CONTRA OS TIPOS - Escola de Arquitetura da UFMG

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CONTRA OS TIPOS - Escola de Arquitetura da UFMG
 IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-­‐Americano Habitação Social: ciência e tecnologia “Inovação e Responsabilidade” 12 a 15 de novembro de 2012, Florianópolis CONTRA OS TIPOS; A FAVOR DO LUGAR AGAINST TYPOLOGIES; FOR THE PLACE Profa. Denise Morado Nascimento: [email protected] Marcela Silviano Brandão Lopes Camila Alberoni Neves de Assis Luiza Bastos Lages Universidade Federal de Minas Gerais RESUMO/RESUMEN O objetivo desse artigo é apresentar argumentos que levem ao entendimento de que habitação social em massa é ainda hoje projetada por pressupostos da arquitetura moderna, calcada essencialmente na tipologia como ponto de partida projetual. Sendo assim, a produção habitacional atual encontra-­‐se distante da discussão teórica sobre o lugar, as transformações urbanas ao longo do tempo e as apropriações do espaço público e da moradia, aspectos relacionados à prática projetual contemporânea Palavras-­‐chave: habitação, tipologia, produção em massa. ABSTRACT The aim of this paper is to present arguments that lead to the understanding that mass housing is still designed by the assumptions of modern architecture, based primarily on typology as a starting point of design. Thus, the current housing production is far from the theoretical discussion about the place, the urban changes over time and the appropriation of public space and housing, issues related to contemporary design practice. Key words: housing, typology, mass production. 1.
O PRINCÍPIO Os teóricos franceses Jean-­‐Nicolas-­‐Louis Durand e Quatremère de Quincy têm sido reconhecidos como precursores do discurso em prol do tipo como base do conhecimento histórico dos estilos arquitetônicos. Ainda que Durand, em Recueil et parallèle dês édifices (1800), não use o termo tipo, sistematiza os vários edifícios da arquitetura mundial, tanto pela função quanto pelo padrão do partido (templos redondos, templos romanos, templos gregos, palácios de justiça, etc.), conformando um catálogo historiográfico de categorias. Em paralelo, seu tratado Précis des leçons d’architecture (1802-­‐1805), apresenta o método de projetar a partir de “uma trama quadrada como base de disposição das paredes e das partes de sustentação, as quais podem, à maneira de um jogo de construção, juntar-­‐se em combinações coordenadas” (TEORIA, 2003, p.328). Sob outra ótica, Quatremère de Quincy, em seu terceiro volume da Encyclopédie Méthodique (1825) e também no Dicionarie Historique de L’architecture (1832), amplia o significado do tipo. Ainda que permaneça a visão historicista de Durand, Quincy entende que o reconhecimento da origem e da causa primitiva do desenvolvimento e das variações de formas que nos antecedem, todos produtos da ação humana, conforma o tipo, mas como uma ideia ou forma básica da arquitetura, válida para imitação, condutora de inúmeras possibilidades se vinculadas à intencionalidade do arquiteto e ao contexto do projeto (PIRES, 2009; PEREIRA, 2010). Promoção: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PósARQ/UFSC e Associação Catarinense de Engenheiros – ACE/SC
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IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-­‐Americano Habitação Social: ciência e tecnologia “Inovação e Responsabilidade” 12 a 15 de novembro de 2012, Florianópolis Sabemos que a compreensão do que seja tipo não inscreve-­‐se apenas a partir da teoria francesa da Arquitetura do século XIX. Anthony Vidler (2006), por exemplo, considera o conceito de tipo indissociável das origens da arquitetura, desde os tempos de Vitrúvio. No entanto, é suficiente entendermos aqui que a palavra tipo, àquela época, era muito bem empregada “para indicar tanto as formas e belezas ideais, como as categorias classificatórias dos edifícios e suas qualidades expressivas” (PEREIRA, 2010, p.57). A partir do século XX, o tipo na arquitetura passa a ser visto sob dois ângulos diferentes, ainda ancorados sob os conceitos de seus predecessores, “como forma aplicável ao trabalho de projeto”, o especificamente projetual, e, depois, “como um território de encontro entre arquitetos e habitantes”, a tipologia (PERDIGÃO, 2009). Podemos dizer que o tipo é um princípio organizador da arquitetura referenciado