Chris Boari/ S indicato dos C omerciários
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Chris Boari/ S indicato dos C omerciários
Chris Boari/ Sindicato dos Comerciários 2 Eles miram na Dilma, mas o alvo é você e sua família, # ImpeachmentéVacilação ´ A Hora da Mudança JORNAL DO COMERCIARIO Tirar Dilma não interessa ao trabalhador A queda da presidenta Dilma Roussef só interessa à elite conservadora do país. Montada por setores desesperados para voltar ao poder, a tentativa de impeachment sem bases legais é um golpe contra a democracia. E o que virá depois? Podemos não gostar da presidenta, mas não podemos cair na pilha dos ricos e dos corruptos. O que eles querem é derrubar Dilma para “resolver” a crise (e lucrar com ela) acabando com as políticas públicas que trouxeram uma série de avanços sociais nos últimos anos, como o combate à miséria e o aumento do número de empregos com carteira assinada. Vamos deixar levar tudo na mão grande? A crise é mundial, vem derrubando bolsas de valores na China, tirando empregos na Grécia, fechando fábricas na Ásia e deixando até os poderosos Estados Unidos na pior. Mesmo assim, os conservadores e a grande imprensa querem nos convencer de que é tudo culpa da Dilma. Vai acreditar nessa? Nº 10 Set/Out 2015 PAPO RETO Trabalhadores reagem com a Frente Brasil Popular Divulgação/ Sindicato dos Comerciários RJ Se a presidenta cair e os representantes dos patrões voltarem ao poder, vamos reviver os tempos do Governo FHC, em que o desemprego e o arrocho dos salários eram as únicas receitas para enfrentar as crises. Quem está ralando há mais tempo sabe como a vida era dura de verdade naquela época. Nesse momento de ataque aos nossos direitos e conquistas, os comerciários não podem ficar de braços cruzados. Por isso, nos unimos à Frente Brasil Popular, um movimento que reúne os movimentos sociais, os sindicatos e os partidos políticos de esquerda. O objetivo comum é a criação de propostas para enfrentar a crise política e econômica, combater o avanço da pauta conservadora no Congresso e mobilizar a sociedade para ir às ruas e evitar o golpe contra a presidenta Dilma. Afinal, a conta não pode ser novamente paga pelos trabalhadores. O Sindicato convoca todos os comerciários a levantar suas vozes contra o golpe. Eles miram na Dilma, mas o alvo é você e sua família. Marcelo Black e José Cláudio no lançamento da Frente Representantes dos movimentos social, sindical, estudantil e dos partidos de esquerda lançaram a Frente Brasil Popular para unificar o campo popular em defesa da democracia e contra a pauta conservadora em curso no Congresso Nacional. Os Comerciários do Rio foram representados pelo diretor de Finanças, José Cláudio de Oliveira, pelo secretário geral Marcelo Black e pelos diretores Douglas de Freitas e Janaína Borges. Políticas para Mulheres A diretora Daniele Moretti foi eleita delegada e representará os Comerciários na Conferência Estadual de Políticas para Mulheres do RJ, que será realizada nos dias 5 e 6 de dezembro. “As mulheres ainda estão em situação de muita desigualdade, # MerecemosMais! ´ A Hora da Mudança JORNAL DO COMERCIARIO principalmente no que diz respeito ao mercado de trabalho. Vamos incluir as demandas das mulheres comerciárias na agenda de políticas públicas das várias esferas governamentais. Com a gente, a luta é pra valer!”, comentou Daniele. Expediente: O Jornal do Comerciário é uma publicação dirigida aos empregados no comércio do Rio de Janeiro, editada pelo Setor de Comunicação Integrada e Marketing Social do Sindicato dos Comerciários RJ. Gestão “A Hora da Mudança”. Presidente: Márcio Ayer. Jornalistas responsáveis: Rafael Rodrigues (DRT 7474/085 RJ) e Wellington Santos (MTE 34372). Design gráfico: Chris Boari. Colaboraram nessa edição: Diego Cotta, Luís Henrique Nascimento, Marcele Moraze, Roberta Costa, Thais Alvarenga e Vinícius Guerra. Tiragem: 13 mil exemplares. Endereço: Rua André Cavalcanti, 33/ 9º andar – Bairro de Fátima – CEP 20231-050. Telefone: 3266-4132/ 