em busca de um empreendedorismo pró-evolutivo

Transcrição

em busca de um empreendedorismo pró-evolutivo
EM BUSCA DE UM EMPREENDEDORISMO
PRÓ-EVOLUTIVO
Ryon Braga
Em busca de um empreendedorismo pró-evolutivo
Agradecimento
Agradeço a oportunidade de expor minha experiência pessoal. Os erros e acertos de uma pessoa
podem servir de orientação e profilaxia para muitas outras.
Contextualização
Estou longe de ser um empreendedor pró-evolutivo ou empreendedor conscienciocêntrico
profissional. Neste campo, sou ainda um amador, um principiante em fase de aprendizado, mas
muito motivado para a realização de empreendimentos que façam a diferença na evolução das
pessoas.
Ainda sou um amador no campo do empreendedorismo porque demorei muito nesta vida para
atingir um grau de maturidade suficiente para me permitir iniciar minha proéxis de forma
minimamente consciente e consistente.
Os meus principais trafares: (a) dispersão; (b) leviandade (não levar as coisas a sério); (c) neofilia
(no sentido nosográfico, da compulsão pela novidade) e; (d) dromomania (compulsão por viajar e
conhecer lugares e coisas novas) atrapalharam muito este processo, retardando a conquista da
maturidade. Deste modo, ainda tenho várias lacunas no meu perfil empreendedor, mas tenho me
esforçado em reconhecê-las e consertá-las.
Valor do Empreendedorismo
Um grande desafio de quase todas as pessoas que atuam como voluntários da Conscienciologia é
conseguir levar tudo de eito, ou seja, a conciliação e de seus estudos, do voluntariado, da sua
profissão e da necessidade de atingir sua independência financeira (pé-de-meia). Encontrar um
caminho onde tudo posso estar posicionado de forma convergente aos objetivos evolutivos é o
desafio de todos nós. O empreendedorismo, com base interassistencial, tem se mostrado uma das
maneiras mais inteligentes para se atingir estes objetivos.
No entanto, não se trata de empreender por empreender, mas sim em utilizar o
empreendedorismo como ferramenta evolutiva, com o máximo possível de discernimento,
priorizando sempre as questões interassistenciais.
Premissas Essenciais
O trabalho, o dinheiro e a profissão são coisas secundárias na nossa evolução e na nossa proéxis. O
que interessa são as consciências e nossa relação com elas. Elas é que ficam, o resto todo
desaparece. Nosso trabalho e nossa profissão, como tudo mais em nossa vida, não são um fim em
si, mas apenas elementos que oportunizam as interrelações, de modo que possamos assistir
(aprendendo e ensinando) nesta jornada evolutiva.
Os empreendimentos são sempre transitórios e existem para proporcionar uma base para o
aprendizado das pessoas que fizeram parte dele, enquanto ele durou. Alguns são muito
transitórios, como a comunex do Pandeiro, por exemplo, e há outros que servem, serviram ou
servirão de base de sustentabilidade pró-evolutiva para muitas gerações de consciências (ex:
Biblioteca de Alexandria, Tertuliarium, Holociclo, etc).
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Independência Financeira e Proéxis
Não há dúvidas de que a independência financeira é um elemento de grande importância para dar
sustentabilidade ao desempenho da proéxis. A independência financeira, entendida aqui como uma
quantidade de ativos suficientes para gerar recursos que mantenham o padrão de vida de um
pessoa até a sua dessoma.
Por outro lado, penso que há um erro essencial no ato de buscar a independência financeira como
um fim em si, com base em justificativas do tipo: “depois que eu tiver meu pé-de-meia, terei mais
tempo para minha proéxis. Sob a visão do aprendizado evolutivo devemos considerar as seguintes
premissas:
a) O complexo processo de se conquistar a independência financeira já é, em si mesmo, um
importante elemento proexológico.
b) Tornar este processo cada vez mais convergente com os demais elementos proexológicos é o
grande desafio da conscin intermissivista.
c) Faz mais sentido priorizar atividades mais pró-evolutivas e interassistenciais, deixando que o
dinheiro venha como consequência do que você faz, do que priorizar obter dinheiro fora do seu
contexto evolutivo. Temos o exemplo do professor Waldo, que nos mostrou que tudo o que fez
na vida profissionalmente tinha um objetivo muito maior do que o ganhar dinheiro com aquilo.
