arquivos da "ditadura"
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ção Edi c i a l e Esp E-mail: [email protected] l - Portal: http://www.grupoinconfidencia.com.br BELO HORIZONTE, 30 DE ABRIL DE 2007 - ANO XII - Nº 108 l ARQUIVOS DA "DITADURA" O LIVRO NEGRO DO TERRORISMO NO BRASIL ABRINDO OS ARQUIVOS DA DITADURA B e l o H o r i z o n t e - D o m i n g o , 15 d e a b r i l d e 2 0 0 7 Livro sigiloso das Forças Armadas prova que militares esconderam informações sobre desaparecidos políticos F ARQUIVOS JÁ!!! oi a melhor notícia que poderia ter acontecido: jogar na mídia os arquivos da ditadura. Sempre fomos favoráveis à abertura do chamado O livro negro do terrorismo no Brasil. Que é escondido pelos ex-guerrilheiros e subversivos há quase 20 anos. Fazem alarde, reclamam e exigem a abertura dos arquivos da ditadura, mas só da boca para fora, enganando como sempre a opinião pública, deturpando e escondendo o que verdadeiramente aconteceu. Por que não abrem e divulgam os arquivos? Porque aqueles que cometeram crimes hediondos, em nome da democracia, mas queriam implantar um regime marxista-leninista-cubano, ocupam hoje, os mais altos cargos nos poderes constituídos, na administração nacional, na mídia e na cátedra, além de terem sido indenizados, por eles mesmos, com quantias milionárias. Fazemos nossas, as palavras do jornalista José Adalberto Ribeiro, que bem expressam o sentimento daqueles que deixaram como legado um Brasil livre e democrático, em seu oportuno e magistral Se a verdade é revolucionária... L EIA NA PÁG 3 Beto Novaes O LIVRO NEGRO DO TERRORISMO NO BRASIL Em 2 Volumes com 966 páginas, o documento cita cerca de 1,7 mil pessoas ligadas a organizações de esquerda, muitas delas ainda em atividade S e os verdadeiros objetivos da aber tura dos arquivos da ditadura fossem mesmo o consolo das famílias dos mortos e desaparecidos e o resgate da verdade para virar, de uma vez por todas, esta página negra da nossa história, como argumentam raivosas as esquerdas de todas as tendências, as revelações seriam frustrantes; pior ainda, seriam um tiro no pé. O que vão encontrar são os crimes que cada um dos heróis terroristas, muito deles hoje em altos cargos do governo e da administração pública praticou, incluindo detalhes cruéis e nomes das suas vítimas. As esquerdas sabem disto, o ministro da justiça sabe disto, as famílias sabem disto, todos sabem disto. Tanto que criaram uma comissão para apreciar o conteúdo dos arquivos e fazer a censura para preservar o sigilo do que poderá ofender a memória dos epigrafados e a sensibilidade dos seus familiares. Manipulação porque já sabem tudo que os arquivos militares contêm. Já têm conhecimento do acervo dos extintos Serviço Nacional de Informações (SNI), Delegacias da Ordem Pública e Social (DOPS) dos Estados e das Divisões de Segurança e Informações (DSI) dos Ministérios, já aberto e fuçado por pesquisador e s e n g a j a d o s , a t r á s d e papéis reveladores dos horrores da ditadura. Até hoje, por razões óbvias, nada foi divulgado como revelação histórica ou como denúncia. Tudo porque lá encontraram contados os crimes de subversivos, terroristas e corruptos, daqueles que hoje se arrogam de revisores da história e de heróis defensores da democracia. Portanto, as razões tão arrogantemente alegadas para abertura dos arquivos militares são mentirosas. Além do revanchismo, há uma causa revolucionária pragmática que está no contexto da neutralização das trincheiras da burguesia: do* Sergio Augusto de mesticar as Forças Avellar Coutinho Armadas, inibindo-as, intimidando-as e desmoralizando-as perante a sociedade nacional. É preciso anular qualquer possibilidade de que venham a ser novamente baluarte da democracia. Que não repitam 1964, impedindo um futuro assalto ao poder por alguma das tendências revolucionárias existente e ativa no desfecho da transição para o socialismo em curso em nosso País. O processo de domestificação das Forças Armadas não ficará certamente na abertura inócua dos arquivos e na sua transferência para os cuidados de uma autoridade mais confiável, o ministro da justiça. Novas reformas democráticas poderão ainda vir: - reformulação do sistema de inteligência militar; reforma da destinação constitucional das Forças Armadas; revisão dos regulamentos disciplinares; revisão da Lei de Anistia; democratização das escolas militares de formação de quadros e do treinamento dos recrutas. Embora despercebido pelas aparências da prática democrática, um movimento revolucionário da esquerda está em curso no Brasil. Só as pessoas de muito boafé não percebem isto. O momento que vivemos é ainda de correlação de forças políticas.Por isto, só os políticos e as organizações e partidos liberais democráticos poderão deter a marcha das esquerdas para o socialismo monocrático e opressor. Os brasileiros esclarecidos e responsáveis não podem ignorar o que está efetivamente acontecendo e devem iniciar a resistência política e ideológica enquanto é tempo. (Publicado no Inconfidência, nº 77/2004) * General e Escritor Nº 108 - Abril/2007 2 DESFAZENDO ALGUNS MITOS SOBRE 1964 Heitor De Paola B asta olhar quem hoje está no poder político da Nação para perceber que são os derrotados militarmente em 1964, que venceram uma das batalhas mais importantes: a cultural. Refugiando-se nesta área negligenciada pelos governos militares, e baseando-se na desinformação e nas teses de Gramsci, passaram a escrever grande parte da história, principalmente aquela de alcance público, acadêmico e nas escolas de todos os níveis, novelas e minisséries de TV. Tornaram-se donos dos significados das palavras. Temos hoje muito mais mitologia induzida do que história ocorrida. É trabalho para décadas se houver liberdade para tanto desfazer todos os mitos dos chamados anos de chumbo. Darei minha modesta contribuição, falando daquilo que vivenciei. As opções políticas na década de 60 Um dos mais caros mitos é o de que militares maldosos, aliados à burguesia nacional ameaçada em seus privilégios e subordinados às demandas maquiavélicas dos EEUU resolveram abortar pelas armas a política conduzida por um governo legítimo e que atendia aos anseios populares. Em primeiro lugar nega-se o fato de que em 1959 a geopolítica da América Latina (AL) havia virado do avesso pela tomada do poder em Cuba por Castro, que logo assumiu sua condição de comunista e se aliou à URSS. Seguiu-se um banho de sangue de proporções inimagináveis do qual é proibido falar! e a lenta e progressiva instalação na ilha de numerosos instrutores soviéticos que adestraram tropas cubanas e formaram e exportaram guerrilheiros e terroristas, e re-estruturaram o sistema de Inteligência. Através desta cabeça de ponte aumentou sobremaneira a influência da URSS na AL. Os jornais noticiavam diariamente as tentativas de derrubada do governo legitimamente eleito da Venezuela, país chave pela produção petrolífera. O próximo objetivo estratégico era o Brasil, País imenso, já em fase inicial de industrialização e cujas Forças Armadas representavam um poderoso obstáculo à penetração comunista no Continente. Outro fator só mais recentemente veio à luz devido à defecção de Anatoliy Golitsyn, oficial graduado da KGB. Em 1959, durante o Revista da UNE - Movimento 10 (Abril / 1963) Assuntos publicados: Solidariedade a Cuba, Venezuela em Revolução, A Reforma Agrária período de desestalinização da URSS, Alieksandr Shelepin apresentou um relatório ao Comitê Central do PCUS mostrando a necessidade de que os órgãos de segurança voltassem a suas funções originais de desinformação, exercidas pela OGPU (1922-34). A partir de então toda notícia do mundo comunista era baseada em informações emanadas e/ou alteradas pelo Departamento D (Desinformatziya) da KGB. 25 de agosto de 1961, renúncia de Jânio Quadros marca um momento importante. O Vice, João Goulart, encontrava-se na China e declarou que iria comandar o processo de reformas sociais tão logo assumisse. Os Ministros Militares e amplos setores civis se opuseram à posse de Jango por suas notórias ligações com a esquerda. Seu cunhado Brizola, Governador do Rio Grande do Sul reagiu, o Comandante do Terceiro Exército, Gen Machado Lopes, ficou do lado dele e o Brasil esteve à beira da guerra civil. A Força Aérea chegou a dar uns tiros no Palácio Piratini. Brizola tomou todas as rádios de Porto Alegre e obrigou as demais a entrarem em cadeia, a Cadeia da Legalidade! E lá estava eu, comandando uma mesa em plena rua, a uns 4 graus, com uma lista de assinaturas para quem quisesse pegar em armas pela legalidade, atuando em conjunto com membros do extinto PCB. Com a emenda parlamentarista tudo se acalmou mas em janeiro de 63, num plebiscito nada confiável o País retorna ao Presidencialismo. Fiz parte da Juventude Trabalhista e só não entrei para os Grupos dos 11, do Brizola, sobre os quais hoje quase se nada se ouve, porque não tinha idade e, portanto, não era confiável. No início dos anos 60 o hoje santificado Betinho, junto com o Padre Vaz, elaborou o Documento Base da Ação Popular (AP), que previa a instalação de um governo socialista cristão no Brasil. Mas o documento em que a AP se declarava francamente a favor da instalação de uma ditadura ao estilo maoísta foi mantido secreto até para os militantes da base. Só vim a ter contato com ele através de Duarte Pacheco (um dos membros do Comando Nacional de AP) em agosto de 65, quando eu já era mais confiável. O documento, que era obviamente o produto de uma luta interna na esquerda mundial, defendia a luta em três etapas: reivindicatória (movimentos populares, greves); política (início das guerrilhas no campo, como na China e Vietnã) e ideológica (a formação do Exército Popular de Libertação). Contrariava a teoria do foco guerrilheiro, preferida por Guevara e Debray. O MASTER (nome do MST da época), do Brizola, invadia terras no Rio Grande do Sul (como a do Banhado do Colégio, em Camaquã) e as Ligas Camponesas, de Francisco Julião, com apoio explícito do Governador Arraes, no Nordeste. A CGT, (presidida por Dante Pelacani), a UNE (José Serra) propunham abertamente um golpe com fechamento do Congresso. Armas tchecas começaram a surgir. O ano de 1963 foi uma agitação só. O movimento estudantil, do qual posso falar, estava dividido entre a Ação Popular (AP) e o PCB. Quem não viveu aqueles tempos dificilmente pode imaginar o nível de agitação que havia por aqui. O reinício das aulas em março de 64 praticamente não houve. Num encontro em Pelotas, onde eu estudava Medicina, com o último Ministro da Educação do Jango, Sambaqui, no início de março, ele nos revelou que tudo começaria com o comício marcado para o dia 13, em local proibido para manifestações públicas (em frente ao Ministério da Guerra) já em desafio aberto e simbólico à lei, seria continuado pelo levante dos sargentos do exército e da marinha formando verdadeiros soviets e pelos Fuzileiros Navais em peso, comandados pelo Almirante do Povo, Aragão. Pregava-se a subversão da hierarquia e disciplina militares. Seguir-se-ia pelo já programado discurso de Jango no Automóvel Clube do Brasil. A pressão final sobre o Congresso seria em abril e maio: se não aprovasse as reformas de base seria fechado com pleno apoio popular. Na mesma época, participei de uma ação comandada por um agitador da Petrobrás e da SUPRA (Superintendência da Reforma Agrária), em Rio Grande, pela encampação da Refinaria de Petróleo Ipiranga o qual, num discurso na Prefeitura, declarou que a RepúComício blica Socialista do Brasil estava próxima. As ocorrências de março só confirmaram a conspiração acima mencionada. No comício do dia 13 Brizola pregou o fechamento do Congresso se não aprovasse as tais Reformas de Base (na lei ou na marra) ninguém me contou, eu ouvi no rádio. Prestes dizia que os comunistas já estavam no Governo, só faltava tomarem o Poder. Não havia, pois, opção democrática alguma. Restava decidir se teríamos o predomínio dos comunistas ou uma re-edição do Estado Novo ou de uma ditadura peronista, chefiados por Jango. As passeatas civis estavam nas ruas exigindo fim da baderna e em apoio ao Congresso. Sugerir que se devia esperar que Jango desse o golpe para depois tirá-lo, me parece uma idéia legalista infantil, pois então teria que ser muito mais cruento. Foi, na verdade, um contragolpe cívico-militar preventivo. Participação dos Estados Unidos Outro mito é sobre a participação americana no golpe de 64. Chamada de Operação Thomas Mann (nome do então Secretário de Estado Adjunto para a AL) não passa de uma mentira baseada em documentos forjados pelo Departamento D já citado, através da espionagem Tcheca. Quem montou a operação foi o espião Ladislav Bittman que, em 1985 revelou tudo no seu livro The KGB and Soviet Disinformation: An Insiders View, PergamonBrasseys, Washington, DC, 1985. Segundo suas declarações A Operação foi projetada para criar no público latino-americano uma prevenção contra a política linha dura ameri- cana, incitar demonstrações mais intensas de sentimentos antiamericanos e rotular a CIA como notória perpetradora de intrigas antidemocráticas. Outra fonte é o livro de Phyllis Parker Brazil and the Quiet Intervention: 1964, Univ. of Texas Press, 1979, onde fica claro que os EEUU acompanhavam a situação de perto, faziam seus lobbies e sua política com a costumeira agressividade, e tinham um plano B para o caso de o País entrar em guerra civil. Entretanto não há provas de que os Estados Unidos instigaram, planejaram, dirigiram ou participaram da execução do golpe de 64. Embora as revelações tenham sido tornadas públicas em 79/85, a imprensa brasileira nada publicou a respeito não permitindo que a opinião pública tomasse conhecimento da mentira que durante anos a enganou. Apenas a Revista Veja na sua edição nº 1777, de 13/11/02, publica a matéria O Fator Jango de autoria de João Gabriel de Lima, onde este assunto é abordado. da Central do Brasil a 13 março de 1964 A luta armada e o AI-5 Finalmente, o mito de que brasileiros patriotas e democratas se levantaram em armas contra o endurecimento da ditadura através do Ato Institucional No. 5, dezembro/1968. Em julho de 1965, na primeira tentativa de restabelecer a UNE, extinta pela Lei Suplicy, foi realizado um Congresso no Centro Politécnico em SP no qual fui eleito VicePresidente de Intercâmbio Internacional. Em outubro fui preso em Fortaleza, o que impediu minha ida ao Congresso da UIE na Mongólia, onde seria traçada uma estratégia de recrudescimento da violência revolucionária na AL. De 1966 ano da Conferencia Tricontinental de Havana e da Organización Latino Americana de Solidariedad (OLAS) a 1968 participei, no Sul, das intensas discussões clandestinas sobre a luta armada conduzidas por militantes da AP treinados em Pequim. Em janeiro de 68, 11 meses antes da edição do AI-5, a luta foi implementada por todas as organizações revolucionárias, menos o PCB. A AP rachou, eu fiquei do lado contrário à maluquice da luta armada e saí, não sem sofrer posteriormente sérias ameaças de meus companheiros. Logo depois, mudou o nome para Ação Popular MarxistaLeninista do Brasil, o que já estava previsto no citado documento secreto. Como vários autores mais credenciados já têm se manifestado sobre isto, não vejo necessidade de mais para deixar claro que o A-I 5 não passou de uma reação ao incremento das atividades revolucionárias. Rio de Janeiro, 20/4/2004 * Escritor, psicólogo e comentarista político Nº 108 - Abril/2007 LIVRO SECRETO DO EXÉRCITO É REVELADO Reportagem do Correio/Estado de Minas obtém cópia da obra sigilosa que a Força produziu há 19 anos para contar sua versão da luta armada: 1,7 mil pessoas são citadas Lucas Figueiredo - Do Estado de Minas O mistério que dura duas décadas chega ao fim. Há 19 anos, uma dúzia de oficiais da reserva esconde uma espécie de santo graal da linha-dura das Forças Armadas: um livro produzido pelo serviço secreto do Exército, que conta o que seria a verdade sobre a luta armada promovida por organizações de esquerda, entre 1967 e 1974. A obra nunca foi publicada e até mesmo seu título foi mantido em sigilo. Alguns poucos exemplares artesanais passaram de mão em mão, num círculo fechado. Apenas 40 páginas da obra (menos de 4% do total) circulam livremente pela Internet, postadas no site do grupo Terrorismo Nunca Mais (Ternuma), que reúne militares e civis de extrema direita. A repotrtagem do Correio/Estado de Minas obteve uma cópia do megadocumento, que tem 966 páginas divididas em dois tomos. A obra tem uma enorme importância histórica. Ela comprova, por exemplo, que o Exército possui informações sobre mortos e desaparecidos políticos que oficialmente nega ter (leia reportagem às páginas 3 e 4). Contém ainda mentiras, manipulações, mas também verdades incômodas, tanto para as Forças Armadas quanto para organizações de esquerda. (...) LIVRO ERA UMA ARMA, DIZ GENERAL Leônidas Pires Gonçalves, que mandou fazer o livro negro quando comandou o Exército, afirma que a obra foi engavetada em 1988 para ser usada, no futuro, em caso de necessidade dos militares Eu disse ao (José) Sarney: Eu fiz esse livro. É uma arma que eu tenho na mão. Às vésperas de completar 86 anos, saudável e com a memória preservada, o general da reserva Leônidas Pi- res Gonçalves relembra, em entrevista ao Correio/Estado de Minas, o dia em que, na condição de ministro do Exército, se reuniu com o presidente da República para discutir o que fazer com a versão oficial dos militares para a luta armada que o serviço secreto do Exército acabara de concluir. Falei para o Sarney que não ia publicar o livro. Para que criar um problema que não existe?, recorda Leônidas. Esse livro, concluiu o general na conversa com o presidente, fica como General Leônidas Pires Gonçalves um documento, que nós (militares) podemos ter a necessidade (de divulgar) no futuro. De acordo com Leônidas, Sarney concordou e ambos deram o caso por encerrado. Quais seriam as necessidades a que se refere Leônidas? É o próprio general quem explica: atos de revanchismo contra as Forças Armadas por parte de quem perdeu a guerra. Naquele tempo (em que o livro foi feito), não havia o que acontece agora, um revanchismo sem propósito, afirma ele. No meu período como ministro (1985-90), não houve nenhum problema dessa natureza, essas mães não-sei-do-quê, (grupos do tipo) Tortura: nunca mais. Leônidas confirma que partiu dele a ordem para fazer o livro. Diz, porém, que não ficou com nenhum exemplar. O livro foi feito pelo CIE (Centro de Informações do Exército, serviço secreto da Força) com base nos documentos que o órgão dispunha, afirma. O general é categórico ao comentar a suposta destruição de documentos do CIE, que, segundo vem argumentando o Exército nos últimos anos, impediria a divulgação de informações referentes ao combate às guerrilhas urbana e rural nas décadas de 1960 e 1970: Foram queimados coisa nenhuma. Na opinião de Leônidas, o Exército não tinha a obrigação de mostrar o livro negro a ninguém, já que a obra não foi publicada. Isso é passado. Vamos olhar para frente, sugeriu. O general critica os guerrilheiros do Araguaia A pergunta é: o que eles estavam fazendo lá? Fazendo um enclave, que é uma coisa lesa-pátria. O resto é conversa fiada , critica antigos companheiros de desaparecidos políticos Nós cuidamos dos nossos mortos. Eles deviam ter cuidado dos mortos deles e critica também os familiares Por que não perguntam o que seus filhos estavam fazendo lá? Por que não perguntam se mereciam ou não mereciam, na luta, serem mortos? Ainda em relação ao Araguaia, Leônidas chama de guerra o enfrentamento que ocorreu entre as Forças Armadas e os guerrilheiros do PCdoB. O que resulta de guerra? Morte. Essas coisas são conseqüências muito naturais. Eles (os grupos de esquerda que participaram da luta armada) perderam a guerra e agora querem ganhar no tapetão, afirma. De acordo com ele, o número de ativistas políticos de esquerda mortos durante o regime militar cerca de 350 foi até pequeno se comparado ao que aconteceu nas ditaduras do Chile, 3 mil mortos, e Argentina, 30 mil mortos. Nossa vitória, do ponto de vista de (perda de) vidas humanas, foi muito sóbria. Por fim, conclui: Na guerra só há uma coisa bonita: a vitória. O resto não é bonito. (Publicado no Estado de Minas - 15/04) 3 SE A VERDADE É REVOLUCIONÁRIA... * José