livro – o educador do seculo xxi
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livro – o educador do seculo xxi
1 Projeto Fazendo e Aprendendo Você constrói o seu conhecimento O Educador do Século XXI Habilidades e competências para melhorar as suas aulas e valorizar o seu trabalho. Copyright 2008 José Carlos Prates Ribeiro Registro 275.571 Biblioteca Nacional Autor: Carlos Prates www.ibahia.com (Blog de Empregos) [email protected] Telefax (71) 3264-9263 Salvador – Bahia 2 Sumário Capítulo 1 - O Educador do Século XXI, 5 - Habilidades e competências, 6 - Plano de ação profissional, 7 - O projeto você, 8 - Comunicação verbal, 9 - Comunicação clara e atraente, 12 - Fale verbal e corporalmente, 13 - A importância e os cuidados com a voz, 14 - Vícios de linguagem, 15 - Uso do humor, 17 - Planejando a sua comunicação, 18 - Exercícios para falar de improviso, 20 - Como usar recursos audiovisuais, 21 Capítulo 2 - Educador multimídia, 31 - A fala na televisão, 32 - Como falar no rádio, 34 - Videoconferência e teleconferência, 34 - Uso da informática e da internet para dinamizar o aprendizado, 38 Capítulo 3 - Empreendedorismo, 41 - Motivação: combustível para a vida, 43 - Hierarquias das necessidades humanas, 43 - Criatividade em sala de aula, 46 - O processo criativo, 47 - Sugestões para desenvolver a criatividade, 48 - Teste o seu cérebro. Racional ou emocional?, 51 Capítulo 4 - Faça a diferença em sala de aula, 57 - Você faz marketing pessoal?, 58 - Ética, moral e compromisso social, 60 - Como administrar o tempo, 61 - Liderança em sala de aula, 63 - O educador conhece os perfis dos seus alunos, 64 - Relações interpessoais, 66 - Gerenciamento de conflitos e feedback, 67 - Trabalho em equipe, 69 - Como coordenar e participar de reuniões, 71 Capítulo 5 - Autodesenvolvimento, 74 - Finanças pessoais do educador, 75 - Educação e solidariedade no mercador de trabalho, 78 3 A quem dedico e agradeço A minha mãe, Edilce Prates Ribeiro. Ao meu pai, José de Souza Ribeiro (Zuzu). Aos meus irmãos Fátima, Carlos Alberto e Célia. Aos sobrinhos Nathale, Thaisa, Marcílio, Carlos Alberto e Diana. As minhas amigas Sônia, Winne e Stephany. A minha sócia e amiga, a psicóloga Vera Serra. Com eles continuo aprendendo a cada dia. Aos Professores de Ibotirama e ao Secretário de Educação, Prof. Silmar Reis, pelas oportunidades de aprendizagem. Aos queridos alunos, pelos exemplos de determinação e força de vontade. A todos os meus amigos, através das pessoas do Dr. Fernando Azevedo e D. Violeta Simões. Aos meus parentes e a todos os conterrâneos de Brumado (BA). Pessoas que direta e indiretamente servem de inspiração para o meu trabalho e a minha vida pessoal. 4 Nota do autor Em setembro de 2004 fomos convidados pela Secretaria de Educação da Bahia, através do Instituto Anísio Teixeira, para realizar uma videoconferência abordando o tema Comunicação e Criatividade em Sala de Aula, tendo como participantes dezenas de Educadores e Diretores de escolas, faculdades e universidades. A receptividade foi excelente e resolvemos transformar o seu conteúdo em livro. Acreditamos que o educador do Século XXI será muito diferente do que estamos acostumados a ver atuando. As mudanças serão, fundamentalmente, na adequação do conteúdo das suas aulas às novas tecnologias da informação. Com elas, não teremos mais limitações de tempo, espaço e distância. Para implementarmos estas mudanças necessitamos pensar e agir em equipe, com humildade e livre de preconceitos, conservando o que for importante para os novos tempos e tendo a coragem para deixar de lado o que ficou obsoleto. Finalizando, desejamos a você muito sucesso e colocamo-nos à disposição para maiores esclarecimentos, pessoalmente, por telefone ou internet. Um forte abraço, Carlos Prates 5 Capítulo 1 O Educador do Século XXI “Se mudar fosse fácil, todos mudariam”. Gostamos muito da frase do escritor Milôr Fernandes, que afirma: “Toda mudança é boa, nem que seja para descansar o outro lado da bunda”. Às vezes, somos resistentes às pequenas mudanças, a exemplo de cruzar e descruzar as pernas, por estarmos acostumados a sentar somente com a perna direita sobre a esquerda ou vice-versa. Se mudar fosse fácil, todos mudaríamos o que não está dando certo ou o que não mais funciona. Os estudiosos afirmam e temos comprovado na prática, mais difícil do que aprender algo novo é esquecer o que aprendemos no passado e que não tem mais utilidade. A atividade docente ilustra bem esta situação, uma vez que inúmeros professores insistem em continuar dando aula no mesmo formato de 20 anos atrás. O professor, “conhecedor de quase todos os assuntos e, normalmente, possuidor do conhecimento e da verdade”. Vai para a frente da sala, olha para os seus alunos, com ar de superioridade e um ego de todo o tamanho, abre a boca e blá, blá, blá e blá! Se fosse possível, certamente abriríamos a cabeça do estudante e “depositaríamos” toda a nossa inteligência dentro da mesma. No passado, isso talvez fizesse sentido, uma vez que o conhecimento estava restrito a poucas pessoas. Hoje, devemos saber que o conhecimento está sendo compartilhado e os alunos não mais aceitam a passividade. Querem interagir com conhecedores de algum tema em debate na sala de aula. Entretanto, não devemos ser injustos e generalizar a situação, pois somos conhecedores que a maioria dos professores não age dessa forma. Se alguns professores podem agir dessa maneira, também reconhecemos que muitos alunos desejam somente o tão sonhado diploma, na doce ilusão de que o mesmo será capaz de lhe proporcionar melhores salários e sucesso profissional. Esteja preparado, pois daqui em diante a forma de dar aula mudará radicalmente, onde a comunicação fluirá dos alunos para o educador e este terá a função de iniciar a aula e deixar que os alunos falem dos seus conhecimentos sobre o tema proposto. Os alunos deverão fazer “as jogadas” e o professor deve atuar como um bom técnico, corrigindo os eventuais erros e exageros. É claro que para chegar a isso devemos caminhar, caminhar e caminhar, onde encontraremos muitas “pedras e espinhos” pela estrada, resistência de professores e alunos, porém, não há volta! Professores e alunos devem buscar juntos esses objetivos, uma vez que um depende do outro. A sociedade do acesso e da busca de conhecimentos exige mudanças de postura do professor e também do aluno. 6 Para comprovar o quanto é difícil mudar, sugerimos que proponha ao seu esposo(a) ou companheiro(a) que permita, por uma noite, mudar o lado da cama em que dormem. Argumente que é apenas um exercício em prol da profissão. Tenha paciência e não se deixe abater, caso não obtenha êxito. O nosso querido Raul Seixas foi muito feliz quando disse: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Habilidades e Competências Guarde bem estas duas palavras, uma vez que elas serão determinantes para o sucesso profissional. Pense cada vez mais em ter habilidades, independentemente da sua formação acadêmica, profissional ou função que exerce hoje. As habilidades estão relacionadas com a sua capacidade de realizar determinadas atividades ou funções, a exemplo da comunicação, liderança, dirigir um automóvel, cantar, dançar, entre outras. Por outro lado, necessitamos ficar atentos às nossas competências. Nos exemplos acima, qual o seu grau de acerto? Não basta ter habilidades, é preciso realizá-las com alto desempenho, evitando o retrabalho. As competências são atributos pessoais que distinguem pessoas de alto desempenho de outras, num mesmo trabalho. Neste livro iremos abordar as principais habilidades para o Educador do Século XXI. Em todos os nossos cursos e palestras, iniciamos com a seguinte frase: “a verdade deve ter escravos e não donos”, de autoria do publicitário Carlito Maia. Aqui, não será diferente. As afirmações e idéias apresentadas, têm o propósito de contribuir para ampliar os seus conhecimentos e favorecer o debate. Questione, avalie, perceba o que pode ser aplicado a você e decida. Se o que você continua fazendo está dando certo, fique com os seus pontos de vistas e as suas idéias. Caso contrário, pare e faça uma reflexão. Todas as habilidades e competências são importantes para o nosso desempenho em sala de aula. O grau de importância dependerá de cada Educador: comunicação verbal, domínio da informática e da internet, automotivação, criatividade, empreendedorismo, ética, administração do tempo, liderança, como conduzir reuniões, relacionamento interpessoal, trabalho em equipe, autodesenvolvimento, finanças pessoais, entre outras. Reinventando as suas habilidades e competências “O sucesso de ontem não assegura o sucesso de hoje e de amanhã” Este é o maior desafio de todos os educadores e demais profissionais que desejam continuar no mercado de trabalho. 7 As novas tecnologias não tirarão os empregos dos Educadores que buscarem fazer a diferença dentro e fora da sala de aula. Por outro lado, aquele professor que não adquirir novas habilidades e competências, infelizmente, correrá o risco de perder o emprego e a admiração dos alunos. Abrace esta maravilhosa profissão como nunca o fez, pois a mesma requer paixão. Ela é um ato de doação. Você se entrega aos alunos e eles retribuem com a mesma intensidade. Abaixo, relacionamos habilidades e competências importantes para todos os profissionais, principalmente aos Educadores e Diretores. Sugerimos que faça uma autoavaliação: 1- excelente; 2- bom (boa); 3- regular; 4- péssimo(a). - O meu conhecimento da(s) matéria(s) que ensino é A minha metodologia de ensino é A minha comunicação verbal é Sei usar os recursos audiovisuais de forma A minha motivação para dar aula é A minha criatividade é Meu relacionamento com os alunos é O meu autocontrole emocional é A minha capacidade para adaptar às mudanças é ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Agora, vamos partir para a ação. Analise estes aspectos em sua carreira profissional e proponha alternativas para melhorar o seu desempenho. Plano de ação Profissional I) Onde estou (quais habilidades e competências possuo?) II) Aonde desejo ir (o que desejo fazer da minha profissão? III) Oportunidades (quais são as necessidades dos meus atuais e futuros alunos? serei bem sucedido financeiramente? terei reconhecimento social?). IV) Ameaças (o que deverei fazer para enfrentar as eventuais ameaças, a exemplo das novas tecnologias, ensino a distância e a concorrência?). 8 O Projeto Você “Quem não sabe para onde vai, qualquer lugar é caminho” Quem sou eu e como desejo ser lembrado? Quais os meus valores (o que julgo importante)? Quais os meus pontos fortes? No que preciso melhorar? Quanto tempo do meu dia ou semana fico pensando no passado? E no presente? E no futuro? Quais metas são mais importantes e vão fazer diferença em minha vida pessoal? (dedicar mais à família, casar, filhos, estudar, ter amigos, etc.) Quem pode me ajudar na concretização das metas? 9 Comunicação Verbal “Quem não se comunica, se trumbica”. (Abelardo Barbosa – Chacrinha) Por que temos medo de falar em público? Caso você já tenha superado o medo de falar em público e/ou dar aulas, parabéns. Entretanto, pesquisas afirmam que, depois da morte, o maior medo do Ser Humano é o de falar em público. Este medo é atribuído à preocupação que temos de não sermos aceitos pelos ouvintes, medo de falhar e conseqüentemente, sofrer hostilidades. Os professores mais tímidos não suportam ser o centro das atenções, principalmente quando estão no início da carreira profissional. Entretanto, muitos de nossos alunos, participantes do curso Falando em Público com Sucesso, afirmam que as causas mais fortes para os seus medos estão relacionadas com situações desfavoráveis no passado, geralmente na infância, tendo como cenários as suas residências e escolas. Aqui estão alguns depoimentos: “meus pais são tímidos (ou autoritários)”; “meu professor e alguns colegas zombavam da minha voz porque eu gaguejava”; “eu não me achava bonita e não gostava do meu corpo”; “os colegas diziam que para eu ser burro só faltava comer capim”. Em função do medo, o nosso corpo libera uma grande quantidade de adrenalina e podemos sentir a boca seca, o coração bater acelerado, tremores, dar um branco e as idéias desaparecerem, um vazio no estômago, suarmos frio ou exageradamente, sensação de que o chão está afundando, entre outras sensações desagradáveis. Não fique triste e não se desespere que isso pode ser resolvido e acontece com milhares de pessoas. Como vencer o medo 1. Treine antecipadamente a sua aula e conheça ao máximo o assunto que irá falar, procurando gravar (em vídeo ou gravador) as suas aulas e analise o conteúdo e a forma. Algumas palavras são péssimas para serem faladas e aquilo que está claro na escrita pode deixar dúvidas na comunicação verbal. O ouvido é seletivo e certas palavras podem não ser registradas pela memória. Fale de maneira clara, objetiva e entusiasmada. Os temas mais importantes da sua aula devem ser repetidos, para serem fixados pelos alunos. 2. Há um ditado popular que diz: “Mineiro não perde o trem”. Complementamos dizendo que o educador preparado e que chega cedo, também. Evite chegar à sala de aula em cima da hora. Caso vá utilizar um datashow, retroprojetor, tv ou vídeo, teste antecipadamente os equipamentos. 3. Se estiver nervoso, segure uma caneta (exceto a que faz tique-taque) e contraia os dedos dos pés se os mesmos estiverem completamente cobertos, objetivando deslocar as tensões para o chão. Após alguns minutos, os sintomas desconfortáveis vão diminuindo e você se sentirá melhor; 10 4. Se você esquecer o que vai dizer – o famoso branco, procure ficar tranqüilo e use a seguinte frase: “... pois bem, como estava dizendo....” e complemente com palavras que estejam relacionadas ao tema da sua aula. Uma outra técnica que utilizamos é aproveitar para beber um pouco de água (o copo deve estar ao seu lado) e, lentamente, enquanto bebemos a água, procuramos lembrar as palavras ou o assunto. O que você tem a ganhar A matéria-prima do Educador é o seu conhecimento e a forma como o transmite para os seus alunos e interage com eles. É bom lembrar que a comunicação é essencial para as nossas atividades pessoais e profissionais. Melhorando a comunicação verbal as suas aulas serão mais prazerosas para você e os seus ouvintes. Outra vantagem é poder utilizar a televisão, o rádio, a internet para disseminar os conhecimentos na comunidade. Realizar apresentações em seminários, palestras e muito mais. Na vida pessoal você melhora o seu relacionamento familiar, estimula a criatividade, eleva a sua auto-estima, tornando-se mais atraente e admirado pelos familiares e amigos. Questionário para avaliar a sua comunicação Agora, você deverá preencher este questionário, pessoal e confidencial, objetivando fazer um radiografia do seu atual estágio de comunicação. Sempre que julgar necessário, faça a sua auto-avaliação e troque idéias com outros professores, alunos e amigos sobre o seu desempenho. 1) Você se acha tímido, a ponto de recusar um convite para fazer uma palestra, seminários ou ser entrevistado na tv, rádio, ou coordenar uma reunião? ( ) sim ( ) não ( ) situações não vivenciadas 2) Caso se ache tímido, a que atribui a sua timidez? ( ) medo de ser rejeitado pelos alunos ou falhar na comunicação ( ) falta de estímulos dos pais e amigos ( ) lembranças de situações desagradáveis ( ) outros motivos 3) Quais reações corporais você sente quando é o centro das atenções ou comunicase em sala de aula ou fora dela? ( ) o coração bate acelerado ( ) meu corpo transpira exageradamente ( ) o rosto fica vermelho ( ) a voz diminui e/ou começo a gaguejar ( ) as mãos e as pernas tremem ( ) outras reações 4) Você se lembra de ter perdido algumas das chances abaixo mencionadas, em virtude da timidez ou comunicação inadequada? ( ) promoção na escola, faculdade ou universidade ( ) relacionar melhor com os familiares e amigos ( ) deixei de ir às festas, inaugurações, shows, etc 11 ( ) namorado(a) ( ) outras oportunidades 5) O que você não gosta no seu corpo ou na sua personalidade e acha que o impede ou dificulta a sua comunicação em sala de aula? ( ) me acho feio(a) ( ) tenho corpo gordo (ou magro) ( ) estatura corporal alta (ou baixa) ( ) falo lento (ou rápido demais) ( ) sou arrogante e gosto de ser o dono da verdade ( ) tenho temperamento explosivo e não aceito ser contestado ( ) outros motivos 6) Ao melhorar a comunicação e/ou vencer a timidez, quais as suas principais metas pessoais e profissionais? ( ) melhorar as aulas, palestras, entrevistas para televisão ou rádio ( ) fazer novos amigos, arranjar um namorado(a), dançar ( ) aprimorar ou iniciar uma carreira política ( ) melhorar o meu relacionamento familiar ( ) outras metas Quem não se comunica ... Este século vem sendo marcado pelo acesso às informações – computador, tv, vídeo, telefonia móvel, fixa, internet e a disseminação do conhecimento. Não pretendemos apontar erros do passado no processo do ensino / aprendizagem e do relacionamento entre o educador e os seus alunos, pois as realidades são diferentes. O que desejamos enfocar é a importância da utilização dos atuais e futuros meios de comunicação, bem como a busca da aprendizagem compartilhada. Ora o aluno aprende com o professor, ora o professor aprende com o aluno. “... a beleza de ser um eterno aprendiz”, como diria o saudoso Gonzaguinha. O maior desafio de quem se comunica é se fazer entender. Segundo o dicionário de Aurélio: Comunicação – Ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagem por meio da linguagem falada, escrita ou de sinais, signos ou símbolos. David Ogilvy, um dos maiores publicitários do mundo, escreveu o seguinte: “...comunicação não é o que nós falamos, mas o que as pessoas entendem”. A obrigação de se fazer entender é de quem emite a mensagem e não da pessoa que a recebe. Assim, o educador deve estar atento para este importante detalhe. Outro aspecto relevante no processo de ensino / aprendizagem é a disponibilidade dos atuais e futuros meios de comunicação. Vejamos a atual sala de aula, onde os participantes podem ter acesso a recursos multimídias e não apenas o quadro negro ou branco. A sua aula pode ser transmitida para uma enorme quantidade de alunos através da televisão, videoconferência, internet e outros meios. Mais adiante falaremos sobre este tema. 12 Observe que a sala de aula ainda é muito parecida com a do século passado, entretanto, os novos meios de comunicação chegaram para auxiliar na transmissão das informações. Ao contrário de alguns anos atrás, em que era mais comum os alunos aceitarem passivamente quase tudo que o professor falava, os participantes de hoje dispõem de conhecimentos e desejam interagir. Acreditamos que aqui residem as principais mudanças do processo de ensino e aprendizagem: a democratização dos conhecimentos e a chegada ou ampliação dos meios para difundir as informações e transformá-las em conhecimentos úteis para a nossa vida pessoal e profissional. Cada mensagem deve ser adaptada ao meio em que ela será transmitida. Uma aula convencional, com a presença física do professor e dos alunos, tem as suas características próprias. Já uma aula através de vídeo ou teleconferência possui outras peculiaridades. Mais adiante falaremos sobre o uso dos recursos audiovisuais, inclusive como utilizar a televisão, videoconferência e o rádio. Na comunicação nós temos o emissor, o receptor, o meio e a mensagem que utilizamos para comunicar com os alunos. Com o advento da televisão, a forma de comunicar está sendo profundamente afetada. Vivemos uma sociedade audiovisual, marcada pela rapidez das informações. Devemos falar o suficiente e em pouco tempo. Comunicação clara, objetiva e atraente (aprenda com os telejornais) Um dos exercícios que recomendamos para os alunos é o de gravar, integralmente, todos os telejornais das principais emissoras de televisão e em seguida analisar os aspectos: √ Expressões faciais e os gestos dos apresentadores; √ Como eles se vestem e combinam as cores das roupas com as cores do cenário, maquiagem, iluminação do local, etc; √ Volume, ritmo e inflexão da voz; √ A clareza e objetividade do texto; √ Utilização de recursos audiovisuais e como eles complementam o que está sendo dito através da voz; √ Os recursos utilizados para prender a atenção dos telespectadores; √ Como alguns apresentadores improvisam de maneira previamente combinada, fato que pode ser comprovado nos telejornais da Globo, principalmente o Bom dia Brasil e Jornal Hoje. Faça a seguinte pergunta: - por que gosto de telejornal e como ele prende a minha atenção? Será que é diferente quando você fala ou escuta outra pessoa? E quando está 13 dando uma aula? O meio é diferente e devemos fazer as adaptações necessárias. Prepare-se para ser um educador multimídia, ou seja, versátil e capaz de dar aula usando todos os meios de comunicação atuais e futuros. Em 2004 fomos convidados para abordar o tema Comunicação e Criatividade em Sala de Aula, tendo como público alvo os professores de 