur coordination
spheres. Journal of Inorganic Biochemistry. 101, 1730 1738, 2007.
165
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ANÁLISE DO SENTIDO E SIGNIFICADO DA ATIVIDADE EDUCATIVA DO
PROFESSOR DE MATEMÁTICA
Daniela Darolt1, Viviane Raupp Nunes de Araújo2, William Casagrande Candioto3
1,2,3
Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC
1
[email protected]
Palavras-Chave: Leontiev, Atividade, Professor.
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa é o resultado das inquietações e reflexões
do grupo de pesquisadores do GPEMAHC (Grupo de
Pesquisa em Educação Matemática: uma Abordagem
Histórico-Cultural – UNESC) que se preocupam com os
resultados do atual ensino de matemática. Com base nos
estudos de Leontiev e nos pressupostos da psicologia
Histórico-Cultural, foi analisado o sentido e o significado
da atividade educativa do professor de matemática.
Segundo Leontiev (2004), a atividade humana apresenta
uma relação entre o motivo e o fim da mesma, isto é, o
sentido pessoal e sua correlação com o significado social
da atividade. Entretanto, o autor destaca que a sociedade
capitalista produziu na consciência humana a dissociação
entre o sentido pessoal e o significado social da atividade.
Na atividade educativa, transforma a atividade do
professor em um meio para assegurar sua existência
física, ou seja, um meio de subsistência, comprometendo
a ação pedagógica. A partir deste contexto, o objetivo foi
analisar o sentido e o significado que se estabelecem
diante dos condicionantes sociais subjacentes à atividade
educativa do professor de Matemática. Para isso estudouse as condições objetivas e subjetivas que se apresentam
na referida atividade, identificando os sentidos
implícitos/explícitos e o significado social e pedagógico da
mesma.
METODOLOGIA
A presente pesquisa é caracterizada, metodologicamente,
como qualitativa. Para tal, iniciou-se com a leitura do
referencial teórico para que o mesmo fundamentasse
também a análise dos dados. A partir disto, o projeto foi
apresentado à direção da escola e às professoras que
posteriormente fizeram parte da coleta dos dados
empíricos que se deu por meio de entrevistas, gravadas
em áudio e transcritas, com cinco professoras atuantes do
6º ao 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola da
rede estadual da região de Criciúma/SC, com o intuito de
verificar, por exemplo, o que levou a executar a atividade
docente. Para a análise dos dados dessa pesquisa nos
respaldamos teoricamente na Abordagem HistóricoCultural (AHC), especificamente na Teoria da Atividade
desenvolvida por Leontiev.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
significado social da atividade educativa foi possível
verificar o sentido e o significado que se estabelecem na
atividade pedagógica das professoras de matemática. A
partir disso, identificamos que “motivos” e “fins” são
fatores que influenciam diretamente na atividade do
professor. Refletindo sobre o conteúdo das entrevistas
podemos dizer que as professoras, no inicio da carreira
do magistério, sentiam-se motivadas a trabalhar. Contudo,
o que as motivou na atuação profissional foi o salário e
não a aprendizagem do conteúdo por parte dos alunos.
Sendo assim, o sentido da atividade profissional está
voltado para a valorização salarial.
CONCLUSÃO
O sentido pessoal atribuído a atividade docente das
professoras se aproxima do que Asbahr (2005) chama de
cisão entre o significado e o sentido pessoal da atividade
profissional. Esta cisão na atividade docente compromete
o resultado do trabalho do educador e interfere na
qualidade do ensino ministrado. Portanto, a atividade
educativa deixa de possuir o sentido de promover a
mediação entre o conhecimento e os alunos e passa a
possuir um sentido pessoal de sobrevivência, pela
valorização salarial, alienando sua atividade, o que de
acordo com a AHC interfere negativamente na prática
escolar.
AGRADECIMENTOS
Grupo de Pesquisa em Educação Matemática: uma
Abordagem Histórico-Cultural (GPEMAHC). Curso de
Matemática. Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica (PIBIC). UNAHCE. Universidade do Extremo
Sul Catarinense – UNESC. Criciúma, SC, Brasil.
Fundação de Amparo a Pesquisa e Inovação do Estado
de Santa Catarina (FAPESC). Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
REFERÊNCIAS
ASBAHR, Flávia S. F. A pesquisa sobre a atividade
pedagógica: contribuições da teoria da atividade. Revista
Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n.29, p.108-119,
maio/ago. 2004.
LEONTIEV, Alexis. O Desenvolvimento do psiquismo. 2
ed. São Paulo: Moraes, 2004.
Por meio da análise das condições objetivas e subjetivas
que revelaram os sentidos (implícitos e explícitos) e o
166
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
LEVANTAMENTO DE ATRIBUTOS BASICOS DO PRODUTO: EM ANALISE UMA
MÁQUINA DE LIMPEZA E PRE LIMPEZA DE GRAOS
Jeferson Luis dos Santos1, Jennie Elias Vieira2, Thayse Pacheco3
1
Instituto Federal de Santa Catarina / Departamento de ensino e pesquisa
[email protected]
Palavras-Chave: Necessidades do produto, ciclo de vida, atributos básicos.
INTRODUÇÃO
Foi realizado um levantamento de necessidades de um
produto, baseado no seu ciclo de vida. Durante este
processo se fez um levantamento do que necessita um
cliente em relação a tal produto em cada etapa. O produto
em questão é uma máquina de limpeza e pré limpeza de
grãos, que está em pesquisa para melhoramentos.
Este trabalho tem como objetivo desenvolver os atributos
do produto de modo que atenda o cliente com qualidade.
Figura 1 – Parte da matriz levantamento necessidades
que correlaciona os atributos básicos em cada etapa do
ciclo de vida.
METODOLOGIA
Primeiramente foi analisado os itens do ciclo de vida, tais
como produção, montagem, transporte, armazenagem,
função, uso, manutenção e características. Estes itens
estão selecionados de função dos atributos básicos do
produto, tais como: funcionamento, ergonomia, estética,
economia, modular e segurança.
Esse método faz parte da primeira parte do processo de
pesquisa, onde se utilizou uma Metodologia de projeto
divida em quatro categorias: projeto informacional,
conceitual, preliminar e detalhado, onde essa fase do
processo se enquadra no projeto informacional.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi realizada uma tabela para levantamento de
necessidades em função do ciclo de vida relacionados
aos atributos básicos do produto, vide figura 1.
A etapa função e o atributo básico ergonomia foram muito
importantes e receberam uma grande consideração pelo
cliente.
Como resultado das necessidades dos clientes os
mesmos elencaram como necessidades que as
programações de manutenções pudessem contar com
rápidas e fáceis desmontagens e montagens, que a
estrutura fosse modular e resistente, de bom custobenefício, que usasse aço de maior resistência, entre
outros.
CONCLUSÃO
Os resultados foram bastante relevantes e no próximo
passo vão auxiliar na procura de soluções para
melhoramento de uma máquina de limpeza e pré limpeza
de grãos, visando redução de desgaste.
Com a procura de requisitos, obteve-se um grande
aprendizado que com certeza será necessário no futuro
para o mercado de trabalho entre outros fatores.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos a colaboração da Professora e
Coordenadora Suzy Pascoali no auxílio da pesquisa e
desenvolvimento do projeto, juntamente com o apoio do
IFSC Campus Araranguá
REFERÊNCIAS
Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará.
Metodologia e Organização do projeto de pesquisa.
Disponível em:
<http://www.ufop.br/demet/metodologia.pdf >Acesso em:
12 de set. 2011.
167
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O EXERCÍCIO FÍSICO MELHORA A RESISTÊNCIA À INSULINA EM MIOCÁRDIO DE
RATOS OBESOS.
Daniela R. de Souza1, Thaís F. Luciano 1, Schérolin O. Marques 1, Marcelo F. Vitto 1,
Patrícia A. Cesconetto 1, Daiane S. Zeferino 1, Cláudio T. de Souza 1
1
Laboratório de Fisiologia e Bioquímica do Exercício (PPGCS/UNESC).
1
[email protected]
Palavras-Chave: Exercício físico, resistência a insulina e obesidade
INTRODUÇÃO
A obesidade constitui-se num fator com relação direta a
resistência à insulina, que é uma condição fisiopatológica
chave para o desenvolvimento do diabete tipo 2. Tem sido
reportado ocorrer resistência à insulina em coração de
ratos obesos. Alguns autores sugerem que o mecanismo
relacionado à suscetibilidade a distúrbios isquêmicos em
diabéticos do tipo 2 pode ser causado em parte pela
resistência a insulina (Ohlson et al, 1998; Sloan et al,
2008). Por outro lado, o exercício físico tem demonstrado
ser uma excelente ferramenta não farmacológica por
melhorar a ação da insulina em diferentes tecidos. No
entanto, os efeitos do exercício físico sobre a
sensibilidade a insulina em miocárdio de ratos não tem
sido investigada. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
transdução do sinal da insulina em ratos obesos após a
realização de um protocolo de treinamento físico.
METODOLOGIA
Foram utilizados ratos Wistar machos, divididos
aleatoriamente em dois grupos: grupo controle,
alimentado por 8 semanas com dieta convencional para
roedores e grupo hiperlipídico (HL) alimentado por 8
semanas com dieta hiperlipídica. Após a indução da
obesidade, os animais foram divididos em subgrupos:
obeso não treinado e obeso treinado (natação 1 hora por
dia, 5 dias por semana, durante 8 semanas, sobrecarga
de 5% p.c., presa à cauda); 24 horas após a ultima
sessão do treinamento físico os animais foram
sacrificados e western blot foram realizados. Os
resultados foram expressos como percentual do grupo
não treinado (p<0,05) e o espaço amostral foi de 7
animais por grupo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O treinamento físico dos animais levou a um aumento na
fosforilação do IR (71%), do substrato 1 do receptor de
insulina (73%), da AKT (81%) e da fosforilação do fator de
transcrição Foxo1 (77%). Isso acontece devido ao
treinamento físico aumentar a fosforilação dos receptores
de insulina em ratos obesos. A sinalização intracelular da
insulina começa com sua ligação a um receptor específico
de membrana, denominado receptor de insulina (IR). A
ativação do IR resulta na fosforilação em tirosina de
diversos substratos, incluindo substrato do receptor de
insulina 1 (IRS-1) e 2 (IRS-2). Os resultados
demonstraram que treinamento físico foi suficiente para
melhorar a sensibilidade à insulina, aumentando a
fosforilação do IRS-1/2, bem como a associação dessas
proteínas com a PI3K em animais estimulados com
insulina quando comparados aos animais controles. A
associação do IRS1-2 com a PI3K leva a ativação da
AKT, uma serina quinase com ação pleiotrópica em vários
tecidos e esta envolvida tanto no crescimento quanto no
metabolismo cardíaco, além de estar envolvida na
hipertrofia fisiológica e patológica. A fosforilação da Akt
foi analisada e demonstrou estar aumentada nos grupos
de animais controle e obesos submetidos ao treinamento
físico, quando comparados aos animais sedentários. Os
mecanismos moleculares envolvidos na melhora da
captação de glicose com o treinamento têm sido
atribuídos à expressão aumentada e/ou atividade das
principais proteínas de sinalização envolvidas na
regulação da absorção e metabolismo da glicose.
CONCLUSÃO
Nossos resultados demonstram que o treinamento físico
reverte à resistência à insulina no miocárdio de ratos
obesos, possivelmente por reduzir a expressão e
atividade de fosfatases e serinas quinases, e sugerem a
utilidade do treinamento de exercícios terapêuticos para
obesos com resistência à insulina.
AGRADECIMENTOS
Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC e
CNPq.
REFERÊNCIAS
OHLSON LO, LARSSON B, BJÖRNTORP P, ERIKSSON
H, SVÄRDSUDD K, WELIN L, TIBBLIN G, WILHELMSEN
L. Risk factors for type 2 (non-insulin-dependent) diabetes
mellitus. Thirteen and one-half years of follow-up of the
participants in a study of Swedish men born in 1913.
Diabetologia. 1988;31(11):798-805
RULL JA, ZORRILLA E, JADZINSKY MN, SANTIAGO
JV. Diabetes mellitus: complicações crônicas. México :
McGraw-Hill, 1992.
SLOAN FA, BETHEL MA, RUIZ D JR, SHEA AH,
FEINGLOS MN. The growing burden of diabetes mellitus
in the US elderly population. Arch Intern Méd. 2008;
168:192–199.
168
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O ENSINO DE FÍSICA E O CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES
1
Vinicius Jacques1, Max Richard Coelho Verginio2, Marcos Pereira Minsky3
Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC – Campus Criciúma / Departamento de Ensino, Pesquisa e Extensão
2
Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC – Campus Araranguá / Licenciando em Física
3
Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC – Campus Criciúma / Discente Técnico em Edificações
1
[email protected]
Palavras-Chave: Ensino de Física, Edificações, Curso Técnico.
INTRODUÇÃO
A Física é parte fundamental no processo de formação
dos futuros técnicos em edificações. É desta ciência que
nasce grande parte dos conceitos da construção civil.
Compreender as noções científicas, trazê-las para a
realidade e saber aplicá-las são alguns dos objetivos
propostos aos nossos estudantes. No entanto, existe um
longo caminho entre a Física dos cientistas e a do Ensino
Médio. A Física enquanto um corpo de conhecimento
estruturado permanece sendo a mesma, com suas leis e
princípios reconhecidos e estabelecidos, ainda que
continuamente, incorporando novos conhecimentos e
estabelecendo novas descobertas. Assim, podemos
mudar as seleções de conteúdos, as escolhas de temas,
as ênfases, as formas de trabalhar ou os objetivos
formativos propostos para o ensino de Física, levando-se
em consideração a realidade de cada escola.
(KAWAMURA & HOSOUME, 2003). Pensando em nossa
realidade, IF-SC campus Criciúma, em que será ofertado
o Curso Técnico em Edificações, modalidade integrado, a
Física deverá ser pensada a partir do perfil de seus
alunos e de suas necessidades mais significativas. Para
isso
devemos
concentrar
nossa
atenção
nas
competências em Física que queremos promover no
futuro profissional de Técnico em Edificações. Além da
formação profissional, a modalidade integrada permite
concluir que o conhecimento de Física tem também um
novo sentido a partir das diretrizes apresentadas nos
Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio:
“Trata-se de construir uma visão da Física voltada para a
formação de um cidadão contemporâneo, atuante e
solidário, com instrumentos para compreender, intervir e
participar na realidade.” (BRASIL, 2002, p. 60). Vale
lembrar que as competências para lidar com o mundo
físico não têm qualquer significado quando trabalhadas de
forma isolada. “Competências em Física para a vida se
constroem em um presente contextualizado, em
articulação com competências de outras áreas,
impregnadas de outros conhecimentos. Elas passam a
ganhar sentido somente quando colocadas lado a lado, e
de forma integrada, com as demais competências
desejadas para a realidade desses jovens.” (BRASIL,
2002, p. 60). Neste cenário, surge nosso problema de
pesquisa: Quais conceitos no Ensino de Física são
centrais para o Técnico em Edificações? Dentro de um
universo relativamente conhecido de conceitos físicos, o
objetivo será identificar quais deles são fundamentais
para balizar, potencializar o desenvolvimento das
habilidades e competências do Técnico em Edificações.
Essa motivação ocorre por entender que o Ensino de
Física precisa atender as necessidades reais do seu
tempo, e tal como seu objeto de estudo, é dinâmico! O
atual currículo de Física, hegemonicamente estruturado
nas mais diversas instituições de ensino, com uma função
mais informativa que formativa, é comumente
descontextualizado, sem função além dos muros da
escola. Um dos principais argumentos para o atual
panorama, que vem mudando lentamente nos últimos
anos, é o número insuficiente de aulas de Física em nível
médio, incluindo também os cursos técnicos. Insuficiência
esta que não permite que se trabalhe toda a Física
prevista nos currículos do Ensino Médio. No entanto,
alguns conceitos físicos são centrais, ainda mais quando
se leva em consideração as habilidades e competências
que se deseja promover. Nesta perspectiva, faz-se
necessário identificar quais os temas são centrais para o
desenvolvimento de habilidades e competências do futuro
profissional de Técnico em Edificações.
METODOLOGIA
Para identificar entre os conceitos físicos aqueles que são
centrais na área da construção civil, realizamos pesquisa
qualitativa com os docentes do curso Técnico em
Edificações, campus Criciúma. Para isso, utilizamos como
instrumento de pesquisa uma tabela criada a partir de
pesquisa bibliográfica em livros de Física recomendados
pelo último Programa Nacional do Livro Didático para o
Ensino Médio (PNLEM) dos conceitos físicos, temas,
noções e assuntos tratados em nível médio. Esta lista de
conceitos físicos comumente estudados no Ensino Médio,
nas diferentes áreas da Física, foi submetida aos
docentes do Curso Técnico em Edificações, campus
Criciúma, para que identificassem as noções físicas
fundamentais da área da construção civil, ou seja, com
aplicação direta a esta atividade e que estejam
relacionados às atribuições do Técnico em Edificações.
Os professores do curso de Edificações tinham quatro
opções para assinalar a frequência de uso dos conceitos
físicos: Nunca (N), Raramente (R), Ocasionalmente (O) e
Frequentemente (F). Veja na tabela 1 exemplos de
conceitos/noções físicas que fizeram parte da lista
submetida aos docentes do curso.
Tabela 01 – Exemplos de conceitos/noções físicas
N R O
F
Medidas, Unidades e Transformação
de Unidades
Notação Científica
Velocidade Média
Fonte: lista submetida aos professores do Curso Técnico
em Edificações.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os docentes do Curso Técnico em Edificações – três
engenheiros civis e dois arquitetos – foram orientados a
assinalar a frequência com que cada conceito/noção física
se faz presente na construção civil. Foi ressaltado que
esta frequência não deveria ser restrita à disciplina que
cada docente leciona, mas pensada a partir de um
universo mais amplo – o das Edificações. Do pequeno
universo de docentes da área da construção civil atuantes
no curso de Edificações conseguiu-se traçar uma linha
comum de conceitos entre o grupo. No entanto, nenhum
169
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
conceito foi assinalado na categoria (F) de forma
unânime. Os conceitos/noções físicas com maior
frequência de uso, apontados pelos docentes do curso
Técnico em Edificações foram: Medidas, Unidades e
Transformação de Unidades; Notação Científica; Vetores;
Força; Massa e Peso; Trabalho de uma Força; Potência;
Energia Mecânica: Cinética, Potencial Gravitacional e
Potencial Elástico; Momento de uma Força; Pressão;
Massa Específica e Densidade; Vasos Comunicantes;
Empuxo; Escoamento de um Fluido; Viscosidade;
Temperatura; Calor; Equilíbrio Térmico e Dilatação
Térmica. Estas noções físicas foram assinaladas como
Ocasionalmente (O) ou Frequentemente (F) com índice
maior ou igual a 40% dos professores do Curso Técnico
em Edificações. Pode-se perceber também que algumas
áreas da Física, como Óptica, Eletricidade e Física
Moderna não foram consideradas fundamentais à área da
Construção Civil.
CONCLUSÃO
Numa proposta de currículo integrado é fundamental que
as disciplinas estejam articuladas, tendo como metas o
desenvolvimento de habilidades e competências comuns.
Pensando na Física como ferramenta para compreensão
do mundo e que tenha aplicação no dia a dia do futuro
profissional em Edificações, a identificação dos conceitos
físicos centrais à área da construção civil permitirá
articular ferramentas didáticas que potencializem a
construção das habilidades e competências do Técnico
em Edificações, ou seja, atividades didáticas que levem à
estruturação dos conceitos relacionados à área da
construção civil. Nenhum conceito físico relacionado à
eletricidade foi apontado como fundamental à área da
construção civil, fato que nos surpreendeu. Estamos
convencidos que isto aconteceu porque no campus
Criciúma, disciplinas que abordam estas noções –
Projetos e Instalação Elétrica I e II (atual Curso Técnico
em
Edificações,
modalidade
Concomitante
e
Subsequente) – ainda não foram lecionadas. Vale lembrar
que o curso é novo e a turma mais avançada está no
segundo semestre. No entanto, isto permite inferir que os
professores, ao apontarem a frequência de uso dos
conceitos
físicos,
levaram
em
consideração,
principalmente, as disciplinas que lecionam, e não o
universo da construção civil como um todo. Porém, este é
apenas um resultado parcial de um processo que caminha
para atualizações da lista de conceitos fundamentais às
Edificações e ampliação no campo de pesquisa,
buscando profissionais da área de outros campi que
possuem o curso de Edificações, como os de Canoinhas
e Florianópolis.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Instituto Federal de Santa Catarina pelo
apoio financeiro, de suma importância para realização
deste trabalho.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996.
Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de
dezembro de 1996.
BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.
PCN+ ensino médio: orientações educacionais
complementares aos parâmetros curriculares
nacionais: ciências da natureza, matemática e suas
tecnologias. Brasília, MEC, SEMTEC, 144 p. 2002.
KAWAMURA, M. R. D., & HOSOUME, Y. A contribuição
da Física para um novo Ensino Médio. A Física na
Escola, v. 4, n. 2, p. 22-27, novembro. 2003.
170
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS DA MINERAÇÃO, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O BAIRRO RIO
FIORITA, MUNICÍPIO DE SIDERÓPOLIS, SC
Amanda Bellettini Munari1, Geraldo Milioli2, Glaucia C. de Souza3
1
2,3
Unesc/UNACET/Engenharia Ambiental
UNESC/PPGCA/Mestrado em Ciências Ambientais
1
[email protected]
Palavras-Chave: Siderópolis, Mineração de Carvão, Problemas Socioambientais, Educação Ambiental,
Desenvolvimento Sustetável.
INTRODUÇÃO
A mineração de carvão no Sul de Santa Catarina
apresenta-se
como
uma
forte
referência
ao
desenvolvimento regional. Na dinâmica histórica dessa
atividade,
encontra-se
entre
outros
municípios,
Siderópolis e o Bairro Rio Fiorita. Não obstante, este que
teve nessa atividade um impulso econômico, registra
também, um quadro de problemas socioambientais que
confere demandas de estudos acadêmicos que
contribuam para seu entendimento e busca de
alternativas e soluções baseadas na educação ambiental
e no desenvolvimento sustentável. Dessa forma, o
presente trabalho teve como objetivo, identificar e analisar
os principais problemas socioambientais do município de
Siderópolis, SC, com ênfase no Bairro Rio Fiorita e
apresentar a importância e contribuição da Educação
Ambiental (EA) e do Desenvolvimento Sustentável (DS)
como
instrumentos
para
a
minimização
e
redirecionamento da realidade local.
METODOLOGIA
Inicialmente realizou-se uma pesquisa bibliográfica e
documental. Para responder ao objetivo da pesquisa, que
se caracteriza como qualitativa, fez-se uso da entrevista
semi-estruturada como instrumento de coleta de dados,
com questões abertas e fechadas. O trabalho de campo
foi feito de acordo com os recursos disponíveis, de forma
aleatória junto aos moradores da comunidade do Rio
Fiorita, totalizando 45 entrevistados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os esforços de síntese dos resultados da pesquisa
realizada no Bairro Rio Fiorita indicam que 73,33% da
população reconhece que o meio ambiente afeta o seu
bem estar, cujos problemas são perceptíveis tanto no
aspecto físico, quanto socioeconômico.
Em sua origem, este provia de rios limpos e áreas verdes
e tinha sua economia baseada na agricultura. Suas
modificações remetem à atividade de mineração de
carvão e tomam como causa a relação economianatureza-sociedade. Referente à percepção dos
moradores sobre EA e DS, mais de 65% e cerca de 31%
dos entrevistados já ouviu falar sobre o assunto e cerca
de 66,67% acredita que a ED é um instrumento que
poderia contribuir para a melhoria de qualidade do bairro.
CONCLUSÃO
Como perspectiva para trabalhar com tal realidade, a
pesquisa destaca a importância da educação ambiental e
do desenvolvimento sustentável como referências para
contribuir ao redirecionamento da realidade local, tendo
como foco principal o resgate do ambiente natural e a
qualidade de vida dos moradores da região. Nessa
direção, a pesquisa lança ainda algumas recomendações:
introduzir um programa de educação ambiental no bairro;
recuperar as áreas degradadas com a participação da
população; planejar um desenvolvimento local baseado
na sustentabilidade; mapear a área impactada numa
escala temporal de curto, médio e longo prazo objetivando
sua revitalização; realizar trabalhos coletivos juntamente
com os moradores no intuito de revitalizar o rio e o
patrimônio cultural local; criar um programa de lazer
envolvendo a comunidade e o poder público local; realizar
outras pesquisas na área para aprofundar o conhecimento
da realidade socioambiental e sugerir alternativas mais
sustentáveis.
AGRADECIMENTOS
FAPESC Edital – 014/2009
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Izabel Cristina de Moura. Educação
Ambiental: a formação do sujeito ecológico. – 2. ed. –
São Paulo: Cortez, 2006.
LEFF, Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade,
racionalidade, complexidade, poder – Petrópolis, RJ:
Vozes, 2001.
MILIOLI, Geraldo(coord.). Mineração de carvão, meio
ambiente e desenvolvimento sustentável no sul de
Santa Catarina: uma abordagem interdisciplinar./
Geraldo Milioli, Robson dos Santos, Vanilde CitadiniZanette (coords.)./ Curitiba: Juruá, 2009. 316 p
171
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
OS CAMINHOS DA ARTE NA ESCOLA: UM ESTUDO NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE
PRAIA GRANDE
Gislene dos Santos Sala Germann1, Antônio Serafim Pereira²
1,2
Programa de Pós Graduação (Mestrado) da Universidade do Extremo Sul Catarinense
1
[email protected]
Palavras-Chave: Arte, Educação, Obrigatoriedade.