Adalberto Ribeiro Os arquivos secretos sobre a atuação do ministro José Dirceu em Cuba e no Brasil, no tempo da clandestinidade, renderiam reportagens no Fantástico. D eus é brasileiro... Brasil, o País e genocida de Mao Tsé-tung na China dos ufanismos, das mistificae o psicopata Enver Hoxha na Albânia. ções e das hipocrisias! Nosso Quem será o Kruchev brasileiro que irá céu tem mais estrelas... nossos bosrevelar os arquivos dos stalinistas deques têm mais flores... nossos mitos lirantes e fanáticos do B? têm pés de barro... nossas leis têm mais Os arquivos secretos do mibrechas para amparar os corruptos... nistro José Dirceu, na sua fase de clannossos corruptos são mais gentis... destinidade, em Cuba e no Brasil, rennossas organizações criminosas são deriam matérias eletrizantes no Fanmais organizadas... tástico. Precisamos conhecê-los, pois Vamos abrir os arquivos da dio homem é um dos principais tadura, do DOI-Codi, dos serviços condestáveis da República. Se é para secretos da Marinha, Exército e Aerodesmistificar, perguntem ao beato Frei náutica, os arquivos da guerrilha do Beto e ao honorável teólogo Leonardo Araguaia. Vamos abrir os arquivos do Boff o que eles acham da repressão de PC do B, por que não? Quem for pobre Fidel Castro e dos terroristas das Farc que se quebre. Nos na Colômbia. Mas, arquivos da represpor favor, não saiam Os telespectadores do são já se sabe, de Fantástico gostariam muito pela tangente, pois a antemão, que há re- de conhecer, por exemplo, dialética ensina que a latos sobre perseverdade é revolucioos verdadeiros arquivos da nária. Já sabemos que guições, torturas e morte do prefeito Celso assassinatos. Mas, Beto e Boff condeDaniel, em Santo André. não havia apenas nam o imperialismo heróis e vilões de Vamos devassar os arquivos norte-americano e fidos propinodutos do cada lado. Quem caram muito magoaeram os traidores, os Banestado no Paraná e as dos com Bush por ter delatores, os dedos- operações Abafa-CPI no nomeado Condeleeza duros? Vamos per- caso de Waldomiro Diniz. Rice para a Secretaguntar aos arquivos ria de Estado. Prefedo PC do B quantos dos seus próprios riam que fosse nomeado no lugar companheiros foram justiçados e fude Colin Powell um simpatizante zilados em nome da causa revoluciode Bin Laden. nária. O genuíno comissário stalinista Para completar, vamos abrir, deve saber. Quantos casamentos foprincipalmente, os arquivos misteram feitos e desfeitos na marra nas riosos da senhora democracia. Os células comunistas para cumprir os telespectadores do Fantástico gossagrados princípios da fidelidade revotariam muito de conhecer, por exemlucionária. Hoje pode parecer ridículo, plo, os verdadeiros arquivos da morte mas nos tempos áureos do centralismo do prefeito Celso Daniel, em Santo democrático mulheres comunistas ou André. Vamos devassar os arquivos simpatizantes eram patrulhadas para dos propinodutos do Banestado no não namorar nem casar com elementos Paraná e as operações Abafa-CPI de tendências burguesas para não no caso de Waldomiro Diniz. No trair a causa revolucionária. É vero! final, vamos contar o caso das indeVamos abrir os arquivos do nizações milionárias e das mamatas Partidão para conhecer os processos de que se locupletam os anistiados sobre fuzilamento de contra-revolupolíticos, do sociólogo Fernando cionários. Por que o reverenciado Henrique Cardoso ao metalúrgico Luis Carlos Prestes perdoou Getú(nas horas vagas) Luiz Inácio Lula da lio Vargas depois de o ditador e seu Silva e ao contador de abobrinhas capacho Felinto Muller terem entreCarlos Heitor Cony. gue Olga Benário aos nazistas para Se a verdade é revolucionária, ser morta nos campos de concentraavante, camaradas, abram-se os arquição? Até nesse ponto o escritor vos até da besta-fera e vamos Fernando Morais, cripto-stalinista desmistificar as falsas vestais! e devoto de Fidel Castro, preserva a (Publicado no semanário Brasília aura do Cavaleiro da Esperança em Dia - Nº 420, na Tribuna da como se fosse imaculado. Imprensa de 03/01 e no InconfidênVamos abrir os arquivos do cia nº 78 de 23 de fevereiro de 2005) PC do B para saber por que os ener* Jornalista E-mail: [email protected] gúmenos apoiaram o regime corrupto Nº 108 - Abril/2007 N o dia 20 de abril, estreou nos cinemas brasileiros o filme BATISMO DE SANGUE, de Helvécio Ratton, vencedor dos prêmios de melhor filme e fotografia no Festival de Cinema de Brasília. O enfoque do filme, baseado na obra homônima de Frei Beto, é o drama de Frei Tito, que teria sido torturado durante o governo dos militares e que foi banido do Brasil, em troca da vida do embaixador suíço seqüestrado, Giovani Enrico Bucher, vindo a cometer suicídio na França. O Brasil inteiro está sendo bombardeado por mais uma mentira, ou seja, de que aquele grupo de angélicos frades dominicanos de São Paulo combateu a ditadura militar, quando na verdade eles queriam implantar aqui uma muito pior, copiada de Cuba. Muitos frades dominicanos eram seguidores da Teologia da Libertação, doutrina induzida pelas pregações ocorridas durante a reunião do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), realizado em 1968 na cidade de Medelín, Colômbia, no vácuo das resoluções do Concílio Vaticano II. Os 16 Documentos elaborados em Medelín saíram carregados de influência marxista. Sacerdotes e freiras portavam-se de forma irreverente em celebrações litúrgicas e em passeatas, pregando a violência como instrumento para alcançar a justiça social. Alinharam-se à corrente da Teologia da Libertação, principalmente, Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Hélder Câmara e Dom Pedro Casaldáliga, além de frades dominicanos, como Frei Beto, e o então padre franciscano Leonardo Boff. Vejamos a história dos frades dominicanos que se bandearam para o grupo terrorista de Marighella. No início de 1968, houve várias reuniões no Convento dos Dominicanos do Bairro das Perdizes, em São Paulo, liderado por Frei Osvaldo Augusto de Rezende Júnior, que culminaria com a adesão do grupo ao Agrupamento Comunista de São Paulo (AC/ SP) - que teve, ainda naquele ano, mudado seu nome para Ação Libertadora Nacional (ALN), organização terrorista presidida por Carlos Marighella. Participaram das reuniões Frei Carlos Alberto Libânio Christo (Frei Beto), Frei Fernando de Brito (Frei Timóteo Martins), Frei João Antônio Caldas Valença (Frei Maurício), Frei Tito de Alencar Ramos, Frei Luiz Ratton, Frei Magno José Vilela e Frei Francisco Pereira Araújo (Frei Chico). Frei Osvaldo, apresentando Marighella a Frei Beto, conseguiu a adesão ao AC/SP de todos os dominicanos que participaram das reuniões. Frei Beto também entrou em BATISMO DE SANGUE (Batismo de Sangue, Brasil, 2007, 1h50, 16 anos) Direção: Helvécio Ratton. Com Caio Blat, Daniel de Oliveira, Cássio Gabus Mendes. No fim dos anos 60, um convento de frades torna-se um local de resistência contra a ditadura militar. Os freis Tito, Beto, Oswaldo, Fernando e Ivo passam a apoiar o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, comandado por Carlos Morighella e acabam na mira das autoridades policiais. (Programação divulgada em jornais) contato com a VPR por intermédio de Dulce de Souza Maia, nos meios teatrais, onde Frei Beto atuava como repórter da Folha da Tarde. A primeira tarefa que os dominicanos receberam de Marighela foi fazer um levantamento de áreas ao longo da Rodovia BelémBrasília, para implantação de uma guerrilha 4 * Félix Maier Franklin Martins (atual ministro da Comunicação Social), a ALN seqüestrou o embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, em 4 de setembro de 1969, no Rio de Janeiro, por cujo resgate foram libertados 15 terroristas (entre os quais estavam Vladimir Palmeira e José Dirceu). Após o seqüestro do embaixador americano, as prisões de terroristas tiveram seqüência rápida. No dia 2 de novembro foram presos no Rio de Janeiro os Freis Fernando e Ivo; no dia 3 de novembro, já em São Paulo, Frei Fernando abriu o restante da rede de apoio, sendo presos os Freis Tito e Jorge, um ex-repórter da Folha da Tarde, responsável pelas fotos dos documentos falsos, e um casal de exdiretores do mesmo Jornal. Frei Fernando foi quem levou ao ponto com Marighella, no dia 4 de novembro, após revelar duas senhas. Combinado o encontro com Frei Fernando, Marighella resistiu à ordem de prisão quando entrava no carro de Frei Fernando, sacando um revólver, quando foi morto pelos policiais. Em 1971, a ALN divide-se em duas facções: o Movimento de Libertação Nacional (Molipo), fundado pelo chefe do serviço secreto cubano, Manuel Piñero, o Barbarosa (José Dirceu foi um de seus membros); e a Tendência Leninista (TL). Assim, após todos esses atos cívicocristãos prestados ao bando terrorista de Marighella, quem ainda ousa chorar a morte de Frei Tito? Há que se dar mais valor à vela que vela tal defunto. Abril, a base de apoio era de aproximadamente 20 pessoas, comandadas pelo jornalista Roger Karman, e composta por Karman, Raymond Cohen, Yara Forte, Paulo Viana, George Duque Estrada, Milton Severiano, Sérgio Capozzi e outros, que elaboraram um arquivo secreto sobre as organizações armadas (servia também como fonte de informações para organizações subversivas). Quando procurado pela polícia, em São Paulo, Frei Beto, que havia ingressado no convento dos dominicanos, em São Paulo, em 1966, foi acobertado pelo Provincial da Ordem, Frei Domingos Maia Leite, e transferido para o seminário dominicano Christo Rei, em São Leopoldo, RS. Posteriormente, Frei Beto foi preso naquele Estado, onde atuava junto com a ALN para a fuga de terroristas ao Uruguai. A ficha policial da ALN é extensa, seja em assaltos, seja em assassinatos (Cfr. site Ternuma). Em 1968, a organização assaltou o trem-pagador Santos-Jundiaí, levando NCr$ Marighella foi entregue pelos dominicanos 108 milhões, com participação de rural. A área de Conceição do Araguaia, Aloysio Nunes Ferreira Filho, ministro da onde a ordem dominicana possuía um con- Justiça do governo FHC. Junto com o grupo * Capitão - Escritor vento, foi assinalada no mapa como área terrorista MR-8, de Fernando Gabeira e prioritária, pois teria importante apoio logístico. O levantamento sócio-econômico CAIXA ECONÔMICA FEDERAL E REDE GLOBO da região foi feito com base no Guia Quatro DE TELEVISÃO APRESENTAM LINHA DIRETA Rodas, da Editora Abril. Esse trabalho passou a ser compartimentado, para aumentar REDE PRAVDA DE TELEVISÃO * Carlos Reis a segurança, e os frades passaram a utiO programa Linha Direta (com o clusive Marighella. E o pseudo-frei Betto, lizar codinomes: Frei Ivo, o Pedro; Frei bolchevismo) levado ao ar nessa quinta- que participou do programa e dos episódiOsvaldo, o Sérgio ou Gaspar I, nos contafeira foi exemplar e nos encheu de indigna- os, sabe disso e omitiu dos tos que este tinha com Marighella; Frei ção e revolta. Mostrou com todas as tintas telescpectadores para não macular a aura Magno, o Leonardo ou Gaspar, era quem da mentira leninista como se faz uma canoa do santo suicida. mantinha contato com Joaquim Câmara bolchevique apelando para o sentimento A Rede Pravda também não disse Ferreira. Frei Beto, o Vítor ou Ronaldo, popular, o sentimento mais profundo de para o emotivo e crédulo telespectador que ficou encarregado do sistema de imprenreverência às figuras da Igreja. Aquela Carlos Marighella ganhou fama pela pregasa e também dos contatos com Joaquim imagem do Frei Tito assustado, acovar- ção da violência comunista, documentada Câmara Ferreira, que coordenava as atividado, temendo pela prisão dos seus em seu Mini-manual do guerrilheiro urdades do Agrupamento em São Paulo (o AC/ algozes, foi muito forte. Mostrou à bano, livro de cabeceira das Brigadas SP se infiltrou na Editora Abril e no jornal exaustão as torturas a que foram subme- Vermelhas, na Itália, e do bando terrorista Folha da Tarde, do Grupo Folha). tidos os santos mártires idealistas e a Baader-Meinhof, da Alemanha. Era esta a Na Folha da Tarde, Frei Beto recrutou cilada para a captura de Carlos Marighella gente que convivia com o mártir Frei os jornalistas Jorge Miranda Jordão (Diremas não mencionou que o pavor e a Tito... Parabéns à Rede Pravda pelo sucestor), Luiz Roberto Clauset, Rose Nogueira e agonia que levariam Frei Tito ao suicídio, so propagandístico e pela qualidade na Carlos Guilherme de Mendonça Penafiel. eram conseqüência de sua consciência manipulação das emoções. (Extrato) Clauset e Penafiel cuidavam da preparação que não lhe deu trégua depois de ter de documentos, e Rose, do encaminha(Publicado no Inconfidência, nº 103 de 21 de dezembro de 2006) alcagüetado vários companheiros, inmento de pessoas para o exterior. Na Editora Nº 108 - Abril/2007 ENTREVISTA DO GENERAL VALDÉSIO GUILHERME CORPO A CORPO O que já se gastou de dinheiro atrás de osso! Ministro do Superior Tribunal Militar (STM), General-de-Exército Valdésio Guilherme de Figueredo, quebra o silêncio da cúpula do Exército e com tom direto reage às recentes manifestações de apoio à punição de militares envolvidos em tortura durante o regime. Ele defende o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de apenas torturar, e diz que há ministro do governo Lula que já matou. O general Guilherme, como é conhecido, avisa também que o Exército não mudou, apenas se recolheu. E que irá intervir se algum doido decidir se perpetuar no poder. Sobre os desaparecidos políticos, ele diz que o governo já gastou dinheiro demais à procura de osso e que a culpa é dos próprios guerrilheiros, que deixaram os corpos lá para a onça comer. O GLOBO - CADERNO PROSA E VERSO - 07/04/2007 Evandro Éboli BRASÍLIA O GLOBO: Setores do governo, familiares de perseguidos políticos e movimentos de direitos humanos defendem punição aos militares do governo militar. O que o senhor acha disso? GENERAL GUILHERME: A Lei de Anistia foi sancionada pelo último presidente do ciclo militar e quem cometeu delito está usufruindo dela. E bem. Estão bem remunerados. Agora, quem cometeu delito do outro lado o fez sob a égide de uma Constituição, de 1967. Se comparar a pensão do presidente da República (R$ 4,5 mil) com a pensão dos pais do Mário Cozel Filho (soldado que morreu num atentado) é ridículo. Hoje, aqueles que cometeram delitos estão sendo premiados. Agora, não se pode dizer que o Exército é torturador, isso e aquilo. Meia dúzia de malucos faziam isso. O GLOBO: O senhor considera revanchismo esses assuntos, como revisão da Lei de Anistia, aparecerem agora? GENERAL GUILHERME: Como isso parte da cabeça de pessoas inteligentes, não acredito em isolamento, mas sim em estratégia. Existe uma motivação. Qual é, eu não sei. Não quero ser um complicador da política do Brasil, cada vez mais complicada. Agora, a soberania vai ter que ser defendida de qualquer jeito. Essa conversa de que o Exército mudou é conversa fiada. As Forças Armadas não mudaram nada, porque não mudam nunca. Apenas se recolheram. Agora, se tiver que intervir, claro que vão intervir. É missão constitucional, a garantia da lei, da ordem e das instituições. Vem um doido aí e resolve dar uma de presidente da Venezuela e querer se perpetuar no poder. Quer dizer ... Se o Congresso mudar a Constituição, vamos bater palmas. Se não mudar, aí não pode. É lógico que tem que haver uma defesa das instituições. O GLOBO: Uma família de ex-militantes do PCdoB está processando o coronel Brilhante Ustra, para que ele seja considerado oficialmente um torturador. O que o senhor acha disso? GENERAL GUILHERME: Vai se preocupar com Ustra?! Por que não se preocupar com tanto ministro que está aí e que fez pior que o Ustra? Tem ministro aí que matou. Enquanto o Ustra dizem apenas que torturou. Não consta que ele tenha matado ninguém. O GLOBO: O senhor receia que o processo contra o coronel Ustra abra um precedente? GENERAL GUILHERME: Numa ditadura se faz o que quer independentemente da lei. E não sei se agora estamos numa ditadura. Faça uma lei e revogue a Lei da Anistia! Não é mais simples? Processar, pode processar quem quiser. O Ministério Público está aí. Oferece a denúncia e o juiz aceita se quiser. Deveríamos estar preocupados não com o coronel Ustra mas com a economia, com o desemprego, com a falta de equipamentos nos hospitais públicos, com a má qualidade do ensino. O GLOBO: Os familiares reclamam da falta de informações sobre localização das ossadas dos desaparecidos. Acha possível que esses restos mortais sejam encontrados? GENERAL GUILHERME: A reivindicação é muito justa. Por outro lado, se alguém tinha obrigação de fazer sepultura de quem morreu, eram os guerrilheiros. Os militares que morreram em combate não estão desaparecidos não. Estes têm seu lugarzinho lá, arrumadinho. Agora, se largam o cara no meio do mato para a onça comer, é problema deles, não é das Forças Armadas. O que já se gastou de dinheiro atrás de osso! 5 A VERDADE * Agnaldo Del Nero Augusto Desde o primeiro momento em que se falou em abrir os Arquivos da Ditadura aplaudimos de pé. Não desejamos outra coisa. Não temos o que esconder. Não temos o que temer. Não que-remos nada além da VERDADE. Quem tem medo da verdade são os mentirosos, os comunistas, os subversivos. Nós, pelo contrário, agora precisamos restabelecer a VERDADE. Por isso desde que tomei conhecimento do provérbio citado por Soljenitsin na abertura de seu livro Arquipélago Gulag : Não se deve...não se deve remexer no passado! Aquele que recorda o passado perde um olho! Aquele que o esquece perde os dois! Enquanto viver e tiver um olho hei de remexer o passado, buscando colocar a verdade à tona. Este se tornou meu objetivo de vida Nós precisamos da verdade. Mas Soljenitsim, embora tenha passado 38 anos de indescritível sofrimento nos campos de trabalho forçado soviéticos, de onde poucos saíram com vida, também disse: O pior do comunismo não é a opressão é a mentira. Com a mentira e valendo-se de técnicas psicológicas de indução, os comunistas patrícios montaram uma Mitologia Histórica do Brasil. O que é a Mitologia Histórica? Quem a define bem é o famoso historiador marxista e militante comunista Eric J. E. Hobsbawn quando escreveu: Mais do que nunca a história é atualmente revista ou inventada por gente que não deseja o passado real, mas somente um passado que sirva a seus objetivos. Estamos hoje na grande época da mitologia da história. E foi mentindo, revendo e inventado fatos e deturpando episódios inteiros que os comunistas escreveram uma Mitologia de nossa História e é ela que circula na mídia, nos livros didáticos. É bom que se diga que Hobsbawn, como bom comunista não resiste à mentira e paradoxalmente, em seu livro, Tempos Interessantes na página 234, não só admite a mentira, com tem admiração eterna pelo mentiroso, quando em benefício da causa, E nós precisamos da verdade. Precisamos porque somente a VERDADE nos libertará.. Libertar nos-á das pechas que os comunistas nos impingiram e que o patrulhamento ideológico tem nos dificultado colocá-las a nu. Quem consegue uma editora para apresentar a verdade? Os livros que tentam colocar a verdade têm sido editados por seus autores, ou pela BIbliex, com circulação restrita. Não estão expostos nas livrarias, disponíveis ao grande público, aos jovens que precisam conhecer a verdade, em particular os jovens militares que precisam ser esclarecidos, precisam conhecer os fatos para não só respeitar, como ter orgulho dos que os precederam. Apesar de respeitar muito o general Leônidas, suas posições firmes em defesa do Exército, lamentei muito, muito mesmo, sua decisão de guardar as informações de que dispunha. Apesar de entender as circunstâncias, considero que cometeu um equívoco de avaliação irreparável. Foi uma oportunidade perdida daquelas que não voltam mais. Foi a oportunidade de tomar a iniciativa. Foi a oportunidade de sair na frente. Postos aqueles dados nas mãos de um escritor, a história estaria escrita. Perdida a oportunidade, caímos na defensiva. Os subversivos, com alta escola em guerra psicológica, saíram na frente, na Ofensiva. Na guerra psicológica o princípio da ofensiva é tão ou mais importante que na guerra convencional e não se ignora que eles movem uma guerra psicológica permanente contra as Forças Armadas, Não desconhecemos o dito de Francis Bacon: o tempo é o senhor da verdade. Sempre entendemos, porém, seu aforismo com o tempo sendo capaz de apagar ou