arquivos da "ditadura"

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arquivos da "ditadura"
ção
Edi c i a l
e
Esp
E-mail: [email protected]
l
-
Portal: http://www.grupoinconfidencia.com.br
BELO HORIZONTE, 30 DE ABRIL DE 2007 - ANO XII - Nº 108
l
ARQUIVOS DA "DITADURA"
O LIVRO NEGRO DO TERRORISMO NO BRASIL
ABRINDO OS ARQUIVOS
DA “DITADURA”
B e l o H o r i z o n t e - D o m i n g o , 15 d e a b r i l d e 2 0 0 7
Livro sigiloso das Forças Armadas prova que militares
esconderam informações sobre desaparecidos políticos
F
ARQUIVOS JÁ!!!
oi a melhor notícia que poderia ter acontecido: jogar na mídia os arquivos da
“ditadura”.
Sempre fomos favoráveis à abertura do
chamado “O livro negro do terrorismo no
Brasil”. Que é escondido pelos ex-guerrilheiros e subversivos há quase 20 anos. Fazem
alarde, reclamam e exigem a abertura dos arquivos da “ditadura”, mas só da boca para fora,
enganando como sempre a opinião pública,
deturpando e escondendo o que verdadeiramente aconteceu. Por que não abrem e divulgam os arquivos? Porque aqueles que cometeram crimes hediondos, em nome da “democracia”, mas queriam implantar um regime
marxista-leninista-cubano, ocupam hoje, os
mais altos cargos nos poderes constituídos,
na administração nacional, na mídia e na cátedra, além de terem sido “indenizados”, por eles
mesmos, com quantias milionárias.
Fazemos nossas, as palavras do jornalista José Adalberto Ribeiro, que bem expressam o sentimento daqueles que deixaram
como legado um Brasil livre e democrático,
em seu oportuno e magistral “Se a verdade
é revolucionária”...
L EIA NA PÁG 3
Beto Novaes
O LIVRO NEGRO DO
TERRORISMO NO BRASIL
Em 2 Volumes com 966 páginas, o
documento cita cerca de 1,7 mil pessoas
ligadas a organizações de esquerda,
muitas delas ainda em atividade
S
e os verdadeiros objetivos da aber
tura dos “arquivos da ditadura”
fossem mesmo o consolo das famílias dos “mortos e desaparecidos” e o
resgate da verdade para virar, de uma vez
por todas, esta “página negra da nossa
história”, como argumentam raivosas as
esquerdas de todas as tendências, as revelações seriam frustrantes; pior ainda,
seriam um “tiro no pé”. O que vão encontrar são os crimes que cada um dos “heróis” terroristas, muito deles hoje em altos
cargos do governo e da administração
pública praticou, incluindo detalhes cruéis e nomes das suas vítimas. As esquerdas sabem disto, o ministro da justiça
sabe disto, as famílias sabem disto, todos
sabem disto. Tanto que criaram uma comissão para apreciar o conteúdo dos
arquivos e fazer a censura para preservar o sigilo do que poderá ofender a
memória dos “epigrafados” e a sensibilidade dos seus familiares. Manipulação porque já sabem tudo que os arquivos militares contêm. Já têm conhecimento do acervo dos extintos Serviço
Nacional de Informações (SNI), Delegacias da Ordem Pública e Social (DOPS)
dos Estados e das Divisões de Segurança e Informações (DSI) dos Ministérios, já aberto e fuçado por pesquisador e s e n g a j a d o s , a t r á s d e papéis
reveladores dos horrores da ditadura.
Até hoje, por razões óbvias, nada
foi divulgado como revelação histórica ou
como denúncia. Tudo porque lá encontraram contados os crimes de subversivos,
terroristas e corruptos, daqueles que hoje
se arrogam de revisores da história e de
heróis defensores da democracia.
Portanto, as razões tão arrogantemente alegadas para abertura dos arquivos militares são mentirosas. Além do
revanchismo, há uma causa revolucionária pragmática que está no contexto da
“neutralização
das trincheiras da
burguesia”: do* Sergio Augusto de
mesticar as Forças
Avellar Coutinho
Armadas, inibindo-as, intimidando-as e desmoralizando-as perante a sociedade nacional. É preciso anular qualquer
possibilidade de que venham a ser novamente baluarte da democracia. Que não
repitam 1964, impedindo um futuro assalto ao poder por alguma das tendências
revolucionárias existente e ativa no desfecho da “transição para o socialismo” em
curso em nosso País.
O processo de domestificação das
Forças Armadas não ficará certamente na
abertura inócua dos arquivos e na sua
transferência para os cuidados de uma
autoridade mais confiável, o ministro da
justiça. Novas “reformas democráticas”
poderão ainda vir: - reformulação do sistema de inteligência militar; reforma da
destinação constitucional das Forças
Armadas; revisão dos regulamentos disciplinares; revisão da Lei de Anistia; democratização das escolas militares de formação de quadros e do treinamento dos
recrutas.
Embora despercebido pelas aparências da prática democrática, um movimento revolucionário da esquerda está em
curso no Brasil. Só as pessoas de muito boafé não percebem isto. O momento que vivemos é ainda de “correlação de forças
políticas”.Por isto, só os políticos e as organizações e partidos liberais democráticos
poderão deter a marcha das esquerdas para
o socialismo monocrático e opressor. Os
brasileiros esclarecidos e responsáveis não
podem ignorar o que está efetivamente
acontecendo e devem iniciar a resistência
política e ideológica enquanto é tempo.
(Publicado no Inconfidência, nº 77/2004)
* General e Escritor
Nº 108 - Abril/2007
2
DESFAZENDO ALGUNS MITOS SOBRE 1964
Heitor De Paola
B
asta olhar quem hoje está no poder político da Nação para perceber que são os
derrotados militarmente em 1964, que
venceram uma das batalhas mais importantes: a
cultural. Refugiando-se nesta área negligenciada
pelos governos militares, e baseando-se na
desinformação e nas teses de Gramsci, passaram
a escrever grande parte da história, principalmente aquela de alcance público, acadêmico e nas
escolas de todos os níveis, novelas e minisséries
de TV. Tornaram-se “donos” dos significados das
palavras. Temos hoje muito mais mitologia
induzida do que história ocorrida. É trabalho para
décadas – se houver liberdade para tanto – desfazer todos os mitos dos chamados “anos de chumbo”. Darei minha modesta contribuição, falando
daquilo que vivenciei.
As opções políticas
na década de 60
Um dos mais caros mitos é o de que
militares maldosos, aliados à “burguesia” nacional “ameaçada em seus privilégios” – e subordinados às demandas maquiavélicas dos EEUU –
resolveram abortar pelas armas a política conduzida
por um governo legítimo e que atendia aos “anseios
populares”.
Em primeiro lugar nega-se o fato de que em
1959 a geopolítica da América Latina (AL) havia
virado do avesso pela tomada do poder em Cuba
por Castro, que logo assumiu sua condição de
comunista e se aliou à URSS. Seguiu-se um banho
de sangue de proporções inimagináveis – do qual
é proibido falar! – e a lenta e progressiva instalação
na ilha de numerosos instrutores soviéticos que
adestraram tropas cubanas e formaram e exportaram guerrilheiros e terroristas, e re-estruturaram
o sistema de Inteligência. Através desta “cabeça
de ponte” aumentou sobremaneira a influência da
URSS na AL. Os jornais noticiavam diariamente
as tentativas de derrubada do governo legitimamente eleito da Venezuela, país chave pela produção petrolífera. O próximo objetivo estratégico
era o Brasil, País imenso, já em fase inicial de
industrialização e cujas Forças Armadas representavam um poderoso obstáculo à penetração
comunista no Continente.
Outro fator só mais recentemente veio à
luz devido à defecção de Anatoliy Golitsyn,
oficial graduado da KGB. Em 1959, durante o
Revista da UNE - Movimento 10 (Abril / 1963)
Assuntos publicados: Solidariedade a Cuba,
Venezuela em Revolução, A Reforma Agrária
período de desestalinização da
URSS, Alieksandr Shelepin
apresentou um relatório ao
Comitê Central do PCUS mostrando a necessidade de que os
órgãos de segurança voltassem
a suas funções originais de
desinformação, exercidas pela
OGPU (1922-34). A partir de
então toda notícia do mundo
comunista era baseada em informações emanadas e/ou alteradas pelo Departamento D
(Desinformatziya) da KGB.
25 de agosto de 1961,
renúncia de Jânio Quadros marca um momento importante. O
Vice, João Goulart, encontrava-se na China e
declarou que iria comandar o processo de “reformas sociais” tão logo assumisse. Os Ministros
Militares e amplos setores civis se opuseram à
posse de Jango por suas notórias ligações com a
esquerda. Seu cunhado Brizola, Governador do
Rio Grande do Sul reagiu, o Comandante do
Terceiro Exército, Gen Machado Lopes, ficou do
lado dele e o Brasil esteve à beira da guerra civil.
A Força Aérea chegou a dar uns tiros no Palácio
Piratini. Brizola tomou todas as rádios de Porto
Alegre e obrigou as demais a entrarem em cadeia,
a Cadeia da Legalidade! E lá estava eu, “comandando” uma mesa em plena rua, a uns 4 graus, com
uma lista de assinaturas para quem quisesse
“pegar em armas pela legalidade”, atuando em
conjunto com membros do extinto PCB. Com a
emenda parlamentarista tudo se acalmou mas em
janeiro de 63, num plebiscito nada confiável o País
retorna ao Presidencialismo.
Fiz parte da Juventude Trabalhista e só
não entrei para os Grupos dos 11, do Brizola,
sobre os quais hoje quase se nada se ouve, porque
não tinha idade e, portanto, não era confiável. No
início dos anos 60 o hoje santificado Betinho,
junto com o Padre Vaz, elaborou o “Documento
Base da Ação Popular (AP)”, que previa a instalação de um governo socialista cristão no Brasil.
Mas o documento em que a AP se declarava
francamente a favor da instalação de uma ditadura
ao estilo maoísta foi mantido secreto até para os
militantes da base. Só vim a ter contato com ele
através de Duarte Pacheco (um dos membros do
Comando Nacional de AP) em agosto de 65,
quando eu já era mais “confiável”. O documento,
que era obviamente o produto de uma luta interna
na esquerda mundial, defendia a luta em três
etapas: reivindicatória (movimentos populares,
greves); política (início das guerrilhas no campo,
como na China e Vietnã) e ideológica (a formação
do Exército Popular de Libertação). Contrariava
a teoria do foco guerrilheiro, preferida por Guevara
e Debray.
O MASTER (nome do MST da época), do
Brizola, invadia terras no Rio Grande do Sul
(como a do Banhado do Colégio, em Camaquã) e
as Ligas Camponesas, de Francisco Julião, com
apoio explícito do Governador Arraes, no Nordeste. A CGT, (presidida por Dante Pelacani), a
UNE (José Serra) propunham abertamente um
golpe com fechamento do Congresso. Armas
tchecas começaram a surgir. O ano de 1963 foi uma
agitação só. O movimento estudantil, do qual
posso falar, estava dividido entre a Ação Popular
(AP) e o PCB. Quem não viveu aqueles tempos
dificilmente pode imaginar o nível de agitação que
havia por aqui. O reinício das
aulas em março de 64 praticamente não houve.
Num encontro em
Pelotas, onde eu estudava Medicina, com o último Ministro
da Educação do Jango,
Sambaqui, no início de março,
ele nos revelou que tudo começaria com o comício marcado
para o dia 13, em local proibido
para manifestações públicas (em
frente ao Ministério da Guerra)
já em desafio aberto e simbólico
à lei, seria continuado pelo levante dos sargentos do exército
e da marinha – formando verdadeiros soviets – e pelos Fuzileiros Navais em
peso, comandados pelo “Almirante do Povo”,
Aragão. Pregava-se a subversão da hierarquia e
disciplina militares. Seguir-se-ia pelo já programado discurso de Jango no Automóvel Clube do Brasil. A pressão
final sobre o Congresso seria em
abril e maio: se não aprovasse as
“reformas de base” seria fechado
com pleno apoio popular.
Na mesma época, participei de uma ação comandada por um
agitador da Petrobrás e da SUPRA
(Superintendência da Reforma
Agrária), em Rio Grande, pela
encampação da Refinaria de Petróleo Ipiranga o qual, num discurso
na Prefeitura, declarou que a RepúComício
blica Socialista do Brasil estava
próxima. As ocorrências de março só confirmaram a conspiração acima mencionada. No comício
do dia 13 Brizola pregou o fechamento do Congresso se não aprovasse as tais “Reformas de
Base” (na lei ou na marra) – ninguém me contou,
eu ouvi no rádio. Prestes dizia que os comunistas
já estavam no Governo, só faltava tomarem o
Poder.
Não havia, pois, opção democrática alguma. Restava decidir se teríamos o predomínio dos
comunistas ou uma re-edição do Estado Novo ou
de uma ditadura peronista, chefiados por Jango.
As passeatas civis estavam nas ruas exigindo fim
da baderna e em apoio ao Congresso. Sugerir que
se devia esperar que Jango desse o golpe para
depois tirá-lo, me parece uma idéia legalista infantil, pois então teria que ser muito mais cruento.
Foi, na verdade, um contragolpe cívico-militar
preventivo.
Participação dos
Estados Unidos
Outro mito é sobre a participação americana no “golpe” de 64. Chamada de “Operação
Thomas Mann” (nome do então Secretário de
Estado Adjunto para a AL) não passa de uma
mentira baseada em documentos forjados pelo
Departamento D já citado, através da espionagem Tcheca. Quem montou a operação foi o
espião Ladislav Bittman que, em 1985 revelou
tudo no seu livro The KGB and Soviet
Disinformation: An Insiders View, PergamonBrasseys, Washington, DC, 1985. Segundo
suas declarações “A Operação foi projetada
para criar no público latino-americano uma
prevenção contra a política linha dura ameri-
cana, incitar demonstrações mais intensas de
sentimentos antiamericanos e rotular a CIA
como notória perpetradora de intrigas
antidemocráticas”. Outra fonte é o livro de Phyllis
Parker Brazil and the Quiet Intervention: 1964,
Univ. of Texas Press, 1979, onde fica claro que os
EEUU acompanhavam a situação de perto, faziam seus lobbies e sua política com a costumeira
agressividade, e tinham um plano B para o caso de
o País entrar em guerra civil. Entretanto não há
provas de que os Estados Unidos instigaram,
planejaram, dirigiram ou participaram da execução do “golpe” de 64.
Embora as revelações tenham sido tornadas públicas em 79/85, a imprensa brasileira nada
publicou a respeito não permitindo que a opinião
pública tomasse conhecimento da mentira que
durante anos a enganou. Apenas a Revista Veja na
sua edição nº 1777, de 13/11/02, publica a matéria
”O Fator Jango” de autoria de João Gabriel de
Lima, onde este assunto é abordado.
da Central do Brasil a 13 março de 1964
A luta armada e o AI-5
Finalmente, o mito de que brasileiros patriotas e democratas se levantaram em armas
contra o “endurecimento da ditadura” através
do Ato Institucional No. 5, dezembro/1968.
Em julho de 1965, na primeira tentativa
de restabelecer a UNE, extinta pela Lei Suplicy,
foi realizado um Congresso no Centro
Politécnico em SP no qual fui eleito VicePresidente de Intercâmbio Internacional. Em
outubro fui preso em Fortaleza, o que impediu minha ida ao Congresso da UIE na
Mongólia, onde seria traçada uma estratégia de
recrudescimento da violência revolucionária na
AL. De 1966 – ano da Conferencia Tricontinental
de Havana e da Organización Latino Americana de
Solidariedad (OLAS) – a 1968 participei, no Sul,
das intensas discussões clandestinas sobre a luta
armada conduzidas por militantes da AP treinados em Pequim. Em janeiro de 68, 11 meses
antes da edição do AI-5, a luta foi implementada
por todas as organizações revolucionárias,
menos o PCB. A AP “rachou”, eu fiquei do
lado contrário à maluquice da luta armada e saí,
não sem sofrer posteriormente sérias ameaças
de meus “companheiros”. Logo depois, mudou o nome para Ação Popular MarxistaLeninista do Brasil, o que já estava previsto no
citado documento secreto. Como vários autores mais credenciados já têm se manifestado
sobre isto, não vejo necessidade de mais para
deixar claro que o A-I 5 não passou de uma
reação ao incremento das atividades revolucionárias.
Rio de Janeiro, 20/4/2004
* Escritor, psicólogo e comentarista político
Nº 108 - Abril/2007
LIVRO SECRETO DO EXÉRCITO
É REVELADO
Reportagem do Correio/Estado de Minas obtém cópia da obra sigilosa que a Força produziu
há 19 anos para contar sua versão da luta armada: 1,7 mil pessoas são citadas
Lucas Figueiredo - Do Estado de Minas
“O mistério que dura duas
décadas chega ao fim. Há 19 anos,
uma dúzia de oficiais da reserva
esconde uma espécie de “santo
graal” da linha-dura das Forças
Armadas: um livro produzido
pelo serviço secreto do Exército, que conta o que seria “a
verdade” sobre a luta armada
promovida por organizações de
esquerda, entre 1967 e 1974. A
obra nunca foi publicada e até
mesmo seu título foi mantido em
sigilo. Alguns poucos exemplares artesanais passaram de
mão em mão, num círculo
fechado. Apenas 40 páginas da obra (menos de 4%
do total) circulam livremente pela Internet, postadas
no site do grupo Terrorismo
Nunca Mais (Ternuma), que
reúne militares e civis de
extrema direita.
A repotrtagem do Correio/Estado de Minas obteve uma cópia do megadocumento, que tem 966 páginas divididas em dois tomos. A
obra tem uma enorme importância histórica. Ela comprova, por
exemplo, que o Exército possui
informações sobre mortos e desaparecidos políticos que oficialmente nega ter (leia reportagem
às páginas 3 e 4). Contém ainda
mentiras, manipulações, mas
também verdades incômodas,
tanto para as Forças Armadas
quanto para organizações de esquerda. (...) ”
LIVRO ERA UMA ARMA,
DIZ GENERAL
Leônidas Pires Gonçalves,
que mandou fazer o “livro negro” quando comandou o Exército, afirma que a obra foi
engavetada em 1988 para ser
usada, no futuro, em caso de
“necessidade” dos militares
“Eu disse ao (José) Sarney:
‘Eu fiz esse livro. É uma arma que
eu tenho na mão’.” Às vésperas
de completar 86 anos, saudável e
com a memória preservada, o
general da reserva Leônidas Pi-
res Gonçalves relembra, em entrevista ao Correio/Estado de Minas,
o dia em que, na condição de ministro do Exército, se reuniu com o
presidente da República para discutir o que fazer com a versão oficial dos militares para a luta armada
que o serviço secreto do Exército
acabara de concluir. “Falei para o
Sarney que não ia publicar o livro.
Para que criar um problema que não
existe?”, recorda Leônidas. “Esse
livro”, concluiu o general na conversa com o presidente, “fica como
General Leônidas Pires Gonçalves
um documento, que nós (militares)
podemos ter a necessidade (de divulgar) no futuro.” De acordo com
Leônidas, Sarney concordou e
ambos deram o caso por encerrado.
Quais seriam as “necessidades” a que se refere Leônidas? É o
próprio general quem explica: atos
de “revanchismo” contra as Forças Armadas por parte de “quem
perdeu a guerra”. “Naquele tempo
(em que o livro foi feito), não havia o que acontece agora, um
revanchismo sem propósito”, afirma ele. “No meu período como
ministro (1985-90), não houve nenhum problema dessa natureza,
essas ‘mães não-sei-do-quê’, (grupos do tipo) Tortura: nunca mais.”
Leônidas confirma que partiu dele a ordem para fazer o livro.
Diz, porém, que não ficou com nenhum exemplar. “O livro foi feito
pelo CIE (Centro de Informações
do Exército, serviço secreto da
Força) com base nos documentos
que o órgão dispunha”, afirma. O
general é categórico ao comentar a
suposta destruição de documentos do CIE, que, segundo vem argumentando o Exército nos últimos anos, impediria a divulgação
de informações referentes ao combate às guerrilhas urbana e rural
nas décadas de 1960 e 1970: “Foram queimados coisa nenhuma”.
Na opinião de Leônidas, o
Exército não tinha a obrigação de
mostrar o “livro negro” a ninguém, já que a obra não foi
publicada. “Isso é passado. Vamos olhar para frente”, sugeriu.
O general critica os guerrilheiros do Araguaia — “A
pergunta é: o que eles estavam fazendo lá? Fazendo
um enclave, que é uma coisa lesa-pátria. O resto é conversa fiada” —, critica antigos companheiros de desaparecidos políticos —
“Nós cuidamos dos nossos
mortos. Eles deviam ter
cuidado dos mortos deles”
— e critica também os familiares — “Por que não perguntam o que seus filhos estavam fazendo lá? Por que não perguntam se mereciam ou não mereciam, na luta, serem mortos?”
Ainda em relação ao
Araguaia, Leônidas chama de
“guerra” o enfrentamento que ocorreu entre as Forças Armadas e os
guerrilheiros do PCdoB. “O que
resulta de guerra? Morte. Essas
coisas são conseqüências muito
naturais. Eles (os grupos de esquerda que participaram da luta
armada) perderam a guerra e
agora querem ganhar no
tapetão”, afirma. De acordo com
ele, o número de ativistas políticos de esquerda mortos durante
o regime militar — cerca de 350 —
foi até pequeno se comparado ao
que aconteceu nas ditaduras do
Chile, 3 mil mortos, e Argentina,
30 mil mortos. “Nossa vitória, do
ponto de vista de (perda de) vidas humanas, foi muito sóbria.”
Por fim, conclui: “Na guerra só há
uma coisa bonita: a vitória. O
resto não é bonito”.
(Publicado no Estado de Minas - 15/04)
3
SE A VERDADE É
REVOLUCIONÁRIA...
* José Adalberto Ribeiro
Os arquivos secretos sobre a atuação do ministro
José Dirceu em Cuba e no Brasil, no tempo da
clandestinidade, renderiam reportagens no “Fantástico”.
D
eus é brasileiro... Brasil, o País
e genocida de Mao Tsé-tung na China
dos ufanismos, das mistificae o psicopata Enver Hoxha na Albânia.