por situações históricas registradas ou analogicamente vivenciadas, tanto formalmente quanto funcionalmente, incorporadas cognitivamente e culturalmente pelos arquitetos (PERDIGÃO, 2009). Sob o nosso ponto de vista, tal princípio é validado e legitimado como pressuposto da prática projetual, historicamente construído pelo campo de conhecimento da arquitetura. A tipologia agrega o processo criativo, muito além da sistematização ou da classificação dos tipos, assim colocado por Giulio Carlo Argan nos anos 1960. Argan (2006, p.268-­‐269) lembra que, enquanto a tipologia é resultado “do processo histórico da arquitetura e dos modos de pensar e de trabalhar de certos arquitetos”, o tipo é “resposta a um complexo de demandas ideológicas, religiosas ou práticas ligadas a uma determinada situação histórica em qualquer cultura”, se constituindo “pela redução de um complexo de variantes formais à forma básica comum”. À mesma época de Argan, Aldo Rossi expõe o conceito de tipo como um “enunciado lógico” que antecede a determinação da forma, mas, ao mesmo tempo, a define. Abordagem essa própria dos arquitetos modernos funcionalistas ao determinarem a forma a partir do tipo materializado pela função. Entretanto, Rossi analisa a cidade como “resultante de uma longa história incessantemente reconstruída”, oposta aos parâmetros urbanísticos da cidade ideal planificável (TEORIA, 2003, p.782). E, por isso, o tipo, em sua teoria, integra “os traços de vida e de uso de gerações inteiras, elaborados ao longo dos séculos, mantendo-­‐se durável e apto a transformar-­‐se” (TEORIA, 2003, p.784). A estandardização de elementos e a racionalidade matemática impostas pelos trabalhos de Durand permitem conhecer e gerar combinações diversas de diferentes espécies de edifícios. Mais à frente, Argan entende que o tipo deve ser ponto de partida do processo projetual, e não ideal ou modelo, na medida em que é a criatividade o elemento construtor da tipologia. Por fim, o tipo defendido por Rossi coloca o contexto histórico e cultural no centro da prática projetual. Assim, a visão historicista permanece já que a re-­‐significação do espaço surge a partir de uma operação de lógica formal calcada em associações, correspondências e analogias presentes entre o “inventário e a memória” (ROSSI, 2006). Em 1977, Anthony Vidler publica o artigo The third typology na revista Oppositions, onde associa os alicerces da tipologia ao ideal da natureza (o modelo iluminista da cabana primitiva de Laugier – a analogia orgânica) e ao sistema produtivo modernista (o modelo do projeto nascido do processo industrial de Le Corbusier – a analogia da máquina). E propõe, em seguida, a terceira tipologia, associada à cidade, “em si e por si uma nova tipologia” (VIDLER, 2006, p.286). Para Vidler, “uma alternativa promissora e racional, não-­‐arbitrária e isenta de nostalgia e ecletismo” (NESBITT, 2006, p.284). Nesbitt (2006, p.284) considera que o ensaio de Vidler “leva a teoria da arquitetura de volta ao problema da forma”, mas tem “a cidade como origem dos tipos arquitetônicos pós-­‐modernos”. A essa altura, é evidente a distinção do uso modernista dos conceitos de tipo e tipologia das primeiras elaborações de Durand e Quincy. As argumentações ocorridas no período pós-­‐moderno reacendem o debate sobre os conceitos da arquitetura e a prática projetual do arquiteto. No entanto, não é objetivo desse artigo superar os vários estudos teóricos sobre as origens e o uso do tipo e da tipologia na arquitetura, alguns aqui referenciados. Mas, ao contrário, sintetizar, assim como o fez Pires (2009, Promoção: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PósARQ/UFSC e Associação Catarinense de Engenheiros – ACE/SC
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IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-­‐Americano Habitação Social: ciência e tecnologia “Inovação e Responsabilidade” 12 a 15 de novembro de 2012, Florianópolis p.244): “a abordagem tipológica em Arquitectura tem duas componentes: a primeira é analítica e refere-­‐se ao processo histórico da Arquitectura; a segunda é conceptual e decorre do processo imaginativo e operativo da Arquitectura”. É esse o nosso ponto de partida para a seguinte questão: quais são as repercussões do tipo na prática projetual da arquitetura do século XXI e, mais essencialmente, da habitação de interesse social? 2.
