RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS 2013

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RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS 2013
RELATÓRIO
VOTORANTIM METAIS
2013
RELATÓRIO
2013
SUMÁRIO
05 Como Ler Este Relatório
06 Mensagem da Administração
09 Nossos Principais Resultados em 2013
11 Contexto de Mercado
17 Nossa Atuação Empresarial
35 Identidade
40As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo
de Negócios – Votorantim Metais
66 Gestão de Riscos
68 Visão de Futuro e Tendências
71 Expediente
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RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
COMO LER
ESTE RELATÓRIO
Nosso Relatório Integrado 2013 aborda
aspectos financeiros e não financeiros de
nossa atuação.
Este Relatório está sendo distribuído aos
empregados da Votorantim Metais e a representantes
de públicos de nosso relacionamento, tais como
investidores, governos, analistas econômicos/de mercado,
líderes comunitários, entidades sociais e de classe, órgãos
reguladores, imprensa, entre outros.
Informações institucionais da Votorantim Industrial (VID), bem
como informações sobre estratégias de negócio, resultados
econômico-financeiros e iniciativas de responsabilidade socioambiental
e econômica da Votorantim Metais, são abordadas neste relato.
Aqui você encontra, entre outros conteúdos, informações sobre nossa
Identidade, nossa Governança, nossos Negócios e Resultados, Gestão de
Riscos, além de práticas voltadas para o Meio Ambiente e nossas relações com a
Comunidade e com os principais stakeholders, ou seja, nossos públicos de
relacionamento.
A versão digital deste Relatório está disponível em www.vmetais.com.br
Para trabalharmos a evolução constante da nossa gestão, queremos ouvir sua opinião.
Contribua conosco, respondendo à pesquisa sobre o nosso Relatório, no site:
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Ou entre em contato, pelo e-mail: [email protected]
Boa Leitura!
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SUPERAMOS O
CENÁRIO DESFAVORÁVEL
E REGISTRAMOS
CRESCIMENTO
NO EBITDA.
MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO
Mais uma vez, vivemos um ano desafiador nos setores
de mineração e metalurgia, com preços baixos
das commodities, instabilidades e excesso de oferta
de metais básicos. Mas com foco, determinação
e eficiência, superamos o cenário desfavorável,
alcançamos bons resultados e registramos crescimento
de 30% no EBITDA em metais e de 39% na mineração.
Esses números refletem todo o empenho que
empreendemos na busca de resultados compatíveis
com nossos objetivos, mesmo com as dificuldades
externas. Concentramos em 2013 nossa atenção
em medidas e readequações no nosso âmbito interno
de atuação.
Um dos desafios que mobilizaram todos os níveis da
Empresa, começando pela direção, foi a implantação e
disseminação do conceito de estabilidade operacional,
que traz uma mudança de cultura nas ações de
planejamento, manutenção e produção. As iniciativas
previstas no projeto estão em andamento em todas as
unidades operacionais e já vêm mostrando resultados
positivos no desempenho operacional da Votorantim
Metais, especialmente no alumínio primário e no zinco,
tanto no Brasil, como na Milpo, no Peru.
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Nos negócios, podemos destacar a evolução do projeto
de busca de aumento da competitividade e rentabilidade
do alumínio, com a revisão do portfólio e a reformulação
da abordagem comercial. A Metalex também se
destacou pela rentabilidade e sucesso em projetos
de expansão.
No zinco, a Unidade de Juiz de Fora (MG) conseguiu
atingir níveis de produção de polimetálicos acima
dos esperados e ainda comprovou sua aptidão para
absorver sucatas industriais. Além de pó de aciaria,
testamos com sucesso o processamento de pilhas.
No níquel, num cenário desfavorável, suspendemos
temporariamente a produção de matte de níquel
na Unidade de Fortaleza de Minas (MG), devido
a dificuldades de mercado enfrentadas no setor
desde 2008 e que vêm se agravando nos últimos
anos. O processo de suspensão foi conduzido com
total responsabilidade e, a fim de minimizar os
impactos, mantivemos nossos programas sociais
e as ações voltadas ao desenvolvimento da gestão
pública na região.
No Peru, Cajamarquilla e Milpo tiveram um ano muito bom.
Cajamarquilla, que comemora 10 anos sob a gestão da
Votorantim Metais, apresentou muita regularidade e atingiu
os níveis de produção esperados. A Milpo vem realizando
importantes melhorias na gestão, ganhando mais eficiência
e rentabilidade.
indicadores melhoraram significativamente, embora ainda
tenham sido maculados por três acidentes fatais envolvendo
terceiros: um em Juiz de Fora (MG) e dois na Milpo, no Peru.
Continuaremos atentos e investindo em treinamento
e conscientização, pois nada é mais importante para nós
do que a integridade de nossos empregados.
Também é digno de reconhecimento o desempenho
da USZinc, nos Estados Unidos, que soube aproveitar
oportunidades de mercado para expandir sua produção,
ganhou market share e conquistou prêmios.
Avançar nas questões de sustentabilidade é um eixo
que direciona nossa atuação. A sustentabilidade como
princípio de gestão está absolutamente presente na
estratégia da Votorantim e, para o setor de mineração,
é condição essencial. Já há alguns anos temos tratado
de questões-chave para o futuro da mineração, como
a redução do consumo de água e energia. Todas as nossas
unidades e equipes estão atentas, buscando oportunidades
nesse sentido.
Na área de Exploração Mineral, reforçando a nossa vocação
para mining house, projetos em andamento, como o de
Aripuanã, no Mato Grosso, e Alumina Rondon, no Pará, têm
apresentado alto potencial de desenvolvimento. O projeto
Alumina Rondon, em especial, está em processo de
licenciamento ambiental e avaliação de possíveis investidores. O
empreendimento vem sendo reconhecido de forma positiva pela
comunidade local, governo, entidades e órgãos reguladores,
enquanto são endereçadas questões logísticas na região.
Junto com nossos avanços em processos, operações
e resultados de negócio, um dos grandes destaques de
2013 foram os progressos na área de Segurança. Nossos
A competência e a criatividade de nossas equipes no campo
da Tecnologia mostraram que sustentabilidade e inovação
podem trazer muitos benefícios aos nossos negócios,
além de contribuir para solucionar ou minimizar questões
ambientais, redirecionar investimentos, reduzir custos
e aumentar a competitividade. Um dos destaques é o
projeto de instalação de filtros prensa na Barragem de
Palmital, localizada na fábrica da CBA em Alumínio,
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Mensagem da Administração
que irá aumentar a vida útil da atual barragem e evitar
o investimento de R$ 300 milhões na construção de uma
nova barragem.
Cientes de que energia, que hoje representa o maior peso
no custo da mineração, será também um gargalo no futuro,
estudamos o uso de energias alternativas, buscando diversificar
o uso e utilizar fontes renováveis, que emitam menos gases de
efeito estufa e que tenham menor custo. Temos duas iniciativas
avançadas: na Unidade de Três Marias (MG), o projeto visa
substituir as atuais caldeiras a óleo por biomassa de resíduos
florestais e de cana energia (planta parecida com a cana-deaçúcar); e na Unidade de Niquelândia (GO), a proposta é usar
a biomassa para alimentar parcialmente as caldeiras que hoje
geram vapor usando coque de petróleo.
recuperação: a economia americana começa a dar sinais
de maior aceleração; e a China, com foco mais interno,
reduziu o ritmo, mas continua em patamares de
crescimento expressivos.
A boa notícia é que, dentro desse contexto, estamos mais
bem preparados e evoluindo em gestão e estabilidade
operacional. Para nós, em 2014 será o momento de avançar
ainda mais em desempenho, fundamental para se ter êxito em
qualquer cenário externo. É daí que continuarão vindo nossos
bons resultados. Manteremos o foco, também, em novas
abordagens comerciais e na busca de soluções tecnológicas
inovadoras e ousadas, para questões que desafiam a indústria
de mineração e metalurgia. As pessoas, em nossas equipes,
certamente serão determinantes para as novas conquistas.
Todos esses resultados só foram possíveis a partir dos
investimentos em desenvolvimento e valorização dos nossos
empregados, que são estimulados a superar os desafios diários,
realizando suas atividades em consonância com as nossas
crenças de gestão: aliança, excelência, diálogo aberto,
pragmatismo, cultivo de talentos, senso de dono e meritocracia.
Em 2013, avançamos em vários aspectos da governança
de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) e
Comunicação. Foi dado início ao processo de redesenho
organizacional da Empresa, de modo a ser mais aderente
à estratégia do Negócio; foi criada a Política de Home Office
e o Comitê de Diversidade, que estabeleceu como prioridade
a curto prazo a contratação e a inclusão de pessoas com
deficiência e mulheres. Na área de Desenvolvimento de Pessoas,
criou-se o Programa de Formação de Supervisores e 85% dos
empregados tiveram o seu Plano de Desenvolvimento Individual
elaborado. Outros destaques de 2013 foram a definição de
indicadores de desempenho de DHO, com acompanhamento
mensal; e a criação de Plano Diretor de Relações Trabalhistas
para a Fábrica de Alumínio. Além disso, foi trabalhada a gestão
da reputação da empresa, por meio de relacionamento com
a imprensa e stakeholders externos e gestão de crises.
O ano de 2014 será também desafiador em termos de preços,
devido aos descompassos do cenário externo, em especial
pela retomada lenta da Zona do Euro, Alemanha e França. No
geral, o mercado mundial apresenta um contexto de
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Tito Martins
Diretor-presidente da Votorantim Metais
NOSSOS PRINCIPAIS RESULTADOS EM 2013
• REGISTRAMOS UM AUMENTO DE 30% NO EBITDA EM METAIS E DE 39% NA MINERAÇÃO.
• AS MELHORIAS IMPLANTADAS EM TODAS AS UNIDADES DE OPERAÇÃO PARA A ESTABILIDADE OPERACIONAL E A EVOLUÇÃO
DO MODELO COMERCIAL CONTRIBUÍRAM DECISIVAMENTE PARA A MELHORIA DE DESEMPENHO E DE RESULTADOS NO ANO.
• A VOTORANTIM METAIS FOI ELEITA A “EMPRESA MAIS SUSTENTÁVEL NO SETOR DE MINERAÇÃO”, PELO GUIA EXAME
DE SUSTENTABILIDADE 2013. ESSA CONQUISTA REPRESENTA O ALCANCE, SETE ANOS ANTES DO PREVISTO, DE NOSSA
META DE SER REFERÊNCIA EM SUSTENTABILIDADE NA MINERAÇÃO ATÉ 2020.
• A NOVA ABORDAGEM COMERCIAL DO ALUMÍNIO COMPROVOU SER UM CAMINHO ACERTADO PARA A OBTENÇÃO
DE SOLUÇÕES E MELHORES RESULTADOS, COM FOCO EM SEGMENTOS PRIORITÁRIOS, E PARA A SATISFAÇÃO DO CLIENTE.
EM 2013, OS GANHOS ATINGIRAM R$ 200 MILHÕES.
• NOSSA ÁREA DE TECNOLOGIA, EM CONJUNTO COM OS NEGÓCIOS, ESTÁ PRODUZINDO SOLUÇÕES CRIATIVAS E INOVADORAS
PARA QUESTÕES AMBIENTAIS E OPERACIONAIS, SENDO PROTAGONISTA EM REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS, RACIONALIZAÇÃO
DO USO DA ÁGUA E DESENVOLVIMENTO DE ENERGIAS ALTERNATIVAS.
• AVANÇOS NA GOVERNANÇA DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E ORGANIZACIONAL (DHO) E COMUNICAÇÃO,
REFORÇANDO AS CRENÇAS DE GESTÃO CORPORATIVAS E A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS, BEM COMO
FORTALECENDO AS RELAÇÕES COM OS PÚBLICOS EXTERNOS E A MELHORIA DA REPUTAÇÃO DA EMPRESA.
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EM 2013, O MERCADO
DE MINERAÇÃO E METAIS
BÁSICOS ENFRENTOU MAIS
UM ANO DE DIFICULDADE
EM TODO O MUNDO.
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
CONTEXTO DE MERCADO
NO MUNDO
No âmbito mundial, o cenário econômico tem apresentado
sinais de robustecimento. O fortalecimento da economia
dos EUA foi o principal vetor de aceleração do crescimento
econômico no final de 2013. Houve melhora dos indicadores
macroeconômicos do país, com o crescimento industrial
de 3,7%, menor taxa de desemprego desde a crise de 2008,
recuperação do setor imobiliário e crescimento do PIB de
1,9%. As mudanças nas perspectivas de política monetária
e a incerteza quanto à retirada dos estímulos monetários
causaram instabilidade cambial e impactaram a avaliação
do prêmio de risco associado às economias emergentes.
Na China, o ritmo de expansão econômica continua se
reduzindo e, ainda que sem expectativa de desaceleração
abrupta, mantém pressão sobre o preço das commodities.
No lado estrutural, a China apresentou reformas com
potencial para melhorar a produtividade e reequilibrar
a economia, dando mais peso ao consumo doméstico,
o que ajudou a impedir um “pouso forçado” e a alcançar
o robusto índice de 7,7% de crescimento.
A Zona do Euro continuou apresentando lenta recuperação –
puxada principalmente pelas economias da França e da
Alemanha (esta última teve um crescimento de 0,4% em
2013) – e risco de deflação. No entanto, mesmo em contração
(-0,4%), a demanda doméstica começou a se estabilizar:
a confiança e as condições financeiras melhoraram com
a diminuição dos riscos de ruptura e o início da redução
do aperto fiscal em alguns países da região.
Segundo o Banco Mundial, o crescimento global, em 2013,
foi de 2,4%; o bloco de países emergentes, especificamente,
cresceu 4,8%. Destaque para a Indonésia, que apresentou
um crescimento de 5,8% do PIB.
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CONTEXTO DE MERCADO
NO BRASIL
No Brasil, a volatilidade foi uma das principais características
da economia em 2013. Com isso, a indústria e mesmo o varejo
apresentaram oscilações muito fortes. O PIB cresceu 2,3%,
muito aquém da projeção de 3,5% feita pelo FMI no início do
ano. O câmbio mais desvalorizado e as medidas de redução de
custos (energia elétrica e desoneração da folha de pagamentos)
ajudaram para que houvesse essa tímida melhora em relação
a 2012, quando o PIB registrara evolução de 1,0%. No entanto,
os problemas estruturais internos, como os gargalos de
infraestrutura, inflação superior à média dos países emergentes,
déficit de transações correntes superior a 3,5% do PIB e queda
no índice de confiança industrial e na credibilidade da política
fiscal inibiram os investimentos e impediram um crescimento
mais vigoroso no ano.
O governo vem se esforçando para recuperar a confiança.
Realizou com algum sucesso leilões de concessões de
projetos de infraestrutura; o Banco Central tem atuado
para conter a deterioração das expectativas de inflação;
e um contingenciamento de gastos foi anunciado para
garantir superávit primário. Mesmo que o governo seja
bem-sucedido em reverter a perda de confiança, é pouco
provável que se observe em 2014 mudança expressiva
do quadro atual de baixo crescimento, inflação resistente
e volatilidade financeira.
Por outro lado, a taxa de desemprego, apurada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 5,4% em
2013, a menor média anual desde o início da série histórica
da medição dessa taxa, em 2003. Esse patamar é explicado,
também, pela desaceleração do crescimento da PEA (População
Economicamente Ativa) e pelo fato de mais pessoas terem
desistido de procurar emprego.
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RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
As vendas no varejo cresceram 4,3% em 2013, e o setor de
construção 1,9%. Outros importantes índices de crescimento:
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Agropecuária = 7%
Investimentos = 6,3%
Consumo das famílias = 2,3%
Serviços = 2%
Consumo do governo = 1,9%
Indústria = 1,3%
No câmbio, a desvalorização em torno de 15% contribuiu
positivamente para as empresas exportadoras e para
as empresas de setores que têm negócios em ambiente
externo, como siderurgia, mineração e metais, celulose, etc.
As possibilidades de obras de infraestrutura, como modernização
de aeroportos e terminais aéreos, concessão de exploração de
rodovias e ferrovias, remodelação de portos e outros, continuam
trazendo boas perspectivas ao mercado.
Em novembro de 2013, a fim de combater a possibilidade
do retorno de um eventual processo inflacionário impactante,
o Governo voltou a adotar o instrumento de aumento da taxa
básica de juros, influenciando diretamente o funcionamento
da economia e as estratégias e iniciativas do setor privado.
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NOS NOSSOS SETORES DE ATUAÇÃO
Em 2013, o mercado de mineração e metais básicos enfrentou
mais um ano de dificuldade em todo o mundo, com preços
das commodities em queda, como nos anos anteriores, mas
com relativa “estabilidade” em comparação com 2012. Para
as empresas brasileiras, a situação não foi tão grave porque
o dólar valorizado elevou os preços em reais.
O níquel apresentou o maior impacto estrutural, ainda
reflexo do lançamento do pig iron chinês (é um ferro-níquel
de baixa qualidade, desenvolvido pela China como uma
alternativa mais barata ao níquel puro para a produção de
aço inoxidável; o processo de produção de ferro-gusa de níquel
utiliza minérios de níquel laterítico em vez de níquel puro vendido
no mercado mundial; a alternativa foi desenvolvida como uma
resposta à alta do preço do níquel puro), que afetou fortemente
a oferta e o preço do metal, cuja queda chegou a 21% em
2013. O preço começou 2013 num patamar de US$ 17 mil
a tonelada, variando entre US$ 13 mil a US$ 15 mil durante
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o ano. Essa situação tem levado ao fechamento de várias
unidades de níquel eletrolítico, no mundo, em razão da
baixa rentabilidade.
A expectativa de recuperação de preço em 2014 está ligada
à lei do governo da Indonésia que proíbe a exportação do níquel
bruto, com o objetivo de promover a industrialização do país
e agregar valor ao minério após seu refino. A Indonésia é o maior
produtor mundial e vendia praticamente toda sua produção
à vizinha China, que fazia o processamento valendo-se de menores
custos logísticos e da energia subsidiada.
Esse contexto de mercado foi determinante para a suspensão
temporária de produção de matte de níquel da Unidade
de Fortaleza de Minas, localizada no sudeste de Minas Gerais,
como forma de minimizar os impactos no resultado do níquel.
Por outro lado, os projetos que transformam resíduos em
produtos e, portanto, criam uma nova fonte de receita têm
sido fundamentais para o resultado do negócio.
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
Também a China está por trás das perdas do alumínio (- 15%)
e cobre (- 10%). Em razão da falta de competitividade econômica
e de um processo ambientalmente defasado, o Brasil – que hoje
produz 1,1 milhão de toneladas/ano de alumínio – registrou
retração na produção de alumínio primário (cerca de 9% em
relação a 2012) e dá sinais de que, em alguns anos, o País poderá
estar fora da produção do alumínio primário, devendo tornar-se
um importador do metal da China, Oriente Médio e Rússia, que
dispõem de energia mais barata.
Para tentar retardar a concretização desse cenário, o que
interessa a fabricantes nacionais, clientes e governo, busca-se
evitar, por meio de regulamentação, que produtores locais que
têm sócios internacionais destinem sua produção ao exterior.
Apesar da retração da produção do alumínio primário no Brasil
de 9% e da queda de 11% nas importações, o atendimento
ao mercado doméstico não foi prejudicado. A queda foi
compensada pela redução de 23% das exportações.
No aspecto preço, o mercado de alumínio primário passa
por uma situação incomum. A perda de preço chegou
a 15% em 2013. O preço LME (London Metal Exchange,
ou Bolsa de Metais de Londres, que abrange as cotações
de metais não ferrosos) oscilou em US$ 1.600 a tonelada,
mas o prêmio de referência nunca esteve tão alto, algo
em torno de US$ 2.000, fazendo com que o metal fique
travado em garantia no mercado futuro, e reduzindo sua
disponibilidade presente.