INTRODUÇÃO
O estudo pretendido para a dissertação tem viajado por
vários caminhos da pesquisa científica, sendo construído
sob os pilares que norteiam e defendem a Arte na
Educação Básica. Em meio a esse processo deparei-me
com a problemática abordada pelo Boletim Arte na Escola
nº 57 (REDE ARTE NA ESCOLA, 2010) que debate sobre
a Lei nº 11.769/2008 que torna obrigatório o ensino da
música na Escola Básica (BRASIL, 2008). Esse Boletim
enfatiza somente a questão da Música na Escola, porém
fez-me refletir acerca de outras obrigatoriedades no que
tange o ensino de Arte. Deste modo, a proposta de estudo
é motivada pela articulação entre o significado da Arte na
escola e as alterações legais que se fazem presente
desde as suas primeiras manifestações na escola básica
com a disciplina de Educação Artística a partir da Lei nº
5.692/71, destacando que anterior a Lei, a Arte era
considerada uma atividade educativa. Essas alterações
possuem como objetivo “legitimar” o conhecimento em
Arte na escola. Partindo disso, o professor dessa
disciplina deve trabalhá-la incluindo as seguintes
determinações: “especialmente em suas expressões
regionais”, “promover o desenvolvimento cultural” dos
alunos, trabalhar a “Música como conteúdo obrigatório,
mas não exclusivo” e garantir o estudo da “Cultura afrobrasileira e Indígena” (BRASIL, 1996). Sabendo que além
dessas exigências, a Arte é envolvida por diferentes
linguagens (a Dança, a Música, o Teatro e as Artes
Visuais), que também devem estar presentes na formação
dos alunos. Diante dessa situação, algumas dúvidas
colocam-se frente a essas obrigatoriedades, a saber: Em
que ponto fará diferença o termo obrigatoriedade para a
formação dos alunos? Qual a compreensão que a escola
tem sobre a Arte? A obrigatoriedade no ensino da Arte
garante seu reconhecimento na escola? Como trabalhar
essas exigências legais em duas horas/aulas semanais?
Como objetivo central, pretende-se investigar se essas
obrigatoriedades que se fazem presentes na história da
Arte na educação escolar desde a Lei 5.692/71,
garantiram ou garantem seu reconhecimento na escola,
refletindo se as questões legais têm favorecido para
tornar seu ensino significativo, procurando compreender
até que ponto o movimento pela obrigatoriedade e o
movimento pela compreensão do ensino da arte estão
articulados.
METODOLOGIA
O presente estudo ainda está em andamento e no
decorrer do caminho de investigação, pode-se mudar a
estrutura metodológica, entretanto pode-se identificá-lo
inicialmente como bibliográfico e documental. A base
documental e bibliográfica desta pesquisa é formada partir
da Lei nº 5.692/71 (BRASIL, 1971) e da Lei nº 9.394/96
(BRASIL, 1996) e suas alterações, dos PPP das escolas
municipais de Praia Grande, das contribuições de autores
como Barbosa (2003) e Pillotto (2001) acerca da história
da inclusão da Arte nos currículos da Educação Básica e
dos documentos norteadores da educação como os
Parâmetros Curriculares de Arte- PCN (2000) e a
Proposta Curricular de Santa Catarina- PCSC (1998). O
estudo será realizado em três escolas públicas de Praia
Grande- SC. Como instrumento para a coleta de dados
será utilizado a entrevista semiestruturada com os
professores, Coordenadores pedagógicos e Gestores
dessas escolas totalizando 35 pessoas envolvidas, que
serão selecionados por sorteio nas unidades de ensino,
como também visitas orientadas nas escolas com a
finalidade de perceber como a Arte é apresentada em seu
cotidiano. As entrevistas estarão focadas principalmente
em quatro questões: Como é a comunicação entre os
professores de Arte da rede municipal? Quais as
condições para desenvolver um trabalho significativo?
Qual é o contexto que se insere a Arte nas escolas
Municipais? Como as escolas acolhem a diversidade
cultural de seus alunos? Depois de realizada a entrevista,
as falas serão transcritas e analisadas. A partir de suas
vozes será organizado um curso de formação
complementar de educação estética visando ampliar a
formação cultural a partir das diferentes linguagens da
Arte com esses professores. Nesse sentido, o presente
estudo objetiva compreender as implicações da
obrigatoriedade do ensino da Arte na Educação Básica e
contribuir para o repensar do papel formativo do ensino da
Arte na Educação Básica por parte dos seus principais
agentes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A referida pesquisa ainda está em fase inicial, sendo
efetivada em analogia com as disciplinas do curso de
Mestrado em Educação (UNESC). Até o momento
realizou-se uma busca no banco de teses da CAPES com
a finalidade de definir o problema de estudo e situar o
trabalho no contexto das recentes investigações
científicas na área da Arte na Educação. Percebe-se pelo
número de pesquisas que o ensino da Arte ainda vem
sendo pouco discutido nas academias, visto que
encontramos apenas 74 dissertações e 14 teses para os
anos de 2009 e 2010 em todo o Brasil. Nesse sentido o
estudo em questão garante seu fortalecimento no campo
científico.
CONCLUSÃO
Como a pesquisa está em fase inicial, ainda não é
possível apresentar dados precisos. Todavia os capítulos
e subcapítulos já estão definidos, na qual o referencial
teórico está sendo escrito a partir de uma perspectiva
histórica a fim de entender a atual situação do ensino da
Arte nas escolas básicas a partir das reflexões políticas e
sociais de outras épocas. As entrevistas e visitas nas
escolas que servirão de amostra já foram agendadas e
previamente autorizadas. Com as entrevistas e visitas
orientadas esperamos perceber como a Arte é
apresentada no cotidiano escolar das escolas municipais
de Praia Grande/SC como também sua valorização
nesses espaços. A partir desta pesquisa, fundamentada a
172
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
partir de seus resultados organizar-se-á um curso de
formação continuada (se necessário) visando aprimorar a
percepção estética desses professores, para que possam
reconhecer a Arte como uma disciplina imprescindível
para a formação de nossos alunos. Finalmente, a
pesquisa pretenderá perceber se a formação continuada
poderá ser uma alternativa para o reconhecimento da Arte
na escola nas instituições pesquisadas.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao PPGE da Universidade do Extremo Sul
Catarinense (UNESC) por acreditar em meus anseios de
pesquisa. Agradeço também a todos os professores do
Mestrado em Educação pelo apoio nas disciplinas
obrigatórias e optativas e em especial ao professor Doutor
Antônio Pereira Serafim, orientador, por sua valiosa
contribuição na organização desse trabalho e na solução
dos problemas que surgiram e que surgirão do decorrer
do caminho dessa pesquisa.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Ana Mae (org). Inquietações e mudanças
no ensino da arte. 2ª ed, São Paulo: Cortez, 2003.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
_______. Secretaria de Ed. Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais: Arte/secretaria de educação
fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1996.
FERNANDES, Iveta Maria Borges Ávil. Projetar e tecer,
tecer e projetar. Boletim Arte na Escola, São Paulo,
Boletim 57, p. 4-5, jan. março 2010.
PILLOTTO, Sílvia Sell Duarte; SCHRAMM, Marilene de
Lima Körting. Reflexões sobre o ensino das artes.
Joinville: Univille, 2001.
SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação,
Ciência e Tecnologia. Proposta Curricular de Santa
Catarina: Disciplinas Curriculares.Florianópolis, 1998.
173
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
A NÃO EFETIVAÇÃO DAS INSCRIÇÕES NO PROCESSO DE INGRESSO DOS
CURSOS TÉCNICOS: ALGUMAS OBSERVAÇÕES.
1,2
Jaqueline Fortuna1, Lucas Dominguini2
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Criciúma
1
[email protected]
Palavras-Chave: Cursos Técnicos, Ingresso, Dados Socioeconômicos.
INTRODUÇÃO
A universalização do acesso a educação pública e
gratuita é uma das metas do Governo Federal para
diminuir as diferenças sociais e alavancar a economia.
Neste contexto, nos últimos anos percebe-se uma grande
expansão das instituições de ensino públicas. Como
exemplo dessa expansão, cita-se aqui o Instituto Federal
de Santa Catarina (IF-SC), campus Criciúma, que iniciou
suas atividades no segundo semestre de 2010. A partir do
primeiro semestre de 2011, o campus passou a ofertar o
curso técnico em edificações, nas modalidades
concomitante e subsequente. Os atuais alunos foram
selecionados por meio de exame de classificação.
Durante o processo seletivo para o ingresso no primeiro
semestre de 2011, para o referido curso, houve um
número expressivo de inscrições realizadas. No total, 227
candidatos se inscreveram para concorrer a uma das 80
vagas existentes para o curso Técnico em Edificações, do
campus Criciúma. Para a efetivação da inscrição se fazia
necessária a solicitação de isenção da taxa de inscrição
ou o pagamento da mesma, conforme Edital
02/DEING/2011 e 03/DEING/2011, do departamento de
ingresso (IF-SC, 2011a; 2011b). Do total de inscritos
apenas 38% efetivaram a inscrição por uma das duas
formas citadas. Quando comparado com outros campi
que oferecem o mesmo curso, este índice de efetivação
mostrou-se inferior. Cita-se como exemplos os campi de
Florianópolis e Canoinhas, que tiveram número de
inscrições similares (290 e 226, respectivamente), porém
com taxas de efetivação das inscrições acima de 60 %.
No segundo semestre de 2011 o problema se repetiu, dos
295 inscritos apenas 120 efetivaram a inscrição para uma
das 80 vagas disponibilizadas, o que representa
aproximadamente 40%. A partir disto fica um
questionamento: quais os motivos que levaram um
número tão elevado de possíveis candidatos a não
efetivar sua inscrição por meio da solicitação de isenção
ou do pagamento de taxa? Neste contexto, o presente
trabalho tem por objetivo analisar o perfil socioeconômico
dos candidatos que não efetivaram a inscrição no
processo de ingresso 2011/1 e 2011/2. Para tal, utiliza-se
das informações fornecidas pelos mesmos no ato da
inscrição, verificando desta forma se há alguma relação
entre os dados do referido questionário, e a problemática
acima mencionada.Ao final, propõem-se melhorias no
processo de ingresso, considerando as dimensões
econômicas e operacionais, no sentido de ampliar as
oportunidades de acesso do aluno a Instituição.
processo seletivo do referido curso. Destes, 170 foram da
modalidade concomitante e 380 foram da modalidade
subsequente. Também se realizou entrevistas junto aos
candidatos que participaram do processo seletivo, por
sorteio público, das vagas remanescentes, com o intuito
de verificar os motivos pelas quais os mesmos não
participaram do processo seletivo de ingresso via exame
de classificação. Dessa forma, o levantamento envolveu,
portanto, duas etapas: o estudo estatístico das respostas
fornecidas no questionário socioeconômico, sendo os
dados expostos em gráficos, e por entrevista com alunos
que ingressaram via sorteio público.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inicialmente, foram solicitadas ao DEING as informações
socioeconômicas dos candidatos inscritos e aptos a fazer
a prova, sendo que a análise iniciou por um estudo destas
informações. No momento inicial da pesquisa,
localizaram-se algumas discrepâncias entre as respostas
fornecidas pelo grupo total de inscritos e o grupo que se
tornou apto a realizar o exame de classificação. Para a
modalidade concomitante, foram analisados os fatores
idade e lugar que ocupa na família. Na modalidade
subsequente, foram analisados os fatores renda familiar e
tipo de moradia. Esses fatores foram observados, pois
apresentaram maiores discrepâncias estatisticamente
significativas entre as respostas fornecidas pelo grupo de
inscritos e pelo grupo de aptos a realizar o exame de
classificação. No que tange a modalidade concomitante,
observa-se as maiores diferenças no perfil de idade. O
gráfico 1a , abaixo, mostra o perfil de idade dos inscritos,
enquanto o gráfico 1b demonstra a mesma informação
para os aptos a realizar a prova.
Gráfico 1a: Idade do total
de candidatos
Gráfico 1b: Idade dos
candidatos aptos
METODOLOGIA
Com o objetivo de melhorar o processo de ingresso, a
presente pesquisa analisou informações socioeconômicas
dos alunos que não efetivaram o pagamento de inscrição.
Essa ação focou encontrar perfis diferentes entre os que
confirmaram e os que não confirmaram a inscrição. Para
tal, fez-se a análise de aproximadamente 550
questionários respondidos pelos que se inscreveram no
Os gráficos permitem observar um acréscimo dos
candidatos com faixa etária entre 14 e 17 anos. A
modalidade concomitante é direcionada, principalmente,
para alunos que desejarem cursar, de forma paralela,
ensino médio e técnico, que apresentam esse perfil de
174
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
idade escolar. De acordo com as respostas,
aproximadamente 46% dos inscritos apresentam idade
que diverge da faixa de idade dos alunos que deveriam
estar no curso técnico. Destes, somente 29,1% efetivaram
a sua inscrição. Isso explica o aumento de
aproximadamente 40% dos inscritos para 63% dos aptos
a realizar o exame de classificação, na faixa etária de 15
a 17 anos. Tal informação é confirmada quando se
observa a resposta fornecida para o questionamento “qual
o lugar que você ocupa na família”. Os candidatos que
residem com a família e não possuem renda própria
representam aproximadamente 70% dos candidatos aptos
a realizar o exame classificatório, conforme gráfico 2b.
Esse fator está diretamente ligado a idade, o que indica
que os candidatos aptos moram com os pais, sendo estes
os responsáveis pelo pagamento da taxa de inscrição.
Gráfico 2a: Lugar ocupado
na família pelo total de
candidatos
Gráfico 2b: Lugar ocupado
na família pelos candidatos
aptos
aptidão a realizar o exame de classificação tem como
principal fator influenciável a renda mensal familiar dos
candidatos. Do total de alunos inscritos, aproximadamente
60% dos candidatos apresentam renda mensal familiar de
até 2,5 salários mínimos. Esse percentual se reduz
aproximadamente
50%
quando
observamos
os
candidatos que efetivaram a inscrição. Sendo assim,
sugere-se aqui, para a modalidade concomitante, que a
mesma seja mais divulgada e explicada para o público
externo, evidenciando que a mesma é direcionada
aqueles que estão com faixa escolar entre 14 e 17 anos.
Para a modalidade subsequente, sugere-se que o
processo de isenção da taxa de inscrição seja
amplamente divulgado e, talvez, com ampliação do tempo
para solicitação da mesma. Como continuidade do
trabalho, sugere-se que o DEING realize uma pesquisa,
em âmbito estadual para verificar se as informações
obtidas para este curso, do campus Criciúma, são
similares as encontradas em outra região.
Gráfico 3a: Renda familiar
do total de candidatos
Esses dados reforçam que muitos dos inscritos não se
encaixam com o perfil do curso e por isso acabam não
efetivando sua inscrição. Isso pode ocorrer por causa de
alguns motivos, entre eles, incorreta seleção da
modalidade a se cursar no momento da inscrição,
divulgação dos cursos de forma inapropriada ou até
mesmo a percepção por parte do candidato de que o
mesmo não possui o perfil do curso. Mesmo assim,
ressalta-se que não há nenhum impedimento da proposta
pedagógica do curso no que tange a idade para o
ingresso desses candidatos. Por outro lado, o curso
ocorre no período vespertino, o que dificulta a
participação de pessoas com idade acima da faixa escolar
do ensino médio, devido principalmente ao fato de que a
maioria das pessoas acessa o mercado de trabalho no
período diurno. Na modalidade subsequente, ao se
observar os gráficos referentes ao questionário
socioeconômico, constataram-se algumas diferenças
estatisticamente relevantes nas respostas referentes à
renda mensal familiar e tipo de residência. Os gráficos 3a
e 3b, abaixo, demonstram a renda mensal familiar dos
alunos inscritos e os alunos aptos a realizar o exame de
classificação.
Gráfico 3b: Renda familiar
dos candidatos aptos
Constata-se que a renda familiar é um fator influenciável
na efetivação da inscrição. Do total de alunos inscritos,
aproximadamente 60% dos candidatos apresentam renda
mensal familiar de até 2,5 salários mínimos. Esse
percentual se reduz aproximadamente 50% quando
observamos os candidatos que efetivaram a inscrição.
Isso evidencia que os candidatos inscritos apresentam
dificuldades financeiras para efetuar o pagamento da
inscrição. Tal observação também pode ser realizada ao
se observar o tipo de moradia dos candidatos. Os gráficos
4a e 4b demonstram que há uma queda de
aproximadamente 38% dos inscritos sem moradia própria
(possuem moradia alugada, cedida ou financiada) para
aproximadamente 30% dos que efetivaram a inscrição.
Gráfico 4a: Tipo de
moradia total de candidatos
Gráfico 4b: Tipo de
moradia dos candidatos
aptos
CONCLUSÃO
Na modalidade concomitante, percebe-se que os inscritos
entre 14 e 17 anos de idade, faixa escolar para essa
modalidade, são predominantes. Acima dessa faixa, há
um percentual grande, acima de 50 %, de inscritos.
Porém, por estarem em idade de ascensão ao mercado
de trabalho e o curso ser no período vespertino, não tem
possibilidade de cursá-lo. Na modalidade subsequente, a
175
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Ao observar esses números, os valores de diferença
podem parecer insignificativos, pois se trata de uma
redução de 8 %. Porém, o universo pesquisado é de
aproximadamente 550 questionários, sendo que destes,
aproximadamente 380 são inscrições na modalidade
concomitante. Neste montante, 8 % representam cerca de
30 candidatos. Assim, percebe-se que problemas
financeiros interferem no processo de efetivação das
inscrições. Isso reforça a necessidade de uma maior
divulgação do processo de solicitação da isenção da taxa
de inscrição. Na continuidade da pesquisa, tentou-se
localizar os candidatos para se realizar entrevistas.
Porém, não foi possível realizar entrevistas para se
averiguar melhor os fatores da não efetivação das
inscrições. Segundo o DEING, as informações pessoais
dos candidatos (contato telefônico ou eletrônico) não
podem ser fornecidas para este fim. Desta forma, não foi
possível realizar entrevistas com os mesmos. No entanto,
devido à existência de vagas ociosas, foi realizado no
segundo semestre de 2011 um processo seletivo
suplementar, por meio de sorteio público para a
modalidade concomitante. Nesse processo, da qual não é
realizada cobrança de taxa de inscrição, foram
selecionados e realizaram suas matrículas 8 candidatos.
Em contato com os mesmos, nenhum havia participado
do processo seletivo anterior. Porém, como essa
modalidade é no período vespertino, onde não foram
encontrados fatores econômicos como motivo para a não
efetivação no processo de seleção, não é possível
descartar problemas da ordem financeira como fator para
efetivação das inscrições na modalidade subsequente.
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq, pelo financiamento da pesquisa.
REFERÊNCIAS
BORGES, José Leopoldino das Graças; CARNIELLI,
Beatrice Laura. Educação e estratificação social no
acesso á universidade pública, 2005. Disponível
em:<http://www.scielo.br/pdf/cp/v35n124/a0735124.pdf>
BRASIL. CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO.
Documento Final. Brasília, 2010. Disponível em: <
http://www.saocarlos.sp.gov.br/images/stories/pme/Docu
mento%20final%20CONAE.pdf> Acessado em julho de
2011.
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA (IF-SC).
Departamento de Ingresso. Edital de abertura do
processo de ingresso nº 02/DEING/2011. Florianópolis:
DEING, 2011a.
______. Edital de abertura do processo de ingresso nº
03/DEING/2011. Florianópolis: DEING, 2011b.
PERRONI, Jennifer; BRANDÃO, André. Seleção ou
exclusão: difícil acesso a instituições públicas de ensino.
p. 65 – 81, 2009.
176
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
A EVOLUÇÃO DO CRACK NA REGIÃO DE ARARANGUÁ NA ÚLTIMA DÉCADA
Alexsandro Ferreira Caitano1, Sandra Regina de Barros de Souza2
1
2
Faculdades Esucri/Departamento de Psicologia
Faculdades Esucri/Departamento de Psicologia
1
[email protected]
Palavras-Chave: crack, internação, dependência química.
INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta dados coletados através de um
levantamento do número de internações por crack nas
comunidades terapêuticas de Araranguá. Apresenta ainda
os dados de atendimentos e encaminhamentos para
internação do CAPS local, afim de delinear a trajetória do
crack em um levantamento ainda não realizado antes. Na
região de Araranguá observam-se recorrentes casos de
denúncias policiais, internações hospitalares, além da
própria polução que evidencia contatos com indivíduos
usuários da substância. Neste contexto a pesquisa foi
realizada buscando conhecer a realidade do uso abusivo
em números reais que nos permitem a visualização de um
quadro que se agrava a cada dia, permitindo a elaboração
futura de estratégias de intervenção necessárias à
redução dos inúmeros danos causados pelo uso. Sendo o
uso
de
crack
um problema
presente, mais
especificamente na região de Araranguá, percebeu-se a
necessidade de um estudo quantificativo a respeito do
mesmo e optou-se por desenvolver a pesquisa junto às
Comunidades Terapêuticas Fazenda São Jorge, Casa da
Esperança, Resgatando Vidas e CAPS local uma vez que
nesses pode-se encontrar registros oficiais de entrada de
internos e atendimentos por uso da substância em
questão. Em âmbito geral objetivou-se a realização de um
levantamento do número de internações por uso abusivo
de crack na região de Araranguá nos últimos dez anos e
mais especificamente pretende-se: delinear a trajetória
crescente do uso abusivo da substância na região de
Araranguá; subsidiar um diagnóstico do uso crack que
abrange a região da cidade de Araranguá; colaborar a
partir dos dados com a estruturação de uma estratégia de
intervenção com foco nos usuários locais; possibilitar as
futuras intervenções aos acadêmicos do curso de
Psicologia da Esucri, uma vez que seu currículo está
estruturado nas necessidades da região.
METODOLOGIA
Este trabalho constituiu-se de uma pesquisa aplicada de
campo investigatória de caráter quantitativo. Os dados de
internação foram levantados em três residências
terapêuticas e ainda os dados de atendimento foram
consultados no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial)
local. Os dados foram pesquisados a partir da leitura e
análise de prontuários e registros afins, permitindo a
quantificação e apresentação dos resultados em gráficos
e tabelas.
Tabela 01 – Dados anuais Fazenda Resgatando Vidas
2008
2009
2010
Internações
44
101
93
por crack
Internações
por outros
13
22
18
psicoativos
Total de
57
123
111
internações
Fonte: pesquisa de campo, 2010.
Podemos notar pela tabela anterior, uma crescente
ascensão do uso de crack onde houve um aumento do
número de acolhimentos de 2008 para 2009 de 229%
(duzentos e vinte e nove) e pode ser visualizada uma
estimativa de crescimento em relação ao ano de 2010
uma vez que 93 (noventa e três) usuários foram acolhidos
até o mês de outubro de 2010 em relação a 101 (cento e
um) acolhidos nos 12 (doze) meses do ano anterior. Um
significativo indício de problema social é o uso frequente
da substância com idade cada vez menor, 32% (trinta e
dois) dos internos, declararam no momento de registro da
entrada terem começado seu processo de dependência
antes dos 15 anos.
Tabela 02 – Dados anuais Projeto Casa da Esperança
2009
2010
Internações por
47
26
crack
Internações por
9
6
outros psicoativos
Total de
56
32
internações
Fonte: pesquisa de campo, 2010.
Interessante ressaltar que dos 88 (oitenta e oito)
acolhidos no Projeto, 17 (dezessete) declaram ser
casados e 42 (quarenta e dois) declaram ter dependentes,
um forte indício de problema social onde, por exemplo, os
dependentes de usuários muitas vezes ficam
desassistidos nos períodos de internação ou de uso
constante. Ou quando em função da droga causam
diversos prejuízos psicológicos, por exemplo, as pessoas
próximas (incluído seus dependentes com filhos, esposas,
pais, etc.).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tabela 01 representa os dados anuais das internações
na Fazenda Resgatando Vidas nos últimos três anos.
177
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Figura 01 – Gráfico por número de internações por crack
na Fazenda São Jorge de Araranguá
Fazenda São Jorge
300
200
100
0
20 20 20 20 20 20 20
04 05 06 07 08 09 10
Nº de
internações por 83 113144157179181207
crack
Fonte: pesquisa de campo, 2010.
Neste gráfico se pode notar o uso crescente da
substância através do número de internações registradas.
O percentual de aumento do ano de 2010 em relação ao
ano de 2004 foi de 249% (duzentos e quarenta e nove),
um crescimento significativo para um período de 6 (seis)
anos. A média de procedimentos de alta registrados pela
fazenda foi de 37 (trinta e sete) pacientes por ano, tendo o
restante se desligado da instituição por causas como
vontade própria, pedido dos familiares, fugas e outros.
Figura 02 – Gráfico do número de atendimentos e
encaminhamentos para internações por uso de crack do
CAPS - Araranguá
80
60
40
20
0
20 20 20 20 20 20 20
04 05 06 07 08 09 10
Atendimentos 1 1 1 1 1 73 49
Internações
0
1
0
2
6 14 7
CAPS de Araranguá
Fonte: pesquisa de campo, 2010.