PRODUÇÃO EM MASSA Depois da Primeira Guerra, a produção habitacional européia é extensivamente transferida para as autoridades locais, ávidos a promover o estilo moderno que vinha sendo debatido desde a virada do século. Os arquitetos, defensores do Neues Bauen (nova construção), vêem a produção em massa como um elemento crítico do pensamento sobre a cidade moderna. O grande desafio seria incorporar o caráter estilístico, próprio da arquitetura, em um novo estilo para a produção de moradias, sem identidade, na medida em que o usuário era desconhecido. Nesse cenário, os arquitetos modernistas alemães, entre eles, Walter Curt Behrendt e Albert Eric Brinckmann, apresentam respostas em torno da organização espacial da cidade, refletindo as condições sociais e materiais do período. Brinckmann entende que a habitação pública interfere na paisagem urbana; contudo, recusa-­‐se a tomar o modo de expressão (ou espírito de época) das cidades antigas como modelo. Ao contrário de Camillo Sitte, foca seus estudos às leis da forma – o tipo, como a primeira ideia geral da forma moderna em prol de novas formas de morar – as novas tipologias. Nesse bojo, Behrendt defende a fusão de casas alinhadas, gerando um todo maior, como técnica deliberada para dar forma ao espaço, e promovendo, a partir daí, o apelo estético. Em sua concepção, o espaço da rua associado a uma massa auto-­‐suficiente é mais fácil de ser controlado do que uma variedade de residências individuais e isoladas (ENGEL; HEER, 2008). A padronização de plantas residenciais é acelerada nesse período. E, assim, todos os elementos da arquitetura moderna são incorporados pelo Neues Bauen, incluindo a descentralização dos conjuntos habitacionais, a estandardização dos elementos construtivos, a racionalização do processo construtivo e a ornamentação do projeto apenas pela forma e pela massificação (GUTSCHOW, 1993). Esse momento é intensamente explorado pelo arquiteto alemão Ernst May, a partir de 1925, cuja proposta de unidade habitacional é associada à padronização de espaços mínimos imprescindíveis ao homem moderno: estar, comer, dormir, lavar e cozinhar – o espírito do existenzminimum (necessidades mínimas) que se torna tema do CIAM de 1929, em Frankfurt. A partir da teorização alemã sobre a produção em massa, as propostas habitacionais holandesas são apresentadas pelos arquitetos Hendrik Petrus Berlage e J. J. P. Oud. No ano de 1918, o panfleto Normalisatie in woningbouw (Standardisation in housing), descrevendo a palestra de H. P. Berlage, com 30 ilustrações e sugestões de J. Van der Waerden, é divulgado pelo governo, explicitando medidas drásticas para combate ao grande déficit habitacional holandês. Entre as medidas, estão a uniformização de plantas, detalhes e elementos construtivos. Em paralelo, Oud, em seu artigo intitulado Bouwkunst en normalisatie bij den massabouw (Architecture and standardisation in mass construction), afirma que na construção de casas particulares o arquiteto pode gozar do privilégio da prática de projeto tradicional; mas, no caso da construção em massa, o crescimento dos métodos industriais e dos materiais modernos demanda que o critério da construção de casas particulares seja deixado de lado (BEISCHER, 2004). Influenciado por Berlage, Oud explica que o espírito moderno não é definido pelo indivíduo (interno: a casa), mas pela multidão (externo: a rua e a cidade) (ENGEL; HEER, 2008). Assim, Oud parte da quadra do século XIX, considerada perfeita, para construir a sua proposta de tipos-­‐padrão em blocos alinhados em proporção e ritmo na paisagem urbana. Promoção: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PósARQ/UFSC e Associação Catarinense de Engenheiros – ACE/SC
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IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-­‐Americano Habitação Social: ciência e tecnologia “Inovação e Responsabilidade” 12 a 15 de novembro de 2012, Florianópolis Figura 1 – Proposta para casas, Ernst May, 1921 Fonte: ENGEL, HEER, 2008. Figura 2 – Tussendijken, J. J. P. Oud, 1921 Fonte: WIKIPEDIA, 2012. Nesse momento, críticas à massificação habitacional começam a surgir. O arquiteto holandês Theo van Doesburg, inicialmente simpatizante às ideias de Oud, rejeita não apenas qualquer noção de forma como reflexo de conteúdo, mas também os princípios alemães de simetria e repetição. Segundo Doesburg, caixas residenciais e unidades habitacionais de acordo com uma tipologia ou padrão particular tornam a atividade da construção mecânica e repetitiva; a (aparente) economia espacial (ou normalização), organizada ao nível da cidade, forma um obstáculo à plástica da construção e à plástica do próprio espaço urbano. (ENGEL; HEER, 2008). O debate sobre a produção em massa parte da crítica sobre a universalidade da aplicação dos tipos, associada ao apelo plástico e estético, historicamente construído pela