O aumento de 10,4% da demanda no segmento de
construção civil superou o esperado para o ano, com o
encerramento das grandes obras iniciadas em 2010 e com
incremento de 4% nas vendas no varejo – o maior
crescimento em materiais de acabamento.
O segmento de transportes também registrou avanço
significativo, de 11,5%, ainda reflexo da redução do IPI dos
automóveis. A demanda 4,8% maior no segmento de
embalagens foi uma boa surpresa. A evolução em bens de
consumo foi de 3,3%, com destaque, no segundo semestre,
em chapas e extrudados.
No mercado do zinco, os preços têm se mantido baixos, e
não apenas com o metal principal, mas também com
produtos secundários, como prata, chumbo, cobre e ácido
sulfúrico. O desaquecimento da China tem feito sobrar ácido
sulfúrico na Coreia e no Japão. O impacto é representativo, já
que o zinco conta também com o resultado financeiro desses
produtos secundários. Os indícios de recuperação observados
no início de 2013 não persistiram, e mesmo o câmbio
favorável não foi suficiente para amenizar as perdas.
O setor de alumínio transformado, por sua vez, vive uma
situação bem mais favorável. No Brasil, o crescimento médio
foi de 6% em relação a 2012, atingindo uma demanda
de 1,5 milhão de toneladas de alumínio transformado. Sem
considerar o desempenho do segmento de fios e cabos, que
apresentou forte queda (16,3%) por sua dependência de grandes
obras de infraestrutura de governo, o crescimento foi de 9%.
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QUEREMOS NOS
CONSOLIDAR COMO UMA
EMPRESA MINERADORA
RENTÁVEL, COMPETITIVA
E PAUTADA POR PRÁTICAS
SUSTENTÁVEIS.
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
NOSSA ATUAÇÃO EMPRESARIAL
ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – VOTORANTIM INDUSTRIAL
A Votorantim Metais integra a Votorantim Industrial (VID), que tem
uma atuação multiplataforma, com um portfólio diversificado que
contempla diferentes tipos de produtos, serviços e oportunidades.
A Votorantim Industrial (VID) é uma organização de capital
fechado, 100% nacional. Compreende as atividades industriais da
Votorantim, um dos maiores conglomerados empresariais do País.
As Empresas Industriais da Votorantim Industrial estão
presentes em diversos setores da economia, como cimento,
mineração e metais, siderurgia, celulose, geração de energia
e suco de laranja. Apesar dessa diversidade, todas elas têm
objetivos comuns, como o foco no controle dos custos,
a estabilidade das operações e a excelência no atendimento
aos clientes.
As suas operações industriais concentram-se em setores
de base da economia, que demandam capital intensivo,
alta escala de produção e eficiência operacional. Para
alcançar a perenidade de atuação e resultados, a VID está
em constante expansão e aprimoramento, buscando sempre
obter resultados consistentes e agregar valor nas relações com
o mercado e com os públicos com os quais se relaciona
(stakeholders).
A visão de longo prazo da VID é materializada no processo
de planejamento estratégico, que centra esforços nos
seguintes pontos:
• Conhecimento e presença nos mercados relevantes para
nossos negócios.
• Criação de valor ao longo da cadeia produtiva.
• Ênfase na competitividade com foco na gestão de custos.
• Atendimento às questões socioambientais e de sustentabilidade.
• Novas oportunidades.
Dessa forma, o eixo central da VID é:
CRESCIMENTO A LONGO PRAZO, COM RESPONSABILIDADE.
VOTORANTIM METAIS
PRODUTOS /
SERVIÇOS
Alumínio, Zinco,
Níquel, Cobre,
Prata, Carvão
Metalúrgico,
Cobalto, Cádmio,
Sulfato de Sódio
Anidro, Sulfato
de Cobre, Óxido
de Zinco, Ácido
Sulfúrico, Pó
Calcário Agrícola
e Concentrados
Minerais.
ASPIRAÇÃO
FOCO DE MERCADO
- Zinco: Estar entre os principais
produtores integrados de menor
custo e com presença global.
• Consolidar a estabilidade operacional,
com reflexos na produtividade e em
melhores processos.
- Níquel: Aumentar a competitividade
dos ativos e ampliar a base de reservas
minerais.
• Trabalhar na evolução do modelo
comercial,a fim de aprimorar
o relacionamento com os clientes.
- Alumínio: Ser líder no mercado
de alumínio primário, downstream
e reciclagem no Brasil.
• Reforçar o processo de produção
integrado.
- Mineração: Avaliar oportunidades
e desenvolver ou aumentar exploração.
GEOGRAFIA DE OPERAÇÃO /
ATUAÇÃO COMERCIAL
• Operação e atuação
no Brasil.
• No exterior: operação
no Peru, Colômbia, EUA
e China, com atuação
global.
• Assegurar eficiência na oferta de
produtos de qualidade a preços
competitivos.
• Avançar e viabilizar novas explorações,
de novos produtos.
• Fomentar inovação e tecnologia.
• Fortalecer operações no Peru.
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Nossa Atuação empresarial
COMO ATUAMOS NA VOTORANTIM METAIS
A Votorantim Metais é a empresa do segmento de metais
e mineração da Votorantim. Com 739 mil toneladas anuais,
somos um dos cinco maiores produtores mundiais de zinco,
temos a liderança em óxido de zinco e a vice-liderança em
pó de zinco. Em alumínio primário, somos o líder no mercado
brasileiro, respondendo por 475 mil toneladas (cerca de 30%).
Também temos a liderança latino-americana no níquel eletrolítico,
sendo que nossa capacidade total é de 44 mil toneladas anuais,
somando-se o níquel eletrolítico e o matte de níquel.
Esses números nos colocam como a segunda maior empresa
brasileira de metais não ferrosos do País. Nosso objetivo, porém,
não é ser simplesmente a maior. Queremos, cada vez mais, nos
consolidar como uma empresa mineradora rentável, competitiva
e pautada por práticas sustentáveis.
Para isso, nos apoiamos na credibilidade da Votorantim
e na experiência de 58 anos que temos no setor de mineração.
A Votorantim Metais, em sua configuração de negócios atual,
surgiu em 1996, a partir de uma reorganização do modelo
de gestão da Votorantim. A Votorantim Metais possui dois
Negócios principais: Polimetálicos (com ênfase na produção
de Zinco e Níquel) e Alumínio.
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Com um processo de produção totalmente integrado,
nossa estratégia de negócio passa pelos seguintes pontos:
• Assegurar a competitividade de todas as nossas operações,
por meio da consolidação da estabilidade operacional
e da qualidade dos produtos e serviços, entre outros
pontos estratégicos.
• Atuar de maneira segura e socioambientalmente
responsável nos países onde operamos.
• Buscar, constantemente, novos desenvolvimentos
tecnológicos.
• Identificar e atuar em novas oportunidades
de exploração mineral.
• Construir alianças que gerem valor mútuo,
considerando aspectos sociais e ambientais, entre
empregados, parceiros e clientes.
• Assegurar equipes de alto desempenho, atuando
em ambiente de trabalho saudável e desafiador.
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
Um dos mais importantes pilares de sustentação são nossos
empregados, mais de 12 mil pessoas. No Brasil, operamos
quatro unidades industriais e sete unidades de mineração
e beneficiamento. No exterior, possuímos unidades industriais
no Peru (Cajamarquilla), nos Estados Unidos e na China (USZinc);
unidades de mineração de zinco no Peru (Milpo); exploração
de carvão metalúrgico na Colômbia; escritórios comerciais
nos Estados Unidos, na China e na Áustria; e escritórios de
exploração mineral na Argentina, Canadá, Peru, Colômbia
e África do Sul.
da Votorantim Energia) 75% da energia elétrica consumida
em nossas unidades produtivas e buscamos o desenvolvimento
de tecnologias próprias e a gestão ambiental responsável.
São profissionais altamente capacitados, dedicados e focados
em resultados, que constituem nosso maior capital. Por isso,
exigimos o cumprimento de rigorosas regras de segurança,
saúde e meio ambiente. Também investimos continuamente no
desenvolvimento pessoal e profissional de nossos empregados.
No Brasil, dentre os projetos em andamento, um dos mais
avançados é o de Aripuanã. Esse projeto é uma joint venture
entre a Votorantim Metais e a Karmin Inc. e situa-se no município
de Aripuanã (MT), a 900 km de Cuiabá. O projeto está em fase
de estudo de pré-viabilidade, contemplando a produção anual de 55 mil toneladas de zinco, 20 mil toneladas de chumbo e
4 mil toneladas de cobre e mais ouro e prata como subprodutos.
Operamos a plena capacidade e temos um processo
de produção totalmente integrado, garantindo a oferta de
produtos de qualidade, a preços competitivos. Nos últimos
dois anos, estamos empenhados em melhorar ainda mais
nosso desempenho industrial, por meio do uso do conceito
de estabilidade operacional, com maior eficiência, e buscamos
cada vez mais integrar os conceitos de sustentabilidade
em nossos negócios. Atualmente, geramos (por meio
Não nos descuidamos também de garantir o futuro de nossa
Empresa. Por isso, procuramos expandir a vida útil das minas
atuais e mantemos um conjunto de projetos que visam
identificar novos recursos minerais. Nosso escritório na África
do Sul, por exemplo, trabalha constantemente na prospecção
de oportunidades.
Contribuir para o desenvolvimento social e econômico das
comunidades onde atuamos é uma de nossas prioridades.
Em parceria com o Instituto Votorantim, nossos projetos de
responsabilidade social geram valor às comunidades. Em 2013,
quase 30 mil pessoas foram beneficiadas por 50 projetos sociais
nas áreas de educação, trabalho, cultura e esporte.
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Níquel
Em níquel, houve aquecimento da demanda, principalmente
na indústria de aço inoxidável na China, mas que não foi suficiente
para sustentar os preços. Cerca de 72% do níquel produzido no
ano foram exportados, sendo que os destinos foram países da
América do Norte, Europa e Ásia. As incertezas macroeconômicas,
em conjunto com o contínuo aumento da oferta de Nickel Pig
Iron (produto substituto com custo mais baixo), continuaram a
pressionar negativamente o preço do metal, que caiu 13% na
LME. Nossa decisão de suspender temporariamente as atividades
de Fortaleza de Minas trará impacto ao volume de produção em
2014. No ano, nosso volume de vendas registrou crescimento
de 3%, encerrando 2013 com 34,8 mil toneladas vendidas.
Alumínio
No alumínio, houve superávit na produção mundial, uma vez que
a recuperação da demanda não se concretizou. Adicionalmente,
os estoques permaneceram altos, o que resultou na queda de 9%
do preço na LME. No Brasil, a produção do alumínio primário
apresentou queda de 9%. O maior desafio enfrentado por essa
indústria tem sido o elevado custo de energia. Nesse aspecto,
temos uma vantagem competitiva, uma vez que geramos parte
substancial da energia consumida pelas operações nas usinas
hidrelétricas do Complexo Juquiá (SP), que estão conectadas
diretamente à nossa unidade fabril. Para melhorar a margem
de contribuição, direcionamos nossas vendas para o mercado
brasileiro, oferecendo produtos de maior valor agregado.
O volume de vendas para o mercado interno cresceu 13%,
enquanto as exportações caíram 71%.
Zinco
A produção mundial de zinco apresentou déficit e os estoques
caíram diante da demanda aquecida, principalmente na China
e nos Estados Unidos, amparada pelo setor automotivo.
Entretanto, as incertezas macroeconômicas prevaleceram sobre
os fundamentos e o preço na LME (Bolsa de Metais de Londres
– London Metal Exchange) terminou o ano em queda de 2%.
No Peru, operamos novamente próximo de nossa capacidade
máxima de produção, e as vendas, que são destinadas
principalmente à exportação, subiram 8%, para 335 mil toneladas.
Somadas as vendas de nossas operações no Peru, nos EUA e
no Brasil, as exportações de zinco totalizaram 462 mil toneladas.
No Brasil, nossa produção é destinada principalmente ao mercado
interno. As vendas subiram 9%, como consequência do melhor
desempenho das indústrias automobilísticas, de construção civil
e de linha branca, nossos principais clientes.
O ZINCO ESTÁ NO NOSSO
DIA A DIA
Além de ser bastante utilizado na construção civil,
o zinco também está presente em diversos produtos
industriais, no agronegócio e na saúde humana.
No segmento industrial, o zinco e seus subprodutos
são utilizados, por exemplo, em antenas, postes metálicos,
produtos de maquiagem, fivelas de bolsas, pneus,
peças fundidas, peças e tintas de eletrodomésticos,
peças automotivas, equipamentos elétricos, desodorantes,
conservantes de madeiras, soldas, galvanização de peças
de aço (para prevenir a corrosão), tintas, borrachas,
plásticos, telhas metálicas, painéis luminosos, telas
de cinescópios, lâmpadas fluorescentes, baterias, entre
outras aplicações.
Na agricultura, o uso do zinco (em fertilizantes, por
exemplo) contribui para a melhor produtividade no
campo. A falta desse mineral faz com que as plantas
sofram um tipo de estresse que afeta o crescimento
e as torna vulneráveis ao ataque de doenças.
Na saúde, o zinco é importante para a proteção contra
diarreia, pneumonia, malária e desnutrição. Contribui
para a prevenção de diabetes e para a formação de
colágeno e tem ação contra o envelhecimento. A falta
de zinco no organismo prejudica o acúmulo de massa
óssea, aumenta o risco de osteoporose e de lesões na
pele, prejudica a cicatrização e favorece a ocorrência
de acne e manchas brancas nas unhas.
Nossa Atuação empresarial
ONDE ESTAMOS PRESENTES
Nosso Escritório Central está situado em São Paulo. Nossas Unidades são:
Alumínio
•
•
•
•
•
Alumínio (SP) – metalurgia
Itamarati de Minas (MG) – mina e beneficiamento
Miraí (MG) – mina e beneficiamento
Poços de Caldas (MG) – mina e beneficiamento
Metalex – metalurgia
Níquel
• São Miguel Paulista (SP) – metalurgia
• Niquelândia (GO) – mina e beneficiamento
• Fortaleza de Minas (MG) – mina e beneficiamento*
* Atividades suspensas temporariamente desde 25/09/2013
22
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
Zinco
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Juiz de Fora (MG) – metalurgia
Paracatu (MG) – mina e beneficiamento
Três Marias (MG) – metalurgia e óxido de zinco
Vazante (MG) – mina e beneficiamento
Cajamarquilla (Peru) – refinaria de zinco
Milpo (Peru) – mina
Salzburgo (Áustria) – escritório comercial
U.S.ZINC VM Houston (Texas, EUA) – escritório comercial e metalurgia (zinco metálico e pó de zinco)
U.S.ZINC VM Coldwater (Michigan, EUA) – metalurgia (óxido de zinco)
U.S.ZINC VM Clarksville (Tennessee, EUA) – metalurgia (óxido de zinco)
U.S.ZINC VM Millington (Tennessee, EUA) – metalurgia (óxido de zinco)
Unidade Changshu (China) – metalurgia (óxido de zinco)
Xangai (China) – escritório comercial
Há também escritórios de exploração mineral na África do Sul, Argentina, Canadá e Colômbia.
23
Nossa Atuação empresarial
UNIDADE DE FORTALEZA DE MINAS (MG) SUSPENDE TEMPORARIAMENTE
PRODUÇÃO DE NÍQUEL
Em setembro de 2013, suspendemos temporariamente
as atividades de produção de matte de níquel da Unidade
Fortaleza de Minas, devido à perda de competitividade
da Unidade.
A decisão foi baseada em estudos de viabilidade econômica,
realizados durante um longo período. Esses estudos indicaram,
entre outros pontos, que a oscilação dos preços atuais do
níquel e das taxas cambiais ao longo dos últimos anos,
associada à gestão de abastecimento de matérias-primas
internas e externas, também instáveis, e a atual política
tributária têm levado os resultados econômico-financeiros
da Unidade a níveis bastante desfavoráveis, o que inviabilizam
o empreendimento temporariamente.
Compromissados com a transparência e o diálogo aberto
nas relações com os diversos segmentos da sociedade,
comunicamos os empregados em Fortaleza de Minas, sobre
a suspensão temporária, na mesma data em que iniciamos o
processo de negociação junto ao Sindicato dos Trabalhadores
nas Indústrias Extrativistas (Sintex).
Buscamos oportunidades de transferências dos empregados
para outras unidades da Votorantim Metais e da Votorantim.
Cerca de 20% do número total de empregados da Unidade
Fortaleza de Minas foram encaminhados para recolocação
interna. Buscamos, ainda, outras alternativas de recolocação
profissional dos demais empregados, com o apoio de
empresa especializada. Em todo o período de atuação da Votorantim Metais
em Fortaleza de Minas, foram realizados investimentos
de quase R$ 5 milhões em iniciativas para a promoção
do desenvolvimento local, por meio de programas de
fomento à cadeia produtiva da região, apoio à gestão
pública, melhoria da educação e valorização dos direitos
da criança e do adolescente.
De 2008 a 2013, também investimos mais de R$ 2 milhões
em capacitação e qualificação dos empregados em iniciativas
como cursos, treinamentos, bolsas de estudos e Programa
Jovem Aprendiz.
E, cientes do nosso papel como ator social, mesmo com a
suspensão temporária das atividades em Fortaleza de Minas,
daremos continuidade a essas iniciativas, sempre visando
à contribuição para o desenvolvimento local.
A Unidade mantém seu compromisso com o desenvolvimento
sustentável da região, por meio da manutenção das iniciativas
ligadas aos Programas De Olho no Futuro, Apoio à Gestão
Pública, Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS),
Parceria Votorantim pela Educação, Mulheres Empreendedoras
e o projeto Escola para Pais e Filhos do Conselho Municipal
da Criança e do Adolescente (CMDCA), que contribuem para
o fomento à cadeia produtiva local e para a melhoria da
educação e da gestão pública.
A ESTRATÉGIA NA VOTORANTIM METAIS
Apostamos na sustentabilidade como fio condutor de nossa
estratégia de negócios. Cada vez mais e com mais sucesso,
procuramos refletir sobre os novos tempos e o futuro e buscar
formas responsáveis de se fazer mineração e metalurgia.
Isso implica olhar para fora, para a sociedade, para as novas
demandas e para as necessidades do futuro.
24
Nossas áreas operacionais e de negócios, cada vez mais,
consideram os aspectos econômicos, sociais e ambientais na
tomada de decisões. A cada ano, melhoramos nossas práticas
e realizamos a mineração preservando os recursos e buscando
o menor impacto ambiental possível. Procuramos deixar legados
positivos para as comunidades onde estamos.
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
Perseguimos a meta “resíduo zero”, algo impensável no passado;
temos evoluído nesse sentido. A Unidade de Morro Agudo
(Paracatu, MG) atingiu essa meta em 2010 e é inspiração para
as demais. Nas outras unidades, estamos avançando e temos
diversos projetos que nos farão caminhar rumo a esse objetivo.
Após apenas um ano, já podemos evidenciar claros sinais
de estabilidade com ganhos de produção e redução de alguns
custos variáveis e fixos pela redução de consumos específicos,
o que demonstra a internalização do conceito pelas unidades
operacionais.
São progressos concretos, reconhecidos pela sociedade, como
revelam importantes reconhecimentos que recebemos em 2013,
entre eles o Guia Exame de Sustentabilidade, o Prêmio Hugo
Werneck e o Prêmio Mineiro de Gestão Ambiental.
Em 2014, vamos avançar com novas frentes que sustentarão
novos patamares de estabilidade. E uma iniciativa de destaque
será o desenvolvimento e execução de um plano de automação
industrial, envolvendo também a implantação de uma plataforma
de sistemas de informação, desde os processos operacionais até
o nível executivo.