atenuar as paixões. Todavia, o tempo nada esclarece. Se ficarmos parados, olhando a banda passar, se não apresentarmos ou agregarmos novos dados para esclarecer os fatos e episódios, mostrar as omissões, tornar claro o contexto em que ocorreram, sem paixão, a verdade não surgirá por idade, principalmente depois que uma versão, mesmo mentirosa, estiver consolidada. * General-de-Divisão Reformado O livro "A Grande Mentira" de autoria do General Del Nero pode ser encontrado nos endereços abaixo: LIVRARIA CULTURA Site: www.livrariacultura.com.br Valor: R$ 47,00 BIBLIEX Site: www.bibliex.com.br online: http://www.bibliex.com.br/principal/ livraria_online/index.html Email: [email protected] TEL: (21) 2253-4628 / 2219-5732 Preço: R$ 42,50 (Desconto para militares) Nº 108 - Abril/2007 HOMENAGEM DO CLUBE MILITAR AO PRESIDENTE MÉDICI O Clube Militar, fiel ao seu próposito de preservar a memória nacional militar, através do registro dos grandes chefes militares que contribuíram para a consolidação da República, mantém na ante-sala da Presidência do Clube, os retratos dos vultos históricos mais proeminentes do período republicano. Por aprovação unânime do Conselho de Administração e em reconhecimento aos inestimáveis serviços prestados à Nação pelo insígne chefe General Emílio Garrastazu Médici, em cujo período presidencial o Brasil experimentou os maiores índices de desenvolvimento de sua história e o lançou definitivamente na modernidade, foi aposta uma placa de bronze nas paredes daquela sala perenizando-a com o nome de SALÃO PRESIDENTE EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI. A cerimônia transcorrida na tarde de 26 de abril, com a presença do General Gilberto Barbosa Figueiredo, Presidente do Clube Militar e sua Diretoria, diversas autoridades, entre as quais destacamos - o General-de-Exército Luiz Cesário da Silveira Filho, Comandante do CML, o Presidente do Clube de Aeronáutica Brigadeiro Ivan Frota, o Brigadeiro Mauro Gandra, o General-de-Exército Pedro Luiz de Araújo Braga, o Vereador Wilson Leite Passos e os antigos assessores do Presidente Médici. Seu filho, Engenheiro Roberto Nogueira Médici, após o descerramento da placa afixada no gabinete do Presidente do Clube, agradeceu com as seguintes palavras: 6 Arquivo/EM - 7/9/69 Na foto acima, João Leonardo da Silva Rocha (agachado, a esquerda) e Onofre Pinto (em pé, de bigode) entre os presos políticos trocados pelo embaixador Charles Elbrick (EUA), em 69. Mortos pela repressão em 74, quando voltaram ao Brasil, seus corpos nunca foram encontrados. Ao lado, o general Emílio Garrastazu Médici, em cujo governo (1969/74) aconteceu a maioria dos desaparecimentos. (Estado de Minas - 22/04) NR: O jornalista Lucas Figueiredo se esqueceu de apresentar o Manifesto ao povo brasileiro redigido por Franklin Martins, hoje ministro de Comunicação Social. Também não citou, entre os 13 prisioneiros políticos da foto, diante do avião Hércules da FAB, que os levou para o exílio no México, os nomes de Wladimir Palmeira, José Dirceu, José Ibrahim, Luis Travassos e do jornalista Flávio Tavares, que recebeu indenização milionária e atuou na guerrilha urbana, liderando o MAR - Movimento Armado Revolucinário, causando vítimas. MANIFESTO Ao povo brasileiro Quando a calúnia, a inveja, a covardia e o ressentimento por fracassado plano de tomada do poder se associam para qualificar o desempenho do meu pai na presidência da República, é confortante sentir o calor de um abraço amigo. Ainda mais quando esse gesto vem do Clube Militar. Casa da República, mas muito mais Casa da Democracia, pela qual meu pai, por duas vezes, como oficial das Forças Armadas do Brasil, arriscou a carreira e a vida. A República foi luta vencida por uma geração. A Democracia é conquista mais difícil. É luta para sempre. É luta para todas as gerações, pois sempre existe um aspirante a déspota à espreita de uma oportunidade. E essa Casa sempre foi e, tenho certeza, continuará a ser uma barreira forte a impedir que nosso povo seja submetido a qualquer forma de totalitarismo. É por isso senhor Presidente, senhores diretores e senhores conselheiros que deixo aqui, sensibilizado, o meu muito obrigado. Obrigado por terem associado em bronze o nome de meu pai a essa Casa. Casa da República. Casa da Democracia. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Presidente Médici no Maracanã Também não podemos deixar de lembrar que o Presidente Médici comparecia a jogos de futebol do Flamengo e do Grêmio Porto-alegrense, no Maracanã e no Olímpico e era aplaudido espontaneamente pelas torcidas, de pé, quando anunciado o seu nome; que ao terminar o seu mandato tinha um índice de 82% de aprovação, conforme pesquisa de opinião pública realizada sem interferência oficial; que durante o seu governo o Brasil cresceu 14% ao ano, tendo o maior desenvolvimento de toda a sua história. Grupos revolucionários detiveram, hoje, o Sr. Burke Elbrick, Embaixador dos Estados Unidos, levando-o para algum ponto do país. Este não é um episódio isolado. Ele se soma aos inúmeros atos revolucionários já levados a cabo: assaltos a bancos, onde se arrecadam fundos para a revolução, tomando de volta o que os banqueiros tomam do povo e de seus empregados; tomadas de quartéis e delegacias, onde se conseguem armas e munições para a luta pela derrubada da ditadura; invasões de presídios, quando se libertam revolucionários, para devolvêlos à luta do povo; as explosões de prédios que simbolizam a opressão; e o justiçamento de carrascos e torturadores. Na verdade, o rapto do Embaixador é apenas mais um ato de guerra revolucionária que avança a cada dia e que este ano iniciará a sua etapa de guerrilha rural. A vida e a morte do Senhor Embaixador estão nas mãos da ditadura. Se ela atender a duas exigências, o Sr. Burke Elbrick será libertado Caso contrário, seremos obrigados a cumprir a justiça revolucionária. Nossas duas exigências são: - a libertação de 15 prisioneiros políticos; - a publicação e leitura desta mensagem, na íntegra, nos principais jornais, rádios e televisões de todo o país. Os 15 prisioneiros políticos devem ser conduzidas em avião especial até um país determinado Argélia, Chile e México onde lhes seja concedido asilo. Contra eles não deverá ser tentada qualquer represália, sob pena de retaliação. A ditadura tem 48 horas para responder publicamente se aceita ou rejeita nossa proposta. Se a resposta for positiva, divulgaremos a lista dos 15 líderes revolucionários e esperaremos 24 horas por sua colocação num país seguro. Se a resposta for negativa ou se não houver nenhuma resposta nesse prazo, o Sr. Burke Elbrick será justiçado. Queremos lembrar que os prazos são improrrogáveis e que não vacilaremos em cumprir nossas promessas. Agora é olho por olho, dente por dente. AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL (ALN) MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO 8 DE OUTUBRO / MR-8. Nº 108 - Abril/2007 C 7 O LIVRO SECRETO DO EXÉRCITO Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra omo escrevi na introdução de meu livro A VERDADE SUFOCADA A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça, Ano após ano, os revanchistas lançam uma denúncia ou criam um fato novo, de preferência próximo de datas importantes para as Forças Armadas como o Dia do Soldado, o Dia do Aviador, o Dia do Marinheiro, a Semana da Pátria e os aniversários da Contra-Revolução de 1964 e da Intentona Comunista de 1935. Foram as falsas fotografias do Herzog; os arquivos enterrados na sede do antigo DOI de Brasília; a escavação da Fazenda 31 de Março, em São Paulo; a queima dos arquivos na Base Aérea de Salvador; a vala clandestina do Cemitério de Perus; os agentes arrependidos que denunciam, com inverdades e talvez por vantagens, os órgãos de segurança onde trabalharam; e muitos outros. Tudo publicado com estardalhaço e quase nunca desmentido. Portanto esse ano não poderia ser diferente. Na semana do dia do Exército (19 de abril ), as manchetes do Correio Braziliense e Estado de Minas estão trazendo, em matéria de capa e páginas inteiras, reportagens de Lucas Figueiredo sobre um trabalho de pesquisa, projeto de um livro intitulado Tentativas de tomada do poder, que jamais foi publicado pelo Exército. Essa pesquisa histórica pretendia mostrar aos brasileiros o que foi a luta armada no Brasil. Quem lê as manchetes, pensa que foi descoberto um segredo guardado a sete chaves. No entanto, nada de novo é apresentado na série de reportagens, intitulada Memórias da ditadura. Nem mesmo a descoberta do misterioso e secretíssimo livro é novidade. O próprio Lucas Figueiredo, em seu livro Ministério do Silêncio, editado em Arns, o povo continuará a não saber o que 2005, se refere a ele na página 397. Ao comen- os heróis de hoje, as vítimas e os estar o livro Rompendo o Silêncio, de minha tudantes inocentes aprontaram nas décaautoria, escreve o seguinte sobre o mesmo: das de 60 e 70 e podem aprontar de novo. era espantosamente parecido com o projePara nós que lutamos contra subvertodoLivroBrancodoCIE. sivos, guerrilheiros e terEu, também, no meu último Ambos partiram de lauroristas é muito importante livro, publicado em março de dos e documentos produa difusão do Orvil, em 2006, A VERDADE zidos pelo órgãos de seseus mínimos detalhes, SUFOCADA, cito o projeto gurança e informação pois assim os povos que Orvil e presto uma para oferecer um contraconhecem o seu passado homenagem aos ponto às versões apresennão correm o risco de repecompanheiros que se tadas pela esquerda em ti-lo. dedicaram a esse trabalho de relação a fatos ocorridos Já o frei dominicano pesquisa, importantíssimo na ditadura. Osvaldo Rezende Junior para a história recente do Portanto, Lucas falando sobre o livro diz: País e do qual muito me vali Figueiredo, que agora Uma das missões em minhas pesquisas. anunciou essa grande da igreja é defender a vida descoberta, já o conhee a dignidade da pessoa cia antes de 2005. humana, da qual eles (militares que escreEu, também, no meu último livro, publi- veram o livro) fazem pouco caso. O que cado em março de 2006, A VERDADE está ali é um amontoado de asneiras em SUFOCADA, cito o projeto Orvil e presto relação à Igreja, diz ele. Esse grupo de uma homenagem aos companheiros que se oficiais (que escreveu o livro), hoje apodedicaram a esse trabalho de pesquisa, im- sentados, confunde o Brasil e o estado portantíssimo para a história recente do País brasileiro com o grupo deles. É justamene do qual muito me vali em minhas pesquisas. te contra isso que durante a ditadura, O projeto Orvil já foi citado diversas se levantaram uma boa parte da opinião vezes na imprensa brasileira, com os nomes brasileira, da juventude e Igreja. Com mais distintos: Livro negro do comunismo, que direito os militares usaram as arLivro negro do terrorismo no Brasil, Livro mas que lhe foram entregues para probranco, Orvil e outros. teger a população para impedir essa Apesar disso, as opiniões sobre a mesma população de se manifestar? grande revelação de Lucas Figueiredo Nesse sentido, a Igreja fala muito mais são apresentadas pela mídia como um fato em nome do Brasil que esses oficiais, desconhecido. afirma frei Osvaldo. (L F) Chico Alencar do (PSol-RJ), deputa Esquece Frei Osvaldo de dizer que os do federal, declarou: dominicanos, entre eles, Frei Carlos Alberto Não se trata de revanchismo querer Libânio Christo ( frei Beto), frei Fernando de abrir os arquivos secretos das Forças Ar- Brito, Frei Tito de Alencar Ramos e frei Ives madas. Os povos que não conhecem o seu do Amaral Lesbaupin (frei Ivo), entre outros, passado correm o risco de revivê-lo. apoiavam Carlos Marighella, conhecido Se pinçarem apenas o que interessa a como o ideólogo do terror, que no seu Maeles, como fez a equipe de Dom Evaristo nual do Guerrilheiro Urbano afirma : CADERNOS DA LIBERDADE Uma visão do mundo diferente do senso comum modificado. Para adquirir o livro, via Correios, envie um cheque nominal e cruzado, no valor de R$ 25,00 (postagem inclusa) em favor do Grupo Inconfidência Caixa Postal 3370 - CEP 30140-970 - Belo Horizonte - MG E-mail:grupoinconfidenciabh @yahoo.com.br Telefax: (31) 3344-1500 PEDIDOS BRASÍLIA Fone: (61) 3468-6576 averdadesufocada @terra.com.br Carta: Caixa Postal 701 Agência Lago Norte CEP 71510-970 Brasília/DF R$ 45,00 EM BELO HORIZONTE: grupoinconfidenciabh @yahoo.com.br Telefax: (31) 3344-1500 O terrorismo é uma arma a que jamais o revolucionário pode renunciar Ser assaltante e terrorista é uma condição que enobrece qualquer homem honrado Frei Osvaldo também esquece de citar o que disse Frei Ives do Amaral Lesbaupin: A Igreja e os dominicanos deveriam entrar no projeto revolucionário de forma organizada. Seríamos a linha de apoio logístico para a guerrilha rural. Na cidade esconderíamos pessoas, faríamos transferências de armas e dinheiro. Frei Osvaldo também não diz que os dominicanos, inclusive ele, fizeram levantamentos na Belém-Brasília para instalação de áreas de guerrilha, e o assentamento de pessoas que, desde 1961, faziam cursos de guerrilha nos países comunistas. Ele não diz, também, que escondiam guerrilheiros e terroristas e que apoiavam Marighella, fundador da ALN, mesmo sabendo que a organização a que ele pertencia praticara vários assaltos, atentados a bomba, ataques a quartéis, seqüestros, assassinatos e justiçamentos. Frei Osvaldo, os militares usaram as armas que lhes foram entregues para proteger a população ordeira dos atos terroristas, praticados pelos subversivos, que os senhores acolhiam. Se o senhor não sabe, uma das missões dos militares era, é, e será sempre, manter a democracia e a liberdade no nosso País. Foi para isso que usamos nossas armas. Frei Osvaldo e deputado Chico Alencar, para nós, que lutamos contra esses subversivos e terroristas, seria ótimo que a população tomasse conhecimento de tudo que está relatado no Orvil, pois nele está contada, com detalhes, a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça. Visite nosso site www.averdadesufocada.com Cel Ustra lança, em Curitiba, a 3ª edição revista e ampliada, do seu livro A Verdade Sufocada Um grupo de Oficiais da Reserva das Forças Armadas e Civis amigos do Coronel CARLOSALBERTOBRILHANTEUSTRA convida para o lançamento, em Curitiba, da 3ª Edição Revista e Ampliada de seu livro: A VERDADE SUFOCADA A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça a ser realizado, a partir das 12:00 h, do dia 10 de maio de 2007, na sede do Círculo Militar do Paraná, situado no Largo Bittencourt 187, Centro, Curitiba - PR. Nº 108 - Abril/2007 8 ARQUIVOS DA "DITADURA" O ASSASSINATO DE HENNING ALBERT BOILESEN O industrial Henning Albert Boilesen começou a morrer em janeiro de 1971. Nessa época, Antônio André Camargo Guerra, do comando do MRT, cobriu um ponto em Cascadura, na Guanabara, com Herbert Eustáquio de Carvalho, da VPR, para tratar das próximas ações da Frente. Na ocasião, Herbert, a mando de Carlos Lmarca, entregou-lhe um bilhete com três nomes: Henning Boilesen, Peri Igel e Sebastião Camargo (Camargo Correia). Segundo Herbert, Lamarca pedia ao MRT que os levantassem a fim de futuros seqüestros ou justiçamentos. Boilesen, um dinamarquês de 55 anos, havia sido lutador de box e jogador de futebol em Copenhague, em sua juventude. Formado em Administração de Empresas, veio para o Brasil em 1942, como contador da Firestone, naturalizando-se brasileiro em 1959. Ingressando na Ultragás, pela sua grande capacidade de trabalho, foi galgando postos, sucessivamente, até tornarse o presidente do Grupo Ultra, que englobava várias empresas ligadas à produção de gás liquefeito do petróleo. Preocupado com os aspectos sociais do trabalho, auxiliava diversas entidades e havia criado o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), para a formação de mão de obra especializada. Entrosado com o meio empresarial, possuía os títulos se Cidadão Paulistano e de Homem de Relações Públicas em 1964, além de quase uma dezena de medalhas e condecorações, outorgadas por diversas entidades, entre as quais o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, a Sociedade Geográfica Brasileira e o Museu de História do Rio de Janeiro. Casado, com 3 filhos e 4 netos, Boilesen disputava peladas de futebol nos fins de semana e era fanático torcedor do Palmeiras. Apaixonado pelas artes plásticas, patrocinava exposições e privava da amizade de inúmeros artistas que expunham na vizinha cidade de Embu. Mas, para a VPR, ele era um espião da CIA e patrocinador da OBAN. No bilhete passado por Herbert para Antônio André, Boilesen estava em primeiro lugar e assinalado com um sinistro X. A partir da 2ª quinzena de janeiro de 1971, iniciaram-se os levantamentos dos industriais levantamentos sobre Boilesen. Dimas escreveu o paulistas, dos quais participaram Devanir José de panfleto que seria jogado sobre a vítima, procuCarvalho, Dimas Antônio Casemiro, Gilberto rando justificar o assassinato. Faria Lima e José Dan de Carvalho, pelo MRT, Na manha de 14 de abril, o Comando Carlos e Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz Revolucionário formou o seu dispositivo. No (Clemente), pela ALN, e Gregório Mendonça carro da ação, um Volks, três militantes da e Laerte Dorneles Méliga, pela VPR. ALN: Antônio Sérgio de Matos, como motoNos levantamentos procedidos, descorista, Yuri Xavier Pereira, com Fuzil Mauser briu-se que Boilesen residia no Morumbi e que 7mm, e José Milton Barbosa, com metralhadodiariamente, às 09:00 h, antes de ir para o trabalho, ra INA. No carro de cobertura, outro Volks, passava para ver seus filhos, na rua Estados três militantes do MRT: Dimas Antônio Unidos 1.030. Só não conseguiram descobrir a sua Casemiro, como motorista, Joaquim Alencar suposta ligação com a OBAN. de Seixas, com Winchester 44, e Zorro, com A prisão de Laerte e Gregório, respectimetralhadora INA. Haviam decidido que a vamente, em 2 e 4 de fevereiro, fez com que ação seria executada em frente a casa dos filhos suspendessem a ação, temporariamente, pois de Boilesen, na rua Estados Unidos, a fim de ambos haviam participado dos levantamentos. causar maior impacto na opinião pública. EsPassados alguns dias, entretanto, observaram que tacionaram os dois carros na Alameda Casa o industrial não mudara seus hábitos e continuava a não possuir segurança pessoal. Concluíram que a ação não havia sido delatada por seus companheiros. Numa reunião do comando do MRT, realizada em 17 de fevereiro, Boilesen foi julgado e condenado à morte. Na pauta resumida dessa reunião, apreendida dois meses depois, aparece um lacônico Justiçamento-CIA. Uma semana depois, em 23 de fevereiro, na pauta de uma reunião do comando, aparecia, na própria letra de Devanir: Tarefa prioritária: Sobre a pena de morte - apresentar proposta à Frente. O MRT, para O corpo de Henning Albert Boilesen executar a ação, precisava propô-la à frente, constituída pela VPR, pela Branca e Yuri e José Milton esperaram na ALN, pelo MR-8 e pelo PCBR, além do próprio esquina para observar a saída da vítima. Subiriam MRT. Boilesen ganhou mais alguns dias de vida. nos carros e fechariam o carro do industrial antes A morte de Devanir José de Carvalho, que ele desse a partida. Entretanto, nesse dia, líder do MRT, baleado ao residir à prisão, em 5 de Boilesen foi à Guanabara para tratar de negócios. abril, precipitou a ação. Dimas e Gilberto, o Ganhou, com isso, mais 24 horas de vida. Zorro, entraram em contato com Clemente e No dia seguinte, 15 de abril de 1971, José Milton Barbosa, da ALN, e pediram auxílio novamente o Comando Revolucionário tomou para a execução de Boilesen, como vingança pela posição. Dessa vez, Boilesen compareceu e, às morte do Devanir. 