Prova de Letras

Transcrição

Prova de Letras
Prova Específica para o Curso de Letras
10 de julho de 2012
INSTRUÇÕES
INSTRUÇÕES
1. Verifique se este caderno contém 30 questões.
2. Ao constatar qualquer irregularidade com
relação ao total de questões, solicite ao fiscal
da sala a substituição do caderno.
3. Cada questão tem apenas uma alternativa
correta ou incorreta.
4. As respostas deverão ser transcritas no
GABARITO ou folha de respostas, com caneta
esferográfica azul ou preta.
5. Não rasure o gabarito, sob pena de ter a
questão anulada.
6. Não haverá substituição do gabarito ou folha
de respostas.
7. Verifique os dados relativos ao nome do(a)
candidato(a), número da cédula de identidade,
número de inscrição e curso. Após, assine o
gabarito no local apropriado.
Nº de Inscrição
8. O tempo mínimo de duração desta prova é de
1 hora (uma hora). Somente após decorrido
esse tempo, o(a) candidato(a) poderá
ausentar-se da sala, porém sem levar o
caderno de questões.
9. O tempo máximo de duração desta prova
(inclusive preenchimento do gabarito ou folha
de respostas) é de 3 horas (três horas). Após
às 21h30 o(a) candidato(a) poderá ausentarse levando o caderno de questões.
10. Os candidatos que saírem antes desse horário
só poderão retirar o caderno de questões no
período de 13 a 15 de dezembro de 2011 na
sala 11 - Comissão de Vestibular no
período vespertino. Após este período os
cadernos de questões não serão mais
entregues.
Nome do(a) Candidato(a)
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Vestibular - FAFIPA/VERÃO 2012
Texto para as questões 01,02 e 03.
LÍNGUA VIVA
O verbo detonar é, sem dúvida, o campeão. Se
fôssemos escolher o maior vício da linguagem
jornalística dos últimos anos, o detonar já estaria eleito.
Eu não estou me referindo ao enorme número de
bombas que, infelizmente, foram detonadas neste
período. Na, verdade, estou aludindo ao mau uso do
verbo detonar, nos mais variados sentidos. Hoje
“detonam” qualquer coisa. Eu diria que virou modismo
linguístico, tendo superado até o famoso a nível de.
Temos tido oportunidade de ler e ouvir coisa do tipo:
“Foi a avó que detonou nela a verdadeira paixão pela
música.” “A estratégia foi suficiente para detonar uma
intensa propaganda boca a boca.” O presidente detona
o que pode ter um difícil processo de confirmação.” “É
o mesmo fato que detonou a crise dos Estados Unidos.”
É interessante observar que o verbo “detonar”
ganhou várias acepções: começar, iniciar, gerar
expandir, crescer, desenvolver...
Isso tudo sem falar na mania de usar o detonar como
sinônimo de dizer ou afirmar.
Além da pobreza de estilo (toda metáfora
exageradamente repetida perde a expressividade e a
graça), devemos observar as ambiguidades. No
exemplo “Foi a avó que detonou nela a verdadeira
paixão pela música”, o autor queria referir-se ao fato de
ter sido a avó quem despertou nela a verdadeira paixão
pela música. Porém, um desavisado poderia imaginar
que a avó teria destruído a paixão pela música.
Fenômeno semelhante ocorre em “ É o mesmo fator
que detonou a crise dos Estados Unidos”. Aqui, o autor
se referia ao fator gerador ou ao fato que iniciou a crise
nos Estados Unidos. Mais uma vez, o nosso leitor
desavisado poderia dar outra interpretação: para ele, é
o fator que acabou com a crise dos Estados Unidos.
Sugiro, portanto, que o verbo “detonar” seja
detonado, no verdadeiro sentido da palavra. E aqui
surge um novo problema.
“Terrorista explodem bomba em hotel lotado de
turistas”.
É impossível que terroristas tenham explodido uma
bomba. É a bomba que explode. O verbo explodir é
intransitivo (= ninguém explode nada, é a coisa que
explode). Na verdade, “os terroristas detonaram uma
bomba”. Esse é o uso correto do verbo “detonar”. (... )
Cuidado com as metáforas! Com o desejo de não
repetir o verbo dizer, é frequente vê-lo substituído não
só por detonar e explodir como também por “disparou
fulano”, “alfinetou beltrano”, “dinamitou sicrano”...
Essa criatividade excessiva pode nos levar a coisas
ridículas, como: “Foram tantos sucessos que
catapultaram o grupo para a fila do gargarejo da MPB”.
Se você não entendeu a metáfora, a tradução é a
seguinte: “ O tal grupo estava na parada de sucessos,
em 10º lugar, entretanto os últimos sucessos foram
tantos que o grupo foi para o 1º lugar”. Haja
criatividade! Assim não dá! Se detonar já é difícil de
aturar, imagine catapultar.
Autor: Sérgio Nogueira Duarte
Questão
1
A argumentação desenvolvida pelo autor do texto é:
(A) um ponto de vista declaradamente normatizador da
língua sobre vícios da linguagem jornalística.
(B) um ponto de vista obviamente descritivo da língua
usada metaforicamente.
(C) apenas uma reflexão sobre o ponto de vista diacrônico ou histórico do estudo da língua.
(D) apenas uma reflexão sobre o ponto de vista
sincrônico no estudo da língua.
(E) apresentar noções sobre a gramática normativa da
língua sem criticar.