32 DIRECs do Estado da Bahia. O meio utilizado para transmitir a mensagem foi a videoconferência. As imagens foram geradas em um auditório, através de estúdio de televisão, com a presença de pessoas. A transmissão foi ao vivo, para o público localizado em várias regiões do Estado. Este projeto chama-se Rede Educação e foi implantado pela Secretaria de Educação da Bahia, com excelente receptividade. Queremos chamar a sua atenção para o seguinte detalhe: imagine-se dando uma aula, em qualquer cidade do Brasil, sendo gravada em vídeo e transmitida através da internet. Percebeu a diferença entre ser um professor multimídia e aquele que somente domina um meio de comunicação? Temos consciência da existência de enormes desigualdades e realidades diversas no nosso querido Brasil. Por outro lado, não devemos achar que o fato de você dar aula em um colégio com poucos recursos, os seus alunos não queiram aulas mais interativas, gostosas e dinâmicas. Heterogeneidade e a desigualdade vão continuar existindo, porém não devem servir de pretexto para comodismo. Esta nova geração de alunos é diferente e não vai aceitar que as aulas continuem a ser dadas de forma monótona, onde somente o professor detém o poder de falar, falar e falar. Abaixo, relacionamos algumas sugestões para melhorar a sua comunicação: √ Procure gratificar os seus alunos e leve algo útil para eles; √ Seja claro, objetivo e uma fonte permanente de entusiasmo; √ Use a criatividade para trabalhar o conteúdo e a forma da sua aula, combinando recursos audiovisuais, se for o caso; √ Utilize a espontaneidade, carisma e simplicidade para comunicar. Fale verbal e corporalmente Como o próprio nome diz, comunicação verbal é realizada através da voz, enquanto a linguagem corporal é feita por intermédio do corpo, utilizando-se dos gestos, posturas, mãos, olhares, roupas, etc. Vejamos as principais funções: √ Voz – Ela é fundamental na comunicação verbal, podendo ser grave, média ou aguda. O seu ritmo pode ser lento, normal ou rápido. Para você conhecer melhor a sua voz, declame um poema, a letra de uma música ou um texto e analise a sua voz; √ Olhar – Ele cria uma ligação entre o professor e os seus alunos e vice-versa, podendo sensibilizar, agredir, comover, passar confiança, simpatia, etc. Se você é tímido e tem dificuldades em olhar para as pessoas, treine diante do espelho e imagine-se olhando para todos. Quando assistir à televisão ou a um bom filme, perceba quanto o olhar é capaz 14 de comunicar; √ Gestos – Eles ampliam o poder da palavra, facilitando o entendimento da mensagem. Evite fazer gestos abaixo da linha da cintura ou em demasia, pois eles tiram a força da sua comunicação. Às vezes, o professor necessita mostrar objetos que nem sequer estão em sala de aula. Neste momento ele utiliza-se dos recursos gestuais. Na sua próxima aula, fale descrevendo um objeto inexistente. Mexa com a imaginação dos alunos. Assista a filmes de Charles Chaplin e avalie a genialidade dos seus gestos, olhar, postura corporal e espontaneidade; √ Mãos – Elas devem ficar abaixadas, ao longo do corpo ou em forma de conchas, até você necessitar delas para criar gestos. Evite colocar as mãos para trás porque elas podem passar insegurança para os alunos. Normalmente, os homens são os que mais gostam de colocar a mão no bolso. Quando não estão sacudindo uma chave, ficam coçando o que não devem. Fique atento! √ Postura corporal – Quando falar em pé o seu corpo deve ficar ereto e o seu peso dividido entre as duas pernas. Quando achar oportuno, movimente-se pela sala. Observe os grandes cantores e perceba como eles se movimentam no palco e ficam próximos ao seu público. Ora para a esquerda, ora para a direita e para frente. Como isso as apresentações ficarão mais dinâmicas. √ Roupas - Você deve se vestir de forma parecida com os seus alunos, levando em consideração o seu bolso e, principalmente, a sua sensação de sentir-se bem com o que está usando. Se você é mulher, tenha cuidado com os brincos, colares, maquiagem exagerada, decotes generosos e tudo o que contribua para concorrer com o assunto que irá comunicar. Para você que é homem, não exagere na cor da sua camisa ou calça e tenha cuidado com a barba, unhas, cabelos, sapatos e use desodorante. Alguns comunicadores se esquecem destes detalhes. Se a roupa não fosse importante, por que ela movimentaria um mercado de milhões de reais? A indústria do cinema e da televisão investiriam tanto dinheiro em figurinos? Lembre-se de que tudo que fizer, disser e mostrar, poderá influenciar os seus alunos, principalmente se forem crianças. Desperte a criança que há em você. Cante, dance, interprete cenas de novelas e filmes, declame poemas. Todo educador tem um artista latente dentro de si. A importância e os cuidados com a voz A voz é fundamental para a atividade docente, pois é através dela que nos comunicamos com os alunos. Ao pronunciar as palavras, procure analisar qual a emoção, volume e ritmo adequados à mensagem. Ela pede entusiasmo, tristeza, ironia, indiferença ou arrogância? Você não precisa ter a voz de locutor de rádio para ser um ótimo educador. Seja claro, objetivo, passe entusiasmo e transmita algo útil para os seus alunos, sem se esquecer da espontaneidade e de analisar o seguinte: • Volume – Como é a sua voz? Pegue uma mão e coloque em forma de concha em uma das orelhas, pronunciando o seu nome. Depois, coloque uma mão em cada orelha, em forma de concha e repita o seu nome. No primeiro exercício você ouvirá a sua voz em mono 15 e, no segundo, em estéreo. Utilize este recurso quando desejar perceber o ritmo e o volume da sua voz; • Ritmo – Você fala lento, rápido ou normal? Quem pensa de maneira rápida tem a tendência de falar no mesmo ritmo. Lembre-se de que a velocidade dos seus pensamentos é infinitamente maior; • Entusiasmo – O professor deve entusiasmar os seus alunos, objetivando receber a mesma energia. Nada mais chato do que uma aula sem energia, sem vida. Se o professor for confuso e não se identificar com os temas, a situação fica insuportável. Voz: dificuldades e como corrigi-las Voz fraca – Sugerimos que você mude a sua postura, com ombros firmes, cabeça erguida (evite olhar para baixo ou para o alto, buscando um ponto neutro), mentalizando situações positivas e acreditando na sua capacidade de dar aula. Melhore a respiração, inspirando profundamente e expirando lentamente, objetivando garantir o ar necessário a sua comunicação. Em sua residência, coloque músicas que relaxem, a exemplo de sons de flautas, pássaros, cachoeiras, fazendo inspirações e expirações. Com o estresse diário, precisamos buscar alternativas de relaxamento e revigorar a energia. Voz monótona e lenta – Procure variar o volume e o tom de sua voz, dando ênfase às palavras mais importantes, pois assim você despertará mais interesse nos alunos. Observe os telejornais e perceba que as manchetes são lidar com tom de voz mais forte. Por que as notícias mais importantes dos jornais possuem letras maiores? Isso mesmo, para chamar a atenção do leitor. Voz estridente – Você gostaria de participar de uma aula com o professor falando alto o tempo todo? Quando estiver entre amigos, solicite que os mesmos façam sinais quando você estiver falando excessivamente alto. Desenvolva o hábito de ouvir a sua própria voz. Se você ingere bebida alcoólica, não caia na besteira de tomar uma dose para relaxar. Ela pode lhe dar a falsa sensação de que é o educador mais brilhante do mundo. Outro aspecto a ser levado em conta é o descrédito dos alunos quando percebem que o professor está alcoolizado. Vícios de linguagem Este é um dos maiores problemas enfrentados por muitos educadores. Os vícios de linguagem chamam a atenção de alguns alunos, a ponto de ficarem contando quantas vezes algumas palavras são pronunciadas. Aqui nós iremos considerar como vícios de linguagem todas as expressões que são repetidas em demasiadamente: Né, tá, aí, entendeu, tipo assim, fala sério, aonde, entre outros. Como evitá-los 16 A experiência tem nos mostrado que é quase impossível deixar de ter alguns vícios de linguagem. Assim, solicitamos que minimize os seus vícios, trocando-os por outros. Se você fala muito aí, empregue outras expressões - “prosseguindo”, “como estávamos dizendo”, “dando continuidade”. Por outro lado, elimine imediatamente a palavra entendeu, pois consideramos que a mesma funciona como uma espada no peito dos alunos, podendo inibir eventuais perguntas. Troque a palavra entendeu por alguma dúvida?, está suficientemente claro o que afirmamos?. Sempre que possível, grave a sua comunicação e analise os vícios de linguagem. Aumente o seu vocabulário, através de leitura sobre os mais variados assuntos e fique atento. Como ler mais e melhor Para melhorar a qualidade da sua comunicação se faz necessário ampliar o vocabulário. Com este propósito é imprescindível o hábito da leitura. Vejamos algumas sugestões: • • • • • • • Dê preferência aos horários em que você estiver mais descansado e com a maior capacidade de concentração; Escolha um local confortável, com boa iluminação e o maior silêncio possível (algumas pessoas conseguem ler com fundo musical); Ao ler uma quantidade muito grande de páginas, faça uma primeira leitura de maneira superficial, assinalando os temas mais importantes. Em seguida, leia com mais atenção os temas escolhidos; Concentre nas frases e não em palavras, assinalando aquelas que não compreendeu, para posterior consulta ao dicionário; Ao ler, evite mexer os lábios e a cabeça. Entretanto, de vez em quando, utilize a leitura em voz alta e analise se facilita a compreensão dos assuntos; Faça com que os seus olhos se movam constantemente para frente e evite que os mesmos retrocedam na leitura. Prossiga, mesmo que não tenha compreendido algumas palavras. Lá na frente entenderá o contexto em que elas foram empregadas; Caso tenha filhos pequenos, leia estorinhas infantis, valorizando o tom de voz, o ritmo e volumes adequados. Analise a sua leitura ( ( ( ( ( ) costumo ler vários livros por mês ) leio jornais e revistas semanais ) faço assinatura compartilhada de revistas e jornais ) gosto de ler (sentado, deitado, com fundo musical) ) vou às livrarias e lojas de livros usados 17 Você sabe ouvir? Embora a nossa profissão exija que falemos, é bom lembrar da importância de ouvir os nossos alunos. Segundo o ex-presidente Tancredo Neves, “.... uma reunião é boa quando saímos roucos de tanto ouvir”. O excelente comunicador é, antes de tudo, um bom ouvinte. Há pessoas que provocam azia em Sonrisal e câimbra em perna de mesa, quando estão falando. Não é por acaso que temos duas orelhas e uma boca! Preencha este questionário com sim ou não. ( ( ( ( ( ( ) quando falo consigo ouvir a minha voz ) tenho paciência para ouvir os alunos confusos e/ou detalhistas ) reconheço a voz de alguns alunos, amigos e parentes ) após ouvir uma palestra, aula ou participar de reuniões, sou capaz de resumir os principais temas abordados ) sei ouvir sem interromper e depois retomo a palavra ) quando ouço uma música eu consigo selecionar os sons dos instrumentos – bateria, guitarra, baixo e a voz do cantor A força do pronome “nós” Sempre que for recomendável, utilize o pronome “nós” quando estiver comunicando. Com ele o professor e o aluno fazem parte da comunicação e das idéias apresentadas, gerando simpatia. Por outro lado, devemos evitar o uso do “eu”, pois o mesmo pode transmitir arrogância e prepotência. Uso do humor Procure colocar algumas pitadas de humor em suas aulas, pois este tempero alegra o nosso coração e facilita o entendimento da mensagem. Conte estórias, metáforas, procurando associar com o assunto que está abordando ou apenas para descansar os alunos, depois de um assunto que puxou muito pela racionalidade. Evite a vulgaridade, piadas preconceituosas e tudo que possa agredir os alunos. Recentemente, assistimos a uma palestra e o orador demonstrava ser excessivamente machista, uma vez que todas as piadas que contava debochavam da inteligência feminina. Um detalhe que ele não observou: mais da metade do seu público era constituído de mulheres! Cuidado com as histórias longas, pois as mesmas podem entediar os alunos. Treine as histórias e piadas junto aos amigos, familiares e avalie a reação. Sendo favorável, conte em suas aulas. Quando contamos piadas e histórias de humor nem sempre a platéia sorri. Esteja preparado para algumas situações desagradáveis. 18 Planejando a sua comunicação Para que você se torne um bom comunicador é preciso treinar constantemente, bem como dispor de um excelente planejamento. Tenha sempre um bom plano de aula, principalmente quando não possui completo domínio sobre o assunto. É mais fácil improvisar quando dispomos de um plano de ação. Vejamos algumas etapas importantes do planejamento: a) O que falar – se refere ao tema da sua aula. Conhecer o assunto sobre o qual se vai falar é imprescindível. Selecione o que é mais importante para os seus alunos e não para o seu ego; b) A quem falar – qual o perfil dos seus alunos? Todos conhecem o assunto? Se a turma for heterogênea, comece pelo básico, até o grupo se situar no tema e depois vá aprofundando um pouco mais; c) Como falar – diz respeito à forma, ao molho da comunicação. Tão importante quanto o que você comunica é como você o faz. Use a criatividade para transmitir a mensagem, utilizando recursos audiovisuais, simulações, dinâmicas de grupo, exibição de fotos / vídeo, etc. d) Quando falar – Hoje? Amanhã? Manhã? Noite? e) Quanto falar – É a duração da sua aula. Sempre que possível, conclua o tema que desejou abordar. Seja claro e objetivo, mencionando os detalhes que são relevantes ao entendimento do assunto. Algumas aulas se tornam chatas em função do exagero de detalhes do professor; f) Objetivo – O que você deseja que os alunos façam? Defina claramente o objetivo da sua aula, pois através dele você planejará melhor o conteúdo da aula. Como estruturar a sua fala A estrutura de comunicação que segue é mais adequada aos discursos, porém, você pode utilizá-la para aulas essencialmente expositivas e palestras: I) Introdução; II) Preparação; III) Tema central; IV) Conclusão. Introdução - A finalidade principal é conquistar a atenção dos seus alunos e para isso você deverá surpreendê-los, trazendo informações novas, úteis e que possam gerar interesse. Observe os telejornais e perceba que no início são reveladas as notícias mais importantes que serão detalhadas no decorrer do mesmo. Procure criar uma afinidade com os seus alunos e lembre-se de que você não terá uma segunda chance para causar uma primeira boa impressão. As primeiras impressões são importantíssimas. 19 Ofereça motivos para ser ouvido e fale aos alunos o que eles ganharão com a sua aula. O ouvinte necessita de motivos para continuar atento à comunicação. Caso contrário, somente o corpo estará fisicamente presente. Não peça desculpas aos alunos – “desculpe por não ter tido tempo de preparar este tema.... por estar afônico... por não dominar o assunto...” Muitas pessoas irão se perguntar: “se não está em condições, por que vai falar?” Preparação – O objetivo da preparação é facilitar o entendimento dos alunos em relação à mensagem que deseja transmitir: - Fale de maneira breve qual é o tema da sua aula, pois assim os ouvintes poderão acompanhar as suas idéias e tenderão a ter maior interesse; Se for o caso, esclareça qual o problema que deseja solucionar ou faça um histórico do assunto e como irá ajudar a solucioná-lo. Tema central – Aqui está a essência da sua aula e você deve falar tudo que planejou. Organize fazendo divisões no tempo (no ano de 1980...), local, compare com algo existente, comente sobre as conseqüências econômicas, sociais, políticas. Para sustentar suas informações, use exemplos irrefutáveis como argumentos, faça comparações, mostre estudos técnicos, testemunhos, etc. Se perceber que os alunos não concordarão com algumas das suas informações, prepare bons argumentos de defesa para as suas idéias. Conclusão – Aqui, você deve resumir os pontos mais importantes da sua aula e lembrar aos alunos sobre suas atitudes em relação às idéias apresentadas. Em outras palavras, o que você espera que eles façam. Outro aspecto importante é passar a sensação de que a sua aula está completa. Faça com que a sua comunicação tenha início, meio e fim. Cause uma ótima impressão final, transmitindo positividade e esperança. Analise os telejornais e perceba que a última notícia é sempre boa e tem como objetivo aliviar os telespectadores. Avalie a sua maneira de falar Atribua nota de zero (pior) a dez (melhor) para as seguintes afirmações. ( ( ( ( ( ( ) ) ) ) ) ) falo com clareza e sou entendido pelos alunos destaco na voz (volume e ritmo) as palavras mais importantes só falo sobre assuntos que conheço utilizo os gestos para complementar a minha fala interajo com os alunos sei ouvir e respeitar idéias e argumentos contrários 20 Exercícios para falar de improviso Escolha algumas destas frases para falar de improviso, durante o tempo mínimo de cinco minutos. Se achar conveniente, registre no gravador ou câmera de vídeo: 1) Toda nação que se preza não abre mão de três coisas: orgulho nacional; - esperança coletiva e moeda estável (John Stuart Mill); 2) A receita para o sucesso na comunicação é treinar, treinar e treinar! 3) Em briga de casal, quando um não quer, os dois brigam. (Flávio Conti); 4) Para que um grande sonho se torne realidade, você precisa primeiro de um grande sonho (Hans Seyle); 5) Não existe nada permanente, exceto a mudança (Heráclito); 6) A verdade deve ter escravos e não donos (Carlito Maia); 7) Escrever é uma questão de colocar os assentos (Machado de Assis); 8) Toda mudança é boa, nem que seja para descansar o outro lado da bunda (Milôr Fernandes); 9) Ouse fazer as coisas que deseja fazer, antes de envelhecer demais e ficar impossibilitado de fazê-las (autor desconhecido); 10) O importante não são os anos da sua vida, mas a vida dos seus anos (Adlai Stevenson); 11) Só paixões, grandes paixões, elevam a alma para coisas grandiosas (Denis Diderot). Outro exercício interessante é a leitura de um artigo de jornal ou revista e em seguida fazer um resumo. A improvisação deve ser feita citando um fato que contrarie ou concorde com o referido artigo. Também é possível improvisar a partir de assuntos polêmicos, a exemplo do aborto, religião, casamento entre homossexuais. Em seguida, fale contrariando o que acabara de afirmar. Desta forma, você estará treinando o improviso e a capacidade de argumentação com base no pensamento divergente. 