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Revista do Hospital
São Vicente de Paulo
Ano 2 • Número 6 • Abr/2012
CENTRO DE
OFTALMOLOGIA
“30 anos de
experiência e alta
tecnologia com a
segurança de um
grande hospital”
LÚPUS
Com disciplina é
possível controlar
a doença
DIAGNÓSTICO
POR IMAGEM
Essencial para o
sucesso do tratamento
Informativo bimestral do Hospital São Vicente de Paulo
lidade de vida e autonomia, mesmo com o avançar
da idade.
Data: dia 26
Horário: das 9h às 12h
Em constante
evolução
II Jornada de Oftalmologia do HSVP
Uma instituição focada não apenas no que acontece em seu interior, mas voltada também para o cenário da Saúde
do Brasil e, especialmente, do Rio de Janeiro. O Hospital São Vicente de Paulo está em constante evolução e vive um
momento de mudanças, que vão desde a expansão de seu parque tecnológico e reformas estruturais até a reavaliação
dos serviços que refletem sua Vocação Médica. A partir deste mês, alguns desses serviços serão reestruturados dentro do
conceito de Centros Avançados. O primeiro deles é o Centro de Oftalmologia, que completa 30 anos de atividades, sob
a coordenação do especialista Flávio Rezende, um grande expoente em sua especialidade. Da mesma forma, o serviço
de Ortopedia também será incrementado para ampliar a sua capacidade de atendimento. Em seguida, outros centros
virão, incluindo Cardiologia, Fisioterapia, Endoscopia entre outros. São ações inteiramente inseridas nos rígidos padrões
de qualidade do nosso hospital, que acaba de ter renovado, por mais três anos, o seu certificado de reacreditação internacional.
Dentro dessa visão, de oferecer cuidado amplo e seguro, iniciamos uma parceria pioneira com o hospital da Irmandade
da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, na Tijuca, encaminhando para esta instituição os pacientes
que chegam a nossa Emergência, com indicação de internação, que não podem ser atendidos, em função da ocupação
máxima de nossos leitos. É um programa de longo prazo, que será avaliado criteriosamente, mas que começa com boas
perspectivas, principalmente porque ambos os hospitais têm cunho não-econômico e possuem em comum a vocação
para o cuidado, baseado nos princípios cristãos do amor ao próximo, respeito, transparência, ética, compromisso e
honestidade.
Além desses temas, ao longo das próximas páginas, você confere ainda uma entrevista com o presidente da Confederação
Nacional de Saúde, o médico José Carlos Abrahão, matérias sobre a síndrome do coração partido, lúpus e radiologia.
Desejo a todos uma proveitosa leitura.
Irmã Marinete Tibério – Diretora Executiva
SUMÁRIO
Lúpus
Personalidade - Dr. José Carlos Abraão
HSVP é reacreditado
Parceria com o Hospital São Francisco
Oftalmologia será destaque em 2012
Radiologia de primeiro mundo
Entrevista - Dr. Carlos Alves de Sá
Sindrome do Coração Partido
Nova Lei da Filantropia
Notas
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 2
EXPEDIENTE
4
5
6,7
8,9
10,11
12,13
14,15
16,17
18
19
Hospital São Vicente de Paulo - Rua Dr. Satamini, 333 Tijuca - Rio de Janeiro - RJ - Tel.: 21 2563-2121.
FUNDADO EM 1930 pelas Filhas da Caridade de São Vicente de
Paulo.
Diretoria Médica: Eliane Castelo Branco (CRM: 52 28752-5).
Conselho Administrativo: Ir. Marinete Tiberio, Ir. Custódia
Gomes de Queiroz, Ir. Maria das Dores da Silva e Ir. Ercília de Jesus
Bendine.
Conselho Editorial: Irmã Custódia Gomes de Queiroz Diretora de Enfermagem; Irmã Ercília de Jesus Bendine - Diretora
da Qualidade; Eliane Castelo Branco - Diretora Médica; Irmã
Marinete Tibério - CEO do HSVP; Martha Lima - Gerente de
Hospitalidade; Olga Oliveira - Gerente de Suprimentos; Vanderlei
Timbó - Coordenador de Qualidade.
Edição: Simone Beja.
TEXTOS: Alexandre Coelho, Andrea Mazilão, Igor Waltz e Maria
Cristina Miguez.
DIAGRAMAÇÃO: Eduardo Samaruga, Jairo Alt e Sumaya
Cavalcanti.
APOIO EDITORIAL: Claudia Bluvol e Wilson Agostinho.
Impressão: Arte Criação
O Hospital São Vicente de Paulo conta
com profissionais que são referências em
suas especialidades e se empenha em promover a troca de conhecimentos com seus
diferentes públicos. Por isso, intensificou a
programação de eventos para 2012. Todas
as atividades acontecem no auditório do
Centro de Convenções Irmã Mathilde, no
HSVP, e têm entrada franca. Confira o calendário do primeiro semestre do ano.
Maio
Semana da Enfermagem 2012
O evento é realizado anualmente em comemoração
ao Dia do Enfermeiro (12 de maio). Neste ano, a inscrição para participar do evento consistirá na doação
de 1 kg de alimento não perecível. Os alimentos serão
repassados às instituições da Associação São Vicente
de Paulo.
Data: dias 14 e 15
Horário: das 14h às 17h
Público-alvo: enfermeiros e estudantes da área de saúde
“Os males causados pelo cigarro”
Em comemoração ao Dia Mundial sem Tabaco (31 de
maio), a pneumologista Christina Pinho reforça, em
palestra aberta ao público, os prejuízos causados pelo
cigarro e dá dicas para enfrentar a dependência.
Data: dia 31
Horário: das 15h às 16h
Aberto a todos os públicos
Junho
Envelhecimento Ativo: como alcançar?
Nesta palestra, promovida pelos Serviços de Geriatria
e Oftalmologia do HSVP, o público encontrará dicas
preciosas para manter a saúde em dia e garantir qua-
O Centro de Oftalmologia do HSVP, coordenado pelo
especialista Flávio Rezende, completa 30 anos de atividades e vai reunir os grandes nomes da Oftalmologia
carioca para uma intensa programação que inclui palestras e mesa redonda.
Data: dia 26
Horário: das 14h às 18h
Público: profissionais da área de saúde
Julho
1º Simpósio de Câncer de Mama do HSVP
Os principais avanços na detecção e nos procedimentos cirúrgicos relacionados com o combate ao câncer
de mama serão os temas centrais deste evento, promovido pelos serviços de Mastologia e Cirurgia Plástica do
HSVP, sob coordenação dos médicos Joyce Christina
Ribeiro de Souza e Mário Sérgio Lomba Galvão, respectivamente.
Público-alvo: profissionais da área de saúde
Setembro
Como evitar quedas em idosos?