ções e das hipocrisias! Nosso
Quem será o Kruchev brasileiro que irá
céu tem mais estrelas... nossos bosrevelar os arquivos dos stalinistas deques têm mais flores... nossos mitos
lirantes e fanáticos do “B”?
têm pés de barro... nossas leis têm mais
Os arquivos secretos do mibrechas para amparar os corruptos...
nistro José Dirceu, na sua fase de clannossos corruptos são mais gentis...
destinidade, em Cuba e no Brasil, rennossas organizações criminosas são
deriam matérias eletrizantes no Fanmais organizadas...
tástico. Precisamos conhecê-los, pois
Vamos abrir os arquivos da dio homem é um dos principais
tadura, do DOI-Codi, dos serviços
condestáveis da República. Se é para
secretos da Marinha, Exército e Aerodesmistificar, perguntem ao beato Frei
náutica, os arquivos da guerrilha do
Beto e ao honorável teólogo Leonardo
Araguaia. Vamos abrir os arquivos do
Boff o que eles acham da repressão de
PC do B, por que não? Quem for pobre
Fidel Castro e dos terroristas das Farc
que se quebre. Nos
na Colômbia. Mas,
arquivos da represpor favor, não saiam
Os telespectadores do
são já se sabe, de Fantástico gostariam muito pela tangente, pois a
antemão, que há re- de conhecer, por exemplo, dialética ensina que a
latos sobre perseverdade é revolucioos verdadeiros arquivos da nária. Já sabemos que
guições, torturas e
morte do prefeito Celso
assassinatos. Mas,
Beto e Boff condeDaniel,
em
Santo
André.
não havia apenas
nam o imperialismo
heróis e vilões de Vamos devassar os arquivos norte-americano e fidos propinodutos do
cada lado. Quem
caram muito magoaeram os traidores, os Banestado no Paraná e as dos com Bush por ter
delatores, os dedos- operações “Abafa-CPI” no nomeado Condeleeza
duros? Vamos per- caso de Waldomiro Diniz. Rice para a Secretaguntar aos arquivos
ria de Estado. Prefedo PC do B quantos dos seus próprios
riam que fosse nomeado no lugar
companheiros foram “justiçados” e fude Colin Powell um simpatizante
zilados em nome da “causa revoluciode Bin Laden.
nária”. O genuíno comissário stalinista
Para completar, vamos abrir,
deve saber. Quantos casamentos foprincipalmente, os arquivos misteram feitos e desfeitos na marra nas
riosos da senhora democracia. Os
células comunistas para cumprir os
telespectadores do Fantástico gossagrados princípios da fidelidade revotariam muito de conhecer, por exemlucionária. Hoje pode parecer ridículo,
plo, os verdadeiros arquivos da morte
mas nos tempos áureos do “centralismo
do prefeito Celso Daniel, em Santo
democrático” mulheres comunistas ou
André. Vamos devassar os arquivos
simpatizantes eram patrulhadas para
dos propinodutos do Banestado no
não namorar nem casar com elementos
Paraná e as operações “Abafa-CPI”
de tendências “burguesas” para não
no caso de Waldomiro Diniz. No
trair a causa revolucionária. É vero!
final, vamos contar o caso das indeVamos abrir os arquivos do
nizações milionárias e das mamatas
Partidão para conhecer os processos
de que se locupletam os anistiados
sobre fuzilamento de contra-revolupolíticos, do sociólogo Fernando
cionários. Por que o reverenciado
Henrique Cardoso ao metalúrgico
Luis Carlos Prestes perdoou Getú(nas horas vagas) Luiz Inácio Lula da
lio Vargas depois de o ditador e seu
Silva e ao contador de abobrinhas
capacho Felinto Muller terem entreCarlos Heitor Cony.
gue Olga Benário aos nazistas para
Se a verdade é revolucionária,
ser morta nos campos de concentraavante, camaradas, abram-se os arquição? Até nesse ponto o escritor
vos até da besta-fera e vamos
Fernando Morais, cripto-stalinista
desmistificar as falsas vestais!
e devoto de Fidel Castro, preserva a
(Publicado no semanário Brasília
aura do “ Cavaleiro da Esperança”
em Dia - Nº 420, na Tribuna da
como se fosse imaculado.
Imprensa de 03/01 e no InconfidênVamos abrir os arquivos do
cia nº 78 de 23 de fevereiro de 2005)
PC do B para saber por que os ener* Jornalista
E-mail: [email protected]
gúmenos apoiaram o regime corrupto
Nº 108 - Abril/2007
N
o dia 20 de abril, estreou nos cinemas brasileiros o filme BATISMO
DE SANGUE, de Helvécio Ratton,
vencedor dos prêmios de melhor filme e
fotografia no Festival de Cinema de Brasília.
O enfoque do filme, baseado na obra homônima de Frei Beto, é o drama de Frei Tito, que
teria sido torturado durante o governo dos
militares e que foi banido do Brasil, em troca
da vida do embaixador suíço seqüestrado,
Giovani Enrico Bucher, vindo a cometer
suicídio na França.
O Brasil inteiro está sendo bombardeado por mais uma mentira, ou seja, de que
aquele grupo de angélicos frades
dominicanos de São Paulo combateu a ditadura militar, quando na verdade eles queriam
implantar aqui uma muito pior, copiada de
Cuba.
Muitos frades dominicanos eram seguidores da “Teologia da Libertação”,
doutrina induzida pelas pregações ocorridas durante a reunião do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), realizado
em 1968 na cidade de Medelín, Colômbia, no
vácuo das resoluções do Concílio Vaticano
II. Os 16 Documentos elaborados em
Medelín saíram carregados de influência
marxista. Sacerdotes e freiras portavam-se
de forma irreverente em celebrações litúrgicas
e em passeatas, pregando a violência como
instrumento para alcançar a “justiça social”.
Alinharam-se à corrente da “Teologia da
Libertação”, principalmente, Dom Paulo
Evaristo Arns, Dom Hélder Câmara e Dom
Pedro Casaldáliga, além de frades
dominicanos, como Frei Beto, e o então
padre franciscano Leonardo Boff.
Vejamos a história dos frades
dominicanos que se bandearam para o grupo
terrorista de Marighella.
No início de 1968, houve várias reuniões no Convento dos Dominicanos do Bairro das Perdizes, em São Paulo, liderado por
Frei Osvaldo Augusto de Rezende Júnior,
que culminaria com a adesão do grupo ao
Agrupamento Comunista de São Paulo (AC/
SP) - que teve, ainda naquele ano, mudado
seu nome para Ação Libertadora Nacional
(ALN), organização terrorista presidida por
Carlos Marighella.
Participaram das reuniões Frei Carlos
Alberto Libânio Christo (Frei Beto), Frei
Fernando de Brito (Frei Timóteo Martins),
Frei João Antônio Caldas Valença (Frei
Maurício), Frei Tito de Alencar Ramos, Frei
Luiz Ratton, Frei Magno José Vilela e Frei
Francisco Pereira Araújo (Frei Chico). Frei
Osvaldo, apresentando Marighella a Frei
Beto, conseguiu a adesão ao AC/SP de todos os dominicanos que participaram das
reuniões. Frei Beto também entrou em
BATISMO DE SANGUE
(Batismo de Sangue, Brasil, 2007, 1h50, 16 anos)
Direção: Helvécio Ratton. Com Caio Blat, Daniel de Oliveira, Cássio Gabus Mendes.
No fim dos anos 60, um convento de frades torna-se um local de resistência contra a
ditadura militar. Os freis Tito, Beto, Oswaldo, Fernando e Ivo passam a apoiar o grupo
guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, comandado por Carlos Morighella e acabam na
mira das autoridades policiais. (Programação divulgada em jornais)
contato com a VPR por intermédio de Dulce
de Souza Maia, nos meios teatrais, onde Frei
Beto atuava como repórter da Folha da Tarde.
A primeira tarefa que os dominicanos
receberam de Marighela foi fazer um levantamento de áreas ao longo da Rodovia BelémBrasília, para implantação de uma guerrilha
4
* Félix Maier
Franklin Martins (atual ministro da Comunicação Social), a ALN seqüestrou o embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick,
em 4 de setembro de 1969, no Rio de Janeiro,
por cujo resgate foram libertados 15 terroristas (entre os quais estavam Vladimir Palmeira e José Dirceu).
Após o seqüestro do embaixador
americano, as prisões de terroristas tiveram seqüência rápida. No dia 2 de novembro foram presos no Rio de Janeiro os
Freis Fernando e Ivo; no dia 3 de novembro, já em São Paulo, Frei Fernando ”abriu”
o restante da rede de apoio, sendo presos
os Freis Tito e Jorge, um ex-repórter da
Folha da Tarde, responsável pelas fotos
dos documentos falsos, e um casal de exdiretores do mesmo Jornal. Frei Fernando
foi quem levou ao “ponto” com
Marighella, no dia 4 de novembro, após
revelar duas senhas. Combinado o encontro
com Frei Fernando, Marighella resistiu à
ordem de prisão quando entrava no carro de
Frei Fernando, sacando um revólver, quando foi morto pelos policiais.
Em 1971, a ALN divide-se em duas
facções: o Movimento de Libertação Nacional (Molipo), fundado pelo chefe do serviço secreto cubano, Manuel Piñero, o
”Barbarosa” (José Dirceu foi um de seus
membros); e a Tendência Leninista (TL).
Assim, após todos esses atos cívicocristãos prestados ao bando terrorista de
Marighella, quem ainda ousa chorar a morte
de Frei Tito? Há que se dar mais valor à vela
que vela tal defunto.
Abril, a base de apoio era de aproximadamente 20 pessoas, comandadas pelo jornalista
Roger Karman, e composta por Karman,
Raymond Cohen, Yara Forte, Paulo Viana,
George Duque Estrada, Milton Severiano,
Sérgio Capozzi e outros, que elaboraram um
arquivo secreto sobre as organizações armadas (servia também como fonte de informações para organizações subversivas).
Quando procurado pela polícia, em São Paulo, Frei Beto, que
havia ingressado no convento dos
dominicanos, em São Paulo, em 1966,
foi acobertado pelo Provincial da
Ordem, Frei Domingos Maia Leite, e
transferido para o seminário
dominicano Christo Rei, em São
Leopoldo, RS. Posteriormente, Frei
Beto foi preso naquele Estado, onde
atuava junto com a ALN para a fuga
de terroristas ao Uruguai.
A ficha policial da ALN é extensa, seja em assaltos, seja em assassinatos (Cfr. site Ternuma). Em 1968, a
organização assaltou o trem-pagador Santos-Jundiaí, levando NCr$
Marighella foi entregue pelos dominicanos
108 milhões, com participação de
rural. A área de Conceição do Araguaia, Aloysio Nunes Ferreira Filho, ministro da
onde a ordem dominicana possuía um con- Justiça do governo FHC. Junto com o grupo
* Capitão - Escritor
vento, foi assinalada no mapa como área terrorista MR-8, de Fernando Gabeira e
prioritária, pois teria importante apoio
logístico. O levantamento sócio-econômico
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL E REDE GLOBO
da região foi feito com base no Guia Quatro
DE TELEVISÃO APRESENTAM LINHA DIRETA
Rodas, da Editora Abril. Esse trabalho passou a ser compartimentado, para aumentar
REDE PRAVDA DE TELEVISÃO * Carlos Reis
a segurança, e os frades passaram a utiO programa Linha Direta (com o clusive Marighella. E o pseudo-frei Betto,
lizar codinomes: Frei Ivo, o Pedro; Frei
bolchevismo) levado ao ar nessa quinta- que participou do programa e dos episódiOsvaldo, o Sérgio ou Gaspar I, nos contafeira foi exemplar e nos encheu de indigna- os, sabe disso e omitiu dos
tos que este tinha com Marighella; Frei
ção e revolta. Mostrou com todas as tintas telescpectadores para não macular a aura
Magno, o Leonardo ou Gaspar, era quem
da mentira leninista como se faz uma canoa do “santo suicida”.
mantinha contato com Joaquim Câmara
bolchevique apelando para o sentimento
A Rede Pravda também não disse
Ferreira. Frei Beto, o “Vítor” ou “Ronaldo”,
popular, o sentimento mais profundo de para o emotivo e crédulo telespectador que
ficou encarregado do sistema de imprenreverência às figuras da Igreja. Aquela Carlos Marighella ganhou fama pela pregasa e também dos contatos com Joaquim
imagem do Frei Tito assustado, acovar- ção da violência comunista, documentada
Câmara Ferreira, que coordenava as atividado, temendo pela prisão dos seus em seu “Mini-manual do guerrilheiro urdades do Agrupamento em São Paulo (o AC/
algozes, foi muito forte. Mostrou à bano”, livro de cabeceira das “Brigadas
SP se infiltrou na Editora Abril e no jornal
exaustão as torturas a que foram subme- Vermelhas”, na Itália, e do bando terrorista
Folha da Tarde, do Grupo Folha).
tidos os “santos mártires” idealistas e a Baader-Meinhof, da Alemanha. Era esta a
Na Folha da Tarde, Frei Beto recrutou
cilada para a captura de Carlos Marighella gente que convivia com o “mártir” Frei
os jornalistas Jorge Miranda Jordão (Diremas não mencionou que o pavor e a Tito... Parabéns à Rede Pravda pelo sucestor), Luiz Roberto Clauset, Rose Nogueira e
agonia que levariam Frei Tito ao suicídio, so propagandístico e pela qualidade na
Carlos Guilherme de Mendonça Penafiel.
eram conseqüência de sua consciência manipulação das emoções. (Extrato)
Clauset e Penafiel cuidavam da preparação
que não lhe deu trégua depois de ter
de ”documentos”, e Rose, do encaminha(Publicado no Inconfidência, nº 103 de
21 de dezembro de 2006)
alcagüetado vários “companheiros”, inmento de pessoas para o exterior. Na Editora
Nº 108 - Abril/2007
ENTREVISTA DO GENERAL
VALDÉSIO GUILHERME
CORPO A CORPO
‘O que já se gastou de dinheiro atrás de osso!’ Ministro do Superior Tribunal Militar (STM), General-de-Exército
Valdésio Guilherme de Figueredo, quebra o silêncio da cúpula do
Exército e com tom direto reage às recentes manifestações de apoio à
punição de militares envolvidos em tortura durante o regime. Ele
defende o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusado de “apenas
torturar”, e diz que há ministro do governo Lula que “já matou”.
O general Guilherme, como é conhecido, avisa também que o
Exército não mudou, apenas se recolheu.
E que irá intervir “se algum doido decidir se perpetuar no poder”. Sobre os
desaparecidos políticos, ele diz que o governo já gastou dinheiro demais “à procura de
osso” e que a culpa é dos próprios guerrilheiros, que deixaram os corpos lá “para a onça
comer”.
O GLOBO - CADERNO PROSA E VERSO - 07/04/2007
Evandro Éboli
BRASÍLIA
O GLOBO: Setores do governo, familiares de perseguidos políticos e movimentos de direitos humanos defendem
punição aos militares do governo militar.
O que o senhor acha disso?
GENERAL GUILHERME: A Lei de
Anistia foi sancionada pelo último presidente do ciclo militar e quem cometeu
delito está usufruindo dela. E bem. Estão
bem remunerados. Agora, quem cometeu
delito do outro lado o fez sob a égide de
uma Constituição, de 1967. Se comparar
a pensão do presidente da
República (R$ 4,5 mil) com a pensão dos pais do Mário Cozel Filho (soldado que morreu num atentado) é ridículo. Hoje, aqueles que cometeram delitos estão sendo premiados. Agora, não se
pode dizer que o Exército é torturador,
isso e aquilo. Meia dúzia de malucos
faziam isso.
O GLOBO: O senhor considera
revanchismo esses assuntos, como revisão da Lei de Anistia, aparecerem agora?
GENERAL GUILHERME: Como
isso parte da cabeça de pessoas inteligentes, não acredito em isolamento, mas
sim em estratégia. Existe uma motivação.
Qual é, eu não sei. Não quero ser um
complicador da política do Brasil, cada
vez mais complicada. Agora, a soberania
vai ter que ser defendida de qualquer
jeito. Essa conversa de que o Exército
mudou é conversa fiada. As Forças Armadas não mudaram nada, porque não
mudam nunca. Apenas se recolheram.
Agora, se tiver que intervir, claro que
vão intervir. É missão constitucional, a
garantia da lei, da ordem e das instituições. Vem um doido aí e resolve dar uma
de presidente da Venezuela e querer se
perpetuar no poder. Quer dizer ... Se o
Congresso mudar a Constituição, vamos
bater palmas. Se não mudar, aí não pode.
É lógico que tem que haver uma defesa
das instituições.
O GLOBO: Uma família de ex-militantes do PCdoB está processando o coronel Brilhante Ustra, para que ele seja
considerado oficialmente um torturador.
O que o senhor acha disso?
GENERAL GUILHERME: Vai se
preocupar com Ustra?! Por que não se
preocupar com tanto ministro que está
aí e que fez pior que o Ustra? Tem ministro aí que matou. Enquanto o Ustra dizem
apenas que torturou. Não consta que ele
tenha matado ninguém.
O GLOBO: O senhor receia que o
processo contra o coronel Ustra abra um
precedente?
GENERAL GUILHERME: Numa ditadura se faz o que quer independentemente da lei. E não sei se agora estamos
numa ditadura. Faça uma lei e revogue a
Lei da Anistia! Não é mais simples? Processar, pode processar quem quiser. O
Ministério Público está aí. Oferece a denúncia e o juiz aceita se quiser.
Deveríamos estar preocupados não
com o coronel Ustra mas com a economia, com o desemprego, com a falta de
equipamentos nos hospitais públicos,
com a má qualidade do ensino.
O GLOBO: Os familiares reclamam da falta de informações sobre localização das ossadas dos desaparecidos.
Acha possível que esses restos mortais
sejam encontrados?
GENERAL GUILHERME: A reivindicação é muito justa. Por outro lado, se
alguém tinha obrigação de fazer sepultura de quem morreu, eram os guerrilheiros. Os militares que morreram em combate não estão desaparecidos não. Estes
têm seu lugarzinho lá, arrumadinho.
Agora, se largam o cara no meio do mato
para a onça comer, é problema deles, não
é das Forças Armadas. O que já se gastou
de dinheiro atrás de osso!
5
A VERDADE
* Agnaldo Del Nero Augusto
Desde o primeiro momento em que se
falou em abrir os Arquivos da Ditadura aplaudimos de pé. Não desejamos outra coisa. Não
temos o que esconder. Não temos o que
temer. Não que-remos nada além da VERDADE. Quem tem medo da verdade são os
mentirosos, os comunistas, os subversivos.
Nós, pelo contrário, agora precisamos restabelecer a VERDADE. Por isso desde que
tomei conhecimento do provérbio citado
por Soljenitsin na abertura de seu livro “
Arquipélago Gulag “: Não
se deve...não se deve remexer no passado! Aquele que recorda o passado
perde um olho! Aquele
que o esquece perde os
dois! Enquanto viver e tiver um olho hei de remexer
o passado, buscando colocar a verdade à tona. Este
se tornou meu objetivo de
vida Nós precisamos da
verdade. Mas Soljenitsim,
embora tenha passado 38
anos de indescritível sofrimento nos campos de
trabalho forçado soviéticos, de onde poucos saíram com vida, também disse: O pior
do comunismo não é a opressão é a mentira. Com a mentira e valendo-se de técnicas
psicológicas de indução, os comunistas
patrícios montaram uma Mitologia Histórica
do Brasil.
O que é a Mitologia Histórica? Quem
a define bem é o famoso historiador marxista
e militante comunista Eric J. E. Hobsbawn
quando escreveu: Mais do que nunca a
história é atualmente revista ou inventada
por gente que não deseja o passado real,
mas somente um passado que sirva a seus
objetivos. Estamos hoje na grande época
da mitologia da história. E foi mentindo,
revendo e inventado fatos e deturpando
episódios inteiros que os comunistas escreveram uma Mitologia de nossa História e é
ela que circula na mídia, nos livros didáticos.
É bom que se diga que Hobsbawn, como bom
comunista não resiste à mentira e paradoxalmente, em seu livro, “Tempos Interessantes” na página 234, não só admite a mentira,
com tem admiração eterna pelo mentiroso,
quando em benefício da “causa”, E nós
precisamos da verdade. Precisamos porque
somente a VERDADE nos libertará.. Libertar
nos-á das pechas que os comunistas nos
impingiram e que o patrulhamento ideológico tem nos dificultado colocá-las a nu. Quem
consegue uma editora para apresentar a verdade? Os livros que tentam colocar a verdade têm sido editados por seus autores, ou
pela BIbliex, com circulação restrita. Não
estão expostos nas livrarias, disponíveis ao
grande público, aos jovens que precisam
conhecer a verdade, em particular os jovens
militares que precisam ser esclarecidos, precisam conhecer os fatos para não só respeitar, como ter orgulho dos que os precederam.
Apesar de respeitar muito o general
Leônidas, suas posições firmes em defesa
do Exército, lamentei muito, muito mesmo,
sua decisão de guardar as informações de
que dispunha. Apesar de entender as circunstâncias, considero que cometeu um equívoco de avaliação irreparável.
Foi uma oportunidade perdida daquelas que não voltam
mais. Foi a oportunidade de
tomar a iniciativa. Foi a oportunidade de sair na frente.
Postos aqueles dados nas
mãos de um escritor, a história
estaria escrita. Perdida a oportunidade, caímos na defensiva. Os subversivos, com alta
escola em guerra psicológica,
saíram na frente, na Ofensiva.
Na guerra psicológica o princípio da ofensiva é tão ou mais importante que na guerra
convencional e não se ignora que eles movem uma guerra psicológica permanente
contra as Forças Armadas,
Não desconhecemos o dito de
Francis Bacon: “ o tempo é o senhor da
verdade”. Sempre entendemos, porém, seu
aforismo com o tempo sendo capaz de
apagar ou atenuar as paixões. Todavia, o
tempo nada esclarece. Se ficarmos parados, olhando “a banda passar”, se não
apresentarmos ou agregarmos novos dados para esclarecer os fatos e episódios,
mostrar as omissões, tornar claro o contexto em que ocorreram, sem paixão, a
verdade não surgirá por idade, principalmente depois que uma versão, mesmo
mentirosa, estiver consolidada.