Questão
2
O que o autor diz sobre o verbo “detonar”?
I. Sugere que ele seja banido do nosso vocabulário.
II. Quando usado deve ser feito com parcimônia, com
cuidado.
III. É um exemplo de deteriorização da língua.
IV. Pode ser usado, porém deve-se evitar ambiguidades.
Estão corretas as afirmativas:
(A) I, II e III
(B) II, III e IV
(C) I, II, III e IV
(D) III e IV
(E) I, II e IV
Questão
3
Marque a alternativa que contém o verbo “detonar”
usado metaforicamente e cuja frase é ambígua.
(A) “Foi a avó que detonou nela toda a paixão pela
música.”
(B) “Hoje detonam qualquer coisa.”
(C) “O verbo detonar é, sem dúvida, o campeão.”
(D) “... o detonar já estaria eleito.”
(E) “Se detonar já é difícil de aturar, ...”
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Questão
4
Questão
8
No texto “Conseguiremos o financiamento da pesquisa,
caso o projeto convenha aos novos diretores da
instituição”, se o termo “caso” for substituído por “se”,
como o verbo convir estaria corretamente flexionado?
“Não é possível que _____ ele o responsável por todos
(A) convir
_____________ percebemos que valeu a pena, embora
se você ________ as contas ainda encontrará erros.”
(B) convinha
(C) convier
(D) conviesse
(E) convêm
Questão
aqueles problemas. Porém, se não nos _____________
calmos, os problemas seriam maiores. Entretanto, nós
nos _______________ calmos e quando tudo
Marque a alternativa que contém as formas verbais que
preenchem corretamente os espaços em branco no
parágrafo acima.
5
(A) é – mantivermos – mantivemos – acabou – revisse
“Muita gente vê que é possível usar o computador com
respeito; e entende que ele auxilia no trabalho; e que o
mau uso pode resultar em problemas.”
A diferença sintática entre as duas conjunções “e”
usadas no texto acima é:
(B) foi – mantivemos – manteremos – acabará - rever
(C) seja – mantivéssemos – mantermos – acabará –
revir
(A) as duas coordenam orações principais.
(D) será – mantermos – mantivéssemos – acabou –
revisse
(B) a primeira coordena oração subordinada e a
segunda coordena oração principal.
(E) seja – mantivéssemos – mantivemos – acabou –
revir
(C) as duas coordenam orações subordinadas.
(D) a primeira coordena a oração principal e a segunda
coordena oração subordinada.
(E) as duas introduzem orações subordinadas.
Questão
6
Assinale a opção em que o verbo “chamar” tem sentido
de “qualificar” e a frase é construída com objeto mais
predicativo.
(A) Arthur é bom jogador, mas ninguém o chamou para
jogar.
(B) Ao anoitecer ouvia-se a viúva a chamar pelo
falecido.
(C) Os comerciantes da cidade chamam-no de fiscal.
(D) Os fiéis chamavam-lhe de traidor do povo.
Questão
9
Marque a opção onde o emprego do acento indicador
de crase está incorreto.
(A) A vítima levara vários tiros à queima-roupa.
(B) Diga às pessoas que me procurarem que tive de
sair.
(C) Entregue tudo àquele homem de quem lhe falei.
(D) A cantora à cuja voz sempre me refiro virá ao Brasil
daqui à dois meses.
(E) Diga a Sua Excelência que não tenho nada a
acrescentar às palavras que já disse.
Questão
10
(E) Cristina chamou pelo colega de classe em voz alta.
Questão
7
Nas frases abaixo o plural dos adjetivos compostos está
correto, exceto em:
Assinale a alternativa incorreta quanto ao uso das
expressões destacadas.
(A) Mulheres surdas-mudas fizeram um protesto contra
a discriminação de que são vítimas.
(A) A distribuição de renda melhorará na medida em
que forem feitos investimentos voltados para o
mercado interno.
(B) Os documentos do ano passado estão nas pastas
(B) Senão se fizer alguma coisa, o estado virará um
caos. E ainda há quem não faça nada se não
perseguir privilégios.
(C) Várias entidades latino-americanas de defesa dos
(C) Já que temos ideias afins deveríamos trabalhar
juntos a fim de conseguir melhores resultados.
(D) Dali a três meses eu mudaria de vida.
(E) Há anos não nos vemos. E só poderei reencontrálo daqui a dois meses.
azul-marinho; os deste ano, nas pastas azulceleste.
direitos humanos protestaram contra as ações
policiais.
(D) Olhos verde-esmeralda e cabelos castanho-claros:
é assim que a imagino em meus devaneios.
(E) Comprei uma camisa amarela-clara e
amarela-canário para desfilar no Carnaval.
calça
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Observe o texto de Affonso Romano de Sant’Anna:
Casada, amando outro
Aquela mulher ali, em meio a esta reunião social, tem
um amante. Amante: palavra que já derramou sangue
e até os anos 30 era proibida nos palcos brasileiros,
conforme revelou, há tempos, Procópio Ferreira.
Mas o que me leva a achar que ela tem um amante, se
não sou seu marido, não sou sua melhor amiga e, a
rigor, a estou vendo pela primeira vez?
Talvez seja isto: quando as pessoas estão amando, os
outros percebem. Aliás, quando estão desamando
também. Certa vez vi uma amiga atravessar a Av.