O gráfico anterior revela um salto quantitativo nos
números referentes ao ano de 2009 e 2010 em relação
aos anos anteriores. Todos os dados apresentados nesta
pesquisa resultam de um levantamento que teve seu
término no mês de outubro do ano da realização da
pesquisa revelando números menores ao último ano e
possibilitando inferir estimativas para os meses faltantes
ao encerramento deste. Atingiu-se assim o intuito da
primeira etapa do trabalho, sabendo quantos são em que
locais se encontram quando buscam ajuda, pode-se então
partir para uma estratégia que venha a intervir nesta
realidade que necessita de muitas modificações. Pois a
pesquisa, como foi apresentada na analise dos
resultados, constatou que tanto o pesquisador que voz
apresenta os dados como todos os envolvidos nessa
pesquisa (ESUCRI: Curso de Psicologia, Comunidades
Terapêuticas e internos dependentes de Crack) estão
contribuindo a seu modo para uma sociedade melhor,
abrindo caminho para futuras pesquisas na área que
propiciam mudanças benéficas quando atingem
positivamente os interesses da sociedade como um todo,
abordando com integridade um fenômeno tão presente e
potencialmente gerador de riscos na vida de muitos
envolvidos. Em face das constatações acima sugere-se
em relação a intervenção no fenômeno da dependência
de crack na região de Araranguá, um estudo mais
aprofundado das causas e dos efeitos da relação do
homem com a droga,assim como com o processo de
intervenção existente. E, fundamentalmente sugere-se a
realização de pesquisas futuras que apresentem
resultados fidedignos neste campo de problemática
existente. Somente assim poderemos ter fundamentos
científicos para futuras intervenções não só na área da
psicologia como outras áreas como psiquiatria, medicina,
enfermagem ou serviço social. Postula-se a realização de
pesquisas futuras nas seguintes temáticas sugeridas:
verificar qual a função que a droga na vida humana? Ou
seja, verificar a gênese e constituição do impasse
Psicológico na dependência química; verificar os
processos de intervenções; levantar os processos de
prevenções na dependência química: na infância e na
adolescência.
CONCLUSÃO
A pesquisa permitiu constatar o panorama crescente do
uso de crack na região de Araranguá nos últimos anos.
Conforme os dados coletado na Fazenda São Jorge o
aumento foi de 249% em 2010 em relação ao ano de
2004. Os dados coletados na Fazenda Resgatando Vidas
vêm de encontro a estes, na confirmação de uma
estatística crescente de 229% do ano de 2008 para 2009,
e de 211% de 2010 em relação ao ano de 2008. Os
índices de internações alarmantes comprovam a
gravidade da situação em termos de quantidade. Diante
da observância do um diagnóstico crescente do consumo
de crack e do potencial de destruição humana que a
droga apresenta, percebe-se a grande necessidade de
uma intervenção mais efetiva e imediata na prevenção ao
uso de drogas. Constatou-se ainda a importância e ao
mesmo tempo a ausência de um procedimento padrão de
registro destas informações que fornecem dados
epidemiológicos que podem subsidiar a construção de
políticas públicas inclusive, o que impossibilitou a
realização da pesquisa no seu intuito principal que visava
atingir os dados registrados nos últimos 10 (dez) anos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Governo do Estadode Santa Catarina que
pelo Art. 170 financiou e permitiu a realização desta
pesquisa; a Faculdades Esucri que apoiou e confiou neste
trabalho e aos professores amigos Sandra R. de Barros
de Souza e Elder José Gonçalves por serem meus
maiores auxiliadores e incentivadores na busca de
saberes maiores que, seguindo seus exemplos, pretendo
utilizar com muito profissionalismo.
REFERÊNCIAS
CARLINI, E. A. et al. II Levantamento domiciliar sobre o
uso de drogas psicotrópicas no Brasil: um estudo
envolvendo as 108 maiores cidades do país. 1. ed.
2005. São Paulo: CEBRID – Centro Brasileiro de
Informação sobre Drogas Psicotrópicas: UNIFESP –
Universidade Federal de São Paulo, 2006. 468 p.
UCHÔA, Marco Antonio. Crack: o caminho das pedras.
1. ed. São Paulo: Ática, 1998. 245 p.
178
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS EXISTENTES NOS LABORATÓRIOS DE
AULA PRÁTICA DE UM CURSO DE FORMAÇÃO SUPERIOR
1
Tatiane F. S. Medeiros1; Silvana Cristina Trauthman2
Acadêmica do curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética. Universidade do Sul de Santa Catarina
(UNISUL). Tubarão, SC, Brasil.
2
Professora especialista em Farmácia, atuante nos cursos de Tecnologia em Cosmetologia e Estética e
Farmácia da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em
Atenção Farmacêutica e Estudos de Utilização de Medicamentos (NAFEUM). Universidade do Sul de Santa
Catarina (UNISUL). Tubarão, SC, Brasil.
[email protected]
Palavras-chaves: Biossegurança. Riscos ambientais. Procedimento operacional padrão.
INTRODUÇÃO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A palavra “biossegurança” significa em sentido amplo,
vida livre de perigos e as medidas de biossegurança são
ações que contribuem para a segurança da vida
(CAVALCANTE; MONTEIRO; BARBIERI, 2003). Estas
medidas visam evitar riscos ambientais classificados
como físicos, ergonômicos, químicos, biológicos e
mecânicos (BRASIL, 1978). Para identificar e avaliar
estes se utiliza o Mapa de Risco. (PONZETTO, 2002;
BRASIL, 1978), Ele contém informações para promover
segurança e saúde no trabalho (BRASIL, 1994; BRASIL,
2005), através de medidas que englobam o uso de
Equipamento de Proteção Individual – EPI e
Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC (CAMPOS,
1996; MICHEL, 2008; PONZETTO, 2002). Estes visam
prevenir o acidente de trabalho (MICHEL, 2008;
CAMPOS; CAMPOS,1996; BRASIL, 2005). A pesquisa
se justifica ao se considerar os laboratórios de aulas
práticas espaços que simulam ambientes de trabalho e
necessitam adotar medidas preventivas. Segundo
Campos e Campos (1996), “[...] a necessidade de uma
ação preventiva, direta ou indiretamente, contra os
acidentes do trabalho [...]” é importante. Este estudo tem
o objetivo de avaliar os riscos ambientais existentes nos
laboratórios de prática de um curso e propor medidas de
biossegurança para sua adequação.
Em A, foram identificados 23 riscos, destacando os riscos
biológicos 61% e de acidente 22% os quais foram mais
freqüentes, com classificação de gravidade em grau I, ou
seja, pequeno ou já protegido (BRASIL, 2005). No B 36
riscos, deste os biológicos 40% foram mais freqüentes,
seguido de acidente 32% e físico 14%; neste houve um
único biológico de grau II, considerado médio, por relativo
incômodo e poder ser controlado (BRASIL, 2005). Para o
B o risco de acidente ganha mais importância tanto em
freqüência quanto em porcentagem se comparado ao A
pelo uso de aparelhos. Ao todo 60 riscos ambientais
foram encontrados.
Foram construídos nove POP com finalidade de reduzir
principalmente os riscos biológicos e de acidente,
conforme demonstrado na Tabela 1 abaixo, e entregues à
coordenação do curso e docentes, com vistas a contribuir
com a biossegurança.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa tipo observação participante,
onde o proponente no processo de investigação
observará a rotina dos laboratórios sem interferir no
funcionamento. Ocorreu entre os meses de junho a julho
de 2010 executados por etapas: a) foram realizadas
quatro visitas aos laboratórios, duas visitas em horário
distinto das aulas para proceder ao registro das áreas,
equipamentos e instrumentos existentes, seguido de duas
visitações em horário de aula para verificar o fluxo de
atividades, EPI em uso, rotinas de limpeza e organização,
disposição final de resíduos e possibilitou classificar o tipo
e a intensidade dos riscos; b) os riscos ambientais
(BRASIL, 1994) foram caracterizados de modo qualitativo,
por meio da sensibilidade do pesquisador (BRASIL, 2005)
e classificados de acordo com a natureza: físico; químico;
biológico; ergonômico e acidente (BRASIL, 1994) e por
uma graduação de intensidade de I a IV, onde grau I a é
pequena e grau VI é de grande intensidade (BRASIL,
2005); c) foram desenvolvidos documentos chamados de
Procedimentos Operacionais Padrão – POP para a
redução dos riscos. Os laboratórios dois foram
identificados por letras A e B.
Tabela 1 – Documentos produzidos para controlar ou
reduzir os riscos ambientais nos laboratórios dois
laboratórios de aula prática, 2010.
Assunto
Higienização das mãos
Conduta
Limpeza/manutenção ar
condicionado
Limpeza de
equipamentos/materiais
Paramentação
Equipamento facial
Equipamento corporal
N
1
1
Risco
biológico
x
x
Risco de
acidente
1
x
X
1
1
2
2
x
x
X
X
X
CONCLUSÃO
A freqüência do aparecimento de riscos ambientais neste
estudo certamente tem relação com o fato de se tratar de
uma avaliação subjetiva e decorrente do elevado rigor
adotado, por ter sido pretendido em decorrência de sua
determinação propor medidas de contenção ou atenuação
através dos POP construídos.
Estas avaliações de risco ambiental sendo feitas
periodicamente podem ser de grande auxílio. Como esta
foi uma primeira verificação destes riscos e se deu
enquanto os laboratórios estavam sendo implantados se
espera que a partir do estabelecimento destas medidas o
risco de graduação maior possa ser atenuado podendo
reduzir de intensidade ou ser neutralizados numa futura
avaliação, bem como os de menor graduação.
179
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Todos os ambientes que utilizamos têm potencial de
serem geradores de riscos ambientais, portanto as
instituições que promovem a formação dos profissionais
devem estar preocupadas em prover capacitação técnica
específica e geral e entendendo nesta última os
conhecimentos relacionados à biossegurança, não restrito
apenas ao campo teórico, mas na sua aplicação prática, a
fim de proporcionar um saber amplo e próximo das
exigências do mercado de trabalho.
REFERÊNCIAS
BRASIL. NR 5 Comissão Interna de prevenção de
Acidentes. Aprovada pela Portaria n. 3214, de 8 de junho
de 1978. Aprova as Normas Reguladoras NR do Cap. V,
Título II, da CLT, relativas à Segurança e Medicina do
Trabalho n. 9 Riscos Ambientais.
BRASIL. Portaria n. 25 de 29 de dezembro de 1994.
Aprova o texto da Norma Regulamentadora n. 9 (Riscos
Ambientais) e altera as NR 5 e 16. BRASIL, Damasceno,
L.A. (ORG). Dicas de prevenção de acidentes e
doenças no trabalho: SESI-SEBRAE. SESI-DN, 2005.
CAMPOS, J.L.D.; CAMPOS, A.B.D. O papel do ministério
público e dos sindicatos.In:_.Acidentes do trabalho:
prevenção e reparação. 3.ed. São Paulo:Ltr, 1996. p. 3339.
CAVALCANTE, N.J.F.; MONTEIRO, A.L.C.M.; BARBIERI,
D. D. Programa Estadual DST/AIDS. 2. ed. São Paulo:
SES de São Paulo, 2003.
MICHEL, O. Introdução à segurança do trabalho. In:_.
Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. 3. ed.
São Paulo:LTR, 2008. p. 40-51.
PONZETTO, G. Mapa de riscos ambientais: manual
prático. São Paulo:LTR, 2002.
FOMENTO: Governo de Estado de Santa Catarina
180
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA LUMINOTÉCNICA NOS DIVERSOS
AMBIENTES
Antoni Pilon12, Logan Pillon12, Matheus Dagostim da Silva12, Talita Bongiolo12, Thaís
Marques12, William Rampinelli12, Odenir João Pirola12
2
Instituto Maximiliano Gaidzinski
Colégio Maximiliano Gaidzinski
1
[email protected]
12
Palavras-Chave: Lâmpada, Luz, Viabilidade Econômica.
INTRODUÇÃO
Tendo em vista que a necessidade humana para a
obtenção de luz vem desde os tempos mais remotos,
aproximadamente há 40 mil anos, onde através da
queima do óleo vegetal e animal o homem descobriu a
luminosidade de uma forma artificial. Desde a descoberta
da luminosidade o homem vem buscando um constante
avanço para itens que hoje são essenciais em nossa vida.
A
preocupação
humana
sempre
foi
adaptar
suas moradias com meios adequados para suprir a falta
da luz natural, onde o primeiro recurso foi, naturalmente,
o fogo, que produz calor e luz, obtidos pela queima de
óleo vegetal em conchas e pedras esculpidas. Depois as
antigas lâmpadas eram fabricadas em cerâmica ou metal,
possuíam uma alça para se segurar e um pavio na outra
extremidade e utilizavam algum óleo como combustível.
Com o advento do petróleo, o gás passou a ser utilizado
na iluminação. No fim do século XIX, através de Thomas
Edson, surgiram as primeiras lâmpadas elétricas
incandescentes, que se revelaram mais práticas para
produzir luz. Sabendo que para compreender as
aplicações da luminotécnica é necessário ter um
conhecimento abrangente sobre cronologia histórica da
evolução da lâmpada, seus diversos tipos, aplicabilidade,
dimensionamento da iluminação (lúmens), suas
vantagens e desvantagens a fim de se obter um melhor
aproveitamento do fluxo luminoso.
FLUXOS LUMINOSOS
O fluxo luminoso é a quantidade de luz emitida por uma
fonte de luz medida em lúmens (Im), na tensão nominal
de funcionamento. É chamado fluxo luminoso a radiação
total emitida em todas as direções por uma fonte luminosa
ou fonte de luz que pode produzir estímulo visual. Para
aferir quantos lumens são emitidos por uma fonte
luminosa, é preciso medir nas direções onde se deseja
esta informação, já que a fonte luminosa quase nunca
irradia luz uniformemente em todas as direções.
COEFICIENTE DE REFLEXÃO
É a relação entre o fluxo luminoso refletido e o fluxo
luminoso incidente em uma superfície. Eles variam de
acordo com as características de refletância dos
materiais. Refere-se à correspondência entre a cor real de
um objeto ou superfície e sua aparência diante de uma
fonte de luz. A luz artificial, como regra, deve permitir ao
olho humano perceber as cores corretamente ou o mais
próximo possível da luz natural. Lâmpadas com IRC igual
a 100 apresentam as cores com total fidelidade e
precisão. Quanto mais baixo o índice, mais deficiente é a
reprodução das cores. Os índices variam conforme a
natureza da luz e são indicados de acordo com o uso de
cada ambiente.
Tabela 2: Coeficiente de Reflexão.
METODOLOGIA
TIPOS DE LÂMPADAS
Existem diversos tipos de lâmpadas no mercado, porem
cada uma adéqua-se em um determinado ambiente.
Conforme tabela abaixo:
Tabela 1: Tipos de Lâmpadas
TEMPERATURA DE COR
Temperatura de Cor é a grandeza que expressa a
aparência de cor da luz, sendo sua unidade o Kelvin (K).
Quanto mais alta a temperatura de cor, mais branca é a
cor da luz. Podemos visualizar melhor na figura abaixo:
Figura 1: Temperatura de cor.
Após uma pesquisa bibliográfica, utilizou-se os materiais
necessários para o desenvolvimento de uma maquete
experimental (figura 3), com o objetivo de demonstrar os
diversificados tipos de fluxos luminosos e os variados
181
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
tipos de lâmpadas e suas respectivas cores. Através da
aquisição dos materiais foi possível obter os dados de
cada lâmpada. Através da montagem com os ensaios
realizados utilizando um luxímetro foi possível fazer uma
comparação entre os fluxos luminosos. Devido a
montagem do diagrama multifilar da maquete (Figura 3)
construiu-se um experimento (Figura 4) onde pode-se
comparar na prática a eficiência luminosa, a economia
das lâmpadas e o seu funcionamento.
Figura 2: Diagrama Multifilar das lâmpadas utilizadas.
Figura 3: Experimento concluído.
CONCLUSÃO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados com a fase inicial de montagem da
maquete experimental foram obtidos através do cálculo de
luminosidade de forma individual das lâmpadas. A
primeira diferença notada pela equipe é que lâmpadas
diferentes mais de mesma potência possuem um brilho e
cor diferenciados. Uma tendo o brilho mais forte que a
outra, consequentemente iluminando um pouco mais o
ambiente. A segunda diferença que se pode notar é que a
lâmpada de vapor de sódio de 70W sendo comparada
com a de vapor de mercúrio de 125W, produz um brilho
amarelado e mais intenso do que a de vapor de mercúrio
que
produz
um
brilho
branco
com
menos
intensidade. Cada lâmpada por produzir reprodução de
cor e brilhos de intensidades diferentes é direcionada a
ser utilizada em locais definidos, mas a equipe buscou
soluções para que algumas lâmpadas que são mais
econômicas possam substituir as mesmas com a mesma
ou até melhor qualidade que elas proporcionam. Um dos
fatores que foram levados em consideração pela equipe é
que lâmpadas de diferentes potências podem produzir o
mesmo número de lúmens, sendo assim gerando um
menos custo no consumo de energia elétrica. Conforme a
tabela de resultados na tabela 2.Pode-se perceber
através do gráfico representado na figura 1 que mesmo
com os avanços tecnológicos e a criação de novos tipos
de lâmpadas grande parte da população continua
utilizando a lâmpada incandescente, o principal fator que
leva aderir esse tipo de lâmpada é por ter um custo
extremamente pequeno comparado às outras. Mas o que
as pessoas não sabem ou não acham uma informação
verdadeira é que alguns tipos de lâmpadas podem ter seu
custo de adesão elevado mais uma vantagem em longo
prazo, por ser mais econômica diminui o consumo de
energia elétrica. As fluorescentes compactas e as
tubulares são utilizadas também em larga escala, tudo
leva a crer que por terem diferentes formatos elas são
utilizadas para a decoração. Na figura abaixo, podemos
ver o experimento concluído com êxito:
Com o término do trabalho a equipe pode comentar um
pouco sobre o contexto histórico de evolução das
lâmpadas, citar os variados tipos existentes hoje em dia e
falar um pouco sobre os tipos de lâmpadas mais
utilizados em cada local no cotidiano das pessoas. A
partir da pesquisa de campo, pode-se observar que uma
lâmpada fluorescente compacta uma das mais utilizadas
nas residências pelo fato de possuir um melhor fluxo
luminoso e garantir uma economia no consumo de
energia elétrica, porém ainda a lâmpada incandescente é
bastante utilizada por possuir um custo menos para sua
adesão. Com a montagem da maquete, pode-se visualizar
melhor o funcionamento de cada uma das lâmpadas
existentes hoje, a diferença na reprodução de cores de
cada uma e principalmente a intensidade do brilho que
cada uma produz. Pode-se perceber que cada ambiente
que necessita de iluminação contém vários fatores que
devem ser considerados para que haja um melhor
aproveitamento do fluxo luminoso produzido pela
iluminação como: cor do teto, das paredes, do piso e
tamanho do ambiente. As corretas instalações das
lâmpadas proporcionam um melhor conforto para quem
as utiliza e também gera economia no consumo de
energia elétrica.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao nosso orientador Odenir João Pirola,
que nos proporcionou seu tempo para retirar dúvidas e
aprimorar nosso trabalho.
Agradecemos também ao apoio das lojas Guollo Materiais
de Construções, Car Center, Mariot Damian & Cia Ltda.
Miotello‟s Livraria e Papelaria e a Pilar Materiais de
Construção Ltda. pelo material fornecido para o
desenvolvimento de uma maquete experimental. Também
aos nossos companheiros de equipe que se dedicaram
para podermos obter bons resultados.
REFERÊNCIAS
COTRIM, Ademaro. Instalações Elétricas. 4ª ed. São
Paulo, SP: Prentice Hall, 2003. v. único. 678 p.
GUERRINI, Délio Pereira. Iluminação:
Projetos. São paulo: Érica, 2007. 134 p.
Teoria
e
MOREIRA, Vinícius de Araújo. Iluminação e Fotometria
– teoria e aplicação, Edgard Blucher ltda, 1987.
182
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
LIÇÕES APRENDIDAS NO PROJETO DE UM ALIMENTADOR AUTOMÁTICO CANINO
PARA APLICAÇÃO EM NOVOS PRODUTOS
Artur Schmidt Ferreira1, Igor Bardini Figueredo1, Fábio Evangelista Santana1
1
Instituto Federal de Santa Catarina/ Câmpus Araranguá/ Departamento de Eletromecânica
[email protected]
Palavras-Chave: Metodologia de projeto, Projeto de produto, Alimentador automático canino.
INTRODUÇÃO
Para realizar as atividades de projeto de produto torna-se
necessário sistematizar suas diversas fases e etapas. Em
particular no nível médio de ensino profissionalizante,
potencial fase de exploração de inovação tecnológica, por
lidar diretamente com aulas práticas, não existe uma
metodologia específica. Neste contexto, o objetivo deste
trabalho é propor uma metodologia para as fases de
projeto informacional e conceitual.
METODOLOGIA
Para auxiliar na elaboração da metodologia proposta, a
pesquisa foi estruturada em seis momentos: i)
desenvolvimento de um produto utilizando o modelo de
projeto de produto proposto por Pahl & Beitz (2006), por
ser um dos mais difundidos; ii) tabulação das dificuldades
encontradas; iii) entrevistas com pesquisadores para
identificação de dificuldades na utilização da metodologia;
iv) proposição de uma metodologia específica para o
ensino médio profissionalizante; v) desenvolvimento de
um produto utilizando a metodologia proposta; vi)
comparação das dificuldades encontradas entre as
metodologias utilizadas em i e v. No primeiro momento foi
aplicado o modelo consensual no projeto de produtos. Ele
foi assim chamado pois, segundo Ferreira (1997), reúne
semelhanças entre os modelos de projetos preconizados,
entre outros, por French, Pahl e Beitz, Hubka e VDI 2221.
Proposto por Maribondo (2000) e utilizado, entre outros,
por Santana (2005), neste modelo o projeto é subdividido
em quatro fases: (a) projeto informacional; (b) projeto
conceitual; (c) projeto preliminar e (d) projeto detalhado.
Ele será a base metodológica para a solução do problema
de projeto abordado nesta pesquisa. O ponto de partida
para o desenvolvimento do produto foi a identificação das
necessidades dos clientes. Esta é uma etapa de
fundamental importância para o projeto do produto, pois
são para os clientes que os produtos serão projetados e
isso deve ser feito de acordo com suas necessidades,
também conhecidas como “voz do cliente” (SANTANA,
2005). Na fase de Projeto Conceitual foi utilizada a
abstração para identificação dos problemas essenciais,
evitando-se assim que um dos maiores erros dos
projetistas ocorra, que é ter em mente uma solução que
ele gostaria de adotar para resolver precocemente um
problema. Isso muitas vezes pode acabar prejudicando o
projeto do produto, limitando a criatividade. A aplicação da
metodologia, desde a captação da “voz do cliente”, até a
concepção da solução, revelou a solução ideal para o
problema (Fig. 01).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este artigo apresenta os resultados parciais das
dificuldades encontradas na utilização da metodologia
atual para as etapas do projeto informacional e conceitual.
Figura 01 – Modelo de princípio de solução
As etapas mais dificultosas para os estudantes do ensino
médio profissionalizante foram estabelecer os requisitos
do cliente e estabelecer os requisitos do produto, devido
às diversas interações entre requisitos de clientes e do
produto. Os próximos passos serão a finalização do
projeto conceitual, avaliando-se os resultados e anotandose as lições aprendidas para que, no projeto de um novo
produto, a metodologia possa ser aplicada com maior
eficiência e melhor aproveitamento de todas sua
potencialidade.
Ao
persistirem
as
dificuldades
encontradas, será então sugerida uma metodologia
adaptada para o desenvolvimento de produtos por alunos
do ensino médio profissionalizante.
CONCLUSÃO
Ao final do projeto pretende-se disponibilizar uma
ferramenta para fomentar a pesquisa científica e o
desenvolvimento tecnológico nos Institutos Federais
brasileiros, visando ampliar a participação de alunos dos
cursos técnicos profissionalizantes nestas atividades.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos ao CNPq que, por meio do edital PIBIEM, apoia o desenvolvimento deste projeto com bolsa de
estudos aos alunos envolvidos.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, M. G. G. Utilização de modelos para a
representação de produtos no projeto conceitual.
1997. 128 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Mecânica) - Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis.
MARIBONDO, J. F. Desenvolvimento de uma
metodologia de projeto de sistemas modulares
aplicada a unidades de processamento de resíduos
sólidos domiciliares. 2000. 277 f.. Tese (Doutorado em
Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis.
183
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PAHL, G, BEITZ, W. Konstruktionslehre: Grundlagen
erfolgreicher Produktentwicklung. Methoden und
Anwendung. 6. Auflage. Springer, 2006. 799 p.
ostras. 2005. 131 f.. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis.
SANTANA, F. E. Desenvolvimento do protótipo de uma
máquina para lavação de lanternas no cultivo de
184
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ANÁLISE DE UM SISTEMA DE CONTROLE ELETRO-HIDRÁULICO COM
COMPENSAÇÃO DE CARGA
Rafael R. S. Bravo
Instituto Federal de Santa Catarina, Campus Criciúma/ Departamento de Eletroeletrônica/ Mecatrônica.
[email protected]
Palavras chave: controle de pressão, hidráulica proporcional, controle de carga.
