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Informe 02/2008 SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS BRASILEIRAS NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais – ABIROCHAS Avenida Paulista, 1313 – 8º andar – sala 802 – Bela Vista – São Paulo – SP Cep 01311-200 – Fone (11) 3253-9250 – Fax (11) 3253-9458 [email protected] - www.abirochas.com.br O Papel da ABIROCHAS Ao longo da última década, ocorreram significativas mudanças no setor brasileiro de rochas, com importantes realizações atribuídas ao trabalho da ABIROCHAS – Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais. Em primeiro lugar, deve-se ressaltar o notável progresso, não somente quantitativo, mas também qualitativo, das exportações setoriais. No mercado internacional, foram superadas as expectativas de venda de chapas polidas, tendo-se consagrado a marca “made in Brazil” não apenas para peças de granito, como também para produtos finais de ardósias, quartzitos, mármores, travertinos, basaltos e pedra-sabão. Buscando estabelecer bases cada vez mais competitivas para os produtos “made in Brazil”, a ABIROCHAS está desenvolvendo programas sistemáticos de fomento apoiados pela APEX Brasil – Agência de Promoção de Exportações e Investimentos. Os excelentes resultados alcançados pelo Programa Setorial APEX/ABIROCHAS, que destacou o esforço no sentido de promover as exportações de rochas processadas, tem criado as bases de negócio necessárias para a comercialização de produtos acabados e prestação de serviços. ABIROCHAS’ Role Over the last decade, significant changes have occurred in the Brazilian stone industry, with important achievements attributed to ABIROCHAS’ (Brazilian Dimension Stone Industry Association’s). First and foremost, remarkable progress has been made, not only in terms of quantity, but also of quality of the industry’s exports. In the international market, expectations have be surpassed in sales of polished slabs, and the “made in Brazil” brand has established itself both in granite pieces, as well as finished products in slate, quartzite, marble, travertine, basalt and soapstone. By seeking to establish the basis for increased competition for its “made in Brazil” products, ABIROCHAS is developing systematic fomentation programs supported by APEX Brazil – the Export and Investment Promotion Agency. The excellent results achieved by the APEX/ABIROCHAS Sector Program, which highlights the efforts to promote exports of processed stone, has created the trade fundamentals necessary for the sale of finished products and services. Informe ABIROCHAS 02/2008 2 SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS BRASILEIRAS NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO1 Resumo A produção mundial de rochas ornamentais e de revestimento evoluiu de 1,8 milhões de toneladas/ano, na década de 1920, para um patamar atual de 92,8 milhões de toneladas/ano. Cerca de 41,4 milhões de toneladas de rochas brutas e beneficiadas foram comercializadas no mercado internacional em 2006, devendo-se atingir a casa dos 45 milhões de toneladas em 2007. Estima-se que o setor de rochas esteja atualmente movimentando US$ 80 bilhões a US$ 100 bilhões/ano. No ano de 2006, o Brasil colocou-se como 4º maior produtor e exportador mundial de rochas em volume físico, como 2º maior exportador de granitos brutos, como 4º maior exportador de rochas processadas especiais, e como 2º maior exportador de ardósias, além de ser o principal fornecedor de chapas de granito para os EUA. No Brasil são registradas atividades de extração em cerca de 400 municípios, assumindo-se a existência de 1.800 frentes ativas de lavra e a produção de 1.200 variedades comerciais de rochas. A produção brasileira de rochas ornamentais e de revestimento totalizou cerca de 8,0 milhões de toneladas no ano de 2007. Essa produção envolveu uma grande variedade de materiais, que inclui granitos, mármores, quartzitos maciços e foliados, ardósias, pedra-sabão, metaconglomerados, serpentinitos, travertinos, calcários (limestones) e outras. As exportações brasileiras de rochas ornamentais em 2007 tiveram incremento de 4,62% e atingiram US$ 1,093 bilhão, com vendas para mais de 120 países em todos os continentes. Estima-se que, entre negócios relativos aos mercados interno e externo, o setor brasileiro de rochas ornamentais tenha movimentado transações comerciais de US$ 4,1 bilhões em 2007. As 11.300 empresas integradas à cadeia produtiva do setor, no Brasil, são responsáveis por cerca de 140 mil empregos diretos e 420 mil empregos indiretos. O ano de 2007 representou uma fase de transição e mudanças para o setor de rochas, relacionada à passagem de um período de excepcional aquecimento da demanda mundial, vigente entre 2002 e 2006 e fundamentalmente ligada à China e EUA, para um período menos exuberante nos próximos cinco anos, quando será mais acirrada a competição no mercado internacional. 1 Este texto foi elaborado pelo geólogo Cid Chiodi Filho – Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos, para a ABIROCHAS – Associação Brasileira das Indústrias de Rochas Ornamentais, em 16 de fevereiro de 2008, Belo Horizonte – MG. Informe ABIROCHAS 02/2008 3 BRAZIL’S IMPORTANCE IN THE INTERNATIONAL DIMENSION STONE MARKET The strength of the dimension stone sector can be measured by verifying that global production of its raw materials grew from 1.8 million tons/yr in the 1920s to the level of 92.8 million tons in 2006. Strong growth in the international market in the 1980s and 1990s marked the era as the “new stone age”, highlighting the stone industry as one of the most important emerging mineral-industrial business areas. Approximately 36 million tons of raw and benefited stone were sold in the international market in 2005, reaching around 41.5 million tons in 2006. Taking together direct trading in the international market and the domestic markets of consumer countries, as well as the sales of machinery, equipment, inputs and services, it is estimated that the stone fabricating industry presently generates from US$ 80 to US$ 100 billion in revenues annually. Projections of consumption, production and exports of raw materials in the civil construction industry do not indicate changes in paradigms, thereby indicating the trend to maintain the growth recorded in the stone fabricating industry in the coming decades. The forecast for year 2025 is that global production of dimension stones will reach 400 million tons, corresponding to almost 4.5 billion equivalent m2 per year, which multiplies the present physical volume of present international trade six times. Industrial benefiting activities should increasingly be located close to supply sources in producing countries, incrementing international transactions with higher value added processed finished and semi-finished stone. As of the 1990s, Brazil underwent noteworthy growth in production and exports of dimension stones, with increase in activities throughout the production chain. In addition, the main recent advances in quarrying and benefiting were due to the increase in exports. Presently, Brazil is already included in the group of major producers and worldwide exporters, acting as an effective global player. Brazilian production of dimension stones totaled approximately 8.0 million tons in 2007. The production covered a large variety of stones, including granites, marbles, block and flagstone quartzite, slate, soapstone, meta-conglomerates, serpentine, travertine, limestone and others sold in the domestic and export markets. Quarry production serving the domestic market was estimated at 4.6 million tons, and 3.4 million tons was the estimate for exports. Informe ABIROCHAS 02/2008 4 In despite of the world US