4126. www.secrj.org.br | [email protected] | Facebook/ComerciáriosRJ. Ficou com alguma dúvida? Vem desenrolar com a gente! Encaminhe suas perguntas pelo WhatsApp (21) 96697-5260. Empresas jogam duro na hora de negociar reivindicações dos trabalhadores, que precisam entrar em campo para garantir conquistas reais N Chris Boari/ Sindicato dos Comerciários a mesa de negociação, sindicato e empresas sentam em lados opostos para discutir os pontos da pauta de reivindicações dos trabalhadores, tais como: ganho real nos salários (percentual de reajuste acima da inflação); tíquete-refeição, plano de saúde, participação nos lucros e resultados (PLR), cesta-básica e outros benefícios. A disputa é pesada. O que faz a diferença é a disposição do trabalhador de se organizar para, junto com o sindicato, pressionar o patrão pelas conquistas que tanto queremos e precisamos. Veja abaixo um panorama das principais mesas de negociação em andamento: Folic O Sindicato apoia a luta dos ex-funcionários, que cobram o pagamento de dívidas trabalhistas em atraso. A empresa propôs um plano de execução das dívidas, que deverá ser apresentado até 2 de outubro. Sindicato vai submeter a proposta aos ex-funcionários e exigir que ela seja transparente, não deixe ninguém de fora e pague tudo o que é devido. Enquanto isso, os trabalhadores se mantêm mobilizados e realizam atos abrir 160 lojas este ano, então não existe crise que justifique a falta de investimento nos funcionários. WLM frequentes nas portas das lojas da grife. Guanabara Continua a pressão para que o supermercado aceite as reivindicações, que incluem: plano de saúde, auxílio-creche, fim do acúmulo de função, pagamento de adicional de insalubridade aos açougueiros, criação de postos de atendimento médico nas lojas e outros benefícios. A diretoria da empresa avalia as propostas. Mundial O Sindicato cobra auxílio-creche para os filhos dos funcionários e também acompanha o procedimento do Ministério Público do Trabalho (MPT) que exige o cumprimento da cota de deficientes. Empresas com mais de mil funcionários devem destinar 5% das vagas para portadores de deficiências, o que aparentemente não é atendido pelo supermercado. Lojas Americanas O reajuste do tíquete-refeição para um valor digno é a principal cobrança. O valor aumentou apenas dez centavos desde 2011 e atualmente é de R$ 4,45. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o ideal seria um tíquete de R$ 33,66, valor pelo qual o Sindicato vai brigar. A empresa vai 3 Nº 10 Set/Out 2015 MESA DE NEGOCIAÇÃO A luta começou CURTAS Divulgação/ Sindicato dos Comerciários RJ O patrão tá chorando de barriga cheia. Por tudo o que fazemos pelo comércio, A empresa apresentou uma boa proposta de benefícios para os funcionários, incluindo cesta básica, tíquete-refeição e plano de saúde. No entanto, estabeleceu descontos muito altos para a concessão destes benefícios. O Sindicato pressiona pela redução desses descontos. Bramil Para acabar com uma série de práticas abusivas denunciadas pelos funcionários, o Sindicato apresentou pauta de reivindicações que inclui a criação do ponto eletrônico com comprovante impresso, fim das dobras, auxílio-alimentação e oferta de refeição em todas as lojas. No momento, o Sindicato aguarda contraproposta da empresa para avançar nas negociações. Vem pra luta você também! Um sindicato forte se faz com participação. Denuncie ao Sindicato más condições de trabalho e desrespeito aos direitos trabalhistas. O Setor de Denúncias recebe as queixas pelo telefone (21) 3266-4104, pelo email [email protected] ou pessoalmente no 7º andar da sede do Sindicato (Rua André Cavalcanti, 33 - Bairro de Fátima). 