usp sim, exclusão não!

Transcrição

usp sim, exclusão não!
Maio / Junho de 2006
Edição Nº 09
A luta dos funcionários
USP SIM, EXCLUSÃO NÃO!
Em batalha para não ficarem
a margem do processo de “Anexação”, os funcionários da
Faenquil se mobilizaram buscando apoio da comunidade, da
classe política e dos alunos. Eles
tentam provar que não são contra a anexação da Faenquil pela
USP, mas sim contra o tratamento que estão recebendo do governo no processo. Conheça um
pouco mais da luta daqueles que
fizeram a Faenquil o que é hoje.
PÁGINAS 6 E 7.
Cotel... o que
acontecerá após
a anexação?
A qualidade técnica e acadêmica do Colégio Técnico de
Lorena é inquestionável, qual
será o futuro deste após a anexação da FAENQUIL pela USP?
PÁGINA 8.
Entrevista
Alunos visitamAngra II
Um grupo de alunos da
Faenquil esteve participando de
uma visita técnica às instalações da usina nuclear Angra
II.Acompanhados por funcionários da empresa os alunos
tiveram acesso a salas de controle e das turbinas e também ao
Laboratório de Monitoração
Ambiental. Saiba um pouco mais
sobre a visita e sobre a usina na
PÁGINA 10.
Mudança nas
regras do estágio
A questão do estágio
curricular está sendo discutida
nesta edição. Veja a carta aberta
que a Comissão de Graduação
da Faenquil destinou aos alu-
nos. Saiba como algumas dessas mudanças podem alterar a
sua vida acadêmica e conheça
as principais medidas que serão adotadas. PÁGINA 3.
Conheça a Professora
Cristina Bormio Nunes, docente
do DEMAR. Ela realiza pesquisas na área de supercondutividade aplicada, concluiu
seu Pós-Doutorado nesta área
no ano de 1996, na University of
Wisconsin - Madison, U.W.,
Estados Unidos. Atualmente ela
também
trabalha
com
magnetostricção, trabalho que
começou a ser desenvolvido em
seu segundo Pós-Doutorado
realizado na Technische
Universitat Wien, TU WIEN,
Áustria concluído no ano de
2004. PÁGINA 11.
Nesta edição
D Flexibilidade é a chave para o mercado de trabalho
D Escolha um símbolo para a Engenharia Bioquímica
D Moralidade? Bom, mas tá na lei
D Diretor fala sobre o processo de incorporação
Página 2
EDITORIAL
Quem conhece termodinâmica sabe que qualquer mudança de fase irreversível acarreta aumento na entropia do
sistema. Estamos numa época profundas mudanças no
sistema de nossa instituição e é normal que as pessoas
tenham certo medo e até mesmo alguma aversão ao novo.
Na última edição publicamos em primeira mão, o acontecimento mais esperado de todos os tempos pela comunidade
acadêmica da FAENQUIL. Depois de anos de espera e
impasses, o Conselho Universitário (CO) da USP aprovou a
anexação. Após este ato, a nossa instituição ganhou a mídia,
diversos jornais e TV citaram o fato. Diversos acontecimentos repercutiram em nossa instituição. Tivemos a manifestação dos funcionários em prol da manutenção de seus
respectivos empregos após a anexação, cujo lema é "USP
sim, Exclusão Não!". É um fato inegável e todos devemos
ter consciência que foram estes servidores que mantiveram a
FAENQUIL funcionando durante todos estes anos. E a
pergunta obvia é: "Seria justo a exclusão destes servidores?". No outro lado da balança temos também uma parte
bastante clara, qualquer pessoa só poderá ingressar como
funcionário na USP mediante aprovação em concurso
público. Para sanar tais dúvidas e desmistificar um pouco as
coisas, fomos procurar nosso comandante, o professor João
Baptista que nos recebeu e respondeu a algumas perguntas.
Quanto aos trâmites do processo de anexação, apesar de
aprovado pelo CO da USP, falta ainda a assinatura do
nosso querido governador extinguindo a FAENQUIL e
transferindo tudo para a USP, todos acharam que esta
assinatura viria no dia seguinte e todos se enganaram.
Realmente ninguém sabe ou ninguém nos disse porque ele
ainda não autografou o tal documento! Ficamos mais uma
vez na incerteza e espera...
Serão apresentadas também as importantes mudanças
propostas pela Comissão de Graduação com o intuito de
disciplinar e corrigir atuais distorções que vem ocorrendo
durante o estágio curricular.
Cobrimos também o Seminário de Iniciação Científica,
onde nossos colegas puderam mostrar um pouquinho do
que eles andam desenvolvendo nos laboratórios e oficinas
da instituição. Vamos falar um pouquinho da Visita a
Usina Nuclear de Angra dos Reis... e sobre a participação
do pessoal da FAENQUIL no Congresso Brasileiro de
Física da Matéria Condensada com diversos trabalhos
apresentados. Agora para saber mais só lendo mesmo o
jornal de começo ao fim...
Expediente
EDITOR: Diego Ramos.
DIVISÃO JORNALISTICA: Ana Beatriz, Denis Pinheiro, Felipe A.
Santos, Larissa Meirelles, prof. Mack, Rodrigo Salazar, e Willian.
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Leandro Jesus de Paula.
COLABORADORES: Carlos Alberto Jr e Alfredo Sahade membros do
DA 2006, Debora Souza membro do CAEM 2006, Gabriele EI02,
Monalisa (jornalista), e os professores João Batista, Romeiro,
Silvinho, entre outros.
[email protected]
CHARGE
CRÔNICA
Moralidade? Bom, mas tá na lei
Até onde o ser humano vai
para poder ser grande? Porque
não podemos ser muitas vezes
sujeitos simples, gorduchos e
não tão bonitos, ou então sermos tudo de oposto, ou todas as
possíveis combinações das características citadas? Pra que
temos sempre que querer ser o
mais esperto, o famoso “malandro”, que dá risada dos outros
“trouxas” que fazem as coisas
do jeito que acreditam ser correto, que nasceram e cresceram
ouvindo de seus familiares que
cada um tem suas coisas, e que
você já tem um parecido meu
filho, ou então que se o papai
puder te compra um também, ou
mesmo aprendendo que não
precisamos ter e nem querer
TUDO.
Tudo isso é lindo na teoria,
até que conhecemos a lei!!! A lei
muitas vezes nos capacita e nos
mostra que existem caminhos,
as conhecidas “brechas” que
podem nos levar a ser superiores aos nossos colegas “trouxas”, aqueles mesmos dos quais
falei acima. É um grupinho, alguns amigos, só os mais “chegados” vão ser do meu time de
“espertos”, afinal precisamos ter
uma turma de “espertos” pra
poder rir dos “trouxas”.
Mas o que se pode fazer se
está na lei, não é culpa minha,
pode apurar, pode julgar, é provável mesmo que quem julgue
esteja no meu time. Alguém viu
o que o FHC disse no programa
do Jô? Se viu já pode saber que
pelo menos três já estão no meu
time, eu, o juiz e o Fernandão.
Mas eu pergunto, se está na
lei porque todos não procuram
saber e tentam entrar no nosso
time, o dos “espertos”? A resposta é simples, é porque ainda
existe vergonha no mundo, pelo
menos em alguns, podem não
ser muitos, mas o que eu fiz
nesse texto, de me incluir nesse
time de imbecis, mesmo que por
um tempo curto, me fez ter nojo
de mim mesmo, preciso de uma
limpeza, talvez até ligue no PSOL,
ainda não sei.
Bom, mas mesmo tudo estando tão claro e mesmo parecendo redundante queria terminar com a seguinte pergunta:
Pode até ser legal, MAS É MORAL???
