Chado (Cerimónia do Chá), pelo Grande Mestre SEN Soshitsu XVI

Transcrição

Chado (Cerimónia do Chá), pelo Grande Mestre SEN Soshitsu XVI
在ポルトガル日本国大使館報道発表
Embaixada do Japão em Portugal
Chado (Cerimónia do Chá), pelo Grande Mestre
SEN Soshitsu XVI da Escola Urasenke
:::
PERFIL
DO
GRANDE
MESTRE
SEN
SOSHITSU XVI DA ESCOLA URASENKE DE
CHADO (CERIMÓNIA DO CHÁ)
SEN Soshitsu XVI, Zabosai, nasceu
no dia 7 de Junho de 1956, primeiro
filho de SEN Soshitsu XV, Hounsai.
Aquando do seu nascimento foi-lhe
atribuído
o
nome
Masayuki.
É
licenciado pelo Departamento de
Letras da Universidade de Doshisha,
em Kyoto. Em 1982, no seu 26º
aniversário, foi ordenado sacerdote
budista,
pelo
mestre
de
Zen,
NAKAMURA Sojun, abade geral e
mestre do centro de treino dos monges,
no templo de Daitokuji, e recebeu
deste os nomes e títulos Budistas
Zabosai Genmoku Soshi Koji. No dia 28
de Outubro desse mesmo ano, foi
consagrado
herdeiro
presuntivo
(wakasosho) do Grande Mestre da Urasenke (Iemoto). Mais tarde,
treinou sob orientação do mestre de Zen MORINAGA Sogo, do templo
Myoshinji, e tornou-se abade residente do templo Kyoshin’an, um
templo do ramo Myoshinji, da seita Rinzai Zen. Oficialmente sucedeu a
seu pai como o lorde do legado de Konnichian, e tornou-se o Grande
Mestre da 16ª geração da tradição ‘Urasenke chado’, no dia 22 de
Dezembro de 2002. Como Grande Mestre da Urasenke, adquiriu o nome
hereditário de Soshitsu.
O Grande Mestre SEN Soshitsu XVI tem o cargo de topo dentro da
organização da Urasenke como presidente da Fundação Urasenke
(Zaidan Hojin Konnichian), presidente do ‘Chado Urasenke Tankokai
Incorporated Nonprofit Organization (Shadan Hojin Chado Urasenke
Tankokai)’, e presidente da ‘Urasenke Gakuen Professional College of
Chado (Urasenke Gakuen Chado Senmon Gakko)’.
Pelo seu papel e posição, tem-se empenhado em estimular os
seguidores e professores do ‘Chado’. Na área da educação, detém
também um cargo profissional na Universidade de Arte e Design de
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Kyoto, ensinando no Departamento de Património Histórico, e é
professor visitante da Universidade de Nankai e da Universidade de
Estudos Estrangeiros de Beijing, na China. Entre muitas das suas
posições fora da organização da Urasenke, é curador da ‘Japan Society
for Psychological Research on Emotion’ e do ‘Kyoto Prefectural
International Center’.
Os seus interesses pessoais incluem a escrita, com a publicação de
algumas obras literárias. É casado e tem três filhos.
::: CHADO (A CERIMÓNIA DO CHÁ)
CHADO – origens: conhecida como "cha-no-yu" em Japonês, e
conhecida também como cerimónia do chá em português, é uma
expressão tradicional da cultura do Japão que se caracteriza por servir
e beber o "matcha", um chá verde em pó. De acordo com os registos
históricos, o chá foi introduzido no Japão, cerca do século 8, originário
da China. Todavia, o chá era muito precioso e embora usado
principalmente como bebida, era considerado, também, remédio. O
costume de beber "matcha", gradualmente, difundiu-se não só entre os
sacerdotes de Zen, mas também no seio da classe superior. A partir de
cerca do século 14, o "matcha" também era usado num jogo chamado
"tocha". Tratava-se de um divertimento de salão no qual os convidados,
depois de provarem várias chávenas de chá produzido em diversas
regiões, eram chamados a escolher a taça contendo o chá da melhor
região produtora de bebida. Os que acertavam na escolha recebiam
prémios. Como esse jogo se tornou moda, as plantações de chá
começaram a florescer, especialmente no distrito de Uji, nas
proximidades de Kyoto, onde o chá de melhor qualidade ainda é
produzido.
O "tocha" converteu-se numa tranquila reunião social no seio da classe
superior e os prémios deixaram de ser conferidos. O objectivo
tornou-se então o desfrutar de uma atmosfera profunda na qual os
participantes provavam o chá enquanto admiravam pinturas, artes e
artesanato
da
China,
mostrados
num
"shoin"
(estúdio).
Simultaneamente, sob a influência de formalidades e maneiras que
regulavam a vida quotidiana dos "samurais" ou guerreiros que
constituíam, então, a classe dominante no país, surgiram certas regras
e procedimentos que os participantes de uma reunião de chá deveriam
obedecer. Assim, desenvolveram-se os fundamentos da "cha-no-yu".