Outro indicador da seriedade com que encaramos
a sustentabilidade, em 2013 renovamos as licenças
ambientais de Vazante (MG), Três Marias (MG) e Morro
Agudo (Paracatu, MG) por quatro anos, que serão
estendidos para seis anos em razão da Certificação ISO
14000 e por não termos registrado nenhuma infração.
Adotamos também como estratégia dar um passo à frente
em gestão de ativos. Em 2013, evoluímos significativamente
em nosso projeto de estabilidade operacional. Já que somos
uma empresa impactada pelo preço de mercado, o qual não
controlamos, está em nossas mãos definir o quanto vamos
melhorar em volume e o quanto vamos gastar em custo.
Esse plano consiste em diversas frentes que envolvem desde
a gestão da informação, tornando-a padronizada, priorizada
e relevante para a tomada de decisão, até ações em
manutenção e operação, resgatando a disciplina de execução
e melhor planejamento.
Esse processo de estabilização exigiu um forte envolvimento
da liderança, amparado por um modelo de gestão bem
estruturado, com o estabelecimento de governança,
processos e indicadores, além da necessidade de mudanças
comportamentais, para garantir a sustentação do modelo.
O primeiro passo deste plano foi estabelecer as métricas
para medir estabilidade de forma simples, porém robusta.
Em seguida, determinamos os caminhos de evolução para
cada operação e a meta final de estabilização ao final
do ciclo de cinco anos. Implantamos uma governança
de acompanhamento em todos os níveis da Organização,
sensibilizando e comunicando a linguagem da estabilidade
no dia a dia das operações.
As práticas de estabilidade operacional estão disseminadas em
todas as unidades no Brasil e também estão sendo empregadas
em nossas unidades no Peru (Milpo e Cajamarquilla).
Para monitorarmos a evolução da estabilidade, contamos com
um Relatório Semanal de Estabilidade Operacional, com dados
que vão sendo atualizados diariamente.
Queremos extrair o máximo de nossos ativos, mas de maneira
estável, sem recordes de curtíssimo prazo e sem quedas abruptas
na produção. Sabemos, porém, que esse é um desafio enorme,
que demanda muito esforço. Trabalhamos a mudança de cultura
no nível de direção e liderança, mostrando os benefícios da
previsibilidade e os malefícios da variação abrupta na produção.
Estabelecemos metas específicas para cada unidade, de acordo
com seu estágio de maturidade, que são minuciosamente
acompanhadas. De modo geral, o objetivo é operar acima de
90% da capacidade das plantas, sem grandes flutuações para
cima ou para baixo. Todas as unidades têm apresentado avanços
importantes, com destaque para a Fábrica de Alumínio, que
melhorou muito na produção de alumínio primário.
O próximo passo é alcançar um nível tal de estabilidade que
nos permita adotar a metodologia Six Sigma e automatizar
os processos possíveis. Nesse estágio, seremos capazes de
enxergar novas oportunidades de melhorias em processos
operacionais e, certamente, colheremos mais benefícios.
25
GOVERNANÇA CORPORATIVA (VID)
Como somos parte da Votorantim, nossa governança corporativa é a governança adotada institucionalmente, para a Organização
como um todo.
A Evolução de Nossa Governança
A Votorantim Industrial é um Grupo de controle familiar e adota
um modelo de governança corporativa que disciplina a relação
entre membros da família, do Conselho de Administração, da
Votorantim Industrial e das Empresas Votorantim. Estabelece
ainda diretriz sucessória definida e estruturada, de modo a gerar
confiança para todos os stakeholders.
A governança VID tem o compromisso com a melhoria contínua
e com as melhores práticas e o modelo de governança contribui
para que os resultados sejam menos voláteis e maximizem a
criação de valor e a harmonização de interesses dos stakeholders
(partes interessadas).
O alicerce de governança corporativa compreende
os seguintes pilares:
• Controle acionário familiar.
• Executivos qualificados para a condução dos
Negócios/Empresas.
• Visão integrada.
• Ambiente de controle pontuado por alto padrão
de governança.
• Perenidade dos Negócios/Empresas no longo prazo.
• Políticas Corporativas e diretrizes do Código de Conduta.
Foi anunciada no final de 2013 uma nova estrutura
de governança (vide item “Estrutura da Governança”,
a seguir), cuja implantação iniciou-se no começo
de 2014.
26
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
Com essa evolução, foi dado mais um passo no sentido de
fortalecer a operação das Empresas Industriais, com o objetivo
de se ter foco mais direcionado de atuação e incrementar
a gestão de cada negócio. Esse movimento permitirá maior
aprofundamento das discussões, mais independência nas
atividades, maior agilidade nas decisões e um apoio mais
presente às Diretorias Executivas, em cada Empresa, na busca
por melhores resultados.
Nessa nova estrutura de governança, a Votorantim Industrial (VID)
passa a ter um papel orientador e, ao mesmo tempo, de gestão
de portfólio, por meio da formulação de macrodiretrizes
estratégicas e do desenvolvimento de negócios, trabalhando de
forma integrada com o Conselho de Administração da Votorantim
Participações (VPAR).
Esse movimento fortalecerá os negócios, na medida em que
promoverá maior empoderamento e responsabilização por
parte das Diretorias Executivas e dos Conselhos de Administração
de cada Empresa.
O modelo anterior foi essencial para disseminar melhores práticas,
apoiar o fortalecimento do sistema de gestão e estimular a captura
de sinergias. A nova governança continuará baseada nos princípios
e processos considerados essenciais à identidade corporativa
da Votorantim.
Esse modelo é pautado por um conjunto de princípios,
iniciativas e estruturas de gestão capaz de conferir visão
integrada e grande agilidade na tomada de decisões.
Também agrega as melhores práticas de empresas abertas
e familiares e privilegia a visão estratégica de longo prazo
dos negócios e o interesse coletivo, com foco em resultados
e na meritocracia.
A busca pelo aprimoramento constante levou, em 2013, à evolução
dessa governança corporativa, visando à perenização das Empresas
e à viabilização de novas oportunidades de crescimento.
A nova estrutura de governança contempla a criação de Conselhos
de Administração próprios e Comitês de Supervisão em todas as
nossas Empresas Industriais. Os Conselhos e Comitês são formados
por conselheiros VPAR, executivos da Votorantim Industrial
e representantes independentes em alguns Conselhos.
As melhores práticas de gestão construídas ao longo da história
da Organização serão perenizadas por meio do “DNA de Gestão”
da Votorantim, que está sendo consolidado e desdobrado em
cada Empresa, permitindo que a descentralização preserve o
modelo de gestão e a cultura da Votorantim. Haverá políticas e
diretrizes orientadoras para apoiar esse processo de solidificação
do DNA comum.
A governança corporativa da Votorantim Industrial é exercida
por uma estrutura de gestão composta pelo Conselho de
Administração da HEJOASSU, holding familiar controladora da
Votorantim, que engloba: o Conselho de Família; o Conselho
de Administração da Votorantim Participações (VPAR);
os Conselhos de Administração ou Comitês de Supervisão
das Empresas Industriais; e o Instituto Votorantim.
Com relação à sustentabilidade, embora não exista um comitê
corporativo específico sobre o assunto, trata-se de um tema
transversal na Votorantim Industrial e nas Empresas, ou seja, faz
parte do DNA comum. Tanto que os executivos (Alta Liderança e
demais gestores) possuem metas relacionadas à sustentabilidade
em seus processos de avaliação individual e a discussão dos
desafios está integrada ao processo de planejamento estratégico
da Organização. Como indicativo do compromisso com o
desenvolvimento sustentável, foram mantidos os nove temas
materiais e as metas de longo prazo.
O modelo de governança começou a ser implantado em 2001,
com o objetivo de assegurar o crescimento e a perenidade das
Empresas, estabelecendo um equilíbrio entre o controle acionário
familiar e a base de executivos que lideram os diferentes negócios.
Em cada Empresa Industrial da Votorantim, estão sendo
constituídos comitês para se tratar das questões ligadas à
sustentabilidade e para apoiar, assim, que essas questões
sejam realmente incorporadas à gestão das Empresas.
Estrutura da Governança
27
Nossa Atuação empresarial
A estrutura de governança corporativa abrange:
• Conselho de Administração da Votorantim (VPAR)
É a instância máxima de governança na Organização
e é responsável pelas diretrizes e pelo direcionamento
estratégico do portfólio, incluindo os segmentos industrial
e financeiro.
O Conselho de Administração VPAR é composto por oito
membros, sendo sete acionistas, residentes no Brasil, eleitos
pela Assembleia Geral, com mandato de três anos. É permitida
a reeleição. Esses sete membros representam as quatro
holdings familiares. Cada holding familiar seleciona e nomeia
os respectivos membros. O oitavo integrante do Conselho
é um membro executivo.
• Conselhos de Administração ou Comitês de Supervisão
das Empresas Industriais
São responsáveis pela estratégia dos negócios, a partir
do direcionamento do Conselho de Administração VPAR,
e pelo desempenho geral das respectivas Empresas Industriais.
• Conselho de Família
Representa a família de acionistas, disseminando e preservando
suas crenças e seus valores. É responsável por informar os
objetivos e resultados dos negócios entre os familiares, por
desenvolver as gerações futuras de acionistas, harmonizando
a eficácia do processo de sucessão, e por contribuir para que
desenvolvam senso de pertencimento e orgulho.
O Conselho de Família é constituído por até três conselheiros
de cada uma das quatro holdings familiares, com um total de
até 12 membros. Cada holding familiar indica seus respectivos
conselheiros. Não há membros independentes ou executivos.
Os conselheiros não têm suplentes. A ausência ou
impossibilidade de atuação de algum deles abre vaga para
substituição. O mandato de cada conselheiro é de dois anos,
podendo ser renovado.
A estrutura do Conselho é composta por: presidente;
vice-presidente; e conselheiros. Os próprios conselheiros
nomeiam o presidente e o vice-presidente. O vice-presidente
substitui o presidente em casos de impedimentos temporários
ou em caso de impedimento definitivo, até o final do mandato.
28
• Instituto Votorantim
Atuando de forma integrada aos desafios dos Negócios/
Empresas, funciona como um polo irradiador de conceitos
e práticas para toda a Organização, com ênfase no
relacionamento com a sociedade, no estímulo ao debate
e à adoção de práticas sustentáveis e na qualificação do
investimento social externo das Empresas, contribuindo
para o desenvolvimento das comunidades onde atuamos.
• Conselho do Instituto Votorantim
Ligado diretamente ao Conselho de Administração VPAR,
aprova anualmente o orçamento e o planejamento estratégico
das ações a serem realizadas na área social. Conta com um
conselheiro externo (BNDES) e reúne-se trimestralmente.
• Comitês Permanentes
Há quatro Comitês permanentes,
de assessoramento, ligados ao Conselho de
Administração VPAR:
•
•
•
•
Auditoria
Finanças
Remuneração e Pessoas
Imagem e Reputação
Esses Comitês são compostos por membros do Conselho
de Administração VPAR e por membros não acionistas.
As questões ligadas ao desenvolvimento sustentável são
transversais a todos os Comitês.
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
Foi estabelecido também um Comitê de Presidentes, com a participação dos presidentes/CEOs das Empresas Industriais, para
discussão de pontos comuns e convergências de estratégias, contribuindo assim para aperfeiçoar continuamente o “DNA de Gestão”.
Conselho
de Família
Conselho do
Instituto Votorantim
Planejamento
e Gestão
Conselho de Administração VPAR
(Votorantim Participações)
Instituto Votorantim
Votorantim Industrial
(VID)1 - Direção Geral
Relações
Institucionais
e Sustentabilidade
Fusões
e Aquisições
Comitê
de Auditoria2
Comitê
de Finanças2
Comitê
de Remuneração
e Pessoas2
Comitê de Imagem
e Reputação2
Jurídico
Tecnologia
da Informação
Controladoria
e CSC
Desenvolvimento
Humano
e Organizacional
Tesouraria
e Relação com
Investidores
Auditoria
Votorantim
Finanças
Votorantim Cimentos
Conselho de
Administração
Votorantim Metais
Conselho de
Administração
Fibria
Conselho de
Administração
Citrosuco
Conselho de
Administração
Votorantim Siderurgia
Comitê de
Supervisão
Votorantim Energia
Comitê de
Supervisão
Banco
Votorantim
1- Executivos da VID são membros dos Conselhos e Comitês das Empresas. Definição de DNA comum envolvendo diretrizes e macroprocessos de gestão.
2- Comitês de Assessoramento ao Conselho VPAR.
Adaptação da Estrutura de Governança à Votorantim Metais
Em decorrência desse novo modelo de governança, que
cria Conselhos de Administração específicos a partir de
2014 e confere maior autonomia para as empresas
industriais da Organização, a área de Desenvolvimento
Humano e Organizacional (DHO) liderou um trabalho
colaborativo, com as demais áreas, para desenvolver um
novo modelo de governança e estrutura organizacional para
a Votorantim Metais, baseado no planejamento estratégico
da Empresa. Esse modelo específico da Votorantim Metais
está em fase de implantação.
29
Nossa Atuação empresarial
CERTIFICAÇÕES VOTORANTIM METAIS
Destaque em 2013:
ISO 14001 – Revalidamos a Certificação ISO 14001 das Unidades
Itamarati de Minas (MG) e Miraí (MG). A auditoria foi realizada
em março de 2013, de modo integrado. Essa certificação é uma
normatização internacional que estabelece metodologias para
avaliar, monitorar e aperfeiçoar o Sistema de Gestão Ambiental
(SGA) de uma organização. Visa estabelecer equilíbrio entre os
processos que viabilizam a rentabilidade e a redução de impactos
ambientais. A Unidade de Itamarati de Minas possui a certificação
desde 2001; e em Miraí foi reconhecida em 2010 (dois anos após
entrar em operação).Os auditores registraram dois destaques
como esforços dignos de nota: as práticas inovadoras de
reabilitação nas áreas mineradas pela Empresa e o incentivo ao
desenvolvimento socioeconômico regional impulsionado pelo
Programa Ecos da Mata.
CERTIFICAÇÕES VOTORANTIM METAIS
NORMA
DESCRIÇÃO
UNIDADES CERTIFICADAS
ISO 9001
Alumínio (SP), Três Marias (MG), Morro Agudo
(Paracatu-MG), Vazante (MG), Juiz de Fora (MG)
Certificação de Sistema de Gestão da Qualidade. e São Miguel Paulista (SP).
ISO 14001
Certificação de Sistema de Gestão ambiental.
Miraí (MG), Poços de Caldas (MG), Itamarati
de Minas (MG), Alumínio (SP), Três Marias (MG),
Morro Agudo (Paracatu-MG), Vazante (MG),
Juiz de Fora (MG), Niquelândia (GO), São Miguel
Paulista (SP) e Fortaleza de Minas (MG).
OHSAS 18001
Certificação da Gestão da Segurança e da Saúde
no Trabalho.
Três Marias (MG), Morro Agudo (ParacatuMG), Juiz de Fora (MG), Niquelândia (GO)
e São Miguel Paulista (SP).
ISO 17025
Certificação de requisitos gerais para a
competência dos laboratórios de calibração.
Vazante (MG) e Juiz de Fora (MG).
30
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
COMPROMISSOS VOLUNTÁRIOS DA VID
A Votorantim é signatária ou aderiu voluntariamente aos seguintes compromissos:
COMPROMISSO VOLUNTÁRIO GLOBAL
COMPROMISSOS VOLUNTÁRIOS NACIONAIS
- Pacto Global (Global Compact): desde 2011,
a Votorantim Industrial é signatária do Pacto Global,
uma iniciativa da Organização das Nações Unidas
(ONU) cujo objetivo é mobilizar a comunidade
empresarial para a adoção de valores fundamentais
e práticas, internacionalmente aceitos, em direitos
humanos, relações de trabalho, meio ambiente
e combate à corrupção.
- Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas:
a Votorantim Industrial é signatária dessa iniciativa,
firmada em 2009, na qual as empresas participantes
assumiram uma série de compromissos para a redução
dos impactos das mudanças climáticas e também na
qual foram propostas ações ao Governo Federal.
Mais informações:
www.unglobalcompact.org/
Mais informações:
www.forumempresarialpeloclima.org.br/default.php
- Visão Brasil 2050: a Votorantim Industrial participou
da elaboração das diretrizes para o documento
“Visão Brasil 2050”, no qual as empresas participantes
definiram linhas de trabalho, cujo resultado final foi
apresentado na Conferência Rio+20, em junho de 2012.
Mais informações:
http://cebds.org.br/wp-content/uploads/2014/02/VisãoBrasil-2050_en.pdf
31
Nossa Atuação empresarial
PRÊMIOS/RECONHECIMENTOS DA VOTORANTIM METAIS
Como resultado do processo de aprimoramento contínuo
de nossa gestão, bem como do compromisso com o
desenvolvimento sustentável, temos sido reconhecidos
pelo mercado e pela sociedade em importantes processos
de premiação e reconhecimento, tais como:
Guia EXAME de Sustentabilidade 2013 – Participamos
pela segunda vez dessa avaliação e fomos classificados
em 2013 como a empresa referência no setor de Mineração,
ou seja, a “mais sustentável” na visão do Guia. Essa conquista
teve para nós um significado especial, ao deixar claro que
atingimos, sete anos antes do esperado, nossa meta de ser
referência em sustentabilidade em 2020. O Guia destacou
nossas práticas voltadas a combater o desperdício e os projetos
de redução e reaproveitamento de resíduos dos processos
industriais. Alguns deles, além de ganhos ambientais e de
redução de custos, se tornaram fonte de receita para a Empresa.
O relatório do Guia cita o caso do resíduo de cobre, em
Niquelândia, que foi transformado em insumo para fertilizantes
e gerou R$ 23 milhões em 2013. Também teve destaque
o Projeto Resíduo Zero, desenvolvido na Unidade de Morro
Agudo (Paracatu – MG).
Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade & Amor
à Natureza – Promovido pelo Grupo Ecológico. Nosso case
Gestão de Recursos Hídricos foi o vencedor na categoria Melhor
Exemplo em Água. Relata ações permanentes, investimentos
em tecnologia, pesquisa e mitigação de riscos e impactos para
a otimização e redução do consumo de água nos processos
produtivos e comprova o compromisso da Empresa com
a preservação da água e do meio ambiente. Uma das nossas
metas previstas no planejamento estratégico para 2020
é promover 100% de recirculação da água de processos.
Em 2012, a média de recirculação estava em 50%. Uma
das ferramentas para isso é o Manual de Balanço Hídrico
da Votorantim Metais, um modelo que permite identificar,
mensurar, registrar e reportar informações sobre o uso da água.
Prêmio Mineiro de Gestão Ambiental 2013 – A Unidade
Três Marias (MG) vem empreendendo avanços importantes em seu
sistema de gestão ambiental, que recebeu o reconhecimento da
União Brasileira para a Qualidade (UBQ) com a conquista do Prêmio
Mineiro de Gestão Ambiental (PMGA). O PMGA tem chancela do
governo do Estado de Minas e da ONU e reconhece empresas que
evidenciam sistemas de gestão ambiental abrangentes e efetivos,
que fomentem o desenvolvimento sustentável. O processo de
avaliação é abrangente, vai de março a dezembro, e inclui a
preparação e análise de um relatório sobre o sistema de gestão
para avaliação de uma comissão que indica as empresas que
receberão auditorias presenciais. Após três dias de auditoria, os
nove profissionais emitem um relatório sem identificação da
empresa. Uma comissão de 22 juízes escolhe, então, os vencedores
do PMGA. O prêmio é entregue pelo governador e secretário de
meio ambiente do Estado, que tem a prerrogativa de não
entregá-lo, caso a empresa tenha algo que a desabone. O prêmio à
Unidade de Três Marias (MG) é o segundo no currículo da
Votorantim Metais. O primeiro foi concedido à Unidade de Morro
Agudo (Paracatu – MG), em 2011.