4 O recado está dado: sem conversa com o Sindicato, # AChapaVaiEsquentar ´ A Hora da Mudança JORNAL DO COMERCIARIO Comerciários forçam negociação com maior rede varejista do Brasil, que já sentiu a pressão e anunciou o fim do banco de horas Estava “tudo dominado” para as grandes redes do varejo: vendas turbinadas, funcionários com salários achatados e um sindicato dócil, que não lutava para valer pelos comerciários. O cenário mudou com a eleição da nova diretoria do Sindicato, Nº 10 Set/Out 2015 COMERCIÁRIOS NA LUTA Sindicato encara a Via Varejo 5 busca ativa das empresas para negociar melhorias para os trabalhadores. O Sindicato passou a enfrentar o patronato de cabeça erguida e, como era de se esperar, os conflitos não demoraram para começar. O Sindicato chamou para a conversa a empresa Via um abaixo-assinado que já coletou mais de 1,5 mil assinaturas de funcionários que exigem que a empresa negocie a pauta mínima apresentada. “Casas Bahia já foi uma referência no mercado varejista. É só perguntar para os mais antigos. Hoje em dia, chove reclamações dos Wellington Santos/ Sindicato dos Comerciários RJ que trabalha para melhorar as relações entre trabalhadores e patrões no comércio do Rio, Miguel Pereira e Paty do Alferes. A nova diretoria já estabeleceu um novo padrão, com fiscalização de verdade, investigação de denúncias e natura de acordo específico. A Via Varejo queria que a assinatura fosse dada de mão beijada. Isso não deu pra aceitar. O acordo não foi assinado e as consequências para a empresa foram amargas. No dia do feriado, foi montada uma grande operação de fiscalização. Doze equipes foram aos shoppings do Rio com mais de cem agentes sindicais. Multas pesadas, de até R$ 200,00 por funcionário, foram aplicadas a 347 lojas que abriram sem autorização. A maior prejudicada foi a Via Varejo, que teve multadas 33 de suas 45 lojas no Rio. Fim do banco de horas, agora eu vejo vantagem! – O diretor Vinícius Oliveira, que também trabalha das Casas Bahia, coleta assinaturas de seus colegas para exigir que a empresa aceite negociar Varejo, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, para discutir demandas urgentes dos funcionários: substituição do atual plano de saúde, que nem de longe atende às necessidades; e a manutenção da cesta básica, que a empresa substituiu por um vale-alimentação de valor menor. No entanto, pouco acostumada a ouvir os trabalhadores, a Via Varejo se recusou a negociar e passou a adotar práticas antissindicais, para dificultar o acesso do Sindicato aos seus funcionários e prejudicar aqueles que também são diretores sindicais. A reação foi rápida, com seus funcionários. Não custava muito fazer o trabalho valer a pena para os colaboradores. A motivação seria redobrada”, comentou a ex-funcionária Renata Pereira, que após trabalhar 13 anos na empresa foi demitida em junho e até agora não recebeu tudo o que lhe é devido. 7 de Setembro – Os Comerciários continuaram sem resposta, mas o mundo dá voltas. Não tardou para que a Via Varejo precisasse do Sindicato para autorizar a abertura de suas lojas no feriado da Independência, como determina a convenção coletiva, mediante assi- A pressão valeu a pena. Depois da tijolada que tomou no feriado, a empresa cedeu em parte e aceitou acabar com o banco de horas e retomar o pagamento das horas extras – mais grana no bolso e mais dignidade para o comerciário. Foi uma grande vitória, que o Sindicato vai exigir que seja cumprida de fato, mas ainda há muito o que conquistar até que os trabalhadores da empresa tenham condições de trabalho mais justas. Uma luta que vai tirar o sono do patrão. “O fim do banco de horas foi um aceno importante. A gente espera ter conversas melhores daqui pra frente. Nossa diretoria é toda formada por comerciários e vários diretores são também funcionários da empresa. Sabemos qual é o sentimento de quem trabalha lá, com um nível de insatisfação muito alto, que a qualquer hora pode estourar. Principalmente porque os funcionários já perceberam a força de sua organização, estão se mobilizando, circulando o abaixo-assinado, apresentando uma série de reivindicações e exigindo a apuração de várias denúncias. A gente espera que empresa também já tenha percebido isso. Sem trabalho não há capital”, avalia o diretor Douglas de Freitas, que também é funcionário do Ponto Frio. Wellington Santos/ Sindicato