PLANO DE NEGÓCIO PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMA

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PLANO DE NEGÓCIO PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMA
 PLANO DE NEGÓCIO PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMA ESCOLA DE
EDUCAÇÃO INFANTIL
Marlei Salete Mecca -Universidade de Caxias do Sul (UCS) – [email protected]
William Furlan - Universidade de Caxias do Sul (UCS) – [email protected]
Alex Eckert - Universidade de Caxias do Sul (UCS) - [email protected]
Roberto Biasio – Universidade de Caxias do Sul (UCS) - [email protected]
RESUMO
Plano de negócio é uma das formas de planejar o que o candidato a empreendedor sonha,
imagina e deseja realizar, não deixa de ser uma segurança para que ele possa calcular ou
medir o risco que irá enfrentar. O plano de negócio exige muito do candidato a empreendedor,
pois, todas as informações nele contida devem estar próximas as reais, caso contrário o risco
de descontinuidade pode se elevar. O objetivo deste trabalho é desenvolver um plano de
negócio para a constituição de uma escola de educação infantil. A metodologia utilizada neste
trabalho consiste em um levantamento bibliográfico, onde após diversas pesquisas, optou-se
por utilizar como base para o desenvolvimento do plano de negócio o modelo proposto por
Degen (2009), pois o mesmo está mais próximo do objetivo deste trabalho. Conclui-se que o
plano de negócio é uma ferramenta de extrema importância e sugere-se que todo candidato a
empreendedor deveria utilizá-lo a fim de identificar as possíveis dificuldades que poderá
encontrar ao abrir seu negócio, desta forma podendo se preparar melhor para o mercado.
Certamente o desenvolvimento deste plano de negócio reduz consideravelmente a
probabilidade do negócio não conseguir ultrapassar nem sequer o primeiro ano de existência,
desta forma deixando o candidato a empreendedor mais preparado para as dificuldades que
poderá encontrar. Cabe salientar que o plano de negócio desenvolvido neste trabalho pode ser
utilizado para outras áreas.
Palavras-chave: Plano de Negócio. Escola de Educação Infantil. Empreendedor.
ABSTRACT
Business plan is one way to plan what the prospective entrepreneur dreams, imagines and
wishes to achieve, it remains a safety so it can calculate or measure the risk we will face. The
business plan requires a lot of would-be entrepreneur, therefore, any information contained
therein shall be close to the real, otherwise the risk of discontinuity can rise. The objective is
to develop a business plan for the establishment of a school of education. The methodology
used in this work consists of a bibliography, where after several surveys, we chose to use as a
basis for developing the business plan the model proposed by Degen (2009), because it is
closer to the goal of this work. We conclude that the business plan is a tool of extreme
importance and it is suggested that all prospective entrepreneur should use it to identify the
possible difficulties you may encounter when opening your business, so can better prepare for
the market. Certainly the development of this business plan greatly reduces the likelihood of
the business can not exceed even the first year of existence, thus leaving the candidate
entrepreneur more prepared for the difficulties you may encounter. It should be emphasized
that the business plan developed in this paper can be used for other areas.
Keywords: Business Plan. School of Early Childhood Education. Entrepreneur.
1 INTRODUÇÃO
Muitas pessoas, nos dias de hoje, buscam independência financeira através do seu
próprio negócio. A competitividade está cada vez mais acirrada. Para que o candidato a
empreendedor consiga sobreviver, deve planejar muito bem o que deseja fazer, onde deseja
chegar e ter bem claro seu objetivo.
Segundo pesquisa do SEBRAE-SP (2008, p.19), 27% das empresas fecham no
primeiro ano, 38% encerram suas atividades até o segundo, 46% fecham antes do terceiro,
50% não concluem o quarto ano, 62% fecham até o quinto ano e 64% encerram suas
atividades antes de completar seis anos de atividade.
Para que a empresa não entre na estatística do SEBRAE de mortalidade de empresas,
deve-se gastar algumas horas planejando, analisando qual é o objetivo do empreendimento.
Isso serve para se adquirir confiança de que realmente se está no caminho certo, pois nem
todas as boas ideias são tão boas na prática. Além disso, pode-se esbarrar em uma série de
problemas, muitas vezes, simples, mas que não foram pensados e que podem levar o
empresário a quebrar até mesmo no primeiro ano.
Neste trabalho, será desenvolvido um plano de negócios para a constituição de uma
escola de educação infantil, demonstrando uma forma de viabilizar ou não uma empresa,
tentando minimizar todas as surpresas futuras e trazendo o retorno esperado para o
empresário.
Muitas pessoas podem não dar a atenção necessária para a viabilidade econômicafinanceira antes de abrir seu negócio, agem de forma precipitada e, até de certo modo,
empolgada em ter seu próprio empreendimento. No entanto, ela é de extrema importância
para que o negócio flua como o empreendedor está sonhando, da forma que ele imagina. Para
que aconteça de forma correta o que o empreendedor sonha, deve haver muito estudo e
planejamento das possibilidades que possam vir a ocorrer.
Para iniciar o estudo, deve ser feito um levantamento amplo, para que se possa chegar
a valores os mais próximos possíveis do real. O método utilizado será o de custo variável, que
separa os custos fixos dos variáveis e a margem de contribuição.
Para que o empreendimento dê o retorno desejado e para que possa ser cobrado o preço justo
pelo serviço prestado, é de extrema necessidade que o empresário desenvolva um ótimo
estudo de viabilidade, montando um plano de negócio o mais completo possível, que possa
realmente simular o andamento do negócio após efetivamente aberto. Com plena dedicação
nessa etapa, o caminho do sucesso fica mais próximo, com o empreendedor preparado para os
desafios que irá enfrentar.
Demonstrando que esse assunto é de extrema importância, tanto profissional,
científica quanto academicamente, a pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship (GEM
2008) já mostra que o Brasil ocupa a 13ª posição no ranking mundial de empreendedorismo.