09.10 h, saiu da casa de seus filhos. O planejamenEntre os dias 9 e 13 de abril, o Comando to, no entanto, não fora bem feito. Ao entrarem na Revolucionário Devanir José de Carvalho, criaEstados Unidos, os terroristas observaram, surdo especificamente para a ação, realizou novos Uma vez que a Lei da Anistia não vai mais ser obedecida e a Justiça concorda com essa ilegalidade; Uma vez que vão ser abertos os Arquivos do Regime Militar pelos advogados interessados em encher os bolsos e pelos criminosos envolvidos nesses arquivos; Pergunto: Porque o Judiciário, o Poder Público, ou qualquer autoridade justa, idônea, íntegra e honesta não assume essa abertura de arquivos ou, pelo menos, fiscalize e exija a ampla abertura e a ampla divulgação dos fatos que a esquerda e os subversivos tentam esconder do conhecimento público? Ficam acusando os Militares de quererem esconder os arquivos e os fatos, mas essa não é a verdade. Porque a mídia não divulga os fatos que acarretaram o Movimento de 1964, principalmente o que ocorreu em 1963. Porque a mídia não divulga os fatos que acarretaram o AI-5? Não venham com a história daquele parlamentar idiota que discursou contra o Regime, mas contem os acontecimentos daquele ano. Qual o objetivo do treinamento de guerrilha. Fazer piquenique no Araguaia? Qual o objetivo de Marighella e Lamarca? Roubar armas para fazer o quê? ABRIR OS ARQUIVOS A violência da repressão foi proporcional à violência dos atos de terrorismo e assassinatos. Porque a mídia não divulga estes atos criminosos? Seqüestro também não é um crime hediondo? Os Militares nada têm a esconder porque fizeram bem o seu dever, de defender a Pátria ameaçada. Vamos abrir todos os arquivos e divulgar os crimes de que cada subversivo. O Povo Brasileiro tem o direito de conhecer a verdadeira história do que aconteceu durante a Revolução de 1964. O Povo Brasileiro tem o direito de saber porque os subversivos estão recebendo dinheiro que foi pago pelos impos- presos, que o Ford Galaxie do industrial já virara à direita, tomando a Rua Peixoto Gomide. Após alguns segundos de hesitação, decidiram executar a ação assim mesmo e saíram em perseguição ao carro do industrial. Para evitar uma feira livre, Boilesen entrou na Rua Professor Azevedo Amaral e pegou a Rua Barão de Capanema. Na esquina da Alameda Casa Branca, parou para entrar à esquerda. Nesse momento, os dois carros dos terroristas emparelharam com o dele. Pela esquerda, Yuri colocou o fuzil para fora da janela, disparou um tiro que foi raspar a cabeça de Boilesen. Este saiu do Galaxie e tentou correr em direção contrária aos carros. Foi inútil. José Milton descarregou sua metralhadora nas costas do industrial e Yuri desfechou-lhe mais três tiros de fuzil. Cambaleando, Boilesen arrastou-se por mais alguns metros e foi cair na sarjeta, junto de um Volkswagen. Aproximando-se, Yuri disparou mais um tiro, que arrancou-lhe a maior parte da face esquerda. Joaquim e Zorro jogaram os panfletos por cima do cadáver. Os terroristas, subindo em seus carros, arrancaram em alta velocidade, fugindo pela Alameda Casa Branca em direção à Avenida Paulista. Mais tarde, no relatório escrito por Yuri e apreendido pela polícia, aparecem as frases: Durante a fuga trocávamos olhares de contentamento e satisfação... Mais uma vitória da Revolução Brasileira. O assassinato durara menos de dois minutos. Os disparos haviam chamado a atenção de dezenas de populares que estavam na feira livre. Vários carros e casas foram atingidos por projéteis. Caídas, uma senhora, atingida no ombro, e uma vendedora de maçãs, ferida na perna, aumentavam o pânico das pessoas, que correram em direção à Rua Peixoto Gomide. Sobre o corpo de Boilesen, mutilado com 19 tiros, os panfletos da ALN e do MRT, dirigidos Ao Povo Brasileiro, traziam a ameaça. Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore; o que importa é que todos eles sentirão o peso da JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA. OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE. (Publicado no Inconfedência, nº 90 de 23/12/2005) * Lúcio Balloussier tos coletados dos contribuintes e porque eles estão dispensados do pagamento do Imposto de Renda. Os escritórios de advocacia do Sr. Greenhalg e do Sr. Tomás Bastos estão altamente interessados nos arquivos para ganharem mais dinheiro ainda com as indenizações fabulosas dos subversivos. O Sr. Dirceu e os componentes do seu bando, que estão na comissão, estão interessados na abertura somente dos arquivos que não os impliquem. Quando o Judiciário deste País vai assumir as suas responsabilidades? (Publicado no Inconfedência, nº 77 de 20/12/2004) * Capitão de Mar-e-Guerra TERRORISMO NUNCA MAIS Nº 108 - Abril/2007 RECORDANDO A HISTÓRIA E m 1966, dois anos depois da Revolução Democrática de 31 de Março, a Nação brasileira empenhava-se em reerguer o País, após o caos dos primeiros anos da década de 60. Entretanto, uma pequena minoria inconformada, constituída pelos comunistas e pelos corruptos que haviam sido alijados da vida política nacional, procurava reorganizar-se e, de qualquer maneira, expressar seu descontentamento. Recife, a capital pernambucana, foi a escolhida para ser o cenário inicial de uma nova forma de luta - o terrorismo - que, por muitos anos, viria a ensangüentar e a enlutar a sociedade brasileira. O 31 de Março de 1966 amanhecia com sol. O povo pernambucano e as autoridades já estavam reunidos no Parque 13 de Maio, aguardando o início das comemorações do segundo ano da Revolução. Nesse momento, exatamente às 0847h, ocorria violenta explosão no 6º andar do edifício dos Correios e Telégrafos, onde funcionavam os escritórios regionais do SNI e da Agência Nacional. Ao mesmo tempo, uma segunda explosão atingia a residência do Comandante do IV Exército. Mais tarde, seria encontrada uma terceira bomba, falhada, num vaso de flores da Câmara Municipal de Recife, onde havia sido realizada uma sessão solene em comemoração à Revolução Democrática. Três bombas montadas para, num só momento, atingir personalidades e entidades representativas do governo brasileiro. Iniciava-se a guerra suja. Entretanto, a bomba falhada no legislativo municipal deveria estar incomodando os terroristas e estar sendo vista como um parcial fracasso de execução. Assim é que, em 20 de Maio de 1966, 50 dias após esse ensaio geral, foram lançadas O ATENTADO DOS GUARARAPES outras três bombas - dois coquetéis molotov e um petardo de dinamite, contra os portões da Assembléia Legislativa de Pernambuco. A Nação, estarrecida, vislumbrava tempos difíceis que estavam por vir. Em 25 de Julho de 1966, uma nova (terceira) série de três bombas, com as mesmas características das anteriores, sacode Recife. Uma, na sede da União de Estudantes de Pernambuco, ferindo, com escoriações e queimaduras no rosto e nas mãos, o senhor José Leite, de 72 anos, vítima inocente que passava pelo local. Outra, nos escritórios do Serviço de Informações dos Estados Unidos (USIS), causando, apenas, danos materiais. A terceira bomba, entretanto, acarretando vítimas fatais, passou a ser o marco balizador do início da luta terrorista no Brasil. Nessa manhã de 25 de julho de 1966, o Marechal Costa e Silva, então candidato à Presidência da República, era esperado por cerca de 300 pessoas que lotavam o Aeroporto Internacional dos Guararapes. Às 0830h, poucos minutos antes da previsão de chegada do Marechal, o serviço de som anunciou que, em virtude de pane no avião, ele estava deslocando-se por via terrestre de João Pessoa até Recife e iria, diretamente, para o prédio da SUDENE. Esse comunicado provocou o início da retirada do público. O guarda-civil Sebastião Tomaz de Aquino, o Paraíba, outrora popular jogador de futebol do Santa Cruz, percebeu uma maleta escura abandonada junto à livraria SODILER, localizada no saguão do aeroporto. Julgando que alguém a havia esquecido, pegou-a para entregá-la no balcão do DAC. Ocorreu uma forte explosão. O som ampliado pelo recinto, a fumaça, os estragos produzidos e os gemidos dos feridos provocaram o pânico e a correria do público. Passados os primeiros momentos de pavor, o ato terrorista mostrou um trágico saldo de 17 vítimas. Morreram o jornalista e secretário do governo de Pernambuco Edson Regis de Carvalho, casado e pai de cinco filhos, com um rombo no abdômen, e o vice-almirante reformado Nelson Gomes Fernandes, com o crânio esfacelado, deixando viúva e dois filhos menores. O guarda-civil Paraíba feriu-se no rosto e nas pernas, o que resultou, alguns meses mais tarde, na amputação de sua perna direita. O então Tenente-Coronel do Exército, Sylvio Ferreira da Silva, sofreu fratura exposta do ombro esquerdo e amputação traumática de quatro dedos da mão esquerda. Ficaram, ainda, feridos os advogados Haroldo Collares da Cunha Barreto e Antonio Pedro Morais da Cunha, os funcionários públicos Fernando Ferreira Raposo e Ivancir de Castro, os estudantes José Oliveira Silvestre, Amaro Duarte Dias e Laerte Lafaiete, a professora Anita Ferreira de Carvalho, a comerciária Idalina Maia, o guarda-civil José Severino Pessoa Barreto, o Deputado Federal Luiz de Magalhães Melo e Eunice Gomes de Barros e seu filho, Roberto Gomes de Barros, de apenas seis anos de idade. O acaso, transferindo o local de chegada do futuro Presidente, impediu que a tragédia fosse maior. O terrorismo indiscriminado, atingindo pessoas inocentes e, até, mulheres e crianças, mostrou a frieza e o fanatismo de seus executores. Naquela época, no Recife, apenas uma organização subversiva, o Partido Comunista Revolucionário (PCR), defendia a luta armada como forma de tomada do poder. Dois comunistas foram acusados de envolvimento no ato terrorista: um, Edinaldo Miranda de Oliveira, militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e que, em 1986, era professor de Engenharia Elétrica em Recife, e o outro era Ricardo Zaratini Filho, então militante do PCR e atual assessor parlamentar da liderança do PDT 9 * Ternuma na Câmara Federal. Entretanto, nunca foi possível determinar, exatamente, os autores dos atentados. Não havia, ainda, no País, órgãos de segurança especializados no combate ao terror. Em 18 Mai 99, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o Comandante do Exército, Gen Ex Gleuber Vieira, declarou a respeito da reabertura do caso Riocentro: Nós nunca pensamos em pedir reabertura de inquérito envolvendo personalidades da vida nacional de hoje que, no passado, estiveram envolvidos em assalto a bancos, seqüestros, assassinatos e em atos de terrorismo. Nós não cogitamos pedir a reabertura do inquérito nem mesmo quando uma dessas personalidades declarou que sabia quem tinha posto uma bomba no aeroporto do Recife. Um ano depois do atentado, em 25 Jul 67, foi inaugurada no Aeroporto uma placa de bronze com os seguintes dizeres: HOMENAGEM DA CIDADE DO RECIFE AOS QUE TOMBARAM NESTE AEROPORTO DOS GUARARAPES, NO DIA 25 DE JULHO DE 1966, VITIMADOS PELA INSENSATEZ DOS SEUS SEMELHANTES. - ALMIRANTE NELSON FERNANDES - JORNALISTA EDSON REGIS GLORIFICADOS PELO SACRIFÍCIO, SEUS NOMES SERÃO SEMPRE LEMBRADOS RECORDANDO AOS PÓSTEROS O VIOLENTO E TRÁGICO ATENTADO TERRORISTA, PRATICADO À SORRELFA PELOS INIMIGOS DA PÁTRIA. Não sabemos se essa placa ainda permanece no aeroporto ou foi retirada ou, mesmo, substituída por homenagens aos comunistas. Hoje, os terroristas daquela época, arvorando-se em heróis libertários, afirmam que o que fizeram foi uma reação à violência do Governo brasileiro. Intencionalmente, procuram deturpar a História e levar ao esquecimento as vítimas que causaram em sua sanha fratricida, dentre elas, as de 1966. Passaram-se 37 anos. (Hoje, 43) Mas as bombas de Recife e o atentado dos Guararapes não serão esquecidos. (Publicado no Inconfidência, nº 66 de 31/03/2004) * www.ternuma.org Nº 108 - Abril/2007 TERRORISMO NO BRASIL VOCÊ SABIA? Q ue no governo João Goulart algumas organizações de esquerda condenavam a luta pela reforma agrária, porque seu triunfo daria origem a um campesinato conservador e anti-socialista? Isso está escrito na página 40 do livro Combate nas Trevas, de Jacob Gorender, que foi dirigente do PCB e um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, em 1967. Q l l l ue no governo João Goulart já existiam campos de treinamento de guerrilha no Brasil? Em 4 de dezembro de 1962, o jornal O Estado de São Paulo noticiou a prisão de diversos membros das famosas Ligas Camponesas, fundadas por Francisco Julião, num campo de treinamento de guerrilhas, em Dianópolis, Goiás. Q l l l Q l l l ue afora o PCB, por seu apego ao ortodoxo caminho pacífico para a tomada do poder, foram os trotskistas o único segmento da esquerda brasileira que não pegou em armas nos anos 60 e 70? ue o primeiro grupo de 10 membros do Partido Comunista do Brasil - então partidário da chamada linha chinesa de guerra popular prolongada para a tomada do poder - viajou para a China ainda no governo João Goulart, em 29 de março de 1964, a fim de receber treinamento na Academia Militar de Pequim? E que até 1966 mais duas turmas foram a Pequim com o mesmo objetivo? (livro Combate nas Trevas, de Jacob Gorender). Q ria dos atuais dirigentes do Partido Comunista do Brasil, Aldo Arantes e Haroldo Rodrigues Lima). Q Q Q l l l Q l l l ue mais da metade dos cerca de 60 jovens que morreram no Araguaia, para onde foram mandados pela direção do PC do B, eram estudantes universitários, secundaristas ou recém-formados, segundo as profissões descritas na Lei que, em 1995, constituiu a Comissão de Desaparecidos Políticos? ue a expressão socialismo democrático - hoje largamente utilizada por alguns partidos e candidatos - induz a um duplo erro: o de apontar no rumo de um hipotético socialismo que prescindirá do Estado da Ditadura do Proletariado, acontecimento nunca visto no mundo, e o de introduzir a idéia de que o Estado mais democrático que o mundo já conheceu, o Estado Proletário não é democrático? (livro História da Ação Popular, página 63, de auto- l l l ue em 31 de março de 1964, quando da Revolução, Betinho era o coordenador da assessoria do Ministro da Educação, Paulo de Tarso, em Brasília? (livro No Fio da Navalha, páginas 46 e 47). Q l l l ue pouco tempo antes da Revolução de Março de 1964, o coordenador nacional do Grupo dos Onze, constituídos por Leonel Brizola, era Betinho, designado pelo próprio Brizola? (livro No Fio da Navalha, páginas 49 a 51). Q l l l ue em março de 1964 o esquema armado de João Goulart era uma piada; e que o comandante Aragão , comandante dos Fuzileiros Navais, era um alucinado e eu nunca vi figura como aquela? (livro No Fio da Navalha, página 51). l l l - Que já em 1935, Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, era um assalariado do Komintern (3ª Internacional)? Isso está escrito e comprovado no livro l l l ue no regresso da China, esses militantes, e outros, foram mandados, a partir de 1966, para a selva amazônica a fim de criar o embrião da guerra popular prolongada que resultou naquilo que ficou conhecido como Guerrilha do Araguaia, somente descoberto pelas Forças Armadas em abril de 1972, graças à prisão de um casal, no Ceará, que havia abandonado a área, desertando? l l l ue no início de 1964, antes da Revolução de Março, Herbert José de Souza, o Betinho já pertencia à Coordenação Nacional da Ação Popular? (livro No Fio da Navalha, do próprio Betinho, páginas 41 e 42). melhor, comandaram o PCB por cerca de 50 anos? Q l l l ue após o desmantelamento do socialismo real, que começou pela queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, foi considerado que o marxismo-leninismo deixou de ser uma ferramenta de transformação da História para tornar-se uma espécie de religião secularizada, defendida em sua ortodoxia pelos sacerdotes das escolas do partido? (livro Nos Bastidores do Socialismo, de autoria de Frei Betto). U l l l Q l l l ma frase altamente edificante: Que ro deixar claro que admito a pena de morte em uma única exceção: no decorrer da guerra de guerrilhas. Seu autor? Frei Betto, em seu livro Nos Bastidores do Socialismo, página 404. ue em fins de agosto de 1995 - 16 anos após a anistia - o governo enviou ao Congresso Nacional um projeto, logo transformado em lei, dispondo sobre o reconhecimento das pessoas desaparecidas em razão de participação, ou acusação de participação, em atividades políticas, no período de 2 de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979"? Q l l l ue esse projeto definiu que deveria ser criada uma Comissão Especial, composta por 7 membros, com a atribuição de proceder ao reconhecimento de pessoas que tenham falecido de causas não naturais em dependências policiais ou assemelhadas? Q l l l ue da relação de pessoas desaparecidas que acompanhou o projeto constavam os nomes de 136 militantes da esquerda considerados desaparecidos políticos que, por opção própria, pegaram em armas para instalar em nosso País uma República Democrática Popular semeEwert (Albert)assinaria um dos telegramas sobre o salário de Prestes lhante àquelas que o povo, Camaradas, do jornalista William Waak, nas ruas do Leste Europeu, derrubou, nos que teve acesso aos arquivos da 3ª Internaanos de 1989 e 1990? cional, em Moscou, após o desmanche do l l l comunismo. ue entre esses nomes, estavam os de 59 l l l guerrilheiros desaparecidos no Araue Luiz Carlos Prestes foi Secretário- guaia, quando tentavam implantar o embrião Geral do Partido Comunista Brasileiro do modelo chinês de guerra popular propor 37 anos, ou seja, até maio de 1980, uma longada? vez que foi eleito em setembro de 1943, l l l quando ainda cumpria pena por sua atuação ue as famílias de todos esses guerrilheina Intentona Comunista? (livro Giocondo ros do Araguaia já foram indenizados Dias, uma Vida na Clandestinidade, de com quantias que variam de 100 mil a 150 mil Ivan Alves Filho, cujo pai, Ivan Alves, per- reais? tenceu ao partido). l l l l l l ue, por conseguinte, à vista do que está Que quatro ex-militares dirigiram o PCB desescrito na lei, para que essa indenização de antes de 1943 até 1992: Miranda, Prestes, fosse concedida, a área de selva de cerca de Giocondo Dias e Salomão Malina? Ou 7 mil quilômetros quadrados em que a guer- Q Q Q Q 10 10 *Carlos I. S. Azambuja rilha se instalou, foi considerada uma dependência policial ou assemelhada? Q l l l Q l l l Q l l l Q l l l ue duas senhoras, integrantes da Comissão que representam as famílias dos desaparecidos, Iara Xavier Pereira e Suzana Kiniger (ou Suzana Lisboa) foram militantes da ALN e receberam treinamento militar em Cuba? ue Iara Xavier Pereira participou de diversas ações armadas, conforme ela própria revela, na página 297, do livro Mulheres que Foram à Luta Armada, de autoria de Luiz Maklouf? ue essas senhoras ou suas famílias foram indenizadas pela morte de 4 pessoas? Iuri Xavier Pereira, Alex de Paula Xavier Pereira e Arnaldo Cardoso Rocha (todos membros do Grupo Tático Armado da ALN, com treinamento militar em Cuba, mortos nas ruas de São Paulo em tiroteio com a polícia), irmãos e marido de Iara Xavier Pereira, que também recebeu treinamento militar em Cuba, e Luiz Eurico Tejera Lisboa (treinado em Cuba), marido de Suzana Lisboa, que com ele também recebeu treinamento na paradisíaca ilha da liberdade? Que, no total, 600 mil reais, foi quanto os contribuintes pagaram a essas duas senhoras? ue a mídia, a famosa mídia que faz a cabeça das pessoas, jovens e adultos, nunca registrou esse pequeno trecho altamente edificante da História recente de nosso país? l l l MAS, HÁ MAIS, MUITO MAIS! ue o guerrilheiro do Araguaia, Rosalino Cruz Souza, conhecido na guerrilha como Mundico, incluído na relação de desaparecidos políticos, sabidamente justiçado, no Araguaia, pela também guerrilheira Dina (Dinalva Conceição Teixeira) - cujos familiares foram também indenizados - teve sua família indenizada? Não pelo Partido que o mandou para lá e o matou, mas por nós, contribuintes? Q Q l l l ue a família do coronel aviador Alfeu Alcântara Monteiro, morto em 2 de abril de 1964 - cuja esposa, desde sua morte, recebe pensão militar - foi também aquinhoada com os tais 150 mil reais, com o voto favorável do general que, na Comissão, representava as Forças Armadas? Que, depois, esse mesmo general, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, buscando justificar seu voto, disse que no processo organizado pela Comissão constava que o coronel havia sido morto com 19 tiros pelas costas? E, diz o general: depois vim a saber que ele foi morto com um único tiro. Caso o ilustre general, que também é advogado, antes de dar seu voto, tivesse consultado o Inquérito Policial Nº 108 - Abril/2007 Militar instaurado na época, para apurar o fato, arquivado no STM como todos os demais inquéritos, teria constatado a versão real: dia 2 de abril de 1964, o brigadeiro Nelson Freire Lavanère Wanderley deveria receber o comando da então Quinta Zona Aérea, em Porto Alegre, do mais antigo oficial presente que era o coronel Alfeu Alcântara