arquitetura, mas, assim, espoliado. Reconhece-­‐se, contudo, que a massificação é possível somente porque no processo de produção da sua moradia, o indivíduo é excluído. Ou em outras palavras, não só as funções são universalizadas por meio do tipo, mas o próprio indivíduo. Foucault (1979) alerta que a produção em massa é uma prática política disciplinar no sentido da organização do espaço, mas, essencialmente, do corpo, sendo, ao fim, controle social. Por um lado, não parece ser difícil entender que a produção em massa nega o indivíduo, passivamente justificada em razão da urgência pela eficiente, econômica e rápida realização de um grande número de unidades habitacionais. Habraken (2011) entende que o conflito resultante entre a exclusão da ação individual de cada morador e a desejada uniformidade massiva, indica que há aí uma conexão intrínseca entre homem (morador) e método (projeto). O argumento tecnicista moderno (a analogia da máquina) -­‐ tipos rígidos e mínimos alinhados à eficiência de tipologias de blocos e massas -­‐ oculta a redução do indivíduo a um consumidor e da moradia a um produto. Longe de se ver a moradia como processo social ou como relação natural entre o homem e o ambiente construído (HABRAKEN, 2011). 3.
TIPOLOGIA ASSOCIADA À PRODUÇÃO EM MASSA No Brasil, a partir do primeiro governo Vargas (1930-­‐1945), a moradia passa a ser condição básica de reprodução de força de trabalho para que a industrialização pudesse ser assentada, ou seja, torna-­‐se pauta da agenda política e econômica. Em razão disso, o governo dá início a uma fase de incentivo à produção intelectual em instituições públicas e privadas, em busca de soluções para o crescente déficit habitacional, especialmente baseadas no aperfeiçoamento e na racionalização de processos produtivos. De uma maneira geral, os trabalhos apresentados tratam a habitação em três aspectos: (1) o técnico, demonstrado nas propostas de construções baratas e mínimas; (2) o higiênico, prescrito Promoção: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PósARQ/UFSC e Associação Catarinense de Engenheiros – ACE/SC
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IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-­‐Americano Habitação Social: ciência e tecnologia “Inovação e Responsabilidade” 12 a 15 de novembro de 2012, Florianópolis dentro da ordem sanitária vigente; e (3) o moral, considerado elemento fundamental na construção do país (SAMPAIO, 2002). Os debates intelectuais e políticos da época acumulam argumentos em defesa da alteração de padrões técnicos e estéticos para viabilizar a nova moderna forma de morar, propagada pelos arquitetos nos CIAM’s – instauração de relações sociais utilitárias, produção em série, economia de área construída e de materiais, uso de novas tecnologias (principalmente o concreto armado, solução ancorada pela pressão da indústria do cimento) e uniformidade, racionalidade e funcionalidade dos projetos e da cidade. Vidler (2006, p.285) considera que a tipologia elaborada para enfrentar o problema moderno da produção em massa tem como pressuposto a tecnologia de produção, para incorporar “as formas mais progressistas da época”; assim, “a missão da arquitetura, como agente do progresso”, é aceitar e, talvez mesmo, dominar essas formas. Uma importante pesquisa -­‐ Habitação Econômica e Arquitetura Moderna no Brasil (1930-­‐1964), conduzida por Nabil Bonduki, resgata o papel do movimento moderno no processo da viabilização da nova forma de morar (KOURY, BONDUKI, MANOEL, 2003). Dentro da amplitude dos projetos analisados, Koury, Bonduki e Manoel (2003), destacam o conjunto Realengo com 2 mil unidades, de Carlos Frederico Ferreira, em 1940. Na perspectiva de possibilitar uma produção em massa, Ferreira, usando talvez pela primeira vez no Brasil o termo tipo, denomina os agrupamentos das unidades habitacionais por meio de letras e números (A1, A2, B, etc...), cada um expressando uma solução habitacional: casa isolada, geminada duas a duas, casas sobrepostas, casas em fileiras, blocos. (KOURY, BONDUKI, MANOEL, 2003, p.5). A sistematização tipológica de Ferreira torna-­‐se referência para os projetos habitacionais no Brasil que viriam a seguir, sempre calcados pelos atributos modernos – produção em série, estandardização e padronização, espaço mínimo racionalizado. Confirma-­‐se, a partir daí, os componentes analíticos e conceituais dos processos histórico, imaginativo e operativo das tipologias habitacionais no Brasil. No estudo de Koury, Bonduki e Manoel (2003), a análise da tipologia blocos é bastante extensa e será aqui explicitada em razão da significativa replicação dessa tipologia em programas habitacionais atuais, tanto federais, como o Minha Casa Minha Vida (MCMV), quanto municipais, promovidos pela Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (URBEL). Em 23 projetos de conjuntos habitacionais brasileiros, três importantes modelos foram identificados:1 1) blocos compostos por uma caixa de escada para cada duas unidades: “Modelo usado para as habitações de interesse social na Alemanha, […] compostas por edifícios laminares que, do ponto de vista urbanístico, ajudam a organizar os acessos, separando pedestres e veículos em vias diferentes” (KOURY, BONDUKI, MANOEL, 2003, p.8). 1 As soluções exclusivamente adotadas no conjunto residencial de Lagoinha, em Belo Horizonte-­‐MG, do Eng. White Lírio da Silva (bloco com pátio interno), e no conjunto Areal, Rio de Janeiro, do Eng. João Carlos Vital (blocos em “Y”) não estão aqui apresentadas. Promoção: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PósARQ/UFSC e Associação Catarinense de Engenheiros – ACE/SC