Atlântica às três horas da tarde e dirigir-se a um
cinema, que hoje não existe mais. Não sei se era o jeito
de ela ir sozinha, havia nela alguma coisa que me fez
chegar em casa e comentar: acho que fulana está se
separando. Daí a dias veio a confirmação.
Uma vez a amiga me disse: “Antes que eu soubesse
que estava grávida, percebi que algo amoravelmente
diferente acontecia comigo: os homens me observavam
mais e até me cantavam.”
É que uma mulher amada é uma fêmea que se
denuncia e alicia outros amores entre os machos na
campina.
Deve ser isto: para mim, aquela mulher ali no terraço,
nesta festa ao entardecer, está exalando amor, um
secreto e doce amor. Se alguém encostar o ouvido nas
paredes de sua alma, ouvirá que ela canta.Há alguns
meses já não é a mesma. Uma parte do mundo se
acrescentou a ela. De algum modo ainda está perplexa
com a situação, mas não chega a estar ansiosa. O que
me intriga, por outro lado, é que de algum modo
também ama seu marido, ou, pelo menos, não pensa
em separar-se nem em afastar-se dos filhos. Se um
anjo do Senhor com uma espada baixasse dos céus e
lhe dissesse: “Escolhei aquele com quem deveis ficar”,
seria um suplício, pois, no fundo, ela sabe que são
coisas diferentes. E necessárias. “Por favor, Senhor”,
ela vai rezando enquanto se dirige ao balcão e olha o
mar, “não me obrigueis a esse esfacelamento, ensinaime antes a coabitar com minha ambígua felicidade.”
Não me perguntem como, quando, onde ela se
encontrou como amante à primeira vez. Se foi após
uma reunião de trabalho, durante um congresso ou às
três horas da tarde num motel. O fato é que aconteceu
depois de um misterioso desenrolar de vontades e
curiosidades. Foi estranho voltar para casa naquele dia.
E também nos outros. Mas naquela primeira vez,
sobretudo. Já não era a mesma pessoa e a casa
parecia a mesma. Não, a casa também já não era a
mesma: os móveis e os objetos a olharam
diferentemente: ela era uma mulher acrescida de algo
indizível.
Havia qualquer coisa de culpa, é claro. Como evitar isto
que nossa cultura cultiva furiosamente há milhares de
anos, maldições e assassinatos? Mas o que era
consciência culposa aos poucos se transformou numa
culpa corajosa.
No primeiro encontro acabou dizendo, não sabe se para
si ou para ele: “Sabe, é a primeira vez que me acontece
isto desde que me casei.” E ela dizia isto como se
desse um presente inadiável. Ela dizia isto com um
desamparo tocante, como se fosse um frágil objeto que
ao outro caberia proteger.
Foi seu marido que se tornou menos interessante?
Teria ele se interessado por outras e com isto
começaram a se afastar sem se perceber? O que
diziam esses livros ou manuais sobre o amor? O que
aconselham? Como justificar-se e não se achar um
bicho de duas cabeças, animal de três pernas?
Lembrou-se de uma, de várias amigas que lhe
contaram casos de amor que lhes aconteceram em
pleno casamento. Algumas falavam disto como se
estivessem sido acidentadas. Outras como se tivessem
visto um arcanjo. Lembra que, de uma amiga, chegou a
avistar o amante, e vendo-o,
assim cruamente
passando burguesmente na rua, não entendeu o
porquê do arrebatamento da amiga. Era afinal um
sujeito comum, como então despertava mais arroubos
na outra?
A festa vai transcorrendo. Estou passeando pelo
passado, presente e futuro dessa mulher sem que ela o
saiba.
Vai esse amor extemporâneo reaproximá-la do seu
marido? É apenas um parêntese poético no prosaico
da sua vida?
Pode parecer estranho, mas há casos em que certos
casamentos melhoraram depois desses episódios.
Claro, outros desabaram de vez, outros se complicaram
ainda mais, mas há casos de casamentos que
melhoraram silenciosamente a partir daí. Sei que isto
pode soar indecente, amoral ou sei-lá-o-quê, mas não
invento nada, apenas constato. É como se o outro
tivesse ido lá fora aprender coisas sobre si mesmo. E
nessa questão do aprendizado, seja ele escolar ou
amoroso, a gente não aprende necessariamente aquilo
que querem nos ensinar, mas aquilo que carecemos
aprender.
Ali está ela. A festa continua, já começa a anoitecer,
claro que para nós, não para ela, que está num
momento luminoso de sua vida. Num momento também
delicadíssimo e sem poder partilhá-lo com quem quer
que seja. É que certas travessias têm que ser feitas a
sós. E são elas que dão sentido à vida, ainda que
provisoriamente.
(SANT’ANNA, Affonso Romano de. Que presente te dar. Rio de
Janeiro: Expressão e Cultura, 2002)
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Questão
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O texto de Affonso Romano de Sant’Anna, um dos
autores mais importantes da literatura brasileira
contemporânea, pelas características que apresenta é:
(A) Um artigo de opinião, considerando as frases “Vai
esse amor extemporâneo reaproximá-la do seu
marido? É apenas um parêntese poético no
prosaico da sua vida?”
(B) Uma carta ao leitor, a julgar por “Não me
perguntem como, quando, onde ela se encontrou
com o amante à primeira vez.”
(C) Um relato, considerando-se “É como se o outro
tivesse ido lá fora aprender coisas sobre si
mesmo.”