Ou seja, o brasileiro já está se importando com o planejamento, buscando informações e
estudando antes de abrir seu próprio negócio, para, assim, garantir a sobrevivência do negócio
por vários anos, para que não seja somente um sonho, que no meio vira um pesadelo.
2 METODOLOGIA
O método de pesquisa utilizado é pesquisa bibliográfica. Sem dúvida, a pesquisa
bibliográfica é uma das etapas fundamentais e que inevitavelmente influenciará a pesquisa.
Toda pesquisa bibliográfica, segundo Mattar (1996), inicia com o levantamento do material
disponível, a seleção do material adequado e a utilização desse material no decorrer do
projeto, a fim de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a
formação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.
Toda pesquisa implica o levantamento de dados de várias fontes. Devido aos procedimentos
adotados, esta pesquisa caracteriza-se como pesquisa de campo. Conforme Marconi e Lakatos
(2002, p. 83) a pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações
e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma
hipótese que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre
eles.
3 EMPREENDEDORISMO
Os termos empreendedor e empresa têm sua origem em torno do século XV, na
França. A empresa, como categoria da vida econômica e social, segundo Souza e Guimarães
(apud Segrestin et al., 2005, p.5), é um fato histórico inserido recentemente no
desenvolvimento da civilização. Os termos empresa e empreendedor não são referidos, de
modo significativo, nos grandes movimentos na ordem medieval e corporativa.
Nos séculos XVI e XVII, conforme Souza e Guimarães (apud Vérin et al., 2005, p.5),
com a abertura econômica do mundo, o regime econômico rural e corporativo cedeu lugar ao
mercantilismo, que vinha com a palavra de ordem: “é fundamental que a moeda circule”. Os
sistemas tradicionais, de então, deram lugar ao mercado, que trouxe consigo a demanda por
um articulador entre o antigo sistema e o novo, um especialista nas transações entre a oferta e
a demanda, fazendo circular e multiplicar a riqueza. Esse novo ator, o negociante,
preocupava-se mais com o risco do mercado do que com o processo de compra e venda.
Nesse contexto de mudanças nascem, na França, de acordo com Souza e Guimarães
(apud Schumpeter et al., 2005, p.5), os conceitos de empreendedor e de empresa. Empreender
representava, então, mobilizar meios para fins, de uma maneira distinta daquela
tradicionalmente utilizada pela sociedade, ou seja, empreender implicava renovar. O novo
ator desse cenário pós-medieval, o empreendedor, surge emprestando dinheiro, comprando
para estocar, envolvendo-se em negócios sem garantias quanto aos resultados
Empreendedor, para Filion e Dolabela (2005 p.25), é uma pessoa que empenha toda a
sua energia na inovação e no crescimento, manifestando-se de duas maneiras: criando sua
empresa ou desenvolvendo alguma coisa completamente nova, em uma empresa preexistente
(que herdou ou comprou, por exemplo). Nova empresa, novo produto, novo mercado, nova
maneira de fazer – tais são as manifestações do empreendedor.
Em geral, ele visa ao crescimento e crescer progressivamente com sua organização.
Desse modo, precisa aprender continuamente, porque exerce um oficio complexo, de
múltiplas facetas e em constante evolução. Em seu aprendizado, deverá enfatizar a concepção,
o desenho de projetos e as visões. Deverá também elaborar bons sistemas de
acompanhamento, de supervisão dos projetos que implantar.
No início do século XX, Schumpeter (1991) refere-se à essência do
empreendedorismo como sendo a percepção e a exploração de novas oportunidades, no
âmbito dos negócios, utilizando recursos disponíveis de maneira inovadora. Para esse autor,
empreendedorismo e inovação são conceitos interdependentes.
A partir dessa concepção, os economistas passaram a ver os empreendedores como
indivíduos capazes de detectar oportunidades de negócios, de criar empresas e dispostos a
correrem riscos.
A contribuição dos empreendedores para o desenvolvimento da economia capitalista,
segundo Schumpeter (1991), envolve a capacidade de promover a “destruição criativa”,
processo definido como sendo o impulso fundamental que aciona e mantém o motor
capitalista, constantemente, criando novos produtos, novos modos de produção, novos
mercados, sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais caros.
Para Schumpeter (1991), o produto, a produção, a comercialização/distribuição, o
mercado, os componentes/suprimentos e o processo da gestão organizacional são os espaços
de atuação do empreendedor. Espaços esses voltados para a inovação, à medida que esse autor
entende o termo produto como a descoberta de um novo bem ou uma nova qualidade e
produção como distribuição como algo capaz de promover maior aproximação dos
consumidores em relação aos produtos.
No que diz respeito ao mercado, Schumpeter (1991) considera empreendedor aquele
capaz de descobrir nichos, bem como fontes de produtos e serviços. O processo de gestão
volta-se para a inovação ao serem criados, pelo empreendedor, modos de organização do
negócio que venham a assegurar sua manutenção e crescimento. Ainda, conforme esse autor,
os empreendedores não necessariamente acumulam bens, mas empregam os meios de
produção existentes de maneira diferente, mais apropriada, mais vantajosa, deixando de ser
empreendedores no momento em que pararam de inovar.
Nessa linha de pensamento, o empreendedor tem a missão de criar novos fluxos de
produção, desenvolver vínculos e transações que tenham como resultado a constituição de um
novo empreendimento. Assim, no enfoque econômico, empreender é inovar, é a capacidade
de implementar de novas capacidades de desenvolvimento econômico.
4 PLANO DE NEGÓCIO
O plano de negócio, para Dolabela (1999, p.149), pode ser visto como um mapa que
indica os caminhos a serem percorridos pelo empreendedor. Para Degen (2009 p.208), o plano
de negócio é a descrição, em um documento, da oportunidade de negócio que o candidato a
empreendedor pretende desenvolver, como a descrição do conceito do negócio, dos atributos
de valor da oferta, dos riscos, da forma como administrar esses riscos, do potencial de lucro e
crescimento do negócio, da estratégia competitiva, bem como o plano de marketing e vendas,
o plano de operação e o plano financeiro do novo negócio, com a projeção do fluxo de caixa o
e cálculo da remuneração esperada, além da avaliação dos riscos e pleno para superá-los.