21 Como usar os recursos audiovisuais A principal função do audiovisual é fazer a mensagem chegar clara e objetiva para todos os alunos, além de tornar a sua aula mais agradável e dinâmica. Saber escolher o tipo certo de recurso audiovisual é importantíssimo para a eficácia da comunicação. Primeiro, defina em seu plano de aula qual o assunto a ser abordado. Em seguida, de que maneira você fará com que as suas idéias sejam entendidas pelos alunos. Se você ainda não domina o meio (ou mídia) escolhido, desenvolva o conhecimento sobre o seu funcionamento. Hoje, o multimídia (vários meios de comunicação), mais conhecido como datashow é bastante utilizado. Ele é versátil e recomendável para aulas expositivas e palestras. Não exagere nas novas tecnologias e somente as utilize quando forem úteis. Certamente você já teve que suportar aulas em que o professor escreveu um número incontável de idéias em slides, transparências ou flipchart e depois começou a ler para os alunos. Isso é realmente muito cansativo. Vantagens e desvantagens no uso dos recursos audiovisuais Abaixo relacionamos algumas estatísticas que demonstram as vantagens do uso de recursos audiovisuais. Aprendemos 1% através do gosto 1,5% através do tato 3,5% através do olfato 11% através do ouvido 83% através da vista Retemos 10% do que lemos 20% do que escutamos 30% do que vemos 50% do que vemos e escutamos 70% do que ouvimos, vemos e logo discutimos 90% do que ouvimos, vemos e logo realizamos Método de ensino dados retidos depois de 3 horas Somente oral 70% Somente visual 72% Visual e oral simultaneamente 85% dados retidos depois de 3 dias 10% 20% 65% 22 Desvantagens Geralmente não tomamos alguns cuidados necessários para a utilização dos recursos e eles nos prejudicam, ao invés de ajudar na transmissão das idéias: - via de regra as letras são pequenas e de péssima qualidade; podem distrair (ou entediar) os alunos, principalmente quando colocados inúmeros efeitos especiais ou quantidade de slides / transparências acima do suportável; você passa a ter uma preocupação a mais com a sua aula, uma vez que deverá dominar o uso dos recursos e se os mesmos estarão em condições de uso. Como utilizar os recursos audiovisuais Transparências e slides – Retroprojetor e Datashow (através do PowerPoint). Estes recursos são excelentes e facilitam o entendimento da mensagem. A sua criação é mais fácil que a de slides e o programa PowerPoint é genial. Porém, tenha alguns cuidados: a) não deixe para fazer a sua apresentação de última hora; b) verifique os erros de ortografia; c) utilize somente as informações relevantes e não faça delas uma “muleta” para a sua fala, colocando muito texto para ser lido na frente dos alunos; d) enumere os slides e transparências; e) ensaie a sua aula e o manuseio do equipamento; f) fale sobre o que você está mostrando; g) não use todo o texto em maiúsculas ou em minúsculas; h) não use texto demais; i) não misture muitos tipos de letras. Máximo de 3 fontes; j) não saliente tudo, pois a exceção será salientada; k) não use muitas cores – uma para o fundo, uma para os títulos, outra para o corpo do texto. Use uma cor escura para o fundo – talvez azul ou roxo – com títulos amarelos e o corpo do texto em branco, por exemplo. Na dúvida sobre a combinação das cores, contrate o trabalho de um profissional. Sairá mais barato do que a sua dor de cabeça e valorizará a sua aula, podendo ser reutilizada em breve. Não espere que as cores do seu slide e transparências tenham a mesma aparência que na tela do computador. Retroprojetor – cuidados: • Use um projetor com duas lâmpadas ou tenha uma lâmpada de reserva e teste o aparelho com antecedência mínima de 30 minutos; • Leve uma extensão e um adaptador. Você não pode encaixar pinos quadrados em buraco redondo, mas pode encaixar um plugue de três pinos em uma tomada de dois furos; 23 • Use menos transparências, mostrando apenas partes delas. Esta técnica é chamada revelação gradual. Você revela gradualmente o que está na transparência. Quanto menos transparências você precisar fazer e manusear, menos problemas você terá. Onde ficar Você deve ficar próximo à tela e não ao aparelho. Não fale com os elementos visuais e sim para os seus alunos, evitando ficar de costas para os mesmos. Um outro detalhe importante é que as pessoas instintivamente olham para onde você estiver olhando. Assim, quando desejar chamar a atenção das pessoas para algo na tela, gire o seu corpo para o lado e fale com o elemento visual ali colocado. Todos irão seguir o seu gesto. Flipchart - É um bloco de papel grande, montado sobre um cavalete, semelhante a um risque-rabisque. Ele é bastante versátil e você pode escrever enquanto fala ou preparar antecipadamente as páginas. Seu funcionamento é sempre perfeito – a menos que sua caneta marcadora seque. O seu transporte é fácil e não precisa ligar e desligar, além do pequeno custo. Agora, vamos a má notícia. Ele é adequado para grupos pequenos - máximo de 25 pessoas, a depender da arrumação da sala. Ideal para turma no formato de “U”, possibilitando a visualização de todos os alunos. Erros mais comuns no uso do flipchart: • Palavras demais – coloque tópicos e textos essenciais, deixando pequenos espaços em branco para você completar, se for o caso; • Não escreva em toda a folha de papel. Utilize a escrita em dois terços superiores. Isso deve ser feito, principalmente quando alguns alunos estiverem na frente de outros; • Escrita pequena demais – O tamanho da letra deve possibilitar que todos enxerguem o que está escrito; • Cores que dificultam a visualização – Procure usar o azul-marinho e o preto, uma vez que possibilitam uma boa visão para quem estiver no fundo da sala. Limite-se a duas ou três cores, no máximo. Quadro branco – As recomendações são parecidas com as do flipchart. Está cada vez mais comum o uso de ambos – flipchart e quadro branco, em substituição ao quadro de giz. Vídeos – A televisão e a internet têm influenciado bastante a forma de comunicar e podem ser eficazes como meio de comunicação Use os vídeos em segmentos curtos para salientar os pontos principais e aumentar o interesse dos alunos. Assista antecipadamente ao vídeo e verifique a qualidade do conteúdo e da forma (cuidados com a cor e a qualidade do áudio). Caso ele tenha mais de 30 minutos, procure exibir em duas etapas ou selecionando algumas partes. Outras idéias para uso do vídeo – Utilize filmes que tenham relação direta ou indireta com o tema da sua aula. Em nossos cursos exibimos filmes e promovemos debate 24 sobre os temas ali enfocados. O cinema pode contribuir para ampliar os conhecimentos dos alunos, além de estimular a sua criatividade. Utilização de áudio – A música possui um grande poder de comunicação, possibilitando a fixação do conhecimento, além de proporcionar uma agradável sensação. Utilize-a para passar a sua mensagem e/ou para motivar os seus alunos. Material didático - Todos sabem que não se deve distribuir apostilas, folhetos ou qualquer material didático antes de começar a falar. Eles podem distrair os alunos e os mesmos ficarem lendo antecipadamente os assuntos e deixarem de prestar atenção a sua mensagem. O momento apropriado para distribuir o material de apoio depende do objetivo. Se os impressos resumem suas idéias e apresentam informações suplementares, então, distribua-os depois de sua aula. Contudo, se os mesmos incluem exercícios com a participação dos alunos, entregue-os antes de começar a falar. Microfone – Em algumas pessoas ele pode causar medo e inibição. Isso ocorre em virtude da falta de prática do educador. Os principais modelos são: - Microfone de punho (com ou sem fio) – Geralmente ele capta som na parte superior ou também lateral e deve ser usado numa distância de até 15 centímetros da boca, a depender da qualidade do mesmo e potência do amplificador. Para verificar se o equipamento está ligado basta pronunciar algumas frases. Não bata na sua extremidade, uma vez que provoca um barulho horrível e pode danificá-lo. Cuidado ao caminhar com o microfone para não tropeçar ou ficar enrolado no fio; - Lapela – Ele fica preso à roupa, um pouco abaixo do queixo. Bastante prático e favorece os movimentos do comunicador. Evite ficar mexendo na roupa, gravata principalmente, para não provocar ruídos estranhos; - Microfone de mesa – Com ou sem fio, preso em uma pequena haste e colocado em cima da mesa; - Microfone no pedestal – Com ou sem fio, preso em um pedestal, a exemplo daquele utilizado pelo nosso querido Roberto Carlos. È bom lembrar que o microfone somente deve ser utilizado quando o volume da sua voz não for suficiente para fazer a mensagem chegar até os alunos. 25 Como ser persuasivo ao falar Persuadir é usar todos os meios disponíveis para influenciar os outros. Para atingir este objetivo, necessitamos ter credibilidade e passar a mensagem de maneira clara, objetiva e que prenda a atenção dos alunos. Fatores importantes no processo de persuasão: Atitudes – As atitudes referem-se a sentimentos positivos ou negativos que se tem sobre as pessoas, coisas e idéias. Você já observou quantas pessoas desejam se identificar com as pessoas famosas? Compram os produtos que anunciam, usam roupas e se comunicam de forma semelhante. Os alunos observam cada detalhe do professor e muitos deles se modelam em suas atitudes, valores morais e éticos. Valores – Os valores referem-se a diretrizes importantes que orientam sua vida. Tratar a outra pessoa com honestidade e cortesia representa um valor e poderemos ou não acreditar no comunicador, conforme os seus argumentos e de que maneira as idéias estarão em sintonia com os nossos valores. Vivemos momentos de grande turbulência e alguns valores éticos e morais estão ficando desacreditados por muitos jovens, a exemplo de honestidade, solidariedade, família, etc. O educador deve ressaltar a importância da manutenção destes valores dentro e fora da sala de aula. Credibilidade – Se você tem alta credibilidade é porque a sua história, os seus valores, seu conhecimento sobre o assunto a ser comunicado, sua maneira de vestir, falar e construir os argumentos são capazes de formar uma boa imagem a seu respeito. Há um ditado popular que afirma: “as palavras comovem e os exemplos arrastam.” Para se ter credibilidade é preciso mais do que um discurso bonito e politicamente correto. É imprescindível que a ação esteja em sintonia com as palavras. O Carisma do Professor O dicionário Aurélio tem as seguintes definições para a palavra carisma: força divina conferida a uma pessoa, mas em vista da necessidade ou utilidade da comunidade religiosa; atribuição a outrem de qualidades especiais de liderança, derivadas da sanção divina, mágica, diabólica ou apenas de individualidade excepcional; conjunto dessas qualidades especiais de liderança. A pesquisadora americana Doe Lang identificou várias palavras que traduzem o que é carisma: “Sedução, mágica, originalidade, atração, charme, dinamismo, presença, magnetismo, personalidade, confiança, força, poder, persuasão, desinibição, comunicação...” 26 Na atividade docente, verificamos que alguns professores são extremamente carismáticos e outros, apesar de conhecerem muito bem os temas que ensinam, não conseguem gerar empatia e magnetizar os seus alunos. Colocam-se em posição de superioridade, têm fisionomias fechadas, sorriem pouco, não se interessam verdadeiramente pelos alunos, não sabem ao menos o nome de alguns pupilos. Recentemente fizemos um debate com os nossos alunos sobre o tema carisma e solicitamos que fossem analisadas atitudes comuns aos comunicadores famosos e como isso refletia no carisma e na capacidade de persuadir: • • • • • • • • • Eles sorriem com facilidade; São persuasivos e dizem o que o ouvinte quer escutar; Sabem passar energia, entusiasmo e motivação; A grande maioria fala com clareza e objetividade; Trabalham adequadamente as técnicas do marketing pessoal; Realizam ações em favor dos mais carentes; Transmitem confiança, sucesso e alegria em viver; Geralmente exercem papéis de liderança; Muitos sabem ouvir com atenção. Em seguida, pedimos aos alunos que avaliassem se estas características poderiam ser desenvolvidas. A resposta foi sim! Não queremos com isso negar a influência hereditária, porém acreditamos que algumas características são confundidas como genéticas e que na verdade são copiadas dos modelos familiares (pais, irmãos, tios, avós), professores e de outras pessoas com quem relacionamos ao longo da vida, através dos livros, ídolos da tv, rádio, cinema, teatro, música, etc. Exercícios para você praticar em casa e/ou em sala de aula Acreditamos que o ato de dar aula é semelhante à lapidação de um diamante bruto. A cada aula que ministramos, aprendemos como melhorar, desde que tenhamos humildade para aprender e possibilitemos que os alunos se manifestem, dando as suas opiniões sobre o conteúdo e a forma da nossa comunicação. Seja persistente, audacioso e criativo, colocando em prática estes e outros exercícios: 1) Em frente ao espelho, leia notícias de jornal como se fosse um locutor de rádio ou televisão. Interprete algumas canções, poemas e sonetos, dando-lhes sentimentos. Avise aos familiares que “não ficou maluco” e que é apenas um exercício para saborear as palavras; 2) Se tiver uma filmadora ou gravador, utilize para registrar o seu exercício e depois analise a sua voz, gestos, olhar, postura corporal, etc. Interrompa as partes que não gostou e faça novas apresentações; 3) Assista a um bom filme, no cinema ou em vídeo, observando os diálogos, os efeitos audiovisuais, a movimentação dos atores, as expressões faciais, tom e ritmo da voz. Sugestões de filmes: O Advogado do Diabo; Casablanca; O Poderoso Chefão I; D. Juan de 27 Marco; Cinema Paradiso. Para analisar a expressão corporal, sugerimos os filmes de Charles Claplin – o inesquecível Carlitos; 4) Assista à televisão com espírito crítico, observando as vozes (volume, ritmo e entusiasmo), as expressões faciais, as roupas dos apresentadores, atores, cenários e iluminação; 5) Analise os telejornais e perceba como os mesmos são concisos e harmonizam os recursos audiovisuais, combinando com a voz, gestos e posturas dos apresentadores. Eles dizem muito em pouco tempo; 6) Grave comerciais de televisão e analise os argumentos utilizados para persuadir o consumidor; 7) Procure assistir a algumas aulas, palestras, conferências, seminários e cursos para o aperfeiçoamento das técnicas de comunicação; 8) Cante em casa e/ou em um videokê e pague vários “micos”. Professor que se preza tem que conviver com eles, pois são inevitáveis. Dance, descubra o lado lúdico da vida. Assista a um bom filme infantil e dê gostosas gargalhadas. Libere a criança que há dentro do seu coração; 9) Exercite seu corpo. Ande bastante. Escolha exercícios físicos que lhe agradem e aproveite-os para eliminar tensões. Se possível, participe de uma oficina de teatro. Este espaço é seu. Quais as suas dicas? 28 Exercícios para saborear as palavras Este exercício é indicado para todos, principalmente para quem fala muito rápido e de uma forma linear, sem emoção. Persistência e sonho concretizado Era uma vez um homem que: Faliu nos negócios aos 31 anos de idade; Foi derrotado numa eleição para o legislativo, aos 32 anos; - Faliu outra vez nos negócios, aos 34 anos; Superou a morte da namorada aos 35 anos; Teve um colápso nervoso aos 36 anos; Perdeu nas eleições para o Congresso aos 34, 36 e 48 anos; Perdeu uma disputa para o senado com 55 anos; Fracassou na tentativa de tornar-se vice-presidente aos 56 anos; Foi eleito presidente dos Estados Unidos, aos 60 anos. O nome deste homem é: Abraham Lincoln! Faça um breve comentário sobre a persistência. O que leva uma pessoa a concretizar os seus sonhos? O Homem e a Máquina Tenho prestado muita atenção aos “tempos Modernos”. Não tenho nada contra a modernidade. Porém, se modernidade é substituir o homem pela máquina, qual o papel reservado para o ser humano na sociedade do futuro? Ainda ontem, ao me dirigir a uma agência bancária, fui abordado por um funcionário, que perguntou o que eu desejava . Afirmei que precisava retirar um dinheiro. O mesmo indicou-me um caixa eletrônico. Ressaltei que gosto de ser atendido por ser humano. O funcionário franziu a testa e afirmou com entusiasmo: 29 “O nosso banco investiu milhões de dólares em tecnologia para dar aos clientes mais conforto e rapidez no atendimento...” Tentei argumentar mais uma vez, porém não obtive êxito. O papel dele era evitar ao máximo que eu fosse atendido no interior da agência, por uma pessoa de carne e osso! Fui ao caixa eletrônico, retirei o dinheiro e voltei para a minha casa. Enquanto andava, refletia sobre o que acabara de acontecer! Depois de alguns minutos, cheguei a uma triste conclusão: O papel do homem na “sociedade moderna” talvez seja o de evitar o contato com outros seres humanos! Estou ultrapassado? Resisto ao novo? Eh!!! se a gente não tomar cuidado, na sociedade do futuro o homem terá que virar máquina para sobreviver. Exercício: Durante 5 minutos você deve falar sobre as oportunidades e ameaças das novas tecnologias da informação e como elas ajudarão os professores e alunos. O Sorriso e a Comunicação Um sorriso não custa nada e rende muito! Enriquece quem o recebe e não empobrece quem o dá. Dura somente um instante, mas a sua recordação pode ser eterna. Ninguém é tão pobre que não possa dá-lo. Gera harmonia e felicidade no lar e no ambiente de trabalho. Sinal visível de uma amizade. Um sorriso representa repouso no cansaço, coragem no desânimo, consolo na tristeza e alívio na angústia! É um bem que não se pode comprar e nem emprestar. Roubar? Nem pensar! O seu valor é instantâneo e, se não for consumido na hora, desaparece. Porém, se encontrar alguém que recuse a dar um sorriso, seja generoso e dê o seu. Ele é contagioso e afeta, profundamente, quem recebe e quem o dá. Em cada sorriso há uma chance, uma esperança de amor! Na comunicação, o sorriso funciona como a luz verde do semáforo: É caminho livre para a interação com os alunos. Em cada sorriso há uma esperança de paz!... 30 Exercícios para quem fala leennttoo ou tem a língua “plesa” Pronuncie estas frases de duas maneiras: uma com rapidez, semelhante ao locutor esportivo e a segunda, de maneira eloqüente. Caso você tenha a língua presa e troque o “r” por “l”, pegue um lápis de seis lados ou caneta BIC e coloque horizontalmente na boca, a língua por cima e pronuncie estas frases: √ Em cima daquela serra tem dois pés de mafagarfo, com dois mafagarfinhos. Quem disser quantos mafagarfos tem, um bom desmafagarfizador será. √ Lá vem o velho Félix com o fole velho nas costas. Quanto mais mexem no fole do velho Félix, mais o fole do velho Félix fede. √ Dudu dizia danado da vida: - Dadá, deixe disso, onde vai dar tanta doidice? √ A vida é um sucesso que sucede sucessivamente sem cessar. √ As folhas do chá da arquiduquesa já estão secas, supersecas ou ressecadas? √ Se cem serras serram cem cigarras, seiscentas serras serram seiscentas cigarras e seiscentas e seis serras serram seiscentas e seis cigarras. √ Seis caçadores sobre seis sofás cochichavam ao caçador sem sorte: - Seja sortudo sem suspeita e sua sorte salvará seus segredos. √ O rato roeu a roupa de renda do rei de Roma, a rainha ruim resolveu remendar. 31 Capítulo 2 O Educador Multimídia Como dizia o mestre em comunicação, Prof. McLuhan “... o meio é a mensagem”. A depender do meio (sala de aula, internet, tele ou videoconferência, ensino a distância, através do telefone e internet), em que você estiver usando para comunicar, a mensagem deverá ser adequada ao respectivo meio ou mídia. Vejamos o seguinte exemplo: você foi convidado para participar de uma videoconferência. Neste caso, além de utilizar o conteúdo da sua mensagem, a mesma deve obedecer às leis deste veículo de comunicação. Clareza, objetividade, pouquíssimos movimentos corporais, adequação do vestuário, maquiagem, etc. Quando afirmamos sobre a importância do domínio dos vários meios de comunicação, estamos falando de recursos a serem utilizados em sala de aula e fora dela. O professor é formador de opinião na comunidade em que vive e trabalha. Assim, é preciso conhecer e dominar os meios de comunicação de massa, a exemplo da televisão, rádio, jornal, internet, entre outros. Não devemos restringir a nossa aula a quatro paredes, uma vez que dispomos de excelentes meios de comunicação capazes de multiplicar e agilizar a transmissão das idéias. Temos consciência das enormes diferenças entre as escolas e as condições de trabalho em nosso Brasil, entretanto, devemos conhecer todas as tecnologias e adaptá-las à realidade dos alunos, sem abandonar a criatividade. Como falar e aparecer bem na televisão Quanto mais os seus conhecimentos forem importantes para os telespectadores, maiores as chances de aparecer na televisão. Ela é uma grande vitrine para projetar a sua imagem e torná-lo conhecido da sociedade. Entretanto, fique atento aos seguintes aspectos: a) Você será convidado se aquilo que tem a dizer for interessante para o público do programa e/ou a sociedade; b) Não menospreze o jornalista caso ele não conheça o tema que você irá abordar. Faça dele um aliado e procure tirar todas as suas dúvidas; c) Tudo que for dito a um jornalista ele pode publicar, por isso, não fale algo que não deseja ser divulgado, principalmente momentos antes e depois de uma entrevista. Lembra da parabólica que derrubou o ministro da Fazenda – Rubem Ricupero? As paredes têm ouvidos... d) Não faça comentários sobre o seu desempenho junto ao entrevistador ou sua equipe. Grave as suas apresentações e discuta com as pessoas mais íntimas, a não ser que contrate a assessoria de alguém especializado; e) Depois da entrevista, sugira novos temas para o entrevistador ou repórter. Deixe a porta aberta para novos contatos sobre outros assuntos do seu conhecimento. 