* General-de-Divisão Reformado
O livro "A Grande Mentira"
de autoria do General Del Nero
pode ser encontrado nos
endereços abaixo:
LIVRARIA CULTURA
Site: www.livrariacultura.com.br
Valor: R$ 47,00
BIBLIEX
Site: www.bibliex.com.br
online: http://www.bibliex.com.br/principal/
livraria_online/index.html
Email: [email protected]
TEL: (21) 2253-4628 / 2219-5732
Preço: R$ 42,50 (Desconto para militares)
Nº 108 - Abril/2007
HOMENAGEM DO CLUBE MILITAR
AO PRESIDENTE MÉDICI
O Clube Militar, fiel ao seu próposito de preservar a memória nacional militar,
através do registro dos grandes chefes militares que contribuíram para a consolidação da
República, mantém na ante-sala da Presidência do Clube, os retratos dos vultos históricos
mais proeminentes do período republicano.
Por aprovação unânime do Conselho de
Administração e em reconhecimento aos inestimáveis serviços prestados à Nação pelo
insígne chefe General Emílio Garrastazu
Médici, em cujo período presidencial o Brasil experimentou os maiores índices de
desenvolvimento de sua história e o lançou definitivamente na modernidade, foi
aposta uma placa de bronze nas paredes daquela sala perenizando-a com o nome
de SALÃO PRESIDENTE EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI.
A cerimônia transcorrida na tarde de 26 de abril, com a presença do General Gilberto
Barbosa Figueiredo, Presidente do Clube Militar e sua Diretoria, diversas autoridades, entre
as quais destacamos - o General-de-Exército Luiz Cesário da Silveira Filho, Comandante do
CML, o Presidente do Clube de Aeronáutica Brigadeiro Ivan Frota, o Brigadeiro Mauro
Gandra, o General-de-Exército Pedro Luiz de Araújo Braga, o Vereador Wilson Leite Passos
e os antigos assessores do Presidente Médici. Seu filho, Engenheiro Roberto Nogueira
Médici, após o descerramento da placa afixada no gabinete do Presidente do Clube,
agradeceu com as seguintes palavras:
6
Arquivo/EM - 7/9/69
Na foto acima, João Leonardo da Silva Rocha
(agachado, a esquerda) e Onofre Pinto (em pé,
de bigode) entre os presos políticos trocados
pelo embaixador Charles Elbrick (EUA), em 69.
Mortos pela repressão em 74, quando voltaram
ao Brasil, seus corpos nunca foram encontrados.
Ao lado, o general Emílio Garrastazu Médici,
em cujo governo (1969/74) aconteceu a maioria
dos desaparecimentos. (Estado de Minas - 22/04)
NR: O jornalista Lucas Figueiredo se “esqueceu” de apresentar o “Manifesto
ao povo brasileiro” redigido por Franklin Martins, hoje ministro de Comunicação
Social. Também não citou, entre os 13 prisioneiros políticos da foto, diante do avião
Hércules da FAB, que os levou para o exílio no México, os nomes de Wladimir
Palmeira, José Dirceu, José Ibrahim, Luis Travassos e do jornalista Flávio Tavares,
que recebeu indenização milionária e atuou na guerrilha urbana, liderando o MAR
- Movimento Armado Revolucinário, causando vítimas.
MANIFESTO
Ao povo brasileiro
Quando a calúnia, a inveja, a covardia e o ressentimento por fracassado plano de
tomada do poder se associam para qualificar o desempenho do meu pai na presidência
da República, é confortante sentir o calor de um abraço amigo. Ainda mais quando esse
gesto vem do Clube Militar. Casa da República, mas muito mais Casa da Democracia, pela
qual meu pai, por duas vezes, como oficial das Forças Armadas do Brasil, arriscou a
carreira e a vida.
A República foi luta vencida por uma geração. A Democracia é conquista mais difícil.
É luta para sempre. É luta para todas as gerações, pois sempre existe um aspirante a
déspota à espreita de uma oportunidade. E essa Casa sempre foi e, tenho certeza,
continuará a ser uma barreira forte a impedir que nosso povo seja submetido a qualquer
forma de totalitarismo.
É por isso senhor Presidente, senhores diretores e senhores conselheiros que deixo
aqui, sensibilizado, o meu muito obrigado. Obrigado por terem associado em bronze o
nome de meu pai a essa Casa. Casa da República. Casa da Democracia.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Presidente Médici no Maracanã
Também não podemos deixar de
lembrar que o Presidente Médici comparecia a jogos de futebol do Flamengo
e do Grêmio Porto-alegrense, no
Maracanã e no Olímpico e era aplaudido espontaneamente pelas torcidas,
de pé, quando anunciado o seu nome;
que ao terminar o seu mandato tinha
um índice de 82% de aprovação, conforme pesquisa de opinião pública realizada sem interferência oficial; que durante
o seu governo o Brasil cresceu 14% ao
ano, tendo o maior desenvolvimento
de toda a sua história.
Grupos revolucionários detiveram, hoje, o Sr. Burke Elbrick, Embaixador dos
Estados Unidos, levando-o para algum ponto do país. Este não é um episódio
isolado. Ele se soma aos inúmeros atos revolucionários já levados a cabo: assaltos
a bancos, onde se arrecadam fundos para a revolução, tomando de volta o que os
banqueiros tomam do povo e de seus empregados; tomadas de quartéis e delegacias, onde se conseguem armas e munições para a luta pela derrubada da
ditadura; invasões de presídios, quando se libertam revolucionários, para devolvêlos à luta do povo; as explosões de prédios que simbolizam a opressão; e o
justiçamento de carrascos e torturadores. Na verdade, o rapto do Embaixador é
apenas mais um ato de guerra revolucionária que avança a cada dia e que este
ano iniciará a sua etapa de guerrilha rural.
A vida e a morte do Senhor Embaixador estão nas mãos da ditadura. Se ela
atender a duas exigências, o Sr. Burke Elbrick será libertado Caso contrário,
seremos obrigados a cumprir a justiça revolucionária. Nossas duas exigências
são:
- a libertação de 15 prisioneiros políticos;
- a publicação e leitura desta mensagem, na íntegra, nos principais jornais,
rádios e televisões de todo o país.
Os 15 prisioneiros políticos devem ser conduzidas em avião especial até um
país determinado – Argélia, Chile e México – onde lhes seja concedido asilo.
Contra eles não deverá ser tentada qualquer represália, sob pena de retaliação.
A ditadura tem 48 horas para responder publicamente se aceita ou rejeita nossa
proposta. Se a resposta for positiva, divulgaremos a lista dos 15 líderes revolucionários e esperaremos 24 horas por sua colocação num país seguro.
Se a resposta for negativa ou se não houver nenhuma resposta nesse prazo, o
Sr. Burke Elbrick será justiçado. Queremos lembrar que os prazos são
improrrogáveis e que não vacilaremos em cumprir nossas promessas.
Agora é olho por olho, dente por dente.
AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL (ALN)
MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO 8 DE OUTUBRO / MR-8.
Nº 108 - Abril/2007
C
7
O LIVRO SECRETO DO EXÉRCITO
Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra
omo escrevi na introdução de meu
livro “A VERDADE SUFOCADA
– A história que a esquerda não
quer que o Brasil conheça”,
Ano após ano, os revanchistas lançam uma “denúncia” ou criam um fato novo,
de preferência próximo de datas importantes para as Forças Armadas como o Dia do
Soldado, o Dia do Aviador, o Dia do Marinheiro, a Semana da Pátria e os aniversários da Contra-Revolução de 1964 e da
Intentona Comunista de 1935. Foram as
falsas fotografias do Herzog; os arquivos
“enterrados” na sede do antigo DOI de
Brasília; a escavação da Fazenda 31 de
Março, em São Paulo; a queima dos arquivos na Base Aérea de Salvador; a vala
“clandestina” do Cemitério de Perus; os
agentes “arrependidos” que denunciam,
com inverdades e talvez por vantagens, os
órgãos de segurança onde trabalharam; e
muitos outros. Tudo publicado com estardalhaço e quase nunca desmentido.
Portanto esse ano não poderia ser
diferente. Na semana do dia do Exército
(19 de abril ), as manchetes do Correio
Braziliense e Estado de Minas estão trazendo, em matéria de capa e páginas inteiras, reportagens de Lucas Figueiredo sobre um trabalho de pesquisa, projeto de
um livro intitulado “Tentativas de tomada
do poder”, que jamais foi publicado pelo
Exército.
Essa pesquisa histórica pretendia
mostrar aos brasileiros o que foi a luta armada no Brasil.
Quem lê as manchetes, pensa que foi
descoberto um segredo guardado a sete
chaves. No entanto, nada de novo é apresentado na série de reportagens, intitulada
“Memórias da ditadura”. Nem mesmo a descoberta do “misterioso e secretíssimo livro”
é novidade.
O próprio Lucas Figueiredo, em seu
livro Ministério do Silêncio, editado em Arns, o povo continuará a não saber o que
2005, se refere a ele na página 397. Ao comen- os “heróis” de hoje, as “vítimas” e os “estar o livro “Rompendo o Silêncio”, de minha tudantes inocentes” aprontaram nas décaautoria, escreve o seguinte sobre o mesmo: das de 60 e 70 e podem aprontar de novo.
“era espantosamente parecido com o projePara nós que lutamos contra subvertodoLivroBrancodoCIE.
sivos, guerrilheiros e terEu, também, no meu último
Ambos partiram de lauroristas é muito importante
livro, publicado em março de
dos e documentos produa difusão do “Orvil”, em
2006, “A VERDADE
zidos pelo órgãos de seseus mínimos detalhes,
SUFOCADA”, cito o projeto
gurança e informação
pois assim os povos que
Orvil e presto uma
para oferecer um contraconhecem o seu passado
homenagem aos
ponto às versões apresennão correm o risco de repecompanheiros que se
tadas pela esquerda em
ti-lo.
dedicaram a esse trabalho de
relação a fatos ocorridos
Já o frei dominicano
pesquisa, importantíssimo
na ditadura”.
Osvaldo Rezende Junior
para a história recente do
Portanto, Lucas
falando sobre o livro diz:
País e do qual muito me vali
Figueiredo, que agora
“Uma das missões
em minhas pesquisas.
anunciou essa “grande
da igreja é defender a vida
descoberta”, já o conhee a dignidade da pessoa
cia antes de 2005.
humana, da qual eles (militares que escreEu, também, no meu último livro, publi- veram o livro) fazem pouco caso. O que
cado em março de 2006, “A VERDADE está ali é um amontoado de asneiras em
SUFOCADA”, cito o projeto Orvil e presto relação à Igreja”, diz ele. “Esse grupo de
uma homenagem aos companheiros que se oficiais (que escreveu o livro), hoje apodedicaram a esse trabalho de pesquisa, im- sentados, confunde o Brasil e o estado
portantíssimo para a história recente do País brasileiro com o grupo deles. É justamene do qual muito me vali em minhas pesquisas. te contra isso que durante a ditadura,
O projeto Orvil já foi citado diversas se levantaram uma boa parte da opinião
vezes na imprensa brasileira, com os nomes brasileira, da juventude e Igreja. Com
mais distintos: Livro negro do comunismo, que direito os militares usaram as arLivro negro do terrorismo no Brasil, Livro mas que lhe foram entregues para probranco, Orvil e outros.
teger a população para impedir essa
Apesar disso, as opiniões sobre a mesma população de se manifestar?
“grande revelação” de Lucas Figueiredo Nesse sentido, a Igreja fala muito mais
são apresentadas pela mídia como um fato em nome do Brasil que esses oficiais”,
desconhecido.
afirma frei Osvaldo. (L F)
Chico Alencar do (PSol-RJ), deputa Esquece Frei Osvaldo de dizer que os
do federal, declarou:
dominicanos, entre eles, Frei Carlos Alberto
“Não se trata de revanchismo querer Libânio Christo ( frei Beto), frei Fernando de
abrir os arquivos secretos das Forças Ar- Brito, Frei Tito de Alencar Ramos e frei Ives
madas. Os povos que não conhecem o seu do Amaral Lesbaupin (frei Ivo), entre outros,
passado correm o risco de revivê-lo.”
apoiavam Carlos Marighella, conhecido
Se pinçarem apenas o que interessa a como o ideólogo do terror, que no seu “Maeles, como fez a equipe de Dom Evaristo nual do Guerrilheiro Urbano” afirma :
CADERNOS DA
LIBERDADE
Uma visão do mundo
diferente do senso
comum modificado.
Para adquirir o livro, via
Correios, envie um cheque
nominal e cruzado, no valor
de R$ 25,00 (postagem
inclusa) em favor do Grupo
Inconfidência
Caixa Postal 3370 - CEP
30140-970 - Belo Horizonte - MG
E-mail:grupoinconfidenciabh
@yahoo.com.br
Telefax: (31) 3344-1500
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BRASÍLIA
Fone: (61) 3468-6576
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CEP 71510-970
Brasília/DF
R$ 45,00
EM BELO HORIZONTE:
grupoinconfidenciabh
@yahoo.com.br
Telefax: (31) 3344-1500
“O terrorismo é uma arma a que
jamais o revolucionário pode renunciar”
“Ser assaltante e terrorista é uma
condição que enobrece qualquer homem
honrado”
Frei Osvaldo também esquece de citar
o que disse Frei Ives do Amaral Lesbaupin:
”A Igreja e os dominicanos deveriam
entrar no projeto revolucionário de forma
organizada. Seríamos a linha de apoio
logístico para a guerrilha rural. Na cidade
esconderíamos pessoas, faríamos transferências de armas e dinheiro.”
Frei Osvaldo também não diz que os
dominicanos, inclusive ele, fizeram levantamentos na Belém-Brasília para instalação de áreas de guerrilha, e o assentamento de pessoas que, desde 1961, faziam
cursos de guerrilha nos países comunistas. Ele não diz, também, que escondiam
guerrilheiros e terroristas e que apoiavam
Marighella, fundador da ALN, mesmo
sabendo que a organização a que ele pertencia praticara vários assaltos, atentados a
bomba, ataques a quartéis, seqüestros, assassinatos e” justiçamentos”.
Frei Osvaldo, os militares usaram as
armas que lhes foram entregues para proteger a população ordeira dos atos terroristas,
praticados pelos subversivos, que os senhores acolhiam. Se o senhor não sabe, uma
das missões dos militares era, é, e será
sempre, manter a democracia e a liberdade
no nosso País. Foi para isso que usamos
nossas armas.
Frei Osvaldo e deputado Chico
Alencar, para nós, que lutamos contra esses
subversivos e terroristas, seria ótimo que a
população tomasse conhecimento de tudo
que está relatado no Orvil, pois nele está
contada, com detalhes, a história que a
esquerda não quer que o Brasil conheça.
Visite nosso site
www.averdadesufocada.com
Cel Ustra lança, em
Curitiba, a 3ª edição revista
e ampliada, do seu livro
“A Verdade Sufocada”
Um grupo de Oficiais da Reserva das
Forças Armadas e Civis amigos do Coronel
CARLOSALBERTOBRILHANTEUSTRA
convida para o lançamento, em Curitiba, da
3ª Edição Revista e Ampliada de seu livro:
“A VERDADE SUFOCADA”
A história que a esquerda não
quer que o Brasil conheça
a ser realizado, a partir das 12:00 h, do dia
10 de maio de 2007, na sede do Círculo
Militar do Paraná, situado no Largo
Bittencourt 187, Centro, Curitiba - PR.
Nº 108 - Abril/2007
8
ARQUIVOS DA "DITADURA"
O ASSASSINATO DE HENNING ALBERT BOILESEN
O
industrial Henning Albert Boilesen começou a morrer em janeiro de 1971.
Nessa época, Antônio André Camargo
Guerra, do comando do MRT, “cobriu um ponto”
em Cascadura, na Guanabara, com Herbert
Eustáquio de Carvalho, da VPR, para tratar das
próximas ações da “Frente”. Na ocasião, Herbert,
a mando de Carlos Lmarca, entregou-lhe um
bilhete com três nomes: “Henning Boilesen”,
“Peri Igel” e “Sebastião Camargo (Camargo Correia)”. Segundo Herbert, Lamarca pedia ao MRT
que os levantassem a fim de futuros seqüestros ou
“justiçamentos”.
Boilesen, um dinamarquês de 55 anos,
havia sido lutador de box e jogador de futebol em
Copenhague, em sua juventude. Formado em
Administração de Empresas, veio para o Brasil
em 1942, como contador da Firestone, naturalizando-se brasileiro em 1959. Ingressando na
Ultragás, pela sua grande capacidade de trabalho,
foi galgando postos, sucessivamente, até tornarse o presidente do Grupo Ultra, que englobava
várias empresas ligadas à produção de gás liquefeito do petróleo.
Preocupado com os aspectos sociais do
trabalho, auxiliava diversas entidades e havia
criado o Centro de Integração Empresa-Escola
(CIEE), para a formação de mão de obra especializada. Entrosado com o meio empresarial, possuía os títulos se “Cidadão Paulistano” e de
“Homem de Relações Públicas em 1964”, além de
quase uma dezena de medalhas e condecorações,
outorgadas por diversas entidades, entre as quais
o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo,
a Sociedade Geográfica Brasileira e o Museu de
História do Rio de Janeiro.
Casado, com 3 filhos e 4 netos, Boilesen
disputava “peladas” de futebol nos fins de semana e era fanático torcedor do Palmeiras. Apaixonado pelas artes plásticas, patrocinava exposições e privava da amizade de inúmeros artistas
que expunham na vizinha cidade de Embu. Mas,
para a VPR, ele era um “espião da CIA” e
patrocinador da OBAN. No bilhete passado por
Herbert para Antônio André, Boilesen estava em
primeiro lugar e assinalado com um sinistro “X”.
A partir da 2ª quinzena de janeiro de 1971,
iniciaram-se os levantamentos dos industriais
levantamentos sobre Boilesen. Dimas escreveu o
paulistas, dos quais participaram Devanir José de
panfleto que seria jogado sobre a vítima, procuCarvalho, Dimas Antônio Casemiro, Gilberto
rando “justificar” o assassinato.
Faria Lima e José Dan de Carvalho, pelo MRT,
Na manha de 14 de abril, o “Comando
Carlos e Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz
Revolucionário” formou o seu dispositivo. No
(“Clemente”), pela ALN, e Gregório Mendonça
carro da ação, um Volks, três militantes da
e Laerte Dorneles Méliga, pela VPR.
ALN: Antônio Sérgio de Matos, como motoNos levantamentos procedidos, descorista, Yuri Xavier Pereira, com Fuzil Mauser
briu-se que Boilesen residia no Morumbi e que
7mm, e José Milton Barbosa, com metralhadodiariamente, às 09:00 h, antes de ir para o trabalho,
ra INA. No carro de cobertura, outro Volks,
passava para ver seus filhos, na rua Estados
três militantes do MRT: Dimas Antônio
Unidos 1.030. Só não conseguiram descobrir a sua
Casemiro, como motorista, Joaquim Alencar
suposta ligação com a OBAN.
de Seixas, com Winchester 44, e “Zorro”, com
A prisão de Laerte e Gregório, respectimetralhadora INA. Haviam decidido que a
vamente, em 2 e 4 de fevereiro, fez com que
ação seria executada em frente a casa dos filhos
suspendessem a ação, temporariamente, pois
de Boilesen, na rua Estados Unidos, a fim de
ambos haviam participado dos levantamentos.
causar maior impacto na opinião pública. EsPassados alguns dias, entretanto, observaram que
tacionaram os dois carros na Alameda Casa
o industrial não mudara seus hábitos e continuava
a não possuir segurança pessoal. Concluíram que a ação não havia sido
delatada por seus companheiros.
Numa reunião do comando
do MRT, realizada em 17 de fevereiro, Boilesen foi julgado e condenado à morte. Na pauta resumida
dessa reunião, apreendida dois
meses depois, aparece um lacônico
“Justiçamento-CIA”. Uma semana depois, em 23 de fevereiro, na
pauta de uma reunião do comando,
aparecia, na própria letra de
Devanir: “Tarefa prioritária: Sobre
a pena de morte - apresentar proposta à Frente”. O MRT, para
O corpo de Henning Albert Boilesen
executar a ação, precisava propô-la
à “frente”, constituída pela VPR, pela
Branca e Yuri e José Milton esperaram na
ALN, pelo MR-8 e pelo PCBR, além do próprio
esquina para observar a saída da vítima. Subiriam
MRT. Boilesen ganhou mais alguns dias de vida.
nos carros e fechariam o carro do industrial antes
A morte de Devanir José de Carvalho,
que ele desse a partida. Entretanto, nesse dia,
líder do MRT, baleado ao residir à prisão, em 5 de
Boilesen foi à Guanabara para tratar de negócios.
abril, precipitou a ação. Dimas e Gilberto, o
Ganhou, com isso, mais 24 horas de vida.
“Zorro”, entraram em contato com “Clemente” e
No dia seguinte, 15 de abril de 1971,
José Milton Barbosa, da ALN, e pediram auxílio
novamente o Comando Revolucionário tomou
para a execução de Boilesen, como vingança pela
posição. Dessa vez, Boilesen compareceu e, às
morte do Devanir.
09.10 h, saiu da casa de seus filhos. O planejamenEntre os dias 9 e 13 de abril, o “Comando
to, no entanto, não fora bem feito. Ao entrarem na
Revolucionário Devanir José de Carvalho”, criaEstados Unidos, os terroristas observaram, surdo especificamente para a ação, realizou novos
Uma vez que a Lei da Anistia não vai
mais ser obedecida e a Justiça concorda
com essa ilegalidade;
Uma vez que vão ser abertos os
Arquivos do Regime Militar pelos advogados interessados em encher os bolsos
e pelos criminosos envolvidos nesses
arquivos;
Pergunto:
Porque o Judiciário, o Poder Público, ou qualquer autoridade justa, idônea,
íntegra e honesta não assume essa abertura de arquivos ou, pelo menos, fiscalize
e exija a ampla abertura e a ampla divulgação dos fatos que a esquerda e os subversivos tentam esconder do conhecimento
público?
Ficam acusando os Militares de quererem esconder os arquivos e os fatos,
mas essa não é a verdade.
Porque a mídia não divulga os fatos
que acarretaram o Movimento de 1964,
principalmente o que ocorreu em 1963.
