Chris Boari/ S indicato dos C omerciários

Transcrição

Chris Boari/ S indicato dos C omerciários
Chris Boari/ Sindicato dos Comerciários
2
Eles miram na Dilma, mas o alvo é você e
sua família,
#
ImpeachmentéVacilação
´
A Hora da Mudança
JORNAL DO COMERCIARIO
Tirar Dilma
não interessa
ao trabalhador
A
queda da presidenta Dilma Roussef só
interessa à elite conservadora do país. Montada
por setores desesperados
para voltar ao poder, a tentativa de impeachment sem
bases legais é um golpe contra a democracia. E o que
virá depois? Podemos não
gostar da presidenta, mas
não podemos cair na pilha
dos ricos e dos corruptos. O
que eles querem é derrubar
Dilma para “resolver” a crise
(e lucrar com ela) acabando
com as políticas públicas
que trouxeram uma série de
avanços sociais nos últimos
anos, como o combate à miséria e o aumento do número de empregos com carteira
assinada. Vamos deixar levar
tudo na mão grande?
A crise é mundial, vem
derrubando bolsas de valores na China, tirando empregos na Grécia, fechando
fábricas na Ásia e deixando
até os poderosos Estados
Unidos na pior. Mesmo assim, os conservadores e a
grande imprensa querem
nos convencer de que é tudo
culpa da Dilma. Vai acreditar nessa?
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Set/Out
2015
PAPO RETO
Trabalhadores reagem
com a Frente Brasil Popular
Divulgação/ Sindicato dos Comerciários RJ
Se a presidenta cair e os
representantes dos patrões
voltarem ao poder, vamos
reviver os tempos do Governo FHC, em que o desemprego e o arrocho dos salários
eram as únicas receitas para
enfrentar as crises. Quem
está ralando há mais tempo
sabe como a vida era dura de
verdade naquela época.
Nesse momento de ataque aos nossos direitos e
conquistas, os comerciários
não podem ficar de braços
cruzados. Por isso, nos unimos à Frente Brasil Popular,
um movimento que reúne
os movimentos sociais, os
sindicatos e os partidos políticos de esquerda. O objetivo comum é a criação de
propostas para enfrentar a
crise política e econômica,
combater o avanço da pauta
conservadora no Congresso
e mobilizar a sociedade para
ir às ruas e evitar o golpe
contra a presidenta Dilma.
Afinal, a conta não pode
ser novamente paga pelos
trabalhadores. O Sindicato
convoca todos os comerciários a levantar suas vozes
contra o golpe. Eles miram
na Dilma, mas o alvo é você
e sua família.
Marcelo Black e José Cláudio no
lançamento da Frente
Representantes dos movimentos social, sindical, estudantil e dos partidos de
esquerda lançaram a Frente Brasil Popular para unificar o campo popular em defesa da democracia e contra
a pauta conservadora em
curso no Congresso Nacional. Os Comerciários do Rio
foram representados pelo
diretor de Finanças, José
Cláudio de Oliveira, pelo secretário geral Marcelo Black e pelos diretores Douglas
de Freitas e Janaína Borges.
Políticas para Mulheres
A diretora Daniele Moretti foi eleita delegada e
representará os Comerciários na Conferência Estadual de Políticas para
Mulheres do RJ, que será
realizada nos dias 5 e 6 de
dezembro. “As mulheres
ainda estão em situação
de muita desigualdade,
#
MerecemosMais!
´
A Hora da Mudança
JORNAL DO COMERCIARIO
principalmente no que diz
respeito ao mercado de
trabalho. Vamos incluir as
demandas das mulheres
comerciárias na agenda
de políticas públicas das
várias esferas governamentais. Com a gente, a
luta é pra valer!”, comentou Daniele.
Expediente: O Jornal do Comerciário é uma publicação dirigida aos
empregados no comércio do Rio de Janeiro, editada pelo Setor de Comunicação
Integrada e Marketing Social do Sindicato dos Comerciários RJ. Gestão “A
Hora da Mudança”. Presidente: Márcio Ayer. Jornalistas responsáveis: Rafael
Rodrigues (DRT 7474/085 RJ) e Wellington Santos (MTE 34372). Design
gráfico: Chris Boari. Colaboraram nessa edição: Diego Cotta, Luís Henrique
Nascimento, Marcele Moraze, Roberta Costa, Thais Alvarenga e Vinícius
Guerra. Tiragem: 13 mil exemplares. Endereço: Rua André Cavalcanti, 33/ 9º
andar – Bairro de Fátima – CEP 20231-050. Telefone: 3266-4132/ 4126.
www.secrj.org.br | [email protected] | Facebook/ComerciáriosRJ.