(D) Uma crônica, pois o texto fundamenta-se na
exposição de um acontecimento, de um fato
narrado, em que o cotidiano das relações humanas
direciona a narração, como se percebe em “Se foi
após uma reunião de trabalho, durante um
congresso ou às três horas da tarde num motel. O
fato é que aconteceu depois de um misterioso
desenrolar de vontades e curiosidades.”
(E) Uma pequena novela, a considerar-se “A festa vai
transcorrendo. Estou passeando pelo passado,
presente e futuro dessa mulher sem que ela o
saiba.”
Questão
12
Com relação ao texto, é possível afirmar que:
(A) É a exposição de um tema em que as relações
entre passado e presente estão entrelaçadas pelo
comportamento nada confiável da mulher, como
uma característica exclusiva do século XXI.
(B) É a exposição de um tema caracterizado pela
procura de uma aventura amorosa, quando a
personagem feminina, ao mesmo tempo, que
deseja experimentar novas emoções, não se
permite afastar das relações familiares.
(C) É a exposição da figura da mulher em suas
características mais evidentes, como o desejo
descontrolado e a angústia do abandono conjugal.
(D) É a exposição do tema da desconfiança,
característica das narrativas urbanas em que a
personagem mostra-se como a verdadeira representação de um tempo de crise generalizada, marcada, também, pelo ressentimento e pelo desejo de
vingança.
(E) É a representação do medo e do desconforto de
uma personagem quando se confronta com situações estranhas à sua vontade e controle.
Questão
13
Quando o narrador diz que “Mas o que era consciência
culposa aos poucos se transformou numa culpa
corajosa”, o sentido projetado no texto, em relação à
personagem é:
(A) A personagem busca um caminho seguro para sua
realização amorosa, embora não confie na
durabilidade dessa relação.
(B) A personagem procura realizar seu desejo de
satisfação pessoal, embora o medo e a
insegurança dominem suas iniciativas aventureiras.
(C) A evidência da transgressão conjugal está
fundamentada na relação entre o desejo de
aventura e a certeza de que não será punida, nem
descoberta, pois sua atitude era respaldada pelo
comportamento irregular do marido.
(D) A personagem concentra em si o desejo de realizar
novas descobertas amorosas; embora reconheça a
existência de uma situação irregular, essa condição
não elimina a possibilidade da transgressão
conjugal.
(E) A personagem ultrapassa os limites da
impassibilidade, passando a agir de acordo com as
convicções que regem o comportamento social,
moral e familiar.
Questão
14
Em uma passagem do texto, o narrador ao se referir à
atitude da mulher, afirma: “Por favor, Senhor (...) não
me obrigueis a esse esfacelamento, ensinai-me antes a
coabitar com minha ambígua felicidade.” No contexto
em que foi utilizada, a manifestação da mulher pode
ser entendida como:
(A) Ao mencionar o desejo da mulher, o narrador faz
prevalecer a condição instintiva do ser humano,
pela forma como manifesta os estados emotivos,
quando a capacidade de amar está aquém da
satisfação pessoal.
(B) A manifestação da mulher é a comprovação de sua
incapacidade de relacionar-se amorosamente
apenas com o marido, o que a leva a procurar no
amante o complemento de uma relação amorosa
plena, ainda que ambígua.
(C) Há um desejo manifesto pela mulher de que a
relação amorosa no casamento seja transformada,
continuamente, em novas situações afetivas, como
aproximação familiar e a doação completa a seu
marido.
(D) O desejo manifestado pela mulher deve ser
considerado como a comprovação de que, no
casamento, as relações afetivas nunca se
transformam, embora a satisfação pessoal busque
formas diversas de realização.
(E) A presença de uma forma ambígua de felicidade
traz para a mulher a consolidação de sua
capacidade de conviver plenamente a relação
conjugal.
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No último parágrafo do texto, o narrador afirma que “Ali
está ela. (...) Num momento também delicadíssimo e
sem poder partilhá-lo com quem quer que seja. É que
certas travessias têm que ser feitas a sós. E são elas
que dão sentido à vida, ainda que provisoriamente”.
Questão
(A) O sentido do texto sugere que as ações da
personagem são justificadas pela busca de novas
formas de felicidade com seu cônjuge, ainda que
ele não compreenda suas necessidades pessoais.
(B) O sentido do texto conduz à compreensão de que a
atitude da personagem é decorrente de um
contexto que privilegia o prazer duradouro de viver,
de amar e de buscar no outro o complemento
amoroso.
(C) O sentido do texto não descarta a possibilidade que
a personagem tem de refutar as
investidas
amorosas inconvenientes, embora ela sinta um
desejo ardente de ceder a elas.
(D) O sentido do texto permite ao leitor perceber que
nas relações amorosas nem sempre o amor é o
que interessa. Muitas vezes, a preservação da vida
ocupa um plano superior, mesmo quando a relação
conjugal está em bases seguras.
(E) O sentido do texto conduz o leitor a perceber na
atitude da personagem a busca de uma satisfação
amorosa fundada na relação solitária do amor
extraconjugal, compensadora da existência, porém
sem nenhuma garantia de sustentação ou duração.
Questão
cada alternativa:
(A) Lygia Fagundes Telles - Dalton Trevisan.
(B) Mário Quintana - Moacyr Scliar.
(C) Rubem Fonseca - Marina Colasanti.
(D) Lya Luft - Hilda Hilst.
(E) Rubem Fonseca
Questão
- Sérgio Sant’Anna.
