Boletim Electrónico_19
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Boletim Electrónico Nrº 19/2012 Maputo 03 de Agosto Correio Informativo Electrónico Semanal da Rede da Criança de 2012 Proposta de adopção internacional foi mal intrepretada Abdul Carimo, diz que houve “muita emoção” na análise do assunto na proposta da Lei de Bases da Protecção da Criança O Jurista Abdul Carimo diz que o artigo sobre a Adopção Internacional, que ele mesmo havia proposto para inclusão na Lei de Bases de Protecção da Criança, foi mal interpretado e retirado de forma emotiva antes que a proposta fosse submetida à Assembleia da República. Como consequência, segundo explicou, abriu-se um precedente em que as crianças moçambicanas podem ser adoptadas por estrangeiros e levadas para fora do país sem nenhuma garantia de acompanhamento. Ao sugerir o referido artigo, Abdul Carimo diz que pretendia regular a adopção internacional porque esta é permtida nos termos da legislação nacional. Segundo ele, apesar do quadro legal permitir a adopção internacional, Moçambique continua a fechar -se àquele procedimento de protecção da criança, abrindo espaço para que o mesmo continue a ocorrer sob modalidades que fogem aos padrões de segurança estabelecidas na Convenção de Haia de 1993. Carimo reconhece que a adopção, nacional ou internacional, é o último recurso para se poder dar uma família à uma criança, mas é preciso, sempre, garantir que esta seja feita em segurança e com todos os mecanismos de acompanhamento em dia. A Convenção de Haia de 1993 é um instrumento que implica Estados e aplica-se sempre que ocorre a adopção internacional. Esta convenção reconhece as vantagens que a adopção internacional pode trazer Abdul Carimo falando durante o Workshop sobre a Conferência de Haia no que diz respeito às Convenções da Criança esta semana em Maputo para a criança ao mesmo tempo que estabelece garantias que asseguram que as adopções internacionais sejam feitas no interesse superior da criança e no respeito dos seus direitos fundamentais. A mesma estabelece um sistema de cooperação entre os Estados contrantes que asseguram a prevenção do rapto, venda ou tráfico de crianças. Durante aquele encontro, Abdul Carimo voltou a repisar a importância do país aderir àquela Convenção e diz que o artigo então retirado da proposta de Lei de Bases de Protecção da Criança alinhava-se ao espírito da Convenção de Haia de 1993. Aliás, nas suas notas explicativas da Lei de Bases de Protecção da Criança, contidas na Colectânea de Leis sobre a Criança, Abdul Carimo escreveu: “Com a retirada do artigo 102 da proposta inicial, perdeu-se a oportunidade de se garantir um mecanismo de controlo das crianças moçambicanas adoptadas e a ATIGAME denuncia violação sexual alguns dias na casa da irmã para cuidar dos sobrinhos mais novos e foi aqui onde o crime terá ocorrido, numa altura em que estavam só os dois na referida residência. de menor seguida de gravidez Para conseguir seus intentos, o infractor convenceu a vítima de que a irmã tinha concordado em como os dois podiam ir juntos à cama. A Polícia de Investigação Criminal (PIC) no distrito de Manjacaze está a investigar um suposto caso de violação sexual de uma menor de 14 anos de idade e posterior gravidez, perpetrado pelo cunhado da vítima no Posto Adiministrativo de Macuácua, localidade de Chilatanhane, naquele distrito de Gaza. A vítima, de nome C.S. Sitoe é orfã de pai e passou O caso só despoletou quando se descobriu que a menina se encontrava gávida. O caso preocupou a escola onde a menina estuda, e a comunidade em geral, com a agravante de os cuidadores da menina consentirem a situação. Aparentemente, a irmã e o respectivo esposo infractor optaram por levar a menina de volat à casa adoptar...”. A realização daquela conferência em Maputo, reacence o debate para Moçambique repensar na sua adesão à Convenção de Haia de 1993. Até Março do presente ano, 85 Estados eram signatários da Convenção de Haia de 1993, incluindo os Estados Unidos da América, um dos países que mais recebe crianças adoptadas em todo o mundo. A nível de Africa, Namíbia e Malawi preparam a sua adesão. Em Outubro de 2009, o Comité dos Direitos da Criança das Nações Unidas deixou, entre outras recomendações ao nosso país, a necessidade de considerar a ratiificação da Convenção de Haia N.º 33 de 1993 sobre a Protecção de Crianças e a Cooperação em Matéria de Adopção Internacional, como forma de ajudar o país a garantir o melhor interesse da criança. da mãe sob promessa de que dariam toda a assistência durante a gestação e depois do parto. A Associação Tingana n i W u t o m i (ATIGAME), membro da Rede da Criança em Manjacaze, recebeu o caso e o encaminhou à P r o c u r a d o r ia da República Distrital de Manjacaze. Próximos eventos Registo de Nascimento para Crianças Órfãs e Vulneráveis Data: 6 e 7 de Agosto Local: Cidade de Maputo Promotor: Associação Yinguisseta ©jornalnotícias Abdul Carimo falava na última quarta-feira no Ministério da Mulher e da Acção Social, durante um Workshop sobre a Conferência de Haia sobre Convenções de Crianças, organizada por aquela instituição governamental. Membros da Rede da Criança reunidos no passado dia 26 de Julho em X Sessão Ordinária da Assembleia Geral renovaram o seu compromisso de tudo continuarem a fazer para garantir o crescimento