Porque a mídia não divulga os fatos
que acarretaram o AI-5? Não venham com
a história daquele parlamentar idiota que
discursou contra o Regime, mas contem
os acontecimentos daquele ano.
Qual o objetivo do treinamento de
guerrilha. Fazer piquenique no Araguaia?
Qual o objetivo de Marighella e
Lamarca? Roubar armas para fazer o quê?
ABRIR OS ARQUIVOS
A violência da repressão foi proporcional à violência dos atos de terrorismo
e assassinatos. Porque a mídia não divulga estes atos criminosos? Seqüestro também não é um crime hediondo?
Os Militares nada têm a esconder
porque fizeram bem o seu dever, de defender
a Pátria ameaçada.
Vamos abrir todos os arquivos e divulgar os crimes de que cada subversivo.
O Povo Brasileiro tem o direito de
conhecer a verdadeira história do que
aconteceu durante a Revolução de 1964.
O Povo Brasileiro tem o direito de
saber porque os subversivos estão recebendo dinheiro que foi pago pelos impos-
presos, que o Ford Galaxie do industrial já virara
à direita, tomando a Rua Peixoto Gomide. Após
alguns segundos de hesitação, decidiram executar
a ação assim mesmo e saíram em perseguição ao
carro do industrial. Para evitar uma feira livre,
Boilesen entrou na Rua Professor Azevedo
Amaral e pegou a Rua Barão de Capanema. Na
esquina da Alameda Casa Branca, parou para
entrar à esquerda. Nesse momento, os dois
carros dos terroristas emparelharam com o
dele. Pela esquerda, Yuri colocou o fuzil para
fora da janela, disparou um tiro que foi raspar
a cabeça de Boilesen. Este saiu do Galaxie e
tentou correr em direção contrária aos carros.
Foi inútil. José Milton descarregou sua metralhadora nas costas do industrial e Yuri desfechou-lhe mais três tiros de fuzil. Cambaleando, Boilesen arrastou-se por mais alguns metros
e foi cair na sarjeta, junto de um Volkswagen.
Aproximando-se, Yuri disparou mais um tiro,
que arrancou-lhe a maior parte da face esquerda. Joaquim e “Zorro” jogaram os panfletos
por cima do cadáver. Os terroristas, subindo
em seus carros, arrancaram em alta velocidade,
fugindo pela Alameda Casa Branca em direção
à Avenida Paulista. Mais tarde, no relatório
escrito por Yuri e apreendido pela polícia,
aparecem as frases: “Durante a fuga trocávamos olhares de contentamento e satisfação...
Mais uma vitória da Revolução Brasileira”.
O assassinato durara menos de dois minutos. Os disparos haviam chamado a atenção de
dezenas de populares que estavam na feira livre.
Vários carros e casas foram atingidos por projéteis. Caídas, uma senhora, atingida no ombro, e
uma vendedora de maçãs, ferida na perna, aumentavam o pânico das pessoas, que correram em
direção à Rua Peixoto Gomide. Sobre o corpo de
Boilesen, mutilado com 19 tiros, os panfletos da
ALN e do MRT, dirigidos “Ao Povo Brasileiro”,
traziam a ameaça.
“Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não
importa quanto tempo demore; o que importa é
que todos eles sentirão o peso da JUSTIÇA
REVOLUCIONÁRIA. OLHO POR OLHO,
DENTE POR DENTE”.
(Publicado no Inconfedência, nº 90 de 23/12/2005)
* Lúcio Balloussier
tos coletados dos contribuintes e porque
eles estão dispensados do pagamento do
Imposto de Renda.
Os escritórios de advocacia do Sr.
Greenhalg e do Sr. Tomás Bastos estão
altamente interessados nos arquivos para
ganharem mais dinheiro ainda com as indenizações fabulosas dos subversivos.
O Sr. Dirceu e os componentes do
seu bando, que estão na comissão, estão
interessados na abertura somente dos
arquivos que não os impliquem.
Quando o Judiciário deste País vai
assumir as suas responsabilidades?
(Publicado no Inconfedência, nº 77 de 20/12/2004)
* Capitão de Mar-e-Guerra
TERRORISMO NUNCA MAIS
Nº 108 - Abril/2007
RECORDANDO A HISTÓRIA
E
m 1966, dois anos depois da Revolução Democrática de 31 de Março, a
Nação brasileira empenhava-se em
reerguer o País, após o caos dos primeiros
anos da década de 60.
Entretanto, uma pequena minoria
inconformada, constituída pelos comunistas e pelos corruptos que haviam sido alijados
da vida política nacional, procurava reorganizar-se e, de qualquer maneira, expressar
seu descontentamento.
Recife, a capital pernambucana, foi a
escolhida para ser o cenário inicial de uma
nova forma de luta - o terrorismo - que, por
muitos anos, viria a ensangüentar e a enlutar
a sociedade brasileira.
O 31 de Março de 1966 amanhecia com
sol. O povo pernambucano e as autoridades
já estavam reunidos no Parque 13 de Maio,
aguardando o início das comemorações do
segundo ano da Revolução.
Nesse momento, exatamente às 0847h,
ocorria violenta explosão no 6º andar do
edifício dos Correios e Telégrafos, onde
funcionavam os escritórios regionais do SNI
e da Agência Nacional.
Ao mesmo tempo, uma segunda explosão atingia a residência do Comandante do
IV Exército.
Mais tarde, seria encontrada uma terceira bomba, falhada, num vaso de flores da
Câmara Municipal de Recife, onde havia
sido realizada uma sessão solene em comemoração à Revolução Democrática.
Três bombas montadas para, num só
momento, atingir personalidades e entidades representativas do governo brasileiro.
Iniciava-se a guerra suja.
Entretanto, a bomba falhada no
legislativo municipal deveria estar incomodando os terroristas e estar sendo vista
como um parcial fracasso de execução.
Assim é que, em 20 de Maio de 1966, 50
dias após esse ensaio geral, foram lançadas
O ATENTADO DOS GUARARAPES
outras três bombas - dois “coquetéis
molotov” e um petardo de dinamite, contra
os portões da Assembléia Legislativa de
Pernambuco.
A Nação, estarrecida, vislumbrava tempos difíceis que estavam por vir.
Em 25 de Julho de 1966, uma nova
(terceira) série de três bombas, com as mesmas características das anteriores, sacode
Recife. Uma, na sede da União de Estudantes
de Pernambuco, ferindo, com escoriações e
queimaduras no rosto e nas mãos, o senhor
José Leite, de 72 anos, vítima inocente que
passava pelo local. Outra, nos escritórios do
Serviço de Informações dos Estados Unidos
(USIS), causando, apenas, danos materiais.
A terceira bomba, entretanto, acarretando
vítimas fatais, passou a ser o marco balizador
do início da luta terrorista no Brasil.
Nessa manhã de 25 de julho de 1966, o
Marechal Costa e Silva, então candidato à
Presidência da República, era esperado por
cerca de 300 pessoas que lotavam o Aeroporto Internacional dos Guararapes.
Às 0830h, poucos minutos antes da
previsão de chegada do Marechal, o serviço
de som anunciou que, em virtude de pane no
avião, ele estava deslocando-se por via terrestre de João Pessoa até Recife e iria, diretamente, para o prédio da SUDENE.
Esse comunicado provocou o início da
retirada do público.
O guarda-civil Sebastião Tomaz de
Aquino, o “Paraíba”, outrora popular jogador de futebol do Santa Cruz, percebeu uma
maleta escura abandonada junto à livraria
“SODILER”, localizada no saguão do aeroporto. Julgando que alguém a havia esquecido, pegou-a para entregá-la no balcão do
DAC.
Ocorreu uma forte explosão.
O som ampliado pelo recinto, a
fumaça, os estragos produzidos e os
gemidos dos feridos provocaram o pânico e a correria do público. Passados os
primeiros momentos de pavor, o ato
terrorista mostrou um trágico saldo de
17 vítimas.
Morreram o jornalista e secretário
do governo de Pernambuco Edson Regis
de Carvalho, casado e pai de cinco filhos, com um rombo no abdômen, e o
vice-almirante reformado Nelson Gomes
Fernandes, com o crânio esfacelado,
deixando viúva e dois filhos menores.
O guarda-civil “Paraíba” feriu-se no
rosto e nas pernas, o que resultou, alguns
meses mais tarde, na amputação de sua perna direita.
O então Tenente-Coronel do Exército,
Sylvio Ferreira da Silva, sofreu fratura exposta do ombro esquerdo e amputação traumática de quatro dedos da mão esquerda.
Ficaram, ainda, feridos os advogados Haroldo Collares da Cunha Barreto e
Antonio Pedro Morais da Cunha, os funcionários públicos Fernando Ferreira Raposo e Ivancir de Castro, os estudantes
José Oliveira Silvestre, Amaro Duarte Dias
e Laerte Lafaiete, a professora Anita
Ferreira de Carvalho, a comerciária Idalina
Maia, o guarda-civil José Severino Pessoa Barreto, o Deputado Federal Luiz de
Magalhães Melo e Eunice Gomes de Barros e seu filho, Roberto Gomes de Barros, de
apenas seis anos de idade.
O acaso, transferindo o local de chegada do futuro Presidente, impediu que a tragédia fosse maior.
O terrorismo indiscriminado, atingindo
pessoas inocentes e, até, mulheres e crianças, mostrou a frieza e o fanatismo de seus
executores. Naquela época, no Recife, apenas uma organização subversiva, o Partido
Comunista Revolucionário (PCR), defendia
a luta armada como forma de tomada do
poder. Dois comunistas foram acusados de
envolvimento no ato terrorista: um, Edinaldo
Miranda de Oliveira, militante do Partido
Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR)
e que, em 1986, era professor de Engenharia
Elétrica em Recife, e o outro era Ricardo
Zaratini Filho, então militante do PCR e atual
assessor parlamentar da liderança do PDT
9
* Ternuma
na Câmara Federal.
Entretanto, nunca foi possível determinar, exatamente, os autores dos
atentados. Não havia, ainda, no País,
órgãos de segurança especializados
no combate ao terror.
Em 18 Mai 99, em entrevista ao
jornal “O Estado de São Paulo, o Comandante do Exército, Gen Ex Gleuber
Vieira, declarou a respeito da reabertura do caso Riocentro: “Nós nunca pensamos em pedir reabertura de inquérito envolvendo personalidades da
vida nacional de hoje que, no passado, estiveram envolvidos em assalto a
bancos, seqüestros, assassinatos e em atos
de terrorismo. Nós não cogitamos pedir a
reabertura do inquérito nem mesmo quando uma dessas personalidades declarou
que sabia quem tinha posto uma bomba no
aeroporto do Recife.”
Um ano depois do atentado, em 25
Jul 67, foi inaugurada no Aeroporto
uma placa de bronze com os seguintes
dizeres:
“HOMENAGEM DA CIDADE DO
RECIFE AOS QUE TOMBARAM NESTE
AEROPORTO DOS GUARARAPES, NO
DIA 25 DE JULHO DE 1966, VITIMADOS
PELA INSENSATEZ DOS SEUS SEMELHANTES.
- ALMIRANTE NELSON FERNANDES
- JORNALISTA EDSON REGIS
GLORIFICADOS PELO SACRIFÍCIO,
SEUS NOMES SERÃO SEMPRE LEMBRADOS RECORDANDO AOS PÓSTEROS O
VIOLENTO E TRÁGICO ATENTADO TERRORISTA, PRATICADO À SORRELFA
PELOS INIMIGOS DA PÁTRIA.”
Não sabemos se essa placa ainda
permanece no aeroporto ou foi retirada
ou, mesmo, substituída por homenagens
aos comunistas.
Hoje, os terroristas daquela época,
arvorando-se em “heróis” libertários, afirmam que o que fizeram foi uma reação à
“violência” do Governo brasileiro. Intencionalmente, procuram deturpar a História e levar ao esquecimento as vítimas que
causaram em sua sanha fratricida, dentre
elas, as de 1966.
Passaram-se 37 anos. (Hoje, 43)
Mas as bombas de Recife e o atentado dos Guararapes não serão esquecidos.
(Publicado no Inconfidência, nº 66 de 31/03/2004)
* www.ternuma.org
Nº 108 - Abril/2007
TERRORISMO NO BRASIL
VOCÊ SABIA?
Q
ue no governo João Goulart algumas
organizações de esquerda condenavam a luta pela reforma agrária, porque seu
triunfo daria origem a um campesinato conservador e anti-socialista? Isso está escrito
na página 40 do livro “Combate nas Trevas”,
de Jacob Gorender, que foi dirigente do PCB
e um dos fundadores do Partido Comunista
Brasileiro Revolucionário, em 1967.
Q
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ue no governo João Goulart já existiam
campos de treinamento de guerrilha no Brasil? Em 4 de dezembro de 1962, o jornal
“O Estado de São Paulo” noticiou a prisão
de diversos membros das famosas Ligas
Camponesas, fundadas por Francisco
Julião, num campo de treinamento de guerrilhas, em Dianópolis, Goiás.
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ue afora o PCB, por seu apego ao ortodoxo “caminho pacífico” para a tomada do poder, foram os trotskistas o único
segmento da esquerda brasileira que não
pegou em armas nos anos 60 e 70?
ue o primeiro grupo de 10 membros do
Partido Comunista do Brasil - então partidário da chamada linha chinesa de “guerra popular prolongada” para a tomada do
poder - viajou para a China ainda no governo João Goulart, em 29 de março de 1964, a
fim de receber treinamento na Academia
Militar de Pequim? E que até 1966 mais duas
turmas foram a Pequim com o mesmo objetivo? (livro “Combate nas Trevas”, de
Jacob Gorender).
Q
ria dos atuais dirigentes do Partido Comunista do Brasil, Aldo Arantes e Haroldo
Rodrigues Lima).
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ue mais da metade dos cerca de 60
jovens que morreram no Araguaia,
para onde foram mandados pela direção do
PC do B, eram estudantes universitários,
secundaristas ou recém-formados, segundo
as profissões descritas na Lei que, em 1995,
constituiu a Comissão de Desaparecidos
Políticos?
ue a expressão “socialismo democrático” - hoje largamente utilizada por alguns partidos e candidatos - induz a um
duplo erro: o de apontar no rumo de um
hipotético socialismo que prescindirá do
Estado da Ditadura do Proletariado, acontecimento nunca visto no mundo, e o de introduzir a idéia de que o Estado mais democrático que o mundo já conheceu, o Estado Proletário não é democrático? (livro “História da Ação Popular”, página 63, de auto-
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ue em 31 de março de 1964, quando da
Revolução, “Betinho” era o coordenador da assessoria do Ministro da Educação,
Paulo de Tarso, em Brasília? (livro “No Fio
da Navalha”, páginas 46 e 47).
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ue pouco tempo antes da Revolução
de Março de 1964, o coordenador
nacional do “Grupo dos Onze”, constituídos por Leonel Brizola, era “Betinho”,
designado pelo próprio Brizola? (livro
“No Fio da Navalha”, páginas 49 a 51).
Q
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ue em março de 1964 o esquema armado
de João Goulart “era uma piada”; e que
“o comandante Aragão , comandante dos
Fuzileiros Navais, era um alucinado e eu
nunca vi figura como aquela”? (livro “No
Fio da Navalha”, página 51).
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- Que já em 1935, Luiz Carlos Prestes,
o “Cavaleiro da Esperança”, era um assalariado do Komintern (3ª Internacional)?
Isso está escrito e comprovado no livro
l l l
ue no regresso da China, esses militantes, e outros, foram mandados,
a partir de 1966, para a selva amazônica
a fim de criar o embrião da “guerra popular prolongada” que resultou naquilo que
ficou conhecido como Guerrilha do
Araguaia, somente descoberto pelas Forças Armadas em abril de 1972, graças à
prisão de um casal, no Ceará, que havia
abandonado a área, desertando?
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ue no início de 1964, antes da Revolução de Março, Herbert José de Souza, o “Betinho” já pertencia à Coordenação Nacional da Ação Popular? (livro “No Fio da
Navalha”, do próprio “Betinho”, páginas
41 e 42).
melhor, comandaram o PCB por cerca de 50
anos?
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ue após o desmantelamento do socialismo real, que começou pela queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989,
foi considerado que “o marxismo-leninismo
deixou de ser uma ferramenta de transformação da História para tornar-se uma espécie
de religião secularizada, defendida em
sua ortodoxia pelos sacerdotes das escolas
do partido”? (livro “Nos Bastidores do
Socialismo”, de autoria de Frei Betto).
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ma frase altamente edificante: “Que
ro deixar claro que admito a pena
de morte em uma única exceção: no decorrer da guerra de guerrilhas”. Seu autor? Frei Betto, em seu livro “Nos
Bastidores do Socialismo”, página 404.
ue em fins de agosto de 1995 - 16
anos após a anistia - o governo
enviou ao Congresso Nacional um
projeto, logo transformado em lei, dispondo sobre ”o reconhecimento das
pessoas desaparecidas em razão de participação, ou acusação de participação, em atividades políticas, no período de 2 de setembro de 1961 a 15 de
agosto de 1979"?
Q
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ue esse projeto definiu que deveria ser
criada uma Comissão Especial, composta por 7 membros, com a atribuição de
proceder ao reconhecimento de pessoas
que tenham falecido de causas não naturais
“em dependências policiais ou assemelhadas”?
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ue da relação de pessoas desaparecidas
que acompanhou o projeto
constavam os nomes de
136 militantes da esquerda
considerados desaparecidos políticos que, por opção própria, pegaram em
armas para instalar em nosso País uma República Democrática Popular semeEwert (Albert)assinaria um dos telegramas sobre o salário de Prestes
lhante àquelas que o povo,
“Camaradas”, do jornalista William Waak,
nas ruas do Leste Europeu, derrubou, nos
que teve acesso aos arquivos da 3ª Internaanos de 1989 e 1990?
cional, em Moscou, após o desmanche do
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comunismo.
ue entre esses nomes, estavam os de 59
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guerrilheiros desaparecidos no Araue Luiz Carlos Prestes foi Secretário- guaia, quando tentavam implantar o embrião
Geral do Partido Comunista Brasileiro do modelo chinês de “guerra popular propor 37 anos, ou seja, até maio de 1980, uma
longada”?
vez que foi eleito em setembro de 1943,
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quando ainda cumpria pena por sua atuação
ue as famílias de todos esses guerrilheina Intentona Comunista? (livro “Giocondo
ros do Araguaia já foram indenizados
Dias, uma Vida na Clandestinidade”, de
com quantias que variam de 100 mil a 150 mil
Ivan Alves Filho, cujo pai, Ivan Alves, per- reais?
tenceu ao partido).
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ue, por conseguinte, à vista do que está
Que quatro ex-militares dirigiram o PCB desescrito na lei, para que essa indenização
de antes de 1943 até 1992: Miranda, Prestes,
fosse concedida, a área de selva de cerca de
Giocondo Dias e Salomão Malina? Ou 7 mil quilômetros quadrados em que a guer-
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*Carlos I. S. Azambuja
rilha se instalou, foi considerada uma “dependência policial ou assemelhada”?
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ue duas senhoras, integrantes da Comissão que representam as famílias dos desaparecidos, Iara Xavier Pereira e
Suzana Kiniger (ou Suzana Lisboa) foram militantes da ALN e receberam treinamento
militar em Cuba?
ue Iara Xavier Pereira participou de
diversas “ações” armadas, conforme
ela própria revela, na página 297, do livro
“Mulheres que Foram à Luta Armada”,
de autoria de Luiz Maklouf?
ue essas senhoras ou suas famílias
foram indenizadas pela morte de
4 pessoas? Iuri Xavier Pereira, Alex de
Paula Xavier Pereira e Arnaldo Cardoso Rocha (todos membros do Grupo Tático
Armado da ALN, com treinamento militar em Cuba, mortos nas ruas de São Paulo em
tiroteio com a polícia), irmãos e marido de
Iara Xavier Pereira, que também recebeu
treinamento militar em Cuba, e Luiz Eurico
Tejera Lisboa (treinado em Cuba), marido
de Suzana Lisboa, que com ele também
recebeu treinamento na paradisíaca “ilha
da liberdade”? Que, no total, 600 mil reais,
foi quanto os contribuintes pagaram a
essas duas senhoras?
ue a mídia, a famosa mídia que faz a
cabeça das pessoas, jovens e adultos,
nunca registrou esse “pequeno trecho”
altamente edificante da História recente
de nosso país?
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MAS, HÁ MAIS, MUITO MAIS!
ue o guerrilheiro do Araguaia, Rosalino Cruz Souza, conhecido na guerrilha como “Mundico”, incluído na relação de “desaparecidos políticos”, sabidamente “justiçado”, no Araguaia, pela também guerrilheira “Dina” (Dinalva Conceição Teixeira) - cujos familiares foram também indenizados - teve sua família indenizada? Não pelo Partido que o mandou
para lá e o matou, mas por nós, contribuintes?
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ue a família do coronel aviador Alfeu
Alcântara Monteiro, morto em 2 de
abril de 1964 - cuja esposa, desde sua
morte, recebe pensão militar - foi também aquinhoada com os tais 150 mil
reais, com o voto favorável do general
que, na Comissão, representava as Forças Armadas? Que, depois, esse mesmo
general, em entrevista ao jornal “Folha
de São Paulo”, buscando justificar seu
voto, disse que no processo organizado
pela Comissão constava que o coronel
havia sido morto com “19 tiros pelas
costas”? E, diz o general: “depois vim a
saber que ele foi morto com um único
tiro”. Caso o ilustre general, que também é advogado, antes de dar seu voto,
tivesse consultado o Inquérito Policial
Nº 108 - Abril/2007
Militar instaurado na época, para apurar o fato, arquivado no STM como todos
os demais inquéritos, teria constatado
a versão real: dia 2 de abril de 1964, o
brigadeiro Nelson Freire Lavanère Wanderley deveria receber o comando da
então Quinta Zona Aérea, em Porto Alegre,
do mais antigo oficial presente que era o
coronel Alfeu Alcântara Monteiro, reconhecidamente janguista. O coronel recusou-se a transmitir o comando e reagiu,
atirando e ferindo o brigadeiro Wanderley,
sendo morto com um tiro de pistola 45 pelo
também coronel-aviador Roberto Hippólyto
da Costa, que acompanhava o brigadeiro.