32 A fala na televisão Falar através da TV não é discursar! Você pode utilizar-se das técnicas anteriormente mencionadas, ficando atento que a televisão é um outro meio de comunicação que exige cuidados especiais: a) Não esconda o seu sotaque e não procure justificá-lo para pronunciar palavras erradas. Isso acaba com qualquer entrevista; b) Use frases curtas e de fácil compreensão, dando inflexão nas palavras-chaves do assunto, para chamar a atenção do telespectador; c) Seja claro e conciso, fale com entusiasmo e procure despertar o interesse do telespectador, caso contrário ele mudará de canal; d) Planeje as suas apresentações e lembre-se de que o tempo da televisão é pequeno e a sua comunicação deve se adequar ao tempo que lhe foi dado. Treine, treine e treine em sua casa; e) Eventuais histórias devem ser simples e de preferência, sobre idéias e fatos fáceis de descrever; f) Identifique o que é mais importante para o público alvo do programa que você participará e direcione a sua comunicação para as áreas de maior interesse do telespectador; g) Se você não souber uma informação, diga que não sabe e que vai se informar. Não enrole o telespectador, pois o mesmo percebe e você perde a credibilidade; h) Passe confiança e credibilidade para o jornalista, pois antes de você chegar aos telespectadores, deverá passar por esse profissional; i) Não queime etapas somente para aparecer na televisão. Fale somente de assuntos que detém conhecimento e os espaços se abrirão para você; j) Não se impressione com a fama do entrevistador e esqueça que você é fã dele. Concentre-se na mensagem que pretende passar. Para exercitar a sua comunicação através da TV, utilize duas cadeiras, uma para o entrevistado e outra para o entrevistador. Assim, você simulará as perguntas e respostas, de acordo com o personagem da cadeira em que estiver sentado. Se conseguir um amigo, ótimo! Caso contrário, faça você mesmo os dois personagens. Vale a pena! Você também poderá utilizar uma câmera de vídeo ou, na falta dessa, um espelho e um gravador, para simular a entrevista. Analise as perguntas e as respostas e vá fazendo as correções necessárias. Grave antecipadamente uma edição do programa que irá participar e avalie o estilo do entrevistador, o público alvo, a cor do cenário (para adequar o seu vestuário), a forma da entrevista (sentado, em pé, ao vivo, gravado). Colha todas as informações necessárias para o sucesso da sua apresentação. Lembre-se de que não terá “uma segunda chance para causar uma primeira boa impressão”. Não perca a chance que está tendo e caso não esteja adequadamente preparado, agradeça pelo convite ou marque outra data. 33 Como se comportar no estúdio da TV Cuidado para não “queimar o seu filme” e preste bastante atenção aos seguintes conselhos: I) II) III) IV) V) VI) Chegue bem antes (de vinte a trinta minutos) ao estúdio, principalmente se você tiver que ser maquiado. Algumas emissoras oferecem maquiagem ao entrevistado; Não fique olhando para as pessoas no estúdio e concentre-se em olhar para o entrevistado e a câmera; Não se deixe intimidar pelas câmeras e faça de conta que elas são os olhos dos seus telespectadores; Não se preocupe com a quantidade de pessoas, pois quanto maior, melhor. Não seja vaidoso e fale com espontaneidade; A sua postura na cadeira deve ser ereta e não deixe o ombro tomar conta da telinha. Não ria em demasia, principalmente se o assunto enfocar temas mais sérios. Fale com entusiasmo e um leve sorriso na face; O microfone de lapela é o mais utilizado e ele é colocado próximo a sua boca e você não deve falar com se estivesse discursando. Use o tom de voz normal, com se estivesse próximo ao telespectador. Roupas, gestos e posturas a) Analise antecipadamente o cenário do programa, quais as cores de fundo e use roupas discretas para não desviar a atenção do telespectador. Cuidado com brincos, argolas, gravatas, batons com cores berrantes. Cuidado com o nó da gravata; b) A sua roupa deve ser adequada ao programa, público-alvo e horário do programa. Normalmente, os homens devem estar de paletó e gravata; mulheres com roupas discretas. c) Cuidado com listras finas ou padrões quadriculados, pois provocam “batimento” na imagem e sensações desconfortáveis nos olhos do telespectador; d) É importante chegar ao estúdio já barbeado, pois facilita a maquiagem. As mulheres podem utilizar a maquiagem do dia-a-dia, sem esquecer de retocá-las (antes da entrevista), podendo inclusive pedir ajuda da maquiadora da televisão; e) Os gestos devem ser moderados, predominando as expressões faciais e a voz. Grave os telejornais e analise os entrevistados nos programas do Jô, Roberto Dávila, Hebe Camargo, entre outros. Como falar bem no rádio 34 Aqui está um meio de comunicação que muitas vezes é negligenciado pelo entrevistado. Quase tudo que mencionamos para a TV serve para o rádio. Lembre-se de que no rádio você não será visto pelos ouvintes e a sua voz terá que “passar uma boa imagem”: • Use frases curtas e de fácil compreensão, dando inflexão nas palavraschaves do assunto, para chamar a atenção do ouvinte. O rádio é um meio de comunicação que “fala ao pé do ouvido”. Utilize uma linguagem que passe intimidade, como se tivesse batendo um papo com alguém, pessoalmente; • Seja claro e conciso, fale com entusiasmo e procure despertar o interesse do ouvinte, caso contrário ele mudará de emissora; • Planeje as suas apresentações e lembre-se de que o tempo do rádio é um pouco maior que o da TV, porém a sua comunicação deve se adequar ao tempo que lhe foi dado. Treine, treine e treine em sua casa; • Eventuais histórias devem ser simples e de preferência, sobre idéias e fatos fáceis de descrever; • Identifique o que é mais importante para o público alvo do programa que você participará e direcione a sua comunicação para as áreas de maior interesse do ouvinte. Videoconferência e teleconferência A tele e a videoconferência estão sendo utilizadas com muita freqüência para auxiliar no ensino a distância, debates de idéias e divulgação de projetos entre diretores, educadores e alunos. Esteja preparado para utilizar estes novos meios de comunicação, uma vez que os mesmos serão (já estão sendo) populares no futuro próximo, haja vista o barateamento das câmeras – webcan (câmeras posicionadas em cima do monitor). A qualidade ainda deixa a desejar, entretanto, esses problemas serão resolvidos em breve. Televisão, computador e internet irão se fundir e tornarão importantes instrumentos a serem usados pelos educadores para transmitirem os conhecimentos. As novas tecnologias vencerão as limitações de tempo, ou seja, a sua aula será dada no horário presencial e arquivada para o aluno ver e rever quando desejar. O espaço limitado da sala de aula dará lugar a uma “sala sem paredes”, de maneira virtual. Como afirmamos, a linguagem do professor deverá ser adaptada aos novos meios, onde a interação com os alunos será mais importante, e todos aprenderemos juntos, ora sendo professor, ora sendo aluno! Videoconferência – Como falar e aparecer bem 35 √ Chegue bem antes (de vinte a trinta minutos) ao estúdio ou local da videoconferência, para ir “entrando no clima”, principalmente se for a sua primeira vez; √ Transmita confiança e credibilidade; √ Seja claro e conciso, fale com entusiasmo e procure despertar o interesse dos participantes; √ Use frases curtas e de fácil compreensão, dando inflexão nas palavras-chaves do assunto, para chamar a atenção do telespectador; √ Os gestos devem ser moderados, predominando as expressões faciais e a voz; √ A sua roupa deve ser adequada para o tipo de reunião e perfil dos participantes; √ Cuidado com roupas com listras finas ou padrões quadriculados, pois provocam “batimento” na imagem e sensações desconfortáveis nos olhos dos participantes; √ A sua postura na cadeira deve ser ereta e não fique se balançando; √ Não se deixe intimidar pelas câmeras e faça de conta que elas são os olhos dos participantes. Teleconferência (telefone + computador) Para falar bem ao telefone a) Crie uma boa imagem - Na comunicação por telefone não existe o contato visual, portanto, sua voz deve criar a imagem na mente do aluno. Desta forma, é importante não apenas "o que você diz" mas, também, "como você diz". Sua voz deve transmitir: "eu sou cortês, diplomático, prestativo e competente". Portanto, use a voz com um sorriso. b) Informações e competência - Conheça antecipadamente o que irá abordar e prepare-se para dirimir todas as dúvidas; Tenha as informações necessárias na ponta da língua e em seu computador; c) Use volume certo de voz - Posicione o monofone ou o fone de cabeça corretamente junto ao ouvido e à boca. Assim, não precisará falar muito alto nem muito baixo. Fale normalmente. d) Use o ritmo de voz adequado - Falar muito rápido pode causar mal entendidos e gerar desconfiança. Falar lentamente também é um problema. Sua voz soará como uma canção de ninar e fará você parecer enfadonho e sem entusiasmo. e) Use riqueza e variação na sua voz - Através da entonação (mais grave ou mais aguda) uma mesma palavra, dentro de uma frase, pode transmitir emoções diferentes ao ser 36 pronunciada. Sons graves são mais vigorosos e sérios enquanto os agudos são mais alegres e vivos. Use a combinação dos dois para enfatizar idéias e argumentos junto aos alunos. f) Boa dicção - Para ser bem compreendido, é preciso ter boa dicção e falar com voz clara e expressiva. Articule bem as palavras. Não coloque na boca lápis, caneta, palito, chicletes ou qualquer outra coisa, enquanto falar ao telefone. g) Use palavras corretas - O vocabulário usado deve ser do conhecimento do aluno. Use palavras e termos que os participantes da teleconferência conheçam. Para ouvir bem ao telefone I) Não interrompa o aluno - Coloque-se no lugar dele e ouça sem interromper. Lembre-se: Quando duas ou mais pessoas falam ao mesmo tempo, nenhuma está ouvindo. II) Fique atento - Concentre sua atenção no que o aluno está dizendo e não se distraia. Atente para as entonações de voz do interlocutor; isto pode ajudá-lo a perceber exatamente o que ele está sentindo. III) Entenda tudo o que está sendo dito - Se você não entender tudo, faça perguntas, pois se não esclarecer tudo imediatamente, um ponto perdido pode prejudicá-lo mais tarde. IV) Ouça - Assim como se fala sem dizer, pode-se escutar sem ouvir. Enquanto o aluno estiver falando, não fique pensando na resposta; faça isto antes, preparando bem seus argumentos. Nunca tire conclusões antecipadas do que o aluno está dizendo, nem tente terminar suas frases mentalmente. V) Faça anotações - É muito bom tomar notas, mas escreva apenas as idéias chaves. Você pode facilmente se perder na conversação, caso se concentre demais na sua escrita. Avalie a sua comunicação verbal e corporal Sempre que possível, procure avaliar o seu desempenho, atribuindo notas de zero a dez para os seguintes itens: a) Conhecimento dos temas abordados na aula b) Postura corporal c) Clareza e objetividade na comunicação d) Voz e) Olhar f) Gestos 37 g) Uso dos recursos audiovisuais h) Capacidade de argumentação i) Interação com os alunos j) Vícios de linguagem k) Marketing Pessoal l) Relacione outros itens importantes Dividir o total das notas pelo número de quesitos analisados. Média: Uso da informática e da internet para dinamizar o aprendizado 38 “Com as novas tecnologias da informação, nunca mais teremos limitações de tempo e de espaço geográfico. Basta apertar um botão...” Na década de 80, Bill Gates, o criador da Microsoft, afirmava que as tecnologias da informática e da internet ajudariam a construir a estrada da informação – Infovia, contribuindo para a disseminação do conhecimento, onde as pessoas estariam interligadas mundialmente. Hoje, a Infovia é realidade e muito pode contribuir para o dinamismo do processo de ensino e aprendizagem. As novas tecnologias devem ser colocadas a serviço da educação e para democratizar o acesso às informações e que as mesmas sejam transformadas em conhecimento e aplicadas na vida pessoal e profissional de todas as pessoas do Planeta. Há quem receie que as novas tecnologias irão desumanizar a educação formal. Não acreditamos nesta possibilidade. A história tem nos mostrado que a maioria das invenções pode ser utilizada para o bem ou para o mal. Cada pessoa tem o livre arbítrio para escolher o que fazer com a internet e as tecnologias da informação do Século XXI. O mundo empresarial está se reinventando, em função das novas tecnologias da informação. Com o processo de ensino aprendizagem não será diferente. As salas de aula, os alunos e, principalmente os professores, passarão por mudanças inimagináveis. Como estamos percebendo, estas mudanças estão sendo graduais e tenderão a aumentar o ritmo nos próximos cinco anos. Os padrões básicos da educação, irão permanecer os mesmos. Os alunos continuarão freqüentando aulas, escutando os professores, fazendo perguntas, participando de trabalhos individuais e em equipe e a fazerem lições em casa. Embora uma sala de aula continue a ser uma sala de aula, a tecnologia já está transformando uma porção de detalhes: O aprendizado na sala de aula incluirá apresentações em multimídia, os alunos poderão dialogar com os professores de igual para igual, a depender do assunto (o conhecimento não é somente do professor), os estudantes serão estimulados a seguir áreas de interesse específicos. Cada aluno poderá ter as suas questões respondidas simultaneamente com as de outros alunos. A turma passará uma parte do dia no microcomputador da sua escola e/ou residência, explorando informações individualmente ou em grupos. Depois, levarão as suas idéias e questões para debates em sala ou em grupos de interesses comuns. Enquanto os alunos estiverem nos computadores, o professor poderá utilizar o tempo livre para trabalhar com indivíduos ou grupos pequenos e concentrar-se menos em falar e mais na resolução dos problemas. Os educadores que trouxerem energia (automotivação), criatividade e fortalecerem as relações com os seus alunos, colherão bons resultados e se adaptarão ao futuro. Caso contrário, amargarão a derrota e “perderão o bonde da história”. É preciso que o professor saiba se diferenciar, trabalhar o conteúdo e a forma de sua aula, presencial ou a distância. Temos percebido que uma expressiva parcela de professores ainda resiste ao uso da informática e da internet em sala de aula. Certamente, a pouca familiaridade com estes novos meios de comunicação, o temor de que os mesmos substituam os educadores, culminando com a escassa quantidade de computadores nas escolas públicas, sejam as principais razões para o pouco uso destas tecnologias. 39 È bom lembrar que os grandes educadores sempre souberam que aprender não é algo que você faz apenas na sala de aula ou através de um educador, professor, facilitador, tutor ou qualquer nome que lhe seja dado. Qualquer que seja a realidade da sua escola, é bom ir se preparando para o uso da informática e da internet em sala de aula. Aqui vão algumas sugestões para o uso da internet: - Selecione antecipadamente os sites que os alunos deverão pesquisar, evitando a perda de tempo em busca de informações desnecessárias ou que podem ser abordadas de maneira mais eficaz em sala de aula; - Divida a turma em grupos de estudo para que os mesmos possam debater entre si as informações coletadas sobre o assunto; - Identifique no grupo os alunos que têm mais facilidades no uso da informática, para que os mesmos possam multiplicar o conhecimento entre os colegas. Dê um espaço em sua aula para que eles falem sobre o assunto; - Após o debate, fixe os temas pesquisados utilizando dinâmicas de grupo e apresentações das equipes, podendo combinar com a exibição de vídeo, filme e dramatizações, entre outros recursos; Somente utilize a informática e a internet quando estes meios forem os mais indicados para a aprendizagem dos alunos. Eles não devem substituir o professor e muito menos servir de “muleta” para as suas aulas. Se você não domina a informática, este é um excelente momento para começar a aprender. Não tenha vergonha de dizer aos alunos que você não sabe usar o computador. Eles terão enorme prazer em ajudá-lo a conhecer o maravilhoso mundo virtual. Em algumas famílias, as crianças estão auxiliando os seus pais, tios, avós, na aprendizagem da informática e do uso da internet. Crianças e computadores dão-se muito bem. Elas não estão condicionadas à maneira instituída de fazer as coisas, o cérebro está fresquinho e absorve todas as informações com muita facilidade. Um outro aspecto muito importante é a interatividade proporcionada pelo computador. Eu tive a oportunidade de aprender internet, com o auxílio da minha sobrinha Diana, que na época tinhas apenas sete anos. Por outro lado, temos percebido que os familiares adultos que dominam a informática e a internet, estão ensinando as suas crianças a utilizarem software do mundo empresarial. Alguns professores e diretores de escolas estão utilizando programas comerciais para administrar suas atividades e dar aos estudantes experiências com as ferramentas dos modernos locais de trabalho. No mundo atual, todos devemos ser facilitadores do aprendizado. Somos ao mesmo tempo professores e alunos, aqui entendido os pais, filhos, avós, tios, sobrinhos... Para os educadores e profissionais de educação, as novas tecnologias estão possibilitando que os mesmos compartilhem os seus conhecimentos, objetivando melhorar 40 as suas experiências. Assistir a uma palestra em vídeo não proporciona o mesmo interesse de uma aula presencial. Mas, às vezes, a possibilidade de ouvir um determinado professor que está a milhares e milhares de quilômetros de distância ou que o seu tempo escasso não permitiria uma aula presencial, compensara a perda de interatividade. Por outro lado, os sistemas de videoconferência permitem que o professor interaja com os telespectadores, em tempo real ou posteriormente. Para os alunos, as tecnologias da informação possibilitam uma aprendizagem sob medida e no ritmo de cada participante. Algumas crianças com deficiência de aprendizado poderão fazer uso dos recursos multimídia, assistindo às aulas quantas vezes desejarem. Os professores do Século XXI sabem que terão de fazer muito mais do que mostrar às crianças onde encontrar as informações na internet ou nos recursos multimídia (vídeo, CD, DVD, etc.). Elas ainda precisarão entender quando investigar, observar, estimular ou agitar. Ainda terão que desenvolver as habilidades infantis em comunicações orais e escritas. Os professores bem-sucedidos atuarão mais como treinadores, conselheiros, facilitadores, parceiros criativos e pontes de comunicação com o mundo. Mas a tecnologia não vai isolar os estudantes. Uma das experiências educacionais mais importantes é a colaboração. Em algumas salas de aulas mais adaptadas às novas tecnologias, os computadores e a internet já estão mudando a relação convencional dos estudantes entre si e entre alunos e professores, ao facilitar o aprendizado colaborativo. O ritmo da mudança tecnológica é tão rápido que às vezes parece que o mundo vai estar completamente diferente de um dia para o outro. Não vai. Mas devemos estar preparados para a mudança. Teremos que fazer escolhas difíceis. Como sabemos, mudar não é fácil e algumas pessoas resistem mais que outras. Ao tempo em que é importante que comecemos a pensar no futuro (que já chegou), devemos nos resguardar contra o impulso de tomar decisões precipitadas ou porque “estão na moda”. Talvez a nossa angústia principal e mais freqüente seja: “Como é que eu fico nessa economia em constante mudança?”. A maioria tem medo de que os seus empregos se tornem obsoletos, de não serem capazes de se adaptar as novas formas de trabalho. São todas preocupações legítimas. Por outro lado, as mudanças estão acontecendo e elas serão cada vez mais rápidas e às vezes violentas. Se é quase impossível adivinhar os efeitos colaterais de mudanças que conseguimos prever, imagine daquelas que não conseguimos. Devemos estar preparados, atentos e automotivados para enfrentá-las. Mais do que nunca, uma educação que enfatize as habilidades e competências para resolver os problemas, será fundamental. Em um mundo em constantes mudanças, a educação é a melhor preparação para garantir a capacidade de adaptação. O lema é: aprender, aprender e aprender, sempre! Capítulo 3 41 Empreendedorismo “Ele não sabia que era impossível, foi lá e fez” Patrão ou funcionário de uma escola, faculdade ou universidade, seja um empreendedor. Em nenhum outro momento da história do Brasil se falou tanto sobre esse tema. Certamente, entre as principais razões, podemos destacar a globalização e as novas tecnologias da informação, provocando mudanças de comportamento e atitudes no mundo empresarial e na vida das pessoas. O que significa a palavra Empreendedorismo? Segundo o consultor, palestrante e escritor Fernando Dolabela, autor do livro O Segredo de Luísa, que aborda o tema empreendedorismo, essa palavra é uma livre tradução que se faz de entrepreneurship. Designa uma área de grande abrangência e trata de outros temas, além da criação de empresas: • • • Geração de auto-emprego (trabalhador autônomo); Empreendedorismo comunitário (como as comunidades empreendem); Políticas públicas (políticas governamentais para o setor). Vejamos alguns exemplos do que vem a ser um empreendedor: 1. Indivíduo que cria uma empresa, qualquer que seja ela; 2. Pessoa que compra uma empresa e introduz inovações, assumindo riscos, seja na forma de administrar, fabricar, vender, distribuir, fazer propaganda dos seus produtos e serviços, agregando novos valores; 3. Funcionário que faz inovações em uma empresa, provocando o surgimento de valores adicionais; O empreendedorismo é um fenômeno cultural, ou seja, empreendedores nascem por influência do meio em que vivem. Pesquisas afirmam que os empreendedores têm sempre um modelo, alguém que os influencia. Na condição de educador, você será modelo para os seus alunos e muitos irão lembrar das suas idéias, atitudes e comportamentos por toda a vida. Na vida pessoal e no mundo empresarial necessitamos cada vez mais de atitudes e comportamentos empreendedores. Vejamos algumas das principais características de um empreendedor: • Saber exercitar a criatividade - O empreendedor faz a diferença e a coloca em prática as suas idéias. Não teme o ridículo e nem teme o fracasso. Enxerga soluções onde a maioria procura ver apenas os problemas; • Amor e entusiasmo – Ele se identifica com o que faz e o realiza da melhor maneira possível. É bom lembrar que toda profissão tem as suas atividades apaixonantes e 42 aquelas de que não gostamos e que precisam ser realizadas. Na atividade de professor não é diferente; • Planejamento e controle – Tem plano de metas e sabe aonde quer chegar e quais ações devem ser implementadas; • Conhecimento diversificado – Não fica restrito aos temas ligados a sua área específica de atuação. Ele busca novos conhecimentos e percebe de que maneira os mesmos se relacionarão com a sua vida pessoal e profissional; • Autoconfiança e persistência – Sabe que mais cedo ou mais tarde concretizará os seus planos. Não desiste quando as primeiras e inevitáveis dificuldades e derrotas começarem a aparecer. Enxerga os fracassos como oportunidades de aprendizagem; • Paciência – Sabemos quanto se faz necessária essa qualidade, uma vez que lidamos com todo tipo de personalidade, acolhendo e ajudando a resolver problemas e conflitos oriundos da família e situação econômica do País, sem falar na fome, uso de drogas.... que, de maneira direta ou indireta, afetam a relação professor / aluno. Teste a sua capacidade de empreender 1- sempre 2- normalmente 3-raramente 4- nunca ( ( ( ( ( ( ( ( ) Sou apaixonado pela profissão de educador; ) Quando tenho uma idéia, corro para implementá-la ou busco alguém capaz de ajudar na sua realização. ) Tenho alegria de viver e sou otimista em relação ao meu futuro. ) Tomo decisões acertadas e ouço as demais pessoas entendidas no assunto. ) Sou persistente e não me deixo abater pelas eventuais dificuldades. ) Apresento-me para trabalhar em projetos de outros professores. ) Possuo planos de fazer mestrado ou doutorado. ) Comunico com clareza, objetividade e entusiasmo. Habilidades dos Empreendedores a) Capacidade de trabalhar em equipe. b) Capacidade de educar, desenvolver pessoas e gerar aprendizagem coletiva. c) Capacidade de energizar pessoas. d) Capacidade de se comunicar, sensibilizar e disseminar idéias. e) Capacidade de motivar, estimular e desafiar pessoas. f) Capacidade de liderar e transmitir valores éticos e morais. 