Os “mata-burros” da busca pela independência financeira
a) A falta de limites na ampliação dos gastos. A incompreensão do trinômio receita-despesareserva.
b) A ilusão de que é possível ganhar dinheiro fácil cosmoeticamente.
c) A falta de visão multidimensional ao confundir o que é seu e o que vem através de você, mas
para os outros. Falta de noção sobre os aportes proexológicos recebidos.
d) Os desvios profissionais.
e) Os desvios empreendedorísticos.
Desvios empreendedorísticos
São atividades empreendedoras ectópicas, desvinculada ou com poucos elementos convergentes
com os objetivos proexológicos e baixo impacto no movimento de reurbanização do planeta. Estes
desvios geralmente acontecem por:
a) Fuga das responsabilidades evolutivas – uma conscin muito ocupada com seus
empreendimentos não tem tempo para encarar as recins necessárias, nem tampouco se
dedicar ao estudo e à interassistencialidade no nível em que precisava.
b) Egoísmo e status – estar na liderança de empreendimentos é algo que alimenta o status
pessoal.
c) Medo – de se auto-enfrentar, de ficar sem dinheiro no futuro, de assumir as coisas que
realmente importam.
d) Autocorrupção de acreditar que ao entrar em empreendimentos potencialmente muito
lucrativos (mesmo sem convergência proexológica e impacto na reurbanização), terá mais
condições à posteriori de realizar sua proéxis.
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e) Dispersividade gerada pela compulsão em empreender e fazer coisas novas.
f)
Falta de Competência – em saber agir profilaticamente e terapeuticamente com os
contrafluxos de um empreendimento pró-evolutivo. É preciso saber calçar os possíveis
problemas, compreender os pedágios necessários e identificar as recins necessária em cada
membro do grupo ligado ao empreendimento.
g) Rigidez e Hipolucidez - Incompreensão do paradoxo da mudança permanente no e do
empreendimento. Não pode haver falta de planejamento e organização, mas é preciso permitir
que os fatos e parafatos guiem e direcionem meu empreendimento e isto exige muita
flexibilidade, abertismo e perspicácia.
Os desvios empreendedorísticos podem provocar danos e traumas nas pessoas envolvidas e até
mesmo a “perda” de compassageiros evolutivos, pelo desvio da rota da proéxis.
Os desvios empreendedorísticos são feitos quando a pessoa não considera as premissas para se
empreender pró-evolutivamente, em convergência com a sua proéxis.
Muitas pessoas empreendedoras, mesmo depois de ganhar muito dinheiro, continuam
empreendendo, pois para elas o dinheiro é apenas a forma de medir o sucesso. Ele representa a
métrica da sua capacidade. Eles sempre estão em busca de mais dinheiro, mas não pelo dinheiro
em si, mas pelo poder e satisfação que a conquista gera. Quase não utilizam o dinheiro para elas,
mas também não tem o altruísmo necessário para usar o dinheiro em favor dos outros. Lhes falta
inteligência evolutiva.
Premissas para empreender pró-evolutivamente
a) Qual a convergência do empreendimento com a minha proéxis, a do meu grupo e das pessoas
envolvidas?
b) Qual o nível de interassistencialidade do empreendimento? Há infiltração cosmoética em que
nível?
c) Qual o nível do esclarecimento possível (tares) neste empreendimento? – Possibilidade de
Reeducar
d) Qual o nível de aprendizado estamos obtendo com este empreendimento.
Cosmoética na relação com o dinheiro
A responsabilidade na utilização do mesmo. Aquilo não é somente seu. Precisamos ter um mínimo
de desconfiômetro para saber o que foi extra, foi um plus patrocinado por amparadores e que pode
e deve ser dedicado a outro fim.
Código Pessoal de Cosmoética (CPC) aplicado à conquista do pé-de-meia
a) Nunca entro em um negócio em que para eu ganhar, alguém tenha que perder.
b) Eu nunca joguei na loteria – não considero cosmoético um processo onde para que poucos
ganhem, muitos precisem perder. Ainda que os que perdem estejam conscientes do risco que
correram.