dollar devaluation and of the USA real state crisis, Brazilian exports of dimensions stones increased 4.6% and reached US$ 1.1 billion in 2007, with sales to more than 120 countries on all the continents. Brazil is the 2nd largest worldwide exporter of slate (after Spain) and 2nd in granite blocks (after India), as well as 2nd largest general supplier of stones to the United States (after Italy) and the 1st supplier of granite slab to that market. The five main countries of destination for Brazilian stone exports in order of revenues are USA, Italy, China, Spain and United Kingdom. The three main markets in South America are Argentina, Chile and Venezuela. THE DIMENSION OF THE BRAZILIAN STONE SECTOR – 2007 8.0 million tons of dimension stones produced; 1,200 commercial varieties of rocks sold in the domestic and overseas markets; 1,800 dimension stone quarries; 11,300 companies operating in the production chain; 140,000 direct jobs in the sector; Production capacity of 70 million m2 a year of special processed stones; Production capacity of 50 million m2 a year of simple finished stones; Domestic consumption of 58.3 million m2, including special and simple processed stones; US$ 1.093 billion and 2.5 million tons exported; Growth of 4.6% in value of exports over 2006; Exports of 16.8 million m2 equivalent of granite and similar rocks slabs (2 cm thick); About 600 exporting companies (overseas sales to 120 countries). US$ 4.1 billion of commercial transactions in the internal and external markets. The main exporting states in Brazil, also in order of revenues, are Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo and Bahia. Espírito Santo alone accounts for 40% of the Brazilian stone production and concentrates 60% of the installed benefiting capacity of blocks. The state of Minas Gerais is responsible for almost all of the production and export of slate, flagstone quartzite (São Tomé type) and soapstone. The greater part of the so-called exotic granites comes from the states of Minas Gerais and Bahia, concentrating in the latter the production of the new varieties of massive quartzite exported by Brazil. The main Brazilian ports used for exporting dimension stones are Vitória, ES, Rio de Janeiro and Sepetiba, RJ and Santos, SP, with a minor role for the ports of Bahia, Ceará, Pernambuco, Informe ABIROCHAS 02/2008 5 Paraná and others. The Vitória port complex concentrates the greater part of granite blocks and slabs, and almost all slate and flagstone quartzite exports are made through the ports in the state of Rio de Janeiro. EVOLUTION OF THE BRAZILIAN STONES EXPORTS 1200 1000 US$ million 800 600 400 200 0 99 01 03 05 07 RSB 115 110 126 167 196 RCB 1 1 2 4 1,1 RP 116 169 301 619 897 TOTAL 232 280 429 790 1093 RSB – raw siliceous products (mainly granite blocks); RCB – raw calcareous products; RP – finished products (simple and special). Exports of slab processed on gang-saws and block cutters, especially polished and polishing, totaled approximately 16.8 million equivalent m2 (2 cm thickness) in 2007. Considering that there was estimated demand of 43 million equivalent m2 of these slabs for the domestic market, it is inferred that total processing of slabs on gang-saws and block cutters reached 60 million m2 in 2007. DIMENSION STONES - U.S. MARKET TOP SUPPLIERS 2006 12,7% 22,4% 22,9% 10,1% 16,5% Italy Informe ABIROCHAS 02/2008 Brazil 15,5% China Turkey India Others 6 Through trends observed in the domestic and export markets, cutting demand is forecast at up to 66 million m2 in 2008, which would represent an increment of 10% over 2007. The Brazilian stone benefiting segment’s installed capacity is estimated today at 70 million m2/yr of cutting and polishing (granite, marble and other stones extracted in blocks) and at 50 million m2/yr of simple processed stones (slate, quartzite and gneissic flagstone, etc.). Processed semi-finished and finished stone exports, covering simple to special benefited products, account for 82.0% of the revenue and 52.6% of Brazil’s total exported volume. The growth of direct sales of polished slab in the export market has caused companies of Italian origin, which are traditional producers and exporters of blocks from Brazil or importers of Brazilian blocks, to set up benefiting plants in Brazil. Between domestic and export business, it is estimated that the Brazilian dimension stone industry generated trade of US$ 4.1 billion in 2007. The 11,300 companies making up the industrial production chain in Brazil are responsible for around 140 thousand direct jobs and 420 thousand indirect jobs. Out of the total companies in the industry, around 600 are exporters. Informe ABIROCHAS 02/2008 7 Recent surveys identified 18 production clusters of dimension stones in Brazil, distributed over 80 municipalities in 10 Brazilian states. The largest part of these production clusters is located in the southeastern region, due to the geographic proximity to the main consumer, benefiting and export regions. In general terms, there are quarrying activities in around 400 municipalities, with 1,800 active mining operations in existence and production of 1,200 commercial varieties of stone. The expansion of installed benefiting capacity in Brazil should open up the market for machinery suppliers for block cutting and slab polishing. On the other hand, the strengthening of the Marble Shop Export Program, for example, through the Bahia Marble Producers Complex and other regional initiatives, could expand the market for technology of stone finishing (automated multifunctional mills, CNC stone fabricating machinery, edge polishers, water jet cutters, etc.). It can be observed that quarrying and benefiting activities of dimension stones, like the rest of mining activities, are being transferred to developing countries of continental dimensions with abundant natural resources and favorable conditions for exporting. In the dimension stones segment, that is the case of Brazil, China, India, Iran and Turkey, which are imposing on the tradition European players in the international market. Informe ABIROCHAS 02/2008 8 Brazil is recognized for its exceptional mineral diversity, including dimension Stones, with a highlight for siliceous materials (granite and similar stone, including quartzites). The production and export of these materials, in addition to slate and other less common stone, has evidenced strong growth, which reflects the Brazilian capacity to transform mineral resources in mineral-industrial business. In the medium and long term, it can be suggested that Brazilian granite, slate and quartzite will be the main stones in the international market in the 21st century. Attracting investment and foreign companies is considered strategic to the development of the stone industry in Brazil. This is the directive for incrementing quarrying and processing of dimension stones, paving the way for the installation of modern industrial centers and assuring the sales of Brazilian products in the domestic and export markets. MAIN EXPORTED PRODUCTS – BRAZIL 2007 Revenue Growth (US$ million) (2007/2006) Participation in the Brazilian Stone Exports Processed granite slabs and finished products 729.5 +6.0% 66.7% Blocks and rough granite slabs 194.0 -3.0% 18.7% Slates 98.4 +16.3% 9.0% Simple finished stones 40.3 +22.9% 3.7% Soapstone 15.4 +18.8% 1.7% Others 15.4 -35.8% 1.7% 1,093.0 +4.6% 100% Description Total MAIN COUNTRIES OF DESTINY OF THE BRAZILIAN DIMENSION STONES EXPORTS IN 2007 Revenue(US$ million) Average Prices US$/t Participation in the Brazilian Stone Exports USA 636.1 832.5 58.2% Italy 84.9 227.3 7.8% China 70.8 143.5 6.5% Spain 37.5 262.1 3.4% Total 829.3 Destiny Informe ABIROCHAS 02/2008 75.8% 9 