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IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-­‐Americano Habitação Social: ciência e tecnologia “Inovação e Responsabilidade” 12 a 15 de novembro de 2012, Florianópolis Figura 3 -­‐ Gros Bad Dürrnberg, 1930 Fonte: http://commons.wikimedia.org Figura 4 -­‐ IAPI, 1940, Realengo, RJ, Arq. Carlos F. Ferreira, 2347 unidades Fonte: KOURY, BONDUKI, MANOEL, 2003, p.10 2) blocos em "H" com uma caixa de escada para cada quatro unidades: Figura 5 -­‐ IAPC, 1950, Del Castilho, RJ, 1077 unidades Fonte: KOURY, BONDUKI, MANOEL, 2003, p.13 “[…]a solução típica de agenciamento das unidades é dispor as áreas mais valorizadas (salas e dormitórios) nas faces opostas às da circulação e as áreas de serviço dando para estas, aproveitando o espaço da caixa de escadas também como fosso de iluminação. O problema ocorre na orientação dos blocos que ao privilegiar um dos lados com a melhor insolação, necessariamente prejudicará o outro” (KOURY, BONDUKI, MANOEL, 2003, p.8). Este modelo é bastante difundido no período do BNH. 3) blocos laminares: “[...] composto por caixa de circulação que acessa um grande corredor coletivo, baseado no modelo da Unidade de Habitação de Marselha [...]”. “Embora o rendimento das circulações coletivas não seja comparável aos modelos anteriores, as possibilidades de variação e adensamento que permitem não foi motivo suficiente para que ele se difundisse como solução preferencial dos conjuntos habitacionais empreendidos pelos IAP's e muito menos daqueles realizados no período do BNH” (KOURY, BONDUKI, MANOEL, 2003, p.9). Promoção: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PósARQ/UFSC e Associação Catarinense de Engenheiros – ACE/SC
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IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-­‐Americano Habitação Social: ciência e tecnologia “Inovação e Responsabilidade” 12 a 15 de novembro de 2012, Florianópolis Figura 6 -­‐ Unidade de Habitação, Marselha, Arq. Le Corbusier, 1947-­‐52 Fonte: FRAMPTON, 1997 Figura 7 -­‐ Pedregulho, 1945, RJ, Arq. Afonso Eduardo Reidy, 478 unidades Fonte: KOURY, BONDUKI, MANOEL, 2003, p.15 Enquanto arquitetos, técnicos e setores públicos promovem os princípios de economia, racionalidade, estandardização e a introdução de novos materiais e tipologias, as relações sócio-­‐econômicas e a capacidade aquisitiva bem como os hábitos e práticas culturais dos trabalhadores são ignorados. A solução habitacional é reduzida ao espaço de morar genérico, repetitivo e mínimo (25 a 50 m2) em uma lógica de produção lucrativa para os investidores privados viabilizada pela simplificação, rapidez e barateamento dos processos de projeto e construção. Figura 8 -­‐ Conjunto Jones Santos Neves, Vitória, 264 un. de 2 quartos (47,72 m2) e 584 un. de 3 quartos, 1975. Fonte: BANCO NACIONAL DE HABITAÇÃO, 1979 Figura 9 -­‐ Apartamento de 2 quartos destinado ao programa MCMV. Fonte: Folheto informativo ilustrativo de construtora em Belo Horizonte, acervo próprio Figura 10 -­‐ Apartamento de 2 quartos destinado ao programa Vila Viva (URBEL) em Belo Horizonte. Fonte: http://portalpbh.pbh.gov.br, 2012 Promoção: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PósARQ/UFSC e Associação Catarinense de Engenheiros – ACE/SC
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IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-­‐Americano Habitação Social: ciência e tecnologia “Inovação e Responsabilidade” 12 a 15 de novembro de 2012, Florianópolis Um olhar comparativo entre a produção habitacional do BNH, MCMV e URBEL permite-­‐nos inferir que o tipo (2 ou 3 quartos, somados à sala e cozinha, isto é, a tripartição mínima) e a tipologia associada ao sistema produtivo moderno (estrutura de concreto ou alvenaria estrutural), presente na prática projetual dos arquitetos modernos, ainda permanece como componente analítico e conceitual da produção contemporânea da habitação social. Nesse cenário, a emergência da quantificação e produção das unidades, revelada no início do século XX e preservada até os dias de hoje, torna-­‐se norma e impedimento para que transformações urbanas incorporem-­‐se à cidade contemporânea. 4.