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
Melhores Empresas para Você Trabalhar – Em 2013,
integramos, pela segunda vez, a lista das “150 Melhores
Empresas para Trabalhar”. O estudo é divulgado pela Revista
Você S/A e é desenvolvido com apoio da FIA (Fundação
Instituto de Administração).
Prêmio de Excelência da Indústria Minero-Metalúrgica
Brasileira – Promovido pela revista Minérios & Minerales,
o prêmio reconhece as melhores tecnologias, processos
e conceitos aplicados em mineradoras de todo o Brasil. Fomos
vencedores com dois cases:
Prêmio Proteção – A Unidade Vazante (MG) foi premiada
pela Revista Proteção com o Projeto Bem Viver, que visa
à melhoria da qualidade de vida dos empregados, familiares
e da comunidade em geral.
• Com o “Projeto de redução do consumo de ácido sulfúrico
na produção de zinco”, de Três Marias (MG), foi reduzido em
75% o consumo desse insumo.
Maiores Minas Brasileiras – As minas das Unidades Miraí (MG)
e Buriti, em Niquelândia (GO), foram destaques na 9a edição das
200 Maiores Minas Brasileiras, prêmio promovido pela revista
Minérios & Minerales.
• Miraí, mina de bauxita, foi destaque no quesito Produtividade
na Lavra e produziu 2,3 milhões de toneladas anuais de
minério bruto (base 2012).
• Buriti, mina que produz anualmente 20 mil toneladas de níquel
laterítico, 1.200 toneladas de cobalto e 1.700 de cobre, obteve
destaque na categoria Investimento em Exploração Geológica,
por realizar 20 mil metros de sondagem geológica por ano,
a fim de melhorar as informações subsuperfície e de ampliar
as reservas minerais.
Marcas Mais Admiradas – Pela terceira vez em quatro anos,
numa avaliação com 72 marcas corporativas, a Votorantim
Metais ficou entre as 10 marcas mais prestigiadas e mais
admiradas em pesquisa promovida pelo jornal O Estado de
Minas. No ranking geral, incluindo companhias com e sem
sedes no Estado, a Votorantim Metais ficou com a 23ª posição.
As marcas são avaliadas em seis dimensões: qualidade dos
produtos ou serviços, responsabilidade social e ambiental,
admiração e confiança, capacidade de inovação, ambiente
de trabalho, história e evolução.
Melhores e Maiores 2013 – Fomos destaque na edição
especial da Revista Exame Melhores e Maiores 2013, por nossas
iniciativas sustentáveis. A reportagem destacou nossos projetos
sociais em 11 municípios brasileiros, em parceria com o Instituto
Votorantim, visando à promoção do desenvolvimento
socioeconômico das localidades onde estamos presentes.
• O case “Emergência – cargas perigosas” venceu na categoria
Segurança do Trabalho e consiste no relato das ações que
visam reduzir riscos de acidentes no transporte de cargas
perigosas, que incluem a avaliação das rotas utilizadas,
das transportadoras, do tipo de carga, do caminhão e do
motorista. O transporte somente é liberado com aprovação
ou mediante a correção de eventuais problemas identificados.
Prêmio IBRAM – A Unidade de Juiz de Fora (MG), do Negócio
Zinco, ficou em 2º lugar no Prêmio IBRAM, categoria “Política
de Saúde e Segurança do Trabalho para Terceirizados”, com
o trabalho “Gerenciamento de Empresas Contratadas”. O prêmio
é organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM)
e reconhece pessoas, empresas e instituições que buscam
caminhos mais ambientalmente responsáveis e que incentivam
novas ações e atitudes.
Empresa do Ano – Setor Mineral – Título concedido à
Votorantim Metais pela revista Brasil Mineral. São avaliados
itens como investimentos, inovação, política ambiental, política
de recursos humanos e relacionamento com comunidades.
19º Prêmio Fiesp de Mérito Ambiental – Recebemos
menção honrosa neste prêmio, organizado pela Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com uma boa
prática ambiental aplicada ao refino de alumina, em função
do projeto Alumina – Trim Liquor, da Companhia Brasileira
de Alumínio (CBA).
Prêmio Oscar Alvear Urrutia 2013 – Recebemos este
prêmio no Panamá, na categoria “Excelência Empresarial”,
com o projeto “Superação de Resultados Através das Pessoas”.
O reconhecimento é concedido pela Federação Interamericana
de Associações de Gestão Humana (Fidagh) que, a cada dois
anos, homenageia e reconhece empresas e profissionais que
contribuem com o desenvolvimento latino-americano na
gestão de pessoas.
33
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
IDENTIDADE
A Identidade da Votorantim Industrial é formada por
elementos que compõem a essência da Organização.
Trata-se de um conjunto de premissas e orientações
que direcionam o posicionamento, a atuação empresarial e o
relacionamento com os públicos:
•
•
•
•
•
Visão
Valores
Aspiração
Crenças de Gestão
Princípios de Sustentabilidade
VALORES
Os Valores são representados pela sigla SEREU:
• Solidez – buscar crescimento sustentável com geração
de valor.
• Ética – atuar de forma responsável e transparente.
• Respeito – respeito às pessoas e disposição para aprender.
• Empreendedorismo – crescer com coragem para fazer,
inovar e investir.
• União – o todo é mais forte.
VISÃO VOTORANTIM
Assegurar o crescimento e a perenidade como
um grupo familiar de grande porte, respeitado
e reconhecido na comunidade em que atua, com
foco na criação de valor econômico, ambiental
e social, por meio de:
• Valores éticos que orientam uma conduta empresarial
responsável.
• Negócios altamente competitivos.
• Busca de soluções criativas e inovadoras para
seu portfólio.
• Pessoas motivadas para o alto desempenho.
ASPIRAÇÃO VOTORANTIM
A aspiração é fundamentada em duas proposições:
• Crescer no longo prazo com desenvolvimento sustentável.
• Atingir padrões de classe mundial na operação e na gestão,
comparáveis aos das melhores empresas globais.
CRENÇAS DE GESTÃO
Nossas Crenças de Gestão são:
35
• Cultivo de Talentos
Acreditamos e confiamos nas pessoas, por isso investimos
tempo e recursos cultivando nossos talentos.
• Meritocracia
Acreditamos que as pessoas são únicas e merecem ser
valorizadas de forma justa e de acordo com suas entregas.
• Excelência
Acreditamos que podemos fazer sempre mais e melhor,
superando os desafios com disciplina, humildade e simplicidade.
Em julho de 2013, o processo de disseminação das Crenças
de Gestão da Votorantim completou dois anos. Assim,
para avaliar como está a prática das Crenças, foi feita
uma pesquisa, na qual os empregados foram convidados
a responder sobre sua percepção na aplicação de: Cultivo
de Talentos, Meritocracia, Excelência, Pragmatismo, Diálogo
Aberto, Aliança e Senso de Dono. As informações coletadas
foram analisadas e, com base nisso, foram elaborados planos
de ação referentes a temas que necessitavam de reforço.
Como resultado, 98% dos empregados disseram conhecer as
Crenças; os melhores resultados de práticas foram de Diálogo
Aberto (63%), Senso de Dono (60%) e Excelência (58%).
• Pragmatismo
Acreditamos ser essencial dedicarmos esforços ao que é relevante,
com objetividade e sem perder a visão do todo e do futuro.
• Diálogo Aberto
Acreditamos que um ambiente de confiança propicia diálogo
aberto e espaço para falar e ser ouvido, em que a diversidade
de opiniões constrói melhores soluções.
• Aliança
Acreditamos que nosso sucesso é fruto da construção
conjunta, fortalecido por relações e alianças genuínas nas
quais todos ganham.
• Senso de Dono
Acreditamos naqueles que assumem responsabilidades, que
trabalham com paixão e lideram pelo exemplo, comemorando
as conquistas e transformando erros em aprendizados.
36
“AQUI, A BUSCA POR MELHORIAS É
CONSTANTE. AS NOSSAS CRENÇAS DEVEM
SER UM NORTE NA TOMADA DE DECISÕES.
DESSA FORMA, PODEREMOS VER A
EVOLUÇÃO NA PRÁTICA.”
Depoimento de empregado da Unidade de Três Marias (MG),
da Votorantim Metais – foi a Unidade com melhor resultado
no “Crençômetro”, como é conhecida a pesquisa com os
empregados para avaliar a prática e o grau de conhecimento
das Crenças.
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
PRINCÍPIOS DE SUSTENTABILIDADE
Na Votorantim Industrial, busca-se a perenidade e a expansão constante dos Negócios, com resultados adequados
e duradouros. Há a crença no desenvolvimento sustentável enquanto caminho vital para o crescimento permanente
da Organização, sempre em linha com o jeito de ser e de agir da Organização.
Os Princípios de Sustentabilidade estão alinhados às diretrizes do Pacto Global das Nações Unidas e norteiam a ênfase
no desenvolvimento sustentável da Votorantim.
Princípios de Sustentabilidade da Votorantim Industrial
1.
2.
3.
4.
Ser reconhecida
pela sociedade como
uma empresa social e
ambientalmente responsável.
Ter a sustentabilidade
como estratégia, orientando
governança, gestão, educação,
decisões e investimentos –
criando valor.
Evoluir consistentemente
os resultados econômicos,
sociais e ambientais, buscando
eficiência e confiabilidade nas
operações, de acordo com
padrões de classe mundial.
Ser reconhecida como
empresa que atrai,
desenvolve e retém
talentos para a geração
de valor e a construção
de uma sociedade justa
e inclusiva.
5.
6.
7.
Ter compromisso com
o bem-estar, a saúde
e a segurança de nossos
empregados, clientes
e parceiros.
Contribuir para
o desenvolvimento
das comunidades
em que atuamos.
Incentivar a cooperação
e a participação de todos
os empregados e partes
interessadas na construção
de parcerias e trabalho
conjunto, visando à geração
de valor mútuo.
A sustentabilidade é um tema transversal na Votorantim Metais.
Temos uma equipe na Diretoria de Gestão e Sustentabilidade
dedicada a induzir a inclusão dos princípios de sustentabilidade
no dia a dia dos negócios.
Temos, ainda, equipes temáticas de energia, água, emissões e
resíduos, que discutem e propõem caminhos para a ecoeficiência.
Para dar transparência a nossas ações e mostrar à sociedade
como a sustentabilidade está presente em nosso dia a dia,
reformulamos nosso site de sustentabilidade. Nele publicamos
nossos principais projetos e ações socioambientais. Damos
também dicas para redução de resíduos e emissões e para
o uso racional da água e energia.
37
IDENTIDADE
CÓDIGO DE CONDUTA VID E VOTORANTIM METAIS
Para disciplinar os parâmetros fundamentais de nossa atuação
empresarial e orientar o nosso dia a dia, temos o Código de
Conduta Votorantim, lançado em 2005. O Código expressa
o compromisso com a ética no relacionamento com clientes,
empregados, acionistas, fornecedores, poder público, mídia,
comunidades e sociedade em geral. É uma ferramenta de uso
diário, que orienta ações e decisões. O Código tem aplicação
obrigatória entre os empregados da Organização e deve servir
de referência para os parceiros e fornecedores da Votorantim.
Empregados no Brasil ou em outros países, terceirizados,
parceiros, fornecedores e outros públicos têm acesso
ao Código de Conduta, disponível em diferentes idiomas
(www.votorantim.com.br/pt-br/ouvidoria/codigoconduta/Paginas/
codigoConduta.aspx).
Além do Código de Conduta, mantemos um arcabouço de
políticas e normas internas, como a Política Corporativa
Global Anticorrupção, que trata de questões como suborno
e facilitação de pagamentos, regras de registros contábeis,
estabelecimento de controles internos e a gestão de terceiros.
Essa política é aplicável a todas as nossas operações e está
alinhada ao Foreign Corrupt Practices Act (FCPA-EUA) e ao
Bribery Act (Reino Unido).
VOTORANTIM É DESTAQUE COM
PROGRAMAS ANTICORRUPÇÃO
Em 2013, a Votorantim foi reconhecida pela
organização não governamental (ONG) Transparency
International como uma das melhores empresas
brasileiras em programas anticorrupção. O estudo
avaliou 100 empresas de mercados emergentes,
em 16 países.
Para assegurar a proteção da Organização e a
conformidade legal das operações, contamos com:
• Código de Conduta.
• Políticas e Programa de Compliance, de acordo
com leis nacionais e internacionais anticorrupção.
• Política Corporativa de Doações Eleitorais.
• Treinamentos para executivos e demais
empregados sobre políticas e temas relacionados
a compliance.
Ouvidoria VID e VOTORANTIM METAIS
A Ouvidoria Votorantim está à disposição de todos os nossos
públicos de relacionamento de Organização (tanto do Brasil
como de outros países) – empregados, fornecedores, clientes,
comunidades, imprensa e outros –, para qualquer questão,
principalmente as relativas ao nosso Código de Conduta, tais
como assédio (moral, sexual), discriminação, suspeitas de
fraudes, abuso de poder, desvios, atos ilícitos e outros
descumprimentos.
Todas as solicitações e denúncias são tratadas com
confidencialidade (a identificação é opcional) e imparcialidade.
A Ouvidoria pode ser acessada pelos seguintes meios:
TELEFONE
0800-8911729
WWW.VOTORANTIM.COM/PT-BR/OUVIDORIA
38
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
As denúncias são registradas em um sistema independente.
As investigações são feitas pela Auditoria Corporativa,
que envia os resultados à Ouvidoria, que por sua vez faz
a devolutiva ao reclamante.
Com a evolução da governança corporativa na Votorantim
Industrial, além da Ouvidoria Corporativa, cada Empresa
Votorantim terá sua própria Ouvidoria. Esse novo modelo
será implantado gradativamente.
Os casos de denúncias serão tratados em reuniões bimestrais,
entre a Auditoria Interna e os Comitês de Conduta (da
Votorantim Industrial ou das respectivas Empresas
Votorantim, conforme o caso).
O Comitê de Conduta Corporativo, formado por representantes
dos Comitês de Conduta das Empresas da Votorantim, pela
Auditoria Interna e por representantes das áreas corporativas
Jurídica e de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO),
é também responsável pelo tratamento dos casos especiais –
remetidos pelos Comitês de Conduta das Empresas da Votorantim
–, e pelo estabelecimento de critérios para casos não previstos
no Código, em situações de conflito de interesses, pela busca
de uniformidade nos critérios utilizados e pelo zelo no bom
funcionamento do Sistema de Ouvidoria da Organização.
A fim de harmonizar diretrizes e entendimentos e para formalizar
a maneira de atuar, há uma Política de Ouvidoria, válida para
toda a Organização.
O processo adotado para reparação é a aplicação de gestão de
consequência para os casos recorrentes, conforme o Código de
Conduta, que incluem: orientações, advertências, transferências/
realocações e/ou demissões/encerramento de contratos. AUDITORIA INTERNA DA VID:
GUARDIÃ DA CULTURA CORPORATIVA
A Área de Auditoria Interna da VID faz parte do
conjunto de estruturas e orientações que chamamos
de “linhas de defesa” corporativas.
Esse arcabouço de segurança corporativa
é composto por quatro frentes:
• 1ª linha de defesa: Controles Internos – modelos,
processos e procedimentos, implementados
corporativamente, para garantir que os objetivos
organizacionais sejam alcançados.
• 2ª e 3ª linhas de defesa: analisa e monitora todos
os elementos que podem afetar o desenvolvimento
dos negócios ou a perenidade da Organização.
Formadas pelas Áreas de Gestão de Riscos e pelas
estruturas de Compliance.
• 4ª linha de defesa: Auditoria Interna. Auxilia
o Conselho de Administração VPAR (bem
como o Conselho de Administração ou Comitê
de Supervisão de cada Empresa industrial da
Votorantim) a realizar o papel de supervisão
e monitoramento das atividades.
Para garantir o caminhar maduro da evolução da
governança corporativa da Votorantim Industrial,
a Auditoria Interna terá, assim, uma função
preponderante. Por isso, a área, em 2013, foi
requalificada e reestruturada, a fim de buscar
o aprimoramento constante, em sintonia com
o novo momento da Organização.
Com a nova governança, a Auditoria Interna terá
estruturas próprias em todas as Empresas Industriais
da Votorantim, contribuindo assim para assegurar
a execução de políticas e orientações comuns e para
o reforço da identidade corporativa. Com isso,
o Comitê de Auditoria passará a ser exercido em
cada Empresa.
39
APRESENTAMOS, EM
2013, UM ROBUSTO
CRESCIMENTO DE 30%
NO EBITDA EM METAIS.
AS DIRETRIZES E OS RESULTADOS DE NOSSO
MODELO DE NEGÓCIOS – VOTORANTIM METAIS
DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO
Metais
A produção mundial de zinco apresentou déficit e os estoques
caíram diante da demanda aquecida, principalmente na China
e nos Estados Unidos, amparada pelo setor automotivo.
Entretanto, as incertezas macroeconômicas prevaleceram
sobre os fundamentos e o preço na LME (Bolsa de Metais
de Londres – London Metal Exchange) terminou o
ano em queda de 2%. No Peru, operamos novamente próximo
de nossa capacidade máxima de produção,
e as vendas, que são destinadas principalmente
à exportação, subiram 8%, para 335 mil toneladas.
Somadas as vendas de nossas operações no Peru,
nos EUA e no Brasil, as exportações de zinco totalizaram 462 mil
toneladas. No Brasil, nossa produção é destinada principalmente
ao mercado interno. As vendas subiram 9%, como
consequência do melhor desempenho das indústrias
automobilísticas, de construção civil e de linha branca,
nossos principais clientes.
40
No alumínio, houve superávit na produção
mundial, uma vez que a recuperação da demanda
não se concretizou. Adicionalmente, os estoques
permaneceram altos, o que resultou na queda
de 9% do preço na LME. No Brasil, a produção
do alumínio primário apresentou queda de 9%.
O maior desafio enfrentado por essa indústria tem sido o
elevado custo de energia. Nesse aspecto, temos uma
vantagem competitiva, uma vez que geramos parte
substancial da energia consumida pelas operações nas
usinas hidrelétricas do Complexo Juquiá (SP), que estão
conectadas diretamente à nossa unidade fabril. Para
melhorar a margem de contribuição, direcionamos
nossas vendas para o mercado brasileiro, oferecendo
produtos de maior valor agregado. O volume de vendas
para o mercado interno cresceu 13%, enquanto as
exportações caíram 71%.
Em níquel, houve aquecimento da demanda, principalmente
na indústria de aço inoxidável na China, mas que não foi
suficiente para sustentar os preços. As incertezas
macroeconômicas, em conjunto com o contínuo aumento
da oferta de Nickel Pig Iron (produto substituto com custo
mais baixo), continuaram a pressionar negativamente o preço
do metal, que caiu 13% na LME. Nossa decisão de suspender
temporariamente as atividades de Fortaleza de Minas (MG)
trará impacto ao volume de produção em 2014. No ano,
nosso volume de vendas registrou crescimento de 3%,
encerrando 2013 com 34,8 mil toneladas vendidas.
A receita líquida da Votorantim Metais em 2013 totalizou
R$ 8,4 bilhões, sendo a operação zinco responsável por
R$ 4,0 bilhões; alumínio, por R$ 3,1 bilhões; e níquel, por
R$ 1,3 bilhão. O aumento das vendas de zinco e alumínio
no mercado brasileiro colaborou para esse resultado, uma vez
que a desvalorização cambial compensou a queda dos preços
na LME. Por outro lado, a receita líquida no níquel caiu 5%,
posto que a expressiva queda do preço na LME não foi
totalmente compensada pela desvalorização do real.