Ficou com alguma dúvida? Vem desenrolar com a gente! Encaminhe suas
perguntas pelo WhatsApp (21) 96697-5260.
Empresas jogam duro na hora de negociar reivindicações dos trabalhadores,
que precisam entrar em campo para garantir conquistas reais
N
Chris Boari/ Sindicato dos Comerciários
a mesa de negociação, sindicato e empresas sentam em
lados opostos para discutir
os pontos da pauta de reivindicações dos trabalhadores, tais como: ganho real
nos salários (percentual de
reajuste acima da inflação);
tíquete-refeição, plano de
saúde, participação nos lucros e resultados (PLR), cesta-básica e outros benefícios.
A disputa é pesada. O que
faz a diferença é a disposição do trabalhador de se
organizar para, junto com o
sindicato, pressionar o patrão pelas conquistas que
tanto queremos e precisamos.
Veja abaixo um panorama
das principais mesas de negociação em andamento:
Folic
O Sindicato apoia a luta
dos ex-funcionários, que cobram o pagamento de dívidas trabalhistas em atraso.
A empresa propôs um plano de execução das dívidas,
que deverá ser apresentado
até 2 de outubro. Sindicato vai submeter a proposta
aos ex-funcionários e exigir que ela seja transparente, não deixe ninguém de
fora e pague tudo o que é
devido. Enquanto isso, os
trabalhadores se mantêm
mobilizados e realizam atos
abrir 160 lojas este ano, então não existe crise que justifique a falta de investimento
nos funcionários.
WLM
frequentes nas portas das
lojas da grife.
Guanabara
Continua a pressão para
que o supermercado aceite
as reivindicações, que incluem: plano de saúde, auxílio-creche, fim do acúmulo de função, pagamento de
adicional de insalubridade
aos açougueiros, criação de
postos de atendimento médico nas lojas e outros benefícios. A diretoria da empresa avalia as propostas.
Mundial
O Sindicato cobra auxílio-creche para os filhos
dos funcionários e também
acompanha o procedimento do Ministério Público do
Trabalho (MPT) que exige
o cumprimento da cota de
deficientes. Empresas com
mais de mil funcionários devem destinar 5% das vagas
para portadores de deficiências, o que aparentemente não
é atendido pelo supermercado.
Lojas
Americanas
O reajuste do tíquete-refeição para um valor digno é
a principal cobrança. O valor
aumentou apenas dez centavos desde 2011 e atualmente
é de R$ 4,45. Segundo o Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o ideal
seria um tíquete de R$ 33,66,
valor pelo qual o Sindicato
vai brigar. A empresa vai
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MESA DE NEGOCIAÇÃO
A luta começou
CURTAS
Divulgação/ Sindicato dos Comerciários RJ
O patrão tá chorando de barriga cheia. Por
tudo o que fazemos pelo comércio,
A empresa apresentou
uma boa proposta de benefícios para os funcionários,
incluindo cesta básica, tíquete-refeição e plano de saúde. No entanto, estabeleceu
descontos muito altos para a
concessão destes benefícios.
O Sindicato pressiona pela
redução desses descontos.
Bramil
Para acabar com uma série de práticas abusivas denunciadas pelos funcionários, o Sindicato apresentou
pauta de reivindicações que
inclui a criação do ponto
eletrônico com comprovante impresso, fim das dobras,
auxílio-alimentação e oferta
de refeição em todas as lojas. No momento, o Sindicato aguarda contraproposta
da empresa para avançar
nas negociações.
Vem pra luta você também! Um sindicato forte se
faz com participação.
Denuncie ao Sindicato más condições de trabalho e desrespeito aos direitos trabalhistas. O Setor de Denúncias recebe as queixas pelo telefone
(21) 3266-4104, pelo email [email protected] ou pessoalmente no
7º andar da sede do Sindicato (Rua André Cavalcanti, 33 - Bairro de Fátima).