O LUGAR NA PRÁTICA PROJETUAL A terceira tipologia proposta por Vidler (2006, p.286) é uma crítica explícita ao modo de morar moderno, referenciando-­‐se à cidade como nova tipologia per se, “completa e pronta para ser decomposta em fragmentos”. E continua: “a experiência acumulada da cidade, seus espaços públicos e suas formas institucionais permite compreender uma tipologia que desafia uma leitura literal da função, mas que, ao mesmo tempo, assevera outro nível de relação com uma tradição continuada de vida urbana” (VIDLER, 2006, p.287). Se incorporarmos à essa discussão o informacionalismo contemporâneo como fonte de geração de formas e processos sociais e espaciais, assim referenciado por Castells (2006), teremos a cidade atual conformada por espaços de fluxos, e, em oposição, o espaço de lugares. Aqui, movimentos de resistência fazem-­‐se presentes, fundamentados por “interações cotidianas com o ambiente físico delimitado”, mas fortalecidos a partir de “pontes culturais, políticas e físicas entre essas duas formas de espaço” (CASTELLS, 2006, p.518). Por um lado, a interação cotidiana como alicerce do espaço de lugares pode erroneamente provocar a retomada do conceito de identidade do lugar. Essa abordagem fenomenológica é reforçada por Norberg-­‐Schulz (2006) ao definir o lugar como relação interdependente entre o espaço – a organização tridimensional dos elementos, e o caráter – a qualidade do ambiente. Assim, o lugar é conformado pela estrutura espacial constituída do sentimento de pertencer. Por outro lado, o processo da universalização do espaço, presente no espaço de fluxos e calcado pela vocação do lugar, pode transformar as cidades em mercadorias atraentes e competitivas entre si. Tais espaços tornam-­‐se interessantes, mas exclusivamente sob a lógica de mercado, na qual grande parte da população acaba ficando excluída (ARANTES, 1998). Ao contrário, a associação entre cidade e experiência, proposta por Vidler, aproxima-­‐se do conceito de urbano proposto por Lefebvre (2008, p.85): “trata-­‐se, antes, de uma forma, a do encontro e da reunião de todos os elementos da vida social, desde os frutos da terra (trivialmente: os produtos agrícolas) até os símbolos e as obras ditas culturais”. É inevitável a compreensão da cidade se, e apenas se, subordinada à vida social; ou seja, a cidade é lugar onde as práticas sociais acontecem e os que ali vivem, ao reconhecê-­‐la, agem, ao longo do tempo. Ora, se a cidade está vinculada às estruturas sociais cabe pressupor que há condições sociais, mas também físicas, ambientais, culturais, históricas, econômicas e políticas, presentes ali. Condições essas que são transformadas ao longo do tempo, e por isso, dão forma ao lugar. Nesse sentido, o lugar é muito mais do que identidade ou vocação. Lugar é a tessitura do processo espaço-­‐tempo, uma tarefa inacabada na medida em que há a contínua geração de novas trajetórias e novas configurações (MASSEY, 2009). A partir da leitura do lugar, a produção do espaço urbano caminha ao lado da possibilidade de se extrair subsídios para a geração da estratégia de projeto – a operacionalização, exploração, análise e manipulação de informações verbais que deflagram decisões formais. O gesto plástico casual que antecipa uma resposta espacial não comparece. Também não se confunde com o propósito do Promoção: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PósARQ/UFSC e Associação Catarinense de Engenheiros – ACE/SC
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IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-­‐Americano Habitação Social: ciência e tecnologia “Inovação e Responsabilidade” 12 a 15 de novembro de 2012, Florianópolis contextualismo ou do historicismo na medida em que as formas resultantes dessas abordagens são adaptações ao lugar, às tipologias existentes ou aos processos históricos. Não há prática projetual coerente com o lugar (e a cidade) sem que os arquitetos, mas também todos os outros agentes envolvidos, reconheçam as informações sobre o mesmo. Isso significa tomar posse das informações, pertinentes à tessitura do lugar, que, uma vez coletadas, representadas e