dos Comerciários RJ Benefícios integrais aos empregados menores de idade; O que queremos (agora) da Via Varejo: Troca do atual plano de saúde por outro de maior abrangência; Manutenção da cesta básica, que a empresa está substituindo por um vale alimentação de valor mais baixo; Auxílio alimentação de R$ 33,00 por dia trabalhado. E depois? Queremos a pauta geral de da categoria, que inclui: Reajuste com ganho real ; Aumento do piso; Redução da jornada; Empresa brasileira fundada em 2010 pela fusão das Casas Bahia (família Klein) ao Ponto Frio (Grupo Pão de Açúcar – GPA*). Participação societária: GPA – 43,3%, família Klein – 27,3%, ações na bolsa de valores – 29,3%. Quem manda: Ronaldo Labrudi (presidente do conselho de administração e representante da GPA), Líbano Miranda Barroso (diretor presidente), Paulo Naliato (diretor executivo de recursos humanos) e Michael Klein (conselheiro e um dos maiores acionistas). Presença: 1.030 lojas em mais de 400 municípios brasileiros, 19 estados e no DF. Funcionários: 66 mil em todo o país, pelo menos quatro mil no Rio de Janeiro. Auxílio creche; Faturamento: R$ 24,9 bilhões em 2013. Garantia de emprego nos 24 meses anteriores à aposentadoria; * Com um faturamento monstruoso de R$ 72 bilhões em 2014, o GPA detém 16% do mercado e é considerado o maior grupo do comércio varejista do Brasil. E muito mais... Firmes na luta! #MerecemosMais! O presidente Márcio Ayer (à esquerda) e o diretor Josué Ribeiro (à direita) durante ação de fiscalização em shopping na Zona Norte do Rio Raio X da Via Varejo Quer fazer parte da luta dos Comerciários? Sindicalize-se já! Escreva para o email [email protected] e marque uma visita de nossa equipe. 1,35% do faturamento da Via Varejo = reajuste do tíquete para R$ 33,00, por um ano, para todos os funcionários da empresa no Rio 6 Sindicato tem 107 anos de muita história. Conhece alguma? Ajude a recuperar a # MemóriaComerciária ´ A Hora da Mudança JORNAL DO COMERCIARIO Nº 10 Set/Out 2015 MEMÓRIA A adolescente comunista deportada por Vargas Arquivo/ Sindicato dos Comerciários RJ Saia da frente com seu preconceito que eu quero passar com a minha cor, porque os # RacistasNãoPassarão! Comerciários marcam presença no II Encontro Nacional de Igualdade Racial da CTB Rafael Rodrigues/ Sindicato dos Comerciários abalou a esquerda brasileira há 80 anos. Em 15 de julho de 1935, jovens ligados ao Partido Comunista estavam reunidos na sede dos Comerciários para organizar o primeiro congresso da juventude estudantil e popular. A constituição da época garantia o direito de organização, Comerciários RJ s do ato dic Sin mas o clima era Arquivo/ de avanço do fascismo e perseguição ao comunismo. Agentes do DOPS paulista i nva d i r a m a reunião e prenderam todos, dentre os quais Genny, de apenas 17 anos. Tudo conspirava contra ela: e ra e s t ra n geira, judia e comunista, num tempo em que a direita alertava a existência de um complô judaico-comunista p a ra d e s truir a civilização oci- dental-cristã. Seu paradeiro foi desconhecido durante vários dias. Fichada como se tivesse 18 anos, Genny foi levada às escondidas para São Paulo onde foi mantida presa durante meses, na maior parte do tempo incomunicável, em celas insalubres, sujeita a intimidações e maus tratos. A polícia a transferiu para oito diferentes cativeiros, evitando que seus advogados conseguissem um habeas corpus e, assim, ganhando tempo para sua extradição, assinada por Getúlio Vargas em 21 de agosto. Campanha – Em resposta, a campanha por sua libertação chamou a atenção de intelectuais, políticos, movimentos sociais e da imprensa. Em 9 de outubro ocorreu um grande ato no Teatro João Caetano, no Rio. Dois dias depois, no entanto, Genny foi embarcada no navio que a levaria à Europa, com futuro incerto, pois em poucos dias seria entregue a um governo reacionário e inimigo dos judeus. Contudo, o comandante do navio decidiu deixá-la livre e, chegando ao continente europeu, conseguiu uma casa para que a jovem pudesse viver. Dois