1 PERSPECTIVAS DE VENDAS DE FLORES PARA O

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1 PERSPECTIVAS DE VENDAS DE FLORES PARA O
PERSPECTIVAS DE VENDAS DE FLORES PARA O NATAL E FESTAS DE FINAL DE ANO DE 2015/2016
SINDIFLORES – Sindicato do Comércio Varejista de Flores e
Plantas Ornamentais do Estado de São Paulo
Hórtica Consultoria – Inteligência de Mercado para a Horticultura
O Natal constitui-se na maior festa do comércio em quase todo o mundo. E assim também
o é no Brasil. Para essa ocasião se preparam, com a antecedência possível, produtores,
distribuidores, atacadistas, varejistas, prestadores de serviços. E, é claro, os bolsos dos
consumidores. Afinal, se existe uma coisa que o mercado sazonal exige, é o planejamento. Atento
e minucioso, diga-se, para que possa dar conta de, em poucos dias, garantir o sucesso de todo
um ramo de negócios.
Ainda que para a Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais o Natal não seja a
principal data para as vendas – haja vista que a todo ano é suplantada pelo Dia das Mães e, em
alguns anos, também pelo Dia dos Namorados – o comércio dessa época do ano sustenta volumes
consideráveis de negócios setoriais, estimados em cerca de 7,5% do total anual de vendas.
Para o ano de 2015, o Sindicato do Comércio Varejista de Flores e Plantas Ornamentais
do Estado de São Paulo (Sindiflores) e a empresa de Inteligência de Mercado, Hórtica Consultoria1
realizaram pesquisa junto aos setores produtivos e de comércio atacadista e varejista de todo o
Brasil, com o objetivo de identificar as expectativas de vendas e as principais tendências de
consumo de flores e plantas ornamentais para o Natal e também para o Réveillon 2015/2016.
Os principais resultados obtidos neste trabalho são apresentados e discutidos a seguir.

Mercado deverá crescer 3,8 %, em relação ao mesmo período do ano passado
A média ponderada encontrada nas respostas à pesquisa revelou que as vendas no
mercado varejista de flores e plantas ornamentais para o Natal e Festas de Final de Ano de
2015/2016 deverá ser 3,8% superior à observada no mesmo período do ano passado. Apesar de
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A pesquisa foi realizada entre os dias 1 e 11 de dezembro de 2015 e ouviu floriculturas e empresas de
comércio eletrônico de flores e de distribuição de cestas e de telemensagens, técnicos especialistas das
principais Centrais de Abastecimento, atacadistas e distribuidores, cooperativas e associações de
produtores, importadores de flores e plantas ornamentais, além de responsáveis pelas compras do
departamento de floricultura e jardinagem do setor super e hipermercadista.
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90,5% das empresas entrevistadas acreditarem que as atuais condições recessivas prevalecentes
no mercado brasileiro deverão ter impacto restritivo sobre o comércio de flores e plantas
ornamentais neste final de ano, os lojistas estão confiantes nesse pequeno, porém significativo e
necessário, acréscimo de vendas. O índice é bastante menor do que o verificado em 2014, quando
o aumento previsto no comércio floral foi de 6,24% maior do que o auferido um ano antes.
O crescimento estimado das vendas globais para o período analisado se dará pela
expansão do número de clientes compradores – especialmente focados em itens mais
econômicos e acessíveis – uma vez que projeta-se forte redução no valor do tíquete médio de
compras, como se verá mais adiante.
Para uma parcela de 48% das floriculturas e empresas de varejo pesquisadas, as vendas
para o período serão maiores que as verificadas no ano passado. Porém, os percentuais de
aumento serão mais contidos que os verificados em outras oportunidades de consumo: 80%
delas consideram que o crescimento de vendas ficará entre 5% e 6%; 10% apostam em aumento
máximo de até 14% e outras 10% supõem expansão de vendas de até 20% em relação ao Natal e
Réveillon de 2014. Em sentido contrário, um grupo de 19% de floriculturas e empresas de varejo
floral entrevistado acredita em decréscimo de vendas em relação ao ano anterior, enquanto 33%
supõem vendas equivalentes entre os dois períodos considerados. (Figura 1).