Monteiro, reconhecidamente janguista. O coronel recusou-se a transmitir o comando e reagiu, atirando e ferindo o brigadeiro Wanderley, sendo morto com um tiro de pistola 45 pelo também coronel-aviador Roberto Hippólyto da Costa, que acompanhava o brigadeiro. Ou seja, o coronel Hippólyto matou em legítima defesa de outrem, conforme concluiu o Inquérito, sendo absolvido pela Justiça Militar. Q l l l ue Carlos Marighella, morto nas ruas de São Paulo, delatado voluntária ou involuntariamente por seus companheiros do Convento dos Dominicanos , e Carlos Lamarca, morto no sertão da Bahia, tiveram seus familiares indenizados, embora a esposa de Carlos Lamarca já recebesse pensão militar? Ou seja, as ruas de São Paulo e o sertão baiano foram considerados, também, pela Comissão, dependências policiais ou assemelhadas. l l l MAS NÃO TERMINOU; ELES QUEREM MAIS, MUITO MAIS. Q l l l ue membros da Comissão pensaram reivindicar a promoção de Lamarca a general? Q l l l ue o Ministro da Justiça também propôs a promoção de Apolônio de Carvalho (um ex-militar expulso do Exército em 1935 e posteriormente, fundador e militante do PCBR, e, posteriormente ainda, banido do país em troca de um embaixador seqüestrado) a general? Q l l l ue amplos setores da mídia e toda a esquerda vêm difundindo por todos esses anos a versão de que a resistência armada à ditadura no Brasil dos anos 60, foi uma resposta ao Ato Institucional nº. 5, que fechou o regime? ue isso não é verdade, pois o Ato Institucional nº. 5, que teria fechado o regime, foi assinado em 13 de dezembro de 1968? ue, antes disso, a esquerda armada já havia atirado uma bomba no Aeroporto dos Guararapes, em 25 de julho de 1966, matando um jornalista e um Almirante e ferindo um General? Q Q Q l l l Q l l l ue já havia atirado um carro-bomba contra o Quartel-General do II Exército, em São Paulo, matando o soldado sentinela Mario Kosel Filho, em 26 de junho de 1968? ue já havia assassinado, ao sair de casa, na frente de seus filhos, o Capitão do Exército dos EUA Charles Rodney Chandler, tachado nos panfletos deixados sobre seu corpo, de agente da CIA? 11 11 n Geraldo Ferreira Damasceno (Dissidência da VarPalmares) em 19 de maio de 1970, no Rio de Janeiro; l l l n Ari da Rocha Miranda ue um dos assassinos - um (ALN), em 11 de junho de 1970, sargento expulso da Políem São Paulo. cia Militar de São Paulo pela Ren Que o militante da Resisvolução de 1964 - várias vezes tência Armada Nacionalista, entrevistado, vive hoje, tranFrancisco Jacques Alvarenga, qüilamente, em São José dos justiçado dentro do Colégio Campos, após ter sido anistiado em que era professor, no Rio de pela ditadura militar, fascista, Janeiro, por um Comando da indenizado e reintegrado à PM, ALN, teve seus passos previacomo reformado? mente levantados por Maria do Amparo Almeida Araújo, l l l também militante da ALN? ue em 1968, antes, também, do Ato Institucional nº 5, o n Que foi ela própria quem Major do Exército da Alemanha revelou esse detalhe no livro Edward Von Westernhagen , que Mulheres que Foram à Luta Márcio Toledo Leite "justiçado" por discordar da direção da ALN cursava a Escola de Comando e Armada, de Luiz Maklouf ? rilha do Araguaia; n Que Maria do Amparo Almeida AraEstado-Maior do Exército, na Praia Verújo é atualmente a presidente do Grupo melha, Rio de Janeiro, foi morto na rua por n Amaro Luiz de Carvalho - Capivara Tortura Nunca Mais de Pernambuco, um grupo do Comando de Libertação Na- (PCR), em 22 de agosto de 1971, dentro de entidade criada para denunciar as tortucional (COLINA), constituído por dois uma Penitenciária, em Pernambuco; ras e assassinatos da chamada represex-sargentos, um da Aeronáutica e outro n Antonio Lourenço (Ação Popular), em são? da Polícia Militar do Rio de Janeiro, senfevereiro de 1971, em Pindaré-Mirim/MA; do o crime, na época, atribuído a margiFinalmente, leiam este trecho, altamente significativo, considerando a identidade nais? de seu autor: l l l No curso de Estado-Maior, em Cuba, esmiúço a história da revolução cubana ue ele foi morto por ter sido confundido e constato evidentes contradições entre o real e a versão divulgada pela América com o capitão do Exército boliviano Latina afora (...) Gary Prado, que participou da caçada a Che Muitas ilusões foram estimuladas em nossa juventude pelo mito do punhado Guevara, no ano anterior, em seu país, e que, de barbudos que, graças ao domínio das táticas guerrilheiras e à vontade inquebranpor isso, deveria ser justiçado, que tamtável de seus líderes, tomou o poder numa ilha localizada a 90 milhas de distância de bém cursava a Escola de Comando e EstadoMiami. Balelas, falsificações (...) Maior? (livros A Esquerda Armada no O poder socialista instituiu a censura, impediu a livre circulação de idéias e Brasil, e Memórias do Esquecimento, impôs a versão oficial. Os textos encontrados sobre a revolução cubana são meros de Flávio Tavares). panfletos de propaganda ou relatos factuais, carentes de honestidade e l l l aprofundamento teórico (...) ue antes do Ato Institucional nº 5, guerO Partido Comunista é o único permitido, e em seus postos importantes reinam rilheiros do PC do B chegados da os combatentes de Sierra Maestra ou gente de sua confiança, em detrimento dos China em 1966 já se encontravam no Brasil quadros oriundos do movimento operário (...) Central preparando a Guerrilha do Os contatos com as organizações de luta armada (de toda a América Latina) são Araguaia? feitos através do S2 (Inteligência), conseqüência das deturpações do regime. A ue era essa a tática utilizada pela esrevolução na América Latina não seria uma questão política e sim, usando as querda armada para instalar no Brasil palavras do caricato Totem, de mandar bala. um pleonasmo (uma República Popular DeNos relacionamos com os agentes secretos, que tentam influenciar na escolha mocrática): matar, matar e matar? de nossos comandantes, fortalecem uns companheiros em detrimento de l l l outros, isolam alguns para criar uma situação de dependência psicológica que ue a alucinada esquerda armada não facilite a aproximação, influência e recrutamento; alimentam melhor os que aderem matava apenas seus inimigos, mas à sua linha e fornecem informações da nossa Organização, concedem status que vão também os amigos e companheiros (JUSdesde a localização e qualidade da moradia à presença em palanques nos atos TIÇADOS)? oficiais; não respeitam nossas questões políticas e desconsideram nosso direito à l l l auto-determinação. eja a relação dos companheiros as (Totem, acima mencionado, é o general Arnaldo Ochoa, comandante do sassinados, a título de justiçamento, Exército em Havana, no início dos anos 70, fuzilado nos anos 80, sob a acusação de sob a alegação de que sabiam demais, deser narcotraficante). monstravam desejo de pensar com suas O que acima foi transcrito está nas páginas 178 a 181 do livro Nas Trilhas da próprias cabeças e que, por isso, represenALN, de autoria de Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz (Clemente), o último tavam um perigo em potencial. Não que tedos comandantes da Ação Libertadora Nacional que recebeu treinamento militar nham traído, mas porque poderiam (futuro em Cuba. do pretérito) trair: Clemente foi autor de vários assaltos a bancos, estabelecimentos comerciais, n Márcio Leite Toledo (ALN) em 23 de assassinatos e justiçamentos - ou planejamento deles - como o do seu próprio março de 1971, em São Paulo/SP; companheiro Márcio Leite Toledo e do presidente da Ultragaz em São Paulo, n Carlos Alberto Maciel Cardoso Henning Albert Boilesen, em 15 de abril de 1971. (ALN) em 13 de novembro de 1971, no Rio Ao concluir o curso em Cuba, nos idos de 1973, Clemente foi viver em Paris, de Janeiro/RJ; somente regressando ao Brasil após ter sido um dos anistiados pelo presidente n Francisco Jacques Alvarenga (RANFigueiredo, derrubando outro mito até hoje difundido pelas esquerdas de todos os Resistência Armada Nacionalista) em 28 matizes: o de que a Anistia não foi Ampla, Geral e Irrestrita Hoje, vive no Rio de de junho de 1973; Janeiro. Dá aulas de violão para crianças e participa de eventos culturais organin Salatiel Teixeira Rolins (PCBR) em zados pelo Movimento dos Sem-Terra. 22 de julho de 1973, no Rio de Janeiro/RJ; * Historiador n Rosalino Cruz - Mundico, na Guer- Q Q Q Q Q Q V Nº 108 - Abril/2007 RECORDANDO A HISTÓRIA ATENTADO AO QG DO II EXÉRCITO Em 1969, o jovem Mário Kosel Filho, conhecido em sua casa como Kuka, é convocado para servir à Pátria e defendê-la contra possíveis agressões internas ou externas e é designado para o Quartel General do II Exército, em São Paulo/SP. Na mesma época, o Capitão Carlos Lamarca, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, serve no 4º RI, em Quitaúna/SP. O destino dos dois vai se cruzar tragicamente. A época é difícil, pois brasileiros pertencentes à or- Soldado Mário ganizações terroristas tentam, através da luta armada, implantar uma ditadura comunista no Brasil. O Capitão Lamarca, no dia 24/ 01/69, trai a Pátria que jurou defender. Rouba do 4º RI muitos fuzis, metralhadoras e munição, deserta e entra na clandestinidade. O material bélico roubado é entregue à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), uma organização terrorista que Lamarca já integrava, antes de desertar. O soldado Kosel continua servindo, com dedicação, a Pátria que jurou defender. No dia 26/06/68, como sentinela, zela pela segurança do Quartel General, no Ibirapuera. Às 0430h, ele está, vigilante em sua guarita. A madrugada é fria e a visibilidade muito pouca. Nesse momento, um tiro é disparado por uma sentinela contra uma camioneta chevrolet que desgovernada tenta penetrar no quartel. Seu motorista saltara dela em movimento, após acelerá-la e direcioná-la para o portão do QG. O soldado Rufino, também sentinela, dispara 6 tiros contra o mesmo veículo que finalmente bate na parede externa do quartel. Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro para ver se há da organização chefiada por Lamarca, a VPR. Participaram deste crime hediondo os seguintes onze terroristas: Waldir Carlos Sarapu (Braga, Rui), Wilson Egídio Fava (Amarelo, Laercio), Onofre Pinto (Ari, Augusto, Bira, Biro, Ribeiro), Eduardo Collen Leite (Bacuri, Basilio), Diógenes José Carvalho de Oliveira (Leandro, Leonardo, Luiz, Pedro), José Araújo de Nóbrega (Alberto, Zé, Pepino, Monteiro), Oswaldo Antônio dos Santos (Portuga), Dulce de Souza Kozel Filho Maia (Judith), Renata Ferraz Guerra de Andrade (Cecília, Iara), José Ronaldo Tavares de Lira e Silva (Dias, Joaquim, Laurindo, Nunes, Roberto Gordo, Gordo) e Pedro Lobo de Oliveira (Getúlio, Gegê). Após a sua morte o soldado Kosel foi promovido a 3º sargento e sua família passou a receber a pensão correspondente a este posto. O Exército Brasileiro numa justa homenagem colocou o seu nome na praça de desfiles do QG do II Exército. Lamarca continuou na VPR seqüestrando, assaltando, assassinando e praticando vários outros atos terroristas, até o dia em que morreu, de arma na mão, enfrentando uma patrulha do Exército que o encontrou no interior da Bahia em 1971. Sua família passou também a receber a pensão militar correspondente. Apesar de todos os crimes hediondos que cometeu, sendo o mais torpe deles o assassinato a coronhadas de seu prisioneiro tenente PM Alberto Mendes Júnior, Lamarca é apontado como herói pelos esquerdistas brasileiros. Ruas passam a ter seu nome. Tentam colocar seus restos mortais num Mausoléu na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Um filme é feito para homenageálo. Mário Kosel Filho, soldado cumpridor dos seus deveres, cidadão brasileiro que morreu defendendo a Pátria, está totalmente esquecido. Além do esquecimento a Comissão dos Mortos e Desaparecidos que já concedera vultosas indenizações às famílias de muitos terroristas que nunca foram considerados desaparecidos, resolveu indenizar, tamComo ficou a viatura que carregava os explosivos bém, a família Lamarca, numa alguém no seu interior. Há uma carga com 50 evidente provocação às Forças Armadas e quilos de dinamite que, em segundos dedesrespeito ás famílias de Mário Kosel Filho pois, explode e espalha destruição e morte e de muitos outros que como ele morreram em num raio de 300 metros. Seu corpo é dilace- conseqüência de atos terroristas. rado. Seis militares ficaram feridos: o Cel Essa Comissão generosamente disEldes de Souza Guedes e os soldados João tribui o dinheiro do contribuinte apenas Fernandes de Souza, Luiz Roberto Juliano, àqueles que morreram tentando, através Edson Roberto Rufino, Henrique Chaicowski da força das armas, tornar o Brasil um e Ricardo Charbeau. É mais um ato terrorista satélite comunista. A VOLTA DE PEDRO CAROÇO 12 12 Neste mar de lama que envergonha o delas não está lipaís, a figura de José Dirceu deve ser destavre Zé Dirceu. cada como o principal mentor das trapalhadas No total, que vêm afundando o PT e com ele o governo José Dirceu perLula. Como o fizera no seu passado de falso maneceu em guerrilheiro, ele agora procura uma nova cruCuba durante 18 zeiro d´oeste para esconder-se e fugir de sua meses quando responsabilidade nos crimes de seu partido. teria feito uma * Raymundo Negrão Talvez, contando com uma nova anistia da operação plástiTorres falta de caráter e da desmemoria nacional, ca nos olhos e no como parece ser o caso da jornalista Miriam nariz, para volLeitão que repete babosa elogios ao passado tar ao Brasil com segurança. Mas, José Dirceu de Pedro Caroço. A verdade é bem outra. só voltou ao Brasil em abril de 1975, quando O mineiro José Dirceu de Oliveira e a luta armada já havia terminado. Com o falso Silva tinha 19 anos por ocasião da Revolução nome de Carlos Henrique Gouveia de Mello de 1964. Nessa época, era estudante e uma Carteira de Identidade verdadeira, radisecundarista na cidade de São Paulo e particicou-se em Cruzeiro dOeste, no Paraná, onde pava do movimento estudantil, filiado ao se casou com uma jovem de algumas posses da Partido Comunista Brasileiro (PCB). Dois cidade, com quem teve um filho. Anistiado, anos depois, já universitário, José Dirceu revelou sua verdadeira identidade, abandonou estava totalmente impregnado pelas idéias a família e, no final de 79, regressou a Cuba, radicais de seu líder no PCB, Carlos dizem que para retificar a antiga operação Marighella, ideólogo do terrorismo e da luta plástica. armada. No final de 1966, ingressou na Ala Substituindo Lula na presidência do PT Marighella, transformada, um ano depois, e face às sucessivas derrotas eleitorais do no Agrupamento Comunista de São Paulo candidato do partido à presidência da Repú(AC/SP). blica, convenceu a corrente majoritária petista Em 1968, José Dirceu, como presidena adotar uma política de alianças, como idete da União Estadual dos ologia intermediária para Estudantes (UEE/SP), inchegar ao governo, o que foi Resumo: Como o fizera suflava os jovens a pegarem conseguido na eleição de no seu passado de falso em armas, nem que fosse 2002. Mas, assumir o goguerrilheiro, José uns contra os outros. Foi verno como reconheceu assim que, no início de oufrei Betto não é chegar Dirceu procura uma tubro, constituiu-se num ao Poder. Para lá chegar, foi nova cruzeiro d´oeste dos líderes do conflito no montada uma estratégia que, para esconder-se e fugir contando com a reeleição, qual se envolveram, na Rua Maria Antonia, cerca de um exigia a manutenção de uma de sua responsabilidade mil estudantes universitáribase parlamentar, ao que se nos crimes de seu os da Faculdade de Filososabe agora, movida à partido. fia da USP e do Mackenzie. corrupção baseada em um Entretanto, a prisão de José vasto esquema de assalto Dirceu - codinome Daniel - só aconteceria aos cofres públicos e usando a cornucópia das em 12 de outubro de 1968, durante a realizaestatais e dos Fundos de Pensão a elas ligados. ção do 30º Congresso da UNE, em Ibiúna. Como anistiado, recebeu uma indenização de Ainda na prisão, acompanhou a transforma60 mil reais a título de perseguido da ditadução do AC/SP na Ação Libertadora Nacional ra além de requerer a contagem como tempo (ALN). de serviço daqueles anos todos em que seus Em 05 de setembro de 69, menos de um companheiros tentavam impor uma ditadura ano após sua prisão, foi um dos quinze comubolchevista ao Brasil. nistas banidos para o México, em troca da Uma briga menor por uma fatia do vida do embaixador dos EUA, que havia sido botim da corrupção desencadeou a crise que seqüestrado no Rio de Janeiro, pela ALN e pôs a nu o patrimônio ético do PT e resultou pelo MR-8. Do México, Daniel seguiu para na queda do todo-poderoso ministro Zé DirCuba, onde, durante o ano de 1970 participou ceu, em uma confissão tácita de Lula de que ele de um Curso de Guerrilhas, no denominado era o responsável pelo esquema sórdido que III Exército da ALN, também chamado se pretendeu abafar, como abafado foi o esGrupo da Ilha ou, ainda, Grupo Primavecândalo das ligações de Eduardo Jorge, secrera que, sentindo-se órfão com a morte de tário de FHC, com o juiz Lalau, em um esqueMarighella, rachou com a ALN e passou a ser ma cujo mentor era Sérgio Mota, o PC Fariconhecido como o Grupo dos 28, dando as e sócio do então presidente. origem à Dissidência da ALN (DI/ALN), mais Pedro Caroço que voltara triunfante tarde transformada no Movimento de Libercomo ministro à Cruzeiro d´Oeste para fazer de tação Popular (MOLIPO) uma organização seu filho prefeito, com o dinheiro que hoje se sabe de curta e triste história. A maioria do Grupo de onde vinha, volta agora, mais uma vez, de crista dos 28 regressou ao Brasil, a fim de aplicar baixa, para as comemorações do aniversário de seu treinamento em ações terroristas. Entresua neta, fruto e testemunha inocente de uma das tanto, logo após chegarem ao país, os militanmentiras do seu passado. (Publicado no Inconfidência, nº 85 de 10/09/05) tes foram caindo um a um, como peças de um dominó. A facilidade com que foram neutra* General-de-Divisão lizados mostrou que havia entre eles um inforMembro da Academia Paranaense de Letras E-mail: [email protected] mante. Há várias suspeitas quanto à autoria e Nº 108 - Abril/2007 13 13 A MENTIRA NÃO PODE PREVALECER MENSAGEM DO COMANDANTE DO EXÉRCITO AOS COMPANHEIROS DA RESERVA Ao longo de cada ano, uma expressiva quantidade de militares passa para a reserva, após muitos anos de dedicados serviços prestados à Pátria. Identifico essa fase de transição como de extrema sensibilidade e forte impacto na vida de cada um e de seus familiares. Sei, também, que a dedicação integral ao serviço impede que nos preparemos para esse momento. Passar para a reserva é ingressar em um mundo de reminiscências. Substituímos o somos por um saudoso fomos e deixamos a emoção permear nossos sentidos. Sei também que, diferentemente do que aconteceu quando, adolescentes, nos incorporamos ao Exército, é o Exército, agora, que está incorporado à nossa alma, ao nosso jeito de falar, de andar e de sentir. Assim sendo, peço aos companheiros da reserva que permaneçam ativos, pois: - o Exército necessita de suas colaborações, mesmo sabendo que já cumpriram a missão; - suas sugestões, ações e experimentados conselhos continuam sendo valiosos para o aperfeiçoamento de nossa Força; - seus exemplos de abnegação, desprendimento e amor à Pátria permanecem ecoando por onde passaram, servindo de emulação àqueles que chegam para seguir cumprindo a missão. Tenho consciência de que o Exército de hoje foi construído pelo de ontem; de que a ativa um dia se tornará reserva e de que, regidos pela hierarquia e pela disciplina, somos um todo inseparável e coeso. Brasília, DF, 28 de março de 2007. General-de-Exército ENZO MARTINS PERI Comandante do Exército ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ A SER SARGENTO literatura está repleta de figuras caricaturais do sargento. Ora, como um militar destituído de qualquer importância, ora como um militar ignorante e mandão. Há muito que o termo sargentão incorporou-se ao vocabulário, exprimindo , quase sempre a figura de um chefe arbitrário, deselegante. Desde os anos 20 do século passado, mercê da Missão Militar Francesa os sargentos das Forças Armadas são formados e aperfeiçoados em escolas específicas. Entidades mantidas pelo povo brasileiro. Ser sargento, muito mais do que profissão, é vocação. As Forças Armadas são repositório