EVOLUTION OF THE BRAZILIAN DIMENSION STONES EXPORTS TO USA, ITALY AND CHINA 1000,0 800,0 1000 tons 600,0 400,0 200,0 0,0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 USA 246,5 359,3 560,1 662,0 824,2 764,0 Italy 323,2 285,3 339,1 365,1 428,6 373,6 China 179,9 298,8 262,0 345,6 539,4 493,5 EVOLUTION OF THE BRAZILIAN DIMENSION STONES EXPORTS TO USA, ITALY AND CHINA 800,0 US$ million 600,0 400,0 200,0 0,0 99 00 01 02 03 04 05 06 07 USA 58,8 78,2 107, 116, 161, 224, 341, 460 632 636 Italy 60,4 57,0 54,8 47,2 50,7 46,1 59,5 72,3 89,4 84,9 China Informe ABIROCHAS 02/2008 98 1,2 3,0 9,2 13,8 23,5 39,3 36,4 49,6 77,1 70,8 10 SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS BRASILEIRAS NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO 1 Panorama Mundial do Setor de Rochas A força do setor de rochas ornamentais e de revestimento pode ser mensurada ao verificarse que a produção mundial de suas matérias-primas evoluiu de 1,8 milhões de toneladas/ano, na década de 1920, para um patamar de 92,8 milhões de toneladas em 2006. O vigoroso incremento do mercado internacional caracterizou as décadas de 1980 e 1990 como a “nova idade da pedra”, destacando o setor de rochas como uma das mais importantes áreas emergentes de negócios mínero-industriais. PRINCIPAIS PRODUTORES MUNDIAIS DE ROCHAS ORNAMENTAIS 2002 2003 2004 2005 2006 Países Mt % Mt % Mt % Mt % Mt % China 14,00 20,8 17,50 23,3 18,0 22,2 20,0 23,5 22,50 24,2 Itália 8,00 11,9 7,85 11,0 7,65 9,4 7,5 8,8 7,65 8,2 Índia 6,50 9,6 8,50 11,3 9,5 11,7 10,0 11,7 11,50 12,4 Espanha 5,35 7,9 5,75 7,7 6,25 7,7 6,3 7,4 6,00 6,5 Irã 4,25 6,3 4,85 6,5 5,25 6,5 5,5 6,5 6,45 6,9 Brasil 2,75 4,1 3,20 4,3 4,0 4,9 4,5 5,3 5,50 5,9 Brasil* 5,56 8,3 6,09 8,1 6,45 7,9 6,9 8,1 7,50 8,1 Portugal 2,30 3,4 2,25 3,0 2,45 3,0 2,5 2,9 2,75 3,0 Turquia 2,50 3,7 3,25 4,3 4,2 5,2 4,75 5,6 6,20 6,7 EUA 2,00 3,0 2,25 3,0 2,3 2,8 2,4 2,8 2,25 2,4 Grécia 1,50 2,2 1,45 1,9 1,4 1,7 1,35 1,6 1,40 1,5 3,2 3,9 3,25 3,8 3,50 3,8 Egito Outros 17,85 26,5 18,15 24,2 17,05 20,1 17,2 20,2 9,55 10,3 Total 67,50 100 75,00 100 81,25 100 85,25 100 92,75 100 Mt = milhões de toneladas Informe ABIROCHAS 02/2008 Fonte: Carlo Montani - Stone 2007; *Abirochas, 2007 11 Cerca de 41,4 milhões de toneladas de rochas brutas e beneficiadas foram comercializadas no mercado internacional em 2006, devendo-se atingir a casa dos 45 milhões de toneladas em 2007. Somando-se as transações diretas do mercado internacional e dos mercados internos dos países consumidores, bem como a comercialização de máquinas, equipamentos, insumos e serviços, estima-se que o setor de rochas esteja atualmente movimentando US$ 80 bilhões a US$ 100 bilhões/ano. O Brasil é mundialmente reconhecido pela excepcional geodiversidade mineral, inclusive nas rochas ornamentais, com destaque para seus materiais silicáticos (granitos e similares) e silicosos (quartzitos e similares). A produção e exportação desses granitos e quartzitos, além de ardósias e outras rochas menos comuns, têm evidenciado forte crescimento, traduzindo a capacidade brasileira de transformar recursos minerais em negócios mínero-industriais. BALANÇO DAS EXPORTAÇÕES MUNDIAIS 2003 2004 2005 2006 Produto / NCM 1.000t % 1.000t % 1.000t % 1.000t % RSB 2516 8.346 28,2 10.237 31,2 10.266 28,5 10.562 25,5 RCB 2515 5.206 17,6 5.430 16,5 6.265 17,4 7.495 18,1 RPE 6802 11.758 39,7 13.202 40,2 14.582 40,4 18.138 43,8 RPS 6801 3.206 10,8 2.726 8,3 3.689 10,2 3.804 9,2 PA 6803 1.070 3,6 1.252 3,8 1.256 3,5 1.369 3,3 29.586 100 32.847 100 36.058 100 41.368 100 Total RSB – rochas silicáticas brutas; RCB – rochas carbonáticas brutas; RPE – rochas processadas especiais; RPS – rochas processadas simples; PA – produtos de ardósia. Fonte: Montani (2004 a 2007) A partir da década de 1990, o Brasil experimentou um notável adensamento das atividades em todos os segmentos de sua cadeia produtiva. Os principais avanços recentes das atividades de lavra e beneficiamento foram decorrentes do aumento das exportações, que evidenciaram uma evolução tanto quantitativa quanto qualitativa. Foram superadas as expectativas de venda de chapas polidas de granito, tendo-se consagrado a marca “made in Brazil” para essas chapas e para produtos finais de ardósias, quartzitos e pedrasabão, no mercado internacional. No ano de 2006, o Brasil colocou-se assim como 4º maior produtor e exportador de rochas em volume físico, como 2º maior exportador de granitos brutos, como 4º maior exportador de rochas processadas especiais, e como 2º maior exportador de ardósias, além de ser o Informe ABIROCHAS 02/2008 12 principal fornecedor de chapas de granito para os EUA. O Brasil teve assim participação de 11,8% nas exportações mundiais de rochas silicáticas brutas, de 5,1% nas de rochas processadas especiais e de 16,5% nas de ardósias, compondo 6,3% do volume físico do intercâmbio mundial. RANQUEAMENTO DOS PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES DE ROCHAS ORNAMENTAIS E VOLUME FÍSICO EXPORTADO POR TIPO DE PRODUTO COMERCIAL – BASE 2006 Código 2515 Código 2516 Código 6801 Código 6802 Código 6803 País (1000 t) País (1000 t) País (1000 t) País (1000 t) País (1000 t) 1º Turquia 2.130 Índia 2.934 Índia 480 China 8.727 Espanha 726 2º Itália 885 Brasil 1.248 Portugal 441 Itália 1.965 Brasil 215 3º Egito 855 China 960 China 419 Turquia 1.646 China 146 4º Espanha 810 África Sul 573 Bélgica 306 Brasil 927 Índia 50 5º Iran 389 Portugal 333 Itália 201 Índia 885 Itália 21 6º Grécia 282 Espanha 327 Holanda 195 Espanha 529 Canadá 21 7º Portugal 250 Finlândia 312 Alemanha 155 Canadá 319 Taiwan 18 8º Índia 173 Noruega 294 Polônia 153 Portugal 306 Bélgica 13 9º Bélgica 156 Alemanha 283 Brasil 135 Egito 228 Alemanha 11 10º Croácia 110 Turquia 205 Rep. Tcheca 113 Bélgica 223 Noruega Outros 1.455 Outros Total 7.495 Total 3.093 10.562 Outros 1.206 Outros Total 3.804 Total 2.383 18.138 Outros Total 9 139 1.369 2515 – rochas carbonáticas brutas; 2516 – rochas silicáticas brutas; 6801 – rochas processadas simples; 6802 – rochas processadas especiais; 6803 – produtos de ardósia. Fonte: Carlo Montani - Stone 2007 As projeções de consumo/produção e exportações das matérias-primas da construção civil não apontam mudanças de paradigmas, indicando a manutenção da tendência de crescimento registrada para o setor de rochas ao longo das últimas décadas. Prevê-se que no ano de 2025 a produção mundial de rochas ornamentais atingirá 437 milhões de toneladas, correspondentes a quase 4,8 bilhões de m2 equivalentes/ano, devendo-se ainda multiplicar por cinco o volume físico das atuais transações internacionais. As atividades de beneficiamento industrial deverão cada vez mais aproximar-se das fontes de suprimento/ países produtores, incrementando-se as transações internacionais com rochas processadas acabadas e semi-acabadas, de maior valor agregado. Informe ABIROCHAS 02/2008 13 O BRASIL NO MERCADO INTERNACIONAL DE ROCHAS – 2006 4º maior produtor (8,1% da produção mundial); 5º maior exportador em volume físico (6,3% do total mundial); 2º maior exportador de granitos brutos (11,8% do total mundial); 4º maior exportador de rochas processadas especiais (5,1% do total mundial); 2º maior exportador de ardósias (16,5% do total mundial). 