17
Com relação ao Ultrarromantismo, é acertado afirmar
que:
(A) Conhecido como segunda fase do Romantismo,
caracterizou-se, especificamente, pela formalização
dos estados emotivos produzidos pela Revolução
Industrial, com o predomínio da evasão lírica, do
conformismo diante dos fatos sociais e uma
apresentação de um eu centrado em suas
emoções.
(B) Esta segunda fase do Romantismo foi caracterizada pela presença, nos textos poéticos ou em
prosa, de uma visão egocêntrica do mundo real e
do universo particular e, ainda, pela coerência das
ações de um eu lírico que acreditava no amor, na
vida e nas relações pessoais como manifestação
de um tempo futuro.
(C) A segunda fase do Romantismo caracterizou-se,
basicamente, pela presença de estados emotivos
dominados pela desesperança e pelo desencanto
16
Observe o texto
As afirmações do crítico literário se ajustam aos
seguintes escritores contemporâneos relacionados em
de Alfredo Bosi sobre a produção
literária brasileira, de uma determinada época do século
XX:
diante da vida, aspectos que estão diretamente
relacionados com uma postura conhecida como
mal do século , onde os sentimentos amorosos
e bárbara. Imagem do caos e da agonia de valores que
a tecnocracia produz num país de Terceiro Mundo é a
oscilam entre o prazer , o tormento, a dor de existir
e a fuga da realidade.
(D) Por Ultrarromantismo pode-se entender a
narrativa brutalista[...] A dicção que se faz no interior
desse mundo é rápida, às vezes compulsiva; impura, se
não obscena; direta, tocando o gestual; dissonante,
permanência da influência do poeta inglês Lord
Byron nos poemas de Álvares de Azevedo,
particularmente os que apresentam a temática da
quase ruído. [...] Essa literatura, que respira fundo a
poluição existencial do capitalismo avançado, de que é
ambiguamente secreção e contraveneno, segue de
melancolia, da manifestação da obediência às
convenções sociais e da criação de um universo
dominado pela esperança no futuro.
perto modos de pensar e de dizer da crônica grotesca e
do novo jornalismo yankee. Daí os seus aspectos
antiliterários que se querem, até, populares, mas que
(E) A segunda fase do Romantismo pode ser entendida
como um período em que a rebeldia, a insatisfação
de viver e o desconforto espiritual criaram estados
não sobrevivem fora de um sistema de atitudes que
sela, hoje, a burguesia internacional”.
anímicos que só poderiam ser recuperados
satisfatoriamente através da religião e da confiança
nas convenções sociais.
“A sociedade de consumo é, a um só tempo, sofisticada
(BOSI, Alfredo. Situação e formas do conto brasileiro
contemporâneo. In: O conto brasileiro contemporâneo. São
Paulo: Cultrix, 1981).
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Questão
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Observe o texto que segue, parte do conto Bertran ,de
Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo:
“ Talvez o gênio seja uma alucinação e o entusiasmo
precise da embriaguez para escrever o hino sanguinário
e fervoroso de Rouget de l’Isle, ou para, na criação do
painel medonho do Cristo morto de Holbein, estudar a
corrupção no cadáver. Na vida misteriosa de Dante, nas
orgias de Marlowe, no perigrinar de Byron havia uma
sombra da doença do Hamleto: quem sabe?
[...] O velho esvaziou o copo, embuçou-se e saiu.
Bertram continuou a sua história.
- Eu vos dizia que ia passar-se uma coisa horrível: não
havia mais alimentos, e no homem despertava a voz do
instinto, das entranhas que tinham fome, que pediam
seu cevo como o cão do matadouro, fosse embora
sangue.
A fome! A sede!... tudo quanto há de mais horrível!...
Na verdade, senhores, o homem é uma criatura
perfeita? Estatuário sublime, Deus esgotou no talhar
desse mármore todo o seu esmero. Prometeu divino,
encheu-lhe o crânio protuberante da luz do gênio.
Ergueu-o pela mão, mostrou-lhe o mundo do alto da
montanha, co mo Satã quarenta séculos depois o fez a
Cristo, e disse-lhe: Vê tudo isso é belo - vales e
montes, águas do mar que espumam, folhas das
florestas que tremem e sussurram como as asas dos
meus anjos – tudo isso é teu.”
Pela leitura do trecho do conto, é possível perceber:
(A) O narrador está preocupado em apresentar uma
narrativa caracterizada pela associação de vários
elementos que auxiliam na composição da fantasia
e do clima fantástico, como a presença das
diversas recorrências à intertextualidade, desde a
mitologia, a literatura , a pintura e até a Bíblia,
além de possibilitar ao leitor a avaliação d a
capacidade inventiva do autor.
(B) O narrador esforça-se para apresentar ao leitor o
clima de mistério que envolve sua narrativa, a
exposição dos instintos humanos que dominam
comportamentos e a submissão da figura divina
aos desejos demoníacos de Satã.
(C) O narrador apresenta com o texto a prevalência do
ciúme e do desejo de superioridade que dominam
os seres humanos, como na apresentação do
poder de Satã.
(D) O narrador está preocupado apenas em organizar
sua fantasia de forma desordenada e, para isso,
ajunta no texto elementos intertextuais que não
possuem entre si uma relação compreensível.
(E) O narrador consegue mostrar ao leitor a
coexistência do sagrado e do profano, numa
relação desprovida de sentido, quando a fantasia e
o clima fantástico do texto podem comprovar a
desordem intelectual do autor.