dos mais elevados principias morais. A simonia não se pode se pode instalar em suas fileiras, porquanto viria a enfraquecer a sua dignidade. As Forças Armadas não valem pela capacidade do seu material, mas pelo valor moral dos seus quadros. O subtenente, o sargento que se preza, não transige com a indisciplina. É leal aos superiores, o que não implica apostolado de idéias, é disciplinado sem ser subserviente, sobranceiro, mas não afrontoso. Sabe manter em alto nível os seus argumentos reivindicatórios, não usa adjetivos desres- * Sérgio Chaves peitosos. Não pode praticar atos que o humilhem ante seus pares. Por tudo isto, choca a foto de alguns sargentos da Aeronáutica na capa dos principais, jornais do Brasil. Fardas amarfanhadas, deitados, recostados. As atitudes displicentes e desafiadoras, próprias dos que acreditam nas vitórias efêmeras da revolta. Dos que acreditam que novos nomes geram novas coisas. Dos que acreditam que desmilitarizados ingressarão num mundo. novo. Causa espanto a entrevista do autodenominado líder dos controladores de vôo. Argumentos especiais são apresentados como verdades incontestáveis. Sua própria inadaptação à carreira de sargento como um sentimento geral entre seus pares e o tratamento desrespeitoso aos superiores hierárquicos - a afronta à disciplina - como atos de coragem. Nós, subtenentes e sargentos de todos os tempos, bem sabemos que a balança da justiça nem sempre tem os pratos iguais , mas não será a defesa de interesses disfarçados que irá corrigir tal discrepância. * Subtenente Publicado no Jornal do Comércio Porto Alegre - 10/04 Os brasileiros de boa vontade , de diferenimprensa , tes linhas políticas ou ideológicas , devem de como Helio colocar acima de ressentimentos do passado a Fernandes verdade e a construção de um futuro mais fraterno confinado uma . Vivemos hoje o drama da violência urbana , que vez , como hanos coloca em permanente tensão para a proteção via sido nos *Aristóteles Drummond pessoal e de nossos filhos . tempos de Querem mexer demais no passado recente Goulart , Paulo Francis antes de se tornar o , em que o regime miligrande defensor da libertar, autoritário mas dade a turma do Pasquim não ditatorial , pois , do Opinião , os Mesquita manteve o Congresso do Estadão . Estes podiam aberto , com eleições ser a esquerda ou menos a a cada quatro anos , esquerda, mas eram- e são com raras interrup democratas , não podem ções . O direito de ir e ser confundidos com os vir nunca foi cerceado que pegaram em armas, se, a grande maioria dos qüestraram, assassinaram parlamentares de friamente como no caso de oposição , em todos Henning Boilensen , inos níveis , nunca fodustrial , sueco, mas de ram molestados. paixão pelo Brasil, miliApenas aqueles que tares estrangeiros e tanJosé Dirceu às lágrimas, abraça seu herói Fidel se ligaram de alguma tos inocentes. maneira a chamada luta armada . Mas estes não Vamos dar um basta nesta historia de se foram nunca democratas que combatiam o querer levantar eventuais violências por parte dos autoritarismo. Queriam sim um regime forte , servidores da lei , anistiando, perdoando, os totalitário e violento como os de Cuba e dos que pegaram em armas, assaltaram bancos, países da Cortina de Ferro, onde foram treinasujaram suas mãos de sangue , inclusive contra dos e abrigados . os próprios companheiros , quando estes que Os militares foram vitimas , tiveram seus riam abandonar a aventura ou eram suspeitos mortos , com a diferença de que tombaram no de algum tipo de fraqueza . cumprimento do dever , para que o país pu Não ajuda ao Brasil reabrir uma questão desse progredir , crescer e se tornar uma grande que pertence a história. Mas se assim for, que seja nação . Os jovens de então, na sua maioria, completo o arrombamento da anistia generosa de parecem convertidos hoje a democracia, ao João Figueiredo . Vamos colocar nas ruas quem convívio e renegam a luta armada . Muitos matou quem, quem viveu em Cuba aprendendo culpam inclusive os intelectuais que jogaa matar , quem viveu de mesada da Internacional ram na aventura jovens idealistas e desorientaComunista , quem delatou companheiros, quem dos . Esta questão da tortura pode até ter matou companheiros . ocorrido neste ou naquele caso, mas jamais na Os militares não podem ficar acuados, escalada que esta industria de indenizações sofrendo toda sorte de acusações por um tipo de apregoa na tentativa de esconder a realidade gente que , com o tempo, foram perdendo os ideais histórica. a ponto de trocarem as mão sujas de sangue pelas Quem pegou em armas, todos eles , mãos sujas da lama da corrupção , do saque ao eram revolucionários, admiradores de Fidel Erário, nos governos conquistados em estados e Castro , de Mão Tse Tung, seguidores de municicpios e cargos obtidos na esfera federal. Os Trotsky , nunca foram democratas nem muito casos mais recentes ainda estão na memória pomenos liberais . Estes, que combateram o pular . regime legitimamente, por convicção , foram A prudência recomenda um basta nesta brasileiros respeitados por todos como Franco tenaz campanha para denegrir os militares, que Montoro, Tancredo Neves, Nelson Carneiro , cada vez são mais admirados e respeitados Itamar Franco , José Aparecido de Oliveira , pelo povo brasileiro , exceto por uma meia Marcos Freire , Jarbas Vasconcellos, J G de dúzia de ressentidos , de equivocados, de casos Araújo Jorge , e centenas de outros que formaque beiram a patologia . * Jornalista ram as bancadas do MDB e que ficaram na [email protected] A REVOLUÇÃO CONSERVADORA O jornalista Aristóteles Drummond reúne neste livro seus artigos publicados nos principais jornais do país, desde os primeiros tempos do movimento de março de 1964 até o governo de Collor. É um obstinado defensor do liberalismo econômico, sem fazer jamais concessões à mentalidade subdesenvolvida de nossos esquerdistas, populistas e nacionalistas. Nº 108 - Abril/2007 14 14 ARQUIVOS DA "DITADURA" N O DIÓGENES DO PT o bojo de uma CPI da Segurança, pela luta armada - cuja primeira direção ganhou destaque na mídia uma gra- ficou constituída por Wilson Egídio Fava, vação de 1999 em que o economista Waldir Carlos Sarapu e João Carlos Kfouri Diógenes José de Carvalho Oliveira, di- Quartim de Morais, pelo grupo dissidente zendo falar em nome do governador do da Política Operária (POLOP), e Onofre Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, solicitava Pinto, Pedro Lobo de Oliveira e Diógenes que o então chefe da Polícia Civil, delega- José Carvalho de Oliveira, pelo núcleo de do Luiz Fernando Tubino, aliviasse a remanescentes do MNR. repressão aos bicheiros. Pôde assim, Diógenes, iniciar uma Diógenes é o presidente do Clulonga trilha de sangue, realizando algube de Seguros da Cidadania, uma mas dezenas de ações terroristas na organização criada para arrecacapital paulista, dentre as quais asdar fundos para o PT. Certasaltos a bancos, explomente, o ínclito partisões de bombas e asdo irá reverberar a atisassinatos. tude de Diógenes e O que se segue é, inocentar o governaapenas, uma pequena, dor. uma pálida idéia do que O que ocorre, na praticou esse militante realidade, é que encomunista. quanto Diógenes fiNo início da macou na obscuridade, drugada de 20 de março/ o PT dele usufruiu. 68, participou do atenO PT na fita Agora, com as luzes tado que fez explodir uma da mídia, há que se sacrificar um peão para bomba-relógio na biblioteca da USIS, no salvar uma peça. consulado dos EUA, localizado no térreo Mas quem é esse Diógenes que fa- do Conjunto Nacional da Avenida lava em nome do governador? Paulista. Três estudantes amigos, que caSeu nome completo é Diógenes José minhavam pelo local, foram feridos: Carvalho de Oliveira e, nos seus temPaulo Franken / RBS pos de terrorista, usou os codinomes de Leandro, Leonardo, Luiz e Pedro. A revolução de março/64 o encontrou como militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Sentindo-se perseguido, fugiu para o Uruguai, onde ingressou, em 1966, no recém-criado Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) de Leonel Brizola. Ainda nesse ano, arranjado por Brizola, foi fazer curso de guerrilha em Cuba, onde ficou um ano e se destacou como especialista em explosivos. Em 1967, já no Uruguai, tomou consciência de que Brizola era muito "Continuo socialista e revolucionário" de falar e pouco de agir. Diógenes Diógenes, o terrorista do PT queria, ardentemente, exercitar o que aprendera na ilha de Fidel. Edmundo Ribeiro de Mendonça Neto, Vitor Retornou ao Brasil e, em Porto Ale- Fernando Sicurella Varella e Orlando gre, conheceu Almir Olímpio de Melo Lovecchio Filho, que perdeu o terço infe(Paulo Melo), que o conduziu a Onofre rior da perna esquerda. Pinto, em São Paulo, que também se havia Na madrugada de 20 de abril/68, predesiludido com o comandante Brizola. parou mais uma bomba, desta vez lançada Em março/68, concretizou-se o con- contra o jornal O Estado de São Paulo, gresso de fundação da Vanguarda Popu- que funcionava na esquina da Rua Major lar Revolucionária (VPR) - organização Quedinho com a Rua Martins Fontes; do comunista criada para derrubar o regime mesmo modo que a anterior, a explosão feriu três inocentes. Na madrugada de 22 de junho/ 68, participou do assalto ao Hospital do Exército em São Paulo, localizado no Cambuci. Fardados de tenente e soldados, cerca de 10 militantes da VPR renderam a guarda e roubaram nove fuzis Atentado ao QG do II Exército FAL, três sabres e quinze cartuchos 7,62 mm. RI, em Quitaúna, com o roubo de grande Na madrugada de 26 de junho/68, fez quantidade de armas e munições e que parte do grupo de 10 terroristas que lan- marcou o ingresso de Carlos Lamarca na çou um carro-bomba contra o Quartel VPR. General do então II Exército, no Ibirapuera, Em 02 de março/69, Diógenes e matando um dos sentinelas, o soldado Onofre Pinto foram presos na Praça da Mario Kosel Filho, e ferindo mais seis Árvore, em Vila Mariana. militares. Um ano depois, em 14 de março/70, Em 01 de agosto/68, participou do foi um dos cinco militantes comunistas assalto ao Banco Mercantil de São Paulo, banidos para o México, em troca da vida localizado na Rua Joaquim Floriano, 682, do cônsul do Japão, seqüestrado em São no bairro do Itaim, com o roubo de NCr$ 46 Paulo, dias antes. mil. Diógenes ficou pouco tempo no MéEm 20 de setembro/68, participou do xico, indo rever seus amigos em Cuba, assalto ao quartel da Força Pública, no onde ficou por cerca de um ano. Em 25 de Barro Branco. Na ocasião, foi morto a tiros junho/71, saiu de Cuba e foi para o Chile, o sentinela, soldado Antonio Carlos que havia se tornado, com Allende, a nova Jeffery, do qual foi roubada a sua metra- Cuba sul-americana. Com a queda de lhadora INA. Allende, em setembro/73, retornou ao Em 12 de outubro/68, participou do México e daí foi para a Europa, onde estegrupo de execução que assassinou o ca- ve em diversos países, dentre os quais a pitão Chandler, do Exército dos EUA. Foi Itália e a Bélgica. Diógenes quem se aproximou do capitão Em fins de 1974, radicou-se em Lis- que retirava seu carro da garagem, na boa, onde permaneceu um ano. frente da mulher e filhos - e nele descarreEm janeiro/76, iniciou seu périplo gou os seis tiros de seu revólver Taurus africano, onde foi para Angola e Guinécalibre.38. Bissau, sempre junto com sua então comEm 27 de outubro/68, participou do panheira Dulce de Souza Maia, a Judith atentado à bomba contra a loja Sears da da VPR. Água Branca. Em 1979 e em 1981, representando o Em 06 de dezembro/68, participou governo de Guiné-Bissau, esteve no Brado assalto ao Banco do Estado de São sil por alguns dias. Em 1986, era o assessor Paulo (BANESPA) da Rua Iguatemi, com do vereador do PDT Valneri Neves o roubo de NCr$ 80 mil e o ferimento, a Antunes, antigo companheiro da VPR e coronhadas, do civil José Bonifácio fazia parte do movimento Tortura Nunca Guercio. Mais. Em 11 de dezembro/68, participou Na década de 90, ingressou nos quado assalto à Casa de Armas Diana, na Rua dros do PT/RS, sempre assessorando seus do Seminário, de onde foram roubadas líderes mais influentes. cerca de meia centena de armas, além de Era o Diógenes da VPR. Hoje, é o munições. Na ocasiao, foi ferido a tiros o Diógenes do PT. civil Bonifácio Signori. (Inconfidência, nº 92 de março/2005) Diógenes foi o coordenador do asTERRORISMO NUNCA MAIS. salto realizado em 24 de janeiro/69, ao 4º www.ternuma.com.br Nº 108 - Abril/2007 15 15 A COMUNIZAÇÃO DO BRASIL HISTÓRIA E VIDA (8ª Série, 4ª Edição/2000) Editora Ática MINISTRO CUBANO DÁ AULA AO MST CURSO VERMELHO Fernando Alegret abre curso de Estudos Latino-Americanos na UFJF O MASSACRE DO RECIFE LARGO DA PAZ ...Dos três levantes comunistas de 1935, foi o de Pernambuco o mais sangrento, recolhendo-se 720 mortos só na operação da frente do Recife... (Página 424) A INTENTONA COMUNISTA VISTA PELOS LIVROS DIDÁTICOS ADOTADOS EM MINAS História - Uma abordagem integrada / 2001 (Questões dos EMEMs) Em novembro de 1935, a Intentona Comunista, um movimento armado que sublevou três quartéis, um em Natal, outro em Recife e o terceiro no Rio de Janeiro. Os revoltosos acreditavam que outras unidades militares iriam aderir ao movimento, garantindo a sua vitória contra o governo de Vargas. Mas a revolta não se alastrou, ficando restrita aos militares que deram os primeiros tiros. A repressão promovida pelo governo foi violenta, com prisão, tortura e até mesmo execução dos envolvidos no conflito. Aproveitou-se para prender, torturar e matar pessoas que nada tinham a ver com a Intentona, mas que eram opositores do governo. A maior crueldade desse período de repressão foi a deportação para a Alemanha de Olga Benário, esposa de Preste (Pág. 227)O grifo é nosso. Nova História Crítica 8ª Série / 2001 O revolucionário que Olga iria acompanhar era Luis Carlos Prestes, que voltava secretamente ao Brasil para lutar contra Vargas na revolta liderada pela ANL. Getúlio mandou prender milhares de pessoas. O chefe de Polícia, era o terrível Filinto Müller, nazista assumido, torturava barbaramente os presos que caíam sob suas botas (pág. 145) COMENTÁRIO Com estes pequenos exemplos, devidamente comprovados, conclui-se que os livros didáticos (e a imprensa) procuram deturpar a verdadeira História do Brasil, invertendo os autores de crimes hediondos, de traição e dos assassinatos cometidos em novembro de 1935 e, posteriormente, nas guerrilhas urbanas e rurais nos anos 60/ 70. Onde estão os professores e pais que não reagem a essa lavagem cerebral maxista da nossa juventude? Alegret (com microfone) profere sua aula tendo ao seu lado a reitora da UF de Juiz de Fora, Margarida Salomão e ao fundo, bandeira com líderes comunistas Nova História Crítica 8ª Série Editora Nova Geração/2005 FNDE / Ministério da Educação A guerrilha do Araguaia Em 1972, o governo enviou tropas para reprimir a ação. Cerca de 70 guerrilheiros comandados pelo lendário Oswaldo Orlando da Costa embrenharam-se na floresta e enfrentaram milhares de homens do exército, aeronáutica e polícia militar. Graças ao apoio da população, os poucos guerrilheiros puderam resistir durante dois anos. Finalmente uma expedição de seis mil soldados, incluindo destacamentos de elite do exército (pára-quedistas), mobilizados numa guerra sem trégua (em que os guerrilheiros eram torturados e degolados), conseguiu derrotar os rebeldes (janeiro de 1975) - Pág. 277 - O grifo é nosso! Escrever sobre a Guerra contra o Paraguai e silenciar sobre o nome de Caxias, naquele episódio memorável, não é fazer História, é desfigurá-la, é demonstrar pouco apreço com o magistério e com o seu elevado compromisso de revelar a verdade dos fatos às novas gerações. COMENTÁRIO Estes dois livros foram editados pelo MEC, em 2003 e 2004 respectivamente, já em pleno governo petista. É de se perguntar: para onde querem nos levar? Não dúvidamos que no dia 8 de outubro, o governo brasileiro e seus governantes participem dos eventos que estão sendo preparados para homenagear Che "Gueivara". Você sabe que tipo de livros de História estão circulando nas Escolas? O MEC sabe. E o pior: ainda recomenda. Consulte os livros de seus filhos. Por exemplo: Cuba resiste como único exemplo latino-americano de democracia social e econômica (...) Opinião de Frei Beto - Página 116 Não é preciso dizer mais nada. Nº 108 - Abril/2007 16 16 ARQUIVOS DA "DITADURA" E ASSASSINATO DO CAPITÃO CHARLES RODNEY CHANDLER m 1968, as ações de guerrilha urbana perdiam-se no anonimato de seus autores e, muitas vezes, eram, até, confundidas com as atividades de simples marginais. De acordo com os dirigentes de algumas organizações militaristas, já havia chegado o momento certo para a população tomar conhecimento da luta armada revolucionária em curso, o que poderia ser feito através de uma ação que repercutisse no Brasil e no exterior. Em setembro, Marco Antônio Braz de Carvalho, o Marquito, homem de confiança de Carlos Marighella - que dirigia o Agrupamento Comunista de São Paulo (AC/SP), futura Ação Libertadora Nacional (ALN) -, e que fazia a ligação com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), levou para Onofre Pinto (Augusto; Ribeiro; Ari; Bira; Biro), então coordenador geral da VPR, a possibilidade de realizar uma ação de justiçamento. O Capitão do Exército dos EUA, Charles Rodney Chandler, com bolsa concedida pela George Olmsted Foundation, era aluno da Escola de Sociologia e Política da Fundação Álvares Penteado, com previsão de terminar o curso em novembro daquele ano. Chandler morava na cidade de São Paulo, com a esposa, Joan, e seus três filhos, Jeffrey, de 4 anos, Todd, de 3 anos, e Luanne, de 3 meses. Entretanto, segundo os guerrilheiros, Chandler era um agente da CIA e encontrava-se no Brasil com a missão de assessorar a ditadura militar na repressão. No início de outubro, um tribunal revolucionário, integrado por três dirigentes da VPR, Onofre Pinto, como presidente, e João Carlos Kfouri Quartim de Morais (Manoel; Mané; Maneco) e Ladislas Dowbor (Jamil; Nelson; Abelardo), como membros, condenou o Capitão Chandler à morte. Através de levantamentos realizados por Dulce de Souza Maia (Judith), apurouse, sobre a futura vítima, seus horários habituais de entrada e saída de casa, costumes, roupas que costumava usar, aspectos de sua personalidade e dados sobre os familiares e sobre o local em que residia, numa casa da Rua Petrópolis, nº 375, no tranqüilo e bucólico bairro do Sumaré, em São Paulo. Escolhido o grupo de execução, integrado por Pedro Lobo de Oliveira (Getúlio; Gegê), Diógenes José Carvalho de Oliveira (Luiz; Leandro; Leonardo; Pedro) e Marco Antônio Braz de Carvalho, nada mais é convincente, para demonstrar a frieza do assassinato, do que transcrever-se trechos do depoimento do próprio Pedro Lobo de Oliveira, um dos criminosos, publicado no livro A Esquerda Armada no Brasil, de A. Caso: "Como já relatei, o grupo executor ficou integrado por três companheiros: um deles levaria uma pistola-metralhadora INA, com três carregadores de trinta balas cada um; o outro, um revólver; e eu, que seria o motorista, uma granada e outro revólver. Além disso, no carro estaria também uma carabina M-2, a ser utilizada se fôssemos perseguidos pela força repressiva Arquivo/O Cruzeiro to. Quem portava a metralhadora era Marco Antônio Braz de Carvalho. A esposa e o filho de Chandler gritaram. Diógenes apontou o revólver para o menino que, apavorado, fugiu correndo para a casa da vizinha. Os três terroristas fugiram no Volks, em desabalada carreira, deixando, no local do crime, cinco panfletos: - Justiça revolucionária executa o criminoso de guerra no Vietname, Chandler, e adverte a todos os seus seguidores que, mais dia menos dia, ajustarão suas contas com o Tribunal Revolucionário. - O assassinato do Comandante Chê Guevara, na Bolívia, foi cometido por ordem e orientação de criminosos de guerra como este Chandler, agente imperialista notório, e responsável pela prática de inúmeros crimes de guerra contra o povo do Vietname. - O único caminho para a revolução no Brasil é a luta armada. - A luta armada é o caminho de todo revolucionário no Brasil. - Criar um, dois, três, vários Vietnames. Semelhantes a esse cruel assassinato, muitos outros atos ainda viriam a tingir de sangue o movimento comunista no Brasil. (Publicado no Inconfidência, nº 91 de 22 de