43 Invista em Você A competitividade excessiva está levando as empresas a buscarem no mercado de trabalho, profissionais que façam a diferença. Nas escolas, faculdades e universidades a situação é parecida. Seja o melhor educador que puder e você será disputado pelos estabelecimentos de ensino. Escreva sim ou não, sobre o que você tem feito nos últimos 6 meses para melhorar o seu crescimento profissional e pessoal: ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Participo(ei) de cursos e palestras ) Experimento(ei) novas formas de dar aula ) Conheço o básico de informática ) Tenho um computador em casa (ou pretendo comprar) ) Utilizo a internet para o meu crescimento pessoal e profissional ) Leio uma revista semanal (Veja, Istoé, Época, etc.) ) Leio jornal pelo menos três vezes por semana ) Leio X livro(s) por mês – técnicos ou não ) outros – relacione algo importante e que não foi mencionado Motivação: Combustível para a vida “Precisamos criar motivos para continuarmos a longa e árdua trajetória da vida” O que é motivação? Ela é a força que nos leva à ação. Estes estímulos motivacionais podem variar de pessoa para pessoa e também o seu grau de intensidade. Sem dúvida nenhuma, para realizar bem a nossa profissão é preciso muita, muita e muita motivação. Dificuldades não faltam: baixa remuneração, condições de trabalho muitas vezes inadequadas, excesso de cobrança dos pais, da sociedade e da própria escola, faculdade ou universidade. Por outro lado, devemos reconhecer que alguns professores estão dando aula sem nenhuma identificação com o que fazem, talvez por falta de opção ou até mesmo por não descobrirem como apaixonar-se pela profissão. Hierarquias das Necessidades Humanas Esta teoria foi desenvolvida pelo psicólogo Abrahan H. Maslow, partindo do princípio de que os motivos do comportamento humano residem no próprio indivíduo. Elas são colocadas em forma de pirâmide, onde no topo estão as necessidades mais secundárias e na sua base, as necessidades primárias: Necessidades fisiológicas – são as necessidades inatas, como de alimentação (fome e sede), de sono e repouso (cansaço), de abrigo (contra o frio e calor), ou desejo sexual (reprodução da espécie). São também denominadas necessidades biológicas ou básicas e exigem satisfação periódica, a fim de garantir a sobrevivência do indivíduo; 44 Necessidades de segurança – constituem o segundo nível das necessidades. Levam a pessoa a proteger-se de qualquer perigo real ou imaginário, físico ou abstrato. A busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga ao perigo de estabilidade, a busca de um mundo ordenado e previsível são manifestações típicas destas necessidades. Surgem quando as necessidades fisiológicas estão relativamente satisfeitas. Os diretores devem cobrar dos professores, porém devem dar apoio para aqueles que desejarem ousar, irem além do seu tempo e do momento atual. Necessidades sociais – são as necessidades relacionadas com a vida em grupo, em comunidade, com outras pessoas.Ser aceito pelos colegas, amigos, familiares, ter afeto e amor. Surgem quando as necessidades mais essenciais (fisiológicas e de segurança) se encontram relativamente satisfeitas. Normalmente, quando não suficientemente satisfeitas, a pessoa pode tornar-se resistente, antagônica e hostil com relação às pessoas que a cercam. A frustração dessas necessidades conduz geralmente à falta de adaptação social e à solidão. Dar e receber afeto é uma importante ativadora do comportamento humano; Esta é uma das maiores necessidades dos educadores e dos seus alunos. O sentimento “de fazer parte” do convívio social da escola. O desejo de aprender é capaz de tornar mais jovem o aluno e também o professor. Necessidades de estima – elas estão relacionadas com a maneira pela qual a pessoa se vê e se avalia, isto é, com a auto-avaliação e a auto-estima. Envolvem a auto-apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação e reconhecimento social, de status, prestígio e reputação. A satisfação dessas necessidades conduz a sentimentos de autoconfiança, valor, força, prestígio, poder, capacidade e utilidade. Sua frustração pode produzir sentimentos de inferioridade, fraqueza, dependência e desamparo, os quais, por sua vez, podem levar ao desânimo; Em quase toda a nossa vida, buscamos o reconhecimento pelo nosso trabalho e esperamos elogios de pessoas da sociedade. Embora tenha mudado para pior e o respeito ao professor esteja “fora de moda”, acreditamos que, no futuro bem próximo, as pessoas voltarão a ter mais respeito e orgulho dos seus professores. √ Necessidades de auto-realização – são as mais elevadas e que se encontram no topo da (pirâmide) hierarquia. São as necessidades que levam cada pessoa a tentar realizar seu próprio potencial e se desenvolver continuamente ao longo da vida. Essa tendência expressa-se por meio de impulso da pessoa em tornar-se mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser. As necessidades de auto-realização estão relacionadas com autonomia, independência, autocontrole, competência e plena realização daquilo que cada pessoa tem de potencial, da utilização plena dos talentos individuais. Enquanto as necessidades anteriores podem ser satisfeitas por recompensas externas à pessoa e que tem uma realidade concreta (comida, dinheiro, amizade, elogios de outras pessoas), as necessidades de auto-realização somente podem ser satisfeitas por recompensas dadas somente pela própria pessoa, a exemplo de sentimento de realização, não sendo fáceis de observar e nem de controlar por outras pessoas. A satisfação dessa necessidade pode não ter fim, uma vez que, quanto mais a pessoa obtém mais ela deseja. Queremos ser lembrados pelas pessoas. O educador que não se sentir realizado dentro da sala de aula, deve mudar de profissão. Dar aula é compartilhar, é um ato de doação. Você pode enganar uma vez, duas vezes e até alguns anos, porém não conseguirá sentir a gostosa sensação do dever cumprido. 45 Motivação Humana: Fatores Internos e Externos O professor trabalha e os alunos estudam para: √ √ √ √ √ viver com dignidade; melhorar a qualidade de vida; possuir estabilidade financeira, emocional e reconhecimento; crescer pessoal e profissionalmente; alcançar o sucesso. Motivando os alunos Preste bem atenção neste tema e saiba porque alguns professores podem deixar os alunos irritados: 1. O conteúdo da aula é fraco ou sem novidade para os alunos, não correspondendo às suas expectativas; 2. Professor sem entusiasmo, confuso, prolixo, arrogante e/ou que não consegue interagir com os alunos; 3. Os alunos estão cansados de tanto ouvir, com fome, sede, etc; 4. O professor não foi capaz de convencer os alunos ou os mesmos rejeitaram as suas idéias; 5. Recursos audiovisuais de má qualidade, a exemplo de transparências ou slides com letras pequenas ou em excesso, som alto, baixo ou com interferências, inadequação do “meio” escolhido para transmitir a mensagem; 6. Calor ou frio em excesso, barulhos internos ou externos, cadeiras desconfortáveis e excessivo número de alunos; 7. Outros motivos. Este espaço é seu para relacionar alguns motivos que podem irritar os alunos. Agora vamos falar sobre o que pode motivar os alunos. Há um ditado popular que resume o fator mais importante: “Diga-me o que eu tenho a ganhar que lhe darei todo o tempo do mundo”. Quando um aluno, principalmente o adulto, participa de uma aula, ele deseja ter a recompensa pelo seu esforço. Além disso, o tempo é cada vez menor para os compromissos diários e tendemos a selecionar os eventos (curso, palestra, seminário) que darão mais retorno para a nossa vida pessoal e profissional. Para que você motive os alunos, faça o contrário daquilo que os irritam e transmita idéias úteis para os mesmos, falando de maneira espontânea, clara e objetiva. 46 Criatividade em sala de aula “Criar é uma forma de brindar a vida” No processo de ensino / aprendizagem a criatividade sempre estará presente e devemos incentivá-la cada vez mais. Vejamos algumas definições sobre este empolgante tema: √ Criatividade é uma forma de loucura (Platão); √ Inspiração divina (Sócrates); √ Processo natural que obedece a leis imprevisíveis (Kant); √ Criatividade é fruto de conhecimento, imaginação e avaliação (Sidney Pames); Definições populares √ Pensar diferente da maioria das pessoas sobre um mesmo problema; √ É tirar do nada, é fazer do velho o novo; √ Criatividade é um estado permanente de insatisfação com o que existe. Como podemos perceber, criatividade é muita coisa e a grande questão é: - como podemos desenvolver a criatividade? Vamos primeiro conhecer como a mente funciona. O cérebro possui dois hemisférios - esquerdo (racional) e direito (emocional). De uma maneira mais simples podemos afirmar que o nosso cérebro: - Absorve, através da aplicação e da atenção; - Retém, através da memória; - Cria, visualizando, prevendo e gerando idéias; - Julga, analisando, comparando e escolhendo. Os Dois Hemisférios Esquerdo (racional) Detalhista Mecânico Preto e Branco Lógico Fechado Cauteloso Analítico Intelectual Detalhado Seqüencial Material Escrita Ordenamento seqüencial Direito (holístico) Amplo Criativo Cores Artístico Aberto Corre risco Sintético Espacial Musical Simbólico Emocional Intuitivo Espiritual 47 O Processo Criativo O início do processo criatividade ocorre quando temos um forte desejo em resolver um problema, contribuir para a melhoria de produtos e serviços, mas, principalmente, para desafiar e irmos além dos nossos limites. O processo criativo possui as etapas de identificação, preparação, incubação, aquecimento e iluminação. 1) Identificação – Nesta maravilhosa viagem, esta é a primeira “estação”, onde você vai identificar qual é o problema, o que deseja solucionar. Para ficar mais claro o entendimento, vamos definir o problema com a seguinte pergunta: Como posso melhorar a minha comunicação verbal e a minha metodologia de ensino? Estudiosos afirmam que um problema bem definido já é 50% da solução. 2) Preparação – Aqui é a sua segunda “estação”. Ela pode ser direta, quando acumulamos informações pertinentes ao problema que deve ser resolvido. No caso específico, podemos assistir a aulas de professores que se comunicam bem e tenham uma metodologia que empolga os alunos. Vamos fazendo as anotações necessárias, ao tempo em que deixamos a vaidade de lado e procuramos aprender com quem sabe mais. A preparação é indireta quando buscamos informações sobre tudo o que possa colaborar para a solução do problema, mesmo que em princípio não tenha nenhuma ligação. Vejamos alguns exemplos: você vai ao teatro e observa a dicção e expressão corporal do atores; assiste a um filme e percebe a maneira como o diretor usou para contar a sua estória, muitas vezes comum, porém com muita criatividade, através de um ângulo pouco visto, com cenários e diálogos atraentes e atores talentosos. 3) Incubação – Na terceira “estação” da sua viagem, talvez seja necessário descansar, fazer outras atividades, procurando se desligar um pouco da pressão para resolver o problema. Se quiser, deite na sua rede e embale as idéias, ande, ouça música, cante, dance, faça tudo que lhe der prazer. Deixe as informações se combinarem naturalmente dentro da sua cabeça. A mente é tão fantástica que trabalha sozinha, através do inconsciente. Normalmente, sentimos angústia quando estamos no processo de criação e precisamos colocar para fora este sentimento nada agradável. 4) Aquecimento – Chegando à quarta “estação”, você está bem próximo do seu destino, ou seja, a solução dos problemas definidos. Semelhante a um jogador de futebol que precisa aquecer os seus músculos para não se machucar quando disputar uma bola, a sua mente foge e retorna ao problema com freqüências cada vez menores, às vezes de maneira desordenada, porém encaminhando para a solução. Existem várias técnicas que podem auxiliar na aceleração do processo criativo, a exemplo do brainstorm - geração de idéias em quantidade e julgamento adiado. No brainstorm ao contrário (reverse brainstorm), buscamos os defeitos e pontos fracos dos produtos e serviços. 48 5) Iluminação – Pronto! Você chegou ao final da maravilhosa viagem criativa. É o momento em que a solução, também conhecido como “insight” aparece e você sentirá um grande alívio, fazendo brotar um sorriso em seu rosto. Embora possa surgir de repente, este momento é, na verdade, resultado de etapas anteriores bem sucedidas e enorme persistência. A partir daí, você deverá colocar as idéias no papel e experimentá-las em grupos menores de alunos (até 15 pessoas), analisar os prós e os contras das mudanças. É bom saber que nenhuma idéia nasce perfeita e precisamos dar um tempo para corrigir eventuais falhas. Não se deixe abater pelas críticas de colegas, professores, alunos e busque parceiros para ajudar na implementação das mudanças na sua forma de comunicar e dar aula. Bloqueios e desbloqueios mentais São estas posturas que contribuem para os bloqueios mentais! Abaixo, estão relacionados dez bloqueios mentais especialmente danosos para o pensamento: 1- "A resposta certa" 6- “É proibido errar” 2- "Isso não tem lógica" 7- “Brincar é falta de seriedade” 3- "Siga as normas" 8- “Isso não é da minha área” 4- "Seja prático" 9- “Não seja bobo” 5- "Evite ambigüidades" 10- “Eu não sou criativo” Sugestões para desenvolver a criatividade 1) Saiba que há um tesouro em sua cabeça - uma mina de ouro entre as suas orelhas. O conhecimento e a sua forma de transmiti-lo farão toda a diferença em sua vida de educador. 2) Todo o dia escreva pelo menos uma idéia sobre estes assuntos: - como eu posso melhorar a minha aula? - como eu posso fazer diferença na vida dos alunos? - como eu posso ser mais feliz? 3) Descubra o que está sendo mostrado de maneira óbvia e de forma diferente. E S C R E V A S E U S J E E S T P I E V C O O I B S - F I C O S D E V I D A 49 4) Faça anotações. Não saia sem papel e lápis ou algo para escrever. Anote tudo. Não confie na memória. Caso possível, compre um microgravador. 5) Armazene idéias, coloque em cada envelope um assunto. Idéias para casa, para aumentar sua eficiência no trabalho, para melhorar o relacionamento com a(o) esposa(o), namorado, filhos, amigos, etc. 6) Observe tudo cuidadosamente. Observe e absorva. Aproveite o que você observa e, principalmente, observe tudo como se fosse a última vez que você fosse ver. 7) Desenvolva uma forte curiosidade sobre pessoas, coisas e lugares. Ao falar com outra pessoa faça com que ela se sinta importante. A nossa atividade tem como finalidade principal o relacionamento com pessoas e a transmissão de idéias e conhecimentos. 8) Aprenda a escutar e a ouvir, tanto com os olhos, quanto com os ouvidos. Perceba o que não foi dito. Seja também “um eterno aprendiz” e estimule os seus alunos a expressarem as suas idéias. 9) Descubra novas fontes de idéias através de novas amizades, de novos livros e de assuntos diversos. Esteja aberto ao novo, ao diferente e desconhecido. Analise, experimente e depois decida se deve mudar ou continuar fazendo da mesma forma de antes. 10) Compreenda primeiro, depois julgue. Fique o mais longe possível dos preconceitos. Vivemos numa sociedade consumista e que, muitas vezes as pessoas são avaliadas pelo que possuem de bens materiais, do saldo em conta bancária, pela cor da pele e não pelo que elas realmente são, os sentimentos e as idéias que possuem. 11) Procure ter uma atitude positiva e otimista. Isso o ajudará a dar uma boa aula. Deixe o cansaço bater somente quando for dormir, com a agradável sensação do dever cumprido e que está fazendo diferença na vida dos seus alunos. 12) Escolha uma hora e um lugar para pensar alguns minutos por dia: ao dormir, quando estiver tomando banho, caminhando, dançando, etc. 13) Ataque os seus problemas de maneira ordenada. Uma delas é descobrir qual é realmente o problema. Faça o seu subconsciente trabalhar. Ele pode e precisa, dia e noite. Fale com os colegas e alunos sobre as suas idéias e projetos. 14) Não se contente com a primeira idéia, pois da quantidade nasce a qualidade. 15) As idéias podem e devem ser aprimoradas, uma vez que não nascem perfeitas e necessitam de um tempo para o aprimoramento. Sempre haverá uma maneira de torná-las mais eficazes. 16) Ouça opiniões de pessoas que pensam diferente do seu ponto de vista. As soluções para o aprimoramento das suas idéias podem estar com a divergência. 50 Como realizar um brainstorm Você já ouviu falar da técnica de brainstorm ou tempestade de idéias ou “toró de parpites”? Consiste numa reunião de pessoas com a finalidade de gerar idéias para um problema definido. O mais importante é não permitir o julgamento imediato das idéias. Faça as perguntas no plural e não no singular. Como posso melhorar a minha aula e a minha comunicação verbal? Como posso interagir com os alunos e estimular a participação? Quais recursos audiovisuais posso utilizar para transmitir a mensagem? De que maneira as dinâmicas de grupo podem ajudar na transmissão das idéias? Você pode fazer uma sessão de brainstorm sozinho, porém, o ideal é que faça em grupo. Sugerimos até dez pessoas, a exemplo de diretores, coordenadores do curso, professores e alunos que possam contribuir com idéias. Técnicas de brainstorm para buscar defeitos Esta técnica funciona buscando apenas defeitos de um determinado produto ou serviço. Semelhante à técnica anterior, o julgamento das idéias não deve ocorrer no momento da criação e sim, posteriormente. Em seguida, proponha soluções para os problemas. Por que as minhas aulas não despertam interesse? Se eu fosse o meu próprio aluno, o que mudaria no conteúdo e na forma de comunicar? Por que não permito uma maior participação dos alunos? Agora, vamos colocar em prática o pensamento imaginário e perguntar: E se eu resolver dar uma aula na praia? E se eu permitir que algumas aulas sejam dadas pelos alunos? E se eu fizer algumas dinâmicas de grupo? E se eu usar a música para abordar alguns temas das aulas? Idéias que valem ouro Este formulário pode ser usado para registro de idéias surgidas após as técnicas de brainstorm, em sala de aula ou qualquer outro momento. • Nome da idéia • Desenvolvimento – (como funciona, para que serve, a quem se destina). • Pessoas que podem ajudar a colocá-la em prática • Local, data e como surgiu.- 51 • Informações complementares - (pode ser combinada com outra idéia?, qual o custo/benefício da sua implantação? há algum risco se ou não for implementada?) Exercício: Qual foi a última grande idéia que você não realizou? Por que não realizou? ( ( ( ( ) Não tive tempo ) Não consegui vendê-la ) Não dispunha de recursos ) Não me empenhei de verdade ( ( ( ( ) Não sabia o que fazer ) Não tive apoio nenhum ) Fiquei com medo de falhar ) Outros motivos Caso você não coloque em prática as suas idéias, outros professores o farão, mais cedo ou mais tarde. Teste seu cérebro. Ele é mais racional ou emocional? Responda rápido e intuitivamente às perguntas, sem pensar em contagem de pontos. Não há respostas boas ou más. Marque apenas uma letra, a não ser que a pergunta exija outra coisa. 