A elaboração do plano do negócio pelo candidato a empreendedor é o inicio da
terceira e decisiva etapa no desenvolvimento de seu novo negócio.Trazendo um conceito mais
detalhado e com um ótimo exemplo, Hisrich e Peters (2004, p.210) afirmam que o plano de
negócio é um documento preparado pelo empreendedor em que são descritos todos os
elementos externos e internos relevantes envolvidos no início de um novo empreendimento. É
com frequência uma integração de planos funcionais com os de marketing, finanças, produção
e recursos humanos. Stewart aborda a integração e coordenação de objetivos e estratégias
empresariais eficientes quando o empreendimento abarca uma variedade de produtos e
serviços. Também trata das tomadas de decisão de curto e longo prazo para os três primeiros
planos de operação. Desse modo, o plano de negócio ou, como, às vezes, é chamado, o plano
de jogo ou “mapa da estrada” responde as questões: onde estou agora? Para onde estou indo?
Como chegarei lá? Investidores, fornecedores e até mesmo clientes em potencial solicitaram
ou exigiram um plano de negócio?
Filion e Dolabela (2000, p.164) afirmam que o plano de negócio é, antes de tudo, o
processo de avaliação de uma ideia que o empreendedor realiza pelo planejamento detalhado
da empresa. Ao prepará-lo, terá elementos para decidir se deve ou não abrir a empresa que
imaginou, lançar um novo produto que concebeu, proceder a uma expansão, etc. A rigor,
qualquer atividade empresarial, por mais simples que seja, deveria se fundamentar em um
plano de negócio.
Para Dornelas (2001, p.96), plano de negócio é um documento usado para descrever
um empreendimento e o modo de negócio que sustenta a empresa. Sua elaboração envolve um
processo de aprendizagem de autoconhecimento, e, ainda, permite ao empreendedor situar-se
no seu ambiente de negócio. As seções que compõem um plano de negócio geralmente são
padronizadas para facilitar o entendimento. Cada uma das seções do plano tem um propósito
específico.
Um plano de negócios para uma pequena empresa, conforme Dornelas (2001)pode ser
menor que o de uma grande organização, não ultrapassando talvez 10 a 15 páginas. Muitas
seções podem ser mais curtas que outras e até serem menores que uma única página de papel.
Para chegar ao formato final, geralmente são feitas muitas versões e revisões, até que esteja
adequado ao público-alvo. Os aspectos-chave que sempre devem aparecer em qualquer plano
de negócio são os seguintes Em que negócio você está?
O que você (realmente) vende?
Qual é o seu mercado-alvo?
Dornelas (2001) também fala da importância do plano de negócio e de alguns
cuidados, como, por exemplo, o candidato a empreendedor não pode utilizar números
recheados de entusiasmo ou fora da realidade, para que o plano de negócio realmente traga o
resultado desejado e verdadeiro.
O mesmo autor explica ainda que o plano de negócio deve ser uma ferramenta para o
empreendedor expôr suas ideias em uma linguagem que os leitores do plano de negócio
entendam e, principalmente, que mostre viabilidade e probabilidade de sucesso em seu
mercado.
O plano de negócio é umas das peças mais importantes para o candidato a
empreendedor, podendo utilizá-lo para tomar a decisão correta de fazer o investimento ou
não, o negócio que está estudando e analisando para sua vida. Muitas pessoas utilizam todas
suas economias para abrirem seu próprio negócio e não vão ter uma segunda chance para
tentar novamente, por isso o plano de negócio deve ser considerado como de extrema
importância e não deve ser feito de qualquer forma.
5 APLICAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIO
O plano de negócio elaborado prevê a constituição de uma escola de educação infantil
contemplando as perspectivas das empreendedoras, localização, valor da mensalidade,
número de crianças, entre outras informações.
O local escolhido é um terreno, onde será construído o imóvel pelo proprietário e
locado as empreendedoras, localizado no bairro Santa Lúcia, em Caxias do Sul. É um local
que existe carência de tal serviço, sendo que moradores da região já comentaram com as
sócias da carência de escola de educação infantil. Além disso, é uma área com grande volume
de indústrias e comércios nas proximidades. Isso seria um ponto positivo para a escola, pois
os pais podem deixar seus filhos na escola e ir trabalhar.
Será utilizado como nome fantasia ‘Escola de Educação Infantil Infância Feliz’. A
escola estará estrategicamente localizada, em um local que cresceu muito nos últimos anos em
Caxias do Sul (RS), com muitos sobrados e apartamentos sendo construídos nas
proximidades. Nessa localidade, não se encontra uma escola de educação infantil. Os
moradores e trabalhadores ficam sem tal prestação de serviço.
Nas proximidades do local da escola, estão sendo construídos diversos sobrados e
apartamentos, de padrão de classe média. Geralmente, nesses casos, o homem e a mulher
trabalham fora e necessariamente precisam de uma escola para deixar seus filhos. Por seus
pais trabalharem e serem de classe média, a criança não consegue vaga na escola da
prefeitura, precisando de uma escola infantil particular na proximidade.
Outra possibilidade é fazer convênios com as empresas próximas, para que os pais
deixem suas crianças na escola enquanto trabalham. Para isso, a escola tem um horário de
atendimento que oferece essa possibilidade, abrindo às 6:00 horas e fechando às 19:00 horas.
A grande maioria das empresas iniciam suas atividades após esse horário e também encerram
o expediente antes.