Iguais
33%
Maiores
48%
Menores
19%
Figura 1. BRASIL. Expectativas de vendas de flores pelas floriculturas e por outras empresas
varejistas para o Natal e Festas de Final de Ano de 2015/2016, no comparativo com o ano
anterior.
Fonte: Hórtica Consultoria/ Sindiflores, pesquisa de campo, dezembro de 2015.
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Na tentativa de superar parte dos problemas apontados e para incentivar as compras de
flores para o Natal e Réveillon de 2015/2016, 90,5% das empresas entrevistadas informaram que
pretendem implementar algum tipo de ação promocional em suas lojas e equipamentos de
varejo. As principais iniciativas serão aquelas centradas na competitividade de preços –
especialmente viabilizadas pelo aumento das compras a vista e em dinheiro, que deverão crescer
significativamente para a ocasião –, representadas por promoções (68,8%), seguidas por oferta
de mix de produtos típicos e específicos para a data e sorteios (18,8%). O marketing digital, como
e-mail marketing, anúncios em páginas e blogs ou outras similares, responderá por 6,5% das
iniciativas, seguidas por anúncios nas mídias impressa e televisiva (5,9%).

As flores preferidas para celebrar o Natal de 2015
As poinséttias, popularmente conhecidas no Brasil como bicos-de-papagaio, se
destacarão no cenário das compras de flores e plantas ornamentais no Natal de 2015,
concentrando 21% das preferências. A cada ano, essas flores consolidam posição mais dominante
no consumo sazonal do Natal. No mesmo período, em 2014, elas somaram participação de 18%.
Para 2015, contabilizaram três pontos percentuais adicionais.
São consumidas especialmente na versão vermelha, tradicional, mas não ficam fora do
mercado as flores de colorações rosa, branca, amarela e creme, além das mescladas de diferentes
tonalidades, conhecidas como cultivares “glitter”.
O hábito de comprar poinséttias para a ornamentação natalina no Brasil é relativamente
recente e influenciado pelos padrões norte-americano e europeu. No nosso país, o crescimento
do seu consumo está associado também aos seus preços mais acessíveis em comparação com
outras opções de flores envasadas para o período e, ainda, à cultura do transplantio das
poinséttias utilizadas na decoração posteriormente para os jardins residenciais ou condominiais,
onde não apenas sobrevivem, mas podem tornar-se elementos interessantes do ponto de vista
ornamental.
Arbusto semi-lenhoso, da família das Euphorbiáceas, originário do México, a planta faz
parte dos jardins das fazendas brasileiras desde o século XIX. Só que, agora, se apresentam
melhoradas geneticamente e culturalmente miniaturizadas para o cultivo e comercialização em
vasos, já em plena floração. Nos principais mercados atacadistas da floricultura brasileira, só na
época do Natal são vendidas cerca de 900 mil unidades de vasos de poinséttias.
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As árvores de Natal, representadas especialmente pelas tuias e pinheiros, disputam 15%
no ranking das preferências, com um ligeiro decréscimo – de três pontos porcentuais – em
relação ao mesmo período do ano anterior, quando atingiram 18% das intenções de compra.
No Brasil urbano contemporâneo, duas espécies arbóreas se destacam na ornamentação
natalina: a tuia holandesa (Cupressus macrocarpa) e o pinheiro. A primeira constitui-se na líder
de vendas, com a comercialização anual de mais de 270 mil unidades, apenas para essa finalidade.
Nos meses de novembro e dezembro ocorrem mais de 80% das vendas das tuias produzidas. O
restante é vendido, ao longo do ano, para paisagismo e jardinagem. Seus preços são formados
de acordo com a variedade (que pode ser a áurea, maçã, limão, Europa, prata e a stricta, de folhas
mais escuras e galhos mais resistentes para a decoração), porte e altura da planta. Para os
brasileiros, a altura preferida para sua árvore de Natal é a de 1,5 metro, embora nos últimos anos
se observem vendas crescentes para as de porte inferior, com apenas 0,70 metro.