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O recado está dado: sem conversa com
o Sindicato,
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AChapaVaiEsquentar
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A Hora da Mudança
JORNAL DO COMERCIARIO
Comerciários forçam negociação
com maior rede varejista do Brasil,
que já sentiu a pressão e anunciou o
fim do banco de horas
Estava “tudo dominado”
para as grandes redes do varejo: vendas turbinadas, funcionários com salários achatados e um sindicato dócil,
que não lutava para valer
pelos comerciários. O cenário mudou com a eleição da
nova diretoria do Sindicato,
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COMERCIÁRIOS NA LUTA
Sindicato encara
a Via Varejo
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busca ativa das empresas
para negociar melhorias
para os trabalhadores.
O Sindicato passou a enfrentar o patronato de cabeça erguida e, como era de
se esperar, os conflitos não
demoraram para começar.
O Sindicato chamou para
a conversa a empresa Via
um abaixo-assinado que já
coletou mais de 1,5 mil assinaturas de funcionários que
exigem que a empresa negocie a pauta mínima apresentada.
“Casas Bahia já foi uma
referência no mercado varejista. É só perguntar para
os mais antigos. Hoje em
dia, chove reclamações dos
Wellington Santos/ Sindicato dos Comerciários RJ
que trabalha para melhorar
as relações entre trabalhadores e patrões no comércio
do Rio, Miguel Pereira e Paty
do Alferes.
A nova diretoria já estabeleceu um novo padrão, com
fiscalização de verdade, investigação de denúncias e
natura de acordo específico. A Via Varejo queria que
a assinatura fosse dada de
mão beijada. Isso não deu
pra aceitar. O acordo não
foi assinado e as consequências para a empresa
foram amargas.
No dia do feriado, foi montada uma grande operação
de fiscalização. Doze equipes
foram aos shoppings do Rio
com mais de cem agentes
sindicais. Multas pesadas,
de até R$ 200,00 por funcionário, foram aplicadas a 347
lojas que abriram sem autorização. A maior prejudicada foi a Via Varejo, que teve
multadas 33 de suas 45 lojas
no Rio.
Fim do banco de horas,
agora eu vejo vantagem! –
O diretor Vinícius Oliveira, que também trabalha
das Casas Bahia, coleta assinaturas de seus colegas
para exigir que a empresa aceite negociar
Varejo, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, para
discutir demandas urgentes
dos funcionários: substituição do atual plano de saúde,
que nem de longe atende às
necessidades; e a manutenção da cesta básica, que a
empresa substituiu por um
vale-alimentação de valor
menor. No entanto, pouco
acostumada a ouvir os trabalhadores, a Via Varejo se
recusou a negociar e passou
a adotar práticas antissindicais, para dificultar o acesso
do Sindicato aos seus funcionários e prejudicar aqueles que também são diretores sindicais.
A reação foi rápida, com
seus funcionários. Não custava muito fazer o trabalho
valer a pena para os colaboradores. A motivação seria redobrada”, comentou a
ex-funcionária Renata Pereira, que após trabalhar 13
anos na empresa foi demitida em junho e até agora
não recebeu tudo o que lhe
é devido.
7 de Setembro – Os Comerciários continuaram
sem resposta, mas o mundo
dá voltas. Não tardou para
que a Via Varejo precisasse
do Sindicato para autorizar
a abertura de suas lojas no
feriado da Independência,
como determina a convenção coletiva, mediante assi-
A pressão valeu a pena. Depois da tijolada que tomou
no feriado, a empresa cedeu
em parte e aceitou acabar
com o banco de horas e retomar o pagamento das horas
extras – mais grana no bolso
e mais dignidade para o comerciário. Foi uma grande
vitória, que o Sindicato vai
exigir que seja cumprida de
fato, mas ainda há muito o
que conquistar até que os
trabalhadores da empresa tenham condições de trabalho
mais justas. Uma luta que vai
tirar o sono do patrão.
“O fim do banco de horas
foi um aceno importante. A
gente espera ter conversas
melhores daqui pra frente.
Nossa diretoria é toda formada por comerciários e
vários diretores são também
funcionários da empresa.
Sabemos qual é o sentimento de quem trabalha lá,
com um nível de insatisfação muito alto, que a qualquer hora pode estourar.
Principalmente porque os
funcionários já perceberam
a força de sua organização,
estão se mobilizando, circulando o abaixo-assinado,
apresentando uma série de
reivindicações e exigindo a
apuração de várias denúncias. A gente espera que
empresa também já tenha
percebido isso. Sem trabalho não há capital”, avalia o
diretor Douglas de Freitas,
que também é funcionário
do Ponto Frio.