Os custos fixos serão em torno de R$ 12.072,20. São considerados nesses custos fixos
o aluguel, propaganda e promoções, produtos de limpeza, água, energia elétrica, telefone,
salários, contador, nutricionista, psicóloga, entre outros. Os custos variáveis são de
aproximadamente R$ 3.860.75, referentes à alimentação dos alunos, impostos e taxas e,
materiais diversos a serem utilizados.
Para considerar a receita da escola, foi feita uma pesquisa em outras escolas e chegouse ao número de 40 alunos de turno integral e 10 de meio turno. A escola também contará
com um salão para ser locado para eventos dos alunos, que será no dia a dia o refeitório, e
também algumas receitas de eventuais eventos. Desta forma gerando uma receita mensal
estimada em R$ 18.725,00.
A escola de educação infantil Infância Feliz será constituída de uma sociedade
limitada, com um capital de R$ 35.000,00, divididos em 35.000 quotas de capital, por duas
sócias. Ambas as sócias serão responsáveis pela administração da escola.
A primeira sócia mentora da ideia do empreendimento a ser criado, entrará com um
capital de R$ 20.000,00, ficando com 20.000 quotas e 57,14% da sociedade. A segunda sócia
por apoiar o investimento, entrará com R$ 15.000, ficando com 15.000 quotas de capital, com
um percentual de 42,86%, totalizando as 35.000 quotas de capital. Cada quota tem o valor de
R$ 1,00. A administração da escola será feita pelas duas sócias, ambas com experiência em
seus trabalhos anteriores, com o auxílio do contador, na área gerencial e estratégica da escola.
6 ESTIMATIVA DA DEMANDA
A escola de educação infantil Infância Feliz será constituída em uma região que hoje é
carente desse tipo de empreendimento, sendo que a escola infantil mais próxima está a um
1,4km. Essa escola é da prefeitura, visa atender a população de baixa renda. Nas
proximidades, existem mais três escolas, porém não são de educação infantil.
A figura 1 contém o mapa de localização da escola. O círculo verde representa onde
será a escola, os balões e o círculo vermelhos são as escolas de ensino fundamental e médio e
o círculo amarelo mostra a localização da escola de educação infantil da prefeitura.
Figura 1 – Mapa de Localização
Fonte: Google Maps
A expectativa é que, em um espaço de tempo curto, a escola necessite contratar mais
professoras para poder atender a demanda da região, pois ao seu redor há diversas moradias e
empresas e bem próximo da localização da escola existe um local que está crescendo muito
nos últimos meses, com a construção de sobrados e apartamentos, alavancada pelos
financiamentos da Caixa.
A população da localidade é de classe média e classe média alta, a maioria dos casais
trabalha fora o dia inteiro, necessitando de um local para deixarem seus filhos. Os que acabam
deixando de trabalhar ou até mesmo largam seus empregos para ficar com seus filhos vão ter
uma nova opção, podendo deixar seus filhos na escola e irem trabalhar.
A figura 2 é o mapa de atividades comerciais e desenvolvimento. Cada ponto
vermelho e balãozinho é uma empresa da região, sendo que esse mapa não mostra a totalidade
real das empresas, mostrando somente as empresas que o Google Maps reconhece.
Analisando-se o mapa, pode-se perceber que existem mais empresas que não tem o ponto
vermelho. A região que está marcada no mapa com um círculo verde é a região na qual estão
sendo construídos diversos sobrados e apartamentos.
Figura 2 – Mapa de Atividades Comerciais e de Desenvolvimento
Fonte: Google Maps
A figura 3 mostra o mapa de captação de clientes. Com uma visão mais aproximada,
pode-se ver, bem claramente, a região que a escola pretende atender delimitada com um
círculo amarelo. Dessa forma, observa-se com mais clareza a quantidade de casas e empresas
da região. A escola tem um ponto de referência ótimo para os moradores da região, pois fica
na mesma quadra da igreja da comunidade do bairro, facilitando sua localização.
Figura 3 – Mapa de Captação de Clientes
Fonte: Google Maps
Após essa estimativa, acredita-se que a demanda para a escola seja maior que sua
capacidade de iniciação das atividades. A escola irá iniciar com a capacidade máxima de 59
alunos em turno integral, podendo aumentar esse número com alunos de meio turno. Para tal
demanda se confirmar, antes de a escola ser aberta ao público, será liberado um período de 2
meses para matrículas, para mensurar a real necessidade. No entanto, se realmente a demanda
for maior, pode-se abrir a escola com mais professoras contratadas. Caso contrário, abrirá
com os cinco funcionários necessários para o funcionamento da escola.
7 OPERAÇÃO
O sucesso da escola será no diferencial, apostar-se-á na inovação e em princípios
básicos essenciais, tais como transparência, confiabilidade, segurança, respeito, tranquilidade,
proporcionando às crianças um universo lúdico e acolhedor, no qual se sintam seguras e
acolhidas, desfrutando do melhor.
O foco também é oportunizar que os pais sejam participativos e colaborem com o
desenvolvimento de seus filhos, tendo confiança na escola, podendo acompanhar em casa o
que os filhos fazem na escola. A escola de educação Infantil Infância Feliz oferece espaços
lúdicos, adequado e apropriado às crianças, brinquedoteca, biblioteca, sala do soninho, sala de
vídeo com projetor, (cineminha), parquinho, pátio espaçoso e seguro e, no decorrer, será
criada uma sala de informática.
O horário oferecido pela escola também é oportuno para os pais, tendo a opção de
turno integral, ou meio turno. Abrirá das 6:00 horas às 19:00 horas. É um horário que permite
aos pais deixarem seus filhos na escola e irem trabalhar sem terem de sair correndo. Da
mesma forma, para buscá-las, pois sairão de seus trabalhos e terão tempo suficiente.
Além das atividades oferecidas pela escola, também serão oferecidas atividades extras,
como ginástica olímpica, futsal, dança, natação, entre outras, conforme a necessidade e
solicitação dos pais e crianças. Todas serão integradas com a escola e os professores da escola
acompanharão os alunos. A escola contará com profissionais adequados e preparados. A
equipe pedagógica da escola será formada por psicóloga, psicopedagoga e nutricionista.