1) Quando precisa resolver um problema você: ( ) a. dá um passeio, pensa nas soluções e depois as discute ( ) b. reflete, anota as alternativas, coloca-as na ordem de prioridade e depois escolhe a melhor ( ) c. relembra soluções passadas que foram bem-sucedidas e depois as implementa ( ) d. espera para ver se a situação se corrige por si mesma 2) Sonhar acordado é: ( ) a. uma perda de tempo ( ) b. divertido e relaxante ( ) c. realmente útil na solução de problemas e no pensamento criativo ( ) d. instrumento viável para o planejamento do meu futuro. 3) No tocante a intuições, você ( ) a. freqüentemente tem fortes palpites e os segue ( ) b. tem fortes palpites mas não confia muito neles ( ) c. vez por outra tem palpites mas não confia muito neles ( ) d. não confia em palpites para tomar decisões importantes 4) Ao pensar em suas atividades, o que é mais típico em seu "estilo"? ( ) a. montar uma lista de tudo o que precisa para fazer e das pessoas com quem deve falar ( ) b. visualizar os lugares aonde deve ir e as pessoas com quem deve falar ( ) c. simplesmente deixar que as coisas aconteçam ( ) d. planejar o programa do dia, determinando a hora adequada para cada item ou atividade 52 5) Você costuma ter um lugar para tudo, um modo de fazer as coisas e aptidão de organizar dados e materiais da sua aula? ( ) a. sim ( ) b. não 6) Você gosta de mudar a posição dos móveis e/ou outros objetos em sua residência e/ou sala de aula? ( ) a. sim ( ) b. não 7) Assinale as atividades que você mais gosta de praticar: ( ) nadar ( ) tocar um instrumento ( ) jogar tênis ( ) ler ( ) acampar/excursionar ( ) jogar golfe ( ) esquiar ( ) fazer conserto em casa ( ) pescar ( ) cantar ( ) debater ( ) culinária ( ) fotograr ( ) conversar ( ) costurar ( ) tocar ( ) jogar cartas ( ) fazer nada ( ) viajar ( ) dar aula ( ) charada ( ) dançar ( ) andar de bicicleta ( ) escrever ( ) caminhar ( ) colecionar coisas ( ) correr ( ) abraçar ( ) jogar xadrez ( ) beijar ( ) lidar com artes/artesanatos ( ) fazer jardinagem 8) Você aprende a fazer exercícios físicos e a dançar melhor: ( ) a.imitando ou deixando-se levar pela música ( ) b.aprendendo a seqüência e repetindo os passos mentalmente 9) Ao dar uma aula ou praticar um esporte você costuma sair-se melhor do que seria de esperar do seu treinamento ou de suas aptidões naturais? ( ) a. sim ( ) b. não 10) Você se comunica com clareza e objetividade quando fala? ( ) a. sim ( ) b. não 11) Adota metas e deixa-se guiar por elas? ( ) a. sim ( ) b. não 12) Quando você quer lembrar-se de um assunto ou nome de aluno: ( ) a. visualiza a informação ( ) b. anota-a ( ) c. verbaliza-a (repete-a para si mesmo em voz alta) ( ) d. associa-a a alguma informação anterior 13) Você tem facilidades para lembrar-se de rostos? ( ) a. sim ( ) b. não 14) Ao fazer uso da linguagem, você: ( ) a. inventa palavras ( ) b. inventa rimas e incorpora metáforas ( ) c. escolhe termos exatos e preciosos 53 15) Em uma conversa, você se sente mais à vontade: ( ) a. quando escuta ( ) b. quando fala 16) Quando lhe pedem para falar de improviso em uma reunião, você: ( ) a. faz um rápido esboço ( ) b. simplesmente começa a falar ( ) c. transfere a atenção para outra pessoa ou diz o mínimo possível ( ) d. fala lenta e cuidadosamente 17) Em uma discussão, você tende a: ( ) a. falar até demonstrar o seu argumento ( ) b. encontra uma autoridade em apoio ao seu argumento ( ) c. simplesmente se fecha ( ) d. empurra a cadeira e mesa, bate na mesa mais alto, grita 18) Pode dizer com alguma precisão quanto tempo passou desde que você viu o relógio pela última vez? ( ) a. sim ( ) b. não 19) Você prefere eventos sociais que são: ( ) a. planejados com certa antecedência ( ) b. espontâneos 20) Ao preparar-se para abordar um assunto novo ou difícil, você: ( ) a. visualiza-se executando com eficiência ( ) b. relembra sucessos passados em situações semelhantes ( ) c. prepara grande quantidade de dados referentes ao assunto 21) Quando está criando ou planejando a sua aula você costuma trabalhar: ( ) a. sozinho ( ) b. em grupo 22) Quando se trata de uma exceção à regra ou mudar as normas da escola, faculdade ou universidade, você acha: ( ) a. regras e normas devem ser obedecidas ( ) b. o progresso ocorre quando desafiamos as estruturas ( ) c. as regras são feitas para serem quebradas 23) Na escola você preferia: ( ) a. álgebra ( ) b. geometria 24) Ao fazer anotações você escreve em letra de forma ( ) a. nunca ( ) b. freqüentemente 25) Você usa gestos para: ( ) a. dar ênfase ao que diz ( ) b. exprimir seus sentimentos 54 26) Você sente instintivamente que determinada questão está certa ou errada ou decide com base em informações? ( ) a. sente ( ) b. decide 27) Você gosta de correr riscos? ( ) a. sim ( ) b. não 28) Depois de assistir a um espetáculo musical, você é capaz de: ( ) a. cantarolar grande parte das letras das canções ( ) b. lembrar-se de grande parte da música 29) Assinale as afirmativas que você acha que se aplicam ao seu caso ( ) "Sou capaz de deduzir o sentido dos contratos, manuais de instrução e documentos legais" ( ) "Prefiro trabalhar com diagramas e plantas" ( ) "Visualizo nitidamente os personagens, o ambiente e o enredo de um romance" ( ) "Prefiro que os amigos me telefonem antes de me visitar" ( ) "Não gosto de conversar ao telefone" ( ) "Gosto de planejar e acertar os detalhes de uma viagem" ( ) "Eu adio meus telefonemas" ( ) "Encontro facilmente as palavras em um dicionário e os nomes em uma lista telefônica" ( ) "Adoro trocadilhos" ( ) "Faço muitas anotações durante uma reunião, palestra ou aula" ( ) "Fico gelado quando tenho de realizar coisas mecânicas sob pressão" ( ) "Freqüentemente as idéias me vêm não sei de onde" 30) Você muda de humor: ( ) a. freqüentemente ( ) b. quase nunca 31) Você: ( ) a. não é muito receptivo no tocante à linguagem corporal; prefere ouvir o que dizem as pessoas ( ) b. sabe interpretar a linguagem corporal ( ) c. sabe compreender o que as pessoas dizem e também interpretar a linguagem corporal. Contagem de pontos Faça um círculo em torno do número de pontos para cada resposta. a b c d -----------------------1 7 1 3 9 -------------------------2 1 5 7 9 -------------------------3 9 7 3 1 -------------------------- Pergunta 7 Pontos - nadar .................. 9 jogar tênis ........... 4 jogar golfe .. ........ 4 acampar/excursionar 7 esquiar . ............. 7 pescar .. ............... 8 cantar ................. 3 55 4 1 7 9 3 -------------------------5 1 9 -------------------------6 9 1 -------------------------7 (confira a seguir) -------------------------8 9 1 -------------------------9 9 1 -------------------------10 1 7 -------------------------11 1 9 -------------------------12 9 1 3 5 -------------------------13 7 1 -------------------------14 9 5 1 -------------------------15 6 3 -------------------------16 1 6 9 4 -------------------------17 3 1 7 9 -------------------------18 1 9 -------------------------19 1 9 -------------------------20 9 5 1 -------------------------21 3 7 -------------------------22 1 5 9 -------------------------23 1 9 -------------------------24 1 9 -------------------------25 2 8 -------------------------26 9 1 -------------------------27 7 3 -------------------------28 9 1 fazer jardinagem ... 5 costurar . .............. 3 tocar um instrumento 4 ler .................... 3 fazer consertos em casa 3 lidar com artes/artesanato 5 - culinária .... .......... 5 fotograr ..... ........ 3 fazer nada ... .......... 9 viajar . ................ 5 andar de bicicleta .... 8 escrever .... ........... 2 colecionar coisas ..... 1 jogar xadrez . ......... 2 jogar cartas . .......... 2 - dar aula . ................ 7 charadas . .............. 5 - dançar ................. 7 caminhar ............... 8 correr ................. 8 abraçar ................ 9 - beijar ... .............. 9 - tocar . ................. 9 - conversar .. ............ 4 debater .. .............. 2 - Pergunta 29 Pontos - contratos . ............. 1 diagramas . ............. 7 - visualizar . ............ 9 antes de visitar . ...... 2 conversar ... ........... 3 planejar viagem ...... 1 - adiar .. ................ 7 encontrar palavras ... 1 trocadilhos ............ 3 anotações ......... ..... 1 gelar .................. 3 não sei de onde ........ 9 56 29 (confira ao lado) -------------------------30 9 1 -------------------------31 1 7 5 Some o número de pontos e divida o total pelo número de respostas dadas. Este último número tende a variar, por causa da possibilidade de respostas múltiplas nas questões 7 e 29. Se Você contou 300 pontos em 40 respostas, por exemplo, sua contagem final de pontos vai dar 7,5 indicando forte tendência para pensar com o lado direito do cérebro. Procure na escala abaixo a sua localização: Médias 1 3 5 7 9 Esquerdo Direito 57 Capítulo 4 Faça a diferença em sala de aula “Ou você se diferencia ou desaparecerá do mercado de trabalho” Quando estiver planejando as suas aulas, analise de que maneira a sua presença fará diferença para os alunos. Observe a arrumação das cadeiras e avalie a possibilidade de colocá-las em círculo ou em U. Desta maneira os alunos poderão olhar uns aos outros, participar através de perguntas e respostas, gerar mais segurança em si próprios. Sempre que possível, utilize a música. Ela é um bálsamo para o coração e estimula as nossas emoções. Ela poderá ser usada para integrar, acalmar, animar, iniciar um debate e outras atividades. Se você não tiver um aparelho de som, solicite emprestado aos alunos ou cante com os mesmos. Eles vão adorar e você também. Use recursos teatrais, faça exercícios de comunicação verbal, desinibição, técnicas para falar de improviso, comunicação corporal, entre outros. Eles servem para fortalecer a auto-estima, vencer a timidez e possíveis fobias de falar em público. Os jovens adoram o audiovisual. Procure exibir filmes, na íntegra ou resumidos e debata com os alunos sobre os mais diversos temas. Abaixo, relacionamos sugestões de filmes por nós testados e de comprovada eficácia: - O Náufrago – Serve para debater criatividade e a luta pela sobrevivência; - Mudança de Hábito – Enfoca a importância das mudanças, o trabalho em equipe e a criatividade; - O Terminal – Utilizado para trabalhar relações interpessoais e a comunicação verbal; - O Gladiador – Ideal para discutir liderança e persistência; - A Corrente do Bem – Adequado para debater a importância da solidariedade. Em nossas aulas e palestras, convidamos pessoas da comunidade para falarem sobre os mais variados temas, a exemplo de empreendedorismo, música, atendimento, vendas, mercado de trabalho, comunicação em rádio e TV, entre outros assuntos. Com isso os alunos têm contato com pessoas de outras áreas profissionais, além de contribuir para aproximar a escola da sociedade e vice-versa, humanizando mais o conhecimento. Pense como os seus alunos e faça as seguintes perguntas: Se eu fosse o meu próprio professor, como gostaria que as aulas fossem realizadas? Qual a nota que daria para a metodologia e o conteúdo das minhas aulas? 58 Não esqueça que a criatividade é infinita. Não se acomode e vá em frente! Você é uma marca: - Saiba valorizá-la! “ Quanto vale a marca Coca-Cola? E a sua?” Talvez você nunca tenha parado para pensar, mas temos algumas semelhanças com os produtos e serviços que consumimos no dia-a-dia: Temos um nome; uma embalagem; atendemos necessidades; somos encontrados em um determinado local; cobramos pelos serviços/produtos e fazemos propaganda. Façamos uma comparação com um produto que gostamos de consumir: qual o seu nome (marca)? como é a sua embalagem? quais necessidades ele atende? onde é encontrado? qual o preço? como ficamos sabendo da sua existência? Semelhante aos produtos e serviços, também podemos desaparecer do mercado em função da concorrência, se ficarmos parados e não reinventarmos as nossas habilidades. Fazendo uma adaptação das afirmações acima, a atividade de Educador requer uma postura mais comedida no que se refere à propaganda. Por outro lado, os professores que se destacam costumam ser requisitados para trabalhar em escolas mais renomadas e que pagam melhor. Comece agora mesmo a visualizar-se de modo diferente. Você é um professor mediano ou é membro de uma equipe? Você faz falta na sua escola? Os alunos o admiram? O que você fará se ficar desempregado? É claro que não devemos atribuir um valor para o ser humano, e sim para a sua hora de trabalho. Invista em seus conhecimentos e tenha sempre o currículo atualizado e às mãos. O momento adequado para buscar um novo emprego é quando se está trabalhando e não quando estiver desempregado. Você faz Marketing Pessoal? “Consumimos mais ovos de galinha porque ela costuma informar a vizinhança que acabou de fabricar um. O ovo de pata é maior e também gostoso, porém, ninguém fica sabendo da sua existência” A competitividade vem sendo cada vez maior no mundo, o desemprego aumenta a cada dia e desejamos estar entre os profissionais que continuarão no mercado de trabalho. Para atingirmos esta meta, buscamos novos conhecimentos - graduações, pós, MBA, mestrados, doutorados e transformamos esses conhecimentos em habilidades e competências que nos levem à realização pessoal, profissional e financeira. É nesse contexto que entra o marketing pessoal. Conceituamos como marketing pessoal o conjunto de conhecimentos e habilidades ligadas ao corpo. Vejamos os exemplos dos professores, médicos, advogados, cantores, músicos, dançarinos, vendedores, 59 profissionais da informática, apresentadores de TV, rádio, jornalistas e tantos outros. Você pode estar se perguntando: Se for assim, todos os profissionais se encaixam nesta definição? Sim. Uns mais e outros menos. Alguns necessitam de vários equipamentos e pessoas para colocarem as suas habilidades profissionais a serviço dos clientes. Os profissionais acima mencionados utilizam o próprio corpo e os conhecimentos adquiridos. No curso que ministramos, Falando em Público com Sucesso, perguntamos aos alunos o que é marketing pessoal. Muitos afirmam que é vestir de maneira elegante, fazer propaganda, é promover a própria imagem, entre outras definições. É certo que também é isso. Entretanto, o fator mais importante é corresponder às expectativas do cliente, ser competente, ético, honesto e saber se relacionar com pessoas. Uma boa propaganda de um produto ruim ajuda a matá-lo mais rapidamente! Muitas vezes somos induzidos a procurar ajuda de um determinado profissional em função de tê-lo visto na mídia. Entretanto, poderemos ter uma grande decepção entre o que foi prometido e aquilo que efetivamente recebemos. Nesse caso, a propaganda foi enganosa e não conceituamos como um bom marketing pessoal. A melhor propaganda continua sendo o boca-a-boca. Na atividade docente, devemos obedecer às normas éticas e morais, bem como uma especial cautela no uso da nossa imagem e afirmações em sala de aula. Caso você não faça marketing pessoal, assinale algumas das razões: ( ( ( ( ( ( ) Você não foi criado assim. Na família e na escola pediram que não fosse exibicionista. ) Você não sabe como fazer. ) Você presenciou exemplos negativos no trabalho e acha que isso é coisa de bajulador. ) Por timidez e/ou medo de falhar e ser ridicularizado. ) Falta de tempo ou comodismo. ) outras razões (especificar). É bom lembrar que construir um marca leva tempo e para ser destruída, bastam alguns minutos. Desenvolva e aprimore habilidades e competências que solidifiquem a sua marca pessoal. Seja ético e construa um bom relacionamento com as pessoas, objetivando ajudar e ser ajudado por elas. Abaixo, relacionamos alguns exercícios para você praticar: - Simule entrevistas de emprego e fale sobre as suas habilidades e competências profissionais; - Vista-se mais elegante e fique em frente ao espelho olhando o seu novo visual. Analise o que gostou e o que pretende mudar; - Simule uma entrevista na rádio ou TV, abordando temas do seu conhecimento e útéis para os ouvintes e telespectadores. 60 Ética, Moral e Compromisso Social “ Solidariedade, ética e moral são atitudes e comportamentos cada vez mais escassos” Segundo o dicionário do Aurélio, Ética significa estudo do juízo de apreciação referente à conduta humana, passível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade ou de um modo geral. Moral é um conjunto de regras de condutas consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. Nos últimos anos, a Sociedade Brasileira vem debatendo esse tema, principalmente sobre o comportamento dos políticos, funcionários do serviço público e das empresas transnacionais. Quase todos os dias a imprensa revela casos de subornos de funcionários, para que empresas ganhem licitações ou informações privilegiadas no Setor Público. No meio educacional, nos deparamos com alguns educadores solicitando atestados médicos para faltarem ao trabalho, mesmo dispondo de condições para exercerem as suas atividades. Professores falando mal de um colega para outras pessoas. Você já presenciou algo semelhante? É chegado o momento de debatermos ética e moral em sala de aula e nas reuniões internas de diretores e professores, pais e mestres. “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. Você conhece esse ditado popular? Acreditamos que a hipercompetitividade no mercado de trabalho, os péssimos exemplos dos líderes e demais pessoas envolvidas na política brasileira, a ausência de punição para os culpados, notadamente aqueles que podem pagar bons advogados, estejam contribuíndo para o aumento de condutas inadequadas. Cuidado com a lei de Gérson (gosto de levar vantagem em tudo, certo?), pois um dia o efeito pode ser contrário. Não queremos sugerir modelos de ética e moral para ninguém, entretanto, ao deitar, solicite ao seu travesseiro, resposta para esta pergunta: posso dormir tranqüilo, com a certeza do dever cumprido? O nosso compromisso social será maior e mais importante, na medida em que a nossa conduta, dentro e fora da sala de aula, seja referência para os alunos. Pense nisso! 