Felipe Antunes Santos
EM - 2002
Página 3
As mudanças na política de
estágio e o seu caráter essencial
Segundo o Ministério do
Trabalho considera-se estágio
curricular as atividades de
aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de
vida e trabalho de seu meio,
sendo realizada na comunidade em geral ou junto a pessoas
jurídicas de direito público ou
privado, sob responsabilidade e coordenação da instituição de ensino. Ou seja, o estágio deve ser complementar a
formação do aluno e não uma
forma de obter mão-de-obra
sem a necessidade de arcar com
encargos trabalhistas e
previdenciários. Existe uma
necessidade de se disciplinar
as regras de estágio em nossa
instituição. Por exemplo, são
conhecidos casos de empresas em que um estagiário da
Faenquil realiza X horas semanais de estágio e recebe um
salário X e dentro desta mesma
empresa um estagiário de outra instituição por um número
às vezes muito inferior de horas
trabalhadas ganha a mesma remuneração. Isto ocorre porque
a instituição de origem deste
outro estagiário possui uma regra para estágios que é levada a
sério e não permite que seus
alunos sejam tratados de qualquer forma. Atualmente sobram
relatos sobre fatos deste tipo
feitos por alunos da Faenquil
que tem atuado nas empresas.
Quem nunca ouviu falar nas
“empresas de estagiários” onde
a pessoa que entra sabe que a
efetivação é impossível, ou seja,
a empresa contrata o estagiário
com o caráter único de explorar
sua mão-de-obra barata e livre
de encargos.
A posição adotada pela Comissão de Graduação que esta
apresentada nesta carta abaixo
visa disciplinar as regras de estágio e adequá-las a realidade
atual. As mudanças serão feitas de forma gradativa. As propostas tentarão por fim principalmente a mazelas que vem
ocorrendo atualmente, por
exemplo, existe o caso de um
aluno que terminou as disciplinas no ano de 2004 e até hoje
realiza estágio, este é o que
podemos chamar de “estagiário profissional”. Estas
distorções que vem ocorrendo
devem ser corrigidas e este é o
começo da discussão que começa com esta carta a seguir.
Diego Ramos EM-2002
Carta aberta à direção e às comunidades
docente e discente da Faenquil
A Comissão de Graduação tem identificado e analisado problemas referentes
ao Estágio Curricular na
Faenquil.
O número excessivo de
horas estagiadas pelos alunos dos Cursos de Graduação, além do tempo gasto em
transporte, tem contribuído
para a queda de seu desempenho escolar.
Os benefícios econômicos
para o estagiário e para as
Empresas que os contratam
superam os objetivos de
aprendizagem do estágio
(responsabilidade social da empresa), o que leva a uma situação de conivência e conveniência por parte das Empresas e da
própria Faenquil em não aprimorar essa política de estágio.
A regulamentação do Estágio está desprestigiada,
pois contratos novos são firmados sem a entrega e aprovação
de relatório(s) de estágio(s) anterior (es), os professores não
têm condições temporais e materiais de acompanhar efetivamente os estagiários sob sua
supervisão e alguns alunos retardam ao máximo a colação de
grau para continuar em Empresas na condição de Estagiário.
Este último aspecto, em particular, tem levado à formação de um
número expressivo de estagiários
permanentes ao invés de engenheiros formados, confrontando
a função precípua desta IES.
A Comissão de Graduação
clama pela valorização do
Supervisor de Estágio e que a
ele sejam dados todos os recursos e meios para desenvolver
suas atribuições à altura da qualidade esperada do profissional
a ser formado.
Frente a esses e outros fatores, a Comissão de Graduação
entende que mudanças profundas devam ser feitas quanto à
regulamentação do Estágio
Curricular e já discutiu várias
ações. Essas mudanças, no entanto, implicam em alterações
regimentais, dependentes de
aprovação final pelo Conselho
Estadual de Educação, o que no
momento é inviável dado que
outros processos estão em análise no referido Conselho.
Mesmo assim, adequações
mínimas das normas de Estágios que não dependem de alteração regimental estão sendo encaminhadas:
a) O desempenho acadêmico passará a fazer parte da avaliação do estágio;
b) Contratos novos somente
serão firmados ou mantidos mediante a entrega de relatório referen-
te ao contrato anterior;
c) Alunos que já cumpriram todos os créditos e já
têm o número mínimo de horas estagiadas terão suas solicitações de novos estágios
ou renovações negadas.
Por fim, a CG entende que
existe a necessidade de convidar as empresas da região
para um encontro, quando poderemos explicar as nossas
preocupações e as medidas
que estão sendo adotadas.
Contribuiremos assim com a
função precípua de formar profissionais cada vez melhores,
que possam atender às necessidades da sociedade que
financia a sua formação.
CDG
Página 4
CAEM
Trote Solidário
Membros do CAEM e da Ordem DeMolay
Na manhã de domingo dia 25
de março, o CAEM (Centro Acadêmico de Engenharia de Materiais), em parceria inédita com o
Capítulo “Baluartes da Luz para
a Juventude” da Ordem
DeMolay para o Brasil com sede
na cidade de Guaratinguetá, realizou uma visita ao asilo Lar São
José. Na ocasião, mais de 17
quilos de alimentos foram doados além de um delicioso café da
manhã onde foram servidos
pães, bolos, biscoitos e sucos.
A iniciativa faz parte do tradicional Trote Solidário, que tem
se repetido ao longo dos anos
de existência do CAEM, desde
sua fundação. A atividade vi-
A
busca pelo conhecimen
to é algo inerente ao ser
humano desde a sua
constituição primária, quando
deixou de ser nômade e se tornou
gregário, até nos dias de hoje.
Nos primórdios o conhecimento era em função da capacidade de confeccionar novos tipos de utensílios para a caça,
com a evolução humana o conhecimento não se limitou à lei
de sobrevivência, mas sim a
vontade de explorar universos
ainda obscuros, ou seja, o conhecimento foi se especializando de tal forma que o ser humano
foi capaz de atingir a Lua através
dele, conhecimento esse chamado de ciência. Os povos antigos, tais como os gregos, preocuparam-se com a origem e com
o significado da existência humana, as especulações em torno
desse tema formaram um corpo
de conhecimento chamado de
filosofia. A formulação de um
sou entre outras coisas, manter
o caráter filantrópico dos projetos empreendidos pelo referido
Centro Acadêmico, além de propiciar um ambiente de
irreverência e integração para
os alunos do curso de Engenharia de Materiais. No total mais de
45 idosos, além de funcionários
foram beneficiados.
Projetos como este serão bastante explorados pelo CAEM
durante todo este ano, e a diretoria está disponível para críticas e
sugestões. O CAEM manifesta
seu profundo agradecimento ao
Capítulo DeMolay pelo apoio.
Participe na escolha de um
símbolo para o curso de
Engenharia Bioquímica
Com o intuito de criar um
símbolo para o curso de Engenharia Bioquímica, dois alunos
do curso criaram dois possíveis logotipos que poderão ser
usados como estampa em camisetas, jaquetas ou adesivos.
Para isso, estamos realizando
uma votação para decidir qual
dos dois símbolos será utilizado. Envie um e-mail o quanto
antes para smirnoffice-
[email protected] dizendo qual dos
dois recebe seu voto ou então se
nenhum lhe agrada, não esquecendo de constar seus dados no
e-mail e que é valido somente para
alunos de Bioquímica. Os alunos
dos outros cursos que quiserem
criar um símbolo para o seu curso
entrem em contato com a equipe
do Jornal O Engenheiro.
Rodolpho Fonseca EB-2005
Mande sua opinião para [email protected]
PARTICIPE!