Ou seja, o coronel Hippólyto matou em legítima defesa de outrem, conforme concluiu o Inquérito, sendo absolvido
pela Justiça Militar.
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ue Carlos Marighella, morto nas ruas de
São Paulo, delatado voluntária ou involuntariamente por seus companheiros do Convento dos Dominicanos ,
e Carlos Lamarca, morto no sertão da
Bahia, tiveram seus familiares indenizados, embora a esposa de Carlos Lamarca
já recebesse pensão militar? Ou seja, as
ruas de São Paulo e o sertão baiano foram
considerados, também, pela Comissão,
“dependências policiais ou assemelhadas”.
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MAS NÃO TERMINOU; ELES
QUEREM MAIS, MUITO MAIS.
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ue membros da Comissão pensaram
reivindicar a promoção de Lamarca a
general?
Q
l l l
ue o Ministro da Justiça também
propôs a promoção de Apolônio
de Carvalho (um ex-militar expulso do
Exército em 1935 e posteriormente, fundador e militante do PCBR, e, posteriormente ainda, banido do país em troca
de um embaixador seqüestrado) a general?
Q
l l l
ue amplos setores da mídia e toda a
esquerda vêm difundindo por
todos esses anos a versão de que “a resistência armada” à “ditadura” no Brasil dos anos 60, foi uma resposta ao Ato
Institucional nº. 5, que “fechou” o regime?
ue isso não é verdade, pois o Ato
Institucional nº. 5, que teria “fechado” o regime, foi assinado em 13 de dezembro de 1968?
ue, antes disso, a esquerda armada já
havia atirado uma bomba no Aeroporto dos Guararapes, em 25 de julho de
1966, matando um jornalista e um Almirante e ferindo um General?
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ue já havia atirado um carro-bomba
contra o Quartel-General do II Exército, em São Paulo, matando o soldado
sentinela Mario Kosel Filho, em 26 de
junho de 1968?
ue já havia assassinado, ao sair de casa,
na frente de seus filhos, o Capitão do
Exército dos EUA Charles Rodney
Chandler, tachado nos panfletos deixados sobre seu corpo, de
“agente da CIA”?
11
11
n Geraldo Ferreira Damasceno (Dissidência da VarPalmares) em 19 de maio de 1970, no Rio de Janeiro;
l l l
n Ari da Rocha Miranda
ue um dos assassinos - um
(ALN), em 11 de junho de 1970,
sargento expulso da Políem São Paulo.
cia Militar de São Paulo pela Ren Que o militante da Resisvolução de 1964 - várias vezes
tência Armada Nacionalista,
entrevistado, vive hoje, tranFrancisco Jacques Alvarenga,
qüilamente, em São José dos
“justiçado” dentro do Colégio
Campos, após ter sido anistiado
em que era professor, no Rio de pela ditadura militar, “fascista”,
Janeiro, por um Comando da
indenizado e reintegrado à PM,
ALN, teve seus passos previacomo reformado?
mente levantados por Maria
do Amparo Almeida Araújo,
l l l
também militante da ALN?
ue em 1968, antes, também,
do Ato Institucional nº 5, o
n Que foi ela própria quem
Major do Exército da Alemanha
revelou esse detalhe no livro
Edward Von Westernhagen , que
“Mulheres que Foram à Luta
Márcio Toledo Leite "justiçado" por discordar da direção da ALN
cursava a Escola de Comando e
Armada”, de Luiz Maklouf ?
rilha do Araguaia;
n Que Maria do Amparo Almeida AraEstado-Maior do Exército, na Praia Verújo é atualmente a presidente do “Grupo melha, Rio de Janeiro, foi morto na rua por
n Amaro Luiz de Carvalho - “Capivara”
Tortura Nunca Mais” de Pernambuco,
um grupo do Comando de Libertação Na- (PCR), em 22 de agosto de 1971, dentro de
entidade criada para denunciar as tortucional (COLINA), constituído por dois uma Penitenciária, em Pernambuco;
ras e assassinatos da chamada “represex-sargentos, um da Aeronáutica e outro
n Antonio Lourenço (Ação Popular), em
são”?
da Polícia Militar do Rio de Janeiro, senfevereiro de 1971, em Pindaré-Mirim/MA;
do o crime, na época, atribuído a margiFinalmente,
leiam
este
trecho,
altamente
significativo, considerando a identidade
nais?
de
seu
autor:
l l l
“No curso de Estado-Maior, em Cuba, esmiúço a história da revolução cubana ue ele foi morto por ter sido confundido
e constato evidentes contradições entre o real e a versão divulgada pela América
com o capitão do Exército boliviano
Latina afora (...) Gary Prado, que participou da caçada a Che
Muitas ilusões foram estimuladas em nossa juventude pelo mito do punhado
Guevara, no ano anterior, em seu país, e que,
de barbudos que, graças ao domínio das táticas guerrilheiras e à vontade inquebranpor isso, deveria ser “justiçado”, que tamtável de seus líderes, tomou o poder numa ilha localizada a 90 milhas de distância de
bém cursava a Escola de Comando e EstadoMiami. Balelas, falsificações (...)
Maior? (livros “A Esquerda Armada no O poder socialista instituiu a censura, impediu a livre circulação de idéias e Brasil”, e “Memórias do Esquecimento”,
impôs a versão oficial. Os textos encontrados sobre a revolução cubana são meros de Flávio Tavares).
panfletos de propaganda ou relatos factuais, carentes de honestidade e l l l
aprofundamento teórico (...)
ue antes do Ato Institucional nº 5, guerO Partido Comunista é o único permitido, e em seus postos importantes reinam
rilheiros do PC do B chegados da os combatentes de Sierra Maestra ou gente de sua confiança, em detrimento dos
China em 1966 já se encontravam no Brasil
quadros oriundos do movimento operário (...)
Central preparando a Guerrilha do Os contatos com as organizações de luta armada (de toda a América Latina) são
Araguaia?
feitos através do S2 (Inteligência), conseqüência das deturpações do regime. A
ue era essa a tática utilizada pela esrevolução na América Latina não seria uma questão política e sim, usando as
querda armada para instalar no Brasil
palavras do caricato Totem, “de mandar bala”. um pleonasmo (uma República Popular DeNos relacionamos com os agentes secretos, que tentam influenciar na escolha
mocrática): matar, matar e matar?
de nossos comandantes, fortalecem uns companheiros em detrimento de
l l l
outros, isolam alguns para criar uma situação de dependência psicológica que ue a alucinada esquerda armada não
facilite a aproximação, influência e recrutamento; alimentam melhor os que aderem
matava apenas seus “inimigos”, mas à sua linha e fornecem informações da nossa Organização, concedem status que vão
também os amigos e companheiros (JUSdesde a localização e qualidade da moradia à presença em palanques nos atos
TIÇADOS)?
oficiais; não respeitam nossas questões políticas e desconsideram nosso direito à
l l l
auto-determinação”.
eja a relação dos “companheiros” as
(Totem, acima mencionado, é o general Arnaldo Ochoa, comandante do
sassinados, a título de “justiçamento”, Exército em Havana, no início dos anos 70, fuzilado nos anos 80, sob a acusação de sob a alegação de que sabiam demais, deser narcotraficante).
monstravam desejo de pensar com suas O que acima foi transcrito está nas páginas 178 a 181 do livro “Nas Trilhas da
próprias cabeças e que, por isso, represenALN”, de autoria de Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz (“Clemente”), o último
tavam um perigo em potencial. Não que tedos “comandantes” da Ação Libertadora Nacional que recebeu treinamento militar
nham traído, mas porque poderiam (futuro
em Cuba.
do pretérito) trair:
“Clemente” foi autor de vários assaltos a bancos, estabelecimentos comerciais,
n Márcio Leite Toledo (ALN) em 23 de
assassinatos e “justiçamentos” - ou planejamento deles - como o do seu próprio
março de 1971, em São Paulo/SP;
companheiro Márcio Leite Toledo e do presidente da Ultragaz em São Paulo,
n Carlos Alberto Maciel Cardoso
Henning Albert Boilesen, em 15 de abril de 1971.
(ALN) em 13 de novembro de 1971, no Rio
Ao concluir o curso em Cuba, nos idos de 1973, “Clemente” foi viver em Paris,
de Janeiro/RJ;
somente regressando ao Brasil após ter sido um dos anistiados pelo presidente
n Francisco Jacques Alvarenga (RANFigueiredo, derrubando outro mito até hoje difundido pelas esquerdas de todos os
Resistência Armada Nacionalista) em 28 matizes: o de que a Anistia não foi Ampla, Geral e Irrestrita Hoje, vive no Rio de
de junho de 1973;
Janeiro. Dá aulas de violão para crianças e participa de eventos culturais organin Salatiel Teixeira Rolins (PCBR) em
zados pelo Movimento dos Sem-Terra.
22 de julho de 1973, no Rio de Janeiro/RJ;
* Historiador
n Rosalino Cruz - “Mundico”, na Guer-
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V
Nº 108 - Abril/2007
RECORDANDO A HISTÓRIA
ATENTADO AO QG DO II EXÉRCITO
Em 1969, o jovem Mário Kosel Filho,
conhecido em sua casa como “Kuka”, é
convocado para servir à Pátria e defendê-la contra possíveis agressões internas ou externas e é designado para o
Quartel General do II Exército,
em São Paulo/SP.
Na mesma época, o Capitão Carlos Lamarca, formado pela Academia Militar das
Agulhas Negras, serve no 4º
RI, em Quitaúna/SP.
O destino dos dois vai
se cruzar tragicamente.
A época é difícil, pois
brasileiros pertencentes à or- Soldado Mário
ganizações terroristas tentam, através da
luta armada, implantar uma ditadura comunista no Brasil. O Capitão Lamarca, no dia 24/
01/69, trai a Pátria que jurou defender. Rouba
do 4º RI muitos fuzis, metralhadoras e munição, deserta e entra na clandestinidade. O
material bélico roubado é entregue à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), uma
organização terrorista que Lamarca já integrava, antes de desertar.
O soldado Kosel continua servindo,
com dedicação, a Pátria que jurou defender.
No dia 26/06/68, como sentinela, zela pela
segurança do Quartel General, no Ibirapuera.
Às 0430h, ele está, vigilante em sua guarita.
A madrugada é fria e a visibilidade muito
pouca. Nesse momento, um tiro é disparado
por uma sentinela contra uma camioneta
chevrolet que desgovernada tenta penetrar
no quartel. Seu motorista saltara dela em
movimento, após acelerá-la e direcioná-la
para o portão do QG. O soldado Rufino,
também sentinela, dispara 6 tiros contra o
mesmo veículo que finalmente bate na parede externa do quartel. Kozel sai do seu posto
e corre em direção ao carro para ver se há
da organização chefiada por Lamarca, a VPR.
Participaram deste crime hediondo os
seguintes onze terroristas: Waldir Carlos Sarapu (“Braga,
“Rui”), Wilson Egídio Fava
(“Amarelo”, “Laercio”), Onofre
Pinto (“Ari”, “Augusto”, “Bira”,
“Biro”, “Ribeiro”), Eduardo
Collen Leite (“Bacuri”, “Basilio”), Diógenes José Carvalho
de Oliveira (“Leandro”, “Leonardo”, “Luiz”, “Pedro”), José
Araújo de Nóbrega (“Alberto”,
“Zé”, “Pepino”, “Monteiro”),
Oswaldo Antônio dos Santos
(“Portuga”), Dulce de Souza
Kozel Filho Maia (“Judith”), Renata Ferraz
Guerra de Andrade (“Cecília”, “Iara”), José
Ronaldo Tavares de Lira e Silva (“Dias”,
“Joaquim”, “Laurindo”, “Nunes”, “Roberto
Gordo”, “Gordo”) e Pedro Lobo de Oliveira
(“Getúlio”, “Gegê”).
Após a sua morte o soldado Kosel foi
promovido a 3º sargento e sua família passou
a receber a pensão correspondente a este
posto. O Exército Brasileiro numa justa homenagem colocou o seu nome na praça de
desfiles do QG do II Exército.
Lamarca continuou na VPR seqüestrando, assaltando, assassinando e praticando vários outros atos terroristas, até o
dia em que morreu, de arma na mão, enfrentando uma patrulha do Exército que o encontrou no interior da Bahia em 1971. Sua família
passou também a receber a pensão militar
correspondente. Apesar de todos os crimes
hediondos que cometeu, sendo o mais torpe
deles o assassinato a coronhadas de seu
prisioneiro tenente PM Alberto Mendes
Júnior, Lamarca é apontado como herói pelos esquerdistas brasileiros. Ruas passam a
ter seu nome. Tentam colocar seus restos
mortais num Mausoléu na Praça dos Três
Poderes, em Brasília. Um filme é feito para homenageálo.
Mário Kosel Filho,
soldado cumpridor dos seus
deveres, cidadão brasileiro
que morreu defendendo a
Pátria, está totalmente esquecido. Além do esquecimento a Comissão dos Mortos e Desaparecidos que já
concedera vultosas indenizações às famílias de muitos
terroristas que nunca foram
considerados desaparecidos, resolveu indenizar, tamComo ficou a viatura que carregava os explosivos
bém, a família Lamarca, numa
alguém no seu interior. Há uma carga com 50 evidente provocação às Forças Armadas e
quilos de dinamite que, em segundos dedesrespeito ás famílias de Mário Kosel Filho
pois, explode e espalha destruição e morte e de muitos outros que como ele morreram em
num raio de 300 metros. Seu corpo é dilace- conseqüência de atos terroristas.
rado. Seis militares ficaram feridos: o Cel
Essa Comissão generosamente disEldes de Souza Guedes e os soldados João
tribui o dinheiro do contribuinte apenas
Fernandes de Souza, Luiz Roberto Juliano,
àqueles que morreram tentando, através
Edson Roberto Rufino, Henrique Chaicowski
da força das armas, tornar o Brasil um
e Ricardo Charbeau. É mais um ato terrorista satélite comunista.
A VOLTA DE
“PEDRO CAROÇO”
12
12
Neste mar de lama que envergonha o
delas não está lipaís, a figura de José Dirceu deve ser destavre Zé Dirceu.
cada como o principal mentor das trapalhadas
No total,
que vêm afundando o PT e com ele o governo
José Dirceu perLula. Como o fizera no seu passado de falso
maneceu em
guerrilheiro, ele agora procura uma nova “cruCuba durante 18
zeiro d´oeste” para esconder-se e fugir de sua
meses quando
responsabilidade nos crimes de seu partido.
teria feito uma
* Raymundo Negrão
Talvez, contando com uma nova anistia da
operação plástiTorres
falta de caráter e da desmemoria nacional,
ca nos olhos e no
como parece ser o caso da jornalista Miriam
nariz, para volLeitão que repete babosa elogios ao passado
tar ao Brasil com segurança. Mas, José Dirceu
de “Pedro Caroço”. A verdade é bem outra.
só voltou ao Brasil em abril de 1975, quando
O mineiro José Dirceu de Oliveira e
a luta armada já havia terminado. Com o falso
Silva tinha 19 anos por ocasião da Revolução
nome de “Carlos Henrique Gouveia de Mello”
de 1964. Nessa época, era estudante
e uma Carteira de Identidade verdadeira, radisecundarista na cidade de São Paulo e particicou-se em Cruzeiro d’Oeste, no Paraná, onde
pava do movimento estudantil, filiado ao
se casou com uma jovem de algumas posses da
Partido Comunista Brasileiro (PCB). Dois
cidade, com quem teve um filho. Anistiado,
anos depois, já universitário, José Dirceu
revelou sua verdadeira identidade, abandonou
estava totalmente impregnado pelas idéias
a família e, no final de 79, regressou a Cuba,
radicais de seu líder no PCB, Carlos
dizem que para retificar a antiga operação
Marighella, ideólogo do terrorismo e da luta
plástica.
armada. No final de 1966, ingressou na “Ala
Substituindo Lula na presidência do PT
Marighella”, transformada, um ano depois,
e face às sucessivas derrotas eleitorais do
no Agrupamento Comunista de São Paulo
candidato do partido à presidência da Repú(AC/SP).
blica, convenceu a corrente majoritária petista
Em 1968, José Dirceu, como presidena adotar uma política de alianças, como “idete da União Estadual dos
ologia intermediária” para
Estudantes (UEE/SP), inchegar ao governo, o que foi
Resumo: Como o fizera
suflava os jovens a pegarem
conseguido na eleição de
no
seu
passado
de
falso
em armas, nem que fosse
2002. Mas, assumir o goguerrilheiro, José
uns contra os outros. Foi
verno – como reconheceu
assim que, no início de ou“frei” Betto – não é chegar
Dirceu procura uma
tubro, constituiu-se num
ao Poder. Para lá chegar, foi
nova
“cruzeiro
d´oeste”
dos líderes do conflito no
montada uma estratégia que,
para esconder-se e fugir contando com a reeleição,
qual se envolveram, na Rua
Maria Antonia, cerca de um
exigia a manutenção de uma
de sua responsabilidade
mil estudantes universitáribase parlamentar, ao que se
nos crimes de seu
os da Faculdade de Filososabe agora, movida à
partido.
fia da USP e do Mackenzie.
corrupção baseada em um
Entretanto, a prisão de José
vasto esquema de assalto
Dirceu - codinome “Daniel” - só aconteceria
aos cofres públicos e usando a cornucópia das
em 12 de outubro de 1968, durante a realizaestatais e dos Fundos de Pensão a elas ligados.
ção do 30º Congresso da UNE, em Ibiúna.
Como anistiado, recebeu uma indenização de
Ainda na prisão, acompanhou a transforma60 mil reais a título de “perseguido da ditadução do AC/SP na Ação Libertadora Nacional
ra” além de requerer a contagem como tempo
(ALN).
de serviço daqueles anos todos em que seus
Em 05 de setembro de 69, menos de um
companheiros tentavam impor uma ditadura
ano após sua prisão, foi um dos quinze comubolchevista ao Brasil.
nistas banidos para o México, em troca da
Uma briga menor por uma fatia do
vida do embaixador dos EUA, que havia sido
botim da corrupção desencadeou a crise que
seqüestrado no Rio de Janeiro, pela ALN e
pôs a nu “o patrimônio ético” do PT e resultou
pelo MR-8. Do México, “Daniel” seguiu para
na queda do todo-poderoso ministro Zé DirCuba, onde, durante o ano de 1970 participou
ceu, em uma confissão tácita de Lula de que ele
de um Curso de Guerrilhas, no denominado
era o responsável pelo esquema sórdido que
“III Exército da ALN”, também chamado
se pretendeu abafar, como abafado foi o es“Grupo da Ilha” ou, ainda, “Grupo Primavecândalo das ligações de Eduardo Jorge, secrera” que, sentindo-se órfão com a morte de
tário de FHC, com o juiz Lalau, em um esqueMarighella, rachou com a ALN e passou a ser
ma cujo mentor era Sérgio Mota, o “PC Fariconhecido como o “Grupo dos 28”, dando
as” e sócio do então presidente.
origem à Dissidência da ALN (DI/ALN), mais
“Pedro Caroço” que voltara triunfante
tarde transformada no Movimento de Libercomo ministro à Cruzeiro d´Oeste para fazer de
tação Popular (MOLIPO) uma organização
seu filho prefeito, com o dinheiro que hoje se sabe
de curta e triste história. A maioria do “Grupo
de onde vinha, volta agora, mais uma vez, de crista
dos 28” regressou ao Brasil, a fim de aplicar
baixa, para as comemorações do aniversário de
seu treinamento em ações terroristas. Entresua neta, fruto e testemunha inocente de uma das
tanto, logo após chegarem ao país, os militanmentiras do seu passado.
(Publicado no Inconfidência, nº 85 de 10/09/05)
tes foram caindo um a um, como peças de um
dominó. A facilidade com que foram neutra* General-de-Divisão
lizados mostrou que havia entre eles um inforMembro da Academia Paranaense de Letras
E-mail: [email protected]
mante. Há várias suspeitas quanto à autoria e
Nº 108 - Abril/2007
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13
A MENTIRA NÃO
PODE PREVALECER
MENSAGEM DO COMANDANTE DO EXÉRCITO
AOS COMPANHEIROS DA RESERVA
Ao longo de cada ano, uma expressiva quantidade de militares passa para a
reserva, após muitos anos de dedicados serviços prestados à Pátria.
Identifico essa fase de transição como de extrema sensibilidade e forte impacto
na vida de cada um e de seus familiares. Sei, também, que a dedicação integral ao serviço
impede que nos preparemos para esse momento.
Passar para a reserva é ingressar em um mundo de reminiscências. Substituímos
o somos por um saudoso fomos e deixamos a emoção permear nossos sentidos.
Sei também que, diferentemente do que aconteceu quando, adolescentes, nos
incorporamos ao Exército, é o Exército, agora, que está incorporado à nossa alma, ao
nosso jeito de falar, de andar e de sentir.
Assim sendo, peço aos companheiros da reserva que permaneçam ativos, pois:
- o Exército necessita de suas colaborações, mesmo sabendo que já cumpriram a
missão;
- suas sugestões, ações e experimentados conselhos continuam sendo valiosos
para o aperfeiçoamento de nossa Força;
- seus exemplos de abnegação, desprendimento e amor à Pátria permanecem
ecoando por onde passaram, servindo de emulação àqueles que chegam para seguir
cumprindo a missão.
Tenho consciência de que o Exército de hoje foi construído pelo de ontem; de que
a ativa um dia se tornará reserva e de que, regidos pela hierarquia e pela disciplina,
somos um todo inseparável e coeso.
Brasília, DF, 28 de março de 2007.
General-de-Exército ENZO MARTINS PERI
Comandante do Exército
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A
SER SARGENTO
literatura está repleta de figuras
caricaturais do sargento. Ora, como
um militar destituído de qualquer importância, ora como um militar ignorante e
mandão. Há muito que o termo “sargentão”
incorporou-se ao vocabulário, exprimindo , quase sempre a figura de um
chefe arbitrário, deselegante.
Desde os anos 20 do século
passado, mercê da Missão
Militar Francesa os sargentos das Forças Armadas são
formados e aperfeiçoados em
escolas específicas. Entidades mantidas pelo povo brasileiro. Ser sargento, muito
mais do que profissão, é vocação. As Forças Armadas
são repositório dos mais elevados principias morais.