feveiro de 2006) O ASSASSINATO DO TENENTE MENDES 12.10.68 - Assassinato do Capitão Chandler do regime. Consideramos desnecessária cobertura armada para aquela ação. Tratava-se de uma ação simples. Três combatentes revolucionários decididos são suficientes para realizar uma ação de justiçamento nessas condições. Considerando o nível em que se encontrava a repressão, naquela altura, entendemos que não era necessária a cobertura armada. A data escolhida para o crime foi a de 08 de outubro, que assinalava o primeiro aniversário da morte de Guevara. Entretanto, nesse dia, Chandler não saiu de casa e os três terroristas decidiram suspender a ação. Quatro dias depois, em 12 de outubro de 1968, chegaram ao local às 7 horas. Às 0815h, Chandler dirigiu-se para a garagem e retirou o seu carro, um Impala placa 481284, em marcha a ré. Enquanto seu filho de 4 anos abria o portão, sua esposa aguardava na porta da casa, para dar-lhe o adeus. Não sabia que seria o último. Os terroristas avançaram com o Volks, roubado dias antes, e bloquearam o caminho do carro de Chandler. No relato de Pedro Lobo, nesse instante, um dos meus companheiros saltou do Volks, revólver na mão, e disparou contra Chandler. Era Diógenes José Carvalho de Oliveira, que descarregava, à queima roupa, os seis tiros de seu Taurus de calibre .38. E prossegue Pedro Lobo, que dirigia o Volks: "Quando o primeiro companheiro deixou de disparar, o outro aproximou-se com a metralhadora INA e desferiu uma rajada. Foram catorze tiros. A décima quinta bala não deflagrou e o mecanismo automático da metralhadora deixou de funcionar. Não havia necessidade de continuar disparando. Chandler já estava morto. Quando recebeu a rajada de metralhadora emitiu uma espécie de ronco, um estertor, e então demo-nos conta de que estava mor- Ali mesmo, numa pequena vala e com Na noite do Dia das Mães, 08 de maio, seus coturnos ao lado da cabeça ensandepois de mais de duas semanas ainda cercados na área, Lamarca e mais 6 militan- güentada, o Ten Mendes foi enterrado. Alguns meses mais tarde, em 08 de tes emboscaram cerca de 20 homens da setembro de 1970, Ariston Polícia Militar de São Paulo, Oliveira Lucena, que havia chefiados pelo Tenente sido preso, apontou o local Alberto Mendes Júnior - o onde o Tenente Mendes esBerto, como era chamado tava enterrado. As fotograpor sua família, que decidiu se fias tiradas de seu crânio entregar como refém, desde atestam o horrendo crime coque seus subordinados, ferimetido. Sua mãe entrou em dos, pudessem receber auxíestado de choque e ficou lio médico. paralítica por quase três Na noite seguinte, os 7 anos. guerrilheiros ficaram reduziAinda nesse mês de dos a 5, pois 2 haviam se extraTenente PMSP setembro, descoberto o criviado na refrega da noite anteAlberto Mendes Júnior me, a VPR emitiu um comunirior. cado Ao Povo Brasileiro, onde tenta Conduzindo o Ten Mendes como justificar o frio assassinato, no qual aparerefém, prosseguiram na rota de fuga. ce o seguinte trecho: Depois de andarem um dia e meio, os A sentença de morte de um Tribunal 5 guerrilheiros pararam para um descanso, Revolucionário deve ser cumprida por no início da tarde de 10 de maio de 1970. fuzilamento. No entanto, nos encontrávaLamarca disse que o Ten Mendes os havia traído, causando a morte de dois mos próximos ao inimigo, dentro de um companheiros (não sabia que eles esta- cerco que pôde ser executado em virtude da existência de muitas estradas na região. O vam, apenas, desgarrados) e, por isso, teria Tenente Mendes foi condenado e morreu que ser executado. a coronhadas de fuzil, e assim o foi, sendo Nesse momento, enquanto Ariston depois enterrado. Oliveira Lucena e Gilberto Faria Lima vigiOs dirigentes da VPR não só eram os avam o prisioneiro, Carlos Lamarca, Yoshitane Fujimore e Diógenes Sobrosa de donos da verdade, como arvoravam-se em Souza afastaram-se e, articulando-se em senhores da vida e da morte! Na tarde de 31 de maio de 1970, um tribunal revolucionário, condenaram Lamarca e os 4 militantes seqüestram uma o Ten Mendes à morte. Poucos minutos depois, Yoshitane viatura do 2º Regimento de Obuses 105 e conseguem romper o cerco, largando o Fujimore, acercando-se por trás do Tenente, desferiu-lhe, com a coronha do fuzil, veículo já na cidade de São Paulo, na marginal do rio Tietê, perto do bairro da Vila violentos golpes na cabeça. Caído e com a Maria, com os militares amarrados à base do crânio partida, o Ten Mendes carroceria, sem roupas. gemia e contorcia-se em dores. Diógenes O segundo assassinato cometido por Sobrosa de Souza desferiu-lhe outros golLamarca e a fuga bem sucedida, ludibrianpes na cabeça, esfacelando-a. do e humilhando os militares, serviu para Lamarca, perante os 4 terroristas, aumentar a lenda e o mito. responsabilizou-se pelo assassinato. Nº 108 - Abril/2007 17 17 A VERDADEIRA HISTÓRIA DO ARAGUAIA Coronel Lício Augusto Ribeiro Maciel A Criméia no HDB respeito da carta do Coronel Rui Garavelo Machado ao Comandante do Exército, versando sobre uma entrevista na rádio Gaúcha, sobre o filme Araguaia Conspiração do Silêncio, cumpre esclarecer ao missivista que a guerrilheira (?) deve ser a Criméia Almeida, viúva do André Grabois (comandante do grupo militar da guerrilha), filho de Maurício Grabois (um dos chefões do PCdoB). Ambos, mortos no Araguaia. Portanto, a Criméia é extremamente rancorosa contra as Forças Armadas, que impediram de ser implantado o comunismo no nosso país. O pai, André Grabois, não chegou a conhecer o filho. A Criméia engravidou na mata e foi decidido pela cúpula levá-la para São Paulo, onde foi presa e encaminhada para Brasília, sob a responsabilidade do Gen Bandeira, que, como era de seu feitio, a protegeu, tratando-a como a uma filha. Ela deu à luz no HDB (Hospital Distrital de Base), tendo um atendimento normal e muito bom, inclusive com festinha de batizado, bolo, etc. No final das contas, o Gen Bandeira mandou levá-la em casa, em Minas, e entregar à família. O próprio motorista do General foi quem cumpriu a missão, com o carro do General. Pois bem, logo que se viu solta e livre, voltou para SP, deixando o recém-nascido com os avós, reiniciando as ligações com os bandidos. Tudo o que ela diz, é fruto do complexo da derrota. Mente desbragadamente, um péssimo exemplo para o próprio filho. Saiu da área da guerrilha antes do início dos combates e nunca mais voltou. Hoje, quer cantar de galo. No www.reservaer.com.br (Livraria Virtual, nº 5 A Farsa do Araguaia), poderá ser lida a história completa do combate em que foi neutralizado o grupo militar comandado por André Grabois, o Zequinha. Mas o fato da Criméia ter sido mandada para parir em São Paulo pela cúpula dos comunistas, foi o motivo pelo qual Pedro Albuquerque e a mulher, na mesma situação, grávida mas que os comunas queriam que ela abortasse na mata, desertassem e dedurassem os companheiros, permitindo a descoberta do local. Transcrevo trecho: O combate com o grupo militar da guerrilha foi um dos mais importantes, tendo desmoralizado o movimento do PC do B: eles perderam em um único combate, 4 elementos dos mais qualificados (um deles, o quinto do grupo, entrincheirou-se atrás de uma árvore e conseguiu fugir em desabalada carreira após cessado o tiroteio, pois estava sem arma na mão e ninguém atirou nele), todos com cursos na Albânia, Argélia, China e Cuba, etc. O que fugiu, soubemos depois, era o João Araguaia, desapareceu na mata. Os bandidos ficaram desmoralizados e, na realidade, foi o começo do fim, até a morte do Osvaldão. Por este motivo, fazem pouco alarde do ocorrido, dizendo que foram emboscados, que eles estavam famintos, etc., embora saibam realmente o que aconteceu, uma vez que o que conseguiu escapar deve ter relatado o fato. Uma emboscada fica demonstrado impossível no caso, pois numa perseguição na mata não se sabe onde eles vão passar. Tudo se originou no assalto a um quartel da PM, destacamento de São Domingos, ao alvorecer de um determinado dia, pegando a guarnição de surpresa. Antes, na madrugada, tinham destruído uma ponte da Transamazônica, de madeira, para impedir o acesso à área. Incendiaram todas as instalações, quartel, refeitório, almoxarifado, corpo da guarda, casa da estação de rádio, paiol, etc., levando todo o armamento (fuzís, revólveres), toda a munição e todo o fardamento, todo o dinheiro e material individual, agredindo com coronhadas, torturando e humilhando os militares, inclusive deixando todos de cueca. Uma ação audaciosa e reveladora da grande confiança que possuíam até então. Deixaram um recado com o Tenente comandante do destacamento: Que ninguém ouse nos seguir, pois agora estamos bem armados e o pau vai quebrar.... E quebrou mesmo, mas para o lado deles, principalmente. Foi iniciada a perseguição com o efetivo de um GC, a meu comando, ainda com o Quartel fumegando, dez horas após terem fugido. Os bandidos, com a carga que levavam, deixavam batida nítida na mata e a velocidade de marcha era relativamente pequena devido ao peso da carga resultante do saque. No terceiro dia de perseguição, a despeito das fortes e constantes chuvas, houve o confronto, cerca das 1500 hrs, num local às margens do rio Fortaleza. Eles deram três toriamente de ser dada a voz de prisão tiros às 0600 da manhã, caçando porcos para certificar-se de quem se tratava, inmonteiros. Cercados os bandidos, foi dada variavelmente. a voz de prisão, obtendo como resposta um Terceira mentira: na área agiam tiro dado por um deles que estava de vigia vários grupos de combate, principalmente mais à frente e que não tinha sido visto. O em reconhecimento e busca de informes, o revide foi inevitável, imediato. que tornava imperiosa a identificação para Do nosso lado, um soldado com não haver acidente entre tropas amigas. Jaferimento na perna, julgado a princípio que mais poderia haver precipitação no encontinha atingido a femural e outro soldado com tro na mata. E nunca houve, que eu saiba. distúrbios psicológicos (vomitando seguiSe a intenção fosse realmente acadamente e aparvalhado). bar com eles, de qualquer maneira, o João Conforme combinado via rádio, os Araguaia não teria sido poupado; estava mortos e feridos e todo o material foram sem arma na mão e ninguém atirou nele. transportados para o O mais gritante de No www.reservaer.com.br sítio da Oneide e entudo, que anula a versão tregues ao PIC para a (Livraria Virtual, nº 5 A Farsa de já chegar atirando, é devida identificação do Araguaia), poderá ser lida a que seria muito mais fácil e etc., uma vez que o história completa do combate em levar prisioneiros marlocal do combate não chando algemados pela que foi neutralizado o grupo era identificado nas mata do que transportar militar comandado por André cartas. Foram 6 hocadáveres em lombo de ras de marcha extremuares. Inclusive, vivos, Grabois, o Zequinha mamente difícil, continuariam carregando numa estreita trilha em plena mata, com os as próprias cargas que roubaram. Dificilcadáveres, feridos e carga sendo transportamente o local dos combates, em mata fedos em muares que estavam abandonados chada, permitia o pouso de helicóptero. pelos moradores, e que foram providenciaAs informações que poderiam fornecer dos pelos guias (Luiz Garimpeiro e Antonio também eram de suma importância e foram Pavão). A munição, de fuzil e .45, foi jogada perdidas, uma vez que o sobrevivente, fora, pois era muito pesada. muito ferido, não estava em condições de Numa reportagem na imprensa, um falar na manhã seguinte. Ele apenas deu o mateiro declarou que a tropa do Exército já nome de cada um componente e da importânchegava atirando. cia do grupo. Sofreu muito durante a noite e no caminho tendo chegado muito mal no sítio da Oneide, onde foi medicado e identificado. Tanto no caso da descoberta do local da guerrilha, como em todos os demais, era dada a voz de prisão. Os três elementos avistados (dois homens sem camisa e uma velha) no final da trilha de Pará da Lama, e que escaparam fugindo para a mata, podiam ter sido alvejados facilmente, tal a proximidade a que chegamos, uns 80 metros. O mesmo poderia ter sido feito com o Geraldo (José Genoíno), que inclusive tentou fugir. Além de tudo, havia necessidade de obter informações. O Pedro Albuquerque está vivo, em Recife, só temendo o justiçamento por parte dos antigos camaradas de aventura. O caso da Sônia demonstra de maneira insofismável este procedimento das José Genoíno (Geraldo), patrulhas. Ela poderia ter sido alvejada preso em abril de 1972, no Araguaia mortalmente ao puxar a arma, mas foi Primeira mentira: os mateiros iam preferido deixá-la ferida, após 6 sucessificando para a retaguarda na iminência do vas advertências. confronto. Ficavam quietinhos lá atrás Aí está o que ocorreu. Quanto aos até o cessar fogo. Assim, não podiam ver outros ítens citados pelo Garavelo, não há os primeiros instantes após dada a voz de esperanças. Há muito que os militares prisão. E sempre aprovei este procedinão têm comandantes e não serão estes mento, claro. atuais agraciadores de Genoínos e Segunda mentira: como os bandi- Dirceus que irão fazer alguma coisa. Ou dos estavam fardados, tendo o Zé Carlos achamos uma solução urgente ou sereo gorro de 2º Ten da PM do Pará na cabeça mos aniquilados. (Publicado no Inconfidência, nº 78, de 23 de fevereiro de 2005) (caki com estrela vermelha), teria obriga- Nº 108 - Abril/2007 18 18 ARQUIVOS DA "DITADURA" FOLHA CORRIDA DO TERRORISTA BRUNO MARANHÃO, AMIGO DO LULA BRUNO COSTA DE ALBUQUERQUE MARANHÃO T Foto: Agência Estado ambém conhecido pelos codinomes: CARLOS, FABIANO, FRED, HENRIQUE, MARCIO, PAULO, ROQUE, TIÃO, VALMIR, CECI, MARINHO, ROBSON, nasceu em 1939, filho de usineiros de Pernambuco. Formou-se como engenheiro mecânico eletricista e casou-se com Suzana Helena de Britto Maranhão. Iniciou sua militância na antiga Ação Popular (AP). Desejando tomar posições mais radicais, participou, em 01 outubro de 1967, em Niterói, da 1ª Reunião Nacional da Corrente Revolucionária. Em 11/12 de abril de 1968, compareceu à I Conferência Nacional No dia 17 de novembro de 2005, Bruno Maranhão e outros líderes do Movimento de Libertação dos Sem Terra foram da Corrente Revolucionária, reali- recebidos por Lula em audiência no Palácio do Planalto. zada num sítio próximo a Niterói/RJ, Maranhão é da Executiva do PT. Foi preso há pouco, depois quando foi fundado o Partido Comu- de liderar a invasão do prédio da Câmara dos Deputados. nista Revolucionário Brasileiro (PCBR), organização de linha militarista. Nessa vem integrando seu Diretório Nacional. ocasião, BRUNO MARANHÃO foi eleito memDe 1983 a 1985, foi presidente do PT bro efetivo do Comitê Central (CC) e membro da em Pernambuco. Em novembro de 1982, foi Comissão Executiva (CEx), junto com Jacob derrotado nas eleições para senador, pelo PT/ Gorender e Armando Teixeira Fructuoso. PE. Depois de uma breve passagem pela Em novembro de 1985, foi derrotado nas Guanabara, foi dirigir o PCBR em Pernambuco, eleições para prefeito de Recife, ainda pelo PT. dirigindo diversas ações armadas. Em 17/18 de março de 1990, partiEm 25 de maio de 1970, participou do cipou de uma reunião com os remanescentes assalto ao Banco da Bahia, em Salvador, abandodo CC/PCBR. nando sacos de dinheiro na calçada quando perseEm 1997, em Luiziânia/GO, participou guido pela polícia. da fundação do Movimento pela Libertação De 23 de janeiro ao início de fevereiro dos Sem Terra (MLST). de 1971, participou como convidado - represenEm julho de 2004, BRUNO e outras tando o PCBR - do II Congresso da Vanguarda lideranças do MLST foram recebidos pelo Armada Revolucionária Palmares (VAR-P), reaPresidente da República, que anunciou a libelizado na praia de Piedade, em Recife. Antes do ração de R$ 9 milhões para o movimento. final do conclave clandestino, numa hora de almoNos primeiros anos da fundação do ço, com medo de que chegasse a polícia, pulou o PT, quando ia à Recife, Lula se hospedava muro da casa e saiu correndo. na casa de Bruno Maranhão. Na década de 70, fugiu para o exterior Maranhão também já se hospedou na sem nunca ter sido preso - e foi residir no Chile e Granja do Torto, residência oficial da Presiem Paris, com sua esposa Suzana. dência da República, como convidado de Lula. Com a anistia, retornou ao Brasil em 29 Até o dia 07/06/06, tinha assento na de agosto de 1979. executiva nacional do PT. Ocupava o cargo de Ajudou a fundar o PT e, desde o início, secretário de Movimentos Populares ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Gustavo Miranda Bruno Maranhão (à esquerda) na área reservada a conviddos da Presidência na posse CONVIDADO VIP Bruno Maranhão, depois de comandar violenta invasão do Congresso, foi convidado VIP para a posse de Lula. O MLST, MST, MAB, Sem-Teto, Via Campesina e outros movimentos ilegais, "sociais" (comunistas), contam com a conivência, ou melhor, com o apoio financeiro do governo federal, bem caracterizado pelas atitudes do presidente Lula e de outros políticos petistas. É uma vergonha! Suplicy beijando Stédile. Dá NOJO. VANDALISMO DOS SEM-TERRA DESTRÓI CÂMARA Depois de duas horas de depredação e invasão, 497 manifestantes do MLST são presos e 41 pessoas ficam feridas. D epois de duas horas de depredação e invasão, 497 manifestantes do MLST são presos e 41 pessoas ficam feridas. BRASÍLIA - Em meio a um processo de desmoralização pública e desgaste social, a Câmara dos Deputados foi invadida e depredada na tarde de 06 de junho por cerca de 700 integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST). Pelo menos 40 pessoas ficaram feridas, a maioria funcionários da segurança da Câmara. Já fora do Congresso, 497 pessoas foram presas, depois de duas horas de negociação. Com pedaços de pau, pedras e até paralelepípedos, os manifestantes tomaram conta do Salão Verde - em frente ao plenário da Casa - depois de destruírem portas de vidro, equipamentos de segurança, sistemas de filmagem, computadores, posto informatizados de atendimento ao público, luminárias e até uma exposição de ecologia. Um automóvel Fiat Uno parado na portaria do anexo 2 foi virado num dos atos de barbárie que gerou um princípio de pânico entre funcionários e visitantes da Câmara. Depois do tumulto que durou cerca de duas horas, a Polícia da Câmara prendeu 497 manifestantes, entre eles um dos líderes do movimento, Bruno Maranhão, integrante da Executiva Nacional do PT e da corrente Brasil Socialista - ala tida como a mais radical ao partido. (O Tempo - 07/06) NR: Este é mais um dos motivos para que os terroristas/subversivos/corruptos não queiram abrir os arquivos da ditadura, pois se isso acontecer, aparecerão todos os seus crimes, como estes de Bruno Maranhão, diretor da Secretaria de Movimentos Populares do PT. Continua filiado ao PT e não acreditamos em uma punição, brevemente deverá ser solto mediante expedição de um hábeas- corpuspolítico. E o Lulla, como sempre , sem saber de nada.... (Publicado no Inconfidência, nº 96 de 10 de julho de 2006 BRUNO MARANHÃO é Bruno Costa de Albuquerque Maranhão, um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), em 1967. O PCBR atua dentro do Partido dos Trabalhadores através do nome fantasia de Tendência Brasil Socialista e edita trimestralmente a revista Brasil Revolucionário que se intitula uma publicação do Instituto de Estudos Políticos Mario Alves, que funciona na praça Franklin Roosevelt 695, São Paulo, SP. Bruno Costa de Albuquerque Maranhão é membro da Comissão Executiva Nacional do novo PT, eleita em outubro de 2005, ocupando o cargo de dirigente da Secretaria de Movimentos Populares. Ele não é um camponês ou um agricultor. É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Pernambuco. É filho de um usineiro e mandou seus filhos estudarem nos EUA, na época em que eram adolescentes. Durante a luta armada não correu riscos, pois passou a viver em Paris, juntamente com sua esposa, Suzana Helena de Brito Maranhão. Em agosto de 1997, Bruno Maranhão, que não é um sem-terra, fundou um movimento de agitação no campo, ao qual deu o nome de Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST). O MLST foi denominado por ele de projeto político e social e adotou o lema ocupar, resistir e viver feliz. O documento de fundação do MLST recebeu um nome significativo: MLST Rompendo Cercas, Construindo a Liberdade. O MLST pode, assim, ser considerado uma extensão ou