Símbolo I
Símbolo II
Marcelo Rodrigues EM-2002
FUGINDO UM POUCO DA ENGENHARIA
Conhecimento acima de tudo
conjunto de pensamentos sobre a origem do homem, seus
mistérios, princípios morais formam um outro corpo do conhecimento chamado religião. Ainda na pré-história, o homem deixou marcas de sua sensibilidade
nas paredes das cavernas, quando desenhou sua própria figura
e a figura da caça, criando uma
expressão do conhecimento que
denominamos arte. Enfim, arte,
religião, filosofia, ciência fazem
parte do domínio de conhecimento humano.
Hoje o nível de conhecimento
é um fator preponderante para
avaliar, selecionar, excluir, doutrinar e inserir um homem no âmbito
social, mas afinal, o conhecimento pode ser medido?Muitos acreditam que sim, e por isso procu-
ram analisar o grau de conhecimento de uma pessoa. Contudo
esquecem que o conhecimento
pode ser adquirido de várias
formas e depende muito da visão de mundo que uma pessoa
possui, ou seja, o mundo social
e cultural que um indivíduo experimenta ao longo da vida determina e possibilita a construção de um mundo interior capaz
facilitar ou dificultar a aquisição
de conhecimento. Isso contribui para que o mundo seja habitado por pessoas totalmente
diferentes, com seus conceitos,
sentimentos, fantasias e sonhos
peculiares.
Pensando assim não se pode
avaliar o grau de conhecimento
de uma pessoa, até porque, além
dele ser único, ele jamais cessará
enquanto houver vida, ampliando ainda mais, chega-se a conclusão de que o homem está sempre
se reciclando e essa busca pelo
conhecimento torna as pessoas
singulares, é o que define cada
ser, por isso as pessoas têm fome
da sabedoria, para se particularizarem. Aproveitando esse conceito pode-se citar um trecho do
livro Grande Sertão: Veredas que
expressa de forma rica essa vontade de saber característica dos
seres humanos em geral:
“O importante e bonito do
mundo é isso: que as pessoas
não estão sempre iguais, ainda
não foram terminadas, mas que
elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam”.
Larissa Meirelles EQ-2005
Página 5
FUGINDO UM POUCO DA ENGENHARIA
Fracassamos: nunca iremos além do óbvio
O que aconteceria se alguém
dissesse a você que tudo aquilo
que você sabe não tem proveito
algum? Que a ciência há muito
tempo encobre algo controverso? Que o irracional predomina
sobre o racional? Que as informações que recebemos são todas manipuladas?
Com poucas perguntas podemos gerar um grande debate,
onde todos nós estaríamos
debaixo do mesmo patamar da
ignorância. Por quê? Fracassamos: não conseguimos ir
além do óbvio. Somos movidos por sentimentos e barrados
por convicções. Somos terminais burros de informação.
Aceitamos algumas verdades
pelo pré-conhecimento de alguém e nem questionamos mais
sua autenticidade. Talvez sejamos meros repetidores. Por
isso passamos a fazer perguntas inúteis sobre essa vida e
esperamos eternamente por
respostas aceitáveis, que nunca virão. Erramos muito mais
A palavra responsabilidade,
tem mais de um sentido. Assim,
uma pessoa responsável por
uma área, ou pessoas, é aquela
que tem obrigação de tomar as
providências necessárias para
que os envolvidos cumpram
suas obrigações. De outra forma, uma pessoa responsável,
em geral, é aquela que sempre
cumpre de forma consciente
suas diferentes obrigações. Já
hábitos são formas de agir que
se desenvolvem gradativamente
e que passam a fazer parte de
nosso dia a dia, podendo ser
positivos ou negativos.
A Segurança do Trabalho tem
ligação direta com responsabilidade e hábitos. Sem normalização
e a sua conseqüente aplicação,
nunca se terá sucesso em Segurança. Para que normas funcionem, as pessoas precisam ser responsáveis e atender a tudo que
lhes for solicitado. Com isto,
do que acertamos, e não aprendemos com nossos erros. Perdemos muito tempo observando mais ao nosso redor do que
a nós mesmos.
Como cientistas, questionamos o que não sabemos,
e rejeitamos o que não
entendemos. Não
conseguimos tirar
proveito do
avanço da ciência com o
avanço da
humanidade,
então concluo
novamente que fracassamos. Veja você mesmo o quanto à ciência evoluiu, e ainda somos o que
somos. Há algum proveito nisso? Será que somos idiotas
tecnológicos? Não ignoro essa
possibilidade. Não ignoro a possibilidade de ser louco. Mas,
cientista: conforme a sua sanidade analise esse mundo sensível. Não o ignore. Desintegramos um átomo, mas nunca um
preconceito. Valorizamos o ouro,
somos ensinados a valorizá-lo,
mas não damos valor algum à
dignidade humana. Temos mais
dó de um cão que passa fome do
que um ser humano, como eu e
você. Diga-me, cientista:
Onde está o real valor
dessa vida? Pela lógica, qual a diferença em
crer em Deus,
em 0!=1, em
n0=1, ou no conceito do infinito? O
axioma da fé é algo
sagrado para ciência?
É a ciência alguma religião, onde se crê em idéias e é movida por coisas
não provadas?
Digam-me, observadores:
houve algum vestígio do
“avião” que explodiu no ataque
de 11 de Setembro, no
Pentágono? Se alguém sabe fazer o que é certo, e não faz, pode
condenar alguém? Há alguém
justo em sua plenitude? A práti-
SEGURANÇA
Responsabilidade e hábitos
conforme a repetitividade deste
atendimento, acaba-se criando
um hábito altamente positivo e
que certamente controlará os
riscos envolvidos em nossas atividades.
Estranhamente, algumas pessoas julgam que, pela sua posição
ou nível cultural, poderiam estar
isentas de certas responsabilidades, com conseqüências danosas ao meio que vivem. Esquecem
que quanto mais crescemos, sob
qualquer sentido, mais responsabilidades temos, principalmente
por passarmos a ser responsáveis por pessoas.
Felizmente estas posições
acabam se modificando quando
o meio, como um todo, é treina-
do e passa a ter um comportamento diferente, do que se costumava ter antes.
É interessante completarmos
nosso raciocínio, com um exemplo real vivido por um dos nossos
professores numa Universidade
da Alemanha. “Ao entrar num
laboratório viu uma “doutora”
operando um equipamento, orientando-se por uma Instrução de
Trabalho (ITr). Por curiosidade,
lhe perguntou porque fazia isto, já
que conhecia a operação do equipamento. Sua resposta foi franca
e rápida. Em primeiro lugar, faço
desta maneira por responsabilidade. Se a Universidade exige
assim, não poderia ter outro comportamento, principalmente por
ca da vida é encontrar soluções
para esse mundo falido, de onde
jamais sairemos vivos? Racionalize em sua sanidade aquilo
que sente cientista. Se é que
ainda é capaz de sentir alguma
coisa. É você totalmente livre,
ou você é resultado de um labirinto de regras regidas por essa
sociedade? A ciência racionaliza a natureza, mas seríamos nós
incapazes de entender a nossa
própria natureza? Como sempre,
temos muito mais perguntas que
respostas. O debate é grande,
mas estamos cegos demais pelas nossas limitações. Como
pode um cego expor um ponto
de vista sobre um mundo tão
visível, mas tão pouco aparente? Ou só aparente, para alguns?
A realidade existe mesmo que a
ignoremos para o resto das nossas vidas.
A verdade: estamos cegos.
Pelo óbvio. Sim, cientistas: fracassamos.
Carlos Martins – EQ2004
ser uma “doutora”. Em segundo
lugar, já que acredito na utilidade
do uso de Instruções de Trabalho, estou criando o hábito sadio
de sempre agir desta forma.