As quedas nas pessoas idosas são comuns e aumentam
progressivamente, representando um problema de saúde pública. Nesta palestra, aberta a todos os públicos,
o Serviço de Fisioterapia do HSVP preparou orientações sob medida, que vão desde a segurança dentro
de casa até a prática de exercícios para fortalecer a
musculatura.
Data: dia 25
Horário: das 9h às 12h
Semana do Risco HSVP
Diante da ocorrência de eventos adversos na assistência, é sempre necessário aprimorar continuamente os
processos de trabalho com foco na segurança do paciente. Este evento reúne uma equipe multidisciplinar
do setor de Coordenação de Risco do HSVP para exposição de casos, debate e troca de experiências bem
sucedidas.
Público-alvo: profissionais da área de saúde
Se você deseja participar destes eventos ou obter mais informações, entre em contato.
Telefone: 2563-2147 – E-mail: [email protected]
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 3
O diagnóstico
é de lúpus,
e agora?
U
m mal multifatorial e, até pouco tempo
atrás, desconhecido da maioria das pessoas. O lúpus é uma condição autoimune que leva o organismo a produzir anticorpos
contra ele mesmo, num processo autodestrutivo.
Atinge cerca de 70 milhões de pessoas em todo
o mundo, sendo 2 milhões apenas no Brasil. Está
ligado à predisposição genética, que pode ser
acionada por fatores externos como radiação
solar e agentes infecciosos. Os hormônios também estão associados à doença, o que justifica
a maior incidência nas mulheres em idade fértil.
Esse grupo apresenta dez vezes mais chances de
desenvolver o quadro.
“A multiplicidade de sintomas faz com que o
lúpus, em estágio inicial, seja de difícil diagnóstico,” comenta a coordenadora do Serviço de Reumatologia do Hospital São Vicente de Paulo [RJ],
Amanda Marques. A médica explica que os sinais
variam de febres a complicações renais graves,
que podem levar o paciente à falência do órgão.
Para quem recebeu um diagnóstico recente, a
médica esclarece que o lúpus é incurável, como
toda doença crônica, mas não impede que seu
portador viva por muitos anos, desde que siga as
recomendações de seu médico.
O caso de Astrid Fontenelle
Apesar de raro, o lúpus vem ganhando destaque
na mídia. Em junho passado a cantora Lady Gaga
declarou ser portadora da doença. Meses depois,
a cantora Tony Braxton e o produtor Nick Cannon,
marido da cantora Mariah Carey, falaram publica-
A gestão da Saúde
como foco principal
Programas brasileiros são
referência no mundo inteiro
mente sobre as complicações e as limitações que
a doença vem trazendo às suas vidas. Em janeiro
desse ano, a jornalista e apresentadora Astrid Fontenelle surpreendeu seus fãs ao declarar, via Twitter,
que tinha recebido o diagnóstico da doença.
Astrid, que desde então vem conciliando o
tratamento com as gravações do programa Chegadas e Partidas, do canal GNT, declarou no
microblog que teve complicações renais graves.
Religiosa, a apresentadora sempre agradece o
apoio e as orações constantemente enviados pelos fãs na rede social e dá um belo exemplo de
disciplina:“não é fácil ver a vida mudar do dia
para a noite, ainda mais quando se tem um filho
de apenas 3 anos. Mas vou tratar o lúpus no
capricho, vencendo cada batalha.”
“vou tratar o lúpus
no capricho, vencendo
cada batalha”
O tratamento é variado e depende da forma
em que a doença se manifesta em cada pessoa,
podendo ser administrados analgésicos e antiinflamatórios. Os pacientes devem evitar o uso de
álcool, cigarros e anticoncepcionais com estrogênio, além de adotar boas medidas de higiene
e de relaxamento. “A palavra chave para esse
novo paciente é adaptação,” pondera. Uso diário do filtro solar, atividade física regular e alimentação balanceada são bons aliados no controle da doença, uma vez que contribuem para o
reequilíbrio do sistema imunológico.
fotos: divulgação
P
residente da Confederação Nacional de Saúde
(CNS) e ex-presidente da Federação Internacional de Hospitais (IHF), que comandou entre 2009 e 2011, José Carlos Abrahão é gestor de
Saúde por excelência. Sua atuação nos dois anos
em que esteve à frente do organismo internacional
permitiu que ele acumulasse conhecimento para
aplicar no Brasil e, ao mesmo tempo, mostrasse ao
mundo os avanços do país nesta área. Em entrevista
à Revista do Hospital São Vicente de Paulo, ele fala
de sua experiência como gestor e antecipa os próximos projetos das duas entidades da qual faz parte.
Revista HSVP: Quais são os principais projetos da Confederação Nacional de Saúde e
da Federação Internacional de Hospitais para
2012?
José Carlos Abrahão: A CNS manterá a postura em defesa do setor e do relacionamento com o
Congresso, os ministérios da Saúde, do Trabalho e
da Fazenda, a Agência Nacional de Saúde Suplementar, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
e as demais instituições representativas da área de
Saúde. Irá também trabalhar em temas importantes,
como o acompanhamento legislativo, o interrelacionamento setorial e uma maior qualificação dos
profissionais, intensificada nas federações e sindicatos, para que possam prestar um serviço melhor
e mais seguro. Na IHF, vamos estreitar a relação
com os países, a Organização Mundial da Saúde,
o Banco Mundial e outras instituições de destaque,
além de trabalhar pela realização do nosso próximo
congresso, que será em Oslo, Noruega, em 2013.
E vamos discutir a importância da tecnologia para
melhorar o acesso à saúde de alta qualidade.
JCA: Ao longo dos anos, o Brasil vem desenvolvendo
um trabalho de destaque na Saúde, que tem atraído
a atenção de todo o mundo. Nosso sistema atende
a mais de 190 milhões de cidadãos sem excluir ninguém. Além disso, temos programas que são referência, como o do tratamento da aids, o antitabagista, o de vacinação e o de transplantes. Sem contar o
papel fundamental que as parcerias público-privadas
têm tido para o aprimoramento da Saúde. Minha
indicação, em 2009, mostrou que os países gostariam de conhecer melhor o setor de Saúde brasileiro
e seus profissionais. Foi um privilégio receber esse
reconhecimento e ter a chance de ampliar nosso conhecimento e o relacionamento com outras nações.
Revista HSVP: O que ainda precisa melhorar na gestão da Saúde no Brasil?
JCA: Os processos de gestão na área de Saúde
encontram-se em plena evolução e aperfeiçoamento. Os princípios de governança corporativa são
fundamentais; os investimentos em sustentabilidade
podem resultar na melhora da qualidade dos estabelecimentos e da prestação dos serviços. Também
é importante continuar a investir nas parcerias público-privadas, que têm tido papel fundamental para
o aprimoramento da atenção à saúde. A interação
entre governo e iniciativa privada tem produzido uma
gestão profissionalizada e participativa. Essas parcerias são fundamentais para uma administração moderna que, com certeza, irá proporcionar melhores
resultados para a nossa população.