2 O Setor de Rochas no Brasil Entre negócios relativos aos mercados interno e externo, o setor brasileiro de rochas ornamentais já está movimentando transações comerciais de US$ 4,1 bilhões/ano. As cerca de 11.300 empresas integradas à cadeia produtiva do setor, no Brasil, são responsáveis por aproximadamente 140 mil empregos diretos e 420 mil empregos indiretos. Do total de empresas do setor, cerca de 600 são exportadoras. EMPRESAS DO SETOR DE ROCHAS OPERANTES NO BRASIL – 2007 (Total = 11.300 Empresas) Marmorarias - 7.000 empresas 9% 1% 5% 4% 62% Beneficiamento - 2.200 empresas Lavra - 1.000 empresas Exportadoras - 600 empresas Serviços - 400 empresas 19% Indústrias Máquinas, Equipamentos e Insumos - 100 empresas A DIMENSÃO DO SETOR BRASILEIRO DE ROCHAS ORNAMENTAIS - 2007 Produção de 8,0 milhões de toneladas; 1.200 variedades comercializadas nos mercados interno e externo; 1.800 pedreiras ativas; 11.300 empresas operando na cadeia produtiva; 140.000 empregos diretos e 420.000 empregos indiretos; Informe ABIROCHAS 02/2008 14 Capacidade de produção de 70 milhões m2/ano de rochas processadas especiais; Capacidade de produção de 50 milhões m2/ano de rochas processadas simples; US$ 1,093 bilhão e 2,5 milhões t exportadas; Crescimento de 4,62% em valor e 3,39% em volume de exportações em relação a 2006; Exportações de 16,8 milhões m2 equivalentes de chapas de granito e mármore (2 cm de espessura); Cerca de 600 empresas exportadoras em 23 estados da Federação (vendas para 120 países); Transações comerciais de US$ 4,1 bilhões nos mercados interno e externo. São identificadas 18 aglomerações produtivas (clusters) de rochas ornamentais no Brasil, distribuídas por 80 municípios em 10 estados da Federação. A maior parte desses arranjos produtivos está localizada na região sudeste, pela proximidade geográfica com os principais pólos de consumo, beneficiamento e exportação. Mais amplamente, são registradas atividades de extração em cerca de 400 municípios, assumindo-se a existência de 1.800 frentes ativas de lavra e a produção de 1.200 variedades comerciais de rochas. A produção brasileira de rochas ornamentais e de revestimento totalizou cerca de 8,0 milhões de toneladas no ano de 2007. Essa produção envolveu uma grande variedade de rochas, que inclui granitos, mármores, quartzitos maciços e foliados, ardósias, pedra-sabão, metaconglomerados, serpentinitos, travertinos, calcários (limestones) e outras, comercializadas nos mercados interno e externo. A distribuição regional da produção é mostrada na. PERFIL DA PRODUÇÃO BRASILEIRA POR TIPO DE ROCHA – 2007 Total da Produção = 8,0 milhões toneladas Granito e Metaconglomerado - 4,1 milhões t Mármore e Travertino - 1,1 milhão t 3% 3% 8% 11% 50% Ardósia - 0,9 milhão t Quartzitos Foliados - 0,6 milhão t Quartzitos Maciços - 0,2 milhão t 11% 14% Pedra Miracema - 0,2 milhão t Outros (Basalto, Pedra Cariri, Pedra Sabão, etc) - 0,9 milhão t Informe ABIROCHAS 02/2008 15 O Espírito Santo responde por quase 40% da produção brasileira de rochas e concentra 60% da capacidade instalada de beneficiamento de blocos. O Estado de Minas Gerais responde pela quase totalidade da produção e exportação de ardósias, quartzitos foliados (tipo Pedra São Tomé) e pedra-sabão. A maior parte da produção dos chamados granitos exóticos provém dos estados de Minas Gerais e Bahia, concentrando-se neste último a produção das novas variedades de quartzito maciço exportadas pelo Brasil. DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA PRODUÇÃO BRUTA DE ROCHAS ORNAMENTAIS NO BRASIL – 2007 Total da Produção = 8,0 milhões toneladas 4% 4% 20% 1% Sudeste - 5,7 milhões t 71% Nordeste - 1,6 milhão t Sul - 0,3 milhão t Centro-Oeste - 0,3 milhão t Norte - 0,1 milhão t Estima-se que o parque brasileiro de beneficiamento tenha hoje uma capacidade instalada de serragem e polimento para 70 milhões m2/ano (granitos, mármores e outras rochas extraídas em blocos), bem como para mais 50 milhões m2/ano em rochas de processamento simples (ardósias, quartzitos e gnaisses foliados, etc.). Pelas tendências observadas para os mercados interno e externo, projeta-se que essa demanda de serragem poderá elevar-se até quase 70 milhões m2 em 2008. As rochas mais utilizadas no Brasil são as silicáticas, que abrangem granitos e suas variedades. Seguem-se os mármores, travertinos e limestones (rochas carbonáticas), as ardósias (rochas síltico-argilosas) e os quartzitos maciços e foliados (rochas silicosas). Sua preferência é decorrente de diversos fatores, ligados à disponibilidade das matérias-primas, cultura de utilização, tendências de mercado, parâmetros estéticos e qualificação físicomecânica. O mercado imobiliário de alto padrão continua demandando preferencialmente mármores importados para os ambientes internos, tendo-se cerca de 30 a 40 variedades de materiais italianos, gregos, espanhóis, turcos e portugueses mais difundidos no país. Para efeito de cálculos expeditos, pode-se referir que, das 8,0 milhões de toneladas de rochas ornamentais, produzidas no Brasil em 2007, 58% foram consumidas no mercado Informe ABIROCHAS 02/2008 16 interno e 42% destinadas, como rochas brutas ou após beneficiamento, ao mercado externo. Também em valores aproximados, transformando-se a produção para o mercado interno em metros quadrados equivalentes de chapas, com 2 cm de espessura, o consumo aparente de produtos brasileiros foi de 56,7 milhões de m2 em 2007, totalizando 58,3 milhões de m2 se somados os produtos importados. Considerando-se, no entanto, que os produtos convencionais de ardósias, quartzitos foliados e outras rochas de processamento simples têm no geral espessura inferior a 2 cm, pode-se dizer que o consumo interno real somou cerca de 75 milhões de m2 em 2007. EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO BRASILEIRA DE ROCHAS Período Produção (t) Mercado Externo Produção (t)Mercado Interno Produção Total (t) 1.288.993,0 3.939.607,0 5.228.600,0 24,6% 75,4% 100% 1.319.261,8 3. 824.104,6 5.153.366,4 25,6% 74,4% 100% 1.567.987,4 4.031.967,6 5.559.955,0 28,0% 72,0 % 100 % 1.947.539,6 4.138.521,7 6.086.061,3 32,0% 68,0% 100 % 2.324.783,4 4.132.948,3 6.457.731,7 36,0% 64,0% 100% 2.719.996,6 (+17%) 4.174.277,8 (+1%) 6.894.274,4 (+6,8%) 39,5% 60,5% 100% 3.263.995,9 (+20%) 4.257.763,4 (+2%) 7.521.759,3 (+9,1%) 43,4% 56,6% 100% 3.373.422,2 (+3%) 4.598.384,5 (+8%) 7.971.806,7 (+6,0%) 42,3% 57,7% 100% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Informe ABIROCHAS 02/2008 17 CONSUMO INTERNO APARENTE DE ROCHAS ORNAMENTAIS NO BRASIL – 2007 50% 9% 3% 9% 10% 19% Granitos e Metaconglomerados - 29,0 milhões m2 Ardósias - 6 milhões m2 Outros - 5 milhões m2 Mármores e Travertinos - 11,2 milhões m2 Quartzitos Maciços e Foliados - 5,5 milhões m2 Mármores Importados - 1,6 milhão m2 Total = 58,3 milhões m2 equivalentes (2 cm de espessura) São Paulo é responsável, segundo estimativas, por quase 50% do consumo brasileiro de rochas, seguindo-se os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Conjuntamente, os estados da Região Sudeste, incluindo-se o Espírito Santo, respondem por aproximadamente 70-75% do consumo interno de rochas e, provavelmente, pelo mesmo percentual dos demais materiais de revestimento. Existe, a propósito, uma relação geográfica direta entre produção e consumo de rochas ornamentais, o que concorre para o destaque da Região Sudeste. Do ponto de vista dos principais usos e aplicações, cerca de 80% dos produtos comerciais referem-se a chapas para revestimentos, incluindo-se pavimentos externos e internos (pisos), superfícies verticais externas (fachadas) e internas (paredes), degraus (base e espelho) e tampos em geral (pias, mesas, balcões, etc.). Os demais 20% envolvem peças estruturais (colunas, etc.), arte funerária (lápides e adornos) e trabalhos especiais (esculturas e peças usinadas). Observando-se a distribuição percentual dos usos, refere-se que dos 40,2 milhões de m2 de granitos e rochas carbonáticas nacionais, 32,2 milhões de m2 (80%) envolvem revestimentos verticais e horizontais. Desses 32,2 milhões de m2, estima-se que 19,3 milhões de m2 (60%) dizem respeito a pisos e tampos (13,5 milhões de m2 para pisos e 5,8 milhões de m2 para tampos) e 12,9 milhões de m2 (40%) a paredes e fachadas. Informe ABIROCHAS 02/2008 18 DISTRIBUIÇÃO DO