analisadas, mostram-­‐se ser os melhores instrumentos para um projeto como processo investigativo. Dessa maneira, a estratégia de projeto acolhe percursos de interpretação e de decisões em busca de respostas às situações de projeto adequadas e coerentes para a cidade (e não soluções para problemas). Soriano (2009) qualifica tais instruções como positivamente incompletas na medida em que não são cristalizadas no tempo. E, por serem formas incompletas, os usos do espaço podem ser inseridos e transformados. Nesse cenário, não é mais possível ver a produção habitacional como resultado de necessidades programáticas imediatas, reduzidas às funções de estar, comer, dormir, lavar e cozinhar pré-­‐concebidas por tipologias congeladas, materializáveis em um determinado sítio físico e adaptadas em razão da relação histórica indivíduo-­‐ambiente. O lugar, esse amplo e complexo conjunto de informações, constitui-­‐se pelas dimensões estéticas, funcionais e tecnológicas, próprias da modernidade, mas também somam as dimensões sociais, políticas, econômicas, culturais, históricas e ambientais, operando as relações entre objetos, conteúdos e cidadãos. Há vários exemplos da produção habitacional elaborados por arquitetos contemporâneos, incluindo-­‐se os relacionados ao movimento Open Building (Arquitetura Aberta),2 que refletem a abordagem da leitura do lugar. Segue, aqui como exemplo, contraproposta do grupo de pesquisa Praxis da Escola de Arquitetura da UFMG elaborada para a implantação de um empreendimento habitacional em Belo Horizonte. Na área estabelecida, a Urbel pousa o (estático) tipo-­‐bloco “H” dos anos 1950, de tal forma que: (1) subestima a topografia e geomorfologia dos terrenos, extremamente íngremes em sua grande maioria, na medida em que exige ser locado em platôs; (2) secciona bairros e/ou comunidades consolidadas por meio da sua associação à grandes avenidas de circulação de automóveis, impedindo o encontro de pedestres em espaços públicos; (3) torna os cômodos imutáveis, visto que as paredes são portantes em blocos de concreto; (4) reforça espaços socialmente hierarquizados, já que não permite o uso misto ou a expansão; (5) espelha a imagem da família tradicional, definida por 2 ou 3 quartos, sala, banheiro e cozinha; (6) desvela a produção em massa do século XIX por meio da combinação única de elementos repetitivos; (7) impede a participação real e efetiva dos moradores, visto que os projetos estão definidos a priori. O projeto Praxis, ao contrário, entende as dimensões estéticas, funcionais, tecnológicas, sociais, políticas, econômicas, culturais, históricas e ambientais do lugar, e estabelece estratégia de projeto que: (1) preserva ambientalmente as encostas; (2) prioriza os percursos dos pedestres; (3) permite a transformação e apropriação dos espaços privados e públicos; (4) permite usos mistos; (5) otimiza o uso de materiais industrializados, dentro de uma combinação inteligente mas não repetitiva; (6) flexibiliza o projeto no que se refere às divisões internas, aos localização dos pontos de infraestrutura e às expansões; (7) implanta processos compartilhados de produção do espaço entre técnicos, poder 2 O movimento Open Building é conhecido internacionalmente pela organização dos processos de tomada de decisões no projeto e na produção do espaço construído por meio de intervenções balanceadas de seus envolvidos, no que se refere ao tecido urbano (morfologia espacial e as atividades humanas), à infra-­‐estrutura urbana e na estrutura da edificação, aos componentes que fazem o espaço ser habitável (recheio) e ao mobiliário. As configurações dessas inter-­‐relações são propostas por meio de elementos físicos e clusters decisórios hierárquicos. Os conceitos do Open Building abarcam as seguintes premissas: (1) os processos do projeto e da construção do espaço devem ser decididos por seus usuários e pelos diversos profissionais e participantes envolvidos; (2) as soluções técnicas devem permitir a substituição de sistemas, mas preservando as funções do todo; (3) o ambiente construído deve ser compreendido como um produto em evolução e passível de constante transformação. Mais informações ver: <http://www.arq.ufmg.br/praxis/2_ob/index.htm> Promoção: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PósARQ/UFSC e Associação Catarinense de Engenheiros – ACE/SC