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c) Também tenho dúvidas sobre a cosmoeticidade da especulação financeira na bolsa, no compra
e venda de ações no curto prazo. Já ganhei algum dinheiro com ações, mas hoje evito aplicar
meu dinheiro desta forma.
d) A cosmoética na busca da compreensão e na distinção sobre o que vem para você, e o que vem
através de você, mas para os outros. Binômio aportes-retribuição.
Trafores encontrados em um empreendedor pró-evolutivo
Cosmovisão
Conexão com a equipe extrafísica
Iniciativa, pró-atividade
Liderança e força presencial
Competência para dar continuidade e manutenção ao empreendimento
Sustentabilidade energética e desassedialidade
Interassistencialidade
Competência para mobilização, aglutinação e integração de pessoas
Consciência “large” (em oposição ao “miserê”).
Abertismo, capacidade de “largar o osso” e de abrir mão.
Autopensenização prospectiva.
Empresa Conscienciocêntrica
Não sei bem o que é isto ou que isto significa. Não vi ainda nenhuma empresa assim para dar o
exemplo que eu possa seguir. O que tentamos fazer em nossas empresas de “conscienciólogos” é o
seguinte:
a) Universalismo – uma empresa de conscienciólogos sempre deve estar aberta a pessoas que
não são da Conscienciologia, desde que alinhada com os valores.
b) Ambiente de Trabalho – Abertismo, transparência, comprometimento (este é o mais difícil).
Não se alcança comprometimento com alinhamento de interesses ou com a busca de um
objetivo comum, como dizem nos manuais de administração. O comprometimento é intrínseco
ao nível de cada consciência e aos seus objetivos existenciais. Enquanto as atividades e
oportunidades na empresa estiverem alinhadas com estes objetivos, existirá o
comprometimento, quando não estiver alinhada, ele desaparece.
c) Resultados: Participação de todos no resultado. Hoje nossas empresas distribuem 25% do
resultado para seus colaboradores – em valores relativos, não conheço nenhuma empresa no
mundo que distribua mais (a média do mercado é de 2%. O máximo que se encontra é de 5%).
d) Formação de Lideranças – a busca por formar pessoas que possam se tornar líderes e darem
continuidade superando o desempenho de que os orientou.
e) Continuidade e posse: não atuamos com sentimento de posse sobre a empresa. Para todos os
envolvidos, aquilo é sempre passageiro. É um ciclo que se completa e seguimos para outro. O
ponto de equilíbrio em tudo isto é muito difícil de alcançar, pois nem todas as pessoas estão
preparadas para serem empreendedoras, para assumirem responsabilidades e riscos.
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f)
Meritocracia – medida não apenas pela produtividade e performance da pessoa, mas também
pela sua capacidade de fazer o outro “dar certo”, produzir e performar adequadamente (isto
pode ser chamado de desempenho social, mas na prática significa simplesmente medir o
quanto uma pessoa é capaz de tornar seu ambiente de trabalho melhor, ajudando a melhorar
as outras pessoas em seu redor).
g) Competitividade – minimização dos elementos agonísticos da competitividade e substituição
por elementos cooperativos.
h) Visão Multidimensional – nem todas as premissas da gestão empresarial e das ciências
econômicas se aplicam a um empreendimento com bases pró-evolutivas. Muitas vezes as
regras convencionais precisam ser quebradas em função da sustentabilidade multidimensional
do empreendimento. Por exemplo: a premissa de se ter a pessoa certa no lugar certo não se
aplica, obrigatoriamente, a quem sabe mais sobre o tema, mas sim que está mais preparado
para dar sustentabilidade àquela função.
“Megafraternismo é Tares” (Waldo Vieira) – eis porque serenões e
evoluciólogos não precisam, obrigatoriamente, falar de Conscienciologia para
realizarem suas proéxis.
Leitura Sugerida
1)
2)
3)
4)
Empreendedor Conscienciocêntrico (verbete da Enciclopédia).
Heterodesafiologia (verbete do DAC).
Automegadiscernimentologia (verbete do DAC).
Megacosmoeticologia (verbete do DAC).
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