19
Com relação à poesia de João Cabral de Melo Neto, é
acertado afirmar que:
(A) Sua preocupação reside na construção de um texto
a partir da associação dos sentimentos humanos
com as formas geométricas dos objetos.
(B) Sua poesia preocupa-se com as formas do trabalho
com a linguagem, com as palavras enquanto
instrumento de comunicação poética e, ao evitar a
exposição sentimental do eu, permite que no
poema os objetos e a realidade sejam explorados
de forma objetiva, racional.
(C) O poeta é caracterizado por construir textos em
que os elementos concretos da realidade estão
marcados pela oralidade, pela ausência da razão
objetiva que denota uma relação sentimental com o
mundo.
(D) O poeta preocupa-se em organizar o texto a partir
da magia que as palavras podem representar em
sua relação com o mundo, de forma a caracterizar
uma poesia onde a sua compreensão dependerá
da capacidade de abstração do leitor.
(E) Em seus poemas, é comum observar-se que na
construção dos textos o poeta isola-se do convívio
social e familiar, adentrando o universo das
palavras para extrair delas o máximo efeito
sentimental.
Questão
Questão
20
Observe o trecho de um artigo de João Luiz Lafetá
sobre um conhecido romance modernista brasileiro:
“ O motivo que deflagra a intriga desta terceira parte é
a construção da escola na fazenda. [...] um negócio que
agradará ao Governador e lhe renderá,portanto, certas
vantagens. Manda chamar Padilha a fim de contratá-lo
como professor e ele vem à fazenda acompanhado por
João Nogueira e Azevedo Gondim. [...] Encontra-os, de
volta do campo, palestrando no alpendre, elogiando
umas pernas e uns peitos. [..] Fica sabendo que são
de[...] uma professora, bonita, loura que está entre os
vinte e os trinta anos.
Depois a conversa toma outros rumos; falam da escola;
da velha Margarida que fora localizada; da escola de
novo [...] da escola e do Padilha; de política e do Padre
Silvestre; do Pereira e de negócios. [...]
Mas a casualidade é apenas aparente. De dentro do
ziguezague de motivos vai surgindo, aos poucos, o
dominante. Amanheci um dia pensando em casar”.
Considerando as características do texto e a presença
de algumas personagens do relato, o romance trata-se
de:
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Angústia, de Graciliano Ramos.
Fogo Morto, de José Lins do Rego.
A bagaceira, de José Américo de Almeida.
São Bernardo, de Graciliano Ramos.
Caetés, de Graciliano Ramos.
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VESTIBULAR – UNESPAR/ FAFIPA – INVERNO 2012
·
LÍNGUA INGLESA
One out of every five people – 1.4 billion – currently
lives on $1.25 a day or less.
·
A billion and half people in the world don’t have
access to electricity.
Read the following text then answer the questions
from 21 to 25.
·
Two and a half billion people don’t have a toilet.
·
Almost a billion people go hungry every day.
·
Greenhouse gas emissions continue to rise, and
more than a third of all known species could go
extinct if climate change continues unchecked.
The 1992 Earth Summit in Rio laid the groundwork.
Rio+20 is a new opportunity to think globally so that we
can all act locally to secure our common future.
www.un.org/en/sustainablefuture/about.shtm/ 05/05
Questão
21
What is Rio+20?
(A) Rioplus20
is
an
International
Conference
on
Economy.
What is “Rio+20”?
(B) It is a kind of NGO-non governmental organization.
“Rio+20” is the short name for the United Nations
Conference on Sustainable Development to take place
in Rio de Janeiro, Brazil, in June 2012 – twenty years
after the landmark 1992 Earth Summit in Rio. Rio+20 is
(C) A summit organized by the United Nations in 1992.
also an opportunity to look ahead to the world we want
in 20 years.
(E) Rio+20 is a Conference on Sustainable
Development arranged by United Nations.
At the Rio+20 Conference, world leaders, along with
thousands of participants from the private sector, NGOs
and other groups, will come together to shape how we
(D) A short name used for an important event on
Education in Rio.
Questão
can reduce poverty, advance social equity and ensure
environmental protection on an ever more crowded
planet.
The official discussions will focus on two main themes:
how to build a green economy to achieve sustainable
development and lift people out of poverty; and how to
improve international
development.
coordination
for
sustainable future – a future with more jobs, more clean
energy, greater security and a decent standard of living
for all.
“Rio+20 will be one of the most important global
meetings on sustainable development in our time.”
Why do we need Rio+20?
If we are to leave a liveable world to our children and
grandchildren, the challenges of widespread poverty
and environmental destruction need to be tackled now.
·
Read the following statements carefully, and then
choose the one(s) which is (are) correct according to
the text. What are Rio+20’s aims?
I.
Rio+20 will be an opportunity to establish how we can
shape the world we want in the future with a decent
standard of living.
II.
The development of a green economy and poverty
reduction will be the two main themes focused on the
official discussions at the Conference.
sustainable
It is a historic opportunity to define pathways to a
22
III. World leaders from all over the world will take
decisions to promote economy growth in order to
improve the chances of profit.
(A) Only I is correct.
(B) Only II is correct.
(C) Only III is correct.
(D) Only I and II are correct.
(E) Only II and III are correct.
The world today has 7 billion people – by 2050,
there will be 9 billion.