Quanto aos pinheiros, as principais variedades comercializadas são o cipreste, o pinheiroprateado, o pinheiro-dourado e o pinheiro-azul, todos do gênero Chamaecyparis. A
comercialização dessas plantas nos principais mercados atacadistas costuma aumentar, em
média, 70% entre a primeira quinzena de novembro e o Natal.
Focados em opções mais econômicas, os consumidores brasileiros darão, em 2015,
prioridade também às compras de flores envasadas para a data. Comparativamente ao ano
passado, essas plantas crescerão de uma participação porcentual relativa de 6%, para 19%.
Seguramente, as espécies com flores de coloração vermelha, como amarílis, antúrios, kalanchoes,
calandivas, bromélias, gloxínias, gérberas e begônias serão as mais intensamente demandadas.
Também no segmento de corte, as flores de coloração vermelha – que, na tradição cristã,
possuem fortes significados associados ao amor, à paixão e ao sacrifício do Cristo – marcarão
significativa presença nas casas, mesas e celebrações natalinas. Em 2015, elas ficarão com 11%
das preferências de compras para a data. Serão destaque neste caso, especialmente, as gérberas
e os antúrios, além, é claro, das insubstituíveis rosas vermelhas. De fato, as rosas, especialmente
na coloração vermelha, somarão 17% das preferências de compras para a data, mantendo a
mesma participação que tiveram para o Natal de 2014. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste
brasileiros, as alpínias vermelhas, helicônias e os antúrios serão as principais contribuições da
floricultura tropical para a ornamentação sazonal do Natal.
Os arranjos florais natalinos para a ornamentação das mesas das ceias, das casas e dos
ambientes institucionais foram as opções que mostraram os mais fortes declínios na cesta de
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compras das ornamentações nesse ano, o que prejudicará especiamente as floriculturas,
especializadas neste segmento. De fato, esses itens atingirão apenas 7% de participação no total
das vendas setoriais.
Finalmente, cabe destacar que as orquídeas ficarão com 6% das preferências nas
compras florais natalinas, decrescendo quatro pontos percentuais em relação à posição
alcançada no mesmo período do ano anterior. Cabe destacar que as orquídeas vinham, ao longo
dos dois últimos anos, ocupando posições de destaque crescente nas cestas de consumo floral
nas principais datas brasileiras de celebrações. Porém, a deterioração socioeconômica do
mercado e a elevação do dólar provocaram importantes retrocessos nesse movimento,
principalmente devido ao fato de que a produção brasileira das orquídeas mais consumidas é
totalmente dependente das importanções de mudas da Europa e Ásia (Figura 2).
Flores vermelhas
11%
Cestas
4%
Rosas
17%
Pinheiros/Tuias
15%
Orquídeas
6%
Arranjos
7%
Poinséttias
21%
Flores envasadas
19%
Figura 2. BRASIL. Flores preferidas para a celebração do Natal e das Festas de Final de Ano de
2015/2016.
Fonte: Hórtica Consultoria/ Sindiflores, pesquisa de campo, dezembro de 2015.
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
As preferências florais para o Réveillon 2015/2016
Para as Festas de Final de Ano, as preferências de compra do consumidor brasileiro,
conforme apontadas pelas floriculuras e lojas de varejo do segmento de flores e plantas
ornamentais pesquisadas, recairão sobre as já tradicionais flores de corte brancas e amarelas.
Nesta passagem de ano, elas dominarão completamente o cenário de consumo floral,
concentrando 41% das preferências. O índice é muito significativamente superior ao verificado
no ano passado, quando essas opções foram responsáveis por 21% das respostas então obtidas.
Esse crescimento de dará especialmente pela queda nas compras de arranjos florais já
previamente elaborados e/ou flores de corte para a confecção própria de vasos e ornamentações
nos espaços residenciais e corporativos, que respondem, neste ano, por apenas 5% das respostas
obtidas (Figura 3).