Wellington Santos/ Sindicato dos Comerciários RJ
Benefícios integrais aos
empregados menores
de idade;
O que queremos (agora)
da Via Varejo:
Troca do atual plano de
saúde por outro de maior
abrangência;
Manutenção da cesta básica, que a empresa está
substituindo por um vale
alimentação de valor
mais baixo;
Auxílio alimentação de
R$ 33,00 por dia trabalhado.
E depois? Queremos a
pauta geral de da categoria,
que inclui:
Reajuste com ganho real ;
Aumento do piso;
Redução da jornada;
Empresa brasileira fundada em 2010 pela fusão das
Casas Bahia (família Klein)
ao Ponto Frio (Grupo Pão de
Açúcar – GPA*).
Participação societária:
GPA – 43,3%, família Klein –
27,3%, ações na bolsa de valores – 29,3%.
Quem manda: Ronaldo Labrudi (presidente do
conselho de administração
e representante da GPA),
Líbano Miranda Barroso
(diretor presidente), Paulo
Naliato (diretor executivo de
recursos humanos) e Michael
Klein (conselheiro e um dos
maiores acionistas).
Presença: 1.030 lojas em
mais de 400 municípios brasileiros, 19 estados e no DF.
Funcionários: 66 mil em
todo o país, pelo menos quatro mil no Rio de Janeiro.
Auxílio creche;
Faturamento: R$ 24,9 bilhões em 2013.
Garantia de emprego nos
24 meses anteriores à aposentadoria;
* Com um faturamento monstruoso de R$ 72 bilhões em 2014,
o GPA detém 16% do mercado
e é considerado o maior grupo
do comércio varejista do Brasil.
E muito mais...
Firmes na luta!
#MerecemosMais!
O presidente Márcio Ayer (à esquerda) e o
diretor Josué Ribeiro (à direita) durante ação de
fiscalização em shopping na Zona Norte do Rio
Raio X da
Via Varejo
Quer fazer parte da
luta dos Comerciários? Sindicalize-se já!
Escreva para o email
[email protected]
e marque uma visita de
nossa equipe.
1,35% do faturamento da Via Varejo
= reajuste do tíquete para R$ 33,00, por
um ano, para todos
os funcionários da
empresa no Rio
6
Sindicato tem 107 anos de muita história.
Conhece alguma? Ajude a recuperar a
#
MemóriaComerciária
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A Hora da Mudança
JORNAL DO COMERCIARIO
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2015
MEMÓRIA
A adolescente comunista
deportada por Vargas
Arquivo/ Sindicato dos Comerciários RJ
Saia da frente com seu preconceito que eu
quero passar com a minha cor, porque os
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RacistasNãoPassarão!
Comerciários marcam presença no II Encontro Nacional de Igualdade Racial da CTB
Rafael Rodrigues/ Sindicato dos Comerciários
abalou a esquerda brasileira
há 80 anos.
Em 15 de julho de 1935, jovens ligados ao Partido Comunista estavam reunidos
na sede dos Comerciários
para organizar o primeiro
congresso da juventude estudantil e popular. A constituição da época
garantia o direito
de organização,
Comerciários RJ
s
do
ato
dic
Sin
mas o clima era
Arquivo/
de avanço do fascismo e perseguição ao comunismo. Agentes do
DOPS paulista
i nva d i r a m a
reunião e prenderam todos,
dentre os quais
Genny, de apenas 17 anos.
Tudo conspirava contra ela:
e ra e s t ra n geira, judia e
comunista,
num tempo
em que a direita alertava
a existência
de um complô judaico-comunista
p a ra d e s truir a civilização oci-
dental-cristã. Seu paradeiro
foi desconhecido durante
vários dias.
Fichada como se tivesse
18 anos, Genny foi levada às
escondidas para São Paulo
onde foi mantida presa durante meses, na maior parte
do tempo incomunicável, em
celas insalubres, sujeita a intimidações e maus tratos. A
polícia a transferiu para oito
diferentes cativeiros, evitando que seus advogados
conseguissem um habeas
corpus e, assim, ganhando
tempo para sua extradição,
assinada por Getúlio Vargas
em 21 de agosto.
Campanha – Em resposta, a campanha por sua
libertação chamou a atenção de intelectuais, políticos,
movimentos sociais e da
imprensa. Em 9 de outubro
ocorreu um grande ato no
Teatro João Caetano, no Rio.
Dois dias depois, no entanto, Genny foi embarcada no
navio que a levaria à Europa, com futuro incerto, pois
em poucos dias seria entregue a um governo reacionário e inimigo dos judeus.