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VESTIBULAR – UNESPAR/ FAFIPA – INVERNO 2012
Questão
23
Reread the sentences below:
“If we are to leave a liveable world to our children and
grandchildren, the challenges of wide spread poverty
Read the following text then answer questions 26,
27, 28, 29 and 30.
Feeding plastic waste to fungi
24th April, 2012 by Anonymous
and environmental destruction need to be tackled now.”
“… a third of all known species could go extinct if the
climate change continues unchecked.”
Analisando-as gramaticalmente, podemos classificá-las
como:
(A) Time clauses.
(B) Reason clauses.
(C) Place clauses.
(D) Conditional clauses.
(E) Result clauses.
Questão
24
One out of every five people – 1.4 billion – currently
lives on $1.25 a day or less.
According to the passage above:
(A) 1,4 bilhões de pessoas estão nadando contra a
corrente.
(B) 1,4 bilhões de pessoas ganham menos de $1,25
por dia.
(C) Atualmente a cada cinco pessoas, uma vive com 1
dólar e vinte e cinco por dia ou menos.
(D) Uma pessoa consegue viver com menos de $1,25
por dia.
(E) Uma pessoa a cada cinco, exatamente 1,4 bilhões
vive muito bem com $1,25 por dia.
Questão
25
In the text:
“The Earth Summit laid the groundwork…”
(A) The Earth Summit laid the opportunities on the
ground.
(B) Groundwork was laid by the Earth Summit in Rio
twelve years ago.
(C) The 1992 Earth Summit did not prepare any
significant pathways to Rio+20.
(D) Groundwork lied by the 1992 Earth Summit was
very important for far reaching environmental
regulations.
(E) The 1992 Earth Summit took place in Rio and laid
the groundwork for Rio+20 twenty years ago.
Mushrooms are one of the planet’s most effective
natural recycling systems. Can they help us fix our
landfill problem?
In 2008, a group of Yale undergraduates went
on a trip to the Amazon to study bioremediation – a
natural waste disposal process, which mushrooms are
particularly good at. They expected to find fungi that can
break down plastics. What they didn't expect to find was
endophytes that can do the trick in anaerobic conditions
– that is, without oxygen. The findings were published
last year in the journal 'Applied and Environmental
Microbiology'.
It's good news, because that's the prerequisite
for dealing with landfill waste. Products use many
different plastic types, making a meal of recycling
processes. UK waste agency WRAP says 4.5 million
tonnes of plastics are discarded each year.
Now, the hope is that these fungi can be
harnessed to break down complex plastics (in particular,
the synthetic polymer polyester polyurethane) in landfill
conditions. But it's still early days. Professor Scott
Strobel, who supervised the team says, "We are not yet
prepared for commercial roll out and need more
research in laboratory settings."
Sam Harrington has an eye on the progress.
He's the Environmental Director at Ecovative Design, a
start-up based in New York that offers a home-grown
alternative to plastic-based packaging. The company
harnesses mycelium, a fungal material which grows in
the dark, with no watering, and no petrochemical inputs.
For Harrington, breaking down industrial wastes – as
well as avoiding them in the first place – could be a new
business plan.
"Fungi are often called a key part of nature's
recycling system, since they can break down tough
compounds that no other organism can," says
Harrington. "Perhaps in the future we'll be using this
Amazonian discovery to turn waste plastic into more
environmentally responsible materials."
Giles Crosse
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VESTIBULAR – UNESPAR/ FAFIPA – INVERNO 2012
Questão
II.
26
No título do artigo acima se encontra a pergunta: “Can
they help us fix our landfill problem?” Qual é o sentido
do verbo modal can na pergunta?
Scott Strodel is a professor from Yale University
who also owns an important laboratory.
III. The fungi can be used to remedy the landfill
condition.
(A) Obrigação.
IV. The Yale team is not ready for commercial roll out
and they are sure they need more study.
(B) Dedução.
Therefore the correct option:
(C) Necessidade.
(A) I and II.
(D) Habilidade.
(B) I and III.
(E) Suposição.
(C) I and IV.
Questão
(D) II and III.
27
(E) III and IV.
De acordo com o primeiro parágrafo, é correto afirmar
que:
Questão
(A) Alunos de graduação da Universidade de Yale
descobriram endófitos que podem representar um
grande aliado na descontaminação da água.
(B) Em um estudo de descontaminação, na Amazônia,
foi descoberto um endófito que pode decompor
plástico.
(C) Os endófitos descobertos não podem funcionar em
condições anaeróbicas.
(D) Os cogumelos foram expostos no saguão do jornal
‘Applied and Environmental Microbiology’.
(E) Em 2008, um grupo de professores de Yale viajou
para a Amazônia para realizar um estudo sobre um
processo natural de eliminação de resíduos.
30
O pronome relativo é utilizado como um recurso
linguístico gramatical com intenção de evitar a
repetição. Desse modo, qual é o seu significado nas
sentenças abaixo?
“Sam Harrington has an eye on the progress. He's the
Environmental Director at Ecovative Design, a start-up
based in New York that offers a home-grown alternative
to plastic-based packaging. The company harnesses
mycelium, a fungal material which grows in the dark,
with no watering, and no petrochemical inputs.”
(A) Ecovative Design /a fungal material.
(B) Sam Harrington/New York.
(C) New York/packaging.
Questão
28
(D) Ecovative Design/packaging.
(E) Sam Harrington/the company.