Revista HSVP: O que representou para o Brasil
a sua indicação à presidência da IHF, em 2009?
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 5
Qualidade atestada
Hospital recebe reacreditação pela JCI, maior
instituição acreditadora em saúde do mundo
A
adoção de medidas simples, como o treinamento constante da equipe, a identificação
correta do paciente, um dos prerrequisitos
para a sua segurança, e o estímulo à higienização eficiente das mãos pode garantir mais qualidade na assistência e minimizar os riscos dentro
do ambiente hospitalar. Essas são algumas das
ações defendidas pela Joint Commission International (JCI), um dos principais órgãos mundiais
que atestam a qualidade e a segurança no atendimento de saúde.
Mais de 450 instituições em todo o mundo já
conquistaram a acreditação da JCI, e o Hospital
São Vicente de Paulo (HSVP) acaba de se reafirmar nesse grupo. Em fevereiro, o hospital recebeu
sua reacreditação internacional, em reconhecimento a suas práticas, de acordo com os mais
rígidos padrões de qualidade do mundo.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 6
A primeira acreditação com a metodologia JCI do HSVP havia sido conquistada em 2008. Para manter seu Selo
de Ouro da JCI, o hospital precisou investir diretamente cerca
de R$ 250 mil na contratação
de consultores e auditores
externos, sem contar a readequação de processos,
treinamentos e atualização de tecnologia em
equipamentos e nas
instalações.
Para a Irmã Marinete Tibério, diretora executiva do HSVP, o principal ganho do hospital
é o reconhecimento de
seu atendimento de excelência, com o foco
voltado para a melhoria
contínua da qualidade e
segurança.
“A acreditação internacional garante que incorporemos em nossas políticas
e processos os padrões internacionais de saúde”, observa a
gestora. “Sempre buscamos um
atendimento de qualidade dentro
de nossa instituição, com auditorias
internas e avaliações periódicas de
nossos indicadores e processos. A acreditação, que é um processo de avaliação
externo, veio somar a nossos esforços
nesse sentido”.
O processo de acreditação consiste
na avaliação dos processos assistenciais e gerenciais do hospital, com
base em padrões predefinidos. Em
setembro do ano passado, o HSVP recebeu a visita dos avaliadores da JCI
e do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA),
instituição representante a JCI no Brasil, que inspecionaram todos os setores do hospital, assim
como seus processos e resultados.
De acordo com Ana Tereza Miranda (à direta),
coordenadora de acreditação do CBA, manter
a acreditação pode ser um desafio tão grande
quanto conquistá-la pela primeira vez.
“A lógica da acreditação é manter a melhoria constante. Durante a visita de reacreditação, os avaliadores observam se
a instituição está em um nível significativamente melhor em relação
à acreditação anterior, e não
no mesmo patamar”, explica. “Além disso, a cada três
anos é lançado um novo
Manual de Padrões do
CBA/JCI, com critérios
ainda mais rígidos, refletindo os avanços no
conhecimento e nas
tecnologias da área”.
Melhor relação
com o paciente
Para essa conquista, o HSVP desenvolveu novas políticas e
protocolos
assistenciais, garantindo uma
melhoria no uso dos
recursos e nos serviços
prestados. Vanderlei Timbó,
coordenador de Qualidade
do HSVP, lembra que o hospital
implementou, entre seus gestores
e sua equipe multiprofissional, a cultura de monitoramento dos processos e
do acompanhamento da efetividade de diretrizes e a superação da ideia de segmentação
dos processos assistenciais.
“A reacreditação traz significativos impactos no
atendimento, pois reforça o comprometimento da
instituição com políticas e práticas responsáveis e
seguras junto a pacientes e profissionais”, avalia.
A diretora-médica do hospital, Eliane Castelo
Branco, concorda. Segundo ela, a implementação dos novos processos e protocolos agilizou
o atendimento e melhorou os resultados. Além
disso, estabeleceu regras mais claras para a assistência.
“Um exemplo foi a adoção do Termo de
Consentimento Informado, que todos os pacientes passaram a ler e assinar antes de qualquer
procedimento. Esse documento tornou a relação
médico-paciente mais sólida e confiante”, destaca. “O HSVP sempre contou com uma política de
respeito ao direito de informação, mas a acreditação trouxe um reforço, tornando-a absoluta e
imprescindível”.
Vanderlei Timbó (à esquerda) lembra ainda
que a segurança das instalações e a qualificação
dos profissionais de saúde do HSVP foram alguns
dos pontos mais positivos na avaliação dos acreditadores. “Contar com uma equipe qualificada
e bem treinada é mais um elemento que agrega
segurança ao serviço prestado”, analisa o coordenador.
Já Eliane Castelo Branco lembra que a acreditação requer um envolvimento grande desses profissionais. “Em princípio, houve certa resistência
por parte da equipe, mas logo ela entendeu que
estávamos apenas sistematizando o que já fazíamos, e aprimorando os processos para garantir
a segurança dos pacientes. A adesão foi fácil e
houve muita colaboração”, recorda.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 7
HOSPITAL SÃO FRANCISCO
Parceria em prol dos pacientes do HSVP
Q
uem dá entrada em uma Emergência e
recebe indicação de internação, sabe
que terá de enfrentar alguns desafios
até conseguir um leito. A última Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária do IBGE mostrou que
todas as regiões brasileiras vêm apresentando diminuição considerável de leitos para internação
em hospitais privados. Só o município do Rio de
Janeiro perdeu 829 leitos em hospitais particulares, entre 2002 e 2009.
A Emergência Geral do HSVP realiza mensalmente cerca de 5 mil atendimentos. Desses, um
grande número tem indicação de internação.
Como a capacidade máxima do HSVP é de 117
leitos, muitos pacientes precisam ser encaminhados a outros hospitais do Rio de Janeiro. Buscando alternativas para essa complicada situação, o
HSVP firmou em abril um acordo com o Hospital
São Francisco da Penitência, também na Tijuca,
para o encaminhamento desses pacientes. “O
perfil do HSVP está mais focado em cirurgias de
alta complexidade, por isso, temos uma capacidade limitada de internações. Por outro lado, o
Hospital São Francisco está sob a nova administração da Associação Lar São Francisco de Assis
na Providência de Deus e tem bastante ociosidade, principalmente nos seus leitos de internação.
Então, consideramos a parceria viável e apropria-
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 8
da”, explica Ir. Marinete Tibério, CEO do HSVP.
Para Ir. Marinete, a designação religiosa das
duas instituições também contou positivamente
para viabilizar o acordo. “Ambos os hospitais são
filantrópicos e de filosofia Católica, o que nos
aproxima muito em termos de missão e valores.
Temos em comum a vocação para o cuidado,
sempre com qualidade e baseado nos princípios
cristãos de amor ao próximo, respeito, transparência, ética, compromisso e honestidade”, define.