INTRODUÇÃO
A influência de cargas negativas no controle de
movimento de cargas está presente em uma ampla
gama de aplicações de engenharia. Máquinas de uso
industrial e móbil, como guindastes, guinchos,
escavadeiras e a maioria das máquinas destinadas à
elevação e transporte de cargas precisam ser
projetadas objetivando proporcionar baixa sensibilidade
ao sistema, no sentido de diminuir o esforço do
operador para compensar a influência de cargas
variáveis durante a operação da máquina.
No segmento de elevação e transporte de cargas, a
tecnologia hidráulica tem sido amplamente empregada
em decorrência de suas características diferenciadas e
favoráveis, tais como: baixa relação peso/potência,
respostas rápidas e precisas, inércia reduzida,
adaptação automática de forças e/ou torques,
segurança eficaz contra sobre-cargas, capacidade de
operação com grandes potências, dentre outras.
As válvulas de contrabalanço, balanças de pressão e
válvulas de frenagem têm sido usadas em circuitos
hidráulicos com o objetivo de reduzir, neutralizar ou
compensar a ação de cargas de tração, denominadas
cargas negativas. Na maioria das aplicações estas
válvulas são atuadas mecânica e/ou hidraulicamente.
Para tanto, existe no mercado uma diversidade de
configurações de válvulas que realizam o controle de
pressão.
As configurações mais comuns variam de acordo com
o tipo de pilotagem, interna e/ou externa, o tipo de
dreno, interno ou externo, com a localização das
tomadas de pilotagem, na entrada ou saída da válvula,
e ainda com a atuação da pressão-piloto, a qual pode
agir no sentido de abrir ou fechar a válvula. A escolha
pelo tipo de linha de pilotagem da válvula de
contrabalanço determina parte da perda de carga
gerada no circuito e, consequentemente, o nível de
aquecimento transferido para o óleo hidráulico.
Em se tratando de circuitos fechados, esta escolha
normalmente tende para pilotagem externa, pois esta
permite menor aquecimento do óleo durante o
movimento de descida de cargas. Da mesma forma, o
ajuste de abertura da válvula independe do peso da
carga, o que garante uma única regulagem de pressão
de abertura da válvula, normalmente da ordem de 100
a 200 psi (TRINKEL, 2000). Em contrapartida, o
controle da carga tende a ser menos estável se
comparado ao controle realizado por válvulas com
pilotagem interna. Adicionalmente, a válvula perde sua
função de “segurança” nos casos de parada brusca da
carga, o que pode acarretar em pressão induzida pela
carga na linha encarregada de gerar a contra-pressão
de frenagem. Neste caso, deve-se acrescentar um
circuito de segurança contra sobrecargas.
Para sanar estas limitações, pode-se optar pela
pilotagem interna e externa simultânea da válvula de
contrabalanço. Neste caso, a relação de áreas de linha
de pilotagem deve ser da ordem de 7:1 a 10:1, ou
superior, o que resulta em menor perda de energia.
Além disso, a regulagem da pressão de abertura da
válvula está sempre vinculada à condição mais crítica
(ou condição de maior carga), o que resulta em um
circuito menos eficiente se comparado ao circuito com
válvula de contrabalanço com piloto externo.
Atualmente existem no mercado válvulas de
contrabalanço com funcionamento mais amortecido. O
objetivo é o de proporcionar movimentos de abertura e
fechamento mais suaves, requisito este necessário
especialmente quando a pilotagem é realizada
externamente, o que resulta em um maior controle
sobre a carga operada.
Há ainda as chamadas válvulas proporcionais, as quais
podem ter comando manual-mecânico ou eletromecânico. Neste último caso, pode-se empregar a
válvula limitadora de pressão proporcional para realizar
o controle da pressão encarregado pela sustentação da
carga.
O uso de válvula proporcional no controle de carga
permite que a pressão de controle seja monitorada pelo
transdutor 0Z1, o que equivale a um controle de
pressão por pilotagem externa (Figura 1). Além disso,
pode-se fazer uso da função rampa para controlar o
tempo de comutação do solenóide UR1 a fim de evitar
transições bruscas da válvula direcional 1V1, o que
poderia
produzir
oscilações
de
pressão
e
irregularidades durante a movimentação da carga em
conseqüência de mudanças na velocidade do motor.
O circuito mostrado na Figura 1 é atuado por um motor
hidráulico 1A, cujo eixo de transmissão está
indiretamente acoplado à carga negativa. A não
inclusão dos elementos mecânicos na modelagem,
como caixas redutoras, sistemas de polias e o freio,
decorre do requisito de simplificação do modelo.
Elementos mecânicos introduzem não-linearidades, as
quais não podem ser tratadas diretamente pela teoria
linear de controle.
O componente usado como elemento de controle é a
válvula limitadora de pressão proporcional 1V2
controlada por um controlador PI. Selecionou-se uma
válvula com eletrônica integrada com compensação de
zona morta operando na região linear, cuja dinâmica foi
representada por um modelo de 2ª. ordem.
O solenóide proporcional UR1 da válvula 1V1
determina a vazão qv1 e a velocidade de trabalho do
motor 1A, que, neste caso, é usado para descer a
carga. O comportamento dinâmico da válvula foi
desprezado. Os parâmetros do modelo estão listados
na referência da Figura 1. Os valores dos parâmetros
foram
baseados
em
cálculos
estáticos
de
dimensionamento mecânico e hidráulico e informações
fornecidas no catálogo dos fabricantes dos
componentes mostrados no circuito.
185
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Parâmetros do Modelo:
m=2000 kg (massa da carga)
8
e=1.5.10 Pa (módulo de compressibilidade efetivo)
Ur1=2 V (Sinal de entrada da válvula direcional)
Ur2=1 V (Sinal de entrada da válvula de contrabalanço)
Kpc2=0,2 (Ganho proporcional do controlador)
KI = 15 (ganho integral)
-3
2
Im=46.10 kg.m (momento de inércia do motor)
2
IL = 1.8 kg.m (momento de inércia da carga)
Bm=1.13675 N.m.s (coeficiente de amortecimento
viscoso)
-1
 =v=50 ms (constante de tempo da válvula de
contrabalanço)
-4
3
Kq1 = 6.6867.10 m /V.s (ganho de vazão, válvula 1V1)
-10
3
Kc1 = 8.9156.10 m /Pa.s (ganho de vazão-pressão,
válvula 1V1)
-4
3
Kq2 = 8.3333.10 m /V.s (ganho de vazão, válvula 1V2)
-10
3
Kc2 = 2.3810.10 m /Pa.s (ganho de vazão-pressão,
válvula 1V2)
-6
Km2 = 1.10 V/Pa (ganho do transdutor de pressão)
-3
3
V1 = V2 = 3.2618.10 m (volume de óleo nas linhas de
E/S do motor)
r = 0.3 m (raio do tambor de carga)
VD = 242 cm³ (volume do motor)
T = 1 seg. (atraso da resposta).
T = 1 seg. (atraso da resposta).
METODOLOGIA
O modelo desenvolvido no simulink do software Matlab
6.5 está mostrado por meio de um diagrama de blocos
na Figura . A Figura mostra as variáveis usadas na
simulação para obtenção das respostas dinâmicas e
análise do comportamento do sistema eletro-hidráulico.
O objetivo do circuito eletro-hidráulico é o transporte de
cargas no plano vertical por meio do motor hidráulico
1A. O vazamento interno do motor foi ignorado no
modelo. O comando do operador está representado
pelo sinal UR1 vindo da válvula proporcional 1V1 que
produz a rotação do motor e a descida da carga. A
condição mais crítica de comando é representada por
uma entrada em degrau. A contrapressão que garante
o controle sobre o movimento da carga é obtida através
da perda de carga gerada pela válvula limitadora de
pressão 1V2. Portanto, o objetivo do projeto do
controlador é o de controlar a abertura da válvula de
forma que a pressão P1 seja mantida sob determinado
valor de acordo com o sinal de referência pré-definido
para o solenóide UR2. O projeto do controlador está
baseado no método do lugar das raízes.
Com base nos valores usuais de pressão pré-ajustados
nas válvulas de contrabalanço com pilotagem externa e
regulagem manual, estipula-se um valor equivalente a
10 bar na linha de pressão P1, o qual deve ser mantido
durante a descida de cargas (UR2 = 1 volt) (TRINKEL,
2000). Desvios devem ser automaticamente corrigidos
pelo controlador PI.
Figura 1. Circuito eletro-hidráulico de testes.
Freio
242 cm3
350 bar
UM2 (0 -10V)
, T c
Redutor
mecânico
i = 1:10
1A
0Z1
P2
Elevação
de cargas
qvN= 500 lpm
pN = 350 bar
P1
1V2
1V3
M
325 bar
UR2 (0 -10V)
qvN= 150 lpm
DpN = 10 bar
1V1
A
B
P
T
UR1 (0 -10V)
1V4
320 bar
PS
0V1
M
Como pré-requisitos para o projeto do controlador
definiu-se que a compensação de pressão efetuada
pela válvula limitadora seja rápida e pouco oscilatória,
com picos de pressão limitados a 50% acima do valor
estacionário da pressão P2 e erro máximo de regime
permanente de 10% do valor de referência. Estes
critérios são estabelecidos qualitativamente com base
na estabilidade, e segurança de controle da carga.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O critério usado para localização do zero do
controlador objetivou aumentar a estabilidade relativa e
diminuir o tempo de compensação do erro da válvula
limitadora 1V2. A escolha pelo controlador PI decorreu
de sua fácil aceitação e sintonia na indústria e da
necessidade de compensar o erro estacionário. O
termo derivativo não trouxe benefícios na redução do
tempo de resposta e tornou o sistema mais oscilatório.
Conforme mencionado, em função da simplificação do
modelo, não foram incluídos outros elementos
mecânicos. Um cilindro hidráulico de simples ação com
avanço por força de mola geralmente é usado como
freio mecânico, conforme está representado na Figura
1. Em uma situação de despressurização do circuito da
máquina (início da simulação), o freio estaria ativado, o
que impediria a queda acentuada de pressão que se
verifica no gráfico mostrado na Figura. Observa-se
ainda que, mesmo na ausência do freio, o tempo
decorrido para de compensação é inferior a um
segundo, o que torna a operação da máquina bastante
segura em condições normais de funcionamento.
186
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
Destaca-se que as curvas que produzem mudanças
abruptas foram obtidas em resposta a uma entrada em
degrau. Condições mais seguras de operação podem
ser obtidas aplicando uma entrada em rampa no
solenóide UR1(s) da válvula 1V1.
No gráfico mostrado na Figura 2 foram aplicados sinais
de entradas nos instantes 0, 5 e 10 segundos. No
instante zero, foi aplicada uma entrada em degrau de
amplitude 2. Nos instantes 5 e 10 segundos, foram
aplicadas funções degrau e rampa de amplitude + e – 1
volt respectivamente no solenóide UR1(s), conforme
indica a legenda na Figura. No caso da função rampa,
o tempo ajustado foi de 2 segundos.
Tal como esperado, a função rampa reduz os picos de
pressão, e acelerações e desacelerações bruscas da
velocidade do motor, o que é desejável na operação de
máquinas de elevação e transporte de cargas. O ajuste
da função rampa no amplificador eletrônico da válvula
proporcional possibilita que a operação com cargas
negativas se torne mais segura e controlável sendo,
portanto, menos dependente da habilidade e
experiência do operador da máquina.
CONCLUSÃO
O
artigo
apresentou
algumas
características
fundamentais das válvulas usadas em circuitos eletrohidráulicos que operam com carga negativa. O
emprego de válvulas de controle de pressão e vazão
tem sido extensivo para compensar o esforço
desestabilizante gerado pela carga. Os recursos
disponíveis na tecnologia das válvulas proporcionais
permitem controlar de forma contínua, segura e versátil
a movimentação de cargas. Para tanto, neste trabalho
foi elaborado um modelo matemático linear de 5ª.
ordem, o qual representou um circuito atuado por um
motor hidráulico cuja função foi a de realizar o controle
de pressão do atuador sujeito a cargas negativas.
Empregou-se uma válvula limitadora de pressão
proporcional para gerar a contrapressão de
sustentação da carga, e uma segunda válvula
direcional proporcional para controlar as mudanças na
velocidade do motor. Os gráficos gerados na simulação
computacional demonstraram a coerência do modelo e
do comportamento das variáveis mediante alterações
dos sinais de entrada. O uso de um controlador PI
mostrou-se suficientemente eficiente no tocante ao
atendimento dos pré-requisitos do projeto de controle.
Figura 2. Resposta do sistema eletro-hidráulico para
entrada em degrau e rampa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Rotação do Motor
Rotação (rpm)
400
TONYAN, M. J. Electronically controlled
proportional valves: selection and application. By
Marcel Dekker, Inc., 1985.
TRINKEL, BUD. Industrial Fluid Power Basics. By
st
Hydra-Pneu Consulting, INC., 1 . Edition, 2000.
300
200
Degrau
Rampa
100
0
0,0
2,5
5,0
7,5
10,0
12,5
15,0
Pressão de Controle
20
Pressão (bar)
10
0
-10
Degrau
Rampa
-20
-30
0,0
2,5
5,0
7,5
10,0
12,5
15,0
Tempo (s)
Figura 3. Diagrama de blocos: sistema eletro-hidráulico com controle de pressão.
Tc (s)
D
T1 (s)
D2
UR1 (s) K
q1  Ts  2 
+
Ts  2 
V1

e
s  K C1
ATRASO
+
 (s)
1
I T s  Bm
+

 s2

2
D e 
 v2 s  1 
  2 n2

 n2

V2 3 2 v2V2 2
s 
s  V2 s   e K c2
2
n2
T2 (s)
n2
T1 = torque produzido pela pressão
na linha P1
T2 = torque produzido pela
contrapressão na linha P2
D = deslocamento do motor,
sendo:
KM2
D
D
D
VD
2
UM2 (s)

UR2 (s)
+
E (s)
Gc(s)
PI
V2
n2 2
D K q2
2 v2V2 2
s 
s  V2 s   e K c2
3
++
n2
187
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
TRABALHOS DE
EXTENSÃO
188
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
AÇÕES DE EXTENSÃO EM ECONOMIA SOLIDÁRIA COMO FORMA DE
EMANCIPAÇÃO E AUTONOMIA DE JOVENS DO CAMPO E FAMILIARES II
Dimas de Oliveira Estevam1, Joelcy José Sá Lanzarini2,, Rossandra Oliveira Maciel3,
Liara Darabas Ronçani4
1
2
Universidade do Extremo Catarinense / Professor Doutor do Curso de Economia
Universidade do Extremo Catarinense / Professor Especialista do curso de Economia
3
Universidade do Extremo Catarinense / Acadêmica do curso de Economia
4
Universidade do Extremo Catarinense / Acadêmica do curso de Economia
1
[email protected]
Palavras-Chave: Economia Solidária, Cooperativismo, Agricultura Familiar, Formação
INTRODUÇÃO
No Brasil, o preconceito em relação aos moradores do
campo, ainda é imenso. Por isso, as lutas destas
populações por melhores condições de vida têm uma
longa trajetória. Dentre as lutas se destaca o movimento
por uma Educação do Campo, em que as Casas
Familiares Rurais (CFRs) representam uma forma de
resistência e uma busca por reconhecimento. No Sul
Catarinense, precisamente no município de Armazém, foi
criada a CFR de Armazém que trabalha com a formação
dos jovens do campo, seus objetivos estão pautados nos
princípios da economia solidária, do cooperativismo e do
associativismo. Embora a formação apresente bons
resultados, os jovens depois de formados encontram
dificuldades para permanecerem no campo. Entre os
problemas
enfrentados,
os
relacionados
à
comercialização da produção e infra-estrutura são os mais
destacados. No sentido de colaborar com estes jovens e
agricultores, desenvolveu-se o projeto de extensão
vinculado ao Paes (Programa de Ações em Economia
Solidária) da UNESC, no ano de 2010. O trabalho
realizado resultou na criação da COOPERRICA
(Cooperativa dos Agricultores Familiares do Vale do Rio
Capivari). Em 2011 as atividades continuam e o objetivo é
integrar ações educativas, administrativas e técnicas para
operacionalização da Cooperrica.
METODOLOGIA
As atividades estão sendo desenvolvidas no município de
Armazém (sede da Cooperrica). Os procedimentos
pautam-se na realização de reuniões entre a diretoria da
Cooperrica e da CFR, professores e bolsistas da Unesc,
agricultores, jovens e monitores da CFR, Extensionistas
da Epagri e representantes das prefeituras. Além das
reuniões, são promovidos encontros e palestras, que são
contemplados com assessoria técnica. As atividades
serão concluídas em Dezembro em 2011.
filiações, nas quais os associados puderam pagar suas
cotas e ainda providenciar os documentos necessários ao
registro. A partir deste encontro o número de cooperados
registrados em 2010, que era de 23 passou para 39. O
próximo passo foi então auxiliar nos procedimentos
necessários para a implementação do registro junto aos
órgãos competentes. Esta etapa encontra-se em fase
final, com previsão de conclusão para o mês de
novembro. Após a obtenção da legalização, pretende-se
organizar a parte administrativa, e auxiliar na obtenção de
registro da marca junto ao INPI. A Cooperrica necessitará
então adquirir um sistema de gestão, um sistema de
código de barras e um sistema de emissão de nota fiscal
eletrônica,
que
irão
facilitar
na
gestão
do
empreendimento.
CONCLUSÃO
Em 2010 o projeto alcançou os objetivos traçados com a
criação da Cooperrica, e em 2011, a legalização do
empreendimento foi providenciada.
Desta forma, a
proposta atual é capacitar os cooperados para
comercializarem seus produtos junto às prefeituras
(Programas do Governo Federal) e no comércio em geral.
Constata-se no desenvolvimento das atividades previstas
no projeto que os resultados alcançados são positivos. Os
Cooperados, além de realizarem Feiras semanais, já
participaram de diversos eventos, como a Feira Agroponte
e I Feira de Economia Solidária da Unesc. No presente
momento há vários agricultores interessados em associarse à Cooperrica, no entanto estão aguardando a
realização de uma próxima assembléia para associar-se
ao empreendimento. Com relação aos jovens da CFR,
não foi possível verificar uma adesão considerável dos
mesmos na Cooperativa, isto é explicado pelo fato de
ainda estarem vivenciando o período escolar, no entanto
estes já possuem uma alternativa ao se formar:
associarem-se à Cooperrica e adentrar ao mercado de
trabalho sem tantas dificuldades, podendo desta forma
permanecer no campo com dignidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em 2010 foi criada a Cooperrica, mas os procedimentos
para o seu funcionamento não foram encaminhados em
virtude do término do projeto de extensão. Desta forma,
em 2011, com a renovação do projeto, foram realizadas
as primeiras reuniões visando a planejar as atividades a
serem desenvolvidas para operacionalização da
cooperativa. Após concluída esta etapa, a ação seguinte
foi incentivar a realização de uma Assembleia Geral
Extraordinária. Esta então aconteceu no dia 14 de Abril,
foi uma reunião de êxito tendo em vista que houve novas
AGRADECIMENTOS
O projeto é vinculado ao PAES e foi inteiramente
financiado pelo Edital 18/2010 da Unacsa/Unesc.
REFERÊNCIAS
ESTEVAM, Dimas de O. Casa Familiar Rural: a formação
com base na pedagogia da alternância. Florianópolis:
Insular, 2003.
SINGER, P. Introdução à Economia Solidária. São
Paulo: 2002
189
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 5S ACADEMIA NADOLU
Sigrid Luciane Luchtemberg Mota1, Bruna Dagostim2, Karine Mendes Souza3,
Priscila Sator Savi Mondo4
1,2,3,4
Satc/Edutec/CursoTécnico de Administração
1
[email protected]
Palavras-Chave: Programa 5S, qualidade, academia.
INTRODUÇÃO
Diante do mercado cada vez mais competitivo, exige-se
uma formação profissional de excelência. Para apoiar o
ambiente empresarial, e a melhoria na formação
profissional dos alunos dos Cursos Técnicos de
Administração e Secretariado da Satc, é desenvolvido o
Prodos (Programa de Desenvolvimento Organizacional
Satc). Tendo como objetivo fazer uma análise em
empresas, diagnosticar necessidades de mudanças e
propor soluções. Os trabalhos são desenvolvidos pelos
alunos com orientação dos professores.
Foi realizado um trabalho de cliente oculto pelo curso de
secretariado no segundo semestre de 2010, na academia
Nadolu para verificar os pontos que influenciam na
qualidade do atendimento. A partir desse trabalho várias
mudanças foram realizadas pela empresa, como
mudança na estrutura física, e sugestão de implantação
do programa 5S, o qual é tema desse trabalho.
Segundo Marshall (2006, p. 51) “5S é uma filosofia
voltada para a mobilização dos colaboradores, através da
implementação de mudanças no ambiente de trabalho,
incluindo eliminação de desperdícios, arrumação de salas
e limpeza.”
O programa 5S procurou difundir para toda a empresa, a
idéia de que pequenas mudanças podem tornar o
ambiente muito mais agradável tanto aos funcionários
quanto aos clientes, favorecendo bem-estar dos mesmos.
O objetivo do trabalho foi realizar a implantação do
programa 5S na academia Nadolu de Criciúma/SC no
primeiro semestre de 2011.
METODOLOGIA
A implantação do programa 5S foi realizada na Academia
Nadolu de Criciúma/SC. Todos os setores da academia
foram envolvidos: administração/recepção, piscina,
musculação, ginástica/dança, vestiários e banheiros.
Para obter as informações foram realizadas visitas
técnicas na academia para que fosse possível realizar o
diagnóstico das necessidades de mudança. Os
instrumentos de coleta de dados utilizados foram:
observação; registro por meio de fotos dos ambientes
antes e após a implantação do programa; aplicação de
questionário para obter informações sobre interesse dos
colaboradores no 5S e entrevista com proprietários para
saber do objetivo no programa.
A implantação do programa consistiu no treinamento
sobre os conceitos e fases da implantação do programa
5S com toda a equipe da academia. Bem como a
realização do dia do Descarte, que teve como foco a
separação dos materiais que não eram necessários no
local de trabalho, identificação e arrumação dos objetos,
para que qualquer pessoa possa localizar facilmente e
limpeza do ambiente. Após a implantação foi realizada
uma auditória para verificar os itens não conformes. A
empresa recebeu um manual de 5S com orientações para
que possa dar continuidade ao programa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram analisados os cinco sensos: utilização, ordenação,
limpeza, autodisciplina, saúde e higiene em cada setor.
De modo geral os pontos a serem melhorados se referem:
produtos de limpeza sem local específico; objetos
freqüentemente utilizados agrupados com os de menor
utilização; excesso de documentos desnecessários; não
utilização de sistema informatizado para registro de
informações; falta de local adequado para guardar objetos
perdidos; objetos pessoais misturados com material de
aula; maior limpeza dos ambientes; barras de ferro na
beira da piscina, podendo causar acidentes. Foram
apresentados no treinamento os pontos a serem
melhorados, conscientizando a equipe para as mudanças.
No dia do Descarte os colaboradores participaram com
empenho realizando modificações sugeridas.
CONCLUSÃO
Devido a programa 5S a equipe da academia realizou
diversas mudanças no ambiente como: materiais que não
eram mais utilizados foram descartados, outros para
colocados para conserto. Organização de documentos e
materiais, cada material foi posto em seu devido local;
murais nos ambientes; melhorias dos chuveiros;
identificação de produtos a venda; definição e
identificação de um local para “achados e perdidos” nos
vestiários; novo suporte para copos plásticos sem que
haja desperdício; campainha na recepção; organização
dos fios; suporte para equipamentos, utilização de
sistema informatizado. A academia Nadolu reconheceu a
importância do programa 5S, para que os serviços
oferecidos aos seus clientes pudessem agregar maior
qualidade.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Academia Nadolu pela oportunidade de
aprendizagem. A todos os educadores dos cursos
técnicos em administração e secretariado da Satc pelas
orientações e pela sua dedicação em transmitir seus
conhecimentos. A família e colegas pelo apoio e força em
todos os momentos.
REFERÊNCIAS
MARSHALL, Isnard Junior. Gestão da qualidade. Rio de
Janeiro: Editora FGV; 2006.
CASAS, Alexandre Luzzi Las. Qualidade total em
serviços. 5ª edição, 2006.
GARVIN, David A. Gerenciando a qualidade - a visão
estratégica e competitiva. Ed. Qualitymork, 1992.
190
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
A ELABORAÇÃO DE UM ECO-JORNAL COMO SUBSÍDIO PARA EDUCAÇÃO
AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL
1
Karoline A. F. Ribeiro1, Jairo José Zocche1
Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina (UNESC) – Departamento de Ciências Biológicas - Laboratório de
Ecologia de Paisagem e de Vertebrados
1
[email protected]
Palavras-Chave: Escola Estadual Básica Otilia da Silva Berti, Rio Araranguá. Jornal Ecológico.
INTRODUÇÃO
Os problemas ambientais com que nos defrontamos
atualmente não são novos, no entanto, sua complexidade
começou a ser entendida apenas recentemente. O
crescimento da população mundial, a constante evolução
tecnológica e conseqüente alteração dos hábitos de
nossa sociedade vêm gradativamente ampliando a
capacidade humana de alterar o ambiente. Surge, então,
a necessidade de se intensificar estudos, pesquisas e
debates sobre esses temas, procurando uma maior
abrangência, atingindo a comunidade em geral. Neste
sentido, a Educação Ambiental é fundamental para que se
possa compreender melhor a relação homem-ambiente,
de modo a nos tornarmos capazes de identificar
problemas e a propor soluções ambientalmente
sustentáveis. O objetivo desde trabalho foi promover a
Educação Ambiental envolvendo alunos do Ensino
Fundamental, tendo como eixo norteador à restauração
ecológica de uma mata ciliar.