braço armado do PCBR na área rural. E como funciona e sobrevive o MLST? Com o dinheiro dos impostos pagos pelo povo brasileiro que é gentilmente repassado a uma entidade intitulada Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária (Anara), mantenedora do MLST. Após a invasão e depredação das dependências da Câmara dos Deputados, a Anara foi apressadamente lançada pelo governo no cadastro de inadimplentes da União (Cadin) e está impedida de receber novos recursos federais enquanto não comprovar onde gastou os R$ 2,24 milhões do último convênio com o Governo Federal. (Publicado no Inconfidência, nº 100 de 15 de outubro de 2006) Nº 108 - Abril/2007 T 19 19 PERGUNTAS QUE NÃO QUEREM CALAR enho me perguntado sobre quais seriam as reais razões da insistência das esquerdas em continuar buscando desmoralizar as Forças Armadas, em particular, por meio de mentiras as mais diversas possíveis tais como: lutávamos contra a ditadura! Como? Se muito antes da Contra-Revolução de 31 de março de 1964, ou seja, a partir de 1961 militantes adeptos da Luta Armada já realizavam curso de guerrilha no exterior, principalmente em Cuba e China? Muito também tem sido publicado de maneira tendenciosa pela mídia infiltrada a respeito da tortura ideológica sobre presos que depois de torturados teriam sido posteriormente assassinados. Essas reportagens repetem apenas o que é dito pelos próprios subversivos e terroristas muitos deles assassinos, assaltantes de bancos e justiceiros dos próprios companheiros de organização subversiva. Eles seguem as normas dos criminosos comuns: nunca confessam. Sempre alegam que confessaram seus crimes sob tortura, sob coação. E este é um direito que lhes cabe. O que não é admissível é que jornalistas que deveriam buscar a verdade, ao entrevistarem o outro lado publiquem de maneira tendenciosa, o que lhe disse o entrevistado. Se quisessem a verdade investigariam mais profundamente a matéria e publicariam, com isenção as versões encontradas, dando ao leitor a oportunidade de fazer seu próprio juízo. E sempre que nos aproximamos do 31 de março, dia da Contra-Revolução; do dia do Exército Brasileiro, ou seja, 19 de abril; além de 25 de agosto, dia do Soldado e 27 de novembro, quando os comunistas brasileiros durante a Intentona Comunista de 1935, assassinaram seus colegas, alguns dormindo, notícias espalhafatosas e requentadas buscando denegrir as Forças Armadas são publicadas. Este ano inovaram. Além da invasão do MST em terras do Exército, como não poderia deixar se ser, os jornais O Estado de Minas e o Correio Braziliense publicaram, com grande estardalhaço, até agora, nos dias 15, 16, 17, 18 , 19, e 22 de abril, reportagens do Jornalista Lucas Figueiredo cuja chamada na primeira página foi LIVRO SECRETO DO EXÉRCITO MOSTRA ENGRENAGEM DA REPRESSÃO. As reportagens tratam do projeto de pesquisa realizado pelo EB há 19 anos atrás denominado inicialmente de ORVIL livro ao contrário. Nas matérias publicadas a pesquisa que ficou ao final com o nome de As Tentativas de Toma- Coronel Aluisio Madruga de Moura e Souza da do Poder é rebatizada com o nome de O Livro Negro do Terrorismo no Brasil. Pelo que li nos jornais Lucas Figueiredo realmente tem em mãos cópia da pesquisa original. Como a conseguiu? E, o que é mais importante, será que fará bom uso dela? Artur da Távola costumava dizer que todo jornalista que se preza tem na gaveta três listas: uma de pessoas e organizações sobre as quais sempre fala mal. Outra, sobre as quais ele sempre fala bem e uma terceira, sobre as quais jamais fala. Até agora, para mim, em relação aos assuntos militares e de inteligência, estamos na primeira lista do jornalista Lucas Figueiredo. Espero estar enganado. Vamos aguardar. Se ele fizer bom uso do Projeto Orvil, publicando os asuntos sem sensacionalismo, sem escolher frases que estão inseridas no contexto, esclarecerá a população muitos fatos desconhecidos que levarão o brasileiro a conhecer a história recente do nosso País. E isso seria de grande valia para nossa Pátria pois não correríamos o risco de repetir um período triste de nossa história. Mas as perguntas que não querem calar continuam. Quais as reais razões do total estado de abandono imposto pelo Governo Lula as Forças Armadas brasileiras, com graves ameaças à sua eficácia operacional? Quais as razões das freqüentes tentativas por parte de militantes e políticos do PT e do próprio Presidente da República como recentemente no caso dos controladores de vôo, em denegrirem a imagem das Forças Armadas e destruírem o que elas tem de mais caro que é a disciplina militar? Quais as razões do total descalabro em que se encontram a segurança pública, a saúde e a educação? Como fica a corrupção desenfreada e desavergonhada em todos os escalões dos poderes constituídos, como se tudo natural fosse? E o que dizer do total beneplácito dos órgãos governamentais em relação as ações do MST, do MLST e outros grupos que recebem verbas do governo para realizarem invasões de propriedades particulares e até de instalações de órgãos governamentais, mesmo sem possuírem CNPJ já que não são organizações legalizadas? Como é feita esta maracutaia? O certo é que como friso em meu livro DESFAZENDO MITOS DA LUTA ARMADA, os tempos mudaram. Estamos em um novo século. E os comunistas e os ávidos de vantagens em todos os sentidos e a qualquer custo multiplicaram-se e viraram estrelas. E assim o PT chegou ao governo depois de uma campanha milionária e mal explicada. É o comunismo disfarçado, o terrorismo institucionalizado, marcado por saques dissimulados. Surgem várias perguntas, mas não as respostas. Por que Celso Daniel foi seqüestrado, assassinado ou justiçado ? Foi em razão de não mais querer participar de esquemas de obtenção de dinheiro público para o PT e ter se rebelado? Foi porque sabia demais? Por que atrapalharia a escalada dos heróis, das vítimas da ditadura? Por que ocuparia o lugar que José Dirceu acabou por ocupar? São tantas perguntas que não querem calar. Por que o prefeito de Campinas, o Toninho do PT foi assassinado? Lula, que não foi guerrilheiro, nem terrorista, apenas um sindicalista que paralizava o país com suas greves e um dos fundadores do PT, foi levado pelo voto à Presidência da República, com os companheiros do partido, José Dirceu militante da guerrilha urbana , José Genoíno da guerrilha rural e vários outros guerrilheiros, subversivos e até exterroristas chegaram ao topo do governo. O povo deu-lhes a chance de governar o País. Deu no que deu. E continua dando. Não fosse o deputado Roberto Jefferson, também com o dedo sujo que apontou as falcatruas de alguns, estaríamos sem nada saber a respeito de propinas, mensalões, dinheiro de bingos e outros. De escândalo em escândalo foram caindo de um em um os envolvidos nas falcatruas do governo. Respingou sujeira para todos os lados. Caiu José Dirceu e para o seu lugar o Presidente colocou como Ministra da Casa Civil , a senhora Dilma Rousseff. O Presidente Lula, que diz que gover- na, é um homem atrapalhado, que profere discursos lamentáveis, óbvios, fala dos pais analfabetos, mas não dos problemas nacionais que precisam urgentemente de soluções. Anuncia programas mirabolantes que não saem do papel; pisoteia a escola e quem faz esforços homéricos para estudar, quando se vangloria de ter chegado à Presidência sem ter curso superior, formação que, ao que parece ao estufar o peito, no seu entender desnecessária e inútil. Essas atitudes são ameaças concretas, disfarçadas sob os mais variados matizes e acobertadas por uma pretensa oposição política que se vende ao Presidente por qualquer ministério que este lhe oferece, passando então a fazer parte da base governamental. E foi por insistentemente repetir isto é uma vergonha que o Boris Casoi perdeu o emprego. E talvez seja por esta razão que algumas redes de televisão, algumas revistas e muitos jornalistas, de maneira distorcida, escrevem o que o governo deseja que o povo tome conhecimento. Estão destruindo os valores cívicos, éticos e morais da Nação Brasileira, com destaque para a destruição das Forças Armadas. Enquanto o atual Governo e o PT tudo fazem para transformar as Forças Armadas em guarda nacional; cria a Força Nacional de Segurança, futura KGB dos que imaginam criar a nova República Popular Sindical; e novo Exército Popular que terá origem nos quadros do MST. Os desvios de rumos são muitos. Por conveniência, muitos fingem que não estão vendo nem ouvindo. Estão esquecidos que a desordem institucional, aliada à omissão dos homens e mulheres de bem, é a passarela que conduz os tiranos ao poder. Pensem nisso e vamos provocar as pessoas que amam o Brasil e a liberdade a saírem da apatia e passarem a exercer sua cidadania. O Brasil merece. O livro DOCUMENTÁRIO DESFAZENDO MITOS DA LUTA ARMADA foi lançado inicialmente no dia 20 de setembro de 2006 no Carpe Diem do Píer/21 em Brasília e no dia 16 de novembro, no Clube Militar no Rio de Janeiro, com freqüência bastante expressiva em ambos os evntos. A simples leitura do prefácio bem mostra tratar-se de obra polêmica e ousada. Confira. Os livros DESFAZENDO MITOS DA LUTA ARMADA e GUERRILHA DO ARAGUAIA, poderão ser adquiridos ao preço de R$ 45,00 e 25,00 respectivamente, pelos e-mail: [email protected] ou [email protected] Nº 108 - Abril/2007 CARTAS À REDAÇÃO DO ESTADO DE MINAS GODOFREDO BULHÕES CONTAGEM/MG HISTÓRIA Leitor acredita que novos tempos virão A série de reportagens que o EM vem publicando sobre o Livro negro do Exército brasileiro traz uma verdade intransponível: quem está hoje no poder público federal? Seriam sequestradores, bandidos, assassinos, subversivos ou desordeiros? Eles fazem hoje caça aos nacionalistas, brasileiros de raiz, que nunca subverteram a ordem mas deram a esse pobre e abandonado país a condição de nação livre, emergente e futurista. Agora, infelizmente, graças ao partido do desgoverno, abismo abaixo. Mas novos tempos surgirão das cinzas. Temos fé em Deus.(EM 19/04) MILTON MARIANO Governador Valadares/MG ARAGUAIA Verdade histórica deve ter dois lados O resgate da memória no caso das reportagens Memórias da ditadura exige que sejam expostos os dois lados da questão. A cada dia fico mais convencido da acertada atuação do Exército brasileiro no combate aos subversivos durante a Operação Araguaia. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados quer saber onde se encontram os corpos dos agitadores, chamados de guerrilheiros, mortos naquela operação. O que queriam eles? Será que pretendiam implantar aqui um regime comunista nos moldes do de Cuba, inspirados no sanguinário ditador Fidel Castro? Querem convocar o general Leônidas Pires Gonçalves para depor sobre um suposto livro secreto do Exército. Será bom convocar também os petistas Dilma Rousseff, José Dirceu, José Genoíno e outros envolvidos na Guerrilha do Araguaia. Se querem desenterrar defuntos, que os desenterrem dos dois lados, não de um lado só. Guerrilheiros também assassinaram seguranças e militares. (Estado de Minas (22/04) JOUBERT FRANÇA Belo Horizonte/MG GUERRILHA Deveriam prevalecer os dois lados da moeda Oportuna e verdadeira a opinião do leitor Milton Mariano, de Governador Valadares (EM,22/04), sobre as insurgências dos subversivos, que se opuseram ao regime militar. Qual era o objetivo daquela chusma de aventureiros, que se autodenominava guerrilheiros? Virar heróis da pátria certamente, implantando aqui um retrógrado, superado e sanguinário regime comunista, que implodiu no seu berço, na ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Quem era o mentor desses pseudo-heróis?. Fidel Castro, financiado pelo ainda farto dinheiro vindo de Moscou, no auge da guerra fria entre URSS e Estados Unidos, para desestabilizar os governos latino-americanos, levando-os ao caos, permitindo assim o surgimento dos salvadores da pátria, para a tomada do poder e implantar a sua doutrina. O desenterro desses fatos deve se pautar na impacialidade. (EM 25/04) CEL CARLOS CLAUDIO MIGUEZ Belo Horizonte/MG O LIVRO NEGRO DO TERRORISMO NO BRASIL Faltou dizer que aqueles que queriam implantar um regime comunista/ socialista no Brasil, nos idos de 1970, além de cometerem assassinatos, atentados a bomba, terrorismo, tortura, seqüestro de aviões e de diplomatas, assaltos a banco, hoje , em importantes cargos neste governo petista, ainda receberam indenizações milionárias pelos crimes cometidos. Entre muitos, destaco: José Dirceu, José Genoíno, Franklin Martins, Dilma Rousseff, Luiz Carlos Prestes, Carlos Lamarca, Flávio Tavares,... E também, o jornalista investigativo deixou de mencionar que em 21 anos de governo autoritário (havia autoridade) morreram, de ambos os lados, umas 400 pessoas, menos do que em um fim de semana, na guerra do narcotráfico e acidentes de trânsito no Rio de Janeiro,São Paulo e Belo Horizonte.(Não publicada - 25/04) NR: Não apareceu nem uma carta a favor dos guerrilheiros comunistas. A "DITADURA" EM NÚMEROS Prisioneiros políticos atestaram ter 1918 sido torturados entre 1964 e 1979 Brasileiros morreram durante o regime 257 militar, incluindo os que faleceram no exílio em conseqüência da repressão (Sic) Fonte: Tortura nunca mais / seção BH Publicado no Estado de Minas em 09/04/2001 3668 Brasileiros assassinados em março/2003 Publicado no Estado de Minas em 06/04/2003 RESUMO DOS NOSSOS MORTOS l 43 Civis l 34 Policiais Militares 12 Guardas de Segurança l 10 Policiais Civisl 08 Militares do Exército l 03 Agentes da Polícia Federal l 03 Moradores do Araguaia l 02 Militares da Marinha l 02 Militares da Aeronáutica l 01 Major do Exército Alemão l 01 Capitão do Exército dos Estados Unidosl 01 Marinheiro da Marinha Real Inglesa l Comentário Durante os 21 anos do profícuo regime militar (1964/1985) morreram 257 (duzentos e cinqüenta e sete) pessoas, número reconhecido pelo Grupo Tortura Nunca Mais, incluídos aí os justiçados, os falecidos em acidentes de trânsito, os desaparecidos e os suicidas. Menos do que em um fim de semana na guerra do narcotráfico no Rio de Janeiro, na periferia de São Paulo, nas rodovias brasileiras e nos presídios de segurança máxima. É preciso ficar bem claro que os traidores terroristas que lutaram contra a ditadura não o fizeram em defesa da democracia mas sim para implantar no País, um regime marxista como o de Cuba. Imaginem se indenizações tivessem de ser pagas aos 17 mil assassinados no paredón por Fidel Castro e aos 100 mil presos políticos nas masmorras cubanas... Com essas indenizações milionárias aos terroristas traidores, comunistas e petistas, a dívida interna vai estourar... 20 20 O SALDO DA DERROTA COMUNISTA H á marxistas decentes que não falseiam o que pretendiam fazer se vencedores fossem. Já haviam sido vencidos em 1935, quando Prestes, acatando orientação do Komintern, de Moscou, liderou a revolta comunista no Nordeste e no Rio de Janeiro. Só no Recife o ataque produziu mais de 700 mortos, segundo o historiador Glauco Carneiro, em História das Revoluções Brasileiras. No Rio, foram 33 vítimas militares, algumas covardemente assassinadas. Em 1964, Prestes era aliado a Jango. No livro que ditou ao jornalista Dênis de Moraes, Prestes diz que teve vários contatos com Jango e os reportava ao Comitê Central, que o deputado federal Marco Antônio Tavares Coelho fora por ele destacado para as articulações junto a Jango, que aconselhou a demissão dos generais Justino Alves Bastos, do IV Exército, e Amauri Kruel, do II Exército, e que Jango chegava a compreender o papel que a União Soviética desempenhava. Clara a aliança para a fase da etapa intermediária do Partido Comunista para a conquista do poder. Entre 67 e 74, os contrários ao etapismo desobedeceram Prestes e desencadearam a luta armada, que misturou guerrilha clássica com terrorismo. Que pretendiam? Entre os marxistas sinceros a que me referi, destaco dois guerrilheiros: o então universitário Daniel Aarão Reis e o escritor Jacob Gorender. Em livro e entrevistas, Daniel desmoraliza os que dizem ter lutado pela restauração da democracia: Nós lutávamos pela ditadura do proletariado, fiéis a Marx. Jacob Gorender, contrário ao etapismo, preferiu a luta armada. No seu livro Combate nas Trevas, capítulo 8º, lê-se: A pré-revolução e o golpe preventivo. A revolução comunista estava em curso, pois. Greves políticas, aliança de Jango com Prestes, os motins dos sargentos, em Brasília, e dos marinheiros e fuzileiros navais, no Rio de Janeiro, e a reunião de Jango com os sargentos no Automóvel Clube do Brasil uma provocação, uma inversão de toda a hierarquia que facilitou o golpe, assim o definiu Prestes. Golpe preventivo, disse Gorender, ou uma contra-revolução. Todas essas verdades, citadas as fontes dos próprios comunistas, são mentirosamente negadas. Vencidos, foi-lhes dada anistia, mais ampla que o substitutivo do Mo- * Por Jarbas vimento Democrático BraPassarinho sileiro (MDB) que, estranhamente, não contemplava Brizola e Arraes, e abrangia os crimes conexos. Claro reconhecimento de que, paralelamente às ações militares, havia os crimes típicos da luta suja, onde a tortura, se houve, mas não institucional, igualou-se ao terrorismo, esse sim, defendido por escrito por Marighella. A anistia, pois, diferenciou-se da concedida no Chile e na Argentina, que usaram a tese da obediência devida para justificálos, não aceita no Tribunal de Nürenberg. Nos governos posteriores ao de José Sarney, cresceu progressivamente a acrimônia contra os militares. Vitoriosos, pagaram com suas vidas o preço cruento da contra-insurreição: a execração, e até são processados, enquanto, ao revés, os insurretos de ontem são feitos heróis, recebem indenizações vultosas, a título de ressarcimento dos prejuízos alegados e reconhecidos por uma comissão de que fazem parte ex-guerrilheiros e comunistas irredutíveis. Muitos terroristas, que mataram no aeroporto de Recife e estraçalharam o corpo da sentinela do quartel de São Paulo, vivos recebem homenagens e até compõem, em parte, os governos. Aos vencidos dão-se recompensas pecuniárias milionárias, como se o governo fosse resultado da vitória deles e os que os combateram são odiados, porque não basta reescrever desonestamente a história. Reclamam que ainda não conseguimos confrontar devidamente o nosso passado recente. Millor, que nunca nos foi simpático, definiu-os bem: Da luta fizeram um belo investimento. Há cientistas políticos de natureza vária, mas os que são facciosos e baseados em fatos não provados, desmerecem a ciência. Como dizia Bobbio, não são cientistas, mas meros formuladores de opinião. * Coronel - Foi ministro de Estado, governador e senador pelo Pará. EDIÇÃO ESPECIAL A Verdade, nada mais que a Verdade este é o escopo desta Edição Especial. Baseada em documentos e fatos históricos devidamente comprovados além de contar com os depoimentos de militares que participaram das guerrilhas rural e urbana, ele tem por objetivo se contrapor de forma irrefutável, a tudo quanto foi dito, irresponsavelmente, até agora, sobre a Contra-Revolução de 1964. Como bem salientou o ex-guerrilheiro Alfredo Hélio Sirkis, em seu livro Os Carbonários, realmente vencemos a guerra, mas perdemos a batalha da comunicação. Apesar de vencidos, os derrotados de 64 conseguiram criar uma outra versão da História, por meio de inumeráveis obras literárias, memorialístas, seja através da mídia, da cátedra, seja por intermédio de áudio- visuais exibidos intensamente na TV e multiplicados em CD-ROM. Ultimamente começa a se esboçar uma reação principalmente pela internet, pelos grupos Inconfidência, Ternuma, Guararapes e outros, e em solenidades cívico-militares particularmente por ocasião da comemoração das datas de 31 de março e 27 de novembro. Ainda há muitas frentes que merecem ser exploradas pelo jornalismo investigativo sério e descomprometido e que necessitam ser dadas a conhecer à nação brasileira. É preciso abrir os arquivos da ditadura. Nós não temos medo! Dentro dessa premissa, porque não investigar, com empenho, por exemplo, a Guerrilha de Caparaó (MG), e o papel desempenhado pelas Polícias Militares dos Estados de Minas e Espírito Santo naquele episódio? Porque não pesquisar, a fundo, a atuação do ex-sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi convocado pelo Coronel Golbery do Couto e Silva para prestar serviços ao Palácio do Planalto? A Redação