Presidente da Associação Lar São Francisco de
Assis na Providência de Deus, entidade especializada na administração de empreendimentos da
área da Saúde e obras assistenciais, Frei Francisco Belotti está a frente da superintendência do
Hospital São Francisco. Em sua opinião, no segmento de Saúde, qualquer hospital que deseje
se firmar precisa fazer parcerias. “Não conheço
qualquer instituição hospitalar que reúna todos
os recursos técnicos e especialidades e que tenha capacidade ilimitada de atendimento. Nesse sentido, a parceria com o HSVP está sendo
fundamental para nós. Porque temos muitos leitos de internação e, ao mesmo tempo, o HSVP
tem a sua capacidade máxima constantemente
alcançada. Então, podemos ser uma alternativa
de qualidade para os pacientes que não conseguirem vagas”, afirma.
O renascimento de um tradicional
hospital
O Hospital da Ordem Terceira da Penitência,
hoje Hospital São Francisco, teve seu prédio principal inaugurado em 1933 e, de lá para cá, passou
por fases de grande projeção e também algumas
crises. Há cerca de um ano, precisamente em 29
de março de 2011, a Associação assumiu sua administração.
“Nesse primeiro ano de trabalho, investimos
em pessoas, com ampliação da equipe médica e
capacitação de profissionais; estamos substituindo
gradativamente alguns equipamentos médicos,
renovando nosso parque tecnológico; e cuidando
da hotelaria, com a reforma do prédio, sua infraestrutura, portaria e recepção. É um trabalho dinâmico, que começou e não tem data para acabar”, afirma Frei Francisco Belotti, relembrando
de algumas dificuldades vencidas neste percurso.
“Quando chegamos, a situação estava difícil:
Emergência fechada, Internação totalmente ociosa e equipes profissionais insatisfeitas. Com
trabalho e fé, conseguimos modificar
esse quadro. Em abril de 2011, a
Emergência realizou 210 atendimentos. Em 2012, somente no
mês de janeiro, já registramos
mais de 1.200 atendimentos”,
comemora.
A parceria com o
HSVP na prática
Hoje, o Hospital São Francisco está com suas principais
especialidades e serviços em fun-
cionamento. Colaborador importante na retomada dos serviços, Frei Paulo Batista é membro da
Associação e participa ativamente do cotidiano do
hospital. De acordo com ele, os pacientes encaminhados pelo HSVP receberão tratamento especializado. “Na Emergência há uma sala especial e
também destinamos o nono andar do nosso prédio principal exclusivamente para esses clientes.
São 16 quartos, recentemente reformados, com
frigobrar, TV e ar condicionado. Sabemos que os
pacientes do HSVP são fiéis e têm uma bela história com o hospital. Por isso, estamos trabalhando
para oferecer um atendimento médico com padrão de qualidade compatível”, explica Frei Paulo.
As equipes médicas dos dois hospitais já estiveram reunidas e poderão, durante todo o período de internação, trocar informações sobre o
estado de saúde dos pacientes encaminhados.
Para o Diretor Médico do Hospital São Francisco,
Horácio Carvalho, esse contato traz mais conforto
ao paciente. “Sempre que houver necessidade, as
informações sobre seu histórico de saúde poderão
ser passadas por telefone, via relatório médico ou
mesmo online. São ações adotadas à medida que
a parceria estiver acontecendo”, explica o médico.
Diretora Médica do HSVP, Eliane Castelo Branco visitou o Hospital São Francisco e conheceu
suas instalações, alguns diretores e médicos. Apesar de bem impressionada, destacou que a avaliação sobre a qualidade de atendimento médico
virá com o tempo, fruto da opinião dos próprios
clientes que forem transferidos para lá. “Essa parceria está apenas começando, mas acredito que
futuramente poderemos trabalhar juntos. Talvez
até alguns especialistas do HSVP possam também
atender no Hospital São Francisco. Em relação
a protocolos clínicos próprios do HSVP,
poderemos trocar informações que
serão úteis para os dois hospitais,
mas sempre respeitando as características técnicas de cada
um”, prevê a médica, que
tem sua opinião reforçada
pela Direção do HSVP. “Trata-se de uma parceria que
passará por um período de
maturação, onde serão necessárias avaliações constantes, mas que estamos
torcendo para dar certo”,
conclui Ir. Marinete.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 9
Equipamentos Modernos
Setor de Oftalmologia
é um dos focos do HSVP para 2012
A
o que tudo indica, 2012 será especial para
o Centro de Oftalmologia do HSVP. Além de
comemorar 30 anos de atividade, o setor
foi identificado como um dos serviços estratégicos
para o hospital, em estudo realizado pela consultoria Deloitte. Com isso, novas medidas técnicas
e operacionais serão adotadas para tornar ainda
melhor uma unidade que sempre foi boa.
A Oftalmologia do HSVP sempre desfrutou de
excelente conceito, considerando seu corpo clínico e sua estrutura de aparelhagem. Em 2008,
foi remanejada do complexo hospitalar para um
prédio independente, com maior conforto para
pacientes e estrutura para a realização de exames e cirurgias. “Temos tudo para estar entre os
melhores serviços de Oftalmologia do Rio de Janeiro: profissionais competentes, com extensa formação nos melhores centros de oftalmologia do
mundo; espaço físico construído especificamente
para abrigar uma clínica de oftalmologia; e tecnologia de ponta”, destaca Ir. Marinete Tibério,
CEO do HSVP.
Cirurgia de Catarata
A Oftalmologia do HSVP tem como sua maior
referência o chefe do setor, o médico Flávio Rezende, especialista em cirurgia de catarata com
implante de lente intraocular, reconhecido em
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 10
todo o Brasil como um dos pioneiros no uso da
técnica. Sua equipe de trabalho é composta por
10 oftalmologistas. De acordo com o especilista,
a evolução tecnológica - que trouxe por exemplo
a técnica de facoemulsificação - contribuiu para
simplificar e tornar mais segura a cirurgia de catarata. “No entanto, a experiência da equipe médica é indispensável para um resultado final bem
sucedido”, explica o médico.
Na avaliação de Flávio Rezende, a cirurgia
de catarata passou por um processo de banalização muito grande, apesar de ser complexa,
envolver treinamento específico e alta tecnologia. “Mesmo sendo um procedimento frequente, trata-se de assunto da maior importância,
pois destina-se à recuperação de um dos principais sentidos do ser humano: a visão”, avalia
o médico, que presidiu durante anos a Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
Outro aspecto do Centro de Oftalmologia é o
suporte que recebe dos demais serviços de saúde do Hospital. “Principalmente pacientes idosos
ou portadores de doenças que requerem maior
cuidado têm o benefício adicional de estarem realizando sua cirurgia dentro de um hospital geral,
bem equipado e com acesso às mais diferentes
especialidades médicas. Isso representa ainda
mais segurança, caso haja qualquer intercorrência”, comenta a especialista Renata Rezende.