CONSUMO INTERNO APARENTE POR ESTADOS E REGIÕES – 2007 Total = 58,3 m ilhões m 2 equivalentes (2 cm de espessura) 14% 14% 48% SP - 28,3 m ilhões m 2 RJ, ES, MG - 14,0 m ilhões m 2 Região Sul - 8,0 m ilhões m 2 24% Regiões N, NE, CO - 8,0 m ilhões m 2 Para as rochas carbonáticas importadas, que somaram 1,6 milhão de m2 em 2007, praticamente tudo é destinado a revestimentos (50% para pisos, 30% para paredes e fachadas e 20% para tampos). Para as demais rochas nacionais (ardósias, quartzitos foliados e outras), que somaram 16,5 milhões de m2 de consumo no mercado interno em 2007, cerca de 13,2 milhões de m2 (80%) são utilizados especificamente em pisos, com apenas 3,3 milhões de m2 (20%) para revestimentos verticais e outros usos. Assim como em outros países onde, por limitações econômicas e de poder aquisitivo, demanda-se sobretudo preço, também no Brasil os revestimentos cerâmicos, geralmente mais acessíveis para o consumidor, acabam tendo maior aceitação e penetração do que os materiais naturais. Como produto industrializado, as cerâmicas de revestimento são controladas por um número menor de grandes empresas, que possuem meios e modos mais adequados de relacionamento com especificadores e atendimento aos clientes. Ademais, o setor cerâmico conseguiu traduzir, como atributos comerciais importantes, a maior padronização e facilidade de especificação de seus produtos quanto às características tecnológicas, ao mesmo tempo em que procuram cada vez mais explicitamente identificar tais produtos com materiais rochosos naturais. Cabe ao setor de rochas lapidar a noção de que os materiais naturais são antes especialidades comerciais do que commodities, firmando a idéia de que sua maior diversidade (ou falta de padronização) é, da mesma forma, antes um atributo positivo do que uma restrição comercial. Com a situação mais desfavorável da construção civil em 2007, o consumo brasileiro de revestimentos, incluindo-se madeiras, vidros, papel, vinil, têxteis, argamassas, cerâmicas e rochas, superou 1 bilhão de m2 (talvez até 1,5 bilhão de m2). Deste total, cerca de 50% (500 milhões de m2) refere-se a produtos cerâmicos. Certamente, com a melhor adequação da Informe ABIROCHAS 02/2008 19 estrutura de oferta, os materiais rochosos naturais podem alcançar uma fatia mais significativa do mercado de revestimentos em geral, sobretudo frente às cerâmicas. Não seria utópico projetar, em um horizonte de cinco anos, desde que segundo bases planejadas e bem orientadas, a duplicação da fatia das rochas no mercado interno. Passaríamos assim de uma participação de 5% do mercado interno (60 milhões de m2), para 10% desse mercado (120 milhões de m2). Para que isto ocorra, são necessários investimentos consideráveis na cadeia produtiva, em recursos humanos e financeiros, visando ao reposicionamento das rochas no mercado interno da construção civil. 3 Balanço das Exportações e Importações Brasileiras de Rochas Ornamentais em 2007 3.1 Exportações O desempenho das exportações brasileiras de rochas ornamentais de 2007 interrompeu a tendência de forte crescimento registrada ao longo dos últimos cinco anos, praticamente repetindo os resultados de 2006. Essas exportações de 2007 somaram US$ 1,093 bilhão, correspondentes à comercialização de 2,5 milhões de toneladas de rochas brutas e processadas. VARIAÇÃO COMPARADA DA TAXA DE CRESCIMENTO DO VALOR DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS - 2004 - 2007 100 80 60 % 40 20 0 JanMai JanJun JanOut JanNov JanDez JanFev JanMar 2004 13,03 31,48 33,44 23,1 22,1 19,76 30,41 31,41 37,42 34,71 38,11 39,97 2005 58,53 47,17 53,77 56,88 55,97 55,76 41,18 39,73 34,39 31,37 31,50 31,45 2006 35,13 26,23 31,37 32,84 32,80 36,34 41,19 40,54 38,84 40,01 34,44 32,30 2007 19,62 14,79 8,74 13,34 14,27 9,91 8,86 7,87 5,35 6,17 4,91 4,62 Informe ABIROCHAS 02/2008 JanAbr JanAgo Jan Jan-Jul Jan-Set 20 EXPORTAÇÕES ACUMULADAS DO SETOR DE ROCHAS EM 2004 - 2007 1250,0 US$ milhões 1000,0 750,0 500,0 250,0 0,0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2004 28,1 65,0 106,0 136,7 180,8 223,2 291,4 347,1 419,0 475,4 542,7 601,0 2005 44,5 95,6 163,0 214,5 282,0 347,7 411,4 485,0 563,1 624,5 713,7 790,0 2006 60,19 120,7 214,2 284,9 374,5 474,1 580,8 681,6 781,8 874,4 959,5 1045 2007 72,01 138,5 232,9 322,9 427,9 521,1 632,3 735,3 823,6 928,4 1007 1093 Frente a 2006, anotou-se variação positiva de 4,62% no faturamento e um índice negativo de 3,39% no volume físico exportado. Tal situação já reflete a crise do mercado imobiliário residencial dos EUA, salientada a partir do 2º semestre de 2007. EXPORTAÇÕES MENSAIS DO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS 2004 - 2007 300,0 1.000 toneladas 240,0 180,0 120,0 60,0 0,0 2004 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 80,8 138,1 134,9 90,7 116,5 128,1 236,4 161,0 248,1 170,8 183,6 151,4 2005 109,3 156,2 216,5 149,2 192,5 187,1 174,0 184,0 198,1 146,1 251,0 193,5 2006 153,7 140,8 230,6 185,7 201,9 254,5 286,2 245,2 237,2 241,9 190,8 221,0 2007 168,7 161,2 230,6 208,5 248,4 218,7 253,8 241,2 171,0 249,1 135,4 215,2 Informe ABIROCHAS 02/2008 21 EXPORTAÇÕES MENSAIS DO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS 2004 - 2007 120,00 US$ milhões 90,00 60,00 30,00 0,00 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2004 28,10 36,86 41,04 30,70 44,14 42,40 68,14 55,71 71,86 56,43 67,32 58,25 2005 44,54 51,06 67,40 51,50 64,47 65,77 63,62 73,62 78,07 61,46 89,14 76,32 2006 60,19 60,49 93,46 70,75 89,57 99,65 106,7 100,8 100,2 92,6 85,1 85,7 2007 72,01 66,52 94,33 90,04 105,0 93,2 111,2 103,0 88,31 104,8 78,2 89,9 O faturamento mensal das exportações oscilou entre um valor mínimo de US$ 72,01 milhões, registrado em janeiro, e um valor máximo de US$ 111,2 milhões em julho (recorde histórico no Brasil). O volume físico mensal exportado variou, por sua vez, entre 135,4 mil t em novembro e 253,8 mil t em julho. O faturamento total de 2007 superou em apenas US$ 48 milhões o faturamento de 2006. As exportações de rochas processadas, tanto acabadas quanto semi-acabadas, abrangendo produtos de beneficiamento simples e especial, somaram US$ 896,6 milhões e representaram 82,0% do total exportado. Em volume físico, as rochas processadas somaram 1,32 milhões t e representaram 52,6% do total das exportações. As exportações de rochas silicáticas brutas, correspondentes a blocos e chapas simplesmente serradas de quartzitos e, sobretudo, granitos, somaram US$ 195,7 milhões e 1,18 milhões t, compondo respectivamente 17,9% e 47,2% do total exportado. As exportações de rochas carbonáticas brutas, formadas por blocos e chapas simplesmente serradas, principalmente de mármores, somaram por sua vez apenas U$ 1,1 milhão e 5,6 mil t, correspondentes a respectivamente 0,1% e 0,2% do total exportado. Informe ABIROCHAS 02/2008 22 EVOLUÇÃO ANUAL DO VOLUME FÍSICO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS 3,00 Milhões de Toneladas 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 RB 0,80 0,80 0,79 0,82 0,77 0,80 0,91 0,94 1,06 1,30 1,18 RP 0,12 0,14 0,19 0,28 0,33 0,46 0,62 0,90 1,10 1,29 1,32 Total 0,92 0,94 0,98 1,10 1,10 1,26 1,53 1,84 2,16 2,59 2,50 RP – rochas processadas; RB – rochas brutas EVOLUÇÃO ANUAL DO FATURAMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS 1200,0 US$ milhões 900,0 600,0 300,0 0,0 RSB 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 117,0115,3 116,8110,3 113,6126,4172,6 167,6213,3 196 RCB 1,1 RP 92,4 115,9 153,3168,6 223,7301,0427,0 618,8831,1 897 1,3 1,5 1,3 1,5 1,9 1,4 TOTAL 210,5232,5 271,5280,2 338,8429,3 601 Informe ABIROCHAS 02/2008 RSB: blocos de granito RCB: blocos de mármore RP: rochas processadas 3,6 1,7 1,1 790 1045 1093 23 EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS BRUTAS E PROCESSADAS - PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL NO FATURAMENTO 100,0 80,0 % 60,0 40,0 20,0 0,0 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 RP: rochas processadas RB: rochas brutas 07 RP 37,7 43,9 49,9 56,5 60,3 66,0 70,1 75,0 78,3 79,5 82,0 RB 62,3 56,1 50,1 43,5 39,7 34,0 29,9 25,0 21,7 20,5 18,0 EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS BRUTAS E PROCESSADAS - PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL EM PESO 100,0 % em Peso 80,0 60,0 40,0 20,0 0,0 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 RB 86,9 85,0 80,5 74,7 70,3 63,5 59,6 51,0 49,0 50,1 47,4 RP 13,1 15,0 19,5 25,3 29,7 36,5 40,4 49,0 51,0 49,9 52,6 RB – rochas brutas; RP – rochas processadas Frente a 2006 registrou-se variação positiva, e ainda significativa, em valor e volume físico, apenas das exportações de ardósia (códigos 6803 e 2514), quartzitos foliados tipo pedra São Tomé (código 6801) e pedra-sabão (códigos 2526.10.00 e 6802.29.00), menos dependentes do mercado dos EUA. As exportações de chapas de granito (códigos 6802.93.90 e 6802.23.00) tiveram variação positiva de 6% no faturamento e variação negativa de 0,9% no Informe ABIROCHAS 02/2008 24 volume físico, mantendo-se portanto no mesmo patamar de 2006. As exportações de rochas brutas, tanto carbonáticas quanto silicáticas, sofreram quedas expressivas frente a 2006. Foi ainda positiva, mas inferior à de 2006, a variação do preço médio dos principais produtos comerciais do setor em 2007, registrando-se: +3,5% para os blocos de granito (código 2516.12.00); +9,5% para os produtos de ardósia (código 6803); +11,3% para os quartzitos do tipo São Tomé (código 6801); +24,8% para os produtos de pedra-sabão (código 6802.29.00); e, +7,2% para as chapas de granito (código 6802.93.90). Pela pressão de oferta esperada em 2008, não será fácil negociar preços no mercado internacional, mesmo para novos materiais ofertados pelos exportadores brasileiros. Esta situação deverá aprofundar os efeitos já negativos da excessiva apreciação do Real frente ao US Dólar. Em certa medida, o quadro atual resulta da má gestão dos preços durante o período que se seguiu à maxidesvalorização do Real, na segunda metade da década de 1990. Destaca-se neste sentido que o preço médio vigente para chapas polidas de granito, mesmo com a valorização registrada em 2005, 2006 e 2007, continua inferior aos praticados até 1999. É provável, portanto, que continue decrescente o número de empresas exportadoras atuantes com rochas ornamentais, pois estão cada vez mais reduzidas as margens de lucratividade do setor. VARIAÇÃO DO PREÇO MÉDIO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS PELA POSIÇÃO 6802.23.00 (inclui sobretudo chapas polidas de granito) Período Valor Exportado (US$ milhões) Participação Preço Médio Variação do Faturamento (US$/t) Preço Médio 1999 81,79 35,2% 822 -9,1% 2000 110,88 40,8% 722 -12,2% 2001 120,57 43,0% 685 -5,1% 2002 168,37 49,7% 622 -9,2% 2003 232,64 54,2% 603 -3,1% 2004 344,37 57,3% 602 -0,2% 2005* 508,49 64,4% 680 +13,0% 2006* 688,30 65,9% 763 +12,2% 2007* 729,40 66,7% 816 +6,9% Variação do preço médio 2007/1999 Ö -0,7%. (*) inclui as posições 6802.23.00 e 6802.93.90 Informe ABIROCHAS 02/2008 25 Evolução do Núm ero de Em presas Brasileiras Exportadoras de Rochas (2007 estim ado) 600 2007 731 2006 877 2003 508 2000 332 1997 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 Os seis principais grupos de produtos comerciais exportados, em ordem decrescente de faturamento, incluíram: chapas polidas de granito, blocos de granito, produtos de ardósia, produtos de quartzito tipo São Tomé e produtos de pedra-sabão. A inespecificidade dos códigos fiscais de identificação, utilizados no setor de rochas, não tem permitido discriminar adequadamente os diversos produtos comerciais exportados. PERFIL DO FATURAMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS EM 2007 2006 Produtos Comerciais Posições NCM Chapas Granito 2007 Variação B/A (%) Faturamento A (US$ milhão) Participação Brasil (%) Faturamento B (US$ milhão) Participação Brasil (%) 6802.23.00 6802.93.90 688,3 65,9 729,5 66,7 +6,0 Blocos Granito 2516.11.00 2516.12.00 200,0 19,1 194,0 18,7 -3,0 Ardósia 2514.00.00 6803.00.00 84,6 8,1 98,4 9,0 +16,3 Quartzito Foliado 6801.00.00 32,8 3,1 40,3 3,7 +22,9 Pedra-Sabão 2526.10.00 6802.29.00 15,4 1,5 18,3 1,7 +18,8 Outros 24,0 2,3 13,0 1,2 -47,8 Total Brasil 1.045,1 100 1.093,5 100 +4,6 Informe ABIROCHAS 02/2008 26 EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CHAPAS SERRADAS 20 Milhões m2 equivalentes (2 cm espessura) 17,0 16,8 14,9 16 12,1 12 8,1 8 5,6 3,5 4 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Estimativamente, as exportações de chapas serradas recuaram de 17 milhões de m2 equivalentes (2 cm de espessura) em 2006, para 16,8 milhões m2 em 2007. Considerando-se que houve demanda, também estimada, de 42,2 milhões m2 para o mercado interno, calcula-se que o processamento brasileiro de chapas em teares e talha-blocos tenha atingido 60 milhões m2 no ano de 2007. As exportações capixabas de rochas ornamentais somaram US$ 726,1 milhões em 2007, correspondentes à comercialização de 1,44 milhão de toneladas. O Espírito Santo continua assim liderando as exportações setoriais, respondendo por 66,4% do faturamento e 57,6% do volume físico do total brasileiro. As rochas processadas, representadas sobretudo por chapas polidas de granito, compuseram 86% das exportações do estado. Em ordem decrescente de faturamento, após o Espírito Santo, figuram os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Ceará e Paraíba. Minas Gerais, São Paulo e Paraíba tiveram variação positiva de faturamento em 2007, registrando-se queda para Rio de Janeiro, Bahia e Ceará. Por concentrar as exportações brasileiras de ardósias, quartzitos e pedra-sabão, menos dependentes dos mercados dos EUA, Minas Gerais registrou a maior taxa de variação do faturamento entre os estados exportadores. Informe ABIROCHAS 02/2008 27 EVOLUÇÃO DO FATURAMENTO DAS EXPORTAÇÕES CAPIXABAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS 800,0 US$ milhões 600,0 400,0 200,0 0,0 97 97 98 98 99 99 00 00 01 01 02 02 03 03 04 04 05 05 06 06 07 07 ES 59,6 70,0 84,6 116,1 128,7 170,2 224,6 337,4 490,2 679,9 726,1 Os EUA continuam sendo, por sua vez, o principal país de destino das exportações brasileiras do setor de rochas. Em 2007, essas exportações para os EUA somaram US$ 636,1 milhões e 763.990,52 t, o que representou, respectivamente, 58,2% do faturamento e 30,1% do volume físico das exportações brasileiras. Também muito importante, refere-se que 99,89% do faturamento e 99,34% do volume físico das exportações brasileiras de rochas para os EUA são de rochas processadas, com maior valor agregado. PRINCIPAIS ESTADOS EXPORTADORES DE ROCHAS ORNAMENTAIS – BASE 2007 Estado Valor Exportado US$ milhão Perfil do Faturamento Rochas Brutas Rochas Processadas Participação Brasil Variação 2007/2006 Espírito Santo 726,1 13,9% 86,1% 66,4% +6,8% Minas Gerais 211,3 25,1% 74,9% 19,3% +13,0% Rio de Janeiro 33,8 0,2% 99,8% 3,1% -18,2% Bahia 19,0 91,1% 8,9% 1,7% -31,9% São Paulo 25,8 4,6% 95, % 2,4% +4,2% Ceará 11,2 24,1% 75,9% 1,0% -10,8% 9,9 48,1% 51,9% 0,9% +9,7% - - 94,8% - Paraíba Total Informe ABIROCHAS 02/2008 1.037,10 28 EVOLUÇÃO DO FATURAMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS PARA OS EUA 700,0 600,0 US$ milhões 500,0 400,0 300,0 200,0 100,0 0,0 1996 USA 1997 1998 1999 2000 2001 2001 2002 2002 2003 2003 2004 2004 2005 2005 2006 2006 2007 1996 1997 1998 1999 2000 28,7 43,4 58,8 78,2 107,3 116,6 161,0 224,3 341,3 460,2 631,8 636,1 2007 Itália, China e Espanha seguem os EUA como grandes destinos das exportações brasileiras. Registrou-se queda expressiva na venda de blocos de granitos para