A Agência WRAP diz que…
(A) Por ano, 4.5 milhões de toneladas de plásticos são
descartados.
(B) Há pré-requisitos
sanitários.
para
trabalhar
nos
aterros
(C) Os produtos utilizam vários tipos de plástico em
suas embalagens.
(D) A boa nova no mercado é a existência de um novo
tipo de embalagem plástica.
(E) 4.5 tonéis de plástico são fabricados todo ano.
Questão
29
Which statements are correct according to the third
paragraph?
I.
The team leader says that the discovered fungus is
able to break down complex plastics.
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VESTIBULAR – UNESPAR/ FAFIPA – INVERNO 2012
PROVA DE REDAÇÃO
Instruções para a REDAÇÃO:
1.
A redação vale 10 (dez) pontos, sendo 6 (seis)
pontos para o conteúdo e 4 (quatro) pontos para a
forma.
2.
Escolha apenas um dos gêneros textuais
propostos: 1, 2 ou 3 e escreva o respectivo número
no espaço próprio.
3.
Redija o que se pede, no mínimo 20 linhas e, no
máximo, 30.
4.
Faça primeiro no RASCUNHO, antes de passar
para a FOLHA DEFINITIVA, releia a redação
fazendo a devida autocorreção.
5.
A redação que tiver menos de 20 linhas e, mais de
30, será desclassificada.
6.
Não fuja do tema escolhido.
7.
Em hipótese alguma haverá substituição da folha
definitiva da PROVA DE REDAÇÃO.
8.
Não coloque qualquer tipo de identificação na
prova.
9.
Na versão definitiva, use caneta esferográfica azul
ou preta.
10. Não destaque nenhum dos gabaritos anexados à
folha definitiva.
11. Devolva a Prova de Redação juntamente com os
dois gabaritos anexados.
Leia o texto
“UMA FIGURA” de Genolino Amado.
A campainha tiniu e retiniu à porta do apartamento. E
como a empregada estivesse de prosa na vizinhança
ou de compra no supermercado, eu mesmo tive de
atender. Apareceu então diante de mim um tipo
misterioso. Era o contrabandista a domicílio.
Que divertida figura! Admirei-lhe a caracterização
artisticamente perfeita, digna de um grande ator em
seus papéis mais caprichados.
Ostentava na cabeça, meio de banda, um clássico
boné de marujo em navio mercante. Pelo jeito, marujo
inglês. Embora o tempo seco e límpido estivesse longe
de anunciar qualquer ameaça de chuva, vestia uma
capa lustrosa e suja. No braço um gordo embrulho de
oleado. Na fisionomia, um ar de sigilo, receio e
conspiração contra as alfândegas do mundo inteiro.
Olhava de um lado para outro, como se contasse com a
presença da polícia a todo instante. Apesar de não
haver ninguém no corredor do pavimento, falava
baixinho, com o tom dos negócios suspeitos,
inconfessáveis. Isso em voz fanhosa, britanicamente
nasalada, assassinando o idioma de Shakespeare, um
bafo azedíssimo de uísque barato. Lançou, de entrada,
o seu Do You Speak English como se fora uma frase
perigosa, que estabelecesse entre nós dois terrível
cumplicidade em matéria de crime aduaneiro. Íamos
lesar o fisco...
Disse-me que vinha de Liverpool; trazia produtos de
Manchester e de Birmingham. Pronunciou, no seu
linguajar arrevesado, uma palavra esquisita, que
naturalmente significava pechincha. Ótima oportunidade
para que eu comprasse coisas finas da Inglaterra pelo
preço de fábrica, livre de impostos e ainda por cima
com um cambiozinho bem camarada, a libra valendo
pouco. E como eu fingisse não entender bem, arriscou
termos
em
espanhol.
E
lamentava
ignorar
completamente o “portugiese”.
Em face da minha resistência, acentuada por um
sorriso de ironia, acabou por desanimar e lá se foi com
a sua lenga-lenga para a porta de outros apartamentos.
Mas, depois, quando eu saí de casa, encontrei o
curioso personagem tranquilamente aboletado no
boteco da esquina, já com outro jeito, sem a capa, sem
o gorro de navegante, com as mercadorias repousando
numa cadeira. E gritava para o garçon, num sonoro
falar bem brasileiro: “Ó velhinho, você traz ou não traz
essa média que eu pedi? É com pão e manteiga,
ouviu?”
E enquanto esperava pela merenda nacionalíssima ,
ansioso pelo café e esquecido do chá, o falso homem
de Liverpool, o vendedor de produtos ingleses
fabricados em São Paulo, assoviava um sambinha novo
de carnaval...
Mas, daí a pouco estaria de novo “contrabandeando”
de porta em porta. Um mau contrabandista, decerto.
Mas, em compensação, que esplêndido ator!
Do livro de crônicas “Vozes da Cidade”
Após a leitura do texto, escolha um dos temas
abaixo.
01
Baseado no tipo de narrativa acima, elabore um texto
em prosa de, no mínimo, 20 linhas cujo personagem
seja considerado “uma figura”.
TEMA
02
Redija uma carta ao delegado de polícia de sua cidade,
denunciando a prática de atos ilícitos por parte de
alguns habitantes. Use, no mínimo, 20 linhas.
TEMA
TEMA
03
Faça um texto dissertativo-expositivo sobre “lesar o
fisco”. Apresente as consequências desse ato em, no
mínimo, 20 linhas.
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TEMA :
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