Atualmente, o Centro de Oftalmologia recebe
pacientes do HSVP e também encaminhados por
outros hospitais e clínicas do Rio de Janeiro. Isso,
na opinião de Renata Rezende, denota que o serviço conseguiu construir uma identidade propria
ao longo dos anos. De fato, além da boa formação da equipe médica e do suporte hospitalar, o
Centro de Oftalmologia está tecnicamente aparelhado para a realização de diversas cirurgias e
exames. Entre outros equipamentos de alta tecnologia, conta não só com o facoemulsificador
modelo Infinity - mais moderno contra a catarata
- como também com o vitreófago Millenium, para
cirurgias vitreo-retinianas.
Em um mesmo local, o paciente pode realizar
os principais procedimentos oftalmológicos, incluindo as cirurgias de glaucoma, descolamento
de retina, vitrectomia e até mesmo, de transplante de córnea, procedimento para o qual recebeu
credenciamento especial.
Valores éticos que fazem a diferença
A seriedade na condução dos tratamentos,
buscando sempre os melhores resultados, bem
como a preocupação com a segurança e o bem
estar do paciente, despertam reconhecimento e
respeito de médicos de vários convênios e pla-
nos de saúde, que, mesmo sem conhecerem os
oftalmologistas do HSVP, encaminham seus pacientes para tratamentos na Unidade. “Muitas
clínicas oftalmológicas trabalham com a pressão de ter que fazer o maior número possível
de exames. E os convênios sabem que o HSVP
não é assim. É uma questão de honestidade, de
ética... Nossos pacientes não fazem aqui todos
os exames existentes, mas exclusivamente aqueles que realmente precisam ser feitos”, destaca
Flávio Rezende.
Evento Científico
Para comemorar os 30 anos de atividade,
Flávio Rezende e equipe preparam uma jornada
científica, prevista para o final de junho. O evento
reunirá, no auditório do Centro de Convenções
Irmã Mathilde, importantes nomes da Oftalmologia para apresentação de casos clínicos e atualização em novas ligadas à especialidade. “O
evento acontecerá em uma data próxima à realização do XVII Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. Isso será um
ponto positivo, pois profissionais de todo o Brasil
já estarão no Rio de Janeiro e terão mais facilidade em comparecer”, explica o médico.
O evento destina-se exclusivamente a oftalmologistas e as inscrições são gratuitas. Informações pelo telefone: (21) 2563-2147.
Campanha Publicitária
Para tornar ainda mais conhecidos os diferenciais do Centro de Oftalmologia, o hospital contratou
uma campanha publicitária que começou a vigorar em abril. Além de busdoor e grandes painéis,
colocados na Tijuca e na estação do Metrô. As ações incluem o patrocínio de programas de saúde e
a divulgação diária de dicas sobre saúde ocular, preparadas por Flavio Rezende e sua equipe, para as
rádios CBN (90,5 FM ) e Sulamérica Paradiso (95,7 FM).
EXAMES
• Tomografia de Córnea (ORBSCAN) • Ultrassonografia e Biometria Ocular
• Retinografia Simples e Fluorescente • Mapeamento da Retina • Paquimetria
Ultrassônica • Laserterapia • Campo Visual Manual e Computadorizado
CIRURGIAS
• Catarata com Implante de Lente Intraocular • Glaucoma
• Descolamento de Retina e Vitrectomia • Transplante de Córnea
Marcação de Consulta: Tel.: 2563-1107
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 11
Diagnóstico rápido e seguro
é fundamental para o
sucesso do tratamento
Q
uando o paciente recebe do médico a
prescrição de exames de imagem, algumas questões logo vêm à mente: onde
fazê-los? O local escolhido dispõe de equipamentos modernos? Em quanto tempo sairá o resultado para que possa retornar à consulta médica?
Praticidade e segurança são palavras-chave em
um serviço de diagnóstico por imagem. Afinal, um
diagnóstico tecnicamente bem feito e realizado
precocemente é determinante para o sucesso do
tratamento e, em muitos casos, pode até salvar a
vida do paciente.
Formado atualmente por nove radiologistas e
26 tecnólogos, o Serviço de Radiologia do HSVP
oferece um extenso leque de exames de imagem
que vão da tomografia computadorizada multislice a ultrassonografia, incluindo densitometria óssea, mamografia digital e ressonância magnética.
“Esta oferta mais ampla possibilita ao paciente
realizar, em um mesmo local, todos os procedimentos necessários ao seu completo diagnóstico,
economizando um tempo precioso em favor da
sua saúde”, explica Denise Kneippe, gerente de
Diagnóstico e Tratamento (SADT).
Mamografia Digital
Em janeiro deste ano,
um mamógrafo digital de
campo total passou a fazer
parte do parque tecnológico do hospital. Trata-se da
mais moderna técnica de
identificação de pequenas
lesões mamárias. O aparelho consegue, por exemplo,
detectar um pequeno nódulo,
mesmo quando ele ainda não
é palpável em um exame médico clínico ou através do autoexame. Toda essa precisão
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 12
A técnica em radiologia,
Jussara Maria Kineippe, opera o
mamógrafo digital
representa uma poderosa arma contra o câncer
de mama que, segundo o Instituto Nacional de
Câncer (Inca), responde por 22% dos novos casos de câncer que surgem a cada ano no Brasil.
De acordo com a médica radiologista do
HSVP, Rosângela Oliveira Guerreiro, o aparelho
é capaz de fazer a leitura da espessura da mama
comprimida e emitir a menor dose de radiação
que garanta a otimização da imagem. “Além disso, o sistema digital elimina totalmente a necessidade de filme, transmitindo a imagem em até 10
segundos para o monitor do operador e, posteriormente ao exame, disponibilizando-a no sistema PACS (Picture Archiving and Communication
System)”, explica a especialista.
A tecnologia digital representa hoje o maior
avanço em radiologia, fornecendo aos médicos
recursos para imagens cada vez mais perfeitas,
detalhadas e em tempo real. Instalado há 6 anos
no Serviço de Radiologia do HSVP - em caráter
pioneiro no Rio de Janeiro - o sistema PACS funciona também como uma central digital que reúne arquivos de exames e laudos anteriores do
paciente. “Isso possibilita aos médicos análises
comparativas em exames futuros”, avalia a médica radiologista.
Desintometria Óssea
Outro exame bastante procurado
no HSVP, especialmente por pacientes na menopausa, é a densitometria óssea que, feita anualmente,
representa a primeira medida para
combater a osteoporose. O exame
permite identificar se está ocorrendo
perda óssea e em que intensidade. “É
um procedimento simples, rápido
e confortável. Avaliamos as regiões mais suscetíveis a fraturas na
terceira idade que, em ordem de
frequência, são as vértebras da região lombar, o
colo do fêmur (coxa) e o rádio (antibraço)”, explica
a médica radiologista Margaret Jordan.