As rosas manterão o seu destaque e concentrarão 39% do comércio de flores para o
período. Flores brancas e amarelas, em geral, em buquês ou solitárias cumprirão papel relevante
especialmente nas cerimônias de oferta de flores no mar, que caracteriza as celebrações da
passagem do ano. Parte dessa tradição foi herdada dos rituais afro-brasileiros, especialmente da
Umbanda e do Candomblé. Para estas religiões, as flores brancas – que simbolizam paz, pureza e
harmonia – são as únicas aceitas pelo orixá Iemanjá, rainha das águas. Além das flores já citadas,
ganharão relevância, neste contexto, também os crisântemos e as margaridas.
O uso de outras cores para as flores jogadas ao mar, ou às águas em geral, representa
miscigenações e superposições ao ritual religioso, mas está afeto à esfera da simbologia profana,
nas quais se adotam diferentes cores para os pedidos relacionados ao amor (rosa), paixão
(vermelho) e prosperidade (amarelo).
Também para o Réveillon, as opções mais econômicas, representadas pelos vasos floridos
surgem com importante participação na cesta de compras para a festividade desse ano, somando
10% das preferências do consumidor brasileiro. Entre essas flores serão destaque,
especialmente: lírios, lírios-da-paz, antúrios de flor branca, amarílis, kalanchoes e calandivas,
entre outras.
Finalmente, entre as intenções de compra para a data, surgem as orquídeas, com 5% de
participação porcentual relativa. Deverão ser comercializadas especialmente com a coloração
branca de suas flores, notadamente as da espécie phalaenopsis. Em relação ao mesmo período
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do ano anterior, essas flores decaíram, conforme previsto, três pontos percentuais na cesta de
consumo para a data.
Vasos floridos
10%
Flores brancas e
amarelas
41%
Rosas
39%
Flores de
corte/arranjos
5%
Orquídeas
5%
Figura 3. BRASIL. Flores preferidas para a celebração do Réveillon 2015/2016.
Fonte: Hórtica Consultoria/ Sindiflores, pesquisa de campo, dezembro de 2015.

Tíquete médio de compras de flores para o Natal e Festas de Final de Ano de 2015/2016 será
de R$ 70,45
A média ponderada dos gastos projetados com flores e plantas ornamentais pelos
consumidores brasileiros para o Natal e o Réveillon de 2015/2016 aponta para o valor de R$
70,45. Esse total resulta da concentração de gastos na faixa de R$ 50,00 revelados por 47% das
floriculturas e empresas pesquisadas, conjugados com aqueles apontados no intervalo entre R$
80,00 e R$ 100,00 (43%) e opções secundárias, de até R$ 100,00 (5%) e de R$ 50 a R$ 80,00 (5%)
(Figura 4).
O valor do tíquete médio apurado será 35,4% inferior ao verificado no mesmo período
do ano passado, quando atingiu R$ 109,00, como decorrência do agravamento das condições
socioeconômicas do mercado consumidor brasileiro, que está conduzindo importantes
deslocamentos para opções para itens de valor unitários mais baratos, especialmente flores
envasadas em geral.
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> R$ 100
5%
até R$ 50
47%
> R$ 80 a ≤ R$ 100
43%
> R$ 50 a ≤ R$ 80
5%
Figura 4. BRASIL. Tíquete médio previsto nas compras de flores e plantas ornamentais para o
Natal e Festas de Final de Ano de 2015/2016, no comparativo com o ano anterior.
Fonte: Hórtica Consultoria/ Sindiflores, pesquisa de campo, dezembro de 2015.
Para o Natal e Festas de Final de Ano de 2015/2016, as vendas serão pagas
majoritariamente em cartão de crédito (58,1%), seguidas por cartão de débito (22,6%), dinheiro
(16,1%) e por outras opções menos expressivas de pagamento, como cheque à vista e pré-datado
e boleto bancário (3,2%).
O SINDIFLORES e a Hórtica Consultoria e Inteligência de Mercado desejam a todos os seus
amigos, parceiros, clientes e colaboradores, um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, repleto de
realizações e de um enorme e merecido desenvolvimento da cadeia de distribuição varejista de
flores e plantas ornamentais, em todo o Brasil!
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