Para comprovar a qualidade do serviço prestado, os pais contarão com câmeras online
no site da escola, para que possam visualizar o que acontece na escola em tempo real e poder
avaliar os cuidados que seus filhos estão tendo.
Os pais terão a opção de locação do salão da escola para festas de aniversário das
crianças. As crianças serão fotografadas nas atividades que farão durante o dia e, em cada
evento promovido pela escola, a cada determinado tempo, será comercializado um CD com as
fotos e vídeos.
Todos os colaboradores estarão uniformizados, sendo que o uniforme consiste em uma
calça e uma jaqueta azul-marinho e uma camiseta de várias cores, de forma que pareça
riscada, e um avental do mesmo estilo da camiseta. Todas as peças serão identificadas com o
logotipo da escola. Da mesma forma, os alunos também terão uniformes, para não estragarem
suas roupas. A camiseta será igual a das professoras, a calça, a bermuda e a jaqueta serão azul
marinho, todas as peças com logotipo da escola. O logotipo da escola é mostrado na figura 4,
a seguir.
Figura 4 – Logotipo
A escola estará preparada para funcionar em um horário bastante extenso durante o
dia, ficando aberta 13:00 horas por dia, de segunda à sexta-feira, das 6:00 horas às 19:00
horas. Por isso, será fundamental a estratégia dos horários dos funcionários. No inicio da
manha, até o horário denominado horário do pico, os professores ficarão com as crianças sem
serem divididas por turma, sendo feitas atividades globais, para a integração de todos os
alunos.
Nos horários de pico, nos quais estarão todos os professores e crianças na escola, os
alunos estarão em cada turma para terem suas aulas. No fim da tarde, repete-se o que acontece
pela manhã, como mostra a tabela nº 1, de horários dos colaboradores.
Tabela 1 – Horário dos Colaboradores
Hoáriro de Trabalho
Colabolador
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
Diretora P1
Diretora P2
Professora 3
Professora 4
Geral *
Horário de pico
Inicialmente, trabalharão 5 colaboradores, sendo 2 professoras, as sócias, com mais
experiência. Uma inicia o expediente e a outra finaliza, dessa forma, uma abre a escola pela
manhã e a outra fecha, para maior segurança. Serão necessárias 4 professoras e 1 auxiliar para
alimentação e limpeza.
Serão 4 turmas, respeitando a limitação de alunos por sala, como manda a lei. No caso
de, na pré-matrícula, se obter um número maior de crianças, poderão ser contratadas mais
professoras e abertas mais turmas, conforme a necessidade. Pode-se, até mesmo, contratar
mais uma auxiliar para limpeza e alimentação. Caso não haja alunos suficientes, poderá ser
fechada alguma turma, portanto poderá ser dispensado uma ou mais professoras. Afigura 5
apresenta o organograma da escola.
Figura 5 – Organograma
Assim que houver a abertura das matrículas, a propaganda será feita maciçamente,
com folhetos e faixas. As sócias, além de estarem organizando a escola, estarão focadas na
propaganda e publicidade.
Serão produzidos muitos panfletos para serem deixados nas caixas de correios das
residências e empresas da região. Também serão entregues na rua para os moradores que
passarem em pontos estratégicos. Esses folhetos conterão as principais informações e foco da
escola, como horário, objetivo e principais serviços. Serão colocadas pelo bairro entorno de
20 faixas, divulgando a abertura das matrículas para a nova escola na localidade e, no local
que será a escola, haverá um plantão para matrículas e telefones para contato.
O investimento inicial para a constituição da escola de educação infantil Infância Feliz
é de R$ 33.363,00, sendo que os maiores investimentos serão feitos para a aquisição de
armários, mesas, equipamentos para a cozinha e eletrônicos. Todos os valores estão
atualizados. Foram feitas pesquisas de preço em diversos fornecedores, em 22/05/2010. O
pagamento do investimento inicial será feito em três parcelas.
Os custos fixos, segundo Degen (2009, p.182), são aqueles envolvidos no negócio,
independentemente das quantidades de produtos vendidos ou de serviços prestados. Mesmo
não vendendo nenhum produto ou não prestando nenhum serviço, eles vão existir. Exemplo
de custo fixo para loja de roupas femininas é o aluguel da loja e o salário fixo das vendedoras.
Para a escola, os custos fixos são de R$ 12.072,20. Os valores mais representativos serão
referentes à folha de pagamento. Por ser uma prestadora de serviços, vem, em seguida, o
aluguel. Os demais custos são inferiores, como água, energia elétrica, telefone, contador, entre
outros. Já os custos variáveis, segundo Degen (2009, p. 183), são aqueles proporcionais às
quantidades de produtos vendidos ou serviços prestados. O negócio não incorre nesses custos
se não vender nenhum produto ou não prestar nenhum serviço. Exemplos de custos variáveis,
para a loja de roupas femininas, é o custo das roupas vendidas e dos impostos correspondentes
a essas vendas. Para a constituição da escola de educação infantil, eles são menores,
basicamente são resumidos em alimentação, impostos e outros gastos, como materiais
diversos a serem utilizados, chegando ao valor de R$ 3.860,75. Na tabela 2, serão
apresentados, detalhadamente, os custos fixos e os variáveis.
Tabela 2 – Custos Fixos e Variáveis
Custos
Custo Fixo
Descrição
Promoção e Propaganda
Aluguel
Produtos de limpeza
Água Luz e Telefone
Depreciação
Sócioas Diretoras
Salarios e encargos
Contador
Nutricionista
Pisicologas
Custos diversos
Total
Valor
350,00
1.500,00
500,00
600,00
212,45
3.600,00
4.089,75
520,00
150,00
250,00
300,00
12.072,20
Custo Variável
Descrição
Materiais de aula
Alimentação e Outros
Impostos e taxas
Total
Valor
350,00
2.200,00
1.310,75
3.860,75
Os valores de folha de pagamento utilizados nos custos fixos foram projetados
conforme a tabela 3. A folha de pagamento para as sócias tem o valor total de R$ 3.600,00 e,
para os outros colaboradores, de R$ 4.089,75.