Ressonância Magnética
Para a médica radiologista Andrea Ginelli,
nos últimos anos a ressonância magnética tem se
mostrado o melhor método de avaliação de doenças pélvicas, sendo útil também no estudo de
câncer do reto, bexiga e próstata. “Nosso equipamento é de alta performance e permite uma detalhada análise do sistema músculo-esquelético,
assim como da medula óssea, sendo fundamental
no diagnóstico de lesões traumáticas”, afirma.
Para avaliar pacientes com doença oclusiva carotídea, malformações artério-venosas e aneurismas
cerebrais, a técnica mais indicada é a angiografia
por ressonância magnética. “O método permite o
diagnóstico precoce das lesões isquêmicas cerebrais
agudas, avalia a extensão e localização anatômica
da lesão e direciona o tratamento específico, melhorando o prognóstico”, explica Andrea.
de imagens e reduzir o tempo de exame. Seus
diferenciais são a captura de imagens com espessuras submilimétricas e as reconstruções em
alta definição. “A técnica não é invasiva e vem
substituindo a angiografia convencional na avaliação de doenças vasculares, como por exemplo, embolia pulmonar, aneurismas, dissecções
e obstruções arteriais. As diversas reconstruções
de imagem aumentam a detecção de pequenos
nódulos pulmonares, demonstrando com precisão doenças de vias aéreas e outras alterações”,
afirma Andrea Ginelli.
De acordo com a especialista, a utilização
da TC é indiscutivelmente importante como suporte à Emergência. “Principalmente nos casos
de traumatismo craniano e facial, no diagnóstico
diferencial de abdome agudo e na avaliação de
fraturas complexas”, conclui.
Junto ao tomógrafo
computadorizado, a médica
radiologista Margarete Jordan
Tomografia Computadorizada
Multi-Slice
A Tomografia Computadorizada (TC) Multi-Slice de 64 canais é outro exemplo de alta
tecnologia disponível no Serviço de Radiologia.
Ela permite aumentar a velocidade de aquisição
Novidades: ultrassom móvel e exames de core biópsia
Em 2011, o Hospital São Vicente de Paulo adquiriu o ultrassom móvel Vivid I, que atualmente está
em sua sétima versão. O aparelho tem sido útil em
diversos setores do hospital, como a Pediatria, o Neo-Natal e a Cardiologia, realizando em média, 15
exames por dia, apesar de ter capacidade para mais.
“O aparelho é portátil, do tamanho de um
laptop, e pode ser transportado mais facilmente. Ele traz facilidades aos pacientes, que
não precisam ser deslocados de seu leito para
fazer o exame, e aos médicos, que ganham
conforto e agilidade no deslocamento”, comemora a gerente de Diagnóstico e Tratamento
do HSVP, Denise Kineippe.
A instituição também está em processo de
aquisição de um equipamento para a realização de core biópsias, procedimentos complementares aos exames fornecidos pelo mamógrafo digital. Trata-se de uma pistola, com uma
agulha especial, que é introduzida na mama da
paciente e colhe o tecido do nódulo, que é diretamente encaminhado para biópsia.
“Com a imagem digital, é muito mais fácil ver
o nódulo e, havendo qualquer suspeita, é possível
pinçá-lo. Este método é muito mais prático, uma
vez que o paciente não precisa ir para o centro
cirúrgico. No próprio procedimento o material já
é colhido”, detalha Denise.
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Carlos Alves de Sá - Anestesiologista
Quatro décadas
dedicadas à
excelência profissional
M
ais de 40 anos dedicados à Anestesiologia, a maior parte deles dentro do
HSVP. Apesar da longa trajetória, com
mais de 15 mil procedimentos no currículo ao
longo da carreira, o médico Carlos Alves de Sá
ainda está muito longe de pendurar as chuteiras. O anestesiologista garante que ainda mantém uma rotina puxada de trabalho, atendendo
três pacientes por dia, em média, e avisa que
não pretende parar tão cedo.
Nessa entrevista à Revista do HSVP, o especialista recorda sua trajetória e conta as dificuldades pelas quais passa quem opta por uma
carreira nessa área. Ex-presidente da Sociedade
Brasileira de Anestesiologia do Rio de Janeiro
(SBA/RJ) e um dos fundadores da Sociedade de
Terapia Intensiva do Estado do Rio (Sotierj), o
médico defende uma formação rigorosa para os
anestesiologistas, considerando indispensáveis
para a segurança do paciente.
“A SBA mantém centros de treinamento em
todo o Brasil para a formação de profissionais na
área. Além disso, todos os anos são realizados
concursos muito criteriosos, com grau de exigência elevado, para conferir aos profissionais o
título superior de anestesiologista. Apesar dessa
prova não ser uma exigência, é uma forma de nivelarmos nossos profissionais por cima”, justifica.
Revista HSVP: Que habilidades um estudante
de medicina precisa ter para se desenvolver
nessa área?
Carlos Alves de Sá: A profissão de anestesiologista exige muito do profissional. Ele é como um
bombeiro: é quem precisa manter a calma em
situações mais dramáticas. Também é necessário
ter um amor enorme pela profissão, sentindo-se realizado em minimizar a dor do outro. Isso
exige muito estudo e conhecimento em diversas
áreas, como cardiologia e clínica médica, é preciso conhecer como reage o organismo desde o
recém-nascido até o mais idoso. Apesar disso, o
anestesiologista é encarado muitas vezes como
um auxiliar de cirurgia. Seu nome só surge quando algo dá errado. Eu brinco dizendo que somos
uma figura embaixo do tapete: só aparecemos
quando alguém tropeça.
Revista HSVP: O senhor participou da formação
de um grande número de anestesiologistas. A
carreira acadêmica sempre o atraiu?
CAS: Eu sempre gostei muito de dar aulas. Nos
anos 60, dei aulas na Pontifícia Universidade
Católica (PUC-Rio) e na Universidade de Volta
Redonda, onde fiquei até me aposentar, no ano
passado. Sou orgulhoso de participar da formação de um grande número de profissionais tão
essenciais à realização de cirurgias.
Revista HSVP: Por que o senhor optou pela
anestesiologia?
CAS: Na verdade, quando eu era mais novo, meu
grande sonho era ser químico. Eu era fascinado
por explosivos e cheguei a montar um pequeno laboratório no porão de casa, onde realizei minhas
primeiras experiências. Lembro que minha mãe ficou muito assustada e me pediu, de maneira muito
diplomática, que eu me formasse em outra área,
e sugeriu medicina. Eu prestei o concurso apenas
para fazer a vontade dela, sem acreditar muito,
mas, para minha surpresa, acabei passando para
a Faculdade Nacional de Medicina, onde me formei em 1957. Depois de formado, fui trabalhar em
Passa Quatro (MG), onde fiquei até 1960, quando
senti uma grande vontade de voltar para o Rio. Nessa época, a Aeronáutica abriu um concurso para
anestesiologista, com apenas uma vaga. Até então
não havia cadeira na área, e eu tive que estudar por
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 14
conta própria. E passei. Tudo isso ocorreu ao acaso,
mas eu tive muita sorte e teria feito tudo de novo.