Contudo, o comandante do
navio decidiu deixá-la livre
e, chegando ao continente
europeu, conseguiu uma
casa para que a jovem pudesse viver. Dois anos mais
tarde, quando teve início a II
Guerra Mundial, ela imigrou
para os EUA, onde se formou
em psicologia.
Seu pai não teve a mesma
sorte. No começo de 1936, no
auge da repressão aos comunistas, Motel Gleizer foi
preso, deportado e acabaria sendo assassinado num
campo de concentração. A
irmã de Genny, Berta, ficou
sob os cuidados de militantes do Partido Comunista.
Em 1945, casou com o jovem
comunista Darci Ribeiro.
Tornou-se uma estudiosa das nações indígenas e
acompanhou o marido em
suas expedições científicas.
Assim como o pai, morreria
sem rever a irmã.
Leia mais sobre o assunto no site www.secrj.org.br. Tem alguma outra estória
para contar, envolvendo o Sindicato ou seus personagens? Escreva pra gente
pelo [email protected]
U
ma delegação de oito
diretores do Sindicato participou em
agosto do II Encontro Nacional de Igualdade Racial
da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O evento foi realizado em Belo Horizonte
(MG) com o tema “Dilemas
e desafios da Igualdade Racial, as relações políticas e
de trabalho”. Participaram
cerca de 200 representantes de sindicatos e organizações sociais de vários
estados brasileiros.
“Foram discutidos, dentre
outros temas, o enfrentamento à violência que atinge a juventude negra, nossa
posição contra a redução da
maioridade penal, a sub-representação dos negros nos
espaços de poder, políticas
de ação afirmativa como as
cotas raciais, e a desigualda-
geral da Fundação Maurício
Grabois, Augusto Buonicore,
respondeu que as entidades
sindicais só serão capazes de
avançar em sua ação contra
as desigualdades quando
toda a diretoria, e não apenas os diretores e diretoras negros, se envolverem
nessa discussão.
Encontro reuniu militantes da luta contra o
racismo de nove estados brasileiros
Paulo Henrique da Silva e
Vinícius Oliveira. Na saudação que fez aos participantes do encontro, Alexsandra
disse que “o preconceito em
um país que tem uma matriz cultural tão ampla e diversa como a nossa é algo
absurdo, que não deveria
existir. Além de contribuir
para o debate geral, vamos
nos esforçar para eliminar
a discriminação racial nas
relações entre patrões e
trabalhadores no comércio
do Rio”.
de que atinge especialmente
as mulheres negras”, explicou a diretora de Políticas
Sociais, Rosangela Rocha.
A delegação dos Comerciários do Rio contou ainda
Ao final das mesas temáticas, o secretário-geral Marcelo Black questionou os
palestrantes sobre quais seriam as formas de luta que
os sindicatos devem adotar
Já o vice-presidente nacional da CTB, Nivaldo Santana, disse que a luta se faz
pelo convencimento dos trabalhadores no dia a dia, nas
lojas e nas fábricas, expondo as contradições daqueles
que se aproveitam da “crise”
para criar instabilidade política. Segundo o dirigente,
é preciso deixar claro que,
se esse governo cair, cairão
com ele todas as conquistas
recentes alcançadas pela
classe trabalhadora, citando
a valorização do salário mínimo e as políticas que ampliaram o acesso à educação,
à saúde, à habitação e que
permitiram a milhões de
brasileiros superar a fome e
a extrema pobreza.
A tarefa dos sindicatos –
Rafael Rodrigues/ Sindicato dos Comerciários
As diretoras Rosangela Rocha, Alexsandra Nogueira
e Darlana Morgana acompanharam os debates
com a vice-presidenta Alexsandra Nogueira e os diretores Darlana Morgana, Fabiana Carvalho, Janaína Borges,
para combater o racismo e,
ao mesmo tempo, defender
a democracia. Em resposta,
o historiador e secretário-
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2015
POLÍTICAS SOCIAIS
Democracia se faz com igualdade
Genny Gleizer foi presa na sede do Sindicato dos Comerciários
em julho de 1935, durante reunião de jovens ligados ao Partido
Comunista do Brasil, causando comoção nacional
A sede do Sindicato na
Rua André Cavalcanti é um
edifício cheio de passagens
históricas. Algumas precisam ser recontadas para
que não se esqueçam, outras
para que nunca mais se repitam. Uma delas é a prisão
da jovem comunista judia
Genny Gleizer, fato que
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A Hora da Mudança
JORNAL DO COMERCIARIO
Nesse sentido, ele parabenizou o Sindicato dos
Comerciários do Rio por ter
enviado oito diretores de diferentes matizes para participar do evento.