O custo dos produtos vendidos do alumínio caiu 2%, devido
ao menor volume comercializado no ano. No zinco, o custo se
elevou 3% em decorrência, principalmente, do maior volume
vendido. No níquel, o custo subiu 4%, devido ao maior volume
vendido e ao aumento do custo de insumos energéticos.
Apresentamos um robusto crescimento de 30% no EBITDA,
que totalizou R$ 968 milhões em 2013, com a margem de
EBITDA subindo para 11%. A maior estabilidade operacional
de nossas unidades, o foco em controle de custo e a redução
das despesas administrativas, aliados à desvalorização do real,
foram determinantes para essa melhoria.
Mineração
Em 2013, o cenário da mineração mundial também foi
afetado pela desaceleração da China, principal demandante
de commodities minerais, e pela queda dos preços da LME.
No entanto, a Milpo apresentou expressivo aumento no
volume vendido, sendo 16% superior ao do ano anterior, em
decorrência do crescimento orgânico das minas e do aumento
nos níveis de produção por melhores teores contidos.
Obtivemos acréscimo de 23% em minério concentrado em
relação ao ano anterior, como consequência das expansões
realizadas em Cerro Lindo e em El Porvenir, na Milpo (Peru).
No período, aumentamos a produção de concentrados
de chumbo e zinco em 49% e 17%, respectivamente.
As expansões, em conjunto com o maior teor de concentrado
e o melhor desempenho operacional, melhoraram o EBITDA
em 39% e a margem EBITDA em seis pontos percentuais,
em comparação a 2012.
41
As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo de Negócios – VOTORANTIM METAIS
PRODUTOS, SERVIÇOS E CLIENTES
Nossa família de produtos compreende: zinco, níquel, alumínio,
cobalto, cádmio, sulfato de sódio anidro, sulfato de cobre,
óxido de zinco, ácido sulfúrico, carvão metalúrgico, pó calcário
e concentrados minerais.
Esses produtos e serviços são encontrados em variadas
aplicações no dia a dia. Nossos produtos são direcionados,
principalmente, para os segmentos de construção civil,
bens de consumo, embalagens e transportes.
Os produtos de nossos negócios de zinco, níquel e alumínio têm as seguintes aplicações:
Zinco
Zinco SHG
Processos galvanizados e galvanização eletrolítica nos formatos: lingotes, jumbos e grânulos.
Zamac
Fundição sob pressão e fundição centrifugada.
Ligas Especiais de Zinco
Liga Zn4E, Liga Galfan, Liga ZnNi e desenvolvimento de acordo com a necessidade dos clientes.
Pó de Zinco
Produção de pilhas alcalinas e tintas para proteção contra corrosão.
Óxido de Zinco
Vulcanização de borrachas, cosméticos, fosfatados de zinco, medicamentos, vidrados cerâmicos,
polímeros, agronegócio, nutrição animal, etc.
Pó Calcário Agrícola
Correção de pH de solo e maximização de efeitos de fertilizantes.
Concentrados
Fabricação de chumbo metálico, prata e chumbo.
Dióxido de Enxofre
Alvejamento de celulose, açúcar e caolim, conservante de produtos alimentícios e produção de bissulfitos.
Ácido Sulfúrico
Fabricação de fertilizantes destinados à agricultura.
Sulfato de Cobre
Aplicações na agricultura, pecuária, mineração, galvanoplastia e indústria química.
Cádmio
Fabricação de baterias Ni-Cd, pigmentos para tintas especiais e ligas metálicas.
Níquel
Níquel Eletrolítico
Galvanoplastia, superligas e ligas não ferrosas.
Níquel Coins
Cesta de titânio.
Cobalto
Produção de superligas, ligas magnéticas, ferramentas de corte, produtos químicos, baterias, fertilizantes,
ração animal, entre outras.
Sulfato de Sódio Anidro
Produtos químicos, indústria de cerâmica, indústrias têxteis e auxiliares, indústria de sabão e detergentes,
indústria de vidros e indústria de papel e celulose.
Ácido Sulfúrico
Segmento sucroalcooleiro (álcool etílico), papel e celulose, químicos em geral e fertilizantes.
Alumínio
Chapas e Bobinas
Aplicações em ônibus, implementos rodoviários, artefatos domésticos, geladeiras, máquinas e
equipamentos, coberturas.
Folhas Finas e Médias
Aplicações em embalagens de alimentos e embalagens descartáveis.
Folhas Grossas
Aplicações em trocadores de calor automotivos e aparelhos de ar-condicionado.
Perfis Extrudados
Aplicações em construção civil (fachadas, portas, janelas, vedações), equipamentos para infraestrutura
(moldes e andaimes), transportes (ônibus, implementos rodoviários, bicicletas, motos, trilhos), bens
de consumo (escadas, cadeiras, móveis, coletores solares) e máquinas e equipamentos diversos.
Tarugos
Produto intermediário para extrusão de perfis.
Vergalhões
Produto intermediário para produção de fios e cabos.
Lingotes
Produto intermediário para diversos produtos fundidos, como rodas automotivas, blocos de motores
e compressores, além de matéria-prima para todos os demais produtos.
42
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
Recentemente, a comercialização de alumínio passou por
importantes transformações organizacionais, com apoio de
análise dos processos e das demandas do mercado. Houve
redefinição de papéis, processos, métricas de atendimento aos
clientes e investimentos. Trata-se de uma nova forma
de relacionamento com o mercado, que começou a ser
implantada em 2012 e que evoluiu rapidamente em 2013.
Nesse processo, redefinimos nossa forma de ida a mercado,
com maior orientação aos segmentos de atuação dos nossos
clientes, potencializando nossos diferenciais competitivos:
remodelamos nossos processos de comercialização e de
segmentação de clientes e passamos a ter uma abordagem
diferenciada para cada tipo de cliente, capturando mais valor
e direcionando o atendimento de maneira mais personalizada.
Nesse contexto, uma das ações realizadas, a fim de integrar
processos e contribuir para a elevação da satisfação dos clientes, foi
a implantação de uma nova funcionalidade no Sistema SAP,
o Available to Promise (ATP). Os principais benefícios decorrentes
são o compartilhamento e transparência das informações
de entrega, estoque, produção e expedição, uma maior
automatização de processos, a melhoria na gestão e no
planejamento do negócio e a elevação no nível de serviço
aos clientes.
Realizamos em maio de 2013 um evento intitulado “Transformação e
Compromisso”. Os 50 clientes convidados ouviram de Tito
Martins, presidente da Votorantim Metais, e da Diretoria de Negócio
Alumínio, os planos de ação que reforçam o compromisso
de atendimento diferenciado ao mercado.
TITO MARTINS É ELEITO PRESIDENTE DO CONSELHO
DIRETOR DA ABAL
Tito Martins, diretor-presidente da Votorantim Metais, foi eleito, em novembro de
2013, presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).
O executivo foi eleito por unanimidade, pelo Conselho Diretor da associação, para
o período 2013/2015.
A Associação Brasileira do Alumínio é a principal entidade do setor e congrega
empresas associadas que representam 100% dos produtores de alumínio primário.
A associação atua por meio de comissões de trabalho e grupos setoriais para
desenvolver suas atividades e cumprir seus principais desafios, bem como para
realizar a representação dos interesses do setor junto aos órgãos governamentais.
43
DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS
(CAPITAL HUMANO)
A área de Desenvolvimento Humano e Organizacional
da Votorantim Metais tem como missão construir uma
organização de alto desempenho para apoiar a estratégia
de negócio da Empresa.
Para tanto, foram estabelecidos objetivos estratégicos
de atuação da área:
• Garantir modelo, estruturas organizacionais, políticas
e diretrizes adequadas ao pleno desenvolvimento
dos negócios.
• Garantir capacidade contínua de atração e retenção
de talentos.
• Garantir pipeline de liderança e desenvolvimento contínuo
dos empregados.
• Garantir competitividade de custos de pessoal.
• Contribuir para a formação da cultura desejada
e reputação positiva, criando valor no relacionamento
com diversos stakeholders.
• Garantir crenças e valores vivenciados na Organização.
• Garantir relação sustentável com stakeholders, agregando
valor aos negócios.
Em 2013, conseguimos avançar em vários aspectos. Foi dado
início ao processo de redesenho organizacional da Empresa,
implantado em 2014, de modo a ser mais aderente à estratégia
do Negócio; foram criadas a Política de Home Office e o
Comitê de Valorização da Diversidade, que estabeleceu
como prioridade de curto prazo a contratação e a inclusão de
pessoas com deficiência e mulheres.
Na área de Desenvolvimento de Pessoas, criamos o Programa
de Formação de Supervisores e 85% dos empregados tiveram
o seu Plano de Desenvolvimento Individual elaborado.
Outros destaques de 2013 foram a definição de indicadores
de desempenho de DHO, com acompanhamento mensal; e a
criação de um Plano Diretor de Relações Trabalhistas. Além
disso, foi trabalhada a gestão da reputação da Empresa, por meio
de relacionamento com a imprensa e stakeholders externos.
Para 2014, o desafio é dar continuidade às iniciativas
implementadas com base nos objetivos estratégicos
previamente definidos, fortalecendo, assim, a prática
de gestão de pessoas na Votorantim Metais.
DIVERSIDADE EM PAUTA
Com relação ao tema diversidade, que entendemos como um guarda-chuva que
abrange questões como gênero, pessoas com deficiência e até competências, entre
outras, criamos em 2013 um Comitê de Valorização da Diversidade, liderado pela
área de Responsabilidade Social e composto por profissionais das áreas de DHO,
Saúde, Sustentabilidade, Jurídico e Comunicação, para liderar o assunto na Votorantim
Metais. Para dar foco e começar a apresentar resultados, o comitê escolheu como
objetivos iniciais as mulheres e as pessoas com deficiência.
Já aprovamos para 2014 o Programa de Valorização da Diversidade,
com 23 ações definidas nas frentes de captação, retenção, desenvolvimento
e cultura organizacional. Iniciamos o ano com uma campanha para ampliar
a presença feminina na Empresa.
Ainda a respeito das mulheres, aderimos em 2013 à licença-maternidade de seis
meses. A empregada tem de fazer a requisição até 30 dias após o parto. Estamos
estudando tornar padrão os seis meses de licença, que não valerão apenas nos casos
em que a funcionária se opuser formalmente. Em 2014, vamos lançar um piloto
de sala de amamentação.
SAÚDE E SEGURANÇA
A integridade das pessoas que trabalham em nossas unidades é
prioridade máxima em nossas operações. Nossa meta é que todas
as unidades operem, até 2020, com taxa de frequência com
ou sem afastamento abaixo de 1 e sem fatalidades. Estamos
evoluindo nesse caminho, registrando desempenhos melhores
a cada ano, mas é preciso continuar firmes nesse propósito.
Em 2013, a taxa de frequência de acidentes com ou sem
afastamento (nível 2 e acima) melhorou 40%. Saímos de
4,76 em 2012 para 2,89 em 2013. Lamentavelmente, apesar
de todos os esforços, ocorreram três acidentes fatais com terceiros
(dois na Milpo e um em Juiz de Fora – MG). Nosso desafio é zerar
a ocorrência de acidentes fatais.
No decorrer do ano, foram realizados diversos workshops
de segurança com as lideranças, visando à realização de uma
análise crítica, à elaboração e ao acompanhamento de planos
de ação e à identificação de oportunidades de melhoria, com
foco na redução de acidentes. Essas ações foram fundamentais
para a melhoria das taxas de frequência de acidentes.
No Brasil, a Unidade de Vazante (MG), com 0,83, São Miguel
Paulista (SP), com 0,68, Niquelândia (GO), com 0,96 e as
Minerações da CBA (MG), com 1,04, apresentaram desempenho
acima da média. Cajamarquilla, no Peru, vem consistentemente
baixando sua taxa de frequência (0,99), e recebemos um prêmio
do Ministério do Trabalho peruano por nossas boas práticas em
gestão de saúde e segurança.
46
Como destaque, temos o Controle de Riscos Críticos de
Segurança, que foi criado como uma forma estruturada de
controlar os riscos de segurança que possam resultar em
fatalidades nas operações da Votorantim Metais. Além de evitar
esse tipo de ocorrência, a iniciativa tem como desafios reduzir as
taxas de acidentes e tornar as operações referência em
segurança do trabalho.
Também podemos destacar o Programa de
Comportamento Seguro que, através da observação das
atividades, busca o reforço das práticas seguras e redução dos
comportamentos de risco que levam à ocorrência de acidentes.
Nossos resultados de segurança incluem terceiros, mas não
consideram acidentes de trajeto. Temos um manual de SSMA
para terceiros e somente liberamos a entrada de caminhões em
nossas unidades após uma inspeção de segurança (luzes de
freios, setas, lanternas, etc.).
Na área de Saúde, fizemos um diagnóstico de saúde ocupacional,
em 2013, em todas as Unidades e incluindo todos os programas
que temos. A partir disso, elaboramos um plano de médio e
longo prazo, visando à melhoria da gestão de saúde ocupacional.
Já temos um manual com as melhores práticas do mercado em
termos de saúde ocupacional, que iremos revisar e implantar
em todas as unidades do Brasil e Exterior, estabelecendo uma
governança sobre eles.
INOVAÇÃO/PESQUISA (CAPITAL INTELECTUAL)
Em 2013, passamos a acompanhar indicadores relacionados
à saúde dos empregados, como absenteísmo médico acima
e abaixo de 15 dias, causas de afastamentos e índice de massa
corpórea. Demos início ao programa de saúde assistencial, em
conjunto com os planos de saúde para acompanhar as doenças
crônicas e, quando necessário, ajudar o funcionário que esteja
com dificuldade para controlar seu problema. Entendemos que
essa iniciativa traz ganhos para o funcionário, ao cuidar de sua
saúde, e para a Empresa, ao reduzir o absenteísmo e controlar
melhor as doenças crônicas e suas possíveis consequências.
Estabelecemos convênios com academias e profissionais de
educação física, que oferecem descontos para os interessados
em praticar exercícios.
Para 2014, a saúde e o bem-estar de nossos empregados
continuarão em evidência. Promoveremos uma revisão dos
cardápios dos restaurantes das unidades, para garantir uma
alimentação mais saudável. E, na sede, em São Paulo, já
substituímos em 2013 as máquinas de petiscos e refrigerante por
um carrinho com sanduíche natural, sucos e barras de cereais.
A Unidade de Vazante (MG) foi reconhecida com o Prêmio
Proteção Brasil de Saúde e Segurança do Trabalho 2013, em
função das ações com foco em qualidade de vida realizadas
no Programa Bem Viver. Outras informações sobre o prêmio
no item sobre “Principais Prêmios/Reconhecimentos”,
no capítulo “Nossa Atuação Empresarial”, deste Relatório.
Temos três linhas de pesquisa e desenvolvimento em processos:
• Projetos para redução da emissão de gases de efeito estufa.
• Projetos para eficiência hídrica.
• Projetos para redução de geração de resíduos.
No caso da eficiência energética e da redução de gases
de efeito estufa, temos quatro caminhos de inovação:
• Substituição de combustíveis fósseis líquidos e sólidos,
como óleo e coque, nas plantas de Niquelândia (GO),
Três Marias (MG), Juiz de Fora (MG) e Alumínio (SP).
• Reaproveitamento de energia como águas quentes
e calor de escória, nas plantas de Niquelândia (GO),
Juiz de Fora (MG) e Alumínio (SP).
• Redução de consumos específicos de todos os
energéticos e em todas as unidades da Votorantim Metais.
• Autoprodução de energia elétrica renovável com
energia solar distribuída, em todas as nossas plantas.
Nessas linhas, temos 15 projetos de pesquisa aplicáveis
a toda a Votorantim Metais, como utilização de óleos
renováveis nos três negócios da Empresa, biogás em
Niquelândia (GO), Três Marias (MG) e na Fábrica de Alumínio,
além de recuperações de calores em geral (gases, sólidos
e líquidos), visando à redução do consumo de vapor em
todas as plantas dos três negócios, automações com
foco em redução de consumos energéticos nos três
47
negócios, utilização de biomassa em nossos processos
metalúrgicos, entre outras iniciativas.
No que se refere à eficiência hídrica, temos dois caminhos
de inovação:
• Recirculação de águas industriais e redução geral do
consumo de água das plantas industriais. Com isso,
temos 18 projetos de pesquisa, como filtrações de íons
na água final de Três Marias (MG), Niquelândia (GO)
e São Miguel Paulista (São Paulo – SP).
• Decantação e ciclonagem das lamas finais dos processos
de Níquel, Zinco e Alumínio, visando ao retorno da água antes
da disposição final do rejeito e a própria filtração direta. Temos
também, entre outras tecnologias, tratamentos químicos e
físico-químicos como abrandamentos e precipitações químicas
de elementos indesejados nas águas industriais, como o
magnésio, em todas as nossas plantas.
A inovação na Votorantim Metais é feita a partir de modelo
tripartite, com a participação da Empresa, Universidades e/ou
Centros Tecnológicos e Governo, além de empresas parceiras.
Para o caso de eficiência energética, temos uma parceria com
o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Esta instituição nos
auxilia nas discussões técnicas e medições confiáveis de testes
com combustíveis realizados em nossa planta-piloto. Para o
caso de eficiência hídrica, temos a parceria com a Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), que nos auxilia no levantamento
teórico e planejamento dos testes, de laboratório e piloto, que são
realizados dentro das plantas da Votorantim Metais.
No que tange à tecnologia, entendemos que se trata
de um diferencial fundamental para o desenvolvimento
de incrementos em produtos e processos. Queremos, com
as pesquisas, desenvolvimentos e projetos de tecnologia,
trazer resultado financeiro e/ou reduzir custos e, ao mesmo
tempo, contribuir para a sustentabilidade do negócio. Temos
a meta de atingir resíduo zero e 100% de reciclagem de
efluentes até 2020. O resíduo de um pode ser o insumo
de outro.
Um exemplo de iniciativa é o resíduo originado dos fornos
de alumínio; trata-se de um material tóxico, classe 1, que deve
ser disposto em aterro seguro. Assim, estamos testando o uso
desse resíduo em Niquelândia (GO), como parte do insumo
energético. Como o processo de beneficiamento do níquel
é um dos maiores consumidores de óleo, esse tipo de iniciativa
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
reduz o consumo de óleo (combustível fóssil e caro) e dá um
destino a um resíduo perigoso. A Fábrica de Alumínio gera
1.500 toneladas/mês desse resíduo, com um alto custo
de armazenagem.
Outro exemplo é a Barragem de Palmital, do negócio Alumínio.
Temos o objetivo de aumentar a vida útil da barragem, evitando
um custo de R$ 300 milhões para a construção de uma nova
barragem. Como o grande problema do resíduo é o líquido,
estudamos a possibilidade de usar filtros-prensa gigantes, para
separar a parcela sólida. O resíduo seco é mais fácil de armazenar,
pode ser manuseado de forma mais simples e ocupa menor
volume. Os testes-piloto indicam que é possível reduzir o resíduo
a 80% de sólidos. Com isso, novas projeções indicam que não só
é possível chegar até 2030, mas também é viável prolongar a vida
útil da Barragem de Palmital até 2045. Serão feitos novos testes,
em 2014, com filtros maiores. A estimativa é começar a operar
efetivamente, nessa configuração, a partir de 2016.
Temos patentes nas áreas de tratamento de minérios e também
nos processos metalúrgicos de Zinco, Níquel e Alumínio. Uma
dessas patentes é referente ao tratamento integrado de
concentrados sulfetados e oxidados de Zinco, sendo a planta
de Três Marias (MG) a única no mundo com este processo
produtivo. Em 2013, depositamos a patente verde referente ao
uso do resíduo originado dos fornos de alumínio.