Revista HSVP: Em sua trajetória profissional, nesses 40 anos, o senhor teria feito algo diferente?
CAS: Com certeza. Se pudesse voltar atrás, não teria deixado a Aeronáutica. Trabalhei lá durante seis
anos, em Guaratinguetá (SP), cheguei ao posto de
capitão e tive a oportunidade de atuar também
nas áreas de oftalmologia e otorrinolaringologia.
Larguei tudo para ser chefe da clínica médica do
Instituto de Assistência dos Servidores do Estado da
Guanabara (antigo Iaseg, atual Iaserj). Foi uma
experiência ruim, muito desgastante, pois, além de
assumir a chefia, eu era responsável pelo centro de
treinamento do próprio Iaseg e ainda era professor do curso de Medicina da PUC-Rio. Permaneci
lá durante três anos, depois fiquei à frente do CTI
do Hospital Carlos Chagas, onde foi muito difícil,
pela falta de recursos e equipamentos, e também
acabei abandonando. Tive uma rápida e extraordinária passagem pelo Hospital Maternidade Carmela Dutra, até chegar ao Hospital São Vicente de
Paulo (HSVP), em abril de 1973, ao qual dediquei
grande parte da minha vida.
Revista HSVP: O que representa o HSVP na
sua carreira?
CAS: Tenho um carinho enorme por essa instituição. Eu me lembro do primeiro caso em que atuei,
quando anestesiei uma criança pequena, que sofria
de hemorragia grave e precisava passar por uma
cirurgia de emergência. Naquela época, o HSVP
ainda era um hospital pequeno. Assisti à construção
do hospital, capitaneada pela Irmã Mathilde. Tenho
o maior orgulho de ter sido o diretor na época do
lançamento da pedra fundamental, em 1977. Aqui
eu me tornei plenamente realizado e pretendo continuar trabalhando aqui até morrer.
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Síndrome de
Takotsubo
Uma doença cardíaca curiosa
Dr. Pericles Vasconcellos (CRM 5235697-6)
Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina de Valença, tem título de especialista em
Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, é cardiologista e coordenador das Unidades de
Internação do Hospital São Vicente de Paulo.
A
té pouco tempo atrás, a maioria dos estudos clínicos sobre doenças isquêmicas do
coração incluíam, relativamente, poucas
mulheres, devido à ocorrência predominante
de doenças arteriais coronarianas prematuras
em homens. Mais recentemente, trabalhos científicos têm investigado a possibilidade de que a
doença cardíaca na mulher possa ser diferente,
no que diz respeito aos modos de apresentação
e à resposta particular às formas de tratamento.
Entretanto, somente há pouco mais de 20 anos
observou-se que uma entidade que se apresenta
como uma síndrome coronariana aguda ocorre
quase exclusivamente em mulheres.
Descrita inicialmente no Japão, a Síndrome
do Coração Partido, Acinesia Apical Transitória,
ou Síndrome de Takotsubo, é uma entidade clínica já diagnosticada em vários centros cardiológicos desde a sua descrição (inclusive no Hospital
São Vicente de Paulo).
Ela tem algumas características curiosas. Seu
nome se origina de uma armadilha usada no
Japão para caçar polvos. Este é o formato que o
ventrículo esquerdo do coração assume, durante
sua contração, em exames de imagem cardíaca
realizados na fase aguda da doença. Sua ocorrência predominante se dá em mulheres na fase pós-menopausa, depois dos 50 anos, sendo rara em
mulheres abaixo desta idade ou em homens. Esse
dado sugere que possa haver uma contribuição da
falta de estrogênios para a ocorrência da patologia.
Hospital São Vicente de Paulo - pág. 16
O quadro clínico clássico em tudo se assemelha ao infarto agudo do miocárdio, com sintomas
como dor no peito de forte intensidade e alterações no eletrocardiograma compatíveis com este
diagnóstico. Nesta situação, o médico que atende
o paciente não tem como fazer a distinção entre
as duas doenças, que, de fato, participam do mesmo processo isquêmico, mas que divergem em sua
evolução e no prognóstico.
Os exames laboratoriais, geralmente, mostram
uma elevação das enzimas cardíacas, que, entretanto, não é pronunciada. O diagnóstico acaba
se fazendo pela observação de imagens características do ventrículo cardíaco e pela percepção
de lesões mínimas ou ausentes nas artérias coronárias, diferindo do que ocorre no infarto agudo
do miocárdio. Esse estudo é realizado na sala de
hemodinâmica, para onde esses pacientes são, invariavelmente, encaminhados, em hospitais mais
especializados.
Na história clínica, observa-se uma situação de
estresse agudo, seja ele físico ou emocional, precedendo à manifestação da doença. Registra-se, nesses casos, a ocorrência de morte ou doença grave
de familiares, amigos ou animais de estimação; más
notícias (doença grave ou divórcio de filhos); discussão acirrada; a necessidade de falar em público;
envolvimento em procedimentos jurídicos; perdas
financeiras (negócios, jogos de azar); acidente de
automóvel; ou mesmo uma festa-surpresa; entre
outras situações. Também pode ser registrado pre-
viamente o estresse físico, como em situações envolvendo cirurgias não cardíacas, diversas doenças
graves, doenças endócrinas ou dor intensa (como
em casos de cólica renal, fraturas etc.).
A contribuição de catecolaminas – hormônios
liberados pelo organismo nessas situações que,
comprovadamente, encontram-se aumentados na
fase aguda da doença – corrobora com a gênese
desta patologia. Elas atuam na ponta do coração,
impedindo sua contração.
O tratamento desses pacientes, após o diagnóstico, direciona-se para medidas farmacológicas e, raramente, mecânicas, de suporte hemodinâmico em função do quadro ou de complicações
apresentadas. É necessária a internação em centro
de tratamento intensivo, para o monitoramento
cardíaco contínuo e a pronta atuação que se fizer
necessária por parte da equipe multidisciplinar.
Complicações comuns à fase aguda do infarto,
incluindo edema pulmonar agudo, formação de
coágulos dentro do coração e consequente embolia, além de arritmias graves e de choque, embora
raras, podem ocorrer e levar à morte do paciente,
na fase evolutiva da doença.
Felizmente, o desenvolvimento clínico da doença e o prognóstico, na grande maioria dos pacientes, são excelentes. Em geral, o quadro clínico e
a recuperação da contração do músculo cardíaco
são relativamente rápidos (levam cerca de 48 horas), e a completa normalidade ocorre com aproximadamente três meses de evolução.