Este fato nos lembra, que
uma maneira inteligente de se
viver é se aproveitar a experiência dos outros, principalmente
dos sabidamente mais desenvolvidos. Assim por que não
refletirmos sobre o nosso comportamento perante a algumas
normas de segurança já aplicadas em outros países e mesmo
no Brasil em empresas mais experientes? Porque não nos esforçarmos para criarmos hábitos positivos, não só para a
nossa própria segurança, como
também e, quem sabe, principalmente, para através de nossos
exemplos, influenciarmos positivamente os que nos cercam?.
GSMT-CIPA
Página 6
USP X FAENQUIL
A luta dos funcionários para não ficar
a margem do processo de “Anexação”
Em seu jornal a USP diz que
ganha um “legado de excelência
construído em 4 décadas de
dedicação”, muito interessante
essa afirmação, mas essa excelência não brota nos verdes campos, é fruto do suor de pessoas
que trabalharam e trabalham
nela, todos contribuíram de alguma forma para o que a Faenquil
é hoje, desde ilustríssimo doutor ao mais simples funcionário.
Devemos ter cuidado e não querer a anexação a qualquer custo,
pois a USP não é a 8ª maravilha
do mundo e a Faenquil não é
uma faculdade qualquer, e prova isso com sua qualidade de
ensino e pesquisa, temos que
avaliar a questão para não perdemos o que ha de bom!
Faenquil uma instituição
publica
A Faenquil foi fundada em
1969, por força de Lei Municipal,
como uma Faculdade Municipal. Desde então, todas as atividades da Faenquil foram direta ou indiretamente financiadas
por verbas públicas e seus funcionários sempre exerceram esta
função pública.
No momento da
estadualização da Faenquil ocorreu uma grande mobilização
publica, que obteve apoio político para que a mesma se concretiza-se, mas naquele momento
era questão de vida ou morte
para nossa instituição, diferentemente de hoje, que é uma ques-
tão de possibilidade de crescimento para a mesma. A iniciativa desta vez partiu do governo
e não da comunidade a partir de
seu plano diretor, que tem por
objetivo a “anexação’ das três
faculdades isoladas (Faenquil,
Famema e Famerp). Por vários
motivos a USP se demonstrou
interessada pela Faenquil, mas
um ponto crucial é que ela é a
única a não possuir divida, é
uma instituição que precisa de
zero de investimento para continuar funcionando.
USP sim, exclusão não!
Os funcionários estão desde do processo envolvidos com
o processo e nem sempre suas
ações foram bem recebidas por
parte dos alunos, ainda hoje alguns acreditam que os funcionários são contra a “anexação”,
para sanar este problema eles
lançaram o slogan “USP SIM,
EXCLUSÃO NÃO!” e se filiaram
ao Sindicato dos Trabalhadores
da USP (SINTUSP), de acordo
com Cláudio Roberto Cardoso,
representante técnico-administrativo na Congregação e membro do Movimento USP SIM,
EXCLUSÃO NÃO, essas ações
provam o interesse dos funcionários na concretização do processo “demos um golpe de misericórdia naqueles que insistiam em dizer que o nosso trabalho era contra a USP. Se estivéssemos trabalhando contra a passagem para a USP iríamos querer
Funcionários da Faenquil fazem manifestação durante o
Conselho Universitário da USP
Funcionários durante manifestação na praça central
de Lorena, em dia que paralisaram os trabalhos
pagar 1% de nosso salário ao
SINTUSP?”
Para Cláudio a falta de informação e a disseminação de
informações erradas gera um
certo conflito entre funcionários e alunos “existe é um grau
muito forte de desinformação e
isso leva os desinformados a
acreditarem em tudo que lhe dizem. Infelizmente, por má fé,
disseminam-se as falsas informações e essas crescem.” Ele
também se mostra interessado a
reverter a situação “Tive a oportunidade de esclarecer muitas
coisas aos representantes do
DA e do Grêmio e, inclusive, me
coloquei a disposição deles para,
se quisessem, discutir isso tudo
com os alunos numa Assembléia Geral. Até o momento não
fui procurado para isso.”
A idéia básica do movimento é bem descrita no slogan,
os funcionários em sua maioria
quer a “anexação” da faculdade,
mas sem excluir aqueles que a
fizeram o que é hoje. A
obrigatoriedade de os funcionários da Faenquil passar por
um concurso é questionável,
afinal todos eles são funcionários públicos e ter que provar que
são capazes de exercer uma função que já exercem há uma média
de 25 anos, chega a ser uma
afronta. Segundo Cláudio o governo fez uma manobra para ex-
cluir os funcionários, “o processo que, inicialmente, falava em
“INCORPORAÇÃO”
da
Faenquil pela USP, passou a ser
tratado como EXTINÇÃO DA
FAENQUIL e transferência de
seu patrimônio e cursos para a
USP, se fosse feita a incorporação, seria como um todo, inclusive os funcionários. Isto totalmente amparado pelo principio
da sucessividade entre empresas, previsto na CLT”.
Todos temos interesse por
uma faculdade melhor, é nela
que passamos uma das melhores fases de nossa vida, mas o
que para nós é uma fase para os
funcionários é uma vida! A maioria dos funcionários viram ela
se transformar ao longo do tempo, e tornaram possível essa
transformação, a história de
grande parte dos funcionários
se confunde, ou mesmo funde,
com a da faculdade. E agora eles
se vêem sendo excluídos de algo
que ajudaram a construir!
Uma questão cabivel neste
momento é, como os alunos iriam reagir se fossem obrigados a
se submeter as provas da
Fuvest? Você que esta no final
da faculdade qual seria as suas
chances disputando vaga com
2
c
o
n
t
i
n
u
a
Página 7
quem esta saindo de um cursinho num vestibular? Não seria
facil certo? Não que sejamos
menos capazes a questão que
focamos nossos estudos. Imagine agora os funcionários que
trabalham aqui a anos, como
seria disputar uma vaga com
quem acabou de sair do ensino
médio? Um concurso não selecionará pessoas mais capacitadas do que as que temos hoje
trabalhando na Faenquil, a experiência e seu comprometimento com a faculdade fazem a
diferença na qualidade de seu
trabalho, mas não na hora de
um concurso!
Segundo Cláudio os funcionários são contra a criação de
um quadro em extinção, “traria
uma desmotivação generalizada, pois jamais teremos chance
de progressão, o que refletiria
diretamente na qualidade da instituição. E não é isso que quere-
mos para a Faenquil. Mesmo
que ela seja extinta, para nós ela
jamais deixará de existir. Não se
extingue uma história de vida
assim através de um decreto.”
Se aqueles que fazem parte
de nossa instituição não reconhecerem sua história e quem a
construiu como grandes, quem
irá reconhecer, os frutos do trabalho a USP está querendo colher, mas e quem os plantou e
cultivou?
Ações dos funcionários
e suas conquistas
Desde o inicio do processo,
os funcionários vem atuando
junto a classe política e sociedade em geral para levar informações e tentar sensibilizar as autoridades quanto a sua
situação. No dia 21 de março
foram à USP e na ocasião da
reunião do Conselho Universitário, já com o apoio e participação direta do SINTUSP, organi-
zarão uma grande manifestação,
nesta ocasião conseguiram um
fato inédito, três pessoas extra
Conselho Universitário entraram no mesmo, os representantes dos funcionários puderam
ser ouvidos manifestaram seu
ponto de vista sobre o processo
aos Conselheiros. O resultado
desta luta foi aprovação da manutenção do Cotel por 4 anos e
a promessa que os funcionários
da Faenquil terão o mesmo tratamento dos funcionários da USP
(mas sem um registro oficial na
questão dos funcionários). Um
colégio de qualidade comprovada seria extinto! Outras coisas como esta podem vir acontecer caso se aceite a USP a
qualquer preço.