anos mais tarde, quando teve início a II Guerra Mundial, ela imigrou para os EUA, onde se formou em psicologia. Seu pai não teve a mesma sorte. No começo de 1936, no auge da repressão aos comunistas, Motel Gleizer foi preso, deportado e acabaria sendo assassinado num campo de concentração. A irmã de Genny, Berta, ficou sob os cuidados de militantes do Partido Comunista. Em 1945, casou com o jovem comunista Darci Ribeiro. Tornou-se uma estudiosa das nações indígenas e acompanhou o marido em suas expedições científicas. Assim como o pai, morreria sem rever a irmã. Leia mais sobre o assunto no site www.secrj.org.br. Tem alguma outra estória para contar, envolvendo o Sindicato ou seus personagens? Escreva pra gente pelo [email protected] U ma delegação de oito diretores do Sindicato participou em agosto do II Encontro Nacional de Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O evento foi realizado em Belo Horizonte (MG) com o tema “Dilemas e desafios da Igualdade Racial, as relações políticas e de trabalho”. Participaram cerca de 200 representantes de sindicatos e organizações sociais de vários estados brasileiros. “Foram discutidos, dentre outros temas, o enfrentamento à violência que atinge a juventude negra, nossa posição contra a redução da maioridade penal, a sub-representação dos negros nos espaços de poder, políticas de ação afirmativa como as cotas raciais, e a desigualda- geral da Fundação Maurício Grabois, Augusto Buonicore, respondeu que as entidades sindicais só serão capazes de avançar em sua ação contra as desigualdades quando toda a diretoria, e não apenas os diretores e diretoras negros, se envolverem nessa discussão. Encontro reuniu militantes da luta contra o racismo de nove estados brasileiros Paulo Henrique da Silva e Vinícius Oliveira. Na saudação que fez aos participantes do encontro, Alexsandra disse que “o preconceito em um país que tem uma matriz cultural tão ampla e diversa como a nossa é algo absurdo, que não deveria existir. Além de contribuir para o debate geral, vamos nos esforçar para eliminar a discriminação racial nas relações entre patrões e trabalhadores no comércio do Rio”. de que atinge especialmente as mulheres negras”, explicou a diretora de Políticas Sociais, Rosangela Rocha. A delegação dos Comerciários do Rio contou ainda Ao final das mesas temáticas, o secretário-geral Marcelo Black questionou os palestrantes sobre quais seriam as formas de luta que os sindicatos devem adotar Já o vice-presidente nacional da CTB, Nivaldo Santana, disse que a luta se faz pelo convencimento dos trabalhadores no dia a dia, nas lojas e nas fábricas, expondo as contradições daqueles que se aproveitam da “crise” para criar instabilidade política. Segundo o dirigente, é preciso deixar claro que, se esse governo cair, cairão com ele todas as conquistas recentes alcançadas pela classe trabalhadora, citando a valorização do salário mínimo e as políticas que ampliaram o acesso à educação, à saúde, à habitação e que permitiram a milhões de brasileiros superar a fome e a extrema pobreza. A tarefa dos sindicatos – Rafael Rodrigues/ Sindicato dos Comerciários As diretoras Rosangela Rocha, Alexsandra Nogueira e Darlana Morgana acompanharam os debates com a vice-presidenta Alexsandra Nogueira e os diretores Darlana Morgana, Fabiana Carvalho, Janaína Borges, para combater o racismo e, ao mesmo tempo, defender a democracia. Em resposta, o historiador e secretário- 7 Nº 10 Set/Out 2015 POLÍTICAS SOCIAIS Democracia se faz com igualdade Genny Gleizer foi presa na sede do Sindicato dos Comerciários em julho de 1935, durante reunião de jovens ligados ao Partido Comunista do Brasil, causando comoção nacional A sede do Sindicato na Rua André Cavalcanti é um edifício cheio de passagens históricas. Algumas precisam ser recontadas para que não se esqueçam, outras para que nunca mais se repitam. Uma delas é a prisão da jovem comunista judia Genny Gleizer, fato que ´ A Hora da Mudança JORNAL DO COMERCIARIO Nesse sentido, ele parabenizou o