esses três países, mas a China prossegue como principal destino dos blocos. PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS Volume Físico, Valor e Preço Médio dos Produtos – Base 2007 Países Volume Físico Exportado (1.000 t) Participação Exportações Brasileiras Valor Exportado US$ milhão Participação Exportações Brasileiras Preço Médio US$/t EUA 764,0 30,5% 636,1 58,2% 832,5 Itália 373,6 14,9% 84,9 7,8% 227,3 China 493,5 19,7% 70,8 6,5% 143,5 Espanha 143,9 5,8% 37,5 3,4% 262,1 1.775,0 71,0% 829,3 75,8% - Total Apesar do crescimento registrado frente a 2006, sugere-se que as exportações do setor de rochas não tenham permitido a geração de empregos em 2007. Para compensar a valorização cambial e a perda de margens de lucratividade, pelo menos parte das empresas do setor desenvolveu o que está sendo chamado de “produtividade defensiva”, efetivada pela diminuição da produção e redução de pessoal, sobretudo no 2º semestre de 2007. Informe ABIROCHAS 02/2008 29 EVOLUÇÃO DO FATURAMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS PARA OS EUA, ITÁLIA E CHINA 700,0 600,0 US$ milhões 500,0 400,0 300,0 200,0 100,0 0,0 EUA 96 97 98 28,7 43,4 58,8 78,2 107,3 116,6 161,0 224,3 341,3 460,2 631,8 636,1 63,0 60,4 57,0 54,8 47,2 50,7 46,1 59,5 72,3 89,4 84,9 1,2 3,0 9,2 13,8 23,5 39,3 36,4 49,6 77,1 70,8 Itália China 99 00 01 02 03 04 05 06 07 Em pregos Diretos Gerados pelas Exportações Brasileiras de Rochas 15000 Nº de Empregos Gerados 15000 11340 12000 10200 9000 5432 6000 3516 3000 2346 1320 518 0 0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 A participação das exportações de rochas ornamentais, no total do faturamento das exportações brasileiras, recuou de 0,76% em 2006 para 0,68% em 2007. Pela primeira vez, em cinco anos, o crescimento das exportações de rochas foi inferior ao do total das exportações brasileiras. Continuou, no entanto, superior a 2% a participação do superávit do setor de rochas no superávit geral brasileiro. Informe ABIROCHAS 02/2008 30 VARIAÇÃO ANUAL COMPARADA DAS EXPORTAÇÕES TOTAIS BRASILEIRAS E DO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS Exportações Período Total Brasil Variação Setor de Rochas Variação US$ milhões % US$ milhões % 2001 58.222,64 5,69 280,17 3,18 2002 60.361,78 3,67 338,80 20,93 2003 73.084,14 21,18 429,38 26,97 2004 96.475,22 32,00 600,96 39,97 2005 118.308,27 22,63 789,97 31,45 2006 137.469,70 16,20 1.045,13 32,30 2007 160.649,07 16,86 1.093,50 4,62 PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DAS ROCHAS ORNAMENTAIS NO TOTAL DO FATURAMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS Exportações Total Brasil (A) Setor de Rochas (B) Participação Percentual US$ milhões US$ milhões B/A 2001 58.222,64 280,17 0,48 2002 60.361,78 338,80 0,56 2003 73.084,14 429,38 0,59 2004 96.475,22 600,96 0,62 2005 118.308,27 789,97 0,67 2006 137.469,70 1.045,13 0,76 2007 160.649,07 1.093,50 0,68 Período Informe ABIROCHAS 02/2008 31 PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DO SUPERÁVIT DAS EXPORTAÇÕES DO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS NO SUPERÁVIT DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS Exportações Superávit Brasil (A) Superávit Setor de Rochas (B) Participação Percentual US$ milhões US$ milhões B/A 2001 2.650,47 259,2 9,78 2002 13.125,03 319,4 2,43 2003 24.793,10 410,4 1,66 2004 33.640,54 580,9 1,73 2005 44.756,85 768,5 1,72 2006 46.087,65 1.015,82 2,20 2007 40.039,07 1.051,0 2,62 Período 3.2 Importações Novamente como resultado da apreciação cambial e agora ainda puxadas pelo aquecimento do mercado interno, as taxas de crescimento das importações superaram a das exportações de rochas ornamentais em 2007. Essas importações somaram US$ 42,4 milhões e 76,9 mil t, o que representou um incremento de respectivamente 44,6% e 24,55 frente a 2006. Da mesma forma que nas exportações, houve variação positiva do preço médio dos principais produtos importados em 2007. Por exemplo, nas posições 6802.21.00 e 6802.91.00, que abrigam chapas beneficiadas de mármores e representam 73,4% do valor total das importações, os reajustes foram de respectivamente 16,9% e 21,2% frente a 2006. Em função do aquecimento registrado no ano de 2007, e também projetado para 2008, o mercado interno poderá transformar-se em alternativa ao mercado externo. Isto dependerá de uma melhor articulação da estrutura de oferta e do marketing das rochas brasileiras, que deverão sofrer maior concorrência de empresas e produtos importados. Deve-se neste sentido destacar, que os dados acima referidos não incluem chapas aglomeradas de pedras naturais, do tipo marmoglass e outros, importadas através do código 6810 e que estão concorrendo com os materiais 100% naturais. As importações Informe ABIROCHAS 02/2008 32 registradas em 2007, pelos códigos 6810.19.00 e 6810.99.00 somaram US$ 16,4 milhões e 34,6 mil t, dos quais US$ 8,6 milhões e 22,2 mil t provenientes da China. EVOLUÇÃO DO VALOR DAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS 50 42,4 US$ milhões 40 32,4 30 20 10 29,3 28,5 24,3 21,6 21,9 19,4 21,0 16,8 20,1 21,5 18,9 6,8 0 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 EVOLUÇÃO DO VOLUME FÍSICO DAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS 100 mil toneladas 61,8 60 40 43,5 31,3 20 76,9 73,5 80 61,7 53,5 54,4 52,6 44,3 49,3 51,1 41,2 13,1 0 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 3.3 Conclusões Como se havia antecipado em finais de 2006, as exportações brasileiras de rochas ornamentais de 2007 tiveram um desempenho menos expressivo que dos anos anteriores. A taxa de evolução do faturamento dessas exportações foi ainda positiva, mas ficou aquém dos 5%, enquanto em volume físico houve queda superior a 3% frente a 2006. Interrompeu-se a tendência de expansão observada desde 2002, a partir de quando a variação anual de faturamento, sempre superior a 20%, chegou a atingir 40% em 2004. Informe ABIROCHAS 02/2008 33 No mercado interno, o aquecimento da demanda parece ter antes fortalecido as importações do que compensado o arrefecimento das exportações. As taxas de crescimento das importações de rochas em 2007 superaram largamente aquelas das exportações, com variação positiva de 24,5% no volume físico e de 44,6% no valor dos produtos importados, frente a 2006. Os resultados das exportações de 2007 refletiram uma conjugação de fatores particularmente negativos para o setor de rochas, envolvendo a contração do mercado imobiliário dos EUA, principal destino das exportações brasileiras, e a continuada desvalorização do US dólar. Sugere-se que os ganhos de produtividade das empresas brasileiras não estão mais fazendo frente ao desequilíbrio cambial, para quase todos os setores que não os das commodities agrícolas e minerais. Em um estudo recente da FIESP2, destaca-se que “a apreciação sem precedentes da moeda brasileira é impossível de ser totalmente compensada por meio de incrementos de produtividade”. O estudo registra ainda que “parte importante do aumento de produtividade dos setores da economia brasileira, na maioria dos casos, ocorreu não apenas com o crescimento da produção e incorporação de progresso técnico, mas com a redução do número de pessoas ligadas à produção, numa verdadeira economia de mãode-obra”. O setor de rochas parece estar enquadrado justamente no grupo daqueles que desenvolveram a chamada “produtividade defensiva”, onde o aumento de produtividade ocorreu por meio da redução do pessoal ocupado e/ou da diminuição do volume de produção. Esta situação traduz uma estratégia de corte de custos, ao invés de expansão dos investimentos, que implica redução do potencial de produção. A tese defendida pela OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, segundo a qual os países devem compensar a