61 Como Administrar o Tempo “Tempo é dinheiro... é vida. Não desperdice” Um dos problemas cruciais que enfrentamos em nosso dia-a-dia é a organização do tempo. Raramente dispomos de tempo de sobra e quase sempre vivemos com as atividades pedagógicas atrasadas. É comum formularmos a seguinte pergunta: cadê tempo? As principais causas da falta de tempo estão relacionadas com o excesso de aulas, um, dois ou três empregos que os educadores necessitam ter para equilibrarem as suas finanças, longas distâncias a serem percorridas até as escolas e engarrafamentos no trânsito caótico das grandes cidades. Com raríssimas exceções, os professores têm baixos salários, apesar de reconhecer que os mesmos estão melhorando nos últimos anos. Como a maioria dos educadores é constituída de mulheres, dezenas de horas são utilizadas para administrar os problemas domésticos. Ufa! Haja tempo. Em quase todos os cursos e palestras que ministramos sobre esse tema, indagamos aos professores: - Quem possui e utiliza uma agenda? Infelizmente, alguns poucos respondem afirmativamente e destes, um percentual diz que tem agenda, mas, não a utiliza com freqüência. Assim, é fácil concluir que o não planejamento do seu tempo pode resultar em elevado stress, aumento de conflitos interpessoais e comprometer a qualidade das aulas, sem contar a qualidade de vida e momentos de lazer. É claro que somos ocupados, porém, não somos os trabalhadores mais ocupados do mundo. Os grandes homens de negócios e estadistas, possuem atividades tão ou mais intensas que nós e consegue realizá-las. A verdade é que o dia tem vinte e quatro horas para todas as pessoas. Um dos aspectos mais relevantes para o sucesso na administração do nosso tempo é decidirmos o que é imprescindível, importante e ocasional: Imprescindível – Como o próprio nome indica, deve ser feito. Não pode ser adiado e nem esquecido, pois as conseqüências são grandes. A atividade deve estar localizada na sua agenda, nas primeiras horas do dia, pois, não sendo realizada, você terá o período da tarde para concretizá-la. Importante - É o que deve ser realizado, depois que você já tiver feito o que era imprescindível. Esta atividade é de média prioridade e o fato de não realizá-la antecipadamente não comprometerá os resultados. Chegará o momento em que se tornará imprescindível e deverá ser realizada. Caso você tenha horas ociosas, aproveite para iniciar ou concluir a atividade. Sempre que possível, deixe algumas horas vagas em sua agenda, pois atividades importantes podem se tornar imprescindíveis no mesmo dia. 62 Ocasional - É aquilo que você fará quando se tornar importante e depois imprescindível. A sua prioridade é baixíssima e as conseqüências de não realizá-la são insignificantes. A verdade é que perdemos grande parte de nosso precioso tempo com atividades ocasionais. Às vezes, nos envolvemos com atividades sem a mínima importância, enquanto os afazeres imprescindíveis são adiados. Vejamos o exemplo de um profissional que passa horas e horas na internet, em sala de bate-papo ou navegando por sites que pouco ou nada contribuirão para o seu aprimoramento profissional. É claro que, uma vez estabelecida esta atividade como lazer e em dia e tempo adequados, elas integrarão à categoria de imprescindíveis. É fato que constantemente fugimos do imprescindível e importante, pois, costumam ser as atividades mais difíceis ou chatas e que exigirão inteligência, esforço e concentração. Assim, fingimos que aquelas atividades não são imprescindíveis ou importantes e as adiamos. Por falar nisso, você sabe o que significa a palavra procrastinação? É o ato ou efeito de procrastinar, transferir para o outro dia, adiar ou delongar. O Relógio é seu amigo ou inimigo? Podemos e devemos aprender a administrar o tempo. Analise cuidadosamente as afirmações abaixo e pense como você utiliza o seu tempo: I) Estudar, praticar esportes, assistir a um filme, amar, pensar, almoçar, dormir e ficar parado exigem tempo; II) O tempo é o recurso mais precioso que dispomos e temos apenas vinte e quatro horas por dia. É bom lembrar que o tempo não se economiza. O dia que passou, passou e as horas não serão recuperadas; III) Normalmente, os profissionais mais empreendedores são aqueles que planejam as suas atividades, notadamente as mais complexas e que farão diferença em suas vidas. Ao contrário, as pessoas menos empreendedoras tendem a acreditar que suas vidas estão ao sabor das ondas. “vou empurrando com a barriga”, “deixo a vida me levar”. IV) Administrar melhor o tempo não significa trabalhar mais arduamente. É preciso trabalhar com inteligência, saber delegar e usar mais eficazmente as novas tecnologias da informação; V) Saber administrar o tempo é administrar a si próprio. É tornar-se consciente e avaliar permanentemente os seus hábitos, modificando-os quando necessário; VI) Tão importante quanto saber o que deve ser feito é praticar a ação de fazê-lo e não ficar adiando, adiando e adiando. É preciso automotivação e coragem para resolver os problemas que estamos adiando; 63 VII) Administrar o tempo não é uma cartilha que você segue os passos e tudo se resolverá. É uma questão de postura e atitude para enxergar o presente, sem perder de vista o futuro; VIII) O tempo é escasso e implacável. Evite arrependimentos por não realizar as suas metas pessoais e profissionais. Corra riscos (calculados) e assuma as conseqüências de eventuais enganos. Administrar o tempo é mais fácil na teoria e mais difícil na prática; caso contrário, as pessoas usariam mais eficazmente as vinte e quatro horas diárias. Exige planejamento, persistência, criatividade e automotivação. Liderança em sala de aula “Liderar é servir ao outro e ajudá-lo a ser feliz” Este tema vem ganhando enorme importância no mundo empresarial, uma vez que as empresas públicas e privadas necessitam de executivos, administradores, gerentes e supervisores capazes de arregimentarem os seus funcionários para tarefas mais complexas, ousadas e criativas, num cenário de rápidas mudanças, alta tecnologia e incertezas. Obter o respeito e a admiração dos alunos é um dos nossos maiores desafios. Em um passado recente, o Educador era admirado e respeitado por uma grande maioria de alunos e pela Sociedade. Com o decorrer do tempo, este respeito foi diminuindo e os alunos passaram a questionar determinadas atitudes disciplinadoras e que exigiam mais educação (maneira de se comportar) em sala de aula. Alguns pais omissos e que não colocam limites comportamentais em seus filhos, têm incentivado esta falta de respeito, inclusive, pressionando a Direção da Escola contra os professores mais disciplinadores. Também não devemos deixar de lembrar que alguns professores exageram na forma de exercerem a sua autoridade e punição aos alunos. Todos cometemos equívocos e o mais importante é buscarmos um equilíbrio nos relacionamentos. Uns poucos alunos costumam afirmar: “os meus pais estão pagando o seu salário e você não vai me dar ordem...”. Nas escolas públicas, ameaças à integridade física dos educadores são constantes. Muitas vezes, ser líder é confundido com o cargo que a pessoa exerce. Porém, nem todo professor, diretor ou administrador, necessariamente é um líder. Liderança é a arte de mobilizar pessoas para que as mesmas queiram lutar por aspirações e objetivos compartilhados. A liderança não é imposta. Ela é aceita ou não pelo grupo. Estilos de liderança São diversos os estilos de liderança e não é fácil afirmar qual o melhor, uma vez que cada um deles é mais vantajoso em determinada situação. O ideal é utilizar um ou outro, conforme a situação: 64 • Líder facilitador – Como o próprio nome indica, ele auxilia os seus alunos a identificarem os valores, interesses, metas e objetivos. • Líder avaliador – Informa aos pupilos os critérios pelos quais eles serão julgados, diz como estão os seus desempenhos e indica ações para o aperfeiçoamento. • Líder conselheiro – Ajuda os alunos a identificarem metas próprias, relacionadas à carreira profissional, estimula e facilita o acesso aos recursos didáticos e pedagógicos que irão proporcionar o desenvolvimento dos mesmos. Favorece o autodesenvolvimento, para que os seguidores aprendam a estudar por conta própria. • Líder participativo – Receptivo às sugestões e críticas dos alunos e colegas de trabalho. Ouve, analisa, premia, chama os seguidores para implementarem as idéias selecionadas. • Líder autocrático – Através deste estilo ele determina o que fazer e quem executará as tarefas, exigindo obediência dos demais alunos. • Líder democrático – Nesse estilo, não apenas a pessoa do líder, mas todo o grupo é considerado o centro das decisões. É o contrário do estilo anterior. Características do Educador que os alunos admiram: Primeiro lugar – Honestidade e ética. Segundo lugar – Conhecer os assuntos e saber transmiti-los com clareza, objetividade e entusiasmo. Terceiro lugar – Ser exemplo e inspirar os alunos. Antecipar aos acontecimentos (visão de futuro). Outras características: saber dar apoio, amigo, democrático, motivado, criativo, audacioso e humilde. Ao contrário dos líderes criados pela mídia, principalmente em época de eleição, que aparecem e desaparecem rapidamente, os líderes verdadeiros são pessoas comuns com uma determinação extraordinária, honestos, éticos e comprometidos com o sucesso dos seus alunos. O Educador conhece os perfis dos seus alunos Para que o educador lidere os seus alunos, comunicando-se com clareza, objetividade e entusiasmo, se faz necessário conhecer a personalidade, valores morais, culturais e respeitar as individualidades das pessoas. Os verdadeiros líderes são profundos conhecedores da alma humana e das suas peculiaridades. Sem o propósito de “rotular” os alunos, porém, objetivando melhor compreender as suas atitudes, traçamos um perfil dos variados comportamentos em sala de aula: 65 O solitário – Como o nome indica, esse aluno prefere ser deixado sozinho e considera-se capaz de aprender por conta própria. Geralmente, é atencioso e participativo, freqüentemente mostrando um tipo de personalidade que parece ser perfeita para uma sala de aula. O problema é que ele, de maneira geral, prefere ter o mínimo de envolvimento possível com os colegas e a tendência é se isolar. Como lidar com o solitário – Sendo possível, verifique quais os seus gostos – esporte, música, cinema, trabalho e crie alguma atividade para integrá-lo ao grupo. O quieto – Em quase todas as salas de aula existirão alunos mais quietos que outros. Um dos erros que nós tendemos a cometer é exigir igual participação das pessoas quietas. Como lidar com o quieto – Quando possível, principalmente em grupos menores, faça exercícios em que o quieto possa assumir papéis de líder ou relator. Isso contribuirá para que o mesmo assuma papéis de liderança nos grupos pequenos e comece a se relacionar com os demais participantes. O amável – Ele está o mais perto possível do aluno modelo. Obediente e pronto para realizar os desejos do professor. A maior preocupação com o aluno amável é a sua crença cega. Geralmente ele concorda com tudo que é dito pelo professor. Como lidar com o amável – Faça o amável pensar por si mesmo. O lamuriento – Agora vamos sair da alegria e do entusiasmo do participante amável para o desalento negativo do lamuriento. Você esta lidando com um tipo de personalidade que geralmente é depressivo, desanimado e passa esse tipo de sentimento para o grupo. Como lidar com o lamuriento – Esse aluno parece representar um grande obstáculo para o sucesso da aula. Tenha cuidado com as perguntas que você fizer a ele e não hesite, quando possível, em usar as seguintes táticas: Chame-o para tomar um café e demonstre interesse em conhecê-lo. Um simples “como vai?” pode funcionar muito bem. Reconheça a existência dos seus problemas. Um simples “eu posso entender sua frustração” é tudo que ele deseja ouvir. O iluminado – O famoso “sabe tudo”. Gosta de informar ao grupo a sua grande experiência em seja lá qual for o assunto que estiver sendo discutido. Semelhante ao franco atirador, ele gosta de concorrer com o professor. Como lidar com o iluminado – O iluminado possui um ego muito carente de elogios e deseja que todos os participantes saibam como ele é brilhante nos assuntos que estão sendo discutidos. Conduzido apropriadamente, o iluminado pode tornar-se o melhor amigo do professor. O brincalhão – Similar ao iluminado, a personalidade desse participante é logo revelada. Geralmente é sabichão e muito agressivo. Como lidar com o brincalhão – Para trabalhar com o brincalhão requer apenas um pouco de psicologia. Massageie um pouco o seu ego, dando-lhe a oportunidade de agir, porém de forma controlada. Você pode escolhê-lo para se apresentar como voluntário em alguma 66 atividade ou envolvê-lo em estudo de casos, contar uma piada no início e final da aula. Isso estimulará o grupo e você ganhará um forte aliado. O franco atirador – Talvez ele seja o mais perigoso dos tipos de personalidades. Como um verdadeiro franco atirador, ele utiliza como cobertura os demais colegas. Tem como característica o desejo de competir com o professor. Envergonhe o iluminado, o brincalhão ou qualquer outro aluno e você poderá estar criando um franco atirador em potencial. Como lidar com o franco atirador – Converse com ele durante um café e faça-o “jogar no seu time”. “Olha Paulo, se não for incômodo, eu estava pensando em contar com a sua ajuda nesta e em futuras aulas. Estou percebendo que você conhece muito sobre esse assunto e gostaria de contar com você. Como está percebendo, os demais alunos não possuem o mesmo conhecimento. Posso contar com a sua ajuda?” Relações Interpessoais “Gente é pra brilhar, gente é pra ser feliz” - Caetano Veloso A matéria-prima do Educador é o conhecimento, a sua comunicação e capacidade de se relacionar com os alunos. Quando estamos realizando os nossos cursos e palestras, olhamos discretamente para os pés e as cabeças dos participantes, onde tentamos imaginar por quais caminhos os seus pés já trilharam e para onde irão caminhar no futuro. Em suas cabeças, buscamos identificar possíveis sonhos e de que maneira podemos contribuir para a concretização das suas metas pessoais e profissionais. As pessoas diferem umas das outras, não havendo dois seres iguais no mundo. O homem sempre teve consciência das suas características individuais, das suas necessidades diferenciadas. Um dos maiores equívocos que podemos cometer em sala de aula é fazer comparações entre alunos, pois, mesmo que fossem irmãos gêmeos, freqüentando os mesmos colégios, possuiriam características diferentes. Não é fácil aceitar, nem mesmo as nossas próprias atitudes. Precisamos aprender que, se quisermos nos relacionar adequadamente com os alunos e colegas de trabalho, necessitamos relacionar bem, primeiro com nós mesmos, vencendo preconceitos, intolerâncias, medos e inseguranças. 67 Cognição - Como eu sou e como vejo o outro Cognição é a maneira pela qual uma pessoa percebe e interpreta a si própria ou seu ambiente externo. Ela constitui o filtro pessoal através do qual a pessoa se vê, sente e percebe o mundo que existe a seu redor. Os dez mandamentos das relações interpessoais 1) Fale com os alunos. Não há nada tão agradável e animado quanto uma palavra de saudação, particularmente hoje em dia, quando necessitamos mais de sorrisos amáveis. 2) Sorria para as pessoas. Lembre-se de que acionamos 72 músculos para franzir a testa e somente 14 para sorrir. 3) Chame, sempre que possível, os seus alunos pelo nome. A música mais suave para muitos, ainda continua sendo o próprio nome. 4) Seja mais do que educador e, quando possível, aproxime-se dos alunos e ofereça a sua amizade. Se você quer ter amigos, seja um amigo. 5) Desenvolva a cordialidade. Fale e aja com toda sinceridade; tudo o que fizer, faça com o máximo de prazer e satisfação. 6) Tenha interesse pelos alunos. Mostre que você está comprometido com o aprendizado e o sucesso deles. 7) Cultive a generosidade em elogiar e seja cauteloso em criticar. Os Educadores elogiam, sabem encorajar, dar confiança e elevar a auto-estima dos alunos. 8) Considere os sentimentos dos outros. Existem três lados em qualquer controvérsia: o seu, o do outro e o que está certo. 9) Preocupe-se com a opinião dos alunos. Três comportamentos de um verdadeiro Educador: ouça, aprenda e saiba elogiar. 10) Apresente um excelente trabalho. O que realmente vale nessa nossa vida é aquilo que fazemos para os outros. Faça a diferença em sala de aula e dê o melhor de si. Gerenciamento de Conflitos e Feeddback “No mundo, o que não falta é motivo para brigarmos com os outros”. Os conflitos sempre estiveram presentes dentre e fora da sala de aula. Com os pais dos alunos cada vez mais omissos, a hipercompetividade no mercado de trabalho, dificuldades financeiras, culminando com elevados índices de casamentos desfeitos, a tendência é aumentar os conflitos sociais, com reflexos no relacionamento entre alunos, pais e professores. Além de atuarmos como profissionais da educação, às vezes somos conselheiros e ouvintes dos nossos pupilos que estão em conflito com os seus pais. 68 Sem desejar ser uma cartilha para solucionar conflitos, relacionamos alguns procedimentos que podem contribuir para a solução dos problemas de relacionamentos em sala de aula: √ Não ignore algo que o incomoda. Trabalhe rapidamente na questão antes que ela se torne insustentável para você. No entanto, se necessário, um período de esfriamento de cabeça talvez seja oportuno desde que seja definida uma data para lidar com aquela situação mais tarde. Isso vale para o relacionamento entre colegas professores, diretores e os alunos; √ Fale diretamente com a pessoa envolvida. Trabalhe junto com a pessoa, tentando resolver a questão entre vocês mesmos. Evite a “rádio fofoca”. É comum pessoas distorcerem os fatos e dar uma importância maior do que eles merecem; √ Se sua escola possui um profissional de recursos humanos, peça a ele sugestões de como dar feedback a uma pessoa; √ Se a solução que você esta trabalhando envolve uma mudança em potencial de procedimentos, solicite a aprovação de seu superior (coordenador, diretor) antes de implementá-la; √ Esteja aberto para novas idéias e sugestões de colegas e alunos. É melhor dar feedback quando a própria pessoa solicita, porém, somente uma minoria o faz; √ Se alguém lhe reclamar sobre uma outra pessoa que não está presente, dê força para que esta pessoa fale diretamente com ela. Esta abordagem pode reduzir conflitos e é muito mais positiva, além de desencorajar a perpetuação de boatos e fofocas. √ Quando for difícil ou impossível falar diretamente com a pessoa que você deseja dar feedback, solicite ajuda de alguém que possa atuar como mediador. Como dar Feedback Feedback significa retorno, retroalimentação. É a minha percepção sobre determinado comportamento ou ação de uma outra pessoa, equipe ou empresa. Dar feedback é uma maneira de contribuir para que a outra pessoa cresça e modifique comportamentos indesejáveis. Feedback é a comunicação que se retorna à outra pessoa, acerca de como a informação tratada lhe afetou. Antes de dar feedback, leve em consideração os sentimentos, a personalidade e os valores da outra pessoa. Não atribua ao aluno ou colega de trabalho, algo que você é quem necessita mudar. Inconscientemente, estamos sujeitos a projetar comportamentos indesejáveis que são da nossa personalidade. Vejamos algumas sugestões para um feedback eficaz: - Descreva o comportamento da pessoa e não a julgue. Descreva sua própria reação àquele comportamento. Evite julgamento e a outra pessoa ficará mais receptiva. 69 - O feedback deve se referir a fatos específicos, evitando generalizações e utilizando rótulos. Por exemplo, em vez de dizer: “você é uma pessoa irritante”, o feedback seria mais bem utilizado se contivesse a seguinte informação: “você me irritou quando, na última reunião, não deixou que eu manifestasse o meu ponto de vista”. - O conteúdo e como falar são importantíssimos para o sucesso do feedback. Seja franco com os seus alunos e colegas de trabalho. As coisas que não são ditas claramente acabam aparecendo de outras maneiras que prejudicam o relacionamento. Entretanto, isto deve ser feito com cautela e respeito. A forma com que se consegue dar um feedback pode diminuir eventual resistência de quem está recebendo; - Verifique se o que você disse foi bem claro e entendido. È importante lembrar que, na raiz de quase todos os conflitos, temos uma comunicação inadequada ou que não foi entendida por uma das partes. “eu quis dizer uma coisa e acabei falando outra”. Às vezes o ouvido do receptor da mensagem “é seletivo” e só ouve o que lhe convém. Da próxima vez que estiver diante de um conflito, analise-o do fim para o começo, como se estivesse assistindo um filme ao contrário. Certamente você encontrará um problema de comunicação na origem das discussões; - No feedback não existe quem está certo ou errado. Existem apenas percepções diferentes dos mesmos fatos. O objetivo não é convencer a outra pessoa que você está certo. O mais importante é combinar como agirão no futuro em relação ao assunto tratado; - Prefira termos específicos ao invés de gerais. Não diga: “Você é um aluno problema”, “você não tem jeito”. Tire a mensagem da pessoa e direcione para a ação que gerou o fato. Lembre-se de que as palavras ferem o coração e costumam ser arquivadas na mente, para o resto da vida; Trabalho em Equipe “Professores e alunos podem formar uma grande equipe e crescerem mutuamente” Trabalhar em equipe é algo fácil de compreender e difícil de colocar em prática. Estas dificuldades estão diretamente ligadas à cultura do participante e também da empresa onde ele trabalha. Se ambos estimularem o trabalho em equipe, o resultado final será bom. Caso contrário, salve-se quem puder! Para que uma equipe trabalhe em sintonia é preciso que cada participante cumpra o seu papel e tenha competência para tal. Estes são alguns dos papéis desempenhados: 1. Coordenador – Como o próprio nome diz, ele cuida do bom funcionamento da equipe; 2. Crítico – Tem o senso observador bastante apurado e avalia a eficiência da equipe; 3. Gerador de idéias – A cabeça dele funciona como um radar e estimula os demais participantes da equipe a terem idéias inovadoras; 70 4. Implementador – É a pessoa que coloca a “mão na massa” e garante o andamento dos projetos; 5. Relações Públicas – Faz os contatos com as áreas envolvidas, favorecendo as soluções que dependem de outros setores da empresa; 6. Auditor – Analisa a qualidade dos trabalhos, os prazos, atuação dos participantes, entre outras funções; Fazendo uma transposição destes papéis para a sala de aula, podemos observar que o Educador e os alunos, quando estão engajados em objetivos comuns, alternam algumas destas funções. O exemplo mais evidente da importância de uma equipe sintonizada, é um concerto sinfônico. Todos os músicos têm objetivos e metas comuns. As habilidades individuais são valorizadas (maestro, violinista, pianista, etc.) e cada um vai “brilhar” no momento adequado. O maestro tem a função de reger a orquestra, entusiasmando e incentivando os participantes. A música deve encantar aos ouvintes e qualquer deslize poderá comprometer toda equipe. É possível fazer isso na sala de aula? Sim! Para tal, devemos abrir mão do excesso de autoritarismo (ou democracia) e vaidades pessoais, fazendo a comunicação fluir do educador para o educando e vice-versa. 