A simonia não se pode se pode
instalar em suas fileiras, porquanto viria a
enfraquecer a sua dignidade. As Forças
Armadas não valem pela capacidade do seu
material, mas pelo valor moral dos seus quadros. O subtenente, o sargento que se preza,
não transige com a indisciplina. É leal aos
superiores, o que não implica apostolado de
idéias, é disciplinado sem ser subserviente,
sobranceiro, mas não afrontoso. Sabe manter em alto nível os seus argumentos
reivindicatórios, não usa adjetivos desres-
* Sérgio Chaves
peitosos. Não pode praticar atos que o humilhem ante seus pares.
Por tudo isto, choca a foto de alguns
sargentos da Aeronáutica na capa dos principais, jornais do Brasil. Fardas
amarfanhadas, deitados, recostados. As
atitudes displicentes e desafiadoras,
próprias dos que acreditam nas
vitórias efêmeras da revolta.
Dos que acreditam que novos
nomes geram novas coisas.
Dos que acreditam que
“desmilitarizados” ingressarão
num mundo. novo. Causa espanto a entrevista do
autodenominado líder dos
controladores de vôo. Argumentos especiais são apresentados como verdades incontestáveis. Sua própria inadaptação à
carreira de sargento como um sentimento
geral entre seus pares e o tratamento desrespeitoso aos superiores hierárquicos - a afronta à disciplina - como atos de coragem. Nós,
subtenentes e sargentos de todos os tempos, bem sabemos que a balança da justiça
nem sempre tem os pratos iguais , mas não
será a defesa de interesses disfarçados
que irá corrigir tal discrepância.
* Subtenente
Publicado no Jornal do Comércio
Porto Alegre - 10/04
Os brasileiros de boa vontade , de diferenimprensa ,
tes linhas políticas ou ideológicas , devem de
como Helio
colocar acima de ressentimentos do passado a
Fernandes –
verdade e a construção de um futuro mais fraterno
confinado uma
. Vivemos hoje o drama da violência urbana , que
vez , como hanos coloca em permanente tensão para a proteção
via sido nos *Aristóteles Drummond
pessoal e de nossos filhos .
tempos
de
Querem mexer demais no passado recente
Goulart – , Paulo Francis – antes de se tornar o
, em que o regime miligrande defensor da libertar, autoritário mas
dade –a turma do Pasquim
não ditatorial , pois
, do Opinião , os Mesquita
manteve o Congresso
do Estadão . Estes podiam
aberto , com eleições
ser a esquerda ou menos a
a cada quatro anos ,
esquerda, mas eram- e são
com raras interrup– democratas , não podem
ções . O direito de ir e
ser confundidos com os
vir nunca foi cerceado
que pegaram em armas, se, a grande maioria dos
qüestraram, assassinaram
parlamentares de
friamente como no caso de
oposição , em todos
Henning Boilensen , inos níveis , nunca fodustrial , sueco, mas de
ram molestados.
paixão pelo Brasil, miliApenas aqueles que
tares estrangeiros e tanJosé
Dirceu
às
lágrimas,
abraça
seu
herói
Fidel
se ligaram de alguma
tos inocentes.
maneira a chamada luta armada . Mas estes não
Vamos dar um basta nesta historia de se
foram nunca democratas que combatiam o
querer levantar eventuais violências por parte dos
autoritarismo. Queriam sim um regime forte ,
servidores da lei , anistiando, perdoando, os
totalitário e violento como os de Cuba e dos
que pegaram em armas, assaltaram bancos,
países da Cortina de Ferro, onde foram treinasujaram suas mãos de sangue , inclusive contra
dos e abrigados .
os próprios companheiros , quando estes que Os militares foram vitimas , tiveram seus
riam abandonar a aventura ou eram suspeitos
mortos , com a diferença de que tombaram no
de algum tipo de fraqueza .
cumprimento do dever , para que o país pu Não ajuda ao Brasil reabrir uma questão
desse progredir , crescer e se tornar uma grande
que pertence a história. Mas se assim for, que seja
nação . Os jovens de então, na sua maioria,
completo o arrombamento da anistia generosa de
parecem convertidos hoje a democracia, ao
João Figueiredo . Vamos colocar nas ruas quem
convívio e renegam a luta armada . Muitos
matou quem, quem viveu em Cuba aprendendo
culpam inclusive os “intelectuais” que jogaa matar , quem viveu de mesada da Internacional
ram na aventura jovens idealistas e desorientaComunista , quem delatou companheiros, quem
dos . Esta questão da tortura pode até ter
matou companheiros .
ocorrido neste ou naquele caso, mas jamais na
Os militares não podem ficar acuados,
escalada que esta industria de indenizações
sofrendo toda sorte de acusações por um tipo de
apregoa na tentativa de esconder a realidade
gente que , com o tempo, foram perdendo os ideais
histórica.
a ponto de trocarem as mão sujas de sangue pelas
Quem pegou em armas, todos eles ,
mãos sujas da lama da corrupção , do saque ao
eram revolucionários, admiradores de Fidel
Erário, nos governos conquistados em estados e
Castro , de Mão Tse Tung, seguidores de
municicpios e cargos obtidos na esfera federal. Os
Trotsky , nunca foram democratas nem muito
casos mais recentes ainda estão na memória pomenos liberais . Estes, que combateram o
pular .
regime legitimamente, por convicção , foram
A prudência recomenda um basta nesta
brasileiros respeitados por todos como Franco
tenaz campanha para denegrir os militares, que
Montoro, Tancredo Neves, Nelson Carneiro ,
cada vez são mais admirados e respeitados
Itamar Franco , José Aparecido de Oliveira ,
pelo povo brasileiro , exceto por uma meia
Marcos Freire , Jarbas Vasconcellos, J G de
dúzia de ressentidos , de equivocados, de casos
Araújo Jorge , e centenas de outros que formaque beiram a patologia .
* Jornalista
ram as bancadas do MDB e que ficaram na
[email protected]
A REVOLUÇÃO CONSERVADORA
O jornalista Aristóteles Drummond reúne
neste livro seus artigos publicados nos principais
jornais do país, desde os primeiros tempos do
movimento de março de 1964 até o governo de
Collor. É um obstinado defensor do liberalismo
econômico, sem fazer jamais concessões à mentalidade subdesenvolvida de nossos esquerdistas, populistas e nacionalistas.
Nº 108 - Abril/2007
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ARQUIVOS DA "DITADURA"
N
O DIÓGENES DO PT
o bojo de uma CPI da Segurança, pela luta armada - cuja primeira direção
ganhou destaque na mídia uma gra- ficou constituída por Wilson Egídio Fava,
vação de 1999 em que o economista Waldir Carlos Sarapu e João Carlos Kfouri
Diógenes José de Carvalho Oliveira, di- Quartim de Morais, pelo grupo dissidente
zendo falar em nome do governador do da Política Operária (POLOP), e Onofre
Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, solicitava Pinto, Pedro Lobo de Oliveira e Diógenes
que o então chefe da Polícia Civil, delega- José Carvalho de Oliveira, pelo núcleo de
do Luiz Fernando Tubino, “aliviasse” a remanescentes do MNR.
repressão aos bicheiros.
Pôde assim, Diógenes, iniciar uma
Diógenes é o presidente do Clulonga trilha de sangue, realizando algube de Seguros da Cidadania, uma
mas dezenas de ações terroristas na
organização criada para arrecacapital paulista, dentre as quais asdar fundos para o PT. Certasaltos a bancos, explomente, o ínclito partisões de bombas e asdo irá reverberar a atisassinatos.
tude de Diógenes e
O que se segue é,
inocentar o governaapenas, uma pequena,
dor.
uma pálida idéia do que
O que ocorre, na
praticou esse militante
realidade, é que encomunista.
quanto Diógenes fiNo início da macou na obscuridade,
drugada de 20 de março/
o PT dele usufruiu.
68, participou do atenO PT na fita
Agora, com as luzes
tado que fez explodir uma
da mídia, há que se sacrificar um peão para bomba-relógio na biblioteca da USIS, no
salvar uma peça.
consulado dos EUA, localizado no térreo
Mas quem é esse Diógenes que fa- do Conjunto Nacional da Avenida
lava em nome do governador?
Paulista. Três estudantes amigos, que caSeu nome completo é Diógenes José minhavam pelo local, foram feridos:
Carvalho de Oliveira e, nos seus temPaulo Franken / RBS
pos de terrorista, usou os codinomes
de “Leandro”, “Leonardo”, “Luiz” e
“Pedro”.
A revolução de março/64 o encontrou como militante do Partido
Comunista Brasileiro (PCB). Sentindo-se perseguido, fugiu para o Uruguai, onde ingressou, em 1966, no
recém-criado Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) de Leonel Brizola.
Ainda nesse ano, arranjado por
Brizola, foi fazer curso de guerrilha
em Cuba, onde ficou um ano e se
destacou como especialista em explosivos.
Em 1967, já no Uruguai, tomou
consciência de que Brizola era muito
"Continuo socialista e revolucionário"
de falar e pouco de agir. Diógenes
Diógenes, o terrorista do PT
queria, ardentemente, exercitar o que
aprendera na ilha de Fidel.
Edmundo Ribeiro de Mendonça Neto, Vitor
Retornou ao Brasil e, em Porto Ale- Fernando Sicurella Varella e Orlando
gre, conheceu Almir Olímpio de Melo Lovecchio Filho, que perdeu o terço infe(“Paulo Melo”), que o conduziu a Onofre rior da perna esquerda.
Pinto, em São Paulo, que também se havia
Na madrugada de 20 de abril/68, predesiludido com o comandante Brizola.
parou mais uma bomba, desta vez lançada
Em março/68, concretizou-se o con- contra o jornal “O Estado de São Paulo”,
gresso de fundação da Vanguarda Popu- que funcionava na esquina da Rua Major
lar Revolucionária (VPR) - organização Quedinho com a Rua Martins Fontes; do
comunista criada para derrubar o regime mesmo modo que a anterior, a explosão
feriu três inocentes.
Na madrugada de 22 de junho/
68, participou do
assalto ao Hospital do Exército em
São Paulo, localizado no Cambuci.
Fardados de tenente e soldados,
cerca de 10 militantes da VPR renderam a guarda e roubaram nove fuzis
Atentado ao QG do II Exército
FAL, três sabres e
quinze cartuchos 7,62 mm.
RI, em Quitaúna, com o roubo de grande
Na madrugada de 26 de junho/68, fez quantidade de armas e munições e que
parte do grupo de 10 terroristas que lan- marcou o ingresso de Carlos Lamarca na
çou um carro-bomba contra o Quartel VPR.
General do então II Exército, no Ibirapuera,
Em 02 de março/69, Diógenes e
matando um dos sentinelas, o soldado Onofre Pinto foram presos na Praça da
Mario Kosel Filho, e ferindo mais seis Árvore, em Vila Mariana.
militares.
Um ano depois, em 14 de março/70,
Em 01 de agosto/68, participou do foi um dos cinco militantes comunistas
assalto ao Banco Mercantil de São Paulo, banidos para o México, em troca da vida
localizado na Rua Joaquim Floriano, 682, do cônsul do Japão, seqüestrado em São
no bairro do Itaim, com o roubo de NCr$ 46 Paulo, dias antes.
mil.
Diógenes ficou pouco tempo no MéEm 20 de setembro/68, participou do xico, indo rever seus amigos em Cuba,
assalto ao quartel da Força Pública, no onde ficou por cerca de um ano. Em 25 de
Barro Branco. Na ocasião, foi morto a tiros junho/71, saiu de Cuba e foi para o Chile,
o sentinela, soldado Antonio Carlos que havia se tornado, com Allende, a nova
Jeffery, do qual foi roubada a sua metra- “Cuba sul-americana”. Com a queda de
lhadora INA.
Allende, em setembro/73, retornou ao
Em 12 de outubro/68, participou do México e daí foi para a Europa, onde estegrupo de execução que assassinou o ca- ve em diversos países, dentre os quais a
pitão Chandler, do Exército dos EUA. Foi Itália e a Bélgica.
Diógenes quem se aproximou do capitão
Em fins de 1974, radicou-se em Lis- que retirava seu carro da garagem, na boa, onde permaneceu um ano.
frente da mulher e filhos - e nele descarreEm janeiro/76, iniciou seu périplo
gou os seis tiros de seu revólver Taurus africano, onde foi para Angola e Guinécalibre.38.
Bissau, sempre junto com sua então comEm 27 de outubro/68, participou do panheira Dulce de Souza Maia, a “Judith”
atentado à bomba contra a loja Sears da da VPR.
Água Branca.
Em 1979 e em 1981, representando o
Em 06 de dezembro/68, participou governo de Guiné-Bissau, esteve no Brado assalto ao Banco do Estado de São sil por alguns dias. Em 1986, era o assessor
Paulo (BANESPA) da Rua Iguatemi, com do vereador do PDT Valneri Neves
o roubo de NCr$ 80 mil e o ferimento, a Antunes, antigo companheiro da VPR e
coronhadas, do civil José Bonifácio fazia parte do movimento “Tortura Nunca
Guercio.
Mais”.
Em 11 de dezembro/68, participou
Na década de 90, ingressou nos quado assalto à Casa de Armas Diana, na Rua dros do PT/RS, sempre assessorando seus
do Seminário, de onde foram roubadas líderes mais influentes.
cerca de meia centena de armas, além de
Era o Diógenes da VPR. Hoje, é o
munições. Na ocasiao, foi ferido a tiros o Diógenes do PT.
civil Bonifácio Signori.
(Inconfidência, nº 92 de março/2005)
Diógenes foi o coordenador do asTERRORISMO NUNCA MAIS.
salto realizado em 24 de janeiro/69, ao 4º
www.ternuma.com.br
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15
A COMUNIZAÇÃO DO BRASIL
HISTÓRIA
E
VIDA
(8ª Série, 4ª Edição/2000)
Editora Ática
MINISTRO CUBANO DÁ AULA AO MST
CURSO VERMELHO
Fernando Alegret abre curso de Estudos Latino-Americanos na UFJF
O MASSACRE DO RECIFE
LARGO DA PAZ
...”Dos três levantes comunistas de 1935, foi o de Pernambuco o mais sangrento,
recolhendo-se 720 mortos só na operação da frente do Recife”... (Página 424)
A INTENTONA COMUNISTA VISTA PELOS
LIVROS DIDÁTICOS ADOTADOS EM MINAS
História - Uma abordagem
integrada / 2001
(Questões dos EMEMs)
Em novembro de 1935, a Intentona
Comunista, um movimento armado que sublevou três quartéis, um em Natal, outro em
Recife e o terceiro no Rio de Janeiro. Os
revoltosos acreditavam que outras unidades militares iriam aderir ao movimento, garantindo a sua vitória contra o governo de
Vargas. Mas a revolta não se alastrou, ficando restrita aos militares que deram os primeiros tiros.
A repressão promovida pelo governo
foi violenta, com prisão, tortura e até mesmo
execução dos envolvidos no conflito. Aproveitou-se para prender, torturar e matar
pessoas que nada tinham a ver com a
Intentona, mas que eram opositores do governo.
A maior crueldade desse período de
repressão foi a deportação para a Alemanha
de Olga Benário, esposa de Preste (Pág. 227)O grifo é nosso.
Nova História Crítica
8ª Série / 2001
O revolucionário que Olga iria acompanhar era Luis Carlos Prestes, que voltava secretamente ao Brasil para lutar contra Vargas na revolta liderada pela ANL.
Getúlio mandou prender milhares de pessoas. O chefe de Polícia, era o terrível
Filinto Müller, nazista assumido, torturava barbaramente os presos que caíam sob
suas botas (pág. 145)
COMENTÁRIO
Com estes pequenos exemplos, devidamente comprovados, conclui-se que os
livros didáticos (e a imprensa) procuram
deturpar a verdadeira História do Brasil,
invertendo os autores de crimes hediondos,
de traição e dos assassinatos cometidos em
novembro de 1935 e, posteriormente, nas
guerrilhas urbanas e rurais nos anos 60/
70. Onde estão os professores e pais que
não reagem a essa lavagem cerebral
maxista da nossa juventude?
Alegret (com microfone) profere sua aula tendo ao seu lado a reitora da UF de Juiz
de Fora, Margarida Salomão e ao fundo, bandeira com líderes comunistas
Nova História Crítica 8ª Série – Editora Nova
Geração/2005 – FNDE / Ministério da Educação
A guerrilha do Araguaia
Em 1972, o governo enviou tropas para reprimir a ação. Cerca de 70 guerrilheiros
comandados pelo lendário Oswaldo Orlando da Costa embrenharam-se na floresta e
enfrentaram milhares de homens do exército, aeronáutica e polícia militar. Graças ao apoio
da população, os poucos guerrilheiros puderam resistir durante dois anos. Finalmente uma
expedição de seis mil soldados, incluindo destacamentos de elite do exército (pára-quedistas),
mobilizados numa guerra sem trégua (em que os guerrilheiros eram torturados e degolados),
conseguiu derrotar os rebeldes (janeiro de 1975) - Pág. 277 - O grifo é nosso!
Escrever sobre a Guerra contra o Paraguai e silenciar sobre o nome de Caxias,
naquele episódio memorável,
não é fazer História, é
desfigurá-la, é demonstrar
pouco apreço com o magistério e com o seu elevado
compromisso de revelar a verdade dos fatos às novas gerações.
COMENTÁRIO
Estes dois livros foram editados pelo MEC, em 2003 e
2004 respectivamente, já em pleno governo petista. É de se
perguntar: para onde querem nos levar? Não dúvidamos que
no dia 8 de outubro, o governo brasileiro e seus governantes
participem dos eventos que estão sendo preparados para
homenagear Che "Gueivara".
Você sabe que tipo de livros de
História estão circulando nas Escolas?
O MEC sabe. E o pior: ainda
recomenda. Consulte os livros de seus
filhos.
Por exemplo: Cuba resiste como
único exemplo latino-americano de
democracia social e econômica (...)
Opinião de Frei Beto - Página 116
Não é preciso dizer mais nada.
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ARQUIVOS DA "DITADURA"
E
ASSASSINATO DO CAPITÃO CHARLES RODNEY CHANDLER
m 1968, as ações de guerrilha urbana
perdiam-se no anonimato de seus
autores e, muitas vezes, eram, até,
confundidas com as atividades de simples
marginais. De acordo com os dirigentes de
algumas organizações militaristas, já havia
chegado o momento certo para a população
tomar conhecimento da luta armada revolucionária em curso, o que poderia ser feito
através de uma ação que repercutisse no
Brasil e no exterior.
Em setembro, Marco Antônio Braz de
Carvalho, o “Marquito”, homem de confiança de Carlos Marighella - que dirigia o Agrupamento Comunista de São Paulo (AC/SP),
futura Ação Libertadora Nacional (ALN) -, e
que fazia a ligação com a Vanguarda Popular
Revolucionária (VPR), levou para Onofre
Pinto (“Augusto”; “Ribeiro”; “Ari”; “Bira”;
“Biro”), então coordenador geral da VPR, a
possibilidade de realizar uma ação de
“justiçamento”.
O Capitão do Exército dos EUA,
Charles Rodney Chandler, com bolsa concedida pela “George Olmsted Foundation”, era
aluno da Escola de Sociologia e Política da
Fundação Álvares Penteado, com previsão
de terminar o curso em novembro daquele
ano. Chandler morava na cidade de São
Paulo, com a esposa, Joan, e seus três filhos,
Jeffrey, de 4 anos, Todd, de 3 anos, e Luanne,
de 3 meses. Entretanto, segundo os “guerrilheiros”, Chandler era um “agente da CIA” e
“encontrava-se no Brasil com a missão de
assessorar a ditadura militar na repressão”.
No início de outubro, um “tribunal
revolucionário”, integrado por três dirigentes da VPR, Onofre Pinto, como presidente,
e João Carlos Kfouri Quartim de Morais
(“Manoel”; “Mané”; “Maneco”) e Ladislas
Dowbor (“Jamil”; “Nelson”; “Abelardo”),
como membros, condenou o Capitão
Chandler à morte.
Através de levantamentos realizados
por Dulce de Souza Maia (Judith), apurouse, sobre a futura vítima, seus horários habituais de entrada e saída de casa, costumes,
roupas que costumava usar, aspectos de
sua personalidade e dados sobre os familiares e sobre o local em que residia, numa casa
da Rua Petrópolis, nº 375, no tranqüilo e
bucólico bairro do Sumaré, em São Paulo.
Escolhido o “grupo de execução”, integrado
por Pedro Lobo de Oliveira (“Getúlio”;
“Gegê”), Diógenes José Carvalho de Oliveira (“Luiz”; “Leandro”; “Leonardo”; “Pedro”)
e Marco Antônio Braz de Carvalho, nada
mais é convincente, para demonstrar a frieza
do assassinato, do que transcrever-se trechos do depoimento do próprio Pedro Lobo
de Oliveira, um dos criminosos, publicado
no livro “A Esquerda Armada no Brasil”, de
A. Caso:
"Como já relatei, o grupo executor
ficou integrado por três companheiros: um
deles levaria uma pistola-metralhadora
INA, com três carregadores de trinta balas
cada um; o outro, um revólver; e eu, que
seria o motorista, uma granada e outro
revólver. Além disso, no carro estaria também uma carabina M-2, a ser utilizada se
fôssemos perseguidos pela força repressiva
Arquivo/O Cruzeiro
to”.
Quem portava a metralhadora era Marco Antônio Braz de Carvalho.
A esposa e o filho de Chandler gritaram. Diógenes apontou o revólver para o
menino que, apavorado, fugiu correndo para
a casa da vizinha.
Os três terroristas fugiram no Volks,
em desabalada carreira, deixando, no local
do crime, cinco panfletos:
- “Justiça revolucionária executa
o criminoso de guerra no Vietname,
Chandler, e adverte a todos os seus seguidores que, mais dia menos dia, ajustarão
suas contas com o Tribunal Revolucionário.”
- “O assassinato do Comandante
Chê Guevara, na Bolívia, foi cometido por
ordem e orientação de criminosos de
guerra como este Chandler, agente imperialista notório, e responsável pela
prática de inúmeros crimes de guerra
contra o povo do Vietname.”
- “O único caminho para a revolução no Brasil é a luta armada.”
- “A luta armada é o caminho de
todo revolucionário no Brasil.”
- “Criar um, dois, três, vários
Vietnames.”