Depois da reunião do Conselho os funcionários fizeram
uma mobilização de impacto,
em que após Assembléia Geral
paralisaram os trabalhos por
24 horas e trabalharam em prol
do esclarecimento do processo e em busca do apoio da
comunidade lorenense e dos
alunos a suas reivindicações.
As ações se concentraram na
praça principal de Lorena, mas
também ocorreu breves esclarecimentos em sala de aula.
Desta mobilização saiu um abaixo-assinado de apoio a suas
reivindicações, que deverá ser
entregue em mãos ao Governador do Estado.
No momento, trabalhão junto a classe política para conseguirmos uma audiência com o
Governador, a fim de esclarecer
a ele a situação e entregar o
abaixo-assinado de apoio. E
paralelamente, acompanham a
tramitação do processo, que está
em fase de assinatura do decreto por parte do Governador.
Denis Pinheiro EI - 2002
Diretor fala sobre o processo de incorporação
A equipe do Jornal O Engenheiro conversou com o professor João Baptista a respeito dos
próximos passos do processo
de incorporação de nossa instituição pela USP. Veja a seguir:
Qual a situação dos funcionários da FAENQUIL após a
incorporação pela USP?
Com a votação do Conselho
Universitário da USP e a assinatura do decreto pelo governador a FAENQUIL deixará de existir como instituição. Com isso
haveria um prazo para se elaborar um convênio onde deverá
ser detalhada a forma de prestação de serviço dos atuais servidores da FAENQUIL à USP. Este
convênio é que vai ditar as regras de prestação de serviço.
Nele deverá estar bem detalhado que os servidores da extinta
FAENQUIL irão prestar serviço
a USP em Lorena, explicitando
que a função a ser exercida por
este será a mesma exercida na
instituição extinta. Não acredito
que exista a possibilidade de
transferências. Pois continuaríamos vinculados a Secretaria de
Ciência Tecnologia e Turismo –
SCTT, prestando serviço à USP,
com isso ela teria ônus com esta
mão-de-obra. Portanto, nem para
a USP seria interessante pedir a
transferência de algum funcionário, pois a partir do momento
que isto ocorre, ela teria que
repô-lo, pagando-o com seu orçamento.
Se a possibilidade de transferências é remota. Porque existe este temor por parte dos funcionários?
É difícil o servidor acreditar
nesta proposta. Pois estou dizendo isto, mas não está formalizado em documento nenhum.
Esta é uma visão administrativa.
A USP luta por este acréscimo
na sua parcela do ICMS há vários anos e não irá gasta-lo facilmente.
O risco de transferências
existe, não sei mencionar quanto é, mas existe sendo este o
mínimo possível.
Como será realizado o convênio entre a SCTT e a USP para
a manutenção dos servidores?
As procuradoras da USP
juntamente com a procuradora
da SCTT, já estão trabalhando
neste convênio. E a FAENQUIL
criou uma comissão formada por
dois docentes e dois técnicos
administrativos para acompanhar a elaboração deste convênio. A informação mais recente
é que existe uma pequena minuta que também esta paralisada
em espera pela confirmação do
decreto do governador. Obtive
uma informação hoje, onde a
reitora da USP manifestou seu
interesse pelo estabelecimento
deste convênio.
Quais os próximos passos
do processo de incorporação?
O que ocorrerá na estrutura
organizacional da extinta
FAENQUIL após a assinatura
do decreto pelo governador?
A partir da assinatura do decreto deverá ser criado um conselho administrativo. Este conselho é composto por membros
da USP e da instituição extinta,
provavelmente o presidente do
conselho será da USP, pois é ele
quem responderá pelo campus
de Lorena perante a USP. A proposta que a reitora da USP tem é
que para cada representante da
USP neste conselho administrativo haja também um representante
da extinta FAENQUIL, de forma
que sempre haja paridade. Esta é
uma proposta muito boa durante
este período de transição.
Como ficarão as regras e os
procedimentos legais dentro da
FAENQUIL, por exemplo, como
ficará o procedimento de matrícula para o próximo semestre?
Cada campus da USP pode
possuir o seu regimento, desde
que esteja de acordo com o estatuto da universidade. No caso
o nosso regimento poderá exigir
apenas algumas adaptações que
por ventura venham contradizer
o estatuto da USP.
E o vestibular será realizado pela FUVEST este ano?
Para realizar o vestibular pela
VUNESP como foi feito até o ano
passado, já devia estar nos preparando em questões de recursos e informações para abastecer a VUNESP. Como o CO aprovou a incorporação no dia 21, a
chance de o vestibular sair pela
FUVEST é muito grande, mas ela
ainda não começou a trabalhar
neste tema pois, aguarda a assinatura do decreto. A FUVEST
começa a trabalhar agora em
maio, provavelmente e tudo deve
estar pronto para a realização do
vestibular por esta.
Diego Ramos EM-02
Felipe Antunes EM-02
Página 8
USP X FAENQUIL
A manutenção do COTEL
A princípio não estava prevista a anexação do Colégio
Técnico de Lorena – COTEL à
USP. Graças a mobilização de
alguns funcionários e professores que foram até São Paulo
acompanhar a votação da anexação pelo Conselho Universitário (CO) da USP, a manutenção do COTEL será possível,
mesmo após a anexação. O fato
dessas pessoas da comunidade
da FAENQUIL conseguirem
entrar na reunião do CO e terem
o direito de falar, foi um fato tido
como histórico.
COTEL
O Colégio Técnico de Lorena
–COTEL está vinculado à Secretaria da Ciência, Tecnologia
e Desenvolvimento Econômico
e Turismo do Estado de São
Paulo. Esta é uma instituição de
Ensino Médio e Habilitação Profissional de Técnico em Química. Os fundamentos das atividades do Cotel estão contidos no
seu regimento. O 1º entrou em
vigor no ano de 1993, no início
de seu fundamento e vigência.
Em janeiro de 1999 o novo Regimento Escolar foi aprovado pelo
Conselho Estadual de Educação e em 1º de outubro de 2002
foi publicada a aprovação do
Plano de Curso de habilitação
Profissional de Técnico em Química apresentado pelo Cotel,
vinculado a Faenquil.
Ao longo destes anos o Cotel
vem promovendo a formação integral do aluno, pessoal e profissional, por meio de um ensino de
qualidade, buscando formar cidadãos responsáveis, críticos e com
sólida preparação técnica e acadêmica, de forma a permitir a continuidade de seus estudos no
curso superior e seu ingresso no
mercado de trabalho, assim como
na sociedade. A necessidade e
importância do Colégio se dá pela
localização estratégica da cidade
de Lorena que está situada entre
as três regiões importantes dos
estados brasileiros, que passam
por um acentuado crescimento
econômico industrial em seus estados: Vale do Paraíba (São Paulo), Sul Fluminense (Rio de Janeiro) e Sul de Minas (Minas Gerais).
Considerando apenas a região do
Vale do Paraíba existem cerca de
420 empresas na área de química
e muitas outras que, embora não
atuem em segmentos correlatos ao
da química, necessitam de profissionais qualificados e habilitados em
técnico-química para trabalharem
nos processos produtivos e controles de qualidade de suas matérias-primas e produtos finais.
Nestes últimos quatro anos,
o Colégio Técnico de Lorena
formou ao todo 240 alunos, sendo que 143 somente no ensino
médio e 93 no curso técnico
profissionalizante em Química,
e tem se firmado como ótimo
centro de capacitação de profissionais técnicos em Química e
como colégio de ensino médio
pelo oferecimento de curso de 2º
grau de qualidade e público.