METODOLOGIA
Este trabalho está inserido no projeto: “A restauração
ecológica de matas ciliares como espaço pedagógico para
o desenvolvimento da Educação Ambiental” que foi
desenvolvido na Escola Estadual Básica Otilia da Silva
Berti, bairro Barranca, Araranguá, SC. O Projeto teve
duração de 10 meses (março a dezembro de 2010) e
envolveu toda a comunidade escolar: direção,
funcionários, professores e alunos do Pré-Escolar a oitava
série do Ensino Fundamental. O planejamento das
atividades foi realizado antes do início do ano letivo em
fevereiro de 2010, com a participação da direção e dos
professores da Escola, de seis acadêmicos e três
professores do Curso de Ciências Biológicas da UNESC.
No Laboratório de Ecologia de Paisagem e de
Vertebrados e no Laboratório de Ensino de Ciências da
UNESC, sob a orientação dos professores coordenadores
do projeto foram planejadas as ações que foram
desenvolvidas na Escola. As atividades foram realizadas
em encontros quinzenais com duração de quatro horas
cada envolvendo palestras sobre mata ciliar, agrotóxicos,
relações ecológicas, desenvolvimento de brincadeiras,
dinâmicas, plantio de árvores em garrafa pet e nas
margens do rio, construção de horta escolar, construção
de um herbário ecológico, visitas orientadas à área em
processo de restauração, ao horto florestal, à Unidade de
Zoologia e ao Laboratório de Ensino de Ciências da
UNESC. Após a realização de oito encontros, foi proposto
aos alunos da 7ª e 8ª séries do Ensino Fundamental a
elaboração de um eco-jornal, quando os mesmos foram
reunidos em equipes e orientados para a realização desta
atividade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram produzidos oito eco-jornais, os quais refletem os
resultados das observações efetuadas pelos alunos
durante a realização das atividades em campo. Foram
relatadas interações entre animais e plantas, a ocupação
dos poleiros artificiais por aves na área que está sendo
restaurada, além do registro da presença de outros
animais como formigas, gafanhotos e anfíbios interagindo
com as plantas que foram introduzidas e já estão se
desenvolvendo no local. Os alunos utilizaram ainda a
estrutura do eco-jornal para divulgar entrevistas com
professores e com populares do bairro, anúncios, tirinhas
de humor, fotos tiradas nas saídas a campo a mata ciliar
em processo de restauração, e textos sobre insetos, lixo e
reciclagem retirados da internet.
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos evidenciam uma mudança de
postura dos alunos em relação ao meio ambiente,
principalmente em se tratando das interações animal
planta e da dependência destas relações para a melhoria
da qualidade de vida em todos os níveis.
AGRADECIMENTOS
A Fonte financiadora do projeto: PROPEX/UNESC, e a
direção da Escola Estadual Básica Otilia da Silva Berti,
pelas contribuições e apoio a realização do projeto.
REFERÊNCIAS
191
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
RELATOS DE INFÂNCIAS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MUNICIPIO DE
MARACAJÁ/SC.
Josiane Eugênio Pereira1
Universidade do Extremo Sul Catarinense/Mestrado em Educação
1
[email protected]
Palavras-Chave: Infância. Deficiência. Memórias.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
A escolha da temática para o projeto de pesquisa aqui
proposta está sendo construída sob os pilares de uma
prática educacional inclusiva e que defende a condição da
criança enquanto ser social, histórico, ativo, que ocupa
um lugar na história por meio de relações sociais. A visão
atual sobre a infância, como um momento especifico pelo
qual todas as pessoas passam, é uma construção
definida na contemporaneidade, tal premissa nem sempre
foi compreendida da mesma maneira e por diversos
períodos se discutiu qual era o tempo da infância e quem
era a criança. A discussão sobre o surgimento e a
importância da infância está presente em pesquisas no
campo da Psicologia, História, Sociologia, Antropologia,
entre outras, tornando possível o entrelaçamento de
diferentes olhares. A partir das leituras e estudos sobre a
temática, pode-se perceber que há poucos debates que
trazem à tona as memórias dos sujeitos com deficiência
sobre suas infâncias. De maneira sucinta, percebe-se que
a história das infâncias dessas pessoas geralmente são
construída a partir dos olhares dos professores ou da
análise de documentos que norteiam a Educação
Especial. O estudo visa contar a história da infância
desses sujeitos a partir de seus próprios olhares e seus
próprios relatos e memórias. Além disso, diante de toda
uma história de descrença em relação ás pessoas com
deficiência ouvir as memórias dessa população em
relação à sua infância transforma-se em um caminho
instigante. O principal objetivo do estudo é compreender
as memórias de pessoas com deficiência intelectual e de
que forma a infância se apresenta para essas pessoas.
Assim, investigar-se-á quais as histórias sobre as
infâncias a serem relatadas por pessoas com deficiência
no Município de Maracajá/SC. Delinearam-se, alguns
objetivos específicos que se procurará alcançar: Perceber
por meio de relatos das pessoas com deficiência no
município de Maracajá/SC, como foram suas infâncias
entre os anos de 1970 a 1985; Verificar quais as
ocupações era vividas e quais os espaços eram ocupados
por esses sujeitos em suas infâncias; Investigar como se
relacionavam com os familiares e a sociedade na infância.
Diante dessa conjuntura, algumas questões tornam-se
pertinentes: Como era a Infância das pessoas com
deficiência nos anos de 1970 a 1980? Quais as
ocupações eram vividas e quais os espaços eram
ocupados por esses sujeitos em suas infâncias? Como se
relacionavam com os familiares e a sociedade? Será
possível perceber por eles até que idades se
consideravam crianças? Acredita-se que revisitando as
histórias de infâncias das pessoas com deficiência,
encontraremos muitas nuances que revelarão situações
de preconceitos, estigmas, no entanto, poderemos
deparar com relatos de infâncias „encobertas‟ vividas
intensamente dentro ou muitas vezes longe dos espaços
educativos formais.
O presente estudo encontra-se em fase inicial e no
decorrer do percurso investigativo ainda poderá passar
por alterações. A partir das discussões sobre infâncias,
memória e deficiência, será possível conhecer as histórias
de infâncias das pessoas com deficiência intelectual no
município de Maracajá/SC, compreendido no período de
1970 a 1985. No entanto, para que se possam atingir os
objetivos na investigação do problema da pesquisa serão
necessários escolher a metodologia. Este estudo
sucederá dentro de uma abordagem qualitativa. A História
Oral apresenta-se como a metodologia a ser utilizada
para coleta de dados, pois permitirá ouvir as pessoas com
deficiências no Município de Maracajá/SC, sobre suas
infâncias. Terá uma amostra intencional composta por
seis pessoas. Utilizar-se-á como instrumentos para coleta
de dados a entrevista semiestruturada. Será realizada
06(seis) entrevistas. Sendo 03 (três) entrevistados do
sexo masculino e 03 (três) do sexo feminino. O encontro
com o objeto de investigação se dará com os sujeitos da
pesquisa, que serão selecionados de acordo com suas
possibilidades de interação com o objeto a ser
pesquisado. A seleção dessa amostragem foi definida
pelo nível de compreensão dos entrevistados e o grau de
deficiência e comprometimento intelectual. Ressalta-se
que os sujeitos que participarão da pesquisa, apresentam
diagnóstico de Deficiência Intelectual, são capazes de se
comunicarem verbalmente e possuem bom nível de
entendimento, demonstrando lembrar-se de suas
experiências referentes à suas infâncias. Escolheu-se
como campo de pesquisa o município de Maracajá/SC,
onde todos os futuros pesquisados desse estudo residem.
Atualmente, todos esses, estão sendo atendidos pela
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE),
localizada na zona Urbana na cidade de Maracajá. Após,
o contato prévio com a Instituição de Ensino APAE, será
dialogado com as pessoas com deficiência e em seguida
existirá uma conversa com as famílias dos entrevistados
explicando, entre outros, o que será feito, qual o tema a
ser tratado e a finalidade desse estudo, a fim de que
autorizarem as entrevistas e também disponibilizem
alguns evocadores de memórias de seu familiar que será
entrevistado: cadernos escolares, fotografias, boletim
escolar, objetos, artefatos que tenham sido usados em
suas infâncias ou que remetem ás memórias desse
período, entre outros. Os sujeitos serão entrevistados, as
entrevistas serão transcritas e devolvidas, a fim dos
entrevistados e dos seus responsáveis autorizarem seus
depoimentos por meio de um Termo de Consentimento
Informado. Posteriormente a transcrição será realizada a
transcriação e a tematização, com o objetivo de circundar
as categorias estabelecidas para o trabalho de análise.
Para a coleta de dados, uma pesquisa bibliográfica e
documental também será realizada, pela qual serão
recorridas às leis que amparam a educação inclusiva,
bem como o conceito de Deficiência e Infância na história.
192
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A presente pesquisa está sendo desenvolvida no
Programa de Pós-Graduação Mestrado em Educação da
Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC)
localizada na cidade de Criciúma/SC. Situada na linha de
pesquisa: Educação, Linguagem e Memória, vêm sendo
realizada concomitantemente com as disciplinas
obrigatórias e optativas. Até o momento foram realizados
levantamento nos documentos oficiais, bancos de teses e
dissertações e periódicos científicos da CAPES, SCIELO,
buscando dados referentes á Memória e História Oral,
Infâncias e Deficiência Intelectual no decorrer da história.
Através do contato feito com a Instituição APAE do
município de Maracajá/SC, foi possível ter acesso a
alguns documentos referentes á leis e Educação Especial
da pessoa com deficiência. Além disso, foi delimitada a
época a ser pesquisada, que será de acordo com o
período das infâncias vividas pelas pessoas com
deficiências que serão pesquisadas, aos quais foram
selecionadas seguindo alguns critérios de seleção. Os
resultados dessas entrevistas serão posteriormente,
analisados e tematizadas dentro das categorias
constituídas.
CONCLUSÃO
A pesquisa encontra-se na fase inicial. Até o presente
momento, o objeto a ser estudado e o lócus onde será
realizado o estudo foram delimitados. Quanto à
organização e estrutura do estudo, a pesquisa será divida
em capítulos e sub-capítulos que ainda estão sendo
delineadas pela pesquisadora e a sua orientadora. Para a
realização desse estudo, torna-se primordial, conhecer
melhor as infâncias desse grupo de pessoas marcadas
pelos estigmas, rótulos e preconceitos vivenciados,
muitas vezes, desde suas infâncias. Acredita-se que o
alcance dos resultados esperados com a pesquisa é que
ofereça subsídios para a compreensão da infância da
pessoa com deficiência, ao mesmo tempo forneça
elementos para mudanças no atendimento e nos olhares
para com essas infâncias, que carece ser: mais inclusivo
social e integral. A relação com as diferenças é que
devem estar sendo discutidas e colocadas em práticas
pela sociedade. Nesse sentido, também é necessário dar
voz as pessoas, e principalmente aos que sofrem
discriminação e são excluídos por ser considerado
“deficiente” pelo grupo o qual pertencem. Mesmo com
todas as mudanças já ocorridas no decorrer da história,
percebe-se que há muito ainda para ser percorrido.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os professores do Mestrado em
Educação (UNESC) pelos ensinamentos, de forma
especial, à minha Orientadora, professora Doutora Marli
de Oliveira Costa, que me acolheu com um carinho
extraordinário e que vem contribuindo significativamente
para a realização da referida pesquisa. Meus
agradecimentos ao PPGE da Universidade do Extremo
Sul Catarinense (UNESC) por acreditar em minhas
aspirações de pesquisa. Ao Grupo de Pesquisa História e
Memória da Educação (GRUPHEME), pelos momentos
valiosos de estudos. Gostaria também de mencionar a
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de
Maracajá/SC, onde encontrei a minha vocação como
Educadora e onde conheci pessoas genuinamente
Especiais.
REFERÊNCIAS
BENJAMIM, Walter. A infância em Berlim por volta de
1900. In: Obras escolhidas II: Rua de Mao única. São
Paulo: Brasiliense, 1995;
DE DECCA, Edgar Salvadori. Memória e Cidadania. In:
São Paulo (cidade) Secretaria Municipal de Cultura.
Departamento do patrimônio Histórico. O direito à
memória: Patrimônio histórico e cidadania/DPH, São
Paulo, DPH, 1992, p. 129 – 136.
SKLIAR, Carlos. A inclusão que é “nossa” e a diferença
que é do “outro”. In: RODRIGUES, David (org.). Inclusão
e Educação: doze olhares sobre a educação inclusiva.
São Paulo: Summus, 2006, p.15-34.
193
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
A UTILIZAÇÃO DE CARCAÇAS DE PINGUINS-DE-MAGALHÃES PARA PROMOÇÃO
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Mariane Trichês Pezente1, Silvia Damiani Simões2, Kelly Cristina Minotto Bom3,
Morgana Cirimbelli Gaidzinski4
1,2
Museu de Zoologia Profª Morgana Cirimbelli Gaidzinski - Unesc
Laboratório do Museu de Zoologia Profª Morgana Cirimbelli Gaidzinski – Unesc
4
Coordenadora do Museu de Zoologia Profª Morgana Cirimbelli Gaidzinski – Unesc
1
[email protected]
3
Palavras-Chave: Pinguim-de-Magalhães, Animais Taxidermizados, Educação Ambiental.
INTRODUÇÃO
O pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus
Forster, 1781), encontra-se amplamente distribuído na
costa meridional da América do Sul, realizando
anualmente movimentos migratórios sazonais de suas
colônias reprodutivas distribuídas pela Argentina, Ilhas
Falkland (Malvinas), e Chile para o Brasil. Esta espécie é
atualmente classificada como Quase Ameaçada pela lista
da União Internacional para Conservação da Natureza
(IUCN, 2010). Este fato pode ser explicado devido sua
vulnerabilidade, uma vez que os indivíduos encontrados
mortos na costa brasileira são, em sua maioria,
“náufragos” enfraquecidos e com problemas de saúde. É
comum, no litoral de Santa Catarina a avistagem de
pinguins-de-Magalhães encalhados, principalmente entre
os meses de julho a dezembro. Com o objetivo de
conhecer e desenvolver ações conservacionistas em prol
desta espécie, o Museu de Zoologia Profª Morgana
Cirimbelli Gaidzinski - Muesc/Unesc tem utilizado as
carcaças destas aves no seu acervo em exposição, como
um importante instrumento de Educação Ambiental.
METODOLOGIA
O Museu de Zoologia, desde 2002 tem realizado
monitoramentos ao longo do litoral sul do estado e
recolhido carcaças destes animais a fim de submetê-las a
um processo de taxidermização. Este processo envolve
basicamente: a retirada da pele da ave através da
separação dos músculos e ossos; a higienização e
secagem da mesma e a adição de produtos químicos
para sua conservação. A forma da ave é dada por meio
da confecção de uma estrutura de arame, a qual
sustentará o corpo da mesma e pelo preenchimento
interno com algodão ou estopa. Após um período de
cerca de 30 dias de secagem a ave é introduzida em
dioramas os quais reproduzem importantes informações
sobre a história natural da mesma. Estes dioramas
compõem o acervo “Ecossistema Marinho”, o qual é
também formado por outras espécies animais como
tartarugas, lobos marinho, golfinhos e outros. O acervo
localizado no campus universitário é aberto à visitação
pública e gratuita. As escolas entram em contato com o
Museu e agendam a visita. Na data agendada, a escola é
recepcionada por um educador ambiental que acompanha
os estudantes ao acervo. Durante a visita monitorada, os
estudantes escutam sons característicos do ambiente
marinho e o monitor informa sobre o papel da fauna nos
ecossistemas e a necessidade de sua preservação. Ao
concluir a visita monitorada os estudantes participam de
atividades lúdicas e educativas, tais como pinturas,
desenhos, jogos e oficinas relacionados à espécie
pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus), onde
os alunos expressam individualmente sua percepção a
cerca da mesma.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por meio do processo de taxidermia foram produzidos um
total de 41 pinguins e 24 outros animais, totalizando 65
espécimes taxidermizados, desde o ano de 2006. A partir
deste mesmo ano este acervo foi visitado por 68.040
alunos e professores das redes de ensino público e
privada, de 37 municípios do sul de Santa Catarina.
Através da observação desta espécie os estudantes
podem conhecer, preservar e fazer comparações,
ampliando os conhecimentos na área zoológica.
CONCLUSÃO
As carcaças taxidermizadas da espécie pinguim-deMagalhães do Museu de Zoologia tornaram-se um
importante
instrumento
de
Educação
Ambiental
destacando ao público a importância do respeito a vida
em suas múltiplas formas e ampliando os conhecimentos
construídos em sala de aula, estimulando assim o
aprendizado dos educandos, aproximando e fortalecendo
os laços da natureza com o homem.
AGRADECIMENTOS
Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC
REFERÊNCIAS
ICMBIO. Projeto Nacional de Monitoramento do
Pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus).
Brasília, 2010.
194
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
OFICINAS PEDAGÓGICAS REALIZADAS POR GRUPOS DE ESTUDOS EM
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Mariane Trichês Pezente¹, Maísa Karla Meneguzzo¹, Zenaide Pais Topanotti², Maria
de Lourdes Milanez Goularte3
1
Bolsista do Projeto: Ceciesc/Sala Verde da UNESC
Colaboradora do Projeto: Ceciesc/Sala Verde da UNESC
3
Coordenadora do Projeto Ceciesc/Sala Verde da UNESC
1
[email protected]
2
Palavras-Chave: Oficinas pedagógicas, Educação Ambiental, Grupo de Estudos.
INTRODUÇÃO
O Projeto Sala Verde da UNESC, Universidade do
Extremo Sul Catarinense foi aprovado em 2005 pelo MMA
- Ministério do Meio Ambiente e se constitui num espaço
no qual, professores de educação básica da região sul de
Santa Catarina e acadêmicos da UNESC, de diferentes
áreas de conhecimento, trocam informações e
experiências sobre questões ambientais. Tem como
objetivo promover a Educação Ambiental (EA)
despertando habilidades e atitudes para ações efetivas
em prol da mesma.
METODOLOGIA
Para atingir seus objetivos, o Centro de Educação
Ambiental Sala Verde, constitui semestralmente grupos
de estudos com professores de educação básica e
acadêmicos da UNESC, onde são desenvolvidas diversas
atividades, dentre estas as oficinas pedagógicas. Estas
oficinas são desenvolvidas pelos participantes da Sala
Verde e visam despertar e sensibilizar, os mesmos
perante
as
questões
ambientais.
As
oficinas
desenvolvidas são ministradas pela equipe da Sala Verde,
por convite externo e também de participantes do grupo
de estudos, que vêem nas oficinas pedagógicas uma
forma de difundir conhecimento e experiência.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De 2006 até a presente data, foram formados 29 grupos
de estudos envolvendo 679 participantes, Durante esse
período dentre tantas atividades desenvolvidas pela Sala
Verde, podemos elencar 13 oficinas realizadas com os
grupos, como: terrário, borboletário, bonequinhos
ecológicos, papel reciclado, herbário, bonecos de pano,
carteira ecológica, papel machê, papa-pilhas, estudo do
meio, cinema na escola, máscaras e confecção de zini.
Dentre estes quatro oficinas foram desenvolvidas pela
equipe da Sala Verde, duas através de convidados
externos e sete por participantes do grupo de estudos. A
participação efetiva dos professores e acadêmicos
demonstra o quanto às oficinas cativam os participantes a
trabalharem com a prática pedagógica facilitando assim o
aprendizado.
CONCLUSÃO
Através do desenvolvimento de oficinas pedagógicas,
estimula-se a criatividade e percepção dos participantes e
o desenvolvimento de habilidades para a construção de
conhecimentos relacionados ao ensino de ciências e
educação ambiental. A disponibilização de informações e
conhecimentos sobre questões ambientais oportuniza aos
participantes propostas de trabalhos que são
desenvolvidas nas escolas e comunidades, promovendo
assim uma integração escola/comunidade/universidade. A
realização das atividades utilizando como metodologia as
oficinas pedagógicas estimulam a participação e o espírito
de colaboração, tornando mais eficiente a aprendizagem
que ocorre de maneira natural e espontânea, resultando
numa melhor compreensão das questões ambientais.
AGRADECIMENTOS
Universidade do Extremo Sul Catarinense – Unesc
REFERÊNCIAS
CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL SALA VERDE
DA UNESC. Relatórios anuais: ao MMA. 2006 a 2011.
195
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
AÇÕES DIRECIONADAS A CAPACITAÇÃO EM EMPREENDEDORISMO, PLANO DE
NEGÓCIOS E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Abel Corrêa de Souza1, Gisele Silveira Coelho Lopes2, Ricardo Pieri3, Miguel Ângelo
Mastella4, Ana Paula Silva dos Santos5, Júlia Pavei De Luca6
1
Universidade do Extremo Catarinense-UNESC / Professor Doutor do Curso de Administração
Universidade do Extremo Catarinense-UNESC / Professora Mestre do Curso de Administração
3,4
Universidade do Extremo Catarinense-UNESC / Professor Especialista do Curso de Administração
5,6
Universidade do Extremo Catarinense-UNESC / Acadêmica do Curso de Administração Linha de Formação
Específica em Comércio Exterior
1
[email protected]
2
Palavras-Chave: empreendedorismo, responsabilidade social, plano de negócios.
INTRODUÇÃO
Historicamente os empreendedores eram conhecidos
como aqueles que acessavam capital avantajado somente
em mercados desenvolvidos. Na presente década a
realidade está muito diferente, pois um empreendedor
independente do lugar em que está cria valor com pouco
capital. Essa realidade é muito presente em mercados
emergentes em que já é possível visualizar a evidência de
economias empreendedoras. Aquela ideia de que não há
empreendedores em mercados em desenvolvimento, ou
quando há, são considerados microempreendedores, é
equivocada. O que se vê é o surgimento de projetos de
alto potencial entre pessoas que no decorrer da história,
estiveram as margens da exclusão econômica e social
(HABIBY; COYLE JR, 2010). Nesta perspectiva
encontram-se os jovens e adolescentes do Bairro da
Juventude, em que desprovidos de trabalho e renda
buscam por intermédio desta instituição, alguma
qualificação que os possa inserir no mercado de trabalho.
Sendo assim, este projeto objetiva desenvolver atividades
de extensão universitária estimulando jovens e
adolescentes do Bairro da Juventude na geração de
trabalho e renda, com inclusão social, por meio de
capacitação empreendedora.
METODOLOGIA
Como forma de implementar as ações propostas neste
projeto, são desenvolvidas oficinas para a qualificação
dos jovens e adolescentes na prática dos processos de
gestão de um empreendimento, a saber:
Oficina
1:
Nivelamento
dos
conceitos
de
empreendedorismo;
Oficina 2: Nivelamento da interdisciplinaridade que
envolve o processo de gestão de um empreendimento;
Oficina 3: Elaboração do projeto de produto ou serviço;
Oficina 4: Estruturação e elaboração do plano de
negócios;
Oficina 5: Pesquisa das fontes de fomento para
financiamento de novos empreendimentos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Até o presente momento já foram realizadas a Oficina 1, 2
e 3. Ao longo das Oficinas 1 e 2, verificou-se que houve
um grande avanço no comportamento e modo de pensar
dos alunos, se comparado com o inicio do projeto, em que
muitos não participavam inicialmente e não davam as
suas opiniões e que hoje, questionam para interagir e
aprender sobre o assunto exposto em sala de aula. Esse
resultado é fruto da didática utilizada pelos extencionistas
em cada encontro. Foi utilizado como técnicas de ensinoaprendizagem os jogos empresariais, dinâmicas de grupo,
vídeos educativos, entre outros. Pode-se dizer que a
divisão do trabalho em oficinas proporcionou o
nivelamento dos alunos, sempre enfatizando o aspecto
prático, no sentido de estimular o empreendedorismo,
tanto na criação de novos negócios, quanto na
participação do quadro funcional de empreendimentos já
existentes,
o
que
se
identifica
como
intraempreendedorismo. Na oficina 3, os jovens e
adolescentes tinham que desenvolver um produto que
unisse o empreendedorismo com o conhecimento técnico
de eletroeletrônica, além de utilizarem como matériaprima produtos reciclados, isto é, materiais que foram
descartados ao meio ambiente. Esta provocação foi
justamente permitir a todos a valorização do curso técnico
que estavam cursando, bem como oportunizá-los a
enxergar as possibilidades profissionais com a
capacitação técnica que estavam realizando. A exposição
pública dos trabalhos ocorreu no dia 05/10/2011. Foram
21 produtos, todos foram desenvolvidos para atender
certa necessidade do dia a dia. O evento foi divulgado na
imprensa e houve a participação de outros professores da
UNESC para prestigiar o evento, além de outras
autoridades pertencentes ao Bairro da Juventude.
CONCLUSÃO
Observou-se o crescimento da capacidade dos
acadêmicos do curso de Educação Profissional em
eletroeletrônica em avaliar a viabilidade de um
empreendimento, bem como sua postura como
profissional inserido nas organizações, além de melhor
entender o desenvolvimento do mesmo por meio do
estudo do empreendedorismo e seus desdobramentos.