Tabela 3 – Folha de Pagamento
Salario Minimo
Colaborador
Professora 3
Professora 4
Geral
Total
510,00
Salário
Insalubrida
800,00
51,00
800,00
51,00
750,00
51,00
2.350,00
153,00
Total
851,00
851,00
801,00
2.503,00
Sócia
Diretora P1
Diretora P2
Total
Pró-labore
1.500,00
1.500,00
% INSS
Vlr. INSS
20,00%
300,00
20,00%
300,00
Total
1.800,00
1.800,00
3.000,00
600,00
3.600,00
1 - Encargos Sociais s/salários
Colaborador
Professora 3
Professora 4
Geral
Total
Total
Salário
851,00
851,00
801,00
2.503,00
% INSS
28,80%
28,80%
28,80%
Vlr. INSS
245,09
245,09
230,69
720,86
% FGTS
Vlr. FGTS
8,00%
8,00%
8,00%
68,08
68,08
64,08
200,24
2 - Encargos Sociais s/Provisões 13º Salarios
Colaborador
Professora 3
Professora 4
Geral
Total
Vlr 13. sal.
70,89
70,89
66,72
208,50
% INSS
28,80%
28,80%
28,80%
Vlr. INSS
20,42
20,42
19,22
60,05
Pró-Labore
Sócia
Diretora P1
Diretora P2
Total
Custo Total
1.800,00
1.800,00
3.600,00
% FGTS
8,00%
8,00%
8,00%
Encargos
Colaborador
Professora 3
Professora 4
Geral
Total
Sal. Enc.
1.329,60
1.329,60
1.251,48
3.910,69
Vlr. FGTS
5,67
5,67
5,34
16,68
% 13 sal.
8,33%
8,33%
8,33%
70,89
70,89
66,72
208,50
% Férias Vlr. Férias
11,11%
11,11%
11,11%
94,55
94,55
88,99
278,08
Sal. Enc.
1.329,60
1.329,60
1.251,48
3.910,69
3- Encargos Sociais s/Provisão Férias
Vlr Férias.
% INSS
Vlr. INSS
% FGTS
Vlr. FGTS
sal.
94,55
28,80%
27,23
8,00%
7,56
94,55
28,80%
27,23
8,00%
7,56
88,99
28,80%
25,63
8,00%
7,12
278,08
80,09
22,25
Encargos s/13º sal.
Vlr. INSS
20,42
20,42
19,22
60,05
Vlr. 13 Sal.
Vlr. FGTS
5,67
5,67
5,34
16,68
Encargos s/férias
Vlr. INSS Vlr. FGTS
27,23
7,56
27,23
7,56
25,63
7,12
80,09
22,25
Total
Acumulado
Sal. Enc. Custo Total
1.390,48
3.190,48
1.390,48
3.190,48
1.308,79
1.308,79
4.089,75
7.689,75
Os valores de depreciação foram estimados conforme a tabela 4. Foi estimada a vida útil dos
imobilizados e feito um rateio para encontrar os valores mensais para compor os custos fixos,
chegando a um custo de depreciação de R$ 212,45, considerando o valor residual de zero,
considerando-se que, ao se trocar os bens, eles não tenham mais valor.
Tabela 4 - Depreciação
Depreciação
Descrição
Kit Computador (completo Pc e impressora)
Kit Computador (Pc completo)
Projetor
Armário adm e salas
Cadeiras e mesas para alunos
Balcão cozinha
Fogão
Geladeira
Utensilios domésticos
Bebedouro
Playground
Mesa para refeitório
Radio Grande
Refrigerador e Freezer
Lavadora de roupas
Total
Qtd
1
1
1
5
16
1
1
1
1
1
1
8
1
1
1
Valor
600,00
500,00
1.300,00
310,00
360,00
629,00
670,00
1.600,00
1.500,00
760,00
1.130,00
327,00
1.000,00
1.130,00
849,00
Total
600,00
500,00
1.300,00
1.550,00
5.760,00
629,00
670,00
1.600,00
1.500,00
760,00
1.130,00
2.616,00
1.000,00
1.130,00
849,00
21.594,00
Anos Meses
5
60
5
60
5
60
10
120
10
120
10
120
10
120
10
120
5
60
10
120
10
120
10
120
10
120
10
120
10
120
Valor
10,00
8,33
21,67
12,92
48,00
5,24
5,58
13,33
25,00
6,33
9,42
21,80
8,33
9,42
7,08
212,45
Para calcular os valores das mensalidades de turno integral e para meio turno, foram
levadas em consideração as informações obtidas de escolas particulares de educação infantil
em funcionamento. Além das informações cedidas por essas escolas, foram também
analisados os valores que outras escolas cobram. Após tal análise, o valor estimado para a
mensalidade de turno integral, dentro de uma visão realista, é de R$ 390,00 e, para a visão
pessimista, foi utilizada a mensalidade de R$ 370,00. Para a visão otimista, a mensalidade
será de R$ 450,00, conforme apresentado na tabela 5.
Para mensalidades de meio turno, na visão realista, o valor a ser cobrado será de R$
290,00. Para a pessimista, de R$ 270,00 e, para a otimista, de R$ 330,00.
A análise para encontrar o número de alunos foi o mesmo da mensalidade e chegou-se
ao número de 40 alunos em turno integral e 10 alunos em meio turno. É uma proporção de
25% do total de alunos do turno integral para a visão realista, já para a visão pessimista foi
utilizada a quantia de 36 alunos em turno integral e 11 para meio turno, sendo 30% de alunos
em relação ao turno integral. Para a visão otimista, foi utilizada a quantia referente à
capacidade da escola, cuja capacidade total é de 59 alunos em turno integral, pois a resolução
CME Nº 005, de 08 de abril de 2003, Art. 11 delimita o número de alunos por idade. Por isso,
foi utilizado os números de 47 em turno integral e 24 em meio turno. Essa parcela representa
40% da capacidade. Essas informações constam na tabela 5, da base de dados.