Dentre os pontos que podem
ser destacado estão: “Prêmio
Construindo a Nação – Projeto:
Solidariedade não tem Idade”,
destaque do Vale do Paraíba no
Enem de 2005, entre as escolas
públicas e particulares e pelo
Projeto Fapesp – Bolsa de Iniciação Científica Júnior –
Premiação: CRQ IV Região de
2005, na categoria “Química de
Nível Médio. Trabalho: Perspectiva de Reuso, Redução de Consumo e Tratamento de Águas
em Indústrias e na Agricultura”.
O reconhecimento que o Cotel
adquiriu, também se faz presente no
setor industrial e é levado em conta
pelas empresas que estão
conveniadas ao Cotel para estágio
como: BASF-Guaratinguetá,
OXITENO-Tremembé,
PETROBRÁS-São José dos Campos, MONSAN-TO- São José dos
Campos, Maxion- Sistema
Automotivo Ltda, Cruzeiro, etc.
Rodrigo Salazar EB-20002
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Viver
Vou viver,
Na promessa que te faço,
Na pressa, de pairar,
Nos olhos de uma ave,
Vou conhecer,
Escapar,
Voar,
Sob teus braços,
Sem ter laços,
Construir,
Meu ninho,
No berço do mundo,
Respirar esse ar puro,
Cheio de promessas,
Ater-me,
No bater das assas,
Na liberdade,
Na minha própria verdade,
Um querer, Pulsante,
Um vôo rasante,
Sob a dor do mundo,
Desbravar,
Abafar,
A vontade de viver.
S
U
D
O
K
U
Sudoku
O objetivo do jogo é completar todos os quadrados
utilizando números de 1 a 9. Para completá-los,
seguiremos a seguinte regra: Não podem haver
números repetidos nas linhas horizontais e verticais, assim como nos quadrados grandes.
R e s p o s t a s
Página 9
PESQUISA
O Seminário de Iniciação Científica
No dia 3 de maio ocorreu o
Seminário de Iniciação Científica dos Alunos da FAENQUIL,
durante todo o período diurno
foi possível ver o que vem sendo pesquisado e desenvolvido nos laboratórios e oficinas
da instituição. A apresentação
dos trabalhos foi na forma oral
tendo cada aluno cerca de quinze minutos para apresentar e
restando cinco para possíveis
perguntas. Os trabalhos foram
alocados de acordo com o departamento em que este foi desenvolvido.
O Seminário de Iniciação
Científica é uma grande oportunidade para a divulgação entre
os alunos da pesquisa científica
e pode também servir como um
instrumento para despertar o
interesse de novos alunos pela
área acadêmica.
Aluna apresentando seu trabalho desenvolvido no
Departamento de Engenharia Bioquímica
Caio apresentando seu trabalho desenvolvido no
Departamento de Engenharia Química
Manuela apresentando seu trabalho desenvolvido no
Departamento de Engenharia de Materiais
XXIX Encontro
Nacional de Física da
Matéria Condensada
Mais uma vez a
FAENQUIL fez forte presença no congresso de Física da
Matéria Condensada realizado, este ano, em São Lourenço, MG, do dia 09 até o dia
13 de maio. O ENFMC é apenas um dos vários encontros de Física que são realizados no Brasil, justamente
por abranger apenas uma
parte das pesquisas em Física, a área pode também ser
chamada de Física do estado sólido.
Como já tradicional, a
FAENQUIL destacou-se
pelos excelentes e muito elogiados trabalhos do Departamento de Materiais
(DEMAR) na área de
supercondutividade, fazendo-se observar, outra vez,
como uma das principais
potências na área do Brasil.
Este ano a SBF (Sociedade Brasileira de Física) deu
um suporte mais
acentuado no que
diz respeito à alimentação e entretenimento do que no
ano passado quando o congresso foi
Alunos do
curso de
Engenharia de
Materiais no
XXIX ENFMC
realizado em Santos, porém
houveram alguns problemas
com determinadas salas de
seminários que possuíam um
isolamento acústico precário, muitas vezes prejudicando que a audição fosse bem
absorvida, o que nos dava a
impressão, em alguns momentos, do improviso nas
instalações das salas.
O balanço do congresso
foi positivo, a interação com
outras Universidades do
Brasil e do mundo possibilitando futuras parcerias foi
muito interessante, bem
como pôde-se tomar conhecimento do que estão fazendo por ai, e até mesmo o
trabalho que a própria
FAENQUIL vem fazendo
quanto ao reconhecimento
e a qualidade.
Felipe Antunes Santos
02M018
Página 10
Diego Ramos EM-2002
Você sabia que a
quantidade recebida
de radiação de um
televisor é de 0,03
mSv/ano e a quantidade recebida da Usina
Nuclear por uma
pessoa que vive cerca
de 1 Km dela é de
0,05 mSv/ano?
Visita a Usina Nuclear
de Angra dos Reis
Vista parcial do complexo de Angra dos Reis. No destaque, aluno da FAENQUIL
em visita ao Centro de Informações da Usina de Angra
O impacto ambiental gerado por uma usina nuclear
A construção da Usina de
Angra 1 foi precedida de estudos ambientais, iniciados em
1969, que foram muito além dos
pré-requisitos que prevaleciam
na ocasião para o licenciamento
de outras instalações industriais. A abrangência e a profundidade dos estudos ambientais
preparados em apoio ao
licenciamento de Angra 1 constituíram-se, portanto, em fato
inédito no país. Muito embora
estes estudos não tenham seguido o mesmo formalismo, o
seu conteúdo e extensão não só
atenderia plenamente os atuais
requisitos estabelecidos para a
confecção do Relatório de Impacto do Meio Ambiente
(RIMA) como ainda apresen-
Diagrama esquemático da
Usina Nuclear
A visita técnica é uma forma
de ampliar os horizontes do aluno, propiciando a ele vivenciar
experiências e situações novas,
que muitas vezes jamais poderiam ter acontecido dentro de uma
sala de aula comum. No dia 12 de
abril deste ano, o professor Alexandre E. S. Visconti levou um
grupo de alunos da FAENQUIL
para conhecer a Usina Nuclear
de Angra dos Reis.
O começo da visita foi no
Centro de Informações onde
foram apresentados diversos
dados relativos à geração de
energia nuclear no Brasil e no
Mundo. A energia nuclear participa com 2,9% na matriz
energética nacional com uma
produção de 1966MW produzidos. Um dos motivos para a escolha de Angra como sede para
a construção das usinas foi a
proximidade dos grandes centros consumidores. O Brasil
possui a sexta maior reserva de
urânio do mundo, os elementos
combustíveis, são produzidos
em Resende – RJ. As usinas
nucleares brasileiras operam
com o reator do tipo PWR
(Pressurized Water Reactor)
sendo o mais usado mundialmente. Este tipo de reator é reconhecido universalmente como o
mais seguro. O projeto, construção e a operação das usinas de
Angra obedecem aos mais elevados padrões de segurança,
nacionais e internacionais. Os
técnicos da usina são treinados
em um simulador nas mais diversas condições de operação.
tam outras informações além das
exigidas.
Os estudos em questão abordaram os mais diversos aspectos, entre os quais ressaltamos:
demografia e características sócio-econômicas da região, topografia, geologia, sismologia e
hidrologia, meteorologia e caminho crítico da cadeia alimentar.
Estes estudos, iniciados na fase
pré-operacional, tiveram seqüência com os programas de
monitoração radiológica e
ambiental durante a fase de operação, abrangendo medidas nas
áreas marinha e em volta da
Usina. Estes estudos serviram
de base também para o
licenciamento ambiental de Angra 2, sendo complementados
com informações adicionais solicitadas pelo IBAMA e consolidadas no EIA/ RIMA.