Procuramos também, cada vez mais, desenvolver tecnologias que
permitam viabilizar novas jazidas e estender a vida útil das atuais
instalações frente aos futuros cenários, além de soluções para
recuperação dos minérios de baixo teor, incluindo barragens,
a fim de prolongarmos a vida útil das minas e, assim, obtermos
melhores resultados em nossos negócios.
Nossa gestão estratégica de inovação está dividida em quatro
pilares, sendo as pessoas, nossos empregados, os grandes
responsáveis pela geração e implementação de todas as inovações.
GOVERNANÇA CORPORATIVA/DIRETORIA DE TECNOLOGIA
Estratégia
da Inovação
Resultados
(econômicos,
ambientais,
sociais)
Pessoas
Processos
para inovação
Inteligência
da indústria
e Governo
49
As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo de Negócios – VOTORANTIM METAIS
Esses quatro pilares estão dentro de nossa estratégia, que é de inovação aberta, em que a Votorantim Metais comercializa tanto
suas próprias ideias como inovações de outras instituições, buscando levar produtos sustentáveis ao mercado que agreguem
valor ao acionista e à sociedade.
pesquisa
desenvolvimento
licenciamento
de patentes
internalização de
ideias de tecnologias
internalização de
patentes/know-how
para desenvolvimento
comercialização
internalização
de protótipos para
scale-up
spin-offs
Tempo
50
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
Financiamento
A despeito das intempéries de curto prazo pelas quais
passa o mercado de mineração, estamos otimistas quanto
à continuidade de nossos projetos de pesquisa e desenvolvimento.
No final de 2013, acordamos um financiamento, com valor
previsto de R$ 140 milhões (base dezembro/2013), com a FINEP
Inovação e Pesquisa, para financiar custos internos e custear os
projetos de exploração mineral e o projeto Alumina Rondon.
Outra forma de viabilizar a realização de nossos investimentos
em pesquisa, desenvolvimento e inovação é a busca de fontes
de financiamento a fundo perdido, como a Embrapii (Empresa
Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), um projeto-piloto
criado em dezembro de 2011 para estimular a inovação no País.
Já temos oito novos projetos assinados e outros em aprovação.
Um deles desenvolveu um sistema inovador de queima de
combustíveis, o que permitirá reduzir o consumo de combustíveis
fósseis. Os projetos são desenvolvidos em parceria com o
Senai-Cimatec, que entra com capital intelectual, laboratórios,
equipamentos e instalações.
Os projetos terão investimentos de R$ 20,9 milhões e colocam
a Companhia entre as principais empresas do setor industrial que
melhor aproveitam o modelo de incentivo à inovação, lançado
em dezembro de 2011. Somados com um primeiro projeto, a
Votorantim Metais executa R$ 23,4 milhões no âmbito da parceria.
O Senai-Cimatec é uma das três instituições nacionais de ciência
e tecnologia credenciadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa e
Inovação Industrial (Embrapii), organização social criada a partir
de iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto
ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTi) e à Financiadora de
Estudos e Projetos (Finep).
Os investimentos serão divididos igualitariamente entre a Votorantim
Metais, o Senai-Cimatec e a Embrapii. A partir de recursos financiados
junto à Finep, aportamos um valor correspondente a 1/3 do
orçamento de cada projeto desenvolvido no âmbito da parceria.
A Votorantim Metais já é a empresa no Brasil que tem o maior
número de projetos aprovados pelo Senai-Cimatec no âmbito da
instituição governamental. Em valores, os projetos desenvolvidos
pela Companhia respondem por 32% do orçamento do total de
trabalhos desenvolvidos pelo Senai-Cimatec.
USINA DE RECICLAGEM METÁLICA
Na Zona da Mata Mineira, conduzimos um projeto
pioneiro: a primeira planta de polimetálicos
do País. Orçado em R$ 521 milhões, o Polimetálicos
tem como proposta transformar a indústria de zinco
de Juiz de Fora (MG), que utiliza 100% de matéria-prima
importada, em uma empresa recicladora da cadeia
produtiva do zinco, por meio da recuperação de
materiais alternativos.
Além dos atuais produtos, como zinco, ligas de
zinco, sulfato de cobre, ácido sulfúrico e concentrado de
prata, nossa Unidade de Juiz de Fora (MG) terá
condições de produzir sulfato de chumbo, escória Waelz
(com aplicação no cimento e pavimentação) e sal misto
(cloreto de sódio e potássio).
Os investimentos em equipamentos com forte apelo
ambiental, como o forno Waelz, permitem o tratamento
de materiais com baixos teores de zinco, que hoje não
são aproveitados. Dentre eles, estão resíduos internos
da Unidade de Juiz de Fora (MG) e das minas de zinco do
Brasil, além do pó de aciaria elétrica, que é
considerado um resíduo classe I da indústria
siderúrgica e que hoje é colocado em aterros
controlados. Assim, a empresa dá uma destinação final
para esses materiais e ainda reduz a necessidade de
concentrados de zinco importado.
Considerando a disponibilidade do forno Waelz
para o tratamento de outros materiais contendo
zinco, temos condições de tratar aproximadamente
85% do pó de aciaria elétrica gerado no Brasil,
o que corresponde a todo o pó de aciaria elétrica
de Minas Gerais.
Outro ganho ambiental do projeto diz respeito
à alteração do processo hidrometalúrgico da Unidade
de Juiz de Fora (MG), que deixará de gerar a
jarosita, um tipo de sulfato que representa 80% dos
rejeitos atualmente gerados e que já são dispostos em
uma barragem própria para este fim. A definição da
tecnologia aplicada no projeto Polimetálicos foi
fruto de uma ampla pesquisa entre as mais modernas
do mundo na atualidade.
51
As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo de Negócios – VOTORANTIM METAIS
GESTÃO DE FORNECEDORES
Tivemos cerca de 7.400 fornecedores cadastrados, homologados
e ativos em 2013. Temos como objetivo aumentar a contratação
de fornecedores das regiões próximas às nossas unidades, como
forma de incentivar o desenvolvimento econômico e a geração
de emprego locais.
Acreditamos que essa é uma forma de gerar valor compartilhado e
de termos uma contribuição perene para a economia e a sociedade
do entorno de nossos empreendimentos, majoritariamente
localizados em áreas remotas, distantes dos grandes centros. É uma
maneira de promover o desenvolvimento e, desde o início, atuar
para reduzir a dependência da atividade mineradora.
Trabalhar no desenvolvimento da cadeia de fornecedores
locais, especialmente de serviços, contribuirá para viabilizar
nossos empreendimentos e faz parte da gestão de riscos.
Damos prioridade à mão de obra da região e investimos na sua
capacitação técnica, gerando um maior comprometimento das
pessoas com o projeto. É um meio de eliminar riscos inerentes
ao uso de mão de obra de fora, como rotatividade elevada e suas
consequências, que podem ter impacto em prazo e segurança.
Assim, sem deixar de considerar os fatores técnicos e comerciais,
estamos incluindo esse olhar na hora de escolher os fornecedores
com quem vamos trabalhar, em toda a cadeia. Para operar como
nossos fornecedores, as empresas precisam atender a requisitos
de gestão, segurança e relações trabalhistas. Ficam assim
preparadas para fornecer para quaisquer empresas do porte
e do nível de exigência da Votorantim Metais.
A preocupação com o desenvolvimento de fornecedores tem início
ainda na fase de projeto e faz parte da licença social para operar.
Enquanto as áreas responsáveis elaboram o projeto e estudam
sua viabilidade técnica e econômica, têm início um mapeamento
da mão de obra local e as articulações para sua capacitação.
52
INCENTIVO À CADEIA DE
FORNECEDORES DE GOIÁS
Sob a liderança da Federação das Indústrias do
Estado de Goiás/Instituto Euvaldo Lodi (FIEG/IEL),
nos juntamos à Anglo American e à AngloGold Ashanti,
outras duas empresas do setor de mineração, e criamos
o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores
(PDF), cujo convênio foi assinado em dezembro de
2013. O objetivo é capacitar empresas dos municípios
de Barro Alto, Crixas, Goianésia, Niquelândia e Uruaçu,
onde estão localizadas as unidades das três empresas.
Com a capacitação dessa cadeia, a intenção é fortalecer
ainda mais os negócios no entorno das unidades,
o que é importante para o desenvolvimento sustentável
desses municípios.
O Programa de Desenvolvimento de Fornecedores
visa estimular a competitividade, aperfeiçoar a gestão,
ampliar mercado e fomentar uma atuação social e
ambientalmente responsável. Busca ainda promover
a qualificação profissional e o fortalecimento das
entidades de classe.
O Programa é coordenado pelo Instituto Euvaldo Lodi
e envolve temáticas como gestão financeira, recursos
humanos, qualidade, mercado e planejamento.
O convênio inclui três rodadas de negócios. A primeira
delas foi realizada em dezembro de 2013, em Niquelândia
(GO), com a participação de 24 empresas locais.
DESENVOLVIMENTO DAS COMUNIDADES EM QUE ATUAMOS
Em 2013, investimos direta ou indiretamente, em parceria
com o Instituto Votorantim, mais de R$ 9,8 milhões em cerca
de 50 projetos voltados ao desenvolvimento de comunidades
onde estamos presentes, com foco em trabalho, educação,
cultura, esporte e desenvolvimento local. Os projetos
abrangem 25 municípios em São Paulo, Minas Gerais,
Goiás e Cajamarquilla (Peru).
São iniciativas importantes, especialmente em localidades
remotas, demandantes de infraestrutura e mão de obra.
Não se trata de assumir o papel do estado, mas de atuar
para criar as condições necessárias para viabilizar nossos
empreendimentos. Também queremos deixar um legado
positivo para essas comunidades, em diversos setores que
se interligam, como educação, empreendedorismo, geração
de renda e serviços comunitários.
Um dos pontos a destacar no ano foram os esforços para
melhorar a gestão dos projetos sociais. Todos os projetos
passam por uma avaliação trimestral de uma empresa
contratada pela Votorantim Metais para analisar itens como
gestão de recursos, cronograma e atingimento de metas.
São quatro visitas anuais a cada projeto. É emitido um relatório,
que é submetido à apreciação da diretoria.
Outra novidade é que, em nosso planejamento estratégico
de responsabilidade social, são as Unidades, por estarem
próximas às comunidades, que definem os projetos que terão
nosso apoio financeiro. Para facilitar, classificamos os projetos
conforme seu objetivo ou o legado que pretendemos deixar
na comunidade. Em localidades que não têm dependência
da presença da Votorantim Metais, os projetos são voltados
ao relacionamento.
Já em municípios com estrutura deficitária de desenvolvimento,
muito dependentes economicamente de nossas atividades,
procuramos estimular o desenvolvimento local, de forma
articulada com os demais setores. Por isso, temos o Projeto
Apoio à Gestão Pública – realizado em Vazante (MG), Três Marias
(MG) e Fortaleza de Minas (MG), em parceria com o BNDES –,
e o Projeto Qualificação de ONGs, realizado em Fortaleza
de Minas (MG). Além disso, realizamos projetos voltados
à geração de renda, emprego e empreendedorismo que
fomentam o dinamismo econômico local.
53
As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo de Negócios – VOTORANTIM METAIS
Os principais projetos em 2013 foram:
Tela Viva (Itamarati de Minas – MG)
Projeto cultural que abrange 10 municípios e tem como meta
o acesso e a formação de público para a produção audiovisual
brasileira, por meio de sua unidade móvel de cinema, que percorre
bairros e distritos rurais. Desde 2009, já foram feitas cerca de 250
exibições na região da Zona da Mata Mineira. Em 2013, houve
a continuidade de exibições públicas e da produção de filmes
nas comunidades. Em parceria com prefeituras locais, promoveu
o deslocamento de alunos e professores para cinemas e salas
de exibição da região. Foram investidos R$ 250 mil, recurso
de Lei Rouanet, e atendidas 12 mil pessoas.
Programa de Educação para o Trabalho – PET
(São Miguel Paulista – SP)
Promove a inclusão social, os direitos humanos e a cidadania
e busca oportunidades de emprego para jovens oriundos de
famílias de baixa renda da comunidade do Jardim Pantanal
e do Itaim Paulista (São Paulo – SP). De 2010 a 2012, formou
240 jovens em parceria com o SENAC, dando a oportunidade
de vivências em grandes empresas e inserção no mercado de
trabalho formal. Em 2013, foram capacitados mais 120 jovens.
O investimento, no ano, foi de R$ 269.350,00.
Futuro em Nossas Mãos (São Paulo – SP)
Ecos da Mata (Miraí – MG)
Iniciado em 2010, tem como objetivo criar bases para
o desenvolvimento regional sustentável, com envolvimento
de governo, iniciativa privada e terceiro setor. Na frente
de Capacitação de Gestores Públicos, foram capacitadas
94 pessoas, sendo 80 representantes do poder público
e 14 representantes de controle social e lideranças comunitárias.
A frente de Fórum desenvolveu nove encontros itinerantes,
para elaboração do Plano de Desenvolvimento Regional.
A frente Capacitação para Turismo Rural e Ecológico Comunitário
capacitou 109 participantes, em 11 oficinas, e elaborou três
Planos de Desenvolvimento do Turismo Rural. No final de 2013,
o Programa iniciou a consolidação da ADEMATA (Agência
de Desenvolvimento Local da região da Zona da Mata), uma
forma de consolidar a sustentabilidade do processo realizado
na localidade. Em 2013, foram investidos R$ 100 mil.
De Olho no Futuro (Fortaleza de Minas – MG)
Desde 2012, trabalha para o fortalecimento de produtores
agrícolas do PAIS (Produção Agroecológica Integrada Sustentável),
com foco no desenvolvimento de tecnologias inovadoras e na
melhoria da comercialização, com o mapeamento de novos
focos de comércio. Os 60 agricultores participantes vendem
suas mercadorias ao programa Mesa Cheia, ao Supermercado
Zé Maia e a duas escolas estaduais. Em 2013, foram investidos
R$ 216.960,00.
54
Visa à capacitação de jovens para atuar nos mercados
de serralheria e instalação e manutenção de esquadrias
de alumínio e busca sua inserção no mercado de trabalho.
Oferece acompanhamento pedagógico e preparação para
o mercado de trabalho, junto a uma rede de parceiros
intersetorial. Desde 2006, o projeto já capacitou mais
de 400 jovens e ajudou a inseriu 60% deles no mercado
de trabalho. Em 2013, o investimento foi de R$ 275.168,00,
beneficiando mais de 80 pessoas. A renda média após
a formação é de R$ 800,00.
Qualidade de Vida e Sustentabilidade para Criadores
de Porcos (Cajamarquilla – Peru)
Atua desde 2012 na capacitação de 35 famílias criadoras
de porcos da região de Cajamarquilla. O objetivo é melhorar
a qualidade de vida por meio da implementação de cadeia
produtiva, melhorias em higiene, condições sanitárias e segurança.
O investimento em 2013 foi de R$ 91.200,00.A expectativa
de renda mensal é de R$ 780,00.
Educando para o Futuro (Cajamarquilla – Peru)
Busca a melhoria na qualidade do raciocínio matemático e verbal
de adolescentes e jovens de Cajamarquilla, por meio de um
programa de capacitação e acompanhamento de professores
e alunos de colégios públicos selecionados na região. Teve
início em 2013 e beneficiou 461 pessoas, com o investimento
de R$ 373.147,00.
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
Projeto Três Marias em Estampa (Três Marias – MG)
Com esse projeto, iniciado em 2013 e inaugurado em abril de
2014, a cooperativa de costureiras Coopermoda comercializa
roupas e uniformes para empresas, escolas e eventos da região
de Três Marias. Com o apoio do Programa ReDes, do Instituto
Votorantim, a cooperativa construiu sua sede, adquiriu máquinas
e capacitou as cooperadas em temas como vendas, encomendas,
estoque, atendimento ao cliente e precificação. Um dos objetivos
do grupo é, no futuro, produzir uniformes para a unidade da
Votorantim Metais na cidade mineira.
Projeto Sabores da Fazenda (Niquelândia – GO)
Esse projeto, que também conta com apoio do Programa
ReDes, do Instituto Votorantim, visa ampliar a produção
e a comercialização de pães, bolos e pães de queijo fabricados
por mulheres em Niquelândia, que são comercializados
para escolas da região. Após a aquisição de maquinários
e a realização de treinamentos, foi inaugurada nova sede,
em 2013, o que propiciará o atendimento de novos mercados,
já que, antes, as cooperadas trabalhavam mediante encomenda
e os produtos eram entregues para consumo imediato,
nas escolas. Com a abertura do novo espaço, é possível
fazer congelados e diversificar a oferta para o mercado,
podendo abastecer também supermercados, hotéis
e outros estabelecimentos.
Programa de Voluntariado
Em 2013, reforçamos o Programa de Voluntariado empresarial.
Além da realização do programa na Votorantim Industrial, desde
2008, com a realização de ações mensais de março a novembro,
expandimos o mesmo formato, na Votorantim Metais, para
as Unidades de Cajamarquilla (Peru), Juiz de Fora (MG) e São
Miguel Paulista (São Paulo – SP).
As ações são realizadas por meio de parcerias com organizações
sociais e escolas, como a parceria com a ONG TETO, com
a finalidade de viabilizar construção de casas de emergência
para famílias em situação de extrema vulnerabilidade, e com
a ONG Grupo Terra, que atua com recreação e entretenimento
para pessoas com deficiência visual. Nas Unidades de Cajamarquilla,
Juiz de Fora e São Miguel Paulista, as ações perpassam por temas
de educação, alinhadas às demandas das escolas públicas locais,
e empreendedorismo juvenil. Nessas iniciativas, em 2013, foram
investidos cerca de 70 mil reais, beneficiando 3.727 pessoas.
Temos também o DIA V, em comemoração ao Dia Nacional
do Voluntariado, em 28 de agosto. Na ocasião, todas as nossas
unidades promovem iniciativas com organizações sociais.
Em 2013, participaram 315 voluntários e 1.384 pessoas
foram beneficiadas.
O voluntariado é uma forma da Empresa estimular o empregado
a exercer sua cidadania e promover transformação social nas
localidades em que estamos presentes.
O bom relacionamento com as comunidades do entorno é
muito importante para a Votorantim Metais. Para estabelecer
um canal formal direto com a comunidade, sistematizamos uma
metodologia de incidentes sociais para receber e tratar queixas
e reclamações de nossos vizinhos. Ele estabelece um fluxo para
recebimento, registro e tratamento, incluindo prazos e feedback
ao reclamante.
Em 2013, o sistema funcionou em caráter piloto na Unidade
de Três Marias (MG).
HORTALIÇAS E LEGUMES
FRESQUINHOS E SEM AGROTÓXICOS
Os agricultores Jonathan Viana e sua mulher Eneida
ficaram felizes e orgulhosos. Junto com mais 10 pequenos
produtores rurais de Fortaleza de Minas (MG), eles agora
são fornecedores do supermercado Walmart, de Passos
(MG), entregando à rede produtos como cenoura,
beterraba, jiló, berinjela, pimentão, abobrinha, repolho
e couve-flor, sem agrotóxicos.
Em dezembro de 2013, a Associação dos Produtores
Agroecológicos de Fortaleza de Minas (Apafort), da qual
Jonathan e Eneida fazem parte desde o início do projeto,
concretizou a primeira venda experimental de hortaliças
e legumes ao Walmart. “Apenas no fim de semana,
quase todos os produtos já tinham sido vendidos. Temos
certeza de que quem experimentar vai gostar”, afirmam.
Para atender ao Walmart e concretizar o contrato,
foram desenvolvidos tabela nutricional, código de
barras, embalagem padronizada e identificação visual
do espaço para exposição dos produtos da Apafort
em layout padrão, em conformidade com a legislação
e o mercado para produtos hortifrutigranjeiros.