Secretário Executivo: Ivan Rezende Coelho, fones: (48) 32483553/84077100, FAX: (48) 32483500
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IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-­‐Americano Habitação Social: ciência e tecnologia “Inovação e Responsabilidade” 12 a 15 de novembro de 2012, Florianópolis público e moradores por meio da definição do que sejam as decisões coletivas e as individuais; (8) respeita o modo de viver dos moradores e a vinculação social existente entre eles. declividade áreas ocupáveis platôs por níveis ocupação pedestres, acesso das moradias e espaços públicos implantação elaborada pelo PRAXIS moradias – estruturas flexíveis moradias – estruturas fixas implantação elaborada pela URBEL Figura 12 – Implantação de 200 moradias, elaborada pelo grupo PRAXIS em contraproposta ao programa Vila Viva, URBEL. Fonte: Grupo de pesquisa PRAXIS 3 O ponto comum das duas propostas é o adensamento equivalente, demonstrando que outras premissas qualitativas podem preservar respostas quantitativas pré-­‐estabelecidas pela municipalidade. Outro exemplo referente à abordagem do lugar como ponto de partida da produção da moradia é a autoconstrução. Ou seja, o modo informal no qual as pessoas constroem, aumentam, adicionam ou improvisam suas casas – processo sócio-­‐tecnológico em evolução e transformação constante, indica que há, inegavelmente, conhecimento implícito, lucidez e capacidade crítica por parte dos 3 Resultados da pesquisa “Os processos produtivos da autoprodução de moradias: a abordagem da prática informacional”, financiada pelo CNPq. Mais informações ver: <http://www.arq.ufmg.br/praxis/4_auto/>. Promoção: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PósARQ/UFSC e Associação Catarinense de Engenheiros – ACE/SC
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IV Congresso Brasileiro e III Congresso Ibero-­‐Americano Habitação Social: ciência e tecnologia “Inovação e Responsabilidade” 12 a 15 de novembro de 2012, Florianópolis autoconstrutores na escolha e na avaliação das opções que possam atender, com flexibilidade, suas necessidades e aspirações individuais, em relação não só às tecnologias, aos materiais e sistemas construtivos e à execução, mas também ao financiamento ou gerenciamento. As pessoas constroem, ao longo do tempo, um corpo de conhecimento substancial sobre como melhor construir e conectarem-­‐se à infra-­‐estrutura e aos serviços urbanos, bem como se beneficiarem ou se esquivarem das autoridades públicas. É um processo de fazer e aprender através de experiências individuais, repassadas a outros de maneira formal e informal (HAMDI, 1991). Assim, o saber-­‐fazer a moradia (como, quando, onde e a que custo) é gerado por informação e esta se transfere pelas redes sociais. Entendemos, ao final, que a leitura do lugar como ponto de partida projetual permite a inserção urbana de forma coerente com a cidade. Sendo assim, as decisões nos processos de projeto e da produção do espaço urbano incorpora a variável tempo – a quarta dimensão – permitindo apropriações e transformações sócio-­‐espaciais, não tipologicamente programadas. Tratando-­‐se da produção habitacional em massa, há de se exemplificar a leitura do lugar por projetos que acolhem não só a transformação dos espaços ao longo do tempo, que por si só desconstroem o argumento da tipologia como ponto de partida projetual, mas também o morador como agente participativo do processo de projeto e produção da casa. Nesse âmbito, os projetos rebatem os modelos tipológicos rígidos, resultantes de determinações formais, construtivas e técnicas do setor da indústria da construção ou do estado. Além disso, inserem o morador na cidade a partir das reais possibilidades de apropriação coletiva e individual dos espaços públicos e da moradia. 5.
AGRADECIMENTOS Pelo apoio financeiro e institucional: CNPQ, Fapemig, ProEx/UFMG, Capes. 6.
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