Os dados e as análises dos
resultados são periodicamente
consolidados em relatórios específicos, os quais são encaminhados aos órgãos licenciadores
e fiscalizadores (CNEN, IBAMA
e FEEMA), não se tendo registrado, até o presente, impacto
mensurável sobre o meio ambiente da região circunvizinha à
usina.
As únicas variações observadas foram a diminuição da
diversidade das algas pardas e o
aumento na população de
moluscos no ponto de coleta
mais próximo da descarga de
efluentes líquidos da usina
(aproximadamente 200 m) e são
devidas ao incremento térmico
causado por estes afluentes. É
importante observar ainda que
uma usina nuclear é a que causa
menos impacto ambiental pois,
no caso das hidroelétricas é
necessário alagar milhares de
hectares de terras férteis e desalojar as populações ribeirinhas
para a construção dos reservatórios; e, no caso das usinas
térmicas convencionais,ocorre
a liberação de gás carbônico,
gás sulfúrico e outros poluentes
que causam o efeito estufa e a
chuva ácida.
Página 11
ENTREVISTA
Professora Cristina Bormio Nunes
A professora Cristina
Bormio Nunes graduou-se em
física pela UNICAMP. Em seguida fez mestrado e doutorado
na mesma instituição. Destacase em seus trabalhos a grande
quantidade de participações em
congressos no exterior. Conhe-
ça então um pouco da história
dela, que em vários momentos
se mistura com a história da própria instituição.
A senhora graduou-se em física em 1983 na UNICAMP. Quando surgiu seu interesse pela pesquisa acadêmica?
Normalmente os alunos do curso de física são conduzidos para a
área acadêmica. Poucos colegas meus
foram atuar na indústria, a maioria
seguiu para a área de pesquisa ou
docência em colégios e faculdades.
Durante minha graduação já fazia
iniciação científica com o Professor
Dr. Daltro Garcia Pinatti desde 1981.
O meu ingresso na área de pesquisa
acadêmica foi então uma seqüência
da iniciação sendo ele posteriormente, meu orientador no mestrado
e doutorado.
O que motivou esta mudança
de área em seu segundo Pós-Doutorado?
Primeiramente era preciso
compatibilizar a minha ida com a do
meu esposo o Prof. Carlos A. Nunes.
Ele tinha um contato com o Prof.
Peter Rogl em Viena na Universidade de Viena, com quem tinha interesse em trabalhar. Em Viena eu
conhecia a Profa Reiko Sato Turtelli
que foi professora no Instituto de
Física da UNICAMP na época que
eu fazia mestrado e atualmente trabalha na Universidade Técnica de
Viena junto com seu esposo Prof.
Roland Groessinger. Na verdade eu
encontrei a Reiko e o Roland em
uma conferencia internacional que
ocorreu em Recife no ano de 2000 e
ela me convidou para trabalhar com
eles. Eles trabalham na área de magnetismo. Havia possibilidade de trabalhar
também
com
Supercondutividade com alguns
colegas do Roland. Porém, os trabalhos em Supercondutividade são
em Ciência básica e eu prefiro a área
aplicada. Assim, fui trabalhar com
materiais magnéticos, ligas de Ferro, que apresentam altos valores de
magnetostricção e tem aplicação
prioritariamente em sensores e
atuadores.
bre Supercondutividade e também
uma outra chamada Propriedades
Elétricas e Magnéticas. Já fui coordenadora do Programa de Pós Graduação em Engenharia de Materiais
por dois mandatos e também fui
presidente da Comissão de Pós
Graduação – COPG da
FAENQUIL.
O que motivou sua vinda para
esta instituição em Lorena? Em
que ano isto ocorreu?
Naquela época em 1983, o complexo Faenquil era denominado FTI
onde era desenvolvido o projeto
Pró-Álcool e havia o projeto Nióbio
desenvolvido pelo grupo do Professor Pinatti. Então basicamente
foi ele quem me trouxe para Lorena
para ajudar na implantação da pósgraduação em e Engenharia de Materiais e desenvolver o material
supercondutor, tema da minha tese
de doutorado que estava em andamento. A proposta era produzir a
liga supercondutora, deforma-la e
fabricar fios.
Qual o foi proposta inovadora
do ponto de vista científico que
desenvolvimento pela senhora
durante o doutorado?
No meu trabalho de doutorado,
o objetivo era o desenvolvimento de
um trabalho completamente experimental. Mas eu não consegui
trefilar os fios. Na época a então
FTI comprou parte do equipamento necessário, mas não foi possível.
Então tentei trefilar o material na
antiga empresa Furukawa aqui em
Lorena e não consegui. No meio do
meu doutorado, o professor Pinatti
me enviou para a Alemanha, pois
sempre tive interesse por física teórica. Trabalhei com o professor
Ernest Helmut Brandt e desenvolvi
um modelo para Simulação de Aprisionamento de Vórtices em
Supercondutores.
O ensino no DEMAR começou primeiramente com o programa de Pós-Graduação. Qual o foi
à participação da senhora na
implementação deste programa?
Quando cheguei em Lorena, eu
não havia concluído meu doutorado
ainda, cheguei em 1988 e conclui
meu doutorado em janeiro de 1993.
Eu ajudei principalmente na elaboração das ementas das disciplinas.
Somente após a defesa da minha
tese de doutorado é que entrei para
o programa de Pós Graduação, orientando uma aluna. Na verdade acho
que fui a primeira pessoa a pedir
bolsa FAPESP para um aluno de
Pós Graduação neste programa. No
regimento anterior havia uma disciplina obrigatória chamada Métodos Matemáticos para Engenharia
que eu ministrei esta disciplina
muitas vezes. Também ministrei
algumas disciplinas específicas so-
Como docente qual maior dificuldade que a senhora observa
durante o ensino da física? Quais
são as medidas usadas para contornar estas dificuldades?
Parece-me que no ensino médio
a Físca, assim como a Matemática
que é um ferramenta importante
para a Física, muitas vezes não é
ministrada adequadamente e os alunos criam uma certa aversão a elas.
Eu tento desmistificar, mostrando
que é uma matéria como outra qualquer. A física envolve a questão da
conceituação e do raciocínio elaborado. É necessário que o aluno aprenda a raciocinar e não apenas decorar
os conceitos. Atualmente este problema vem sendo tratado por algumas escolas, principalmente da rede
de ensino particular, onde o conteúdo é dado dentro do contexto da vida
cotidiana e a interdisciplinaridade
amplia os horizontes do aluno.
Qual a sua maior motivação
para participar de congressos e
publicar seus trabalhos principalmente no exterior?
No Brasil o único congresso
que geralmente participo é o Congresso da Física da Matéria
Condensada, onde a maioria dos
meus colegas de outras instituições
atua. O congresso no exterior é muito
interessante para você ver o que as
a comunidade científica de sua área
está fazendo ao redor do mundo.
Nestes congressos pode-se ver o
que está sendo desenvolvido em
primeira mão, muitas vezes o que
está sendo mostrado ainda nem foi
publicado. O congresso internacional também é muito importante para
a contatos e colaborações. Por exemplos, eu conheço um pesquisador
do estado norte-americano de Ohio
que eu conheci num congresso. Em
uma época ele estava precisando de
tubos de nióbio e eu possuía este
Professora Cristina
material e lhe enviei. Eles me ofereceram em troca a possibilidade de
realização de medidas em equipamentos que não temos aqui. Além
disto abre a possibilidade de envio
de alunos para realização de doutorados e pós-doutorados nestes laboratórios, melhorando a
capacitação dos pesquisadores brasileiros.