A Apafort recebe a consultoria da Agência de
Desenvolvimento Socioeconômico de Fortaleza
de Minas (Adesfort), que por sua vez é apoiada
pela Votorantim Metais e pelo Instituto Votorantim.
O suporte à Adesfort é uma de nossas ações de
desenvolvimento econômico e social no município
de Fortaleza de Minas.
Também atuamos em parceria com a Prefeitura Municipal
de Fortaleza de Minas, o Conselho Municipal de Direitos
da Criança e do Adolescente (CMDCA), a Associação dos
Artesãos de Fortaleza de Minas (ASSOCIART), o Instituto
BioSistêmico (IBS) e Fundação de Ensino Superior de
Passos (FESP).
COMPROMISSO COM A COMUNIDADE
Acreditamos que nosso compromisso com a comunidade
começa antes mesmo do início de nossas operações.
Por isso, juntamente com o Projeto Greenfield Alumina
Rondon, em Rondon do Pará (PA), demos início ao
Programa de Apoio à Gestão Pública.
Em parceria com o Instituto Votorantim e o BNDES,
oferecemos apoio técnico especializado e capacitação às
prefeituras para elaboração de projetos de modernização
da gestão pública e elaboração de planos para redução
do déficit de infraestrutura municipal.
Em Rondon do Pará, estão previstas a realização de um
diagnóstico da situação dos setores básicos, a capacitação
de gestores e servidores públicos para a elaboração
do planejamento de suas áreas, a elaboração conjunta
de projetos para captação de recursos e, finalmente,
a captação e contratação de recursos onerosos e não
onerosos em instâncias estaduais e federais.
Em 2013, o Programa investiu R$ 764 mil e há outros
R$ 986 mil contratados para os próximos anos. Além
disso, iniciamos cursos em parceria com o SENAI para
formar 140 alunos e com o Instituto Federal do Pará (IFPA)
para formar 300 alunos. Esses 440 alunos concluíram seus
cursos no primeiro trimestre de 2014.
A previsão até 2015 é de viabilizar ainda mais 8 mil vagas,
aproximadamente, envolvendo, além de Rondon, os
municípios de Abel Figueiredo e Dom Eliseu, no Pará.
O Projeto Alumina Rondon compreende uma mina
de bauxita e uma refinaria de alumina integradas, no
município de Rondon do Pará, localizado no sudeste do
Pará, próximo à cidade de Marabá. A alumina (óxido de
alumínio) é produzida a partir do refino da bauxita e é
utilizada principalmente para a fabricação de alumínio,
mas também para a fabricação de cerâmicas especiais,
como isoladores elétricos. O projeto segue as mais modernas
práticas do mercado; podemos citar a recuperação das
áreas lavradas para seu uso original, a cogeração de energia
e vapor, o reuso de 100% da água e a disposição seca dos
resíduos. O projeto encontra-se na fase de licenciamento
ambiental. Após a obtenção das licenças e a aprovação da
construção, serão necessários mais três anos de obra, até
o início da operação. A capacidade anual de produção
é de 7 milhões de toneladas de bauxita beneficiada e de
3 milhões de toneladas de alumina.
57
As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo de Negócios – VOTORANTIM METAIS
FORMAÇÃO DE MÃO DE OBRA
No projeto Alumina Rondon, participamos da articulação
de cursos de capacitação de mão de obra.
Os cursos capacitarão cerca de 9 mil pessoas até 2015,
nos municípios de Rondon do Pará, Dom Eliseu e Abel
Figueiredo, no Pará. Eles poderão concorrer às cerca de
6 mil vagas que serão abertas na época da implantação
do projeto e às 1.600 vagas previstas para a operação
da refinaria de alumina e da mina de bauxita.
Essa iniciativa faz parte do Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)
e é realizada em parceria com a Prefeitura de Rondon
do Pará, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(SENAI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(SENAR) e o Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Pará (IFPA).
A qualificação de mão de obra também envolve
a capacitação específica para produtores rurais.
O Programa de Fomento à Produção Agrícola
prevê a realização dos cursos de operador de máquinas
e implementos agrícolas, auxiliar técnico em agropecuária,
agricultor agroflorestal, horticultor, agricultor familiar
e identificador florestal. O objetivo é fomentar a produção
de alimentos na região e tornar os produtores locais aptos
a atender às demandas geradas a partir da implantação
do empreendimento.
Esse trabalho vem sendo desenvolvido pela área de Tecnologia
de Energéticos, criada em 2012 com foco em desenvolvimento
de projetos para melhoria da eficiência energética e redução de
emissões de gases de efeito estufa, prioritariamente em duas
vertentes:
• Eficiência energética – melhorar o consumo específico
dos processos, reduzindo o consumo de energéticos (energia
elétrica, gás natural, coque, óleo, etc.).
• Flexibilidade energética – substituição dos combustíveis
fósseis atuais por combustíveis alternativos.
Estamos conduzindo diversos projetos de pesquisa, aplicáveis
a toda a Votorantim Metais, entre eles projetos de utilização
de óleos renováveis, utilização de biogás, recuperação de calor
(gases, sólidos e líquidos) visando à redução do consumo de vapor,
automação com foco em redução de consumos energéticos
e utilização de biomassa em nossos processos metalúrgicos.
Com nossos esforços para minimizar o consumo de energia
em 2013, reduzimos o custo de energia em R$ 13,4 milhões,
ao economizar 623.765 GJ. Desse total, 151.226 GJ foram de
energia térmica. Com essa energia, poderíamos dar 1.389
voltas ao redor da terra com um carro popular. O restante
economizado seria suficiente para abastecer 851.104 residências
durante um mês. Se compararmos com a cidade de Alumínio (SP), a
energia economizada seria suficiente para abastecer durante 12
anos todas as residências da cidade (17.789 habitantes e 5.928
residências). Ou poderia suprir durante 1,4 ano as residências de São
Caetano do Sul – SP (156.362 habitantes e 52.121 residências).
Na busca de eficiência e flexibilidade energéticas, podemos
destacar as seguintes iniciativas:
ECOEFICIÊNCIA E USO RESPONSÁVEL
DOS RECURSOS
Uso de Energia Elétrica / Matriz Energética
Em nosso planejamento estratégico, prevemos a otimização
dos recursos energéticos como um dos desafios para a perenidade
dos negócios. Nossa meta é melhorar a eficiência energética
em 10% até 2020 em comparação ao índice de 2010 – o dobro
estipulado pela Votorantim Industrial. Temos a lista de ações
necessárias para alcançar esse objetivo e buscamos os recursos
necessários para realizá-las.
58
• Em Niquelândia (GO), que é uma das maiores consumidoras
de óleo combustível na Empresa, vamos testar a utilização
de biomassa, gerada em nossas fazendas da região, como
substituta de parte do coque para à produção de vapor.
• Ainda em Niquelândia, estamos testando o uso do resíduo
dos fornos de produção de alumínio (um material tóxico,
classe 1) como parte do insumo energético. O potencial
de sucesso desse projeto é elevado e poderemos destinar
à Niquelândia as 1.500 toneladas de resíduo geradas
mensalmente no negócio Alumínio. Com isso, iremos reduzir
o consumo de combustível de origem fóssil e parte desse
elevado custo em Niquelândia e ainda daremos um destino
a um resíduo perigoso, de alto custo de armazenamento.
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
• Esses desenvolvimentos foram possíveis graças ao
investimento de R$ 500 mil para a modernização da planta
piloto de Niquelândia. Em 2014, o foco será a modernização
da planta piloto de Juiz de Fora (MG). O objetivo é substituir
o atual combustível, coque, por combustíveis alternativos.
• Na Unidade de Três Marias (MG), temos um projeto
inovador, em estágio avançado de engenharia e estudos
de viabilidade, para a recuperação de calor dos 40 fornos
de óxido de zinco. Os gases da exaustão dos fornos serão
direcionados para gerar vapor, o que atualmente é obtido
usando-se óleo combustível.
• Na Unidade de Vazante (MG), em fase mais inicial, está
sendo estudada a implantação de uma pequena central
hidrelétrica, movida pela água que é bombeada do subsolo
no rebaixamento do lençol freático.
• Nossa área de Tecnologia está participando de um projeto,
que está em fase inicial, junto com a Votorantim Energia
e uma instituição suíça de pesquisa, que prevê a utilização
de microeletrônica orgânica para produzir filmes finos
fotovoltaicos para a produção de energia.
Gestão de Resíduos
Em 2011, estabelecemos a meta de geração “zero” de resíduos
minero-metalúrgicos até 2020. Um levantamento realizado
em 2012 indica que a Votorantim Metais gera 5,4 milhões
de toneladas de resíduos por ano. Desse total, já reutilizamos,
reaproveitamos ou eliminamos 27%. Para outros 33%, já
temos rota tecnológica definida, faltando apenas viabilizar
economicamente sua implantação. E para os 40% restantes,
temos estudos em andamento.
A diretriz desses projetos vai além de tratar ou eliminar o
resíduo. Queremos gerar valor com eles, inclusive com resíduos
de terceiros, como é feito na Metalex, que trabalha com
resíduo industrial, e na Unidade de Juiz de Fora (MG), que
recicla zinco a partir do pó de aciaria. Somando as receitas
geradas em 2013 com o tratamento ou reaproveitamento de
resíduos, o total passa de R$ 100 milhões.
A eliminação de investimentos em novas barragens, que
representam um custo sem valor agregado e sem benefícios
ambientais nem sociais, é um dos objetivos que têm
mobilizado a nossa atenção. Além de reduzir custos
financeiros, é um caminho que traz impactos ambientais
positivos, já que novas barragens demandam terras virgens,
realocação de pessoas e controle do passivo.
Desde 2010, a Unidade de Morro Agudo (Paracatu – MG)
é considerada “resíduo zero”. Após investimentos em
tecnologia, a Unidade não gera mais resíduos e produz um
novo produto, o Pó Calcário Agrícola. Foram investidos
apenas R$ 300 mil numa solução que evitou a necessidade
de construir uma nova barragem a cada três anos ao custo
de R$ 35 milhões cada. Anualmente, são produzidas cerca
de 700 mil toneladas por ano de Pó Calcário Agrícola, que é
usado na correção da acidez de solo. O Pó Calcário Agrícola
da Votorantim Metais é chancelado pelo Ministério da
Agricultura e tem qualidade atestada pela Universidade
Federal de Lavras (MG).
As Diretrizes e os Resultados de Nosso Modelo de Negócios – VOTORANTIM METAIS
A experiência de Morro Agudo inspirou novos projetos, buscando
a meta de resíduo zero até 2020. Viabilizamos, por exemplo,
a extensão da vida útil da barragem de Niquelândia (GO) por
17 anos e evitamos a necessidade de investir R$ 350 milhões
na construção de uma nova barragem.
A atual já tem 30 anos de operação e não teria mais condições
de expansão pelo método convencional. Desenvolvemos um
novo método de armazenamento, com base na experiência
da Unidade de Fortaleza de Minas (MG). Tomamos todos os
cuidados necessários para mitigar os riscos de engenharia
e ambientais. A primeira parte da obra já está pronta, e o projeto
vai custar 1/3 do que demandaria uma barragem nova, sem
considerar os impactos ambientais.
No negócio Alumínio, o objetivo era dobrar a vida útil da
barragem de Palmital até 2020. Com o uso de filtros prensa
para retirar a parte líquida do resíduo, uma inovação para
um problema que desafiava a indústria mundial de alumínio,
prolongaremos a vida útil da barragem até 2045 e descartamos
a necessidade de investir R$ 300 milhões em uma nova
barragem. Durante esse projeto, descobrimos ainda que
poderemos perenizar a barragem atual. Estamos testando o uso
do resíduo como insumo de uma indústria, que terá redução
de custos e emitirá 30% menos gases de efeito estufa. O líquido
retirado pelos filtros prensa será reaproveitado na refinaria,
trazendo economia de soda cáustica e de cloro. A estimativa
é começar a operar em escala industrial em 2016.
Esses projetos das barragens de Niquelândia e de Palmital têm
grande potencial e irão acrescentar pontos ao sistema de gestão
de barragens da Votorantim Metais, que já é considerado um
dos melhores do mundo, monitorado e auditado pela Geo
Consultoria. Nosso sistema de gestão é pioneiro e segue
um modelo próprio, construído com base nas mais rigorosas
legislações internacionais. A fim de garantir a segurança, indícios
de problemas são identificados com muita antecedência
e corrigidos prontamente.
Os novos projetos são concebidos de forma a ter geração
mínima de resíduo. E procuramos formas de aproveitá-lo
ao máximo, ainda que seja no futuro preenchimento da mina.
Buscamos ainda eliminar a necessidade de ter barragem.
Os projetos Bongará e Aripuanã, ainda em fase de estudos,
não preveem a construção de barragem.
60
Se for imprescindível, estudamos formas mais modernas, como
o empilhamento a seco, que é mais fácil de manejar, tem menos
risco de rompimento e pode ser revegetado por cima. Ao mesmo
tempo em que há ganhos ambientais, a geração mínima e o
aproveitamento máximo de resíduo, além da eliminação da
necessidade de barragem, reduzem o investimento na construção
e monitoramento.
O resíduo dos fornos de alumínio está sendo testado, com
sucesso, em duas aplicações. A primeira delas é como substituto
de parte do óleo combustível em Niquelândia (veja detalhes
no item Uso de Energia Elétrica / Matriz Energética). Outra
possibilidade interessante é seu uso como fluidificante de escória
na Votorantim Siderurgia. Se for aprovado, poderemos destinar
o resíduo de alumínio, que é classe 1, a outras siderurgias.
Além de mitigar um risco ambiental, o uso de pó de aciaria
(resíduo classe 1 gerado pela indústria siderúrgica) como substituto
de parte do concentrado de zinco na Unidade de Juiz de Fora
(MG) é outra iniciativa que tem ganhos econômicos e reflexos
positivos ao meio ambiente. O processamento começou em 2012
com a Votorantim Siderurgia e foi multiplicado por quatro em
2013, confirmando a vocação e aumentando a lucratividade da
Unidade de Juiz de Fora, que recebe da indústria siderúrgica para
dar um destino ao resíduo e tem seu custo de produção reduzido.
Já estamos prestando esse serviço para outras empresas
e podemos ampliar ainda mais o mix de pó de aciaria. Agora,
começamos a testar o uso de pilhas como substitutas do
concentrado de zinco.
Ainda a respeito do uso responsável dos recursos, temos uma
equipe dedicada ao planejamento de longo prazo das minas
atuais, que procura antecipar as variações de teor mineral ao
longo do tempo, calcular a necessidade de abertura de galerias
e identificar maneiras de estender a vida útil das minas.
Em Vazante (MG), identificamos um recurso mineral numa área
que pertencia a uma massa falida, compramos a propriedade
e vamos estender em cinco anos a vida útil da mina, de 2025
para 2030. Já a mina de Morro Agudo (Paracatu – MG) tinha
previsão de esgotamento em 2015, mas nossa pesquisa
revelou a oportunidade de prolongar a atividade até 2020.
PÓ CALCÁRIO AGRÍCOLA: UM NOVO
PRODUTO DA VOTORANTIM METAIS
Desde julho de 2010, a Unidade de Morro Agudo
(Paracatu – MG), após investimento em tecnologia,
não gera mais resíduos no processo de beneficiamento
do zinco e passou a produzir um novo produto, o
Pó Calcário Agrícola, que é totalmente comercializado.
Foram investidos R$ 300 mil no projeto, denominado
“Zero Resíduo”. O faturamento com a venda do PCA
em 2013 foi de R$ 7,7 milhões; em 2012 foi de
R$ 10,5 milhões e em 2011, de R$ 6,8 milhões. Além
disso, houve um gasto evitado de R$ 20 milhões com
construção de nova barragem para destinação e
movimentação do resíduo industrial que era gerado,
o Pó Calcário Industrial (PCI).
Há também o ganho socioambiental – o PCI gerado
anteriormente era destinado a uma barragem,
tornando-se assim um passivo ambiental. O PCI
gerado entre 2008 e 2010, depositado em barragem,
está sendo reprocessado, com a recuperação do zinco
e do chumbo depositados, a fim de se eliminar esses
depósitos e reaproveitar os locais.
O PCA tem alto potencial nutritivo para o solo, devido
ao zinco em sua composição, sendo utilizado assim
como insumo agrícola e elemento de correção de pH
de solos. O produto tem granulometria filler (muito fina),
o que garante uma melhor absorção de nutrientes. Além
de corrigir o pH do solo, neutralizando a acidez, esse
produto maximiza os efeitos do fertilizante e possibilita
uma aplicação tardia, elevando a produtividade da terra.
O Projeto “Zero Resíduo” foi uma quebra de paradigma
dentro do processo de beneficiamento, pois foi possível
eliminar a geração de PCI, e passar a produzir o PCA,
que se tornou assim parte da gama de produtos da
Votorantim Metais.
Gestão de Água e Efluentes
Atualmente, o volume de água usado nas unidades da
Votorantim Metais gira em torno de 20 milhões de m3/ano.
De acordo com o balanço hídrico realizado em 2013, reutilizamos
(o que chamamos de “eficiência hídrica”) metade desse total
e já somos considerados referência entre as Empresas Industriais
da Votorantim, mas queremos ir além. Nossa principal meta,
como já mencionado, é recircular 100% da água de processo,
zerando a emissão de efluentes, até 2020. A proposta é captar
água apenas para repor as perdas de evaporação ou de
incorporação em produtos.
No dia a dia, contamos com a utilização de uma ferramenta
de apoio, o balanço hídrico, que permite contabilizar
os usos da água num nível de detalhamento e complexidade
bem abrangente. O balanço hídrico está sendo utilizado,
de forma padronizada, em todas as nossas Unidades.
O comportamento das unidades é diferenciado no que se refere
à percentagem de reutilização. Embora o valor médio seja 50%,
podemos destacar, por exemplo, as Unidades de Morro Agudo
(Paracatu – MG), com 89% de eficiência, e Cajamarquilla (Peru),
com 67%, que se sobressaem com eficiências mais elevadas.
O programa nasceu em função das seguintes constatações:
Com isso, e em linha com a premissa de “geração de valor
compartilhado”, geramos valor para a Empresa e contribuímos
para a preservação de recursos, ao reduzir os custos inerentes
aos processos de captação de água, tratamento e lançamento de
efluentes. Vale lembrar que, nos dias de hoje, o custo de captação
de água dos rios brasileiros ainda é baixo, mas tende a subir.
Estudo da consultoria KPMG revela que, em média, a indústria
paga US$ 0,25 pelo metro cúbico no Brasil. Na França, o custo
chega a US$ 6.
62
A partir do amadurecimento do processo de contabilização
do uso da água e envolvimento das equipes de processo
e de meio ambiente, implantamos, em 2014, o Programa
de Governança da Água na Votorantim Metais.
• A água é um tema sensível em nível mundial.
• Existem, no mundo, restrições e competição crescentes
para acesso ao recurso água.
• A captação e o tratamento de água e efluentes e a
cobrança pelo uso da água são custos importantes,
e crescentes, para a atividade industrial.
• Devemos estar atentos à gestão de riscos associados
à escassez de água nos locais onde a Votorantim Metais
tem suas operações. O processo de mineração exige uma
grande demanda de água.
• A licença para operar envolve o uso do recurso água.
• Temos a meta de recirculação de 100% da água de processo
até 2020.
O objetivo do programa é mapear as principais oportunidades
internas e externas para uma gestão eficiente, diferenciada
e contínua do uso da água, viabilizando o atingimento da Meta
2020 e a conservação dos recursos hídricos. O programa é
fundamentado em quatro pilares: social, estratégico, educacional
e ecoeficiência.
Para uniformizar a medição, criamos em 2012 o Manual de
Balanço Hídrico, com base na metodologia da Universidade
de Queensland, da Austrália. Esse material promove a aplicação
de um modelo consistente e sistemático que permite identificar,
mensurar, registrar e reportar informações sobre o uso da água.