deste Fórum de ONG’s e melhorar a situação da criança no país através da busca de formas sustentáveis e inovadoras de assistência. Membros aprovam relatórios de actividades e de contas durante os trabalhos da X Sessão Ordinária da Rede da Criança A sessão juntou membros e parceiros da Rede da Criança e levou à mesa assuntos ligados a vida da organização e os novos desafios que se impõem às organizações da Sociedade Civil, duma forma geral, face à nova realidade global, caracterizada essencialmente por uma escassez de recursos financeiros. Aliás, a questão de recursos cada vez exíguos, levou a que para a presente assembleia fosse adoptada uma estratégia de representatividade dos membros por província (particularmente para as províncias do Centro e Norte do país), dado os custos elevados para o transporte e alojamento daqueles em Maputo. Já a pensar no futuro, a X Sesão apresentou uma proposta de regulamento de participação dos membros nas assembleias gerais e um outro que regula o funcionamento dos pontos focais. Estes regulamentos vão ajudar a descentralizar os processos de coordenação e ajudar susbtancialmente na redução de custos. Família “Rede da Criança” reconsolidada em Assembleia Geral capacidade humana para saber reportar as evidências, isto por um lado. Por outro, os membros são da opinião de que ao se reforçar os programas de Monitoria e Avaliação, é possível visualizar a evidência do impacto sobre as várias áreas de actuação. Mas o que dominou as atenções mesmo foi a necessidade de se evidenciar os resultados em todo o trabalho realizado, uma questão que não se aflora simples, mas necessária. A Assembleia observou igualmente que é preciso que se estreitem os intercâmbios técnicos entre parceiros nacionais e internacionais no sentido destes passarem experiências que possam concorrer para apresentação de resultados de impacto. Este ponto foi levantado pelo Representante da Save the Children em Moçambique, John Grawboski, que reconheceu ser algo dificil na área social, mas que entretanto é preciso trabalhar para visualizar o impacto do trabalho. O assunto interessou sobremaneira os membros da Rede da Criança que acabaram por solicitar uma capacitação sobre o impacto das actividades que desenvolvem. Entretanto, os membros entendem que há muito e bom trabalho a ser feito e com impactos bastante positivos, mas que é preciso que se crie uma boa Durante os trabalhos da X Sessão, os membros tiveram ainda a oportunidade de apreciar e validar o novo Plano Estratégico da Rede Criança 2012-2017, Pontos focais da Rede da Criança trocam experiências sobre os desafios de trabalho Os Pontos Focais da Rede da Criança estiveram reunidos no passado dia 27 de Julho em Maputo numa sessão de troca de experiências e harmonização de processos de trabalho, ferramentas que poderão ajudar as organizações a melhor servirem os membros nas províncias e também à uma melhor articulação de actividades com o A Presidente do Conselho de Direcção da Rede da Criança, Teresa Benjamim, dirigindo-se aos Pontos Focais Pág. 02 Secretariado Executivo, na cidade de Maputo. Durante o encontro, os Pontos Focais falaram da motivação que existe nas provínicas de ver fortalecida a presença da Rede da Criança como representante das organizações que actuam na área da criança, mas que é preciso que os pontos focais sejam munidos de meios e conhecimentos que lhes possibilitem continuar a agir de modo a levarem a bom porto a obra já iniciada. Com algumas províncias mais avançadas que as outras, as organizações, através dos seus pontos focais, vão tentando criar um movimento mais coeso entre elas como Rede da Criança a nível provincial. Em Nampula, por exemplo, segundo revelou Manuel conta, coordenador da Solidariedade Zambézia, Ponto Focal, está já enraizada o conceito de que aquela organização representa a nível local a cujo processo de elaboração iniciou na IX Sessão da Assembleia Geral Ordinária, em 2011. A X Sessão da Assembleia Geral aprovou ainda os novos Estatutos que introduzem, entre outras inovações, o corpo de Conselho Consultivo, a composição e atribuições da Direcção Executiva e introduzem também os Pontos Focais. O Governo marcou presença na Assembleia Geral, com a presença da Directora da Mulher e da Acção Social da Cidade de Maputo, Angelina Lubrino, quem procedeu a cerimónia de abertura; e da Directora Nacional Adjunta da Acção Social, Francisca Sales, individualidade que fez o encerramento da sessão. Para as representantes do Governo, a Sociedade Civil, e a Rede da Criança, em particular, são parceiros que se complementam nas actividades que realizam. Rede da Criança, de tal modo o Governo provincial, por exemplo, emite expediente em nome da Rede da Criança e este é encaminhado para aquela organização. Em Niassa, a Associação dos Amigos da Criança Boa Esperança (ACABE) diz que a Rede da Criança é um assunto tranversal em todos os encontros em que participa e se fala da criança, graças ao reconhecimento que este tem no seio das organizações que trabalham na área. Boletim Informativo Electrónico da Rede da Criança Publicação semanal de distribuição electrónica Rede da Criança Rua das Flores, 52, Maputo E-mail: [email protected] ww.rededacrianca.org.mz Boletim Electrónico da Rede da Criança Maputo, 03 de Agosto de 2012
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