Semelhantes a esse cruel assassinato,
muitos outros atos ainda viriam a tingir de
sangue o movimento comunista no Brasil.
(Publicado no Inconfidência, nº 91 de 22 de
feveiro de 2006)
O ASSASSINATO DO TENENTE MENDES
12.10.68 - Assassinato do Capitão Chandler
do regime. Consideramos desnecessária cobertura armada para aquela ação. Tratava-se de uma ação simples. Três combatentes revolucionários decididos são suficientes para realizar uma ação de justiçamento
nessas condições. Considerando o nível em
que se encontrava a repressão, naquela
altura, entendemos que não era necessária
a cobertura armada.”
A data escolhida para o crime foi a de
08 de outubro, que assinalava o primeiro
aniversário da morte de Guevara. Entretanto,
nesse dia, Chandler não saiu de casa e os três
terroristas decidiram “suspender a ação”.
Quatro dias depois, em 12 de outubro
de 1968, chegaram ao local às 7 horas. Às
0815h, Chandler dirigiu-se para a garagem e
retirou o seu carro, um Impala placa 481284,
em marcha a ré. Enquanto seu filho de 4 anos
abria o portão, sua esposa aguardava na
porta da casa, para dar-lhe o adeus. Não
sabia que seria o último.
Os terroristas avançaram com o Volks,
roubado dias antes, e bloquearam o caminho
do carro de Chandler. No relato de Pedro
Lobo, “nesse instante, um dos meus companheiros saltou do Volks, revólver na mão, e
disparou contra Chandler”. Era Diógenes
José Carvalho de Oliveira, que descarregava, à queima roupa, os seis tiros de seu
Taurus de calibre .38.
E prossegue Pedro Lobo, que dirigia o
Volks: "Quando o primeiro companheiro
deixou de disparar, o outro aproximou-se
com a metralhadora INA e desferiu uma
rajada. Foram catorze tiros. A décima quinta bala não deflagrou e o mecanismo automático da metralhadora deixou de funcionar. Não havia necessidade de continuar
disparando. Chandler já estava morto.
Quando recebeu a rajada de metralhadora
emitiu uma espécie de ronco, um estertor, e
então demo-nos conta de que estava mor-
Ali mesmo, numa pequena vala e com
Na noite do Dia das Mães, 08 de maio,
seus coturnos ao lado da cabeça ensandepois de mais de duas semanas ainda
cercados na área, Lamarca e mais 6 militan- güentada, o Ten Mendes foi enterrado.
Alguns meses mais tarde, em 08 de
tes emboscaram cerca de 20 homens da
setembro de 1970, Ariston
Polícia Militar de São Paulo,
Oliveira Lucena, que havia
chefiados pelo Tenente
sido preso, apontou o local
Alberto Mendes Júnior - o
onde o Tenente Mendes es“Berto”, como era chamado
tava enterrado. As fotograpor sua família, que decidiu se
fias tiradas de seu crânio
entregar como refém, desde
atestam o horrendo crime coque seus subordinados, ferimetido. Sua mãe entrou em
dos, pudessem receber auxíestado de choque e ficou
lio médico.
paralítica por quase três
Na noite seguinte, os 7
anos.
guerrilheiros ficaram reduziAinda nesse mês de
dos a 5, pois 2 haviam se extraTenente PMSP
setembro, descoberto o criviado na refrega da noite anteAlberto
Mendes
Júnior
me, a VPR emitiu um comunirior.
cado “Ao Povo Brasileiro”, onde tenta
Conduzindo o Ten Mendes como
justificar o frio assassinato, no qual aparerefém, prosseguiram na rota de fuga.
ce o seguinte trecho:
Depois de andarem um dia e meio, os
“A sentença de morte de um Tribunal
5 guerrilheiros pararam para um descanso,
Revolucionário deve ser cumprida por
no início da tarde de 10 de maio de 1970.
fuzilamento. No entanto, nos encontrávaLamarca disse que o Ten Mendes os
havia traído, causando a morte de dois mos próximos ao inimigo, dentro de um
companheiros (não sabia que eles esta- cerco que pôde ser executado em virtude da
existência de muitas estradas na região. O
vam, apenas, desgarrados) e, por isso, teria
Tenente Mendes foi condenado e morreu
que ser executado.
a coronhadas de fuzil, e assim o foi, sendo
Nesse momento, enquanto Ariston
depois enterrado.”
Oliveira Lucena e Gilberto Faria Lima vigiOs dirigentes da VPR não só eram os
avam o prisioneiro, Carlos Lamarca,
Yoshitane Fujimore e Diógenes Sobrosa de donos da verdade, como arvoravam-se em
Souza afastaram-se e, articulando-se em senhores da vida e da morte!
Na tarde de 31 de maio de 1970,
um “tribunal revolucionário”, condenaram
Lamarca e os 4 militantes seqüestram uma
o Ten Mendes à morte.
Poucos minutos depois, Yoshitane viatura do 2º Regimento de Obuses 105 e
conseguem romper o cerco, largando o
Fujimore, acercando-se por trás do Tenente, desferiu-lhe, com a coronha do fuzil, veículo já na cidade de São Paulo, na marginal do rio Tietê, perto do bairro da Vila
violentos golpes na cabeça. Caído e com a
Maria, com os militares amarrados à
base do crânio partida, o Ten Mendes
carroceria, sem roupas.
gemia e contorcia-se em dores. Diógenes
O segundo assassinato cometido por
Sobrosa de Souza desferiu-lhe outros golLamarca e a fuga bem sucedida, ludibrianpes na cabeça, esfacelando-a.
do e humilhando os militares, serviu para
Lamarca, perante os 4 terroristas,
aumentar a lenda e o mito.
responsabilizou-se pelo assassinato.
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17
A VERDADEIRA HISTÓRIA DO ARAGUAIA
Coronel Lício Augusto Ribeiro Maciel
A
Criméia no HDB
respeito da carta do Coronel Rui
Garavelo Machado ao Comandante
do Exército, versando sobre uma entrevista na rádio Gaúcha, sobre o filme
Araguaia – Conspiração do Silêncio, cumpre esclarecer ao missivista que a guerrilheira (?) deve ser a Criméia Almeida, viúva do
André Grabois (comandante do grupo militar da guerrilha), filho de Maurício Grabois
(um dos chefões do PCdoB). Ambos, mortos
no Araguaia. Portanto, a Criméia é extremamente rancorosa contra as Forças Armadas,
que impediram de ser implantado o comunismo no nosso país. O pai, André Grabois, não
chegou a conhecer o filho. A Criméia
engravidou na mata e foi decidido pela cúpula levá-la para São Paulo, onde foi presa e
encaminhada para Brasília, sob a responsabilidade do Gen Bandeira, que, como era de
seu feitio, a protegeu, tratando-a como a uma
filha. Ela deu à luz no HDB (Hospital Distrital
de Base), tendo um atendimento normal e
muito bom, inclusive com festinha de batizado, bolo, etc. No final das contas, o Gen
Bandeira mandou levá-la em casa, em Minas,
e entregar à família. O próprio motorista do
General foi quem cumpriu a missão, com o
carro do General. Pois bem, logo que se viu
solta e livre, voltou para SP, deixando o
recém-nascido com os avós, reiniciando as
ligações com os bandidos. Tudo o que ela
diz, é fruto do complexo da derrota. Mente
desbragadamente, um péssimo exemplo para
o próprio filho. Saiu da área da guerrilha
antes do início dos combates e nunca mais
voltou. Hoje, quer cantar de galo. No
www.reservaer.com.br (Livraria Virtual, nº 5
– A Farsa do Araguaia), poderá ser lida a
história completa do combate em que foi
neutralizado o grupo militar comandado por
André Grabois, o Zequinha. Mas o fato da
Criméia ter sido mandada para parir em São
Paulo pela cúpula dos comunistas, foi o
motivo pelo qual Pedro Albuquerque e a
mulher, na mesma situação, grávida mas que
os comunas queriam que ela abortasse na
mata, desertassem e dedurassem os companheiros, permitindo a descoberta do local.
Transcrevo trecho:
O combate com o grupo militar da
guerrilha foi um dos mais importantes, tendo
desmoralizado o movimento do PC do B: eles
perderam em um único combate, 4 elementos
dos mais qualificados (um deles, o quinto do
grupo, entrincheirou-se atrás de uma árvore
e conseguiu fugir em desabalada carreira
após cessado o tiroteio, pois estava sem
arma na mão e ninguém atirou nele), todos
com cursos na Albânia, Argélia, China e
Cuba, etc. O que fugiu, soubemos depois,
era o João Araguaia, desapareceu na mata.
Os bandidos ficaram desmoralizados
e, na realidade, foi o começo do fim, até a
morte do Osvaldão. Por este motivo, fazem
pouco alarde do ocorrido, dizendo que foram
emboscados, que eles estavam famintos,
etc., embora saibam realmente o que aconteceu, uma vez que o que conseguiu escapar
deve ter relatado o fato. Uma emboscada fica
demonstrado impossível no caso, pois numa
perseguição na mata não se sabe onde eles
vão passar.
Tudo se originou no assalto a um
quartel da PM, destacamento de São Domingos, ao alvorecer de um determinado dia,
pegando a guarnição de surpresa. Antes,
na madrugada, tinham destruído uma ponte
da Transamazônica, de madeira, para impedir o acesso à área.
Incendiaram todas as instalações,
quartel, refeitório, almoxarifado, corpo da
guarda, casa da estação de rádio, paiol,
etc., levando todo o armamento (fuzís,
revólveres), toda a munição e todo o
fardamento, todo o dinheiro e material
individual, agredindo com coronhadas,
torturando e humilhando os militares, inclusive deixando todos de cueca. Uma
ação audaciosa e reveladora da grande
confiança que possuíam até então.
Deixaram um recado com o Tenente
comandante do destacamento: “Que ninguém ouse nos seguir, pois agora estamos
bem armados e o pau vai quebrar...”. E
quebrou mesmo, mas para o lado deles,
principalmente.
Foi iniciada a perseguição com o
efetivo de um GC, a meu comando, ainda com
o Quartel fumegando, dez horas após terem
fugido.
Os bandidos, com a carga que levavam, deixavam batida nítida na mata e a
velocidade de marcha era relativamente pequena devido ao peso da carga resultante do
saque.
No terceiro dia de perseguição, a despeito das fortes e constantes chuvas, houve
o confronto, cerca das 1500 hrs, num local às
margens do rio Fortaleza. Eles deram três
toriamente de ser dada a voz de prisão
tiros às 0600 da manhã, caçando porcos para certificar-se de quem se tratava, inmonteiros. Cercados os bandidos, foi dada variavelmente.
a voz de prisão, obtendo como resposta um
Terceira mentira: na área agiam
tiro dado por um deles que estava de vigia vários grupos de combate, principalmente
mais à frente e que não tinha sido visto. O
em reconhecimento e busca de informes, o
revide foi inevitável, imediato.
que tornava imperiosa a identificação para
Do nosso lado, um soldado com
não haver acidente entre tropas amigas. Jaferimento na perna, julgado a princípio que mais poderia haver precipitação no encontinha atingido a femural e outro soldado com
tro na mata. E nunca houve, que eu saiba.
distúrbios psicológicos (vomitando seguiSe a intenção fosse realmente acadamente e aparvalhado).
bar com eles, de qualquer maneira, o João
Conforme combinado via rádio, os Araguaia não teria sido poupado; estava
mortos e feridos e todo o material foram
sem arma na mão e ninguém atirou nele.
transportados para o
O mais gritante de
No www.reservaer.com.br
sítio da Oneide e entudo, que anula a versão
tregues ao PIC para a (Livraria Virtual, nº 5 – A Farsa de já chegar atirando, é
devida identificação do Araguaia), poderá ser lida a que seria muito mais fácil
e etc., uma vez que o história completa do combate em levar prisioneiros marlocal do combate não
chando algemados pela
que foi neutralizado o grupo
era identificado nas
mata do que transportar
militar comandado por André
cartas. Foram 6 hocadáveres em lombo de
ras de marcha extremuares. Inclusive, vivos,
Grabois, o Zequinha
mamente difícil,
continuariam carregando
numa estreita trilha em plena mata, com os
as próprias cargas que roubaram. Dificilcadáveres, feridos e carga sendo transportamente o local dos combates, em mata fedos em muares que estavam abandonados
chada, permitia o pouso de helicóptero.
pelos moradores, e que foram providenciaAs informações que poderiam fornecer
dos pelos guias (Luiz Garimpeiro e Antonio
também eram de suma importância e foram
Pavão). A munição, de fuzil e .45, foi jogada
perdidas, uma vez que o sobrevivente,
fora, pois era muito pesada.
muito ferido, não estava em condições de
Numa reportagem na imprensa, um falar na manhã seguinte. Ele apenas deu o
mateiro declarou que a tropa do Exército já nome de cada um componente e da importânchegava atirando.
cia do grupo. Sofreu muito durante a noite e
no caminho tendo chegado muito mal no
sítio da Oneide, onde foi medicado e identificado.
Tanto no caso da descoberta do
local da guerrilha, como em todos os
demais, era dada a voz de prisão. Os três
elementos avistados (dois homens sem
camisa e uma velha) no final da trilha de
Pará da Lama, e que escaparam fugindo
para a mata, podiam ter sido alvejados
facilmente, tal a proximidade a que chegamos, uns 80 metros.
O mesmo poderia ter sido feito com
o “Geraldo” (José Genoíno), que inclusive
tentou fugir. Além de tudo, havia necessidade de obter informações.
O Pedro Albuquerque está vivo, em
Recife, só temendo o justiçamento por
parte dos antigos camaradas de aventura.
O caso da Sônia demonstra de maneira insofismável este procedimento das
José Genoíno (Geraldo),
patrulhas. Ela poderia ter sido alvejada
preso em abril de 1972, no Araguaia
mortalmente ao puxar a arma, mas foi
Primeira mentira: os mateiros iam preferido deixá-la ferida, após 6 sucessificando para a retaguarda na iminência do
vas advertências.
confronto. Ficavam quietinhos lá atrás
Aí está o que ocorreu. Quanto aos
até o cessar fogo. Assim, não podiam ver
outros ítens citados pelo Garavelo, não há
os primeiros instantes após dada a voz de esperanças. Há muito que os militares
prisão. E sempre aprovei este procedinão têm comandantes e não serão estes
mento, claro.
atuais agraciadores de Genoínos e
Segunda mentira: como os bandi- Dirceus que irão fazer alguma coisa. Ou
dos estavam fardados, tendo o Zé Carlos achamos uma solução urgente ou sereo gorro de 2º Ten da PM do Pará na cabeça
mos aniquilados. (Publicado no Inconfidência,
nº 78, de 23 de fevereiro de 2005)
(caki com estrela vermelha), teria obriga-
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ARQUIVOS DA "DITADURA"
FOLHA CORRIDA DO TERRORISTA
BRUNO MARANHÃO, AMIGO DO LULA
BRUNO COSTA DE ALBUQUERQUE MARANHÃO
T
Foto: Agência Estado
ambém conhecido pelos
codinomes: “CARLOS”,
“FABIANO”, “FRED”,
“HENRIQUE”, “MARCIO”, “PAULO”, “ROQUE”, “TIÃO”, “VALMIR”, “CECI”, “MARINHO”,
“ROBSON”, nasceu em 1939, filho de
usineiros de Pernambuco.
Formou-se como engenheiro
mecânico eletricista e casou-se com
Suzana Helena de Britto Maranhão.
Iniciou sua militância na antiga
Ação Popular (AP).
Desejando tomar posições mais
radicais, participou, em 01 outubro de
1967, em Niterói, da 1ª Reunião Nacional da “Corrente Revolucionária”.
Em 11/12 de abril de 1968,
compareceu à I Conferência Nacional No dia 17 de novembro de 2005, Bruno Maranhão e outros
líderes do Movimento de Libertação dos Sem Terra foram
da “Corrente Revolucionária”, reali- recebidos por Lula em audiência no Palácio do Planalto.
zada num sítio próximo a Niterói/RJ, Maranhão é da Executiva do PT. Foi preso há pouco, depois
quando foi fundado o Partido Comu- de liderar a invasão do prédio da Câmara dos Deputados.
nista Revolucionário Brasileiro
(PCBR), organização de linha militarista. Nessa
vem integrando seu Diretório Nacional.
ocasião, BRUNO MARANHÃO foi eleito memDe 1983 a 1985, foi presidente do PT
bro efetivo do Comitê Central (CC) e membro da
em Pernambuco. Em novembro de 1982, foi
Comissão Executiva (CEx), junto com Jacob
derrotado nas eleições para senador, pelo PT/
Gorender e Armando Teixeira Fructuoso.
PE.
Depois de uma breve passagem pela
Em novembro de 1985, foi derrotado nas
Guanabara, foi dirigir o PCBR em Pernambuco,
eleições para prefeito de Recife, ainda pelo PT.
dirigindo diversas ações armadas.
Em 17/18 de março de 1990, partiEm 25 de maio de 1970, participou do
cipou de uma reunião com os remanescentes
assalto ao Banco da Bahia, em Salvador, abandodo CC/PCBR.
nando sacos de dinheiro na calçada quando perseEm 1997, em Luiziânia/GO, participou
guido pela polícia.
da fundação do “Movimento pela Libertação
De 23 de janeiro ao início de fevereiro
dos Sem Terra” (MLST).
de 1971, participou como convidado - represenEm julho de 2004, BRUNO e outras
tando o PCBR - do II Congresso da Vanguarda
lideranças do MLST foram recebidos pelo
Armada Revolucionária Palmares (VAR-P), reaPresidente da República, que anunciou a libelizado na praia de Piedade, em Recife. Antes do
ração de R$ 9 milhões para o movimento.
final do conclave clandestino, numa hora de almoNos primeiros anos da fundação do
ço, com medo de que chegasse a polícia, pulou o
PT, quando ia à Recife, Lula se hospedava
muro da casa e saiu correndo.
na casa de Bruno Maranhão.
Na década de 70, fugiu para o exterior Maranhão também já se hospedou na
sem nunca ter sido preso - e foi residir no Chile e
Granja do Torto, residência oficial da Presiem Paris, com sua esposa Suzana.
dência da República, como convidado de Lula.
Com a anistia, retornou ao Brasil em 29
Até o dia 07/06/06, tinha assento na
de agosto de 1979.
executiva nacional do PT. Ocupava o cargo de
Ajudou a fundar o PT e, desde o início,
secretário de Movimentos Populares
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Gustavo Miranda
Bruno Maranhão (à esquerda)
na área reservada a conviddos
da Presidência na posse
CONVIDADO VIP
Bruno Maranhão, depois de
comandar violenta invasão do Congresso, foi convidado VIP para a
posse de Lula.
O MLST, MST, MAB,
Sem-Teto, Via Campesina e outros
movimentos ilegais, "sociais" (comunistas), contam com a conivência, ou melhor, com o apoio financeiro do governo federal, bem caracterizado pelas atitudes do presidente Lula e de outros políticos
petistas.
É uma vergonha!
Suplicy
beijando
Stédile.
Dá
NOJO.
VANDALISMO DOS SEM-TERRA
DESTRÓI CÂMARA
Depois de duas horas de depredação e invasão, 497 manifestantes
do MLST são presos e 41 pessoas ficam feridas.
D
epois de duas horas de depredação e invasão, 497 manifestantes do MLST são presos e
41 pessoas ficam feridas.
BRASÍLIA - Em meio a um processo de desmoralização pública e
desgaste social, a Câmara dos Deputados foi invadida e depredada na
tarde de 06 de junho por cerca de 700
integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST). Pelo
menos 40 pessoas ficaram feridas, a
maioria funcionários da segurança da
Câmara. Já fora do Congresso, 497
pessoas foram presas, depois de duas
horas de negociação.
Com pedaços de pau, pedras e até
paralelepípedos, os manifestantes tomaram
conta do Salão Verde - em frente ao plenário
da Casa - depois de destruírem portas de
vidro, equipamentos de segurança, sistemas de filmagem, computadores, posto
informatizados de atendimento ao público,
luminárias e até uma exposição de ecologia.
Um automóvel Fiat Uno parado na
portaria do anexo 2 foi virado num dos atos
de barbárie que gerou um princípio de pânico
entre funcionários e visitantes da Câmara.
Depois do tumulto que durou cerca de
duas horas, a Polícia da Câmara prendeu 497
manifestantes, entre eles um dos líderes do
movimento, Bruno Maranhão, integrante da
Executiva Nacional do PT e da corrente Brasil Socialista - ala tida como a mais radical ao
partido. (O Tempo - 07/06)
NR: Este é mais um dos motivos para que os terroristas/subversivos/corruptos não queiram abrir
os arquivos da “ditadura”, pois se isso acontecer, aparecerão todos os seus crimes, como estes de
Bruno Maranhão, diretor da Secretaria de Movimentos Populares do PT.
Continua filiado ao PT e não acreditamos em uma punição, brevemente deverá ser solto
mediante expedição de um “hábeas- corpus”político.
E o Lulla, como sempre , sem saber de nada.... (Publicado no Inconfidência, nº 96 de 10 de julho de 2006
BRUNO MARANHÃO é Bruno Costa de Albuquerque Maranhão, um dos
fundadores do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), em 1967. O PCBR atua
dentro do Partido dos Trabalhadores através do nome fantasia de Tendência Brasil
Socialista e edita trimestralmente a revista “Brasil Revolucionário” que se intitula uma
publicação do Instituto de Estudos Políticos Mario Alves, que funciona na praça Franklin
Roosevelt 695, São Paulo, SP. Bruno Costa de Albuquerque Maranhão é membro da
Comissão Executiva Nacional do “novo PT”, eleita em outubro de 2005, ocupando o cargo
de dirigente da Secretaria de Movimentos Populares.
Ele não é um camponês ou um agricultor. É formado em Engenharia Mecânica pela
Universidade Federal de Pernambuco. É filho de um usineiro e mandou seus filhos estudarem
nos EUA, na época em que eram adolescentes. Durante a luta armada não correu riscos, pois
passou a viver em Paris, juntamente com sua esposa, Suzana Helena de Brito Maranhão.