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Tabela 5 – Base de Dados
Base de Dados
Descrição
Valor da mensalidade Integral
Valor da mensalidade Meio Turno
Nº de alunos Integral
Nº de alunos Meio turno
Realista
390,00
290,00
40
10
Pessimista Otimista
370,00
270,00
36
11
450,00
330,00
47
24
Alem das receitas de mensalidades, a escola ainda contará com um espaço para ser
locado aos pais, para fazerem festas de aniversário para seus filhos, gerando uma receita
estimada em R$ 200,00 por mês. Nesse espaço funcionará o refeitório.
Também foi estimada uma receita em torno de R$ 25,00 extras, que será de sobra de passeios
ou venda de CDs com fotos dos eventos da escola, entre outras possibilidades, gerando uma
receita mensal estimada, para a visão realista, de R$ 18.725,00; para a visão pessimista, uma
receita de R$ 16.515,00 e, para a visão otimista, R$ 29.295,00.
Foram feitas projeções para 36 meses de projeções financeiras realistas, projeções
financeiras pessimistas e projeções financeiras otimistas. Deve ser levado em consideração
que, a cada ano, os custos fixos e variáveis têm um aumento de 10% e as mensalidades e o
número de alunos terão também um aumento de 5%. Para os impostos e taxas, foi estimado o
valor de 7% da receita bruta.
Estima-se que a escola faça novos investimentos, com brinquedos, livros, sala de
informática, eletrodomésticos, eletrônicos, entre outros, em R$ 500,00 por mês.
Para a projeção financeira pessimista, os valores de custos variáveis com alimentação foram
estimados em R$ 1.750,00 e, para materiais de aula, R$ 260,00, mantendo o mesmo
percentual em impostos e taxas. Na visão otimista, esses valores foram de R$ 2.700,00 para
alimentação e R$ 500,00 para materiais de aula, já para os impostos e taxas, o percentual
utilizado foi de 8% da receita bruta.
Analisando a visão realista, pode-se descobrir o ponto de equilíbrio de número de
alunos que a escola de educação infantil Infância Feliz vai necessitar para poder abrir suas
portas, chegando ao final do mês pagando todas as suas obrigações.
Para calcular o ponto de equilíbrio, necessita-se da margem de contribuição unitária e
do custo variável por aluno. O custo variável unitário encontrado foi de R$ 85,79 para alunos
de turno integral e R$ 42,90 para alunos de meio turno. Chegou-se a uma margem de
contribuição de R$ 304,21 para turno integral e R$ 247,10 para meio turno.
Para encontrar o ponto de equilíbrio, segundo Degen (2009, p. 182), deve-se utilizar a
fórmula que considera ponto de equilíbrio igual aos custos fixos totais, dividido pela margem
de contribuição unitária. Através de rateio, encontrou-se o custo fixo para os alunos de turno
integral no valor de R$ 10.730,84, dividido pela margem de contribuição já citada, chegando
a um número de alunos de 35. Já, para alunos de meio turno, os custos fixos são de R$
1.341,36, chegando a um número de 5.
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Tabela 6 – Ponto de Equilíbrio
Ponto de Equilibrio
Base de Dados
Descrição
Realista Pessimista
Otimista
370,00 450,00
270,00 330,00
36
47
11
24
Valor da mensalidade Integral
390,00
Valor da mensalidade Meio Turno
290,00
Nº de alunos Integral
40
Nº de alunos Meio turno
10
Custo variável
3.860,75
Custo Fixo
12.072,20
Custo variável por alunos integral
85,79
Custo variável por alunos meio turno
42,90
Custo Fixo por alunos integral
268,27
Custo fixo por alunos meio turno
134,14
Turno
Integral
Meio Turno
Total
Turno
Integral
Meio Turno
PV
390,00
290,00
680,00
CV
85,79
42,90
128,69
Ponto de Equilibrio
CF
MC
10.730,84
304,21
1.341,36
247,10
MC
304,21
247,10
551,31
PE
35
5
45
45
Custos
MC %
CF
78,00% 268,27
85,21% 134,14
402,41
######
######
######
Lucro
35,93
112,97
148,90
Qtd
MCT
CFT
Lucro
40 12.168,22
10 2.471,03
14.639,25 12.072,20 2.567,05
######
######
######
####
####
####
96,52
72,39
Analisando o retorno do investimento percentualmente, conforme tabela encontra-se,
até o décimo primeiro mês, um retorno de 8,37%; até o vigésimo terceiro mês, um retorno de
9,76%, até o trigésimo quinto mês, 11,39% e, no trigésimo sexto mês, o último analisado, a
taxa sobe para 12,11%, essa mesma analise porem levando em consideração os novos
investimentos, os percentuais ficam respectivamente 6,87%, 8,26%, 9,89%, e 10,61%. Ficam
demonstrados na tabela 12 o percentual de retorno de investimento, bem como a quantidade
de retorno de investimento em meses. Para o cálculo do retorno de investimento, não foram
considerados, no primeiro cálculo, os novos investimentos orçados, encontrando-se, então, 12
meses. No segundo cálculo, considerando os novos investimentos feitos, o prazo passou de 12
para 15 meses.
Tabela 7 – Retorno do Investimento em Percentual
Retorno de investimento
Retorno do investimento em Percentual
Mês
3
12
24
Investimento inicial
33.363,00
33.363,00
33.363,00
Saldo Operacional de Caixa
2.792,05
3.256,18
3.800,71
Taxa de retorno
8,37%
9,76%
11,39%
Saldo do Período ( Mensal )
2.292,05
2.756,18
3.300,71
Taxa de retorno
6,87%
8,26%
9,89%
36
33.363,00
4.039,71
12,11%
3.539,71
10,61%
Retorno do investimento em Meses
S/ Invest.