AGRADECIMENTOS
Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC).
REFERÊNCIAS
DOLABELA, Fernando. O segredo de luísa. 30. ed. São
Paulo: Editora Cultura, 2006.
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo:
transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Ed.
Campus, 2001.
HABIBY, Anne S.; COYLE JR, Deirdre M. O
empreendedor de alta intensidade. Harvard Business
Review. São Paulo, vol.88, n.03, set/2010.
HISRICH, Robert D.; PETERS, Michael P.
Empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman, 2002.
196
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PROGRAMA PET- SAÚDE IÇARA – MELHORANDO A QUALIDADE DE VIDA
DENTRO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DO BAIRRO AURORA EM IÇARA SC
Joni Márcio¹, Valdemira Santina Dagostin¹, Gustavo de Jesus2, Aline Gabriel Lima3,
Milca Fagundes3
¹ Coordenadores do PET Saúde
2
Enfermeiro Preceptor
3
Acadêmicas de Enfermagem
1
[email protected]
Palavras-Chave: Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus, Educação em saúde.
INTRODUÇÃO
A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença
cardiovascular crônica, e representa o principal fator de
risco para complicações como acidente vascular cerebral
e infarto agudo do miocárdio, além da doença renal
crônica terminal. Já o diabetes representa um grupo de
doenças metabólicas caracterizada por hiperglicemia, e
está associada a várias complicações, disfunções e
insuficiência de vários órgãos, especialmente os olhos,
rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos. No
Brasil, estas duas patologias são responsáveis pela
primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, de
amputações de membros inferiores, e de pacientes com
insuficiência renal crônica submetidos à diálise. Desse
modo observa-se a necessidade de trabalhar educação
em saúde com estes pacientes a fim de proporcionar
melhor qualidade de vida a eles. O objetivo do trabalho é,
a partir do programa Pet Saúde, estimular os hipertensos
e diabéticos da ESF Aurora a realizarem frequentemente
o controle de pressão arterial e glicemia capilar, além de
orientá-los quanto a hábitos saudáveis de vida, a fim de
contribuir para a redução dos riscos causados pelas
determinadas doenças.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a execução do projeto iniciou
com a elaboração de um questionário para avaliação dos
pacientes que participassem do projeto. Em seguida os
mesmos foram convidados a participar do mesmo durante
a realização do grupo de Hiperdia da ESF Aurora. Sendo
assim os que se interessaram em participar
compareceram à unidade de saúde para dar inicio a ação
proposta, que se submetia a estimulá-los a realizar vinte
verificações de glicemia capilar e pressão arterial duas
vezes na semana. O controle foi realizado pelas bolsistas
de enfermagem participantes do projeto na unidade de
saúde.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No inicio da execução do projeto 16 pacientes iniciaram o
controle de pressão arterial e glicemia capilar na unidade
de saúde, porém apenas 9 destes continuaram a realizálo. Destes 9 pacientes 5 são hipertensos, 3 hipertensos e
diabéticos, e 1 diabético. Analisando os resultados
encontrados pode-se perceber que os mesmos
repercutiram positivamente ao longo do projeto. Referente
aos valores de pressão arterial 5 participantes tiveram
seus valores controlados, já voltado a glicemia capilar 7
tiveram os valores reduzidos. Em cima disso pode-se
perceber que toda a ação e educação promovida aos
pacientes foram eficazes a ponto de proporcionar uma
melhora na qualidade de vida e saúde dos mesmos,
através de mudanças no estilo de vida de cada um que
acabou tornando-se mais saudável.
Figura 01 – Bolsista verificando glicemia capilar.
Fonte: Dados da pesquisa.
CONCLUSÃO
Durante a realização da ação proposta foi possível
perceber o entusiasmo dos pacientes em participar, e a
alegria em perceber os resultados encontrados a cada
verificação, que em sua maioria repercutiram de forma
positiva. Implantar esta proposta a partir do programa
PET Saúde foi positivo não apenas aos pacientes, mas
também a unidade de saúde e as bolsistas que
promoveram a ação, pois proporcionou vivenciar
diferentes experiências e muito aprendizado, que
contribuirão futuramente durante a atuação profissional
das acadêmicas.
AGRADECIMENTOS
Agradecimento a Universidade do Extremo Sul
Catarinense que vinculada ao programa PET Saúde
possibilitou inserir o acadêmico no campo de trabalho
antes de sua formação, proporcionado a obtenção de
experiências e habilidades que contribuirão para uma boa
atuação profissional.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Saúde. Hipertensão Arterial
Sistêmica. Cadernos de Atenção Básica n° 15. Brasília –
D.F. 2006.
BRASIL, Ministério da Saúde. Diabetes Mellitus.
Cadernos de Atenção Básica n° 16. Brasília – D.F.
2006.
197
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
RELAÇÕES HUMANAS NA ADOLESCÊNCIA: AMIZADE E NAMORO
Maiara Nascimento Rodrigues1, Maristela Giassi2, Ivanir Prá da Silva Thomé2, Pedro
Rosso3, Michele Felix do Nascimento4, Cristiane Pazetto1, Camila Dagostin Lemos1
1
Acadêmica do curso de Enfermagem da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC;
2
Professora Titular da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC.
3
Professor colaborador do Instituto Federal de Santa Catarina – IF-SC Campus Criciúma
4
Acadêmica do curso de Pedagogia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC
1
[email protected]
Palavras-Chave: Ações Educativas, Sexualidade, Adolescentes.
INTRODUÇÃO
A educação sexual envolve aspectos antropológicos,
sociológicos
e
biopsicossociais,
devendo-se
na
adolescência considerar as características próprias dessa
fase
(onipotência,
invulnerabilidade,
desejo
de
experimentação e aventura, crise de identidade), as
características do meio social (escola, família, grupo) e o
comportamento deste grupo etário (mudança de parceiro
e desinformação). Outros aspectos relevantes são os
fatores culturais, os mitos, as questões de gênero e a
relação entre sexualidade e o afeto. (COSTA; GOMES;
SOUZA, 2002). Com base nisso, o projeto de extensão
tem como intuito promover ações educativas, com base
em pesquisa realizada junto à estudantes do Ensino
Médio de escolas da Rede Estadual de Educação no
município de Criciúma, SC, com o objetivo de promover a
saúde sexual dos sujeitos envolvidos.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a ação educativa junto aos
alunos dos primeiros e segundos anos do ensino médio
de duas escolas da rede supracitada ocorreu através da
realização de oficinas e palestras. A segunda oficina é
intitulada: Relações humanas na adolescência: amizade e
namoro. Após apresentado o tema, por meio de uma
exposição oral, a turma foi dividida em pequenos grupos.
Cada grupo ficou responsável por apresentar uma
dramatização de casos corriqueiros na vivência dos
jovens como: relações informatizadas, convivência com
dependentes químicos, valorização das relações afetivas,
etc. Desta forma os alunos expressaram seus
pensamentos críticos a cerca do assunto. Para avaliar a
oficina, realizou-se ao final das apresentações uma
discussão onde se socializaram as ideias decorrentes de
todo o processo realizado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através das avaliações feitas ao final de cada oficina,
observa-se a satisfação em 100% dos alunos envolvidos,
os mesmo relatam a importância do trabalho realizado,
pois conseguem obter uma visão mais ampla a respeito
do assunto discutido. Há uma interação importante entre
os alunos e os extensionistas, possibilitando a expressão
de ideias de cada um e a oportunidade de um
aprendizado em conjunto. “A adolescência é uma etapa
da vida na qual a personalidade está em fase final de
estruturação e a sexualidade se insere nesse processo
sobretudo como um elemento estruturador da identidade
do adolescente (OSÓRIO, 1992 apud CANO; FERRIANI;
GOMES, 2000, p. 18). Faz-se necessário essa
abordagem para esclarecer os mitos, tabus e
preconceitos
de
forma
que
os
adolescentes
compreendam a sexualidade como parte importante nesta
fase da vida.
CONCLUSÃO
Conclui-se que o projeto de extensão tem sido de grande
valia para os estudantes participantes, pois, segundo suas
avaliações, passaram a compreender melhor a
sexualidade em seu contexto real. Houve o aumento da
compreensão dos mesmos a respeito da valorização das
relações humanas na adolescência, o que contribui
efetivamente para uma sexualidade responsável.
Através das informações socializadas e debatidas os
alunos envolvidos puderam refletir sobre suas relações,
posicionando-se de forma crítica e reflexiva.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos a seleção e financiamento do projeto
Extensão com divulgação no edital 06/2011
Coordenação de Extensão da Unidade Acadêmica
Humanidades, Ciências e Educação (UNAHCE)
Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC).
de
da
de
da
REFERÊNCIAS
COSTA, M.C.O.; GOMES, W.A; SOUZA, R. P. Educação
para a sexualidade. In: COSTA, Maria Conceição O.;
SOUZA, Ronald Pagnoncelli de. (Org.). Adolescência:
Aspectos Clínicos e Psicossociais. 1. ed. Porto Alegre,
RS: Artmed, 2002. p. 283-288.
CANO, M.A.T.; FERRIANI, M.G.C; GOMES, R.
Sexualidade na adolescência: um estudo bibliográfico.
Rev.latinoam.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 2, p.
18-24, abril 2000.
198
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PET – SAÚDE: ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA NA COMUNIDADE DE
VILA NOVA EM IÇARA – SC
Glicia Pagnan,1 Renan Fernandes Rodrigues,2 Joao Anibal Milano Peixoto Queiroz,3
Valdemira S. Dagostin,4 Joni Marcio Farias²,Luciane Ceretta5
1
2,3,4,5
SMS/Enfermagem/Içara
UNESC/Ed. Física e Enfermagem
1
[email protected]
Palavras-Chave: Idoso, PET, Integração, Interação
INTRODUÇÃO
O Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde
(PET-Saúde do Ministério da Saúde) tem como objetivo
desenvolver ações para melhoria das condições de saúde
e vida da população, sendo estas ações organizadas
conforme a Estratégia de Saúde da Família. O PETSaúde está sendo desenvolvido em parceria com a
UNESC e a Prefeitura Municipal Içara - SC com ações
multiprofissionais e interdisciplinares em conjunto com os
profissionais componentes das Unidades Básicas de
Saúde (UBS), para integração entre a academia e os
trabalhadores em saúde. Pretende contribuir para a
transformação e qualificação das práticas de saúde, a
organização das ações e dos serviços de saúde, os
processos formativos e as práticas pedagógicas. Além de
sensibilizar acadêmicos dos cursos de graduação
envolvidos, para o trabalho na Saúde Pública e a prática
da pesquisa no SUS, especificamente na Atenção
Básica/Estratégia Saúde da Família, por meio de práticas
interligadas com os trabalhadores de saúde das referidas
Unidades de Saúde; e, instrumentalizar os trabalhadores
de saúde que atuam na ESF e acadêmicos dos cursos de
graduação em saúde envolvidos para o desenvolvimento
de propostas de cuidado ao idoso na perspectiva da
Integralidade a partir dos eixos propostos pela Política
Nacional de Atenção à Saúde do Idoso.
para a próxima etapa da intervenção. Nesta etapa a
participação dos idosos e do Clube da 3ª Idade da Vila
Nova foi expressiva e efetiva, nas intervenções
realizadas, como atividade física- caminhadas, dança,
orientação nutricional, dinâmica de grupo e relato de
experiências. A interação academia e serviço foram
visivelmente contextualizados. A inserção dos bolsistas
com a ESF e os idosos, foi sem dúvida o ponto forte do
projeto,onde
puderam
estabelecer
relação
de
integralidade e interdisciplinaridade, e obter conhecimento
dos serviços prestados na unidade de saúde e visualizar
as possibilidades da atuação de sua profissão neste local,
bem como, estimular a atividade física entre os idosos. O
desenvolvimento de novas práticas de atenção e
experiências pedagógicas contribuiu para a reorientação
da formação e implementação das Diretrizes Curriculares
Nacionais dos cursos de graduação da área da saúde, e a
satisfação do usuário do SUS.
Figura 01 – Atenção nutricional
METODOLOGIA
A proposta do Pet – Saúde primeiramente é a educação
para o trabalho, desta forma, os bolsistas e voluntários
passaram por educação permanente discutindo: a)
Proposta do Ministério da Saúde em relação ao PET
SAÚDE; b) Resgate Histórico da Política de Saúde no
Brasil; c) Rede de Assistência do Município de Içara e
Diagnóstico em Saúde. No segundo momento, a
apresentação da estrutura/funcionamento do Sistema de
Saúde tanto a nível Municipal, Regional e Nacional. Após
o entendimento de todos do sistema de saúde, foi
realizado reunião com a equipe da ESF para
apresentação do Projeto Pet- saúde e equipe, pois
considerávamos fundamental a participação da equipe,
especialmente dos ACS, pois são estes que conhecem e
tem credibilidade junto à população. Na seqüência foi
construído o Questionário de Pesquisa sobre Estilo e
Qualidade de Vida e a aplicação da pesquisa na
comunidade de Vila Nova, com a população acima de 60
anos - 3ª Idade; no ultimo momento foi realizado
intervenção juntos aos idosos, que consistia de atividade
física como caminhada, dança etc e orientações dentro
das áreas de: psicologia, educação física e nutrição.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Buscou-se nas entrevistas, traçar o perfil da população
idosa da comunidade, que de certa forma, deu subsídio
Figura 02 – Atividade Física
CONCLUSÃO
O PET-Saúde oportuniza aos bolsistas o aprofundamento
do conhecimento e a interação/inserção na prática diária
como profissional. Ainda proporciona a possibilidade de
executar políticas de saúde pública para proporcionar um
melhor estado de saúde e conseqüente de bem-estar,
cultura e educação a todos. Ficou evidenciada a melhoria
da qualidade de vida, principalmente esboçado nas falas,
nos relatos, na mudança de comportamento dos idosos
participantes do programa. O fomento à integração do
ensino-serviço-comunidade, qualificação e fortalecimento
da Atenção Básica, o estímulo para a formação de
profissionais de saúde com perfil adequado às
necessidades e às políticas públicas de saúde do país,
vem de encontro as necessidades das ESF, que muitas
199
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
vezes, não conseguem, devidos as demandas diárias,
executar atividades que visem a prevenção e promoção
da saúde, foco este alcançado no presente trabalho.
AGRADECIMENTOS
Ministério da Saúde, UNESC e a ESF – Vila Nova, em
especial às ACS e ao Clube de Idosos.
REFERÊNCIAS
CATELLINO, Giovanni Gerson; BOTTER, Rui Carlos;
ITELVINO, Lucimar da Silva. Os Fatores Críticos de
Sucesso para a implantação de sistemas integrados de
gestão no setor público. Disponível em:
http://www.aedb.br/seget/artigos09/228_ArtigoSEGeT.pdf;
Acesso em: junho 2011.
200
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DOS CONCEITOS MATEMÁTICOS NO
1o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: EXTENSÃO DAS PESQUISAS
DESENVOLVIDAS PELO GPEMAHC
Anderson de Oliveira Romeu,1 Ademir Damazio,2 Ana Lucia da Silva Guimara,3
Josélia Euzébio da Rosa,4 Josiani Barbosa Brunelli,5 Viviane Raupp Nunes de
Araújo6
1,2,3,5,6
Universidade do Extremo Sul Catarinense
4
Universidade Federal do Paraná
1
[email protected]
Palavras-Chave: Ensino Elkonin-Davidov
INTRODUÇÃO
Este trabalho, ainda em desenvolvimento, faz parte de um
projeto maior do Grupo de pesquisa em educação
matemática na abordagem histórico cultural (GPEMAHC)
da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC).
De acordo com pesquisas já realizadas por integrantes do
grupo (CARDOSO, 2007, ROSA; DAMAZIO, 2011
AMORIN, 2007, EUZEBIO, 2011) atualmente, no ensino
de matemática, adota-se a seguinte sequência didática:
primeiro as significações aritméticas, depois as
geométricas e por último, as algébricas. Esta
fragmentação trás como consequência a ênfase, no
ensino do conceito de número, com foco para contagem
de objetos, ou seja, nas grandezas discretas em
detrimento das grandezas contínuas. Nesse projeto de
extensão adotamos o Sistema de Ensino Elkonin-Davidov.
Tal sistema tem como ponto de partida as grandezas
contínuas a partir da inter-relação entre as significações
aritméticas, algébricas e geométricas. O objetivo é relatar
o desenvolvimento da proposta do referido sistema em
uma turma de primeiro ano do Ensino Fundamental. Vale
lembrar que tal proposta de ensino constitui um dos
objetos de estudo do GPEMAHC devido a seu potencial
no que se refere ao desenvolvimento do pensamento
teórico dos estudantes.
METODOLOGIA
As aulas desenvolvidas com os alunos são previamente
elaboradas conforme o livro metodológico do referido
sistema de ensino Elkonin-Davidov (ГОРБОВ et al, 2008),
em reuniões semanais com a participação da professora
titular, de dois bolsistas de extensão e pesquisadores do
GPEMAHC. Os bolsistas confeccionam os materiais
didáticos, auxiliam a professora em aula duas vezes por
semana, relatam o desenvolvimento das aulas e realizam
leituras referentes ao processo de ensino e aprendizagem
da matemática no referido sistema, busca-se alternativas
na literatura para superação das dificuldades encontradas
durante tal processo, bem como o desenvolvimento do
pensamento teórico dos alunos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao iniciarmos a extensão, verificamos que a metodologia
de ensino de matemática desenvolvida na escola, não
contemplava o teor conceitual científico de número, ou
seja, a ênfase incidia na contagem empírica. No decorrer
da realização do projeto, alunos e professora deram início
a uma nova forma de ver e conceber o ensino da
matemática
tendo
como
fundamentos
teóricos
pressupostos Davidovianos. Isto significa dizer que, antes
de terem contato direto com o número, as crianças
analisam as grandezas matemáticas que possibilitam a
comparação entre objetos e fenômenos. Só depois que a
contagem surge como resultado desse processo quando
uma grandeza é tomada como unidade de medida da
outra.
CONCLUSÃO
Com o desenvolvimento das proposições de matemática
do sistema de ensino de Elkonin- Davidov, em uma turma
do Ensino Fundamental, sustentamo-nos no tripé:
pesquisa, ensino e extensão, na medida em que levamos
para o ensino, as pesquisas realizadas pelo GPEMAHC,
por meio da extensão. No desenvolvimento das aulas
percebemos a dificuldade de entendimento da proposta
de ensino de Elkonin-Davidov associada às limitações
conceituais dos conteúdos científicos matemáticos. No
que se refere aos alunos, podemos dizer que os mesmos
participam das tarefas propostas respondendo a questões
postas tanto pela professora, quanto pelo grupo de
alunos, além de resolverem atividades impressas que
posteriormente são coladas no caderno.
AGRADECIMENTOS
Programa Extensão UNESC. Unidade Acadêmica de
Humanidades
Ciência
e
EducaçãoUNAHCE.
Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC –
SC, Brasil; FAPESC, CNPq e FUMDES/UNESC.
REFERÊNCIAS
ГОРБОВ et al, Обучение математике. 1 класс: Пособие
для учителей начальной школы (Система
Д.Б.Эльконина – В.В. Давыдова). 2-е ида., перераб. М.:ВИТА-ПРЕССб, 2008. 128p.
ДАВЫДОВ, В. В. О. et al. Математика, 1-Kjiacc.
Mockba: Mnpoc - Аргус, 1997. 224p.
CARDOSO, Eloir Fátima Mondardo. A prática pedagógica:
percepções de professores de Matemática e dirigentes da
educação – 2007.
AMORIN, Marlene Pires. Apropriação de signifacções
do conceito de números racionais: um enfoque
histórico- cultural, 2007. Dissertação (Mestrado em
Educação e Ciências Humanas)-Programa de PósGraduação em Educação-PPGE-UNIVERSIDADE DO
EXTREMO SUL CATARINENSE - Criciúma
EUZÉBIO, Juliana da Silva. Ensino do conceito de
número: a proposta ensino de Davydov e as
201
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
propostas tradicionais – 2011. Trabalho de conclusão
de curso (Unidade Acadêmica de Humanidades Ciência e
Educação)-UNAHCE-Universidade do Extremo Sul
Catarinense- Criciúma
ROSA, J. E.; SOARES, M.T.C.; DAMAZIO, A. Conceito de
número no sistema de ensino de Davydov, IN: XIII
Conferência interamericana de Educação Matemática;
Recife, 2011.
202
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
PROJETO DE EXTENSÃO SOLIDARIEDADE
Karla Batista de Souza,1 Cássia Klein Torres,2 Janete Trichês3
1,2,3
Curso de Direito da Unesc.NUPED (Núcleo de Estudos em Estado, Política e Direito). Unidade Acadêmica de
Ciências Sociais Aplicadas (UNACSA/UNESC)
1
[email protected]
Palavras-Chave: Cidadania, Solidariedade,Conscientização, Instituições Públicas e ONGs.
INTRODUÇÃO
O projeto Solidariedade existe desde o segundo semestre
de 2009. Até o final de 2010, já havia beneficiado 72
instituições. O trabalho une extensão e ensino, uma vez
que é desenvolvido na disciplina de Ciência Política pelos
acadêmicos da 1ª fase do curso de Direito da Unesc, são
estes os atores da ação extensionista. Os estudantes
visitam instituições sociais comunitárias ou públicas,
investigam seus problemas e viabilizam ações práticas,
que consiste desde a pintura de um muro até a
implantação de uma biblioteca, por exemplo. Estudam e
ministram palestras de acordo com o público atendido
pelas mesmas. Assim, o objetivo vai além da ajuda
material às instituições, mas visando também sensibilizar
estes estudantes sobre a realidade do público atendido
pelas organizações, promovendo a cidadania dos
envolvidos.
METODOLOGIA
A metodologia adotada é crítica e reflexiva, acreditando
na construção do conhecimento a partir da
problematizarão da realidade, onde os sujeitos envolvidos
participam ativamente do processo de ensino e
aprendizagem. O projeto é realizado em Ongs, asilos,
orfanatos, escolas públicas, centros de recuperação e
outros. Acontece em sete etapas: aproximação,
observação, investigação, intervenção, afastamento,
elaboração dos relatórios e por fim socialização das
experiências e avaliação. Os estudantes se organizam em
grupos de seis. Cada integrante visita uma instituição. O
grupo se reúne e escolhe a mais carente para solucionar
algum problema e ministrar palestras, cujos temas variam
de Cidadania e Direitos Humanos, Estatuto da Criança e
do Adolescente e Estatuto do Idoso, entre outros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O projeto Solidariedade foi desenvolvido por 151
acadêmicos participantes organizados em 28 equipes,
coordenados pela professora, auxiliada por duas bolsistas
. Foi aplicado de março a julho de 2011 em 19
instituições, totalizando carga horária de 1672 horas de
atividades (visitas, intervenções, estudo e palestras).
Foram atendidas cerca de 656 pessoas, que se
beneficiaram com o trabalho solidário dos universitários.
Os números não mostram todas as mudanças provocadas
pelo trabalho, pois além de melhorar a vida dos atendidos
pelas instituições, possibilitou uma mudança significativa
na maneira desses jovens perceberem a realidade.
CONCLUSÃO
Os futuros operadores do Direito, com o projeto
Solidariedade tiveram a oportunidade de despertar sua
sensibilidade e empatia para as dificuldades enfrentadas
por expressivos setores sociais. Conheceram uma
realidade de exclusão, desigualdade e injustiça ao
identificar e levantar as conquistas e dificuldades das
instituições sociais públicas e/ou filantrópicas mais
carentes da região. Com a intervenção prática
melhoraram o ambiente dos beneficiados. E com as
palestras, ensinaram e aprenderam a ser cidadãos.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a todas as instituições que receberam os
acadêmicos, a professora Mônica Camargo que está
sempre colaborando com o aperfeiçoamento deste
trabalho e a própria universidade que financia este projeto
através da Pró-Reitoria de Pós Graduação, Pesquisa e
Extensão(Propex), de acordo com o edital Nº 04/2011
UNACSA, aprovado em 2011.
REFERÊNCIAS
CANDAU, Vera Maria. Tecendo a cidadania:
oficinas pedagógicas de direitos humanos. 3. ed
Petropolis, RJ: Vozes, 2000.
BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto do idoso. 1.
ed. São Paulo: LED, 2004.
RUZZON, Terezinha Ribeiro. Coletânea de leis da
área da criança e do adolescente. Curitíba, PR:
Juruá, 2000.
203
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA PET
SAÚDE DO MUNICÍPIO DE IÇARA/SC
Gladys Moraes de Carvalho,1 Vanise Ferreira Vieiro,1 Talita Bitencourt Gomes,1
Valdemira S. Dagostin,1 Joni Marcio Farias1
1
UNESC/Ed. Física / Enfermagem/psicologia
1
[email protected]
Palavras-Chave: Idoso, PET, Integração, Interação
INTRODUÇÃO
O presente estudo faz parte do Projeto Programa de
Educação para o Trabalho - PET Saúde do Ministério da
Saúde em parceria com a Universidade do Extremo Sul
Catarinense – UNESC e Prefeitura Municipal de Içara –
Secretaria do Municipal de Saúde e contou com a
participação de acadêmicos do Curso de Educação
Física, Enfermagem e Psicologia. O Ministério da Saúde
vem buscando intensificar ações visando a redução de
agravos, tendo em vista o aumento significativo de
doenças crônicas, principalmente na população da melhor
idade.