Em agosto de 1997, Bruno Maranhão, que não é um sem-terra, fundou um movimento
de agitação no campo, ao qual deu o nome de Movimento de Libertação dos Sem-Terra
(MLST). O MLST foi denominado por ele de “projeto político e social” e adotou o lema
“ocupar, resistir e viver feliz”. O documento de fundação do MLST recebeu um nome
significativo: “MLST – Rompendo Cercas, Construindo a Liberdade”. O MLST pode,
assim, ser considerado uma extensão – ou braço armado – do PCBR na área rural. E como
funciona e sobrevive o MLST? Com o dinheiro dos impostos pagos pelo povo brasileiro que
é gentilmente repassado a uma entidade intitulada Associação Nacional de Apoio à
Reforma Agrária (Anara), mantenedora do MLST. Após a invasão e depredação das
dependências da Câmara dos Deputados, a Anara foi apressadamente lançada pelo governo
no cadastro de inadimplentes da União (Cadin) e está impedida de receber novos recursos
federais enquanto não comprovar onde gastou os R$ 2,24 milhões do último convênio com
o Governo Federal. (Publicado no Inconfidência, nº 100 de 15 de outubro de 2006)
Nº 108 - Abril/2007
T
19
19
PERGUNTAS QUE NÃO QUEREM CALAR
enho me perguntado sobre quais
seriam as reais razões da insistência das esquerdas em continuar
buscando desmoralizar as Forças Armadas, em particular, por meio de mentiras as
mais diversas possíveis tais como: lutávamos contra a ditadura! Como? Se muito
antes da Contra-Revolução de 31 de março de 1964, ou seja, a
partir de 1961 militantes adeptos da Luta
Armada já realizavam
curso de guerrilha no
exterior, principalmente em Cuba e China?
Muito também
tem sido publicado de
maneira tendenciosa
pela mídia infiltrada a
respeito da tortura ideológica sobre presos
que “depois de torturados teriam sido posteriormente assassinados”. Essas reportagens repetem apenas o
que é dito pelos próprios subversivos e terroristas muitos deles assassinos, assaltantes de bancos e “justiceiros” dos próprios companheiros de
organização subversiva. Eles seguem as
normas dos criminosos comuns: nunca
confessam. Sempre alegam que confessaram seus crimes sob tortura, sob coação.
E este é um direito que lhes cabe. O que
não é admissível é que jornalistas que
deveriam buscar a verdade, ao entrevistarem o outro lado publiquem de maneira
tendenciosa, o que lhe disse o entrevistado. Se quisessem a verdade investigariam mais profundamente a matéria e publicariam, com isenção as versões encontradas, dando ao leitor a oportunidade de
fazer seu próprio juízo.
E sempre que nos aproximamos do
31 de março, dia da Contra-Revolução; do
dia do Exército Brasileiro, ou seja, 19 de
abril; além de 25 de agosto, dia do Soldado
e 27 de novembro, quando os comunistas
brasileiros durante a Intentona Comunista de 1935, assassinaram seus colegas,
alguns dormindo, notícias espalhafatosas e “requentadas” buscando denegrir
as Forças Armadas são publicadas.
Este ano inovaram. Além da invasão do MST em terras do Exército, como
não poderia deixar se ser, os jornais O
Estado de Minas e o Correio Braziliense
publicaram, com grande estardalhaço, até
agora, nos dias 15, 16, 17, 18 , 19, e 22 de
abril, reportagens do Jornalista Lucas
Figueiredo cuja chamada na primeira página foi “LIVRO SECRETO DO EXÉRCITO MOSTRA ENGRENAGEM DA
REPRESSÃO”.
As reportagens tratam do projeto
de pesquisa realizado pelo EB há 19 anos
atrás denominado inicialmente de ORVIL
– livro ao contrário. Nas matérias
publicadas a pesquisa que ficou ao final
com o nome de “As Tentativas de Toma-
Coronel Aluisio Madruga de Moura e Souza
da do Poder” é rebatizada com o nome de
“O Livro Negro do Terrorismo no Brasil”. Pelo que li nos jornais Lucas
Figueiredo realmente tem em mãos cópia
da pesquisa original. Como a conseguiu?
E, o que é mais importante, será que fará
bom uso dela?
Artur da Távola costumava dizer
que “ todo jornalista que
se preza tem na gaveta
três listas: uma de pessoas e organizações sobre
as quais sempre fala mal.
Outra, sobre as quais ele
sempre fala bem e uma
terceira, sobre as quais
jamais fala”. Até agora,
para mim, em relação aos
assuntos militares e de inteligência, estamos na primeira lista do jornalista
Lucas Figueiredo. Espero
estar enganado. Vamos
aguardar.
Se ele fizer bom
uso do Projeto Orvil,
publicando os asuntos
sem sensacionalismo,
sem escolher frases que estão
inseridas no contexto, esclarecerá a
população muitos fatos desconhecidos que levarão o brasileiro a conhecer a história recente do nosso País.
E isso seria de grande valia para nossa Pátria pois não correríamos o risco
de repetir um período triste de nossa
história.
Mas as perguntas que não querem
calar continuam.
Quais as reais razões do total estado
de abandono imposto
pelo Governo Lula as
Forças Armadas brasileiras, com graves
ameaças à sua eficácia
operacional?
Quais as razões das freqüentes
tentativas por parte
de militantes e políticos do PT e do próprio Presidente da
República como recentemente no caso
dos controladores de
vôo, em denegrirem
a imagem das Forças Armadas e destruírem o que elas
tem de mais caro que é a disciplina
militar?
Quais as razões do total descalabro
em que se encontram a segurança pública,
a saúde e a educação?
Como fica a corrupção desenfreada e desavergonhada em todos os escalões dos poderes constituídos, como se
tudo natural fosse?
E o que dizer do total beneplácito dos órgãos governamentais em
relação as ações do MST, do MLST e
outros grupos que recebem verbas do
governo para realizarem invasões de
propriedades particulares e até de instalações de órgãos governamentais,
mesmo sem possuírem CNPJ já que
não são organizações legalizadas?
Como é feita esta “maracutaia”? O certo é que como friso em meu
livro DESFAZENDO MITOS DA LUTA
ARMADA, os tempos mudaram. Estamos
em um novo século. E os comunistas e
os ávidos de vantagens em todos os
sentidos e a qualquer custo multiplicaram-se e viraram “estrelas”. E assim o
PT chegou ao governo depois de uma
campanha milionária e mal explicada. É
o comunismo disfarçado, o terrorismo
institucionalizado, marcado por “saques”
dissimulados. Surgem várias perguntas,
mas não as respostas.
Por que Celso Daniel foi seqüestrado, assassinado ou “justiçado” ?
Foi em razão de não mais querer
participar de esquemas de obtenção de
dinheiro público para o PT e ter se rebelado? Foi porque sabia demais? Por que
atrapalharia a escalada dos “heróis”, “das
vítimas da ditadura”? Por que ocuparia o
lugar que José Dirceu acabou por ocupar?
São tantas perguntas que não querem calar. Por que o prefeito de Campinas, o Toninho do PT foi assassinado?
Lula, que não foi guerrilheiro, nem
terrorista, apenas um sindicalista que
paralizava o país com
suas greves e um dos
fundadores do PT, foi levado pelo voto à Presidência da República, com
os companheiros do partido, José Dirceu militante
da guerrilha urbana , José
Genoíno da guerrilha rural
e vários outros guerrilheiros, subversivos e até exterroristas chegaram ao
topo do governo.
O povo deu-lhes a
chance de governar o
País. Deu no que deu. E
continua dando. Não
fosse o deputado Roberto
Jefferson, também com o
dedo sujo que apontou as
falcatruas de alguns, estaríamos sem nada saber a
respeito de propinas,
mensalões, dinheiro de bingos e outros. De escândalo em escândalo foram
caindo de um em um os envolvidos nas
falcatruas do governo. Respingou sujeira
para todos os lados. Caiu José Dirceu e para
o seu lugar o Presidente colocou como Ministra da Casa Civil , a senhora Dilma
Rousseff.
O Presidente Lula, que diz que gover-
na, é um homem atrapalhado, que profere
discursos lamentáveis, óbvios, fala dos pais
analfabetos, mas não dos problemas nacionais que precisam urgentemente de soluções. Anuncia programas mirabolantes que
não saem do papel; pisoteia a escola e quem
faz esforços homéricos para estudar, quando se vangloria de ter chegado à Presidência
sem ter curso superior, formação que, ao que
parece ao estufar o peito, no seu entender
desnecessária e inútil.
Essas atitudes são ameaças concretas, disfarçadas sob os mais variados
matizes e acobertadas por uma pretensa
oposição política que se vende ao Presidente por qualquer ministério que este
lhe oferece, passando então a fazer parte da base governamental.
E foi por insistentemente repetir “isto
é uma vergonha” que o Boris Casoi perdeu
o emprego. E talvez seja por esta razão que
algumas redes de televisão, algumas revistas e muitos jornalistas, de maneira
distorcida, escrevem o que o governo deseja
que o povo tome conhecimento. Estão destruindo os valores cívicos, éticos e morais da
Nação Brasileira, com destaque para a destruição das Forças Armadas. Enquanto o
atual Governo e o PT tudo fazem para
transformar as Forças Armadas em guarda nacional; cria a Força Nacional de
Segurança, futura KGB dos que imaginam
criar a nova República Popular Sindical;
e novo Exército Popular que terá origem
nos quadros do MST.
Os desvios de rumos são muitos. Por conveniência, muitos fingem que não estão vendo nem
ouvindo. Estão esquecidos que a desordem institucional, aliada à omissão dos homens e mulheres de bem,
é a passarela que conduz os tiranos
ao poder.
Pensem nisso e vamos provocar as
pessoas que amam o Brasil e a liberdade
a saírem da apatia e passarem a exercer
sua cidadania. O Brasil merece.
O livro DOCUMENTÁRIO – DESFAZENDO MITOS DA LUTA ARMADA
foi lançado inicialmente no dia 20 de setembro de 2006 no Carpe Diem do Píer/21 em
Brasília e no dia 16 de novembro, no Clube
Militar no Rio de Janeiro, com freqüência
bastante expressiva em ambos os evntos.
A simples leitura do prefácio bem
mostra tratar-se de obra polêmica e ousada.
Confira.
Os livros DESFAZENDO MITOS DA
LUTA ARMADA e GUERRILHA DO
ARAGUAIA, poderão ser adquiridos
ao preço de R$ 45,00 e 25,00
respectivamente, pelos e-mail:
[email protected] ou
[email protected]
Nº 108 - Abril/2007
CARTAS À REDAÇÃO DO
ESTADO DE MINAS
GODOFREDO BULHÕES
CONTAGEM/MG
HISTÓRIA
Leitor acredita que novos tempos virão
“ A série de reportagens que o EM vem
publicando sobre o Livro negro do Exército
brasileiro traz uma verdade intransponível:
quem está hoje no poder público federal?
Seriam sequestradores, bandidos, assassinos,
subversivos ou desordeiros? Eles fazem hoje
caça aos nacionalistas, brasileiros de raiz, que
nunca subverteram a ordem mas deram a esse
pobre e abandonado país a condição de nação
livre, emergente e futurista. Agora, infelizmente, graças ao partido do desgoverno, abismo abaixo. Mas novos tempos surgirão das
cinzas. Temos fé em Deus”.(EM 19/04)
MILTON MARIANO
Governador Valadares/MG
ARAGUAIA
Verdade histórica deve ter dois lados
“ O resgate da memória no caso das
reportagens Memórias da ditadura exige que
sejam expostos os dois lados da questão.
A cada dia fico mais convencido da
acertada atuação do Exército brasileiro no combate aos subversivos durante a Operação
Araguaia.
A Comissão de Direitos Humanos da
Câmara dos Deputados quer saber onde se
encontram os corpos dos agitadores, chamados de guerrilheiros, mortos naquela operação.
O que queriam eles?
Será que pretendiam implantar aqui um
regime comunista nos moldes do de Cuba, inspirados no sanguinário ditador Fidel Castro? Querem convocar o general Leônidas Pires Gonçalves
para depor sobre um suposto livro secreto do
Exército. Será bom convocar também os petistas
Dilma Rousseff, José Dirceu, José Genoíno e
outros envolvidos na Guerrilha do Araguaia. Se
querem desenterrar defuntos, que os desenterrem
dos dois lados, não de um lado só. Guerrilheiros
também assassinaram seguranças e militares. (Estado de Minas (22/04)
JOUBERT FRANÇA
Belo Horizonte/MG
GUERRILHA
Deveriam prevalecer os dois lados da moeda
“Oportuna e verdadeira a opinião do leitor
Milton Mariano, de Governador Valadares
(EM,22/04), sobre as insurgências dos subversivos, que se opuseram ao regime militar. Qual era
o objetivo daquela chusma de aventureiros, que se
autodenominava guerrilheiros? Virar heróis da
pátria certamente, implantando aqui um retrógrado, superado e sanguinário regime comunista, que
implodiu no seu berço, na ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Quem era o
mentor desses pseudo-heróis?.
Fidel Castro, financiado pelo ainda farto
dinheiro vindo de Moscou, no auge da guerra fria
entre URSS e Estados Unidos, para desestabilizar
os governos latino-americanos, levando-os ao
caos, permitindo assim o surgimento dos ‘salvadores da pátria’, para a tomada do poder e implantar a sua doutrina. O desenterro desses fatos deve
se pautar na impacialidade”. (EM 25/04)
CEL CARLOS CLAUDIO MIGUEZ
Belo Horizonte/MG
O LIVRO NEGRO DO
TERRORISMO NO BRASIL
Faltou dizer que aqueles que queriam implantar um regime comunista/ socialista no Brasil,
nos idos de 1970, além de cometerem assassinatos, atentados a bomba, terrorismo, tortura, seqüestro de aviões e de diplomatas, assaltos a
banco, hoje , em importantes cargos neste governo
petista, ainda receberam indenizações milionárias
pelos crimes cometidos.
Entre muitos, destaco: José Dirceu, José
Genoíno, Franklin Martins, Dilma Rousseff, Luiz
Carlos Prestes, Carlos Lamarca, Flávio Tavares,...
E também, o jornalista “investigativo”
deixou de mencionar que em 21 anos de governo
“autoritário” (havia autoridade) morreram, de
ambos os lados, umas 400 pessoas, menos do que
em um fim de semana, na guerra do narcotráfico
e acidentes de trânsito no Rio de Janeiro,São Paulo
e Belo Horizonte.(Não publicada - 25/04)
NR: Não apareceu nem uma carta a favor dos guerrilheiros comunistas.
A "DITADURA" EM NÚMEROS
Prisioneiros políticos atestaram ter
1918 sido torturados entre 1964 e 1979
Brasileiros morreram durante o regime
257 militar, incluindo os que faleceram no
exílio em conseqüência da repressão (Sic)
Fonte: “Tortura nunca mais / seção BH
Publicado no Estado de Minas em 09/04/2001
3668 Brasileiros assassinados em março/2003
Publicado no Estado de Minas em 06/04/2003
RESUMO DOS NOSSOS MORTOS
l 43 Civis l 34 Policiais Militares
12 Guardas de Segurança l 10 Policiais
Civisl 08 Militares do Exército
l 03 Agentes da Polícia Federal
l 03 Moradores do Araguaia
l 02 Militares da Marinha l 02 Militares
da Aeronáutica l 01 Major do Exército
Alemão l 01 Capitão do Exército dos
Estados Unidosl 01 Marinheiro da
Marinha Real Inglesa
l
Comentário
Durante os 21 anos do profícuo regime militar (1964/1985) morreram 257 (duzentos e cinqüenta e sete) pessoas, número
reconhecido pelo Grupo Tortura Nunca
Mais, incluídos aí os “justiçados, os falecidos em acidentes de trânsito, os desaparecidos e os suicidas. Menos do que em um fim
de semana na guerra do narcotráfico no
Rio de Janeiro, na periferia de São Paulo,
nas rodovias brasileiras e nos presídios de
“segurança máxima”. É preciso ficar bem
claro que os traidores terroristas que lutaram
contra a “ditadura” não o fizeram em defesa
da democracia mas sim para implantar no
País, um regime marxista como o de Cuba.
Imaginem se indenizações tivessem de
ser pagas aos 17 mil assassinados no
“paredón” por Fidel Castro e aos 100 mil
presos políticos nas masmorras cubanas...
Com essas indenizações milionárias
aos terroristas traidores, comunistas e petistas,
a dívida interna vai estourar...
20
20
O SALDO DA
DERROTA COMUNISTA
H
á marxistas decentes que não falseiam o
que pretendiam fazer se vencedores fossem. Já haviam sido vencidos em 1935,
quando Prestes, acatando orientação do
Komintern, de Moscou, liderou a revolta comunista no Nordeste e no Rio de Janeiro. Só no Recife
o ataque produziu mais de 700 mortos, segundo
o historiador Glauco Carneiro, em História das
Revoluções Brasileiras. No Rio, foram 33 vítimas
militares, algumas covardemente assassinadas.
Em 1964, Prestes era aliado a Jango. No livro que
ditou ao jornalista Dênis de Moraes, Prestes diz
“que teve vários contatos com Jango e os reportava ao Comitê Central, que o deputado federal
Marco Antônio Tavares Coelho fora por ele
destacado para as articulações junto a Jango, que
aconselhou a demissão dos generais Justino Alves
Bastos, do IV Exército, e Amauri Kruel, do II
Exército, e que Jango chegava a compreender o
papel que a União Soviética desempenhava”.
Clara a aliança para a fase da etapa intermediária
do Partido Comunista para a conquista do poder.
Entre 67 e 74, os contrários ao “etapismo” desobedeceram Prestes e desencadearam a luta armada, que misturou guerrilha clássica com terrorismo. Que pretendiam?
Entre os marxistas sinceros a que me referi,
destaco dois guerrilheiros: o então universitário
Daniel Aarão Reis e o escritor Jacob Gorender.
Em livro e entrevistas, Daniel desmoraliza os
que dizem ter lutado pela restauração da democracia: “Nós lutávamos pela ditadura do proletariado”, fiéis a Marx. Jacob Gorender, contrário ao “etapismo”, preferiu a luta armada.
No seu livro Combate nas Trevas, capítulo 8º,
lê-se: “A pré-revolução e o golpe preventivo”.
A revolução comunista estava em curso, pois.
Greves políticas, aliança de Jango com Prestes, os motins dos sargentos, em Brasília, e dos
marinheiros e fuzileiros navais, no Rio de
Janeiro, e a reunião de Jango com os sargentos
no Automóvel Clube do Brasil “uma provocação, uma inversão de toda a hierarquia que
facilitou o golpe”, assim o definiu Prestes.
Golpe preventivo, disse Gorender, ou uma
contra-revolução. Todas essas verdades, citadas as fontes dos próprios comunistas, são
mentirosamente negadas.
Vencidos, foi-lhes
dada anistia, mais ampla
que o substitutivo do Mo- * Por Jarbas
vimento Democrático BraPassarinho
sileiro (MDB) que,
estranhamente, não contemplava Brizola e Arraes, e abrangia os crimes
conexos. Claro reconhecimento de que, paralelamente às ações militares, havia os crimes
típicos da “luta suja”, onde a tortura, se houve,
mas não institucional, igualou-se ao terrorismo, esse sim, defendido por escrito por
Marighella. A anistia, pois, diferenciou-se da
concedida no Chile e na Argentina, que “usaram a tese da obediência devida” para justificálos, não aceita no Tribunal de Nürenberg.
Nos governos posteriores ao de José
Sarney, cresceu progressivamente a acrimônia
contra os militares. Vitoriosos, pagaram com
suas vidas o preço cruento da contra-insurreição: a execração, e até são processados, enquanto, ao revés, os insurretos de ontem são
feitos heróis, recebem indenizações vultosas,
a título de ressarcimento dos prejuízos alegados e reconhecidos por uma comissão de que
fazem parte ex-guerrilheiros e comunistas
irredutíveis. Muitos terroristas, que mataram
no aeroporto de Recife e estraçalharam o corpo
da sentinela do quartel de São Paulo, vivos
recebem homenagens e até compõem, em parte, os governos. Aos vencidos dão-se recompensas pecuniárias milionárias, como se o governo
fosse resultado da vitória deles e os que os
combateram são odiados, porque não basta reescrever desonestamente a história. Reclamam que
“ainda não conseguimos confrontar devidamente
o nosso passado recente”. Millor, que nunca nos
foi simpático, definiu-os bem: “Da luta fizeram um belo investimento”.
Há cientistas políticos de natureza vária, mas os que são facciosos e baseados em
fatos não provados, desmerecem a ciência.
Como dizia Bobbio, não são cientistas, mas
meros formuladores de opinião.
* Coronel - Foi ministro de Estado,
governador e senador pelo Pará.
EDIÇÃO ESPECIAL
A Verdade, nada mais que a Verdade — este é o escopo desta Edição Especial. Baseada em
documentos e fatos históricos — devidamente comprovados — além de contar com os depoimentos
de militares que participaram das guerrilhas rural e urbana, ele tem por objetivo se contrapor de forma
irrefutável, a tudo quanto foi dito, irresponsavelmente, até agora, sobre a Contra-Revolução de 1964.
Como bem salientou o ex-guerrilheiro Alfredo Hélio Sirkis, em seu livro “ Os Carbonários”,
realmente vencemos a guerra, mas perdemos a batalha da comunicação.
Apesar de vencidos, os derrotados de 64 conseguiram criar uma outra versão da História, por
meio de inumeráveis obras literárias, memorialístas, seja através da mídia, da cátedra, seja por intermédio
de áudio- visuais exibidos intensamente na TV e multiplicados em CD-ROM.
Ultimamente começa a se esboçar uma reação — principalmente pela internet, pelos grupos
Inconfidência, Ternuma, Guararapes e outros, e em solenidades cívico-militares — particularmente
por ocasião da comemoração das datas de 31 de março e 27 de novembro.
Ainda há muitas frentes que merecem ser exploradas pelo jornalismo investigativo sério e
descomprometido e que necessitam ser dadas a conhecer à nação brasileira.
É preciso abrir os “arquivos da ditadura”. Nós não temos medo!
Dentro dessa premissa, porque não investigar, com empenho, por exemplo, a Guerrilha de
Caparaó (MG), e o papel desempenhado pelas Polícias Militares dos Estados de Minas e Espírito Santo
naquele episódio?
Porque não pesquisar, a fundo, a atuação do ex-sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, quando
foi convocado pelo Coronel Golbery do Couto e Silva para prestar serviços ao Palácio do Planalto?
A Redação