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HSVP se adequa à Nova
lei da filantropia
R
ecentemente, o Hospital São Vicente de a uma demanda vinda do Serviço Social do próPaulo (HSVP) se viu obrigado a suspender, prio hospital. Com a nova legislação, todos os
temporariamente, o atendimento aos pa- pacientes na condição de gratuidade serão encientes mais carentes. A suspensão de serviços caminhados por uma central de regulação de vacomo consulta ambulatorial, exames laborato- gas do município, e o hospital não poderá mais
riais, internação e procedimentos de alta comple- atender à sua demanda espontânea.
xidade foi necessária para que o HSVP pudesse
“Os hospitais filantrópicos também terão que
se adequar à nova legislação que regula a filan- trabalhar com metas de produção estabelecidas
tropia no país.
no convênio e comprovar o cumprimento dessas
O conjunto de normas que servem de dire- metas. Tudo será regido pelo Plano Operativo
trizes para a área inclui a Lei 12.101, de 2009; Anual, feito em conjunto com o município, no
Lei 12.453, de julho de 2011; Decreto 7.237, de qual serão avaliadas as metas estabelecidas no
julho de 2010 (que regulacontrato”, esclarece a diretomenta a Lei 12.101); Decreto pacientes na condição ra do hospital.
de gratuidade serão
7.300, de setembro de 2010
Outra mudança é que,
(que altera leis e decretos ancom a nova legislação, os
encaminhados por
teriores); Portaria 3.355, de
pedidos de certificação, que
uma central de
novembro de 2010; e Portaria
até então eram solicitados ao
regulação de vagas
1.970, de agosto de 2011;
Conselho Nacional de Asas duas últimas do Ministério da Saúde. Tal le- sistência Social (CNAS), agora passam a ficar a
gislação dispõe sobre a certificação de entidades cargo do Ministério da Saúde. Para entender a
beneficentes de assistência social (filantrópicas), importância das alterações na lei, basta lemincluindo as da área de Saúde, caso do HSVP.
brar que, segundo estimativas do Governo
Segundo a Ir. Marinete Tibério, CEO do hospi- Federal, os hospitais filantrópicos respontal, entre 1998 e 2009, as entidades filantrópicas dem por cerca de 50% dos atendimentos
eram regidas pelo Decreto 2.536, de 6 de abril da rede pública de saúde do país.
de 1998, que facultava às instituições de saúde
Além do atendimento a pacientes com
terem convênio com o Sistema Único de Saúde poucos recursos financeiros, o HSVP de(SUS) – 60% do seu atendimento – ou fazerem senvolve outras ações filantrópicas,
atendimentos gratuitos no percentual de 20% de como as palestras mensais gratuitas
sua receita bruta, sendo esta última a opção do ministradas por profissionais da área
HSVP desde o seu surgimento.
de saúde sobre a prevenção de do“A legislação atual determina que para ser enças.
considerada beneficente e fazer jus à certificação,
É importante ressaltar que, com
a instituição de Saúde terá que fazer um contrato as novas regras, o hospital só podecom o gestor local do SUS, no caso a Secretaria rá atender pacientes da cidade do Rio de
Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Nós já Janeiro, encaminhados pela Central de Reestamos em negociação com a Secretaria para gulação do Município. “Continuaremos
celebrar este convênio”, adianta Ir. Marinete.
atendendo aos mais pobres através
Irmã Marinete ressalta que antes o hospital re- desta parceria com a Prefeitura”,
alizava os atendimentos gratuitamente atendendo avisa Ir. Marinete.
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HSVP realiza cirurgia cardíaca pioneira
O Hospital São Vicente de Paulo acaba de entrar para o pequeno grupo de instituições
no Rio de Janeiro que realizam o procedimento de oclusão percutânea da auriculeta esquerda. Em fevereiro, o HSVP tornou-se a terceira instituição do estado do Rio de Janeiro a realizar
o procedimento, que consiste no fechamento de uma região do coração, conhecida como
auriculeta Este procedimento visa minimizar os riscos de formação de coágulos em pacientes
com fibrilação atrial, um tipo comum de arritmia que acomete 10% da população com mais
de 80 anos.
De acordo com o responsável pelo Serviço de Arritmias Cardíacas do HSVP Dr. Cláudio Munhoz pacientes portadores de fibrilação atrial tem risco maior de sofrer um acidente vascular
cerebral (AVC), principalmente quando há associação a outras doenças como diabetes e
hipertensão arterial.
A prevenção do AVC habitualmente é feita com o uso crônico de anticoagulantes orais. Embora eficazes estes medicamentos aumentam as chances de hemorragias, especialmente em
pacientes idosos, suscetíveis a quedas ou aqueles pacientes que já fazem uso de outras medicações que
afetam a coagulação como AAS e clopidogrel. “Em cerca de 20% dos casos, os paciente não se adaptam
à medicação, sendo a oclusão de auriculeta o procedimento indicado”.
O Dr. Claudio Munhoz, que realizou o procedimento, trouxe experiência adquirida na Alemanha, onde a
técnica já é usada rotineiramente. Ele afirma que a intervenção reduz as chances da ocorrência de AVCs
em pacientes de alto risco devolvendo a independência aos pacientes.
O procedimento consiste na punção da veia femoral com introdução de uma pequena prótese definitiva,
conhecida como oclusor, que bloqueia o fluxo sanguíneo para a auriculeta. Segundo Cláudio Munhoz, não
há necessidade de suturas e o paciente pode voltar para casa no dia seguinte.
Especialista do HSVP apresenta case
raro em congresso internacional de
ecocardiografia
O Hospital São Vicente de Paulo, representado pela cardiologista Thereza Gil,
apresentou um caso raro de recanalização tardia da oclusão de artéria no
último Congresso Mundial de Ecocardiografia [XVII World Congress of Echocardiography and Allied Techniques], realizado em março passado na cidade
de São Paulo.
Oclusão de artéria é um fenômeno que causa a obstrução da corrente sanguínea. O quadro está associado a pessoas com fatores de risco para doenças
cardiovasculares como fumantes, obesos, hipertensos, diabéticos e sedentários
acima de 40 anos. A recanalização da oclusão é o fenômeno de reconstrução
– parcial ou total – da passagem do fluxo sanguíneo. Quando a recanalização espontânea ocorre, costuma
ser em poucos dias após o acidente.
O estudo apresentado no Congresso Mundial de Ecocardiografia analisou o quadro clínico de uma paciente de 66 anos que chegou à emergência do Hospital São Vicente de Paulo com sinais de desfalecimento e
perda de equilíbrio e coordenação. Apesar de não apresentar histórico de diabetes, hipertensão ou doenças cardíacas, o quadro era oclusão da artéria carótida interna. “O caso dessa paciente chamou a atenção
da equipe porque em poucos meses seu organismo recanalizou a região afetada pela isquemia”, explica
Thereza Gil. A recanalização tardia espontânea é um processo raro, não existindo estudos conclusivos
sobre o seu aparecimento, sobretudo em pacientes fora do perfil de risco para doenças cardiovasculares.
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