C/ Invest.
Investimento inicial
33.363,00
33.863,00
Saldo Operacional de Caixa
2.792,05
Saldo do Período ( Mensal )
2.292,05
Total de Meses
12
15
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Para se visualizar melhor essa diferença de 12 para 15 meses, pode-se analisar as figuras 6, de
retorno de investimento sem novos investimentos e a figura 7, de retorno de investimento com
novos investimentos.
Percebe-se, no gráfico, que não são considerados os novos investimentos, que ele
inicia negativo e em queda. Após o segundo mês, ele sobe em linha reta, cruzando a marca do
zero em doze meses. Já no gráfico que leva em consideração os novos investimentos, nota-se
que ele também inicia negativo e em queda e, a partir do terceiro mês, inicia sua subida,
cruzando a marca do zero em quinze meses.
Saldo Retorno do Investimento sem Novos Investimento
100.000,00
80.000,00
60.000,00
40.000,00
20.000,00
-20.000,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
-40.000,00
Saldo Retorno do Investimento sem Novos Investimento
Figura 6 – Retorno de Investimento sem Novos Investimento
Saldo Retorno do Investimento com Novos Investimento
80.000,00
60.000,00
40.000,00
20.000,00
-20.000,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
-40.000,00
Saldo Retorno do Investimento com Novos Investimento
Figura 7 – Retorno de Investimento com Novos Investimento
8 CONCLUSÃO
É indispensável que o candidato a empreendedor desenvolva um plano de negócio
antes de abrir seu empreendimento. Pesquisa do SEBRAE demonstra que 27% das empresas
não completam nem sequer um ano e 62% das empresas fecham até o quinto ano de
existência.
Com a elaboração de um plano de negócio, feito com dedicação e empenho pelo
candidato a empreendedor, este poderá realmente ter uma ideia muito próxima da realidade de
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como irá se comportar seu negócio após aberto, podendo tomar a decisão mais correta, dentro
de sua realidade.
Neste trabalho, utiliza-se como foco a constituição de uma escola de educação infantil
como modelo. Com pesquisas e informações de escolas em funcionamento, foram levantados
os dados necessários para chegar o mais próximo possível da realidade.
O objetivo da elaboração de um plano de negócios é forçar o candidato a
empreendedor buscar as informações necessárias e reais para abrir o negócio que está
imaginando. Nesse início de pesquisa de informações, ele irá sentir as dificuldades que
encontrará ao abrir seu negócio. Após levantar as informações necessárias, montará seu plano
de negócio, podendo visualizar, projetar se realmente o objetivo esperado poderá ser
alcançado.
Não foi diferente na confecção do plano de negócio objeto deste trabalho. Alcançou-se
o objetivo proposto. Observa-se que o plano elaborado poderá ser utilizado para outras
atividades/ramos de negócios.
A contribuição deste trabalho é evidente, tendo em vista que, muitas vezes, o
empreendedor visualiza a sua empresa ficticiosamente, sem informações detalhadas,
principalmente em relação a questões financeiras. O modelo aqui proposto poderá contribuir,
pois subsidiará os novos empreendedores em decisões sobre a constituição de seus negócios
de forma mais segura e próxima das suas expectativas e realidade do mercado.
O modelo utilizado por Degen (2009) apresenta uma linguagem com maior facilidade
de entendimento, é mais atual e, pela comparação feita com outros modelos, foi o que mais se
adequou ao objetivo deste trabalho.
Não fez parte e nem era o foco na análise do plano de negócios se é viável ou não a
constituição da escola de educação infantil, mas sim o objetivo foi poder elaborar um plano de
negócio o mais próximo possível da realidade, para orientar os empreendedores, para que
possam utilizar este modelo de plano de negócio para fazerem suas projeções e chegarem à
conclusão se o negócio vai ser viável ou não.
Conclui-se que qualquer candidato a empreendedor que utilizar este modelo poderá
sozinho ou, com pouca ajuda, montar seu próprio plano de negócio, acrescentando ou
excluindo informações. Como, por exemplo, para um comércio de confecções, o candidato
deverá acrescentar o custo da mercadoria vendida, alarme de roupas, mais funcionários, e
excluirá custos com nutricionista e psicóloga, entre outros, dando uma margem de segurança
maior para o candidato a empreendedor de que o negócio dará certo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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158 p.
DEGEN, Ronald Jean. O empreendedor: empreender como opção de carreira. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2009. xviii, 440 p. ISBN 9788576052050.
DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor. São Paulo: Cultura Editores Associados,
c1999. 275 p. ISBN 8529300483
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando idéias em negócios. Rio
de Janeiro: Campus, 2001. 299 p. ISBN 8535207716
FILION, Louis Jacques; DOLABELA, Fernando. Boa idéia! e agora?: plano de negócio, o
caminho seguro para criar e gerenciar sua empresa. São Paulo: Cultura Editores Associados,
2000. 344 p. ISBN 8529300580
GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR. Empreendedorismo no Brasil 2008: relatório
executivo. Curitiba: IBQP, 2008.
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HISRICH, Robert D.; PETERS, Michael P. Empreendedorismo. 5.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2004. 592 p. ISBN 8536303506
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
MATTAR, F.N. pesquisa de Marketing: edição compacta. São Paulo: Atlas, 1996.
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas –
<www.sebrae.com.br> Acessado em 03/2010
SEBRAE - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo. 10 anos de
monitoramento da sobrevivência e mortalidade de empresas. São Paulo, SP: SEBRAE-SP,
2008. 111 p. ISBN 9788573760699
SCHUMPETER, J. A. História del análisis económico. Ciudad de Mexico: Cultura
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SOUZA, Eda Castro Lucas de; GUIMARÃES, Tomás de Aquino. Empreendedorismo além
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