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ComerciáriosRJ
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Chega de ter medo do patrão, do ladrão e
da lesão, diga
#
NãoàViolência!
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A Hora da Mudança
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Nº 10
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DIREITOS DO TRABALHADOR
Quanto custa a vida de um comerciário?
Comerciários estão cada vez mais expostos à violência e descobertos em caso
de acidentes. Sindicato estuda formas de acabar com esse descaso
Reprodução da TV
Acidente de Trabalho (CAT)
em todas as situações traumáticas para o trabalhador,
inclusive nos assaltos, em
razão da violência sofrida e
das sequelas que podem ficar após os episódios. “Mui-
tas empresas se omitem e
não fazem o registro da CAT,
mas é um direito do trabalhador. Quando a empresa
não emitir a CAT, o trabalhador deve fazer o registro no
Sindicato”, explica o diretor.
Omissão também nos acidentes
Vinícius Guerra/ Sindicato dos Comerciários RJ
Em desvio de função, a fiscal de caixa Mariane Silva (em destaque)
foi assassinada enquanto levava dinheiro da loja para o banco
A
trágica morte dos comerciários Mariane
Silva e Antenor Neto
acendeu uma luz de alerta
na categoria. Afinal, quantos são os comerciários que
todos os dias são colocados
em situação de risco, na linha de fogo entre o dinheiro
e os ladrões? O caso dos funcionários do supermercado
Trem Bão, que funciona na
Ceasa-RJ, tem o agravante
de que ambos estavam em
desvio de função.
Mariane costumava levar malotes de dinheiro da
empresa para depositar no
banco. Em 17 de agosto, portando R$ 59 mil, ela chegou
ao local no fusca do supermercado, dirigido pelo colega Antenor. Ao se aproximar
da agência, foram abordados
por assaltantes. Seguranças
que estavam no local reagiram, houve intenso tiroteio
e os trabalhadores foram
atingidos. A fiscal de caixa
morreu na hora e o funcio-
nário da tesouraria faleceu
na ambulância, a caminho
do hospital.
Segundo o presidente do
Sindicato, Márcio Ayer, eles
foram vítimas da violência,
e também da falta de responsabilidade dos empregadores com a segurança de
seus funcionários.
“Não podemos aceitar o
desvio de função como um
episódio isolado. O Sindicato
está solidário às famílias por
suas perdas e vai lutar por
justiça,” declarou o dirigente.
CAT - De fato, os comerciários estão extremamente vulneráveis à ação dos
bandidos. Só no ano passado, segundo o Instituto de
Segurança Pública, foram
7.740 assaltos no comércio
do Rio. “É preciso proteger o
trabalhador da escalada da
violência em nossa cidade,”
defende o diretor jurídico
Edson Machado. Ele alerta que as empresas devem
fazer a Comunicação de
ria, ele ganhou um dia
de atestado médico.
Quando retornou ao
trabalho, no entanto,
seu gerente o mandou
varrer o chão, o que
piorou as dores. Para
sua surpresa, logo em
seguida ele foi demitido. Cláudio procurou o
Sindicato para conseguir a emissão da CAT
e processar a empresa
na Justiça do Trabalho,
uma vez que não poderia ter sido dispensado
O comerciário Cláudio Costa recebe nessas condições. “Se
a CAT emitida pelo Sindicato das
mãos do presidente Márcio Ayer não fosse o Sindicato
meu caso estaria percaso do armazenista
dido. As pessoas precisam
Cláudio da Costa, da
de informação e devem ir
empresa de móveis Viggore,
atrás de seus direitos. Muié um exemplo da dificuldatos, como eu mesmo, acade enfrentada por muitos
bam retornando ao trabalho
comerciários para emitir a
antes da hora, assumindo as
CAT após um acidente de
consequências e correndo
trabalho. Depois de sentir
o risco de agravar a doenuma forte dor na coluna
ça. Não faça isso. Procure
ao levantar uma mercadoo Sindicato”.
O
O Departamento Jurídico atende de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30,
na Sede do Sindicato (Rua André Cavalcanti, 33 – Bairro de Fátima) ou pelo
telefone (21) 3266-4168. Pelo mesmo número é possível se informar sobre
dias e horários dos plantões jurídicos realizados em outras unidades do Sindicato.

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