O manual também possibilita quantificar os fluxos de água entre
os processos ou atividades desenvolvidas em cada unidade da
Votorantim Metais, de forma a permitir a sua contabilização
de maneira padronizada.
Em 2013, revisamos e aplicamos o manual em todas
as unidades, com exceção da Milpo (Peru), cuja aplicação
está prevista para 2014.
Nossa metodologia, criada a partir de um estudo envolvendo
19 outras metodologias, virou referência de mercado e está
sendo recomendada pela Associação Brasileira do Alumínio
(ABAL) para as empresas do setor.
Queremos evoluir rapidamente rumo ao reaproveitamento da
água, que, junto com a energia, será um dos futuros gargalos
da mineração. Por isso, escolhemos 2014 como “o Ano da Água
na Votorantim Metais”, que será marcado pela realização
de atividades internas e externas.
Do lado interno, vamos analisar os gaps de cada unidade e os
projetos que poderão nos levar a nosso objetivo de recircular
100% da água de processo. Em Três Marias (MG), por exemplo,
já desenvolvemos um processo para reduzir o teor de sulfato
na água, o que impede sua recirculação atualmente, e, com isso,
também vamos gerar um produto para uso na agricultura.
O processo deverá entrar em operação em 2018, e a Unidade
passará a ter 100% de eficiência hídrica.
No Peru, onde o acesso à água já é um tema crítico, contratamos
uma consultoria em 2013 para analisar as tendências de
sustentabilidade. Em Cajamarquilla, já fazemos a osmose reversa
da água, para permitir a recirculação.
No negócio Alumínio, a água, inclusive das chuvas, é coletada,
tratada e reutilizada. Na Unidade de São Miguel Paulista (São
Paulo – SP), a recirculação da água usada na produção de sulfato
de sódio anidro resulta na economia de 120 m³/dia de água
industrial, reduzindo, assim, a geração de efluentes.
63
Entre as ações externas, destaca-se o projeto “Recuperação
das áreas de preservação permanente de nascentes: veredas”,
realizado desde 2012 na Unidade de Três Marias (MG). O objetivo
é atuar na recuperação de nascentes que exercem um papel
fundamental na formação e manutenção dos recursos hídricos
da bacia hidrográfica do Rio São Francisco. O diagnóstico
mostrou que, entre os problemas, o de maior impacto era
o pisoteio por bovinos do solo das nascentes. Procuramos
o apoio dos fazendeiros locais e fizemos o cercamento da
vereda São José da Tolda, para impedir o acesso dos animais.
Outro projeto é o “Empreendedores da Água”, realizado nos
municípios mineiros de Três Marias, Vazante e Fortaleza de Minas,
com representantes também em Cataguases, Itamarati de
Minas e São Sebastião da Vargem Alegre. O objetivo é estimular
e fomentar o empreendedorismo local para a promoção da
racionalização do uso e da melhoria dos recursos hídricos em
Minas Gerais.
Manejo do Solo
Temos o Projeto Viabilidade Quali-Quantitativa da Produção
de Café, Pastagem, Eucalipto e Espécies Nativas sobre
Áreas Mineradas de Bauxita (Zona da Mata Mineira).
Esse projeto tem o propósito de auxiliar na busca de melhores
práticas de manejo de solo e plantio para as áreas que
foram lavradas pela Votorantim Metais. Numa parceria com
a Universidade de Viçosa (UFV), o projeto, iniciado em 2008,
engloba linhas de pesquisa com a finalidade de estudar o solo
e as melhores indicações de uso para cada uma das áreas
reparadas. Possui um campo experimental na nossa Unidade
de Miraí (MG), para tornar possível a avaliação da viabilidade
de culturas (plantio de pastagem, café, eucalipto e angico
vermelho) e de espécies nativas em áreas impactadas cujos
resultados mostram a evolução das áreas a curto, médio
e longo prazo. Em 2013, investimos R$ 15 milhões no
programa de reabilitação de áreas.
EMISSÕES DE GEEs GERADAS PELA
ATIVIDADE INDUSTRIAL
Entre as empresas industriais da Votorantim, os negócios
da Votorantim Metais são os que menos emitem gases de
efeito estufa. Nossa emissão gira em torno de 4,7 milhões
de toneladas de CO2 equivalente, cerca de 13% do total
da Votorantim Industrial.
A expectativa é que, a partir de 2015, daremos ainda mais
prioridade a esse assunto, com a criação de uma Política
de Emissão de Gases de Efeito Estufa, para atingirmos nossa
meta de chegar a 2020 com a mesma emissão equivalente
por tonelada ao ano-base de 2010. Será um dos temas
das equipes temáticas de ecoeficiência.
A Fábrica de Alumínio, que já utiliza matriz energética à base
de gás, é o ponto mais crítico no âmbito da Votorantim Metais,
respondendo por 52% do total gerado. As ações para
tentar reduzir a emissão de gases de efeito estufa estão
relacionadas à gestão de processos.
Os sistemas Três Marias (MG) e Niquelândia (GO) geram 47%,
e o restante refere-se à mineração. Em Niquelândia, temos
o projeto de uso de biomassa, que vai reduzir 1% no total
da Votorantim Metais. Em Três Marias, temos projetos
de recuperação de calor para a produção de vapor.
BIODIVERSIDADE E SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
Estamos iniciando uma atuação mais direcionada nesse
tema e, em 2014, temos como objetivo elaborar nossa
Política de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos.
O projeto-piloto, na Unidade de Rondon do Pará (PA), realizado
em conjunto com a Votorantim Industrial, foi apresentado em
março de 2013 no quarto e último workshop PESE (Parceria
Empresarial pelos Serviços Ecossistêmicos), em São Paulo (SP).
Trata-se de uma parceria entre as empresas e a sociedade
civil, organizada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para
o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), pelo Centro de Estudos
em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces) e pelo
World Resources Institute (WRI), com suporte da Agência dos
Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
Participaram profissionais de oito empresas, entre elas a
Votorantim, que vinham se reunindo periodicamente para
compartilhar suas experiências. Nesse encontro, que visa
fortalecer a capacidade de seus membros em avaliar e gerir
os serviços ecossistêmicos, foram apresentados os avanços
das empresas participantes no desenvolvimento e na utilização
da ferramenta Ecosystem Services Review (ESR), que mede
o impacto e a dependência da atividade produtiva sobre
os serviços ecossistêmicos.
65
PARA INTEGRAR
A GESTÃO DE RISCOS
À GESTÃO COMO UM
TODO, CONTRUIREMOS
UMA MATRIZ DE RISCOS
ESTRATÉGICOS.
GESTÃO DE RISCOS
Para nos adaptarmos à evolução da governança
corporativa na Votorantim Industrial, estamos
constituindo uma área própria de riscos estratégicos
e construiremos uma matriz de riscos estratégicos
e de negócios. Esse processo deve maturar ao longo
de 2014.
Além dos riscos de mercado (preços, commodities,
câmbio, juros), que já monitoramos de forma
compartilhada com a Área de Tesouraria da
66
Votorantim, nossa matriz de riscos específica
compreenderá todo o nosso processo de produção
e o processo de gestão, desde a mina até a fábrica
final, passando por logística, importação, exportação
e entrega ao cliente. É uma planificação que mapeia
as vulnerabilidades, quantifica seus impactos, avalia
probabilidades de ocorrência e, por fim, prioriza
um plano de ação para minimizar riscos. Se temos
dependência de um sistema logístico na cadeia, ou
temos um nível de operação em mina que mereça
atenção, com gargalos na fábrica, dependência
grande de um cliente ou de um fornecedor,
todos esses quesitos passam por avaliação,
com acompanhamento e impactos quantificados.
Expandiremos esse mapa de riscos para que ele
fique, cada vez mais, amoldado à nossa realidade.
Por outro lado, o foco na estabilidade operacional,
que vem permeando a atuação de todas as nossas
unidades, faz com que os riscos, gradativamente,
sejam reduzidos.
O objetivo maior é integrar a gestão de riscos
com o sistema de gestão como um todo, para
prevermos e mitigarmos eventuais riscos.
67
AS PERSPECTIVAS DA
INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO
E METALURGIA SÃO
CONSIDERADAS POSITIVAS,
MESMO COM UM CENÁRIO DE
VOLATILIDADE ECONÔMICA.
VISÃO DE FUTURO E TENDÊNCIAS
NO MUNDO E NO BRASIL
Acreditamos que em 2014 os cenários econômicos brasileiro
e global continuarão voláteis. Sob tal contexto, a capacidade
de execução, alta performance, gestão sobre a operação,
criatividade e disciplina no investimento de capital continuarão
a ser peças-chave para entregar resultado superior.
Com relação ao mercado global, o Relatório Global Economic
Prospects, elaborado pelo Banco Mundial e divulgado em
janeiro de 2014, traz previsões de crescimento da economia
mundial de 3,2% em 2014, com avanço de 5,3% dos países
em desenvolvimento e de 2,2% dos países desenvolvidos.
Ainda de acordo com o Banco Mundial, cinco anos após
a última grande crise financeira, a atividade mundial
pode mostrar sinais de crescimento mais sólido em 2014,
puxado principalmente pela recuperação das economias
de maior renda. Por sua vez, o desempenho dos países em
desenvolvimento seguirá robusto, como reflexo da melhora
na demanda externa. No entanto, as perspectivas de evolução
para 2014 são sensíveis, por exemplo, à retirada dos estímulos
monetários nos Estados Unidos e às mudanças estruturais
em processo na China.
68
A economia da Zona do Euro caminha para uma lenta
recuperação, pois ainda há o temor de deflação (gerando
falta de investimentos e falência de alguns negócios), ao
lado de persistentes níveis de desemprego, especialmente
na Espanha. Até as economias mais desenvolvidas, como
França, Holanda e Alemanha, ainda apresentam entraves
a um robusto crescimento do PIB. Por outro lado, algumas
economias asiáticas manterão seus níveis de crescimento.
No caso da China, o PIB não deverá crescer ao ritmo de
anos anteriores, mas, provavelmente, apresentará um
acréscimo elevado em comparação ao resto do mundo.
No Brasil, teremos o calendário eleitoral, além de um
evento esportivo de magnitude, como a Copa do Mundo,
recentemente disputada, o que pode fazer com que muitas
companhias posterguem projetos ou decisões. Permanece a
perspectiva de aumento de juros, fator que inibe
investimentos e tomada de crédito pelos consumidores para
a aquisição de bens de consumo. Entretanto, o setor de
infraestrutura deve continuar atraindo os maiores
investimentos e incentivos, com obras de modernização e
ampliação de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos,
construção de hidrelétricas, além das oportunidades
RELATÓRIO VOTORANTIM METAIS
adicionais advindas dos dois grandes eventos esportivos: a
Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016. A despeito
da expectativa da elevação de juros, mantêm-se ainda boas
perspectivas para o mercado de crédito habitacional, que
continua a apresentar sinais saudáveis.
Cientes de que continuaremos a conviver com um cenário
ainda desafiador, permanecemos firmes em nossos propósitos
de crescimento, com o aumento da eficiência de nossas
operações e foco na redução da alavancagem financeira,
medida pelo índice Dívida Líquida/EBITDA. Em paralelo,
trabalharemos em iniciativas internas que contribuam para
a melhora da rentabilidade, dando ênfase na redução de
custos de operação e no aumento da eficácia dos nossos
sistemas de gestão.
A busca por sinergias e aperfeiçoamento contínuo dos processos
também será uma constante, bem como a oferta de um mix
de produtos que mantenha a mais alta satisfação de nossos clientes,
dentro de novas abordagens comerciais e operacionais, que
contribuam para sedimentar a evolução do relacionamento com
nossos clientes, fornecedores, parceiros e demais stakeholders.
Nesse contexto, a nova governança contribuirá para que nossas
subsidiárias atuem de forma descentralizada, o que proporcionará
maior agilidade no processo decisório e eficiência operacional,
aspectos fundamentais para acreditarmos que estamos prontos
para entregar resultados consistentes neste ano de 2014.
A Votorantim completará 100 anos em 2018. Acreditamos que
a perenidade dos negócios está ancorada em um processo de
crescimento com responsabilidade, em uma marca forte e tendo
como diferenciais competitivos as pessoas, a sustentabilidade
e a inovação. Esses três pilares permitem o desenvolvimento
de processos de gestão, a busca de soluções inovadoras para
os negócios, novos usos para as nossas matérias-primas e o
aprimoramento dos produtos e serviços oferecidos, buscando
a geração de valor compartilhado, com respeito ao presente
e um olhar para o futuro.
NOS NEGÓCIOS DA VOTORANTIM METAIS
A indústria de metalurgia e mineração vive um momento
de austeridade, adotando uma disciplina financeira mais
rígida. Para se manterem ativas e competitivas, o foco
é a redução de custos fixos e despesas operacionais,
busca da otimização da cadeia de suprimentos, revisão
e automatização de processos e aumento de produtividade
dos ativos.
Depois do boom de demanda da primeira década deste
século – deflagrado pela entrada da China na OMC em 2001,
que induziu uma corrida para acelerar e viabilizar projetos,
ainda que pouco maduros, e inflacionou os custos de
insumos, impostos e royalties e o mercado de serviços –,
os cenários mais restritivos dos últimos anos fizeram
enxugar o estoque de projetos.
Embora muitos projetos não tenham apresentado o êxito
esperado, atualmente existe uma sobreoferta de produtos,
situação que deverá se reverter em alguns anos. A freada
nos projetos de prospecção de recursos minerais pode
trazer problemas mais à frente. Os projetos precisam ser
retomados, mas atendendo à maior disciplina financeira
exigida pelos investidores.
As perspectivas da indústria de mineração e metalurgia são
consideradas positivas. Embora em ritmo mais lento que no
passado, a população da China continuará crescendo e
mantendo seu processo de urbanização. Já o número de
indianos deverá aumentar de forma mais expressiva. Em
2030, China e Índia juntas concentrarão 35% da população
mundial, que deverá superar os 9 bilhões de pessoas em
2050. Assim, serão necessários metais para as obras de
infraestrutura.
Assegurar o suprimento dessa demanda sem interrupções
no longo prazo é o desafio da indústria, que tem de encontrar
soluções para se ajustar diante da pouca elasticidade da oferta
em razão das dificuldades técnicas, geológicas, geográficas
e financeiras dos novos projetos.
Por outro lado, espera-se a entrada de novos players chineses
e indianos nos próximos anos, que terão de equacionar a inflação
de custos em insumos, impostos e royalties.
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VISÃO DE FUTURO E TENDÊNCIAS
O cancelamento e a postergação de projetos poderão reduzir
a oferta futura. Havendo a concretização da demanda esperada,
cria-se um cenário de pressão sobre os preços.
Prevemos que os próximos anos serão de muita volatilidade
econômica e que a materialização da recuperação tem uma
boa dose de risco. Por isso, nosso planejamento estratégico
para os próximos anos foi construído para solidificar nossa
recuperação. Demos ênfase a ações e projetos que estão
em nossas mãos para fazer acontecer. Metade do nosso
resultado deverá vir de projetos atrelados à gestão, como a
busca de maior estabilidade e eficiência operacional, e de
projetos de redução de custos, como os que visam obter
valor de resíduos, economizam energia e os que evitam
investimentos em barragens.
Esperamos, a médio prazo, uma recuperação de preços de
commodities, e os novos projetos continuam em nosso radar,
mas a palavra de ordem é cautela. Diante do cenário mais
restritivo, focalizamos projetos extremamente rentáveis e
buscamos parcerias para compartilhar investimentos e riscos.
A América do Sul continua como área estratégica, mas
estamos reavaliando o direcionamento de projetos. No
Peru, os mais avançados são Bongará e Shalipayco, que
estão na fase de sondagem e definição do recurso mineral.
Na Colômbia, buscamos um parceiro para o projeto de carvão
metalúrgico. No Brasil, concluímos o estudo de viabilidade
de Alumina Rondon e sua execução deverá ser um pouco
postergada até que sejam endereçadas as questões logísticas
na região. Na parte de exploração mineral, o projeto mais
avançado, em termos de estudos, é Aripuanã.
Em novas fronteiras, como África, Vietnã e Zâmbia, estamos
redimensionando os projetos à luz da disciplina financeira
que o momento exige.
LICENÇA SOCIAL PARA OPERAR
A prospecção de novos recursos minerais é essencial
para a sustentabilidade do negócio. Nossa área de
Exploração Mineral tem uma atuação mais centrada
nas Américas, sobretudo na Colômbia, Argentina,
Peru, Canadá e Brasil. Há dois anos, começamos
a atuar na África do Sul.
Além de identificar e quantificar o recurso mineral, essa
equipe tem outro papel estratégico, que é dar início a um
relacionamento pautado na ética e na transparência entre
a Votorantim Metais e as autoridades e comunidades
locais, para o que chamamos de “licenciamento social”.
É preciso buscar uma forte interação com as autoridades
e comunidades locais, ainda antes de ter um geólogo
no campo.
Precisamos explicar quem somos, qual nosso objetivo,
como funciona a indústria da mineração em todas as
suas etapas e que, na Votorantim Metais, procuramos
exercer nossa atividade com estrito respeito às
comunidades e ao meio ambiente. Atuamos de forma
a ajudar no desenvolvimento local, gerando emprego,
renda, promovendo a evolução da gestão pública,
investindo na educação e saúde da comunidade.
Buscamos mostrar que respeitamos as legislações e
envolvemos as comunidades nos monitoramentos
ambientais trimestrais, que começam a ser realizados
muito antes de qualquer atividade.
Na região andina, onde a terra não pertence a uma
pessoa, mas a uma comunidade, por exemplo,
a grande preocupação é com a preservação da
água, que é escassa. Envolvemos a comunidade no
acompanhamento ambiental, a fim de mostrar que não
estamos prejudicando a qualidade da água e do solo.
No projeto Bongará, que fica numa região de serra
com selva, desenvolvemos um viveiro de mudas e
treinamos a comunidade para que produza mudas
que compraremos e usaremos para revegetar áreas
afetadas por circulação de veículos e construções.
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EXPEDIENTE
Coordenação Geral
Consultoria GRI
Gerência Geral de Sustentabilidade
Responsável: David Canassa
Coordenação: Frineia Rezende
Deloitte Touche Tohmatsu
Coordenação Votorantim Metais
fmcom
Ricardo Barbosa dos Santos
Gerente Geral de Sustentabilidade
Tradução
Equipe Votorantim Metais
Ana Cláudia de Araújo Lima
André Luiz Rodriguez Martins
André Luís Machado de Vasconcelos
Aricely Lamontanha
Camila de Oliveira Dias Marquesin
Daniela Rocha Novoa
Davi Ribeiro dos Santos
Fernanda Diniz Bolzan de Oliveira
Flavia Helena Moraes De Oliveira
Laís Lucas Moreira
Liliane Rocha
Luciana do Prado Silva
Equipes das áreas corporativas da Votorantim Metais
Comercial (Alumínio, Níquel e Zinco), Comunicação,
DHO, Gestão,Financeira, Jurídica, Planejamento,
Produção e Suprimentos.
Equipes das Unidades da Votorantim Metais
Meio Ambiente, Saúde e Segurança, Comunicação,
DHO e Gestão. Metalex e Milpo
Texto
Consultoria Editorial e Edição
Eduardo Dantas
Redação
Abgail Cardoso
Projeto gráfico,
diagramação e infográficos
Inglês: Richard Wightwick
Espanhol: Sylvia Gómez y Artigas Belhot
Fotos
Banco de Imagens Votorantim
Família tipográfica
Frutiger, Adrian Frutiger, 1975
Publicação
Julho/2014
Versão em PDF
www.vmetais.com.br/pt-br/
Contato
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