No final do século 15, um plebeu chamado Murata Juko, que dominou
esta arte da "cha-no-yu" que se popularizara no seio da classe superior,
propôs outro tipo de cerimonial do chá, mais tarde denominado
"wa-bi-cha", baseado mais nas sensibilidades japonesas alimentadas
pelo espírito do budismo de Zen. Foi durante o período Momoyama, na
segunda metade do século 16, que Sen-no-rikyu, fundador da Escola
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Urasenke, finalmente, estabeleceu a "wa-bi-cha" com a forma com a
qual a "cha-no-yu" é realizada hoje.
CHADO – o cerimonial: consiste numa primeira sessão na qual a
refeição ligeira ou kaiseki é servida, na ‘nakadachi’ ou breve pausa, na
‘goza-iri’, a parte principal da cerimónia em que o ‘koi -cha’ ou chá de
textura espessa é servido e na ingestão do ‘usu-cha’ ou chá de textura
fina. A cerimónia completa dura cerca de quatro horas. Frequentemente,
apenas o ‘usu-cha’ é servido, o que requer cerca de uma hora.
A primeira sessão
Os convidados reúnem-se na sala de espera ou ‘yoritsuki’. O anfitrião
comparece e acompanha-os pelo ‘roji’ (caminho ajardinado) até à
‘sukiya’ (casa de chá). Num determinado lugar do caminho, há uma
bacia de pedra cheia de água fresca. Nela, os convidados lavam as suas
mãos e boca. Ao entrar na sala, que é provida de furo (fogareiro fixo ou
portátil onde é colocado a panela de ferro), cada convidado ajoelha-se
diante do ‘tokonoma’ (o altar doméstico) e faz uma vénia respeitosa.
De seguida, este coloca o ‘cha-sensu’ (pequeno leque) diante de si e
admira o ‘kakemono’ (rolo suspenso de papel ou tecido com uma
pintura ou caligrafia) fazendo o mesmo em relação ao furo. Após o
momento de contemplação dos objectos, os convidados tomam o seu
lugar ficando o convidado principal no lugar mais próximo do anfitrião.
Após os cumprimentos é servido a ‘kaiseki’ (refeição ligeira).
Nakadachi
Por sugestão do anfitrião, os convidados retiram-se da sala e ficam uns
momentos sentados num banco no jardim.
Goza-iri
O anfitrião chama os convidados tocando o gongo de metal assinalando,
desta forma, o início da cerimónia principal. É costume fazer soar o
gongo cinco ou sete vezes. Os convidados repetem o ritual de
purificação e entram de novo na sala. Os biombos suspensos do lado de
fora das janelas são retirados por um assistente de forma a tornar o
ambiente mais claro. O ‘kakemono’ é retirado e no ‘tokonoma’ fica um
‘cha-bana’ (arranjo de flores). O ‘mizusashi’ (tina para a água fresca) e
o ‘cha-ire’ (recipiente de cerâmica para o chá) estão em posição antes
do anfitrião entrar na sala e trazer consigo o ‘cha-wan’ (tigela do chá),
o ‘cha-sen’ (vassourinha em bambu) e o ‘cha-shaku’ (utensílio para
tirar o chá). Os convidados admiram as flores e a panela de ferro tal
como no início. O anfitrião dirige-se à sala de preparação ou ‘mizu-ya’
para ir buscar os restantes objectos. Regressa e, em seguida, limpa o
‘cha-ire’ e o ‘cha-shaku’ com um pano de seda especial ‘fukusa’,
fazendo o mesmo com a vassourinha da tigela do chá que contém água
quente tirada da panela de ferro. Depois, esvazia a tigela, despejando
a água no ‘kensui’ (receptáculo para a água usada na lavagem) e limpa
a tigela com o ‘cha-kin’ (pano em linho).
O anfitrião coloca três porções de chá na tigela usando o ‘cha-shaku’ e
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em seguida com a concha em bambu ou ‘hishaku’ retira a água quente
da panela de ferro para a tigela (apenas utiliza um terço da água
existente na concha). De seguida, faz a mistura com a ajuda do
‘cha-sen’ (vassourinha). O chá feito desta forma é denominado ‘koi -cha’.
O anfitrião coloca a tigela com o chá no lugar apropriado, junto ao f uro,
e o convidado principal desloca-se de joelhos para pegar nela. Antes de
tomar o chá, o convidado faz uma vénia com a cabeça para os outros
convidados e coloca a tigela na palma da sua mão esquerda segurando
um dos lados com a mão direita. Depois do primeiro gole, ele elogia o
sabor da bebida e, em seguida, toma mais dois goles. Limpa o rebordo
da tigela com a ajuda do ‘kaishi’ (papel japonês) e passa a tigela para
o convidado seguinte. O processo repete-se até à última pessoa. Ao
terminar, a tigela é entregue ao convidado principal que por sua vez a
devolve ao anfitrião. Depois de retirar os utensílios da ‘sukiya’, o
anfitrião faz uma vénia aos convidados dando por terminada a
cerimónia. Por sua vez os convidados despedem -se do anfitrião e
deixam a ‘sukiya’.
É importante salientar que o chá de textura espessa ou ‘koi -cha’ é
colocado no ‘cha-ire’ (recipiente de cerâmica) enquanto que o chá de
textura fina ou ‘usu-cha’ é colocado no ‘natsume’ (recipiente de
madeira revestido a laca).
Fonte: Factos sobre o Japão - Cha-no-yu - a Cerimónia do Chá,
The International Society for Educational Information, Inc.Tokyo.
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