O SUS convive hoje com as doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) que são de origem multifatorial e
compartilham diversos fatores de risco modificáveis, como
a alimentação inadequada, inatividade física, obesidade e
o tabagismo, e representam atualmente a principal causa
de morte no mundo. Diante disso, o Ministério da Saúde
incentiva programas preferencialmente interdisciplinares,
com foco em ações integradas de saúde que devem ser
considerados para conter o avanço dessas doenças, uma
das formas é o Programa de Educação para o Trabalho
(PET- Saúde), o qual fomenta o processo de integração
ensino, serviço e comunidade na perspectiva da
interdisciplinaridade. O objetivo principal da presente
pesquisa foi correlacionar às variáveis de idade, peso
corporal, IMC, percentual de gordura e circunferência
abdominal, com os fatores de risco para saúde, como as
doenças cardiovasculares, dislipidemias, diabetes e
hipertensão em participantes do PET Saúde no ESF do
município de Içara - SC.
METODOLOGIA
O estudo foi de cunho quantitativo, participaram do estudo
21 indivíduos, com idade média de 60 anos, todos da área
de abrangência da ESF Presidente Vargas - Içara/SC.
Todos os participantes assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, e posteriormente
encaminhado para a avaliação através da consulta. Na
anamnese foi verificada a composição corporal, pelas
variáveis: peso corporal (PC), estatura, circunferência
abdominal (CA) e percentual de gordura (%G). Após esta
etapa, os voluntários foram orientados a participar do
programa de exercício físico, sendo avaliados após cada
etapa do processo. Para análise dos dados foi utilizada a
correlação de pearson “r” com nível de significância
p>0,05 pelo pacote estatístico SPSS 18.0
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se a participação efetiva e expressiva dos
idosos da comunidade, bem como dos participantes do
Clube da 3ª Idade, existente no bairro. Nas consultas,
evidenciou-se também a necessidade dos participantes
em expor suas dúvidas, o cotidiano e principalmente se
COMUNICAR.
Na analise dos dados obtidos nas
avaliações, os resultados apresentaram correlação
positiva entre o PCxCA (0,927), PCxIMC (0,918). O
mesmo foi observado entre as variáveis do IMCxCA
(0,915), IMCx%G (0,788) e a CAx%G (0,604). Quando
correlacionado as doenças crônicas com outros fatores
somente a idade teve correlação de (0,656), e os demais
fatores não apresentaram correlação positiva.
Figura 01 – Atividades com o grupo
CONCLUSÃO
No contexto geral da interação, comunidade da terceira
idade – serviço e academia, através dos bolsistas do
PERT Saúde, podem concluir que os fatores de risco
podem acontecer de maneira isolada e não tem
correlação nesta população. Quando pensamos em saúde
nos deparamos com um contexto complexo onde a gestão
do cuidado extrapola as atividades, hoje, desenvolvidas
pela ESF, seja por esta estar inserida em um sistema
curativo centrado no assistencialismo por falta de uma
equipe multiprofissional. Compreendemos que a atividade
desenvolvida pelo Pet SAÚDE Içara, propiciou uma
intervenção integral do cuidado em saúde no olhar das
áreas da Educação Física, Enfermagem, Nutrição e
Psicologia. Podemos observar a carência por parte da
comunidade e da Equipe da ESF de atividades de
promoção a saúde. Cabe lembrar que MS, através de
portarias ministeriais vem dispondo de recursos
financeiros para a construção de academias ao ar livre. ,
AGRADECIMENTOS
Ministério da Saúde, UNESC e a ESF – Vila Nova, em
especial às ACS e ao Clube de Idosos.
REFERÊNCIAS
LAGROTTA, M. T. F. Redes de atenção a saúde,
territorialização e implementação de linhas de
cuidado. Disponível em:
204
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
http://teiasmesquita.ning.com/profiles/blogs/redes-deatencao-a-saude; Acesso em: 12 fev 2011.
CATELLINO, Giovanni Gerson; BOTTER, Rui Carlos;
ITELVINO, Lucimar da Silva. Os Fatores Críticos de
Sucesso para a implantação de sistemas integrados
de gestão no setor público. Disponível em:
http://www.aedb.br/seget/artigos09/228_ArtigoSEGeT.pdf;
Acesso em: junho 2011.
205
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
A ROTATIVIDADE DOS MEMBROS DE UMA COOPERATIVA DE CUSTOMIZAÇÃO DE
TECIDOS E VESTUÁRIO: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SC
Rossandra Oliveira Maciel,1 Gisele Silveira Coelho Lopes2
1
2
Universidade do Extremo Catarinense / Acadêmica do Curso de Economia
Universidade do Extremo Catarinense / Professora Mestre do curso de Administração
1
[email protected]
Palavras-Chave: Economia Solidária, Cooperativa, Rotatividade, Mulheres
INTRODUÇÃO
Por intermédio do PAES - Programa de Ações em
Economia Solidária - a associação beneficente ABADEUS
solicitou o apoio da UNESC no processo de incubação da
Cooperativa
de
Produção
de
Desenvolvimento
Sustentável – COOPERDUS, situada em um dos bairros
mais carentes de Criciúma – SC. Desta forma, um projeto
de extensão foi desenvolvido para suprir tal demanda. Em
meio às atividades realizadas no campo, observou-se
uma alta rotatividade de cooperadas no empreendimento,
diante disto desenvolveu-se uma pesquisa para identificar
os principais fatores responsáveis pela rotatividade.
METODOLOGIA
A pesquisa foi descritiva uma vez que a técnica de coleta
de dados foi a observação participante e entrevistas com
roteiro semi-estruturado, cujo público alvo foram oito
mulheres (seis delas cooperadas, e duas ex-cooperadas).
A abordagem de análise foi predominantemente
qualitativa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com Schmidt e Perius (2003), as cooperativas
são associações autônomas cujo surgimento dá-se por
meio da união voluntária de pessoas que buscam uma
propriedade comum visando a suprir suas necessidades.
A COOPERDUS é uma cooperativa de costura de
customização que não nasceu de uma demanda vinda
dos associados, mas através do estímulo de uma
instituição: a ABADEUS. Esta visava a criação da
cooperativa para atender à demanda por trabalho das
mulheres residentes no bairro Cristo Redentor – Município
de Criciúma, SC. Além de possuir fragilidades com
relação à hierarquia, ao âmbito técnico e gerencial, a
COOPERDUS apresentou dificuldades em seguir
algumas normas determinadas pelo seu Estatuto, a
principal delas é manter o número mínimo de 20
cooperadas. Desse modo, os fatores responsáveis pela
rotatividade das cooperadas foram: a) falta de autonomia:
As mulheres, em função da baixa escolaridade, tinham
dificuldades em exercer a autogestão. As fragilidades
estavam presentes nos momentos das tomadas de
decisões, na divisão das sobras, na construção de um
fluxo de caixa, na busca por clientes, entre outras
situações; b) Desigualdade na divisão das sobras: como
não eram as cooperadas mas uma funcionária quem era
responsável por dividir as sobras, muitas trabalhadoras
ficavam descontentes com o que recebiam. A divisão era
feita de acordo com a função desempenhada (corte,
costura, bordado, entre outros), as mulheres que
trabalhavam na máquina de costura eram mais
valorizadas do que aquelas que cortavam o tecido, ou que
bordavam; c) Assimetria de informações: diante da
ausência de Assembleias, as cooperadas decidiam
assuntos importantes em pequenos grupos, e muitas
vezes não repassavam as decisões às demais
associadas, desta forma a cooperativa passou a enfrentar
problemas com relação à ausência ou a disparidade de
informação; d) Baixa demanda por serviço/produto: havia
períodos em que cooperativa encontrava-se com bastante
demanda por serviços terceirizados, porém durante outras
semanas ou meses não havia serviço, então nestas
épocas as cooperadas seguiam com a produção de
bolsas ou de objetos decorativos, feitos com tecidos
doados; e) Ausência de uma liderança ativa: a
COOPERDUS quando foi formalizada teve o seu primeiro
presidente, porém a cooperativa não era a sua única
ocupação. Com o passar do tempo os seus afazeres
aumentaram e sua participação como responsável pela
cooperativa diminuiu, o que acarretou em problemas para
as cooperadas, pois elas sentiam-se perdidas quando
queriam dirigir-se a alguém para tratar de algo importante,
não tinham a quem se reportar; f) Resistência a entrada
de novas cooperadas: o principal fator responsável pela
rotatividade de cooperadas é a resistência que as
trabalhadoras mais antigas tinham com relação às recém
integrantes.
CONCLUSÃO
A pesquisa permitiu identificar que as principais causas
responsáveis pela rotatividade das cooperadas no
empreendimento consistem na falta de autonomia, na
desigualdade em dividir as sobras, na assimetria de
informação, na baixa demanda por serviço/produto, na
ausência de uma liderança ativa e na resistência a
entrada de novas cooperadas. A COOPERDUS nasceu
impulsionada por uma instituição filantrópica e não se
originou pela necessidade, o que se pode concluir,
portanto, que este seja o principal fator responsável pela
rotatividade das sócias no empreendimento solidário.
AGRADECIMENTOS
O projeto, vinculado ao PAES, foi inteiramente financiado
pela UNESC – UNA CSA.
REFERÊNCIAS
SINGER, Paul. Introdução à economia solidária. São
Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002.
CATTANI, Antonio D. A outra economia. Porto Alegre:
Veraz, 2003.
206
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
INTERPRETANDO, COMPREENDENDO E PRODUZINDO TEXTOS: UMA
EXPERIÊNCIA DE EXTENSÃO
Jéssica Vieira Mendes,1 Antonio Serafim Pereira,2 Eloir Fátima Mondardo Cardoso3
1,2,3
PPGE/FORGESB/Colégio UNESC
1
[email protected]
Palavras-Chave: Interpretação, Ensino, Leitura
INTRODUÇÃO
Este trabalho originou-se do Projeto de Extensão/UNESC,
“Construindo novas possibilidades de aprendizagem para
os alunos do ensino fundamental do Colégio de Aplicação
da Unesc: uma experiência de extensão”. Ressalta-se
que as defasagens conceituais de alguns alunos do 6º e
7º ano do Ensino Fundamental, na disciplina de Língua
Portuguesa justificam a importância do desenvolvimento
desta extensão. Tais dificuldades são decorrentes da não
apropriação de conceitos essenciais anteriormente
estudados. Para tal, a fundamentação teórica foi buscada
nas obras de GERALDI (2006); PENNAC (1993); PERINI
(2010), incluindo o Ensino por Problematização e
Pesquisa (EPP) que constituem os pressupostos
pedagógicos do Colégio de Aplicação (CARDOSO e
PEREIRA, 2010). O objetivo deste projeto, então, é
contribuir para que os alunos envolvidos superem as
defasagens conceituais na interpretação e produção de
textos.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do projeto foi adotada a seguinte
metodologia: a) seleção dos alunos a serem atendidos; b)
definição dos conceitos essenciais, conforme as
necessidades dos discentes; c) estudo teórico e
metodológico
dos
conceitos
definidos;
d)
apresentação/discussão do projeto para os pais dos
alunos envolvidos; e) acompanhamento semanal das
aulas regulares de Língua Portuguesa ministradas pela
professora titular; f) planejamento com a professora titular,
em horário específico, das tarefas de ensino a serem
desenvolvidas em relação ao projeto; g) execução do
plano de ensino em horário inverso às aulas regulares dos
alunos; h) registro sistemático do processo em
desenvolvimento. Importa ressaltar que o atendimento
aos alunos é semanal. Em todos os momentos da
execução do projeto vem sendo garantida a interrelação
entre a professora titular e bolsista.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Até o momento, são atendidos três alunos do 7º ano e
quatro do 6º, que integram o projeto desde o início,
considerados prioritários pela professora titular em função
das dificuldades evidenciadas na leitura, interpretação e
produção textuais. Conforme análise conjunta com a
professora
titular,
os
alunos
vêm
superando
gradativamente as dificuldades, com reflexo positivo em
seus desenvolvimentos conceituais em relação à
interpretação e produção escrita, tanto que um aluno do
6º ano foi dispensado do atendimento. No atual semestre,
quatro alunos do 6º ano e um do 7º foram incorporados ao
projeto, tendo em vista os resultados das suas avaliações
no que se refere à interpretação e produção textual. Os
novos alunos, por seu desenvolvimento e dificuldades
específicas, passaram a compor uma nova turma.
CONCLUSÃO
Embora os resultados obtidos até agora sejam parciais
(projeto em andamento), tem se evidenciado que a
iniciativa
se
configura
como
possibilidade
de
aprendizagem dos conceitos de Língua Portuguesa. De
modo que os alunos possam pensar de forma mais crítica.
Articulando a leitura com as interpretações que vão além
do conteúdo da sala de aula. E a reprodução escrita de
experiências e conhecimentos adquiridos. Do mesmo
modo, reforça nossa posição a articulação do projeto ao
EPP e à modalidade personalizada e sistemática de
atendimento dos alunos.
AGRADECIMENTOS
O projeto é financiado pela PROPEX/UNAHCE/UNESC.
REFERÊNCIAS
CARDOSO e PEREIRA, Eloir Fatima M e Antonio S.
Roteiro, Joaçaba, v.35, n.2, p.343-362, Jul./dez., 2010
GERALDI, João W. (org.). O texto na sala de aula. 4.ed.
São Paulo: Ática, 2006.
PENNAC, Daniel. Como um romance. Rio de Janeiro:
Rocco, 1993.
PERINI, Mário A. Gramática do Português Brasileiro.
São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
207
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
O ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA COMO TEMA GERADOR PARA O ENSINO DE
QUÍMICA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Cristiane Machado de Souza,1 Érika Gomes Betetti Ferreira,2 Laura Freitas
Figueredo,3 Cíntia Pereira,4 Yuri Zanerippe Miguel5
1
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Araranguá (IF-SC)
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Campus Araranguá (IF-SC)
1
[email protected]
2,3,4,5
Palavras-Chave: Ano Internacional da Química, Química Moderna, Teoria de Ausubel.
INTRODUÇÃO
O projeto aqui relatado está sendo desenvolvido nas
aulas de ciências para 8ª série do Ensino Fundamental,
da Escola de Ensino Básico Municipal Nova Divinéia. O
tema gerador foi o “O ano Internacional da Química”
declarado pela UNESCO e IUPAC. Sendo de grande valia
aos bolsistas no que se refere a prática da iniciação à
docência e as experiências do cotidiano de um professor.
Constatou-se na disciplina de química que os
experimentos foi um facilitador da aprendizagem no
ensino fundamental. Buscando uma maior disposição dos
discentes em aprender, consequentemente os levando a
uma aprendizagem significativa.
As aulas iniciaram com o filme “Harry Potter e a Pedra
Filosofal”, sendo este utilizado como organizador prévio
que, segundo Ausubel é a ponte entre o que aprendiz que
já sabe e o que ele deveria saber a fim de que o novo
material pudesse ser aprendido de forma significativa. Ou
seja, organizadores prévios são úteis para facilitar a
aprendizagem na medida em que funcionam como
“pontes cognitivas”.
METODOLOGIA
O referencial teórico para o trabalho foi a Teoria da
Aprendizagem Significativa de David Ausubel, procurar
despertar a predisposição de aprender (uma das
condições necessárias para ocorrer aprendizagem
significativa, segundo Ausubel) procurando mostrar aos
discentes a importância da química na vida do ser
humano e o quão presente ela está em nosso dia-a-dia.
208
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após isso a abordagem foi histórica, ou seja, com a
história da química, iniciando com a Alquimia até o
nascimento da Química Moderna. A seguir selecionamos
onze químicos e os classificamos como “Os Heróis da
Química”. Cada químico era discutido com uma
contextualização histórica, experimentos e a sua química.
Em um exemplo, quando discutimos Dimitri Mendeleev foi
construído uma tabela periódica interativa para sua
melhor compreensão, além da história de seu sonho com
a tabela periódica e as suas propriedades químicas. Para
a verificação dos resultados obtidos em relação a
aprendizagem dos discentes foram realizados seminários,
avaliações, jogos interativos, com isso, obtivemos dos
alunos um resultado satisfatório na aprendizagem em
relação ao ensino que tinham pelo método tradicional.
Os primeiros resultados mostram que os alunos do Ensino
Fundamental estão mais motivados para aprender
Química, bem como o professor titular da escola que se
sente mais a vontade em lecionar tais temas.
CONCLUSÃO
A prática docente proporcionada por este projeto
possibilitou a nós bolsistas, acadêmicos da licenciatura
maior confiança para atuação na docência.
AGRADECIMENTOS
Os agradecimentos vão à Capes, ao IF-SC (Campus
Araranguá), ao professor orientador e coordenador e à
todos os colegas bolsistas.
Apoio: Capes
REFERÊNCIAS
STRATHERN, Paul. Sonho de Mendeleiev, o - a
verdadeira história da química: Tradução, Maria Luiza
X. de A. Borges - Editora: Jorge Zahar Editores; Rio de
Janeiro, 2002, Ed. 1ª;
MOREIRA, Marco Antônio. MASINI, Elcie F. Salzano.
Aprendizagem significativa - a teoria de David
Ausubel: Editora Centauro, Ed. Centauro – 2006;
Moreira, Marco Antônio. Teorias de aprendizagem:
Editora EPU, Ed. 2ª, 2005.
209
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
INCLUSÃO DIGITAL E SOCIAL: EXERCENDO A CIDADANIA NA SOCIEDADE DA
INFORMAÇÃO
Cristiane Woszezenki,1 Luciana Bolan Frigo,2 Geison João Euzébio,3 Joildo
Schueroff,4 Vanessa Martins,5 Gabriela Fernandes Ferreira,6 Elis Regina Macedo,7
Scharlene Alano8
1,3,5,6,7,8
2,4
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) – Campus Araranguá – Araranguá – SC – Brasil
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Campus Araranguá – Araranguá – SC – Brasil
1
[email protected]
Palavras-Chave: Inclusão Digital e Social, Redes Sociais, Cidadania.
INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta uma proposta de inclusão digital e
social trabalhada no projeto intitulado “Inclusão Digital e
Social: Exercendo a Cidadania na Sociedade da
Informação”. Tal projeto está sendo executado pelo
Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) Campus
Araranguá em parceria com a Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC) Campus Araranguá e é fomentado
pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento
(CNPq). Ele abrange a comunidade do município de
Araranguá, onde se configura um cenário com um número
considerável de excluídos digitais. Segundo Castells
(1999), existem três formas de um indivíduo ser um
“excluído digital". Primeiro, ele não tem acesso à rede de
computadores. Segundo, tem acesso ao sistema de
comunicação, mas com uma capacidade técnica muito
baixa. Terceiro, ele está conectado à rede e não sabe
qual o acesso que deve usar, qual a informação que deve
pesquisar, como combinar uma informação com outra e
como a utilizar para a vida. De acordo com ele, esta é a
forma mais grave de exclusão porque amplia e aprofunda
a exclusão mais séria de toda a História; é a exclusão da
educação e da cultura porque o mundo digital se
incrementa extraordinariamente. Cria-se então, um
desafio que vem a ser chamado de inclusão digital. De
acordo com Lemos (2005), estar inserido digitalmente é
considerado um direito dos cidadãos e uma condição
fundamental para a sua existência no mundo da
informação e da comunicação. Incluir os cidadãos à era
da informação passa a ser uma obrigação para os
poderes públicos já que comumente associa-se inclusão
digital como uma forma de inclusão social. Nesse
contexto, a inclusão digital é um tema de grande debate
entre governos e organizações mundiais. O governo
federal brasileiro executa e apoia ações de inclusão digital
por meio de diversos programas. Dentre esses programas
encontram-se o Casa Brasil (telecentros comunitários),
UCA (Um Computador por Aluno), Quiosque do Cidadão,
CVTs (Centros Vocacionais Tecnológicos) e o Programa
Estação Digital. (PORTAL, 2011). Contudo, parece que a
grande maioria dos programas está concentrada na
ênfase ao aprendizado técnico. A inclusão digital não
deve ser apenas um modelo de ensino técnico, onde
alunos aprendem determinados softwares e como
navegar na Internet. Para Lemos (2005), incluir deve ser
um trabalho de desenvolvimento das habilidades
cognitivas, transformando informação em conhecimento,
transformando utilização em apropriação. Dessa forma, a
proposta do projeto “Inclusão Digital e Social: Exercendo
a Cidadania na Sociedade da Informação”, mais do que
proporcionar a aquisição de habilidades básicas para
operar um computador e interagir com seus sistemas, é
tornar um excluído digital em um cidadão capaz de
interagir com autonomia nas redes digitais e sociais como
produtor de informações e com competência para utilizar
os dispositivos de participação social e política através da
rede. Esse projeto também considera a capacitação das
pessoas para a utilização dos recursos de informática em
favor dos interesses e necessidades próprios e
comunitários,
atentando
sempre
para
suas
responsabilidades como cidadão. Com isso, objetiva-se
desenvolver a cultura digital no público-alvo para que eles
se tornem sujeitos ativos socialmente. A proposta de
ensino-aprendizagem adotada neste projeto é baseada no
conceito de educação dialógica e problematizadora
apresentada por Freire (1996). Esta abordagem é oposta
à educação tradicional, intitulada por Freire como
educação “bancária”, a qual é baseada no princípio de
depósito de informação unilateral considerando o aluno
como receptáculos de informações prontas.
Do
contrário, a educação problematizadora proporciona a
tomada de consciência dos indivíduos a cerca de sua
realidade. Freire (2003) insiste na necessidade de uma
educação corajosa, que coloque diante do homem comum
os problemas de seu tempo. Assim, na concepção
Freireana, a educação possui uma dimensão política que
pretende, ao prover o indivíduo de condições intelectuais
autônomas, despertar nele a perspectiva de reconhecerse como sujeito ativo do todo, que é a sociedade civil.
Somente a consciência política pode libertar o indivíduo
de sua ignorância social, possibilitando que os homens e
mulheres lutem pelos seus direitos básicos de cidadãos. É
importante ressaltar que o conhecimento não é
transmitido de um sujeito (educador) para um objeto
(educando). Ele é resultado de uma busca em conjunto de
todos os sujeitos do processo de ensino-aprendizagem,
de forma crítica em relação à realidade. Na abordagem da
educação bancária, o educando não é desafiado a
construir conhecimento, somente recebe informações
prontas e acabadas. Uma vez que o ser humano somente
age sobre algo após conhecê-lo em sua complexidade,
todo conhecimento produzido traz consigo uma mudança
na realidade, possibilitando que ele ponha a si e seus
conhecimentos como problema. Problematizando a si e
ao mundo, o homem pode partir para a mudança e
planejar sua intervenção.
METODOLOGIA
O desenvolvimento deste projeto visa possibilitar que
excluídos digitais da cidade de Araranguá/SC exerçam
sua cidadania através da capacitação no uso de
tecnologias de informação e comunicação (TIC‟s) e da
transformação da realidade onde vivem. Foram sorteados
40 alunos dentre os mais de 200 inscritos para realizarem
um curso de 240 horas. Estes alunos estão divididos em
duas turmas de 20 alunos, uma no período vespertino e
outra no período noturno. Os laboratórios e bolsistas
estão a disposição dos alunos para que eles possam
exercitar os conteúdos vistos em aula. O projeto foi
210
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
dividido em duas etapas, a primeira possuiu 92h e
consistiu na alfabetização tecnológica, capacitando os
alunos a usarem o computador que vai desde a
apresentação dos recursos físicos como teclado, mouse
até o uso de aplicativos e recursos virtuais como editor de
texto, acesso a Internet, e-mail, etc. O uso de software
livre é um fator essencial para mostrar que existe acesso
público e gratuito aos principais recursos computacionais,
assim como desestimular o uso de sistemas operacionais
e aplicativos piratas muito difundidos no Brasil. Outro fator
que reforça ainda mais esta necessidade é que 67% dos
alunos possuem renda familiar entre 1 e 2 salários
mínimos. Segue abaixo a tabela 01, que explicita o
cronograma elaborado para a primeira etapa do curso:
Tabela 01 – Cronograma da primeira etapa do curso
Item
Carga Horária (h)
Introdução ao computador
4
Sistemas operacionais (S.O)
2
Utilizando um S.O
12
OpenOffice Editor de Texto
20
OpenOffice Editor de Slides
20
OpenOffice Planilhas
20
Internet
16
Na segunda etapa do projeto, que contém 148h, o aluno
está sendo capacitado e estimulado a utilizar as
tecnologias de informação e comunicação em favor dos
interesses e necessidades próprios e comunitários,
atentando sempre para suas responsabilidades como
cidadão. Nessa fase, os alunos recebem câmeras digitais
emprestadas para que eles registrem, por meio de
fotografias e vídeos, problemas enfrentados em alguns
contextos do seu dia a dia, como transporte, saúde,
saneamento básico, pavimentação, educação, moradia,
entre outros. O aluno será capacitado a editar as imagens
e os vídeos capturados e disseminá-los na Internet por
meio das redes sociais, blogs e websites com
comentários, críticas e sugestões de sua autoria. O
cronograma apresentado na tabela 02, abaixo, é relativo a
segunda etapa do curso:
Tabela 02 – Cronograma da segunda etapa do curso
Item
Carga Horária (h)
E-mail
12
Introdução as redes sociais
4
Orkut
16
Twitter
12
Facebook
20
Editor de imagens
28
Editor de vídeo
28
Blogs
28
Atualmente o projeto se encontra na metade da segunda
etapa, sendo assim, os beneficiados com o curso estão
começando a aprender edição de imagens.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O objetivo principal do projeto é o de desenvolver a
cultura digital no público-alvo para que eles se tornem
sujeitos ativos socialmente, exercendo a cidadania. Para
uma aprendizagem significativa, segundo Ausubel, dois
fatores são indispensáveis: (i) pré-disposição dos
educandos para aprender e (ii) material potencialmente
significativo (MOREIRA, 1982). A pré-disposição dos
educandos para aprender é construída em conjunto com
os alunos e os professores por meio da educação
dialógica e problematizadora, discutida anteriormente. O
material potencialmente significativo utilizado neste
projeto compreende o planejamento das aulas, a
construção das aulas, as apostilas desenvolvidas, as
câmeras digitais e as TICs (Internet, navegadores,
editores de imagem, editores de vídeo entre outros). Por
meio
dessa
aprendizagem,
espera-se
que
a
hierarquização social excludente na sociedade da
informação
seja
desmistificada,
mostrando
aos
educandos que todos possuímos igual valor perante a
sociedade. Espera-se também que o educando se sinta
motivado a se manifestar quando deparar-se com algum
problema, seja onde vive, onde trabalha ou onde estuda,
buscando soluções e melhorias, de forma crítica, para o
espaço que o cerca, assim aumentando sua qualidade de
vida e trazendo benefícios para toda a sociedade. Os
produtos de tais manifestações de cidadania serão: (i)
blogs com matérias que apresentam e discutem os
problemas sociais percebidos pelos cidadãos, fazendo
críticas à situação atual e propondo melhorias; (ii)
imagens e vídeos editados para enriquecer o conteúdo
informacional dos blogs criados; (iii) novos usuários de
redes sociais, como o Twitter e o Facebook, participando
ativamente da produção de informações.