perda de competitividade cambial por meio do aumento da produtividade das empresas, está assim longe de ser efetivada pela indústria brasileira, pois, de acordo com a FIESP, “nem sempre a economia real pode resolver ou compensar problemas de ordem macroeconômica”. A indústria brasileira estaria perdendo oportunidades inclusive em seu próprio terreno, pois a excessiva valorização do Real favorece as importações e estas suprem, em grande medida, a crescente demanda agregada no mercado interno. No setor de rochas esta situação já é 2 FIESP. Pode o aumento da produtividade mitigar a valorização cambial no Brasil? (referido em Jornal Gazeta Mercantil, edição de 07.01.2008) Informe ABIROCHAS 02/2008 34 materializada pelas taxas de crescimento das importações, tanto de mármores e similares, quanto de materiais aglomerados (engineered stones do tipo marmoglass, etc.) sobretudo da China. A atual contração e provável futura recessão da economia dos EUA deverão afetar as economias do mundo todo. Com o barril de petróleo batendo em US$ 100, prevê-se que o crescimento global de 2008 seja o mais fraco desde 2003. Este é o pano de fundo para os mercados interno e externo das rochas ornamentais em 2008. Será acirrada a concorrência entre os grandes exportadores. A pressão de oferta poderá acentuar o estabelecimento de barreiras comerciais protecionistas, tarifárias e não tarifárias, para se garantir mercado. Com o concurso do desaquecimento econômico mundial, de prováveis barreiras comerciais e do “fogo amigo” da política cambial brasileira, não são grandes as expectativas para 2008. Reafirma-se a necessidade de empenho nos trabalhos de divulgação e promoção comercial das rochas brasileiras, nos mercados interno e externo. Cabe neste sentido uma palavra de agradecimento a ApexBrasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Através do programa setorial integrado desenvolvido com a ABIROCHAS, a APEX construiu uma história de realizações e já faz parte da cultura exportadora das empresas do setor de rochas. Com muita senioridade, desde o ano 2000, a APEX vem gerenciando alguns conflitos existentes e firmando sua parceria com o setor, sendo responsável por boa parte das realizações brasileiras no mercado externo. SÍNTESE DE DADOS SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO EM 2007 EXPORTAÇÕES Faturamento US$ 1.093,5 milhões Volume físico 2.501.697,11 toneladas Exportação de rochas processadas US$ 896,63 milhões / 1.315.933,87 t Exportação de rochas silicáticas brutas US$ 195,72 milhões / 1.180.199,11 t Exportação de rochas carbonáticas brutas US$ 1,10 milhões/ 5.564,13 t Participação de rochas processadas 82,0% em valor e 52,6% em peso Participação de rochas brutas 18,0% em valor e 47,4% em peso Informe ABIROCHAS 02/2008 35 Variação frente a 2006: à Faturamento +4,62% à Volume físico -3,39% IMPORTAÇÕES Valor US$ 42,37 milhões Volume físico 76.896,27 toneladas Crescimento frente a 2006: à Valor +44,56% à Volume físico +24,54% SALDO DA BALANÇA COMERCIAL DO SETOR Valor US$ 1.051,0 milhões 3.4 Perspectivas e Metas para 2010 No conjunto das perspectivas e metas projetadas para 2010, pode-se novamente destacar as seguintes: Manter o nível das exportações de chapas polidas de granito para os EUA; Ampliar as exportações de produtos de ardósia e rochas processadas simples, sobretudo quartzitos foliados do tipo pedra São Tomé, para os EUA; Ampliar o foco dos produtos acabados de granito, sobretudo tampos, lajotas e mosaicos, para o mercado imobiliário não residencial dos EUA; Agregar a prestação de serviços nas transações comerciais com os EUA; Ampliar o volume de exportação de chapas e produtos acabados de granito, bem como dos produtos de ardósia e quartzitos foliados, para os países da zona do euro, destacando-se Alemanha, França, Holanda, Bélgica, Espanha, além do Reino Unido; Monitorar o crescimento da demanda e criar bases para atendimento dos países do centro e leste europeu; Enfocar o atendimento e fornecimento de grandes obras para os países do Golfo Pérsico, destacando-se Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, inclusive através de parcerias com empresas fornecedoras estrangeiras (sobretudo turcas e italianas); Ampliar as exportações de rochas processadas semi-acabadas, principalmente chapas de granito, para o continente asiático, destacando-se Japão, Coréia do Sul, China Continental e Taiwan. Informe ABIROCHAS 02/2008 36 Como foco de desenvolvimento das atividades do Programa Setorial Integrado APEX/ ABIROCHAS, deve-se também novamente recomendar o seguinte: Divulgar os produtos brasileiros nos denominados “mercados imobiliários emergentes”, para os quais se projeta crescimento mais acentuado da construção civil e valorização diferenciada dos imóveis residenciais e comerciais3; Promover comercialmente dos denominados “materiais exóticos”, que abrangem granitos pegmatóides e pegmatitos, granitos infiltrados (oxidados), quartzitos coloridos, rochas de derivação vulcânica, jaspes, cherts, silexitos, conglomerados, brechas sedimentares e tectônicas, além de itabiritos e xistos diversos4; Aumentar a participação de ardósias, quartzitos maciços e foliados, limestones e mármores, entre as rochas exportadas; Melhorar distribuição das exportações por países de destino, pois mesmo com o recuo das vendas para os EUA em 2007, os produtos brasileiros ainda estão hoje fortemente concentrados neste mercado. No perfil das exportações projetadas para 2010, considera-se desejável a seguinte composição do faturamento: 15% para os produtos de ardósia; 10% para as rochas processadas simples, destacando-se quartzitos foliados; 10% para produtos acabados e semi-acabados, sobretudo em chapas, de pedrasabão, mármores e travertinos; 10% para blocos de granitos, mármores, pedra-sabão e quartzitos maciços; 30% para chapas polidas de granitos e quartzitos maciços; 20% para rochas processadas especiais, em produtos acabados de granitos e quartzitos maciços; 5% para chapas aglomeradas, mosaicos e produtos do tipo palladiana, com materiais exóticos e semipreciosos. Tais são as considerações, julgadas de interesse pela ABIROCHAS, para reflexão das empresas e para o necessário planejamento dos programas conduzidos pela APEX. 3 Destacam-se, neste caso, alguns países do centro e leste europeu, sobretudo Rússia, Polônia, Hungria e República Tcheca, além da própria América do Sul (Argentina, Chile, Venezuela e Colômbia) e Sudeste Asiático. Refere-se, a propósito, que o Brasil é considerado pelos investidores internacionais como “mercado imobiliário emergente”. Tais materiais foram recentemente introduzidos pelo Brasil no mercado internacional, com grande aceitação e valorização comercial. Destaca-se que esses materiais exóticos ocorrem principalmente em regiões com baixo IDH, permitindo ampliação da base exportadora e fortalecimento de arranjos produtivos locais nas regiões nordeste, norte e centro-oeste. 4 Informe ABIROCHAS 02/2008 37 5 Referências Bibliográficas CHIODI FILHO, C. Balanço das Exportações e Importações de Rochas Ornamentais em 2006. São Paulo: ABIROCHAS, 2007. 20p. (Informe n. 01/2007) CHIODI FILHO, C. Balanço das Exportações e Importações de Rochas Ornamentais em 2007. São Paulo: ABIROCHAS, 2007. 20p. (Informe n. 01/2008) CHIODI FILHO, C. Brazil’s Importance in the International Dimension Stone Market. 2007. 7p. (inédito) CETEM/ABIROCHAS. Rochas Ornamentais no Século XXI; Bases para uma Política de Desenvolvimento Sustentado das Exportações Brasileiras. Rio de Janeiro: CETEM/ ABIROCHAS, 2001. 160p. MDIC. Base ALICE. http://aliceweb.desenvolvimento.gov.br MONTANI, Carlo. Stone 2007; Repertorio Economico Mondiale (World Marketing Handbook). Milano (Italia) : Faenza Ed., 2007. 277 p. Informe ABIROCHAS 02/2008 38