71 Como Coordenar e Participar de Reuniões “Uma reunião é boa, quando saímos roucos de tanto ouvir” (Tancredo Neves) Qual a sua reação quando é convidado para uma reunião? A maioria costuma dizer: “ Mais uma reunião? É pura perda de tempo”. Antes da próxima reunião, faça uma breve pausa e formule a seguinte pergunta: Esta reunião se faz necessária? Caso a resposta seja afirmativa, faça outras perguntas: qual é o tipo de reunião mais apropriado? Quem deve participar? Qual objetivo deve ser alcançado? Vejamos alguns exemplos de reuniões: pais e mestres, comitês formais, brainstorming (busca de soluções), videoconferência, teleconferência, etc. Como conduzir uma reunião eficaz Melhor cenário A introdução é direta e positiva As discussões respeitam o limite Participantes dão boas contribuições Todas as opções são discutidas Negocia-se um acordo Atuação do coordenador Abra a reunião Discuta os temas na ordem da pauta Peça opiniões sobre cada assunto Mova-se em direção aos objetivos Chegue a uma conclusão Os tópicos são Encerre a reunião recaptulados e endossados Pior cenário Participantes chegam atrasados Ocorrem desvios da pauta Participantes discordam sobre algo Continuam as disputas e provocações Debate termina em impasse A reunião não leva a nada 72 Detalhes que tornam as reuniões eficazes √ Fase da preparação - O tempo gasto na preparação quase nunca é desperdício. Assegure-se de que as pessoas certas, no local e horários certos, tomem as decisões certas. Avalie as contribuições de cada participante, levando em consideração os objetivos da reunião. √ Como definir a pauta – A pauta de uma reunião é, na essência, uma lista de ítens que devem ser postos em debate. Ela deve ser clara e objetiva. Primeiro junte toda a informação relevante. Depois, selecione quais itens têm de ser discutidos e com que profundidade. √ Cada um no seu lugar – A distribuição dos assentos pode ter enorme impacto em uma reunião, para o bem e para o mal. Assegure-se de que todos possam ver e serem vistos. Evite cadeiras confortáveis demais, pois elas ajudam a puxar uma soneca. √ O participante eficaz – É vital estar bem informado. Descubra as metas a serem alcançadas e quais assuntos da pauta você poderá contribuir. Contatar outros participantes antes do evento, quebra o gelo e permite a troca de informações. Eventuais rivalidades entre participantes devem ser identificadas. Fique atento para a necessidade de angariar apoio, antes da reunião começar, para assuntos fundamentais. √ O caminho da negociação – A negociação é o embate que ocorre entre duas partes quando cada uma tem algo que a outra quer. O alvo pode não ser um objeto tangível, mas apoio para uma determinada ação. √ Como ser visto e ouvido – Para ter certeza de que sua mensagem está sendo entendida, você deve apresentar o melhor que puder. Vista-se de acordo para cada reunião e certifique-se de falar com clareza e confiança toda vez que intervier nas discussões. Qualquer equívoco cometido durante sua intervenção deve ser corrigido no ato. Isso mostra que você sabe do que está falando. Outro aspecto importante é variar o tom de voz (cordial, enérgico ou formal) isso afetará positivamente o resultado. Ao final, resuma os principais pontos da sua argumentação. Seja claro, sucinto e convincente. √ Como ouvir os outros – Em uma reunião é tão importante ouvir quanto falar. Escute cada participante e reflita sobre o significado escondido em suas palavras. Interprete sinais como linguagem corporal e tom de voz para avaliar o grau de convicção do interlocutor. Saiba que os bons ouvintes são atenciosos, olham nos olhos de quem fala, não faz interrupções e mostram interesse pelo que é dito. Além disso, cochichar e remexer-se em uma reunião atrapalha os participantes que estejam querendo ouvir. Discussões irrelevantes devem ser desencorajadas de imediato. Ao rejeitar uma idéia, tente achar pelo menos um ponto de acordo. 73 As atas de uma reunião são feitas pelo secretário da reunião, através de registro escrito do que foi discutido. Elas devem ser concisas e podem ser escritas em letra de forma. Saiba que a entrega imediata estimula ação mais rápida. Além disso, a ordem da ata deve seguir a ordem da pauta. Por último, evite fazer reuniões após o almoço, devido a baixa energia corporal. Às segundas feiras pela manhã ou às sextas-feiras a tarde, nem pensar. Discuta os itens mais importantes no começo da reunião, quando as pessoas estão mais alertas. Evite que as ligações telefônicas sejam transferidas para a sala de reuniões, além de solicitar aos participantes que desliguem os celulares. Analise a possibilidade de fazer a sua reunião com os participantes em pé. Ela pode ser útil para reuniões do tipo informais e assuntos mais simples. 74 Capítulo 5 Autodesenvolvimento: Arma secreta contra a obsolescência profissional “Conhecimento é uma estrada que não tem fim, somente início. Permanecer caminhando fará toda a diferença” Mercado de trabalho hipercompetitivo, mudanças rápidas, violentas e alta tecnologia estão contribuindo para que busquemos melhorar o nosso desempenho profissional e pessoal. Na atividade de professor, este desafio é redobrado, uma vez que a nossa matéria-prima é o conhecimento e os mesmos estão ficando obsoletos da noite para o dia. Autodesenvolvimento é a pessoa cuidar de sua evolução educacional, cultural e das suas habilidades e competências profissionais. Podemos dizer que é a capacidade de aprender por conta própria. Ele contribui para aumentar a auto-estima e autoconfiança. Sugestões para você se autodesenvolver: √ Planeje, identifique e priorize quais conhecimentos necessita adquirir. Estabeleça objetivos claros e atingíveis, acompanhe e avalie o seu desempenho como educador; √ Reserve algumas horas do seu escasso tempo para ler revistas, livros, jornais, acessar a internet. Nunca tivemos tantas informações à disposição. O desafio é transformá-las em conhecimentos úteis para você e os seus alunos; √ Amplie cada vez mais o vocabulário e tenha uma consciência crítica sobre o que lê, ouve e fala. Desenvolva ou aprimore a arte de perguntar, duvidar e criticar. Vivemos um século de grande manipulação, onde notícia e publicidade se misturam; interesses sociais são substituídos por propaganda institucional e “notícias são plantadas” para ganharem espaço na mídia; √ Forme um grupo de conversa e debates periódicos sobre os mais diversos assuntos. Sugerimos cinco ou seis pessoas e que cada participante estude um tema e depois o apresente para o grupo; √ Amplie os seus conhecimentos e não fique restrito a uma matéria (português ou matemática). Especialize-se e busque novos desafios. Você se encantará com as novas possibilidades de trabalho; √ Desenvolva ou aprenda informática e plugue-se na internet. O Educador deve estar em sintonia com as novas formas de comunicação. A internet, quando adequadamente utilizada, pode ser uma forte aliada do professor e dos seus alunos; √ Faça cursos e palestras. Pesquise na internet e jornais quais são os mais importantes, bem como os valores. Alguns são gratuitos. 75 √ Seja persistente, pois os motivos para você desistir serão muitos – falta de tempo, dinheiro, desencanto com a atividade docente, entre outros. Acreditamos que algumas pessoas possuem uma “brasa interna”, capaz de acender com os próprios estímulos, metas e esperança no amanhã. Podemos chamá-la de automotivação. Entretanto, outros colegas costumam ficar aguardando estímulos e elogios externos, condições ideais e melhorias de salários para investirem em suas habilidades. Prepare-se para o mercado de trabalho da sua cidade, de outros municípios e do outros paises. Finanças Pessoais do Educador “Quem não possui uma vida financeira organizada, será prisioneiro das suas dívidas” Resolvemos incluir este tema, por sugestão de vários professores e por compreender a importância de uma vida financeira saudável. Durante vários anos, trabalhamos em uma grande Instituição Financeira, onde fazíamos empréstimos a pessoas físicas. A todo instante somos abordados por funcionários de bancos, financeiras, consórcios, cartões de crédito, através de telefonemas, pela internet e correspondências tipo mala direta, com ofertas de empréstimos consignados em folha de pagamento, cartões de créditos isentos de taxas, CDC – Crédito Direto ao Consumidor previamente aprovados, cheques especiais, aquisição de automóvel, etc. Não se iluda. Toda as estratégias de vendas são estudadas pelas Empresas, com base no comportamento dos consumidores, objetivando fornecer aos mesmos, crédito “fácil”, ou seja, dinheiro que na verdade eles não possuem. Com isso, os agentes financeiros ganham milhões e milhões e nós ficamos mais endividados a cada dia. O Brasil é o país com a maior taxa de juros do mundo. Alto índice de desemprego, aumentos constantes das taxas de energia, telefonia, planos de saúde, mensalidades escolares, aluguel de imóvel e despesas cotidianas, culminando com correções salariais menores, têm forçado uma grande parcela de profissionais a tomarem dinheiro emprestado. Diante deste cenário, um orçamento financeiro organizado, baseado em números reais, possibilitará o controle e a redução de despesas, evitando que fiquemos enrolados em dívidas. Às vezes, evitamos elaborar um orçamento doméstico, para evitar que reconheçamos determinados gastos que fazemos, sob forte impacto emocional e que poderiam ser adiados. Deixar de fazer um orçamento com base na sua realidade financeira é como acionar uma bomba de efeito retardado. Mais cedo ou mais tarde explodirá e os efeitos poderão ser devastadores em sua vida pessoal e profissional. Vejamos o seguinte exemplo: O Governo Federal liberou empréstimos para os aposentados do INSS, mediante desconto em folha de pagamento. No início, foi um alívio. Agora, muitos pensionistas e aposentados estão com os orçamentos ainda mais apertados do que estavam antes. Algo semelhante ocorre quando nos desorganizamos financeiramente e recorremos a empréstimos, cartões de crédito e agiotas. 76 Abaixo, relacionamos algumas sugestões para você administrar eficazmente as suas finanças, com base em experiências próprias e orientações de outros profissionais: √ Tenha no máximo um cartão de crédito e procure pagar a sua fatura integralmente. O saldo devedor do cartão é como uma bola de neve. Se deixar de pagar ou abater apenas o valor mínimo por mês, incidirão os juros e estes agirão como cupins, corroendo o seu dinheiro. Se não tomar cuidado, você acabará perdendo o controle financeiro; √ Evite tomar empréstimo para cobrir saldo devedor de cheque especial. Ao fazê-lo, solicite que o mesmo seja cancelado. Caso contrário, a tendência é você voltar a ficar devendo o cheque especial e o empréstimo que tomou; √ Não caia na tentação de emprestar o seu cartão de crédito para outras pessoas efetuarem compras. Hoje está muito fácil obter um cartão de crédito e, quando alguém solicita que outro compre, pode ser um forte sinalizador de que está com problemas financeiros; √ Procure economizar 20% do seu salário mensal, para futuras despesas e situações inesperadas – doenças, faculdade, aquisição de bens, etc.; √ Desenvolva ou aprimore o hábito de pechinchar e negociar. Valorize cada centavo. Pesquise, pesquise e pesquise antes de comprar. Você já observou o quanto as pessoas mais ricas gostam de pechinchar? Não tenha vergonha de fazer o mesmo; √ Se você está endividado, evite gastos com supérfluos e vincule as suas compras, exclusivamente com dinheiro, evitando o uso do cartão de crédito. Normalmente, compramos mais do que desejamos, pois temos a falsa ilusão de que estamos adquirindo os produtos sem pagá-los. Quando chega a fatura mensal, o sonho vira pesadelo; √ Não comente a sua vida financeira com os outros. Ela deve ser reservada a você e às pessoas íntimas (marido, mulher, pais e filhos); √ Se você é um consumidor compulsivo, procure ajuda psicológica e cancele todos os seus cartões de crédito e cheque especial. Compre somente à vista e com dinheiro. Recentemente, orientamos uma professora a vencer as suas dificuldades financeiras. A mesma utilizou o modelo de orçamento abaixo mencionado. Graças ao seu esforço e dedicação, algumas dívidas já foram pagas e outras, renegociadas. Faça as alterações que julgar necessárias. Orçamento familiar– mês _______________ Receita mensal - R$ Nome da empresa empregadora Pensão alimentícia Outras receitas (especificar) 77 Despesas mensais - R$ Aluguel da casa Condomínio Iptu Mercado Telefone fixo Telefone celular Energia Gasolina Plano de saúde Escola ou faculdade Lazer Outras (especificar) Dívidas - R$ Cartão de crédito X prestação mensal Empréstimo em bancos ou financeiras Cheque especial Condomínio Consórcio Outras dívidas (especificar) juros saldo devedor Parcelado Planos para pagamento das dívidas PLANO A Reduzir algumas despesas Alimentação Higiene / limpeza Telefonia (fixa ou móvel) Energia Lazer Outras (detalhar) PLANO B Vender um bem para quitar parcial ou integralmente as dívidas PLANO C Aumentar receita Dando aulas particulares Alugando o imóvel Conseguindo um novo emprego, etc. 78 PLANO D Renegociação das dívidas (detalhar as ações) Por último, não se desespere e saiba que para quase tudo, exceto para a morte, há uma ou mais alternativas. Educação e Solidariedade no Mercado de Trabalho “Somente a educação será capaz de elevar a auto-estima de um povo e fazer com que ele se orgulhe do seu País” No seu livro O Fim dos Empregos, publicado pela M. Books, o escritor Jeremy Rifkin, afirma: “A economia global está provocando uma mudança radical na natureza do trabalho, com profundas conseqüências para o futuro da sociedade”. Na era industrial, o trabalho humano massificado coexistia com as máquinas, para produzir bens e serviços. Na era do acesso, máquinas inteligentes, através de programas de computador, da robótica e da biotecnologia substituíram rapidamente a mão-de-obra humana na agricultura, nas manufaturas e no setor de serviços. No século atual, grande parte do trabalho físico e mental, desde meras tarefas repetitivas até atividades profissionais altamente complexas, está e cada vez mais continuará a ser desempenhada por máquinas inteligentes, mais baratas e eficientes”. Não é novidade para ninguém que o mundo do trabalho está excessivamente competitivo, contribuindo para aumentar os conflitos interpessoais, dentro e fora das empresas. O ditado popular “farinha pouca, meu pirão primeiro”, parece ser a lógica do atual momento. Algumas perguntas angustiam a todos nós, uma vez que elas não são fáceis de serem respondidas: 1) Qual o papel reservado para as demais pessoas excluídas do mercado formal e informal de trabalho? O que farão os jovens que estão desempregados? 2) Como incluir milhões de profissionais desempregados num mundo sem ou com poucos empregos? 3) Podemos limitar o uso da tecnologia e da robótica nas empresas? Certamente, do ponto de vista da maioria dos empresários, acionistas e investidores da Bolsa de Valores do Brasil e do Mundo, a premissa básica é “produzir mais, gastando menos, colocando máquinas no lugar do homem”, buscando aumentar e aumentar cada vez mais o lucro. 79 Por outro lado, os profissionais que estão formalmente e informalmente no mercado de trabalho, buscam a sobrevivência a qualquer custo. A tendência do atual mercado formal de trabalho, com carteira assinada, é substituir os profissionais que restarem, por pessoas mais jovens, pagando o menor salário possível. Há alternativas e elas não são fáceis de serem aplicadas, pois envolvem mudanças profundas de comportamento e, principalmente, trocar o nosso egoísmo excessivo pela solidariedade e o amor para com o próximo. Para ficar mais claro o que estamos afirmando, abra o seu guarda-roupa e perceba a quantidade de roupas que você possui. Certamente, algumas delas você há muito tempo não as utiliza. Caso você resolva doar para uma pessoa, elas não lhe farão falta. Pelo contrário, você ficará mais feliz! O mesmo pode estar acontecendo com as suas idéias e conhecimentos profissionais. Divida, compartilhe com as outras pessoas. Se você sabe vender, atender, negociar, usar o computador, a internet, procure dividir estes conhecimentos com pessoas que estão desempregadas e excluídas do mercado de trabalho. Acreditamos que milhões e milhões de pessoas em todo o Planeta Terra já descobriram e outras irão perceber em breve, que a nossa sobrevivência virá da generosidade e solidariedade, ou seja, buscarmos incluir o maior número de pessoas excluídas, esmagadas, trituradas, por esse novo modelo de trabalho. Já existe em centenas de Países e precisamos reforçar no Brasil, a força de trabalho baseada na vida comunitária, no voluntariado, em que doar o próprio tempo para o crescimento do próximo seja uma constante. Estas atividades comunitárias abrangem serviços sociais no atendimento à saúde, educação, pesquisas, às artes, religião, advocacia, além de auxílio aos idosos, deficientes físicos, doentes mentais, desabrigados e indigentes. Ao que tudo indica, a maioria da população irá dedicar as suas habilidades e competências profissionais e humanas para cuidar das outras pessoas. Estes profissionais serão pagos e/ou dedicarão o seu tempo de maneira filantrópica. Existirão cada vez menos empregos nas indústrias e no comércio varejista, onde as máquinas ocuparão todos os cargos e funções que forem possíveis. A redução da jornada de trabalho é algo que também devemos avaliar, entretanto, se não houver uma forte pressão da Sociedade, dificilmente ela será implantada. Apesar dos ganhos de produtividade, as empresas não desejam reduzir a jornada de trabalho dos seus funcionários. Por outro lado, sabemos que as empresas são pressionadas pelos consumidores do País e do exterior para produzirem bens duráveis e serviços cada vez mais baratos. Reduzir a jornada de trabalho pode significar a necessidade de contratar mais funcionários, pagar horas extras ou colocar máquinas para substituí-los. 80 Como afirmamos anteriormente, os desafios são inúmeros e precisamos pensar de maneira criativa, diferente e audaciosa. Ao que tudo indica, necessitamos “fazer do limão uma limonada”. Tudo começa e termina em nós, Seres Humanos! Vamos arregimentar pessoas para fazerem parte deste trabalho de inclusão social, digital e tantas outras. Há quatro anos assistimos ao filme “A Corrente do Bem”, onde o professor solicita aos alunos que pratiquem uma boa ação a três pessoas e elas para mais três, e assim, sucessivamente. Guardadas as devidas proporções entre ficção e realidade, todos podemos fazer parte dessa corrente. Ajude uma pessoa desempregada, quer seja através de uma palavra de esperança, dando informações que possam levar ao novo emprego e, principalmente, compartilhando os seus conhecimentos. Cada pessoa que detém conhecimentos valorizados pelo novo mercado de trabalho pode se transformar em um “Multiplicador do Conhecimento”. Esta é uma missão gratificante e digna. Estamos no “mesmo barco e se ele afundar, todos morreremos na praia.” As nossas maiores virtudes sempre foram e continuarão a ser o amor e a generosidade. Juntos superaremos os atuais e futuros obstáculos, como sempre o fizemos, ao longo de toda existência humana. A educação será determinante para o nosso sucesso pessoal e profissional. Todos devem participar: Educador, o Estado, a Sociedade, as Empresas e todos os cidadãos. A tendência indica que será um caminho longo, árduo e cheio de incertezas, porém, haveremos de construir um Brasil mais justo para todos. Mensagem final Bem, colega Educador, estamos chegando ao final deste nosso bate-papo e desejamos que as idéias aqui mencionadas possam ajudá-lo a melhorar as suas habilidades e competências profissionais e pessoais. Não se acomode e procure se reinventar a todo dia, enfrentando os atuais e futuros desafios. Há um ditado popular que diz: “pé que não anda não toma topada”. Complementamos dizendo que “não conhece e nem realiza novas aventuras”. Críticas e sugestões sobre as idéias aqui apresentadas podem ser enviada para e-mail [email protected] Um forte abraço e sucesso! Carlos Prates 81 Bibliografia ADLER, Stella – Técnica da Representação Teatral – Civilização Brasileira, 1988 - 144 p. BARBEIRO, Heródoto – Você na Telinha – Como usar a mídia a seu favor, Futura – 2002 – 135 p. BALLBACK J. e J. Slater – Marketing Pessoal – Ed. Futura – 2000 – 114 p. BITO, M. J. – Dívidas: Como negociar, como pagar e evitar. Ed. DPL – 2002 - 99 p. CARNEGIE, Dale – Como Falar em Público e Influenciar Pessoas no Mundo dos Negócios – Ed. Record – 1962 – 220 p. CLARK, Walter – O Campeão de Audiência - Ed. Best Seller – 1991 – 409 p. CUNHA, Albertino Aor da - Telejornalismo – Ed. Atlas – 1990 – 135 p. CURY, Augusto – Pais Brilhantes, Professores Fascinantes – Ed. Sextante – 2003 171 p. DILENSCHNEIDER, Robert L. – Poder e Influência – Dominando a Arte da Persuasão – Ed. Record – 1990 – 251 p. GIACOMANTONIO, Marcello – Os Meios Audiovisuais Ed. Edições 70 – 1976 – 196 p. JOLLES, Robert L. Como conduzir seminários e Workshops Ed. Papirus 1995 - 281 p. KUSHNER, Malcolm Como Falar em Público – Ed. Campus e IDG, 2000 – 394 p. MACEDO, Cláudia; FALCÃO, Ângela; ALMEIDA, José Mendes Cândido – Ed. Brasiliense – 1988 – 301 p. OECH, Roger Von – Um Toc Na Cuca, Ed. Cultura, 1999 – 153 p. OGILVY, David A Publicidade Segundo Ogilvy – Ed. Prêmio Editorial, 1985 – 235 p. PENTEADO, J. R. 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