CONCLUSÃO
A oportunidade de conhecer e entender os meios digitais
proporciona ao educando novos caminhos para o
crescimento pessoal, profissional e formação de opinião.
Abre-se uma porta que antes era tão distante de seu
cotidiano, proporcionando o contato com assuntos que
pareciam inalcançáveis. Com isso, após a conclusão do
curso, espera-se que os alunos tornem-se cidadãos
críticos, que possuam a capacidade de analisar e
questionar o ambiente em que vivem; que sejam
produtores de informações e não apenas simples
conhecedores de ferramentas digitais.
AGRADECIMENTOS
Este projeto está sendo financiado pelo Conselho
Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq).
REFERÊNCIAS
CASTELLS, M. (1999) “A sociedade em rede”. São
Paulo: Paz e Terra.
LEMOS, A., Costa, L. (2005) “Um modelo de inclusão
digital: o caso da cidade de Salvador”. Revista de
Economía Política de lãs Tecnologias de La
Información y Comunicación. Vol III, n.6.
FREIRE, P. (1996) “Pedagogia da autonomia: saberes
necessários a prática educativa”. São Paulo: Paz e
terra.
FREIRE, P. (2003) “Educação como prática da
liberdade”. Rio de Janeiro: Paz e terra.
MOREIRA, M., MASINI, E. (1982) “A aprendizagem
significativa: a teoria de David Ausubel”. São Paulo:
Moraes.
PORTAL Inclusão Digital (2011). Disponível em:
http://www.inclusaodigital.gov.br. Acesso em: 24 de junho
de 2011.
211
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
WEB RÁDIO: ELEMENTO DE INTEGRAÇÃO ACADÊMICA E COMUNITÁRIA
1
Celso Luiz Ogliari,1 Thiago Steckert,2 Marcio Vieira de Souza3
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Campus Araranguá, Laboratório de Mídia e Conhecimento
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Campus Araranguá, Laboratório de Mídia e Conhecimento
1
[email protected]
2,3
Palavras-Chave: web rádio, novas tecnologias, cibernético
INTRODUÇÃO
O Conceito de Rádio Web surge a partir da possibilidade
de fusão das tecnologias do rádio (AM/FM) com a
internet, transmitindo notícias, músicas e entretenimento
além de outras funções: publicação de notícias no site, já
anunciadas pelo locutor, fotos, vídeos e anúncios além de
interação com mídias e redes sociais. Segundo o escritor
Manuel Castells estamos em processo de transformação
estrutural desde há duas décadas, um processo
associado ao advento das novas tecnologias de
comunicação e informação. Segundo Castells sabemos
que a tecnologia não determina a sociedade e sim a
sociedade dá forma à tecnologia de acordo com suas
necessidades, valores e interesses (CASTELLS, 2005).
Nesse contexto importa mensurar a capacidade de
integração das novas tecnologias, pois com o crescimento
do ciberespaço, a chamada "rede", criando a cibercultura,
a escrita e a mídia de massas expandiram a cultura,
universalizando a informação e difundindo-a para os
locais mais distantes, mesmo que na maior parte das
vezes se tenha utilizado o padrão mais influente dos
detentores dos canais de comunicação. O que torna a
cibercultura especial é o fato de ser construída a partir da
vontade de pessoas comuns, desde que conectadas à
rede. Para Lévy "a interconexão e o dinamismo em tempo
real das memórias on-line tornam novamente possível,
para os parceiros da comunicação, compartilhar o mesmo
contexto, o mesmo imenso hipertexto vivo" (LÉVY, 1999,
p. 118). Questionar se a internet será o meio principal
para transmitir e guardar a grande quantidade de
conteúdo, além de produzir e transmitir a produção das
mídias que para lá estão migrando, é uma questão para a
qual uma resposta definitiva ainda necessita de algum
tempo para avaliação. Segundo o IPEA – Instituto de
Pesquisas Econômicas Aplicadas, a partir de dados da
Anatel e Grupos de Mídia (seção Rádio), o número de
Rádios Comunitárias sofreu um crescimento exponencial
se comparado aos demais tipos de emissão, passando de
980 emissoras em 2001 para 3.897 em 2009. Esses
números comprovam o espaço que essa mídia ainda tem
a ocupar (IPEA, 2010). Importa observar o fato de que a
web rádio atua com um sistema de comunicação
particular, incluindo o aspecto verbal (escrito) além do
visual, códigos que permitem novas formas de expressão
e novas regras para compor a teia da informação na rádio
multimídia, construindo uma linguagem específica para a
mesma, já que as características linguísticas do rádio
tradicional não lhe cabem totalmente (PLAZZA, 1998). Há
uma consciência em torno da realidade de que o número
de pessoas conectadas à rede aumenta numa escala
assustadora, delegando importância ao estudo do
processo de migração da rádio tradicional para o universo
do ciberespaço. Um fator a ser levado em conta nessa
transição diz respeito à necessária análise do design do
site onde será inserida a rádio web, já que as páginas da
Web adquiriram popularidade justamente por serem
gráficas, e a orientação e referência para sua estruturação
é buscada em outras mídias, principalmente no meio
impresso. Importa avaliar o fato de que o desenvolvimento
e o uso de softwares, sua aquisição, adaptação e uso
permeiam as atividades de inovação empresarial. Um
produto comercial usado em um processo interno não
deixa de ser uma inovação por envolver pesquisa e
desenvolvimento experimental. Ademais, todos os tipos
de inovação podem envolver a aquisição e a adaptação
de softwares; o software não é uma inovação em si, mas
é necessário para seu desenvolvimento e implementação
(OECD, 2005). Assim, agregando a importância da
inovação aos atributos do novo formato em
desenvolvimento que, com o auxilio de seu suporte, a
internet e todo seu potencial, proverá a empresa de
elementos importantes num mundo global onde cada vez
mais é necessário buscar diferenciais. A partir dessas
premissas sua vocação, objetivo principal, tenderá pela
produção de conteúdo de extensão educacional e
informativo sobre a região do Vale do Araranguá e o
Campus da UFSC, fortalecendo a utilização da rádio web
como ferramenta de Tecnologia da Informação e
Comunicação para o aprendizado dos alunos, divulgando
e fortalecendo a identidade da comunidade local
através da integração proporcionada por uma rádio.
METODOLOGIA
O Conceito de Rádio Web surge a partir da possibilidade
de fusão das tecnologias do rádio (AM/FM) com a
internet, transmitindo notícias, músicas e entretenimento,
além da possibilidade de reunir outras funções.
Agregando todo o ferramental que a internet disponibiliza
e suas múltiplas possibilidades surgiu a web rádio
ARAPONTOUFSC. Trata-se de um projeto do Laboratório
de Mídia e Conhecimento do Campus Araranguá da
Universidade Federal de Santa Catarina, que conta com
uma equipe formada por um professor orientador e
estudantes bolsistas pertencentes ao curso de
Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC. Sua
principal meta é proporcionar um novo canal de
divulgação das atividades sociais, culturais, de extensão e
científico-acadêmicas desenvolvidas pela Instituição e
pela comunidade do Vale do Araranguá. O projeto da web
rádio ARAPONTOUFSC, cujo nome foi inspirado em
projeto semelhante desenvolvido no Curso de Jornalismo
do Campus Central da mesma Instituição, desde 1999,
http://webradioarapontoufsc.blogspot.com/ A web rádio
ARAPONTOUFSC começou a ser estruturada em
setembro de 2010, com a finalidade de socialização do
Campus Araranguá da UFSC com a comunidade da
região do Vale do Araranguá. Ela torna possível um
espaço para a exposição de idéias e projetos
disponibilizando uma programação diversificada para um
público heterogêneo, prezando pelo padrão de qualidade.
Os bolsistas do Curso de Tecnologias da Informação e
Comunicação – TIC, do Campus, têm um papel
fundamental dado o suporte na montagem, manutenção e
funcionamento da rádio web, pesquisando softwares livres
que possibilitem a criação e montagem de rádios livres
utilizando software não proprietário. Pensar a arquitetura
212
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
do site, sistema de navegação que permite ao usuário ir
para qualquer área estando em qualquer página, é um
fator imprescindível ao projeto. Quem acessa a Internet
quer as informações de forma rápida, além do fato de que
uma estação de rádio via internet tem a necessidade de
apresentar seus sites com visual atraente. Assim, avaliouse uma forma de apresentação que seguisse regras
claras, conscientes de que, segundo Roger Black, da
mesma forma que 75 por cento das pessoas lêem
somente a metade superior de um jornal dobrado, a
maioria dos navegadores provavelmente nunca irá fazer a
rolagem da tela (BLACK, 1997). Seguindo esses
norteadores optou-se pela inclusão de elementos básicos
considerados de interesse do público a ser atingido,
partindo do interno, o aluno. Assim, premiou-se uma
maior carga de elementos visuais atrelados ao Campus
Araranguá da UFSC. Paulatinamente serão agregados
elementos da comunidade, tanto quanto será
disponibilizado espaço para programas que reverenciem a
cultura local. No ar em fase experimental a
ARAPONTOUFSC aguarda os equipamentos necessários
para sua ampliação, através de um projeto já aprovado
pelo Laboratório de Mídia e Conhecimento em edital da
UFSC, quando contará com a possibilidade de
transmissão, via FM, interna ao Campus, gerando um
circuito interno de rádio que será utilizado durante os
intervalos e em áreas de convívio, além de equipamentos
para produção de áudio e vídeo pela equipe do
Laboratório. Além disso, como parte do projeto, pretende
implementar oficinas junto às escolas locais promovendo
o interesse dos alunos pela mídia além de reservar
espaço para veiculação de programação produzida pelos
estudantes da região.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A rádio web ARAPONTOUFSC iniciou a partir da criação,
elaboração da programação e testes iniciais que
avaliaram
sua
eficácia
corrigindo os
pontos
considerados problemas. Sua operacionalização e
entrada no ar aconteceram a partir da existência de uma
programação previamente estruturada com o necessário
diferencial de contar com um conteúdo exclusivamente
produzido para a internet. Além disso, era necessário
pensar a arquitetura do site, sistema de navegação que
permitiria ao usuário ir para qualquer área estando em
qualquer página. Quem acessa a internet quer as
informações de forma rápida, além do fato de que uma
estação de rádio via internet tem a necessidade de
apresentar seus sites com visual atraente. As múltiplas
ações e preocupações da web rádio ARAPONTOUFSC
têm como meta o sucesso dos objetivos do Campus
Araranguá da UFSC, em particular a produção de
elementos em consonância com a cultura local como
forma de alavancar a região por meio de ações da
Instituição. No nível interno terá importante papel na
veiculação, produção e criação de produtos para o público
discente e docente, via áudio e vídeoaulas, informação,
música, programas de cultura geral, dentre outros. Essas
ações reduzirão a distância entre a Administração do
Campus da Instituição, alunos e professores, além de
aproximá-los das comunidades que formam o Vale do
Araranguá.
CONCLUSÃO
O rádio é o veículo de comunicação de maior alcance,
importante para a disseminação do conhecimento. O rádio
via internet amplia essa vantagem aliando baixo custo,
amplo acesso e descentralização da produção. Além
disso, o rádio manterá suas principais características
inalteradas durante parte do presente século, por se tratar
de um meio que consegue estar presente em todos os
lugares, de preço acessível a todos, de caráter
democrático, de fácil usabilidade e, o mais importante
para o público, a rapidez na reprodução do fato
jornalístico (MOREIRA, 2002). Castells preconiza que um
novo mundo tomou forma no fim de milênio anterior,
resultante de três processos independentes: revolução da
tecnologia da informação; crise econômica do capitalismo
e do estatismo e a conseqüente reestruturação de ambos
e o apogeu de movimentos sociais e culturais, tais como
libertalismo,
direitos
humanos,
feminismo
e
ambientalismo. A interação entre esses processos e as
reações por eles desencadeadas fizeram surgir uma nova
estrutura social dominante, a sociedade em rede; uma
nova economia, a economia informacional/global; e uma
nova cultura, a cultura da virtualidade real. A lógica
inserida nessa economia, nessa sociedade e nessa
cultura está subjacente à ação e às instituições sociais em
um mundo interdependente (CASTELLS, 2005). Assim,
esse aprimoramento tecnológico que conquistamos hoje
nos permite enviar e receber idéias, pensamentos e
reflexões por meios anteriormente limitados a ondas
eletromagnéticas
controlados
por
concessões
governamentais, hoje disponíveis gratuitamente. A era do
rádio digital está próxima, sabedores que somos das
faculdades dessa nova tecnologia, seja pelo aumento da
qualidade das transmissões, deixando a AM com
qualidade de FM e a FM com qualidade de CD, ou pelo
envio de textos que poderão ser lidos pelo display do
rádio. A variedade de serviços disponíveis propicia uma
gama maior de chances de a emissora ser conhecida pelo
público, pautados pela máxima de que quanto mais
facilitado o acesso maior será a possibilidade de atração
de novos ouvintes. Além disso, a integração e a
convergência multimídia é cada vez mais uma realidade
do mundo real e virtual. A partir dessas premissas podese antever que
a vocação
da rádio web
ARAPONTOUFSC tenderá pela produção de conteúdo de
extensão educacional e informativo sobre a região do
Vale do Araranguá e o Campus da UFSC, fortalecendo a
utilização da rádio web como ferramenta de Tecnologia da
Informação e Comunicação para o aprendizado dos
alunos, divulgando e fortalecendo a identidade da
comunidade local através da integração proporcionada
por uma rádio.
REFERÊNCIAS
BLACK, Roger. Web sites que funcionam. São Paulo:
Ed. Quark, 1997.
CASTELLS, Manuel. Era da informação: economia,
sociedade e cultura. Vol. I, II e III. São Paulo: Paz e Terra,
2005.
ITU - INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION.
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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
GUIA CONSTRUTIVO PARA GERAÇÃO DE ENERGIA RENOVÁVEL EM UMA
BICICLETA NOTURNA ECOLÓGICA
Arthur Warmling,1 Andrei Leandro Morsch Franco,2 Bernardo Simon Provedan,3
Fábio Evangelista Santana,4 Magno Oliveira Homem,5 Paulo Eduardo Rossi,6 Piero
Generoso dos Santos7
1,2,3,4,5,6,7
Instituto Federal de Santa Catarina/ Campus Araranguá/ Departamento de Eletromecânica
1
[email protected]
Palavras-Chave: Sustentabilidade, Energias alternativas, Passeio ciclístico.
INTRODUÇÃO
A constituição brasileira, em seu artigo 225 (BRASIL,
1988), diz que todos têm o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade
de vida, cabendo a todos e ao Poder Público o dever de
preservá-lo e defendê-lo para as presentes e futuras
gerações. Contrariamente à constituição, o meio de
transporte mais utilizado pelos brasileiros para
locomoção dentro da cidade, com pouco mais de 44%, é
o transporte público, sendo este, em geral, o ônibus,
seguido pelo transporte por carro, 23,8%, e por moto e a
pé
com
valores similares,
12,6% e
12,3%,
respectivamente. Só 7% dos brasileiros usam a
bicicleta como principal meio de transporte. A Região Sul
é onde menos se usa a bicicleta (2%) e as regiões Norte e
Nordeste, onde mais se usa (17,9%, tanto no Norte como
no Nordeste). (IPEA, 2011). Diante da importância da
missão que uma escola representa, enquanto
representante de uma grande parte da população do
município ao qual está inserida, envolvidos direta e
indiretamente com a escola, cabe a ela a parcela de estar
direcionando a comunidade no desenvolvimento de
conceitos, valores e atitudes que a conscientize do papel
do ser humano na sociedade. Assim sendo, este projeto
pretende promover o uso da bicicleta como meio de
transporte, por entender que essa forma de deslocamento
é ecologicamente correta, pois proporciona saúde, é
limpa, é rápida e economicamente viável.
METODOLOGIA
Será realizado um passeio ciclístico noturno partindo do
câmpus Araranguá do Instituto Federal de Santa Catarina
(IF-SC), passando pelo centro da cidade e retornando ao
câmpus. Durante o passeio, 50 ciclistas utilizarão coletes
reflexivos modelados e confeccionados por alunos dos
cursos técnicos de Moda e Têxtil e em 50 bicicletas serão
montados kits para geração de energia elétrica, que será
utilizada para acender luzes, a fim de servir de sinalização
para as bicicletas no trânsito, com o propósito de garantir
a segurança dos ciclistas. Além dos participantes que
receberão estes produtos, o passeio será aberto para a
comunidade interna e externa do câmpus, sem limite para
o número de participantes. As principais atividades
envolvidas neste projeto são:
- Modelagem dos coletes reflexivos, utilizando os
conhecimentos das disciplinas de modelagem do curso de
Moda. Para o desenvolvimento do colete reflexivo, foi
considerado como principal requisito a segurança para os
ciclistas durante um passeio noturno, buscando-se, por
meio de pesquisas na área de moda (MAGAZINE
BUREAU SANTISTA, 2011), o melhor desenho e o
material adequado para refletir em ambientes com baixa
luminosidade. Partiu-se do processo de criação,
passando-se pelo desenvolvimento do croquis e
culminando com a modelagem do colete, em cor
fluorescente, com adesivos reflexivos (Fig. 01);
Figura 01 – Modelagem do colete reflexivo
- Costura e acabamentos para obtenção do produto final,
culminando na confecção dos coletes reflexivos, a partir
dos conhecimentos da disciplina de Costura do curso
Têxtil;
- Desenho do esquema elétrico do kit (Fig. 02) e
montagem da bobina, de acordo com o aprendizado das
disciplinas de Eletricidade Básica e Eletrônica. De
maneira a facilitar a escolha entre as mais variadas
técnicas para regular a energia produzida (MOHAN &
ROBBINS & UNDERLAND, 2002; MALVINO, 2008),
foram considerados critérios como: auxílio na
consolidação dos conhecimentos adquiridos em curso
técnico em eletromecânica, capacidade de produção em
série, facilidade de instalação e custo. O método de
regulação que mais se adequa a estas características é a
limitação de tensão por diodo Zener, no qual resistores
em série limitam a corrente disponível para diodos
emissores de luz (LED), responsáveis pela sinalização da
bicicleta. A sinalização é efetuada por grupos de LED
localizados na parte traseira e dianteira da bicicleta, com
três LED vermelhos localizados sob o selim, e quatro LED
de cor branca no garfo da roda dianteira (Fig. 03);
Figura 02 – Diagrama do arranjo proposto
- Usinagem de uma peça que servirá como matriz para
modelagem dos suportes do ímãs, a fim de fixá-los na
roda da bicicleta; esta tarefa será executada no
Laboratório de Usinagem;
- Construção dos suportes para fixação do ímãs;
215
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
- Teste do kit elétrico em uma bicicleta;
- Preparação dos kits elétricos para distribuição no dia do
passeio;
- Elaboração de um guia de construção e instalação do kit
elétrico;
- Divulgação do passeio ciclístico;
- Discurso de abertura do passeio;
- Realização do passeio;
- Lanche de fechamento do passeio;
- Visitação ao câmpus Araranguá pelos participantes da
comunidade.
Figura 03 – Representação da bicicleta noturna ecológica
Na recepção dos participantes ao local de concentração,
os alunos extensionistas da Eletromecânica irão instalar
os kits elétricos nas bicicletas, entregando-lhes também o
manual, com o qual os participantes poderão acompanhar
a instalação e, posteriormente, possa replicar a
construção e instalação do kit na comunidade. Enquanto
isso, alunos da Moda e do Têxtil irão distribuir os coletes,
explicando brevemente aos participantes seu o processo
de modelagem e confecção. Antes do passeio, no local de
concentração dos participantes, haverá um discurso de
abertura, destacando-se a importância do uso da bicicleta
como meio de transporte ecologicamente correto, das
medidas de segurança que devem ser adotadas pelos
ciclistas, destacando-se as pedaladas noturnas e do uso
da tecnologia como meio econômico e ecológico para
geração de energia. Pouco antes do início do passeio, o
Grupo Papaléguas de Ciclismo de Araranguá, parceiro
externo no projeto, irá orientar os participantes sobre
normas e condutas para ciclistas no trânsito. Durante a
realização do passeio haverá momentos de interação
entre os servidores e alunos do câmpus e a comunidade,
momento oportuno para executar a prática esportiva como
instrumento de aproximação e convivência entre pessoas.
Após a realização do passeio será oferecido um lanche
para os participantes e, na sequência, haverá uma
visitação ao câmpus, de tal maneira que os participantes
possam conhecer melhor os cursos oferecidos e
compreender a origem dos conhecimentos aplicados para
a produção dos produtos distribuídos no passeio,
despertando nos participantes a vontade de aprender uma
profissão e se tornar um aluno do IF-SC. Após a visitação
haverá um estande para inscrição de candidatos
interessados em participar do processo seletivo para
ingresso. A reflexão sobre esta ação extensionista se dará
pela comparação do número de inscritos antes e depois
do passeio.
CONCLUSÃO
Como conclusões parciais do projeto, destacam-se seu
caráter interdepartamental e interdisciplinar. A equipe
interdepartamental do projeto foi composta por
representantes docentes e discentes dos três cursos
técnicos
oferecidos
no
câmpus
Araranguá
(Eletromecânica, Moda e Têxtil), um docente do curso
superior (Licenciatura em Ciências da Natureza, com
habilitação em Física), uma servidora técnica
administrativa, além de membros da comunidade,
representados pelo Grupo Papaléguas de Ciclismo de
Araranguá, como parceiros externos para auxiliar
execução do projeto. A característica interdisciplinar do
projeto se dará por meio dos diversos conhecimentos
envolvidos para a criação dos produtos a serem
desenvolvidos no projeto. Por exemplo, docentes das
áreas de Engenharia Mecânica e Engenharia Elétrica e
discentes do curso de Eletromecânica atuando em
conjunto para a produção do kit elétrico; docentes das
áreas de Moda e Têxtil trabalhando em equipe para
modelagem e confecção dos coletes, etc.
Como impactos sociais esperados após a realização do
passeio pode-se mencionar:
- oportunidade para os alunos desenvolverem estratégias
para resolver problemas e enfrentar situações da vida em
sociedade, pois o esporte envolve valores como a
solidariedade, respeito ao próximo e às regras, tolerância,
sentido coletivo e cooperação;
- execução da prática esportiva como instrumento de
aproximação e convivência entre pessoas;
- promoção do uso da bicicleta como meio de transporte
da classe trabalhadora;
- integração com a pesquisa e a extensão sempre em
beneficio da sociedade.
Ambientalmente, o projeto pretende conscientizar e
educar os participantes, proporcionando-lhes momentos
de alegria sem poluir, incentivando a comunidade a
cumprir seu papel e sensibilizando a comunidade para a
necessidade de preservação do meio ambiente.
Espera-se ainda que se incentive a utilização de lixo
eletrônico como matéria-prima para a construção de
futuros kits elétrico confeccionados pelos próprios
participantes, a partir dos conhecimentos explícitos no
manual que será entregue à comunidade. E, por fim,
incentivar a geração de energia elétrica gratuita para
faróis, carregador de celular e outros aparelhos
eletrônicos.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos ao CNPq que, por meio do edital PIBICEM, apoiou com bolsa de estudos os alunos envolvidos
no projeto.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República
Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal,
1988. 292 p.
IPEA. O Sistema de Indicadores de Percepção Social
(SIPS). Rio de Janeiro, 2011.
MAGAZINE BUREAU SANTISTA, São Paulo, n°.10, ago.
2011.
MALVINO, A. Eletrônica. v1, McGraw-Hill, 2008.
MOHAN, N., ROBBINS, W., UNDERLAND, T., Power
Electronics Converters, Applications And Design, 3ed,
2002.
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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
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