Sindicato dos Comerciários do Rio por ter enviado oito diretores de diferentes matizes para participar do evento. Faça seu comentário, curta e compartilhe esta e outras notícias em Facebook/ ComerciáriosRJ 8 Chega de ter medo do patrão, do ladrão e da lesão, diga # NãoàViolência! ´ A Hora da Mudança JORNAL DO COMERCIARIO Nº 10 Set/Out 2015 DIREITOS DO TRABALHADOR Quanto custa a vida de um comerciário? Comerciários estão cada vez mais expostos à violência e descobertos em caso de acidentes. Sindicato estuda formas de acabar com esse descaso Reprodução da TV Acidente de Trabalho (CAT) em todas as situações traumáticas para o trabalhador, inclusive nos assaltos, em razão da violência sofrida e das sequelas que podem ficar após os episódios. “Mui- tas empresas se omitem e não fazem o registro da CAT, mas é um direito do trabalhador. Quando a empresa não emitir a CAT, o trabalhador deve fazer o registro no Sindicato”, explica o diretor. Omissão também nos acidentes Vinícius Guerra/ Sindicato dos Comerciários RJ Em desvio de função, a fiscal de caixa Mariane Silva (em destaque) foi assassinada enquanto levava dinheiro da loja para o banco A trágica morte dos comerciários Mariane Silva e Antenor Neto acendeu uma luz de alerta na categoria. Afinal, quantos são os comerciários que todos os dias são colocados em situação de risco, na linha de fogo entre o dinheiro e os ladrões? O caso dos funcionários do supermercado Trem Bão, que funciona na Ceasa-RJ, tem o agravante de que ambos estavam em desvio de função. Mariane costumava levar malotes de dinheiro da empresa para depositar no banco. Em 17 de agosto, portando R$ 59 mil, ela chegou ao local no fusca do supermercado, dirigido pelo colega Antenor. Ao se aproximar da agência, foram abordados por assaltantes. Seguranças que estavam no local reagiram, houve intenso tiroteio e os trabalhadores foram atingidos. A fiscal de caixa morreu na hora e o funcio- nário da tesouraria faleceu na ambulância, a caminho do hospital. Segundo o presidente do Sindicato, Márcio Ayer, eles foram vítimas da violência, e também da falta de responsabilidade dos empregadores com a segurança de seus funcionários. “Não podemos aceitar o desvio de função como um episódio isolado. O Sindicato está solidário às famílias por suas perdas e vai lutar por justiça,” declarou o dirigente. CAT - De fato, os comerciários estão extremamente vulneráveis à ação dos bandidos. Só no ano passado, segundo o Instituto de Segurança Pública, foram 7.740 assaltos no comércio do Rio. “É preciso proteger o trabalhador da escalada da violência em nossa cidade,” defende o diretor jurídico Edson Machado. Ele alerta que as empresas devem fazer a Comunicação de ria, ele ganhou um dia de atestado médico. Quando retornou ao trabalho, no entanto, seu gerente o mandou varrer o chão, o que piorou as dores. Para sua surpresa, logo em seguida ele foi demitido. Cláudio procurou o Sindicato para conseguir a emissão da CAT e processar a empresa na Justiça do Trabalho, uma vez que não poderia ter sido dispensado O comerciário Cláudio Costa recebe nessas condições. “Se a CAT emitida pelo Sindicato das mãos do presidente Márcio Ayer não fosse o Sindicato meu caso estaria percaso do armazenista dido. As pessoas precisam Cláudio da Costa, da de informação e devem ir empresa de móveis Viggore, atrás de seus direitos. Muié um exemplo da dificuldatos, como eu mesmo, acade enfrentada por muitos bam retornando ao trabalho comerciários para emitir a antes da hora, assumindo as CAT após um acidente de consequências e correndo trabalho. Depois de sentir o risco de agravar a doenuma forte dor na coluna ça. Não faça isso. Procure ao levantar uma mercadoo Sindicato”. O O Departamento Jurídico atende de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30, na Sede do Sindicato (Rua André Cavalcanti, 33 – Bairro de Fátima) ou pelo telefone (21) 3266-4168. Pelo mesmo número é possível se informar sobre dias e horários dos plantões jurídicos realizados em outras unidades do Sindicato.