A senhora mantém algum tipo
de cooperação com instituições
nacionais?
Eu tenho com a UNICAMP,
dentro da Faculdade de Engenharia
Mecânica e Materiais a colaboração
do Professor Rubens Caram. No
Instituto de Física da UNICAMP
tenho a colaboração de dois professores na parte de medidas de
magnetização, Sergio Gama e
Adelino Coelho. No Rio de Janeiro
na UFRJ também mantenho cooperação com o Professor Luis
Ghivelder e meu aluno Marcelo
Tirelli já realizou medidas magnéticas no Instituto de Física da USP no
laboratório do Prof. Nei de Oliveira.
Quais são as características que
a senhora busca em um aluno de
iniciação científica?
A primeira coisa que procuro é
a iniciativa e comprometimento com
o compromisso assumido. O aluno
deve ter bom relacionamento com
as pessoas, pois o trabalho experimental envolve o relacionamento
com técnicos e outros colegas. Acho
que os melhores alunos também
devem ser privilegiados, porém este
não é o requisito decisivo na escolha
de um aluno.
Quais são os alunos (as) que a
senhora orienta atualmente?
Atualmente tenho sob minha
orientação em nível de doutorado o
aluno Marcelo Alexandre Tirelli, no
mestrado oriento o aluno Cláudio
Teodoro dos Santos e possuo dois
alunos de iniciação científica que
são o Alex Belarmino Reis e Lucas
Campos Teixeira.
Diego Ramos EM-2002
Página 12
MERCADO DE TRABALHO
Flexibilidade é a chave para abrir
as portas do mercado de trabalho
Flexibilidade, formação
diversificada e qualificação. Essas são as palavras de ordem
para o engenheiro químico que
pretende se inserir no mercado
de trabalho atual.
Esta é a opinião de Ivancy
Moreira Miguel, graduado em
Engenharia Química pela
Faenquil em 1989, mestre em
Engenharia de Materiais pelo
DEMAR. Professor da Faculdade de Pindamonhangaba há
quatro anos e, atualmente, doutorando pela UNESP em Engenharia Mecânica e doutorando
em Educação pela USP, na área de
avaliação em Instituições de Ensino Superior, Ivancy acredita que
o novo engenheiro químico deve
ter condições para atuar em diferentes segmentos profissionais.
“As profissões tradicionais estão sucumbindo. O mercado de
trabalho está muito mais competitivo e requer diversificação de
conhecimentos”, afirma ele.
Para o professor, um caminho
bastante promissor é a carreira
acadêmica. Segundo ele, com as
novas exigências do mercado, as
A Fapi
emprega
atualmente
6 ex-alunos
da faequil
universidades necessitam cada
vez mais de professores altamente especializados. “A especialização por meio de cursos de
mestrado e doutorado é importante, mas o profissional deve
ter cuidado para não se limitar
na área de concentração da linha de pesquisa desenvolvida
na pós-graduação”. Ivancy destaca que atualmente o que se
valoriza é a especialização aliada à flexibilidade e a uma visão
ampla das diversas áreas de conhecimento.
Esta flexibilidade diz respeito, principalmente, às constantes mudanças do mundo
globalizado e às solicitações
do mercado de trabalho. “O
que era imprescindível, muitas
vezes já não é mais. Por outro
lado, o que não era tão importante, hoje pode decidir uma
contratação ou a permanência
num ambiente de trabalho”, res-
Trabalho: meio de sobrevivência ou meio de evolução?
Você já deve ter sido abordado
com perguntas do tipo: “O que você
faz para sobreviver?”, “qual o seu
ganha-pão?” etc. Muitas vezes,
somos até questionados desde criança com essas mesmas perguntas,
dia após dia, feitas pelos nossos
pais, tios, avós. Vale notar que essas perguntas já trazem embutidas
uma idéia que provavelmente se
tornou uma crença íntima em nosso
interior: a crença de que o trabalho
é meramente um meio de sobrevivência, um fardo que precisamos
carregar para prolongar a nossa existência. Será mesmo?
Esta crença pode influenciar na
escolha da profissão de muitos jovens, que motivados apenas pelo
medo e insegurança, procuram uma
carreira baseada apenas em sua remuneração e ganhos materiais, distanciando-se cada vez mais das verdadeiras metas interiores do seu
Ser. Outras pessoas até estão em
carreiras que foram escolhidas em
um momento de lucidez de sua essência mais pura, porém acabaram
por mudar o foco de seu objetivo e
vêem um trabalho como um fardo.
Quão motivado você se sente numa
segunda-feira ou no primeiro dia de
trabalho após alguns dias de descanso? Já começa a semana ansioso
pela sexta-feira? Vale refletir como
você encara seu trabalho.
Por outro lado, temos a opção
de ter ou encarar o nosso trabalho
como um meio de evolução em todos os sentidos. Podemos aprender
a cada minuto com nosso trabalho,
como por exemplo: a relacionarmos
melhor com nossos colegas, a superar desafios com maneiras cada vez
mais criativas, a conscientizar as
pessoas de sua força interior, a agir
com mais tranqüilidade, a aprender
uma forma melhor de ajudar a huma-
nidade etc. Será que vale realmente
à pena viver grande parte da nossa
vida fazendo ou encarando nosso
trabalho como algo que não gostaríamos de estar fazendo? Algo que
não nos dá prazer, aprendizagem e
auto-desenvolvimento?
Antes de já ir mudando de trabalho, tentado a agir por impulso
emocional, é sensato descobrir quais
são as vantagens e desvantagens
que ele lhe proporciona e refletir
sobre o que pesa mais. Muitas vezes, o trabalho já oferece ótimas
oportunidades de evolução integral
e apenas não conseguimos enxergálo, pois olhamos apenas para seus
defeitos.
Se mesmo assim você não está
completamente satisfeito com seu
trabalho, ou não conseguiu
harmonizá-lo com suas metas e valores interiores, pode ser um momento
para refletir se deve continuar inves-
salta o professor.
Ele acredita que o profissional
que, ao fim do curso de graduação,
tenha essa visão mais ampla e
abrangente, encontrará maiores
oportunidades, inclusive no Vale
do Paraíba. “Além do mercado das
indústrias, essa região possui um
mercado aberto na área acadêmica e
na prestação de consultoria”. Para
ele, explorar este mercado cada vez
mais promissor deve ser seriamente
considerado pelos engenheiros
químicos em formação.
FAPI
A Faculdade de Pindamonhangaba oferece cursos
para graduação em Administração, Farmácia, Fisioterapia,
Odontologia, Pedagogia e Sistemas de Informação e vários
cursos de especialização e pósgraduação. A instituição conta
atualmente com 6 ex-alunos da
Faenquil em seu quadro de funcionários e representa mais uma
opção de atuação profissional
para o aluno que queira de permanecer no meio acadêmico.
Leandro J. de Paula EI-2005
tindo nele. Elaborar um plano de ação
com metas para a mudança é algo que
poderá ajudá-lo(a) muito. Muito mais
importante que o plano é saber quais
são seus valores interiores para
poder definir suas metas. E depois,
procurar algo que esteja realmente
congruente com seus pensamentos
e sentimentos. A certeza de estar
fazendo algo de acordo com seu Ser
Essencial e com aquilo que você
veio aprender e compartilhar é algo
que lhe proporcionará imensa satisfação e motivação.
Lembre-se que a resposta para
cada pergunta contida neste artigo
só poderá ser respondida por uma
pessoa: VOCÊ!
Texto de Saulo Fong
Adaptação de Gabriel
Monfredini Andrade ex-aluno
do curso de Engenharia
Materiais, atualmente trabalha
na Companhia Brasileira de
Alumínio

Documentos relacionados